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NOSSA SE
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A AN C S
A ASSUNÇ ÃO
MA / PI
Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção - MA/PI Ano XXVI / Nº 04 | junho e julho de 2018
IV MARCHA FRANCISCANA
EDITORIAL
SUMÁRIO Caríssimos irmãos, caríssimas irmãs, Paz e Bem. Comunicações deste bimestre junho/julho traz como matéria de capa a nossa IV Marcha Franciscana, que tem sido um momento forte de vivência do carisma franciscano no chão de nossa realidade. Junho foi também tempo de cursos e retiros: Nossos confrades participaram das Escolas de formadores e guardiães em Petrópolis (Frei Magno e Frei Francisco Azevedo) e da Escola Itinerante para formadores em Salvador (Frei Ronaldo, Frei Ivaldo e Frei Marcos). Vale ressaltar ainda a partilha da experiência de nossos confrades Cláudio Silva e Jardiel na Prelazia do Xingú. O mais, a própria edição irá mostrar. Boa Leitura! Paz e Bem!
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Marcha Franciscana Retiro Provincial Escola Itinerante Curso de Formadores Conselho Plenário da Ordem Experiência no Xingú Encontro anual de benfeitores 3º E.F.N.J Jubileu da Diocese de Bacabal Arraiá do Postulantado Artigos Notas de Falecimento Ifioretes da Província Aniversariantes Agenda Provincial
SANTOS E SANTAS FRANCISCANOS Junho 12 - Bem – aventurada Iolanda, Religiosa; 13 - Sto. Antônio de Pádua, Presbítero e Dr.da Igreja; 24 - São João Batista; 29 - São Pedro e São Paulo, Apóstolos; 30 - Bem – aventurado Raimundo Lulo, Mártir;
Frei Bernardo Brandão de S. Neto Ministro Provincial
Julho 14 São Francisco Solano, Presbítero 15 São Boaventura, Bispo e Doutor da Igreja 21 São Lourenço de Bríndisi, Presbítero e Dr.da Igreja 27 Bem – aventurada Maria Madalena Martinengo, Virgem
O DIA EM QUE A IRMÃ LUA ME FEZ DANÇAR Encontros com os rostos de Deus na IV Marcha Franciscana
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este vez não e s c a p e i ! E n q u a n t o participei das primeiras três Marchas Franciscanas colaborando nos bastidores, neste ano fui 'chamado' por confrades e voluntários, até que sendo tão intimado disse a mim mesmo: “João, você vai peregrinar – de Bacabal a Lago dos Rodrigues!” Tudo o que é importante na vida e na fé precisa de um bom preparo: Advento-Natal, QuaresmaPáscoa, namoro/noivadocasamento, vocaçãomissão. Portanto, comecei umas semanas antes com o preparo físico fazendo todo d i a c a m i n h a d a s aumentando cada vez a distância; anal, meu esqueleto não é mais de um jovem. Os preparos da equipe de espiritualidade também foram doloridos devido ao contratempo da minha longa estadia em Teresina. Porém, a boa vontade e doação dos voluntários e a receptividade das comunidades zeram com que o espírito da Marcha crescesse a cada dia. Chegou o momento esperado, o dia 26 de julho: vestido de hábito, calçado de tênis, com o boné na cabeça e carregando mochila, colchonete e sacola caminhei a primeira etapa: do convento até o CEFRAM. Ali z a inscrição,
me alegrei em encontrar rostos de peregrinos/as c o n h e c i d o s e desconhecidos, e cuidei com a minha equipe da preparação da Liturgia. Neste ano, a abertura seria diferente: além do ambiente natural do bosque que dava um toque de “colocar o pé na estrada”, a dinâmica de f o r m a r p e q u e n a s fraternidades e nelas celebrar a Liturgia da Palavra através da Leitura Orante do Evangelho de Emaus, já indicava quais seriam os elementos-chave da mística desta Marcha: f r a t e r n i d a d e e acompanhamento, o pão da Palavra e o pão da Eucaristia; anal, Deus é peregrino e caminha com seu povo!
Felizes os que se decidem a partir quais peregrinos Os mais de 200 peregrinos e voluntários colocaram pontualmente às 17 horas o pé na estrada caminhando até o povoado Aldeia sob os olhos da cidade e do trânsito na BR. Quanto mais penso, mais impressionado co por causa das dimensões de um 'evento' desta natureza: principalmente a logística (transporte da bagagem, alojamento por mais primitivo que seja, alimentação, segurança, saúde) só é possível graças
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às equipes de apoio que trabalham 24 horas durante quatro dias... sem contar as horas antes e depois.
Na caminhada pelo deserto verde maranhense – o trecho dos 31 km até Santa Teresa é o mais exigente – a vida do outro repercute em mim: seu comportamento, seu relacionamento, a partilha de sua vida. Por isso, vou guardar no coração as alegrias e as dores que alguns companheiros me conaram; como ainda os momentos fortes de reexão nas pequenas fraternidades e de oração na presença do Senhor eucarístico, como aconteceu em Aldeia, São João e no sítio em Lago da Pedra. E ao chegar em Santa Teresa, todos/as veneraram na Tenda da Cruz de São Damião com profunda fé e gratidão o Crucicado que ressuscita outra vez quando superamos nossos limites e oferecemos a Ele nossas dores! Parabéns peregrinos por não se entregar ao cansaço e à murmuração, e sim, por caminhar “até o m”!
Quem diria que a temática desta IV Marcha atrairia somente jovens? A participação e a integração de muitas pessoas adultas e até de terceira idade no meio da juventude fez com que o rosto de Deus casse ainda mais irradiante! Mas, pasme-se, as palavras do profeta Isaias se cumpriram também: “Os jovens se cansarão e se fatigarão... Mas os que esperam no Senhor... caminharão e não se fatigarão” (40,30s).
Lago da Pedra: O rosto de Deus se revela nos talentos da juventude Subindo a última ladeira antes do portal da cidade, o toque forte da banda nos deu já de longe as boas-vindas. Aí, nossos pés caram mais leves e as músicas católicas tocadas em ritmo de 'desle carioca' zeram com que os pés dos peregrinos andassem em 'passo de marcha', alias vi como alguns balançaram e dançaram até a Igreja de São José. A chegada na primeira das três cidades na região dos Lagos tinha o objetivo de dizer que o rosto de Deus é jovem também e está presente nos talentos da juventude. Houve apresentações culturais na Avenida: capoeira (projeto da Cáritas), encenação de uma estação da Via Sacra, a banda
70 x 7 e, na praça da Matriz, uma quadrilha – iniciativas promovidas pelos coroinhas. Na celebração dentro da Igreja e com ar condicionado (!) ouvimos palavras do papa Francisco em preparação do Sínodo sobre a Juventude: Velhos sonhadores e jovens profetas são a salvação da nossa sociedade desarraigada. O rosto de Deus se mostrou ainda na entrada de uma família composta por três gerações: o casal Luzia e Isaac com o lho Eduardo e sua e s p o s a S o r a y m a acompanhados pelos lhos Henrique, Lucas e Arthur (carregado nos ombros). E se Deus nos ama e deseja nos abençoar, a bênção entre pais e lhos é a maneira mais simples e profundo pela qual Deus se faz presente em nossos lares.
Deus fez o que foi visto pelo mundo inteiro só por nós! De f a t o , q u a n t o m a i s contemplamos as coisas com 'olhos naturais', mais transparece o sobrenatural! Essa é uma das muitas experiências místicas do peregrino: ao caminhar pelo mundo, ele se envolve na paisagem de forma que tudo o que o circunda fala de Deus...é vestígio do seu rosto.
Lago do Junco: O sorriso da irmã lua Durante o sábado já se comentava: hoje à noite vai ter eclipse da lua. Mas, só depois d a M a r c h a t o m e i conhecimento que era a maior do sec. XXI e que o Marte estava tão perto do planeta Terra, como Lago dos Rodrigues ca perto de Bacabal. Pouco depois do pôr do sol, o espetáculo da eclipse c o m e ç o u . Q u a n t a coincidência! Parecia que
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Pouco antes de chegar na cidade do meio da região dos Lagos, a lua cheia tinha sumido por alguns instante, até que... atrás do último morro e da última curva, o encontro se tornou perfeito: nós peregrinos não só caímos nos braços abertos do povo juncoense, mas também a lua nos olhou de frente com um sorriso mais bonito do mundo! Um momento extático: a dança da criação. Coisa de Deus! E digase de passagem que este kairós não teria acontecido se não tivéssemos atrasado a partida em Lago da Pedra por causa do lanche e da Leitura Orante. (Fotógrafos prossionais dizem que é impossível registrar um momento como este. Essa foto foi uma tentativa). Após uma caminhada animada e luminosa, e após o sopão na mão, celebramos na praça da Igreja Cristo Rei a mística de renovação das
Após uma caminhada animada e luminosa, e após o s o p ã o n a m ã o , celebramos na praça da Igreja Cristo Rei a mística de renovação das promessas batismais dinamizada com uma criatividade que tem a cara dos jovens desta comunidade. Em quatro pedaços de um grande Tau, eles levaram para dentro de uma grande roda, os elementos da vigília pascal: · o fogo do Espírito e a Graça, personicados por duas mulheres, lembraram que tudo é dom: não somos nós, mas é Deus que toma a iniciativa e nos convida a cooperar com Ele; · a Palavra de Deus, anunciado por oito personagens ao redor do Tau, trouxe uma reexão do papa Francisco na sua Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate: as bem-aventuranças são o bilhete de identidade do (jovem) cristão. · a fonte da água: inspirados pela Palavra, nós peregrinos tomamos a rme decisão de seguir Jesus, como Francisco de Assis, renovando nosso batismo e imergindo nas águas bentas de uma imensa fonte posicionada frente à cruz missionária; enm, · o pão e o vinho foram distribuídos pelos personagens das bemaventuranças que retomaram as promessas de Jesus: “de vocês é o Reino do Céu,...vocês serão chamados lhos de Deus..., vocês verão a Deus”.
Lago dos Rodrigues: a entrada no Santuário
O domingo começou nublado e cou assim até o nosso destino. Em Lago do Pote, onde a comunidade ofereceu um suculento café da manhã, caiu um chuvisco – sinal de bênção do céu! Agora faltava muito pouco para chegar na terceira cidade da região dos Lagos. Já de longe nos saudaram algumas pessoas na beira da estrada com lindas mensagens nas mãos. No portal da cidade fomos recebidos por uma multidão de éis, com foguetes e os gritos mais estrondosos de boas-vindas. Um ash mob ao ritmo do hino da Marcha Italiana fez com que a Marcha se transformasse por completo numa dança que envolve a todos. No centro comercial, lá do alto donde se vê de longe o santuário, a transição da entrada na cidade para a entrada no santuário aconteceu numa harmonia perfeita: o paredão de som saiu da nossa frente e logo apareceu aquela Tenda que Deus tinha armado desde o início entre nós. Começou a procissão solene que visibilizou antecipadamente a 2ª leitura: Nós peregrinos/as e o povo da comunidade de São Francisco éramos um só corpo e um só Espírito, uma só fé e um só batismo sendo que o Deus e Pai de todos agiu por meio de nós (cf. Ef 4,4-6).
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Chegando diante de uma imensa cortina com 'o ícone da amizade', a simbologia nos fez entender: inicia-se a subida ao Santuário, tirem as sandálias, pois este chão é santo! Passando pela cortina, abriu-se diante de nós um tapete feito com as mais belas artes dos rostos de Deus. Silenciaram-se os sentidos, as lágrimas falaram mais alto e o coração foi invadido pelo que eu identico como o amor de Deus...e Ele não parava de nos amar. Lá no top do Santuário, Clara e Francisco – presentes nos pequeninos – nos entregaram uma rosa. Diante do Cristo eucarístico que já apontava a passagem pela porta estreita, nos prostramos e beijamos o chão; e Ele que é o único Senhor e reina sobre todos nos abençoou. O Santíssimo adentrou no Santuário e nós o seguimos; mas, antes recebemos mais um gesto amoroso dado pelos preferidos de Deus: pessoas com deciência, mulheres gestantes e idosos ungiram com óleo a nossa testa.
A liturgia da Palavra daquele domingo do Tempo comum fechou o círculo: se no ponto de partida (Bacabal) os peregrinos ouviram como os discípulos de Emaús reconheceram o Senhor ao partir o pão; agora, no ponto de chegada (Lago dos Rodrigues), eles O reconheceram ao multiplicar os pães. Impactado por tantos milagres pensei comigo: a comunidade em Lago dos Rodrigues é rme e forte, mas quantas mãos e quantos pés eram necessários para dar conta de tudo isso? Creio que o milagre aconteceu porque a comunidade toda
foi envolvida pelo amor a Deus e São Francisco: do mais novo até ao mais velho. Um milagre da multiplicação do amor tão grande que nem o povo de Lago dos Rodrigues ainda acredita o que aconteceu! Louvo e agradeço maravilhado a Deus por ter agraciado meu irmão jumento (o corpo) com força para peregrinar sem dor, câimbra ou bolas (a não ser aquela de 2 mm no dedinho); e mais ainda, por ter encontrado o seu rosto que tanto procurava. E ao falar de dores: claro, a Marcha não foi totalmente um tapete de ores! Houve
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também “pedras e buracos”, mas estes não são para mim motivo de tropeçar ou cair, mas de continuar a caminhar! E você! Quer que a lua faça você dançar? Quer ser peregrino que busca o rosto de Deus? Então, participe da V Marcha...será a única em 2019!
Johannes Gierse, (agora) peregrino e frade menor
"Somos peregrinos, somos caminheiros e chamados por Jesus para sair em Marcha levando ao mundo inteiro a sua luz." (Hino da Marcha Franciscana)
Fomos enviados por Deus para esta grande experiência. Trabalhando, caminhando, servindo, rezando, e cumprindo o mandato de Jesus de ir por toda a parte e anunciar o Evangelho e a conversão.
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a i s d o q u e caminhar sem motivações; mais do que caminhar sem rumo ou sentido; mais do que ôba-ôba; a Marcha Franciscana é uma experiência de procura e encontro de Deus, de escuta da palavra, de partilha, de auto-conhecimento e de conhecer o outro, de contemplar a criação divina e louvar a Deus como São Francisco de Assis o fez.Quatro dias de caminhada, mais de duzentos peregrinos e voluntários, dezoito pequenas fraternidades, todos em busca de um mesmo objetivo: Buscar e encontrar o rosto de Deus. Foram dias de experiências fortes, marcantes: vivemos a eucaristia na quinta-feira;
na sexta-feira (dia mais pesado) vivemos o calvário com Jesus Cristo e contemplamos a sua cruz; no sábado, aguardamos ansiosos, junto à Nossa Senhora, pela ressurreição e assim pudemos renovar nossas promessas batismais; no Domingo, ressuscitamos com Cristo que esperava, na Eucaristia, a nossa chegada, assim como o Pai Misericordioso aguardava o retorno do Filho Pródigo. A chegada em Lago dos Rodrigues foi um misto de comoção, emoção, alegria, e a certeza de que "o que era amargo se converteu em
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doçura" (cf. Testamento de São Francisco), é como diz a música: as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo. Nos tornamos como Verônica, o verdadeiro ícone, nos transformamos diante do encontro com Deus e agora, nós também resplandecemos a sua face, a sua luz. A g o r a n o s r e s t a resplandecer essa luz a todos os que estão à nossa volta, mostrar a todos a graça do encontro, testemunharmos com as nossas vidas as misericórdias de Deus, como diz o salmista: "maravilhas fez conosco o Senhor, alegremo-nos e nele exultemos!" (Sl 125)
por: Fr. John Herbeth, OFM
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Retiro da Província - de julho 2018 Dom Alfredo Schäfer
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nosso pregador é antes de tudo uma pregação viva de um missionário que não se aposenta. O bispo emérito voltou a ser Vigário Paroquial. Nasceu na Áustria, quando seu pai estava longe de casa, no inferno da guerra. Este conseguiu fugir nalmente da prisão dos Poderes Aliados e chegou em casa, desgurado. O lho que nunca o tinha visto, foi o primeiro a correr ao encontro dele com a palavra PAPAI. Nele estava a certeza: Eu tenho um pai, e ele virá! - Esta sede saciada foi a semente que brotou no jovem: Quero ser pai de muitos! Como foi que Deus realizou esta vontade? Dom Edilberto de Oeiras havia iniciado um grande Projeto Social no Meio Rural, e Santa Rosa era a Intercessora. Para tocar o coração dos Benfeitores, a TV mostrava o início da obra na Europa. Alfredo, então jovem professor com seus 23 anos, assistia o programa com seus alunos na aula de Geograa. Quando viu aquelas paisagens secas, gritando por chuva, com os agricultores plantando esperança contra o desespero, ele não aguentou
mais o seu conforto austríaco: "É ali que Deus me quer!" E a longa história começou. O retiro que ele nos deu, começou com Abraão que é o Pai de um grande povo. Este Arameu Errante deixou sua rica casa, quando viu que sua riqueza era uma prisão. Seguindo a voz de Deus, experimentou que o deserto era fértil e abençoada sua idade avançada que ainda lhe deu um lho. De Abraão zemos um salto grande para São Paulo, disposto a sofrer pela fé. Vimos o encarcerado a quebrar as cadeias pela força do Louvor. Pedro, o corajoso vacilante, tornou-se um companheiro para nossas fraquezas, que Jesus não despreza: Apascenta as minhas ovelhas, pois eu cono em ti! - O seguidor, com todo vacilo, sustenta-se no Encontro com o Mestre, na escola do Discipulado que não dá o diploma, pois o aprendizado nunca acaba. Na Escola de Jesus, o livro é a vida, o modelo é o menino e o exame é a cruz.
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Estas são apenas algumas palavras fortes que caram na memória. Só por estas, o retiro valeu. Volto ao começo: O retiro vivo é o Pregador. - Completei a semana com a leitura da biograa de Dom Alfredo. Quero destacar como foi completo o despojamento do jovem missionário, ajudado ainda pelo ladrão: As caixas, despachadas pelo navio, foram roubadas no porto, e Alfredo não chorou. No princípio foi o Nada, e Deus o preencheu. Teresina, dia 12 de agosto de 2018 frei Adolfo Temme
ESCOLA ITINERANTE PARA FORMADORES DA C.R.B -NORDESTE Texto e fotos: Frei Ivaldo Evangelista, OFM.
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conteceu entre os dias 30 de junho a 30 de julho/19 a terceira e última etapa da Escola Itinerante para Formadores da CRB – Nordeste na casa dos Jesuítas em Mar Grande – Salvador – Bahia. O curso contou com a participação de 39 religiosos (as) sob a batuta de uma assessoria de peso. De nossa Província participaram frei Ivaldo, Frei Marcos e Frei Ronaldo. O c onteúd o troux e d o Direito à Espiritualidade; do das novas Tecnologias à Teologia da Vida Consagrada!!! Veja abaixo a grade.
Tudo isso voltado ao tema e ambiente da Formação. Por m, o encontro contou com um Retiro de cinco dias assessorado pela Ir. Annette Havenne. Vale destacar ainda a partilha dos estágios realizados durante o ano de 2018, onde cada formador (a) foi desaado a vivenciar em uma casa de formação de outra congregação um tempo de 5 dias de modo a analisar os processos, métodos e pers (formando-formador). Agradecemos a Deus a imensa oportunidade de participarmos de tão grande oportunidade para nossa formação permanente.
Dia 30/06 - Missa de Abertura; de 01 a 03/07 - Teologia da Vida Consagrada; 04 e 05/07 - Maturidade Humana e Etapas de Formação; 06 e 07/07 - Projeto de Formação da Congregação; 08/07 - Síntese; 09 e 10/07 - Novas Tecnologias; de 11 a 13/07 - Discernimento Vocacional e Pedagogia da Formação; 14/07 - Deserto; 15 e 16/07 - Formação Permanente; 17/07 - Passeio;
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18 e 19/07 - Afetividade; 20/07 - Direito Canônico 22/07 - Manhã Livre. Partilha do Estágio -Tarde; 23/07 - Retomada do Estágio; de 24 a 27/07 - Retiro; 28/07 - Avaliação / Noite Cultural; 29/07 - Missa de Conclusão / Entrega de Certificados.
FREIS PARTICIPAM DO CURSO DE FORMADORES Convento Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis
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ntre os dias 02 a 13 de julho de 2018, no Convento Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis aconteceu a segunda etapa do Curso para Formadores, Animadores Vocacionais e Guardiães da CFMB (Conferência dos Frades Menores do Brasil). A primeira aconteceu no período de 05 a 17 de março do corrente ano. Ele é oferecido aos frades que s e em nossos corações. exercem o serviço na formação inicial e permanente: formadores, animadores vocacionais e guardiães.
O curso é momento especial de formação, troca de experiências, convívio fraterno e cultural entre os freis das várias províncias e custódias do Brasil. A partir dos assuntos aprofundados durante o curso concluiu-se que diante dos desaos da formação e animação dos jovens e frades, se faz necessário buscar sempre maiores conhecimentos, subsídios e dinâmicas que nos ajudam para o desenvolvimento e discernimento vocacional franciscano.
Frei César dos Santos Machado
Foto e fonte: www.franciscanos-rs.org.br
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O u t r o a s p e c t o importantíssimo: o tempo. Não se deve ter pressa. O crescimento acontece ao longo do caminho. A pressa geralmente faz com que se cometam equívocos e quando corremos não conseguimos conhecer os jovens e vocacionados e fazer um caminho adequado. Cabe acolher a riqueza de todas estas mudanças que continuarão acontecendo e nos desaando sempre mais. Portanto, ca para todos nós confrades o desao de acompanhar bem cada etapa de formação, serviços e frentes missionárias de nossa fraternidade provincial, tudo está em nossas mão
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Conselho Plenário da Ordem O Conselho Plenário da Ordem ocorrido de 12 a 28 em Nairobi no Quênia, teve funciona como uma espécie de Capítulo Intermediário que acontece entre os Capítulos Gerais da Ordem e teve a p a r t i c i p a ç ã o d e aproximadamente 60 frades de todas as partes do mundo para ouvir e acolher a voz de Deus em tudo o que Ele propõe à Ordem dos Frades Menores, em conformidade ao tema proposto: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz… aos Frades Menores hoje” (cf. Ap 2,29). Participaram os freis Alvaci Mendes da Luz (Província da Imaculada Conceição), Wellington Jean (Província Santo Antônio) pela CFMB (Conferência dos Frades Menores do Brasil) e Frei Fabiano Satler, da Província Santa Cruz como convidado do Governo Geral. De acordo com o site da Província da Imacula Conceição, a preparação para a CPO foi feita com base no envio prévio de perguntas às
Conferências e suas respostas, am de se ter uma visão panorâmica da Ordem em todo o mundo. “A ideia é fazer um panorama da Ordem de um modo geral, quais as realidades, como a Ordem vive hoje, a realidade eclesial nas Conferências e a realidade de presença dos frades. Foi pedido que cada um dos frades delegados elaborassem um verjulgar-agir de todas as Conferências no mundo” (Fr. Alvaci para o site da Província da Imaculada Conceição). O Ministro Geral da Ordem, Fr. Michael Perry, OFM, em sua carta, ressalta a importância de voltar ao primeiro amor: “É necessário um novo pensamento de como viver melhor estes valores centrais de uma maneira que desperte novamente em nosso interior nosso primeiro amor, mas também requer que reinventemos formas especícas pelas quais devemos viver e compartilhar estes valores. Não podemos simplesmente seguir
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fazendo o que sempre temos feito, como se os “odres velhos” pudessem receber e suportar o “vinho novo”.” (Tradução: site da Província da Imaculada Conceição). Fr. Michael Perry ainda ressaltou da missão itinerante dos frades: “Devemos lembrar aos frades que estamos de viagem, a itinerância não é só um meio para renovar nossas vidas, mas contém as próprias sementes dessa renovação [...] Sem movimento, seja interno (espiritual) ou externo (estrutural), não haverá conversão, é simples assim!” (Tradução: site da Província da Imaculada Conceição) Provavelmente o Denitório Geral tome várias decisões com base nas iniciativas propostas pelo CPO, relacionadas à migração, os desaos apontados na Encíclica do Papa Francisco, Laudato si', sobre a evangelização e a missão, bem como sobre a possibilidade do deslocamento do Capítulo Geral de Assis para Jacarta na Indonésia ou Manila nas Filipinas, mostrando um novo olhar sobre a África e a Ásia, dois continentes férteis de vocações e de crescimento da Ordem. Após o encerramento do CPO ca o questionameto sobre "como será?", mas o trabalho continua, agora o Governo da Ordem e o Denitório Geral irão elaborar até o m do ano o documento ocial sobre os temas abordados no encontro. Que São Francisco continue intercedendo por seus lhos e que o Espírito Santo nos guie pelos caminhos da itinerância e minoridade. Paz e bem!
Por: Fr. John Herbeth Marinho Cantanhede, OFM
Experiência na Prelazia do Xingu, Altamira-PA “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28,19)
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u r a n t e a experiência na prelazia do Xingu no exercício do diaconado, três verbos foram importantes nessa convivência: conhecer, encontrar e alegrar. O conhecer presume entrar em um ambiente que não faz parte da tua convivência, isto é um fato e uma verdade. Muitos questionamentos a cerca da realidade da Igreja do Xingu vão surgindo e despertando vários sentimentos: medo, tristeza, alegria... Contudo, é necessário conhecer e perceber que nesta Igreja temos irmãos, como os leigos engajados nas diversas pastorais: Pastoral da Juventude, Terço dos Homens, Pastorais Sociais, Ordem Franciscana Secular, os padres e irmãs de vida Consagrada; todos empenhados em anunciar o Evangelho, na medida do possível, em uma terra marcada pelo sangue de Mártires, entre eles o da missionária Dorothy símbolo de luta naquelas terras.
Ao caminhar pela Prelazia do Xingu, vamos descobrindo os vários rostos dessa Igreja, nos padres novos e velhos que buscam na espiritualidade, (Momento de retiro do Clero da Prelazia) forças para enfrentar os grandes desaos pastorais, e também na Assembleia Diocesana de Pastoral; marcados pela alegria do encontro, momentos de oração e partilha das experiências pastorais em seus diversos meios e carismas, que vão evidenciando as suas trevas e luzes no trabalho missionário, (liturgia, catequese e sacramentos). Fica evidente a dimensão missionária da Igreja do Xingu, que se divide em Baixo, Médio e Alto Xingu. Em tudo devemos render graças ao Senhor, pois Ele g a r a n t e s u a presença no meio de nós, “Eis que estou convosco todos os dias, até o m dos tempos” (Mt 28,20),
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Ele é nossa maior esperança, e estarmos unidos a Ele reetindo sobre a caminhada, nos mostra que podemos compreender o sentido de ser Cristão, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). O encontro é marcado pelo acolhimento do povo do Xingu, nas paróquias: Nossa Senhora Auxilio dos Cristãos, Vitória do Xingu-PA, Sangue e Corpo de Cristo, Brasil Novo-PA, Santa Luzia, Anapu - PA e Paróquia Catedral, Mártir São Sebastião, Altamira-PA. O serviço nessas comunidades é apresentar o modo franciscano de vivenciar a pastoral, formação e presença.
Nesta peregrinação missionária, houve um encontro especial junto com a equipe do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), tivemos a graça de visitar e conviver com os índios das Aldeias: Araras, Xipaias e Kaypó. Pude perceber as necessidades urgentes de uma pastoral mais presente no meio dos esquecidos da sociedade, “vivendo ainda no hábito secular, num certo dia encontrou um leproso e, superando-se a si mesmo, aproximou-se e beijou-o.” (1Cel VII, 17,4). A convivência com os indígenas mostrou ser um momento de aprender a viver melhor como ser humano, pois a comunidade indígena tem muito a ensinar aos homens “cosmopolitas” presos em suas individualidades, como viver em sociedade, o indígena ensina a partilhar, viver em fraternidade, respeito mútuo e tantos outros valores que fogem ao comportamento do homem que diz ser “civilizado” Mas, nem tudo está em paz, o i n d í g e n a a i n d a é menosprezado; tentam destruir sua cultura e seus valores, oferecendo o supéruo e mascarando os verdadeiros
interesses dos poderosos que acumulam bens pessoais à custa do sofrimento deste povo. Também podemos ver e sentir na Igreja presente na cidade de Anapu - PA, marcada pela violência urbana e os conitos de terra, contudo, a nossa missão neste lugar é ser instrumento de paz. Finalizamos, na alegria, expressa nas pessoas que formam a Igreja do Xingu, com seu Pastor Dom João Muniz e o Bispo emérito Dom Erwin, mas o bom mesmo é a doce alegria das pessoas em suas comunidades e grupos pastorais, comunidades do interior que celebram a missa e depois promovem uma rica partilha de alimentos, como na comunidade Senhor do Bom m na Zona Rural de Anapú, na qual houve um momento de encontro das CEB's conduzido pelas irmãs Franciscanas de Notre-Dame e celebração na comunidade Santa Rita, com batizados de quatro crianças, festa da comunidade.
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Contemplar a alegria também nos encontros fraternos com as irmãs Franciscanas de Ingolstadt; celebrar com as irmãs Franciscanas da Penitência Caridade Cristã os seus 90 anos de missão; partilhar as experiências de vida com as irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo que fazem um trabalho lindo de caridade na Casa da Divina Providência, lugar que acolhe mulheres grávidas vindas do interior onde não têm lugar para reclinar a cabeça. São muitos os motivos de alegria vivenciados durante os três meses de presença na Igreja do Xingu. As linhas desse artigo poderão ser continuadas, o Senhor nos convoca a missão e nos conduz no caminho.
Frei Cláudio Silva, ofm
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Encontro Anual dos Benfeitores 2018 das Vocações Franciscanas
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os dias 06 a 08 de julho de 2018, estiveram reunidos em São Luís/MA, Benfeitores do Maranhão e Piauí, para o Encontro Anual dos Benfeitores. Um momento muito aguardado p o r t o d o s , p o i s a s comunicações realizadas pelas redes sociais não substituem este encontro pessoal e fraterno. Iniciamos às 18 horas de sexta-feira no Centro Paroquial de Nossa Senhora da Glória, com a celebração da Santa Missa. Logo após foram calorosamente acolhidos pelos benfeitores locais e o Promotor Vocacional Local Frei Antônio Clécio, no largo da matriz. Na manhã de sábado deuse início ao conteúdo pautado para este encontro, onde tudo transcorreu dentro do que foi programado, ressaltando o grande empenho e cuidado de todos com os assuntos deliberados. Frei Pacheco,
Vigário Paroquial, partilhou fatos históricos do início dos trabalhos dos benfeitores, e Frei Heleno, Pároco da Paróquia N. Sra. da Glória, declarou que: “Doação se faz com as mãos e com os corações”, enfatizando a importância dos benfeitores e a resposta positiva deste trabalho junto aos vocacionados. No domingo, último dia do encontro, iniciamos com as bênçãos de Nossa Senhora da Glória em mais uma celebração Eucarística. Frei Gilberto coordenador dos benfeitores ao nal da celebração agradeceu de modo especial aos leigos que se dedicam para que este encontro acontecesse e a todos os benfeitores que se zeram presentes. Após a missa teve continuidade com o passeio cultural pelo centro histórico de S. Luís. Foi uma manhã muito agradável,
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de encontro e convivência. Que São Francisco, anime a caminhada de cada um e cada uma e que Deus os abençoe abundantemente.
Ilmar Facundes Benfeitora
Encontro franciscano reúne jovens de todo o Brasil fonte: franciscanos.org.br
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romovido pela Conferência dos Frades Menores do Brasil, o Encontro Nacional Franciscano de Juventudes (ENFJ) reúne jovens de todo o país para uma experiência de convivência fraterna, oração, vivência da espiritualidade e dos valores franciscanos. É, antes de tudo, um momento especial para fortalecimento dos laços e de renovação do ideal que nos une e motiva. É uma oportunidade de partilha daquilo que o Senhor tem feito e realizado por meio dos/das jovens de todo o Brasil, bem como dos desaos que enfrentam em suas realidades muitas vezes tão similares e, ao mesmo tempo, tão distintas.
Esse evento surgiu da necessidade de se ter uma aproximação maior entre os frades e os jovens. Em 2008, em Córdoba, na Argentina, realizou-se o Congresso Missionário, onde foi debatida a importância da presença franciscana entre os jovens e as atuais diculdades na evangelização. Desse modo, decidiu-se realizar um grande encontro nacional voltado para os jovens representantes das paróquias e fraternidades franciscanas, como uma primeira tentativa de ouvi-los, entendê-los e aproximar-se deles.
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O ENFJ é, então, um encontro entre jovens, frades, religiosas, leigos e leigas que se sentem unidos pela espiritualidade franciscana, para que, reunidos como família para estreitar os laços e percorrerem juntos os c a m i n h o s d a evangelização, possam debater e aprofundar os temas e as diculdades atuais do mundo juvenil.
1º ENFJ Esse primeiro encontro aconteceu em Canindé – CE, no ano de 2011, e reuniu aproximadamente 540 jovens no Santuário de São Francisco das Chagas. Foram realizadas ocinas, partilhas, momentos de profunda espiritualidade e reexão acerca do tema “Juventude, tua vida é missão”. A Missa de encerramento foi presidida pelo então Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei José Rodríguez Carballo, que também esteve durante todo o encontro ouvindo e partilhando sobre a caminhada dos jovens. Neste encontro, os jovens discutiram sobre vários temas, a saber: ecologia, evangelização a partir da arte.
2º ENFJ Entre os dias 9 e 12 de julho de 2015, na cidade de Anápolis – GO, realizou-se o II ENFJ, com o tema “Jovens com Francisco seguindo Jesus Cristo” e o lema “Vai e reconstrói a minha Igreja”. Neste encontro, os 450 participantes provenientes de todas as regiões do país zeram a experiência de fortalecer a fé, conhecer o novo, aprofundar a espiritualidade franciscana e encontrar luzes para a sua caminhada. Durante o encontro as juventudes reetiram que “a juventude comprometida com Cristo deve ter coragem para abraçar propostas positivas perante os grandes desaos da atualidade, tais como: o atual modelo econômico que gera exclusão, o extermínio de jovens, a cultura do descatável, a destruição da natureza e as injustiças sociais.” (Carta aberta do II ENJF). Além disso, concluiuse que toda essa mudança esperada somente é possível mediante um engajamento político na busca da transformação da sociedade.
Por m, os jovens rearmaram o seu desejo de apresentar a esse mundo a pessoa do Cristo da Esperança colocando-se ao lado dos crucicados de nosso tempo. O 3° ENFJ será de 19 a 22 de julho de 2018, na cidade de Vila Velha – ES. O tema será “E o desânimo se converteu em ardor: permanece conosco, Senhor.” (Lc 24,29). Tendo em vista que estamos vivendo o ano do Sínodo da Juventude, proposto pelo Papa Francisco, esse encontro será de extrema importância para repensarmos a nossa caminhada de juventudes. COMO SERÁ? Nessa 3ª edição, o Encontro Nacional terá um diferencial que certamente irá marcar a vida de todos os jovens. Assim, seguindo a metodologia de Emaús e atendendo ao pedido do Papa Francisco de que sejamos uma Igreja em saída, nosso encontro, além de momentos de formação, mística, partilha e reexão, também proporcionará uma atividade concreta aos participantes. Teremos um momento para visitar as famílias das comunidades da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, sede do Encontro, conhecendo, assim, um pouco da realidade social e eclesial de Vila Velha. Além disso, o objetivo é fazer desse encontro uma oportunidade de missão concreta, de modo que anunciemos a Boa Nova de Jesus para outras pessoas, tal qual os discípulos de Emaús que, depois de terem reconhecido Jesus ao partir o pão, voltaram para a Galileia como verdadeiras testemunhas do Ressuscitado.
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MOMENTO SOBRE MISSÃO Dentro da programação, foi pensado para o dia 20 um momento que ajude nossos/as jovens a reetir o sentido da Missão, a partir do que o próprio tema deste Encontro nos sugere que assumamos. Tendo presente um dos objetivos principais deste Encontro, o momento de Roda Viva (mesaredonda), para o qual queremos contar com sua ajuda, visa despertar na juventude presente o desejo de sair em missão, através da reexão e das provocações sua e dos demais envolvidos na construção dessa 'vivência', como também através do testemunho missionário de outros/as irmãos convidados. A Roda Viva foi pensada pela Comissão Central do Encontro para ser assim constituída: cada participante terá 25 minutos para expor seu 'eixo' de reexão, que será conduzido a partir da metodologia VER – ILUMINAR – AGIR. Logo após a explanação feita por todos, teremos um trabalho em plenária, onde abriremos para a participação ativa e direta dos nossos jovens: ecos da mesa redonda, ressonâncias, inquietações, dúvidas, perguntas, interação, c o n c l u i n d o c o m a complementação e provocações nais por parte dos assessores. Composição da Roda Viva: três pessoas; 25 minutos cada VER: Hildete Emanuele (PJ – Salvador/BA): – Os rostos e realidades juvenis ILUMINAR: Frei Pedro Junior, OFM (PFSAB – Campina Grande/PB): – A Iluminação Bíblica AGIR: Carlos Neto (Bauru/SP): – Testemunho com os traços de Francisco INTERMEDIAR: Frei Toni Michels, OFM (PFICB – Baixada/Rio de Janeiro).
Momento #pazebem: Após os trabalhos em grupos (missão e por entidade) teremos esse momento de interatividade com os jovens envolvendo brincadeiras, dinâmicas, tarefas-relâmpago, encenações, etc. Trata-se de uma forma descontraída (no estilo Altas Horas) de os jovens questionarem e interagirem com os 3 assessores convidados (Hildete, Frei Pedro Júnior e Carlos Neto). Moderador: Frei Zeca, TOR (SP) Como experiência ímpar a ser proporcionada, é importante destacar que nossos jovens vivenciarão uma experiência concreta de missão, que será realizada no dia seguinte (sábado). Dentro do que foi pensado para a programação, teremos
partilha de algumas experiências que testemunham diversos 'rostos da missão'. Esse momento deverá motivar e encorajar os nossos jovens a irem em missão, nas diversas realidades que eles irão visitar, no período da tarde daquele mesmo dia. Para este momento, que acontecerá no dia 21 de julho, das 10h às 11h, estão sendo convidados os seguintes irmãos, que terão 20 minutos, cada um deles para dar um breve testemunho missionário a partir da sua própria realidade: Frei João Messias, OFM (Missão Munduruku – PA); Mariana Rogosky (Curitiba – PR); e Washington Lima, Jufra (Secretário Nacional da JUFRA – SE).
Enquanto Comissão Central deste Encontro, que tem como objetivo garantir a harmonia e uência do III ENFJ, a m de converter em ardor e testemunho as diversas experiências juvenis no âmbito da CFMB, estamos certos de que sua participação e colaboração serão de fundamental importância para nos ajudar a construir mais esse momento de graça que o Cristo Ressuscitado nos convida a viver!
Frei Diego Atalino, OFM Frei Wellington Buarque, OFM Juliana Caroline Rafael Corrêa Comissão Nacional – 3º ENFJ
EXPLICAÇÃO DA LOGOMARCA - AUTOR FREI LEANDRO COSTA Três corações - Há três corações nessa representação. O primeiro que se encontra na parte superior, é o coração de Jesus. Os dois, que se encontram abaixo, fazem alusão aos corações dos dois discípulos de Emaús. ‘‘Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?’’ (Lc 24,32)
Terceiro Encontro Nacional Franciscano de Juventude Céu - O azul do céu, representado nesse desenho, quer fazer referência à bandeira do ES e ao manto de Nossa Senhora da Penha. Jesus e os discípulos de Emaús - Ao mesmo tempo que faz alusão a Jesus e aos discípulos de Emaús, refere-se aos jovens que se encontrarão em Vila Velha.
Convento da Penha - O Convento da Penha, fundado em -1568, é a referência religiosa no Estado.
Céu rosa - A cor rosa também faz alusão à Bandeira do Estado. O Rosa está ligado ao belo entardecer da região e ao manto da Padroeira do Estado, Nossa Senhora da Penha.
Tau - O desenho está todo ele limitado pelo Tau, o símbolo inconfundível do carisma franciscano. Litoral capixaba - Vila Velha é cercada por um imenso litoral.
Entardecer - O céu da cidade de Vila Velha ganha um entardecer singular, numa mistura de rosa e dourados.
Igreja do Rosário - Uma construção do ano de 1551, hoje é a Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, que sediará o evento.
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Diocese de Bacabal celebra
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anos de sua criação
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inquenta anos de história: foi para celebrar tantos feitos que uma multidão reuniuse na Matriz de Sant'Ana e São Joaquim na última sexta-feira (22). Nesta data fez-se memória da criação da Diocese de Bacabal, através da bula de Paulo VI, Visibilis Natura, desmembrando-a da Arquidiocese de São Luis e da então Prelazia de Grajaú. A missa foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Armando e contou com a presença de sacerdotes de várias paróquias, diáconos, religiosos(as) e os éis.
Logo no início, fez-se memória de todas as pessoas que zeram parte desta história, de forma especial os bispos já falecidos, os sacerdotes, religiosos(as) e leigos. Enquanto seus nomes eram lidos, velas eram acesas e colocadas aos pés de uma cruz com um pano branco que lembra a vitória que os aguarda: Dom Armando lembrou os bispos; Frei Bernardo acendeu a vela fazendo memória dos frades já falecidos; Padre Railson lembrou os sacerdotes; o Diácono Benevaldo lembrou dos diáconos; Irmã Marinalva, os religiosos(as) e Guilhermina, os tantos mártires que deram suas vidas, principalmente durante as lutas da década de 70, quando muitos foram assassinados por fazendeiros e pistoleiros em nossa região. Dom Armando lembrou que esta história é feita de muitas pessoas, que através dos seus ministérios, de sua vida,
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permitiram que essa data fosse comemorada hoje. Seu amor por Jesus Cristo e pelo Reino eram constantemente renovadas pela Eucaristia, pela presença de Deus e pela vida em comunidade. Cada qual, a seu modo, contribui para que o Evangelho fosse anunciado. Ao nal da celebração, os jovens da Paróquia São Francisco das Chagas encenaram a história da Diocese, relembrando pontos marcantes através do teatro, o que chamou a atenção dos éis presentes e enfatizando o apostolado dos bispos. Esse momento de ação de graças foi nalizado com os agradecimentos de Dom Armando. Ao nal, foi feito o convite para que todos pudessem apreciar uma exposição sobre a história da Diocese de Bacabal, realizada no Salão Paroquial da Matriz de Sant'Ana e São Joaquim.
Enviado por Pascom Santana'
Arraiá do
Postulantado Viva Santo Antônio! O 15 de junho/18 foi um dia atípico para a fraternidade Santo Antônio – Postulantado! O quintal da casa foi ocupado por amigos e benfeitores, paroquianos e vizinhos que assistiram com empolgação às quadrilhas da redondeza! Era o 1º Arraiá do Postulantado em Bacabal!!! O evento foi uma sugestão dos postulantes que já traziam a experiência da fraternidade do aspirantado. Organizado com o auxilio das comunidades e benfeitores, a festa foi encabeçada pela fraternidade e contou
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com venda de espetinho, com uma lanchonete e até a cadeia do cangaço. O festejo foi aberto com a Santa Missa presidida por frei Gilberto e concelebrada por frei Ivaldo e padre Thiago. A arrecadação nanceira foi destinada à Reforma da nossa Sala de Estudos. Rogai por nós, Glorioso Santo Antônio!!! Postulantado/2018
REFLEXÕES SOBRE A DIMENSÃO POLÍTICA DO FRANCISCANISMO
Fé e realidade não se separam O E v a n g e l h o transformou o mundo a partir do tempo de Jesus e a pergunta é: como vamos fazer isto a partir deste tempo em que estamos vivendo? Estar numa Ordem é ajudar a ordem mais espiritual e social do mundo. Olhar o mundo e perceber que estamos numa sociedade que produz desnível de classes, produz o pobre e produz esta insatisfação toda que aí está. No tempo de Francisco de Assis não era diferente. Ele não foi em direção à riqueza, mas sim o n d e e s t a v a a Fraternidade. A vivência fraterna existe para alimentar participação, cuidado e justiça. Isto não é apenas uma fundamentação sócio-política, mas um ideal cristão que mantém o projeto de Jesus, a transformação do mundo em Reino de Deus.
Fraternidade não é apenas querer uma sociedade rica ou pobre, mas uma sociedade justa e solidária. Sem isso, do que adiantaria uma fé cristã professada e proclamada entre desmaios do espírito me dizendo: “aqui TL não entra!”. Claro que não quero entrar no transe alienado que não vê desmaios de fome. Fé é encontro com a realidade colocando nela o sonho sagrado de Deus. Fé e realidade não se separam. Nós queremos modernizar o nosso modo de crer e não vemos que a sociedade moderna separa riqueza de um lado e pobreza do outro. Diz que o marginalizado, o excluído, o fora das possibilidades é um ignorante. Francisco de Assis também foi considerado um ignorante porque se vestiu de pobre e marginalizado e foi lá cuidar dos excluídos, porque a estrutura feudal de seu tempo também gerou miséria.
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Francisco de Assis não era um ignorante, mas diferente. Sabia muito bem quem estava produzindo desigualdade e não quis ser igual aos iguais privilegiados. A experiência de Francisco de Assis é muito rica e não se esgota num único aspecto; se bem que, talvez, muita gente gostaria que ele se reduzisse a viver atrás do balcão da loja de seu pai Pedro Bernardone ou então fosse viver a intensa e boa experiência de vida monástica. Francisco de Assis imerge na realidade da Úmbria e o seu modo de viver o divino, o religioso, o teologal é uma dimensão que atravessa tudo. Se ele n o s l e g o u u m a espiritualidade e até uma teologia franciscana libertadora é por que experimentou, como diz Congar, “a gente só tem a teologia da própria prática”. FREI VITORIO MAZZUCO
XIV Romaria da Terra e das Águas do Piauí - Paulistana - Regional NE IV -
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c i d a d e d e Paulistana no sul do e s t a d o , pertencente à diocese de Picos, sediou a décima quarta edição da Romaria da Terra e da Água do Piauí. Sob o olhar e as bênçãos de Nossa Senhora dos humildes, padroeira da cidade, agentes de pastorais, grupos e movimentos da Igreja das oito dioceses do Regional Nordeste IV tiveram a oportunidade de se unir em oração e engajamento na luta por direitos e melhores condições de vida, sobretudo no semiárido piauiense. Após a acolhida dos romeiros que se deu logo na entrada da cidade, a tarde do dia 14 de julho foi dedicada às apresentações e discussões de cinco diferentes temas em seminários temáticos propostos pela coordenação do evento. O primeiro deles foi organizado pela Cáritas Regional e abordou a temática: “A seca e os efeitos das mudanças climáticas”, na quadra do IFPI. O assessor técnico da Cáritas, João Evangelista, falou sobre a relevância de trabalhar essa temática na romaria.
“A Igreja sempre chamou a atenção para temas importantes e presentes no semiárido brasileiro e piauiense. Esses efeitos estão causando a baixa produção de alimentos, doenças e ameaçam a vida das pessoas”, apontou. “Grandes projetos – vidas ameaçadas” foi o tema do seminário que aconteceu na Quadra da Lagoa e cou sob a responsabilidade de Hildebrando Pires, coordenador da Cáritas de São Raimundo Nonato. Ele explicou que desde a última romaria que aconteceu em Oeiras no ano de 2015, a Igreja no Piauí colocou essa pauta que resulta de um levantamento feito em várias cidades e territórios do estado, que fez com que se constatasse que a chegada de grandes empreendimentos de uma maneira abrupta e sem diálogo com as comunidades locais vem provocando prejuízos na vida das pessoas. “O progresso é muito bem vindo, desde que não prejudique a vida das pessoas e das comunidades”, armou. O terceiro seminário levou para a quadra do São Francisco a temática: “Construindo em cidade
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sustentável”. Assessorados pelo engenheiro agrônomo Gilcélio Teixeira, que faz parte do centro de estudos ligados às tecnologias alternativas de Paulistana, os romeiros foram instruídos a cobrarem do poder público a elaboração de um plano de sustentabilidade a partir do uso de tecnologias renováveis para seus municípios.“É preciso mobilização de todos para construir um plano de sustentabilidade e trabalho utilizando tecnologias para melhorar a vida das comunidades“, reforçou. A coordenadora regional da Pastoral da Juventude do Ceará, Joice Elaine, foi a responsável por abordar a quarta temática “Juventude: globalização e cidadania” na Escola Lucinete Santana. Na ocasião, ela ouviu depoimentos de jovens de todas as dioceses presentes e destacou que uma das maiores preocupações da juventude hoje é a exibilização dos direitos trazida pela reforma trabalhista.
E l a r e s s a l t o u a necessidade da Igreja apontar caminhos e fortalecer a luta por esses direitos. ”Nós somos parte dessa Igreja romeira em saída e dessa natureza degradada pois somos corpo físico e biológico, assim como também somos parte daqueles que sofrem com a retirada de direitos no Brasil. A gente vive o cotidiano de construir uma Igreja comprometida com a defesa desses direitos”. A quinta temática levantada como proposta de discussão na Romaria foi “Terra, água e bem viver”. Gregório Borges é membro da coordenação da CPT Regional Piauí e destacou a relevância de discutir esse tema. “A terra é a nossa morada, o lugar que precisamos para morar e viver bem, por isso não pode ser concentrada, precisa ser distribuída, pois é dom de Deus. Buscamos trabalhar junto com as famílias. Outro ponto que discutimos é a questão da água que está acabando . Estamos p r e s e n c i a n d o o assoreamento do rios e a morte dos animais. Sem terra e sem água não existe o bem viver”, apontou. Após a conclusão dos seminários, na noite do mesmo dia, as propostas levantadas com as discussões foram levadas para a plenária aberta e apresentadas a todos os grupos reunidos na praça da igreja matriz. O momento seguiu com apresentações
No domingo, 15, após a caminhada que iniciou no Morro dos Humildes às cinco da manhã, os romeiros seguiram pelas principais ruas da cidade até a praça da Igreja Matriz, onde foi celebrada a santa missa com a presença do clero diocesano e dos bispos de todas as dioceses do Piauí. Para o presidente do Regional Nordeste IV, Dom Jacinto Brito, momentos como a Romaria são considerados importantes porque a Igreja levanta sua voz profética na denúncia. “Nós temos o anúncio mas também a denúncia. É preciso gritar contra aquilo que é contrário ao projeto de Deus. Entendo que a romaria é uma profecia para chamar a nossa atenção para a necessidade de colocarmos nossa fé em atos concretos, a m de que essas situações sejam transformadas”, pontuou o Arcebispo de Teresina. Dom Plínio Luz é bispo da diocese de Picos, responsável por essa edição da Romaria. Ele demonstrou alegria com os resultados alcançados. “A romaria está integrada na vida e na caminhada do povo. Estamos felizes porque conseguimos realizar o que foi planejado e mobilizar pessoas de todo o estado, tocando o coração das pessoas sobre aquilo que podemos transformar”, armou satisfeito. Ele ainda enalteceu o engajamento e a doação dos mais de 600 leigos e leigas que estiveram diretamente
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envolvidos com o acolhimento e infraestrutura na cidade de Paulistana e ressaltou que a Romaria não acabou. “A partir das temáticas abordadas nos 5 seminários será elaborado um documento que tem a característica de denúncia, mas também de proposição, no sentido de cobrar direitos que são de todos. A gente espera que essa caminhada não pare e por isso vamos continuar em romaria. Estamos numa sociedade que se manifesta contrária ao plano de Deus e por isso somos convidados a testemunhar Jesus Cristo onde quer que estejamos”, concluiu. Após a celebração eucarística, Dom Plínio Luz fez a entrega de troféus aos bispos, que representavam o mapa do Piauí, como lembrança desta Romaria. Em seguida, apresentou aos romeiros a cruz de madeira construída como símbolo do evento, que irá peregrinar por todas a futuras edições. Ao nal, foi divulgado que a diocese de Parnaíba irá sediar a próxima edição da Romaria da Terra e da Água em 2020. O bispo de Parnaíba, Dom Juarez Souza falou da expectativa com a qual acolhe a responsabilidade de acolher os romeiros na próxima Romaria. “Assumimos de coração e recebemos com muita alegria. A juventude foi chamada de protagonista da cultura do cuidado, por isso conamos à nossa juventude a responsabilidade por conduzir e preparar esse momento, e esperamos em Deus trabalhar como diocese antriã somando forças no nosso regional. Que Nossa Senhora nos conduza nessa caminhada!”, concluiu.
Documento Preparatório do Sínodo para a Amazônia é lançado em coletiva de imprensa, em Brasília
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Documento Preparatório do Sínodo para a Amazônia foi apresentado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia, instituições parceiras e pastorais para divulgar o material que já está disponível. Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidiu a celebração de abertura do evento na sextafeira, 8 de junho, no auditório da CNBB, em Brasília e em seguida falou da importância da realização do Sínodo para a Amazônia. Para ele, é vital que seja realizada essa Assembleia Sinodal, já que a realidade da Amazônia é de sofrimento. “Realidade sofrida signica os povos estão sofridos, e não apenas os indígenas, mas os ribeirinhos, os povos que vivem do extrativismo, grupos isolados que não têm contato com os brancos”, lembrou Dom Leonardo. “É muito importante a Igreja reetir essa realidade, e, por isso, o papa está chamando para Roma”, destacou o secretário-geral da CNBB.
fonte: cnbb.org.br
“Amazônia: novos caminhos para a igreja e para uma ecologia integral” é o tema do Sínodo que será realizado em outubro do ano que vem, mas que, de acordo com Papa Francisco, em janeiro desse ano, na visita ao Peru, em Porto Maldonado, já iniciou. Irmã Maria Irene Lopes, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, secretária executiva da REPAMBrasil, Delegada da Confederação LatinoAmericana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR) na Comissão Preparatória do Sínodo e única mulher da equipe, apresentou o Documento e os passos que serão realizados a partir de agora. “O material tem três fases, o ver, o discernir e o agir, e nos propõe a fazer isso a partir da Amazônia, das pessoas que estão lá”, frisou irmã Irene. O objetivo do material é preparar as comunidades para o Sínodo e ouvi-las, para que essa grande assembleia repercuta, de fato, os clamores que saem das bases, o que é um desejo expresso do Papa Francisco.
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De acordo com a religiosa o material precisa chegar a todas as pessoas do território amazônico para contribuírem no processo. “O Documento será utilizado nas assembleias territoriais, realizaremos cerca de 40 ao longo dos próximos meses, e esse momento será de escuta das bases: os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, as pessoas das cidades, os jovens… esse documento vai para as mãos das pessoas que estão na Amazônia”, reforçou irmã Irene. Após esse período de escuta, os questionários serão retomados pela equipe de assessores, sintetizados e transformados no Documento de Trabalho, que deverá ser e n c a m i n h a d o a o s participantes do Sínodo.
Documento preparatório O material foi construído por uma equipe de assessores e foi aprovado pelo Vaticano, em abril desse ano, quando houve a primeira reunião do Conselho Pré-Sinodal. O Documento Preparatório é
composto por um textobase, que oferece uma análise da conjuntura atual da Amazônia e aponta percursos e novos caminhos para a Igreja a serviço da vida nesse bioma. Dos 13 expertos que auxiliaram na escrita do Documento Preparatório, 3 são brasileiros e membros da REPAMBrasil. O texto está dividido em três partes, segundo o método ver, discernir e agir. Ao nal do material estão algumas questões que permitem um diálogo e uma progressiva aproximação da realidade para que as populações da Amazônia sejam ouvidas. A primeira parte é o VER, um convite a olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria, são os pontos apresentados nessa parte do texto. Segundo o documento preparatório, “em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente”. O DISCERNIR é a segunda parte do documento que ilumina as reexões para uma conversão pastoral e ecológica. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia pela presença de Deus,
especialmente quando os povos amazônicos, por defender suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas no lugar de estarem plenas de vida”, arma o texto de preparação. Por m, o documento, na última parte, provoca a ação, a AGIR: novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. O texto reete o que seria esse rosto, a dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés ncados na terra de nossos ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia (teologia indígena)”, destaca o texto. Após as reexões realizadas pelo documento, uma série de questões são apresentadas para contribuir com a escuta das realidades da Pan-Amazônia. O questionário está dividido, metodologicamente, de acordo com as partes do documento para facilitar os trabalhos que serão realizados pelas comunidades e grupos que responderão as perguntas. O documento preparatório termina com as palavras de Francisco em Porto Maldonado, no momento em que abre, ocialmente, o Sínodo especial para a Amazônia: “Ajudai os vossos Bispos, ajudai os vossos missionários e as vossas missionárias a fazerem-se um só convosco e assim, dialogando com todos, podeis plasmar uma Igreja com rosto amazônico e uma Igreja com rosto indígena. Com esse espírito, convoquei um Sínodo para a Amazônia no ano de 2019”.
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Sínodo para a Amazônia O Sínodo para Amazônia foi uma resposta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De acordo com Francisco, “ o objetivo principal desta convocação é identicar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”. Assessoria de Comunicação da Repam
Notas de Falecimento Dom Miguel Fenelon Câmara Filho Comunico, em nome da Arquidiocese de Teresina, que nosso querido Arcebispo emérito Dom Miguel Fenelon Câmara Filho entregou a Deus a sua vida terrena às 15h do dia 28 de junho de 2018. Tendo recebido toda e adequada assistência médica e confortado pela Oração e Sacramentos da Igreja, partiu na paz de Deus após 23 dias de internação. Seu corpo foi velado e sepultado na Catedral Arquidiocesana de Nossa Senhora das Dores. Pedimos a todos que recomendem ao Pai das Misericórdias esse Servo Fiel que pastoreou a nossa Arquidiocese por 16 fecundos anos. A Virgem Maria, por quem nutria lial amor, O apresente ao seu Divino Filho.
Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho Arcebispo Metropolitano de Teresina
Frei Eduardo Albers nasceu aos 18 de dezembro de 1934 em Hamm, cidade da Alemanha localizada na região administrativa de Arnsberg, Estado da Renânia do NorteVestfália, Alemanha. Era lho de Franz Albers e Elisabeth Albers. De família muito católica, desde criança, frequentava a Igreja paroquial de Warendorf, onde surgiu sua vocação. Foi nos encontros de preparação para sua Primeira Eucaristia em 1944 que o confrade sentiu a voz do Senhor que o chamava, já bem cedo, à Vida Religiosa e ao Sacerdócio. O convento dos franciscanos cava a poucos quarteirões de sua casa. La Frei Eduardo foi coroinha de 24 de abril de 1945 até sua Vestição na Ordem dos Frades Menores, aos 19 de abril de 1955. Já naquele tempo, o menino queria ser “missionário”. Fez sua primeira prossão aos 20 de abril de 1956 e a Prossão Solene aos 20 de abril de 1959. Sua ordenação sacerdotal se deu em Paderborn dia 26 de julho de 1961. Comunicações - Franciscanos MA/PI - junho/julho - 2018
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Frei Eduardo chegou ao Brasil aos 09 de dezembro de 1962. Depois de um ano em Belo Horizonte para aprender a língua e fazer a 2ª parte do ano pastoral, foi nomeado pároco da Paróquia São Francisco em Bacabal, onde viveu de 1964 a 1970. Em seguida Pároco de Nossa Senhora da Glória e São Judas Tadeu – São Luis-MA de 1970 a 1973 e da Paróquia de São Raimundo Nonato – Piçarra-Teresina-PI de 1973 a 1979. Frei Eduardo foi um frade apaixonado pelas Sagradas Escrituras. Estudou grego já no Ginásio em Warendorf. Muito cedo aprendeu a ler o Novo Testamento no original, em grego. Por onde passou favoreceu o estuda da Bíblia. Em Bacabal, a partir da proposta de Dona Júlia, a presidente do presídio da Legião de Maria juvenil, fundou um pequeno grupo de jovens para estudos bíblicos, que se reunia uma vez por semana das 17h até 18h e 30m.
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A A S SU N Ç ÃO
MA / PI Frei Lucas Brägelmann, naquele tempo, pároco da Paróquia São José em Lago da Pedra, o convidou para ministrar um curso bíblico às lideranças. Outros convites vieram e o amor às Sagradas Escrituras só aumentaram. Após sua transferência para São Luís do Maranhão em 1970, frei Eduardo manifestou ao então Custódio, Frei Bartolomeu, seu interesse em dar continuidade aos estudos. Assim, o confrade foi enviado ao Oriente Médio para fazer o Mestrado em Teologia Bíblica no Instituto Bíblico Franciscano de Jerusalém de 1978 até 1980. Ao retornar ao Brasil, com o diploma em mãos, foi convidado a lecionar várias disciplinas de Bíblia no Instituto Católico de Estudos Superiores – ICESPI, em Teresina, onde trabalhou de 1982 até 2004.
Frei Eduardo foi também um homem do Acompanhamento Espiritual. Mesmo sem lecionar, continuou por vários anos a escrever e publicar aos seus exalunos e amigos, suas exegeses com o intuito de auxiliar na preparação da homilia dominical. O confrade também dava assistência às Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena, no Centro Memorare em Teresina até quando o irmão corpo o permitia. Religiosamente acompanhava aquelas religiosas nas conssões, direção espiritual, Celebrações Eucarísticas e na amizade a qual sempre foi muito cara a ele. Frei Eduardo entregou sua alma sedenta ao Deus Vivo aos ..... e nós, frades da Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção somos imensamente gratos ao Pai pelos anos que
Nascimento: Vestição: 1ª profissão: Prof. Solene: Ordenação: Chegada ao Brasil: Falecimento: Sepultamento:
Comunicações - Franciscanos MA/PI - junho/julho - 2018
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18/12/1934 19/04/1955 20/04/1956 20/04/1959 26/07/1961 09/12/1962 16/06/2018 18/06/2018
pudemos compartilhar com um irmão tão especial e caro a todos nós! Louvado Sejas, ó Meu Senhor, por nossa irmã, a Morte Corporal, à qual nenhum homem vivente pode escapar: Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua Santíssima Vontade, porque a segunda morte não lhes fará mal. Louvai e Bendizei a Meu Senhor e dailhe graças e servi-o com grande humildade...
Segunda 17 de janeiro de 1978
Ifioretes da Província
De Lagoa do Encontro para Lagoa do Coco. Para a missa, Heriberto escolheu como primeira leitura a Carta aos Coríntios: “Nós somos colaboradores de Deus, e vós sois o campo de Deus!” Como Evangelho, eu abri: “Hoje a salvação entrou no Encontro, pois vós sois Filho de Abraão.!” Depois da missa a chuva começou, de modo que não teve programa para as crianças. Almecy, com os jovens, foi para a escola. Heriberto me convidou para uma tarefa especial: a inspeção do terreno para a futura capela. Duas propostas de doação estavam à disposição: ou o terreno ao lado do cemitério, ou uma praça grande que tinha sido reservada para a escola e igreja. Nós decidimos pela praça aberta, onde demarcamos 40 por 70 metros. Heriberto xou o local e a direção da igreja, e Estanislau perguntou: “Alvenaria ou barro?” – “Barro” – Depois o confrade explicou para mim: “E igreja de barro o povo faz sem ajuda da paróquia. Mais tarde veremos outros planos!”. Depois do almoço tivemos o prazer de fechar nossa casa para um repouso. Hoje tinha tempo para isto. Pelas três horas vieram nossos portadores Geraldo e Filho, para nos levar até a Lagoa do Coco, distância de 9km. Na despedida do Encontro, Estanislau falou: Até o próximo encontro! Durante a viagem, Geraldo falou nos planos de reforma agrária. Nesta região que não é interessante para agropecuária, o governo quer
executar com atraso esta reforma falida, seguindo a lei da menor resistência. A terra é dividida em parcelas de 50 hectares e oferecida para venda em 16 prestações. Acontece que esta terra está toda em mãos de posseiros. Geraldo é um deles que cansou de trabalhar sem jamais melhorar de vida. Ele certou grandes extensões, mas não teria condição de adquirir os documentos desta terra que pela lei seria dele: “Não posso andar toda semana nas repartições em São Luís”. Ao longe ouvimos um barulho que eu não sabia denir. “É um bando de Guaribas,” disso o lho do Geraldo. “Está distinguindo a voz do puxador? Estão rezando o Ângelus.” De fato, era perto das seis horas da tarde. Na Lagoa do Coco, o Secretário Raimundo nos alojou numa casa nos fundos. Não era um palácio, mas diante das suas desculpas nós mentimos com toda convicção; “Está ótimo, Sr. Raimundo”. Depois do banho eu andei pelo povoado até chegar numa casa de farinha. Fiquei olhando dois homens que giravam a grande roda. Uma corta transmite a força para a bola do caititu que raspa a mandioca. No Seminário, eu gostava de usar esta comparação: Nós somos o caititu que descasca os problemas, Deus é a grande roda, e nossa fé é a corda que nos transmite a força. Na hora do sermão, a capela não acabada me inspirou para falar da igreja em construção: “Nós somos pedras vivas!” Mas já que aqui só havia madeira e barro, eu tinha que
falar de outro modo: “O Dirigente é a forquilha do meio, a Catequista é a cumeeira” e assim por diante. As crianças caram para os enchimentos e todo mundo ganhou uma função. “Se um cavaco disser: Eu não sou importante, vou sair do lugar, nós vamos pegar a goteira na cabeça. Cada um é indispensável na construção da Igreja”. – Enquanto eu continuava a falar, vi que todos os olhos estavam xos no calendário do Coração de Jesus que estava na parede: Um lagarto estava no meio escondido atrás da capa, e a julgar pelo rabo podia ser uma cobra. – Antes de dormir mexi na bolsa dos remédios: O que temos para resfriado? Rezei o Salmo adaptado: “Escutai, ó Senhor, a minha tosse, e olhai para o deuxo do meu nariz”. Os ratos corriam pelas travessas. Quando a chuva começou, a goteira deu primeiro em cima do pé esquerdo e depois perto da cabeça. Mas a mudança da rede resolveu o problema. O sono estava fugindo de mim. Eu cava ouvindo o piado de um pinto e não sabia, se era dentro ou fora da capela. Enquanto eu me preocupava com isto, Heriberto e Almecy dormiam há muito tempo. Eles tinham mais sorte com o telhado.
ANIVERSARIANTES Demos graças ao senhor, demos graças junho 05 07 09 10 13 15 16 17 20 27 28 29
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Rubenita Ferreira Sousa Michael Anthony Perry - M.Geral Widson Patrick - Aspirante Leandro de Sousa - Noviço Dom Juarez Sousa Silva Fábio de Sousa - Noviço Dom Jacinto Brito Francisco das Chagas Azevedo James Carneiro de Sá Elencar Clécio Pires de Sá Frederico Zillner João Paulo Andrade Moreira
julho 01 04 12 13 23 26
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Cristóvão Jackson dos Santos Antônio Pacheco Ramos Adolfo Temme Heriberto Rembecki José Alves da Silva Adriano Nogueira Falcão
Agenda do Provincial-2018 junho DIA 02 03 04 a 05 08 - 10 11 12 20 a 22 23 24 27 28 a 30
EVENTO Encontro de formação da ETEF - núcleo de Bacabal Retiro Franciscano Assembleia geral do SEPEM Encontrão Vocacional IV reunião da Marcha Franciscana Viagem para Teresina Reunião de Párocos e Vigários Encontro de formação da ETEF - núcleo de Bacabal Retiro da Marcha Franciscana Arraial do Benfeitores Definitório
LOCAL CEFRAM CEFRAM CEFRAM CEFRAM Lago da Pedra/MA Bacabal -MA CEFRAM CEFRAM CEFRAM Piripiri/PI
julho DIA 02 - 06 03 06 - 07 08 09 a 14 13 14 15 16 - 20 20 21 22
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EVENTO
LOCAL
Curso para Formadores II Petrópolis- RJ V ista aos familiares V isita aos familiares Rio de Janeiro/RJ Retorno para Teresina/PI Retiro da Província com Do m Alfredo CEFRAM Schafller Bispo Emérito de Parnaíba - PI M issa de N. S. de Fátima pelas vocações Igreja São Francisco Reuniãocom equipe central da Marcha Franciscana CEFRAM Celebração Igreja São Francisco V iagem para São Luís/M A Reunião da Marcha Franciscana com a equipeBacabal de CEFRAM Reunião com os escoteiros e equipe de estrutura CEFRAM M issa em Lago do Junco Lago doJunco Encontro com os peregrinos e equipe de apoio L. Junco Encontro com os peregrinos e equipe de apoio L. dos Rodrigues Lago dos Rodrigues M issa em L. dos Rodrigues M issa para os peregrinos, voluntário e todos que colaboraram na Igreja São Francisco realização da marcha Bacabal a L. Dos Marcha Franciscana Rodrigues
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