Volume 4
Organizadores Viviene Lozi Eduardo Espíndola Marinaldo Custódio Colaboradores Vinícius Masutti Marileide Gomes Heitor Magno Eduardo Mahon Cinthia Mattos Ana Maria de Campos Santos Helen Luci Prates Joselina de Melo Oliveira Alunos Lucas Mutran, Emanuelly Auxiliadora, Paola Anjos, Jéssica Anatália, Joyce Fernanda, Felipe Schavetock, Mulleny Leticia, Daniely Pinheiro, Luiz Carlos, Ezequiel de Souza, Pâmela Michelle, Camila de Fátima Souza, Amanda Coutinho, Fernanda Subtil, Renner Augusto, Onério Ramos Filho, Ester Milene, Antonieta Cristina, Mariana Marques, Luiz Felipe Scharetock, Jeniffer Victoria, Arthur Eduardo Soares Rodrigues, Ketly Vitória Vaz Agradecimentos A Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, todos os alunos, professores e comunidade da Escola Estadual Nilo Povoas por terem acolhido e recebido o projeto Poesia Necessária.
© Ação Cultural, 2018 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução de partes ou do todo desta obra sem autorização expressa do autor (art. 184 do Código Penal e Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).
Ficha Catalográfica Dados internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) P745 Poesia necessária / Viviene Lozi, Marinaldo Custódio e Eduardo Espíndola (org.). – 1. Ed. Cuiabá: Ação Cultural, 2018. 56 p. : il. ; 13,8 x 20,8 cm 1.Literatura. 2. Poesia. 3. Poesia Brasileira. I.Custódio, Marinaldo. II. Lozi, Viviene. III. Espíndola, Eduardo CDU 821.134.3(81)-1
Organizadores Marinaldo Custódio Viviene Lozi e Eduardo Espíndola Colaboradores Vinícius Masutti, Marileide Gomes, Heitor Magno, Eduardo Mahon, Cinthia Mattos, Ana Maria de Campos Santos, Helen Luci Prates, Joselina de Melo Oliveira Imagens Revisão Marinaldo Custódio Capa Marcelo Cabral sobre ilustração de Adir Sodré
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A NECESSIDADE DA POESIA NECESSÁRIA Há quem diga que a poesia não tem serventia, e de fato é verdade, porque a poesia não é servil, não é vil nem condescendente e é por isso, justamente que a poesia é necessária. Qu ando fomos apresentar aos alunos da Escola Estadual Nilo Póvoas, o projeto, o anfiteatro estava cheio, havia gente de todo jeito, a meninada falava e a acústica do lugar repercutia toda e qualquer palavra, que ali da frente, embaralhadas, pareciam ininteligíveis, como parecia, imagino, a proposta de aulas de poesia para os falantes, que então converteram-se em ouvintes. Na minha fala, deixei claro que minhas aulas seriam, como Manoel de Barros chamava seu quartinho de escrita, um lugar de ser livre. A palavra liberdade, já causara certo impacto, era nítido, portanto aproveitei o gancho e tentei mostrar o poder de saber usá-las. Uma parte dos alunos mostrava mais interesse em seus próprios assuntos, mas haviam expressões curiosas, algumas muito atentas e era ali que começava de fato o projeto. As aulas, aconteceram em um dia de disciplinas eletivas, portanto com total liberdade de escolha dos alunos e afi nal, esse é o princípio, pois é impensável produzir poesia obrigado, porque para a escrita é preciso estar libertado das obrigações e aberto para o ócio criativo. Nas primeiras aulas, os alunos foram apresentados ao universo da palavra. Tiveram contato com poetas variados e fi z questão de apresentá-los aos poetas desta terra, portanto seus conterrâneos, para mostrar que a poesia não é distante, incluindo entre eles, claro, Antônio Sodré, um 5
dos responsáveis pelo nascimento do projeto. Aos poucos, aquela fadiga que precede a leitura ordinária foi dando espaço à instigante descoberta, ante a palavra dos poetas. Pude ver já na primeira aula uma mudança, e é disso que se trata a poesia, de transformação, transformar e trazer reflexão, porque escrever é refletir-se no papel e aos poucos os alunos, antes desconfiados foram tornando-se afiados e (d)escrevendo-se. Os alunos, outrora amolados pela rotina da escolar, foram amolados pela pela pedra amolar das palavras e percebendo suas possibilidades, passaram a usá-las em seus próprios poemas, que estão neste livro que acaba de abrir. Encontrarão aqui dentro ainda, poesias visuais produzidas pela arte da fotografia nas aulas do Heitor Magno, a boa prosa desenvolvida pelo Professor Marinaldo Custódio, e as aulas de declamação pelo ator Eduardo Espíndola. Em conjunto, acredito, formamos um time vitorioso, capitaneado pela Viviene Lozi e por Marileide Gomes, contando ainda com a importante ajuda de Eduardo Espíndola. Pudemos ser, como dizia Sodré, possibilitadores literários. Poesia é necessária porque não é um fim em si, mas um meio, uma condução, uma nova visão para esses jovens enfrentarem o mundo. É bonito ver a evolução de cada um, que certamente saíram diferentes de como entraram. O resultado do Poesia Necessária, não é necessariamente, este material que você tem em mãos, essa é uma singela parte, porque o resultado está impresso mesmo, na mente e no coração de cada um deles e nos nossos, porque aprendi há muito tempo que ensinar é a melhor forma de aprender. Nas páginas da 4º Edicão do livro poesia Necessária, encontrará um pedaço dos autores, porque poesia só é possível com verdade e sinceridade, e por isso é tão necessária. Boa leitura! Vinícius Masutti
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SUMÁRIO CRÔNICA DOS ALUNOS.................................................... 9 A crônica à procura de um tema................................... 10 O que me importa............................................................. 11 Um nome de mulher e o filme da sua vida.................. 12 Autorretrato....................................................................... 13 Três certezas e o tempo................................................... 14 Instante pictórico com chuva e lembranças............... 15 Ao encontro da beleza..................................................... 16 Dias de chuva no deslizar da caneta............................ 17 Imagine... .......................................................................... 18 A noite, o relógio e a matemática................................. 19 Lembrança.......................................................................... 20 Balanço............................................................................... 21 PRODUÇÕES POESIA NECESSÁRIA................................ 23 Descoberta......................................................................... 24 Novela mexicana.............................................................. 25 Não era real....................................................................... 26 Solitária, sozinha.............................................................. 27 Momento............................................................................ 28 O último dia / Máquinas assassinas............................. 29 Tatoo................................................................................... 30 Sem título........................................................................... 31 Sentimentos....................................................................... 32 Pillow.................................................................................. 33 Sinto muito........................................................................ 34 Desejos................................................................................ 35 Maré.................................................................................... 36 Soneto Coletivo................................................................. 37 PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS.......................................... 39 7
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CRÔNICAS DOS ALUNOS
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A CRÔNICA À PROCURA DE UM TEMA Camila de Fátima sobre tema do professor
Crônica vem do grego chronos, que significa tempo. Tempo de plantar, tempo de colher. Tempo de semear histórias no papel. Logo, para a literatura e o jornalismo, a crônica vem a ser o registro, elegante ou peculiar, do tempo vivido. Uma boa matéria de jornal, uma resenha, a reportagem, a crônica esportiva. Ou, literariamente, com algo mais caprichado do que o registro jornalístico, que é quando o autor ou a autora carrega um pouco nas tintas do humor ou do lirismo, do patético, com uma sensibilidade própria. Mas, no fundo, a matéria da crônica é toda matéria do cotidiano. Algo praticamente infi nito, portanto. Por exemplo: agora me dá vontade de falar... Vamos falar de algo que nos agrade... Amanda, por exemplo, só o que ela quer neste momento é falar em não pensar. Dormir, talvez, se pudesse. Esquecer… Já Pâmela quer dialogar, quer ver amigos, flertar, hoje, ao sair da escola, o que mais ela deseja é festejar! E a Camila? Bem, a Camila pensa no chronos e fica em dúvida sobre o que escreverá. 10
O QUE ME IMPORTA Jéssica Anatália
A lei do meu caminho não me importa, mas a minha solidão, esta, sim, me importa. Só assim me libertei, como um passarinho a voar para bem distante do lugar onde eu morava.
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UM NOME DE MULHER E O FILME DA SUA VIDA Camila de Fátima sobre tema do professor
Penso em Amanda. Cada vez que penso ou falo em Amanda, lembro a música de Taiguara, sua voz atravessando os tempos desde os anos 70: “Amanda, vencido em meu castigo / eu trago a paz comigo / de volta pra ficar / Amanda, recolhe meus pedaços / me acolhe nos teus braços / toma o espaço desta dor / e o teu lugar”. Mas se a Amanda aqui da turma nasceu em 2000 e se Taiguara quase nem toca mais hoje em dia, nem ela nem suas amigas nem os meninos que a cercam têm ideia de que um dia tenha existido tal artista, muito menos a música. Penso em Camila, da canção do Capital Inicial (depois descobrimos que é do grupo Nenhum de Nós: Camila, Camila). Penso em Pâmela assim como costumo pensar numa personagem de cinema. E, se for mesmo, de qual fi lme será? Será uma comédia romântica, por exemplo, como o filcom “Com quem será?”. Se Amanda já assistira a tal filme, me pergunto qual personagem ela seria na hora de ensaiar para a nova filmagem ou teatro escolar, talvez. E se o professor é escritor, conforme dizem, vários nomes ele já criou e ao mesmo tempo ele se torna um diretor, pois novelas e roteiros ele já coordenou. Você brinca, você leva a sério, você se torna sério, você busca a identidade e descobre que é um nome de mulher, nome que é desconhecido e faz você investigar pra ver se chega a descobrir como de fato a pessoa daquele nome é. 12
AUTORRETRATO Onério Ramos
Nascido em 14 de setembro de 2001, na Grande Cuiabá, de momentos intensos, sigo a poesia. Para onde ela me levar. Vivo em uma esfera onde gosto de escrever e pensar. E de praticar meu esporte, e almoçar e jantar. Estudo para ser alguém e a vida, vivenciar... Em ritmo a poesia para onde me levar. Posso parecer um ogro para alguém que me conhece, mas um coração de poeta jamais vão imaginar. Estudo a Filosofi a para fi losofar; em meio à poesia, meu coração irá se entregar. Espero que alguém que esteja lendo entenda que a poesia está em todo lugar. E por aqui irei parar.
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TRÊS CERTEZAS E O TEMPO Camila de Fátima
Na vida podemos ter três certezas e uma contradição: todos nascem, crescem, morrem, mas e o tempo? O tempo defi ne todos os momentos e quanto tempo cada momento deve durar. O tempo foi algo imposto e defi nido pelo homem. Pois se você for parar e ponderar, você verá que até mesmo o sistema solar é defi nido pelos movimentos chamados de rotação e translação, e tais nomes foram dados por conhecidos pesquisadores. Nós seres humanos, que vivemos sendo dominados ou tomados pelo tempo, ficamos presos a esta teoria de nascer, crescer e morrer e pelo fato de o dia acabar à meia-noite e começar à meia-noite. Seguimos essa rotina todos os dias e isto, então, cria um ciclo infi nito que é seguido sem nem ao menos perguntarmos a nós mesmos se este tempo, se este ciclo de certezas e contradições é real e o porquê de o tomarmos como uma coisa real.
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INSTANTE PICTÓRICO COM CHUVA E LEMBRANÇAS Renner Augusto e Fernanda Subtil
Na manhã do dia 7 de dezembro de 2017 estávamos reunidos, em poucos alunos, na Escola Nilo Póvoas. Aí o professor do curso Poesia Necessária sugeriu que nós produzíssemos um texto em forma de crônica. Então nos reunimos em grupo para tentar criar algo. Mas, então, escrever sobre qual tema? O tema escolhido, no caso, foi falar sobre o livro Instante Pictórico, de Odair de Morais, um dentre os vários que nos foram apresentados no decorrer do projeto. O motivo da escolha? Não sabemos ao certo, talvez por ser escrito de forma oriental, os haicais, forma essa escrita com apenas três pequenos versos e que assim não exige o esforço dos preguiçosos que dão desculpas tão óbvias apenas para fugir de escrever, de ler, de conhecer. Vejamos o livro do autor citado. Um poema que gostamos: “começa a trovejar – / os gritos da vizinha / recolhendo as roupas”. Pra começar, o poema foi escolhido por nós pelo simples fato de identificarmos nossas mães e avós, pois assim que o tempo vira, de um dia ensolarado para um dia tempestuoso, elas aceleram o passo, como um raio, para as roupas secas do varal não molharem. Além do mais, hoje, 7 de dezembro, amanheceu chuvoso, assim como ontem, e, como os antigos falam, a chuva é abençoada e nos traz muitas recordações, como na infância, brincando na chuva molhada. 15
AO ENCONTRO DA BELEZA Camila de Fátima
Citamos versos no escuro, pensamos que só podemos ver a beleza se nossos olhos carnais a enxergarem. Entretanto, beleza não vista pode ser beleza sentida e beleza escondida pode ser descoberta. A razão não é onde tal beleza possa estar e sim em qual momento ela nos encontrará.
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DIAS DE CHUVA NO DESLIZAR DA CANETA Onério Ramos, Luiz Felipe, Fernanda Subtil, Renner Augusto e Jéssica Anatália sobre tema do professor
Ontem choveu muito em Cuiabá. Os antigos diriam que chovia a cântaros. (Eu, cá de minha parte, não digo nada). E hoje amanheceu nublado, chuviscou, mas o tempo continua quente. Agora, cá estamos na escola e dizem que é preciso escrever. Mas escrever o quê? Por enquanto, só sei que chove em minha alma e a internet está lenta. E o pior (ou melhor) é que chovem palavras em minha caneta. Preciso me manifestar, mas a internet está igual ao capeta. São tantos sentimentos que este instante mais parece uma chuva de cometas. Brilha tanto que as letras parecem estrelas. No meu pensamento, somente palavras e no meu sangue, somente criatividade… Olho para o lado e quero apenas sonhar. Mas preciso botar no papel, traduzir sonhos em palavras, algumas doces, outras amargas. No deslizar da caneta, sonhos são matéria bruta que exponho entre as linhas, de uma forma tímida, mas, ainda assim, são meus sonhos, assim como a lua é da noite e o sol é do dia. Bem sei que a chuva em si não é um alimento, mas, por outro lado, sei que às vezes ela é um alimento dos meus olhos, para eu chorar.
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IMAGINE... Jéssica Anatália
Imaginei que poderia chegar até aqui antes mesmo de morrer, antes mesmo de saber direito quem exatamente eu sou, onde exatamente é aqui. Imagine quanto tempo levou! Mas tive de vir. Imagine o que não se amaria amar pelas curvas do caminho! Quem chega acaba, infelizmente, morrendo.
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A NOITE, O RELÓGIO E A MATEMÁTICA Camila de Fátima sobre tema do professor
Vou deitar cedo, procuro o meu aconchego, ventilação, escuro no quarto, um bom colchão, roupa de cama limpa e com perfume suave, travesseiros macios. Aconchego. Devia dormir logo, preciso acordar às cinco e meia, devia dormir de um sono só, mas... Mas é que antes programei meu celular na função alarme. Então, parece que minha alma é que ficou alarmada. Razão? Querem mesmo saber a razão? Pois eu lhes digo, logo: chronos e matemática! A matemática descoberta mas sem solução e com inúmeros tipos de equação... Resolver? Cronometrar o chronos? Controlar o tempo? Não, não e novamente não! O alarme não está apenas programado no celular, o alarme está programado no meu subconsciente que automaticamente despertara a minha alma, aliás, no momento em que o alarme foi programado, minha alma já estava alarmada para resolver, no outro dia, os termos e equações dessa tão misteriosa matemática, tão misteriosa e tão inadequada.
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LEMBRANÇA Onério Ramos
Quando me deito, em meus sonhos, me vêm as lembranças de momentos perdidos, me bate a esperança, me deito nas nuvens e choro mudanças de uma vida melhor, sem amor a distâncias. Escrevo para esquecer, mas esse ‘esquecer’ me faz lembrar de pensamentos que jogo na beira do mar, mas voltam para maltratar meus sentimentos que escrevo no ar. Mas acredito que o amor faz mudanças em minhas lembranças que nem a solidão me tira a as esperança, pois sou poeta e escrevo na beira do mar o que a solidão não traz e a lembrança não faz lembrar. Porque escrevo para esquecer, não para lembrar.
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BALANÇO Camila de Fátima
Há alguns meses, nos foi apresentado um projeto, e a questão era: aceitá-lo ou não⁈ Descobrir-te através da poesia, da crônica, da fotografi a, do saber, ou esconder-te por meio da negação? Essa era nossa dúvida, mas, assim como o enigma da existência do homem acerca do qual existem vários relatos e nenhuma certeza, decidimos manter a incerteza e adentrar os caminhos do projeto no meio da dúvida. Pequenas sugestões gramaticais e grandes dicas nos fi zeram abrir a razão (não a lógica, mas a emocional), o que favoreceu a criação de crônicas através de chronos e poemas através de um novo amanhecer. E tudo isso fez os alunos ponderar que todos, afi nal, podem ser escritores, podem ser poetas, e que todos podem brincar com as letras ao escrever.
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PRODUÇÕES POESIA NECESSÁRIA
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DESCOBERTA Você já se descobriu? Olhou no espelho? Observou algo que ninguém mais viu? Percebeu que cada humano tem seu jeito? Ser anormal, é ser você Descobrir-te é te conhecer Como um livro que ninguém nunca lê Só desvenda o conteúdo se você o abrir e ler Conhecer-te por inteiro não é possível Tente descobrir sua real identidade E tu se tornarás um ser reconhecível Não ser ninguém também te torna alguém Viva com liberdade e não esqueça a realidade Sejas quem tu és descobrirá o conteúdo que tu contém
Acordar e não viver Caminhar e não sonhar Ser feliz e não aproveitar Ser existente e se negar Folhas caem, céus mudam de cor de um azul bebê para um cinza nublado Se a natureza é inconstante Humano também é ser inadequado
Camila de Fátima dos Santos Souza
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NOVELA MEXICANA Você vai embora? Vai me deixar aqui? Vai desistir de nós? Olha pra você! Você ainda me ama Está estampado em seu rosto Você está prestes á partir Não consegue se imaginar sem mim O que seria de você? Quer saber? Apenas vire e vá! Estarei aqui te esperando Pois sei que vai voltar me amando. Mariana Marques
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NÃO ERA REAL Aquela garota era linda sua idade era dezesseis e seu nome, Belinda E sua história eu vou contar pra você Com aquele batom escuro ela sempre se enfeitava com seu pensamento puro todo mundo se encantava Ela era toda delicada todo mundo a amava Mas era muito complicada Uma noite, em sua sacada com um olhar triste Sua vida foi tirada Luiz Felipe Scharetock, Mariana Marques e Antonieta Cristina
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SOLITร RIA, SOZINHA Aquele olhar macabro diante do espelho. Com seus lรกbios vermelhos ela sรณ, ria. Sรณ. Luiz Felipe Scharetock
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Como a pintura de uma dor um rosto sem coração. Embora sejas meu prazer não gozo deste, acordada. Agora, é por demais audaz e subitâneo Como o raio que deixa de existir.
Nos teus olhos mergulhei quando no teu azul, me encontrei Antonieta Cristina
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d a v id a a re s m s ro ncont ra ág u a su fi ci e nt e neg qu e s e e c r i a r s u a s pr ó p É Pa ra No ria temp es
t a d e p a r t ic u l a r
O ÚLTIMO DIA Tudo que fazia era se esconder Tudo que fazia era não estar por perto Quando resolveu aparecer. No último dia Tudo que ele acreditava se desfazia Restou somente o último pôr do sol O último pôr do sol Do último dia
MÁQUINAS ASSASSINAS A floresta que era verde foi pintada de cinza pelas máquinas assassinas Com as máquinas assassinas o homem busca por mineral buscando tanto recurso que perde o curso e não sobram árvores no quintal O cinza do concreto Invade as cores dos jardins Dando espaço à arranha-céus Um concreto não tão concreto Como as flores do jardim. Renner Augusto 29
Coração se machuca Tempo é remédio e cicatriz Amores, inúmeros amores Diferentes sabores Que jamais esqueci
Meu problema é sentir demais Sinto sem querer, não desejo á ti Mato minha dor com outras dores Cada gota de sangue, é um pedido de desculpas A todos aqueles a quem não fui suficiente Principalmente a ti.
Amores fúteis, amores rasos Amores desinteressados de amar Transbordar Amor
A cada dia que passa O tempo passa E você Fica Amanda Coutinho
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Olhares embriagados de pÊs descalços Pensamentos avoados Emanuelly Dantas
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SENTIMENTOS Meu coração está vazio Gélido, escuro e sombrio Chega a me dar calafrios A escuridão o resume Trancado como num guarda-volumes E a chave, é o amor que nos une
Luz Escuridão Você, meu coração é sinônimo de solidão
A fumaça ocupa o vazio em nossos pulmões Assim como a escuridão em nossos corações Arthur Eduardo Soares Rodrigues
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Penso em você o tempo todo E resolvo dormir… O mais irônico É que quando durmo É contigo que eu sonho
Quando a chuva passar Ainda estarei a te esperar Como o mar espera a lua Como a noite espera o dia Doida pra te ver brilhar
Idas e vindas são bem-vindas Mais ainda quando ficam Para sempre em nossas vidas Pâmela Michaelle 33
Eu me sinto vazia Eu me sinto cheia Eu me sinto grande Eu me sinto pequena Eu me sinto, mas ninguém me sente.
Você partiu meu coração como parte uma laranja Mas foi bom… Eu amo suco de laranja.
Eu vi uma casa no meio do nada Entrei. Vi que tinha algumas fotografias de rapazes, algumas de amores, outras de paixões Peguei e joguei fora. Agora a casa esta vazia e livre Para novas fotografias. A casa é meu coração Ketly Vitória Vaz
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Disseram que eu amo você. mas como descobriram algo tão difícil de aprender?
Estava sentado lá fora Sozinho, sem gente… Quando de repente Vi uma estrela cadente Tão grande Tão brilhosa Tão quente Ó, estrela cadente! Que viaja o universo sozinha Sem rumo… Ó, estrela cadente Que aparece assim, de repente Com tanta gente olhando o céu Só eu pude a ver viajando solitária Tão triste… Tão acabada Ó, estrela solitária Que a tristeza te machuque Que o amor, te cure 35
Ó, estrela. Não se culpe! Por onde passa Existe um poeta que te esculpe
MARÉ Mares, maresia, maré… Não sabe o bem que me faz Me puxando pelos pés Me levando para o fundo Para o fundo da escuridão Me mostrando Outra composição Vinda da emoção Maré, onde me levas? Para outra poesia, tão bela! Maré.. Que me puxa pelos pés Onério Ramos da Silva Filho
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SONETO COLETIVO Fiz um poema sem tema Ainda sem estrutura Mas com cem fonemas Dentro dessa moldura Fiz um pequeno esquema E as ideias vão chegando Dando vida ao poema Em algumas linhas vamos rimando Eu até estou gostando As palavras vão saindo E no soneto se encaixando Estou quase terminando Eu agora já vou indo E o poema vai ficando
Arthur Eduardo Soares Rodrigues, Emanuelly Dantas, Luiz Scharetock, Onério Ramos da Silva Filho, Pâmela Michaelle e Renner Augusto 37
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