APOSTILA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA PREPARATÓRIOS DE CONCURSOS PÚBLICOS
AUTORA: PROFESSORA JULIANA REGIANI PEREIRA
1. PRODUÇÃO TEXTUAL 1.1. Introdução Levando em consideração o conceito etimológico da palavra texto, que vem da mesma origem de tecido, fica evidente a importância de ter um bom conhecimento das normas da Língua Portuguesa para se fazer um texto de qualidade, efetuando a correta costura de ideias. A língua é adquirida através da fala e depois se aprende a colocar no papel as ideias, que antes eram tão facilmente expostas. É nesse momento de expor o que se pensa sobre um determinado assunto de forma escrita que muitas pessoas sentem dificuldade e chegam e pensar que não são capazes de escrever um texto de qualidade. É preciso, portanto, antes de tudo, perder o medo de escrever e perceber que a Gramática nos traz importantes ferramentas que vão auxiliar na organização das ideias, através dos termos de coesão e coerência, além de todas as formas de construção de frases, orações e períodos. Obviamente, não basta apenas ter um bom conhecimento gramatical para uma boa escrita, já que uma redação exige conhecimento de mundo, leituras constantes e interpretação textual. Durante as aulas, esse material será a base, mas é preciso saber que sempre se deverá ir além, através de estudos, muitos exercícios, práticas de escrita e, acima de tudo, dedicação. Boa sorte!
1.2. Preparando-se para elaborar redações O primeiro passo para começar a redigir é perder o medo. Sim! Perca o medo de colocar suas ideias no papel, pois à medida que se vai praticando, como em qualquer outro exercício, vão se corrigindo erros, aprimoram-se as técnicas e, consequentemente, a fluidez surge de forma natural. Outro ponto importante é a realização de leituras o tempo todo. Para início, faça leituras sobre temas que lhe agradem mais, mas você deve ler, além disso, cartazes, revistas, jornais, livros, manuais, propagandas e todo material que estiver disponível ao seu redor, desse modo, você irá adquirir conhecimento de inúmeros temas e terá facilidade para verbalizar sobre eles quer seja na fala ou na escrita, pois a verbalização está presente também na oralidade. Treine seu senso crítico, ou seja, sua capacidade de distinguir as boas e as más informações sobre um mesmo assunto. Para isso, sugere-se que faça leituras mais acadêmicas, textos jornalísticos confiáveis, artigos e afins. Não tropece na desculpa de que não tem tempo para isso! Reserve, no mínimo, vinte minutos do seu dia para suas leituras e, posteriormente, inclua práticas de escrita. Inicie com resumos sobre o que leu e, aos poucos, redija textos de opinião sobre a temática lida, isso já lhe dará a base para redações de concursos futuros.
1.3. Componentes do Ato de Comunicação Os seres humanos estão inseridos em processos contínuos de comunicação. A língua, no nosso caso, a Língua Portuguesa, é o instrumento fundamental para que
possamos verbalizar esse ato de comunicação (falar e escrever), já que é possível que alguém se comunique através de gravuras, gestos e sons. Foram necessários milhões de anos para que a humanidade criasse uma linguagem escrita que é, sem dúvidas, um precioso meio de comunicação, pois podemos passar informações que estarão onde nós já não estivermos, como por exemplo, desde um bilhete para dar um recado a um amigo até uma tese que será lida por pessoas de todo o planeta. A comunicação escrita tem essa eficiência superior, pois através dela ideias e pensamentos podem atravessar fronteiras de tempo e espaço, fazendo com que histórias de grandes atos e descobertas do passado ainda possam ser contadas e sabidas séculos depois de ocorrerem. Basicamente, pode-se identificar os elementos básicos da comunicação como sendo: - emissor, destinador ou remetente: uma ou mais pessoas que emite (envia) a mensagem; - receptor ou destinatário: para quem a mensagem é enviada (endereçada); - mensagem: o conteúdo de informações que se emite; - canal de comunicação ou contato: o meio pelo qual que transmite a mensagem; - código: quando se trata de mensagens verbais, é a língua com a qual o emissor faz a codificação da mensagem e o receptor faz a sua descodificação (para o sucesso dessa comunicação, ambos devem dominar o mesmo código); - referente ou contexto: a situação na qual a mensagem está inserida.
1.4. Linguagem Formal, Informal e Norma Culta da Língua Portuguesa Conforme já visto, a língua é um instrumento de comunicação. Nas linguagens oral e escrita existem padrões que são adotados pela sociedade que dependem do momento e da situação em que estão inseridos. São inúmeras as variantes que regem esse comportamento tais como: região em que se vive, grupo, idade, religião, etc. Muitos modos de linguagem também são fruto dessa interação social, como por exemplo, as gírias, expressões e palavras novas (neologismos), além de não ser feita a correta conjugação verbal e uso da concordância, mas que são aceitáveis quando estamos em um ambiente descontraído, como entre familiares e amigos ou em conversas de rede social e celular. A esse tipo de linguagem falada e escrita em ambientes de descontração damos o nome de linguagem informal. A linguagem formal é aquela que utilizamos em ambientes e situações que exigem formalidade e adequação às normas gramaticais, como em palestras, reuniões, documentos oficiais e acadêmicos e a própria redação de concursos ou vestibulares, devendo ser usada tanto na fala quanto na escrita. Vale ressaltar que essa variante linguística é muito valorizada em ambientes profissionais. Portanto, quando se remete à Norma Culta da Língua Portuguesa, refere-se ao uso da linguagem formal, pautada em normas e regras que padronizam o uso da língua, para que todos os interlocutores possam se fazer entender e compreender a mensagem. Para se obter um bom domínio dessa norma é primordial o estudo da gramática. 1.5. Tipologia Textual A Tipologia Textual pode ser divida em Texto Literário e Não-Literário.
- Texto Literário: É aquele no qual o autor expressa sua opinião, sua pessoalidade, é subjetivo. Exemplos: romance, conto, poesia, etc. - Texto Não-Literário: É aquele com o qual se pretende transmitir uma mensagem com clareza e objetividade. Exemplos: notícias de jornal, bula de remédio, redação de vestibular, etc. Para concursos públicos, que é o objetivo de nossos estudos, dar-se-á aprofundamento aos textos não-literários.
1.5.1. Características de cada Tipo Textual - Narração: Foco principal na ação e progressão temporal, que são essenciais para o desenrolar dos fatos apresentados. Predomina o uso de verbos no pretérito, além de forte presença de advérbios de tempo e lugar. Na narração estão envolvidos: Quem? (personagem); O quê? (o enredo/fatos); Quando? (o período em que os fatos aconteceram); Onde? (o local que os fatos ocorreram); Como? (a maneira com que os ocorridos se desenvolveram); Por quê? (o motivo dos acontecimentos). - Descrição: Na descrição ocorre a simples descrição de algo em um certo momento e é muito encontrado dentro de outros tipos textuais. É comum ter a presença de adjetivos. - Dissertação: Na dissertação, também chamada de Argumentação, o autor vai fazer a defesa de seu ponto de vista sobre algum assunto através da de argumentos. Usa-se a persuasão na tentativa de convencer o leitor. É estruturada em: introdução, desenvolvimento (argumentos) e conclusão. A dissertação pode ser expositiva, quando apenas expõe fatos e explica ideias e teses, ou argumentativa, quando além de explicar, persuade o leitor para convencê-lo de algo. - Explicação: A explicação tem como objetivo passar conhecimento e não faz a defesa de ideias. Textos explicativos são instrucionais. - Injuntivo: O que marca esse tipo textual é a presença de verbos no imperativo, para dizer como se faz algo ou um aconselhamento, dar ordens ou fazer pedidos. Cada tipo textual se subdivide em gêneros textuais, de acordo com suas características. Os principais gêneros relacionados com suas tipologias estão na tabela abaixo: TIPO TEXTUAL Narração Descrição Dissertação Expositiva
GÊNEROS TEXTUAIS Conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. Cardápio, folheto turístico, anúncio de classificados, etc. Aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e
Dissertação Argumentativa Explicação
Injunção
jornais, etc. Sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas, etc. Manuais de Instruções, etc. Ordens, pedidos, súplica, desejo, manuais e instruções de montagem de instrumentos e aparelhos, textos que contêm regras de comportamento, textos de orientação (ex.: recomendações de trânsito), receitas, cartões com votos (ex.: de aniversário, Natal, etc.).
1.6. Intertextualidade A intertextualidade pode ser tratada como o diálogo entre textos, de igual ou diferentes tipologias e é um discurso produzido tendo como base outro texto. Pode se limitar a uma obra literária ou não, além de perpassar por uma ou mais áreas do conhecimento.
1.6.1. Tipos de Intertextualidade - Epígrafe: É um texto inicial, ou seja, faz uma introdução, e serve como a direção do discurso principal do escritor. Normalmente, é utilizada quando o autor do texto usa a passagem de alguma obra para iniciar seu enredo; - Citação: Faz referência de um trecho da obra de outro autor no meio de um texto. Deve estar entre aspas e levar a identidade de quem a escreveu; - Paráfrase: É o ato de reinventar, de forma apropriada, um texto já existente, mas mantendo sua ideia principal. É manter a filosofia original do autor, mas dizendo aquilo em outras palavras; - Paródia: É quando um escritor se apodera de algum discurso pronto e se opõe a ele, podendo ser de maneira discreta ou explícita. O discurso original será desvirtuado através de críticas ou de ironias a seu respeito; - Pastiche: Quando reúnem-se vários textos como se fosse uma colcha de retalhos. É o fruto da combinação de um texto com outros discursos; - Tradução: Ocorre ao se fazer ajustes de um texto escrito em outro idioma distinto da língua materna do país no qual se é traduzido; - Referência e Alusão: Trata-se da insinuação de outro autor ou texto e não o indica abertamente. 1.7. Coesão e Coerência Textual
Quando se constrói um texto, bem como na fala, deve-se usar mecanismos que garantam a compreensão da mensagem a qual se escreve ou diz. Tais mecanismos são chamados de referentes textuais e visam a certeza da coesão para que, através dela, haja a coerência textual tanto nos elementos componentes da oração, tanto nas orações e suas sequências no texto. 1.7.1. Coesão Pode-se dizer que a coesão funciona como uma costura de ideias no texto. A ligação entre os seus elementos feita de forma correta, através do uso de conjunções, preposições e pronomes relativos, por exemplo. As ideias precisam de conexão, devem estar ligadas umas às outras, corretamente, de forma lógica e contínua. Há três formas de coesão, que são: - Coesão referencial: é alcançada com a utilização de expressões que retomam ou antecipam ideias no texto. Seguem alguns casos abaixo:
Cujo – faz uma relação de posse entre dois substantivos. Exemplo:
Machado de Assis é um escritor cujos livros são meus preferidos.
Que – pode substituir a fim de evitar a repetição de palavras ou, até mesmo, de uma oração toda. Exemplo:
João ganhou sozinho na loteria, o que lhe permitiu parar de trabalhar e fazer uma viagem por todo o mundo.
Esse(a), isso – possuem a capacidade de fazer a conexão de duas frases, retomando uma ideia que já foi tratada no texto. Exemplo:
Ana é enfermeira e terá que fazer plantão no próximo fim de semana. Essa obrigação lhe é cumprida com prazer e dedicação.
Este(a), isto – são capazes de ligar (conectar) duas frases, referindo-se a uma ideia que será introduzida no texto. Exemplo:
O que me apaixona em Silvio Santos é isto: seu dom de alegrar pessoas.
- Coesão Lexical: É útil para não se repetir palavras, além de fazer a união de partes do texto. Pode ser obtida através de:
Sinônimos: são palavras que se assemelham e podem ser utilizadas em distintos contextos, porém não alteram o sentido inicial pretendido. Exemplo:
Carlos tem um gato que se chama Zé. Ele não vive sem seu felino;
Hiperônimos/Hipônimos: palavra de sentido mais genérico do que outra. Exemplo: Carlos adora seus brinquedos. Em especial a peteca e o carrinho. (Hiperônimo = brinquedos; Hipônimos = peteca; carrinho);
Perífrases: quando se formula um texto mais complexo para caracterizar uma expressão mais simples. Exemplo: A vigilância policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas, às vezes, agem com violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato sem a presença de elementos treinados para garantir não só a ordem, mas também proteger a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o jogo em tranquilidade.
- Coesão Sequencial: Quando se estabelece relações de lógica entre ideias do texto. Para esse fim, utilizam-se os conectivos. Na maioria das vezes, são aplicadas preposições e conjunções, sendo as principais: Consequência (conclusão): logo, portanto, por isso, pois, de modo que, então, assim, em vista disso, por conseguinte. Exemplo: Pedro estudou muito para a prova, por isso, foi aprovado.
Causa: pois, porque, visto que, dado que, já que, uma vez que, como, porquanto, por causa, em vista de, em vista, por, em virtude de, devido a, por razões de, por motivo de. Exemplo: Por ser um bom profissional, conseguiu um aumento salarial.
Oposição (adversidade): mas, porém, entretanto, no entanto, contudo, todavia. Exemplo: Maria precisava chegar mais cedo ao trabalho, porém perdeu o horário do ônibus e se atrasou.
Condição: caso, se, contanto que, desde que. Exemplo: Você poderá ir à festa, desde que passe nas provas.
Finalidade: a fim de que, para que, com o intuito de, com o objetivo de. Exemplo: Com o objetivo de passar no concurso, Clara estudava cerca de doze horas por dia.
1.7.2. Coerência A coerência tem relação com a ordenação das ideias e argumentos no texto. Ela depende profundamente da coesão, pois em um texto no qual contenha problemas de coesão e muito provável que também ocorram defeitos de coerência. Na coerência estão presentes fatores que dizem respeito ao conhecimento de quem produziu o texto e do seu receptor a respeito do assunto tratado. É necessário conhecimento de mundo, da língua e de processos de intertextualidade. Seguem alguns exemplos de falta de coerência textual: - Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver; - Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar; - No verão passado, estivemos na capital do Ceará, Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar.
1.8. Como estruturar uma dissertação argumentativa Nesse tópico constarão dicas para redigir um ótimo texto, tais como: - Leia o tema proposto com atenção e, se julgar necessário, faça mais de uma leitura; - Faça analogias, ou seja, interligue o tema com outros conhecimentos adquiridos e tenha certeza de qual será seu ponto de vista (a favor ou contra); - Use um rascunho à parte para organizar as suas ideias, elencar seus argumentos e fazer um esboço da ordem em que serão introduzidos no texto; - Comece com uma contextualização do tema, ou seja, para que o leitor saiba sobre qual assunto será sua redação; - No desenvolvimento, discorra os argumentos que estruturam sua defesa, que dão suporte para convencer seu leitor sobre sua ideia;
- Conclua com uma afirmação ou possível solução, mas nunca termine um texto com uma interrogação, pois, dessa forma, ele ficará sem fechamento; - Antes de passar para a versão definitiva, leia sua redação uma ou mais vezes e tenha atenção para verificar se há coesão e coerência, se está compreensível na sua totalidade; - Por último, passe, com cuidado, para a versão final. Preste atenção para não pular palavras ou trechos e faça uma letra legível. Se a banca solicitar título, coloque-o após terminar o texto e esse deverá ser curto e trazer um resumo da ideia principal da redação, de forma a despertar o interesse pelo texto.
1.9. O que não se deve fazer em uma redação dissertativa - Não escreva períodos muito longos e nem muito curtos; - Não use verbos em primeira pessoa (eu, nós), pois a dissertação deve ser impessoal e não dialogue com o leitor; - Não deixe que um parágrafo fique sem ligação com o outro. Para isso, utilize os elementos de coesão para costurar orações, períodos e parágrafos e não cometa essa falta grave no seu texto; - Não utilize coloquialismos, como: só que, daí, aí, etc.; - Não faça afirmações de senso comum, tais como: todo político é ladrão, o Brasil não vai para frente, etc.; - Não use expressões populares, como: a união faz a força, é dando que se recebe, a justiça tarda mas não falha, etc.; - Não use gírias e nem palavras de origem estrangeira. Exemplos: tipo assim, deletar, massa, show, etc.
1.10. Fique atento - Evite repetições de palavras, pois dá a ideia de falta de vocabulário (para evitar esse problema, leia muito); - Evite repetir ideias, pois denota falta de conhecimento; - Evite empregar verbos genéricos, como: fazer, dar, ter e ser; - Evite exagerar no emprego de palavras e termos como: problema, negócio, coisa, devido a, principalmente, em nível de, através de, tendo em vista, sob um ponto de vista, etc.;
- Tome cuidado com termos que denotam generalizações: nunca, sempre, ninguém, todo mundo, etc.; - Utilize argumentos importantes; - Observe a pontuação; - Tome cuidado para não se contradizer no decorrer do texto; - Fique atento para a elegância do texto, tentando, ao máximo, fazê-lo como na formatação “Justificada” do computador, sem linhas usadas pela metade; Todos os espaços de início parágrafo devem ser do mesmo tamanho; - Respeite as margens da direita e esquerda da folha, pois não devem ser nem ultrapassadas e nem adentrá-las além do limite; - Faça uma letra legível. O ideal é que se use a letra cursiva, mas se for escrever com letra de forma, deve-se dar destaque para as maiúsculas quando ocorrerem. Mantenha o mesmo tamanho de letra no texto inteiro.
2. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Neste tópico, serão vistos os principais temas relativos à significação das palavras, que são respaldo para realizar uma boa interpretação textual. 2.1. Sinonímia e Antonímia 2.1.1. Sinonímia Trata-se das palavras sinônimas. Esse recurso é usado para evitar a repetição de palavras. Quando duas palavras possuem significado idêntico ou parecido, são chamadas de sinônimas. Exemplos: Longe e Distante (significado idêntico); Casa e Lar (significado parecido). 2.1.2. Antonímia Trata-se das palavras antônimas. Quando duas palavras possuem significado contrário, são chamadas de antônimas. Exemplos: Amar e Odiar; Dia e Noite; Sim e Não; Bom e Mau; Calor e Frio, etc.
2.2. Palavras Homônimas
São aquelas que se aproximam nos sons ou nas letras, mas possuem significados diferentes. Exemplos: Acento (sinal gráfico) e Assento (local para se assentar); Concerto (musical) e Conserto (verbo). As palavras homônimas podem ser chamadas de homófonas e homógrafas. - Homófanas: têm o som igual e significados diferentes. Exemplos: Sessão (reunião), Seção (divisão) e Cessão (ato de ceder); Paço (palácio) e Passo (verbo ou substantivo). - Homógrafas: têm a escrita igual e significados diferentes. Exemplos: Sábia, sabia e sabiá.
Existem alguns casos de palavras que são homófonas e homônimas ao mesmo tempo, ou seja, homônimas perfeitas. Exemplos: Canto (verbo) e Canto (ângulo); Mato (bosque) e Mato (verbo).
2.3. Palavras Parônimas São aquelas semelhantes na escrita e na pronúncia, mas com significados diferentes. Exemplos: Descrição (ato de descrever) e Discrição (modéstia); Eminente (ilustre, notável) e Iminente (ameaçante).
2.4. Hiponímia e Hiperonímia Trata-se das palavras hipônimas e das hiperônimas. Hiperônimo é a palavra que possui um significado mais abrangente do que seu hipônimo, que é uma palavra de significado mais específico. Exemplos: Doença e Gripe: doença é hiperônimo de gripe, pois significa, além de gripe, uma infinidade de palavras, como: dengue, câncer, malária, bronquite, etc. Logo, pode-se concluir que gripe é o hipônimo de doença.
Essa relação de hiponímia e hiperonímia é fundamental para a coesão e correta interpretação de um texto. Exemplo: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas. Nesse caso, a palavra pessoas é um hiperônimo de refugiados, pois “pessoas” possui um significado mais amplo do que seu hipônimo “refugiados”.
2.5. Polissemia, Ambiguidade e Redundância 2.5.1. Polissemia Ocorre quando a mesma palavra possui significados diferentes que são explicados dentro de um contexto. Exemplo: A palavra mão: - O menino queimou a mão. (parte do corpo); - Dei duas demãos de tinta na parede. (camadas); - Ninguém deve abrir mão de seus direitos. (deixar de lado, desistir); - A decisão está em suas mãos. (responsabilidade, dependência). 2.5.2. Ambiguidade Ambiguidade está relacionada com duplo sentido. Exemplo: O cachorro do seu irmão avançou na minha amiga. (cachorro pode ser o animal (cão), ou uma qualidade (vagabundo, assanhado) para irmão. 2.5.3. Redundância Trata-se da repetição de ideias. Exemplo: Maria subiu lá em cima para ver o balão. José inventou novos brinquedos para o filho.
2.6. Denotação e Conotação A Língua Portuguesa é versátil e muito rica. As palavras possuem mais de um significado, que vão além do objetivo e literal. Essa variedade de significações ocorre de acordo com o contexto em que acontece e com o conhecimento dos indivíduos que utilizam a língua. Vejamos alguns exemplos de variação do significado de palavras:
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado); Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado).
A menina está com a cara toda pintada; Aquele cara parece suspeito.
As variações de significado das palavras resultam no que se chama de sentido denotativo (denotação) e de sentido conotativo (conotação). 2.6.1. Denotação Ocorre quando uma palavra é utilizada no sentido denotativo, ou seja, apresenta seu sentido original. A palavra está com seu sentido mais objetivo e comum, podendo ser associado ao seu significado presente nos dicionários, no sentido mais literal. A denotação serve para informar o receptor de uma mensagem de maneira clara e objetiva. É muito usada em textos de informação, como em revistas, jornais, manuais de instrução, textos científicos, bulas de medicamentos, etc. Exemplos de palavras com sentido denotativo:
O elefante é um mamífero; Já li esta página do livro; A empregada limpou a casa.
2.6.2. Conotação Ocorre quando uma palavra é utilizada no sentido conotativo, ou seja, apresenta significados diferentes que permitem várias interpretações que irão ser de acordo com o contexto em que está inserida. São sentidos e associações que superam o sentido original, passando a ter sentido simbólico e figurado. A principal finalidade da conotação é a de provocar sentimentos no receptor, pois possui muita expressividade. É muito utilizada na literatura e na linguagem poética, mas pode ser percebida, também, em conversas do cotidiano, anúncios de publicidade, letras de música, etc. Exemplos de palavras com sentido conotativo:
Você é o meu sol; Minha vida é um mar de tristezas; Você tem um coração de pedra; Recebi uma chuva de informações no trabalho.
2.7. Funções da Linguagem A linguagem é um dos maiores instrumentos de comunicação que existe. O ser humano, que vive em grupos, faz uso da linguagem para expressar pensamentos, sentimentos, vontades e atitudes. Resta-nos analisar sobre o que podemos comunicar e expressar através da linguagem e como ela funciona. Para isso, veremos que essa dinamicidade da linguagem pode ser explicada em seis funções e suas finalidades. Vejamos: 2.7.1. Função Referencial ou Denotativa
Tem como palavra-chave: referente. Faz a transmissão de uma mensagem objetiva sobre a realidade. Prioriza dados concretos, circunstâncias e fatos. Está presente em notícias de jornal, discursivos científicos, etc. Evidencia o referente: o tema ao qual a informação se refere. Exemplo: Dentro de uma caixa de papelão temos um caderno, uma caneta, um lápis e uma borracha. (Este texto nos informa o que há dentro da caixa de papelão, portanto, há a função referencial). 2.7.2. Função Expressiva ou Emotiva Tem como palavra-chave: emissor. Tem ligação com o estado de ânimo do emissor, ou seja, suas emoções e sentimentos. Um indicador importante da função emotiva é a presença de alguns sinais de pontuação (ponto de exclamação, reticências, por exemplo), além de interjeições. Exemplos: - Tenho um pouco de medo... - Ah, que coisa boa! - Eu te amo! - Como você é linda! 2.7.3. Função Apelativa ou Conativa Tem como palavra-chave: receptor. O objetivo da função apelativa ou conativa é influenciar o destinatário (receptor), para convencê-lo de alguma coisa ou lhe dar ordens. É comum o uso do nome da pessoa ou de pronomes pessoais como tu ou você e, também, de vocativos e verbos no imperativo. É muito utilizada em sermões, discursos, propagandas, etc. Exemplos: - Pedro, vem cá! - Pai, volta logo. - Não perca essa oportunidade! 2.7.4. Função Poética Tem como palavra-chave: mensagem. Evidencia a forma da mensagem. Preocupa-se mais na maneira de dizer (como) do que com o que será dito. O escritor busca a fuga das maneiras habituais de se expressar, prezando pela beleza do texto. Há também interesse em fugir da lógica, provocar humor, surpreender. Apesar de ser a função própria das obras literárias, essa função não é uma exclusividade dos poemas e da literatura como um todo, pois pode ser encontrada em anúncios publicitários e em expressões do cotidiano com valor metafórico. Exemplos: - “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado); - Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. (anúncio publicitário);
- Se eu não vejo a mulher que eu mais desejo nada que eu veja vale o que eu não vejo. (Daniel Borges). 2.7.5. Função Fática Tem como palavra-chave: canal. Sua finalidade é estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. A função fática é muito utilizada em situações nas quais o que mais importa não é o que se fala e nem como se fala, mas o que interessa é o contato entre emissor e receptor. Fática significa: relativa ao fato, ou seja, o que está acontecendo. Está bastante presente em discursos de cumprimentos, saudações, falas telefônicas, em expressões que confirmam se a pessoa está ouvindo ou sendo ouvida, dentre outros. Exemplos: - Olá, como vai? - Alô, consegue me ouvir? - Sim, claro! - Não é mesmo?
2.7.6. Função Metalinguística Tem como palavra-chave: código. Refere-se à metalinguagem, ou seja, quando o emissor explica um código utilizando o próprio código: a poesia falando de poesia, do poeta, de sua função; um texto que faz comentários de outro texto; gramáticas e dicionários são ótimos representantes de metalinguagem. Exemplo: - Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido completo. (usa-se uma frase para explicar a definição de frase).
Observe que em um mesmo texto podem ocorrer mais de uma função de linguagem e, para defini-lo, é preciso perceber qual é a função predominante.
2.8. Figuras de Linguagem Vale lembrar que existem dois tipos de linguagem: a normal (sem sentimentos ou emoções, não passa beleza para a comunicação) e a linguagem figurada (transmite beleza, emoção e enriquece a comunicação). Neste tópico, iremos nos
aprofundar na linguagem figurada, que possui uma séria de recursos para nos permitir a fuga da expressão comum. As figuras de linguagem são, portanto, todo o desvio das normas gerais com relação à linguagem. Vejamos cada um delas a seguir. 2.8.1. Figuras de Palavra São palavras usadas com sentido diferente do seu próprio, de modo figurado ou simbólico. São elas: 2.8.1.2. Metáfora As palavras são utilizadas fora de seu sentido normal, exige o uso de analogia (associações). A metáfora faz uma espécie de comparação implícita. Exemplos: - Seus olhos são luzes brilhantes; - As luzes brilhantes olhavam-me; - "Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa). 2.8.1.3. Catacrese Ocorre quando a metáfora se “cristaliza”, ou seja, torna-se uma expressão comum ou, ainda, pode-se dizer que é um emprego incorreto de palavras, que pode decorrer do esquecimento do seu sentido etimológico. Exemplos: - Boca de túnel; - Dente de pente; - Braço da Cadeira; - Pé da mesa; - asa da xícara; - batata da perna; - maçã do rosto; - coroa do abacaxi; - embarquei no avião; - enterrei uma agulha no dedo; - João coleciona ferraduras de prata (ferraduras são feita de prata); - Espalhamos o dinheiro pela casa (espalhar significa separar a palha).
2.8.1.4. Comparação É quando há o confronto de ideias através de um conectivo. Ao contrário da Metáfora, faz-se uma comparação explícita. Exemplos: - Essa mulher está brava como uma fera!; - Todos os professores têm coração mole como melão; - Aquele homem é mal como o demônio. - Minha amiga é bondosa como um anjo. 2.8.1.5. Metonímia Ocorre quando há substituição de um nome por outro em decorrência de terem sentidos próximos. Exemplos:
- Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (equivale a Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.); - Inventor pelo invento: Thomas Edison ilumina o mundo. (equivale a As lâmpadas iluminam o mundo.); - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não se esqueça da cruz. (= Não se esqueça da religião.); - Lugar pelo produto do lugar: Gosto de fumar um havana após o jantar. (= Gosto de fumar charuto.); - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (equivale a Sócrates tomou veneno.); - Causa pelo efeito: Vivo no campo e como do meu trabalho. (equivale a Moro no campo e como o alimento que produzo.); - Continente pelo conteúdo: Bebeu o copo todo. (equivale a Bebeu todo o líquido que estava no copo.); - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones estavam atrás dos cantores. (equivale a Os repórteres estavam atrás dos cantores.); - Parte pelo todo: Várias pernas passaram várias pessoas passaram por ali.);
por ali. (equivale a
- Gênero pela espécie: Os mortais sofrem as consequências da poluição. (equivale a Os homens sofrem as consequências da poluição.); - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas e lutar por seus direitos. (equivale a Não apenas uma mulher foi chamadas, mas sim todas as mulheres.); - Marca pelo produto: Preciso comprar um bombril. (equivale a preciso comprar uma palha de aço da marca Bombril.); - Espécie pelo indivíduo: O homem já pisou na Lua. (equivale a Alguns astronautas já pisaram na Lua.); - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança vai pender a seu favor. (equivale a A justiça ficará do seu lado.).
2.8.1.6. Sinédoque Consiste na troca de um nome por outro de extensão diferente. Exemplos: - Estamos sem teto para viver. (emprega-se a parte teto no lugar do todo casa); - Meu primo completa, hoje, 20 primaveras. (emprega-se a parte primaveras pelo todo anos); - A estação das rosas está se aproximando. (emprega-se a espécie rosas pelo gênero flores); - A juventude precisa se unir e lutar por melhorias no país. (emprega-se o abstrato juventude pelo concreto jovens); - O brasileiro é apaixonado por futebol. (emprega-se o singular brasileiro pelo plural brasileiros).
2.8.1.7. Silepse Ocorre quando há concordância com a ideia representada, mas não com a palavra escrita em si. É uma concordância psicológica, intuitiva. Existem três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.
2.8.1.7.1. Silepse de Gênero Ocorre quando termo. Exemplos:
a
concordância
é
feita
com
a
ideia passada
pelo
- A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. (o adjetivo bonita não concorda com o termo Porto Velho que,
gramaticalmente, pertence ao gênero masculino, mas a ideia está contida no termo a cidade de Porto Velho); - Vossa excelência está atrasado. (o adjetivo atrasado concorda com o sexo da pessoa que, nesse caso, é masculino e não com o termo Vossa excelência).
2.8.1.7.2. Silepse de Número Ocorre quando o verbo não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, e sim com a ideia que nele está presente. Exemplos: - A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade. - Como vai a turma? Estão bem? - O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Nos exemplos acima, os verbos andaram, estão e gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações, que estão no singular: procissão, turma e povo. Concordam com a ideia de pluralidade que está presente neles. Procissão, turma e povo passam a ideia de muitas pessoas, justificando os verbos estarem no plural.
2.8.1.7.3. Silepse de Pessoa Ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo não concorda com o sujeito da oração e sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos: - O que não compreendo é como os brasileiros persistimos em aceitar essa situação; - "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis). Os verbos persistimos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos brasileiro e cariocas, que estão na terceira pessoa, e sim com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros e nós os cariocas).
2.8.1.8. Elipse Consiste na omissão de um ou mais termos de uma oração, que são de fácil identificação. Exemplos: - Não fiz nada durante a manhã. (está subentendido o pronome eu);
- Para onde vamos? (está subentendido o pronome nós); - Peço-lhe volte agora para casa! (estão subentendidos o pronome eu e o conectivo que).
2.8.1.9. Zeugma É, também, uma forma de Elipse. É quando ocorre a omissão de um termo já mencionado no texto. Exemplos: - Ela gosta de Matemática; eu, de História; - No escritório do meu pai só há móveis antigos; no meu, só móveis modernos; - Ana gosta de basquete; eu, de futebol.
2.8.1.10. Pleonasmo Consiste no emprego desnecessário de palavras, para realçar uma ideia. Exemplos: - A mim ninguém me engana; - Vi com meus próprios olhos; - Toquei-a com minhas próprias mãos. Pode-se aceitar o uso de pleonasmo apenas se for com a intenção de dar ênfase ou expressividade à ideia, pois, do contrário, é considerado um vício de linguagem, como por exemplo: sair para fora, entrar para dentro, etc., que denotam redundância.
2.8.1.11. Anacoluto É a alteração da ordem normal dos termos da oração. Muitas vezes, deixa o sujeito sem predicado. Exemplos: - O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem; - A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco).
Vale lembrar que o Anacoluto só deve ser utilizado para dar expressividade à oração, mas recomenda-se evita-lo.
2.8.1.12. Anástrofe Consiste na inversão dos termos de uma oração. Exemplos: - Uma bola pediu-me o menino. Ordem direta: “o menino pediu-me uma bola”; - Do faminto avarento o mundo ri, pois nada do que ajunta é para si (provérbio). Ordem direta: “O mundo ri do faminto avarento...”.
2.8.1.13. Hipérbato É a inversão da ordem direta dos termos da oração. Exemplos: - Tínhamos já terminado a limpeza da casa. Ordem direta: Já tínhamos terminado a limpeza da casa; - Minha mãe pedia sempre que tomássemos cuidado na rua. Ordem direta: Minha mãe sempre pedia que tomássemos cuidado na rua.
2.8.1.14. Tmese Também chamada de Mesóclise, consiste na intercalação do pronome oblíquo no meio do verbo. Exemplos: - Amá-la-á; Beija-lo-ia; Queixar-me-ei; Entregar-lhe-íamos. 2.8.1.15. Sínquise Consiste em um Hipérbato exagerado, ou seja, quando ocorre excesso na alteração dos termos de uma oração. Exemplos: - Um pedido preciso fazer ao professor muito importante. Ordem direta: Preciso fazer um pedido muito importante ao professor; - Um gato tinha Joana peludo e fofo. Ordem direta: Joana tinha um gato peludo e fofo. 2.8.2. Figuras de Pensamento Possuem relação com a intencionalidade da expressão das ideias. São elas:
2.8.2.1. Hipérbole Consiste no exagero de uma expressão de ideia. Exemplos: - Já te falei isso mil vezes! - Ontem, quase morri de tanto trabalhar; - Clara chorou um rio de lágrimas por ele; - Carlos explodiu de tanto rir.
2.8.2.2. Ironia Ocorre quando se sugere o contrário do que de fato as palavras ou frases expressam. Exemplos: - Ela é uma pessoa maravilhosa! (com intuito de dizer, na verdade, que se trata de uma pessoa muito má); - A administração do prefeito foi excelente! (com intuito de dizer, na verdade, que o prefeito foi muito ruim, como por exemplo, ao verificar buracos na rua). 2.8.2.3. Eufemismo Quando se emprega palavras ou expressões gentis ou agradáveis para evitar a grosseria. Exemplos: - Faltar à verdade (para não dizer mentir); - Tumor maligno (para não dizer câncer); - Passou dessa para uma melhor (para dizer que a pessoa morreu); - Alienação mental (para não dizer loucura).
2.8.2.4. Prosopopeia Também chamada de Personificação, pois é o ato de personificar seres inanimados. Exemplos: - O mar castiga a praia; - Quando a Lua não aparece, as estrelas choram; - O lobo disse aos porquinhos: vou assoprar até a casa cair.
2.8.2.5. Lítotes Consiste na afirmação através da negação. Exemplos: - Ele não é nada tolo (com sentido de que é esperto); - Ana não é nada educada (com sentido de ser mal-educada).
2.8.2.6. Antítese Também pode ser chamada de Contraste. Ocorre quando se empregam palavras ou expressões que se contrastam (possuem sentidos opostos) e, normalmente, na mesma oração. Exemplos: - Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz; - Cada um leva consigo uma alma de covarde e uma alma de herói.
2.8.3. Vícios de Linguagem Chamam-se de vícios de linguagem toda a fuga das normas gramaticais. Vejamos abaixo os principais:
2.8.3.1.Barbarismo Consiste no emprego de estrangeirismos e em todos os erros de fonética, morfologia e semântica. Na Língua Portuguesa, os principais estrangeirismos são os galicismos (palavras de origem francesa) e os anglicismos (palavras de origem inglesa), como por exemplo: - Menu (galicismo) para dizer cardápio; - drink (anglicismo) para dizer bebida; - pic-nic (anglicismo) para dizer piquenique; - redator em chefe (galicismo) para dizer redator-chefe. Alguns exemplos de barbarismos fonéticos, morfológicos e semânticos:
Fonéticos:
- gratuíto (no lugar de gratuito); - burrocracia (no lugar de burocracia);
- rúbrica (no lugar de rubrica); - subzídio (no lugar de subsídio); - subzistir (no lugar de subsistir), etc.
Morfológicos:
- xuxu ( para “chuchu”); - cabelereiro (para “cabeleireiro”); - tinha intervido (para “tinha intervindo”); - cidadões (para “cidadãos”); - alemãos (para “alemães”); - uma guaraná (para “um guaraná”), etc.
Semânticos:
- retificar (corrigir) para ratificar (confirmar, corroborar); - desapercebido (desprevenido) para despercebido (não percebido); - falaz (enganoso) para falador, tagarela, etc.
2.9. Versificação Consiste na arte de fazer versos. O uso de recursos usados para estruturar um poema chama-se versificação.
2.9.1. O verso Chama-se de verso cada linha de um poema, com um número determinado de sílabas e sonoridade harmoniosa entre as sílabas átonas e tônicas. Exemplo: “Quem é esse viajante Quem é esse menestrel Que espalha esperança E transforma sal em mel?” (Milton Nascimento e Fernando Brant).
Os versos podem ser classificados em tradicionais ou livres:
Tradicionais: possuem o mesmo número de sílabas e o espaço entre as sílabas tônicas ocorre no mesmo ritmo; Livres: os versos não possuem o mesmo número de sílabas; ou quando as pausas entre as sílabas tônicas são irregulares. Vejamos um exemplo:
Ilusões Quem passou pela vida em branca nuvem, E em plácido repouso adormeceu; Quem não sentiu o frio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu; Foi espectro de homem, não foi homem, Só passou pela vida, não viveu. (Francisco Otaviano)
Os seis versos de Francisco Otaviano são tradicionais, pois possuem o mesmo número de sílabas e as pausas que dão ritmo a eles são regulares. Vejamos, agora, um exemplo de versos livres que, portanto, não possuem essas características:
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. (Carlos Drumonnd de Andrade)
2.9.2. Elementos do verso Os elementos do verso são: metro, ritmo e rima. Os mais importantes são o metro e o ritmo.
2.9.2.1. O metro – sílabas métricas Chama-se de metro a extensão da linha de um poema: é o número de sílabas do verso. Na Língua Portuguesa, admite-se versos de uma a doze sílabas poéticas, são eles: monossílabos, dissílabos, trissílabos, tetrassílabos, pentassílabos, hexassílabos, heptassílabos, octossílabos, eneassílabos, decassílabos, hendecassílabos e dodecassílabos. É importante lembrar que os poetas modernos já compuseram versos com mais de doze sílabas, que são chamados de versos bárbaros.
Paralelamente a essas denominações, alguns versos podem receber nomes especiais, como:
- redondilha menor: versos de cinco sílabas ou pentassílabos; - redondilha maior: versos de sete sílabas ou heptassílabos; - heróico: versos de dez sílabas ou decassílabos; - alexandrino: verso de doze sílabas ou dodecassílabos. Chamam-se de métricas as sílabas de apenas um verso.
Sílabas Métricas: também chamadas de poéticas, são as sílabas dos versos e possuem a contagem de forma diferente das sílabas gramaticais. Para o processo de divisão do verso em sílabas métricas dá-se o nome de escansão.
Escandir um verso é dividi-lo em sílabas métricas. Veja a escansão dos versos a seguir:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 “Al / ma/ mi / nha/ gen / til,/ que / te/ par / tis/ (te)” esta sílaba não é contada ( Camões) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 “A / mor,/ que o/ ges/to hu / ma / no / na al / ma es/cre/ (ve) não conta ( Camões)
Nesse caso, a contagem das sílabas métricas é feita auditivamente e obedece aos seguintes preceitos:
- Não são contadas as sílabas métricas que se apresentam após a última sílaba tônica do verso, como no exemplo acima. - Os ditongos crescentes, em geral, têm o valor de uma só sílaba métrica:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 “- Co/mo/ fi/zes/te,/ por-/se a/ tal/ fe / ri / (da?) não conta a última cia = uma sílaba métrica (ditongação) 3. Duas ou mais vogais átonas, ou tônicas, podem fundir-se em uma só sílaba métrica, quando se encontram no fim de uma palavra e início de outra: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 “A / mor,/ que o/ ges/to hu/ma/no/ na al/ma es/cre/ (ve)”à (não conta) ( Camões) Perceba a diferença entre a sílaba gramatical e a métrica ou poética: neste verso temos 15 sílabas gramaticais, mas só 10 sílabas poéticas. Veja acima. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 “A /mor,/ que /o /ges /to / hu / ma / no / na/ al /ma / es / crê / ve”
2.9.2.2. O ritmo Consiste na música do verso, ou seja, para que um verso tenha ritmo, são usadas sílabas fortes e sílabas fracas (átonas e tônicas), com intervalor regulares. Quando ocorre uma rigorosa sequência dessas sílabas, o verso passa a ter música, beleza e harmonia. É o ritmo que determina a melodia fundamental e indispensável na estrutura de um verso ou poema e, portanto, é necessário que se repitam as sílabas tônicas, com pausas regulares entre elas, o que dá, ao verso, uma cadência mais musical e melodiosa. Dessa forma, de acordo com a métrica do verso, a sílaba tônica recai em determinadas sílabas poéticas, considerando-se os seguintes preceitos básicos: - Nos versos de uma a sete sílabas, a tônica recai sobre a última. Em versos com três sílabas, por exemplo, deve haver acento tônico na terceira sílaba; em versos com seis sílabas, deverá haver acento tônico, obrigatoriamente, na sexta sílaba. Vejamos os exemplos: Verso de uma sílaba: monossílabos “Pingo d’água, pinga, bate tua mágoa!” (Cassiano Ricardo)
Os versos de duas sílabas, os dissílabos, normalmente, são empregados ao lado de outros, para que obtenham maior valor expressivo. Observe:
“Antiga cantiga da amiga deixada. Musgo de piscina De uma água tão fina, (versos de 5 sílabas) Sobre a qual se inclina a 5ª é sempre acentuada. A lua exilada. Antiga Cantiga Da amiga Chamada.” (Cecília Meireles)
Versos de três sílabas, os trissílabos: São raríssimos na poesia brasileira e usados isoladamente. Quando ocorrem, costumam ser mais encontrados também em estrofes compostas, como os versos monossílabos e os dissílabos. Como no exemplo: “Agora sim Café com pão (versos de 4 sílabas) Agora sim a 4ª é sempre tônica Voa, fumaça Corre, cerca Ai se foguista Bota fogo Na fornalha que eu preciso Muita força Muita força Muita força” Muita força” (Manuel Bandeira)
Segue abaixo um dos mais conhecidos exemplos de versos trissílabos da Língua Portuguesa, no poema de Gonçalves Dias: “Vem a aurora pressurosa cor-de-rosa que se cora de carmim; a seus raios as estrelas que eram belas têm desmaios já por fim.”
(Gonçalves Dias) Versos de quatro sílabas, os chamados tetrassílabos: “Noites perdidas, não te lamento: embarco a vida no pensamento, busco a alvorada do sonho isento, puro e sem nada, - rosa encarnada, intacta ao vento.” (Cecília Meireles)
Versos de cinco sílabas, os pentassílabos ou, também chamados de redondilha menor, são muito frequentes nos poemas da Literatura de Língua Portuguesa. Proporcionam ritmo e leveza ao texto. Veja o exemplo: “Enfunando os papos, saem da penumbra, aos pulos os sapos, a luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - ‘Meu pai foi à guerra!’ - ‘não foi!’ – ‘Foi!’ – ‘Não foi!’ (Manuel Bandeira)
Versos de seis sílabas, os chamados hexassílabos: “O menino ambicioso não de poder ou glória mas de soltar a coisa oculta no seu peito escreve no caderno e vagamente conta à maneira de sonho sem sentido sem forma aquilo que não sabe." (Carlos Drummond de Andrade)
Versos de sete sílabas, os heptassílabos ou também chamados de redondilha maior,
são muito usados na literatura em Língua Portuguesa. São utilizados pelos poetas desde a Idade Média até a atualidade. Exemplo: “Belo belo minha bela tenho tudo que não quero não tenho nada que quero Não quero óculos nem tosse Nem obrigação de voto.” (Manuel Bandeira) A redondilha maior é também a medida preferida dos compositores de música popular brasileira. Observe: “Estava à-toa na vida o meu amor me chamou pra ver a banda passar cantando coisas de amor.” (Chico Buarque) “Caminhando contra o vento sem lenço e sem documento no sol de quase dezembro eu vou.” (Caetano Veloso)
Entre os poetas portugueses, a redondilha maior também é bastante usada: “Outros haverão de ter O que houvemos de perder. Outros poderão achar O que no nosso encontrar, Foi achado ou não achado Segundo o destino dado. (Fernando Pessoa)
- Nos versos de oito a dez sílabas, além do acento tônico na última sílaba poética, deve haver outro que recaia no meio do verso, mas se não houver sílaba tônica no meio, deverá haver duas outras que se distribuam da seguinte maneira: Verso de 8 sílabas: tônica na 8ª e na 4ª; ou tônica na 8ª e na 5ª; Verso de 9 sílabas: tônica na 9ª e na 4ª; ou tônica na 9ª, na 3ª e 6ª; Verso de dez sílabas: tônica na 10ª e na 6ª; ou tônica na 10ª, 4ª e 8. Observe exemplos desses tipos de versos:
Versos de oito sílabas, os octossílabos: “Ó solidão do boi no campo, ó solidão do homem na rua! Entre carros, trens, telefones, Entre gritos, o ermo profundo.” (Carlos Drumond de Andrade) “O samba, a viola, a roseira um dia a fogueira queimou foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou. (Chico Buarque) Versos de nove sílabas, os eneassílabos: “Ó guerreiro da Taba sagrada, Ó guerreiro da tribo Tupi, Falam Deuses nos cantos da Piaga, Ó guerreiros meus cantos ouvi.” (Gonçalves Dias) “Na tênue casca de verde arbusto Gravei teu nome, depois parti. Foram-se os anos, foram-se os meses, Foram-se os dias, acho-me aqui. (Fagundes Varela)
Versos de dez sílabas, os decassílabos: Esse versos possuem muito ritmo e são encontrados principalmente em poemas épicos e no soneto. Exemplo: “Dorme, ruazinha...É tudo escuro... E os meus passos, quem é que pode ouvi-los? Dorme o teu sono, sossegado e puro, Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos...” (Mário Quintana)
Nos versos de onze e doze sílabas, deve existir, além do acento tônico na última sílaba, outros assim distribuídos: - Versos de onze sílabas: tônica na 11ª e na 5ª;
- Versos de doze sílabas: tônica na 12ª e na 6ª;
Veja alguns exemplos desses versos:
Versos de onze sílabas, os hendecassílabos: “Meus olhos são garços, são cor de safiras - Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; Imitam as nuvens de um céu anilado, As cores imitam das vagas do mar!” (Gonçalves Dias) Versos de doze sílabas, os dodecassílabos ou alexandrinos: É, quando ela passar, tudo o que eu não sentia da vida há de acordar no coração, que vela... E ela irá como o sol, e eu iremos atrás dela Como sombra feliz... – Tudo isso eu me dizia.” (Guilherme de Almeida) Versos bárbaros São os versos que possuem mais de doze sílabas, além de serem muito raros. Observe: “Às vezes, quando à tarde, nas tardes brasileiras, A cisma e a sombra descem das altas cordilheiras; Quando a viola acorda na choça o sertanejo E a linda lavadeira cantando deixa o brejo, E a noite- a freira santa - no órgão das florestas Um salmo preludia nos troncos, nas giestas.” (Castro Alves)
2.9.2.3. A rima Rima é a semelhança de sons entre as palavras que se encontram no fim ou no meio de versos diferentes. Veja os exemplos: “Cambiando a luz em mil cores, Deus – de infinitas facetas – Concebeu os Beija-flores, As Rosas e as Borboletas.” (Maria Madalena Ferreira)
“Donzela bela, que me inspira à lira um canto santo de fremente amor.” (Castro Alves)
Existem, também, os versos sem verso brancos ou soltos, como no exemplo:
rima,
que
são
chamados
de
“Nua, de pé, solto o cabelo às costas, Sorri. Na alcova perfumada e quente, Pela janela, como um rio enorme De áureas ondas tranquilas e impalpáveis Profusamente a luz do meio dia Entra e se espalha palpitante e viva.” (Olavo Bilac)
Quanto à qualidade, as rimas ser classificadas em:
- Pobres: rimas formadas com palavras da mesma classe gramatical: “Não acabava, quando uma figura” (substantivo) Se nos mostra no ar, robusta e válida, ( adjetivo) De disforme e grandíssima estatura; ( substantivo) O rosto carregado, a barba esquálida. (adjetivo) - Ricas: Rimas formadas com palavras de classes gramatical diferente: “Alma minha gentil que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no céu eternamente, e viva eu cá na terra sempre triste. (Luís Vaz de Camões) - Raras: formadas entre palavras para as quais há poucas rimas possíveis: “Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo?... Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque – Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo, Mas mais belo é não abrir, para que a Hora não peque...” (Fernando Pessoa) - Preciosas: são rimas obtidas de forma artificial, construídas com palavras combinadas: “Brilha uma voz na noute... De dentro de Fora ouvi... Ó Universo, eu sou-te Oh, o horror da alegria Deste pavor, do archote
De apagar, que me guia!” (Fernando Pessoa)
Quanto à disposição, as rimas podem ser classificadas em:
- Encadeadas: rima de fim de verso com o interior do verso seguinte: “Quando a alta noite n’amplidão flutua Pálida a lua com fatal palor, Não sabes, virgem, que eu por ti suspiro E que deliro a suspirar de amor” (Castro Alves)
- Cruzadas ou alternadas: apresenta-se em versos alternadas: Minha terra sem palmeiras Nos longes de mim se faz E morre pelas ladeiras E desvãos o nunca mais. (José Inaldo Alonso)
- Intercaladas, interpoladas ou opostas: rimam os versos extremos de uma estrofe: “Disse um dia Jeová “Vai Colombo, abre a cortina Da minha eterna oficina... Tira a América de lá!” (Castro Alves) - Emparelhadas: sucedem-se duas a duas: “- Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura. - Roque, eu mesmo não sei se esse meu mal tem cura. - Sei rezas com que venço a qualquer mau olhado, - Breves para deixar o corpo fechado.” (Menotti del Pcchia)
2.9.2.4. Estrofe ou Estância – o Estribilho O conjunto de versos é chamado de estrofe ou estância. Para a estrofe de um verso, dá-se o nome de monóstico, para a de dois versos, damos o nome de dístico; para a de três versos, terceto; para a de quatro, quadra ou quarteto; para a de cinco,
quintilha; de seis, sextilha; de sete, setilha (muito rara); de oito, oitava, de nove (também rara), não possui uma nome próprio e a de dez versos, chama-se décima. Estrofes que contêm mais de dez versos são muito raras. E, por fim, quando ocorre a repetição do mesmo verso no fim das estrofes, chama-se de estribilho ou de refrão. Segue abaixo um exemplo de verso dístico: Poema do beco Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? - O que eu vejo é o beco. (Manoel Bandeira )
Exemplo de refrão:
Roda Viva Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu. A gente quer ter voz ativa no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá. Roda mundo, roda-gigante rodamoinho, roda pião, o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração.
(refrão)
A gente vai contra a corrente até não poder resistir, na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira pra lá. A roda da saia, a mulata não quer mais rodar, não senhor, não posso fazer serenata a roda de samba acabou. a gente toma a iniciativa viola na rua a cantar,
mas eis que chega a roda viva e carrega a viola pra lá. ( Chico Buarque)
As estrofes podem ser simples ou compostas. - As estrofes simples são as que possuem versos de uma só medida. Note o exemplo a seguir, no qual todos os versos são heptassílabos: Observe: Canção do amor perfeito O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre comoasareiasnas águas O tempo seca a saudade seca as lembranças e as lágrimas. Deixa algum retrato, apenas, vagando seco e vazio como estas conchas das praias. (Cecília Meireles)
- As estrofes compostas são as que associam versos maiores com menores. As combinações mais encontradas na Língua Portuguesa são:
Versos decassílabos com hexassílabos; Versos decassílabos tetrassílabos;
com
octossílabos,
hexassílabos
ou
Versos heptassílabos com trissílabos ou dissílabos.
Observe um exemplo do primeiro tipo de combinação: “Debruçada nas águas dum regato ............(decassílabo) A flor dizia em vão ...................................(hexassílabo) À corrente, onde bela se mirava.................(decassílabo) ‘Ai, não me deixes, não!”...........................(hexassílabo)
2.9.2.5. Poemas de Forma Fixa Existem poemas de forma fixa, ou seja, obedecem a regras de número de estrofes e de versos e quanto à disposição das rimas. São eles:
- Balada: composto por três oitavas ou três décimas, que possuem as mesmas rimas, seguidas de uma quadra ou quintilha; - Haicai: poema de origem japonesa, composto por três versos, sendo o primeiro e o último pentassílabos e o segundo, heptassílabo. Originalmente, não possui rima; no Brasil, Guilherme de Almeida adaptou-o com dois pares de rimas. Rimam o 1º com o 3º verso e a 2ª com a 7ª sílaba do segundo verso; - Rondó: formado por três estrofes: uma quintilha, um terceto e outra quintilha, com estribilho constante; - Sextina: composição de seis sextilhas e um terceto apresenta versos decassílabos; - Vilancete: composto por um terceto e duas oitavas; - Soneto: poema composto de catorze versos, sendo dois quartetos e dois tercetos, que apresenta, geralmente, versos decassílabos ou alexandrinos. Dentre todas essas formas, o soneto vem sendo o mais cultivado na literatura portuguesa e brasileira.
2.9.2.6. Licenças poéticas Os poetas podem fazer uso de vários processos fonéticos para que o metro seja perfeito. Os principais são os que seguem abaixo: - crase: consiste na fusão de duas vogais numa só: mi/nha al/ma (mi-nhal-ma); - elisão ou sinalefa: consiste na quebra de uma vogal átona final de uma palavra, quando a seguinte começa por vogal. Exemplo: can/ta um (can-tum); - ditongação: consiste na fusão de uma vogal átona final com a seguinte, formando ditongo. Exemplos: gran/de a/mor (gran/dia/mor); cam/po al/ca/ti/fa/do ( cam-pualca-ti-fa-do); - sinérise: é a transformação de um hiato em ditongo. Exemplos: cru/el/da/de (cruel-da-de); vi/o/le/ta (vio-le-ta); - deérise: é a transformação de um ditongo em hiato. Exemplos: sau/da/de (sa-u-dade); vai/da/de (va-i-da-de); - ectilipse: consiste na queda de um fonema nasal final para que haja crase ou ditongação. Exemplos: com o = (co); com os = (cós); com a = (coa); com as = (côas); - aférese: é a queda de fonemas ou sílabas (em vez de ainda), ‘stamos (em vez de estamos);
iniciais.
Exemplos: inda
- síncope: é a queda de um fonema no meio da palavra. Exemplos: esp’rança (por esperança); dev’ria ( por deveria); per’la ( por pérola);
- apócope: é a queda de fonema no fim da palavra. Exemplos: mármor (em vez de mármore); cárcer (por cárcere); val (por vale); - prótese: consiste no acréscimo de fonema no Exemplos: alevanta (por levantar);amostra (por mostra);
início
da
palavra.
- paragoge ou epítese: é o acréscimo de fonema no final da palavra. Exemplos: mártire (por mártir); cantare ( por cantar); - diástole: é a deslocação do acento para a sílaba seguinte. Exemplos: Cleopatra (em vez de Cleópatra); - sístole: é o inverso da diástole: ocorre a deslocação do acento para a sílaba anterior. Exemplos: Dário (por Dario); calmária (por calmaria); A sístole e a diástole recebem o nome genérico de hiperbibasmo; - metátese: quando ocorre a transposição de um fonema na própria palavra. Exemplos: vairo (por vário); rosairo (por rosário); é um recurso fonético muito pouco utilizado pelos poetas, que só o usam quando desejam satisfazer as exigências de rima. Todos esses recursos são usados pelos poetas, no verso tradicional, para que o metro seja perfeito. Convém observar que, no verso tradicional, a métrica é fixa: os versos de um poema terão cada um deles, de uma a dose sílabas poéticas. No verso moderno, a métrica é livre, isto é, cada verso pode ter o número de sílabas poéticas que o autor desejar. Em função disso, o ritmo também é estabelecido livremente, de acordo com a vontade do autor.
3. CONTEÚDO GRAMATICAL
3.1. Fonemas, Encontros Vocálicos e Consonantais 3.1.2. Fonemas
Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma diferença de significado entre as palavras. Note, a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de palavras: amor – ator morro – corro vento – cento Cada segmento sonoro faz referência a um dado da Língua Portuguesa que está em sua memória, ou seja, a imagem acústica que o falante de Português guarda de cada um
deles. É esse referencial de padrão sonoro que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos linguísticos (palavras). Geralmente, aparecem representados entre barras. Dessa forma: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. 3.1.2.1. Fonema e Letra Não se deve confundir fonema com letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados letras, ou seja, letra é a representação gráfica do fonema. Por exemplo, na palavra sapo a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê). Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x, como em: zebra, casamento e exílio. Há casos em que a mesma letra pode representar mais de um fonema. Por exemplo, a letra x, que pode representar: - o fonema sê: texto; - o fonema zê: exibir; - o fonema chê: enxame; - o grupo de sons ks: táxi. O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas. Exemplos: Tóxico Fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ Galho Fonemas: /g/a/lh/o/
Letras: t ó x i c o
Letras: g a l h o
As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Conforme os exemplos abaixo: Compra; conta. (Nesses casos, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem). Observe ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n. A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. Exemplos: Hoje Fonemas: ho / j/ e /
Letras: h o j e
3.1.2.2. Classificação dos Fonemas Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: - Vogais: são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Na Língua Portuguesa desempenham o papel de núcleo das sílabas; significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal. Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: Orais: quando o ar sai apenas pela boca: Exemplos: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: Exemplos: /ã/: fã, canto, tampa; / /: dente, tempero; / /: lindo, mim; /õ/ bonde, tombo; / / nunca, algum. Átonas: pronunciadas com menor intensidade. Exemplos: até, bola, etc. Tônicas: pronunciadas com maior intensidade. Exemplos: até, bola Quanto ao timbre, as vogais podem ser: - Abertas. Exemplos: pé, lata, pó, etc. - Fechadas. Exemplos:
mês, luta, amor, etc. - Reduzidas (aparecem quase sempre no final das palavras). Exemplos: dedo, ave, gente, etc. Quanto à zona de articulação: - Anteriores ou Palatais (a língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca). Exemplos: é, ê, i - Posteriores ou Velares (a língua eleva-se em direção ao palato mole – véu palatino). Exemplos: ó, ô, u - Médias (a língua fica baixa, quase em repouso). Exemplo: a. - Semivogais: Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais, mas se apoiam em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semivogais. A diferença principal entre vogais e semivogais está no fato de que as semivogais não desempenham o papel de núcleo silábico. Exemplo: A palavra papai: é formada de duas sílabas: pa-pai Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Note outros exemplos: saudade, história, série. Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por" e", "o" ou "m". Conforme os exemplos abaixo: pães / pãis
mão / mãu/
cem /c i/
- Consoantes: Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal e faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
3.1.3. Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É necessário reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. - Ditongo: Consiste no encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Os tipos de ditongo são: Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. Exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal). Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. Exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal). Oral: quando o ar sai apenas pela boca. Exemplos: pai, série. Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Exemplo: mãe - Tritongo: Consiste na sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal. Exemplos: Paraguai - Tritongo oral; Quão - Tritongo nasal.
- Hiato: É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-da); poesia (po-e-si-a). É bom saber: - Na terminação -em nas palavras como: ninguém, também, porém e na terminação am em palavras como amaram, falaram, ocorrem ditongos nasais decrescentes. - Tradicionalmente, considera-se hiato o encontro entre uma semivogal e uma vogal ou entre uma vogal e uma semivogal que pertencem a sílabas diferentes, como nos exemplos: ge-lei-a; io-iô.
3.1.4. Encontros Consonantais Ocorrem quando há o agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária. Há dois tipos de encontros consonantais, que são: - resultantes do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se, etc. - resultantes do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes, como em: por-ta, rit-mo, lis-ta, etc. Existem, também, grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos e, por esse motivo, são inseparáveis, como em: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go, etc. - Dígrafos: Geralmente, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra. Exemplo: lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras. Porém, existem fonemas que são representados, na escrita, por duas letras. Exemplo: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras (para representar o fonema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h). O dígrafo ocorre, portanto, quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Na Língua Portuguesa, há uma quantidade razoável de dígrafos que se deve conhecer. Podem ser agrupados em dois tipos: consonantais e vocálicos. Dígrafos Consonantais: LETRA
FONEMA
EXEMPLOS
Lh
lhe
telhado
Nh
nhe
marinheiro
Ch
xe
chave
Rr
re (no interior da palavra)
carro
Ss
se (no interior da palavra)
passo
Qu
que (seguido de e e i)
queijo, quiabo
Gu
gue (seguido de e e i)
guerra, guia
Sc
se
crescer
Sç
se
desço
Xc
se
exceção
Dígrafos Vocálicos: são a representação das vogais nasais: FONEMA Ã
Õ
LETRA
EXEMPLOS
Am
tampa
Na
canto
Em
templo
Em
lenda
Im
limpo
in
lindo
om
tombo
on
tonto
um
chumbo
un
corcunda
Observe que: "Gu" e "qu" são dígrafos apenas quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fonemas /g/ e /k/, como em: guitarra e aquilo. Nesses casos, a letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Porém, em algumas palavras, o "u" representa um fonema semivogal ou vogal, como em: aguentar, linguiça, aquífero, etc. Nesse caso, "gu" e"qu" não são dígrafos. Não há dígrafos, ainda, quando são seguidos de "a" ou "o", como em: quase e averiguo.
3.2. Sílabas Observe: A – MOR A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. Para cada grupo pronunciado numa só emissão de voz chamamos de sílaba. Na Língua Porutuguesa o núcleo da sílaba sempre é uma vogal. Portanto, não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba. Para saber o número de sílabas de uma palavra, deve-se observar quantas vogais tem essa palavra. - Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas: Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: mãe, flor, lá, meu, etc. Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos:
ca-fé, i-ra, a-í, trans-por, etc. Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir, etc. Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-logis-ta, etc.
- Divisão Silábica: Para se fazer a divisão silábica das palavras, é necessário observar as normas a seguir: Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou, etc. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa, etc. Não se pode separar os encontros consonantais que iniciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co, etc. Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de, etc. São separadas as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te, etc. São separados os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car, etc.
3.3. Tonicidade (acento tônico) Ao emitir uma palavra de duas ou mais sílabas, nota-se que existe uma sílaba de maior intensidade sonora do que as outras. Exemplos: - calor - a sílaba lor é a de maior intensidade;
- faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade; - sólido - a sílaba só é a de maior intensidade. 3.3.1. Classificação da Sílaba quanto à Intensidade Sílaba Tônica: é a sílaba com pronúncia de maior intensidade.
Sílaba Átona: é a sílaba com pronúncia de menor intensidade.
Subtônica: é a sílaba com intensidade intermediária. Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, correspondendo à tônica da palavra primitiva. Observe o exemplo: Palavra primitiva: be - bê Átona Tônica
Palavra derivada: be - be - zi - nho Átona Subtônica Tônica Átona
3.3.2. Classificação das Palavras quanto à Posição da Sílaba Tônica Conforme a posição da sílaba tônica, as palavras da Língua Portuguesa que contêm duas ou mais sílabas classificam-se em: Oxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a última. Exemplos: avó, urubu, parabéns, etc. Paroxítonos: são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: dócil, suavemente, banana, etc. Proparoxítonos: são as antepenúltima. Exemplos:
palavras
máximo, parábola, íntimo, etc.
LEMBRETE: - São palavras oxítonas:
cuja
sílaba
tônica
é
a
cateter, mister, Nobel, ruim, sutil, etc. - São palavras paroxítonas: avaro, aziago, boêmia, caracteres, circuito, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, intuito, maquinaria, meteorito, necropsia (alguns dicionários admitem também necrópsia), pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido(a), etc. - São palavras proparoxítonas: aerólito, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano, trânsfuga, etc. - As palavras a seguir, entre outras, admitem dupla tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania, projétil/projetil, réptil/reptil, zângão/zangão, etc.
Monossílabos: Leia em voz alta a frase: O sol já se pôs. Ela é formada apenas por monossílabos. Percebe-se que os monossílabos sol, já e pôs possuem pronúncia mais intensa que os demais. São tônicos (fortes) e possuem acento próprio. Por isso, não precisam apoiar-se nas palavras que os antecedem ou que os seguem. Porém, os monossílabos o e se são átonos (fracos), pois são pronunciados fracamente. Pelo fato de não terem acento próprio, apoiam-se nas palavras que os antecedem ou que os seguem.
- Critérios de Distinção: Na maioria das vezes, distinguir um monossílabo átono de um tônico pode ser difícil. Para isso, existem alguns critérios, que seguem abaixo: Modificação da pronúncia da vogal final Nos monossílabos átonos a vogal final se modifica ou pode modificar-se na pronúncia. Já com os tônicos, isso não ocorre. Exemplos: - Vou de bicicleta para o meu curso. (de = monossílabo átono é possível a pronúncia di ônibus); - Dê uma ajuda às pessoas que precisam. (dê = monossílabo tônico é impossível a pronúncia di um auxílio. Significado isolado do monossílabo O monossílabo átono não possui sentido quando isolado na frase. Exemplo:
- Minha mãe já vendeu a rifas, mas eu não. O monossílabo tônico, mesmo isolado, possui significado. Como no exemplo: - Existem pessoas muito más (o monossílabo más tem sentido de ruins). São monossílabos átonos: - artigos: o, a, os, as, um, uns; - pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe, nos, vos; - preposições: a, com, de, em, por, sem, sob; - pronome relativo: que; - conjunções: e, ou, que, se. São monossílabos tônicos: todos aqueles que possuem autonomia na frase. Exemplos: mim, há, seu, lar, etc. Vale lembrar que, conforme a autonomia fonética, um mesmo monossílabo pode ser átono numa frase, mas ser tônico em outra. Exemplos: - Que foi? (átono); - Você fez isso por quê? (tônico).
3.4. Acentuação Gráfica
3.4.1. Acento Prosódico e Acento Gráfico Todas os vocábulos de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o acento prosódico, ou seja, o acento presenta na fala. Exemplos: - es - per - te - za; - ca - pí - tu - lo; - tra - zer; - e - xis - ti - rá. Apenas duas das palavras acima recebem o acento, logo, pode-se concluir que o Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais sílabas. Enquanto o acento gráfico é caracterizado por marcar a sílaba tônica
de algumas palavras. É o acento da escrita. Na Língua Portuguesa, os acentos gráficos empregados são: Acento Agudo (´): - É utilizado sobre as letras a, i, u e sobre o e da sequência -em, e indica que essas letras representam as vogais das sílabas tônicas. Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém, etc. - Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com timbre aberto. Exemplos: pé, herói, etc.
Acento Grave (`): - Indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e pronomes. Exemplos: à, às, àquele, etc. Acento Circunflexo (^): - Indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre fechado. Pode aparecer sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante de m, n ou nh. Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo, etc.
Til (~): - Indica que as letras a e o representam vogais nasais. Exemplos: balão, põe, etc.
3.4.2. Regras de Acentuação Gráfica Oxítonas: As palavras que possuem a última sílaba tônica. Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
a(s)
Exemplos: sofá, sofás
e(s)
Exemplos: jacaré, vocês
o(s)
Exemplos: paletó, avós
em, ens
Exemplos: ninguém, armazéns
Paroxítonas: As palavras que possuem a penúltima sílaba tônica. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l
Exemplo: fácil
n
Exemplo: pólen
r
Exemplo: cadáver
ps
Exemplo: bíceps
x
Exemplo: tórax
us
Exemplo: vírus
i, is
Exemplos: júri, lápis
om, ons
Exemplo: íons
um, uns
Exemplos: álbum, álbuns
ã(s), ão(s)
Ex.: órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s)
Exemplos: jóquei, túneis
Observações importantes: - As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas, exemplo: hífen, mas as que terminam em "ens", não, como em: hifens e jovens; - Não se acentuam os prefixos terminados em "i "e "r". Exemplos: semi e super; - São acentuadas as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s),io(s). Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início, etc.
Proparoxítonas: As palavras que possuem a antepenúltima sílaba tônica. Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético, árvore, etc. Monossílabos: Os monossílabos, dependendo da intensidade com que são proferidos, podem ser tônicos ou átonos.
Monossílabos Tônicos: Possuem autonomia fonética e são proferidos fortemente na frase onde aparecem. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: - a(s): lá, cá; - e(s): pé, mês; - o(s): só, pó, nós, pôs. - Monossílabos Átonos: Não possuem autonomia fonética e são proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas da palavra a qual se apoiam. Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc. Observações importantes: - Os monossílabos átonos são palavras que não possuem sentido e estão representados por artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções); - Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras. Exemplos: Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono) - Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora. (átono) Vale a pena saber: Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das terminações contidas nas regras. Exemplos: beijar + a = beijá-la dar + as = dá-las
fez + o = fê-lo fazer + o = fazê-lo
Acento de Insistência: servem para denotar sentimentos fortes, como: emoção, raiva, medo, alegria, etc) ou para enfatizar alguma ideia. Isso torna-se mais evidente na fala. Exemplos: - Está muuuuito calor aqui! - Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.
Regras Especiais: Além das regras fundamentais que foram vistas acima, existem algumas regras que são referentes a detalhes sonoros dos vocábulos,
conforme será apresentado a seguir: - Ditongos Abertos: éi, éu e ói sempre que possuírem a pronúncia aberta nas palavras oxítonas (éi e não êi), serão acentuados. Exemplos: éi (s):anéis, fiéis, papéis; éu (s):troféu, céus; ói (s): herói, constrói, caubóis. Observação: de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua portuguesa, os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados. Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc. A palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói"). Hiatos: são acentuados o “i” e “u” tônicos ao formarem um hiato com a vogal anterior, quando estão sozinhos na sílaba ou apenas acompanhados de um “s”, desde que não estejam seguidos por “-nh”. Exemplos: sa - í – da
e - go - ís -mo
sa - ú - de
Portanto, não se acentuam os hiatos como nas palavras: ju – iz
ra - iz
ru - im
ca - ir
Motivo: -i ou -u não estão sozinhos e nem acompanhados de -s na sílaba.
Observação: é importante lembrar que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por outros motivos, conforme os exemplos abaixo: - po-é-ti-co: proparoxítona; - bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente; - ja-ó: oxítona terminada em "o".
3.5. Divisão Silábica Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única sílaba. Exemplos: chu-va; mo-lho; guer-ra; quei-jo; ni-nho, etc.
As letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separadas. Exemplos: car-ro; pás-sa-ro; nas-cer; nas-ço; ex-ce-to, etc. Ditongos e tritongos que pertencem a uma única sílaba. Exemplos: U-ru-guai; Pa-ra-guai; Col-mei-a (Vale lembrar que essa palavra perdeu o acento em virtude da nova reforma ortográfica da Língua Portuguesa), assim como he-roi-co. Os hiatos são separados em duas sílabas distintas. Vejamos alguns exemplos: di-a; ca-de-a-do; mú-tu-o, etc.
Os encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas devem ser separados, com exceção daqueles em que a segunda consoante é representada pelas letras “l” ou “r”. Exemplos: pra-to; blu-as; as-tú-cia; ad-mi-nis-trar; ob-tu-rar, etc. LEMBRETE: alguns grupos consonantais que iniciam palavras não se separam. Vejamos alguns casos representativos: pneu-má-ti-co; gnós-ti-co, etc.
3.6. Ortografia sf (gr orthographía) 1 Escrita correta. 2 Parte da Gramática que ensina a escrever corretamente. 3 Maneira de escrever as palavras. Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php Vejamos abaixo relevantes dicas ortográficas:
- O sufixo “-izar”: Ocorre o sufixo “-izar em vocábulos terminados em –ico, -ismo e –ista:
A terminologia representada por “-izar” não se restringe ao uso do “s”, nem ao “z”, como por exemplo:
Nesses casos, não há sufixo representado por “-isar”, mas apenas ocorre o acréscimo da terminação “ar”, pois integra o conjunto de palavras já são grafadas com a letra “s”. Vejamos alguns casos representativos:
- Escreve-se com “O” ou com “U”?: Grafam-se com “O” os seguintes vocábulos: boteco, botequim, mochila, nódoa, cortiço, moela, mosquito, mágoa, moleque, tossir, goela, engolir, polenta, toalete, zoar, etc.
Grafam-se com “U” aqueles representados por: amuleto, bueiro, camundongo, cinquenta, cutia, curtume, jabuti, jabuticaba, entupir, embutir, mandíbula, supetão, tábua, tabuleiro, urtiga, urticária, entre outras.
Observação: Essas vogais também estão relacionadas com questões de significado de palavras, conforme os exemplos abaixo: assoar – limpar o nariz / assuar – vaiar comprimento – extensão / cumprimento – saudação costear – navegar pela costa / custear – pagar os custos
- Plural de palavras terminadas com “Z”: Fulana engravidou duas vezes, por isso, falamos que ela teve duas gravidezes. Sim, gravidezes, haja vista que o plural dessa palavra segue as mesmas regras dos substantivos terminados em “z”, como, por exemplo:
giz = gizes; luz = luzes e assim por diante.
- Plural de palavras terminadas em “OL”: Existem inúmeras palavras que possuem a terminação em “-ol”, que, quando são pluralizadas, recebem terminações como estas: Farol – faróis; Lençol – lençóis.
Observações: O plural da palavra “gol” seguirá essas mesmas regras? Não, essa palavra, quando flexionada, define-se por “gols”, pois sua origem provém do Inglês: goal. Blitze/Blitzen ou Blitzes?: A palavra “blitz” é originada do alemão, mas quando aportuguesada, segue as mesmas regras das palavras terminadas em “z”. Portanto, o correto é: “blitzes”.
- Qual o plural correto da palavra Aluguel? Alugueres ou aluguéis? Em decorrência de “aluguer” representar a forma usada em Portugal, assim como em textos jurídicos, mesmo sendo uma forma arcaica, é importante lembrar que são corretas as duas expressões.
- Você é um expectador ou espectador? Quando alguém mantém expectativas acerca de algo, possui o papel de expectador. Ao assumir o papel de espectador, significa que a pessoa está assistindo a um filme, a uma palestra, a um programa televisivo, etc.
- Hambúrgueres ou Hanburgers? A palavra está presente em nosso idioma, já aportuguesada e, portanto, flexionase no plural: “hambúrgueres”.
- Escreve-se com “J” ou “G”? A diferenciação quanto ao emprego dessas letras (grafemas), é fundamentada na historiografia das palavras. Por isso, a raiz etimológica da palavra jeito, segundo o dicionário Michaellis, é oriunda do latim jactu, e significa arranjo, conveniência, destreza, finura, habilidade, entre outros. Logo, a palavra jeito deve ser grafada com j e não g. Essa regra é aplicada para outros vocábulos, tais como: Cerejeira; ajeitar; jeitoso; rejeitar; sujeito; trejeito; queijeiro; jeitoso; desajeitado.
Todas as palavras acima obedecem também à seguinte regra: antes do ditongo -ei, deve-se empregar a consoante j. Porém, podem haver algumas exceções, como os vocábulos: estrangeiro, ligeiro e passageiro, cuja escrita com g refere-se a questões etimológicas. LEMBRETE: Escreve-se com G e não com J: as palavras de origem grega ou árabe. Exemplos: tigela, girafa, gesso; as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções como pajem). Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge; as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio. Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio; os verbos terminados em ger e gir. Exemplos: eleger, mugir; depois da letra "r" (com poucas exceções). Exemplos: emergir, surgir. Emprega-se a letra g:
- nas terminações: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Exemplos: prestígio, refúgio, etc. - nas terminações: -agem, -igem, -ugem. Exemplos: garagem, ferrugem, etc.
Emprega-se a letra j: - em palavras de origem indígena e africana. Exemplos: pajé, canjica, jirau, etc. - Letras Maiúsculas:
- Letras Minúsculas:
- Palavras que mudam o significado quando escritas com “E” ou com “I”: Com relação às vogais “i” e “e”, a mudança desta por aquela, interfere no sentido expresso pelas palavras. Vejamos alguns exemplos: delatar (denunciar) – dilatar (distender); emigrar (sair de um país) – imigrar (entrar em um país); recreação “
(diversão)
–
recriação
(ato
de
criar
novamente).
- “Ao meu ver” ou “A meu ver”? Essa expressão não é precedida por artigo. Dessa forma, o correto é dizer, por exemplo: A meu ver esta inciativa do governo não resultou conforme o esperado.
- “Seje” ou “seja”? Por se tratar do presente do modo subjuntivo, o termo se escreve corretamente da seguinte maneira: seja, da mesma forme em seu plural: sejam. Exemplo: Esperamos que todos sejam aprovados nas provas.
- Como responder corretamente à pergunta: “Que horas são?”:
Deve-se prestar muita atenção com a concordância do verbo “ser”, já que ele, quando indica tempo, medida ou quantidade, é flexionado. Logo, o correto é: Já são 10 horas da manhã e ele não chegou.
- “O óculos” ou “Os óculos”? Na Língua Portuguesa, algumas palavras só existem na forma pluralizada. Óculos é uma dessas: Preciso buscar meus óculos novos, amanhã. - “Houve” ou “Houveram”? O verbo “haver”, com sentido de existir, é impessoal e permanece, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular, como no exemplo: Houve muitas dúvidas em relação à prova de Português.
- “Aluga-se” ou “Alugam-se”? Ao passar para a voz passiva, a oração fica como no exemplo abaixo: Apartamentos são alugados para temporada Alugam-se apartamentos para temporada.
- Menos ou Menos? A forma correta é menos. Por ser um advérbio, é uma palavra invariável, ou seja, não há flexão em gênero (masculino e feminino) e em número (singular e plural). Deve-se dizer: menos livros, menos pão, menos cadeiras, menos água, o menos rico, a menos bonita, etc.
- Meio ou Meia? Meio: advérbio, portanto, é invariável equivale a: um pouco mais ou menos). Exemplos: Maria está meio deprimida; Meu tio está meio cansado;
Ana e Carlos ficaram meio desconfortáveis na reunião. Meio/Meia: adjetivo, logo, concorda com o termo ao qual se refere. Equivale a: metade. Exemplo: Comprei meia costela e meio litro de suco. Observação: No caso de 12h30min, o correto é dizer “meio dia e meia” 12 horas + meia hora.
- O uso do hífen: O hífen é um sinal gráfico e suas funções associam-se a uma série de ocorrências linguísticas, conforme seguem abaixo: - ligar palavras compostas; - fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais, nos casos de mesóclise e ênclise; - separar as sílabas de um determinado vocábulo; - ligar algumas palavras precedidas de prefixos. Após a Nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, houve algumas mudanças referentes à sua aplicabilidade. Observe a seguir alguns casos de como se escrevia antes e de como passou a vigorar: Circunstâncias linguísticas a que se deve o emprego do hífen: O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal.
Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo, como: autoobservação, auto-ônibus e contra-atacar.
Essa regra não se aplica para os prefixos: “-co”, “-pro”, “-re”, ainda que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo. Exemplos: Coordenar, reeditar, etc.
Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, extra-humano, pró-hidrotópico, super-homem, etc. Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente, etc. Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen: sub-regional, sub-raça, sub-reino, etc. Diante dos prefixos “-além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice, usa-se o hífen: além-mar, aquém-mar, recém-nascido, sem-terra, vice-diretor, etc.
Diante do advérbio “mal” , quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, usa-se o hífen: mal-humorado, mal-intencionado, mal-educado, etc.
Usa-se o hífen nos casos de ênclise e mesóclise: entregá-lo, amar-te-ei, considerando-o, etc.
- Casos em que NÃO se utiliza o hífen: Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal diferente:
- Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do Acordo, como: aeroespacial, antiamericano, socioeconômico. Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição:
- O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação, além das que designam espécies botânicas e zoológicas. Exemplos: azul-escuro, bem-te-vi, couve-flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-decheiro, etc. Não se emprega mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas: fim de semana, café com leite, etc.
- Exceções: O hífen ainda permanece em alguns casos, como por exemplo: água-de-colônia, água-de-coco, cor-de-rosa, etc. Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes são duplicadas:
- LEMBRETE: O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra, como em: hiper-requintado, interregional, super-romântico, super-racista, etc. A nova regra padroniza algumas exceções já existentes antes do acordo. Exemplos: minissaia, minissubmarino, minissérie, etc. Não se emprega o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”, Exemplos: anteprojeto, autopeça, contracheque, extraforte, ultramoderno, etc.
NÃO usa-se o hífen nos casos em que o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente, como por exemplo: hipermercado, hiperacidez, superpopulação, etc.
intermunicipal,
subemprego,
superinteressante,
Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começar por consoante, não se emprega o hífen. Exemplos: malfalado, malgovernado, malpassado, maltratado, malvestido, etc.
- Mal ou Mau? Este é um mal negócio ou um mau negócio? A garota se saiu mal ou mau na prova? Essas são expressões que, muitas vezes, nos confundem. São palavras homófonas, ou seja, possuem o mesmo som, mas têm sentidos diferentes.
Mau: Quando é possível substituir pela palavra “Bom” (seu antônimo). Exemplos: - Adjetivo - Varia em gênero e número: É mau alunos/São maus alunos. - Palavra substantivada - Os bons vencerão os maus.
Mal: Quando é possível substituir por “Bem” (seu antônimo). Exemplos:
- Advérbio - É invariável: A mulher foi mal atendida. - Substantivo - Varia em número: Há males que vêm para o bem.
- Porque, por que, porquê ou por quê? Porque: conjunção causal ou explicativa, com valor próximo de “pois”, “uma vez que”, “para que”. Exemplos: - Não pude ir ao seu aniversário porque tive que estudar para a prova de Matemática (pois). - Não ingira bebida alcoólica porque prejudicará sua saúde (uma vez que).
Por que: O “por que” tem dois empregos diferentes:
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, terá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”. Exemplos: - Por que você não vai ao mercado comigo? (por qual razão). - Não sei por que não quero mais falar com você (por qual motivo). Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, terá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais. Exemplo: - Sei bem por que motivo tive que ir embora de lá. (pelo qual). Porquê: É substantivo e significa “o motivo”, “a razão”. É acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral. Exemplos: - O porquê de não falar com você é porque preciso descansar. (motivo). - Diga-me um porquê para não ir às compras comigo. (uma razão).
Por quê: Quando ocorre antes de um ponto: final, interrogativo ou exclamação, o “por quê” deve ser acentuado e, ainda assim, terá o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”. Exemplos: - Vocês não fizeram a tarefa de casa? Por quê? - Subir pelas escadas, por quê? Vamos de elevador. - Emprego do “H”: Observe algumas regras quanto ao emprego do H: - Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina. Exemplos: Homem, higiene, honra, hoje, herói, etc. - Emprega-se o h no final de algumas interjeições. Exemplos: Oh! Ah!, etc.
No interior das palavras não se usa h, exceto:
- em palavras compostas nas quais o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro. Exemplos: super-homem, pré-história, etc; - quando o h faz parte de dígrafos: ch, lh, nh. Exemplos: passarinho, palha, chuva, etc. - Emprego do “S”: Emprega-se a letra “s” em casos de: - uso dos sufixos -ês, -esa e –isa na formação de palavras que denotam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos. Exemplos: chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa, etc. - uso dos sufixos -oso e -osa (que significa “cheio de”) na formação de adjetivos. Exemplos: delicioso, gelatinosa, etc. - depois de ditongos. Exemplos: coisa, maisena, Neusa, etc. - nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos. Exemplos: puser, repusesse, quis, quisemos, etc. - Emprego do “Z”: Emprega-se a letra z nos seguintes casos: - com os sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos. Exemplos: rigidez (rígido), riqueza (rico), etc.
- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z. Exemplos: cruz: cruzeiro, cruzada/deslize: deslizar, deslizante. - Emprego das letras “E” e “I”: Algumas formas dos verbos terminados em -oar e -uar escrevem-se com e. Exemplos: perdoem (perdoar); continue (continuar), etc. Algumas formas dos verbos terminados em -air, -oer e -uir escrevem-se com i. Exemplos: atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir), etc. - Emprego do “X” e do “CH”: Emprega-se a letra x nos seguintes casos: - depois de ditongo. Exemplos: caixa, peixe, trouxa, etc. - depois de sílaba inicial –em. Exemplos: enxurrada, enxaqueca, etc. Exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados. - depois de -me inicial. Exemplos: mexer, mexilhão, etc. Exceção: mecha e seus derivados. - palavras de origem indígena e africana. Exemplos: xavante, xangô, etc.
- Emprego de S, C, Ç, SC, SS: Verbos escritos com “ced” dão origem a substantivos e adjetivos com “cess”. Exemplos: ceder – cessão; conceder – concessão; retroceder – retrocesso, etc. Exceção: exceder - exceção. Verbos escritos com “nd”dão origem a substantivos e adjetivos escritos com “ns”. Exemplos: ascender – ascensão; expandir – expansão; pretender – pretensão, etc. Verbos escritos com “ter” dão origem a substantivos escritos com “tenção”. Exemplos: deter – detenção; conter – contenção, etc. Ainda sobre o estudo das letras “e” e “i”, uma simples troca pode trazer problemas relacionados ao significado. Conforme os vocábulos a seguir:
- Escreve-se com “S” e não com “C”: Palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent. Exemplos: pretender – pretensão / expandir – expansão / ascender – ascensão / inverter – inversão / aspergir – aspersão / submergir – submersão / divertir – diversão / impelir – impulsivo / compelir – compulsório / repelir – repulsa / recorrer – recurso / discorrer – discurso / sentir – sensível / consentir – consensual.
- Escreve-se com SS e não com C e Ç: Nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou meter. Exemplos: agredir – agressivo / imprimir – impressão / admitir – admissão / ceder – cessão / exceder – excesso / percutir – percussão / regredir – regressão / oprimir – opressão / comprometer – compromisso / submeter – submissão. Quando o prefixo termina em vogal que se junta com a palavra iniciada por s. Exemplos: a + simétrico – assimétrico / re + surgir – ressurgir. No uso do Pretérito Imperfeito Simples do Subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse, etc.
- Escreve-se com S e não com Z: Nos sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos. Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. Nos sufixos gregos: ase, ese, ise e ose. Exemplos: catequese, metamorfose. Nas formas verbais por e querer. Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. Nos nomes derivados de verbos com radicais terminados em d. Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir – difusão. Nos diminutivos que possuem radicais que terminam com s. Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. Depois de ditongos. Exemplos: coisa, pausa, pouso. Nos verbos derivados de nomes que possuem o radical terminado com s. Exemplos: anális(e) + ar – analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
- Escreve-se com Z e não com S: Os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivos. Exemplos: Macio – maciez / rico – riqueza. Os sufixos izar (contanto que o radical da palavra de origem não termine com s). Exemplos: final – finalizar / concreto – concretizar. Como consoante de ligação se o radical não terminar com s. Exemplos: pé + inho – pezinho / café + al – cafezal. ≠ lápis + inho – lapisinho.
Mais algumas dicas de grafia de palavras que causam dúvidas:
- flagrante (evidente) / fragrante (perfumado); - mandado (ordem judicial) / mandato (procuração);
- inflação (alta dos preços) / infração (violação); - eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer); - arrear (pôr arreios) / arriar (descer, cair). Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Exemplos: - acender (pôr fogo) / ascender (subir); - estrato (camada) / extrato (o que se extrai de); - bucho (estômago) / buxo (arbusto); - espiar (observar) / expiar (reparar falta mediante cumprimento de pena); - tachar (atribuir defeito a) / taxar (fixar taxa).
3.7. Estrutura das palavras e Processo de Formação das Palavras 3.7.1. Estrutura das palavras Estrutura diz respeito aos elementos formadores das palavras e compreensão do significado de cada uma delas. Observe: art-ista
brinc-a-mos
cha-l-eira
cachorr-inh-a-s
Os exemplos acima mostram que as palavras podem ser divididas em unidades menores as quais chamamos de elementos mórficos ou morfemas. Ao analisar a palavra "cachorrinhas", por exemplo, observa-se que existem quatro elementos, que são: - cachorr: é o elemento base da palavra, ou seja, o que contém o significado; - inh: denota que a palavra é um diminutivo; - a: denota que a palavra é feminina; - s: denota que a palavra está no plural. Morfemas: são as unidades mínimas que indicam significado. Há palavras que não admitem divisão em unidades menores, por exemplo: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos:
- Raiz, radical, tema: consistem nos elementos básicos e significativos; - Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: são os elementos modificadores da significação dos primeiros (raiz, radical e tema); - Vogal de ligação, consoante de ligação: são os elementos de ligação ou eufônicos. - Raiz: é o elemento originário e irredutível no qual se concentra a significação dos vocábulos, percebidos de um ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, elemento comum das palavras de uma mesma família etimológica. Por exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] possui significado geral de causar dano e a ela se ligam, pela origem comum, as palavras: nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Uma raiz pode sofrer alterações. Observe: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac-ionar. - Radical Observe o grupo de palavras abaixo: livrlivrlivrlivr-
o inho eiro eco
É possível notar que há um elemento comum nesse grupo: “livr”, que denota base para significado, é, portanto, chamado de radical (ou semantema). O radical é elemento básico e significativo das palavras, quando se leva em consideração aspectos gramaticais e práticos. Para encontra-lo, deve-se observar através do restante dos elementos secundários (se houver) de uma palavra. Exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza - Afixos: são elementos secundários (em geral, sem autonomia) que se agregam a um radical ou tema e formam palavras derivadas. Por exemplo, o acréscimo do morfema "-mente" cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, que é advérbio de modo. Algo parecido ocorre com o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-", que cria o verbo acertar. Note que a- e -ar são morfemas com capacidade de operar mudança de classe gramatical da palavra na qual são anexados.
Se forem colocados antes do radical, como no caso de "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Como no caso de "-ar", ou seja, quando aparecem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Exemplos: Prefixo in em inter
Radical at pobr nacion
Sufixo ivo inativo ecer empobrecer al internacional
- Desinências: são os elementos terminais que indicam as flexões das palavras. Há dois tipos de desinência, que são: Desinências Nominais: são relacionadas com as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o alun-a
aluno-s aluna-s
Observação: Em palavras como por exemplo: mesa, tribo, telefonema, não há desinência nominal de gênero. E em palavras como: pires, lápis, ônibus não há desinência nominal de número.
Desinências Verbais: denotam flexões de modo e tempo dos verbos. Exemplos:
compr-o compra-va
compra-s compra-va-s
compra-mos
de número e pessoa e
compra-is
compra-m
A desinência "-o", presente em "am-o", por exemplo, é uma desinência númeropessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; a desinência "-va", de "ama-va", é modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
- Vogal Temática: é a vogal que se une ao radical e o preparando para receber as desinências. Nos verbos, existem três vogais temáticas:
A – Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos:
buscar, buscavas, etc.
E – Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos:
romper, rompemos, etc.
I – Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Exemplos:
proibir, proibirá, etc.
- Tema: consiste no grupo que é formado pelo radical e a vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-
- Vogais e Consoantes de Ligação: as vogais e consoantes de ligação são morfemas que aparecem por motivos eufônicos, ou seja, objetivam facilitar ou, até mesmo, possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra. Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i). Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
3.7.2. Processo de Formação das Palavras Basicamente, há dois processos de formação das palavras: a derivação e a composição. A diferença consiste no processo de derivação. Na derivação, parte-se sempre de um único radical. Já na composição, sempre haverá mais de um radical. - Derivação: consiste no processo no qual surge uma palavra nova, a partir de outra já existente, chamada primitiva, a resultante se chama derivada. Observe: Primitiva mar terra
Derivada marítimo, marinheiro, marujo enterrar, terreiro, aterrar
Note que "mar" e "terra" não são formadas da partir de nenhuma outra palavra, porém possibilitam a formação de outras palavras, através do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Portanto, mar e terra são palavras primitivas, e as outras, derivadas.
Tipos de Derivação:
- Derivação Prefixal ou Prefixação: Ocorre através do acréscimo de prefixo a uma palavra primitiva, que tem o seu significado modificado. Exemplos: crer- descrer ler- reler capaz- incapaz
- Prefixos: são morfemas que vêm antes dos radicais com a finalidade de modificar o sentido deles. São raros os casos em que esses morfemas produzem alteração de classe gramatical. Os prefixos que existem nas palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas as quais funcionavam como preposições ou advérbios e, portanto, como palavras autônomas. Alguns prefixos não foram muito pouco ou nada aproveitados na Língua Portuguesa, enquanto outros, por sua vez, foram muito úteis na formação de novas palavras. Conforme os exemplos abaixo: a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-
Prefixos de Origem Grega
a-, an-: sentido de – afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana- : sentido de – inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônico anfi- : sentido de – em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti- : sentido de – oposição, ação contrária. Exemplos: antídoto, antipatia, antagonista, antítese apo- : sentido de – afastamento, separação. Exemplos: apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia
arqui-, arce- : sentido de – superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata- : sentido de – movimento de cima para baixo. Exemplos: cataplasma, catálogo, catarata di-: sentido de duplicidade. Exemplos: dissílabo, ditongo, dilema dia- : sentido de – movimento através de, afastamento. Exemplos: diálogo, diagonal, diafragma, diagrama dis- : sentido de – dificuldade, privação. Exemplos: dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia ec-, ex-, exo-, ecto- : sentido de – movimento para fora. Exemplos: eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo en-, em-, e-: sentido de – posição interior, movimento para dentro. Exemplos: encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo endo- : sentido de – movimento para dentro. Exemplos: endovenoso, endocarpo, endosmose epi- : sentido de – posição superior, movimento para. Exemplos: epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio eu- : sentido de – excelência, perfeição, bondade. Exemplos: eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia hemi- : sentido de – metade, meio. Exemplos: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico hiper- : sentido de – posição superior, excesso. Exemplos: hipertensão, hipérbole, hipertrofia
hipo- : sentido de – posição inferior, escassez. Exemplos: hipocrisia, hipótese, hipodérmico meta- : sentido de – mudança, sucessão. Exemplos: metamorfose, metáfora, metacarpo para- : sentido de – proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigma peri- : sentido de – Movimento ou posição em torno de. Exemplos: periferia, peripécia, período, periscópio pro- : sentido de – posição em frente, anterioridade. Exemplos: prólogo, prognóstico, profeta, programa pros- : sentido de – adjunção, em adição a. Exemplos: prosélito, prosódia proto- : sentido de – início, começo, anterioridade. Exemplos: proto-história, protótipo, protomártir poli- : sentido de – multiplicidade. Exemplos: polissílabo, polissíndeto, politeísmo sin-, sim- : sentido de – companhia, simultaneidade. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse tele- : sentido de – afastamento, distância. Exemplos: televisão, telepatia, telégrafo
Prefixos de Origem Latina:
a-, ab-, abs- : sentido de – afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstração
a-, ad- : sentido de – aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto, advogado, advir, aposto ante- : sentido de – anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi- : sentido de – afastamento duplicidade. Exemplos: ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente ben(e)-, bem- : sentido de – bem, excelência de um fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito bis-, bi-: sentido de – repetição (duas vezes). Exemplos: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito (duas vezes cozido) circu(m) - : sentido de – movimento em torno. Exemplos: circunferência, circunscrito, circulação cis- : sentido de – posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino, cisandino co-, con-, com- : sentido de – companhia, concomitância. Exemplos: colégio, cooperativa, condutor contra- : sentido de – oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor, contradizer de- : sentido de – movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)- : sentido de – negação, ação contrária, separação. Exemplos: desventura, discórdia, discussão e-, es-, ex- : sentido de – movimento para fora. Exemplos: excêntrico, evasão, exportação, expelir
en-, em-, in- : sentido de – movimento para dentro, quando ocorre a passagem para um estado ou forma, revestimento. Exemplos: imergir, enterrar, embeber, injetar, importar extra- : sentido de – posição exterior, excesso. Exemplos: extradição, extraordinário, extraviar i-, in-, im- : sentido de – contrário, privação, negação. Exemplos: ilegal, impossível, improdutivo inter-, entre- : sentido de – posição intermediária. Exemplos: internacional, interplanetário intra- : sentido de – posição interior. Exemplos: - intramuscular, intravenoso, intraverbal intro- : sentido de – movimento para dentro. Exemplos: introduzir, introvertido, introspectivo justa- : sentido de – posição ao lado. Exemplos: justapor, justalinear ob-, o- : sentido de – posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo per- : sentido de – movimento através. Exemplos: percorrer, perplexo, perfurar, perverter pos- : sentido de – posterioridade. Exemplos: pospor, posterior, pós-graduado pre- : sentido de – anterioridade. Exemplos: prefácio, prever, prefixo, preliminar pro- : sentido de – movimento para frente. Exemplos: progresso, promover, prosseguir, projeção
re- : sentido de – repetição, reciprocidade. Exemplos: rever, reduzir, rebater, reatar retro- : sentido de – movimento para trás. Exemplos: retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado so-, sob-, sub-, su- : inferioridade. Exemplos:
sentido
de
–
movimento
de
baixo
para
cima,
soterrar, sobpor, subestimar super-, supra-, sobre- : sentido de – posição superior, excesso. Exemplos: supercílio, supérfluo soto-, sota- : sentido de – posição inferior. Exemplos: soto-mestre, sota-voga, soto-pôr trans-, tras-, tres-, tra- : sentido de – movimento para além, movimento através. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição ultra- : sentido de – posição além do limite, excesso. Exemplos: ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta vice-, vis- : sentido de – em lugar de. Exemplos: vice-presidente, visconde, vice-almirante
Quadro de Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos:
PREFIXOS GREGOS
PREFIXOS LATINOS
SIGNIFICADO
EXEMPLOS
a, na
des, in
privação, negação
anarquia, desigual, inativo
Anti
contra
oposição, ação contrária
antibiótico, contraditório
Anfi
ambi
duplicidade, de um e outro lado, em torno
anfiteatro, ambivalente
Apo
ab
afastamento, separação
apogeu, abstrair
Di
bi(s)
duplicidade
dissílabo, bicampeão
dia, meta
trans
movimento através
diálogo, transmitir
e(n)(m)
i(n)(m)(r)
movimento para dentro
encéfalo, ingerir, irromper
Endo
intra
movimento para dentro, posição interior
endovenoso, intramuscular
e(c)(x)
e(s)(x)
movimento para fora, mudança de estado
êxodo, excêntrico, estender
epi, super, hiper
supra
posição superior, excesso
epílogo, supervisão, hipérbole, supradito
Eu
bene
excelência, perfeição, bondade
eufemismo, benéfico
Hemi
semi
divisão em duas partes
hemisfério, semicírculo
Hipo
sub
posição inferior
hipodérmico, submarino
Para
ad
proximidade, adjunção
paralelo, adjacência
Peri
circum
em torno de
periferia, circunferência
Cata
de
movimento para baixo
catavento, derrubar
si(n)(m)
cum
simultaneidade, companhia
sinfonia, silogeu, cúmplice
- Derivação Sufixal ou Sufixação: Ocorre através do acréscimo de um sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer mudança de significado ou de classe gramatical. Exemplo: alfabetização o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar, que já é derivado do substantivo alfabeto através do acréscimo do sufixo -izar.
A derivação sufixal pode ser: Nominal: forma substantivos e adjetivos. Exemplo: Papel – papelaria riso – risonho
Verbal: forma verbos. Exemplo: atual – atualizar Adverbial: forma advérbios de modo. Exemplo: feliz – felizmente
- Sufixos: são elementos que, isolados, não possuem significado, mas se forem acrescentados a um radical, formam uma nova palavra. Caracteriza-se, principalmente, pela mudança de classe gramatical que opera. Por exemplo, pode-se utilizar o significado de um verbo em um contexto no qual se deve utilizar um substantivo. Como o sufixo é usado depois do radical, incorporam-se a ele as desinências que denotam as flexões das palavras variáveis. São dois grupos de sufixos que formam substantivos muito importantes para o funcionamento da nossa língua, que são os que formam nomes de ação e os que formam nomes de agente.
Sufixos que formam nomes de ação: -ada - caminhada -ança - mudança -ância - abundância -ção - emoção -dão - solidão -ença - presença
-ez(a) - sensatez, beleza -ismo – civismo -mento - casamento -são - compreensão -tude - amplitude -ura – formatura
Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) -secretário -or - lutador -eiro(a) - ferreiro -nte - feirante -ista - manobrista
Além dos sufixos vistos acima, ainda existem:
Sufixos que formam nomes de lugar, significado de depositório. Exemplos: -aria - churrascaria -ário - herbanário -eiro - açucareiro -il - covil
-or - corredor -tério - cemitério -tório - dormitório
Sufixos que formam nomes que indicam aglomeração, abundância e coleção: Exemplos: -aço - ricaço -ad-a - papelada -agem - folhagem -al - capinzal -ame - gentame
com
-ario(a) - casario, infantaria -edo - arvoredo -eria - correria -io - mulherio -ume – negrume
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência: -ite
Ex.: bronquite, hepatite (inflamação).
-oma
Ex.: mioma, epitelioma e carcinoma (tumores).
-ato, eto, ito
Ex.: sulfato, cloreto, sulfito (sais).
-ina
Ex.: cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
-ol
Ex.: fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
-ite
Ex.: amotite (fósseis).
-ito
Ex.: granito (pedra).
-ema
Ex.: morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística).
-io -
Ex.: sódio, potássio, selênio (corpos simples).
Sufixo formador de nomes de religião, doutrinas filosóficas ou sistemas políticos, assim como:
-ismo
budismo kantismo comunismo catolicismo
Os sufixos que formam adjetivos:
Através de substantivos, tais como nos exemplos abaixo: -aco - maníaco -ado - barbado -áceo(a) - herbáceo, liláceas -aico - prosaico -al - anual -ar - escolar -ário - diário, ordinário -ático - problemático -az - mordaz -engo - mulherengo -enho - ferrenho -eno - terreno -udo - barrigudo
-ento - cruento -eo - róseo -esco - pitoresco -este - agreste -estre - terrestre -ício - alimentício -ico - geométrico -il - febril -ino - cristalino -ivo - lucrativo -onho - tristonho -oso - bondoso
através de verbos: SUFIXO:
SENTIDO DE:
EXEMPLOS:
-(a)(e)(i)nte
ação, qualidade, estado
semelhante, doente, seguinte
-(á)(í)vel
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação
louvável, perecível, punível
-io, -(t)ivo
ação referência, modo de ser
tardio, afirmativo, pensativo
-(d)iço, (t)ício
possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, referência
movediço, quebradiço, factício
-(d)ouro,(t)ório
ação, pertinência
casadouro, preparatório
Os sufixos adverbiais: Na Língua Portuguesa, há somente um sufixo adverbial: É o sufixo "-mente", que deriva do substantivo feminino latino mens, mentis, que significa "a mente, o espírito, o intento". Tal sufixo uniu-se a adjetivos, também na forma feminina, para denotar circunstâncias, em especial, de modo. Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente
Por outro lado, os advérbios que são derivados de adjetivos com terminação em: -ês como burgues-mente, portugues-mente, etc., não seguem a mesma regra, porque esses adjetivos eram, em outro período, uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.
Os sufixos verbais: São os que, geralmente, agregam-se ao radical de substantivos e adjetivos e formam novos verbos.
Normalmente, os novos verbos da Língua Postuguesa são formados através do acréscimo da terminação -ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar Os verbos denotam a prática de uma ação, além de outras ideias. Conforme os exemplos abaixo: -ar: amar, limpar, cuidar; -ear: golear, guerrear; -entar: afugentar, amamentar; -ficar: dignificar, liquidificar; -izar: finalizar, organizar.
Segue, abaixo, um quadro com os sufixos verbais e exemplos: SUFIXOS:
SIGNIFICADO DE:
EXEMPLOS:
-ear
frequentativo, durativo
cabecear, folhear
-ejar
frequentativo, durativo
gotejar, velejar
-entar
factitivo
aformosentar, amolentar
-(i)ficar
factitivo
clarificar, dignificar
-icar
frequentativo-diminutivo
bebericar, depenicar
-ilhar
frequentativo-diminutivo
dedilhar, fervilhar
-inhar
frequentativo-diminutivopejorativo
escrevinhar, cuspinhar
-iscar
frequentativo-diminutivo
chuviscar, lambiscar
-itar
frequentativo-diminutivo
dormitar, saltitar
-izar
factitivo
civilizar, utilizar
Observações importantes: - Verbo Frequentativo: é o que traduz uma ação repetida. - Verbo Factitivo: é o que envolve uma ideia de fazer ou causar. - Verbo Diminutivo: é o que exprime uma ação pouco intensa.
- Derivação Parassintética ou Parassíntese É quando a palavra derivada é resultado do acréscimo de prefixo e sufixo, simultaneamente, à palavra primitiva (a parassíntese). Por meio dela são formados nomes (substantivos e adjetivos) e verbos. Observe: O adjetivo " triste": com o radical "trist-" forma-se o verbo entristecer, por meio da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Apenas com um desses afixos não é possível formar uma nova palavra, já que na Língua Portuguesa não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Mais exemplos: Palavra Palavra Prefixo Radical Sufixo Inicial Formada
mudo
e
mud
ecer
emudecer
alma
des
alm
ado
desalmado
PRESTE ATENÇÃO: - Não se pode confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade, pois nesses vocábulos, os afixos são acoplados em sequência, já que desvalorização provém de desvalorizar, que decorre de valorizar, que decorre de valor. - É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar deriva de "propriar" ou de "expróprio", pois essas palavras não existem. Portanto, “expropriar” é diretamente derivado de “próprio”, através do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo.
- Derivação Regressiva: ocorre quando uma palavra é formada não através de acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo)
beijar (verbo)
compra (substantivo) beijo (substantivo)
Para saber se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, pode-se seguir as orientações a seguir:
Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva, mas se denota algum objeto ou substância, percebe-se o contrário. Conforme os exemplos acima, já que compra e beijo indicam ações e, por isso, são palavras derivadas. Por outro lado, no caso da palavra âncora, que é um objeto, é, portanto, um substantivo primitivo e dá origem ao verbo ancorar.
Na derivação regressiva, formam-se, em geral, substantivos a partir de verbos. Esses recebem o nome de substantivos deverbais. Na linguagem popular, ocorrem com frequência exemplos de palavras formadas por derivação regressiva, conforme as que seguem: o portuga (de português) ; o boteco (de botequim); o comuna (de comunista).
Ou então: agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar). O processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, ocorre o procedimento inverso, pois a língua forma o substantivo a partir do verbo.
- Derivação Imprópria: é quando certa palavra, sem sofrer nenhum acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Conforme a seguir:
Os adjetivos passam a ser substantivos: Exemplo:
Os bons serão contemplados. - Os particípios passam a ser substantivos ou adjetivos. Exemplo: Este homem logrou um feito passando no vestibular.
- Os infinitivos passam a ser substantivos: Exemplo: O andar de Carlos era muito elegante. O badalar dos sinos soou por toda a cidade.
- Os substantivos passam a ser adjetivos. Exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio solucionou todos os problemas.
- Os adjetivos passam a ser advérbios. Exemplo: Falei baixo para que ninguém escutasse.
- Palavras invariáveis passam a ser substantivos. Exemplo: Não entendo o porquê de tudo isso.
- Substantivos próprios tornam-se comuns. Exemplo: Aquele gerente é um caxias! (chefe muito exigente).
Observação: os processos de derivação vistos anteriormente pertencem à Morfologia, pois implicam alterações na forma das palavras. Porém, a derivação imprópria trata, basicamente, com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".
- Composição: é o processo de formação das palavras compostas. Ocorre a partir da junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição:
- Composição por Justaposição: é a junção de duas ou mais palavras ou radicais, e não interfere na alteração fonética. Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor Observação: no caso de "girassol", houve uma mudança na grafia, através do acréscimo de um "s", justamente para não alterar a sonoridade da palavra.
- Composição por Aglutinação: é a união de dois ou mais vocábulos ou radicais, com a supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); planalto (plano alto).
Observação: na aglutinação, os componentes são subordinados a um só acento tônico, que é o do último componente.
- Redução: Alguns vocábulos apresentam, junto com sua forma plena, uma reduzida. Exemplos: auto - por automóvel; cine - por cinema;
micro - por microcomputador; Zé - por José. Como exemplo, podem-se citar, ainda, as siglas, que ocorrem com frequência comunicação atual (no final da apostila, há um extra, no qual consta explicação mais detalhada sobre as siglas).
- Hibridismo: Ocorre quando, na formação de uma palavra, entram elementos de línguas diferentes. Exemplo: auto (grego) + móvel (latim)
- Onomatopeia: Inúmeras palavras possuem sua origem através de uma tendência constante da fala humana, com o objetivo de imitar as vozes e os ruídos da natureza. Tais palavras, são chamadas de onomatopeias, que são, portanto, vocábulos que reproduzem, aproximadamente, os sons e as vozes dos seres. Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
3.8. Classes de Palavras Cada palavra da Língua Portuguesa pertence a uma classe. São dez classes de palavras. A grande maioria das palavras da Língua faz parte de alguma classe de palavra, com exceção de algumas que não estão enquadradas em nenhuma, que são as chamadas denotativas, que serão vistas em outro tópico do material. Vejamos cada classe de palavra e suas características, a seguir.
3.8.1. Substantivo Tudo o que vemos, sentimos ou conhecemos possuem um nome. Substantivo é a classe gramatical que dá nome a tudo e são palavras variáveis. Os sobstantivos denominam: objetos, pessoas, fenômenos, lugares, sentimentos, estados, qualidades, ações, etc.
Classificação dos Substantivos
Substantivos Comuns e Próprios:
- Substantivo Comum: é o que designa os seres de uma mesma espécie, de maneira geral. Exemplos: homem, mulher, cidade, menino, país, gato, etc.
- Substantivo Próprio: é o que designa os seres de uma mesma espécie, de maneira particular. Exemplos: Paris, José, Tiago, Tietê, Paraná, Brasil, etc. Substantivos Concretos e Abstratos: MOCHILA
LIVRO
Os substantivos mochila e livro designam seres com existência própria e que não dependem de outros seres. Por isso, são substantivos concretos, pois dão nome a seres que existem. Os substantivos concretos por denominar seres do mundo real e do mundo imaginário. Exemplos:
Seres do mundo real: menino, menina, sofá, homem, mulher, cadeira, cachorro, Paraíba, etc. Seres do mundo imaginário: fantasma, saci, etc. Observe agora: Sabedoria exposta: Jovens escritores destacam-se pela sabedoria. O substantivo sabedoria designa uma qualidade. Substantivo Abstrato é, portanto, o que denomina seres que são dependentes de outros para se manifestar ou existir. Os substantivos abstratos dão nome a qualidades, estados, sentimentos e ações dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Exemplos: rapidez (qualidade), vida (estado), viagem (ação), amor (sentimento), etc. Substantivos Coletivos: - Substantivo Coletivo: é um substantivo comum que, apesar de estar no singular, dá nome a um conjunto de seres de uma mesma espécie.
Segue abaixo os principais substantivos e seus coletivos: abelha - enxame, cortiço, colmeia; abutre - bando; acompanhante - comitiva, cortejo, séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada; aluno - classe; amigo - (quando em assembleia) tertúlia; animal - (em geral) piara, pandilha, (todos de uma região) fauna, (manada de cavalgaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para reprodução) plantel, (ferozes ou selvagens) alcateia; anjo - chusma, coro, falange, legião, teoria; apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental; aplaudidor - (quando pagos) claque; arcabuzeiro - batalhão, manga, regimento; argumento - carrada, monte, montão, multidão; arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu; arroz - batelada; artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco; árvore - (quando em linha) alameda, carreira, rua, souto, (quando constituem maciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial) malhada; asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte; asno - manada, récova, récua; assassino - choldra, choldraboldra; assistente - assistência; astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação; ator - elenco; autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum;
ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem; avião - esquadrão, esquadra, esquadrilha; bala - saraiva, saraivada; bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba; bêbado - corja, súcia, farândola; boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa; bomba - bateria; borboleta - boana, panapaná; botão - (de qualquer peça de vestuário) abotoadura, (quando em fileira) carreira; burro - (em geral) lote, manada, récua, tropa, (quando carregado) comboio; busto - (quando em coleção) galeria; cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança; cabo - cordame, cordoalha, enxárcia; cabra - fato, malhada, rebanho; cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque; cálice - baixela; cameleiro - caravana; camelo - (quando em comboio) cáfila; caminhão - frota; canção - (quando reunidas em livro) cancioneiro, (quando populares de uma região) folclore; canhão - bateria; cantilena - salsada; cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha; capim - feixe, braçada, paveia;
cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório; carneiro - chafardel, grei, malhada, oviário, rebanho; carro - (quando unidos para o mesmo destino) comboio, composição, (quando em desfile) corso; carta - (em geral) correspondência; casa - (quando unidas em forma de quadrados) quarteirão, quadra; castanha - (quando assadas em fogueira) magusto; cavalariano - (de cavalaria militar) piquete; cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tropel; cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha; cavalo - manada, tropa; cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada, enfiada, réstia; cédula - bolada, bolaço; chave - (quando num cordel ou argola) molho, penca; célula - (quando diferenciadas igualmente) tecido; cereal - (em geral) fartadela, fartão, fartura, (quando em feixes) meda, moreia; cigano - bando, cabilda, pandilha; cliente - clientela, freguesia; coisa - (em geral) coisada, coisarada, ajuntamento, chusma, coleção, cópia, enfiada, (quando antigas e em coleção ordenada) museu, (quando em lista de anotação) rol, relação, (em quantidade que se pode abranger com os braços) braçada, (quando em série) sequência, série, sequela, coleção, (quando reunidas e sobrepostas) monte, montão, cúmulo; coluna - colunata, renque; cônego - cabido; copo - baixela; corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem;
correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem; credor - junta, assembleia; crença - (quando populares) folclore; crente - grei, rebanho; depredador - horda; deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembleia; desordeiro - caterva, corja, malta, pandilha, súcia, troça, turba; diabo - legião; dinheiro - bolada, bolaço, disparate; disco - discoteca; doze - (coisas ou animais) dúzia; ébrio - Ver bêbado; égua - Ver cavalo; elefante - manada; erro - barda; escravo - (quando da mesma morada) senzala, (quando para o mesmo destino) comboio, (quando aglomerados) bando; escrito - (quando em homenagem a homem ilustre) polianteia, (quando literários) analectos, antologia, coletânea, crestomatia, espicilégio, florilégio, seleta; espectador - (em geral) assistência, auditório, plateia, (quando contratados para aplaudir) claque; espiga - (quando atadas) amarrilho, arregaçada, atado, atilho, braçada, fascal, feixe, gavela, lio, molho, paveia; estaca - (quando fincadas em forma de cerca) paliçada; estado - (quando unidos em nação) federação, confederação, república; estampa - (quando selecionadas) iconoteca, (quando explicativas) atlas; estátua - (quando selecionadas) galeria;
estrela - (quando cientificamente agrupadas) constelação, (quando em quantidade) acervo, (quando em grande quantidade) miríade; estudante - (quando da mesma escola) classe, turma, (quando em grupo cantam ou tocam) estudantina, (quando em excursão dão concertos) tuna, (quando vivem na mesma casa) república; fazenda - (quando comerciáveis) sortimento; feiticeiro - (quando em assembleia secreta) conciliábulo; feno - braçada, braçado; filme - filmoteca, cinemoteca; fio - (quando dobrado) meada, mecha, (quando metálicos e reunidos em feixe) cabo; flecha - (quando caem do ar, em porção) saraiva, saraivada; flor - (quando atadas) antologia, arregaçada, braçada, fascículo, feixe, festão, capela, grinalda, ramalhete, buquê, (quando no mesmo pedúnculo) cacho; foguete - (quando agrupados em roda ou num travessão) girândola; força naval - armada; força terrestre - exército; formiga - cordão, correição, formigueiro; frade - (quanto ao local em que moram) comunidade, convento; frase - (quando desconexas) apontoado; freguês - clientela, freguesia; fruta - (quando ligadas ao mesmo pedúnculo) cacho, (quanto à totalidade das colhidas num ano) colheita, safra; fumo - malhada; gafanhoto - nuvem, praga; garoto - cambada, bando, chusma; gato - cambada, gatarrada, gataria; gente - (em geral) chusma, grupo, multidão, (quando indivíduos reles) magote, patuleia, poviléu;
grão - manípulo, manelo, manhuço, manojo, manolho, maunça, mão, punhado; graveto - (quando amarrados) feixe; gravura - (quando selecionadas) iconoteca; habitante - (em geral) povo, população, (quando de aldeia, de lugarejo) povoação; herói - falange; hiena - alcateia; hino - hinário; ilha - arquipélago; imigrante - (quando em trânsito) leva, (quando radicados) colônia; índio - (quando formam bando) maloca, (quando em nação) tribo; instrumento - (quando em coleção ou série) jogo, ( quando cirúrgicos) aparelho, (quando de artes e ofícios) ferramenta, (quando de trabalho grosseiro, modesto) tralha; inseto - (quando nocivos) praga, (quando em grande quantidade) miríade, nuvem, (quando se deslocam em sucessão) correição; javali - alcateia, malhada, vara; jornal - hemeroteca; jumento - récova, récua; jurado - júri, conselho de sentença, corpo de jurados; ladrão - bando, cáfila, malta, quadrilha, tropa, pandilha; lâmpada - (quando em fileira) carreira, (quando estão numa espécie de lustre) lampadário; leão - alcateia; lei - (quando reunidas cientificamente) código, consolidação, corpo, (quando colhidas aqui e ali) compilação; leitão - (quando nascidos de um só parto) leitegada; livro - (quando amontoados) chusma, pilha, ruma, (quando heterogêneos) choldraboldra, salgalhada, (quando reunidos para consulta) biblioteca, (quando reunidos para venda) livraria, (quando em lista metódica) catálogo;
lobo - alcateia, caterva; macaco - bando, capela; malfeitor - (em geral) bando, canalha, choldra, corja, hoste, joldra, malta, matilha, matula, pandilha, (quando organizados) quadrilha, sequela, súcia, tropa; maltrapilho - farândola, grupo; mantimento - (em geral) sortimento, provisão, (quando em saco, em alforge) matula, farnel, (quando em cômodo especial) despensa; mapa - (quando ordenados num volume) atlas, (quando selecionados) mapoteca; máquina - maquinaria, maquinismo; marinheiro - marujada, marinhagem, companha, equipagem, tripulação; médico - (quando em conferência sobre o estado de um enfermo) junta; menino - (em geral) grupo, bando, (depreciativamente) chusma, cambada; mentira - (quando em sequência) enfiada; mercadoria - sortimento, provisão; mercenário - mesnada; metal - (quando entra na construção de uma obra ou artefato) ferragem; ministro - (quando de um mesmo governo) ministério, (quando reunidos oficialmente) conselho; montanha - cordilheira, serra, serrania; mosca - moscaria, mosquedo; móvel - mobília, aparelho, trem; música - (quanto a quem a conhece) repertório; músico - (quando com instrumento) banda, charanga, filarmônica, orquestra; nação - (quando unidas para o mesmo fim) aliança, coligação, confederação, federação, liga, união; navio - (em geral) frota, (quando de guerra) frota, flotilha, esquadra, armada, marinha, (quando reunidos para o mesmo destino) comboio; nome - lista, rol;
nota - (na acepção de dinheiro) bolada, bolaço, maço, pacote, (na acepção de produção literária, científica) comentário; objeto - Ver coisa; onda - (quando grandes e encapeladas) marouço; órgão - (quando concorrem para uma mesma função) aparelho, sistema; orquídea - (quando em viveiro) orquidário; osso - (em geral) ossada, ossaria, ossama, (quando de um cadáver) esqueleto; ouvinte - auditório; ovelha - (em geral) rebanho, grei, chafardel, malhada, oviário; ovo - (os postos por uma ave durante certo tempo) postura, (quando no ninho) ninhada; padre - clero, clerezia; palavra - (em geral) vocabulário, (quando em ordem alfabética e seguida de significação) dicionário, léxico, (quando proferidas sem nexo) palavrório; pancada - pancadaria; pantera - alcateia; papel - (quando no mesmo liame) bloco, maço, (em sentido lato, de folhas ligadas e em sentido estrito, de 5 folhas) caderno, (5 cadernos) mão, (20 mãos) resma, (10 resmas) bala; parente - (em geral) família, parentela, parentalha, (em reunião) tertúlia; partidário - facção, partido, torcida; partido político - (quando unidos para um mesmo fim) coligação, aliança, coalizão, liga; pássaro - passaredo, passarada; passarinho - nuvem, bando; pau - (quando amarrados) feixe, (quando amontoados) pilha, (quando fincados ou unidos em cerca) bastida, paliçada; peça - (quando devem aparecer juntas na mesa) baixela, serviço, (quando artigos comerciáveis, em volume para transporte) fardo, (em grande quantidade) magote, (quando pertencentes à artilharia) bateria, (de roupas, quando enroladas) trouxa, (quando pequenas e cosidas umas às outras para não se extraviarem na lavagem)
apontoado, (quando literárias) antologia, florilégio, seleta, silva, crestomatia, coletânea, miscelânea; peixe - (em geral e quando na água) cardume, (quando miúdos) boana, (quando em viveiro) aquário, (quando em fileira) cambada, espicha, enfiada, (quando à tona) banco, manta; pena - (quando de ave) plumagem; pessoa - (em geral) aglomeração, banda, bando, chusma, colmeia, gente, legião, leva, maré, massa, mó, mole, multidão, pessoal, roda, rolo, troço, tropel, turba, turma, (quando reles) corja, caterva, choldra, farândola, récua, súcia, (quando em serviço, em navio ou avião) tripulação, (quando em acompanhamento solene) comitiva, cortejo, préstito, procissão, séquito, teoria, (quando ilustres) plêiade, pugilo, punhado, (quando em promiscuidade) cortiço, (quando em passeio) caravana, (quando em assembleia popular) comício, (quando reunidas para tratar de um assunto) comissão, conselho, congresso, conclave, convênio, corporação, seminário, (quando sujeitas ao mesmo estatuto) agremiação, associação, centro, clube, grêmio, liga, sindicato, sociedade; pilha - (quando elétricas) bateria; planta - (quando frutíferas) pomar, (quando hortaliças, legumes) horta, (quando novas, para replanta) viveiro, alfobre, tabuleiro, (quando de uma região) flora, (quando secas, para classificação) herbário; ponto - (de costura) apontoado; porco - (em geral) manada, persigal, piara, vara, (quando do pasto) vezeira; povo - (nação) aliança, coligação, confederação, liga; prato - baixela, serviço, prataria; prelado - (quando em reunião oficial) sínodo; prisioneiro - (quando em conjunto) leva, (quando a caminho para o mesmo destino) comboio; professor - corpo docente, professorado, congregação; quadro - (quando em exposição) pinacoteca, galeria; querubim - coro, falange, legião; recruta - leva, magote; religioso - clero regular; roupa - (quando de cama, mesa e uso pessoal) enxoval, (quando envoltas para lavagem) trouxa;
salteador - caterva, corja, horda, quadrilha; selo - coleção; serra - (acidente geográfico) cordilheira; soldado - tropa, legião; trabalhador - (quando reunidos para um trabalho braçal) rancho, (quando em trânsito) leva; tripulante - equipagem, guarnição, tripulação; utensílio - (quando de cozinha) bateria, trem, (quando de mesa) aparelho, baixela; vadio - cambada, caterva, corja, mamparra, matula, súcia; vara - (quando amarradas) feixe, ruma; velhaco - súcia, velhacada. Lembre-se: o coletivo é um substantivo singular, porém com ideia de plural.
Formação dos Substantivos: - Substantivos Simples e Compostos Substantivo Simples: é formado por apenas um elemento. Exemplos: tempo, cadeira, mesa, nuvem, sol, mar, etc. - Substantivo Composto: é formado por dois ou mais elementos. Exemplos: Xeque-mate, pai-nosso, beija-flor, passatempo, etc.
Substantivos Primitivos e Derivados: - Substantivo Primitivo: não é derivado de outra palavra da Língua. Exemplos: ferro; carro, etc. - Substantivo Derivado: o que se origina de outra palavra. Exemplos: Ferreiro, ferradura, ferragem, ferramenta, ferrão; carroça, carrocinha, carroceiro, carroceria, carrossel, etc.
Flexão dos Substantivos
Substantivo é uma classe variável, ou seja, sofre flexão (variação). - Flexão de Gênero: Gênero refere-se à propriedade das palavras de indicar sexo real ou fictício dos seres. Dentro da Língua Portuguesa, existem dois gêneros: masculino e feminino. São do gênero masculino os substantivos que podem ser precedidos dos artigos: o, os, um, uns. Exemplos: o/um livro, o/um telefonema; os/uns livros, os/uns telefonemas, etc.
São do gênero feminino os substantivos que podem ser precedidos dos artigos: a, as, uma, umas. Exemplos: a/uma carta, a/uma maçã; as/umas cartas, as/umas maçãs, etc.
- Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes: Substantivos Biformes referem-se a duas formas, ou seja, para indicar nomes de seres vivos, normalmente, o gênero da palavra é relacionado ao sexo do ser. Logo, há duas formas: uma para o masculino e outra para o feminino. Conforme os exemplos: homem – mulher; gato – gata; prefeito – prefeita; poeta – poetisa. Substantivos Uniformes: apresentam apenas uma forma que é usada tanto para o masculino quanto para o feminino. São classificadas em: Epicenos: possuem um só gênero e servem para nomear bichos. Exemplos: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea, etc. Sobrecomuns: possuem apenas um gênero e servem para nomear pessoas. Exemplos: a criança, a testemunha, a vítima, o gênio, o ídolo, o indivíduo, etc. Comuns de Dois Gêneros: denotam o sexo das pessoas através do uso de um artigo. Exemplos: o artista/a artista; o colega/a colega; o doente/a doente, etc.
- Importante saber: os substantivos de origem grega que são terminados em -ema ou oma são todos masculinos. Exemplos: o fonema, o sistema, o teorema, o poema, o sintoma, etc. - Existem certos substantivos que quando variam o gênero, possuem variação, também, no significado. Exemplos: o rádio (aparelho receptor)/a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro)/a capital (cidade)
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
- Regra geral: substitui-se a terminação -o por -a. Exemplos: Menino/menina; aluno/aluna. - Nos substantivos que terminam em -ês: ocorre o acréscimo Exemplo:
de -a ao masculino.
japonês/japonesa; freguês/freguesa. - Nos substantivos que terminam em -ão: pode-se fazer o feminino de três maneiras, que são: - Troca-se o -ão pelo –ao. Exemplos: patrão/patroa; leão/leoa. - Troca-se o -ão pelo -ã. Exemplos: campeão/campeã; alemão/alemã. - Troca-se o -ão pelo ona. Exemplo: solteirão/solteirona.
- Observe, com atenção, as exceções:
barão/baronesa; ladrão/ladra; sultão/sultana. - Os substantivos que terminam em -or: é acrescentado o -a ao masculino. Exemplos: doutor/doutora; autor/autora. - Casos em que se troca-se o -or pelo -triz: imperador/imperatriz; ator/atriz. - Os substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: Exemplos: -esa:
-essa:
-isa:
cônsul/consulesa
abade/abadessa
poeta/poetisa
duque/duquesa
conde/condessa
profeta/profetisa
- Os substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a: elefante/elefanta; comediante/comedianta. - Os substantivos que possuem radicais diferentes no masculino e no feminino. Exemplos: bode/cabra; boi/vaca.
- Os substantivos que têm o feminino feito de maneira especial, ou seja, não seguem nenhuma das regras anteriores. Exemplos: czar/czarina; réu/ré.
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Epicenos: certos nomes de animais possuem uma única forma para designar os dois sexos, são chamados de epicenos. Nesses casos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Exemplos: - a cobra: a cobra macho e a cobra fêmea; - o jacaré: o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Sobrecomuns: ocorre com palavras nas quais nem o artigo e nem um possível adjetivo permitem a identificação do sexo dos seres ao qual se refere a palavra. Exemplos: - A criança machucada chamava-se João/A criança machucada chamava-se Maria; - João é uma boa criatura/Maria é uma boa criatura; - O cônjuge de João faleceu/ O cônjuge de Marcela faleceu.
Comuns de Dois Gêneros: é feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando esses acompanharem um substantivo. Exemplos: o colega/a colega; o imigrante/a imigrante; um jovem/uma jovem; artista famoso/artista famosa; repórter francês/repórter francesa.
Substantivos de Gênero Incerto: Há muitos substantivos de gênero incerto (flutuante), que são usados com o mesmo significado, porém, ora como masculinos, ora como femininos. Exemplos: a abusão
erro comum, superstição, crendice
a aluvião
Inundação deixada pelas águas
a cólera ou cólera-morbo
doença infecciosa
a personagem
pessoa importante, pessoa que figura numa história
a trama
intriga, conluio, maquinação, cilada
a xerox (ou xérox)
cópia xerográfica, xerocópia
o ágape
refeição que os cristãos faziam em comum, banquete de confraternização
o caudal
torrente, rio
o diabetes ou diabete
doença
o jângal
floresta própria da Índia
o lhama
mamífero ruminante da família dos camelídeos
o ordenança
soldado às ordens de um oficial
o praça
soldado raso
o preá
pequeno roedor
Observações importantes:
A
palavra personagem é
usada
sem
distinção
nos
dois
gêneros.
- Entre os escritores modernos nota-se forte preferência pelo masculino. Exemplo: O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
- Com relação à mulher, deve-se preferir o uso do feminino: Exemplo: O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a personagem. Ordenança, praça (soldado) e sentinela (soldado, atalaia) são aplicados como masculinos, pois se referem a homens, em regra geral.
Pode-se dizer: o ou a manequim; o ou a modelo, mesmo que se refiram a mulheres. Geralmente, os substantivos de origem grega terminados masculinos, tais como:
em –ma são
o grama (peso) o quilograma o plasma o apostema o diagrama
o anátema o estigma o axioma o tracoma o hematoma
o epigrama o telefonema o estratagema o dilema o teorema
o apotegma o trema o eczema o edema o magma
- São exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. Gênero dos Nomes de Cidades: com exceção de alguns, os nomes de cidades são femininos. Exemplos: - A histórica Ouro Preto;
- A dinâmica São Paulo; - A acolhedora Porto Alegre, etc. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, etc.
Gênero e Significação: Inúmeros substantivos possuem significação diferente quando está no masculino de quando está no feminino, como os exemplos abaixo:
- o baliza (soldado que vai à frente da tropa e indica os movimentos que se deve realizar; o que vai à frente de um bloco carnavalesco))
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito)
- o cabeça (chefe)
a cabeça (parte do corpo)
- o cinza (a cor cinzenta)
a cinza (resíduos de combustão)
- o capital (dinheiro)
a capital (cidade)
- o coral (cor vermelha, canto em coro)
a coral (cobra venenosa)
- o crisma (óleo sagrado utilizado na administração da crisma e de outros sacramentos)
a crisma (sacramento da confirmação)
- o estepe (pneu sobressalente) - o guia (pessoa que guia outras)
a estepe (vasta planície de vegetação)
- o grama (unidade de peso)
a guia (documento, pena grande das asas das aves) a grama (relva)
- o moral (ânimo)
a moral (bons costumes, ética)
- o nascente (lado onde nasce o Sol)
a nascente (a fonte)
- o rádio (aparelho receptor)
a rádio (estação emissora)
Flexão de Número do Substantivo: Na Língua Portuguesa existem dois números gramaticais, que são o singular (indica um ser ou um grupo de seres) e o
plural (indica mais de um ser ou grupo de seres). O que caracteriza o plural é a terminação em –s.
Plural dos Substantivos Simples: - Os substantivos que terminam em vogal, ditongo oral e -n têm o plural através do acréscimo de s. Exemplos: pai – pais; ímã – ímãs; hífen – hifens (no plural, fica sem acento). Exceção: cânon – cânones. - Os substantivos que terminam em -m têm o plural em -ns. Exemplos: homem – homens. - Os substantivos que terminam em -r e -z possuem o plural através do acréscimo de -es. Exemplos: revólver – revólveres; raiz – raízes. Exceção: O plural de caráter é caracteres.
- Os substantivos que terminam em -al, -el, -ol, -ul, quando são flexionados no plural, trocam o l por is. Exemplos: quintal – quintais; hotel – hotéis; caracol – caracóis.
Exceções: cônsul e cônsules e mal e males.
- Os substantivos que terminam em -il podem formar o plural de duas formas, que são:
1) Se forem palavras oxítonas, formam com final em -is. Exemplo: canil – canis. 2) Se forem palavras paroxítonas, formam com final em -eis. Exemplo: míssil – mísseis. Observação importante!
A palavra réptil pode ter o plural de duas formas: répteis ou reptis.
- Os substantivos que terminam em -s formam o plural de duas maneiras: 1) Se forem monossilábicos ou oxítonos, através do acréscimo de -es. Exemplos: ás – ases; retrós – retroses. 2) Se forem paroxítonos ou proparoxítonos, são invariáveis. Exemplos: o lápis - os lápis; o ônibus – os ônibus. - Os substantivos que terminam em -ão formam o plural de três maneiras: 1) fazendo a substituição do -ão por –ões. Exemplos: ação – ações; organização – organizações. 2) fazendo a substituição do -ão por –ães. Exemplos: cão – cães; pão – pães. 3) fazendo a substituição do -ão por –ãos. Exemplos: grão – grãos; mão – mãos. - Os substantivos que terminam em -x são invariáveis. Exemplo:
o látex – os látex. Plural dos Substantivos Compostos: O plural dos substantivos compostos é formado dependendo da maneira como são escritos: o tipo de palavras que formam o composto e a relação que estabelecem entre si. Aqueles que são escritos sem o uso do hífen possuem a grafia da mesma forma que os substantivos simples, tais como: girassol e girassóis
aguardente e aguardentes
pontapé e pontapés
malmequer e malmequeres
O plural dos substantivos compostos que possuem elementos ligados através do hífen causa muitas dúvidas, mas, para orientar melhor, seguem as regras a seguir: - Os dois elementos são flexionados se forem formados de: substantivo + substantivo. Exemplo: couve-flor couves-flores; substantivo + adjetivo. Exemplo: amor-perfeito amores-perfeitos; adjetivo + substantivo. Exemplo: gentil-homem gentis-homens; numeral + substantivo. Exemplo: quinta-feira quintas-feiras.
- Somente é flexionado o segundo elemento, se forem formados de: verbo + substantivo. Exemplo: guarda-roupa guarda-roupas; palavra invariável + palavra variável. Exemplo: alto-falante altofalantes; palavras repetidas ou imitativas. Exemplo: reco-reco reco-recos.
- Apenas o primeiro elemento é flexionado se forem formados de: substantivo + preposição clara + substantivo. Exemplo: água-decolônia águas-de-colônia substantivo + preposição oculta + substantivo. Exemplo: cavalo-vapor cavalos-vapor
substantivo + substantivo que atua como determinante do primeiro, isto é, especifica o tipo ou a função do termo anterior. Exemplos: palavra-chave palavras-chave; bomba-relógio bombas-relógio; notícia-bomba notícias-bomba; homem-rã homens-rã; peixe-espada peixes-espada.
- São invariáveis se forem formados de: verbo + advérbio. Exemplo: o bota-fora os bota-fora; verbo + substantivo no plural. Exemplo: o saca-rolhas os sacarolhas. - Os casos especiais: o louva-a-deus os louva-a-deus; o bem-te-vi os bem-te-vis; o bem-me-quer os bem-me-queres; o joão-ninguém os joões-ninguém. Plural das Palavras Substantivadas: As palavras substantivada são aquelas de outras classes gramaticais utilizadas como substantivo e possuem, no plural, flexões próprias de substantivos. Exemplos: João errou na prova dos noves; Veja exatamente os prós e os contras dessa situação; Preste muita atenção nos sins e nos nãos. Observação importante: os numerais substantivados terminados em -s ou em -z não variam no plural! Exemplo: Nos testes bimestrais consegui alguns seis e muitos dez.
Plural dos Diminutivos: São flexionados através de seu plural com a retirada do -s do final e o acréscimo de sufixo diminutivo, conforme os exemplos a seguir: pãe(s) + zinhos pãezinhos animai(s) + zinhos animaizinhos botõe(s) + zinhos botõezinhos chapéu(s) + zinhos chapeuzinhos farói(s) + zinhos faroizinhos tren(s) + zinhos trenzinhos colhere(s) + zinhas colherezinhas flore(s) + zinhas --- florezinhas
mão(s) + zinhas mãozinhas papéi(s) + zinhos papeizinhos nuven(s) + zinhas nuvenzinhas funi(s) + zinhos funizinhos túnei(s) + zinhos tuneizinhos pai(s) + zinhos paizinhos pé(s) + zinhos pezinhos pé(s) + zitos ------- pezitos
Observe que são considerados anômalos os plurais tais como: florzinhas, colherzinhas e mulherzinhas, que são muito utilizados na linguagem popular e, até mesmo, por escritores de renome. Plural dos Nomes Próprios Personativos Os nomes próprios de pessoas são sempre pluralizados desde que a terminação permita-se à flexão. Exemplos: As Raquéis e Esteres; Os Napoleões também são derrotados.
Plural dos Substantivos Estrangeiros Os substantivos que ainda não foram aportuguesados devem manter a escrita de acordo com a língua de origem, apenas fazendo-se o acréscimo de –s no final, com exceção daqueles que já terminam em -s ou em -z. Exemplos: os jazz; os shots, os shows, etc. Note que os substantivos que já foram aportuguesados são flexionados conforme as regras da Língua Portuguesa. Exemplos: os clubes os jipes as toaletes os garçons
os chopes os esportes os bibelôs os réquiens
Plural com Mudança de Timbre: Alguns substantivos possuem a formação de plural com mudança de timbre de sua vogal tônica o aberto/o fechado. É uma ocorrência fonética que possui o nome
de metafonia. Exemplos:
Singular (ô) Plural (ó) corpo esforço fogo forno fosso imposto olho
corpos esforços fogos fornos fossos impostos olhos
Singular (ô) Plural (ó) osso ovo poço porto posto rogo tijolo
ossos ovos poços portos postos rogos tijolos
Exceções: Alguns vocábulos possuem a vogal tônica fechada (ô), mesmo no plural, tais como: globos, gostos, polvos, rolos, soros, adornos, almoços, bolsos, esposos, estojos, etc.
Particularidades sobre o Número dos Substantivos: - Existem alguns substantivos que só podem ser usados no singular. Exemplos: a fé ; o sul; o norte; o leste; o oeste, etc. - Por outro lado, existem alguns substantivos que só podem ser usados no plural. Exemplos: as núpcias, os pêsames, as fezes, as espadas/os paus (naipes de baralho), etc. - Porém, existem outros que, quando estão no plural, possuem um significado distinto de quando estão no singular. Exemplos: honra probidade, bom nome/honras homenagem, títulos; bem virtude/ bens riquezas.
- Em algumas vezes, pode-se utilizar substantivos no singular, porém com o sentido de plural. Exemplos: Várias vezes, celebraram o sacrifício divino em igrejas improvisadas; Lá, havia uma população de retirantes que, entre homem, mulher e menino, ia bem cinquenta mil.
Flexão de Grau do Substantivo: Chama-se de grau a capacidade das palavras de expressar as variações de tamanho dos seres. Podem ser classificadas como: - Grau Normal: quando um ser é considerado de tamanho normal. Exemplos: carro,casa, árvore, etc. - Grau Aumentativo: quando um ser é considerado de tamanho maior. Pode ser de dois modos: 1) Analítico: é o substantivo que está acompanhado de um adjetivo que indica grandeza. Exemplos: carro grande; casa grande; árvore grande, etc. 2) Sintético: é o substantivo acrescido de um sufixo que indica aumento. Exemplos: casarão; carrão; arvorão, etc.
- Grau Diminutivo: quando um ser é considerado de tamanho menor. Pode ser de dois modos: 1) Analítico: é o substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez. Exemplos: Casa pequena; carro pequeno, ávore pequena, etc. 2) Sintético: é o substantivo acrescido de um sufixo que indica diminuição. Exemplos: casinha, carrinho, arvorezinha, etc.
3.8.2. Adjetivo Trata-se da palavra que exprime uma característica ou qualidade do ser e é colocada ao lado de um substantivo.
Classificação do Adjetivo:
- Explicativo: expressa uma qualidade do ser. Exemplo: Neve gelada. - Restritivo: expressa uma qualidade que não é propriamente do ser. Exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo: Com relação à sua formação, o adjetivo pode ser classificado como: ADJETIVO SIMPLES
Formado por um só radical.
Exemplos: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTO
Formado por mais de um radical.
Exemplos: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO
É aquele que dá origem a outros adjetivos.
Exemplos: belo, bom, feliz, puro.
ADJETIVO DERIVADO
É aquele que deriva de substantivos ou verbos.
Exemplos: belíssimo, bondoso, magrelo.
Adjetivo Pátrio: Denota a nacionalidade ou o lugar de origem de um ser. Vejamos alguns: - Estados e cidades brasileiros: Acre Alagoas Amapá Aracaju Amazonas Belém (PA) Belo Horizonte Boa Vista Brasília Cabo Frio Campinas Curitiba Estados Unidos El Salvador Guatemala Índia Irã Israel Moçambique Mongólia Panamá Porto Rico
acreano alagoano amapaense aracajuano ou aracajuense amazonense ou baré belenense belo-horizontino boa-vistense brasiliense cabo-friense campineiro ou campinense curitibano estadunidense, norte-americano ou ianque salvadorenho guatemalteco indiano ou hindu (os que professam o hinduísmo) iraniano israelense ou israelita moçambicano mongol ou mongólico panamenho porto-riquenho
Somália
somali
- Adjetivo Pátrio Composto: O adjetivo pátrio composto é formado da seguinte maneira: o primeiro elemento vai na sua forma reduzida e, quase sempre, erudita. Vejamos alguns exemplos: África Alemanha América Ásia Áustria Bélgica China Espanha Europa França Grécia Índia Inglaterra Itália Japão Portugal
afro-. Exemplo: Cultura afro-americana germano- ou teuto-. Exemplo: Competições teuto-inglesas américo-. Exemplo: Companhia américo-africana ásio-. Exemplo: Encontros ásio-europeus austro-. Exemplo: Peças austro-búlgaras belgo-. Exemplo: Acampamentos belgo-franceses sino-. Exemplo: Acordos sino-japoneses hispano-. Exemplo: Mercado hispano-português euro-. Exemplo: Negociações euro-americanas franco- ou galo-. Exemplo: Reuniões franco-italianas greco-. Exemplo: Filmes greco-romanos indo-. Exemplo: Guerras indo-paquistanesas anglo-. Exemplo: Letras anglo-portuguesas ítalo-. Exemplo: Sociedade ítalo-portuguesa nipo-. Exemplo: Associações nipo-brasileiras luso-. Exemplo: Acordos luso-brasileiros
A Locução Adjetiva: Locução significa: reunião de palavras. Toda vez em que houver a necessidade do uso de duas ou mais palavras para falar uma mesma coisa, ocorre a locução. Em alguns casos, uma preposição + um substantivo possuem o mesmo valor de um adjetivo, havend, portanto, uma Locução Adjetiva (equivalente a um adjetivo). Exemplos: paixão sem freio (paixão desenfreada); aves da noite (aves noturnas), etc. Vejamos mais exemplos de Locuções Adverbiais: Locução Adjetiva: de águia de aluno de anjo de ano de aranha
Adjetivo Correspondente: aquilino aiscente angelical anual aracnídeo
de boi bovino de cabelo capilar de cabra caprino de campo campestre ou rural de cão canino de cavalo cavalar, equino, equídio ou hípico de chumbo plúmbeo de chuva pluvial de couro coriáceo de dedo digital de diamante diamantino ou adamantino de enxofre sulfúrico de esmeralda esmeraldino de estômago estomacal ou gástrico de farinha farináceo de fera ferino de ferro férreo de fígado figadal ou hepático de fogo ígneo de gelo glacial de guerra bélico de homem viril ou humano de inverno hibernal ou invernal de lago lacustre de laringe laríngeo de leão leonino de lebre leporino de lobo lupino de lua lunar ou selênico de mestre magistral de monge monacal de neve níveo ou nival de orelha auricular de ouro áureo de ovelha ovino de paixão passional de pâncreas pancreático de peixe písceo ou ictíaco de pombo columbiano de porco suíno ou porcino de prata argênito ou argírico
dos quadris de rio de serpente de sonho de terra de urso de velho de vento de verão de vidro de visão
ciático fluvial viperino onírico telúrico, terrestre ou terreno ursino senil eólico estival vítreo ou hialino óptico ou ótico
É importante lembrar que nem toda a locução adjetiva possui um adjetivo correspondente.
Flexão dos Adjetivos: Os adjetivos podem variar em gênero, número e grau. Conforme a seguir.
- Gênero dos Adjetivos: Os adjetivos concordam com o substantivo ao qual se referem, tanto no masculino quanto no feminino e, semelhantemente a eles, são classificados conforme abaixo: a) Biformes: possuem duas maneiras, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Exemplos: judeu/judia; ativo/ativa; mau/má, etc. No caso de o adjetivo ser composto e biforme, irá flexionar no feminino apenas o último elemento. Exemplo: o homem norte-americano/a mulher norte-americana. Com exceção para: surdo-mudo/surda-muda. b) Uniformes: possuem apenas uma maneira tanto para o masculino quanto para o feminino. Exemplo: moço feliz/moça feliz. No caso de o adjetivo ser composto e uniforme, não varia no feminino. Exemplo: conflito político-social/desavença político-social.
Número dos Adjetivos: - Plural dos adjetivos simples: são flexionados no plural conforme as regras de flexão numérica dos substantivos simples. Exemplos: feliz/felizes; mau/maus; boa/boas; ruim e ruins, etc.
Nos casos em que o adjetivo exerce, também, a função de substantivo, será invariável, isto é, se a palavra qualificadora for, originalmente, um substantivo, será mantida a forma primitiva. Exemplo: Sapatos cinza, ternos cinza, camisas cinza, etc.
Adjetivo Composto: É formado por dois ou mais elementos que, em geral, são unidos por hífen. Somente o último elemento irá concordar com o substantivo, pois os outros devem ficar na forma masculina, e no singular. Nos casos em que um dos elementos formadores do adjetivo composto for um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro será invariável. Exemplo: ternos rosa-claro; camisas rosa-claro; olhos verde-claros; calças azul-escuras; camisas verde-mar; telhas marrom-café; paredes verde-claras; etc. Observação importante: todos os adjetivos compostos, que se iniciam por “cor-de-...”, são invariáveis. Exemplos: azul-marinho, azul-celeste, etc. Outro que, também, não varia nunca é: ultravioleta. Exceções: surdo(a)-mudo(a) e pele-vermelha possuem os dois elementos flexionados: surdos-mudos/surdas-mudas; peles-vermelhas.
Grau do Adjetivo Os adjetivos são flexionados em grau com objetivo de indicar intensidade da qualidade de um ser. Existem dois graus de adjetivo: comparativo e superlativo. Vejamos sobre cada um deles a seguir. 1) Comparativo: comparam-se à mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou a duas ou mais características do mesmo ser e pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Exemplos: - Comparativo de Igualdade: Ocorre quando o segundo termo da comparação é introduzido com o uso das palavras: quanto, como, ou quão. Exemplo: Sou tão esperto quanto Maria. - Comparativo de Superioridade Analítico: Ocorre quando dois substantivos são comparados e um deles possui qualidade superior. Tem esse nome devido ao uso de termos introdutórios, tais como: “mais...que” e “mais...do que”. Exemplo: Sou mais esperto do que você. - Comparativo de Superioridade Sintético: Ocorre quando a comparação é feita através do uso do termo: “maior (do) que...”. Exemplo: A Terra é maior (do) que a Lua. Nesse caso, alguns adjetivos possuem formas sintéticas, que são herança do Latim, que são: baixo inferior; pequeno menor; bom melhor; grande maior; alto superior; mau pior.
Observação: nos casos das palavras que possuem formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), quando existe comparação feita entre duas qualidades de um mesmo elemento, usa-se as formas analíticas: mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Exemplo: João é maior do que Carlos (ocorre a comparação de dois elementos);
João é mais grande que pequeno (ocorre a comparação de duas qualidades de um mesmo elemento). - Comparativo de Inferioridade: Ocorre quando há o uso do termo “menos (do) que...”. Exemplos: Sou menos baixo (do) que Marta. Sou menos paciente (do) que simpático.
Importante saber que: - menor e pior são comparativos de superioridade, porque são equivalentes, respectivamente, a mais pequeno e mais mau. - bom, mau, grande e pequeno possuem formas sintéticas, que são: melhor, pior, maior e menor, mas nas comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se utilizar suas formas analíticas: mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Observe os exemplos: Carlos é maior do que Ana (comparação entre dois elementos). Carlos é mais grande que pequeno (comparação entre duas qualidades do mesmo elemento). - Comparativo De Inferioridade: Ocorre através do uso do termo: “menos (do) que...”. Exemplos: Você é menos alto (do) que eu. Sou menos compreensivo (do) que calmo.
2) Superlativo: Exprime qualidades em um grau muito elevado ou no grau máximo. Pode ser: absoluto ou relativo, com as seguintes modalidades: - Superlativo Absoluto: Quando intensifica-se a qualidade de um ser e não há relação com outros seres. Ocorre de duas maneiras: Analítica: a intensificação é feita através do auxílio de palavras com ideia de intensidade (advérbios). Exemplo: O professor é muito competente. Sintética: a intensificação é feita através do acréscimo de sufixos. Exemplo: O professor é competentíssimo. Seguem abaixo outros exemplos de superlativos sintéticos: benéfico bom célebre comum cruel difícil doce
beneficentíssimo boníssimo ou ótimo celebérrimo comuníssimo crudelíssimo dificílimo dulcíssimo
fácil fiel frágil frio humilde jovem livre magnífico magro manso mau nobre pequeno pobre preguiçoso próspero sábio sagrado
facílimo fidelíssimo fragílimo friíssimo ou frigidíssimo humílimo juveníssimo libérrimo magnificentíssimo magérrimo ou magríssimo mansuetíssimo péssimo nobilíssimo mínimo paupérrimo ou pobríssimo pigérrimo prospérrimo sapientíssimo sacratíssimo
- Superlativo Relativo: a qualidade de um ser é intensificada através da relação com um conjunto de seres. Tal relação pode ser das formas que seguem: De Superioridade (Joana é a mais inteligente da turma). De Inferioridade: Joana é a menos inteligente da turma). Observe: - O superlativo absoluto analítico expressa-se através do uso dos advérbios: muito, extremamente, excepcionalmente, etc., que vão antes do adjetivo. - O superlativo absoluto sintético ocorre de duas maneiras: a erudita, de origem latina, e a popular, de origem vernácula (língua materna), no nosso caso, a Língua Portuguesa. A forma erudita é feita através do radical do adjetivo latino + um dos sufixos: íssimo, -imo ou érrimo. Exemplos: paupérrimo, fidelíssimo, facílimo. A forma popular é feita através do radical do adjetivo português + o sufixo: íssimo. Exemplos: agilíssimo, pobríssimo.
3.8.3. Artigo Consiste na palavra que, quando vem antes de um substantivo, mostra se está sendo empregado de forma definida ou indefinida e, também, ao mesmo tempo, indica o gênero e o número dos substantivos. Classificam-se em definidos e indefinidos, conforme veremos a seguir. - Artigos Definidos: são aqueles que determinam os substantivos de forma precisa: o, a, os, as. Exemplos: Eu matei o bicho; João comeu o bolo. - Artigos Indefinidos: são aqueles que determinam os substantivos de forma vaga: um, uma, uns, umas. Exemplos: Eu matei um bicho; João comeu um bolo. Combinação dos Artigos: Na Língua Portuguesa, ocorre muito a combinação de artigos definidos e indefinidos com as preposições. Veja alguns exemplos: Preposições
Artigos o, os
a, as
um, uns
uma, umas
a
ao, aos
à, às
-
-
de
do, dos
da, das
dum, duns
duma, dumas
em
no, nos
na, nas
num, nuns
numa, numas
por (per)
pelo, pelos
pela, pelas
-
-
Nas formas à e às estão indicadas a fusão da preposição a com o artigo definido a. Tal fusão de vogais idênticas é chamada de crase.
3.8.4. Numeral Consiste na palavra usada para indicar os seres em termos numéricos, ou seja, atribui quantidade aos seres ou os posiciona em uma determinada sequência. Observe os exemplos: - Os últimos cinco ingressos foram vendidos há duas horas. * cinco numeral (atributo numérico do vocábulo "ingresso");
- Thomas bebeu um café duplo. * duplo numeral (atributo numérico do vocábulo "café"); - A primeira pessoa da fila entrou correndo. *primeira numeral (situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"). Os numerais fazem a tradução, em palavras, do que os números indicam com relação aos seres. Dessa forma, quando a expressão é escrita em números, como: 1, 2°, 1/4, etc., não são numerais, mas sim algarismos. Além dos numerais já vistos, que são os mais conhecidos, há outras palavras que são, também, consideradas numerais por denotarem quantidade, ordenação ou proporção. Como por exemplo: dúzia, década, ambos(as), par, novena. Classificação dos Numerais: - Cardinais: são aqueles que indicam contagem ou medida. Trata-se do número básico. Exemplos: um, dois, três, quarenta, cem, mil, etc. - Ordinais: são aqueles que indicam ordem ou lugar de um ser. Exemplos: primeiro, segundo, quadragésimo, centésimo, milésimo etc. - Fracionários: são aqueles que indicam parte de um inteiro, isto é, a divisão dos seres. Exemplos: meio, terço, quarto, dois quintos, um centésimo, etc. - Multiplicativos: são aqueles que expressam ideia de multiplicação dos seres e indicam quantas vezes a quantidade foi aumentada. Exemplos: dobro, triplo, quíntuplo, sêxtuplo, etc. Leitura dos Numerais: Ao fazer a separação dos números em centenas, de trás para frente, conseguemse os conjuntos numéricos, que são em forma de centenas, dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos faz-se o uso da vírgula e as unidades são ligadas através da conjunção “e”. Exemplos: 2.550.723 dois milhões, quinhentos e cinquenta mil, setecentos e vinte e três; 55.240 cinquenta e cinco mil, duzentos e quarenta. Flexão dos Numerais: Os numerais cardinais que variam em gênero. Exemplos: - um/uma, dois/duas;
- duzentos/duzentas, trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, e assim por diante. Os números cardinais como: milhão, bilhão, trilhão, etc. variam apenas em número. Exemplos: - milhões, bilhões, trilhões, etc.
Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número. Exemplos: Primeiro Primeira primeiros primeiras
segundo segunda segundos segundas
milésimo milésima milésimos milésimas
Os numerais multiplicativos são invariáveis substantivas, conforme o exemplo a seguir:
quando
possuem
funções
Fizeram o dobro do esforço para alcançar o triplo da produção.
Quando possuem funções adjetivas, os numerais multiplicativos são flexionados em gênero e número, como por exemplo:
José precisou tomar doses triplas do medicamento para alergia.
Os numerais fracionários são flexionados em gênero e número. Exemplos: um terço/dois terços; uma terça parte/duas terças partes.
Os numerais coletivos são flexionados apenas em número. Exemplos: uma dúzia; um milheiro;
duas dúzias; dois milheiros.
Na linguagem coloquial usa-se muito o grau nos numerais para significar afetividade ou especialização de sentido. Observe os exemplos abaixo:
Ana me emprestou trezentinho, ontem. Esse produto é de primeiríssima qualidade! O time para o qual eu torço está correndo o risco de cair para a segundona (segunda divisão de futebol).
Emprego dos Numerais: Na designação de reis, papas, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra literária, são utilizados os números ordinais até décimo e, a partir de então, usam-se os cardinais, mas desde que o numeral apareça depois do substantivo. Observe: Ordinais Cardinais João Paulo II (segundo)
Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo)
Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo)
Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo)
Século XX (vinte)
Canto IX (nono)
João XXIII ( vinte e três)
Na designação de decretos, leis, portarias, faz-se o uso de ordinal até nono e o cardinal de dez em diante, conforme os exemplos: Artigo 1.° (primeiro), Artigo 2º (segundo) ... Artigo 9º (nono); Artigo 10 (dez), Artigo 11 (onze), etc. Ambos/ambas também são considerados numerais, pois têm o significado de: um e outro/uma e outra, os dois/as duas e são muito utilizados para empregar retomadas dos pares de seres já referidos. Exemplo: Ana e Maria resolveram entrar em algum programa de ajuda ao próximo. Ambas fizeram a inscrição para fazer parte de uma ONG que auxilia idosos. Atenção: o uso de "ambos os dois", por exemplo, é considerado artificialismo.
3.8.5. Pronome
Consiste na palavra usada no lugar do nome ou, então, que se refere a ele. Pode também ser a palavra que acompanha o nome e o qualifica de alguma maneira. Verifique os exemplos: a) Julia era uma linda menina. Ela morava nos meus sonhos! (substituição do nome) b) A menina que morava nos meus sonhos era maravilhosa! (referência ao nome) c) Essa menina morava nos meus sonhos! (qualificação do nome; especificidade)
A grande maioria dos pronomes só possuem significação dentro de um contexto, que permite verificar a referência correta do que se coloca através dos pronomes num texto falado ou escrito. Exceto os pronomes interrogativos e indefinidos, os pronomes têm por principal função fazer apontamentos de pessoas de um processo de comunicação ou se relacionar a elas e as posicionando no tempo ou no espaço. Por isso, os pronomes têm uma maneira específica para cada personagem de um discurso. Observe os exemplos: a) Minha bolsa estava cheia de dinheiro quando eu fui assaltada. (minha/eu pronomes de 1ª pessoa/ denotam aquele que fala). b) Sua bolsa estava cheia de dinheiro quando você foi assaltada? (sua/você: pronomes de 3ª pessoa = aquele para quem se fala). c) A bolsa dela estava cheia de dinheiro quando ela foi assaltada. (dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala). Os pronomes são palavras que variam em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Dessa forma, a referência feita através de um pronome deve ser de acordo com os termos de gênero e número (concordância) com o seu objeto, ainda que este esteja ausente no enunciado. Exemplos: - Ele quer participar do espetáculo de teatro da nossa companhia neste ano; (nossa: pronome que está qualificando escola, logo, a concordância está correta).
(neste: pronome que está determinando ano, logo, a concordância está correta).
Ao todo, são seis tipos de pronomes: os pessoais, os possessivos, os demonstrativos, os indefinidos, os relativos e os interrogativos. Vejamos cada um deles, com detalhes, na sequência. - Pronomes Pessoais: São os que substituem os substantivos e indicam, de forma direta, as pessoas de um discurso. Portanto, quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, utiliza os pronomes tu, vós, você ou vocês para determinar para quem se dirige e usa ele, ela, eles ou elas para se referir à pessoa ou às pessoas de quem fala. Os pronomes pessoais variam conforme suas funções nas orações e podem ser do caso reto ou do caso oblíquo. Vejamos: Pronome Pessoal do Caso Reto: consiste naquele que tem a função de sujeito ou predicativo do sujeito, dentro de uma sentença. Exemplo: Nós lhe oferecemos ajuda. Os pronomes retos flexionam em número, em gênero (apenas na 3ª pessoa) e em pessoa. Porém, a principal flexão é em pessoa. Sendo assim, podem ser classificados da seguinte forma: - 1ª pessoa do singular: eu; - 2ª pessoa do singular: tu; - 3ª pessoa do singular: ele, ela, você; - 1ª pessoa do plural: nós; - 2ª pessoa do plural: vós; - 3ª pessoa do plural: eles, elas, vocês. Pronome Oblíquo: Consiste naquele que tem a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou, ainda, de complemento nominal, em uma sentença. Exemplo: Ofereceram-nos ajuda. (objeto indireto) Observação: pronome reto denota o sujeito da oração e pronome oblíquo denota o complemento da oração. Os pronomes oblíquos variam conforme sua acentuação tônica e podem ser átonos ou tônicos.
- Pronomes Oblíquos Átonos: são aqueles que não são precedidos de preposição e têm a acentuação tônica fraca. Exemplo: Ela me deu um abraço. A configuração dos pronomes oblíquos átonos ocorre conforme a seguir: - 1ª pessoa do singular (eu): me; - 2ª pessoa do singular (tu): te; - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe; - 1ª pessoa do plural (nós): nos; - 2ª pessoa do plural (vós): vos; - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes. Observações: O pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Os pronomes me, te, nos e vos podem ser tanto objetos diretos quanto objetos indiretos. Os pronomes o, a, os e as podem ser apenas objetos diretos.
Preste atenção: Os pronomes o, os, a, as podem assumir formas especiais depois de algumas terminações verbais. Nos verbos que terminam em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma: lo, los, la ou las, e a terminação verbal é suprimida. Exemplos:
fiz + o = fi-lo; fazeis + o = fazei-lo; dizer + a = dizê-la. Quando o verbo termina em som nasal, o pronome irá assumir as formas: no, nos, na, nas. Exemplos: viram + o: viram-no repõe + os = repõe-nos retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
- Pronomes Oblíquos Tônicos: consiste naqueles que sempre são precedidos por preposições e, geralmente, as preposições: a, para, de e com. Por isso, os pronomes tônicos têm a função de objeto indireto de uma oração; Possuem a acentuação tônica forte. A configuração dos pronomes oblíquos tônicos ocorre conforme a seguir: - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo; - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo; - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela; - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco; - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco; - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas; Perceba que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti), pois as outras são iguais às formas do pronome pessoal do caso reto. Importante: As preposições essenciais sempre irão introduzir um pronome pessoal do caso oblíquo e jamais um pronome do caso reto. Veja os exemplos: Não vá sem mim; Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela; Não há mais nada entre mim e ti; Não há nenhuma acusação contra mim. Preste atenção: Há casos nos quais a preposição, mesmo surgindo anteposta a um pronome, é usada para introduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Em casos assim, o verbo pode ter sujeito expresso e, se esse sujeito for um pronome, deve, obrigatoriamente, ser do caso reto. Exemplos: Trouxeram vários modelos de roupa para eu experimentar; Não vá sem eu pedir.
Note: A combinação da preposição com + alguns pronomes deu origem às formas especiais: comigo, contigo, consigo, conosco e convosco. Com frequência, esses pronomes oblíquos tônicos agem como adjunto adverbial de companhia. Exemplo: Manuel carregava a carteira consigo. As formas conosco e convosco são substituídas por com nós e com vós nos casos em que os pronomes pessoais são reforçados por palavras como: outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral. Exemplos: Você terá que ir com nós todos; Estávamos com vós outros quando chegaram as cartas; Ele disse que quer ir com nós três. - Pronomes Reflexivos: São aqueles que mesmo não funcionando como objetos direto ou indireto, fazem referência ao sujeito de uma oração e mostram que ele pratica e recebe a ação contida pelo verbo. A configuração dos pronomes reflexivos ocorre conforme a seguir: - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. Exemplos: Eu não me orgulho disso; Olhei para mim no espelho e fiquei feliz com o que vi. - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. Exemplos: Assim você se prejudica; Conhece a ti mesmo.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. Exemplos: André já se preparou para as provas; Ana deu para si um presente; José falou consigo mesmo sobre aquele problema. - 1ª pessoa do plural (nós): nos. Exemplos:
Lavamo-nos na água do mar; Banhamo-nos naquele rio. - 2ª pessoa do plural (vós): vos. Exemplos: Vós vos beneficiastes com aquela vitória na justiça; Vós vos enchestes de alegria com o casamento deles. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. Exemplos: Carla e Maria deram a si um dia de folga; Eles se conheceram na praça da cidade.
A Segunda Pessoa Indireta: Chama-se de segunda pessoa indireta quando usamos pronomes que, apesar de indicarem o interlocutor (a segunda pessoa), estão com o verbo em terceira pessoa. Isso ocorre com os que são chamados de pronomes de tratamento, conforme relacionados abaixo: - Pronomes de Tratamento: PRONOME: Vossa Alteza Vossa Eminência Vossa Reverendíssima
ABREVIAÇÃO: V. A. V. Ema.(s) V. Revma.(s)
Vossa Excelência
V. Ex.ª (s)
Vossa Magnificência Vossa Majestade Vossa Majestade Imperial Vossa Santidade Vossa Senhoria Vossa Onipotência
V. Mag.ª (s) V. M. V. M. I. V. S. V. S.ª (s) V. O.
USA-SE PARA: príncipes, duques cardeais sacerdotes e bispos altas autoridades e oficiais-generais reitores de universidades reis e rainhas Imperadores Papa tratamento cerimonioso Deus
São, também, pronomes de tratamento: você/vocês e o(s) senhor(es)/a(s) senhora(s). O(s) senhor(es) e a(s) senhora(s) são mais formais, logo, são usados nos tratamentos cerimoniosos, enquanto que você e vocês, por serem mais informais, são usados para tratamento familiar e entre amigos.
Observações importantes: - Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de tratamento que contêm o Vossa(s) são usados para tratar da pessoa com quem se fala. Exemplo: Esperamos que Vossa Excelência, Senhor Ministro, esteja na próxima reunião. - Usa-se Sua(s) para se falar sobre a pessoa. Exemplo: Todos os membros da C.P.I. confirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com improbidade. - Os pronomes de tratamento sugerem a forma indireta para se dirigir ao interlocutor. Por exemplo, para se tratar um Deputado usando o Vossa Excelência faz-se referência à excelência que ele, supostamente, possui para que possa ocupar o cargo em questão.
- A 3ª pessoa: ainda que os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, a concordância, por inteiro, deve ser feita com a 3ª pessoa. Dessa forma, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos devem ficar na 3ª pessoa. Exemplo: O povo pede para que Vossa Excelência cumpra apenas parte das suas promessas, para que lhe fiquem agradecidos. - A Uniformidade de Tratamento: ao se escrever ou se dirigir para alguém, não se pode trocar, no decorrer do texto, a pessoa do tratamento utilizada no início. Como por exemplo, quando se começa a tratar um indivíduo por você, não poderá fazer uso de te ou teu (que são referentes de tu). Exemplos: Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado). Correto: Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. ou Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. Pronomes Possessivos: consistem nas palavras que, quando indicam uma pessoa (um possuidor), dão para ela a ideia de posse de algo (a coisa que se possui). Exemplo: Este livro é meu. (meu possuidor, 1ª pessoa do singular). Vejamos os demais pronomes possessivos: NÚMERO
PESSOA
PRONOME
singular singular singular plural plural plural
primeira segunda terceira primeira segunda terceira
meu(s), minha(s) teu(s), tua(s) seu(s), sua(s) nosso(s), nossa(s) vosso(s), vossa(s) seu(s), sua(s)
Importante: o gênero e o número irão sempre concordar com o objeto possuído. Exemplo: Ela trouxe seu apoio e sua contribuição para todos que ali estavam. Observações Importantes: - A forma seu não é um possessivo quando é resultado da alteração fonética da palavra senhor. Exemplo: Olá, seu Carlos. - Os pronomes possessivos não necessariamente irão indicar posse, pois podem possuir outros empregos, tais como: 1) Indicar afetividade. Exemplo: Não saia de casa hoje, minha filha. 2) Indicar cálculo aproximado. Exemplo: José já deve ter seus 70 anos.
3) Atribuir valor indefinido ao substantivo. Exemplo: Joana tem lá seus problemas e defeitos, mas eu a amo muito.
- Em frases nas quais são usados os pronomes de tratamento, o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa. Exemplo: Vossa Excelência enviou sua mensagem?
- Quando se refere a mais de um substantivo, o pronome possessivo deve concordar com o mais próximo. Exemplo: Emprestou-me seus livros e apostilas.
- Há algumas situações em que os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem o valor de possessivo. Exemplo: Vou seguir-lhe os passos. (no sentido de: Vou seguir seus passos).
Pronomes Demonstrativos: são aqueles usados para explicitar a posição de uma palavra em relação a outras ou à situação, podendo ser no espaço, no tempo ou no discurso. Conforme segue: - No espaço: Compro este caminhão (aqui) o pronome este mostra que o caminhão está perto da pessoa que fala. Compro esse caminhão (aí) o pronome esse mostra que o caminhão está perto da pessoa com quem eu falo ou, então, longe da pessoa que fala. Compro aquele caminhão (lá) o pronome aquele mostra que o caminhão está longe da pessoa que fala e daquela com quem eu falo.
- No tempo: Este ano está sendo excelente pronome este faz referência ao ano presente. Esse ano que passou foi muito ruim pronome esse faz referência a um passado próximo. Aquele ano foi cansativo para todos pronome aquele faz referência a um passado distante.
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, conforme segue abaixo: - Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). - Invariáveis: isto, isso, aquilo. * Também podem surgir como pronomes demonstrativos. Observe: o(s), a(s): quando vierem antes de que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Exemplos: Não ouvi o que disse. (Não ouvi aquilo que disse).
Essa rua não é a que te indiquei. (Essa rua não é aquela que te indiquei). mesmo(s), mesma(s): Exemplo: Estas são as mesmas pessoas que falavam mal dele antes. próprio(s), própria(s): Exemplo: Os próprios alunos descobriram como resolver a questão. semelhante(s): Exemplo: Não compre semelhante quadro. tal, tais: Exemplo: Tal era a solução para o meu problema. Observação: A fim de evitar que um verbo, já expresso, seja repetido, pode-se empregar o verbo fazer que, nesse caso, é chamado de verbo vicário, ou seja, aquele que substitui, faz as vezes de). Exemplo: Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. Note: Está correto: “Não sei que fazer” ou “Não sei o que fazer”. Porém, não está correto: “Tenho muito o que fazer”, mas o correto é: “Tenho muito que fazer”. - Em algumas frases, o este faz referência à pessoa relacionada em último lugar e aquele refere-se à pessoa relacionada em primeiro lugar. Veja o exemplo: O referido vereador e o Dr. José Almeida eram muito amigos: aquele casado, este solteiro. - O pronome demonstrativo tal pode ser usado com um sentido de ironia. Exemplo: A garota foi a tal que desrespeitou o professor? - É possível que ocorra a contração das preposições a, de, em com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no, etc. Exemplo: Não acreditei no que estava vendo no = naquilo.
Pronomes Indefinidos: fazem referência à terceira pessoa de um discurso e lhe dá sentido impreciso (vago) ou pode expressar quantidade indeterminada. Exemplo: Alguém passou pelo jardim e destruiu todas as mudas recém-plantadas. Note que alguém refere-se a uma pessoa de quem se fala (logo, uma terceira pessoa) de forma imprecisa (vaga). Indica que, de fato, existe um ser humano, mas a sua identidade não é conhecida ou não se quer revelá-la. São classificados em: Pronomes Indefinidos Substantivos: são aqueles que assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase alguém, algo, fulano, beltrano, sicrano, nada, outrem, quem, ninguém, tudo. Exemplos: Algo o atrapalha aqui? Quem avisa amigo é.
Pronomes Indefinidos Adjetivos: são aqueles que qualificam um ser referido na frase, ou seja, denota a noção de quantidade aproximada cada, certo(s), certa(s). Exemplos: Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas possuem mais de um ofício. Observação Importante: Os pronomes a seguir, por vezes são pronomes indefinidos substantivos e, outras vezes, são pronomes indefinidos adjetivos: algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Exemplos: Menos palavras e mais ações. Algumas pessoas contentam-se pouco.
- Os pronomes indefinidos podem ser divididos em: variáveis e invariáveis. Vejamos: Variáveis Singular
Plural
Invariáveis
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
algum nenhum todo muito pouco vário tanto outro quanto
alguma nenhuma toda muita pouca vária tanta outra quanta
alguns nenhuns todos muitos poucos vários tantos outros quantos
algumas nenhumas todas muitas poucas várias tantas outras quantas
qualquer
Quaisquer
alguém ninguém outrem tudo nada algo cada --------
- São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (sentido de “certo”), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Exemplo: Cada um escolheu o chocolate desejado.
- Indefinidos Sistemáticos: São aqueles que criam oposição de sentido. Como: algum/alguém/algo: sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada: sentido negativo; todo/tudo: sentido de uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada: sentido de uma totalidade negativa; alguém/ninguém: fazem referência a uma pessoa, e algo/nada: referem-se a uma coisa; certo: particulariza, e qualquer: generaliza. Observe nas frases abaixo a importância de coerência que os pronomes indefinidos destacados dão às afirmações às quais pertencem:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático. Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pessoas quaisquer.
Pronomes Relativos: consistem naqueles que representam nomes já citados e com os quais se relacionam. Possuem o papel, também, de introduzir as orações subordinadas adjetivas. Observe: Quadro dos Pronomes Relativos Variáveis Masculino o qual cujo quanto
os quais cujos quantos
Feminino a qual cuja quanta
as quais cujas quantas
Invariáveis quem que onde
O pronome relativo que é o que possui maior empregabilidade, por isso, é chamado de relativo universal. Ele pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais, se o seu antecedente for um substantivo. Exemplos: O trabalho que eu fiz refere-se à política corrupção (o qual); A banda que acabou de se apresentar é excelente (a qual); Os trabalhos que eu fiz referem-se à política (os quais); As bandas que se apresentaram eram excelentes (as quais). O qual, os quais, a qual e as quais são apenas pronomes relativos. São usados para verificar se palavras como "que", "quem" e "onde" (que podem possuir inúmeras classificações) são pronomes relativos. São sempre utilizados para fazer referência à pessoa ou coisa, para manter a clareza ou depois de algumas preposições. Vejamos os exemplos: Voltando do Rio de Janeiro, visitei a casa de uma prima, a qual me deixou fascinada. (Nesse caso, o que geraria ambiguidade); Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas divergências. (nunca se pode usar o que depois de sobre).
O pronome relativo que, algumas vezes, pode ser equivalente a: o que, coisa que, e faz referência a uma oração. Exemplo:
Não chegou a ser poeta, mas deixou de ser padre, que era a sua vocação desde menino. O pronome cujo concorda sempre com o seu consequente e não com o seu antecedente. É equivalente a: do qual, da qual, dos quais, das quais. Exemplo: Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. Antecedente: caderno; Consequente: folhas. Quanto é pronome relativo se tiver por antecedente um pronome indefinido: tanto (tanta, tantos, tantas) e tudo. Exemplo: Emprestei tantos quantos foram necessários. (antecedente) Ele fez tudo quanto havia falado. (antecedente) O pronome quem faz referência a pessoas e sempre virá precedido de uma preposição. Exemplo: José é uma pessoa a quem devo muito. (preposição) Onde, quando funcionar como pronome relativo, sempre terá antecedente e só poderá ser usado para indicar lugar. Exemplo: O prédio onde morava foi reformado. Para indicar tempo, deve-se usar: quando ou em que. Exemplo: Sinto saudades da época em que (quando) eu morava no interior. Alguma palavras podem ser usadas com valor de pronomes relativos, tais como: - como (pelo qual). Exemplo: Sua mãe não gostou do modo como você agiu com a professora de Português. - quando (em que). Exemplo: Eu era mais feliz nos tempos quando podia dormir até tarde. Os pronomes relativos podem unir duas orações em uma só frase. Exemplos:
O futebol é um esporte + O povo gosta muito desse esporte. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. Em várias orações adjetivas coordenadas, pode haver a elipse do pronome relativo que. Exemplo: A festa estava cheia de pessoas que falavam, (que) dançavam, (que) bebiam.
Pronomes Interrogativos: usados para formular perguntas, diretas ou indiretas. Da mesma forma que os pronomes indefinidos, fazem referência à 3ª pessoa de maneira imprecisa. São eles: que, quem, qual (e suas variações), quanto (e suas variações). Exemplos: Quem fez o jantar?/Diga-me quem fez o jantar. Qual dos carros você prefere?/Não sei qual dos carros você prefere. Quantas pessoas entraram no elevador?/Preciso saber quantas pessoas entraram no elevador. Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos: - Pronomes Substantivos: são os que substituem um substantivo referido por eles. Exemplo: Nem tudo está perdido (nem todas as suas coisas estão perdidas).
- Pronomes Adjetivos: são os que acompanham um substantivo com o qual se relacionam e lhe dá uma característica. Exemplos: Este homem é meu pai; Alguma coisa me deixou triste. Lembre-se de que essa classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não retira sua classificação específica. Exemplos: Muita gente não me entende. (muita pronome adjetivo indefinido); Trouxe o meu convite e o teu. (meu pronome adjetivo possessivo / teu
pronome substantivo possessivo).
3.8.5.1. Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Próclise: ocorre quando o pronome aparece antes do verbo. É comum vermos seu emprego nos casos a seguir: 1) Em orações nas quais existam uma palavra ou expressão de valor negativo. Exemplos: Nunca se esqueça de mim; Ninguém o apoia; Não me fale mais sobre isso! 2) Em orações nas quais existam advérbios e pronomes indefinidos, sem que haja pausa. Exemplos: Tudo me incomoda aqui. (pronome indefinido); Aqui se vive. (advérbio). Observação: se houver uma pausa depois do advérbio, será usada a ênclise. Exemplo: Aqui, vive-se.
3) Em orações que se iniciam por pronomes e advérbios interrogativos. Exemplos: Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo); Quem te convidou para vir em minha casa? (pronome interrogativo). 4) Em orações que se iniciam por palavras exclamativas e, também, nas optativas (que denotam vontade/desejo). Exemplos: Deus o abençoe! (oração optativa); Como te admiro! (oração exclamativa).
5) Nas conjunções subordinativas. Exemplos: É preciso que você o traga até aqui; Ela não quis a calça, embora lhe servisse;
Comprarei o casaco se me for útil. 6) Casos de gerúndio precedido da preposição em. Exemplos: Em se pensando em descanso, pensa-se logo em férias; Em se tratando de descontos, é necessário falar com o gerente.
7) Junto com a palavra só, com sentido de apenas, somente, e com as conjunções coordenativas alternativas. Exemplos: Ou se diverte, ou fica em casa; Só se lembram de estudar na véspera das provas.
8) No caso das orações que são introduzidas por pronomes relativos. Exemplos: Há pessoas que nos tratam com amor sincero; Foi aquele colega quem me ajudou a estudar para a prova; Aqui é o lugar onde te conheci.
Mesóclise: ocorre quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, exceto em casos em que se justifica a próclise. O pronome encontra-se intercalado ao verbo. Exemplos: Procurar-me-iam caso precisassem de apoio. (procurariam + me); Falar-lhe-ei sobre seu problema. (falarei + lhe).
* Importante saber: - Quando ocorre um dos casos que justifica o uso da próclise, desfaz-se a mesóclise. Exemplo: Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (com o pronome tudo é obrigatório o uso de próclise). - Com os tempos verbais: futuro do presente e futuro do pretérito nunca pode ocorrer a ênclise! - A mesóclise é a colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.
Ênclise: é a colocação básica do pronome, já que obedece à sequência verbocomplemento. Dessa forma, o pronome aparece depois do verbo. Seus principais empregos são: 1) Em períodos que são iniciados por verbos (desde que não estejam no futuro), já que, na língua culta, não se começa uma frase com pronome oblíquo. Exemplos: Importava-se com o crescimento da empresa; Diga-me apenas a verdade. 2) Em orações reduzidas de infinitivo. Exemplos: Espero contar-lhe aquela história ainda hoje; Convém confiar-lhe esta responsabilidade. 3) Nas orações reduzidas de gerúndio (exceto as que são precedidas da preposição em). Exemplos: O menino gritou, assustando-se com o barulho; Aquela mulher ajudou o menino machucado, fazendo-lhe um curativo.
4) Nas orações imperativas afirmativas. Exemplos: Professor, ajude-me a resolver o exercício! Fale com sua mãe e avise-a da reunião.
Observações Importantes: - A posição normal do pronome é a ênclise. Para haver próclise ou mesóclise é preciso que haja justificativas; - Na língua falada atualmente é comum observarmos o uso da mesóclise, porém deve-se saber que iniciar frases com pronomes átonos não é permitido em uma conversação formal. Veja os exemplos: Linguagem Informal: Me alcança o lápis; Linguagem Formal: Alcança-me o lápis.
- Caso o verbo não esteja no começo da frase e nem conjugado nos tempos: Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, pode-se usar tanto a próclise quanto a ênclise. Exemplos: As crianças se esforçam para acordar cedo; As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Eu me machuquei no jogo; Eu machuquei-me no jogo.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais: é preciso saber que as locuções verbais podem estar com o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Note: - Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio: 1) Sem o uso de palavra que exige próclise, normalmente, coloca-se o pronome após a locução. Exemplo: Quero ajudar-lhe ao máximo.
2) Com o uso de palavra que exige próclise, pode-se colocar o pronome antes ou depois da locução. Exemplo: Não pretendo falar-lhe sobre isso agora. (depois); Nunca me viram falar em público. (antes). Nos casos em que houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a aplicação do pronome será facultativa. Exemplo: Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional; Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional. Com o uso da preposição a e do pronome oblíquo o (e suas variações) o pronome deverá ser usado depois do infinitivo. Exemplo: Voltei a cumprimentá-los pelo casamento.
Verbo Principal no Particípio: nesse caso, o pronome oblíquo átono não pode estar depois dele. Exemplo: As crianças tinham-se perdido no parque.
3.8.6. Verbo Trata-se da classe de palavras que é flexionada em pessoa, número, tempo, modo e voz. Além de outros processos, pode indicar: ação (andar); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer). É caracterizado por suas flexões e não pelo que podem significar.
Estrutura das Formas Verbais: Uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos estruturais: 1) Radical: é a parte invariável e expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) 2) Tema: é o radical seguido da vogal temática e indica a conjugação a qual o verbo pertence. Por exemplo: fala-r. Existem três conjugações, que são: - 1ª: Vogal Temática - A - (falar); - 2ª: Vogal Temática - E - (vender); - 3ª: Vogal Temática - I - (partir). 3) Desinência modo-temporal: consiste no elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Exemplos: andávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo); andasse (indica o pretérito imperfeito do subjuntivo). 4) Desinência número-pessoal: consiste no elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Exemplos: andamos (indica a 1ª pessoa do plural);
andavam (indica a 3ª pessoa do plural).
Importante: o verbo por, bem como seus derivados: repor, compor, depor, etc., são da 2ª conjugação, visto que a forma arcaica do verbo por era poer. A vogal e, desapareceu no infinitivo, mas aparece em algumas formas do verbo, como: põe, pões, põem, etc.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas: Quando se trata da estrutura dos verbos e do conceito de acentuação tônica, percebe-se que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do verbo, como por exemplo: nutro, opino, aprendam. Já nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical e sim na terminação verbal, como por exemplo: aprenderão, opinei, nutriríamos. Classificação dos Verbos: Os verbos podem ser classificados em: 1) Regulares: são os que têm suas desinências normais conforme sua conjugação e a flexão não provoca alterações no radical. Exemplos: canto
cantei
cantarei
cantava
cantasse
2) Irregulares: são os que sua flexão provoca alterações no radical ou nas desinências. Exemplos: faço
fiz
farei
fizesse
3) Defectivos: são os que não possuem conjugação completa. São classificados em: impessoais, unipessoais e pessoais. Vejamos cada um deles: - Impessoais: são aqueles verbos que não possuem sujeito e, geralmente, são aplicados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são: Haver (quando é sinônimo de: acontecer, existir, realizar-se ou fazer) nas orações temporais. Exemplos: Havia poucos ingressos à venda. (Havia com sentido de “existiam”); Houve duas guerras mundiais. (Houve com sentido de “aconteceram”); Haverá reuniões nesta sala. (Haverá com sentido de “realizar-se-ão”); João parou de fumar há vários anos. (Há com sentido de “faz”). fazer, ser e estar (quando indicarem tempo). Exemplos: Era primavera quando comecei o curso;
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil; Estava frio ontem pela manhã. Todos os verbos que denotam fenômenos da natureza são impessoais, tais como: ventar, chover, trovejar, nevar, gear, anoitecer, amanhecer, etc. - Todos os verbos impessoais, quando forem usados em sentido figurado, deixam de ser impessoais e passam a ser pessoais. Exemplos: Choveram candidatos para aquele concurso. (sujeito candidatos); Amanheci mal-humorado. (sujeito desinencial eu); Fiz trinta anos ontem. (sujeito desinencial eu). Além dos já vistos, são impessoais os verbos: a) passar (seguido de preposição), quando indica tempo. Exemplo: Já passa das sete.
b) bastar e chegar, seguidos da preposição de, quando indicam suficiência. Exemplo: Basta de besteiras./Chega de reclamações. c) estar e ficar nas orações como: está bem, está muito bem assim, não fica bem, fica mal, e sem que haja referência a sujeito já expresso. Pode-se, também, classificar o sujeito como hipotético tornando, assim, esses verbos pessoais.
d) deu + para (da língua popular) que equivale a ser possível. Exemplos: Dá para me arrumar um dinheiro? Não deu para chegar antes. Unipessoais: são os verbos que, possuindo um sujeito, são conjugados apenas nas terceiras pessoas do singular e do plural. Entre os unipessoais estão os verbos que denotam vozes de animais. Exemplos: cricrilar (grilo); bramir (crocodilo); bramar (tigre);
cacarejar (galinha); coaxar (sapo). Os principais verbos unipessoais são: - doer, , importar, cumprir, convir, parecer, aprazer, ser. Vejamos mais exemplos: Parece que vai chover. (sujeito que vai chover); Cumpre estudarmos muito para a prova. (sujeito trabalharmos bastante); É necessário que chova logo. (sujeito que chova). - fazer e ir, quando estão em orações com ideia de tempo e seguidos pela conjunção que. Exemplos: Vai para quinze anos que não falo com Pedro. (sujeito que não falo com Pedro); Faz vinte anos que parei de fumar. (sujeito que parei de fumar). Verbos Pessoais: são aqueles que não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Exemplos: - O verbo falir: teria como formas do presente do indicativo: falo, fales, fale, exatamente iguais às do verbo falar, mas isso poderia causar problemas de interpretação em alguns contextos. - O verbo computar: teria como formas do presente do indicativo: computo, computas, computa, que, sob o aspecto sonoro, pode ser considerado ofensivo. Porém, esses motivos não impedem que se faça o uso de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos.
INFINITIVO Anexar Dispersar Eleger Envolver Imprimir Matar Morrer
PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR Anexado Anexo Dispersado Disperso Elegido Eleito Envolvido Envolto Imprimido Impresso Matado Morto Morrido Morto
Pegar Pegado Pego Soltar Soltado Solto Verbos Abundantes: são os que têm mais de uma forma com o mesmo valor. Em geral, tal fenômeno acontece no particípio, pois, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, aparecem as chamadas formas curtas, ou particípio irregular. Vejamos o quadro abaixo:
Verbos Anômalos: são os que incluem mais de um radical em sua conjugação. Exemplos: IR vou vais ides fui foste
POR ponho pus pôs punha
SER SABER sou sei és sabes fui soube foste saiba seja
Verbos Auxiliares: São os que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando está acompanhado de um verbo auxiliar, é colocado em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Exemplos: Está chegando a hora do jornal. -Verbo Auxiliar: está; - Verbo Principal: chegando (no gerúndio). Vou espantar as moscas do bolo. -Verbo Auxiliar: vou; - Verbo Principal: espantar (no infinitivo).
Os noivos foram cumprimentados por todos os convidados da festa. -Verbo Auxiliar: foram; - Verbo Principal: cumprimentados (no particípio). Observação: os verbos auxiliares mais utilizados são: ser, estar, ter e haver.
Conjugação dos Verbos Auxiliares:
SER - Modo Indicativo:
Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Pretérito Mais-Que-Perfeito
Futuro do Presente
Futuro do Pretérito
sou
fui
era
fora
serei
seria
és
foste
eras
foras
serás
serias
é
foi
era
fora
será
seria
somos
fomos
éramos
fôramos
seremos
seríamos
sois
fostes
éreis
fôreis
sereis
seríeis
são
foram
eram
foram
serão
seriam
SER - Modo Subjuntivo: Presente
Pretérito Imperfeito
Futuro
que eu seja
se eu fosse
quando eu for
que tu sejas
se tu fosses
quando tu fores
que ele seja
se ele fosse
quando ele for
que nós sejamos
se nós fôssemos
quando nós formos
que vós sejais
se vós fôsseis
quando vós fordes
que eles sejam
se eles fossem
quando eles forem
SER - Modo Imperativo: Afirmativo
Negativo
sê tu
não sejas tu
seja você
não seja você
sejamos nós
não sejamos nós
sede vós
não sejais vós
sejam vocês
não sejam vocês
SER - Formas Nominais: Infinitivo Impessoal
Infinitivo Pessoal
Gerúndio
Particípio
ser
ser eu
sendo
sido
seres tu ser ele sermos nós serdes vós
serem eles ESTAR - Modo Indicativo: Pretérito Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do Perfeito Imperfeito Mais-Que-Perfeito Presente Pretérito
Presente estou
estive
estava
estivera
estarei
estaria
estás
estiveste
estavas
estiveras
estarás
estarias
está
esteve
estava
estivera
estará
estaria
estamos estivemos estávamos
estivéramos
estaremos estaríamos
estais
estivestes
estáveis
estivéreis
estareis
estaríeis
estão
estiveram
estavam
estiveram
estarão
estariam
Afirmativo
Negativo
ESTAR - Modos Subjuntivo e Imperativo: Presente
Pretérito Imperfeito
Futuro
esteja
estivesse
estiver
estejas
estivesses
estiveres
está
estejas
esteja
estivesse
estiver
esteja
esteja
estejamos
estivéssemos
estivermos
estejamos
estejamos
estejais
estivésseis
estiverdes
estai
estejais
estejam
estivessem
estiverem
estejam
estejam
ESTAR - Formas Nominais: Infinitivo Impessoal
Infinitivo Pessoal
Gerúndio
Particípio
estar
estar
estando
estado
estares estar estarmos estardes HAVER - Modo Indicativo: Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Pretérito Mais-Que-Perfeito
Futuro do Presente
Futuro do Pretérito
hei
houve
havia
houvera
haverei
haveria
hás
houveste
havias
houveras
haverás
haverias
há
houve
havemos houvemos
havia
houvera
havíamos
houvéramos
haverá
haveria
haveremos haveríamos
haveis
houvestes
havíeis
houvéreis
havereis
haveríeis
hão
houveram
haviam
houveram
haverão
haveriam
Afirmativo
Negativo
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo: Presente
Pretérito Imperfeito
Futuro
haja
houvesse
houver
hajas
houvesses
houveres
há
hajas
haja
houvesse
houver
haja
haja
hajamos
houvéssemos
houvermos
hajamos
hajamos
hajais
houvésseis
houverdes
havei
hajais
hajam
houvessem
houverem
hajam
hajam
HAVER - Formas Nominais: Infinitivo Impessoal
Infinitivo Pessoal
Gerúndio
Particípio
haver
haver
havendo
havido
haveres haver havermos haverdes haverem TER - Modo Indicativo: Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Pretérito Mais-Que-Perfeito
Futuro do Presente
Futuro do Pretérito
tenho
tive
tinha
tivera
terei
teria
tens
tiveste
tinhas
tiveras
terás
terias
tem
teve
tinha
tivera
terá
teria
temos
tivemos
tínhamos
tivéramos
teremos
teríamos
tendes
tivestes
tínheis
tivéreis
tereis
teríeis
têm
tiveram
tinham
tiveram
terão
teriam
TER - Modos Subjuntivo e Imperativo: Presente
Pretérito Imperfeito
Futuro
Afirmativo
Negativo
tenha
Tivesse
tiver
tenhas
Tivesses
tiveres
tem
tenhas
tenha
Tivesse
tiver
tenha
tenha
tenhamos
Tivéssemos
tivermos
tenhamos
tenhamos
tenhais
Tivésseis
Tiverdes
tende
tenhais
tenham
Tivessem
Tiverem
tenham
tenham
Verbos Pronominais: podem ser essenciais ou acidentais. Observe: - Essenciais: sempre são conjugados com os pronomes oblíquos: me, te, se, nos, vos, se. Existem poucos, como: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nesses verbos a reflexibilidade já está contida no radical do verbo. Exemplo: Arrependi-me de ter falado com ela. O sentimento (nesse caso: arrependimento) recai sobre a própria pessoa, ou seja, o sujeito do verbo, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo. Logo, o pronome oblíquo átono possui somente função de partícula integrante do verbo, pois, devido ao seu uso, sempre será conjugado com o verbo. Vejamos mais exemplos dessa conjugação:
Eu me arrependo; Tu te arrependes; Ele se arrepende; Nós nos arrependemos; Vós vos arrependeis; Eles se arrependem. - Acidentais: consistem nos verbos transitivos diretos nos quais a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto, que é representado por um pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito. Portanto, o sujeito realiza uma ação que recai sobre ele próprio. Na maioria das vezes, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados junto com os pronomes referidos e formam, assim, o que é chamado de voz reflexiva. Exemplo: Joana se penteava com pressa.
Chama-se a reflexibilidade de acidental, porque essa ação reflexiva pode ser feita também sobre outra pessoa. Exemplo: Joana penteou-me com carinho. Observações Importantes: Por serem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não têm função sintática; Existem alguns verbos que podem ser acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são, necessariamente, pronominais, e são chamados de verbos reflexivos. Nesses verbos, os pronomes, apesar de estarem na pessoa idêntica à do sujeito, possuem funções sintáticas. Exemplo: Eu me feri. Eu (sujeito na 1ª pessoa do singular); me (objeto direto na 1ª pessoa do singular.
Modos Verbais: chama-se de modo as diversas formas que o verbo assume para expressar um acontecimento. Vejamos cada um deles: - Indicativo: denota realidade/certeza. Exemplo: Eu sempre leio antes de dormir; - Subjuntivo: denota possibilidade/dúvida. Exemplo: Talvez eu leia aquele livro amanhã; - Imperativo: denota pedido/ordem. Exemplo: Leia todo esse livro até amanhã. Formas Nominais: Além dos modos verbais vistos acima, o verbo possui, também, formas que podem ter funções de nomes, como: substantivo, adjetivo e advérbio, por esse motivo, são chamadas de formas nominais. Vejamos sobre cada uma a seguir: - Infinitivo Impessoal: está associada à significação do verbo de maneira indefinida e vaga, pois pode possuir função (valor) de substantivo. Exemplos: Ler é voar. (leitura é sonho); É indispensável combater o crime. (combate ao). O infinitivo impessoal pode ser apresentado no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Exemplos: É preciso assistir a esse filme; Era preciso ter assistido a esse filme.
- Infinitivo Pessoal: ocorre quando o infinitivo é relacionado às três pessoas de um discurso: sendo que na 1ª e 3ª pessoas do singular, não possui desinências e assume a mesma forma do impessoal, já nas outras, é flexionado conforme a seguir: 2ª pessoa do singular: Radical + ES 1ª pessoa do plural: Radical + MOS 2ª pessoa do plural: Radical + DES 3ª pessoa do plural: Radical + EM
Ex.: teres(tu) Ex.: termos (nós) Ex.: terdes (vós) Ex.: terem (eles)
Observe o exemplo: Foste aprovado por teres estudado muito para a prova.
- Gerúndio: pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Exemplos: Saindo de casa, vi que estava chovendo. (função de advérbio); Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) O gerúndio, em sua forma simples, denota uma ação que está em curso e em sua forma composta, denota uma ação já concluída. Exemplos: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. - Particípio: se não for empregado na formação dos tempos compostos, o esse tempo verbal denota, em geral, o resultado de uma ação que terminou, e é flexionado em gênero, número e grau. Exemplo: Terminadas as provas, os alunos foram para casa. Quando o particípio tem apenas sentido de estado, sem qualquer relação de tempo, ele tem total função de adjetivo (adjetivo verbal). Exemplo: Ele foi o acadêmico escolhido para ler o discurso de formatura. Tempos Verbais: Faz referência ao momento da fala e a ação que é expressa através do verbo pode estar em vários tempos. Observe: - Tempos do Indicativo: Presente: denota um acontecimento atual. Exemplo: Eu moro neste bairro. Pretérito Imperfeito: denota um acontecimento ocorrido em um momento anterior ao atual, porém não foi completamente acabado. Exemplo:
Joana fazia o jantar quando chegamos em casa. Pretérito Perfeito (simples): denota um acontecimento ocorrido em um momento anterior ao atual e que foi totalmente acabado. Exemplo: Carlos leu o livro na semana passada. Pretérito Perfeito (composto): denota um acontecimento que iniciou no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Exemplo: Tenho lido muito sobre Ecologia. Pretérito-Mais-Que-Perfeito: denota um acontecimento que ocorreu antes de outro fato já terminado. Exemplo: Ele já tinha estudado para a prova quando saiu para passear. (forma composta); Ele já estudara para a prova quando saiu para passear. (forma simples). Futuro do Presente (simples): enuncia um fato que deve acontecer em um tempo vindouro com relação ao momento atual. Exemplo: Ele estudará para a prova amanhã à noite. Futuro do Presente (composto): enuncia um fato que deve acontecer depois do momento atual, mas já acabado antes de outro acontecimento futuro. Exemplo: Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste. Futuro do Pretérito (simples): enuncia um acontecimento que pode ocorrer depois de um determinado acontecimento passado. Exemplo: Se eu pudesse, viajaria para o exterior ainda hoje. Futuro do Pretérito (composto): enuncia um fato que poderia ter acontecido depois de um determinado ocorrido passado. Exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.
- Tempos do Subjuntivo: Presente: enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Exemplo: É importante que estudes para a prova.
Pretérito Imperfeito: denota um acontecimento passado, mas posterior a outro já ocorrido. Exemplo: Eu esperava que ele ganhasse a corrida. * Note que o pretérito imperfeito também é utilizado em construções nas quais se expressa a ideia de condição ou desejo. Exemplo: Se ele viesse à escola, não perderia o conteúdo.
Pretérito Perfeito (composto): denota um acontecimento totalmente acabado em um momento passado. Exemplo: Embora tenha estudado por uma semana, Matemática.
foi muito mal na prova de
Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto): denota algo que ocorreu antes de outro fato já terminado. Exemplo: Embora a prova já tivesse começado, Joana conseguiu entrar na sala e realizar o teste.
Futuro do Presente (simples): denota um acontecimento que pode ocorrer em um momento futuro em relação ao atual. Exemplo: Quando ele vier me visitar, darei seu recado. * O futuro do presente é utilizado, ainda, em frases que denotam possibilidade ou desejo. Exemplo: Se ele vier até a minha casa, lhe darei o recado.
Futuro do Presente (composto): denota um acontecimento posterior ao momento atual, porém já finalizado antes de outro acontecimento futuro. Exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
Formação dos Tempos Simples: Quanto à formação dos tempos simples, são divididos em: primitivos e derivados. Observe:
Primitivos:
- Presente do Indicativo;
- Pretérito Perfeito do Indicativo;
- Infinitivo Impessoal. Derivados do Presente do Indicativo: - Presente do Subjuntivo; - Imperativo Afirmativo; - Imperativo Negativo. Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo: - Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo; - Pretérito Imperfeito do Subjuntivo; - Futuro do Subjuntivo. Derivados do Infinitivo Impessoal: - Futuro do Presente do Indicativo; - Futuro do Pretérito do Indicativo; - Imperfeito do Indicativo; - Gerúndio; - Particípio.
Tempos Primitivos: Presente do Indicativo:
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR
VENDER
PARTIR
Desinência pessoal
canto
vendo
parto
O
cantas
vendes
partes
S
canta
vende
parte
-
cantamos
vendemos
partimos
MOS
cantais
vendeis
partis
IS
cantam
vendem
partem
M
Pretérito Perfeito do Indicativo: é marcado, em suma, pela desinência pessoal. 1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR
VENDER
PARTIR
cantei cantaste cantou cantamos cantastes cantaram
vendi vendeste vendeu vendemos vendestes venderam
parti partiste partiu partimos partistes partiram
Desinência pessoal
I STE U MOS STES RAM
Infinitivo Impessoal: 1ª conjugação CANTAR
2ª conjugação VENDER
3ª conjugação PARTIR
Tempos Derivados do Presente do Indicativo: Presente do Subjuntivo: para formá-lo faz-se a substituição da desinência -O (primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo) pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação): 1ª conjugação
2ª conjugação
CANTAR cante cantes cante cantemos canteis cantem
VENDER venda Vendas Venda vendamos vendais vendam
3ª Des. temporal conjugação
PARTIR parta partas parta partamos partais partam
Des. temporal 2ª e 3ª 1ª conjugação conjugação ------------E E E E E E
A A A A A A
Desinência pessoal
------Ø S Ø MOS IS M
Imperativo: Imperativo Afirmativo ou Positivo: Usa-se o Presente do Indicativo, na 2ª pessoa do singular (tu), e a segunda pessoa do plural (vós) e elimina-se o S final. O restante das pessoas vêm, sem nenhuma alteração, do Presente do Subjuntivo. Observe os exemplos: Presente do Indicativo
Imperativo Afirmativo
Presente do Subjuntivo
Eu canto Tu cantas Ele canta Nós cantamos Vós cantais Eles cantam
--Canta tu Cante você Cantemos nós Cantai vós Cantem vocês
Que eu cante Que tu cantes Que ele cante Que nós cantemos Que vós canteis Que eles cantem
Imperativo Negativo: é formado a partir da negação das formas do Presente do Subjuntivo: Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Que eu cante Que tu cantes Que ele cante Que nós cantemos Que vós canteis Que eles cantem
--------Não cantes tu Não cante você Não cantemos nós Não canteis vós Não cantem eles
Observações Importantes: - No Imperativo não se usa a 3ª pessoa (singular e plural ele/eles), já que um pedido, um conselho ou uma ordem só podem se aplicar diretamente à pessoa com quem se fala. Nesse caso, usa-se apenas: você/vocês. - O verbo SER, no Modo Imperativo, excepcionaliza-se dessa forma: sê (tu), sede (vós).
Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:
Pretérito Mais-que-Perfeito: é formado através da eliminação da desinência STE da 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito e ocorre o acréscimo da desinência temporal -RA + a desinência de número e pessoa correspondentes. Algumas Gramáticas trazem a definição de que tal tempo verbal é originado da terceira pessoa do plural do Pretérito Perfeito (ex.: cantaram/venderam/partiram), com a supressão do m final + a desinência de número e pessoa. Vejamos: tema + {-ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram (1ª, 2ª e 3ª conj.)
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal 1ª/2ª e 3ª conj. CANTAR cantara cantaras cantara cantáramos cantáreis cantaram
VENDER vendera venderas vendera vendêramos vendêreis venderam
PARTIR Partira partiras partira partíramos partíreis partiram
RA RA RA RA RE RA
Ø S Ø MOS IS M
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: é formado através da eliminação da desinência -STE da 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito, chegando-se, dessa forma, ao tema desse tempo e, a ele, é acrescentada a desinência temporal -SSE + a desinência de número e pessoa correspondente. Algumas gramáticas colocam como sendo o tempo originado da terceira pessoa do Pretérito Perfeito (ex.: cantaram/venderam/partiram) com a supressão do -ram final, com o acréscimo da desinência modo-temporal -SSE + a desinência de número e pessoa: tema +{ -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis, -ssem (1ª, 2ª e 3ª conj.)
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal 1ª /2ª e 3ª conj. CANTAR cantasse cantasses cantasse
VENDER vendesse vendesses vendesse
PARTIR partisse partisses partisse
SSE SSE SSE
Ø S Ø
cantássemos cantásseis cantassem
vendêssemos vendêsseis vendessem
partíssemos partísseis partissem
SSE SSE SSE
MOS IS M
Futuro do Subjuntivo: é formado através da eliminação da desinência -STE da 2ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito, chegando-se, dessa forma, ao tema desse tempo e acrescenta-se a ele a desinência temporal -R + a desinência de número e pessoa correspondente. Algumas gramáticas colocam como sendo originado da terceira pessoa do Pretérito Perfeito (ex.: cantaram/venderam/partiram) com a supressão do -am final e acrescentando-se a desinência de número e pessoa:
tema + { -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.)
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal 1ª /2ª e 3ª conj. CANTAR cantar cantares Cantar cantarmos cantardes cantarem
VENDER vender venderes vender vendermos venderdes venderem
PARTIR partir partires Partir partirmos partirdes partirem
Ø R R R R R
ES Ø MOS DES EM
Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal: Futuro do Presente do Indicativo: Infinitivo Impessoal + -ei, -ás, -á, -emos, eis, -ão (1ª,2ª e 3ª conjugação): 1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR cantarei cantarás cantará cantaremos cantareis
VENDER venderei venderás venderá venderemos vendereis
PARTIR partirei partirás partirá partiremos partireis
cantarão
venderão
partirão
Futuro do Pretérito do Indicativo: Infinitivo Impessoal + -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam (1ª, 2ª e 3ª conjugação): 1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR cantaria cantarias cantaria cantaríamos cantaríeis cantariam
VENDER venderia venderias venderia venderíamos venderíeis venderiam
PARTIR partiria partirias partiria partiríamos partiríeis partiriam
Infinitivo Pessoal: Infinitivo Impessoal + -es (2ª pessoa do singular), -mos (1ª pessoa do plural), -des (2ª pessoa do plural), -em ( 3ª pessoa do plural) (1ª, 2ª e 3ª conjugação): 1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR cantar cantares cantar cantarmos cantardes cantarem
VENDER vender venderes vender vendermos venderdes venderem
PARTIR partir partires partir partirmos partirdes partirem
Tempos Compostos: consistem naqueles formados por locuções verbais que possuem como seus auxiliares os verbos: ter e haver. O principal pode ser qualquer verbo no Particípio. Vejamos: Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no Particípio. Denotam acontecimento que tem ocorrido com frequência (ultimamente). Exemplo: Eu tenho lido muitos livros ultimamente.
Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no Particípio. Denotam vontade (desejo) de que algo já tenha acontecido. Exemplo: Espero que você tenha lido todos os livros que te emprestei. Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no Particípio. Possui o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo Simples. Exemplo: Eu já tinha lido o livro todo, quando meu primo chegou para conversarmos. Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no Particípio. Possui o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Simples. Exemplo: Eu teria lido o livro todo, se meu primo não tivesse chegado para conversarmos. Futuro do Presente Composto do Indicativo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente Simples do Indicativo e o principal no particípio. Possui o mesmo valor que o Futuro do Presente Simples do Indicativo. Exemplo: Amanhã, quando você chegar aqui, eu já terei ido para a escola. Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal no Particípio. Possui o mesmo valor que o Futuro do Pretérito Simples do Indicativo. Exemplo: Eu teria lido o livro todo, se meu primo não tivesse chagado. Futuro Composto do Subjuntivo: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo Simples e o principal no Particípio. Possui o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo Simples. Exemplos: Quando você tiver terminado de ler seu livro, eu lhe darei um presente. Observe: Quando você chegar à minha casa, falarei com minha mãe. Quando você chegar à minha casa, já terei falado com minha mãe. Note que o significado em cada uma das duas frases acima é diferente. Na primeira: esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; na segunda: primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já".
Infinitivo Pessoal Composto: ocorre com a formação de locução verbal + o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no Particípio. Denotam ação passada em relação ao momento da fala. Exemplo: Para você ter feito essa viagem, precisou de muito dinheiro. Locuções Verbais: trata-se de mais um modo de conjugação composta. Pode ser chamada, também, de conjugação perifrástica: são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares + Gerúndio ou Infinitivo. São grupos de verbos que, numa mesma frase, possuem papel iguais ao de um único verbo. Nesses casos, o último verbo, que é chamado de principal, aparece sempre em uma de suas formas nominais e as flexões de tempo, modo, número e pessoa estão nos verbos auxiliares. Exemplos: Ana veio correndo: o noivo acabara de chegar; Estou lendo a revista; Ninguém poderá sair antes do final da prova. Nas inúmeras locuções verbais da Língua Portuguesa, os verbos ser (e estar, em alguns casos) são usados nas locuções verbais que expressam a voz passiva analítica do verbo. Os verbos poder e dever funcionam como auxiliares que expressam a potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Exemplos: Pode ocorrer algo chocante durante o espetáculo; Deve ocorrer algo chocante durante o espetáculo.
- Outro verbo auxiliar muito importante é o querer, que expressa desejo/vontade. Exemplo: Quero ver você ainda hoje. - Também são muitíssimo utilizados como verbos auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, sempre ligados à ideia de aspecto verbal. Aspecto Verbal: Com relação ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, existem distinções entre o Pretérito Perfeito e o Pretérito Imperfeito do Indicativo que é de aspecto, porque tem a ver com a duração do processo verbal. Vejamos: Quando o vi, cumprimentei-o. (o aspecto é perfeito, já que o processo está terminado);
Quando o via cumprimentava-o. (o aspecto é imperfeito, já que o processo não tem limites claros e se prolonga por um período impreciso de tempo).
- O Presente do Indicativo e o Presente do Subjuntivo possuem aspecto imperfeito, já que não impõem precisos ao processo verbal, conforme os exemplos: Faço isso sempre que posso; É provável que ele faça isso sempre que puder. - Já o Pretérito Mais-que-Perfeito, possui aspecto perfeito em suas inúmeras formas do Indicativo e do Subjuntivo, já que traduz processos já terminados, vejamos: Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fincado) dois dias antes; Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer a prova. Há, ainda, o aspecto da oposição entre o Perfeito e o Imperfeito com relação à localização do processo no tempo: Tempos perfeitos podem exprimir processos localizados em um ponto preciso do tempo. Exemplos: No momento em que o vi, cumprimentei-lhe. Tinha-o cumprimentado assim que o encontrara. Os tempos imperfeitos podem expressar processos de frequência e de repetição. Exemplo: Sempre que saía, fechava as janelas. O aspecto possibilita a expressão de outros detalhes referentes à duração do processo verbal. Exemplo: Tenho encontrado dificuldades nos estudos. O Pretérito Perfeito Composto do Indicativo, traz ideia de um processo que se repete ou ocorre com frequência, ou seja, que se prolonga até o presente. Estou almoçando. A forma composta pelo auxiliar estar seguido de Gerúndio (no verbo principal) denota um processo que se prolonga. Vemos muito esse emprego na linguagem cotidiana, não apenas no Presente, mas em outros tempos, vejamos: estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.
- Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse. Os processo concluídos como por exemplo: estará resolvido e estaria resolvido (Futuro do Presente e Futuro do Pretérito Compostos do Indicativo, denotam um processo já terminado, com a ideia de que os efeitos permanecem, depois de realizada a ação. Já as locuções que são formadas com os auxiliares vir e ir dão ideia de processos que se prolongam: Ele voltou a trabalhar depois de deixar de pensar nos problemas pessoais.
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal: Infinitivo Impessoal: Ocorre quando um verbo encontra-se no Infinitivo Impessoal, ou seja, ele denota sentido indefinido ou genérico. Não está relacionado a nenhuma pessoa e sua forma é invariável. Nesse caso, está presente somente o processo verbal. Exemplo: Amar é viver. O Infinitivo Pessoal, porém, possui desinências de número e pessoa. Conforme a tabela abaixo:
falar vender partir
-es -mos -des -em
Eu Tu Ele Nós Vós Eles
Mesmo não existindo desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (lembrando que suas formas são iguais às do Infinitivo Impessoal), não deixam de fazer referência às respectivas pessoas do discurso (o que pode ser percebido somente através do contexto da frase). Vejamos os exemplos: Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa). Observações: O Infinitivo Impessoal pode ser utilizado de tais formas:
- Se apresenta uma ideia vaga (genérica) sem fazer referência a um sujeito determinado. Exemplos: Fumar prejudica a saúde; Querer é poder. É proibido colar cartazes neste muro. - Se tiver o valor de Imperativo. Exemplo: Soldados, marchar! (equivalente a Marchai!).
- Se for regido de preposição e tiver função de complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo de uma oração anterior. Exemplos: Ela não tem o direito de falar assim com você; As crianças foram impedidas de jogar no pátio da escola; Eu os convenci a mudar de ideia. Já na voz passiva dos verbos, como por exemplo: tomar, contentar, e ouvir, o Infinitivo (como verbo auxiliar) deve ser flexionado. Exemplo: Meus comprimidos para alergia são muito ruins de serem tomados; Ele era um professor difícil de ser convencido; As músicas que meu irmão toca são gostosas de serem ouvidas.
- Nas locuções verbais. Exemplos: João não podia falar mal de seu professor; Preciso acordar antes das 6h todos os dias; Vamos analisar com calma sua situação.
- Se o sujeito do Infinitivo for o mesmo do verbo da oração anterior. Exemplo: Devemos cantar ao invés de reclamar; Eles foram condenados a pagar muitas multas; Tenho ainda algumas páginas por (para) escrever deste livro.
- No caso dos verbos causativos, como: fazer, mandar e deixar (e sinônimos) se não formarem uma locução verbal com o Infinitivo que os segue. Exemplo: Deixei-os passear com a turma da escola. - Com os verbos sensitivos: sentir, ver, e ouvir (e sinônimos), é preciso, ainda, deixar o Infinitivo sem flexão. Exemplos: Vi-os chegar correndo para a prova; Ouvi-as falar de coisas lindas.
Notas Importantes: É errado o uso da preposição para antes dos objetos diretos de verbos tais como: falar, pedir, e dizer (e seus sinônimos), vejamos: A professora pediu para o aluno entrar. (errado); A professora pediu para que o aluno entrasse. (errado); A professora pediu que o aluno entrasse. (correto). Nos casos em que a preposição para estiver regendo um verbo, como por exemplo na oração: "Esta tarefa é para eu fazer", exige-se o uso do pronome pessoal eu que, nesse caso, tem função de sujeito. Vejamos mais alguns exemplos: Este pedaço de bolo é para eu comer? Aquela tarefa de Matemática era para eu fazer; Jonas me emprestou seu casaco para eu usar. *Preste Atenção! Nas orações como por exemplo: "Este livro é para mim!", a preposição está ligada apenas ao pronome que, nesse caso, deve estar como oblíquo tônico.
Infinitivo Pessoal: Consiste no verbo que atribui um agente ao processo verbal e se flexiona. O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
- Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso. Exemplos:
Se tu não perceberes isto... Convém vocês irem primeiro. (sujeito desinencial sujeito implícito nós). - Quando possuir sujeito diferente daquele da oração principal. Exemplos: O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem para o teste; Perdoo-te por me traíres; O policial fez sinal para os motoristas pararem. - Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural). Exemplos:
Temos de agir assim para nos promoverem; Faço isso para não me acharem esgoísta; Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação. Exemplos: Vi as crianças abraçarem-se alegremente; Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza; Pedi para as mulheres olharem-se no espelho. (Usa-se o Infinitivo Flexionado sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo).
Vozes do Verbo: Chama-se de voz a forma que o verbo assume para dizer se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. Existem três vozes verbais, que são: 1) Ativa: se o agente for o sujeito, ou seja, pratica a ação expressa pelo verbo. Exemplo: Ele sujeito agente
fez
o trabalho.
ação
objeto (paciente)
2) Passiva: se o sujeito for paciente, ou seja, recebe a ação expressa pelo verbo. Exemplo:
O trabalho sujeito paciente
foi feito ação
por ele. agente da passiva
3) Reflexiva: se o sujeito for, ao mesmo tempo, agente e paciente, ou seja, pratica e recebe a ação. Exemplo: O menino feriu-se. Não se pode confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade. Como no caso: Os lutadores feriram-se. (um ao outro). - Formação da Voz Passiva: a formação pode ocorrer através de dois processos: analítico e sintético. a) Voz Passiva Analítica: Verbo SER + particípio do verbo principal. Exemplo: A escola será pintada; O trabalho é feito por ele. Dica: o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, porém pode acontecer a construção com o uso da preposição de. Exemplo: A casa ficou cercada de pessoas. Pode ocorrer, ainda, que o agente da passiva não esteja explícito na frase. Exemplo: A exposição será aberta amanhã. A variação temporal é expressa pelo verbo auxiliar (SER), já que o particípio é invariável. Vejamos a transformação das frases a seguir: Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo); O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo); Ele faz o trabalho. (presente do indicativo); O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo); Ele fará o trabalho. (futuro do presente); O trabalho será feito por ele. (futuro do presente).
Nas frases com locuções verbais, o verbo SER vai assumir o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Vejamos a transformação da frase a seguir: O vento ia levando as folhas. (gerúndio); As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio). Nota: ocorre com menos frequência a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem, às vezes, funcionar como auxiliares. Exemplo: A moça ficou marcada pela doença.
b) Voz Passiva Sintética: também chamada de pronominal é construída com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Exemplos: Abriram-se as inscrições para o concurso; Destruiu-se o velho prédio da escola. Lembrete: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem modificar o sentido da frase. Exemplos: Gutenberg Sujeito da Ativa
inventou
a imprensa Objeto Direto
(Voz Ativa)
foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva) A imprensa Sujeito da Passiva Agente da Passiva
Nesse caso, o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Vejamos mais exemplos: Os mestres têm com frequência aconselhado os alunos. Os alunos têm sido com frequência aconselhados pelos mestres. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim.
Observação importante: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva. Verifique os exemplos: Prejudicaram-me; Fui prejudicado. Importante saber: os verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros. Exemplos: O vinho é bom; Aqui chove muito.
Existem formas passivas com sentido de ativo. Exemplos: Eu ainda não era nascido. (Eu ainda não tinha nascido); É chegada a hora. (Chegou a hora); João é um homem lido e viajado. (que leu e viajou). Há também casos em que se usam formas ativas com sentido passivo. Exemplos: Mandou-o lançar na prisão. (ser lançado); Há coisas difíceis de entender. (serem entendidas). Observe: os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido de cirurgia) e vacinar-se são considerados passivos, portanto, seus sujeitos são pacientes da ação. Exemplos: Batizei-me naquela igreja; Chamo-me Sandra; Vacinaram-se contra a Varicela; Operou-se de hérnia de hiato. Pronúncia Correta de Alguns Verbos: os verbos cujo radical termina em: -ei, -eu, -oi, -ou, seguidos de consoante, a vogal base desses ditongos é fechada, verifique: - Pronuncia-se ei (conforme a palavra lei): abeire-se, abeira-te, enfeixo, enfeixas, enfeixa, enfeixe, enfeixam, aleijo, aleijas, aleija, aleijam, aleije, aleijem, abeiro-me, abeira-se, abeiram-se,
enfeixem, enfeixes, inteiro, inteiras, inteira, inteiram, inteire, inteires, inteirem, etc. - Pronuncia-se eu (conforme a palavra deu): endeusam, endeuse, endeuses, endeusem, endeuso, endeusas, endeusa, etc. - Pronuncia-se oi (conforme a palavra boi): noivo, noivas, noiva, noivam, noive, noives, noivem, açoito, açoitas, açoita, açoitam, açoite, açoites, açoitem, etc.
- Pronuncia-se ou (conforme a palavra ouro): estouro, estouras, estoura, estouram, estoure, estoures, estourem, afrouxo, afrouxas, afrouxa, afrouxam, afrouxe, afrouxes, afrouxem, roubo, roubas, rouba, roubam, roube, roubes, roubem, etc. - Os verbos terminados em -ejar e -elhar, como espelhar, aparelhar, semelhar, avermelhar, despejar, almejar, arejar, velejar, pelejar, planejar, etc., o e tônico é pronunciado fechado, conforme os exemplos abaixo: espelho (ê), espelhas (ê), espelha (ê), espelham (ê), espelhe (ê), espelhes (ê), espelhem (ê), despejo (ê), despejas(ê), despeja (ê), despejam (ê), despeje (ê), despejes (ê), despejem (ê), etc. - Com a terminação -oem, a vogal o pode ser: 1) fechada nos verbos terminados em -oar: coem, doem (doar), voem, magoem, soem (soar), abençoem, coroem, abotoem, etc. 2) aberta nos verbos terminados em -oer: moem, doem (doer), roem, corroem, etc. - Nas três pessoas do singular e na 3ª do plural do Presente do Indicativo e do Subjuntivo do verbo saudar, a vogal u forma hiato e não ditongo. Observe: saúdo (sa-ú-do), saúdas, saúda, saúdam, saúde (sa- ú-de), saúdes, saúde, saúdem. - O u do dígrafo gu dos verbos: extinguir e distinguir não se pronuncia. Nesse caso, deve-se pronunciar o gue e gui conforme nos verbos abaixo: segue, seguem, seguiu, seguiu, distingue, distinguem, distinguiu, extinguiu, etc.
3.8.7. Advérbio Advérbio é uma palavra que modifica o sentido de verbos, de adjetivos e de outros advérbios e é invariável. Em alguns casos, o advérbio pode fazer referência a uma oração inteira e, nesse caos, transmitem a opinião da pessoa que fala ou escreve sobre o assunto de uma oração. Vejamos o exemplo: As providências tomadas foram inúteis, lamentavelmente. - o advérbio, quando modifica um verbo, pode acrescentar muitas ideias, conforme a seguir: Tempo: Ana chegou tarde; Lugar: Minha prima mora aqui; Modo: Carlos e Maria agiram mal; Negação: João não saiu de casa ontem; Dúvida: Talvez ele volte amanhã. Os advérbios que se relacionam ao verbo são palavras que expressam circunstâncias do processo verbal, portanto, são chamados de determinantes. Vejamos: Ninguém manda aqui! (mandar: verbo; aqui: advérbio de lugar -> determinante do verbo)
Se modificar um adjetivo, o advérbio dá a ideia de intensidade. Exemplo: O filme era muito bom.
- Na linguagem jornalística e publicitária atuais, têm sido frequentes os advérbios associados a substantivos: Por exemplo: " Isso é simplesmente futebol" disse o jogador. "Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova campanha publicitária ufanista.
Flexão do Advérbio: Os advérbios são palavras invariáveis, ou seja, não possuem variação de gênero e número. Porém, alguns advérbios permitem a variação em grau. Vejamos os casos abaixo: Grau Comparativo: o comparativo do advérbio ocorre da mesma forma que o comparativo do adjetivo:
Igualdade: tão + advérbio + quanto (como): João não canta tão bem quanto Carlos. Inferioridade: menos + advérbio + que (do que): João canta menos alto do que Carlos. Superioridade: Analítico: mais + advérbio + que (do que): João canta mais alto do que Carlos. Sintético: melhor ou pior que (do que): João canta melhor que Carlos. Grau Superlativo: pode ser analítico ou sintético. Observe: Analítico: acompanhado de outro advérbio: João canta muito alto. (muito advérbio de intensidade; alto advérbio de modo). Sintético: formado com sufixos: João canta altíssimo. Observação: as formas diminutivas, como pertinho, cedinho, pertinho, etc., são muito usadas na língua popular. Vejamos os exemplos: Joana levantou cedinho, ontem. (muito cedo); Joana mora pertinho daqui. (muito perto).
Classificação dos Advérbios: Conforme o contexto e a ideia que expressa, um advérbio pode ser de: - Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia;
- Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta; - Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente; - Afirmação: sim, certamente, realmente, decididamente, deveras, indubitavelmente;
decerto,
efetivamente,
certo,
- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum; - Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis); - Dúvida: acaso, porventura, casualmente, por certo, quem sabe;
possivelmente,
provavelmente, quiçá, talvez,
- Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente; - Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. - Ordem: depois, primeiramente, ultimamente; Observações importantes: Para se expressar o limite advérbio o mais ou o menos. Exemplos:
de
possibilidade,
coloca-se
antes
do
Ficarei o mais longe que puder de você; Voltarei o menos tarde que puder. Quando dois ou mais advérbios terminados em –mente estão numa mesma oração, normalmente, é sufixado somente o último, conforme o exemplo a seguir: Carlos falou tudo calma e respeitosamente.
Diferença de Advérbio e Pronome Indefinido: Algumas palavras como: bastante, muito, etc. podem surgir como advérbio e como pronome indefinido. Vejamos: Advérbio: faz referência a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não se flexiona. Exemplo: Eu andei muito. Pronome Indefinido: é relacionado com um substantivo e se flexiona. Exemplo: Eu andei muitos quilômetros.
Advérbios Interrogativos: onde? aonde? donde? quando? como? por que? (presentes em interrogações diretas ou indiretas, referentes às situações de lugar, tempo, modo e causa. Observe: Interrogação Direta
Interrogação Indireta
Como fez? Onde mora? Por que reclama? Aonde vai? Donde vem? Quando você volta?
Perguntei como fez isso. Indaguei onde morava. Não sei por que ele reclama. Perguntei aonde ia. Pergunto donde vem. Pergunto quando você volta.
Locução Adverbial: Nos casos em que duas ou mais palavras executam função de advérbio, ocorre o que se chama de locução adverbial, e pode denotar as mesmas ideias dos advérbios. São iniciados por uma preposição. Vejamos: - afirmação: por certo, sem dúvida, etc.; - lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, por aqui, etc.; - tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje em dia, nunca mais, etc.; - modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em geral, frente a frente, etc.
Observação importante: assim como o advérbio, a locução adverbial modifica o verbo, o adjetivo e outro advérbio. Exemplos: De repente, correram para fora. (verbo); Ele chegou muito tarde. (advérbio); Maria é uma moça muito bonita. (adjetivo). Lista de algumas locuções adverbiais: às vezes à esquerda ao lado a cavalo ao vivo de repente por fora por trás com certeza lado a lado
às claras às cegas à direita à distância ao fundo ao longo a pé às pressas a esmo à toa de súbito de vez em quando por dentro por perto por ali por ora sem dúvida de propósito passo a o mais das vezes passo
Palavras e Locuções Denotativas: consistem nas palavras que, mesmo em alguns casos, sejam invariáveis, são semelhantes com os advérbios, porém, não estão contempladas na Nomenclatura Gramatical Brasileira, logo, não possuem uma classificação específica. Podem ser classificadas de acordo com a ideia que denotam. Vejamos: - Ideia de Adição: ainda, além disso, etc. Exemplo: Comeu tudo e ainda repetiu. - Ideia de Afastamento: embora. Exemplo: Foi embora daqui. - Ideia de Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente. Exemplo: Ainda bem que passei no concurso. - Ideia de Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de, etc. Exemplo: Ela quase falou a verdade. - Ideia de Designação: eis. Exemplo: Eis nossa casa nova!
- Ideia de Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas, etc. Exemplo: Não me devolveu sequer um real. - Ideia de Explicação: isto é, por exemplo, a saber, etc. Exemplo: Adoro muito música, isto é, boleros. - Ideia de Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive, etc. Exemplo: Eu também vou para os Estados Unidos. - Ideia de Limitação: só, somente, unicamente, apenas, etc. Exemplo: Só João foi ao aniversário dela. - Ideia de Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque, etc. Exemplos: E você lá sabe algo sobre minha vida?; O que não diria minha mãe se soubesse que terminei todos meus afazeres. - Ideia de Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. Exemplo: Somos dois no grupo, ou melhor, três. - Ideia de Situação: então, mas, se, agora, afinal, etc. Exemplo: Mas quem foi que disse isso a meu respeito?
3.8.8. Preposição
Consiste na palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. É uma relação subordinativa, isto é, entre os elementos ligados através da preposição não existe sentido separado, individualizado ou dissociado, mas o sentido da expressão depende da união de todos os elementos que estão vinculados à preposição. Observe os exemplos: Os amigos de Carlos não entenderam sua maneira de falar. amigos de Carlos/maneira de falar = elementos ligados através da preposição de. Maria aguardava com apreensão uma notícia sobre o acidente.
Maria aguardava com apreensão = elementos ligados através da preposição com. Essas relações vistas acima, são consideradas uma conexão, na qual os conectivos possuem a função de ligar elementos da oração. Um desses conectivos é a preposição e serve para ligar palavras em um processo de subordinação que se chama de regência. Dá-se o nome de regência, pois em uma relação estabelecida por preposições ocorre da seguinte maneira: o primeiro elemento, o qual é chamado de antecedente (é o termo que rege), o segundo elemento, chamado de consequente, (é o termo regido) e o que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente. Vejamos os exemplos: - A hora do descanso é minha preferida. hora do descanso = elementos ligados através da preposição do; hora = termo antecedente rege a construção do descanso; descanso = termo consequente é regido pela construção hora do. - Certamente, João passou por aqui. passou por aqui = elementos ligados através da preposição por; passou = termo antecedente rege a construção por aqui; aqui = termo consequente é regido pela construção passou por.
É preciso lembrar que as preposições são palavras invariáveis, portanto, não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. Porém, em muitos casos, as preposições são combinadas com outras palavras da língua (chamado de fenômeno da contração) e, dessa forma, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras com as quais se ligam. Ainda assim, não é uma variação própria de uma preposição, mas apenas da palavra com a qual ela se une. Observe: por + a = pela; por + o = pelo; de + a = da; de + o = do; em + um = num.
As preposições podem iniciar orações que funcionam como: - Complementos Verbais. Exemplo: João obedece aos seus pais. - Complementos Nominais. Exemplo: João continua sendo obediente aos seus pais. - Locuções Adjetivas. Exemplo: Carlos é um homem de valor. - Locuções Adverbiais. Exemplo: Foi necessário decidir com calma. - Orações Reduzidas. Exemplo: Ao chegar, contou tudo que havia acontecido na festa. Classificação das Preposições: As palavras que atuam apenas como preposição são chamadas de: preposições essenciais. Vejamos quais são elas:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Observações importantes: - A preposição após, em alguns casos, pode ser advérbio, quando possui significado de: atrás e depois. Exemplo: As modelos saíram, e os repórteres os seguiram logo após. - Trás, atualmente, só é usado em locuções adverbiais e prepositivas, tais como: por trás, para trás, para trás de. Como preposição simples, pode ser usada, por exemplo, no antigo ditado: Trás mim virá quem bom me fará. - Para, na linguagem informal, possui a forma sincopada: pra. Exemplo:
João, pegue aquele material pra mim, por favor. - Até pode ser uma palavra que representa inclusão. Exemplo: Os ladrões roubaram-lhe até a roupa do corpo.
Algumas palavras (que são de outras classes gramaticais), em determinados casos, podem atuar como preposições. Por esse motivo, são chamadas de preposições acidentais. São elas: como (com sentido de: na qualidade de); conforme (com sentido de: de acordo com); segundo (com sentido de: conforme); consoante (=com sentido de: conforme); durante; salvo; fora; mediante; tirante; exceto; senão; visto (com sentido de: por). Importante saber: - As preposições essenciais sempre regem a forma oblíqua tônica dos pronomes pessoais. Observe: Não vá sem mim à festa. - Por outro lado, as preposições acidentais regem a forma reta desses mesmos pronomes. Vejamos: Todos, exceto eu, gostam mais do Verão.
Locução Prepositiva: refere-se ao conjunto de duas ou mais palavras que possuem o valor de uma preposição, sendo que a última palavra dessas locuções será sempre uma preposição. Observe o quadro com as principais locuções prepositivas: abaixo de a fim de apesar de ao invés de em vez de junto com defronte de de encontro a sob pena de
acima de além de antes de diante de graças a junto de através de em frente de a respeito de
acerca de a par de depois de em fase de junto a à custa de em via de em frente a ao encontro de
Combinação e Contração da Preposição: Nos casos em que as preposições a, de, em e per juntam-se com algumas palavras e formam apenas um vocábulo, tal junção pode ser através de: - Combinação: é quando a preposição, na união com outra palavra, mantém todos os seus fonemas. Exemplo: preposição a + artigo masculino o = ao; preposição a + artigo masculino os = aos. - Contração: é quando a preposição sofre mudanças em sua estrutura fonológica na união com outra palavra, a exemplo das preposições de e em que formam contrações com os artigos e com inúmeros pronomes. Observe: do num disto naquele
dos Nuns disso naqueles
Vejamos mais alguns exemplos: em + a = na; em + aquilo = naquilo; de + aquela = daquela;
da numa daquilo naquela
das numas -----------naquelas
de + onde = donde.
Diferenças principais entre Preposição, Pronome Pessoal Oblíquo e Artigo: - Preposição: quando liga dois termos, estabelece relação de dependência entre eles, ou seja, o -a mantém-se invariável e exerce a função de preposição. Exemplo: Fui a Curitiba. - Pronome Pessoal Oblíquo: ocorre quando substitui um substantivo na frase. Exemplo: Ele levou Ana a Curitiba. Ele a levou a Curitiba. - Artigo: quando antecede um substantivo o determina. Exemplo: A turma toda foi a Curitiba.
3.8.9. Conjunção Além da preposição, a conjunção também é um elemento de ligação na oração. É palavra invariável e tem a função de ligar duas orações ou termos parecidos de uma oração. Assim como as preposições, não possuem uma função sintática própria, mas funcionam como conectivos. Classificação da Conjunção: São classificadas conforme o tipo de relação que estabelecem e podem ser: coordenativas (quando os elementos ligados por ela podem ser separados um do outro, sem perda de sentido) e subordinativas (quando os elementos ligados por ela não podem ser separados um do outro, pois um dos termos sofrerá perda de sentido). As Conjunções Coordenativas: consistem nas que ligam orações com sentido pleno (completo/independente) ou termos de uma oração que possuem a mesma função gramatical. São subdivididas em: - Adversativas: são aquelas que ligam duas orações ou palavras, dando a ideia de contraste ou compensação: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Exemplos: Queria estar com você nesse momento, mas não posso; Ganhei muito dinheiro, contudo não posso comprar todas as coisas que quero.
- Aditivas: são aquelas que ligam orações ou palavras, dando a ideia de acréscimo ou adição: e, nem (com sentido de e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Exemplos: José fez um discurso simples e honesto. Carla fez o trabalho bem como todos os relatórios de pesquisa. - Alternativas: são aquelas que ligam orações ou palavras, dando a ideia de alternância ou de escolha e denotam acontecimentos que ocorrem separadamente: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Exemplos: Ou penso com rapidez, ou perco o prazo para dar uma resposta; Ora você quer viajar comigo, ora diz que quer ficar aqui.
- Conclusivas: são aquelas que ligam a oração anterior a uma oração que denota a ideia de conclusão ou de consequência: logo, pois (quando está depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Exemplos: Carlos estudou para o concurso, logo fez a prova com facilidade; Tive uma ótima noite de sono, por isso estou tão disposto.
- Explicativas: são aquelas que ligam a oração anterior a uma oração que a justifica, ou seja, explica a ideia presente nela: que, porque, pois (quando está antes do verbo), porquanto. Exemplos: Venha logo, que já vamos iniciar a reunião; Pedi para que viesse até aqui, porque precisamos conversar. * Observações importantes: - As conjunções e, antes, agora e quando são adversativas se tiverem equivalência de mas. Vejamos os exemplos: Uma mãe sensata não diz apenas não a um filho, antes o ensina o certo; João só promete, e não cumpre; Ana é generosa, agora, ingênua ela não é; Pedro errou muitas questões no concurso, quando poderia ter acertado todas. - Senão é uma conjunção adversativa se equivale a: mas sim. Exemplo:
Joana a convenceu por ter bons argumentos, senão por imposição. - Quando se trata do uso da conjunção adversativa mas sempre será no início de uma oração, enquanto as demais, como: porém, todavia, contudo, etc. podem ser colocadas no início ou no meio da oração. Exemplos: Nenhuma pessoa o criticou; todas, porém, conheciam seus defeitos; Os alunos ficaram calados quando o professor fez a pergunta, mas todos sabiam o conteúdo. - O vocábulo pois, com ideia de conjunção conclusiva, normalmente, é empregado depois de um ou mais termos da oração. Exemplo: Você errou feio com seu amigo, não reclame, pois, da indiferença com a qual lhe tratou. Nos casos em que funciona como uma conjunção explicativa, o pois é empregado, normalmente, depois de um verbo no imperativo e será colocado sempre no começo da oração. Exemplo: Não se preocupe, pois Ana cuidará das crianças. Conjunções Subordinativas: consistem nas conjunções que ligam duas orações, e uma é dependente da outra. Nesse caso, a oração dependente, que é iniciadas através das conjunções subordinativas, é chamada de oração subordinada. Observe o exemplo: O show ainda estava na metade quando o vocalista se sentiu mal. O show ainda estava na metade oração principal; quando conjunção subordinativa; o vocalista se sentiu mal oração subordinada. As conjunções subordinativas são subdivididas em: integrantes e adverbiais. Vejamos cada uma delas detalhadamente: - Conjunções Subordinativas Integrantes: denotam que uma oração subordinada por elas iniciada irá completar ou integrar o sentido da oração principal. São aquelas que iniciam orações que são equivalentes a substantivos: que e se. Exemplo: Não sei se Carla virá à festa. (Não sei da vinda de Carla); Desejo que Carla vá à minha festa. (Desejo a ida de Carla).
- Conjunções Subordinativas Adverbiais: denotam que uma oração subordinada por elas iniciada possui a função de adjunto adverbial da oração principal. Conforme a situação em que ocorrem, são classificadas das seguintes formas:
1) Concessivas: são aquelas que iniciam uma oração que possui ideia contrária à da oração principal, mas não impede que se realize: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Exemplos: João irá ao baile mesmo que nenhum de seus amigos vá; Embora gostasse de Ana, Marcos foi embora sem ela.
2) Causais: são aquelas que iniciam uma oração que é a causa de uma ocorrência da oração principal: porque, que, como (equivalente a: porque, no início de frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc. Exemplos: Como não gostou do palestrante, foi para casa; Manoel não fez vestibular porque não teve dinheiro para pagar a inscrição.
3) Condicionais: são aquelas que iniciam uma oração que denota a possibilidade (hipótese) ou uma condição para a ocorrência da oração principal: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. Exemplos: Ana disse que não irá à aula amanhã, a menos que tenha prova; Se quiser minha companhia para ir ao cinema, avise-me.
4) Conformativas: são aquelas que iniciam uma oração na qual existe a ideia de conformidade de um fato com outro: conforme, como (com sentido de: conforme), segundo, consoante, etc. Exemplos: Faça o trabalho conforme as orientações do professor; A festa aconteceu como os noivos sonharam.
5) Finais: são aquelas que iniciam uma oração que denota o objetivo/a finalidade com o que ocorre oração na principal: para que, a fim de que, que, porque (equivalente a: para que), que, etc. Exemplos: Estudou por dois anos a fim de que pudesse ser aprovado no concurso;
Envie-me uma mensagem de celular para que eu me lembre de levar seu livro.
6) Proporcionais: são aquelas que iniciam uma oração que relata um ocorrido que se relaciona, proporcionalmente, com o ocorrido da oração principal: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos), etc. Exemplos: Quanto mais o professor pedia atenção, menos os alunos faziam silêncio; Mais casas ficam inundadas à medida que a chuva aumenta. Atenção: Não está correto dizer: à medida em que, na medida que e na medida em que! 7) Temporais: são aquelas que iniciam uma oração que faz acréscimo de uma circunstância de tempo ao ocorrido da oração principal: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (equivalente a: assim que), etc. Exemplos: Joana entrou em depressão depois que Carlos a deixou; Começamos a costurar assim que os tecidos chegaram.
8) Comparativas: são aquelas que iniciam uma oração que possui ideia de comparação com relação à oração principal: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc. Exemplos: Ana é muito bela tal como sua mãe; A prova de ontem foi mais fácil que a de hoje.
9) Consecutivas: são aquelas que iniciam uma oração que possui a consequência da oração principal: de sorte que, de modo que, sem que (equivalente a: que não), de forma que, de jeito que, que (quando tem como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Exemplos: José ficou tão emocionado que começou a chorar; Comeu tanto durante a manhã de modo que não conseguiu almoçar.
Locução Conjuntiva: São chamadas de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que expressam sentido de uma conjunção e, em geral, terminam em que. Vejamos: visto que; desde que; ainda que; por mais que; à medida que; à proporção que; logo que; a fim de que. Importante observar: Várias conjunções não possuem uma classificação que seja única e imutável. Sua classificação deve ser, portanto, conforme o sentido que possuem dentro do contexto. Sendo assim, a conjunção que pode ser classificada das seguintes formas: a) Aditiva (equivalente a e). Exemplo: Fala que fala, mas seus amigos não a ouvem. b) Explicativa. Exemplo: Vamos logo, que logo vem a chuva. c) Integrante. Exemplo: Avise a Paulo que amanhã falarei com ele. d) Consecutiva. Exemplo: Para onde você foi, que não te encontrei? e) Comparativa. Exemplo: João estava vermelho que nem brasa. f) Concessiva. Exemplo: Tome este xarope, um pouco que seja.
g) Temporal. Exemplo: Chegados que fomos, encontramos com eles. h) Final. Exemplo: Quando Ana viu João na rua, fez sinal que parasse. i) Causal. Exemplo: Jovem que sou, não conheço as histórias que meu avô conta.
3.8.10. Interjeição
Consiste na palavra que é invariável e expressa sensações, emoções e estados de espírito ou, ainda, que procura atuar sobre o interlocutor e o leva a adotar determinado comportamento sem que, para isso, se torne necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. As interjeições são como uma "palavra-frase", isto é, existe uma ideia expressa através de uma palavra ou um conjunto de palavras, que é a locução interjetiva, e que poderia ser aplicada em termos de uma sentença. Observe os exemplos a seguir: - Bravo! Bis! bravo e bis: interjeição; sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"; Pode-se dizer que a interjeição é um recurso da linguagem afetiva, na qual não existe uma ideia que se organiza de forma lógica, conforme as sentenças da Língua Portuguesa, pois denota a manifestação de um estado da alma que resulta de uma situação específica, de um suspiro, de um momento ou contexto em especial. Classificação das Interjeições: na sua maioria, as interjeições denotam sentidos de: Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!; Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!; Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!; Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!; Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!; Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!; Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!;
Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!; Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!; Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!; Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!; Desculpa: Perdão!; Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!; Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!; Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!; Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!; Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!; Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Locução Interjetiva: é no momento em que duas ou mais palavras formam uma expressão que possui um sentido de interjeição. Exemplos: Ai de mim!; Virgem Maria!; Ora bolas!; Graças a Deus!; Quem me dera!; Meu Deus!; Ô de casa!; Muito bem!; Valha-me Deus!; Alto lá!, etc. Outra característica da interjeição é o tom de exclamação e é por esse motivo, que palavras de outras classes gramaticais podem surgir como interjeições. Exemplos: Fora! Francamente! (Advérbios); Viva! Basta! (Verbos).
Pode-se considerar interjeição como uma "palavra-frase", pois sozinha ela pode denotar uma mensagem plena. Exemplos: Silêncio!; Socorro!; Ajudem-me!; Fique quieto!, etc.
Não se pode deixar de mencionar as interjeições onomatopaicas (imitativas), que expressam ruídos e vozes. Exemplos:
Bumba!; Zás!; Miau!; Pof!; Plaft!; Pof!; Quá-quá-quá!; Catapimba!; Tiquetaque!, etc.
Importante: Não confunda a interjeição apelativa: ó com a sua homônima: oh!, que expressa alegria, tristeza admiração, etc. Vale lembrar que há uma pausa depois do oh!, que é exclamativo e não ocorre assim depois do ó vocativo (interjeição). Exemplos: Oh! Como é bela a lua! "Ó mãe Terra, tão linda e bondosa!
Quando se trata da linguagem afetiva, algumas interjeições, que são originadas de palavras de outras classes gramaticais, podem ser flexionadas no diminutivo ou no superlativo. Exemplos: Obrigadinho!; Calminha!; Adeusinho!, etc.
3.9. Pontuação A pontuação e seus sinais constituem recursos gráficos que são inerentes à linguagem escrita. Mesmo não reproduzindo toda a melodia da linguagem oral, fazem parte da estrutura dos textos e são usados para denotar as pausas e entonações da fala. Os sinais de pontuação possuem, em suma, três finalidades básicas: - Denotar as pausas e inflexões de voz (a entoação) durante a leitura; - Fazer separação de palavras, expressões e orações que precisam de destaque; - Função de esclarecimento do sentido de uma frase, não deixando margem para ambiguidade. Vejamos cada um dos sinais de pontuação, a seguir: Vírgula (,): indica uma pequena pausa, que deixa a voz em suspenso à espera da continuação do período. Normalmente, usa-se a vírgula em:
Datas: para separar o nome da localidade. Exemplo:
Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2014.
Depois dos advérbios sim ou não, quando são utilizados como resposta, no início de frases. Exemplos: – Você gostou da peça de teatro? – Sim, eu achei magnífica!
– Você precisa de ajuda para carregar as malas? – Não, consigo leva-las sozinho.
Depois de saudação em uma correspondência, tanto social quanto comercial. Exemplos: Respeitosamente, Atenciosamente, Com carinho,
Para separar termos que possuem a mesma função sintática. Exemplo: A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Nesse caso, a conjunção -e substitui a vírgula entre o último e penúltimo termo da oração.
Para destacar elementos que são intercalados, conforme os casos abaixo:
- conjunção: Trabalhamos o dia todo, portanto, podemos ir para casa sem culpa. - adjunto adverbial: João e Carla, com certeza, passarão no concurso. Nesse caso, separa-se com a vírgula apenas se houver necessidade de enfatizar o adjunto adverbial ou um advérbio, do contrário, não é necessário colocá-la. - vocativo: Venha logo, Maria, porque seu pai já está a sua espera. - aposto: José, o representante da turma, leu o discurso de formatura. - expressão explicativa, como: ou seja, isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.: A mulher que Carlos tanto ama, ou seja, sua esposa, lhe fez uma surpresa de aniversário.
Quando se quer separar termos deslocados de sua posição normal em uma frase. Exemplo: Carteira de habilitação, o senhor tem?
Quando se quer separar elementos paralelos de um provérbio. Exemplo: Tal mãe, tal filha.
Quando se quer dar destaque aos pleonasmos antecipados a um verbo. Exemplo: Suas cartas de amor, eu as leio todos os dias.
Para efetuar indicação de elipse de um termo na oração. Exemplo: Carlos passou no concurso; eu, não.
Quando se pretende isolar elementos repetidos da oração. Exemplos: Joana está tão pálida, pálida de dar pena! A casa, a casa está destruída.
Para fazer separação de orações intercaladas. Exemplo: É urgente, exclamava a professora, que a escola compre livros novos para o próximo ano letivo.
Na separação das orações coordenadas assindéticas. Exemplo: O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Exemplos: Estudou muito, porém não passou no concurso; Vá devagar, que o caminho é perigoso; Trabalhe bastante, pois será bem pago; Os alunos ora estudavam, ora conversavam.
Observação Importante: Apesar de a conjunção e ser aditiva, existem três situações nas quais se usa a vírgula antes de sua aplicação. Vejamos:
- Se as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes: O professor fez prova surpresa, e os alunos reclamaram. O professor sujeito de “fez”; os alunos sujeito de “reclamaram”. - Se a conjunção e vier repetida e com finalidade de enfatizar (polissíndeto): E ri, e chora, e pula de emoção. - Se a conjunção e assumir valores diferentes e que não seja de adição (por exemplo: consequência e adversidade: Joana estudou por semanas, e ainda assim reprovou no teste.
Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, se essas estiverem antes de uma oração principal. Exemplo:
Quando cheguei em casa, percebi que tinha deixado meus livros na escola.
Para isolar orações subordinadas adjetivas explicativas. Exemplo:
José, que nunca tinha estudado aquele tema, acertou as questões.
Ponto e vírgula (;): denota uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Pode destacar que o período não terminou. Vejamos os casos em que pode ser empregado: Para separar orações coordenadas que não forem unidas através de conjunção e que possuam uma relação entre si. Exemplo: Não choveu o ano todo; o gado morreu com a seca. Para separar orações coordenadas, se ao menos uma delas já tem elementos que são separados por vírgula. Exemplo: A votação para escolher a cor da bandeira ficou com esse resultado: 52% votaram pela cor azul; o restante, pela amarela.
Para fazer separação dos itens de uma enumeração. Exemplo:
Precisamos de material de escritórios, tais como: caneta; lápis; borrachas; grampeador.
Para prolongar a pausa das conjunções adversativas, que são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc., substituindo-as pela vírgula. Exemplo: Preciso falar urgentemente com a diretora; porém, ela só me atenderá na próxima semana. Para separar as orações coordenadas adversativas se a conjunção estiver no meio de uma oração. Exemplo: Precisava comprar toda a lista de materiais para a aula; consegui, todavia, somente a metade dos itens. Dois-pontos (:): É usado para se demarcar uma suave suspensão da voz em uma frase não terminada. Vejamos seus principais empregos:
Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção. Exemplo:
Percebi que havia algum barulho perto da porta, fui até lá e perguntei: – Tem alguém aí?
Para anunciar uma citação. Exemplo:
Como diz a música de Renato Russo: Quem acredita, sempre alcança. Para anunciar uma enumeração. Exemplo: Todos os alunos compareceram à aula: João, Carlos, Ana e Sandra. - Antes das orações apositivas. Exemplo: Apenas te faço um pedido: que não se esqueça do meu aniversário. Para denotar uma explicação, um esclarecimento, um resultado ou resumo do que foi falado. Exemplos: Joana é bem assim: gosta de toda a casa organizada. Resultado: apesar de correr, perdi o ônibus. Em resumo (suma): depois que estudei com seriedade, passei em todos os concursos que fiz. Na invocação de correspondências. Exemplo: Prezados alunos: Informamos que não haverá aulas na terça-feira (30/10) em virtude do feriado de aniversário do Município.
Atenciosamente,
A Coordenação.
Ponto Final (.): esse sinal de pontuação indica a pausa máxima da voz. Vejamos os principais casos de sua aplicação: Para encerrar um período com frases declarativas e imperativas. Exemplos: Falei para os alunos que teriam prova surpresa. Por favor, façam silêncio durante a prova. Nas abreviaturas. Exemplos: Cia. (Companhia) Sr. (Senhor); Sra. (Senhora); Prof. (Professor), etc.
Ponto de Interrogação (?): usa-se no final de todas as interrogações diretas, mesmo que a pergunta não exija uma resposta. Vejamos os exemplos: Qual o motivo para tanto choro? Onde você esteve ontem? Por que vocês não me convidaram para o baile? Observação Importante: não se usa ponto de interrogação em perguntas indiretas. Exemplo: Perguntei de quem era a bolsa. Ponto de Exclamação (!): é usado depois de frases exclamativas, imperativas e interjeições. Pode denotar: susto, surpresa, espanto, piedade, indignação, ordem, súplica, etc. Exemplos: Por favor, não vá embora! Como eu amo aquela mulher!
Ah! Queria ir contigo... Observação: o ponto de exclamação substitui a vírgula em um vocativo enfático. Exemplo: José! Volte já aqui!
Reticências (...): são usadas para marcar uma suspensão da frase, geralmente, devido a elementos de natureza emocional. Vejamos os seus empregos: Para expressar a continuidade de uma ação ou fato. O tempo passa muito rápido...
Para expressar a suspensão ou interrupção de um pensamento. Exemplo:
Eu falei isso para ela esperando que...
Para fazer a representação, na forma escrita da língua, algumas hesitações comuns na língua falada. Exemplos:
Você quer ir ao cinema no fim de semana? – Acho que sim... Digo... Sim, vamos. Não posso falar com você agora... porque... porque estou cansada.
Para fazer realce de uma palavra ou expressão. Exemplo:
Não há porquê você falar com tanta... rapidez.
Para fazer realizações de citações incompletas. Exemplo:
Gosto muito do trecho do hino nacional do Brasil que diz: "Deitado eternamente em berço esplêndido..."
Para deixar o sentido de uma frase em aberto, ou seja, dando possiblidade de que haja uma interpretação pessoal do leitor. Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis).
Parênteses ( ( ) ): possuem a função de fazer intercalação em um texto de qualquer indicação que, mesmo que não pertença propriamente ao discurso, faça o esclarecimento do assunto. Vejamos como podem ser empregados:
Para fazer separação de qualquer indicação cuja ordem seja explicativa, um comentário ou reflexão. Exemplo:
Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apareceu anteriormente na frase. Para fazer inclusão de dados informativos sobre uma bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.). Exemplo: "O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
Para efetuar isolamento de orações intercaladas com verbos declarativos, fazendo substituição à vírgula e aos travessões. Exemplo:
Ouvi dizer (mas sem provas) que os deputados federais receberam dinheiro para votar a favor daquela Lei.
Para fazer a delimitação do período de vida de uma pessoa. Exemplo:
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987).
Para indicar possibilidades alternativas de leitura.
Prezado(a) usuário(a).
Para fazer indicação de marcações cênicas em uma peça de teatro. Exemplo:
Abelardo I - Que fim levou o americano? João - Decerto caiu no copo de uísque! Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita) (Oswald de Andrade) Observação importante: dentro de um texto, se houver necessidade de usar alíneas, pode-se marcá-las com ordem alfabética, com letras minúsculas, seguidas de parênteses. Observe que, nesse caso, as alíneas, com exceção da última, terminam com ponto e vírgula. Exemplo: São vários os aspectos que interferem na língua falada:
a) região; b) faixa etária; c) classe social. Os Parênteses e a Pontuação: Observe: - As frases que estão dentro de parênteses, geralmente, não são muito longas, porém precisam manter sua pontuação própria, além da pontuação normal do texto. - O sinal de pontuação pode estar dentro ou fora dos parênteses, dependendo da situação. Se dentro dos parênteses tiver uma frase completa, a pontuação ficará dentro deles. Exemplos: Devemos utilizar corretamente os parênteses. (Eles precisam de cuidado especial.) Vamos confiar (Por que não?) nos próximos candidatos à reeleição. Se o texto escrito dentro de parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará fora dele. Exemplo: O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal). - Antes dos parênteses não se usam sinais de pontuação, com exceção do ponto. Se algum sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se colocalo depois do parêntese de fecho.
Travessão (–): Consiste em um traço maior que o hífen e pode ser empregado em: Em um discurso direto, indicando a fala de um personagem ou uma mudança de interlocutor nos diálogos. Exemplo: – Onde você foi ontem à noite? – Fui ao aniversário de um amigo.
Para efetuar a separação de expressões ou de frases explicativas, quando intercaladas. Exemplo: "E logo me apresentou à mulher – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis)
Para efetuar o destaque de algum elemento no interior de uma frase, pode ser útil para realçar o aposto. Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem – O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo).
Para efetuar a substituição do uso de vírgulas, parênteses e dois-pontos, em algumas situações. Exemplo: "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia).
Aspas (“ ”): possuem a função de destacar uma parte de um texto. Podem ser empregadas nos seguintes casos:
Antes e depois de citações ou transcrições de textos. Exemplo:
Conforme falou Machado de Assis: “A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada.”
Para representar nomes de livros ou legendas. Exemplo:
Camões escreveu “Os Lusíadas” no século XVI. Observação: para efetuar o realce de títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. é possível, também, grifar as palavras, de acordo com o exemplo: Gosto muito de ler o livro Dom Casmurro..
Para destacar ironia, neologismos, estrangeirismos, gírias e expressões populares. Exemplos:
Quando o inspetor do colégio chegou, os alunos que quebraram as janelas “se mandaram” pela vizinhança. Que “coisa boa”: Nem eu e nem você passamos no concurso! O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Revista Veja).
Para efetuar o realce de uma palavra ou de uma expressão. Exemplo:
Ana, sem nenhuma dúvida, disse-lhe um “não”. Posso saber quem foi o “esperto” que deixou a casa aberta?
Observação: nos trechos de textos em que já se fez o uso das aspas e for necessário usá-las novamente, utilizam-se as aspas simples. Exemplo: “Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada’. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar.” (Machado de Assis).
Colchetes ([ ]): possuem a mesma finalidade que os parênteses, mas são usados, apenas, em textos de cunho filológico, didático e científico. Vejamos como pode ser empregado:
Nas definições de um dicionário, com objetivo de se referir à etimologia de uma palavra. Exemplo:
amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio).
Ao se intercalar palavras ou símbolos que não pertencem a um texto. Exemplo:
Antes de ir a Aruba, você precisa saber que lá se fala o Espanhol, o Inglês, o Holandês e o Papiamento. Eis algumas palavras do Papiamento que, certamento, você usará em sua viagem: - Bo ta bon? [Você está bem?] - Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
Para fazer a inserção de observações e de comentários em textos já publicados. Exemplo:
Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de “Inocência”].
Para fazer indicação de omissões de algumas partes dentro da transcrição de um texto. Exemplo:
“É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho”. (Machado de Assis). Asterisco (*): consiste no sinal gráfico em formato de estrela. Vejamos como pode ser empregado:
Em remissões de notas ou de explicações que são colocadas em rodapé de páginas ou no final de capítulos. Exemplo:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à
conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. * É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.
Ao se substituir nomes próprios que não são mencionados. Exemplo:
O Professor * não fechou a nota dos alunos dentro do prazo. A revista *** não divulgou o resultado das pesquisas eleitorais.
Parágrafo (§): o símbolo que representa esse sinal de pontuação é: § e é equivalente a dois ésses (S) entrelaçados e são as iniciais das palavras latinas “Signum sectionis”, que significam: sinal de secção, de corte. Ao fazermos um ditado, para se dizer que o próximo período deve ser iniciado na outra linha, diz-se parágrafo ou alínea. A palavra alínea é originada do Latim (a + lines) e significa: longe (distanciado) da linha, ou seja, fora da margem na qual começam as linhas de um texto. É muito comum verificar o uso de parágrafos em códigos de leis. Exemplo: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
3.10. Sintaxe Frase, Oração e Período: - Frase: é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase expressada, através da fala ou da escrita: as ideias, emoções, apelos e ordens. A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, em uma troca (intercâmbio) linguística, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. Exemplos: O Brasil possui um grande potencial turístico. Espantoso! Não vá embora. Silêncio!
O telefone está tocando.
Observação: a frase que não possui verbo é chamada de: Frase Nominal. Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que demonstra claramente seu início e fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pelo contexto (situação) em que o falante se encontra. Por esse motivo, existem frases muito simples, formadas por apenas uma palavra, como: Rua! Ai! Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, que procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, a situação é dada pelo próprio texto, o que torna necessário que as frases escritas sejam mais completas e é essa maior complexidade linguística que leva a frase a obedecer regras gerais da língua. Logo, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Observe: As meninas estavam alegres. (constitui uma frase). E: Alegres meninas estavam as. (não é considerada uma frase da língua portuguesa). Tipos de Frases:
Há alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido que passam. Vejamos cada uma delas:
- Frases Interrogativas: usadas quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja saber alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta. Exemplos: Você aceita um copo de água? (Interrogação direta). Preciso saber se você aceita um copo de água. (Interrogação indireta). - Frases Imperativas: usadas quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido, utiliza-se o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas. Exemplos: Faça-o vir até aqui! (Afirmativa). Não faça isso. (Negativa).
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa). - Frases Exclamativas: ocorre quando o emissor exterioriza um estado afetivo. Possuem uma entoação ligeiramente prolongada. Exemplos: Que prova fácil! É uma delícia essa torta! - Frases Declarativas: usadas quando o emissor constata um fato. Serve para informar ou declarar algo. Podem ser afirmativas ou negativas. Exemplos: Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa). Ela não está em casa. (Negativa). - Frases Optativas: são utilizadas com objetivo de expressar um desejo. Exemplos: Deus o abençoe! Bons ventos o levem!
Conforme sua construção, as frases são classificadas em:
- Frase Nominal: consiste na frase que é construída sem verbos. Exemplos: Fogo! Cuidado! Belo serviço o seu! Trabalho digno desse feirante. - Frase Verbal: consiste na frase que é construída com verbo. Exemplos: Os casais saíram para jantar. A bola rolou escada abaixo. O sol ilumina a cidade e aquece os dias. Estrutura da Frase: As frases que possuem verbo, normalmente, são estruturadas a partir de dois elementos essenciais: sujeito e predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É, em geral, o "ser de quem se declara algo" ou "o tema do que se vai comunicar".
O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Geralmente, refere-se ao sujeito e efetua uma declaração do que se atribui ao sujeito. Deve-se sempre observar qual é o núcleo significativo da declaração, pois se o núcleo da declaração estiver no verbo, teremos um predicado verbal (ocorre nas frases verbais) e se o núcleo da declaração estiver em algum nome, trata-se de um predicado nominal (ocorre nas frases nominais que possuem verbo de ligação). Vejamos: O amor é eterno O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o nome "eterno". Os rapazes jogam futebol O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.
Oração: diz-se que uma frase verbal pode ser, também, uma oração. Para isso é preciso que: - o enunciado tenha sentido completo; - o enunciado tenha verbo (ou locução verbal). Exemplo: João finalizou o resumo do texto.
Observe que em uma oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintática.
Importante: Nem toda frase é oração! Exemplo: Que dia lindo! Esse enunciado é frase, pois tem sentido. Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo. Dessa forma, não possuem estrutura sintática, logo, não são orações, frases como:
Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante! Uma frase pode conter uma ou mais orações. Exemplos: Brinquei no parque. (uma oração). Entrei na casa e sentei-me. (duas orações). Cheguei, vi, venci. (três orações)
Período: consiste na frase que é constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto. - Período Simples: constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. Exemplos: O amor é eterno. As plantas necessitam de cuidados especiais. Quero aquelas rosas. O tempo é o melhor remédio. - Período Composto: constituído por duas ou mais orações. Exemplos: Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias. Quero aquelas flores para presentear minha mãe. Cheguei, jantei e fui dormir. O período pode ser composto por Coordenação e por Subordinação. - Período Composto por Coordenação: quando é constituído somente de orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática. Exemplo: Saímos de manhã e voltamos à noite. - Período Composto por Subordinação: quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, e uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (a principal). Exemplo: Não fui à aula Oração Principal
porque estava doente. Oração Subordinada
- Período Misto: aquele que é constituído de orações coordenadas e subordinadas. Exemplo: Fui à escola
e busquei minha irmã
que estava esperando.
Oração Coordenada
Oração Coordenada
Oração Subordinada
Período Composto por Coordenação: Já vimos que nesse caso, as orações não possuem, entre si, uma dependência gramatical e, portanto, são independentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. Essas orações são independentes e as chamamos de orações coordenadas, e estas podem ser: assindéticas ou sindéticas. - Orações Coordenadas Assindéticas: as orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas, ou seja, sem síndeto (conjunção). Exemplos: As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas. - Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas: as orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. Conforme o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. Vejamos: - Aditivas: possuem ideia de adição, acrescentamento. Em geral, indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são: e e nem (=e+não). Iniciam as orações coordenadas sindéticas aditivas. Exemplo: Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções. As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções: não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Tais estruturas costumam ser aplicadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Observe o exemplo: Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem. Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país. A conjunção nem tem o valor da expressão e não. (Não se deve usar a forma e nem para introduzir orações aditivas). Exemplo: Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções. - Adversativas: expressam fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo um contraste ou uma compensação. Mas é a conjunção adversativa típica. Além dela, usa-se: porém, contudo, todavia,
entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Iniciam as orações coordenadas sindéticas adversativas. Exemplos: "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar). O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria. Tens razão, contudo controle-se. Joana gostava de cantar, todavia não era boa cantora. O time jogou muito bem, entretanto não venceu a partida. - Alternativas: possuem ideia de alternância de fatos ou escolha. Em geral, é aplicada a conjunção ou. Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Iniciam as orações coordenadas sindéticas alternativas. Exemplos: Fale agora ou cale-se para sempre. Ora age com calma, ora perde a paciência com todos. Irei junto, quer você permita, quer você não permita. -> Nota: no último exemplo, o par quer...quer está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam concessão em relação a Estarei lá. É como disséssemos: Embora você não permita, irei junto. - Conclusivas: exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções principais são: logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se também: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Iniciam as orações coordenadas sindéticas conclusivas. Exemplos: Não tenho dinheiro, portanto não posso ir ao cinema. A situação econômica é delicada; devemos, pois, economizar. O time venceu, por isso está classificado. Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente. - Explicativas: Demonstram uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As principais conjunções são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Iniciam as orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplos: Vou embora, que cansei de ficar aqui. Jonas devia estar com fome, porque não se alimentou o dia inteiro. Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.
Período Composto por Subordinação: - Classificação das Orações Subordinadas: as orações subordinadas dividemse em três grupos, conforme com a função sintática que possuem e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser: substantivas, adjetivas ou adverbiais. - Orações Subordinadas Substantivas: possuem valor de substantivo e são introduzidas, em geral, por uma conjunção integrante (que, se). Exemplo: Suponho
que você foi à biblioteca hoje. Oração Subordinada Substantiva
Você sabe
se o presidente já chegou? Oração Subordinada Substantiva
Os pronomes interrogativos: que, quem, qual também iniciam as orações subordinadas substantivas, assim como os advérbios interrogativos: por que, quando, onde, como. Exemplos: O garoto perguntou
qual era o telefone da moça. Oração Substantiva
Não sabemos
Subordinada
por que a vizinha se mudou. Oração Substantiva
Subordinada
- Classificação das Orações Subordinadas Substantivas: Conforme a função que possui em um período, a oração subordinada substantiva pode ser: 1) Subjetiva: quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Exemplo: É fundamental
o seu comparecimento à reunião. Sujeito
É fundamental que você compareça à reunião. Oração Oração Subordinada Substantiva Principal Subjetiva Observe algumas estruturas típicas que acontecem na oração principal: - Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
É bom; É útil; É conveniente; É certo; Parece certo; É claro; Está evidente; Está comprovado.
Exemplo: É bom que você vá à reunião. - Expressões na voz passiva, como: Sabe-se; Soube-se; Conta-se; Diz-se; Comenta-se; É sabido; Foi anunciado; Ficou provado. Exemplo: Sabe-se que Marta não gosta de José. - Verbos como: convir; cumprir; constar; admirar; importar; ocorrer; acontecer. Exemplo: Convém que não se atrase na entrevista. Observe que nos casos em que a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular. 2) Objetiva Direta: exerce função de objeto direto do verbo da oração principal. Exemplos: Todos querem sua aprovação no vestibular. Objeto Direto
Todos querem Oração Principal
que você seja aprovado. (Todos querem isso). Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por: - Conjunções integrantes que (às vezes elíptica) e se. Exemplo: A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
- Pronomes indefinidos: que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas. Exemplo: O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado. - Advérbios: como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas. Exemplo: Eu não sei por que ela fez isso. 3) Objetiva Indireta: atua como objeto indireto do verbo da oração principal e vem precedida de preposição. Exemplo: Meu pai insiste em meu estudo. Objeto Indireto
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso). Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração. Exemplo: Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
4) Completiva Nominal: completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição. Exemplo: Sentimos orgulho de seu comportamento. Complemento Nominal
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso). Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
5) Predicativa: exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser. Exemplo:
Nosso desejo era sua desistência. Predicativo do Sujeito
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso). Oração Subordinada Substantiva Predicativa Em alguns casos, usa-se a preposição expletiva de para dar um realce. Exemplo: A impressão é de que não fui bem na prova. 5) Apositiva: exerce função de aposto de algum termo da oração principal. Exemplo: Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento. Aposto (Fernanda tinha um grande sonho: isso.) Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse. Oração Subordinada Substantiva Apositiva - Orações Subordinadas Adjetivas: Uma oração subordinada adjetiva é aquela que tem valor e função de adjetivo, isto é, que a ele equivale. As orações são introduzidas por um pronome relativo e possuem a função de adjunto adnominal do antecedente. Exemplo: Esta foi uma redação Substantivo
bem-sucedida. Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Observe que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo: bem-sucedida. Sendo assim, é possível formarmos outra construção, que exerce exatamente o mesmo papel: Esta foi uma redação Oração Principal
que fez sucesso. Oração Subordinada Adjetiva
Observe que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita através do pronome relativo: que. Além de relacionar (conectar) duas orações, o pronome relativo tem uma função sintática na oração subordinada, que é a de ocupar o papel que seria exercido pelo termo que o antecede.
Observe com atenção: Um recurso didático que serve para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais. Exemplo: Refiro-me ao aluno que é esforçado. Essa oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual se esforça. - Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas: Na relação que possuem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas formas diferentes: Existem aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizandoo. Nessas orações, não há marcação de pausa e são chamadas de subordinadas adjetivas restritivas. Há, ainda, as orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais são chamadas de subordinadas adjetivas explicativas. Vejamos os exemplos: Exemplo 1: Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Note que, nesse período, a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra homem, ou seja, trata-se de um homem específico (único). A oração limita o universo de homens, pois não se refere a todos os homens, mas apenas àquele que estava passando naquele momento.
Exemplo 2: O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa No período acima, a oração em destaque não possui sentido restritivo em relação à palavra homem, mas nessa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de homem. A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela vírgula. Por esse motivo, é comum que a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas, pois as explicativas estão
sempre isoladas por vírgulas e as restritivas, não.
Em muitas situações, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva, conforme o que se pretende dizer. Observe os exemplos: Exemplo 1: Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma. No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra irmão, no caso, precisa ter seu sentido limitado, isto é, é necessário restringir seu universo e, para isso, usa-se uma oração subordinada adjetiva restritiva. Exemplo 2: Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma. No período acima, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, que mora em Roma. A informação de que o irmão mora em Roma não é uma particularidade, isto é, não é um elemento identificador, diferenciador, mas um detalhe que se quer realçar. Observações importantes: - As orações subordinadas adjetivas podem: 1) Vir coordenadas entre si. Exemplo: É uma realidade que degrada e assusta a sociedade. (e conjunção). 2) Ter um pronome como antecedente. Exemplo: Não sei o que vou almoçar. (o antecedente). (que vou almoçar Oração Subordinada Adjetiva Restritiva).
Emprego e Função dos Pronomes Relativos: ao se estudar as orações subordinadas adjetivas, verifica-se a profunda ligação com o uso dos pronomes relativos. Vejamos um pouco mais sobre isso: - Pronome Relativo QUE: é chamado de relativo universal, pois seu emprego é extremamente amplo. Pode ser empregado para substituir pessoa ou coisa, que estejam no singular ou no plural. Sintaticamente, o relativo que pode desempenhar várias funções, que são:
1) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso país. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Eis os artistas. Os artistas (que) representarão o nosso país. Sujeito
2) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Trouxe o documento Você pediu o documento (que) Objeto Direto
3) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Eis o caderno. Preciso do caderno (de que) Objeto Indireto
4) Complemento Nominal: Estas são as informações de que ele tem necessidade. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Estas são as informações. Ele tem necessidade das informações (de que) Complemento nominal
5) Predicativo do Sujeito: Você é o professor que muitos querem ser. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Você é o professor. Muitos querem ser o professor (que) Predicativo do Sujeito
6) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui atacado. Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
Este é o animal. Fui atacado pelo animal (por que) Agente da Passiva
7) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram. (adjunto adverbial de tempo). Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
O acidente ocorreu no dia Eles chegaram no dia. (em que) Adjunto Adverbial de Tempo
Importante: vale lembrar que, assim como nos exemplos acima, o pronome relativo deve ser precedido de preposição apropriada conforme a função que exerce. - Pronome Relativo QUEM: refere-se a pessoas ou coisas personificadas, no singular ou no plural. É sempre precedido de preposição, podendo exercer diversas funções sintáticas. Vejamos os exemplos: 1) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro muito, influenciou-me profundamente. 2) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro sempre. 3) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem sempre faço referência. 4) Agente da Passiva: O médico por quem fomos assistidos é um dos mais renomados especialistas. 5) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega.
- Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s): Cujo e suas flexões equivalem a: de que, do qual (ou suas flexões da qual, dos quais, das quais) e de quem. Geralmente, possuem uma relação de posse entre o antecedente e o termo que especificam, agindo, na maioria das vezes, como um adjunto adnominal e, em alguns casos, como um complemento nominal. Observe: 1) Adjunto Adnominal: Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais. (Não consigo conviver com pessoas/As aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais). 2) Complemento Nominal:
O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da ditadura. (cuja leitura a leitura do livro). Importante ressaltaro: Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. São erradas construções como: "A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio é professor..." Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio". - Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS: O qual, a qual, os quais e as quais são empregados para fazer referência a pessoa ou coisa. Possuem as mesmas funções que o pronome que, porém, seu uso é bem menos frequente e tem se limitado aos casos nos quais torna-se necessário, para evitar ambiguidade. Exemplo: Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade. Nesse caso, o uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às noites. Se usássemos a que, não poderíamos impor essa restrição. Vejamos mais alguns exemplos: - Sujeito: Conhecemos uma das irmãs de José, a qual mora na Itália. No caso acima, o pronome relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não seria possível determinar quem mora na Itália. - Adjunto Adverbial: Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom cochilo. Nesse exemplo, a preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas o/a qual, os/as quais, rejeitando a forma que. - Pronome Relativo ONDE: ocorre somente no período composto, para substituir um termo da oração principal numa oração subordinada. Por isso, em um período como por exemplo: “Onde você nasceu?”, não é possível usar um pronome relativo, pois o período é simples e, portanto, onde é advérbio interrogativo. Logo, é preciso saber que onde deve ser limitado aos casos nos quais existe uma indicação de lugar físico (espacial). Se não houver essa indicação, deve-se utilizar: em que, no qual (e suas flexões na qual, nos quais, nas quais), assim como nos casos da ideia de causa/efeito ou de conclusão. Exemplo: Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.
Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita impera. - Pronomes Relativos QUANTO, COMO, QUANDO: Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos que seguem os pronomes indefinidos: tudo, todos ou todas. Atuam principalmente como sujeito e objeto direto. Exemplos: Tente examinar todos quantos comparecerem ao consultório. (Sujeito). Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto) Como e quando: expressam, respectivamente, ideias de modo e tempo. Por isso, atuam como adjuntos adverbiais de modo e de tempo. Exemplos: É estranho o modo como ele me trata. É a hora quando o sol começa a deitar-se.
Orações Subordinadas Adverbiais: Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal, e pode expressar uma circunstância de: tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, é iniciada por uma das conjunções subordinativas (exceto as integrantes). É classificada conforme a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Vejamos os exemplos: Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida. Adjunto Adverbial
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida. Oração Subordinada Adverbial A classificação das orações subordinadas adverbiais é feita da mesma forma que a classificação dos adjuntos adverbiais. É baseada na circunstância expressa pela oração. Vejamos as circunstâncias expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais: - Causa: a ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ou seja, ao motivo do que se declara na oração principal: consiste naquilo que determina um acontecimento. A principal conjunção causal é o porque. Além dele, existem outras, que são: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. Exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelálo. Já que você não vai, eu também não vou. Por ter muito conhecimento (com sentido de: Porque/Como tem conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo).
muito
b) Consequência: as orações subordinadas adverbiais consecutivas expressam um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que. A principal conjunção subordinativa consecutiva é o que (precedido de tal, tanto, tão, tamanho). Exemplos: É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor). Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os. Não
consigo
ver
televisão sem bocejar. (Oração
Reduzida
de
Infinitivo).
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.
c) Condição: refere-se ao que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. A principal conjunção subordinativa condicional é: se. Além dessa, há também: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Exemplos: Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão. Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato. Caso você se case, convide-me para a festa. Não saia sem que eu permita. Conhecendo os alunos (se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (Oração Reduzida de Gerúndio).
d) Concessão: são as que indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal conjunção: embora. Há, também, as conjunções: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. Exemplo: Só irei se ele for. A oração acima expressa uma condição: o fato de eu ir só se realizará caso essa condição for satisfeita. Observe: Irei mesmo que ele não vá. A diferença é nítida! temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Vejamos outros exemplos: Embora fizesse calor, levei agasalho. Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo. Foi aprovado sem estudar (sem que estudasse/embora não estudasse). (Reduzida de infinitivo).
e) Comparação: quando estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjunção: como. Exemplo: Carlos dorme como um urso. Utilizam-se muito as seguintes estruturas, que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão...como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Exemplos: Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência. O orador foi mais brilhante do que profundo. f) Conformidade: indicam ideia de conformidade, isto é, expressam uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. A principal
conjunção é: conforme. Além dessa, há também: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme). Exemplos: Fiz a sobremesa conforme ensina a receita. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais. Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda.
g) Finalidade: expressam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. A principal locução conjuntiva é: a fim de que. Outras locuções conjuntivas de finalidade: que, porque (para que) e a locução conjuntiva para que. Exemplos: Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. André abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse. h) Proporção: expressam uma ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. A principal locução conjuntiva é: à proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há, ainda, as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais...(mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos). Exemplos: À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões. Visito meus amigos à medida que eles me convidam. Quanto maior for a altura, maior será o tombo. Importante lembrar: À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por à proporção que. Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a tendo em vista que e só nesse sentido deve ser usada. Exemplo: Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.
Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”. i) Tempo: são as que acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. A principal conjunção é: quando. As outras conjunções subordinativas temporais são: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Exemplos: Quando você foi embora, chegaram outros convidados. Sempre que ele vem, ocorrem problemas. Mal você saiu, Ana chegou. Terminada a festa, todos se retiraram. (Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio). Período Composto por Coordenação e Subordinação: em um período podem surgir orações que se relacionam pela coordenação e pela subordinação. Dessa forma, ocorre um período misto. Exemplo: O atleta entrou na piscina 1ª Oração
e pediu 2ª Oração
que todos saíssem. 3ª Oração
- 1ª Oração: Oração Coordenada Assindética; - 2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª oração) e Oração Principal (em relação à 3ª oração); - 3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em relação à 2ª Oração).
Orações Reduzidas: Observe as frases abaixo: Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar. Ouvimos uma criança chorando na praça. Comprada a casa, a família mudou-se.
Note que as orações destacadas não são introduzidas por uma conjunção. Além disso, os verbos estão em suas formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que apresentam essa forma recebem o nome de: Orações Reduzidas. Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte forma: a) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo; b) Inicia-se a oração com um conectivo adequado (conjunção ou pronome relativo), de modo que apenas a forma da frase seja alterada, e não o seu sentido. Vejamos abaixo como seria o desenvolvimento das orações observadas acima: Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar. - Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo candidato deve aguardar. - Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo. Ouvimos uma criança chorando na praça. - Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava na praça. - Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio. Comprada a casa, a família mudou-se. - Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a família mudou-se. - Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio. Dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento. - Orações Reduzidas Fixas: não são passíveis de desdobramento. Exemplos: Tenho muita vontade de comprar este vestido. Este homem enriqueceu vendendo pastéis. - Orações Reduzidas de Infinitivo: Podem ser: - Subordinadas Substantivas:
a) Subjetivas: Não é conveniente comprar todos estes materiais. b) Objetivas Diretas: Quanto ao Marcos, dizem ter viajado para a Itália. c) Objetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira depende de teres dedicação. d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no exterior. e) Completivas Nominais: José tinha grande necessidade de passar no concurso. f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma saída: ficarmos calados. - Subordinadas Adjetivas: Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no meio da rua. - Subordinadas Adverbiais: a) Causais: Não te procurei novamente por encontrar-me doente. b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos os convidados. c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto de não termos aula naquele período. d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa sem almoçar direito. e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa festa. f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo abraço. - Orações Reduzidas de Gerúndio: Podem ser: - Subordinadas Adjetivas: Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo centro da cidade. - Subordinadas Adverbiais: a) Temporais: Retornando ao museu, avise-me. b) Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra hipótese. c) Concessivas: Mesmo cozinhando diariamente, o almoço não ficou bom. d) Condicionais: Querendo uma amiga para conversar, conte comigo.
- Coordenadas Aditivas: Organizou os presentes, entregando-os às crianças carentes. - Orações Reduzidas de Particípio: Podem ser: - Subordinadas Adjetivas: As orações subordinadas adjetivas podem ser consideradas simples adjuntos adnominais. Exemplo: Os documentos trazidos pela secretária serão arquivados. - Subordinadas Adverbiais: a) Causais: Assustado com a situação, liguei para a polícia. b) Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os compromissos. c) Condicionais: Desvendado este mistério, o problema será resolvido. d)Temporais: Terminada a palestra, alunos e professores aplaudiram. Importante: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos: Preciso estudar mais este semestre. Os palhaços estão divertindo as crianças. A viagem foi cancelada pela agência.
Termos Essenciais da Oração: - Sujeito e Predicado: para que a oração possua significado, são necessários alguns termos básicos que são os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado. Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo. Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Sujeito Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Exemplo:
As praias
estão cada vez mais poluídas. Predicado
- Posição do Sujeito na Oração: dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar: Na Ordem Direta: quando o sujeito aparece antes do predicado. Exemplo: As crianças Sujeito
brincavam despreocupadas. Predicado
Na Ordem Inversa: quando o sujeito aparece depois do predicado. Exemplo: Brincavam despreocupadas Predicado
as crianças. Sujeito
- Sujeito no Meio do Predicado: Despreocupadas, Predicado
as crianças Sujeito
brincavam. Predicado
Classificação do Sujeito: O sujeito das orações ser determinado ou indeterminado. Existem também as orações sem sujeito.
pode
Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal. Ele pode ser: - Simples: quando apresenta somente um núcleo ligado diretamente ao verbo. Exemplo: A rua estava deserta. Observação importante: não se pode confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva. Exemplos: Os meninos estão gripados. Todos cantaram durante o passeio. - Composto: quando apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo. Exemplo: Tênis e natação são ótimos exercícios físicos. - Implícito: quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado. Exemplo:
Dispensamos todos os funcionários. (o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência verbal -mos). Sujeito Indeterminado: é aquele que, mesmo que exista, não pode ser determinado nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Existem três formas diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração, que são: - Com verbo na 3ª pessoa do plural: O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração). Exemplos: Procuraram você por todos os lugares. Estão pedindo seu documento na entrada da festa. - Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome “se”: O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo fica, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular. Exemplos: Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo). Precisa-se de professores de Português. (Verbo Transitivo Indireto). No dia do casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação). Entendendo a Partícula “SE”: As construções nas quais há a partícula se podem apresentar algumas dificuldades quanto à classificação do sujeito. Observe: - Aprovou-se o novo candidato. Sujeito - Aprovaram-se os novos candidatos. Sujeito - Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado). - Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado). No caso primeiro caso, o se é uma partícula apassivadora, o verbo está na voz passiva sintética e concorda com o sujeito. Vejamos a transformação das frases para a
voz passiva analítica: O novo candidato foi aprovado. Sujeito Os novos candidatos foram aprovados. Sujeito No segundo caso, o se é um indicador de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa. Em construções como essa, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular. - Casos com o verbo no infinitivo impessoal: Era penoso estudar todo aquele conteúdo. É triste assistir a estas cenas tão trágicas. - Quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado. Exemplo: João e Carlos foram ao mercado. Compraram muitas verduras. (o sujeito de compraram é eles (João e Carlos). Ocorre sujeito oculto). Oração Sem Sujeito: é formada somente pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Vejamos os principais casos: - Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc. Exemplos: Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto. Importante: se forem utilizados com sentido figurado, esses verbos podem ter sujeito determinado. Como por exemplo: Choviam crianças na distribuição de brindes. (sujeitocrianças). Já amanheci cansado. (sujeitoeu). - Verbos ser, estar, fazer e haver, se forem usados para expressar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos. Observe:
Ser: É noite. (Período do dia). Eram duas horas da manhã. (Hora). Se expressar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha: É uma hora/São dez horas. Hoje é (ou são) 15 de março. (Data) Se expressar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se à palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias. Estar: Está tarde. (Tempo). Está muito quente. (Temperatura). Fazer: Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido). Fez 39° C ontem. (Temperatura). Haver: Não a vejo há anos. (Tempo decorrido). Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir). Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Deve-se ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente, pois não é possível usá-los no plural. Exemplos: Faz muitos anos que nos conhecemos. Deve fazer dias quentes na Bahia. Há muitas pessoas interessadas na reunião. Houve muitas pessoas interessadas na reunião. Havia muitas pessoas interessadas na reunião.
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião. Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Predicado: consiste no que se fala a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos: As mulheres
Durante o ano, Predicado A natureza
compraram roupas novas. Predicado muitos alunos
desistem do curso. Predicado
é bela. Predicado
NOTA: Em todo predicado há, obrigatoriamente, um verbo ou uma locução verbal. Para analisar a importância do verbo no predicado, devemos considerar dois grupos distintos: os verbos nocionais e os não nocionais. Vejamos: Os verbos nocionais são os que exprimem processos, ou seja, indicam: ação, acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental. Exemplos: Acontecer, considerar, desejar, julgar, pensar, querer, suceder, chover, correr, fazer, nascer, pretender, raciocinar, etc. Esses verbos são sempre núcleos dos predicados nos quais aparecem. Os verbos não nocionais exprimem um estado e são mais conhecidos como verbos de ligação. Fazem parte desse grupo, por exemplo: Ser, estar, permanecer, continuar, andar, persistir, virar, ficar, achar-se, acabar, tornar-se, passar (a), etc. Os verbos não nocionais sempre fazem parte do predicado, mas não atuam como núcleos. Para perceber se um verbo é nocional ou não nocional, é necessário considerar a
situação na qual ele é empregado. Observe: Ela anda muito rápido. (O verbo andar exprime uma ação, sendo um verbo nocional). Ela anda triste. (Nesse caso, o verbo andar expressa um estado, sendo um verbo não nocional).
Predicação Verbal: é o nome dado para o resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e os complementos. Em relação à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação. Vejamos cada caso: - Verbo Intransitivo: consiste naquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita. Exemplo: O avião caiu. (O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo). Caso queira, o falante pode adicionar outras informações, como por exemplo: O local: O avião caiu sobre as casas da periferia. O modo: O avião caiu lentamente. O tempo: O avião caiu no mês passado. Note que essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para se compreender a informação básica.
- Verbo Transitivo: consiste no verbo que vem acompanhado por complemento, por exemplo: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, ou seja, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Observe: S. Simples As crianças
Predicado Precisam 1
1 Verbo Transitivo. 2 Complemento Verbal (Objeto).
de carinho. 2
O verbo transitivo pode ser: - Transitivo Direto: quando o complemento verbo diretamente, sem preposição obrigatória. Exemplo:
vem
ligado
ao
- Transitivo Indireto: quando o complemento vem verbo indiretamente, com preposição obrigatória. Exemplo:
ligado
ao
Nós
nossa música favorita.
escutamos 1
1 Verbo Transitivo Direto.
Eu
gosto 2
de sorvete.
2 Verbo Transitivo Indireto; de preposição. - Transitivo Direto e Indireto: quando a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo. Exemplo: Ela
contou 3
tudo ao amigo.
3 Verbo Transitivo Direto e Indireto; a preposição. - Verbo de Ligação: consiste naquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações. O verbo de ligação pode expressar: 1) Estado permanente: ser, viver. Exemplo: Maria é feliz. Maria vive feliz. 2) Estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se. Exemplo: Ana está bem. Ana encontra-se bem. 3) Estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se. Exemplo: José ficou bravo. José fez-se bravo.
4) Continuidade de estado: continuar, permanecer. Exemplo: Carlos continua mal. Carlos permanece mal. 5) Estado aparente: parecer. Exemplo: Josefa parece melhor. Importante: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não de forma isolada, pois o mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Observe: - O jovem anda devagar. (anda verbo intransitivo, expressa uma ação). - O jovem anda preocupado. (anda verbo de ligação, expressa um estado).
Classificação do Predicado: Para estudar sobre o predicado, é necessário saber se seu núcleo significativo está em um nome ou em um verbo. Deve-se, ainda, considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Exemplos: Os animais Sujeito
necessitam de cuidados especiais. Predicado
Note que: O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado.
A natureza Sujeito
é bela. Predicado
Na oração acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palavra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela.
O dia Sujeito
amanheceu ensolarado. Predicado
Nesse caso acima referido, percebe-se que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado. Considerando o núcleo do que está sendo declarado, é possível reconhecer três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal. Vejamos cada um deles: - Predicado Verbal: Possui as seguintes características: 1) Tem um verbo como núcleo; 2) Não possui predicativo do sujeito; 3) Indica uma ação. Exemplo: Eles revelaram toda a verdade para a filha. - Predicado Verbal: para ser núcleo do predicado verbal, é preciso que o verbo seja significativo, ou seja, que tenha uma ideia de ação, conforme os exemplos a seguir: O dia clareou. (núcleo do predicado verbal clareou). Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal Chove). Ocorreu um acidente naquela Ocorreu).
rua. (núcleo
do
predicado
verbal
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal demolida). Observe que no último exemplo ocorre uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado. - Predicado Nominal: apresenta as seguintes características: 1) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo; 2) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito; 3) Indica estado ou qualidade. Exemplo: Leonardo é competente. Predicado Nominal
No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Abaixo, veremos exemplos que mostram como esses verbos exprimem distintas circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo: Ele está triste. (triste predicativo do sujeito, está verbo de ligação). A natureza é bela. (bela predicativo do sujeito, é verbo de ligação). O homem parecia nervoso. (nervoso predicativo do sujeito, parecia verbo de ligação). Nosso herói acabou derrotado. sujeito, acabou verbo de ligação).
(derrotado
Uma simples funcionária virou diretora da predicativo do sujeito, virou verbo de ligação).
predicativo
empresa.
do
(diretora
Predicativo do Sujeito: consiste no termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por: 1) Adjetivo ou locução adjetiva: Exemplo: O seu telefonema foi especial. (especial adjetivo). Este bolo está sem sabor. (sem sabor locução adjetiva). 2) Substantivo ou palavra substantivada: Exemplo: Esta figura parece um peixe. (peixe substantivo). Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar verbo substantivado). 3) Pronome Substantivo: Exemplo: Meu livro não é esse. (esse = pronome substantivo). 4) Numeral: Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez numeral). - Predicado Verbo-Nominal: possui as seguintes características: 1) Possui dois núcleos: um verbo e um nome; 2) Possui predicativo do sujeito ou do objeto; 3) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade. Exemplo: Os alunos
saíram da aula alegres. Predicado Verbo-Nominal
Observe que, no exemplo acima, o predicado é verbo-nominal pois seus núcleos são: um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante tomar nota que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal, conforme abaixo: Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.
Estrutura do Predicado Verbo-Nominal: O predicado verbo-nominal pode ser formado de: 1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito. Exemplo: Joana Sujeito
partiu Verbo Intransitivo
contente. Predicativo do Sujeito
2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto. Exemplo: A despedida Sujeito
deixou Verbo Transitivo
a mãe Objeto Direto
3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito.
aflita. Predicativo do Objeto
Exemplo: Os alunos Sujeito
cantaram Verbo Transitivo
emocionados
aquela canção.
Predicativo do Sujeito
Objeto Direto
Observação importante: o predicativo do objeto, geralmente, refere-se ao objeto direto. Há o caso de predicativo do objeto indireto com o verbo chamar. Por isso, vem precedido de preposição. Exemplos: Todos o chamam de irresponsável. Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato).
Termos Integrantes da Oração: Alguns verbos ou nomes, dentro de uma oração, não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. Vejamos cada um deles: - complementos verbais (objeto direto e objeto indireto); - complemento nominal; - agente da passiva.
- Complementos Verbais: completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos: - Objeto Direto: consiste no termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição. Exemplo: Abri
os braços Objeto Direto
ao vê-lo.
O objeto direto pode ser constituído: 1) Por um substantivo ou expressão substantivada. Exemplos: O agricultor cultiva a terra. Unimos o útil ao agradável.
2) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Exemplos: Espero-o na minha festa. Ela me ama. 3) Por qualquer pronome substantivo. Exemplo: O garoto que conheci se chama João. Observação: Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa: - quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus. - quando o objeto é representado por tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
um
pronome pessoal
oblíquo
- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos. - para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega. Nesses casos, se o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega). - Objeto Indireto: consiste no termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos. Exemplos: Não desobedeço
Preciso
a meus pais. Objeto Indireto
de ajuda. (Preposição clara de) Objeto Indireto
Enviei-lhe Objeto Indireto
um recado.
(Enviei a ele a preposição a está subentendida)
Nota: em muitos casos, o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição a, que acaba se contraindo com a palavra seguinte: Entregaram à mãe o presente. (à = a preposição + a artigo definido). - Complemento Nominal: consiste no termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Dessa forma, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre através de preposição. Exemplos: Cecília tem
orgulho
da filha.
substantivo José estava consciente adjetivo A professora agiu
complemento nominal de tudo. complemento nominal
favoravelmente advérbio
aos alunos.
complemento nominal
- Agente da Passiva: consiste no termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição por e, eventualmente, da preposição de. Exemplo:
A vencedora
foi escolhida
Sujeito do Verbo Verbo da Voz Passiva
pelos jurados.
Agente da Voz Passiva
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito: Os jurados Sujeito
escolheram Verbo da Voz Ativa
a vencedora. Objeto Direto
Termos Acessórios da Oração: Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:
- caracterizam o ser; - determinam os substantivos; - exprimem circunstância. São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto. - Adjunto Adverbial: consiste no termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Vejamos os exemplos: Eles se respeitam muito. Seu projeto é muito interessante. O time jogou muito mal. Nas três orações acima, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Vejamos mais um exemplo: Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias: - amanhã indica tempo; - de bicicleta indica modo; - àquela velha praça indica lugar. Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de modo e adjunto adverbial de lugar. O adjunto adverbial pode ser expresso por: a) Advérbio: O balão caiu longe.
b) Locução Adverbial: O balão caiu no mar. c) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me. - Classificação do Adjunto Adverbial: Vejamos, a seguir, algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode expressar e exemplos: - Acréscimo: Além da tristeza, sentia profundo cansaço. - Afirmação: Sim, realmente irei partir. Ele irá com certeza. - Assunto: Falávamos sobre futebol. (ou de futebol, ou a respeito de futebol). - Causa: Com o calor, o poço secou. Não comentamos nada por discrição. O menor trabalha por necessidade. - Companhia: Fui ao cinema com sua irmã. Com quem você saiu? Sempre contigo irei estar. - Concessão: Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo. - Condição: Sem minha autorização, você não irá. Sem erros, não há acertos. - Conformidade:
Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o combinado). - Dúvida: Talvez seja melhor viajarmos amanhã. Porventura, encontrariam a solução desse problema? Quiçá acertemos desta vez. - Fim/finalidade: Ela vive para os filhos. Ana estudou para o concurso. Trabalho para o meu sustento. Viajei a negócio. - Frequência: Sempre vou ao teatro. Havia reuniões todos os dias.
- Instrumento: José fez o corte com a faca. O artista criava seus desenhos a lápis. - Intensidade: A atleta corria bastante. O remédio é muito caro. - Limite: Maria andava rapidamente do quarto à sala. - Lugar: Nasci em Porto Alegre. Estou em casa.
Vive no campo. Viajou para o litoral. - Matéria: A fórmula era composta de substâncias estranhas. O muro era feito de aço. - Meio: Fomos de ônibus. Viajei a Paris de trem. Enriqueceram mediante fraude. - Modo: Foram escolhidos a dedo. Fiquem à vontade. Esperava tranquilamente o momento decisivo.
- Negação: Não há erros em seu trabalho. Não aceitarei a proposta em hipótese alguma. - Preço: As casas estão sendo vendidas a preços muito altos. - Substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos. - Tempo: O escritório permanece aberto das 8h às 18h. Beto e Mara se casarão em junho. Ontem à tarde encontrou um velho amigo.
Adjunto Adnominal: consiste no termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais adjetivos. Observe o exemplo a seguir: O poeta inovador Sujeito
enviou Núcleo Predicado Verbal
dois longos trabalhos
ao seu amigo.
Objeto Direto
Objeto Indireto
do
Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais: - o artigo o e o adjetivo inovador referem-se a poeta; - o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos; - o artigo o (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo. Note que os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente percebido se substituirmos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição. Exemplo: O notável poeta português deixou uma obra originalíssima. Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos: Ele deixou uma obra originalíssima. As palavras o, notável e português tiveram que acompanhar o substantivo poeta, por serem de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a: O notável poeta português deixou-a. Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal: É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para que isso não aconteça, considere o seguinte: - Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando os termos, será um adjunto adnominal.
- O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe os exemplos: 1: Joana tem muito amor à mãe. A expressão à mãe classifica-se como pois mãe é paciente de amar, recebe a ação de amar.
complemento
nominal,
2: Maria é um amor de mãe. A expressão de mãe classifica-se pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.
como
adjunto
adnominal,
Aposto: consiste no termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal, para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. Ontem, segunda-feira, passei o dia estudando para o concurso. Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja: Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça. após a eliminação de ontem, o substantivo segunda-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo. o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto). Exemplos: Dona Maria servia o patrão, pai de Clara, menina levada. Vejamos a análise da oração: - pai de Marina aposto do objeto direto patrão. - menina levada aposto de Clara.
Classificação do Aposto: conforme a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:
1) Explicativo: A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual. 2) Enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação. 3) Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor. 4) Comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida. 5) Distributivo: Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa. 6) Aposto de Oração: Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico. Além desses, existe o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase: Exemplos: O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda. A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco. Observações importantes: 1) Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não haverá vírgulas. Exemplo: Acabo de ler o romance A moreninha. 2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc.
Exemplo: Alguns alunos, a saber, João, Carlos e Ana não entregaram os trabalhos. 3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere. Exemplo: Código universal, a música não tem fronteiras. 4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer precedido de preposição. Exemplo: Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com as felicitações. Vocativo: trata-se do termo que não tem relação sintática com outro termo de uma oração. Logo, não pertence nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Devido suas características, normalmente, está relacionado com a segunda pessoa do discurso. Exemplos: Não fale com ele, Rogério! Vocativo Senhor prefeito, exigimos providências! Vocativo A vida, minha querida, é feita de escolhas. Vocativo Nas orações acima, os termos destacados são vocativos, pois expressam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a palavra. O vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, assim como: ó, olá, eh!, etc. Exemplos: Ó Cristo, iluminai meus pensamentos. Olá Clara, você está tão linda hoje! Eh! Pessoal, precisamos ler mais sobre o tema.
Distinção entre Vocativo e Aposto: - O vocativo não possui relação sintática com outro termo da oração. Exemplo: Crianças, vão para casa. Vocativo - O aposto possui relação sintática com outro termo da oração. Exemplo: A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada. Sujeito
Aposto
3.11. Concordância Verbal
Vejamos os principais casos de Concordância Verbal: - O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Exemplo: O homem saiu. Os homens saíram. - Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. Exemplos: A turma não gostou disso. O pessoal ainda não chegou. Um bando de pássaros pousou na árvore. - Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em s, o verbo só passará para o plural se o núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Exemplos: Os Estados Unidos são um grande país. Os Lusíadas imortalizaram Camões. Os Alpes vivem cobertos de neve. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Flores já não leva acento. O Amazonas deságua no Atlântico. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
- Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no singular ou levam-no para o plural. Exemplos: A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). - O verbo transitivo direto ao lado do pronome se concorda com o sujeito paciente. Exemplos: Vende-se um apartamento. Vendem-se alguns apartamentos. - O pronome se como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. Exemplo: Precisa-se de funcionários. - A expressão um e outro exige que o substantivo que a acompanha esteja no singular e o verbo no singular ou no plural. Exemplo: Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem). - A expressão um dos que exige que o verbo esteja no singular ou no plural. Exemplo: Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. - A expressão mais de um exige que o verbo esteja no singular. Exemplo: Mais de um jurado fez justiça à minha música. - As palavras: tudo, nada, alguém, algo e ninguém, se forem empregadas como sujeito e denotarem a ideia de síntese, exigem que o verbo esteja no singular. Exemplo: As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. - Os verbos bater, dar e soar, indicando hora, concordam com o sujeito. Exemplos: Bateram cinco horas. Naquele relógio já soaram duas horas. Deu uma hora. Deram três horas.
- A partícula expletiva ou de realce é que não varia e o verbo da frase em que é empregada concorda com o sujeito. Exemplos: Ela é que faz as tortas. Eu é que escrevo os relatórios. - O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é um pronome relativo. Exemplos: Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Fui eu que fiz a lição. - Com a palavra: lição há várias construções possíveis. Exemplos: Fui eu que fiz a lição. Fui eu quem fez a lição. Fui eu o que fez a lição. - Verbos impessoais: como não possuem sujeito, deixam o verbo na terceira pessoa do singular e são acompanhados de auxiliar, transmitindo a este sua impessoalidade. Exemplos: Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Concordância dos verbos Ser e Parecer: - Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo, os verbos ser e parecer concordam com o predicativo. Exemplos: Tudo são esperanças. Aquilo parecem ilusões. Aquilo é ilusão. - Em orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo ser concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. Exemplos: Que são florestas equatoriais? Quem eram aqueles homens? - Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica. Exemplos:
São nove horas. Hoje são 25 de maio. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. - Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo ser fica no singular. Exemplos: Três batalhões é muito pouco. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. - Quando o sujeito é pessoa, o verbo ser fica no singular. Exemplos: Maria era as flores da casa. O homem é cinzas. - Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo ser concorda com o predicativo. Exemplos: Dançar e cantar é a sua atividade. Estudar e trabalhar são as minhas atividades. - Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo ser concorda com o pronome. Exemplos: A ciência, mestres, sois vós. Em minha turma, o líder sou eu. - Quando o verbo parecer estiver seguido de outro verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado. Exemplos: Os meninos parecem gostar dos brinquedos. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
3.12. Concordância Nominal A concordância nominal trata da relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Em suma, refere-se à relação entre nomes. Vejamos os principais casos de Concordância Nominal: - O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo. Exemplo:
As primeiras alunas da classe foram passear no parque. - O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão normalmente para o plural. Exemplo: Pai e filho esforçados passaram na prova. - O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai para o masculino plural. Exemplo: Alunos e alunas estudiosos foram bem na prova. - O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais próximo. Exemplo: Trouxe livros e revista renomada. - O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo. Exemplo: Dedico este livro à querida mãe e irmãos. - O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito. Exemplo: Meus amigos estão atrapalhados. - O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se refere. Exemplo: Sua excelência, o Presidente, foi muito generoso. - Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural. Exemplo: Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). - Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Exemplo: Já estudei o primeiro e segundo livros. - O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Exemplo: Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. - As palavras: mesmo, próprio e só concordam com o nome a que se referem. Exemplos: Ela mesma veio até aqui. Eles chegaram sós.
Eles próprios escreveram. - A palavra obrigado concorda com o nome a que se refere. Exemplos: Muito obrigado. (masculino singular). Muito obrigada. (feminino singular). - A palavra meio concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica invariável quando é advérbio. Exemplos: Quero meio quilo de café. Minha mãe está meio exausta. É meio-dia e meia. (hora). - As palavras anexo, incluso e junto concordam com o substantivo a que se referem. Exemplos: Seguem anexas as fotografias que você solicitou.
A expressão em anexo é invariável: Seguem em anexo as fotos solicitadas.
- Os adjetivos alto, barato, confuso, falso, etc, que substituem advérbios em mente, permanecem invariáveis. Exemplos: Vocês falaram alto demais. O combustível custava barato. Você leu confuso. Ela jura falso. - Bastante, caro, longe, se forem advérbios, não variam, se forem adjetivos, sofrem variação normalmente. Exemplos: Esses pneus custam caro. Conversei bastante com eles. Conversei com bastantes pessoas. Aquelas pessoas moram longe. Conheci longes terras.
3.13. Regência Verbal Termo Regente: VERBO. A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). Observe: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Exemplos: Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. Para estudar a regência verbal, agrupam-se os verbos conforme sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.
Verbos Intransitivos: são os que não possuem complemento. É necessário, porém, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. - Chegar, Ir: em geral, vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. As preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Exemplos: Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar
Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar Importante saber: Ir para algum lugar enfatiza a direção, a partida. Ir a algum lugar sugere também o retorno.
Nota: reserva-se o uso de em para indicar tempo ou meio. Exemplos: Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo
Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio - Comparecer: O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por: em ou a. Exemplo: Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo. Verbos Transitivos Diretos: Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Logo, não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao utilizar esses verbos, deve-se lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (depois de formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (depois de formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. São verbos transitivos diretos, por exemplo: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar, etc. Esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar: Amo aquele rapaz./Amo-o. Amo aquela moça./Amo-a. Amam aquele rapaz./Amam-no. Ele deve amar aquela mulher./Ele deve amá-la. Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais). Exemplos: Quero beijar-lhe o rosto. (beijar seu rosto).
Prejudicaram-lhe a carreira. (prejudicaram sua carreira).
Verbos Transitivos Indiretos: esses verbos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que eles exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos para substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Consistir: Possui complemento introduzido pela preposição: em. Exemplo: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. - Obedecer e Desobedecer: possuem seus complementos introduzidos pela preposição: a. Exemplo: Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito. - Responder: possui complemento iniciado pela preposição: a. Esse verbo pede objeto indireto para indicar: a quem ou ao que se responde. Exemplos: Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. O verbo responder, apesar de transitivo indireto quando expressa aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Observe: O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. d) Simpatizar e Antipatizar
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com". Exemplo: Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada. Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos: existem verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta e outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Os principais são: Abdicar: Abdicou as vantagens do cargo./Abdicou das vantagens do cargo. Acreditar: Não acreditava a própria força./Não acreditava na própria força. Almejar: Almejamos a paz entre as nações./Almejamos pela paz entre as nações. Ansiar: Anseia respostas objetivas./Anseia por respostas objetivas. Anteceder: Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos./Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos. Atender: Atendeu os meus pedidos./Atendeu aos meus pedidos. Atentar: Atente esta forma de digitar./Atente nesta forma de digitar./Atente para esta forma de digitar. Cogitar: Cogitávamos uma nova estratégia./Cogitávamos em uma nova estratégia. Consentir:
Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas./Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas. Deparar: Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha./Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha. Gozar: Gozava boa saúde./Gozava de boa saúde.
Necessitar: Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação./Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação. Preceder: Intensas manifestações precederam a mudança de regime./Intensas manifestações precederam à mudança de regime. Presidir: Ninguém presidia o encontro./Ninguém presidia ao encontro. Renunciar: Não renuncie o motivo de sua luta./Não renuncie ao motivo de sua luta. Satisfazer: Era difícil conseguir satisfazê-la./Era difícil conseguir satisfazer-lhe. Versar: Sua palestra versou o estilo dos modernistas./Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas. Verbos Transitivos Diretos e Indiretos: os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Devem ser destacados: Agradecer, Perdoar e Pagar: Consistem nos verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Exemplos: Agradeço aos ouvintes
a audiência.
Objeto Indireto
Objeto Direto
Cristo ensina que é preciso perdoar
o pecado
ao pecador.
Objeto Direto Paguei
o débito
Objeto Indireto
ao cobrador.
Objeto Direto
Objeto Indireto
O uso dos pronomes cuidado. Vejamos:
oblíquos
átonos
deve ser
feito com
particular
Agradeci o presente./Agradeci-o. Agradeço a você./Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa./Perdoei-a. Perdoei ao agressor./Perdoei-lhe. Paguei minhas contas./Paguei-as. Paguei aos meus credores./Paguei-lhes.
Importante:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto. Exemplos: A empresa não paga aos funcionários desde fevereiro. Já perdoei aos que me acusaram. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.
Informar: Possui objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Exemplos: Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços). Observe as construções com a utilização de pronomes como complementos: Informei-os aos clientes./Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços./Informe-os deles. (ou sobre eles) Nota: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Comparar: Se estiver seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições a ou com, para introduzir o complemento indireto. Exemplo: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. Pedir: Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Exemplo: Pedi-lhe
favores.
Objeto Indireto
Pedi-lhe
Objeto
Objeto Direto
que mantivesse em silêncio.
Indireto
Oração Subordinada Objetiva Direta
Substantiva
Preferir: Esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição: a. Exemplo: Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus. Mudança de Transitividade X Mudança de Significado: Existem alguns verbos que, conforme a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Vejamos os principais: Agradar: - É verbo transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar. Exemplos: Sempre agrada o filho quando o revê./Sempre o agrada quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato./Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. - É verbo transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição: a. Exemplos: O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou. Aspirar: - É verbo transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar. Exemplo: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o). - É verbo transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição. Exemplo: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas).
Como o objeto indireto do verbo aspirar não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas: lhe e lhes, e sim as formas tônicas: a ele (s), a ela (s). Exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (Aspiravam a ela). Assistir: - É um verbo transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. Exemplo: As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los. - É um verbo transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos: Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino.
Com sentido de: morar, residir, o verbo assistir é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição em. Exemplo: Assistimos numa conturbada cidade.
Chamar: - É um verbo transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. Exemplo: Por gentileza, vá chamar seu pai./Por favor, vá chamá-lo. Chamei você várias vezes./Chamei-o várias vezes. - Com sentido de denominar, apelidar, o verbo chamar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não. Exemplos: A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário. Custar: - É um verbo intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Exemplo: Frutas e verduras não deveriam custar muito. - Com sentido de ser difícil, penoso, o verbo custar pode ser intransitivo ou transitivo indireto. Exemplos: Muito custa Verbo Intransitivo
viver tão longe da família. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. Objeto Indireto
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Implicar: - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: 1) Dar a entender, fazer supor, pressupor. Exemplo: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
2) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar. Exemplo: Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo. - Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver. Exemplo: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
Com sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição com. Exemplo: Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
Proceder: - Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. Exemplos: As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal. - Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto. Exemplos: O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito. Querer: - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. Exemplos: Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar. Exemplos: Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. Despede-se o filho que muito lhe quer. Visar: -Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Exemplo:
O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque. - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição: a. Exemplos: O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
3.14. Regência Nominal
Chama-se de Regência Nominal a relação que existe entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Vejamos o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Observe: Obedecer a algo/a alguém. Obediente a algo/a alguém. Nos quadros abaixo, há uma lista de nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem: - Substantivos: Admiração a, por Aversão a, para, por Atentado a, contra Bacharel em Capacidade de, para
Devoção a, para, com, por
Medo de
Doutor em
Obediência a
Dúvida acerca de, em, sobre Horror a Impaciência com
Ojeriza a, por Proeminência sobre Respeito a, com, para com, por
- Adjetivos: Acessível a Acostumado a, com
Entendido em Equivalente a
Necessário a Nocivo a
Agradável a Alheio a, de Análogo a Ansioso de, para, por Apto a, para Ávido de Benéfico a Capaz de, para Compatível com
Escasso de Essencial a, para Fácil de Fanático por Favorável a Generoso com Grato a, por Hábil em Habituado a
Contemporâneo a, de
Idêntico a
Contíguo a Contrário a Descontente com Desejoso de Diferente de
Impróprio para Indeciso em Insensível a Liberal com Natural de
Paralelo a Passível de Preferível a Prejudicial a Prestes a Propício a Próximo a Relacionado com Relativo a Satisfeito com, de, em, por Semelhante a Sensível a Sito em Suspeito de Vazio de
- Advérbios: Longe de Perto de Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Observe os exemplos: Maria, quem te contou isso? Maria, contaram-te isso? Nos casos acima, note que o pronome te foi expresso em lugares diferentes: antes e depois do verbo. Isso acontece porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes em uma oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise. - Próclise: o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada: 1) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo. Exemplos:
Ninguém o apoia. Nunca se esqueça de mim. Não me fale sobre este assunto. 2) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa. Exemplos: Aqui se vive. (advérbio). Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido). Caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise. Exemplo: Aqui, vive-se. 3) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos. Exemplos: Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo). Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo). 4) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo). Exemplos: Como te admiro! (oração exclamativa). Deus o ilumine! (oração optativa). 5) Nas conjunções subordinativas. Exemplos: Ela não quis a blusa, embora lhe servisse. É necessário que o traga de volta. Comprarei o relógio se me for útil. 6) Com gerúndio precedido de preposição em. Exemplos: Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
7) Com a palavra só (com sentido de apenas, somente) e com as conjunções coordenativas alternativas. Exemplos: Só se lembram de estudar na véspera das provas. Ou se diverte, ou fica em casa. 8) Nas orações introduzidas por pronomes relativos. Exemplos: Foi aquele colega quem me ensinou a matéria. Há pessoas que nos tratam com carinho. Aqui é o lugar onde te conheci.
- Mesóclise: é usada se o verbo estiver no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito do Indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo. Exemplos: Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe). Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me). Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise. Exemplo: Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome tudo exige o uso de próclise). Com esses tempos verbais: futuro do presente e futuro do pretérito NUNCA ocorre a ênclise. A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária. - Ênclise: pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Dessa forma, o pronome aparece depois do verbo. Normalmente, é empregada:
1) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo. Exemplos: Diga-me apenas a verdade. Importava-se com o sucesso do projeto. 2) Nas orações reduzidas de infinitivo. Exemplos: Convém confiar-lhe esta responsabilidade. Espero contar-lhe isto hoje à noite. 3) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição em.) Exemplos: A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção. O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira. 4) Nas orações imperativas afirmativas. Exemplos: Fale com seu irmão e avise-o do compromisso. Professor, ajude-me neste exercício! Importante observar: - A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas. - A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, porém iniciar frases com pronomes átonos não é correto em uma conversação formal. Exemplo: Linguagem Informal: Me alcança a caneta. Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.
- Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise. Exemplos: Eu me machuquei no jogo. Eu machuquei-me no jogo. As crianças se esforçam para acordar cedo. As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais: As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. Vejamos cada caso: - Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio: 1) Sem palavra que exija a próclise. Normalmente, emprega-se o pronome após a locução. Exemplo: Quero ajudar-lhe ao máximo. 2) Com palavra que exija próclise. O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução. Exemplos: Nunca me viram cantar. (antes). Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois). Importante ficar atento: - Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa. Exemplo: Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional. Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional. - Com a preposição a e o pronome oblíquo o (e suas variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo. Exemplo: Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.
- Verbo Principal no Particípio:
Se o verbo principal estiver no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele. Exemplo: As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.
1) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar. Exemplo: Seu rendimento escolar tem-me surpreendido. 2) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução. Exemplo: Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã. Na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Observe os exemplos: Haviam me convencido com aquela história. Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.
3.15. Crase A palavra crase é de origem grega e significa fusão, mistura. Na Língua Portuguesa, é o nome que se dá à junção de duas vogais idênticas. É muito importante a crase da preposição a com o artigo feminino a (s), com o pronome demonstrativo a (s), com o a inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o a do pronome relativo a qual (as quais). Na língua escrita, usa-se o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso correto do acento grave depende da compreensão da fusão das duas vogais. É de suma importância, para se entender a crase, possuir um domínio da regência dos verbos e nomes que exigem a preposição a. Logo, verifica-se que aprender a usar a crase relaciona-se com o aprendizado da verificação da ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Vejamos: Vou a a igrejaVou à igreja.
Note que no exemplo acima, há a ocorrência da preposição a, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo a, que está determinando o
substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Existem duas formas de verificar a existência de um artigo feminino a (s) ou de um pronome demonstrativo a (s), depois de uma preposição a. Observe: - Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Exemplos: Conheço a aluna./Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno./Refiro-me à aluna. - Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, isto é, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não se usará crase. Exemplos: Penso na aluna./Apaixonei-me pela aluna. Começou a brigar./Cansou de brigar./Insiste em brigar./Foi Optou por brigar.
punido por brigar./
Lembrete importante: não basta provar a existência da preposição a ou do artigo a, mas é necessário provar que existem os dois. Obviamente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino a (s), não ocorrerá crase. Observe abaixo os principais casos nos quais NÃO ocorre crase: - Diante de substantivos masculinos: Andamos a cavalo. Fomos a pé. Passou a camisa a ferro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. Assistimos a espetáculos magníficos. - Diante de verbos no infinitivo: A criança começou a falar. Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu. * Observe que, como os verbos não admitem artigos, constatamos que o a dos exemplos acima é somente preposição, por isso, não haverá uso de crase. - Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas: senhora, senhorita e dona: Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Entreguei a todos os documentos necessários. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa a nenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo. Nos poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, haverá a crase. Exemplos: Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo). Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor). Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo). - Diante de numerais cardinais: Chegou a duzentos o número de feridos. Daqui a uma semana começa o campeonato.
Casos em que SEMPRE ocorre a crase: - Diante de palavras femininas: Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone. - Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida): O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luís XV. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. - Na indicação de horas: Acordei às nove horas da manhã. Elas chegaram às treze horas. Foram dormir à meia-noite. Ele saiu às quatro horas. Observação: com a preposição até, a crase será facultativa. Exemplo: Dormiram até as/às 16 horas.
- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Exemplos: à tarde à noite à vontade às avessas à esquerda à direita
às ocultas às claras à beça à revelia às turras à procura
às pressas às escondidas à larga à exceção de às vezes à deriva
à medida que à força à escuta à imitação de à chave à toa
à luz à semelhança de
à sombra de às ordens
à frente de à beira de
à proporção que
Crase diante de Nomes de Lugar: Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo: Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.) ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja: Retornarei à São Paulo Irei à Salvador de Jorge Amado.
dos
bandeirantes.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo: Refiro-me
a Preposição
aquele Pronome
atentado.
Refiro-me àquele atentado. O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: Aluguei aquela casa. O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.Veja outros exemplos: Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Não obedecerei àquele sujeito. Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Comprei aquela caneta. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo: A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. Veja outros exemplos: São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia.
Crase com o Pronome Demonstrativo "a" A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja: Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. s orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Suas perguntas são superiores às dele. Seus argumentos são superiores aos dele. Sua blusa é idêntica à de minha colega. Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
A Palavra Distância Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.) Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo: Os militares ficaram a distância. Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância. Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja: Gostava de fotografar à distância. Ensinou à distância. Dizem que aquele médico cura à distância. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA - Diante de nomes próprios femininos: Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Paula é muito bonita. A Paula é muito bonita.
Laura é minha amiga. A Laura é minha amiga.
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas: Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão à Paula.
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada.
Entreguei o cartão a Roberto. Entreguei o cartão ao Roberto.
Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.
Contei à Laura o que havia ocorrido Contei ao Pedro o que na noite passada. ocorrido na noite passada.
havia
- Diante de pronome possessivo feminino: Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Minha avó tem setenta anos. A minha avó tem setenta anos.
Minha irmã está esperando por você. A minha irmã está esperando por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas: Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar à minha avó.
Diga a sua irmã esperando por ela. Diga à sua irmã esperando por ela.
que que
Cedi o lugar a meu avô. Cedi o lugar ao meu avô.
estou
Diga a seu irmão esperando por ele. estou Diga ao seu irmão esperando por ele.
que
estou
que
estou
- Depois da preposição até: Fui até a praia. Acompanhe-o até a porta. A palestra vai até as cinco horas da tarde.
ou ou
Fui até à praia. Acompanhe-o até à porta. A palestra vai até às cinco ou horas da tarde.
3.16. Extras 3.16.1. Siglas: Sigla é o nome que se dá para o conjunto de letras iniciais de palavras (geralmente, as principais) que irão compor o nome de uma empresa, organização, tratado, instituição, programa, dentre outros. Observe os critérios para utilização das siglas: Cita-se somente siglas que já existem ou são consagradas; tanto a sigla quanto o nome que a originou são escritos completamente, conforme a convenção ou designação oficial. Exemplo: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (e não EBCT).
Se forem mencionadas pela primeira vez em um texto, é necessário que se escreva, antes, a forma por extenso e, depois, a sigla entre parênteses ou separada por hífen. Exemplo: A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil. ou A Universidade Federal do Paraná – UFPR é a universidade mais antiga do Brasil. Não se coloca pontos intermediários e ponto final em siglas. Exemplo: Associação Paranaense de Reabilitação – APR (e não A.P.R.). Siglas que possuem até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas. Exemplos: IML – Instituto Médico Legal; ONU – Organização das Nações Unidas, etc. As siglas que possuem quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas se cada uma das letras ou parte delas forem pronunciadas separadamente, ou apenas com a inicial maiúscula, se formarem uma palavraque seja pronunciável. Exemplos: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Masp – Museu de Arte de São Paulo; BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico. Mantêm-se com letras maiúsculas e minúsculas as siglas que, em sua origem, foram criadas com essa estrutura para serem distintas de outras. Nesse caso, será independentemente do tamanho. Exemplo: CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP – Conselho Nacional do Petróleo). Nas siglas que são de origem estrangeira, adota-se a sigla e o nome em Português se existir a forma traduzida ou, então, adota-se a forma original da sigla estrangeira se não possuir uma correspondente na Língua Portuguesa, ainda que o seu nome por extenso (em Português) não corresponda fielmente à sigla. Exemplos: FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura; ONU – Organização das Nações Unidas.
Será acrescentada a letra -s (sempre minúscula) para denotar o plural das siglas, mas apenas se a concordância gramatical exigir dessa forma. Exemplo: A atuação das ONGs tem colaborado muito com o desenvolvimento da sociedade. Segue, abaixo, uma lista de siglas, para conhecimento e consulta: A
Adjetivo
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AC
Acre
AL
Alagoas
AM
Amazonas
AP
Amapá
B
Base
BA
Bahia
CE
Ceará
DF
Distrito Federal
ES
Espírito Santo
FE
Formação Esporádica
FI
Formação Institucionalizada
GO
Goiás
GT
Gramática Tradicional
MA
Maranhão
MG
Minas Gerais
MS
Mato Grosso do Sul
MT
Mato Grosso
Nb
Nome base
NURC Norma Urbana Culta P
Produto
PA
Pará
PE
Pernambuco
PB
Paraíba
PDT
Partido Democrático Trabalhista
PFL
Partido da Frente Liberal
PGPF Projeto de Gramática do Português Falado PI
Piauí
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro PR Paraná PSDB Partido Social Democrático Brasileiro PT Partido dos Trabalhadores RAE Regra de Análise Estrutural RFP Regra de Formação de Palavras RJ Rio de Janeiro RN Rio Grande do Norte RR Regra de Redundância RR Roraima RS Rio Grande do Sul S Substantivo SC Santa Catarina SE Sergipe SP São Paulo
TV
Televisão
TO
Tocantins
V
Verbo
3.16.2. Radicais Gregos: Conhecer os radicais gregos é de suma importância para uma boa compreensão e para facilitar a memorização de muitas palavras da língua. A seguir, veremos duas relações de radicais gregos: na primeira, estão agrupados os elementos formadores de outras palavras (geralmente vêm no início de palavras compostas), já na segunda, estão agrupados os que, normalmente, vêm na parte final de palavras compostas. Radicais que funcionam como primeiro elemento: FORMA: aérosánthroposautósbíblionbíoschrómachrónosdáktyilosdékadémos-
SENTIDO: ar homem de si mesmo livro vida cor tempo dedo dez povo
eléktron-
âmbar
ethnosgéohéteroshexahípposichthýsísoslíthosmakrósmégas-
raça terra outro seis cavalo peixe igual pedra grande, longo grande
EXEMPLOS: aeronave antropófago autobiografia biblioteca biologia cromático cronômetro datilografia Decassílabo democracia eletricidade, eletroímã etnia geografia heterogêneo hexágono hipopótamo ictiografia isósceles aerólito macróbio megalomaníaco
mikrósmónosnekrósnéosodóntosophthalmósónomaorthóspanpáthospentapolýspótamospséudospsichérizatechnéthermóstetratýpostóposzóon-
pequeno um só morto novo dente olho nome reto, justo todos, tudo doença cinco muito rio falso alma raiz arte quente quatro figura, marca lugar animal
micróbio monocultura necrotério neolatino odontologia oftalmologia onomatopeia ortografia pan-americano patologia pentágono poliglota hipopótamo pseudônimo espírito, psicologia rizotônico tecnografia térmico tetraedro tipografia topografia zoologia
Radicais que atuam como segundo elemento: FORMA: -agogós álgos -arché -dóxa -drómos -gámos -glótta; glóssa -gonía -grápho -grafo -grámma
SENTIDO: que conduz dor comando, governo que opina lugar para correr casamento
EXEMPLOS: pedagogo
língua
poliglota, glossário
ângulo escrita que escreve escrito, peso
pentágono ortografia calígrafo telegrama,
analgésico monarquia ortodoxo hipódromo poligamia
-krátos
poder
-lógos -mancia -métron -morphé -nómos -pólis; -pterón
palavra, estudo adivinhação que mede que tem a forma que regula cidade asa instrumento para ver sabedoria lugar onde se guarda
-skopéo -sophós -théke
quilograma democracia diálogo cartomancia quilômetro morfologia autônomo Petrópolis helicóptero microscópio filosofia biblioteca
3.16.3. Radicais Latinos: Radicais que atuam como primeiro elemento: FORMA: agri ambi arboribis-, bicaloricrucicurviequiferri-, ferrolocomortimultiolei-, oleoonipedipiscipluriquadri-, quadru-
SENTIDO: campo ambos árvore duas vezes calor cruz curvo igual ferro lugar morte muito azeite, óleo todo pé peixe muitos, vários quatro
EXEMPLO: agricultura ambidestro arborícola bípede, bisavô calorífero crucifixo curvilíneo equilátero, equidistante ferrífero, ferrovia locomotiva mortífero multiforme oleígeno, oleoduto onipotente pedilúvio piscicultor pluriforme quadrúpede
retisemitri-
reto metade três
retilíneo semimorto tricolor
Radicais que atuam como segundo elemento: FORMA: -cida
SENTIDO: que mata
-cola
que cultiva ou habita
-cultura -fero -fico -forme -fugo -gero -paro -pede -sono -vomo -voro
ato de cultivar que contém ou produz que faz ou produz que tem forma de que foge ou faz fugir que contém ou produz que produz pé que soa que expele que come
EXEMPLOS: suicida, homicida arborícola, vinícola, silvícola piscicultura, apicultura aurífero, carbonífero benefício, frigorífico uniforme, cuneiforme centrífugo, febrífugo belígero, armígero ovíparo, multíparo velocípede, palmípede uníssono, horríssono ignívomo, fumívomo carnívoro, herbívoro
3.17. HORA DE TREINAR SEUS CONHECIMENTOS EM LÍNGUA PORTUGUESA:
LISTA DE EXERCÍCIOS:
ATIVIDADES DE GRAMÁTICA: 1 - O plural de “qualquer cidadão” é: a) qualquer - cidadãos; b) quaisquer - cidadões; c) quaisquer - cidadães; d) quaisquer - cidadãos; e) qualquer - cidadões. 2 - “Anos a fio...” A expressão significa: a) Há muitos anos; b) Há anos atrás; c) Por muitos anos; d) Por uma sequência de anos; e) Nos últimos anos.
3 - A violação era...............: assim, o fiscal lavrou o.................. para aplicação das.............. cabíveis. a) fragrante - auto de infração - sanções; b) flagrante - auto de infração - sanções; c) fragrante - auto de inflação - sansões; d) fragrante - alto de infração - sansões; e) flagrante - auto de inflação - sanções.
4 - Nas alternativas abaixo, temos um substantivo e um adjetivo, exceto em: a) tributo - tributável; b) isenção - isento; c) fisco - fiscal; d) desembaraçar - desembaraço; e) câmbio - cambial.
5 - Quanto ao uso da crase a frase errada é: a) Refiro-me à isenção de imposto;
b) Ao viajar à Europa, cuidado para não ultrapassar a cota; c) Tenho dúvidas à respeito de franquia; d) Esta mercadoria é atentatória à ordem pública; e) Dirigi-me à fiscal de plantão.
6 - Quanto à concordância nominal, a única frase errata é: a) Eles mesmo preencherão a declaração de bagagem; b) Seguem anexo as provas do processo; c) Estamos quites com o fisco; d) A mercadoria estava meio escondida; e) É proibida a entrada de frutas cítricas no país.
7 - A frase onde há erro de concordância verbal é: a) Houveram muitos turistas atravessando a ponte; b) Faz vinte minutos que esse carro espera para ser liberado; c) Deve haver poucas declarações para serem examinadas; d) São oito horas de trabalho; e) Existem pessoas tentando burlar a fiscalização.
8 - Escolha o item que apresenta antônimo da palavra sublinhada na frase abaixo: “A água está calma, transparente e riscada de sol”. a) concentrada; b) excitada; c) perturbada; d) agitada; e) desequilibrada.
9 - Escolha a opção em que há substantivos que se referem, respectivamente, a “ação” e “sentimento”: a) homem - passos; b) passado - medo; c) diferença - raízes; d) inteligência - criação; e) trabalho - tristeza.
10 - A alternativa em que todas as palavras obedecem à mesma norma de acentuação gráfica é: a) saúde - solúvel - saída; b) café - você - corrói;
c) pátria - indícios - critério; d) pólo - álbum - táxi; e) caráter - juízo - artéria.
11 - O substantivo classificado como comum, concreto, simples, coletivo e derivado é: a) justiça; b) habitantes; c) romanceiro; d) pedra-sabão; e) computadores.
12 - Dos substantivos abaixo, o que se classifica, quanto ao gênero, como sobrecomum é: a) ré; b) tatu; c) ente; d) aldeã; e) analista. 13 - “Pões o coração de lado”. Mudando-se o tempo verbal da oração acima, a identificação está incorreta em: a) pores/infinitivo pessoal; b) põe/imperativo afirmativo; c) pôs/pretérito perfeito do indicativo; d) puseres/pretérito mais que perfeito do indicativo; e) punhas/pretérito imperfeito do indicativo;
14 - O verbo chamar está empregado como transitivo indireto em: a) Ninguém nos chama de loucos; b) Ora chamam por ele, ora por mim; c) Parece que chamei a pessoa errada; d) O presidente, chamam-no de esperto; e) O guarda chamou o chofer de incauto.
15 - O final do passeio deve ser na praia. Se colocarmos o verbo em negrito no Pretérito Imperfeito do Indicativo, teremos: a) deverá;
b) devia; c) devesse; d) devera; e) deva.
16 - Eis o que escreveu aquela moça magra. O termo em negrito é: a) sujeito; b) objeto direto; c) predicativo do sujeito; d) adjunto adnominal; e) adjunto adverbial.
17 - A opção em que as duas palavras formam o plural da mesma maneira é: a) substituição/nação; b) administração/pão; c) ficção/alemão; d) demonstração/capitão; e) talão/cristão.
18 - Escolha a opção em que os vocábulos devem ser graficamente acentuados, por serem proparoxítonos. a) anonima - problematico; b) sinonimo - aspereza; c) ambito - intolerante; d) proximo - celular; e) impeto - carater.
19 - Escolha a frase em que não deve ser usado o sinal indicativo de crase. a) A noite, costumava ler revistas antigas; b) Andava a procura de um computador; c) Ficávamos frente a frente numa convivência diária; d) Fui a praia e depois procurei-o; e) O dinheiro se destinava a compra de um carro. 20 - Pode-se substituir a expressão “solicitações impertinentes” por: a) avisos descabidos; b) apelos inconvenientes; c) sinais insolentes; d) pedidos inusitados; e) chamadas esquisitas.
21 - Todos os verbos apresentam uma irregularidade no futuro do subjuntivo em: a) pôr - ver - rir; b) dar - saber - ouvir; c) dizer - equivaler - medir; d) fazer - dispor - vir; e) incendiar - caber - intervir.
22 - Escolha a opção cujas palavras estão corretamente acentuadas. a) cajú - cortêsmente - ilhéu; b) jabotí - disséssemos - rítimo; c) linguístico - outrém - filézinho; d) seqüência - idólatra - amabilíssimo; e) esfôrço - abdômen - inglêses.
23 - Nos períodos abaixo, o pronome oblíquo encontra-se colocado antes do verbo. Indique a opção que também admite a colocação do pronome após o verbo principal. a) João se calará diante das denúncias; b) José o defende em todas as circunstâncias; c) Quem me procurou na minha ausência? d) Não se sabe quem ficou com as promissórias; e) O professor o tinha avisado sobre a data de entrega dos trabalhos.
24 - Escolha a opção cujos substantivos masculinos têm a flexão para o feminino, respectivamente, como ã, oa e ona. a) sultão - vilão - ladrão; b) ancião - leitão - valentão; c) anão - leão - pavão; d) anfitrião - cortesão - solteirão; e) cristão - tabelião – zangão.
25 - Indique o período cuja forma verbal pode ser transformada em passiva com auxiliar. a) Na excursão, visitou-se um país a cada três dias; b) Na assembleia escolar, falou-se muito em inovações curriculares; c) Eles se desentenderam várias vezes durante a viagem; d) Ele se lembrou dos bons momentos do passado; e) vaidosa, enfeitou-se com laços e babados.
26 - As letras que completam de modo correto as palavras escasse__ , depre__ão , aquie__er são respectivamente: a) z - ç - c; b) z - ss - sc; c) s- ç - c; d) s - s - ss; e) s -ss - sc.
27 - Todas as frases abaixo estão corretas quanto à concordância, exceto uma: a) A maior parte das pessoas desconhece o problema; b) Resta ainda, em alguns trechos, áreas preservadas; c) Alguns de vós acompanham o noticiário sobre o assunto; d) Foi um agrônomo pernambucano quem nos alertou sobre o que está ocorrendo; e) Cerca de dois milhões de quilômetros quadrados viraram deserto.
28 - As alternativas estão corretas, exceto: a) Porque era um mau programa, diminuiu o Ibope da emissora de TV. b) Por que se forma desertos na ausência de áreas verdes? c) Não sabemos o porque de sua ausência. d) Formamos nossa personalidade através das dificuldades por que passamos. e) Ela não veio, por quê?
29 - Escolha a opção em que o fonema s ocorre em todas as palavras. a) exatoria - reconhecido - diversificado; b) máximo - explícita - precursor; c) acionar - sucesso - invisível; d) manuseável - conceder - auxílio; e) essencial - êxito – patrício.
30 - Com relação à regência verbal, escolha a opção correta. a) O datilógrafo deve conhecer a todas as possibilidades da máquina de escrever; b) Aconselho-o uma leitura atenta ao manual; c) Alguns itens podem parecê-lo mais importante; d) As margens protegem à margem escrita; e) Cabe ao datilógrafo o estabelecimento das medidas da margem.
31 - Com referência à regência do verbo assistir, todas as alternativas estão corretas, exceto: a) Assistimos ontem a um belo filme na televisão; b) Os médicos assistiram os feridos durante a guerra; c) O técnico assistiu os jogadores no treino; d) Assistiremos amanhã a uma missa de 7º dia; e) Assisti com muita atenção.
32 - Em: __________ filme você assistirá à noite? ___________ você aspira na vida? ___________ o candidato pretende chegar? Qual a alternativa que melhor preencheria as lacunas? a) que, a que, de que; b) que, de que, que; c) que, a que, a que; d) de que, que, que; e) que, que, de que. 33 - Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: a) Orçados os custos gerais da campanha, impuzeram-se ríjidas restrições às despesas atinentes à publicidade; b) A obtenção de recursos extras constitui a meta prioritária, no momento; não há outro jeito de implementar este plano; c) Seu modo de agir lembra-me os tregeitos dos ilusionistas: os movimentos dispersivos discimulam o gesto essencial; d) O Ivo, sempre incalto, serviu à causa do adversário; faltou-lhe a acessoria de um correlegionário mais experiente; e) As pessoas impúdicas vêem como natural a exposição das crianças às torpesas dos famigerados "programas populares. 34 - A contemporaneidade das idéias não implica rejeição sumária do que já foi ajuisado no passado, pelo contrário: requer a izenção de julgamento que coíbe os preconceitos e permite analisar com descortínio as teorias de nossos antecessores. É preciso corrigir a grafia de todas as palavras, tiradas do período acima, que são: a) rejeição - ajuisado - analisar; b) contemporaneidade - coíbe - descortínio; c) ajuisado - izenção - descortínio; d) rejeição - coíbe - antecessores;
e) contemporaneidade - izenção - analisar.
35 - A flexão de todos os verbos está correta na frase: a) Caso não ajam a tempo, pediremos que seja estendido o prazo de apresentação de seus documentos; b) Assim que reavermos nossas malas, remarcaremos as passagens; c) Os portões que se vêm nos casarões antigos detêm nosso olhar, tantos são os detalhes que neles surpreendemos; d) Quando eles reverem o caso, haverão de chegar a novas conclusões; e) Os policiais que os deteram, na manhã de ontem, há muito vêm agindo de modo arbitrário. 36 - A frase inteiramente correta quanto à concordância verbal é: a) Por que se permite as cenas de violência, de que estão recheadas a televisão brasileira? b) As pessoas que se vem mostrando satisfeitas com o país são as beneficiárias das medidas que se veio implantando; c) Se qualquer um de nós lhes emprestássemos apoio, mereceriam o repúdio de toda a população; d) Por mais que os espantem a surpresa dos novos fatos, ainda não lhes falta a capacidade das iniciativas; e) Será que ainda é possível prever as manobras do governo, neste cenário econômico que se caracteriza por tantas incógnitas? 37 - Bastam de provocações! – foi o grito que puderam ouvir os que se achavam próximos do presidente da Assembleia, quando já fazia dez minutos que nenhum dos parlamentares da oposição conseguia ir além da primeira frase, no momento de se encaminhar as votações. Em respeito às normas de concordância verbal, é preciso corrigir as seguintes formas do texto acima. a) bastam e fazia; b) bastam e encaminhar; c) conseguia e encaminhar; d) fazia e conseguia; e) fazia e encaminhar. 38 - Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: a) É um velho experiente, a cuja memória todos recorrem;
b) São grosseiros os erros aos quais ele vem incorrendo; c) Eis as terras a cujas o rio vem poluindo; d) Desconfio dos dados de que foram coligidos nesta pesquisa; e) O cargo em cujo ele seria empossado continuará vago.
39 - Ele sempre demonstrou animosidade para com os mais jovens, sobretudo quando estes, inadvertidamente, dispõem-se a falar sobre temas tidos como polêmicos. Os termos sublinhados poderiam ser substituídos, sem prejuízo para o sentido da frase, por, respectivamente: a) intolerância, apressadamente e incontroversos; b) boa vontade, pressurosamente e delicados; c) tolerância, inocentemente e indevassáveis; d) má vontade, irrefletidamente e controversos; e) impaciência, descuidadamente e improcedentes.
40 - A impropriedade no emprego do léxico torna absurdo o sentido da frase: a) Ele costuma agir com cautela, não obstante haver demonstrado alguma afoiteza na última medida que tomou; b) Ao contrário de seu irmão, um notório delinqüente, ele jamais deixou de agir com a mais absoluta retidão; c) Alcoólatra redimido, José faz questão de se pôr à prova, não fugindo às reuniões em que a bebida é farta; d) Dado que não pude ratificar o meu voto no segundo escrutínio, meu representante legal encarregou-se de confirmá-lo; e) Tanto subestimaram a força do adversário que acabaram por lhe infligir retumbante derrota.
41 -......... seja promovida, ela dará uma festa, …....... ninguém ponha em dúvida seu sincero e imediato reconhecimento. A frase ganha sentido lógico e completo preenchendo-se as lacunas, respectivamente, com as expressões: a) Mesmo que - para que; b) Embora - a fim de que; c) Tão logo - mesmo que;
d) Ainda que não - tão logo; e) Não obstante - a menos que.
42 - Indique o período inteiramente correto quanto à pontuação. a) Passados os primeiros dias de recuperação o médico, buscando animar o doente disse-lhe que talvez, em mais uma semana, viesse a lhe dar alta; b) Fosse pelo cansaço, fosse pelo desânimo, o fato é que: não pude ler toda a bibliografia da prova, que deveria fazer, dali a três dias; c) Diante do juiz o advogado reiterou, que seu cliente ainda não reunia as mínimas condições para depor, em tão complicado processo; d) É possível que, contrariando todas as expectativas, o candidato venha a renunciar, em benefício, segundo dizem, da maior união no partido; e) Tirei o passaporte, compareci à agência de turismo, e para minha surpresa me disseram que, as passagens para a Espanha, já haviam sido vendidas. 43 - Indique o período cuja redação está inteiramente clara e correta. a) Resultou frustrada a nossa expectativa de adquirir bons livros, já que, na tão decantada liqüidação daquela grande livraria, só havia títulos inexpressivos; b) Os incentivos fiscais constituem uma questão complicada, pois segundo alguns, a iniciativa privada recebe benefícios onde a contrapartida em criação de empregos é insuficiente; c) Naquele editorial da revista não ficou claro a posição do mesmo, seja porque o editorialista de fato não o desejasse, ou então porque a redação dele não o permitiu; d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se que ele aumente, voltando a terem problemas de congestionamento justamente quando todos saem ou voltam para casa; e) É uma ilusão imaginarmos que se pode estar atualizados com os equipamentos de informática, cuja novidade é tão grande que não se imagina podermos acompanhá-los.
44 - Escolha o conjunto de itens que preenche corretamente as lacunas do texto: De braços abertos sobre a Guanabara e ______ mais de 700 metros de altura, ele está
completando 70 anos, com o mesmo vigor _____ que o tornou conhecido em todo o mundo. Exaltado em prosa e verso, o Cristo Redentor é o mais altaneiro, o mais ______________ e o mais democrático símbolo do Rio de Janeiro: é visto por todos e de quase todas as partes da cidade – pelo menos _________ a especulação imobiliária não __________ muralhas de __________ para impedir sua visão. a) à/simbólico/religioso/aonde/ergueu/arranhas-céus; b) há/arquitetônico/piedoso/onde/levantou/arranhas-céu; c) a/iconográfico/fervoroso/aonde/construiu/arranha-céus; d) à/austero/patriótico/aonde/ergueu/arranhas-céus; e) a / simbólico / conspícuo / onde / ergueu / arranha-céus.
45 - Os pares cujos componentes poderiam ser ambos empregados no texto seguinte, sem prejuízo da correção linguística são: É significativo que a Cidade Maravilhosa tenha como protetor o Cristo de braços abertos e como padroeiro São Sebastião crivado de flechas, resistindo milagrosa e triunfalmente ao suplício. Os dois compõem um discurso visual que expressa dois estados comuns ao carioca: a generosidade proposta por um e a serenidade demonstrada pelo outro diante do sofrimento. A carga semântica da iconografia do Cristo e de São Sebastião, sua dimensão simbólica, tem de fato tudo a ver com essa cidade ao mesmo tempo alegre e sofrida, cordial e violenta. Um é a instância máxima de redenção, com seu manto sagrado abençoando do alto; e o outro, mais próximo, serve de intercessor e exemplo, com seu jovem e belo corpo despido assim como costumam andar os cariocas. (1) tenha/tendo; (2) flechas/flexas; (3) expressa/expressam; (4) pelo/por; (5) a ver/haver; (6) despido/seminu; (7) costumam/costuma. a) 1, 2, 3; b) 4, 6; c) 3, 5; d) 5, 6, 7; e) 4, 7. 46 - Indique o sinal de pontuação mal empregado. Não só os restaurantes discriminam. Muitas lojas também,(A) não admitem
vendedores(as) negros(as). E não é preciso ser filósofo para saber a causa do fenômeno:(B) é a maldição da "boa aparência",(C) tenebrosa fórmula que exclui os negros das profissões que implicam contato direto com o consumidor de classe alta. Em Nova York,(D) é raro que um restaurante ou uma loja na Quinta Avenida não empregue negros. Em São Paulo não há negros nem nos restaurantes nem nos shopping centers. Eis toda a diferença entre um país assumidamente racista,(E) mas que luta para integrar sua sociedade, e uma suposta democracia racial, que deixa estar para ver como é que fica. a) A; b) B; c) C; d) D; e) E.
47 - Indique o segmento do texto que contém defeito de estruturação sintática. a) O ataque terrorista de 11 de setembro e as reações que a ele se seguiram sugerem que vivemos um momento histórico peculiar; b) Diante da perplexidade gerada, surgiram análises que falavam do começo do fim da globalização e do triunfo das forças isolacionistas; c) Outras tomaram a necessidade da adoção de condutas cooperativas no combate ao terrorismo como prova da interdependência entre nações e da inevitável vitória do multilateralismo; d) O desenrolar dos eventos confirmam que não se pode eliminar por hipótese, ou conveniência, o apelo de soluções cooperativas para problemas internacionais; e) Novo alento poderá ser dado à busca por soluções para questões econômicas perenes, como a do comércio internacional. 48 - Indique o segmento do texto que contém defeito de estruturação sintática. a) Não faltam diagnósticos sobre o significado da recente crise causada pelos ataques terroristas para nossa economia; b) Se alhures prevalece a dúvida, aqui proliferam certezas; c) Certeza da necessidade de restaurar o Estado intervencionista, cujos gastos alavancam o crescimento e o bem-estar dos cidadãos, numa espécie de resgate descontextualizado de um keynesianismo antes considerado vulgar;
d) Certeza de que o processo de exposição comercial e financeira precisa ser invertido, pois nele repousariam as causas de nossa fragilidade; e) Certeza de que o deficit comercial dos setores x ou y comprovam o mal causado pela ausência de políticas setoriais nas quais um grupo de burocratas iluminados seleciona vencedores.
49 - Indique o segmento do texto que contém defeito de estruturação sintática. a) A estabilidade macroeconômica – inflação baixa e finanças disciplinadas – é um meio para alcançar o objetivo final da política econômica: crescimento da renda e do emprego; b) Esses objetivos não dependem só de um pilar, mas de dois: a estabilidade e o fim dos obstáculos de oferta; c) A história mostra que, se a estabilidade é necessária para o crescimento, uma economia forte é necessária para sustentar a estabilidade; d) A implantação desses pilares esbarra em dificuldades, principalmente em ambientes econômicos acomodados há anos de barbárie orçamentária, inflação e distribuição de benesses; e) A presença do Estado na produção e na alocação de recursos a setores selecionados administrativamente, a abolição da concorrência, o descaso com a eficiência e com o bem-estar do consumidor e a ausência de previsibilidade são faces de um “modelo” em que o Estado manipulava instrumentos opacos de distribuição de renda entre segmentos da economia.
50 - Marque o item em que um dos períodos não está gramaticalmente correto. a) Usou-se muito a palavra “fundamentalismo” a propósito dos terríveis acontecimentos de 11 de setembro, mas somente para designar o fundamentalismo islâmico./Foi muito usada a palavra "fundamentalismo" a propósito dos terríveis acontecimentos de 11 de setembro, mas somente para designar o fundamentalismo islâmico; b) Se quisermos entender a dimensão ideológica da crise, precisamos dar-nos conta de que há três fundamentalismos envolvidos no conflito, e não apenas um./Se quisermos entender a dimensão ideológica da crise, precisamos dar-nos conta de que há três formas de fundamentalismo envolvidos no conflito, e não apenas uma;
c) Em sua acepção mais geral, o fundamentalismo islâmico prega uma volta às origens religiosas do Islã e uma reforma dos costumes e da sociedade segundo os preceitos da “sharia”, da lei do Corão./Em sua acepção mais geral, o fundamentalismo islâmico prega uma volta às origens religiosas do Islã e uma reforma dos costumes e da sociedade de acordo com os preceitos da “sharia”, da lei do Corão; d) O fundamentalismo judaico não se manifesta sob a forma de uma fidelidade literal ao texto sagrado, pois a interpretação rabínica da Torá sempre foi bastante livre./O fundamentalismo judaico não se manifesta sob a forma de uma fidelidade literal ao texto sagrado, pois a interpretação rabínica da Torá sempre foi bastante livre; e) Para o judeu fundamentalista, o casamento visa somente à procriação e devem-se evitar contatos com pessoas alheias à própria comunidade./Para o judeu fundamentalista, o casamento visa somente à procriação e deve-se evitar contatos com pessoas alheias à própria comunidade.
51 - Marque o item em que um dos períodos não está gramaticalmente correto. a) O fundamentalismo cristão tem uma vertente católica, o integrismo, que remonta ao antiliberalismo e ao antimodernismo do “Syllabus”, de Pio IX. No entanto foi no protestantismo norte-americano que o fundamentalismo floresceu./O fundamentalismo cristão tem uma vertente católica, o integrismo, que remonta ao antiliberalismo e ao antimodernismo do “Syllabus”, de Pio IX. Entretanto foi no protestantismo norteamericano que o fundamentalismo floresceu; b) O próprio nome nasceu nos EUA, a partir de uma série de fascículos publicados entre 1909 e 1915, em que pastores de várias denominações relacionaram os “fundamentals” ou pontos fundamentais da fé cristã, dos quais nenhuma das igrejas poderia se desviar./O próprio nome nasceu nos EUA, a partir de uma série de fascículos publicados entre 1909 e 1915, em que pastores de várias denominações relacionaram os “fundamentals” ou pontos fundamentais da fé cristã, de que nenhuma das igrejas poderia se desviar; c) Os fundamentalistas cristãos defendem um patriotismo messiânico, vendo a América como uma nação eleita./Os fundamentalistas cristãos defendem um patriotismo messiânico, e vêm a América como uma nação eleita; d) Os três fundamentalismos, o cristão, o islâmico e o judaico, têm em comum o tradicionalismo em questões morais e uma posição retrógrada quanto ao estatuto da mulher – são puritanos e misóginos./Os três fundamentalismos, o cristão, o islâmico e o judaico, têm em comum o tradicionalismo em questões morais e uma posição retrógrada
no que concerne ao estatuto da mulher – são puritanos e misóginos; e) Direta ou indiretamente, os três fundamentalismos estiveram presentes na tragédia do dia 11 de setembro e em suas sequelas./Os três fundamentalismos, direta ou indiretamente, estiveram presentes na tragédia do dia 11 de setembro e em suas sequelas.
52 - Marque o item em que um dos períodos não está gramaticalmente correto. a) Quais as causas do fundamentalismo? Alguns fatores são específicos./Quais seriam as causas do fundamentalismo? Alguns fatores são específicos; b) No caso do fundamentalismo islâmico e do fundamentalismo “pentecostal” brasileiro, por exemplo, podemos apontar a anomia resultante do processo de urbanização, a dissolução dos vínculos tradicionais de solidariedade, a discriminação étnica, a marginalidade social e a perda de prestígio do marxismo como religião laica./No caso do fundamentalismo islâmico e do fundamentalismo "pentecostal" brasileiro, por exemplo, podemos apontar a anomia que decorre do processo de urbanização, a dissolução dos vínculos tradicionais de solidariedade, a discriminação étnica, a marginalidade social e a perda de prestígio do marxismo como religião laica; c) Mas há também fatores comuns, aplicáveis a todas as variantes do fundamentalismo, como a dificuldade de inserção na economia, numa fase em que o capitalismo tem características estruturalmente excludentes, e a desorientação diante do desaparecimento dos valores tradicionais, em consequência do processo de globalização./Mas há também fatores comuns, aplicáveis a todas as variantes do fundamentalismo, como a dificuldade de inserção na economia, em uma fase na qual o capitalismo tem características estruturalmente excludentes, e a desorientação diante do desaparecimento dos valores tradicionais, em consequência do processo de globalização; d) O fundamentalismo impede o homem de pensar por si mesmo, desativa sua razão e simplifica realidades complexas./O fundamentalismo impede ao homem pensar por si mesmo, desativa sua razão e simplifica realidades complexas; e) Nunca houve tarefa mais difícil que combater o fundamentalismo, porque ele não é nem um erro teórico nem uma perversão moral, mas o efeito objetivo de fatores cuja eliminação requer nada menos que uma correção de rumos na estrutura de nossa modernidade./Nunca houve tarefa mais difícil que combater o fundamentalismo, porque ele não é nem um erro teórico e nem tampouco uma perversão moral, mas o efeito objetivo de fatores de cuja eliminação requer nada menos que uma correção de rumos
na estrutura de nossa modernidade.
53 - Para que o texto abaixo esteja de acordo com a norma-padrão é necessário substituir: Pensar a respeito do futuro dos valores faz sentido apenas se estipulemos o valor do próprio futuro. A prospectiva dos valores é, portanto, indissoluvelmente uma prospectiva do tempo que deve deitar as bases da ética do futuro: não a ética no futuro, mas a ética do presente para o futuro. O desenho dessa ética já está traçado pela notável evolução do conceito de responsabilidade, anteriormente voltado ao passado, mas, de agora em diante, relacionado principalmente às potenciais consequências de nossas ações. a) a respeito por à respeito; b) estipulemos por estipularmos; c) deitar por formarem; d) relacionado por relacionados; e) às potenciais por as potenciais.
54 - O substantivo composto, abaixo, que se flexiona, quanto ao número, de forma idêntica a mata-bicho, é: a) abelha-mestra; b) beija-flor; c) amor-perfeito; d) má-língua; e) guarda-noturno.
55 - Pela mesma razão que se acentuam as palavras “possível”, “mês” e “ratuíno”, acentuam-se, respectivamente: a) caráter, pés, baú; b) túnel, têm, heróico; c) xérox, freguês, país; d) fóssil, vocês, ingênuo; e) substituí-lo, fé, início.
56 - A única frase onde há erro de concordância é: a) Deu seis horas no relógio da matriz; b) Devem ser duas horas e meia; c) Dois quilos é muito; d) O filho era as preocupações dos pais; e) Vai fazer cinco meses que ela se foi.
57 - São palavras formadas por prefixação: a) Luminoso, fraternidade; b) Liberdade, sonhador; c) Conselheiro, queimado; d) Linguagem, escravidão; e) Percurso, ingrato.
58 - A frase inteiramente correta quanto à ortografia é: a) A ata da sessão extraordinária apresenta deslises, poucos, é certo, mas que exigem pronta retificação; b) Sempre obsequioso, o assessor incumbiu-se de externar ao Governador nossa dissenção quanto à política energética; c) Os expedientes utilizados pela oposição deixaram exasperados os ânimos, em vista de seu caráter tão-somente protelatório; d) Tais despesas talvez sejam excessivamente onerosas a um orçamento já expoliado pela má fé dos antecessores; e) É sempre penoso discriminar a minoria, mas a falta de concenso implica, é claro, óbices à plena satisfação.
59 - Ocorrem dois erros de ortografia em: a) desfaçatez, prazeiroso, incólume, desairoso; b) concisão, suscinto, retaliação, obcecado; c) complementariedade, suspeição, obsessão, vigente; d) privilégio, maugrado, repto, contumaz;
e) remanecente, benfazejo, izenção, frouxidão.
60 - “É o radical que irmana as palavras da mesma família e lhes dá uma base comum de significação”. Com base na citação, é correto afirmar que se irmanam, pelo mesmo radical, as palavras: a) júri, perjúrio e ajuizar; b) consideração, constelação e conspiração; c) solitário, dissolução e insólito; d) vidente, revisor e convincente; e) condução, condizente e irredutível.
61 - Está inteiramente correta quanto à flexão verbal a frase: a) Os parlamentares divergiram nos detalhes, mas conviram nos pontos essenciais; b) Se eles requisessem revisão do processo, tê-la-iam conseguido; c) Coalizaram-se as oposições, mas o Presidente interveio e obteve uma trégua; d) Pediu-nos que lhe expedíssemos os documentos antes que o superintendente os revesse; e) Desde que se manteram todos calados, o orador houve por bem iniciar sua fala.
62 - A frase inteiramente correta quanto à concordância verbal é: a) Vê-se por toda parte, a todo momento, indícios dos seus descalabros administrativos; b) Não nos ocorreram quantos prejuízos acabaríamos por lhes trazer com nossa decisão; c) Como não se contrapõe o seu ponto de vista e o meu juízo, não haverá razões para polêmica; d) As medidas que nos parece conveniente tomar soarão antipáticas aos ouvidos do povo; e) Caso algum dos presentes pretendam pronunciar-se, é preciso que o façam agora.
63 - Há erro de construção no segmento sublinhado na frase: a) Tais medidas não são relevantes para a classe patronal; b) Sua reclusão a um cárcere foi considerada injusta; c) Creio que foi inoportuna minha recondução ao cargo; d) Sua irreverência para com o magistrado é constrangedora;
e) O político paga caro por seu divórcio com a vontade popular.
64 - A frase construída de forma inteiramente correta é: a) Não apreciei o filme que tantos dizem ter gostado; b) A exposição a que resolvi prestigiar era um desastre; c) A peça cuja execução ele mais se esmerou foi a de Mozart; d) Ainda que comigo venham a discordar, editarei o livro; e) Não é um romance por cujo estilo me sinta atraído.
65 - Parece-nos plausível que venha a ocorrer exacerbação dos ânimos, pois a decisão foi tomada arbitrariamente. Têm significação oposta à dos termos sublinhados na frase acima, respectivamente: a) inverossímil, pacificação, pressurosamente; b) inadmissível, apaziguamento, criteriosamente; c) inaceitável, apaziguamento, gratuitamente; d) inadmissível, arrefecimento, injustificadamente; e) reprovável, tensionamento, sensatamente.
66 - A impropriedade no emprego do léxico torna absurdo o sentido da seguinte frase: a) Sempre subserviente, o Raul nunca se furta a cumprir quaisquer determinações, mesmo as que não provenham de seu chefe imediato; b) O esmaecimento das cores, no outono, imprime excessiva melancolia em seu espírito, tornando-o infenso às depressões; c) Aproveitam-se de sua versatilidade para atribuir-lhe funções que normalmente requereriam as qualidades de um especialista; d) Os políticos carismáticos podem descuidar um pouco da retórica, tal o prestígio já capitalizado pela força da sua personalidade; e) Não vejo em seu relatório senão alguns lapsos de pouca monta, que você mesmo poderá retificar com presteza. 67 - ......... ela aparente ser uma pessoa dócil, não a provoque, ......... a ovelhinha não se transforme numa tigresa. A frase anterior ganha sentido completo e lógico preenchendose suas lacunas, respectivamente, com as expressões:
a) Desde que - a fim de que; b) Muito embora - desde que; c) Dado que - muito embora; d) Ainda que - para que; e) Mesmo que - em vista do que.
68 - O período inteiramente correto quanto à pontuação é: a) Deixe-me perguntar-lhe, e não o quero ofender se não poderia saldar, ao menos algumas das dívidas, que ainda permanecem pendentes? b) Deixe-me perguntar-lhe (e não o quero ofender) se não poderia saldar ao menos, algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes? c) Deixe-me perguntar-lhe, e não o quero ofender: se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas, que ainda permanecem pendentes; d) Deixe-me perguntar-lhe (e não o quero ofender), se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes; e) Deixe-me perguntar-lhe e não o quero ofender se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes.
69 - O período cuja redação está inteiramente clara e correta é: a) Um humorista já lembrou que na democracia os cidadãos a vêem como um regime no qual não se nega a ninguém o direito de concordar com eles; b) De acordo com um humorista, muitos democratas aplaudem esse regime porque julgam que, nele, todos têm o direito de concordar consigo; c) A democracia (segundo um humorista) é o regime no qual cada cidadão não nega a ninguém o direito de com ele concordar; d) Disse um humorista que muitos definem a democracia como o regime que se preserva o direito de todos os cidadãos com eles concordarem; e) A democracia definiu um humorista é aquele regime que as pessoas não negam o direito do próximo, que é o de concordarem com elas.
70 - Assinale a oração correta, de acordo com a norma culta da língua. a) Na prova houve muitas falhas; b) Na prova houveram muitas falhas; c) Teve muitas falhas na prova; d) Existiu muitas falhas na prova.
71 - Indique a oração na qual o emprego da vírgula é inadequado. a) O professor, com bons argumentos, dirimiu as dúvidas; b) Todos os candidatos inscritos, erraram a questão; c) Inexistem, portanto, quaisquer dúvidas; d) Por todo o exposto, e o mais que dos autos consta, julgo procedente a ação.
72 - Aposto é a palavra: a) que se opõe ao sentido lógico da oração; b) com sentido dúbio; c) ou expressão que explica ou resume outro termo da oração; d) que muda o sentido da oração.
73 - A frase inteiramente correta quanto à ortografia é: a) A ata da sessão extraordinária apresenta deslises, poucos, é certo, mas que exigem pronta retificação; b) Sempre obsequioso, o assessor incumbiu-se de externar ao Governador nossa dissenção quanto à política energética; c) Os expedientes utilizados pela oposição deixaram exasperados os ânimos, em vista de seu caráter tão-somente protelatório; d) Tais despesas talvez sejam excessivamente onerosas a um orçamento já expoliado pela má fé dos antecessores; e) É sempre penoso discriminar a minoria, mas a falta de concenso implica, é claro, óbices à plena satisfação.
74 - Ocorrem dois erros de ortografia em: a) desfaçatez, prazeiroso, incólume, desairoso; b) concisão, suscinto, retaliação, obcecado; c) complementariedade, suspeição, obsessão, vigente; d) privilégio, maugrado, repto, contumaz; e) remanecente, benfazejo, izenção, frouxidão.
75 - Marque a alternativa correta. a) Toda aquela multidão aplaudiram o ator; b) Ela, tu e eu cantaremos esta música; c) Eu, ela e tu pudestes descansar bastante; d) É belo a alvorada e o pôr do sol.
76 - Está inteiramente correta, quanto à flexão verbal, a frase: a) Os parlamentares divergiram nos detalhes, mas conviram nos pontos essenciais; b) Se eles requisessem revisão do processo, tê-la-iam conseguido; c) Coalizaram-se as oposições, mas o Presidente interveio e obteve uma trégua; d) Pediu-nos que lhe expedíssemos os documentos antes que o superintendente os revesse; e) Desde que se manteram todos calados, o orador houve por bem iniciar sua fala.
77 - A frase inteiramente correta quanto à concordância verbal é: a) Vê-se por toda parte, a todo momento, indícios dos seus descalabros administrativos; b) Não nos ocorreram quantos prejuízos acabaríamos por lhes trazer com nossa decisão; c) Como não se contrapõe o seu ponto de vista e o meu juízo, não haverá razões para polêmica; d) As medidas que nos parece conveniente tomar soarão antipáticas aos ouvidos do povo; e) Caso algum dos presentes pretendam pronunciar-se, é preciso que o façam agora.
78 - “No caso de ...... a faltar recursos para as medidas que se ...... implementar, ...... as responsabilidades”, determinou o chefe do Tribunal. As formas verbais que preenchem corretamente as lacunas da frase acima são: a) virem - devem – apurem-se;
b) virem - devem – apure-se; c) vir - deve – apurem-se; d) vir - devem – apure-se; e) vir - deve – apure-se.
79 - Há erro de construção no segmento sublinhado na frase: a) Tais medidas não são relevantes para a classe patronal; b) Sua reclusão a um cárcere foi considerada injusta; c) Creio que foi inoportuna minha recondução ao cargo; d) Sua irreverência para com o magistrado é constrangedora; e) O político paga caro por seu divórcio com a vontade popular.
80 - A frase construída de forma inteiramente correta é: a) Não apreciei o filme que tantos dizem ter gostado; b) A exposição a que resolvi prestigiar era um desastre; c) A peça cuja execução ele mais se esmerou foi a de Mozart; d) Ainda que comigo venham a discordar, editarei o livro; e) Não é um romance por cujo estilo me sinta atraído.
81 - Parece-nos plausível que venha a ocorrer exacerbação dos ânimos, pois a decisão foi tomada arbitrariamente. Têm significação oposta à dos termos sublinhados na frase acima, respectivamente: a) inverossímil, pacificação, pressurosamente; b) inadmissível, apaziguamento, criteriosamente; c) inaceitável, apaziguamento, gratuitamente; d) inadmissível, arrefecimento, injustificadamente; e) reprovável, tensionamento, sensatamente.
82 - A impropriedade no emprego do léxico torna absurdo o sentido da seguinte frase: a) Sempre subserviente, o Raul nunca se furta a cumprir quaisquer determinações, mesmo as que não provenham de seu chefe imediato; b) O esmaecimento das cores, no outono, imprime excessiva melancolia em seu espírito, tornando-o infenso às depressões;
c) Aproveitam-se de sua versatilidade para atribuir-lhe funções que normalmente requereriam as qualidades de um especialista; d) Os políticos carismáticos podem descuidar um pouco da retórica, tal o prestígio já capitalizado pela força da sua personalidade; e) Não vejo em seu relatório senão alguns lapsos de pouca monta, que você mesmo poderá retificar com presteza. 83 - O período inteiramente correto, quanto à pontuação, é: a) Deixe-me perguntar-lhe, e não o quero ofender se não poderia saldar, ao menos algumas das dívidas, que ainda permanecem pendentes? b) Deixe-me perguntar-lhe (e não o quero ofender) se não poderia saldar ao menos, algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes? c) Deixe-me perguntar-lhe, e não o quero ofender: se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas, que ainda permanecem pendentes; d) Deixe-me perguntar-lhe (e não o quero ofender), se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes; e) Deixe-me perguntar-lhe e não o quero ofender se não poderia saldar ao menos algumas das dívidas que ainda permanecem pendentes.
84 - Leia o texto adaptado de diploma legal e, em seguida, responda à questão. O imposto é tachado no momento: I - da saida de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazem geral ou em depósito fechado, neste Estado; IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; V - do início da prestação de serviços de transporte, de qualquer natureza; VI- do ato final do transporte iniciado no exterior; VII- do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios. Quanto à ortografia, ocorre(m) neste texto: a) um erro;
b) nenhum erro; c) dois erros; d) três erros; e) quatro erros.
85 - Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos altera sensivelmente o sentido do enunciado. a) Atualmente o computador é capaz de executar o trabalho de muitas pessoas. É o computador atualmente capaz de executar o trabalho de muitas pessoas; b) Esta reação pode se traduzir na falta de colaboração com os motoristas. Pode esta reação traduzir-se na falta de colaboração com os motoristas; c) Funcionários menos graduados deixam de participar das decisões da empresa. Deixam de participar das decisões da empresa menos funcionários graduados; d) É bastante difundida essa crença sobre os sistemas de computação. Essa crença sobre os sistemas de computação é bastante difundida.
86 - Em cada uma das séries, apenas uma palavra deve receber acento gráfico, exceto em: a) Bauru – fuzil – virus – jovem – automovel; b) Rubrica – selo – Morumbi – notavel – modelo; c) Jovens – itens – polens – hifens – refens; d) Pacaembu – acidez – burgues – pezinho – motorista. 87 - Assinale a alternativa correta quanto aos aspectos gramaticais: a) De Florianópolis há São Paulo a uma distância de aproximadamente 700 km; b) Um chapéu sobre a cabeça de um camponês é um simples utilitário de proteção contra o sol; sobre a cabeça de uma dama, numa cerimônia, é um adorno; na fronte de um cardeal, é um símbolo de poder; na mão estendida de um mendigo, quer dizer um pedido de auxílio. Em síntese: o significado é definido por relação; c) Senão me trouxeres às de mais encomendas, ficarei aborrecido; d) Os candidatos estudaram demais para a prova por que queriam ser aprovados.
88 - Assinale a alternativa em que a conjunção marca, corretamente, a relação indicada entre parênteses: a) Ele saiu, quando eu cheguei (explicação); b) Ouvimos um ruído, porque havia gente nos fundos da casa (conclusão); c) Estudamos com afinco, de modo que conseguimos ser aprovados (concessão); d) Ele era artilheiro do time, todavia não marcou nenhum gol no campeonato (oposição).
89 - Assinale a alternativa correta: a) Em “Fora o destino que lhe guiara” – a regência verbal está correta; b) Em “A cigarra começa a cantar assim que a primavera a desperta” – nas suas quatro ocorrências do período anterior, a palavra a classifica-se, respectivamente, como: artigo, pronome, artigo, preposição; c) Em “Os candidatos esperam angustiados, o resultado da prova” – está correto o uso da vírgula; d) Em “Achei-o meio triste, com ar abatido” – o termo destacado tem valor de advérbio.
90 - Assinale a alternativa correta: a) Em “Aqueles famosos atores da novela revisitaram o presidente” – “Aqueles famosos atores da novela” constitui o sujeito; “atores” é o núcleo; b) Em “Lá no morro uma luz somente havia” – temos sujeito indeterminado; c) Em “Aquela deputada teve os seus direitos políticos caçados em decorrência da CPI que apurou as irregularidades na distribuição de verbas públicas” – todas as palavras estão grafadas corretamente; d) Em “Não suporto gente que mente” – temos oração subordinada substantiva.
91 - Em todas as frases abaixo, a concordância verbal está incorreta, exceto em: a) Qual de nós chegamos primeiro ao topo da carreira? b) Sobraram-me uma folha de papel, uma caneta e uma borracha; c) Recebei, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima;
d) Sem a educação, não podem haver cidadãos conscientes.
92 - No que se refere à sintaxe de regência e de concordância, é correto afirmar: a) Está correta a frase: “Precisam-se de motoristas com prática”; b) A frase “É preciso ajudar as crianças de rua” – pode ser reescrita como: “É preciso ajudar-lhes”; c) Há diferença de sentido entre as frases seguintes: “Chegou à noite” e “Chegou a noite”; d) Nas orações a seguir, a segunda parte corresponde à primeira, quanto à regência e ao uso de pronome oblíquo: Agradeci o presente/Agradeci-o; Perdoei a ofensa/Perdoeilhe; Paguei aos meus credores/Paguei-os.
93 - Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período: Agradeço ____ Vossa Senhoria ____ oportunidade para manifestar minha opinião ____ respeito. a) a – à – a; b) à – a – à; c) a – a – a; d) à – a – a.
94 - Assinale a alternativa em que o exemplo confirma a definição, no que se refere aos recursos estilísticos da linguagem: a) Elipse é uma figura de sintaxe em que a omissão de termo se deduz facilmente pelo contexto, embora não venha expresso (não esteja explícito), como na frase de Clarice Lispector: “Na rua deserta, nenhum sinal de bonde”; b) O polissíndeto é um recurso sintático que consiste na repetição do conectivo na coordenação de termos ou orações, como se observa nesta passagem de Graciliano Ramos: “Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio roída pelo capim, arrancou touceiras de macambira, arrumou tudo para a fogueira”; c) A prosopopeia ou personificação é um recurso semântico que consiste em atribuir características de seres animados a seres inanimados, como em: “Faria isso mil vezes se
fosse preciso”; d) Eufemismo consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca, isto é, consiste em suavizar alguma asserção desagradável, como em: “Seu aproveitamento na escola não podia ter sido melhor: aprovado em apenas seis matérias.”
95 - Complete as lacunas com a alternativa correta: A menina está ansiosa ____ ganhar a boneca. Ana continua disposta ____ trabalhar. O professor tem simpatia ____ todos os alunos. a) por – de – com; b) de – por – a; c) para – a – por; d) por – à – com.
96 - Complete as lacunas com a alternativa correta: ____ meses que não ____ no clube festas como aquela que até agora nos ____. a) Fazia – acontecia – alegra; b) Faziam – aconteciam – alegram; c) Faziam – acontecia – alegram; d) Fazia – aconteciam – alegra.
97 - Indique a alternativa em que os vocábulos sejam acentuados pela mesma regra. a) Herói, memória, demônio; b) Persistência, histórias, cáries; c) Página, afrodisíaca, inflexível; d) Miúdos, paraíso, artéria.
98 - Marque o conjunto de palavras que preenche as lacunas do texto, com correção gramatical e adequação à modalidade padrão da língua. “............ existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra liberdade, pois ............ se ............ escrito poemas e hinos, ............ se ............ levantado estátuas e monumentos, .............. se ............ até morrido com alegria e felicidade.” a) Deve - dela - tem - por ela - tem - para ela - tem;
b) Deve - sobre ela - têm - a ela - têm - por ela - tem; c) Devem - sobre ela - têm - para ela - têm - por ela - tem; d) Parece - com ela - tem - com ela - tem - por causa dela - tem; e) Devem - dela - têm - para ela - têm - por causa dela - têm.
99 - Assim como na questão n.º 99, marque o conjunto de palavras que preenche as lacunas do texto, com correção gramatical e adequação à modalidade padrão da língua. “Como profissional de comunicação, com alguma experiência em seu uso na política, tenho dificuldade em compreender o que pretendem os candidatos. Enganar-nos? Creio que é isso. Não.......... basta nada .......... . Dizem .......... . Uns, .........., de fato, nada têm a propor ou oferecer”. a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal; b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal; c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal; d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau; e) lhos - terem a dizer - mau - porque – mau.
100 – Parece-nos plausível que venha a ocorrer exacerbação dos ânimos, pois a decisão foi tomada arbitrariamente. Têm significação oposta à dos termos sublinhados na frase acima, respectivamente: a) inverossímil, pacificação, pressurosamente; b) inadmissível, apaziguamento, criteriosamente; c) inaceitável, apaziguamento, gratuitamente; d) inadmissível, arrefecimento, injustificadamente; e) reprovável, tensionamento, sensatamente.
ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS:
- Leia o texto abaixo para responder às próximas 3 questões: Sobre os perigos da leitura Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a
vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes. (Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado). 1 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) De acordo com o texto, os candidatos: a) não tinham assimilado suas leituras; b) só conheciam o pensamento alheio; c) tinham projetos de pesquisa deficientes; d) tinham perfeito autocontrole; e) ficavam em fila, esperando a vez. 2 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) O autor entende que os candidatos deveriam: a) ter opiniões próprias; b) ler os textos requeridos; c) não ter treinamento escolar; d) refletir sobre o vazio; e) ter mais equilíbrio. 3 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se a: a) candidatos; b) pânico; c) eles; d) reação; e) esse campo.
- Leia o texto abaixo para responder às próximas 3 questões: No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para
descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? (Veja, 02.12.2009). 4 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) De acordo com o texto, os brasileiros são piores do que outros povos em: a) eficiência de correios e andar a pé; b) ajuste de relógios e andar a pé; c) marcar compromissos fora de hora; d) criar desculpas para atrasos; e) dar satisfações por atrasos. 5 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) Pondo foco no processo de coesão textual do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um: a) jornalista; b) economista; c) cronometrista; d) ensaísta; e) psicólogo. 6 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “chá de cadeira”, no texto, tem o significado de: a) bebida feita com derivado de pinho; b) ausência de convite para dançar; c) longa espera para conseguir assento; d) ficar sentado esperando o chá; e) longa espera em diferentes situações. - Leia o texto abaixo para responder às próximas 4 questões:
Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa do Mundo de 2010. (...) Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não. Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua publicidade. Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares anuais. (...) (Veja, 02.11.2009. Adaptado). 7 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A palavra “jogada”, em: “A jogada previne os efeitos desastrosos para venda de seus produtos...”, refere-se ao fato de: a) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França; b) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês; c) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo; d) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda; e) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. 8 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “o gato subiu no telhado” é parte de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abruptamente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: a) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da França; b) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má-fé; c) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês; d) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry; e) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instável. 9 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) A expressão “diz que não”, no final do 2.º parágrafo, significa que:
a) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato; b) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito; c) a repercussão na França foi bastante negativa; d) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette; e) os publicitários franceses se opõem a Thierry. 10 - (TJ/SP – 2010 – VUNESP) Segundo a revista Forbes: a) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente; b) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade; c) o jogador francês possui contratos publicitários milionários; d) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões; e) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade. - As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo: Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo “Estará o Google nos tornando estúpidos?” O texto ganhou a capa da revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a internet está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade. O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o autor, quando navegamos na rede, “entramos em um ambiente que promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado superficial.” A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E não se trata
apenas de pequenas alterações, mas de mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão. (Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações). 11 - (MP/RS – 2010 – FCC) O assunto do texto está corretamente resumido em: a) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as conexões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro; b) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos; c) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraídas, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados; d) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percepção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do usuário; e) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concretas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da internet. 12 - (MP/RS – 2010 – FCC) “Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes”. O autor, para embasar a opinião exposta no 2.º parágrafo: a) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado, ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website; b) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em “dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano”; c) condena, desde o início, “as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado vem provocando danos em partes do cérebro”; d) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da internet, que ela nos torna “menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade”; e) questiona a ausência de “fundamentos científicos que, no caso da internet, [...] deveriam, sim, provocar reações muito estridentes”.
- As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo:
Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência, congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas desses municípios. Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo aumento da frota. Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasileiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em segundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. (O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010, com adaptações). 13 - (MP/RS – 2010 – FCC) “Não por acaso oito Estados já registram mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios”. A afirmativa final do texto surge como: a) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um carro, mas perdem “muito tempo em congestionamentos”; b) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na utilização de carros, com “danos provocados ao meio ambiente”; c) comprovação de que a compra de um carro é “sinônimo de status” e, por isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro; d) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade, pois “os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas distâncias”; e) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título que poderia ser: “Carro, problema que se agrava”. 14 - (MP/RS – 2010 – FCC) As ideias mais importantes contidas no 2.º parágrafo, constam, com lógica e correção, de: a) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cidades menores, e os
brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo aumento da frota; b) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente; c) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro; d) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro; e) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impostos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos.
- Leia o texto para responder às próximas 4 questões: Os eletrônicos “verdes” Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: trata-se do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” também conquistarão espaço pelo fato de
que, atualmente, conta pontos, junto ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável. O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preocupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se coloque a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em grandes empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora. (Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado). 15 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) Leia o trecho: “Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental”. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpretada como: a) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um novo celular com fibra de bambu; b) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera; c) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa; d) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner Group para criar celulares sem o uso de carbono; e) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos que não agridam o meio ambiente. 16 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) Em – Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por: a) com material reciclado; b) feitos com garrafas plásticas; c) com arquivos de bambu; d) feitos com materiais retirados da natureza; e) com teclado feito de alumínio.
17 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) A partir da leitura do texto, pode-se concluir que: a) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial; b) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com que são feitos; c) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa; d) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade; e) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas assegurado. 18 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) O presidente da Apple, Steve Jobs: a) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrônicos; b) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops; c) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não duram muito; d) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de carbono no meio ambiente; e) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais recicláveis em eletrônicos. 19 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) No texto, o estudo realizado pela Comunidade do Vale do Silício: a) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de bambu; b) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de custos; c) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos; d) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera; e) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecânica.
- Leia o texto para responder à questão a seguir: Quanto veneno tem nossa comida?
Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde humana. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se somam – ninguém come apenas um tipo de alimento. (Francine Lima, Revista Época, 09.08.2010). 20 - (CREMESP – 2011 – VUNESP) Com a leitura do texto, pode-se afirmar que: a) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações; b) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado doenças incuráveis; c) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a terem doenças de estômago; d) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao organismo; e) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resíduos de agrotóxicos.
GABARITO DAS ATIVIDADES DE GRAMÁTICA:
1→D
51 → C
2→D
52 → E
3→B
53 → B
4→D
54 → B
5→C
55 → A
6→D
56 → A
7 →A
57 → E
8→D
58 → C
9→E
59 → E
10 → C
60 → A
11 → C
61 → C
12 → C
62 → A
13 → D
63 → E
14 → B
64 → E
15 → B
65 → B
16 → A
66 → B
17 → A
67 → D
18 → A
68 → C
19 → C
69 → C
20 → B
70 → A
21 → D
71 → B
22 → D
72 → C
23 → B
73 → C
24 → B
74 → E
25 → A
75 → B
26 → B
76 → C
27 → B
77 → A
28 → C
78 → B
29 → B
79 → E
30 → E
80 → E
31 → B
81 → B
32 → C
82 → B
33 → B
83 → C
34 → C
84 → D
35 → A
85 → C
36 → E
86 → A
37 → B
87 → B
38 → A
88 → D
39 → D
89 → D
40 → C
90 → A
41 → C
91 → B
42 → D
92 → C
43 → A
93 → C
44 → E
94 → A
45 → B
95 → C
46 → A
96 → D
47 → D
97 → B
48 → E
98 → B
49 → D
99 → B
50 → D
100 → B
GABARITO DAS ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: 1→B
11 → C
2 →A
12 → B
3→E
13 → E
4→B
14 → B
5→E
15 → E
6→E
16 → A
7→B
17 → C
8→E
18 → E
9 →A
19 → B
10 → C
20 → D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALONSO, José Inaldo. Notas para a História de Magé. Niterói: ed. do autor, 2000. MESQUITA, Roberto Melo, Gramática da Língua Portuguesa. 3 ed . São Paulo: Saraiva, 1995. PASCHOALIN; SPADOTO. Gramática, Teoria e Exercícios. São Paulo: FTD, 1989. PERINI, Mário A. Sofrendo a Gramática. 2 ed. São Paulo: Ática, 1999. PLATÃO; FIORIN. Lições de Texto: leitura e redação. 2 ed. São Paulo: Ática, 1997. SACCONI, Luiz Antônio. Gramática para todos os cursos e concursos: Teoria e Prática. São Paulo: Nova Geração, 5 ed., 2013. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa Gramática, Teoria e prática. São Paulo: Atual, 25 ed., 1999. TERCIOTTI, Sandra Helena; RICINO, Leo. Redação na Prática. São Paulo, 2012. http://www.brasilescola.com/gramatica/hiponimos-hiperonimos.htm. 02/09/14. http://www.estudopratico.com.br/o-que-e-linguagem-formal-e-informal/. 03/09/2014.
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