TFG Conservatório Musical

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Conservatรณrio Musical

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Conservatório Musical

Arquitetura e Urbanismo – Uniube Trabalho Final de Graduação – TFG Aluna: Priscilla Mahler Bragato Orientador: Jadiel Tiago Abril/2017


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Sumário: 1 RESUMO E PALAVRAS-CHAVE 2 INTRODUÇÃO

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3 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA E SUA RELAÇÃO COM A ARQUITETURA 3.1 A influência da música na vida das pessoas 3.1 a) Música na educação infantil 3.1 b) Música, a arte sempre presente 4 OBJETIVOS

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4.1 Objetivo Geral 4.2 Objetivos Específicos 5 JUSTIFICATIVAS 5.1 Justificativa Acadêmica 5.2 Justificativa Intelectual 6 MÉTODOS 7 LEVANTAMENTO DAS FONTES 8 ANÁLISES PROJETUAIS 9 ANEXOS 9.1 Tema 9.2 Levantamento das áreas relacionadas à música (mapa) 9.3 Escolha da área 9.4 Justificativa 9.5 Registro fotográfico 9.6 Dados técnicos

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10 LEITURAS DE PROJETO 10.1 Conservatório de Música em Aix em Provence - Kengo Kuma and Associates. 10.2 Casa da Música - Porto, Portugal - OMA (Rem Koolhaas e Ellen van Loon). 10.3 Cidade das Artes – Barra da tijuca, Rio de Janeiro - Christian de Portzamparc. 10.4 Experience Music Complex - Seattle Center, EUA – Frank Gehry. 10.5 Obras Artísticas de Paul Klee. 10.6 Cite de la Musique - Paris, França - Christian de Portzamparc. 10.7 Auditório Ibirapuera – São Paulo, Brasil - Oscar Niemeyer. 11 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA 12 ANÁLISE DO ENTORNO 12.1 a) Figura e Fundo 12.1 b) Gabarito 12.1 c) Ocupação do Solo 12.1 d) Hierarquia Viária 12.1 e) Vegetação/ entorno 12.1 f) Visadas 13 PARTIDO 14 PLANOS DE MASSA 14.1 Terreno 3d 14.2 Primeira proposta de volumetria 14.3 Segunda proposta de volumetria 15 PROGRAMA DE NECESSIDADES/DIAGRAMAS

65 66 69 71 74 77 78 80 83 87 88 89 90 91 92 93 94 96 97 100 102 105


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1 RESUMO E PALAVRAS-CHAVE


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Resumo: O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de um conservatório musical na cidade de Conquista-MG, localizada a aproximadamente 60km de UberabaMG. O intuito do trabalho é ressaltar a importância da relação entre a arquitetura e a música, e com isso, trazer essa relação para os espaços que serão projetados no Conservatório. A intenção é incentivar as pessoas à pratica da música e fazer com que o projeto tenha melhor qualidade acústica, sonora e visual, fazendo com que as pessoas possam de alguma forma, notar o vínculo existente entre a arquitetura e a música. Há também, a pretensão de tornar Conquista-MG uma cidade polo- musical entre as cidades da microrregião de Uberaba-MG e, então, estimular o crescimento da cidade. Palavras-chave: Arquitetura e música, música e arquitetura, Conservatório musical, importância da música, relacionar/relação.


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2 INTRODUÇÃO


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Apresentação: O projeto se trata da criação de um Conservatório musical na cidade de ConquistaMG, localizada no Triângulo Mineiro, próxima à cidade de Uberaba. Sua população estimada é de 6.922 habitantes, incluindo os distritos de Guaxima e Jubaí. Conquista, assim como qualquer outra cidade, independente da questão populacional, merece o incentivo á música, que é um fator de grande importância tanto para quem tem interesse em aprender a tocar algum instrumento, quanto para quem quer entender da música em sua teoria. O intuito do trabalho é ressaltar a relação existente entre a arquitetura e a música nos espaços projetados, incentivar a prática musical e incentivar o crescimento da cidade de ConquistaMG.


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A área escolhida para o projeto é um local mais afastado do centro da cidade e pouco habitado. A intenção é valorizar uma nova parte da cidade e através do Conservatório, criar possibilidades de crescimento, fazendo com que a cidade possa ganhar um novo bairro, ou seja, a tendência de seu crescimento será para perto de onde o conservatório se encontra. A área escolhida se encontra próxima a uma pequena mata, e se situa em um local que possui grande quantidade de vegetação no seu entorno. O crescimento da cidade para perto do conservatório, consequentemente irá inserir os espaços verdes para dentro cidade, o que proporcionará maior bem estar e conforto às pessoas que ali frequentam, favorecendo o clima e ajudando na absorção de ruídos. O Conservatório musical, além de incentivar o crescimento da cidade e enfatizar a importância da relação entre a arquitetura e a música, também poderá fazer com que ConquistaMG se torne uma cidade polo-musical entre as microrregiões de Uberaba-MG.


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3 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA E SUA RELAÇÃO COM A ARQUITETURA


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DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA “A música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento.” (FERREIRA, Amanda, 2013, p.1). A música, em seus diversos ritmos e harmonias, é capaz de transmitir diversos tipos de sensações diferentes a quem escuta, é capaz de transformar os sentimentos e pensamentos das pessoas, podendo fazer com que sintam sentimentos diferentes em cada ritmo tocado, trazendo sensações de bem estar, pode leva-las da tristeza à alegria, da raiva à calmaria em poucos minutos. Se o exercício de ouvir música possui tal poder, o exercício de praticá-la tanto na prática quanto na teoria, pode ser mais benéfico ainda. “As crianças também sentem as vibrações do universo musical. Desde cedo as crianças são expostas a diversos sons e ritmos.


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Isso acontece desde o momento em que estão no ventre de suas mães, permanecendo no decorrer de suas vidas. [...] a música pode influenciar de forma positiva, contribuindo para o desenvolvimento da criatividade, das expressões corporais e artísticas, da memorização e para a aprendizagem das crianças.” (GATTI, Ruana, 2012, p.9). A importância da música se dá desde os primórdios da vida, é capaz de causar boas vibrações às crianças mesmo quando ainda estão no ventre da mãe. É visível que ao som de alguma música, as crianças não se aquietam, há sempre mãos e pés batendo e danças, ou seja, são instintos naturais do próprio corpo que estão reagindo à harmonia do som. É de grande importância usar a música como linguagem de expressão dentro das escolas, proporcionando às crianças, além do desenvolvimento motor e afetivo, a valorização de sua própria cultura. A relação entre arquitetura e música é muitas vezes esquecida ou deixada de lado. O que muitas pessoas e arquitetos não têm conhecimento, às vezes, é que essa relação é tão forte que pode se dizer que quase há uma fusão entre os seus conceitos e formas, como as aberturas, escalas, harmonias e modulações.


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Através de comparações de obras conhecidas, como no Conservatório de Música em Aix em Provence, pode-se constatar essa relação, às vezes mais fácil de ser notada por quem entende um pouco mais sobre música, e muitas vezes abstrata, devendo então ser percebida ou descoberta através do exercício da observação. Como afirma Noronha (2015, p. 1 e 2) essa relação é mais forte do que imaginamos, relação que se encaixa tanto nas formas a serem feitas, quantos nos sentimentos que as pessoas adquirem quando conseguem sentir tal relação, assim como afirma FERREIRA, Amanda, 2013, a música trás um estado agradável e de bem estar, mas poder perceber essa música no espaço também pode causar sensações boas e aguçar a percepção. Quando se trata de arquitetura e música, necessita-se de um entendimento profundo sobre ambos para poderem ser executados com excelência. . Não é possível, por exemplo, simplesmente pegar a teoria sobre a música, ou sobre a arquitetura, simplesmente estudar e logo após praticá-los. Na música, por exemplo, é necessário além da teoria, pegar um instrumento musical e praticar, estudar a sua prática e mantê-la ativa, pois sem prática, o conhecimento vai deixando de existir.


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A mesma coisa acontece na arquitetura, é necessário entender da teoria e da prática, é necessário saber utilizar os programas e softwares que ajudam a colocar em prática o que os arquitetos sabem sobre teoria, ou seja, não é possível apenas estudar a parte teórica da arquitetura e se formar um arquiteto. Essa prática que é necessária para o estudo da música que é fundamental para “[...] o desenvolvimento da criatividade, das expressões corporais e artísticas, da memorização e para a aprendizagem das crianças.” Como afima GATTI, Ruana, 2012, p.9. e é fundamental proporcionar o estudo da música para crianças, fazendo com que, desde cedo comecem a exercitar seu desenvolvimento criativo e possam com o tempo, aperfeiçoar todos os mecanismos que são favoráveis à ela quando se envolve a música. Ás vezes muitas pessoas podem se perguntar “o que pode fazer com que a música e a arquitetura tenham tal relação que é estudada há tanto tempo?”, essa relação pode se dar por meio da arte, tanto a música quanto a arquitetura possuem meios artísticos de criação, criam infinitas possibilidades e tem a capacidade de fazer com que o criador, tanto de um quanto de outro exercitem a imaginação.


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A leitura dos termos musicais também se dá como aberturas, acústica, composição, harmonia, escala ritmo, altura, compasso, textura e variação. Com isso, é extremamente perceptível a relação com a arquitetura e seus termos também utilizados na criação ou leitura de um projeto. Uma pauta musical, composta de cinco linhas e com várias notas musicais distribuídas infinitamente entre seus ritmos e compassos, pode ser, por exemplo, o partido arquitetônico para um arquiteto. O tratado de arquitetura de Vitrúvio diz que é necessário o arquiteto, entra seus vários conhecimentos, obter o conhecimento sobre a música, ou seja, “incluir a arte da música em seu repertório profissional”, outros diversos autores também falaram sobre isso. Diversos músicos famosos, por coincidência, fizeram arquitetura, e alguns comentam sobre isso em suas entrevistas, No documentário “Chico e as Cidades”, Chico Buarque compara Tom Jobim e Oscar Niemeyer "quando minha música sai boa, penso que parece música de Tom Jobim. Música de Tom, na minha cabeça, é casa de Oscar." Chico iniciou o curso de arquitetura, porém não o finalizou. O vocalista dos Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, deu tal nome à banda de forma a ironizar o curso de engenharia, pois era aluno de arquitetura e também não finalizou o curso devido ao sucesso que a banda começou a fazer.


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É extensa A lista de músicos que tem relação com arquitetura, como Herbert Vianna, Fernanda Abreu, a banda Pink Floyd, entre outros. Marcondes Falcão Maia, mais conhecido pelo seu nome artístico Falcão, é humorista, cantor, apresentador e compositor brega, se formou técnico em edificações no ano de 1978, após cinco tentativas conseguiu se ingressar no curso de arquitetura e se formou em 1988. Chico Buarque estudou arquitetura na USP, porém não finalizou o curso. Tom Jobim estudou arquitetura no mais antigo curso de arquitetura do Brasil na faculdade de arquitetura do Rio de Janeiro. Ou seja, é visível a relação entre a arte e a música, tomando em conta que todos esses cantores são artistas, possuem o dom artístico, e sentiram então, afinidade com o curso de arquitetura, que também é um meio de se relacionar com a arte. "Nós deveríamos, portanto, confinarmo-nos à Música, à Arquitetura, à Escultura e à Pintura (…) Essas quatro são irmãs; as duas primeiras, gêmeas: para tal, observa-se que elas não se originam na imitação dos entes naturais, como o fazem a Escultura e a Pintura." (LE DUC, Viollet. 1987. Apud RIBEIRO. Nathália. 2016).


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Viollet le Duc faz uma comparação entre a música, arquitetura, escultura e pintura. Afirma que a música e a arquitetura são irmãs gêmeas, pois não se originam da imitação dos entes naturais, assim como a escultura e a pintura. Ou seja, Viollet le Duc coloca a música e a arquitetura como atividades artísticas que são extremamente relacionadas e criativas, que dependem da imaginação para existirem, ao contrário da escultura e da pintura que são, muitas vezes, imitação de algo que já existe. Com isso, Viollet le Duc reforça a questão da relação entre a arte e a música, assim como faz Noronha nos parágrafos anteriores. Existem termos e formas de composições que fortalecem ainda mais essa relação entra a música e a arquitetura. No Conservatório de Música em Aux in Provence, “é possível observar na fachada linhas, cheios e vazios que seguem um ritmo alternado, mas que para o observador é agradável e de fácil leitura. Este desenho de fachada pode lembrar a um teclado de um piano (figura 2), este por sua vez tem os cheios (teclas brancas), vazios (teclas pretas) e as linhas são os espaçamentos entre as teclas” (NORONHA, 2015, p.4).


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Noronha (2015, p. 6) dá exemplos de outros termos musicais que também são utilizados na arquitetura para fortalecer a sua teoria sobre a relação entre ambos, os termos são: abertura – que serve como introdução a uma ópera ou algo do tipo; aumento – ampliação do valor de um fragmento tomado como antecedente; escala – são a ordem das sequências das notas, por exemplo: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó; harmonia - campo que estuda as relações de ligações dos sons coexistentes (acordes); modulação – mudança de tom no decorrer de um trecho; ritmo movimento coordenado, sucessão regular de tempos fortes ou fracos, longos ou breves, que estão presentes na composição da música. De acordo com o autor Rodrigues (2015, p.1) as primeiras “paisagens sonoras” captadas, ainda podem ser vistas na natureza hoje, como o mar, a água, o vento e o fogo, sendo que, ele define “paisagens sonoras” como “qualquer estudo feito em base da acústica, podendo ser uma peça musical, uma música, programas de rádio ou simplesmente um ambiente. Seja a acústica muito perceptiva ou não, é esse ambiente que podemos chamar de paisagem sonora.” Rodrigues (2015, p.1).


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Outra paisagem sonora também notada é o som dos animais, os pássaros fazem diferentes “sinfonias” em diversos lugares da terra, os insetos também, pelo seu tamanho, causam sons estridentes, como por exemplo a cigarra. “Houve então, o aumento de ruídos por meio das novas máquinas, ferramentas, aparelhos e principalmente veículos automores. Dessa forma, as cidades possuem uma gigantesca massa sonora que ao querer ouvir um som em específico, ele é mascarado por muito outros ruídos” (RODRIGUES, 2015, p.2). O aumento de ruídos, tanto no campo quanto na cidade, atrapalham ou mesmo impedem a percepção de algum som ao querer ouvi-lo especificamente, ou seja, ele é disfarçado por outros diversos ruídos. As paisagens sonoras são inseridas no meio urbano e rural, pois o homem habita nesses lugares, a arquitetura que está nesse ambiente é, a todo tempo modificada pelo homem e suas ações. Rodrigues (2015, p.3) tem como objetivo no texto, mostrar que pode haver a solidificação da paisagem sonora, não exclusivamente uma ou outra paisagem, mas sim a sua essência, o seu íntimo, e com isso, conseguir concretizar em arquitetura o que a sua forma invisível quer dizer.


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Os conceitos de harmonia, movimento, ambiente, sempre estarão empregados nessa arquitetura, fazendo com que cada pessoa que a veja tenha uma diferente percepção e sensação. O autor afirma que Zaha hadid foi de grande importância por oferecer, por meio de seus pensamentos, projetos e obras, que fundamentaram o ideal proposto pelo autor. Rodrigues (2015, p.3) justifica seu ideal proposto dizendo que música, ruído ou paisagem sonora faz com que o ambiente e suas sonorizações criem influência na vida, ações e pensamentos das pessoas. Podem ser perceptíveis ou não, o importante é absorvermos essas paisagens e o modo como a absorvemos, deixando com que elas nos “toquem” de alguma maneira. O estudo do autor refere-se à transposição do som para a arquitetura, ou seja, transportar o som para a arquitetura, sendo que para criação de um projeto, teria como proposta seguir os conceitos da paisagem sonora, abstração e composição musical.


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Através do texto do autor Rodrigues, 2015, é possível perceber a diferença entre os outros textos citados, principalmente o de Noronha, 2015. Rodrigues trata da questão entre a sonoridade e a arquitetura, já Noronha estabelece uma relação com a arquitetura através da musica em si, ou seja, da música já formada, com todos seus acordes e ritmos prontos. Com isso, se esquece um pouco da essência da música, que também é a sonoridade, e a importância de cada som em seu íntimo, e o quanto isso também influencia na formação de cada espaço e cada lugar. É extremamente perceptível, de acordo com todos os autores citados, a importância da relação entre a arquitetura e a música. Tanto no seu íntimo, quanto superficialmente, a música deve estar sempre presente no modo de construir, de criar e de dar sentido às edificações, com isso, transformando as sensações que são transmitidas às pessoas.


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Para explicar a música presente intimamente nas edificações, pode se dar o exemplo de Guilherme Gasques Rodrigues, que tenta transpor a música e a arquitetura, trazendo um sentido abstrato à edificação, que pode ser percebido ou não, mas está lá. E superficialmente, como afirma Rodrigo de Cruz Noronha, uma fachada em forma de piano, por exemplo. Portanto, a relação entre música e arquitetura sempre irá existir, o som faz parte da arquitetura, assim como a arquitetura faz parte do som. Tanto para o arquiteto quanto para o músico é necessário extrema dedicação e estudo, pois, além de ter que exercitar a parte teórica e a prática, é necessário juntar as duas coisas e fazer com que surja a capacidade criativa, ou seja, através da junção de tudo o que sabe, se tornar capaz de imaginar, criar e desenvolver, tanto a arquitetura, quanto a música. Apesar de nem todo musico ter estudado arquitetura, e nem todo arquiteto ser músico, é extremamente notável a proximidade e a importância de se obter conhecimento entre as duas áreas.


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REFERÊNCIAS: - Ferreira, Amanda. A importância da Música na Vida das Pessoas. 28/08/2013. Blog. - Gatti, Ruana. A Importância da Música no Desenvolvimento da Criança. 10/11/2012. Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Faculdade Cnesista de Capivari – FACECAP. - Noronha, Rodrigo da Cruz. Música e Arquitetura: Relação Compositiva. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015 - Rodrigues, Guilherme Gasques. Projeto arquitetônico: a transposição da música para a arquitetura. Primeiro Congresso Internacional ESPAÇOS PÚBLICOS 19 – 22 de Outubro de 2015. - Ribeiro, Nathália. Relação entre Arquitetura e Música. 14/01/2016. Site.


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REFERÊNCIAS CONSULTADAS: - Ferreira, Amanda. A importância da Música na Vida das Pessoas. 28/08/2013. Blog. - Gatti, Ruana. A Importância da Música no Desenvolvimento da Criança. 10/11/2012. Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Faculdade Cnesista de Capivari – FACECAP. - Noronha, Rodrigo da Cruz. Música e Arquitetura: Relação Compositiva. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015 - Rodrigues, Guilherme Gasques. Projeto arquitetônico: a transposição da música para a arquitetura. Primeiro Congresso Internacional ESPAÇOS PÚBLICOS 19 – 22 de Outubro de 2015. - Ribeiro, Nathália. Relação entre Arquitetura e Música. 14/01/2016. Site.


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REFERÊNCIAS A CONSULTAR: - RABELO, Frederico André. ARQUITETURA E MÚSICA INTERSEÇÕES POLIFÔNICAS. Livros grátis. Goiânia 2007. - ZEIN, Ruth Verde. SALA SÃO PAULO A ARQUITETURA DA MÚSICA – 1ª edição. Brasil. Editora OSESP, 2007. - NEUFERT, Enst - A ARTE DE PROJETAR EM ARQUITETURA. 5. Ed. São Paulo, Gustavo Gili do Brasil. 1976. - SCHMID, Aloísio Leoni. ESPAÇOS PARA APRENDER E ENSINAR MÚSICA: CONSTRUÇÃO E ADEQUAÇÃO. PROJETO CAPS-MinCPRÓCULTURA. 2013. - Agnes. Arquitetura de sons. 11/08/2014. Blog. - Pollio, Marcos Vitruvius. De Archutectura. 04/10/2014. Site. - Verzaro, Mariana. A música e a arquitetura – como estão relacionadas? 17/ 05/ 2012. Site.


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4 OBJETIVOS


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4.1 Objetivo Geral: Criar um conservatório musical, com intuito de incentivar todo tipo de público à música, tendo a liberdade de misturar, em seu processo de criação, de projeto e de construção, as linguagens musicais com as linguagens arquitetônicas e vice-verso, criando assim, ambientes em que esses dois tipos de arte se misturam, proporcionando uma visão mais ampla da relação existente entre a arquitetura e a música. 4.2 Objetivos específicos: - Relacionar o som com os seus espaços; - Relacionar a arquitetura com seus espaços (já que a música só existe porque há espaço entre as notas) - Relacionar a arquitetura com o som; - Enxergar a arquitetura como uma sequencia de espaços harmoniosos; - Tornar a arquitetura um instrumento musical, podendo contar com a criação de um espaço definido para que o som possa ressoar totalmente através do “instrumento”; - Fazer com que a arquitetura mantenha um ritmo; - Utilizar a arquitetura como estímulo ao movimento (a musica cria movimento); - Incentivar a criação da música, assim como criamos a arquitetura.


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5 JUSTIFICATIVAS


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5.1 - Justificativa Acadêmica: É importante, para o entendimento dos espaços que relacionam a arquitetura e a música, entender que tal relação vai ao encontro de elementos, teorias e curiosidades, ou seja, é também importante entender o conceito teórico desse vínculo, que apesar de ser meramente conceitual, fugindo um pouco do projetual, ajuda a entender e assimilar um pouco mais sobre a importância de tal relação, e o quanto são intimamente ligadas, para sucessivamente, ser possível assimilar com clareza e trazer essa relação com excelência para os espaços projetados. Através da comparação entre obras conhecidas de arquitetura e paradigmas musicais, perceberemos momentos racionais destas relações e outros que precisam ser buscados, descobertos, pois parecem abstratos, mas estão lá, fazendo com que as pessoas ao observá-los sintam a perfeita composição e entrelaçamentos destas duas áreas do conhecimento.


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Música e arquitetura têm um encontro tão forte que em ambas não é possível simplesmente pegar uma teoria, estudá-la e ser um “expert” na área. Para ser músico, além da teoria é necessário apanhar um instrumento e estudar a prática, depois se manter ativo, pois sem prática o conhecimento vai se perdendo. Da mesma forma, para ser arquiteto é necessário projetar, desenhar, conhecer arquiteturas. Arquitetura e música têm uma ligação íntima, às vezes, despercebida, mas no simples fato de lermos termos musicais como, abertura, acústica, altura, compasso, composição, escala, harmonia, ritmo, textura e variação, podemos perceber afinidades diretas. Com dedicação encontramos conexões mais imaginárias onde se procura montar relações, uma pauta musical é composta por cinco linhas e quatro espaços, ainda existem as linhas e espaços complementares que podem tornar a extensão musical quase infinita. Dentro destas são distribuídas as notas e todas as simbologias necessárias à música que quando tocadas formam um conjunto chamado melodia, harmonia e ritmo.


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Para arquitetos esta argumentação de uma pauta musical poderia se tornar um lançamento de partido para um projeto Talvez por ironia do destino, diversos músicos famosos estudaram arquitetura, a maioria não finalizou a graduação, mas alguns comentam em entrevistas e em suas músicas esta relação. No documentário Chico e as Cidades, Chico Buarque compara Tom Jobim e Oscar Niemeyer "quando minha música sai boa, penso que parece música de Tom Jobim. Música de Tom, na minha cabeça, é casa de Oscar." Chico iniciou o curso de arquitetura na USP, mas não o finalizou. (NORONHA, 2015, p.7 e 8). Assim como a música, arquitetura também é arte e o Dicionário Michaelis define arquitetura como sendo a arte de projetar e construir prédios, edifícios ou outras estruturas; arquitetônicas. De acordo com NORONHA, 2015, p.6, os termos musicais também utilizados na arquitetura:


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ABERTURA: Peça que serve de introdução a uma ópera ou a outro tipo de composição ou espetáculo musical. (MELOTECA, 2015) Na arquitetura uma abertura pode ser uma janela, porta ou um simples vão entre um espaço e outro. AUMENTO: Ampliação do valor de um fragmento tomado como antecedente. É um dos artifícios do contraponto. (MELOTECA, 2015) Aumento é sinônimo de ampliação que na arquitetura utilizamos para falar de uma parte a ser construída junto a outra já existente. ESCALA. Sucessão dos sons de um modo ou de uma tonalidade. Ver Maior Escala. (MELOTECA, 2015) Na arquitetura escala é uma relação entre a medida real e a medida reduzida, para poder ser representada em um projeto desenhado.


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HARMONIA. Ciência da formação e encadeamento dos acordes que obedecem às leis da tonalidade. Têm nela papel fundamental o sentido da consonância (acordes perfeitos) e o da dissonância (acordes que exigem uma resolução e criam um dinamismo). (MELOTECA, 2015) Assim como na música uma harmonia significa que a música está agradável, compreensível para ouvir, na arquitetura harmonia quer dizer que a obra com uma boa relação entre os elementos que a compõe, tornando ela agradável visualmente. MODULAÇÃO. Mudança de tom ao longo de um trecho. (MELOTECA, 2015) A Modulação é muito utilizada na arquitetura principalmente durante a graduação, ela é utilizada para criar uma regra de lançamento de projeto, fazendo com que tudo esteja dentro do modulo, logo fica um projeto de harmonia agradável.


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Segundo a parlamentar (vereadora Dra. Regina Cioffi), uma das grandes preocupações da comunidade atualmente é o número de adolescentes que não têm acesso a nenhum tipo de atividade e passam a maior parte do tempo nas ruas da cidade, abordando de forma agressiva as pessoas. Para ela, o Conservatório é um dos locais que merece a atenção do Executivo, pois têm condições de ser uma solução para parte deste problema. “Precisamos voltar nossos olhos para o Conservatório, pois é ali que poderá ocorrer uma ação efetiva no que diz respeito aos jovens que hoje encontram-se nas ruas. É uma situação que merece nossa preocupação, pois hoje muito se fala nas crianças de rua e é preciso um conjunto de ações para solucionar o problema. http://pocosdecaldas.mg.leg.br/comunicacao/noticias.p hp?codigo=1779


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Após descerrar placa alusiva à inauguração, Alberto Pinto Coelho ressaltou que o centro de artes será um importante fator de desenvolvimento cultural e educacional para o município. "A inauguração do conservatório representa uma conquista fabulosa e naturalmente mostra que Araguari é uma cidade que tem raízes, cultura e memória. Em certa ocasião, gosto muito de citar isso, um professor foi indagado pelo aluno como poderia mensurar a educação de um povo, de uma comunidade. O professor, depois de pensar um pouquinho, respondeu: conte o número de instrumentos musicais. Com toda certeza, o Conservatório leva para este caminho, do desenvolvimento da cultura, do conhecimento e da educação de boa qualidade", enfatizou. http://www.iof.mg.gov.br/index.php?/acao-dogoverno/acao-do-governo-arquivo/Alberto-PintoCoelho-destaca-importancia-do-ensino-musical.html


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5.2 - Justificativa Intelectual: Criar um Conservatório Musical em Conquista, com intuito de incentivo á música e mostrar a sua importância na vida das pessoas e a relação com a arquitetura. A música sempre esteve presente na vida dos seres humanos, é reconhecida por muitos pesquisadores como uma algo que desenvolve a mente das pessoas, favorece o equilíbrio, causando um estado agradável de bem-estar, facilita a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, principalmente em questões reflexivas voltadas para o pensamento. Conquista, assim como qualquer outra cidade, independente da questão populacional, merece o incentivo á música, portanto, a criação de um conservatório musical pode ser de grande importância e relevância para a cidade. O conservatório é essencial tanto para quem tem interesse em aprender a tocar algum instrumento, quanto para quem quer entender da música em sua teoria. É importante ressaltar que a música pode “salvar” vidas, como por exemplo tirar as crianças das ruas.


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O interesse em fazer algo que se gosta pode vir a ajudar várias pessoas a mudar o seu estilo de vida, podendo então tornar a música uma profissão. É extremamente forte a relação entre a música e a arquitetura. É de grande importância enfatizar tal relação na hora de projetar o conservatório, tentando interligar todos os elementos que se encontram conectados entre a arquitetura e a música, tanto na parte estética (como a fachada), quanto nas partes que podem ser percebidas intelectualmente pelos usuários, como a escala, os espaços e a harmonia. Levando em conta as cidades da microrregião de Uberaba-MG, conquista se encontra localizada perto de Sacramento e Delta. Dentre as cidades da Microrregião, Uberaba é a única cidade que possui Conservatório Musical, sendo assim, Conquista pode vir a tornar referência para pessoas interessadas em música e que moram em cidades mais próximas, como Sacramento e Delta, não esquecendo também dos seus distritos, Jubaí e Guaxima.


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Portanto, visando o crescimento da cidade e com o objetivo de que a mesma possa vir a ser um polo musical, foi escolhido um local mais afastado do centro da cidade e pouco habitado, a intenção é que surja um novo bairro na cidade, ou seja, o projeto cria possibilidades de crescimento e faz com que a tendência de seu crescimento seja para perto de onde o mesmo se encontra. A área escolhida se encontra próxima a uma pequena mata e se situa em um local que possui grande quantidade de vegetação no seu entorno, o que proporcionará maior bem estar e conforto às pessoas que ali frequentam, favorecendo o clima e ajudando na absorção de ruídos. Área total do terreno é de 5.200 m2, se situa na Avenida Alameda Guardiero (Por ser um loteamento novo, as outras ruas ainda não possuem nomes.), a direção dos ventos é Noroeste e o terreno é privado. Desenho de fachada que lembra um teclado de um piano (figura 2), que possui os cheios (teclas brancas), vazios (teclas pretas) e as linhas são os espaçamentos entre as teclas. (NORONHA, 2015, p.4).


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“Se observarmos a fachada oposta” do mesmo edifício (figura 3), podemos ir além nesta analogia entre arquitetura e música, a fachada tem linhas horizontais bem marcadas e as esquadrias seguem em ritmo na parte superior, após descem na mesma linha vertical. Em uma pauta musical (figura 4), as linhas são marcantes, entre elas existe um espaço vazio em branco e tanto nas linhas quanto nos espaços é possível inserir notas musicais, estas representadas pelos pontos pretos ou circunferências.” https://www.uniritter.edu.br/files/sepesq/arquiv os_trabalhos/3612/661/751.pdf


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Na Villa Savoye (figura 5) de Le Corbusier podemos perceber um ritmo constante entre as colunas e uma variação de ritmo nas esquadrias.

Figura 5


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6 MÉTODOS


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MÉTODOS - TEÓRICO: Analisar e estudar sobre o desenvolvimento de Conservatórios Musicais, a relação entre a música e a arquitetura, a aplicação dessa relação na edificação e a importância da música na vida das pessoas através de bibliografias sobre o tema de autores, arquitetos e não arquitetos por meio de textos, livros, sites, arquivos e vídeos. Artigos (sites): Verzaro, Mariana. A música e a arquitetura – como estão relacionadas? 17/ 05/ 2012. Site. (http://mverzaro.com.br/archives/535) - Pollio, Marcos Vitruvius. De Archutectura. 04/10/2014. Site. (https://arquiteturaemusica.wordpress.com/tag/vitruvius/) - Ferreira, Amanda. A importância da Música na Vida das Pessoas. 28/08/2013. Blog. (http://www.escolavillare.com.br/a-importancia-da-musica-na-vida-daspessoas/) - Ribeiro, Nathália. Relação entre Arquitetura e Música. 14/01/2016. Site. (HTTP://PORTALARQUITETONICO.COM.BR/RELACAO-ENTREARQUITETURA-E-MUSICA/)


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- Textos: - Del Comune, Agnes Costa. Estudo das Relações entre Arquitetura e Música. 2010. Gatti, Ruana. A Importância da Música no Desenvolvimento da Criança. 10/11/2012. Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Faculdade Cnesista de Capivari – FACECAP. - Noronha, Rodrigo da Cruz. Música e Arquitetura: Relação Compositiva. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015 Rodrigues, Guilherme Gasques. Projeto arquitetônico: a transposição da música para a arquitetura. Primeiro Congresso Internacional ESPAÇOS PÚBLICOS 19 – 22 de Outubro de 2015.


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- Livros: - RABELO, Frederico André. ARQUITETURA E MÚSICA INTERSEÇÕES POLIFÔNICAS. Livros grátis. Goiânia 2007. - ZEIN, Ruth Verde. SALA SÃO PAULO A ARQUITETURA DA MÚSICA – 1ª edição. Brasil. Editora OSESP, 2007. - NEUFERT, Enst - A ARTE DE PROJETAR EM ARQUITETURA. 5. Ed. São Paulo, Gustavo Gili do Brasil. 1976. - SCHMID, Aloísio Leoni. ESPAÇOS PARA APRENDER E ENSINAR MÚSICA: CONSTRUÇÃO E ADEQUAÇÃO. PROJETO CAPS-MinC-PRÓCULTURA. 2013. - Vídeo (comparação entre música e arquitetura): https://www.youtube.com/watch? v=LqZZ5CiOLzU


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7 LEVANTAMENTO DAS FONTES


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- LEITURAS PROJETUAIS: Realizar leituras projetuais de edificações que relacionam a música com a arquitetura em seu espaço construído e vice-verso e mostrar a importância da música na vida das pessoas e os benefícios que ela oferece. Analisar Projetos como: - Conservatório de Música em Aix em Provence - Kengo Kuma and Associates. - Cidade da Música - Christian de Portzamparc. - Casa da Música - OMA (Rem Koolhaas e Ellen van Loon). - Projetos similares a auditórios de Alvar Aalto. - Projeto inspirado em partituras de uma escola de música e dança - escritório israelense Neuman Hayner Architects, parceria com o arquiteto Gal Karni.


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- FOTOGRAFIAS: Analise de fotografias de edifícios já existentes que conseguem mostrar, através de seus espaços, escalas e harmonias como é possível realizar a relação entre a música e a arquitetura. - MAPAS: - Mapas que mostram a localização do conservatórios que se encontram na microrregião de Uberaba e que mostram onde o projeto será implantado na cidade de Conquista-MG. - Mapas de análise do terreno e do entorno. - PEÇAS GRÁFICAS: Peças gráficas detalhando todo o projeto e facilitando o entendimento de como será feito. - MAQUETE ELETRÔNICA: Maquete eletrônica mostrando o projeto em uma visão 3D para melhor entendimento do mesmo.


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- ENTREVISTAS: Entrevistas com alunos e professores de música para obter opiniões de quais instrumentos são preferidos e ideias sobre como relacionar a música com a arquitetura. - Perguntar sobre a relação dos sons, instrumentos musicais e arquitetura. - Qual seu instrumento favorito? - Como ele pode se incorporar na arquitetura? Para você, qual a relação entre arquitetura e mÚsica?


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8 ANÁLISE PROJETUAL


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Análise Projetual: É extremamente forte a relação entre a música e a arquitetura. É de grande importância enfatizar tal relação na hora de projetar o conservatório, tentando interligar todos os elementos que se encontram conectados entre a arquitetura e a música, tanto na parte estética (como a fachada), quanto nas partes que podem ser percebidas intelectualmente pelos usuários, como a escala, os espaços e a harmonia. - No Conservatório de música em Aix em Provence, o objetivo é analisar a relação entre a música e a sua arquitetura, tanto nas formas (fachadas) quanto na parte de aberturas, escalas, harmonia e modulação. - Na Cidade da Música (atual Cidade das Artes) devese analisar os elementos que se mostram úteis na proteção contra a incidência solar e no controle das aberturas. Analisar também as fachadas, que evocam a imagem de uma partitura musical, a verdadeira protagonista do conservatório.


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O edifício possui muitas dobras, que além de se mostrarem úteis contra a incidência solar, também são aplicadas na sala de concertos, resultando em um ambiente interno assimétrico que estabelece uma relação com a música de Darius Milhaud, compositor de Aix-enProvence homenageado pelo conservatório. - Na Casa da Música é importante analisar a sua forma, que é comparada a uma “caixa de sapatos” que caracteriza os projetos de salas de concertos. Ao invés de lutar contra a superioridade acústica desta forma tradicional, a Casa da Música tenta revigorar a sala de concertos tradicional através da redefinição da relação entre o interior e exterior. É importante também analisar a implantação da Casa da Música, que foi fundamental para o desenvolvimento do pensamento do OMA; “optamos por não construir a nova sala de concertos no anel de edifícios antigos que definem a Rotunda, mas sim criar um edifício solitário,recuado, sobre um plateau de travertino frente ao parque da Rotunda, vizinha de uma área da classe operária.


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Com este conceito, as questões de simbolismo, visibilidade e acesso foram resolvidos em apenas um gesto.”. - Projetos similares a auditórios de Alvar Aalto, como um que foi projetado na Finlândia, pode ser analisado na sua parte acústica, onde as salas de concerto são inteiramente separadas da estrutura de concreto, com conexões fônicas que descem até as fundações, com isto obtendo um isolamento perfeito de qualquer ruído exterior. - O Projeto inspirado em partituras de uma escola de música e dança se situa nos entornos de Jerusalém, sua estrutura foi inspirada pelas linhas das partituras. A sua forma, então, pode ser analisada. O conservatório foi construído com intuito de se criar um espaço aberto e arejado que permite o desenvolvimento de atividades variadas. Também possibilita a presença de áreas com vários graus de exposição: desde as mais abertas e públicas até as fechadas e privativas. Pode-se analisar também as demandas acústicas e eficiência energética, que serão consideradas no projeto.


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Projeto/Processo: - Estudos iniciais a) Diagramas b) Análise do terreno c) Análise do entorno (mapas) - Estudos preliminares a) Peças gráficas – Autocad e Archicad - Anteprojeto a) Peças gráficas – Autocad e Archicad - Perspectivas a) Maquete eletrônica ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO: A estruturação do plano de ação foi concebida em quatro capítulos (ver anexo 1).


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9 ANEXOS


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ANEXOS 9.1 Tema: Criação de um Conservatório musical em Conquista-MG, que incentiva a atividade da música tanto em sua prática quanto em sua teoria, relacionando-a com a arquitetura, assim como relaciona a arquitetura com a música. Palavras chave: Arquitetura, música, relação, conservatório.


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ANEXO 9.2 – Levantamento das áreas/usos semelhantes 9.2 a) Levantamento das áreas relacionadas à música (mapa)

Campo (local de ensaio da fanfarra) Escola Estadual de Conquista (local onde se ensinava música antigamente) Escola Estadual Dr. Prado Lopes (local onde se ensinava música antigamente) Clube – Local que oferecia aulas de música gratuitas (hoje não oferece mais) Igreja Matriz ( local que ensina canto – coral) Centro Espirita de Conquista (oferece aulas de canto – coral – e aulas de violão) Residência (onde o dono oferece aulas particulares de violão e teclado) Local do terreno

Figura 6

Levantamento das áreas – Fonte: https://www.google.com.br/maps, 2017.


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ANEXO 9.3 – Escolha da área, justificativa e dados técnicos. 9.2 b) Escolha da área Terreno Escolhido

Figura 7

Demarcação do terreno – Fonte: https://www.google.com.br/maps


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Metragem do terreno

(foto antiga – hoje em dia existe edificações próximas ao terreno e as ruas se encontram asfaltadas)

Figura 8

Metragem do terreno – Fonte: https://www.google.com.br/maps, 2017.


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Figura 9

Sentido de descida do terreno e demonstração das áreas verdes – Fonte: https://www.google.com.br/maps, 2017.

9.4 Justificativa Foi escolhido um local mais afastado do centro da cidade e pouco habitado, a intenção é valorizar uma nova parte da cidade, criando possibilidades de crescimento, fazendo com que a cidade tenha a possibilidade de ganhar um novo bairro, fazendo com que a tendência de seu crescimento seja para perto de onde o conservatório se encontra. A área escolhida se encontra próxima a uma pequena mata e se situa em um local que possui grande quantidade de vegetação no seu entorno, o que proporcionará maior bem estar e conforto às pessoas que ali frequentam, favorecendo o clima e ajudando na absorção de ruídos. O conservatório é um local que produz grande quantidade de ruídos, e a vegetação ajuda a criar então uma barreira sonora natural.

Vegetação existente no entorno

Pequena mata existente no local

Sentido de descida do terreno


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Estar próxima à mata também valoriza a edificação e promove o crescimento de áreas verdes para dentro da cidade, contando que, o intuito da escolha da área é fazer com que a cidade cresça e se desenvolva para um local que possui espaços verdes, com a intenção de que se tornem espaços verdes urbanos, onde a natureza permita um ambiente mais saudável e funcione como a “respiração” do tecido urbano, ou seja, as áreas verdes que ali se encontram se tornam um grande potencial, trazendo apenas benefícios para a cidade de Conquista.


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9.5 Registro fotogrรกfico Parte de cima do terreno (o terreno se encontra em descida)

Figura 10 Registro fotogrรกfico do terreno, 2016

Figura 12

Registro fotogrรกfico do terreno, 2016.

Figura 11 Registro fotogrรกfico do terreno, 2016

Figura 13

Registro fotogrรกfico do terreno, 2016.


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Parte de baixo do terreno (olhando de baixo para cima)

Figura 14

Registro fotogrรกfico do terreno, 2016.

Terreno

Figura 15

Registro fotogrรกfico do terreno, 2016.

Terreno


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9.6 Dados técnicos - Área total: 5.200 m2 - Ruas: Rua Rogério Caramori, Rua Francisco Mahler, Rua Almir A. Manzan Junior, Rua Alice de Lourdes Filiaci Bisinoto. - Direção dos ventos: Noroeste - Terreno: privado

Figura 16Metragem do terreno – Fonte: https://www.google.com.br/maps, 2017.


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10 LEITURAS DE PROJETO


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Figura 17

Fachada que lembra partitura – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.

10.1 CONSERVATÓRIO DE MÚSICA EM AIX EN PROVENCE

Conservatório de Música em Aix en Provence na França é um belíssimo projeto. O conservatório abriga sala de concertos e outras instalações, fez uso de um terreno com desnível, seu entorno se mostra bastante desuniforme e o principal material de fachada é o alumínio, que possui dobraduras e se adapta às diferentes situações e orientações. Ao serem aplicadas dobras nos painéis de alumínio, cada fachada recebe um padrão diferente de sombreamento. Portanto, o alumínio passa a ficar em segundo plano e os elementos essenciais das fachadas passam a ser a luz e a sombra.

Alumínio Figura 18 Fachada de alumínio – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.


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O projeto é de autoria de Kengo Kuma and Associates. O conservatório possui 1.796 m² e foi inspirado no origami, que é uma arte japonesa e em Paul Cézanne, grande artista pós-impressionista que vivia na região. Além disso, o desenho da fachada lembra as notas musicais de uma partitura e um teclado de um piano, com espaçamentos entre as teclas. O projeto é de 2013, porém pode ser considerado atual por muito tempo.

Semelhança com origami

Figura 20 Interior do conservatório, Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.

Lembra as teclas de um piano

Figura 19

Figura 21 Fachada do conservatório, Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.


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Dobras aplicadas à sala de concertos

Figura 22 Sala de concertos – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.

As dobras também são aplicadas na sala de concertos, o que causa o efeito de um ambiente interno irregular, estabelecendo então uma relação com a música de Darius Milhaud, compositor de Aix-en-Provence homenageado pelo conservatório. Muitas das salas apresentam superfícies de madeira, divididas em facetas, lajes e listras servem para o melhoramento da acústica, criando ao mesmo tempo uma reflexão com a fachada. O interior é composto por 62 espaços didáticos divididos em seis disciplinas musicais: cordas e teclados, instrumentos de sopro e voz, bateria, música antiga e tradicional, e jazz, e música electro-acústica. Há também 20 salas de ensaio, quatro estúdios de dança e dois quartos destinados ao teatro.

Superfícies de madeira para melhoramento da acústica Figura 23 Sala do conservatório – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.


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10.2 CASA DA MÚSICA – REM KOOLHAAS A Casa da Música é uma sala de concertos, localizada na cidade do Porto. É o primeiro edifício construído em Portugal dedicado exclusivamente para a música, com o intuito de atender ás apresentações e fazer com que o público possa usufruir do espaço. Também atende no campo da formação artística e da criação. O projeto foi resultado de um concurso internacional de arquitetura que aconteceu em 1999 e escolheu a solução apresentada pelo escritório de Rem Koolhas. A obra iniciou-se no mesmo ano, no Centro Histórico e Rotunda da Boavista, na cidade do Porto, e foi inaugurada na Primavera de 2005. A Casa da Música possui 22.000 m² de área construída e capacidade para 2.100 pessoas, o edifício se sobressalta na sua forma, estrutura, materiais e funcionalidades. A entrada do edifício possui um pé direito de 30 metros e eleva-se de forma desarmônica sete níveis acima do solo e três pisos abaixo do solo (ibidem, 2013).

Figura 24 Casa da Música – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.


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Se destaca entre as edificações e dá um novo ar à cidade e ao local onde se encontra.

Figura 25

Casa da Música e seu entorno – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2014.

A Casa da Música possui uma forma peculiar, de concreto branco, que permanece sólida e plausível. No interior, se encontra o Grande Auditório com 1300 lugares, e sua forma segue a tradicional caixa de sapatos. Cada extremidade das fachadas possui vidro ondulado, que se abrem ao hall de concertos e à cidade, fazendo com que Porta pareça um comovente plano de fundo. A Casa da Música revela seu programa sem a necessidade de ser instrutiva, mas ao mesmo tempo, projeta um novo “ar” à cidade. Houveram, durante os últimos 30 anos, tentativas por parte dos arquitetos para escapar da forma da "caixa de sapatos", que é uma característica dos projetos de salas de concertos. A Casa da Música tenta revigorar a sala de concertos tradicional de outra forma, abordando a redefinição da relação entre o interior e exterior, ao invés de lutar contra essa tradicional forma acústica “caixa de sapatos”.


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10.3 CIDADE DAS ARTES A Cidade da Música cujo novo nome é Cidade das Artes, se localiza na Barra da Tijuca e foi projetada por Christian de Portzamparc. Tratase de uma construção em estilo desconstrutivista, projetada com o intuito de abrigar um complexo de salas e auditórios para música clássica, ópera e música de câmara (Música de câmara é a música erudita composta para um pequeno grupo de instrumentos ou vozes que tradicionalmente podiam acomodar-se nas câmaras de um palácio.) e também salas para aprendizado de música erudita. O projeto é bem ousado em termos de aproximação na divulgação da música clássica e também em conteúdos arquitetônicos.

Figura 26

Cidade das Artes – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2013.


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O edifício se destaca entre as edificações, “encontra você ”.

Na verdade você não encontra o edifício, é ele que encontra você, pois pode-se dizer que é um enorme "trambolho" inserido no cruzamento das principais avenidas da Barra, onde o arquiteto se esforçou para ser criativo e combinar o construtivismo (ou desconstrutivismo) com elementos do auge da arquitetura moderna brasileira dos anos de 1940 e 1950. O edifício não atende à escala humana em se tratando de sua implantação, ele foi planejado para acesso por automóvel, com intuito de seguir o estilo de urbanismo da Barra da Tijuca.

Figura 27 Edifício e seu entorno – Fonte: https://arcoweb.com.br, 2015.

Portanto uma obra arquitetônica não se resume apenas em sua forma, e segundo o arquiteto, tudo foi pensado de modo a utilizar as melhores e mais modernas técnicas de acústica para salas de concerto.


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Salas de Música, Conserto e Ópera: A sala abrigará uma grande sala de concertos com 1.800 assentos, ou 1300 assentos em decorrência de uma configuração flexivel voltada para espetáculos de ópera. Além da sala principal, também terá uma sala secundária com previsão para 800 espectadores. Uma sala com música de câmara também consta do projeto para abrigar 500 lugares. Dependências de Conservatório: As instalações da Cidade da Música disponibilizarão também 13 salas de ensaio e 13 salas de aula Entretenimento e Comêrcio: Entre as facilidades do local, constam do projeto 3 salas de cinema, 3 lojas, uma mídiateca, um foyer musical, um restaurante e uma cafeteria. Estacionamento no local: estacionamento com cerca de 750 vagas.

Figura 28 Sala de concertos que se converte em sala de ópera e teatro – Fonte: http://www.archdaily.com.br, 2013.


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Guitarra desconstruída

Figura 29 Experience Music Complex – Fonte: https://br.pinterest.com, 2007.

10.4 EXPERIENCE MUSIC COMPLEX O Experience Music Complex é uma impressionante combinação de exposições, tecnologia, mídia e atividades práticas que mistura os aspectos expositivos de um museu habitual, o papel educativo de uma escola, instalações de pesquisa de ponta de uma biblioteca especializada, audiência-desenho qualidades de locais de desempenho e atrações populares. Fica localizado na 5th Avenue adjacente ao Space Needle no Seattle Center, e foi projetado por Frank Gehry. O complexo soleniza a inovação e criatividade da cultura e da música popular americana. O EMP (Experience Music Complex) oferece às pessoas chances de explorar sua história e tradições, participar do procedimento de criar música, conhecer os segredos de composição e de execução. O projeto dá um destaque especial às tradições relacionadas à música do Noroeste do Pacífico, e homenageia especialmente Jimi Hendrix, um dos artistas musicais mais criativos, inovadores e influentes da América.


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Ondulações

O projeto é idealizado a partir da guitarra Fender Stratocaster de Jimi Hendrix que foi destruída depois do concerto. Com isso, o museu possui a forma desconstruída de uma guitarra elétrica e convida as pessoas a entrarem em seu interior para observarem como a música nasce. O resultado desta forma se deu a partir de um volume subdividido e ondulante. Olhando de cima para baixo, o complexo oferece um aglomerado de várias partes de cores brilhantes. Um dos volumes é atravessado pelo Seattle Monorail, que circula dentro do museu. Ghery faz o uso de cores com diferentes texturas para simbolizar a energia e fluidez da música norteamericana. “Inspirado pelo rock and roll, azul é porque guitarras Fender, o ouro Les Paul para o roxo e o tema Purple Haze de Jimi Hendrix. Gehry acrescenta passagens vermelhas como uma homenagem aos antigos vans que se desvaneceram estrelas do rock usados para dirigir.” Aglomerado de cores brilhantes

Figura 30

Figura 31

Forma ondulada do edifício – Fonte: http: www.azahner.com, 2000.

Cores do edifício – Fonte: https:// www.azahner.com. 2000.


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Figura 32 Escultura de guitarra localizada dentro do museu, homenagem à Jimi Hendrix – Fonte: https:// www.azahner.com 2000.

Em seu interior, o complexo é estruturado em seis áreas temáticas que solenizam o mundo da música, tais espaços abrigam a sala de exposição e atividades educativas e interativas do programa público. A entrada se dá através do piso térreo. A partir daí pode-se acessar um hall de entrada central, à direita do hall se encontra o “salão da igreja Céu” que presta homenagem à Hendrix. Do outro lado do lobby principal, uma ponte liga os cafés e, à direita, as salas de exposições estão espalhadas. Na outra extremidade do complexo, ao longo das trilhas do encontra-se uma galeria que traça a vida dos artistas. A outros níveis, há um laboratório de som, um arquivo multimídia uma escola de música, um restaurante e algumas lojas.


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10.5 OBRAS DE PAUL KLEE As obras de Paul Klee mostram que a concordância e harmonia estão nas questões poéticas e na semelhança da natureza das estruturas que sustentam suas obras. A harmonia, mais que a sobreposição de formas e cores, é o deslocamento do método temático, alteração de formas, repetição e contrastes, à semelhança da música escrita. Em algumas Obras, Paul Klee vai mais além e se fundamenta nos estudos de intervalos musicais e durações de uma peça musical, projeta então um tipo de transposição visual daqueles padrões sonoros. É quase uma nova forma de escrever a música. Essas semelhanças vão além das figuras ou de certas leituras, são a sustentação para a produção de obras visuais.

Símbolos Musicais Figura 33

Vibrações da música

Obra de Paul Klee – Fonte: http://letteraturaartistica.blogsp ot.com.br, 2015.

Figura 34 Obra de Paul Klee – Fonte: https:// olivrodaareia.blogspot.com.br, 2012.


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Ala leste

Figura 35 Implantação – Fonte: http://www.christiandeportzamparc.com, 2013

Figura 36 Anfiteatro – Fonte: http://www.christiandeportzamparc.com, 2013.

10.6 CITE DE LA MUSIQUE Inaugurada em 1995, a Cite de la Musique (Cidade da Música), localizada em Paris, na França, foi projetada pelo arquiteto Christian de Portzamparc. A intenção era criar a "cidade dos sonhos", convidando o espaço para o movimento, sendo aberto para a cidade, como um lugar de reunião. A cidade da música foi projetada com o desejo de reunir em um só lugar o Conservatório de Paris e o Museu de instrumentos. Foi inaugurada em Janeiro de 1995, reúne todo o espaço público aberto em uma área de 50.000 m². O projeto tem o intuito de reunir em um só lugar o ensino e a divulgação da música. A ala leste da Cité de la Musique, se abre para o parque em um grande triângulo. Possui uma série de programas variados, formando um verdadeiro bairro, composto por vários volumes que se dividem em salas de concertos, museu de música, centro organology, anfiteatro, residência de estudantes, instituto de ensino, biblioteca, escritórios e sede da Ensemble Intercontemporain, salas de ensaio, lojas dedicadas à música e Café de la Musique.


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Cada programa resulta em um "objeto" de forma particular e todos estes volumes separados estabelecem um quebra-cabeças, formando uma grande ilha triangular que é atravessada pelo espiral da galeria, que rodeia a famosa sala de concertos elíptica. A Cite de la Musique se tornou uma referência devido á sua qualidade de som, sua forma excepcional e a diversidade de suas relações, possibilitando interações entre o palco e plateia. Programa de necessidades: instalações culturais e públicas que hospedam a sede do Ensemble Inter Contemporain; uma sala de concertos de 800 a 1200 lugares; 3 estúdios de ensaio (2 estúdios para a sala de concertos e um estúdio para o anfiteatro), um anfiteatro de 240 lugares com órgão barroco do Museu da música; o centro de música e dança; os escritórios do estabelecimento público da Cité de la Musique (EPCM) ea SACEM; café music, en música para aprender Gamelan; o Instituto da pedagogia musical e de dança (IPMC); vestiários; estacionamento.

Espiral da galeria

Figura 37

Planta mostrando o programa de necessidades – Fonte: http://www.christiandeportzamparc.com, 2013.


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10.7 AUDITÓRIO IBIRAPUERA

Figura 38

Fachada do auditório – Fonte://http://www.itaucultural.org.br, 2014.

O auditório Ibirapuera foi inaugurado em 2005 e foi projetado pelo maior arquiteto brasileiro de todos os tempos Oscar Niemeyer. Sua volumetria é considerada simples e foi configurado para apresentação de espetáculos musicais. É um bloco único, que possui 7.000 m² de área construída. O auditório completa o grupo de edifícios Parque Ibirapuera. Devido a ser um bloco único, Niemeyer se opõe à proposta de separação em três partes, perceptíveis através do exterior (válida desde a concepção da Ópera de Paris, no século 19). Essas três partes seriam foyer, plateia e palco. Em relação à proposta original, o que falta é somente a praça de acesso que separa a Oca, que serviria como a principal entrada para o parque. Esse conjunto de acesso, com dois edifícios de volumes puros, é considerado por Oscar Niemeyer o que é mais significativo no projeto. A articulação dos edifícios seria feita através da praça que não foi realizada e de uma marquise/passarela.


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Não deixando de lado a arquitetura dos demais prédios do parque, que são em sua grande parte obras do arquiteto Niemeyer, o auditório é todo branco, utilizando como acabamento final o concreto armado de sua estrutura, com pintura impermeabilizante. Os únicos elementos que se sobressaem são a marquise de acesso e a porta dos fundos, que foram pintadas de vermelho. A marquise indica o acesso principal e proporciona uma personalidade única ao prédio, pois foi feita de metal, caracterizando e diferenciando o volume dos outros. A plateia possui dimensões não muito comuns, é pequena em sua profundidade e larga, existe uma distância de 16 metros entre a primeira e a última fileira e a abertura do palco tem 28 metros, com capacidade para 805 pessoas.

Plateia

Figura 39 Planta baixa – Fonte: http://www.ebah.com.br,

2012.

Figura 40 Interior do auditório – Fonte: //www.apontador.com.br, 2012.


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Figura 41 Porta da parte do fundo do edifício – Fonte: http://www.brazilmycountry.com, 2016.

Na parte do fundo da construção, existe uma porta de largura de 20 metros, permitindo a utilização do palco para a plateia externa, que pode atende a mais de 15.000 espectadores. O volume é simples porém sua estrutura se dispõe de grandes vãos devido à estrutura ser apoiada nas laterais triangulares. Os únicos pilares que se encontram no sentido transversal são duas peças que se situam no “miolo” do volume e dividem a plateia e o foyer. Com isso, o maior vão do prédio situado na ponta do palco possui mais de 50 metros. No subsolo há um bar, espaço para reuniões, uma escola de música, administração, camarins e a sede do Instituto Música para todos.


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11 IMPORTÂNCIA DA MÚSICA


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“ A música é a arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som.” Se dermos uma breve pausa no que estamos fazendo para observar os sons que se encontram à nossa volta, iremos perceber que a música é parte integrante da nossa vida, em todos os sentidos e situações. A música é uma linguagem universal de comunicação, pois atualmente, ela está evidente em todos os aspectos de nossa vida, sendo, muitas vezes, uma necessidade, o que nos faz pensar que é praticamente impossível viver sem música. Portanto, nota-se que a música é utilizada para várias finalidades, como entretenimento, diversão, fins religiosos, protestos e fins comerciais. A música pode também ambientar, trilhar, intensificar e criar vários tipos de sensações e sentimentos ao ouvi-la. Conforme Bennet (1986), o homem primata, na préhistória, já fazia uma forma de música originária principalmente de materiais que eles utilizavam em seu cotidiano. Portanto, era na arte que os primatas conseguiam demonstrar seus sentimentos, medos, crenças e desejos, e também outras questões que fugiam à razão.


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Pode-se, portanto, analisar o seu desenvolvimento cronológico a partir do século V, que passa pela música renascentista, barroca, clássica, até nos dias atuais, que podemos contar com uma gama de estilos, os quais se originaram de milhares de anos de experimentos e testes, tornando então praticamente impossível mencionar a quantidade de representações e formas de música ao redor de todo o planeta. As primeiras casas de shows dedicadas somente para apresentações musicais apontam que seu surgimento se deu na Grã Bretanha, nos anos de 1850, tais casas foram denominadas de “Music Halls”. Antes de existirem os Music Halls, haviam locais que ofereciam entretenimento nas cidades maiores e cidades Britânicas desde os anos de 1830, que podiam ser os fundos de saloons e pubs, Song e Super Rooms (restaurantes com apresentações informais) e também praças, parques e feiras livres. Ofereciam também nesses locais outros tipos de entretenimento como teatro e comédias, por exemplo, e não necessariamente apresentações musicais. Nos anos e 1850 começam a surgir as casas de apresentações exclusivas para a música, é aí que surgem então os Music Halls.


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O crescimento foi tão rápido, que em 1870 já haviam mais de 380 Music Halls na Inglaterra. Este crescimento incentivou e elevou o nível das apresentações e dos artistas profissionais. Os music halls então começaram a ser a forma de entretenimento preferida da população, pois havia boa música, comida e bebidas alcoólicas e também a confraternização da família e amigos. No Brasil, a primeira casa de espetáculos de que se tem registro é a Casa da Ópera de Vila Rica, atual Teatro Municipal de Ouro Preto. Considerado o teatro mais antigo das Américas que ainda funciona, foi construída em 1769 pelo coronel João de Souza Lisboa.


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12 ANÁLISE DO ENTORNO


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12.1 a) FIGURA E FUNDO Pode-se observar que o entorno do terreno escolhido não é tão ocupado por edificações, existindo espaços vazios bem próximos ao terreno e também entre as edificações. O entorno possui um traçado com vias retilíneas, quadras retangulares e lotes irregulares. No sentido oeste do terreno não existem edificações.

EDIFICAÇÕES

Figura 42 Mapa de figura e fundo, 2017.


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12.1 b) GABARITO O entorno do terreno possui em sua predominância edificações de apenas um pavimento, sendo que, no raio de 500 metros existem apenas quatro edificações de dois andares e nenhuma edificação de três ou mais andares. 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS

Figura 43

Mapa de gabarito, 2017.


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12.1 c) USO DO SOLO Percebe-se que a ocupação do solo no entorno do terreno é predominantemente residencial, possuindo alguns edifícios comerciais e poucos edifícios institucionais.

RESIDENCIAIS COMERCIAIS INSTITUCIONAIS

Figura 44

Mapa de uso do solo, 2017.


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12.1 d) HIERARQUIA VIÁRIA As vias ao redor do terreno são predominantemente locais, sendo que existe uma via expressa (em vermelho) e duas vias coletoras (em amarelo).

VIA EXPRESSA VIA COLETORA VIA LOCAL

Figura 45

Mapa de hierarquia viária


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12.1 e) VEGETAÇÃO O entorno é cercado de bastante vegetação e áreas verdes, sendo que as áreas verdes mais densas (que são pequenas matas), foram contornadas no mapa.

Figura 46

Mapa de áreas verdes, 2017.

12.1 e) ENTORNO Mapa mostrando que não existem edificações à oeste do terreno escolhido.

Figura 47

Mapa mostrando o entorno, 2017.


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12.1 f) VISADAS Mapa mostrando as visadas do terreno (as setas apontam para a foto e mostram a direção que ela foi tirada). Com isso, percebe-se que a melhor visada fica sentido oeste do terreno.

Figura 48

Visadas, 2017.


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13 PARTIDOS


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PARTIDOS ADOTADOS: - Fazer com que a arquitetura do projeto se relacione à música, aproveitando todos os seus espaços. - Ressaltar a importância da relação entre a arquitetura e a música, e com isso, trazer essa relação para os espaços que serão projetados no Conservatório. - Criar uma praça rebaixada (aproveitando os espaços do terreno), que também pode ser local para apresentações sem compromisso, com intuito de capturar os olhares das pessoas que ali passam e simpatizá-las com a música. - Um auditório rebaixado, que proporciona o melhoramento da acústica e da transmissão de ruídos e além disso, devido à topografia, permite que as pessoas caminhem sobre a cobertura. - Fluidez, harmonia, ritmo, tensão e alívio.


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14 PLANOS DE MASSA


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14.1 Terreno – 3D ArchiCAD

Figura 49

Terreno 3D

Figura 51 Terreno 3D

Figura 50

Terreno 3D

Figura 52 Terreno 3D


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Terreno – Pegando uma parte do entorno

Figura 54 Terreno 3D com parte do entorno. Figura 53 Terreno 3D com parte do entorno.

Figura 55 Implantação do terreno, curvas de nível e entorno que foi feito nos 3D acima.

Figura 56

Melhor detalhamento das ruas


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No presente TFG - trabalho final de graduação – a intenção é proporcionar aos alunos a oportunidade de receber um ensino de qualidade. Mesmo para a população sem muita relação ou vinculo com a música, um espaço cultural, onde se possa ter contato com a mesma, e para os músicos em evolução, espaços para apresentações informais.


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14.2 PRIMEIRA PROPOSTA DE VOLUMETRIA

Figura 57 Primeira proposta de volumetria.

Figura 58 Primeira proposta de volumetria.

Foi proposta uma volumetria que inclui três blocos, o primeiro abrange a sala de apresentações e espaços para exposição. O segundo é o bloco educacional, onde se encontram as salas de aula teóricas e práticas, a biblioteca e a parte de administração do conservatório. No terceiro bloco se encontram os estúdios, locais para ensaios sem compromisso e auditórios. Para abrigar o projeto proposto foi escolhida uma nova área que está em crescimento e fica a aproximadamente 1,55 km da praça principal de Conquista, que se encontra no centro da cidade. O Projeto: Como já mencionado, o projeto se dá por 3 blocos separados, onde no primeiro bloco, que é o que abriga os auditórios, será necessário um tratamento acústico mais adequado, e, por questões também acústicas, o bloco será quase totalmente subterrâneo, com intuito também de aproveitar a topografia do terreno.


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Os outros dois blocos também irão necessitar de tratamento acústico para garantir o bem estar e conforto sonoro não só de quem se encontra no interior do conservatório como para a vizinhança. O bloco do auditório é subterrâneo, dando acesso para que as pessoas possam utilizar a parte do “teto” e torna-lo um uma grande área de lazer e estar, para apresentações, luais, e apreciação da bela vista que o lugar proporciona. Será deixado um generoso recuo de todos os lados, gerando a possibilidade de criar uma grande praça em volta do edifício, fazendo com que pessoas que são apenar simpatizantes da música possam utilizá-la, isso cria um incentivo para as pessoas mais leigas se interessarem pela música, tanto para aprendê-la quanto para apreciá-la. As formas dos blocos são associadas à instrumentos musicais, sendo que são circulares devido ao formato dos Tons da bateria e as formas dos corredores que unem os blocos faz com que o todo (olhando de cima) lembre a forma de um violão.

Figura 59 Primeira proposta de volumetria no terreno.

Figura 60 Primeira proposta de volumetria no terreno.


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14.3 SEGUNDA PROPOSTA DE VOLUMETRIA:

Figura 61 Segunda proposta de volumetria.

Figura 62

Segunda proposta de volumetria no terreno.

Foi organizada de modo que “exclui” um dos blocos circulares e introduz um corredor que interliga os outros dois blocos. A volumetria foi mudada de modo que, um dos blocos continua a ser subterrâneo, abrangendo a sala de apresentações e espaços para exposição. O outro bloco é o educacional, onde se encontram as salas de aula teóricas e práticas, a biblioteca, a parte de administração do conservatório, os estúdios, locais para ensaios sem compromisso e auditórios. O bloco do auditório continua subterrâneo, dando acesso às pessoas de utilizarem a parte do “teto”, porém o acesso não fica somente restrito ao bloco do auditório, as pessoas podem caminhar por cima de todo o edifício.


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Foi inserida uma grande placa em formato orgânico, com o intuito de tampar a vista de quem ainda não atravessou o corredor (pela parte de cima), fazendo com que, assim como na música – relacionando a musica e a arquitetura - , as pessoas tenham a sensação de tensão (antes de atravessálo) e alívio depois de atravessar e assim, poder apreciar a vista a vontade. Um exemplo de tensão e alívio é a música Stairway To Heaven do Led Zeppelin, que começa num ritmo bem lento, e após o solo da guitarra (que se inicia após 6 minutos de música) vem o momento de alívio. A grande praça em volta do edifício continuará, com o mesmo objetivo de incentivo à musica.

Figura 63

Segunda proposta de volumetria no terreno.

Figura 64 Segunda proposta de volumetria no terreno.


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A intenção é valorizar uma nova parte da cidade, criando possibilidades de crescimento, fazendo com que a cidade tenha a possibilidade de ganhar um novo bairro, fazendo com que a tendência de seu crescimento seja para perto de onde o conservatório se encontra. A área escolhida se encontra próxima a uma pequena mata e se situa em um local que possui grande quantidade de vegetação no seu entorno, o que proporcionará maior bem estar e conforto às pessoas que ali frequentam, favorecendo o clima e ajudando na absorção de ruídos. O conservatório é um local que produz grande quantidade de ruídos, e a vegetação ajuda a criar então uma barreira sonora natural. Estar próxima à mata também valoriza a edificação e promove o crescimento de áreas verdes para dentro da cidade, contando que, o intuito da escolha da área é fazer com que a cidade cresça e se desenvolva para um local que possui espaços verdes, com a intenção de que se tornem espaços verdes urbanos, onde a natureza permita um ambiente mais saudável e funcione como a “respiração” do tecido urbano, ou seja, as áreas verdes que ali se encontram se tornam um grande potencial, trazendo apenas benefícios para a cidade de Conquista.


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15 PROGRAMA DE NECESSIDADES DIAGRAMAS


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PROGRAMA DE NECESSIDADES: AUDITÓRIO - Palco -Plateia -Mezanino - Doca - Camarins - Administração -Foyer -Bar -Sanitários - Recepção - Guarda Volumes -Bilheteria - Estacionamento

BLOCO EDUCACIONAL -Recepção - Salas de aula - Biblioteca - Estúdios - Auditórios - Administração - Sanitários


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DIAGRAMAS


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Referências: - Ferreira, Amanda. A importância da Música na Vida das Pessoas. 28/08/2013. Blog. - Gatti, Ruana. A Importância da Música no Desenvolvimento da Criança. 10/11/2012. Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Faculdade Cnesista de Capivari – FACECAP. - Noronha, Rodrigo da Cruz. Música e Arquitetura: Relação Compositiva. XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015 - Rodrigues, Guilherme Gasques. Projeto arquitetônico: a transposição da música para a arquitetura. Primeiro Congresso Internacional ESPAÇOS PÚBLICOS 19 – 22 de Outubro de 2015. - Ribeiro, Nathália. Relação entre Arquitetura e Música. 14/01/2016. Site. - Baratto, Romullo. Conservatório de música em Aix en Provence / Kengo Kuma and Associates. 16/07/2014. Site. - Delaqua, Victor. Casa da Música / OMA. 15/04/2014. Site. - Baratto, Romullo. Cidade Das Artes / Christian de Portzamparc. 09/12/2013. Site.


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- Gehry Partners, LLP. Experience Music Project, 11/06/1999. Site. - Zahner. EMP Museum, 23/06/2000. Site. - Laidlaw, Jill A. Paul Klee, 2004 – 2017. Site. - Pape, Ligia; Senise Daniel; Banksy; Imbroisi, Margaret. PAUL KLEE, 24/04/2016. Site. - Mazzaferro, Francesco. Os Diários de Paul Klee Parte Dois: música, poesia, eros e abstração.17/04/2015. Site. - Christian de Poutzamparc. Cité de la Musique. Site. - Cots, Caroline. Auditório Ibirapuera. 2011. Site. - Gimenez, Vitor. TFG Casa da Música. 09/06/2014. Site. - Desenhos de análise a fluxograma. 24/03/2011. Site. Ufjf. - Barossi, Antônio Carlos. Espaço Cultural de Música na Móoca. 2004. Site. - Musica + Arquitetura – Daniel Libeskind. 11/01/2014. Site. - Massad, Fredy; Yeste, Alicia. Daniel Libeskind: "minha obra fala de vida a partir da catástrofe”, 06/03/2006. Site - Tuyen, Pham. EMP Museum, Washington, EUA-KTS. Frank Ghery, 11/02/2014. Site.


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