Projeto Social Agrícola

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Projeto Moatize Expansão Moçambique LE: Ernesto Baiardi DS Moçambique: Félix Martins DS - Responsabilidade Social Moçambique: Adriana Brito Diretor de Contrato: Paulo Osório Moreira de Brito GAF: José Lages Silveira de Magalhães Equipe: Líder de Responsabilidade Social: Claudia Andrade Alexandre Pascoal Gavaza Dulce Brígida Muchanga Marrumbe Flávio Moisés João José Cláudio Daúde Narotan Milton José Curado Mucipo Pryscilla Nannielle Costa Gomide Raquiana Amadeu Mafuca Renato Afonso dos Santos Sequeira Junior Rita Henrique Vicente Abílio Correia 2014


Apresentação Moçambique, com elevado índice de pobreza ocupa a posição 185 do IDH (segundo a ONU). Sua população vive basicamente de agricultura de subsistência, da qual a mulher é a maior protagonista. A Odebrecht, no Projeto Moatize Expansão, sustentada na Tecnologia Empresaria Odebrecht - TEO, para contribuir para o alcance de objetivos do milênio e ciente de sua responsabilidade social, decidiu implementar esse programa na comunidade de M´páduè, tendo sido formados 88 camponeses, seguindo práticas sustentáveis, apoiado por um parceiro de negócio. O programa prioriza ações que contribuem para o auto sustento e conscientização dos agricultores. Esta conscientização eleva e desenvolve as capacidades intelectuais e produtivas. Antes do programa os agricultores percorriam cerca de 8 km com grandes cestos na cabeça para vender seus produtos no mercado informal, o que rendia pouco dinheiro e dispendia muito tempo e esforço. Com a implementação do projeto, um parceiro social compra seus produtos no local, o que reduz o esforço dos agricultores e otimiza o tempo dos agricultores na machamba.


Objetivos 1. Formar pessoas para o trabalho agrícola através de técnicas modernas Contribuir para a erradicação da fome e da pobreza absoluta através do trabalho digno pelo desenvolvimento, incentivando o balanceamento nutricional nas práticas cotidianas, como preconizam os Objetivos 1 e 8 do Desenvolvimento do Milénio (ODM); Promover o desenvolvimento sustentável na comunidade, munindo-a de ferramentas próprias e saberes para o trabalho e para a vida, conforme demanda o 7 o ODM ; Transformar pequenos agricultores em empresárias, reduzindo a desigualdade baseada no gênero e promovendo a valorização da mulher, defendida pelo 3 o ODM.

2. Valorizar o agricultor, sobretudo a mulher, e contribuir para a construção de sua autonomia Contribuir para ampliar a visão da mulher sobre sí própria, fomentando sonhos e desejos de crescimento, em concordância com o 3o ODM; Incentivar a serem autônomos na tomada de decisões sobre como utilizar e gerir as suas rendas, em concordância com o 3o ODM ; Oferecer informações sobre planejamento familiar, para que a mulher participe, juntamente com o cônjuge sobre a decisão de engravidar e gerir a constituição de sua família, alicerçada nos ODMs 3, 4 e 5.


Objetivos 3. Garantir

acesso a bens comuns através de equidade social

Objetivos específicos: Dotar a mulher de informações sobre bens e serviços comuns (saúde, educação, informação), disponíveis para seu uso, enquanto cidadã, em parceria com instituições governamentais e a OMM – Organização da Mulher Moçambicana, contribindo assim para a ampliação da qualidade de vida das mulheres e suas famílias. Estes, a longo prazo, levam ao alcance dos ODM 3, 4, 5, 6, 7 e 8.

4. Ampliar a renda familiar e desenvolver região Incentivar e apoiar as mulheres de M´páduè a desenvolver uma agricultura eficiente para as condições locais, que possa suprir as necessidades de suas famílias e gerar renda, através da comercialização, rumo ao alcance do 8o ODM; Transformar estes agricultores em pequenos empresários e fazer brotar neles o sonho de crescimento individual; Garantir a continuidade da aplicação das técnicas e boas práticas aprendidas pelas mulheres, através do seu papel social de educadora; Apoiar no combate à fome e miséria na Comunidade de M´páduè, de acordo com o 1 o ODM.


CapĂ­tulo 1 Registro FotogrĂĄfico


Machamba Antes do Projeto Social AgrĂ­cola

Campo sujo, pouco plantio, queimadas, baixa atividade agrĂ­cola, abandono de algumas machambas


Machamba Antes do Projeto Social AgrĂ­cola

Agricultura de subsistĂŞncia


Formação dos Agricultores Programa ACREDITAR - Módulo Básico

Abordagem dos temas Saúde, Segurança do Trabalho, Qualidade, Meio Ambiente, Ética e Cidadania


Formação dos Agricultores Programa ACREDITAR - Módulo Básico

Reflexões sobre Trabalho em equipe e Produtividade


Formação dos Agricultores Gestão de Negócios e empreendedorismo

Parceria com o INEFP - Intituto Nacional de Emprego e Formação Profissional


Formação dos Agricultores Certificação - Um momento inesquecível


Formação dos Agricultores Técnicas de Plantio e Irrigação - CB Farm Fresh

Introdução de técnicas sustentáveis de plantio e de irrigação


Formação dos Agricultores Acompanhamento das atividades em campo

Equipe certifica-se da aplicação das novas técnicas


Formação dos Agricultores Acompanhamento das atividades em campo

Foram necessárias algumas correções


Formação dos Agricultores Acompanhamento das atividades em campo

Reforço do conceito de “associativismo”


Formação Continuada dos Agricultores Das salas à machamba

A aprendizagem é um processo, não um ato isolado


Formação Continuada dos Agricultores

Os diversos temas abordados na Formação Continuada: Associativismo, Empreendedorismo e Gestão de Negócios


Trocando Experiências

Visita à horta da CB Farm Fresh - Parceiro de Negócio Aprendendo com o exemplo


Trocando Experiências

Conhecendo o destino da produção Instalações da CB Farm Fresh


Trocando ExperiĂŞncias

Partilha de conhecimentos com agricultores de sucessso Localidade de Cateme


Trocando Experiências

Agricultor de sucesso inspira agricultores de M’páduè Sr. Orlindo - Localidade de Cateme


Distribuição de material

Ferramentas e equipamentos de proteção individual Foco também na segurança do trabalho


Distribuição de material

Orientações sobre como utilizar alguns produtos


Distribuição de material

Prontos para trabalhar a terra


Ciclo da machamba

Metas pactuadas para inĂ­cio das atividades


Ciclo da machamba

Preparação para o plantio


Ciclo da machamba

Limpeza dos campos


Ciclo da machamba

Alinhamento dos canteiros


Ciclo da machamba

Criação de viveiros


Ciclo da machamba

Transplante das mudas


Ciclo da machamba

Introdução de novas culturas


Ciclo da machamba Introdução de novas culturas


Ciclo da machamba Introdução de novas culturas

Do campo...

... pronto para ser comercializado


Ciclo da machamba

Chegada a hora de colher os frutos


Ciclo da machamba

“Quem planta, colhe”


A forรงa da mulher na machamba


Temas transversais Malária

Diálogo sobre prevenção e combate à Malária


Temas transversais Malรกria

Crianรงas envolvidas nas campanhas


Temas transversais HIV/SIDA

Diálogo sobre prevenção e combate ao HIV/SIDA com especialistas de saúde


Temas transversais HIV/SIDA

Juntos, unidos no combate ao HIV/SIDA


Parque infantil em M’páduè

Reutilização de resíduos da obra, para alegria das crianças e em prol da educação ambiental


Parque infantil em M’páduè


Parque infantil em M’páduè

Apoio da comunidade na construção


Parque infantil do M’páduè


Parque infantil do M’páduè

Foram reaproveitadas mais de 1.200 garrafas plásticas do Projeto Moatize Expansão nos canteiros do parque


Parque infantil do M’páduè


Parque infantil do M’páduè

As crianças deram um “toque” de cor às garrafas


Parque infantil do M’páduè

Foram reutilizados cerca de 120 pneus do PME Apoio voluntário dos integrantes


Parque infantil do M’páduè


Parque infantil do M’páduè


Parque infantil do M’páduè

Plantadas cerca de 150 árvores de sombra


Parque infantil do M’páduè

Comunidade de M’páduè envolvida no plantio de árvores


Parque infantil do M’páduè

Voluntários do PME participam da obra


Brinquedoteca do M’páduè

Antes

x

Depois


Brinquedoteca do M’páduè Equipada com livros e brinquedos Resultado da iniciativa dos voluntários do PME


Brinquedoteca do M’páduè


Associação dos Agricultores Festa de Final de Ano/2013

Juntos festejamos mais um ano de sucesso


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança

Os preparativos com o envolvimento de adultos e das crianças - decoração, lanches e brindes


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança

Alegria e diversão


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança

É hora do lanche com “bolo de aniversário”


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança

Para alegria de mais de 300 crianças


E a festa continua...


Brinquedoteca do M’páduè Festa do Dia da Criança

“Crianças são flores que nunca murcham!” Samora Machel - Primeiro Presidente de Moçambique


CapĂ­tulo 2 Depoimento dos BeneficiĂĄrios


Lázaro Weta CafumpheDesafios - Secretário da Associação de M´Padue Pontos Positivos, e Lições Aprendidas “A Associação de M´Padue foi criada em 1968. Eu sou o secretário e temos vivenciado mudanças visíveis desde que o programa com a

Adriana Brito - Responsabilidade Social DS Moçambique Odebrecht arrancou. 

Para iniciar o Projeto Kwatchena Kumunda, foi identificado um grupo minimamente organizado, que obedeceu aos requisitos daAntes empresa. nós A tinhamos proximidade problemas do grupo, em àescoar beira donossos rio era produtos um fator catapara lizador com relação à agricultura. venda e também questões com irrigação, hoje: Já temos um merca-

Como os agricultores centravam-se em plantio de subsistência, seria umaclientes; oportunidade do amplo; Aumentamos o númeroo eProjeto porte de nossos de incentivar a produção agrícola em maior escala.

Melhoramos a qualidade e quantidade deno produtos que fornecemos; A identificação da mulher como foco, visto ser o gênero maioritário país, incitou para as ca-

Capítulo 1

pacitações que fortaleceram o grupo A formação com ensinamentos e acompanhamento além da suaque áreativemos de atuação. com o técnico 

A integração e parceria com o governo, (extencionista), ampliousobre a visibilidade o plantio,daespaçamento Associação e edacuidados Odebrecht. com as

 Os agricultores culturas ajudou a aumentar otimizaram essa o tempo produção. na machamba pois os compradores deslocavam-se ao encon-

Temos tro dos maior mesmos lucro eao sabemos invés deque percorrerem temos quelongos reinvestir caminhos, para termos como maiores faziam. retornos.

Registro Fotográfico

A nossa capacidade como agricultores aumentou, isso fez com que os agricultores adormecidos  Técnica de ganhassem ânimo irrigação e energia gotapara a gota: suas não atividades”. houve adesão. Ouvir os agricultores e testar o equipamento

antes seria a melhor alternativa para avaliar a aceitação. O fato das obras da Odebrecht terem um tempo determinado, dificulta o acompanhamento de proInácia Manuel - Agricultora 

jetos de Responsabilidade Social iniciados, pois o tempo pode não permitir que se avalie o impac-

to/sustentabilidade mesmo. “Com este Programa, do nós, as mulheres, passamos a ter nossas opiniões Identificar um grupo adequadoefacilita implementar projetos ouvidas na Associação acreditamos mais em nós, para na mudança de comportamento, com um capacidade. tempo delimitado. nossa Somos até mais amigas e encorajamos umas às outras. Cada professional envolvido no Projeto garantiu que os resultados fossem avassaladores não obstante os desafios apresentados. O empenho de cada levou ao sucesso do programa, em tão pouco Tenho muitos sonhos e um dos meus sonhos neste momento, tempo”. com o sucesso que estou a ter na machamba, é poder garantir os estudos dos meus filhos.”


Albertino Virone Fungulane - Agricultor

Pontos Positivos, Desafios e Lições Aprendidas “Eu sou membro da Associação de M´Padue desde 1988 e desde que iniciou a parceria com a Odebrecht tivemos muitos ganhos.

Adriana Brito - Responsabilidade Social DS eMoçambique Hoje eu ampliei minha machamba estou com 2 hectares, 

onde

plantoKumunda, alface, cebola, abóbora,umbata-doce e outras culturas, dePara iniciar o Projeto Kwatchena foi identificado grupo minimamente organizado, pendendo daAépoca adequada para o àplantio que obedeceu aos requisitos da empresa. proximidade do grupo, beira destas. do rio era um fator cataVendo os produtos no Mercado de Canangola e recentemente crioulizador com relação à agricultura. se demanda no Mercado local de oM´Padue, devido desenvolviComo os agricultores centravam-se em plantio de subsistência, Projeto seria umaaooportunidade mento comunidade. de incentivar a produção agrícola emda maior escala.

A identificação da mulher como foco, visto ser o gênero maioritário no país, incitou para as caO negócio corre bem e conseguí erguer uma casa, com dois quartos pacitações que fortaleceram o grupo com ensinamentos além da sua área de atuação. e sala.  A integração e parceria com o governo, ampliou a visibilidade da Associação e da Odebrecht. Meu sonho agora é investir em pecuária pois complementa a agricultura e, eventualmente, pretendo  Os agricultores otimizaram o tempo na machamba pois os compradores deslocavam-se ao enconadquirir uma nova machamba; obter transporte para escoar a quantidade de produtos que vai aumentro dos mesmos ao invés de percorrerem longos caminhos, como faziam. tar ainda mais - para não depender de aluguel e obter mão-de-obra para ajudar. 

Capítulo 1

Registro Fotográfico

Aprendi quede com o esforço e motivação, é possível.”  Técnica irrigação gota a gota: nãotudo houve adesão. Ouvir os agricultores e testar o equipamento antes seria a melhor alternativa para avaliar a aceitação. 

O fato das obras da Odebrecht terem um tempo determinado, dificulta o acompanhamento de projetos de Responsabilidade Social iniciados, pois o tempo pode não permitir que se avalie o impac-

Angelina Batista Vale - Agricultora to/sustentabilidade do mesmo.

Identificar um grupo adequado facilita implementar projetos para mudança de comportamento, com “Tenho trabalhado muito na machamba para poder colher os frutos. um tempo delimitado. 

sonho é fazer uma casa melhorada!” Meu Cada professional envolvido no Projeto garantiu que os resultados fossem avassaladores não obsO céu o limite para nós, não paramos mais.dePegamos nesses tanteé os desafios apresentados. O empenho cada levou ao sucesso do programa, em tão pouco conhecimentos que tivemos e aplicamos para o nosso bem. Faço tempo”. economia e reinvisto meus lucros para comprar sementes de melhor qualidade e mais resistentes. Implementamos o espaçamento das sementes de tomate, por exemplo, para capitalizarmos no crescimento destas, pois antes colhíamos menos porque semeávamos aleatoriamente.”


Pontos Positivos, Desafios e Lições Aprendidas Dona Sandista - Agricultora “O Programa da nossa Associação com a Odebrecht

fez-nos

querer

ter

bens

que

Adriana Brito - Responsabilidade Social DS Moçambique

antes

pensávamos que fosse impossível vivendo da agri-

Para iniciar o Projeto Kwatchena Kumunda, foi identificado um grupo minimamente cultura! Eu já tenho minha casa e estouorganizado, a guardar que obedeceu aos requisitos da empresa. A proximidade do grupo, beira do rio era um afator cataalgum dinheiro, paraà ajudar minha filha erguer a lizador com relação à agricultura.

casa dela também.

Como os agricultores centravam-se em plantio de subsistência, o Projeto seria uma oportunidade Ainda ajudo na educação dos meus netos que de incentivar a produção agrícola em maior escala.

estão na escola primária; durante a A identificação da mulher como foco, visto ser o gênero maioritário no país,porque incitou para as ca-

Capítulo 1

formaçãoalém lembrei de como é bom estudar, aprender pacitações que fortaleceram o grupo com ensinamentos da sua área de atuação. e coisas novas e diferentes. Há muita ampliou coisa boa que consegui  fazer A integração e parceria com o governo, a visibilidade dafazer”. Associação e da Odebrecht. 

Os agricultores otimizaram o tempo na machamba pois os compradores deslocavam-se ao encontro dos mesmos ao invés de percorrerem longos caminhos, como faziam.

Registro Fotográfico

Técnica deAmoda irrigação gota a gota: não houve adesão. Ouvir os agricultores e testar o equipamento Antónia - Agricultora 

antes seria a melhor alternativa para avaliar a aceitação. ”Eu deda M´Pádue há muitos anos. Quan Osou fatomoradora das obras Odebrecht terem um tempo determinado, dificulta o acompanhamento de prodo comecei a viver aqui com meu marido, entramos jetos de Responsabilidade Social iniciados, pois na o tempo pode não permitir que se avalie o impacAssociação, para ter um para produzir. to/sustentabilidade dopouco mesmo. Identificar um grupo adequado facilita implementar projetos para mudança de comportamento, com Gostamos muito quando Odebrecht entrou com o Proum tempo delimitado. grama.Todos queremos mais e melhor para o grupo e  Cada professional envolvido no Projeto garantiu que os resultados fossem avassaladores não obsnossas famílias. tante os desafios apresentados. O empenho de cada levou ao sucesso do programa, em tão pouco 

tempo”. Agora até fazemos `xitique´¹ das mulheres pois ficamos mais unidas e como valor mensal, investimos na agricultura mas também em nós, na compra de capulanas para ficarmos mais bonitas e coisas para nossas casas melhoradas!”


Quizito Mafigo - Agricultor PontosAugusto Positivos, Desafios e Lições Aprendidas “Sou membro da Associação de M´Padue, o meu pai também faz parte dessa Associação desde a sua

Adriana Britodesde - Responsabilidade DS no Moçambique fundação. Tivemos, o ano passado o programaSocial da Odebrecht, qual aprendemos muitas formas de melhorar negócio.  Para iniciar o nosso Projeto Kwatchena Kumunda, foi identificado um grupo minimamente organizado, que obedeceu aos requisitos da empresa. A proximidade do grupo, à beira do rio era um fator cataCom o lucro do relação ano passado, já concluí a minha casa! lizador com à agricultura.

Como os agricultores centravam-se em plantio de subsistência, o Projeto seria uma oportunidade Este já adquiri uma bomba de água à gasolina, deano incentivar a produção agrícola em maior escala. para irrigar na minha machamba. Temos uma 

bomba comum, da associação, como plantei na maioritário machamba,noachei  A identificação da mulher mas como foco, visto mais ser ocedo gênero país,melhor incitoucomprar para as um cainstrumento próprio, para pode aumentar a minha produção.além da sua área de atuação. pacitações que fortaleceram o grupo com ensinamentos

Capítulo 1

A integração e parceria com o governo, ampliou a visibilidade da Associação e da Odebrecht. Meu plano futuro é otimizaram comprar uma moto para poder me deslocar para a machamba. Já consigo  Os agricultores o tempo na machamba pois os compradores deslocavam-se aoguardar encon

dinheiro para reinvestir na próxima fase. “ tro dos mesmos ao invés de percorrerem longos caminhos, como faziam. 

Registro Fotográfico

Técnica de irrigação gota a gota: não houve adesão. Ouvir os agricultores e testar o equipamento antes seria a melhor alternativa para avaliar a aceitação.

O fato das obras da Odebrecht terem um tempo determinado, dificulta o acompanhamento de projetos de Responsabilidade Social iniciados, pois o tempo pode não permitir que se avalie o impacto/sustentabilidade do mesmo.

Identificar um grupo adequado facilita implementar projetos para mudança de comportamento, com um tempo delimitado.

Cada professional envolvido no Projeto garantiu que os resultados fossem avassaladores não obstante os desafios apresentados. O empenho de cada levou ao sucesso do programa, em tão pouco tempo”.


Capítulo 3 Depoimentos da Equipe (Pontos Positivos, Desafios e Lições Aprendidas)


Dulce Muchanga - Prog. Voluntariado Alicerçada na TEO, a Odebrecht em Moatize, Tete, sempre esteve sustentada na afirmação de que “o ser humano é a medida de todos os valores na Organização” (Norberto Odebrecht). Por isso, a equipa do Projeto respeita a cultura local e valoriza seu capital humano a partir de suas potencialidades, fato que aproximou a empresa destas mulheres. Moçambique é um país jovem, em reconstrução pósguerra civil, antecedida por um período longo de colonização portuguesa. A mulher constitui a maioria da população moçambicana (52% - INDEX MUNDI), composta de cerca de 24 milhões de habitantes (INDEX MUNDI). Deste universo, 54% (IDH/MINED) são analfabetos. O país possui uma taxa de seroprevalência do HIV elevada, situando-se em 11,5 % (CNCS), e não menos alta taxa de pobreza, já que 69% da população vive abaixo do nível de pobreza (ESSOR). Culturalmente, e apesar da evolução recente, a mulher continua, muitas das vezes, sendo considerada inferior ao homem, desde o acesso à educação até às condições de trabalho e os direitos e deveres implícitos no mesmo. 

Foi bastante importante conhecer a realidade socioeconômica e cultural do pais e da comunidade para melhor direcionar os esforços para mitigação das necessidades dessa comunidade.

A partir da implementação do programa, as mulheres de M’padue percebem sua importância e semelhança em relação ao homem, passando a desempenhar papeis mais ousados no seio da associação. “A ato mais nobre de um ser humano é servir o seu semelhante.” Norberto Odebrecht


Adriana Brito - Responsabilidade Social / DS Moçambique “Para iniciar o Projeto Kwatchena Ku Munda, foi identificado um grupo minimamente organizado. A sua proximidade à beira do rio foi um fator catalizador com relação à agricultura. Como os agricultores centravam-se em plantio de subsistência, o Projeto seria uma oportunidade de incentivar a produção agrícola em maior escala e resultar em geração de renda. A identificação da mulher como foco, visto ser o gênero maioritário no país, foi também um trunfo para garante da disseminação da informação, pois sabemos que a mulher é um grande agente multiplicador.

Capítulo 1

O que denotamos durante a execução do Projeto é o quão primordial é identificar um grupo adequado, pois facilita a implementação de projetos para mudança de comportamento, com um tempo delimitado. Aliado ao fato descrito acima é a identificação dos profissionais, uma vez que cada envolvido no Projeto garantiu

Registro Fotográfico

que os resultados fossem avassaladores não obstante os desafios apresentados. O empenho de cada um levou ao sucesso do programa, em tão pouco tempo”.

Pryscilla Gomide - Pedagoga “A convivência constante com a comunidade tornou-se forte devido a presença assídua da equipe em M´Páduè. Essa interação foi primordial para extraír seu sentimento ao longo do Programa. Na busca de soluções para a não adesão ao kit gota a gota, encontrou-se o método de bacias que teve boa adoção como um sistema alternativo de irrigação. Este metodo reduz o consumo de água e mantem a plantação por mais tempo úmida. Adaptar esta componente do Programa, só foi possível porque houve abertura para ouvir a comunidade beneficiada e sua liderança, antes, durante e ao longo do Programa; isso é vital e facilita para o progresso de qualquer atividade social.”


Alexandre Gavaza - Responsável por Formação e Desenvolvimento de Pessoas “O tempo de atuação de um projeto que envolve mudança de comportamento pode levar em média 5 - 10 anos para surtir o efeito desejado. Todavia, os ganhos almejados neste nosso pequeno - grande projeto com 2 anos de vida e na escala presenciada demonstra que ainda assim, muito pode ser feito em tão pouco tempo; para isso temos que maximizar as aptidões do grupo identificado, para filtrar características que propulsionem um avanço rápido no seu meio. Atingimos assim o compromentimento das partes envolvidas e repercutiu o efeito ilustrado nos KPI´s.”

José Cláudio - Formador de Gestão de Negócios, agronegócios e empreendedorismo “Os ensinamentos sobre gestão de negócio e outros tópicos que compunham a formação continuada na machamba e no Acreditar, foram passados aos agricultores, com tradução para sua língua local - Nhunguè, o que facilitou a assimilação e participação ativa por parte do grupo. Esta técnica teve sucesso pois os mesmos identificaram aplicabilidade dos tópicos aprendidos uma vez que o tradutor era extraído do seio do grupo. O mesmo transmitia confiança ao grupo e fazia analogias com as quais pudessem se identificar, gerando bastante interesse e o resultado é que hoje temos: cada agricultor a fazer seus próprios apontamentos de vendas e lucros.”


Raquiana Mafuca - Analista de Treinamento “As formações para aprimorar aspetos a serem melhorados para o bem do grupo, como Associativismo, foram preponderantes. Notamos que os agricultores “associam-se” para contribuição financeira no uso da moto-bomba e nesse contexto, quem não contribuia ficava excluído deste benefício. Por não estarem devidamente associados nesse âmbito alguns equipamentos ficavam parados por longos períodos, a exemplo do trator, e os agricultores lavravam manualmente enquanto podiam fazer melhor uso dos mesmos e dispendendo menos energia. O associativismo real foi encorajado aos agricultores, para criarem um viveiro comum onde todos participassem (para observarem o benefício de trabalho em grupo na colheita) e os mesmos aderiram sendo que identificaram uma machamba comum para pôr em prática o aprendizado e colher fruto dos mesmos; plantando até fora de época. Hoje, eles interajem mais em vários aspetos, para o benefício comum.”

Vicente Correia - Formador “Após as pesquisas iniciais, partimos para a identificação de parceiros para implementação do projeto, com os quais temos celebrado cada vitória conquistada pelos agricultores. O processo de desenvolvimento do Projeto Agrícola é dinâmico e evoluiu integrando sinergias dos diferentes parceiros a fim de adequar-se à realidade local e transformar todos os desafios em oportunidades. A parceria entre a Odebrecht e o INEFP foi um dos fatores para atingir os objetivos do Programa. O INEFP disponibilizou extensionistas para equipar os agricultores de melhores técnicas agrícolas (espaçamento de culturas no ato do plantio e intercalar das mesmas, etc). O acompanhamento constante facilitou o trabalho e fortaleceu a relação entre as partes”.


Flávio Moisés - Resp. Social Antes de iniciar atividades em qualquer comunidade, é necessário envolver os líderes comunitários pois eles são um elo valioso entre o grupo alvo e a organização. Cada ação tomada deve ser feita em conjunto com os visados, para estes sentirem-se sempre envolvidos em cada etapa e apropiar-se do negócio. É imprescindível consultar com o grupo alvo em que aspetos estes gostariam de ter parcerias e não apenas definir ideias pré-concebidas. É imperativo que os membros da comunidade sejam implementadores do projeto sendo que o papel da organização é o de monitoria e avaliação. Os passos acima descritos permitiram-nos acompanhar o desenrolar do Programa e orientar para garantir o seu maior sucesso. Nossa presença, credibilidade e parcerias criadas garantiram a assimilação e apropiação do Programa, pelo grupo e indiretamente pela comunidade. Esse elo foi naturalmente criado porque estivemos presentes na formação, como facilitadores e acompanhamos todas as atividades facilitadas por outros profissionais. Isso facilitou com que pudessemos, junto com os agricultores, construir o desenvolvimento do Programa e termos prerrogativa para construírmos o programa de “mãos dadas”.

Rita Henrique - Psicóloga “Houve vontade dos membros em mudar de vida, aprender mais e garantir um futuro melhor para os seus filhos. Hoje o Programa é sutentável, porque houve um incremento de vendas por parte dos membros da associação, passaram a render em média mensal, no pico - 5 mil meticais (antes do Programa rendiam em volta de mil). Identificou-se um aumento no número de culturas de plantio, de cerca de 3 para acima de 8 após o Programa, a autoestima do grupo foi ampliada e o ciclo de Plantio, Colheita, Venda, Lucro e Reenvestimento está dinamizado”.


Renato Sequeira - Formador As formações foram enriquecedoras tanto para os formadores como para os agricultores por terem sido constituídas turmas tão diversas (faixa etária, gênero, cultura, etc.). O nosso aluno mais sénior, tinha 82 anos! As aulas eram dinâmicas, os formandos contribuiam bastante e participavam ativamente em sala. Os agricultores puderam estar expostos a assuntos não acadêmicos, mas importantes e lecionados por profissionais diversos, como a lição sobre combate ao incêndio (com a equipe de bombeiros do PME), uso de redes mosqueteiras (Agentes de Saúde) e estavam engajados enquanto aprendiam sobre temas vitais para a saúde (saúde oral e HIV), que afetam a sua comunidade, tornando-se multiplicadores.”

Milton Mucipo - Comunicação “Participei do Programa Social - Kwatchena Kumunda interagindo diretamente com os agricultores, desde a presença dos mesmos na sala de aula até ao campo. Juntos, executamos a técnica da demarcação dos canteiros para plantio e do sistema de bacia, mostrando as vantagens destes, em parceira com o extensionista do INEFP. Pude ver sorrisos nos olhos dos agricultores, pelo aprendizado que tiveram na implantação de novas técnicas de plantio e de irrigação. Os agricultores agora produzem bem e em um período maior ao longo do ano. Isto é um ganho para eles e uma vitória para todos envolvidos na parceria, uma vez que os agricultores incrementaram as culturas plantadas e suas vendas, ao longo do ano”.


Claudia Andrade - Líder da área de Responsabilidade Social “O Projeto Social Agrícola foi uma experiência interessante e oportunidade de muito aprendizado para todos. Comunicação: uma grande lição que fica é quão importante é a comunicação em um processo de implantação de um projeto na comunidade. O alinhamento com a liderança sempre foi prezado e seguido. O envolvimento do grupo se dá a partir de eficácia e eficiência da comunicação. Soluções: fica a lição de que não podemos dar soluções aos problemas de outras pessoas. É preciso influenciar. O melhor pode não ser o mais adequado. E o mais adequado pode não ser o melhor. E assim fizemos. Ratifico que o amor ao próximo não se exclui do processo de empreendedorismo social. A sustentabilidade de um projeto perpassa pela condição de garantir renda, produtividade e continuidade, até sorrisos constantes. Ser empreendedor agrega o ser autônomo, autoestima elevada e confiança para superar os desafios. O Kwatchena Ku Munda transformou pessoas que sabem que a terra sempre estará alí para perpetuar sua condição de ser um trabalhador digno. E a semente que está em seus corações garantirá a certeza que é possível ser resiliente e feliz. “

“Agricultura é a arte de saber esperar” Ricardo Bacchelli


Capítulo 4 Condições Climáticas


Condições Climáticas Tete, situada na região Centro de Moçambique, é a maior cidade e capital da província homônima. De acordo com o censo de 2007, o município tem 155.870 habitantes, numa área de 314 km². Situando-se num planalto com 500m de altura e atravessada pela linha do Equador, Tete é também a cidade mais quente de Moçambique, chegando a atingir temperaturas de até 50°C em épocas mais quentes do ano (de Setembro a Dezembro) . Devido a este clima, os desafios para os agricultores tornaram-se ainda maiores. Praticar agricultura nesta região e obter os resultados mostrados neste relatório, em um período constante de plantio, caracteriza o êxito do projeto social agrícola.


Condições Climáticas Em M’páduè, suas práticas agrícolas dividem-se, após o Projeto Kwatchena Ku Munda, em 2 períodos distintos, sendo: Março – Outubro = Época das hortícolas Na comunidade do M’páduè, esse período do ano é dedicado ao plantio de hortícolas, tais como: tomate, couve, pimento, cebola, alface, repolho, quiabo, feijão verde, milho, entre outras culturas. Praticamente, nessa altura são produzidas todas as culturas possíveis pelo fato de se usar a bomba elétrica para regadio das machambas, havendo água disponível em todo o período e um clima favorável para o desenvolvimento das culturas. Esse constitui o período mais lucrativo para os agricultores, pois com condições favoráveis há uma boa produção agrícola. Os agricultores passaram a diversificar e ampliar os tipos de culturas plantadas, investindo mais tempo à dedicação ao trabalho, esforço e recurso, pois tem a certeza que que o retorno será garantido.


Condições Climáticas Novembro – Fevereiro = Época chuvosa Nessa época do ano há limitação de culturas por plantar, sendo uma das principais causas, a irregularidade na disponibilidade de água. Geralmente, setembro é a altura que se efetuam as últimas colheitas de hortícolas e preparam os campos para a época seguinte. Porém, como são previstas as chuvas para os meses de novembro, dezembro e janeiro (que por vezes se estendem até fevereiro), a eletrobomba da Associação é desligada, por consenso entre os agricultores, pois, muitos optam por aproveitar a irrigação natural da chuva o que não acarreta o pagamento pelo uso da energia. Outro aspecto a ressaltar nessa época é o fato de a chuva propiciar a incidência de pragas e pestes que afetam as hortícolas. Por essas razões, os agricultores optam por plantar culturas mais resistentes, tais como: milho, quiabo, pepino, amendoim, melancia e couve. Parte das culturas plantadas nessa época são geralmente para o consumo familiar, resultando em menor geração de renda para os agricultores. Deve-se também salientar que o nível de investimento na machamba, neste período, é menor pois: 

As sementes destas culturas são caseiras = não há

investimento com sementes; 

As culturas são resistentes = não há investimento

com pesticidas/inseticidas; 

Não se faz uso do trator = a terra já foi arada na

época anterior (das hortícolas); 

ca.

A rega é natural = não há custo com energia elétri-


Condições Climáticas Antes do Projeto Social Agrícola a agricultura era essencialmente de subsistência, pouco se produzia e quase nada se comercializava. A alta temperatura também era fator inibidor do plantio em todas as épocas do ano. Atualmente, planta-se em 2 épocas, culturas distintas e utiliza-se o reaproveitamento das riquezas naturais. Mesmo com a temperatura acima de 40 graus, o plantio permanece e é possível lucrar em ambas épocas. O sistema de regadío, gota a gota, não foi tão aceito pelos agricultores. Nada prático para eles. Para manter a redução do consumo da água, alguns optaram por aderir ao sistema de bacias.

PLANTIO DO MILHO ANTES

PLANTIO DO MILHO DEPOIS


CapĂ­tulo 5 Resultados


Capítulo 5 Resultados Intangíveis (Mudança Comportamental)


Mudança Comportamental Ao chegar à comunidade de M´Páduè percebeu-se a carência de uma organização das atividades rotineiras da associação de agricultores com foco em produção e rentabilidade. Eram agricultores que plantavam para comer e praticavam uma agricultura de subsistência, com vendas esporádicas e baixa rentabilidade. Estava aí nosso desafío, mudar conceitos, inserir novas propostas, quebrar paradigmas de uma estrutura já formada há mais de 20 anos. Os primeiros contatos foram primordiais para conquistarmos a confiança do grupo e apresentarmos a nossa proposta. O foco estava na mudança comportamental. Traçamos um plano de formação continuada para os agricultores, através dos conceitos pedagógicos do Programa ACREDITAR, com histórico de sucesso na Organização. Foram enfatizados os pilares da educação: Saber SER, Saber ESTAR, Saber FAZER e Saber APRENDER.


Mudança Comportamental As mudanças comportamentais tornaram os trabalhadores diferenciados. Confiança e autoestima elevada foram os primeiros sinais de que algo estava mudando. Víamos pessoas ávidas por conhecimento e com disposição a mudar sua forma de ver seu trabalho e a vida. Perceberam que era possível utilizar o ambiente de trabalho - a terra, não só para comer. Mas para comercializar produtos, vender e fazer disto um círculo virtuoso sustentável e dinâmico. As mudanças adentraram suas casas em forma de atitudes simples. Passaram a se preocupar com saúde, segurança, meio ambiente e qualidade de vida (passaram a usar rede mosqueteira, reduziram queimadas no campo, utilizaram equipamentos de proteção individual, construíram banheiros). Um novo e amplo olhar surgiu em nossos agricultores.


Mudança Comportamental

Para ampliar a visão dos agricultores sobre negócios, insistimos em formações, oferecendo exemplos de gestão e hoje, ao fim do Programa percebe-se que as mudanças trouxeram resultados positivos e os agricultores conseguiram gerir proporcionalmente suas condições de trabalho, lucro e reinvestimento. Surgia ali a real noção do que era “negócio”, receita, lucro, reinvestimento, economias e descobriram o que é ser dono do seu negócio. Utilizamos ensinamentos da Tecnologia Empresarial Odebrecht para respaldar o que pretendíamos. Os resultados foram excelentes. Os agricultores começaram a definir

metas,

a

delegar

com

responsabilidade aos seus familiares e investirem na formação destes para ajudarem no trabalho e aumentarem a produção. Outros pontos que destacamse sobre mudanças comportamentais : Estão

mais

sociávies,

cooperativos,

tolerantes, respeitam ainda mais as diferenças e a diversidade. Convivem em grupo com olhar de coletividade, tomam decisões rápidas, compartilham saberes, percebem melhor o termo cidadania, aplicam conceitos de ética, apresentam compromisso com a própria formação e resolvem problemas com maior desenvoltura em prol do que é certo.


“Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência.” Carl Rogers


Capítulo 5 Resultados Intangíveis (Círculo Virtuoso) “Quando se vai atrás da resolução de um problema, aparecem outros e novas soluções são desencadeadas”.


Formação: ACREDITAR nas pessoas. Transformar Indivíduos. Iniciamos nosso trabalho com os agricultores através do Programa ACREDITAR. A princípio foi um grande desafio, já que até então o Programa abrangia maioritariamente, jovens - com o mínimo de 5ª classe do SNE (Sistema Nacional de Educação), que estavam em busca de uma formação profissional. Ao iniciarmos a formação da primeira turma do Projeto Social Agrícola, a língua foi um desafio, pois os agricultores só se comunicavam em Nhunguè, idioma local. Criamos estratégias pedagógicas que viabilizassem a formação, potencializando as atividades orais em português (visto que o mercado profissional exige), mas também valorizamos a língua local com atividades lúdicas. Com a chegada da

Capítulo 9

segunda turma nosso time já estava maduro e adaptado. Através das lições aprendidas, ajustes foram feitos e os resultados foram ainda melhores.

Com a 3ª turma, percebemos o interesse de alguns membros que queriam também trazer seus

Registro Fotográfico

familiares, também trabalhadores da machamba. Finalizamos as formações com 88 agricultores, com quase 100% de frequência.


Agricultores saudáveis na machamba. O Projeto Kwatchena Ku Munda, é um exemplo que a Odebrecht pratica o amor ao próximo, através de ações que maximizam o impacto social. Conseguimos que a satisfação de interesses fosse atingida através de comunicação transparente e legítima. A nossa relação com a comunidade foi tão próxima, que identificamos outras questões que necessitavam de intervenção. A Odebrecht além de se envolver nas questões agrícolas, também proporcionou a comunidade de M’Pádue outras melhorias. Com relação a saúde, alguns temas relevantes foram compartilhados com a comunidade, com a intenção de informar e conscientizar, com foco na prevenção. Os temas foram o HIV, Nutrição, Doenças diarréicas e tratamento da água.

Malária,


É hora de brincar! Durante as atividades de formação continuada, era feito um acompanhamento diário das atividades na machamba, visto que eles trabalhavam pela manhã e estudavam à tarde. Durante esta monitoria, percebemos que, além dos agricultores, as crianças também frequentavam a machamba. A situação era inadequada pois enfrentavam chuva, exposição ao sol por horas (às vezes amarradas em capulanas nas costas das mães) e algumas trabalhavam. Surgiu então a ideia em aproveitar um espaço abandonado, de propriedade da OMM (Organização das Mulheres Moçambicanas) para fazer uma BRINQUEDOTECA; um espaço gerido pelos agricultores quando, no contraturno das aulas, as crianças poderiam brincar e ter acesso a um pequeno mundo infantil.


Relações com a Comunidade rendeu o Prêmio Destaque - Odebrecht A nossa experiência e os resultados do Projeto Social Agrícola nos motivaram a fazermos a inscrição no prêmio anual da ODEBRECHT, Prêmio Destaque, na categoria Relações com as Comunidades. Em dezembro de 2013 o resultado indicou que o Projeto Social Agrícola Kwatchena Ku Munda era o vencedor naquela categoria.


Com a proximidade das festas de final de ano, fizemos uma celebração em agradecimento por tudo que tinhamos conseguido até então. Resultados na terra e no coração. Alegria era o que estávamos vivendo. A comemoração foi iniciada em M’páduè, em Moçambique, e concluída em Sauípe, no Brasil. Não era apenas um troféu. Eram resultados importantes nas vidas de pessoas que já não davam créditos às mudanças. Em M’páduè fizemos um almoço. Foi uma FESTA! Estiveram conosco representantes da União Provincial dos Camponeses e, juntos, celebramos. Tivemos a oportunidade de ratificar a nossa parceria e compartilhar com todos a notícia de um Prêmio inédito para Moçambique e para todos do Projeto Moatize Expansão. Depois, seguimos para o Brasil.


Já em Sauípe, a equipe recebeu o troféu! Um dia que ficará marcado na memória de todos! O Kwatchena Ku Munda foi parabenizado por Marcelo Odebrecht.



Em 2014 retomamos a Formação Continuada, para reforçar temas pertinentes ao trabalho. Montamos um plano de curso, definimos os temas e o local seria na própria comunidade. Os encontros aconteciam todas as terças e quintas feiras para a turma 1 e todas as quartas e sextas feiras para a turma 2. Sempre havia um especialista no tema a ser trabalhado na semana, integrando a nossa equipe. A formação durou 4 meses, com os temas: Gestão de Negócio, Associativismo, Planejamento de Futuro, Técnicas de limpeza e manutenção da Machamba. As turmas eram compostas por 20 a 30 pessoas, (nem todos participavam sempre) .


Agora estávamos na Comunidade de M´Pádue praticamente o dia inteiro. Pela manhã, acompanhando a limpeza e manutenção das machambas para o próximo plantio que teve inicio em abril. A tarde, na formação continuada. Percebemos que as crianças ainda precisavam de mais. Surgiu então a ideia de construir um Parque Infantil com material reutilizado do Projeto Moatize Expansão, como forma de destacar o tema meio ambiente. Alguns carpinteiros e pedreiros formados pelo ACREDITAR doaram seu tempo e a OMM (Organização da Mulher Moçambicana) cedeu o espaço para que o “sonho” fosse construído. M’páduè estava mais alegre e colorida. No ensejo, foi feito um trabalho de conscientização do uso coletivo dos brinquedos e cuidado com o meio ambiente. Multirões de limpezas foram feitos e um grupo de teatro, composto por integrantes do Projeto Moatize Expansão, de forma lúdica, sensibilizou a comunidade para a utilização e conservação do parque. Os voluntários deixaram naquela comunidade marcas irreversíveis. Marcas de solidariedade e amor ao próximo!


CapĂ­tulo 5 Resultados IntangĂ­veis (Registro dos Agricultores)


Um dos pontos identificados durante a Formação, foi a falta de um método viável, de controle de vendas, por parte dos agricultores. Conforme relatado anteriormente, os agricultores ao praticar agricultura de subsistência, não tinham ambição em revender. Após as diversas aulas em gestão de negócios e empreendedorismo, estes entenderam a necessidade de avaliar o custo - benefício e passaram a apontar seus gastos e lucros; já engrenados na agricultura para revenda e geração de renda Partilhamos aqui alguns exemplares, sendo que cada um o faz com seu toque personalizado; o objetivo é eles estarem melhor orientados e isso foi atingido conforme ilustrações abaixo:

Sr Lázaro Weta / Extrato de Vendas (1 mês)

Houve um investimento de 1,700 meticais na época, constituída de 6 meses. No primeiro mês da colheita, Junho, a receita foi de 7,753 meticais. Este valor somado aos valores dos outros meses que compõem a época, totalizarão a receita do período. Com este registro, o agricultor já consegue mensurar e perceber o lucro, ao subtrair o investimento e outras despesas do período. Esta informação encoraja-o.


Exemplares de Folha de Controle simples Sr José Sabão Extrato de Vendas (15 dias)

Houve um investimento de 1,200 meticais na época, constituída de 6 meses. Na primeira quinzena do mês da colheita, Junho, a receita foi de 4,700 meticais. A partir destes exemplos, fica patente a dimensão do lucro por parte dos agricultores e consequentemente a sustentabilidade do programa.


Exemplares de Folha de Controle simples A prática do registro incentivou os agricultores a anteciparem o plano mensal conforme ilustrado nos exemplares abaixo.

Antónia Amoda Antecipação do Plano para a semana

Helena Ramino Antecipação do Plano para o mês


Exemplo de Folha de Controle simples Dona Filipa - 7 meses (2013)


A receita acima ilustrada, demonstra o plano de ĂŠpoca versus os gastos incorridos no perĂ­odo. O diferencial deste registro, dos exemplos anteriores ĂŠ que a agricultora consegue visualizar os rendimentos de toda a ĂŠpoca.


Exemplar de Contatos para venda

Al茅m dos gandes parceiros de neg贸cio, os agricultores vendem o seu produto para revendedores menores e fazem registro dos contatos, na vis茫o de neg贸cios futuros.


CapĂ­tulo 5 Resultados TangĂ­veis


CĂ­clo AgrĂ­cola

Sustentabilidade


Segundo Relatório da Brundtland sustentabilidade é “a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.” Ou seja, comprometimento com o longo prazo. Para garantir a sustentabilidade do Projecto Social Agricola foram tomadas precauções para que a Associação dos agricultores não se tornasse dependente do nosso apoio: 

Estimulamos a cosnciência empreendedora nos agricultores - Formação em Empreendedorismo e Gestão de Negócios, pela parceria com o INEFP;

Capacitamos e auxiliamos a comunidade na gestão de negócios - Formação continuada dos agricultores com foco no reinvestimento e estimulando-os a negociar diretamente com o parceiro de negócio, tendo a empresa desempenhando o simples papel de mediador;

Pela formação no Ciclo Básico do Programa ACREDITAR os membros da associação tornaram-se agricultores diferenciados capazes de completar o Ciclo Agrícola;

Adotamos uma postura coadjuvante no processo, e não de protagonista, permitindo que os agricultores “caminhem com suas próprias pernas”;

Os agricultores fazem o ciclo Agrícola funcionar e garantem a sustentabilidade das suas atividades.


Análise de dados:

NOV-13

DEZ-13

280,000

71,735

104,519

AGO-13

250,000

200,000

OUT-13

104,227

191,975

SET-13

177,229

185,481

232,930

Qtd produzida / kg

JAN-14

FEV-14

MAR-14

ABR-14

MAI-14

Antes da introdução do Projeto, os agricultores praticavam agricultura de subsistência, portanto não há registro da produção; com a sua introdução, passaram ao registro. O gráfico denota a produção da época, dos 88 agricultores englobados.

Nº de culturas plantadas 8.1

7.4

4.7 4.1

Lote 1

3.6

2.9

Lote 2

Média Atual

Lote 3

Média Inicial

O número de culturas plantadas após o início do Programa, incrementou de 4 para mais de 8.


Análise de dados:

OUT-13

182,780

DEZ-13

JAN-14

486,400

410,210

366,324

NOV-13

108,450

SET-13

210,800

248,000

AGO-13

246,240

JAN-JUL-13

205,200

57,000

386,400

Ganho em Meticais

FEV-14

MAR-14

ABR-14

MAI-14

Antes da introdução do Projeto, os agricultores auferiam entre 1.000,00 e 2.000,00 meticais por mês, sendo que cosideramos o valor mínimo de 1.000,00 meticais (foram entrevistados 57 agricultores). O valor do pico refere-se a 88 agricultores entrevistados - um pouco mais de 5.000,00 meticais ao mês.

0

0

30 2

6

4

3

7

0

30

32

Bens Adquiridos

Os principais bens adquiridos são: Casa, Motobomba, Moto, Bicicleta, Celular, Televisor, etc. Itens que impactam, inclusive, nas atividades laborais.



Dedicatória para as Agricultoras de M´páduè Mulher! Mulher moçambicana! Mulher de M´páduè! Mulher, mãe, trabalhadora, agricultora e geradora de vidas, de esperança e de força. Você, mulher de M´páduè, é merecedora de todo nosso respeito e reconhecimento, pela sua grandeza, humildade e determinação. O Projeto Social Agrícola Kwatchena Ku Munda foi concebido para e com você, mulher da Comunidade de M´páduè, que se deita com o corpo a doer, mas com o prazer na alma. Você é inspiração e alvo principal deste Projeto. Nós, da equipe da Responsabilidade Social da Odebrecht do Projeto Moatize Expansão, rendemos esta homenagem pelo teu empenho em re-aprender, implementar, inovar e, principalmente, Acreditar na sua própria capacidade. Como diz o escritor moçambicano Mia Couto, na obra Mulher de mim - O homem é o machado e a mulher é a enxada, “a carga simbólica da imagem do machado remete à guerra e à destruição, também um símbolo de culto e de poder, enquanto a enxada relaciona-se às atividades de cultivo da terra, à fertilidade e à construção. A enxada, vinculada à imagem de cortes na terra, quando o corpo se curva num arco, horizontalidade das ações humanas favoráveis ao plantio e ao cultivo”. É você, mulher-rural-enxada-autônoma que queremos levar ao mundo, através deste Projeto, para inspirar mais mulheres de Moçambique e do mundo. Nossa enxada é você mulher, que lança sementes de esperança, colhe resiliência e, não satisfeita, refaz o ciclo e mantêm o solo fértil para novos desafios. Não lhe falta a certeza de que a terra estará ali no dia seguinte e sempre, fazendo-lhe sobreviver, crescer e perpetuar. E o sol estará a brilhar... é mais um dia para a luta. Kwatchena Ku Munda! Amanheceu, vamos à machamba!

Tatenda kwene kwene, nkhazi ya M´páduè (Muito obrigado, Mulher de M´páduè)


“O Empresário, ao invés de contemplar o mundo, deve transformá-lo.“ Norberto Odebrecht


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