Comunicações Janeiro de 2018

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Ano XXVI / Nº 01 | janeiro de 2018

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Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção MA/PI


EDITORIAL

SUMÁRIO Caríssimos confrades, irmãos e irmãs. PAZ e BEM Comunicações deste mês de janeiro trazem um tema Especial: a nossa Assembleia Jubilar! Nossa Província celebrou seus 65 anos de Vida e Missão dentro do nosso encontro Anual com muito entusiasmo e com a participação de muitos convidados. Teve o Auto da PRONOSA, uma Mesa Redonda e a Missa Jubilar. A matéria de capa traz uma belíssima imagem de Nossa Senhora distribuindo o Vinho Melhor no final da Celebração. Na seção entrevista, podemos conhecer um pouco mais da pessoa de nosso Visitador, Frei João Carlos Karling que esteve conosco durante a Assembleia. Vale ressaltar ainda a matéria sobre o Curso Missionário anual, sediado no nosso CEFRAM. A assessoria este ano também ficou por conta de Dom Erwin Kräutler que nos faz um excelente relato do conteúdo trabalhado. Confira ainda a biografia do nosso neo-professo, Frei Antônio Clécio que deu seu Sim a Deus coroando de esperança nossa festa. Boa leitura a todos,

65 anos: Mística e Profecia ................................. 01 Jubileu da Missão Franciscana .......................... 03 Histórico de vida de Frei Antônio Clécio ........... 04 Auto da PRONOSA ............................................... 05 ENTREVISTA: Frei João Carlos Karling .................. 08 Crônica da casa renovada ................................ 10 Curso de Formação Missionária ....................... 11 Início do Ano Capitular ....................................... 14 Eleito o novo Definitório da Província de Santo Antônio ................................. 15 IFIORETES ............................................................... 16 Aniversariantes ..................................................... 17 Agenda Provincial ............................................... 18

Frei Bernardo Brandão de Souza Neto Ministro Provincial

Santos e Santas Franciscanos Janeiro

03 Santíssimo nome de Jesus 04 Bem-aventurada Ângela de Foligno 05 Bem-aventurado Diogo José de Cádiz, Presbítero 12 Bem-aventurado Bernardo de Corleone, Religioso 14 Bem-aventurado Odorico de Pordenone, Presbítero 16 São Bernardo, Presbítero, e seus companheiros, Protomártires 17 Beato José Nascimbeni 19 Santa Eustáquia Calafato, Virgem 30 Santa Jacinta de Mariscotti, Virgem


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Eis Que Faço Novas Todas as Coisas (Ap 21,5a) 65 Anos: Mística e profecia

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om a Leitura da Regra não Bulada (23,27-33a) naquela tarde do dia 08 de janeiro, deu-se o pontapé inicial à nossa Assembleia 2018. Frei Adolfo com, base em uma breve narrativa, lançou luzes sobre o conceito de Mística; e em seguida Frei Heriberto partilhou momentos proféticos da Vida de Dom Pascásio.

Após rezarmos pelo bom êxito do encontro, o Ministro Provincial Frei Bernardo acolheu o Visitador Geral Frei João Carlos Karling e os demais presentes com palavras de alegria.

A assembleia tinha um objetivo. Trazer à tona os textos produzidos nas ultimas três assembleias os quais apresentavam as balizas para a Missão, a Formação e a Economia em

torno do nosso Projeto Provincial de vida e Missão: Estender o Principio da Fraternidade em Redes de Solidariedade na Missão”. A metodologia ajudou a enxugar o trabalho: num primeiro momento Frei Miguel apresentava um extrato acerca de cada tema. Em seguida o Assessor, Dom Herwin Kräutler com sua experiência e capacidade dava vida ao texto. Dinamizando as discussões, ele conseguia chegar aos corações dos confrades, plantando questionamentos e acendendo a esperança. Por m os grupos retomavam o texto e sintetizavam suas contribuições para a equipe de Redação Final. O clima de oração perpassou todo o encontro graças a uma e q u i p e previamente constituída que nos forneceu um pequeno subsidio bem elaborado; u m m i n i “devocionário” que trazia a m a r c a d a criatividade de Frei João Gierse. Deu até tempo para uma manhã de espiritualidade conduzida pelo assessor. A assembleia também tinha um desao: conjugar num mesmo encontro vários elementos e acolher diversos visitantes! Quanta luta para a equipe preparatória. Creio que tenha sido a primeira vez nestes 65 anos que em um mesmo encontro tínhamos um teatro, uma mesa redonda com tantas guras importantes, uma celebração jubilar e os Votos Solenes de um confrade.

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Três momentos zeram da Assembleia uma grande celebração! Um deles foi a mesa redonda moderada por Frei Leandro, composta por diversas pessoas que fazem parte da nossa história e apontam para o futuro. Foram eles: o Assessor da Assembleia, Dom Erwin, o Ministro Provincial, Frei Bernardo, o bispo de Bacabal, Dom Armando, Frei Heriberto, Dom João Muniz, Dom Jacinto Brito, Dom José Belizário, Frei Hélio Moraes que falou pelos nossos Projetos, Irmã Cristiana, das Irmãs de Nossa Senhora dos Anjos, Irmã ..... das irmãs Catequistas, Frei John que falou em nome da nova geração de frades estudantes, a Sra. Maria do Carmo que representou nossos Benfeitores, o irmão Rocha que falou em nome da OFS do Maranhão e a jovem Maria Oneide, pelo Projeto Monte Tabor.

Outro momento marcante foi o Teatro que contou a vida e missão de nossa entidade desde a chegada dos pioneiros. Eles, lá do céu foram discorrendo os momentos importantes destes 65 anos. Por m, a grande celebração do jubileu. Uma missa cheia de signicado na qual nosso confrade Antônio Clécio fez sua Prossão Solene e toda a província festejou seus 65 anos apresentando a Deus este fruto da missão. Agora resta-nos pedir ao Bom Deus ternura e vigor para abraçarmos a herança a nós conada, a qual temos o salutar dever de transmitir às gerações futuras. Deus nos abençoe nesta linda empreitada! São Francisco e a Mãe Assunta sejam nossos eis intercessores.

Frei Ivaldo Evangelista Mendonça, pela equipe preparatória.

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Jubileu da Missão Franciscana ‘‘Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir."

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ão foi fácil arrancar entusiasmo de dentro de mim depois da assembleia carregada de Rationalidade. Mas eu embarquei na alegria dos outros, vendo os ajudantes do frei João com rostos em brasa, enfeitando o salão. Lá estava a padroeira, Senhora da Assunção, a nos esperar, num mar de ores. A expectativa do povo era de quem bate palmas antes da cortina abrir. A procissão de acólitos e ministros e padres terminava com cinco bispos a endireitar suas mitras: Dom Armando e Dom Belizario, Dom Jacinto, Dom Erwino e Dom João Muniz. No meio ia uma corda de 65 metros, puxada por aqueles que vestem o hábito franciscano. O tablado do altar tremeu na base, quando o berrante do jubileu proclamou o início das festividades: 65 anos da Missão Franciscana no Maranhão e no Piauí. Esta missa seria coroada pela Prossão Solene do confrade Antonio Clécio de Cajazeiras, e sua adesão seria o Credo mais concreto: Sim, eu creio nesta família e quero ser mais um membro! A biograa do irmão mostrava que Deus chama a quem Ele quer, venha de onde vier. O Evangelho era das Bodas de Caná. Lá estavam os jarros com a boca bem aberta para receber a água a ser transformada. Quem fez o sermão foi Dom Jacinto Brito e quem agradeceu ao nal o Dom João Muniz, bispo de Altamira, que veio acender a chama missionária.

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A tocha já está queimando as mãos de dois frades diáconos: frei Jardiel e frei Claudio Silva que farão seu estágio pastoral sob a orientação do Pastor que já foi Provincial dos Confrades. Na Ladainha, todos os Santos vieram em socorro do professando prostrado: ROGAI POR NÓS. O SIM do confrade em face do frei Bernardo ecoou na alma de todos os eis. A missa não teve só um ponto alto. Foi como montanha com vários picos. Todo mundo jogou o relógio fora. Os cantos eram de beleza rara, com vozes emprestadas do céu. A criatividade era da altuuura do frei João. No m teve um prolongamento da comunhão, na distribuição do Vinho Melhor. Os Frades rezaram: "Fazei que possamos saciar a sede do vosso povo que atravessa um longo deserto". Aí não deu tão certo, pois o vinho foi pouco. Mas todo mundo sentiu o gosto de longe e cou saciado. É verdadeira a palavra do poeta que diz: "O justo, para se inebriar, dispensa o vinho." Assim foi provado que aquele entusiasmo da multidão em festa foi uma Santa Embriagues: Todos caram CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO.

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frei Adolfo Temme, OFM.

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HISTÓRICO DE VIDA DE FREI ANTÔNIO CLÉCIO NASCIMENTO BATISTA

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asceu no dia 28 de Janeiro de 1990, no povoado Cajazeiras Lago da Pedra – Ma. Filho de Francisco das Chagas Batista e Luzia Pinto do Nascimento, sendo o quarto lho de oitos irmãos. No dia 25 de outubro de 1990, foi batizado, na capela de Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Cajazeiras Lago da Pedra – MA, tendo como Padrinhos os irmãos Everaldo Oliveiras e Gorete Oliveira, pelo frade franciscano Estevão Meiwes. No ano de 1997 inicia sua vida escolar na Unidade Escolar Péricles Rodrigues de Arruda, no Povoado Cajazeiras, Lago da Pedra–MA. No ano de 2003 concluiu o fundamental Menor. Neste mesmo ano fez sua Primeira Eucaristia no dia 04 de abril em Cajazeiras, Lago da Pedra–MA, tendo como celebrante Frei Fernandes Barros. No ano seguinte foi transferido para Escola Família Agrícola, de Lago da Pedra–MA para dar continuidade nos seus estudos. Recebeu o Sacramento da Crisma dia 10 de junho de 2005 na Igreja Matriz de São José em Lago da Pedra MA, das mãos do Bispo diocesano Dom Frei Jose Belizário OFM. Iniciando assim seu discernimento vocacional neste mesmo ano participando ainda mais da comunidade e dos movimentos que ali haviam, como Grupo de Jovem e Grupo de Oração. Um fato que ajudou melhor neste processo foram os Retiros em Preparação para Santas Missões Populares, promovidos pelo Pároco Frei João Gierse, em 2006. No ano de 2007 acompanhado de uma amiga de escola Andrecia foi falar com o Promotor Vocacional da Fraternidade Franciscana de São Jose em Lago da Pedra no dia da Festa de São Francisco de Assis, Frei Antonio de Melo. O mesmo os recebeu para uma conversa e o pediu para falar um pouco de sua vocação. Naquele mesmo dia se deu início ao processo de acompanhamento vocacional. Neste mesmo ano concluir o fundamental Maior. No ano de 2008 iniciou o curso de Magistério na Escola Popular João Paulo I na cidade de Poção de Pedra – MA, concluindo no ano de 2009. Durante este período ajudou na sua própria comunidade como: Catequista e Ministro

da Palavra, ajudando na sua formação espiritual e social. No ano de 2009 participou do Encontrão Vocacional promovido pela Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção em Bacabal – Ma, neste encontro manifestou seu desejo de ingressar na Vida Religiosa Franciscana. Em julho deste mesmo ano participou do Retiro de Vocacional Franciscano na cidade Bacabal – Ma, tendo como pregador Frei Heleno Moreira. Ainda neste ano fez seu pedido para ingressar no Postulando Franciscano, o qual foi aceito. No dia 04 de fevereiro 2010 ingressou no Postulantado em Bacabal – Ma, tendo como mestres os frades Marcos Bizerra, Claudio Santos e Wagner Nascimento. No ano 2011 foi transferido para Teresina – Pi, para fazer o Noviciado. No dia 01 de fevereiro fez sua inscrição na Ordem dos Frades Menores e recebeu o Hábito Franciscano, tendo como mestres os Frades Gilberto Magno e Jorge de Jesus. Foi uma de muitas experiências e discernimento vocacional na Vida Religiosa. No dia 02 de Fevereiro de 2012 em Teresina PI fez sua primeira Prossão Temporária, nas mãos do então ministro Provincial Frei João Muniz Alves. Neste Mesmo ano foi transferido para São Luís para a Fraternidade Nossa Senhora da Gloria, no Bairro da Alemanha, dando início o tempo de formação do Juniorato, tendo como Mestre Frei Zacarias e também dando início ao curso de Licenciatura em Filosoa no Instituto de Estudos de Superiores do Maranhão – IESMA. No ano de 2013 com a mudança do congresso Capitular, Frei João Muniz Alves assume a como formador cando até a sua nomeação como Bispo da Prelazia do Xingu, em 2015. No ano de 2014, recebeu o título de Licenciado em Filosoa. Neste período colaborou na pastoral da Paroquia Nossa Senhora da Gloria e São Judas Tadeus, na liturgia e Catequese e nas celebrações da Palavra. No ano de 2015 iniciou o curso de Bacharel em Teologia no mesmo Instituto. No ano de 2016 teve como novo formador Frei Heleno Moreira. Durante este período de estudos acadêmicos também participou de vários cursos e encontros, como Juninter, Curso Interprovincial de Franciscaníssimo, etc. No dia 12 de janeiro de 2018, Frei Antônio Clécio Professa Solenemente os Votos na Ordem dos Frades Menores na Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção. Que Deus abençoe nosso confrade nesta caminhada de Seguimento de Cristo nos passos de Francisco!

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Auto da PRONOSA Será uma bênção do céu A apresentação “Auto da PRONOSA, teve o intuito de abrilhantar de forma artística a ciranda da festa jubilar dos 65 anos da PRONOSA. Embora o convite tenha sido feito a todos, os convidados preferidos eram os próprios frades da Província; anal, são e serão eles os protagonistas principais desta história.

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teatro falou por si mesmo. No entanto, a equipe das COMUNICAÇÕES está ansioso a saber o que aconteceu por detrás das cortinas. Então, “vamos ver”, como costumavam dizer os frades pioneiros: Como nasceu a ideia Os primórdios do teatro remetem à II Marcha Franciscana em 2016 quando, por ocasião do Ano da Misericórdia, a comunidade Cristo Rei em Lago do Junco foi desaada a “apresentar o Perdão de Assis”. Este episódio contido nas Fontes Franciscanas, transformei num breve diálogo entre Francisco e o papa Honório III; mas, a comunidade foi muito além, traduzindo o texto de meia página num cenário e numa dramatização espetaculares frente à entrada de sua Igreja. Só quem viu, sabe como foi; quem não viu, pode vislumbrar um pouco daquela mística nas fotos e lmagens. Preparando o roteiro de espiritualidade da III Marcha Franciscana (2017) em clima jubilar pensei que aquele dia, o sábado, e aquele lugar, o Junco, seria o momento propício para contar a história dos frades menores no Maranhão e Piauí de forma criativa e humorística: uma apresentação teatral de longa metragem (90 minutos). Teve plena conança: Se a comunidade Cristo Rei “é el no pouco, também é el no muito” (Lc 10,16).

A simples leitura basta para suscitar o imaginário do leitor! As partes da peça caram logo evidentes: I - a construção da ponte missionária entre Alemanha e o Brasil; II - a viagem de navio (o livro não fala quase nada a respeito; portanto, este dialogo deveria ser criado); III - a história dos 65 anos propriamente dita, narrada com um olhar “a partir do céu” dos pioneiros. Em maio, acompanhando o frei Lucas no seu tratamento de saúde durante três semanas em Teresina, encontrei o tempo ideal para elaborar 75% do texto. Diante das vastas informações contidas no livro, tive que decidir o que entra e o que não, pois o objetivo da peça não era uma narração completa da história, mas de ressaltar alguns momentos fortes e apontar os novos rumos da Província. Mas, para que os fatos não fossem narrados de forma 'seca', não podia faltar dois elementos: primeiro, uma boa dose de uma alegre leveza; segundo, o apontamento para Aquele que é o Senhor e o o condutor dessa história. E assim, as dinâmicas - a ponte, o céu com os pioneiros, o mártir Ferreirinha, Irmã Cléglia e Dom Pascásio, o jumentinho do frei Patriarca, a distribuição do vinho melhor etc. - e as músicas caíram como chuva do céu, durante os serviço cotidianos ou na hora da oração. É coisa de Deus, sem mérito próprio!

A elaboração do roteiro Em janeiro 2017 comecei com os preparativos lendo a fonte inspiradora, o livro do frei Eurico Löher Franciscanos no Maranhão e Piauí 1952-2007. Comunicações - Franciscanos MA/PI - jan - 2018

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O outo lado da ponte: Lago do Junco A primeira pessoa a qual mostrei a ideia e o esboço do roteiro foi a Ednólia (em Lago do Junco) que é o outro lado da ponte em Lago da Junco. A resposta dela chegou imediatamente: “Sim, nós topamos”. Porém, logo ela observou que a parte I e II eram bem divertidas, enquanto a parte III continha “muita falação”. Ela lapidou o texto; e foi ela quem fez questão que eu incluísse na conversa dos frades no barco o provocante “7 : 1”... E foi ela quem na apresentação em Lago da Junco inventou a dança e a pintura da “Aquarela” – momento altamente tocante. Então, como dinamizar os acontecimentos contados no decorrer dos 65 anos? Um meio fácil era a projeção de fotograas de lugares e pessoas. Solicitamos também breves gravações de áudio ou vídeo de algumas pessoas, mas não todo o material foi aproveitável. Lamento que uma ideia ousada não se concretizou: durante uma oração em silêncio lembrei-me de um humorista prossional que sabe imitar bem as vozes de uns frades originais (frei Frederico, frei Pio, frei Claudio Krämer, frei Lucas). No meu imaginário já ouvia os frades falando coisas engraçadas e dei uma risada alta sentindo o quanto “Deus é humor”! – Mas, não deu... Montagem e ensaio Os ensaios não acompanhei de perto; essa parte cou nas boas mãos da Ednólia e do Renan. Em julho, depois de ter tomado um delicioso copo de açaí, encontrei-me uma única vez com o elenco dos atores percebendo a empolgação, a união e a boa-fé deles de fazer acontecer o teatro. Mas, a surpresa maior foi a maneira como a turma no Junco 'visualizou' e concretizou as sugestões do roteiro: a montagem do céu, os apresentadores Francisco e Clara e, sobretudo, a entrada do barco vivo em terra seca! Quem gosta, gasta e realiza coisas impossíveis! No entanto, até agora só o manuscrito estava pronto; ainda faltaram a gravação dos áudios dos breves trechos de música, a seleção dos fundos musicais, a gravação das vozes propriamente dita e,

principalmente, a montagem geral da faixa sonora. Aqui cabe um agradecimento do tamanho dos 65 anos a duas pessoas: ao Rogério em Bacabal (DECOM) que “baixou e editou as músicas”, e ao jovem Pedro Amorim em Lago do Junco que gravou a voz de cada ator e durante dias e noites fez a montagem nal. Um trabalho que requer atenção e competência, pois é uma questão de milésimos segundos. E tudo isso aconteceu no menor estúdio do mundo (1 x 2 m), porém com a melhor qualidade. Sua pessoa representa todos e todas que se doaram com amor gratuito e alegria. Um detalhe que incialmente tinha desconsiderado ainda merece ser contado: Quando presenciei os inícios da gravação das vozes dos atores, dei-me conta que as poucas frases faladas em alemão representaram um desao menor em comparação com o jeito como eles leram na sua própria língua materna, o brasileiro. Sem dúvida, os atores não eram prossionais em teatro, mas 'leigos' marcados pela sua bagagem escolar (uns leram muito devagar, outros muito ligeiro sem saber o que vírgula e ponto). O Pedro corrigiu uma parte na hora da montagem; da minha parte deixei acontecer pensando que este jeito de falar imprime à peça um caráter mais popular. A apresentação jubilar em Bacabal... Ouviu-se comentários dizendo que a noite cultural em Lago do Junco tenha sido bem sucedida; que os peregrinos/as da Marcha nem teriam mais sentido o cansaço, as dores nos pés. O Ministro Provincial, frei Bernardo, gostou também enamorando já com a ideia de apresentar o teatro em janeiro 2018 por ocasião da festa jubilar. Comecei, então, a imaginar um 'plano B' para essa 2ª edição em Bacabal! Novos atores e atrizes vindos das três paróquias da cidade? Teria sido um desao e um gesto signicativo, mas o outro elenco teria feito com o mesmo espírito de Lago do Junco? E o local? Frente à Igreja São Francisco das Chagas que daria um cenário medieval espetacular? E o inverno? De uma mudança tinha certeza que daria certo: a Ir. Bernarda seria a pessoa ideal a dançar a Aquarela, pela idade dela dos 65 anos e pela anidade com a aniversariante, a PRONOSA.

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Bem, o tempo passou e chegou, e no nal de ano, em meio às festas natalinas, não se prepara outras coisas grandes. O 'plano A' seria o mais seguro: solicitar o elenco sintonizado da comunidade Cristo Rei. Mas, mesmo com o 'sim' do lado de lá, outras coisas eram ainda bastante inseguras ou precisaram ser feitas: a ambientação da Quadra do CONOSA (como arranjar o navio/barco?), a atualização e regravação de umas partes da faixa sonora, o sistema de som e, sobretudo, o nanciamento de tudo isso. Também desta vez não faltou a mão de Deus! Agradecemos a Ele e àquelas pessoas que colaboraram generosamente. Não citamos nomes, pois o Pai que vê o escondido, recompensará (cf. Mt 6,4). O dia da apresentação foi marcado por intensos preparativos. Os atores chegaram cedinho, zeram um breve ensaio neste cenário diferente, tomaram banho e jantaram. Também agora, como já zeram em casa, 'no Junco', antes de entrar no palco oraram de mãos dadas na capela do CEFRAM pedindo a Deus que tudo se tornasse uma bênção do céu. E assim aconteceu: por mais que a gente ensaie um teatro, na hora da encenação ela deslancha numa dinâmica não planejada:

a interatividade entre os atores e os espectadores, o barco nadando pela força humana, a elegância da Irmã Aquarela, a duplicidade do 'frei Patriarca' – o personicado pelo menino do Junco que há tempo cou montado no jumento e o Patriarca real... No dia seguinte, 12 de janeiro, Dom Erwin Käutler introduziu um momento místico com os frades da Província tomando o teatro como um gancho. Ele explicitou elementos que até então tinham cado 'ocultos' para mim: a mística dos missionários pioneiros que os levou a não voltar para casa (a Alemanha) depois de ter sofrido a expulsão da China, pois o missionário toca em frente! As conversas durante a viagem de navio/barco sobre a comida, os costumes do povo, o futebol etc. que revelaram o anseio e o cuidado do missionário de se aproximar ao povo e inserir-se na sua cultura... E assim, certamente cada espectador assistiu e interpretou a seu jeito o 'Auto da PRONOSA'. Desculpem as falhas! Nosso 'muito obrigado' a todos e todas pelo voto de conança, pelo apoio e pela colaboração. Deus ajude para que os frades menores no Maranhão e Piauí continuem sendo uma bênção do céu! Para a maior glória de Deus:

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frei Johannes Gierse

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Entrevista No dia 02 de junho de 2017 o Ministro Geral nomeou Fr. João Carlos Karling, OFM, Visitador Geral de nossa Província. Depois dos primeiros contatos, o confrade veio brevemente à nossa Província e participou da Reunião do Definitório de outubro. Frei João Carlos concedeu entrevista a Comunicações. Confira:

COMUNICAÇÕES: Fr. João Carlos, como foi receber a notícia de tua nomeação para Visitador de nossa Província? Qual a primeira reação? Conta-nos ... João Carlos Karling: Irmãos, paz e bem! Minha primeira reação, quando Frei Inácio – Provincial me consultou por telefone, foi: “Eu?”. Estava em orientação de retiro e pedi a ele que aguardasse o nal do mesmo, para conversarmos. Como o retiro fosse em Porto Alegre, com as irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, ele me respondeu: “Amanhã vou até aí para conversarmos...”. E assim aconteceu. Conversamos e ponderamos, e discernimos pelo sim. Surpreendeu-me a consulta para este serviço, bem como a nomeação. Acolho-a, sim, com alegria e gratidão, ciente da responsabilidade que me é conada. Na resposta ao Ministro Geral escrevi: “Sei que o Senhor vai nos conduzindo, e acolho sua nomeação qual convite do Senhor para o serviço. Será, para mim, um alargamento da minha tenda e comunhão maior com a Fraternidade Universal. Continuo conando-me à prece da Fraternidade. Mantenho também a oração do coração para o bom êxito do Ministério que me é conado”.

lembranças de que, como criança, sempre desejara fazer parte da Igreja. E participava, com a família, das celebrações comunitárias e, em casa, da oração do terço. Via meu pai ser ativo na comunidade, sempre participando das reuniões, das diretorias da comunidade (como então se chamavam) e se doando no trabalho gratuito. E, ao redor dos cinco anos, manifestei pela primeira, vez o desejo de 'ser padre', sem saber que existiam os frades... Aos treze anos, com a visita do Pe. Jacó Melz à escola em que estudava, no interior de Santa Rosa-RS, manifestei meu desejo a ele e, em poucos dias, eu rumava para o Seminário Santo Inácio de Loyola, em Salvador do Sul, iniciando um caminho com os Jesuítas.

COMUNICAÇÕES: Frei João, tu zeste 37 anos de Vida religiosa neste ano. Conta-nos um pouco de tua caminhada vocacional. Como surgiu tua vocação franciscana? João Carlos Karling: Como surgiu minha vocação... e vocação franciscana... Creio que surgiu no seio de minha família e comunidade, especialmente no coração de minha mãe, a Juliana! Tenho vagas Comunicações - Franciscanos MA/PI - jan - 2018

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Foram cinco anos, entre o fundamental e o segundo grau. Na passagem do segundo para o terceiro ano do segundo grau, pedi para sair... na busca de um discernimento melhor. Foi quando, ao cursar o terceiro ano, com as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade, entrei em contato com São Francisco de Assis, no colégio e na comunidade, por meio da JUFRA. Meus primeiros passos de introdução à vida franciscana e ao conhecimento do carisma de Francisco e Clara, deram-se na Jufra. A integração com a criação, o amor pelos pobres, seu jeito de ser... o jardim da minha mãe tornou-se palco da reprodução do Cântico das Criaturas... Recordo-me, com muita gratidão, do caminho percorrido nas etapas de formação como jufrista. Caminho que me abriu ao conhecimento de tantos jovens, Rio Grande afora... Conhecendo o Carisma franciscano, ao discernir se retornaria aos jesuítas para o noviciado ou para o postulado com os Freis do RS, acabei no caminho franciscano... Decisiva foi a participação na Jufra. Já tinha data agendada para participar do grupo de preparação para o noviciado dos jesuítas. No mesmo dia haveria um encontro de formação da Jufra... e, na ingenuidade e desejo de participar desta formação, liguei para Padre x, jesuíta, responsável pelo processo. Ele foi simples e direto: “ou vens no dia marcado, ou cas...”. E acabei cando... e abria-se, assim, ainda mais o Caminho franciscano...

COMUNICAÇÕES: Frei, nesses poucos dias aqui, quais as peculiaridades que destacas em nossa Província? João Carlos Karling: Destaco muitos aspectos, como: a riqueza do Carisma da Província e dos Irmãos, nas inserções concretas, desde a chegada ao Brasil; a grande busca de identicação com os pobres e o zelo pela formação dos leigos; o empenho em caminhar com a Igreja e a Ordem nas opções concretas e o zelo pastoral; a alegria e participação que vivenciei nos festejos de Nossa Senhora Aparecida, em Bacabal. Entre os irmãos, destaco a vivência fraterna e o zelo na e pela formação dos aspirantes e dos freis; a entrega generosa em tantas frentes de trabalho e missão. E, nalmente, a dinamicidade da Província, que nos seus 65 anos, continua se renovando... COMUNICAÇÕES: Qual a primeira mensagem que tu deixas aos confrades. Deixa-nos uma palavra. João Carlos Karling: Uma palavra minha... desejo chegar ao coração de cada Irmão e de toda a Missão, que o Senhor continua lhes conando na vivência da vocação Franciscana no mundo, como irmãos e menores, em nosso tempo. Desejo percorrer com todos vocês o Caminho do Capítulo Provincial, sabendo que é o Senhor que nos conduz nos passos da vivência do Evangelho, em ano Jubilar! Agradecendo os 65 anos da presença dos freis nas terras do Maranhão e Piauí, continuemos vivendo com paixão nossa inserção junto aos pobres, como Igreja em saída, sendo sinais vivos de Esperança no Senhor. Na abertura de corações e mentes, supliquemos diariamente o Espírito do Senhor: “Vem, Espírito Santo, vem!”. É Ele que nos conrma na Vocação recebida.

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‘‘CRÔNICA DA CASA RENOVADA ’’.

INICIO DO POSTULANTADO 2018 A Fraternidade Santo Antônio, Postulantado recebeu vida nova dia 23 de janeiro próximo. Com as férias da turma de 2017, a casa perde seu brilho, sua alegria habitual, sua identidade. “é camarada, esta casa não é a mesma sem os postulantes!!!” me disse várias vezes Frei Gilberto arrumando os óculos novos na face. E de fato ele tem razão. Com a chegada dos três mosqueteiros, Vinilson, Vinícius e Airton no dia anterior os espaços foram ganhando vida nova. Barulho de conversa alegre, música, clima de chegada e preparativos iam dando caráter de lar à nossa fraternidade. A festa foi organizada com o apoio incondicional da Comunidade Santo Antônio. E eis que os convidados começaram a chegar. Os primeiros forma o Provincial e o Vigário. Depois mais confrades da fraternidade São Francisco e os irmãos e irmãs da comunidade Santo Antônio. Frei Bernardo presidiu a Eucaristia bem organizada pelos postulantes. Fiquei com o encargo de dizer umas palavras e lembrei da conversa da mesa do dia anterior, na qual falávamos que a formação deve levar à autonomia. O formando deve ser capaz de discernir e agir em nome e em favor dos irmãos, da fraternidade, do grupo. A formação deve fugir da subserviência e do arrogante espírito de independência. Os fariseus do Evangelho, apesar de estarem imersos em sua religião, estavam tão arraigados em seu pre-conceitos, em seus ego-ísmos que não foram capazes de perceber Deus no homem Jesus. Acharam até que fazia o bem movido pelo príncipe das trevas. Enquanto isso, Cristo era livre! Fazia a nova lei, seu nomos justamente por estar em plena comunhão com o Pai e com o seu Povo. Falava e fazia em nome do Pai e de seu Povo e em favor dele.

Após a missa, a missão era compartilhar a vida e a mesa farta preparada pela comunidade e pelos postulantes da turma anterior, Clécio, Fábio e Leandro que vieram preparar e alegrar a festa. Rezemos irmãos pelos novos postulantes que nos trazem esperança e alegria. Breve histórico:

1 – Francisco Airton de Sousa Dantas Natural: Teresina-Pi - 23 anos Fraternidade: Postulantado Santo Antônio Cidade: Bacabal-MA

2 – Fernando Farias da Costa Natural: Pio XII - 21 anos Fraternidade: São Boaventura Cidade: Teresina - PI

3 Marcos Vinicius de Araújo Oliveira Natural: Lago dos Rodrigues-Ma - 21 anos Fraternidade: Postulantado Santo Antônio Cidade: Bacabal-MA

4 -Vinilson Sanches Fernandes Natural: Arari-Ma - 30 anos Fraternidade: Postulantado Santo Antônio Cidade: Bacabal-MA

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“Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).

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m 1987 estive pela primeira vez em Bacabal. Dom Pascásio Rettler OFM era o bispo da diocese. Ele me convidou para participar da Segunda Romaria da Terra. No dia 12 de setembro celebrei com os participantes da romaria a Santa Missa na Praça da Catedral de Santa Terezinha. Foi uma época de muitos conitos no campo, de grande sofrimento e de morte. Os que se consideraram donos soberanos da terra não hesitaram em empregar todos os meios para intimidar e atemorizar o povo que outra coisa não queria do que segurar seu pedaço de terra para plantar e colher e sustentar a família. O cartaz da romaria era muito sugestivo: o Brasil cercado de arame farpado e no centro Jesus sendo descido da cruz e amparado por mulheres e homens do Maranhão. Na década de 80 muito se falava dos crucicados nas cruzes erguidas ao longo de nossas estradas, rios e igarapés. Queriam descer da cruz. Queriam viver sua vida, não na paz de um cemitério onde recolhem os mortos de morte matada, mas na paz que é “fruto da justiça” (Is 32,17). As mulheres e os homens da romaria sabiam que, para conseguir essa paz, fruto da justiça, era preciso comprometer-se com o Evangelho na fraternidade e solidariedade e no empenho comum por um mundo onde ninguém é excluído, onde também o pobre tem vez e seus direitos garantidos. O lema escolhido para o evento foi bastante provocador para os latifundiários. Mas a palavra de Deus não se deixa algemar (cfr. 2 Tim 2,8-9). Sempre é provocadora. Lia-se no cartaz: “Diz Deus ao povo sem terra: "Eu te darei esta terra... Tu serás o meu povo. Eu serei o teu Deus" (Ex 6,6-9).

Em 2012, vinte e cinco anos depois daquela memorável romaria estive mais uma vez em Bacabal, de 25 e 27 de janeiro. O bispo agora já é dom Armando. Fui convidado para o XX Curso de Formação Missionária realizado pelos COMIRES do Maranhão e Piauí. O tema do curso daquele ano foi “Missão dos Cristãos nas Políticas Públicas”. Coube a mim orientar o retiro dos sessenta e um missionários e missionárias reunidos no CEFRAM. Mais cinco anos se passaram e de novo estou em Bacabal para o já XXVI Curso de Formação Missionária com o tema “Missão e Profetismo”. Desta vez não orientei apenas o retiro, mas conduzi o seminário junto com Ana Cristina e José Matias. No nal do seminário, nos dias previstos para o retiro espiritual, partilhei algumas meditações com os trinta e seis participantes. Eram de diversas dioceses, de distintos estratos sociais e de diferentes graus de escolaridade, mas o que uniu essa turma é o mesmo objetivo. Percebi logo que estavam aí não apenas para adquirir mais conhecimentos e informações, mas sim para avivar a sua “missionariedade”. Queriam animar e intensicar o ardor missionário que já há muito tempo inamava seus corações. Em palestras, trabalhos em grupo e depoimentos pessoais aprofundamos a relação entre “missão” e “profetismo” e descobrimos que não há missionária/o sem ser ao mesmo tempo profeta, profetisa. Não dá para separar. São as duas faces da mesma moeda. Descobrimos na Sagrada Escritura o perl do profeta, da profetisa. E aí quei muito impressionado quando os participantes trabalharam em grupo e acharam tanta referência na Bíblia para sustentar a missionariedade ligada ao profetismo. Além das clássicas citações de Jeremias, primeiro capítulo, e Isaías, sexto capítulo, encontraram inúmeras citações no Antigo e Novo Testamento para comprovar que é Deus quem nos envia e espera nosso Sim entusiasmado.

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Nossa missão é samaritana e profética ao mesmo tempo. O anúncio profético da Boa Nova exige também a corajosa denúncia de todas as investidas contra o projeto de Deus. Nunca nos isolamos ou tomamos iniciativas individualistas, particulares, meramente pessoais. Vivemos na grande família das irmãs e dos irmãos que formam a nossa Igreja. Ela toda é, e tem que ser missionária. Caso contrário perderia sua “catolicidade”. Mas o profetismo da missão compreende ainda uma outra dimensão que não pode ser descuidada. É a dimensão orante, contemplativa. É a mística da missionariedade profética. A experiência da presença de Deus como “Deus-conosco”, de Deus que se tornou gente, um de nós e caminha conosco: “Eu sou aquele que está convosco” (cfr. Ex 3,14). Essa nossa fé no Deus que vê, que ouve, que conhece o sofrimento, que desce para libertar o seu povo (cfr. Ex 3,78) é o fundamento de todo o nosso engajamento missionário-profético. A oração sustenta nossa caminhada. Como Jesus sentiu a necessidade de ter os seus momentos de intimidade com o Pai e levantou de madrugada para ir a um lugar deserto para orar (cfr. Mc 1,35), também nós precisamos desses momentos fortes para manter viva a paixão pelo Reino e aceso o entusiasmo missionário-profético. Descobrimos que ninguém é profeta, profetisa porque num belo dia fez essa opção ou tomou a decisão de sê-lo. Seria presunção. Quem toma a iniciativa, quem chama é Deus. E havia profetas que até relutaram contra o chamado alegando que não tinham jeito para isso (cfr. Jer 1,6). Mas Deus não aceita evasivas ou escusas. É categórico: “A quem eu te enviar, irás; e o que eu te ordenar, falarás!” (Jer 1,7).

Profeta é porta-voz, mensageiro de Deus, portador da Boa Nova de Deus. Lembramos que na teologia patrística dos primeiros séculos se falava do “mistério da lua” para ilustrar que a Igreja, como a lua, não tem luz própria, mas é reexo de Cristo, o verdadeiro Sol. A lua jamais brilharia e nunca nos brindaria com a beleza de sua maravilhosa trajetória pelo céu noturno, se não houvesse o majestoso sol que a ilumina. Aplicando essa simbologia ao profeta, à profetisa, também ele e ela não têm luz própria, não se projetam a si mesmos, não falam de si e por si, mas reetem a luz de Deus, levam ao povo uma mensagem que não é deles, mas do próprio Deus. Um dos pontos mais altos de nosso curso foram os depoimentos de participantes. Aliás, os participantes sempre interagiram. Não caram mudos, ouvindo apenas as palestras e reexões. Oito mulheres e homens contaram sua experiência missionária-profética e partilharam suas alegrias e tristezas, suas vitórias, mas também as diculdades que enfrentam. O que mais me impressionou nesses testemunhos foi a maneira simples e transparente como se expressaram. Não havia nada de articial, de vaidoso, de querer aparecer, de colocar-se em destaque, de caçar aplausos. Isso me fez lembrar os discípulos no capítulo 10 do Evangelho de São Lucas quando voltaram da missão. Alegres e com o coração repleto de gratidão contam as maravilhas que Deus realizou por meio deles. E Jesus exclama: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21).

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Um privilégio especial para mim foi poder celebrar com estes “pequeninos” no dia 25 de janeiro o 37º aniversário da minha sagração episcopal. Na hora do parabéns pude oferecer o primeiro pedaço do bolo comemorativo à dona Matilde, uma negra querida, ministra da Eucaristia, mãe de família que doou um rim a seu lho para que ele pudesse viver. Trinta anos se foram desde a II Romaria da Terra. Vivemos em outros tempos. Sim. Mas o povo militante daquela época deu um exemplo de muita força e coragem. Seu engajamento na busca de um mundo justo e fraterno segundo o Evangelho do Senhor marcou décadas. A semente lançada não caiu em terreno pedregoso ou no meio de espinheiros, mas sim em “terra fértil” (cfr. Mt 13,1-8) que está dando fruto até os dias de hoje. Prova disso foi o XXVI Curso de Formação Missionária com o tema “Missão e Profetismo”. Que Deus seja louvado! Laudato Sì. Dom Erwin Kräutler Bispo em. do Xingu Coordenador da REPAM-Brasil Comunicações - Franciscanos MA/PI - jan - 2018

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Tem início o Ano Capitular nesta Província Moacir Beggo

São Paulo (SP) - O Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, divulgou ontem (31/01) o decreto de abertura do processo de preparação do Capítulo Provincial 2018, nomeando e convocando a Comissão Preparatória do Capítulo. A partir de quinta-feira, 1º de fevereiro, o Visitador Geral, Frei Miguel Kleinhans, inicia seu tempo de visitação canônica às Fraternidades da Província. Citando as Constituições Gerais da Ordem dos Frades Menores, Frei Fidêncio lembrou que o Capítulo é uma instituição de maior importância para a direção da vida e da missão dos frades. “Convoco todos os irmãos da Província para, juntos, nos empenharmos na preparação do nosso próximo Capítulo Provincial Ordinário e Eletivo”, decretou o Ministro Provincial. O Capítulo será realizado de 12 a 21 de novembro no Seminário Santo Antônio, em Agudos (SP). Para este Capítulo foi escolhido como tema 'Minoridade Franciscana – lugar de encontro e comunhão' e lema 'Sejam chamados Irmãos Menores', tendo como inspiração a Regra não Bulada 6,3. “Queremos dar prosseguimento à proposição sexenal do nosso Plano de Evangelização (2016-2021) e retomar o vigor originário de São Francisco de Assis para vivermos nossa vocação de Menores nos dias atuais”, explicou Frei Fidêncio. “Que este tempo capitular seja um tempo de renovação espiritual, tempo de reconciliação e perdão nas nossas fragilidades humanas, tempo de agradecer a Deus pelo dom dos irmãos, tempo de rever os nossos compromissos evangélicos como frades que desejam viver a profecia da Minoridade no mundo de hoje”, espera Frei Fidêncio. VISITADOR GERAL Frei Miguel Kleinhans, frade da Província Nossa Senhora da Assunção, com sede em Bacabal (MA), foi nomeado Visitador Geral para este Capítulo Provincial. Natural de Büren, na Alemanha, onde nasceu no dia 17 de março de 1958, Frei Miguel ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 9 de outubro de 1977 e professou solenemente no dia 3 de outubro de 1982.

Foi ordenado presbítero no dia 13 Frei Miguel Kleinhans, de outubro de 1984. Chegou ao Brasil em 4 de fevereiro de 1986. É doutorado em Teologia (2014) e reside atualmente na Fraternidade Franciscana Lar São Francisco, onde é guardião e mestre do Juniorato. Na Província é Denidor e Secretário da Formação e Estudos. “Sou frade menor e isto com gosto. Entrei na Ordem no ano 1977 com apenas 18 anos de idade. Naquele tempo, Frei Hermann Schalück era o meu Ministro Provincial e me recebeu com muita gratidão na Província da Santa Cruz da Alemanha. Depois do meu noviciado, estudei nas cidades de Münster e Freiburg, emiti os votos perpétuos e fui ordenado sacerdote já com o projeto de vida da evangelização missionária no Brasil”, explicou Frei Miguel. Segundo o frade, sua vocação é fruto de uma educação muito católica, um ambiente familiar simples e devoto. “Sempre me senti atraído pela graça de Deus que atua na pobreza evangélica. A Ordem dos Frades Menores realizou – a meu ver – este meu ideal melhor. Por isso bati à porta dos frades e pedi ingresso”, conta o frade, que fez a opção de ser missionário no Brasil quando era estudante de Teologia. “Em certos momentos me perguntei que forma iria dar à minha opção franciscana ou que projeto de vida iria assumir depois dos votos perpétuos. As frequentes visitas dos missionários do Brasil (Custódia de Bacabal) ajudaram-me a tomar uma decisão”, acrescentou. O serviço que exerce como Visitador Geral é o primeiro na sua vida religiosa. “Sou marinheiro de primeira viagem e isto logo na Província da Imaculada Conceição, que tem projetos missionários grandes e tão bonitos”, destacou, confessando que sentiu “aquele aperto no coração”. Frei Miguel visitará as Fraternidades da Província de fevereiro a setembro. “Venho como um irmão entre outros irmãos”, adiantou. Ele inicia sua visita canônica na Fraternidade de Chopinzinho (PR).

Fonte: franciscanos.org.br

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Eleito novo denitório na Província de Santo Antônio

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a Sessão Capitular na tarde desta terça-feira (09/01) no Convento Santo Antonio em Lagoa Seca (PB), foram eleitos os frades que comporão o Governo da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Para o serviço de Ministro Provincial, Frei João Amilton Santos e para Vigário Provincial, Frei Sergio Moura. Ambos foram reeleitos. Como denidores foram eleitos: Frei Rogério Lopes, Frei Paulo Araújo, Wellington Jean Souza, Frei Jonaldo Adelino, Frei Pedro Junior Freitas e Frei Marcos Osmar Freire. Invocando o Espírito Santo, os frades pediram a inspiração divina e seguiram com a votação. Primeiro para Ministro Provincial, depois para Vigário Provincial e, por m, para Denidores. Consultados por Frei Fabiano Aguilar se aceitavam prestar tais serviços à fraternidade, os irmãos responderam positivamente. A seguir, todos os irmãos puseram-se em caminhada até a Igreja Conventual, onde se deu o Rito de Posse. O Ministro Provincial reeleito, Frei João Amilton, realizou diante do Presidente do Capítulo e dos demais irmãos a prossão de fé. Como representante do Ministro Geral, sucessor de São Francisco, Frei Fabiano Aguilar investiu o novo Ministro Provincial em seu ofício, conferindo-lhe

“a autoridade, o poder e o ministério pastoral de todos os Irmãos”, simbolizado através da entrega do selo da Província. Logo depois foram conrmados no cargo o Vigário Provincial e os Denidores. Ao nal da Celebração, os confrades impuseram as mãos sobre os membros do novo Governo Provincial, cantando solenemente a Benção de São Francisco, seguindo-se a saudação fraterna da paz aos recém eleitos.

fonte: www.ofmsantoantonio.org

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Ifioretes DE SINDÔ da Província

SÁBADO 14 de janeiro de 1978

PARA SUMAÚMA

Na hora do café chegou o Sr. Cosme da Unha de Gato com um embrulho debaixo do braço: a roupa lavada e engomada que na quarta-feira conamos à nora dele. Tinha uma chuva na: com certeza tudo ia começar mais tarde. Eu encontrei um lugar com três poços e observei as moças que estavam puxando água. Estes poços do Sindô são de grande importância, porque a região é pobre de água. Com tantos morros ao redor era de esperar muitos olhos d'agua, mas nada disto. Na viagem vi que todos os moradores têm uma bica no telhado para pegar os pingos de chuva quando caem. No verão, os poços do Sindô são único refrigério da região. Uma roda de homens está debatendo os problemas: Precisamos de uma estrada que aguente o ano todo! O produto só pode ser escoado no verão. A criação de gado é difícil, porque na seca só tem os poços para dar água aos bichos. Açude não dá pra fazer, porque o chão não segura água. O solo é traiçoeiro, e no ano passado teve bários desabamentos. A única vantagem nossa é que a SABESA não está cobiçando a terra. (esta é uma fazenda enorme que despovoou uma grande região para criar gado). Heriberto já espera por mim que ainda estou na roda dos homens. Mas eu não perdi tempo. Uma conversa destas é mais importante do que o terço antes da missa, porque agora sei onde dói o sapado. Pela ultima vez pego o tema dos Reis Magos que é dos dois caminhos que levam a Deus: o da natureza que com as estrelas aponta a direção e o da Bíblia que informa sobre o lugar exato: “É em Belém que deve nascer o Messias.” Moral da história: A natureza, vocês conhecem. Ela aponta com mil dedos para o Criador. Mas a Bíblia é um livro desconhecido: o João está aqui todo domingo para abrir este tesouro! Sem a Bíblia não acertamos o caminho da Salvação.

Depois da missa desfrutei o meu pequeno quarto solitário. Até agora o nosso tema tinha sido Nascimento e Epifania por causa da proximidade das festas, e porque o material ilustrativo nos ajudava. Mas agora resolvemos celebrar o Batismo do Senhor no outro dia. Eu peguei as costas do ultimo cartaz do Pão partilhado que tinha sobrado e desenhei uma curva do Jordão, Jesus na água e São João ao lado. O Batista ganhou um braço enorme. No canto de cima as palavras: Tu és meu lho amado! Eu só tinha à disposição o verde, o vermelho e o azul. O profeta da penitência estava com cara de espanto, bem empregado para ele que não queria agradar ninguém. Na hora do almoço o trabalho estava feito. Às duas horas estávamos no ponto para viajar no rumo de Sumaúma, 21 km. Chegamos cedo no lugar. O Presidente nos abriu a sacristia espaçosa, onde pudemos alojar-nos todos três. Este homem com os óculos remendados me impressionou muito, quando disse: “Agora sou pai e mãe, porque minha mulher morreu de repente no dia da ultima missa”. Falou com ternas palavras sobre a vida como é frágil. Nós tomamos o banho no quintal do Dejacir, um banho com água de chuva. A economia da água é tão grande, que as mulheres na Sumaúma guardam a água com que cozinham o arroz para lavar a louça. Quando voltei do banho, eu estava sentindo a alegria da véspera do domingo. O pôr do sol era digno de um dia de solenidade. Três moças estavam varrendo atrás da capela, e Heriberto engraxava seus sapatos. Eu já tinha dito dias antes que este serviço não adiantava. Mas quando vi o sucesso do confrade, imitei o seu exemplo. Pensava eu que bastava levar duas calças: uma para a viagem e outra para usar na chegada. A calça marrom já estava dura como tábua até os joelhos. Mas como eu precisava dela sempre de novo, não dava tempo para lavar. Já que o tempo parecia estável nesta tarde, poderia secar até a próxima partida. Assim entreguei a coisa imunda na casa do Presidente.

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ANIVERSARIANTES janeiro 08 - Dom João Muniz Alves 12 - Marcos Antônio Bizerra de Melo 16 - Antônio Schauerte 18 - Dom Alfredo Scafer 28 - Antonio Clécio do N. Batista 28 - Vinilson Sanches Fernandes


Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção comunicacao@franciscanosmapi.org.br www.franciscanosmapi.org.br

Agenda do Provincial - janeiro 2018 DIA

EVENTO

LOCAL

01

Celebração Ano Novo Celebração

Novo Bacabal Capela Convento Bacabal/MA

02 02-04 03

04 05 06 07 08 - 13 11 12 12 13 14 15 - 17 17

Trabalhos na Cúria Provincial Celebração Chegada do Visitador em preparação para Assembleia Provincial Celebração Reunião com o visitador da Província Encontro com os frades que preparam o Jubileu Reunião com a Coordenação da ETEF Visita à Região dos Lagos com o Visitador da Província Celebração Celebração Assembleia Provincial Teatro Mesa Redonda Celebração do Jubileu de 65 anos da PRONOSA Votos Perpétuos de Fr. Antônio Clécio Celebração Celebração Celebração Trabalhos na Cúria Provincial Celebração Celebração de Abertura no Curso Missionário

19 19 - 20 20 - 22 22 24 - 26 27/01 a 02/02

Participação no Curso Missionário Viagem para São Luís -MA Celebração – Abertura do Postulantado

São Francisco Bacabal/MA São Francisco Sala do Provincial CEFRAM Jardim Valéria São Francisco CEFRAM CONASA Auditório Frei Solano Quadra do CONASA São Francisco COHAB II São Francisco Bacabal/MA São Francisco Igreja S. João Batista/Par. Sant’Ana CEFRAM

Viagem para Piripiri - PI

Igreja Santo Antônio - Ramal Piripiri -PI

Viagem para Floriano - PI

Floriano -PI

Província Franciscana de Nossa Senhora da Assunção

departamento de Comunicação

P R O N O S A


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