Edição de 21 de agosto de 2021

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DOURADOS MS ANO 71 Nº 13.688

O PROGRESSO

21 de agosto de 2021

★★★★★

Delta avança e pode causar surtos em MS

CULTURA

Tradição Política

Projeto incentiva a Professor Biasotto preservação da de cultura deixa legado e memória Terena luta pela Educação PÁG. C2 PÁG. A4

SCIENCE PHOTO LIBRARY

Arte

Unidade Guaicuru Viva lança site com exposição de movimento artístico PÁG. C4

DOURADOSAGORA

Saúde

Clima seco propicia agravamento na saúde de tabagistas PÁG. D1

Vacina

3ª dose contra Covid será necessária para idosos PÁG. D2

Tratamento

A variante Delta avança em estados vizinhos e pode chegar com força em Mato Grosso do Sul nos próximos dias. O alerta tem sido feito por especialistas. PÁG. A4

Famílias de dependentes químicos precisam de cuidados PÁG. D4


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Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

INFORME C

Os invisíveis

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les estão ali, colado na cidade, pouco mais de 18 mil pessoas, quantitativo maior que muitas cidades sul-mato-grossenses. Existem, resistem, seguem firme, mas passam despercebidos todos os dias. Seja para ir numa loja ou simplesmente passar em frente de uma residência, são invisíveis. A realidade da comunidade indígena de Dourados, a maior urbana do País, não é diferente de outras regiões do brasilzão. A morte brutal da menina Raíssa, de 11 anos, vítima de estupro coletivo e jogada viva de um penhasco de 20 metros chamou a atenção na última semana. Mas já passou. Órgãos públicos ligados à comu-

CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

nidade se viram na obrigação de visitar a família e lideranças da aldeia Bororó. Bem normal após o acontecimento de tragédias. Largados e abandonados na Reserva Indígena de 3,5 mil hectares, os Guarani-Caiuá-Terena de Dourados sempre foram tratados com indiferença. E todos sabem. Todos sabem que a miséria impera entre a comunidade. Todos sabem a grande presença de álcool e demais tipos de drogas. Também sabem que há centenas de Raíssas abusadas sexualmente com frequência. E quase nada é feito. No dia 19 de abril é lindo ver as escolas celebrarem o Dia do Índio. Fazem pinturas, contam histórias que o indígena vive da caça e da

pesca. Esse é o retrato que muitos douradenses têm. Mal sabem que as aldeias Jaguapiru e Bororó são uma espécie de favela da cidade. Que falta água na maioria das casas. Falta comida. Falta dignidade. Por terem traços como pele morena avermelhada e olhos pequenos e amendoados, já nascem tachados. Aqueles que vão para cidade precisam quebrar paradigma e provar capacidade. E ainda assim é uma luta constante, diária, de autoafirmação, de combate ao preconceito. Só não vê quem não quer. A comunidade indígena está aí, colada na cidade, mas fechar os olhos e fingir a inexistência será sempre mais fácil e cômodo. Criticar e julgar, mais fácil ainda.

A violência contra a mulher começa no berço SILVIA TAVARES FARINA* *AFLAMS, Titular Cadeira 12

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m pleno século XXI ainda encontramos meninas desde pequenas expostas aos mais variados tipos de agressões. Elas tem início dentro da própria casa quando desde pequena é incentivada a se calar, a ouvir que o irmão é mais inteligente, menos chorão, mais forte. A divisão das tarefas domésticas, em geral ,são de responsabilidade das meninas. Se a mãe sai para trabalhar a “dona” do lar passa a ser a filha. Os comentários nos encontros entre amigos que tem menino, o tão conclamado “filho homem”, surgem através das frases “ Segura sua cabra que o meu bode está solto”, “ Não dá moleza que esse vai ser macho igual o pai”, “ Vai lá e mostra que é homem “. São frases que vão passando de geração em geração, sem que haja uma avaliação sobre o efeito que elas causam na vida da mulher. Dizer que a violência contra a mulher inicia no berço não é referente apenas as palavras, às divisões de tarefas, às comparações, as frases inesquecíveis, mas vem sem que a menina sequer perceba, a violência do corpo, o abuso dentro da própria casa. É no lugar em que mais deveria

existir a proteção, a educação pautada no respeito, no amor a si mesma e ao próximo aonde acontecem as atrocidades. A violência contra a mulher acontece quando desde pequena, a menina sinaliza através do choro, do medo, da agressividade, da tristeza o abuso que vem tornando seus dias , sua vida uma tortura. É ali, no próprio lar, que os sonhos vão se tornando inatingíveis, inexistentes. O apoio não chega através do carinho da mãe, que se recusa a acreditar que aquele pai, aquele tio, aquele irmão, aquele primo, aquele namorado que ela tanto ama e confia, estejam traindo a sua confiança. Passa a menina , ser a “culpada” pelo abuso sofrido. Muitas são agredidas com palavras que se perpetuam em sua vida. Outras são agredidas fisicamente. Vemos aquelas meninas que recebem um tipo de agressão velada, a tão desclassificada agressão psicológica, emocional. Acostumadas desde a berço serem marginalizadas, crescem com a ideia de partir em busca de um lugar mais seguro. Batem asas e voam. Um voo sem planejamento, sem saber sequer para onde voarão. Cansadas, a tendência é fazerem seu ninho em qualquer lugar que lhe permita sentir-se mais segura, protegida , acolhida do que no próprio lar. Aí se esconde mais uma perversa “armadilha”. Como não tiveram uma educação que as ensinassem a importância de se respeitarem e de exigirem respeito, lá estão elas novamente lançadas

a própria sorte. Chega a adolescência e com ela as alterações hormonais, a transição de um corpo de menina para um corpo de mocinha. Como não houve a educação de berço, a sua escolha mais apropriada ocorre em relacionamentos abusivos, filhos sem planejamento familiar, falta de estudo, falta de trabalho e talvez a falta mais difícil, a falta da saúde mental, emocional, física e espiritual. Como num pesadelo infinito, o processo começa agora pela vivência dela não mais como menina, mas, como mãe. Repetindo aquelas mesmas situações já por ela vivenciadas. Repetindo padrões de comportamento que foram justamente os que a levaram a situação em que vive. Como romper esse círculo vicioso? Como trabalhar para que essa menina se reconheça como ser humano em constante evolução? Como fazer para que ocorra uma ruptura nessa educação de berço, permitindo com isso que essa menina se reconheça com seu valor, seus sonhos, seus direitos e deveres? Em situação de urgência e emergência, é preciso romper padrões, demonstrar amor, respeito, cuidado com as meninas que estão chegando para esse mundo tão repleto de informações, porém tão desprovidos de aprendizados reais. Ou se muda a educação de berço, ou continuaremos assistindo os meios de comunicação anunciando abuso sexual, feminicidio, drogas lícitas e ilícitas destruindo aquilo que sequer sabem que existe: sonhos, projetos, propósitos de vida.

Nem tão antiga, mas muito representativa A “Igrejinha de Pedra” ou “Capelinha dos Mattos” virou atrativo para os douradenses, principalmente após grupos de ciclistas postarem fotos nas redes sociais como ponto obrigatório para visitas no município. O vereador Elias Ishy solicitou à prefeitura que coordene estudos de processo de patrimônio histórico e cultural do local. O documento foi encaminhado na sessão do dia nove de agosto. A 20 quilômetros da cidade, na região da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, segundo o jornal O Progresso, foi “construída em 1990, a estrutura representa o jesuítico espanhol, encontrado no sul do Brasil, precisamente na região das Missões, de onde vieram imigrantes da família Mattos nos idos de 1900. Ao lado existe o cemitério, construído bem antes, no início do século XX. Lá estão sepultados os pioneiros da família Mattos”. De saída O deputado estadual Neno Razuk vai se desfiliar do PTB na janela partidária, em abril de 2022, e busca novo partido para disputar a reeleição. Ao Jornal Midiamax, Neno comentou que deve procurar outra sigla para disputar a cadeira na Assembleia Legislativa para mandato de mais quatro anos. “Devo procurar outro partido, não vou ficar no PTB”. Segundo Razuk, ele ainda está estudando para qual legenda deve ingressar no próximo ano. “Vou disputar a reeleição e tenho convites de vários partidos, mas ainda não decidi para qual eu vou”. Dentre os convites, o deputado estadual e presidente regional do PP, Evander Vendramini, já tinha confirmado o convite feito a Razuk. Neno Razuk foi presidente regional do PTB e passou o cargo para o ex-senador Delcídio do Amaral em 2019. O partido também conta com a filiação da mãe de Neno, Délia Razuk, ex-prefeita de Dourados. Pela memória A Dona Hermínia, uma das principais personagens do ator Paulo Gustavo, que faleceu em maio deste ano por conta da Covid-19, estampa a campanha de vacinação contra a doença em Três Lagoas. Na segunda-feira passada a prefeitura do município avisou que a vacinação para maiores de 18 anos estava liberada em todas as unidades de saúde.»Ele [Paulo Gustavo] infelizmente se foi por conta da Covid e ficou bastante tempo internado. É um trabalho todo feito em equipe e uma forma de homenageá-lo com a vacina, que ele não teve tempo de tomar e tanto pediu por ela, então, não podíamos deixar de usar um filme brasileiro, com um personagem

brasileiro que, infelizmente, se foi por conta dessa pandemia», afirmou a diretora de comunicação da prefeitura, Luisa Mas. Índia trans Majur Traytowu, 30 anos, indígena e transexual, se tornou, oficialmente, cacique da Aldeia Apido Paru da Terra Indígena Tadarimana, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, há cerca de um mês, após o pai de 79 anos se afastar do cargo por motivos de doença. Majur contou que começou a se descobrir como transexual aos 12 anos e, aos 27 anos, quando a família fundou a Aldeia Apido Paru, ela passou a ajudar o pai nas tomadas de decisões. “Fui me observando e cheguei a conclusão que sou trans. Meu comportamento, os gostos e também a atração por outros meninos foi crescendo. Foi então que descobri que nasci em um corpo de homem, mas com espírito de mulher”, relatou. Centenárias Talvez não exista um lugar mais campo-grandense que a Avenida Afonso Pena. A rua larga, com um canteiro no meio, tornou-se uma marca registrada da Cidade Morena, uma preciosidade que é a morada de figueiras centenárias, incrivelmente resistentes à ação do tempo. Parte da história da Capital, as árvores foram cultivadas em 1921 por um dos primeiros adoradores de plantas que pisaram nessas terras, o então intendente e juiz de Direito Arlindo de Andrade Gomes. “Ele tinha uma chácara onde hoje é a rua Maracaju, perto do Córrego Segredo. Vendia muitas mudas de frutas, de várias espécies, e foi ele quem plantou as figueiras da Afonso Pena”, conta o professor Arnaldo Rodrigues Menecozi, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.

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Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

Política

MS deve ter isenção do ICMS na bandeira vermelha de energia A medida passou a ser discutida após o aumento na cobrança extra da conta de luz LUCIANA NASSAR/ALMS

Começou a tramitar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Projeto de Lei 238/2021 de autoria do Poder Executivo, que pretende reduzir as alíquotas do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobradas nas faturas de energia elétrica de todos os contribuintes residentes no estado nos períodos em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixar a bandeira vermelha.

A cobrança da bandeira foi determinada por conta da maior crise hídrica que vive o Brasil A proposta define que a redução será temporária, para os exercícios financeiros de 2021 e 2022, apenas para essa bandeira específica. O sistema de bandeiras tarifárias objetiva indicar ao consumidor o maior ou menor custo para a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, de modo que os custos são variáveis, sendo a vermelha a de maior custo. O projeto foi entregue durante sessão ordinária pelo secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula e pela consultora legislativa Ana Carolina Ali. O presidente da ALEMS, deputado Paulo Corrêa (PSDB), ressaltou que o projeto atende solicitação dos 24 deputados da Casa de Leis. “O Governo teve a sensibilidade de atender, em função de um pedido da sociedade, por meio dessa Casa e de uma forma inteligente sem precisar passar por acordo do Confaz. Então

Projeto será encaminhado para Assembleia Legislativa por acordo de liderança vamos diminuir o tempo de tramitação”, destacou o presidente que explicou que os prazos serão: até dia 23/8 para apresentação de emendas; dia 24/8 encaminhamento para a relatoria da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR); dia 25/8 votação na CCJR, inclusão na Ordem do Dia para votação em primeira discussão, caso aprove de imediato seguirá para análise das comissões de mérito e no mesmo dia será aberta sessão extraordinária para votação em segunda discussão. O secretário da Casa Civil, Sérgio

de Paula, explicou que a proposta vai atingir todas as categorias. “Quem ganha é sociedade como um todo, pois a seca dos reservatórios já está aí, além da pandemia, atingindo a economia, então atendendo os deputados e a população o governador foi sensível e fez a redução da alíquota mesmo tendo perda de cerca de R$ 18 milhões na base de cálculo do imposto”, informou. A consultora legislativa Ana Carolina Ali completou.“Nesse sentido a redução será válida somente quando a Aneel acionar a bandeira vermelha, por meio da diminuição em dois

Vai à sanção projeto de Marçal que institui o Dia da Bíblia em MS DIVULGAÇÃO

Projeto foi criado para criar o dia de Leitura da Bíblia para todos os cristãos Os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei que inclui no calendário das comemorações oficiais do estado de Mato Grosso do Sul o

“Dia da Bíblia”. De autoria do deputado Marçal Filho (PSDB), o projeto segue para sanção do governador Reinaldo Azambuja.

Conforme o projeto, o Dia da Bíblia será incluído no Calendário Oficial de Eventos do Estado, sendo celebrado, anualmente, no segundo domingo do mês de dezembro. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. “Existem muitas datas comemorativas no calendário de eventos, mas não havia uma sobre a leitura da Bíblia para todos os cristãos”, justificou Marçal Filho ao criar o Projeto de Lei. Todas as pessoas que frequentam igreja cristã possuem uma Bíblia. “Ela é a Palavra de Deus que nos ensina como viver. Mais que isso, nos revela o que devemos fazer para ganhar a vida eterna: seguir a Jesus Cristo e reconhecê-lo como nosso senhor e salvador. Por tudo isto, ela é conhecida como as Sagradas Escrituras e tem transformado a vida de milhões de pessoas através dos séculos”, descreveu o parlamentar.

pontos percentuais das alíquotas do ICMS incidentes sobre as faturas a partir de 1º de setembro de 2021. Será uma medida temporária, que atende a Lei de Responsabilidade Fiscal e que alcançará todos os consumidores”, ponderou. A proposta acrescenta a redução, estabelecendo em 15%, 18% e 23% nas hipóteses que especifica o Artigo 41, parágrafo 5, dos dispositivos da Lei Estadual 1.810, de 22 de dezembro de 1997, que dispõe sobre os tributos de competência do Estado – confira na íntegra no Sistema Legislativo clicando aqui.

COLONO - Cumpadi, governo prometeu luz mais barata

ZÉ PINGA - Só luz tá bom, barata já tem de monte, ic, ic, ic...


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Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

Política

Delta avança em estados vizinhos e pode causar surtos em MS Flexibilização das regras de biossegurança preocupam especialistas que alertam para possíveis ondas de superlotações nos hospitais SCIENCE PHOTO LIBRARY

Valéria Araújo A variante Delta avança em estados vizinhos e pode chegar com força em Mato Grosso do Sul nos próximos dias. O alerta tem sido feito por especialistas. Em Dourados a médica infectologista Andyane Tetila diz que não é hora de baixar a guarda para doença e que os cuidados de prevenção devem continuar como o uso de máscara, o distanciamento social e utilização de álcool em gel. Ela acredita que o afrouxamento das regras de prevenção podem causar surtos como estão ocorrendo em São Paulo, por exemplo. Especialistas projetam que os casos da variante podem “explodir” em setembro no estado vizinho. Segundo dados da Lacem, em Mato Grosso do Sul não foi registrado nenhum caso da variante até o momento. Mesmo assim, a médica Andyane Tetila alerta para a evolução dos casos da doença que tem causado superlotações em hospitais. “Segundo alguns estudos, a variante delta pode ser de 50% a 100% mais transmissível do que as demais cepas do Sars-Cov-2. A preocupação é que ela faça voltar a alta incidência de casos e force uma nova onda da crise sanitária, aumentando, inclusive, o número de internações”, destaca. Ela alerta para casos em que mesmo vacinados os indivíduos contraíram a doença. “Como nenhuma vacina possui a eficácia de 100% na proteção de ocorrência de uma infecção, para a variante Delta não seria diferente. A infecção pode ocorrer sim, porém, observa-se nos outros países a incidência de casos leves a moderados em quem já está imunizado. Nos EUA, por exemplo, evidenciou-se que 96% dos casos com gravidade ocorreram em quem não havia se vacinado”. De acordo com a médica, em relação aos sintomas, é muito variável entre os indivíduos, depende muito da resposta imunológica de cada um, e, se já foi imunizado ou não. “A Fiocruz divulgou um estudo que aponta para

A preocupação maior é com a população de 80 anos ou mais possíveis efeitos da variante delta no país. Entretanto, identificaram novo aumento no número de internações por covid-19 entre idosos. A elevação do número de casos ocorre após cerca de quatro meses mostrando queda. A análise indica que, ainda assim, as faixas de 60-69 e 70-79 anos continuam em uma situação bem melhor do que a apresentada em picos anteriores. A preocupação maior é com a população de 80 anos

ou mais. O estudo alerta também que a população de crianças de 0 a 9 anos encontra-se no pior momento”. Imunização coletiva Especialistas em todo o mundo descartaram a possibilidade da imunização por rebanho em relação a Covid-19, devido a variante Delta. A razão seria de que devido a alta facilidade de transmissão fica inviável pensar a imunidade coletiva, seja

por contato ou cobertura vacinal. A porcentagem de imunidade da população teria que ser muito elevada, muito mais que os antigos 70% esperados. “ E mesmo assim, sempre haverá pessoas susceptíveis, pois a imunidade não impede infecção e transmissão. Os números não batem! Fica inviável o pensamento da proteção coletiva. Ou seja, população imunizada, protege quem não se imunizou”.


Mães com covid-19 podem amamentar sem risco para o bebê. PÁG. 3

DOURADOSAGORA Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO SHOTPRIME

Narguilé e Cigarro eletrônico: clima seco propicia agravamento na saúde de tabagistas Do narguilé ao cigarro eletrônico o tabagismo em suas diferentes formas causam além de dependência, malefícios para a saúde, principalmente problemas respiratórios Lílian Rech Não chove em Dourados há pelo menos setenta dias. A baixa umidade relativa do ar, aliada às condições climáticas com os termômetros marcando mais de 40ºC, são extremamente prejudiciais para a saúde, uma vez que o tempo seco agrava ainda mais os problemas de saúde, principalmente respiratórios. Com o clima em condições semelhantes às desérticas, especialistas alertam inclusive para as consequências que podem vir a ter, principalmente os tabagistas. Essa baixa umidade é um fator importante para o desencadeamento de doenças da via aérea. Para quem fuma, o risco de apresentar comorbidades é de 5 vezes mais do que uma pessoa que não fuma. O tabagismo já não é mais sinônimo apenas de cigarros. Cada dia que passa, produtos alternativos como cigarros eletrônicos, nargui-

lés, incluindo nessa ‘vibe’ o tabaco orgânico, tomam o lugar daqueles convencionais, vendidos em maços em qualquer tipo de comércio de alimentos, conveniências ou tabacarias. Porém, o que pouca gente sabe é que os danos causados à saúde de quem consome esse tipo de produto ‘da modinha’ é muito pior. “O narguilé e o cigarro eletrônico apresentam uma concentração bem mais elevada dos agentes tóxicos, sendo assim é muito mais comum a incidência de câncer bucal, da laringe, esôfago, além, é claro de doenças pulmonares, cardiovasculares e hepatites”, afirma a otorrinolaringologista Ana Claudia Zangirolami. O narguilé, por exemplo, tem 4 vezes mais nicotina, 11 vezes mais monóxido de carbono e 100 vezes mais alcatrão que o cigarro comum. E quem pensa que sofrem malefícios do vício apenas aqueles que consomem o cigarro de papel está,

enganado. Ainda de acordo com a especialista, o cigarro eletrônico apresenta níveis de toxicidade que podem ser tão prejudiciais quanto

Ana Claudia Zangirolami, otorrinolaringologista

o tradicional. “Neste tipo de cigarro existe uma combinação de substâncias tóxicas que acabam muitas vezes mascarando os efeitos danosos ao organismo, mas são sim maléficas e causam danos até mais rapidamente do que o comum”, diz.

Mas pelo que parece, o uso das novas tecnologias do universo tabagista, não preocupa tanto assim os mais jovens. Um adolescente de 17 anos, relatou à reportagem que mesmo com todo tipo de instrução, conhecimento dos malefícios causados pelo uso destes produtos e alerta de familiares, o uso continua. “É mesmo um vício, não tem como parar de uma hora para outra (...) a sensação de usar o narguilé, o prazer em sentir o gosto adocicado de cada essência é muito bom”, diz o rapaz. Vale lembrar que, devido a um comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da covid. “O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, com isso todo fumante tem chances reais de ter um quadro de agravamento de saúde, caso tenha sido contaminado pelo novo coronavírus”.


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Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

DouradosAgora

3ª dose contra Covid será necessária para idosos e pessoas com baixa imunidade Para o infectologista da Fiocruz, Julio Croda, MS deve ser o primeiro estado a iniciar a terceira aplicação da vacina FOTOS: SES/MS E WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Gracindo Ramos O jornal O PROGRESSO conversou com o infectologista Julio Croda sobre as perspectivas da aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19. O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz afirmou que existe uma tendência de aplicação de uma dose de reforço nos idosos, imunossuprimidos e, eventualmente, nos profissionais de saúde. Além disso, o professor da UFMS acredita que Mato Grosso do Sul pode ser o primeiro estado a iniciar a aplicação desse reforço imunológico contra o coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do MS já cobrou do Ministério da Saúde uma definição quanto à terceira dose da vacina em idosos. Veja a entrevista na íntegra com o especialista Julio Croda: Já existe consenso sobre a necessidade da aplicação de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19? Essa é a melhor estratégia, mesmo que muitos brasileiros ainda não tenham completado o esquema com 2 doses? Em relação a terceira dose, não existe um consenso, falta ainda muitos dados. Mas existe uma tendência de aplicar a terceira dose nos idosos, nos imunossuprimidos e, eventualmente, nos profissionais de saúde. Em relação a segunda dose, é esperar o tempo para completar o esquema vacinal. Então, no momento em que o Estado do Mato Grosso do Sul é um dos primeiros estados a terminar a faixa etária de 18 anos e iniciar adolescentes, nos resta ser o primeiro também a dar a terceira dose ou dose de reforço, principalmente, para os grupos mais vulneráveis. Aqui, a terceira dose vai seguir o rito de esperar de 8 a 12 semanas para essa pessoa poder receber a segunda dose. É importante receber nesse intervalo porque garante maior proteção. E,

principalmente, quem está esperando essa segunda dose são adultos jovens. A maioria dos idosos já recebeu a sua segunda dose. Essa possível 3ª dose seria um reforço? Como ela funcionaria na resposta imunológica? É, a ideia é que funcione como uma dose de reforço, justamente nessas populações para garantir maior proteção, principalmente para as formas graves, hospitalização e óbito. Teve início estudos para avaliar a 3ª dose em indivíduos que receberam a Coronavac, e a cidade do Rio de Janeiro anunciou que vai testar a 3ª dose, independente da vacina que a pessoa tomou. Gostaria que comentasse essa intercambialidade. Não só em Paquetá [RJ] vai ser testada a 3ª dose, mas o próprio ministério [da Saúde] está financiando um estudo em São Paulo e Salvador para avaliar o reforço para pessoas que receberam a Coronavac. Vai ter reforço, vão ser divididas 1.200 pessoas em quatro grupos (Astrazeneca, Pfizer, Janssen e a própria Coronavac) para avaliar a resposta imunológica nessa dose de reforço. Vai ter dados sim, a gente vai entender um pouco melhor qual seria a melhor vacina para ser utilizada como reforço. Muito provavelmente, uma vacinação heteróloga, com outro tipo de vacina. A gente chama isso de dose de reforço heteróloga, justamente porque não é com a mesma vacina. É possível que, nesse momento, determinada vacina de um laboratório necessite de 3ª dose e outro imunizante não? Não, eu acho que a questão da 3ª dose vai ser mais em relação aos grupos de risco para hospitalização e óbito, que a gente já sabe que, por conta da imunossenescência,

têm baixa resposta imunológica e, portanto, maior risco para evolução de hospitalização e óbito. Ou seja, imunossuprimidos e idosos independente do imunizante que foi utilizado nessa população. E como ficaria a estratégia de imunização para pessoas que tomaram dose única? Os que tomaram Janssen e que fazem parte desses grupos de risco teriam uma dose de reforço com uma outra vacina, no esquema heterólogo. “É necessário atingir 90% da população com o esquema vacinal completo e torcer para que não surjam novas variantes”, diz especialista professor da UFMS

É possível dizer se as variantes que estão se sobrepondo, principalmente a delta, são responsáveis por essa preocupação com a resposta imunológica vacinal? O que se sabe sobre o impacto delas quando infectam pessoas imunizadas que completaram o esquema vacinal com duas doses ou dose única? É possível dizer. As variantes, principalmente a variante delta, têm dados mostrando que ela [vacina] mantém a efetividade para formas graves da doença, hospitalização e óbito, mas tem uma perda de efetividade, principalmente, para casos leves ou os assintomáticos. E, portanto, você ainda vai ter a transmissão importante da doença na comunidade. E esse é o motivo de fazer a proteção das pessoas com maior risco de evo-

luir para hospitalização e óbito, ou seja, vacinar idosos e imunossuprimidos. É possível projetar como seria a campanha de imunização contra a Covid para os próximos anos? Não é possível projetar como vai ser a campanha para os próximos anos. Nesse momento, o que a gente sabe é que, muito provavelmente, esses grupos necessitam de uma dose de reforço. Mas outros grupos não. Muito provavelmente, a imunidade é duradoura, vai continuar protegendo, principalmente, para as formas graves da doença, hospitalização e óbito. A não ser que surjam novas variantes. Então, só o tempo vai dizer se vai ser necessário outras doses e qual a periodicidade dessas doses para os demais grupos, que não seja esses de idosos e populações imunossuprimidas. No país, já se projeta uma abertura maior, como por exemplo retorno às aulas em quase todos os estados, volta de torcidas nos estádios e outros eventos. Como você vê a retomada nesse momento? A retomada tem que ser vista com muito cuidado. Nós não atingimos um patamar de cobertura completa com duas doses da vacina. A gente está muito aquém ainda em todo país. O Mato Grosso do Sul é o estado que mais avançou, nós temos 50% da população da população já vacinada com duas doses, o esquema completo. Mas é necessário atingir 90% da população com o esquema vacinal completo e torcer para que não surjam novas variantes ou essas variantes não tragam nenhum impacto mais específicos para hospitalização e óbito. Isso é o que vai determinar se a gente pode sim retornar com segurança às nossas atividades.


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Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

DouradosAgora

Mães com covid-19 podem amamentar sem risco para o bebê Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), benefícios do aleitamento superam os riscos de transmissão do coronavírus para a criança ALENA OZEROVA

Nathana Loureiro A Covid-19 não é uma contraindicação para a amamentação. De acordo com as recomendações tanto das evidências científicas quanto da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento, mesmo a mãe estando com a covid-19, traz mais benefícios do que riscos para a criança. A mãe pode amamentar tomando todos os cuidados preconizados às pessoas em geral durante a pandemia, ou seja, higiene rigorosa das mãos e uso de máscara. O assunto ganha evidência com o Agosto Dourado, mês dedicado ao incentivo ao aleitamento materno. O ato de amamentar o bebê diretamente no seio da mãe fornece inúmeros benefícios para mãe e filho. Além de reduzir o risco de doenças, fortalece ainda mais os laços entre a mãe e a criança. A amamentação deve ser exclusiva nos primeiros 6 meses de vida do lactante e é importante deixar claro que o leite contém todos os nutrientes que o bebê necessita para essa fase de seu desenvolvimento. Ele é produzido nas glândulas mamárias e é um alimento perfeito para a criança. Nos primeiros dias a mulher produz o colostro, com uma maior concentração de proteína e menos gordura, um leite distinto do chamado leite maduro. Por volta do sexto dia após o parto, o leite materno começa a se modificar gradualmente, esse é o chamado leite de transição. Já no estágio final do desenvolvimento surge o leite maduro, nele temos uma combinação perfeita de proteínas, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas. A água também está presente, constituindo por 87,5% desse leite. Por esse motivo o bebê não necessita ingerir água nos seus primeiros meses de vida. Em entrevista ao O PROGRESSO, a pós-graduanda em aleitamento ma-

terno e saúde da criança, Amanda Stefanello esclarece diversas dúvidas e fala sobre as vantagens da amamentação para mãe e filho. Quais os benefícios na amamentação tanto para a mãe, quanto para o bebê? Amamentar tem diversos benefícios para a mãe e o bebê, sendo: Para o bebê: Menores riscos de desenvolver diarreia, infecções, alergias e doenças respiratórias, além de maior desenvolvimento cognitivo (inteligência); Previne a formação incorreta dos dentes e problemas na fala; Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a amamentação diminui o risco de morte de crianças amamentadas exclusivamente até os 6 meses em mais de 41%, quando comparada a crianças que recebem outros alimentos ou leites. Para a mãe: Proteção contra o câncer de mama, endométrio eovário; Menor risco de hemorragia no pós-parto e anemia; Reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2, artrite reumatoide, osteoporose e doenças cardiovasculares como o infarto. Por quanto tempo a mãe deve amamentar o bebê? A recomendação mundial recomenda a amamentação exclusiva (somente leite materno) nos primeiros 6 meses de vida e complementar com outros alimentos saudáveis até os dois anos ou mais. Como saber se o bebê está mamando de maneira correta? Uma das maiores dúvidas, da mulher que amamenta, bem como a causa da introdução de fórmulas artificiais na alimentação do bebê ( sem indicação

Amanda Stefanello, pós-graduanda em aleitamento materno e saúde da criança

médica), é quanto à imprecisão em saber se amamentação está indo bem, se o leite materno é suficiente. Em resumo, os seguintes pontos devem ser observados: A mãe não sente dor, nem apresenta fissuras nas mamas; o bebê abocanha boa parte da aréola e não somente o mamilo; o bebê mama várias vezes ao dia; você observa o bebê sugar e engolir o leite; após a mamada, o mamilo não está deformado (tipo formato de batom); o bebê procura o seio atento, sugando com interesse; o bebê solta o seio relaxado, tranquilo; o bebê faz xixi várias vezes ao dia (claro) e cocô (dentro do esperado); o bebê retorna ao peso de nascimento a partir da segunda semana de vida e o ganho de peso e crescimento dentro dos parâmetros das curvas da OMS. É válido ressaltar a importância do acompanhamento pediátrico no desenvolvimento do bebê. O leite materno pode ser armazenado congelado? Por quanto tempo? O leite materno pode ser armazenado sim, sendo na geladeira por até 12 horas da extração e no congelador por até 15 dias, em recipientes adequados. Mães infectadas pela Covid-19 podem amamentar?

Sim, segundo as informações científicas disponíveis até o momento, não existe comprovação da transmissão de COVID-19 no leite materno para o bebê. Em casos graves de covid, a amamentação deve ser suspensa? A amamentação não é contra indicada nos casos de COVID-19, mas são necessários cuidados durante a amamentação. Porém em casos graves que exigem internação em UTI e intubação por exemplo, o bebê não permanece junto à mãe. A fim de preservar a amamentação, a ordenha do leite materno deve ser realizada para manter a produção de leite, para que ao se recuperar da gravidade da doença ela retorne a amamentação. Quem se vacinou contra o Coronavírus, pode amamentar ou doar leite? Sim! A vacinação da lactante é importante a fim de propiciar a proteção destas mulheres contra a COVID-19, além disso, o leite materno contém anticorpos que poderiam potencialmente proteger a criança amamentada. Mas lembrando que os cuidados habituais não devem ser abandonados e que mais pesquisas seguem em andamento para estabelecer os níveis de proteção desses anticorpos. Em caso de reações adversas à vacina, a mãe pode amamentar? Geralmente as reações à vacina são temporárias, e não contra indicam a amamentação, porém deve-se ter cuidado em relação a medicamentos que a mulher pode ingerir a fim de atenuar as reações, pois existem medicamentos incompatíveis com a amamentação. Em caso de reação à vacina, procurar atendimento médico e evitar a automedicação.


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Famílias de dependentes químicos também precisam de cuidados psicológicos Saiba quais serviços existem em Dourados para tratamento de dependência química e alcoolismo; psicóloga explica quando o caso é para internação PEXELS

Gracindo Ramos A dependência química é um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. É uma doença crônica e multifatorial, em que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de uso da substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais. É o que explica Letícia Oliveira Silva, psicóloga no Instituto Day Top, que realiza tratamento de dependência química e álcool. Entre os principais sintomas da dependência química estão “o desejo incontrolável de usar a substância, a perda de controle e o aumento da tolerância”, esclarece a professora universitária, que tem experiência em psicologia com ênfase organizacional e do trabalho e atuação com grupos. Tanto o álcool quanto outras drogas podem causar dependência e prejuízos para o indivíduo. A profissional analisa que as pessoas buscam as drogas ou álcool por diversos fatores como “curiosidade, frustrações ou insatisfações, fugir do tédio, escapar da timidez e da insegurança e por acreditar que certas drogas aumentam a criatividade, a sensibilidade, a busca do prazer dentre outras”. Letícia alerta que “existem diversas pesquisas mostrando o aumento do álcool na pandemia. Dados do IBGE afirmam que a produção de bebida alcoólica cresceu 17,6% nos primeiros quatro meses de 2021, em comparação ao mesmo período de

2020. Mostrando aumento do consumo de álcool no Brasil no último ano. Além disso, sabemos que a pandemia trouxe grandes agravos na saúde mental, o que leva muitos ao uso de drogas e álcool”. Abuso de drogas e a necessidade de internação Existem três tipos de internações que podem ser empregados no tratamento de um dependente químico: internação voluntária, involuntária e compulsória. Mas, segundo Letícia Oliveira, “o ideal é que a pessoa que abusa das drogas tenha consciência de seu quadro clínico e busque ela mesma a reabilitação. A internação representa uma ruptura em sua rotina e pode até mesmo agravar a dependência química em algumas situações. Porém, quando todas as alternativas empregadas não surtem o efeito desejado, a internação passa a ser uma opção para afastar a pessoa do vício. Isso acontece especialmente quando o dependente químico representa um perigo para si mesmo e para as pessoas à sua volta”. A psicóloga ressalta que a internação compulsória só pode ser determinada por uma ordem judicial. “Ela é a última alternativa para o tratamento de um dependente químico e ocorre quando não há familiar que se responsabilize por ele. A determinação é feita com base em laudos médicos”, diz. A especialista ainda observa que a recaída faz parte do processo de recuperação do paciente. “Quando o uso de drogas ou álcool é removido de forma abrupta da vida do dependente químico, seu organismo naturalmente

“O ideal é que a pessoa tenha consciência de seu quadro clínico e busque ela mesma a reabilitação”, afirma a especialista Letícia Oliveira Silva

responde a esta abstinência. A dedicação e paciência são primordiais, e em hipótese alguma deve-se culpar o paciente”, conta. Letícia Silva cita o Instituto Oxford em Dourados e a Clínica Day Top como referências na região, com tratamento multidisciplinar e especializado. E orienta que a família sempre leve em conta a idoneidade da clínica, “bem como converse com a equipe, assim como conheça o seu espaço físico”. SUS e outras alternativas de tratamento A profissional lembra que o Caps AD (Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas) de Dourados oferece tratamento público para dependentes químicos do município e região. “Por dia, uma média de 15 pessoas recebem atendimento no local. Para o tratamento, cada paciente possui um plano terapêutico elaborado por uma equipe multidisciplinar”, explica. Além disso, em Dourados “também existe terapia de grupo com psicólogos e também grupos de autoajuda como AA (Alcoólicos Anônimos) e o NA (Nar-

cóticos Anônimos). Em dourados temos estes dois tipos de grupos”. Codependência no tratamento Nos casos de dependência química existe um fator que merece atenção: a codependência emocional que existe entre alguns familiares do dependente químico. “Ele acontece inicialmente por um período de negação, em que a família nega que existe alguém na sua casa que seja um dependente químico ou até um alcoolista”, conta a psicóloga. “Depois que a pessoa cai em si e percebe que seu parente está em uso e é um dependente químico ou um alcoolista, tem a questão do desespero. A família então se torna extremamente controladora daquela pessoa. E, por último, o estado de exaustão emocional, em que tanto a família já está exaurida com a situação - que muitas das vezes já houve vários processos de internação - e o próprio dependente”, pontua. “Essa relação, inicialmente de amor, se torna uma relação também de controle, de domínio. E aí um se torna dependente do outro nesse processo. A família muitas vezes se torna dependente da dependência do adicto. Então é uma coisa bem complicada, que precisa de acompanhamento psicológico, tanto o dependente quanto a própria família. É importante a família do dependente também receber tratamento. Para isso, tem os tratamentos psicológicos e, em Dourados, nós temos o “Amor Exigente”, que é um grupo de autoajuda específico para familiares de dependentes químicos ou alcoolistas”, conclui a especialista.


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Geada: Produtores rurais que perderam a lavoura podem ser indenizados Muitos agricultores estão tendo o direito negado pelas seguradoras. Advogado explica como agir DIVULGAÇÃO

Cristina Nunes A colheita do milho safrinha não foi boa nesse ano nas propriedades rurais de Dourados e Região. Devido a estiagem e geada, a estimativa do Sindicato Rural é que os agricultores vão perder cerca de 50% da lavoura, ou seja, metade do plantio ficou comprometido devido as influências climáticas. Neste cenário, muitos produtores rurais estão acionando as seguradoras para minimizar o prejuízo gerado pela estiagem e geadas intensas. Mas, quais são os casos que cabem indenizações pela seguradora? Todas as lavouras estão cobertas por seguro rural? A seguradora pode negar o pagamento da indenização? O advogado Marcus Faria, Especialista em Direito Imobiliário Bancário, explicou os procedimentos e os Direitos que o Produtor Rural tem nesses casos, confira: A estiagem e a geada esse ano foi intensa, mas não é incomum a ocorrência delas em nossa região. O seguro agrícola é obrigatório? Todos os seguros rurais possuem cobertura com direito à indenização nesses casos? O seguro não é obrigatório, embora os bancos cada vez mais tem obrigado o agricultor na contratação para liberação do empréstimo. Praticamente, todos contemplam a cobertura por geada, como ocorreu recentemente em todo Estado do MS. Quais os tipos de seguros existentes? São três, seguro de produtividade e custeio para cobrir as despesas do

plantio da lavoura, o segundo é o seguro de produção que assegura a produtividade esperada na lavoura e o terceiro é seguro faturamento e receita, esse se diferencia com a cobertura da diferença no preço do produto no mercado futuro, protegendo de eventual redução do valor do produto. Esse último é o mais indicado, por que garante o valor futuro do produto. Temos visto que muitos produtores rurais tiveram a indenização negada pela seguradora. Quais são os itens de cobertura que têm direito à indenização? São várias situações que permitem a cobertura da indenização, o incêndio ou raio, tromba d´água, granizo, chuva excessiva, variação excessiva de temperatura, sementes não germinadas, geada, etc. Durante sua trajetória jurídica pôde acompanhar muitos casos envolvendo seguradoras e produtores rurais. Qual tem sido a decisão dos tribunais nesses casos? Primeiramente, é importante observar que infelizmente as seguradoras fazem de tudo para negar o pagamento do seguro, onde analisam qualquer vacilo ou omissão na hora de informar o sinistro, é ai que o agricultor deve ter o maior cuidado, deve agir na hora certa. As decisões estão ligadas diretamente na ação que o agricultor teve na hora do sinistro, exemplo disso é avisar o corretor imediatamente, elaborar laudo com seu agrônomo, captar fotos e filmagens. No caso da minha especia-

Marcus Faria, advogado especialista em Direito Imobiliário Bancário

lidade, utilizo uma das melhores ferramentas para proteger o cliente, através de um procedimento junto ao cartório onde a propriedade está localizada. Quais são as informações que o produtor rural deve apresentar para solicitar o pagamento da indenização? Ai que está o grande segredo, o seguro agrícola é um dos mais complexos na hora de indenizar, para cada tipo de sinistro (geada, tromba d´água, calor excessivo, semente não germinadas) existe um procedimento próprio. O principal para todos os tipos de cobertura é a demonstração dos vestígios físicos, ou seja, a constatação do estado do plantio, por isso a importância da ciência dos documentos necessários para acionar a seguradora. Você falou que a seguradora deve ser informada do sinistro, existe alguém responsável para verificar a veracidade dessas informações? Hoje esse fato é o maior problema na nossa Região, por que a segura-

dora deve enviar em até 72 horas um perito para certificar as informações, no entanto como houve inúmeras ocorrências em todo Estado, as seguradoras não atendem em tempo hábil e o grande problema começa, pois enquanto não for realizada pericia, o agricultor não pode fazer qualquer manejo na propriedade. Nesse caso especifico do não comparecimento do perito na lavoura, qual é a decisão judicial mais predominante? Se for comprovada a inércia da seguradora, ela deverá indenizar todos os danos sofridos na lavoura, aplicando todas as regras de defesa do Código de Defesa do Consumidor. Você fala constantemente na sua rede social sobre sua especialidade em Direito Imobiliário Bancário. Como ela está relacionada aos Produtores Rurais? A principal especialidade do nosso grupo é proteger o patrimônio, tratando-se de dívidas bancárias, principalmente nesse momento de frustração da lavoura onde muitos produtores não conseguiram honrar seus compromissos assumidos com o banco, terão sérios problemas com a ameaça de penhora da propriedade. Por isso, a importância da gestão das dívidas bancárias, da blindagem patrimonial e a manutenção do nome limpo do cliente. É literalmente livrar a propriedade do produtor rural das mãos do banco.


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Gatos ganham mais cada vez mais espaço nas casas de douradenses Os gatos, assim como os cães demonstram amor pelos tutores e são muito carinhosos FOTOS: DIVULGAÇÃO

Pedro Corbalan Lílian Rech Eles são fofinhos... curiosos e espertos. As pelagens são das mais variadas, algumas raças até não têm pelos Com um simples ronronar podem conquistar até mesmo os corações mais ‘durões’. O mês de agosto foi escolhido para comemorar o Dia Internacional do Gato (8). No Brasil, de acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) a população felina brasileira é bastante populosa, cerca de 25 milhões e meio de animais. E este número cresce pelo menos 3% ao ano. A cada dia que passa os gatos ganham mais e mais espaço na casa dos brasileiros e por aqui não é diferente. Há anos morando em Dourados, o professor aposentado Antonio José Melin por exemplo, divide a casa com a esposa, cães e 16 gatos. Lilith, Norah, Morgana, Penny e Olívia, Christopher, Sebastian, Lucca, Ignácio, Bonifácio, Armando, Bernardo, Astor, Lorenzo, Orpheu, e Frederico. “Eu sem-

Bruna Giroto Corbalan pre gostei muito de animais, mas tinha muita alergia a pelos e por isso resolvemos adotar apenas um gato (...) o primeiro que chegou foi o Astor, desde então o amor foi só aumentando e os outros gatos foram vindo”, afirma Melin. O professor ainda afirma que raramente os animais brigam entre si, pelo contrário, são bem companheiros. Segundo ele, o último a chegar na casa foi o ‘Fred’. “Um belo dia fui atender a campainha e ele filhotinho viu o portão aberto e entrou, passou por cinco cachorros, foi até o sofá e se deitou, nem deu bola e desde então decidiu que moraria com a gente”, conta Melin. Gatos, ao contrário do que muita gente pensa, são sim muito carinhosos e companheiros do seu tutor. É o que afirma a analista de certificação digital, Bruna Giroto Corbalan, de 25 anos. Há mais de 10 ela é “gateira” de carteirinha. “Os felinos são muito companheiros, diria até que tanto quanto os cachorros. A diferença é que o cão expressa muito mais isso, fazendo “festa” quando

você chega em casa, latindo e pulando, o gato já não tem essas atitudes. É uma expressão de amor mais contida, do jeito e no tempo dele. Mas amam brincar e ficar junto da família”, conta. Bruna tem em casa oito gatos, todos adotados ou resgatados. A analista faz parte, junto com o esposo, o tatuador Pedro Corbalan, de grupos de resgate e de apoio aos animais. “Eu e o Pedro sempre lutamos pela causa animal, procurando sempre ajudar as associações da cidade, e também fazendo bastante coisa por conta própria. Infelizmente o abandono e preconceito com os gatos é bem maior do que com os cachorros, dificultando muito a adoção, principalmente de gatos pretos”, finaliza Bruna. A correria do dia a dia tem mudado a rotina das pessoas que cada vez mais tem menos tempo. Os gatos, diferente dos cães, exigem menos atenção com brincadeiras, passeios, atividades físicas, o que acaba facilitando a vida do tutor. Além disso, as pessoas estão morando cada vez mais em casas menores ou aparta-

mentos que são ambientes onde os gatos possuem uma adaptação melhor que os cães. Os gatos são tão carinhosos quanto os cães, a diferença está somente na forma como esse carinho é demonstrado. “Os gatos se expressam diferente, eles nos seguem, se esfregam em nossas pernas, dormindo junto conosco, ronronando (...) o carinho é o mesmo de qualquer animal de estimação, apenas a forma de demonstrar é diferente”, afirma Flávia Nunes que é médica veterinária. A especialista ainda lembra que assim como todos os animais de estimação os gatos também precisam de cuidados médicos. “Os banhos não são necessários porque os gatos são extremamente higiênicos e limpos, mas eles precisam tomar as três doses da vacina múltipla viral específica para a espécie, além da antirrábica”, diz Flávia. Agora me diz que depois de todos esses depoimentos, não te deu vontade de ter um gatinho? Minha dica é: adote um patudinho e seja feliz!


CULTURA

Projeto incentiva a preservação da cultura e memória Terena PÁG. 2 Gente que Acontece na Coluna da Adiles

Dourados 21.8.2021 PÁG. 6

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Douradense é vencedor de uma das maiores convenções de tattoo dos USA O douradense George Lange obteve dois prêmios durante a Colletor Tattoo Expo realizada no Texas no último final de semana (13 a 15 de agosto) Valéria Araújo O tatuador douradense George Lange foi o grande vencedor na convenção de tatuagem realizada no último final de semana (13 a 15 de agosto) na cidade de Arlington, no Estado do Texas, Estados Unidos. O evento, um dos maiores dos USA e o mais competitivo do Texas, a Colletor Tattoo Expo, George Lange foi vencedor em duas categorias, o “preto e cinza” e o “Melhor do Evento”. O artista competiu com 100 artistas na categoria “preto e cinza”, onde levou o primeiro lugar. No final do evento, no domingo, competiu com os 374 participantes da convenção, onde garantiu a estatueta do “Melhor do Evento”. “Para mim foi uma surpresa. Já tinha ficado com o primeiro lugar na minha categoria “preto e cinza”, realmente não esperava ser o melhor do evento diante de uma competição com tantos artistas de categoria internacional. Fiquei muito feliz e surpreso pela valorização do meu trabalho”, disse o artista. Ele explica que fez dois trabalhos em 23 horas onde procurou o diferencial que é marca em sua carreira na arte de tatuagem. A tela foi o americano Christopher J. Resseguie, que viajou de Michigan para tatuar com o artista. O convite para participar do evento partiu da fabricante de tintas, a americana “Raw Ink”, patrocinadora de George Lange. No final do evento o artista rece-

beu também o convite de sua patrocinadora para participar da maior convenção de tatuagem dos Estados Unidos, a Golden State Tattoo Expo, que acontece entre os dias 17 a 19 de setembro, na cidade de Pasadena, no Estado da Califórnia. Neste evento a competição será bem mais acirrada, já que participarão os melhores tatuadores de todo o mundo. Outras premiações Recentemente George Lange participou da Convenção Inkstation, realizada de forma online no Brasil, onde foi vencedor em duas categorias: 1º lugar em “preto e cinza” e 2º lugar em “cultura brasileira”, onde apresenta o Brasil de sul a nordeste mostrando nossa diversidades. Também recebeu convites para participar como júri. Esse ano foram três desses eventos de forma online. “Nestes últimos meses o conceito de convenção no Brasil acabou se adequando a situação atual e foi para online, participei como jurado em três convenções, Ink Sul Tattoo, Tattoo Ink Online e Patos Tattoo Festival, para mim foi uma honra.” George Lange é de Dourados, reside desde março de 2019, em New Jersey nos Estados Unidos, depois de passar uma temporada em Londres. Trabalha atualmente no Inkology Tattoo Art Gallery, um dos mais conceituados estúdios de New York, localizado Manhattan. Ele lembra que o início da carreira

foi em Dourados e por volta de 2015, se mudou para Porto Alegre (RS), onde se aperfeiçoou na arte com outros artistas experientes. No Brasil, viajou a diversas capitais, passou por conceituados estúdios, onde realizou seus trabalhos e participou de convenções onde teve a oportunidade de colecionar vários troféus. Em 2018, decidiu alçar vôos mais desafiadores. Primeiro foi para Londres, passou uma temporada de seis meses, só depois que decidiu seguir para os Estados Unidos. “Aqui nos Estados Unidos o campo é muito mais amplo e respeitado para tatuagem. Os americanos valorizam bastante esse tipo de arte e onde a minha carreira teve condições de deslanchar. Realmente estou muito satisfeito”, revela o artista. Revista Recentemente também teve o imenso prazer de ser capa de uma das revistas mais conceituadas no mundo da tattoo , TATTOOS FOR MEN, da edição do mês de junho onde teve a oportunidade de divulgar seus trabalhos em seis páginas concedidas pela revista, fotos das suas melhores criações. Ele criou recentemente um canal do Youtube para ajudar futuros artistas na área da tatuagem com vídeos em formato Time Lapse, para que as pessoas que estudam tattoo possam aprender melhor. Youtube: lange tattoo, Instagram: lange_tattoo e Facebook: George Lange.


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Cultura

Projeto incentiva a

preservação da cultura e memória Terena A segunda maior etnia do Estado é a Terena e dos 5 mil indígenas existente na Capital, cerca de 2.500 são terenas DIVULGAÇÃO

O povo indígena Terena lutou bravamente na defesa das terras do Estado de Mato Grosso do Sul na Guerra do Paraguai Elci Holsback Preservação e difusão da memória Terena é um projeto realizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), por meio do Arquivo Público Estadual e em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/Campus de Aquidauana) e Prefeitura Municipal de Aquidauana, com o intuito de fortalecer a valorização da etnia Terena, sua mitologia, suas danças, seus artesanatos, sua cerâmica e seu território, referendado na agricultura.

Diante da representatividade desta etnia para a história e cultura de Mato Grosso do Sul e em comemoração ao aniversário de 129 anos do município de Aquidauana, celebrado no dia 15 de agosto, será realizada a Roda de Conversa sobre mitologia e origem da palavra Terena. A iniciativa, que contou com as participações de Fausi Suleiman, ex-prefeito de Aquidauana; professora Dr. Fátima Cristina Duarte Ferreira Cunha, representando o campus da UFMS de Aquidauana; professor Dr. Wanderley Dias Cardoso, da etnia Terena, mestre Apa-

recida de Souza dos Santos, mediadora da conversa e professora Dr. Elisangela Castedo Maria do Nascimento, da APE (Arquivo Público Estadual) já foi gravada e será exibida virtualmente no canal Youtube/fundacaodeculturamsoficial. O povo indígena Terena lutou bravamente na defesa das terras do Estado de Mato Grosso do Sul na Guerra do Paraguai, portanto faz parte da história que deve ser salvaguardada. A segunda maior etnia do Estado é a Terena e dos 5 mil indígenas existente na Capital, cerca de 2.500 são terenas.

Consequentemente, não podemos ignorar a importância desses indígenas para a cultura do Estado. O projeto vem para fortalecer a etnia Terena e também contribuir através de estudos e rodas de conversa, a divulgação e valorização e empoderamento dos indígenas, aumentando a visibilidade da história do povo Terena e sua contribuição com a cultura do Estado”, explica a professora Dr. Elisangela Castedo Maria do Nascimento, organizadora da iniciativa. Informações: 3316-9167 /Whats: 981373405.


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Cultura

UFGD abre inscrições

para 8ª Mostra Audiovisual de Dourados Evento, já tradicional no calendário cultural da UFGD, terá edição on-line neste ano, em função da pandemia ILUSTRAÇÃO

O Prêmio Curta do Mato está dividido em cinco categorias e premiará o primeiro colocado em cada uma delas A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) abre, nesta segunda-feira, dia 16 de agosto, o período de inscrições de curtas-metragens para a 8ª Mostra Audiovisual de Dourados (MAD). As produções selecionadas, além de serem exibidas em sessões on-line pela Mostra Competitiva de Curtas, concorrerão a prêmios em dinheiro. Realizada pelo Coordenadoria de Cultura (COC) da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEX), a MAD é um dos eventos artísticos já tradicionais na UFGD. Neste ano, em função da pandemia de covid-19, toda a programação será on-line e a exibição dos filmes finalistas se dará em plataforma digital, de 18 a 21 de novembro. Serão aceitas produções com até 18 minutos de duração, sem tempo excedente, nas categorias Ficção, Documentário, Trash, Experimental/Arte e Videoclipe. Em cada uma delas, cinco curtas serão selecionados e concorrerão ao Prêmio Curta do Mato. Os participantes também poderão inscrever suas produções, independentemente da categoria, no Grande Prêmio MAD, que celebrará o melhor curta da Mostra. Serão premiados, ainda, melhor roteiro, direção, fotografia cinematográfica, montagem e atuação.

As inscrições ficarão abertas até 29 de setembro e, após a leitura do Edital de Abertura, o proponente deve preencher o formulário de inscrição, disponível em https:// forms.gle/poaKpupKPUBFbR328, a partir do dia 16 de agosto. Além disso, é necessário anexar cópias do RG e do CPF, um comprovante de residência e o curta-metragem, que deve estar em formato .AVI, .MKV, .MP4, .WMV, .MOV ou .MPEG, com resolução mínima HD 720p, e num link com disponibilidade para download. Por fim, é imprescindível que o concorrente anexe a autorização de direitos autorais – cujo modelo consta do edital – e demais autorizações, em caso de haver a utilização de textos, músicas, imagens ou vídeos de outras obras. As categorias O Prêmio Curta do Mato está dividido em cinco categorias e premiará o primeiro colocado em cada uma delas: Ficção: narrativa na qual ocorre a exploração dos modelos tradicionais de filmagem, montagem e produção. O termo é usado para designar uma narrativa imaginária, irreal, ou referir obras (de arte) criadas a partir da imaginação. Em

contraste, a não-ficção reivindica ser uma narrativa factual sobre a realidade. Obras ficcionais podem ser parcialmente baseadas em fatos reais, mas sempre contêm algum conteúdo imaginário. Documentário: é um gênero cinematográfico cujo discurso apresenta-se como não-ficcional, isto é, decorrente de pesquisa direta de fatos e/ou situações. Se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade. O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade. Experimental/Arte: produção que abrange diversos estilos cinematográficos que têm em comum o fato de se diferenciar e, muitas vezes, de se opor às práticas e ao estilo do cinema dito comercial ou industrial. É geralmente caracterizada pela ausência de narrativa linear, o uso de técnicas variadas de abstração (fora de foco, pintura ou raspagem direta sobre a película, montagem extremamente rápida), o uso de som não diegético ou mesmo a ausência de som na trilha sonora; também serão aceitos nessa categoria os filmes artísticos ligados a performances de teatro, dança e artes visuais.

Trash: tipo de narrativa na qual a causalidade e a improvisação fazem parte do argumento e constituem formações discursivas que se sustentam na precariedade dos meios de produção. Em geral, trata-se de um filme tecnicamente mal feito (propositalmente ou não), mas que é considerado bom. A estética cinematográfica trash pode ser usada em qualquer gênero de filme ou vídeo, mas é mais usada no terror. Videoclipe: produção audiovisual em suporte eletrônico (analógico ou digital) com conteúdo publicitário e/ou musical, que contém aspectos (características) específicos quanto à montagem, ao ritmo, aos efeitos especiais (visuais e sonoros), à iconografia, aos grafismos, e aos movimentos de câmera, entre outros quesitos. Contato Outros esclarecimentos, dúvidas e informações adicionais poderão ser obtidos na COC/PROEX/UFGD pelo correio eletrônico nos endereços cultura@ufgd.edu.br ou madufgd@ gmail.com. Todos os documentos e editais referentes à 8ª Mostra Audiovisual de Dourados serão publicados na página https://editais.ufgd. edu.br/processo/211/processo. (Jornalismo ACS/UFGD).


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Cultura

Unidade Guaicuru Viva

lança site com exposição de movimento artístico Além da exposição, site contará com extenso material de pesquisa que remete ao movimento Unidade Guaicuru, que surgiu em Campo Grande ALTAIR SANTOS

Adilson Schieffer em seu ateliê Importante movimento artístico-cultural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e do Brasil, a Unidade Guaicuru irá ganhar uma nova mostra, a primeira virtual, a partir deste sábado (21), por meio do projeto Unidade Guaicuru Viva. A exposição é permanente e poderá ser acessada pelo site www.unidadeguaicuruviva.com.br. Ela é composta de 69 obras, das décadas de 1980 e 1990, que fazem parte de acervos públicos e particulares. Encabeçado por Henrique Spengler, Unidade Guaicuru foi um movimento que buscava a identidade sul-mato-grossense no início dos anos 1980 e extendeu suas atividades até o início dos anos 2000. Ele e outros expoentes do campo cultural encontraram essa identidade na história dos povos originários que viviam na região, os guaicurus, daí o nome do movimento. Ideia divergente ao pensamento divisionista da época, de que tudo era novo, estava por construir, inclusive a Cultura. “Nessas obras eles tratam de questões indígenas, preservação da natureza, denunciam a caça às onças e jacarés para exportação de couro, assuntos que tinham a ver com questões da época e que são relevantes até hoje, nos âmbitos social, político e artístico. O regionalismo, com raras exceções, se tornou uma reinterpretação do Pantanal, uma alusão ao Pantanal bucólico. Com seus trabalhos, conseguiam falar sobre nossa fauna, flora, história, raízes indígenas e tecer críticas também”, afirma a idealizadora do projeto, Caroline Garcia.

ACERVO CAROLINE GARCIA

“Composição II” Serigrafia sobre papel O interesse de realizar a pesquisa sobre o assunto e montar a exposição virtual veio a partir de sua curiosidade por este momento histórico. “Existem várias histórias diferentes sobre o movimento Unidade Guaicuru, foram tantos artistas emblemáticos que fizeram parte... Temos a curiosidade de saber quem eram eles, o que os motivava e cada vez mais fui me deparando com a grandiosidade deste movimento, não só para a arte, mas também para a política cultural, era um potente ativismo”, reflete Caroline. Paulo Paes, professor do curso de Artes Visuais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pesquisador de arte contemporânea e autor do texto de apresentação da exposição digital Unidade Guaicuru Viva, afirma que os movimentos de arte modernistas de países da América Latina têm essa característica de retorno às raízes indígenas. “Era um momento em que o Estado precisava de uma identidade e o Henrique já era próximo da cultura indígena desde a adolescência. Esse movimento reverbera em toda a cultura e tem a importância histórica da valorização da cultura indígena, na terra do boi e da bala”, ressalta. A partir de então, a classe começa a ter mais contato com a iconografia Kadiwéu, últimos remanescentes dos guaicuru. Ela é identificada pela abstração geométrica, utilização de cores, pintura do couro, entre outras singularidades. “Essa iconografia é muito avançada em relação a outras etnias e havia um registro sistemático dela em

livro, uma base visual, já que na época era difícil o acesso a estes trabalhos a não ser pela oralidade, não havia internet”, explica Paulo. No entanto, a Unidade Guaicuru não se limitou ao campo das artes visuais. No Casarão da família do artista Henrique Spengler, local que serviu como sede para o movimento situado na avenida Calógeras, artistas das mais diversas áreas se reuniam e até produziam. “Esse casarão era um local com grande efervescência cultural. Eu, que na época estava como presidente do cineclube Campo Grande, exibia filmes no salão da frente, a Cristina Mato Grosso ensaiava com seu grupo de teatro nos fundos e outros diversos artistas passavam por lá. Muito do movimento surgiu ali, era um espaço vivo”, conta o professor. Na exposição virtual, parte dessa história será retratada por meio das obras, entrevistas exclusivas com artistas que vivenciaram o movimento, documentos históricos, reportagens de jornais, entre outros materiais. “Projetos de memória não são simplesmente por saudosismo. Toda vez que mergulhamos na história fortalecemos nossa identidade, refletimos a respeito, valorizamos o que é nosso e contribuímos com as novas gerações. Além disso, temos que mostrar a importância da arte e da cultura na vida das pessoas e no desenvolvimento de território, e que os artistas têm a prática da coletividade, da união, de questionar e apontar caminhos mais humanistas para sociedade”, pontua Caroline. Este projeto foi contemplado com

recursos da Lei Aldir Blanc, através do edital Morena Cultura e Cidadania, promovido pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), por meio da Prefeitura Municipal de Campo Grande. Homenagem O artista visual Jonir Figueiredo fez a curadoria de 16 mostras organizadas pela Unidade Guaiguru. Integrante do movimento desde seu início, Jonir retorna para a curadoria dessa nova exposição com obras desses artistas. Ele selecionou 69 obras para serem expostas no site e escolheu o artista Clóvis Irigaray – que veio a falecer em abril deste ano – como grande homenageado, além do líder do movimento, Henrique Spengler – morto em 2003. “Fiz homenagem, além do Henrique, para o Clóvis que é reconhecidamente um dos maiores pintores do Brasil. Ele é precursor dessa preocupação com a temática indígena, o trabalho dele é inquestionável. Ele começou a pintar aqui em Campo Grande, antes de ir para Cuiabá após a divisão do Estado”, explica Jonir. Adilson Schieffer, Cleir, Mary Slessor, Ilca Galvão, Miska Thomé, Isaac de Oliveira entre diversos outros artistas também terão suas obras expostas e o site será um espaço em constante atualização. Serviço – A exposição poderá ser conferida gratuitamente a partir de sábado (21) por meio do site www.unidadeguaicuru.com.br. No site ainda haverá outros materiais que servem de pesquisa sobre o período.


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O PROGRESSO

Dourados, 21.8.2021

CLASSIFICADOS/ATOS OFICIAIS

DIVERSOS ELETRICISTA

Comercial e residencial. Montagem de padrões individuais e agrupados, manutenção elétrica em geral e execução de projetos. 99943-8856 - Rodrigo.

TERRENOS VENDE-SE TERRENO

No Jardom Água Boa, W-18 região comercial, R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Aceito apartamento de menor valor. Tratar com Anuska ou Maria pelo 99996-9710.

ALUGA-SE

Um sobrado ao lado do ambulatório do Hospital Evangélico, Rua Antônio Emílio de Figueiredo 2513, fone 99978-0461.

CASAS VENDE-SE CASA

No Canaã I, aceito carro no negócio, R$ 90.000,00 (Noventa mil reais). Tratar com Harlei pelo fone 99962-4603.

EMPREGOS CASAL DE CASEIROS

Sem filhos, com ref. e exp. em vacina e castração de gado, como campeiro e curso de inseminação. A esposa também tem disponibilidade para trabalhar. Fone 993530090 ou 99999-9212 - Milton.

DIARISTA

Quero trabalhar, tenho experiência e referência. Fone (67) 996529531, Vergínia.

HORÓSCOPO DA SEMANA ÁRIES - 21/03 a 20/04

Às vezes, você pode ser um pouco tímido em relação ao confronto. Esta semana você pode se sentir ainda mais preocupado em se dar bem com os outros. Sua situação financeira está positivamente florescendo. Você está fazendo todos os tipos de progresso em ganhar, pagar dívidas e economizar.

LIBRA - 23/09 a 22/10

Esta semana você recebe uma mensagem de que é hora de falar sobre sua carreira e autoridade em sua vida. Se você está tentando avançar, você pode pensar melhor pausando por alguns meses, preparando-se para assumir uma nova posição e depois passar por essa mudança.

TOURO - 21/04 a 20/05

Esta semana você tem pouca vantagem. Sua personalidade, nunca conhecida por sutileza, pode ser extra grande e responsável neste momento, o que pode não ser fácil agora. Se você vai para uma entrevista ou quer impressionar um novo cliente, o ato de dominar pode não ser sua melhor aposta.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11

Parte de você querer seguir em frente, enquanto parte de você quer ficar onde está, então você pode achar que é difícil fazer progresso em suas várias questões relacionadas ao trabalho. Pode haver alguma tensão entre o seu desejo de avançar, seus objetivos de carreira e a realidade de como você está atualmente.

GÊMEOS - 21/05 a 20/06

Você pode estar considerando uma espécie de cessar-fogo. Aspectos em sua casa de vidas passadas, sonhos e karma significam que é muito importante ser gentil e gracioso com os outros. Lembre-se dos costumes que a mãe te ensinou? Assim como ela disse, uma colher de açúcar ajuda qualquer coisa a descer.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12

Você terá uma forte influência sobre o pensamento de outras pessoas. É especialmente importante ser otimista e solidário. Outras pessoas, por sua vez, podem tornar o trabalho maçante ou repetitivo mais interessante. Parcerias de negócios para melhorar as relações com o cliente podem ser muito gratificantes.

CÂNCER - 21/06 a 21/07

Você está preso no fogo cruzado e pode precisar chamar suas excelentes habilidades diplomáticas. Sua vida monetária está melhor, agora que você ter alguma criatividade no seu pensamento, juntamente com um pouco de sorte. No entanto, seus amigos e colegas de trabalho não estão se dando bem.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 20/01

Esta semana você tem atividade na área do seu gráfico governando sua casa e sentimentos internos. O Universo quer que você avance para criar e conquistar. Mas você também precisa levá-lo lentamente e construir uma base sólida antes de avançar. Seus sentimentos podem ser igualmente confundidos.

LEÃO - 22/07 a 22/08

Você pode ser tentado a descobrir alguma beleza escondida em sua vida, sua personalidade ou seu estilo. Por dentro, você pode ser uma pessoa completamente diferente daquela que você deixa todos verem. Se revele no progresso que você fez em sua vida, em vez de se concentrar no que você ainda não conseguiu.

AQUÁRIO - 21/01 a 19/02

Sua mente está colocando um plano de poupança e investimento no lugar, especialmente para sua família. Você quer se tornar mais responsável nesta área e reduzir os gastos de impulso. Pense em como suas necessidades são atendidas trabalhando para uma grande instituição.

VIRGEM - 23/08 a 22/09

Esta semana pode ser tensa para você. Considere seriamente as mensagens que você recebe de seus sonhos e flashes psíquicos. Longe de ser esotérico ou confuso, eles estão bem certos agora. Ao mesmo tempo, continue aumentando suas habilidades ao frequentar aulas, workshops e seminários.

PEIXES - 20/02 a 20/03

Esta semana traz atividade para sua casa de dinheiro. Enquanto você está orientando sua vida em torno de ganhar mais dinheiro, você também precisa construir uma base sólida. Certifique-se que sua renda é estável e consistente, isso é de importância primordial.


Dourados, 21.8.2021 O PROGRESSO

Adiles do Amaral Torres

COLUNA DA ADILES

adiles@progresso.com.br

GENTE QUE ACONTECE

“Muitos homens devem a grandeza da sua vida aos obstáculos que tiveram que vencer”. C. H. Spurgeon

VALORIZAR O QUE TEM Amar é coisa tão fácil É apenas querer bem Tem tanta gente perdendo Sem dar valor ao que tem.

Pedro Colombo e Ingrid Torres

Beto da Pão e Companhia com os filhos Felipe e Vinícius

Depois que perder seu bem É que vai valorizar Mas aí é muito tarde E não adianta chorar. O jeito é olhar bem firme E abraçar pra valer Não deixar que o mundo leve Seu amor, seu bem querer... E tratá-lo com carinho Aconchegar em seu ninho Como os pássaros fazem Protegê-lo do mau tempo E o amor fortalecer.

Jornalista Flávio Verão

Dr. Carlos Videira e Adriana

Carlos Cordeiro e Gelza

Adiles do Amaral Torres

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes,

Beth Salomão

Subtenente PM Júlio CT Arguelho e esposa Patrícia

Carlos Eduardo e Kelly Lemos

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

Do dia 26/agosto: • Wallace R. Bonzi, Ercília T. Kawamoto, Elza S. de Oliveira, Ariane S. Rego, Delfino Dias, Dirce Arakaki, Carlos Agusuto Pedroso, Roberto Nozu, José Bezerra da Costa, Renato Ojeda, João Augusto Azambuja, Elizabete Moreira, Egberto do Nascimento, Rosemar Straliotto, Ivan Sider Matoso, Artur M. da Conceição, Lucio Damalia.

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

EDCÉIA GONÇALVES

ANTONIO CARLOS ARROYO

MORRISON REIS VERÃO

WALDEMAR GONÇALVES (RUSSO)

DEVANIL CALAZANS

RICARDO MAIOLI

ANTONIO UTIDA

HILTON ARMOND

VANIZIA STAUDT

LUCIO DAMALIA

FREDERICO SOMAIO NETO CELSO VARGAS

Domingo (22/8)

Terça-feira (24/8)

Quarta-feira (25/8)

Segunda-feira (23/8)

Quarta-feira (25/8)

Quinta-feira (26/8)

Segunda-feira (23/8)

Quarta-feira (25/8)

Sexta-feira (27/8)

Do dia 25/agosto: • Ricardo Maioli, Carlos F. de Almeida, Tereza Yoshizaki, Mauro da Cruz Sanches, Marcelino de Oliveira, Jadir Luiz Barbosa, Luiz Carlos de Arruda, Luiz Dutra, Maria Louders Costa, Silvana Barbosa, Antonio Utida, Miriam Cibélis da Rosa, Luiza Brunetto, Valdenir Dutra, Humberto Lorenzini, Marcus Vinícius Camargo, Raquel P. de Oliveira, Carlos Telles, Felipe P. Rodrigues, Fernando R. Correia, Juliano A. Carvalho, Hilton Armond, Vanizia Staudt.

Segunda-feira (23/8)

Do dia 27/agosto: • Frederico S. Neto, Nilson Tadano, Cristiane M. Melo, Zuleide T. Rocha, Avelino Perez, Clarice R. Spessoto, Roseli Casari, Manoel Porfírio, Heloir de Oliveira Holsback, Ana Rita A. Silva, Celso Vargas, Marisa Machado, Silvia A. Hector, Milene Gonçalves, Saulo Ferreira, Marcos Izael Vieira, Isaac D. de Barros Neto, Solange F. de Oliveira, Emilly Beatriz Rodrigues, Ademar Alves, Carlos da Silva, Marina Aguiar, Dayana Renata Bertotto.

Quarta-feira (25/8)

Sexta-feira (27/8)

(67) 3421-0018


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