Edição de 19 de fevereiro de 2022 by O Progresso Digital

DOURADOS MS ANO 69 Nº 13.709

O PROGRESSO

19 de fevereiro de 2022

★★★★★

DIVULGAÇÃO

UNIVERSIDADES

ÔNIBUS LOTADOS

NO RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS PÁG. D6

Vacina

Douradenses precisam esperar quase 1 mês para tomar 3ª dose PÁG. D5

Educação

Famílias madrugam na ﬁla e enfrentam intenso calor para conseguir vaga na Reme PÁG. D1

Urbanização

Perímetro urbano de Dourados pode ser reduzido com a revisão do Plano Diretor PÁG. D3

CULTURA

Poesia

AGÊNCIA BRASIL

Em comunicado, Fiocruz diz que “PL do Veneno” causará danos irreparáveis

Brasil é um dos países com maior consumo de agrotóxico no mundo

PEQUENA ÒPERA de Emmanuel Marinho

PÁG. C1

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

Fake news

s eleições estão se aproximando e mais uma vez a Justiça Eleitoral tenta encontrar mecanismos para que as empresas de mídias sociais possam ajudar a combater as fake news. O ambiente virtual não é terra sem lei, contudo, diante da facilidade de propagação de informação, este território acaba se tornando um espaço onde tudo pode acontecer, principalmente de fake news. O problema, no entanto, não está propriamente nas mensagens espalhadas pelas redes. E sim no cidadão que acredita em tudo o que vê. E pior, saiu espalhando. Com isso, uma mentira que deveria ser descartada acaba se tor-

nando verdade ao ser disseminada no Facebook, no Instagram, no TikTok, no Twitter, no WhatsApp, no Telegram, entre outros. “Penso, logo existo” é uma frase icônica dita pelo filósofo francês René Descartes, que marcou a visão do movimento Iluminista, colocando a razão humana como única forma de existência. Agora, “Leio, logo acredito”, “Ouço, logo acredito” ou “Assisto, logo acredito”, é o retrato do quanto a população está dominada pela quantidade de informações, principalmente vindas das mídias sociais. Ora, se está com um celular com internet, nada custa fazer uma prévia pesquisa para saber se realmente a informação é

verdadeira, antes de acreditar e compartilhar. Como tudo aquilo que é fácil é a preferência de muita gente, acreditar logo de primeira é mais cômodo, principalmente quando a informação fala daquilo que agrada ou convém. Para as eleições de outubro, o Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai se comprometeram a criar ferramentas de denúncias de fake news. Entre elas a de implantar recurso exclusivo para denúncia de postagens. Mas sabemos que diante da avalanche de notícias falsas que haverá, dificilmente essas empresas conseguirão avaliar denúncia por denúncia, afim de resolver

a questão de forma célere e imparcial. O combate à desinformação pode se tornar ainda mais difícil quando o propagador da notícia falsa é um representante do povo. Seria fundamental que os representantes políticos, nas diversas esferas do Poder Executivo e do Poder Legislativo, tivessem essa responsabilidade, essa consciência de não espalhar fake news. Contudo, existe exército de criadores de fake news dentro de partidos políticos, Mais ainda, eles têm seguidores que apoiam essas práticas e auxiliam na distribuição em massa. Uma pena, uma vergonha, pois depois querem cobrar combate à corrupção e democracia.

A casa em miniatura NEYLA FERREIRA MENDES*

*Titular da cadeira nº 22

ra o terceiro dia de visitas quando cheguei naquele lugar. Ser recebida por uma comunidade com rezas e cânticos é típico da hospitalidade e carinho dos Guarani-Kaiowa. Já fui madrinha de casamento tradicional e batizada em um ritual sagrado em que recebi um nome guarani. Chamou-me a atenção, entretanto, que entoavam seu canto dançando em volta de uma miniatura de casa de reza. Parei, respirei, olhei os restos queimados da antiga casa de reza, e disfarçando o choro, fui em sua direção para fotografar o estrago. Em alguns minutos, reposta, voltei, e me pus a observar a arquitetura daquela caprichada miniatura. Postada à frente da casinha, o Xiru, estrutura de varas que lembra uma cruz, objeto sagrado para os indígenas Guarani e Kaiowa, que via de regra, centraliza as cerimonias religiosas, dentro da casa de reza.

Três horas de relatos, basicamente o mesmo das outras localidades: alguns indígenas passam a frequentar igrejas não tradicionais e, aos poucos, passam a perseguir os tradicionais e trazem a igreja dos brancos para dentro do território e recebem orientações de alguém de fora, indígena ou não. Perseguem com palavras, ofensas e agressões físicas, e o clímax é a queima da casa de reza, sob o argumento que fazem feitiçaria. Antes, um ou dois meses de ameaças. Meu pensamento voa! Lembro-me da minha igreja católica, eu ainda criança, lampejos de lem-

branças do padre rezando de costas para mim e falando em outra língua, que hoje sei ser o latim. Cenário muito diferente das celebrações carismáticos de hoje em dia, com muita entoação de cantos, revelações, profecias, curas, libertações de maldições e manifestações angélicas em suas línguas celestes. Lampejam também as poucas idas às igrejas evangélicas na infância para algumas celebrações de casamentos, tudo muito formal, tendo como ponto central a pregação do pastor e, mais atualmente, nos ramos mais novos dessas denomina-

ções evangélicas, com curas, promessas de prosperidade, libertação de maldições, sempre com muita música e invocações espirituais. Uma coisa em comum nas duas manifestações religiosas: a presença do mundo invisível, para uns, anjos, para outros, os espíritos santos, e muito canto. Voltei à infância, lembrei-me dos bancos escolares com as professoras, se haviam professores na minha época de primeiro grau, eu não os tive, explicando sobre as manifestações espirituais dos indígenas, eram categóricas em falar sobre os encantados que davam proteção aos indígenas. Na época ela se referia a esses povos como tribos. Lembrei de meu batismo guarani, revi o Nhanderu me colocando um nome sob inspiração de um encantado. Continuei muito atenda à oitiva, agora a Nhandesy falou o nome da igreja que os persegue. Sem surpresas, a mesma dos outros lugares. Voltei aos meus pensamentos: anjos, falar em línguas, espíritos santos, dons proféticos, libertação, benção, encantamentos, cura, abundância da colheita. Pareceu-me tudo muito similar, só mudam o nome do invisível. Para uns, espíritos santos e anjos, para outros, encantados. E me pergunto: quem copiou quem e só trocou os nomes? Quem decide qual sagrado é melhor do que o outro? Será que um dia os indígenas serão obrigados a fazer miniaturas de igrejas de branco para cultuar seus deuses?

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Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Política

MDB admite tirar nome de Tebet para formar candidatura única com União Brasil e PSDB Os partidos iniciaram negociação e têm até a segunda quinzena de março para decidir qual nome vão apoiar para lançar na corrida presidencial A senadora sul-mato-grossense Simone Tebet poderá ficar de fora da corrida eleitoral à presidência da república. Em dezembro o MDB a lançou como pré-candidata, mas como política muda de uma hora para a outra, a possibilidade de sair começa a se distanciar. Dirigentes da União Brasil, do PSDB e do MDB se reuniram esta semana para discutir a formação de uma federação pelos próximos 4 anos. Nessa junção, Simone pode ficar de fora. Única mulher que até então teve o nome colocado na disputa e fortalecida por uma participação importante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Simone teria o desafio de fazer seu nome decolar até o meio do ano. Os presidentes do MDB, Baleia Rossi e do PSDB, de Bruno Araújo, admitiram retirar nomes colocados na disputa pela Presidência para construir uma candidatura única. Essa candidatura ainda teria a soma da União Brasil, de Luciano Bivar. Os emedebistas têm a pré-candidatura de Simone Tebet, e os tucanos o João Doria. Já a União Brasil ainda não lançou nenhum nome na disputa. Tanto o MDB como o PSDB já se posicionaram que retiram seus pré-candidatos para a possibilidade de formar uma aliança. Isso não significa, no entanto, que Simone e Dória já estejam descartados. Como não há nada definido, na prática eles vão continuar com suas

DIVULGAÇÃO

Os presidenciáveis João Dória e Simone Tebet podem ficar de fora da corrida a cadeira de Bolsonaro pré-candidaturas até junho, data do prazo máximo para confirmar a candidatura. Nesse processo de maturação e convencimento do eleitorado brasileiro, ambos precisariam crescer bastante nas pesquisas. Os três partidos, porém, não definiram quais seriam os critérios para retirada das pré-candidaturas – Si-

mone e Dória. Mas deixaram claro que pretendem encontrar uma alternativa de viabilidade da federação até a primeira quinzena de março. Se até lá nada forma definido, não haverá aliança e cada um segue seus caminhos. O que pesa na federação é a sintonia dos partidos nos Estados. Nas

Marçal pede reforma predial e materiais de trabalho para posto de saúde

nificada parcialmente, impedindo a abertura completa para possibilitar ventilação. Do lado de dentro os ventiladores não funcionam, assim como o ar-condicionado na sala de espera. Os problemas, no entanto, não se restringem apenas ao posto de saúde do jardim Maracanã. Várias unidades de saúde do município de Dourados enfrentam dificuldades devido à falta de manutenção de serviços elétricos, hidráulicos e de estrutura predial. Carecem também de equipamentos básicos como folha de sulfite, luvas, seringas. Embora as unidades de saúde sejam de responsabilidade da prefeitura, Marçal Filho pediu apoio do Governo do Estado devido à atenção que Reinaldo Azambuja tem dado para Dourados. O deputado solicitou ao governador o recapeamento da região central e das principais vias de acesso a bairros da cidade, sendo atendido. Reinaldo também acolheu reivindicação de Marçal Filho para obra de duplicação da Coronel Ponciano. Os trabalhos estão em andamento com o início da construção de viaduto no entroncamento da avenida com a rodovia BR-163.

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Deputado vai à unidade de saúde onde há falta de papel sulfite pra imprimir exames O deputado estadual Marçal Filho pediu ao prefeito Alan Guedes e ao governador Reinaldo Azambuja, a reforma predial do posto de saúde do jardim Maracanã, em Dourados. A unidade enfrenta problemas com infiltração, manutenção de equipamentos e ainda sofre com a falta de materiais básicos para o atendimento da população, como folha de sulfite para imprimir resultado de exames. Marçal esteve na unidade de saúde após pacientes entrarem em contato para reclamar da falta de papel. É o caso de Elzir, que fez exame no dia 1º de dezembro do ano passado e aguardava a entrega do resultado para passar por nova consulta. Ela diz que nesses 60 dias não foi tomada providência para aquisição de sulfite.

Marçal esteve no posto do jardim Maracanã para entregar resmas Por ir até o posto, Marçal Filho levou resmas de papel. Ele ainda encontrou problemas estruturais na unidade. A porta de entrada está da-

regionais é mais aceitável uma junção de MDB com União Brasil, do que MDB com PSDB. Ainda pode entrar o Cidadania nessa construção. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o MDB dificilmente abriria mão de lançar André Puccinelli, para se juntar com o pré-candidato Eduardo Riedel, do PSDB.

COLONO - Cumpadi, cê já tomô a terceira dose?

Z É P I N G A - Tô agendado pru dia 30 de fevereiro, ic, ic, ic...

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Política

Telegram fica fora de acordo com TSE e pode ser proibido no Brasil O presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, defende que o serviço do aplicativo seja bloqueado para impedir a propagação de fake news TSE

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, defende que o serviço do Telegram seja bloqueado para impedir a propagação de fake news O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e representantes de plataformas como Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai renovaram, nesta semana, acordos com o objetivo de combater a disseminação de desinformação no processo eleitoral deste ano. O Telegram, porém, ficou de fora do acordo, uma vez que a rede não tem respondido às solicitações do governo para participar de investigações sobre a disseminação de desinformação na plataforma. O presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, defende até mesmo que o serviço seja bloqueado para impedir a propagação de fake news. Ao renovar a parceria, a Justiça Eleitoral quer “reforçar a estratégia para combater a divulgação de notícias falsas que podem comprometer a legitimidade e a integridade das eleições”, marcadas para os dias 2 (primeiro turno) e 30 de outubro (eventual segundo turno). “Nosso objetivo é desenvolver ações para coibir e também neutralizar a disseminação de notícias falsas nas redes sociais durante as eleições deste ano. Paz e segurança nas eleições de 2022. Por isso, juntos, mais uma vez, vamos realizar, como sempre temos feito, eleições limpas, livres e seguras”, diz o ministro. A parceria faz parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação, iniciativa instituída pelo TSE em 2019 — tornando-se permanente em agosto 2021, pela Portaria TSE nº 510/2021. Os acordos, porém, não envolvem troca de recursos financeiros e as medidas definidas devem ocorrer inclusive após o período eleitoral, até 31 de dezembro deste ano. Recursos contra fake Entre as mudanças para inibir a divulgação de fake news, tanto o Facebook quanto o Instagram exibirão um aviso no feed no dia das votações para que pessoas acima de 16 anos aptas a votar registrem seu voto. As redes também terão um canal exclusivo de denúncias de conteúdos irregulares, como

número errado de candidatos ou propaganda que aponte para o dia errado da votação. Ainda com relação aos produtos da Meta, o TSE também terá acesso aos dados da API1 da Biblioteca de Anúncios, o que facilitará a busca por anúncios irregulares. Já o WhatsApp disponibilizará um canal de comunicação específico para a denúncia de disparos em massa ilegais, vedados pela legislação. O TikTok, por sua vez, incluirá um botão para denunciar conteúdo enganoso sobre as eleições, além de criar uma página que com informações verificadas sobre as eleições que poderá ser acessada pela aba “Descobrir” dentro do app — e os vídeos identificados como sendo relacionados às eleições terão uma etiqueta que redirecionará os usuários para essa página. O Twitter, por fim, demonstrou postura mais cautelosa, afirmando que a rede não depende apenas de decisões binárias de remoção e ou exclusão de conteúdo, pois “oferecer o contexto adequado é também uma ferramenta eficaz e importante para combater a desinformação”. Bloqueio Disseminação de desinformação e discurso de ódio, falta de fornecimento de dados e organização de protestos contra o regime local são alguns dos motivos que levaram pelo menos 11 países a bloquear ou restringir o funcionamento do Telegram. Um deles é a Rússia, país de origem do fundador Pavel Durov, que suspendeu o uso da ferramenta de maio de 2018 a junho de 2020. India, China, Belarus, Indonésia, Azerbaijão, Bahrein, Cuba, Irã, Paquistão e Tailândia também tiveram problemas com o Telegram. Especialistas em telecomunicações dizem que a falta de controle sobre conteúdos potencialmente criminosos não é uma particularidade do Telegram. Todos os aplicativos de conversa que protegem mensagens com criptografia, entre eles o WhatsApp, estão sujeitos a abrigar mensagens de conteúdo ilegais.

INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

Pantanal está pronta para entrar no ar Agora é oficial! Depois de muita dor de cabeça e incertezas acerca do lançamento do remake de ‘Pantanal’, a TV Globo finalmente confirmou a data de estreia da novela na programação: 28 de março. O comunicado oficial foi publicado nas redes sociais da emissora. Há tempos que o remake de ‘Pantanal’ se tornou um verdadeiro empecilho para a TV Globo por causa de adiamentos. No início de janeiro, a emissora chegou a cravar uma data para a estreia: dia 14 de março. O dia foi divulgado com fervor em todas as plataformas. No entanto, algumas semanas depois, ainda em janeiro, o canal cancelou a estreia. Especulações sobre o início da novela previsto para abril também foram apontadas. Toda essa confusão aconteceu porque a equipe teve dificuldades de gravar cenas consideradas primordiais para o remake e esse atraso abriu a possibilidade para que “Um Lugar ao Sol” [atual novela em horário nobre] fosse esticada, o que poderia gerar um grande ‘caos’ entre a equipe de produção visto que a novela já está pronta. A nova explosão de casos de Covid-19 foi o principal fator de atraso dos trabalhos do remake. O cenário da doença afastou vários atores e integrantes de todos os setores da equipe. Por conta disso, a direção estava com dificuldade para reorganizar a programação. De olho na vaga O deputado federal Luiz Ovando (PSL), o “Doutor Ovando”, como é conhecido o cardiologista mato-grossense do sul, disse essa semana, em Campo Grande, que, caso a ministra Tereza Cristina Dias (Agricultura), sua aliada, aceitar a proposta de disputar as eleições como vice do presidente Jair Bolsonaro (PL) ele quer concorrer à vaga ao Senado. Na eleição de dois de outubro, os eleitores de Mato Grosso do Sul escolhem uma senadora ou um senador para ocupar a vaga de Simone Tebet, que virou a pré-candidata a presidente pelo MDB, ao invés de concorrer à reeleição. A possibilidade de Ovando concorrer ao Senado, «depende da Tereza», disse o deputado, que apontou outras questões que devem ser avaliadas antes. Amarrado A menos de oito meses do primeiro turno das eleições, o Senado se transformou em terreno minado para o governo. Com pautas paradas e um conflito cada vez maior entre senadores e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Palácio do Planalto enfrenta problemas para retomar a articulação política non Senado. Das 45 propostas apontadas pelo governo como prioritárias, e encaminhadas ao Congresso na semana passada, 11 tramitam no Senado e estão travadas. É o caso, por exemplo, da reforma tributária, do pacote relacionado ao preço de combustíveis e da reforma do Imposto de Renda. Tempo fechou Sessão ordinária realizada na noite do dia 14 na Câmara de Aparecida do Taboado, cidade, foi marcada por muita gritaria, dedo na cara e até pedidos de prisão de 8 dos 9 vereadores que compõem o legislativo. O imbróglio começou depois de pedido de abertura de CPI para investigar suspeitas de crimes ocorridos na atual gestão da Secretaria Municipal de Saúde, feito pelo vereador Luís Fernando de Oliveira da Silva (PSD), conhecido como Taturana. Queixoso, após recusa dos demais parlamentares em assinar o pedido,

o autor pediu para que o advogado Waldemar Lima, que o acompanhava na sessão desse voz de prisão ao colegas de parlamento sob justificativa de “prevaricação e omissão”. Salto alto O ex-governador Zeca do PT foi citado pelo pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, como um dos dez políticos a serem considerados prioridade nas eleições estaduais para cabeça de chapa em 2022. Em entrevista ao Midiamax, o petista confirma estar ‘à disposição’ do partido. Ele ainda reclamou do que classificou como ‘soberba’ do prefeito Marquinhos Trad (PSD), também pré-candidato, ao comentar sobre possíveis federações partidárias. «Estou a serviço da causa, isso eu já falei. E o que eu disse sobre as federações é que o PSD seria muito bem vindo. Mas eu acho muito equivocada a posição do Marquinhos Trad. Acho que ele está de salto alto, com soberba, sem nenhuma humildade e, portanto, do meu ponto de vista, nos afasta cada vez mais. Eu não teria nenhuma motivação neste momento para defender uma aliança com Marquinhos Trad», criticou Zeca. De matar Ida Severo, moradora de Dourados, levou um susto quando recebeu a conta de água. “Quase enfartei” resumiu a mulher. Foi cobrado R$ 704,80 da taxa de lixo de um quiosque que, segundo ela, tem 2x2 metros. A taxa de lixo no município segue o Novo Marco do Saneamento Básico, que obriga a instituição da cobrança. Em Dourados, o valor foi incluído na conta de água para residências com saneamento básico, ou seja, acompanha a leitura e o vencimento da conta de água. O valor da taxa deve variar de acordo com alguns fatores estabelecidos em lei, como classificação e destinação do imóvel, frequência da coleta e área construída. Segundo o diretor do Departamento de Administração Tributária e Fiscal, Norato Marques de Oliveira, explica que o morador deve procurar a revisão do cálculo caso acredite que ele esteja errado. “Caso não haja a procura e esse erro permaneça, a cobrança continuará na conta de água”, pontua.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Agricultura

Em comunicado ao Senado, Fiocruz diz que “PL do Veneno” causará danos irreparáveis Entidade argumenta que, projeto de lei permite o registro de produtos mais tóxicos, como aqueles que causam câncer, problemas reprodutivos e distúrbios hormonais AGÊNCIA BRASIL

Brasil é um dos países com maior consumo de agrotóxico no mundo

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chamou a atenção para os danos que o chamado “PL do Veneno” pode provocar caso o texto seja aprovado pelo Senado, em nota encaminhada aos parlamentares. A medida foi provada pela Câmara dos Deputados na semana passada e segue agora para apreciação dos senadores. Os integrantes do Grupo de Trabalho (GT) Agrotóxicos e Saúde da autarquia afirmam, entre outras coisas, que a proposta trará “prejuízos para o ambiente e à saúde da população” e “danos irreparáveis aos processos de registro, monitoramento e controle de riscos e dos perigos dos agrotóxicos no Brasil”. Patrocinado pela bancada ruralista, o texto que tramita no Congresso Nacional como Projeto de Lei (PL) 6299/2002 gerou protestos não só da oposição, mas também de diversos setores, como movimentos populares e organizações civis que atuam na defesa do meio ambiente. Do ponto de vista do conteúdo, o PL flexibiliza as regras de aprovação de pesticidas e acumula no Ministério da Agricultura (Mapa) as diferentes decisões que tratam da liberação desses produtos. Atualmente, a cadeia de apro-

vação de agrotóxicos envolve ainda outros órgãos, como o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ao lembrar que os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente atuam hoje na cadeia responsável pela avaliação dos venenos e têm capacidade técnica para isso, a Fiocruz diz que o PL “usurO argumento da Fiocruz pa” o poder de decisão das duas No documento enviado aos se- pastas ao concentrar todo o pronadores, a Fiocruz diz que, ao cesso no Mapa. promover essa flexibilização, o PL “permite o registro de produ- Tereza Cristina tos mais tóxicos, como aqueles Historicamente mais influenciaque causam câncer, problemas do por grandes empresários do reprodutivos, distúrbios hormo- agronegócio, o Mapa tem atunais e para o nascimento”. almente à sua frente a ruralista Tereza Cristina, um dos princiOs destinos preferenciais pais expoentes políticos do setor e nome de confiança da Frente dos produtos mais seguros Parlamentar Agropecuária (FPA). para a saúde humana e para “Considerando-se que o aro ambiente serão aqueles cabouço regulatório atual prepaíses cuja regulação vê que a análise do registro de é mais protetiva produtos de grande interesse agronômico e do mercado seTambém afirma que a inicia- jam considerados prioritários tiva tende a transformar o país na fila de avaliação dos órgãos em uma referência mundial de reguladores, não se justifica, pavenenos mais tóxicos, já que boa ra esse fim, que seja necessária a parte dessas substâncias já foi aprovação do PL e que as funções vetada em outros países por con- sejam deslocadas para o Mapa”, ta dos riscos que oferecem. “Os registra o GT. destinos preferenciais dos produtos mais seguros para a saúde Entes federados humana e para o ambiente serão Outro aspecto lembrado pelo GT aqueles países cuja regulação é da Fiocruz é a retirada de poder mais protetiva”, argumenta. de estados e municípios para que

estes criem legislações próprias de caráter mais protetivo sobre o que ficará determinado pelo PL em caso de aprovação do texto. A autarquia afirma que, ao fazer isso, o PL desconsidera aspectos como as características de cada território, o perfil populacional e a estrutura da rede de saúde para absorver a demanda relacionada a doenças causadas por agrotóxicos. Ao mencionar evidências científicas sobre os riscos dos agrotóxicos, a Fiocruz diz no documento que irá enviar aos senadores o “Dossiê contra o pacote do veneno e em defesa da vida”, produzido por cientistas e outros atores. A fundação também destaca sua própria experiência de décadas nos processos de pesquisa, formação e vigilância sobre a utilização de venenos no país. “A expertise acumulada ao longo de décadas de atuação nos permite afirmar que o PL irá impor graves retrocessos à sociedade, ampliando a contaminação ambiental e a exposição humana aos agrotóxicos, e que podem se materializar em adoecimento e morte da população, em especial daqueles em maior situação de vulnerabilidade.”

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Geral

Matrículas abertas

CNJ determina reabertura da Vara da Infância e Adolescência. PÁG. 2

DIA A DIA

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Rede Municipal deve atender 33 mil alunos em 38 Ceims, 46 escolas e vagas em conveniadas

Famílias madrugaram na fila e enfrentaram intenso calor para conseguir vaga na Reme Aulas começam no dia 24 de fevereiro e Semed garante que todos os alunos cadastrados no sistema terão sua vaga na rede garantida A designação manual de vagas da rede municipal de ensino de Dourados (MS) causou muitos transtornos a pais, mães e familiares de alunos neste mês de fevereiro. A Secretaria Municipal de Educação centralizou o sistema em sua sede no Centro Administrativo Municipal, o que gerou muitos transtornos à população. Como há muito não se via, pais e mães madrugaram na porta da Semed antes mesmo do horário de início dos atendimentos para conseguirem acesso às escolas municipais, centros de educação infantil e conveniadas que ofertam vagas no município. Antes mesmo das 7 horas da manhã, nos dias 10 e 11 de fevereiro, haviam filas com centenas de pessoas em busca de designação para estudantes. A Prefeitura de Dourados informou por meio da Semed que todos os alunos cadastrados no sistema teriam sua vaga na rede garantida. A Semed comunicou ainda que não

era “preciso formar filas na Central de Matrículas, pois o atendimento ocorre todos os dias e, ainda, o sistema conta com número de telefone e a equipe entrará em contato caso o aluno ainda tenha sido designado”. No entanto, as enormes filas foram motivos de muitas críticas. “O que vimos ali nos fundos do prédio da prefeitura, onde funciona a Semed, foi desumano. Pais e mães que tiveram de faltar ao serviço para madrugar numa enorme fila de espera e que após horas de cansaço, sem água e comida, receberam a triste informação de que não havia vagas para as crianças em nenhuma unidade de ensino da Reme. Uma situação humilhante que não podemos admitir de forma alguma em nosso município», questionou a vereadora Lia Nogueira (PP). Ela esteve no local, conversou com as famílias e distribuiu água para os presentes que aguardavam sob sol escaldante. Na segunda-feira (14), a parlamentar apresentou um re-

querimento cobrando explicações da Prefeitura de Dourados sobre a falta de planejamento para retomada das aulas no município. Segundo Lia, haviam vários problemas que chamaram atenção. “Como, por exemplo, o nome de uma criança aparecer de três a quatro vezes em uma mesma lista de designação, a falta de vagas de modo geral e até designação para unidades de ensino muito distantes do local onde a criança reside”, descreveu. Para a vereadora a falta de organização nas matrículas foi o principal motivo para o adiamento do início do ano letivo para o dia 24 de fevereiro. Ela explica que a mudança de calendário aconteceu “logo depois das denúncias de pais que mesmo encarando filas de espera, não conseguiram vagas principalmente na Educação Infantil e pré-escola. A decisão do município em adiar o início do ano letivo, sob a alegação de aumento nos casos de Covid, não se sustenta”.

O vereador Marcelo Mourão (Podemos) também acompanhou a situação da fila de pais na Semed. Ele se reuniu com a secretária municipal de Educação, Ana Paula Benites Fernandes. Ana Paula relatou para Mourão que de início, a situação é realmente complicada, principalmente sobre os locais das vagas, mas que essa questão deve se resolver nos próximos dias. “De repente eu não consigo a vaga pra você na escola à frente da sua casa, mas eu consigo na escola a 600 ou 1 mil metros da sua casa. Você matricula lá e mais para frente teremos o período de transferências”, disse a secretária. As aulas da rede municipal de Dourados têm início no próximo dia 24 de fevereiro, uma quinta-feira. A Semed espera atender cerca de 33 mil alunos. O município possui 38 Ceims (Centro de Educação Infantil Municipal) e 46 escolas municipais, além de ofertar vagas da educação infantil em instituições conveniadas.

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Dia a Dia

CNJ determina reabertura da Vara da Infância e Adolescência em Dourados A Constituição Federal estabelece ser dever do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem DIVULGAÇÃO

De acordo com decisão do CNJ proteção à infância e à juventude devem ser prioridades O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) que revogue a resolução que fechou a Vara da Infância e Adolescência em Dourados. O fechamento foi em junho do ano passado e causou manifestações de repúdio de diversas instituições. Na época a justificativa do Tribunal foi a redução de despesas e necessidade de reorganizar e racionalizar os serviços judiciários. A 7ª Vara Cível e Execução Penal de multa condenatória criminal, passou a a ser responsável por todo o acervo processual. A conselheira que relatou o caso no CNJ, Tânia Regina Silva Reckzie-

gel, observou que a Constituição Federal estabelece ser dever do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem. “Verifica-se que o ato editado pelo Tribunal requerido não observou os parâmetros normativos fixados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece ser absoluta prioridade por parte do Estado a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude”, escreveu a relatora. A decisão é comemorada pelo presidente da OAB de Dourados Ewerton Brito. “A OAB comemora esse resultado, pois o fechamento era algo que preocupava muito a

Ordem por conta da importancia da Vara. Desde ano passado o antigo presidente da Seccional Mansour Karmouche já estava atuando para que não fosse desinstalada a vara. Esse ano logo que assumimos tomamos algumas medidas, inclusive foi uma das pautas da nossa caravana de prerrogativas realizada em janeiro. O atual presidente da OAB-MS Bitto Pereira também ficou emcubido de tomar algumas medidas no âmbito da Seccional, mas graças a Deus a decisão do CNJ já veio e a Vara da Infância e Adolescência será reativada em nosso município”, afirmou Brito. A decisão também é comemo-

rada pelo presidente da Comissão do Direito das Crianças e Adolescentes Angelo Magno. “ A decisão do CNJ, é motivo de comemoração não só para a comissão, mas a sociedade como um todo deve entender e comemorar essa decisão, pois afeta diretamente toda a rede de atendimento aos direitos das crianças ( conselho tutelar, entidades de acolhimento, conselhos municipais...etc). A retomada de uma vara exclusiva, somente enaltece e demonstra a importância dada pela Constituição Federal e pelo ECA aos assuntos inerentes a esse tema. Estamos muito feliz com essa conquista de toda a sociedade”, afirmou.

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Dia a Dia

Perímetro urbano de Dourados pode ser reduzido com a revisão do Plano Diretor A medida já é cogitada depois de um aumento exagerado em 2011, que de 86 quilômetros quadrados subiu para 205,099, uma segunda ampliação em 2015 elevou ainda mais, ficando com 216 quilômetros quadrados DIVULGAÇÃO

Com a elevação do perímetro urbano os bairros estão cada vez mais distantes dos serviços públicos

Marli Lange, especial para O Progresso A ampliação do perímetro urbano de Dourados sempre foi algo que questiona a população de Dourados devido ao imenso vazio urbano existente na cidade depois de uma elevação considerada “exagerada” em 2011, que de 86 quilômetros quadrados aumentou para 205,99. Como se não bastasse, em 2015, o poder público aumentou ainda mais, ficando então com 216 quilômetros quadrados. Com a elevação do perímetro urbano os bairros estão cada vez mais distantes dos serviços públicos, como hospitais, postos de saúde, escolas, creches e os moradores começam a sofrer com a falta de saneamento básico, tratamento de esgoto, infraestrutura de asfalto, lazer e esportes. A própria prefeitura vem sofrendo com os reflexos negativos, já que não consegue acompanhar os novos empreendimentos, onde o município já se obriga, de imediato, a construir postos de saúde, escolas, centros de educação infantil, áreas de lazer, esporte, transporte coletivo e iluminação pública. O Estado tem que levar água e esgoto. Atualmente se vê o mercado imobiliário co-

mercializando estensas áreas rurais dentro do perímetro urbano. O atual secretário municipal de Planejamento Urbano (Seplan), Romualdo Diniz Salgado Junior, informou que os trabalhos para revisão do Plano Diretor começaram com nove anos de atraso, já que deveria ser feito em 2013. O Plano Diretor foi implantado em Dourados conforme Lei de 30 dezembro de 2003 e com revisão a cada dez anos. O secretario informou que existe uma vasta participação de representantes da sociedade e entidades nesta revisão, com objetivo de diminuir os impactos urbanos negativos da cidade. Segundo ele não existe nenhuma possibilidade de aumento do perímetro urbano, muito pelo contrário, pode ser “diminuido”. A meta, segundo o secretário, é encerrar os trabalhos de revisão ainda neste primeiro semestre de 2022. O professor Adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados, Mario Vito Comar, que participa dos trabalhos de revisão do Plano Diretor acredita que há uma “tendência generalizada” em reconhecer que este aumento desmedido do perímetro urbano de Dourados não tem benefício algum, só aumentou

o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) para o cidadão pelos custos da infraestrutura, exigidas pelo mercado imobiliário. “Espero que tenhamos um consenso em reduzir substancialmente a área atual do perímetro”, diz. Embora a redução do perímetro urbano não seja algo impossível, para o professor Vito Comar, é algo que merece ser debatido, porque é um assunto delicado e longo, que depende de um conjunto de fatores e participação popular. “Triste ameaça” Um dos opositores do projeto para elevação do perímetro urbano foi o vereador Elias Ishy (PT), “Eu alertei para essa triste ameaça em 2011 quando o prefeito da época ampliou de forma desordenada o perímetro urbano de Dourados”, disse o vereador em entrevista ao Jornal O PROGRESSO. “Em 2015 ocorreu outra ampliação e voltei a alertar que a falta de planejamento iria penalizar a população que ficaria ainda mais refém de transporte coletivo ineficiente, de políticas públicas de educação, saúde e segurança pública, mas, outra vez, fui voto vencido”, completa Ishy. O arquiteto e urbanista Luiz Carlos Ribeiro é um dos críticos mais

contundentes à ampliação do perímetro urbano de Dourados da forma desordenada como ocorreu nas duas vezes. Ele ressalta que a área seria suficiente para acomodar a população de Campo Grande, que tem mais de 800 mil habitantes. “Nada foi levado em consideração, a ponto de aprovarem uma coisa que não foi discutida com a sociedade”, argumenta. O arquiteto Luiz Carlos Ribeiro reafirma que um perímetro urbano tão grande favorece a especulação imobiliária ao mesmo tempo em que incentiva o processo de favelização da periferia. LEI A lei que ampliou o perímetro urbano em 2011 foi aprovada pelos vereadores com somente uma votação, em regime de urgência. Apenas o vereador Elias Ishy votou contra a proposta que elevou a área urbana até as imediações da Penitenciária Estadual de Dourados, passando pela Perimetral Norte e fazendo limite com a Reserva Indígena. Durante a votação, Ishy contestou o fato de um projeto tão relevante para o município não ter passado por um amplo debate, uma vez que o perímetro urbano foi ampliado sem planejamento.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Dia a Dia

MS ainda não realizou transplante de órgão este ano e fila de espera só aumenta Se aproximando do mês de março, Dourados ainda não realizou captação e teve poucas notificações SES

428 pessoas aguardam por um transplante de órgão em todo o Estado

Se aproximando o mês de março e Mato Grosso do Sul ainda não realizou nenhum transplante de órgãos neste ano de 2022. Segundo dados da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde, 428 pessoas estão na fila de espera aguardando por um procedimento. São 276 pacientes à espera por uma córnea, 144 por um rim e oito por um transplante de coração. De janeiro ao mês de agosto do ano passado a central havia registrado a realização de transplante de 91 córneas, 7 rins e 1 coração. Segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), 67% dos brasileiros desejam doar órgãos, mas apenas metade dessa população avisou a família. A Central Estadual de Transplantes identificou que o principal fator da ausência de doações está relacionado com a negativa das famílias dos pacientes. 70% das famílias não autorizam a doação de órgãos e tecidos de seus parentes depois da comprovação da morte encefálica. Além desse fator, a pandemia da Covid-19 também afetou a capta-

ção de órgãos. Em alguns casos, os doadores de órgãos ou tecidos tinha resultado positivo para covid. Também havia pacientes receptores que estavam infectados em recuperação. E também houveram casos de falta de leitos disponíveis para realização do transplante. A ameaça da doença ainda foi motivação para recusa de famílias de potenciais doadores. Segundo a enfermeira Jaqueline Foppa, que atua na CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) do Hospital da Vida de Dourados, este ano ainda não houve captação de órgãos na cidade. “Temos bastante recusa familiar. A insegurança da família ainda predomina na não aceitação. Já estamos na metade de fevereiro e não tivemos doação, e poucas notificações [de potenciais doadores]”, explica a profissional. Foppa vê com preocupação a baixa nas notificações. “É muito preocupante, a fila não para de crescer. E muitas vezes os pacientes que esperam por um transplante evoluem para óbito antes

de conseguirem doação”, diz Jaqueline. Conforme a profissional, a sociedade ainda é insegura com relação à doação de órgãos. Ela diz que, nos casos de morte encefálica, a família sempre é bem orientada sobre o processo de doação pela equipe da CIHDOTT. “Muitos familiares entendem como um prolongamento de sofrimento para os parentes a espera pela retirada do órgão, vindo a optar pela recusa da doação. A grande maioria das recusas são pela questão da integridade do corpo do ente querido”, analisa. A enfermeira foi destaque pelo seu trabalho na CIHDOTT em setembro do ano passado. Ela recebeu o “Destaque de Pessoa Física” na premiação “Destaque no Processo de Doação e Transplantes de Órgãos 2021”. Foppa fez a diferença no número de captação de doações de órgãos em Dourados. Ela atua há cinco anos no setor de doação para transplante do Hospital da Vida e tem se destacado no serviço de acolhimento junto às famílias de potenciais doadores. “Infelizmente, para doação, precisamos ter a peça fundamental

que é o paciente em protocolo de morte encefálica, com estabilidade clínica para que o diagnóstico seja concluído. Vindo assim a ter a abordagem da família para a doação. Na grande maioria das vezes, a clínica do paciente é muito grave que não conseguimos abrir o protocolo, evoluindo a óbito”, esclarece. Dourados deve ter uma Organização de Procura de Órgãos e Tecidos, em um projeto de parceria entre o município, governo do estado e governo federal. O Ministério da Saúde publicou uma portaria em agosto do ano passado apontando com um incentivo financeiro para a implantação do sistema. A estrutura, segundo a SES, “deverá ser instalada junto a uma unidade hospitalar a ser definida, podendo ser o Hospital da Vida, Hospital Evangélico ou outra. A decisão do Ministério da Saúde atende a uma solicitação da Secretaria Estadual de Saúde (SES), encaminhada pelo secretário Geraldo Resende, com base em proposta apresentada e pactuada em março de 202 por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB)”.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Dia a Dia

Douradenses precisam agendar e esperar quase 1 mês para tomar 3ª dose De acordo com a Secretaria de Saúde, o agendamento está sendo feito desde o início e serve para organizar ﬂuxo e evitar desperdícios de doses BANCO DE IMAGENS

A procura pela vacina tem sido grande, pois tanto os casos positivos da doença quanto internações aumentaram bastante nos últimos dias Mesmo com o início da aplicação da quarta dose na terça-feira (15), Dourados não disponibiliza vacinas contra covid-19 de forma imediata para quem quer receber a terceira dose. De acordo com relatos de pessoas que tentaram se vacinar, o agendamento foi feito somente para o mês de março, equivalente a uma espera de quase 30 dias pelo imunizante. A procura pela vacina tem sido grande, pois tanto os casos positivos da doença quanto internações aumentaram bastante nos últimos

dias. Muitas pessoas que aguardam pela terceira dose precisam viajar e sentem a necessidade de uma dose reforço. De acordo com a Secretaria de Saúde, o agendamento está sendo feito desde o início e serve para organizar fluxo e evitar desperdícios de doses. De acordo com a prefeitura, como são doses de reforço, o agendamento organiza as pessoas e tem finalidade de evitar aglomerações e esperas longas desnecessárias, mesmo demorando um pouco para chegar a vez.

Apesar da justificativa, a atitude é reprovada pelo Secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, que entrevistado pelo Dourados Agora afirmou ser um absurdo o município receber doses e não aplicar imediatamente na população. ‘Dourados sendo Dourados’, finalizou ele após reprovar a maneira da condução da vacinação 3ª dose no município. A importância da terceira dose A chamada terceira dose ou dose de reforço é necessária para aumentar a proteção contra a Covid-19,

inclusive, as novas variantes. Isso porque após alguns meses desde a segunda dose, a resposta imunológica tende a diminuir. Com as novas variantes que surgiram nos últimos tempos, mesmo pessoas vacinadas passaram a fazer parte das estatísticas da doença. Normalmente a proteção inicial de uma vacina costuma cair com o passar do tempo. Por isso, para evitar novos riscos, uma nova aplicação se torna extremamente essencial para diminuir a proliferação e os sintomas do vírus.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Dia a Dia

Ônibus lotados no retorno das aulas presenciais na UFGD UEMS também retoma atividades de forma presencial no dia 7 de março, aumentando consideravelmente o fluxo na cidade universitária A Universidade Federal da Grande Dourados retomou as atividades presenciais no dia 15 de fevereiro, com o retorno dos acadêmicos e professores. Mesmo com a determinação de lotação máxima de 70% nos ônibus da linha cidade universitária, alunos denunciaram momentos de superlotação e aglomeração registrados no transporte coletivo nessa volta às aulas. Reunião entre a empresa responsável pelo transporte coletivo, representantes da comunidade acadêmica da UFGD e da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) definiu o novo itinerário e a capacidade máxima de lotação. Segundo comunicado da universidade, “após atingida a capacidade máxima dos ônibus [70%], em um determinado horário, não serão disponibilizados mais veículos e as pessoas terão que esperar o próximo horário”. Ainda conforme divulgado pela instituição de ensino, os ônibus da linha universitária terão embarque pela do transbordo. “Isso é para evitar aglomeração no horário em que muitos trabalhadores estão pegando transporte para as indústrias”, diz a nota. Além disso, os ônibus da linha universitária não vão parar no ponto conhecido como da “Igreja do Relógio”. “Este ponto é local de aglomeração de passageiros de diversas outras linhas. Quem costuma embarcar na Igreja do Relógio deve ir para o transbordo ou para o próximo ponto”, informa. Já na cidade universitária, o embarque de passageiros vai acontecer apenas no chamado ponto do recuo, local coberto situado no centro da avenida entre a UFGD e Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. A UFGD pede que os passageiros formem fila e respeitem as pessoas que tem prioridade. “Ali tem um servidor da universidade fiscalizando o correto uso de máscara e o número de passageiros”, conclui o informativo. Aglomerações A grande preocupação da comunidade acadêmica é com o problema crônico de superlotação dos ônibus que fazem a linha para a cidade uni-

DIVULGAÇÃO

Mesmo com determinação de 70% da capacidade máxima, lotações de alguns coletivos geraram aglomerações versitária, onde estão situados os campi da UFGD e da UEMS. “Desde que a UFGD é a UFGD os ônibus são lotados. Nunca acreditei que teria fiscalização nos 70% de lotação. Se você quer se proteger, usa uma máscara boa e usa bastante álcool”, afirmou um acadêmico. A preocupação aumenta com as aulas presenciais na UEMS retornando no próximo dia 7 de março. O fluxo de estudantes, professores e técnicos administrativos na cidade

universitária aumentará consideravelmente e exigirá maior atenção para a lotação no transporte público que atende aquela região. A UFGD e a UEMS, que compartilham a cidade universitária também acabaram por adotar a exigência de comprovante vacinal de servidores e acadêmicos como medida de prevenção à Covid-19. Na UFGD 481 alunos tiveram as matrículas trancadas por falta de informações sobre o esquema vacinal. Na UEMS, os estu-

dantes deverão enviar o documento para o e-mail dos seus respectivos cursos ou programas, a partir da data de rematrícula, comprovando a vacinação contra a covid. Até o dia 15 de fevereiro, Dourados havia registrado 5.678 novos casos de Covid-19 e 24 óbitos pela doença somente neste ano. No final de dezembro de 2021, o município registrava 79 casos ativos, já no último dia 15 eram 755 pessoas infectadas com o novo coronavírus.

Centenário da Semana da Arte Moderna de 1922. PÁG. 2 Confira os destaques da Coluna da Adiles. PÁG. 6

CULTURA Dourados 19.2.2022 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO

PEQUENA ÒPERA de Emmanuel Marinho Um dos maiores poetas brasileiros da atualidade, não poderia ficar indiferente (como nunca esteve) ao cenário sombrio que foi sendo montado à nossa frente Fevereiro nos presenteia com o novo livro do poeta Emmanuel Marinho, PEQUENA ÓPERA, um livro que vem contribuir com esse rito de passagem, com beleza, coragem, resistência, poesia e luta. O rito de passagem é a travessia dos tempos pandêmicos... não sabemos ainda como será o ponto final e, ao olharmos para trás, já não podemos divisar com nitidez o ponto de partida. Resta-nos o caótico agora, tão bem retratado nesta narrativa poética de uma dura realidade, com descrições primorosas e tocantes. Emmanuel Marinho, um dos maiores poetas brasileiros da atualidade, não poderia ficar indiferente (como nunca esteve) ao cenário sombrio que foi sendo montado à nossa frente, o lúgubre cenário, não bastassem os funestos personagens, chega outro, não menos truculento: o coronavírus. O resto do fim do mundo todo mundo já sabe. Mas o olho da poesia é poderoso e seu verbo remove montanhas. Capaz de verbalizar o indizível, o Poeta Emmanuel, que se consagrou por sua “voz de veludo e dedo na ferida”, derramou suas angústias das noites insones nos poemas que relatam as impressões do dia, os sobressaltos da noite, as angús-

tias do homem desse tempo de então, que é o poeta e pode ser eu, você, toda e qualquer pessoa. Destaque para os desenhos de Lula Ricardi, artista visual notável, que traduziu a riqueza do texto em traços simples e sagazes metáforas. Observe-se a recorrência da haste de madeira, que aparece logo no cenário, que descreve uma trajetória simbólica eloquente do livro cuja narrativa estética é coroada pelos desenhos contidos nas orelhas da capa e da contracapa. Sensacional. Ao ler o livro, certamente ocorrerá a observação: mas por que não se chama GRANDE ÓPERA”? A crítica da semioticista Rita Limberti apresenta uma análise em que se pode depreender com clareza que a obra (ópera, plural de opus, em latim) pertence ao gênero da Pequena Ópera – ou Opereta – por constituir-se uma crítica mordaz dos fatos, tratados em sua crueza. Ela diz: “Os humanos sempre pegaram o que precisavam à custa das outras criaturas da Terra.” (Apocalipse V) Tá tá tá tá tá tá ! Soam as notas da pequena ópera. Não são notas musicais... Nem os componentes da orquestra são virtuoses: “um cego com sua sanfona invisível”, “um harpista não inscrito na

OAB, no Ministério Público Federal e nem na Ordem dos Músicos do Brasil”, um jovem índio cantor e os cantores do coro. Maracas e tambores, helicópteros, metralhadoras e escopetas produzem os efeitos sonoros, encobertos pelo ronco de uma camionete. Caótica, apocalíptica, a Pequena Ópera inspira-se no seu espaço e no seu tempo; então, quedam atônitas as pessoas que a leem, pois deparam com sua própria realidade e se percebem como seus personagens. Seu autor, o poeta e dramaturgo Emmanuel Marinho, assume a batuta com sua usual maestria, criando arranjos dissonantes (cenas fortes) em ritmos sincopados (tiros e ruídos assustadores), para reger a flagrante desarmonia captada, por ele, do real. Nasce, então, uma Pequena Ópera, uma Opereta, que consiste num espetáculo teatral compacto, menor que a Ópera Buffa, derivado dela, composto por falas e cantos que se alternam. Caracterizadas, principalmente, por diferenciarem-se da Ópera Séria, que aborda com padrões formais rígidos temas míticos, heroicos ou da realeza, a Ópera Buffa e a Pequena Ópera abordam os temas sociais com senso crítico e crueza.”

Como se não bastasse o livro, a genialidade do poeta produz, ainda, um espetáculo teatral (uma Pequena Ópera), que em breve será apresentado. Não acontece nem no teatro, nem na feira, nem na rua – onde costumeiramente Emmanuel realiza seus espetáculos e perfórmances -; acontece por telefone: a voz do poeta vai compondo o cenário, os personagens, os fatos, na fruição da narrativa do texto, proporcionando rara e insólita experiência sinestésica, plurisensorial. À semelhança das antigas radionovelas ou novelas radiofônicas, cria-se, assim, a “novela telefônica”, que, a partir de um único sentido (a audição), é capaz de aguçar a imaginação e despertar as mais fortes emoções. Espetacular. Serviço: PEQUENA ÓPERA, de Emmanuel Marinho, desenhos Lula Ricardi. Lançamento dia 18 de fevereiro de 2022 a partir das 18 hs. Livraria Canto das Letras Av. Weimar Gonçalves Torres, 2440 Dourados – MS, (ao ar livre, com todas as normas de segurança e drive-thru. WhatsApp (67) 98468-0025.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Cultura

Centenário da Semana da Arte Moderna de 1922 Uma ousadia que durou três dias – 13, 15 e 17 de fevereiro –, mas que entrou na história como se fosse uma semana inteira REPRODUÇÃO

A Semana da arte moderna contou com uma série de apresentações e exposições

No dia 17 de fevereiro de 1922, a plateia que aguardava a apresentação do pianista Heitor Villa-Lobos no Theatro Municipal de São Paulo estava, ao mesmo tempo, ansiosa e arisca. Aquela récita seria o encerramento de uma ousadia que durou três dias – 13, 15 e 17 de fevereiro –, mas que entrou na história como se fosse uma semana inteira: a Semana de Arte Moderna. E Villa-Lobos talvez representasse um raro momento de tranquilidade que não necessariamente existiu nos dias anteriores, com uma série de apresentações e exposições que o jornal Correio Paulistano, no dia 29 de janeiro, afirmava ser “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de

vista rigorosamente atual” – só faltou combinar com a plateia. E aquela do dia 17 se assustou ao ver o maestro e pianista subir ao palco de fraque – como o espaço vetusto da elite paulistana exigia –, só que com um pé calçando sapato e o outro… de pantufa. O público interpretou aquilo como uma atitude futurista e desrespeitosa e vaiou o artista impiedosamente. Depois, Villa-Lobos explicaria: não havia nada de futurista, moderno ou o que fosse. Nem falta de respeito. O que havia era um prosaico calo inflamado. Foi há cem anos que o calo de Villa-Lobos chocou e irritou uma plateia que não estava ainda preparada para aquilo chamado de “modernismo” ou de “arte moderna”. E por que um

pé com pantufa poderia criar tanto rebuliço? Porque, na esteira dessa cena, tinham ocorrido outros episódios que mais confundiram do que explicaram. O festival organizado por gente do naipe de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Villa-Lobos – Tarsila do Amaral estava na Europa na época – entre as cortinas e paredes bem ornamentadas do Theatro Municipal – um templo das artes clássicas em São Paulo, um pedaço de Paris às margens do Tamanduateí –, inaugurou um outro momento das artes brasileiras. E toda novidade traz, também, um quê de ruptura com o passado. No caso, dos modernistas, com o classicismo,

o chamado “passadismo” e o parnasianismo, ainda em voga no eixo Rio-São Paulo – as cidades que realmente importavam cultural, social, política e economicamente naquele Brasil agrário, semianalfabeto e às voltas com as agruras de uma República com pouco mais de 30 anos e os votos de cabresto. “A semana efetivamente foi o marco simbólico de muitos desdobramentos que se deram a posteriori, até a década de 1950, acerca da possibilidade de se implantar no Brasil uma arte moderna que representasse o desejo de demonstrar que a velha nação rural, oligárquica e escravocrata ficara definitivamente para trás, que era possível ao Brasil comparecer ao ‘concerto das nações cultas’ com uma arte, uma cultura, além de uma ciência atualizada em relação ao que estava ocorrendo no resto do mundo, porém com uma identidade própria. Essa pelo menos foi a intenção primordial”, afirma Luiz Armando Bagolin, professor e pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB-USP) e curador da mostra Era Uma Vez o Moderno, uma parceria da USP com a Fiesp. “As elites paulistas começam a perceber que precisavam conquistar uma certa hegemonia cultural – que poderia sustentar uma hegemonia política quando, na campanha civilista à Presidência, o candidato apoiado pelos paulistas (Rui Barbosa) foi derrotado pelo militar Hermes da Fonseca. Neste sentido, o evento modernista de 1922 foi apenas mais um dos eventos culturais, entre inúmeras outras iniciativas culturais paulistas que surgiram na esteira desta busca de hegemonia cultural”, explica o professor Elias Thomé Saliba, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). “O ano de 1922 serviu, portanto, como ponto de partida para a construção de uma certa mitologia paulista, que incluía a busca de um certo nativismo bandeirante, num desbravador vocacionado a liderar e vencer obstáculos e dificuldades. Vira um mito…”, afirma Saliba.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Cultura

Obras de Lídia Baís que

estão na Morada passam por higienização As obras vão ser salvaguardadas e acondicionadas de forma adequada na reserva técnica do Marco e do MIS RICARDO GOMES

Terminada a reforma as obras voltam para a Morada dos Baís Campo Grande (MS) – A partir desta quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022, as obras de Lídia Baís que estão na Morada dos Baís, entre seis obras de pintura, um desenho e mais de 50 fotografias, estão passando por um processo de higienização para poderem ser transportadas: as pinturas e desenho vão para o Museu de Arte Contemporânea e as fotografias vão para o Museu da Imagem e do Som, ambos unidades da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. As obras vão ser salvaguardadas e acondicionadas de forma adequada na reserva técnica do Marco e do MIS durante o processo de reforma

e restauro da Morada dos Baís, cuja previsão de término é no início do segundo semestre deste ano. Terminada a reforma, as obras voltam para a Morada dos Baís. Lúcia Monte Serrat explica que, para o transporte, as obras vão ser envolvidas em papel de seda ou manteiga, papel bolha e craft. “O ideal seria colocar, depois de embaladas, todas as obras em caixa de madeira, mas não sabemos se vamos conseguir isso, então teremos que improvisar”. “É muito importante o cuidado e manutenção com as obras da Lídia Baís, porque ela faz parte da nossa história, é uma personagem

precursora na arte sul-mato-grossense. A obra dela representa um marco na arte do nosso Estado”, diz Lucia. O gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura, Caciano Lima, informou que existe a previsão de oferecimento de cursos pelo Sistema Estadual de Museus sobre preservação e conservação de acervos museais, catalogação de acervos e mediação cultural para formação de técnicos nas diversas áreas do patrimônio cultural para atuação nos museus sul-mato-grossenses. Técnicos da Fundação de Cultura de MS, da Gerência de Patrimô-

nio Cultural da Sectur, equipe do arquivo histórico e do Museu José Antônio Pereira vão atuar durante esta semana no processo de higienização, preparando as obras para o transporte. Na semana que vem, a coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, vai se encarregar do acondicionamento e higienização das fotografias. Este processo vai levar cerca de 15 dias, e após este período, as obras serão transportadas e ficarão salvaguardadas no MARCO e no MIS até o término da reforma na Morada dos Baís, para melhor conservação do material. (Karina Medeiros de Lima - via Fundação de Cultura)

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

Memória

HISTÓRIA DE VIDA

da Professora Efantina de Quadros Em 17 de dezembro de 1955, chegou ao rincão mato-grossense via barcaça, nas águas do Rio Paraná FACEBOOK

A senhora Efantina de Quadros nasceu em Ribeirão Preto, onde morou até o ano de 1942, quando se mudou para a capital paulista, ali se casando com o senhor Jairo de Quadros, em 07 de Junho de 1947, e ali tendo seus dois primeiros filho. Em 17 de dezembro de 1955, quando seu primeiro filho completava 07 anos, chegou ao rincão mato-grossense, após exaustivos dias de transporte, via barcaça, nas águas do Rio Paraná, aportando no Porto Primavera e, ato contínuo, dirigindo-se com sua família para a Fazenda Primavera, onde passou a residir. Em fevereiro de 1956, ingressou no magistério, lecionando na Escola Rural da Fazenda Primavera, escola esta municipal, já que Nova Andradina e Região do Vale do Ivinhema pertenciam ao município de Bataguassu. No exercício do magistério naquela fazenda, revolucionou todo o sistema de ensino à época bastante retrógrado e arcaico. Para tanto, teve que usar de todos os meios e recursos possíveis para motivar o aluno a estudar e a gostar da escola, entre eles introduziu o boletim escolar com as médias mensais; e como avaliação: testes escritos e observação constante na participação do aluno. Em fevereiro de 1958, mudou-se para o distrito de Nova Andradina, onde passou a morar na terceira casa construída até então. Seu marido passou a administrar a fundação da Cidade que nascia. A ela foi dada pelo senhor Antônio Joaquim de Moura Andrade a incumbência de estruturar, montar e fazer funcionar a primeira escola da cidade. Onde conseguiu os alunos? Saiu em busca destes na zona rural e apesar das precárias condições para locomoção casa/escola – escola/casa conseguiu implantar o ensino no vilarejo com 89 alunos, de diversos níveis, 1ª, 2ª e 3ª séries. Tinha antão alunos em um barracão da Firma Ferreira de Souza (misto de depósito e escola) e, com o passar do tempo, foi tendo em suas melhores alunas suas auxiliares, criando desta arte o primeiro corpo doente de Nova Andradina. Foi a primeira Professora do distrito de Nova Andradina – MS. Em 1959, foi criado o grupo Escolar Antônio Joaquim de Moura Andrade (originário da Escola mista de Nova Andradina), e foi seu primeiro cargo de diretora, cargo que ocupou até 1963, quando, então se mudou com a família para Dourados, cidade que aprendeu a amar e que desejou ser inquilina para o sempre como se efetivou. Em Dourados, quando chegou, as condições de ensino não eram tão diferentes das que já tinha conhecido e passou a lecionar então no colégio Osvaldo Cruz e Presidente Vargas, nos períodos diurno e noturno (quando havia luz), as disciplinas de Matemática, História do Brasil e História Geral.

Advindo a disciplina Educação Moral e Cívica no currículo escolar e sendo o Colégio Osvaldo Cruz o primeiro a ministrar essa disciplina, foi a primeira professora a leciona-la em Dourados. Em 1972 fez o curso de treinamento e depois foi monitora do curso Bola de Neve (curso sobre a Reforma de Ensino): Lei 5.692. Participou da realização de todos os cursos na cidade de Dourados/MS. Mesmo tendo se aposentado, continuou no magistério no Colégio Presidente Vargas, onde foi muito respeitada por sua forma de agir, pelo companheirismo que sempre se adornou, sendo conselheira das professoras mais nova e muito querida por seus alunos. Foi uma das professoras mais antigas do Colégio Presidente Vargas e poderia hoje se orgulhar de ter feito a base de muitos profissionais, políticos professores e empresários, de nossa Nova Andradina e Dourados. Era comum vê-la passar em frente de escritórios, consultórios e observar: “Esse foi meu aluninho” (termo carinhoso que usava). Desde os tempos idos o magistério não pode ser visto apenas como profissão e, sim uma outorga de idealismo,

dedicação, abnegação. Muitas vezes não existe o reconhecimento financeiro pelo trabalho prestado e o reconhecimento moral e humano é muitas vezes estereotipado. Mas, a professora Efantina de Quadros, dedicou toda sua vida na arte de ensinar, de preparar “seus aluninhos” para a vida estudantil, muitas vezes, em detrimento de seus próprios filhos e marido que nunca deixaram de incentivá-la e cujos filhos e antigos alunos a tem como imagem para seguir lutando por dias melhores. Efantina de Quadros deixará para todo o sempre na cidade de Dourados e Nova Andradina, assim como no solo destas, uma semente que produziu e produzirá bons frutos e, a professora, a mulher, a mãe, a esposa, a amiga, continuará sempre ao nosso lado com sua ajuda e a luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, a nos iluminar. Desde a sua inauguração a Escola Municipal Professora Efantina de Quadros e até o ano de 2016 teve na direção a professora Mara Ivâne de Oliveira Costa. No decorrente ano assumiu a direção o professor Marcos Eduardo Carneiro e como diretora adjunta a professora Valdirene Caceres Menezes

Pereira. A Unidade foi construída inicialmente para atender a demanda do bairro Durval Andrade filho, mas hoje atende alunos de todos os lugares da cidade e da zona rural. A escola foi construída no mandado do prefeito Roberto Hashioka Soler em 2004 sob o comando do então Secretário de Educação Luiz Carlos Sampaio e inaugurada no mesmo ano em 08 de Março, data esta considerada como sendo aniversário da escola. Inicialmente a escola contava com dois pavilhões com três salas de aulas cada e um pavilhão administrativo. Em 2006 a escola foi ampliada, onde construiu-se mais dois pavilhões ficando a escola com doze salas de aula e também foi construído o refeitório e um pátio coberto. Em 2005 a quadra poliesportiva foi coberta tendo suas arquibancadas construídas em 2008. Em 2012 foram construídas as salas de reforço e sala multifuncional. Atualmente a escola atende aproximadamente um total de 850 aluno e oferece o Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos – Fundamental, bem como atendimento em Sala de Multimeios (Recurso).

O PROGRESSO

Dourados, 19.2.2022

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Fazem uso do tear Gênio renascentista, autor do desenho "O Homem Vitruviano"

Carnívoro peludo do Hemisfério Norte

Conceito da Geometria dos Fractais Estado sulista de origem do MST Fluxo de Não vai dados em adiante um sistema Alma, (Inform.) em inglês

Ave citada em "Romeu e Julieta"

Difícil; trabalhoso

Som harmônico (Mús.) Bois não castrados

Que não alcançou seus objetivos (?) I, rei da Germânia

Símbolo usado em e-mails (Inform.)

Kiefer (?), Sede da ator FAO Cidade natal do cantor Tom Zé (BA)

Homem de costumes austeros Apupo Formato da abóbada (Arquit.)

Pista do hipódromo Caridoso (fig.)

Tomar providências Doente, em inglês

(?) totêmico, unidade antropológica

Estudo científico sobre a morte

Charles Babbage, cientista inglês

3/ill. 4/soul. 5/irará. 6/stream. 10/sutherland.

BANCO

Pequena pilha de controles remotos

Solução A I R S A R T A V A E M O P I F R O S

T E M P E R A T U R A A M E

N E A D I R R O C C A O T H O M V I A A R C T O

A T Z U E U R EC I S M S O P S S A T OU R R L A N E A A M C A G I T A L Ã L O G

D O D A V I N C I

A R R O B A

L A E R O N C A A R O S

HORÓSCOPO DA SEMANA ÁRIES - 21/03 a 20/04

Você ama esta época do ano porque se trata de avaliar e planejar. O que você pode fazer pela sua saúde que faltou durante os últimos meses? Se você preferir produtos orgânicos, considere se inscrever em um clube mensal que entrega produtos orgânicos locais à sua porta.

LIBRA - 23/09 a 22/10

Você tem todos os tipos de energias estranhas ligadas a assuntos de carreira e ﬁguras de autoridade. O que estava aqui ontem pode não estar amanhã, então é melhor conservar seus recursos. O ideal seria cortar alguns gastos de vida, mas mesmo que não consiga gerenciar isso agora, tente separar algum dinheiro.

TOURO - 21/04 a 20/05

Não há ganhos monetários extras para acumular nessa semana. No entanto, você está gerindo as suas despesas de rotina facilmente e está poupando dinheiro de forma satisfatória. Enquanto isso, o campo do dinheiro e dos valores indica uma época de grande ação e de atividade próspera nesta frente.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11

Você pode achar que está sendo mais dura consigo mesma. Ao invés de acrescentar à quaisquer decepções recentes uma auto-crítica desnecessária, veja onde a culpa realmente reside. Você está se sentindo mais aterrada do que nunca agora, e isso pode ajudá-la a traçar seus próximos movimentos.

GÊMEOS - 21/05 a 20/06

A semana te dá a oportunidade de abrandar e olhar para dentro - se precisa ou não ter o tempo para fazer isso é com você. Saber como você se sente é um bem muito importante, embora não seja exatamente fácil o tempo todo. Na verdade, você pode experimentar resistência de outras pessoas.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12

Você tem alguns desaﬁos à frente quando você tenta encontrar a melhor abordagem para o próximo mês. Aspectos afetam sua Casa das Dívidas, inclinados para você se mover em direção ao reembolso e se abster de mais gastos. Sua família e vida romântica serão seus principais fatores de motivação agora.

CÂNCER - 21/06 a 21/07

A atividade em seu ambiente proﬁssional essa semana indica que seu trabalho provavelmente seja mais fácil agora. O Universo fornece a energia que você precisa para fazer as coisas avançarem rumo a um trabalho notado e apreciado. Ao mesmo tempo, você precisa assumir mais responsabilidade.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 20/01

Você pode sentir que alguém de repente derramou um balde de água fria em você, que anda assustado, encolhido e mais do que um pouco descontente. Bem, o que você faria se alguém que você ama se sentiu assim? Tente se dar o mesmo cuidado, e transformar esses sentimentos em energia positiva.

LEÃO - 22/07 a 22/08

Preste atenção às suas inseguranças. Você pode notar um ponto onde as coisas poderiam ir de uma forma ou de outra: faça a sua parte para escolher o melhor resultado possível, e coloque suas energias em quadro positivo. Tanto do que nós reclamamos foi realmente de nossa escolha em primeiro lugar.

AQUÁRIO - 21/01 a 19/02

A energia dos planetas querem te deixar mais bonita e magnética, atraindo pessoas, situações e oportunidades para que você possa cumprir seus objetivos e sonhos esta semana. Eles pedem que você desenvolva autoconﬁança e ajuste a maneira como você se mostra no mundo.

VIRGEM - 23/08 a 22/09

Você está considerando todos os ângulos agora. Considere como você procura as verdades mais profundas em sua vida. Neste momento, retornar à escola pode ser apenas o motivo para recuperá-las, assim como aprender um novo idioma ou usar uma viagem como forma de educação.

PEIXES - 20/02 a 20/03

Você está se sentindo impulsionada a deixar seu eu verdadeiro ganhar liberdade. No trabalho, em suas relações pessoais e em público, você quer deixar tudo sair, mas sua carreira (e salário) pode sofrer se você for longe demais. Reinvente um pouco para colher as recompensas.

Dourados, 19.2.2022 O PROGRESSO

COLUNA DA ADILES GLEISON E EDUARDA

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

“Nenhuma noite é escura demais para aqueles que têm luz própria”. Frases do Bem

Casaram-se no dia 29 de janeiro, Gleison Costa e Eduarda Maria Coltro. A cerimônia foi realizada na Capela Mãe Rainha, a festa aconteceu no Espaço dos Buritis. Parabéns e felicidades ao casal.

Os noivos Gleison Costa e Eduarda Maria

Os noivos com os pais da noiva, Fatima Carbonera e Edson Coltro

Os noivos com a madrinha da noiva, Vanessa Chimenez

Os noivos com os padrinhos do noivo: Glasieli Brum e Higor Pereira

Os noivos com a madrinha da noiva, Isabela Rezende

Os noivos com os padrinhos da noiva, Maria Zilma Alves e José Joaquim de Oliveira

Noivos com os padrinhos do noivo, Jaqueline Foppa e Gilmar Sarate e a daminha Isabela

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

Do dia 23/fevereiro: • Elisabety C. Beloni, Alcir José Bispo Salviano, Katia Regina, Jaci Maria, Tatiane C. Leal Calumby, Alessandro Postal, Marcos Rodrigues Gonçalves, Waldirce Cardoso Leite, Denize Portolan de Moura. Do dia 24/fevereiro: • Hilário Marques Cavalheiro, Antonio Osmar Chaves, Elza Peres Gordim, Elcio Padovan Correia, Alcyr Moreira Fernandes, Marlene Elisabete Robeiro Dias, Rosilene Bortolaze Vicente, Patrícia Figueiredo Barros, Elias Ferreira da Silva.

SÉRGIO BRAGA

FERNANDO ROCHA

DEP. FED. ROSE MODESTO

RODRIGO MEDEIROS

REGINA HAMOUD

SENADORA SIMONE TEBET

PADRE LEÃO PEDRO

ODILA LANGE

(19/2)

(21/2)

(20/2)

(22/2)

(20/2)

(22/2)

(20/2)

(23/2)

Do dia 25/fevereiro: • Delço Luiz, José Batista, Leocádia R. Silva, Olívia Martins Silva, Taís Dauzacker, Maristela Chaves de Souza, Sandro Fabri, Gisley de Andrade Faria, Daniela Cristina Monteiro Lima, Roberto Antonazzi, Milton Murakami, Isac Hipólito, Katia Andréia Amarilha.