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Entrevista - Ir. Alan Patrick, C.Ss.R
ENTREVISTA COM Ir. Alan Patrick Zuccherato, C.Ss.R.
Foto: Juan Ribeiro
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Missionário! A AlegriA em ser
Ir. Alan Patrick Zuccherato, C.Ss.R.
São Paulo - SP OMissionário Redentorista da Província de São Paulo, Ir. Alan Patrick Zuccherato, C.Ss.R., fala sobre a identidade do Irmão Redentorista, caracterizada pela memória viva da fraternidade na Comunidade. O apresentador e diretor de programação da TV Aparecida também revela os desafios da comunicação na missão de evangelizar.
“A Paixão do Redentor é meio eficacíssimo para destruir a inimizade e conduzir a alma a grande santidade” São Paulo da Cruz
Qual é a identidade do Irmão Redentorista?
A identidade do Irmão Redentorista está nele que é um religioso, consagrado e vive essa experiência missionária na Congregação, fazendo a opção por ser Irmão. Um elemento fundamental que o caracteriza é ser essa memória viva da fraternidade na Comunidade. Na história da Congregação, desde o início com Santo Afonso, os Irmãos estavam presentes. Quando Santo Afonso e seus companheiros iniciaram o instituto em 1732, na Itália, quem perseverou junto a Afonso foi um Irmão, o Ir. Vito Curzio. Quando os Redentoristas holandeses vieram para o Brasil, na Província do Rio, os Irmãos estavam junto. O grupo de alemães que chegaram em Aparecida (SP) e Trindade (GO) também era composto por Padres e Irmãos. Então, a figura do Irmão é para lembrar essa presença da fraternidade. Não podemos esquecer: a nossa consagração é para a fraternidade! A constituição nº 55 da nossa Regra de Vida diz: é pela Profissão Religiosa que nós nos tornamos Missionários Redentoristas!
Dentro da Congregação, seria essa a principal missão dos Irmãos?
Sem dúvida alguma! Gerar a fraternidade no coração da Comunidade, consagrar-se a cada dia para a fraternidade, ser essa memória viva! Agora, quando nós olhamos o passado e hoje em dia, vemos possibilidades que se alargam para a presença e a atividade pastoral do Irmão. Porque o que vale para o Redentorista, Padre ou Irmão, não é o fazer, e sim o SER Missionário. No passado, o Irmão era aquele que servia dentro da Comunidade, costurava o hábito, trabalhava na cozinha, na portaria, na horta... Irmãos que se santificaram nesse estilo de vida. Hoje, o Irmão tem a possibilidade de estudar outras frentes de acordo com seus dons e com a necessidade da Congregação, preparando-se para bem servir. Atualmente, temos Irmãos formados em Enfermagem, Comunicação, Teologia, Mariologia, Administração etc.
Qual a diferença entre Irmão e Padre?
A diferença está exatamente no aspecto ministerial. Por opção, o Irmão não quis ser Padre. Ele pode estudar Filosofia e Teologia e escolher ser Redentorista na Congregação como Irmão. O que vale para nós é o “ser” Missionário Redentorista; Padre ou Irmão será consequência da missão, não torna ninguém mais qualificado a questão ministerial. O que nos une é muito maior, mas a diferença está neste aspecto. O Irmão não celebra missa nem atende confissões, pois não recebeu o sacramento da Ordem. Mas ele pode fazer uma pregação, animar uma celebração, visitar um doente, servir dentro da Comunidade etc. Enquanto Missionários Redentoristas, não há diferença nenhuma.
Assim como São Geraldo, grande exemplo de Santo Irmão Redentorista, um Irmão pode servir na Comunidade e ser presença da fraternidade! Mas também pode estudar e fazer uma caminhada formativa bonita. É a nossa Congregação aberta nesses novos tempos, qualificando também os Irmãos Redentoristas para a missão!
“Não há duas maneiras de servir o Senhor. Só há uma: servi-Lo como Ele quer ser servido” Madre Teresa de Calcutá
ENTREVISTA
Vamos falar agora um pouco sobre comunicação, uma área na qual o senhor também está inserido! Qual é o papel dos Meios de Comunicação na missão dos Missionários Redentoristas?
Desde os tempos antigos, na nossa Congregação e também olhando os discípulos de Jesus, utilizar-se de todos os meios possíveis para que o Evangelho possa chegar mais longe sempre foi uma prática. Antes de todos os meios, cada pessoa já é comunicação. Nossa Congregação é essencialmente missionária e empregar-se dos meios de comunicação é fazer com que todos recebam o anúncio da Copiosa Redenção, um anúncio de salvação, uma palavra boa, é levar uma palavra de esperança! Mas não é só falar, como nos motivou o Papa Francisco na mensagem do Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, é saber escutar o outro. E não é qualquer escuta! É a escuta com o ouvido do coração. Num caminho sinodal que vive a nossa Igreja, como nós precisamos dos meios de comunicação! Através deles, queremos fazer a mensagem do Evangelho de Jesus chegar mais longe; isso é missão! A Rádio Aparecida, que tem 71 anos de existência, é um grande exemplo de catequista do povo brasileiro pelos meios de comunicação. Destaco a atuação do Servo de Deus Pe. Vítor Coelho, que se comunicava de forma simples, missionária, contava com uma equipe valorosa, tinha uma atenção especial com a fé, com a catequese, a pregação missionária e também uma preocupação sanitarista.
Qual é o maior desafio em evangelizar através dos Meios de Comunicação?
Hoje, em um contexto de tanta polarização, os meios de comunicação querem garantir a democracia. Olhando para dentro da Igreja, observamos as divisões, as fake news. Queremos utilizar os meios de comunicação para levar uma palavra verdadeira que liberta. As mudanças são muito rápidas e levar essa palavra de que Deus te ama e te quer bem é um desafio. E estamos falando com muitas pessoas que nem acreditam mais, porém, não podemos deixar de anunciar essas verdades da fé. As mídias têm um papel importantíssimo nessa formação de consciência crítica, religiosa, missionária e de profetismo, sem o qual nós não vamos conseguir fazer uma comunicação em sinergia, eclesial e no espírito da nossa Congregação: Redentoristas para uma ação salvífica!
Como o senhor vê a comunicação Redentorista com o processo de reestruturação?
Sem comunicação nós não vamos fazer essa reestruturação acontecer. Como dizia o velho Chacrinha: “Quem não comunica se trumbica”. Quantos meios Jesus, o comunicador perfeito, usou?! E não fez isso sozinho! Necessariamente, esse espírito passa por uma conversão de mentalidade e de coração. Para que haja essa conversão, é preciso se comunicar, se relacionar com o outro. A nossa obra missionária é essencialmente comunitária!
O senhor faz parte da Subcomissão de Mídias da nova Unidade Redentorista RJ-SP-BA. Poderia nos contar como andam as atividades do grupo?
A Subcomissão de Mídias foi criada em 2019 e é constituída por mim – Ir. Alan (Província de São Paulo), pelo Pe. Vilmar (Vice-Província da Bahia), Pe. Sérgio (Província do Rio) e Pe. Rosivaldo (Vice-Pro-
víncia da Bahia), representando a Comissão Central. Desde então, o grupo tem feito reuniões presenciais e online. Para 2022, está programado o Encontro das Mídias das três Unidades (RJ-SP -BA), de 26 a 29 de setembro, em Aparecida. Reconfigurar é a figura que eu faço com o outro de novo! Como isso está reconfigurado em nosso coração? Durante as reuniões da Subcomissão de Mídias, apontamos três aspectos fundamentais. O primeiro é dar-se a conhecer, onde fizemos um levantamento de todos os meios de comunicação em nossas Unidades a fim de proporcionarmos a interação. Conhecendo nossos confrades e leigos à frente da comunicação, queremos apontar rumos. Pensando numa reflexão: quais são as novas tendências da Evangelização pelos meios de comunicação e o que nossas mídias Redentoristas precisam conhecer e não podem falhar para o anúncio de Jesus?
Como é o seu trabalho na TV Aparecida?
Eu cheguei na TV em 2019, quando o Superior Provincial, Pe. Marlos, me pediu para integrar o Conselho Diretivo e atualmente estou na função de Diretor de Programação. Aceitei a proposta pois temos uma equipe de leigos fantástica, com competência técnica para trabalhar e aprender com eles tudo o que é novo nessa área. O Conselho, formado pelos confrades Redentoristas, se reúne semanalmente para pensar os rumos da Rede Aparecida de Comunicação (rádio, TV e portal A12), onde trocamos experiências e planejamos ações.
A Direção de Programação da TV Aparecida está ligada a tudo que constitui a grade de programação: pensar os programas, receber propostas novas, inclusive comercialmente, videografismo, criação de merchandising etc. Tudo o que colocamos no ar, precisamos analisar em três aspectos: audiência, faturamento e prestígio. É um desafio e uma responsabilidade enorme! A TV Aparecida tem em sua missão, visão e valores o aspecto de celebrar a fé diariamente e ter o prazer de estar com os telespectadores, afinal, a marca missionária é a alegria! Não podemos esquecer que nosso trabalho é comunitário e temos um compromisso evangelizador.
Qual mensagem o senhor deixa para os leitores do AKIKOLÁ?
Desejo que vocês sejam muito felizes em suas vidas e escolhas. Em tempos tão difíceis que enfrentamos com a pandemia e com as diversas realidades feridas, a palavra é de esperança! A Palavra de Deus nos diz: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações” (Rm 5,5). Então, é com coragem, ânimo e pensamento positivo que desejo a você, querido leitor, que possa seguir em frente em sua caminhada. Confiança em Deus na proteção de Nossa Senhora, passo a passo, sempre em frente, mesmo que venham os ventos contrários. Lembrem-se: depois da tempestade, vem a bonança! Nesse espírito de confiança, vamos saber viver bem. Aquilo que é muito próprio das Santas Missões Populares Redentoristas: unidos em Cristo, com Maria, para viver e crescer em comunidade, construindo um mundo mais fraterno para todos.
Brenda Melo Jornalista