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Dependentes de remédios

Omundo está cada vez mais depende de medicamentos. Entretanto, devido ao uso de forma desregulada, os efeitos nem sempre são satisfatórios. É o que revela que revela um relatório de entidades ligadas à Organização das Nações Unidas, divulgado esta semana e que alerta que o uso excessivo de medicamentos e os consequentes casos de resistência antimicrobiana podem causar a morte de até 10 milhões de pessoas todos os anos até 2050. Além disso, o prejuízo à economia global, segundo o documento, pode ser tão catastrófico quanto a crise financeira que assolou o mundo entre 2008 e 2009.

Segundo os estudos, a estimativa é que, até 2030, a resistência antimicrobiana leve cerca de 24 milhões de pessoas à extrema pobreza. Atualmente, pelo menos 700 mil pessoas morrem todos os anos devido a doenças resistentes a medicamentos, incluindo 230 mil por causa da chamada tuberculose multirresistente. No entendimento de especialistas, mais doenças comuns, incluindo infecções do trato respiratório, infecções sexualmente transmissíveis e infecções do trato urinário estão se tornando intratáveis. O que também está cada vez mais evidente é que o mundo já está sentindo as consequências econômicas e na saúde à medida em que medicamentos cruciais se tornam ineficazes. Sem o investimento dos países em todas as faixas de renda, as futuras gerações terão de enfrentar impactos desastrosos da resistência antimicrobiana descontrolada”, completou a entidade. editorial

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No contexto de alerta geral, o relatório recomenda, entre outras medidas, priorizar planos de ação nacionais para ampliar os esforços de financiamento e capacitação; implementar sistemas regulatórios mais fortes e de apoio a programas de conscientização para o uso responsável de antimicrobianos e investir em pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias, para combater a resistência antimicrobiana.

700 mil pessoas morrem todos os anos devido a doenças resistentes aos medicamentos

Outros levantamentos que seguem a linha dos estudos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) também apontam que existem alguns fatores que contribuem para o uso excessivos de remédios. Isso é uma pratica recorrente em diversos países. No Brasil, a situação não é diferente. Por outro lado, a situação fica ainda mais grave com a automedicação, que já se tornou prática comum em mais de 90% da população. Nesse sentido, uma pesquisa recente indica que dor de cabeça é responsável por

Sua majestade o sofá

JoSé alBErto VaSConCElloS*

*Membro da Academia Douradense de Letras

Sofá. “SOFÁ, s.m. (do árabe suffa). Assento estofado, com braços e encosto, para duas ou mais pessoas, geralmente usado em salas de estar.” Como se confere, o sofá cujo nome origina-se do árabe, seguramente quem o inventou, para uso em palácios ocupados por árabes de alta patente, porque os árabes de vida simples, sem uma chancela que o distancie dos beduínos, preferem mesmo é sentarem-se no chão.

Anote que o chão das tendas no deserto hoje é mais seguro, que as casas nas cidades que – com sofá ou sem sofá – são constantemente destruídas por guerras ou pelo ataque de terroristas. Os terroristas apresentam-se em duas categorias: os suicidas e os que preferem ficar vivos, estes acreditando só em parte, na promessa de ir para o harém no céu. Em quaisquer dos dois tipos de ataques, sempre ocorrem grandes estragos materiais (inclusos os sofás) e perdas de vidas de pessoas inocentes, entre ela, crianças e velhos indefesos. Mas voltemos aos SOFÁS inventados pelos árabes, que é, realmente, o assunto que se pretende abordar nesta crônica. Entre nós, os brasileiros, no seio das classes mais modestas, há uma crença de que o sofá representa “statu social”. Assim sendo, muitos e muitos brasileiros sonham possuir um sofá. Móvel que vai – imaginam eles – embelezar e valorizar o modesto ambiente da pequena sala, vazia e despida de qualquer conforto. Vai impressionar e propiciar comodidade aos visitantes. Essa a crença! A vontade de adquirir um sofá é grande; pequenas são as condições financeiras para adquiri-lo; assim sendo, o caminho escolhido é comprar um sofá de segunda mão. É tão grande a vontade de possuir o sofá, que o compram sem examiná-lo com a devida atenção. Compram Carcará como se Peru fosse: o móvel guarda estragos invisíveis decorrentes do uso, que não são detectados pelo comprador no ato do negócio. Cumprido sua finalidade de propiciar conforto e atestar o “status familiar” de quem o possui, o sofá – inesperadamente – arria! Cai uma perna, rasga o forro, entorta o encosto... em pouco tempo torna-se um traste indecoroso, triste, deprimente e sobretudo vergonhoso, para continuar ocupando o espaço que ocupa na sala, onde são recebidas as visitas. A família faz conferências ana- quase metade da medicação sem prescrição médica.Na verdade, para muitos brasileiros apenas os medicamentos de tarja preta ou vermelha são prejudiciais. Segundo uma máxima antiga, quem tem dor, tem pressa. E, nesta questão, a pressa dos brasileiros mostra-se ainda maior, já que o Brasil ocupa o posto de recordista em automedicação. A pesquisa revela que as dores que mais afetam os são dores de cabeça (42%), dor lombar (41%), dor cervical (28%) e dores nas pernas (26%), responsáveis por grande parcela do consumo indiscriminado de analgésicos orais. De acordo com a definição da agência Nacional de Vigilância Sanitária, a automedicação ocorre quando há o uso de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas para algum problema de saúde em geral não diagnosticado ou clinicamente identificado.

É importante ressaltar que, para demonstrar a gravidade deste assunto, basta dizer que os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil desde 1994.

Para a maioria dos entrevistados, em diversas pesquisas, , o uso de uma opção não medicamentosa

O NúmerO 10 milhões de pessoas podem morrer até 2050, devido ao uso excessivo de medicamentos, segundo dados da onu segura para o alívio da dor seria a solução ideal, pois eles acreditam que o uso de medicamentos tem um efeito nocivo à saúde, impactando na qualidade de vida no futuro.

Em contrapartida, outro ditado da época dos nossos avós, que dizia que “o que não remédio, remediado está”, em alguns casos acaba perdendo a essência, uma vez que, ao menor sinal de qualquer tipo de dor, a solução está na automedicação. Partindo desse pressuposto, até mesmo o médico acaba sendo substituído, principalmente, nos tempos da internet e das redes sociais. Esta ficando cada vez mais “normal” os internautas consultarem o “Dr. Google”. Todavia, esse tipo de prática em nada contribui para a melhoria da saúde da população. Pelo contrário, esse tipo de conduta induz ao erro e pode, na maioria dos casos, resultado em conseqüências irreversíveis para a população.

Há uma crença de que o sofá representa “status social” lisando a situação do sofá. As mocinhas da família, mais esclarecidas, relacionadas com colegas de melhor suporte financeiro, têm vergonha de receber as amigas em casa, com aquele sofá na sala, que mais parece uma mula-sem-cabeça semi devorada por um crocodilo. As moçoilas protestam – querem porque querem! – um novo sofá, argüindo, para tanto, que o pai já tem melhores condições financeiras para comprar um novo; ademais, aduzem: as lojas estão vendendo sofás em doze prestações, sem juros! Pouco tempo depois, o chefe da família, também sentindo-se envergonhado com o tal sofá, resolve comprar um novo. Comprar um novo e fazer o que com o velho? É a pergunta e vem prontamente a solução: a “desova” do trambolho num lixão clandestino.

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