SABER VIVER Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos pessoas.
o
coração
das
Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo. É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta, Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar. (Cora Coralina)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 1
HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Pró-Viver foi instituído a partir de um grupo de pessoas, cuja proposta de trabalho era atuar na defesa e preservação do meio ambiente, bem como apoiar movimentos e organizações que proporcionassem melhoria das condições de vida aos habitantes do município, priorizando regiões mais necessitadas. O estatuto foi elaborado no ano de 1990 e foi registrado em Cartório de Registro Civil em 07 de maio de 1992. No entanto, durante a execução de seus trabalhos, a diretoria do PróViver, atenta ao agravamento da questão social, se manifesta principalmente pelo aumento da pobreza, decidiu ampliar sua área de atuação, assim como delimitar melhor o público alvo de suas intervenções. A nova proposta de trabalho consiste em contribuir com a execução de políticas públicas de Assistência Social da Criança e do Adolescente em caráter suplementar, conforme preconiza a LOASLei Orgânica de Assistência Social e o ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente. Nesse sentido, no ano de 2002, o Pró-Viver procedeu a alteração do Estatuto do Projeto, incorporando em seus artigos a implementação de programas e atividades de Assistência Social, com enfoque educativo, de modo que os serviços são gratuitos e continuados, destinados ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de pobreza, vulnerabilidade e ou risco pessoal, social. Estas mudanças estatutárias foram efetuadas e registradas em cartório em 29 de outubro de 2002. No decorrer do mesmo ano o Pró Viver iniciou seus trabalhos nesta nova modalidade de atendimento, com apenas 7 crianças numa sala emprestada e, hoje, atende 413 crianças e adolescente, numa sede própria. Essa sede possui quinze salas e cinco banheiros, passou por uma ampla reforma e na sua área foram construídos um galpão, um refeitório e uma cozinha. Destacamos ainda a aquisição de um lote limítrofe a atual sede do Projeto, destinado a construção do Centro Cultural Paulo Marcson Amaral Araújo, sendo que o mesmo encontra-se
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 2
em fase de conclusão de suas obras. Nesse centro cultural funciona uma sala de cinema, com capacidade de 150 pessoas e salas destinadas a realização de oficinas diversas de arte e cultura, produção de áudio-visual e informática, dentre outras. Essas crianças e adolescentes assistidos pelo Pró-Viver permanecem na entidade por 04 horas/dia, de segunda a sexta-feira e alem da participação nas atividades sócia educativas, recebem duas refeições diárias. Os critérios para atendimento são: estar matriculado na rede de ensino pública e renda familiar até três salários mínimos. As crianças são moradores dos bairros Santa Cruz, Guanabara, Campos Elíseos, Vila Kennedy, Paulo Camilo, Petrovale, Cruzeiro e PTB. De acordo com o Diagnóstico da oferta e demanda dos serviços alternativos para crianças e adolescentes do Município de Betim, realizado em 2005 pela PUC/Minas/Betim em parceria com o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente CMDCA/Betim e financiado pela Petrobrás e outros parceiros, verificamos o seguinte: “Identificou-se que a faixa etária de maior risco social em função de ser a que engloba o momento da iniciação ao uso de drogas licitas e a de maior risco de uma gravidez indesejada, é a que vai dos 09 aos 16 anos de idade. Do total população em maior risco social, apenas 16,5% dos jovens entre 06 e 17 anos são atendidos de alguma forma pelos serviços alternativos já ofertados, ou, dito de outra forma, a rede atual deixa a margem do atendimento ofertado 83,5% desse público, ou seja, aproximadamente 82, 320(oitenta e dois mil, trezentas e vinte) crianças e adolescentes.” As ações propostas pelo Projeto Vida e Verde, visam justamente atender a esses adolescentes em situação de risco pessoal e social em uma região de periferia com alto índice de violência e grande déficit de assistência. A expressão artística cultural associada à orientação psicossocial ocupa um lugar privilegiado na formação grupal do adolescente, é uma prioridade para combater o crescente aumento da violência nessa fase da vida. É comum que se pense primeiro, em empregar esse jovem, mas há que se pensar, paralelamente, na formação humana
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 3
que é um patrimônio inseparável do individuo capaz de torná-lo um sujeito ativo, dono de uma visão crítica que lhe permita intervir positivamente no meio social em que vive. Principais oficinas desenvolvidas atualmente são: judô, oficina de orientação de atividades escolares, cerâmica, capoeira dança técnica, trompete, percussão, flauta, danças populares, edição de vídeo e jornalismo, violão, informática, cinegrafia, cinema pra viver, teatro, circo, esporte, papel marche, cestaria, tear-chileno, áudio visual, assistência social e psicologia com trabalho de prevenção (gravidez e doenças sexualmente transmissíveis), atendimento individual e de grupo.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 4
PROJETO TRANSFORMAÇÃO
A integração entre Arte e a Psicologia no contexto terapêutico é recente, mas tem proporcionado um resultado científico em relação à avaliação de alguém por meio de sua produção artística. A arte terapia é realizada no Pró-Viver desde maio de 2007, pela psicóloga Maysa de Oliveira e Almeida e o ceramista Sergio Miguel de Souza. Foi iniciado com o trabalho Igualdade na Diversidade como meio de expressão para os processos de transformação da pessoa. Um meio de relacionar a expressão verbal e a não verbal através de oficinas de cerâmica em que o fazer artístico é reconhecido como possibilidade terapêutica, condutor de novas aprendizagens e desenvolvimento do potencial criativo. O tema proposto veio justamente trazer uma reflexão para contrapor o sistema em que nos vivemos, onde é colocado um padrão desrespeitando a beleza da singularidade de cada ser humano. No ano de 2010 o Projeto Transformação visa trabalhar com as crianças e adolescentes e despertar talentos, habilidades manuais é de proporcionar uma discussão sobre os conflitos familiares, existenciais. Produção de placas de cerâmica vitrificada representando as oficinas do Pró-Viver e seu auto-retrato. Participam do projeto 60 alunos (09 a 15 anos) divididos em 10 oficinas. O primeiro passo do Projeto Transformação foram os alunos pesquisarem e escreverem sobre as oficinas oferecidas pelo Pró-Viver. Alguns professores conversaram e explicaram para os participantes do funcionamento das oficinas, dados históricos e marcantes para o desenvolvimento e crescimento das
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 5
profissões. O professor Adão passou um vídeo da história da capoeira desmistificando o pré-conceito que existe.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 6
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 7
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 8
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 9
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 10
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 11
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 12
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 13
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 14
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 15
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 16
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 17
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 18
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 19
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 20
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 21
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 22
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 23
Após a pesquisa desenharam no papel antes de reproduzir para a placa de cerâmica.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 24
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 25
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 26
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 27
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 28
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 29
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 30
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 31
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 32
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 33
Com os desenhos prontos os participantes aprenderam técnicas e formas de se trabalharem com a cerâmica. Cerâmica é a argila (barro) Os seus principais elementos constitutivos são a sílica e o alumínio. Há milhares de anos já se faziam objetos de argila. A Cerâmica é uma atividade que mantém inalterável, até hoje, os seus principais fundamentos: obter a argila, moldar, secar e queimar. São inúmeros os tipos de argila existentes. Algumas são usadas para confeccionar telhas, tijolos, manilhas, vasos de plantas etc; outras para confeccionar pisos, azulejos, objetos etc; outras para a chamada louça branca usada principalmente em banheiros- pias, vasos sanitários etc; e outras para a chamada cerâmica artística - artesanal - objetos utilitários, objetos decorativos, esculturas etc A argila existe em toda superfície terrestre. Alguns tipos são encontrados a céu aberto e outros em minas subterrâneas.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 34
A argila quando retirada da natureza geralmente contém corpos indesejáveis, impurezas, e por isso necessita ser beneficiada através de processos mecânicos e químicos. Se for conveniente podem ser acrescidos ou retirados elementos de sua composição para usos específicos e regular sua plasticidade (ocorrência de rachaduras e esfarelamento). Argila para ser trabalhada Tem que estar úmida, maleável. Se for acondicionada num invólucro de plástico grosso, hermeticamente fechado, sua conservação se dará por longo período de tempo. Aberta a embalagem, a argila deverá ser mantida envolta em plástico e armazenada em recipiente fechado e em lugar fresco. Se isto não ocorrer seu endurecimento se dará em pouco tempo, dificultando seu uso e manuseio. Caso a argila endureça ela pode ser reciclada sem que perca suas características originais. Para tal deixa-se secar completamente e, em seguida, coloca-se o material, quebrado em pequenos pedaços, num recipiente, cobrindoo com água. Após alguns dias, a massa resultante, já completamente amolecida, pode ser posta para secar sobre uma placa de gesso ou de madeira. No entanto precisa ser bem amassada para ficar novamente pronta para o uso. A reciclagem de grandes quantidades pode ser feita com um equipamento chamado Maromba.
Reciclagem
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
Maromba
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 35
Amassar o barro O trabalho com argila requer que seja bem amassada, com as mãos, ou mecanicamente, para compactar e eliminar todas as bolhas de ar existentes em seu interior. As bolhas poderão fazer com que a peça exploda dentro do forno, durante a queima, como também podem provocar rachaduras em peças que estejam secando. Pode-se também amassar o barro, jogando-o sobre uma superfície lisa repetidas vezes. Não se deve esquecer que Bater o Barro é uma etapa da preparação que não pode deixar de ser realizada
Placa
A técnica utilizada foi a placa e o desenho sobre ela. Para fazer placa consiste em espalhar, com um rolo, uma porção de argila sobre uma superfície lisa, compactando-a. Deve-se cobrir a argila, com um tecido ou plástico, para que não grude no rolo.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 36
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 37
E utilizar a gabarito para cortar e padronizar as placas.
Gabarito
Corte
Os alunos transcreveram suas pesquisas para as placas.
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 38
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 39
Utilizando as ferramentas de acabamento e construção.
Ferramentas de acabamento
Ferramentas de construção
Secagem As peças de cerâmicas, depois de prontas, devem ser colocadas para secar em local ventilado sem a incidência direta dos raios solares, para que não empenem nem rachem. É conveniente escolher um local sem corrente de ar para que as partes mais expostas não sequem mais rapidamente do que as menos expostas. O processo de secagem deve ser o mais lento possível, inclusive com as peças moldadas com barro magro e, também, com as que se tenha adicionado argila refratária. Não é recomendável colocar peso em cima de uma placa para evitar empeno. Isto porque a água contida no barro acaba saindo pelas arestas laterais que secam primeiro, podendo provocar rachaduras. Para retardar a secagem de uma peça deve-se envolvê-la em saco plástico, jornal ou pano úmido e colocá-la em lugar protegido para que a umidade se conserve por mais tempo. Este artifício costuma ser aplicado quando o término da confecção de uma peça, por quaisquer razões, tem que ser adiado para outra oportunidade.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 40
Fornos Os fornos usados nas queimas podem ser a lenha, elétricos ou a gás. Há inúmeros tipos e tamanhos para todas as necessidades. Encontram-se no mercado fornos elétricos cujo isolamento é feito com manta cerâmica, e por isto são menores, mais leves e ocupam menos espaço, facilitando enormemente uma futura mudança do local de instalação.
Os fornos feitos com tijolos refratários são muito mais pesados e ocupam muito espaço físico, tornando bastante complexa uma possível mudança de local de instalação.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 41
Queima A primeira queima é denominada biscoito. Serve para transformar a argila em cerâmica, tornando-a permanentemente dura. Geralmente eleva-se até 800/900o C. Esta queima deve ser bem lenta no seu início para que não haja risco das peças racharem ou empenarem, face a grande quantidade de água existente na argila até atingir 200o C. No final do cozimento constata-se uma diminuição, encolhimento, de mais ou menos 10% em seu tamanho e volume, ficando a peça porosa e não impermeável. Uma queima cuidadosa de biscoito dura cerca de oito horas e deve-se aguardar, pelo menos, outras oito horas para abrir totalmente a porta do forno, sob o risco das peças racharem em decorrência do choque térmico.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 42
Eliminação, durante a queima de biscoito, de água contida no barro O calor produzido pelo forno atua sobre a peça cerâmica de fora para dentro, ao contrário da evaporação da água que ocorre de dentro para fora. Já que a camada externa da peça seca mais rápido do que a interna ela se contrai primeiro, fechando os poros da argila. Isto dificulta a saída da água de seu interior, ocasionando uma tensão de sentido contrário: do interior para o exterior que pode ocasionar danos. Deve-se notar que se a temperatura do forno subir rapidamente, no início da queima, a camada externa irá se deformar (empenar) e rachar, em razão da argila conter muita água. Isto é que justifica a recomendação de que a queima de biscoito deva ser bastante lenta do seu período inicial - até atingir 200 graus aproximadamente. Existem artifícios para tornar o barro mais magro, com menos água na sua composição. Um deles é adicionar argila refratária à massa cerâmica. Com esta medida o barro vai se tornar mais poroso facilitando a saída da água durante o cozimento. Na indústria resolve-se este problema fazendo a secagem numa atmosfera úmida. A peça depois de aquecida é transferida do ambiente interior mais quente para o exterior mais frio. Isto induz a saída da água já que a camada exterior irá resfriar-se mais rápido do que a interior.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 43
Terminada a queima Há a necessidade de que o resfriamento das peças se dê paulatinamente durante, pelo menos, o mesmo tempo de sua duração. Só após a temperatura baixar até cerca de 200o C é que se poderá entreabrir a porta do forno. Passada uma hora, aproximadamente, pode-se iniciar a retirada das peças que, mesmo assim, ainda estarão bem quentes. O uso de luvas é recomendado para o manuseio, nesta ocasião. OBS. Se este procedimento não for obedecido (resfriamento lento) há o risco das peças racharem ao ocorrer o choque térmico - encontro com a atmosfera exterior mais fria. A segunda queima ou queima de esmalte (vidrado) Feita em temperatura mais alta do que a de biscoito. Ao contrário desta, seu final, deve ser lento para que haja tempo do esmalte fundir-se completamente. É o momento em que a peça obtêm sua cor definitiva. Caso se utilize um esmalte transparente só será realçada a cor da argila. O vidrado torna a peça impermeável ficando a superfície bem lisa. Nesta queima pode-se usar esmaltes de alta (+ de 1200 graus C); média (até 1200 graus C) e baixa (até 1100 graus C).
Queima de Raku O Raku - técnica de queima cerâmica, surgiu, de acordo com a tradição, no século XVI, em Kioto–Japão, através das mãos do mestre ceramista Chojiro, ao realizar taças para a cerimônia do chá ("cha-no-yu"). Era um costume medieval japonês, para os grandes senhores feudais, oferecer a cerimônia do chá. Aplicado inicialmente na decoração de peças utilizadas na cerimônia do chá, o Raku, com o trabalho dos sucessores de Chojiro, tais como Tokunyu (séc. XVII) e Keinyu (séc. XIX) atingiu perfeição inigualável.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 44
Foi o ceramista inglês Bernard Leach o primeiro a introduzir esta técnica no Ocidente em 1920, mas deve-se ao ceramista americano Paul Soldner o fato de ela se ter tornado verdadeiramente popular. Paul Soldner introduziu a redução após as peças serem retiradas do forno e transformou a queima Raku num acontecimento. O Raku difundiu-se no mundo Ocidental sofrendo pequenas alterações de criação artística moderna, sempre em busca de novidades e efeitos diferentes. Trata-se de uma complexa alquimia onde intervêm os quatro elementos (terra, fogo, água e ar), da qual resultam peças únicas, sempre maravilhosas e que possuem características de cor e textura que as distinguem de todas as outras técnicas cerâmicas. Em síntese a técnica consiste em, após a queima de "biscoito" - 1ª queima, aplicar vidrado, fazer uma 2ª queima onde o corpo cerâmico é retirado do fogo e quando o vidrado estiver incandescente, jogar a peça em um recipiente com materiais que possam ocasionar a redução (serradura, palha, papel, etc.) provocando assim uma atmosfera redutora (ausência de oxigénio) e alterando as cores dos vidrados e escurecendo o barro.
1º Queima de biscoito
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 45
Tintas
Aplicação de vidrado
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 46
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 47
Forno
Recipiente com serragem
Retirada das peças do forno Após algum tempo em redução a peça é retirada e esfriada repentinamente em água. O processo da queima dura aproximadamente 1 hora.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 48
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 49
O resultado final de uma peça de Raku tem sempre um lado imprevisível e, por isso, cada peça é única. O acompanhamento direto a todas as etapas encanta os envolvidos.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 50
Ao termo Raku pode-se dar o significado de: alegria, prazer, satisfação, felicidade, satisfação, libertação ou tão simplesmente o gozo de trabalhar esta técnica de cerâmica. Os alunos da oficina de jornalismo acompanharam o processo de produção de placas dos alunos com fotografias, filmagens e entrevistas.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 51
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 52
Funcionários e professores participaram do projeto confeccionando as placas representando sua profissão.
Geraldo Magela Lara (Fundador do Proviver)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 53
Denize de Fátima Carvalho (Coordenadora)
Otávio Augusto Cotta (Professor de violão)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 54
Fabrício Rodrigues Muniz (Professor de musicalização)
Ecilene Roque Ricardo – Cida (Auxiliar de Serviços)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 55
Miracy Santos Batista (Auxiliar de Cozinha)
Maria do Carmo Souza (Auxiliar de Serviรงos)
P R ร - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Pรกgina 56
Adelson Coelho (Professor Dança Contemporânea)
Fábio de Souza (Professor de Flauta Doce)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 57
Valdo Martins Borges (Professor de Teatro)
Frederico Alves Ferreira de Souza (Professor de Arte Circense)
P R Ă“ - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
PĂĄgina 58
Valdimar do Nascimento Alves (Técnico da Informação)
Margareth Aparecida de Melo (Assistente Social)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 59
Sheila Regina Pereira (Administração)
Gabriel Felipe Pereira Coelho (Oficce Boy)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 60
Adão Assis Alves Rodrigues (Instrutor de Capoeira)
Deivid Delano Almeida (Professor de Dança Contemporânea)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 61
Marcelo Cattaneo (Coordenador)
Claudiane Maria de Almeida (Professora de Reforรงo)
P R ร - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Pรกgina 62
Ezequiel Alves Lima (Instrutor de Judô)
Marcílio Jésio Vieira (Professor de Reforço)
Daniela Pessoa (Jornalista)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 63
Maysa de Oliveira e Almeida (Psicóloga Social)
Sérgio Miguel de Souza (Ceramista)
Urlen Aparecido dos Santos
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 64
Vandré Freire Enok (Esporte)
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 65
A arte cerâmica e as psicoterapias juntas utilizam a expressão artística como instrumento terapêutico.
Os diversos meios utilizados permitem ao inconsciente expressar-se e revelar aquilo que até então não era consciente, facilitando e enriquecendo o processo terapêutico. Recorrer às metáforas e ao simbólico através da expressão artística permite aos alunos com alguma resistência a expressão verbal, uma possibilidade de mostrarem os seus sentimentos de uma maneira alternativa e de certa forma divertida, facilitando assim uma reparação das problemáticas. A Arte terapia é similar aos processos terapêuticos psicanalíticos, porque em sua metodologia utiliza-se em parte a livre associação das idéias e a expressão espontânea. O objetivo é através do contato com a argila desenvolver a percepção, criatividade, auto-estima e sua vivência em grupo. É a arte ilimitada unida ao processo terapêutico, que transforma a Arte Terapia em uma técnica. A Arte Terapia resgata o potencial criativo do homem, buscando o psique saudável e estimulando a autonomia e transformação interna, para reestruturação do ser. O recurso da arte aplicado a psicoterapia originou-se quando Jung passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma de atividade criativa e integradora da personalidade. “Arte é a expressão mais pura que há para demonstração do
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 66
inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade é vida” (Jung, 1920). Partindo do princípio, de que muitas vezes não consegue-se falar de conflitos pessoais, a Arte Terapia possui recursos artísticos para que sejam projetados e analisados, todos esses processos, obtendo uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhado no intuito de uma libertação emocional. É através da expressão artística que o homem consegue colocar seu verdadeiro ser maneira mais pura e direta que possa existir. Uma obra de arte, consegue por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal, relacionadas ao estado espiritual que encontra-se o autor no momento da confecção. A Arte terapia tem como objetivo, favorecer o processo terapêutico, de forma que o indivíduo entre em contato com conteúdos internos e muitas vezes inconscientes, que foram barrados por algum motivo expressando assim sentimentos e atitudes, até então desconhecidos. A utilização de recursos artísticos (pincéis, cores, papéis, argila, cola, figuras, desenhos, recortes...) tem como finalidade, a mais pura expressão, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo pessoal implícito em cada criação e explícito como resultado final.
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 67
PARTICIPANTES
Ângela Rethende Andre Clintor Ana Clara Gomes Duarte Bianca Aganetti de Souza Brenda Fernanda Bruna Gabriele do Vale Cleiton Sicero Caroline Maria da Silva Cristiara da Silva Colares Daiane Cristine M. Ferreira Daniela Fabiana Medeiros Pereira Daniela Farana Daniel Henrique Daniel Ferreira Carneiro Deryck Rhithe Danilo Alves Estefane Poliana Fernanda Sousa Gabriel Sousa Geisielly Garcia Silva
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 68
Hilarry Barbara Jéssica Luisa Jéssica Lorraine de Lima Martins Jefferson Souza Melo João Victor Damasceno Jordana Nicolau de Oliveira Keissy Kelly Larissa Daniele Larissa Miranda da Silva Larissa Sousa Brito Letícia Vieira Luna Magalhães Lucas Kelvyn Mayra Cristina Almeida Mota Matheus Augusto Barbosa S. Ferreira Mateus Henrique Maysa de Oliveira e Almeida Nathalia Gabriela Souza Silva Natheler Caroline Nathanielle Guimarães Santos Pedro Henrique Ferreira Sabrina Flávia da Silva Custódio
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 69
Stefhanie Talia Stefany Orequio Tamires Araújo Ribeiro Paulo Henrique Paloma Ferreira Costa Pedro Henrique Ferreira dos Santos Péricles M Portes Teixeira Pinto Rafael Costa Rayane Infantino da Cruz Rilare Barbosa Sabrina Flávia da Silva Custodio Sarah Alves Sergio Miguel de Souza Tamires Araújo Ribeiro Tiffany de Almeida Vitor Ferreira Vitor Ferreira Custódio Wanderson Viana Pereira Willian Martins de Almeida
P R Ó - V I V E R
A v .
P a d r e
A i r t o n
F r e i r e
d e
L i m a
8 1
G u a n a b a r a
B e t i m
Página 70