SUMÁRIO Introdução 1. Contexto histórico 1.1. Revolução industrial 1.2. Industrialização no Brasil 1.3. Fordismo 2.Contexto atual 2.1.Classificação das indústrias 2.2. Fatores de implantação 2.3. Sustentabilidade 2.3.1. Materiais Sustentáveis 2.3.2. Telhado Verde 2.3.3. Energia Elétrica na Indústria 2.3.4. Placas fotovoltaicas 3. Leituras projetuais 3.1. Leitura projetual 1: Aeroporto de Cannes – Hangar H16 Localização Implantação parcial do aeroporto Fachada Leste e Norte Fachada Oeste Cortes Materiais: madeira, vidro e concreto Esquemas da laje de madeira protendida 3.2. Leitura Projetual 2: Air France Industries: Jet Engine Maintenance Base Localização Planta Pavimento Térreo Planta Pavimento Térreo – Pilares Corte longitudinal Iluminação natural
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04 07 08 10 11 13 14 16 18 20 22 24 25 27 28 30 32 34 36 38 40 44 46 48 50 52 54 56
3.3. Leitura projetual 3: Indústria de Mobiliário Corporativo Localização Plantas com setorização Acessos e circulações Fluxograma Etapas da produção 4. Área de estudo 4.1. Mapa Zoneamento Industrial de Ribeirão Preto 4.2. Mapa Zoneamento Industrial de Ribeirão Preto – Ampliação Figura 11 4.3. Subsetor Norte – 9 (Parque Industrial Cel. Quito Junqueira) 4.4. Entorno Imediato 4.5. Imagens do Terreno 5. Projeto 5.1.Implantação 5.2. Planta Pavimento Térreo 5.3.Planta Pavimento Superior 5.4.Corte AA 5.5.Corte BB 5.6.Corte CC 5.7.Elevação Frontal 5.8.Elevaçao Traseira 5.9.Elevação Lateral Esquerda 5.10.Elevação Lateral Direita 5.11.Detalhes da Cobertura 5.12.Imagens 6. Bibliografia
58 60 62 64 66 68 71 72 74 76 78 80 83 84 86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106 108
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INTRODUÇÃO Este trabalho objetiva abordar como tema um campo da arquitetura que é pouco explorado, o da arquitetura industrial. Muitas vezes os edifícios industriais são resultado de um simples direcionamento dado pelo fluxo produtivo da empresa, ou basicamente uma modulação de pilares que fecham formas retangulares de galpões que se repetem ao longo de toda zona industrial das cidades. Essas construções não possuem nenhuma preocupação estética, tão pouco apresentam cuidados de conforto térmico e de iluminação adequada para o ambiente de trabalho. A partir desta realidade o trabalho propõe-se também a projetar uma construção que proporcione o conforto e bem-estar adequado aos empregados. Para inseri-lo em um contexto atual, o projeto trará um embasamento sustentável, visando utilizar materiais e processos construtivos menos nocivos à natureza. Atualmente, a produção da arquitetura de caráter sustentável é uma das questões mais abordada no processo de produção teórica e prática da arquitetura. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, “o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável. O Conselho Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
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Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais, somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam a relação entre construção e meio ambiente”. Como objeto, será desenvolvido um projeto de uma indústria moveleira de caráter sustentável no município de Ribeirão Preto – SP. Partindo-se deste contexto, este trabalho tem como objetivo principal elaborar um projeto de arquitetura industrial que aborde questões estéticas, ambientais e sociais. E têm-se como objetivos específicos: adotar sistemas construtivos mais sustentáveis que permitam conforto ao usuário, menor gasto de energia e de água; criar nova referência acadêmica para projetos industriais em Ribeirão Preto – SP.
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1. CONTEXTO HISTÓRICO
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1.1. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL As atividades industriais tiveram início depois da segunda metade do século XVIII, na região da Grã-Bretanha. Essas indústrias, em grande maioria de caráter têxtil, passaram a ser fortemente implantadas a partir de 1775, o que deu início à chamada hoje de Revolução Industrial. Esta revolução consiste em novos processos de produção, novos materiais e um novo modelo econômico, já que antes disso a predominância era o sistema feudal. A industrialização do século XIX significou para a arquitetura, uma ruptura com as técnicas tradicionais, dando origem a novos materiais, dentre eles o ferro. Isto resultou não somente na mudança do estilo arquitetônico usado, mas como também em novas formas de se pensar a estrutura e permitiu a transformação da indústria manufatureira para a maquinofatureira. O uso do ferro, a princípio, não foi bem aceito pela população, por isso foi utilizado inicialmente para construção de pontes. Seguindo adiante, depois da invenção da máquina a vapor, foi muito usado na fabricação de transportes ferroviários e de diversos tipos de maquinários utilizados nas indústrias. Ainda no século XIX, o ferro começou a ser utilizado em edifícios grandes, que necessitavam de vãos de viga muito extensos, na grande maioria eram galerias para exposições internacionais de tecnologias: novos maquinários e equipamentos. Dentre esses edifícios, podemos citar os projetos: Palácio de Cristal em Londres, 1851, do arquiteto Joseph Paxton, e a Galeria das Máquinas em Paris, 1879, do arquiteto Ferdinand Dutert (BENEVOLO, 2001; COLIN, 2013).
Figura 1: Palรกcio de Cristal Fonte: http://arsenicarquitetos.com/ wp-content/uploads/2014/02/crys. png
Figura 2: Galeria das mรกquinas Fonte: https://coisasdaarquitetura. files.wordpress. com/2013/10/799px -interior_of_exhibition_building_exposition_universal_paris_france.jpg
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1.2. INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL Enquanto a Inglaterra iniciava suas atividades industriais na segunda metade do século XVIII, no Brasil elas começaram no século XIX, mais evidente em 1844, o que significa quase um século depois. Esse atraso em relação à Europa pode ser explicado pelo fato do Brasil ainda estar contextualizado em seu período colonial. Com a dependência de Portugal, nossas terras eram usadas para suprir alimentos que não eram facilmente encontrados, por conta do clima frio. Assim toda a produção brasileira era enviada ao colonizador, que concentrava o lucro, impedindo a autonomia econômica no Brasil. Após a independência em 1822, o Brasil começa a ter alguns investimentos no setor fabril, com ênfase nas indústrias têxtil, assim como na Inglaterra. Mas é depois da implantação da tarifa Alves Branco em 1844, que o setor industrial dispara. Essa tarifa cobrava altos impostos para produtos importados, o que estimulou a produção nacional (HARDMAN E LEONARDI, 1991).
1.3. FORDISMO O Fordismo é um termo utilizado desde 1914 para as chamadas produções em série, o nome vem de seu criador Henry Ford, também fundador da Ford Motor Company, primeira empresa a adotar esse sistema de produção, revolucionando o mercado automobilístico e industrial da época. Também conhecido como produção em massa, o fordismo disseminou no século XX, estimulado pelo capitalismo, foi também um grande facilitador do acesso da população aos automóveis. O então modelo de produção funciona a partir da setorização e especialização dos operários em determinada etapa. Esta proposta não só otimiza o tempo de trabalho do operário, que agora produz muito mais com a mesma jornada de trabalho, mas também poupa as empresas de contratar profissionais altamente qualificados, e, consequentemente, reduz os gastos com folha de pagamento. Os funcionários contratados passaram a executar tarefas mais simples, já que eram referentes a pequenas partes dentro de todo o processo produtivo.(CIPOLLA, 2003). Figura 3: Indústria automobilística com modelo de produção Fordismo Fonte: https:// salaodocarro-a.akamaihd. net/_upload/galleries/2014/01/22/ fordismo-52e016b379a34.jpg
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2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS As indústrias podem ser classificadas de acordo com vários critérios, como a maneira de produzir, a quantidade de matéria-prima ou tecnologia empregada na produção, entre outras. Levando em conta a maneira de produzir, temos as indústrias extrativas, que utilizam os meios financeiros e técnicas modernas para extrair recursos naturais; indústria de beneficiamento ou de processamento, que beneficiam ou refinam produtos; indústria da construção (como a construção civil); a indústria de transformação que transforma ou reelabora a matéria-prima. Quanto à quantidade de matéria-prima e de energia empregadas na produção, podemos falar em indústrias leves (bebidas, produtos farmacêuticos etc.), que consome menos energia e matérias-primas, e de indústrias pesadas (máquinas, navios, veículos), que exigem vultosos investimentos em energia e matéria-prima. Quanto à tecnologia empregada, temos as indústrias tradicionais, características da primeira revolução industrial, que ainda empregam bastante mão-de-obra, operam em regime fordista e utilizam tecnologia tradicional; as indústrias dinâmicas, como a informática, a aeroespacial e outras, que dependem mais da tecnologia moderna e capital, requerendo menos mão-de-obra, porém mais qualificada.
Quanto ao destino do produto podemos dividir a indústria em dois grandes grupos: de bens de produção e consumo. De bens de produção – são aquelas que produzem bens para outras indústrias. Podem ser de dois tipos. As indústrias de bens intermediários, que produzem matérias-primas que servirão de base para outras indústrias. Exemplos: extrativa mineral, de cimento, siderúrgico. Ou indústrias de bens de capital ou de equipamentos, que produzem equipamentos para outras indústrias, ou seja, são responsáveis, em parte pelo funcionamento destas. São exemplos as indústrias que produzem máquinas, motores, material de transporte e outros equipamentos. De bens de consumo - são indústrias que produzem bens (mercadorias) para uso e consumo da população, como por exemplo, a indústria têxtil, a alimentícia, a de móveis. Geralmente localizam-se nas proximidades dos centros consumidores. As indústrias de bens de consumo, por sua vez, podem ser divididas em indústrias de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e de bens de consumo não duráveis (alimentos, calçados, roupas e remédios, entre outros) (BORSCHIVER, WONGTSCHOWSKI e ANTUNES, 2004).
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2.2. FATORES DE IMPLANTAÇÃO 1. Existência de matéria prima; 2. A presença de fontes energéticas: a Primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, teve como um dos motivos a presença de jazidas de carvão da própria Grã-Bretanha. Modernamente, com o desenvolvimento dos meios de transporte, combustíveis e outras fontes de energia são mais facilmente trazidos das áreas de extração para as zonas industriais; 3. Existência de mão-de-obra qualificada; 4. Mercado consumidor: os empresários capitalistas preferem localizar suas fábricas em áreas próximas ao mercado consumidor, fundamentalmente ao redor das grandes cidades; 5. Transportes: como as indústrias dependem da vinda de matérias primas e do escoamento de seus produtos, elas necessitam de boas redes de transporte; 6. Rede de comunicações: as empresas contemporâneas precisam constantemente de informações sobre inovações tecnológicas, aumento e diminuição de preços, alta e baixa nas Bolsas, etc. Daí a necessidade de uma boa rede de comunicações: telefone, computadores ligados a Internet, etc; 7. Incentivos fiscais: os industriais preferem instalar suas empresas em regiões ou países que facilitem suas operações por meio da diminuição dos impostos e tributos. Este alívio da carga tributária aumenta os lucros das empresas. Os governos proporcionam essa isenção tributária por dois motivos: as indústrias geram empregos solucionando problemas sociais, e, em longo prazo, mesmo com a inicial diminuição dos impostos, os governos acabarão por arrecadar mais. 8. Presença de água (em alguns casos);
Diagrama 1: Fatores de implantação de indústrias
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2. CONTEXTO ATUAL
2.3. SUSTENTABILIDADE A definição de sustentabilidade proposta pelo relatório Bruntland, da ONU, diz o seguinte: “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações em satisfazer suas próprias necessidades”. O que significa na arquitetura que toda construção deve usufruir somente daquilo que não impeça a natureza de recuperar o seu estado produtivo de origem. A preocupação com o meio ambiente ficou mais acentuada em 1973, após a crise do petróleo. No início, a discussão era sobre edifícios energicamente mais eficientes, mas depois foram pensados em vários outros fatores prejudiciais como o entulho gerado pela obra, a água, o lixo e agora, principalmente, as emissões de CO₂ responsáveis pelo efeito estufa (ARAÚJO, 2016). “As rápidas mudanças do último século resultaram em algumas surpresas desagradáveis, como o poder destrutivo e insustentável dos sistemas de produção e consumo. A relação humanidade/ ambiente mudou radicalmente com a invenção das máquinas que multiplicaram a capacidade do homem de alterar o ambiente. A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, e a utilização de combustíveis fósseis em larga escala trouxeram uma série de consequências, que podem ser descritas como o resultado de um processo de crescimento descontrolado capaz de, eventualmente, destruir a biosfera:
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-efeito estufa; -destruição da camada de ozônio; -acidificação do solo e de águas superficiais; -dissipação de substâncias tóxicas no meio ambiente; -acúmulo de substâncias não-biodegradáveis no ambiente; -acúmulo de lixo radioativo; -diminuição da área de florestas tropicais e da biodiversidade, etc. Desde o início da história da humanidade, os resíduos ou materiais excedentes de cada processo eram simplesmente descartados. [...] Com o aumento da população mundial, o descarte dos resíduos se tornou cada vez mais problemático e, atualmente, diversos setores da sociedade têm tomado consciência da pressão que o acúmulo de resíduos – além das substâncias tóxicas dissipadas no ambiente – pode exercer sobre o meio ambiente e, consequentemente, sobre a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. As práticas de remediação e de tratamento mostraram-se insuficientes para lidar com o problema ambiental. Nas últimas décadas, conceitos foram desenvolvidos como resposta a pressões exercidas tanto pelo próprio meio ambiente como pela sociedade (GIANNETTI, ALMEIDA e BONILHA , p. 76, 2007).”
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2.3.1. MATERIAIS SUSTENTÁVEIS A escolha dos materiais a serem usados na construção deve ser baseada em quatro fatores determinantes: durabilidade, gasto de energia na produção do material, toxicidade e possibilidade de reciclagem. Quanto à durabilidade, a construção sustentável deve ter um elevado ciclo de vida, o que significa que materiais mais propensos ao desgaste serão substituídos mais rapidamente, gerando entulho. O que se pode fazer é usar alternativas para prolongar a vida útil deles ou optar por peças recicláveis, que apesar de gerarem certo resíduo, não são descartados por completo, podendo ser reutilizados em novas construções. A toxicidade dos materiais também interfere muito no grau de sustentabilidade deles, uma vez que podem ser responsáveis por danos à natureza. Vale lembrar que mesmo que o material em si não seja tóxico, é necessário avaliar o processo produtivo dele, já que pode gerar resíduos que são descartados muitas vezes direto no meio ambiente, ou também demandam muito gasto de energia, o que torna válido optar por outros materiais. No caso de indústrias, o ideal é escolher materiais mais leves que suportam uma estrutura com vãos maiores, como por exemplo o aço ou a madeira. No caso da madeira, o interessante é avaliar que além de ser um material mais leve, comparado ao concreto por exemplo, a madeira também é um material orgânico, o que significa que após sua vida útil a natureza pode absorvê-la.
Contudo, o material mais eficiente para o programa industrial é o aço. As estruturas metálicas são marcadas pela sua capacidade de obter vãos grandes com poucas dimensões, pouco material e consequente menor carga gerada pelo peso próprio. A sustentabilidade neste tipo de estrutura começa pela fabricação do aço, gera pouco resíduos e pouca emissão de CO2. É importante destacar que ao contrário da estrutura de concreto que se torna entulho ao final da sua vida útil, a estrutura metálica pode ser totalmente reciclada e reaproveitada em construções futuras. Outra característica sustentável do aço é o seu peso próprio, por ser uma estrutura muito leve gera cargas menores na fundação, que consequentemente exigirá menores dimensões e menos material. Outro material muito eficiente que pode ser usado é o vidro, que além de permitir a entrada de iluminação natural, diminuindo o gasto de energia elétrica, pode ser 100% reciclado após uma demolição (GERVÁSIO, 2006; CUNHA, 2010; ARAÚJO, 2016).
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2. CONTEXTO ATUAL
2.3.2. TELHADO VERDE O telhado verde é técnica usada na arquitetura para cobrir edifícios com vegetação. A técnica consiste basicamente em aplicar uma camada impermeável sobre a cobertura do edifício e depois cobrir com terra e plantas. Essa técnica promove a diminuição da poluição ambiental, abaixa o nível de ruídos nos ambientes internos, aumenta a umidade relativa do ar e, principalmente, reduz a temperatura interna no verão e aumenta no inverno e também. Com esse isolamento térmico, é possível diminuir o gasto de energia elétrica com condicionares de ar, tornando o sistema sustentável. Segundo a revista Época, edição nº 505: “a Ford, em Michigan, instalou um telhado verde em toda e extensão da fábrica e tem economizado 30% de energia com refrigeração”. O telhado verde pode servir também para captar água da chuva, as plantas e terra se tornam filtros naturais e com o uso de um sistema de armazenamento, a água pode ser utilizada na descarga de banheiros, para aguar as plantas do jardim ou na limpeza das áreas externas (BOCK, 2008).
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Figura 4: Esquema de camadas implantadas no sistema de teto verde Fonte: http:// revistagalileu.globo. com/Revista/
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2.3.3. ENERGIA ELÉTRICA NA INDÚSTRIA No Brasil, de 2003 a 2012 houve um aumento de 40% no consumo final de energia, sendo 35,1% deste consumo destinado à indústria e em 2012, a energia usada na indústria passou dos 40%. Mesmo com este quadro, a propensão ao uso de energia renováveis ainda é baixa, sendo 90% da energia elétrica consumida no Brasil proveniente de usinas hidrelétricas. Apesar de ser uma fonte de energia não poluente, sua instalação implica grande destruição nas proximidades, e depende do volume de água das chuvas para operar. Os custos elevados e os impactos ambientais negativos, têm levado a indústria a buscar métodos eficazes e econômicos para capturar, armazenar e converter a energia solar em energia útil para aplicações industriais, sendo esta abundante, gratuita e limpa, não gera ruído ou poluição ao meio ambiente. As aplicações de energia solar na indústria estão divididas em fotovoltaica e térmica, esta última considerada a mais econômica dentre as energias renováveis, porém destinada somente à atividades industriais que demandam aquecimento em alguma etapa da produção. Ela pode ser utilizada para obtenção de água quente, vapor, secagem e processos de desidratação, pré-aquecimento, pasteurização, esterilização, lavagem, limpeza, reações químicas, aquecimento do ambiente industrial, preparação de alimentos, transformação de plástico, construção, indústria têxtil, dentre outras (CARREIRA, 2015).
2.3.4. PLACAS FOTOVOLTAICAS O sistema de geração de energia fotovoltaica, é constituído por placas feitas com silício e parte de fósforo e boro. Essas placas ficam expostas à radiação solar, que é absorvida e depois transformada em energia elétrica. A grande desvantagem desse sistema é o altíssimo custo de implantação, mas que diluído nos mais de 30 anos de durabilidade pode significar em uma grande redução de gasto com energia elétrica, principalmente quando se trata do setor industrial que possui o valor da energia (kWh) mais elevado que outros setores, por ter altos gastos com maquinário pesado e, diferente do aquecimento solar, as placas fotovoltaicas podem ser utilizados por qualquer atividade industrial e não somente por aquelas que necessitam aquecimento em alguma etapa da produção (NIEDZIALKOSKI, 2013). Figura 5: Modelo de placa fotovoltaica Fonte: http:// www.oeco.org. br/noticias/ os-homensque-queriamesconder-o-sol/ mon/0,,EMI32910918537,00-TELHADO S+VIVOS+SAO+SO LUCAO+PARA+A+F ALTA+DE+VERDE+ NAS+GRANDES+CI DADES.html
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 AUTORES Comte & Vollenweider Architectes - Pierre-André Comte e Stéphane Vollenweider Colaboradores Régis Roudil, Marion Grégoire e Marrit Veenstra DATA Projeto: 2013 Término da obra: 2014 CARACTERÍSTICAS GERAIS Área do terreno: aprox. 16.500m² Área edificada: 3.456m² cada hangar e 10.368m² todos os hangares Nº de pavimentos: 3 LOCAL Cannes, França .
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O propósito desta leitura projetual é destacar os aspectos formais alcançados em uma construção cujo programa exige uma estrutura com vãos grandes. Um dos objetivos deste trabalho é desenvolver um projeto de caráter industrial que não se acomode em formas e concepções vistas em abundância no setor fabril – galpões industriais concebidos em formas retangulares com peças pré-moldadas, estruturados para atender o tripé custo, rapidez e funcionalidade, sem nenhuma preocupação com a postura estética. Este projeto se trata de um hangar para manutenções em aviões particulares, e apesar do programa não ser de uma indústria, a demanda por vãos livres grandes é necessária para manobrar com facilidade os aviões. Partindo deste princípio, é possível obter como referência a escolha do material utilizado na estrutura e como ela harmoniza com a forma do edifício e com os outros materiais empregados.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 LOCALIZAÇÃO
O edifício foi implantado na cidade de Cannes, no sul da França. Esta cidade situada à beira do Mar Mediterrâneo oferece paisagens litorâneas que atraíram desde 1830 a construção de residências de férias na região, tornando-se gradualmente uma cidade turística.
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Desde 1946, todo ano no mês de maio é organizado na cidade o Festival de Cannes, um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo. Esse é um dos motivos para o aeroporto municipal receber muitas celebridades e pessoas de alto poder aquisitivo, que viajam a bordo de aviões particulares, surgindo então a necessidade de um hangar exclusivo para eles.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 IMPLANTAÇÃO PARCIAL DO AEROPORTO Apesar dos arquitetos não fornecerem a planta do edifício, é possível identificar neste desenho a área destinado ao hangar (mais escura) e a área da administração (branca). É importante observar que o projeto deixa evidente a separação destas duas áreas em alguns pontos, começando pelos acessos que nitidamente apresentam funções diferentes.
Acesso de pessoas para a administração do hangar Acesso dos aviões para manutenção Acesso dos aviões para pista de voo
Desde 1946, todo ano no mês de maio é organizado na cidade o Festival de Cannes, um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo. Esse é um dos motivos para o aeroporto municipal receber muitas celebridades e pessoas de alto poder aquisitivo, que viajam a bordo de aviões particulares, surgindo então a necessidade de um hangar exclusivo para eles.
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3. LEITURAS PROJETUAIS
3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 FACHADA LESTE
FACHADA NORTE
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Novamente há uma separação entre a área administrativa e o hangar, agora o que os difere são os materiais de fechamento. O hangar é vedado por grandes fachadas de vidro com o formato tipo pirâmide, que ajuda a manter o calor dentro do edifício. Já o setor administrativo, ora apresenta uma fachada revestida em madeira com algumas aberturas, ora apresenta uma empena cega de placas de concreto pré-fabricadas. Isto causa um grande impacto visual, visto que promove um contraste entre o opaco e o transparente.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 FACHADA OESTE
Grandes portas removíveis
Nestas imagens é possível perceber o grande vão alcançado pela estrutura mista de madeira protendida e aço. O comprimento do edifício é de 96m, esta medida é divida em 3 vãos de 32m por 2 apoios esbeltos de aço de aproximadamente 10m de altura.
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96m
Pilares em aรงo
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 CORTE LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL Sistema de captação de água da chuva (precipitação média anual em Cannes é de 880mm).
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A precipitação anual em Ribeirão Preto é alta, atingindo uma média de 1500mm. E considerando que a água potável distribuída pelos órgãos públicos é proveniente do Aquífero Guarani, o uso de sistemas de captação de águas pluviais é uma solução sustentavelmente excelente. O reuso da água, poupará os reservatórios subterrâneos.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 MATERIAIS: MADEIRA, VIDRO E CONCRETO
No caso do hangar, o programa exige que a forma adotada seja mais rígida, e portanto basicamente se resume a um grande paralelepípedo. Para então suavizar a forma, é mesclado o uso de três materiais. A madeira é vista na laje do hangar e na fachada leste. Na laje, a madeira é protendida e usada estruturalmente, já na fachada leste são ripas de madeiras usadas somente como revestimento. O concreto fica aparente tanto nas placas pré moldadas que estruturam o setor administrativo quanto no piso no hangar. Vale destacar que tanto para o programa deste projeto, quanto para programas industriais, é vantajoso não revestir o piso de concreto, já que facilmente será danificado. O vidro é empregado nas pequenas aberturas da administração, e nas grandes fachadas do hangar. Estas grandes fachadas de vidro dão movimento ao edifício, já que ao invés de optar por peles de vidros lisos, os arquitetos optaram por formas tridimensionais. Além do movimento, a grande quantidade de vidro empregada também exerce uma solução sustentável, já que permite uma altíssima iluminação natural, poupando uso de energia elétrica. A união desses três materiais é a grande sacada do projeto, pois é com ela que os arquitetos conseguem criar uma ideia completamente diferente da que temos de grandes galpões. Principalmente quando se trata de galpões industriais, os projetos geralmente se fundamentam somente na questão funcionalidade do edifício, não propondo nenhum tipo de harmonia estética entre os materiais escolhidos.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16
O uso do vidro auxilia no conforto térmico, a temperatura média em Cannes é de 12°C, chegando no máximo a 22°C, então a transparência do vidro permite a entrada de luz solar que aquece o ambiente e permite uma forte iluminação natural. A película de insufilme na parte inferior das fachadas de vidro, inibe a entrada do sol, funciona como um brise soleil, a diferença é que o insufilme bloqueia a vista externa.
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3.1. LEITURA PROJETUAL 1: AEROPORTO DE CANES - HANGAR H16 ESQUEMAS DA LAJE DE MADEIRA PROTENDIDA
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE AUTOR Jean-François Schmit COLABORADORES SNC Lavalin (estrutura) Cabinet Jaillet-Rouby (estrutura) SLG (paisagismo) DATA Término da obra: 2010 CARACTERÍSTICAS GERAIS Área edificada: aproximadamente 9.600m² Nº de pavimentos: 3 (1 subsolo) LOCAL Orly, França
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O objetivo desta leitura projetual é ter como referência um galpão industrial que supere os aspectos formais simples frequentemente vistos em edifícios com esse tipo de programa. É importante destacar também que este edifício se apropria de conceitos de sustentabilidade, que é um grande ponto defendido neste trabalho. Este projeto trata-se de uma base de manutenção da empresa Air France para turbinas de alguns dos seus modelos de aviões e de outras empresas que se apropriam do serviço. O maior modelo que a unidade pode acomodar, o GE 90, mede 3,4m de diâmetro e pesa mais de 8 toneladas. materiais empregados.
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE LOCALIZAÇÃO
Orly é uma cidade localizada ao Norte da França, pertencente à região metropolitana de Paris, ficando à apenas 18,4km de distância da capital francesa.
De acordo com uma pesquisa feita pela MasterCard em 2011, Paris é a segunda cidade mais visitada do mundo e para receber o volume de visitantes, a cidade conta com quatro aeroportos, inclusive um deles está localizado em Orly. Portanto, a demanda por voos na região é muito grande, e consequentemente a demanda por manutenção nas aeronaves também. Isto justifica a escolha do local do projeto analisado.
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
Inicialmente o projeto foi pensado de forma linear, mas foi modificado porque não havia um processo produtivo que demandasse linearidade, pois não há etapas sequenciais, a turbina é desmontada e cada peça é deslocada para o setor específico. Com isso o arquiteto reduziu consideravelmente os gastos com a mecanização dos pórticos que deslocam as turbinas pelo edifício.
área de recebimento e despacho das turbinas área de desmontagem, reparo e substituição de peças corredor livre de 8m de largura que faz transição entre as áreas operacionais e administrativas administração acesso administração acesso de funcionários recebimento de peças recebimento das turbinas circulação automatizada das turbinas circulação exclusiva para transporte de carga e descarga de peças e turbinas
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE PLANTA PAVIMENTO TÉRREO - PILARES
Modulação de 6 em 6m, com algumas exceções como aberturas maiores Modulação de 8 em 8m
Pilares mais reforçados, fazem a sustentação não só do edifício mas também dos pórticos de deslocamento das turbinas
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE CORTE LONGITUDINAL
CONFORTO AOS USUÁRIOS O edifício, mesmo sendo de caráter industrial, proporciona grande conforto aos usuários. O pé direito da área operacional assume 14m nos pontos mais altos, isso alivia o peso da grande estrutura metálica e dos pórticos de deslocamento das turbinas. O arquiteto também teve a preocupação de abrir toda a borda do edifício em uma fita contínua de janelas, permitindo não somente a entrada de luz mas também a visão de dentro para fora. Foi colocado também dois canteiros pequenos nas entradas, apesar da vegetação não ser volumosa, ela tem o papel de equilibrar o ambiente industrial com o natural. PLACAS FOTOVOLTAICAS O desenho da cobertura permite 2 soluções, a entrada de iluminação natural e nas partes inclinadas (vermelhas) foram instaladas placas fotovoltaicas que geram energia elétrica a partir da radiação solar.
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3.2. LEITURA PROJETUAL 2: AIR FRANCE INDUSTRIE - JET ENGINE MAINTENANCE BASE ILUMINAÇÃO NATURAL A iluminação é um dos pontos mais marcantes do projeto. O arquiteto projetou uma cobertura tipo shed, mas o interessante é que ele colocou um material semitransparente não somente na parte de cima da cobertura mas também na lateral, permitindo ainda mais entrada de luz solar. Ainda mantendo o conceito de iluminação natural, o projeto oferece transparência nas grandes fitas de janelas em toda a extensão de três fachadas. Estas são algumas soluções de iluminação que poupam o gasto de energia elétrica, tornando a escolha sustentável.
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO AUTOR Antônio Cláudio G. Duarte CARACTERÍSTICAS GERAIS Área do terreno: 21.700m² Área edificada: 11.370m² (galpão destacado na figura 8) Nº de pavimentos: 2 LOCAL São Simão, SP, Brasil Dentre os segmentos fabris presentes em nossa economia, este trabalho tem o objetivo de projetar uma indústria cuja atividade produtiva são móveis corporativos. Para tal feito, é necessário ter conhecimento do programa exigido pelo processo produtivo, quais etapas da produção, quais setores são necessários e quais as suas dimensões. Esta então é a importância da inclusão deste projeto no trabalho, obter referência do programa que será proposto.
Figura 7: Produto final comercializado pela Fortline Fonte: http:// www.fortline.ind. br/Produtos/ Aplicacao/l
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Figura 6: Produto final comercializado pela Fortline Fonte: http://www. fortline.ind.br/ Produtos/Aplicação
Figura 8: Vista aérea da fábrica da Fortline Fonte: http://www. fortline.ind.br/ Empresa
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO LOCALIZAÇÃO
A fábrica da Fortline é situada na cidade de São Simão, no interior do estado de São Paulo. São Simão é uma pequena cidade com aproximadamente 15mil habitantes, localizada a 40km de distância de Ribeirão Preto, tem fácil acesso à Rodovia Anhanguera.
Em 1890 foi construída uma importante estrada de ferro, que na época foi destinada ao plantio do café, mas depois foi um dos motivos que atraiu a instalação de indústrias na cidade.
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO PLANTAS COM SETORIZAÇÃO
A – Estoque B – Corte C – Melamínico D – Usinagem E – Colagem de Borda F – Controle de Qualidade G – Limpeza e Acabamento
H – Montagem de Gaveteiros e Divisórias I – Embalagem J – Expedição K – Administração L – Administração (pav. superior)
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO ACESSOS E CIRCULAÇÕES
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO
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3.3. LEITURA PROJETUAL 3: FORTLINE INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO CORPORATIVO ETAPAS DA PRODUÇÃO Em visita técnica realizada ao local no dia 13 de abril de 2016, identificaram-se as etapas de produção apresentadas à seguir. . ESTOQUE: É feito a estocagem de placas de MDF ou MDP medindo 1,75m de largura e 2,75m de comprimento. CORTE: Neste setor, as máquinas fazem os cortes necessários de cada componente do móvel, para isso é preciso um plano de corte. Este plano vai otimizar móveis diferentes que demandam a mesma placa e aproveitam o máximo desta placa, para gerar o menor descarte possível. Com este plano também é possível determinar qual a posição de cada peça que será cortada, tendo em vista que a placa tem revestimento melaminíco que estampa diferentes veios de madeira, e dependo dos componentes esses veios devem aparecer em determinada posição. USINAGEM: Nesta etapa, os componentes recebem a furação necessária para permitir o encaixe de outros componentes na montagem do móvel. COLAGEM DA BORDA: Nesta etapa é colado os filetes que dão acabamento nas bordas de cada componente. LIMPEZA E ACABAMENTO: Neste setor as peças passam por uma limpeza para remover resíduos de etapas anteriores. CONTROLE DE QUALIDADE: Aqui são escolhidas aleatoriamente peças de algum móvel para serem montadas e verificar se o processo de produção está tendo alguma falha.
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MONTAGEM DE GAVETEIROS E DIVISÓRIAS: Somente estes dois tipos de móveis que, por serem mais complexos, são entregues já montados. EMBALAGEM: São colocadas embalagens plásticas e protetores de papelão para não danificar os móveis no transporte. EXPEDIÇÃO: Neste setor, há a acomodação de todas as peças já disponíveis para entrega, organizadas de acordo com a logística. CARREGAMENTO: Nesta área existem plataformas de carga para auxiliar o carregamento nos caminhões.
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4. ÁREA DE ESTUDO
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4. ÁREA DE ESTUDO
4.1. MAPA ZONEAMENTO INDUSTRIAL DE RIBEIRÃO PRETO
Figura 9: Mapa Zoneamento Industrial do Município de Ribeirão Pret Fonte:http://www. ribeiraopreto.sp.gov. br/splan/
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A figura representa o zoneamento industrial do município de Ribeirão Preto/SP. De acordo com a Lei Municipal Nº 3928/81, uma indústria moveleira se classifica como estabelecimento incômodo, no critério de atividade poluente, podendo ser implantados em áreas correspondentes ao índice 2 ou superior.
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4. ÁREA DE ESTUDO
4.2. DETALHE DE MAPA ZONEAMENTO INDUSTRIAL DE RIBEIRÃO PRETO A região localizada ao norte do município de Ribeirão Preto, apresentada na figura , é a região que mais comporta áreas industriais na cidade. A sua grande maioria é composta por áreas de uso misto, permitindo estabelecimento de índice 1,0 e 1,5 de acordo com as categorias poluentes.
Figura 10: A da figura 9
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Nesta zona também há grandes áreas destinadas a estabelecimentos de índices 2,0 (azul) e 3,0 (roxo), sendo estas os locais permitidos para a implantação de uma indústria moveleira. O local destacado (subsetor norte 9) foi escolhido levando em consideração as facilidades de acesso, infraestrutura, proximidade com o aeroporto, estação ferroviária e com a rodovia Anhanguera.
Ampliação 9
Figura 10: Ampliação da figura 9
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4.3. SUBSETOR NORTE - 9 (PARQUE INDUSTRIAL CEL. QUITO JUNQUEIRA)
O subsetor norte 9 por já ser uma área mais consolidada, não tem muitos terrenos disponíveis, e considerando uma possível expansão da pista do aeroporto, esses terrenos ficam ainda mais limitados. Portanto o terreno escolhido foi dentre os disponíveis o que comportava o programa exigido pelo processo produtivo da indústria proposta.
Figura 11: Foto aérea do subsetor 9 Fonte: Google Mapas <https:// www.google.om.br/ maps/@-21.1479137,47.7766444,3456m/ data=!3m1!1e3?hl=ptBR
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4. ÁREA DE ESTUDO
4.4. ENTORNO IMEDIATO Por ser uma área estritamente industrial, as vias foram projetadas para facilitar o acesso de veículos grandes, elas possuem 18m de largura, permitindo faixa de estacionamento dos dois lados e tráfego nos dois sentidos, os caminhões também conseguem manobrar com facilidade. Quase todo o subsetor norte 9 é asfaltado e possui rede de água e esgoto. Outra vantagem da localização é um ponto de ônibus muito próximo do terreno, que facilita o acesso dos empregados na indústria. Neste ponto passa somente 1 linha de ônibus, mas nas proximidades passam outras 15.
PONTO DE ÔNIBUS VIA ASFALTADA
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Figura 12: Perfil da Via
Figura 13: Foto aĂŠrea trecho do subsetor 9 Fonte: Google Mapas <https:// www.google.com.br/ maps/@-21.1479137,47.7766444,3456m/ data=!3m1!1e3?hl=ptBRcom.br/maps/@21.1479137,47.7766444,3456m/ data=!3m1!1e3?hl=ptBR>
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4. ÁREA DE ESTUDO
4.5. IMAGENS DO TERRENO O terreno se encontra com pouca vegetação, pequeno aclive, praticamente plano, construções de caráter mais horizontal no entorno.
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5. PROJETO
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5.1.IMPLANTAÇÃO
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5.2.PLANTA PAVIMENTO TÃ&#x2030;RREO
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5.3.PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR
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5. PROJETO
5.4.CORTE AA
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5.5.CORTE BB
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5. PROJETO
5.6.CORTE CC
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5. PROJETO
5.7.ELEVAÇÃO FRONTAL
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(POSSÍVEL EXPANSÃO)
5. PROJETO
5.8.ELEVAÇÃO TRASEIRA
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(POSSÍVEL EXPANSÃO)
5. PROJETO
5.9.ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA
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5.10.ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA
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5. PROJETO
5.11.DETALHES DA COBERTURA
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5. PROJETO
5.12.IMAGENS
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5. PROJETO
IMAGENS
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6. BIBLIOGRAFIA
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6. BIBLIOGRAFIA
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