Concursos Públicos Nível 2º Grau
FONOLOGIA Fonologia é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro. Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra. O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas, podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro. Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das palavras.
Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas. Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode ser representado pelas seguintes letras: s = mesa x = exato z = azarado O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em certas interjeições e na formação dos dígrafos.
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Classificação dos fonemas
Vogais - são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São silábicos, isto é, constituem a base da sílaba. /a//â//é//ê///i///ó//õ//u//
Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal. can-tai a = vogal i = semivogal le-vou o = vogal u = semivogal Observação: 1) As letras e e o também podem representar semivogal: 2) põe = [põi] mão = [mãu] 3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal. 4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca
Encontros Vocálicos Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de consoante. Os encontros vocálicos podem ser:
DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS. Ditongo Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser: Crescentes A semivogal antecede a vogal:
perícia espécie fastio vácuo ténue água Decrescentes A vogal antecede a semivogal: pai feito varapau réu biscoito muito Orais O som sai só pela boca: saia farnéis fugiu boi uivar Nasais O som sai pela boca e fossas nasais: mãe cãimbra vem mão comeram Abertas au, mau, éu, ilhéu, ói, dói Fechadas eu, seu, oi, foi, õe, põe
Tritongo Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal + semivogal) na mesma sílaba: Paraguai , enxaguei, saguão
Hiato É o encontro de vogais em sílabas diferentes: ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o
Encontros Consonantais É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais: Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. ap-to, cac-to, as-pec-to
Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos descritos. fel-tro dis-pli-cen-te des-tro Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização . Observação: Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso]
Dígrafos Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não. arroz = ar-roz assar = as-sar nascer = nas-cer desço = des-ço exceção = ex-ce-ção alho = a-lho banho = ba-nho cacho = ca-cho querida = que-ri-da - Kerida; sangue = san-gue Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico. sangue = san-gue Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único dífono é representado pela letra X - axila - fixo
• Sílaba Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte: a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei; b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci; c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca; d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-mavel-men-te.
• Acento Tônico Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita. As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e postônicas as que figuram depois da tônica:
pa || atona pretônica
re || tônica
de || átona postônica
Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica, própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a correspondência: ca fé || || átona tônica || ca fe zal || || || átona subtônica tônica Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em: a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci; b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel; c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca.
• Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó... b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha: mas, de, no...
• Ortoepia A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente. Caranguejo Beneficência Camundongo Empecilho Mendigo Mortadela Reivindicar
Pronúncia correta carangueijo beneficiência camondongo impecilho mendingo mortandela reinvidicar
Pronúncia errada
Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica.
Avaro Condor Circuito Filantropo Fluido Ibero Pudico
Pronúncia correta ávaro côndor circuíto filântropo fluído íbero púdico
Pronúncia errada
ORTOGRAFIA OFICIAL Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a correta representação escrita das palavras.
O alfabeto português Letras maiúsculas A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z Letras minúsculas a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e seus derivados.
Diferença entre letra e fonema. Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente.
Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado.
Mato /m/ Fonema
Pato /p/ fonema
Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas.
EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS X ou CH ?
Emprega-se "X"
a. Após um ditongo: caixa - paixão - peixe. Exceção: recauchutar e seus derivados. b. Após o grupo inicial en: enxada - enxergar - enxame Exceção: • encher e seus derivados (que vêm de cheio) •palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de chapéu) c. Após o grupo inicial me: mexer - México - mexerica Exceção: mecha d. Nas palavras de origem indígena ou africana: Xingu - Xavante e. Nas palavras inglesas aportuguesadas: xerife - xampu
G ou J?
Emprega-se "G"
a. Nos substantivos terminados em: • • •
agem: aragem - friagem igem: origem - fuligem ugem: ferrugem
Exceções: pajem - lambujem b. Nas palavras terminadas em: • ágio: pedágio • égio: colégio • ígio: prestígio • ógio: relógio • úgio: refúgio
Emprega-se
"J"
a. Nas formas verbais terminadas em: jar • arranjar (arranjei, arranjamos) • viajar (viajo, viajaram) b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe: jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j: laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja).
S ou Z ?
Emprega-se "S"
a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s: casebre, casinha, casarão (de casa) pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise) Exceção: catequizar (catequese) b. Nos sufixos - ês - esa: português - portuguesa chinês - chinesa - ense, oso, osa (que formam adjetivos): paraense - orgulhoso - caprichosa - isa (indicando feminino): poetisa - profetisa c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer: pus, puseste, quis, quiseram
Emprega-se "Z" a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z: razão - razoável; raiz - enraizado b. Nos sufixos:
- ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos) AdjetivoSubstantivo abstrato Surdo Surdez Avaro Avareza Belo Beleza • izar (que formam verbos): civilizar, humanizar, escravizar • iza - ção (que formam substantivos): civilização, humanização
S, SS ou Ç ? Emprega-se "S" Verbos com nd- Substantivos com ns Distender Distensão Ascender Ascensão
Emprega-se "SS" Verbos com ced - Substantivos com cess Ceder Cessão Conceder Concessão
•Emprega-se "Ç" Verbos com ter- Substantivos com tenção Conter Contenção Deter Detenção Atente para a grafia de: - acrescentar - adolescência - consciência - isciplina - fascinação - piscina - nascer - obsceno - ressuscitar - seiscentos.
•X Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/: - experiência - Sexta - sintaxe - texto. • Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/: clímax - intoxicar
-
nexo reflexo sexagésimo sexo tóxico.
•XC • -
Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/: excesso exceção excedente excepcional.
Emprega-se "E"
E ou I ?
a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar Abençoe perdoe continue efetue c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto
Emprega-se "I" Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra)
H • • • •
A letra "H" não representa nenhum som É usada nos dígrafos: nh - lh - ch É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo
Palavras homófonas Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch: • Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel) • Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã) • Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos) • Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez) • Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco) • Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto) • Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto) Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste gráfico: • Cozer (cozinhar) e coser (costurar) • Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender) • Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior) • Acender (iluminar) e ascender (subir)
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Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta) Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular) Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher) Censo (recenseamento) e senso (juízo) Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão (reunião). Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo) Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo) Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante) Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade) Paço (palácio) e passo (passada)
Algumas palavras parônimas: • Área (superfície) e ária (melodia) • Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir) • Delatar (denunciar) e dilatar (estender) • Descrição (representação) e discrição (reserva) • Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga) • Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar) • Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho) • Eminente (excelente) e iminente (imediato) • Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo) • Recrear (divertir) e recriar (criar de novo) • Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical) • Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso)
DICAS DE ORTOGRAFIA Qual a série certinha? a) civilizar, analisar, pesquizar b) civilizar, analizar, pesquizar c) civilisar, analisar, pesquisar d) civilizar, analisar, pesquisar A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo: civil civilizar municipal municipalizar Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe -ar, não -izar: análise analisar pesquisa pesquisar
resposta do teste:D Que opção está todinha certa? a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes. b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez. c. Ele quis fazer a transação, mas não fes. d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.
É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s: quis, quisemos, quiseram; quiser, quisesse, queséssemos, quisesse. O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z, escreve-se com z: faz fazemos fazem fiz fez fizemos fizeram fizer fizermos fizerem fizesse fizéssemos fizessem.
resposta do teste:D Está certinha a grafia de: a. garçom b. garçon c. garssom d. garsson a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final.
resposta do teste: A Estão certinhas as palavras da série: a. maciês, camponês, solidês, frigidês b. maciez, camponez, solidez, frigidez c. maciez, camponês, solidez, frigidez d. maciez, camponês, solidez, frigidês Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a lição. Providência: saber de onde veio a palavra. Se do adjetivo, é hora do z: macio (maciez) embriagado (embriaguez) líquido (liquidez) sólido (solidez) frígido (frigidez)
Se do substantivo, o s pede passagem: Portugal (português) corte (cortês) economia (economês) campo (camponês)
resposta do teste:C Estão certinhas as palavras: a. rúbrica, previlégio b. rubrica, previlégio c. rúbrica, privilégio d. rubrica, privilégio Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E privilégio se escreve com i.
resposta do teste: D Estão escritas como manda o figurino as palavras da série: a. eu apóio, o apôio b. eu apóio, o apoio c. eu apoio, o apoio d. eu apoio, o apôio O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados: herói jóia jibóia idéia assembléia céu escarcéus. Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos: * i-déi-a * as-sem-bléi-a
resposta do teste: B
DIFERENTES EMPREGOS DO "PORQUE".
POR QUE Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas. Exemplos: • Por que você fez isso? •Quero saber por que você fez isso. • Por que você não foi à festa? •Gostaria de saber por que você não foi à festa. O "QUE" pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por "O QUAL", "A QUAL", "OS QUAIS", "AS QUAIS". Exemplos: •A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá. •"Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei." •É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando. Observação: também quando houver a palavra "motivo" antes, depois ou subentendida. Exemplos: •Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada. •Não sei por que motivo ele não veio. •Não sei por que (por que motivo) ele não veio.
Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final, reticências). Exemplos: •Você vai sair a esta hora da noite por quê? •Ele não viajou por quê? •Se ele mentiu, eu queria saber por quê! •"Mãe, preciso de cem reais?" "Por quê?"
PORQUE Porque:
equivale à "PORQUANTO", "POR CAUSA DE". Exemplos: •Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal) •Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa) •Ele não foi porque estava doente. (causal) •Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa) •Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa)
Porquê: artigos "O" ou "UM". equivale à "a razão". Exemplos: •Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje. •Quero saber o porquê da sua decisão. •Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.
DICA DE PORQUE E PORQUÊ Qual é a frase certa? a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se. b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se. c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se. d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se. A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal: Maria se atrasou porque perdeu o ônibus. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas. A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional. Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A conjunção porque responde na bucha: Por que precisamos beber muita água? Porque a umidade do ar está baixa.
PORQUÊ Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome. Quer ver? Não sei o porquê da decisão da juíza. Há muitos porquês sem resposta. Ficou intrigado com dois porquês. resposta do teste: D
Forma e grafia PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS EM NOSSO DIA-A-DIA A / HÁ (em função do espaço de tempo). A (preposição): "Ela voltará daqui a meia hora." (tempo futuro) HÁ (verbo HAVER): "Ela saiu há dez minutos." (tempo decorrido)
A PAR / AO PAR Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada. A par: Significa "bem informado", "ciente" Exemplo: Estou a par da situação.
Ao par: Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros. Exemplo: Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par.
AONDE / ONDE / DE ONDE. AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR. Exemplos: • Aonde você vai? • Aonde você quer chegar?
ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar. Exemplos: • Onde você está? •A casa onde moro é muito antiga.
DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência. Exemplos: • De onde você saiu? •Donde você surgiu?
AS PARTÍCULAS "ATÉ" E "NEM". "Até" é uma partícula que traz a idéia de inclusão. Exemplo: • Até o diretor estava presente no show dos alunos.
"Nem" deve ser usado quando houver idéia de exclusão. Exemplo: •"Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona."
BASTANTE / BASTANTES. Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural) quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha. Exemplos: •Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes. •Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros. DICA Qual das frases está certinha? a. Tenho bastante amigos que estudam bastante. b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante. c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes. d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes. Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de plural:
•Estudei bastante. •Trabalho bastante. •Maria anda bastante. •Diana era bastante querida. •Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau. •Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal. Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural. •Estudei bastante (muito). •Diana era bastante (muito) querida. •Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal. Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele. Mais: é substituível por muitos ou muitas: •Tenho bastantes (muitos) amigos. •Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida. •Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida. resposta do teste: B
HAJA VISTO ou HAJA VISTA? Deve-se empregar a expressão "haja vista", já que a palavra "vista", neste caso, é invariável. Haja vista significa "por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista". Compare: quando se usa a expressão "tendo em vista", ninguém diz "tendo em visto". Então, não esqueça: haja vista = tendo em vista. Exemplos: Haja vista o grande evento deste domingo. Haja vista os concursos deste ano.
HUM / UM. Em português, o numeral é "UM", e não "hum". "HUM" é interjeição: palavra ou expressão usada para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc). Exemplos: •"Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada." •"Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado!" Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem "um mil reais", nem "hum mil reais". É "MIL REAIS".
MAS / MAIS Mas: indica idéia contrária. Conjunção adversativa, equivalendo a "porém" Ex.: Fui, mas não queria ir.
Mais: a) Pronome: Exemplo: Há mais meninos do que meninas na sala. b) Advérbio de intensidade Exemplo: Não fale mais!
MAL / MAU Mal: a) Advérbio (opõe-se a "bem") Exemplo: Ele agiu mal b) Substantivo (opõe-se a "bem") Exemplo: Ele só pratica o mal. c) Conjunção, indicando tempo Exemplo: Mal cheguei, você saiu.
Mau: É adjetivo Exemplo: Quem tem medo do lobo mau?
MEIO / MEIA. MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à "UM TANTO", "UM POUCO". Exemplos: •Os alunos estavam meio cansados. •Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião.
MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele. Exemplos: •Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim. •Ela só sabe dizer meias verdades. •Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa da concordância com HORA que está implícita na expressão.) A palavra "MEIO" pode ainda se apresentar como um substantivo, significando "MANEIRA, MODO, CAMINHO". Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será empregada no masculino. Exemplos:
•Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa. •"Os fins justificam os meios." (Maquiavel)
NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE Na medida em que: Equivale a "porque", "já que", "um vez que", exprimindo relação de causa. Exemplo: Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.
À medida que: Equivale a "à proporção que" Exemplo: À medida que escurecia, crescia o meu medo.
QUE / QUÊ Que: monossílabo átono Pode ser: A - Pronome:(O) que você faz aqui? B - conjunção:Pedi que ele viesse C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto. Quê: monossílabo tônico Pode ser: A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências. Você precisa de quê: B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa) Ele tem um quê de especial.
Denotação X Conotação Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, "ocorrência incerta, sem solidez". Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.
Signo Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween. Signo = significante + significado. Significado = idéia ou conceito (inteligível)
Sentido Próprio Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido que a palavra tem originalmente.
Sentido Figurado Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio: Exemplos: A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio) A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado) À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio) "A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão".(sentido figurado)
Figuras de sintaxe
Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o enunciado mais condensado e incisivo. Exemplos: As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua num dia de Sol. Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz. Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos. [omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...]; Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que quisesse]; Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)]; Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça]
Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de realidades muito diferentes. Exemplos: Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios] Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos] Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa.
É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso). Exemplos:
Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora) Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima) "Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser atrás) Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo) A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso de objeto pleonástico) Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada.
É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise. Exemplo: Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe).
Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de inversão. Exemplos: A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente]. Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o verbo e o sujeito).
É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição + substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante. Exemplos: Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)] Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim, são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (ávido)]
Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste, segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins estilísticos. Exemplos: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante" (ordem natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)
Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade).
(ou antecipação): Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior. Exemplos: O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão (o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)] Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi deslocado para antes da oração principal (parece)]
Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas (aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos enunciados. Exemplos: Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção alguma para ligar as orações). Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os termos que complementam o verbo ter).
Consiste na repetição significativa da conjunção "e". Como é fácil perceber, a repetição da conjunção tem um carácter intensificador. E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda esperava arrastar uns anos. Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva e). Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva nem).
Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical. Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter efeitos expressivos. Exemplos: O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática esperada). Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar) Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.
É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra) Exemplos: São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo] Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de tratamento Vossa excelência é homem] Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é paulista; de que ele se inclui entre os paulistas] A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular] Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural.
É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau superlativo. Exemplos: Aquela moça era linda, linda, linda. E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia. O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar.
Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia. Exemplos: Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando). Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa).
Figuras de Palavras
É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, etc.). Exemplos: Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)
Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais)
Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de semelhança). Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora. Exemplos: Aquela mulher é uma baleia. É fácil perceber que a palavra "baleia" não é o termo mais adequado para caracterizar uma pessoa, visto que "uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira, se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia). Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada). Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais. Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a bondade) Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência)
Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade. o autor pela obra Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares. o local de fabrico pelo produto Bebemos um porto. o material de que é feito pelo objeto Gosta de cristais. o efeito pela causa Respeitem os meus cabelos brancos. o físico pelo moral Ele é uma boa cabeça. o sinal pela coisa significada A cruz e a espada engrandeceram Portugal. O instrumento pela pessoa que dele se utiliza Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos utilizados para comer) O recipiente (continente) pelo conteúdo
Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas que moram nos Estados Unidos assistem...) O singular pelo plural O paulista adora trabalhar (Os paulistas...) A matéria pelo objeto Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)?
Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão. Exemplos: -É noite: e, sob o azul morno e calado, Concebem os jasmins e os corações. Gomes Leal Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra "azul", associa-se a uma sensação táctil ("morno") e a uma auditiva ("calado"). - Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)] - Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)].
(ou antonomásia): Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas. Exemplos: - Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves). - O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento). - Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)? - Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café) Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais maiúsculas.
Figuras de Pensamentos
Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos. Exemplos: E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se. "Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão" (Castro Alves).
É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da seqüência do pensamento.
Exemplo: - Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui? (note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém). Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão de um fonema. - Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso)
É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação de cunho desagradável e chocante. Exemplos: - Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu). - Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele finalmente descansou.
É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase. Exemplos: - Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação ascendente, do menor para o maior). - Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para o menor).
Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por parte do receptor (leitor ou ouvinte). Exemplos: - Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de microondas. - Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha sido completamente esvaziada durante um assalto)...
É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste numa expressão exagerada da realidade. Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de lágrimas... Trazem ferocidade e furor tanto, Que a vivos medo e a mortos faz espanto. Camões
Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos.
(ou personificação): É a atribuição de características humanas a seres não-humanos. Exemplos: O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma edificação). Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana atribuída a um astro).
É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado. Exemplos: - Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa). - Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta).
Consiste em consertar uma afirmação anterior. Exemplos: Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam trabalhar. Ele, aliás, todos eles me traíram.
Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos. Exemplo: - Era iminente o fim do eminente político.
Reunião de palavras contraditórias, paradoxais. Exemplos: - "covarde valentia". - "inocente culpa".
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL Falado e Escrito / Formal e Informal Linguagem coloquial ( Informal ) Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos perguntou: - Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ? - Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José bastante animado. - É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo.
GÍRIA A gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. Mesmo que seja criativa a gíria só é admitida na língua falada. Sendo que a língua escrita não a tolera. Só em casos especiais na comunicação entre amigos, familiares, namorados, sendo que isto é caracterizada pela linguagem informal.
Linguagem formal No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um exaluno, agora seu colega. O professor diz-lhe: - Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! - Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas. - Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável. A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um discurso e ao conversar com amigos num bar). Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.
Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é formal versus informal e não escrito versus falado. Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita pela gramática escolar. Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é que se empreguem as variedades informais da língua. Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta. Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade, por um lado, e entre informalidade e fala, por outro. De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada. Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua); O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência (formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores, nem totalmente informal, pela natureza "intelectual" do assunto tratado)(semi-formal) e a conversação diária (informal). Exemplos na modalidade escrita:
• • • •
do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático; do formal - um verbete de enciclopédia; do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa); do informal - um bilhete.
Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não existindo nos dois últimos. Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado a cada situação, a saber:
• • • • •
o status dos interlocutores; o local, o assunto; o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro); a modalidade escrita ou oral e a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação.
O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação.
Precisamos levar em conta 124) A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal ou oral; 125)
o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala;
126)
e o papel desempenhado pela língua.
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
LINGUAGEM INFORMAL Poder igual Contato freqüente Grande envolvimento afetivo Léxico coloquial (abreviações e gírias)
LINGUAGEM FORMAL Hierarquia de poder (não igual) Contato não freqüente Pouco envolvimento afetivo Léxico formal (formas não abreviadas e não emprego de gírias) Emprego de apelidos e diminutivos Emprego de títulos Expressões de afeto e despreocupação com a Expressões de deferência e preocupação com polidez a polidez Uso de expressões que indicam opinião Uso de expressões que indicam sugestão
Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que requerem certa formalidade. Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: 127)mais formal, 128)menos formal; 129)mais distante, 130)menos distante. Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da Faculdade. É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos ou empresariais. Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as mais diversas a que somos postos. Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os: ( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de subsistência ( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse subir na vida. ( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco. ( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos. ( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora Universitária.
Tema para discussão A palavra "bóia-fria" é uma linguagem formal ou uma linguagem informal? A palavra bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos acadê(é)micos. Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O "Bóia-fria": Acumulação e Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria (São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóiasfrias sem restrições. Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo termo mais formal: « o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços». Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos.
DIVISÃO SILÁBICA A divisão silábica obedece às seguintes regras: Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R). Exemplos: re - cla - mar re - ple - to pa - trão observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte integrante da primeira sílaba. Exemplos: mne - mô - ni - co pneu - má - ti - co pseu - dô - ni . mo Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados por duas consoantes. Exemplos: advento(ad - ven - to) obtuso(ob - tu - so)
sucção(suc - ção) nafta (naf - ta) constar(cons - tar) abstrato(abs - tra - to) magnólia (mag - nó - lia) Não se separam ditongos: Exemplos: ópio(ó - pio) coitado(coi - ta - do) peixe(pei - xe) muito(mui - to) fiéis(fi - éis) capitães(ca - pi - tães) Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando, assim, a separação de alguns deles. - ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo. história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria) piada(pi - a - da)(pia - da) Não se separam tritongos. Exemplos: Uruguai(U - ru - guai) saguão(sa - guão) Separam-se os hiatos: Exemplos: Saara(Sa - a - ra) vôo(vô - o) rainha(ra - i - nha)
Dígrafos: Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC. Exemplos: carro(car - ro) assassino(as - sas - si - no) nascimento(nas - ci - men - to) nasça(nas - ça) exceto(ex - ce - to)
Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU. Exemplos: palha(pa - lha) unha(u - nha) cave(cha - ve) guerra(guer - ra) queixa(quei-xa)
Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras. (prefixos, radicais, etc)
Exemplos: transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co) bisavó (bi - sa - vô) Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa. Exemplos: sub - ter - râ - neo sub - ma - ri - no Exceções: su - bes - ti - mar su - bes - ti - ma - do
ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRAS BÁSICAS a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas. Exemplos: lâmpada, médico, matemática. b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em: Ps: L: I (s) X: Ão (s) Us: Ã (s): R: Um (uns)
Fórceps Útil Táxi (s) Tórax Órgão (s) Bônus Irmã (s) Caráter Álbum (álbuns)
c) Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em: A (s): E (s): O (s):
Pá Pé Pó
Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra. Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte. esse homem a escola que bonito
Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior. ensinei-vos diz-me encontrámo-lo
Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte. digo-vo-lo reparti-lo-emos
Regras Especiais Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas) São acentuados: a) Quando a 2ª letra do hiato for "i" ou "u" tônicos, seguidos ou não de "s", (na mesma sílaba). Exemplos: saída, saúva, baú, país Obs.: Se o "i" ou "u" não vierem seguidos de "s", a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada. Exemplos: ruim, raiz, rainha. b) Os grupos "ee" (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver. Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem c) Os grupos oo: magôo, perdôo. Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba) São acentuadas. As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu Exemplos: anéis, caracóis, céus Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado. Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos.
DICAS - ACENTUAÇÃO 1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é: a) urubú, cajú, ví, lí b) urubu, caju, vi, li c) urubu, caju, ví, lí d) urubú, cajú, vi, li As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju, urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo. resposta da questão:B 2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é: a) ítem, ítens, éden, édens b) item, itens, eden, edens c) ítem, itens, éden, edens d) item, itens, éden, edens Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem. Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens, garagens, nuvens. Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen (hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).
resposta do teste: D 3) Qual a série correta? a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo b) canta-lo, vende-lo, parti-lo c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou grampinho: sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo tupi, guarani, comi, parti-lo caju, urubu, Aracaju resposta do teste:C 4) Qual a opção certinha da silva? a. sofá, café, caqui, cipó, caju b. sofá, café, caquí, cipó, caju c. sofá, café, caquí, cipó, cajú d. sofá, café, caqui, cipó, cajú Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u têm alergia a acento. resposta do teste:A
Trema Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra "u" for pronunciada.. Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo
Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos Considerar somente a forma verbal (sem o pronome) Em amá-lo - "amá" - é oxítona terminada em "a" e, por isso, leva acento. Em incluí-lo - incluí - o "í" tônico do hiato é acentuado. Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em "i" e, por isso, não é acentuado. Acentos diferenciais Ele tem Eles têm Ele mantém Eles mantêm
Ele vem Eles vêm Ele convém Eles convêm
Ele pode (verbo poder, presente do indicativo) Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo) Pôr (verbo)
Por (preposição) Pára (do verbo parar) Para (preposição) Côa, côas (verbo coar) Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia Pela (s) (contratação de preposição + artigo) Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de) Pêlo (s) (substantivo) Pélo (forma do verbo pelar) Pelo, pelos (preposição + artigo) Pêra (fruta) Péra (pedra) Pera (preposição arcaica) Pôla (ramo novo de árvore) Pola (contratação arcaica de preposição e artigo)
Emprega-se hífen: 1) para unir pronomes átonos a verbos: exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei 2) para separar palavras no final da linha: exemplo: liber- / tar 3) para separar os sufixos: exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente ou por tônica nasal Sabiá-guaçu Cajá-mirim Capim-açu 4) Em palavras compostas formadas por: Substantivo + substantivo: salário - família Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque Substantivo + adjetivo: amor-perfeito Adjetivo + substantivo: má-criação Verbo + substantivo: arranha-céu Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo Verbo + verbo: pisca-pisca Advérbio + adjetivo: sempre-viva Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc. 5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo elemento: a) Além aquém recém além-túmulo aquém-mar recém-nascido b) pós -
pré -
pró -
pós-datar
pré-primário
pró-alfabetização
c) bem bem-querer
sem terminados em ditongo nasal: sem-vergonha
d) sota sota-vento
soto soto-mestre
vice vice-rei
e) exex-aluno f) co-autor
co -, no sentido de juntamente: co-seno
6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen. Auto -: auto-hemoterapia Neo -: neo-expressionismo Proto -: proto-árido Pseudo -: pseudo-herói Intra -: intra-ocular Extra -: extra-oficial Infra -: infra-estrutura Supra -: supra-renal Ultra -: ultra-som Contra -: contra-ataque Semi -: semi-reta Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc. 7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Ante -: ante-sala Anti -: anti-higiênico Arqui -: arqui-rabino Sobre -: sobre-humano Mas: antebraço, antiofídico, etc. 8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Inter -: inter-hemisfério Super -: super-homem Mas: interestadual, supersônico 9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por hífen: Circum -: circum-hospitalar Com -: com-hospedado Mal -: mal-humorado Pan -: pan-americano (exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.) 10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen:
Ab: ab-rogar Ob: ob-robar Sob: sob-roda Mas: abjurar, oblongo, sobestar 11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen: Sub-ramo, sub-base Mas: subsolo, subdelegado 12) Algumas locuções que se escrevem com hífen: À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis 13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem: À beira de A baixo de A fim de A menos que Em volta de Na medida em que Uma vez que Um a um Uma a uma Etc.
DICAS - HÍFEN 1) Estão certinhas as palavras da série: a) micro-saia, macro-região, mini-eleição b) micro-saia, macrorregião, minieleição c) microssaia, macrorregião, mini-eleição d) microssaia, macrorregião, minieleição Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie, microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia. resposta do teste:D 2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é: a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano, semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil, semimorto. resposta do teste:C 3) O hífen está correto na palavra: a) anti-malufismo b) anti-imperialismo c) anti-judaísmo d) anti-Malan
Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro. Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras. Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio? Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, microBrasília, anti-Malan, super-Camdessus. resposta do teste:D
Como se escrever os símbolos das unidades de medida: Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente após o número: 2 cm, 29 km, 2h 15min, 80 km/h. Exceção: 1t.; 203 t. O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00.
PONTUAÇÃO
Emprega-se Vírgula ( , ) •
Entre as orações coordenadas assindéticas.
Exemplo: Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar. • Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Exemplo: O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.= • Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado. Exemplo: Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo. • Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer", "digo", "digo melhor". Exemplo: Isto é bom, ou melhor, é ótimo. • Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas. Exemplo: Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero. • Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando intercaladas na sua principal. Exemplos: Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.
• Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem intercaladas. Exemplo: Quando eu cheguei, ele já havia saído. • Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos. Exemplo: Pudemos, finalmente, ficar sozinhos. • Para separar termos aos quais queremos dar realce. Exemplo: As telhas, levou-as o vento. • Para indicar que houve elipse de verbo. Exemplo: Ela foi para a praia e ele, para o campo. • Para separar os topônimos, nas datas. Exemplo: Ribeirão Preto, 16 de março de 1999.
Não se emprega Vírgula ( , ) • Entre o sujeito e o verbo. Exemplos: Minha mãe, viajou. (incorreto). Minha mãe viajou. (correto). • Entre o verbo e seu complemento. Exemplos: Vimos, o filme. (incorreto) Vimos o filme. (correto) • Entre o substantivo e o adjunto adnominal. Exemplos: Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) Meu bom amigo não estava em casa. (correto) • Como norma geral, antes da conjunção e. Exemplos: Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto) Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a vírgula se torna obrigatória. Exemplos: Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa) E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac) • Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser separada por vírgula. Exemplo: Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)
• Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto. Exemplos: Caixa Postal, 158 (incorreto) Caixa Postal 158 (correto) Casa, 35 (incorreto) Casa 35 (correto)
Ponto Final ( . ) • Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa. Exemplo: Não pudemos sair de casa, pois chovia demais. • É empregado também em abreviações. Exemplo: Sr., V. Exa., pág., etc.
Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; ) • Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar enumerações longas dentro das quais existam vírgulas. Exemplo: Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora deste mundo. • Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc. Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade; b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; d) ...................................; e) ...................................; f) ...................................; g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. • Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou um esclarecimento. Exemplos: a) - Então, ele disse - Não quero mais ver você. b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais. • Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a finalidade, etc. que se pretende ressaltar. Exemplo:
Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão!
Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? ) • Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. Exemplo: Quantos anos você tem? Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação. Exemplo: Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha.
Emprega-se ponto de exclamação ( ! ) • Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc. Exemplos: Fica, por favor! Nossa!
Reticências ( ... ) • Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida. Exemplo: Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ... • São empregadas em citações: Exemplo: No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função sintática de "situação financeira"?
Emprega-se Travessão ( - ) • Para indicar a fala da personagem. Exemplo: Ele gritou a plenos pulmões: Elisa! • Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da personagem (nesse caso, são empregados dois travessões): • Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas. Exemplo: E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta.
Empregam-se Aspas ( " " ) • No início e no final de uma citação textual. Exemplos:
"É a sua vida que eu quero bordar na minha Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil) • Para destacar palavras ou expressões. Exemplo: Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo. • Nos títulos de obras artísticas ou científicas: Exemplo: "Senhora" é um livro de José de Alencar.
Empregam-se os Parênteses (
)
• Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo. Exemplo: E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação. • Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas. Exemplos: "Reproduzidos no bordado A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza" (Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983)
COLCHETES ( [ ] ) Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários.
ASTERISCO ( * ) Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar,
PARÁGRAFO ( § ) É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc.
DICA - PONTUAÇÃO O ponto está certinho na frase: a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.. c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. d) Vi carros, lojas, ônibus, etc.... A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se outro ponto para indicar o fim do período? Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc. resposta do teste:C
SEMÂNTICA
É o estudo do sentido das palavras de uma língua. A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos: Família de idéias São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma idéia. Veja a relação a seguir: - casa, - moradia, - lar, - abrigo, - residência, - sobrado, - apartamento, - cabana. Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias. Observe outros exemplos: • revista, • jornal, • biblioteca, • livro, • casaco, • paletó, • roupa, • blusa, • camisa, • jaqueta, • serra, • rio, • montanha, • lago, • ilha, • riacho, • planalto. • telefonista, • motorista, • costureira, • escriturário, • professor, etc.
Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS. Exemplos:
Cômico - engraçado Débil - fraco, frágil Distante - afastado, remoto
Antonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Exemplos: Economizar - gastar Bem - mal Bom - ruim
Homonímia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.
As homônimas podem ser: Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)
Homófonas heterográficas (ou homófonas) são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) Cessão (substantivo) - sessão (substantivo) Cerrar (verbo) - serrar (verbo)
Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) Verão (verbo) - verão (substantivo) Cedo (verbo) - cedo (advérbio)
Paronímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
Exemplos: cavaleiro - cavalheiro Absolver - absorver Comprimento - cumprimento
Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graça. Os fiéis agradecem a graça recebida.
MORFOLOGIA Primeira parte
•
Estrutura das Palavras •
•
Origem das Palavras
Formação das Palavras
ESTRUTURA DAS PALAVRAS Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido. Datas Os magos janeiram dia 6 Os peixes abrilam dia 1 A Virgem setembra dia 8 Os mortos novembram dia 2 (MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183)
Elementos Mórficos
Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada "Maluco beleza"? É muito interessante. Um trecho diz assim : Eu do meu lado aprendendo a ser louco Um maluco total, na loucura real Controlando a minha maluquez Misturada com minha lucidez PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia. São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218
Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na palavra lucidez: significa "qualidade ou estado de lúcido". Lúcido, por sua vez, significa "brilhante como a luz". Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa "luz". Por essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa a inteligência. Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o "estado ou doença de maluco", a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se mistura com lucidez! O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém entenderia a nova palavra. Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós estudamos a estrutura das palavras. Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta da seguinte maneira:
Os jovens que picham e emporcalham a cidade Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações:
Sujo Suja Sujos
sujão sujona sujeira
sujinho sujar
Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou diminutivo, etc.
Sj-
-o (elemento que indica o gênero masculino) -a (elemento que indica o gênero feminino) -(o) s (elemento que indica o número plural) -ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino) -ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino) -eira (elemento que indica qualidade, propriedade) -inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino) -(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o infinitivo do verbo)
As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.
Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica. Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir palavras como sol e mar.
Classificação dos elementos mórficos Observe as seguintes palavras alun o alun a alun inhos lun ato
pedr pedr pedr pedr
a as eiras ada
ferr ferr ferr ferr
o os agens inho
menin menin menin menin
o os inhos ice
lúc luc luc luc
ido idez ipotente ímetro
Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome de cognatas.
Desinências Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural. Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou seja, se ela é masculina ou feminina. Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural. Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no plural, recebem o nome de desinências. Existem dois tipos de desinências:
•
desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes. radical
alun menin
•
genêro a o
desinência
nominal
número s s
desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos verbos.
desinência verbal tempo e modo número e pessoa
amá vende
va sse
mos m
Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo. O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos mecanismos de concordância nominal e verbal. Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes.
Vogal temática Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao radical.
Observe: radical am
desinência va
O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va. Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para receber a desinência. Dessa forma: am radical
a
va desinência
Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática. Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo. Veja abaixo. Vogal Temática a e i
Conjugação primeira segunda terceira
exemplo am - a - va vend - e - ra part - i - sse
TEMA Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas são, respectivamente: ama -, vende- e parti- .
Prefixos e sufixos Observe as seguintes palavras: leal feliz camisola desleal infeliz camiseta lealdade felizmente descamisado
Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. Exemplos de Prefixos Ateu Supermercado pré-história Exemplos de Sufixos amoroso livraria lapisinho
Vogais e consoantes de ligação
Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma, não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de ligação. Veja os exemplos abaixo.
ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de algumas palavras que você comumente usa: - sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);; - abajur vem do francês (abat-jour) ; - carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer "casa do branco"); - samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer "umbigada"); - alfaiate vem do árabe (al-khaiãT). A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua.
Alguns radicais de origem grega Radical
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Significado
Exemplo
Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura) Aero ......................
ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar)
Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo) Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas) Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos) Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento) Antropo................homem .......................
Antropologia (estudo dos grupos humanos)
Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas) Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais) Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas) Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo) Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo ) Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica ) Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros) Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos) Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som) Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita) Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração) Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo) Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células) Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo) Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo) Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores) Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)
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Demo...................povo......................................................democracia (governo do povo) Eco......................casa..............ecologia (estudo das relações entre os seres vivos e seu ambiente) Etimo.................origem.................................................etimologia (estudo das origens) Etno................Raça, povo...............................................etnologia (estudo das raças) Fago..........que ou aquele que come.....................antropófago (aquele que come carne humana) Filo......................amigo.......................................................filósofo (amigo do saber) Fobia............medo , aversão...............................................fotofobia (aversão à luz) Gastro..............estômago............................................gastrite (inflamação do estômago) Geo.......................terra........................................................geologia (estudo da terra) Grafia..................escrita......................................................ortografia (escrita correta) Hemo...................sangue............................................hemorragia (derramamento de sangue) Hidro.....................água.....................................hidroginástica (ginástica realizada dentro d'àgua) Hipno.....................sono........................................................hipnofobia (medo de dormir) hipo......................cavalo ........................................hipódromo (local onde correm cavalos) homo..............mesmo, igual........................................homônimo (que tem o mesmo nome) lito.........................pedra...............................................litogravura (gravura feita em pedra) mega....................grande........................................................magalópole (grande cidade) metro...................medida......................................................cronômetro (o que mede o tempo) micro..................pequeno.........................................................micróbio (pequeno ser vivo) morfo...................forma........................................................morfologia (estudo das formas) necro....................morto..............................................................necrologia (lista de mortos) neo.......................novo............................................................neologismo (palavra nova) orto...............certo/ correto.....................................................ortografia (escrita correta) pato....................doença........................................................patologia (estudo das doenças) poli.......................muitos........................................................polissílabo (que tem muitas sílabas) pseudo.................falso.............................................................pseudônimo (falso nome) psico.....................alma..............................................................psicologia (estudo da alma) taqui.....................rápido..............................................................taquigrafia (escrita rápida) teca....................coleção ...........................................................mapoteca (coleção de mapas) tele........................longe .........................................................telefone (o que fala para longe) teo.........................deus.........................................................teocracia (governo dos deuses) termo...............temperatura...........................................termômetro (o que mede a temperatura) trofia............desenvolvimento........................................atrofia (ausência de desenvolvimento) xeno.................estrangeiro....................................................xenofobia (aversão ao estrangeiro) zoo.......................animal.........................................................zoologia (estudo dos animais)
Alguns radicais de origem latina radical
significado
Exemplo
•agri.................................campo...............................................Agricultor (que cultiva o campo ) •arbori.............................árvore................................................arborizar (plantar árvores) •avi..................................ave.....................................................aviário (local onde se vendem aves) •beli.................................guerra................................................belicoso (habituado à guerra) •capiti..............................cabeça..............................................decapitar (cortar a cabeça) •cida...............................que mata............................................inseticida (que mata insetos) •cola..........que cultiva, que habita...........vitícola (que cultiva vinhas) - silvícola (que habita as florestas) •fero...................que contém, que produz...............................aurífero (que contém ou produz ouro) •fide...................................fé....................................................Fidedigno (digno de fé) •forme............................forma.................................................biforme (que possui duas formas) •frater.............................irmão.................................................fraternidade (irmandade)
•fugo.............................que foge.............................................lucífugo (que foge da luz) •loco................................lugar.................................................localizar (fixar o lugar) •ludo................................jogo................................ludoterapia (tratamento psicológico por meio de jogos) •mater.............................mãe...................................................materno (relativo a mãe) •multi..............................muito..................................................multilateral (muitos lados) •paro........................que produz.............................................ovíparo (que produz ovos) •pater.............................pai.....................................................paterno (relativo a pai) •pede.............................pé......................................................pedestre (que anda a pé) •pisci............................peixe...................................................piscoso (cheio d epeixes) •pluri............................vários..................................................pluricelular (que possui várias células) puer...........................criança.................................................pueril (infantil) quadri.........................quatro.................................................quadrimotor (que tem quatro motores) silva..........................floresta.................................................silvícola (Qua habita as florestas) umbra.......................sombra..................................................penumbra (quase sombra) voro.........................que come...............................................carnívoro (que come carne)
Alguns prefixos de origem grega prefixo a, an anfi anti arce, arqui dia dis endo epi eu hemi hiper meta oni para peri sin
significado
exemplo
negação, privação duplicidade.dualidade ação contrária superioridade movimento através mau estado, dificuldade posição interior posição superior bem, bom metade excesso transformação tudo, todo ao lado de em torno de simultaneidade
ateu, anarquia anfíbio, anfiteatro antiaéreo, antipatia arcebispo, arquiduque diagonal, diâmetro disenteria, dispnéia endoscópio, endotérmico epiderme eufemismo, eufonia hemisfério hipertensão metamorfose, metáfora onipresente paralelo, parágrafo perímetro, periscópio simpatia
Alguns prefixos de origem latina prefixo
significado
exemplo
ambi ante bi, bis circum cis contra infra intra, intro justa
duplicidade anterioridade dois
ambivalente, ambidestro antebraço, antepor bienal, bisavô circunferência, circunavegação cisplatino, cisalpino contradizer, contra-ataque infravermelho, infra-assinado intravenoso, introvertido justapor malcriado, maledicente multinacional, multicolor península, penumbra percorrer, perambular
mal, male multi pen per
movimento em torno
posição aquém
oposição posição inferior, abaixo
posição interior posição ao lado mal muitos quase movimento através
Resumo: Elementos mórficos são unidades significativas que formam as palavras. Radical é o elemento mórfico que funciona como base do significado e é comum a palavras de mesma família. Desinências são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. Vogal temática é a vogal que, em alguns casos, junta-se ao radical, preparando-o para receber as desinências. Tema é o radical já acrescido da vogal temática.
Prefixos e sufixos são elementos mórficos que se juntam ao radical para formar palavras novas.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS Composição: União de dois ou mais radicais que formam uma nova palavra: cachorro-quente, bem-tevi, malcriado. Existem dois tipos de composição: a)sufixal, quando o sufixo se junta ao radical: laranja + al = laranjal arte + ista = artista pedre + eiro = pedreiro. b)parassintética, quando o prefixo e o sufixo se juntam a um radical ao mesmo tempo: en + duro + ecer = endurecer sub + mar + ino = submarino a + noite + ecer = anoitecer.
Derivação Palavras como reinação, enferrujar, invisível, e avassalador foram formadas, respectivamente, a partir das palavras, rei, ferro, ver e vassalo por acréscimo de um prefixo ou de um sufixo. Quando isso ocorre, dizemos que as palavras foram formadas por derivação. Veja mais exemplos de palavras formadas por derivação: desleal pré-história super-homem
lealdade historiador homenzarrão
fuzilar borboletear esquentar
A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética, regressiva ou imprópria.
Derivação préfixal - Ocorre derivação préfixal quando a palavra nova é obtida pelo acréscimo de prefixo, como em desleal, pré-história e super-homem.
Derivação sufixal - Ocorre derivação sufixal quando a palavra nova é obtida pelo acréscimo de sufixo, como em lealdade, historiador, homenzarrão, borboletear e fuzilar.
Derivação parassintética - Observe agora a formação da palavra esquentar. Trata-se, evidentemente, de uma palavra derivada de quente. Verifique que nela ocorrem, ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo, que se juntaram ao radical quent: es+ quent + ar Quando a palavra é formada por acréscimo de prefixo e sufixo ao mesmo tempo, dizemos que ocorreu derivação parassintética. Veja mais alguns exemplos de palavras formadas por derivação parassintética:
pref.
en a en a
forc manh velh podr
ar ecer ecer ecer
rad.
suf.
palavra deriv. por parassíntese
enforcar amanhecer envelhecer apodrecer
Veja que só ocorrerá derivação parassintética se o prefixo e o sufixo se juntarem ao mesmo tempo ao radical. Por exemplo: como não existe na língua portuguesa a palavra entriste, nem a palavra tristecer, fica claro que, na formação do verbo entristecer, o prefixo en - e o sufixo -ecer se agregaram, ao mesmo tempo, ao radical trist. Já na palavra infelizmente, embora tenhamos o prefixo in - e o sufixo -mente agregados ao radical feliz, não ocorre derivação parassintética, já que prefixo e sufixo não se juntaram ao mesmo tempo ao radical. É fácil você perceber isso, observando que, em português, existem as palavras infeliz e felizmente. No caso da palavra infelizmente, dizemos que ocorreu derivação prefixal e sufixal. A maioria das palavras formadas por derivação parassintética são verbos.
Derivação regressiva - Como você observou até agora, no processo de derivação empregamos ou um prefixo (derivação prefixal), ou um sufixo (derivação sufixal), ou ambos ao mesmo tempo (derivação parassintética). Em razão disso, a palavra derivada será sempre maior que a palavra primitiva. Há um caso de derivação em que a palavra derivada é menor do que a primitiva, já que, em vez de acrescentarmos um prefixo ou um sufixo à palavra primitiva, dela retiramos algum elemento, de sorte que a palavra derivada é obtida por redução da palavra primitiva. A esse tipo de derivação, damos o nome de regressiva. Por exemplo: caçar (palavra primitiva) deu origem ao substantivo caça (palavra derivada). Veja mais exemplos de palavras formadas por derivação regressiva: Palavra primitiva combater pescar nadar atacar
Palavra derivada combate pesca nado ataque
A maioria das palavras formadas por derivação regressiva são substantivos derivados de verbos e que indicam ação.
Derivação imprópria -
É comum usar a expressão comício monstro. Repare que a palavra monstro, que primitivamente era um substantivo, aquí é usada como um adjetivo. Portanto, podemos afirmar o seguinte: o adjetivo monstro que aparece em comício monstro é derivado do substantivo monstro. Note que, nesse tipo de derivação, não ocorreram prefixos ou sufixos: a palavra derivada possui a mesma estrutura da palavra primitiva. Ocorreu tão-somente mudança de categoria gramatical: um substantivo virou adjetivo. A esse tipo de derivação, damos o nome de imprópria. Veja outros exemplos de palavras formadas por derivação imprópria: Não compareci ao jantar de confraternização.
(substantivo jantar, derivado do verbo jantar) "Como será o amanhã ?" (substantivo amanhã, derivado do advérbio amanhã) Ela usava uma blusa laranja. (adjetivo laranja, derivado do substantivo laranja)
Outros processos de formação de palavras Além dos processos de composição e derivação, que já estudamos, temos ainda os seguintes processos de formação de palavras:
Onomatopéias -
Onomatopéias são palavras que criamos para tentar reproduzir sons
ou ruídos.
Abreviação -
A abreviação consiste na redução de uma palavra longa até um limite que não prejudique o sentido. Veja alguns exemplos de palavras formadas por esse processo: moto (em vez de motocicleta) cine (em vez de cinema) foto (em vez de fotografia)
Siglas -
As siglas, que não são propriamente palavras, são formadas por um processo semelhante ao da abreviação. PT (Partido dos Trabalhadores) Banespa (Banco do Estado de São Paulo) Aids (Acquired Immunodeficiency Syndrome = Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida) CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)
Note que as siglas são formadas a partir das letras iniciais ou mesmo das sílabas iniciais das palavras que formam esses nomes. É interessante observar que, embora as siglas não sejam propriamente palavras, delas podemos derivar palavras. Veja: PT - petista DDT - dedetizar, dedetização CLT - celetista
PARA NÃO ESQUECER Palavras primitivas são aquelas que não se originam de outra palavra da língua portuguesa. Palavras derivadas são aquelas que se originam de outra palavra da língua portuguesa. Palavras simples são aquelas que apresentam um só radical. Palavras compostas são aquelas que apresentam mais de um radical. Composição por justaposição: ocorre quando os elementos que formam o composto não sofrem alteração fonética. Composição por aglutinação: ocorre quando, na junção dos elementos que formam o composto, há alguma alteração fonética. Derivação é o processo pelo qual se obtêm palavras novas, chamadas derivadas, por acréscimo de prefixos e sufixos à palavra primitiva. Derivação parassintética: ocorre quando a palavra nova é obtida por acréscimo de prefixo e sufixo, ao mesmo tempo. Derivação regressiva: ocorre quando a palavra nova (derivada) é obtida por redução da palavra primitiva. Derivação imprópria: ocorre quando a palavra nova (derivada) é obtida por mudança da categoria gramatical da palavra primitiva.
CLASSE DAS PALAVRAS As palavras são classificadas em :
•
substantivo • adjetivo • artigo • numeral • pronome • verbo • advérbio • preposição • conjunção • interjeição.
SUBSTANTIVO Substantivo: Palavra com que designamos os seres em geral. Substantivo Comum - é o que nomeia todos os seres de mesma espécie. Exemplos: homem, árvore, animal, etc. Substantivo Próprio - é o que nomeia um ser da mesma espécie. Exemplos : Brasil, Rio de Janeiro, Maria, Campinas, etc Substantivo Simples - é aquele formado por um só radical. Exemplos: sol, amor, mão, água, fogo etc Substantivo Composto - quando é formado por mais de um radical. Exemplos : amor-perfeito, pé-de-moleque, guarda-chuva, passatempo. Substantivo Primitivo - quando não se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa. Exemplos: casa, pedra, jornal, relógio, motor, etc. Substantivo Derivado - é aquele que se origina de outra palavra existente na língua portuguêsa. Exemplos : florista, jornaleiro, motorista, caseiro. Substantivo Concreto - é aquele que designa os seres de existência real ou representados pela imaginação. Exemplos: casa, mesa, faca, bruxa, lobisomem, etc Substantivo Abstrato- São aqueles que denomina seres que não existem por sí, ou seja, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-los
como seres. Os substantivos abstratos são portanto aqueles que designam ações, estados ou qualidades, considerados como seres: Exemplos: amor, tristeza, beleza, coragem, corrida, etc. Geralmente os substantivos abstratos, são derivados de verbos ou adjetivos. Exemplos: belo - beleza trabalhar - trabalho. Substantivo Coletivo - é aquele que designa um conjunto de seres da mesma espécie. Exemplos: acervo Álbum Alcatéia Armada Arquipélago Arsenal Assembléia Atlas Baixela Banca bando batalhão biblioteca bosque buquê cáfila caravana cardume carrilhão colégio colméia colônia
de obras de uma biblioteca, museu de retratos, de selos de lobos de navios de guerra de ilhas de armas, de munições de pessoas reunidas com um fim comum de mapas de utensílios de mesa de examinadores, de advogados de pessoas em geral, mas com sentido pejorativo de soldados de livros de árvores de flores de camelos de viajantes de peixes de sinos de eleitores, de cardeais de abelhas de imigrantes, de formigas, de bactérias
concentraçãode tropas, de atletas concílio de bispos conclave de cardeais para eleger o Papa constelação de astros ou estrelas cordilheira de montanhas correição de formigas elenco de artistas, atores, palavras, medidas enxame de abelhas, de sonhos enxoval de roupas e seus complementos esquadra esquadrilha exército falange
de navios de guerra de aviões de soldados de soldados, anjos, ou pes-
farândola fardo fauna feixe flora floresta frota junta
júri legião malta manada matilha miríade molho multidão nuvem orquestra pelotão penca pilha pinacoteca plêiade prole quadrilha rebanho repertório resma réstia saraivada seleta súcia trouxa viveiro
soas com valor positivo de mendigos de coisas pesadas de todos os animais de uma região de lenha, de raios luminosos de todas as plantas de uma região de árvores de navios, de veículos pertencentes a uma empresa de dois bois, de médicos, examinadores,militares que governam de jurados de anjos, de demônios, de soldados de gente ordinária em geral de gado ou animais grandes (bois, elefantes, etc) de cães de caça de coisas com número superior a 10.000 de coisas agrupadas em feixes (chaves, cenouras, etc) de pessoas ou coisas aglomeradas (inimigos, fatos, etc) de fumaça, ou de coisas pequenas (insetos, pó, etc) de músicos de soldados de bananas, de chaves de coisas dispostas umas sobre as outras de quadros de pessoas ilustres de filhos de ladrões de gado, ou de quadrúpedes de peças teatrais, musicais, ou de piadas de papel de cebolas, de alho de protestos, de balas, de vaias, de perguntas de textos escolhidos de pessoas desonestas de roupas de aves ou peixes confinados
ADJETIVO Palavra que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe qualidades, estado ou lugar de origem. Exemplo:
• • •
Menino estúpido Trânsito confuso Cidadão brasileiro
Classificação dos adjetivos simples - quando formados por um só radical. Exemplos: alegre, sincero, etc. compostos - formado por mais de um radical. Exemplos: franco-espanhol, verde-amarelo, azul-marinho. primitivos - são os adjetivos que não derivam de outra palavra. Exemplos: pequeno, triste, grande, etc. derivados - são os que derivam de outra palavra. Podem derivar de um verbo ou substantivo. Exemplos: durável (do verbo durar) , carnavalesco (do subst. Carnaval).
Adjetivos Pátrios São aqueles que servem para designar a nacionalidade ou lugar de origem de alguém ou de alguma coisa. Relação de alguns adjetivos pátrios. Bragança Cairo Chicago Croácia Terra do fogo Três Corações Buenos Aires Jerusalém Manaus Rio de Janeiro (Est.) Rio de Janeiro (Cid.) Salvador Amapá Belo Horizonte João Pessoa Marajó Espirito Santo Florianópolis Rio Branco São Luis Ribeirão Preto
bragantino cairota chicaguense croata fueguino tricordiano portenho, buenairense hierosolimita manauense fluminense carioca soteropolitano amapaense belo-horizontino pessoense marajoara capixaba florianopolitano rio-branquense sãoluisense riberopretano
Locução Adjetiva É a reunião de duas ou mais palavras com o significado de um único objetivo. Exemplos: amor de mãe (amor materno), água do rio (água fluvial) Algumas locuções adjetivas principais de anjo de bispo de cobra de abelha
angelical episcopal viperíno apícola
de cavalo de boca da chuva de céu de aranha de leite sem fim de umbigo de mestre
eqüino ou hípico bucal pluvial celeste aracnídio lácteo infindável umbelical magistral
FLEXÃO DO ADJETIVO Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser: UNIFORMES: possuem apenas uma forma, que se aplica tanto a substantivos masculinos como a substantivos femininos: O homem feliz O interesse comum O mês anterior
A mulher feliz A causa comum A semana anterior
BIFORMES: possuem duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino: O menino brincalhão O professor inglês O homem corajoso
A menina brincalhona A professora inglesa A mulher corajosa
O gênero da maioria dos adjetivos biformes é formado pelas mesmas regras de flexão do substantivo: O garoto ativo O homem sofredor O menino português O homem cristão O pai chorão O técnico espanhol O arroz cru
A garoto ativa A mulher sofredora A menina portuguesa A mulher cristã A mãe chorona A técnica espanhola A carne crua
Há, porém, alguns adjetivos que não seguem estas regras: O homem ateu Rapaz plebeu Menino judeu Homem mau
A mulher atéia Moça plebéia Menina judia Mulher má
NÚMERO DO ADJETIVO PLURAL DOS ADJETIVOS SIMPLES O adjetivo simples varia em número para concordar com o substantivo a que se refere. Em geral, os adjetivos fazem o plural seguindo as mesmas regras do substantivo: Menina bela Menino gentil Leão feroz Criança amável Homem são Homem trabalhador Pessoa jovem
Meninas belas Meninos gentis Leões ferozes Crianças amáveis Homens sãos Homens trabalhadores Pessoas jovens
PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS Regra geral: Apenas o último elemento do adjetivo composto é flexionado. - Olhos castanho-claros - Peles castano-claras - Problemas sul-africanos - Pesquisas político-sociais - Artes greco-romanas - Saias verde-escuras - Relações franco-espanholas - Tratados anglo-frances - Escolas médico-cirúrgicas - Poemas lírico-dramáticos - Comemorações cívico-religiosas - Conflitos russo-americanos •
São exceções:
Casacos azul-marino Blusas azul-celeste Surdo-mudo: flexão nos dois elementos Meninos surdos-mudos • São invariáveis os adjetivos compostos referentes a cores, quando o segundo elemento da composição é um substantivo: Blusas amarelo-limão Gravatas verde-garrafa Calças azul-pavão Vestidos branco-gelo Meias azul-turquesa Saias verde-musgo Esmaltes vermelho-sangue
GRAU DO ADJETIVO O adjetivo pode apresentar-se em dois graus: comparativo e superlativo
GRAU COMPARATIVO Quando se estabelece a comparação: • De uma mesma qualidade entre dois seres:
A moça era tão gorda quanto a sua irmã
1o ser •
2o ser
uma qualidade
De duas qualidades num mesmo ser:
A moça era tão bonita quanto delicada
um ser
1a qualidade
2o qualidade
O grau comparativo pode ser de:
IGUALDADE Tão + adjetivo + quanto (como) O menino é tão inteligente quanto sua irmã.
SUPERIORIDADE Mais + adjetivo + (do) que O menino é mais inteligente que sua irmã.
INFERIORIDADE Menos + adjetivo + (do) que O menino é menos forte que seu irmão. Notas: Expressa-se o grau comparativo de superioridade dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande com as palavras: Melhor (mais bom) Menor (mais pequeno)
Pior (mais mau) Maior (mais grande)
Quando são comparadas duas qualidades de um mesmo ser, pode-se usar as expressões mais bom, mais mau, mais pequeno mais grande. Exemplos: Ele é mais bom do que agressivo Ele é mais pequeno do que magro
GRAU SUPERLATIVO O grau superlativo pode ser: Relativo: quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres:
Era
a mais alta das
irmãs.
um ser
qualidade
conjunto de seres
Essa relação pode ser de: •
SUPERIORIDADE: o (a) mais + adjetivo + de (dentre)
Aquele aluno é o mais inteligente da classe
um ser •
conjunto de seres
INFERIORIDADE: o (a) menos + adjetivo + de (dentre)
Aquele aluno é o menos inteligente da classe
um ser
conjunto de seres
Absoluto: quando a qualidade de um ser é intensificada sem relação com outros seres:
É
um ser
altíssima
uma qualidade
O grau superlativo absoluto apresenta-se nas formas: Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão idéia de intensidade (muito, extremamente, etc.) O aluno é muito inteligente Sintética: a intensificação se faz por meio de acréscimo de sufixos (íssimo, rimo, imo) O aluno é inteligentíssimo. Nota: também o grau superlativo dos adjetivos bom, mau, pequeno e grande expressa-se com palavras especiais: Superlativo relativo O melhor O pior O menor O maior
Superlativo absoluto sintético ótimo péssimo mínimo máximo
(bom) (mau) (pequeno) (grande)
Alguns superlativos absolutos sintéticos: Ágil Agradável Amargo Amigo Áspero Audaz Benéfico
- agílimo - agradabilíssimo - amaríssimo - amicíssimo - aspérrimo - audacíssimo -beneficentíssimo
Livre Magro Maléfico Miserável Miúdo Negro Nobre
- libérrimo - macérrimo - maleficentíssimo - miserabilíssimo - minutíssimo - nigérrimo - nobilíssimo
ARTIGO Artigo é a palavra que antepomos ao substantivo para determiná-lo. Os artigos classificam-se em definidos e indefinidos : Definidos : o, a, os, as. Os artigos definidos determinam os substantivos de maneira precisa. Exemplo: falei com o professor de matemática. Indefinidos: um, uma, uns, umas. Os artigos indefinidos determinam os substantivos de maneira vaga. Exemplo: falei com um professor de matemática.
FLEXÃO DO ARTIGO O artigo é uma classe variável. Varia em gênero e número para concordar com o substantivo a que se refere: Gênero O menino A menina Os meninos As meninas
(masculino singular) (feminino singular) (masculino plural) (feminino plural)
Número Um menino Uma menina Uns meninos Umas meninas
(masculino singular) (feminino singular) (masculino plural) (feminino plural)
NUMERAL Numeral - é a palavra que exprime número de ordem, múltiplo ou fração. Classificam-se em: a) Cardinais: um, dois, três,... b) Ordinais: primeiro, segundo, terceiro,... c) Multiplicativos: dobro, triplo, sêxtuplo... d) Fracionários: meio, terço, um quarto, um quinto...
FLEXÃO DO NUMERAL O numeral é uma classe variável em gênero e número
GÊNERO DO NUMERAL Variam em gênero:
•
Os cardinais: um, dois, e os de duzentos a novecentos: Um - uma
• Todos os ordinais: Primeiro - primeira Segundo - segunda Terceiro - terceira •
Os multiplicativos e os fracionários, quando expressam uma idéia adjetiva em relação ao substantivo:
O atleta deu um salto duplo e um triplo, depois tomou uma dose quíntupla de vitaminas. João comeu meio abacate e meia banana após o almoço. Coube-lhe a quarta parte da torta. Ele saiu ao meio dia e meia (hora).
NÚMERO DO NUMERAL Variam em número:
• Os cardinais terminados em ão: Um milhão - dois milhões Um bilhão - dois bilhões • Todos os ordinais: Primeiro - primeiros Centésimo - centésimos
Milésimo - milésimos
• Os multiplicativos, quando têm função adjetiva: Tomei dois copos duplos de água. Foram triplas as doses de uísque servidas. •
Os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede:
Gastou um terço do salário em remédios. Gastou dois terços do salário em remédios. Nota: Os cardinais, quando substantivados, vão para o plural se terminarem em som vocálico. Exemplo: Tirei dois oitos em Português. (= duas notas oito) Os cardinais ficam invariáveis, se terminarem por som consonantal Ex.: Tirei dois seis em Matemática. (=duas notas seis)
Flexão de Número Quanto ao número, os substantivos podem assumir a forma do singular (relativos a um só ser ou a um único conjunto de seres) ou do plural (relativos a mais de um ser ou conjunto de seres).
Formação do Plural Substantivos terminados em vogal, ditongo oral e ditongo nasal - "ãe" Acréscimo de ¨S¨ Singular Casa Pai Mãe
plural Casas Pais Mães
Maioria dos substantivos terminados em - ão Substitui-se ão por ões Botão...................................Botões Nota: Incluem-se aqui também os aumentativos Vozeirão.............................Vozeirões
Substantivos paroxítonos terminados em - ão e alguns poucos oxítonos e monossílabos. Acréscimo de S
Sótão...................................Sótãos Cidadão..............................Cidadãos Mão......................................Mãos
Alguns substantivos terminados em ão Mudam ão para ães Alemão..............................................Alemães Cão....................................................Cães Nota: Alguns substantivos admitem mais de uma forma para o plural: Ancião Guardiãoguardiões Ermitão Verão Anão Vilão
anciões guardiães ermitões verões anões vilões
anciães
anciãos
ermitães verães
ermitãos anãos vilãos
Substantivos terminados em - r e- z Acréscimo de - es Açúcar.......................................Açúcares Rapaz........................................Rapazes Nota: Destaquem-se os plurais de: Caráter...................................Caracteres Júnior.....................................Juniores Sênior.....................................Seniores
Substantivos terminados em - s Acréscimo de - es Gás.........................................Gases substantivos paroxítonos ou proparoxítonos terminados em s Invariáveis O pires.....................................Os pires O ônibus.................................Os ônibus
Substantivos terminados em - al - el - ol, ul Retira-se o "l" e acrescenta-se "is" Canal....................................Canais Carretel................................Carretéis Anzol.....................................Anzóis Nota: Destaquem-se os plurais de: Mal.......................................Males Cônsul...............................Cônsules Gol......................................Goles ou gois, mas a forma consagrada pelo uso é gols.
Substantivos oxítonos terminados em - "l" Troca "l" por "is" Barril..................................Barris
Substantivos paroxítonos terminados em - "l" Trocam "l" por "eis" Fóssil................................Fósseis Réptil................................Répteis(ou reptis) Projétil..............................Projéteis (projetis)
Substantivos terminados em - "n" Acréscimo de s - es Abdômen.........................Abdomens / abdômenes Hífen.................................Hifens / hífenes Cânon..............................Cânones
substantivos terminados em - "x" o tórax.............................os tórax
Nota: Atente para o plural de: Cálix ou cálice Balãozinho Anzolzinho Pãozinho Colarzinho Papelzinho
cálices e balõezinhos anzoizinhos pãezinhos colarezinhos papeizinhos
Plural com mudança de som (ou plural metafônico) Singular (ô) Plural (ó)
Aposto Corno Corvo Imposto Miolo Osso Poço Porto Povo Socorro
Apostos Cornos Corvos Impostos Miolos Ossos Poços Portos Povos Socorros
Singular (ô)Plural (ó) Caroço Corpo Esforço Jogo Olho Ovo Porco Posto Reforço Tijolo
Caroços Corpos Esforços Jogos Olhos Ovos Porcos Postos Reforços Tijolos
Plural dos substantivos compostos
Substantivos compostos não separados por hífen. Acrescenta-se "s" (como um substantivo simples). Pernalonga................................pernalongas Pontapé......................................pontapés
Substantivos compostos separados por hífen. Os dois elementos vão para o plural cirurgião - dentista: ..............cirurgiões-dentistas boa-vida:..................................boas-vidas cartão-postal:.........................cartões-postais
substantivo + substantivo adjetivo + substantivo substantivos + adjetivo
Se o segundo elemento limitar a idéia do primeiro: Apenas um elemento vai para o plural banana-maçã...........................bananas-maçã pombo-correio.........................pombos-correio
Se os elementos forem ligados por preposição pé-de-moleque........................pés-de-moleque pão-de-ló..................................pães-de-ló
Se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável: Apenas o segundo elemento vai para o plural: Guarda-roupa.............................guarda-roupas (verbo + substantivo) Alto-falante..................................alto-falantes (advérbio + substantivo) Contra-ataque............................contra-ataques (preposição + substantivo)
Se os elementos forem palavras repetidas ou onomatopaicas: Tico-tico.......................................tico-ticos Reco-reco...................................reco-recos Tique-taque................................tique-taques Nota: Se os dois elementos forem verbos, admite-se a flexão dos dois: Corre-corre................................corres-corres
Se o primeiro elemento for constituído de formas reduzidas, como grão, grã e bel: Grão-duque...............................grão-duques Grã-cruz.....................................grã-cruzes Bel-prazer..................................bel-prazeres
Nenhum dos elementos vai para o plural: Se for formado de verbo mais palavra invariável: Os ganha-pouco Os bota-fora Os pisa-mansinho
Se for formado de verbos com sentidos opostos: Os leva-e-traz Os ganha-perde Nota: Atente para o plural de: Guarda-chuva (verbo+substantivo)..........................guarda-chuvas Guarda-noturno (substantivo+adjetivo)..................guardas-noturnos
Substantivos de um só número Há substantivos que são empregados apenas no plural. Os mais comuns são: Os afazeres As algemas Os anais Os arredores As belas-artes As bodas As férias (descanso) As cócegas As condolências As fezes Os idos As núpcias Os óculos As olheiras Os parabéns Os pêsames Os picles Os víveres
Há substantivos que, habitualmente, são usados só no singular: A bondade A caridade A fé A falsidade O ouro A prata O cobre A brisa O oxigênio A fome A sede A plebe A gente O pó A neve A lenha O cristianismo O nazismo A fumaça A sinceridade A lealdade
Mudança de número com mudança de sentido.
Há substantivos que mudam de sentido quando mudam de número: Bem (felicidade, virtude, benefício)....................Bens (propriedades, valores) Costa (litoral)......................................................Costas (dorso) Féria (renda diária)..............................................Férias (descanso) Letra (símbolo gráfico).........................................Letras (literatura) Vencimento (fim, prazo final)............................Vencimentos (salário)
FLEXÃO DE GÊNERO Os substantivos, em português, podem pertencer ao: a) gênero masculino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "o". b) gênero feminino: quando se antepõe ao substantivo o artigo "a".
formação do feminino Substantivos biformes: são os que possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino. Maioria dos substantivos terminados em - o átono. Ex.: Gato substitui-se o "o" por "a" = Gata Maioria dos substantivos terminados em consoante. Ex. freguês, juiz acréscimo da desinência - a. Ex.: freguesa, juíza.
Destaquem-se os pares: Ator / atriz Czar / czarina Imperador / imperatriz Embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador) Embaixadora (mulher que ocupa o cargo) Maioria dos substantivos terminados em - ão ex.: cidadão / cidadã leão / leoa Nota: Nos aumentativos, a substituição Valentão / valentona
Substitui-se o ão por -ã ou -oa
por - ona:
Destaquem-se os pares: Sultão / sultona Perdigão / perdiz
Cão / cadela Ladrão / ladra Barão / baronesa
Alguns substantivos ligados a título de nobreza, ocupações ou dignidades Abade / abadessa Cônsul / consulesa Poeta / poetisa
- esa, - essa, - isa
Alguns substantivos terminados em e Mestre / mestra
Alguns substantivos
"e" por - "a"
formações irregulares
Avô.......................................................avó Rei........................................................rainha Réu......................................................ré Cavaleiro...........................................amazona Cavalheiro.........................................dama Frade..................................................freira Frei......................................................sóror / soror Genro................................................. Nora Homem.............................................. Mulher Marido................................................ Mulher Padrasto............................................Madrasta Padrinho............................................Madrinha Pai.......................................................Mãe Boi / touro.........................................Vaca Bode..................................................Cabra Carneiro............................................Ovelha Cavalo...............................................Égua Zangão ou zângão....................... Abelha
Substantivos comuns-de-dois ou comuns de dois gêneros São os chamados uniformes por terem apenas uma forma para o masculino e para o feminino o/a Agente o/a Dentista o/a Mártir Artista o/a Estudante o/a Pianista o/a Camarada o/a Gerente o/a suicida o/a o/a Colega o/a Imigrante o/a Cliente o/a Jornalista
Substantivos sobrecomuns Designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero, quer se refiram a masculino, quer se refiram a feminino. O Cônjuge A Criança A Testemunha A Criatura O Indivíduo A Vítima
Substantivos epicenos: designam animais e algumas plantas A A A
Águia Baleia Borboleta
A Cobra O Besouro O Crocodilo
O Jacaré A Palmeira O mamoeiro
Para se especificar o sexo dos substantivos sobrecomuns e epicenos costuma-se proceder da seguinte forma: Criança do sexo masculino / criança do sexo feminino Um macho de jacaré / uma fêmea de jacaré ou jacaré macho / jacaré fêmea
Particularidades de gênero Gênero de alguns substantivos São masculinos: O apêndice O formicida O clã O gengibre O grama (peso) O eczema
O dó O eclipse O champanha
O guaraná O telefonema O sósia
São femininos: A alface..............A gênese............A entorse.................A matinê A cal...................A comichão........A derme...................A omoplata A dinamite........A ênfase..............A apendicite............A decalcomania Admitem os dois gêneros: O ou a ágape.....................................O ou a aluvião O ou a avestruz................................O ou a laringe O ou a caudal....................................O ou a personagem
Gênero e mudança de sentido Um substantivo pode ter significados diferentes dependendo do gênero. Exemplo: João é o cabeça da turma. Líder Ela machucou a cabeça. Parte do corpo
O mais comuns são: O capital -dinheiro O cisma - separação religiosa O crisma - óleo sagrado O cura - pároco O estepe - pneu sobressalente O grama - medida de massa O guia - pessoa que guia outras O moral - estado de espírito O rádio - aparelho A cabeça - parte do corpo A capital - cidade A cisma - receio A crisma - sacramento A cura - ato ou efeito de curar A estepe - planície de vegetação herbácea A grama - relva A guia - documento A moral - conjunto de regras de conduta A rádio - estação
FORMAÇÃO DO GRAU Grau do Substantivo
Grau é propriedade que o substantivo tem de exprimir as variações de tamanho do ser. Menino Meninão Menininho (tamanho diminuído)
( tamanho normal ) (tamanho aumentado)
Os graus do substantivo são dois: aumentativo e diminutivo. Grau aumentativo: indica o aumento dotamanho normal do ser. Grau diminutivo: indica a diminuição do tamanho do ser. Os graus aumentativos e diminutivos têm duas formas: • analítica (mais de uma palavra) • sintética (uma única palavra)
Grau Aumentativo Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão idéia de ampliação de tamanho: Barco - grande - enorme na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: barco + aça = barcaça
alguns sufixos com sentido aumentativo ão - dentão, carrão, pezão, livrão aço - balaço, volumaço, animalaço, corpaço, porcaço, unhaço alhão - dramalhão, facalhão (de faca), vagalhão (de vaga) ona - mocetona, mulherona arrão - homenzarrão, canzarrão, insetarrão Orra - beiçorra, cabeçorra, manzorra Arra - bocarra, naviarra Eirão - vozeirão, boqueirão Ázio - copázio, balázio Az - cartaz, facalhaz (de faca) lobaz Alha - muralha, fornalha Nota: Muitas vezes o sufixo não expressa aumentativo. Ex.: portão, cartão.
Grau Diminutivo Na forma analítica recebe o auxílio de palavras que dão idéia de diminuição de tamanho: Burro pequeno Na forma sintética recebe o auxílio de sufixos: Menininho (menin + inho) burro + ico = burrico
Alguns sufixos com sentido diminutivo Inho - sapatinho, carrinho, dentinho Zinho - irmãozinho, mulherzinha, colherzinha, florzinha Ito - mosquito, casita Zito - cãozito, florzita
Ex.:
Acho - riacho, penacho, populacho Culo - fabrícula, montículo, partícula Ejo - lugarejo, vilarejo, animalejo Elho - rapazelho, artiguelho Ela - viela, ruela Ete - filete, corpete Ulo - glóbulo, fórmula, célula Eto - folheto, poemeto, maleta Icho - canicho, barbicha Ico - burrico, namorico Ilho - vidrulho, esquadrilha Im - espadim, flautim, festim Ola - sacola, aldeola, bandeirola Ota - ilhota Ote - meninote Ucho - papelucho Únculo - homúnculo Nota: Nem sempre os sufixos usados para formar o diminutivo expressam sentido diminutivo: carpete, cavalete, cartilha.
EMPREGO DOS PRONOMES Pronomes: Palavras que substituem (pronomes substantivos) o nome, ou acompanham o nome (pronomes adjetivos), indicando as pessoas do discurso. Ex.: Meu pai saiu cedo de casa. Acompanha o nome pai (é, por isso, pronome adjetivo) Ele só voltará à noite Refere-se ao nome pai, substituindo-o (é, por isso, um pronome substantivo)
PRONOMES PESSOAIS Retos Singular:
Plural:
Retos 1a pessoa: eu 2ª pessoa: tu 3ª pessoa: ele, ela 1a pessoa: nós 2ª pessoa: vós 3ª pessoa: eles, elas
Oblíquos átonos me te se, lhe, o, a nos vos se, lhes, os, as
Sujeito Oblíquos tônicos mim, comigo ti, contigo si, consigo conosco convosco si, consigo
Objeto
Objeto
Como associar os pronomes oblíquos átonos à forma verbal?
forma verbal + o(s), a(s) Quando o verbo termina em z, s, r, o pronome assume a forma: lo, la, los, las, ao mesmo tempo que se suprime a terminação verbal. Exemplos: Fiz + a = fi-la
Dizer + a = dizê-la Pôs + os = pô-los Amar + as = amá-las Fizemos + o = fizemo-lo Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, na, nos, nas Exemplos: Viram + o = viram-no Repõe + a = repõe-na Forma verbal + demais pronomes oblíquos átonos Não há nenhuma modificação Exemplos: Deu + lhe = deu-lhe Amaram + te = amaram-te Vestiu + se = vestiu-se
Emprego dos pronomes eu e tu (mim;retos e ti; oblíquos). As formas eu e tu nunca podem vir precedidas de preposição. Só podem ser sujeitos. Exemplos: Eu quero vencer. Tu queres vencer. Eu e tu podem ser sujeitos de um verbo no infinitivo, embora antes deles exista uma preposição Exemplo: Ele pediu-me para eu fazer seu dever. Sujeito do verbo fazer
Comprei um livro para tu leres. Sujeito do verbo ler Estaria incorreto dizer: Ele pediu para mim fazer o seu dever. Mim não pode fazer nada, (porque) só eu posso fazer alguma coisa. sujeito de um verbo Entre eu e ele, ou entre mim e ele? Resposta: entre mim e ele E assim: Entre mim e ti Sem você e mim Sem elas e ti Perante mim e vós Contra elas e mim Sobre mim e V. Sa. Todos esses pronomes são usados como complementos verbais
Emprego do Pronome "se"
I) II) III) IV) V) VI)
Partícula apassivadora Índice de indeterminação do sujeito Objeto direto Objeto indireto Partícula de realce Partícula apassivadora.
Usada na voz passiva sintética ou pronominal. Vendem-se apartamentos. = apartamentos são vendidos.
Partícula apassivadora Só haverá partícula apassivadora com verbos transitivos diretos e indiretos (somente esses verbos admitem a passagem da voz ativa para a voz passiva). Voz ativa: Os corretores vendem apartamentos. Voz passiva sintética ou pronominal: Vendem-se apartamentos. Voz passiva analítica: Apartamentos são vendidos pelos corretores. Obs.: É raro o emprego da partícula apassivadora se quando o agente está expresso: Vendem-se apartamentos pelos corretores. Com partícula apassivadora, o verbo deve concordar sempre com o sujeito. 3o singular Vende-se uma casa na praia. Sujeito singular 3o plural Vende-se casas na praia. Sujeito plural
Índice de indeterminação do sujeito Empregado em: verbos intransitivos = Ex. Vive-se bem aqui verbos transitivos indiretos = Ex.: Precisa-se de babá verbo de ligação= Ex.: Ficou-se, dessa forma, pobre Índice de indeterminação do sujeito (o sujeito existe mas não se pode determinar quem é ele.)
Objeto direto O "se" será objeto direto com verbos transitivos diretos que expressam ação reflexiva. Ex.: A jovem pinta-se todos os dias. O.D.
Objeto indireto
O "se" será objeto indireto quando for complemento de certos verbos transitivos diretos e indiretos que têm, quase sempre, o sentido de "dar-se alguma coisa", "atribuir-se alguma coisa", "impor-se alguma coisa". Ex.: Ele se impôs pesadas obrigações.
Partícula de realce Empregada com verbos intransitivos ou transitivos indiretos. Pode ser retirada da oração, sem prejudicar sua compreensão, e não tem nenhuma função sintática. Afinal, ele se foi embora. = Afinal, ele foi embora. Partícula de realce
Emprego do Pronome "si" O pronome "si" só poderá ser empregado em frases reflexivas (em que o sujeito pratica e recebe a ação). Ex.: Ele só pensa em si. (reflexão) Ele quer o filho junto a si. (há reflexibilidade)
Colocação dos pronomes oblíquos átonos Regras para a colocação do pronome átono, conforme a gramática tradicional. Os pronomes átonos podem assumir três posições: Próclise (antes do verbo) Isso ocorre quando antes do verbo, existirem: • Palavras ou expressões negativas: não, nunca, ninguém, nenhum, etc. Ex.: Ele não me conhece. • Pronomes relativos: quem, qual, que, cujo, onde, quanto. Ex.: Entregue o livro a quem te pedir. • Pronomes indefinidos: alguém, quem, algum, diversos, quem quer que, etc. Ex.: Responda a quem quer que te peça informações. • Conjunções subordinativas: quando, se, como, que, porque, etc. Ex.: Faço tudo o que posso, quando me pedem. • Advérbios: talvez, ontem, aqui, ali, agora, etc. Ex.: Aqui se trabalha com afinco. Observações: Quando antes do infinitivo pessoal houver uma das palavras ou expressões mencionadas, podese colocar o pronome átono antes ou depois do verbo. Não lhe dissemos nada para não o incomodar. Ou Não lhe dissemos nada para não incomodá-lo. Nas frases optativas deve-se empregar próclise: Deus te abençoe! Que o diabo te carregue!
Ênclise (depois do verbo): Ocorre: Com as formas verbais no infinitivo impessoal, no imperativo afirmativo e gerúndio. Ex.: Você deve comportar-se adequadamente.
Aqui estão suas roupas. Guarde-as. Ele fechou a porta, afastando-se de todos. Obs.: Se o gerúndio vier precedido da preposição em, deverá ser empregada a próclise: Em se tratando de boatos, esse atingiu mais pessoas famosas do que os outros. O pronome átono não deve iniciar o período: Deixe-me falar. Vi-o de longe, observei-o, ignorei-o, por fim. Se não chover, arrisco-me a enfrentar a fila do cinema. Depois de vírgula, ocorre enclise.
Mesóclise:
O pronome é intercalado ao verbo no futuro do presente e no futuro do pretérito do
indicativo. Ex.: Far-te-ei o favor que tu me pediste. Se fosse possível, contar-vos-ia o que ocorreu comigo. Obs.: Se antes do futuro do presente do indicativo ou antes do futuro do pretérito do indicativo houver uma das palavras ou expressões que provocam a próclise, não deverá ser empregada a mesóclise. Ex.: Se fosse possível, alguém te contaria o que ocorreu comigo.
O pronome átono em locuções verbais perfeitas Nessas locuções (que têm um só sujeito para os dois verbos e são formadas pelo auxiliar querer, saber, poder, ter de, haver de, seguidos do verbo principal no infinitivo impessoal), o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo. Devemos-lhe contar a verdade. Nós lhe devemos contar a verdade. Devemos contar-lhe a verdade.
Os pronomes átonos em tempos compostos Nos tempos compostos (formados pelo auxiliar ter ou haver mais o particípio do principal), o pronome deve vir junto ao verbo auxiliar, nunca junto ao particípio. Ex.: Eu me havia acostumado com aqueles bons ares.
FORMAS DE TRATAMENTO A segunda pessoa indireta ocorre quando se empregam pronomes que pertencem à 2a pessoa (indicam o interlocutor), mas que sempre exigem o verbo na 3a pessoa. É o caso dos pronomes de tratamento: •Meritíssimo (a) .....................................................................juiz (a). •Vossa(s) Alteza (s) (V.V.A.A.)..............................................para príncipes, duques. •Vossa(s) Eminência (s) (V.Ema., V.Emas.)........................para cardeais. •Vossa(s) Excelência (s) (V.Exa., V.Exas.)...........................para altas autoridades. •Vossa Santidade (V.S.)........................................................ para papa. •Vossa(s) Majestade (s) (V.M., V.V.M.M.).............................para reis ou rainhas: imperador. universidades. •Vossa(s) Magnificência(s) (V.Magª., V.Magas.).................para reitores de •Vossa(s) Reverendíssima(s) (V.Revma., V.Revmas.).......para sacerdotes e outras autoridades religiosas do mesmo nível.
•Vossa(s) Senhoria(s) (V.Sa., V. Sas.) .................................para oficiais, funcionários graduados e principalmente na linguagem comercial. Atenção: Pronome de tratamento que deve ser empregado quando falarmos diretamente com a pessoa: Vossa (Santidade, Senhoria, etc.). Pronome de tratamento usado ao falarmos sobre a pessoa: Sua (Santidade, Senhoria, etc.).
São também pronomes de tratamento: Senhor (Sr.), Senhora (Sra.): para tratamento cerimonioso Senhorita (Srta.): para moças solteiras Você (v): no tratamento familiar (largamente empregado no português do Brasil, substituindo as formas tu e vós) Obs.: Na língua coloquial, utiliza-se, com freqüência, a forma a gente como sendo da 1a pessoa do plural. O verbo deve permanecer na 3a pessoa do singular. O que a gente pode fazer? Na língua formal, a gente deve ser trocado por nós. O que nós podemos fazer?
PRONOMES DEMONSTRATIVOS Variáveis
Invariáveis
1a pessoa 2a pessoa 3a pessoa 1a pessoa 2a pessoa 3a pessoa
: este(s), esta(s) : esse(s), essa(s) : aquele(s), aquela(s) : isto : isso : aquilo
Este(s), esta(s), isto Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa que fala (1a pessoa do singular ou do plural: eu, nós). Relaciona-se com o advérbio "aqui" e com os possessivos meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s). Ex.: Isto aqui nas minhas mãos, o que é? Empregados quando apontamos o que se vai dizer imediatamente após. Ex.: Só quero isto: que vocês sejam felizes.
Esse(s), essa(s), isso Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa com quem se fala (2a pessoa do singular ou do plural: tu, vós, e 3a pessoa do singular ou plural: você, vocês). Relacionam-se com o advérbio aí e com os possessivos: teu(s), tua(s), vosso(s) e seu(s) (= de você(s)), sua(s) (= de você(s)). Ex.: quem é esse aí do seu lado? Empregados quando apontamos o que se acabou imediatamente de dizer. Ex. Que sejam felizes, é isso que eu quero.
Aquele, aquela, aquilo Empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa ou coisa de quem se fala (3a pessoa do singular ou do plural: ele(s), ela(s)). 2. Relaciona-se com o advérbio "lá" e com os possessivos seu(s) (=dele(s)), suas(s) (=dela(s)). Ex.: Quem é aquele, lá do outro lado da rua? Empregados numa enumeração. Para o elemento mais próximo empregamos este, esta, isto. Para o elemento anterior, empregamos aquele, aquela, aquilo. Ex.: Escrevi um bilhete e uma carta. Esta, para minha mãe, aquele, para o meu namorado.
Pronome Possessivo 1o singular 2o singular 3o singular
meu(s), minha(s) teu(s), tua(s) seu(s), sua(s)
1o plural 2o plural 3o plural
nosso(s), nossa(s) vosso(s), vossa(s) seu(s), sua(s)
Obs.: Anteposto a nomes próprios, "seu" não é possessivo, mas uma alteração fonética de senhor. Ex.: Seu Mário já saiu de casa.
Pronomes Indefinidos Referem-se à 3a pessoa, mas de modo vago, indefinido: algo, alguém, fulano, beltrano, sicrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo, cada, certo(s), certa(s), algum(s), alguma(s), bastante(s), demais, nenhum, nenhuma, qualquer, quaisquer, quanto, quantos, todo(s), toda(s), etc. Obs.: Anteposto, algum tem sentido afirmativo e, posposto, algum tem sentido negativo. Alguns meninos trouxeram a tarefa. (positivo) Menino algum trouxe a tarefa. (negativo) Cada um e não cada. Quanto custa cada um? (certo) Quanto custa cada? (errado) Certo + substantivo= pronome indefinido Substantivo + certo= Adjetivo Exemplos: Certo cidadão recebeu o prêmio. Pronome indefinido Premiaram o cidadão certo adjetivo
Pronomes Interrogativos Usados em frases interrogativas diretas ou indiretas Quem chegou? (interrogativa direta)
Pronome interrogativo Perguntaram quem chegou. (interrogativa indireta) Pronome interrogativo
Pronomes Relativos Relacionam-se (por isso "relativos") a seres mencionados nas orações. São os que representam nomes já mencionados anteriormente. Obs.: O pronome relativo pode vir precedido de preposição se o verbo da oração assim o exigir. O filme a que assistimos foi bom. prep. pron.rel. v.assistir pede a prep. A O filme
que vimos foi bom. pron.rel. v. ver não pede a prep. A
Cujo(s), cuja(s) equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais, e indica que o nome a que se refere é propriedade do antecedente. O menino, cujo pai é médico, ganhou o concurso. Quanto, quanta, quantos, quantas, como pronome relativo tem como antecedente tudo, todo, toda. Pegue tudo quanto quiser. Onde, pronome relativo, equivale a: em que, na qual, nos quais, nas quais. Aquela é a casa onde moro.
Lista de Abreviaturas A (a), (a.) = assinado(a) (aa), (aa.) = assinados(as) a/c, A/C = ao(s) cuidado(s) ad fin. ad finem, = até o fim ad infin. ad infinitum, = até o infinito, inumeravelmente ad init. ad initium, = no início, logo no início ad int. ad interim, = interinamente, no ínterim ad loc. ad locum, = ao lugar, para o lugar add adde ou addatur, = junta, junte-se adm. púb. = administração pública adv.º, Advº = advogado ap., apart.= apartamento aprox. = aproximadamente art., Art. = artigo at.te = atenciosamente
aux.º = auxílio aven., Av. = avenida B B.el = bacharel B.éis = bacharéis bibliog.= bibliografia bibliot. = biblioteca buroc. = burocracia C c/ com, = conta cap., Cap. = capítulo, capital caps. = capítulos c/c = conta corrente, combinado(a)(s) com C.C. = código civil C.Com. = código comercial cet. par. ceteris paribus, = sendo iguais (semelhantes, equivalentes) as outras coisas cf. = confere, compare, confira, confronte, confronte com, verifique Cia., Cia, Cia, C.ia = companhia cif, C.I.F. cost, insurance and freight, = custo seguro e frete cit. citação, citatus, citata, citatum, = citado, citada, citado (neutro) citt. citati, citatae, citata, = citados, citadas, citados (neutro) cód. águas = código de águas cód. civ. = código civil cód. com. = código comercial cód. cont. = código de contabilidade cód. pen. = código penal cód. proc. = código de processo cód. proc. civ. = código processual civil cód. proc. pen. = código processual penal cód. trab. = código do trabalho cons.o, consel. = conselheiro const., Const. = constituição Cont.dor, Contor = contador contab. = contabilidade corresp. = correspondência cump.to = cumprimento cx, cx. = caixa D D. = dom Da, D.a, Da. = dona dec. = decreto dep. = departamento deps. = departamentos
Desemb., Des.dor, Des.or = desembargador dir. adm. = direito administrativo dir. ant. = direito antigo dir. civ. = direito civil dir. com. = direito comercial dir. const. = direito constitucional dir. consuet. = direito consuetudinário dir. crim. = direito criminal dir. fisc. = direito fiscal dir. intern. = direito internacional dir. pen. = direito penal dir. pol. = direito político dir. proc. = direito processual dir. públ. = direito público dir. rur. = direito rural dir. trab. = direito do trabalho, direito trabalhista doc. = documento docs. = documentos Dr., D.r = doutor Drs. = doutores Dra., Dra, Dra, D.ra, = doutora Dr.as = doutoras E ed. = edição, editado E.D. = espera deferimento e.g. exempli gratia, = por exemplo E. M. = em mão, em mãos E.M.P. = em mão própria, em mãos próprias E. R. = espera resposta et al. et alii, et aliae, et alia, = e outros, e outras, e outro (neutro) etc. et cetera, = e as demais coisas ex. exemplo(s), = em exemplo, por exemplo Exa., Ex.a, Exa = excelência Exma., Ex.ma = excelentíssima Exmo., Ex.mo, Exmo = excelentíssimo F fol., f., fl.= folha fols., ff., fls.= folhas fig. = figura, figuradamente, figurado fin. públ. finanças públicas fisc. = fiscal F.O.B. free on board, = livre a bordo for. = forense, praxe forense
form. = formulário fs. = fac-símile fss.= fac-símiles G grd, gde = grande gloss. = glossário gov. = governador, governadoria, governo G/P = ganhos e perdas gráf. = gráfico H h = hora, horas hab. = habitante, habitantes hipót. = hipótese hist. contemp. = história contemporânea hist. inst. = história das instituições hist. mod. = história moderna I i.e. id est, = isto é ib., ibid. ibidem, = no mesmo lugar id. idem, = o mesmo id. q. idem quod, = o mesmo que Ilma., Ilma. = ilustríssima Ilmo., Ilmo, Ilmo.= ilustríssimo incog. incognito, = de forma não conhecida índ. = índice inf. = infra, abaixo inform. = informação in loc. in loco, no lugar, nesse mesmo lugar inst., instit.= instituição, instituto inst. pol. instituições políticas inst. públ. = instituições públicas itál. itálico J jur.= jurídico juris, jurisp.= jurisprudência J.z, Jz juiz L l = linea, linha ll. lineae,= linhas l., L., l.o, lo, liv. liber, = livro lat.= latim, latinismo, latino leg. fin. = legislação financeira leg. soc.= legislação social
lit. litteraliter,= literalmente l.c., loc. cit. locus citatus,= lugar citado, loco citato, = no lugar citado loq. loquitur, = disse L.Q. lege, quaeso, = lê ou leia, por favor Ltda., ltda., Ltd., Lt.da, L.da = limitada M m = metro, metros, minuto, minutos mat. fin. = matemática financeira máx.= máximo M.D. = muito digno memo. memorandum, = memorando m/ = meu(s), minha(s) min = minuto(s) mín. = mínimo MM., m.mo = meritíssimo muit.mo = muitíssimo munic. = municipal N n., nº, n.º, núm., Nº = número, números n.b., N.B. nota bene,= note bem non seq. non sequitur, = não segue O ob. cit. = obra citada obg.mo, obr.mo = obrigadíssimo obr.º = obrigado obr. púb., Obr. Púb. = obras públicas obs. = observa, observe, observação(ões) of. = oficial, ofício o m. q. = o mesmo que op. cit. opere citato, = na obra citada, opus citatum, = obra citada opp. citt. opera citata, = obras citadas op. laud. opus laudatum, = obra citada P p/ = para, por pág., p. = página págs., pp. = páginas P.D. = pede deferimento p.e. partes aequales, = partes iguais P.E.F. = por especial favor P.E.O. = por especial obséquio p. ext. = por extensão, por extenso pg. = pago, pagou
P.J. = pede justiça P.M. = prefeitura municipal P.M.O. = por muito obséquio p.m.o.m. = pouco mais ou menos P.M.P. = por mão própria p.p. = por procuração, próximo passado P.P. = para protestar P.P.S. post post scriptum, = depois do que foi escrito pref.= prefeito, prefeitura, prefixo pres., presid., Pres. = presidente presid. = presidência prev. soc. = previdência social P.R.J. = pede recebimento e justiça proc. = processo, processualística, procuração, procurador proc. = dados processamento de dados prof., Prof. = professor profs., Profs. = professores prof.a, Prof.ª = professora prof.as, Prof.as = professoras pro temp. pro tempore, = para o tempo em que for oportuno P.S. post scriptum, = pós-escrito pt = ponto pts. = pontos public.= publicação, publicidade Q q.e.d. quod erat demonstrandum, = o que se queria demonstrar q.v. = queira ver, quod vide, veja isso R R. = rua ref. = referência, referente Rem.te = remetente R.S.V.P. répondez, s'il vous plait, = respondei, por favor S s = segundo, segundos S.A.= sociedade anônima S.A.R.L. = sociedade anônima de responsabilidade limitada s.d. = sem data, sine die s.e.o., S.E.O.= salvo erro ou omissão S. Exa., S. Ex.a = sua excelência S. Ex.as, SS. Ex.as = suas excelências S. Ilma., S. Il.ma = sua ilustríssima S. Il.mas, SS. Il.mas = suas ilustríssimas s.m.j., S.M.J. = salvo melhor juízo
Sr. = senhor Srs. = senhores Sra., Sr.a = senhora Sras., Sr.as = senhoras Sr.ta = senhorita Sr.tas = senhoritas S.S.a = sua senhoria S.S.as, SS.SS. = suas senhorias sup.e s = uplicante S.V.P. s'il vous plait, = por favor T tel., telef. = telefone trib. = tribunal, tributário, tributos U u. e c. = usos e costumes V v., V. veja, vejam, veja-se V. Exa., V. Ex.a = vossa excelência V. Ex.as, VV. Ex.as = vossas excelências V. Exma., V. Ex.ma = vossa excelentíssima VV. Ex.mas = vossas excelentíssimas v.g. verbi gratia, = por amor da palavra, por exemplo V. Ilma., V. Il.ma = vossa illustríssima VV. Il.mas = vossas ilustríssimas vol. = volume vols. = volumes V.Sa., V.S., V. S.a = vossa senhoria V. Sas., V. S.as, VV. SS. = vossas senhorias V. Sa. Ilma., V. S.a Il.ma, V.S. Ilma = vossa senhoria ilustríssima V. S.as Il.mas, VV. SS. Il.mas = vossas senhorias ilustríssimas X X.P.T.O. = excelente, magnífico, sem par
VERBO É a palavra que exprime um processo no tempo: ação, fenômeno, estado ou mudança de estado. Exemplos: Eles fizeram suas obrigações. (ação no tempo passado) Está muito frio. (ação no tempo presente) Todos eles tornar-se-ão médicos.
(mudança de estado no tempo futuro)
CONJUGAÇÕES Em Português existem somente três conjugações: 1a conjugação - com a vogal temática A: cant-a-r 2a conjugação - com a vogal temática E: vend-e-r 3a conjugação - com a vogal temática I: part-i-r Obs.: O verbo POR e seus derivados pertencem à 2a conjugação (vem de POER, do latim).
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO Radical - é a parte que contém o significado da palavra. É a parte que sobra quando tiramos as terminações indicativas das conjugações (ar, er, ir) Exemplo: cant-a-va, vend-e-ra, part-i-ra Sufixo temporal - é o elemento que indica o tempo e o modo. Exemplos: cant-a-va, corr-e-ra, part-i-a Desinência pessoal - é aquela que se flexiona e indica a pessoa e o número. Exemplo: cant-o, canta-s, cant-a, canta-mos, canta-is, canta-m Vogal temática - é aquela que vem depois do radical e caracteriza as conjugações. Ex.: and-a-r Tema - é o radical mais a vogal temática. Vogal temática A (1a conjugação) E (2a conjugação) I (3a conjugação)
Radical Cant Vend Part
Tema Cant-a Vend-e Part-i
LOCUÇÃO VERBAL É o conjunto constituído pelo verbo auxiliar + verbo principal. Eis alguns dos verbos auxiliares que formam locuções verbais: Ir - eles vão sair mais tarde. Acabar de - ela acabou de sair. Começar a - começamos a ler faz duas horas. Costumar - costumo sair à noite. Ter de - temos de falar a verdade. Parecer - as crianças parecem estar felizes. Observação: nas locuções verbais há um só sujeito para os verbos. O último verbo é o principal, pois é a sua idéia que prevalece.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Rizotônicas - a tonicidade recai no radical (na raiz)
Ex.: canto, cantas, canta, cantam Arrizotônicas - a tonicidade recai na desinência (fora da raiz0 Ex.: cantamos, cantais.
FLEXÕES DO VERBO Pessoa e Número 1a pessoa do singular - EU 2a pessoa do singular- TU 3a pessoa do singular - ELE 1a pessoa do plural - NÓS 2a pessoa do plural - VÓS 3a pessoa do plural - ELES
Modo: Três são os modos dos verbos: indicativo, subjuntivo e imperativo.
Tempo: Três são os tempos fundamentais: presente, passado e futuro
Flexão de voz: É a flexão verbal que indica ação praticada ou recebida pelo sujeito. São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva
MODOS E TEMPOS VERBAIS Modo indicativo: Enuncia o fato de modo a que sobre ele não paire dúvida. Exemplos: Lerei o livro. Senti saudades. Ando de bicicleta. a)Infinitivo:Radical + ar, er ou ir Ex.: am-ar, vend-er, part-ir b)Gerúndio:Radical + ando, endo, indo Ex.: am-ando, vend-endo, part-indo c)Particípio:Radical + ado ou ido Ex.: am-ado, vend-ido, part-ido
Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares: Ex.: Hei Verbo auxiliar de cantar Infinitivo bem Estou Verbo auxiliar vendo Gerúndio TV Tenho Verbo auxiliar dançado Particípio aos sábados Modo Imperativo Quando enuncia o fato com objetivo de uma ordem, pedido, conselho, súplica, exortação. Exemplos: Volte, meu filho! Senhor, tem piedade de nós!
Obs.: O imperativo pode ser afirmativo e negativo, e não possui formas próprias, mas emprestadas do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo.
IMPERATIVO AFIRMATIVO PRESENTE DO INDICATIVO Canto Cantas Canta Cantamos Cantais Cantam
Canta (tu) Cante(você) Cantemos (nós) Cantai (vós) Cantem (vocês)
FORMAÇÃO IMPERATIVO AFIRMATIVO
PRESENTE DO SUBJUNTIVO
Cante Cantes Cante Cantemos Canteis Cantem
Obs.: Pelo que se pode observar, as 2as pessoas foram retiradas do presente do indicativo, sem o s. As demais pessoas provêm do presente do subjuntivo, sem alteração.
IMPERATIVO NEGATIVO FORMAÇÃO PRESENTE DO IMPERATIVO SUBJUNTIVO NEGATIVO Cante Cantes Cante Cantemos Canteis Cantem
Não cantes (tu) Não cante(você) Não cantemos (nós) Não canteis (vós) Não cantem (vocês)
Obs.: Todas as pessoas do Imperativo Negativo são retiradas, sem alteração, do presente do subjuntivo, acrescentando-se apenas a negativa: não No imperativo, o sujeito é oculto.
FORMAS NOMINAIS São três as formas nominais do verbo:
Infinitivo, Gerúndio e Particípio. • INFINITIVO: equivale a um substantivo. Ex.: amar é bom. • GERÚNDIO: equivale, normalmente, a um advérbio Ex.: chegando o momento certo, todos falaram. • PARTICÍPIO: equivale a um adjetivo, podendo flexionar-se em gênero e número. Ex.: chegado o momento certo, todos falaram. Essas formas têm as seguintes desinências: Infinitivo: radical + ar, er, ou ir Ex.: cant-ar, vend-er, part-ir Gerúndio: radical + ando, endo, ou indo Ex.: cant-ando, vend-endo, part-indo Particípio: radical + ado ou ido (para 2a e 3a conjugação) Ex.: cant-ado, vend-ido, part-ido
Obs.: Quando funcionam como verbos, vêm sempre com verbos auxiliares: Ex.: Hei Verbo auxiliar de cantar bem Infinitivo Estou Verbo auxiliar vendo TV Gerúndio dançado aos sábados auxiliar particípio Tenho Verbo
VERBOS PARADIGMA (SERVEM COMO MODELOS) - UM DE CADA CONJUGAÇÃO Modo Indicativo Presente 1ª Conjugação Canto Cantas Canta Cantamos Cantais Cantam
2ª Conjugação Vendo Vendes Vende Vendemos Vendeis Vendem
3ª Conjugação Parto Partes Parte Partimos Partis Partem
1ª Conjugação Cantei Cantaste Cantou Cantamos Cantastes Cantaram
2ª Conjugação Vendi Vendeste Vendeu Vendemos Vendestes Venderam
3ª Conjugação Parti Partiste Partiu Partimos Partistes Partiram
1ª Conjugação Cantava Cantavas Cantava Cantávamos Cantáveis Cantavam
2ª Conjugação Vendia Vendias Vendia Vendíamos Vendíeis Vendiam
3ª Conjugação Partia Partias Partia Partíamos Partíeis Partiam
1ª Conjugação Cantara Cantaras Cantara Cantáramos Cantáreis Cantaram
2ª Conjugação Vendera Venderas Vendera Vendêramos Vendêreis Venderam
3ª Conjugação Partira Partiras Partira Partíramos Partíreis Partiram
1ª Conjugação Cantarei Cantarás Cantará Cantaremos Cantareis Cantarão
2ª Conjugação Venderei Venderás Venderá Venderemos Vendereis Venderão
3ª Conjugação Partirei Partirás Partirá Partiremos Partireis Partirão
1ª Conjugação Cantaria Cantarias Cantaria Cantaríamos Cantaríeis Cantariam
2ª Conjugação Venderia Venderias Venderia Venderíamos Venderíeis Venderiam
3ª Conjugação Partiria Partirias Partiria Partiríamos Partiríeis Partiriam
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Pretérito mais que perfeito
Futuro do presente
Futuro do pretérito
Modo Subjuntivo Presente 1ª Conjugação Cante Cantes Cante Cantemos Canteis Cantem
2ª Conjugação Venda Vendas Venda Vendamos Vendais Vendam
3ª Conjugação Parta Partas Parta Partamos Partais Partam
1ª Conjugação Cantasse Cantasses Cantasse Cantássemos Cantásseis Cantassem
2ª Conjugação Vendesse Vendesses Vendesse Vendêssemos Vendêsseis Vendessem
3ª Conjugação Partisse Partisses Partisse Partíssemos Partísseis Partissem
1ª Conjugação Cantar Cantares Cantar Cantarmos Cantardes Cantarem
2ª Conjugação Vender Venderes Vender Vendermos Venderdes Venderem
3ª Conjugação Partir Partires Partir Partirmos Partirdes Partirem
Pretérito imperfeito
Futuro
Modo Imperativo Afirmativo 1ª Conjugação Canta (tu) Cante(você) Cantemos (nós) Cantai (vós) Cantem (vocês)
2ª Conjugação Vende (tu) Venda (você) Vendamos (nós) Vendei (vós) Vendam (vocês)
3ª Conjugação Parte (tu) Parta (você) Partamos (nós) Parti (vós) Partam (vocês)
1ª Conjugação Não Canta (tu)
2ª Conjugação Não Vende (tu)
Não Cante(você) Não Cantemos(nós)
Não Venda (você) Não Vendamos (nós)
3ª Conjugação Não Parte (tu) Não Parta (você)
Não Cantai (vós)
Não Vendei (vós)
Não Parti (vós)
Não Cantem (vocês)
Não Vendam (vocês)
Não Partam (você)
Negativo
NãoPartamos (nós)
Infinitivo Impessoal Cantar
Vender
Partir
Pessoal Cantar Cantares Cantar Cantarmos Cantardes Cantarem
Vender Venderes Vender Vendermos Venderdes Venderem
Partir Partires Partir Partirmos Partirdes Partirem
Cantando
Vendendo
Partindo
Cantado
Vendido
Partido
Gerúndio
Particípio
TEMPOS COMPOSTOS Os auxiliares ter e haver formam, juntamente com os particípios dos verbos principais, os chamados tempos compostos.
Modo Indicativo Pretérito perfeito composto Tenho/hei Tens/hás Tem/há Temos/havemos Tendes/haveis Têm/hão
Cantado / vendido / partido
Pretérito mais que perfeito composto Tinha/havia Tinhas/havias Tinha/havia Tínhamos/havíamos Tínheis/havíeis Tinham/haviam
Cantado / vendido / partido
Futuro do presente composto Terei/haverei Terás/haverás Terá/haverá Teremos/haveremos
Cantado / vendido / partido
Tereis/havereis Terão/haverão
Futuro do pretérito composto Teria/haveria Terias/haverias Teria/haveria Teríamos/haveríamos Teríeis/haveríeis Teriam/haveriam
Cantado / vendido / partido
Modo Subjuntivo Pretérito perfeito composto Tenha/haja Tenhas/hajas Tenha/haja Tenhamos/hajamos Tenhais/hajais Tenham/hajam
Cantado / vendido / partido
Pretérito mais que perfeito composto Tivesse/houvesse Tivesses/houvesses Tivesse/houvesse Tivéssemos/houvéssemos Tivésseis/houvésseis Tivessem/houvessem
Cantado / vendido / partido
Futuro Tiver/houver Tiveres/houveres Tiver/houver
Tivermos/houvermos Tiverdes/houverdes Tiverem/houverem
Cantado /vendido/ partido
INFINITIVO Pretérito Impessoal Ter / haver
Cantado / vendido / partido
Pretérito Impessoal Ter / haver Teres / haveres Ter / haver Termos / havermos Terdes / haverdes Terem / haverem
Cantado / vendido / partido
GERÚNDIO Pretérito Tendo / havido
Cantado / vendido / partido
CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS IRREGULARES
VERBO
A B O L IR INDICATIVO Presente : Aboles, abole, abolimos, abolis, abolem IMPERATIVO: Abole, aboli SUBJUNTIVO Presente : Não existe Defectivo nas formas em que ao radical se siga a ou o, o que ocorre apenas no indicativo presente e derivados. Como ele, se conjugam: banir, brandir, carpir, colorir, comedir-sedelir, demolir, extorquir, escapulir, haurir, delinqüir, etc.
VERBO
A B ST E R -S E INDICATIVO Presente : Abstenho-me, absténs-te, abstém-se, abstemo-nos, abstendes-vos, abstêm-se Pretérito imperfeito : Abstinha-me, etc. Pretérito perfeito: Abstive-me, etc. Pretérito mais que perfeito: Abstivera-me, etc. Futuro do presente: Abster-me-ei, etc. Futuro do pretérito: Abster-me-ia, etc.
IMPERATIVO Abstém-te, abstenha-se, abstenhamo-nos, abstende-vos,abstenham-se
SUBJUNTIVO Presente : Que me abstenha, etc. Pretérito imperfeito: Se me abstivesse, etc. Futuro: Se me abstiver, etc. GERÚNDIO: Abstendo-se PARTICÍPIO: Abstido
Conjuga-se como ter
V ER B O
A G R E D IR
INDICATIVO Presente : Agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem SUBJUNTIVO Presente : Agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam IMPERATIVO Agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Regular no resto.
VERBO
DIZER Este verbo muda a vogal e em i nas formas rizotônicas do presente do indicativo, presente do subjuntivo e imperativo, o mesmo ocorrendo com seus derivados. É o caso dos verbos: progredir, regredir, transgredir, denegrir, prevenir, cerzir. Pretérito imperfeito: Dizia, dizias, etc. Pretérito perfeito: Disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Pretérito mais que perfeito: Dissera, disseras, etc. Futuro do presente: Direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro do pretérito: Diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam IMPERATIVO Dize, diga, digamos, dizei, digam SUBJUNTIVO Presente : Diga, digas, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito: Dissesse, dissesses, dissesse,disséssemos, dissésseis, dissessem Futuro: Disser, disseres, disser, dissermos,disserdes, disserem Inf. Pres. Impessoal : Dizer Inf. Pres. Pessoal: Dizer, dizeres, etc. GERÚNDIO: Dizendo PARTICÍPIO: Dito
Assim se conjugam bendizer, condizer, contradizer, entredizer, desdizer, entredizer, maldizer, predizer, redizer.
VERBO
FALIR INDICATIVO Presente : Falimos, falis, etc. Pretérito imperfeito: Falia, falias, etc. Pretérito perfeito: Fali, faliste, faliu, etc. Pretérito mais que perfeito: Falira, faliras, falira, etc. PARTICÍPIO: Falido Verbo regular defectivo. Usa-se apenas nas formas em que ...............
VERBO
F A ZE R INDICATIVO Presente: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram Pretérito mais que perfeito: Fizera, fizeras, etc. Futuro do presente: Farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro do pretérito: Faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam IMPERATIVO Faze, faça, façamos, fazeis, façam SUBJUNTIVO Presente: Faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperfeito: Fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem Futuro: Fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Inf. Impessoal: Fazer Inf. Pres. Pessoal: Fazer, fazeres, etc. GERÚNDIO:Fazendo PARTICÍPIO: Feito Assim se conjugam afazer-se, desfazer, perfazer, satisfazer, etc.
VERBO
F E R IR INDICATIVO Presente : Firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem IMPERATIVO Fere, fira, firamos, feri, firam SUBJUNTIVO
Presente: Fira, firas, fira, firamos, firais, firam Note o i na 1a pessoa do singular do indicativo presente e em todo o subjuntivo presente. Seguem a conjugação de ferir: aderir, compelir, competir, concernir, convergir, despir, divergir, discernir, divertir, gerir, digerir, ingerir, refletir, vestir, servir, desservir, seguir, repelir, conseguir, perseguir, prosseguir, preterir, inserir, revestir, deferir, advertir, aferir, auferir.
VERB O
IR INDICATIVO Presente : Vou, Vais, Vai, Vamos, Ides, Vão Pretérito imperfeito: Ia, Ias, Ia, Íamos, Íeis, Iam Pretérito perfeito: Fui, Foste, Foi, Fomos, Fostes, Foram Pretérito mais que perfeito: Fora, Foras, Fora, etc. Futuro do presente: Irei, Irás, Irá, etc. Futuro do pretérito: Iria, Irias, etc. IMPERATIVO Vai, Vá, Vamos, Ide, Vão SUBJUNTIVO Presente: Vá, Vás, Vá, Vamos, Vades, Vão Pretérito imperfeito: Fosse, Fosses, etc. Futuro: For, Fores, For, Formos, Fordes, Forem Inf. Pres. Pessoal: Ir, Ires, Ir, Irmos, Irdes, Irem GERÚNDIO: Indo PARTICÍPIO: Ido VERBO
JA ZER INDICATIVO Presente: Jazo, Jazes, Jaz, Jazemos, Jazeis, Jazem Pretérito perfeito: Jazi, Jazeste, Jazeu, Jazemos, Jazestes, Jazeram Futuro do presente: Jazerei, etc. Futuro do pretérito: Jazerei, etc. IMPERATIVO Jaze, Jaza, Jazamos, Jazei, Jazam SUBJUNTIVO Presente : Jaza, Jazas, etc. Pretérito imperfeito: Jazesse, etc. Futuro: Jazer, Jazeres, etc. GERÚNDIO: Jazendo PARTICÍPIO: Jazido VERBO
PO DER
INDICATIVO Presente: Posso, Podes, Pode, Podemos, Podeis, Podem Pretérito imperfeito: Podia, Podias, Podia, etc. Pretérito perfeito: Pude, Pudeste, Pôde, Pudemos, Pudestes, Puderam Pretérito mais que perfeito: Pudera, Puderas, etc. IMPERATIVO Não existe SUBJUNTIVO Presente; Possa, Possas, Possa, Possamos, Possais, Possam Pretérito imperfeito: Pudesse, Pudesses, etc. Futuro: Puder, Puderes, Puder, Pudermos, Puderdes, Puderem Inf. Pres. Impessoal: Poder, Poderes, Poder, Podermos, Puderdes, Puderem GERÚNDIO: odendo PARTICÍPIO: Podido V ER B O
PO LIR INDICATIVO Presente: Pulo, Pules, Pule, Polimos, Polis, Pulem IMPERATIVO Pule, Pula, Pulamos, Poli, Pulam SUBJUNTIVO Presente: Pula, Pulas, Pula, Pulamos, Pulais, Pulam Irregular nas formas rizotônicas, nas quais o o do radical muda em u. Segue a conjugação do verbo sortir. Nos demais tempos é regular.
VERBO
PÔR INDICATIVO Presente: Ponho, Pões, Põe, Pomos, Pondes, Põem Pretérito imperfeito: Punha, Punhas, Punha, Púnhamos, Púnheis, Punham Pretérito perfeito: Pus, Puseste, Pôs, Pusemos, Pusestes, Puseram Pretérito mais que perfeito: Pusera, Puseras, Pusera, Puséramos, Puséreis, Puseram Futuro do presente: Porei, Porás, Porá, Poremos, Poreis, Porão Futuro do pretérito: Poria, Porias, Poria, Poríamos, Poríeis, Poriam IMPERATIVO Põe, Ponha, Ponhamos, Ponde, Ponham SUBJUNTIVO Presente: Ponha, Ponhas, Ponha, Ponhamos, Ponhais, Ponham Pretérito imperfeito: Pusesse, Pusesses, Pusesse, Puséssemos, Pusésseis, Pusessem Futuro: Puser, Puseres, Puser, Pusermos, Puserdes, Puserem Inf. Pres. Impessoal: Pôr Inf. Pres. Pessoal: Pôr, Pores, Pôr, Pormos, Pordes, Porem
GERÚNDIO: Pondo PARTICÍPIO: Posto Assim se conjugam: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, entrepor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, maldispor, opor, pospor, predispor, prepor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, sotopor, superpor, supor, transpor. VERBO
P R A ZE R Só se conjuga na 3ª pessoa do singular: INDICATIVO Presente: Praz Pretérito imperfeito: Prazia Pretérito perfeito: Prouve Pretérito mais que perfeito: Prouvera Futuro do presente: Prazerá Futuro do pretérito: Prazeria SUBJUNTIVO Presente: Praza Pretérito imperfeito: Prouvesse Futuro: Prouver GERÚNDIO: Prazendo PARTICÍPIO: Prazido Assim se conjugam aprazer e desprazer. Quanto ao cognato comprazer-se, segue o modelo jazer. VERBO
PRECAVER INDICATIVO Presente: Precavemos, Precaveis Pretérito imperfeito: Precavia, precavias, precavia, etc Pretérito perfeito: Precavi, Precaveste, Precaveu, Precavemos, Precavestes, Precaveram IMPERATIVO Precavei SUBJUNTIVO Presente: Não há Pretérito imperfeito: Precavesse, Precavesses, etc. Futuro: Precaver, Precaveres, etc. Inf. Pres. Impessoal: Precaver Inf. Pres. Pessoal: Precaver GERÚNDIO: Precavendo PARTICÍPIO: Precavido Este verto é defectivo. Não se usa nas formas rizotônicas. Não é composto de ver nem de vir, sendo, portanto, errôneas as formas precavejo, precavês, precavenho, precavéns, precavém, precavenha, etc. Nas
formas em que é defectivo empregaremos os verbos precatar, acautelar, ou prevenir. Usa-se mais freqüentemente como verbo pronominal precavemo-nos, precavia-me, precavei-vos, etc. VERBO
PROVER INDICATIVO Presente: Provejo, Provês, Provê, Provemos, provedes, Provêem Pretérito imperfeito: Provia, Provias, etc. Pretérito perfeito: Provi, Proveste, Proveu, Provemos, Provestes, proveram Pretérito mais que perfeito: Provera, Proveras, etc. Futuro do presente: Proverei, Proverás, etc. Futuro do pretérito: Proveria, Proverias, etc IMPERATIVO Provê, Proveja, Provejamos, Provede, Provejam SUBJUNTIVO Presente: Proveja, Provejas, etc. Pretérito imperfeito: Provesse, Provesses, etc. Futuro: Prover, Proveres, Prover, Provermos, Proverdes, Proverem GERÚNDIO: Provendo PARTICÍPIO: Provido Este verbo é conjugado como ver, exceto no perfeito e seus derivados e no particípio, em que é regular. VERBO
QUERER INDICATIVO Presente: Quero, Queres, Quer, Queremos, Quereis, Querem Pretérito imperfeito: Queria, Querias, etc. Pretérito perfeito: Quis, Quiseste, Quis, Quisemos, Quisestes, Quiseram Pretérito mais que perfeito: Quisera, Quiseras, Quisera, Quiséramos, Quiséreis, Quiseram Futuro do presente: Quererei, Quererás, etc. Futuro do pretérito: Quereria, Quererias, etc IMPERATIVO Queira, Queiram IMPERATIVO NEGATIVO Não Queiras, Não Queira, Não Queiramos, Não Queirais, Não Queiram Obs.: O imperativo afirmativo só é usado em casos como: "Queira sentar-se, por favor!" SUBJUNTIVO Presente: Queira, Queiras, Queira, Queiramos, Queirais, Queiram Pretérito imperfeito: Quisesse, Quisesses, Quisesse, Quiséssemos, Quisésseis, Quisessem Futuro: Quiser, Quiseres, Quiser, Quisermos, Quiserdes, Quiserem Inf. Pres. Pessoal: Querer, Quereres, Querer, Querermos, Quererdes, Quererem GERÚNDIO: Querendo PARTICÍPIO: Querido
VERBO
REQUERER INDICATIVO Presente: Requeiro, Requeres, Requer, Requeremos, Requereis, Requerem Pretérito imperfeito Pretérito perfeito: Requeri, Requereste, Requereu, Requeremos, Requerestes, Requereram Pretérito mais que perfeito: Requerera, Requereras, Requerera, etc. Futuro do presente: Requererei, Requererás, etc. Futuro do pretérito: Requereria, Requererias, etc. IMPERATIVO Requere, Requeira, Requeiramos, Requerei, Requeiram. SUBJUNTIVO Presente: Requeira, Requeiras, Requeira, etc. Pretérito imperfeito: Requeresse, Requeresses, Requeresse, etc. Futuro: Requerer, Requereres, Requerer, etc. GERÚNDIO: Requerendo PARTICÍPIO: Requerido Este verbo não segue a conjugação de querer. É irregular apenas na 1ª e na 3ª pessoas do singular do Indicativo-presente e, portanto, no Presente do Subjuntivo e no Imperativo Negativo. VERBO
SA BER INDICATIVO Presente: Sei, Sabes, Sabe, Sabemos, Sabeis, Sabem Pretérito imperfeito: Sabia, Sabias, Sabia, etc. Pretérito perfeito: Soube, Soubeste, Soube, Soubemos, Soubestes, Souberam Pretérito mais que perfeito: Soubera, Souberas, etc. IMPERATIVO Sabe, Saiba, Saibamos, sabei, Saibam SUBJUNTIVO Presente: Saiba, Saibas, Saiba, Saibamos, Saibais, Saibam Pretérito imperfeito: Soubesse, Soubesses, etc. Futuro: Souber, Souberes, etc. VERBO
TRAZER INDICATIVO Presente: Trago, Trazes, Traz, Trazemos, Trazeis, Trazem Pretérito imperfeito: Trazia, Trazias, etc. Pretérito perfeito: Trouxe, Trouxeste, Trouxe, Trouxemos, Trouxestes, Trouxeram Pretérito mais que perfeito: Trouxera, Trouxeras, Trouxera, Trouxéramos, Trouxéreis, Trouxeram Futuro do presente: Trarei, Trarás, Trará, Traremos, Trareis, Trarão Futuro do pretérito: Traria, Trarias, Traria, Traríamos, Traríeis, Trariam IMPERATIVO
Traze, Traga, Tragamos, Trazei, Tragam SUBJUNTIVO Presente: Traga, Tragas, Traga, Tragamos, Tragais, Tragam Pretérito imperfeito: Trouxesse, Trouxesses, Trouxesse, Trouxéssemos, Trouxésseis,Trouxessem Inf. Pres. Pessoal: Trazer, Trazeres, Trazer, Trazermos, Trazerdes, Trazerem GERÚNDIO:Trazendo PARTICÍPIO: Trazido VERBO
REAVER INDICATIVO Presente: Reavemos, Reaveis Pretérito imperfeito: Reavia, Reavias, Reavia, etc. Pretérito perfeito: Reouve, Reouveste, Reouve, Reouvemos, Reouvestes, Reouveram Pretérito mais que perfeito: Reouveram, Reouveras, etc. Futuro do presente: Reaverei, Reaverás, etc. Futuro do pretérito: Reaveria, Reaverias, etc. IMPERATIVO Reavei SUBJUNTIVO Presente Pretérito imperfeito: Reouvesse, Reouvesses, etc. Futuro: Reouver, Reouveres, Reouver, etc. Inf. Pres. Impessoal Inf. Pres. Pessoal GERÚNDIO: Reavendo PARTICÍPIO: Reavido VERBO
R E SFO LE G A R
INDICATIVO Presente: Resfolgo, Resfolgas, Resfolga, Resfolegamos, Resfolegais, Resfolgam Pretérito imperfeito: Resfolegava, etc. Pretérito perfeito: Resfoleguei, etc. Obs.: Regular nos demais tempos do indicativo SUBJUNTIVO Presente: Resfolgue, Resfolgues, Resfolgue, Resfoleguemos, Resfolegueis, Resfolguem, etc. Obs.: Regular nos demais tempos do subjuntivo. Este verbo perde o e da penúltima sílaba nas formas rizotônicas. É menos recomendável a conjugação regular (resfólego, resfólegas, etc) que alguns gramáticos adotam. Há a variante resfolgar, inteiramente regular.
VERBO
VALER INDICATIVO Presente: Valho, Vales, Vale, Valemos, Valeis, Valem IMPERATIVO AFIRMATIVO Vale, Valha, Valhamos, Valsi, Valham SUBJUNTIVO Presente: Valha, Valhas, Valha, Valhamos, Valhais, Valham
VERBO
VER INDICATIVO Presente: Vejo, Vês, Vê, Vemos, Vedes, Vêem Pretérito imperfeito: Via, Vias, Via Víamos, Víeis, Viam Pretérito perfeito: Vi, Viste, Viu, Vimos, Vistes, Viram Pretérito mais que perfeito: Vira, Viras, Vira, Víramos, Víreis, Viram IMPERATIVO Vê, Veja, Vejamos, Vede, Vejam SUBJUNTIVO Presente: Veja, Vejas, Veja, Vejamos, Vejais, Vejam Pretérito imperfeito: Visse, Visses, Visse, etc. Futuro: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem GERÚNDIO:Vendo PARTICÍPIO: Visto Assim se conjugam: antever, entrever, prever, rever.
VERBO
V IR INDICATIVO Presente: Venho, Vens, Vem, Vimos, Vindes, Vêm Pretérito imperfeito: Vinha, Vinhas, Vinha, Vínhamos, Vínheis, Vinham Pretérito perfeito: Vim, Vieste, Veio, Viemos, Viestes, Vieram Pretérito mais que perfeito: Viera, Vieras, Viera, Viéramos, Viéreis, Vieram Futuro do presente: Virei, Virás, etc. Futuro do pretérito: Viria, Virias, etc. IMPERATIVO Vem, Venha, Venhamos, Vinde, Venham SUBJUNTIVO Presente: Venha, Venhas, Venha, V enhamos, Venhais, Venham Pretérito imperfeito: Viesse, Viesses, Viesse, Viéssemos, Viésseis, Viessem Futuro: Vier, Vieres, Vier, Viermos, Vierdes, Vierem Inf. Pres. Impessoal Inf. Pres. Pessoal: Vir, Vires, Vir, Virmos, Virdes, Virem
GERÚNDIO:Vindo PARTICÍPIO: Vindo Assim se conjugam: advir, convir, intervir, provir, sobrevir, avir-se, desavir-se, desavindo, além de particípio, é adjetivo: casais desavindos. Obs. Importante: Verbos como: odiar, incendiar, passear, pentear, somente são irregulares, nas formas rizotônicas. Ex.: Eu incendeio, tu incendeias, ele incendeia, nós incendiamos, vós incendiais, eles incendeiam. Ex.: Eu penteio, tu penteias, ele penteia, nós penteamos, vós penteais, eles penteiam.
CONJUGAÇÃO DOS VERBOS IRREGULARES Ter, haver, ser e estar Presente do Indicativo Ter: Tenho, tens, tem, temos, tende, têm Haver: Hei, hás, há, havemos, haveis, hão Ser: Sou, és, é, somos, sois, são Estar: Estou, estás, está, estamos, estais, estão Pretérito Perfeito do Indicativo Ter: Tive, tiveste, teve, tivemos, tiveste, tiveram Haver: Houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram Ser: Fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Estar: Estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram Pretérito Imperfeito do Indicativo Ter: Tinha, tinhas, tinha tínhamos, tínheis, tinham Haver: Havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam Ser: Era, eras, era, éramos, éreis, eram Estar: Estava, estavas, estavas, estávamos, estáveis, estavam Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo Ter: Tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram Haver: Houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram Ser: Fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Estar: Estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram Futuro do Presente do Indicativo Ter: Terei, terás, terá, Teremos, tereis, terão Haver: Haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão Ser:Serei, serás, será, seremos, sereis, serão Estar: Estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão Futuro do Pretérito do Indicativo Ter: Teria, terias, teria teríamos, teríeis, teriam Haver: Haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam Ser: Seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam Estar: Estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam Presente do Subjuntivo Ter: Tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham Haver: Haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam Ser: Seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam Estar: Esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Ter: Tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem Haver: Houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem Ser: Fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Estar: Estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem Futuro do Subjuntivo Ter: Tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem Haver: Houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem Ser: For, fores, for, formos, fordes, forem Estar: Estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem Modo Imperativo Afirmativo Ter: Tem (tu), tenha (você), tenhamos (nós), tende (vós), tenham (vocês) Haver: Há (tu), haja (você), hajamos (nós), havei (vós), hajam (vocês) Ser: És (tu), seja (você), sejamos (nós), sede (vós), sejam (vocês) Estar: Está (tu), esteja (você), estejamos (nós), estai (vós), estejam (vocês) Negativo Ter: Não tenhas, não tenha, não tenhamos, não tenhais, não tenham Haver: Não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam Ser: Não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam Estar: Não estejas, não esteja, não estejamos, não estejais, não estejam Infinitivo Impessoal Ter, Haver, Ser, Estar. Infinitivo Pessoal Ter: Ter, teres, Ter, termos, terdes, terem Haver: Haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem Ser: Ser, seres, ser, sermos, serdes, serem Estar: Estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem Gerúndio Tendo, Havendo, Sendo, Estando Particípio Tido, Havido, Sido, Estado
VOZES VERBAIS O verbo possui três vozes: Voz Ativa: Indica que o sujeito pratica a ação verbal - sujeito agente. Ex.: Ele fechou a janela. Voz Passiva: Indica que o sujeito sobre a ação verbal - sujeito paciente. Ex.: A janela foi fechada por ele. (Voz passiva analítica : verbo ser ou estar mais particípio do verbo principal). Nota: para que se tenha VOZ PASSIVA SINTÉTICA, o SE, classificado como apassivador, deverá acompanhar verbos transitivos diretos ou verbos transitivos diretos e indiretos. Só esses verbos aceitam voz passiva.
Voz reflexiva: Indica ação praticada e recebida pelo sujeito. Ex.: Ele feriu-se com a faca.
SUBCLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS Regular: É o verbo cujo radical não se altera e cujas terminações seguem o modelo da conjugação a que pertence. Exemplos: Eu amo, Tu amas, Ele ama. Irregular: é o verbo cujo radical sofre alteração ou cujas terminações não seguem o modelo da conjugação a que pertence. Exemplos: Eu caibo, eu trago. Anômalo: são verbos que apresentam profundas variações nos seus radicais, não se enquadrando em conjugação alguma. Exemplos: Ser e Ir Abundante: é o que apresenta mais de uma forma de particípio. Ex.: Acendido - aceso Nascido - nato Aceitado - aceito Elegido - eleito Ganhado - ganho Salvado - salvo OBS.: as formas regulares se usam com os verbos auxiliares ter e haver. As formas irregulares se usam com os verbos auxiliares ser e estar. Exemplos: As luzes já estão acesas. A proposta foi aceita. Já tinham aceitado a proposta. Defectivo: é o que não possui algum tempo, algum modo ou alguma pessoa; alguns só podem ser conjugados nas formas arrizotônicas, como precaver-se; outros não possuem a 1ª pessoa do singular do Pres. Ind. E, portando, as formas que derivam desse tempo (presente do subjuntivo, imperativos). Exemplos: reaver, precaver-se, gerar, coloria. Auxiliar: é o que auxilia a conjugação de outro, chamado principal. São: ser, estar, ter e haver. Exemplos: tinham feito a lição. Estávamos fazendo compras. Impessoal: verbo que não admite sujeito como: chover, ventar, (fenômeno da natureza), ser, estar, fazer (quando indicam tempo); haver, quando significa existir ou ocorrer. Obs.: Esses verbos só podem ser usados na 3ª pessoa do singular, sendo o verbo ser o único que não obedece a essa norma. Exemplos: Amanheceu rapidamente. Faz meses que... Estava cedo ainda. São oito horas.
VERBOS PRONOMINAIS São os que sempre se conjugam com o pronome que corresponde à pessoa do sujeito. Eis alguns: queixar-se, arrepender-se, agachar-se, orgulhar-se, atrever-se, etc. Exemplos: Eu me queixo. Tu te queixas. Ele se queixa. Nós nos queixamos. Vós vos queixais. Eles se queixam.
ADVÉRBIO Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância.
Classificação dos advérbios: De lugar: aquí, cá, lá, acolá, abaixo, acima, alí , aquém , além ,algures ,alhures, nenhures, aonde, de trás, de frente, dentro, perto, longe, etc. De tempo: ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, jamais, antes, depois, breve, brevemente , outrora, presentemente, ainda, etc. De negação: não. De afirmação: realmente, efetivamente, sim, certamente, deveras, etc. De modo : bem, mal, pior, melhor, depressa, devagar, debalde, aliás, suavemente, calmamente, propositadamente, assim, e quase todos terminados em ( mente ). De intensidade: muito, pouco, mais, menos, bastante, demasiado, completamente , quase, apenas, todo, demais, quanto, profundamente, tanto, ligeiramente, etc. De dúvida: talvez, porventura, quiçá, provavelmente, decerto, oxalá.
Advérbios Interrogativos Por que ? , como ? , quando ? , onde ?, aonde ?, Exemplos: Quando chegarão? Por que não vieram? Onde estão elas.
LOCUÇÕES ADVERBIAIS São duas ou mais palavras com função de advérbio.
As locuções adverbiais podem ser: De lugar : à direita , à esquerda, ao lado, ao longo, de fora, de lado, etc. De tempo: de manhã , de tarde, de noite, ao entardecer, de repente, em breve, hoje em dia, etc. De modo : de mansinho, a rigor, em geral, ao invés, às claras, ao acaso, à vontade , à toa, de súbito, por um triz, etc. De meio ou instrumento : a pé, a cavalo, a mão, a pau, etc. De afirmação : na verdade, de certo, de fato, etc. De negação : em hipótese alguma, de maneira nenhuma, de modo algum, de modo nenhum, etc. De dúvida : por certo, quem sabe, etc.
FLEXÃO DO ADVÉRBIO O advérbio é uma classe invariável em gênero e número, mas flexiona-se em grau. À semelhança do adjetivo, admite dois graus: comparativo e superlativo.
GRAU COMPARATIVO De igualdade: Tão + advérbio + quanto (como) Eu falo tão alto quanto o professor. advérbio de modo De inferioridade: Menos + advérbio + que (que) Eu falo menos alto que o professor. advérbio de modo De superioridade: • Analítico: Mais + advérbio + que (do que) Eu falo mais alto que o professor. advérbio de modo • Sintético: Melhor ou pior que (que) O professor fala melhor que eu. adjetivo funcionando como advérbio
GRAU SUPERLATIVO Absoluto
•
Analítico:
Acompanhado de outro advérbio Eu falo muito alto.
advérbio de intensidade adjetivo funcionando como advérbio
•
Sintético:
Formado com sufixos O professor fala altíssimo. advérbio de modo Nota: as formas diminutivas (cedinho, pertinho, agorinha, depressinha, etc.) são comuns na língua popular. Exemplos: Moro pertinho daqui. (muito perto) Levantei cedinho. (muito cedo)
PREPOSIÇÃO É a palavra que estabelece uma relação entre dois termos de uma oração, subordinando o segundo termo ao primeiro. Dependendo da frase, uma mesma preposição pode estabelecer variadas relações.
• • •
Venho de São Paulo. (origem ) Morreu de calor. (causa) Prova de matemática. (assunto)
Classificação das preposições : a) essenciais : a, ante, após , até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, sem, sob, sobre., trás. Exemplos: Bebia copo após copo. Fora intimado a comparecer perante o juiz., para ser interrogado. b) Proposições acidentais : afora, conforme, consoante, segundo, durante, exceto, mediante, não obstante, salvo, senão, visto etc. Exemplo: "Mediante manobras mesquinhas, o escrivão conseguira prestígio".
Combinações e Contrações
Ao estudarmos os artigos, observamos que muitas vezes eles aparecem unidos a uma preposição. Na verdade, as preposições podem aparecer unidas não só a artigos, mas também a pronomes e advérbios.Nesses casos, podemos ter duas situações distintas: Combinação - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra sem perda de nenhum elemento fonético, como em : - ao (preposição a + artigo o) - aonde (preposição a + advérbio onde) b) Contração - Ocorre, quando a preposição aparece unida a outra palavra com perda de algum elemento fonético como em : •do (preposição de + artigo o) •um (preposição em + artigo um) •na (preposição em + artigo a) •daquele (preposição de + pronome aquele)
Locução Prepositiva É o conjunto de palavras que tem o valor de preposição : Acima de, abaixo de, junto a, em vez de , de acordo com, em baixo de, em cima de, ao lado de, além de etc.
CONJUNÇÃO Conjunção - é a palavra que liga duas ou mais orações. As conjunções podem ser : coordenativas e subordinativas. Conjunções Coordenativas - São aquelas que ligam duas orações da mesma natureza, sem subordinar uma à outra. Podem ser:
•
Aditivas: e, nem, mas também, mais ainda, senão, também, como também, bem como (dão idéia de adição) Exemplo: Trabalha de dia e estuda à noite.
• Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, senão, ao passo que, no entanto, apesar disso (exprimem contraste, oposição). Exemplo: Falou bastante, mas não nos convenceu. 3) Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, seja... seja, quer... quer (exprimem alternativa, alternância). Exemplo : Ou nos unimos, ou seremos derrotados. 4) Explicativas: que, porque, porquanto, pois (As conjunções explicativas aparecem normalmente depois de orações imperativas, exprimindo explicação, motivo). Exemplo: Vamos, que já é tarde ! 5) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, por isso, pois (depois do verbo), expressando conclusão. Exemplo: O trabalho não está bom, portanto vamos refazê-lo.
Conjunções Subordinativas São aquelas que ligam orações em que há uma relação de dependência , de subordinação. Uma oração é a principal , a outra é subordinada. Podem ser: 1) Causais: porque, que, como, uma vez que, visto que, já que, etc. Exemplo: Não prolongamos a viagem, porque o dinheiro estava no fim. 2) Comparativas: como, tal qual, assim como, que nem, quanto, etc. Exemplo: Ela é mais corajosa que o irmão. 3) Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, se bem que, posto que, nem que, dado que, sem que, etc. Exemplo: Não me farão desistir, ainda que me criem grandes dificuldades. 4) Condicionais: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a não ser que, a menos que, etc. Exemplo: Terminaremos cedo o ensaio, caso todos sejam pontuais. 5) Conformativa: como, conforme, segundo, consoante, etc. Exemplo: Fêz a propaganda do produto conforme lhe pedimos. 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, etc. Exemplo: Tão comovente foi a cena que até ele chorou. 7) Finais: a fim de, para que, que, porque, etc. Exemplo: Deixou o trabalho aquí para que eu o analisasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, etc. Exemplo: Os desafios aumentam, à medida que nosso projeto cresce. 9) Temporais: enquanto, quando, logo que, assim que, depois que, agora que, antes que, desde que, até que, sempre que, etc. Exemplo: Os trabalhadores conquistam seus direitos quando se organizam. 10) Integrantes : introduzem orações que completam ou integram o sentido da oração principal: que e se. Exemplo: Espero que você consiga o emprego procurado. Locução Conjuntiva É um grupo de palavras que tem o valor de uma conjunção.
INTERJEIÇÃO Interjeição é uma palavra que comunica um estado emotivo. Aclamação: viva ! Alegria: Ah! , oba! Animação: coragem ! , avante ! , força !
Advertência: cuidado !, calma ! , atenção ! , olha lá ! Admiração: nossa ! , puxa !, credo !, caramba !, Aplauso: viva !, bis !, ótimo !, muito bem ! , apoiado ! Silêncio: Psiu ! , caluda ! , silêncio ! Desacordo, Incredulidade: pois sim ! , qual o que ! , que esperança ! Suspensão: auto ! , basta ! Locução Interjetiva - é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de uma interjeição. Exemplos: Deus me livre ! Ora bolas ! Minha nossa senhora ! Valha-me Deus ! Muito bem !
Finalidade da Análise Sintática Estuda as relações que as palavras estabelecem entre si (nas orações) e as relações que se estabelecem entre as orações (nos períodos). Assim, dependendo da "posição" que a palavra ou oração ocupa em um período, essa palavra terá uma função sintática. Tomemos como exemplo o substantivo "menino". Dependendo da relação que essa palavra estabelecer com as demais palavras da oração, terá uma função sintática. Ex.: O menino provocou o incêndio Sujeito (é o termo do qual se afirma alguma coisa) O bombeiro chefe repreendeu o menino Objeto direto (é complemento obrigatório do verbo repreender, que é um verbo transitivo direto) Tomemos agora como exemplo, uma oração: "(que) os bombeiros dominem o fogo". Dependendo da relação que esta oração estabelece com a oração principal, terá uma função sintática. É importante Oração principal que os bombeiros dominem o fogo Objeto direto da oração principal Por ser uma oração, é chamada de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta Obs.: Mais adiante serão estudadas mais detalhadamente as funções sintáticas das orações (Estudo do Período Composto)
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
Frase
• Qualquer comunicação feita por meio de palavras Ex.: Fogo! (sem verbo) Há um incêndio na mata. (com verbo)
Oração
• Frase formada em torno de um verbo Ex.: Os bombeiros ainda não dominaram o incêndio.
Período É a frase organizada em uma ou mais orações. DEPENDÊNCIA Definição: uma oração independente é a que não exerce função sintática em outra, enquanto uma oração dependente é aquela que exerce função sintática em outra oração. Pode ser: Simples - quando constituído de uma só oração: O casarão todo dormia. Os bombeiros já apagaram o fogo. Composto - quando formado de duas ou mais orações: O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se. O incêndio já foi dominado / mas os bombeiros / continuam no local, fazendo o rescaldo.
O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.
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PERÍODOS COMPOSTOS
Por coordenação: seqüência de orações independentes, de mesma natureza sintática. Por subordinação: formado por uma oração principal e por uma ou mais orações dependentes. Veja mais adiante nos tópicos ¨Coordenação¨ e ¨Subordinação¨.
PERÍODO SIMPLES Termos essenciais da oração
Sujeito: ser de quem (ou do que) se afirma algo. Para não errar => únicas perguntas que podem ser feitas para se achar o sujeito: Quem ou
+ verbo na 3a pessoa do singular
O que A resposta dessa pergunta (e só dessa!) será o sujeito da oração. Exemplo:Todos os alunos passaram no concurso. Pergunta:Quem passou no concurso? Verbo na 3a pessoa do singular Resposta: Todos os alunos = sujeito
TIPOS DE SUJEITO
a) Sujeito determinado simples: formado de um único núcleo, ou seja, de uma única palavra que comunica quem é o ser.
Núcleo Ex.:
Os alunos
Suj. determinado simples
Estudaram muito para o concurso.
b) Sujeito determinado composto: formado por 2 ou mais núcleos. Ex. Os alunos e o professor ficaram felizes com o resultado do concurso. Sujeito determinado composto c) Sujeito determinado oculto ou elíptico: o núcleo se encontra implícito na forma verbal ou no contexto. Ex. Nós estudamos para o concurso. Quem estudou para o concurso? Estudamos para o concurso O núcleo está implícito na forma verbal "estudamos" Ex: Os alunos estudaram muito para o concurso e foram bem sucedidos. No exemplo acima há duas orações (porque existem 2 verbos)
Na primeira oração, o sujeito de "estudaram" é: os alunos. Na segunda oração, o sujeito de foram é "eles", implícito no contexto, pois já foi mencionado na oração anterior. d) Sujeito indeterminado: ele existe, mas não se pode informar de quem se trata. Maneiras de se indeterminar o sujeito 1o verbo na 3a pessoa do plural Ex.: Estão pedindo dados sobre os alunos Quem está pedindo dados sobre os alunos? Resposta: existe alguém pedindo esses dados, mas não se pode determinar, com exatidão, quem é => sujeito indeterminado. 2o verbo na 3a pessoa do singular + SE (= índice de indeterminação do sujeito)
Ex.:
Precisa
- se
de pessoas
competentes Ex.:
Ex.:
Índice de indeterminação do sujeito Vive - se bem aqui Índice de indeterminação do sujeito É - se muito ingênuo, muitas vezes, na vida Índice de indeterminação do sujeito
Obs.: O "se" é índice de indeterminação do sujeito só com verbos transitivos indiretos (1o exemplo), intransitivos (2o exemplo) e verbos de ligação (3o exemplo).
•
Com verbos que pedem complemento direto não ocorre esse tipo de construção.
e) Oração sem sujeito Ocorre:
• Com verbos que indicam fenômeno da natureza Ex.: Choveu muito. Já anoiteceu. Obs.:
•
Choveram palavrões durante o discurso Sujeito determinado simples Verbo usado no sentido figurado. Não indica fenômeno da natureza Com os verbos ser, fazer, haver e estar dando idéia de tempo ou fenômeno da natureza.
Ex.: É tarde. Faz muitos anos que eu o conheço. Há meses que não o vejo. Está calor. •
Com o verbo haver com sentido de existir
Ex.: Havia um menino na sala. Havia muitos alunos na sala.
Obs.: Todos os verbos das orações sem sujeito devem ficar na 3a pessoa do singular
PREDICADO O estudo do predicado é o que realmente determina a boa formação de uma frase. O predicado, é o termo da oração que contém o verbo. Não obstante o sujeito e o predicado serem termos essenciais da oração, há situações (com verbos impessoais) em que a oração não possui sujeito. Mas se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, não é possível existir uma oração sem predicado. Exemplos: A todos foi entregue a folha do exame. Sujeito: a folha do exame Predicado:A todos foi entregue O secretário Carlos viajou para Paris. Sujeito: O secretário Carlos Predicado: viajou para Paris. Choveu torrencialmente na Bahia. Sujeito: sem sujeito Predicado: Choveu torrencialmente na Bahia. Verbo quanto à predicação Existem verbos que expressam AÇÃO. Esses são denominados de verbos significativos. Classificam-se em: • Verbos intransitivos • Verbos transitivos
Verbo intransitivo É aquele que expressa a idéia completa da ação, sem necessitar, no entanto, de um outro termo para completar o seu sentido, ou seja, sua ação não transita.
Exemplos com sujeito simples e verbo intransitivo: O menino brinca. O sol raiou. As flores murcham. Perceba que o verbo intransitivo sozinho poderá formar o predicado ou, ainda, aparecer acompanhado de palavras ou expressões indicativas de lugar, tempo, modo, intensidade etc. Exemplo: As flores desabrocham na primavera.
Verbo Transitivo Como vimos acima, o verbo intransitivo é aquele que expressa a idéia completa de ação. Já o verbo transitivo não expressa a idéia completa de ação. Necessita de outro termo para completar o seu sentido. Por isso a grafia "transitivo", isto é, a ação transita. Portanto, para que a frase tenha um sentido completo, o verbo transitivo necessita do complemento verbal ou objeto. Exemplos: O povo viu o ladrão. Sujeito simples: O povo Verbo transitivo: viu Complemento verbal ou objeto: o ladrão. Os parlamentares necessitam de melhor remuneração. Sujeito simples: Os parlamentares Verbo transitivo: necessitam Complemento verbal ou objeto: de melhor remuneração. Agora um detalhe sutil para a correta formação de frases. O verbo transitivo divide-se em: • Transitivo direto • Transitivo indireto O verbo transitivo direto transita diretamente para o complemento -denominado de objeto direto e não exige preposição. Exemplos: Derrubaram o muro de Berlim. Sujeito indeterminado: ? Verbo transitivo direto: Derrubaram Objeto direto: o muro de Berlim. Os banqueiros tiveram muito lucro. Sujeito simples: Os banqueiros Verbo transitivo direto: tiveram Objeto direto: muito lucro. Ouvimos música alegre. Sujeito oculto (ou implícito): Nós Verbo transitivo direto: ouvimos Objeto direto: música alegre. Já no verbo transitivo indireto a ação transita indiretamente para o complemento por intermédio de uma preposição. É o chamado objeto indireto. Exemplos: Eu acredito em Deus. Sujeito simples: Eu Verbo transitivo indireto: acredito Objeto indireto: em Deus. Preposição: em
Todos nós necessitamos de carinho e compreensão. Sujeito simples: Todos nós Verbo transitivo indireto: necessitamos Objeto indireto: de carinho e compreensão. Preposição: de Não concordamos com Vossa Excelência! Sujeito oculto (ou implícito): Nós Verbo transitivo indireto: concordamos Objeto indireto: com Vossa Excelência. Preposição: com Mas existe uma situação em que o verbo pode ser simultaneamente transitivo direto e indireto, isto é, apresentar dois complementos (objeto direto e indireto). Isso porque a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente ao mesmo tempo. Exemplos: O secretário recebeu elogios da imprensa internacional. Sujeito simples: O secretário Verbo transitivo direto e indireto: recebeu objeto direto: elogios Objeto indireto: da imprensa internacional. Preposição: de "+ artigo a" Escrevi um texto para o "Jornal dos Amigos". Sujeito oculto (ou implícito): Eu Verbo transitivo direto e indireto: Escrevi Objeto direto: um texto Objeto indireto: para o "Jornal dos Amigos". Preposição: para Proporciono a você momentos de reflexão. Sujeito oculto (ou implícito): Eu Verbo transitivo direto e indireto: Proporciono Objeto indireto: a você Objeto direto: momentos de reflexão. Preposição: a
Verbo de Ligação É aquele que qualifica o sujeito no predicado. Os principais verbos de ligação são: ter, haver, ser, estar, ficar, permanecer, parecer, andar. Exemplo: O Brasil é um grande país. Sujeito: O Brasil Predicado: é um grande país. Verbo de ligação (estado permanente): é Característica do sujeito ou sua qualificação: um grande país. os verbos de ligação expressam estado, ligando características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações. Exemplos: João está triste. Sujeito simples: João Predicado: está triste. Verbo de ligação (estado): está Característica do sujeito: triste. O diretor e o seu assistente pareciam contentes.
Sujeito composto: O diretor e o seu assistente Predicado: pareciam contentes . Verbo de ligação (estado aparente): pareciam Característica do sujeito: contentes
Os verbos de ligação podem expressar: Estado permanente: viver, ser Estado transitório: estar, achar-se, andar, encontrar-se Estado mutatório: Virar, ficar, tornar-se, fazer-se Estado de continuidade: permanecer, continuar Estado aparente: parecer Observação: Exatamente porque o verbo de ligação qualifica o sujeito no predicado (nesse caso dá-se o nome de predicativo), na frase não pode haver a separação, por vírgula, do sujeito do predicado.
Tipos de predicado
NOMINAL => aquele cujo núcleo é um nome. Características - Possui como núcleo um nome (tudo o que não for verbo) - Possui verbo de ligação (ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer...) - Possui uma qualidade (chamada predicativo do sujeito) que é atribuída ao sujeito através do verbo de ligação. Ex. O barulho dos passos | permaneceu constante. sujeito predicado nominal Todos eles | permaneceram quietos sujeito predicado nominal A noite sujeito
|
estava estrelada predicado nominal
Obs.: No predicado nominal ocorre: verbo de ligação + predicativo do sujeito.
VERBAL => aquele cujo núcleo é um verbo.
Características • O núcleo é um verbo (intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto) Modo mais fácil de se descobrir se o predicado é verbal •Procurar, no predicado, se existe uma palavra que dá qualidade ao sujeito •Se não existir essa palavra (predicativo do sujeito) é porque o verbo é o mais importante, é o núcleo do predicado, que será chamado, por isso, de predicado verbal. Ex. O bebe | nasceu hoje cedo sujeito predicado verbal
O barulho dos passos |atemorizou os presentes. sujeito predicado verbal Precisam | de você lá fora. sujeito indeterminado predicado verbal Obs.: No predicado verbal, o verbo é sempre transitivo ou intransitvo e nunca ocorre predicativo.
VERBAL -NOMINAL => aquele cujo núcleo é duplo: um verbo e um nome. Características Possui verbo transitivo + predicativo do sujeito. Ex. O recado | chegou atrasado à tesouraria. sujeito predicado verbo-nominal O aluno sujeito
| chegou atrasado para o exame. predicado verbo-nominal
Deve-se proceder da mesma forma para se classificar esse tipo de predicado: 1) Procura-se, no predicado, uma palavra que indique a qualidade do sujeito. Essa palavra (predicativo do sujeito) será um dos núcleos. 2) Verifica-se se o verbo da oração está na lista dos verbos de ligação. Se não estiver, esse verbo também será o núcleo do predicado. Obs.: Nunca os verbos de ligação poderão ser núcleos, pois servirão apenas para ligar o predicativo do sujeito ao sujeito da oração. São vazios de significado. Os demais verbos serão núcleos, pois sempre possuem uma mensagem (completa ou incompleta) que querem transmitir na situação da comunicação. Obs.: No predicado verbo-nominal, o verbo é sempre transitivo ou intransitivo e sempre ocorre predicativo (do sujeito ou do objeto).
Resumindo: Predicados P.N. =>
Verbo de ligação +
Predicativo do Sujeito
P.V.=>
P.V.N=>
Verbo intransitivo Verbo transitivo +
Complemento Verbal
Verbo intransitivo +
Predicativo do Sujeito Complemento Verbal
Predicativo do Sujeito
PREDICAÇÃO VERBAL
1) Verbo Intransitivo V.I. * tem sentido completo * não precisa de complemento verbal Não transitivo =>Não transita na oração, procurando palavra(s) que complete(m) seu sentido. Exemplo Cheguei cedo V.I
2) Verbo Transitivo Direto * não tem sentido completo * precisa de complemento verbal obrigatório chamado objeto direto (O.D) Para se achar o O.D. Acha-se o sujeito da oração = A resposta é o O.D Sujeito + verbo da oração + quem? ou Sujeito + verbo da oração + o que? V.T.D O.D. Exemplos: I) O professor usará apostilas no curso O professor usará o que? Sujeito Verbo como aparece na oração Resposta: apostilas O.D
II) (Eu) vi o professor no Shopping. (Eu) vi quem no shopping? Resposta: o professor O.D. Obs.: Objeto direto preposicionado Algumas vezes o objeto direto pode vir precedido pela preposição a. Exemplos:
Devemos amar V.T.D.
a Deus acima de todas as coisas O.D. Preposicionado
Ao tigre V.T.D.
Venceu o leão O.D. Preposicionado
Para não confundir o O.D. preposicionado com o O.I. basta trocá-lo pelo pronome oblíquo o, a, os, as (complementos verbais diretos) * Devemos amá-Lo acima de todas as coisas * O leão venceu-o. 3) Verbo Transitivo Indireto * não tem sentido completo pede complemento verbal obrigatório, chamado objeto indireto (O.I.) que vem precedido de preposição. Exemplo. (Nós) Necessitamos de mais estudo V.T.I O.I Nós necessitamos de que? Resposta: de mais estudo O.I. 4) Verbo Transitivo Direto e Indireto *não tem sentido completo pede 2 complementos verbais obrigatório: O.D. e O.I. Exemplo O professor entregou V.T.I
.a apostila ao aluno O.I
O professor entregou o que? Resposta: a apostila O.D. O professor entregou a quem? Resposta: ao aluno O.I. Obs.: O O.I. completa sempre o verbo. Cuidado com as expressões iniciadas por preposição. Se essas expressões não estiverem completando o sentido de um verbo, não serão O.I. Exemplos Comprei a apostila Comeram todo o doce
do curso Não é O.D. de abóbora Não é O.D.
OBS: Objetos pleonásticos Os objetos por motivos estilísticos (realce, ênfase, etc,) podem ser repetidos ou pleonásticos. Exemplos Vi-o,
Perdôo-te
a ele sem dúvida O.D. pleonástico (V. Ver = V.T.D.) a ti O.D. pleonástico (V. Perdoar = V.T.I.)
Complemento Nominal (C.N.) É o termo da oração que completa a significação transitiva de um nome. Esse nome pode ser representado por: um substantivo, um adjetivo, um advérbio. Portanto, é o termo da oração que completa o sentido de um nome e sempre através de uma preposição.
Ex.: Todos fizeram
a leitura substantivo
Permaneceremos
Fiéis Adjetivo
Ele agiu
Favoravelmente Advérbio
do livro C.N. a ele até a morte C.N. aos alunos C.N.
Obs.: O complemento nominal sempre fará parte de um outro termo sintático, subordinando-se a um nome que pertence a esse termo.
Ex.:
Núcleo do sujeito A realização das obras C.N Sujeito
é
Núcleo do predicativo necessária à população C.N. Predicativo do sujeito
Obs.: O nome que precisa de um complemento nominal será sempre substantivo abstrato e a expressão que completar seu significado não expressará ação. Ex.: Amor
aos pais Não são os pais que amam = não há ação = C.N.
Em: Amor
de pai É o pai que ama = há ação = adjunto adnom.
Complementos Verbais
São dois os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto:
01) Objeto Direto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, sem auxílio da preposição. Ex. As meninas costuraram as saias com jeitinho. Denise comprou um computador para trabalhar.
02) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto direto Os pronomes oblíquos átonos que funcionam exclusivamente como objeto direto são: O, A, OS, AS Ex.
Procurei-o para pedir favores. "Tio Palha felicitou-a" (Marcos Rey) I.P.C.: Verbos transitivo direto, seguido de o, a, os, as:
•
Verbo terminado em vogal: Os pronomes não se modificam.
•
Verbo terminado em M, ÃO ou ÕE: Os pronomes se modificam para no, na, nos, nas.
• Verbo terminado em R, S ou Z: Os pronomes se modificam para lo, la, los, las, e as terminações desaparecem. Ex. - Venderei as casas amanhã. = Venderei-as amahã. - Os bombeiros encontraram as crianças = Os bombeiros encontraram-nas. - Os professores irão corrigir os trabalhos. = Os professores irão corrigi-los.
03) Objeto Indireto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, por meio de uma preposição. Ex. - Gosto muito de crianças - Você acredita em seus amigos?
04) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto indireto. O pronome oblíquo átono que funciona exclusivamente como objeto indireto é: LHE, LHES. Ex. - Disse-lhe a verdade. - Entreguei-lhe os resultados dos exames de vestibular. I.P.C. Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) podem funcionar como
COORDENAÇÃO Quando termos da mesma função sintática são relacionados entre si, ocorre coordenação. Não há uma hierarquia entre esses termos, pois são sintaticamente equivalentes e entre sí independentes, uma não é complemento da outra.
Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas Assindéticas: são as orações coordenadas que se ligam umas às outras por uma pausa, sem conjunção. Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar. Sindéticas: são as orações coordenadas introduzidas por uma conjunção. (syndeton é uma palavra de origem grega que significa "união"). As conjunções coordenativas são aquelas que dão nomes às orações coordenadas sindéticas.
São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa. Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.
Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.
Estuda
/
e trabalha.
Oração coordenada
Oração coordenada
assindética
sindética
aditiva
Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição. Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo. A estrada era de terra / mas muito conservada. Oração coordenada
Oração coordenada sindética adversativa
assindética
Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância. Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.
Irei ao teatro
/
Oração coordenada
ou irei ao cinema. Oração coordenada
assindética
sindética
alternativa
Explicativa: Exprime uma explicação. Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.
Tome um taxi
/
Oração coordenada
pois já está atrasado. Oração coordenada
assindética
sindética
explicativa
Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração. Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas. Você não fez sua lição / deve, pois, faze-la agora. Oração coordenada
Oração coordenada
assindética
sindética
conclusiva
Orações Subordinadas substantivas Período composto por subordinação: A oração que cumpre papel de um termo sintático de outra é subordinada. A oração que tem um de seus termos na forma de oração subordinada é a principal. Ex.: Logo percebi /
1
que ele não veria
2
1) Oração principal (formada pelo Adjunto Adverbial "logo", pelo sujeito oculto "eu" e pelo verbo transitivo direto "perceber", que na oração não vem acompanhado de seu objeto direto. 2) É a oração subordinada porque a função sintática que estava faltando na oração principal (objeto direto do verbo perceber) aparece aí sob a forma de uma oração. A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de - orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais. Inicialmente estudaremos as orações subordinadas substantivas.
Orações Subordinadas Substantivas: Geralmente iniciada por "que" (conjunção integrante), podendo também se iniciar com: "se", "onde", "quando", "como", etc. • Tem valor de substantivo. • Podem ser trocadas por isso São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por conjunção subordinativa integrante (que, se) a) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. É necessário que façamos nossos deveres. - verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva. - Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir,constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer. Ex. Convém que façamos nossos deveres. - verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda. b) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal. (sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante. c) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal. (sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta. Ex. Lembro-me de que tu me amavas. d) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem. e) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas. oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva. Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade. f) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa. Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses. I.P.C. As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: •Pronomes interrogativos (quem, que, qual...) •Advérbios interrogativos (onde, como, quando...) Perguntou-se quando ele chegaria. Não sei onde coloquei minha carteira.
Oração Subordinada Adjetiva Características da Oração Subordinada Adjetiva • É iniciada por um pronome relativo, geralmente que (= o qual, a qual, os quais, as quais). •Tem valor de adjetivo. •Não pode ser trocada por isso.
As orações subordinadas adjetivas podem ser a) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Os alunos
que assistiram à aula
não precisam fazer o trabalho.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva (pois limita os alunos, restringe os alunos: somente os que assistiram à aula é que não precisam fazer o trabalho). Oração Principal
b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa O homem,
que se considera racional,
Oração Principal
às vezes age como um animal. Oração Subordinada Adjetiva explicativa
(não limita o homem; na verdade é uma idéia que já está contida no conceito de homem; aparece sempre entre vírgulas).
Oração Subordinada Adverbial •Tem valor de advérbio.
As Orações Subordinadas Adverbiais podem ser: b) Causais: exprimem causa, motivo, razão. Não poderei votar / uma vez que não transferi meu título. b) Comparativas: contêm um fato ou ser comparado a um fato ou ser mencionado na oração principal. Receba os convidados / como um bom anfitrião (recebe). Atenção: Observe que o verbo da oração principal é o mesmo da oração adverbial. c) Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite. Embora seja muito tarde / visitarei, ainda hoje, um amigo. d) Condicionais: exprimem uma condição, uma hipótese. Se você não me encontrar em casa, / deixe um recado com a minha mãe. e) Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro. Prepare tudo / como lhe ensinei. Atenção: o verbo da oração principal não é o mesmo da oração adverbial conformativa (o que a diferencia da oração adverbial comparativa, como já vimos). f) Consecutivas: exprimem uma consequência, um resultado. Ele é tão gordo, / que mal passa pela porta. g) Finais: exprimem finalidade, objetivo
Vou estudar / para que eu passe no exame. h) Proporcionais: denotam proporcionalidade Quanto mais eu o vejo, mais o desejo. i) Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal. Quando você chegou, / eu saí. Obs.: Para classificar a oração subordinada adverbial, basta obedecer à classificação das conjunções subordinativas que a iniciam.
Orações Reduzidas Oração reduzida é aquela que possui o verbo numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Entre a oração principal e a oração reduzida não há conectivo. Ex.: Não dispondo de muito tempo, pedimos ajuda para o trabalho. Oração subordinada causal reduzida de gerúndio (= porque não dispúnhamos de muito tempo) A reunião feita pelos professores durou toda a tarde. Oração subordinada restritiva de particípio (= a reunião que os professores fizeram) É inútil gritar. Oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo (= ...que se grite)
Agente da Passiva É o termo que, na voz passiva, representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo. Vejamos: Voz ativa O aluno fez a lição. sujeito V.T.D. O.D. Voz passiva A lição Suj. paciente
pelo aluno. Agente da Passiva (quem Pratica a ação na voz passiva) Obs.: Somente os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos podem ser transformados em voz passiva, pois é o O.D. da voz ativa que será o sujeito paciente da voz passiva. Adjunto Junto
foi feita Verbo na voz passiva
Adnominal Junto
Adjunto Adverbial
O adjunto adverbial é essencialmente um modificador de verbo, dando circunstância (idéia) de: lugar, tempo, modo, intensidade, afirmação, negação, dúvida, causa, companhia, etc. Pode também intensificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio. É uma função desempenhada por advérbios ou locuções adverbiais. verbo Ex.: Às 3 horas da tarde, todos saíram. Adj. adverbial de tempo (modifica o verbo sair, dando circunstância de tempo) Ele corre muito. Adj. adverbial de intensidade (intensifica o verbo) adjetivo Ele é charmoso demais. Adjunto adverbial de intensidade (intensifica o adjetivo)
adv. Acordei demasiadamente cedo. Adjunto adverbial de intensidade (intensifica o advérbio)
ADJUNTO ADNOMINAL É o termo da oração que se refere diretamente a um substantivo, ligando-se a ele com ou sem preposição, e tem a função de determiná-lo ou caracterizá-lo. Ex.: Aquelas duas notícias trágicas não foram publicadas. (adj. adn)(subst)(adj. adn.) São as seguintes as classes gramaticais morfológicas que podem desempenhar a função de um adjunto adnominal.
a) artigo
Nome O menino saiu adj. adn.
b) numeral
Nome Dois meninos saíram adj. adn.
c) pronome adjetivo
Nome Meu pai saiu adj. adn.
Obs.: o pronome adjetivo aparece sempre ao lado de um nome (como no exemplo dado). Já o pronome substantivo substitui um nome, não pode, por isso, ser adjunto adnominal.
Aposto Termo que explica, desenvolve ou resume um nome.
Geralmente vem separado por vírgulas, ou outro sinal de pontuação. Exemplos: Dr. Benevides, um famoso cirurgião, participará de um congresso nos EUA. Aposto (explica quem é o Dr. Benevides) Fui à feira e comprei muitas coisas: Frutas, verduras, legumes e cereais. Aposto (desenvolve o termo coisas) Frutas, verduras, legumes e cereais: tudo estava muito caro. Aposto (resume: frutas, verduras, legumes e cereais)
VOCATIVO Vocativo ("evocare" = chamar) Elemento (de natureza exclamativa) empregado para chamar por alguém ou quando nos dirigimos a um ser (pessoa ou coisa). É um termo à parte da oração e não exerce nenhuma função sintática. Ex.: Deus! Oh, Deus! Vocativo Maria, Vocativo
Onde estás que não respondes? (Castro Alves) Venha aqui!
CONCORDÂNCIA NOMINAL •
Os adjetivos (que funcionam como adjuntos adnominais) concordam em gênero e número com o substantivo. Seus interesses pessoais só me prejudicam.
• Os adjetivos anteposto de dois ou mais substantivos devem concordar com o substantivo mais próximo. O hotel proporciona perfeito atendimento e localização. •
Os adjetivos pospostos a dois ou mais substantivos podem concordar com o substantivo mais próximo ou com todos eles. O hotel proporciona atendimento e localização perfeita. O hotel proporciona atendimento e localização perfeitos.
•
Adjetivo com função de predicativo de um sujeito ou de um objeto composto pode concordar com os núcleos desses predicativos. Pai e filho são amigos.
•
Adjetivo com função de predicativo de sujeito anteposto a esse sujeito pode concordar apenas com o núcleo mais próximo ou ficar no plural. É vergonhosa a fome e desemprego. São vergonhosos a fome e o desemprego
• Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo, podem ocorrer as seguintes construções. Estudo as línguas japonesa e chinesa. Estudo a língua japonesa e chinesa. • Com numerais ordinais anteposto a um único substantivo, podem ocorrer as seguintes construções. Encontrei os alunos da 5ª e 6ª série. Encontrei os alunos da 5ª e 6ª séries. •
Próprio, mesmo, anexo, incluso, quite, obrigado concordam em gênero e número com substantivo ou Pronomes a que se referem . Elas mesmas farão as apresentações. Estamos quites. Seguem inclusas as notas fiscais . Seguem anexos os recibos, Ela lhe disse obrigada. invariável Obs.: em anexo Ex.: Seguem em anexo as notas fiscais.
• Meia, bastante, como adverbio são invariáveis. Meia classe participará do campeonato. Bastante livros foram doados. • Meio, bastante como adverbio são invariáveis. Estou meio chateada. Eles são bastante gordos. •
Substantivos desacompanhados de determinantes (artigos, pronomes, numerais) podem ter sentido genérico. Desse modo: é proibido, é bom, é necessário, é permitido não variam. É proibido entrada de pessoas estranhas. Obs.: Se o substantivo for determinado, essas expressões são variáveis. É proibida a entrada de pessoas estranhas. •Alerta e haja vista são invariáveis. Ex.: Todos estão alerta. A situação e caótica. Haja vista o número de desempregados. A situação e caótica. Haja vista os altos índices de desemprego.
CONCORDÂNCIA VERBAL Regra Geral
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Nós compreendemos tudo Sujeito ª 1 pessoa do plural
Verbo ª 1 pessoa do plural Regra Básica para o Sujeito Composto
•
Sujeito composto anteposto ao verbo
Exemplo: Ele e seu amigo S. composto
o verbo vai para o plural.
conversam durante muito tempo verbo no plural.
Atenção para o sujeito composto formado por pessoas gramaticais diferentes: Teus amigos, tu e eu conversaremos ( = nós conversaremos) ª A 1 pessoa prevalece sobre as demais Tu e teus amigos conversareis ( = vós conversareis) ª A 2 pessoa prevalece sobre a 3ª ou Tu e teus amigos conversarão ( = vocês conversarão) (forma já legitmada por grande parte dos gramáticos) • Sujeito composto posposto ao verbo plural. Pouco disse o prefeito e o vereador. ou Pouco disseram o prefeito e o vereador
o verbo pode concordar com o sujeito próximo ou ir para o
• Sujeito composto posposto ao verbo, com idéia de reciprocidade Olharam-se, com estranheza, gato e rato
o verbo vai para o plural.
Casos de Sujeito Simples que Merecem Destaque
• Sujeito formado por expressão partitiva (parte de, uma porção de, a metade de, a maioria de, grande parte de) e coletivos, quando especificados + substantivo ou pronome no plural o verbo pode ficar no plural ou singular. A maioria das pessoas gostou/gostaram do espetáculo. Um bando de pássaros destruiu/destruíram a plantação. • Sujeito formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto o verbo concorda com o substantivo. de) + numeral e substantivo Mais de uma pessoa acertou na loto. (faz a concordância com "pessoa") Mais de cem pessoas acertaram na loto. (faz concordância com "pessoas") Obs.: Quando a expressão mais de um estiver associada a verbos que exprimem reciprocidade, deverá ser empregado somente o plural. Mais de mil pessoas se abraçaram depois de sessão.
• •
Nome próprio precedido de artigo o verbo vai para o plural. Nome próprio sem artigo o verbo fica no singular. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais é um estado brasileiro.
•
O sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural seguido de "de nós" ou "de vós" verbo pode concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal. Quais de nós são/somos culpados? Alguns de vós sabiam/sabíeis já o fato.
o
Obs.: Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo deve permanecer no singular. Qual de nós é o culpado?
•
O sujeito é formado por expressão que indica porcentagem seguida de substantivo concorda com o substantivo. 25% do orçamento foi para obras públicas. 70% dos entrevistados foram reprovados no teste.
o verbo
Obs.: Se a expressão que indica porcentagem não for seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. 99% querem a emenda. 1% é contra a emenda.
• O sujeito é um pronome relativo o verbo concorda com o antecedente desse pronome. Fui eu que fiz as compras. Foste tu que fizeste as compras. Ainda existem pessoas que são incapazes de uma caridade. • Com a expressão um dos que o verbo vai para o plural. Ele é um dos deputados que lutaram pela emenda. •
O sujeito é o pronome relativo que pronome. Fui eu quem fez o bolo. Fui eu quem fiz o bolo.
o verbo fica na 3ª do singular ou concorda com o antecedente do
Casos de Sujeito Composto que Merecem Destaque Sujeito composto formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos singular.
o verbo vai para o plural ou
Descaso e desprezo marcam/marca sua conduta.
•
Sujeito composto formado por núcleos dispostos em gradação concordar com o último núcleo do sujeito. Ao seu lado, uma hora, um minuto, um segundo me bastam/basta.
o verbo pode ir para o plural ou
•
Núcleos do sujeito composto unidos por ou ou nem o verbo fica no plural se o que se declara puder ser atribuído aos 2 núcleos ou fica no singular se o que se declara for atribuído a apenas um dos núcleos. Nem o aluno nem o professor acertaram a questão. (os dois erraram) Você ou ele será escolhido para o cargo.
•
Com a expressão um ou outro e nem um nem outro para o plural.
o verbo costuma ir para o singular ou pode ir
Um ou outro poderá/poderão fazer o trabalho.
• Com a locução um e outro o plural de verbo é mais freqüente, embora também se use o singular. Um ou outro podem fazer o serviço. ou Um ou outro pode fazer o serviço. •
O sujeito é formado por núcleos unidos por com o verbo pode ficar no plural (os 2 núcleos recebem um mesmo grau de importância) ou pode ficar no singular (enfatizando, assim, o 1º elemento). O pai com o filho saíram juntos. O pai com o filho consertou o carro (ênfase para o 1º elemento)
• Núcleos do sujeito unidos por expressões como: não só ..., mas também; não só ... como também; não apenas ... mas também, e outros semelhantes o verbo, de preferencia, fica no plural. Não só ele como também você deverão realizar a tarefa. • Se os elementos de sujeito composto forem resumidos por um aposto è o verbo concorda com o aposto. Muros, árvores, carros, tudo, a enchente levou.
O verbo e a palavra se Como já vimos, emprega-se o pronome se:
•
Como índice de indeterminação de sujeito (com verbos intransitivos, transitivos direto e indiretos) o verbo concorda com o sujeito.
3ª do singular Precisa-se de empregados.
•
Como partícula apassivadora (com verbos intransitivos, transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos) o verbo concorda com o sujeito.
3ª sing. Suj. sing. Aluga-se uma casa na praia. 3ª plural Suj. Plural Alugam-se casas na praia.
Concordância com os verbos haver, fazer, ser.
•
Verbo Haver
significado existir
é impessoal e deve ficar na 3ª do singular.
Havia pessoas demais ali Deve haver soluções viáveis para o caso.
• Fazer com idéia de tempo (cronológico ou meteorológico) Faz frio. Faz anos que não o vejo.
permanece na 3ª do singular.
Obs.: Os verbos haver e fazer já foram estudados, quando vimos oração sem sujeitos.
Ser
•
Verbo ser entre substantivo comum no singular e substantivo comum no plural para o plural ou poderá ficar no singular por uma questão de ênfase.
o verbo tende a ir
Sua cama são algumas tábuas retorcidas (tendência mais comum).
•
Verbo ser entre substantivo próprio e substantivo comum ou entre pronome pessoal e substantivo tende a concordar com o nome próprio e com o pronome. O professor aqui sou eu. Garrincha fez as incríveis diabruras com a bola.
• Verbo ser entre substantivo e pronome não pessoal Tudo eram flores em sua vida. • Nas expressões que indicam quantidade é invariável. Vinte quilos é muito. Dez minutos é pouco tempo. Quinhentos reais é pouco para as compras.
o verbo tende a concordar com o substantivo.
o verbo ser
•
Nas indicações de tempo o verbo ser concorda com a expressão mais próxima. É uma hora São três horas. Já é uma e dez. São cinco para as três. Hoje são dezoito de dezembro. (e: Hoje é (dia) dezoito de dezembro) pode estar elíptico DAR, BATER + horas
concordam com o sujeito expresso hora(s).
3ª pl. sujeito plural Deram onze horas no relógio. 3ª pl sujeito Bateram cinco horas da tarde no relógio. 3ª sing. Mas: O relógio deu onze horas. 3ª sing. O relógio da catedral vai bater duas horas.
Flexão do Infinitivo: Impessoal: É proibido conversar com o motorista. (considere-se ao processo verbal) Pessoal: É bom sairmos já (pessoal è atribui-se um agente ao processo verbal)
Infinitivo não flexionado
• Verbo assume valor substantivo Dormir é bom
• Infinitivo com valor imperativo Direita, volver • Quando o infinitivo é regido de preposição "de", complementa um adjetivo e assume valor passivo. Isso são ossos duros de roer (de serem roídos). •
Quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo adjetivo ou verbo da oração anterior. Foram obrigados a ficar Estão dispostos a aceitar Eu os convenci a aceitar
•
Quando o infinitivo = verbo principal de uma locução verbal. Queriam comparecer. Estão a dizer que fui eu?
• Quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa: Um verbo auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ou Um verbo auxiliar sensitivo (ver, sentir, ouvir, perceber) Faça os ficar. Não os vi entrar. Deixaram-nos sair. Obs.: Nas orações acima os pronomes oblíquos são sujeitos. (aparecem ao lado de um verbo causativo ou sensitivo e de um outro verbo no infinitivo).
Forma flexionada
• Quando o sujeito for diferente do sujeito da oração anterior. Ouvi gritarem meu nome. Suponho derem eles os responsáveis. •
É optativo quando a oração que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo apresentam como sujeito um substantivo. Mande os meninos entrarem.
•
Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior não. Eles iriam a Brasília para apresentarem sua proposta. Ênfase no plural pouco recomendável.
V. parecer Sing. Elas parecem querer. Elas [parece] quererem.
DICA DE CONCORDÂNCIA Está certinha a frase:
a. É proibida entrada. b. É proibido a entrada de estranhos. c. É proibido saída pela porta dos fundos.
flexionado ou
d. É proibido a falta de educação no recinto. "Entrada é o substantivo. O adjetivo deveria concordar com ele. Ou não?" Há mais mistérios sobre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia, já dizia Shakespeare. Com essa expressão também. O x do quebra-cabeça é o artigo. Se o bichinho acompanhar o substantivo, proibido concorda com ele. Caso contrário, nada feito. O adjetivo fica no masculino e não abre. Compare: É proibida a saída pela porta dos fundos. É proibido saída pela porta dos fundos. *É proibida a falta de educação nas dependências desta empresa. É proibido falta de educação nas dependências desta empresa. É proibida a entrada de estranhos. É proibido entrada de estranhos. resposta do teste: C
REGÊNCIA Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual outra depende é chamada de termo regente. Ex.: A menina não gosta de jiló. (regente) preposição (regido) A regência pode ser nominal ou verbal.
REGÊNCIA NOMINAL É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo, ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência: Observe: Acesso a, em, para Acostumado a, com Amor a, de, para, para com Ânsia de, por Ansioso de, para, por Apaixonado com, de, por Apto a, para Atenção a, para, sobre, com, para com Atencioso a, com, para com Aversão a, em, para, por Digno de Estima a, por, de Falta a, com, contra, para com Fértil de, em
Gosto a, de, para, por, em Inveja a, de Jeito de, para Obediência a Orgulhosos com, de, por Pronto a, para, em Próximo a, de Respeito a, de, por Feliz com, de, em ,por Contente com, de, em ,por Aliado com, a Simpatia a, para, com, por Curioso de, por
REGÊNCIA VERBAL
É o estudo de relação que se estabelece entre os verbos e seu complementos. DICA A regência do verbo ir está do jeito que o professor gosta em: a. Quando eu morrer, com certeza vou pro céu. b. Vai pra Campos do Jordão no fim de semana? c. Fui pro cinema, mas a fila estava muito grande. d. Ele vai pra praia todas as manhãs. Ir para quer dizer adeus: partir por longo tempo ou para ficar: • "Quando eu morrer, com certeza vou pro céu", escreveu Álvaro Moreyra. •Vou para São Paulo. Lá, há mais oportunidades de trabalho. •Quando me aposentar, vou para uma praia distante. Quero viver em contato com a natureza. Ir a significa até logo, saída curta, pra voltar rapidinho: •Vou ao cinema. •Paulo vai a Curitiba fazer uma consulta médica. •Você vai a Campos do Jordão no fim de semana? Exceção? Só três. As diferenças confirmam a regra. O lugar onde se mora, trabalha ou estuda pede para: •Vou pra casa às 8h. •Ele vai para a loja de ônibus. •Vou para a universidade à tarde. resposta do teste: A
REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS Assistir No sentido de "presenciar", "estar presente", "ver", deve ser transitivo indireto. No sentido de "assessorar", "acompanhar", "prestar socorro" é transitivo direto. O médico assiste seu paciente. Assistimos o jogo pela tevê. Obs.: Com o sentido de socorrer o verbo assistir admite também objeto indireto. O sacerdote assistia aos doentes na sangrenta luta. Com o sentido de "residir", "morar", "exerce um cargo em", intransitivo. Ela assiste, atualmente, na secretaria da saúde. Com sentido de "caber", "ser direito", é transitivo indireto. Tais obrigações não assistem aos alunos. Aspirar No sentido de "sorver", "tragar", "respirar", é transitivo direto. O aparelho aspirou todo o pó do carpete. No sentido de "desejar", "pretender", é transitivo indireto. Aspiro àquele cargo há anos. Chegar Deve-se dizer chegar a e não chegar em "Cheguei à casa de minha mãe bem tarde. Crer
No sentido de "acreditar", "dar como verdadeiro", é transitivo direto Ex.: "Admito a possibilidade de milagres, creio os que a igreja manda crer". (Rebelo da Silva) No sentido de "ter fé", "ter confiança", é transitivo indireto. É preciso crer na justiça. No sentido de "julgar", "supor", é transitivo com predicativo do objeto. Eu o creio (como) uma boa pessoa. Obedecer e desobedecer São transitivos indiretos. Obedeço aos meus pais. Obs.: Apesar de serem transitivos indiretos admitem a voz passiva analítica. Meus pais são desobedecidos por mim. Informar Apresenta objeto direto de coisa e objeto indireto de pessoa. Informe os preços das mercadorias aos clientes O.D. O.I. No período composto: Informe aos clientes que os preços baixaram. Informe-lhes que os preços baixaram. Informe os clientes de que os preços baixaram. Informe-os de que os preços baixaram. Obs.: A mesma regência de informar cabe a avisar, certificar, notificar, prevenir. Antipatizar, simpatizar São verbos transitivos indiretos Eu simpatizo com ele. Não são verbos pronominais. É incorreto dizer: Eu me simpatizo com ele. Lembrar e esquecer Lembrar admite 3 construções O.D. Eu lembrei o compromisso em cima da hora. (lembrar = recordar) O.I. Eu lembrei-me do compromisso em cima da hora. (lembra = recordar) Sujeito Lembrou-me agora aquele compromisso. (neste caso, o verbo tem o sentido de "ocorrer", "vir à mente" ) Com o verbo esquecer ocorre o mesmo: O.D. Esqueci o dinheiro.
O.I. Esqueci-me do dinheiro. Sujeito Esqueceu-me o dinheiro da empregada. Agradecer, perdoar, pagar Esses verbos apresentam objeto indireto de coisa e objeto indireto de pessoa . Agradeço sua colaboração. / Agradeço aos presentes. Perdoei seus pecados. / Perdoei ao agressor. Paguei as contas. / Paguei ao leiteiro. Responder É transitivo indireto. Respondi a todas as perguntas. Apesar de transitivo indireto, também admite voz passiva analítica. Todas as perguntas foram respondidas por mim. Agradar No sentido de "fazer carinho", "acariciar", é transitivo direto. O pai agradou o filho. No sentido de "satisfazer", "ser agradável a", é transitivo indireto. O cantor não agradou ao público. Querer No sentido de "desejar", "ter vontade de", é transitivo direto. Queremos melhores condições de trabalho. No sentido de "ter afeição", "amor" é transitivo indireto. Quero muito aos meus pais. Visar No sentido de "mirar", "apontar", "pôr visto" ou "rubricar", é transitivo direto. O arqueiro visou o alvo. No sentido de "ter em vista", "ter como objeto", é transitivo indireto. Ele visa a conquistar uma melhor posição social. Preferir No sentido de "gostar mais de", é transitivo direto e indireto. Prefiro matemática a Português. (É incorreta a construção: Prefiro matemática do que Português.) (Não se deve também dizer: Prefiro mais... ) Gostar No sentido de "experimentar", é transitivo direto. Gostei o vinho chileno.
No sentido de "ter afeição a", é transitivo indireto. Não gostei do que você fez. Precisar No sentido de "determinar com exatidão", é transitivo direto. Precisei todos os prós e contras. No sentido de "ter necessidade", é transitivo indireto Não preciso do seu dinheiro para viver. Ansiar No sentido de "causar mal-estar", "angustiar", é transitivo direto. O trabalho ansiava-o. No sentido "desejar ardentemente" é transitivo indireto. Ansiava pelo cargo há anos. Namorar É transitivo direto Eu namorei Paulo durante dois anos. (É incorreta a construção: Eu namorei com Paulo durante dois anos). Nota Sabemos que os pronomes pessoais do caso oblíquo que funcionam como objetos diretos são: o, a., os, as, (que podem assumir as formas lo, la, los, las, no, na, nos, nas, dependendo das formas verbais a que estão associados). Já como objetos indiretos funcionam os pronomes lhe e lhes. Esses pronomes só acompanham os verbos transitivos diretos para indicar posse (funcionando, neste caso, como adjunto adnominal). Ex.: Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto). Chamar No sentido de "convocar", "solicitar a atenção ou a presença de" (em voz alta , é transitivo direto. Por favor, chame-o mais cedo amanhã. Chamei-a várias vezes, mas ela não me ouviu. No sentido de "dominar", "tachar", apelidar", pode ser transitivo direto ou indireto. Normalmente é usado com predicativo do sujeito, introduzido ou não pela preposição de. A polícia chamou o homem mercenário / A polícia chamou-o mercenário. A polícia chamou ao homem mercenário / A polícia chamou-lhe mercenário. A polícia chamou o homem de mercenário / A polícia chamou-o de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário / A torcida chamou-lhe de mercenário. Implicar No sentido de "ter como conseqüência", "acarretar" e transitivo direto. Sua negligência implicou o cancelamento do projeto. No sentido de "ter implicância", é transitivo indireto. Ela implica muito comigo.
No sentido de "envolver", "comprometer", é transitivo direto e indireto. Acabaram implicando o mordomo no crime.
A CRASE Crase é a fusão, a sobreposição de dois as, comumente preposição e artigo feminino.
a + a (s) = à(s) I - CASOS EM QUE NÃO EXISTE ARTIGO, SENDO O " A" APENAS PREPOSIÇÃO. 1. Antes de palavra masculina: Voltamos a pé. O artigo feminino não pode estar antes de palavra masculina. 2. Antes de artigo indefinido (um, uma): Entregou-se a uma pessoa leviana. Não pode haver, diante de um substantivo, ao mesmo tempo, um artigo definido (a) e um indefinido (uma). Nota: Antes de uma poderá haver crase em duas hipóteses: a) quando "uma" for numeral, caso em que é possível substituí-lo por "duas": Ele chegou à uma hora. Ele chegou às duas hora. b) na expressão à uma, significando "ao mesmo tempo": Todos à uma começaram a vaiar. 3. Antes de verbo: Limita-se a cantar sambas. Pode-se usar artigo antes de verbo (quando for substantivo), mas esse artigo será o masculino (Gosto de ouvir o cantar dos pássaros), nunca o feminino. 4. Antes de pronomes, exceto os possessivos (ver o item IV): Devo a ela minha aprovação. (pessoal reto) Glória a ti, que soubeste vencer! (pessoal oblíquo) Não me dirijo a qualquer pessoa. (indefinido) Dedicou a vida a essa causa. (demonstrativo) Solicito a V.Ex.ª um despacho favorável. (tratamento) A quem te referes? (interrogativo) Antes desses pronomes jamais aparece artigo. Observação: Os pronomes de tratamento senhor, senhora e senhorita admitem artigo, podendo ser encarados, para efeito de crase, como palavras comuns. Antes de pronomes relativos pode haver crase. 5. Quando a palavra que vem após o a (preposição invariável) estiver no plural: Dedicava-se a causas nobres. Se houvesse o artigo, esse deveria concordar com "causas", e o s apareceria. Muita atenção para este caso: trata-se de um a (preposição simples, sem s) e de uma palavra no plural (com s). Se tivéssemos escrito "Dedicava-se às causas nobres", a construção seria outra na forma e no sentido, e a solução é a do caso comum (item III). 6. Antes do sujeito: Chegou a hora de resolver isso. Ouvem-se, ao longe, as vozes dos animais. Antes do sujeito, jamais haverá preposição.
II - CASO EM QUE NÃO EXISTE PREPOSIÇÃO, SENDO O "A(S)" APENAS ARTIGO - Quando, antes do a(s), houver uma preposição: Insurgiu-se contra as autoridades. Compareceu perante a comissão de inquérito. Houve desavenças entre as partes. O concerto foi marcado para as 21 horas. As palavras contra, perante, entre e para, como já vimos, são preposições; não poderia haver outra, a preposição a, junto ao artigo. Observação: Até, quando significa mesmo, ainda, é advérbio; por isso, pode haver crase depois dele: O bom leitor dá atenção até às vírgulas.
III - CASO COMUM DE CRASE 1. Quando é que, "sobre" a preposição, está o artigo, caracterizando a crase? Na prática, é muito simples fazer essa verificação; basta aplicar o seguinte artifício: Substitui-se a palavra feminina que estiver depois do a(s) por uma masculina, respeitando a estrutura da frase. Então: a) se, no lugar do a(s), aparecer ao(s), haverá preposição e artigo; portanto, crase: Não foi à festa das amigas. (Não foi ao baile das amigas.) Disse às amigas que estava resfriado. (Disse aos amigos que estava resfriado.) As combinações ao e aos que aparecem nos artifícios provam a existência das contrações à e às (crase) nos exemplos. b) se, no lugar do a(s), aparecer o(s), não haverá preposição e, evidentemente, não haverá crase: Vendeu a casa em que morava. (Vendeu o prédio em que morava.) Perdi as peças do jogo. (Perdi os dados do jogo.) Os artigos o e os dos artifícios provam que a e as dos exemplos não passam também de simples artigos definidos. c) se, ao substituir-se a palavra feminina por uma masculina, permanecer, antes desta, a, isso quer dizer que ele será apenas preposição. Escreveu o bilhete a máquina. (Escreveu o bilhete a lápis.) Estávamos face a face. (Estávamos rosto a rosto.) Observação: Como o artifício prova, essas expressões repetidas ("cara a cara", "boca a boca" etc.) jamais apresentam crase. 2. Outros exemplos com respectivos artifícios: - Escreveu à mãe, pedindo a grana de que precisava. (Escreveu ao pai, pedindo o dinheiro de que precisava.) - Minha boa mãe, devo à senhora as maiores alegrias da vida. (Meu bom pai, devo ao senhor os maiores prêmios da vida.) - À esquerda, navegava um barco a vela. (Ao lado, navegava um barco a vapor.) - Andava às cegas à cata de amigas; por isso, só encontrou as infelizes. (Andava aos trambolhões ao encalço de amigos; por isso, só encontrou os infelizes.) - Bebeu toda a cerveja, mas não aplacou a sede que, às vezes, lhe invadia a alma dilacerada.
(Bebeu todo o vinho, mas não aplacou o sofrimento que, aos ensejos, lhe invadia o coração dilacerado.) 3. Às vezes, como no último exemplo, surge certa dificuldade para fazer a substituição, ou porque não se encontra uma palavra masculina que agrade, ou porque a expressão em que está o a(s) não tem similar com masculino. No primeiro caso, basta dizer que a palavra masculina não precisa guardar qualquer relação de sentido com a palavra feminina; o que interessa manter é a construção, a mesma estrutura frasal. Por exemplo: "Dirigiu-se à feira." O artifício poderia ser: "Dirigiu-se ao mercado." Mas também poderia ser:"Dirigiu-se ao cinema", "Dirigiu-se ao encontro", "Dirigiu-se ao inferno." No segundo caso, ou seja, quando não há similar com masculino, a solução é familiarizar-se com tais expressões, que não são muitas. Eis as mais freqüentes: à baila à bessa à bica à bruta à busca de à cata de à custa de à disposição à espera de à força à frente
à gandaia à grande à guisa de à larga à luz de à maneira de à mão à míngua à mercê de à mostra à parte
à procura de à regalada às apalpadelas às avessas às boas às carradas às cegas às claras às escondidas às ocultas às pressas
às tontas às vezes à superfície à testa de à toa à tona à traição à unha à vela solta à vista à vontade
4- Em duas circunstâncias, a palavra feminina a substituir está subentendida: a) Fui à Casa Campos Refere-se à Globo. b) Estava vestido à polonesa. Ainda há quem escreva à Vieira. No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica ("empresa", "livraria", "companhia", "construtora", "oficina" etc.) a que pertence o nome próprio. Assim: Fui à empresa Casa Campos Refere-se à Livraria do Globo. O artifício provaria: Fui ao reduto Casa Campos. Refere-se ao livreiro do Globo. No segundo caso, subentende-se a palavra "moda": Estava vestido à moda polonesa. (Estava vestido ao jeito polones.) Ainda há quem escreve à moda de Cardin. (Ainda há quem escreva ao estilo de Cardin.) 5. Crase antes de hora. Caso interessante ocorre quanto à crase antes de horas, não por ser realmente um caso à parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso surgem. Na realidade, não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale também para esse caso. Assim, antes de horas, pode ou não haver crase, bastando aplicar os mesmos recursos: Compareceu às 15 horas. (Compareceu aos 15 minutos.) À 1 hora, irá ao encontro. (Ao 1º minuto, irá ao encontro.) Virá daqui a duas horas. (Virá daqui a dois minutos.) A prova estava marcada para as 10 horas. ("Para" é preposição. Veja o Item II).
Os estabelecimentos deveriam abrir das 10 às 16 horas. (Os estabelecimentos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)
IV - CASOS FACULTATIVOS 1. Antes dos Pronomes Possessivos O emprego do artigo antes desses pronomes é facultativo. Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa. É, mas em certa circunstância e nada mais. Comecemos por examinar estes exemplos: a) Dirigiu-se humildemente a seu pai. b) Disse não dever nada a seus irmãos. c) Disse não dever nada a suas irmãs. Pelas razões expostas no item I (1 e 5), em nenhuma dessas frases existe artigo, não se caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos, teremos: a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai. b) Disse não dever nada aos seus irmãos. E, obrigatoriamente: c) Disse não dever nada às suas irmãs. Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve algo a alguém), e passou a existir o artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada. Vejamos, agora, estes exemplos: a) Por que vendeste a tua casa? b)Não me interessam as tuas angústias. Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é obrigatória: é proibida, porque não há preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos escrever: a) Por que vendeste tua casa? b) Não me interessam tuas angústias. Examinemos, enfim, os exemplos seguintes: a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe. b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe. Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem se dirige, dirige-se a alguém), e o artigo é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase. Conclusão: Para haver crase facultativa antes de possessivo, é preciso que ele esteja no feminino singular e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é obrigatória. 2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas) Femininos Sendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes próprios de pessoas, é facultativo o uso da crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição. a) Pediu um empréstimo a Helena. b) Pediu um empréstimo à Helena,. Evidentemente, sem preposição não se admite crase. Vi a Helena no cinema. Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo, mas jamais indicar crase. Vi Helena no cinema. O artifício de substituir por nome masculino funciona aqui da seguinte maneira: surgindo a ou ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.
V - CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades) Se o topônimo admite artigo feminino e houver preposição, haverá crase: Referiu-se à França.
Mas se o topônimo não admite artigo, de forma nenhuma haverá crase: Disse que iria a Paris. O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no início de uma frase qualquer, em função de sujeito. A França possui muitos monumentos famosos. A Bahia é a terra de Castro Alves. Paris é centro cultural. Santa Catarina progrediu muito. França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina rejeitam-no. Observe bem que o fato de o nome da localidade admitir artigo não é a razão suficiente para a existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição: Percorreu a Itália de automóvel. Fazia à Itália os maiores elogios. Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no segundo exemplo há também a preposição. Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de um elemento determinante admite artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao seu lado o determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo. A Roma antiga era dissoluta. A Roma dos césares era dissoluta. Por conseguinte, há crase em frases como: Referiu-se à Roma antiga. Devemos muito à Roma dos césares.
VI - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S) ANTES DE QUE, QUEM, QUAL, QUAIS E DE. Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer a crase antes do que, quem, qual, quais (pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos outros casos. Bastará aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por uma masculina, com a diferença de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará antes do a(s) e não depois. Exemplos: 1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes. (O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.) 2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo construir. (O lar de Maria é semelhante ao que pretendo construir.) 3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo. (O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.) 4) As obras recentemente iniciadas, às quais se destinou vultosa verba, serão concluídas antes do prazo. (Os prédios recentemente iniciados, aos quais se destinou vultosa verba, serão concluídos antes do prazo.) 5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros. (O saber de certos homens é igual ao dos burros.) Observações: 1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso tomar cuidado para não substituí-lo por qual ou quais, pois isso dará solução errada. Esta é a obra a que me dedico. Artifício certo: Este é o livro a que me dedico. Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico. 2) O de pode estar combinado com outras classes, o que em nada altera a regra. Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra. (Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.) 3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão didática, nunca aparece crase. Esta é a moça a quem dedicou seus poemas. (Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)
VII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO.
O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode contrair-se com a preposição: a + aquele(s) =àquele(s) a + aquela(s) =àquela(s) a + aquilo =àquilo. Como verificar a existência dessa preposição nas frases? É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por este(s), esta(s) ou isto. Se, na substituição, aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase. O que dizer àqueles que não escutam? (O que dizer a estes que não escutam?) Àquela que vencer daremos uma viagem. (A esta que vencer daremos uma viagem.) Referiu-se àquilo como coisa certa. (Referiu-se a isto como coisa certa.) Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não haverá crase "sobre" aquele(s) , aquela(s) ou aquilo. Percorria aqueles caminhos com desenvoltura. (Percorria estes caminhos com desenvoltura.) Eram muito tristes aquelas cenas da guerra. (Eram muito tristes estas cenas de guerra.) Aquilo não era coisa que se fizesse. (Isto não era coisa que se fizesse.)
RESUMINDO NÃO, ANTES DE • Pronomes relativos (ex: eis a mulher a cuja empregada ajudamos) • Verbos (ex: a fazer) • Artigo indefinido (ex: a uma) • Pronome pessoal (exs: a ela, a V.a) • Pronome indefinido (a cada, a toda, a alguma, a nenhuma, a essa, a esta, a certa) • Pronome interrogativo (ex: A qual?) • Locuções repetidas (ex: gota a gota) • Preposição (ex: ante a comissão) • Terra # bordo (ex: o navio voltou a terra) • Casa = residência (ex: voltei a casa) Obs: voltei à casa dos sonhos (com complemento = determinada) às sete horas / refiro-me às três candidatas (numeral determinado) não vejo bem a distância / ele estava à distância de dez metros (com complemento) SIM, ANTES DE • Locuções adverbiais femininas (exs: às vezes, à noite) • Locuções conjuntivas femininas (ex: à medida que) • Locuções prepositivas femininas (exs: em frente à grade, à procura de) • Pronomes demonstrativos (ex: àquele, àquilo) • Conjunção proporcional (à medida que, à proporção que) • Horas (ex: às 13:00 horas) • "À moda" (ex: à inglesa) • Nome de lugar (ex: fui à Bahia) Obs: vou a Roma (venho de Roma), vou à Itália (venho da Itália) resposta igual à que dei (determinada) OPCIONAL
• •
Pronomes possessivos (ex: a/à sua, a/à dela) Substantivos próprios (ex: a/à Sônia por: Virá daqui a um minuto (só preposição, sem artigo).
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Compreensão, Interpretação e reescritura de textos com domínio das relações morfossintáticas semânticas e discursivas. Texto
A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a idéia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado, um todo coeso e coerente. Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo socialmente por meio do seu discurso. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. TEXTO LITERÁRIO Conotação Figurado, subjetivo Pessoal TEXTO NÃO-LITERÁRIO Denotação Claro, objetivo Informativo TIPOS DE COMPOSIÇÃO 1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve: I) Quem? Personagem; II) Quê? Fatos, enredo; III) Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; IV) Onde? O lugar da ocorrência; V) Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; VI) Por quê? A causa dos acontecimentos. 3. Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Instruções Gerais Em primeiro lugar, você deve ter em mente que interpretação de textos em testes de múltipla escolha pressupõe armadilhas da banca. Isso significa dizer que as questões são montadas de modo a induzir o incauto e sofrido concursando ao erro. Nesse sentido, é importante observar os comandos da questão (de acordo com o texto, conforme o texto, segundo o autor...). Se forem esses os comandos, você deve-se limitar à realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas extrapolam as verdades do texto; ou ainda diminuem essas mesmas verdades; ou fazem afirmações que nem de longe estão no texto.
Exemplo de Editorial Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...) Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens. No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante. Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar. Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado. (adaptado de: Superinteressante, agosto, 1997, p.4) Questão 15 da prova de 98 Considere as seguintes informações sobre o texto: I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da história dos índios brasileiros. II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros. III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) Apenas II e III Resposta correta: B Comentários: A afirmação I usa a palavra único, e você deve ter muito cuidado com essa palavrinha, geralmente ela traz uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles. A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto. Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor expresso. A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura textual do moderno jornalismo. Testes Vamos aproveitar alguns textos de provas de vestibulares, para formularmos algumas questões bem emblemáticas em relação à interpretação de textos. Questão 1 Qual das alternativas abaixo é a correta:
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários. Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (...) C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus. As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço. D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores. Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros. E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto. (Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.) Resposta A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios. B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto. C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução, uma diminuição da verdade textual. D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Tratase de um acréscimo à realidade textual. E) Resposta Correta. Questão 2 Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto. A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das autoridades coloniais portuguesas.
B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo europeu e a abandonarem sua religião de origem. C) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma mesma origem não permanecessem juntos. D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas alguns traços culturais, como sua religião. E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de origem européia. Resposta A) O texto não classifica como erro das autoridades coloniais. Essa é uma inferência que o leitor poderá fazer por sua conta e risco. B) O autoritarismo era dos proprietários de escravos e das autoridades. Busca-se aqui confundir o aluno dizendo que era o autoritarismo dos religiosos. Há uma troca, uma inversão das afirmações do texto. C) Resposta Correta: Essa afirmação está no texto. D) A afirmação contradiz o que está no texto. As línguas africanas foram, inclusive, aprendidas por alguns clérigos. E) A afirmação exagera a verdade textual. O autor não chega a tanto. Se você chegar a essa conclusão é por sua conta e risco. Questão 03 Marque a alternativa correta, segundo o texto O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua. A) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço. Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina. B) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina. C) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo. Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras. Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia. Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas. D) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio.
Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo. E) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio. Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice. (Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição. Folha de S. Paulo, São Paulo 30 abril de 1998.) Vocabulário Inexorável - inabalável - inflexível Lúgubre - triste - sombrio - sinistro Estapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas Resposta Atente para este texto: trata-se de um artigo jornalístico. Observe como ele atende às características assinaladas na tipologia textual do jornalismo. A) Observe que o texto usa o advérbio normalmente, mas a afirmação emprega sempre, mudando a verdade do texto. B) Novamente, se compararmos com o texto, veremos que o autor afirma que o episódio talvez seja a pior mancha da história. Na afirmação, foi usado o advérbio indiscutivelmente acrescido de a pior mancha. Tratase de um exagero, um acréscimo à realidade do texto. C) Resposta Correta: O texto afirma que nem sempre o avanço do conhecimento é um processo linear. D) A ala dos estudantes apresentava maiores problemas de contágio, pois as pias foram instaladas lá, justamente para lavar as mãos dos estudantes que trabalhavam na dissecação de cadáveres. E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto trata-se de uma exterioridade. Você, pode achar verdadeiro, mas a conclusão será pessoal Questão 04 Com base no texto, assinale a alternativa correta. A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada. B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta. C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal. D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta. E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez. Questão 05 A partir da leitura do texto, é possível concluir que: A) o livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.
B) a teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser provada cientificamente. C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século passado. D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão. E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta. Questão 04 - Resposta Instruções: As questões 4 e 5 devem merecer atenção. Estamos diante de questões de inferências. As alternativas corretas não estão propriamente no texto, mas poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor nos autoriza a concluir por elas. A) O autor não classifica de atrasada a medicina européia da época. B) Novamente o advérbio colocado para trair a atenção do aluno: sempre. Trata-se de um acréscimo, de um exagero. C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio. Veja como as armadilhas são sempre as mesmas. Se você as conhecer, ficará bem mais fácil chegar à resposta correta. D) O texto simplesmente diz que ele se feriu. Não dá as causas. E) Resposta Correta: Foi de fato uma estupidez. Essa é uma conclusão possível do texto. Observe que o autor declara: "Mais incrível é o que aconteceu em seguida". Questão 05 - Resposta A) O livro foi recentemente publicado no Brasil. B) Os microorganismos eram desconhecidos à época. Essa alternativa é perigosa, pode confundir o aluno. C) Não há referência sobre essa afirmação. Os motivos, como já vimos, foram outros. D) Semmelweis foi execrado por ter sido desmentido e por suas descobertas serem atribuídas à superstição. E) Resposta Correta: Pode-se, tranqüilamente chegar a esse conclusão. Questão 06 Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã, o processo mais eficiente para buscar no próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em A) considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo tradutor da obra para o italiano. B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de preposição. C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio. D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva e rituais de purificação. E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã.
Resposta Todas as provas DE CONCURSOS PÚBLICOS ou VESTIBULARES trazem questões de vocabulário. Empiricamente, você, candidato, quando não sabe o significado de uma palavra, busca o contexto. Cuidado! Não é o contexto sintático. Saber se uma palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não define o seu valor semântico. Não confunda semântica com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras dessa cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de bom humor. A banca também se diverte. O que anã e romã tem em comum com xamã? Gozação. As questões a seguir estão baseadas no seguinte texto: 01 Lá pela metade do século 21, já não 02 haverá superpopulação humana, como 03 hoje. Os governos de todo o mundo - 04 presumivelmente, todos democráticos - 05 poderão incentivar as pessoas à reprodu- 06 ção. E será melhor que o façam com as 07 melhores pessoas. A eugenia humana - 08 isto é, a escolha dos melhores exemplares 09 para a reprodução, de modo a aprimorar a 10 média da espécie, como já se fez com ca- 11 valos - encontrará o período ideal para 12 sair da prancheta dos cientistas para a vi- 13 da real. Pessoas selecionadas por suas 14 características genéticas serão emprega-15 das do estado. O funcionalismo público te-16 rá uma nova categoria: a dos reprodutores.17 Este exercício de futurologia foi apresen-18 tado seriamente pelo professor do Institu-19 to de Biociências da USP Osvaldo Frota-20 Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Ale-21 manha - Ética e Genética, quarta-feira à 22 noite. [...] Nas conferências de segunda e 23 terça, a eugenia foi citada como um perigo 24 das novas tecnologias, uma idéia que não 25 é cientificamente - e muito menos etica- 26 mente - defensável. (TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. Zero Hora, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno) Questão 07 Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto. I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico, como indica o primeiro parágrafo. II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da palavra seriamente na linha 18. III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela que esta é uma concepção controversa. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. Questão 08 Assinale a alternativa que está de acordo com o texto. A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é considerado excessivo. B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial.
C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor FrotaPessoa é a futurologia. D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética. E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma oportunidade de trabalho apenas para homens. Questão 09 Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana: I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie. II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares. III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. Questão 07 - Resposta Normalmente em provas de Concursos e Vestibulares é solicitado do concursando este tipo de informação: saber de quem é a opinião. Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas expressa o ponto de vista de outra pessoa. A resposta correta é D. Questão 08 - Resposta A) Resposta Correta: Hoje existe superpopulação. B) A causa da queda da população não foi revelada no texto. C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas um exercício de futurologia. Novamente a banca tenta iludir e confundir você. Cuidado! D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas tecnologias não é a ética, mas sim a eugenia. E) Em absoluto o texto afirma que são os homens: aborda as pessoas em geral. Além disso, também não faz afirmações sobre o mercado de trabalho. Questão 09 - Resposta O uso restritivo de humana diz exatamente isto: humana. Logo, não se estende a outras espécies. Resposta Correta: D Texto O peso original volta depois das dietas 01 O corpo humano, mesmo submetido 02 ao sacrifício de uma dieta alimentar 03 rígida, tem tendência a voltar ao peso 04 inicial determinado por um equilíbrio 05 interno, segundo recente estudo reali- 06 zado por cientistas norte-americanos. 07 Depois do aumento de alguns quilos 08 supérfluos, o metabolismo buscará 09 eliminar o peso excessivo. 10 O corpo dispõe de um
equilíbrio que 11 tenta manter seu peso em um nível 12 constante, que varia em função de 13 cada indivíduo. O estudo sugere que 14 conservar o peso do corpo é um fenô- 15 meno biológico, não apenas uma ati- 16 vidade voluntária. O corpo ajusta seu 17 metabolismo em resposta a aumentos 18 ou perdas de peso. Dessa forma, 19 depois de cada dieta restrita, o metabo- 20 lismo queimará menos calorias do que 21 antes. Uma pessoa que perdeu recente- 22 mente pouco peso vai consumir menos 23 calorias que uma pessoa do mesmo 24 peso que sempre foi magra. A pesquisa 25 conclui que emagrecer não é impossí- 26 vel, mas muito difícil e requer o consu- 27 mo do número exato de calorias quei- 28 madas. Ou seja, uma alimentação mo- 29 derada e uma atividade física estável a 30 longo prazo. (Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995) Questão 10 Segundo o texto, é correto afirmar: A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo. B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico. C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual. D) O ajuste de peso significa queima de calorias. E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta. Questão 11 Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 03), A) menos rigorosa B) austera C) severa D) íntegra E) séria Questão 10 - Resposta Antes de mais nada, observe que o texto é um editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto, não há um autor em especial declarado. A) O texto busca exatamente mostrar o contrário. B) Conservar o peso é um fenômeno biológico. Temos, de novo, uma inversão com o objetivo de confundir o aluno. C) Resposta Correta: Existem outros fatores. D) Essa afirmação não está no texto. E) O número exato de calorias queimadas depende de outros fatores. Questão 11- Resposta Esse tipo de questão é muito comum: ele propõe a substituição de palavras. Em alguns Concursos ou Vestibulares, em vez de uma, aparecem três palavras, tornando o exercício mais trabalhoso. A palavra rígida só não pode ser substituída por íntegra, que vem de integridade, honestidade.
CRITÉRIOS PARA UMA BOA PRODUÇÃO DE TEXTOS O que observar ? I - Quanto ao aspecto estético;
- legibilidade da letra; - travessão; - paragrafação; - ausência de rasuras II - Quanto ao aspecto gramatical: - Ortografia; - Acentuação; - Concordância; - Pontuação; - Colocação pronominal; - Regência Verbal. III- Quanto ao aspecto estilístico : - Repetição de palavras; - Frases longas. Emprego de palavras desnecessárias ; - Uso inadequado do pronome onde; - Uso de adjetivos inexpressivos. Presença de elementos da língua falada (oralidade); - Emprego repetitivo das palavras que, porque e mas; - Prolixidade. IV- Aspecto estrutural Na narrativa - Presença de um conflito básico ou de uma idéia central, seqüência lógica - temporal. - Seqüência entre as idéias. - Presença de aspectos pertinentes à idéia (conflito) central. - Mundo interior da personagem (o que ela pensa e sente). - Seleção das falas da personagem. - Caracterização física e/ ou psicológica da personagem. - Criação do suspense. - Desfecho, Coerência do foco narrativo. - Coerência entre os fatos apresentados. Na descrição - Descrição das personagem (s) com características físicas e psicológicas. Seleção dos detalhes com uma idéia básica. Na dissertação - Seleção dos argumentos. - Análise de efeitos argumentativos de um recurso expressivo. - A Tese. - Desenvolvimento da análise de um problema. - Esquema de argumentação.
I - NARRAÇÃO A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de caráter dinâmico, onde o verbo predomina. É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - - um narrador na 1° ou 3° pessoa; - apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram. A caracterização é a fala dos personagens. O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem (aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não tem, a princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno sobre a totalidade dos seres que participam de sua história . Se por acaso, um narrador personagem passar mais informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do
narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual. Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo). Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções. Ex: "Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos, Porém, eu tenho esse defeito. Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor. Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, Cheia de espinhos, cheias de pedras, Sobem a ladeira que levam a Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.". A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço. - tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante. Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade seqüencial (os fatos seguem-se uns aos outros , na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações). - espaço pode ser: físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc; social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se congregam para fins sociais: cinema, sala de aula, baile. Discurso direto e indireto O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, quando o narrador está falando e transfere suas falas às personagens, nesse momento as personagens assumem o fio da narrativa. Ocorre a introdução do verbo dizer e outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:-). Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola. A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá. No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. Os sinais de pontuação são trocados pela conjunção que, conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos. Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse. Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos que estão no presente vão para o passado, os que estão no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira "aquilo lá" e "esta" vira "aquela". Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho contrário. Veja alguns exemplos: Do direto para o indireto: - A chuva veio logo, disse ele. Ele disse que a chuva vinha logo. - Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos. Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o que falar. Do indireto para o direto: O marido perguntou se Diva queria café no quarto. O marido perguntou: - Quer café no quarto, Diva ? Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão. Rodrigo perguntou:
- Falaste com o Dr. Brandão ? Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família. Policarpo Quaresma me perguntou: - Como vai a família ? Verbos de elocução Observe o verbo grifado: O pai chamou Carlinhos e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho ? Observe : A . O pedreiro disse que estava à disposição. B . O pedreiro disse: Estou à disposição. Transformamos: A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o mesmo: Observe: A . Intrigado o pai perguntou ao filho: Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ? B . Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia anterior, uma carteira em cima daquela mesa. Transformamos: A - discurso direto em B - discurso indireto. O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo de elocução (verbos dicendi). Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução:
dizer (afirmar, declarar) perguntar (indagar, interrogar) responder ( retrucar, replicar) contestar (negar, objetar)
exclamar (gritar, bradar) pedir (solicitar, rogar) exortar (aconselhar) ordenar (mandar, determinar)
Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais amplos.. Veja alguns: sussurar, murmurar, balbuciar, cochichar, segredar, esclarecer, sugerir, soluçar, comentar, propor, convidar, cumprimentar, repetir, estranhar, insistir, prosseguir, continuar, ajuntar,
acrescentar, concordar, consentir, anuir, intervir, repetir, rosnar, berrar, protestar, contrapor, desculpar, justificar-se, suspirar, rir, etc. Pontuação no discurso direto A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta em parágrafo e introduzida por travessão. Virou-se para o pai e aconselhou: Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua posição. 1a posição - antes da fala - separa-se por dois pontos : O pai chamou Pedrinho e perguntou :Quem quebrou o vidro, meu filho ? 2a posição - depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula : Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a face. Agora você se chama Teresinha - disse me beijando a face. 3a posição - no meio da fala - separa-se por travessão ou vírgula: A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação de fazer o enterro. Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje. (Machado de Assis) Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão expressos. Costuma-se omiti-los principalmente em falas curtas ou para traduzir tensão psicológica das personagens. Utilização do discurso direto na produção de um texto. Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens. Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam ter dito. Adequação das falas ao nível cultural das personagens e principalmente ao registro lingüístico. Discurso indireto Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em vez de deixar a personagem falar, reproduz com suas palavras o que foi dito, Exemplo: Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estivesse em casa, perguntasse onde podia ser encontrado(...) ( Machado de Assis) Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da personagem, a construção do texto seria assim:
Chamou um moleque e bradou-lhe : Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estiver em casa, pergunte onde pode ser encontrado. No discurso indireto, também podem estar presentes verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas, geralmente iniciadas com a conjunção que ou se. Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, importa observar algumas transformações importantes: discurso direto: primeira pessoa Eles perguntaram : - O que devemos fazer ? 1) Discurso indireto: terceira pessoa 2) Eles perguntaram o que deviam fazer. discurso direto: imperativo O professor ordenou: - Façam o exercício ! 1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo 2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício. discurso direto: futuro do presente A enfermeira explicou: - Com o medicamento, a criança dormirá calmamente discurso indireto: futuro do pretérito A enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança dormiria calmamente. discurso direto: presente do indicativo Ela me perguntou : - A quem devo entregar o trabalho ? 1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo 2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho. discurso direto: pretérito perfeito Ele disse : - Estive na escola e falei com o diretor. Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito Ele disse que estivera na escola e falara com o diretor. Discurso indireto livre Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se numa só, sem que se saiba claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo, esta passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance Vidas secas: O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então ? Suando com medo de uma peste que se escondia tremendo ? Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as interrogações são da personagem; entretanto, não há indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o que exclui também as conjunções integrantes. Assim, a narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador e personagem.
Monólogo O monólogo, constitui, fundamentalmente, o registro das divagações interiores. Pode ser uma narrativa ou um simples relato, o qual pode ter a forma de um acontecimento determinado ou de análise do acontecimento, das relações lógicas ou causais aí implicadas. O monólogo é sempre, apesar do termo, uma linguagem dirigida a um interlocutor vivo; as reações deste permitem a correção no curso da alocução. Em alguns casos, o monólogo pode passar a ser uma forma encoberta de linguagem coloquial e ser regulada de fora. As duas formas também possuem, além dos meios de codificação verbais, uma série de elementos expressivos complementares ou "marcadores"(prosódicos, mímica e gestos expressivos), que pontuam diferentemente recursos sintáticos que podem ser semelhantes ou
idênticos. Além disto, as duas formas permitem, em certa medida, que a estrutura gramatical da enunciação fique incompleta (elipse), de tal forma que o monólogo se aproxime estruturalmente do diálogo. O texto apresenta o registro de um monólogo do narrador-personagem. Leia-o atentamente. Alguns dias depois achava-me no banheiro, nu, fumando, fantasiando maluqueiras, o que sempre me acontece. Fico assim duas horas, sentado no cimento. Tomo uma xícara de café às seis horas e entro no banheiro. Saio às oito. Visto-me à pressa e corro para a repartição. Enquanto estou ali fumando, nu, as pernas estiradas, dão-se grandes revoluções na minha vida. Faço um livro notável, um romance. Os jornais gritam, uns me atacam, outros me defendem. O diretor olha-me com raiva, mas sei perfeitamente que aquilo é ciúme e não me incomodo. Vou crescer muito. Quando o homem me repreender por causa da informação errada, compreenderei que se zanga porque o meu livro é comentado nas cidades grandes. E ouvirei as censuras resignado. Um sujeito me dirá: Meus parabéns, seu Silva. O senhor escreveu uma obra excelente. Está aqui a opinião dos críticos. Muito obrigado, doutor. Abro a torneira, molho os pés. Às vezes passo uma semana compondo esse livro que vai ter grande êxito e acaba traduzido em línguas distantes. Mas isto me enerva. Ando no mundo da lua . Quando saio de casa, não vejo os conhecidos. Chego atrasado à repartição. Escrevo omitindo palavras, e se alguém me fala, acontece-me responder verdadeiros contra-sensos. Para limitar-me às práticas ordinárias, necessito esforço enorme, e isto é doloroso. Não consigo voltar a ser o Luís da Silva de todos os dias. Olham-me surpreendidos: naturalmente digo tolices, sinto que tenho um ar apalermado. Tento reprimir estas crises de megalomania, luto desesperadamente para afastá-las. Não me dão prazer: excitam-me e abatem-me. Felizmente passam-se meses sem que isto me apareça. De ordinário fico no banheiro, sentado, sem pensar, ou pensando em muitas coisas diversas umas das outras, com os pés na água, fumando, perfeitamente Luís da Silva. Uma formiga que surge traz-me quantidade enorme de recordações, tudo quanto li em almanaques sobre insetos. Agora não há nenhum livro traduzido, nenhuma vaidade. Olho a formiga. Quando ela vai entrar no formigueiro, trago-a para perto de mim, faço no chão um círculo com o dedo molhado, deixo-a numa ilha, sem poder escapulir-se. Observo-a e penso nos costumes dela, que vi nos almanaques. Graciliano Ramos. Angústia.
II - DESCRIÇÃO O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação. Descrever é traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da descrição é estática. Não se faz à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o trabalho descritivo deve ser precedido de um levantamento de dados por parte do observador do objeto. Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa, através da exploração dos aspectos que caracterizam esse objeto ou pessoa. Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo, chapéu, e um revólver pequeno no coldre ... ". Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos. Nesse texto, extraído do romance O cortiço, Aluísio Azevedo selecionou determinados detalhes das personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de Jerônimo e a agilidade de Firmo. As demais características físicas que compõem essas personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.) são articuladas pela imaginação do leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou psicológica que está sendo descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as demais peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor. A descrição como enriquecimento da narração
A descrição constitui um excelente recurso a ser utilizado dentro de um texto narrativo. Podemos dizer inclusive que será ela a responsável pela vitalidade e expressividade da narrativa. Ela consegue criar toda a atmosfera dramática e afetiva do texto e é através dela que o narrador penetra na alma da personagem. Observe, no texto seguinte, a presença da descrição dentro da narrativa. Maria Irma escutou-me , séria. A boquinha era quase linear; os olhos tinham fundo, fogo, luz e mistério, e tonteava-me ainda mais o negrume encapelado dos cabelos. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela, com voz tênue como cascata de orvalho, de folha em flor e flor em folha, respondeume: - Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar... Guimarães Rosa, Minha gente Esse trecho perderá toda a atmosfera psicológica se omitirmos os trechos descritivos: Maria Irma escutou-me. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela respondeu-me: - Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei...Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar... 1- Fornecemos, a seguir, alguns trechos descritivos. Com base nos aspectos selecionados pelo autor, informe qual a impressão básica que cada um deles transmite:
(1) beleza (2) sensualidade
(3) ironia (4) introspecção
(5) bisbilhotice
a) Mas a repolhuda moça não se conformava com aquela desgraça. Vivia triste. As banhas cresciam-lhe cada vez mais; estava vermelha; cansava por cinco passos. Era um desgosto sério! Recorria a vinagre; dava-se a longos exercícios pela varanda; mas qual ! - as enxúndias aumentavam sempre. Lindoca estava cada vez mais redonda, mais boleada; estremecia cada vez mais com o seu peso; os olhos desapareciam-lhe na abundância das bochechas; o seu nariz parecia um lombinho; as suas costas, uma almofada. Bufava." Aluísio Azevedo, O mulato. b) Olívia era atraente, tinha uns olhos quentes, uma boca vermelha de lábios cheios. Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo. c) Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinqüenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiandoos; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. d) As senhoras casadas eram bonitas; a mesma solteira não devia ter sido feia, aos vinte e cinco anos; mas Sofia primava entre todas elas. Não seria tudo o que o nosso amigo sentia, mas era muito. Era daquela casta de mulheres que o tempo, como um escultor vagaroso, não acaba logo, e vai polindo ao passar dos longos dias. Essas esculturas lentas são miraculosas; Sofia rastejava os vinte e oito anos; estava mais bela que aos vinte e sete; era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques, se não quisesse prolongar ainda o trabalho, por dois ou três anos.
Os olhos, por exemplo, não são os mesmos da estrada de ferro, quando o nosso Rubião falava com a Palha, e eles iam sublinhando a conversação... Agora, parecem mais negros, e já não sublinham nada; compõem logo as cousas, por si mesmos, em letra vistosa e gorda, e não é uma linha nem duas, são capítulos inteiros. A boca parece mais fresca. Ombros, mãos, braços, são melhores, e ela ainda os faz ótimos por meio de atitudes e gestos escolhidos. Uma feição que a dona nunca pôde suportar, - cousa que o próprio Rubião achou a princípio que destoava do resto da cara, - o excesso de sobrancelhas, isso mesmo, sem ter diminuído, como que lhe dá ao todo um aspecto mui particular. Traja bem; comprime a cintura e o tronco no corpinho de lã fina cor de castanha, obra simples, e traz nas orelhas duas pérolas verdadeiras - mimo que o nosso Rubião lhe deu pela Páscoa. Machado de Assis, Quincas Borba e) Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase magestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma jóia. Ela. Clarice Lispector, Laços de família. 2- Destaque, no texto abaixo, as passagens descritivas. a) Inesperadamente reaparece o Silvino muito branco, com as suíças mais pretas, pelo contraste do medo. Raul Pompéia, O Ateneu b) Fechei-me no quarto. Pela janela aberta entrava um cheiro de mato misantropo. Debrucei-me. Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro, que riscou um psiu de luz. Guimarães Rosa, Sagarana c) Sentada em uma mesa, a velha cafetina. Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles. Leonor Maria A . de Carvalho, aluna d) Vieram tomar o menino da Senhora. Séria, mãe, moça dos olhos grandes, nem sequer era formosa; o filho, abaixo de ano, requeria seus afagos. Não deviam cumprir essa ação, para o marido, homem forçoso. Ela procedera mal, ele estava do lado da honra. Guimarães Rosa, Tutaméia. e) Enfim, num morrer de mês, voltei ao São Martinho. Entrei modificado, sério, de poucas falas. Evitei falar com Dona Lúcia. Foi até bom que Naninha mostrasse interesse por mim. Moça limpa, sem um dedal de pecado. Se a mulher de Frederico viesse com imposições, falando em passeios pelos matos, eu era muito Eduardo de Sá Meneses de mandar que comprasse um espelho. José Cândido de Carvalho, Olha para o céu, Frederico 3- Acrescente ao texto narrativo frases descritivas, na seqüência que você julgar adequada. Trecho narrativo: Uma tarde me chegou uma cabrocha me pedindo esmola para a mãe doente. Dei dois mil-réis. Voltou no outro dia, para falar não sei de quê. Frases descritivas: a) Tinha os olhos claros e umas feições admiráveis. b) O corpo era bem-feito. c) Pequena. d) Os olhos, de um verde desmaiado, mas muito suja. e) Mexia com os quartos, quando andava. 4- Releia o texto "d" da 1a questão. O que o autor quis dizer com: a) "Sofia rastejava os vinte e oito anos".
b) "Era daquela casta de mulheres que o tempo..." c) "...era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques..." 5- Qual o objeto de cada uma das descrições a seguir ? Sublinhe as palavras que identificam os objetos , as noções ou os personagens descritos. a) "Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa-demeia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado." (Fernando Sabino) b) "Na noite de S. João, a fogueira armada em pirâmide apontando para alguma estrela; galhos, gravetos, e folhas amparadas por toras mais grossas. Por baixo de tudo, bolas de alcatrão e um leve cheiro de álcool antigo (se lhes parecer possível) ." (Gustavo Bernardo) c) "Era um menino. Nem bonito nem feio; tem boca, orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se bem da empreitada . Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto de eternidade." ( Fernando Sabino ) Respostas/ Gabarito 1a- (3)
b- (2)
c- (5)
d- (1)
e- (4)
2a) Muito branco, com as suíças pretas, pelo contraste do medo. b) Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro que riscou um psiu de luz. c) Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles. d) Séria, mãe; moça de olhos grandes, nem sequer era formosa; abaixo de ano e) modificado, sério de poucas falas. Moça limpa, sem um dedal de pecado. 3Esse exercício admite várias soluções aceitáveis. 4(com) a) Sofia contava aproximadamente os 28 anos. (classe) b) Era daquela linhagem de mulheres que o tempo... c) ...era de supor que só aos trinta atingiria o auge de sua beleza... 5Somente não sublinhe: a) ..."para se defender contra o frio da noite. ... como podia estar morto. ... abandonado sobre a calçada. Um..." b)..."Na noite de S. João, a ...(se lhes parecer possível)" c) "Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se muito bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida".
DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO Para que fique claro a diferença entre narração e descrição, vamos destacar dois momentos do texto:
A) Jerônimo, esbravecido pelo insulto, cresceu para o adversário com um soco armado; o cabra, porém, deixou-se cair de costas, a perna direita levantada; e o soco passou por cima, varando o espaço, enquanto o português apanhava no ventre um pontapé desesperado. B) Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens, perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio. Nesses dois trechos, o narrador transmite aspectos da realidade. Há, porém, uma diferença na maneira como esses aspectos são captados. No texto A, o autor captou determinados aspectos da realidade em seu dinamismo, transmitindo ao leitor a progressão dos fatos em seu desenvolvimento temporal. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se narração. No texto B, os aspectos da realidade captados pelo narrador acontecem ao mesmo tempo, são simultâneos. Não há entre eles qualquer marca temporal que indique progressão. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se descrição. A descrição capta a simultaneidade dos fatos e aspectos que compõe a realidade. Poderíamos dizer que a narração está para o cinema, assim como a descrição está para a fotografia. 1 - Informe, nos trechos seguintes, o processo utilizado pelo narrador: narração ou descrição. a) O outro erguera-se logo e, mal se tinha equilibrado, já uma rasteira o tombava para a direita, enquanto da esquerda ele recebia uma tapona na orelha. Furioso, desferiu novo soco, mas o capoeira deu para trás um salto de gato e o português sentiu um pontapé nos queixos. b) Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos. c) Piedade berrava, reclamando polícia; tinha levado um troca-queixos do marido, porque insistia em tirálo da luta. As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos, soprados com desespero. d) Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido. 2 - Numa descrição, a ordenação dos fatos não é um fator determinante, por não haver entre eles progressividade. Você encontrará em cada item a seguir um conjunto de aspectos. Ordene-os na seqüência que julgar adequada e componha um texto descritivo. a) Os olhos do gato riscam no escuro, verdes, demoníacos. b) A ladeira faz uma curva. c) As casas, velhas, tortas, desalinhadas, dormem. d) Os passos ecoam, sinistros, secos, vagarosos. e) Nenhuma janela acesa, nenhuma luz pelas frinchas. f) Os lampiões silvam. Respostas / Gabarito: 1a) narração b) descrição c) descrição d) narração 2Deve se aceitar qualquer seqüência, destacando-se: a) o aspecto que se pretende enfatizar
b) o ritmo da seqüência de fatos
III - DISSERTAÇÃO Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é necessário planejamento e elaboração. Nem sempre exige pesquisas especializadas ou leituras profundas. Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço . Comumentemente, em provas de concursos ou nos exames vestibulares a dissertação exigida versa sobre tema genérico a respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais: conhecimento sobre o tema e habilidade de expressão escrita. - conhecimento sobre o tema: Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao redator e firmeza sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas idéias e bem argumentá-las a simplesmente constatar uma série de idéias sem argumentações coerentes. Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando evidenciado, deve revelar expressividade e inteligência. - habilidade de escrita: O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar : uma frase contendo a idéia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idéia. Exemplo: " A televisão mostra uma realidade idealizada (idéia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (idéia secundária) 1- Exercício Desenvolva as idéias apresentadas, construindo frases adequadas: a- Muitas pessoas que vivem em grandes cidades sonham com a vida no campo porque... b- O jornal pode ser um excelente meio de conscientização das pessoas, a não ser que ... c- As mulheres vêm conquistando um espaço cada vez maior na vida social e política de muitos países, no entanto... d- Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência; outras, porém, ... e- Muita gente acha que arte é dispensável, mas ... f- Devemos lutar para a preservação do meio ambiente, pois ... g- O lazer é necessário ao homem, no entanto... h- Muitos são contra as pesquisas espaciais, porque ... i- Geralmente os alunos acham dificuldade em elaborar uma dissertação, pois ... 2- Exercício Com base no exemplo, desenvolva as frases apresentadas, colocando argumentos que apoiem as idéias expressas: Exemplo: idéia central - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente. Desenvolvimento - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios. a- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício. b- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem. c- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido apenas pela polícia. d- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente. e- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a sociedade brasileira.
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: 1 - Enumeração Caracteriza-se pela exposição de um série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características, funções,
processos, situações, sempre oferecendo o complemente necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classificação ou aleatoriamente. Exemplo : O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de tv. Exercícios No seu caderno , coloque a frase núcleo. Abaixo dela, apenas enumere os elementos que completarão a frase. Depois monte um parágrafo. Exemplo: Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o número de emissoras que dedicam parte da sua programação à veiculação de programas religiosos de crenças variadas. Enumeração a- A Santa Missa em seu lar b- Terço Bizantino c- Despertar da Fé d- Palavra de Vida e- Igreja da Graça no Lar 1- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios sociológicos e poluição. 2- Existem várias razões que levam um homem a enveredar pelos caminhos do crime. 3- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo , porque pode trazer muitas conseqüências indesejáveis. 4- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer . 5- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em várias categorias. 2 - Comparação A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta idéias, fatos, fenômenos e apresenta-lhes as semelhanças ou dessemelhanças. Exemplo: "A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real. " (Arthur Schopenhauer) Exercícios A partir das frases abaixo, desenvolver parágrafos com comparações. 1- A tensão do futebol é igual à tensão da vida. 2- Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador. 3- Assim como as palavras, as expressões fisionômicas também têm a sua linguagem. 4- Indubitavelmente, o vestibular pode ser comparado a uma angustiante corrida de obstáculos. 5- Comparando-se o antigo Código Nacional de Trânsito com o atual, percebe-se claramente que a lei exige mais responsabilidade do motorista. 3 - Causa e conseqüência A frase nuclear , muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato motivador) e , em outras situações, um segmento indicando conseqüências (fatos decorrentes) Exemplo: O homem , dia a dia, perde a dimensão de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam. O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade fria e inamistosa. Exercícios Para cada assunto apresentado, redija um parágrafo dissertativo com relações de causa ou conseqüência. 1- O homem atua com vantagem sobre os outros animais pela sua capacidade de transformar elementos naturais em instrumentos de dominação. 2- A tecnologia desenvolveu meios que possibilitam a comunicação entre pessoas separadas por milhares de quilômetros. 3- Todo município conta , geralmente, com um sistema de tratamento da água a ser consumida pela população.
4- Na maioria dos povos primitivos e civilizados , o casamento monogâmico é encontrado com maior freqüência que o poligâmico. 5- A punição dos infratores está mais rigorosa e cara. 4 - Tempo e Espaço Muitos parágrafos dissertativos obedecem temporalmente e espacialmente a evolução de idéias e processos. Exemplo: Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta evolução . Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa. Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas região temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.(Melhem Adas) Exercícios Partindo das frases nucleares abaixo, construir parágrafos dissertativos ordenados por tempo e espaço. 1- Em todos os tempos, o mar tem exercido fascinante atração sobre o homem. 2- O homem sempre buscou proteção ao longo de sua história. 3- O Brasil conta com tipos de aficcionados por vários esportes. 4- As novelas brasileiras tentam mostrar não mais apenas o Rio de Janeiro, mas também outras regiões brasileiras. 5- O homem sempre quis voar como os pássaros. 6- O uso do cinto de segurança tem evitado mortes em acidentes de trânsito. 5- Explicitação Num parágrafo dissertativo, pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as idéias para torná-las mais compreensíveis. Exemplo : "Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar gás carbônico." Exercícios Explicitar as idéias contidas nas frases nucleares. 1- Os benefícios do esporte são muito apregoados hoje em dia. 2- A Internet é um auxílio rápido e eficaz às pesquisas escolares. 3- Uma mãe que vai buscar seu filho na escola pode somar muitos pontos e arcar com uma grande quantidade de dinheiro em multas, se não obedecer ao novo Código Nacional de Trânsito. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve delimitar-se ao tema que será desenvolvido e que poderá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das seguintes idéias: a- A violência contra os povos indígenas é uma constante na história do Brasil. b- O surgimento de várias entidades de defesa das populações indígenas. c- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio brasileiro. d- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve fazer a estruturação do texto.
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: 1- introdução - deve conter a idéia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafo) É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. 2- desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a idéia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores , da ilustração, da causa e da conseqüência, das
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da idéia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas anteriormente. 3- conclusão - é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo) . Observe o texto abaixo: Vida ou Morte INTRODUÇÃO A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta. DESENVOLVIMENTO A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões. CONCLUSÃO Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz , em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano) Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial , com base nos argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido entrar nesta sala . (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido específico) Exercícios Faça as especificações das afirmações, tornando-as aceitáveis. a- A liberdade é perigosa. b- Caminhar faz mal ao coração. c- Assistir a televisão é prejudicial à criança. d- Conduzir motocicleta é proibido. Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas idéias a respeito do tema abordado, fica claro que seu objetivo é fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso , tem-se a dissertação argumentativa Para que a argumentação seja eficiente, o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente. O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as possíveis reações do leitor e por isso, devem-se considerar todas as possíveis contra-argumentações, a fim de que possa " cercar" o leitor no sentido de evitar possíveis desmentidos da tese que se está defendendo. As evidências são o melhor argumento.
Esquema comparativo Com relação ao conteúdo específico: Na Descrição: Retrato verbal: imagem: aspectos que caracterizam, singularizam o ser ou objeto descrito Na Narração: Fatos - pessoas e ações que geram o fato e as circunstâncias em que este ocorre: tempo, lugar, causa, conseqüência, etc. Na Dissertação: Idéias - exposição , debate, interpretação, avaliação - explicar, discutir, interpretar, avaliar idéias.
Com relação aos Aspectos humanos: Na Descrição: observação- percepção-relativismo desta percepção. Na Narração: imaginação (fatos fictícios) - pesquisa- observação (fatos reais). Na Dissertação: predomínio da razão - reflexão - raciocínio- argumentação. Com relação à Composição: Na Descrição: coleta de dados - seleção de imagens, aspectos - os mais singularizantes - .classificação enumeração das imagens e/ou aspectos selecionados. Na Narração: levantamento (criação ou pesquisa) dos fatos . organização dos elementos narrativos (fatos, personagens, ambiente, tempo e outras circunstâncias) classificação - sucessão Na Dissertação: levantamento das idéias .definição do ponto de vista dissertativo: exposição, discussão, interpretação Quanto as Formas: Na Descrição: descrição subjetiva: criação, estrutura mais livre descrição objetiva: precisão, descrição e modo científico. Na Narração: Narração artística : subjetividade, criação, fatos fictícios narração objetiva: fatos reais, fidelidade. Na Dissertação: Dissertação científica - objetividade, coerência, solidez na argumentação, ausência de intervenções pessoais, emocionais, análise de idéias. Dissertação literária - criatividade e argumentação. Referências Bibliográficas As referências bibliográficas devem estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A bibliografia final deve seguir o seguinte padrão: a) Autor - último sobrenome com letra maiúscula, separado dos vírgula dos outros prenomes; (ponto e dois espaços ou travessão) b) Título - sublinhar ou colocar em itálico ;(ponto) c) Anotador ou tradutor -(ponto) d) Número da edição - se for a primeira , não se indica. Algarismo arábico, ponto, ed.(vírgula) e) Casa publicadora - nome da casa (vírgula) f) Ano da Publicação - em algarismo arábico (ponto) g) Número de páginas ou volumes - em algarismos arábicos (ponto) Abrevia-se p. e não pag ou pg. h) Ilustrações - se necessário (ponto) i) Série ou coleções - em algarismos arábicos, entre parênteses (ponto)
PRODUÇÃO DE TEXTOS Imagine que você queira dissertar o seguinte tema: "O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição." Sua primeira providência deve ser copiar este tema em uma folha de rascunho e fazer a pergunta: POR QUÊ? Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma noção acerca de qualquer tema que lhe vier a ser apresentado.
O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três respostas para a questão formulada. Essas respostas chamam-se possibilidade, é pensar que o mundo pode vir a destruir-se por causa dos inúmeros conflitos internacionais que têm ocorrido nos últimos tempos. Assim, já teríamos o primeiro argumento: 1. Tem havido inúmeros conflitos
internacionais. Pensando um pouco mais sobre o porquê de estarmos à beira da destruição, podem ocorrer-nos mais dois argumentos: o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico, e permanece o perigo de uma catástrofe nuclear. Viu como é fácil? Os argumentos selecionados são exaustivamente noticiados por qualquer meio de comunicação. Dessa maneira, obtemos o seguinte quadro:
TEMA: "O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição." Por
Quê?
1. Tem havido inúmeros conflitos internacionais. 2. O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 3. Permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.
Você pode encontrar outros argumentos além desses apresentados acima que justifiquem a afirmação proposta pelo tema. A única exigência é que eles se relacionem com o assunto sobre o qual está escrevendo. Uma vez estabelecido o tema e três argumentos, você já dispõe do necessário para, agora, na folha definitiva, começar a redigir sua dissertação. Ela deverá constar de três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Vamos, agora, redigir o primeiro parágrafo, ou seja, a introdução, baseando-nos no quadro da página anterior. Para compô-la, basta que você copie o tema e a ele acrescente os três argumentos, assim como aparecem no quadro. Veja como poderia ser: Tema O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição. Argumento 1 Pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se Argumento 2 Ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além dos mais Argumento 3 Permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.
Observe que, na introdução, os argumentos são apenas mencionados. Neste primeiro parágrafo informamos o assunto de que a dissertação vai tratar. Cada argumento será convenientemente desenvolvido nos parágrafos seguintes. Repare nas palavras "pois" e "além do mais", colocadas neste texto para ligar as diferentes partes da introdução. São elas que reúnem o tema aos argumentos. Depois de terminado o parágrafo da introdução, você deverá passar para o desenvolvimento, explicando cada um dos argumentos expostos acima. Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo que souber sobre o fato que tem havido inúmeros conflitos internacionais.
Nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos no Oriente Médio que, envolvendo as grandes potências internacionais, poderiam conduzir-nos a um confronto mundial de proporções incalculáveis.
Como você pode perceber, convém, vez por outra, lançar mão de certos exemplos para comprovar suas afirmações. No parágrafo seguinte, desenvolve-se o segundo argumento: Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em um local inabitável.
Note a presença de uma expressão "outra ameaça constante...", no início do parágrafo, que estabelece a ligação com o parágrafo anterior. Ela deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágrafos se relacionam entre si. Falemos agora do terceiro argumento: Além disso, enfrentaremos sério perigo relativo à utilização de energia atômica. Quer pelos acidentes que já ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas nucleares, quer por eventual confronto em uma guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante do poder avassalador desses sofisticados armamentos.
Observe a expressão "além disso...", colocada no início desse parágrafo. Ela é o elemento de ligação com o parágrafo anterior do desenvolvimento. Estabelece a conexão entre os argumentos apresentados. A conclusão Para que sua dissertação fique completa, basta apenas elaborar um único parágrafo, que se denomina conclusão. Para isso, é preciso que analisemos suas partes constitutivas. A conclusão pode-se iniciar-se com uma expressão que remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores (expressão inicial). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no início da redação. No final do parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre os fatos mencionados ao longo da dissertação. Com base nesta orientação, já podemos redigir o parágrafo final, ou seja, a conclusão. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade
Expressão inicial
de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio.
Reafirmação do Tema É desejo de todos nós que algo
Comentário final possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras
Observação: Caso você deseje, é possível que a conclusão seja formada apenas pelo comentário final, dispensando o início, constituído pela expressão inicial e reafirmação do tema. Eles atuam apenas como reforço, como ênfase ao problema abordado. Agora, reunindo todos os parágrafos escritos, temos a dissertação completa acrescida de um título. Veja: DESTRUIÇÃO: A AMEAÇA CONSTANTE O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear. Nessas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias testemunhamos conflitos no Oriente Médio que, envolvendo as grandes potências internacionais, poderiam conduzir-nos a um confronto mundial de proporções incalculáveis. Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em um local inabitável. Além disso, enfrentamos sério perigo relativo à utilização de energia atômica. Quer pelos acidentes que já ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas nucleares, quer por eventual confronto em uma guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante do poder avassalador desses sofisticados armamentos. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. Caso você deseje uma dissertação um pouco menor, basta usar dois argumentos ao invés de três. Observação: Você pode substituir essa expressão inicial utilizada na sua conclusão por qualquer outra equivalente. Aqui estão algumas sugestões. Dessa forma... Sendo assim... Em vista dos argumentos apresentados... Em virtude do que foi mencionado... Assim... Levando-se em conta o que foi conversado... Por todas essas idéias apresentadas... Tendo em vista os aspectos apresentados... Por tudo isso... Dado o exposto... Sugestões para iniciar sua dissertação. Para iniciar a sua dissertação Fala-se muito atualmente sobre... Provável que... Acredita-se que... Enumeração da análise do problema Deve-se analisar primeiramente... É preciso analisar que... A primeira observação se refere ...
Para insistir no problema Observa-se também que... Nota-se, por outro lado, que... Não podemos esquecer que... É necessário frisar também que... Conclusão Assim sendo... Dessa forma... Concluindo... Nesse sentido...
Trabalhando o texto A INVEJA A inveja é geralmente feita de ilusões superpostas, e não corresponde absolutamente a nada real. Quando admitimos que invejamos alguém, damos um primeiro passo. Podemos ver, então, que na maioria das vezes o que nos incomoda é mais a possibilidade de prazer, de sucesso ou de felicidade de outro, do que o fato de não termos o mesmo benefício. Em seguida, aprofundando, é possível descobrir que geralmente supomos, imaginamos, as vantagens e as delícias que invejamos. Por outro lado, podemos desfrutar prazer em despertar inveja. Supondo que somos invejados - sabemos que não há razão para esse sentimento, por que afinal não somos tão felizes, nem estamos num paraíso - sentimos uma secreta alegria neste papel eleito. Vivendo o papel de invejado, descobrimos que aqueles que invejamos não desfrutam da bem-aventurança que costumamos imaginar. As pessoas do mesmos meio social e cultural, de idade aproximada, do mesmo sexo, tendem vagamente a concorrer entre si. São competidores em potencial os que dispões de bens semelhantes, atravessam as mesmas experiências ou têm interesses comuns. Nossas atenções estão concentradas nos que se assemelham, de alguma forma, a nós mesmos. Por isso, a inveja é mais comum quando temos uma proximidade qualquer com alguém que parece desfrutar do que não possuímos. Entender isso é só começo. (Lisboa, Luiz Carlos. O Jejum do Coração) A dissertação obedece à seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.
"A inveja é geralmente feita de ilusões superpostas e não corresponde absolutamente a nada real." Na introdução, apresenta-se o ponto de vista sobre o assunto, a idéia central que será trabalhada durante todo o texto: Essa frase resume de maneira clara, breve e objetiva a opinião do autor, e ao mesmo tempo, pressupõe um desenvolvimento, exige uma fundamentação. O desenvolvimento é a parte em que são apresentados os diferentes aspectos da idéia central; constitui a fundamentação exigida pela primeira parte do texto. A conclusão retorna à idéia central, agora enriquecida pela fundamentação, sintetizando-a, resumindo-a.
TIPOLOGIA TEXTUAL Comunicar-se com eficiência parece, a princípio, algo fácil e simples a qualquer indivíduo. No entanto durante esse processo realizado automaticamente, não se questiona a seqüência de passos a percorrer para que se consiga realizar o complexo ato de comunicação por meio da língua. Classificação dos Tipos Textuais As diferentes tipologias textuais existentes, são classificadas da seguinte maneira: 1) as que consideram as características textuais internas dos textos (ou formais); 2) as que consideram os traços textuais exteriores aos textos (ou funcionais);
3) as que conciliam traços internos e externos ao texto (formais e funcionais). Classificação funcional A classificação atende a critérios funcionais, de acordo com as funções que os textos desempenham em relação ao leitor: informar, explicar ou orientar. Propõe-se, então, três categorias básicas: a) jornalismo informativo: notícia, reportagem, história de interesse humano, informação pela imagem; b) jornalismo interpretativo: reportagem em profundidade; c) jornalismo opinativo: editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor. Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa classificação a duas categorias: a) jornalismo informativo: nota, notícia, reportagem, entrevista b) jornalismo operativo: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, carta Evidencia-se a proximidade que há entre gênero e tipos textuais. Os tipos textuais, assim, não se limitam especificamente ao literário, ao jornalístico, ao técnico ou ao científico: são, na verdade, modelos gerais, que são escolhidos, adaptados e readaptados de acordo com cada função especifica que exercem na comunicação. Classificação formal e funcional Uma das grandes dificuldades encontradas nas classificações de tipos textuais decorre da não diferenciação entre os planos ou níveis de análise, para uma classificação dos tipos textuais-discursivos em níveis. a) Primeiro nível: estruturas discursivas. São estruturas discursivas disponíveis na língua, e, portanto, pertencentes ao plano das potencialidades da língua, tradicionalmente identificadas como gêneros de discurso: - estrutura narrativa [predicados de ação; ligação temporal]; - estrutura descritiva [predicados estáveis, ou equilibrados, em torno de entidades]; - estruturas de tipo expositivo/argumentativo [proposições, construções sintáticas complexas (subordinação) e construções, ou arquitetações hipotéticas]; - estruturas procedurais [organizações seqüenciais nas quais a referência a pessoa tem menos interesse que o processo em si (daí a ocorrência de sujeitos genéricos ou da impessoalidade); o verbo se apresenta no modo dos diretivos, o imperativo, o futuro ou o infinitivo; é comum o uso de orações independentes]; - estrutura expressiva [predicados com verbos de opinião, avaliativos, ou subjetivos, em que predomina a primeira pessoa]; - estruturas dialógicas [identificadas pela alternância das pessoas do discurso envolvidas, podendo, porém, ser reproduzidas em certas formas da escrita]. b) Segundo nível: uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação. São possibilidades de uso de estruturas que aparecem sob organizações típicas associadas às diversas atividades desenvolvidas pelos indivíduos, como, por exemplo, a estória, a piada, o editorial. c) Terceiro nível: função ou propósito comunicativo com que dada unidade discursiva é empregada, sua força ilocucionária, ou a variedade de eventos comunicativos a que se associa. Gêneros: Primários , Secundários e Estilo O gênero primário é caracterizado por tipos de enunciado espontâneos e naturais, que ocorrem na imediatez da fala. O gênero secundário, por tipos de enunciados da fala aprimorados por meio da escrita. No que se refere ao estilo é possível fazer algumas observações: Quando escrevemos, devemos criar um estilo próprio para valorizar o nosso trabalho. Sem nos alongarmos no assunto, sugerimos aqui apenas três qualidades fundamentais do estilo: clareza, concisão e originalidade. A Clareza é a expressão de um pensamento. Para que ela ocorra, é necessário: pontuar corretamente, evitar construção de frases com palavras em ordem inversa e evitar períodos longos, com muitas orações intercaladas. Exemplo:
"Meu tio, que chegou hoje, o qual é diretor de marketing de uma multinacional, trouxe-me boas notícias, mas eu não as contarei a ninguém, enquanto morar aqui, porque isso, estou certo, me prejudicaria, por muito tempo, na minha repartição." Melhor seria: "Meu tio, chegado hoje, é diretor de marketing de uma multinacional. Trouxe-me boas notícias, que a ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou certo." A Concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Para que haja concisão, é necessário: evitar um número excessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada substantivo (manhã, linda, radiosa e magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o homem atual ...); evitar, sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (vi que estava sofrendo). A originalidade, para ser conseguida, é preciso que não se empreguem lugares-comuns ou chavões, evitando a repetição de frases vulgares, usadas constantemente pela gente inculta: (chorou um mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei; seus cabelos cor de prata). Tipos Textuais como "ferramenta" Quando um indivíduo utiliza a linguagem, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que inconscientemente. A escolha de um tipo é um dos passos a ser seguidos no processo de comunicação. Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está à disposição do indivíduo, sendo-lhe facultado a escolha da melhor maneira que lhe convier para, no processo de comunicação, servir-lhe de esteio na sua expressão lingüística. Utilizar-se de um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma determinada situação o torna uma valiosa "ferramenta" (ou "instrumento") que o indivíduo procura, guia e controla para poder expressar a função primordial da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau, argumentativa, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é integralmente alcançado e concretizado.
PARÁFRASE pa.rá.fra.se s. f. 1. Explicação mais desenvolvida de um texto, conservando-se as idéias originais. 2. Tradução livre A paráfrase a) comumente considerada como versão alternativa de um texto, já que difere deste estruturalmente em formas que não afetam o significado ou b) desenvolvimento explicativo de um texto - surge, portanto, como um dos recursos utilizados na produção de resumos. Quanto mais compreendido for o texto original, melhor será o seu resumo, - mais adequado às condições em que foi produzido -, mais fácil será prarafrasear. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna. Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalidade o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta visão geral, podemos passar para o próximo passo. Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o levantamento dos referenciais do texto-base para a perfeita compreensão. É importante grifar, em cada parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à parte
as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar uma redação própria, independente das palavras utilizadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação final é a união destes referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base. Exemplos de paráfrases 1o exemplo: (Texto Original) Afora mudanças cataclísmicas, ocasionadas por terremotos ou grandes erupções vulcânicas, é muito fácil ver o mundo em que vivemos como um lugar estável. Montanhas, vales e rios têm a aparência de grande antiguidade e permanência, mas não é assim. Nosso período de vida não é mais que um evanescente momento da escala do tempo geológico, de modo que os contínuos movimentos da crosta terrestre são, para nós, imperceptíveis. Na mais longa de todas as escalas cronológicas situa-se a constante derivação dos continentes. Essas imensas massas de terra caminham lentamente movidas pelas placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Há duzentos milhões de anos toda a massa do globo estava em contato formando um único supercontinente que chamamos de Pangéia. Com o constante movimento das placas tectônicas, a Pangéia fragmentou-se e os continentes gradualmente rumaram para as suas atuais posições. Muitos aspectos do mundo tais como os vemos hoje são relativamente recentes: a América do Norte era um continente separado da América do Sul até por volta de dois milhões de anos atrás e a África era isolada da Europa por mares rasos até entre 8 e 6 milhões de anos atrás. Parafraseando fica assim: É muito fácil ver o mundo em que vivemos como um lugar estável, pois fora as mudanças cataclísmicas ocasionadas por terremotos e grandes erupções vulcânicas os contínuos movimentos da crosta terrestre são, para nós, imperceptíveis. As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangéia que ao fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições. Ou ainda assim: As imensas massas de terra caminham lentamente movidas por placas tectônicas que formam a crosta terrestre. Com o constante movimento destas placas formou-se um único supercontinente chamado Pangéia que ao fragmentar-se fez com que os continentes rumassem para suas atuais posições. 2o exemplo. (Texto original) Há séculos, os professores de segundo grau da Sardenha vêm testemunhando um fenômeno curioso. Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses subseqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento escolar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energias retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo mês de fevereiro. Os professores sardenhos sabem que os adultos também apresentam sintomas semelhantes e que, na realidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximadamente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser acometidos por este mal. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motulsky, da Universidade de Washington, depararam pela primeira vez com a doença em 1959, enquanto desenvolviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e determinaram que os sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urinavam sangue porque os rins filtram e expelem a hemoglobina não aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a doença poderá acarretar a morte do paciente. A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na Sardenha, as experiências indicam que praticamente todas as pessoas acometidas por este mal têm deficiência de uma única enzima, chamada deidrogenase
fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma importância na corrente de produção de energia para as células vermelhas do sangue. Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima não aciona por si só a doença - que há algo no meio ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é quem a dispara. Entre as plantas que desabrocham durante a primavera na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filósofo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus seguidores a comessem, ou mesmo andassem por entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma planta em flor) apresentavam problemas. todos os demais eram imunes. Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência de G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de determinar com exatidão quem está predisposto à doença e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas começaram a fazer a triagem da população da ilha. Localizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evitar favas de feijão durante a estação de floração. Como resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estudantes apáticos começou a declinar. O uso de marcadores genéticos como instrumento de previsão da reação dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram empregados deste modo; foi um avanço que poderá mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem prever agora a possível eclosão de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques em diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O Globo). Parafraseando fica assim: Desde alguns séculos atrás, professores sardenhos de segundo grau vêm observando um fenômeno curioso. Na primavera, em fevereiro, seus alunos tornam-se apáticos e apresentam baixo rendimento escolar. Curioso e ao mesmo tempo interessante é que os adultos também apresentam os mesmos sintomas, chegando a alcançar 35% do total da população. Em 1959, dois grandes cientistas, Dr. Marcello Siniscalco e Dr. Arno G. Motulsky, estavam fazendo estudos sobre os padrões de hereditariedade e descobriram que os sardenhos eram vítimas de anemia hemolítica, doença hereditária que faz os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrarem no interior dos vasos sangüíneos. A destruição mínima dos glóbulos vermelhos leva o indivíduo à apatia e a destruição máxima, à morte. Descobriu-se que aqueles que possuem a doença têm deficiência da enzima deidrogenase fosfo-glucosada-6 (G-6-PD). O fato de os sardenhos apresentarem sintomas da doença na primavera fez perceber que algum fator ambiental desencadeava a anemia. Falando em linguagem mais clara: a soma de deficiência genética mais fator ambiental é igual a anemia hemolítica. O Dr. Motulsky, em dois anos, desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência da enzima. Atualmente os cientistas têm um método eficaz para detectar quem está ou não predisposto à doença.
PERÍFRASE Expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que celebrizou. A cidade maravilhosa continua atraindo visitantes do mundo todo. (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro) Portadores da peste-gay são brutalmente discriminados por quase todo o mundo. (peste-gay = AIDS) O Príncipe dos poetas também teve outras atividades que o tornaram famoso; por exemplo: a luta pelo serviço militar obrigatório. (Príncipe dos poetas = Olavo Bilac) Famoso como jogador de futebol, o 7º Rei de Roma volta para o brasil. (7º Rei de Roma = Falcão) O Presidente Operário é a grande esperança dos brasileiros.. (Presidente Operário = Luís Inácio Lula da Silva) Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
RESUMO OU SÍNTESE DE TEXTOS É outro trabalho didático comumentemente exigido em escolas superiores - seja de toda uma obra ou de um único capítulo. ''É o que se faz, muitas vezes, quando do fichamento de livro. Não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas de um exercício de leitura que nem por isso deixa de ter enorme utilidade didática. O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das idéias e não das palavras do texto. Não se trata de uma "miniaturização" do texto. Resumindo um texto com as próprias palavras, mantém-se fiel às idéias do autor sintetizado. A Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação breve, concisa, compacta, dos pontos mais importantes de um texto. Não há nenhum problema em fazer melhorias. Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das idéias de um texto, ressaltando sua progressão e articulação. Devem ser ressaltadas as principais idéias do autor do texto. Deve destacar: - o assunto do trabalho; - o objetivo do texto; - a articulação das idéias; - as conclusões do autor da obra resumida; - ser elaborado em linguagem objetiva; - não apresentar juízo de valor; - ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original); - evitar a repetição de frases inteiras do original; - respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados. Um resumo tem como princípio: apresentar apenas um sumário das idéias do autor, narrar as idéias mais significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original. Ao realizar um resumo, faça os seguintes questionamentos: O que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto? Deve-se ater às idéias principais do texto e a sua articulação. Há que se fazer a distinção das diferentes partes do texto e a identificação de palavras-chaves. Ai sim, passa-se a construção da redação do resumo. TÉCNICAS PARA ELABORAR UM RESUMO No resumo deve constar: - Elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica: - Sobrenome do autor, nome. - Título da obra. - Local de publicação do texto. - Editora. - Ano. - Páginas. - Tipo de texto, o gênero (literário, didático, acadêmico). Por fim, - o Resumo do conteúdo: - assunto do texto. - Objetivo. - Métodos. - Critérios utilizados. - Conclusões do autor da obra resumida. A elaboração de resumos exige mais habilidade de leitura que de escrita. O resumo permite melhor compreensão das idéias expostas, uma vez que, para realizá-lo, é necessário dominar a estrutura do parágrafo.
COESÃO E COERÊNCIA Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, pois sem essas duas chaves principais de qualquer texto, você não vai a lugar nenhum. Coesão - em nossa linguagem cotidiana procuramos executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito de melhorar a própria expressividade do enunciado. Veja alguns casos: Em lugar de - Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos. usamos - Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos. Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que havia sido colocado em A. O objetivo é evidenciar o processo de repetição, considerado menos "rico ou sofisticado" por uma certa gramática. O uso indevido de elementos de ligação invariavelmente podem comprometer os processos coesivos do texto. Coerência - A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja alguns casos: - Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio num velório. Além de impertinente, a piada sofre de uma síndrome geral de incoerência contextual. A situação lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e risos apareçam em torno do defunto. - Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem. A lista poderia aumentar muito. Basta reter a idéia que, no fundo, o problema básico envolvido na produção da coerência é o do acerto das partes com relação ao todo textual; do ajuste seqüencial das idéias; da progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Coloque-se sempre no lugar do autor ou do ouvinte para sentir se realmente está sendo coerente.
FIM.
ERROS DE LINGUAGEM MAIS COMETIDOS NO DIA - A - DIA EM AZUL : CORRETO EM VERMELHO : ERRADO
Levantei-me com mau jeito no pescoço. Levantei-me com mal jeito no pescoço. Faz 12 anos que não viajo ao exterior. Fazem 12 anos que não viajo ao exterior. Havia muitas pessoas na festa. Haviam muitas pessoas na festa
Existem esperanças nos olhos das pessoas. Existe esperanças nos olhos das pessoas. Este livro é para eu ler. Este livro é para mim ler. Tudo acabou entre mim e você. Tudo acabou entre eu e você. A viúva passeava pelo cemitério. A viúva do falecido passeava pelo cemitério. O garçom serviu frango à passarinho. O garçom serviu frango a passarinho. Porque você não foi à escola? Por que você não foi à escola? Os brasileiros assistem às novelas. Os brasileiros assistem as novelas Prefiro leite a café. Prefiro mais café do que leite. O prefeito prometeu novas denúncias. O prefeito prometeu, novas denúncias. Bem-vindos a Guararapes! Bem vindos a Guararapes! A professora esqueceu os óculos na sala. A professora esqueceu o óculos na sala. Comprei-o para você. Comprei ele para você. Amo-a muito. Amo-lhe muito. Vendem-se tijolos. Vende-se tijolos. Precisa-se de empregadas domésticas. Precisam-se de empregadas domésticas. As crianças foram ao cinema. As crianças foram no cinema. O seu atraso implicará punição. O seu atraso implicará em punição. Os vestibulandos vivem à custa do pai. Os vestibulandos vivem às custas do pai. Espécie em via de extinção. Espécie em vias de extinção. A sessão da Câmara Municipal terminou tarde. A seção da Câmara Municipal terminou tarde. A alface estava gostoso. O alface estava gostosa. Preços a partir de R$1,99. Preços apartir de R$1,99. As aulas iniciam-se amanhã. As aulas iniciam amanhã. O técnico não viu nenhum risco no jogo. O técnico não viu qualquer risco no jogo. Soube que os homens se feriram no trabalho.
Soube que os homens feriram-se no trabalho. A menina engasgou com espinha de peixe. A menina engasgou com espinho de peixe. O diretor da escola interveio na discussão. O diretor da escola interviu na discussão. A professora era meio louca. A professora era meia louca. Fique você comigo. Fica você comigo. O assunto não tem nada a ver com você. O assunto não tem nada haver com você. O livro custou dez reais. O livro custou dez real. Vou pegar o livro emprestado dele. Vou emprestar o livro dele. O garoto foi tachado de ladrão. O garoto foi taxado de ladrão. Ele foi um dos que chegaram antes. Ele foi um dos que chegou antes. Ministro nega que seja negligente. Ministro nega que é negligente. Tinha chegado atrasado. Tinha chego atrasado. Quero calças cinza. Quero calças cinzas. Os trabalhadores receberam vale-refeição. Os trabalhadores receberam vale refeição. Todos queriam namorar a Marisa. Todos queriam namorar com Marisa. O jogador foi contratado do Guarani O jogador foi contratado junto ao Guarani. As pessoas esperavam-no com ansiedade. As pessoas esperavam-o com ansiedade. Vocês far-lhe-iam um favor. Vocês fariam-lhe um favor. Chegou há duas horas e partirá daqui a 10 minutos. Chegou a duas horas e partirá daqui há 10 minutos. A garota trajava blusa de seda. A garota trajava blusa em seda. A artista deu a luz à quíntuplos. A artista deu a luz quíntuplos. Estávamos seis na mesa. Estávamos em seis na mesa. Sentou-se à mesa para comer. Sentou-se na mesa para comer. Ficou contente porque ninguém se feriu. Ficou contente por causa que ninguém se feriu. O time empatou por 2 a 2. O time empatou em 2 a 2.
À medida que a epidemia se espalhava... À medida em que a epidemia se espalhava... Não queria que receassem sua companhia. Não queria que receiassemsua companhia. Eles têm razão. Eles tem razão. A moça estava ali havia muito tempo. A moça estava ali há muito tempo. Acordos politico-partidários... Acordos políticos-partidários... Gostei de passear por Birigüi. Gostei de passear por Birigui. Andou por todo o país. Andou por todo país. Todos os amigos o elogiavam. Todos amigos o elogiavam. A situação favoreceu o time da casa. A situação favoreceu ao time da casa. Ela mesma arrumou a sala. Ela mesmo arrumou a sala. Chamei-o e ele não atendeu. Chamei-o e o mesmo não atendeu. Este século não termina nunca! Esse século não termina nunca! A temperatura chegou a zero grau. A temperatura chegou a zero graus. A promoção veio ao encontro aos seus desejos. A promoção veio de encontro de seus desejos. Comeu frango em vez de peixe. Comeu frango ao invés vez de peixe. Se eu vir você por aí.. Se eu ver você por aí... O Brasil intermedeia a negociação. O Brasil intermedia a negociação. Evite que a bomba estoure. Evite que a bomba expluda. Ninguém se adapta ao novo sistema. Ninguém se adequa ao novo sistema. Governo reouve confiança. Governo reavê confiança. Marieta quis viajar ontem. Maria quiz viajar ontem. O homem possui muitos bens. O homem possue muitos bens. A decisão já foi comunicada aos empregados. Os empregados já foram comunicado da decisão. Venha pôr a roupa. Venha por a roupa.
Infligiu séria punição ao réu. Inflingiu séria punição ao réu. A modelo posou o dia todo. A modelo pousou o dia todo. Espero que viajem hoje. Espero que viagem hoje. O pai nem sequer foi avisado. O pai sequer foi avisado. Comprou um televisor em cores. Comprou um televisor a cores. Causaram-me estranheza as palavras. Causou-me estranheza as palavras. A realidade das pessoas pode mudar. A realidade das pessoas podem mudar. O fato passou despercebido. O fato passou desapercebido. Haja vista seu empenho. Haja visto seu empenho. A moça de que ele gosta. A moça que ele gosta. É hora da a onça beber água. É hora da onça beber água. Vou com você. Vou consigo. Já são oito horas. Já é oito horas. A festa começa às 8 h. A festa começa às 8 hrs. Dados os índices das pesquisas... Dado os índices das pesquisas... Ficou sob a mira do assaltante. Ficou sobre a mira do assaltante. A meu ver, o Corinthians será campeão. Ao meu ver, o Corinthians será campeão. Que seja feliz Que seje feliz. De forma que você viajará. De formas que você viajará. Fiquei fora de mim. Fiquei fora de si. Falo alto porque ele ouve mal. Falo alto porque ele houve mal. A gente foi embora. A gente fomos embora. Eu ia ao cinema, mas choveu! Eu ia ao cinema, mais choveu! O pessoal chegou da viagem. O pessoal chegaram da viagem. Fale sem hesitar.
Fale sem exitar. O ladrão é menor. O ladrão é de menor.