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Prefácio
364Esta história, narrada em texto e artes, está profundamente impregnada de ideias advindas de um trabalho de pesquisa que me tomou seis anos dedicados à pós-graduação. No final da tese de doutorado em 2011, eu me comprometia em produzir, após analisar inúmeras edições de Peter Pan e Wendy, de James Matthew Barrie, uma versão ilustrada de minha autoria. Essa versão foi imaginada de mil maneiras, e acabou tomando o formato de uma narrativa em quadrinhos. Contudo, ainda que fruto de pesquisa acadêmica, o que aqui segue jamais poderia concretizar-se se não fosse uma paixão particular pelo universo ficcional criado pelo autor escocês e seu protagonista, despertada ao assistir à animação da Disney por volta dos seis ou sete anos de idade. Desde então, a sombra de Peter Pan tem me perseguido, assumindo diversas formas, ao longo da vida. Essa paixão deve ser considerada tão ou mais séria do que todos os estudos científicos realizados por mim na universidade. Trata-se de uma homenagem à criança que eu fui e aos sonhos que eu vivi na companhia de um menino imaginário que jamais crescerá. Apesar de já ter escrito e publicado, desde 1995, inúmeros livros cujas histórias têm por base outras histórias, assumo abertamente, pela primeira vez, que o que aqui segue é uma fan-fiction. Ouso dizer que sou uma de suas precursoras, pelo menos em termos de legitimação do gênero. Publicada por editoras, retorno por via alternativa e insiro-me, definitivamente, na comunidade fandom de Peter Pan ao qual sempre pertenci, muito antes de o fenômeno consagra-se via comunidades online.
Os conceitos gráficos e narrativos elaborados foram muito pensados. Optei por uma formatação gráfica tradicional e pelo desenho clássico, elaborado com o uso de ferramentas digitais. Porém, revesti, tanto o roteiro, quanto as artes, de algumas camadas significantes; certamente nem todas serão visíveis ao leitor que desconhece a obra original profundamente. Mas isso não é importante. Recomendo que leia o texto literário integral assim que puder, que fique longe das traduções e adaptações baratas que destituem o texto de Barrie de toda a sua riqueza simbólica. Aqui vocês não terão mais uma delas, mas uma nova história, uma possível continuação. O próprio autor deixou, ao concluir, a narrativa em aberto, pronta a ser apropriada por qualquer um que desejasse seguir seu rumo. Foi o que eu fiz.
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Em geral, prefácios escrevem-se após o término do texto principal. Contudo, embora eu tenha o argumento em mãos e um roteiro pré-esquematizado, entenda-o em seu sentido literal de prae fatio, pois, no momento em que anuncio esta obra, mal vislumbro o que se seguirá. Sei que quero, através deste trabalho, voar com Peter Pan, mas sei também que quero voltar para casa, como Wendy. E, sobretudo, desejo encerrar de vez minha história com esse personagem. Basta que eu e você saibamos disso, por enquanto. E se meu convite agradar, aceite-o. Um pouco de pó das fadas, um pensamento positivo e lá vamos nós. Ao contrário de Peter, porém, prometo o retorno e - quem sabe? - algum crescimento mútuo.
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