2 | TERÇA-FEIRA, 17 de novembro de 2020
CORREIO DO POVO
OPINIÃO
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EDITORIAL
VOCÊ CHEGAR BEM: ESSE É O PLANO DE VOO.
Nova etapa
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JUREMIR MACHADO DA SILVA juremir@correiodopovo.com.br
Diversificação
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primeiro turno das eleições municipais confirmou o que este modesto analista imaginava: a impugnação da candidatura de José Fortunati (PTB) favoreceu Sebastião Melo (MDB) e tirou do segundo turno Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Fortunati e Melo disputavam e dividiam o mesmo eleitorado. Separados, faziam a alegria dos adversários. De quebra, parte da direita ficou mais confortável para a segunda etapa da disputa. Melo larga agora em vantagem. Há, porém, outros aspectos em jogo. A abstenção foi alta. Manuela d’Ávila terá de buscar esse eleitor que não foi votar. O PT tomou uma surra em São Paulo. Guilherme Boulos (PSol) ocupou o lugar tradicionalmente dos petistas. São Paulo viverá mais um capítulo da polarização entre tucanos e esquerdistas. Jair Bolsonaro não emplacou como cabo eleitoral. A vaga antipolítica de 2018 virou marolinha. O Dem já faturou três capitais: Salvador, Curitiba e Florianópolis. Poderá levar a quarta com Ricardo Gomes (vice de Melo) em Porto Alegre. Sul Dem. Se o Dem engole prefeituras, o PSol sonha com a maior do país, São Paulo, e com Belém do Pará. Enquanto isso, comemora o bom desempenho para o legislativo. Na capital gaúcha, abocanhou quatro vagas, a começar pelos dois mais votados: Karen Santos e Pedro Ruas, O grande derrotado A Câmara de Vereadores de do primeiro turno foi Porto Alegre terá cinco negros, o Tribunal Superior sendo quatro mulheres, de onEleitoral. Resolveu ze. A casa ficou mais jovem e mais diversificada em gênero e centralizar o cor. A câmara de Curitiba con- recebimento e seguiu eleger a primeira negra a divulgação dos da sua história: Ana Carolina Dartora (PT). Isso mostra o ta- dados e causou manho da façanha. E a dimenum engarrafamento são do racismo estrutural. Não monstro. impedia. Nem elegia. A nova sensibilidade trilha o seu caminho. Dito isso, a melhor cartada para a esquerda em Porto Alegre, do ponto de vista de uma pragmática eleitoral, teria sido tentar ganhar no primeiro turno com uma frente realmente ampla: PT, PSol, PDT, PSB. Segundo turno tende a puxar para o que se apresenta como centro. Aí o leitor reage: e 2018? Não havia centro propriamente dito. Fernando Haddad não figurava como pessoa, mas como PT. Com isso não se deve entender que o jogo está jogado. Tem muito voto para passar embaixo da ponte em 15 dias. O grande derrotado do primeiro turno foi o Tribunal Superior Eleitoral. Resolveu centralizar o recebimento e a divulgação dos dados e causou um engarrafamento monstro. São Paulo parou. Por que eleição municipal tem de passar pelo TSE e não apenas pelos TREs? A economia ficou cara. Produziu atraso e alimentou a paranoia dos terraplanistas eleitorais, que sonham com a volta das cédulas em papel. O ministro Luís Roberto Barroso jogou a batata quente no colo da antecessora, Rosa Weber. Disse que quando assumiu a presidência do TSE, o novo modelo já estava adotado e que não simpatizou com ele. Deu lambança. O TRE-SP abriu saída de emergência e divulgou dados que, em princípio, não poderia ter totalizado. Tem muito conhecido desempregado agora.
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epois de conhecidos os prefeitos e vereadores da maioria das cidades brasileiras, resta agora finalizar o processo de escolha de todos os representantes da população nas prefeituras municipais. Esse processo de segundo turno se estenderá até o dia 29 de novembro e ocorrerá em 57 cidades com mais de 200 mil habitantes, incluindo 18 capitais. A campanha já recomeçou nesta segunda-feira. Segundo o calendário eleitoral, os concorrentes já estão autorizados a realizar comícios, distribuir material gráfico e utilizar alto-falantes para fazer campanha desde as 17h de ontem. Por sua vez, o horário eleitoral gratuito se inicia nesta sexta-feira e termina no dia 27, sexta anterior ao pleito.
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Resultados
ARTIGO
Denise Suguitani
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Os direitos de crianças prematuras
Brasil está entre os 10 países com o maior número de bebês que chegam ao mundo com menos de 37 semanas de gestação. Em algumas regiões, a taxa de nascimentos prematuros atinge 12,5%, colocando-nos acima da média mundial, que é de 10%. A prematuridade é um problema social e se configura como a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos. Durante o Novembro Roxo, mês internacional de sensibilização para a causa da prematuridade, diferentes iniciativas procuram mobilizar o poder público e a sociedade sobre a importância da prevenção e dos cuidados com os crianças prematuras e suas famílias, sobretudo no período inicial de suas vidas. A prematuridade pode deixar sequelas de saúde de longo prazo para os bebês, dependendo da idade gestacional ao nascimento e das intercorrências so-
fridas durante a internação na UTI. Contudo, com estímulos adequados durante a primeira infância (de zero a seis anos) e com intervenção precoce, a história dos mais de 340 mil bebês prematuros nascidos todo ano no Brasil pode ser diferente. Neste contexto, a campanha “Criança é Prioridade”, iniciativa da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), convoca os concorrentes ao Executivo Municipal para assumir compromisso público pelos direitos das crianças na primeira infância, prevendo o desenvolvimento de políticas e programas que concorrem para a promoção da saúde integral infantil. No Rio Grande do Sul, a campanha é liderada pela política estadual Primeira Infância Melhor, com o apoio de entidades como a ONG Prematuridade. O compromisso com esses direitos é um testemunho em favor da vida das crianças nascidas prematuras e suas famílias.
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Neste curto período, é bem provável que o eleitor, dada a polarização, tenha melhores condições de observar as diferenças entre os candidatos no que tange a programas e ideias. Isso é salutar no sentido de obter mais subsídios para decidir o seu voto. O tempo de exposição nos veículos de imprensa será o mesmo para todos e os que concorrem aos cargos terão a possibilidade de angariar mais apoios e explicitarem melhor seus propósitos e compromissos com as comunidades. Segue-se agora uma etapa essencial para a definição completa do mapa eleitoral do país a partir dos entes municipais. Todos, inclusive os que não votaram no turno anterior, terão a oportunidade de decidir quem governará seu município nos próximos quatro anos.
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Findo o recente pleito, em que elegemos nossos representantes para as câmaras de vereadores e para os executivos municipais, resultados publicados, resta-nos acatar o que disseram as urnas, respeitar a opinião e desejo da maioria e desejar que os eleitos tenham bom êxito nas suas ações durante o período de atuação. E não é o momento de, quando o resultado é diferente daquele que queríamos, berrar por aí dizendo que o povo é burro. Será que chamaríamos o povo de burro se o resultado fosse o mesmo que queríamos? Não, o povo é consciente e vota de acordo com o que entende ser o melhor para sua comuna, descartando aqueles candidatos que não apresentam propostas e projetos que atendam aos anseios da maioria. Respeitar o desejo da maioria, acatar os resultados e torcer para que os vencedores façam boa administração é o que devemos fazer agora. E esperar o próximo pleito. Altamir A. Fontana, Porto Alegre
Período eleitoral
O período eleitoral é uma maravilha. A Carris renovou recentemente grande parte da sua frota de ônibus e as passagens nos coletivos de Porto Alegre – quem poderia imaginar? – tiveram reduções de preços. Mas que ninguém se iluda, logo após o fechamento das urnas no segundo turno, virá a tradicional choradeira dos empresários do setor pleiteando reajustes tarifários e eliminação de gratuidades de transporte. Roberto Fissmer, Porto Alegre
Devastação
Uns têm muito e outros não têm nada. Mas o orgulho de quem tem muito, vai acabar junto daqueles que não têm nada. E aí a nossa mãe-natureza está nos mostrando no momento em que estamos vivendo. Pois, com toda a devastação da natureza, nós estamos dizimando toda a forma de vida deste planeta chamado Terra. Pior do que qualquer bomba atômica, pior do que seria uma 3ª Guerra Mundial. Todos os tipos de vírus nós mesmos estamos produzindo e nós mesmos estamos nos destruindo. Será que todo o dinheiro e bens materiais trarão tudo de volta? Principalmente as nossas vidas, a saúde e a paz? Peço a todos que mudem os seus conceitos. Renato da Rocha, Guaporé