CADERNO DE RESUMOS E PROGRAMAÇÃO I SEMINÁRIO: MUSEUS EM DIALOGOS E CONEXÕES Museu de Arte Sacra de Mato Grosso Cuiabá - Setembro de 2012
I SEMINÁRIO: MUSEUS EM DIALOGOS E CONEXÕES Museu de Arte Sacra de Mato Grosso Cuiabá - Setembro de 2012
FICHA TÉCNICA COORDENAÇÃO GERAL Viviene Lozi Rodrigues
COMISSÃO ORGANIZADORA Andrielly Natharry Leite da Silva Oliveira Carlos Eduardo dos Santos Espíndola Maria Madalena da Silva Natália de Souza Nogueira Viviene Lozi Rodrigues
EQUIPE DE MONITORES Andrielly Natharry Leite da Silva Oliveira Danielly Katherine Pascoal da Silva Evilyn Magio Rodrigues Maria Madalena da Silva
Natália de Souza Nogueira Felipe Honório Correia Ribeiro Kelly Cristina da Costa Bezerra de Menezes Mamedes Sander Rodrigues Souza Cintra Tulasi Krishnadasi dos Santos Branco Willian Serdeira Garcia PROJETO GRÁFICO, IDENTIFCAÇÃO VISUAL E DIGRAMAÇÃO Luiz Anderson (Monstrinho) REVISÃO Marinaldo Custódio
Ficha Catalográfica elaborada pela Ação Cultural - Ass. dos Produtores Culturais de Mato Grosso. Ponto Ação Cultural ISSN 2175-1862 (Setembro/2012) Tiragem 100 exemplares 1º Seminário: Museus em diálogos e conexões - MASMT Organização: Viviene Lozi Rodrigues / Cuiabá | Mato Grosso | Brasil
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CRONOGRAMA I SEMINÁRIO: MUSEUS EM DIÁLOGOS E CONEXÕES Segunda-feira, dia 24 18h - 19h CREDENCIAMENTO 19h - 19h30 SOLENIDADE DE ABERTURA 19h30 PALESTRA DE ABERTURA: Os territórios disputados em Mato Grosso: patrimônio histórico e espaço público na cidade de Cuiabá (Prof. Dr. Renilson Rosa Ribeiro) Terça-feira, dia 25 8h - 12h GRUPO DE TRABALHO MUSEUS E A COPA 2014 1. O Grupo de Trabalho tem como Objetivo construir uma agenda comum de trabalho para os museus de Mato Grosso conectando o Projeto “Conexões do IBRAM” e o programa “Legado Cultural” para o setor museal - megaeventos esportivos, que visa consolidar a temática na agenda de investimentos do país para a realização da Copa de 2014. O GT terá a oportunidade de discutir temas estruturantes para o setor museal como estratégias de fomento e financiamento, estatuto de museus, patrimônio em risco, pontos de memória e construção de rede de informações museais, além disso, tirar diretrizes e ações visando a copa de 2014. Mediação: Secretarias de Estado da Cultura e Copa. 14h - 17h GRUPO DE TRABALHO MUSEUS E A COPA 2014
19h MESA-REDONDA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: 1. Educação Patrimonial (Prof.ª Dr.ª Ana Maria Marques) 2. Educação Patrimonial: o papel da diversidade cultural na promoção da capacidade criadora (Prof.ª Ms.ª Heloisa Afonso Ariano) 3. Educação Patrimonial em Museus (Prof.ª Dr.ª Jocenaide Maria Rossetto) Quarta-feira, dia 26 8h - 12h SIMPÓSIOS TEMÁTICOS 1. Educação Patrimonial 2. Organização de Acervos
14h -18h FÓRUM MUSEUS EM MATO GROSSO 19h Mesa-redonda de Metodologias de Organização de Acervos: 1. Metodologia aplicada na organização do Arquivo Público de Mato Grosso (Prof.ª Esp. Candelária Gomes Monteiro de Campos Neta) 2. O conjunto dos acervos da Casa Barão de Melgaço (Prof.ª Dr.ª Elizabeth Madureira Siqueira) 4. A elaboração do primeiro guia geral do acervo do AOMT (Prof. Dr. Otávio Canavarros) 5. A gestão, pesquisa e a documentação do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (Prof.ª Esp. Viviene Lozi MASMT)
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SUMÁRIO 1.
APRESENTAÇÃO...................................................................................................7
2.
PALESTRA DE ABERTURA: Os territórios disputados em Mato Grosso: patrimônio
histórico e espaço público na cidade de Cuiabá (Prof. Dr. Renilson Rosa Ribeiro).................8 3.
MESAS-REDONDAS...............................................................................................9 3.1 Educação Patrimonial Educação Patrimonial (Prof.ª Dr.ª Ana Maria Marques)......................................9 Educação Patrimonial: o papel da diversidade cultural na promoção da
capacidade criadora (Prof.ª Ms.ª HeloisaAfonsoAriano)......................................................10 Educação Patrimonial em Museus (Prof.ª Dr.ª Jocenaide Maria Rossetto).10/11 3.2 Mesa-redonda de Metodologias de Organização de Acervos Metodologia aplicada na organização do Arquivo Público de Mato Grosso (Prof.ª Esp. Candelária Gomes Monteiro de Campos Neta)................................................11 O conjunto dos acervos da Casa Barão de Melgaço (Prof.ª Dr.ª Elizabeth Madureira Siqueira)..............................................................................................................12 A elaboração do primeiro guia geral do acervo do AOMT (Prof. Dr. Otávio Canavarros)..........................................................................................................................12 A gestão, pesquisa e a documentação do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (Prof.ª Esp. Viviene Lozi - MASMT)................................................................13 4.
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS.....................................................................................14 4.1
Educação Patrimonial Seminário Nossa Senhora da Conceição e Igreja Nossa Senhora do Bom
Despacho: O educar para o patrimônio. (Natália de Souza Nogueira e Maria Madalena da Silva / bolsistas – PROEXT UFMT)................................................................................14/15 Imagem e documento: a função pedagógica dos Murais da Libertação (Prof.ª Ms.ª Maria Ms.ª Henriqueta dos Santos Gomes e Prof.ª Ms. Luciene Aparecida Castravechi) ..................................................................................................................15/16 Educação Patrimonial: reflexões sobre o papel dos mediadores nos espaços de memória (Raphaela Rizzieri / Bolsista CAPES/ Programa de Pós-Graduação em História/ UFMT )................................................................................................................................16 O inventário do patrimônio imaterial mato-grossense: da pesquisa em acervos de Cuiabá à educação patrimonial em exposição (Prof.ª Dr.ª Thereza Martha Presotti - UFMT/ICHS/Depto. de História)...........................................................................17 O Rio Cuiabá: patrimônio imaterial e práticas culturais (Eliane Alini dos Santos Graduada em História, UFMT, Auxiliar de Pesquisa no Projeto de Mapeamento do Patrimônio Imaterial Mato-Grossense IPHAN/UFMT).....................................................................18
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4.2 Organização de Acervos Altar lateral neoclássico: retábulos dedicado a São Miguel e almas (Felipe Honório Correia Ribeiro/ bolsista/PROEXT UFMT) .....................................................................18/19 Pesquisa e catalogação do acervo de bens móveis do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (Kelly Cristina da Costa Bezerra de Menezes Mamedes/ bolsista/PROEXT UF MT)......................................................................................................................................19 Organização e catalogação do acervo de bens móveis integrados de Dom Aquino (Sander Souza Rodrigues Cintra/ bolsista/PROEXT UFMT)..............................................20 Organização do acervo documental de Dom Aquino (Tulasi Krishnadasi dos Santos Branco / bolsista/PROEXT UFMT).............................................................................................20/21
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APRESENTAÇÃO O Seminário “Museus em Diálogos e Conexões” terá sua primeira edição promovida pelo Museu de Arte Sacra de Mato Grosso em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, Universidade Federal de Mato Grosso e as ONGs Ação Cultural e Casa de Guimarães. O evento tem caráter científico e deve se tornar um dos principais da área museal para divulgação e debate das produções que dialogam com a gestão e a documentação de acervos e a educação patrimonial e museal. Em sua primeira edição, o evento será realizado dentro da Programação da 6ª Primavera dos Museus que ocorre em diversos museus brasileiros de 24 a 30 de setembro, com uma temática que busca refletir a “função social dos museus”. Essa iniciativa, coordenada pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, tem como objetivo sensibilizar os museus e a comunidade para o debate sobre temas da atualidade. Paralelamente à discussão do tema, permanece o objetivo principal: divulgar as produções desenvolvidas em museus, centros de memória e pesquisa, escolas e praças, entre outros espaços de cultura que apresentem reflexões teóricas, metodológicas e pesquisas voltadas para o patrimônio material e imaterial. Tal objetivo é importante para o Estado de Mato Grosso devido à proximidade da Copa de 2014, sendo que, a propósito, vem sendo proposto pelo IBRAM o diálogo “Legado Cultural” que ficará para as cidades-sede da Copa, dentro de uma perspectiva presente e pós-Copa. Nesse contexto, é importante pensar como contribuir para somar com essa iniciativa, pois o evento abre espaço para o grupo de trabalho “Museus e a Copa de 2014” que terá a mediação das secretarias de Estado de Cultura e da Copa do Mundo, no qual serão construídas as diretrizes e ações para uma proposta voltada ao “Legado Cultural” em conjunto com os museus e a comunidade, visando o atendimento e a proposição de ações para a Copa. O Seminário abre espaço em sua programação para debater problemas e socializar experiências e intercâmbio, tornando assim indispensável a reflexão sobre como, para quê e para quem os museus e os centros de memória trabalham. Sua programação foi estruturada mediante palestra, mesas temáticas, simpósio, grupo de trabalho e fórum que revelam temas variados e olhares múltiplos sobre patrimônio, gestão de acervo, educação patrimonial e museal, e a inserção das instituições museais na promoção e na atratividade de grandes eventos nacionais e internacionais, como a Copa de 2014 em Mato Grosso. No intuito de que esse Seminário possa cada vez mais impulsionar o interesse pelos museus, o evento é o fio condutor que nos convida a uma reflexão sobre o papel das instituições museais no processo de valorização da cidadania e no desenvolvimento social para que cada vez mais pessoas conheçam, compreendam, valorizem e se apropriem do seu direito de acesso ao museu, à memória e à cidadania.
Viviene Lozi Rodrigues Diretora do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso
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2. PALESTRA DE ABERTURA OS TERRITÓRIOS DISPUTADOS DA MEMÓRIA EM MATO GROSSO: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ESPAÇO PÚBLICO NA CIDADE DE CUIABÁ Prof. Dr. Renilson Rosa Ribeiro Docente do Departamento de História – ICHS-UFMT e do Programa de Pós-Graduação em História – ICHS-UFMT Coordenação de Ensino de Graduação em História – ICHS-UFMT Coordenação de Gestão de Processos Educacionais do PIBID/UFMT/CAPES Nas palavras do historiador francês Jacques Le Goff, “a memória, na qual cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens” (LE GOFF, 2003, p. 477). A discussão sobre a relação (nem sempre tranquila) entre história e memória tem sido um dos grandes debates teóricos que tem perturbado gerações de historiadores, pois envolve os objetivos e os fundamentos do trabalho do profissional da História. Nas últimas décadas, a memória tem estado no centro dos debates acadêmicos no Brasil, em especial no contexto das políticas de patrimônio e preservação. Para Márcia D’Aléssio, “do senso comum às políticas públicas existe concordância sobre a necessidade de preservação do passado. Mesmo os cultores do ‘novo’, os fiéis da religião do ‘moderno’, os militantes da mudança permanente não ousariam pronunciar-se a favor da destruição dos traços... Uma necessidade identitária parece estar compondo a experiência coletiva dos homens e a identidade tem no passado o seu lugar de construção” (D’ALÉSSIO, 1993, p. 97). Ao analisar esse contexto de defesa da memória, Pierre Nora destaca como fator determinante no desejo de memória de nossa época a problemática fundamental da questão da mundialização, processo pelo qual o mundo se torna um só – conectado e integrado em redes – e no qual os meios de comunicação de massa exercem um papel primordial. Nesta análise, o autor evidencia um movimento de alteração do tempo, ou seja, a história passa a ser mais dinâmica, rápida, a duração do fato é a duração da notícia, o novo é que dá as cartas e conduz as vidas, forjando a sensação de hegemonia do efêmero, ou melhor, de um tempo preso em um eterno presente (NORA, 1993, p. 07-28). Em linhas gerais, a maioria dos historiadores e demais profissionais de áreas correlatas concorda que a memória não pode ser entendida simplesmente como um processo parcial e limitado de lembrar fatos passados, de importância marginal para as ciências humanas. Trata-se da construção de referenciais sobre o passado e o presente de diferentes grupos sociais, ancorados nas tradições – historicamente inventadas – e intimamente associados às mudanças socioculturais. Com base nessas considerações, a presente conferência pretende discorrer acerca dos embates entre memória, política e patrimônio no processo de construção dos espaços públicos da cidade de Cuiabá nas últimas três décadas, enfatizando as questões relacionadas às políticas de identidade e aos discursos da modernização [a cidade global, a metrópole, a cidade líquida ou pós-moderna] no mundo contemporâneo. Palavras-chave: Memória, Política, Patrimônio, Cuiabá – Mato Grosso
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3. MESAS-REDONDAS 3.1 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EDUCAÇÃO PATRIMONIAL Ana Maria Marques Prof.ª Dr.ª do Departamento de História/UFMT anamariamarques.ufmt@gmail.com O desenvolvimento deste tema tomou corpo e teve ação prática através do Projeto PIBID – Programa Institucional de Bolsa Iniciação a Docência do curso de História da UFMT, durante o primeiro semestre deste ano. O objetivo principal era refletir sobre memória – os significados, a percepção e como poderíamos desenvolver sensibilidades para o Patrimônio Cultural. Inicialmente trabalhou-se com objetos trazidos pelos alunos (que pudessem explicar por que o guardam e a que memória remonta); depois de diagnosticado o conhecimento desses alunos sobre lugares de memória através de imagens de alguns prédios e monumentos da cidade de Cuiabá, introduziu-se algumas noções de patrimônio – especialmente de patrimônio material, cuja referência historiográfica ancora-se na obra de Françoise Choay (2006). Ela diz: “[...] a arquitetura é a única arte cujas obras exigem ser materialmente percorridas. Só ela exige visitas, percursos, desvios que implicam o investimento do corpo inteiro e que a percepção visual apenas não pode substituir” (p. 201). Mesmo existindo atualmente recursos midiáticos que reproduzem cidades inteiras até, a visita in loco, o “estar lá” permite uma dimensão interpretativa pessoal. A visita, então, coloca os alunos em contato direto com as obras, desta feita, articula seus saberes, escapando também do uso frequente e repetitivo do livro didático. O trabalho, então, culminou com a visita guiada pelo Centro Histórico de Cuiabá, cujo roteiro compreendeu: Praça dos Bandeirantes, Igreja do Rosário, Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Museu Histórico de Mato Grosso e Museu de Arte Sacra e Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho. A concepção de Educação Patrimonial esteve muito inspirada no historiador Francisco Régis Ramos. Ele alerta que ao voltarmos o olhar para os monumentos, precisamos perceber que eles estão sempre sujeitos às ações do tempo. Por isso, é preciso fazer-lhes sempre novas perguntas. Devemos duvidar não só dos monumentos autoritários, mas da própria ação de dar a algo, a qualquer coisa, o sentido de materialidade memorável. Ramos sugere que não se desloque o museu da sala de aula e ainda: “a visita ao museu deve começar na sala de aula, com atividades lúdicas que utilizam materiais do cotidiano, como indícios de práticas que se fazem nas relações sociais” (2004: 21) – foi isso que tentamos fazer e obtivemos sucesso na experiência piloto com alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Raimundo Pinheiro. O processo educativo precisa levar em consideração certos conceitos e habilidades que despertem nos alunos o sentimento de preservação, conscientização e cidadania. A Educação Patrimonial aliada ao conhecimento do patrimônio cultural regional estimula os alunos quanto ao sentimento de surpresa e curiosidade, levando-os a querer conhecer mais sobre o que é também deles. Palavras-chave: Educação Patrimonial, Patrimônio Cultural, Memória, Cidade.
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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: O PAPEL DADIVERSIDADE CULTURAL NA PROMOÇÃO DA CAPACIDADE CRIADORA Heloisa Afonso Ariano Prof.ª Ms.ª Departamento de Antropologia – UFMT haariano@hotmail.com A política do patrimônio imaterial foi criada como um instrumento para a salvaguarda dos bens culturais das camadas sociais menos favorecidas e, portanto,como um espaço, pequeno, mas importante, de preservação da diversidade cultural. Fazer educação patrimonial significa abrir uma possibilidade de trabalho a favor de uma sociedade menos vulnerável à lógica do mercado e das comunicações de massa. Significa opor ao ritmo acelerado das mídias o ritmo mais brando das formas populares de cultura. Educar para o patrimônio imaterial é, então, ensinar a resistência aos processos de homogeneização. Mas não apenas isso; é também ampliar os horizontes criativos dos sujeitos humanos. As obras-primas da humanidade criadas no intercâmbio entre o popular e o erudito são exemplo da importância de se promover aos jovens a troca de conhecimento com os idosos, os chamados griots da cultura popular. Palavras-chave: Educação Patrimonial; Patrimônio Imaterial; Diversidade Cultural. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EM MUSEUS Jocenaide Maria Rossetto Prof. ª Dr.ª do Departamento de História/UFMT-CUR Gestora da REMP-MT jocenaide@hotmail.com
Os museus, tradicionais ou modernos, assumem a função de preservadores de memórias e comunicadores de seus acervos. Os objetos e ações “devem” ensinar algo sobre o passado ao visitante. Este é um tópico tratado na tese de doutorado, em experiências em museus (2010/2011). O objetivo desta comunicação é apresentar ações educativas nos museus, fundamentadas na metodologia de educação patrimonial (E.P.) difundida por Evelina Grumberg (2007; 2009), Maria de Lourdes Horta e Adriane Queiroz Monteiro (2009) em momentos diferentes de sua organização: na constituição do acervo junto à comunidade; em exposições de museus consolidados; na modernização de museus e exposições. As fontes, locais e procedimentos de pesquisa adotados: análise da publicação “O Museu na Aldeia” de Aivone Carvalho; observação, entrevistas, fotografias, in loco, realizadas no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP - MAE/USP (SP); no Museu das Culturas Dom Bosco - MCDB/UCDB em Campo Grande - MS; a pesquisa-ação “Formação de educadores patrimoniais” visando à elaboração do projeto de modernização da exposição e do Museu Rosa Bororo-MRB, em Rondonópolis - MT. Os resultados mostram, no caso da aldeia de Meruri, os objetos que foram rememorados, elaborados pela comunidade e reinseridos no cotidiano do povo Bororo. Nos museus etnológicos universitários observou-se E.P. e Museologia com crianças e adultos. No MCDB/UCDB, a E.P. com as crianças realizou-se no percurso escola/museu, no auditório onde tiveram a sensibilidade despertada para os objetos e temáticas expostas, durante a visita guiada.
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No MAE/USP, para E.P. e museologia, adota-se o “kit de etnologia” e visita guiada por monitores, graduandos, estagiários e/ou bolsistas do MAE/USP. No caso dos adultos, no MCDB/UCDB apresenta-se a concepção museológica. Se acadêmicos ou professores, os visitantes exercitam-se na leitura das falas e manuseio dos bonecos. No caso do MAE/USP – se professores, interessados em levar grupos de estudantes, são realizadas oficinas de capacitação com os kits e visitam a exposição. Estes planejam suas aulas e a visita agendada ou emprestam os kits e utilizam nas escolas. Este museu oferece as publicações da Sala Paulo Freire, do programa de pós-graduação e da biblioteca. No MRB, professores, estudantes, artistas e funcionários se desafiaram a estudar, pesquisar, desenvolver ações de curadoria no acervo do museu e elaborar um projeto de modernização do Museu, entregando-o à Coordenação de Cultura, cuja expectativa é sua implantação. Conclui-se que os museus apresentam narrativas construídas em contextos com concepções próprias, sendo estas, mais ou menos, atualizadas em relação às tendências das ciências e campos de pesquisa que embasam seus acervos. As sistemáticas de E.P. impressas, lúdicas, tecnológicas, visitas guiadas ou outras variam e interferem diretamente nos resultados da ação educativa museológica e patrimonial. Temos perspectivas que as intencionalidades subscritas por ações de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas em tais lugares de memória, com a participação da comunidade, podem ampliar-se e aprofundar-se, com as ações da REMP-MT, comitês das cidades de Mato Grosso. Palavras-chave: Educação Patrimonial e Museológica; Gestão de Museus; Museus Universitários. 3.2 MESA-REDONDA DE METODOLOGIAS DE ORGANIZAÇÃO DE ACERVOS A METODOLOGIA APLICADA NA ORGANIZAÇÃO DO ACERVO DO ARQUIVO PÚBLICO DE MATO GROSSO Prof.ª Esp. Candelária Gomes Monteiro de Campos Neta Gerente de documentos escritos do Arquivo Público de Mato Grosso candelariacampos@sad.mt.gov.br A nossa comunicação consiste em mostrar os trabalhos realizados pela Superintendência de Arquivo Público, instituição que trabalha com a memória documental e iconográfica do Estado, através de suas Gerências, nos acervos sob a sua custódia. No ano de 2008 começamos a aplicação da NOBRADE – Norma Brasileira de Descrição Arquivística e, com isso, houve uma grande transformação na reorganização dos fundos documentais existentes no Arquivo Público. Estamos ainda implantando o SIGAP – Sistema de Gestão de Arquivo Permanente, com o objetivo de preservar a documentação que está sob custódia do arquivo e agilizar a pesquisa. Com a nova organização esperamos continuar realizando e entregando à sociedade mato-grossense, aos nossos pesquisadores e ao público em geral que procura o Arquivo Público de Mato Grosso, resultados maravilhosos de novas descobertas que fazemos a cada dia na leitura dos documentos que colocaremos à disposição para pesquisa. Trabalhamos também para a implantação de políticas públicas de arquivo e de gestão de informações, atendendo à demanda que a sociedade brasileira exige, por um serviço público de qualidade e transparência administrativa. Palavras-chave: Superintendência de Arquivo Público-MT; Memória documental; Politica e Gestão de Acervo; Sistema de Gestão de Arquivo Permanente. Seminário - Museus em diálogos e conexões - MASMT - Cuiabá | Mato Grosso
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O CONJUNTO DOS ACERVOS DA CASA BARÃO DE MELGAÇO Prof.ª Dr.ª Elizabeth Madureira Siqueira Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso bethmsiqueira@gamil.com A presente comunicação exporá, de forma breve, o conjunto dos acervos da Casa Barão de Melgaço, instituição quase centenária integrada pelas duas instituições culturais mais antigas de Mato Grosso: o Instituto Histórico e Geográfico (1919) e a Academia Mato-Grossense de Letras (1921). Ao longo de sua trajetória, a Casa Barão de Melgaço conseguiu reunir um expressivo acervo composto por uma biblioteca, com cerca de 10.000 volumes, uma hemeroteca composta de jornais dos séculos XIX e primeira metade do XX, e um arquivo muito especial, que reúne acervos privados, de família e institucionais. De um amontoado de papéis, a Casa Barão de Melgaço conseguiu, ao longo de 25 anos, se transformar num moderno Centro de Pesquisa, graças às parcerias estabelecidas com instituições de respeitabilidade regional e nacional, instituições de ensino superior e entidades de pesquisa, contando, nos últimos quatro anos, com o apoio do Ministério da Cultura e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional que transformou o IHGMT num Ponto de Cultura, oferecendo-lhe o necessário apoio financeiro não só para a finalização do arranjo dos acervos, mas também para sua digitalização. Esse processo final garantirá que as futuras gerações consigam ter acesso às informações contidas na Casa Barão de Melgaço, não só presencialmente, mas também de forma virtual. Palavras-chave: História; Mato Grosso; Casa Barão de Melgaço; Ponto de Cultura do IHGMT; Documentação. A ELABORAÇÃO DO PRIMEIRO GUIA GERAL DO ACERVO DO APMT Prof. Dr. Otávio Canavarros Professor do Departamento de História-UFMT E-mail: otaviocanavarros@terra.com.br A elaboração do primeiro Guia Geral do Acervo do Arquivo Público de Mato Grosso ocorreu no período de 1982 a 1984. Foi realização de nossa autoria, trabalho desenvolvido dentro do nosso projeto denominado “Fontes documentais de Mato Grosso”. Essa foi uma atividade pioneira de prospecção de fontes históricas em nosso Estado, implementada pela Secretaria de Estado de Administração, através do APMT. Na realização daquele projeto, constatamos que o Arquivo Público possuía diversos tipos de instrumentos de busca, tais como catálogos, índices, inventários de séries, arrolamentos, etc., porém ainda não tinha o seu guia descritivo geral, que fazia falta para as pesquisas de natureza administrativa ou histórica. Vimos que era o momento de aproveitar a realização do nosso trabalho para realizar tal intento. Foi o que fizemos. Assim, pudemos apresentá-lo concluído em março de 1984. Sua ficha-cadastro padrão é composta por nove variáveis descritivas, de natureza bastante abrangente, a começar pelos grupos maiores de arquivos (grandes fundos ou conjuntos documentais) indo até unidades menores, como itens. O Guia Geral contém cerca de 220 páginas descritivas e corresponde ao estado de arranjo do APMT, naquele momento. Palavras-chave: APMT; guia; descrição.
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A GESTÃO, PESQUISA E A DOCUMENTAÇÃO DO ACERVO DO MUSEU DE ARTE SACRA DE MATO GROSSO. Prof.ª Esp. Viviene Lozi Rodrigues (Supervisora – PROEXT/UFMT) Diretora Museu de Arte Sacra de Mato Grosso. vivienelozi@gmail.com Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador – ICHS/ Depto. de História -UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS/ Depto. de História -UFMT) leandrorust@yahoo.com.br A comunicação consiste em mostrar o processo de organização, pesquisa iconográfica e historiográfica, a gestão e a documentação do acervo do MASMT – Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, que vem sendo desenvolvido desde 2011 com apoio do Ministério da Cultura que transformou o MASMT num Pontão de Cultura intitulado “Ação Cultural em Rede” e via contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, e agora pelo ProExt via MEC, através do programa “Organização e Disponibilização do Acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso” que contempla o desenvolvimento de quatro projetos. Mas nesta comunicação serão apresentados três, como se vê a seguir: 1) MAPEAMENTO E REGISTRO DOCUMENTAL: que prevê pesquisar, no acervo de mais de 4.000 itens dispostos por coleções distintas com registro e sistematização das informações, levantamento (arrolamento do acervo), classificação, sistema de numeração, classificar por coleções, marcação, inventário, fichas de controle de identificação e localização; 2) DIGITALIZAÇÃO: Organizar e digitalizar o acervo documental pertencente a Dom Francisco de Aquino Corrêa, conforme a Norma Brasileira de Descrição Arquivística, e fotografar os bens móveis integrados, provenientes da Antiga Catedral Bom Jesus de Cuiabá, demolida em 14 de agosto de 1968, e das igrejas Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e Nosso Senhor dos Passos; criar um sistema de acervo online para pesquisa e difusão de conhecimento; 3) MATERIAL DIDÁTICO: Concepção de material informativo e educativo em formato de catálogo, com o objetivo de divulgar os resultados dos projetos e a orientação de como consultar o acervo online do MASMT, gerando conhecimento e estimulando pesquisas. Para isso, prevemos a oportunidade para (10) alunos de graduação, que são bolsistas do programa, que realizam as atividades no Museu de Arte Sacra, coordenados pelo Departamento de História, através dos professores Dr. Leandro Duarte Rust e Dr. Cândido Moreira Rodrigues e supervisionado pela gestora do MASMT, Prof.ª Esp. Viviene Lozi Rodrigues. Palavras chave: História; Museologia; Gestão de Acervo; Museu de Arte Sacra; Acervo online; Cuiabá-MT.
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4. SIMPÓSIOS TEMÁTICOS Os dois simpósios objetivam divulgar as produções desenvolvidas e estabelecer um diálogo com estudantes, pesquisadores e profissionais que estão trabalhando com a Educação Patrimonial e na Organização, Pesquisa e Gestão de Acervos, cujas abordagens privilegiam a área do Patrimônio material e imaterial.
4.1 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
SEMINÁRIO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E IGREJA NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO: EDUCAR PARA O PATRIMÔNIO Maria Madalena da Silva (Bolsista PROEXT/UFMT) Natália de Sousa Nogueira (Bolsista PROEXT/UFMT) Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador – ICHS / Depto. de História -UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS/ Depto. de História -UFMT) leandrorust@yahoo.com.br Prof.ª Esp. Viviene Lozi (Supervisora MASMT) vivienelozi@gmail.com O presente texto é o resultado parcial das atividades desenvolvidas como parte do Programa de Extensão “Organização e disponibilização do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”, coordenado pelos professores doutores Leandro Rust e Cândido Rodrigues, ambos do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso por meio de sua gestora Viviene Lozi. Programa de Extensão com duração de janeiro de 2012 a janeiro de 2013, no qual somos bolsistas e desenvolvemos atividades de organização do Acervo do MASMT, além da realização de ações que envolvam a ocupação do espaço museal. O Programa prevê para isso a execução de subprojetos que contemplam esses objetivos, a saber: 1) organização e catalogação do acervo documental; 2) organização e catalogação do acervo de bens móveis integrados; 3) educação patrimonial. A parte que cabe a este grupo de bolsistas no desenvolvimento do projeto é a relativa à EDUCAÇÃO PATRIMONIAL, a qual contempla o planejamento e a execução de atividades e ações como: visitas monitoradas, palestras e oficinas que abordem a prática diária da Educação Patrimonial; difusão do conceito e como aplicá-lo no ambiente de trabalho (sala de aula) e no cotidiano. Utilizamos como recurso bibliográfico para planejamento das ações os referenciais das pesquisadoras: Juliana Machado de Couto e Melo, Cléo Alves Pinto de Oliveira, Evelina Grunberg, Yani Herreman e Nathacha Bueno Medeiros. É necessário frisar que o projeto encontra-se em desenvolvimento e desde o inicio das atividades já foram organizadas sete exposições e uma pesquisa acerca da história das edificações “Seminário Nossa Senhora da Conceição e Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho”. A comunicação que será apresentada aborda os aspectos de como trabalhar o patrimônio material em ações educativas. Apresentaremos o desenvolvimento de uma visita guiada aos patrimônios “Seminário Nossa Senhora da Conceição” que foi idealizado pelo primeiro bispo de Cuiabá, Dom José Antônio dos Reis, que teve sua primeira pedra fundamental lançada no ano de 1858, e a “Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho”, uma edificação de 1918 que está localizada ao lado do Seminário. Seminário - Museus em diálogos e conexões - MASMT - Cuiabá | Mato Grosso
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O conjunto arquitetônico foi tombado, em nível estadual, no ano de 1977. O objetivo deste trabalho é mostrar como desenvolvemos o processo de ensino-aprendizagem com o patrimônio para alunos de instituições públicas e privadas do Estado, e aos moradores da própria cidade e turistas que visitam nossa região, tendo como objetivo transmitir às gerações presentes e vindouras a memória, os estilos arquitetônicos, as ocupações e a história das duas edificações. Palavras-chave: Educação Patrimonial; Seminário; Igreja; Museu de Arte Sacra. IMAGEM E DOCUMENTO: A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DOS MURAIS DA LIBERTAÇÃO Murais da Libertação Patrimônio Histórico-Cultural de Mato Grosso: que deveria ser defendido e preservado contra os riscos de esquecimento e de perda definitiva Maria Henriqueta dos Santos Gomes Mestre em História pelo PPGHIS/UFMT Luciene Aparecida Castravechi Mestre em História pelo PPGHIS/UFMT
A leitura dos Murais da Libertação possibilita a percepção – por parte do investigador – de inúmeras experiências e projetos da população residente na região (indígenas, trabalhadores rurais, camponeses, religiosos). Os painéis são capazes de vincular um conteúdo teológico-político fundamental para a constituição/ressignificação da identidade de parte significativa dos moradores locais, identificando aquela Igreja e a Prelazia como ‘Igreja dos Oprimidos’, além de contribuir com a atividade pedagógica evangelizadora ao apresentar os ideais políticos/pastorais da Igreja. É possível ainda identificar a consolidação do processo de ressignificação bíblica e religiosa dos conflitos e histórias do Araguaia, inobstante sabermos que muitas das questões evidenciadas na região indicada também aparecem em outras localidades. Os Murais da Libertação foram produzidos entre 1977 e 2001, totalizando onze painéis de diferentes tamanhos nos municípios de São Félix do Araguaia, Luciara, Santa Terezinha, Ribeirão Cascalheira, Vila Rica, São José do Xingu e Querência, todos localizados no Estado de Mato Grosso. Características importantes dessa produção iconográfica são as temáticas locais representando cenas do cotidiano das populações do Araguaia. São alguns elementos que os tornam regionais, entretanto podemos observar em outras regiões do mundo esse mesmo pano de fundo, que contempla as questões agrárias, indígenas, expropriação e modernização do campo. Cumpre destacar que os murais, apesar de serem expressivos para uma parcela significativa da população, para outra não fazem tanto sentido, sendo até ignorados. Isso pode ocorrer pelo desconhecimento da atuação da Igreja junto à população, ou até quem sabe por não atribuírem qualquer valor histórico aos mesmos. No que tange aos aspectos físicos desses murais, cumpre frisar que alguns estão sendo descaracterizados em razão da má conservação, seja pela infiltração, por fendas nas paredes ou até mesmo por manchas de tinta que interferem nas obras. Ainda que as mesmas tenham sido tombadas, há um alheamento acerca dos cuidados que elas devem receber. A ausência de política de preservação e restauro provoca – em longo prazo – a perda deste patrimônio. Diante disso, podemos afirmar que a memória de um povo, ou a memória coletiva, é um processo que ajuda o cidadão a se identificar com a sua história e sua cultura. Ao passo que quando um indivíduo quiser saber sobre os fatos que não testemunhou e que fazem parte do seu passado e de sua comunidade, ele precisa recorrer a essa memória coletiva. Seminário - Museus em diálogos e conexões - MASMT - Cuiabá | Mato Grosso
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No que diz respeito aos distintos grupos presentes na região do Araguaia, ao se tratar do reconhecimento ou não da obra de arte, podemos identificar a existência de três grupos com opiniões diferentes acerca dos Murais da Libertação: os que reconhecem e identificam os Murais da Libertação como registro histórico e até mesmo vivenciaram o que está materializado nas pinturas; em contrapartida, existe um grupo que não tem conhecimento deste conjunto de obras de arte, ou até mesmo já se deparou com as pinturas, mas não atribui nenhum sentido a elas, vendo-as como decoração, desconhecendo a historicidade que essas obras trazem, e um terceiro grupo que reconhece a história concretizada nas pinturas, mas aparentemente não quer se identificar com a mesma. Palavras-chave: Preservação; Esquecimento. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DOS MEDIADORES NOS ESPAÇOS DE MEMÓRIA Raphaela Rezzieri (Bolsista CAPES/ Programa de Pós-Graduação em História/UFMT) E-mail: phaelarezzi@hotmail.com Prof. Dr. Renilson Rosa Ribeiro (Orientador) – Departamento de História/ICHS/UFMT E-mail: rrrenilson@yahoo.com Os “espaços de memória”, em qualquer instância, são lugares em que a preocupação central está assentada na educação e na preservação da memória. Dentro desta perspectiva, a função social desses lugares contribui para que objetivos pedagógicos propostos pela educação formal possam ser de fato atendidos em suas especificidades, preenchendo lacunas que a formação escolar não contempla, uma vez que é preciso considerar que os processos educativos possuem caráter permanente e não se esgotam dentro dos muros da escola. Os espaços de memória são inúmeros e recebem várias denominações. Podemos chamálos de arquivos, centros de pesquisa, praças, casas de cultura, residências, institutos, logradouros e museus, entre outros. O que os une é seu compromisso com a memória, com o passado ou com uma história que ser quer contar. Essas instituições têm caráter eminentemente educativo e comumente são norteadas por objetivos, metas, propostas, planos diretores, políticas educativas, público-alvo, ou seja, possuem uma estrutura clara em torno dos métodos e planos de ação. O que pretendemos com esse pequeno ensaio é refletir acerca do papel dos educadores como mediadores nessas instituições, para que de fato haja um aproveitamento satisfatório das visitas e passeios desenvolvidos fora do âmbito escolar, mas que não abandonam o compromisso com a formação dos estudantes. Palavras-chave: Educação; Memória; Mediação.
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O INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL MATO-GROSSENSE: DA PESQUISA EM ACERVOS DE CUIABÁ À EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EM EXPOSIÇÃO Prof.ª Dr.ª Thereza Martha Presotti (UFMT/ICHS/Depto. de História) themarpresotti@gmail.com Alunos bolsistas-pesquisadores (UFMT): Edenilson Moura (Geografia); Eliane Aline dos Santos (História); Ingrid Santos (Geografia), Kilvya Priori (Ciências Sociais), Poliana Queiróz (Ciências Sociais) e Zullu Zaira de Figueiredo Barros (História)
Neste Simpósio Temático propomos relatar o processo de construção da pesquisa e de educação patrimonial vivenciado pela equipe interdisciplinar de docentes e alunos pesquisadores da UFMT durante o Inventário Documental do Patrimônio Imaterial Mato-Grossense e a Exposição do Patrimônio Imaterial Mato-Grossense no MACP/UFMT (2011). Diferenciados do patrimônio reconhecido nos monumentos edificados, nas igrejas, nas obras de arte, etc., os bens de natureza imaterial consideram sobretudo as manifestações das culturas populares, indígenas e africanas. Estão destacados em quatro categorias: os Saberes e Modos de Fazer, as Celebrações e Rituais, as Formas de Expressão e os Lugares. Dos bens culturais de natureza imaterial em Mato Grosso cabe destacar aqueles que já estão registrados como Patrimônio do Brasil: o modo de fazer a Viola de Cocho e o ritual Yankwa dos Enauenê-Nauê. O Inventário realizado entre 2009 e 2011 visou atender ao Edital do IPHAN e ao PNPI – Plano Nacional do Patrimônio Imaterial, e se pautou na capacitação da equipe com oficinas no tema do patrimônio imaterial, acesso e conservação de acervos e na metodologia do INRC para elaboração de fichas dos documentos, designativos dos diversos estudos e registros dos bens culturais de natureza imaterial no Estado de Mato Grosso. Os documentos publicados em livros, artigos em periódicos e jornais, monografias, dissertações, teses, ou em imagens em telas, fotografias e documentários em vídeo e outros, foram rastreados e inventariados nos nove principais acervos de Mato Grosso, localizados em Cuiabá: APMT, IHGMT e AML na Casa Barão de Melgaço, NDIHR/UFMT, Museu Rondon/UFMT, MACP/ UFMT, Hemeroteca e Acervo Amidicis Tocantins, na Biblioteca da UFMT, OPAN, Missão Anchieta; gerando um Banco de Dados (DVD) passível de ser acessado no site do IPHAN/ DPI. A Exposição no MACP, concluindo os trabalhos da equipe, pretendeu dar visibilidade e promover a educação patrimonial formatada em um Projeto de Extensão e assim apresentou parte deste patrimônio à comunidade acadêmica e estudantes da educação básica em visitas guiadas pelos professores e bolsistas. No decorrer desta Exposição, além da força e beleza das imagens fotográficas de Mario Friedlander e Laércio Miranda, os visitantes contaram com palestras ilustradas dos resultados de pesquisas de professores e alunos bolsistas. Palavras-chave: Patrimônio Imaterial; Inventário Documental; Educação Patrimonial
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O RIO CUIABÁ: PATRIMÔNIO IMATERIAL E PRÁTICAS CULTURAIS Eliane Alini dos Santos (Graduada em História, UFMT, Auxiliar de Pesquisa no Projeto de Mapeamento do Patrimônio Imaterial Mato-Grossense – IPHAN/UFMT). Profa Dra Thereza Martha Presotti (Orientadora) - Depto de História UFMT Este artigo propõe mostrar a importância histórica e cultural do rio Cuiabá enquanto um local de importantes práticas sociais que permitem conhecer ali parte da identidade do povo cuiabano e mato-grossense; reconhecendo-o assim como um lugar de patrimônio imaterial, por ser um berço de diversas práticas e manifestações culturais, relacionadas direta ou indiretamente com o rio. Analisam-se desde os relatos setecentistas como a Relação das Povoações do Cuiabá e do Mato Grosso do cronista José Barbosa de Sá, os Annaes do Sennado da Camara do Cuyabá (1719-1830), para perceber a historicidade e mudanças das práticas culturais que ocorrem entorno do rio Cuiabá, e prioritariamente, os dados coletados no decorrer do Inventário Documental do Patrimônio Imaterial Matogrossense (IPHAN/UFMT/Museu Rondon 2009-2010). Buscou-se refletir os registros das manifestações culturais diversas e relações com os recursos naturais do ambiente do entorno do rio, para assim perceber a sua importância para as comunidades ribeirinhas, em especial para a comunidade São Gonçalo Beira Rio. Nas preliminares análises os instrumentais usados foram a história cultural e os recentes conceitos de patrimônio imaterial, os quais abordam a relevância de se trabalhar com a cultura popular, a valorização da identidade em suas dimensões plurais. Palavras-chave: Rio Cuiabá. Patrimônio Imaterial. Práticas Culturais. 4.2 ORGANIZAÇÃO DE ACERVOS ALTAR LATERAL NEOCLÁSSICO: RETÁBULO DEDICADO A SÃO MIGUEL E ALMAS Felipe Honório Correia Ribeiro (BOLSISTA PROEXT/UFMT) felipehonorio1@gmail.com Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador - ICHS-UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS-UFMT) leandrorust@yahoo.com.br Prof.ª Esp. Viviene Lozi (Supervisora MASMT) vivienelozi@gmail.com
A presente pesquisa é o resultado parcial das atividades desenvolvidas como parte do Programa de Extensão “Organização e disponibilização do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”, coordenado pelos professores Leandro Rust e Cândido Rodrigues, ambos do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso por meio de sua gestora Viviene Lozi. O Altar Lateral Direito, dedicado a São Miguel e Almas, é de estilo Neoclássico e compõe o conjunto de cinco altares da antiga Matriz de Cuiabá que fora demolida em 1968, protegidos por decreto de tombamento n.o 553-T-57-A que estão sobre a guarda do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso. A presente pesquisa tem o intuito de fazer um resgate da historiografia deste altar, uma vez que pouco fora publicado sobre ele desde a década de 70. Seminário - Museus em diálogos e conexões - MASMT - Cuiabá | Mato Grosso
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Para tanto, primeiro será necessário esquadrinhar, pela pouca bibliografia acerca do altar, pistas que nos permitam ter primeiro um vislumbre do extrato visual da obra. E no processo é necessário ir além das fontes ditas oficiais e percorrer crônicas e sonetos que decantassem tal obra. Feito isso, cabe então reconhecermos as características e seus signos impressos na arte. Para tanto, será de vital importância a metodologia proposta por Panofsky, levando em conta a descrição pré-iconográfica que permite reconhecer as formas puras, e da análise iconográfica, que procura entender os seus significados. Então, responderemos por que o Altar Lateral Direito, dedicado a São Miguel e Almas, é de estilo Neoclássico e quais as suas características iconográficas. Palavras-chave: Retábulos; Iconografia; Matriz; Museu de Arte Sacra. PESQUISA E CATALOGAÇÃO DO ACERVO DE BENS MÓVEIS DO MUSEU DE ARTE SACRA DE MATO GROSSO
Kelly Cristina da Costa Bezerra de Menezes Mamedes (BOLSISTA PROEXT/UFMT) Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador – ICHS/ Depto. de História -UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS/ Depto. de História -UFMT) leandrorust@yahoo.com.br Prof.ª Esp. Viviene Lozi (Supervisora MASMT) vivienelozi@gmail.com A presente comunicação é o resultado parcial das atividades desenvolvidas como parte do Programa de Extensão “Organização e disponibilização do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”, coordenado pelos professores Dr. Leandro Rust e Dr. Cândido Rodrigues, ambos do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso por meio de sua gestora a Profª. Esp. Viviene Lozi. Programa de Extensão com duração de janeiro de 2012 a janeiro de 2013, no qual sou bolsista e desenvolvo atividades de organização do Acervo do MASMT através do levantamento iconográfico do acervo pessoal de Dom Aquino Corrêa, com o preenchimento de fichas catalográficas que seguem um padrão do IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, com pré-requisitos básicos de reconhecimento das peças a serem pesquisadas. A pesquisa está em fase de desenvolvimento, já tendo sido concluída a catalogação do acervo têxtil. Atualmente trabalho com o acervo de madeira, que inclui: mobiliário, oratórios, instrumentos musicais e objetos de uso pessoal. Será abordada a parte de organização do acervo têxtil que consiste em revisão do sistema de numeração e remarcação, rolamento do acervo em formato de inventário, fichas catalográficas para internet e organização dos espaços/cenários para fotografar. As ações buscam estabelecer uma linguagem que possa contemplar uma interface na internet, tendo como finalidade disponibilizar um banco de dados online para pesquisas posteriores.
Palavras-chave: Pesquisa; Acervo Têxtil; Museu de Arte Sacra; Dom Francisco de Aquino Corrêa.
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ORGANIZAÇÃO E CATALOGAÇÃO DO ACERVO DE BENS MÓVEIS INTEGRADOS DE DOM AQUINO Sander Souza Rodrigues Cintra (BOLSISTA PROEXT/UFMT) sandersouzacintra@hotmail.com Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador – ICHS/ Depto. de História -UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS/ Depto. de História -UFMT) leandrorust@yahoo.com.br Prof.ª Esp. Viviene Lozi (Supervisora MASMT) vivienelozi@gmail.com O presente trabalho é o resultado parcial das atividades desenvolvidas como parte do Programa de Extensão “Organização e disponibilização do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”, que prevê a organização e catalogação do acervo de bens móveis e integrados de Francisco de Aquino Correa, coordenado pelos professores Dr. Leandro Rust e Dr. Cândido Rodrigues, ambos do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso por meio de sua gestora a Prof.ª Esp. Viviene Lozi. A comunicação abordará o trabalho realizado com o acervo têxtil e os bens móveis integrados, tais como: indumentárias, oratórios, crucifixos, tocheiros e o mobiliário; que incluem móveis e objetos pessoais, tais como: guarda-roupa, mesas e escrivaninha. Propõe-se a discutir o projeto que está sendo realizado, colocando em questão as dificuldades, desafios, bem como as soluções encontradas para realizar o trabalho de fotografar, de fazer a descrição formal e verificar a procedência de cada peça, além de relatar se houve ou não algum tipo de intervenção. Cabe a esta pesquisa realizar também a descrição quanto às características técnicas, estilísticas, iconográfica e dados históricos de cada objeto. Palavras-chave: Vestimenta; Pesquisa; Fotografia; Museu de Arte Sacra ORGANIZAÇÃO DO ACERVO DOCUMENTAL DE DOM AQUINO CORRÊA Tulasi Krishnadasi dos Santos Branco (Bolsista/PROEXT) tulasichap@gmail.com Prof. Dr. Cândido Moreira Rodrigues (Orientador – ICHS/ Depto. de História -UFMT) candidorodrigues2024@gmail.com Prof. Dr. Leandro Duarte Rust (Orientador- ICHS/ Depto. de História -UFMT) leandrorust@yahoo.com.br Prof.ª Esp. Viviene Lozi (Supervisora MASMT) vivienelozi@gmail.com O presente texto é o resultado parcial das atividades desenvolvidas no Programa de Extensão “Organização e disponibilização do acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”, coordenado pelos professores Dr. Leandro Rust e Dr. Cândido Rodrigues em parceria com o Museu de Arte Sacra se Mato Grosso por meio de sua gestora a Prof.ª Esp. Viviene Lozi. Ao iniciar o projeto, tivemos acesso ao acervo documental de Dom Francisco de Aquino Corrêa, onde já se encontrava parcialmente organizado por tipologias.
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O primeiro passo foi pesquisar em diversos sites, como o da Fundação Getúlio Vargas sistema CPDOC, Instituto Histórico e Geográfico – IHGMT e Superintendência do Arquivo Público do Estado de Mato Grosso – APMT, modelos de Folhas de Rosto e Ficha Catalográfica, sendo que no CPDOC e IHGMT está disponível online e o último no local, para saber quais itens devem ter em uma descrição documental. Achamos necessário que contenha os seguintes itens, de acordo com as Normas Arquivistas Brasileiras: tipologia, data, local, descrição, anexos, observação, palavras-chave, referência atual e anterior, assim facilitando a pesquisa. No decorrer das atividades houve a necessidade de conhecer mais sobre a história de vida de Dom Aquino e assim iniciamos uma série de pesquisas sobre sua vida pessoal, religiosa e política. E por fim, devido a documentos escritos por pessoas diferentes, procuramos estudar também sobre paleografia e transcrição. Como o projeto ainda está em desenvolvimento das atividades, já foram manipuladas oito caixas documentais com aproximadamente 1.814 documentos. A finalidade é disponibilizar o acervo em um banco de dados online para o acesso dos pesquisadores e público em geral. Palavras-chave: Organização; Documentos; Pesquisa, Museu de Arte Sacra.
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