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A Rede Brasileira de Turismo Solidário e ComunitárioTURISOL

Entre 2011 e 2014 o Projeto Bagagem passou por uma fase de hibernação com equipe muito reduzida e sem possibilidade de seguir liderando a Rede. Nessa fase a Rede ficou inativa, sobretudo porque o período coincidiu com desafios internos de outras iniciativas centrais. Porém as articulações e os trabalhos não cessaram e durante a Cúpula dos Povos 2012, participaram cerca de 80 representantes que debateram, concluiram e aprovaram a Declaração "Turismo, Sustentabilidade e Futuro". Propondo que a educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos.

Em agosto de 2014, com nova diretoria e a gestão estratégica do Bagagem assumida pela Raízes Desenvolvimento Sustentável, o diálogo em rede foi reestimulado. Um primeiro trabalho em conjunto foi a construção do histórico da Turisol e do turismo solidário no Brasil para apresentação no FITS na Nicarágua em setembro de 2014. Aconteceram, ainda, duas reuniões de articulação para retomada dos trabalhos em rede: uma em novembro no Encontro Nacional de Turismo de Base Local (ENTBL) em Juiz de Fora e outra em dezembro no Instituto Virtual de Turismo na UFRJ.

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Em 2015 ocorreu o II Encontro da Rede Turisol em Brasília (2015), reunindo cerca de 180 pessoas. Foram mais de 50 pessoas de diferentes comunidades de norte a sul do país –além de operadores e agências, acadêmicos que pesquisam o tema, membros do Poder Público Municipal, Estadual e Federal.

A Rede Brasileira de Turismo Solidário e ComunitárioTURISOL

Em março de 2018 foi realizado o II Fórum Global sobre Turismo Sustentável – II FGTS, como uma atividade do Fórum Social Mundial- FSM 2018. Os participantes do II FGTS reafirmaram o potencial do turismo comunitário como ferramenta de desenvolvimento local com sustentabilidade, a partir de experiências exitosas protagonizadas por povos e comunidades, que são conduzidas a partir de princípios como os da economia solidária, que contestam as formas hegemônicas de turismo convencional e de massa, que muitas vezes se apresentam como insustentáveis: segregadoras, predatórias e invasivas contra os povos, seu ambiente e suas culturas. Entendemos que resistimos de forma global, mas agimos de forma local. O resultado deste evento foi a Declaração de Salvador - II Fórum Global sobre Turismo Sustentável-II FGTS.

O ano de 2018 também marcou o início da articulação virtual da Rede Turisol, promovendo atualemnte a comunicação, o debate e a integrando de 200 comunitários, técnicos e representantes de entidades, movimentos sociais e projetos de TBC em todos os estados do Brasil.

No ano de 2020 o Projeto Bagagem realizou um mapeamento nacional e, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, foram identificados 100 projetos de TBC em operação no Brasil.

No entendimento da Rede Turisol o TBC, este fenômeno social que extrapola a dimensão econômica, tem muito a contribuir para superação dos desafios que o turismo nacional terá nos próximos anos. Desta forma apresentamos a seguir 13 demandas para o desenvolvimento do TBC no Brasil.

13 Propostas à política nacional de turismo e ao desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária - TBC

1. Incluir princípios como a cooperação, solidariedade, sustentabilidade, economia solidária, empoderamento comunitário e transparência, assim como o Turismo de Base Comunitária - TBC nas Diretrizes do Turismo Nacional;

2. Reconhecer e incentivar o Turismo de Base ComunitáriaTBC através de legislação e políticas públicas específicas;

3. Realizar parcerias com iniciativas comunitárias para a gestão e operação turística das Unidades ConservaçãoUCs, assim como as práticas de Ecoturismo de Base Comunitária;

4. Estimular a participação do Turismo de Base ComunitáriaTBC nas instâncias de governança [municipal, regional, estadual, nacional] e redes de cooperação, locais, regionais, nacionais e internacionais;

5. Implantar Programa de Promoção Específica do Turismo de Base Comunitária - TBC a nível municipal, estadual, nacional e internacional;

6. Realizar conferências estaduais e nacional para elaboração coletiva do Plano Nacional do Turismo de Base Comunitária - PNTBC; ...

13 Propostas à política nacional de turismo e ao desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária - TBC

7. Incluir as entidades representativas do Turismo de Base Comunitária - TBC na elaboração do Plano Nacional do Turismo e das políticas públicas relacionadas ao TBC: Unisol - Movimento Indígena - Conaq - MST - ContagMovimentos de comunidades urbanas - Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – Associação Nacional de Agroecologia/ANARede Turisol - Rede Traf.

18. Desenvolver a Política Nacional de Turismo de Base Comunitária baseada nos princípios e diretrizes envolvidos na promoção do Direito às Viagens e ao Turismo e, nos princípios/noções do Bem-Viver;

9. Criar unidade gestora do Turismo de Base ComunitáriaTBC e Povos Tradicionais na estrutura do Mtur, assim como do TBC no Ministério dos Povos Originários;

10. Avançar na inclusão digital dos comunitários e territórios do Turismo de Base Comunitária - TBC no Brasil;

11. Lançar continuamente linhas de crédito e investimentos sociais, assim como chamadas públicas e editais específicos ao Turismo de Base Comunitária - TBC;

12. Promover evento nacional do Turismo de Base Comunitária - TBC [debates, intercâmbios, missões técnicas, ações comerciais, feiras e exposições];

13. Realizar Prêmio Nacional de Turismo de Base Comunitária - TBC [práticas ambientais, sociais, gestão participativa, economia solidária, inovação, juventude e empoderamento comunitário].

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