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IPCA para 2017 cai de 3,06% para 3,03%, aponta Focus
Alta do PIB de 2017 sobe de 0,73% para 0,89%, aponta o Relatório do Mercado Focus. A Projeção para a Selic no fim de 2017 segue em 7,00% ao ano
Fabrício de Castro, Agência Estado De Brasília
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Os economistas do mercado financeiro reduziram suas projeções para o IPCA para este e o próximo ano.
O Relatório de Mercado Focus divulgado ontem (4) pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,06% para 3,03%.
Há um mês, estava em 3,08%.
Já a projeção para o índice de 2018 permaneceu em 4,02%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas ontem no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique levemente acima do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%).
Em outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC havia informado suas projeções para o IPCA:
3,3% em 2017, 4,3% em 2018 e 4,2% em 2019. Estes parâmetros devem ser atualizados amanhã, dia 6, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em
As projeções atuais do BC para os preços administrados indicam elevações de 7,9% em 2017, 5,1% em 2018 e 4,3% em 2019
7,50% ao ano.
Preços administrados O Relatório Focus indicou redução na projeção para os preços administrados neste ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 foi de alta de 7,90% para avanço de 7,85%. Para 2018, a mediana passou de 4,90% para 4,88% Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,00% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,88% em 2018.
As projeções atuais do BC para os preços administrados indicam elevações de 7,9% em 2017, 5,1% em 2018 e 4,3% em 2019. Estes porcentuais serão atualizados na ata do encontro do Comi - tê de Política Monetária (Copom), que sai na terça-feira da semana que vem, dia 12.
Outros índices
O Focus também mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -1,12% para -1,08% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,97%. Para 2018, a projeção seguiu em +4,50%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de -1,12% para -0,95% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em -1,13%. No caso de 2018, o índice foi de +4,38% para +4,39%, ante os mesmos +4,39% de um mês atrás.
PIB Na esteira da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, na última sexta-feira, dia 1º, o mercado financeiro elevou sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2017. A expectativa de alta para o PIB deste ano passou de 0,73% para 0,89% no Relatório de Mercado Focus divulgado ontem. Há um mês, a perspectiva estava em 0,73%. Para 2018, o mercado elevou a previsão de alta do PIB de 2,58% para 2,60%. Quatro semanas atrás, a expectativa era de 2,50%.
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre. Apesar de modesto, o número foi bem recebido pelo mercado. Um dos motivos foi o crescimento do investimento produtivo, de 1,6% no trimestre, na primeira alta após 15 quedas consecutivas.
Selic À espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, amanhã (6), os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017 e 2018.
O Relatório de Mercado Focus de ontem trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano permaneceu em 7,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 seguiu em 7,00% ao ano,
Número de famílias endividadas sobe para 62,2% em novembro
Comparado a novembro de 2016, no entanto, houve alta de 1,4 ponto porcentual
Fernanda Nunes, Agência Estado
Do Rio de Janeiro
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) captou a quinta alta consecutiva do porcentual de famílias endividadas, de 62,2%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) relativa ao mês de novembro, divulgada ontem (4). Em comparação a outubro, houve alta de 0,4 ponto porcentual. Em outubro, a taxa foi de 59,6%.
Apesar de ter registrado mais famílias endividadas, a proporção das que possuem contas em atraso diminuiu, atingindo 25,8% do total ante 26% em outubro. Essa é a segunda queda mensal consecutiva, após o indicador ter alcançado o maior patamar do ano em setembro (26,5%). Comparado a novembro de 2016, no entanto, houve alta de 1,4 ponto porcentual. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável em 10,1% entre outubro e novembro, mas apresentou alta em relação aos 9,5% de novembro de 2016.
“A taxa de desemprego ainda bastante alta ajuda a explicar a dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o pessimismo elevado em relação à capacidade de pagamento”, afirma Marianne Hanson, economista da CNC.
Do total de entrevistados, 14,6% declararam estar muito endividadas, o que indica estabilidade em relação ao mês anterior. Na comparação anual, houve alta de 0,1 ponto porcentual. O porcentual de famílias que se declararam pouco endividadas teve leve alta na comparação mensal, tendo passado de 24,5% para 24,6% do total de entrevistados. Em relação ao mesmo período de 2016, também igual a um mês atrás. ocorreu aumento, de 0,6 ponto porcentual. O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas ficou em 64,2 dias em novembro, superior aos 63,3 dias de novembro de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,3% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre as endividadas, 23,8% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Para 76,9% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (16,7%) e financiamento de carro (10,4%). Os dados da Peic são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
Em outubro, o Copom havia reduzido a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 8,25% para 7,50% ao ano. No comunicado e na ata que acompanharam esta decisão, o colegiado sinalizou a intenção de aplicar um corte ainda menor em dezembro - provavelmente de 0,50 ponto porcentual, na visão de boa parte do mercado. No Focus agora divulgado, a Selic média de 2017 seguiu em 9,84% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era a mesma No caso de 2018, a Selic média foi de 6,81% para 6,78%, ante 6,84% de quatro semanas atrás.

Dólar No Relatório de Mercado Focus divulgado ontem o Banco Central mostra que a projeção para a cotação da moeda americana no fim de 2017 seguiu em R$ 3,25. Há um mês, estava em R$ 3,20. O câmbio médio de 2017 permaneceu em R$ 3,20, ante R$ 3,19 de um mês antes. No caso de 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano permaneceu em R$ 3,30. Quatro semanas antes, estava no mesmo patamar. Já a projeção para o câmbio médio no próximo ano foi de R$ 3,27 para R$ 3,29, ante R$ 3,26 de quatro semanas atrás, segundo o Relatório Focus.