®
Principal patrocinador das edições da Profit & Loss América Latina:
JULHO/AGOSTO DE 2011 VOL.13/NÚMERO 123 WWW.PROFIT-LOSS.COM
Relatório especial:
FOCO NA RÚSSIA
Gil Mandelzis da Traiana:
facilitando o crescimento
Deutsche Börse investe na Digital Vega
O CEO da Traiana Gil Mandelzis fala sobre kill switches, automação e o que impulsiona o crescimento no mercado de FX.
2011 Profit & Loss
Escolha do leitor
O desafio da compensação global HARMONIZAÇÃO GLOBAL NECESSÁRIA NA REGULAMENTAÇÃO
FINANCEIROS
RENDA FIXA
AÇÕES
COMMODITIES
COMPENSAÇÃO
SISTEMAS DE NEGOCIAÇÃO
DADOS & ANÁLISE
Onde a Liquidez Encontra a Oportunidade.
A GFI ForexMatch® agora está na América Latina. A GFI ForexMatch® é uma plataforma de negociação de opções cambiais com base em tecnologia de ponta e altamente especializada, que fornece a liquidez e o apoio diários da rede comprovada de corretores premiados da GFI. Opções cambiais Swaps de Taxas de Juros Regionais Swaps de Base Regional Swaps de Inflação Regional Futuros e Futuros de Moedas (NDFs) Cambiais
#1
MELHOR PLATAFORMA DE NEGOCIAÇÃO DE OPÇÕES CAMBIAIS 2008-2011 PROFIT & LOSS DIGITAL MARKETS AWARDS
#1
MELHOR CORRETORA ELETRÔNICA 2010-2011 FX WEEK eFX AWARDS
UMA VISÃO. UMA PODEROSA VANTAGEM.
www.GFIgroup.com/financials BOGOTÁ +57 (1) 7463 600 SANTIAGO +562 898 9205 BUENOS AIRES +54 114516 0065
©GFI Group Inc. 2011. Todos os direitos reservados. Este material publicitário foi aprovado pela GFI Securities Limited, regulamentada pela Financial Services Authority (FSA) no Reino Unido. GFI Securities LLC, empresa regulamentada pela Financial Industry Regulatory Authority (FINRA) e pela National Futures Association (NFA).
Profit & Loss
PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDAS E DERIVATIVOS JULHO/AGOSTO 2011, VOLUME 13/NÚMERO 123
NESTE MÊS:
nota do editor
18: A Caminho da liquidação em rublos
screvo isso quando acabamos de entrar na segunda metade do ano e é hora de reavaliar as metas, objetivos e planos de despesas. Não tenho certeza do que acontece no início de um novo trimestre/semestre que leva à introspecção, mas acontece em todos os lugares. A esperança é que os que têm a chave do orçamento compreendam o valor de seus negócios de câmbio e façam alocações correspondentes. Ainda existem muitas oportunidades de FX globalmente, o que estamos tentando refletir focalizando nossa atenção no mercado russo nesta questão. A influência da Rússia na economia global não é, é claro, igual à da China, mas está crescendo e com sua riqueza em recursos naturais, a influência da Rússia provavelmente vai crescer ainda mais. O crescimento, em minha opinião, provavelmente vai acontecer nos mercados em desenvolvimento e, se acontecer, a corretagem de prime provavelmente terá, desde cedo, um papel crucial. Então, é oportuno sentarmos, este mês, com o CEO da Traiana, Gil Mandelzis, para discutir o novo serviço de mitigação de riscos da Traiana, além de uma série de outros assuntos prementes. A pressão em direção à conformidade com a nova ordem do mercado continua, mas, felizmente, as autoridades de várias jurisdições concluíram que a data alvo de 16 de julho não era realista. Isso dá à indústria mais tempo para se restruturar e alocar seus recursos, e isso pode ser, ao mesmo tempo, positivo e negativo para os que atuam no setor, como muitas histórias destacam este mês. Emoções confusas também estão sendo sentidas nas jurisdições que enfrentam a difícil escolha entre “comprar ou desenvolver” no que diz respeito a serviços de compensação. A questão da soberania sobre as organizações de compensação foi, até hoje, relegada a segundo plano, mas, agora, graças a um trabalho de pesquisa, está firme na agenda. Neste número, analisamos os problemas, desafios e possíveis soluções para o dilema da compensação global. Certamente, o ambiente regulatório em evolução está ajudando a acelerar a demanda por tecnologias flexíveis sofisticadas e isso é bom apenas para os fornecedores que atuam nesse espaço. No The Best Word do mês passado, mencionei que parecia uma ótima hora para negócios de trading com diversos participantes – Foi claramente uma falha minha deixar de mencionar também as empresas de software. Como uma entrada para seus diários, nossos planos para o que se tornou o nosso maior evento do ano – o Forex Network Chicago –, estão bem encaminhados. Os detalhes podem ser encontrados em nosso site, mas eu sugiro que vocês se inscrevam logo e participem conosco do que, temos o grande prazer de dizer, se tornou um marco no calendário de forex. Estamos planejando os usuais dois dias de debate estimulante – certamente ainda há muito o que discutir – além da usual oportunidade de ver as mais novas ofertas de tecnologia e de conversar com seus colegas e clientes. Como sempre, esperados encontrar vocês todos em 21 e 22 de setembro.
E 26: Mudanças na BAML com a aposentadoria de Gu
16: Rede Forex da Profit & Loss Nova Iorque
59: Alior abre operação de FX de varejo
www.profit-loss.com
OS OLHOS E OUVIDOS DA INDÚSTRIA DE FX O site da Profit & Loss compreende um extenso arquivo de todo o nosso material publicado, além de informações atualizadas sobre os últimos desenvolvimentos nos mercados de moedas e de derivativos.
VISITE HOJE E SE INSCREVA PARA UMA EXPERIÊNCIA DE DUAS SEMANAS
Tenham um bom mês.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I
1
PROFIT & LOSS FOREX NETWORK Junte-se ao Profit & Loss Forex Network como patrocinador anual e aproveite a exposição durante o ano todo com a sua base de clientes por meio de vários canais de mídia: impressa, on-line, vídeo, e-news e, claro, pessoalmente em nossas conferências globais. Entre em contato com cloveday@profitloss. com para obter detalhes.
®
PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDAS E DERIVATIVOS
Profit & Loss: nos mercados de moedas e derivativos é publicado mensalmente. As taxas de assinatura são: £350 ($665) por ano. Impresso pela The Blue Printing Company
Editor e editor chefe Julie Ros jros@profit-loss.com
Geral no RU: +44 (0) 20 7377 6383 2011 Platinum Sponsors
Geral nos EUA: +1 646 792 2811 Editorial: +44 (0) 20 7377 6716
Editor Colin Lambert colin_lambert@profit-loss. com
Anúncios: +44 (0) 20 7377 6324 Eventos: +44 (0) 20 7377 6984
Editor substituto
Assinaturas: +44 (0) 20 7377 6383
Kirsten Hyde kirsten@profit-loss. com
ax: +44 (0) 20 7426 0727 E-mail: sales@profit-loss. com editor@profit-loss. com Todas as consultas sobre assinaturas e publicidade devem ser enviadas para: 2011 Gold Sponsors
P&L Services Ltd. Suite 26, The London Fruit & Wool Exchange, Brushfield Street, London, E1 6EU, UK EUA P&L Services Ltd. 115 E 57th Street, 11th fl, New York, NY 10022,
2011 Silver Sponsors
Ásia-Pacífico P&L Services Ltd, Level 4, Suite 404, 83 York Street, Sydney NSW 2000, Australia ISSN: 1467-2650 © 2011 P&L Services Ltd. Todos os direitos reservados
2011 Supporting Exhibitors
Junte-se ao nosso estimado grupo de patrocinadores anuais entrando em contato conosco hoje mesmo:
Europa: +44 20 7377 6324 michelle@profit-loss. com
EUA: +1 646 792 2811 info@profit-loss. com
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida de qualquer maneira sem o consentimento expresso por escrito da P&L Services Ltd. Todas as opiniões e pontos de vista expressos por escritores contribuintes não representam necessariamente o ponto e vista do editor. Os artigos são publicados em boa-fé, sem responsabilidade por parte dos editores, que não podem ser responsabilizados por qualquer perda, queixa ou ação litigiosa resultante de qualquer ponto de vista aqui expresso. A editora e os seus editores não aceitam nenhuma responsabilidade por malentendidos, erros ou omissões incorridos durante a produção.
Repórter Alice Attwood alice@profit-loss. com
Diretor comercial Michelle Hemstedt michelle@profit-loss. com
Vendas de anúncios Anna Liza anna@profit-loss.com
Gerente de eventos Cindy Loveday cloveday@profit-loss. com
Assistente de eventos e marketing Jessica Randal jrandal@profit-loss. com
Gerente de design/produção Andrew Meikle andrew@profit-loss. com
“EU NÃO TENHO TEMPO PARA IDÉIAS ULTRAPASSADAS. EU NÃO ESTOU INTERESSADA NAS FERRAMENTAS DE ONTEM. EU
NÃO TENHO NOSTALGIA DO PASSADO.
ESTOU ANSIOSA POR ALGO NOVO.”
Desenvolvido para uma nova geração de profissionais do mercado financeiro, Thomson Reuters Eikon é mais completo, intuitivo e mais colaborativo que qualquer outra ferramenta com que você tenha trabalhado. Agora você pode conectar-se a maior comunidade global de negociação e a fonte líder de notícias para os mercados de FX e Money Market. Veja uma demo em thomsonreuters.com/eikon. NEW ERA. NEW TOOLS.
©2010 Thomson Reuters. 48003313.
Profit & Loss: julho/agosto de 2011
MATÉRIA DE CAPA: Gil Mandelzis da Traiana: facilitando o crescimento
SQUAWKBOX DA P&L: Notícias de todo o mundo .........................................................6
CEO da Traiana Gil Mandelzis fala sobre kill switches, automação e o que impulsiona o crescimento do mercado de FX.........................................10
RELATÓRIO ESPECIAL: foco na Rússia A caminho da liquidação em rublos....................................16 OFZs devem se tornar quente para investidores internacionais...........................................18 A história de duas bolsas .........................................................21 Rublo russo: problemas e perspectivas..............................22
Na capa...
SALA DE TRADING:
15 35 32 10 28 24 4
I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Profit & Loss Rede Forex de Nova Iorque ............................14 Necessidade de harmonização global da regulamentação..........................................................................24 Grupos de derivativos OTC advertem para os efeitos nocivos da extra-territorialidade............................25
Profit & Loss: julho/agosto de 2011
Relatório Especial: foco na Rússia
MERCADOS DIGITAIS
GESTÃO DE DINHEIRO
Cresce o interesse nos produtos negociados em bolsas ..............................................................27 ICE Lança novos contratos de FX ..........................................27
Henderson, Deutsche colocarão no mercado fundos Ucits..................................................................................37
MOVIMENTOS E MUDANÇAS Digital Market Award - Profit & Loss Escolha do leitor de 2011 ..............................28
Pessoas de mudança .................................................................38
O desafio da compensação global .......................................32 Deutsche Börse investe na Digital Vega .............................35 Thomson Reuters negociando para ser compatível com SEF até meados de 2012.................36
10 ANOS ATRÁS NA P&L Manchetes de julho/agosto de 2001 ................................................................40
www.profit-loss.com I Profit & Loss I July/August 2011 I
5
Squawkbox da P&L: notícias de todo o mundo
WASHINGTON Um adiamento de execução nos mercados financeiros quando o US Securities and Exchange Commission (SEC) anunciou planos de adiar os esclarecimentos sobre as exigências para transações de swap. O mercado de derivativos de US$600 trilhões está aguardando instruções da lei Dodd-Frank Wall Street Reform Act, aprovada há quase um ano, que definiu o prazo de 16 de julho de 2011 para os reguladores financeiros traduzirem a legislação em pontos específicos e decidirem as regras finais. O SEC diz que “praticamente nenhuma” das novas exigências relativa a swaps baseados em títulos entrará em vigor em 16 de julho. Em uma declaração, o SEC diz: “Embora tais swaps estejam sujeitos às cláusulas que tratam de fraude e manipulação, a comissão pretende oferecer um alívio temporário de outras cláusulas do Exchange Act para que a indústria tenha tempo de buscar mais orientações e medidas, e a comissão possa analisar quais, se alguma, são necessárias”.
Regras temporárias como o Securities Act, o Exchange Act e o Trust Indenture Act serão prorrogadas para continuar a facilitar a compensação de swaps de insolvência de crédito, diz o SEC. A medida do SEC segue similar do Commodity Futures Trading Commission, que está preparando regras para a maioria dos derivativos com objetivo de reduzir o risco e aumentar a transparência dos mercados de balcão. Os membros do CFTC aprovaram por 5 votos a favor e nenhum contra, em meados de junho, o adiamento das exigências até 31 de dezembro. “Alguém perguntaria: por que seis meses? Seis meses dão à comissão a oportunidade de reexaminar o status da nova regulamentação final à luz da paisagem regulatória na época”, Gary Gensler, presidente do CFTC, diz em uma reunião em Washington. Assim, temos mais tempo, mas nenhum esclarecimento real do que é necessário e de quando esses regras precisam ser seguidas. Melhorou ou piorou?
NOVA IORQUE O Citi está enfrentando um processo em Manhattan após o investigador mexicano, Fernando Franco, entrar com um processo na corte federal contra o Citi Global Markets como um de seus corretores, alegando que eles os fizeram perder US$50 milhões. Franco alega que o Citi, através do corretor Rodrigo Curiel, assumiu o controle de suas contas não discricionárias e usou-as para firmar secretamente contratos de FX, commodities e opções, nos quais o Citibank era, em última instância, a contraparte, durante um período de quatro anos. O processo do senhor de 73 anos alega que ele perdeu US$50 milhões – o mesmo que o Citi lucrou. O investidor mantinha quase todos os seus ativos líquidos –US$83 milhões, em 2007 – com o Citi, mas este valor foi
reduzido a cerca de US$15 milhões, alega ele. Franco acusa Curiel de negociar seus ativos sem autorização e depois falsificar os demonstrativos mensais de valor líquido do investidor. Franco alega ainda que Curiel desenvolveu um esquema e ocultou as perdas fornecendo a ele resumos, demonstrativos e documentos em inglês, que ele sabia que Franco não poderia ler. Franco “não entende inglês. Não usa computador (exceto para ver fotografias) e nunca usou e-mail até meados de janeiro de 2011”, afirma a reclamação. A reclamação alega que Curiel, que nega as alegações, “tirou vantagem de um cidadão idoso que não entende inglês”. Um porta-voz do Citi disse à Profit & Loss: “Acreditamos que o processo não tem mérito e vamos litigar com vigor.”
BOSTON Acusações relativas à cobrança excessiva no FX pelo Bank of New York Mellon e State Street continuam. Agora, é alegado que o Bank of New York Mello cobrou em excesso do fundo de pensão do estado de Massachussetts U$30,5 milhões em transações de câmbio, US$10 milhões a mais do que as indicações anteriores, de acordo com o tesoureiro do estado Steve Grossman. Grossman alega que o banco vem lucrando em cima dos pensionistas do estado desde 2000.
6
I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
No relatório de junho, o estado alegou que tinham sido cobrados US$20 milhões a mais desde 2007. Uma auditoria estendida que examinou as transações desde 2000 acha que o BNY Mellon cobrou do fundo de pensão uma média de quase 33 pontos base por transações de FX não negociadas, enquanto a taxa média da indústria era de 4 pontos base. Os dois bancos estão enfrentando processos de estados dos EUA incluindo Arkansas, Flórida e Virgínia.
Squawkbox da P&L: notícias de todo o mundo LONDRES E o vencedor é…A divisão global de FX da AFME, Sifma e Asifma recomendou uma parceria com a Depository Trust & Clearing Corp e a Swift para desenvolver um repositório de trade de FX, onde as informações possam ser armazenadas eletronicamente para fornecer transparência adicional aos reguladores. A seleção é o ápice de um extenso processo de avaliação, pedido de informações e concorrência pública que começou em dezembro de 2010, com o RFP emitido em abril. A Global FX Division, englobando 22 participantes do mercado, representando mais de 90% do mercado global de FX, está liderando a resposta da indústria às exigências regulatórias do US Dodd-Frank Act e de propostas similares na Europa e Ásia, que exigem que certas transações de FX sejam reportadas a um repositório. A legislação vem em resposta a um acordo do grupo de 20 líderes mundiais que padronizou que o trading de derivativos no balcão ou privadamente entre bancos deveria ser compensado centralmente e reportado a um repositório até o fim de 2012 para minimizar o risco sistêmico nos mercados financeiros. A Global FX Division diz que vai trabalhar com a DTCC e a Swift para definir os detalhes do repositório de transações de FX. As áreas chaves incluem garantir que a funcionalidade e a tecnologia atendam às exigências regulatórias – especialmente difícil para FX por causa do número de participantes, o volume de transações e o fato de que os participantes nos mercados de FX são globais – além de entender como as necessidades dos diversos
reguladores podem ser atendidas. James Kemp, diretor administrativo da Global FX Division, diz: “A indústria está comprometida em assumir um papel proativo para garantir que a resposta da indústria atenda às exigência de transparência, como proposto pelo G20. Os repositórios de transações garantem maior segurança e solidez aos mercados financeiros através de uma maior transparência para reguladores globais de informações transacionais e exposição de risco de contraparte. “Para garantir que os reguladores tenham acesso ao máximo de dados e que os participantes do mercado de todos os tamanhos não fiquem sobrecarregados com diversos formatos de relatório, nosso objetivo é, na medida do possível, padronizar os relatórios da indústria em todas as regiões. Estamos discutindo ativamente isso com os reguladores em vários países para compreender as necessidades e como podemos ajudar a atendê-las”.
LONDRES Sharia Online. O Bank of London and the The Middle East (BLME) lançou uma plataforma de trading de FX Web-based compatível com o Sharia, o BMLEFX. A plataforma baseada em não comissão destina-se a clientes no Kuwait e fornece acesso direto a várias moedas. Ela foi aprovada pelo Sharia Supervisory Board do BMLE. A plataforma foi desenvolvida para facilitar as transações internacionais. O CEO da BLME, Humphrey Percy, diz, “Nossa expertise e conhecimentos do mercado local dentro do GCC e dos pares de moedas europeias no mercado spot significava que estávamos na posição ideal para desenvolver um produto de FX que atendesse às necessidades de nossos clientes e oferecesse a mesma funcionalidade que um produto convencional.”
JOANESBURGO Mais opções na África do Sul. A bolsa de valores de Joanesburgo lançou contratos de opções de moedas exóticas em um movimento para oferecer aos traders de moedas mais opções e flexibilidade. As duas novas opções, a barreira de “knock-out” e as opções de “up and out”, se baseiam no dólar/rand e oferecem aos gerentes de ativos e de fundos de hedge produtos negociados em bolsas similares aos que antes estavam disponíveis no balcão. A opção de barreira de “knock-out” tem um mecanismo embutido para expirar sem valor se um determinado nível de preços for atingido.A variação up and out tem um nível de barreira acima do preço spot atual e o preço spot precisa subir para a opção sofrer knock-out.
8
I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
“Os produtos permitirão que os investidores criem estratégias de trading mais diversificadas usando produtos negociados em bolsa sem assumir o risco de crédito”, diz Warren Geers, gerente geral de trading de derivativos da JSE. Os contratos foram lançados juntos pela JSE e Absa Capital, o braço de banco de investimentos do Absa Group da África do Sul. As opções representam os primeiros contratos de moeda ‘can-do’ oferecidos pela JSE. Opções can-do são um tipo de produto criado pela JSE em junho de 2006 para oferecer aos investidores a flexibilidade de um produto OTC com a credibilidade de um derivativo listado. Os instrumentos on-market não exigem compensação cambial são fechados em rand.
P&L’s Squawkbox: News from around the globe STRASBOURG Um desenvolvimento preocupante na UE. Como parte do novo orçamento da União Europeia, os MEPs votam pelo apoio à “Tobin Tax” em transações financeiras. O imposto é chamado assim porque foi originalmente pensado por James Tobin como um imposto sobre transações de FX. Embora a maioria pela qual os MEPs votaram a favor do orçamento e do imposto tenha sido menor do que o voto inicial sobre a Tobin Tax em março, teme-se que a aprovação pela UE atraia outras jurisdições para a causa. Os críticos do imposto argumentam que a sua imposição vai aumentar o custo de hedging do comércio internacional, elevando os custos finais para os consumidores e tornando o sistema financeiro internacional menos eficiente. A Comissão Europeia está no processo de investigação da validade do imposto. A reação da indústria ao voto foi rápida. Simon Lewis, CEO da Association for Financial Markets in Europe (AFME), declarou, “O
impacto real de um possível imposto sobre transações precisa ser entendido. Muitas transações financeiras são feitas em nome de empresas que não suportariam os custos. Por exemplo, o mercado de câmbio suporta o comércio internacional e esse imposto sobre essas transações de câmbio aumentaria os custos de uma grande parte da indústria europeia, em detrimento do crescimento econômico. “Clamores por um imposto sobre transações financeiras estão sendo feitos contra o pano de fundo de vários novos impostos significativos que estão sendo introduzidos por estados membros individualmente. Antes de criar novos impostos no setor, os que definem as políticas precisam ter dados exatos sobre a contribuição tributária que o setor já está fazendo, para evitar tomar decisões no escuro. Já pedimos à Comissão Europeia que conduza um estudo minucioso sobre a contribuição tributária feita pelo setor de serviços financeiros.” Algo em que o mercado de FX deve prestar atenção, achamos...
CINGAPURA Uma primeira vez para o EBS. A corretora interdealer Icap concluiu no mês passado a primeira transação de non-deliverable swap (NDS) na plataforma EBS. A transação foi concluída em 13 de junho entre dois grandes bancos da Ásia. O produto NDS na plataforma EBS é um instrumento negociado eletronicamente, que foi lançado no início de junho e que está disponível para swaps com entrega de moedas asiáticas e latinoamericanas (exceto Brasil). O produto foi projetado para propiciar mais facilidade e precisão na administração das posições de FX do trader. Com a introdução dos NDS no EBS, os traders de FX podem, pela primeira vez, fazer transações eletrônicas de dois swaps de fixação contra um único mês. TOD – em que pontos de swap negociados são aplicados à
taxa de fixação/valorização do dia para uma taxa direta para todas os que entram; e TOM – onde os pontos de swap negociados são aplicados à taxa de referência. A taxa de swap da perna próxima é a taxa de referência e a perna longa é a taxa de referência e os pontos negociados. David Rutter, CEO da Icap Electronic Broking, diz, “A inclusão dos swaps de FX sem entrega à plataforma EBS juntamente com os produtos de spot, metais preciosos e NDF fortalece ainda mais a oferta do EBS para os traders tanto em mercados estabelecidos como emergentes. Introduzindo a transparência e eficiência do trading eletrônico no mercado de non-deliverable swaps sem entrega, o NDB no EBS busca também busca dar suporte ao novo cenário regulatório nos mercados de derivativos OTC”.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I July/August 2011 I
9
Capa
Gil Mandelzis da Traiana FACILITANDO O CRESCIMENTO O CEO da Traiana Gil Mandelzis fala sobre kill switches, automação e o que impulsiona o crescimento no mercado de FX com Colin Lambert.
Colin Lambert: Você lançou recentemente uma versão aprimorada do CreditLink, quais são as principais funções do novo produto? Gil Mandelzis: Nossa solução CreditLink ajuda corretoras prime e seus clientes a fazerem duas coisas: primeiro, gerenciar risco de crédito e contraparte com monitoramento em tempo real das plataformas de ECN. Segundo, fornecemos integração em tempo real com as APIs de crédito e pós-trade de ECN, o que significa que podemos notificar a corretora prime de violações de limite e permitir que ela tome medidas e modifique linhas de crédito ou encerre as atividades de trading com um kill switch. Isso permite que as corretoras prime atuem em casos de exceções em um único painel integrado, e abram e fechem linhas de crédito para gerenciar riscos mais eficientemente. CL: O kill switch certamente atraiu alguma atenção e levou algumas pessoas a descrever esse serviço como uma ajuda para evitar o “flash crash”, que é algo com que eu não necessariamente concordo. O que você pensa disso? GM: Acho que é importante observar que não mencionamos o flash crase em nosso lançamento; a iniciativa kill switch tem seu foco na gestão de riscos no nível do cliente – parando algorítimos que transacionam em excesso e desrespeitam os limites. Onde poderia desempenhar um papel para evitar um flash crash é na forma como permite que corretadoras prime gerenciem esses riscos em tempo real nas principais plataformas. ajudando a evitar um espiral de máquinas tomando decisões baseadas as ações de outras máquinas – que é a natureza do mercado hoje. Com relação ao flash crash, se os bancos tivessem podido colocar algumas restrições às atividades, poderia ter ajudado. Basicamente, o novo serviço é um bom exemplo de como a indústria de câmbio evita problemas potenciais criando uma solução inovadora e colaborativa. CL: Parece óbvio demais perguntar sobre o que impulsiona a nova iniciativa, certamente tecnologia de gerenciamento 10 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
parece ser um elemento chave? GM: Certamente que é. Nossos clientes precisam procurar continuamente indicadores e aproximações do impacto de problemas técnicos, mais do que nunca. Eles precisam monitorar a posição agregada de um cliente com base nas informações conhecidas. A nova solução analisa cada elemento para entender seu risco; é um avanço significativo na capacidade de gerenciar riscos da indústria. Finalmente, a solução foi criada em colaboração com várias corretoras prime e importantes ECNs de FX, o que era necessário, já que as pessoas estavam procurando uma solução abrangente. CL: A iniciativa certamente recebeu forte apoio de figuras seniores dentro da indústria de corretagem prime. GM: Sim. A oportunidade associada com o trading algorítmico, assim como os desafios de aumentar a robustez da infraestrutura associada com essa atividade é uma prioridade na agenda de alguns de nossos clientes muito seniores. Desenvolvemos essa solução por causa do interesse deles. Não se trata de termos desenvolvido algo que chamou a sua atenção. É mais que temos uma forte parceria com as principais corretoras prime e muitas expressaram seus interesse em que desenvolvêssemos esta solução. CL: Parece existir um ethos de colaboração dentro da Traiana, é verdade? GM: Totalmente. A Traiana sempre tentou trabalhar em parceria e colaboração com os principais participantes do mercado, sejam corretoras prime, bancos executores, ECNs ou o lado comprador. Estamos em uma posição única porque trabalhamos com todos os participantes de todos os lados. Existe sempre um forte elemento de colaboração, mas também temos outra vantagem crucial que é a nossa independência. Investimos nosso próprio dinheiro (e muito!) nos projetos em que acreditamos e não temos de esperar a aprovação de 20
Capa
“Estão ocorrendo muitas mudanças e isso oferece oportunidades que precisamos explorar. Isso significa ouvir os nossos cliente e manter a transparência no que fazemos”.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 11
Capa
organizações para tais investimentos. Isso tudo realmente nos permite inovar e ousar. Investimos muito naquilo em que nós e nossos parceiros acreditamos e no que acreditamos ajudar a indústria a crescer. O projeto CreditLink foi um grande empreendimento, conversamos com todos as principais corretoras prime e 25-30 plataformas, e participantes do lado comprador, então ouvimos muitas opiniões sobre o que a solução devia fazer. Desejamos manter nossa posição de fornecedor e parceiro de confiança que é capaz de pensar e agir de forma independente para fomentar o crescimento na indústria – se a indústria cresce, todos nos damos bem. CL: Vocês têm tido uma atuação chave em um período de grande crescimento do mercado de FX, vocês esperavam isso? GM: Certamente almejávamos isso e acredito que somos agora menos insignificantes do que há alguns anos. O nome Traiana vem de um aqueduto construído pelos romanos e reflete a nossa filosofia – queremos ser o canal que permite o fluxo suave dos negócios – um facilitador do crescimento. Essa tem sido a nossa filosofia desde que começamos há 11 anos. Quando começamos, olhamos o que estava inibindo a capacidade do mercado de crescer e isso se tornou a nossa primeira missão. Na época não havia serviço de mensagens em tempo real, não havia matching automatizado de transações de FX de corretoras prime. Desenvolvemos um processo e uma solução que permitiu essa automação e ajudou a facilitar o crescimento e que a indústria realmente conseguisse ter escala. O sucesso que esse crescimento trouxe também teve desafios associados, tínhamos tido um crescimento tremendo, mas havia um problema cada vez maior de capacidade, custo por tíquete, risco operacional, porque o tamanho dos tíquetes e o spread estavam diminuindo, mas o custo por tíquete não. Colocado de forma simples, a estrutura de custos da indústria era muito alta e estava criando um gargalo potencial. Vimos a importância da agregação e trabalhamos com a CLS para fornecer a ferramenta de agregação no lado de dealer para dealer e desenvolvemos o NetLink no lado de dealer para cliente – ambos ajudaram a impulsionar outro período de crescimento. Essa mais recente iniciativa reforça a crescente influência do trading algorítmico – e eu enfatizaria que isso não necessariamente significa trading de alta frequência; existe uma diferença significativa entre os dois que as pessoas, às vezes, esquecem – e o que podemos fazer para reduzir o risco na era dos algorítimos, e subsequentemente fomentar um um crescimento ainda maior do setor.
CL: Parece também que o ambiente regulatório está empurrando o mercado na sua direção. GM: O CreditLink é um projeto de cinco anos – já estávamos conversando com as partes interessadas no início de 2007. Estávamos nos primeiros estágios de desenvolvimento quando a crise financeira global se abateu e foi seguida pelo flash 12 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
crash. O resultado deste período de turbulência foi que os bancos e os reguladores estavam ficando nervosos com a influência dos algorítimos, não apenas no FX, mas em todos os produtos. Certamente existe mais atenção reguladora a esse aspecto do mercado e aos riscos a ele associados, e acreditamos que estamos bem posicionados junto com nossos parceiros para oferecer tais soluções. CL: Então vocês não se veem, como alguns os veem, como um serviço público? GM: Levamos a nossa responsabilidade para com os nossos clientes muita a sério, pois muitos participantes da indústria dependem da Traiana para processar um número cada vez maior de suas transações de contraparte. Isso significa que gastamos mais e mais tempo para garantir que a nossa tecnologia e nossos processos sejam robustos; garantindo que tenhamos redundância de sistemas e processos. Investimos pesadamente em recursos tanto humanos quanto tecnológicos. Nosso programa de investimentos é provavelmente o maior deste setor da indústria. A Traiana é uma empresa muito diferente de há sete anos; somos muito maiores e empregamos agora mais de 250 pessoas. Operamos vários sites de hospedagem. Nossos serviços globais gerenciados 24/6, operações de rede e equipes de suporte estão próximas de 50 pessoas – muito mais do que todo o pessoal das empresas que seriam consideradas nossos concorrentes há alguns anos. Nossas despesas com essas atividades chegam a muitos milhões de dólares anualmente. Novamente, isso é muito mais do que a receita total das empresas que seriam consideradas nossas concorrentes há alguns anos. Investimos pesadamente e continuamente para garantir que tenhamos uma operação de força industrial, classe internacional, robusta e escalável, de acordo com o que os nossos clientes esperam de nós. Assim, não nos definiria exatamente com uma empresa de serviço público (pois isso vem com todo tipo de conotação), mas certamente acreditamos que estamos nos tornando cada vez mais importantes para os nossos clientes e levamos nosso papel a sério. CL: Quais são os desafios associados com a sua posição na indústria? GM: Gerenciar o crescimento é sempre um desafio: como você escala cada aspecto do seu negócio? Quando começamos, o negócio se baseava nas relações dos fundadores – agora esses relações foram ampliadas para todos os aspectos dos negócios de cada setor e são gerenciados em todos os níveis de nossa empresa. Junto com nosso reconhecimento de nosso importante papel na indústria, temos de colocar nossa capacidade de reconhecer e responder aos problemas da indústria. Gargalos são desafios, mas, se você percebe que eles estão surgindo, eles são uma oportunidade para provarmos o nosso valor. Outro desafio é nos tornarmos conhecidos em produtos onde não somos conhecidos pelos jogadores mais importantes. Temos sorte de podermos aproveitar as relações que temos no mercado de FX para conseguir apresentações e as pessoas
Cover
estão dispostas a confiar em nós nos mercados novos. Temos tido a sorte de receber muitas indicações, mas ainda temos de nos provar mais uma vezes. CL: E o que vem por em seguida? GM: Vemos oportunidades em novos mercados para nós, mas também nos mercados existentes. Por exemplo, desenvolvemos uma solução para agregação e manuseio de grandes volumes para a indústria da corretagem prime sem perceber seu valor para FX de varejo. Existia uma real demanda para automatizar processos e fornecer mais capacidade no mercado FX de varejo, algo que não tínhamos considerado realmente. Descobrimos que tínhamos a oportunidade de atender a um segmento de mercado totalmente novo e a iniciativa no varejo foi muito bem recebida, e ajudou as corretoras a facilitarem o crescimento que veio da tendência para as corretoras nãoprincipais. Existem também oportunidades de expandir mais para outros produtos. Temos soluções de CDFs (contratos por diferença) de equity e derivativos negociados em bolsa. A Traiana agora é a maior plataforma de pós-trade em swaps de equity e achamos que nosso conhecimento e experiência nesses produtos, assim como com FX, nos permitirá olhar para outras áreas, como futuros. Como indústria, acho que ainda temos trabalho a fazer para moldar a forma como lidamos com trading de alta frequência. Pode haver problemas de capacidade porque muitas empresas estão procurando implantar suas estratégias em FX que ainda não existem. Algo que esperamos conseguir com o CreditLink é tornar essa atividades dos participantes neutras em ternos de risco intraday (ao dia). Dessa forma, estamos propiciando um crescimento maior nesse setor. CL: Acho que algo que é, às vezes, ignorado é o momento oportuno do negócio com a Icap – este crescimento teria sido possível se a Traiana não fosse comprada pela Icap? GM: Não tenho certeza do que teria acontecido durante a crise financeira com os investidores de equity privada, porque existem outras fatores na equação. Assim, desta perspectiva, o suporte da Icap realmente ajudou – eles têm um compromisso e uma visão de longo prazo para a nossa empresa, e isso realmente ajudou. Vimos muito crescimento antes da aquisição pela Icap, mas o
negócio com a Icap nos deu credibilidade instantânea em termos de nossa capacidade de investir mais e aumentar a empresa em todos os aspectos, não apenas o lado inovador, de interface com o cliente, do negócio. A Icap nos prestou grande ajuda gerenciando a empresa mais profissionalmente, levando a excelência operacional e o crescimento a novas áreas. Provavelmente o melhor testemunho do sucesso do negócio é que, quatro anos depois, todos os gerentes seniores ainda estão aqui – isso não acontece nesse tipo de negócio. CL: Como você resumiria os primeiros 11 anos da Traiana? GM: Fizemos algumas previsões corajosas e audaciosas sobre o crescimento da indústria de corretagem prime quando fundamos a empresa, mas até mesmo nós fomos surpreendidos pelo quanto ela cresceu. Existem sempre consequências inesperadas, ou surpresas, e tivemos isso na crise, o colapso de grandes bancos, assim como o crescimento geral do mercado de FX. Nossas expectativas de então ficaram pequenas frente à realidade. Estamos conversando com mais pessoas do que esperávamos e temos orgulho de termos tido a oportunidade de ser parceiros e motor do crescimento na indústria de FX. Nossa parceria com corretoras prime, ECNS e o lado da compra tem sido uma fonte de grande orgulho, diversão e inovação para nós, pelo que somos muito agradecidos. CL: E como você vê o futuro? GM: Estou muito animado com o futuro e com o que acredito que possamos alcançar em termos de suporte ao crescimento ainda maior da indústria. Estão ocorrendo muitas mudanças e isso oferece oportunidades que precisamos explorar. Isso envolve ouvir os nossos clientes e manter a transparência no que fazemos. Eu não concordo com as pessoas que tendam dizer que a corretagem prime é um negócio de commodities. Ainda vejo oportunidades incríveis para fornecedores se distinguirem em áreas como varejo, alta frequência e dinheiro real – e queremos ajudar a impulsionar esse crescimento. Sinto que estamos em um ponto de virada. Os mercados de FX se saíram bem durante a crise financeira, assim eu prevejo que as organizações vão alocar mais recursos para FX. Isso significa crescimento, e facilitar o crescimento é a nossa filosofia.
Gil Mandelzis, co-fundador, CEO, Traiana e membro do grupo de gerência executiva global da ICAP Gil Mandelatos fundou a Traiana em abril de 2000 e continua como CEO após a aquisição da empresa pela ICAP em outubro de 2007. Em 2009, ele foi indicado para o grupo de gerência executiva global da Icap Seu papel na Traiana é consolidar a posição de empresa como padrão do mercado para processamento pós-trade de transações de câmbio e, ao mesmo tempo, expandir a oferta em outros mercados OTC. Antes da Traiana, Mandelzis trabalhou no M&A Group do Deutsche Bank Alex Brown (ex BT Wolfensohn) em Nova Iorque. Mandelzis tem um MBA da INSEAD.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 13
PROFIT & LOSS FOREX NETWORK NOVA IORQUE 9 DE JUNHO DE 2011
A Profit & Loss Forex Network atraiu mais de 400 participantes e duas dúzias de exibidores no evento de 9 de junho. Com assuntos cobrindo a fragmentação do mercados, novos participantes do mercado, desenvolvimentos de opções de FX e novos desenvolvimentos de negócios, o programa de negócios atraiu um grande público. O programa de dia inteiro culminou com uma apresentação do deputado Joe Crowley, membro do Comitê de Meios e Maneiras da Câmara, que apresentou uma visão do clima em Washington e tocou em assuntos como isenções de FX, derivativos e negócios de alta frequência.
Para obter informações sobre futuros eventos da Profit & Loss, visite www.profit-loss.com
Relatório Especial: foco na Rússia
Índice: A caminho da liquidação em rublos.........................................................................................................16 OFZs devem se tornar quente para investidores internacionais...................................................18 A história de duas bolsas ..............................................................................................................................21 Rublo russo: problemas e perspectivas...................................................................................................22
Relatório especial
Foco na Rússia
A caminho da liquidação em rublos Uma das bases dos planos do governo russo para promover o rublo em mercados estrangeiros é o uso obrigatório de um sistema de liquidação bruta em tempo real e a inclusão no CLS. Kirsten Hyde analisa o progresso feito até agora.
Q
uando a Rússia embarca em uma política para transformar Moscou em um centro financeiro internacional (IFC), a atenção dos bancos domésticos e internacionais se concentra nos problemas em torno do liquidação de transações em rublo russo. O Kremlin tornou clara sua ambição de tornar Moscou um IFC até 2020 e de o rublo ser considerado tanto uma reserva quanto uma moeda do G8. O primeiro passo para alcançar essas metas é ter um sistema de liquidação bruto em tempo real (RTGS) que seja de uso obrigatório para todos os bancos, dizem os participantes, juntamente com o rublo se tornar uma moeda de liquidação no CLS. A liquidação é vista como o maior risco transacional de trading em moeda estrangeira. A elegibilidade para liquidação pelo CLS só pode ser considerada depois que o sistema de RTGS for aceito e usado por todos os participantes. Para as empresas que oferecem transações de FX no balcão, a Rússia se tornou um mercado cada vez mais importante. O EBS da Icap, cuja entrada na Rússia cinco anos atrás foi muito baseada em relacionamentos, inclui o rublo em sua plataforma em 2007 e oferece quatro produtos em rublo hoje: USD/RUB, EUR/RUB, non deliverable forwards de 1 mês e uma cesta de RUB. Em janeiro deste ano, lançaram um Fix em rublo russo. O par USD/RUB é agora um dos 10 principais pares do EBS e mais de 160 contrapartes negociam em produtos de RUB na plataforma, informam. “O mercado russo está crescendo em importância para a nossa organização e temos um grande compromisso de trabalhar com o mercado russo para internacionalizar nossos serviços nessa arena”, Michael Spencer, CEO do grupo da Icap, disse aos delegados em um Fórum Internacional de Liquidação de Rublo, em abril. Executivos do EBS dizem que o trading de contrapartes em rublo quadruplicou nos últimos doze meses e que os volumes de transações na plataforma aumentou mais de 17 vezes no mesmo período, com um aumento especial nas transações de rublo em regiões fora da EMEA. A empresa não discrimina os volumes, entretanto. Existem dois fatores por trás do crescimento das transações em rublo na plataforma, diz Darryl Hooker, chefe de vendas em
16 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
mercados emergentes da Icap. O primeiro é o crescimento do uso do EBS Ai, uma ferramenta de trading automatizada que fornece acesso direto a preços executáveis, e o crescimento na Rússia do EBS Prime, que permitiu que bancos menores visualizassem e negociassem com os preços de rublo disponíveis para os maiores bancos do mundo. ‘“Dois anos atrás, bancos prime ofereciam um serviço de G7 aos bancos russos, mas não o rublo, devido a problemas de liquidação”, disse Hooker. “Depois, há cerca de dois anos, um banco inovou e começou a oferecer serviços de prime em rublo e vários bancos seguiram o exemplo”. Isso fez uma grande diferença porque, de repente, os bancos russos têm uma visão bilateral muito melhor dos mercados do rublo e isso lhes dá a oportunidade de negociar com taxas muito mais apertadas. “Houve também um grande aceitação do EBS Ai, tanto na Rússia, para transações em rublo, como com nossas contas internacionais que estão considerando o rublo uma moeda também para trading algorítimo”, ele acrescenta. O EBS é um das principais plataformas para spot trading de rublo de balcão. Entre outras empresas que têm significativa exposição na Rússia, inclui-se a Thomson Reuters, que abriu seu primeiro escritório em Moscou em 1993. “A Rússia é uma de nossas comunidades chave há muitos anos. Temos uma grande comunidade de Dealing no país, com cerca de 400 bancos usando o terminal. No Dealing, clientes diários negociam entre $6-8 bilhões em USD/RUB, portanto o volume é significativo”, diz Robin Poynder, chefe de FX e MM, EMEA, da Thomson Reuters. “O volume do Dealing cresceu de forma constante nos últimos cinco anos e acrescentamos o Matching em janeiro deste ano. O crescimento apenas no Matching tem sido exponencial”, ele diz, acrescentando que USD/RB é o par de moedas mais amplamente negociado. A empresa oferece também trading de EUR/RUB e uma cesta que é uma porcentagem dos dois. “Tradicionalmente a Rússia é um mercado doméstico, assim, grande parte do interesse é de bancos dentro da Rússia. Nos últimos dois anos, tem havido um claro interesse dos bancos russos em olhar para fora do país para obter exposição para os seus negócios e, em termos gerais, para trading de rublo. Acho que essa é uma dinâmica interessante, que ajudou especialmente o Matching a crescer”, acrescenta Poynder. Cerca de 80% do volume do Dealing na Rússia vem do mercado doméstico – bancos russos negociando entre si, e o resto é derivado do trading externo, diz Poyner. “Isso está crescendo e reflete o crescimento que observamos no Matching.” Ele acrescenta, “Vejo a importância do crescimento do rublo e, em termos de trade e demanda de rublos, antevejo um contínuo crescimento nos próximos 10 anos. Com isso o foco em Moscou se intensificará”. Enquanto a EBS e a Thomson Reuters veem seus volumes crescer em serviços OTC, a Moscow Interbank Currency
Foco na Rússia
Exchange (Micex) é o principal destino de spot trading de rublo. Em 2010, 45,2% do volume total de trading nos mercados da Micex foram devidos ao mercado de moedas estrangeiras. O volume total de trading no mercado de FX da Micex chegou a 79,5 trilhões de rublos. Hooker da Icap espera que os volumes de rublos na EBS convirjam com os da Micex no fim de 2012/início de 2013 quando o banco central (RCB) impuser o uso de seu sistema de RTGS – o Banking Electronic Speed Payment System (BESP). “Em 2013, o BESP terá de ser usado obrigatoriamente e, quando isso acontecer, esperamos um grande crescimento nos volumes OTC de produtos em rublo. Isso poderia levar a uma total convergência de market share entre trading de FX OTC e bolsas”, diz Hooker. “Isso não quer necessariamente dizer que os volumes das bolsos cairá, apenas que poderiam dividir um mercado maior”, acrescenta. Em agosto de 2010, as instituições de crédito russas, que atendiam a critérios tecnológicos mínimos, automaticamente se tornaram associadas ao sistema BESP, o que significa que podem fazer a liquidação através de bancos que são membros plenos. A adoção do BESP pelos usuários, entretanto, tem sido notoriamente lenta devido ao seu tráfego muito alto em comparação com os sistemas regionais de liquidação e ao fato de que a participação não é obrigatória. Os participantes dizem que as restrições de capacidade, os custos de investimento à vista significativos em capacidade técnica para conexão com o BESP e a disponibilidade de uma alternativa ao BESP, que bifurca a liquidez em ambos os sistemas, também inibiram a adoção. Mas o sistema atual de liquidação regional também tem as suas limitações. Pagamentos são feitos em cinco janelas durante o dia, e é esse sistema de janelas que causa preocupação aos bancos internacionais. Quando se perde a última janela, as chances de uma transação não ser liquidada no fim do dia aumenta e pode custar aos bancos dezenas de milhares de libras todo mês, diz Hooker. “Isso dissuade os bancos que tiveram a experiência de uma falha no pagamento de transações em rublo, porque eles podem visualizar uma situação em que poderiam, de fato, perder mais na liquidação do que ganham na transação”, ele diz. Entretanto, parece pouco provável que o banco central estimule o uso do BESP erradicando o sistema atual. Mikhail Bolshakov do CBR, que trabalha na implementação do BESP, disse aos delegados em um Fórum Internacional sobre Liquidação de Rublo, patrocinado pela Icap e Micex em Londres que, até 2013, o CBR pretende transformar os componentes regionais atuais que operam em paralelo com o sistema BESP em um componente federal centralizado. Esse componente lidará com o grosso das transações em que o tempo não é um fator crítico e isso significa que o BESP só precisará interfacear com um componente, em vez de com 78 componentes regionais, diz Bolshakov. “Uma vez que o componente federal esteja implantado, o plano é que, até 2013, pagamentos rápidos e urgentes sejam migrados para o BESP”, ele diz. Até o BESP ser obrigatório, alguns observadores do mercado dizem que o risco de liquidação do rublo russo poderia prejudicar seu crescimento como moeda global. Os participantes sugerem que, se o governo russo deseja que o rublo tenha um papel mais
Relatório especial
proeminente, é vital buscar também a sua elegibilidade ao CLS. O CLS atualmente liquida transações nas 17 maiores moedas, representando mais de 75% do valor diário do trading interbancário. Discussões em um nível operacional entre o Banco Central da Rússia e o CLS começaram em fevereiro deste ano e são contínuas, segundo Bolshakov. Ele diz que o banco central está totalmente comprometido em tornar o rublo uma moeda liquidada pelo CLS e estima que a sua inclusão possa acontecer dentro de dois anos. O CLS, por seu lado, participou do Fórum Internacional de Liquidação de Rublo, em abril, pela primeira vez nos quatro anos em que o fórum é organizado, uma indicação clara de que está levando a questão a sério. Enquanto não existe um sistema de liquidação obrigatório na Rússia e enquanto o CLS não faz liquidações de transações de rublo em tempo real, empresas de trading vinculadas a funcionalidades de compensação central – como o CME Group – se beneficiam da crescente demanda de produtos denominados na moeda russa. Futuros, vinculados ao rublo russo, estão entre os que mais crescem no conjunto de contratos de moeda do CME que, no ano passado, superou seu complexo de futuros agrícolas em termos de atividade de trading total. O trading em rublo russo cresceu 350% no ano até a data, quando os clientes buscam gerir seus riscos de moeda de forma mais eficiente com os benefícios de mitigação de riscos de contraparte de produtos negociados em bolsa, diz o CME. O interesse aberto no rublo está agora no mesmo nível do franco suíço. Para capitalizar a crescente demanda, o CME Group expandiu seus produtos em abril, com o lançamento de opções semanais de futuros em rublos para trading eletrônico na sua plataforma Globex. “Esse aumento significativo, tanto em volume quanto em interesse aberto, reflete crescente demanda por mitigação de risco de crédito em produtos de mercados emergentes”, diz Roger Rutherford, diretor gerente, produtos de FX no CME. O serviço Clearport do CME, um conjunto de serviços de compensação de balcão disponível aos participantes do mercado OTC, adquiriu ímpeto com os investidores em moeda usando o serviço para compensar transações de grande escala em moedas de mercados emergentes, diz a bolsa. Para muitos observadores, a medida do sucesso da Rússia não é necessariamente ser reconhecida como um IFC, mas como o país internacionaliza o rublo, atrai investidores internacionais e desenvolve seu mercado externo. E o futuro é promissor para o país. No fim do ano passado, o Bank for International Settlements constatou que o trading de moedas de mercados emergentes no exterior aumentou, tanto em termos absolutos quanto em termos relativos, desde da Pesquisa Trienal de 2007. O rublo está entre as moedas para as quais a porcentagem externa aumentou mais de 20% nos últimos três anos. Os mercados russos estão crescendo “espetacularmente”, diz Hooker da Icap. “As coisas estão explodindo na Rússia – é a mais bem sucedida história de BRIC que temos”, ele diz, acrescentando que 2013 será um ano de “muita aceleração”. Com o sistema RTGS implantado e a participação no CLS assegurada, as coisas só podem melhorar para a Rússia.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 17
Relatório especial
Foco na Rússia
OFZs devem se tornar quentes para investidores internacionais De Nikolay Podguzov, Chefe de estratégia de renda fixa, VTB Capital
o início de junho, a Bloomberg informou que o Euroclear poderia começar a fornecer liquidação para títulos locais russos, incluindo títulos locais soberanos denominados em rublo (OFZs), já no início do próximo ano. Uma vez que os OFZs se tornem negociáveis através de um sistema de liquidação internacional, os investidores em todo o mundo terão acesso direto a esse mercado. Devido à atração pelo rublo como uma das principais moedas de commmodity e levando em consideração o tamanho e a liquidez do mercado de títulos de governos locais na Rússia, achamos que os OFZs podem se tornar, rapidamente, um dos ativos mais interessantes para se investir dentro do espaço de títulos locais de mercados emergentes.
N
O que são OFZs? OFZs são título denominados em rublo emitidos pelo Ministério das Finanças da Federação Russa com a capitalização de mercado atual de RUB2,5 trilhões ($89bn). A quantidade de OFZs não vencidos quase dobrou desde 2008 quando o MinFin escolheu os instrumentos soberanos denominados em rublos como a principal fonte de financiamento do déficit orçamentário. O déficit orçamentário federal oficial projetado está em 3,6% do PIB. Entretanto, o desempenho real do orçamento é muito melhor com um superávit orçamentário de jan-maio de 1,8% do PIB, pois a Rússia teve receitas orçamentárias extras no início do ano devido a preços favoráveis do petróleo. Mesmo presumindo uma aceleração de despesas orçamentárias no segundo semestre do ano, é difícil prever que o déficit orçamentário do ano inteiro passe de 1,0% do PIB. Apesar do ritmo mais rápido de empréstimos soberanos após a crise, a Rússia ainda é considerada um país com métricas de alavancagem conservadoras. Desde o início do ano, a razão da dívida do governo central para o PIB ficou em 9,9%, o que é muito inferior os países do G-7, assim como a maioria dos outros mercados emergentes. 18 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Figura 1: capitalização do mercado de OFZ
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research Figura 2: razões entre dívida e PIB de países selecionados
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research OFZs são os instrumentos denominados em rublos com mais liquidez dentro do espaço de títulos locais da Rússia. O Ministério das Finanças recentemente tem se mantido firme na
Foco na Rússia
estratégia de emitir benchmark para 2, 3, 4, 5, 7, 10 anos com um volume médio não vencido de RUB100-150 bilhões ($3-5 bilhões). A liquidez dos títulos é razoavelmente alta, com até $10 milhões em títulos disponíveis para compra/venda dentro de um spread de compra e venda de 5-10bpts. O MinFin pretende estender gradualmente a duração dos OFZs não vencidos e recentemente tem se concentrado na colocação de OFZs de duração média e mais longa. O apetite dos investidores vem seguindo uma tendência de aumento, o que permitiu ao MinFin lançar com sucesso OFZs de 10 anos em abril deste ano. Figura 3:
Relatório especial
zero por cento de haircuts, à taxa REPO do CBR mínima de 5,5%. Os bancos usam a facilidade de refinanciamento do CBR apenas durante períodos de deterioração da liquidez doméstica, que, às vezes, pode ser o caso no fim do mês devido à alta demanda de rublos pelos contribuintes para pagamento de impostos. Entretanto, durante a maior parte do ano, as taxas Repo do mercado para OFZs não passam mais de 100bpts da taxa de depósito do CBR. A parcela de não-residentes do mercado de OFZ pode ser estimada em 8,0% e pensamos que tem potencial de crescimento de pelo menos duas vezes, assim que o MinFin e outras autoridades monetárias conduzirem as emendas necessárias à legislação para permitir que o sistema de liquidação internacional aceite títulos do governo denominados em rublos. Figura 5: estrutura de titulares de OFZ
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research Figura 4:
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research
O interesse dos não-residentes potencialmente poderia ser mais forte
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research
Quem são os principais titulares de OFZs? Os bancos russos são os principais portadores de títulos do governo denominados em rublos. Sua participação poderia ser estimada em 56%. OFZs são especialmente atraentes para os bancos do ponto de vista regulatório, porque eles normalmente são incluídos com peso zero no cálculo ponderado de ativos de risco, não exercendo assim nenhuma pressão adicional sobre a razão de adequação de capital, e são classificados como ativos de alta liquidez para propósitos regulatórios, o que permite aos bancos cumprir as exigências de liquidez estatutárias (razões N2 e N3). Além disso, os OFZs recentemente vêm servindo como um instrumento muito atraente de implementação de estratégia de trade, uma vez que o CBR aceita OFZs como colaterais, com
O potencialmente alto interesse de não-residentes pelo mercado de OFZs mais uma vez foi confirmado após o MinFin ter estreado com RUB40 bilhões em eurobonds no mercado internacional de capitais, em fevereiro deste ano. Na oferta inicial, a rentabilidade dos títulos de 7 anos foi definida em 7,85% não implicando em quase nenhum desconto para os OFZs liquidados localmente. Entretanto, o título apresentou um desempenho espetacular nos últimos meses e, após a oferta, o preço do título subiu a 107,0 (rentabilidade – 6,56%) até meados de maio. Em 19 de maio, o MinFin concluiu com sucesso a emissão de Russia 18, mais do que dobrando o volume de emissões não vencidas. A demanda foi forte o bastante (a oferta chegou a RUB 120bn) para a impressão de mais RUB 50bn de Russia 18, com rentabilidade final definida a 7,0% (preço – 104,52) em comparação com a orientação inicial de 7,125%. O Russia 18 subiu imediatamente após o lançamento da conclusão da emissão no mercado secundário, fechando a 106,0. O sucesso da emissão indica que o interesse dos nãoresidentes pelos títulos denominados em RB aumentou muito desde fevereiro. Os OFZs atualmente oferecem um prêmio material acima do benchmark internacional com a rentabilidade do OFZ de 7 anos quase 80bp mais alta. Achamos que mais um www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 19
Relatório especial
Foco na Rússia
aprimoramento na infraestrutura de mercado de títulos poderia simplificar o acesso ao mercado para contas internacionais, com respectivas consequências na rentabilidade dos OFZs. Figura 6:
OFZs podem ser negociados em uma “seção governamental” especial da bolsa Micex. Este problema vem sendo discutido há vários anos; entretanto, o MinFin junto com o CBR e a Micex recentemente expressaram um forte compromisso de resolver esse problema até o fim do ano. Pelo que sabemos, as correspondentes emendas da legislação já foram feitas e esperam a aprovação do State Duma (Parlamento russo) na sua sessão de outono.
Introdução da Instituição Depositária Centralizada
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research Figura 7:
Pelo que sabemos, ocorreu recentemente um progresso substancial, com a minuta da mais recente versão da lei, que reflete as opiniões de todas as partes interessadas. Esperamos que a Lei Federal da Depositária Centralizada passe no State Duma durante a sessão de outono. É importante também mencionar que, após a sua aprovação, a Lei de Depositária Centralizada deverá ser examinada por especialistas internacionais (e atender à regra internacional 17F7 correspondente) para permitir a operação dos sistemas de liquidação internacionais. A Instituição Depositária Central provavelmente será desenhada com base na Depositária de Liquidação Nacional que é atualmente parte do Grupo Micex.
Implementação do conceito de titular nominal para não-residentes
Fonte: dados da empresa, VTB Capital Research
O que deve ser feito para tornar possível a compensação dos OFZs no Euroclear? Para tornar os ativos denominados em rublos transacionáveis através de sistemas de liquidação, os seguintes passos são necessários:
A possibilidade de trading OTC para OFZs Atualmente, existem equities e títulos não governamentais denominados em rublos que podiam ser negociados OTC na Rússia, mas não títulos locais soberanos (OFZs) A ausência de um mercado de balcão para OFZs impede que esses instrumentos sejam liquidados através de sistemas de liquidação internacionais. Haverá progresso neste campo quando os OFZs forem colocados na mesma plataforma com os títulos não-governamentais na Micex. Atualmente, os 20 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
A impossibilidade de não-residentes abrirem contas de titular nominal nas depositárias russas pode ser considerada o maior anacronismo infraestrutural que impede a participação ativa de não-residentes no mercado local de títulos. De acordo com a legislação atual, não-residentes só podem abrir contas com titular físico nas depositárias locais. Assim, potenciais investidores em títulos locais russos estão em posição fraca, pois não se qualificam como proprietários dos títulos no caso de qualquer disputa judicial nas cortes russas (mas seu interesse no caso poderia ser representado apenas através do titular físico dos títulos). Ao mesmo tempo, a minuta da Lei de Depositária Centralizada prevê a possibilidade de não-residentes abrirem contas com titular nominal na depositária. Assim, mais uma vez, a aprovação de respectiva lei poderia ser o evento chave para resolver o problema. De um modo geral achamos que existe uma boa chance dos OFZs serem negociados amplamente através do sistema de liquidação internacional já no próximo ano. Pelo menos, podemos perceber o maior compromisso que as autoridades monetárias russas jamais tiveram de levar a questão adiante. Ao mesmo tempo, riscos relacionados com a aprovação de iniciativas legislativas através de órgãos governamentais poderiam ser considerados desafios chave. Achamos que a potencial liberação do mercado de OFZ é um evento extremamente positivo para todo o mercado financeiro na Rússia. E não se trata apenas do simples efeito quantitativo de convergência do spread entre os títulos denominados em rublos locais e internacionais, mas também a melhora do clima de investimento na Rússia, status mais elevado para o rublo e mais confiança de que as autoridades produzem resultados.
Foco na Rússia
Relatório especial
A história de duas bolsas Um passo significativo nos planos do Kremlin de transformar Moscou em um centro financeiro internacional é a fusão das duas maiores bolsas da Rússia, Micex e RTS, o que propiciará um único local para uma ampla gama de classes de ativos. Kirsten Hyde reporta.
Q
uando a Rússia comemora o 50º aniversário do cosmonauta Yuri Gagarin se tornar o primeiro ser humano a ir ao espaço, um feito extraordinário e heroico da ciência e da tecnologia, os investidores em todo o mudo olham para o país por uma razão totalmente diferente. Talvez não tão ousado, mas ainda assim um passo corajoso, a Rússia está decidida a transformar Moscou em um centro financeiro de importância global para atrair investimentos estrangeiros. O presidente russo Dmitry Medvedev tornou a modernização da economia uma prioridade durante seu mandato e declarou que atrair investimento estrangeiro é vital para o futuro do país. Um passo significativo nos planos do Kremlin de tornar Moscou um Centro Financeiro Internacional (IFC) até 2020 é a fusão das duas maiores bolsas do país, a Moscow Interbank Currency Exchange (Micex) e a Russian Trading System Stock Exchange (RTS). No fim de junho, as duas bolas, cujos proprietários são o Banco da Rússia, Ucredit e vários bancos e corretoras russos, finalizaram um acordo de fusão de $5 bilhões e disseram esperar que a fusão esteja totalmente concluída até o início de 2012. A fusão combinará as franquias de trading de equities e moedas da Micex com o negócio de derivativos da RTS, que oferece contratos de futuros e opções em sua plataforma Forts. Em 2010, 45,2% do volume total de trading nos mercados da Micex foram devidos ao mercado de moedas estrangeiras e 17,4% ao mercado de títulos do governo e ao mercado de capitais. O volume total de trading no mercado de FX da Micex chegou a 79,5 trilhões de rublos. Os volumes de trading de contratos futuros de moedas RUB/USD e EUR/USD negociados no Forts da RTS cresceram 171,9% e 158,6%, respectivamente, no primeiro trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dois instrumentos ficaram em terceiro e oitavo lugar na lista da Associação da Indústria de Futuros dos 10 contratos de câmbio com mais liquidez do mundo e o Forts foi classificado como a 10º maior plataforma de trading de instrumentos financeiros de derivativos no primeiro trimestre. No trading de equities, a Micex detém cerca de 80% do mercado na Rússia, enquanto a RTS detém cerca de 10%, de acordo com os dados da Thomson Reuters. A bolsa consolidada oferecerá um único local para trading de moedas estrangeiras, ações, títulos, derivativos e commodities, aderindo a uma tendência que se alastra pelos mercados desenvolvidos. O trading deve ser conduzido na Micex, o local atual para o trading de moedas da Rússia. Enquanto a RTS opera em dólares e a Micex em rublos, a nova bolsa combinada operaria em rublos, embora a liquidação possa ser feita em uma variedade de moedas. No presente, os índices de ambas as bolsas continuará a ser publicado, as bolsas informam. Os defensores da fusão dizem que ela seria uma vitrine para a reforma e a regulamentação do sistema financeiro russo.
Especificamente, ela simplificará o mercado russo, tornando-o mais atraente aos investidores financeiros. Para os investidores russos, as bolsas combinadas oferecerão a oportunidade de negociar em uma plataforma que oferece mais liquidez. Enquanto a Micex tem maiores volumes de trading, a RTS tem sido a plataforma preferida dos investidores estrangeiros. Ruben Aganbegyan A fusão também permitiria que o grupo combinado fizesse lobby junto ao governo por uma instituição depositária centralizada única. Os bancos internacionais, em especial, esperam que a fusão leve a uma consolidação das duas depositárias de títulos do país, que atendem a mercados diferentes, de forma que as práticas de liquidação possam ser padronizadas. Muitos investidores estrangeiros têm hesitado em entrar no mercado por causa da falta de procedimentos comuns entre os dois sistemas depositários. Opositores da fusão, entretanto, dizem que isso poderia engessar a concorrência e, portanto, a inovação no país e, potencialmente, limitar a linha de veículos de investimento para os investidores. De acordo com o presidente da Micex, Ruben Aganbegyan, que será o CEO da bolsa resultante da fusão, a assinatura do acordo abre um novo estágio no processo de criação de uma bolsa unificada no mercado russo: um importante ator que oferece trading em todos os tipos de classes de ativos, que será competitivo no cenário global. “A consequência mais positiva da integração será maiores níveis de liquidez no mercado russo, melhores oportunidades de expansão dos negócios e implementação de tecnologias no estado da arte para corretoras e clientes com novas plataformas de TI na Rússia. Importante, a integração das plataformas de trading representará um passo chave em direção à criação de um centro financeiro internacional de importância global”, ele diz. O governo russo vem pressionando a Micex e a RTS para que façam um acordo desde o ano passado quando começou a introduzir mudanças regulatórias para alinhar Moscou aos padrões do mercado internacional. Essas mudanças incluíram abolir um imposto de 30% sobre receita de investidores financeiros com a venda de equities e introduzir uma lei banindo o insider trading. A fusão está sujeita à aprovação regulatória e dos acionistas, esperada para agosto de 2011. A bolsa combinada provavelmente abrirá o capital em 2013 para levantar $300 milhões, diz Aganbegyan, que tem a tarefa de supervisionar o desenvolvimento da estratégia e adaptar a infraestrutura das bolsas fundidas.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 21
Relatório especial
Foco na Rússia
Rublo russo: problemas e perspectivas De Peter Kinsella, Estrategista Sênior de FX, Commerzbank
perspectiva para a economia russa a médio prazo será moldada por dois fatores chave: o desenvolvimento do preço do petróleo e a nova agenda de políticas que o governo escolher durante a campanha para as eleições presidenciais. Essa nova agenda de políticas será informada pelos desenvolvimentos relativos às perspectivas da inflação e do crédito, e problemas permanentes relativos à fuga de capital. Acreditamos que a inflação provavelmente tenha atingido o pico e que a cesta do rublo provavelmente ficará bastante estável com uma ligeira tendência de valorização no resto do ano.
A
Crescimento econômico Dados preliminares mostram que a economia russa desacelerou no primeiro semestre: de +4,5% para +4.1% ano a ano, no T4 2010. A demanda de investimentos desapontou, caindo nos primeiros três meses, quando o ciclo de re-estoque se fechou. O setor manufatureiro permaneceu sendo o motor do crescimento do setor e manteve um crescimento de 13% em valor agregado. Outros setores orientados à demanda doméstica apresentaram pouco crescimento, se algum, com a demanda de consumo deprimida pela queda da renda real. Alguns indicadores principais também estão apontando para um caminho tranquilo, outros sugerem que a depressão do primeiro trimestre passou e que a demanda doméstica se fortalecerá. As importações cresceram 40% nos primeiros quatro meses, incluindo bens de investimento. A demanda de crédito também sofreu aceleração e aponta para uma demanda doméstica mais forte no segundo semestre. Embora os sinais de aceleração de crescimento sejam provisórios, mantemos a previsão de crescimento do PIB em 4,5% para o ano e próximo de 5% no segundo semestre de 2011.
A inflação deve reverter no segundo semestre de 2011 A Rússia viveu com inflação alta a maior parte de uma década. O banco central (CBR) normalmente não fica 22 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
preocupadíssimo desde que a taxa de inflação fique abaixo de 10%. Entretanto, o novo regime tem 7% como meta de inflação em 2011 e 6-7% em 2012. A taxa de inflação atual da Rússia está circulando ligeiramente abaixo de 10%. Estimamos que três quartos do aumento do ano passado se deva ao preço dos alimentos e o resto da cesta tem apenas efeito marginal. Os preços dos grãos na Rússia subiram 90% em um ano e, embora os alimentos predominem na cesta do consumidor, o impacto secundário parede ter sido bem limitado. O índice de commodities global apontaria para um aumento adicional da taxa de inflação na Rússia, mas o impacto geral dos preços dos alimentos deve começar a perder importância no índice a partir de julho. Os especialistas do CBR esperam que o impacto total da quebra de safra do ano passado saia do índice. O efeito dessa queda é de aproximadamente 3 pontos percentuais, significando que a inflação deve cair para algo em torno de 7%-7,5% até o fim do ano. Apesar da pressão esperada do custo de mão de obra por causa de um aumento de 50% nos pagamentos de contribuições sociais pelos empregadores corporativos, nenhum impacto inflacionário significativo se somou ao efeito do preço dos alimentos. O índice do IPC de base curta (ajustado sazonalmente, anualizado) desacelerou sugerindo que a inflação provavelmente já atingiu o pico (gráfico 2).
Resposta das políticas e fuga de capital Comparado com a sua própria história recente, o CRB tem estado bem ativo no curso do ano em termos de respostas com políticas. O aperto cumulativo da principal taxa de refinanciamento foi de 50 bps, de 7,75% em janeiro para 8,25% em junho e 200 bps nas taxas de exigência de reservas, passando de 3,5% em fevereiro para 5,5% em junho. Entretanto, as taxas do mercado de capital são profundamente negativas em termos reais e marginalmente abaixo de seu nível histórico. Embora o aumento nas taxas tenha sinalizado a intenção das autoridades controlarem o aumento da inflação, as taxas reais ainda são negativas, o que significa que os poupadores são penalizados. Isso deu origem à fuga de capital, com
Foco na Rússia
aproximadamente $35 bilhões saindo do país nos primeiros cinco meses do ano. O CBR admitiu que aumentar a taxa de depósito é mais fácil quando o capital jorra para fora do país do que o contrário. Assim sendo, o “investimento de capital” do setor financeiro no exterior e a desaceleração da poupança interna do setor privado são fortes argumentos a favor do aumento ainda maior das taxas pelo CBR. As expectativas do mercado são de outros 100bps de aperto o que se alinha com nosso cenário básico. Gráfico 1: IPC da Rússia: % contribuição por grupos de produtos
Relatório especial
um preço presumido de $80/bbl. Uma queda de $10/bbl no preço do petróleo equivale a uma perda de receita de aproximadamente $25 bilhões ou uma queda no PIB de 1,5% no déficit fiscal. Aos preços de petróleo projetados ($80/bbl) e volume esperado de importações, estima-se que o superávit da Rússia em sua conta atual encolha de $70 bln para aproximadamente $40 bln (2% do PIB). O desenvolvimento do preço do petróleo é de importância crucial para o processo orçamentário russo. Nossa equipe de commodity prevê que o preço de petróleo se mantenha estável no intervalo de $100 a $110 no terceiro e quarto trimestres, sendo razoável presumir que as metas orçamentárias sejam atingíveis. À medida que Rússia emerge da crise e dos ajustes no balanço, esperamos que ela restabeleça sua força de crédito relativa na região em níveis pré-crise. Esse processo deve ser ajudado pelo desenvolvimento do preço do petróleo.
Eleições presidenciais
Gráfico 2: tendência de inflação prestes a ser revertida
Muito ênfase foi dado pela mídia estrangeira aos efeitos da próxima eleição presidencial na confiança do investidor, mencionando preocupações com a saída de capital. Esses temores provavelmente são exagerados. Não há nenhum sinal real de tensão entre o presidente atual Medvedev e o primeiro ministro Putin. Provavelmente as tensões reportadas são artificiais e desenhadas para dar a impressão de um vida política ativa no país. Como ambos o presidente e o primeiro ministro efetivamente estão no mesmo time, há pouco espaço para perturbações políticas ou econômicas nos próximos meses.
Câmbio
Desenvolvimentos dos preços de petróleo e orçamento fiscal O orçamento federal conseguiu um superavit de 0,9% do PIB nos primeiros quatro meses de 2011, o que reflete receitas mais altas de petróleo e um substância aperto fiscal também na balança não-petróleo. Nos últimos 12 meses até abril, as despesas foram reduzidas em 3,5% do PIB comparado com o mesmo período há um ano. O preço “breakeven” do petróleo aumentou substancialmente desde 2007; o orçamento deste ano ficaria equilibrado com o preço de petróleo a $105-$110/bbl (até 2011-13). O governo definiu a estratégia de equilibrar gradualmente o orçamento dentro dos próximos quatro anos a
O CBR continuou a promover a flexibilidade do rublo e aumentou o corredor meta para o rublo contra a cesta de duas moedas euro e dólar americano para 5 rublos no início de março. A nova faixa para a cesta do rublo é de 32,45 – 37,45. O banco central também interveio periodicamente na moeda para desacelerar a valorização do rublo, em vez de mudar a direção da tendência. O CBR está, portanto, implicitamente buscando um regime de taxa de câmbio mais flexível acompanhado de um regine de metas de inflação. Esperamos que o rublo permaneça amplamente estável, suportado por uma combinação de preço de petróleo relativamente forte e queda da taxa de juros, o que deve suportar a entrada de capital, uma vez que a incerteza das eleições esteja fora do caminho.
Taxa de câmbio do RUB Histórico e previsões, fechamento mensal Atual 11 set 11 dez 12 mar 12 jun 12 set 12 dez
EUR-RUB 39,8 39,8 40,4 39,4 38,4 37,6 37,3
USD-RUB 28,2 26,5 27,9 27,8 27,6 27,4 27,6
BASK-RUB 33,4 32,5 33,5 33,0 32,5 32,0 32,5
Fontes: Bloomberg, Commerzbank Research www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 23
Sala de trading
Harmonização regulatória
Necessidade de harmonização global da regulamentação O legislador americano destaca a necessidade de evitar a arbitragem regulatória.
CONGRESSISTA JOSEPH CROWLEY
E
m uma palestra na conferência Profit & Loss Forex Network em Nova Iorque, o congressista democrata Joseph Crowley disse aos delegados que a harmonização internacional é necessária com a implementação da reforma financeira no mundo. “Fiquei satisfeito de saber que o secretário do tesouro dos EUA Geithner concorda com a necessidade dos reguladores europeus e asiáticos harmonizarem suas regulamentações com os EUA ou enfrentarem uma ‘corrida para o fundo’. As regras de margem atuais colocam as firmas americanas em uma enorme desvantagem competitiva”, disse o congressista. “Os que apoiam dizem que isso é bom, eu não vejo assim. Essas regras de margem não interrompem nenhuma atividade, elas as afastam dos bancos americanos e as enviam para mercados menos regulados em bancos estrangeiros.” Insistindo na necessidade dos EUA, e Nova Iorque em particular, de proteger sua posição nos mercados de câmbio estrangeiro, Crowley declarou: “Não vejo como isso pode ser vantajoso. Pode haver um efeito perverso da superregulamentação – o movimento de firmas, negócios, atividades e empregos para fora
dos EUA, fora do escopo do sistema regulatório americano.” O congressista, que participa do influente Comitê de Meios e Maneiras da Câmara e tem estado envolvido na reforma da regulamentação financeira desde que entrou para o Congresso em 1999, destacou seu apoio a iniciativas do Departamento do Tesouro dos EUA de criar novas regulamentações. Mas, embora reconheça seu apoio à reforma regulatória, ele destaca que a versão final não foi o que o grupo dos Novos Democratas, do qual ele é um dos líderes, desejava. “Os Novos Democratas apresentaram uma minuta das cláusulas da lei de reforma regulatória aprovada pelo congresso para regulamentar o mercado de derivativo” observou o congressista Crowley. “O Senado, no entanto, aprovou uma lei bem diferente. A temporada de eleições pode, às vezes, se transformar em uma temporada de tolices e muitos dos senadores que negociaram a legislação da reforma regulatória estavam enfrentando reeleições difíceis. Por isso, a parte relativa a derivativos da medida da reforma regulatória se tornou uma peça de barganha. Tivemos a ex-presidente do Comitê de Agricultura do Senado assumindo uma posição de ataque aos mercados financeiros, particularmente ao setor de derivativos. “Ligados a uma minoria republicana que se escusaram efetivamente do processo e se recusaram a trabalhar com democratas moderados, como eu, para fazer mudanças na linguagem do Senado sobre os derivativos, para torná-lo mais trabalhável, – esses políticos nos deram uma tempestade perfeita. “Agora, depende dos reguladores definirem as regras da implementação” continuou o congressista, adicionando que a Nova Coalizão Democrata está “muito envolvida” no processo. “Recebemos bem a decisão do Departamento do Tesouro de isentar as operações de swap e forward de câmbio estrangeiro da maioria das regras
24 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
de derivativos exigidas pelo Dodd-Frank Act, dizendo que o mercado já atende à maioria dos objetivos da lei. Na verdade, os Novos Democratas pediram esta ação anteriormente neste ano. “Como o Departamento do Tesouro, nós reconhecemos que o mercado de swaps e forwards de câmbio estrangeiro já reflete muitos dos objetivos do DoddFrank Act, incluindo os altos níveis de transparência de preço, gestão de risco eficaz e negócios eletrônicos”, continuou. “O Novos Democratas reconhecem também a estabilidade do mercado de câmbio estrangeiro e como ele tem enfrentado a Grande Recessão sem problemas.” O congressista Crowley fez também algumas observações sobre o debate contínuo nos círculos políticos e regulatórios dos EUA sobre os negócios de alta frequência.Destacando que Bart Chilton, membro da Comissão CFTC, declarou que é necessário uma regulamentação mais forte de HFT, em função do “Flash Crash”, Crowley concorda que essas regulamentações são necessárias. “[Chilton] sugeriu uma maior supervisão, como o teste de certos programas e talvez algum tipo de certificação de credenciamento.Ele também citou a responsabilização para aqueles que façam com que um programa enrole o mercado, seja inocente ou não”, declarou Crowley. “No mês passado, a presidente da SEC, Mary Schapiro, sinalizou que pretende aumentar o escrutínio de traders de alta frequência, incluindo a imposição de obrigações de trading para as firmas de HFT e pediu uma reavaliação de “toda a estrutura regulatória” que envolve as firmas, em parte para determinar se os algorítimos ou as estratégias usadas para gerar ou enviar ordens estão programadas para operar de forma apropriada em condições de mercado sob estresse. “Eu concordo que as regulamentações são necessárias para que o HFT possa ter supervisão eficaz por parte de nossos reguladores financeiros e que o público tenha confiança em nosso sistema de mercado. Como acontece com a lei DoddFrank, no entanto, precisamos ter cuidado com a maneira como mapeamos as regulamentações. Precisamos ter regras fortes que protejam o público, mas que permitam a continuação das atividades permissíveis no país.”
Extra-territorialidade
Sala de trading
Grupos de derivativos de OTC advertem para os efeitos nocivos da extra-territorialidade As associações de trade conclamam os reguladores nos EUA e na Europa a aumentarem a coordenação para evitar os efeitos nocivos da inconsistência e ambiguidade resultantes da extra-territorialidade. Kirsten Hyde relata.
O
ito associações de trade globais e regionais conclamaram os reguladores nos EUA e na Europa a aumentarem a coordenação para evitar ou limitar os efeitos danosos da inconsistência e ambiguidade resultante da extra-territorialidade nos esforços regulatórios para implementar os compromissos do G20. O Grupo dos 20 líderes mundiais concordaram em 2009 que derivativos padronizados negociados no balcão ou privadamente entre bancos deveriam ser compensados centralmente e reportado a um repositório até o fim de 2012 para minimizar o risco sistêmico nos mercados financeiros. A extra-territorialidade é uma preocupação fundamental no negócio de derivativos, onde é comum que contrapartes baseadas em diferentes partes do mundo transacionem uns com os outros. Em uma carta de 5 de julho para Michel Barnier, comissário para mercado interno e servições na Comissão Europeia, e Timothy Geithner, Secretário do Tesouro dos EUA, as associações pediram que os formuladores de políticas consultem uns aos outros na formação da legislação e que resolvam as diferenças no curso da implementação da legislação. Eles pediram também aos reguladores que assegurem que a reforma do sistema regulatório financeiro internacional seja baseada na consistência de enfoque e no reconhecimento mútuo. “Especificamente nos Estados Unidos e na Europa, acreditamos que os conjuntos de regras, como as propostas nos Estados Unidos e atualmente em debate na União Europeia, deixam o negócio de derivativos globais com ambiguidades e desafios de extra-territorialidade e problemas de incerteza legal que pode levar a risco material”, disseram as associações na carta. Os efeitos danosos do não tratamento dessa preocupação, disseram as associações, incluem uma visão mais fragmentada da atividade do mercado financeiro, fazendo com que seja difícil para os reguladores impedir o acúmulo e a
“É importante que os reguladores globais concordem com um enfoque coerente e complementar para a regulamentação das atividades de instituições financeiras, em jurisdições estrangeiras, garantindo um padrão regulatório suficientemente estrito e evitando o conflito ou sobreposição na regulamentação”. concentração de riscos sistêmicos; incerteza legal para firmas ativas internacionalmente levando a maior risco; maiores custos para firmas internacionais e seus clientes levando a maiores custos de financiamento para a economia mais ampla; e impactos negativos nos níveis de investimentos e emprego. As oito associações que assinaram a carta são: Alternative Investment Management Association (AIMA), European Banking Association (EBF), Futures and Options Association (FOA), Global Financial Markets Association (GFMA), Investment Management Association (IMA), International Swaps and Derivatives Association (ISDA), London Energy Brokers’ Association (LEBA) e Wholesale Market Brokers’ Association (WMBA). A carta cita diversos exemplos das preocupações com a extra-territorialidade. Eles incluem as regras de licenciamento, autorização e registro. A carta diz que as regras para o licenciamento de entidades
que são participantes significativos no mercado de swap deve ser coordenado de forma que essas entidades não enfrentem regimes regulatórios duplicados. Outra preocupação é a potencial sobreposição e conflito de regulamentações dos participantes do mercado de derivativos em jurisdições estrangeiras.“É importante que os reguladores globais concordem com um enfoque coerente e complementar para a regulamentação das atividades de instituições financeiras, como bancos, corretores e administradores de ativos em jurisdições estrangeiras, garantindo um padrão regulatório suficientemente estrito e evitando o conflito ou sobreposição na regulamentação. “Um exemplo das dificuldades que podem ser causadas neste contexto é a aplicação extra-territorial de requisitos de margem para subsidiárias, filiais e afiliadas não americanas de instituições de serviços financeiros dos EUA, o que significa que essas subsidiárias, filiais e
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 25
Sala de trading
Extra-territorialidade
Uma votação de primeira leitura não será feita porque os estados-membro, que têm voz conjunta sobre as regulamentações através do Conselho Europeu, ainda estão negociando os detalhes.
mina a capacidade dos repositórios de negócios fornecerem informações coerentes sobre o risco do negócio de derivativos para os reguladores de todo o mundo”, disseram os grupos. “Da mesma forma, as condições prévias para o reconhecimento de repositórios em um outro Werner Langen pais na regulamentação americana são melhor afiliadas enfrentarão requisitos definidas na cooperação e compreensão regulatórios duplos – e possivelmente com os reguladores nesses países. Nós conflitantes – enquanto concorrentes apoiamos o diálogo contínuo entre os locais precisarão cumprir apenas o regime reguladores globais sobre esses assuntos.” regulatório local” disseram os grupos. Os grupos concluem a sua carta: De forma similar, empresas não “Pedimos aos definidores de políticas que americanas têm preocupação com suas redobrem seus esforços para assegurar que subsidiárias, filiais ou afiliadas a reforma do sistema regulatório americanas que enfrentam exigências financeiro internacional seja baseada na duplas nos EUA e em sua jurisdição de consistência de enfoque e no origem. reconhecimento mútuo.” “Pedimos aos reguladores globais que Eles acrescentam: “Acreditamos que os entrem em acordos de reconhecimento reguladores devem procurar limitar os mútulo em que cada um limitaria o efeitos danosos da divergência, seja pela alcance extra-territorial de seus consulta a contrapartes internacionais na regulamentos, desde que a firma cumpra preparação da jurisdição, ou pela com os regulamentos de seu país” resolução dessas divergências no curso da disseram. implementação da legislação.” As associações estavam também preocupadas com as regras de contrapartes Adiamento da votação na UE centrais (CCPS). Os reguladores devem buscar um acordo sobre os padrões de A carta foi publicada um dia depois do equivalência ou reconhecimento de CCPs anúncio de que a votação final do nas jurisdições uns dos outros, para evitar Regulamento de Infraestrutura do a ambiguidade e dar aos CCPs e Mercado Europeu (EMIR) pelo reguladores a oportunidade de atender a Parlamento Europeu seria adiado até esses padrões, disseram os grupos. depois do recesso de verão, a pedido das “A equivalência é crítica para as regras MEPs. de compensação, uma vez que seria A decisão de adiamento foi tomada em impossível cumprir exigências de Estrasburgo na sessão plenária do compensação conflitantes se as regras de Parlamento Europeu e foi anunciada pelo cada uma das duas jurisdições diferentes MEP alemão Werner Langen, relator do exigirem que um negócio seja projeto de legislação e membro do Comitê compensado em sua jurisdição”, disseram. de Assuntos Econômicos e Monetários Existem também preocupações sobre (Econ) do Parlamento Europeu.Uma regras de repositórios de negócios.O minuta do EMIR tinha sido acordada pelo requisito da lei americana Dodd-Frank Act Econ em 24 de maio (Squawkbox da P&L, de que os repositórios de dados de swap 26 de maio). obtenham reparação dos reguladores O EMIR é a solução legislativa da estrangeiros como condição prévia para o Comissão Europeia para o mandato do compartilhamento de dados é uma área de Grupo dos 20 para minimizar o risco discussão atualmente entre os reguladores sistêmico nos mercados de derivativos globais. OTC. “Esse requisito estatutário é não apenas Em vista dos adiamentos do Dodddesnecessário, em função da concordância Frank Act pela US Securities and internacional de compartilhamento de Exchange Commission e pela Commodity dados e de trabalho, como a buscada no Futures Trading Commission, Langen Fórum de Reguladores de Derivativos de disse ao Parlamento Europeu que não Balcão em nível internacional, mas também seria apresentado um voto na primeira 26 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
leitura completa, porque os estadosmembro, que têm voz conjunta sobre as regulamentações através do Conselho Europeu, ainda estavam negociando os detalhes. Um assunto em discussão informado é a insistência britânica de que as regras devem cobrir todos os derivativos e não apenas os negócios de derivativos OTC, para garantir uma compensação competitiva. A MEO Sharon Bowles MEP, presidente da Econ, disse que estender o escopo impediria o desenvolvimento de monopólios e permitiria a competição justa no mercado Europeu. O adiamento veio apenas alguns dias antes do primeiro aniversário do DoddFrank Act nos EUA. O CFTC e o SEC ficaram para trás na regulamentação inicial e no cronograma de implementação, e adiaram a data de entrada em vigor de suas regras para derivativos OTC para dezembro. O adiamento na Europa foi bem-vindo pelas organizações e pelos políticos. A ISDA disse “Os membros do Parlamento Europeu, votando em sessão plenária em Estrasburgo, adotaram posições de emenda da proposta da Comissão Europeia, que estava largamente alinhada com as regras adotadas no Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários para essas propostas várias semanas antes da votação no plenário. “A ISDA saúda em particular a decisão de postergar a adoção de resoluções legislativas. Embora essa decisão adie a adoção de uma primeira leitura pelo Parlamento Europeu, ela torna mais provável que se atinja um acordo rápido no nível da UE sobre essas propostas do que se fossem adotadas as resoluções legislativas.” No espectro político, o Comissário Barnier também saudou o adiamento, dizendo que ele ofereceu a oportunidade para que a Europa resolva os problemas de supervisão, o escopo da legislação e a extra-territorialidade. A pressão estará agora sobre os estados membros para que tentem atingir um acordo sobre esses assuntos chave. No entanto, não são apenas boas notícias, porque as organizações bancárias estavam esperando que se chegasse a um acordo sobre as regras da UE em julho, para remover a incerteza sobre como investiriam e alterar suas estruturas de pós-trade. Isso também as ajudaria na maneira como fazem negócios. Em uma nota mais positiva, isso significa que vão reter o lucrativo negócio de derivativos OTC por mais tempo do que esperavam.
Produtos negociados em bolsa
Mercados digitais
Cresce o interesse nos produtos negociados em bolsas O interesse em produtos negociados em bolsa continua a crescer, mas as notícias são confusas quanto aos produtos de FX. m dos resultados esperados da legislação Dodd-Frank é um aumento na demanda de produtos negociados em bolsa, especialmente onde esses produtos são negociados em espaços com fortes ligações com um mecanismo de compensação. Embora a legislação não preconize o uso de espaços de trading comercialmente vinculados a câmeras de compensação, a realidade sempre foi que esses espaços provavelmente serão beneficiados. Este subtema é visto amplamente como estando por trás do aumento nos volumes de trading reportados pelo Bank for International Settlements (BIS) recentemente, assim como a decisão da ICE de aumentar sua aposta em sua batalha para desenvolver seu negócio de futuros de FX. Os volumes os negócios com derivativos globalmente, medido em quantidades nocionais, subiu de 21% no primeiro trimestre de 2011 para $581 trilhões, de acordo com o BIS. O interesse aberto, também medido em quantidades nocionais, expandiu 24% entre o fim de dezembro de 2010 e o fim de março de 2011. A atividade cresceu em todos os segmentos de mercado, exceto no câmbio, disse o BIS em sua Análise Trimestral o mês passado. Embora não tenha havido aumento de giro no segmento de câmbio, também não houve queda. A atividade no segmento de câmbio dos mercados de derivativos internacionais “permaneceram estáveis” em $10 trilhões, no primeiro trimestre de 2011, mas isso mascara diferenças significativas entre as moedas, disse o BIS.
U
O giro de contratos em iene japonês subiu 29%. A maior parte em trading de curto prazo, de acordo com o BIS. “O interesse aberto subiu apenas 9%.” O giro em futuros e opções em esterlinas e franco suíço subiu 20% cada. Por outro lado, o giro no real brasileiro, que é negociado predominantemente em bolsas, caiu 17% e o euro em 6%. O giro no segmento de taxa de juros subiu 23% para $498 trilhões, refletindo trading pesado em futuros e opções em taxas de juros de curto prazo, cujo giro cresceu 23% e 30%, respectivamente. O trading em contratos de títulos subiu 15%. O crescimento da atividade afetou todas as principais moedas, exceto o iene japonês. Aumentos especialmente grandes foram registrados no segmento de esterlinas de curto prazo, onde o giro dos futuros subiu 57% e de opções 113% à medida que os traders assumiram posições sobre as chances de um aumento da taxa de política do Bank of England. O trading menor nas bolsas chinesas enfraqueceu a atividade em geral nas bolsas de commodity internacionais no primeiro trimestre de 2011. O giro em todo o mundo medido em termos de número de contratos de derivativos de commodity caiu 20%, sendo que a bolsa chinesa reduziu o volume à metade, porque o tamanho dos contratos aumentou. Excluindo a China, o giro de derivativos de commodity aumentou 14%, com variação limitada entre os tipos de commodity. Futuros e opções em índices de preços de ações cresceram moderadamente, com o giro subindo 12%.
ICE lança novos contratos de FX A IntercontinentalExchange lançou contratos de futuros de FX para igualar em tamanho os contratos oferecidos pelo Grupo CME. Kirsten Hyde relata. IntercontinentalExchange (ICE) lançou 10 novos contratos de futuros de FX, principalmente em pares relacionados com o euro, que vão ser iguais em tamanho aos contratos oferecidos pelo Grupo CME. A medida é parte da estratégia de aproveitar os negócios crescentes que a ICE tem visto no trading de futuros de Índice de Dólar Americano, diz Ray McKenzie, vice-presidente, ICE Futures US. O volume médio diário do Índice subiu de 5.000 contratos para mais de 40.000 contratos nos últimos três anos, diz ele. “Os traders de FX nos segmentos institucional, Ray McKenzie varejo, bancário e corporativo expressaram grande interesse pelo trading de futuros de pares adicionais, junto com o contrato de futuros de Índice de Dólar Americano da ICE”, diz McKenzie. “Com a adição desses 10 pares de moeda na ICE Futures US, os participantes do mercado têm a opção de outro espaço de câmbio de futuros regulados para trading de futuros de moeda em outros tamanhos de contrato.” O movimento levará a ICE a ficar cabeça-à-cabeça com a CME em alguns dos pares de moedas mais ativos de sua rival. De acordo com McKenzie, muitos clientes usando estratégias de alta frequência disseram que estariam interessados no trading de futuros de FX na ICE se eles forem do mesmo tamanho que os contratos da CME porque seus modelos de trading estão preparados para os tamanhos de contrato da CME.
A
Até o fim do ano, os novos contratos da ICE substituirão os atuais, que são de diversos tamanhos, diz McKenzie. Os contratos oferecerão margens eficientes de capital, incluindo spread de margem com o Índice de Dólar Americano e outros pares de moedas, além de crédito de spread entre-bolsas. Os novos produtos, disponíveis em um tamanho de contrato de 125.000 euros, são: Euro/dólar americano, euro/franco suíço, euro/dólar australiano, euro/libra britânica, euro/dólar canadense, euro/iene japonês, euro/coroa norueguesa e euro/coroa sueca. O produto franco suíço/iene japonês está disponível em um tamanho de contrato de 250.000 francos suíços e o produto dólar australiano/dólar americano em um tamanho de contrato de 100.000 dólares australianos. Os contratos são listados exclusivamente na plataforma da ICE, que tem spreads de execução sub-milissegundo. Os contratos também estão disponíveis para transações EFP (exchangeforphysical) e trading em bloco. Não há sobretaxas de EFP além das taxas normais de bolsa e compensação, diz a ICE. A ICE expandiu seu programa de taxa de firma-membro da bolsa para o Índice de Dólar Americano para incluir todos os contratos de futuros e opções de FX, com uma taxa de $0,30 por lado. Com os novos produtos, a ICE oferece cerca de 60 contratos de futuros de FX.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 27
Digital Markets Awards Profit & Loss Escolha do Leitor de 2011 ®
PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDA E DERIVATIVOS
A Profit & Loss apresentou os ganhadores do seu Digital Markets Awards - Escolha do leitor de 2011 em um jantar e cerimônia em Nova Iorque no mês passado, com o Citi e o Barclays Capital dividindo 10 prêmios entre eles. Nas categorias de provedor de banco, o Citi ganhou seus prêmios, incluindo Melhor Corretagem Prime de FX, Melhor Plataforma de Trading para Corporações e Melhor Plataforma de Trading para Fundos de Hedge, enquanto o CitiFXPro ganhou Melhor Plataforma de FX para Varejo. O Barclays Capital recebeu quatro prêmios, incluindo Melhor Plataforma de Opções e Melhor Plataforma da Classe Multi-ativos. O UBS foi votado melhor provedor de Serviços Pós-negócio, o Deutsche Bank ganhou o prêmio de Melhor Gestão de Ordens, o Credit Suisse saiu com um prêmio pelo Melhor Sistema de Trading Algorítmico e o JP Morgan ganhou o prêmio Melhor Plataforma de Correspondência. Foi também uma noite para relembrar o DealHub, que venceu a concorrência no prêmio Melhores Serviços Pós-negócios, a categoria que recebeu o maior número de votos.O Hotspot FX ganhou o prêmio Melhor Plataforma de Trading para Fundos de Hedge, enquanto o 360T recebeu um prêmio de Melhor Plataforma de Trading para Corporações e a FXall de Melhor Plataforma de Trading para Gestores de Ativos. Outros ganhadores da noite incluem Icap EBS, que recebeu um prêmio de Melhor Plataforma de Correspondência; o Forex Match do Grupo GFI por Melhor Plataforma de Opções de FX, além do GFI Fenics por Melhor Sistema de Gestão de Risco (FX); a Thomson Reuters por Melhor Plataforma de Dados de Mercado; a Traiana pelo Prêmio Inovadores de Mercados Digitais; a SmartTrade por Melhor Plataforma da Classe Multi-ativos; e a Alpari (UK) Ltd por Melhor Plataforma de Varejo. Currenex, Progress Apama, FC Stone, Barracuda FX e Calypso Technology também receberam prêmios. Pelo quarto ano, a Profit & Loss abriu seu site na web, em abril e maio, para que os leitores votassem em melhor banco, corretora e provedores de serviços em 14 categorias principais. Neste ano, mais de 10.000 votos foram registrados, tornando esta a maior votação até hoje.
DIGITAL MARKETS AWARDS - ESCOLHA DO LEITOR DE 2011 Melhor Plataforma de Trading para Corporações Bancos Provedores 1. Citi 2. Barclays Capital 3. Bank of America Merrill Lynch Provedores não Bancos 1. 360T 2. FXall 3. Currenex
Melhor Plataforma de Trading para Fundos de Hedge Bancos Provedores 1. Citi 2= Barclays Capital 2= Deutsche Bank Provedores não Bancos 1. Hotspot FX 2. Currenex 3. FXall
Melhor Plataforma de Trading para Gestores de Ativos Bancos Provedores 1. Barclays Capital 2. Citi 3. JP Morgan Provedores não Bancos 1. FXall 2. FX Connect 3. Currenex
Melhor Plataforma de FX de Varejo Bancos Provedores 1. CitiFX Pro 2. Barclays Capital 3. dbFX Provedores não Bancos 1. Alpari (UK) Ltd 2. Gain Capital 3. FXCM
Melhor Plataforma de Correspondência Bancos Provedores 1. JP Morgan 2. Citi 3. Deutsche Bank Provedores não Bancos 1. ICAP EBS 2. Thomson Reuters Matching 3. Currenex
Melhores Serviços Pós-Negócios Bancos Provedores 1. UBS 2. Deutsche Bank 3. Citi Provedores não Bancos 1. DealHub 2. Logicscope 3. Thomson Reuters
Melhor Plataforma da Classe Multi-Ativos Bancos Provedores 1. Barclays Capital 2. JP Morgan 3. Morgan Stanley Provedores não Bancos 1. SmartTrade 2. CME Group 3. FX Connect
Prêmio Inovadores dos Mercados Digitais Bancos Provedores 1. Barclays Capital 2. Morgan Stanley 3. Citi Provedores não Bancos 1. Traiana 2. MarketFactory 3. FXecosystem
Melhor Sistema de Trading Algorítmico
Menor Sistema de Gestão de Risco Bancos Provedores 1. Citi 2. The Royal Bank of Scotland 3. UBS Provedores não Bancos (FX) 1. GFI Fenics 2. Thomson Reuters 3. Calypso Provedores não Bancos (multi-ativos) 1. Calypso 2. Algorithmics 3. Thomson Reuters
Melhor Plataforma de Agregação de Liquidação Bancos Provedores 1. Citi 2. Deutsche Bank 3. The Royal Bank of Scotland Provedores não Bancos 1. Currenex 2. Integral Development 3. TraderTools
Best FX Prime Brokerage Bancos Provedores 1. Citi 2. Deutsche Bank 3. Morgan Stanley Provedores não Bancos 1. FC Stone 2. Traiana 3. Prudential Bache
Bancos Provedores 1. Credit Suisse 2. JP Morgan 3. Barclays Capital
Melhor Gestão de Ordens
Provedores não Bancos 1. Progress Apama 2. Flextrade 3. SmartTrade
Bancos Provedores 1. Deutsche Bank 2. Citi 3. Barclays Capital
Melhor Plataforma de Trading de Opções
Provedores não Bancos 1. Barracuda FX 2. FXall 3. TwoFour
Bancos Provedores 1. Barclays Capital 2. Deutsche Bank 3. Credit Suisse Provedores não Bancos 1. GFI Forex Match 2. CME Group 3. Digital Vega
Melhor Serviço de Dados do Mercado Provedores não Bancos 1. Thomson Reuters 2. Bloomberg 3. GFI Group
Mercados digitais
O desafio da compensação global
O desafio da compensação global A implementação de uma compensação central para certos produtos de balcão está em andamento na Europa e nos Estados Unidos, mas quais são os desafios de jurisdição sem uma unidade de compensação? Colin Lambert analisa um artigo que discute esse assunto.
É
natural que os maiores mercados de derivativos de balcão do mundo liderem o caminho da reforma regulatória, especialmente nos anos recentes, para levar à compensação central e ao trading eletrônico de produtos padronizados. Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, (incluindo o Reino Unido), as câmaras de compensação têm operado com outros produtos, portanto já têm a infraestrutura necessária para adicionar produtos à medida que for determinado pelas autoridades competentes. Isso não é uma afirmação de que não existam complexidades no processo de transformação necessário para adicionar produtos de balcão aos serviços existentes, é apenas uma constatação de que já existe uma experiência de compensação nessas geografias
32 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
que pode ser aproveitada como guia para expansão. Mas o que dizer das jurisdições que não têm câmaras de compensação locais, mas fazem parte do que provavelmente será um regime regulatório globalizado? Os desafios levantados pela pressão por uma compensação centralizada são particularmente exigentes para os mercados locais ou regionais que enfrentam a opção entre o custo de ter um provedor local ou a perda de um grau de controle sobre o processo tendo um provedor externo oferecendo o serviço. Esta opção é articulada e discutida em um artigo publicado pelo Conselho de Reguladores Financeiros da Austrália – composto pelos dois principais reguladores, APRA e ASIC; o Departamento do Tesouro do governo e o Reserve Bank of
O desafio da compensação global
Australia – que fornece uma visão interessante sobre o processo de tomada de decisão em mercados regionais menores. Comparado com muitos mercados, o mercado australiano é grande. De acordo com os dados do Bank for International Settlements sobre a Pesquisa Trienal de Giro de FX de 2010, o país é o nono centro de derivativos de taxas de juros em moeda única do mundo, o sétimo maior centro de FX (é também o sétimo maior centro de swap de FX), o quarto maior em swaps de moedas e o décimo primeiro centro de opções de FX. Três desses quatro produtos provavelmente estarão sujeitos a compensação obrigatória nos EUA e na Europa e, muito provavelmente, no resto do mundo. Além disso, a Austrália está em sétimo lugar na lista do BIS das estatísticas de concentração da indústria bancária nos mercados de FX, juntamente com os Estados Unidos, com sete bancos concentrando 75% da atividade do mercado. Como as autoridades acreditam que um resultado desejado da câmara de compensação é a redução do risco da contraparte nesses mercados em risco em relação ao que poderia ser chamado de síndrome de “grande demais para quebrar”, isso sugere que a Austrália precisa de um mecanismo de compensação para derivativos de balcão urgentemente.
Estrutura O conselho publicou um artigo como base para a discussão e está recebendo comentários. Ele observa o ímpeto fornecido pelas reformas substanciais que estão acontecendo em jurisdições no exterior e a intenção dessas reformas de aumentar a resiliência dos mercados financeiros globais e reduzir a interconectividade dos principais bancos. Isso observado, o artigo aponta que essas intenções são principalmente voltadas para os mercados europeus e dos Estados Unidos, em vez dos mercados menores como a Austrália – um ponto sem dúvida ecoado pelas dúzias de jurisdições que estão enfrentando o mesmo problema atualmente. Efetivamente, o artigo está indicando os Estados Unidos e a Europa que um tamanho único não necessariamente atende a todos quando se trata de regulamentação global.Como base para discussão, no entanto, o Conselho concorda que uma compensação central poderia ser benéfica para algumas seções dos mercados financeiros australianos. Ele apresenta ainda as quatro principais considerações ao se discutir a compensação central em um mercado menor: a disponibilidade atual de serviços de compensação no país, o impacto de ligações com o exterior que são centrais para o mercado de derivativos de balcão, as implicações que uma entidade de compensação central (CCP) pode ter na estabilidade financeira e o impacto que a configuração de CCPs poderia ter na eficiência e no funcionamento de um mercado. As agências do Conselho observam que essas quatro considerações “aumentam a complexidade de se avaliar como uma compensação central pode ser obtida no mercado australiano”, acrescentando que a natureza das CCPs e seus
Mercados digitais
Mercados locais e regionais enfrentam a escolha entre o custo de apoiar um provedor local e perder o controle do processo de compensação impactos na infraestrutura financeira australiana precisam ser considerados com cuidado. As agências conduziram uma pesquisa de gestão de risco e outras práticas no mercado local de derivativos de balcão em 2009, e com base nisso, recomendaram que os participantes do mercado explorem o potencial de serviços de compensação. Essa pesquisa descobriu que os derivativos de taxas de juros e de FX compunham a maioria do mercado local, o que em si adiciona outro enigma ao debate. Especificamente, os EUA – e muito provavelmente a Europa – parecem dispostos a conceder uma isenção da compensação obrigatória para swaps e forwards de FX, mas os derivativos de taxa de juro estão “no escopo”. Isso significa que as autoridades australianas e outros organismos em todo o mundo, têm a complexidade adicional de avaliar os benefícios da compensação de produtos que podem não ter que ser compensados. Embora possa ser julgado que há um benefício de custo na promoção de uma câmara de compensação local para produtos de taxas de juros e FX, o volume de negócios apenas em produtos de taxas de juros pode não ser suficiente para sustentar o empreendimento.
A questão crucial Quanto à questão se uma câmara de compensação beneficiará o mercado australiano, os reguladores apontam que têm promovido procedimentos bilaterais de gestão de risco e têm sido “incentivados” por melhoramentos nesta área. No entanto, eles observam também que “Em muitas maneiras, um movimento para uma compensação central poderia resultar em um avanço significativo na gestão de risco e fornecer outros benefícios aos mercados. Em particular, a compensação central fornece um ponto focal para a supervisão do mercado e gestão de inadimplências de participantes, o que pode aprimorar a resiliência dos mercados financeiros. Por esses motivos, as agências do Conselho apoiam o movimento para uma compensação central.” Existe, no entanto, um condicional no que parece ser uma firme declaração de intenção. “É reconhecido, no entanto, que a compensação central pode acarretar em um novo conjunto de riscos e que isso precisa ser analisado cuidadosamente.” A imagem fica ainda mais confusa pela questão crucial de quem prestará os serviços de compensação. Embora o artigo reconheça que um “ótimo teórico” poderia ser uma única CCP global oferecendo serviços em todos os produtos, ele também aceita o argumento de que isso na verdade concentraria o risco em uma instituição global.Independente disso, ele observa que é improvável que surja uma única CCP no que é provavelmente uma arena muito competitiva. www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 33
Mercados digitais
O desafio da compensação global
Se os participantes do mercado não estiverem vinculados diretamente a uma câmara de compensação, pode haver um aumento no risco de contraparte para instituições domésticas O desafio para o provedor global de serviços de CCP é que o mercado australiano – ou similar – pode não transacionar negócios suficientes para fazer com que valha a pena uma extensão para esse domicílio. Isso significaria que apenas instituições locais com alcance global suficiente seriam capazes de acessar os serviços de compensação de uma forma relativamente econômica. Existe um certo paradoxo aqui, porque embora o CCP global possa desejar ter uma maior participação dos players locais, esses players serão atraídos apenas se o CCP oferecer uma ampla gama de produtos, nem todos comerciados ativamente. Em algum lugar, como é o caso no mercado mais amplo, alguém tem que tomar a decisão de liderar a evolução, embora isso claramente tenha custos e riscos associados. Se for no mercado local, eles podem gastar dinheiro em um mecanismo usado ou requerido por poucos, para o CCP global, o risco potencial é exatamente o mesmo. O artigo do conselho vê esses riscos e discute a perda potencial de controle sobre as atividades e práticas do mercado local, observando que: “Se os arranjos de associação ao CCP forem escalados de forma imprópria para os riscos que precisam ser geridos no mercado local, isso pode limitar indevidamente a diversidade de corretores locais, o que com o tempo, poderia resultar em maiores custos, menor inovação e maior concentração de exposições para usuários finais no mercado australiano. O conselho vê preocupação particular se o resultado for a incapacidade de qualquer participante local fazer a compensação diretamente através do CCP, “Isso poderia ver um aumento das exposições ou da dependência do sistema financeiro australiano em intermediários estrangeiros” declara o artigo, adicionando que mesmo se os critérios permitirem a participação local, uma alteração subsequente nas regras poderia eliminar isso e deixar o mercado local sem uma participação direta. Existe também o problema dos participantes locais que não são necessariamente membros diretos de compensação do CCP. Essas instituições não devem enfrentar um maior risco de contrapartes devido à sua incapacidade de fazer a compensação diretamente, declara o artigo. Dois problemas finais, relacionados à questão da soberania que permeia este debate, são que vários produtos compensados são provavelmente total e vitalmente importantes para a economia local (e a gestão do governo), e o tratamento da margem do cliente. Na Austrália, as agências do Conselho apontam para os mercados de swap de juros denominados em dólares australianos, que são “parte integrante do mercado de financiamento doméstico”. O teor estendido desses produtos deixa o mercado local exposto a uma mudança de estância ou prestação de serviço por um CCP não doméstico, colocando assim o mercado em risco. Com relação ao tratamento de margem, o artigo destaca o necessidade de garantir que a margem do cliente possa ser 34 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
protegida na eventualidade de uma inadimplência dentro do regime australiano de insolvência vigente. Outra preocupação não escrita podem ser as dúvidas com relação a exatamente onde na ordem dos clientes credores estrangeiros (por exemplo a Austrália), ficaria. A ameaça de conflitos de leis com relação a liquidação de ativos e em que ordem os credores devem ser pagos representa uma ameaça séria, se improvável, a qualquer jurisdição que pense em utilizar um serviço de CCP de um provedor estrangeiro. A falta geral de soberania é realçada pela falta potencial de supervisão de qualquer serviço de compensação que forneça CCP fora do domicílio. Embora as agências do conselho destaquem que é desejável uma supervisão cooperativa de tal mecanismo, é realista o bastante para ver que podem haver dúvidas sobre a eficácia dessa estrutura, especificamente que as mudanças desejadas nos procedimentos operacionais do CCP podem não ser aceitáveis para a jurisdição “líder”. Mais importante, pode também haver dúvidas sobre o desejo da nação “líder” de compartilhar dados sobre seus mercados domésticos com reguladores estrangeiros. Na ausência disso, seria incrivelmente difícil, se não impossível, para os reguladores não líderes monitorarem os riscos emergentes no sistema. Todos esses argumentos levam as agências do Conselho à conclusão que “por diversos motivos legais e operacionais, e dado o estado atual dos arranjos regulatórios interjurisdicionais” eles têm uma maior capacidade de supervisionar um CCP, e de dar assistência na gestão financeira e operacional de crises quando esse CCP estiver domiciliado na Austrália. Este é um sentimento que muito provavelmente será compartilhado por outros mercados locais ou regionais que enfrentam o mesmo desafio que a Austrália. Por fim, enquanto a decisão de prosseguir com um CCP doméstico parece ser a óbvia, existem obstáculos a vencer. Já mencionado, é o custo de estabelecer um CCP local para compensar uma quantidade limitada de negócios. Igualmente, o caso de negócio teria que ser forte para que um provedor existente estendesse sua oferta de produtos no mundo complexo e pesado em termos de recursos dos derivativos de balcão. Outras complicações surgem da garantia de que o serviço do provedor local é novo. Os provedores existentes de serviços de CCP aprimoraram seus serviços durante anos de experiência. Outros têm empresas estabelecidas dedicadas a certos produtos, como swaps de taxa de juros ou swaps de default de crédito. Um provedor local pode achar que o custo já significativo de prover um serviço aumentou ainda mais pela necessidade de manter um serviço competitivo e adequado, especialmente em face da competição de provedores globais para o negócio de bancos globais. Existe um perigo de que o maior grupo de instituições em um mercado local vá com o provedor global com quem estão confortáveis, deixando os players locais menores com um CCP local, fazendo com que o CCP não tenha negócios suficientes para sobreviver ou continuar a prestar o serviço. Não há dúvida de que existe uma solução para essa incerteza, possivelmente CCPs globais sendo incorporados localmente em certos locais estrategicamente importantes. Isso dito, o debate em andamento na Austrália provavelmente será repetido em muitos lugares em todo mundo, à medida que os reguladores, bancos, usuários finais e provedores de tecnologia tentam se adequar ao novo mundo apresentado a eles como resultado da crise financeira mundial e os colapsos bancários de 2007-08. n
Digital Vega recebe investimento
Mercados digitais
Deutsche Börse investe na Digital Vega Colin Lambert reporta sobre o que pode ser um marco para a indústria de opções de FX – além de um dos novos provedores no espaço.
A
Deutsche Börse adquiriu participação minoritária na plataforma de trading de opções de FX Digital Vega como parte de um objetivo estratégico de ampliar seu posicionamento nos segmentos de mercado fora das bolsas. Um contrato de investimento assinado no final de junho, no qual a Deutsche Börse pagará uma quantia de dólares americanos “na faixa de um dígito de milhões”. A Digital Vega foi lançada o ano passado, como divulgado exclusivamente na Profit & Loss (fevereiro de 2010), e fornece serviços para investidores institucionais, corporativos e outros participantes do mercado de FX. Ela executou sua primeira transação no fim do ano passado na plataforma Medusa (P&L Squawbox, 15 de novembro de 2010). A plataforma Medusa divulga solicitação de cotações do lado comprador do mercado, que são precificadas pelos bancos que fornecem liquidez. Atualmente, sete provedores de liquidez estão na plataforma e, pelo menos, mais cindo devem ser incluídos nos próximos meses. A Deutsche Börse diz que, com a aquisição, está crescendo seu posicionamento no fornecimento de transparência de preços pré-transação no mercado de derivativos e começando a ocupar espaço nos derivativos de FX. “Este investimento na Digital Vega realça nosso reconhecimento de que a paisagem da indústria está mudando e visa apoiar os compromissos do G20 de melhorar a integridade e a segurança dos mercados OTC”, diz Peter Reitz, diretor administrativo da Deutsche Börse e membro do conselho executivo da Eurex. “Sendo uma bolsa e câmara de compensação regulada, fornecemos serviços transparentes de trading, processamento e compensação. O software e os processos fornecidos pela Digital Vega são um elemento importante para alcançar a meta de mais transparência buscada pelos reguladores.” “Estamos imensamente felizes de anunciar esse investimento de parceiros estrategicamente tão importantes e vemos isso como endosso claro de nossa visão e modelo de negócios”, acrescenta Mark Suter, CEO da Digital Vega. “Alavancando nossa força conjunta e trabalhando com nossos colaboradores do lado comprador e do lado vendedor, pretendemos estabelecer a Digital Vega como um dos mais significativos atores do ambiente de FX.”
Mais a caminho? Na hora de ir para o prelo, a Profit & Loss entende que a Deutsche Börse não é o único investidor na plataforma e que o negócio de eExchange da State Street também está investindo. Com as opções de mercado de FX sendo empurradas para as instalações de execução de swaps (SEFs) e precisando ser compensadas centralmente, vários locais de trading estão procurando ajustar os seus modelos. Para firmas como a State Street eExchange, isso significa que a firma garante um espaço no mercado de opões sem ter de lidar com os problemas que teria como único proprietário da plataforma. Fontes da indústria informam à Profit & Loss que a Digital Vega é um investimento atraente por ser vista como sendo uma estrutura “amigável a relacionamentos”, onde as transações são executadas com visibilidade e com base em RFQ. Por isso, a plataforma obteve suporte significativo entre os bancos que
precisam fornecer liquidez crucial, nos primeiros dias da plataforma. Um dos problemas que alguns bancos tinham com a Digital Vega era o perigo da falta de dólares para investimento no futuro. Isso parece se resolver com este novo investidor ou, potencialmente, os dois novos investidores. A plataforma Medusa da empresa executou algumas transações até hoje, mas os volumes ainda não deslancharam. A Profit & Loss entende ainda que esses dois investidores não foram os primeiros a olhar para a Digital Vega, e que um negócio foi fechado anteriormente com a FXall antes que as negociações fossem abandonadas por causa dos termos financeiros. Se esse foi o caso, a State Street eExchange potencialmente conseguiu uma vantagem (provavelmente temporária) sobre a que provavelmente é uma das suas maiores rivais no correr dos acontecimentos. O negócio é visto amplamente como uma boa jogada da Digital Vega, pois garante fundos para pesquisa e desenvolvimento e também dá à firma uma base financeira sólida com apoios fortes e bem estabelecidos. Isso pode ser crucial para o futuro porque alguns poderosos estão rodeando o mercado de opções de FX esperando para fazer sua investida. Novamente, a Profit & Loss entende, de conversas com pessoas familiarizadas com a questão, que a Thomson Reuters, que fecha a sua plataforma Matching de opções de FX no início de setembro (veja Squawkbox da P&L’ de 30 de maio), está pronta a reingressar no mercado com a bandeira Tradeweb. A firma tem participação majoritária na Tradeweb – 10 grandes bancos também são investidores – portando a Thomson Reuters tem fácil acesso a uma SEF. O fechamento da plataforma Matching para opções de FX da Thomson Reuter foi divulgada exclusivamente na Squawkbox da P&L em 30 de maio – a firma encerra um projeto que começou como uma joint venture com a Icor há cerca de 10 anos. Fontes seniores da empresa dizem que o problema da Matching para FXO era sua incapacidade de crescer até o nível desejado pela empresa – colocado simplesmente, tanto volume quanto receitas estavam estagnados. De muitas formas, isso reflete o mercado de opções de FX como um todo, que vem lutando para crescer nos últimos três anos, desde o golpe da crise financeira, mas também esconde o fato de que o interesse pelo trading eletrônico de opções de FX vem crescendo desde então – um interesse que será acelerado pela iminente regulamentação. As fontes seniores também enfatizaram para a Profit & Loss, na ocasião, que a firma de forma nenhuma estava saindo do mercado de opções de FX e que voltaria com outra roupagem. Isso, como vemos, parece ser através da Tradeweb. O fato da Thomson Reuters, com seu poder financeiro e presença global, e dez grandes bancos serem os proprietários da Tradeweb significa que precificação e liquidez, assim como distribuição, não devem ser nenhum problema real. Isso, aliado com um contínuo desenvolvimento dos espaços já existentes de trading e com o crescimento em volumes de opções no CME Group, significa que a Digital Vega ainda tem muito trabalho pela frente. Tem de combater o potencial das plataformas rivais (a Volbroker potencialmente tem a força financeira da Icap por trás, para dar apenas um exemplo) e isso torna a injeção financeira vital para o futuro da empresa. De muitos ângulos, este negócio, e o (continua na p.48) www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 35
Mercados digitais
Compatibilidade com SEF
Thomson Reuters negociando para ser compatível com SEF até meados de 2012 A Thomson Reuters acha que a incerteza em torno da regulamentação de derivativos OTC gerou preocupações entre os bancos em quatro áreas: necessidade de capital, fluxo de trabalho, custo de negociar e liquidez para plataformas de um único banco, escreve Kirsten Hyde. Thomson Reuters marcou a data de meados de 2012 para a sua plataforma Dealing estar habilitada para SEF e suportar as regras globais para trading de derivativos de balcão. A empresa de informações e tecnologia financeira diz que pretende garantir que todas as suas plataformas sejam registradas como espaços de trading regulamentado em todas as jurisdições relevantes – inclusive registrando-as como instalação de execução de swaps (SEF), Jas Singh instalação de trading multilateral (MTF) ou instalação de trading organizado (OTF) – assim que as regras forem finalizadas e o processo aberto pelos reguladores. A medida permitirá que usuários do lado de compra e do lado da venda negociem globalmente usando as plataformas da Thomson Reuters para garantir conformidade automática com todas as regulamentações regionais e específicas relevantes de cada instrumento. A empresa diz que sua plataforma de transações convencional, Thomson Reuters Dealing, e o serviço pós-transação, Thomson Reuters Trade Notification, serão unidos ao Matching, Reuters Trading for Foreign Exchange (RTFX) e Thomson Reuters PostTrade Confirmation para formar um conjunto de serviços de conformidade regulatória que oferece processamento completo e direto para instrumentos de derivativos OTC. O Thomson Reuters Dealing também adotará um novo conjunto de regras globais em meados de 2012, antes dos prazos da indústria. Em uma entrevista para a Profit & Loss, Sarah Hayes, chefe global de estratégia, vendas e trading, diz: “A extraterritorialidade é uma preocupação fundamental no negócio de derivativos neste momento. Para tratar disso, nossos clientes adotarão um conjunto comum de regras, o que significa que podem negociar com contrapartes segundo regras que atendem ao Dodd-Frank Act, à regulamentação europeia e à regulamentação de outras jurisdições. Isso deve permitir que os clientes negociem com confiança e sem ter de se preocupar se devem fazer as transações em um SEF, MTF ou OTF, ou a quem devem reportar. Estamos nos certificando de que os clientes estejam prontos para as regras quando eles vierem com esse livro de regras.” O anúncio foi feito quando a Thomson Reuters divulgou as conclusões de uma pesquisa realizada em março e abril com gerentes seniores em algumas das maiores instituições financeiras globais para avaliar o impacto dos regulamentação em seus negócios. A pesquisa descobriu que a incerteza em torno da
A
regulamentação de derivativos OTC gerou preocupações entre os bancos em quatro áreas: necessidade de capital, fluxo de trabalho, custo de negociar e liquidez para plataformas de um único banco. A compensação emerge como foco principal dos bancos. “Detalhes em relação a fluxo de trabalho ainda estão pouco claros, e a compensação está intrinsecamente vinculada à precificação de instrumentos. Dentro do fluxo de trabalho de trading, os bancos devem considerar se o instrumento precisa ser compensado, que informações de compensação são necessárias, como administrar de forma eficaz e eficiente o roteamento das transações para as câmaras de compensação de contraparte e os repositórios de dados de transação, e quais serão as exigências de relatórios para o repositório e o mercado”, diz a empresa. A pesquisa também mostrou que existe uma aceitação geral dos bancos de que a liquidez para os instrumentos dentro desse escopo passará dos portais de um único banco para as recém-reguladas SEFs, MTFs e OTFs. Os desafios-chaves vistos pelos consultados são como os bancos de diferenciarão uns dos outros para os clientes e como as firmas do lado comprador se conectarão às várias plataformas disponíveis. Entretanto, a eficácia e a integração do fluxo de trabalho foram consideradas como as chaves do sucesso das novas SEFs e MTFs pela maioria dos bancos entrevistados. “Como os sistemas, processos e fluxo de trabalho do provedor e do cliente funcionam juntos de pré-transação, transação até pós-transação determinará a popularidade dos diferentes espaços, de acordo com os bancos”, diz Thomson Reuters. “Nossa pesquisa descobriu que os bancos diferem muito em termos de seu nível de preparo para a implementação das mudanças regulatórias”, diz Jas Singh, chefe global de Tesouro, Thomson Reuters. “Os bancos menores, não domiciliados nos EUA, estão adotando uma postura ‘esperar para ver’ enquanto a maioria dos grandes bancos está fazendo lobby, planejando, priorizando e desenvolvendo as capacidades necessárias. “Estamos definido agora um cronograma claro para as nossas atividades de conformidade regulatória que permitirão que nossos clientes se planejem para as mudanças regulatórios que virão. Em uma época de incerteza regulatória, sentimos que é importante assumir a frente e ajudar nossos clientes a navegar pelo labirinto. Vamos fornecer aprimoramentos em nossos produtos que não apenas ajudarão os nossos clientes a lidar com o novo ambientes regulatório, mas também melhorarão muito sua eficiência e fluxo de trabalho”, diz Singh. I
(continuação da p.47) potencial investimento da State Street, poderiam ser vistos como um estímulo para o mercado de opções como um todo. É pura coincidência, mas, de muitas formas, a indústria de portal/ECN multibancos foi revitalizada pela compra da Currenex pela State Street porque mostrou que havia valor em estar no espaço. O mesmo poderia agora ser dito em relação ao mercado de opções. Isso também indica que as pessoas acham que existe um real
potencial de crescimento que vai facilitar alguns anos na indústria. Não poucos observadores seniores e respeitados da indústria questionam o potencial de crescimento do mercado de opções de FX em um mundo novo, altamente regulado. Isso ainda vamos ver, mas uma coisa é clara, a indústria de opções de FX se tornará mais automatizada – ela precisa fazê-lo – e isso significa que existe um bom potencial para boas empresas de tecnologia deixarem a sua marca. I
36 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Fundos UCITS lançados
Gestão de dinheiro
Henderson, Deutsche colocarão no mercado fundos Ucits A demanda por veículos de investimento compatíveis com Ucits não apresenta nenhum sinal de desaceleração. ois fornecedores divulgaram planos de lançar fundos de moedas Ucis IV nas próximas semanas, a Henderson Global Investors planeja lançar um fundo de moedas de mercados emergentes Ucits IV no terceiro trimestre de 2011 e o Deutsche Bank e a Millburn Ridgefield Corporation vão lançar uma versão compatível com Ucits III do programa de trading multimercados da Millburn. O fundo da Henderson será administrado por Bob Arends, líder de moedas, e fornecerá aos investidores acesso à abordagem sistemática de investimentos em moedas de mercados emergentes da empresa. O fundo Henderson Horizon Emerging Markets Currency da Henderson Horizon complementa a variedade de fundos da firma, que compreende a estrutura de Cayman do fundo Henderson Global Currency, lançado em maio de 2009, e o fundo Ucits IV Henderson Horizon Global Currency, lançado em julho de 2010. Desde o lançamento em janeiro de 2008, como parte de sua estratégia global, a Henderson diz que a estratégia de mercados emergentes tem tido um histórico forte, com um retorno de 15,8% em 2008, 16,7% em 2009 e 8,3% em 2010, a uma volatilidade média de 12%. Arends diz, “Esperamos que o crescimento econômico global a longo prazo seja impulsionado, principalmente, pelo crescimento nos mercados emergentes. As economias emergentes já veem uma pressão de aumento das taxas de juro por causa da inflação. Esperamos que as taxas de juros aumentem significativamente à medida que os bancos centrais tentarem evitar o superaquecimento das economias, e esperamos que as moedas de ME se valorizem com isso. “Uma estratégia de moeda de ME com bom controle de risco sistemático pode oferecer retornos como os de equity, com riscos muito menores. Moeda é, de longe, a classe de ativos com mais liquidez no mundo e ainda cresce rapidamente, com o crescimento mais forte em moedas de ME.” Mark Skinner, co-líder de distribuição global, acrescenta, “Cada vez mais, vemos os investidores se tornarem conscientes da importância das moedas, pois elas permitem evitar o risco de
D
“Esperamos que o crescimento econômico global a longo prazo seja impulsionado, principalmente, pelo crescimento nos mercados emergentes.” liquidez e de crédito, enquanto oferecem pouca correlação com os instrumentos tradicionais como títulos e equities. “Com o aumento das taxas de juros, as moedas vão valorizar, enquanto, por outro lado, as dívidas de ME perderão valor, assim os investidores percebem que as moedas de ME podem ser uma alternativa importante à divida de ME. As moedas já são um fator-chave para o retorno do investidor estrangeiro nos mercados emergentes, e investir diretamente em moedas de ME pode vir a ser uma importante alocação de classe de ativos no futuro.” O Henderson Horizon Emerging Markets Currency Fund é um subfundo do Henderson Horizon Sicav Fund. O investimento mínimo é de $2.500 e a taxa de administração anual é de 1,2%. Deutsche e Milburn lançam fundo UCITS Enquanto isso, o Deutsche Bank e a Milburn colaboraram para lançar o fundo DB Platinum IV dbX Millburn MultiMarkets Index Fund. Ele oferecerá liquidez semanal e estará disponível em várias classes de participação. O programa de trading multimercados da Millburn, no qual se baseia a estratégia do fundo Ucits, negocia em um conjunto diversificado de mais de 120 mercados e utiliza estratégias com os períodos de retenção variando de curto prazo ao dia (intra-dia) a longo prazo (várias semanas ou meses). O programa de trading MultiMarkets tem um histórico de mais de seis anos, com um retorno líquido médio anual composto de +12,4% e apresentou baixa correlação com índices de ações, títulos e fundos de hedge, diz a firma. “O sentimentos dos investidores na Europa continuam a mudar muito em relação a Ucits alternativos e nós temos grande satisfação em trazer para a nossa plataforma os gerentes dos principais fundos de hedge”, diz Tarun Nagpal, líder europeu de derivativos de fundos do Deutsche. “A experiência e longo sucesso da Millburn tornará este produto atraente
para investidores que desejam ter acesso aos retornos de um importante fundo de futuros em um formato de Ucits III.” O vice-presidente executivo do Millburn, Barry Goodman, acrescenta: “Acreditamos que nosso histórico, que é um dos mais longos da indústria, combinado com a nossa capacidade demonstrada de inovar e evoluir, pode dar aos nossos investidores uma vantagem e posicionar nossos fundos para aproveitarem os deslocamentos do mercado em uma ampla gama de prazos. Como um dos primeiros administradores de CTA baseados nos EUA a lançar um produto Ucits, estamos entusiasmados com a oportunidade de dar a um novo segmento de investidores um forte complemento ou alternativa aos investimentos de suas carteiras atuais.” O fundo será vinculado ao desempenho do índice do dbX Millburn Multi-Market, cujos componentes são selecionados com base em uma estratégia sistemática baseada em regras. Esse índice reflete a exposição de contratos futuros, forwards e/ou swaps e opções em uma gama diversificada de mais de 120 mercados globais, incluindo energias, metais de base e preciosos, safras, índices de ações, títulos, taxas de juros e moedas. Os investidores do fundo se beneficiarão da liquidez semanal com NAVs do fundo publicados na Reuters, Bloomberg e online. O fundo estará disponível em EUR, GBP, USD e JPY, e pretende solicitar status de fundo que reporta em relação a classe de participação GBP. Millburn diz que a sua decisão de dar suporte ao produto Ucits III reflete uma constante demanda dos investidores por novas maneiras de investir em fundos de hedge, inclusive através de contas administradas e fundos Ucits III regulados e líquidos. A plataforma Platinum da Deutsche tem EUR 12,26 bilhões sob sua administração, e as plataformas de contas administradas do banco, a plataforma de fundo de hedge de X-markets e a dbSelect cresceram fortemente, diz o banco.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 37
Movimentos e mudanças
De mudança
Standard Chartered indica líder de mercados globais para o Brasil
A
Standard Chartered nomeou Saranya Skontanarak como líder de mercados globais para o Brasil, um cargo recémcriado. Skontanarak, que mais recentemente foi líder de mercados globais para o banco no Vietnã, se reporta a Mohammed Grimeh, líder de mercados globais para as Américas. Skontanarak entrou na Standard Chartered em 1988 e ocupou várias funções dentro de mercados globais na Ásia, inclusive como líder de trading de moedas estrangeiras e líder de vendas na
Tailândia. Ela foi transferida de volta para Hanói em 2006. No Brasil, ela vai se concentrar em desenvolver relacionamentos com clientes da base do banco nos mercados da Ásia, África e Oriente Médio, que estão se expandindo para o Brasil, assim como com clientes brasileiros fazendo negócios com esses mercados. Frank Ng, anteriormente líder regional de risco operacional global, baseado em Cingapura, assumiu as responsabilidades por mercados globais para o Vietnã.
Barclays Capital embaralha as cartas em vendas de FX Barclays Capital fez alterações na equipe de vendas de câmbio nos Estados Unidos e Ásia. Jim Iorio, líder de distribuição de FX para a Ásia, baseado em Cingapura, está pronto para transferência para Nova Iorque em julho para ser líder de distribuição de FX, América. Iorio está voltando para Nova Iorque, onde liderou as vendas de derivativos de FX para o Barclays. Antes disso, foi líder de vendas de FX para a América do Norte no Lehman Brothers. Ele substitui Gredd Chow, que foi
A
nomeado líder global de vendas de dinheiro real no Barclays Capital. Mike Hill, líder de vendas de taxas de mercados emergentes está chegando para substituir Iorio em Cingapura, e assumira uma função de FX além de suas atribuições de taxas. Em uma quarta mudança, Eric Schatz está sendo transferido de Tóquio – onde é líder de câmbio para o Japão – para Londres para ser COO de distribuição global do Barclays.
Credit Suisse nomeia líder global de spot trading de FX Credit Suisse nomeou Danny Wise líder global de spot trading de FX, cargo ocupado antes por Alain Delelis que saiu do banco há mais de um ano (Profit & Loss, 22 de março de 2010). A mudança marca uma alteração de direção para Wise que deixou o Barclays Capital em maio e deve ir para o HSBC como trader spot de yen, reportando-se a Serge Sarramegna (P&L’s Squawkbox, 6 de junho). Um portavoz do HSBC não quis comentar.
O
Wise está no Barclays Capital há quase 10 anos e foi líder do spot trading europeu. Ele se une ao BarCap da equipe de spot trading do Lehman Brothers. Wise começará no Credit Suisse em agosto e ficará baseado em Londres, disse um porta-voz do banco. Ele se reportará a Todd Sandoz que, no mê passado, substituiu Steve Yanez como líder global de FX e trading de taxa de juros de curto prazo.
UBS ataca BARX para executivo sênior aul Ainsworth deixou sua função de vendas de FX no Barclays Capital para ir para o UBS, de acordo com fontes do mercado. Ainsworth irá para o banco suíço em Stamford, CT em 5 de julho, reportando-se a Andy Corcoran, diretor executivo e líder de vendas de e-commerce de FX, Américas, informam fontes. Nessa nova função, ele liderara as iniciativas de vendas eletrônicas na
P
área de fundos de hedge e trading de alta frequência. Ainsworth entrou para a Barclays em outubro de 2007 vindo da Cantor Fitzgerald e foi responsável pelo crescimento dos negócios de FX nas Américas, com foco em grupos de trading qualitativo e produtos FX do Barclays. Antes da Cantor, ocupou vários postos em FX, equities e renda fixa no Credit Lyonnais, GNI e Eurobrokers, em Londres e na Ásia.
38 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
RBS faz Bright mudar lifton Bright ingressou no Royal Bank of Scotland como diretor administrativo do grupo de vendas de FX institucionais, vindo do Morgan Stanley. Bright é baseado em Stamford, CT e reporta-se a Craig Donaldson, líder de instituições financeiras de FX e vendas de corretagem prime, mercados globais nas Américas. Bright é responsável pela expansão da plataforma de vendas de FX do RBS’ para clientes ‘Alpha’ atuais e potenciais, diz um porta-voz. Bright tem 17 anos de experiência no mercado de FX. Mais recentemente, ele foi produtor na equipe de fundo de hedge de FX no Morgan Stanley, fazendo o marketing de produtos de FX, mercados emergentes e dinheiro hibrido para fundos mútuos, consultores de investimentos e gerentes de overlay.
C
Newedge inclui veterano de PB isso VanderMuelen vai para a corretagem prime, originação e estruturação da Newedge em Nova Iorque. VanderMeulen recentemente era vicepresidente sênior de câmbio da R. J. O’Brien & Associates, cargo que assumiu em setembro de 2009. Antes disso, foi diretorexecutivo e líder de corretagem prime do ABN Amro.
E
Pearson deixa a Nomura ames Pearson deixou sua função de líder global de trading spot do G10 e líder europeu de trading de moedas estrangeiras de mercados emergentes da Nomura, confirma um porta-voz. De acordo com fontes do mercado, Person vai para o Royal Bank of Scotland, embora isso não tenha sido confirmado antes desta publicação. Antes da aquisição pela Nomura de parte da Lehman em 2008, Pearson era co-líder de trading NDF com Mark Cudmore que também foi para a equipe de spot e forward de ME na Nomura. Pearson também foi líder global de trading de FX do G10 na Lehman (Profit & Loss, novembro de 2008).
J
Bullen deixa o Citi avid Bullen deixou o Citi onde era diretor administrativo de taxas globais e e-commerce de crédito baseado em Londres. Bullen ficou no Citi 17 anos. Antes, trabalhou no Salomon Brothers durante 10 anos como gerente de e-commerce. Ainda não estava claro para onde iria na hora desta edição. Um porta-voz do Citi confirmou sua partida.
D
De mudança
Taylor troca Calyon por CBA
DealHub contrata novo executivo de vendas O
DealHub da Option Computers expandiu suas equipe de vendas e marketing com a contratação de Peter Hill como executivo de vendas, baseado em Londres. Hill se reporta ao diretor administrativo Peter Kriskinans e assume seu cargo imediatamente. Hill tem mais de 30 anos de experiência no mercado de FX e ocupou várias funções
seniores de desenvolvimento de negócios, vendas e trading. Entre elas vice-presidente assistente, vendas corporativas de FX, líder de vendas de tesouro do Swiss Volksbank e chefe de trading de margem no Nomura. A contratação é parte da estratégia de crescimento do DealHub e reflete um aumento na atividade de novos negócios, diz a empresa.
FXall contrata na Austrália ontes do mercado dizem que a FXall avançou no negócio de eExchange da organização rival State Street para encontrar o líder de seu novo escritório australiano. As fontes dizem, que Simone Halpin está entrando na firma em Sidney deixando sua função de líder no esforço de FX da Global Link, função que assumiu em 2009. Halpin ficou na Global Link por onze
F
anos, antes de mudar para a FXall. Entende-se que ela se reportará localmente a Jonathan Woodward, recém nomeando líder da FXall na Ásia, que está mudando de Sidney para Cingapura. Halpin trabalhou para Woodward na Global Link antes de ele ir para a to FXall como líder as operações na Austrália e Nova Zelândia, no fim de 2008.
Quintela junta-se a Iniciative FX Gateway do Morgan Stanley laudia Quintela entrou para o Morgan Stanley em Londres, como diretoraexecutiva e líder global de distribuição da plataforma FX Gateway do Morgan Stanley. Baseada em Londres, ela se reporta a James Rogers, líder global do FX Gateway. O FX Gateway, uma plataforma multigerentes, é um novo negócio que foi criado
C
dentro da divisão de renda fixa do Morgan Stanley. Espera-se que o banco distribua a plataforma para os clientes no fim do verão. Quintela sai do UBS onde foi diretora executiva, introduções de capital, função que assumiu em 2004. Antes disso, ela era associada sênior na State Street.
Portlock vai para o Commerzbank ark Portlock foi nomeado líder spot trading de FX, Ásia, pelo Commerzbank em Cingapura. Ele se reportará localmente a Paul Durrant, líder de trading de FIC, Ásia, e globalmente a Christian Drueke, líder de spot de FX. Portlock vem do UBS em Cingapura, onde era diretor executivo de spot trading de FX, cargo que assumiu em agosto de 2010. Antes
M
do UBS, Portlock era líder global de spot trading de FX e metais preciosos no WestLB em Dusseldorf. Ele entrou no banco alemão em julho de 2006 e também ocupou cargos de dealer-chefe e líder de trading em yen. Antes do WestLB, Portlock trabalhou no RBC Capital Markets em Londres, em spot trading de euro/yen. Ele também trabalhou no Bank of America e AIB Capital Markets.
hris Leuschke, líder global de vendas de câmbio no Royal Bank of Scotland em Londres, deixou o banco. A saída de Leuschke se deve ao seu retorno à Nova Zelândia com a família depois de trabalhar no banco por oito anos, diz um porta-voz do banco. Anteriormente, ele era líder de estruturação de FX antes de ser
eith Taylor deixou o Calyon em Londres, onde era líder câmbio spot de mercados emergentes, dizem fontes do mercado. Entende-se que ele irá para o escritório de Londres do Commonwealth Bank of Australia. Taylor trabalhará com Kieran Salter, que se tornou líder de vendas globais para FX, taxa de juros e commodities em setembro passado (P&L’s Squawkbox, 27 de setembro de 2010), e Andy Hellard, que foi para o banco australiano em fevereiro, como vendedor sênior para instituições de FX globais (P&L’s Squawkbox, 10 de janeiro).
K
Yetsenga vai para o ANZ ichard Yetsenga foi para o ANZ Bank em Sidney, confirma o porta-voz do banco. Yetsenga entrou para o ANZ no fim de junho como líder global de pesquisa de estratégia de FX, e reporta-se a Warren Hogan, economista-chefe, também baseado em Sidney. Antes desta função, Yetsenga era líder de estratégia de moedas de mercados emergentes no HSBC em Hong Kong. Ele começou a trabalhar no HSBC em 2004 como estrategista de moedas regional para a Ásia, após trabalhar como estrategista de moedas e economistachefe substituto no Deutsche Bank.
R
Gruie deixa o BNP Paribas lisabeth Gruie deixou o BNP Paribas em Londres, onde era estrategista-sênior de moedas de mercados emergentes. Gruie trabalhou no BNP Paribas desde 2002. A partida de Gruie acontece em seguida ao pedido de demissão de Hans Redeker, líder de estratégia de câmbio, e Ian Stannard, estrategista-sênior câmbio, em março. Redeker e Stannard foram para o Morgan Stanley. Os planos de Gruie ainda não são conhecidos.
E
Wray vai para o Santander hris Wray entrou no Santander como trader sênior de spot G10 em Madri, um porta-voz do banco confirma. Ele se reporta a Alex Finos, líder global de desenvolvimento de mercado de câmbio G10. Wray era dealer sênior no banco ANZ, cargo que assumiu em outubro de 2009. Antes, ele trabalhou em spot trading no Citi em Londres por oito anos depois de passar sete anos como dealer-chefe da mesa de FX spot do Citi em Sidney.
C
Leuschke sai do RBS
C
Movimentos e mudanças
promovido a líder de vendas globais no fim de 2009. Em sua função mais recente, ele se reportava a Tim Carrington, chefe global de FX, e Brian Reid, chefe global head de vendas e estratégia de renda fixa e commodities. Ele também trabalhou no Citibank, na Nova Zelândia. O porta-voz do RBS diz que ainda não foi nomeado um sucessor para o cargo.
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Julho/agosto de 2011 I 39
Anos atrás na Profit & Loss Manchetes de julho/agosto de 2001 Corretagem Prime – Um negócio em crescimento? ssa foi a pergunta feita pela Profit & Loss na sua matéria de capa 10 anos atrás. Observamos que, apesar do FXPB ser uma nova área de negócios de “rápido crescimento” em FX, o mesmo já estava atingindo uma conjuntura crítica. Continuava a ser um serviço para o lado especulativo do trading de moedas, ou se ampliou para a veia principal dos negócios para atender a todo o espectro de participantes do mercado, incluindo as corporações multinacionais? Também observamos que, possivelmente a primeira menção a uma tendência que continua até hoje, que como os principais bancos entrando no negócio, as taxas, que eram, frequentemente, em torno de $25 por $1milhão, estavam sendo levadas para baixo a até $15-17 por $1 milhão! Certamente o FXPB não parecia ser o negócio da escala que tem hoje. O artigo dizia que o grupo principal das corretoras prime lidavam com algo próximo a $250 bilhões por mês em nome dos clientes, muito longe dos mercados de hoje onde a função de PB provavelmente lida com quase o dobro disso por dia. Embora alguns entrevistados acreditassem que cobrar menos de $25 por milhão “não compensava os riscos”, era geralmente aceito que taxas de PB mais baixas eram a única forma de sobreviver no negócio. Além disso, o advento dos portais multibancos e ECNS eram vistos como uma vantagem para o espaço de FXPB por sua atração para uma gama maior de participantes do mercado. No geral, na época, o FXPB ainda era visto como tendo espaço para crescer, mas o interessante é que a maioria pensava no mundo corporativo como a fonte, e não a arena de administração de dinheiro, de onde ele acabou vindo.
E
Que recuperação dos EUA? om uma manchete igualmente relevante hoje, Michael Burke da B&M Research afirmava que a “Recuperação dos EUA ainda estava muito distante”. Foi observado que o otimismo anterior de que o Fed iria socorrer o mercado de ações tinha dado lugar a mais precaução, acrescentando que “seria um grave erro presumir que um
C
40 I Julho/agosto de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
aumento nos preços das ações impulsionado por liquidez automaticamente indicasse recuperação econômica”. Destacando uma queda projetada para a lucratividade e investimentos dos EUA, o artigo não pintou um bom quadro do futuro para o dólar americano no despertar da explosão da bolha tecnológica. Engraçado como as coisas se repetem, não é?
Volbroker reage uando o mercado ainda está se acostumando com a automatização das opções de FX, é um novo lembrete de há quanto tempo essas iniciativas estão acontecendo, quando, 10 anos atrás, a Profit & Loss informava sobre os avanços tecnológicos da plataforma de trading de opções de FX, Volbroker. A plataforma aprimorou a arquitetura do sistema, que incorporou um novo front end, mudando a linguagem de programação de C++ para visual basic, e mais funcionalidade exigida pelos usuários. As alterações simplificaram o sistema que, esperava-se, permitiria que a plataforma fosse usada por bancos de segunda linha, pois ela era oferecida pela internet em vez de uma linha dedicada. A única coisa que estava segurando o lançamento na internet era a “preferência dos usuários”, algo que aparentemente acontecia.
Q
E falando de opções… SuperDerivatives divulgou a sua oferta inaugural, um serviço baseado na web para definição de preços de opções de moedas exóticas. A empresa alegava que seus algoritmos de definição de preço eram diferentes de muitos dos seus rivais, cujo software ocasionalmente fornecia o preço “errado”. Explicou David Gershon, CEO da SuperD: “Diferentemente dos modelos de definição de preço de opções, o SuperDerivatives não se baseia na abordagem Black-Scholes, que envolve moção Browniana e cálculo estocástico… [que são] extremamente bonitos, mas ão funcionam porque as pessoas que negociam opções realmente não querem saber de probabilidades – elas querem paz de espírito.”
A