3 3- CURVAS DE NÍVEL
As curvas de nível ou isoípsas são linhas que no mapa unem pontos de mesma altitude. A distância entre as curvas de nível, no traçado geral, indica-nos o grau de declividade que será: suave (quando as curvas de nível das cotas usadas estiverem distantes entre si) ou acentuada (quando as curvas de nível estiverem muito próximas umas das outras). Através das curvas de níveis, também podemos traçar o perfil de relevo. Obs: Isotermas Mesma temperatura Isóbaras Mesma pressão Isoalinas Mesma salinidade Isoípsas Mesma altura isóbatas Mesma profundidade isoietas Mesma precipitação isóclinas Mesma declividade magnética 4- PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS A necessidade de se orientar na superfície do planeta levou os homens, ao longo da história, a elaborar vários tipos de mapas, desde as rústicas, representações babilônicas até as mais modernas, feitas a partir de coleta de informações obtidas por sensoriamento remoto e processadas pela informática. Nele são usados signos convencionais, próprios da cartografia. Mas, por mais perfeito e detalhado que seja um mapa, ele sempre será uma representação da realidade, nunca a própria. Diante da complexidade da realidade, algumas informações sempre são priorizadas em detrimento de outras. Seria impossível representar todos os fenômenos físicos, econômicos, humanos e políticos em um único mapa. Por isso, além dos mapas topográficos, há os mapas temáticos, nos quais se selecionam temas que interessam ao usuário, entre as infinitas possibilidades de representação. É importante lembrar que uma projeção cartográfica nada mais é do que o resultado de um conjunto de operações que permite colocar no plano, fenômenos inscritos numa esfera ou, no caso da Terra, num geóide, que é a forma específica do nosso planeta. As projeções cartográficas, podem ser classificadas em três categorias principais, dependendo da figura geométrica empregada em sua construção: cilíndrica, cônica ou plana (azimutal). As propriedades das projeções são: Conformes (mantém as formas originais), Equivalentes (mantém as áreas originais), Eqüidistantes (mantém as distâncias originais) e Afiláticas.
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Projeção Cilíndrica de Mercator
Esta representação é obtida com a projeção da superfície terrestre, com os paralelos e os meridianos, sobre um cilindro em que o mapa será desenhado. Ao ser desenrolado, apresentará sobre uma superfície plana todas as informações que para ele foram transferidas. Nem todas as projeções cilíndricas são iguais. A projeção cilíndrica conforme conserva a forma dos continentes, direções e ângulos, mas altera a proporção das superfícies, como é o caso da primeira projeção elaborada por Mercator. Gerard Mercator (1512-1594) desenvolveu seu trabalho, durante as grandes navegações do século XIV. Do continente europeu partiram navios para a África, América e Ásia. A projeção é a mais apropriada à navegação marítima e mostra uma visão eurocêntrica do mundo. Projeção Cilíndrica de Peters
A projeção equivalente preserva o tamanho real da superfície representada, mas não mantém as formas, direções e ângulos, como é o caso da projeção de Peters. O mapa-múndi de Peters valoriza os países subdesenvolvidos, colocando-os em destaque ao representá-los com os seus tamanhos proporcionais. Ele projeta em linguagem cartográfica a idéia de igualdade entre as nações. O cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das manifestações simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo. Peters combateu a imagem de superioridade dos países do Norte representada nos planisférios derivados da projeção de Mercator. Seu pressuposto de que todos os países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma fiel a sua área, dá destaque os países subdesenvolvidos. Projeção Cilíndrica de Robinson Com o objetivo de aperfeiçoar as características da projeção de Mercator nas superfícies das regiões de alta latitude, Arthur H. Robinson criou a sua projeção, em 1963. Com Robinson, os meridianos são colocados em linhas curvas, em forma de elipses que se aproximam quanto mais se afastam da linha do Equador. É a projeção mais usada nos atlas atuais.
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Projeção Cilíndrica de Mollweide
É um tipo de representação cartográfica elaborada em 1805 pelo cartógrafo alemão Karl Mollweide, e foi criada para corrigir as diversas distorções da projeção de Mercator. Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. A área é proporcional à da esfera terrestre, tendo forma elíptica e achatamento dos pólos norte e sul. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades ainda apresentam algumas distorções. Na maioria dos Atlas atuais os mapas-múndi seguem a projeção de Mollweide. Projeção Cônica
Um cone imaginário em contato com a esfera é a base para a elaboração do mapa. Os meridianos formam uma rede de linhas retas convergentes nos pólos e os paralelos formam círculos concêntricos. Essa projeção é utilizada para representar partes da superfície terrestre, como o trecho de um continente.
Na projeção cônica, as distorções próximas ao paralelo de contato com o cone são pequenas e aumentam à medida que as superfícies representadas se distanciam desse paralelo.
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Projeção plana ou azimutal O mapa numa projeção azimutal é construído sobre um plano tangente a um ponto qualquer da esfera terrestre. Este ponto ocupa sempre o centro do mapa. A projeção azimutal é usada, em geral, para representar as regiões polares e suas proximidades e para localizar um país na posição central, tornando possível o cálculo de sua distância em relação a qualquer ponto da superfície terrestre. O emblema da ONU é uma projeção azimutal.
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 01)(SIMULAÇÃO ENEM/2009)
O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García trabalha com uma representação diferente da usual da América Latina. Em artigo publicado em 1941, em que apresenta a imagem e trata do assunto, Joaquín afirma: “Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? Defendo a chamada Escola do Sul por que na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, senão em oposição ao nosso sul. Por isso colocamos o mapa ao revés, desde já, e então teremos a justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América assinala insistentemente o sul, nosso norte”. TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo. Buenos Aires: Poseidón, 1941. (com adaptações). O referido autor, no texto e imagem acima, (A) privilegiou a visão dos colonizadores da América.
7 (B) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo. (C) resgatou a imagem da América como centro do mundo. (D) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “América para os americanos”. (E) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa.
02)(ENEM/2010) Pensando nas correntes e prestes entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e data: Latitude 49°49’N, Longitude 23°49’W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota. KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado). No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é A) a relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartografada. B) o registro de que os paralelos são verticais e convergem para os polos, e os meridianos são círculos imaginários, horizontais e esquidistantes. C) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre. D) a latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em graus entre um ponto e o Equador. E) a forma de projeção cartográfica, usado para navegação, onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície do planeta. 03)(ENEM/2006) No Brasil, verifica-se que a Lua, quando esta na fase cheia, nasce por volta das 18 horas e se põe por volta das 6 horas. Na fase nova, ocorre o inverso: a Lua nasce às 6 horas e se põe às 18 horas, aproximadamente. Nas fases crescente e minguante, ela nasce e se põe em horários intermediários.
Sendo assim, a Lua na fase ilustrada na figura acima poderá ser observada no ponto mais alto de sua trajetória no céu por volta de: a) meia-noite. b) três horas da madrugada. c) nove horas da manha. d) meio-dia. e) seis horas da tarde. 04)(ENEM/2004) Entre outubro e fevereiro, a cada ano, em alguns estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os relógios permanecem adiantados em uma hora, passando a vigorar o chamado horário de verão. Essa medida, que se repete todos os anos, visa: a) promover a economia de energia, permitindo um melhor aproveitamento do período de iluminação natural do dia, que é maior nessa época do ano. b) diminuir o consumo de energia em todas as horas do dia, propiciando uma melhor distribuição da demanda entre o período da manhã e da tarde. c) adequar o sistema de abastecimento das barragens hidrelétricas ao regime de chuvas, abundantes nessa época do ano nas regiões que adotam esse horário. d) incentivar o turismo, permitindo um melhor aproveitamento do período da tarde, horário em que os bares e restaurantes são mais freqüentados. e) responder a uma exigência das indústrias, possibilitando que elas realizem um melhor escalonamento das férias de seus funcionários.
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05)(UFLA/2008) Assinale a alternativa que apresenta a interpretação CORRETA do mapa abaixo.
a) b) c) d) e)
A região de maior altitude do mapa localiza-se no quadrante C1. Os quadrantes A1 e B4 possuem terrenos de elevada declividade. O quadrante D2 possui maior altitude, ao ser comparado com o quadrante B3. O quadrante C3 pode ser caracterizado como um vale. todas as alternativas estão corretas.
06)(FUVEST) A figura abaixo é uma representação de um campo de futebol.
Considerando os pontos cardeais e colaterais representados na figura acima, marque a alternativa que apresenta as direções em que uma bola deve ser lançada, em seqüência, pelos jogadores A, C, E, J, L, I para que chegue ao jogador 1. a) Oeste – nordeste – sudeste – oeste – sul – sudoeste b) Leste – nordeste – sudeste – leste – norte – sudeste c) Leste – noroeste – sudoeste – oeste – sul – sudeste d) Oeste – nordeste – sudeste – leste – norte – sudoeste 07)(UFG/2001) O sistema de coordenadas geográficas, adotado atualmente como uma convenção mundial, foi concebido na Grécia Antiga e visava a facilitar a localização de qualquer ponto na esfera terrestre, a partir do cruzamento entre um paralelo e um meridiano. Considerando-se as características desse sistema, uma cidade fictícia, com coordenadas iguais a 7º 00’ de longitude Leste e 6o 50’ de latitude Sul, estaria localizada a a) 5º 20’ ao norte da latitude 12º 10’ Sul.
9 b) 15º 30’ a leste da longitude 7º 30’ Leste. c) 6º 10’ ao sul da latitude 13º 00’ Sul. d) 8º 30’ a oeste da longitude 15º 30’ Leste. 08) (UFMG/2000) Observe os planisférios, construídos a partir de projeções diferentes.
A partir da análise e da interpretação dos planisférios, todas as alternativas estão corretas, EXCETO: a) A representação correspondente ao Planisfério 1 expressa as reais proporções entre os diferentes continentes que compõem a superfície terrestre. b) A representação correspondente ao Planisfério 2 mostra deformações de áreas que são tanto maiores quanto mais elevadas altitudes. c) A representação correspondente ao Planisfério 1 possibilita a percepção correta da configuração das massas continentais, principalmente nas regiões intertropicais. d) A representação correspondente ao Planisfério 2 é utilizada intensamente na navegação aérea e marítima, pela viabilidade de se traçarem nela, com precisão, os rumos de uma rota. e) A cartografia das áreas situadas nas latitudes superiores a 80º N e S é inviável, nas duas representações, devido ao excesso de deformação decorrente do processo de projeção. 09)(UFSJ/2009) Observe o mapa abaixo.
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10)(PASES I/2009) No processo de construção e divulgação de ideologias, o mapa é um dos veículos que tem forte poder em propagar algumas idéias e concepções de mundo.
Compreendendo tal papel, assinale a alternativa que traduz CORRETAMENTE as idéias e concepções projetadas no mapa que ilustra a bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU): a) A projeção azimutal polar, ao aumentar o tamanho dos países do hemisfério sul, reforça a idéia de superioridade dos países emergentes próximos ao Equador. b) A projeção azimutal polar, ao favorecer a visualização do pólo norte, tenta transmitir uma idéia de neutralidade em relação a todos os países membros. c) A projeção azimutal polar não contempla o continente africano em razão de sua pouca importância no cenário mundial. d) A projeção azimutal polar não dá visibilidade aos países do continente americano, revelando sua omissão junto às questões políticas e ambientais no cenário mundial. e) Nenhuma das Anteriores. GABARITO: 01-B/C 06-D
02-E 07-C
03-A 08-B
04-D 09-B
05-B 10-A
CAPÍTULO 2: GEOLOGIA 1- INTRODUÇÃO e ESCALAS GEOLÓGICAS DE TEMPO GEOLOGIA Estuda as origens e as sucessivas transformações do globo terrestre; ocupa, portanto, da evolução da Terra. Eras Cenozóica
Períodos - Características Quaternária – Delineamento dos atuais continentes. Glaciações do Hemisfério Norte, cobrindo até a latitude de 40º norte. Formação das bacias sedimentares recentes. Aparecimento do homem.
11 Terciária – Formação de bacias sedimentares. Formação dos dobramentos modernos ou cordilheiras recentes: Andes, Alpes, Himalaia, Rochosas, etc. Mesozóica Paleozóica
Pré-Cambriano
Azóico
Rochas sedimentares e vulcânicas. Intensa atividade vulcânica no Sul do Brasil formando os terrenos vulcânicos ou basálticos. Rochas sedimentares e metamórficas. Existência de cinco continentes: Indo, Afro, Brasileiro (Gondwana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Existência de grandes florestas cujo soterramento originou posteriormente os depósitos carboníferos. Ocorrência de glaciações no Hemisfério Sul. Proterozóico e Arqueozóico – Metamorfismo das rochas magmáticas. Formação no Brasil das principais jazidas minerais: ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero (MG) e do maciço de Urucum (MS), manganês do Amapá e formação da Chapada Diamantina e Serra do Espinhaço. Formação das rochas magmáticas e os primeiros escudos. Formação no Brasil dos escudos cristalinos e das serras do Mar e Mantiqueira. Existência de dois continentes (Arqueo-Ártico e Indo-Afro-Brasileiro). Formação dos oceanos. Ausência de vida. Período de maior duração da história da Terra. Período de resfriamento da Terra, solidificação dos minerais e formação das primeiras rochas, as magmáticas.
2- ESTRUTURA DA TERRA Todos os estudos a respeito do interior da Terra apresentam, basicamente, uma estrutura concêntrica constituída por três camadas principais: - a camada externa (crosta terrestre) - o manto (camada intermediária) - o núcleo (nife)
3- DERIVA DOS CONTINENTES Teoria da Deriva Continental 1 – 200 milhões de anos: nessa fase inicial da evolução da superfície do globo terrestre, a “Pangea” ou Pangéia era, praticamente, uma única e extensa massa continental.
12 2 – 150 milhões de anos: nessa outra fase da “Deriva dos Continentes”, o supercontinente da Pangéia já estava nitidamente separado em dois grandes continentes: o da Laurásia e o de Gondwana. 3 – 100 milhões de anos: o deslocamento dos blocos continentais continuou ao longo de muitos milhões de anos, dividindo Gonswana, nessa fase, nas terras da América do Sul, da África, da Austrália e da Antártida. 4 – 50 milhões de anos: nessa última fase da “Deriva dos Continentes”, a Laurásia já se havia dividido em América do Norte e Eurásia (Europa e Ásia), e assim ficou moldada a atual conformação dos continentes. Formulada por Pratt em 1869, e aperfeiçoada por Hayford, em 1909, segundo a qual a Terra tende a tomar permanentemente uma forma de equilíbrio isostático, isto é, de compensação de pressões. Quando se faz uma sobrecarga numa região a massa de sial é obrigada a penetrar no sima. Como compensação, outras regiões próximas sofrem, necessariamente, uma elevação (...). Isostasia é, portanto, uma condição de equilíbrio que se realiza entre as diversas partes da crosta terrestre. É o equilíbrio fundamental entre as massas continentais e oceânicas. Além disso, ele relacionou a movimentação dos continentes com a existência de correntes convectivas ou forças subjacentes no sima ou manto. 4- TECTÔNICA (DINÂMICA) DE PLACAS A teoria das placas tectônicas (1967), sugere que a crosta terrestre flutua, isto é, movimenta-se sobre um substrato pastoso, magmático ou fluído. Essa teoria considera que a massa continental está dividida em seis grandes placas, sendo que os limites dos continentes não coincidem com os das placas.
As placas realizam 3 tipos de movimentos: convergente, divergente e tangencial ou transformante. Limites de placas e feições características Tipos de placas envolvidas Eventos geológicos Oceano-Oceano Expansão do assoalho oceânico, ascensão de magma básico, vulcões, terremotos rasos. Continente-Continente Fragmentação do continente, ascensão de magma, vulcões, terremotos. Convergente Oceano-Oceano Subducção, ascensão de magma, vulcões, terremotos, deformação crustal. Oceano-Continente Subducção, ascensão do magma, vulcões, deformação crustal, terremotos profundos. Continente-Continente Deformação crustal, metamorfismo, terremotos profundos. Transformante Oceano-Oceano Terremotos Continente-Continente Deformação de rochas, terremotos. Fonte: GUERRA, 1998. p.70. Tipo de limite Divergente
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5- AGENTES INTERNOS OU ENDÓGENOS (RELEVO TERRESTRE) Os fatores internos do relevo têm sua origem nas pressões que o magma exerce sobre a crosta terrestre. Essas pressões podem provocar vulcanismo e outros fenômenos chamados tectônicos, como a formação de dobras e fraturas e a criação de montanhas. A diferença entre a temperatura do magma, uma substância quentíssima e por isso fluída, e a temperatura da crosta, que é mais baixa, pode resultar em dois fenômenos: em algumas regiões, o magma extravasa para a superfície, pelos vulcões, sob a forma de lavas; em outras, é a crosta que se transforma novamente em magma, “sugada” para o interior do manto. Essa troca de calor, é denominada movimento de convecção. VULCANISMO
O magma é uma massa pastosa com uma temperatura de mais de 2.000ºC, desprendendo gases que pressionam a crosta terrestre. Ao pressionar a crosta, o magma pode subir até perto da superfície, originando fraturas na crosta. Por essas fraturas, ele pode atingir a superfície, ocorrendo o vulcanismo. Existe uma longa faixa da superfície terrestre onde os fenômenos vulcânicos são muito comum, chamado de Círculo de Fogo do Pacífico. TECTONISMO O surgimento (assenso) e o afundamento da superfície resultam da ação do tectonismo, ou seja, da movimentação das placas tectônicas. O tectonismo pode ser classificado em epirogenético e orogenético Quando há uma grande pressão interna vinda do manto, muito comum no limite entre as placas, o magma extravasa para a superfície e se solidifica, o que provoca um afastamento entre duas placas. Mas, se de um lado ocorre afastamento, de outro, diferentes placas podem colidir. Quando essa colisão ocorre, e as rochas vizinhas são moles, dá-se à formação de montanhas. Essa é a origem dos dobramentos da crosta. Devido à pressão do magma, pode-se formar uma faixa ou zona de tensão e atrito junto ao limite entre duas placas. Se as rochas vizinhas forem pouco resistentes e não maleáveis, possivelmente ocorreram fraturas. Quando os blocos de rochas fraturados deslizam, deslocando-se um em relação ao outro, dizemos que houve falha ou falhamento. ABALOS SÍSMICOS Os abalos sísmicos são tremores que ocorrem no relevo continental ou insular (terremotos ou tremores de Terra) e no relevo submarino (maremotos). Os abalos sísmicos têm origem num local chamado hipocentro e se propagam, através de ondas sísmicas, até um local da superfície, chamado de epicentro, onde se manifestam mais desastradamente.
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6- AGENTES EXTERNOS OU EXÓGENOS (RELEVO TERRESTRE) O relevo terrestre encontra-se em permanente evolução. Suas formas, criadas pelos agentes internos, estão constantemente sofrendo a ação de agentes externos, que realizam um trabalho escultural ou de modelagem da paisagem terrestre. Esse trabalho de modelagem é contínuo e incessante, e nele atua um conjunto de agentes como o intemperismo, as águas correntes, o vento, as geleiras e a ação dos mares e dos seres vivos. 7- MINERAIS E ROCHAS Minerais são substâncias químicas, geralmente sólidas, encontradas na superfície da Terra. Apesar de sua variedade, todos os minerais apresentam diversas características comuns: cada um deles é um sólido químico determinado; cada um tem uma estrutura cristalina única; e na sua maioria nunca fizeram parte de um organismo vivo. Diversos tipos de rochas existentes na Terra possuem na sua composição substâncias minerais de grande aplicação econômica. Quando essas substâncias são utilizadas economicamente, recebem o nome de minérios. Rocha é um agregado natural formado por um ou mais minerais. De acordo com sua origem, as rochas são classificadas em três tipos fundamentais: magmáticas ou ígneas, sedimentares e metamórficas.
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As rochas magmáticas ou Ígneas são formadas pela solidificação do magma e são antigas e resistentes. Podem ser intrusivas/plutônicas/abissais ou extrusivas/vulcânicas/efusivas. As rochas intrusivas formam-se no interior da Terra pela lenta solidificação do magma. Em função desta lenta formação a rocha apresentará cristais de minerais. Já as rochas extrusivas resultam de uma solidificação rápida do magma quando este entra em contato com a atmosfera durante o vulcanismo. Em função desta rápida formação os minerais não formam cristais. As rochas sedimentares são formadas a partir da destruição de outra rocha pré-existente. Este material é então transportado, depositado e posteriormente sofrerá processos que irão determinar a sua consolidação. O intemperismo, ação de agentes como a água, vento, temperatura, etc, que irão promover a desagregação e decomposição da rocha. Físico: divisão de blocos maiores em menores. Químico: mudança da composição da rocha em função de reações químicas entre a rocha e soluções aquosas. Biológico: ação de plantas que penetram nas fraturas das rochas, decomposição vegetal. Estes desgaste transformam as rochas em partículas ou pequenos detritos, chamados de sedimentos, irão ser transportados e depositados em locais mais baixos formando as bacias sedimentares. As rochas metamórficas são aquelas que sofrem mudanças na sua forma geral. Estas mudanças decorrem de novas condições ou de alterações de temperatura e pressão no interior da Terra.
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8- AS PRINCIPAIS FORMAS DO RELEVO TERRESTRE Costuma-se definir as formas do relevo terrestre por seu aspecto, origem e composição, ou seja, pela natureza das rochas que as compõem. Podemos diferenciar formas no relevo da terra: montanhas, serras, planaltos, planícies e depressões.
Montanhas: são as maiores elevações encontradas na superfície terrestre. Dá-se o nome de cordilheira a um conjunto de montanhas. Exemplo: Montanhas Rochosas (América do Norte), Cordilheira dos Andes (América do Sul), Alpes (Europa), Himalaia (Ásia) e montes Atlas (África). Serras: são relevos alongados com topos irregulares, por vezes isoladas. Em geral são alinhamentos de montanhas antigas que foram erodidas e mais tarde falhada. As irregularidades que apresentam se devem a movimentos de acesso e descendo de blocos das rochas fraturadas. A denominação serras também pode se referir às áreas de bordas de planalto (escarpas). Planaltos: são relevos aplainados que, por sua altitude (em geral superior a 300 metros), destacamse em relação às áreas circundantes. Suas bordas são irregulares e apresentam saliências e
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reentrâncias resultantes da ação de um ou mais agentes erosivos (chuva, rio, vento). Dependendo da natureza das rochas, os planaltos podem assumir diferentes formas. No Brasil, por exemplo, nossos planaltos apresentam: chapadas – elevação com escarpas verticais e topo plano; escarpas – representam a passagem de áreas baixas para um planalto. Planície: superfície plana, formadas pelo acúmulo recente de sedimentos trazidos pela ação do mar, dos rios, das chuvas ou mesmo de lagos. Depressões: são áreas rebaixadas em relação aos relevos circundantes. Sua origem pode estar ligada a processos de erosão ou a afundamentos provocados por falhamentos. Pode ser: absoluta (abaixo do nível do mar) e relativa (acima do nível do mar).
9- PRINCIPAL ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA Os escudos cristalinos ocupam cerca de 35% da superfície brasileira, enquanto as bacias sedimentares se estendem por cerca de 58%; o derrame de material vulcânico recobriu os restantes 7% do território. No Brasil, as rochas cristalinas agrupam-se em estruturas ou províncias geológicas chamadas escudos. De forma genérica, identificam-se dois grandes escudos no Brasil: o da Guiana e o Brasileiro, este último dividido em uma série de núcleos menores.
Quando depressões dos escudos são preenchidas por detritos ou sedimentos, forma-se as bacias sedimentares. Sua importância econômica relaciona-se com a possibilidade de ocorrência de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral. No Brasil, identificam-se 8 bacias sedimentares, que ocupam a maior parte do seu território. As rochas vulcânicas, por vezes, sofrem intemperismo (desagregação físico-química), dando origem a um dos solos mais férteis do país, a chamada terra roxa. 10- CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO Aroldo de Azevedo (década de 40)
Divisão do relevo Planaltos: Guianas; Brasileiro (Central, Atlântico, Meridional).
18 Planícies: Amazônica, Pantanal, Costeira, Pampas. Critério: Nível Altimétrico Planalto: superfície levemente ondulada com mais de 200 m de altitude. Planície: superfície aplainada com menos de 200 m de altitude. Aziz Ab’ Saber (década de 50)
Divisão do relevo: Planaltos: Guianas; Brasileiro (Maranhão – Piauí, Nordestino, Central, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Meridional, Uruguaio – Sul – rio – grandense). Planície e terras baixas associadas: Amazônia e Costeira. Planície típica: Pantanal. Critérios: Processos de erosão e sedimentações Planaltos: superfície e aplainada (ou suavemente ondulada), onde atualmente se verifica o domínio do processo erosivo sobre o sedimentar. Planície: superfície onde o processo de sedimentação é mais atualmente e independe do nível altimétrico. Jurandyr L. S. Ross (década de 70 a 85)
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Divisão do relevo: 11 planaltos, 11 depressões e 6 planícies. As depressões ocupam a maior parcela do território; em segundo lugar estão as áreas planálticas e, com uma participação mínima, em terceiro lugar, estão as planícies. Critérios Associar informações sobre o processo de erosão e de sedimentação dominantes na atualidade com informações sobre a base geológica-estrutural do terreno, bem como do nível altimétrico. Segundo esse critério, define-se planalto como uma superfície irregular, com altitudes superiores a 300 metros e originado a partir da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Depressão é uma superfície geralmente mais plana que os planaltos, com inclinação suave e com altitudes que variam entre 100 e 500 metros, resultante de prolongados processos erosivos, também sobre superfícies cristalinas ou sedimentares. Planície é uma superfície extremamente plana originada pelo acúmulo recente de sedimentos fluviais, marinhos ou lacustres. Além dessas formas de primeira grandeza, a classificação de Jurandyr Ross destaca – à semelhança das classificações anteriores – formas de menor grandeza (como escarpas, serras e tabuleiros) embutidas nas primeiras. SITE INTERESSANTE: www.relevobr.cnpm.embrapa.br EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 01)(ENEM/2010)
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TEIXEIRA, W. et. al. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo. Companhias Editora Nacional, 2009 (adaptado). O esquema mostra depósitos em que aparecem fósseis de animais do Período Jurássico. As rochas em que se encontram esses fósseis são A) magmáticas, pois a ação de vulcões causou as maiores extinções desses animais já conhecidas ao longo da história terrestre. B) sedimentares, pois os restos podem ter sido soterrados e litificados com o restante dos sedimentos. C) magmáticas, pois são as rochas mais facilmente erodidas, possibilitando a formação de tocas que foram posteriormente lacradas. D) sedimentares, já que cada uma das camadas encontradas na figura simboliza um evento de erosão dessa área representada. E) metamórficas, pois os animais representados precisavam estar perto de locais quentes. 02)(UFLA/2009)
03)(UFMG/2009) Leia estes trechos: O interior do Ceará voltou a ser atingido por tremores de terra na madrugada de ontem, com abalos sísmicos que alcançaram até 3,9 graus na escala Richter. Folha de S. Paulo, 10 mar. 2008. p. C1. (Adaptado) A terra voltou a tremer na região de Caraíbas, no Norte de Minas Gerais. O abalo sísmico de 4,0 graus na escala Richter ocorreu anteontem à noite, onde, em dezembro de 2007, terremoto causou a morte da primeira vítima de um tremor de terra no País. Estado de Minas, 21 de mar. 2008. p. 22. (Adaptado) Por volta das 21h de anteontem, um tremor de terra de 5,2 graus na escala Richter assustou moradores de São Paulo, Rio, Paraná e Santa Catarina. Com epicentro na costa brasileira, a cerca de 270 km da capital
21 paulista, o terremoto foi considerado moderado por cientistas e geólogos do País. Folha de S. Paulo, 24 abr. 2008. p. C4. (Adaptado) Considerando-se essas informações e outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que: A) a ausência de vítimas no terremoto que afetou parte de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina é explicada pelo fato de, no Centro-Sul do País, a construção civil empregar técnicas antiterremotos eficazes em países como o Japão. B) a escala Richter é utilizada para quantificar a magnitude sísmica de um terremoto ocorrido em continente ou em oceano, desde aqueles registrados somente pelos sismógrafos, até aqueles outros sentidos pelo homem e causadores de grande destruição. C) a mídia, ao fazer uso das expressões “tremor de terra”, “abalo sísmico” e “terremoto”, está-se referindo a um fenômeno geológico, que tem sua origem associada à mobilidade e ao deslocamento das placas litosféricas. D) as áreas continentais distantes das bordas de placas tectônicas – como é o caso de grande parte do território brasileiro –, se revelam, também, sismicamente instáveis, embora, nelas, os terremotos apresentem magnitude e freqüência reduzidas. 04)(UFMG/2000) Analise o mapa.
05)(PUC-MG/2000) Responda a esta questão com base no desenho abaixo:
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06)(CTU/2008.2) Sobre o relevo brasileiro, marque a alternativa correta. A) É muito antigo, por isso apresenta grandes cadeias de montanhas no planalto das Guianas. B) Sua formação, em mares de morro, favorece um clima mais ameno e com vegetação predominante de araucárias. C) A chapada da Borborema, no Nordeste, facilita a passagem da massa tropical atlântica, ocasionando chuva na região. D) A ausência de vulcões no território brasileiro se deve ao baixo grau geotérmico da América do Sul. E) É formado, em sua maioria, por bacias sedimentares, sendo muito antigo e baixo em função do processo erosivo ao longo dos anos. 07)(UFOP/2005-2) A figura a seguir apresenta a área de ocorrência do tsunami, provocado por terremotos, no fim de dezembro último (2004), o que vitimou milhares de pessoas. Com base no mapa e em seus conhecimentos, é incorreto afirmar:
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A) Considerando a área afetada, pode-se dizer que o tsunami ocorreu em região tropical e atingiu somente países do continente asiático. B) Considerando a localização geológica, foi um fenômeno originado pelo choque das placas tectônicas localizadas sob o Oceano Índico e seu epicentro ocorreu no norte da ilha de Sumatra. C) Considerando as características econômicas dos países atingidos, pode-se afirmar que o fenômeno atingiu países subdesenvolvidos. D) Considerando as coordenadas geográficas, pode-se afirmar que o fenômeno atingiu países localizados no sul e sudeste da Ásia e no leste da África. 08)(CTU/2007.2) Analisando a distribuição geográfica das placas tectônicas, vulcões e zonas sujeitas a terremotos, pode-se concluir que: A) a grande maioria está nos países do Sul. B) esses fenômenos ocorrem nas chamadas planícies sedimentares. C) todas as regiões de atividade sísmica intensa estão sobre os limites de placas tectônicas. D) nas zonas de contato das placas tectônicas, a crosta se torna mais rígida, favorecendo o escape de magma. E) o deslocamento das placas tectônicas sempre causa um choque, seguido de um terremoto e/ou vulcanismo. 09)(PASES I/2009) Observe as figuras ao lado, que representam, respectivamente, os recursos naturais e as características geológicas do território brasileiro.
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Com base na leitura das figuras e em conhecimentos de Geomorfologia, é CORRETO afirmar: a) Nas bacias sedimentares situadas ao longo do litoral brasileiro, observa-se a formação de reservas minerais de bauxita, calcário e fosfato. b) A exploração do carvão se concentra na região Sul, em função de sua estrutura geológica formada de embasamentos cristalinos no período do quaternário. c) A estrutura geológica da região Nordeste possibilitou a concentração de reservas minerais de grande valor comercial, como amianto, chumbo, calcário, ferro e carvão. d) A estrutura geológica do Sudeste propiciou a concentração de importantes jazidas minerais, como o ferro em Minas Gerais e o petróleo no Rio de Janeiro. e) Nenhuma das Anteriores. 10)(CTU/2007.2) Trata-se de uma área relativamente plana, com profundidade média de 200 metros e é bastante favorável à exploração de petróleo e gás natural. Essa é a definição do compartimento do relevo submarino denominado: A) crosta oceânica B) região pelágica ou abissal C) fossa submarina D) talude marinho E) plataforma continental GABARITO:
25 01-B 06-E
02-D 07-A
03-A 08-C
04-D 09-D
05-C 10-E
CAPÍTULO 3: SOLOS 1- FORMAÇÃO DOS SOLOS Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior porosidade e, como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propicias para o desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer matéria orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de intemperismo que recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre. A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora decompostas, encontra-se concentrada apenas na camada superior do solo. Essa camada é chamada de horizonte A, o mais importante para a agricultura, dada a sua fertilidade. Logo abaixo, com espessura variável de acordo com o clima, responsável pela intensidade e velocidade da decomposição da rocha, encontramos rocha intemperizada, ar e água, que formam o horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição (horizonte C) e, finalmente, a rocha matriz (horizonte D), que originou o manto de intemperismo ou o solo que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica: do basalto, por exemplo, originou-se a terra roxa; do gnaisse, o solo de massapé, e assim por diante. É importante destacar que solos de origem sedimentar, encontrados em bacias sedimentares e aluvionais, não apresentam horizontes, por se formarem a partir do acúmulo de sedimentos em uma depressão, e não por ação do intemperismo, mas são extremamente férteis, por possuírem muita matéria orgânica. O principal problema ambiental relacionado ao solo é a erosão superficial ou desgaste, que ocorre em três fases: intemperismo, transporte e sedimentação. Os fragmentos intemperizados da rocha estão livres para serem transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal a ser desgastado, a erosão acaba com a fertilidade natural do solo. A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água: quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água de transportar material em suspensão; quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação. A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa, pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) à sua frente e, portanto, muita água se infiltra no solo. Em uma área desmatada, a velocidade de escoamento superficial é alta e a água transporta muito material em suspensão, o que intensifica a erosão e diminui a quantidade de água que se infiltra no solo. Assim, para combater a erosão superficial, há dois caminhos: manter o solo recoberto por vegetação ou quebrar a velocidade de escoamento utilizando a técnica de cultivo em curvas de nível, seja seguindo as cotas altimétricas na hora da semeadura, seja plantando em terraços. Para a conservação dos solos, deve-se evitar a prática das queimadas, que acabam com a matéria orgânica do horizonte A. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se utilizar essa prática para combater pragas ou doenças. Um problema natural relacionado aos solos de clima tropical, sujeitos a grandes índices pluviométricos, é a erosão vertical, representada pela lixiviação e pela laterização. A água que se infiltra no solo escoa através dos poros, como em uma esponja, e vai, literalmente, lavando os sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, etc.), o que retira a fertilidade do solo. Essa “lavagem” chama-se lixiviação. Paralelamente a esse processo, ocorre a laterização ou surgimento de uma crosta ferruginosa, a
26 laterita – popularmente chamada de canga no interior do Brasil – que em certos casos chega a impedir a penetração das raízes no solo. 2- CONCEITUAÇÃO BÁSICA Pedologia o termo pedon, deriva do grego, significa solo ou terra, portanto, a Pedologia é a ciência que estuda a origem, a evolução e a classificação dos solos. Edafologia o termo edafos, derivado do grego, significa terreno ou chão, sendo que a Edafologia é a ciência que estuda a parte superficial do solo onde o ser humano cultiva os diversos tipos de plantas. Solo do ponto de vista pedológico, ele pode ser definido como a camada superficial da litosfera resultante do intemperismo (físico-químico), sendo composto por quatro elementos básicos: matéria orgânica, minerais, água e ar.
Regolito também denominado de manto de intemperismo, que corresponde a uma camada de material decomposto situada sobre a rocha da qual é originado o solo (rocha-matriz). É na porção mais superficial do regolito que se tem a formação efetiva do solo. Horizontes camadas com características diferenciadas que compõem o solo. Perfil do solo conjunto dos horizontes que vão da superfície até o regolito e que pode ser observado, na prática, nos cortes topográficos de rodovias. Quando se tem um solo bastante desenvolvido e completo, ele é constituído principalmente por 3 horizontes: A, B e C. A subdivisão dos horizontes pode ser feita incluindo os algarismos arábicos 1, 2 e 3 ao horizonte principal. Tempo Geológico a evolução geológica da rocha geradora do solo também é um fator importante na pedogênese, principalmente na espessura do seu perfil. Logicamente, o tempo associado ao clima e ao tipo de material será determinante para os estágios de formação de um solo. Daí, o fato de termos os solos jovens ou pouco desenvolvidos e os solos maduros ou bem desenvolvidos. 3- SANEAMENTO BÁSICO: ÁGUA E ESGOTO Muitas cidades têm redes de encanamentos para coleta de esgoto. Esses canos saem das pias e dos vasos sanitários, por exemplo. O esgoto percorre os canos e é despejado em rios ou córregos. No entanto, não basta coletar o esgoto. Ele precisa ser tratado para não poluir os córregos, os rios, os lagos e o oceano. Em boa parte do Brasil o esgoto não é tratado. Por isso, a poluição das águas reduz cada vez mais as fontes de abastecimento de água potável. O único modo de resolver o problema é investir em redes de coleta de esgoto e em estações de tratamento.
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Os serviços públicos de fornecimento de água encanada e tratada e o de coleta e tratamento do esgoto domiciliar (saneamento básico) estão diretamente ligados a saúde das pessoas porque evitam varias doenças. Também está ligada a preservação ambiental porque evitam a poluição das águas. Na maioria das cidades, o saneamento básico é realizado por empresas estatais, controladas pelo governo estadual ou municipal. Mas em alguns lugares é realizado por empresas privadas, fiscalizadas pelo poder público. Muitas famílias, no entanto, principalmente no meio rural, onde não há serviços públicos de saneamento básico, precisam conseguir água por conta própria. Também são elas que decidem o que fazer com o esgoto. A água costuma ser retirada de poços, fontes ou rios. Para o esgoto, deve-se construir uma fossa séptica, evitando seu lançamento em córregos ou rios. Em todos esses casos, é importante tomar vários cuidados. Observe as ilustrações.
4- Classificação do Solo quanto à granulometria Solos arenosos São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração areia, de tamanho entre 2mm e 0,05mm, formado principalmente por cristais de quartzo e minerais primários. Os solos arenosos têm boa aeração e capacidade de infiltração de água. Certas plantas e microorganismos podem viver com mais dificuldades, no entanto, devido à pouca capacidade de retenção de água.
28 Solos siltosos São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente são muito erosíveis. O silte não se agrega como as argilas e ao mesmo tempo suas partículas são muito pequenas e leves. Solos argilosos São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho máximo de um colóide). Não são tão arejados, mas armazenam mais água quando bem estruturados. São geralmente menos permeáveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos apresentam grande permeabilidade - graças aos poros de origem biológica. Sua composição é de boa quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos que lembram a sensação táctil de pó-de-café e isso lhes dá certas caraterísticas similares ao arenoso. Latossolo Possui a capacidade de troca de cations baixa, menor que 17 cmolc, presença de argilas de baixa atividade (Tb), geralmente são solos muito profundos (maior que 2 m), bem desenvolvidos, localizados em terrenos planos ou pouco ondulados, tem textura granular e coloração amarela a vermelha escura. Solo lixiviado São aqueles que a grande quantidade de chuva carrega seus nutrientes, tornando o solo pobre ( pobre de potássio, e nitrogênio). Solos negros das Planícies e das Pradarias São aqueles que são ricos em matéria orgânica. Solo Árido São aqueles que pela ausência de chuva não desenvolvem seu solo. Solos de Montanhas São aqueles que o solo é jovem.
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO: 01)(ENEM/2011) Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos. GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, nº 36, 2010 (adaptado).
A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição, A) provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado. B) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões. C) multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades. D) estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos. E) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público. 02)(ENEM/2011) Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas. GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).
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A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é A) a aração. B) o terraceamento. C) o pousio. D) a drenagem. E) o desmatamento. 03)(ENEM/2010) Muitos processos erosivos se concentram nas encostas, principalmente aqueles motivados pela água e pelo vento. No entanto, os reflexos também são sentidos nas áreas de baixada, onde geralmente há ocupação urbana. Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de muitas cidades brasileiras é
A) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios assoreados comportam menos água em seus leitos. B) a contaminação da população pelos sedimentos trazidos pelo rio e carregados de matéria orgânica. C) o desgaste do solo em áreas urbanas, causado pela redução do escoamento superficial pluvial na encosta. D) a maior facilidade de captação de água potável para o abastecimento público, já que é maior o efeito do escoamento sobre a infiltração. E) o aumento da incidência de doenças como a amebíase na população urbana, em decorrência do escoamento de água poluída do topo das encostas. 04)(ENEM/2009) As queimadas, cenas corriqueiras no Brasil, consistem em prática cultural relacionada com um método tradicional de “limpeza da terra” para introdução e/ou manutenção de pastagem e campos agrícolas. Esse método consiste em: (a) derrubar a floresta e esperar que a massa vegetal seque; (b) atear fogo, para que os resíduos grosseiros, como troncos e galhos, sejam eliminados e as cinzas resultantes enriqueçam temporariamente o solo. Todos os anos, milhares de incêndios ocorrem no Brasil, em biomas como Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, em taxas tão elevadas, que se torna difícil estimar a área total atingida pelo fogo. Um modelo sustentável de desenvolvimento consiste em aliar necessidades econômicas e sociais à conservação da biodiversidade e da qualidade ambiental. Nesse sentido, o desmatamento de uma floresta nativa, seguido da utilização de queimadas, representa a) método eficaz para a manutenção da fertilidade do solo. b) atividade justificável, tendo em vista a oferta de mão de obra. c) ameaça à biodiversidade e impacto danoso à qualidade do ar e ao clima global. d) destinação adequada para os resíduos sólidos resultantes da exploração da madeira. e) valorização de práticas tradicionais dos povos que dependem da floresta para sua sobrevivência. 05)(UFG/2005)
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06)(UFJF/2009) Observe o mapa e as figuras a seguir.
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Correlacionando-se os elementos que atuam na formação dos solos, assinale a alternativa que CORRETAMENTE associa o perfil de solo à sua respectiva localização no mapa. a) X1; Y2; Z3. b) X2; Y1; Z3. c) X3; Y1; Z2. d) X2; Y3; Z1. e) X1; Y3; Z2. 07)(UFJF/2008.2) Observe a gravura.
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Ela representa o processo de formação do solo. De acordo com a gravura e a pedogênese é CORRETO afirmar que: a) a baixa capacidade de drenagem de um solo é identificada pela cor avermelhada, porque os óxidos de ferro são levados para o lençol freático. b) a natureza e o número de horizontes permanecem os mesmos em todos os tipos de solos, variando apenas a espessura dos horizontes. c) o horizonte C é o horizonte onde ocorre grande atividade biológica, por isso tem coloração clara pela presença da rocha consolidada. d) o solo é substrato onde evoluem outros sistemas, tais como os componentes da paisagem: relevo, vegetação, comportamento hídrico. e) o tipo de solo representado nesse perfil é o litossolo, porque o horizonte A está assentado diretamente sobre a rocha. 08)(Centro Universitário Serra dos Órgãos/2000)
09)(UFMG) Analise os perfis de solo característicos de alguns domínios morfoclimáticos brasileiros.
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A partir da análise dos perfis, A, B e C, é possível afirmar-se que esses representam, respectivamente, configurações dos solos desenvolvidos nos domínios morfoclimáticos. a) Amazônico, da Caatinga e do cerrado. b) Amazônico, do Cerrado e da Caatinga. c) Caatinga, do Cerrado e Amazônico. d) Cerrado, da Caatinga e Amazônico. e) Nenhuma das Anteriores. 10)(PUC-MG) Os deslizamentos de encostas podem ser definidos como: a) Movimento lento e imperceptível dos vários horizontes do solo. b) Ação erosiva da água em forma de sulcos. c) Deslocamentos de uma massa do regolito sobre um embasamento ordinariamente saturado de água. d) Movimento que começa com a queda livre de uma massa rochosa que é pulverizada no impacto produzido. e) Deslocamento rápido de um bloco de terra, quando o solapamento criou um vazio na parte inferior da encosta. GABARITO: 01-A 06-A
02-E 07-D
03-A 08-B
04-C 09-D
05-A 10-E
CAPÍTULO: CLIMA 1- CONCEITO DE CLIMA O clima de um lugar é determinado pelos elementos e fatores climáticos. Os elementos agem diretamente sobre o clima. São eles: a temperatura, a chuva (e outros tipos de precipitação), a umidade do ar, os ventos e a pressão atmosférica. Esses elementos sofrem alterações devido à ação dos fatores climáticos, dentre os quais podemos destacar a latitude, a altitude, as correntes marítimas, a continentalidade, vegetação e o relevo. Da atuação dos fatores sobre os elementos climáticos resulta o tempo, que é a combinação momentânea dos elementos do clima. Para se determinar o clima de um lugar qualquer, deve-se analisar as variações do tempo nesse local e qual a sua sucessão habitual, resultante da atuação dos fatores sobre os elementos do clima. Sendo assim, pode-se aceitar como conceito de clima a definição de Max Sorre. “Clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado lugar da superfície terrestre”. 2- TIPOS DE NUVEM
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Influenciado pela sistemática de Lineu, para classificar plantas e animais, L. Howard, em 1803, produziu o primeiro sistema de classificação das nuvens realmente utilizável. Contribuiu muito, para sua aceitação geral, não só o uso de uma terminologia latina, muito em moda na época, como a constatação científica de que as mesmas formas de nuvens aparecem sobre toda a Terra. Na classificação internacional das nuvens incluem-se dez gêneros, cujos nomes, aportuguesados na sua grafia (embora seja de uso quase universal a grafia latina), são: 1) Cirros – Ci (vem de cirrus, cacho de cabelo, franja — como a penugem de aves —) são as nuvens mais altas, são delicadas, brancas, fibrosas, geralmente esbranquiçadas, com aspecto de penas ou flocos de lã. Para alguns, lembra um “rabo de galo”. Pairam à altura média de 9 km. 2) Cirrocúmulos – Cc aparecem sob forma de bolinhas muito pequenas e brancas, ordenadas em bancos ou campos de nuvens. São também constituídas por cristais de gelo, mas aparecem raramente. 3) Cirrostratos – Cs mostram-se como véu esbranquiçado, fibroso ou liso, mais espesso que os cirros, constituído predominantemente por cristais de gelo. 4) Altocúmulus – Ac são as nuvens denominadas vulgarmente de “carneirinhos”, como que novelos, habitualmente formadas por gotas de água líquida, com os bordos claros e zonas sombreadas no interior, reunidas em faixas alongadas. 5) Altostratos – As são, na maior parte das ocorrências, nuvens em forma de véu uniforme, cinzentoazulado, raramente fibroso, através das quais o Sol e a Lua surgem enfraquecidos na sua luminosidade, como se os víssemos por um vidro fumaçado. Os altostratos contêm gotículas de água e cristais de gelo, além de flocos de neve e gotas de chuva. 6) Nimbostratos – Ns : espessas camadas de nuvens cinzentas-escuras, que tapam por completo a Lua ou o Sol e cuja base inferior é reforçada por nuvens esfarrapadas, que dão chuva ou neve contínuas. A precipitação pode não atingir o solo, por se evaporar antes. Os nimbostratos compõem-se, como regra geral, de gotas de água em temperaturas mais baixas que aquela em que ocorre a solidificação (chamado
35 fenômeno de sobrefusão), gotas de chuva, flocos e cristais de neve, ou de uma mistura de formas sólidas e líquidas. 7) Estratocúmulos – Sc : nuvens brancas ou cinzentas, de formas arredondadas, dispersas ou reunidas em bancos, mas sempre distribuídas por uma camada horizontal pouco espessa. No inverno podem cobrir o céu, a que dão um aspecto ondulado. Elas contêm partículas de gelo misturadas com as gotas líquidas. 8) Estratos – St (vem de stratus, isto é, espalhado como um lençol) são nuvens típicas dos crepúsculos. São baixas, alongadas e horizontais. Aparecem em camadas uniformes, sem estrutura visível (aparentando nevoeiro bem alto). São constituídas por gotas de água ou, se a temperatura for muito baixa, por partículas de gelo; sua precipitação característica é o chuvisco (precipitação muito uniforme em que as gotas de água, numerosas e pequenas, parecem flutuar no ar, cujos movimentos acompanham). 9) Cúmulos – Cu (vem de cumulus, que quer dizer, montão de nuvens) são nuvens arredondadas no topo, majestosas, com o aspecto de montanhas de algodão, de base plana e quase horizontal. Indicam bom tempo e distam 1 a 2 km da superfície do solo. Quando na parte superior dos cúmulos muito desenvolvidos se forma a bigorna, constituída por granizo, neve ou gelo, obtém-se um novo tipo de nuvem, o Cumulonimbo – Cb. 10) Nimbos – Ni (vem de nimbus, nuvem) são nuvens espessas e escuras; geralmente desfazem-se em chuva. Situam-se a menos de 2 km de altura. 3- ATMOSFERA É formada pelos gases que envolvem a Terra, podendo ser dividida em diversas camadas que variam quanto à composição, espessura e temperatura.
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Troposfera – Camada inferior da atmosfera, em contato com a superfície da Terra. Concentra cerca de 75% do volume dos gases atmosféricos e é onde ocorrem fenômenos como ventos, chuvas, nuvens, etc. Estratosfera – Possui ar bastante rarefeito e com baixa umidade, o que explica a quase ausência de nuvens. Nela, o ar se movimenta. Mesosfera – Também chamada de camada intermediária, é famosa pela presença do gás ozônio que filtra os raios ultravioletas, nocivos aos seres vivos. Ionosfera – Camada superior da atmosfera, muito rarefeita. É rica em partículas de íons e responsável pela reflexão das ondas longas )de rádio), enviando à Terra certas ondas eletromagnéticas. Exosfera – espaço sideral.
4- FATORES DO CLIMA
Latitudes- A temperatura varia na razão inversa da latitude. Assim, quanto mais baixa for a latitude, mais elevada será a temperatura. Altitude- A temperatura também varia na razão inversa da altitude. Assim, quanto maior a altitude, menor a temperatura do ar atmosférico. Massas de Ar - As variações do tempo atmosférico, que podem ser normalmente muito bruscas num único dia ou em períodos mais longos, são causadas pelo deslocamento das massas de ar. Apesar de as massas de ar se localizar numa imensa região oceânica ou continental, elas se movimentam, entra em choque e empurram umas às outras. Quando uma massa de ar se afasta de sua área de origem, ela leva consigo, suas características originais (umidade, temperatura). É por isso que massas de ar úmidas tendem a provocar chuvas nas áreas que atingem em seu deslocamento. E massas de ar frias costumam provocar queda de temperatura nas áreas para onde se deslocam.
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Continentalidade/Maritimidade- As áreas próximas ao mar apresentam, em geral, amplitude térmica pequena, ou seja, sofrem pequenas variações de temperatura. Já as áreas localizadas no interior do continente, onde a influência marítima é menor, apresentam oscilações de temperatura bem mais acentuadas. Cidades com latitudes iguais ou muito próximas, situadas no litoral e no interior dos continentes, apresentam amplitudes térmicas bastante diferenciadas. Correntes Marítimas - São grandes massas de água que se deslocam pelo oceano com condições próprias de temperatura, salinidade e pressão. Possuem grande influência no clima, além de favorecerem a atividade pesqueira em áreas de encontro de correntes quentes e frias, nas quais há a ressurgência de plâncton.
Vegetação – As plantas retiram umidade do solo pela raiz e a enviam à atmosfera pelas folhas (evapotranspiração). Além disso, a vegetação impede que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície. Assim, com o desmatamento, há uma grande diminuição da umidade e, portanto, das chuvas, além de um aumento significativo das temperaturas médias. Relevo – Além de estar associado à altitude, que é um fator climático, o relevo também influi na temperatura e na umidade, ao facilitar ou dificultar a circulação das massas de ar. Por exemplo, no Brasil, a disposição longitudinal das serras no Centro-Sul do país formam um “corredor” que facilita a circulação da massa polar atlântica e dificulta a circulação da massa tropical atlântica.
38 5- ELEMENTOS DO CLIMA
Temperatura – As temperaturas não são iguais em toda a superfície terrestre. Em geral, variam em função da latitude, da altitude e da maritimidade e continentalidade. Precipitação – A precipitação varia principalmente em função da latitude e da maritimidade e continentalidade. Pressão Atmosférica – A pressão atmosférica não é igual em todo o planeta. As diferenças de pressão atmosférica ocorrem porque a Terra recebe quantidades desiguais de radiação solar.
6- PRECIPITAÇÕES ATMOSFÉRICAS A chuva, a neve e o granizo são formas de precipitação atmosférica. A geada e o orvalho são também hidrometeoros, mas não são formas de precipitação. Todas essas formas resultam inicialmente da condensação ou da sublimação do vapor d’água. Orvalho – condensação do vapor de água atmosférica sobre a superfície. Geada – é a solidificação do vapor d’água sobre a superfície pelo processo de sublimação. O orvalho congelado é, também chamado de geada, mas trata-se de outra formação física. Neve – precipitação de cristais de gelo que tiveram sua origem na cristalização da umidade atmosférica a 0°C ou a temperaturas inferiores a esta e em condições calmas (sem ventos). A neve se forma pela sublimação do valor d’água. Granizo – são as pedras de gelo que caem durante chuvas fortes e rápidas, normalmente originárias de nuvens do gênero cumulonimbos. Neblina – originada da condensação de vapor d’água junto à superfície terrestre, devido ao resfriamento noturno. Chuva – precipitação de gotas d’água, oriundas da junção de milhões de gotículas que formam as nuvens.
A três tipos fundamentais de chuva. Chuva frontal: quando causada pelo encontro de uma massa fria com outra quente (e úmida).
Chuva de convectiva: provocada pela ascensão do ar que se aquece em contato com a superfície do solo.
Chuva orográfica: quando os ventos úmidos se elevam resfriam pelo encontro de uma barreira montanhosa, como é normal nas encostas voltadas para o mar.
39 7- VENTOS A pressão atmosférica exerce grande influência nos tipos de clima. A diferença de pressão dá origem aos ventos e, em última análise, à circulação geral da atmosfera. O vento é o ar em movimento. São as diferenças de pressão atmosférica, como mencionando, que explicam esse movimento, que ocorre principalmente na horizontal, isto é, de uma área para outra. Mas esse movimento também pode ser vertical, ou seja, da superfície, onde o ar é mais aquecido, para altitudes mais elevadas. TIPOS DE VENTOS Constantes: Também denominados regulares, sopram durante o ano todo numa determinada direção. Os grandes centros de alta pressão, chamados anticiclones, localizam-se nas zonas polares e nas zonas temperadas (entre os círculos polares e os trópicos), onde a pressão atmosférica é maior e, conseqüentemente, o ar é mais denso. É nas zonas polares que se originam os principais ventos da atmosfera. Nas áreas próximas do Equador, onde as temperaturas são mais elevadas, formam-se os centros de baixa pressão, também conhecidos como ciclones, pois ai o ar é mais leve. Essas áreas equatoriais recebem praticamente o ano todo, ventos vindos das áreas temperadas: são os ventos alísios. Esse ar acaba retornando, por meio de ventos de maiores altitudes, para as áreas temperadas e polares; são os ventos contra-alísios. Devido ao movimento de rotação da Terra, os alísios e contra-alísios sofrem desvio em sua direção para o Oeste (força de Coriolis), sendo por isso chamados alísios de sudeste (hemisfério Sul) e alísios de nordeste (hemisfério Norte).
Periódicos: São ventos que sopram durante um determinado período num sentido e depois têm sua direção invertida. Monções - São ventos periódicos típicos do sul e sudeste do continente asiático. Ocorrem principalmente na estação chuvosa, na Índia. São causados pelas diferenças de pressão e de temperatura entre as áreas continentais e o oceano Índico.
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Brisas - São ventos diários causados pelas diferenças de temperaturas e de pressão entre as águas oceânicas e as terras que ficam próximas. Durante o amanhecer, sopram do mar para a terra (brisa marítima) e ao anoitecer, sopram da terra para o mar (brisa terrestre).
Existem também os chamados ciclones, tufões e furacões, sendo todos tempestades giratórias violentas que, coletivamente, ganham o nome de ciclones tropicais. Eles se formam sobre águas tropicais quentes e a velocidade do vento no olho do ciclone pode chegar a 120 km por hora. As tempestades são nomeadas de acordo com listas sazonais mantidas pelas agências de meteorologia responsáveis por monitorar a bacia onde os ciclones se formam. Os furacões começam no Atlântico, Caribe e noroeste do Pacífico, enquanto tufões formam-se no oeste do Pacífico e no sudeste do Oceano Índico. Se um desses "monstros" se desenvolve em certas partes do Oceano Índico ou em parte do sudoeste do Oceano Pacífico, ele se encaixa em uma das três variações do termo genérico ciclone. Tufões, furacões e ciclones giram todos na mesma direção, anti-horária, se forem formados no hemisfério norte. As tempestades que giram no sentido horário formam-se no hemisfério sul, apesar de serem extremamente raras na bacia do Atlântico e mais comuns no Oceano Índico e na costa da Austrália. 8- CLIMAS DO BRASIL
Equatorial – Chuvas abundantes, acima de 2.000 mm anuais, temperatura média anual em torno de 25°C; possui pequena amplitude térmica anual.
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Tropical úmido – Grande concentração de chuvas, principalmente no verão, apresentando pequena amplitude térmica com temperaturas elevadas. Semiárido – Índice pluviométrico relativamente baixo, entre 300 e 600 mm anuais, a temperatura média anual é superior a 25°C. Subtropical – Temperatura média entre 15 e 20°C nos meses de verão e, no inverno entre 0 e 10°C; as chuvas concentram-se mais no verão sem apresentar grandes diferenças. Tropical – Clima apresenta índice pluviométrico entre 1.000 e 2.000 mm anuais, concentrando as chuvas no verão e com maior índice nas áreas litorâneas; temperatura média anual é superior a 20°C, sendo nos meses de inverno inferior a 18°C. Tropical de Altitude – Apresenta temperatura amena, com médias térmicas entre 17 e 22°C, sendo as menores temperaturas nas áreas litorâneas de posição barlavento, com índice pluviométrico médio de 1.500 mm.
9- CLIMA DO MUNDO
Equatorial – Chuvas abundantes, acima de 2.000 mm anuais, temperatura média anual em torno de 25°C ; possui pequena amplitude térmica anual.
Polar – Regiões com gelo e neve permanente e média de temperatura inferior a 0°C; a precipitação ocorre em forma de neve variando entre 100 e 200 mm ao ano, apresenta inverno durante 7 a 8 meses.
Temperado – Dividido em dois tipos: Continental onde a influência dos mares e oceanos não é grande, apresenta elevada amplitude térmica com verões quentes e invernos frios. A temperatura média anual varia de 8 a 13°C com índice pluviométrico entre 800 e 2.000 mm nas áreas litorâneas e é inferior a 600 mm nas áreas interioranas. Marítimo sofre grande influência dos mares e oceanos, com temperatura regular, sendo o inverno relativamente quente e verão ameno.
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Desértico – Apresenta baixo índice pluviométrico, inferior a 250 mm ano concentradas no verão, a temperatura média anual varia de 20 a 30°C com acentuada queda durante a noite.
Mediterrâneo – Clima de latitude média do hemisfério norte, nas áreas banhadas pelo Mar Mediterrâneo, apresenta verões secos e invernos chuvosos.
10- FENÔMENOS CLIMÁTICOS – PARTE I EL NIÑO E LA NIÑA El Niño e La Niña são alterações significativas de curta duração (12 a 18 meses) na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima. Estes eventos modificam um sistema de flutuação das temperaturas daquele oceano chamado Oscilação Sul e, por essa razão, são referidos muitas vezes como OSEN (Oscilação Sul-El Niño – ver abaixo). Seu papel no aquecimento e resfriamento global é uma área de intensa pesquisa, ainda sem um consenso. O El Niño foi originalmente reconhecido por pescadores da costa oeste da América do Sul, observando baixas capturas, associadas à ocorrência de temperaturas mais altas que o normal no mar, normalmente no fim do ano – daí a designação, que significa “O Menino”, referindo-se ao “Menino Jesus”, relacionado com o Natal.
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Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenômeno El Niño, os ventos alíseos sopram na direção oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um excesso de água no Pacífico ocidental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de meio metro mais alta nas costas da Indonésia que no Equador. Isto provoca a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho, promovendo imensas populações de peixes – a pescaria de anchoveta no Chile e Peru já foi a maior do mundo, com uma captura superior a 12 milhões de toneladas por ano. Estes peixes, por sua vez, também servem de sustento aos pássaros marinhos abundantes, cujas fezes depositadas em terra, o guano, servem de matéria prima para a indústria de fertilizantes. Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul e, conseqüentemente, na diminuição da produtividade primária e das populações de peixe. Outra conseqüência de um El Niño é a alteração do clima em todo o Pacífico equatorial: as massas de ar quentes e úmidas acompanham a água mais quente, provocando chuvas excepcionais na costa oeste da América do Sul e secas na Indonésia e Austrália. Pensa-se que este fenômeno é acompanhado pela deslocação de massas de ar a nível global, provocando alterações do clima em todo o mundo. Por exemplo, durante um ano com El Niño, o inverno é mais quente que a média nos estados centrais dos Estados Unidos, enquanto que nos do sul há mais chuva; por outro lado, os estados do noroeste do Pacífico (Oregon, Washington, Colúmbia Britânica) têm um inverno mais seco. Os verões excepcionalmente quentes na Europa e as secas em África parecem estar igualmente relacionadas com o aparecimento do El Niño. La Niña é o fenômeno inverso, caracterizado por temperaturas anormalmente frias, também no fim do ano, na região equatorial do Oceano Pacifico, muitas vezes (mas não sempre) seguindo-se a um El Niño. Também já foi denominado como “El Viejo” (“O Velho”, ou seja, a antítese do “menino”) ou ainda o “Anti-El Niño”. O inicio e fim do El Niño e determinado pela dinâmica do sistema oceano-atmosfera, e uma explicação física do processo é complicada para que o leitor possa entender um pouco sobre isso, propõese um "modelinho simples", extraído do livro El Niño e Você, de Gilvan Sampaio de Oliveira.
1) Imagine uma piscina (obviamente com água dentro), num dia ensolarado; 2) Coloque numa das bordas da piscina um grande ventilador, de modo que este seja da largura da piscina; 3) Ligue o ventilador; 4) O vento irá gerar turbulência na água da piscina; 5) Com o passar do tempo, você observará um represamento da água no lado da piscina oposto ao ventilador e até um desnível, ou seja, o nível da água próximo ao ventilador será menor que do lado oposto a ele, e isto ocorre pois o vento está "empurrando" as águas quentes superficiais para o outro lado, expondo águas mais frias das partes mais profundas da piscina.
É exatamente isso que ocorre no Oceano Pacífico sem a presença do El Niño, ou seja, é esse o padrão de circulação que é observado. O ventilador faz o papel dos ventos alísios e a piscina, é claro, do Oceano Pacífico Equatorial. Águas mais quentes são observadas no Oceano Pacífico Equatorial Oeste. Junto à costa oeste da América do Sul as águas do Pacífico são um pouco mais frias.
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CONSEQUÊNCIAS DO EL NINO: Região Norte: diminuição da precipitação e secas; aumento do risco a incêndios florestais. Região Nordeste: secas severas. Região Sudeste: moderado aumento das temperaturas médias; aumento das temperaturas no inverno; não há mudança no padrão das chuvas. Região Centro-Oeste: não há mudança no padrão das chuvas; temperaturas acima da média. Região Sul: precipitações abundantes; aumento da temperatura média.
CONSEQUÊNCIAS DO LA NINA: Região Norte: aumento de precipitação e vazões de rios. Região Nordeste: aumento de precipitação e vazões de rios. Região Sudeste: área com baixa previsibilidade. Região Centro-Oeste: área com baixa previsibilidade. Região Sul: secas severas.
INVERSÃO TÉRMICA Trata-se de um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta. Costuma acontecer no final da madrugada e no início da manhã, particularmente nos meses de inverno. No fim da madrugada, dá-se o pico de perda de calor do solo por irradiação. É quando, portanto, registram-se as temperaturas mais baixas, tanto do solo quanto do ar. Assim próximo ao solo, o ar é mais frio e mais denso, ficando retido junto ao solo. Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com ar relativamente mais quente; que não consegue descer. Ocorre, assim, uma estabilização momentânea da circulação atmosférica em escala local, caracterizada por uma inversão das camadas: o ar frio fica embaixo e o ar quente acima, fenômeno definido como inversão térmica. Logo após, o nascer do sol, à medida que vai havendo o aquecimento do solo e do ar próximo a ele, o fenômeno vai gradativamente desfazendo-se. O ar aquecido sobe e a inversão térmica se desfaz. EFEITO ESTUFA O efeito estufa, que consiste na retenção de calor irradiado pela superfície terrestre, pelas partículas de gases e de água em suspensão na atmosfera, garante a manutenção do equilíbrio térmico do planeta e, portanto, a sobrevivência das várias espécies vegetais e animais. Sem isso, certamente, seria impossível a vida na Terra ou, pelo menos, a vida como a conhecemos hoje. Assim, feita essa importante ressalva, a intensificação do efeito estufa, de que tanto se fala ultimamente, resulta, a rigor, de um desequilíbrio na composição atmosférica, provocada pela crescente elevação da concentração de certos gases que têm capacidade de absorver calor, como é o caso do metano, dos clorofluorcarbonos (CFCs), mas principalmente do dióxido de carbono (CO 2). Essa elevação dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis fósseis e das florestas, desde a Revolução Industrial. 11- FENÔMENOS CLIMÁTICOS - PARTE II ILHA DE CALOR Outro fenômeno climático típico das grandes cidades, que também colabora para aumentar os índices de poluição nas regiões centrais da mancha urbana é a “ilha de calor”. A “ilha de calor” é um fenômeno típico de grandes aglomerações urbanas. Resulta da elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha urbana, em comparação com as zonas periféricas ou com as rurais. As variações térmicas podem chegar até 7°C e ocorrem basicamente devido às diferenças de irradiação de calor entre as regiões edificadas e as florestas e também à concentração de poluentes, maior nas zonas centrais da cidade. A substituição da vegetação por grande quantidade de casas e prédios, ruas e avenidas, pontes e viadutos e uma série de outras construções, que é tanto maior quanto mais aproxima do centro das grandes cidades, faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a atmosfera em comparação com as zonas periféricas ou rurais, onde, em geral, é maior a cobertura vegetal. Além disso, nas zonas centrais da cidade, é muito maior a concentração atmosférica de gases e materiais particulados, lançados pelos automóveis e fábricas, responsáveis por um “efeito estufa” localizado, que colabora para aumentar a retenção de calor. Sem contar os milhares ou, dependendo da cidade, milhões de automóveis, que são uma grande fonte de produção de calor, o qual se soma ao calor irradiado pelos edifícios, acentuando o fenômeno da “ilha de calor”.
GEOGRAFIA FÍSICA/2012
PROFESSOR: DANILO PACHECO