Crônicas de Piapolis - Volume 01

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Publicado em conjunto com o Projeto Chroma Nossos endereços na Internet www.projetochroma.net.br www.projetochroma.net.br/piapolis Roteiro Alexandre Garcia Desenhos e arte-final Alexandre Garcia Design e edição Thiago Silva Impressão Clube de Autores Data de lançamento Março de 2012 (1ª edição) Contatos contato@projetochroma.net.br alexandre@projetochroma.net.br Crônicas de Piápolis é uma publicação independente de total autoria e direitos de Alexandre Garcia da Silva, registrada no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização oficial.


Prefácio Crônicas de Piápolis fala das histórias ocorridas em um minúsculo e fictício país da América do Sul que, assim como o Brasil, fala português. E assim como o Brasil, tem graves problemas sociais. A maior parte das histórias se passa na capital desse país, também chamada Piápolis. Uma metrópole caótica, feia, suja, violenta e vibrante. Graças a um desenvolvimento urbano confuso, Piápolis tem dois "centros". No "Centro Novo" está concentrada a vida financeira da cidade e do país, e onde estão os bairros mais abastados. O chamado "Centro Velho" tem um passado cultural muito rico, mas está atualmente abandonado, entregue a indigentes e bandidos. Muitos dos seus prédios históricos, cafés, teatros e cinemas, que constituem um patrimônio cultural inestimável, estão fechando aos poucos. Nesse "Centro Velho" existe o edifício "Florença", construído há décadas para abrigar artistas e intelectuais. Atualmente, além de trabalhadores miseráveis, drogados e prostitutas, nele vivem os personagens principais dessas crônicas. Cinco amigos que, movidos pelo mesmo amor às artes e por vidas marcadas por passados conturbados, resolveram formar uma espécie de família: Sotero, que sobrevive vendendo seus quadros e dando aulas de pintura; Heloísa sua amiga (e "quase" namorada), que luta para sobreviver como atriz de teatro; Silas, funcionário público aposentado e pintor como Sotero; Cao, saxofonista que já fez de (quase) tudo na vida; e Darci, negro, homossexual, professor de história numa ong que ajuda jovens carentes. Para completar o grupo, uma mascote: Miles, o simpático gato preto de Sotero. Todos eles possuem seus demônios pessoais. Sotero, órfão, saiu de cidade de origem e veio para Piápolis depois de sua então namorada ter sido assassinada num crime político. Heloísa, a única de origem abastada, saiu de sua casa depois de não suportar mais as agressões morais (e até sexuais) do próprio pai. Silas, o mais velho do grupo, se envolveu com movimentos estudantis durante a ditadura militar de Piápolis nos anos 70 e, por isso, foi preso, torturado e viu sua namorada, grávida, ser seqüestrada para depois desaparecer. Cao, ex-alcóolatra e ex-usuário de drogas, provocou um acidente de carro no qual seu próprio filho, então com cinco anos de idade, morreu. Darci, renegado pela própria família por conta de sua opção sexual, engajou-se no sindicalismo no início dos anos 80, testemunhou um crime cometido pelos seus companheiros de movimento e, ameaçado, viu-se obrigado a calar o que sabia. É a conturbada, comovente, poética e, por vezes, engraçada história dessa estranha família que os leitores acompanharão em "Crônicas de Piápolis", junto com a igualmente conturbada, comovente, poética e, por vezes, engraçada história desse país tão estranho e ao mesmo tempo tão familiar a nós, brasileiros. Alexandre Garcia












Sobre o Autor

Alexandre Garcia da Silva bacharelou-se em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes. Mas suas verdadeiras paixões sempre foram a literatura, o cinema (principalmente filmes de terror e "noir") e, especialmente, as histórias em quadrinhos, com as quais aprendeu a ler quando ainda tinha 03 anos de idade. Para dedicar-se a essa paixão, formou-se em desenho artístico pela ABRA (Academia Brasileira de Artes). Seus ídolos, entre outros, são John Buscema, Jack Kirby, Milo Manara, Serpieri, Rodolfo Zalla e Mozart Couto, cuja arte procura sempre estudar para aprimorar o próprio trabalho. Em 2010, em conjunto com Thiago Silva e Natalia Lhen, deu início ao Projeto Chroma, uma cooperativa de autores independentes de quadrinhos cujas histórias são voltadas para a crítica social. "Crônicas de Piápolis" (um pequeno universo que levou cerca de cinco anos para ser criado) é a sua maneira de refletir sobre o sentido da vida e o papel da arte em nosso mundo. Para saber mais sobre o trabalho de Alexandre, visite o site do Projeto Chroma (www.projetochroma.net.br), bem como o site do Crônicas de Piápolis (www.projetochroma.net.br/piapolis).


O Projeto Chroma teve início em Julho de 2010, com o objetivo de produzir um fanzine entre amigos. A equipe pretendia produzir uma revista contando uma história criada por todos os integrantes. Pouco depois, esta idéia foi descartada e seus fundadores passaram a se dedicar a suas próprias histórias, transformando o Chroma em uma pequena cooperativa onde seus integrantes se auxiliam na criação de suas revistas. Com o tempo, o projeto ganhou força e amadureceu, passando a ter por objetivo produzir histórias voltadas para críticas sociais (sejam elas ambientais, econômicas, culturais, etc). A equipe não possui fins lucrativos, e seu principal objetivo a longo prazo é a criação do Studio Chroma, onde não somente as histórias possam ser produzidas com melhor qualidade, mas também seja um local onde crianças e jovens possam aprender arte gratuitamente. Conheça as publicações do Projeto Chroma Bandeirinha – Os Tesouros da Mãe Terra: Animais inspirados na fauna brasileira, mas que irão falar de assuntos importantes para todo o planeta. Estes são os personagens do Projeto Bandeirinha, cujo objetivo é proporcionar momentos de reflexão a respeito da importância de nosso papel enquanto filhos e filhas de nossa querida Mãe Terra. Crônicas de Piápolis: Conheça Piápolis, um pequeno e fictício país da América do Sul que, assim como o Brasil, fala português e tem graves problemas sociais. A capital deste país, também chamada Piápolis, é uma metrópole caótica, violenta e vibrante, vítima de um desenvolvimento urbano confuso. Nesta cidade, cinco amigos movidos pela paixão às artes e por passados conturbados, formam uma espécie de família. Os Magimelódicos: Um grupo circense que se apresenta por todo o Brasil, realizando shows de música mesclados com números de magia. Entre palhaços, ventríloquos, hipnotizadores e anões, a artista mais aclamada do grupo é a jovem ilusionista, Isabelle O' Violin. Um dia, após um espetáculo, ela tem um pesadelo onde é capturada por um monstro e levada para longe de sua mãe. Isabelle trabalha no circo desde bem pequena, e não tem a menor idéia de quem seja sua mãe. Ela decide ir procurá-la, mas não vai ser tão simples quanto parece... Ela vai ter muitas surpresas durante sua busca.


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