Psy changeling 13 shield of winter

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Tradução e Revisão


Assassino. Soldado. Arrow. Isto que Vasic é, que ele sempre será. Sua alma encharcada em sangue, a consciência pesada com tudo que tem feito, ele existe nas sombras, longe da esperança que o seu povo quase pode tocar, se eles apenas não se afogassem primeiro na loucura assassina de um contágio letal. Para parar a onda de morte, Vasic deve completar a missão simples e mais difícil de sua vida. Pois para que a raça Psy possa sobreviver, os empatas devem despertar… Tendo reconstruído sua vida depois do “tratamento” médico que violou sua mente e tentou sufocar suas habilidades, Ivy deveria ter fugido do Arrow vestido de preto com olhos de inverno gelado. Mas Ivy Jane nunca fez o que deveria. Agora, ela lutará por seu povo, e por esse Arrow que permanece como seu escudo vivo, ainda que acredite que ele esteja além da redenção. Mas quando o mundo recorre a gritante carmesim, até mesmo a vontade feroz de Ivy pode não ser capaz de salvar Vasic da escuridão fria…


Estilhaçado O PROTOCOLO DO SILÊNCIO tem sido o aspecto definidor da raça Psy por mais de cem anos. Condicionados a não sentirem emoção desde a infância, eles são conhecidos por sua praticidade glacial, habilidades mentais agudas, e adesão a códigos rígidos de comportamento. É tudo que eles conhecem e tudo que eles têm sido desde o começo do Protocolo... Até agora. O crepúsculo de 2081 será sempre lembrado como a época em que o Silêncio caiu em um impacto de violência brutalmente controlado pelas furiosas habilidades dos mais poderosos Psy na Net. Com a queda vem um silêncio em todo o mundo, quando a raça Psy busca entender quem são nesta nova realidade onde a emoção não é um crime castigável por uma cruel psíquica lavagem cerebral, e o coração não é mais um órgão simplesmente usado para bombear sangue. Porque embora o Silêncio fosse uma construção profundamente falha, ela existiu por uma razão. Insanidade, morte sangrenta, agressão assassina, isto é o que os Psy eram antes do Silêncio. Nenhuma outra raça, dizem, criou mais cruéis, mais inteligentes, ou mais sádicos serial killers. Mas pior era a garra da loucura que destruiu tantos deles, santos e pecadores igualmente, até que se tornou conhecido como o outro lado da moeda dos seus dons psíquicos incríveis. O passado é o futuro deles? A raça Psy mais uma vez se transformará em pesadelo infinito? Ninguém pode responder essa pergunta. Não ainda.


Capítulo 1 Ser um Arrow é ser uma ilha, desprovido de apegos que criam vulnerabilidade. Primeiro Código dos Arrows

Não sobrou nada do homem que ele tinha sido. Vasic olhou pela parede de vidro na sua frente quando a luva computrônico biologicamente fundida ao seu antebraço esquerdo zumbiu quase silênciosamente no modo de diagnóstico que ele iniciou. Negro lustroso, a nova invenção permanecia relativamente instável, apesar do refinamento constante e contínuo pelos médicos e técnicos, mas Vasic não estava preocupado sobre sua vida. Ele não se preocupou com algo por muito tempo. A princípio tinha sido seu condicionamento sob o Silêncio que o manteve frio, as emoções geladas. Agora, como o mundo dirigia os primeiros dias de um ano novo, ele estava além do Silêncio e em um entorpecimento tão vasto, que era um infinito acinzentado. A única razão que ele continuava a acordar de manhã era pelos outros, aqueles no esquadrão que ainda tinham alguma esperança de uma vida normal. Era muito tarde para ele, suas mãos permanentemente manchadas com sangue das incontáveis vidas que tinham tomado em busca de um mandato que se provou falso de um modo muito feio. — O que é isso? — Ele disse ao homem vestido com um uniforme de combate preto que tinha acabado de entrar na área comum do Comando Central Arrow. Nenhum deles era sociável, mas eles mantiveram este espaço, tendo aprendido por experiência amarga que até um Arrow não podia sempre andar sozinho. Hoje a sala estava vazia com exceção dos dois. — Krychek tem uma teoria. — Aden veio ficar ao lado de Vasic, os olhos escuros na vista além do vidro. Não era do mundo exterior – os Arrows eram criaturas da sombra, e assim eles viviam nas sombras, sua sede enterrada no subterrâneo em um local inacessível para qualquer um que não conhecesse as rotas e códigos corretos. Até um teletransportador precisava de uma fechadura visual, e não existia imagens do Comando Central Arrow em qualquer lugar do mundo, não em qualquer banco de dados, não na PsyNet, em nenhuma parte. O que tornou ainda mais notável que Kaleb Krychek tenha demonstrado a habilidade de se transportar ao HQ quando o esquadrão contatou ele pela primeira vez. Porém, apesar da natureza subterrânea da base do esquadrão de operações, no outro


lado do vidro havia um amplo espaço verde cheio de árvores, samambaias, até uma piscina aparentemente natural, a área banhada em simulada luz solar que mudaria para luar quando o dia terminava. Tinha sido difícil adquirir aquela tecnologia sem levantar suas mãos – os lobos SnowDancer eram proprietários de sua tecnologia, normalmente instalavan eles mesmos. Mas o esquadrão conseguiu, porque aquela luz era tão necessária à sua sanidade e saúde física como o pedaço capturado do mundo exterior em que isso brilhava. — A teoria de Krychek, é sobre a doença na Net, — adivinhou Vasic, ciente que os quebrados resquícios do fanático PurePsy e as esporádicas novas erupções de violência não obstante, esta era a ameaça mais perigosa, enfrentando sua raça. — Você viu os relatórios. — Sim. — A doença, a infecção, estava se espalhando em um ritmo fenomenal, ninguém poderia ter predito. Enraizada na estrutura psíquica que conectava todos os Psy no planeta, exceto os renegados, ela tinha o potencial de devastar sua raça... Porque ser Psy era necessitar do biofeedback fornecido por uma rede psíquica. Agora esse mesmo vínculo podia muito bem estar bombeando veneno diretamente em seus cérebros. Existiam alguns que cochichavam que a queda do Silêncio um mês antes foi acelerado, mas Vasic não acreditava ser a verdade – a decadência estava profundamente integrada na PsyNet. Teve mais de um século para crescer, alimentando-se na suprimida energia psíquica de todas as emoções escuras e retorcidas que a sua raça buscou abafar. — A teoria do Krychek? Aden, as mãos cruzadas levemente atrás das costas, disse, — Ele acredita que os empatas são a chave. Os empatas. Uma ideia inesperada de Kaleb Krychek, quem muitos consideraram o epítome do Silêncio... Mas isso era uma verdade falsa, que toda a Net aprendeu quando ele abaixou o escudo em torno do vínculo adamantine que o ligava a Sahara Kyriakus. Claro, era uma verdade falsa só quando se tratava de Sahara Kyriakus. Esse era um fato que Vasic não achou que todo mundo compreendia, e isso era uma crítica. Kaleb Krychek permaneceu uma ameaça letal. — Krychek, — continuou Aden, — teoriza que o fato dos empatas serem tão predominante na população fala de sua necessidade em modos sutis que nós nunca compreendemos. Sufocando suas habilidades teve, assim, um efeito de fluxo perigoso. Vasic viu a lógica – empatas poderiam ter estado publicamente apagados a Net, mas todo Arrow sabia que a designação E nunca foi rara. Exceto uma vez. Suas habilidades ligadas a emoção contrárias aos próprios fundamentos do Protocolo, os Es tinham sido sistematicamente eliminados do conjunto genético nos anos depois que o Silêncio foi implementado pela primeira vez, só para o Conselho governante perceber quase tarde demais que estava tentando extirpar um órgão vital.


Ninguém verdadeiramente entendia por que a Net precisava dos Es, mas era irrefutável que precisava. O Conselho que chegou primeiro cara a cara com aquela verdade tinha chamado isso de Conceito de Correlação – menor número de E-Psy na população, maiores os incidentes de psicopatia e insanidade. No entanto, enquanto a geração atual de Es poderia ter tido permissão para nascer, eles nunca teriam permissão para ser, condicionados a reprimirem suas habilidades desde o nascimento. — Krychek considerou o fato que não poderia ser um caso de apenas despertar os Es? — Sim. Você vê o problema crítico. Era inevitável – se os empatas tinham que fazer algo ativo para negar a infecção, então a raça Psy poderia muito bem desintegrar em cinzas, porque não havia ninguém para ensinar os Es o que fazer. Quando o Conselho governante da época aceitou seu engano na tentativa de abater os Es do conjunto genético, todo os anciões estavam mortos e as informações sobre suas habilidades tinham sido apagadas de todo arquivo conhecido. — Quantos? — perguntou Vasic, sabendo que eles não poderiam simplesmente começar a cutucar os empatas para despertar em um grande nível. Suas mortes quase desmoronaram a PsyNet. Ninguém sabia o que aconteceria se eles despertassem todos de uma vez, desorientados e incapazes de controlar suas habilidades. — Um grupo de teste de dez.— Aden lhe enviou por telepatia a lista. Examinando, Vasic viu que os Es pré-selecionados eram todos de Gradiente alto, de cardeal até 8.7. — Não, — ele disse, antes de Aden poder fazer o pedido. — Eu não vou recuperá-los. — Você não tem que recuperar todos. Só um. — Não, — disse Vasic novamente. — Se Krychek deseja sequestrar empatas, ele é capaz de fazer ele mesmo. — Vasic já não estava mais na coleira de ninguém, exceto de si mesmo. A resposta de Aden foi calma. — Você pensa que eu te traria tal pedido? Virando por fim, Vasic encontrou os olhos do telepata que era a única pessoa no mundo que considerava um amigo, suas vidas entrelaçadas desde a infância – quando eles foram emparelhados para fazer exercícios destinados a tornar Vasic um assassino frio. Para seus treinadores, Aden simplesmente foi um parceiro de treino telepático útil, um complemento bem-educado para o temperamento instável de Vasic naquele tempo, um Arrow aprendiz só porque seus pais eram ambos Arrows que trabalharam para aprimorar suas habilidades desde o berço. Como tal, Aden tinha sido colocado em aulas que, eventualmente, o qualificaram como um médico de campo. Ele recebeu o mesmo treinamento severo que todos receberam, mas nunca foi considerado merecedor de qualquer interesse extra – exceto quando se tratava de punições para “endurecer” um menino que tinha sido pequeno para sua idade. Sempre, os que iriam utilizar os


Arrows subestimavam Aden, e ao fazer isso, deram ao esquadrão um líder que salvou vidas incontáveis e que eles seguiriam em qualquer inferno. — Não, — admitiu Vasic. — Você não faria. — Aden sabia exatamente quão perto Vasic estava do limite, que a destruição ou dano a mais uma vida inocente poderia estalar o fino fio da navalha que o ligava ao mundo. — Krychek, — Aden continuou no silêncio entre eles, — não acha que sua proposta de experiência sobre o impacto dos empatas na infecção funcionará se os Es fossem forçados a participar. — Uma pausa. — Eu não tenho certeza se este é ponto de vista pessoal dele, ou se é o de Sahara, mas seja qual for o caso, cada um dos Es deve ser voluntário. Vasic concordou com Aden que a compaixão era provável ser da mulher que apareceu do nada para forjar um vínculo inquebrável com o duplo cardeal de sangue frio, e quem, suas investigações disseram a eles, não era Silênciosa. — Onde Krychek pretende executar sua experiência? — Território SnowDancer-DarkRiver. Poucas coisas tiveram a capacidade de surpreender Vasic, em qualquer nível. Este, porém, era inesperado. — Os lobos SnowDancer têm uma tendência a atirar em intrusos à primeira vista — “atirar primeiro e perguntar aos cadáveres” era seu humorado lema — e os leopardos não são muito mais amigáveis. — Eu disse o mesmo a Krychek, contudo posso ver seu ponto quanto à conveniência da área. — Um local isolado, nenhuma outra mente conectada a PsyNet por quilômetros em qualquer direção. — Como resultado, aquela parte da Net, também, estaria tranquila, dando a Krychek uma tela limpa no qual executar sua experiência. No entanto, isso era um fator que poderia ser repetido em outro lugar. O que deixou um único elemento crítico que poderia só ser achado no território changeling. — Sascha Duncan. — Acesso à única E ativa no mundo sem dúvida desempenhava uma parte crucial nos planos de Krychek. — Não existe nenhuma infecção nessa seção da Net, — disse Aden, em vez de assentir para confirmar o que ambos sabiam dever ser verdade. — Porém Krychek tem a capacidade de mudar a infecção nessa direção, ou semear a área com isso. Ele diz que não pode controlá-lo além daquilo, mas eu ainda não decidi se ele está mentindo. — O outro Arrow virou para reconhecer outro membro do esquadrão que tinha acabado de entrar, caminhando para eles indicando que precisava falar com ele. Sozinho, Vasic considerou a simplicidade enganosa da proposta de experiência de Krychek. Um grupo isolado de empatas cercado na Net pela infecção. Se a experiência falhasse e a infecção ameaçasse subjugá-los em uma onda de loucura assassina ou a mais sutil degradação mental, seria relativamente fácil mudar todos os dez homens e mulheres a curto prazo. Assim, a deterioração de uma parte vazia da Net causaria poucas ondulações. Naquele sentido, era um plano limpo, sem ameaça de grandes perdas.


Claro, ninguém podia prever como a infecção iria se deslocar, o que faria aos empatas. — Eu não posso, Aden, — ele disse quando o outro homem retornou ao seu lado, seu companheiro Arrow tendo deixado a sala. Aden esperou. — Você sabe o que aconteceu quando tive motivos para passar perto de Sascha Duncan antes da sua deserção. Era uma profunda... desconfortável experiência. — A filha da conselheira Nikita Duncan tinha fingido ser Silênciosa na época, mas mesmo assim, existia algo sobre ela que fez seus instintos eriçar. Foi uma das poucas vezes que ele sentiu dor verdadeira como um adulto — a princípio, pensou que estava sob ataque, apenas para perceber que era a simples presença de Sascha em uma sala separada de onde ele estava por uma sólida parede, isso era uma lixa bem no interior da sua pele. Como se uma parte dele soubesse que ela era a antítese de tudo que já tinha sido ensinado a ser, a rejeição primitiva. Não foi até sua deserção e a revelação resultante de sua empatia que ele percebeu a razão por trás do efeito estranho; o conhecimento o fez recordar as inúmeras outras vezes que sentiu uma leve irritação contra a pele enquanto se movia pelas sombras em áreas povoadas. Empatas dormentes, seus condicionamentos não muito degradados quanto o de Sascha deve ter estado. Ele também soube que era uma anomalia senti-los de tal maneira – de acordo com Aden, ninguém mais no esquadrão já reportou o mesmo. Vasic tinha uma teoria que a consciência era um complemento não documentado de ser um Tk-V, um nascido teletransportador. Patton, o único outro Tk-V que Vasic já conheceu, frequentemente reclamava sobre uma “coceira” sob a pele quando estava no mundo exterior. Independentemente se isso era verdade ou não, o efeito continuou incontrolável para Vasic, causando arranhões profundos e mais frequentes na sua pele enquanto o condicionamento dos Es na Net fraturava ainda mais com o decorrer dos dias. Aden tomou vários minutos para responder. — Desconfortável, não debilitante. — As palavras de um líder avaliando um de seus homens. — Os empatas precisarão de um esquadrão de proteção, suas designações nunca foram agressivas de acordo com os registros históricos que pude descobrir até agora, e nenhum deste grupo é, também. O tom do telepata permaneceu o mesmo quando adicionou, — Eu quero que você faça isto. Você é o único homem em quem confio para tirar a todos do perigo se houver um aumento súbito da infecção, ou se os elementos pró-Silêncio na Net buscar fazer-lhes dano. Vasic soube que não era bem a verdade — o esquadrão tinha outros agentes capazes de teletransporte em suas fileiras. Ninguém tão rápido quanto Vasic, mas rápido suficiente. Nenhum deles, porém, estva tão perto de uma descida irrevogável e definitiva para o abismo. — Você está tentando me colocar no serviço suave? — Sim. — Os olhos na vegetação do lado de fora, mas a atenção em Vasic, Aden continuou a falar. — Você não vê isto, mas é um dos membros principais do


esquadrão, o que todos nós contamos quando as coisas vão para o inferno. Em situações de emergência no exterior, os Arrows mais jovens se voltam para você por orientação; os mais velhos te usam como conselheiro. Sua perda seria um golpe assombroso para o grupo... Para mim. — Eu não vou me romper. — Embora soubesse que o esquecimento da morte era a única paz que jamais encontraria. — Eu ainda tenho coisas para fazer. — E isso não tinha só a ver com ajudar a salvar aqueles Arrows que poderiam ainda ter a chance de viver algum tipo de vida real. Você não tem o direito de estar cansado. Quando você puder escrever o nome dela em um memorial, quando você puder honrar o sangue dela, então terá ganhado o direito. Um changeling leopardo disse isso a ele sobre o corpo quebrado de uma mulher cuja morte Vasic tinha sido enviado para apagar. O leopardo não podia saber quantos nomes Vasic precisava escrever, quantas mortes ele tinha encoberto quando acreditou que o que estava fazendo era para o bem de seu povo... E mais tarde, quando soube que era cedo demais para qualquer revolução ter sucesso. Cada um e todo nome teve uma reivindicação em sua alma. — Contudo, eu quero você longe da violência, pelo menos por um curto período. — Novamente, a voz de Aden foi a do líder que era, e ainda não era uma ordem, o relacionamento deles velho demais para precisar de tais adornos. — Não há outra razão pela qual eu te quero neste detalhe, e por isso eu vou te pedir para considerar alguns outros para sua equipe. Estar próximo de empatas pode ser desconfortável para você, mas isso provavelmente será calmante para os Es. Porque, Vasic percebeu, ele e os outros como ele, eram gelados, permanentemente desligados de suas emoções. Ao contrario dos fraturados, eles não vazariam nem medo nem dor, eliminando uma fonte de estresse nos recémdespertados Es. — Como isso combina com estar tão perto dos changelings? — A raça transmorfa era tão cruamente sentimental quanto o Psy não era, o mundo deles pintado em tons vívidos de paixão. — Se Krychek consegue negociar o acesso à parte de suas terras, ele pretende concordar em completos canais por satélite e vigilância remota, enquanto pedindo-lhes para manter uma distância física a maior parte do tempo. — Aden pausou quando uma borboleta voou do verde exuberante das árvores para tremular suas asas escarlates contra o vidro antes de retornar para climas mais hospitaleiros. — Levará tempo para as negociações serem concluídas, um local ser decidido, seja em território changeling ou em outro lugar. Pegue o convite para seu indicado E, avalie se você pode permanecer na proximidade dela pela duração. — Você já decidiu que sou eu a me aproximar. — De acordo com Krychek, todos os empatas na lista, exceto um, já começaram a despertar para suas habilidades, mesmo que não sejam cientes disto. Vasic não perguntou como Krychek podia ter sabido disto, ciente que o cardeal telecinético tinha um vínculo íntimo com a NetMind, a vasta neosenciência que era a bibliotecária e guardiã da Net. A NetMind tinha sem


duvida informado a Krychek dos Es que estava chegando a consciência de sua verdadeira designação. — Sua recuperação, no entanto, primeiro quebrou o condicionamento aos dezesseis e recebeu recondicionando agressivo para torcer suas habilidades de volta para baixo. Dois meses mais tarde, ela e seus pais desapareceram silênciosamente. Foi a segunda surpresa da conversa. — A NetMind não pode localizar a unidade familiar? — Não esse tipo de desaparecimento, — esclareceu Aden. — Nós sabemos onde eles estão geograficamente, mas eles fizeram um trabalho impecável de fazerem a si mesmos de nenhum interesse para ninguém. Sua mãe era uma analista de sistemas para uma empresa computrônica de ponta em Washington; seu pai ocupava uma posição sênior em um banco. Agora eles mantêm uma grande, mas só moderadamente bem sucedida, fazenda em Dakota do Norte, em cooperação com vários outros Psy. Psys preferiam viver nas cidades, próximo de outros de sua espécie, mas isso não dizia nada de sua raça já que escolheu ocupações ao ar livre. Como humanos e changelings, Psy precisavam comer, pôr um telhado sobre suas cabeças, e trabalho era trabalho. Tal mudança de carreira tão maciça, porém, foi uma indicação de uma decisão consciente. — Protegendo sua criança? — Não era impossível, o instinto parental uma força motriz até em muitos dos Silênciosos, entretanto Vasic não teve nenhuma experiência pessoal de tal. — Possível, mas não confirmado. Vasic sabia que havia mais para vir. — O que também não está confirmado é se ela ainda tem acesso a suas habilidades – ou se eles foram terminalmente danificados pelo processo de recondicionamento. — Aden olhou sem piscar pelo vidro. — Assisti a gravação, e foi uma das sessões mais brutais que já vi. — Então por que ela está na lista? — A feiura da reabilitação apagava a personalidade, deixava o individuo um vegetal babando, e se este E chegou tão perto disto, ela teve que suportar grandes cicatrizes mentais. — Para ser válida, a experiência não precisa só de Psy que nunca foi recondicionado, mas aqueles que têm estado através do processo. Ela é uma dos seis no grupo que tem, mas os outros sofreram só uma redefinição menor. Fazia absoluto sentido... Porque a maioria dos empatas na Net teria sofrido recondicionamento em alguma fase, o processo destinado a forçar suas mentes de volta na norma aceita, em negação ao fato daquelas mentes nunca tiverem sido feitas para serem construções sem emoção. O que significou que a PsyNet não teve que lidar só com os Es que não tinha a menor ideia de como utilizar suas habilidades, mas também uns danificados em um nível fundamental. — O outro lado do condicionamento problemático deles, — adicionou Aden, perfeitamente seguindo a linha de pensamento do Vasic, — é que eles não sofrerão dor ao quebrá-lo.


— Claro. — O processo conhecido como dissonância foi projetado para reforçar o Silêncio castigando qualquer desvio emocional inaceitável com dor, mas claramente essa abordagem não funcionaria em um individuo cujos caminhos mentais eram estruturados com emoção como núcleo. Simplesmente mataria. — Os detalhes da recuperação. Aden entregou a Vasic um envelope. — Uma carta para ela diretamente do Krychek, estabelecendo os parâmetros do contrato dela, como também o calendário de pagamento. — Ele está oferecendo a eles trabalho? — O Conselho sempre tinha apenas tomado. — Nós dois sabemos o quão inteligente ele é. Por que forçar quando você pode contratar? — Com essa declaração indiferente que descreveu perfeitamente a forma que a mente de Krychek funcionava, Aden enviou a Vasic uma imagem telepática. Era de uma pequena fêmea com cabelo preto até os ombros, as mechas moldando-se em cachos naturais suaves, e olhos tão incomuns, ele tomou um segundo olhar. As pupilas eram negras contra a íris de cobre translúcida anelada por uma bonita borda de ouro. Eles se destacavam contra a nata dourada de sua pele, de alguma maneira muito velha, muito perspicaz. Como se ela visse sob a pele. Guardando a fotografia em um cofre mental depois de imprimir uma localização geográfica na sua memória usando sua aparência como uma tranca, ele olhou abaixo no envelope. Seu nome foi escrito a mão em tinta preta: Ivy Jane. Ele se perguntou o que Ivy Jane pensaria do Arrow prestes a entrar na sua vida, um homem que nunca poderia voltar a sentir qualquer coisa. Ainda se fosse fisiologicamente possível, Vasic não tinha a intenção de permitir o seu Silêncio fragmentar... Porque por trás disso descansava apenas uma loucura uivante criada do sangue, morte e horror sem fim.


Capítulo 2 Coalizão Governante ou não, Kaleb Krychek é agora o líder efetivo da raça Psy. Resta ser visto onde ele nos levará. Editorial, PsyNet Beacon

Kaleb parou, a parte de cima do corpo reluzente do exercício de artes marciais que esteve fazendo na sala de estar desobstruída da sua casa e de Sahara nos subúrbios de Moscou. O terraço, seu campo de treino habitual, estava atualmente sob vários centímetros de neve e sendo bombardeado por gritante granizo. Isso nunca antes o parou, mas Sahara seguiria se ele fosse lá agora, e ela tinha uma propensão a tiritar mesmo sob um escudo telecinético. Então ele temporariamente teletransportou a mobília da sala de estar para outra parte da casa ao invés. Sentada perto dele, as pernas esticadas sobre o tapete enquanto se inclinava em um exercício tonificante que tinha aprendido como dançarina, ela disse, — O que? Kaleb assistiu ela levantar em posição sentada, então agilmente ficar em pé, seu corpo vestido em meias pretas combinado com uma camiseta branca, e sentiu uma profunda sensação de posse em seu sangue. Ela estava aqui. Segura. Ninguém nunca mais causaria dano a ela. Ele considerou se as notícias que acabara de receber da NetMind iria perturbá-la, pensou sobre quanto compartilhar. Seus lábios se curvaram quando ela refez o laço que detinha o escuro e sedoso cabelo, os fios escondidos de ouro vermelho não aparente nesta luz. — Você percebe que eu te conheço? Sim, ela o conhecia, o viu, e ainda o amava. E ele fez uma promessa que nunca esconderia nada. — Subject 8-91 está morto. — Sahara não concordou com o modo que ele deixou o homem lentamente adoecer, inconsciente da infecção em seu cérebro, mas Kaleb não viu o ponto em informar ao macho de sua morte certa, porque não existia cura. Subject 8-91 funcionou como um barômetro da infecção que se arrastava em incontáveis mentes na Net. Ela torturaria e mataria milhões se não for controlada. Não era apenas o biofeedback tóxico em partes afetadas da Net, a infecção começou a corroer o tecido real da própria paisagem psíquica nas seções mais atingidas. Se – quando – quaisquer das seções fortemente povoadas desmoronarem, o número de mortes seria na casa de milhares cada vez. — Chamar isso de uma infecção, — disse ele para Sahara agora, — é um atalho útil, mas impreciso.


Um aceno lento. — É uma corrupção, não é? — O azul escuro de seus olhos se encheu com tristeza. — Tem aumentado de dentro, nenhuma bactéria ou vírus ou outra fonte externa envolvida. Kaleb segurou sua mandíbula, esfregou o polegar sobre seu lábio inferior. — Subject 8-91 era o mais profundamente infetado. Se ele está morto, nós estamos agora em uma contagem regressiva. Beijando seu polegar, Sahara quebrou o contato para caminhar até o canto onde ele descartou a camisa, e a pegou. — Você precisa ir verifica a cena, — ela supôs, retornando com a camuflagem de algodão verde em seu aperto, linhas de carranca danificando sua sobrancelha. — Você será cuidadoso. — Era uma ordem. Ele assentiu depois de puxar a camisa, ainda desacostumado ao fato que ele mais uma vez a tinha em sua vida – a única pessoa que se preocupava com ele. Toda vez que ela mostrava essa preocupação, seja através de palavras ou ações, isso enrolava em torno da parte escura dele que vivia no vazio, uma carícia de afago. — Eu estarei em casa logo, — disse ele. — Não conecte telepaticamente. — Ela estava sempre com ele, mas não a queria vendo o que ele estava certo que onaguardava na casa de 8-91. Desde que nunca rejeitou seu toque psíquico, ele tinha que ter sua promessa. Erguendo-se, ela o beijou doce e suave, o jeito que ela tinha de fazer às vezes – como se ele fosse o vulnerável. Era verdade. Mas só quando se tratava de Sahara, sua névoa de escudos obsidiana contra o toque dela; seus dedos esbeltos podiam engaiolá-lo mais eficazmente que qualquer cadeia ou prisão. — Eu não irei, — ela prometeu. — Vamos falar sobre isto depois. — O olhar dela segurou o seu próprio em uma confiança que ele nunca quebraria, a pulseira com pingentes em seu pulso capturando a luz. — Tome cuidado, Kaleb, — ela repetiu. — Você me pertence. Ele teleportou com o calor dela um beijo prolongado contra sua pele, e entrou em um inferno sangrento. Subject 8-91 não tinha morrido simplesmente. Ele tinha ido crítico. E tinha levado alguém com ele. Agachando perto do corpo que jazia apenas dentro da porta fechada, Kaleb tentou contar as marcas de facadas que fatiaram a camisa risca de giz do homem, chegou a dezenove antes de ficar impossível separar os ferimentos. O lampejo veio à direita dele um segundo mais tarde. — Nós temos uma situação, — disse ele aos dois Arrows que ele contatou por telepatia na chegada. — Subject 8-91 — ele apontou para o homem esbelto que sentava afundado contra a parede oposta, o rosto contundido e cortado, uma raia de vermelho atrás da cabeça, como se tivesse deslizado na parede depois de ser jogado nela — Estava infetado. O caso mais avançado na Net. Vasic ficou no lugar quando Aden passou por cima do corpo mais próximo, contornando o sangue que salpicou a sala para escanear 8-91 usando um pequeno dispositivo médico. — Ele sofreu ferimentos contundentes no rosto assim como um crânio rachado, mas meu julgamento inicial é que ele morreu de uma implosão em seu cérebro.


Levantando-se, Kaleb considerou os fatos. — Estação Sunshine, — disse ele, muito certo que ambos Arrows sabiam da remota estação científica do Alasca onde a doença reivindicou as primeiras vidas Psy. — O infetado não morreu daquele jeito. — Não. — Aden atravessou para escanear a vítima de esfaqueamento. — O pessoal da estação científica enlouqueceu, espancou, esfaqueou, e por outro lado agrediu um ao outro. Os sobreviventes estavam fracos, mas ainda psicóticos quando chegamos. Alguns eram tão agressivos que morreram durante o processo de contenção; o restante foi colocado em comas involuntários. O relato em primeira pessoa de Aden combinava com os detalhes que Kaleb tinha sido capaz de desenterrar, embora o ex Conselheiro Ming LeBon tivesse feito seu melhor para esconder a escala e natureza das mortes. Como resultado, Kaleb soube que nenhuma das vítimas em coma já tinha acordado. A morte cerebral tinha seguido dentro de uma semana do incidente. — O modo da morte de 8-91 significa a vinda mais virulenta da infecção? O médico Arrow ficou em pé. — Possível, mas também é possível que ele tivesse uma vulnerabilidade genética que coincidiu com as fases finais da infecção. Uma autópsia completa será necessária para saber com certeza. — Aden segurou os olhos de Kaleb. — Você tem a história dele? Kaleb usou telepatia através dos arquivos detalhados que mantinha sobre a desintegração de 8-91, inclusive quando ele olhou para a sala, analisou o dano, então retornou o olhar ao homem esfaqueado. — A possível vítima de 8-91 também estava infetada. Eu o reconheço como o vizinho mais íntimo de 8-91. — Significando que havia uma chance alta que tivessem perto um do outro a um no plano psíquico também. — Precisamos evacuar esta região da PsyNet? — Vou colocar em quarentena a área por enquanto, mas é uma medida paliativa. — O preto oleoso da infecção estava rastejando através de vastas faixas da Net. Vasic falou pela primeira vez. — Vou teletransportar os corpos ao necrotério seguro onde eles podem ter autópsia, limpar esta sala. Ele está tão perto do limite; eu não sei se algo pode salvá-lo. As palavras que Sahara tinha falado sobre Vasic, a ferida na voz dela para um homem que ela viu como família para Kaleb. Ele não discordou. Ele podia ter sido treinado por um sociopata, mas o mesmo aconteceu com muitos Arrows; a única diferença era que o treinador de Kaleb deslizou a coleira para assassinato não sancionado. No fim, eles todos cresceram sob um regime que tentou transformá-los em ferramentas para o uso de outros – ferramentas feitas para serem descartadas uma vez que passasse suas datas de validade. Kaleb não tinha ilusões sobre si mesmo, sabia que usaria qualquer um e todos se isso manteria o mundo seguro para Sahara, mas ele também não tinha intenção de se tornar o Conselho que destruiu. — Não, — ele disse em resposta a oferta de Vasic. — Deixe a Execução lidar com esta cena como um assassinato.


— Se não encontrarmos um jeito de deter a infecção, tais incidentes se tornarão muito comuns em breve. — Mesmo que a Execução descobrisse a verdade do que aconteceu aqui esta noite, eles só estariam à frente da curva por semanas no máximo. As notícias da infecção ainda não apareceram na primeira página de jornais, mas já estava sendo sussurrado em cantos escondidos da Net. — Eu terei certeza que a autópsia seja feita por uma das minhas pessoas. Os olhos de Aden conectaram com os de Kaleb naquele instante, e ele soube que o líder dos Arrows entendeu por que Kaleb fez esta escolha. Parte de Kaleb, a parte que estava sempre friamente calculando com qualquer um exceto Sahara, viu no entendimento de Aden alavancagem para ganhar uma retenção mais forte no esquadrão. Porém, o cálculo foi compensado pela parte dele que viu nos Arrows quem ele teria sido, exceto para Sahara, a sua vida uma escuridão infinita. Ele ainda iria executá-los sem hesitação caso eles o ameaçassem ou a Sahara, mas até então, ele faria como Sahara pediu. Eles não merecem vidas também? Sua voz esteve rouca quando ela disse isto, suas costas contra seu peito e seu braço curvado ao redor dos ombros dela onde eles deitavam na espreguiçadeira no terraço, olhando para o céu noturno estrelado. Eles desistiram de tudo por seu povo. E talvez eles acreditaram no mandato errado uma vez, fizeram coisas para as quais não poderiam haver perdão, mas eles também protegeram o mundo de monstros por mais de um século. Suas mãos apertando seu antebraço, a voz apaixonada com emoção. Eles não deveriam ter uma chance de tentar e achar redenção? — Concentre-se no E-Psy, — disse ele aos dois homens agora. — Isto é sua maior prioridade. Esperando até que os Arrows partissem, Kaleb fez o relatório para Execução antes de retornar a Moscou. Sahara estava esperando por ele junto a lagoa interna de carpas que era seu local favorito na casa. — O quão ruim foi? — Ela perguntou, caminhando para seus braços. Era onde ela sempre deveria ter estado. Sete anos ela passou no inferno. Sete anos ele tinha estado sozinho. Sete anos ele quis torturar o pagamento daqueles responsáveis. Um estava morto, despedaçado pelas garras e dentes dos changeling, mas um permaneceu. Ele trancou Tatiana Rika-Smythe em um buraco subterrâneo que ela nunca poderá escapar, mas ele poderia machucar a ex-Conselheira de muitas outras maneiras, fazê-la gritar e gritar. — Kaleb. — A respiração de Sahara contra seus lábios, seu beijo em sua mente. Não vá lá. Fique aqui. Comigo. Ele nunca quis estar em outro lugar. Fechando a porta no mau que havia tentado separá-los, ele disse-lhe sobre os minutos finais de 8-91. — Se eu estiver certo, — disse ele depois, — os empatas possuem a resposta para a sobrevivência da Net. Sahara inclinou para trás a cabeça para olhar para ele com olhos que falaram de sua inteligência penetrante. — Mas?


Ele se glorificou na sensação que era o calor possessivo de suas mãos em sua cintura, na sensação dela vibrante, viva e com ele. — Se eu estiver errado ou se os empatas estiverem muito danificados para funcionar como eles deveriam — uma possibilidade viciosa — vai chegar um momento que terei que extirpar as seções podres e instáveis da Net. Sombria compreensão entorpeceu a luz na expressão de Sahara. — Como cortar fora a carne gangrenosa para que o segmento saudável possa sobreviver. — É um cenário de pior caso. — Milhões morreriam durante a excisão1, mas permitir que a infecção avançasse sem controle significaria o colapso da PsyNet e a morte de cada pessoa ligada a ela. Inclusive Sahara. Isto, Kaleb nunca aceitaria, nunca permitiria. O mundo levou sete anos deles. Ele não conseguiria nada mais. Agora ela pôs a bochecha contra seu peito, os braços deslizando em torno de seu torso. — Como isso aconteceu com nosso povo, Kaleb? — Um beijo pressionado para a batida de seu coração, como se ela precisasse da lembrança que eles estavam vivos, inteiros. — Criamos arte comovente uma vez, descobrimos sistemas estelares e novas espécies de borboletas com igual alegria. Éramos exploradores e músicos e escritores de grandes obras. Agora... Como os Psys se tornou tal ruína? Kaleb sabia que a resposta não era tão simples como Silêncio, e ainda o Silencio era o núcleo. — Nós tentamos nos tornar uma raça sem falhas.

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Ato de cortar, amputar.


Capítulo 3 E-Psy nunca foram raros, mas não se sabe muito sobre eles, talvez porque nós estudamos o que temos medo. E ninguém tem medo dos empatas. Extraído de A Misteriosa Designação E: Presentes Empáticos & Sombras por Alice Eldridge

Ivy foi com atenção sobre a casca da macieira letárgica. Ela estava em alerta para quaisquer sinais do fungo que pareceu há duas semanas, mas não encontrou nada. — O tratamento funcionou, — disse ela ao Rabbit. — As outras árvores estão seguras. Envolvido em farejar a neve nas raízes da árvore, cauda abanando como um metrônomo, Rabbit deu um pequeno “woof”. — Fico feliz em ver que você concorda que isso é uma coisa boa. — Registrando o resultado em seu datapad, ela continuou por entre as árvores, Rabbit disparando atrás dela um segundo mais tarde, as patas suaves e silenciosas no tapete branco. Para um cachorro tão pequeno, ela pensou quando sua forma branca peluda com listras passou, ele podia certamente ir rápido quando colocava sua mente nisso. Balançando a cabeça, ela o deixou em suas aventuras e foi verificar outra macieira que a preocupava... Quando Rabbit começou a latir. Os cabelos do seu pescoço se arrepiando, ela lutou contra a repulsa instintiva e enfiou a mão no bolso da calça para recuperar a pequena arma laser que se ajustava perfeitamente na palma da mão. Rabbit nunca latiu, não assim. Como se ele cheirasse um predador. Dez segundos depois, ela surgiu das árvores e soube que seu cachorro tinha razão. Havia um homem de pé no caminho entre as árvores beijadas de neve. Não, não um homem. Um soldado. Mais de um metro e oitenta e dois de altura com ombros largos, sua postura era inflexível, sua quietude absoluta, com os olhos de um cinza frio, e cabelo preto. Seu uniforme era preto também, austero contra o plano de fundo: calças ásperas, uma camisa de mangas compridas de algum material de alta tecnologia e provavelmente à prova de balas que abraçava o músculo de seus braços, um colete blindado leve que cobria o peito e as costas assim como a parte inferior do pescoço, botas de combate pesadas, o que parecia ser uma luva eletrônica presa ao braço esquerdo. Eles vieram por ela de novo.


Uma gota de suor frio percorreu sua espinha. Ela sempre soube que este dia era inevitável. Suas emoções eram muito voláteis, tinha sem duvida vazado além da bem tecida Net de escudos interligados que protegia aqueles que invocaram esta localização remota de casa. Tudo que podia esperar era que ela tivesse traído somente a si mesma. Mãe, Pai, ela enviou telepaticamente, nós temos uma situação. Diga os outros para manter as cabeças para baixo e assegurar que suas proteções estejam herméticas. Eu lidarei com isto. Medo apertou dedos congelados em torno de seus pulmões quando ela enviou uma imagem do soldado a seus pais, mas ela já não era uma garota de dezesseis anos amedrontada que pensava que estava ficando louca; ela era uma adulta de vinte e três anos que entendia que, embora ela era defeituosa e instável, não merecia ser violada e torturada. Ninguém nunca mais a amarraria e tentaria quebrá-la. Nem mesmo este estranho mortal. O Datapad apertado ao lado do seu corpo com uma mão gelada, a jaqueta pesada e finas luvas térmicas de repente inúteis, ela deslizou para fora a arma no disfarce de colocar seu datapen no bolso. Pareceu um ato contra intuitivo, mas cada instinto dela gritou que estaria morta antes que desse só um tiro. Ela não podia vencer esta batalha pela força, e era provável que não podia vencê-lo em tudo, mas ela lutaria para dar aos outros o máximo de tempo possível para se preparar. A respiração difícil, ela fechou a distância entre ela e o soldado cujo uniforme trazia uma estrela de prata em um ombro. Emblema do conselheiro Kaleb Krychek, embora ele não mais reivindicava o título com o Conselho em pedaços. Semântica simples, porém, não podia mudar o fato que a partir de pouco mais de um mês atrás, Kaleb Krychek efetivamente governava a Net. — Rabbit. — Ela bateu na coxa, enrolando os dedos para esconder o leve tremor que não conseguia controlar. Ainda trêmulo de indignação, mas não latindo agora que ela estava aqui, Rabbit correu de volta para seu lado e uma vez mais fixou os olhos no intruso. O homem olhou para o cachorro. — Ele claramente não é da família Leporidae. Foi a última coisa que esperou ouvir. — É porque ele é muito enérgico, — ela encontrou-se dizendo. — Pareceu apropriado no momento. — Quando ela esteve parcialmente destruída, um zumbi sonâmbulo por vida. — Ele é protetor, mas não perigoso. Você deveria conseguir um cachorro maior. — Os olhos de inverno gelado encontraram o seu próprio, o cinza tão frio, sua pele seixosa com um frio até os ossos. — Ele é perfeito, — disse ela, descendo para acariciar a forma rígida uma vez antes de se erguer. — Você não veio aqui para conversar comigo sobre meu cachorro. — Não. — Você é um Arrow. — Parte do esquadrão de assassinos por muito tempo considerado como mito, mas que agora estava alinhado com Kaleb Krychek –


entretanto eles permaneceram sombras, sem nome e sem cara para a maioria da população. Ninguém queria encontrar um cara a cara. Um leve aceno com a cabeça que confirmou a verdade preocupante. — Sou Vasic. — O Silêncio caiu, — disse ela, segurando sua terra porque esta era sua casa, seu lar. — Você não tem nenhum direito de me levar. — Nenhum direito de amarrá-la em uma cadeira de recondicionamento e apunhalar dedos psíquicos em sua mente, rasgando e arrancando. — Não, — disse ele novamente, tão sem emoção que ela não podia ver um único elemento da pessoa por trás do soldado. — Eu fui encarregado de entregar uma proposta de emprego. Ivy só olhou para ele por vários segundos. — Uma proposta de emprego? — Ela disse finalmente, perguntando-se se ela tinha enlouquecido depois de tudo e agora estava tendo uma ilusão muito realista. — Sim. Ela estremeceu. Ele era muito duro, muito letal para ser uma ilusão. Testando-o dando um passo para trás em direção às árvores, Rabbit rosnando ao lado dela, ela disse, — Podemos andar e conversar? Preciso terminar de verificar as árvores. O Arrow – Vasic – assistiu em silêncio enquanto ela completava seu exame da macieira que ela estava se dirigindo antes do latido de advertência de Rabbit. Quando ele falou, sua voz foi tão profunda quanto o oceano. Ele não levantou o volume ou mudou seu discurso apesar do rosnado contínuo de Rabbit, e ainda assim ela ouviu todas as palavras com clareza cristalina. — Você foi identificada como tendo uma habilidade que pode ser útil na estabilização da Net. — Eu? Eu sou uma telepata Gradiente 3.2. — Não importa se ela às vezes sentisse um enorme alongamento dentro de sua mente, como se existisse poder lá, se ela pudesse só encontrar um modo de tocá-lo, segurá-lo. A miragem tinha a levado quase à destruição quando adolescente. — Você está ciente dos rumores de uma designação oculta? Designação E? Seus dedos pararam no ato de tocar informações no datapad, suas células sanguíneas revertidas em gelo, fina e cristalina. — E? — Empata. A palavra ressoou em uma nota aguda dentro dela, como se isso falasse com um conhecimento profundamente enraizado do qual ela não era consciente. — O que um empata faz? — disse ela por uma garganta revestida de areia e cascalho. — Eu não tenho certeza, — ele respondeu, — mas tem a ver com emoção. Cambaleando por dentro, ela pensou no caos das emoções torcidas – dor, ódio, raiva, tristeza, perda, tal perda rasgando – que ameaçou esmagar sua mente nos minutos antes da agonia cruel do recondicionamento. Seu nariz tinha sangrado, os finos vasos sanguíneos nos seus olhos estourando para deixar os


brancos nadando em vermelho, a cabeça batendo e batendo e batendo quando seu estômago revoltado. Tinha sido o pior episódio que ela já sofrera. — As emoções quase me mataram uma vez. — Apavorada, ela esteve feliz em se submeter a tecnologia médica no centro local, nunca percebendo o inferno que a aguardava. Na sequencia do seu “tratamento”, sentiu como se ela apenas tivesse... ido, a Ivy que viveu por dezesseis anos apagada. Houve um horror tranquilo na parte de trás da sua mente com a perda de si mesma, mas aquele horror não poderia penetrar o nada, não por um longo, longo tempo. — Esse incidente — a voz de Vasic fatiou o pesadelo da memória — resultou de uma ruptura catastrófica e súbita do seu condicionamento. A pressão acumulada o quebrou em pedaços. Isto é exatamente com o que pareceu, uma explosão violenta na sua cabeça. — A maioria dos Es tende a despertar mais lentamente, — ele continuou. — As pequenas fraturas lixiviaram fora a tensão em vez de um colapso catastrófico. A maioria... — Quantos? — Perguntou ela, a voz rouca. — Desconhecido, mas E é um grupo significativo. — O olhar dele examinou seu rosto com uma precisão clínica. — Você está em choque. Sente-se. — Quando ela não fez nada, ele veio como se para tocá-la... E Rabbit investiu contra ele. — Não! — Ela gritou. Rabbit nunca alcançou seu objetivo, ficou deixado nadando freneticamente no ar. Descendo, ela pegou seu animal de estimação nos braços e sentou ao pé da árvore mais próxima, sem se importar com o frio, o datapad esquecido no chão. — Eu pensei que você ia machucá-lo, — disse ela ao Arrow, o Arrow telecinético. Vasic não se defendeu. Quando com oito anos, ele resistiu a usar suas habilidades em criaturas vivas, mas um menino de oito anos não podia resistir a tortura do tipo utilizado para apagar toda a humanidade dos aprendizes a Arrow. Ele sabia que tinha dentro de si a capacidade de tirar o pescoço ou esmagar a espinha da pequena criatura que estava tão ligado a sua dona. Que ele nunca faria tal ato de sua própria vontade, não significaria nada. Morte era morte. — Você deseja que eu continue? Ivy olhou para ele, suas pupilas negras imensamente dilatadas contra o cobre claro dos seus olhos. — Sim. — Com toda a probabilidade, suas vias já danificadas foram mais danificadas durante o processo de recondicionamento. — Precisando estar ciente do que enfrentava, Vasic assistiu a gravação que Aden havia dito, testemunhou a brutalidade com que a mente dela tinha sido puxada de volta na linha. Foi um milagre que ela sobreviveu sem danos cerebrais graves. O trauma psíquico tinha sido indiferentemente maligno. Que ela fosse funcional, inteira e


forte suficiente para manter-se firme contra um Arrow era uma prova de que deve haver uma vontade de ferro. — Porém, — ele acrescentou, — é claro que seu Silêncio tem fraturado de novo. — Ninguém que era Silencioso teria a capacidade para cuidar de um animal de estimação, ou olhar para Vasic, com medo como um pulso destacado na garganta. — O acúmulo está acontecendo novamente dentro de você. Ivy colocou seu mascote na neve, murmurando para o cachorro silenciar quando começou a rosnar para Vasic mais uma vez. — Você está dizendo que eu poderia estar na mesma situação que eu estava com dezesseis anos? — Sim. — Ele agachou-se ao lado dela, tendo percebido que ela não podia confortavelmente olhar para ele se permanecesse em pé. — O técnico responsável pelo seu recondicionamento foi incompetente. — Um ponto que Vasic já fez para ele pessoalmente, e um ponto que o macho nunca, jamais esqueceria. — Ele simplesmente esmagou tudo de volta dentro de sua mente e bateu um bloqueio sobre isso. Esse bloqueio é capaz de se romper logo, dado a sua natureza amadora. Ele viu que chegou muito perto da verdade quando ela evitou seus olhos, seu queixo delicado na sua visão... Facilmente quebrável. — Você não arrisca nada dizendo para mim, — ele assinalou, — eu já estou ciente do seu Silêncio problemático e da natureza de sua habilidade. Expressão pensativa, ela passou a mão enluvada sobre o rosto antes de concordar. — Os sangramentos nasais começaram novamente, e ontem, enquanto eu estava pegando materiais do município, foi como se eu estivesse me afogando sob uma onda de felicidade, raiva, excitação, curiosidade e outras emoções eu não podia isolar. — Seus dedos tremiam quando ela acariciou seu animal de estimação. — Só durou um segundo ou dois, mas foi suficiente. Vasic segurou seu olhar, notando que a borda de ouro ao redor da íris era mais vívida que na imagem que tinha dela. — Você pode aprender como gerenciar suas habilidades E durante o curso deste contrato. Porém, se você decidir rejeitar a proposta e continuar a permanecer protegida contra suas habilidades, conheço um médico que pode remover os fragmentos quebrados do bloqueio com defeito e substituí-lo por uma muito mais sutil e de complexa construção. Ela olhou para ele, esta mulher cuja presença causou-lhe dor física do mesmo jeito que Sascha Duncan. Mas ele não iria pedir outra tarefa se Ivy concordasse com a proposta de Krychek. Ao vê-la, falar com ela, o fez entender que além das crianças, os empatas eram as coisas mais próximas que a Net tinha de inocentes. Ele tinha visto a arma de Ivy, notou seu desgosto em segurá-la, a viu se livrar dela. Suas expressões eram tão expressivas que foi como se ela tivesse falado em voz alta – ele soube que ela tinha tomado a decisão de usar a si mesma como uma distração em um esforço para proteger os outros que viviam ali. Talvez ele estivesse errado, talvez seu rosto não fosse tão desprovido de mentira como apareceu, mas ele não podia correr o risco de que ele estava certo, que ela era tão vulnerável. Porque ele não confiava em Krychek para manter sua palavra quando


se tratava da segurança dos empatas; a prioridade do outro homem era a Net como um todo, não os indivíduos que a compõem. Ivy e os outros precisavam da proteção que ele podia fornecer. Ao contrario dela, ele não teria nenhum escrúpulo em usar força letal se alguém pretendesse prejudicar a ela ou qualquer outro E. Mantê-los seguros não iria levá-lo a absolvição, mas talvez lhe daria paz por uma lasca de tempo. — Seja qual for a sua escolha, — ele disse a ela, — será respeitada. Eu te dou a minha palavra. — Sua honra estava perto de desprezível, mas ele nunca tinha quebrado quaisquer das promessas raras que fez.

Ivy acariciou o pelo de Rabbit quando ele empurrou o nariz na sua mão com preocupação. Ela sentiu como se sua vida tivesse desviado para o lado nos minutos desde que ela ouviu o primeiro latido. Tantos anos ela viveu acreditando que havia algo fundamentalmente errado com ela. Agora, este Arrow com seus tranquilos olhos frios e glaciais estava dizendo-lhe que nunca esteve quebrada. Exceto que ela estava apavorada que fosse tarde demais. — Perdi alguma coisa naquela sala de recondicionando — ...talvez a mesma coisa para qual ele veio para ela... — e eu não acho que eu posso pegar isto de volta. Eu quebrei. — Você deseja desistir, então? Admite a derrota? Raiva desenrolou dentro dela naquela declaração vazia, embora soubesse que as palavras dele não tinham sido um julgamento, mas uma simples pergunta. Aquela raiva era uma coisa crua, selvagem que esteve crescendo e crescendo dentro dela desde o dia que transformou a si mesma novamente. Vasic inadvertidamente se fez um alvo. Empurrando-se de joelhos, a neve uma umidade arrepiante por sua calça jeans, ela lutou para evitar seus escudos de fraturar sob o peso de suas emoções. Kaleb Krychek poderia ter declarado a queda do Silêncio, mas nem Ivy nem os outros no contrato estavam planejando se expor até que estivessem muito certos que o novo regime se manteria, que não era só um truque para fazer os fraturados saírem do esconderijo. — O que você sabe do vazio? — Ela perguntou a ele, o corpo vibrando com a fúria dentro dela. — O que você sabe de ter sua mente violada como se uma escova de aço estivesse sendo raspada sobre todas suas terminações nervosas, todos os sentidos? Ele levou tanto tempo para responder que o mundo estava além de silencioso quando ele disse, — Eu sou um Arrow. Fui colocado em treinamento aos quatro anos de idade. Sei tudo sobre ter minha mente rasgada aberta. Quatro anos de idade. A raiva dilacerando como se tivesse sido atingida com uma bigorna, os destroços rasgando buracos através dela, ela esfregou um punho sobre o coração. — Eu sinto muito. — Por quê? Você não me causou nenhum dano.


Ela viu a partir da sua expressão que ele quis dizer isso, como se a dor daquela criança pequena e vulnerável não fosse nada. — Você não sente nada de verdade? — Ela sussurrou. — Você está sem fraturas? — É melhor assim. — Seus olhos a beijaram com geada. — O dia que eu sentir, é o dia que eu morro.


Capítulo 4 Eu gostaria de propor um empreendimento cooperativo. Kaleb Krychek, em um teleconferência com o alfa DarkRiver Lucas Hunter e o alfa SnowDancer Hawke Snow

Do outro lado de Sascha, Hawke balançou a cabeça, o ouro prateado do cabelo brilhante à luz solar do meio-dia inclinada através da claraboia. — Eu direi isso de Krychek, — o alfa SnowDancer murmurou, — ele tem as bolas de um elefante. Cuspindo café, Mercy tossiu, olhos lacrimejando. — Um elefante? — Ela olhou para o alfa SnowDancer enquanto seu companheiro, Riley, esfregava suas costas. — Está falando sério? Hawke encolheu os ombros. — O que tem maior? — O homem tem um ponto, — Lucas falou lentamente ao lado de Sascha, os seis deles sentados em torno da mesa de jantar de Mercy e Riley, a terra além das janelas uma expansão de altos abetos verdes cobertos com neve que o transformava em um cartão postal de inverno. A nevada não era nada como a camada pesada nas elevações mais altas do alcance de Sierra Nevada, enquanto mais baixo não havia precipitação em tudo, o ar frio, mas seco. — Seja qual for o tamanho das bolas de Krychek, — Mercy disse depois de recuperar o fôlego, — isto é um inferno de um pedido. Lucas passou os dedos distraidamente sobre a nuca de Sascha enquanto olhava para o macho que sentava do outro lado de Riley. Quando Sascha tinha conhecido Judd Lauren, ela não podia ter imaginado que o distante e independente ex Arrow acabaria um tenente SnowDancer acasalado a outro membro do bando de lobos. E nunca em um milhão de anos teria previsto que se tornaria um favorito tanto com os filhotes lupinos quanto os filhotes felinos. — As informações que Krychek nos enviou, — Lucas disse a Judd agora, — sobre a infecção na Net, você pode confirmar isso de forma independente? Judd assentiu, a boa lã cinza escura do seu pulôver sentando facilmente nos ombros. — Kaleb tem estado antecipado. — Muito antecipado. — Sascha queria acreditar que o amor alterou Kaleb Krychek para melhor, que ele encontrou a mesma alegria com Sahara que Sascha tinha com Lucas, mas o fato da questão era, ele continuava a ser uma ameaça mortal. Houve uma razão para que ele se tornasse a pessoa mais jovem a manter uma cadeira no Conselho, razão pela qual seu nome levava homens e mulheres através do mundo tremendo em puro terror.


Mordendo o lábio inferior enquanto seu companheiro continuou a acariciar sua nuca com o afeto tátil que era tão natural para os felinos, ela disse: — Ele tem minha gratidão sem ressalvas por colocar a própria vida em risco para salvar inúmeras pessoas em São Francisco há um mês, — quando o cardeal telecinético ajudou a desarmar uma arma tóxica, — mas acho que seria tolice pensar que podemos prever qualquer coisa quando se trata dele. — O outro homem permaneceu tão opaco como sempre, uma figura enigmática que detinha controle quase total da PsyNet. Ninguém, Sascha pensou, deveria ter tanto poder, segurar tantas vidas na palma da mão dele. Mas se não Kaleb Krychek, então quem? Seu impressionante poder psíquico e militar foi a única razão pela qual a raça Psy não desmoronou em anarquia e morte, na sequencia da queda do Silêncio. Foi tão inevitável a verdade quanto o fato que ele tinha subido ao poder com determinação sangrenta e cruel. Hawke estreitou os olhos. — As notícias sobre a infecção. — Ele olhou para Judd. — É um segredo? — Não. Não é notícia de primeira página na Net ainda, mas o conhecimento está juntando vapor. Lucas balançou a cabeça. — Então, Krychek não está exatamente desistindo de qualquer coisa oferecendo-nos os dados. — E, — Riley disse do seu jeito direto e tranquilo, — não é como se nós já não soubéssemos sobre a existência dos empatas. Todos olharam para Sascha. Segurando em torno da xícara de chocolate quente que Mercy ofereceu a ela no lugar do café aromático que os outros estavam bebendo, Sascha se inclinou um pouco mais em Lucas. — Eu não tenho nenhuma hesitação em ajudar outros Es, — disse ela, capaz de sentir a pantera de Lucas subindo à superfície para esfregar contra o interior da sua pele... Contra ela. Isso a fez se sentir segura e protegida, mesmo antes que o seu companheiro passasse um braço ao redor dos seus ombros e dobrou-a perto. — Não há nada que eu queira mais que esticar meus músculos psíquicos com outros da minha designação, — disse ela, não fazendo qualquer tentativa de esconder a profundidade da sua fome. Ela adorava trabalhar com o sobrinho de Judd, Toby, mas enquanto o jovem garoto era um cardeal telepata que podia extingui-la quando se tratava de telepatia, o contrário era verdade quando se tratava de suas habilidades E. — Eu quero aprender com os outros, — ela disse, — assim como ensinar-lhes o que eu sei. — As coisas que compreendeu por tentativa e erro frequentemente frustrante. — Mas acima de tudo, — ela sussurrou, — quero ajudar aqueles da minha designação a aceitar que não estão quebrados, — os dedos apertados na xícara, os olhos molhados, — que eles não são falhos. Lucas deu um beijo em sua testa. Seu companheiro protetor, forte e amante, tinha estado com ela quando entendeu a verdade sobre si mesma, entendeu que ela não era uma cardeal defeituosa como foi dito toda sua vida, mas uma mulher com um presente destinado a ajudar os feridos e perdidos.


Foi Mercy que disse, — No entanto, algo está te fazendo hesitar, — o vermelho de seu cabelo vívido contra a camisa azul ajustada. — Eu sou uma mãe assim como uma E. — O coração de Sascha floresceu com amor no pensamento da doce bebê dela e de Lucas. — E Naya é só uma das crianças em DarkRiver e SnowDancer. — Filhotes lupinos e filhotes felinos que eram dolorosamente vulneráveis. — Nós não podemos justificar colocar eles em risco. — Até para ajudar os homens e as mulheres que estavam tão machucados e feridos quanto Sascha uma vez tinha estado. O pensamento fez seu peito apertar em agonia, mas ela não podia ver uma maneira de contornar a ameaça representada por aqueles vindo com os empatas. — Kaleb não prejudicará ninguém de qualquer bando. Lucas se mexeu na declaração confiante de Judd. — Exatamente quanto de um ex Arrow você é? — perguntou ele, intenção nos olhos verde pantera. — Tem sido assinalado para mim que um Arrow que nunca quebrou a fé com o esquadrão continua a ser considerado um Arrow, independentemente da sua localização ou convicção diferente. — Os lábios do tenente curvaram-se para cima inesperadamente nos cantos, a luz alcançando o marrom profundo de seus olhos, as manchas de ouro neles brilhantes. Então atingiu Sascha que Judd existia na mesma quantidade contínua que Kaleb. Não tão inumano – ela não achava que havia alguém tão inumano quanto Kaleb Krychek – mas um homem que caminhou por muito tempo e sozinho na escuridão. A diferença fundamental, é claro, era que Judd sempre esteve ancorado ao mundo por sua família, enquanto Kaleb foi treinado por um psicopata que assassinou inúmeras mulheres. — Estou em contato direto com mais de um membro do esquadrão. — O tenente SnowDancer pausou, seu olhar se deslocando para Hawke. No leve aceno do seu alfa, Judd acrescentou, — Também estou em contato direto com Kaleb, tenho estado desde muito antes da operação de São Francisco. — Pensei que nós não estávamos mantendo segredos? — Os olhos de Lucas trancados com Hawke, alfa para alfa, dominante para dominante, sua voz segurando a extremidade de um grunhido. Hawke cruzou os braços quando Sascha pousou o chocolate quente e bateu levemente no peito do seu companheiro para chamar sua atenção, a suave camisa verde escura sob a palma dela. Deixados sozinhos neste tipo de humor agressivo, dois alfas changeling olhariam um para o outro até que terminasse em violência. — Sem brigas, — disse ela para Lucas quando ele virou de cara feia para ela. — Você sabe o quão ranzinza Hawke fica quando a companheira dele está fora para almoçar com certo futuro alfa leopardo. O sorriso de Lucas foi muito felino enquanto relaxou. — Sim, — murmurou Mercy, ombros tremendo, — seja gentil com o pobre lobinho. — Ela gritou quando seu próprio companheiro lobo fez algo com ela que o resto deles não podia ver. Rosnando baixo em sua garganta, Hawke trancou os dentes. — Nós passamos os dados, — disse ele, — apenas não de onde veio. Krychek tem sido a


conexão de Judd para várias operações, inclusive a que nos rendeu Alice Eldridge. Sascha sugou uma respiração com a menção da cientista humana que completou o que era, possivelmente, o estudo sociológico e antropológico mais detalhado sobre E-Psy já feito. Aquela pesquisa foi meticulosamente apagada após o Silêncio, com somente umas raras cópias do trabalho seminal de Alice, A Misteriosa Designação E: Presentes & Sombras Empáticos, sobrevivendo no mundo de colecionados subterrâneos. Alice tinha colocado a si mesma em um sono criogênico, apenas para despertar poucos meses atrás com suas memórias em pedaços. — Então, — murmurou Sascha, — Krychek quer acesso fácil não somente a mim, mas a Alice. — Mesmo com sua memória problemática, a cientista humana permanecia um recurso inestimável. O trabalho publicado sobrevivente de Alice poderia não ter focado em como empatas faziam o que faziam, mas ninguém sabia qual conhecimento ela mantinha em seu cérebro. — Sim. — Judd bebeu um pouco do seu café. — Mas ele está ciente do estado de suas lembranças, então eu acho que ele está muito mais interessado em você. De qualquer maneira, ele não prejudicará um único individuo em qualquer bando. Riley esticou o braço atrás da cadeira de Mercy. — Por que você parece tão certo? — perguntou ele, cortando para o cerne do assunto como sempre. — DarkRiver considera SnowDancer família, e Sahara considera DarkRiver família. Isso era indiscutível. A companheira de Kaleb não somente buscou a proteção do bando por um tempo depois que foi salva de um cativeiro infernal, mas ela tinha laços de sangue com outro membro do bando, sem mencionar sua crescente amizade com Mercy. — Kaleb não é diferente de qualquer um dos homens nesta sala, — disse Judd. — Machucar os bandos machucaria sua companheira, e ele nunca conscientemente faria qualquer coisa para afligi-la. DarkRiver e SnowDancer estão seguros. Eu iria mais longe ao dizer, com toda probabilidade, que ele ativamente permaneceria conosco contra um inimigo, sempre que fizermos o pedido. Sascha não podia imaginar Kaleb Krychek, frio e poderoso, amando alguém suficiente para embainhar suas garras psíquicas. — Eu preciso encontrálo, — disse ela no silêncio um tanto duvidoso que seguiu as palavras de Judd. — Enquanto ele está com Sahara. — Não só assim eles poderiam medir se ele poderia ser confiável em território do bando, mas para verificar o bem-estar de Sahara; vendo a mulher mais jovem segura com seus próprios olhos era uma coisa muito diferente de ouvi-la dizer o mesmo no comm. Lucas olhou para Sascha, a pantera rondando em seus olhos. — Sahara é da família, — disse ele, com o tom do alfa que ele era. — Não gosto do fato que nunca vi os dois juntos. — Uma linha horrenda na sua mandíbula. — Quero ter certeza que ela ainda está bem com ele antes de tomarmos qualquer tipo de decisão.


— Digamos que aceitamos a boa fé de Krychek, — Riley reencheu a xícara de Mercy com leite ao invés do café, para o grunhido impressionado dela, — isso ainda deixa os outros que estarão em nosso território, se dissermos sim a sua proposta. — Os Es não devem ser nenhum problema. — Esticando-se em sua cadeira, Hawke sorriu enquanto Mercy bebeu com um gole o leite como se fosse remédio. — Longo quando Sascha confirme que eles são Es. Sua designação tem um problema com a violência. — A dor da vítima repercute em nós. — Embora houvesse maneiras mais sutis e a longo prazo que um empata poderia atacar outro ser vivo, coisas que tinha chocado Sascha a primeira vez que ela leu Presentes & Sombras Empáticos. — No entanto, não cometa o erro de pensar que todos os Es são confiáveis, — disse Lucas na esteira dos pensamentos de Sascha. — Gatinha, diga a eles o que dizia no livro de Alice. Consciente que uma falta de consciência sobre a ameaça representada pelos Es poderia ser tão perigosa quanto colocar confiança cega em Kaleb Krychek, Sascha compartilhou a verdade repugnante. — No passado, uma minoria de empatas foi conhecida por ter conscientemente manipulado as emoções dos outros. — Sua pele se arrepiou ao ato que era contrário a tudo que ela representava como uma E. — Um E quis que todos fossem ‘bons', enquanto outros fizeram isto por dinheiro, vingança, poder... A xícara de Judd atingiu a madeira da mesa com um som abafado. — Um verdadeiramente talentoso e sutil empata não precisaria de controle da mente, — disse ele, claramente vendo o potencial como arma de tal habilidade. — Haveria também um efeito rebote doloroso, — A mão de Hawke enrolou em punho sobre a mesa, — porque a vítima nem sequer saberia o que estava acontecendo. Aquele era o aspecto mais malvado disto; um empata poderia efetivamente tirar o direito de um individuo de escolher. — A boa notícia, — disse Sascha, lutando com a náusea, — é que tal manipulação aparentemente exige contato prolongado com a vítima pretendida e um alto nível de habilidade. — Recém despertados empatas estariam tropeçando no escuro em comparação. Mercy bateu os dedos na mesa. — Então isso não é um perigo que temos que nos preocupar imediatamente, mas precisa ser parte da instrução dado a cada membro tanto de DarkRiver quanto SnowDancer que podem entrar em contato com um E. Ninguém teve quaisquer argumentos com aquela sugestão. — Isso deixa os guardas. — Riley inclinou a cabeça na direção de Judd. — Você tem ideia de quem é provável ser? — Arrows. Eu asseguro por eles, embora não acho que isso será necessário, Vasic está dirigindo a equipe de segurança. O olhar de Mercy aguçou. — Ele é a pessoa que trouxe o médico quando Dorian foi baleado, — disse ela, nomeando um companheiro sentinela DarkRiver. — Sim. Ele também ajudou Ashaya, — A companheira de Dorian, — a fugir da Net. Ele não está interessado em comprar briga. — O tom alterando


naquelas últimas palavras, Judd disse: — Ele é um homem que eu confio até o osso, se ele disser que isto é uma operação honesta, então é. Hawke e Lucas assentiram, Judd tendo há muito tempo ganhado a confiança de ambos os alfas. — A localização vai ser crítica se concordarmos com isso. — Levantando, Mercy encontrou um mapa da área e estendeu na mesa, a ligeira curva de seu ventre o único sinal da gravidez. — Alguém tem sugestões? Hawke usou o dedo para circular uma seção de baixa altitude. — Este foi o local do ataque hiena há algum tempo. Está nas extremidades de ambos os nossos territórios, enquadrados por DarkRiver em um lado, SnowDancer do outro. — Pode ser isolado dentro de um perímetro de segurança sem problema, — murmurou Lucas, com os olhos no mapa. — E a área aberta o suficiente para que vigilância por satélite seja uma opção de segurança viável. Durante a próxima hora, os outros discutiram exatamente como o local poderia ser assegurado, enquanto Sascha se sentou e ouviu, o fluxo e refluxo de suas vozes uma música áspera e familiar. Levou apenas um pouco de tempo após sua deserção para entender que um empata era uma criatura tão social quanto um changeling de espírito de bando – machucou-a ser privada daquela sensação de comunidade, de família na Net, embora não tivesse entendido a maçante dor torturante na época. Porque ele tinha sido constante, uma segunda batida cardíaca. — Sascha. — A voz de Lucas, direcionou até seus ouvidos apenas quando ele ergueu as suas mãos entrelaçadas até a boca para escovar um beijo sobre as juntas. — Aconteça o que acontecer, não abandonaremos os outros Es. Adorando ele além da razão para entender as forças a rasgando em partes, ela inclinou a cabeça contra seu ombro. — Eu quero que eles tenham essa vida, — sussurrou ela. — Eu quero que eles saibam o que é viver sem ser sufocado cada segundo do dia. Quero que eles conheçam a liberdade.


Capítulo 5 Lealdade não é uma característica limitada à designação E, mas ao longo deste estudo, ficou claro que uma vez que um empata escolhe dar a sua lealdade, o vínculo não é um que o E alguma vez romperá facilmente – mesmo quando esse vínculo ameaça causar ao E em questão dano mortal. Extraído de A Misteriosa Designação E: Presentes & Sombras Empáticos por Alice Eldridge

Ivy girou para voltar a sua cabana assim que Vasic partiu, o teletransporte tão rápido que ela teve a compreensão que ele não era um telecinético comum, mas um Tk-V. Um Viajante, alguém para quem o teletransporte era tão fácil quanto respirar, e que poderia ir de uma extremidade do mundo à outra num piscar de olhos. Essa não era a parte assustadora. Era que não existiam estruturas distintivas ou formações naturais na parte do pomar a qual ele tinha teletransportado. O que significava que ele fez isso usando seu rosto como uma chave... Mas ele tinha vindo com uma pequena distância dela. Então, ou ele poderia teleportar para dentro de certo raio do objetivo, ou existia algo no pomar que ele tinha sido capaz de usar como um foco. Como, então, ele teria obtido a imagem da área específica em primeiro lugar? Ela esfregou a testa. Não que aquilo importasse. Se um Arrow quisesse encontrá-la, ela seria encontrada. O fato que Vasic era muito provavelmente um teletransportador que poderia sintonizar em pessoas só martelava essa verdade inevitável. — Ivy! Quase na cabana, ela viu a mãe correndo em sua direção. Tendo jogado um casaco por cima da calça de carga cáqui simples e suéter velho que era sua veste habitual de trabalho quando não estava lidando com suas abelhas, Gwen Jane tinha pernas mais longas que a filha e chegou ao seu lado em segundos. — Estou bem, — disse Ivy ao mesmo tempo, chutando a si mesma por não ter se comunicado telepaticamente no momento que tornou claro que Vasic não tinha intenção de machucá-la. Sua única desculpa foi o choque atordoado. — Ele só veio entregar uma mensagem. — Seus dedos apertaram o papel grosso do envelope que lhe deu antes dele partir. — O assentamento entrou em confinamento no instante que recebemos seu alarme telepático. — O peito de Gwen subia e descia enquanto recuperava o


fôlego, sua pálida pele corada. — Eu não pude parar seu pai de sair para te cobrir com uma arma, no entanto. — Eu sei. — Ela sentiu o contato telepático do pai. E enquanto ela não podia provar isto, seu intestino disse a ela que Vasic também tinha estado ciente do seu pai o tempo inteiro. Os olhos de Gwen se deslocaram acima do ombro esquerdo de Ivy no mesmo momento que Rabbit “woofed” e correu para saudar o pai de Ivy. Voltando a atenção para Ivy, sua mãe disse: — Eu suponho que precisamos conversar? Ivy não era a menos desconcertada pela falta de resposta emotiva da mãe. Gwen não era materna em qualquer maneira óbvia, mas isso não dizia nada; a mãe de Ivy mudou toda sua vida para que sua filha pudesse curar, e ela fez isto sem nunca fazer a filha se sentir culpada. Como tinha seu pai. Onde Gwen era mais alta que muitos homens, o cabelo preto macio que legou a Ivy, Carter Hirsch era um homem corpulento, de altura média, com os olhos de um cobre claro rodeado com ouro. Ivy sempre amou o fato que ela era tão claramente uma amálgama das duas pessoas mais importantes na sua vida. Embora a genética tivesse trabalhado para deixá-la a menor na família, ela tinha não só o cabelo de Gwen, mas a delicadeza dos ossos da sua mãe, enquanto seu tom de pele dourado ecoou a herança parte algeriano do seu pai. Neste exato instante, Carter segurava a arma em seu lado, os cotovelos e a frente de sua roupa molhada, suja. Ele deve ter estado rente ao chão com uma mira em Vasic o tempo todo, este homem que sempre esteve lá por ela, embora ela tivesse sido concebida por nada além de uma conclusão de um contrato de fertilização simples. O amor e o respeito que sentia por seus pais era uma enormidade em seu coração que ela nunca poderia adequadamente explicar. — O assentamento pode terminar o confinamento, — disse ela, a voz rouca, e os levou em direção à cabana que se tornou dela no dia que tomou a responsabilidade pelo pomar de fruta que fornecia as famílias que viviam aqui, a maioria de suas colheitas muito mais de grãos prosaicos. Rabbit andou junto na frente, e ele era uma visão tão familiar que os nós em seu estômago começaram a ruir uma fração. — O Arrow, Vasic, veio especificamente por mim. — Eles não enviam Arrows atrás de Psy fraturado, — disse seu pai, sempre o mais apático dos seus pais, apesar do fato que sua mãe parecia a mais prática a primeira vista. — Especialmente telepatas Gradiente 3.2. — Não. — Ivy passou pela porta da casa. — Eu vou te dar um cobertor, Pai. Você realmente não deve ficar nessas roupas molhadas. — Estou bem. — Ele tirou a jaqueta para revelar que sua camisa de trabalho pesada estava seca. Vendo que ele estava decidido, mas ciente que sua calça permaneceu molhada, ela aumentou o calor, então lhe entregou a carta enrugada de seu aperto. — De acordo com Vasic, — puxou as luvas para colocá-las no balcão,


encolheu os ombros fora da jaqueta, — eu não sou um telepata. Ou melhor, esta não é minha designação principal. Seus pais se sentaram à mesa da pequena cozinha e leram a carta juntos. Foi sua mãe que quebrou o silêncio. — Bem, faz sentido. — Gwen olhou fixamente para o chão, seus olhos plissados nos cantos e os braços em torno de si mesma. — Quando você era um feto, — murmurou ela, — tive um problema sério em manter o Silêncio. O obstetra me mandou para um especialista M-Psy que fez um exame completo, então me disse que era apenas um extraordinariamente severo, mas conhecido efeito colateral da gravidez. — Seus ombros endureceram. — Ele deve ter sabido, me mantido no escuro. — Eu nunca ouvi falar de uma designação E. Como podemos ter certeza que é como o Arrow diz? — disse seu pai com sua praticidade habitual. Ivy tinha feito a mesma pergunta. — Vasic me disse para entrar em contato com Sascha Duncan para confirmação. — A filha da ex Conselheira Nikita Duncan era famosa por sua deserção para um bando changeling leopardo... E por ser uma cardeal ridicularizada como fraca e falha pela maior parte da sua vida. A comparação foi difícil de evitar. Como era perigosa a esperança que veio com isto. — Eu não acho que ela teria razão para mentir, não é? Gwen assentiu, mas foi Carter que falou, suas palavras inesperadas. — Quando sua mãe e eu tomamos a decisão de levá-la para recondicionar, pensamos que estávamos te ajudando. — Pai, eu sei, — Ivy começou, angustiada que ele pensaria de forma diferente. — Ivy, deixe-me falar. — Quando ela concordou, reprimindo suas palavras, ele disse: — Eu não nos julgo por tomar aquela decisão. Era tudo que sabíamos para ajudar nossa filha. Você estava com dor excruciante, e se não tivéssemos feito nada, você teria sido reabilitada a força. Ivy não podia ficar quieta mais tempo. — Eu sei, — ela sussurrou novamente. — Eu sei. Mas seu pai não terminou. — Foi só depois que percebemos que havíamos cometido um erro terrível e que o preço poderia bem ser nossa Ivy. Os olhos de Ivy queimaram com o amor incorporado naquelas palavras inflexivas. — Você era um fantasma. — Gwen olhou perdida na distância. Rabbit imediatamente avançou para ficar com as patas nos topos das botas desgastadas de Gwen, lamentando em sua garganta até que ela se inclinou para acariciá-lo. — A Ivy que nós tínhamos nutrido deste o nascimento parecia apagada, — A mão de Gwen cerrou no pelo de Rabbit, — e, enquanto Carter não pode nos julgar pela decisão que fizemos, eu nunca vou me perdoar por dar minha filha para ser violada. Ivy ajoelhou na frente da mãe. — Eu quis ir, — ela lembrou a ambos. — Pensei que ajudaria também, e ele fez de uma maneira. Eu não acho que estaria


viva agora sem o recondicionamento, não importa o quão ruim se revelou. — Sua mente tinha estado literalmente esmagando a si mesma. — Nossa filha está certa. — Carter se moveu para encarar Gwen, segurando seu olhar com o próprio até que Gwen deu um leve aceno com a cabeça. Ivy desviou o olhar, sentindo como se tivesse intrometido em um momento privado. Ela não sabia o que o relacionamento dos seus pais era além de um compromisso conjunto para ela, mas Carter era o único que tinha a habilidade de conseguir que Gwen mudasse de idéia. Fez Ivy esperar que eles tivessem descoberto um fragmento de alegria na escuridão. — A razão pela que lembrei aquele dia, — seu pai disse no silêncio, a pele esticada sobre os ossos sólidos, — é que tudo o que foi feito para você durante o recondicionamento brutal prejudicou uma parte integrante de você. — Ele empurrou o brilhante cabelo arenoso para trás com mais fios de prata do que deveria existir em um homem da sua idade. O recondicionamento de Ivy tinha marcado todos eles. — Esta pode ser sua oportunidade de desfazer aquele dano, — disse ele, — para descobrir quem você é capaz de ser sem a gaiola do Silêncio. — Mas a decisão deve ser sua. — A voz de Gwen foi firme, seu olhar fixo. — Se você precisar fugir, se afaste do Arrow, nós estamos com você. Ivy teve uma sensação de que não havia maneira de fugir de Vasic. Escuro, perigoso e gelado, ele a fez querer escovar os dedos sobre as bordas afiadas de suas bochechas, ver se ele estava frio ao toque, ele era um caçador que ninguém podia escapar... Mas Ivy estava farta de ser presa. — Chega de fugir, — disse aos seus pais, o estômago apertado e uma estranha alegria em seu sangue. — Está na hora de eu tomar minha posição. — Mesmo que isso significasse ir contra um Arrow com olhos de geada do inverno.

Tendo informado a Aden sobre sua decisão de aceitar a responsabilidade para o detalhe de proteção dos empatas, Vasic teletransportou naquela noite para um homem que nunca foi um Arrow, mas era um membro do esquadrão de maneiras que um estranho nunca entenderia. Aqueles como Vasic foram ensinados a estalar pescoços ou estrangular na quietude sombria, como construir bombas secretas e efeitos sutis de sabotagem conforme necessário. Eles não foram ensinados a estabelecer negócios ou investir dinheiro. A ironia era que enquanto Arrows eram pagos proporcionalmente a suas habilidades letais e ao perigo muito vezes inerente em suas operações, ao longo do século passado a maioria tinha morrido sem gastar nada exceto uma minúscula fração dela. Desde que Arrows estavam legalmente expurgados de seus grupos familiares ao entrar no esquadrão, aquele dinheiro ia diretamente para um fundo Arrow criado por Zaid Adelaja. O primeiro Arrow que lutou para certificar-se que


o Conselho nunca teria qualquer direito dos recursos de um Arrow perdido. Foi Aden que percebeu uma década atrás que os processos eram agora tão automatizados que todos no poder tinham esquecidos sobre o capital no ínterim. Significava que o esquadrão tinha milhões e milhões para trabalhar quando eles buscavam salvar aqueles deles destinados a execuções frias e silenciosas, porque os Arrows em causa estavam muito quebrados para serem por mais tempo as máquinas de matar perfeitas. Mas primeiro, precisavam de alguém que compreendia o dinheiro, que podia ajudá-los as criar uma sólida rede financeira de propriedades e investimentos que ninguém pudesse rastrear de volta ao esquadrão. Acima de tudo, tinha que ser alguém que poderia ser confiável com as vidas de homens e mulheres que ganharam sua paz. Agora, o homem idoso levantou os olhos do livro que tinha aberto no colo coberto pela manta enquanto ele se sentava no parcialmente envidraçado deck de sua casa ao lado do Lago Tahoe. A pequena luz de leitura que ele tinha ajustado ao braço da cadeira banhava as páginas em uma luz amarela morna, o mundo além envolto na noite. — Vasic, — ele disse, e embora não houvesse sorriso nem sugestão de emoção, a palavra conteve boas-vindas. Descendo em um joelho na madeira do deck, Vasic inclinou a cabeça. — Oi, vovô. — Muitas pessoas chamavam Zie Zen de “Avô”, usando-o como um título honorífico, pois em sua vida, ele ajudou um número desconhecido de pessoas em todo o mundo. Porém, para Vasic era uma verdade biológica, uma geração removida. Zie Zen não era seu avô, mas seu bisavô. Ninguém poderia ter adivinhado a relação pela sua aparência física, um fato que os dois costumavam usar a seu favor. A aparência de Zie Zen ia fortemente em direção a seu pai chinês, olhos marrons escuros e inclinados, estrutura óssea acentuada e elegante. Pelo tempo que os genes alcançaram Vasic, o desvio genético veio a pleno desenvolvimento. Ele tinha os olhos cinzentos de sua bisavó, seus traços ecoando a herança da própria mãe meio croata. Sua altura de um metro de noventa e três, construção muscular, até a textura suave do cabelo preto era cortesia do macho americano caucasiano que forneceu esperma para sua concepção. Foi aí que a relação começou e terminou. Nada disso importava. Independentemente do fato que seu último nome legal era Duvnjak ao invés de Zen, Vasic reconhecia apenas um ser no planeta como família, e ele era o homem que agora tocou sua mão no ombro de Vasic em um pedido mudo para ele subir. Levantando-se, ele se sentou na beirada do deck que dava para a grande tranquilidade do lago, seus pés no chão nevado e invernoso, os antebraços apoiados nas coxas, as ondulações da escura água seu foco. Zie Zen entendia o valor da quietude, da paz, e ele não disse nada, virando uma página em um farfalhar áspero de som que fundiu perfeitamente na noite. Esta terra, Vasic pensou, beijava a extremidade do território DarkRiver. Aquilo era possível ser um changeling leopardo, os cílios baixos para esconder o esplendor do brilho noturno dos seus olhos, o observava da extremidade do lago


mesmo agora. Vasic não podia imaginar o que devia ser um ser de duas formas, ter tal selvageria primitiva dentro. A “criança meio-selvagem” que ele uma vez tinha sido, como anotado em seu registro de treinamento, estava muito longe. — Devemos despertar os empatas, — disse ele para Zie Zen bem mais tarde, a lua por cima do lago, um holofote sobre um mundo envolto em branco puro. — Ah. — O som de pele farfalhando contra papel. — Me perguntei se esse poderia ser o próximo passo. Vasic disse ao homem idoso tudo que sabia do projeto. Aden teria feito o mesmo se estivesse aqui – Zie Zen ganhou a lealdade deles há muito tempo, enquanto Kaleb Krychek permanecia uma incógnita. Então Vasic esperou que seu bisavô falasse, sabendo que o outro homem tinha muito mais conhecimento dentro dele que a maioria; com um perspicaz cento e vinte anos, Zie Zen era um dos raros indivíduos na Net que esteve com idade suficiente no alvorecer do Silêncio para lembrar-se do passado com claridade de adulto. — Eu tinha oito anos quando o debate começou. — Foi um murmúrio suave como a noite. — Uma criança, desatencioso das preocupações de meus anciões, feliz em meu jogo. — Tossindo na sua mão, ele limpou a garganta. — Nós tocávamos então, tão livremente quanto os changelings e os humanos. Para Vasic, a ideia era tão totalmente estranha que ele levou vários segundos para processá-la. — A decisão foi tomada para abraçar o Protocolo no dia que eu completei dezoito anos. A geração dos meus pais e aqueles apenas alguns anos mais velhos que eu... Eles eram velhos demais para se adaptarem ao Silencio, entretanto eles tentaram. A maioria morreu em idades obscenamente jovens. — Eu não sabia disso. — Vasic tinha, porém, muitas vezes se perguntado por que a Net não tinha mais anciões como Zie Zen, aqueles antes do Silêncio. — Alguns dizem que os homens e mulheres desta geração perdida foram assassinados por serem muito problemática para o novo regime, mas acho que a verdade é muito mais simples. Eles morreram porque seus corações estavam quebrados. — A respiração de Zie Zen foi áspera, irregular, mas nada a comentar, dada a sua idade. — Aqueles Psy de tempos atrás tinham que aprender a viver em um mundo onde as crianças para quem eles abraçaram uma existência sem emoção olharam para mãe e pai com olhos frios, e onde seus netos eram criaturas que não podiam entender. — Outra tosse, papel farfalhando novamente. — Era um ambiente muito estranho, um que roubou a respiração dos pulmões daqueles que deveriam ter sido meus colegas neste crepúsculo. Vasic assistiu a ondulação da água até a terra, a lua cochilando sobre cada ondulação sedosa, e ele escutou. — Os empatas... Os empatas morreram mais rápido. — Um longo silêncio perfurado com os ecos de um passado que para Vasic poderia muito bem ter sido um sonho febril, e contudo Zie Zen tinha vivido. — Um número pequeno desertou com aqueles que agora chamamos os Esquecidos, mas a grande maioria ficou, acreditando que poderia ajudar seu povo. Ao invés, o Silencio eventualmente


esmagou a vida fora dos Es, até que muitos simplesmente não acordaram uma manhã. Vasic não sentia, mas isso não significava que não podia compreender as nuances na voz de outro. Aquela habilidade era parte do que o fez um assassino tão bom, um soldado tão bom. — Você fala a partir de experiência, vovô?


Capítulo 6 Querido Z2, Sim, eu estou brava com você, muito obrigado. Não posso acreditar que você não me acordou. Estou bem. Não se preocupe. Abraços e beijos, Sunny P.s. Te amo (entretanto, ainda estou brava). P.p.s. Eu sei que não deveríamos reconhecer emoções agora, então queime isso depois de ler.

Seu bisavô não respondeu de imediato a pergunta de Vasic, o silêncio quebrado somente pelo eco distante do uivo de um lobo, como se um SnowDancer corresse esta noite no território de seus aliados leopardo. Se Krychek conseguisse obter a aprovação dos dois bandos, Vasic sabia que ele ouviria canto lupino muito mais perto. — Meus anos de crescimento, — Zie Zen disse muito tempo depois que o uivo enfraqueceu, — foram consumidos com a discussão sobre o Silêncio. Você não pode imaginar o mundo como era então, o caos e terror disso, nossa raça à beira de canibalizar a si mesma. Debatemos o Protocolo na escola, na mesa de jantar, em todos os cantos da PsyNet, na televisão, nos jornais... — Trilhões de palavras foram ditas, escritas, pensadas, até que o Silêncio foi a memória definidora da juventude para muitos da minha geração. Mas... não a minha. — Uma respiração instável. — Minha juventude podia ser englobada em uma única palavra: Sunny. — Este silêncio foi mais profundo, mais pesado, para não ser interrompido. — Seu nome era Samantha, mas ninguém a chamava assim. Ela era minha vizinha e minha amiga, e quando tínhamos dezesseis anos, ela se tornou minha amante. Vasic virou enfim, apoiando as costas contra um dos postos que enquadrava os degraus à sua esquerda. — Uma amante verdadeira? — Ele perguntou, olhando nos olhos escuros do seu avô. — Contato com a pele? — Ao invés da dança financeira e científica que era o ritual de acasalamento atual de sua raça, perfis genéticos e psíquicos comparados antes de um óvulo ser fertilizado na ponta de uma agulha. A expressão de Zie Zen estava distante, a mente claramente naquele estranho mundo há muito tempo. — Sim, pele com pele. — Ele tocou seus dedos na mandíbula em uma ação que Vasic nunca previamente viu ele fazer, antes de deixar cair aquela mão de volta nas páginas abertas do livro.


— Eu quis desertar no alvorecer do Silêncio, — ele disse, e foi uma admissão inesperada, — mas Sunny era uma E, uma poderosa. Ela não partiria, disse que havia muita tensão e pânico na Net, que isso seria o mesmo que um doutor sair de uma explosão com vítimas de trauma. Assim nós ficamos. Vasic não sabia muito sobre os primórdios do Silêncio, mas sabia que os casais estabilizados não foram violentamente separados – ao invés, cada casal foi dirigido para viver uma vida pura e distante, a fim de dar o exemplo correto para qualquer descendência. Isso deixou apenas uma razão pela qual Zie Zen não teve uma criança com sua Sunny, o histórico genético de Vasic não incluía ninguém chamado Samantha. — Quando ela morreu? — Cinco anos depois do começo do Protocolo, — foi a resposta dura. — Somente vinte e três anos e exausta, desgastada. Tantos precisaram da ajuda de um E depois do Silêncio, centenas de milhares em agonia porque tiveram que cortar os laços de amor e substituí-los com tudo que era friamente racional. Pior foi a pressão implacável nos Es para pararem de ser. Uma agitação quieta de cabeça do Zie Zen, mas a mão apertou com tanta força o braço da cadeira que Vasic podia contar os ossos do seu bisavô. — Seria parecido comigo pedindo para você parar de respirar, os empatas então não eram as conchas sufocadas e quebradas de hoje. Sunny era alegre, vibrante em sua habilidade, seu coração aberto para o mundo... E aquele mundo a chutou até que ela sangrou de maneiras que eu não podia proceder, não podia consertar. O homem mais velho ficou em silêncio por tanto tempo que Vasic estava certo que o tempo de Zie Zen conversar terminou por esta noite, mas então ele disse: — Cuide de sua Sunny, como eu não fui capaz de cuidar da minha. A resposta do Silêncio teria sido dizer que Ivy não era dele, era apenas outra tarefa. Porém nesta noite de luar, quando seu bisavô lhe contou de uma mulher chamada Sunny que Vasic nunca encontraria, mas que agora percebeu que tinha moldado toda a existência de Zie Zen, havia somente uma resposta correta. — Eu irei, vovô. Zie Zen fechou o livro, as mãos firmes e a mandíbula uma linha firme. — Você deve certificar-se que os Es não sejam sacrificados como foram então, não sejam quebrados sob o peso do fardo que é este novo mundo. — Seu olhar fixo com o de Vasic. — Eles andarão em qualquer inferno, com pouquíssimas exceções, é como eles são feitos. De coragem teimosa e pouca ou nenhuma capacidade de ser egoísta. Este novo caos irá aniquilá-los a menos que haja uma força mais forte que porá os Es em primeiro lugar. Vasic fez um voto de proteger, e ele faria isto até seu ultimo suspiro, mas... — Isto é uma tarefa para um homem melhor, um homem como Aden. — Forte e inteligente e sem fratura em cada canto do seu ser. O eu de Vasic estava retido junto por incontáveis malhas irregulares que o rasgava sangrentas noite e dia. — Eu sou uma arma bruta e um escudo descartável, — ele disse quando o vento da noite atravessou seu rosto exposto, — minha tarefa é ficar no caminho de qualquer violência dirigida aos Es. — Ele faria isso sem vacilar. — Eu não sou


forte suficiente para durar o tempo que os empatas vão precisar que seu protetor dure. — Em décadas incontáveis por vir. Zie Zen agitou a cabeça novamente. — Não, Vasic. Esta não é sua escolha. É uma questão de honra, minha e sua. — Outra respiração instável. — Você é o filho do meu coração, meu mais verdadeiro descendente. Você pode ter perdido a fé, mas nunca vai desistir, independente do que acredite neste momento. Você fará o que deve ser feito. Vasic não disse nada. A palavra de Zie Zen era lei até onde estava interessado, mas não havia dúvida em sua mente que desapontaria seu bisavô desta vez. Zie Zen estava certo – Vasic nunca desistiria, mas haveria um momento que ele simplesmente pararia de trabalhar, seu corpo e mente desligando como uma máquina com defeito podia fazer. Afinal, era isso que ele era: uma máquina treinada para infligir morte. Em pé depois de mais meia hora de silêncio, ele deu uma respeitosa reverencia antes de caminhar até a beira da água, a neve suave e os seixos pequenos e lisos sob o passo pesado das botas de combate. Zie Zen estava ficando mais frágil, a mão que colocou em sua bengala quando Vasic virou, tremendo um pouco, mas Vasic tinha pensado melhor antes de oferecer ajuda. Seu bisavô teria considerado um insulto da mais alta magnitude. Eu precisarei da sua ajuda em breve. Quando chegar a hora, irei perguntar. Chegar a cento e trinta anos de idade não era inédito no mundo deles, com um limitado de poucos vivos além disso, mas Vasic não achava que seu bisavô faria isto. Ele viu a mesma fadiga nos olhos de Zie Zen que sentia em sua alma, e depois do que ouviu hoje à noite, entendeu que Zie Zen sofreu golpes que deixaram ferimentos graves. E ainda assim ele continuou. Você é o filho do meu coração, meu mais verdadeiro descendente... Você fará o que deve ser feito. Quando Vasic mais uma vez considerou a vida do seu bisavô, pensou em Ivy com seus olhos muito perspicazes que mostravam cada pensamento e seu cachorro briguento que pensava que era um mastiff2. No entanto existia uma força feroz lá, força que a levou a procurar proteger aqueles que eram dela, mesmo que isso significasse enfrentar um Arrow. ... é como eles são feitos. De coragem teimosa e pouca ou nenhuma capacidade para ser egoísta. Se Ivy seguia esse padrão, ela seria comida viva pelos monstros que rondaram a Net. O mundo era um lugar muito mais duro agora do que aquele que reivindicou a Sunny de Zie Zen. Muitas pessoas tiveram a sensação de empatia desgastada a nada, tornando-se frio por dentro de um modo que não podia ser amenizado. Os sociopatas reinaram supremos em muitas áreas da vida – dos negócios, à educação, à medicina. Levaria décadas para corrigir esse desequilíbrio. Outros estavam tão habituados a ser dito o que fazer que estavam encontrando dificuldades para funcionar sob o regime atual. A liberdade total seria seu pior pesadelo. Voraz em sua necessidade, esses indivíduos famintos 2

Uma raça de cão.


iriam pedir cada vez mais e ainda mais dos empatas, até que um E não tivesse nada. Até que ela deitasse para dormir um dia e nunca mais despertasse. Com essa constatação predominante na mente de Vasic, ele caminhou por quase uma hora pela beira do lago. Quando viu o grande gato manchado observando-o das árvores, não fez movimentos bruscos. Ao invés, inclinou a cabeça em reconhecimento silêncioso. O leopardo – ou talvez fosse um jaguar – fez o mesmo, então sussurrou longe nas árvores, dois predadores caminhando na noite.

Incapaz de dormir, Ivy se sentou na porta de entrada embrulhada em um cobertor volumoso, e olhou para o céu estrelado. Um Rabbit sonolento tinha puxado e empurrado sua cesta almofadada até o seu lado com huffs aborrecidos, e agora roncava junto dela. Uma noite normal, o céu segurando uma claridade afiada que vinha apenas nas noites mais frias... exceto que sua vida nunca mais seria normal. Os lábios de Ivy curvaram. Sua vida nunca tinha sido normal, não como os Psy entendiam. Mesmo antes do colapso aos dezesseis anos, sabia que era diferente. Tentou muito ser como seus colegas na escola, cada vez mais racional e distante com cada ano de crescimento e treinamento, mas o Silêncio sempre foi uma camada tão mal ajustada que a esgotava usá-la. Mãe, por que não posso fazer isso direito? O professor diz que eu sou falha. Ela soluçava quando fez aquela pergunta, uma menina de nove anos de idade que tinha falhado em sua avaliação do Silêncio pela segunda vez. Ivy nunca esqueceria o que sua mãe disse. Falhas nos fazem quem somos, Ivy. Sem eles, poderíamos muito bem ser feitos inexpressivos e indistintos. Nunca, jamais, tenha vergonha de suas falhas. Então seus pais trabalharam juntos para descobrir um modo que ela pudesse passar pelas avaliações, entretanto por dentro, seu condicionamento estava tão ruim como sempre. Agora um Arrow chamado Vasic deu a ela a resposta do porque, e isso destruiu tudo que achava que sabia do mundo, sua mente turbulenta com a necessidade de acreditar. Uma estrela cadente caiu através do céu em uma lasca de luz naquele instante... E seu nariz começou a sangrar. Ivy já tinha feito a sua escolha. Isso, ela pensou quando usou o tecido do bolso da bata para lidar com o sangue, era simplesmente a nota final naquela decisão. Se a designação E realmente existisse e Ivy carregasse a habilidade, queria explorá-la com cada grama do seu ser. O fato que provavelmente pararia seu cérebro de esmagar a si mesmo era um bônus. Sua respiração ficou presa na garganta, a mão caindo para o lado, agarrado nos tecidos sangrentos. — Você está adiantado, — ela sussurrou para o homem que apareceu na frente da cabana.


— Eu não estou aqui pela sua decisão. — Olhos cinzentos inverno esquadrinharam a área. Rabbit acordou em um rosnado, assim quando o Arrow desapareceu em torno do lado da casa. Coração batendo, Ivy quase podia pensar que tinha imaginado toda a experiência surreal, mas ele apareceu do outro lado da cabana, não muito tempo depois. — Você esperava uma ameaça? — Ela conseguiu perguntar com uma mão nas costas rígida de Rabbit. — Não. — Seu rosto uma silhueta ilegível contra o céu noturno, os ombros delineados pela luz das estrelas, ele acrescentou, — Uma simples varredura de segurança. — Ivy estava agora sob a proteção de Vasic, ainda que ela não tivesse aceitado o contrato. Uma faísca de surpresa nos olhos que eram perigosamente expressivos mesmo na luz fraca. — Oh. — Continuando a acariciar seu cachorro, ela disse, — Gostaria de algo quente para beber? — Uma carranca. — Você deve estar com frio se estiver fazendo varreduras de segurança neste momento da noite. Vasic pausou. Ela tinha medo dele, a resposta instintiva uma inteligente. E ainda assim lhe ofereceu alimento. Seu bisavô estava certo, empatas não pareciam ter o melhor senso de auto preservação. — Não, — ele disse. — Por que você está sentada aqui? — Conversar com ela não tinha estado na agenda. — Eu gosto do silêncio. — Seu rosto suavizou, o fio rouco em sua voz mais aparente. — Há uma espécie de segredo no mundo neste momento da noite, como se eu tivesse permissão para ver mistérios escondidos durante o dia. Vasic pensou nas visões dos desertos e montanhas isoladas por onde passou em um esforço para encontrar paz das sombras daqueles que apagou, considerou se Ivy Jane veria mistérios naqueles locais também. — Você deve ir para dentro. — Seus pensamentos eram irrelevantes porque Ivy nunca experimentaria os lugares em questão. — Minhas leituras me dizem que a temperatura vai cair consideravelmente nos próximos quinze minutos. Ficando em pé, o cobertor volumoso ao seu redor, Ivy assentiu. — Acho que você está certo. Posso provar mais neve no ar. Era uma maneira sensual para descrever uma função meteorológica, outro sinal que Ivy Jane não era de forma alguma Silenciosa. Não que precisasse de confirmação, sua presença era uma lixa contra seus sentidos, severo e abrasivo. Não importava. Como Aden apontou, a sensação poderia ser desconfortável, mas não debilitante. E Vasic tinha feito uma promessa. Enquanto respirasse, ele iria protegê-la.


Capítulo 7 Sahara Kyriakus simplesmente foi absorvida pela atração gravitacional da energia de Kaleb Krychek. Nós deveríamos considerar como resgatá-la, não olhar com fascinação para um vínculo que é uma prisão. Carta ao diretor de “Cidadão Preocupado”, PsyNet Beacon.

Kaleb concordou em se reunir com Lucas Hunter e Sasha Duncan só porque casal alfa havia sido contundente. — Temos que ver se Sahara está feliz, contente. – Lucas havia declarado. — Alguns homens tomariam isso como um insulto. O alfa DarkRiver havia dado de ombros em um gesto despreocupado, em resposta ao comentário de Kaleb. — Não, em um bando não seria. Cuidamos uns dos outros. Kaleb era feroz em sua possessividade quando se tratava de Sahara, mas entendia que tal conexão com um bando poderoso era uma boa coisa a se ter em seu arsenal. — As vezes, meu homem magnífico — Sahara afirmou quando ele contou, — não se trata de estratégia, e sim de família, — Seus dedos em seu cabelo, as unhas tocando levemente o couro cabeludo. — Se DarkRiver e SnowDancer permitir o Complexo Empático em seu território, não será por causa da política, mas por laços de família. — Uma maneira pouco sólida de tomar uma decisão de segurança. — Ressaltou ele, enquanto a parte mais cheia de cicatrizes, mais violenta dele esticava preguiçosamente sob suas carícias. — É? — Ficando nas pontas dos pés, pressionou beijos ao longo de sua mandíbula. — Será que você causaria algum dano ao bando quando eu os chamo de família? Juntos, são, depois de tudo, uma força agressiva e perigosa. Ao dar-se conta de que havia perdido esta batalha, decidiu deixar-se seduzir em vez disso. Mais tarde neste mesmo dia, quando chegaram para a reunião ele estava pronto para que Sasha Duncan pedisse a ele para baixar seus escudos primários. Ele havia desenhado uma linha – a de que ninguém tinha direito a se intrometer em seu laço com Sahara. Sendo como era, a cardeal empata não pediu nada disso, mas seu sorriso disse claramente que havia sentido o suficiente para aliviar suas preocupações. Deu a Kaleb uma visão aguda em quão profundamente as habilidades de um empata estavam integradas aos seus sentidos ordinários.


— Qualquer equipe com um E de seu lado teria uma vantagem tática em uma negociação — disse para Sahara quando voltaram para casa. — Política, social ou de negócios. Sahara franziu o cenho. — Nunca considerei que um E poderia funcionar em uma capacidade de negócios, mas me parece que faz perfeito sentido. Se ambas as partes tiverem um E na mesa, a negociação se equilibra — O beijo afetuoso que recebeu ainda era uma surpresa, ela alisou as mãos pelo paletó negro de seu terno. — Mas podemos falar sobre isso mais tarde. Você não quer chegar tarde a seu próximo compromisso, e eu tenho um papel a escrever. Um minuto mais tarde e um muito mais profundo beijo depois, Kaleb se teletransportou para a área de Nova York, no telhado de um arranha-céu para conversar com um homem que poderia ter o segredo da sobrevivência da futura raça Psy. — Aprecio a resposta rápida a minha solicitação. Voltando o rosto para Kaleb, a cidade às suas costas e o vento soprando o casaco de um rico marrom que usava sobre seu terno de negócios, Devraj Santos levantou uma sobrancelha. — Não é todo o dia que o mais poderoso telecinético da PsyNet pede para falar com um dos Esquecidos. Não somente um dos Esquecidos. Dev Santos era o líder das pessoas que uma vez tinham pertencido a raça Psy, mas agora eram algo mais, depois de ter desertado da Net nos princípios do Silencio e se mesclado fortemente com a raça humana e changeling. Como resultado, suas habilidades psíquicas variavam de zero a potentes – e, segundo as fontes de Kaleb, - para aqueles Esquecidos que carregavam habilidades psíquicas, o biofeedback da rede neural permanecia como uma necessidade de sobrevivência. — A PsyNet — ele disse para o homem de cabelos escuros — está experimentando certas mudanças. Santos meteu as mãos nos bolsos de seu casaco aberto, um brilho divertido nos olhos. — Este pode ser o eufemismo do século. — Não esperando resposta, ele continuou — Você quer saber como nós sobrevivemos sem o Silencio. — Sim — A ShadowNet, como aparentemente os Esquecidos chamavam sua rede, era a construção mais análoga a PsyNet do mundo. Sim, tanto quanto tinha sido capaz de desenterrar, na rede dos Esquecidos não havia infecção. Por outro lado, a porcentagem de assassinos em serie entre o povo de Santos era comparável a dos seres humanos e dos changelings, muito menos que a da raça Psy pré ou pós Silêncio. — Necessito saber por que sobreviveram e agora estão prosperando. Com expressão sombria, Santos disse: — Não fizemos. Não a principio. — Olhou para a cidade, com o olhar nos arranha-céus que atravessavam o céu pesado de neve e mais além deles, as águas turbulentas do East River. Kaleb se uniu a ele, esperando.


— Meus antepassados — disse o outro homem, — formaram a ShadowNet no desespero quando se fez evidente que a única maneira de escapar do Silencio era desertar, mas trouxeram com eles os problemas que levou ao resto dos Psy eleger o Protocolo. Tivemos videntes que caiam em suas visões e nunca voltaram, telepatas cujos escudos estilhaçaram até que não puderam bloquear o ruído, telecinéticos que quebraram em pescoços das pessoas que amavam quando suas habilidades estavam em uma espiral fora de controle. Kaleb tentou imaginar o que tinha sido para os desertores, só e ilhados dos vastos recursos da PsyNet. — No entanto, a ShadowNet está produzindo indivíduos com inéditas habilidades — que era a outra razão para a tentativa do Conselho de os caçarem, enquanto a PsyNet continua problemática. — Aceita uma imagem teleportada? Kaleb inclinou a cabeça com a pergunta, e Santos enviou a ele a imagem. Era um caos de linhas multicoloridas, intersectivas¹ e paralelas, numerosos fios que vinham de direções opostas, curvando-se por baixo e por cima, muitas vezes formando um nó que ninguém poderia desembaraçar, somente para estender-se em novas direções do outro lado. — Esta é a ShadowNet? — foi a paisagem mais anárquica que jamais tinha visto. Um grunhido de Santos. — Estamos conectados entre nós através de laços múltiplos de emoção. Amizade, amor, até o ódio, emoção negativa, pode criar laços tão fortes como a positiva. Kaleb nunca havia considerado isso, mas é claro que o outro homem estava certo. Kaleb havia passado a maior parte de sua vida adulta em busca de uma maneira de destruir o Conselho, seu enfoque implacável. Uma viciosa conexão, mas não obstante, uma conexão. — A emoção não pode ser a chave somente, ou o Silencio nunca teria sido necessário. — Há outro elemento, mas é um que não pode reproduzir — respondeu o outro homem. — A ShadowNet é menor que a PsyNet por uma magnitude de milhares de pessoas — Olhou para o rosto de Kaleb novamente. — Mantemos uma estreita vigilância sobre os outros, ao observar os sintomas de qualquer um desintegrar-se rapidamente, atuamos mais rapidamente ainda. Na minha pessoal e não cientifica visão, é que o tamanho menor da ShadowNet também oferece um certo nível de estabilidade automática. Kaleb pensou nos vastos espaços entre as mentes da rede. — Similar a um povoado onde os problemas são facilmente identificáveis, em comparação com uma cidade onde uma pessoa pode caminhar só entre milhares. — Exatamente. Considere o fato de que os changelings demonstraram que tem as taxas mais baixas de sociopatia e de enfermidades mentais de todas as raças. Quase sempre vivem em grupos comparativamente pequenos e apertadamente vinculados.


Se Kaleb fosse seguir essa lógica, significaria quebrar a PsyNet em múltiplos pequenos pedaços. — Seu nível de loucura? — se perguntou, explorando outro caminho. — Não posso acessar quaisquer dados. — Sua assistente havia compilado a informação sobre a propensão a assassinatos em série nesta população por meticuloso rastreamento dos membros conhecidos dos Esquecidos no sistema prisional. Então extrapolando esses dados usando um programa estatístico. — A tentativa de quebrar nossa encriptação? — Havia aço sem rodeios no tom de Santos. — Não se incomode. Aprendemos a nos proteger muito tempo atrás. Kaleb havia chegado a mesma conclusão quando seus melhores hackers não conseguiram entrar nos arquivos dos Esquecidos. — Os dados são menos necessários do que quaisquer mecanismos de enfrentamento que seu povo descobriu que pode ser adaptado para uso na PsyNet. Podia e executaria os predadores tão logo cada um fosse identificado, mas isso não iria corrigir o problema subjacente. Os monstros continuariam a nascer. — Nossos anciões — disse o líder dos Esquecidos, — acreditam que devemos manter distancia de seus problemas. Todos os adultos originais faleceram, mas muitos dos anciões atuais eram jovens naquele momento, podem recordar a turbulência e a dor. Eles dizem que não devemos participar de seus problemas. — O que você diz? — Eu não sou um ditador, Krychek. Eu ouço meu povo. — Ele ficou em silencio enquanto um airjet passava acima, sua expressão nada revelando — Mas eu escuto a todos, incluindo os que dizem que trabalhando com você podemos encontrar as respostas aos problemas que continuam a nos perseguir. — Pele ouro marrom esticada sobre as maçãs do rosto, — Temos nossos loucos ainda; pessoas as quais simplesmente não podemos chegar. — Dizem que os quebrados são o preço que nossa raça paga pelas habilidades psíquicas violentas. — Kaleb assinalou — Somos nossas mentes. — Eu não estou disposto a renunciar a ninguém de meu povo. E você? Kaleb não estava acostumada a pensar de tal maneira. A única pessoa que lhe importava era Sahara. Todos os demais eram irrelevantes... Exceto que Sahara pediu que salvasse a eles. — Nunca me rendo. — Com isso, ele fez outra questão critica, — Seus Empatas estão ativos, e, no entanto seguem tendo taxas problemáticas de enfermidade mental? A resposta de Santos foi inesperada. — Os Esquecidos não tinham muitos Empáticos para começar. — Com o rosto sombreado pelas nuvens que se movia diretamente acima, ele disse — Minha bisavó disse que era porque os Es pensavam que os desertores estariam bem. Tínhamos uma mentalidade forte, fomos brutalmente organizados, enquanto que a Net era um caos. Assim, a despeito do fato do Silêncio ser um anátema para seu próprio ser, a grande maioria dos Es não desertou. — Passou


as mãos pelos cabelos. — Significava que a nossa primeira geração era desequilibrada o suficiente para que nunca fosse feita uma contagem. Hoje, não temos empáticos de alto nível como era de se esperar, mas nossos enfermos mentais são muito mais tranquilos e mais produtivos em comparação com o que escutei dos da Net. — Um olhar arrogante. — A reabilitação era a resposta habitual em virtude do Silencio, — disse Kaleb — os mais lucrativos eram fechados e usados em seus momentos lúcidos. Santos comprimiu os lábios. — Nós não apagamos os que se quebram. E alguns se recobraram ao ponto de recuperarem as rédeas de sua vida. Retrocedendo em seus calcanhares, respondeu a seguinte pergunta de Kaleb antes que este a fizesse. — Pelo que disse um de nossos mais velhos empáticos de suas sessões com Sasha Duncan, empáticos Psy e empáticos Esquecidos divergiram em um grau que, enquanto nós podemos oferecer alguns conselhos e direções, não podemos treinar o seu pessoal. Nossas mentes não funcionam exatamente da mesma maneira quando se trata de habilidades psíquicas. – Um leve sorriso – Excesso de sangue mesclado. Kaleb se perguntou o que a mescla de sangue havia legado a Devraj Santos, fato tão singular que Kaleb não conseguiu descobrir. — Apesar de nossas diferenças, — disse — ter uma linha aberta de comunicação entre meu povo e o seu poderia resultar em benefícios para ambos. Santos sustentou o olhar, o mundo além esboçado em cinza. — Está declarando um cessar-fogo entre os Psy e os Esquecidos? — Não. — Disse Kaleb — Estou declarando a paz. — Estendeu a mão enquanto a neve começava a cair em um silencio branco. Toque não era algo que desfrutava fora o de Sahara, mas podia encontrar líder dos Esquecidos no meio do caminho. – Não tenho nada contra os Esquecidos. A vingança de Kaleb sempre fora focada nos corruptos de sua própria raça. Santos levou um longo momento antes de aceitar a mão de Kaleb. — Paz.


Capítulo 8 A ironia, é claro, é que os E-Psy é tratado muitas vezes como um segmento vulnerável da população. Se bem que isto pode ser certo em algumas circunstancias (como analisado em profundidade no capitulo 3), um entendimento tão simplista escurece a realidade do dia a dia de sua existência. Extraído de A Misteriosa Denominação E: Presentes empáticos & Sombras por Alice Eldridge.

Deitada na cama, enquanto os pássaros começaram a acordar três dias depois que um Arrow apareceu em sua vida, Ivy pensava no que Sascha Duncan tinha compartilhado quando ela contatou a cardeal para a confirmação da Designação E. Nós sanamos a mente e o coração. Tristeza, dor, nós ajudamos as pessoas a navegar de sua própria maneira para sair da escuridão. A ideia tinha causado dor em seu peito, um formigamento doloroso dentro dela... Como se uma extremidade anestesiada estivesse despertando. No entanto, ela teve que enfrentar o fato de que era uma criatura mosaico, coladas entre si por pura vontade obstinada depois do recondicionamento que quase a apagara. Quem era ela para pensar que poderia curar outra pessoa? Somos fortes, Ivy, mais fortes do que imagina nestes momentos. Temos que ser, ao tomar a dor dos demais e fazer algo melhor. Com as garras clicando na madeira do chão, Rabbit saiu de sua cesta para vir para o lado do suporte da cama com enormes olhos suplicante. — Você não está destinado a dormir na cama. — Ela tentou ser severa, mas era difícil com Rabbit. Ele lhe deu um olhar triste antes de cair com a cabeça sobre as patas dianteiras, uma visão lamentável. — Seu exagerado.3 — disse com um riso suave e deu palmadinhas no colchão. Tristeza evaporando em névoa, ele saltou e caminhou ao redor antes de decidir sobre o seu lugar favorito perto do pé da cama, diagonalmente em frente a ela. Ivy sorriu ao seu suspiro de satisfação, mas seu sorriso desapareceu rapidamente, seus pensamentos emaranhados. Se não tivesse cuidado, seus escudos na PsyNet iriam começar a rachar, expondo-a e aos outros. No original “You big ham”: Ham geralmente é usado como presunto, mas na “gíria” quer dizer que é exagerado.(NT) 3


Suas unhas cortaram suas palmas. Composto por Psy fraturados e suas famílias, o assentamento estava a salvo somente por que a pequena população havia aprendido a interconectar seus escudos. Havia levado meses de tentativas e erros, alimentando o puro desespero como um rolo compressor, até que finalmente o grupo havia aprendido a formar conexões que permitiram que cada pessoa permanecesse reservada, enquanto reforçava os escudos do grupo como um todo. No entanto, inclusive os escudos melhorados só podiam ter uma certa quantidade de pressão, e Ivy tinha sido responsável por uma parte significativa da mesma nos dois meses anteriores. Empurrando-se em uma posição sentada diante deste pensamento, ela fechou os olhos, a sua intenção de fazer um exercício mental simples destinado para um efeito calmante. Ela tinha to... "Woof!" Olhos subitamente abertos, ela se surpreendeu ao ver Rabbit de pé bem a frente dela. — Sabe que não é para me interromper quando medito. — repreendeu com suavidade. Ele latiu novamente, e desta vez distinguiu um suave tom de preocupação. Foi então que ela o sentiu, o gotejar molhado do nariz. — Maldição! — Balançando as pernas para o lado da cama, Rabbit saltando ao lado dela, entrou no banheiro e ligou a luz para confirmar o que já sabia. Ela estava sangrando pelo nariz. Não somente isso, um de seus olhos estava injetados em sangue no canto esquerdo, como se os vasos capilares houvessem arrebentado. Com as mãos trementes e a pele quente, ela pegou um pedaço de tecido para limpar o fio vermelho viscoso, apertando a ponte do nariz até que o sangue se deteve. Não demorou muito, este pequeno incidente. Limpando depois, se ajoelhou para acariciar Rabbit. — Estou bem — Ela o tranquilizou, coçando suas orelhas até que ele parou de choramingar e bateu no peito com a cabecinha — Vamos pegar algo para comer. Uma vez na cozinha, depois de jogar um casaco de malha por cima da camiseta que estava vestindo junto com a calças de pijama de flanela, ela lhe deu umas guloseimas especiais para cachorro que havia comprado no armazém geral no município mais próximo. Os agricultores humanos que dirigiam os armazéns se importavam com seus próprios negócios assim como o pessoal do assentamento, a relação entre eles era cordial. Dois anos atrás, depois de uma forte tormenta que havia prejudicado o município, o grupo de Ivy havia ajudado na limpeza e na reconstrução; um ano mais tarde o favor foi devolvido quando um de seus celeiros teve que ser reconstruído. Além disso, os grupos não se mesclavam, e Ivy sabia que isso era o que faltava. A confiança era um bem escasso para quem chamava estes hectares em expansão de casa, a maioria dos quais terminou aqui após violentas experiências traumáticas. Era um lugar tão seguro quanto poderia ser; um lugar de onde ela


não podia suportar a ideia de abandonar... E que por isso era imperativo que o fizesse. — Não há mais correntes, — ela sussurrou, com as mãos em concha em volta da caneca de chá verde que fez para si mesma — sobretudo as criadas pelo medo. Pela sua visão periférica, viu Rabbit mover a cauda, mastigando delirantemente seu petisco. Queria rir, mas ela controlava a vontade, consciente uma vez mais do esforço de manter os escudos inter-relacionados do assentamento. Ninguém disse nada, nem o faria, porque este lugar estava a ponto de reunir seus recursos para sobreviver, mas Ivy nunca quis ser um fardo. Ainda quando fora pouco mais que uma casca de pessoa, ela carregou sua própria carga. Sua mãe uma vez lhe disse que sua obstinada negativa de sentar-se simplesmente em casa, mesmo quando havia sido gravemente violada, havia dado a Gwen a esperança que em algum lugar mais além da mente em branco de sua filha adolescente, seguia sendo a menina que uma vez havia passado em um exame de física com honras depois que um professor lhe dizer que era patética na matéria. — Você nem sequer gostava de física, — Gwen disse nesse dia, enquanto Ivy ajudava na transferência das mudas da estufa para a horta que o grupo mantinha para equilibrar sua dieta. — Mas se negou a mudar de tema, não até que fizesse seu ponto. Sabendo que necessitava da obstinação ainda mais nas próximas semanas, Ivy abriu a porta de trás, colocou suas botas de neve e saiu para a luz cinzenta da manhã. Estava um frio cortante, a neve suficientemente grossa para silenciar o som, mas gostava do frescor, da nudez das macieiras que se estendiam adiante dela, ramos perfurando a nevoa. Mais além delas havia pessegueiros e ameixeiras, uma fileira de cerejeiras frutificando, até mesmo uma treliça para a miríade de frutos que Ivy conseguia persuadir a voltar a vida a cada primavera. Tudo estava adormecido sob o estéril frio do inverno, mas a paisagem não era menos bela por ser tão crua. Caminhando para as árvores, a caneca de chá na mão, ela se surpreendeu quando Rabbit foi atrás dela, um olhar grave em seu rosto por ter sido obrigada a abandonar seus petiscos a fim de escolta-la. — Sinto muito, — sussurrou, seu afeto por seu pequeno amigo aquecendo seu interior. “Woof”. Seus nervos ficaram tensos com esse grunhido de Rabbit, ela olhou para a nevoa e viu o homem, uma parte dela estava esperando Vasic, esperando por ele, mas não era o Arrow. Este homem foi correndo para ela, o rosto contraído e a mão estendida para frente de uma maneira que gritava arma. Ivy reagiu por instinto. Lançando o ainda quente chá e a caneca no rosto dele, ao seu grito de raiva, Ivy se voltou e começou a correr. — Vá, Rabbit!


Eles ziguezaguearam entre as árvores para não deixar uma linha limpa para o atacante. Ivy não olhou para trás quando ela entrou na cabana, fechando a porta atrás dela e de Rabbit, quando algo bateu do outro lado. O desconhecido estava usando uma arma de projeteis. Batendo fechado o ferrolho, instigou um Rabbit eriçado para longe da porta e agachau e caminhou para os armários da cozinha para recuperar uma arma que seu pai tinha colocado lá. Sua pele ficou fria e úmida perante a ideia de usa-lo, de fazer danos em um ser vivo, mas quando outra bala destroçou a janela acima da cabeça dela, sabia que isso era matar ou morrer. Sacudindo os estilhaços de vidro com o som dos latidos irritados de Rabbit, ela usou a telepatia para avisar seus pais e os vizinhos... Mas, em seguida, a porta da frente se abriu a tiros enquanto as balas atingiam a parte detrás, e ela sabia que estava sem tempo. Havia dois deles. Ela apertou os dentes e destravou a pistola. — Não, você não vai roubar a minha vida. Não outra vez. Se espremendo em um canto para que ninguém pudesse chegar a ela pelas costas, Rabbit ao seu lado, esperava o intruso entrar na linha de visão. Enquanto sua determinação raivosa para sobreviver não fez nada para eliminar as náuseas em seu estômago, não permitiu que isto afetasse seu controle sobre a arma. Um segundo mais tarde, ouviu os pés do intruso golpear a madeira da sala de estar, seguindo de um forte golpe, a arma na porta traseira caindo em silencio pouco depois. Não segura do que estava acontecendo, ela estava decidindo se seguia ou ficava quando Rabbit se moveu e correu para a sala de estar, habilmente evitando os vidros quebrados no solo. — Rabbit! — disse entre dentes, sobre as fortes batidas de seu coração, mas o seguiu. Sua porta estava quebrada, o batente da porta em lascas, marcas de botas em barro no chão e na porta em si. Engolindo para molhar a garganta seca, seu pulso um eco surdo em seus ouvidos, enquanto caminhava com cuidado para fora e ao redor da porta de trás para encontrá-la salpicada de balas. O dano a fez soltar o fôlego trêmulo. Não havia imaginado aos assaltantes em fuga, as mentes deles simplesmente desapareceram no ar, no espaço de três respirações. Um calafrio correu por sua pele. Não foi uma surpresa ao dar a volta e encontrar Vasic atrás dela; Rabbit se sobressaltou em um latido irritado por sua repentina aparição. — Como soube? — Perguntou ao homem que tinha, com toda probabilidade, só matado a duas pessoas por ela. Seus frios olhos cinzentos escanearam ela dos pés a cabeça com a mesma precisão clinica que havia anotado em sua primeira visita. — Está ferida? — O que? Não. — Tremores ameaçaram negar a afirmação. Apertando os dentes para lutar contra isso, repetiu a pergunta anterior. — Como soube?


— A equipe recebeu uma informação, justo antes do ataque, que certo segmento da população optou por culpar os Empáticos da queda do Silencio. — Isto não tem sentido. — Ela não lutou quando, ignorando Rabbit que grunhia com o corpo entre eles, ele tirou a arma de seu agarre de nós brancos e recolocou-o seguro novamente. Se ela nunca tivesse que tocar a coisa de novo, seria muito cedo. Esfregando as mãos na flanela desgastada das suas calças de pijamas para desfazer-se da sensação do rígido plástico negro, ela disse: — E-Psy foram suprimidos por mais de uma centena de anos. — As pessoas não são racionais na atualidade. — Eles te seguiram? Para me encontrar? — Ivy não sabia de seu conjunto de habilidades empáticas até a visita de Vasic. Ele sacudiu a cabeça, os fios profundamente negros de seus cabelos ligeiramente úmidos, como se tivessem sido salpicados pela neve que havia derretido desde então. — Foi por acaso que os dois eventos coincidirem. O grupo por trás do ataque hackeou a base de dados do centro de reabilitação e recondicionamento onde foi tratada; um 9.3 no Gradiente como você, era sem dúvida o mais forte que encontrou e, como tal, se tornou o primeiro objetivo. 9.3? Esse era um assombroso nível de poder e havia sido trancado a força em seu interior. — Meu Deus, — sussurrou — é um milagre que não sofri uma grave hemorragia cerebral. Ele apoiou a arma contra a lateral da casa, e de repente ela percebeu o quão fisicamente perigoso ele era. Havia algo tão contido dentro de Vasic que ela focou na ameaça representada por suas habilidades telecinéticos, mas ele podia causar sérios danos, sem recorrer a sua Tk. Ele era mais alto que ela por bons trinta centímetros, com os ombros e bíceps amplos em forma de músculos tensos e fortes coxas pressionando contra o tecido negro de seu uniforme de combate quando se movia. Não era grande. Esso não era a palavra correta. Não. Ele era como uma arma. Uma arma elegante afiada com perfeição cruel. — Os centros tem certas técnicas para diminuir os riscos de uma hemorragia neural. — disse com os olhos em sua luva enquanto a pequena tela incrustada nele fluía com dados. — Mas seu recondicionamento, como nós dois estamos cientes, foi incompetente na melhor das hipóteses. Empurrando os dedos pelo cabelo, tirou os olhos da pureza mortal dele e ignorou o passado. Já estava feito. Terminou. Já não tinha direito nenhum sobre ela. Seu foco deveria ser sobre o futuro – sobre que o destino lhe tinha enviado a ela em um sinal de neon cintilante esta manhã, quando ela havia precisado de um. — Os outros que foram recondicionados no mesmo centro? — No processo de serem transferidos para casas seguras. — Levantou a cabeça, a força de sua atenção como uma lâmina — Deseja uma transferência? Ivy negou com a cabeça.


— Deveria estar a salvo aqui, — esta área é tão remota que é improvável qualquer grupo tenha dois teletransportadores que possam encontrar uma maneira de teleportar para cá. E a colônia era bem guardada contra meios mais físicos de infiltração. Vasic negou com a cabeça. — Nenhum dos dois era um transportador Tk capaz. — Golpeou sua luva — Segundo minhas fontes, um pequeno avião privado voou sobre o pomar um minuto antes do ataque. Provavelmente usaram paraquedas. — Oh. — Ivy cruzou os braços, não tendo nem sequer considerado essa opção — Não acredito que temos defesas contra os ataques aéreos. — Seus pais e Ivy, os outros, conduziam a fazenda com um lucro médio deliberado de modo a não atrair atenção indesejada, mas isso não significava que não tinham muito dinheiro para gastar em uma cara vigilância. — A equipe técnica do esquadrão já colocou a colônia em sua lista de vigilância aérea. — Obrigada — Mordendo o lábio inferior com força, ela forçou a si mesma a fazer a outra pergunta, uma que ela não queria fazer, — Essas duas pessoas... Elas estão mortas? — Não. Ivy pressionou uma mão contra a parede exterior fria da casa quando seus joelhos enfraqueceram, a respiração correndo para fora de seus pulmões, mas Vasic não tinha terminado. — Nós precisamos interrogar os dois para descobrir se isto era um ataque “mal feito” motivado pelo medo, ou se ele era parte de uma maior e mais organizada célula. — Pernas ligeiramente separadas, suas mãos cruzadas nas costas, um soldado em descanso. — É possível que seja remanescentes fragmentados dos Pure Psy. — Ele adicionou, nomeando um grupo por trás de uma série de horrorosos ataques violentos antes da queda do Silencio, podem ter algo a ver. — Ivy! Rodando sobre os calcanhares ao grito de seu pai, ela gritou de volta. — Eu não estou ferida! Uma mudança no ar e ela soube que Vasic se fora antes que ela visse o espaço vazio onde ele estivera parado um segundo antes. — Coincidência? — Foi a resposta suspeitosa de seu pai quando ela compartilhou a explicação de Vasic para o ataque. — Ou uma armadilha para fazê-la mais favorável à oferta de Krychek? — Não acho que Vasic iria mentir. — As palavras se derramaram de seus lábios, nascido de uma parte dela que conscientemente não entendia. — Ele é um Arrow, servindo outro mestre — O tom duro que sua mãe usou mostrou claramente a visão de Gwen. — Você está errada, eu acho que ele não serve a ninguém. — Havia um sentimento de solidão penetrante em torno do Arrow com os olhos gelado de inverno. — E mãe, se isto era para me amedrontar para que aceitasse, tudo o que ele tinha que fazer era me levar para a beira de um precipício.


— Mas agora você está agradecida — seu pai apontou. — Você o vê como seu salvador. Consciente que as palavras de seus pais tinham sentido e sem poder articular uma razão racional para seu desejo de confiar em um homem que nada fez para esconder sua natureza letal, ela estendeu as mãos. — Nada disso importa. Minha decisão iria ser sempre a mesma. — Ela olhou para a mãe e depois para seu pai. — Eu preciso descobrir quem eu sou. Mesmo que para isso tivesse que confiar em um Arrow que era mais mortal que qualquer arma.


Capítulo 9 A proteção do Silencio é prioridade de cada Arrow. Executar aqueles que podem desafiar o protocolo será, às vezes, necessário. Não hesite em tomar medidas drásticas, porque ao fazê-lo estará protegendo nosso povo da aniquilação. Primeiro Código dos Arrows.

Vasic se teletransportou até a cela em que havia lançado um dos atacantes do pomar, o outro estava na cela em frente. Situada nas entranhas do Comando Central Arrow, a cela era um sólido bloco quadrado sem porta, teletransporte era a única forma de entrar ou sair. Independente do fato de que nenhum dos dois era um teletransportador capaz, Vasic usara um truque mental do esquadrão para acorrentar temporariamente as habilidades psíquicas deles; assegurava que não podiam “encontrar um caminho para obter uma assistência ou utilizar a PsyNet para enviar uma mensagem”. Não havia mentido para Ivy. Não estavam mortos. — Ajudem-me! — Gritou o que tivera os braços quebrados por Vasic, com o rosto muito machucado de ser esmagado contra a parede. — Você não vai morrer com esses ferimentos, — Vasic disse, quando Abbot se teletransportou com Aden. Um grunhido de Aden e Abbot os deixou sozinhos. Você tem que ir, também. A voz de Aden na mente de Vasic enquanto o outro homem somou as rédeas da correia psíquica. Vá. Yvy está em risco. Informarei a você. Sua tarefa é mantê-la a salvo. Uma vez mais, Aden estava tentando colocar Vasic em uma missão suave. Nunca desviando o olhar do assaltante que havia destroçado a porta de Ivy, Vasic se agachou diante do homem ferido. — Pare, — ele disse em voz baixa, e o homem ficou em silencio, o terror deslizando em seus olhos. Uma resposta previsível. Este covarde pode querer restabelecer o Silêncio, mas o desejo dele era dirigido por um medo covarde do desconhecido. — Sou capaz de torturar você até que não tenha um só osso inteiro daqui, — ele indicou o osso esterno do macho, — até aqui. — Assinalou os pés do homem. — Você parecerá com um pedaço carne batido com um martelo no momento em que tiver terminado. A ameaça era uma verdade absoluta. Tinha se responsabilizado pela segurança de Ivy, e não havia nada que não faria na busca desse objetivo.


— Sou em TK, posso fazer você sentir cada quebra individual, sem levantar uma mão. Ele quebrou o menor osso do dedo da mão do homem como uma demonstração. Esperou os gritos morrerem até se tornarem soluços fungados, Vasic disse: — Posso usar as mesmas pequenas pausas para desmantelar seu tronco, quebrar suas costelas em lascas, então rachar seu tórax. Fraturar sua clavícula em segmentos de uma polegada de tamanho levaria muito tempo e habilidade, mas eu tenho ambas as coisas. — Ele baixou a voz para que o prisioneiro tivesse que se esforçar para escutar — Eu também sou paciente. No momento em que chegar aos dedos dos pés, os dedos das mãos terão se curado, e posso começar todo o processo de novo. Você não me quer nesta sala. Todo o corpo do homem começou a tremer. — Responda a minhas perguntas, — Vasic continuou no mesmo tom, o que usou durante todo o tempo. — E eu deixarei você. Dez minutos depois, o prisioneiro tinha dito tudo o que sabia. Não era muito. Seu companheiro sabia menos ainda, mas as peças conduziram a uma só resposta: o ataque tinha sido orquestrado por um dos tenentes Pure Psy restantes. Estúpido. Se Vasic estivesse na posição do tenente, ele teria se escondido e ficado assim até que tivesse a oportunidade de golpear o coração do novo regime. — Vou atualizar Krychek, — disse Aden para Vasic depois de sair das celas para a área comum do esquadrão. — E começar a busca ao tenente. Vasic não tinha nenhum argumento contra isso, a limpeza do Pure Psy era muito menos importante que a proteção da E. — O que vai fazer com os dois homens? Aden ficou calado por um longo tempo, os olhos fixos no verde mais além do cristal, as grossas samambaias ondulando na parte inferior da janela. — Parte do problema com o conselho era que tudo era feito nas sombras, a “justiça” infligida de maneira arbitraria. Temos que voltar para um sistema aberto, onde os homens deste tipo possam ser julgados e castigados de acordo com nossas leis. — A Rede ainda não está pronta para isso. — Não. — Aden juntou as mãos nas costas — Mas será um dia. Até então, vou colocá-los em uma prisão de segurança máxima, com um rastro de papel que vai garantir que permaneçam ali por muito tempo. — Suas habilidades? — Não está informado, mas qualquer Psy que vá para o sistema penitenciário tem suas habilidades restringidas por uma correia autossustentável. O acesso à PsyNet está restrito a uma área controlada. Vou organizar isso. Vasic pensou nas palavras de Aden sobre a justiça, enquanto regressava para o pomar coberto de neve e para Ivy. O outro Arrow estava certo em um sentido, mas a violência das habilidades possuídas por sua raça significava sempre haveria alguns monstros tão horrível que eles precisavam ser caçados e


executados, horror que nenhum sistema judiciário poderia manipular. Quando chegasse esse momento, era um Arrow que faria a caça, escuridão enfrentando escuridão. Escaneando a área em volta da cabana de Ivy na luz da manhã em silêncio, ele cruzou a neve amontoada ao lado dele. Seu pequeno mascote o viu primeiro, latindo em uma forte advertência de onde se encontrava em guarda na porta traseira. Ivy apareceu um segundo depois, uma escova na mão e seus cachos presos por um lenço púrpura e branco. — Sabia que era você, — disse com um leve sorriso — Agora foi rebaixado de “ameaça mortal” a “irritação que não desaparece” no vocabulário de latidos de Rabbit. Ele pensou que talvez houvesse uma maneira correta para responder a essa afirmação, ao suave cuidado dela, mas ele não tinha esse conhecimento. — Porque está sozinha? — Havia deixado-a sozinha porque viu seus pais e outras pessoas no caminho, armados e prontos para proteger. — Eu não estou. — Um rápido olhar por cima do ombro antes que ela baixasse a voz em um sussurro. — Minha mãe, no entanto, ainda não se deu conta de que está aqui. Quer conhecê-la? — Você acredita que isso vai ajudá-la a aceitar os parâmetros da sua proposta de contrato? — Provavelmente não. — Uma ligeira careta de dor, com uma expressão tão aberta, que ele sabia que ela não seria capaz de falsificar o Silêncio no exterior. — Ela provavelmente olhará para você e vai sacar uma pistola. — Se estivesse destinado a matar — assinalou, — que estaria morta faz muito tempo, seu corpo eliminado em um incinerador crematório. Piscando, Ivy olhou-o com esses olhos estranhos que o faziam sentir-se despido até os ossos. — Talvez seja melhor que você não conheça minha mãe. — Eu discordo — Uma mulher alta, seu corpo alto e magro, apareceu a vista um segundo depois do pronunciamento. — Pelo menos, — incluiu — é honesto. Entregando sua própria escova a uma Ivy que estava cada vez mais em dúvida pela situação, a mulher, Vasic a identificou como Gwen Jane a partir dos dados biográficos de Ivy, disse: — Seu pai está a um minuto de distância com os materiais para consertar as janelas e portas. — Virou-se para Vasic — Vamos dar um passeio? Os dez minutos seguintes foram...interessante. Nos vinte e sete anos desde que ele tinha sido convocado para o esquadrão, Vasic experimentou muitas coisas, mas nunca encontrou a si mesmo sendo interrogado por uma mãe preocupada com sua filha. Gwen Jane poderia parecer Silenciosa na superfície, mas seu protecionismo era feroz, pensou, vislumbrando a verdade, ainda que não tivesse experiência com amor materno ele entendeu que isso era uma força formidável.


— Vou me assegurar que não sofra nenhum dano — ele disse a ela — A prioridade de Krychek pode ser a Rede, mas a minha é os Empáticos, com Ivy como minha tarefa particular. Um olhar atento. — Como pode prometer isso quando trabalha para Krychek? — Um mal entendido comum. — Um que o esquadrão permitiu aos Arrows uma liberdade para permanecer sob o radar. — Elegemos estar ao lado dele, porque sua postura atual beneficia a PsyNet e a população. No caso de mudança, sabe que não pode esperar nosso apoio. — Não são cachorros domesticados, mas lobos selvagens que decidiram que é um aliado no momento? — Exceto que não somos selvagens. — Para ser um Arrow era necessário viver uma vida bem regrada. Não era uma eleição e sim uma necessidade. Porque existia uma razão para um Arrow ser um Arrow, e todas e cada uma dessas razões eram mortais. — Há diferentes tipos de selvageria — Gwen disse quando chegaram a vista da cabana novamente. Podia ver os suprimentos para o conserto da janela apoiado na parede de madeira exterior - para a nova esquadria, a velha estava quebrada pela chuva de balas - assim como uma folha de cristal desenhada para se encaixar. Com o som ecoando sobre a neve iluminada pelo sol, Ivy e seu pai estavam trabalhando na porta principal. Só tomou um curto espaço de tempo para cuidar da janela, sua telecinese em 7,9 no Gradiente. Ele não teve que bater nos pregos, bastava empurrar com a sua mente; eles passaram a madeira como se fosse manteiga... A habilidade requeria sutileza. Empurrar muito forte e os pregos sairiam do outro lado. Trabalhar com uma tábua grossa e centenas de pregos havia sido um de seus exercícios mais fáceis e divertidos quando era um menino vivendo ainda com seu “pai”. O mesmo homem que mais tarde o deixou em uma instalação de treinamento Arrow e nunca mais olhou para trás. Nem sequer uma vez. Vasic sabia por que sentiu medo aos quatro anos, a idade que ele tinha quando permaneceu em pé na entrada do centro de treinamento e viu o carro de seu pai ficando cada vez menor e menor. De acordo com suas memórias, ele chorou, mas ele já não podia mais acessar a emoção que levou à essa resposta. — Bem, — Gwen murmurou, esta mulher que demonstrou que estava disposta a ir de igual para igual com um Arrow para proteger sua filha. — pelo menos é útil. — Sim. — As pessoas achavam Vasic útil durante toda sua vida, mas nada tinha a ver com o conserto inofensivo e estranhamente satisfatório de uma janela. — Assumo por suas perguntas anteriores que Ivy decidiu aceitar o contrato. — Deixarei que ela responda a isso. — Deixando-o após essa afirmação, Gwen deu a volta para a porta principal. Ivy chegou logo depois. As mangas de sua camisa jeans desbotada agora estavam enroladas até os cotovelos para revelar a manga longa de uma camiseta


branca. Seu lenço tinha deslizado uma fração para deixar vários cachos ondulando livres. Rabbit, é claro, estava em seus calcanhares. Ele mostrou os dentes a Vasic logo que o viu. — Estou de acordo com o contrato, — disse Ivy sem preâmbulos, — mas Rabbit vem comigo. Levantando o queixo, ela cruzou os braços. — Aonde eu vou, ele vai. — Terá que ensiná-lo a permanecer dentro dos limites, — disse Vasic, perguntando-se se Ivy era tão leal a todos que pertenciam a ela. — Estou certo que os changelings não fariam nada para machucá-lo, mas há lobos e linces reais na área também. Os braços de Ivy caíram ao longo do corpo, seus olhos arregalaram. — Vamos ficar perto do território changeling? — Foi um sussurro rouco que roçou sua pele como uma sensação tátil. — Dentro dele. — Nem Vasic nem Aden esperavam que os changelings estivessem de acordo com a solicitação de Krychek, mas era oficial desde a noite anterior. — Território DarkRiver-SnowDancer. Ivy voltou sua atenção para seu mascote, grunhindo. — Escutou isso, Rabbit? Não vá por ai grunhindo a nossos anfitriões ou pode ser que decidam comer você no almoço. — Havia um rubor cor de rosa tranquilo em suas bochechas quando voltou a olhar para cima. — Sinto muito, estou acostumada a falar com ele. — É terapêutico? — Vasic nunca teve um mascote, não entendia o conceito. Ivy não sabia como responder a pergunta de Vasic sem dizer demasiado... Mas qual era o uso de esconder as coisas? Ele já sabia de seus segredos mais perigosos. Com esse pensamento veio uma onda de liberdade. — Ele era um vira-lata, — começou ela, — se arrastou até o pomar sujo de lama, magro, e machucou-se em uma luta... Enquanto eu ainda estava... Mal. Não era real, nada mais que uma sombra da menina que ela fora uma vez, sua mente e sua alma brutalizada e agredida, com gritos arrepiantes durante a noite, o único som que ela fazia durante todo o dia. — Eu o alimentava, porque não sabia que outra coisa fazer, então o levei ao veterinário. Ninguém disse nada, mas me dei conta de que os adultos pensavam que iria morrer. — Havia sido um instante de introspecção aguda, cortar através da nevoa em que ela existia. — Queria dizer-lhes que estavam errados, que podia ver sua vontade de viver em seus olhos, mas eu não tinha as palavras então. — Em lugar disso, o levei comigo para casa depois que o veterinário enfaixou sua perna quebrada, lhe dava de comer com a mão, e me assegurei de que suas feridas ficassem limpas. — Seus pais a tinham encontrado aconchegada com Rabbit no celeiro na primeira noite, e levaram a ambos para a cabana da família. — Foi talvez cinco dias depois que ele cambaleou e começou a tentar andar. — Uma semana depois disso, ele caiu em um lamaçal, e tentei lavá-lo – O riso expulsou os ecos persistentes do terror — Tive que persegui-lo por aí com a


mangueira. — Seu mascote tinha sido tão rápido, mesmo com uma perna quebrada — No final, eu estava molhada dos pés a cabeça. Ivy encontrou o olhar de Vasic, tentando fazê-lo entender. — O cuidado com Rabbit foi a primeira vez em sete meses que fiz outra coisa do que seguir instruções. — Ela estava viva, respirando automaticamente, o único sinal de vida consciente era seu desejo de ajudar seus pais a fazer as tarefas, mesmo quando etava claro que seu cérebro não estava enviando sinais corretos aos seus membros. Vasic considerava seu cachorro grunhindo. — Ele era uma criatura viva ferida, e você é uma empática. Ele falou com o aspecto mais imutável de sua natureza. Para Ivy não importava os detalhes técnicos do como ou por que. Ela só sabia que Rabbit havia salvado a ela como ela o salvou. Fraco mas obstinado, ele fez seu caminho sob sua mão quando ela se sentava olhando para o nada, empurrando até que ela cedia e acariciava então seu pelo surrado. Quando seus dedos se abriam com os espasmos e deixavam cair às maçãs que ela tentava colher, ele usava seus dentes para recolhê-las e as colocava em sua cesta. Sua determinação lhe havia dado o impulso necessário para reprimir sua chorosa frustração e tentar de novo e de novo. E de novo. Em algum momento seu cérebro começou a reconfigurar-se, encontrando caminhos ao redor seções tão feridas, a cabeça de Ivy ainda latejava com a dor excruciante mesmo três anos após seu recondicionamento. — Voltei a aprender a correr porque Rabbit queria brincar, — disse através do nó em sua garganta. — Ele era tão pequeno e magro, mas nunca se rendeu, assim que eu não podia me render também. — Havia levado tempo para seu mascote começar a engordar, seu pelo a ficar brilhante e saudável, a transformação ecoando em sua própria mente se curando. Quando caia, exausto, o pegava em seus braços. E quando ela caía, porque seu corpo se recusava a fazer o que mandava, ele havia cutucado e latido até que ela se arrastava para cima. — Três meses depois de sua chegada, falei pela primeira vez. Um mês depois disso, pedi terapia cerebral. As intensas sessões com um medico do assentamento tinha ajudado lentamente a recuperar as ultimas peças de sua mente. — Foi muito difícil. — Comparável a terapia física agonizante que as vezes era necessário depois de severas lesões corporal. — Mas cada vez que pensava que tinha chegado ao meu limite, me lembrava de Rabbit farejando pelo pomar, mesmo quando estava ferido, e encontrava outra reserva de força de vontade. O vento revolveu o cabelo de Vasic no silencio que se seguiu a sua história. — Eu vou tomar cuidado quando teleporta-lo, — disse ele, por fim. — Embora talvez eu devesse ser o único preocupado com minha segurança. Surpreendida com um sorriso por essa declaração leve, ela piscou para afastar o ardor nos olhos e abaixou para recolher seu mascote que ainda


mostrava os dentes. — Ele vai se comportar, não é? — Ela virou a cara de Rabbit para Vasic. — Estenda sua mão para que ele possa farejá-lo. Vasic o fez, mas Rabbit se negou a olhá-lo, fascinado com tudo a vista, menos a mão do Arrow. Ivy tentou forçá-lo, só para reconhecer a derrota. — sinto muito — Colocou Rabbit no chão, que de imediato se colocou em frente a ela, caninos piscando. — Talvez depois que ele conhecer você um pouco mais. Vasic não parecia afetado pela rejeição. Por outro lado, tinha estado friamente calmo depois de manipular os dois intrusos. Ivy tinha a sensação desconcertante de que ninguém podia penetrar a negra e fria armadura de um Arrow... E por alguma razão, queria fazer exatamente isso, fascinada pela pequena visão de uma personalidade mais além do gelo. — O experimento, — disse Vasic, agora. — começará tão logo a segurança ao redor do perímetro esteja completa. Você deve se preparar e estar pronta para sair em curto prazo. — Você me comunicará? — Ela lutou com a crescente tentação de tocar o gelo dele, convencer a si mesma de que era real e não uma ilusão de inverno enviado para dizer-lhe coisas fantásticas. — Sim. Dez segundos depois, ela ficou só, a única evidência da presença de Vasic eram as marcas das botas dele na neve... e uma única janela perfeitamente consertada.


Capítulo 10 Esse mundo já foi um verdadeiro triunvirato, mas agora existem como peças díspares. Os seres humanos em seus enclaves insulares*, Psy em arranha-céus armado de aço e vidro contra intrusão, changelings em bandos fechados, geralmente contra forasteiros. Esse não pode ser uma existência viável a longo prazo. A mudança é inevitável. Extraído de um ensaio de Keelie Schaeffer, PhD (dezembro 2073).

Vasic convocou uma reunião com sua equipe de segurança duas horas depois da recuperação dos paraquedas utilizados pelos atacantes e a atribuição de um guarda encoberto para cuidar dela. Ele já tinha tomado a decisão de que a relação entre os arrows e empáticos no complexo seria de um-para-um, com cada Arrow sendo emparelhado com um E. Segurança tinha que ser alta e firme; o PurePsy não era o único grupo que poderia ver os empáticos como uma ameaça. Os seis homens e três mulheres que havia escolhido pessoalmente para esse dever ficaram na frente dele na clareira situada perto da parte de trás do espaço verde subterrâneo do Comando Central. Todos estavam vestidos com uniformes negros idênticos adornados com somente uma estrela de prata sobre um ombro. — Os empáticos — lhes disse agora — são nossa prioridade. Tudo o que colocá-los em risco deve ser eliminado. — Se recebermos ordens que contradigam essa Diretiva? — Perguntou um agente feminino treinado como telepata para combates mentais. — Está sob meu comando direto — respondeu Vasic — Designação Unidade Arrow E1. Se alguém mais tentar dar-lhes uma ordem, contate diretamente comigo — Krychek não era tão estúpido para tentar subverter a liderança Arrow desta maneira, mas os restos esfarrapados dos Pure Psy não eram tão inteligentes. Não que Vasic acreditasse que um destes homens e mulheres fossem desleais. Alguns haviam sido tentados pela ideia da paz psíquica exposta pelo grupo fanático, mas qualquer uma dessas inclinações havia sofrido uma morte rápida com o primeiro ato violento do grupo. — Se você acredita-se inadequado para esta tarefa — disse ele, porque os Es iria empurrá-los todos para os seus limites com sua singela proximidade, — fale-me mais tarde. Não haverá - acrescentou telepaticamente - repercussões negativas, caso deseje retirar-se da equipe. Durante a liderança de Ming LeBon do Esquadrão, o ex conselheiro havia esmagado qualquer tentativa de rebeldia ou desacordo,


estendendo a dosagem de Jax nos Arrows, uma droga desenhada para amplificar suas capacidades, já que os converteu em assassinos impiedosos sem a capacidade de distinguir o bem do mal. Vasic sabia a equipe na frente a ele confiava nele para não fazer o mesmo, mas sempre fez questão de reiterar a mensagem, lembrar seus companheiros de pelotão de seu direito de escolha. Nunca mais ninguém trataria um arrow como uma ferramenta descartável. Um dos homens na fila de trás tomou a palavra. — Vai haver repercussões se solicitarmos transferência depois do inicio da operação? Era uma pergunta astuta. Como nenhum deles havia passado tempo real com um E, poderia não saber como ele, ou ela, poderiam reagir. — Não — disse Vasic — Eu calculei isso em meus planos. — Tinha uma lista de segurança de cinco suplentes — Avisem sobre qualquer problema o mais rápido possível, no entanto. Ao ver que não tinham mais perguntas, usou o bracelete para fazer aparecer e projetar um holo-mapa a esquerda de seu corpo. — Foi-nos dado acesso a uma seção do território DarkRiver-SnowDancer. — O mapa delineava uma área que os lobos e leopardos haviam descrito como “pequena”, mas aos olhos Psy era uma paisagem extensa. Vasic preferia os espaços abertos em vez das zonas mais contidas preferidas pela maioria de sua raça, mas ele funcionaria em qualquer uma. — No instante em que nos movermos para além do perímetro marcado vamos ser considerados hostis e eliminados. O perímetro também terá equipamento para causar lesões ou morte. Abbot perguntou. — Se existir um risco urgente a um E, e os teleportadores da unidade estiverem inacessíveis ou fora de serviço? Existiam três Tks no E1: Vasic, Abbot e Nerida, esta última um dos extremamente limitados números de fortes Tks feminino na rede. Fora demonstrado estatisticamente que a Telecinese era mais forte no gênero masculino; Vasic sempre considerou inusitado que não houvesse um contrapeso na população feminina. Esse mistério fora resolvido com os dados que apareciam com os empáticos latentes, as fêmeas superando os machos em números significativos. Arquivando esse fato no momento, ele disse: — Eu me encarregarei de ter um código de emergência para ser incorporado em suas unidades de pulso que vai ligá-los diretamente com a equipe de segurança changeling. — Aden e ele teriam uma reunião com a equipe DarkRiver-SnowDancer em uma hora para discutir os aspectos mais sutis da operação. — Estudem os detalhes de seus alvos designados, me avisem das ameaças a segurança. Dispensando a equipe pouco depois, sem que nenhum dos nove pedisse para ser retirados da proteção, baixou os arquivos de um outro E. Como líder da equipe, tinha que ter um completo perfil da situação. Prestando especial atenção


nas imagens, ele confirmou um fato que já suspeitava – era somente o olhar de cobre de Ivy Jane que o fazia sentir-se nu até os ossos. Aden encontrou Vasic quando chegou o momento de se transportar para a reunião com os changelings, a imagem que era necessária para ancorar a transferência havia sido enviada cinco minutos antes. — É uma situação desconhecida — disse a Aden — Devo fazer um reconhecimento. Mesmo Vasic não era rápido o bastante para evitar um tiro direto a queima-roupa depois de um teleporte, então seria uma morte em vez de duas. No entanto, seu parceiro negou com a cabeça, com o cabelo negro liso crescido do corte militar severo, o suficiente para os fios deslizarem uns contra os outros. — Os Changelings nunca mostraram uma tendência a provocar uma briga, e esta situação é delicada. Devemos encontrá-los no meio do caminho, não por Krychek, mas para a equipe construir suas próprias alianças. Aden, Vasic percebeu, estava pensando em anos a frente, como sempre fazia, desta vez em um futuro em que um Arrow poderia necessitar de amigos fora do esquadrão. — Em dois. Um...Dois. Eles chegaram em frente de uma cabana de madeira resistente cercada por terra aberta que se fundia em abetos verdes escuros configurados longe o suficiente para que não houvesse muita luz no chão. Esse fundamento foi revestido na neve que brilhava sob o sol ardente de um céu de inverno cristalino, o som da água que fluia sobre as rochas à distância. De pé contra a cabana estavam o alfa DarkRiver, o alfa SnowDancer, e dois outros. Vasic não conhecia a fêmea alta com cabelos negros e vivos olhos de cor índigo que estava de pé junto ao lobo alfa, mas reconheceu o macho loiro claro ao lado do alfa felino. Dorian Christensen, o changeling que havia falado com Vasic sobre o corpo de uma jovem cuja vida e morte Vasic havia sido enviado para apagar. Um homem de cabelos escuros que caminhava com a graça de um assassino apareceu pela lateral da casa nesse instante. Judd Lauren, Arrow e membro da manada SnowDancer. Não havia lealdade dividida; Judd havia conseguido deixar claro que a sua lealdade era a matilha que havia se convertido em seu lar. Isso não significava que não ia fazer todo o possível para ajudar o esquadrão sempre e quando essa assistência não fizesse nenhum dano aos SnowDancer e seus aliados. A família vem primeiro. Palavras que Judd havia falado para Vasic no pátio abandonado de uma igreja da Segunda Reforma. Mas o esquadrão é família também. Eu nunca trairei você a menos que você me traia procurando ferir àqueles a quem amo. O amor era um conceito sobre o qual Vasic não tinha nenhuma compreensão, apesar de saber reconhecer os sinais nos outros. Aprender os sinais físicos sutis que traiam vínculos emocionais tinha sido parte de sua formação, destinado a dar-lhe as ferramentas que poderia utilizar para explorar


seus objetivos de raças emocionais. Ele não fez, no entanto, realmente entendia, e isso era mais do que um animal treinado entendia as palavras ditas a ele. Podia pedir para Judd explicar isso para ele, mas suspeitava que simplesmente não tivesse fundamentação emocional correta para compreender a explanação. — Tem os últimos detalhes sobre as medidas de segurança? — A voz de Aden cortou através dos sons do bosque, o silêncio que inquietava a muitos Psy agora em evidencia, a água, os pássaros, o vento, o uivo de um lobo a distancia, era uma sinfonia natural. Hawke levantou uma sobrancelha. — Eu acho que as brincadeiras terminaram então. — Apesar das palavras preguiçosas do lobo alfa, o azul pálido do seu olhar era o de um predador. Focado. Sem piscar, — Judd está com os esquemas. O outro Arrow prendeu o mapa de papel em um lado da cabana usando seu TK — O interior do perímetro — golpeou uma fronteira marcada em amarelo, — está ajustado com sensores subterrâneos que vão detectar qualquer movimento. Não há maneira de chegar a eles. Estão enterrados e em grandes quantidades. Vasic não tinha nenhuma intenção de subverter a segurança dos bandos, mas Judd sabia como uma mente Arrow trabalhava, e a precaução era boa. — Perímetro exterior? Marcado com cor laranja, era a certa distancia do perímetro interno, criando uma zona tampão significativa. — Linhas laser. Configurada para incapacitar imediatamente. — Você deve configurar para matar. — Um Arrow necessitava de somente uma margem estreita para alterar o equilíbrio de potencia. Nenhuma surpresa na expressão de Judd. — Isso será feito pelas medidas de segurança na zona vermelha. — Todas as áreas estão marcadas? — Aden interrompeu a atenção ao mapa. — Temos civis conosco. Judd assentiu. — Mesmo uma criança não poderia perder as linhas de fronteira. Qualquer pessoa que consiga sobreviver à zona vermelha será monitorado e eliminado de uma forma muito mais confusa. — Um brilho no marrom escuro salpicado de ouro de seus olhos que Vasic traduziu como humor — Confie em mim, você não deseja ser destroçado por um lobo ou as garras de um leopardo. Vasic escaneava o mapa com sua luva como uma cópia de segurança para o arquivo que Judd, sem duvida, enviaria. Sustentando seu olhar, Judd disse: — Tem a intenção de utilizar um bloqueio facial para violar o perímetro e entrar nas terras do bando? — Não, a menos que seja uma emergência onde não terei nenhuma outra opção.


Um voto, de Arrow para Arrow, um que foi aceito sem mais discussão; se Judd tivesse duvidas, não estaria aqui. — Os outros podem somente teleportar com uma referencia visual — Judd assinalou — e toda zona além do perímetro exterior está fortemente patrulhada. Barreiras de luzes sutis assegurarão qualquer intenção de tirar fotografias de longo alcance produzirão uma imagem distorcida. Fazendo-as inúteis para um teleportador comum. Ele sempre teve uma das mentes mais geniais do esquadrão. Vasic concordou com a declaração telepática de Aden. Fora Judd, depois de tudo, que havia trabalhado uma maneira de afastar-se – e como resultado, outros tks fora do Jax – sem enviar uma bandeira vermelha. Aden e Vasic tinham trabalhado no mesmo problema há meses, quando ficou claro que Judd teve êxito e a única coisa que tinham que fazer era reforçar discretamente os caminhos que ele havia colocado em marcha. É uma pena que não nos demos conta que era um de nós até depois de sua deserção, disse Aden, em referencia as tendências rebeldes do outro Arrow. Quase me aproximei dele depois da manobra com o Jax, mas era um Arrow tão perfeito em todos os demais aspectos que o risco superava meus instintos. Vasic não estava tão seguro de que havia sido um erro. Se houvéssemos traído Judd, ele poderia ter feito diferentes opções, e não iria ser quem é agora. Um Arrow que não só havia sobrevivido, mas que estava vivendo. Era uma clara distinção. Judd tinha uma companheira, uma família, uma vida real que, sem ele saber, era um farol para todos os membros quebrados do esquadrão. Kaleb Krychek poderia ser como eles, mas Judd era um deles. Nos minutos seguintes, o outro homem explicou os protocolos de segurança que ficavam, a maioria implicava em vigilância por satélite. As árvores nesta área foram espaçadas amplamente o suficiente para que os bandos pudessem manter um olhar remoto no complexo Psy – mas os changelings prometeram manter uma vigilância a um nível geral, sempre e quando aqueles dentro do complexo não fizessem nenhum movimento agressivo suspeito. — Não temos nenhum desejo de espiar suas vidas — disse Lucas Hunter sem rodeios, com os braços cruzados sem apertar sobre o peito enquanto se apoiava na cabana de uma maneira que parecia a Vasic um gato preguiçoso. — mas vamos descer com força no instante em que parecer que vocês estão usando o complexo como uma base para a agressão. Algum problema? Aden perguntou a Vasic. Não. Suas precauções são impressionantes. Vasic tinha outra geografia, em oposição a trava facial neste território, mas não era um com qualquer valor militar. Não era esse o ponto. Os Es estarão a salvo aqui. Ivy e seu mascote estariam a salvo aqui. As proteções podem ser desenhadas para nos manter aqui, mas também irá manter os agressores fora. — Nos concordamos com todas as especificações, — Aden disse em voz alta. — No entanto, temos um pedido. — Ele afirmou a necessidade de um protocolo de passagem segura de emergência.


Uma breve discussão mais tarde, e uma solução proposta por Vasic de um código SOS foi aceita. — Sacha Duncan está disposta a trabalhar com os Es? Os olhos verdes de Lucas Hunter adquiriram um brilho selvagem diante da pergunta de Aden. — Sim, mas falaremos disso depois que seu pessoal estiver dentro. — Podemos construir as cabanas restantes, — começou Vasic, mas os changelings desdenharam a oferta, preferindo fazê-lo por eles mesmos com a finalidade de minimizar o impacto no meio ambiente natural. Vasic fez uma nota mental para varrer as cabanas para as equipes de vigilância antes de passar para seus arrows e os Es. Os changelings não pareciam interessados em tão intensa e invasiva vigilância, mas Vasic não tomava nada em confiança. Assim era muito mais difícil que as pessoas o traíssem.

Depois dos dois arrows deixarem a clareira, Hawke olhou para o local onde Lucas e ele estavam falando a curta distancia. Índigo sorriu e negou com a cabeça algo que Dorian havia falado. Um segundo depois, Judd respondeu a um forte sorriso de Dorian e uma rápida replica. — Poderia imaginar essa cena cinco anos atrás? — Disse Lucas no mesmo instante — Não só leopardos e lobos e Psy juntos, mas toda essa situação com arrows e empáticos. — Cinco anos atrás, SnowDancer como matilha estava ilhada e contida nela mesma. — O passado havia marcado os homens e mulheres de Hawke, eles endureceram com todos que não fossem deles. — Não tínhamos ideia do que poderíamos ser. Eu não tinha ideia de que eu poderia ser. — Não simplesmente um alfa que iria sangrar por sua matilha, mas um homem que iria atacar ferozmente o mundo por sua companheira. Estava claro que Lucas percebeu o protecionismo primitivo que vivia em Hawke, sua seguinte pergunta diretamente relacionada com Sienna. — Ainda pensando em montar um assalto a Ming em um mês? O lobo de Hawke grunhiu em seu interior, os lábios abertos em volta para mostrar suas presas. Enquanto Ming LeBon vivesse, seria uma ameaça para a companheira de Hawke. E isso era inaceitável. — Isto — ele acenou para o complexo — está jogando uma chave inglesa nos trabalhos. — Não podia sair de seu território com tantos Psys na vizinhança, e a operação não poderia avançar. Ming era um telepata cardeal especialista em combate mental com forças significativas. Só teriam uma oportunidade com ele, assim que todas aas peças teriam que estar em seu lugar. Os olhos verdes de gato de Lucas seguraram os de Hawke. — DarkRiver ajudará a manter sua matilha segura. — Foi uma promessa de um alfa para outro, o vinculo de sangue entre eles escrito em pedra. — Ming ameaça a todos


nós. Você me disse que os contatos de Judd disseram que pode ter apoiado os Pure Psy. O queixo do alfa leopardo apertou-se ante a menção da força violenta que havia atacado tanto os SnowDancer quanto os DarkRiver. Hawke nunca tinha confiado em ninguém com sua matilha, na realidade nunca o faria. Isso era a parte que o fez tão bom alfa, assumiu a responsabilidade por todos e cada um dos SnowDancer. No entanto, se o plano dele e de Sienna seguisse o que foi planejado, somente ficaria fora durante um dia no máximo, e não só seus tenentes tinham capacidade de cobrir sua ausência, Lucas havia ganhado sua confiança. — Manterei você atualizado. Índigo os saudou com a mão nesse momento, e os dois atravessaram para o coto de árvore que os outros estavam usando como uma mesa. — Nós decidimos em nove cabanas de um quarto — afirmou a tenente, — juntamente com uma cabine maior para os arrows, uma vez que eles vão dormir em turnos. Discutiram a colocação das cabanas e quantas equipes eram necessárias para levantá-las o mais rápido possível. Desde que DarkRiver estava no ramo de construção, os leopardos se encarregariam, com os lobos proporcionando mão de obra, conforme o necessário. — Sei que tem sentido humanitário — disse Índigo, enrolando o mapa para levá-lo de volta — e confio em Judd e em você até a medula... — Mas o lobo segue sendo espinhoso com a ideia de muitos assassinos em nosso território, — Completou Judd. — Eu sinto o mesmo. Esta é nossa casa. — disse simplesmente — É o instinto. Sim, pensou Hawke, era o instinto mais profundo, uma espécie mais primitiva. O lobo de Hawke também estava em alerta agressivo, garras empurrando contra o interior da pele. O Psy havia atacado ferozmente os SnowDancer uma vez, levando-os a uma dor brutal e agonizante, e nenhum lobo na toca jamais esqueceria isso – mas sua companheira, a porra de seus batimentos cardíacos, também era Psy. Sienna tinha salvo vida após vida em uma batalha com a intenção de aniquilar a matilha, sem nenhum cuidado com ela própria. Como Judd também tinha feito. Seu irmão mais velho havia protegido suas crias. Nenhum lobo jamais esqueceria isso, tampouco. Assim, dariam a raça Psy essa única oportunidade. Se iria terminar em fidelidade ou em uma batalha sangrenta dependeria deles.


Capítulo 11 O menino não se adapta bem psicologicamente aos métodos de treinamento do esquadrão ou com sua ordem. Normalmente, gostaria de recomendar que fosse eliminado do programa, mas como a utilidade de sua habilidade faz dessa uma opção inviável, sugiro a aplicação imediata e repetida de dor física intercaladas com punição psicológica para quebrá-lo. Só então ele poderá ser moldado em um Arrow. Informe privado PsyMed sobre estagiário Arrow Vasic Duvnjak, idade 4 anos e 2 meses.

Sete dias depois do ataque, Ivy foi avaliar o peso de sua mochila quando a mochila simplesmente desapareceu. Surpresa, deu a volta para ver Vasic a um pé de distancia, perto de uma macieira pesada de neve. — Eu a enviei na frente para a localização, — disse, como se fosse uma coisa perfeitamente razoável para fazê-lo. Com o coração aos pulos, ela percebeu que para ele era. — Certo. É claro. — Olhou para Rabbit, seu mascote olhando fixamente para onde a mochila tinha estado — Não faça o mesmo com Rabbit, de acordo? — Não, ele vai com você. Entendo. Por alguma razão essa resposta fria a fez querer sorrir através dos nervos que haviam se convertido em um nó em seu peito. Virando-se para os seus pais, ela foi dizer adeus, então pensou para o inferno com isso e abraçou-os um de cada vez. Não esperava muito de uma resposta física, mas eles a abraçaram apertado, seu amor tácito num pulso intenso sobre sua pele. Ficou sem fôlego ante a ideia de não tê-los ao alcance telepático. Ela nunca esteve sozinha. Agora ela não só estava a ponto de deixar seu lar e sua família, ela desengatou seus escudos dos outros do assentamento. Foi a primeira vez em sete anos que estava à deriva na Net por ela própria. Tenha cuidado, Ivy. A parte posterior da mão de seu pai roçou sua mãe enquanto falava telepaticamente com Ivy. Terei, disse, dolorosamente consciente de sua mãe olhando para ela com uma intensidade que disse que Gwen estava armazenando a visão para mais tarde recordar. Eu ligarei, eu prometo. Agora mais do que nunca ela precisa de sua constância, sua firmeza. Vou sentir muito a falta de ambos.


A respiração modulada de Gwen Jane não se alterou, sua expressão não mudou, mas suas palavras sustentaram seu coração. Se alguma vez se sentir insegura, vamos buscá-la. Dia ou noite, nevando ou chovendo, encontraremos você. Eu sei. Engolindo o nó em sua garganta, Ivy recolheu Rabbit. Ela sabia que tinha que mantê-lo sob controle durante o teleporte, mas ele não gostava de coleira e ela não a colocava ao menos que não houvesse outra maneira; ela sabia muito bem o que era ser amarrado sem forma de escapar. — Estamos prontos, — disse ao Arrow com olhos claros, formosa geada do inverno, o corpo dele letalmente afiado, uma forte presença ao seu lado. Ela não estava certa se ele a tocou, se precisava disso, mas produziu um ligeiro momento de desorientação...e logo seus pais já não estava em frente a ela. Em vez disso, enfrentou a várias pequenas cabanas contra um pano de fundo de abetos verdes escuro e montanhas cobertas de neve sob um céu azul deslumbrante, o ar segurando uma mordida fria distinta e área coberta com neve fresca caída. Embora não fosse o pomar que era seu lar, a beleza era de doer o coração. Um homem de cabelos negros com olhos azul mar saiu das árvores a sua direita imediata, um instante depois, acenou para Vasic e se teleportou para fora. Ivy estava muito surpreendida para ter medo. — Usava o mesmo uniforme que você, — disse a Vasic depois de colocar Rabbit no chão. Seu mascote olhou desconfiado ao redor antes de se dignar a cheirar a neve. — Era um membro de sua equipe? Um aceno. — Seu nome é Abbot. Eu o deixei como segurança depois de conformar que a área era segura. — Ele indicou a cabana a sua esquerda. — Coloquei a mochila no interior, mas como somos os primeiros a chegar, pode escolher outra cabana se desejar. — Não, esta é perfeita. — Situada em um extremo do semicírculo de cabanas, não estava muito longe das árvores, onde ela sabia que Rabbit adoraria brincar. No interior, a estrutura de madeira simples parecia sua própria casa. A cozinha estava a sua esquerda enquanto caminhava, uma pequena mesa com duas cadeiras a sua direita, a cama na parte de trás em um anexo privado. Sua mochila estava sobre a cama, ao lado de um biombo que poderia dividir o dormitório da cozinha, se assim o desejasse. — Onde você e e sua equipe irão dormir? — Perguntou a Vasic, que havia permanecido na porta, seus ombros amplos bloqueando a luz. — Temos beliches na cabana maior, no centro do semicírculo. — Os olhos de Vasic seguiram Rabbit quando seu mascote olhou saudoso para a cama — Dorme com você? — Maldição — Ivy deu um tapa na testa, — Me esqueci da cesta dele. — Eu pegarei. — Oh, Obrigada. Está dentro da parte de trás d... — E ela estava falando sozinha — Isso poderia ficar extremamente irritante rapidamente. — O murmurar carrancudo mal tinha limpado o ar quando ele estava de volta.


Vasic colocou a cesta perto do local da cozinha. — Há comida para ele em um dos armários. Ficando de pé, ele estendeu um pequeno pacote de guloseimas caninas que Ivy deixara inadvertidamente sobre o balcão de sua cozinha. — Creio que talvez queira isso. — Ele foi absorvido pela ideia de que ela mimava seu animal de estimação. O cenho franzido de Ivy se dissolveu em pânico. — Esconda isso antes que ele veja. — Lhe ordenou num sussurro afogado, como se tivesse medo que Rabbit entendesse. Vasic teleportou o pacote para o mesmo armário onde estava a comida de cachorro que tinha levado para seu mascote. Com a mão em seu próprio peito, Ivy negou com a cabeça: — Nunca mostre todo o pacote, — disse a ele em um tom tão solene como em uma igreja — Eu cometi esse erro na primeira vez, e ele era como um viciado, de pé diante do armário salivando o dia todo, todos os dias. Vasic não a entendia. Em tudo. Não agia como um Psy deveria atuar e esperava respostas que ele não sabia dar. — Compra guloseimas para você também? — Ele se viu perguntando, ainda que do porque esse conhecimento importasse a ele, ele não soube responder. Ivy mordeu a carne roliça de seu lábio inferior, seus olhos se iluminaram por dentro. — Quando eu tinha dezoito anos e meio, — sussurrou ela, dando um passo tão perto que seu cão exasperado forçou seu corpo entre eles, seu casaco peludo pressionado contra botas de combate de Vasic, — entrei no armazém geral da localidade pela primeira vez. Sem recuar, Ivy continuou sussurrando, como se estivesse compartilhando um segredo. Ele percebeu que se inclinou para ela. — Eu tinha o dinheiro que havia ganhado ao ajudar na granja, — disse ela — E tinha a intenção de comprar suprimentos uteis. Então a mulher que dirige o estabelecimento com seu marido me ofereceu um doce porque eu era “magra demais”. — Seus olhos se fecharam, um longo suspiro... E ele pensou que ela talvez tivesse se esquecido que estava em pé diante de um assassino treinado. Ficou imóvel, disposto a não quebrar o estranho momento inexplicável. — Era suave e doce o suficiente para incitar choque de açúcar, — murmurou — e era a coisa mais assombrosamente deliciosa que provei em toda minha vida. — Seus cílios levantaram-se para revelar os perceptivos, expressivos olhos cor de cobre e ouro. — Ela me disse que se chamava Delicia Turca. Comprei uma caixa inteira e me empanturrei. Voltei no dia seguinte e comprei outra caixa. Resplandecente em uma alegria que encheu o ar, ela se inclinou ainda mais perto e disse: — Eu me senti culpada, por isso comprei guloseimas extras para Rabbit também. — Linhas diminutas formaram-se no canto dos olhos, e nas laterais de seus lábios. — Infelizmente, esse foi o fim de meu dinheiro, assim que ambos tivemos que esperar um mês antes que eu conseguisse mais.


Vasic a olhou fixamente, desejando ter a capacidade de compreendê-la. No fundo de sua mente, nas ruínas desintegradas de quem ele poderia ter sido uma vez, ele tinha o agudo pensamento que ela era um presente raro, bonito. E esse presente, veio o lembrete gelado a partir do núcleo de sua natureza, só acabaria esmagada, sangrenta e profanada se ele tentasse lidar com isso. Afastando-se dela tão de repente que ela balançou um pouco, caminhou para a porta. — Os outros estarão aqui logo. Ivy olhou para os ombros dele, a intensidade crua de seus olhos cinzentos queimados em suas retinas, seu corpo sentindo a falta da presença poderosa dele. Ele a olhou como se ela fosse a única coisa em todo o universo, como se ela fosse sua versão de uma Delicia Turca. Como se quisesse devorá-la toda. Balançando a cabeça para se livrar do tolo, impossível pensamento, ela o seguiu para a varanda. Rabbit tremia a seu lado até que ela se agachou para acaricia-lo e sussurrou: — Vá explorar. Eu ficarei a vista, pelo que ainda pode me proteger. — Uma lambida feliz, um “woof”, e Rabbit avançou para farejar as rochas e a grama que aparecia de sob a neve perto das árvores. A poucos passos fora, ficou paralizado, e logo começou de novo, e se congelou. Várias vezes. Preocupada, ela falou com Vasic sem olhá-lo, afastando o... o que quer que fosse que havia passado entre eles. — Ele nunca se comportou assim. Você acha que ele pode ser contaminado sensorialmente... — Ele está sentindo os aromas dos lobos e leopardos que construíram as cabanas. Oh. Ivy se levantou ligeiramente nas pontas dos pés, levada pelas borbulhas de emoção em seu sangue. — Veremos os changelings? — Ela nunca esteve perto de qualquer grande predador — descontando Vasic. Ele poderia facilmente ser um lobo, negro puro com impressionantes olhos gelados. — Altamente provável. Incapaz de resistir, ela olhou para o perfil dele. Era limpo, puro. Duro. — O experimento não pode começar até que suas mentes se coloquem nesta região da PsyNet. Levou alguns segundos para Ivy arrancar seus pensamentos da imagem que havia se formado em sua mente entre uma batida coração e outra – não de um lobo negro, apesar de tudo, mas de um sacerdote guerreiro de eras passadas. Forte e firme diante da face do mal, e com uma coragem que desafiava a compreensão. — Sim. — ela conseguiu dizer, aturdida pela força e pela potência da imagem. No entanto, era um verdadeiro entendimento nascido dos instintos de que ela não estava consciente, ou ela estava vendo essas qualidades em Vasic


porque precisava vê-los, precisava pensar nele como um protetor e não o contrário? — Não deve demorar muito. — Ele disse no pesado silêncio. Esfregando as mãos sobre seus braços, seu suéter de repente muito fino, Ivy se limitou a assentir. Acadêmica, tentou reivindicar o conhecimento, mas ninguém entendia todas as regras do plano psíquico. Mentes eram geralmente ancoradas em um lugar por um laço de retroalimentação biológica, mas as pessoas podem ir a qualquer lugar na rede, mesmo viajar fisicamente a outro continente sem nenhuma mudança em sua situação psíquica. No entanto, se uma pessoa queria reancorar, como Ivy queria, o processo podia levar algo como vinte e quatro horas. Escutando vozes, se deu conta de que alguém havia chegado. Curiosa, mas também um pouco tímida, voltou-se para Vasic. — Vamos cumprimentá-los. Ele deu um único passo, em resposta, a seda negra de seu cabelo beijando seu pescoço. Não poderia ser o comprimento regulamentar, e ela gostou do fato de que, apesar das primeiras impressões, ele não era o soldado perfeito... Era talvez seu sacerdote guerreiro depois de tudo. A primeira reunião foi bem, Chang era um Cardeal agradável, não muito mais alto que Ivy. — Sou um cientista, em minha vida comum, — ele dise, ante de separarse para poder escolher sua cabana. Seu Arrow era muito mais distante. Os outros chegaram em pouco tempo. Sentada em sua pequena varanda só um degrau mais alto que o chão, bebeu uma xícara de chá e observou todos se estabelecerem, enquanto Rabbit corria em volta e farejava todos os recémchegados em êxtase diante desta aventura. Estranho como fosse, ele não se eriçou para nenhum outro Arrow. Somente Vasic. Quaisquer que fossem os instintos de seu mascote, eram diametralmente oposto aos seus... Ou ele esta ciumento. O que, pensou Ivy, isso dizia de sua própria resposta a um Arrow que seguia sendo um estranho vestido de negro – que havia levado um tempo para assegurar-se de que sua dispensa estivesse abastecida com alimentos adequados para Rabbit. Chamando seu mascote para recuar quando a curiosidade dele pareceu incomodar uma pequena loira que foi a última a chegar, ela lhe prometeu que brincaria mais tarde. Satisfeito, bebeu água em sua vasilha, e logo se sentou ofegando ao seu lado. Como havia feito tantas vezes na última hora, Ivy encontrava seu olhar deslizando para Vasic. Estava de pé, no centro da clareira conversando com vários outros arrows. A presença de outros membros de sua equipe não fez nada para desviar sua fascinação com ele – não a atraia como ele, a tranquilidade, o mistério perigoso que ele emanava se convertendo rapidamente em sue novo vicio.


Estendeu sua mente antes que pudesse adivinhar que o faria, “golpeou” contra ele, seus ombros ficaram tensos prevendo um rechaço. Contato mental com o Arrow, sem dúvida, era limitado àqueles de sua confiança. Tem uma pergunta, Ivy? sua voz telepática era tão fria quanto sua voz física. Os pelos de seu braço se arrepiaram, nascidos de uma reação visceral que não podia definir, mas sabia que não era medo. O que está fazendo? Se sentindo indescritivelmente intima ao falar com ele em um nível psíquico, enquanto o mundo se movia ao seu redor, sem dar-se conta dessa conexão. Discutindo protocolos de segurança. Deseja a informação? Os dados fluíam em sua mente no calcanhar da pergunta. Humm, que interessante, disse, embora não pudesse fazer cara ou coroa dos diagramas complexos. Vou explorar. Você é livre para fazê-lo. O perímetro está a certa distancia e claramente marcados. Rabbit se levantou no instante em que ela o fez, com olhos brilhantes. Sorrindo porque era impossível não fazê-lo, ela colocou sua xícara em segurança ao lado de um poste da varanda, bateu a mão em sua coxa e se dirigiram para fora do circulo das cabanas. — Comporte-se, — disse ela, ainda que não se preocupasse com que sua pequena sombra branca corresse muito longe. Vasic? disse de novo. Sim, Ivy? Era estranho como seu contato mental havia se feito familiar. Você pode avisar aos changelings sobre Rabbit no caso dele atravessar acidentalmente o perímetro? Eu já fiz isso. Eles prometeram trazê-lo de volta se acontecer. Com um calor profundo se desenrolando em seu abdômen, ela disse, Obrigada. Sem resposta, sem palavras educadas. "Porque ele apenas diz o que é necessário.” E, lembrou a si mesma em um esforço para combater a tentação de distraí-lo ainda mais, ele está trabalhando. – Vamos, Rabbit. Vamos encontrar esse riacho que podemos escutar. Com a cauda balançando alegremente, Rabbit caminhava junto a ela através dos espaços sombreados ente as árvores. Em seu primeiro inverno com ela, ela havia tratado de mantê-lo dentro de casa, mas seu mascote tinha deixado claro que amava a neve. Agora era somente nos dias mais frios que ela o deixava fechado dentro de casa. Um par de minutos de fácil caminhar mais tarde, os dois estavam de pé junto a um riacho que parecia uma imagem que uma vez viu em livros de contos de fada, a água criando uma música tranquila, passando por cima de pedras lisas grandes como a palma de uma mão. Ao ouvir o craque dos galhos caídos sob os pés atrás dela, se voltou e viu Chang. — Olá.


Os olhos de céu noturno de um Cardeal, estrelas brancas sobre veludo negro, se centraram em Rabbit. — Isso é um mascote? — Sim. — Ivy havia tomado a decisão de possuir sua vida, sem importar para onde se dirigisse. Não haveria mentiras, nem meias verdades. Nem sequer para ela mesma. — Meu silêncio está fraturado ao ponto de ser inexistente. — E ninguém, decidiu neste instante junto a um riacho iluminado pelo sol, que ninguém jamais iria fazê-la sentir menor; ela não o permitiria. Ivy? Sim, Vasic? Disse em um eco deliberado da forma com que ele havia respondido mais cedo para ela... E parecia o início de uma linguagem secreta. Está a vontade em ficar sozinha com Chang? Eu vi que ele ia na mesma direção que você. Algo se retorceu em seu coração. Sim. Obrigada por verificar. Sua segurança é minha prioridade.


Capítulo 12 Os empáticos florescem nas comunidades. Os períodos prolongados de solidão são conhecidos por serem prejudiciais para seu bem estar mental. Extraído de A misteriosa denominação E: presentes empáticos e sombras, por Alice Eldridge.

Uma hora depois que conheceu Chang no riacho, Ivy se encontrou sentada em uma das grandes pedras na extremidade mais aberta da clareira, o sol aquecendo a pedra. A sua volta se sentavam os outros empáticos, os dez tendo gravitado em direção ao outro. Três homens e seis mulheres, que tinham idades e zonas geográficas diferentes. Chang havia chegado de uma estação de investigação no Quênia, enquanto a mulher loira que não se sentia bem com Rabbit – Concetta – ajudava a administrar um negocio familiar no Paraguai. A pequena Liane chegou de Kuala Lumpur, Teri de Houston, e Jaya de um atol nas Maldivas. Dechen, nascido e criado no Tibet se sentou junto ao escocês Penn, os dois de frente com Brigitte, uma alemã morando em Amsterdã. O ultimo homem, Isaias era da pequena ilha de Niue. Chang e Brigitte, ambos à beira dos quarenta anos, eram os mais velhos. Aparentemente, Chang disse a Ivy, enquanto caminhavam de volta a partir do riacho, qualquer pessoa mais velha tende a ser mais difícil se ativar dentro do cronograma necessariamente truncado. Para Ivy, isso fazia sentido, igualmente o fato de que não havia ninguém mais jovem que Jaya, com vinte e um anos. Um empático jovem tendia a ser errático, não só por que o Silencio era uma prisão terrível, também exigia estrita disciplina mental. O condicionamento de Ivy poderia não ser perfeito, mas usando as habilidades aprendidas em virtude do Silêncio para proteger a si mesma e exercer controle em situações em que trair uma fratura poderia haver dado lugar a consequências perigosas. Woof! Olhando para baixo, para Rabbit, Ivy fez: — Shh. — Mas seu entusiasmo a fez sorrir. Seu mascote havia investigado todos os cantos do complexo a essas alturas, cheirado a todos, incluindo os Arrows, mas permanecia cheio de energia. — Seu condicionamento — Os olhos escuros de Isaias se concentraram em seu sorriso — está totalmente fragmentado? Ivy estava tentando duramente não ter aversão ao macho próximo de sua própria idade, mas havia algo com ar de tanta suficiência superior que era quase


impossível. Agora a pergunta soou como uma acusação, mas Ivy não estava disposta a pedir desculpas pelo que era.

— Sim. — Era verdade, uma vez que o mal funcionamento de seu bloqueio em suas habilidades, a fonte de suas hemorragias nasais, estava programado para ser removido amanhã. Deixando-a livre de restrições mentais, pela primeira vez em sua vida. — Meu Silencio também, — disse Jaya suavemente, sua pele de cor marrom escuro brilhante na luz do sol. — está perto do completo fracasso. — A mulher jovem e bonita, alta e com uma elegância calma que desmentia seus anos, acariciando Rabbit quando ele vagueava. - Eu tinha certeza que eu seria forçada a um recondicionamento profundo... Então o Conselheiro Krychek demandou a queda do Silêncio. — Estou aqui por que me pagaram para estar aqui. – Isaias contemplou os Arrows visíveis do outro lado da clareira, com as mãos apertando seus joelhos. — eu não acredito em uma obscura designação E. Parece inútil. — Conversou com Sascha Duncan? — Ivy não podia entender sua atitude. — Não. — Musculos trabalharam em sua mandíbula. — A filha da Conselheira Duncan enganou-se ao pensar que ela tem algum tipo de capacidade quando ela não é mais que um Cardeal defeituoso. Desde que o Silencio de Isaias estava se quebrando como uma casca de ovo diante de qualquer um que tivesse olhos para ver, Ivy decidiu deixar ele com suas teorias e dirigiu suas palavras ao restante do grupo. — Eu acredito. — Estendeu os dedos de uma mão sobre o coração, pensando em como nunca, nem uma só vez, havia duvidado do amor e do compromisso de seus pais, nem sequer durante sua primeira infância, quando Gwen e Carter haviam aderido mais estritamente aos princípios do Silêncio. — Olhando para trás, sei que senti emoções toda minha vida. De ossos grandes, o cabelo de um loiro escuro, e uma pele pálida cremosa, a linda Brigitte falou com uma voz inconfundível, rouca: — Dois meses antes de me contatarem para esse experimento, — disse, seu acento era de alguém que viveu por toda a Europa, — Fui testemunha de um acidente de carro. Foi em uma grande rodovia que atravessa os Pirineus, e eu era o único nas imediações para oferecer ajuda. Ninguém falou quando ela fez uma pausa, com a garganta em movimento. — Depois de chamar as autoridades — ela atirou sua echarpe branca apertada sobre os ombros — corri para a beira onde o carro se deteve com violência em uma grande árvore, e consegui abrir a porta do condutor. O homem no interior estava coberto de sangue e preso de uma forma em que o carro tinha se amassado em volta dele. — Uma longa e profunda respiração, o ar liberado suavemente pelo nariz. — Ele era um ser humano, e estava tão assustado que se sentia como pregos sendo cravados na minha carne. — Vivido, brutal, a imagem de um duro golpe. — Quando me agarrou a mão, não me retrai, e eu pensei se ele


não tivesse tanto medo, seu ritmo cardíaco se acalmaria, sua respiração também, e ele teria uma chance de sobrevivência. — O que aconteceu? — Ivy sussurrou quando a outra mulher se deteve para olhar para o chão, como se estivesse mais uma vez sozinha com o homem ferido em uma rodovia solitária na montanha. Os olhos azuis como a centaurea4 fixaram em Ivy. — O terror, o terror dele... se drenou... então estava dentro de mim, me afogando em um pânico cego, — Ela negou com a cabeça — Dei a desculpa da experiência como estresse pela situação. Mas uma semana depois do acidente, o hospital me enviou uma nota do homem ferido — Ela retorcia as mãos entrelaçadas. — Me agradeceu por estar ali, por lhe tirar o medo. — Um sussurro tranquilo, ás arvores balançando na brisa. O barbudo Penn foi o que quebrou o silêncio. — Eu não tive uma experiência similar, mas um curandeiro de mentes tem sentido racional para mim. Somos uma raça definida por nossa mente e é ilógico não ter uma designação que se centre em lesões psíquicas. Os bíceps de Isaias se sobressaiam por baixo do tecido fino de seu suéter térmico, enquanto agarrava o punho esquerdo com a mão direita, mas mesmo ele não tinha palavras para refutar a afirmação de Penn. — Eu senti a escuridão, — Concetta desabafou no silêncio. — A podridão na Net. Todos se concentraram na mulher de olhos âmbar. Tinha a pele avermelhada. Abaixando a cabeça, sussurrou: - Ele está lambendo a Net não muito longe da cidade onde a minha família tem sua casa. Eu não fui para perto dele, mas tem gosto “maligno”, mesmo à distância. Os dedos tremendo, segurou o tecido de suas calças pretas. — Como é que alguém espera que nós nos ocupemos de tanta maldade? — Perguntou ela, sua voz se quebrando na última palavra. — O que dá a Kaleb Krychek e a seus mascotes assassinos o direito de nos obrigar a entrar nisso? Ivy se irritou com a descrição depreciativa para Vasic e o resto da equipe. — Você foi coagida? — Posso ter sido. — Os lábios fizeram bico em uma careta que fez com seus vinte e cinco anos de idade parecerem mais jovem que Jaya, Concetta abraçou-se — O chefe de minha unidade familiar ordenou que eu aceitasse — a quota do contrato, disse, era muito generosa para se rejeitar. Ivy guardou em silêncio durante o debate que se seguiu, mas ela estava preocupada com a compreensão de que a outra E não estava cem por cento comprometida com o êxito deste projeto. Suas unhas se cravaram nas palmas das mãos. Fosse o que fosse que Concetta e sua laia fizessem ou deixasse de fazer, Ivy pretendia ver isso até o fim. Sua escolha foi tanto egoísta e não – não, que ela não quisesse ajudar os inocentes na Net, mas ela também queria ser mais do que os fragmentos colados em conjunto da adolescente quebrada que tinha saído da A Centaurea cyanus, também conhecida popularmenteo Brasil como escovinha, marianinha ou simplesmente centáurea em Portugal, é uma pequena planta anual de flor azul a violeta. 4


câmara de recondicionamento. Ela queria ser a promessa do que havia sido afogada em seu interior por toda a vida. Bom ou mal, fraco ou forte, flexível ou frágil, necessitava saber quem era Ivy Jane além da jaula do Silêncio. Ela se viu em busca de Vasic nos calcanhares deste pensamento apaixonado. Quatro anos de idade. Sua vida deve ter sido brutalmente regulamentada, inúmeras decisões tomadas por ele, sua gaiola para punir ao Arrow moreno? Alguma vez optou por sair do escuro, ou ele seria sempre uma sentinela letal na fronteira? Protegendo, blindando... mas nunca sendo parte do mundo.

A varredura de segurança secundária completa, Vasic olhou para onde Ivy estava sentada com os outros Es. Ela parecia envolvida em uma intensa discussão com Jaya, enquanto Rabbit dormia a seus pés. — Uma imagem idílica — disse o homem que acabava de se teleportar a uma curta distancia de Vasic, seu traje negro em um contraste marcante com os uniformes de combate usados pelo esquadrão. — Se não considerarmos a mortal infecção a qual foram trazidos aqui para combater. Vasic sabia que Krychek apareceria cedo ou tarde. — Canalizou a infecção para esta parte da Rede? — Fui capaz de empurrar nessa direção. — O olhar cardeal de Krychek se demorou nos empáticos. — Em sua atual taxa de propagação, vai levar aproximadamente vinte e quatro horas para penetrar neste local. — Estaremos cercados? — Tinha que se assegurar de que sua estratégia de saída se mantinha viável. — Não. As indicações são de que ela vai chegar de um lado como uma onda rastejando, para então penetrar tentáculos para dentro. Um estado mais seguro no caso, relativamente falando. Krychek enfiou as mãos nos bolsos de sua calça negra. — Há algum problema obvio? — É muito provável que a família de Concetta Galeano a obrigou a aceitar o contrato. — O Arrow a cargo da fêmea E havia informado sua leitura da situação para Vasic há uma hora. — Sugere um curso de ação? — Dê a ela outras vinte e quatro horas. — disse Vasic, notando que o cabelo de Ivy estava começando a escapar de seu rabo de cavalo. — Se a mente da senhora Galeano não reancorar nessa região, — demonstrando a profundidade de sua resistência — ela regressará para sua família. — Se isso ocorrer, vou fazer-lhes uma visita tranquila para reiterar a importância da clausula da confidencialidade.


Vasic não se surpreendeu com a decisão. A última coisa que Krychek queria, ou que a rede precisava agora, era de um vazamento sobre esse experimento. Pure Psy poderia estar destroçado, exceto que como demonstrou o ataque a Ivy, ainda que o grupo de fanáticos já não representasse uma ameaça para a rede em seu conjunto, o último remanescente fiel do Pure Psy era perigoso individualmente. A ameaça mais problemática e potencialmente letal, no entanto, vinha daqueles da população geral que estavam tendo dificuldades para adaptar-se a uma vida mais além do Silencio, para eles os empáticos seriam o inimigo, um risco direto para a forma de vida a qual tentam se agarrar com crescente desespero. — Algo mais que deva saber? — Não. — Vasic viu que Ivy olhava para ele, vendo Krychek ao seu lado. Os ombros ficaram tensos, seu olhar cor de cobre virou de novo para ele. Era estranho, mas quase podia imaginar que ela estava preocupada com ele. Impossível. Então ele sentiu a mente dela roçar a dele, o contato telepático dela um toque tão suave que não se parecia a nenhum que jamais havia experimentado antes. Vasic, tenha cuidado. Pensou que deveria lhe dizer que era tão capaz de tal força letal como Krychek, que tinham sido formados, se não os mesmos então análogos recipientes sangrentos. Mas agora que havia provado do sorriso de Ivy, agora que havia sentido seu toque psíquico, ele não queria ver o medo esfriar sua pele de novo quando ela o olhasse. Assim, tudo o que disse foi: Estou seguro, Ivy. E, ele pensou, que talvez se a tivesse conhecido há uma eternidade atrás, ele houvesse sido um homem melhor... Mas não a conheceu. Agora já era demasiado tarde, sua alma era um abismo esfarrapado, suas mãos instrumentos de morte. No entanto, podia sim fazer uma coisa pensou, seus olhos descenso para o bracelete que era uma recordação para o exterior de sua falta de humanidade. Ele podia protegê-la até o último batimento de seu coração.


Capítulo 13 Autorização não reconhecida. Qualquer outra tentativa de acesso será recebida com ação terminal. Resposta do sistema de segurança automatizado da Central de Comando Arrow à tentativa de acesso de Ming LeBon.

Ming LeBon havia perdido os Arrows. Ele aceitou o fato, aceitando também o fato que havia sido um erro tratar os grunhidos comuns que vinham no rastro de suas ordens. Os arrows não eram comuns, cada agente passou por testes psicológicos rigorosos antes de ser introduzido no esquadrão. A maioria era também agudamente inteligente. Havia uma perda, no entanto, que não estava disposta a aceitar: Vasic. O único verdadeiro teletransportador conhecido na PsyNet era um ativo critico. Havia salvado a vida de Ming mais de uma vez, por teleportar uma fração de segundos antes do impacto fatal. Nenhum outro Tk no planeta era tão rápido, e Ming não tinha nenhuma intenção de perder o acesso a capacidade de Vasic. Vasic, no entanto, era leal ao esquadrão e a Aden. Isso deixou um único caminho viável para Ming segurar a capacidade do teleportador. — Você tem o Jax? — Ele perguntou ao médico que era o único que sabia de seus planos. O outro homem assentiu com a cabeça a referencia da droga que, utilizada como Ming planejava utilizá-la, poderia converter um Arrow em uma arma que poderia ser dirigida para qualquer direção desejada por seu amo. — Preparada e pronta na dose correta. Essa dose não fora calibrada para um branco temporário, e sim em caráter permanente, por que Ming não queria o cérebro de Vasic, somente sua habilidade. Ele havia acreditado que o cérebro do teleportador estivesse permanentemente zerado anos atrás, mas eventos recentes fez com que parecesse uma conclusão precipitada. — Você está certo de que o problema que levou aos Arrows serem afastados da droga foi detectado? Havia iniciado uma investigação depois que descobriram que Judd Lauren não só estava vivo, como era um desertor que havia se unido aos SnowDancer.


O Arrow rebelde havia sido o primeiro Tk que havia dado mostras de que sua capacidade física e mental estava danificada enquanto tomava Jax, um efeito secundário que logo havia se estendido sutilmente através das filas de agentes, com um comportamento perigosamente errático. Tendo em conta que os Arrows estavam destinados a serem sombras, sutis e invisíveis, Ming havia autorizado a suspensão do regime de Jax. A saúde mental de Judd Lauren, no entanto, argumentou a favor de uma interpretação diferente. — Sim, — respondeu o medico. — Eu fiz várias provas controladas em uma unidade atribuída de seus soldados. Soldados que, Ming pensou, não faziam ideia de que estavam sendo dosados com Jax e, portanto, não poderiam dar ao médico suas respostas. — Aparentemente, — continuou o M-Psy, — os Arrows colaboraram para sair da droga. Era outra indicação do pouco que Ming havia entendido os homens e mulheres que tentou conduzir, uma falha critica em um pensamento estratégico. Ming não aceitava nem toleraca falhas, assim ele arrumaria isso. — Mantenha o Jax preparado a todo momento. — Levaria um tempo considerável para planear, mas Ming encontraria uma maneira de escravizar Vasic.


Capítulo 14 Sensitivos podem suportar a falta de contato tátil, mas os de designação E encontram tal falta difícil de suportar na melhor das hipóteses. Quando lhe pediram para descrever a sensação, a maioria simplesmente disse que "dói." O que é impossível colocar em palavras é a dor profunda incorporada nessa única palavra. Extraído de A misteriosa denominação E: presentes empáticos e sombras, por Alice Eldridge.

O jantar foi tranquilo para Ivy, ela e outro E haviam decidido que precisavam de espaço para considerar tudo o que foi discutido. Em primeiro lugar, falou com seus pais pelo comunicador; havia enviado uma mensagem depois que chegara ao complexo, e agora ela reiterou que estava a salvo e entusiasmada com essa nova etapa de sua vida. Então, fazendo caso omisso das barras nutritivas e bebidas na despensa, se armou de uma simples, similar a que teria em casa. Isso, é claro, só foi possível devido aos ingredientes frescos sortidos na cozinha. Gostaria de jantar? – perguntou ao homem que havia, sem duvida, arranjado os suprimentos. A tranquila, intensa compulsão que que ele despertava seguia crescendo sem cessar. Ela o havia visto organizar sua unidade com eficiência militar nas últimas horas, tratou destemido com o mais letal predador da rede, manejava múltiplas perguntas de ambos, Arrows e empáticos. Apesar de tudo, ele havia sido uma parede sólida. Não, ela franziu o cenho, essa era a analogia equivocada. Vasic se manteve estável, mas na forma que o mar se mantém estável em um dia sem vento, suas profundezas ocultas sob uma superfície refletiva que era um escudo impenetrável. Sua voz deslisou em sua mente como água tocada pelo gelo nos calcanhares desse pensamento. Quase muito frio... E, no entanto, deliciosa para uma garganta ressecada. Ela estremeceu, seus mamilos se apertando numa confusa resposta física que a deixou sem fôlego. Já tive as barras nutritivas que necessito. Sua resposta foi um brusco lembrete que sua consciência dele era seguramente unilateral. Para Vasic, ela era simplesmente uma tarefa, seu trabalho era mantê-la salvo durante esse experimento. Pode ser que os olhos de inverno-gelado em que ela viu mistérios assustadores, fossem nada mais que um cinza remoto: plano e sem profundidade.


Preocupada com a ideia, ela pegou o prato com a salada que havia preparado – deixando o peixe grelhado – e foi sentar-se em sua pequena varanda, seus pés calçados com botas pisando a neve compactada. Quando Rabbit se sentou longe dela com um olhar reprovador, se levantou com um sorriso e trouxe suas vasilhas para que pudesse comer com ela sob o céu noturno. Ela poderia acender a luz da varanda, mas gostava da caricia prateada da lua, a forma em que o resplendor das janelas da cabana em volta pintava o ar com nebulosa calidez. Dois segundos mais tarde, os pelos na parte de trás de seu pescoço se arrepiaram e Rabbit grunhiu. — Há algum problema com sua cabana? — Vasic perguntou. Com o estômago apertado, ela levantou o olhar para onde ele estava de pé contra a noite, alto e longínquo e cada polegada era de um soldado. — Eu só queria me sentar aqui fora. — Sua respiração era uma lufada branca, seu pulso uma vibração rápida em sua garganta. — A temperatura segue caindo. — Etou usando roupas quentes, e nem é tão frio como o pomar. — Mastigou um pouco de sua salada para aliviar a tensão nervosa repentina que tinha deixado seus músculos tensos, e decidiu seguir seus instintos. — Por que não se senta? — Se ele quisesse solidão, poderia ter ido embora tão rápido quando confirmou que estava bem aqui. — Faça-me companhia. Quando ele se sentou na varanda, com um pé de distancia, teve que reprimir um grito de jubilo. Não, Vasic era uma miragem. Nunca seria. Ele era um homem inteligente, complexo, fascinante que fez com que seu corpo e sua mente respondessem de uma maneira com a qual não tinha experiência... Mas sabia que não queria que parasse. — Não quer comer nada mesmo? — Ela perguntou a ele, sentindo uma profunda necessidade de dar algo a ele. — Uma bebida? — Não. — Os antebraços apoiados nas coxas, ficou olhando para a escuridão, seu perfil ascético em sua pureza e seus amplos ombros.- Quais são seus pontos de vista sobre os outros Es. — Por quê? — os dentes afundaram em seu lábio inferior, Ivy lutou contra o impulso de traçar as limpas linhas dele. — Tem que fazer um informe? Nenhum movimento, mesmo sua respiração estava estritamente controlada. — Se você prefere que não utilize sua resposta em nenhum informe oficial, não o farei. — Prefiro. — Forçando os olhos a se afastarem da bleleza agreste, perigosa que ele era, ela comeu outro bocado de salada. Vasic não a apressou, somente esperou. Ele estava, se deu conta, muito confortável com calma de uma forma muito poucas pessoas ficavam. Mais uma vez pensou em um sacerdote guerreiro, incansável e dedicado... Mas ela já não gostava da ideia de um homem dedicado a um ideal. Um sacerdote guerreiro era intocável, e ela se deu conta que queria, e muito, tocar Vasic. Durante toda sua vida, teve contato físico com seus pais. Quando era criança, fora por instinto. Quando cresceu mais, se deu conta do quanto era


afortunada porque nunca rechaçaram seu toque como os outros pais no Silencio não o faziam. Contato, ela compreendeu há muito tempo, ajudou a sentir-se centrada... feliz, mas não era qualquer um que o fazia. Fora seus pais, ela intercambiou abraços com somente duas outras pessoas, ambas amigas próximas. Seu batimento cardíaco disparou com o pensamento de tal intimidade com o homem letal que estava ao seu lado. Instinto de auto proteção deveriam ter afastado esse pensamento antes que tomasse forma, mas seguia crescendo em seu abdomem, uma bola de calor e de nervos e de necessidade. Mas Vasic não deu nenhum indicio que tal contato físico seria bem vindo. Ele era um Arrow, tão inacessível como o frio esplendor das estrelas. Infelizmente, o corpo e a mente de Ivy se negaram a atender o bom senso. — Falo muito, — disse ela mantendo um firme controle sobre seu prato e garfo para que não cedesse a compulsão de passar as pontas dos dedos sobre a pele dele. — A maioria com Rabbit, mas provavelmente vou falar muito com você também, se estiver próximo. — Falou muito rápido, sua proximidade fazendo coisas estranhas a ela. — Você se importa? Os cílios de Vasic, retos e escuros, abaixaram e levantaram de novo. — Não. Decidindo tomar aquela resposta de uma só silaba pelo valor nominal, ela arrastou seus pensamentos errantes de regresso à linha e apertou os dentes com concentração. — Gosto da maioria dos outros empáticos, — respondeu sua pergunta original — Um par me deixou irritada, e acredito que vou ser uma boa amiga de Jaya. Ambas haviam se conectado. — Tudo bastante normal. — No entanto, você soa... desapontada. — A última palavra foi escolhida com cuidado, como se tivesse escolhendo suas palavras, considerado seu tom de voz, em seguida, executá-la contra um banco de dados mental de expressões emocionais. Querendo saber se ele diria a ela, disse: — Como é que você julga minha resposta emocional? Você tem um processo específico? — Sim, — disse Vasic, virando-se para olhar a mulher de olhos cor de cobre que não parecia compreender que ele era um monstro. — A analise tem menos valor por ser feita conscientemente? — Foi uma pergunta seria, a resposta dela era importante para ele de uma maneira que ele não compreendia. — Não. — disse ela por sua vez — As pessoas que vivem com emoção fazem isso por instinto, mas o processo é o mesmo. Afetou-o que ela o visse como um homem, não como algo menor, mas ele não podia permitir que ela acreditasse em uma mentira. - A ligação empática está perdida. - Ele não se sentia um eco de suas emoções ou iria pensar de novo em uma época em que ele sentia o mesmo. - É um cálculo totalmente remoto. O garfo fez um ruído tilintante contra o prato quando ela abandonou sua salada de um lado, Ivy apoiou uma das mãos na madeira da varanda e angulou a si mesma para enfrentar a ele.


— Nunca estive realmente no Silêncio, — admitiu enquanto seu mascote se retorcia sob seu braço para sentar-se apertado contra ela. — Nem sequer quando pensei que estava. — Uma opressão repentina de sua mandíbula, seus lábios apertados em uma linha fina, sua coluna vertebral rígida. — Uma vez, quando tinha quatorze anos, - disse ao reconhecer os sinais de fúria fria — Vi um menino Psy mais velho utilizando um galho para apunhalar um gato preso em uma armadilha. Eu disse para ele parar, e ele me disse que era a execução de um experimento. Vasic ficou imóvel. — Isso não era Silêncio. — Ele sabia porque havia visto homens e mulheres como esse menino demasiadas vezes — e um grande número se encontrava em uma posição de poder na Psynet. — Foi um sinal do Silencio psicopata que é fácil de ocultar. — Sim. — Ivy começou a correr a mão pelas costas de Rabbit, acariciando o animal até que os olhos ficaram pesados com sonolência. — Mas naquela ocasião eu não podia pensar com claridade. Eu estava tão irritada com ele que encontrei outro galho, e comecei cutucá-lo no pescoço e na cara até que perdeu o equilíbrio e caiu. — Um tremor sacudiu a moldura e sua mão agarrou na pelagem de Rabbit. A memória, Vasic entendeu, ainda incitava a mesma raiva. — Ele disse que eu estava sendo irracional e que me denunciaria – o cobre de seus olhos brilhavam. – e eu disse que fizesse isso. Vasic catalogou a expressão em um arquivo mental particular em que ele havia começado a recolher os minúsculos detalhes sobre Ivy. Era uma pequena loucura, uma da qual ninguém tinha que tomar conhecimento. — Não fez, não é? — Covardes que atacam indefesos e vulneráveis não duravam muito tempo contra o tipo de força honesta de Ivy. — Não. — Ela confirmou, sua voz cheia de repugnância. — Sabia que o que estava fazendo era ruim, e eu sabia que nunca poderia ficar sozinha com ele. — Acariciando Rabbit, ela disparou para Vasic uma carranca feroz. — O gato era magro e arranhou sua cara com força antes de escapar. Vasic observava o vivido jogo de emoções em seu rosto em um vão intento de conhecer todas as matizes dela. Quando as faces se coloriram, suas pestanas abaixaram para esconder seus olhos, se deu conta de que estava quieto por muito tempo, mas não mudou seu olhar. — Por que está decepcionada com suas reações aos outros empáticos? — É só... não sei. — Seus ombros caíram sob o laranja de sua jaqueta de outono. — Eu suponho que pensei que haveria uma conexão imediata entre nós. — Os telepatas, telecinéticos, nenhum de nós sente nenhum tipo de conexão imediata com os outros. — Vasic fez uma checagem de segurança com suas sentinelas enquanto falava. — Por que deveria ser diferente com os empáticos? Ela fez uma careta, o cenho franzido. — Não disse que era lógico, — murmurou, enquanto seu mascote saltava da varanda para caminhar para o centro da clareira coberta de neve.


Um pequeno apito veio de dentro da cabana um segundo depois para indicar o termino do ciclo de cozimento de qualquer que fosse a comida que Ivy estivesse fazendo, a máquina agora no processo de desligar por si mesma. Ignorando isso, ela disse: — Sabe de uma coisa? Incluindo outra imagem mental para seu arquivo pessoal sobre Ivy, que não compreendia e cuja ação não podia prever, disse: — O que? — Tomei a decisão de seguir adiante, de não ficar presa no passado. — Seus ombros ficaram tensos. — Uma opção razoável, boa pra minha saúde mental. — E agora você está sentindo raiva. — Não era nenhum mistério na violência da emoção que estava nas linhas brancas da boca dela, nos rígidos tendões de seu pescoço, uma vibração mal controlada em sua voz. — Raiva — Ivy disse, isso é o que sinto quando eu penso no que eles fizeram para mim naquela sala de recondicionamento. — Apertando as mandíbulas tão forte que Ivy podia ouvir seus ossos rangendo uns contra os outros. Ela falou através do ruído brutal em seus ouvidos. – eles me machucaram. Não é dor, ainda que isso foi ruim, o que fizeram a quem eu era. Nunca vou ser a mesma Ivy que caminhava para essa câmara de tortura. O olhar de Vasic – intenso, firme, opaco – continuou segurando os dela. — Uma vez fui uma menina que lutou com um valentão com um galho. Agora sou uma mulher a ponto de lutar pela sobrevivência de sua raça. O que você perdeu? Ivy olhou fixamente para ele. Então, pegou um pouco de salada na mão, e atirou na cabeça dele. Congelando no ar, para flutuar gentilmente de volta para seu prato. Seu controle a enfureceu ainda mais. — O que perdi? — Ela disse com os dentes apertados. — Eu costumava ser feliz, ver o mundo como um bom lugar. Eu perdi a inocência. Vasic levou um tempo para responder. — Um inocente não poderia estar aqui, não poderia tentar fazer o que é necessário. Para isso, a Net necessita de um guerreiro. O pulsar de raiva dela não diminuiu, muito grande e muito antigo. Necessitava de um alvo, mas as pessoas que a haviam machucado não estavam aqui e este irritante Arrow tinha acabado de chamá-la de guerreira por implicação. — Não entendo você, — disse, um instante antes que quentes atiçadores atravessassem seu cérebro. — Não há na... — A cabeça de Vasic estalou com o minúsculo grito de dor que escapou dos lábios dela. — Ivy, o que há? Visão indefinida, ela agarrou os lados de sua cabeça que sacudia violentamente. Alguma coisa está errada. Sua boca não poderia moldar as palavras, sua língua grossa e seu coração um trem de carga. Eu não posso... Vasic cheirava ferro, rico e úmido, antes de ver as gotas vermelho-escuro rolar para baixo do pescoço de Ivy. Ela estava sangrando de um ouvido. Solte seus escudos. O sangue começou a pingar como lágrimas sobre suas bochechas. Eu preciso ver o que está acontecendo.


Sem argumentar, seus escudos baixaram em um ato de confiança tão assombroso, que Vasic não podia pensar nisso se ele fosse agir. Depois de ter lançado os próprios escudos a sua volta, ele explorou a superfície de sua mente para ver inúmeras rupturas, a paisagem mental similar a uma massa de terra devastada por um grande terremoto. — Estarei de volta em segundos. — disse a ela, para que soubesse que não estava abandonando-a, e logo se foi. Ivy estava curvada tremendo quando ele regressou com Aden. Rabbit, que havia voltado para a varanda, lhe deu um pequeno cutucão com o focinho, e um gemido baixo escapou da garganta do cachorro. — Necessito entrar. — Aden disse a Vasic, depois de avaliar a situação com um simples olhar. Vasic abriu o escudo que havia colocado em volta da mente desprotegida de Ivy somente o tempo suficiente para que Aden deslizasse dentro, em seguida, se agachou diante dela. Ainda que o contato físico não era algo com o qual se sentia cômodo, ele segurou o queixo dela, obrigando-a a olhá-lo nos olhos. Tão perto, que não deixou de ver que seus olhos estavam injetados de sangue, suas pupilas muito dilatadas. Aden é o medico que lhe falei. – ele falou telepaticamente – O bloqueio colocado em você durante o recondicionamento desabou. Aden irá remover os pedaços quebrados. Aqueles pedaços empurravam para seu próprio cérebro e poderiam causar danos irreversíveis se não fossem extraídos – e com extremo cuidado. Incontrolado. Era uma débil tentativa de telepatia enquanto suas lágrimas de sangue escorriam para os punhos que ela apoiava sobre as coxas. Sim. A operação programada de Ivy havia sido destinada a atuar exatamente nesse tipo de fragmentação viciosa, imprevisível. Não se preocupe. Aden está dotado para esse delicado trabalho. A mão de Ivy se fechou em volta de seu punho, escorregadio de sangue. Tenho medo. Vasic não experimentava o medo desde que era um menino, a ressonância emocional há muito tempo perdida. Agora, no entanto, podia sentir fisicamente o medo de Ivy no gaguejar de seu pulso, em sua respiração rasa, no tom de sua telepatia abalada, e rasgando coisas mortas há muito tempo dentro dele. Aden não causara nenhum dano. Um instante de claridade surpreendente no cobre avermelhado. Ele é seu irmão. Não geneticamente, mas sim. Sua cabeça caiu, sua mão em espasmos largou seu punho. Depois de segurá-la instintivamente com sua telecinese para que ela não torcesse o pescoço, ele se moveu para tão perto que seu rosto pode descansar em seu ombro. Aden. A velocidade em que perdeu a consciência não era bom sinal. Há múltiplos fragmentos finos já incrustados em seu cérebro.


Capítulo 15 Mantendo o silêncio enquanto seu parceiro trabalhava com paciência meticulosa, Vasic não se moveu para que não causasse mais danos inadvertidamente. Uma parte dele sabia que poderia ter atingido o mesmo objetivo mediante a telecinese, mas ele optou por ignorar essa voz em favor de sentir a determinação de Ivy em viver, no suave ar quente do fôlego dela contra seu pescoço. — Está feito, — disse Aden uma hora mais tarde, empurrando para trás seu cabelo molhado de suor. — Vai ser necessário protegê-la até que ela esteja consciente e capaz de fazer por si mesma. — Prognóstico? — Vasic só aceitaria uma resposta: que ninguém com essa rara vivacidade ia morrer. Aden sacudiu a cabeça. — Difícil dizer. Se ela acordar, terá atravessado a pior parte. Se vai despertar irá depender de sua própria força interna. — Então ela viverá. — Ivy havia voltado de algo muito pior. Faria isso de novo. Desta vez Vasic usou Tk para levantá-la, porque não queria arriscar-se a sacudir seu cérebro. Colocou-a suavemente em sua cama, encontrou um pano e limpou o sangue de seu rosto e mãos. Rabbit não grunhiu para ele, simplesmente o vigiou até que terminou, saltando para cama no fim. Cobrindo Ivy com uma manta, sua pele estava fria ao tato quando comprovou seu pulso, Vasic a deixou com seu mascote aconchegado a seu lado. — Haverá algum efeito secundário? — Perguntou a Aden uma vez que estava do lado de fora, a visão do prato de salada de Ivy lhe causou um mal estar inexplicável até que cedeu e teleportou o prato para longe. Aden não reiterou seu cauteloso prognóstico anterior. — A menos que ela reaja de um modo imprevisto, — disse — não deve ter outras dores de cabeça provocadas pela contusão residual. Essas devem passar dentro das próximas quarenta e oito horas. — fez uma pausa. — Eu diria que não há efeitos secundários além do obvio. E a capacidade de Ivy, Vasic pensou, agora estava completamente aberta. — Vamos necessitar da ajuda de Sascha Duncan mais cedo do... Um grito ecoou pelo complexo. — Vá, — Aden disse a ele. — Eu cuidarei de Ivy. Vasic se teleportou para a origem do grito – a cabana pertencente a empática Lianne – mas não o fez dentro. Permaneçam em seus postos, ele ordenou a sua equipe, e tentou contato com Cristabel, a Arrow designada a Lianne. Nenhuma resposta.


Ele escutava com todos os sentidos, só ouviu uma rouca respiração vacilante de alguém que estava gravemente ferido. Estou entrando na cabana, disse a Aden automaticamente, todos os Arrows treinados para alertar o parceiro que estivesse disponível. Lianne jazia caída sobre a mesa onde estivera jantando. Cristabel estava no chão, o sangue se acumulando sob seu ombro e a cabeça, enquanto que um homem desconhecido de estatura media e magro estava caído contra a parede oposta. Uma pequena perfuração redonda indicava um disparo laser de precisão estava no centro de sua testa, com os olhos fixos da morte. A pele de Lianne estava fria e úmida, mas ela não parecia em perigo iminente. O pulso de Cristabel, no entanto, era errático na melhor das hipóteses. Era sua respiração que tinha ouvido e um tremor leve em seus pulmões disse que poderia perdê-la. – Aden, aqui. – Mudou os canais telepáticos. - Abbot, cubra Ivy, assim como sua E. Senhor. Ele seguiu vigiando Ivy em um nível telepático mesmo quando dava essas ordens. Aden correu para dentro da cabana um segundo depois da resposta de Abbot. Deu uma olhada em Cristabel e disse: — Clínica. Preparado, Vasic os levou diretamente ao centro médico privado que Aden havia estabelecido depois que ficou claro que as ordens dos médicos do Conselho incluía se desfazer dos membros “quebrados” ou “de baixo rendimento” do esquadrão. Deixando Aden para supervisionar os procedimentos médicos, - porque independentemente de sua confiança no pessoal, nenhum Arrow deixaria um companheiro ferido a mercê de qualquer pessoa que não fosse membro do esquadrão. - Vasic regressou para a cabana de Lianne para encontrá-la agitada. Ele a transferiu para a cabana Arrow, colocando-a em uma cama e ficou diante dela até que abriu os olhos. Então acendeu a luz. Piscando, ela esfregou os olhos como se a luz incomodasse. — Ray? — Quem é Ray? — Perguntou Vasic, não afetado pela ética de interrogar uma pessoa enquanto essa estava desorientada. Necessitava de saber como qualquer pessoa, inclusive um teleporter havia conseguido entrar no complexo e na cabana dela. Lianne se aconchegou em posição fetal nos lençóis verdes camuflados da cama. — Meu primo, — ela disse, sua voz arrastada. — Por que está aqui? Esta era a questão. Iniciou um programa médico em seu bracelete, esquadrinhando a empática atordoada e detectou uma leve concussão, possivelmente por ter sua cabeça batida contra a parte superior da mesa onde a tinha encontrado. Ele enviou os dados a Aden para que seu parceiro pudesse avaliar sua condição, Vasic esperou uma resposta chegar antes de sair para voltar a cena. Ele deveria gravar mais tarde usando seu bracelete no caso de ser necessária uma recriação, e recolher amostras de sangue, mas sua mente militar treinada disse a ele exatamente o que tinha acontecido.


Essa teoria se confirmou quando ele saiu e fez uso de sua conexão com Judd e perguntou se a vigilância SnowDancer-DarkRiver havia pego um corpo extra nas imediações na última hora. — Não. A última nova entrada veio com você um pouco mais cedo, estou julgando isso a partir da velocidade do teleporte indicada no arquivo. Isso fora com Aden. Desligando sem agradecer a Judd a informação, porque isso era compreendido entre os membros do esquadrão, ele considerou o que ele encontrou na cabana de Lianne. Ray tinha se teleportado diretamente no interior, o que significava que ou era um dos raros telecinéticos que podiam se teleportar para as pessoas, assim como a lugares, ou que tinha um arquivo de imagem para utilizar como um ponto de bloqueio. A aposta de Vasic era que uma imagem vazou. Os teleporters que poderiam bloquear as pessoas eram extremamente raros e Vasic sabia da maioria deles. A resposta de Aden entrou nesse instante, a mensagem apareceu diretamente na pequena tela de seu bracelete: Ela não necessita atenção médica. Só mantenha um olho nela e me avise se ela exibir qualquer dos seguintes sintomas. Uma lista concisa apareceu sob o aviso. Atribuindo a tarefa a outro Arrow, Vasic regressou a cabana de Lianne. Uma varredura não indicou nenhum outro dispositivo além do kit de comunicação computronic da parede e o elegante telefone pessoal de Lianne. Julgou que se a empática havia quebrado as regras, havia feito de seu dispositivo pessoal; pegou-o e quebrou a segurança usando um algoritmo simples enviado através de seu bracelete. Levou menos de dez segundos para descobrir que Lianne tinha carregado atualizações a cada hora a um servidor privado de sua família. Não só uma violação de confidencialidade, mas sim também de segurança, porque ela havia feito fotos. Escaneou as imagens, se dando conta que a parte exterior do complexo era de maior prioridade que o interior da cabana de Lianne. Saiu depois de, com um golpe telecinético, modificar a configuração básica da cozinha, alertando seu pessoal para a quebra de segurança e a razão disso, e logo arrancou uma árvore com a raiz e a colocou no centro do circulo de pedras que os empáticos haviam usado como local de reunião. Fazendo os bloqueios dessa imagem inútil agora ou mais tarde, pulverizando três das rochas, com sua telecinese que era mais poderosa que muita gente pensava, já que seu teleporte era que normalmente pendia a atenção. As ações do rápido disparo chutaram seu coração em alta velocidade, sua respiração vinda em rajadas mais curtas, mas não menos controladas. Não diminuindo a velocidade, ele espetou vários pinheiros por trás das cabanas do meio, de modo que o fundo não podia mais ser usado. As montanhas não eram visíveis em qualquer das fotografias de Lianne, o que eliminou um importante fator de risco, mas Vasic teria de neutralizar uma série de outros. Quando seu telefone soou segundos mais tarde, viu que era Judd. — De repente você tem algo contra as árvores? — Perguntou o outro homem. — Vazamento de imagem.


— Merda. Quer uma ajuda? — Sim. — Ele poderia completar a tarefa sozinho, mas estaria cansado no final quando necessitava permanecer alerta. — O mais rápido possível. Judd se teleportou um minuto mais tarde, e juntos extirparam cirurgicamente as varandas de três das cabines. Outras árvores foram sacrificadas para alterar o horizonte bem atrás das cabanas, e rapidamente destruindo as varandas que arrancaram, empilhando as tabuas resultantes junto de várias cabanas. — É suficiente. — Para ter certeza, Vasic pediu para Judd deixar a área, em seguida, tentar usar as imagens para voltar. — Não se pode fazer, — o outro homem disse quando voltou, sua expressão dura e o cabelo suado como o de Vasic. — Como no inferno isso aconteceu? Só está aqui um dia. Vasic levou Judd para a cabana de Lianne e ao corpo largado no solo. Baixando ao lado dele, Vasic colocou um dos dedos do morto na tela do bracelete e iniciou uma busca pela impressão. — Rayland Faison, — ele disse, ficando de pé enquando os dados chegavam. — Residente em San Francisco. Catalogado como pertencente a mesma unidade familiar extensa que a empata que estava nesta cabana. — Outro dado chamou sua atenção. — O nível no Gradiente de Faison não era suficiente para dar-lhe bastante força para fazer o teleporte da cidade. — Me envie a número da placa de seu veiculo, que provavelmente abandonou em algum lugar entre aqui e San Francisco. — Judd olhou ao homem morto. — Quem deu o tiro? É tão imaculadamente centrado, eu diria que Cristabel, se eu tivesse que adivinhar. — Sim. — Em seus quase quarenta anos, a outra Arrow era uma eximia atiradora. – Ela está em cirurgia. Prognostico desconhecido. — Maldição! Cris me ensinou a atirar. — Passando as mãos pelos cabelos, Judd encontrou o olhar de Vasic. — Ela era a treinadora mais paciente, mais meticulosa que eu tive. As palavras descreviam a Arrow ferida muito bem. — Eu manterei você atualizado sobre as condições dela. — Vasic, também, havia aprendido a atirar sob o comando de Cristabel. Ela era o único treinador que tivera que nunca o havia castigado com a versão dolorida – a reprimenda de Cris era fazer com que seus alunos praticassem uma hora a mais. — Eu agradeceria. — Judd voltou sua atenção para o cadáver de Faison. — Por que a família de Lianne iria querer assassiná-la? — Vou fazer essa pergunta pessoalmente. — Ivy seguia profundamente adormecida e não parecia necessitar de Vasic, e esta violação tinha de ser tratada, ou da próxima vez que Ivy fosse andar na floresta com seu animal de estimação, ela poderia não voltar. — Vamos estar desfalcados se eu for, — disse a Judd — pode me cobrir? Um aceno imediato. — Sempre e quando precisar. Vasic saiu com o corpo de Faison sem mais demoras, seu alvo era a grande casa que a família de Lianne compartilhava em Kuala Lumpur, a imagem


interna da casa era a que ele tinha juntado com o arquivo da empata. Um barulho alto a sua esquerda o alertou para o fato que tinha surpreendido um membro uniformizado do quadro de empregados da casa, que deixou cair uma jarra. A água escorria ao longo da madeira polida do solo, plumerias5 de um rosa cremoso e amarelas estavam caídas em meio aos cacos de cristais azuis. — Eu exijo o chefe da família. — disse para a mulher, cujos olhos haviam se fixado no corpo que flutuava junto a Vasic. Sua cabeça sacudiu, sua pele de cor marrom clara estava tão pálida que seus lábios rosados pareciam fora de lugar. – S-sim. Abandonando as flores, ela não olhou para trás enquanto corria na frente das janelas que derramavam a luz do início da tarde desta região no corredor. Uma mulher de uns cinquenta anos, usando bengala, o porte real que a marcava como Dara Faison, a matriarca do grupo familiar, entrou no corredor por uma porta lateral um minuto depois. Fixou o olhar no corpo sem nenhuma mudança visível em sua expressão, e não disse nada, o silêncio, sem duvida, um jogo de poder calculado para obter domínio da situação. Vasic não tinha tempo para jogos. — Este é Rayland Faison. Os registros indicam que ele é um membro de sua unidade familiar. Isso está correto? — Sim. — cruzando as mãos diante de seu vestido negro comprido até o joelho, o recorte tão severo como coque em seus cabelos escuros, Dara Faison disse: — Por que mataram meu sobrinho? — Ele tentou assassinar Lianne. — Ele pegou a pequena oscilação nos cantos dos olhos, extrapolando que ela não estava tão surpresa quanto deveria ter estado. — Você encomendou esse assassinato? — Não. — Você será obrigada a submeter-se a uma exploração telepática para confirmar isso. Seus ombros ficaram tensos. — Estou certa que isso não será necessário. Meu sobrinho tinha... certas inclinações. Fanaticamente pró-Silencio. É por isso que o tranquei fora da parte do sistema que continha os dados sobre a capacidade e o contrato de Lianne. — Uma boa precaução, exceto pelo fato que seu sobrinho trabalhava na segurança computronica. — Vasic tinha os dados recuperados durante o minuto que ele esperou por Dara. — Explorações telepáticas serão obrigatórias para todos os membros de sua unidade familiar. — Se houvesse alguma oportunidade de que Rayland Faison não estivesse sozinho em suas crenças radicais, Vasic tinha que desenterrar essa informação o mais rápido possível. — Serão realizadas por um telepata especialista. Para seu credito, Dara se manteve firme, tensa, o rosto oval talhado em pedra. — Você não tem autorização para ordenar uma violação de nossa privacidade.

é uma árvore e pode atingir um porte entre 4 m e 8 m.2 É muito usado como planta ornamental. As flores exalam um olor suave, semelhante ao das flores de jasmim. 5


— Você me deu essa autorização quando instruiu Lianne para romper o contrato. — A cumplicidade de Dara nas ações de Lianne havia sido obvia através das mensagens de texto que havia lido em seu celular. Havia sido um estúpido movimento, um impulsionado por uma arrogância que sabia que a matriarca professava não possuir. — Lianne será transferida para cá amanhã. — Ele aliviou sua Tk até que o corpo de Rayland Faison estava deitado no chão. — Caso haja quaisquer vazamentos que seja rastreado até sua família, você vai ser eliminada. — Vasic não permitiria a ninguém ferir aos que havia prometido proteger. — Todos os dados sobre o projeto estão em processo de fragmentação em seus sistemas. Dara Faison não havia se movido desde o instante que deixara claro que as explorações telepáticas iam acontecer, como se por fim compreendesse que tinha tentado jogar em uma piscina que estava tão fora de seu alcance, que a morte era uma possibilidade real. Agora ela olhou para o cadáver de seu sobrinho e lhe disse: — Não haverá vazamentos. Voltando para a cabana de Lianne sem mais palavras, Vasic fez varreduras visuais e recolheu amostras de sangue que enviou ao Comando Central, e logo começou a limpar moléculas por molécula de sangue. Levou o tempo e concentração. A maioria dos telecinéticos não podia trabalhar nesse nível, seu poder demasiado violento. Você pode tirar sangue do tapete? — Ele perguntou ao único Tk que ele sabia que poderia trabalhar em um nível ainda mais rápido, que as células do próprio corpo. Não, não como você, — Judd respondeu — Ironicamente, uma vez que eu usava isso sob as ordens de Ming, a minha capacidade parecia funcionar melhor com o tecido vivo. Enquanto Vasic era útil na morte... e parecia que na fixação de janelas quebradas. A estranha lembrança se deslizou de forma inesperada por sua mente enquanto juntava mais sangue no globo flutuante onde recolhia a matéria biológica. Ele foi mais lento que o habitual nesta tarefa orientada pelos detalhes, seus recursos esgotados pelas exigências do dia neste ponto. Como resultado, o amanhecer era um suave resplendor no horizonte quando teleportou a matéria biológica diretamente a um incinerador médico. — Se eu não acabasse de ver isso — sussurrou uma voz feminina da porta. — Eu diria que é impossível.


Capítulo 16 VASIC sentiu a presença de Ivy, esperou horror na visão da massa líquida de sangue flutuando no ar, mas sua voz segurou um tipo de temor chocado. — Você devia estar descansando. — Minha cabeça parece abafada de tanto sono. — Enxaqueca? — Um pulsar maçante. Nada muito ruim. — Ivy correu suas mãos pelos seus cachos, ciente das proteções de aço preto que a protegeram quando ela não podia se proteger, deslizando calmamente para longe. — Obrigada. — Por que? — Proteger-me. Não respondendo, ele caminhou direto para uma cadeira caída. Sua respiração presa, uma dor no seu peito. Ele não esperou agradecimento, não sabia como lidar com isto. Alguém alguma vez já agradeceu um Arrow por fazer o que ninguém mais faria? — De qualquer maneira, — ela disse através do punho apertando seu coração, — Rabbit estava curioso — e então eu também depois que vi o modo que o composto foi redecorado. Dando um passo dentro do quarto onde ela viu Vasic drenar gota a gota de sangue em um estranho globo de líquido, antes de desaparecer da existência a coisa inteira, ela procurou por qualquer evidência restante que poderia dizer o que aconteceu, viu apenas a área da cozinha danificada. — O que aconteceu? Vasic a enfrentou, sua expressão inescrutável. — Cristabel frustrou uma tentativa de assassinato a Lianne. Ela foi seriamente ferida no processo, o assassino morto. A mão de Ivy subiu para sua boca quando ela reconheceu o nome como pertencendo à élfica Arrow morena que tem sido imperturbável pela curiosidade do Rabbit ontem à tarde. — Cristabel está... — Fora de perigo crítico a partir de trinta minutos atrás. — Movendo a mesa vários centímetros à esquerda, ele usou músculo puro para arrancar uma estante da parede mais distante. — E Lianne? — A mulher quieta, um pouco tímida tinha que estar em choque.


— Prestes a ser transportada para fora do complexo. — Ele passou por Ivy para colocar o restante da estante em uma pilha de madeira ao lado da cabana. — Eu decidi não movê-la até que ela estivesse mais estável. Franzindo para suas costas, ela dobrou seus braços enquanto Rabbit “ajudou” Vasic adicionando uma vara que ele encontrou para a pilha de madeira. — Por que? Não é sua culpa que algum fanático veio por ela. Eu estive na mesma situação, lembra? — As situações não são análogas. — Ele começou a caminhar em direção à cabana dos Arrow. — Lianne quebrou seu contrato compartilhando dados secretos com sua família, inclusive os nomes de cada E neste complexo. — Espere, o que? — Sua mente lutando com a implicação de suas palavras. — Alguém da família de Lianne tentou matá-la? — A família era proteção, segurança, liberdade, não machucar. — Ela deve estar devastada. A resposta de Vasic era como torcer o intestino com a realização que Lianne tinha sido traída por alguém que ela devia ter podido confiar. Girando na entrada da cabana dos Arrow tão rápido que ela quase chocou-se com seu controlado poder, ele disse, — Sua família não é como a maioria das famílias na Net funcionam. Ele entrou antes dela poder recuperar-se o suficiente para responder. Sentindo-se estranha — assustada com ele de um modo que parecia errado — Ivy seguiu com Rabbit para encontrar Lianne sentada na extremidade de uma cama que era literalmente só um pedaço tenso de lona estirada sobre o metal. Os olhos da pequena morena empata estavam vermelhos, seus ombros curvados para frente enquanto ela tentou agarrar a extremidade da cama com uma tensão brutal que devia machucar. E seu medo de Vasic... era como um animal encharcado de suor que colidiu com Ivy e encravou suas garras. Cambaleante, ela agarrou o batente da porta. Ivy? Olhos de prata congelada bloquearam com os dela, seu corpo estabilizado por um toque fantasma telecinético. Ontem à noite, o que Aden fez para mim? Ela tinha apenas vagas memórias dolorosas. Ele extraiu os detritos do bloqueio em sua habilidade. Seus sentidos empáticos agora estão escancarados. Sim. Respirar era um esforço. Muito. A maioria dos Psy era ensinada como filtrar a entrada de dados em uma idade jovem. Como um telepata não podia ouvir tudo e ficar são, Ivy agora entendeu que um empata não podia sentir tudo e não desmoronar pela sobrecarga.


Vasic diminuiu a distância entre eles, sua luva com luzes piscando quando um feixe azul frio varreu por ela. Você não está conseguindo suficiente oxigênio e sua pressão sanguínea está subindo. Ivy tentou regular suas respirações superficiais, acalmar sua pulsação. Eu não sei como ajudá-la —Vasic permaneceu tão forte e estável quanto um carvalho enraizado enquanto ela firmou-se com uma mão no peito dele, sua armadura leve absorvendo qualquer sinal de calor mortal — mas eu posso levá-la para alguém que pode. Não. Lábios tremendo e olhos molhados quando ela olhou para Ivy, Lianne pareceu uma criança abandonada. Ivy não podia abandoná-la. Está tudo bem. Forçando-se a quebrar contato com a força sólida dele, ela começou a andar através da camada espessa de medo nauseante. Isto apertou dedos ossudos ao redor de sua garganta, torcendo seu estômago em um nó que sentiuse como se nunca desataria, e fez sua pele arrepiar-se com a ideia de Vasic atrás dela. Ivy agitou sua cabeça para remover a sensação. Essa resposta não era dela. Ela quis enrolar-se em sua força protetora. Não, isto veio de Lianne, a resposta emocional pungente arranhando os sentidos desprotegidos de Ivy para desnortear e confundir. O pulsar atrás de sua cabeça agora uma batida, ela forçou sua boca a formar palavras. — Não tenha medo. — Ela cutucou Rabbit ao lado da empata aflita. Os olhos de Lianne passaram de Ivy até Vasic, então de volta. — Eu quebrei as regras. — Tremendo, Lianne agarrou-se à mão de Ivy quando Ivy sentou na cama ao lado dela. — Eu serei castigada. Era difícil para Ivy pensar com o medo de Lianne ameaçando sufocá-la, então levou vários segundos para processar o significado das palavras da outra mulher. Ela acha que você vai matá-la, ela falou telepaticamente para Vasic. Existe uma boa chance que ela acalme-se se você sair. Vasic não moveu-se de sua posição na entrada. Lianne é agora um risco de segurança conhecido. Eu não deixarei você a sós com ela. Ele trocou de conversa telepática para fala verbal, suas palavras dirigidas a Lianne, antes de Ivy poder discutir sua posição. — Você não será executada enquanto mantiver seu silêncio sobre este projeto de agora em diante. Ivy olhou fixamente para ele. Você está falando sério? Você a mataria se você pensasse que ela poderia expor o que ela sabe? Não. Ele virou sua atenção para ela, o cinza de suas íris tão frias, fez os cabelos de trás de sua nuca subirem... E desta vez, ela não sabia se a resposta era sua ou de Lianne. Eu teria simplesmente bloqueado suas memórias, ele


continuou. A execução seria um exagero, se esta experiência tiver sucesso, neste caso irá a público, ou se falhar, em ambos casos decisões serão feitas sobre as informações a serem compartilhadas. É isso que você fará se eu quebrar as regras? Ela perguntou através do miasma de pânico e medo nublando sua mente. Apagar-me? Uma pausa infinitesimal. Essa situação nunca surgirá. Você e sua família não querem atenção, não fará nada para atrair isso. A de Lianne, por outro lado, está faminta por poder. Ivy quis empurrá-lo até que desse uma resposta real, mas ele era tão assustador que ela não podia... Lianne, ela lembrou-se com dentes cerrados em concentração, isto era o medo de Lianne. Ivy poderia ter momentaneamente duvidado de suas próprias emoções debaixo da influência disto, mas enquanto ela aceitou isso, objetivamente falando, Vasic era assustador, ela não estava assustada com ele... Nunca estaria novamente. Porque uma coisa que ela lembrou da noite passada era seu pulso forte debaixo de seus dedos, este Arrow frio como gelo permitindo-a segurar-se nele, sua voz... Pontadas de dor em seu estômago, sua boca cheia de bile. A consciência de Lianne aumentando com pânico poderia logo paralisar ambos, Ivy virou para enfrentá-la. — Respire, Lianne, — ela ordenou, modulando sua própria inalação e exalação até a outra mulher cair no mesmo padrão. — Os Arrows não estão planejando executar você. Depois de sete minutos de repetição, os sentidos Empáticos de Ivy esfolados, que Lianne acalmou-se o suficiente para seguir o pedido de Ivy para proteger suas emoções. Paz. Ivy não podia conter-se o tremor que atravessou-a. Lianne, com bochechas vermelhas, sussurrou, — eu teria sido exposta na Net. — Sua mão estendeu-se para a cabeça de Rabbit onde o cachorro estava espreguiçado em seu colo. Ivy entendeu a preocupação da outra mulher. O silêncio poderia ter caído, mas a mudança era muito nova para ser acreditada. A própria Ivy descartou sua máscara do Silêncio agora que ela estava seguramente longe da cidade, mas isso não significava que ela não estava preocupada sobre as consequências de suas ações. Mesmo agora, ela manteve seus escudos da PsyNet então suas emoções não vazariam e a denunciariam para estranhos que poderiam desejar-lhe mal. — Eu garanti que você não estava.


A voz de Vasic era um bálsamo frio nos sentidos esfarrapados de Ivy... Até que ela percebeu que não podia senti-lo. Nada. Mesmo uma Lianne protegida continuou a registrar em seus sentidos Empáticos, mas Vasic estava sumido. Se ela não tivesse sido capaz de vê-lo, nunca saberia que ele estava no quarto. Sua respiração parou quando ela entendeu profundidade de seu controle pela primeira vez.

que

a

esmagadora

— É hora de você deixar o complexo. Lianne ficou rígida na declaração de Vasic. Girando para oferecer conforto, Ivy achou-se enfrentando o ar. Vasic iniciou o teleporte — depois de transferir Rabbit do colo de Lianne para o lado de Ivy. Piscando, ela agitou sua cabeça assim como seu pobre cachorro, confuso levantou-se e fez o mesmo. — Sim, — ela murmurou, esfregando suas têmporas. — Isto está definitivamente começando a me incomodar. Rabbit latiu de acordo e saltou para o chão enquanto ela continuou sentada na cama. Coisa desconfortável. E isto era onde Vasic dormiria quando estivesse fora de turno. Franzindo, ela perguntou-se se ele teve qualquer descanso a noite passada. Então ele estava aí, andando até abaixar-se na frente dela. — Sua enxaqueca está pior, não é? — Seus olhos enfocados totalmente nela, seu sedoso cabelo preto que ela quis sentir contra sua pele. — Aden disse que elas deviam passar dentro de quarenta e oito horas. Ele era tão bonito, ela pensou. Todas essas linhas duras, força e uma estranha vulnerabilidade inesperada. Deste último ela não tinha nenhuma prova, e ainda assim seus instintos insistiam. Ivy tola. — Lianne? — Ela perguntou, bebendo na vista dele como se ela estivesse com sede por toda a vida. — Segura com aqueles membros da família que eu confirmei não ter nenhuma inclinação fanática pró-Silêncio. Eu tenho um Arrow mantendo um olhar discreto nela para certificar, — ele disse. — Sua enxaqueca? Ela não esperou que ele se importasse com a segurança de Lianne depois da traição da outra mulher. Que ele se importou... — Sim, — ela murmurou. — Está pior. — Você tem treinamento para aliviar isto? Ele tinha esses ombros sólidos, largos o suficiente para bloquear o mundo. Ela queria passar a mão pela largura deles, tirar sua armadura, tocar o calor vivo dele. Visceral, a necessidade atou seu intestino, fê-la doer. — Ivy?


Dedos curvaram em suas mãos, ela forçou-se a não aproveitar-se da proximidade dele para favorecer sua necessidade. Machucaria mais se ele começasse a manter distância porque ela não podia seguir as regras não ditas. — Sim. — Todas crianças Psy eram ensinadas como administrar a dor, desde que medicamento contra dor tinha um efeito impossível de predizer nas habilidades psíquicas. — Mas eu não usei muito, — ela admitiu, e não era muita mentira. — Eu estou enferrujada. A verdade era, ela não queria que ele se fosse. — Eu conversarei com você através disto, — ele disse, antes de mudar para comunicação telepática para fazer exatamente isto. Eu gosto de sua voz, ela disse depois, deleitando-se na força gelada dele. Bom, desde que você ouvirá ao longo deste contrato. Riso cintilava em suas veias. Sim, eu suponho. Incapaz de tocar, ela correu seu olhar pelo comprimento não regulamentado do cabelo que insinuou tão tentadoramente o homem por trás do gelo. Esperançosamente, você não achará a minha irritante. Não. — Não. — Mordendo o interior de sua bochecha, ela tentou manter um tom solene. — Você é muito prolixo, você sabe disto? Eu não sei como vou manter-me com você tagarelando. Nenhum sorriso em seus olhos, mas quando ele levantou-se, disse, — eu não vejo sua escolta. Esperança explodiu como confete em seu coração. Isso não tinha sido um comentário típico de Arrow. Tinha sido um comentário de Vasic. — Eu acho que Rabbit está começando a descongelar onde concerne a você, — ela disse, lutando não trair a força de sua resposta. — Ainda, deve ter sido algo realmente excitante para mantê-lo longe enquanto você está muito perto de mim. — Ela não tinha nenhuma ideia quão certa ela estava até que eles deixaram a cabana. Um chiado escapou dela.


Capítulo 17 SEU cachorro muito pequeno estava sentando em trêmula atenção na frente de um lobo enorme com um casaco de prata-ouro. Um lobo bonito, assustador que podia comer Rabbit em uma mordida, e que pareceu estar escutando um macho desconhecido vestido em calça jeans e um suéter preto com as mangas empurradas até seus cotovelos. Não um Arrow, dada a sua roupa, mas existia algo sobre ele que disse que ele não era muito diferente. Dele, ela sentiu muito pouco, mas do lobo veio uma chicotada de selvageria primitiva e enfoque perigoso. — Rabbit, — ela chamou, batendo levemente em sua coxa. Em vez de correr diretamente para ela, ele olhou acima de seu ombro então olhado de volta para o lobo, só correndo quando o lobo inclinou sua cabeça. Com o coração em sua garganta, ela ajoelhou para acariciá-lo enquanto Vasic andou a passos largos para falar com as visitas. Alguns minutos depois, ambos o lobo — o changeling — e o macho desconhecido andaram para as árvores. Quem era? Ela perguntou a Vasic, franzindo para Rabbit quando ele tentou correr atrás do par que partiu. O alfa dos SnowDancer e um de seus tenentes. Beijando o rosto mal-humorado de Coelho, ela continuou a segurá-lo para que não fosse superado pelo desejo em juntar-se a uma matilha de lobo. O homem de cabelo escuro, ele parecia com um Arrow. Vasic deu-lhe um olhar considerando. Judd desertou da PsyNet três anos e meio atrás, mas sim, ele é um Arrow. Os pedaços juntaram-se. Ele é quem os repórteres disseram que estava desviando os mísseis usando telecinese? Surpreendente e fascinante, os relatórios entraram durante a tentativa de invasão dos PurePsy nesta região o ano anterior. Um membro da desaparecida família Lauren? Sim. Ele virou em direção a Abbot quando a outra Arrow saiu da cabana de Jaya. Você precisa comer café da manhã. Ariscando relaxar seu aperto em Rabbit, ela tentou não ler demais no fato que Vasic fez um ponto em lembrá-la para reabastecer sua força, e dirigiu-se para sua cabana. Rabbit, aparentemente superado de sua reação chocada para o lobo


alfa, manteve sua companhia — pelo menos até que ele terminou seu próprio café da manhã. Então ele decolou para explorar, e ela cruzou seus dedos que o changelings o enviariam de volta se ele tentasse seguir a trilha do lobo. Não que ela podia culpar seu animal de estimação por sua fascinação perigosa. Olhe para ela. Você pode fazer isto? Ela perguntou a Vasic, incapaz de controlar o desejo para conectar-se com ele mesmo quando ela soube que ele estava ocupado com a mudança de turno. Desviar mísseis?

VASIC nunca teve uma voz como a de Ivy em sua cabeça. Não havia nenhuma limitação nela, o tom um caleidoscópio iridescente que insinuou mil outras coisas por baixo. Sim, ele disse em resposta para sua pergunta, considerando o que ela faria se ele dissesse a ela que ele também podia iniciar ataques de mísseis através de sua luva. Lá vai essa prolixidade. Filtrando seu comentário pelo que ele observou da interação humana, ele confirmou suas suspeitas prévias que ela o estava provocando. Ninguém nunca o provocou. Ele não sabia a resposta correta. Eu sei que você não teve café da manhã, ela disse enquanto ele estava ainda trabalhando na questão se provocação exigia uma resposta. Venha comer comigo. Ele devia ter tomado a chance de obter umas horas de descanso, mas ele passou dias acordado de uma vez. Uma noite não era nada. Não comparado a uma mulher que o provocou. Isso era incomum o suficiente para exigir exploração adicional. Ela sorriu quando ele andou para sua porta de entrada, os cachos dela despenteados ao redor de seu rosto e seu suéter azul tricotado muito grande para sua armação. — Obrigado por deixar minha varanda. — Não estava em quaisquer das fotografias de Lianne. Uma risada encantadora que sentiu-se como um golpe tátil pela bochecha dele. — Certo. — Ela misturou uma bebida nutritiva com água quente em lugar da fria que ele sempre usava, então tirou várias barras de comida do armário. — Aqui. Você deve ter queimado muita energia ontem à noite e esta manhã. Primeiro ela o provocou, então ela o alimentou. Nenhuma ação eram uma que ele podia ter predito. Tomando a comida, ele andou de volta para fora.


O rosto de Ivy caiu. — Você já está indo? Era quase como se ela estivesse desapontada por perder sua companhia. — Não, — ele disse, adicionando outra ação inexplicável para seu arquivo privado de Ivy. — Sua mesa é pequena. — Oh, você está certo. Provavelmente teria que dobrar-se pela metade. — Olhos iluminando, ela colocou suas botas e pegou seu cereal, seguindo-o para fora para sentar-se na extremidade da varanda. Ele abaixou-se ao lado dela, a distância entre eles aproximadamente vinte centímetros. E embora ela o advertiu que gostava de conversar, eles se sentaram em silêncio por vários minutos, o complexo quieto agora que a mudança de turno estava completa, a pálida luz solar matutina. Apesar do silêncio, a experiência não era como comer com outro Arrow; Havia um subtexto que ele se esforçou para desvendar. A última vez que ele comeu com alguém não relacionado ao esquadrão foi o dia que foi permanentemente extirpado da unidade de família. Ele podia ainda lembrar daquela última refeição com seu pai biológico, entretanto ele perdeu as emoções de criança. O que ele lembrou se resumiu ao espaço Mudo entre ele e o homem que deu-lhe a metade de seu material genético. — Ei. — Um sorriso tão aberto, que ele soube que o mundo tornar-se-ia selvagem se ela não fosse protegida. — Você está pensando muito. Coma. — Tendo terminado sua própria comida, ela pôs de lado sua tigela e abriu a embalagem de uma das barras nutritivas que ele colocou entre eles. Quando ela estendeu isto, percebeu que era para ele. — Obrigado. — Eu acho que seria melhor eu conversar com Sascha, — ela disse, pegando as embalagens das duas barras que ele já tinha comido para pô-las em sua tigela vazia. — Eu coloquei na requisição anterior. — Isso foi o que você estava discutindo com Judd Lauren e o alfa dos lobos? Vasic assentiu, comendo a barra nutritiva em mordidas metódicas. — Pare com isso. — Um olhar estreito enquanto ela levantou a bebida que ele não tocou. — Eu não fiz isto quente assim você podia deixar esfriar. Impossível de predizer, ela era mais impossível de predizer que um míssil velho. — A temperatura não altera o valor nutricional disto, — ele disse, bebendo metade de um copo. — Eu sei disto. É para aquecer você.


Ele pensou sobre assinalar que seu uniforme de combate isolava-o contra a temperatura, mas decidiu manter sua boca fechada por razões que não podia articular. Talvez fosse por causa do modo que ela olhou para ele... Como se importasse. — Eu pergunto-me como é para Judd... — seu olhar movendo-se para as árvores onde o outro macho foi embora — ...vivendo em um bando changeling. — Eu não posso esperar entender, — ele disse, quando percebeu que Ivy estava esperando por uma resposta, embora ela não fez uma pergunta. — Claro que você entende. Você é parte de um. — O esquadrão funciona diferentemente de um bando. — Não, não funciona. — Ela quebrou um pouco de sua última barra para mordiscar antes de dar-lhe o resto. — Elas são tão insípidas quanto eu lembro. — Engolindo a mordida com um tremor, ela virou para enfrentá-lo, um pé no chão, a outra perna dobrada na varanda, suas mãos em sua panturrilha. — Eu admito que não sei muito sobre bandos changeling, — ela disse, o sol a suas costas, — mas pelo que eu entendo, lealdade é a cola que segura um bando junto. Não é o mesmo com o esquadrão? — Sim. — Era frequentemente a única lealdade que um Arrow teve ou já conheceu. — Changelings, porém, vivem em proximidade íntima, ligados em nível físico como também sentimental. — Dois companheiros próximos um ao outro tocariam-se mais cedo ou mais tarde — um aperto de mão, um abraço, um beijo, depende das relações envolvidas — mas toque é uma constante em toda interação changeling que Vasic já testemunhou. Que era por que ele tinha dificuldade em compreendendo a vida de Judd. Porque diferentemente daquelas em um bando “...os Arrows são projetados para funcionar sozinhos”. O suéter de Ivy deslizou de seu ombro esquerdo quando ela se debruçou para frente, despindo a pele de nata dourada para a luz solar matutina. — Certo, eu entendo isto. — Ela não notou quando ele colocou o suéter de volta no lugar com a Tk, a temperatura estava muito fria para ela ficar tão exposta. — Mas enquanto você pode ser projetado para funcionar só, isso não significa que você não é próximo como uma família. — Palavras apaixonadas, sem eco de um Silêncio que sempre tinha sido um casaco mal ajustado. — Como Aden e você, você disse que vocês são irmãos. Vasic não falava sobre sua infância, entretanto ele normalmente não dizia tantas palavras assim em um dia ou comia o café da manhã com uma mulher que continuou aproximando-se como se para tocá-lo antes dela se impedir, seus dedos enrolando em sua palma. Hoje não era um dia normal.


— Nós crescemos junto, — ele disse afinal. — Enquanto eu não era colocado no completo treinamento Arrow até que eu tinha quatro anos, eu tive instrutores de nível militar quase desde o berço. — Ele às vezes considerou como sua mente desprotegida poderia ter sido moldada. O que salvou sua sanidade foi a memória de sua infância mais avançada, quando ele não tinha sido nenhum aluno modelo. — A designação Tk-V é rara o suficiente para que o Conselho fosse notificado pelo meu nascimento. Ivy se debruçou mais em direção a ele, uma mão apertada na madeira da varanda e seus olhos escureceram com uma emoção que ele não podia identificar. — Como eles souberam seu subdesignação tão rápido? — Seu suéter deslizou novamente e ele ajeitou de volta. — Normalmente leva tempo certificar, mesmo com marcadores genéticos. — Eu teleportei para fora do útero. A boca de Ivy caiu aberta. — Não, realmente? — Foi isso que eu fui informado quando era velho o suficiente para entender. Os registros que eu acessei quando adulto comprovam a história. De acordo com as notas do M-Psy atendente, ela quase me derrubou. Ivy moveu perto o suficiente que o joelho escovou sua coxa, o cheiro suave dela sussurrando através de seus sentidos. — Como você soube onde aportar? — Foi colocado pela conexão telepática que eu tinha com a mulher que deu-me a luz. — Depois que ela cortou todos os laços como seu acordo de concepção com seu pai biológico. — Esta é provavelmente a resposta correta. Ivy olhou para ele por vários minutos, e ele teve a sensação que disse algo que a afligiu, mas não podia identificar o que quando ele relembrou suas palavras. — Você estava dizendo-me sobre Aden, — ela disse afinal, tão perto que ele podia ter facilmente estendido a mão e agarrado o arco vulnerável de seu pescoço. Olhando para longe, ele olhou fixamente para as mãos que terminaram mais de uma vida. — Ele foi atribuído como meu telepático parceiro de treino. — Ele e Aden ligaram-se como apenas crianças assustadas podiam conectar-se, muito antes de sua capacidade para interação ter sido torturada para fora deles. — Nós conhecemos um ao outro pela maior parte de nossas vidas. Os dedos de Ivy escovaram seu braço antes dela empurrar sua mão culposamente para trás. — Vê? Vocês são uma família, — ela disse, seu pulso uma vibração rápida em sua garganta. — E o que é um bando além de uma grande família?


Vasic olhou para o ombro dela, cutucou o suéter de volta para cima. Desta vez, ela notou, cor em suas bochechas quando sua mão subiu para o lugar. — Quantas vezes? — Cinco. — Ele levantou-se antes dele fazer a sexta. — Eu preciso descansar. Franzindo, ela levantou, também. — Eu tenho mantido você. Você devia ter dito. — Dobrando seus braços, ela inclinou sua cabeça em direção a cabana dela. — Você pode usar minha cama. É muito mais confortável que uma daquelas camas. Essa cama cheiraria de maçãs verdes, tomando o cheiro de seu cabelo e pele dos artigos de banho providos pelos changelings nas cabanas designadas para os empatas. E... cheiraria a Ivy. — Não. Suas sobrancelhas levantaram acima de seus olhos. — Nós discutiremos sobre isso mais tarde, — ela disse a ele. — Depois que você descansar. Caminhando para a cabana dos Arrow onde dois outros deitavam dormindo, ele abriu uma cama e estava removendo sua fina, mas efetiva armadura de peito quando a voz iridescente secreta de Ivy beijou sua mente. Não esqueça de tirar suas botas. Tudo de uma vez, ele percebeu que não tinha que processar suas palavras. Ele entendeu aquele tom mental agora, sabia que ela estava provocando-o novamente. Desta vez, ele tinha uma resposta para ela. Os Arrows dormem em uniforme completo, ele disse, desfazendo-se da armadura. Uma pausa. Você está me provocando? Arrastando-se para fora de suas botas, ele pôs debaixo da cama. Elas eram projetadas para permiti-lo colocar seus pés nelas em dois segundos em uma emergência. Onde um Arrow aprenderia a provocar? Ele respondeu enquanto removeu seu cinto e colocou-o com a armadura. De mim, veio a resposta suspeita. Você é muito esperto. Não ache que eu não notei. Tendo decidido desnudar-se de sua camisa de mangas compridas do uniforme negro desde que não protegeria sua metade superior de ataques de qualquer maneira, e precisava ser lavada, ele enrolou-a para usar como um travesseiro quando deitou-se vestido só em suas calças de uniforme. Ele devia ter-se banhado, mas dar tempo a seu corpo para restabelecer era uma prioridade mais alta. Eu vou dormir agora, Ivy. Tenha um bom descanso. Sua voz foi a última coisa que ele ouviu antes de desligar-se como a máquina viva letal que ele era.



Capítulo 18 O que dá a Kaleb Krychek o direito de decidir o futuro de nossa raça inteira? E aqueles de nós que não desejam viver em seu novo mundo? Ele agora eliminará nossas vozes como dizem ele ter eliminado seus rivais? Pedaço de opinião de Ida Mill, PsyNet Beacon

KALEB permaneceu na sala de estar de casa dele e de Saara, seus olhos na tela do comunicador montada na parede. A notícia era de manifestantes agitando cartazes andando em círculo abaixo de seu Quartel General em Moscou entoando slogans pró-Silêncio no tráfego de início da noite na praça diretamente adjacente. — Eles não percebem que eu podia esmagar seus crânios com um único pensamento? Olhando em cima de onde ela estava enrolada no sofá, traduzindo um documento para ele, Saara olhou para a tela. — O protestantes e Sra. Mill sentem apaixonados o suficiente para morrer por sua causa. — Mais pretendentes a mártires. — Kaleb deslizou suas mãos nos bolsos das calças do terno cinza, os punhos da manga de sua camisa branca enrolados para despir seus antebraços. — Eu estou considerando dar-lhes seu desejo. — Ele teve que enfocar em reconstruir cada fundação da Net depois de erradicar a infecção, não nas pessoas que não podiam abraçar a mudança. — Pare de ser o grande e mal Kaleb Krychek e venha se sentar comigo. Ele só aceitava ordens de uma pessoa. Sentando à sua esquerda, ele embrulhou um braço em torno de seus ombros enquanto ela se debruçou contra ele. — Eles chamam-se Vozes Silenciosas, — ela disse a ele, batendo a caneta laser que ela estava usando contra seu lábio. — E eles fizeram isto um ponto para dizer que eles não são violentos e não associados com o PurePsy. — Um pequeno sinal de inteligência. — Kaleb prometeu executar qualquer um que tentasse reavivar o grupo de fanáticos genocidas. — Eles são perturbadores. Saara bateu levemente no braço dele. — Uma ocorrência comum em um sistema político normal.


— Nós não estamos em um sistema político normal. Isto é uma ditadura. — Nada mais funcionaria com a Net na beira do cataclismo. Saara girou sua cabeça para dar um beijo na parte superior de seu braço pelo algodão fino de sua camisa, longas mechas de cabelo sedoso correram pelo antebraço dele. — O Conselho tê-los-ia silenciado, encerrado suas vidas por ousar desafiar o status quo. Era uma lembrança gentil que Kaleb passou sua vida derrubando aquela estrutura corrupta. Considerando os protestantes por outro minuto, ele desligou a tela. — Eles podem protestar quanto tempo quiserem contanto que eles não ameacem a estabilidade da Net. — Eu acho que nós precisamos de vozes discrepantes. — Saara se sentou em virou-se para enfrentá-lo depois de colocar seu datapad e caneta no tapete, com expressão pensativa. — Tentando criar uma sociedade homogênea é o que nos colocou nesta situação em primeiro lugar. Kaleb não via o mundo como Saara; Sua prioridade era dar-lhe uma vida segura, estável. Não importa o que precisou. — A Sra. Mill e seu grupo feliz podem conseguir seu enclave Silencioso se eu for forçado a excisar seções da Net para conter a onda de infecção. Olhos azuis escuros bloquearam com o seu. — Está pior? — Sim, e aumentando em virulência cada dia. — Enquanto os empatas permaneciam bloqueados em seu estado dormente.


Capítulo 19 Por favor recarregue todos os dados técnicos sobre a apresentação da luva pelos trinta e quatro dias anteriores. Nossos dados atuais estão levando a conclusões bem fora das antecipadas e pode ter sido corrompido durante um dos carregamentos semanais. Mensagem de Dr. Edgard Bashir para Vasic

SASCHA NÃO DISCUTIU com as medidas de segurança que Lucas pôs em lugar para sua visita no composto E no início da tarde do segundo dia da residência dos empatas na área. Os outros Es poderiam não ser capazes de fazerlhe mal diretamente sem repercutir de volta neles, mas existiam Arrows naquele composto, e não importa quanto ela confiava em Judd, o esquadrão não era homogêneo. — Nem os empatas, — Lucas lembrou a ela quando ela verbalizou seus pensamentos depois que eles saíram do carro na extremidade da zona amarela. Segurando seu rosto nas mãos fortes, mornas, ele curvou ligeiramente seus joelhos para encontrar seus olhos. — Não esqueça isto. Eles já tiveram uma brecha na segurança interna. — Eu não irei, — ela prometeu, e abraçando-se no calor selvagem do corpo dele, atraindo seu odor até que suas próprias células estavam cobertas com isto. — Eu sinto-me como uma fraude, fingindo ter perícia na designação E. — Quando tudo que ela tinha era uma reserva de pedaços de conhecimento que poderiam ou não ajudar. Lucas puxou sua trança. — Um perito é simplesmente alguém que sabe mais que aquele a quem ensina. Isto é você. — Um beijo felino, lambidas, carícias e persuasão que derreteram seus ossos. — Para o resto... — ele embrulhou seu cachecol ao redor do pescoço dela — ...você aprenderá com eles. Centrada por seu toque, sua fé nela, ela acariciou seu tórax através lã fina de seu suéter carvão. Como a maioria dos changelings, ele não sentiu frio como um humano ou Psy, mas ele era um gato, também, apreciava as texturas contra sua pele. Não que ele se aborreceria em gastar tempo para comprar coisas assim por si só. Mas ele amou quando ela fez — e a pequena ação doméstica deu-lhe prazer intenso. Como alimentar sua mania de chocolate deu a ele. Não era só


emoção, crua e real, que o Silêncio roubou de sua raça, ela pensou, mas as inumeráveis intimidades simples que coloriam a tapeçaria complicada da vida. — Certo, — ela disse, depois de outro beijo aconchegante de sua pantera. — Eu estou pronta. Tendo decidido andar o resto do caminho, outros soldados do bando espalhando-se atrás deles, eles andaram pelas árvores do composto meia hora mais tarde. Vasic estava esperando por eles, uma delicada, mas curvilínea mulher com cabelo preto suavemente cacheado a seu lado. Ela vestia um suéter com capuz grosso branco e calça jeans dobrada dentro de botas de neve, seus deslumbrantes olhos iluminados por dentro. — Ivy. — Sascha sentiu seus lábios curvarem, reconhecendo a empata de sua conversa pelo comunicador. — É adorável encontrar você pessoalmente. O sorriso em retorno de Ivy era infeccioso. — Eu tenho estado tão excitada desde que Vasic disse que você estava vindo. — Ela avançou e abraçou Sascha, parando-se no meio do caminho para olhar para Vasic, como se ela recebesse uma advertência telepática. Consciente que o Arrow estava jogando pelas regras quando veio a abordar um companheiro de um changeling predatório, Sascha completou o abraço, então apresentou Lucas para Ivy, tendo Vasic e Lucas já reconhecido um ao outro. — Você gostaria de se sentar em minha varanda? — Ivy perguntou depois. — É tão bom e ensolarado lá fora. — Isto é perfeito. — Sascha tinha sido instruída a permanecer à vista de Lucas e do resto do time de segurança, a sugestão de Ivy removeu qualquer embaraço da situação. Assentindo, Ivy a levou para a varanda, a madeira morna pelo sol. Então, para a surpresa de Sascha, a jovem empata sussurrou, — Existem armas de fogo apontadas para mim? Sascha deu uma pequena risada, sabendo que não importa o que acontecesse com os outros Es, Ivy Jane se tornaria uma amiga. — O que você acha? — Eu li que changelings são altamente protetores de seus companheiros. — Sorriso desvanecendo, o olhar da outra mulher mudou-se para Vasic onde o Arrow permanecida falando com Lucas. — Você acha, — ela murmurou, — que uma pessoa que tem estado no Silêncio por quase toda sua vida pode aprender a sentir? Não precisou ser um empata para achar a razão para a pergunta de Ivy. — Eu acho, — Sascha suavemente disse, — que a raça Psy tem se iludido sobre o Silêncio por muito tempo.


Ivy pareceu voltar violentamente sua atenção para Sascha. — Em que sentido? Sascha parou para admirar um pequeno cachorro branco, sua raça incerta, que pulou até a varanda. Cheirando a mão de Sascha quando ela estendeu, sacudiu seu rabo, então foi se sentar ao lado de Ivy. — Ninguém são conseguiu com sucesso eliminar suas emoções, — ela disse. — É simplesmente um caso de quão profundamente elas foram enterradas. Ivy acariciou o adorável cachorrinho com carinho ausente. — E se há um inverno da alma? — Olhos problemáticos encontraram os de Sascha. — Se o gelo é tão integrado que até quando existe uma fratura, fecha-se assim que fecha seus olhos? — Eu não sei, — Sascha disse honestamente. — Existem provavelmente alguns na Net que tem estado intensamente condicionados, que eles estão próximos do silêncio sem sociopatia quanto o possível. — Os Arrows, ela pensou, caiam naquela categoria. — Estas pessoas, — ela adicionou com cuidado com o coração de Ivy, — provavelmente abraçaram o Silêncio em um nível tão profundo por uma razão. — Habilidades psíquicas malignas, a ameaça da loucura, uma história familiar de violência. — Eles podem desejar não quebrar isto. O dia que eu sentir é o dia que eu morro. Os dedos de Ivy acalmaram no pelo de Coelho quando as palavras de Vasic soaram em seu crânio, tão severas quanto Sascha tinha sido amável. Ivy tinha sido tão feliz esta manhã. Ele a provocou, ainda que não admitiria isto, mas quando ele despertou três horas mais tarde, era como se eles nunca tivessem tido aquela conversa, nunca começariam a tecer as linhas frágeis de um laço que ela não podia nomear, mas que sabia que queria. Muito. — Ivy. — Os dedos de Sascha escovaram sua bochecha. Vendo a condolência gentil nos olhos estrelados de cardeal, Ivy sentiu seus olhos queimarem. Ela piscou afastando a sensação de lixa e conscientemente pôs de lado seus pensamentos sobre o Arrow que a fez querer tomar um martelo para o gelo que ele talvez precisasse para sobreviver. — Você pode me ensinar como proteger-me? — Ela pediu a Sascha. — Eu estou recebendo cada emoção no composto — inclusive o feral protecionismo do seu companheiro. — Um movimento errado em direção a Sascha e Ivy sabia que ela teria garras enterradas em sua garganta. Até agora, ela podia sentir olhos verdes selvagem do alfa changeling nela, embora ele estivesse vários metros longe. Ivy — uma carícia de água congelada na sua mente — você tem medo de Lucas Hunter.


Seus dedos enrolados em suas palmas, sua respiração presa no sombrio som bonito dele. Lendo minha mente? Não, só sua linguagem corporal e sugestões faciais. Ivy quis provocá-lo mas não podia encontrar humor para isto, as palavras de Sascha fizeram-na perceber que o Silêncio de Vasic podia ser um mecanismo de sobrevivência. Então ele disse, Não tenha medo. Eu não o deixarei machucar você. Ivy sentiu como se ela fosse embrulhada em seus braços. Cedendo, ela olhou através do composto para encontrar os olhos cinza claros que observaramna. Eu sei. — Antes de ensiná-la a proteger, — Sascha disse naquele momento, voz pensativa, — eu direi mais uma coisa em nosso assunto anterior. Ivy quebrou a intimidade do contato ocular com Vasic para ver que a empata cardeal estava observando-o, também. — O que? — Eu conheço dois homens que uma vez eram tão distantes quanto seu Arrow. — Judd Lauren, — ela adivinhou, não aborrecendo-se em protestar para a descrição de Sascha de Vasic. Ele era o Arrow de Ivy. Ela o reivindicou. — E? — Kaleb Krychek. Ivy estremeceu, arrastando as mangas de seu suéter acima de suas mãos. — Ele ainda é... — Sim. — Sascha assentiu. — Exceto quando para sua companheira. Se você tiver sucesso em rachar o gelo, você tem que estar preparada para lidar com um macho tão dedicado e tão violentamente protetor quanto qualquer changeling. Ivy não sabia nada de homens ou relacionamentos, mas a ideia de ter Vasic olhando para ela como Lucas Hunter olhava para Sascha... fez cada célula em seu corpo vibrar com uma necessidade tão profunda, sentiu como se ela tivesse nascido com isto. — Enquanto a Judd, — Sascha disse. — Uma semana atrás, eu vi ele afundar debaixo de uma pilha de filhotes que decidiram “forçá-lo” a brincar pegapega com eles. — Ela fechou uma mão sobre uma de Ivy, apertado. — Eu o vi rir, Ivy... — os olhos cardeais brilharam úmidos — ...e eu nunca pude imaginar isso da primeira vez que o encontrei. Dentro de Ivy o confete sussurrou em uma brisa suave.


VASIC notou a facilidade com que Ivy aceitou o abraço de Sascha no fim de sua sessão de duas horas, e instintivamente verificou os escudos dela na PsyNet. As fraturas eram rachaduras irregulares visíveis que ameaçavam expor sua existência emocional na PsyNet. Ivy, ele disse assim que o casal DarkRiver deixou o composto. A mente dela tocou a dele em uma intimidade familiar, a privada via telepática. Sim? Você aceitará minha ajuda em protegê-la na PsyNet? Se ela dissesse não, ele teria que achar outra maneira de protegê-la. Ele não compeliria ou coagiria, não a amarraria como ela foi amarrada naquela câmara de recondicionamento, a mesma forma que ele foi contido tantas vezes quando criança. Ivy hesitou na entrada de sua cabana. Não ainda, ela disse finalmente. Eu posso lacrar as fraturas no momento. Ela buscou seu olhar. Tendo seu escudo acima do meu me cega, e eu preciso poder ver a infecção. Era quase como se ela estivesse explicando para não machucar seus sentimentos, quando ela sabia que ele não tinha nenhum. Não, ele não entendia Ivy. Eu trabalharei com os outros Arrows para colocar um Firewall nesta seção da Net ao invés, ele disse. Dará a você liberdade para trabalhar na infecção sem o escrutínio de fontes não desejadas. Incerta em seus pés, ela veio para juntar-se a ele onde ele estava próximo aos pinheiros perto da sua cabana. — Isso soa perfeito. Eu não acho que a Net está pronta para nós. Ivy sempre sorria com alguma parte de seu corpo, mas não havia nenhuma luz em seus olhos agora, nenhuma curva em seus lábios. — A sessão não foi bem? — Oh não, foi incrível. — Ela esfregou uma têmpora, e ele soube que sua cabeça continuava a aborrecê-la. — Sascha me ensinou como criar uma proteção interna, então eu não serei subjugada novamente como eu fui com Lianne — embora por sua experiência, parece que nós não podemos desligar completamente nossa habilidade. Vasic começou a suspeitar disto. — Suas funções de empatia gostam de uma sensação extra, análoga a ver ou ouvir. — Da mesma forma que seu teleporte poderia também ter sido outro membro, era tão integrado a seu corpo. — Sim. — Empurrando suas mãos nos bolsos dianteiros da calça jeans, ela olhou fixamente abaixo no chão. — Eu apenas... Eu pensei que isto seria um mundo melhor, Vasic.


Uma sensação indefinível dentro dele causada pelo som de seu nome em seus lábios. — Como? Ivy esfregou sua têmpora novamente. Levantando as mãos, ele disse, — Fique quieta, — e começou uma massagem no couro cabeludo e pescoço que ele aprendeu depois de um dano em si mesmo. Ivy estava tão atordoada pelo contato pele a pele que levou vários segundos para o prazer do que ele estava fazendo penetrar suas terminações nervosas. Gemendo, ela permitiu sua cabeça cair para frente, suas palmas apoiadas contra o tórax dele. Deus, mas ela estava começando a odiar o estúpido uniforme que muito eficazmente afastou o calor e força dele de seu toque. Mas seus dedos, suas mãos... — Ivy. — Hmm. — Olhos fechados, ela focou só no sentido daqueles dedos fortes afastando sua dor e tornando seus ossos em geleia no processo. Mais, mais, ela quis exigir, sem vergonha em sua fome tátil por ele. — Por que você pensou que o mundo seria melhor? Ivy esqueceu o que ela estava falando, tinha que dragar seu cérebro bêbado de prazer para revelar a linha de conversação. — Depois da queda do Silêncio, — ela murmurou, olhos fechados ainda. — Se e quando eu permiti-me imaginar isto... — ela gemeu novamente quando ele moveu suas mãos para a parte de trás de seu pescoço — ...eu sempre pensei que seria um ambiente agradável. — Uma torção de seus lábios. — Mas não importa o que, pessoas ainda vão tentar machucar um ao outro. — O ataque em Lianne está em sua mente. — A pele de Ivy era delicada contra os blocos ásperos dos dedos de Vasic, mas ela aproximou-se mais em vez de afastar-se. Sua proximidade aumentou a sensação abrasiva dentro da pele dele, uma lembrança muda que ele não devia estar tocando-a, mas ele não quebrou o contato. Era seu trabalho cuidar dela, e era claro que isto estava aliviando sua dor. — Um membro da própria família de Lianne rebelou-se contra ela, — ela disse depois de quase um minuto. — Faz-me preocupar sobre o que acontecerá quando o resto da designação E começa a ficar ativa. Quantos de nós morreremos? Vasic olhou para sua cabeça inclinada, os cachos pretos suaves brilhando na luz que caia através das folhas acima, e soube que as respostas severas que


ele tinha a machucariam. Então tudo que ele disse foi, — Até o melhor previsor do mundo não pode predizer o futuro com cem por cento de certeza. Ivy ergueu sua cabeça, seu sorriso inclinado para um lado. — Você está dizendo que eu estou pedindo por problemas. — Não esperando por uma resposta, ela o olhou diretamente nos olhos. — Talvez eu esteja, mas eu apenas pareço não conseguir parar. Ele teve a sensação inexplicável que eles não estavam mais falando sobre empatas.

NOS dias seguintes, o composto caiu em um ritmo quieto, familiar. As dezoito pessoas dentro lentamente pararam de ser indivíduos e começaram a se tornar uma comunidade, e como qualquer comunidade, eles tiveram seus subgrupos. Dos empatas, Ivy era mais próxima de Chang e Jaya, entretanto Penn bastante frequentemente juntou-se a suas discussões. O macho escocês tendeu a falar tanto quanto um Arrow, mas era conciso e penetrante em seus comentários quando o fazia. Todos os outros tiveram relações diferentes um com o outro, como era natural, com Chang sendo amigável com Brigitte, enquanto Ivy não parecia conseguir penetrar a reserva da mulher mais velha. Isaiah permaneceu abrasivo, mas a calma Penn podia tolerá-lo, e então foi. Ninguém era isolado ou só, o que foi a coisa principal. Os Arrows, claro, presos com os seus próprios, mas ela notou que vários passaram tempo com seus Es quando eles podiam ter facilmente mantido distância. Abbot, em particular, nunca estava longe do lado de Jaya. Quanto a ela, ela conseguiu convencer Vasic a comer com ela frequentemente. Ele não tocou nela novamente depois daqueles minutos primorosos que tornaram seu sangue em mel, mas ela já estava viciada. Era tortura sentar-se tão perto e não exigir uma repetição, mas estar com ele valia a pena... Entretanto ela trapaceou de vez em quando vestindo o suéter que se mantinha deslizando de seu ombro. Quando ele arrumou, e ele sempre notou e fez sem uma palavra, sentiu-se como se ele a tinha acariciado. — Aqui está, — ela disse no quarto dia depois da visita de Sascha, passando para ele várias barras de nutrição antes dela descer ao lado dele na varanda, seu agora favorito suéter morno ao redor dela. — Seu diário café da manhã, super delicioso. — Ele já tinha pego a bebida que ela misturou para ele, junto com sua tigela de cereal e leite.


Vasic, os antebraços apoiados sobre coxas musculosas, comeu antes de responder. — Você come o mesmo cereal todo dia. — Sim, mas ele tem frutas secas e bagas gostosas, como também uma mistura de grãos. Suas barras são a insipidez personificada. — Este era o ponto afinal. — Aqui. — Ela pegou uma colherada de seu café da manhã. — Prove. O que aconteceu a seguir deixou-a olhando fixamente. Ele realmente se debruçou adiante e aceitou sua oferta. — Existem muitos sabores, — foi sua fria conclusão. Os dedões do pé da Ivy enrolaram naquela voz, tão intensa e contida fê-la imaginar o que ele soaria se perdesse o controle. Comendo uma colherada do cereal para dar-se tempo para pensar, ela percebeu que seus lábios estavam movendo acima do mesmo metal morno que ele tocou um momento atrás. Pele ruborizando na pequena intimidade, ela disse, — Desculpe, mas você não tem um voto. Não quando você só come barras nutritivas e bebe o mesmo material em forma liquefeita. Vasic não entendeu por que ele fez o que fez. Tudo que ele sabia era que Ivy era extraordinária. Mesmo ela entrando no composto com os ferimentos mentais e psíquicos mais severos, ela calmamente mostrou-se umas das pessoas mais poderosas aqui. Isso incluiu os Arrows. Enquanto Vasic e os outros lidavam com a dramática mudança na PsyNet tentando pegar rigidamente seu condicionamento, Ivy montou a onda. Toda vez que ela batia em uma parede, ela parava, pensava sobre o problema com uma concentração determinada que fez duas linhas verticais minúsculas formar entre suas sobrancelhas, então achava um modo de contornar isto. A mente dele não era tão flexível quanto a dela, mas ele fez uma coisa estranha, inesperada nos últimos três dias. Enquanto os outros Es continuaram a raspar contra seus sentidos, Ivy não fez mais, embora ela estava explorando suas habilidades a fundo. Era como se a mente dele tivesse criado uma categoria especial para esta empata cuja voz telepática era uma que ele agora era tão acostumado a ouvir, parecia muito calmo dentro de seu crânio quando ela estava dormindo e ele estava em turno à noite. Seu corpo, também, respondia a ela de seu próprio modo tão diferente que ele não tinha nenhuma experiência com manejar a reação. Agora ela comeu outra colherada de cereal, e ele viu a nata dourada que era o declive exposto de seu ombro. Esticando a mão, ele fisicamente arrastou seu suéter de volta no lugar.


Capítulo 20 IVY QUASE SOLTOU sua tigela. Firmando-a telecineticamente, ele retornou sua mão para a posição anterior, seus olhos em dois Arrows atravessando uma rotina de artes marciais no outro lado do composto. — Você sente controle melhor de suas habilidades? — Ele perguntou ao silêncio tensamente estirado. — Não em controle, — ela disse finalmente, sua voz um pouco ofegante. — Isso implica muita consciência das decisões em minha parte. Mas está ficando mais fácil lidar com o instinto. — Sua tigela fez um som surdo contra a madeira da varanda quando ela a pôs de lado. — Isso faz sentido? — Arrows não reconhecem instinto, mas é indiscutível que nossos tempos de reação em certas situações são tão rápidos que poderiam ser categorizados como tal. Girando em direção a ele, Ivy dobrou uma perna na varanda de modo que ela teve, meros centímetros entre seu joelho e sua coxa. — O que você chama isto então? — Repetição e treinando até que o conhecimento de como reagir a situações problemáticas está fixado em nossas células. — Como? — Um sussurro baixo. — Como eles ensinam você? Ele pensou sobre ter seu braço quebrado repetidas vezes quando criança até que ele parou de chorar, de ser preso em uma caixa sufocante por horas até que psiquicamente aprendeu a regular sua temperatura corporal, de ser lançado em câmaras de privação sensorial até que podia suportar nada, e então olhou para Ivy. — Repetição mundana, rotineira. Aqueles olhos de cobre que viam demais não desviaram dele. — Você está mentindo para mim, Vasic. — Existem algumas coisas que não deviam estar em sua cabeça. As palavras calmas quebraram o coração de Ivy. Tomando coragem de seu surpreendente ato anterior, ela roçou as pontas dos dedos acima de sua luva. Era uma dura e fria carapaça, mas era parte dele. — Confie em mim. Ele não quebrou o violentamente íntimo contato ocular. — É muito tarde para mim, Ivy. Enfoque suas energias naqueles que você pode salvar.


Ivy não disse nada quando ele levantou, seus dedos deslizando para fora da luva. Ele partiu sem outra palavra, alto, forte e sozinho enquanto caminhava através da clareira. Ele salvou sua vida, era o coração do escudo psíquico que protegeu cada E aqui, agiria como um escudo físico vivo para qualquer um deles em uma fração de segundo. Ainda assim não esperou nada dela, do mundo. Ela não sabia como chegar até ele, dizer-lhe que ele tinha todo direito. Porque se o que ela suspeitou fosse correto, então os Arrows não eram só os assassinos que eles muito frequentemente pintaram, mas a última linha de defesa contra a escuridão infinita que lambia nas extremidades da raça Psy — talvez sempre o lambeu. Aquela consciência instintiva era vinda dos registros psico-médicos que ela carregou da PsyNet nos últimos três dias, Vasic tendo ganho seu acesso a um banco de dados seguro. Catalogou as taxas verdadeiras de doença mental na raça Psy através do espectro, inclusive casos de insanidade criminal suspeita ou comprovada. — Eu voltei duzentos anos, — ela disse para Sascha mais tarde naquele dia, as suas caminhando pelas árvores depois que a cardeal terminou sua sessão com Penn. — Os resultados são muito idênticos. Uma porcentagem de nossa população sempre enlouquece, e é sempre uma porcentagem mais alta que as outras raças. — O preço de nossos dons? — As folhas das sempre-vivas nesta região lançaram sombras irregulares no rosto da outra empata. — Silêncio, de tudo que nós descobrimos, não mudou isto. Simplesmente fez mais fácil para os psicopatas verdadeiros se esconder, enquanto as pessoas que precisavam de ajuda eram quietamente eliminadas. Sascha virou seu olhar em direção aos Arrows visíveis no composto. — O que quer que eles fizeram, — Ivy disse, com estômago apertado e voz feroz, — eles fizeram isso acreditando que estavam ajudando seu povo. — Ela viu aquela verdade na protetividade inexorável de Vasic, nos danos de Cristabel, na intensidade de Abbot em vigiar. — Nós não podemos culpá-los. — Ivy não permitiria ninguém machucar Os Arrows dessa forma. — Eu não culpo, — Sascha disse suavemente, — mas eu acho que eles culpam a si mesmos. Ivy tomou uma respiração no ar frio, pingentes de gelo pendurados dos galhos na frente dela em belos fragmentos perigosos. — Sim, — ela sussurrou. — Não é justo, quando eles fizeram tanto para manter a Net segura. Os registros que ela carregou não declararam isso tão sinceramente, até mesmo não se referiu aos Arrows, mas era impossível não ver a diferença gritante


em certas estatísticas horrendas antes e depois da formação do esquadrão, a data que ela recebeu de Vasic. Ele não percebeu o que estava dando a ela, como isso esclareceu os dados que ela começou a reconstituir. — Ninguém nunca falou sobre os assassinos em série que de repente param de matar. — Muitos para serem explicados bem por qualquer modelo estatístico, a porcentagem muito mais alta antes da formação do esquadrão que era óbvio que eles alteraram dramaticamente o campo de jogo. — Quem exceto os Arrows cuidariam daquele trabalho sujo ano após ano, década após década? — Porque os monstros continuavam nascendo, continuavam criando horror. — Certamente não a Execução. Sascha, seus olhos sem estrelas, curvou-se até levantar uma pinha meio enterrada na neve. Espanando o branco gélido, ela tocou as pontas dos dedos nas extremidades quando levantou. — Eu concordo com você. Os Arrows agem como o único controle real dos elementos mais escuros de nossa raça. Uma pausa antes da cardeal continuar. — Eu acho que quando o esquadrão foi formado primeiramente, era sobre fazer o que fosse necessário para impedir o Silêncio de cair. Embora eu não poderia concordar com as ações daqueles primeiros Arrows, eu posso entender que veio de um desejo de proteger a raça Psy. — E agora que eles sabem que o Silêncio não era a resposta, — Ivy disse, perdoando aqueles primeiros Arrows por sua indubitável parte em sufocar e enterrar a designação E, — Os Arrows desta geração estão tentando reparar o equilíbrio. Eu sei que Vasic tomaria uma bala por mim sem vacilar. — Sim, — Sascha disse de uma vez. — O núcleo protetor sempre esteve lá, ainda que girado na direção errada... E eu tenho um sentimento que o esquadrão poderia ter sido manipulado em certas ações por alguém no poder. Abraçando os braços em torno de si, Ivy disse, — Você sabe se eles estão com Kaleb Krychek há muito tempo? — O Tk cardeal parecia ser o homem mais inumano na Net, mas o que ela tinha vislumbrado durante as visitas passageiras de Krychek para o composto, Vasic pareceu lidar com ele como um igual. Sascha agitou sua cabeça. — Meus contatos estão em branco quando são informações sobre o esquadrão, mas Judd disse que Ming LeBon era seu líder reconhecido por duas décadas. Como um ex-Arrow, eu diria que ele era profundamente confiável. Soltando a pinha, a outra empata pôs suas mãos nos bolsos de seu casaco, a cor um rico verde azulado. — Eu não tenho qualquer prova, mas pelo que eu sei das propensões de Ming, junto com o esquadrão mudando sua lealdade para Kaleb, eu acho que Ming tentou torná-los em seu esquadrão pessoal de assassinos.


Ivy parou de nadar. — Eles acreditaram nele e ele os usou. — A traição teria atingido no coração da lealdade que ligou Arrow a Arrow — a única coisa que, era óbvio, todo membro do esquadrão confiou. Inclusive Vasic. Ele foi abandonado quando criança, torturado, então usado. Ele nunca diria nada disso para ela, mas Ivy escutou. Então ela fez a conexão entre uma criança que começou a treinar aos quatro anos de idade, e um homem que chamou seus pais de “a mulher que deu à luz a mim” e “meu pai biológico”. Existem algumas coisas que não deviam estar em sua cabeça. Ninguém se tornou tão envolto em gelo sendo tratado com generosidade. Ele foi machucado. Repetidas vezes. Então, no que deve ter sido um golpe final atordoante, ele descobriu que as coisas terríveis que foi solicitado fazer para o bem de sua raça, ao invés tinham sido feitas para Ming LeBon inchar-se com poder. Cada músculo em seu corpo retesou-se. Ela quis destruir o sistema que permitiu isto acontecer. — Não parece justo, Sascha, que ele, de qualquer Arrow devia ter que caminhar só e ingratamente na escuridão. Deslizando seu braço pelo de Ivy, Sascha começou a levá-la de volta ao composto. — Você lembra o que eu disse a você sobre Alice Eldridge? Levou a Ivy um segundo para falar através de sua fúria. — Claro. — Ivy sofreu pela estudiosa que Sascha disse que tinha sido violentamente posta em suspensão criogênica por mais de um século. — Bem, no livro de Alice — que ela deu-me permissão para copiar para todos vocês — ela tem um pedaço no meio que está cheio de citações dos amigos e amantes de empatas. — As estrelas retornaram a seus olhos, Sascha sorriu para Ivy, e a expressão segurou uma veia de inesperada travessura. — A palavra mais comum naquela seção inteira é ‘teimoso.’ Aparentemente, Es tem um problema com desistir de alguém. Eu diria que seu Arrow não tem chance. O sorriso em resposta de Ivy era trêmulo. — Não, — ela disse, — ele não tem. Não seria fácil, e existia uma grande chance que ela falharia em sua busca para quebrar as defesas de seu Arrow, mas Ivy não sobreviveu a um brutal recondicionando por ser uma violeta murcha. Se Vasic precisou do Silêncio para sobreviver, isso era uma coisa agonizante para reconhecer que ela nunca verdadeiramente poderia conhecê-lo, ela aceitaria isto, porque fazer o contrário o machucaria. Mas, se seu sacerdote guerreiro estava usando o isolamento do condicionamento para castigar-se pelos crimes de outro homem, um que


sacrificou os corações de bons homens e mulheres no altar do poder, então não, Ivy não ia deixar passar. Não agora. Não nunca.

VASIC verificou a PsyNet tarde aquela noite para descobrir a infecção, seus tentáculos de uma escuridão maligna, tinha bem e verdadeiramente invadido o composto, entretanto ainda não tocou qualquer mente dentro. Foi contrário a cada instinto dele deixar Ivy e o outros no caminho da infecção, mas removê-los seria negar sua natureza. Saindo da rede psíquica depois de dar uma olhada final, ele esquadrinhou a área. Estava envolto no breu de uma noite sem luar, as cabanas quietas e o único movimento dos Arrows de sentinela. Um, porém, não estava onde deveria estar. Abbot. Relatório. Senhor. Eu estou com Jaya. Ela experimentou um pesadelo e solicitou que eu ficasse dentro de sua visão. Ela precisa de atenção médica? Não. Eu acredito que ela está... Com medo. Vasic considerou ou não pressionou Abbot para detalhe. Ele escolheu o jovem Arrow de sua unidade não porque o Silêncio de Abbot era sem defeito, mas porque estava rachando em uma forma irregular e possivelmente perigosa, o esquadrão precisada saber se seus membros mais danificados podiam trabalhar com empatas no futuro. Como resultado do estado mental de Abbot, Vasic e outro membro sênior da unidade mantiveram um olho no macho. Logo ficou claro que ele estava estabilizando de um modo inesperado, sua presença mais ordenada e tranquila que tinha sido por meses, sua concentração aguda. O problema era que ele pareceu ter-se ligado muito profundamente a seu empata. Vasic? Uma luz acesa na cabana da Ivy. Ele pegou o tremor em sua voz, girou imediatamente para dirigir-se a ela. O que é? Eu apenas... Ele estava na varanda abrindo sua porta antes dela terminar. Quando ela veio diretamente para ele, enrolando-se contra seu tórax enquanto Rabbit debruçava contra sua perna, ele fez o que viu humanos e changelings fazerem para oferecer conforto, e fechou seus braços ao redor de seu corpo. E conheceu


que Abbot não era o único Arrow que ligou-se muito profundamente a seu empata. Segurando-a para ele com seu braço enluvado, Vasic segurou a parte de trás de sua cabeça com sua outra mão, os cachos dela uma confusão morna ao redor de seus dedos. O tecido de suas calças era uma flanela verde e branca, mas sua metade superior estava vestida só com uma fina blusinha de alças. Quando ela continuou a tremer e tentou ficar mais próxima, os braços dela dobraram acima entre eles, ele usou seu Tk para alterar as moléculas do ar ao redor dela para gerar calor, ao mesmo tempo que ele apertou seu agarre nela, e alargou sua posição para permitir a ela dobrar seus pés entre os seus nas botas. Pareceu funcionar, a pele de Ivy aqueceu debaixo de seus dedos onde eles roçaram a extremidade de seu rosto, e debaixo de sua palma onde ele curvou acima de seu braço. Cada outra parte dele estava protegido dela, seu uniforme de combate projetado para proteger... Mas agora era uma barreira que o impediu de sentir o peso leve de seu punho contra seu coração ou a pulsação que tremulou debaixo do ouro de sua pele corada. Ele não entendeu por que isso importou, mas importou. — Você fez isto aquecer. — Ela continuou enrolada contra ele apesar de suas palavras, o brilho da luz da cozinha atravessando-os para a varanda. Ele os moveu completamente para dentro fazendo um mínimo teleporte e fechando a porta. Ivy era aberta sobre muitas coisas, mas ela também tinha um lado privado, e isto... era privado. Flexionando uma mão em seu peito, um movimento que ele viu, mas não sentiu, ela disse, — Você apenas teleportou-nos? — Sim. Ela olhou para cima com um sorriso hesitante. — Você já pensou sobre o quão surpreendente é que você pode fazer isto? — Não. — Para ele, era a razão que ele passou sua infância em dor de excruciante. — Você pode ir em qualquer lugar que quiser, a qualquer hora que quer. — Pondo sua cabeça abaixo de volta contra seu tórax, ela disse, — Nós podemos ir em algum lugar hoje à noite? — Um tremor percorreu sua estrutura. — Só por um tempinho? Vasic avaliou a situação da segurança, conectou com seus Arrows para, receber o mesmo relatório. Cada um e todos seus homens e mulheres estavam acordados, até aqueles que deviam estar fora de turno. — Não hoje à noite, — ele disse. — Eu levarei você outro dia.


— Por que não hoje? — Erguendo sua mão para sua têmpora, ela esfregou. — Não, espere, eu posso sentir isto agora... Os empatas, nós estamos vazando medo... — Seus olhos, aqueles grandes, penetrantes olhos, olharam fixamente nele, a borda de ouro vívida contra o cobre. — Todos nós tivemos pesadelos? — A maioria. — Ele forçou-se a soltá-la agora que ela estava estável. — Isaiah, Brigitte, e Penn parecem ter sido imunes evento desencadeador, mas foram despertados pelas reações dos outros. Empurrando suas mãos pelo cabelo, Ivy disse, — Certo, certo, deixe-me pensar. — Um assentimento decisivo. — Eu preciso estar na PsyNet. Seguindo-a, ele viu a mesma coisa que ela.


Capítulo 21 — PENN, BRIGITTE, E Isaiah, — ele disse quando eles voltaram, — são os mais distantes da infecção em termos de seu local no composto. — Enquanto Ivy e Jaya estavam na extremidade principal. — Eu vou tocar a base com os outros. — Fechando seus olhos, ela fez isso telepaticamente, e ele aproveitou a chance para apenas olhar para ela. Sua pele era delicada, sua clavícula fina, mas havia uma exuberância em Ivy que era diametralmente oposta a seu próprio corpo. Nenhuma extremidade dura, apenas curvas suaves. Tudo sobre ela prometia o oposto da dor. Quando uma alça deslizou de um ombro quando ela passou a mão pelo cabelo novamente, ele não deslizou de volta para cima, fascinado pela linha suave de seu ombro, a cremosa suavidade da curva superior de seu seio exposto. Iria, ele calculou, precisar do mais simples toque telecinético para empurrar o tecido sedoso mais para baixo, expondo-a completamente. Brasas baixaram por seu corpo chamejado para vida... e a pele de Ivy ruborizou em um escuro pêssego. Arrastando a alça para cima com um dedo trêmulo, ela disse, — Jaya era a mais agitada. Ter Abbot ao redor parece tê-la acalmado. — Sua respiração veio rápida e superficial. — Ele está jogando cartas com ela. Até onde Vasic soube, o Arrow mais jovem não sabia como jogar cartas. — Ele está perdendo? — Ele perguntou, consciente que cruzou uma linha ao olhar para Ivy da forma que tinha olhado. — Muito, — ela disse em lugar de pedi-lo para partir, — mas Jaya diz que ele está aprendendo rápido. Nós estamos corrompendo todos seus Arrows. Ele pensou sobre o calor do couro cabeludo dela contra sua palma, a leve carícia de seus cachos, as doces curvas que fluíam como mel debaixo de sua mão. Ela era a mais suave, mais bela criatura que ele já tocou, e ele quis experimentar novamente, quis satisfazer este contato tátil que não teve nada a ver com dor ou treinamento ou um frio exame médico. — Talvez, — ele disse, assistindo sua cor aprofunda quando ele continuou a olhar para ela de uma maneira que ele sabia que era sexual. Ele devia ter-se desculpado. Ele não fez. — Mas, — ele disse ao invés, — a corrupção não parece estar fazendo dano. — Uma mentira. Ivy estava quebrando coisas nele que não podiam ser quebradas para sua própria sanidade. Mesmo agora ele


achou-se perguntando sobre a textura de sua pele no mergulho de seu esterno, seus dedos enrolando em sua mão. Era a mão presa ao braço no qual a luva era enxertada. Uma luva que podia funcionar em muitos níveis. Um dos quais era para controlar armas que podiam aniquilar centenas em um único ataque. As mãos que ele quis colocar em Ivy eram as de um assassino. Gelo mergulhou as brasas. — Eu preciso verificar o composto. Ivy agarrou uma jaqueta laranja grossa que ela deve ter esquecido em uma cadeira quando foi para a cama, e encolheu-se nela. — Eu irei com você. — Você devia permanecer segura na cabana. Ela andou até ele, mandíbula firme. — Se existe uma ameaça, você pode teleportar-me para fora antes de ver a ameaça. Eu não quero estar só. — Um olhar abaixo para Rabbit. — Não que você não seja maravilhoso, — ela reassegurou ao seu bicho de estimação. Ele viu o tremor de seu lábio antes dela mordê-lo e percebeu o nível que ela escondeu seu próprio medo para verificar os dos utros. — Está uma noite fria. Você devia vestir isto. — Trazendo uma jaqueta pesada que ele usou quando tinha que entrar em ambientes cruelmente frios e não quis desperdiçar energia mantendo sua temperatura corporal, ele a ajudou a colocá-la. Ela engoliu-a, o colarinho fechado passando de sua boca e as mangas mergulhando seus braços até que ele as dobrou. Terminado, ele a cutucou para o balcão da cozinha. — Faça seu chá favorito. — Ele sabia que sabor deu-lhe conforto. — Eu posso esperar. Quando eles saíram na noite estrelada cinco minutos depois, Ivy com suas mãos em torno da caneca de chá e seus pés em botas de neve, Rabbit avançou para deles. Dando a Vasic seu chá para segurar, Ivy acariciou e abraçou o cachorro antes de levá-lo de volta para sua pequena cama. — Fique aqui, Rabbit. Está muito frio lá fora para você, — ele ouviu-a murmurar suavemente, o som carregado pela quietude da noite. Ela estava com ele novamente logo depois. Arrastando o capuz da jaqueta para cima de sua cabeça, ele saiu para começar a patrulhar o composto. Nerida, descanse um pouco, ele disse para um dos sentinelas. Eu assumirei. O outro Tk devolveu uma confirmação rápida. — Como você mede dano para seus Arrows? — A voz de Ivy era familiar na escuridão um quarto de hora depois. — É uma quebra em seu Silêncio ou qualquer outra coisa? — É diferente para cada membro do esquadrão.


Ela pausou com ele na sombra noturna das árvores. — Alguns deles, — ela disse, com tom solene, — eles nunca quebrarão o Silêncio, não é? Eles. Como se ele não estivesse naquela lista. — Alguns são fisiologicamente incapazes de fazer isso. — Ele pensou sobre o quanto revelar, não porque ele não confiou em Ivy, mas porque certo conhecimento a poria em risco. — A parte de nosso treinamento costumava envolver uma droga que pode reajustar caminhos neurais se usada por muito tempo. Intensifica a habilidade psíquica natural, mas eventualmente deixa o Arrow sem senso de si mesmo. — Isto é tão triste. — Forte dor em sua expressão, sua caneca vazia pendurada por um dedo; Ela não pareceu notar quando ele teleportou-a para longe. — As vítimas têm consciência do que tem sido feito para elas? — Não. — Isto, Vasic pensou, era a única clemência. — Eles permanecem membros do esquadrão, e nós certificaremo-nos que eles vivam suas vidas no melhor nível possível. — Não seria nada como aqueles no mundo afora considerariam uma boa vida, mas seria cem vezes melhor que qualquer coisa que Ming LeBon teria permitido. Seu antigo líder teria simplesmente usado aqueles homens e mulheres, então ordenado suas execuções nas mãos de médicos que prometeram curar. Patton, o único outro Tk-V que Vasic já encontrou, tinha sido abatido como um cachorro quando ele se tornou tão dependente de instrução que era inútil no campo. Um erro infeliz em seu regime de Jax, tinha sido a nota no arquivo médico que Vasic hackeou quando era velho o suficiente. O regime está sendo modificado para assegurar este tipo de extrema submissão não recorrer. Vasic devia ser útil muito além da idade habitual de formação de Arrows. — E você? — Ivy perguntou, tocando a mão em sua luva como ela já tinha feito uma vez antes. — Eles usaram a droga em você? Vasic considerou os dedos delicados na maquinaria que o envolveu. — Você não é repelida pela luva? — O que? — Ela olhou abaixo, franzindo. — Não, e pare de evitar a pergunta. Ele pensou que devia dizê-la tudo que ele fez, então ela entenderia quem era que ela tocava, entretanto ela teria medo dele... E ele não queria Ivy com medo. — Quando eu era mais jovem, sim, — ele disse em resposta a sua pergunta sobre Jax. — Mais tarde, graças a um subterfúgio de Judd, todos os Arrows foram tirados disto. — E você estava bem?


— Eu sou muito, muito melhor em teleportes delicados do que alguém imagina. — Eles deviam ter imaginado, depois de assisti-lo lidar com sangue até que nem mesmo uma única pequena gota disto permaneceu no tapete, mas ninguém já fez a conexão. Os olhos de Ivy alargaram. — Você teleportou para fora a droga enquanto ainda estava no sistema de entrega. — Um sussurro que segurou uma emoção apaixonada que ele não podia definir. — Isto é incrível. — Infelizmente, me levou tempo para aprender o truque. — Ele foi forçado a trabalhar debaixo da influência da droga por dúzias de missões e sempre que Ming LeBon exigiu suas habilidades de teleporte. Como resultado destas, ele teve mais Jax em seu sistema enquanto adolescente do que a maioria dos membros experientes do esquadrão. Ele escapou de um permanente reajuste por três injeções no máximo. — Eu não podia fazer o mesmo para os outros, exceto em ocasiões casuais quando eu estava no quarto enquanto eles estavam sendo injetados. — Ele tentou, mas não podia arriscar mostrar o fato que o esquadrão não estava sob o controle de Ming LeBon como o antigo Conselheiro acreditava. Ele não precisou de Aden dizer-lhe que aqueles que eles perderam para a droga, se dada a escolha, teriam escolhido aquele destino em lugar de arriscar seus irmãos de armas. Isso fez o peso das perdas não menos pesadas no coração de Vasic, adicionando aos outros corpos que descansaram nele, até o órgão ficar permanentemente entorpecido. A mão de Ivy apertou na luva. Ele podia sentir a pressão de seu toque através dos sensores que ligavam cada milímetro quadrado da rígida superfície preta que protegeu os computronicos delicados em baixo do tecido nervoso vivo. Mas ele não podia senti-la. E pela primeira vez, ele começou a questionar sua escolha por permitir-se ser usado como cobaia para a fusão experimental. Isso foi quando ele ficou ciente do brilho de umidade nos olhos dela. — Ivy? Você está aflita. — Você carrega tanta culpabilidade, Vasic. — Crua, sua voz soou como se machucasse. — Um peso esmagador disto. Vasic pensou sobre as mortes que ele tinha espalhado na escuridão, as vidas que ele apagou, e agitou sua cabeça. — Não, Ivy. Eu nunca poderei carregar o suficiente. — Nunca poderia fazer qualquer coisa para equilibrar a balança.


Ivy quis bater contra a armadura que separou Vasic, rasgar a luva em seu braço, entretanto ela sabia que sua raiva era mal endereçada. Não era a concha exterior que importou. Ela podia rasgar isto em pedaços e ainda nunca violar o gelo que o envolvia. Ele me abraçouchoje. Seu corpo doído na memória de sua força contra ela, sua mão tão tenra e gentil atrás de sua cabeça. Não era nada que ele teria feito no começo desta operação. E... E ele a acariciou com seu olhar, a prata em seus olhos derretida. Derretendo na memória, ela aconselhou-se a ser paciente. — Você e Aden já brincaram juntos? — Ela perguntou, abraçando-se no casaco que cheirava confortantemente a ele. A sabão limpo e um cheiro morno masculino que era distintamente dele. Da última vez que Sascha visitou, Ivy viu a empata cardeal aninhar-se na garganta do seu companheiro à medida que eles foram embora. Ivy queria fazer aquilo com Vasic, captar seu cheiro diretamente de sua garganta. Ele deu-me seu casaco. Ela sorriu. Perito teleporter que ele era, ele podia não ter nenhuma dúvida em fazer aparecer algo que era um melhor ajuste. Ele não tinha. — Não brincadeiras ordinárias, — ele disse no silencio da noite. — Nós não tivemos tempo, ou a liberdade. — Eu sinto muito. — E bravo, tão bravo. Ninguém tinha o direito de roubar uma infância. — Nós fizemos, porém, — ele adicionou, — achando caminhos para manter-nos ocupados durante as raras circunstancias que nós conseguíamos de alguma maneira fugir da supervisão. Uma vez nós conseguimos pintar faixas de zebra em cada parede de um quarto de treinamento. Encanto cortou através de sua raiva. — Como você conseguiu isto? — Aden e eu roubamos a tinta do trabalho em outro lugar na instalação. Então, — ele disse, — ele criou uma distração enquanto eu pintei tão rápido quanto podia. Depois, eu arrastei-me pelo teto com a tinta e pinceis, e rastejei para a minha saída. Ninguém nunca descobriu que foi nós dois que fizemos isto, desde que nós não deixamos nenhuma pista e o chefe do centro de treinamento vetou scans telepáticos em larga escala. — Por que você não teleportou para fugir? —Ivy perguntou com uma risada. Vasic demorou tanto para responder que seu sorriso enfraqueceu, medo crescente em seu abdômen. — Eu tive uma coleira psíquica em minha habilidade


de teleporte quando criança, — ele disse afinal. — Era o único modo que alguém podia me manter onde eles me queriam. Ignorando tudo que ele disse, ela enfocou só no mais importante, na parte mais terrível. — Eles criaram uma trava em você como eu tinha em minha mente? — Exceto que ela estava inconciente do que estava perdendo, ele tinha estado completamente consciente disto. Deve ter sentido como ter um membro cortado. — Isso não funciona para a subdesignation V. Nossa habilidade é muito profundamente integrada em nossas mentes. — Como respirar, — ela disse, seu horror crescente. — Sim. Não completamente autônomo, mas perto o suficiente. O único caminho para controlar-me foi usar outro Tk-V para fazer isto. — Ele acalmou quando um assombroso uivo de lobo cresceu no ar ao longe, seguido por outro um momento mais tarde, então outro, até que era uma sinfonia selvagem. Cabelos subindo atrás de seu pescoço e respiração gelando o ar, ela girou em direção ao som. — Eu queria que nós tivéssemos permissão para ir mais longe, interagir com os changelings. — Eles estão protegendo seus indefesos. — Sim. — O fato que este composto existia era uma confiança enorme por parte de DarkRiver e SnowDancer, o maior passo na relação entre os Psy e as raças changelings por mais de um século. — O outro Tk-V, — ela disse quando a canção dos lobos aquietou-se, restando só um eco sensório prolongado de sua beleza primitiva. — Ele era um Arrow, também? Vasic assentiu. Ela esperou ele dizer algo, mas ele apenas respondeu sua pergunta, e como ela já aprendeu, ele não era um homem que conversava mais do que precisava. A neve triturou debaixo de suas botas enquanto eles caminharam, o céu uma profunda meia-noite pontilhada com estrelas. Ela não interrompeu seu silêncio desta vez, seus pensamentos de um menino que cresceu em uma gaiola, ensinado a se tornar uma ferramenta que seus capturadores podiam usar... Do homem que sobreviveu a aquilo com a vontade de proteger uma chama dentro de seu coração.


Capítulo 22 Kaleb Krychek pode ter ordenado a queda do Silêncio, mas ele nos dá nenhuma resposta para quem nós somos sem o Protocolo. Ele nos deixa para nos afogarmos. Postagem anônimo na PsyNet

CONFORTAVELMENTE ABRIGADOS NA ensolarada copa, Sahara completou a lição que baixou e considerou a pergunta feita pelo conferencista. — O que quer dizer bom governo? Kaleb olhou acima do balcão onde terminou de preparar duas bebidas nutritivas. Bebendo do copo que ele passou a ela, ela soprou-lhe um beijo. — Eu amo você. — Você só diz isso por causa de meu aromatizante de cereja. Ela quase cuspiu a bebida pelo nariz. — E pensar que pessoas dizem que você não tem nenhum senso de humor. Tendo terminado sua bebida, Kaleb atou uma abotoadura. O estômago de Sahara aqueceu como sempre fazia quando ela assistiu-o vestir-se ou despir-se. — Por que você está estudando política quando você vivendo isto? Ela andou para terminar de abotoar sua camisa e erguer sua gravata, a tira de azul profundo, quase negro, seda descansando em seu pescoço em prontidão para o toque dela. — Porque, — ela disse, deleitando-se nesta pequena cerimônia que calmamente se tornou uma parte de suas vidas, — pessoas que pensam que sabem tudo acabam tornando-se déspotas. As mãos de Kaleb em seus quadris, seus polegares escovando acima de sua pele depois que ele cutucou para cima sua blusinha de malha como ele tinha um jeito de fazer. — Bom governo, — ele disse, — é agir para suas pessoas acima de seu próprio ganho.


Seus dedos acalmaram em sua gravata. — Sim, — ela sussurrou para o homem que ela adorava, um homem que tinha sido brutalmente cicatrizado por “líderes” que agiam para seu próprio interesse egoísta. — Isto é sua definição. — Seus dedos apertaram em seus quadris. — A minha é não fazer nada que faria você envergonhar-se de ser minha. Às vezes, ele quebrava seu coração. — Eu nunca terei vergonha de ser sua. Kaleb curvou sua cabeça em direção a ela, seus olhos uma noite sem luar. — Não diga coisas assim, Sahara. O que eu me tornarei se não temer perder você por minhas ações? — Você sempre será meu. — Ela segurou seu rosto, sua mandíbula lisa. — E eu não deixarei você cruzar aquelas linhas. Ele disse que não tinha nenhuma consciência, mas ele a amou com uma devoção selvagem que a fez parecer segura, sentir-se inteira, sentir-se amada. Naquele amor ela viu esperança para que eles ficassem juntos. O beijo dele era cru, sexual, suas mãos levantaram para colocá-la no balcão. De pé entre suas coxas espalhadas, seus ombros graciosamente musculosos debaixo do tecido fino de sua camisa preta, ele a beijou como se ela fosse seu ar. Ela enfiou uma mão nas mechas úmidas de seu cabelo, segurou sua nuca com a outra, e o beijou de volta com a mesma fome. Os dois foram privados de toque por tanto tempo, e agora eles não se negavam nada. Quando ele puxou para cima sua blusa, ela ergueu os braços para permiti-lo tirá-lo. Embrulhando os braços ao redor do pescoço dele depois, ela luxuriou-se na sensação de suas mãos em sua pele. — Eu pensei que você tinha uma reunião, — ela disse, beijando sua mandíbula, a linha de sua garganta, o cheiro masculino dele revestido pela mordida limpa de sua loção pós-barba. — Eu disse a Silver para adiá-la. Inclinada para trás, ela simplesmente olhou para ele, seu perigoso amante que sempre a pôs em primeiro lugar. — Nós conseguiremos, — ela disse, consciente que a infecção era um problema sobre o qual ele nunca parou de pensar. — Com os empatas, os Arrows e a vontade de nossa raça em sobreviver. Beijando a curva superior de seu peito, Kaleb segurou suas costelas com as mãos. — Os Arrows e os empatas, possivelmente. Mas você tem mais fé em nossa raça que eu. Agora mesmo a maioria está enterrando suas cabeças na areia, esperando que eu lhes diga quem ser, o que se tornar. Eles são ovelhas. Ela puxou-lhe a cabeça com uma mão agarrada em seu cabelo. — Se eles são, é porque foram treinados a ser desse jeito por um século. Um bom líder os levará a independência verdadeira. Você os levará à liberdade.


Kaleb poderia não ser um cavaleiro branco, mas era o cavaleiro que a raça Psy precisava. Forte, destemido, e disposto a fazer as decisþes duras. E ele era dela. Embrulhando suas coxas ao redor dele, ela afundou-se no beijo, nele.


Capítulo 23 Sempre existiu rumores infundados de uma designação escondida na PsyNet. A deserção de Sascha Duncan trouxe aqueles rumores à superfície, apenas para aqueles a serem completamente anulados pelo Conselho no momento. Agora, porém, novos sussurros estão distinguindo-se e a Coalizão Governante tem ainda que fazer uma declaração para confirmar ou negar sua veracidade. PsyNet Beacon

ADEN SE ENCONTROU COM Vasic perto do amanhecer na manhã seguinte, os dois de pé próximos às árvores olhando para pacífica névoa no composto. — Pesadelos, — o outro homem disse, referenciando a conversação telepática que eles tiveram a noite anterior. — Ivy foi incapaz de dar-me quaisquer coisas específicas. — Vasic perguntou ao fim de seu passeio, quando ela pareceu mais centrada, não mais com medo. — Ela descreveu isto como um sentimento de escuridão sufocante. — Ela foi desencorajada pelo incidente? — Não. A resposta monossilábica era característica de Vasic, ainda assim a profundidade da convicção nisso intrigou Aden. Vasic tinha parado de conhecer pessoas, com seu afastamento crescente quando se tratava do mundo. Até com novos membros do esquadrão, ele não fez nenhum esforço além do necessário para funcionar como parte do time. E ainda assim, ele era um dos primeiros portos seguros para qualquer Arrow em dificuldade. Não porque ele era um Tk-V, mas porque ele inspirava confiança em um nível visceral. Vasic simplesmente não desapontava pessoas. — Os outros empatas? — Aden perguntou, lembrando como ele sentiu aquela mesma confiança quando menino. Isso nunca mudou. — Eu não tive uma chance de avalia-los, ou falar a fundo com seus Arrows, mas é possível que podemos perder um ou dois.


Empatas, Aden aprendeu de Vasic, não eram todos iguais. Racionalmente, Aden já sabia disto, mas o mistério da designação E era tal que ele amontoou-os em uma categoria mental única. — Os episódios recentes de violência na Net... — Vasic pôs os braços atrás de suas costas — ...parecem erráticos e em escala menor. — Os agitadores tendem a ser indivíduos que estão achando difícil se adaptar à queda do Silêncio, mas em um caso pelo menos, era um subtenente sobrevivente do PurePsy. — Aden olhou abaixo para o pequeno cachorro branco que apareceu fora da névoa para se sentar a seus pés, seus brilhantes olhos pretos focados nele. O canino pertencia a Ivy Jane, ele lembrou. — Nós podíamos eliminar o subtenente e sua célula assistente, — ele disse a Vasic. — A célula estava planejando um evento maior que não tinha nenhuma chance de sucesso, entretanto eles estavam muito envolvidos em sua ideologia fanática para ver isto. — PurePsy não tinha a independência necessária de pensamento para funcionar eficazmente sem seu líder. E aquele líder estava morto. — Krychek? — Ele está deixando a limpeza do PurePsy para nós e está concentrando em assegurar que a Net permaneça estável. — O último não podia ser feito apenas com força, mas Krychek era muito mais que isto, a inteligência do antigo Conselheiro é uma lâmina, suas conexões labirínticas. — Nós não precisamos de você no time de limpeza, — ele disse, para anular qualquer oferta que Vasic poderia ter feito. — Suas habilidades são melhores servidas aqui. Os olhos cinzas de Vasic eram penetrantes quando eles encontraram os de Aden. — Eu não posso deixar o Es, não dado o vazamento de segurança que tivemos com Lianne e a proximidade da infecção. — Um olhar em sua luva para verificar dados entrantes antes dele voltar-se para Aden. — Isso não significa que não sou ciente de suas tentativas para me proteger da violência pública. — Eu nunca fiz qualquer coisa por suas costas. — Aden já teve apenas um único amigo verdadeiro, alguém que ele sabia que lutaria por ele e com ele independentemente se tinha qualquer poder ou não. Os outros no esquadrão ele confiava, mas Vasic ocupava um lugar completamente diferente em sua vida, até que era como se seu sangue fosse o mesmo. Aden faria o que fosse necessário para ter certeza que o outro homem conseguisse, entretanto ele sabia que poderia bem ser uma tarefa impossível. A razão que ele e Vasic se tornaram amigos quando crianças, a razão que outros no esquadrão instintivamente contaram com ele, era a mesma razão que Vasic nunca devia ter sido um Arrow. Ele sentia muito profundamente, era protetor demais. Era um menino bravo, assustado de oito anos de idade quando


ele e Aden se encontraram pela primeira vez, ele devia estar enfocado só nele mesmo, mas ele sentiu o contínuo e esmagador medo de Aden para seus pais Arrow. Em vez de ressentir-se de Aden por ter pais que se importaram o suficiente sobre ele para lutar para mantê-lo com eles através de sua inscrição no programa de treinamento do esquadrão, Vasic apresentou distrações para ajudar Aden a lidar. Mais tarde, Vasic arriscou-se a um castigo severo para ajudar Aden a arrombar o quarto de controle assim Aden podia ler os arquivos das missões dos seus pais. Aquela parte de Vasic tinha sido enterrada em baixo do peso da vida que ele foi forçado a viver, mas existiu. Sempre existiu. E o destruiria se Aden não pudesse achar um caminho para redirecionar seu ódio por si mesmo e a culpabilidade. — Parece que você capturou o interesse de Rabbit, — Vasic disse no silêncio confortável entre eles, e foi um comentário inesperado. Aden olhou abaixo, para o canino que estava ainda sentando em sua bunda, olhos travados nele. — Talvez ele esteja pesando o pros ou contras de morde-me. Vasic não respondeu, sua cabeça inclinada em direção a uma das cabanas à sua esquerda. Ivy Jane apareceu na varanda um segundo depois, uma grande jaqueta de Arrow engolfando seu corpo pequeno e duas canecas fumegantes em suas mãos. — Aqui, — ela disse quando alcançou Aden e Vasic, sombras sob seus olhos manchadas de púrpura. — Bebidas nutritivas quentes. Aden reconheceu a jaqueta por uma pequena lágrima na parte superior da manga esquerda. Aconteceu durante uma missão brutal no Alasca, Vasic ficou só numa cidade fantasma cheia de cadáveres. Aden não pôde evitar isto, e Vasic pediu-lhe para não tentar. Fazer isso teria posto seu plano inteiro para desalojar Ming LeBon em perigo. Então Vasic passou horas teleportando para fora os mortos, os habitantes da remota estação científica tendo caído vítimas da infecção no que foi o primeiro surto conhecido. O esquadrão não tinha estado ciente daquele fato no momento, porém; Ming LeBon reteve as informações como reteve tanto dos homens e mulheres que confiaram nele porque ele uma vez foi um membro ativo do esquadrão. Levou-os muito tempo para perceber aquilo enquanto o último podia ser verdade, Ming nunca tinha sido um deles. Ele sempre seria um “eu”, suas aspirações políticas pessoais trunfando qualquer outra lealdade. O incidente do Alasca, Aden percebeu, também foi a última vez que ele viu Vasic vestindo aquela jaqueta. O outro homem usou-a no ínterim, claro, mas Aden não tinha estado com ele durante aquelas operações.


Vê-la agora em um contexto tão diferente era... Interessante. — Obrigado, — ele disse, tomando a bebida que Ivy preparou. Os Arrows nunca comiam ou bebiam qualquer coisa de uma fonte pouco conhecida, mas tomando a sugestão de Vasic, Aden tomou um gole da bebida. Por que é quente? Ivy não quer que nós sintamos frio. Com isso Aden deduziu que Vasic não disse a ela sobre as propriedades resistentes dos uniformes de combate. Ele imediatamente entendeu por que. Era estranho ser cuidado desta forma, e a estranheza era muito diferente de tudo na vida de um Arrow que ele não podia achar nenhuma motivação para esclarecer a situação para Ivy, também. Ele bebeu um pouco mais, enquanto a empata com o cabelo dela trançado, mas tentáculos de cachos saiam ao redor de seu rosto, olhava intencionalmente para Vasic. Um momento depois, o outro Arrow disse, — Ivy, conheça Aden. — Oi. — O sorriso da empata era aberto. — É bom conhecê-lo quando eu não estou caindo inconsciente. Obrigado por salvar minha vida. Antes de Aden poder responder, Vasic falou novamente. — Você devia ainda estar dormindo. Os ombros de Ivy levantaram então caíram. — Eu tentei, mas não consegui. Eu tirarei um cochilo mais tarde. — Curvando, ela acariciou o pequeno cachorro com afeto explícito. — Meu teimoso Rabbit precisará de um descanso, também. Ele estava ainda acordado e esperando por mim quando eu voltei de nosso passeio ontem à noite. Nosso passeio. Concentrando sua atenção nas palavras, Aden achou-se pensando sobre os possíveis efeitos colaterais involuntários de estar em torno de empatas para um Arrow. Era algo que ele começou a pesquisar quando Vasic reportou nova estabilidade de Abbot, mas o Conselho Pós-Silêncio fez o que pareceu ser um trabalho imaculado em limpar a Net de dados sobre os Es. Até bancos de dados de fora da Net tinham sido limpos, livros impressos tirados de prateleiras e incinerados. As raras cópias foram espalhadas para permanecerem, mas estava provando-se quase impossível de rastrear. Assim que um comerciante teve uma lufada de interesse Psy no assunto, a listagem desapareceu. Como resultado, Aden ainda não teve nenhum quadro de referência para o impacto de um empata em um Arrow, mas existia uma coisa que ele podia julgar com precisão, e isso era o estado psicológico de Vasic. Vendo seu companheiro interagir com Ivy fez Aden perceber que Vasic não estava mais na extremidade letal onde Aden precisou vigiá-lo a toda hora. Tal resultado tinha


sido seu melhor cenário quando ele deu a Vasic uma tarefa na qual seu companheiro sempre tinha sido adequado: Proteção. Com aquele melhor cenário uma realidade, o futuro era agora uma estrada impossível de predizer. — Nós estávamos discutindo o choque do evento de ontem à noite em seu companheiros Es, — ele disse para Ivy Jane quando ela levantou-se de volta. — Você acha que algum pedirá para partir? Ivy dobrou suas mãos em punhos nos bolsos do casaco, sua testa enrugada. — Nós só tocamos fundamentos por um minuto ontem à noite, — ela disse, — mas eu tive o sentimento que enquanto as pessoas estavam assustadas, eles também estavam... revigoradas. — Uma resposta assombrosa. — Não realmente se você pensar sobre isto. — A pele esticando sobre sua mandíbula, ela disse, — Nós temos estado em uma gaiola por toda a nossa vida; A maior parte de nós foi informada que somos defeituosos. Agora, finalmente, é claro que nós não somos, existe um inimigo lá fora, e nós não podemos apenas senti-lo, nós podemos ser capazes de lutar contra. Um propósito, Aden compreendeu, podia alterar tudo. Ivy olhou abaixo quando seu animal de estimação rodou sua cabeça para latir para a névoa. — Isto não é seu latido de alarme, — ela disse, olhando ao redor tudo o mesmo. Aden esquadrinhou a área telepaticamente no caso do cachorro cheirar algo que eles não sentiram, ciente de Vasic fazendo um esquadrinhamento para assinaturas de calor desconhecidas usando sua luva ao mesmo tempo, mas não havia nenhum intruso. Quando Rabbit saiu um segundo depois, Aden ouviu Vasic dizer, — eu acredito que Rabbit estava atrás de um de seus homônimos. Os ombros de Ivy relaxaram. — Oh, isso está bem. Ele realmente nunca se aproxima deles quando ele está para pegar um. — Abaixando sua voz, ela sussurrou, — Nós não falamos sobre isto, mas eu estou certa que Rabbit está um pouco assustado com os coelhos. Os olhos de Aden estavam em Ivy, sua atenção em Vasic. Então ele viu o modo que seu rosto ruborizou quando ela falou com Vasic, notou cada leve movimento da cabeça de Vasic quando o outro Arrow curvou-se em direção a ela. Nunca, nem uma vez, ele pensou que seu amigo poderia possuir a capacidade para ligar-se com uma mulher. Nem mesmo quando Kaleb Krychek ligou-se com Sahara Kyriakus, tornando acessível a ideia que tal conexão era possível para membros do esquadrão. Aden acreditou que Vasic era muito danificado, lutou só para salvar a vida do outro homem. Agora...


Ele olhou novamente para as duas silhueta contra a névoa e sentiu um novo respeito pela empata. Ela de alguma maneira arrastou Vasic fora do nada entorpecido, que era seu purgatório auto-imposto. A questão era ela era forte suficiente para ir a fundo, andar na escuridão de Vasic? Se ela não fosse, o dano seria permanente.


Capítulo 24 Vasic, eu aprecio que você está em uma missão ativa, mas de acordo com os dados que você enviou, eu preciso calibrar a luva para compensar uma pequena sobrecarga. Para preparar, eu também terei que correr um diagnóstico interno enquanto você está conectado a nossos sistemas. Eu estimo que o procedimento inteiro levará duas horas. Mensagem de Dr. Edgard Bashir

IVY TERMINOU a conversa no comunicador com seus pais e saiu para esperar por Jaya na varanda, a jaqueta de Vasic drapejada acima de suas coxas e pernas. Era um substituto triste por ser segurada em seus braços, mas isso a fez parecer morna e segura todavia. Ivy, Aden disse que você perguntou por mim. Uma multidão de borboletas alçou vôo em seu estômago ao som da voz telepática de Vasic, seus mamilos ficando dolorosamente apertados em uma resposta que deixou-a ofegante. Intelectualmente, ela sabia sobre atração sexual, mas ninguém disse a ela que tudo que precisaria era o som de uma certa voz masculina para fazer seu corpo inferior apertar, seus peitos doerem e incharem enquanto sua taxa de pulsação subia. Ela pensou sobre como ele olhou para ela a noite anterior, pura concentração Arrow e enfoque inumano, e mordeu forte seu lábio inferior enquanto sua mente sussurrou que ela devia ter empurrado a correia para baixo em vez de puxá-la para cima. Talvez então, ele teria posto aqueles dedos fortes em sua carne necessitada. Eu apenas senti sua falta, ela disse pela tempestade sensual, incapaz de vê-lo no composto. Era uma incumbência simples, ele disse depois de uma longa pausa, e eu tinha um bom tempo para cuidar disto com Aden livre para me cobrir. Eu estava de sentinela. Coração perdendo uma batida no fato de seu Arrow realmente explicou-se para ela, como se ela tivesse o direito de questionar seus movimentos, ela dobrou e estirou seus dedos sobre sua jaqueta... E então ela fez algo ou muito valente ou tão estúpido que ela nunca se redimiria da humilhação. Ela mandou-o erótico


visual que sua mente criou, dela descendo ambas as alças de sua camisola para revelar seus seios. O silêncio ecoou. Gemendo, ela escondeu seu rosto corado em suas mãos. O que a possuiu para, para... — Oh, Deus. Ivy... Eu posso ter pego uma imagem acidental de sua mente. Ele estava dando-a uma saída. O tórax levantando enquanto seu sangue escaldou sua pele pelo avesso, ela agarrou um pouco de neve e apertou-a contra suas bochechas. Não foi um acidente, ela admitiu antes dos nós em seu estômago a amarrarem em uma bola incoerente. Foi para você.

VASIC permaneceu de joelhos na neve onde ele caiu quando a imagem de Ivy bateu em sua mente. Poderia também ter sido um soco no queixo, sua cabeça estava girando tão rápido, seu batimento cardíaco irregular e um rugido de sangue em seus ouvidos. Foi para você. Ninguém jamais apenas deu a ele algo que ele quis tanto. Embora ele sabia que devia apagar a imagem de sua mente, que era contrário a todas as regras que ajudou-o a ficar são, ficar estável, ele abriu-a novamente. Desta vez, o soco bateu-o diretamente no plexo solar. Ela era todo sorriso tímido e um rubor cor de pêssego quando arrastou as alças abaixo de sua parte superior para revelar seios cheios coroados com mamilos rosa escuros. A carne de seus seios era uma sombra mais cremosa que a pele de seus ombros, e ele soube que marcaria facilmente. Incapaz de resistir, ele correu um dedo mental sobre um daqueles mamilos, sentido seu pênis rígido pulsar. A linha de seu pescoço atraiu seu olhar, a curva de seu ombro, a magreza de seus braços. A suavidade luxuriante de seus lábios. Subjugado e incapaz de processar a entrada sensorial, ele fez a única coisa que podia: Ele fechou tudo isso com a mandíbula apertada, sensação por sensação. Levou vários minutos, mas ele teve ambos corpo e mente sob controle quando levantou-se, depois de usar um punhado de neve limpa para lavar o suor de seu rosto e a parte de trás de seu pescoço.


Então, em vez de repreender Ivy por fazer algo que cortou suas pernas de baixo dele, ele disse, Obrigado. Ele não iria apagar aquela imagem. Não agora, nem nunca. Era dele. Ninguém podia tirar isso dele agora, roubar o pedaço de si mesma que ela lhe deu. Ele manteria isto em seu arquivo mental privado com todas as coisas de Ivy Jane, e ele olharia para isto a qualquer hora que precisasse de um momento de beleza na escuridão.

DEDOS DO PÉ enrolando dentro de suas botas, Ivy engoliu. Jaya e eu vamos explorar a infecção. Os Es decidiram como um grupo que ninguém devia empreender a tarefa sozinho da primeira vez. Os outros estarão fazendo o mesmo ao longo do dia, em pares. Sua própria companheira, sua amiga, chegou meio minuto atrás, dando um olhar para o rosto escarlate de Ivy, e exigiu uma explicação. Ivy gaguejou que não era nada, mas Jaya, suas características elegantes sombreadas pelo capuz que ela puxou acima de sua cabeça, não estava convencida. O outro E poderia ser quieta e serena, mas ela também era inexorável. Agora ela cutucou Ivy com um cotovelo. — Você tinha uma expressão tão culpada em seus olhos, eu sei que você fez algo. Até Rabbit sabe, olhe para seu rosto. — Quieta, — Ivy murmurou com sua melhor tentativa de um olhar penetrante. — Eu estou dizendo a Vasic o que estamos planejando. Eu manterei um olho em você, Vasic disse naquele momento, puxarei você fora se eu vir quaisquer sinais de angústia. Embrulhando as palavras dele ao redor dela como um escudo, ela assentiu para Jaya, e as duas entraram na vasta extensão psíquica da PsyNet. Cada mente dentro era representada por uma estrela branca fria, a escuridão entre transmissão de dados. Era uma criação de dolorosa beleza, e de necessidade. Nenhum Psy podia sobreviver sem o biofeedback fornecido por uma rede neural, mas agora, o biofeedback tornou-se tóxico. Ivy estremeceu no que ela viu diretamente a frente, a viscosa fétida, a negritude que denotou a infecção, sua língua lambendo as dezoito mentes localizadas dentro do composto. — Fome... Tanta fome. — Horror gelado na voz de Jaya, todos os rastros de provocação deslizaram para longe. — Está morrendo de fome e quer a nós todos. Cada célula, cada membro, cada respiração.


Ivy esfregou seu abdômen em um esforço fútil para aliviar a dor torturante que comeu os nós e derramou dor. Lágrimas escorreram por seu rosto, presas em sua garganta. — É tão solitário. Machuca. — Como se ele fosse uma coisa senciente, não uma doença estúpida. — Sim. — A voz de Jaya segurou um soluço. — Sabe que não é desejado. Eles olharam fixamente para o óleo negro liso que não era senciente, e ainda assim... E ainda assim... Todo o ar saiu do corpo de Ivy. A infecção estava mudando, tornando uma mulher de absoluta escuridão infinita. Ela estendeu as mãos em direção a Ivy e Jaya, um pulsar de malevolência dela que as fez tropeçarem para trás. Levou um segundo para Ivy e Jaya, ambas pararem e inverter a direção, compelidas a aliviar a tão penetrante e assombrosa solidão, mas elas estavam muito atrasadas. A mulher desmoronou fora da existência, e a infecção era mais uma vez uma doença estúpida sem emoção ou pensamento. Abrindo seus olhos para o ar cristalino, Ivy enxugou suas lágrimas. — O que foi isto? — Jaya sussurrou. — Eu não sei. — Isso foi quando Ivy percebeu que o sol estava em uma posição diferente no céu de quando ela e Jaya começaram. Quem é ela? Ivy perguntou ao Arrow de olhos cinzas que agora estava só a noventa centímetros de distância. A mulher escura na Net? O DarkMind. De acordo com Kaleb Krychek, ela é criada por toda as emoções que nossa raça tentou não sentir e tentou suprimir da existência. Ele acredita que a infecção nasceu da mesma sopa purulenta. O DarkMind controla a infecção? Não, mas é impenetrável para isto. Ivy estremeceu e compartilhou as informações com Jaya, querendo a força protetora dos braços de Vasic ao redor dela, mas ele já estava virando para ir embora, sua expressão distante. Era como se eles nunca tiveram a conversa anterior, nunca acharam-se enredados na fantasia imprópria dela. Seu coração doeu. Toda vez que ela pensou que fez uma rachadura no gelo, ela era forçada a confrontar o fato que uma vida passada nas sombras não podia ser tão indolorosamente navegada. — É duro, não é? — Jaya deitou sua cabeça no ombro de Ivy. — Eu estou apaixonando-me por meu Arrow também. — Você acha, — Ivy disse, — que é apenas a proximidade? — Mesmo quando ela falou, ela soube que não era; Ela sentiu um puxão perigoso em direção a Vasic a primeira vez que eles se encontraram, no pomar de maçãs quando ele, um homem envolto no inverno, agachou-se na frente dela.


— Não. — Levantando sua cabeça, Jaya empurrou para trás seu capuz para revelar uma trança elegante. — Os outros estão com seus Arrows, mas não é como eu com Abbot ou você com Vasic. — Um suspiro trêmulo, seus olhos onde Vasic deteve-se para conversar com Abbot. — Talvez o outros... Talvez eles sejam os espertos. Jaya estava certa. Iria, com toda probabilidade, ser mais esperto ir embora, tentar construir um laço com um homem diferente, um homem que não cresceu como um Arrow, mas... — Eu não quero viver uma vida segura e esperta, Jaya. Eu quero paixão, fúria e Vasic. Os lábios de Jaya curvaram em um sorriso trêmulo. — Eu, também, — ela sussurrou, a marrom profundo de sua pele brilhando na luz do sol. — Apenas eu não quero seu Vasic. Nenhuma ofensa, mas ele não tem nada do meu Abbot. Ivy olhou para a outra mulher e disse, — Venha para mais perto, — em um tom solene de voz. — Eu preciso examinar seus olhos... Desde que você obviamente está cega. Tendo caído nas primeiras palavras de Ivy, Jaya empurrou seus ombros, e então elas estavam rindo, seus dedos firmemente entrelaçados.

VASIC foi segurado imóvel pelo som do riso de Ivy, tão rico, morno e vibrante. Diga-me por que você ri, ele exigiu, querendo entender isto, entendê-la. Inclinando sua cabeça de lado, ela balançou-a. Isto é entre mim e Jaya. Suas palavras chamaram sua atenção para a mulher ao lado dela. Ele ficou ciente no mesmo momento que Abbot, também, estava enfocado na varanda. Já tendo feito a decisão de deixar o jovem Arrow com seu empata, Vasic não comentou. Se existia uma chance que Abbot pudesse forjar uma vida melhor para si, então Vasic não roubaria essa chance dele. Nem Vasic iria permitir que o E transformasse Abbot em selvagem. Sua amiga, ele disse para a mulher com amarrotados cachos que o observava da varanda, deve entender que Abbot pode não pegar nuances sentimentais. Se ela estiver meramente usando-o para explorar as emoções dela, ela precisa parar. Ivy abraçou Jaya, ambas mulheres agora de pé. Só quando sua companheira E começou a caminhar em direção a cabana dela, Ivy disse, Venha aqui e fale comigo. A demanda segurou mais que uma sugestão de desafio, seus braços dobrados desafiadoramente através de seu peito.


Olhando para Abbot para ver que o outro macho estava olhando fixamente para Jaya, ele disse, — Nós continuaremos esta discussão mais tarde. Abbot partiu sem palavras adicionais, seu curso definido para cruzar com o de Jaya. Andando a passos largos para seu próprio E, Vasic parou a trinta centímetros dela. — Minha declaração sobre sua amiga ofendeu você? Braços ainda dobrados, Ivy estreitou seus olhos. — Você já pensou sobre o fato que talvez seja Jaya que está tomando todos os riscos? — Ela exigiu. — Por tudo que ela sabe, Abbot podia virar-se e dizer que é muito tarde para ele. Ele ouviu o eco de suas próprias palavras, soube que isto tinha sido deliberado. — Abbot e eu, — ele disse, — não somos o mesmo. — Por que? Vocês ambos são telecinéticos, passaram pelo mesmo treinamento... — Não. — Ivy tinha que entender que o que ela buscava ver nele simplesmente não estava lá. Era sua culpa, sendo egoísta, reteve a verdade dela e roubou tempo, permitindo as coisas irem tão distantes que ela pensou que suas mãos estavam limpas o suficiente para tocá-la. — Abbot, — ele disse, — não foi introduzido no programa de treinamento até que tivesse dez anos. Franzindo, ela desdobrou seus braços. — Mas ele é um Tk muito forte. — O pai de Abbot era também, e ele não só tomou a responsabilidade por seu filho, ele teve suficiente poder para forçar sua decisão. Foi apenas depois de sua morte que Abbot foi reivindicado para o esquadrão. — Que sempre tinha sido parte do problema, diferentemente de muitos Arrows, Abbot soube o que era ser valorizado como um indivíduo antes de ser empurrado em um mundo onde sua liderança os viu como peças substituíveis. Sob Ming, um Arrow era valioso por causa de seu treinamento, mas só até que eles começassem a funcionar mal. — Aos dez, — ele continuou antes de Ivy poder interromper, — Abbot já tinha controle psíquico excelente. Seu pai certificou-se disto. — Havia nenhuma dúvida que o jovem Arrow sofreu considerável dor física e psicológica nos anos intervenientes, mas ele não tinha sido torturado quando criança. O contraste súbito era uma das razões por que Abbot era tão instável. O choque disto deixou fraturas irregulares em sua psique. — Abbot eventualmente ajustou-se à mudança em sua vida, — ele disse a Ivy, — e ele é um Arrow que eu teria em minhas costas em um segundo, mas ele também é frágil em um certo nível. Jaya é a primeira pessoa com quem ele é emocionalmente ligado desde que perdeu seu pai. Olhos acobreados observaram-no com uma clareza quase dolorosa. — Jaya está apaixonando-se por ele e ela está tão assustada. — Um sorriso inclinado. — Você não tem que se preocupar sobre seu coração.


Vasic não sabia nada sobre o coração, mas Abbot era sua responsabilidade. — Você entende, Ivy? — Ele perguntou para o ar preenchido com o canto dos pássaros. Abbot estava danificado, mas ele teve uma fundação uma vez, tinha sido amado, ainda que só no modo frio do Silêncio. Aquele fato influenciou sua vida... Da mesma forma que o abandono total de Vasic por seu próprio pai influenciou a sua. — Eu não sou como Abbot. — Ele tinha sido muito jovem para lutar contra a tortura, e isso o quebrou. — Eu não sobrevivi à minha infância. Ivy obstinadamente balançou sua cabeça. — Você não pode me afastar, então pare de tentar. Pegando a mão enrolada que ela tocou em seu tórax, ele combateu o desejo de render-se à vontade dela. Se ele reconhecesse o laço nascente entre eles, ela consumiria cada grama de sua força em uma tentativa de curá-lo e o abismo de entorpecimento que existiu bem no fundo dele a sugaria, a secaria. Vigie sua Sunny como eu não pude vigiar a minha. Sua honra poderia estar em fragmentos, mas esta boa coisa ele faria, ele manteria Ivy Jane protegida de seu próprio coração generoso demais, então ela não acabaria em pó muito antes de seu tempo.


Capítulo 25 — OBRIGADO POR fazer-me sentir vivo pela primeira vez em uma década, — ele disse a ela quando lutou e falhou em soltar seu pulso. — Se eu pudesse alterar o tempo, eu far-me-ia um homem que podia caminhar a seu lado, mas eu sou destinado às sombras. — Destinado a viver na fria escuridão junto com os outros monstros. — É onde eu pretendo ficar. Afastando sua mão para deixá-lo abandonado, Ivy disse, — Do lado de dentro, — em uma voz que sacudiu. — Eu tenho algo para dizer a você, e eu não farei isto aqui fora. Ele não devia ter ido atrás de portas fechadas com ela, mas ele teleportou-os em sua cabana. Andando para o balcão da cozinha então de volta, Ivy bateu ambas as mãos contra seu tórax e empurrou. — Você não vai fazer isto, Vasic! Você não vai apenas desistir! Ele agarrou seus pulsos novamente, a sensação de sua pele contra a dele como água para terra muito árida que ele sabia que não tinha nenhuma esperança de recuperar. — Eu nunca desistirei. — Paz, escura e quieta, longa tinha sido a baliza que o manteve movendo ao longo da estrada entorpecida da vida, mas ele nunca poderia deixa-la para enfrentar o mundo sozinha. — Eu protegerei você até o dia que eu morra. — Ninguém jamais machucaria Ivy, nunca esmagaria sua brilhante esperança. — Eu estou estragado, Ivy. Existe tanta feiura em mim que nunca poderia ser lavada. O peito de Ivy levantou quando ela tentou ofegar por ar. — Você acha que me faz feliz? — Suas mãos tentando empurrar contra ele novamente. — Saber que você pretende passar o resto de sua vida na periferia da minha, sozinho na escuridão? — É quem eu sou. — O padrão tinha sido fixado muito tempo atrás. — Eu não posso mudar. — Nunca poderia apagar o horror de tudo que fez. — Ou você não irá mudar! — Seu corpo tremendo, ela puxou os pulsos novamente, desta vez com muito menos força. E ele teve que deixá-la livre, o calor dela deixando uma tatuagem sensorial contra suas palmas mesmo quando gelo formou-se em seus ossos. Ignorando a dor, ele juntou os ecos da sensação e colocou-os cuidadosamente em seu cofre mental privado, entretanto ele sabia que a memória nunca faria justiça para todas as facetas dela. O odor de maçã verde de seu cabelo, a suavidade luxuriante que era simplesmente Ivy, a fragilidade sedosa de sua pele, o bravo


tremular do pulso dela em baixo de seu polegar... Ele não podia esperar capturar Ivy Jane em qualquer caixa. — Vista a jaqueta. — Um comando estalado enquanto ele dirigiu-se à porta. — Está começado a nevar. Ele obedeceu a ordem, saindo no frio. Porém, quando estava na hora de sair de turno, ele retornou para sua cabana escura para a noite ostensivamente para deixar a jaqueta para ela. Ouvindo sua tranquila, respiração estável através da tela que escondei sua cama, ele suspendeu a jaqueta em uma cadeira da cozinha, então esticou-se no chão. O conforto era sem sentido, seu corpo treinado para achar descanso onde ele podia... Mas pelo menos aqui, ele estava perto dela. Suas mãos estavam muito manchadas com sangue para tocá-la, mas ele podia usar aquelas mesmas mãos brutais para mantê-la segura, protejê-la de dano. Um sussurro de roupa contra pele seguida pelo som de pés no chão. Vasic manteve seus olhos fechados, sentiu um cobertor sendo colocado acima dele, a palma de Ivy em sua bochecha por um momento antes dela quebrar o contato para deslizar um travesseiro debaixo de sua cabeça com um toque gentil. — Eu estou tão brava com você, — ela sussurrou, então arrastou mais acima o cobertor e apertou um beijo em sua têmpora que quebrou o gelo através de suas defesas, maçã verde e Ivy em cada respiração. — E isto é ridículo, dormir no chão. Homem teimoso. Abrindo seus olhos depois que ela partiu, ele olhou fixamente na escuridão enquanto lutou para montar a dissonância pela milésima vez desde que a encontrou. Em seu nível mais básico, o Silêncio funcionou ligando dor à emoção até a mente aprender a evitar o que causava dor. A brutalidade do castigo era multiplicada dez vezes para Arrows: Vasic não apenas teve sua perna quebrada quando pediu para ir para casa quando criança. Ele foi deliberadamente queimado então curado, não uma vez, não duas vezes, mas repetidas vezes; Sofreu choques elétricos; Tinha sido preso nu em um quarto frio até que suas extremidades congelaram, só para então ser posto em calor opressivo que fez suas terminações nervosas gritarem acordadas. Tudo antes dele ter oito anos de idade. A pior coisa era que tinha sido feito pelas pessoas que ele inicialmente pensou que podia confiar. Seu mentor, Patton, infringido muitos dos piores castigos, seus anos no Jax tendo apagado qualquer centro empático que ele pode ter tido uma vez. Alguns dos outros Arrows tentaram amenizar a crueldade do treinamento de Vasic, mas foram limitados no que podiam fazer, a rebelião que começou a ferver nas fileiras ainda não forte o suficiente para emergir das sombras.


O cérebro de Vasic estava agora programado para comparar emoção com dor e fortalecer a mensagem com castigo adicional, agonia espetando abaixo em sua espinha. Um laço perfeito que tinha sido programado para terminar em morte se o sujeito continuar a desafiar o condicionamento. Era afortunado, então, que ele não tinha os gatilhos fisiológicos em sua mente que suportasse a coerção psicológica. A dissonância não podia matá-lo. Ele não tinha nenhuma ideia como Judd quebrou aqueles controles telepáticos profundamente embutidos sem sofrer dano cerebral severo. Vasic não poderia fazer muito sem Aden, sua própria telepatia carente da delicadeza exigida. O outro perito Arrow tinha sido vencido duramente, o custo pago em agonizantes convulsões que podiam tê-lo deixado com morte cerebral. Agora só um único dispositivo de desparo permaneceu na mente de Vasic, um que daria a ele uma advertência afiada, apontando uma advertência se sua telecinese ameaçasse sair de controle. Vasic não sabia quantos outros Arrows Aden ajudou a escapar do vício ao redor suas mentes, mas isso não foi um número pequeno e incluia Abbot. O que Aden não pôde consertar foi o choque psicológico a longo prazo da dissonância extrema em muitos deles. Enquanto Vasic podia dizer à sua mente que emoção e sensação não significavam dor, foi instruído o contrário muito cedo. Aprender o oposto levaria tempo, mas Vasic iria religar-se para aceitar o prazer que eram os lábios de Ivy em sua pele, sua pele contra a dele. Se isso era tudo que ele teria dela, ele experimentaria as memórias em toda sua glória. Exalando em silêncio, ele abriu seu arquivo mental de Ivy e localizou o dela sussurrando para ele sobre Delicia Turca. Ele tem pesquisado o doce durante o turno da noite, achou uma loja em São Francisco que vendia, e agora começou a rolar por suas listagens on-line. Pare, disse a parte dele que o fez confessar sua perfídia para ela, forçou-o a mostrar para Ivy as mãos ensopadas em sangue, a mancha era permanente, ela não é para você. Vasic ignorou a voz. Ele tinha-se rasgado em pedaços hoje com o que fez, mas ele machucou Ivy, também. O que nunca tinha sido seu objetivo. Este doce a fez feliz. Então ele pediria agora, pegaria amanhã. Cuidar dela era sua razão de ser.

O mundo foi para o inferno às onze na manhã seguinte.


Ivy estava andando ao redor das árvores com um Rabbit igualmente amuado quando Vasic enviou uma mensagem para todo mundo no composto. Protejam-se e fiquem até aviso o contrário. Não aventure-se na Net. Alcançando-o, ela tocou um nada em branco, como se ele tivesse ido muito longe para sua telepatia alcançar. Era tentador içar-se na Net, ler o fluxo de dados, mas ela conhecia Vasic. Ele não enviaria uma advertência assim a menos que fosse necessário. Deixando o bosque, ela caminhou para o centro do composto, os outros Es já convergindo na neve. — Ivy, — Isaiah disse no momento que ela estava dentro do alcance da voz. — Ele é seu Arrow. O que você sabe? Sim, o sujeito ainda era um imbecil arrogante. — Nada que você não saiba. — Ela nem mesmo falou com seu obstinado macho esta manhã, ele tinha ido quando ela despertou, e não apareceu para o café da manhã como normalmente fez. Quando ela olhou pela janela para ver se ele estava só evitandoa, tendo toda intenção de caçá-lo, ela o viu com sua unidade, os nove trancados em uma discussão tensa. Uma hora atrás, ela retornou de uma conversa com um par de outros Es para achar uma caixa de Delicia Turca na mesa da cozinha. Ivy quis alternadamente lançar isto na sua cabeça e manda-lo engolir assim ela podia compartilhar o gosto com ele, boca a boca. Concetta levantou uma mão hesitante. — Eu estava na Net antes da advertência vir. — O lábio mais baixo tremendo quando todo mundo enfocou nela, a tímida empata abaxiou sua cabeça. Rabbit correu para acariciar sua perna em uma tentativa de ajudar. Ciente que a outra mulher tinha medo de seu mascote, Ivy foi chamá-lo de volta, mas para sua surpresa, Concetta curvou-se para muito cuidadosamente acariciar Rabbit. — Bem? — Um dos homens persuadiu. — Calma, Chang. — Isaiah andou para agachar próximo a Concetta, suas próximas palavras muito baixas para ouvir. Assentindo, a minúscula loira suavemente permitiu-o levantá-la. — Eu estava olhando para a infecção, e... — ela trancou seus dedos juntos, flexionando, estendendo — ...eu vi a vanguarda de uma onda de energia esmagando através da Net, como durante o desmoronar da âncora na Austrália, mas isto foi pior. — Seus olhos âmbar rígidos, ela agitou sua cabeça. — Eu esperei afundar debaixo disto, mas não senti nada. Nem Ivy. Levou uma fração de segundo para ela adivinhar por que. Oh Deus!


— Os Arrows, — Jaya sussurrou quando Ivy olhou freneticamente em torno do composto. — Eles devem ter nos protegido. — Onde eles estão? — Ela perguntou, incapaz de ver uma única figura vestida de preto. — Onde estão os Arrows? — Vasic! Responda-me! Os outros dispersaram em uma pressa de botas batendo acima da neve. Abdômen torcendo quando ela pensou sobre o vazio em branco quando ela procurou por Vasic, Ivy lutou contra sua ânsia para curvar-se ao seu leal mascote. — Rabbit, onde está Vasic? Ache-o. Ache Vasic. Seu cachorro decolou em direção à sua cabana. Correndo atrás dele, ela viu seu Arrow acomodado contra a parede mais distante, seus olhos abertos sangrando lágrimas de rubi, e suas mãos fechadas tão apertadas, que ela podia contar cada tendão e osso. — Vasic! Nenhuma resposta. Caindo em seus joelhos na frente dele, ela sugou uma respiração. Nenhuma íris, nenhuma pupila, seu olhar era puro preto que indicou um uso grande de poder. Uma veia pulsado perigosamente em sua têmpora, gotas de suor rolaram por sua mandíbula, sua respiração irregular mas presente. Quando ela tocou os dedos em seu pulso, ela achou pulsação correndo tão rápida, que ela não podia contar as batidas separadamente. Horror amanhecendo em suas veias. O incidente, o que quer que fosse, não tinha terminado ainda. Vasic estava segurando a proteção que protegeu-a e aos outro Es. Jaya, você achou Abbot? Ela perguntou, dizendo-se que ela podia ceder ao pânico rascante dentro dela depois que Vasic estivesse seguro. Ele está consciente? Sim, mas eu não posso alcançá-lo, Jaya respondeu, sua voz mental trêmula. O Arrow de Isaiah estava com Abbot, e ele acabou de perder a consciência. Isaiah está verificando seus sinais vitais. Uma mão na perna rígida de Vasic, seus músculos tensos ao ponto de ruptura, ela tocou na base com os outros. As notícias não eram boas. Seis Arrows estão caídos, ela falou por telepatia para o grupo uma vez que ouviu a resposta de todo mundo. Isso deixa apenas Vasic, Abbot, e Mariko para segurar os escudos. Eu sei que Vasic disse para nós ficarmos fora da Net, mas nós precisamos ajudálos. O acordo foi unânime. Já na PsyNet, Ivy ignorou a turbulência feroz além do transparente preto da proteção dos Arrow, forçando pensamentos sobre seus pais de lado, e falando


com os outros em como fundir proteções. A criação resultante era irregular mas efetiva. Era também... Diferente. Onde a proteção dos Arrow era uma cúpula dura, a inferior ondulava com o tipo de cor turva vista em uma bolha da água iluminada pelo sol, e apareceu tão fina e frágil. Ainda assim quando parte da proteção dos Arrow rachou, Abbot perdendo sua batalha com a inconsciência, o escudo Empático não desmoronou debaixo da tensão. Simplesmente fluiu com a onda da tempestade até que não havia mais onda, a PsyNet quieta. E ainda a mandíbula de Vasic permaneceu apertada, seu sangue carmesim contra o ouro de sua pele.

VASIC falou com Judd por telepatia no momento que a onda de choque esmurrou seu escudo. Eu preciso de seu bando e os DarkRiver tenham certeza que o empatas não sofram nenhum dano. Existe uma emergência na Net. O Arrow caído respondeu imediatamente. Nós cuidaremos disto. Vasic estava consciente da voz preocupada de Ivy, seu toque, tão suave contra sua mandíbula, mas ele não podia afundar-se nisto, não podia tranquilizala. Penetrando pelos céus desordenados da PsyNet, ele veio para uma seção do Alasca que desmoronou em um nada escancarado. A PsyNet não existia além do ponto onde ele estava. No chão, haveria carnificina, pessoas caindo onde estavam com seu vínculo de biofeedback eram cortados, resultando na morte — uma agonia que teria acabado em segundos se muito. O mais forte poderia durar um minuto. A menos que... Vasic rapidamente ligou esta seção da Net com a região física e percebeu que estava concentrado na abandonada Estação Sunshine. Não apenas a estação estava despovoada, não havia nenhum outro posto avançado por quilômetros em qualquer direção. Isso não significou que não haveria nenhuma vítima — a onda de choque psíquica tinha sido brutal. Ele viu Kaleb e Aden trabalhando juntos para lacrar a brecha antes do poder aumentar e absorver seções adicionais da Net. Aden estava sendo cuidadoso para não mostrar publicamente sua força, mas qualquer um que analisasse depois perceberia que ele não devia ter podido trabalhar lado a lado com um cardeal sem esmorecer.


Vasic não teve nenhuma dúvida que Krychek tinha a força bruta para parar o dano de espalhar-se, mas ele não podia fazer isto e lacrar ao mesmo tempo. Não com um ferimento tão grande. Aden. Infecção causou que o setor desmoronar, seu companheiro respondeu. A região inteira está repleta disto. Vasic estava quase esperando as notícias. A estação de Sunshine era o local zero conhecido para a infecção. O que era assombroso era que ninguém tinha visto a virulência da infecção aqui, dada que a região estava debaixo de severa observação. Krychek, o esquadrão, Ming, todos colocaram observadores aqui. Vasic. A voz obsidiana de Krychek. Você precisa dirigir-se para Ancorage. As imagens que ele podia usar para um bloqueio de teleporte derramaram-se em sua mente. Não está na zona de colapso, mas eu estou levantando relatórios de uma súbita violência inexplicável ao lado do choque da onda de lesões. Pode ser uma erupção. Vasic abriu seus olhos para ver Ivy na frente dele, sua mão segurando uma toalha sangrenta que ela deve ter usado para limpar seu rosto. — Eu tenho que ir, — era tudo que ele teve tempo de dizer antes de partir, tomando com ele a memória da sensação das pontas dos dedos de Ivy apenas escovando os seus quando ele portou na carnificina. Durante a limpeza em Sunshine, ele viu cadáveres com seus cérebros surrados, outros que foram apunhalados repetidas vezes, outros ainda que foram batidos com qualquer coisa por perto. Então ele não ficou surpreendido por achar-se no meio de uma rua sem saída infestada com loucura violenta. Ele viu dois outros Arrows, ambos no fim aberto da rua afetada. Um Tk e um telepata, eles estavam conseguindo parar o enxame de escapar e espalhar pelo resto da cidade, mas a maré estava subindo. Existia também um changeling, um predador, que deve ter estado na rua quando o mundo ficou louco no espaço de alguns segundos. Ele estava protegendo um grupo de aproximadamente quinze humanos e estudantes changeling atrás dele, suas garras fatiando a loucura enquanto as crianças apavoradas amontoavam-se contra a parede. Outro homem, um humano, estava sangrando muito de um ferimento no intestino mas tentando acalmar as crianças. Um professor, Vasic imaginou. Vários corpos espalhados pela rua que tinha obviamente sido limpa de neve apenas pouco tempo antes. Tomando isso tudo em um único olhar, ele começou a telecineticamente levantar e bater a loucura contra as paredes dos edifícios ao redor deles, duro o suficiente para batê-los para a inconsciência. Ele tentou não usar força letal, mas


sua prioridade tinha que ser as crianças e o outro não infectado que ele podia ver rechaçar aqueles que tornaram-se loucos pela doença. Ele soube muito bem que ele podia estar apenas atrasando o inevitável. Ninguém de Sunshine podia ser salvo. — Atrás de você! Girando no grito do professor ferido, ele virou-se para uma mulher de meia-idade que estava para afundar uma faca de açougueiro em suas costas. A faca voou fora de sua mão para cair sobre a rua com um baque grosso, seu pescoço estalando sua cabeça à frente quando ela bateu na parede em um ângulo errado. Então não havia mais tempo para pensar.


Capítulo 26 *Notícias de Última Hora* Dano catastrófico através da Net como resultado de uma inexplicada onda de choque recente. Vítimas estimadas em dezenas de milhares. Este feed será atualizado assim que notícias adicionais estiverem disponíveis. PsyNet Beacon

PELO TEMPO que tudo tinha acabado, a rua estava cheia de corpos, mas as crianças estavam seguras, e Vasic conseguiu incapacitar, mas não matar a maior parte dos infectados. Alguns aterrissaram errado da mesma forma que a mulher com a faca, e dois outros que ele imobilizou tinham sido atacados por outros infectados, mas a maioria estava respirando. Vários não infectados também perderam suas vidas ou foram muito feridos, a maioria antes de sua chegada. Olhando para o macho changeling, suas garras agora sangrentas e seus olhos ardendo em um pálido amarelo felino que disseram que ele era provavelmente um leopardo da neve, dada a região, Vasic assentiu em direção às crianças. O professor ferido, afundado no chão disse, — Vá — quando seus alunos hesitaram na ordem do macho changeling para partir. — Ajuda está vindo, — Vasic disse, as sirenes enchendo o ar ficando mais altas a cada segundo. O changeling ajoelhou pelo professor. — Eu me certificarei que eles cheguem em casa seguros, — ele disse, sua voz segurando um grunhido, então ele levou as crianças para longe. Certo de que as crianças estavam nas mãos que protegeriam de danos, Vasic se encontrou com os dois outros Arrows na cena. Mais jovem e menos experientes, eles olharam para ele por direcionamento. — Separe os feridos não infectados dos infectados, — ele ordenou. — Os últimos precisarão serem contidos se não deslizarem em coma. — Senhor, triagem? — O Arrow feminino perguntou. — Os não infectados devem ser tratados primeiro. — Era uma decisão inumana mas prática. — A taxa de sobrevivência dos infectados é atualmente zero, não importando sua saúde física.


Isto feito, ele começou a examinar cuidadosamente a cena. Ele etiquetou os mortos para os médicos não terem que desperdiçar tempo procurando pelos corpos eles mesmos, então ele moveu os cadáveres para a parte de trás da rua. Atrás dele, os médicos trabalharam em alta velocidade para ajudar os feridos. Julgando que a situação agora estava sob controle, com as autoridades locais em vigor, ele estava começando a limpar os prédios baixos de apartamentos que dominavam a rua quando ele passou por um espaço estreito entre dois prédios de frente para a rua e ouviu um soluço abafado. Parando, ele esperou por seus olhos adaptassem-se à escuridão de dentro. O menino amontoado na neve não poderia ter mais de treze. É seguro, ele falou telepaticamente, instinto sussurrando que o jovem era Psy. A cabeça do menino empurrou para cima, medo em cada centímetro de seu rosto. Vasic abaixou até fazer-se aparecer menos ameaçador. — Você não está em apuros. — Eu chorei, — o menino sussurrou, afastando as lágrimas que corriam pelo seu rosto bochechudo, seus olhos inclinados inchados e vermelhos. — O Silêncio caiu, — Vasic disse, e porque ele sabia que muitas pessoas ainda não acreditaram que a queda era real, adicionou, — Era uma situação traumática e incomum. Ninguém lembrará de sua reação levando em conta os outros eventos que aconteceram aqui hoje. — A Net estava em caos demais para notar o Silêncio fraturado de uma criança. — Qual seu nome? Enxugando seu rosto na manga de sua jaqueta, o menino disse, — Eben. — Então era como se ele não podia parar de falar, suas palavras se atropelando. — Eu estava caminhando para pegar o trem a jato para a escola. Nós tivemos um início tardio hoje porque os professores tiveram uma reunião, e eu passei pelos turistas... — Turistas? — As crianças do primário, — ele disse. — Há um museu voltando por desta rua no beco, e os transportes escolares normalmente param aqui, e então os turistas usam uma via pública para chegar ao museu. É mais rápido que indo a distância toda ao redor, e um do pessoal do museu retira qualquer neve de manhã. Vasic permitiu ao menino vaguear e aliviar seus nervos, mas agora cutucou sua memória de volta ao caminho, — Continue. Você passou pelas crianças. — Eu estava pensando sobre minha lição de ciência... — Eben tragou — ...e sobre uma menina na escola. — Seus olhos marrons, as pupilas dilatadas,


encontraram Vasic. — Eu estava alguns metros depois das crianças do primário quando eles começaram a gritar, e eu girei para correr de volta. Eu pensei que talvez houve um acidente. Eu tive treinamento de primeiros socorros na escola. — Respire. — Vasic usou o mesmo tom que usou em estagiários Arrow que entraram em pânico durante as simulações. — Você fez a coisa certa. — Eu não pude chegar a eles. — O corpo inteiro do menino tremeu, calafrios arrastaram por seu corpo desengonçado mesmo quando suor apareceu inesperadamente acima de sua pálida pele marrom. — Haviam pessoas saindo dos apartamentos de um e outro lado e vindo para mim com facas e outras coisas. — Ele começou a balançar de um lado para outro. — Eu não quis, mas eu precisei. Vasic percebeu que Eben estava segurando algo de seu lado. — Dê isto para mim. Agitando, tremendo, o adolescente ergueu um taco de beisebol molhado com sangue, mas não parecia poder entregá-lo. — Eu tenho treino de beisebol hoje. Vasic teleportou o taco para longe, então não estaria na linha de visão de Eben enquanto o adolescente continava a falar. — Eu não quis, mas eles não paravam e eu precisei. As crianças estavam gritando e eu não podia ajudar. Eu tentei. Eu tentei tanto! — Você fez tudo que podia. — Ele considerou como lidar com a criança claramente traumatizada. — A que distância é sua casa? — Quatro edifícios abaixo. Vasic congelou... E isso foi quando ele ficou ciente que estava experimentando uma versão amenizada da sensação abrasiva que sentiu próximo de cada empata, exceto Ivy. De um Psy que viveu no centro da zona de infecção e devia, então, ficar louco junto com seus vizinhos. — Seus pais estavam em casa? — Sua localização atual não importava, claro. Qualquer residente nesta rua teria sido ancorado na parte infectada do PsyNet e teria ficado louco no momento que a infecção alcançou a massa crítica. Considerando a hora do dia, um grande número estaria no trabalho. Eben olhou para ele inexpressivamente. Levantando-se, Vasic caminhou para uma ambulância e agarrou um cobertor térmico. Quando ele retornou, ele andou pelo espaço muito estreito para ser chamado de ruela e embrulhou o cobertor ao redor de Eben antes de levantar a criança em seus braços, e neste momento, o menino era uma criança, apesar de sua idade. Sem informações sobre os pais ou parentes de Eben, Vasic fez a decisão de levar o menino diretamente para a cabana de Ivy.


Rabbit latiu, correndo no quarto para a varanda. Ivy seguiu-o. Olhou para o menino nos braços de Vasic, e não fez perguntas, simplesmente tomou controle. Eben estava dobrado em cima de sua cama com Rabbit montando guarda próximo a ele dentro de minutos. — Eu cuidarei dele, — ela disse quando Vasic indicou que tinha que partir. — Eu estou certo que ele é um E, então ele não deve ser violento... — a única razão que Vasic estava deixando o menino com ela — ...mas seja cuidadosa. Eu alertei Judd e os membros conscientes de minha unidade de sua presença. Ivy pousou uma mão em seu coração. — Ele está machucado do lado de dentro, — ela disse, a angústia do garoto tão profunda e dilacerante que ela sentiu até mesmo sem abaixar suas proteções Empáticas. — Sua família? — Era uma pergunta instintiva; Ela verificou seus pais no momento depois que Vasic teleportou para fora, descobriu que a onda de choque não tinha estado em nenhum lugar próximo a tão violenta em sua região. Todo mundo na colônia estava seguro. A resposta de Vasic a sua pergunta foi curta. — Desconhecido. Soltando uma respiração instável, ela agitou sua cabeça. — Existe uma boa chance que um ou os dois estejam mortos, não é? — Sim. — Nenhuma expressão em seu rosto, nenhum início de carinho, mas ele embrulhou o adolescente aflito em um cobertor e o trouxe aqui em vez de deixá-los para os médicos locais. Isso disse a Ivy tudo que precisou saber sobre o homem que calmamente feriu cadeias de atordoante inverno gelado ao redor do coração dela. — Você seja cuidadoso, também, — ela disse, e tocou em seu braço. Olhando abaixo, ele apenas escovou as pontas do dedo acima dos seus. Ela enrolou os dedos em sua palma quando ele se foi, esperando pelo contato como uma joia preciosa.

ADEN fechou hermeticamente outra parte da lágrima irregular no tecido da Net, consciente da profundidade cambaleante de poder que manteve fechado assim ele podia fazer o que precisava ser feito. A força de Kaleb Krychek estava além de todas as medidas conhecidas. Reparo completo, ele falou telepaticamente e moveu-se para a próxima seção.


Vasic, Kaleb disse sem aviso prévio. Você quer tirá-lo do Alasca? Eu posso ter uma unidade de meus próprios homens na área dentro de meia hora. A pergunta traiu um entendimento do estado psicológico de Vasic que Aden teve dificuldade de acreditar que veio do implacável duplo cardeal. Inteligência emocional nunca tinha sido uma arma no arsenal de Krychek... mas o outro homem não estava mais trabalhando sozinho. A pergunta e sua observação perspicaz, Aden pensou, era muito mais provável ter vindo de Sahara Kyriakus. Não, ele respondeu. Vasic não partirá, dada a escala da situação. Aden não podia ordenar Vasic fazer isso, como ele podia ao resto do esquadrão. Isso não era como sua parceria funcionava. Eu nem descarto nem subestimo minhas pessoas, Aden, foi a resposta do Krychek. Vasic é uma peça muito imporante do esquadrão para perder. Isso soou mais como o cardeal, a equação calculada, mas em baixo do cálculo estava a mesma capacidade para lealdade que tinha primeiramente direcionado o esquadrão para ele. Diferentemente de Ming LeBon, Kaleb Krychek poderia ser inumano, mas ele não sacrificava ou traia aqueles que mantiveram a fé nele. Ele é estável no momento, Aden disse afinal, pouco disposto a confiar em Krychek com as mudanças que ele sentiu em Vasic, sua aliança permaneceu recente, com segredos de ambos os lados. Eu me curvarei a seu julgamento neste ponto. Krychek pegou uma extremidade desgastada, segurou-a em um punho telepático inflexível. Porém, nós precisamos conversar sobre a luva. Eu acessei os relatórios mais recente, e é claro que a biofusão está tornando cada vez mais incerta. Surpresa era um inimigo dos Arrow, mas Kaleb Krychek provocou isto em Aden hoje. Não foi o fato de o duplo cardeal conseguir por suas mãos nos arquivos médicos que eram tecnicamente privados que desconcertou Aden. Era que ele valorizava um Arrow individual o suficiente para aborrecer-se. Então novamente, Vasic era uma ferramenta muito útil. O time de biofusão está continuando a trabalhar em estabilizá-la. A ameaça de mau funcionamento adicional é mínima no momento. Eles trabalharam em silêncio pelos próximos quarenta e cinco minutos, e novamente, foi Krychek que quebrou o silêncio. Condição de Cristabel Rodriguez? Curando e passível a voltar para o dever ativo dentro de um mês, Aden forneceu. A força do esquadrão não foi comprometida, nós temos outro atirador com o mesmo nível de precisão de Cris.


A resposta de Kaleb foi outra declaração inesperada. Eu estou ciente disto. Cristabel, porém, é um treinador altamente talentoso, de acordo com os próprios registros de treinamento do esquadrão. Novamente, eram informações que o cardeal não devia ter, mas Aden não interrompeu. Perdê-la teria um efeito cascata, Krychek continuou. Você considerou tirála do serviço ativo? Aposentar-se sob comando de Ming LeBon inevitavelmente levou a uma execução disfarçada de acidente, porque nenhum Arrow era jamais permitido se aposentar até que ele ou ela estivesse tão desgastado que enganos eram inevitáveis. Sim, ele respondeu cuidadosamente, querendo medir a resposta de Krychek. Cris tem uma afinidade para ensino e é improvável opor-se a transferência. Aden teve, de fato, discutido a possibilidade com o Arrow mais velho. A atribuição E tinha sido concebido para ser uma incumbência calma para dar-lhe tempo para pensar. Então faça isto, Krychek disse. Você agora tem controle total do programa de treinamento Arrow. Molde-o para ajustar-se às necessidades daqueles que vêm para você. Uma longa pausa. Eu sei como eu fui treinado. Eu posso imaginar como Vasic foi treinado. Tem que haver um modo melhor, um modo que não ameace tornar crianças em monstros. Aden ficou mudo por mais uma hora, não porque ele não concordava com Krychek, mas porque concordava. Ele já desalojou os sociopatas e sádicos do programa de treinamento. Alguns tinham sido homens de Ming, outros Arrows tão quebrados que não podiam dizer que o que eles estavam fazendo era errado. A tortura não era mais permitida em qualquer nível. Isso cuidou do problema a curto prazo, mas o maior permanecia. Os Arrows eram Arrows por uma razão: Seu poder era maligno e quase sempre mortal. Sim, ele disse afinal. Tem que haver um modo melhor. Tudo que ele tinha que fazer era encontrá-lo.

Ivy verificou Eben duas horas depois que ele adormeceu para encontrar o adolescente sentado na cama. Rabbit estava colocando sua cabeça contra o tórax de Eben, a língua do cachorro pendurada em êxtase, enquanto o menino o arranhava atrás das orelhas. — Cuidado. — Ivy manteve seu tom gentil, uma mão na tela que ela desdobrou para bloquear a luz da porta aberta e da janela da cozinha. — Rabbit é um artista em manipular, terá você fazendo isto o dia todo.


Eben ficou imóvel em suas primeiras palavras, seus olhos selvagens, mas ele empurrou-se para o movimento novamente no latido exigente de Rabbit. — Vê, — Ivy disse com um sorriso. — Você gostaria de uma bebida quente? Um hesitante aceno com a cabeça. Deixando o quarto, Ivy foi para a cozinha e misturou uma bebida nutritiva, julgando que o menino preferiria algo familiar. Traumatizado no nível mais profundo, ele não tinha nenhum controle de seu medo e dor, e isto raspou contra cada sentido dela. Os outros empatas sentiram isto, também, ofereceram ajuda, mas ela pediu a eles para afastarem-se por enquanto, não certa de que Eben podia lidar com mais estranhos. Passos na madeira. — Sente-se, — ela disse sem parar o que estava fazendo. — Eu sou Ivy. Eben esparramou-se em uma cadeira à mesa de um modo que era puramente asolescente, Rabbit pulou em seu colo descaradamente para exigir mais afagos. — Você é Psy. — Era um comentário solto. Colocando a bebida nutritiva na frente dele e pegando uma pequena panela para seu chá, Ivy disse, — Então você também. — Mas você sorri. — Eu sempre fui um Psy muito ruim, — ela admitiu. — Você está seguro, Eben. Ninguém aqui trairá você. O pomo de Adão de Eben de repente aumentou à medida que ele engoliu, ele disse, — eu não posso manter meu escudo da Net. — Eu estou certa que Vasic já cuidou disto. — Seu forte, protetor, enfurecido Arrow que pensou que devia ser condenado a viver nas sombras até quando ele lutou para salvar inúmeros outros. — Ele é o teleporter que trouxe você aqui. Olhos desfocados de Eben por um segundo. — Sim. — Estremecendo, ele pareceu desabar sobre si. — Eu machuquei pessoas. — Sua agonia quase derrubou Ivy de joelhos. — Eu bati e bati e bati e havia sangue e outras coisas molhadas e estava em mim e eles não paravam. Eu gritei para eles pararem mas eles não iriam! Eles não parariam, Ivy. Eles não parariam. Com a garganta grossa, Ivy respirou através de sua dor e sua própria resposta, e manejou para sentar-se em uma cadeira em frente a ele. — Você me deixará ajudar você? — Ela tomou sua mão, entendendo seu nauseante desgosto pelo que ele foi forçado a fazer de um modo que só outro empata podia. A única


clemência era que ele não parecia estar sofrendo o efeito rebote, talvez porque ele agiu em autodefesa, sem desejo de causar dano. — Eben? Seus dedos agarraram os dela com força contundente, seus olhos flutuantes em lágrimas. — Por favor. Isto era diferente de qualquer coisa que ela foi treinada para fazer, mas não havia nenhuma escolha, o estado psicológico de Eben estava recaindo a cada segundo. Abrindo seus sentidos Empáticos, ela tentou tomar a dor do menino nela mesma, onde seria neutralizada. Ela não soube quanto tempo levou, mas ela tinha consciência de seu próprio estômago ameaçando revoltar quando sua mente começou a obscurecer nas extremidades. Ivy endureceu sua espinha, apertou sua mandíbula, ela não podia desmoronar na presença de Eben. Isso desfaria qualquer bem que ela faria... E quando ela olhou para ele, ela pensou que talvez fez algum bem. A tensão em seu rosto tinha enfraquecido, seus olhos claros, seus ombros não mais curvados. Lutando contra a náusea que empurrou por sua garganta, uma obstrução tóxica de medo, pesar, ira, e culpabilidade, ela soltou a mão dele com uma pequena batida leve. — Sentindo-se melhor? Olhos largos, o adolescente assentiu. — Sim. Ivy podia sentir a necessidade dele em fazer perguntas, mas ela não iria durar muito mais tempo. — Você se importaria de fazer-me um favor? — Ela achou um sorriso em algum lugar e disse uma pequena mentira. — Eu não levei Rabbit para seu passeio hoje. Seu rosto iluminou. — Oh, certo. Eu... ele gosta de brincar de buscar? — Uma pergunta tímida. — Um de meus colegas humanos tem um cachorro, e eu vi eles brincando de buscar. — Ele amará você para sempre se você brincar de buscar com ele. — Batendo na coxa, ela disse, — Vá pegar, Rabbit. Com o rabo sacudindo rápido e excitado, seu mascote deslizou para a cesta e retornou com uma vara que eles acharam no bosque. — É ideal para jogar. Rabbit avançou para a porta com um esperançoso olhar sobre seu ombro, e Eben seguiu, muito envolvido com o cachorro para olhar para trás. Ainda bem porque Ivy estava dobrada, o horror de Eben agora dela.


Capítulo 27 Inteligência e capacidade para pensar independente são pré-requisitos para entrar no esquadrão. Um Arrow é um instrumento finamente afiado capaz de lidar com situações além do conjunto de habilidades até do mais bem treinado soldado. Primeiro Código dos Arrows

SÓ LEVOU a Vasic minutos para averiguar que o parente com a custódia de Eben, seu pai, estava em um coma. Sua mãe vivia em outra região e não estava infectada, mas não fez nenhum sentido enviar o menino para ela em seu estado atual, ele estava muito melhor com Ivy. Aquela tarefa completa, ele juntou-se aos outros Arrows em sua busca casa por casa à procura por mais sobreviventes. Devido ao risco aos infetados, muitos dos quais tinham ido descontroladamente com suas habilidades psíquicas durante o combate, ele informou às autoridades locais que ninguém teria permissão para entrar nas casas até os Arrows limparem a área. Eles acharam várias vítimas mortas no primeiro edifício. No primeiro olhar, todos eles pareciam terem matado uns aos outros, mas ele estava certo que Aden faria os patologistas verificar por aneurismas cerebrais como o que tinha ferido o Sujeito 8-91. Reportando os locais dos corpos para as autoridades locais, Vasic e seu pequeno time continuaram dentro, cada um pegando um piso diferente quando entraram no próximo edifício. O trabalho exigia meticulosa concentração e alerta constante. Um pequeno número de humanos estavam abaixados atrás de portas trancadas, e Vasic disse-lhes que ficassem lá depois de verificar o fato que eles eram humanos. — Temos feridos, — um jovem macho disse a ele, sua voz tremendo. — É seguro tirá-los? Vendo a extensão de danos na mulher quando o jovem abriu a porta completamente, as mãos da mulher ferida apertadas acima de seu suéter


ensopado de sangue, Vasic disse, — eu teleportarei ela para fora. Leve os outros para fora silenciosamente corredor abaixo e pela escadaria. Seu time também achou uma dispersão de Psy não infectados, pessoas que acabaram de mudar-se para a área, convidados de fora da cidade, uma aluna da universidade que teve que esconder-se no banheiro quando seu companheiro de estudos veio atrás dela com uma garrafa de vidro quebrada. Como com os humanos, Vasic teleportou para fora os mais feridos, enquanto vizinhos humanos ajudaram feridos que podiam andar a sair pelas rotas de saída limpas. Estava no terceiro andar do último edifício quando Vasic ouviu algo de dentro de um apartamento com uma porta aberta ameaçadoramente. Advertindo os outros para ficarem a postos, ele moveu-se silenciosamente corredor abaixo. A porta tinha uma única marca sangrenta de mão, o corpo de uma morena de meia-idade caído dentro, pareceu que ela foi batida na cabeça com um vaso que estava agora em lascas ao redor dela. Uma pequena mesa estéril perto da porta tinha uma marca lânguida de um círculo de água que disse a Vasic que o vaso tinha estado lá antes de ser transformado em uma arma. Vasic verificou a pulsação da vítima, achando sua pele fria. Seu coração parou de bombear sangue há muito tempo; Se ele tivesse que adivinhar, ele diria que no começo do surto. Ela abriu a porta para uma batida e se achou cara a cara com a morte. Anotando a localização do corpo para passar para as autoridades locais, ele verificou os outros quartos. Banheiro, cozinha, primeiro quarto, todos estavam vazios. Examinando o último quarto, suas paredes amarelas pálidas com uma guarnição branca, ele viu uma cortina ondulando na brisa e liberando o alerta, achando que o tecido deve ter deslocado algo da prateleira próxima. Ele tinha acabado de limpar o armário alto à esquerda quando ouviu murmúrios sem palavras vindo do outro lado do quarto. Existia só uma coisa lá: Um berço. Músculos tensionados contra o horror que ele poderia descobrir, ele cruzou o carpete cor de creme... para achar-se no centro das atenções de grandes olhos marrons em um rosto redondo bochechudo. O rosto do bebê deu inesperadamente um sorriso à vista dele. Murmurando incoerentemente, chutou seus pés para cima, agarrou seus dedões nas mãos minúsculas, então estendeu os braços. Vasic nunca tinha estado ao redor de qualquer coisa tão pequena e fraca, mas ele não podia fazer-se simplesmente teleportar a criança em uma ambulância à espera. Isso a assustaria, e a criança que seguramente acabou de perder seu parente com a custódia, um parente que vestiu-a cuidadosamente em calças rosa suave e uma blusa estampada combinando com as palavras “Meninas


comandam” na frente, não precisava de mais dor. Seu rosto enrrugado quando ele não moveu-se rápido o suficiente, seu lábio inferior tremendo. — Seu Silêncio é terrível, pequena, — ele disse suavemente, erguendo-a de seu berço para embalá-la contra seu peito. Uma mão minúscula, sua pele perto da cor de neve recém-caída, espalhada aberta em seu uniforme de combate, seu bom humor restabelecido agora que ela estava em seus braços. Ele podia sentir sua mente batendo curiosamente contra a dele enquanto suas mãos bateram levemente em seu peito, parecia que ela não tinha nenhum treinamento no Protocolo. Seu pai ou pais tinham sido ambos ruins em ensiná-la, ou eles leram as correntes na Net direito e perceberam que sua criança não tinha que ficar Silenciosa, ou... A abrasão contra sua mente era fraca, mas familiar. Ele estava segurando um empata. Levantando o cobertor amarelo de seu berço, ele a empacotou nele, então acessou os registros da propriedade para identificar quem pagou o alugado deste apartamento. Cruzando isto contra registros de nascimento deram a ele o nome da mãe do bebê, o parente com a custódia. Ele telepaticamente solicitou uma lista atualizada dos mortos e dos infectados do time médico, escaneou-a quando saiu do lado de fora. A mãe do bebê não estava na lista, mas isso não significou nada desde que nem todos os mortos tinham sido identificados ainda. Dez minutos mais tarde, logo após um M-Psy confirmar que ela não mostrou nenhum sinal de infecção, a criança nos braços de Vasic começou a balbuciar feliz, esquecendo a tensão que fez ela esconder seu rosto contra seu tórax durante o exame do M-Psy Girando cuidadosamente, Vasic observou o rosto do bebê iluminar à vista da multidão atrás da barricada. Vasic já tinha acessado a imagem da mãe em sua luva assim ele podia identificar seu corpo. Não levou muito tempo para localizar a mulher perturbada, alta, com pele branca como osso com tensão marcada em suas maçãs do rosto, ela empurrou pela multidão e estava tentando passar pela barricada. Ela quebrou em lágrimas quando viu ele caminhando em direção a ela. Colocando o bebê em seus braços, ele disse, — Sua criança não mostra nenhum sinal de qualquer trauma. Freneticamente verificando sua criança com as mãos gentis, a mulher estremeceu e abraçou ela perto. — Minha prima, Miki? — Sua voz tremeu. — Ela cuida de Marchelline enquanto eu estou no trabalho. — Morena, cicatriz pequena de meia lua na mão direita? — Sim.


— Eu sinto muito, ela se foi. — Foi sorte pura o infectado que atacou Miki não achou o bebê — o intestino de Vasic torceu no pensamento do que poderia ter acontecido se a criança chorasse no momento errado. Na frente dele, o rosto da mulher quase entrou em colapso novamente antes dela controlar-se. — V-você nos reportará? — O terror nos grandes olhos marrons que clamou seu vínculo familiar com a criança que ela segurou tão protetoramente. — Não. O silêncio caiu. — E ele tinha apenas achado um terceiro empata, um terceiro sobrevivente.

KALEB sabia desde o início que Aden não era simplesmente um telepata de baixo nível e médico de campo, mas o tipo de poder que ele viu do Arrow hoje devia ter sido impossível dada a condição não-cardeal de Aden. — Fatorando que a Estação Sunshine era o local zero, — ele disse para o outro homem enquanto fora da vista no fim da rua afetada em Ancorage, — a maioria da Net está protegida do colapso por agora. — O fato do colapso de Sunshine e este surto aconteceram quase simultaneamente era uma coincidência horrenda; Um não iniciou o outro. — O colapso dá-nos uma linha de tempo do apodrecimento, — Aden disse. Sim, e o apodrecimento era muito mais virulento que alguém pensou. Um pedaço da Net simplesmente desintegrou em nada hoje, similar a tecido corroído por insetos até que estivesse muito frágil para aguentar qualquer pressão. Se eles não achassem um caminho para melhorar o dano, curar a infecção, Kaleb teria que cortar as seções infectadas a fim de salvar os pedaços que podia. — A infecção, porém, — Aden disse, seus olhos na carnificina na rua, — está ativa nas vítimas mais rápidos do que está corroendo a Net. Ancorage estava limpa duas semanas atrás. — A maior parte ainda está. — Kaleb chamou relatórios de seus homens e mulheres na área. — Isto estava concentrado em uma única rua. — Uma linha sutil de infecção que nós não localizamos e isso podia ter estado aqui por meses. — Aden assentiu. — Faz isto mais perigoso que os maiores tentáculos visíveis. — Nós precisaremos de um time de resposta rápida que pode colaborar com as autoridades locais. Eles vão acabar sendo os primeiros a responder se tivermos surtos múltiplos em um único dia.


— Concordo. — Aden olhou para Kaleb, seus olhos escuros exibindo tal inteligência aguda que Kaleb não podia acreditar que Ming não considerou o macho uma ameaça. — Uma unidade Arrow? — Não, tem que ser uma unidade que pode lidar com civis de todas as raças. — Os Arrows apavoram a maioria das pessoas. — Nós precisamos de um gerente hábil em lidar com pessoas e logística. Kaleb? A voz de Sahara. Você percebe que tem essa pessoa trabalhando para você? Ele pediu à mulher que segurou sua alma para se sentar-se telepaticamente nesta reunião e em sua discussão anterior com Aden, suas percepções inestimáveis em relação ao esquadrão. Silver é muito útil para ajudar. Sua ajudante tinha uma mente brilhante. Eu acho que ela apreciaria o desafio. Kaleb considerou isto. Se ele desse a Silver esta posição, ela entenderia que era um indicativo de um nível profundo de confiança. Também aumentaria seu status, não de um modo que seria uma ameaça para ele, mas que sua família apreciaria. Iria cimentar mais sua lealdade para ele. — Silver Mercant, — ele disse para Aden. — Você pode trabalhar com ela para assegurar que os Arrows são enviados para os incidentes mais críticos? — Mercants tendem a ser eficientes, então eu não prevejo um problema. — Aden ficou em silêncio por um minuto, e quando falou, estava em outro tópico. — Os empatas. Eles estão sendo pedidos para fazer o impossível — como pode uma designação que tem sido abafada e esmagada por mais de um século esperar salvar nossa raça inteira?

QUANDO Kaleb repetiu a pergunta de Aden para Sahara depois de retornar para casa em Moscou, ela franziu. Acomodada na cama com um datapad em seu colo, o mundo envolto em trevas na manhã muito cedo deste lado do mundo, ela estava observando-o se despir. Eles dois precisavam ter algum sono. Antes dela, ele teria desnudado-se, banhado, e dormido em silêncio. Agora a dela era a última voz que ele ouvia antes de fechar seus olhos. — A primeira defecção pública foi um empata, — ela lembrou a ele. — Então há o fato que existem milhares e milhares de Es mais velhos na Net, ninguém já considerou o quão fortes eles devem ser para ter sobrevivido ao encarceramento psíquico por décadas. — Pondo o datapad de lado, ela afastou o


cobertor e saiu. — Eu acho que os empatas são muito mais resistentes e engenhosos do que alguém saiba. Ele deixou-a remover suas abotoaduras, desabotoar sua camisa. Ela estava vestida apenas com a camiseta que ele tinha vestido mais cedo. Ela sempre faz isto, sempre o vestiu perto de sua pele quando ele estava distante dela. Era tanto uma carícia como seus dedos nele quando ela abria sua camisa. — Você terá que fazer uma declaração. Encolhendo os ombros para deslizar a camisa para o chão, ele desfez seu cinto e soltou-o em cima do tecido. — Eu considerarei isto. Neste momento, eu não posso prometer uma cura, — a população devia acostumar-se ao medo, se apenas para auto preservação. — Vozes Silenciosas já enviou uma divulgação à imprensa. Kaleb a ignorou. Sahara riu, bem ciente que era uma resposta. A culpabilidade ameaçou quase de uma vez quando ela lembrou das perdas do dia, mas ela recusou a sucumbir a isto. O mundo nunca seria um lugar perfeito, e ela e Kaleb já passaram muitos anos na escuridão. Ela nunca iria teimosamente virar suas costas para a felicidade. Embrulhando seus braços ao redor do tórax nu dele, ela levantou nas pontas dos pés para beijar sua mandíbula, sua pele um pouco áspera nesta hora do dia. Fez suas terminações nervosas incendiarem ante a primorosa sensação. Lisa ou áspera, ela amava a linha de sua mandíbula, amava também que ela era a única mulher que já o viu destituído de seu controle de obsidiana. Não havia nenhuma máscara entre ela e Kaleb. Ele empurrou uma mão em seu cabelo. — Você se sente forçado em me ajudar com a situação política assim eu não cruzo linhas éticas? Surpreendida pela pergunta, ela voltou a seus pés. — Não. — Ele a usou como sua caixa de ressonância6, então não era como se ela estivesse sempre no escuro sobre algumas de suas decisões. — Eu não quero impedi-la de explorar as opções abertas a você. — Olhos cardeais travados com os dela. — Seu intelecto está no mais alto percentual, designado para estudo e pesquisa. — Eu estou estudando, lembra? — Não tanto quanto podia estar se não estivesse cuidando de múltiplas coisas para mim.

6

No original “sounding board”: uma pessoa ou grupo cujas reações às ideias sugeridas são usados como um teste da sua validade ou provável sucesso antes de serem tornados públicos.


— Eu aprecio a variedade de coisas que faço atrás dos bastidores para você. — Como traduzindo documentos que ele podia confiar que estavam literalmente como o original e sendo a pessoa de contato com DarkRiver. — Mas principalmente, eu só gosto de estar com você. — Ela nunca sentiu-se tão viva quanto quando ela estava com Kaleb. Ele a desafiou, amou-a, fê-la pensar de modo inovador e emocionante. — Você se importa? As estrelas desapareceram para deixar seus olhos com um negro infinito. Sahara. Seu beijo era uma marca, uma lembrança de que ele teria destruído uma civilização inteira por ela. Você poderia estar comigo cada momento de cada dia e eu pediria por mais. Quebrando o beijo para olhar seu rosto, ela acariciou sua nuca com mãos possessivas. — Venha para a cama. — De... — Ele parou bruscamente sua resposta, pausou, então disse, — eu tenho que lidar com um assunto de negócios, parece que um certo conglomerado decidiu desconsiderar meu mandato para avaliar a estabilidade no clima atual. Sahara desejou que pudesse rosnar como os changelings. Jogando as mãos para o alto ao invés, ela administrou uma boa aproximação de um grunhido ao invés. — Maldição! Idiotas. — A incerteza econômica podia fazer tanto dano quanto a infecção, não só para os Psy, mas para o mundo inteiro. — Sim. — Mãos em seus quadris, Kaleb pareceu estar escutando algo. — Eu terei que fazer ao CEO uma visita pessoal. Não deve tomar muito tempo. — Espere. — Ela apertou seu ombro, o músculo firme debaixo de seu toque, sua pele morna. — Você tem trabalhado ininterrupto nas últimas vinte e uma horas. — E não só hoje. — Você pode pedir a um do esquadrão para lidar com isto? Kaleb olhou fixamente para ela. — Os Arrows normalmente não lidam com assuntos econômicos. — Isto não é um assunto econômico, isto é sobre assustar as calças de um CEO arrogante que quer desestabilizar a economia, — ela assinalou, arrastando-o abaixo com uma mão em seu cabelo. — E você precisa aprender a delegar. Não seja como Ming e não deixe de usar os Arrows em sua capacidade completa. Uma pulsação através do laço que os conectou. Irritação. Seus lábios contorceram. — Desculpe que eu pus você e Ming na mesma sentença, — ela disse com um beijo. — Mas você sabe que eu estou certa. Isto é exatamente o tipo de situação que um Arrow podia controlar assim você não precisa, eles são funcionários altamente treinados e capazes de sutileza.


Mãos curvando ao redor de cada lado de sua caixa torácica, ele disse, — E em utilizá-los de tal modo, eu mostro aos Arrows que eu os estimo além de sua habilidade de matar. Deus, mas ela o amava, mente política inumana e tudo. — Sim, — ela concordou. — Palavras não significam nada depois da traição nas mãos de Ming. — Por tudo que ela e Kaleb sabiam, o antigo Conselheiro tentou destruir cada fundação do que quis dizer ser um Arrow. — Aden diz que ele tem o Arrow perfeito para a tarefa, — Kaleb respondeu um minuto mais tarde. — Será imediatamente feito. — Bom. Agora, venha para a cama.


Capítulo 28 Eu revisei o escaneamento que fizemos ontem. É imperativo que nós falemos de uma vez. Mensagem de Dr. Edgard Bashir

VASIC TELEPORTOU DIRETAMENTE par dentro da cabana de Ivy para encontrá-la silenciosa, mas ele podia senti-la atrás da tela que escondia sua cama. Pouco disposto a aventurar-se na área privada sem um convite, ele alcançou-a com sua mente. Ivy? Nenhuma resposta, nem mesmo uma sonolenta. Ele passou pela tela para encontrá-la enrolada inconsciente debaixo de um cobertor pesado. Recusando a reconhecer o gelo rastejando nas extremidades de sua mente, um gelo que não entorpeceu mas queimou, ele verificou seus sinais vitais. Sua pele estava fria e úmida, seu pulso lento, mas presente. Sua mão apertou convulsivamente em seu pulso na confirmação que ela estava viva; Ele teve que forçar-se para soltar seus ossos delgados antes de causar contusões. — Oh. Girando no som surpreendido, ele viu Jaya. — O que aconteceu? — Ela ajudou Eben, — a outra mulher respondeu, seus olhos sombreados com preocupação. — Eu chamei Sascha Duncan depois de Isaiah e eu acharmos ela desmoronada na cozinha. Ela dirigiu imediatamente e disse que Ivy devia terminar isto sozinha, que ela simplesmente sobrecarregou seus sentidos Empáticos, mas que nós devíamos vigiá-la. — Obrigado. — Isaiah está mantendo Eben ocupado. Eu tenho me sentado com ela, só saí por um minuto para retornar um telefonema de meu pai. Eu devo... — Não, — Vasic interrompeu. — Eu cuidarei dela agora. Jaya se debruçou até escovar seus lábios acima da testa de Ivy, seus dedos tremendo quando ela acariciou para trás os sedosos cachos pretos que Vasic sempre quis tocar. — Você me dirá quando ela despertar?


Assentindo, Vasic disse, — Fique alguns segundos mais. — Ele pensou sobre Aden e estava ao lado de seu companheiro uma fração de segundo mais tarde, o outro homem no meio de uma conversa com os patologistas que já começaram a conduzir autópsias nos infestados. Eu preciso que você verifique Ivy. Não era que ele não acreditou na avaliação de Sascha Duncan; Ele simplesmente confiava mais em seu companheiro. Aden assentiu e pediu licença ao pessoal médico. Vá. Mão apertada ao redor de Ivy, Jaya permaneceu enquanto Aden esquadrinhou Ivy usando um pequeno dispositivo médico, então um toque de luz telepática. — Ela tem os mesmos sinais como uma exaustão clássica, deve recuperar-se com descanso, — era seu diagnóstico. — Eu não tive qualquer experiência com mentes Empáticas, mas a recomendação de Sascha de vigiar e permitir que ela recupere-se naturalmente seria a minha também. Teleportando Aden de volta para o necrotério, Vasic retornou para Ivy. Jaya saiu alguns momentos mais tarde, depois de mais uma vez fazê-lo prometer mantê-la atualizada. — Rabbit provavelmente voltará logo, — ela disse a ele enquanto deslizou os braços em sua jaqueta. — Ele tem estado fazendo isto o tempo todo, mas ele volta para Eben antes do menino poder sentir sua falta e começar a segui-lo. É quase como se ele entendesse que Eben não pode ver Ivy nesta condição. Eben, porém, tinha adivinhado mais do que qualquer pessoa percebeu. O menino entrou na cabana vinte minutos depois da partida de Jaya, seus ombros tensos. — Eu machuquei Ivy? — Ele perguntou a uma voz irregular. — Por favor diga-me a verdade. — Não. Ela está simplesmente descansando depois da quantia inicial de poder. Alívio aberto. — Oh, eu fiz isto antes, quando eu estiquei minha telepatia muito forte. — Ele acariciou Rabbit quando o cachorro veio por detrás da tela depois de verificar Ivy. — Nós vamos sair com Isaiah e Penn assim nós não a perturbamos. Vamos, Rabbit. Fazia sessenta e sete minutos depois daquela conversação, o mundo escurecendo para a noite, que Vasic finalmente ouviu um sussurro. Checando o pulso de Ivy, forte e estável, ele tocou a mente dela novamente, e desta vez sentiu os padrões normais do sono. O que ele não esperou era o sonolento, Vasic? que era a voz telepática de Ivy em sua própria mente. Eu estou aqui. Descanse.


Esticando-se, então enrolando-se novamente, cobertor puxado para seu pescoço, ela sorriu. Ele devia ter saído agora que ela estava estável, mas ele hesitou. E então ele desceu de cócoras ao lado da cama e ousou tocar a mão pelo cabelo dela, os fios sedosos prendendo nos calos que marcaram sua palma.

DUAS horas mais tarde, Vasic estava nas árvores no perímetro interno, falando com Judd, quando ele sentiu a presença de Ivy. Girando ao redor, ele achou-a caminhando em direção a ele, as mãos nos bolsos da jaqueta que ele deu a ela e seu cabelo solto espanado com neve que deve ter caído de um ramo de árvore. — Você está aí, — ela disse com um sorriso profundo antes dela notar Judd. — Oh, eu sinto muito. Eu estou interrompendo? — Não. Eu estava dando a Judd alguns detalhes sobre Ancorage. — O outro homem perguntou em sua posição como um tenente de SnowDancer, o bando querendo assegurar estar preparado no caso de haver um incidente semelhante em qualquer parte de seu extenso território. — Você ainda deviria estar descansando. O sorriso de Ivy mudou para uma carranca. — Diz o homem que dorme menos que qualquer outro neste composto. Eu não iria. A voz mental doe Judd tocou a mente de Vasic quando ele assinalou que ela experimentou uma grande tensão psíquica hoje. Ela está pronta para estar aborrecida com você. Vasic encontrou os olhos de Judd. Como você sabe? Uma fraca diversão na expressão do outro homem. Eu tenho uma companheira e duas sobrinhas. Eu também vivo em um bando de lobos. Confie em mim quando eu disser que eu conheço mulheres aborrecidas. Como as únicas mulheres que Vasic realmente conhecia exceto Ivy eram outros Es e seus companheiros Arrows, ele decidiu tomar a palavra de Judd nisto. — Você precisa de algo? — Ele perguntou a Ivy. A carranca desaparecendo, ela disse, — eu quis perguntar sobre Ancorage, realmente. — Seu tom era frio. — Eu estou seguindo várias notícias da PsyNet, mas tudo que eles estão dizendo é que houve um surto psicopata em massa, nenhum outro fato. Os instintos de Vasic rebelaram contra mergulhá-la na feiura da morte e loucura que ele testemunhou hoje.


Diga a ela. O toque telepático de Judd novamente. Ela teve um dia traumático. Você será o único tendo um dia traumático em breve. Mulheres fortes não gostam de serem embrulhadas em bolas de algodão. Vasic segurou sua posição. Se fosse sua companheira, você diria a ela? Claro, foi a resposta imediata. Acasalar é uma sociedade. Não é sobre manter segredos ou uma metade do par mantendo todo o peso. — Você dois gênios pensam que eu não posso dizer que estão conversando sobre mim? — Olhos estreitados, Ivy cruzou seus braços. — Desculpe. — Judd tossiu em sua mão. — Seria melhor eu ir de qualquer maneira. — Um olhar para Vasic. — Pense sobre o que eu disse. Ivy esperou até o outro homem sair antes de levantar uma sobrancelha. — Bem? Ele percebeu que ela estava batendo seu pé. Por alguma razão, aquela ação minúscula o fascinou. — Você sofreu um grande desgaste psíquico mais cedo, — ele disse, desconsiderando o conselho de Judd em sua necessidade em proteger Ivy. — Empatas são construídos para lidar com emoção turbulenta. — Ela esfregou a mão contra seu esterno quando declarou aquele fato em um tom exasperado. Não percebendo o ato inconsciente, ele disse, — Você está sentindo os efeitos de trabalhar com Eben. — Sim, como uma contusão, — ela admitiu. — E como qualquer contusão, enfraquecerá. — Um olhar penetrante. — Agora fale comigo, nós não podemos trabalhar às cegas, Vasic. Ela estava certa. Tal cegueira podia ser fatal. — Parece que a infecção é mais dissimulada que originalmente acreditou-se, — ele disse, e deu-lhe tudo que tinha até este ponto. — Eu certificarei de informar o resto do Es, também. — Obrigada. — Ela tragou. — Havia algum outro sobrevivente Psy? Ele sabia que ela estava falando sobre as pessoas ancoradas na região, não visitadas. — Uma mãe e criança. Eu estou certo que eles são empatas. Ivy não disse nada por muito tempo, e Vasic simplesmente observou-a. O topo de sua cabeça apenas alcançava seu esterno e ele podia ver a neve em seu cabelo derretendo para deixar gotículas de joias de água em seus cachos. Enquanto ele assistiu, uma única gota rolou furtivamente abaixo de sua orelha para desaparecer no colarinho levantado de sua jaqueta.


Ele imaginou isto deixando um caminho molhado através de sua clavícula e acima do montículo cremoso de seu peito até que atingiu o cume de um mamilo rosa escuro. O desejo em arrastar abaixo o fecho da jaqueta, empurrar de lado sua roupa, e desfazer a crueldade do dia com o calor suave, generoso dela era uma onda de tempestade violenta em seu sangue. Evitando isto com um aperto firme, ele disse a si mesmo que fantasias não contavam. Enquanto ele não colcoasse suas mãos na carne dela, ele não a mancharia. Outra parte de sua mente agarrou-se naquele pensamento com dentes famintos. Olhar não era tocar, sussurrou. — O que responde uma pergunta. — A respiração de Ivy embaçou o ar enquanto sua voz fundia com a voracidade em sua cabeça. — Empatas são imunes à infecção. Sutilmente alterando as moléculas do ar ao redor de seu rosto assim que o ar que ela inalou não era mais tão frio, ele emudeceu a voz astuta que achou uma brecha em sua determinação. — Sim. — Ainda que podia ser discutido que Eben e a mãe do bebê de alguma maneira protegeram a si mesmos, o mesmo não podia ser dito da criança. — Pode também haver outro empata entre os sobreviventes feridos. — Três empatas confirmados em uma área tão pequena, possivelmente quatro. — Ivy andou perto o suficiente que a manga de sua jaqueta escovar seu braço. — Isto sugere exatamente quantos deve haver na Net. — E o fato de sua necessidade. — A PsyNet estava viva de um modo que ninguém compreendia. Não teria produzido tantos empatas nesta geração a menos que eles sirvam uma função vital. Assentindo, Ivy mordeu seu lábio inferior como ela tinha o hábito de fazer, seus olhos enfocados no chão e uma linha vertical entre suas sobrancelhas. O que você está pensando? Ele perguntou, embora não tivesse nenhum direito em saber. Dê-me um minuto. Tão perto dele que ele podia alcançá-la e abraçá-la, ela... Ele pausou, passando por todos os mínimos detalhes que sabia sobre ela. Você gostaria que eu a abraçasse? Ele perguntou, inseguro de estar lendo corretamente as sutis sugestões. Ela moveu-se para seu corpo em resposta. Embrulhando seus braços ao redor dela, ele cuidou de certificar-se que a luva não cavasse nela, e embalou sua cabeça como ele fez quando segurou-a depois do pesadelo. Ela pareceu não se


importar com o agarre, e ele gostou do sentir seu cabelo, sedoso e morno contra sua pele. Este toque não contou, também, aquela parte faminta dele sussurrou. Ivy precisou disto; Negar-lhe contato seria machucá-la. A bochecha apertada contra seu tórax e braços ao redor dele, ela era um pequeno peso que ele podia sentir por sua jaqueta e seu uniforme de combate. Ele a preferia vestida como estava da outra vez, sua roupa mais fina, menos barreira. Fê-lo considerar quanto mais dela ele sentiria se ele, também, estivesse vestido em leve roupa civil. A mente dele apontou uma advertência abaixo sua espinha, dizendo-o que a sensação equiparava dor. Lutando contra a lavagem cerebral psicológica, porque não havia nada doloroso sobre segurar Ivy, ele abaixou sua cabeça para falar com ela, as palavras silenciosas no espaço íntimo entre eles. — Eu devia ter estado lá quando você despertou? Ivy acariciou suas costas, e ele quis tirar a armadura, quis saber como se sentia ao ser tocado por alguém que fez isto por nenhuma razão exceto por que ela gostava dele. — Está tudo bem. Eu sei que você tem um monte de atribuições. — Continuando a acariciá-lo do modo que ele muito frequentemente viu humanos e changelings fazerem um com o outro, ela disse, — Foi ruim? Vasic soube que ele devia quebrar o contato, não por ele, mas por ela. Mas se ele não a segurasse, protegesse-a, quem iria? Ainda assim o fato brutal era que ele não tinha nenhum direito até de fazer aquela pergunta, tenha tão pensado. — Não tão ruim como outras operações, — ele disse, pondo de lado a verdade fria por este momento roubado. — Eu achei sobreviventes desta vez. — Não tinha sido apenas sangue e desolação. — Eu estou feliz que você não foi machucado. Ele não soube o que dizer para isso, então ele segurou-a mais apertado. — Obrigado por me segurar. — É o que você precisa. — E você? — Ela perguntou, afastando-se em seus braços assim ela podia olhar acima em seu rosto. — O que você precisa? — Isto. — Tendo-a tão perto, tão confiante, era muito mais do que ele mereceu. Ivy balançou sua cabeça uma fração. — Eu posso sentir você agora. Só uma sugestão de vez em quando. — O claro, penetrante cobre de seus olhos pareceram ver direito através dele. — Eu senti sua fome antes. — Um sussurro que o tocou em lugares que ela não devia ter podido alcançar. — Você quer algo.


— Apoiando as mãos em seus ombros, ela levantou nas pontas dos pés. — Digame. Ele podia sentir sua pulsação acelerando, suas palavras ameaçando soltar a coisa egoísta, faminta que vivia nele. — Segurar você, — ele disse, porque era vital que ela entendesse, — não vem com quaisquer cordas presas. Os lábios de Ivy curvaram. — Eu sei. — A respiração escovando sua mandíbula quando ele se debruçou abaixo um pouco para ouvir sua voz baixa, ela disse, — Você fez isto porque gosta de cuidar de mim. Ele não podia contestar sua conclusão. — Bem... — outro sussurro de ar contra a pele dele — ...eu gosto de cuidar de você, também. Deixe-me dar a você o que você quer. Vasic soube que não devia... Mas as notícias que ele recebeu pelo seu comunicador uma hora atrás pareceu ter obliterado suas defesas contra sua empata. — Mande-me outra imagem, — ele disse antes de estar ciente de formar as palavras. Os olhos de Ivy alargaram, sua garganta moveu, e ele soube que cruzou uma linha, poderia ter acabado de perder a parte minúscula dela que ele permitiu-se ter. Uma sensação de punhalada na barriga, ele foi retirar seu pedido quando ela disse, — V-você quer me ver, em lugar de uma imagem?


Capítulo 29 SANGUE UM RUGIDO em suas orelhas, Vasic não tinha consciência de teleportá-los de volta para sua cabana. Era iluminado por uma luminária que Ivy deixou acesa ao lado da cama, o brilho suave em torno da tela que ela não retirou. Quebrando contato com ele, Ivy deu um passo atrás. — Normalmente Rabbit está em casa agora, — ela disse depois de um olhar rápido para a cesta almofadada de seu animal de estimação. — Eben? — Passando a noite em uma cama na cabana de Isaiah. — E porque ele a conhecia, ele disse a ela o resto. — Isaiah tem três irmãos mais novos ele ofereceu ficar com Eben e permitir a você descansar, e o menino parece ter se ligado com ele. Rabbit está com Eben. — Oh, está bem. — Sua voz tremida, sua pele quente corada... Mas ela levantou seus dedos para o zíper de sua jaqueta. — Não, — ele disse, odiando-se por ter perguntado, por ter empurrado. — Eu irei. Ivy estendeu a mão para pegar a mão dele. — Fique. — Um sussurro que embrulhou correntes de aço ao redor ele. — Eu quero... Eu apenas... — Soltando um fôlego estremecido, ela deu a ele um nervoso sorriso persuasivo. — Eu nunca fiz qualquer coisa assim antes. Seja paciente comigo. Suas palavras transformaram-no em pedra. Ele não moveu quando ela lançou sua mão e começou a arrastar o zíper abaixo. Havia tantas coisas que ele nunca faria com Ivy Jane, mas esta aqui, esta experiência de prazer erótico, sempre seria uma coisa que eles compartilharam. Respirando irregular apesar de suas tentativas de controle, ele seguiu cada movimento enquanto ela tirou a jaqueta e colocou-a na cadeira à sua direita. Ela vestiu seu pesado cardigã laranja, acima de uma camisa branca de mangas compridas. Ele assistiu seus dedos caírem para os botões, deslizar um depois do outro fora dos buracos até que a peça estava aberta. Seu pênis duro como pedra pulsando em compasso com a batida de seu coração, ele apertou o cerco contra sua Tk. Usando isto nela seria quebrar as regras, seria tocar quando ele foi convidado apenas para assistir. Fazendo um movimento puramente feminino, Ivy encolheu os ombros para deslizar o cardigã fora de seus ombros e soltá-lo em cima da jaqueta. A camisa branca era uma malha fina térmica, formando suas curvas com suave


precisão. Quando ela cruzou os braços na frente dela, mãos indo para a parte inferior da camisa, ele teve que fechar seus olhos, seu tórax gritando por ar. Seus cílios abrindo-se no próximo momento. Ele não quis perder nem um milissegundo disto. Ivy mordeu seu lábio inferior, libertou a carne inchada... E arrastou a camisa por cima de sua cabeça. Levantando uma mão para puxar de volta fios de seu cabelo que enrolou em seu rosto, ela não tentou se esconder dele, os montes rechonchudos de seus seios emoldurados por uma confecção de cetim e renda marfim. — Isto não é Psy, — ele disse, lutando contra cada célula em seu corpo para não empurrar o delicado tecido de lado e olhá-la completamente. A respiração da própria Ivy era instável, seus peitos subindo e descendo como se em convite. — Não, — ela admitiu em um tom rouco. — Eu sempre gostei de certas texturas contra minha pele. — Levantando uma mão, ela soltou uma alça. Ventos rolaram ao redor deles, a madeira no chão de repente porosa. Ivy fez um barulho surpreso, e ele teve as costas dela na cabana no momento seguinte. — Desculpe. — Estava provando quase impossível manter um controle em sua habilidade com tantos dela exposto para seus olhos, apesar do eco psicológico doloroso da dissonância. — Está bem, — ela disse, respirando ainda mais raso. — Eu devo continuar? A cabana podia ter desmoronado ao redor deles naquele momento, e não iria fazê-lo dizer não. — Sim. Ivy soltou a outra alça, e embora suas bochechas eram cor de pêssego quente, sua pele aquecida, ela alcançou atrás de si para soltar o sutiã... E abaixou seus braços para permiti-lo cair para o chão. Ele estava ciente de seu apoio até os ombros dela baterem na tela. Observou, a madeira pintada de preto emoldurando-a como uma obra de arte erótica de ouro cremoso corado com vida. Ele estava tão perto. Ele não podia lembrar de mover-se, mas ele estava à distância de um braço dela. Segurando o topo da tela acima da cabeça dela, ele olhou abaixo através de seus tímidos cílios abaixados, a curva suave de sua bochecha, a forma luxuriante de seus lábios, a curva do pescoço que ela tinha inclinado para sua direita... mais baixo. A tela rachou debaixo de suas mãos. Ela foi feita para suas palmas, prometendo enchê-las até a borda, o rosa escuro de seus mamilos apertado em pequenos nós que ele quis tocar, sentir, conhecer. Ignorando o som de madeira gemendo debaixo de suas mãos, ele olhou e olhou, o corpo dela separado dele por centímetros, o preto duro de seu uniforme Arrow lançando a suave vulnerabilidade dela em total alívio.


Ventos quentes de deserto quando sua habilidade deslizou o controle novamente, Ivy segurando nele. De volta à cabana, ele disse, — Por favor, solte. — Ele teve que enunciar cada palavra com extremo cuidado, sua mente não certa o bastante se lembrou como falar. O tombo dos cachos dela em sua vista, Ivy soltou-o... E ele fez-se afastarse antes dele teleportá-los em algum lugar menos privado. — Vista-se. — A ordem saiu severa. — Por favor, — ele disse, para amenizar a aspereza, e curvou-se pegar a peça de cetim e renda para ela. Não encontrando o olhar dele, ela pegou-a e virou suas costas para ele. A linha de sua espinha era uma coisa de beleza indescritível, o alargamento de seus quadris fazendo suas mãos coçarem para moldá-los. Enganchando o sutiã com movimentos rápidos, ela levantou as alças e virou. Ele pensou que machucou ou a insultou com sua ordem, o corpo inteiro dele rejeitando o final indesejado para o presente que ela deu a ele, mas ela o atirou um sorriso nervoso enquanto pegou sua camisa branca e puxou por cima de sua cabeça. Tirando seu cabelo de baixo, ela disse, — Da próxima vez, eu pedirei a você para despir-se. Levou à mente nublada de Vasic pelo menos um minuto para processar as palavras. — Seria um substituto insignificante. — Seu corpo não era nada em comparação com o dela. — Oh, eu não acho. — Deixando seu cardigã e jaqueta na cadeira, Ivy não diminuiu o espaço entre ela e Vasic. Seu Arrow estava em uma borda muito fina, seu corpo rigidamente controlado e seus olhos puro negro. Ivy, também, percebeu que ela atingiu seu limite... Pelo menos hoje à noite. O prazer era como uma droga. Ela não podia devorá-lo, ou sua mente faminta se sobrecarregaria. Contornando o único homem com quem ela podia imaginar tomar a próxima mordida e a próxima, ela ocupou-se fazendo bebidas para eles, sua pele formigando na presença de Vasic. Ele não colocou um dedo nela, mas seus olhos, aqueles olhos. Engolindo na memória do calor no prateado antes de virar meianoite, a força dominante de seu corpo quando ele a prendeu contra a tela, ela quase derramou o açúcar que estava colocando em seu chá. Ela podia ouvir o som de sua bota movendo na madeira enquanto ele dirigiu-se para a porta. Ivy virou, procurando por um assunto não inflamável para mantê-lo aqui por um pouco mais de tempo. — Sua luva, — ela soltou quando a luz incidiu no negro cintilar disto. — Você me dirá sobre ela?


Vasic ficou imóvel, o calor prolongado em seus olhos submergiu como se ela lançasse um balde de água fria em sua cabeça. — Nós devíamos conversar sobre a infecção. Ivy não era estúpida. — O que está errado com a luva? — Ela perguntou, seu sangue tornando-se frio. — Levaria muito tempo para explicar as complexidades da biofusão. Ela caminhou até ele, o coração na boca e todos os pensamentos de paixão enterrados debaixo de um pânico nascente. — O que está errado com ela? — Ela repetiu através de uma garganta que tornou-se completamente seca. — Vasic. — É segredo. — Você está me assustando. Ele não vacilou, mas ela teve a sensação que as palavras o atingiram como um golpe. Olhando para a luva, ele disse, — É uma experiência. Existem falhas significativas. — Quão ruim? — Ela agarrou a mão de seu braço enluvado, levantou o braço com sua outra mão debaixo da lisa carapaça preta. — Quando foi inicialmente integrado a meu braço, — ele respondeu, não afastando-se, — existia vinte e cinco por cento de chance de uma sobrecarga que podia dar curto-circuito permanentemente no meu sistema nervoso central. Morte, ela pensou, horror desenrolando em seu intestino, ele estava conversando sobre uma chance de vinte e cinco por cento de morte. — E agora? É mais baixo? — Seria um risco terrível em qualquer porcentagem, mas quanto mais baixa fosse, mais tempo eles tinham para achar uma solução. Então seus olhos encontrados os dela. — Não. A única palavra esmagou seu coração em pedaços. — Não faça-me perguntar, — ela sussurrou. — Ivy, eu voluntariei-me para a experiência muito antes de conhecer você. Não, ela pensou, não. Ela não podia ter encontrado seu quieto, forte e protetor Arrow só para perdê-lo antes deles trocarem uma única palavra, um único toque. Os olhos queimando, ela apenas olhou fixamente para ele. — Setenta e dois por cento de probabilidade de uma sobrecarga fatal. Um som estrangulado, quebrado rasgou para fora de Ivy. — Como eles puderam...


— O time de biofusão acreditou que podiam usar um experimento vivo para descobrir as armadilhas finais, mas a tecnologia está provando ser muito complexa e muito impossível de predizer. — Nada daquilo importou para Vasic até que uma mulher com olhos de um surpreendente cobre olhou para ele e não viu um monstro, mas um homem. Só um homem. Apenas Vasic. — Você tem que ter isto removido, — Ivy ordenou, piscando rapidamente. — Contate Aden agora mesmo e tenha-o organizando isto. Ele desejou que pudesse fazer exatamente isto, voltar o relógio em sua escolha autodestrutiva. — É muito tarde. A fusão é muito avançada, os computrônicos estão integrados em meu sistema nervoso. Ivy balançou a cabeça, mandíbula definida em uma linha teimosa. — Não. Vasic foi tocá-la, mas ela deu um passo para trás. — Não, não, não! — Ela veio nele um segundo depois, batendo seus punhos contra seu tórax. — Como você pôde fazer isto? Como você pôde valorizar-se tão pouco? Ele agarrou seus pulsos, a pele dela delicada e morna contra suas palmas. — Porque eu já estava morto. — Uma concha caminhando e funcionando. — Você me devolveu para a vida. E setenta e dois por cento ainda significa que eu provavelmente terei anos. O rosto de Ivy torceu, lágrimas rolando por suas bochechas. — Ache um caminho para tirar isto, — ela disse, puxando uma mão até que ele a soltou. Esfregando suas lágrimas, ela ordenou novamente. — Você conhece o homem mais poderoso na Net. Ache um modo. Os peritos robóticos que projetaram o cerne da tecnologia de biofusão estava sumido, presumivelmente morto, e as pessoas no time atual eram as melhores das melhores, mas Vasic não tinha nenhuma intenção de desistir. Não desta vez. — Eu lutarei, Ivy. — Ele empreenderia uma guerra contra seu próprio corpo, agarrar a vida com unhas sangrentas e dedos quebrados. — Vou pressionar por avanços na ciência e medicina, caçarei qualquer indivíduo que possivelmente poderia oferecer até um vislumbre de uma resposta, olharei em cada banco de dados seguro. Eu lutarei. A respiração de Ivy era um soluço. — Nunca desista. — Usando sua mão livre para segurar a mão que ele tinha ao redor de seu pulso, ela curvou sua cabeça para apertar um beijo em suas juntas. — Prometa-me. Seu corpo inteiro em choque na doce carícia quente, ele assentiu. Por ela, ele conquistaria até o entorpecimento escuro que tinha-o comido vivo por anos. — Eu prometo. — Ele tocou em seu cabelo. — Ivy, eu estava tentando proteger você. — Ele nunca pretendeu formar este laço, nunca com a intenção de causar dor a


ela. — das coisas terríveis que eu fiz, das escolhas destrutivas que fiz, da bagunça quebrada dentro de mim. Ivy agitou sua cabeça, sua expressão assombrada. — Era muito tarde desde o primeiro dia que nós nos encontramos. Você está dentro de mim, e eu estou dentro de você. Está feito. Roçando sua bochecha contra a mão dele, ela quebrou o contato. E embora o conhecimento era uma dureza em seus olhos, suas próximas palavras tinham nada a ver com a luva. — Esta experiência não funcionará. — Ela balançou a mão para apontar o composto em sua declaração. — Servia para nos treinarmos o fundamento, mas não aprenderemos nada sobre como lutar contra a infecção aqui, Es são imunes e os Arrows estão muito bem protegidos. Nós precisamos estar em uma área sob ameaça cercada pela população normal. — Este é um local puro, — ele discutiu, sua mente completamente na carnificina que ele viu em Ancorage, e em Sunshine durante o primeiro surto. Ivy não pertenceu ao meio do pesadelo. — Uma tela limpa no que testar suas teorias. — A infecção está reagindo esquisitamente para nós, você sabe disto. — Cruzando seus braços, ela agitou a cabeça. — Eu acho que é porque existem muitos Es se concentraram aqui, com apenas Arrows para fornecer equilíbrio. Isto ainda é uma relação individual. Vasic quis discordar, mas ele viu o modo que a negridão fedorenta da infecção só sentou nas extremidades do composto, não vindo mais perto, mas não afastando. O momento que um E tentou aproximar-se disto, deslizou longe, só para retornar uma vez que o E afastou-se. Vasic não estava certo que os Arrows estavam protegidos do contágio insidioso, mesmo dadas suas proteções altamente desenvolvidas, mas a teoria não podia não ser testada, não com a imunidade dos Es derramando sobre eles. — O risco aumentará exponencialmente. — Imunidade não era tudo; Um dos infectados podiam facilmente esmagar o crânio do empata com um objeto cego. — Você será exposta para a entrada pró-Silêncio. — Faíscas de cor, isso era o que a mente de Ivy parecia dentro do Firewall criado pela unidade Arrow, um diamante lascado com luz. Pele esticada acima de suas maçãs do rosto, Ivy disse, — Valerá a pena se nós conseguirmos parar até um único surto. Ele entendeu-a bem o suficiente para achar a direção de seus pensamentos. — Você não podia ter parado hoje, Ivy, — ele disse. — A quantia de infecção achada no córtex cerebral das vítimas que já sofreram autópsia mostra exposição a longo prazo, eles estavam mortos antes mesmo de eu vir para você no pomar. Ele só percebeu o que disse quando os olhos de Ivy foram enormes com angústia. Desta vez, ele não rejeitou seus instintos. Alcançando-a, ele a


embrulhou em seus braços, sua bochecha apertada contra sua têmpora. — Eu lutarei, Ivy, — ele jurou novamente quando seus próprios braços bloquearam ao redor dele. — Eu lutarei.


Capítulo 30 Quanto mais nós podemos aguentar? PurePsy assassinou centenas de milhares, e agora nós estamos canibalizando-nos em loucura. Nossa raça parece dirigir-se à extinção. Carta ao Editor assinada “Perdido e Sem Esperança,” PsyNet Beacon

KALEB SE ENCONTROU COM Vasic e Ivy Jane próximo às onze da tarde no horário deles, tendo conseguido cinco horas de sono no ínterim. A empata estava inflexível sobre mudar-se para uma zona infectada, e Kaleb concordou com sua lógica. Deixando ela e Vasic para ver com os outros Es se eles queriam seguir a mesma rota, ele teleportou-se para o escritório de Nikita Duncan no centro de São Francisco. — Eu recebi sua mensagem, — ele disse para ela e o macho que permaneceu olhando para fora das janelas de vidro à esquerda da escrivaninha de Nikita. Anthony Kyriakus girou, seu cabelo escuro prateado nas têmporas e seu porte de um homem que era a cabeça de uma das famílias mais influentes na Net. — Ancorage? — Lidado no momento. Eu terei Silver enviando-lhes um relatório. — Enquanto Kaleb não considerou nenhum dos ex-Conselheiros um aliado no sentido em que ele confiava neles, os três atualmente tinham as mesmas metas em mente. — Existe um problema? Nikita trouxe uma avaliação financeira numa tela na parede sem levantar de sua escrivaninha, o lustroso preto de seu cabelo escovando seus ombros. — Os preços das ações de companhias Psy caíram vertiginosamente depois dos eventos no Alasca. — Os olhos inclinados de um marrom profundo enfocaram na tela enquanto ela usou um controle remoto para destacar vários pontos significantes. — Isto pode enfraquecer a estrutura do governo inteiro. Coalizão Governante de lado, aquele governo era verdadeiramente mais uma ditadura no momento, mas Kaleb viu seu ponto. Ele só podia levar a PsyNet para onde queria se tivesse o suporte das corporações importantes. — Opções? — Nikita era uma mulher de negócios inumana, o que seria tolo não aproveitar-se de seu conjunto de habilidades.


Inclinando-se em sua cadeira, ela juntou as mãos na frente dela. — Se NightStar estiver disposto, — ela disse com um olhar em Anthony, — eu sugiro que nós vazemos visões de um futuro quando tudo está tranquilo. Em outras palavras, mentir. Não uma solução a curto prazo ruim. — Anthony? — Kaleb virou para o homem cuja linha familiar produziu mais previsores que qualquer outra; O mais preciso e talentoso F-Psy no mundo era um Kyriakus. Aquela mesma linha familiar produziu a mulher que ele deixou enrolada aquecida e sonolenta e em sua cama, o que tecnicamente fez de Anthony e Kaleb família. Os dois tiveram uma compreensão muda para ignorar aquele fato desajeitado. Agora, Anthony disse um curto, — Não. — Quando os olhos do macho mais velho encontraram os de Nikita, Kaleb teve o sentimento que ele estava no meio de um argumento. Interessante. — NightStar não pode arriscar manchar sua reputação. — Nesse caso... — Nikita quebrou a intensidade do contato visual para enfrentar Kaleb — ...eu sugiro que nós comecemos a comprar ações desvalorizadas e permitimos isso vazar. Será assumido que nós sabemos algo que a população não sabe, que nós poderíamos até estar propositadamente orquestrando as mortes para nosso próprio benefício. O que, Kaleb pensou, conduziria aqueles preços de volta para cima. — Funcionará como uma solução paliativa. — Nós precisamos apresentar uma forte estratégia financeira a longo prazo. — As luzes de São Francisco reluziram atrás de Anthony quando ele continuou a falar. — Eu assumo que você foi responsável pela inversão hoje mais cedo de um conglomerado que buscava cinzelar lucros? — Um Arrow, — Kaleb disse a eles e foi uma lembrança deliberada da quarta parte desta Coalizão Governante. — Para uma solução econômica a longo prazo, eu acho que Nikita é o mais capaz de elaborar algo executável. Nikita? Um frio assentimento. — Envolverá discussões individuais com os mais influentes homens e mulheres de negócios na Net. Onde eles forem, outros seguirão. Ovelha, Kaleb pensou novamente, mas admitiu silenciosamente que essa falta perigosa de independência estava mudando. Irritantes ou não, Vozes Silenciosas também era um sinal de uma sociedade que estava reformando-se. — Eu porei em operação agora as compras das ações.


Foi assim que todos três agiram de uma vez em seu plano paliativo. Quando uma rua mais baixa de Manhattan estourou em um banho de sangue cinco horas mais tarde, o mercado de ações cambaleou, mas não caiu. As vítimas eram secundárias no esquema das coisas, quarenta e cinco mortos com vinte em coma. Pareceu que outro insidioso tentáculo de infecção acabou de escovar a pequena seção da rua, tomando todo mundo em seu caminho. As boas notícias eram que a hipótese de Kaleb e Aden sobre a infecção ser mais lenta para corroer o tecido da Net, em comparação com a velocidade com que moveu-se no cérebro, foi provada correta. Como com Ancorage, não havia nenhum rompimento na Net. — Nós temos que começar a pensar sobre retenção, — Kaleb disse para Sahara uma hora mais tarde, como os dois examinando cuidadosamente cada detalhe de ambos os surtos na investigação dele. — É hora de se preparar para o pior cenário. — Os empatas tinham sido acordados muito tarde, eram muito crus e destreinados, e Kaleb não podia esperar por eles acharem seus pés. Sahara sugou uma respiração onde se sentou no outro lado de sua escrivaninha, olhos azuis escuros sombreados. — Cortar o tecido infectado para parar a podridão de matar a Net inteira. — Ela abraçou seus joelhos para seu peito. — Os filamentos finos de infecção, nós não podemos saber o quão fundos eles escavaram. As seções exteriormente saudáveis podiam ser jarros petri de infecção. — Isto é o maior problema. — Antes dele começar a fazer os cortes cirúrgicos que rasgariam a Net em um número desconhecido de segmentos, ele precisava saber como identificar o inimigo. — A DarkMind, — Sahara começou. Kaleb balançou a cabeça. — Está tendo dificuldade de distinguir aqueles finos tentáculos de sua própria imagem. — Nascida da mesma auto-aversão que dirigiu uma raça inteira a abandonar suas emoções, a infecção e o DarkMind era família. — Mas eu continuarei tentando fazê-la se concentrar. Kaleb encontrou o olhar da mulher que Judd chamou de companheira de Kaleb. Os humanos chamaram-na sua amante. Kaleb simplesmente chamou-lhe de sua. E ele precisou saber que ela compreendida, que estava com ele. — Se os empatas acharem uma solução antes de eu compreender como definir os tentáculos de infecção, eu vou apoiá-los cada centímetro do caminho. — Porque isto não era sobre poder ou política, mas sobre as pessoas que Sahara o pediu para salvar. Levantando de sua cadeira, ela veio embrulhar seus braços ao redor de pescoço dele por trás, sua bochecha apertada na dele. — Quanto tempo nós podemos dar aos empatas?


— Nesta velocidade, talvez um mês. — Depois disso, o PsyNet cessaria de existir exceto como fragmentos dispersos através do mundo. Alguns sobreviveriam, e possivelmente fundiriam de volta em uma unidade maior em algum estágio, mas as seções infectadas iriam todas eventualmente erodir e colapsar, apagando as vidas de milhões. O problema era, Kaleb estava começando a ver sinais que a maioria da Net estava infectada.


Capítulo 31 A designação E não tem subdesignações oficiais. Isso não significa que essas subdesignações não existem. Extraído de A Misteriosa Designação E: Dons e Sombras Empatas por Alice Eldridge

TANTO QUANTO IVY desejava que pudesse ficar com Eben, ela não estava em posição de oferecer uma casa a ele. Por enquanto, o menino estava melhor com o tio paterno, que era seu novo guardião legal. — Uma vez que tenhamos superado isso, — ela disse a ele, enquanto caminhavam para fora da cabana na manhã seguinte, — eu quero que você volte, para iniciar o treinamento especializado. O olhar de retorno do adolescente esguio sustentava uma nova maturidade. — O que eu devo fazer enquanto isso? — Proteja-se tão profundamente quanto você puder. — De acordo com Kaleb Krychek, a NetMind estava protegendo mentes empáticas de serem descobertas, exceto por aquelas que, como Ivy, tinham ficado totalmente ativas, mas ninguém sabia se e quando a habilidade da neosenciente de fazer tal coisa poderia ser comprometida pela infecção. — Se você sentir qualquer tipo de ameaça, psíquica ou física, contate a mim ou a Vasic, e nós vamos buscá-lo. — Eu vou. — Abraçando-a, ele se inclinou para acariciar Rabbit. — Eu espero que você solucione isso, Ivy. — Eu também, — ela sussurrou. Abbot esperou até que o adolescente houvesse acenado um adeus antes de teleportá-lo para sua nova casa. Esperando que ele ficasse seguro, Ivy cruzou a neve até o laço de Es reunidos na clareira em frente às cabanas. Ela já havia dito a eles a sua decisão e a razão desta, bem como o fato de que ela poderia muito bem estar errada. Agora, Brigitte se virou para ela, um cachecol amarelo espesso enrolado no pescoço. — Nossos Arrows vão conosco se decidirmos seguir o seu caminho? — Sim. — Como Vasic tinha apontado, as ameaças que eles enfrentariam não viriam apenas da podridão rastejante da infecção.


— Eu acho que você está errada em certo sentido, — Chang disse, sobrancelhas puxadas juntas acima dos olhos apertados. — Você deveria ter um parceiro empata, pelo menos assim você pode testar diferentes métodos. Ivy não tinha querido pressionar qualquer um fazendo esse pedido, mas agora Jaya deslizou seu braço através do de Ivy. — Eu planejava te perguntar se você se importaria de ter alguma companhia. — No nível telepático, ela acrescentou, Abbot e eu acreditamos na sua teoria. Ivy apertou a mão da amiga. — Estou com medo, — Concetta sussurrou, seus olhos âmbar miseráveis em seu rosto em forma de coração. — Eu acordo com pesadelos do mal oleoso e feio, minha respiração engasgada na minha garganta. — Eu não acho que podemos eliminar a nossa consciência da escuridão. — Ivy, também, tinha acordado banhada em suor mais de uma vez, com o coração batendo tão forte que era tudo que ela podia ouvir. — Sim, nós podemos. — Concetta colocou os braços ao redor de si própria, seu casaco de lã de um bege pálido. — Se voltarmos a dormir, voltaremos a ser normal! Ao lado dela, Isaiah enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans. — Você pode fazer isso. — A voz dele era inexpressiva, a mandíbula rígida. — Mas não são só os pesadelos que você estaria perdendo. O rosto enrugando, Concetta correu em direção a sua cabana. Jaya olhou na direção da outra mulher, uma expressão desamparada no rosto. — Eu devo...? — Deixe. — O tom áspero, Isaiah resolutamente não se virou para olhar para onde Concetta tinha ido. — Nós temos que, cada um, tomar essa decisão por nossa conta. Se o Conselho e as nossas famílias não tivessem nos ferrado quando crianças, nós não precisaríamos, mas os bastardos nos ferraram. Eu, por exemplo, não tenho a intenção de ser um covarde me escondendo em uma cabana na floresta. Ivy pensou no livro de Eldridge que Sascha tinha compartilhado com o grupo. No passado, enquanto alguns empatas tinham ajudado aqueles com doenças mentais terríveis, outros tinham trabalhado como conselheiros escolares ou, mesmo, em escritórios corporativos. Es cobriam um espectro tão amplo quanto qualquer outra designação. Parecia que a mente de Penn tinha seguido na mesma direção, porque o homem grande encarou Isaiah, o sotaque pesado enquanto ele disse, — Nem todo mundo está destinado a ser um soldado. Não significa que o que eles têm a oferecer não é de valor.


Ombros tensos, Isaiah não respondeu, mas saiu um minuto depois. Ele voltou com a mão segurando a de Concetta cinco minutos depois daquilo. No final, a decisão de deixar o complexo para se dirigir às zonas infectadas foi unânime. Não demorou muito mais tempo para confirmarem as parcerias. Penn acabou com Isaiah e Concetta, desde que Concetta não estava, obviamente, preparada para lidar com a infecção diretamente. Ao invés disso, ela iria focar nas vítimas, ver se ela poderia ajudar a aliviar o trauma delas. — Esta vai ser a nossa última noite juntos, então, — Chang disse, depois que tudo foi resolvido. — Eu sugiro jantarmos juntos. Todos nós, empatas e Arrows. Isso foi o que eles fizeram, trazendo cadeiras adicionais para a cabana dos Arrows. Os Arrows ficaram quietos, mas não mais no silêncio do que tinham ficado no início, todos eles adicionando seus pensamentos ao intenso debate sobre possíveis táticas. As responsabilidades de segurança dos Arrows significavam que eles alternavam dentro e fora, e sempre que Vasic estava fora, Ivy sentia tanto a falta dele que não conseguia respirar. Jaya, Abbot, você e eu seremos posicionados em Nova York, ela disse a ele telepaticamente. Um dos outros tem família no Alasca e solicitou Anchorage. Inicialmente, esse tinha sido o destino que Ivy tencionava. Eu vou arranjar apartamentos perto da rua que sofreu o surto hoje. Obrigada. É o meu trabalho, Ivy. Não há necessidade de me agradecer. As unhas dela picaram as palmas das mãos. Isso é tudo o que eu sou para você? Um trabalho? Por que você me faria uma pergunta que você já sabe a resposta? Ela pensou nos braços dele em volta dela, no jeito carinhoso que ele tinha de embalar a parte de trás da cabeça dela... e ela se permitiu pensar na coisa feia que nunca tinha esquecido. Que o homem que a segurava com tanto cuidado tinha uma bomba-relógio no braço. Ivy? Eu estou brava com você, ela disse, pânico e náusea torcendo dentro dela. Fique quieto. Quando ele voltou para dentro uma meia hora depois, ele tentou pegar o olhar dela. Assustada por aquilo e zangada com ele por ter feito uma decisão que poderia acabar com eles antes que começassem, ela manteve o olhar teimosamente nos outros. Quando a conversa finalmente acabou, ela levantou-se e foi para sua cabana, Rabbit saltando em frente e Vasic uma sombra silenciosa ao lado dela.


— Não seja bobo, — ela estalou quando ele foi tomar uma posição de vigilância na varanda. — Está nevando. — As palavras afiadas pingavam carmesim com sangue do próprio coração dela, a pura injustiça da lâmina pairando sobre o pescoço de Vasic fazendo-a querer enfurecer, gritar e jogar coisas em fúria inútil. Ele entrou na cozinha e se encostou à parede, enquanto ela pisava ao redor arrumando seus pertences. Não demorou muito, e então ela já não podia evitar olhar para a coisa horrível no braço dele, a coisa que estava matando-o. — Se eu não puder desfazer isso, você vai ficar brava comigo até o fim? A calma pergunta a quebrou. — Não, — ela sussurrou, a garganta em carne viva. — Eu só preciso ficar zangada primeiro. — Antes que ela afundasse nele, tão profundamente que ele deixaria uma tatuagem de si mesmo nas células dela, uma memória que nunca se desvaneceria. — Você gostaria de ir para algum lugar? Ela ergueu a cabeça de onde ela estava escrevendo o nome dele repetidas vezes no balcão com a ponta do dedo. — O quê? — Eu estou fora do turno pelas próximas seis horas. — Sim. — Tentando pensar além da tempestade de raiva e agonia dentro dela, ela olhou para seu jeans e suéter branco com caimento no pescoço, tendo tirado a jaqueta dele quando ela entrou na cabana. — Estou vestida apropriadamente? — Sim. — Ele se aproximou. — Gostaria de levar Rabbit? Deus, como poderia este homem incrível ter alguma vez pensado que estava tão além da redenção, que se ofereceu para uma experiência que era uma sentença de morte? Sufocando as palavras porque ela não queria lutar mais com ele, ela disse, — Ele apreciaria a aventura. — Inclinando-se, ela pegou seu animal de estimação nos braços. — Prontos. — Feche os olhos. — Uma pausa, os dedos dele subindo para apenas roçar o cabelo dela. — Por favor. Fascinada e com o coração partido, ela fez isso e sentiu o ligeiro brilho psíquico de um teletransporte. Quando Vasic murmurou, — Abra, — ela ergueu os cílios para encontrar-se no topo de uma duna de areia, em meio a um mar impressionante de ondulamentos de areias iluminada por uma enorme lua prateada. Um suspiro escapou dela, maravilha pura em seu sangue. Ela nunca tinha estado em qualquer lugar perto de um deserto, exceto por aqueles instantes fugazes na noite anterior, quando Vasic tinha perdido o controle. "Está frio!" ela disse enquanto Rabbit pulou dos braços dela.


— Temperaturas caem abruptamente durante a noite aqui. Totalmente hipnotizada, ela sentou-se na fina, fina areia, enquanto Rabbit cheirava desconfiadamente o ambiente desconhecido antes de sair correndo pela duna. — Eu nunca vi uma lua tão enorme. — Ela quase podia alcançá-la e tocála, assentada assim tão pesadamente no céu. Sentado ao seu lado, Vasic disse, — Eu venho aqui para pensar. — Eu entendo. — Era tranquilo sem ser estéril. A sílica brilhava sob o luar, uma brisa suave brincava com os aglomerados raros de grama que ela podia ver à distância, e as dunas lançavam na lua borrada sombras que transformavam a paisagem em uma pintura a óleo. — Obrigado por me mostrar, — ela disse, observando Rabbit perseguir presas imaginárias abaixo deles. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos. Não era um silêncio confortável, a beleza assombrosa da noite não era suficiente para fazer Ivy esquecer o que Vasic tinha feito. Era estúpido sentir-se traída, mas ela se sentia. Ele deveria ter sabido, deveria ter esperado que ela o encontrasse, uma parte teimosa e irracional dela chorava. — Você ainda está com raiva? A raiva dela desmoronou. Inclinando a cabeça contra o braço dele, ela disse, — Eu sinto muito por jogar meu temperamento em você. Vasic colocou o braço enluvado ao redor dos ombros dela. — Eu gostaria de ter te conhecido há dez anos. As palavras dele destruíram-na, carregando tanta perda, uma dor tão bem contida. O que, ela pensou com uma pontada de fúria, seu homem forte, ferido e belo tinha sido forçado a fazer nesses dez anos? Ela não perguntou, não querendo contaminar o refúgio dele com tão terríveis memórias. — Olhe, — disse ela em vez disso, — Rabbit está tentando subir a duna. — Seu pobre cãozinho continuava deslizando, incapaz de descobrir como fazer com que a areia se comportasse. Rosto definido em linhas cada vez mais teimosas, Rabbit continuou a tentar em uma exibição adorável de vontade. — Vamos, — ela disse a seu animal de estimação, — você pode fazer isso. Você pode fazer isso, Rabbit. E então ele estava subindo, lentamente, mas seguramente. Ela deu um tapa de leve no peito de Vasic. — Você está o ajudando. — Parece justo desde que eu o trouxe aqui. Rabbit deixou-se cair ao lado deles segundos depois, com os olhos fechados e rabo abanando lentamente enquanto ele descansava de seu trabalho. Ivy foi acaricia-lo quando Vasic ficou de pé, ligeiramente desequilibrando-a. Ela apoiou a mão na areia, olhou para cima. — Nós temos que ir?


Ele balançou a cabeça e voltou para baixo... só que, desta vez, ele sentouse atrás dela, as pernas dele em ambos os lados das dela e o peito um muro duro nas costas dela. Envolvendo os braços ao redor dela, ele abraçou-a. Ela não se encolheu ante a luva; a peça de tecnologia em mau funcionamento era parte de Vasic e tão irritada como a deixava, ela nunca iria rejeitá-lo de qualquer forma. Neste segundo, no entanto, o foco dela não estava no hardware. Nem estava na paisagem deslumbrante. Não com seu corpo deliciosamente aprisionado pelo calor musculoso dele. Pulso correndo enquanto um fino brilho de suor irrompeu sobre sua pele, ela sussurrou, — Vasic. A respiração dele estava quente contra o pescoço dele conforme ele se inclinou... e, então, ela sentiu seus lábios roçando sobre o lugar onde seu pulso pulava. Choramingando, ela agarrou as coxas dele. Os músculos do antebraço dele esticaram em resposta, empurrando os seios dela, mas ele não intensificou a intimidade, não chegou para apertar a carne necessitada, apertar os mamilos. Não, Vasic foi paciente. Dolorosamente paciente. Ele explorou-a com uma atenção erótica com detalhes que a fizeram se contorcer. Mas, não importou quanto ela implorasse e suplicasse, ele não permitiria que ela se virasse. — Eu vou perder o controle, — ele disse abruptamente. — Deixe-me ser egoísta. — Se isto é você sendo egoísta, — ela suspirou, cerrando as coxas juntas em um esforço vão para aliviar a dor interna, "Eu nunca vou sobreviver a sua versão generosa." Ivy – outro beijo – deixe-me. Foi quando Ivy percebeu que ela tinha um sério calcanhar de Aquiles quando se encontrava negociando com certo Arrow. Ela não podia dizer não para ele. Tremendo na umidade conforme ele abria a boca como se estivesse saboreando-a, ela derreteu-se nele e o deixou ser tão egoísta quanto ele queria.

VASIC encontrou-se com Aden ao amanhecer seguinte, no fundo do bosque que rodeavam as cabanas. — A luva, — ele disse, — eu preciso que você me ajude a percorrer qualquer solução possível, não importa quão perigosa. Aden, que tinha se oposto ao procedimento desde o início, disse, — Eu tenho me mantido atualizado com a ciência desde o dia em que você ofereceu. Edgard e o time da biofusão têm trabalhado até o limite e estão agora em um beco sem saída. A única pessoa que pode ter uma resposta é o inventor original do conceito, mas...


— Todas as indicações são de que Samuel Rain está morto. — Vasic tinha tentado se teletransportar para o brilhante engenheiro, usando o rosto como uma chave, sem sucesso. A única outra coisa que poderia explicar o fracasso do teletransporte era um complexo escudo telepático. No entanto, dado o fato de que Samuel Rain tinha literalmente desaparecido da face do planeta, deixando projetos semiacabados quando ele era conhecido por ser meticuloso e obsessivo sobre o seu trabalho, aquela era uma insignificante possibilidade na melhor das hipóteses. Agora, seu parceiro encontrou seu olhar. — Depois de dar a você o último relatório, — disse Aden, — Edgard recebeu os scans transversais de vários componentes que ele não tinha considerado uma prioridade porque eles foram projetados para durar uma vida. Toda a equipe da biofusão trabalhou toda a noite para verificar novamente aquele dado – ele me enviou os resultados 20 minutos atrás. O fato de Edgard Bashir ter querido que Aden desse as notícias alertaram Vasic de que seriam ruins antes mesmo que seu parceiro lhe transmitisse telepaticamente o breve relatório. De acordo com ele, a equipe tinha encontrado degradação grave e inexplicável em uma série de pequenos componentes internos que faziam a interface dos componentes eletrônicos da luva com o cérebro dele. Aquelas peças eram o porquê de aquilo ser biofusão; as conexões permitiam que ele controlasse a luva com um pensamento, transformando-a de uma ferramenta transplantada em, simplesmente, uma outra parte de seu corpo. Quando os componentes listados falharem, dizia o relatório, irá inflamar uma onda de energia diretamente em seu córtex cerebral. A chance de sobrevivência dele é zero. Caso nenhum outro componente degrade enquanto isso, a luva irá fazer com que o sujeito sofra um evento neurológico fatal em oito semanas, contabilizando uma margem de erro de uma semana a menos ou a mais. Vasic olhou para o amanhecer conforme uma fria e dura raiva quebrava através do entorpecimento que só as suas emoções por Ivy tinham sido capaz de penetrar até agora. Teletransportando-se para o deserto com Aden, ele libertou a raiva em uma ribombante tempestade telecinética que sugou a areia em violentos tornados que uivavam em toda a paisagem tão longe quanto seus olhos podiam ver. Se a mente dele tentou lhe dizer que a emoção era dolorosa, ele não ouviu, não sentiu, a raiva consumindo-se em fúria. Ele não sabia quanto tempo durou, mas quando o vento diminuiu, o cenário já não era o mesmo em que Rabbit tinha brincado apenas algumas horas antes, as dunas deixadas em um padrão desconhecido. O pulso socando na garganta e olhos e boca arenosos com a areia fina, Vasic deixou o sol quente do deserto bater em cima dele e soube que ia continuar lutando, continuar procurando uma resposta. Ele nunca desistiria. Mas... ele não iria dizer a Ivy a verdade sobre o atual alcance de sua vida projetada. Ele iria contra o conselho de Judd e manteria um segredo. Ele não a


queria triste e com raiva de novo, estava sedento pelo sorriso dela, os suspiros suaves quando ela se tornava mel sob o toque dele. Mesmo sabendo o que ele era, o que ele tinha feito, ela tinha o escolhido, permitido que ele colocasse as mãos sobre ela. — Você vai ter certeza de que ela está segura depois que eu me for? — O coração dela iria quebrar; sua fiel e bela Ivy iria chorar por ele. Aden, o cabelo empoeirado da tempestade de areia e o uniforme da mesma forma, lançou a Vasic um olhar que era tanto uma resposta. A pergunta não precisa ser feita. — Eu não vou te perdoar, — seu parceiro disse no silêncio. — Não me peça isso. Vasic aceitou isso. Voluntariando-se para a luva, ele tinha quebrado a confiança formada entre eles quando tinham sido dois meninos assustados que não tinham mais ninguém a quem recorrer, uma relação de confiança de fraternidade que dizia que iriam lutar juntos até o fim. — Eu fui fraco, — ele disse. — Eu vou ser forte agora. Aden não olhou para ele. — Se você fosse fraco, você teria se matado anos atrás. É a sua força que condenou você e sua lealdade. — Aden cerrou a mandíbula tão apertada que o osso puxou um branco contra sua pele. "Pegue sua chance de ser feliz, Vasic. Fique com a Ivy. É uma pequena recompensa suficiente pelas vidas que você salvou. — E as vidas que eu tirei? — Você deu a si mesmo uma sentença de morte.


Capítulo 32 Relatos de um "nada" oleoso e preto na Net têm estado escorrendo por semanas. Agora houve um surto inexplicável de insanidade assassina em Anchorage, seguido por outro, em Manhattan. Algo está claramente muito, muito errado com a PsyNet. PsyNet Beacon: Edição Especial

HAWKE ENCONTROU KALEB Krychek na mais remota seção da floresta ao redor do complexo empata. O outro macho não estava vestido com um terno bem alinhado de costume, mas em calças cargo escuras, botas e uma camiseta verde camuflagem que expunha seus braços para o frio, incluindo uma intrincada tatuagem de uma águia no interior do antebraço esquerdo. Seus olhos, no entanto, eram os mesmos. Estrelas brancas no preto. Cardeais e implacáveis. — Krychek, — disse Hawke, mantendo o olhar do outro homem. — Hawke. Se alguém tivesse dito a Hawke seis meses atrás que ele estaria trabalhando em cooperação com Kaleb Krychek em qualquer trabalho, ele teria sugerido a esta pessoa que encontrasse um bom profissional de saúde mental. Mas isso era exatamente o que ele estava fazendo. Krychek tinha sido a fonte que havia confirmado a localização de Ming na Europa. Mais importante, o cardeal tinha ajudado a evitar o que poderia ter sido um catastrófico ato de assassinato em massa em San Francisco durante um tumulto violento do PurePsy. — Isto é sobre Ming, — disse Krychek sem mais delongas. — Eu estou pedindo que você atrase o seu movimento contra ele. O lobo de Hawke rosnou dentro de seu peito. — O homem é uma ameaça à minha companheira. — Ele cruzou os braços sobre a camiseta branca. Ao contrário de Krychek, ele não era um Tk, não podia afetar as moléculas de ar em torno de si mesmo, seu corpo changeling era simplesmente muito mais resistente ao frio. Agora, o cardeal deu um breve aceno. — Entendido. Hawke sabia que não era apenas uma palavra. De tudo o que ele tinha ouvido Lucas falar, Krychek e Sahara Kyriakus estavam vinculados da mesma


maneira que companheiros changeling. — Então você sabe que eu não posso atrasar. — Eu não tinha nenhuma intenção de entrar no seu caminho, Ming não é meu aliado, — disse Krychek. — No entanto, as circunstâncias mudaram. As garras de seu lobo picando contra o interior de sua pele, Hawke sacudiu a cabeça na direção das árvores à frente. — Vamos caminhar. Eu não posso ficar parado e falar sobre aquele bastardo. —Você já ouviu falar da crescente instabilidade da Net. — Os movimentos de Krychek eram quase tão silenciosos quanto os de um changeling. — Sim, difícil não ouvir. — Hawke se inclinou para correr a mão pela pele de um lobo selvagem que tinha trotado para se juntar a eles, as patas silenciosas na neve. — Você está dizendo que a morte de Ming poderia tornar a situação pior? — O Conselho pode não existir mais, — Krychek disse quando eles começaram a andar de novo, — mas Ming ainda tem o maior exército pessoal de todos os ex-conselheiros. Os números dele são ainda maiores do que o meu, e ele está tendo uma importância significativa para manter a calma na Europa. Hawke queria rasgar Ming em pedaços com apenas suas mãos pela dor que ele tinha causado a Sienna, mas ele sabia que sua companheira seria a primeira a dizer-lhe que nenhuma vingança valia a pena a vida de, até mesmo, um único inocente. Foda-se. — Vou discutir isso com Sienna.

HAWKE correu em forma humana uma hora depois que Krychek teletransportou-se, a ondulação do vento gelado através de seu cabelo e colando sua camiseta no peito. Cinco lobos selvagens corriam com ele, as árvores passando em um borrão de verde escuro e neve branca, o cheiro de pinho denso em suas narinas enquanto ele instintivamente navegava pela floresta que era seu território... enquanto ele seguia o cheiro de fogo de outono e um tempero selvagem e sem nome. Sienna estava rindo com outro soldado SnowDancer quando ele localizoua em sua posição de sentinela em negligência, mas a cabeça dela se virou na direção dele mesmo antes de ele romper das árvores. Acalmaram-se as bordas irregulares dentro dele ao vê-la, o amor dela por ele um fogo ondulando ao longo da ligação de acasalamento.


Trocando cumprimentos com o outro soldado na vigilância, Hawke esperou até que o jovem macho tivesse prosseguido em sua observação de segurança antes de abrir a boca para falar com Sienna. Ela o derrotou nisso. — Qual é o problema? — A luz de estrelas dos olhos cardeais dela percorreu seu rosto, enquanto ela pousava as mãos sobre o peito dele. — Você está tenso o suficiente para estalar. Ele desfez a trança arrumada na qual ela tinha domado seu cabelo. — Hawke! — A advertência era mais carinhosa do que afiada. — Não perca o laço, pelo menos. Indo para os braços dele depois que ele libertou a seda vermelha rubi, ela segurou-o enquanto ele esfregava o lado do rosto dele contra a maciez, aterrandose em privilégios de pele com sua companheira. O lobo esfregou contra o interior da sua pele ao mesmo tempo, desejando o toque dela tanto quanto o homem. Ele permitiu que suas garras deslizassem de seus dedos onde ele curvava a mão ao redor da nuca dela, cedendo à necessidade do animal o suficiente para acalmá-lo. Sienna não vacilou. Fechando os olhos em vez disso, ela se inclinou para trás de seu abraço. — Você se lembra da noite que nós dançamos na floresta? Ele rosnou. — Você quer dizer na noite em que você decidiu causar um tumulto naquele maldito clube? — Ela estava dançando em cima do bar quando ele chegou, vestindo botas e jeans fodas que poderiam muito bem ter sido pintados no corpo, a camisa abraçando fielmente cada doce curva feminina. Erguendo-se na ponta dos pés com a jaqueta de inverno quente, mas leve, pressionando contra o peito dele, ela beliscou seu queixo. — Eu só estava tentando chamar a atenção de certo lobo teimoso. — Ela jogou os dedos pelo cabelo dele, acariciando-o para acalmá-lo. — Fale comigo. E ele falou. Porque ela era sua companheira, que o conhecia ao âmago e que não aceitava nenhuma besteira. — Krychek me pediu para adiar o ataque contra Ming. Sienna estreitou os olhos enquanto os lobos selvagens que tinham corrido com ele decidiram perambular à beira do ponto de vigilância. — Desde que nós sabemos que ele ficaria mais do que feliz em ver Ming morto, eu estou supondo que isso tem a ver com a infecção que Tio Judd nos informou? — Indiretamente. Acontece que Ming tem a maior força militar pessoal na Net. — Sério? Eu sempre assumi Kaleb tinha forças mais ofensivas. Hawke também tinha. — Eu acho que não importa em termos de poder adicional quando ele é tão malditamente forte por si mesmo, e quando ele tem a cooperação dos Arrows. — Pelo que Hawke sabia deles através de Judd, os


agentes mortais eram tão altamente treinados que cada um correspondia a uma centena de soldados comuns. — Judd, — ele disse agora, — foi capaz de confirmar o que Krychek me disse, que Ming está realmente usando seu exército para manter a calma na Europa. — Apesar do pânico total não ter se estabelecido ainda, as tensões estavam aparentemente crescendo a uma taxa estratosférica. — Se nós o matarmos, corremos o risco de jogar uma grande parte do continente na anarquia. Sienna deslizou seus braços ao redor da cintura dele, os dedos apertando na parte de trás da camiseta. — Essa é a coisa com Ming, você sabe. Ele é um predador, mas ele não é mau o tempo todo. — Uma torção de seus lábios. — Eu não sei se é auto conveniência política ou se ele realmente se sente responsável pela população em algum nível, mas ele entrou em cenas como essa antes, quando eu tinha doze anos, houve grandes inundações na Irlanda. Ming enviou suas tropas para distribuir suprimentos e colocar os que ficaram presos em segurança. Hawke imaginou que Sienna estava certa em seu primeiro palpite sobre as motivações do telepata, auto conveniência política. — Ming está, provavelmente, fazendo isso para fortalecer seu poder de base na Europa. — Não importa, não é? — Sienna dobrou as mãos sob a camiseta dele e contra a pele. — Nós não podemos avançar. Nenhuma vingança ou ataque antecipado vale a pena sacrificar uma única vida inocente, muito menos centenas de milhares. Hawke queria descobrir os dentes, uivar seu desafio, mas ele sabia que sua companheira estava certa. Erguendo-se na ponta dos pés após mover as mãos no cabelo dele para puxá-lo para baixo, ela disse, — Está tudo bem, Hawke. — Um beijo de palavras, seus lábios macios contra o dele. — Estou segura e Ming pode ser deixado para depois. Ele puxou o rubor dela contra o corpo e caiu com as costas na neve com ela estendida por cima dele. Os lobos selvagens imediatamente fluíram para se sentar ao redor deles, a pelagem roçando contra a pele dele. — E, — Sienna adicionou depois de empurrar o cabelo para fora do rosto e acariciá-lo alegremente, — Ming não vai ter tempo de vir atrás de mim, se ele está ocupado na Europa. — Sim, mas ele nunca vai esquecer a ameaça que você representa. — Sienna tinha vencido o ex-Conselheiro no último confronto, e a arrogância como a de Ming nunca perdoaria aquilo, mesmo que o outro homem já não tivesse decidido que se ele não pudesse controlar Sienna e sua capacidade psíquica de tirar o fôlego, então ela não teria permissão de viver.


Correndo os dedos pelo cabelo de Hawke quando um rosnado irrompeu da garganta dele, Sienna disse, — Nós esperamos e observamos. Ming pode não ser sempre mau, mas o núcleo dele é podre. Ele vai voltar a isto em breve, e quando ele voltar, nós vamos estar preparados para atacar. — Havia uma luz de prontidão para a batalha nos olhos dela, esta mulher que tinha sobrevivido a um monstro quando ela tinha sido apenas uma criança. Ele rosnou em orgulho, e segurando-a pela nuca, puxou-a para um beijo que a fez gemer. Ele beliscou, lambeu e brincou com ela, até que ela empurrou os ombros dele, com a respiração entrecortada e os lábios cheios e molhados. — Eu estou de sentinela, — ela advertiu com uma carranca falsa, antes de escapar do abraço dele para ficar em pé novamente. — Eu não posso ter as pessoas dizendo que estou recebendo favores especiais, porque eu sou a companheira do alfa. Tendo rolado em seus pés quando ela fez, Hawke deslizou a mão para a curva do bumbum dela, mergulhando a cabeça para beijá-la no pescoço ao mesmo tempo. — Você pode ter todos os tipos de favores. — Ele persuadiu-a em outro longo e profundo beijo. — Vamos esperar e abservar, — ele disse depois disso. Ming LeBon ainda estava marcado para a execução; apenas a data tinha sido alterada.


Capítulo 33 Neste capítulo, pretendo focar não nos empatas, mas naqueles que estão em relacionamentos de longo prazo com eles. Como observado nos dados estatísticos na página 237, estes indivíduos estão em todas as esferas da vida. Alguns estão em ocupações profissionais, outros no comércio ou nas artes. No entanto, a minha observação destes homens e mulheres me leva a afirmar com certeza categórica que todos eles compartilham um único traço comum, a de ser altamente tátil. Extraído de A Misteriosa Designação E: Dons e Sombras Empatas por Alice Eldridge

O BURBURINHO FRENÉTICO de Manhattan era estranho após o silêncio que tinha sido a vida de Ivy desde a mudança da sua família para uma existência rural em Dakota do Norte. Levou o curto tempo de vinte e oito horas para que sua mente se reancorasse, provavelmente porque ela não tinha estado no complexo por tanto tempo... ou porque a PsyNet sabia que ela precisava estar aqui. A rede psíquica, como todos eles estavam aprendendo, era um organismo vivo, embora nenhum deles jamais fosse verdadeiramente entender. O apartamento dela e de Vasic ficava no último andar de um prédio de cinco andares, a vista das janelas sendo uma rua movimentada. Totalmente mobilado em um estilo claro e moderno, tinha uma grande sala de estar, uma cozinha pequena e agradável, e dois quartos separados pela sala. Cada quarto tinha seu próprio banheiro. Jaya e Abbot estavam em um apartamento idêntico do outro lado do corredor, exceto que a vista deles era um pequeno parque utilizado pelos moradores desta parte da cidade. Os Arrows, é claro, tinham arranjado para que o resto do andar estivesse desprovido de inquilinos. Quanto ao elevador, Vasic e Abbot tinham manipulado para que ninguém pudesse acidentalmente, ou ao contrário, vir àquele andar, enquanto a porta para escada só podia ser aberta por meio da impressão da palma. Ivy tinha deixado a porta do seu quarto aberta desde que eles tinham chegado, mas Vasic não havia tocado-a nenhuma vez depois daquela frustrante e


maravilhosa noite no deserto, quando ele tinha ensinado a ela que seu pescoço era uma zona erógena. No início, ela tinha deixado isso de lado pelo fato de que ele estava preocupado em ter certeza que a segurança fosse hermética aqui – ela estava acostumada com o lado protetor dele agora. Não a irritava; era simplesmente uma parte de Vasic. — Ele não pode me proteger da infecção, — ela disse para Rabbit enquanto eles estavam na sala de estar, olhando pela janela para as pessoas passando por baixo, assustadas, mas inconscientes da loucura e da morte que muitos já carregavam em suas veias, — mas ele vai muito bem proteger-me de tudo o mais. Esse desejo de proteção, no entanto, não explicava a rígida distância que ele tinha mantido entre eles desde a manhã seguinte ao deserto. Ivy poderia não saber nada sobre intimidade, exceto o que ela tinha explorado com Vasic – não queria aprender com ninguém mais – mas ela confiava em seus instintos. Algo estava errado, e seu Arrow estava segurando isso dentro de si. Ele era muito bom em esconder suas emoções por trás do controle gelado, mas ela era uma empata. Era raiva que ela tinha sentido nele na última vez que ele tinha chegado perto. Uma tempestade feroz contida, tão escura e preta que a tinha feito cambalear... mas, não foi um choque. Ela estava com raiva, também. O homem que ela adorava estava morrendo, e não havia nada que ela pudesse fazer. Empurrando a dor irregular disso, porque ela fizera uma promessa a si mesma de que não iria desperdiçar o tempo que ela tinha com Vasic em arrependimento, ela colocou suas botas em preparação para a próxima caminhada deles. A angústia não era tão fácil de exilar, é claro, a bola apertada pulsando em seu peito. — Woof! Engolindo a dor com um sorriso determinado, ela esfregou a cabeça de Rabbit. — Venha, vamos explorar. — Mas por uma curta visita ao parque atrás do edifício para que Rabbit pudesse esticar as pernas, ela e Jaya tinham passado o dia anterior em exploração psíquica. Agora ela precisava testar se ela podia sentir os infectados nas ruas. — E — ela fez uma careta — Eu acho que é hora de lembrar um Arrow como falar. Ficando de pé, ela esfregou as mãos sobre o jeans que ela tinha combinado com um suéter branco e um casaco de cor framboesa que ela tinha trazido de casa e nunca usado porque ela preferia a jaqueta de Vasic. Infelizmente, faria com que ela se destacasse quando precisava se misturar. Isso não significa que ela iria devolvê-la para ele.


Um passo na porta do quarto dela. — Você está pronta? Ivy olhou para cima... e sua boca se abriu. Ela tinha se acostumado a ver Vasic em uniforme de combate preto, não tinha considerado, realmente, o que poderia parecer em roupas de civil. A resposta era que ele parecia sedutor. "Quente" era a palavra que as outras raças utilizavam; ele parecia quente. Tão quente quanto a pele dela ante a visão dele. Jeans azul sobre as botas de combate, camiseta preta, uma jaqueta preta de couro preto-sintético de pescoço alto que ele havia deixado aberta, ele estava... Ivy não tinha palavras. Ela só sabia que queria se lançar sobre ele. Sem colete de blindagem, ela percebeu com um aperto dos músculos baixos de seu corpo. Se ela o acariciasse no peito agora, ela seria capaz de sentir todo aquele músculo tenso e lindo, o macio algodão da camiseta um pequeno obstáculo para sua exploração. Especialmente desde que ela poderia empurrá-la para cima, roçar o abdômen dele com a ponta dos dedos. — Tem alguma coisa errada? — Ele chegou mais perto conforme Rabbit corria de volta de onde tinha estado bisbilhotando no quarto de Vasic. — Não. — Sorrindo, ela acariciou com uma mão a jaqueta dele e pensou apenas em esperança, em um futuro desconhecido cheio de possíveis respostas à pergunta letal da luva. A morte dele não estava gravada na pedra. Então, ela viveria com ele, brincaria com ele, iria adorá-lo. — Você está lindo. Vasic fechou a mão sobre a dela, e foi como chuva em sua alma seca. — Roupas civis pareceram apropriadas. — Sim, muito. — Boca curvando-se ante o fato de que ele era totalmente sem noção do impacto de sua beleza masculina, ela ousou roçar os dedos pelo ombro dele apenas para tocá-lo um pouco mais. Seus dedos dos pés curvaram-se quando ele não protestou o direito dela de acariciá-lo... e a mesma maldade audaciosa que tinha dado a ela a coragem de mandar para ele uma imagem erótica, sussurrou uma outra sugestão em seu ouvido. Coração batendo duro e urgente contra suas costelas, ela levantou-se na ponta dos pés. — Você vai se inclinar um pouco? — Por quê? Ela mordeu o lábio inferior, viu os olhos dele acompanharem a ação, o inverno congelante da íris sombreado pelos cílios. O estômago dela torceu em nós, os confetes e as borboletas presas dentro. — Porque eu pedi. Uma ligeira hesitação que quase a fez querer sorrir, exceto que o sangue dela era uma onda rugindo nos ouvidos, a pele formigando com uma sensação que ela não podia nomear. Então, ele baixou a cabeça apenas o suficiente para que ela pudesse alcançar a boca dele. Não dando-se tempo para perder a


coragem, ela curvou a mão livre sobre a força quente da nuca dele e roçou os lábios dela uma vez, duas vezes sobre o dele. Ela não sabia como beijar, nunca tinha feito isso antes, mas ela tinha visto humanos e changelings beijando, e tinha convencido a si mesma que não poderia ser muito difícil. Mas, era... porque este era Vasic, que fazia os neurônios dela pararem de funcionar e o corpo dela ansiar. Descendo para fixar-se sobre os pés depois daquele leve contato que disparou um relâmpago através do corpo dela, o peito arfando, ela esperou, incapaz de encontrar o olhar dele. Quando ele não se moveu, não falou, ela perdeu a coragem, finalmente, e se virou para partir. Dedos masculinos inflexíveis algemaram o pulso dela. — Ivy, olhe para mim. A voz dele enrolou-se ao redor dela como uma pancada. Respirando rápido, ela obedeceu à ordem e sentiu seu espírito mergulhar. O rosto dele estava puxado, a expressão rígida. — Eu fiz tudo errado, não é? — Eu preciso te contar uma coisa." Ele a segurou no lugar quando ela teria se afastado. — Eu estava planejando mentir para você, mas eu não posso. Não quando... Ivy sentiu o sangue gelar quando ele se interrompeu, de repente percebendo que aquilo não tinha nada a ver com a sua técnica ruim de beijo. — A luva. Está pior. Vasic não tirou o suspense angustiante. — Sim. Oito semanas, talvez menos. Um grito de lamento quebrou dos lábios dela. Tremendo e ainda fazendo aquele som horrível que ela não podia parar, ela caiu contra o peito dele. Seus braços fecharam-se em torno dela, uma mão grande segurando a parte de trás de sua cabeça. — Cada Arrow no esquadrão está procurando na Net por respostas, ao meu lado. — A respiração dele quente contra o ouvido dela enquanto ela soluçava tão forte que seu corpo parecia estar quebrando como vidro atingido por dentro. — Eu não estou desistindo, não desta vez. De alguma forma, ela o ouviu através de sua angústia, ouviu o que ele estava tentando dizer a ela. Seu Arrow, que uma vez concebera a vida sem nenhum valor, entendia agora que valia a pensa. Isso só a fez chorar mais. Vasic abraçou-a inteira, forte e quente e tão incrivelmente vivo que ela não podia imaginá-lo de outra maneira. — Por favor, Ivy. — Ele esfregou a bochecha contra a têmpora dela. — Você está afligindo Rabbit. A respiração dela soluçava.


— E a mim. — Foi um murmúrio áspero. — Não chore. As palavras dele estilhaçaram o já quebrado coração dela. Ela sugou ar, tentou moderar sua respiração. Levou tempo, mas, eventualmente, ela podia falar sem que as palavras se fraturassem, embora sua voz estivesse rouca. — Conteme os detalhes. Vasic deu a Ivy um resumo conciso do problema. Ele odiava a si mesmo por machucá-la tanto, mas quando ela tinha acariciado-o doce e suave, o corpo aberto ao dele, ele soube que não poderia traí-la com uma mentira, não poderia tocá-la com uma falsa promessa. Agora a mandíbula dela estava determinada, os olhos vermelhos, mas claros. — Juntos, — disse ela. — Nós vamos lidar com isso juntos, se você me deixar de fora, eu vou dar uma marretada no seu gelo. — As mãos dela empunharam-se na camiseta dele, arrastando-o para baixo. — Eu realmente vou. Ninguém jamais se preocupara tão apaixonadamente com ele. — Minha feroz e corajosa Ivy, — ele disse, deslizando a mão do cabelo para a nuca dela. — Você vai me beijar de novo? As pestanas dela se agitaram e as bochechas se avermelhando, mas ela trouxe as sobrancelhas juntas em um V grave. — Não evite a pergunta. — Foi uma pergunta? — Movendo o dedo pela pele dela, ele disse, — Qualquer coisa que você quiser, você pode ter. Eu não tenho defesas contra você. A garganta de Ivy se moveu conforme ela engoliu em seco. Lembrando como ele sentira a pele dela sob os lábios naquela noite, quando ele se satisfez tão egoisticamente, ele abaixou-se e saboreou-a. Creme, sal e Ivy. Ele molhou a carne, sugou, sentiu a pulsação dela aumentar. O prazer dela intensificou o dele, a dissonância psicológica não sendo páreo para o poder daquilo. O cérebro era um órgão elástico, e o dele tinha começado a aprender que a emoção não era a inimiga. Especialmente quando trazia consigo extraordinária sensação. — Eu quero explorar cada sensação com você, — disse ele, dando outra lambida antes de erguer a cabeça. — Eu quero esmagar a suavidade do seu corpo nu sob o meu, quero aprender como tocá-la para que você faça minúsculos sons de necessidade, quero sentir seus dedos enrolando-se ao redor do meu pênis, enquanto eu coloco minha boca em seus mamilos e chupo. As declarações sexuais sem rodeios de Vasic fizeram o lugar entre as coxas de Ivy líquido, calor desenrolando sonolentamente pelas veias dela. — Eu — ela tossiu para limpar a garganta, a respiração superficial, — Eu quero fazer isso também. Tudo isso. Ele apertou-lhe a nuca. — Beije-me, — ele repetiu.


Ivy lambeu os lábios, deslizou as mãos até os ombros dele, e confessou. — Eu não sei o que estou fazendo. — Nem eu, — respondeu ele, o cintilante prata dos olhos na direção da boca dela. — Arrows aprendem através da repetição e da prática até que a habilidade básica está afiada, a partir deste ponto começamos a nos especializar. As palavras deveriam ter sido secas, mas elas fizeram os seios dela incharem, os mamilos tão cheios e apertados que a renda do sutiã se tornou abrasiva. Porque ele estava falando de repetição e prática quando se tratava de contato íntimo. Beijar. Tocar. Sexo. Os lábios dela se separaram e ele abaixou a cabeça. — Faça novamente, Ivy, — ele murmurou, a respiração dele misturandose com a dela. — Repetição... — E prática, — ela completou, e roçou os lábios sobre os dele. De novo e de novo e de novo. Sentia-se melhor a cada vez. Especialmente desde que ele estava segurando-a tão firmemente contra seu corpo que os seios dela estavam esmagados contra o músculo duro do peito dele. Interiormente, Ivy amaldiçoou seu suéter, o casaco, mesmo seu sutiã. Então, Vasic disse, — Eu acho que entendo a mecânica, — e segurando o queixo dela com a mão livre, inclinou a cabeça e colocou a boca sobre a dela. Os lábios dela tinham se separado para perguntar algo a ele – ela não sabia o que – e então o beijo começou muito mais intimamente do que qualquer um dos outros. E só se aprofundou a partir daí. Vasic não se conteve. Não, o Arrow dela fez um trabalho tão minucioso de investigação sobre beijos quanto ele fazia qualquer outra operação, o toque confiante conforme ele mudava o ângulo em alguns graus para encontrar o ajuste perfeito. Então ele encontrou, e foi maravilhoso. Todo quente, úmido e delicioso, de uma forma que ela nunca tinha imaginado. Fazendo um som necessitado e faminto, ela colocou os braços ao redor do pescoço dele. A ação fez seus mamilos rasparem contra a renda do sutiã, o cabelo dele seda crua no agarre dela e o corpo uma parede rígida que, de alguma forma, se encaixava perfeitamente contra o dela. Deus, ela gostava de beijar. Quando Vasic quebrou o contato, a testa pressionada contra a dela e a respiração irregular, ela acariciou a bochecha dele e beijou a suavidade barbeada da mandíbula. Ela nunca tinha se sentido tão viva, tão agradada. Mas, abaixo daquilo estava uma fome sexual brutal em sua ferocidade, forte e escura... e, então, ela soube. Não era o desejo dela que ela estava sentindo. Era o dele.


Corpo fundindo ainda mais, ela beijou a mandíbula dele novamente. — Eu estou captando seu desejo. Você se importa? — Não. — Ele a beijou novamente na esteira dessa declaração, uma mão na parte inferior das costas dela, a outro ao lado do pescoço. Então, ele passou a língua contra a dela. O cérebro dela explodiu. Ivy não tinha certeza se ela teve um pensamento racional nos quentes e emaranhadas minutos depois disso. Ela copiou a ação dele, descobriu que aquilo o fazia puxá-la ainda mais perto, os cumes duros do corpo dele cavando na suavidade do dela. Respirações quentes e irregulares, bocas vorazes, fortes mãos masculinas em sua pele... Ivy tornou-se uma criatura de pura sensação. Foi o retumbar de uma sirene na rua que os empurrou para os seus sentidos. Encarando Vasic, Ivy encontrou fôlego para dizer, — Eu quero tentar tudo da sua lista. — Somente com seu Arrow ela poderia ser tão audaz; só com ele, ela poderia despir-se completamente e sentir-se totalmente segura. O cabelo dele um pouco bagunçado de seu toque, ele pegou a mão dela. — Nós vamos começar após o reconhecimento.

QUINZE minutos mais tarde, os batimentos cardíacos de Ivy tinham se acalmado o suficiente para que ela pudesse assimilar a rua em torno deles. Ela não podia evitar se sentir um pouquinho presunçosa – a primeira vez que ela podia recordar sentir esta emoção – com os olhares que eles atraíram de outras mulheres e um ocasional homem. Vasic ganhava o que ela chamava de olhar "suspiro", aquele que indicava um derretimento nos ossos, enquanto Ivy era a destinatária de olhos estreitos em pura inveja e sorriso de boa índole que diziam que ela tinha feito bem. Sim, ela pensou, ela tinha. E as olhadas em Vasic tinham muito menos a ver com isso do que o coração forte, leal e corajoso do homem escondido atrás do Arrow. Vasic não era o único homem na festa que chamava atenção. Rabbit não gostou da coleira que ele tinha que usar na cidade, mas ele estava bem comportado, e quando uma senhora idosa parava para elogiá-lo, ele aceitava o elogio como era devido. Ao contrário do muito maior macho ao lado de Ivy, que observava tudo, mas não parecia afetado por nada disso. A prontidão de Vasic para a batalha era um lembrete que, tanto quanto ela queria fingir que isso era um encontro, como tinha lido nos romances que ela


"acidentalmente" tinha baixado para seu leitor em sua casa, eles estavam aqui por um motivo muito mais sombrio. Ancorando-se no calor da mão de Vasic apertada em torno da dela, Ivy começou a ouvir com seu "ouvido" empata. Tensão dominava o ar, compreensível dado o que tinha acontecido na rua vizinha. Psy, humano, changeling, a raça não importava; a emoção era a mesma. Ela não tinha esperado encontrar muitos changelings em uma cidade tão compacta, mas embora fossem uma minoria, eram suficientes. Claro, ela estava só adivinhando com sua identificação deles como changeling – mas havia uma selvageria no perfume emocional deles que ecoava a de Lucas Hunter. — Você sabe que espécies de changelings vivem aqui? — ela perguntou a Vasic. — Águias são o apogeu dos predadores. — Liberando a mão dela quando um grande grupo saiu de um restaurante bem na frente delas, ele colocou a dele na parte inferior das costas dela e inclinou o corpo para tomar a batida acidental de um ombro. — Desculpe! — O macho humano gritou de volta, antes de continuar. Aninhada contra o lado de Vasic, Ivy não tentou manter o sorriso longe do rosto – mesmo quando um fluxo de emoção escura golpeou os sentidos dela. Pavor, terror encharcado de suor... e abaixo daquilo o sabor de podridão, de infecção. Uma empresária que passou por eles apressada em passos largos e rápidos cheirava tão pungentemente aquilo que Ivy foi detê-la. Vasic segurou a mão de Ivy.


Capítulo 34 — É UMA SENTENÇA de morte no momento, — ele disse quando ela começou a discutir. Confirmar aquilo quando ela não poderia oferecer uma cura, Ivy percebeu, não faria nada além de roubar da mulher qualquer esperança. E esperança, gritava do próprio coração machucado de Ivy. Lágrimas em sua garganta, ela voltou-se para continuar andando e quase colidiu com um homem sustentando o emblema de uma grande empresa de comunicação no bolso da frente. — Oh, me desculpe. Um breve aceno de cabeça ante o pedido de desculpas e ele tinha ido, a infecção nele, também. De novo e de novo e mais uma vez, ela provou o miasma fétido daquilo, até que o estômago dela começou a se agitar. Porém, quando ela olhou na PsyNet, ela viu nada... nada além de Vasic ao lado dela. Oh Deus. Entendimento colidiu nela com a força de um trem de carga. — Você e Abbot, — ela se enfiou pela metade no corpo de Vasic — Vocês não estão mais seguros. — Arrows tinham estado protegidos por padrão no complexo, a infecção desconfiada em se aproximar do nó pesado de mentes empatas de alto Gradiente. Agora, Vasic estava aberto em vários lados. — Nossos escudos são extensos. A infecção não tem mostrado sinais de penetrá-los. Ivy balançou a cabeça, a mão na luva dele. — E os filamentos microscópicos? Nós não podemos nem vê-los! — Era horrível saber que aquela feiura podia invadir o cérebro dele, destruir o que o fazia Vasic. —Eu preciso amarrar meus escudos nos seus. Nós vamos falar sobre isso quando voltarmos ao apartamento. Ela trouxe o assunto de volta tão logo eles caminharam para fora da porta do elevador no andar deles. — Você sabe que eu estou certa. — Já tendo desencaixado a coleira de Rabitt, ela deixou-a cair sobre a mesa do corredor depois de Vasic entrar no apartamento primeiro para verificar ameaças. — Como escudos podem me proteger se a infecção vem através do link de bio-alimentação? — ele perguntou. Ela encarou-o de volta, grande e forte.


— Você sabia. — A infecção está na Net, — ele disse, dando passos largos para verificar o quarto dela, Rabbit trotando ao seu lado. — Isso significa que estamos todos vulneráveis a respirar o veneno se chegarmos muito perto dele. Ainda assim, ele – os outros Arrows – havia concordado em caminhar para uma zona de infecção. E estes homens e mulheres não viam nada heroico sobre eles mesmos. — Eu não posso te dizer como eu sei, — ela sussurrou depois que ele verificou o próprio quarto, também, — Mas, eu sei que ligar meu link com o seu vai estender minha imunidade a você. O conhecimento era um rápido fluxo de imagens na cabeça dela, como se ela estivesse recebendo uma mensagem de uma mente, ao mesmo tempo, inocente e vasta. Deveria tê-la assustado, mas não havia absolutamente nenhum mal no remetente. Não, parecia o toque de uma criança... uma estranhamente sábia criança. — Vasic, — ela disse quando ele não respondeu. — Deixe-me fazer isso. — Proteger-te desta forma, pelo menos, ela pensou em meio à chuva de lágrimas dentro da alma dela. — É minha tarefa proteger você. — Ele cruzou os braços. — Não o contrário. Ivy queria sacudi-lo. Avançando até que ficaram frente a frente, ela segurou o olhar inverno-gelo que tinha se tornado o centro da existência dela. — Você não vai ser capaz de me proteger se a infecção tocar seu córtex cerebral e te transformar em um louco. Vasic não queria Ivy perto de sua mente, não queria correr o risco de manchá-la com a escuridão que vivia nele. No entanto, ele não podia refutar o ponto dela – se ele ficasse infectado, ele poderia virar-se contra ela, extinguir a vela luminosa de sua vida. — Os outros também devem se conectar a seus Es. — Eles poderiam estar separados, mas ele continuava a ser o líder desta unidade. — Eu já me conectei telepaticamente com Jaya. — Ivy acariciou com as mãos os lados da jaqueta dele. Ele nunca tinha sido tão tocado. Levantando uma mão, ele fechou os dedos sobre os ossos frágeis do pulso dela, segurando-a com ele. Não contestando o direito dele ao contato, Ivy disse, — Nós vamos conversar com todo mundo no instante em que a fusão estiver completa. Ela fechou os olhos, e dez batimentos cardíacos mais tarde, o preto liso dos escudos dele tornaram-se entrelaçados com a cor translúcida dos dela. O aumento da visibilidade era anátema para um Arrow. Vasic iria lidar com isso, porque esconder Ivy era impossível – e não deveria ser feito. Qualquer tentativa


de sufocar a beleza selvagem de um E, da E dele, era um crime que ele puniria com eficiência letal. Ele tinha estado lidando com a atenção curiosa e perigosa que ela atraiu desde o instante que eles se mudaram. Ele não tinha tido que executar ninguém ainda, mas ele faria no instante em qualquer indivíduo representasse uma ameaça. Ele não era um homem bom, mas ela era algo excepcional. Ele iria protegê-la... até o dia em que ele morresse. Inaceitável, disse o núcleo sombriamente resoluto dele, seus olhos sobre a luva. — Vasic? — Os dedos de Ivy enrolaram-se na palma da mão dela. — Eu posso te sentir. Ele podia senti-la também, de uma forma que significava que ele seria capaz de dizer se ela estava ferida ou com dor. — Bom, — ele disse, e usou a tecnologia que estava matando-o para enviar uma mensagem para a unidade sobre a mesclagem de escudos, enquanto Ivy pegou o comunicador e fez o mesmo com os Es. Ela tinha acabado de terminar a última chamada, quando ele se lembrou de algo que ela tinha visto em uma janela de loja pouco antes de uma mulher idosa ter parado para admirar Rabbit. — Nós nos esquecemos de comprar os doces que você queria experimentar. Ivy piscou e riu. — Na próxima vez. E ele queria que houvesse uma próxima e uma seguinte e uma próxima. Segurando o rosto dela, ele beijou seu sorriso para a boca dele. O suspiro dela foi assustado, as unhas cavando o peito dele através da camiseta numa pequena mordida de sensação. O corpo de Ivy esfregou contra o cume duro da ereção dele enquanto ela tentava ficar mais alta. Isso era, ele pensou com uma onda de emoção no coração que ele não poderia categorizar, uma tarefa impossível. Ela era pequena e perfeitamente formada, as curvas feitas para as mãos dele. Quando ela quebrou o beijo para descer os pés, ele esperou para ver o que ela faria. Esta era uma operação para a qual ele não tinha nenhum treinamento. As fronteiras não eram claras. — Se nós continuarmos fazendo isso, — ela disse um pouco sem fôlego, — Você vai ganhar um torcicolo horrível no pescoço. — Meu pescoço não é a parte do meu corpo que tem a minha atenção neste momento. As bochechas de Ivy ficaram vermelho brilhante, os olhos mergulhando para a virilha dele, então voando de volta para cima em um estalido agitado. Era


como se ela tivesse o agarrado na mão e apertado. Ele apertou seus músculos abdominais, mortalmente certo de que ele não estava nem de longe pronto para lidar com a sensação dos dedos finos dela aprisionando sua ereção. — Eu não deveria ter dito isso? Um olhar tímido, as mãos acariciando o peito dele em uma forma que já era familiar. — Eu acho que nós devemos dizer o que quisermos, — ela sussurrou, a pele brilhando como ouro conforme seu rubor desbotava. Vasic decidiu apanhá-la naquilo. — Eu não havia terminado de te beijar. A pele dela esquentou novamente. — Aqui. — Ela empurrou-o suavemente para trás com a ponta dos dedos. — Sente-se naquela poltrona. Vasic se permitiu ser empurrado para baixo e teve sua cooperação recompensada pelo peso suave de Ivy sobre ele, enquanto ela tirava o casaco e montava nas coxas dele, com um joelho em cada lado. — Vê? — Foi um sussurro. — Muito prático, — ele disse, e deslizou uma mão sob os cachos dela para a nuca. Ele gostava do calor delicado da pele lá, gostava de como ela sempre tinha um arrepio quando ele rendia-se à vontade de tocar. Mas, acima de tudo, ele gostava que aquele abraço era perfeito para medir a reação dela ao seu beijo. O pulso dela batia forte e rápido contra as pontas dos dedos dele quando ele abriu a boca na dela, estacou quando ele brincou com a língua contra a dela. Vasic tomou nota e repetiu o ato. Fazendo pequenos, impacientes e femininos sons, Ivy colocou os braços ao redor do pescoço dele e lambeu com a língua ao longo do céu da boca dele. A mão livre de Vasic apertou o quadril dela, os dedos roçando a curva do traseiro. Firme e macio, o fazia querer explorar. Ele moveu a mão para baixo, segurando uma bochecha e apertou. — Vasic. — Estremecendo, a cabeça de Ivy caiu para trás, o pulso visível sob a pele dela. Ele colocou a boca sobre a pele e sugou... enquanto algo quebrou no chão. Sentidos telepáticos tendo sido fixados a uma avaliação automática de segurança, ele se moveu com velocidade implacável para levantar Ivy e enfiá-la na poltrona, fora de perigo, enquanto ele se levantava na frente dela. Não havia nenhum intruso. Havia, no entanto, uma montanha de areia fina sobre o tapete. Ivy enganchou os dedos na cintura da calça dele enquanto se sentava de joelhos atrás dele na poltrona e olhava ao redor de seu corpo. — Lá vai o depósito de segurança.


Ele virou-se ante a declaração solene para ver os olhos dela brilhando. Ombros tremendo, ela caiu de volta para a poltrona. Riso escapou dela em explosões de gargalhadas. Brilhante e bonita e sexualmente viciante e dele. De jeito nenhum ele estava deixando-a. Nenhum outro homem teria, alguma vez, o direito de tocar Ivy Jane.

Zie Zen estava lendo uma velha e desbotada nota quando ele recebeu uma chamada do filho de seu coração. — Avô, — Vasic disse, os olhos firmes e a voz calma, — Eu preciso de sua ajuda. Depois, enquanto Zie Zen ouvia, Vasic lhe disse sobre a luva com defeito e a sentença de morte que fora dada a ele. — Amputação não vai resolver o problema, — seu bisneto disse a ele. — O componente com mau funcionamento mais crítico é diretamente integrado ao meu tronco cerebral. Zie Zen pensou em Vasic, em como ele havia se tornado na última década, remoto e cada vez mais distante, como se ele já estivesse caminhando nas terras do Crepúsculo. Zie Zen tinha tentado segurar seu bisneto no mundo e sabia que ele tinha falhado. Agora, porém, ele via que alguém tinha conseguido. — Você luta para viver, — ele disse, algo quebrando dentro do coração que ele tinha emparedado atrás de escudos de titânio uma eternidade atrás. — Sim, Avô. — Olhos cinzentos e frios encontraram os dele. — Eu não posso deixar minha Ivy aos cuidados de qualquer outro neste planeta, nem mesmo Aden. A mão de Zie Zen cerrou no topo de sua bengala, seus pensamentos repentinamente cheios de uma menina com a luz do sol em seu sorriso, que havia provocado e rido com ele, e deixado notas por toda a casa. Z² - Coma este sanduíche. Eu fiz especialmente para você. Bj Sunny

Caro Z², espero que você goste das rosas. Eu penso que os homens deveriam ganhar rosas, também, não é? Te amo, Sunny

Z² - Saí para a festa até cair com a noiva. Eu prometo não fugir com um stripper. Amor, Sunny p.s. Eu não diria não a um show particular do meu homem ;-)


Zie Zen, como você se atreve?! Samantha Essa última era a nota que ele segurava na mão hoje. Ela tinha estado com tanta raiva naquele dia, sua magnífica Sunny. — Envie-me o arquivo completo, — ele disse ao seu bisneto agora. — Eu vou encontrar uma solução para você. Não é sua hora de morrer. Sua própria morte, pensou depois que a conversa terminou, estava por vir. Mas ainda não. Não até que ele tivesse superado isso. Então, ele poderia, finalmente, fechar os olhos e ver sua Sunny novamente. Ela estaria irritada com ele por ter demorado tanto... e por muitas decisões que ele tinha feito, mas ela o amaria. Sempre, ela o amaria. Como a Ivy de Vasic amaria seu bisneto. Tudo que Zie Zen tinha a fazer era descobrir a resposta para um problema aparentemente impossível.

Três horas depois de sua conversa com o seu bisavô, Vasic estava no turno da noite enquanto Abbot dormia um pouco, quando sua mente o alertou para uma ameaça. Como não havia intrusos no apartamento, ele verificou a PsyNet. Lá. Vasic não avisou a mente que estava tentando hackear a mente aberta de Ivy com força bruta. Ele simplesmente estendeu a sua e esmagou a tentativa, rasgando os escudos do outro homem no processo. Abbot, ele disse ao mesmo tempo, acorde e assuma o controle. Estou de pé, o outro Arrow respondeu quase imediatamente. Tendo recolhido a localização física do atacante batendo em seus escudos rasgados, Vasic usou a imagem entrando através do córtex visual do homem para se teletransportar para uma sala utilitária com carpete marrom. O atacante estava convulsionando no chão. Vasic desceu em um joelho ao lado do homem magro na casa dos quarenta anos e esperou até que ele parasse de convulsionar para falar. — Por que você atacou? — Ela é uma abominação. — Fervor no olhar azul, fanáticos e furiosos, suas orelhas e nariz gotejando sangue. — Manchando a pureza da Net com a mente esquisita dela, como os outros. Todos eles devem ser destruí... — Ele começou a convulsionar novamente, os dentes batendo juntos sobre sua língua.


Vasic usou seu Tk para estabilizar a cabeça do atacante enquanto sangue pulsava da ferida auto-infligida e das costas arqueadas, punhos e pés batendo o tapete. Quando parou, ele estava morto. Vasic contatou Aden usando o celular construído em sua luva. — Eu não deveria ter atingido seus escudos tão duro, — ele disse, após dar ao seu parceiro o resumo sobre a situação. O controle de Vasic era lendário no esquadrão, mas o homem morto tinha sido uma ameaça para Ivy, a reação de Vasic resultando de um primitivo instinto que acordava só para ela. — Precisamos descobrir se ele fazia parte de uma célula maior, vou verificar o apartamento por qualquer indicação física. — Eu vou colocar o nosso povo para analisar a vida dele, rastrear seus associados, — Aden replicou. — Ele pode, simplesmente, ter estado trabalhando por conta própria, nós estamos vendo mais e mais incidentes de pessoas incapazes de lidar com a queda do Silêncio. Os Es são um alvo visível e fácil. — Conte-me se eles encontrarem qualquer coisa pertinente. — Com isso, Vasic começou uma minuciosa e detalhada busca no apartamento. Ele não descobriu nada óbvio, mas recolheu vários datapads para o Comando Central para posterior investigação antes de retornar a Nova Iorque. Eu vou assumir agora, ele disse a Abbot. Descanse seis horas completas. Você precisa se recuperar. Sim, senhor. A próxima voz que ele ouviu era mais suave, feminina... e uma que ele não queria ouvir enquanto suas mãos estavam manchadas com a morte. — Vasic?


Capítulo 35 ELE SE VIROU DA noite escura da janela da sala para ver Ivy na porta de seu quarto. Olhos sonolentos, o corpo vestido com um par do que parecia uma calça flanela rosa pálido combinado com um top branco de tiras, ela parecia quente, vulnerável e tocável. Ele a queria em seus braços, queria afundar na suavidade dela. — Volte a dormir, — ele disse em vez disso, seus dedos enrolando-se em suas palmas. Ele não tinha usado as mãos para matar hoje à noite, mas ele permanecia um assassino, no entanto. Esse instinto tinha sido treinado nele, e não era um que ele poderia apagar. Nem apagaria, mesmo se pudesse – era parte do que o fazia capaz de proteger Ivy. Também o colocava permanentemente no lado escuro da linha, enquanto Ivy permanecia na luz. Sua empata cobriu um bocejo com uma mão e esfregou os olhos com a outra. — Eu senti algo, — ela disse, cruzando a distância entre eles. — Um martelar na minha têmpora, mas foi embora antes que se tornasse verdadeiramente doloroso. Vasic usou Tk para deslocá-la ligeiramente. — Você não pode estar na linha de visão da janela. — Ele tinha a certeza de ter seu corpo inclinado de modo a não dar a qualquer assassino um alvo. — Oh. — Mudando a trajetória, ela caminhou para ficar no canto ao lado dele, paredes atrás e ao lado dela. Ele não conseguia evitar virar-se para encará-la, e no instante em que virou, ele percebeu seu erro. O canto bloqueava-a ali, e quando ele se moveu ligeiramente, o corpo dele completou a escura e íntima gaiola. Ivy não recuou ou pareceu com medo. Os olhos não mais nebulosos com o sono, ela levou os dedos à mandíbula dele, daquele jeito que ela fazia – como se ele fosse aquele que era frágil. — Você cuidou dele, não é? — Sim. Deslizando a mão pelo pescoço e ombros dele, o tecido preto da camiseta uma pequena barreira para o calor luxuriante dela, ela disse, — Você teve que matar? — Eu usei muita força. A morte foi o resultado.


— Mais uma morte, — ela sussurrou, os olhos enormes e escuros. — Te machuca. — Não, — ele disse. "Eu não permito isso. — Mesmo enquanto falava, ele percebeu que a dormência que o tinha protegido por tanto tempo estava rachada em vários lugares, quebrada por essa coisa bruta e poderosa que ele sentia por Ivy. O olhar dela procurou o dele, os ombros rígidos. — Você está com raiva de mim por isso? A pergunta era tão inesperada que ele não podia entender o que a tinha impelido perguntar isso. — Não. — Nada poderia fazê-lo afastar-se Ivy. — Você sente raiva? Os dedos suaves de Ivy traçaram os lábios dele, antes de ela deixar cair a mão para o peito. — Sim. Profunda e violenta e tão contida que é uma aglomeração de tempestades. — Ela puxou-o para perto com o aperto em sua camiseta. — E se a raiva não é dirigida a mim, então deve ser dirigida para dentro. Vasic não estava pronto para falar sobre a violência dentro dele, poderia nunca estar pronto. Mas uma coisa que ele tinha que dizer, uma escolha que ele tinha que dar a ela. — Eu não deveria tocar em você com sangue em minhas mãos. Levantando uma daquelas bochecha, virou o rosto para ela. levantou os cílios. — Esse sangue doce e terno pressionado na palma

mãos com as duas dela, ela a levou a sua Os olhos dela estavam molhados quando ela está lá porque você me protegeu. — Um beijo da mão dele.

Apunhalou-o até a medula. — Ivy. — Ele lutou para não fechar os centímetros finais entre eles, para tomar o presente que ela era. — Eu fiz coisas terríveis, — ele disse a ela, mostrando-lhe os lugares escuros e escondidos da alma dele. — Eu tenho terminado com as vidas de inocentes e apagado os assassinatos de outros. Eu não sou nenhum cavaleiro. As lágrimas de Ivy molharam a mão dele. — Você é meu, — ela disse com a voz rouca, pressionando dois dedos nos lábios dele quando ele teria falado. — Você foi forçado a uma determinada forma por aqueles que queriam aproveitar-se da sua força. — Os olhos dela brilhavam com fúria aberta enquanto continuava a falar. — Você foi drogado, e então traído por um líder que você pensou que podia confiar. No instante em que você entendeu a verdade, você começou a fazer tudo em seu poder para efetuar a mudança. — Nada disso é desculpa para minhas ações. — Vasic carregaria o peso de cada gota de sangue para sempre.


— Não. — Ivy subiu na ponta dos pés para colocar as duas mãos no rosto dele. — Mas agora, agora você tem uma escolha, Vasic. Uma escolha real. O que você faz agora é o que importa. — Cada palavra estava afiada em pedra, sua resolução absoluta. — Não dê àqueles que queriam te quebrar a satisfação de permitir que o passado te segure. Estremecendo, ele apoiou-se com as mãos em ambos os lados da cabeça dela. — Eu não posso fingir que os últimos vinte e cinco anos não existiram. — Eu não estou pedindo isto a você. — As mãos de Ivy continuaram a segurá-lo com quase insuportável ternura. — Aqueles anos sempre serão parte da sua história, mas eles não têm que ditar a forma do seu presente ou seu futuro... nosso futuro. As palavras que ela falou, as coisas que ela disse, o fizeram querer acreditar que ele poderia ser um homem melhor, poderia encontrar a redenção. Mais rachaduras na dormência, a raiva que ele contivera por tanto tempo começando a transbordar. Ele empurrou de volta. Ainda não. Ele não tinha aquela liberdade ainda, não podia se dar ao luxo de estar comprometido por uma tempestade que poderia alterar o alicerce de como ele lidava com o mundo. — Vasic. — Respiração suave, os lábios de Ivy na garganta dele. Os dedos apertando-se em punhos, ele permaneceu no lugar, a cabeça ligeiramente inclinada e os braços prendendo-a. Em vez de lutar para escapar, ela beijou a garganta dele mais uma vez, lambeu com a língua para saboreá-lo. Fez todos os músculos no corpo dele ficarem apertados, os vestígios esfarrapados da lavagem cerebral psicológica a que ele sobrevivera tentando sobrepor-se ao prazer com a dor, mas ele não se mexeu. — Vasic, — ela sussurrou novamente, seu beijo úmido desta vez, a sensação indo direto para a ereção dura como pedra dele. — Meu Vasic. Ninguém jamais havia o reclamado tão completamente. Escravizado, ele queria inclinar a boca na pele dela, lambê-la como ela estava fazendo com ele. Mas isso... ser adorado por ela, era um vício que o manteve no lugar. — Pare, — ele forçou-se a dizer, quando queria o oposto. — Eu estou na vigilância. Eu não posso ser distraído. — E ele ainda não tinha compreendido como controlar seu teletransporte quando ela colocava as mãos nele. Um último e demorado beijo. — Boa noite. — Boa noite. Os lábios dela se curvaram. — Você tem que me deixar sair. Ele não se moveu. — Não vá, — ele disse, e foi a primeira vez desde que seu pai havia o abandonado que ele tinha pedido a alguém para ficar com ele.


O sorriso de Ivy iluminou o quarto. — Por que não eu faço um pouco de café para nós, e você pode me ensinar como manter vigilância como um Arrow? Descendo uma mão até a alça do top dela, ele puxou-a, apenas a unha escovando sua pele. — Você conseguiu isso no município perto do pomar? — Era delicado e rendado e nem um pouco sensato. — Eu fiz o pedido em um catálogo, — ela sussurrou, como se confessasse um segredo. — Eu tenho um hábito muito ruim de comprar itens que não práticos simplesmente pelo prazer disso. — Aconchegando-se nele, ela disse, "Minha textura favorita é sua mão contra a minha pele. Ele fechou os dedos ao redor da nuca dela, apertando em uma reprimenda silenciosa que a fez rir, o som de uma intimidade tranquila enquanto ela deslizava os braços ao redor da cintura dele e pressionava um beijo em seu peito. Era um momento perfeito, um que ele desejava poder encapsular e viver nele para sempre. Mas o tempo, ele pensou, com os olhos pousando na luva, continuava sua marcha implacável para frente. Não pararia por uma PsyNet desintegrando, nem pararia para um Arrow que tinha finalmente encontrado uma bela razão para viver.

AS primeiras grandes ondas de marchas de protesto tiveram lugar em Nova Iorque, Xangai e Jacarta, com mais marcadas em Berlim e outras cidades do mundo nos próximos dias. Kaleb assistia a transmissão de notícias de todas as três cidades no estúdio de sua casa, assimilando os banners que defendiam um retorno ao Silêncio, cada um estampado com o brasão das Vozes Silenciosas. Ao contrário do pequeno grupo descontente com placas acenando fora de seu escritório em Moscou, centenas marchavam nestes grupos, sinais de profissionais amarrados entre eles. Seu primeiro instinto permanecia sendo esmagar e eliminar o que ele via como uma ameaça, mas Sahara, a mão no ombro dele enquanto ela se inclinava sobre a cadeira para olhar as transmissões, tinha uma visão diferente. — Menos de oitocentas pessoas, — ela disse, sua respiração suave contra a têmpora dele. — E isso é através de três cidades enormes. Os números deles são minúsculos, mas é bom que a dissidência esteja lá fora a céu aberto. Nosso povo tem apodrecido na escuridão por muito tempo. — As Vozes Silenciosas não são dissidentes, é um sintoma da mentalidade que paralisa tantos na população, — ele disse, a verdade saindo impiedosa.


— Você está certo. — Ela se contorceu no colo dele, as pernas penduradas sobre o braço da cadeira executiva. — Mas nós estamos tentando mudar o curso de toda uma raça. Vai ser caótico e desorganizado, e as pessoas vão cometer erros. Kaleb correu uma mão pela coxa dela, com seu outro braço em volta da cintura. Nas transmissões, os manifestantes continuavam a cantar, continuava a irritar, mas ele ignorou aquilo para se concentrar nas pessoas nas calçadas onde as marchas estavam ocorrendo. Humanos e changelings olhavam com curiosidade, mas ele também pegou rostos que eram claramente Psy. Ninguém estava se juntando. Isso se alteraria, pensou ele, conforme o medo mutilasse mais e mais. Mas a mudança havia começado, e era inevitável, como evidenciado pelas mentes de cor lavada que tinham começado a aparecer na internet. As Vozes Silenciosas poderiam querer apagar aquela cor, mas muitos outros olharam com admiração, espantados que tal beleza pudesse nascer no frio rígido que tinha sempre sido o plano psíquico. Kaleb não caía em nenhuma categoria. Ele estava interessado apenas no que os empatas poderiam fazer para conter a infecção – se aqueles da designação E pudessem fazer alguma coisa, de qualquer forma. "Eu só posso dar aos Es mais duas semanas, no máximo. — Então, ele teria que começar a esculpir a Net em inúmeros pedaços. O exalar de Sahara foi trêmulo. — Ainda não há nenhuma maneira de detectar as finas mechas de infecção? — Não. — Mas, — disse Sahara, a mente vendo o que a dele já tinha visto, — se a Net estiver em pedaços, há uma chance maior de pelo menos algumas partes dela fiquem limpas, sobrevivam. — Onde agora a infecção podia rastejar despercebida através de cada centímetro da estrutura psíquica que ligava a raça deles. — Você já considerou uma deserção em massa da PsyNet? — perguntou Sahara, jogando com o seixo lápis-lázuli que ele tinha em sua mesa. — Todo mundo poderia cair fora, criar uma nova rede, um começo novo. — Nós levaríamos a infecção conosco. — Um grande número de pessoas já carregava a doença em suas células cerebrais. — Um pequeno grupo, no entanto, um composto por aqueles imunes à infecção e aqueles que compartilham de sua imunidade, poderia funcionar. Sahara puxou o fôlego. — Arrows e empatas, — ela disse, o azul-escuro de seus olhos vívidos com a realização. — Você já disse a eles? — Não. Tudo o que eu tenho observado sobre a designação E me diz que eles não vão ir voluntariamente. Eu vou dizer aos Arrows quando necessário, e


eles vão forçar o Es para fora. — Kaleb tinha notado quão protetor o esquadrão tinha se tornado com os empatas, e era uma relação que ele usaria sem escrúpulos para conseguir o que queria. Os dedos de Sahara teceram através do cabelo dele, seu sorriso torto. — E você vai fazer o mesmo comigo, Kaleb? — Não – eu vou ter certeza de que estamos no pedaço da Net que mantém o seu pai. — O amor dos pais era um conceito com o qual Kaleb não tinha experiência pessoal, mas ele não tinha nenhuma dúvida de que Leon Kyriakus amava sua única filha. Nunca, nem uma vez em sete longos anos, o homem mais velho tinha perdido a esperança do retorno da filha. Por isso, ele tinha o respeito de Kaleb. — Eu farei tudo em meu poder para mantê-lo seguro. — Porque o coração de Sahara quebraria se o pai dela morresse, e Kaleb nunca permitiria que aquilo acontecesse. Olhos molhados, a mulher que era o próprio coração de Kaleb fechou os braços ao redor do pescoço dele e segurou-se firme. — Eu espero, — ela sussurrou um longo tempo depois, enquanto ela se deitava enrolada contra ele, — Que não chegue a esse ponto. Espero que os Es encontrem suas asas e voem.


Capítulo 36 Ser um empata é compreender a dor em todas as suas inúmeras facetas. Extraído de A Misteriosa Designação E: Dons e Sombras Empatas por Alice Eldridge

IVY ASSISTIU A parte final do protesto da calçada em frente ao apartamento, surpresa de que tinha sido autorizada a acontecer. Ela ouviu o mesmo espanto silencioso dos outros ao seu redor. Todos – humano, changeling e Psy – tinham esperado que Kaleb Krychek esmagasse impiedosamente qualquer sugestão de rebeldia. Tinha havido tanto medo nos manifestantes que as terminações nervosas de Ivy estavam esfoladas de sentir aquilo, ainda assim eles haviam se exposto com uma coragem que ela tinha de admirar, mesmo que o objetivo deles estivesse em desacordo com a própria existência dela. — Você acha que Kaleb irá silenciosamente executá-los agora que ele sabe quem são eles? — ela perguntou a Vasic. Seu Arrow, os olhos de aço continuando a percorrer a rua conforme a multidão começou a diminuir, levou tempo para responder. — Krychek já não é previsível em qualquer sentido, porque não podemos prever Sahara Kyriakus. Os motivos e pontos de vista dela permanecem desconhecidos. — Você já viu a ligação deles? — Ivy não tinha ousado se aproximar ainda, mas ela tinha ouvido os rumores, tinha tido dificuldade em acreditar que o homem mais mortal que ela já conhecera voluntariamente ligar-se-ia a outra: o amor, afinal, era uma alma de profunda vulnerabilidade. — Sim. É... — Um aceno de cabeça, as mechas pretas de seda do cabelo dele brilhando à luz do sol do meio da manhã. — Você vai ter que ver por si mesma. — Ele tocou as costas dela quando um homem passando sorriu para ela. — Vou levar você a isso. Encantada com o toque dele, pela calma, mas inconfundível exibição de possessividade, ela disse: — Ele não protege da vista de outros? — Não, embora chegar perto não é recomendado. — Um olhar avisando. — Especialmente, para empatas muito curiosos.


Ivy sentiu seu estômago dar uma cambalhota, sua respiração falhar. Ele continuava fazendo isso com ela. Bem quando ela pensava que estava acostumada a potente masculinidade pura dele, ele olharia para ela com aqueles olhos de deslumbrante geada de inverno, e ela se lembraria das coisas que tinham feito juntos, as coisas que eles planejavam fazer. Ivy. Era uma advertência suave, o gelo da voz dele uma carícia arrepiante dentro dela. Você não pode olhar para mim desse jeito em uma rua pública. Ruborizando, ela abaixou a cabeça. — Eu não posso evitar. Você é... — Ivy congelou, cada cabelo minúsculo em seu corpo subindo em alarme formigante. Ela se virou em seus tornozelos e encarou a rua abaixo. — O que você sente? — Vasic perguntou, sua vigilância eriçando-se intensa. — Está acontecendo. — A voz dela tremeu, o sangue gelando ante o grito da violenta insanidade subindo à superfície a cerca de dez metros de distância. Era como se uma linha tivesse sido desenhada na areia. Aqueles ancorados além da linha ficariam viciosamente insanos, os deste lado ficariam bem. Ivy! Ela estremeceu ante o clamor telepático. Jaya, onde você está? No apartamento. Eu posso sentir isso, Ivy, sentir a confusão torcida deles, a compulsão para ameaçar e assassinar. Ivy ouviu o primeiro grito na esteira das palavras de Jaya, e ao mesmo tempo, uma horda em pânico corria de olhos arregalados na direção deles. Bolsas caíam, datapads eram abandonados, a designer de saltos caiu no asfalto. Ivy sabia o que ela encontraria atrás da massa viva de terror, mas ainda assim foi um chute no estômago ver os infectados armados com facas, armas sem corte, mãos formadas em garras. Sangue correu para queimar a pele de Ivy, seu própria terror visceral... mas esta era a batalha para a qual ela tinha nascido. Ela não fugiu disso, não correu. Vasic tomou posição em frente a ela e ligeiramente para a direita dela. Você pode ver? ele perguntou enquanto começou a empurrar de volta os loucos para que os não infectados pudessem escapar. Sim. Caos continuava a reinar em torno deles, mas o que Ivy viu dentro disso deu-lhe esperança, mesmo na escuridão. Crianças gritando e chorando, crianças foram recolhidas por estranhos quando tropeçavam, um frágil homem mais velho foi erguido nos braços de um corpulento trabalhador da construção civil, dois adolescentes – um menino e uma menina – pararam para levantar um homem de negócios quando ele caiu,


enquanto um terceiro agarrou a mão de uma mulher que tinha ficado imóvel em estado de choque e arrastou-a para a frente, para fora de perigo. O adolescente olhou para Ivy enquanto passava correndo, o branco dos olhos aparecendo. — Corra, senhora! Essas pessoas estão fora de suas fodidas mentes! — Eu estou bem! — Ivy gritou. — Vá! — Ela segurou a parte de trás do casaco de couro sintético de Vasic com uma mão para ter certeza de que não iriam ser separados à medida que mais e mais pessoas passavam correndo. Bloqueando a histeria com a técnica de blindagem que Sascha lhe ensinara, embora ela não pudesse fazer o mesmo com os gritos gelados que enchiam o ar, Ivy tomou uma respiração profunda e estendeu a sua mente. Mas quando ela tentou agarrar os infectados para que pudesse acalmá-los, sua habilidade simplesmente deslizou para fora, como a água escorregadia. Jaya, você pode alcançá-los? Não, mas eu vou continuar tentando. Ivy fez o mesmo, mas conforme a violência horrível irrompeu na rua, uma série de não infectados pegos no meio da carnificina, ela soube que nenhuma delas estava fazendo algum efeito. — Vá. — Ela empurrou as costas de Vasic. — Vai ajudar! Você é mais útil do que eu! Ele não se moveu um centímetro. — Eu não vou te deixar desprotegida. — Eu vou entrar naquela loja, — ela disse, o vendedor de olhos arregalados além da janela. O homem idoso, com o cabelo branco-neve contra a pele mogno, tinha trancado a porta, mas quando Ivy chamou sua atenção, ele fez sinal para ela entrar. — Eu vou estar segura. — Enquanto outros morriam ao redor dela. O amargo conhecimento da sua inutilidade foi como bile na garganta de Ivy. — Eu pensei que você disse para nunca desistir. As palavras de Vasic poderiam muito bem ter sido balas, já que tanto. — Eu não sei o que fazer! — Todos os seus planos, suas ideias, e tinha nenhum conhecimento objetivo de como colocá-los em prática. — nenhum manual, nenhum treinamento! Mesmo Sascha... — A mente dela por um único e perfurante instante. — Espere, espere.

feriram ela não Não há clareou

Tremendo, ela pensou no capítulo do livro de Eldridge que falava de empatas controlando multidões, dos experimentos que Sascha tinha feito com voluntários de sua matilha. Ivy não tinha nem de perto o nível de especialização dos cardeais E’s, mas o que ela tinha a perder? Ela usou Vasic como um foco e visualizou o pomar de maçãs na primavera por trás de suas pálpebras fechadas, as árvores verdes brilhantes, o céu infinito, o ar fresco e limpo.


A mente dela ondulou, estabilizou num mar tranquilo. Exalando, ela enviou esse sentimento para fora, como se estivesse estirando uma folha para secar. Ela não sabia o que tinha esperado, mas não era o que ela viu em sua frente. Os infectados olharam para o céu, e em seguida, um por um, começaram a sentar-se. Foi lindo e perfeito, o corpo e a mente dela perfeitamente integrados na empata que ela tinha nascido para ser... pelos 10 segundos que durou. Ivy gritou conforme uma lâmina viciosa de dor alugou a paz, enviando sangue escorrendo para fora do nariz dela e colocando seu corpo de joelhos. Gritos encheram o ar mais uma vez, seguido pelo baque maçante e molhado de armas e punhos encontrando carne desprotegida. Com a visão dela desfocada na agonia pulsante de seu lóbulo frontal, Ivy tentou empurrar-se para cima da calçada para que pudesse tentar novamente, mas ela estava na sala de estar de seu apartamento no instante seguinte, Rabbit ao lado dela. Vasic tinha ido quase antes que ela percebesse o que ele tinha feito. — Ivy! — Jaya correu pela porta poucos segundos depois, e Ivy sabia que Vasic devia ter teletransportado-a. Esquivando-se para o quarto de Ivy, a mulher mais jovem voltou com uma pequena caixa de lenços e ajoelhou-se ao lado dela. — O que você fez? — Admiração nos olhos intensos e escuros. — Funcionou! Tossindo, o peito cheio de pedras esmagadas, Ivy encostou-se à parede e usou os lenços para limpar-se. — Abbot? — Saiu rangendo, como se ela tivesse gritado. — Ele está ajudando Vasic, pode estar de volta aqui em um piscar de olhos se precisarmos dele. — Jaya acariciou o cabelo de Ivy. — Foi perfeito, Ivy, sua paz." Os olhos dela brilhavam molhados. — Eu queria envolver isso em torno de mim mesma como um cobertor e apenas dormir, contente e feliz. Vidros quebrados lá fora, um alarme de carro disparou. Rabbit latiu e correu para saltar em cima da ampla janela em uma velocidade agitado. Ele queria estar lá fora, queria estar com Vasic. O mesmo queria Ivy, mas agora ela era uma suscetibilidade. Vasic não podia ajudar os não infectados se estivesse concentrando em protegê-la. Enrolando a mão em um punho, Ivy focou em Jaya. — Foi muito curto. — Decepção era pesada como chumbo em seu intestino, embora Sascha, também, havia relatado ser incapaz de “controlar” sua multidão de voluntários por nada além de um período muito limitado. — É um começo. — Jaya se sentou sobre os calcanhares, suas tranças gêmeas caindo limpas e arrumadas em seu pesado suéter verde. — Mostre-me o que você fez. Talvez eu possa dar a Vasic e Abbot um pouco de ajuda.


A outra mulher andou para olhar pela janela depois que Ivy compartilhou seu processo. Colocando a mão no pescoço de Rabbit, Jaya acariciou-o suavemente enquanto falava. — É ruim. Abbot diz que ele e Vasic conseguiram colocar a maior parte dos não infectados fora, — ela disse, seu sotaque melodioso intensificado pelo estresse da situação, — Mas os infectados estão se virando uns contra os outros. O estômago de Ivy deu um nó. — Oh, meu Deus. — Jaya apertou o rosto no vidro. Há uma criança vagando na rua! Eu não acho que alguém a viu! Agora, Jaya, Ivy disse com urgência, alertando Vasic da presença da criança, ao mesmo tempo. Ambas as mãos descendo para segurar a borda da janela, Jaya olhou para a rua. A paz durou três segundos curtos, mas foi suficiente para salvar a vida da criança. Eu a tenho, Ivy. Rastejando até a forma amarrotada de Jaya enquanto a voz de Vasic tocava sua mente, Ivy verificou o pulso da mulher mais jovem. Estava fraco, mas presente sob a viscosidade úmida da pele dela. Jaya? Usando lenços limpos para absorver o sangue escorrendo de um dos ouvidos de sua amiga, ela continuou a tentar acordá-la, profundamente preocupada com a brusquidão do colapso. Jaya, querida, acorde. Demorou mais cinco minutos para a outra empata despertar, com os olhos nublados de dor quando ela isso aconteceu. — Por que eu entrei em colapso tão rápido? — foram as primeiras palavras que ela falou. Eu não sei. — A diferença no Gradiente entre elas era um mero 0.5, Jaya em 8.8. — Você sentiu alguma coisa antes de desmoronar? — Foi como se minha mente desligasse, — ela disse, enquanto Ivy se levantava até a janela. No entanto, quando ela tentou ajudar Vasic com um nó particularmente virulento de luta, ela não conseguiu esboçar nem um único pulso de poder empático. A mente dela estava frita. Jaya içou-se ao lado de Ivy. — Meu Deus, Ivy. — O horror desamparado na exclamação sussurrada da outra empata ecoou os próprios sentimentos de Ivy. Sirenes atravessavam o ar agora, tiros eram disparados. Uma mulher caiu um segundo depois que afundou seus dentes na jugular de outra mulher, sangue pintando o rosto dela com uma máscara em vermelho macabro. Ivy sabia por Vasic que o escritório de Kaleb Krychek tinha enviado instruções a todos os socorristas sobre a melhor forma de lidar com um surto,


devendo haver nenhuma ou limitada assistência psíquica disponível, mas os socorristas claramente não tinham tido tempo para internalizar esses processos. Era... ruim. No momento em que terminou, setenta e cinco pessoas jaziam mortas na rua, com cinquenta e umas outras gravemente feridas. Cem tinham sido, ou seriam logo, colocadas em coma induzido a partir do qual eles nunca iriam despertar, a infecção corroendo seu cérebro. Permitir que eles permanecessem conscientes não era uma opção – não apenas os infectados eram perversamente violentos, machucando a si mesmos e a outros, a infecção progredia a um ritmo acelerado naqueles que estavam acordados e conscientes. Um coma, pelo menos, deu-lhes uma chance ligeiramente maior de sobreviver tempo suficiente para uma cura ser descoberta. Decidindo deixar Rabbit seguro no apartamento, Ivy e uma ainda ferida Jaya desceram para sentar-se no degrau mais alto do prédio do seu apartamento, a rua repleta de sangue e detritos em frente a elas. Entorpecida, os sentidos psíquicos embotados de nevoeiro, Ivy encarou. As autoridades tinham isolado a área, mas era simplesmente grande demais para manter assim por muito tempo, e algumas das fitas isolantes amarelas já estavam balançando ao vento. — Eu pensei que estava pronta, mas isto... — Jaya colocou os braços em volta dos joelhos. — Estamos enganando a nós mesmos de que temos a capacidade de parar isso? Ivy não tinha uma resposta, todas as suas esperanças de ajudar a salvar o seu povo em cinzas aos pés dela. Vasic, Abbot, os policiais e bombeiros, até mesmo os estranhos que tinham parado para ajudar os vulneráveis, tinham feito alguma coisa. Enquanto Ivy tinha desabado depois de dez segundos. Incríveis como esses 10 segundo tinham sido, eles nunca iriam ganhar esta guerra horrível. Incapaz de compreender a escala de morte na frente dela, ela assistiu Vasic caminhar pela rua até outro Arrow. Com os olhos pretos cortados a navalha, olhos inclinados, estrutura óssea angular e uma fina, mas ainda muscular compleição, ela reconheceu Aden de primeira. Ele era um médico, ela lembrou. É claro que ele estaria aqui. Agora mesmo, ele estava usando um scanner de mão para examinar um dos mortos. Vasic agachou-se ao lado de seu amigo. E ela lembrou-se de quanto tempo Vasic tinha estado lutando, há quanto tempo ele estava andando na escuridão. — Devemos ir ver os corpos. — Desistir simplesmente não era uma opção, mesmo que ela se sentisse ferido em preto e azul pelo fracasso espetacular, a fé dela em sua habilidade uma concha vazia. Se ela desistisse, então Vasic teria que fazer isso mais e mais e mais. Não, pensou ela, apenas não.


Seu Arrow tinha merecido uma vida que não era sempre encharcada em sangue e morte, e se ela tivesse que tentar e tentar e tentar novamente, até que ela descobrisse como corrigir isso para que ele não tivesse que voltar para as sombras, aquilo era o que ela faria. Quando Jaya não levantou com ela, ela estendeu a mão para apertar o ombro da amiga. — Pode haver algo que nós sentimos que eles não podem. — Qual é o ponto? — O tom de Jaya era plana, o rosto dela indeciso. — Eles estão mortos. Estão todos mortos. — Ei — Ivy mudou de posição para tirar as mechas de cabelo úmidas de suor do rosto elegante e bonito da outra mulher — Você mesma disse; nós ajudamos, mesmo que fosse só um pouco. — O lembrete era tanto para si mesma como para Jaya. — É um começo. A empata mais jovem não respondeu, mas seguiu quando Ivy desceu os degraus. Um membro uniformizado da Execução teria as impedido de atravessar a fita amarela, mas Aden acenou para deixá-las entrar. Contornando o sangue que espirrara na estrada, Ivy foi até onde Vasic e Aden estavam agachados ao lado do corpo. — Por que esse? — perguntou ela, não estando pronta para olhar a vítima. Aden foi quem respondeu, embora Vasic tenha curvado a mão na batata da perna dela em uma inesperada e bem-vinda expressão de apoio. Um único contato, e ela já se sentia mais estável, apesar da contínua opacidade da neblina em seu cérebro. — O crânio dela ainda está inteiro. — Foi uma declaração impiedosa em sua praticidade. — Ela foi esfaqueada no intestino e deslizou lentamente ao invés de cair, por isso o cérebro dela não foi danificado por uma colisão com algum objeto duro no chão. Um exame do tecido pode nos dar respostas mais detalhadas quanto à progressão da doença. — Eu-eu não pos... — soluçando em sua mão, Jaya correu de volta para onde eles vieram, Abbot seguindo atrás dela. Ivy queria fugir da carnificina, também, mas ela se concentrou no toque de Vasic, enrijeceu os músculos do estômago e forçou os olhos para o que restava de uma mulher que parecia ter estado no início dos sessenta anos. Seu casaco de inverno preto estava aberto, revelando um vestido simples de lã azul sobre calças justas. Estava enroscado em torno dos joelhos e sujo de sangue e rasgado no abdômen dela; a pele de seu rosto estava marcada por sulcos profundos que mostravam que alguém tinha vindo até ela com as próprias mãos. — Tem certeza de que ela era um dos infectados? Vasic apertou-lhe a perna. — Sim. Eu a vi enquanto ela estava viva. — Você está se sentindo melhor?


Foi tudo o que ela pode fazer para não se jogar nos braços dele e enterrarse em sua força. Sim. Jaya teve uma resposta muito mais debilitante – Eu acho que ela ainda está com muita dor. Agachando-se entre os dois homens, ela colocou os dedos em ambos os lados da cabeça da mulher, embora ela não tivesse muita esperança de sentir qualquer coisa. Os mortos, afinal, não sentiam. E, no entanto... — Eu quase posso sentir alguma coisa, — ela disse, tentando empurrar através da parede em branco do nada. Mãos fortes apertaram os pulsos dela, empurrando-a para longe, sem aviso prévio. — Você está sangrando de novo, — disse Vasic, tocando um polegar abaixo da orelha dela. Saiu vermelho escuro. Um farfalhar soou atrás de Ivy no mesmo instante. — Desculpe por antes. — Jaya desceu ao lado dela naquele sussurro rouco, o Arrow de olhos azuis dela em pé, vigiando suas costas. — Eu senti a agonia da morte dela, a confusão e o choque, e era como se eu estivesse morrendo. Reprimindo suas perguntas, Ivy deslocou-se para criar algum espaço, Aden estabilizando-a com uma mão nas costas dela quando ela poderia ter se desequilibrado. Ao lado dela, Jaya puxou para baixo o vestido da mulher com mãos gentis, lágrimas rolando por suas bochechas. — Ela sofreu terrivelmente no fim. — Uma declaração tão rouca que foi quase irreconhecível como a voz de Jaya. — Os ecos disso estão presos no cérebro dela, e a dor, não foi só a partir do ferimento da facada, mas do horror dentro da mente dela. Ivy prendeu a respiração, não querendo quebrar a concentração da outra empata. — A escuridão estava tentando se tornar parte dela, — disse a jovem mulher. — Mas não se encaixava. Não havia lugar para isso, então aquilo roubou espaço, e a quebrou. — Ela caiu para trás em uma posição sentada em um movimento espasmódico, soluçando em suas mãos. — Dói morrer da infecção. Dói tanto.


Capítulo 37 Meu querido, lindo, inteligente assustador Z² – Eu te amo e vou amálo pela eternidade. Eu sei que você sabe disso, mas eu queria escrever. As coisas... elas estão mudando muito, e eu não quero nunca que você questione. O Silêncio pode acalmar o mundo inteiro, mas nunca vai acalmar este coração que bate só para você. E Z, prometa-me isso – mesmo se algo ruim acontecer, mesmo se nós formos separados por alguma razão, você vai continuar a lutar pelo nosso povo. Nós somos melhores do que esta covardia com medo, e eu sei que você tem a coragem de mostrar aos outros essa verdade. Sinto muito por soar tão melodramática, mas eu só tenho um sentimento ruim dentro de mim. Está tão frio, meu amor. Você provavelmente vai encontrar isso na parte da manhã e me provocar impiedosamente pela minha teatralidade, mas por agora, eu vou voltar para a cama e para os seus braços. Tenho a intenção de pensar em algumas réplicas brilhantes para a provocação inevitável enquanto me aqueço contra você. Talvez eu seja terrível e te acorde para um beijo, embora eu saiba que você está cansado, meu forte e destemido Z. Eu poderia te assistir para sempre enquanto você dorme, seus cílios sombreando suas bochechas (é realmente injusto que você tenha esses belos cílios, sabe), e seus lábios relaxados como eles nunca são na vida. Eu estou, definitivamente, indo te acordar. – Sua Sunny

ZIE ZEN TINHA vivido uma vida longa, e nesse tempo de vida, ele conhecera inúmeras pessoas. Muitas dessas pessoas lhe deviam favores. Alguns ele nunca cobraria, as ações não tendo sido realizadas para qualquer ganho pessoal, mas porque essas ações falavam com a parte dele que era e sempre pertenceria a Sunny. Ashaya Aleine era uma das pessoas que ele tinha ajudado em nome de Sunny. A dotada neurocientista também era uma amiga de confiança, apesar da grande diferença de idade entre eles, e então ele tinha falado com ela sobre seu bisneto. — Você ou Amara podem fazer alguma coisa a respeito da luva? — ele perguntou a ela pela telecomunicação agora. A gêmea de Ashaya era uma verdadeira sociopata, menos por uma coisa – ela amava Ashaya. Somente por


Ashaya, Amara colocaria sua mente brilhante e quebrada para trabalhar neste complexo problema. Ashaya agiu como se fosse passar a mão através de seu cabelo, então pareceu perceber que a massa elétrica estava em um nó arrumado na nuca em seu pescoço. Ela desceu a mão para um lado, a testa alinhada em pensamento e seus distintos olhos azul-acinzentados destacando-se contra o marrom profundo de sua pele. Ela nunca tinha sido tão expressiva quando ele a tinha conhecido na Net. — Nós fizemos uma primeira avaliação detalhada através dos dados que você nos enviou ontem à noite, — ela disse. — A tecnologia é altamente experimental. — Cruzando os braços sobre um cardigã cinza pálido, ela balançou a cabeça. — É uma impressionante construção em um nível, mas letal em outro, mesmo Amara admite que certamente vamos matar Vasic se tentarmos removêla, e você conhece as margens de segurança apertada dentro das quais ela opera. Zie Zen ouviu frustração dolorida no tom dela. — Cada fragmento de dados vai ajudar, — ele disse à mulher que não tinha qualquer ligação genética com ele, mas que ele confiava mais do que qualquer um do sangue dele, além de Vasic. — Envie para mim toda e qualquer informação ou teorias que você coletar, enquanto você continua a explorar as possibilidades. Ashaya não discutiu com o seu pedido. — Você está preocupado que você precisará agir em uma situação de emergência. — É uma bomba-relógio. — Fundida ao corpo de um filho que deveria ter tido um século mais de vida para viver. — Vou transmitir-lhe tudo o que temos até este momento e criar um envio automático de qualquer novo material, — disse Ashaya, compaixão aberta em seu olhar. — Sinto muito. Eu nunca percebi o quanto ele significava para você. — Eu não permiti que ninguém percebesse. Era melhor assim. — Permitindo que ambos trabalhassem nas sombras, sem ninguém ciente de que eram duas faces da mesma moeda, um mais velho, um mais jovem. — E você, Ashaya? Você está bem? — Oh, sim. — Uma profunda comoção na expressão, ela disse, — Às vezes, me sinto como se eu tivesse recebido muitos presentes. — Você mereceu cada um. — Ela tinha salvado a raça Psy da escravidão de uma mente coletiva, ajudado os humanos a desenvolverem uma tecnologia secreta que parecia protegê-los contra a coerção psíquica, mas o mais importante de tudo, ela lutara pelo direito de uma criança viver. Ashaya foi responder, quando houve um som fora da tela, e ela se virou, seu rosto envolto em um sorriso tão vibrante, que detinha a mais pura alegria. — Keenan, venha aqui. Vovô Zen está na telecomunicação. — Abaixando-se, ela


levantou o filho em seus braços, os olhos do menino do mesmo azul-cinza distinto como os de Ashaya, a pele da cor de ouro envelhecido. Keenan se inclinou para frente com entusiasmo. — Oi, Vovô Zen! Zie Zen estava listado como o pai de Keenan na certidão de nascimento dessa criança extraordinária, mas aquilo era uma ficção destinada a preservar a vida de Keenan. Agora, o menino tinha achado um pai de verdade no changeling leopardo que tinha acasalado com Ashaya. Zie Zen tinha mantido um olho sobre a família de longe, visto fotografias do changeling brincando com Keenan – o macho dominante, que era um franco-atirador talentoso, tratava Keenan com disciplina e afeto, como se o menino fosse o seu próprio filhote natural. O sorriso aberto de Keenan, sua mão pressionada na tela da telecomunicação, era outra garantia de que ele estava em boas mãos. Zie Zen não pegou nem mesmo uma dica de dor tensa e medo que tantas vezes tinha estado nos olhos dele no início de sua vida. — Olá, Neto, — ele disse. — Quais são seus planos para o dia de hoje? — Nós vamos estudar o alfabeto! — ele gritou, antes de abaixar a voz. — Eu já sei isso, mas alguns dos meus amigos não, então eu os ajudo. — Isso é uma coisa boa, Keenan. — O menino, Zie Zen pensou, estava mostrando todos os sinais de que, um dia, se tornaria um homem forte e honrado. E ao contrário de outra criança que Zie Zen tinha antes conhecido, ele estava tendo a oportunidade de crescer dentro de um ambiente onde a honra e a força seria nutridos, ao invés de abusados. Zie Zen tinha muitas vezes imaginado o que teria acontecido se ele simplesmente tivesse feito uma intervenção e removido Vasic do programa de treinamento Arrow. Na época, ele não tinha feito isso porque mesmo ele não estivera imune ao poder mortal do Conselho, e desafiá-los de tal forma teria prejudicado a mil outras vidas. Então, ele tomara a decisão implacável de sacrificar um menino pequeno pelo bem de muitos. Vasic não culpou Zie Zen pela sua escolha, mas, então, Vasic não esperava nada de ninguém, nem mesmo da pessoa que ele aceitava como família. A questão da luva era a única vez que ele tinha pedido a ajuda de Zie Zen, mesmo enquanto ele colocou suas próprias habilidades à disposição de Zie Zen. — Por que você não recita o alfabeto para mim? — ele disse a Keenan agora, sabendo que ele teria que pedir perdão por seus crimes para Sunny, quando ele cruzasse o limiar deste mundo, porque ela nunca teria feito a mesma escolha. Cada vida, toda vida, é importante. Mesmo desse inseto incrivelmente aterrorizante, com pernas demais. Leve-o para fora, Z. Não o esmague!


A voz jovem de Keenan cruzava com a memória de Sunny. O menino passou pelo alfabeto inteiro sem hesitação, completando com exemplos para cada letra. Um sorriso de orgulho em seu rosto, Ashaya abraçou seu filho antes de Keenan retorcer-se para longe com um alegre adeus. — Ele é extremamente inteligente, — ela disse. — Bem, além de sua faixa etária. — No rosto dela estava o conhecimento de que o DNA de Keenan guardava miríade de segredos. — Mas ele não quer pular nada, quer participar das mesmas classes como todos os seus amigos. — É uma coisa feliz para uma criança. Ter amigos. — Vasic só tivera um, mas, às vezes, um era tudo o que era necessário para manter um agarre sobre a realidade, sobre o mundo. — Você sempre pode trabalhar com os professores dele para se certificar de que ele tem tarefas mais desafiadoras conforme ele amadurece. — Eu já estou em contato com eles, — Ashaya disse, antes de seus lábios se curvaram. — E eu não faria perdê-lo nada, também – eu quero que ele seja uma criança, que cresça em seu próprio ritmo. Ele faz pintura a dedo e adora isso tanto quanto qualquer outra criança. E ontem, ele se juntou aos filhotes de lobos e leopardos em um time de beisebol que vai começar a praticar quando a primavera chegar. O Dorian vai ser o treinador. Zie Zen viu o amolecimento na expressão dela enquanto falava o nome de seu companheiro, e ele não a advertiu por aquela ternura de sentimento. Uma vez, ele tinha visto a mesma expressão em seu próprio rosto no espelho, e ele sabia que isso não enfraquecia, mas sim, fazia alguém forte. Ele queria ver o mesmo no rosto de Vasic, queria que ele tivesse a chance de crescer no amor que tinha se enraizado em seu coração. Eu não pude salvar a criança, Sunny, ele disse à mulher que vivia em seu próprio coração por todas as décadas frias e solitárias. Mas eu vou salvar o homem. Eu prometo-lhe isso.


Capítulo 38 Um Arrow não confia em ninguém além de outro membro do esquadrão. Qualquer Arrow que viole esta regra deve ser colocado sob imediata liberdade condicional e receber treinamento corretivo. Primeiro Código de Arrows

UMA HORA DEPOIS da reação inesperada e aflita de Jaya na rua, a mulher alta e elegante deitava encolhida na cama de Ivy. — Eu sou diferente de você." — Sim, — Sentando-se ao lado dela, Ivy acariciou o cabelo brilhante que Jaya tinha soltado das tranças. — Deve ser por isso que você entrou em colapso quando tentou acalmar a multidão. Sua tolerância para esse tipo de ato empático é menor do que a minha. — Porque, como já tinha se tornado claro, os empatas não eram todos iguais. "Mas eu não consegui nem mesmo penetrar na mente da vítima. Você viu tudo. — Para que serve isso? — Jaya agarrou um punhado de lençol, esmagouo, soltou o tecido enrugado, então, repetiu suas ações. — Ler as emoções dos mortos? — Talvez não seja sobre os mortos, — disse Ivy, tendo tido a chance de considerar isso. — Lembra-se daquele pedaço no livro de Eldridge sobre o impacto dos Es nos cuidados intensivos de longo prazo? Todos nós pensamos que tinha a ver com pacientes conscientes, mas e se ela estava falando sobre... — Pessoas em coma. — Jaya sentou-se, virando-se para encarar Ivy, as pupilas enormes. — Ou aqueles, de outra forma, presos em seus corpos. — Maravilha explodiu dentro Ivy ante o milagre do dom de Jaya. — Eu tenho que saber. — A mão de Jaya tremeu conforme ela a passava pelo cabelo. — Eu tenho que saber, Ivy. Ivy concordou, se Jaya tivesse a habilidade de ajudar as pessoas presas dentro de suas próprias mentes, eles não podiam desperdiçar um único minuto confirmando isso. — O hospital mais próximo não é muito longe. Podemos


caminhar. — Ivy parou, considerando a logística. — Nós devemos, provavelmente, ter um acompanhante, embora. — E’s confirmados continuavam a ser alvos de tentativa de violência e inquietação fervente. — Vou pedir a Vasic. Aden irá com vocês, ele disse em resposta a consulta telepática dela, e foi quando ela entendeu o quanto ele confiava no outro Arrow. Pode haver outros surtos – Abbot e eu devemos permanecer perto da cena. O gelo no tom dele era, de alguma maneira, mais duro, mais irritável. Ivy desejou poder abraçá-lo, lembra-lo que a vida não era só horror e dor. Vamos descer em alguns minutos, ela disse, enquanto Jaya levantou-se e fez sinal de que estava indo pegar o casaco. Não, Vasic respondeu. Espere Aden chegar até vocês. Tudo bem. Indo com o instinto, Ivy soprou um beijo telepático para ele, sem saber se ele entenderia a mensagem sem palavras. Você tem um mau hábito de me distrair, Ivy Jane. Ivy estremeceu, depois sorriu, porque embora o gelo permanecesse, segurava agora um tom de ternura que ela não achava que seu Arrow estava ciente, mas que ela ouvia frequentemente quando ele falava com ela. Vou me comportar... por enquanto. Tome cuidado, eu vou ficar muito, muito zangada se você se machucar. Eu nunca iria desobedecer suas ordens. O coração doendo, ela decidiu que, de alguma forma, hoje não tinha feito o estrago que ela temia. Seu Vasic ainda era seu Vasic. Era difícil não continuar a falar com ele, mas ele estava certo; ele tinha que se concentrar, e ela tinha que colocar seu próprio casaco e sapatos. — Eu sinto muito, Rabbit, mas você tem que ficar aqui, — ela disse a seu animal de estimação quando ele pulou ante o sinal de que ela estava saindo. — Eu tenho que ir dentro do hospital com Jaya, e eu não quero deixá-lo amarrado do lado de fora. — Ela coçou a cabeça peluda dele. — O que eu faria se alguém te roubasse, hein? Seu cachorro não parecia impressionado com aquilo, mas pulou sobre as patas traseiras no peitoril da janela ensolarada, os olhos na atividade externa. Vasic, ela disse em seu caminho para fora, eu estou deixando Rabbit aqui. Você ou Abbot poderiam checa-lo se demorarmos muito tempo? Vasic não lhe disse que ele tinha coisas muito mais importantes para fazer. Em vez disso, ele disse, Eu vou pegá-lo, depois que verifiquemos se todos os edifícios estão livres de ameaças. Ele pode me ajudar a manter a vigilância.


Ele a derreteu de dentro para fora, seu perigoso e bonito Arrow, fez suas veias encherem de uma alegria tão incandescente, que foi capturada pelo sol. Eu te adoro. Diga-me novamente quando estivermos sozinhos.

IVY estava ainda um pouco sem fôlego da áspera promessa sexual inerente às últimas palavras de Vasic quando ela entrou no hospital com Aden e Jaya. Ela não sabia o que Aden disse a enfermeira responsável pela ala em questão, mas a arrumada mulher hispânica não contestou o seu direito de estar lá. De fato, ela levou-os a um jovem em uma moderna cama de monitoramento. Embora ele estivesse livre de fios, as suas funções vitais monitoradas pela própria cama e acessível através do painel no final, ele tinha pelo menos três tubos de alimentação entrando e saindo de seu corpo. Pelo que Ivy podia ver de seu rosto e ombros, sua pele branca pálida estava livre de cortes e contusões. — Acidente de veículo, resultando em grave trauma na cabeça, — disse a enfermeira, uma selvageria sutil em sua ressonância emocional disse a Ivy que ela era changeling. — Nós fizemos tudo o que podíamos, mas ele tem estado em coma durante as últimas oito semanas. Isso explicava a ausência de lesões visíveis. — Ele é humano, — a enfermeira acrescentou. — Isso faz diferença? — Não, eu acho que não. — Os ombros de Jaya subiram, então desceram conforme ela inalava lentamente, exalando tão lentamente quanto. — Está tudo bem se eu tocá-lo? — Vou monitorar os sinais vitais dele, caso ele tenha uma reação adversa. De pé perto da porta com Aden, enquanto Jaya se sentou na cadeira ao lado da cama, Ivy encontrou-se o examinando. Com cerca de um metro e oitenta, ele não era tão alto quanto Vasic, e suas feições eram asiáticas enquanto as de Vasic eram eslava, mas os dois Arrows foram cortadas a partir do mesmo molde, independentemente. Porte militar, olhos que viam tudo, um rosto que demonstrava nada. — Posso te fazer uma pergunta? — ela disse suavemente, um olho em Jaya conforme a outra empata colocava a mão na testa do paciente com gentileza consciente.


Aden assentiu. Telepatia será mais fácil se você não quiser ser ouvida. Obrigada. É sobre Vasic. Os olhos escuros de Aden – tão ricos em um marrom que eram quase preto – segurou os dela. Eu sei. Eu quero pedir a você para contar coisas que ele nunca irá. Seu Arrow era muito protetor, muito indiferente a sua própria dor. Ensine-me o que eu preciso saber. Vasic e Aden eram irmãos de sangue, entrelaçados em um nível que os fazia tão próximos quanto gêmeos. Ela não conseguiria conhecer um sem a cooperação do outro. Aden ficou em silêncio por um longo tempo. Eu o perdi também, ele disse finalmente. Ele tem estado andando em direção ao abismo desde a primeira vez que injetaram Jax nele e o forçaram a tirar uma vida. Eu vi acontecer, e eu não pude parar. Nada na voz dele ou sua expressão traía qualquer sinal de dor, mas Ivy conhecia os Arrows agora. Estes homens e mulheres eram muito fortes e muito inteligentes para não terem a capacidade de sentir com fúria selvagem. Você o ajudou a ficar estável. Não, Ivy. Eu tive a certeza de que ele não passasse por cima da borda final, mas isso não é suficiente. Ele manteve a intensidade do contato visual enquanto continuava. Profundamente dentro, Vasic não acredita que ele tem o direito de ter uma vida. Você entende? Dor esfaqueou as costas dos olhos dela ante a confirmação do que ela já suspeitava. Sim. Eu disse a ele que o futuro é dele para direcionar, que ele pode escolher o caminho que ele toma. Aden pôs as mãos atrás das costas, os dedos de uma delas segurando o pulso da outra. Ele pode parecer aceitar isso na superfície, mas as feridas são profundas. Ele tem vivido em seu purgatório pessoal há anos. Você não pode ser complacente. Eu não vou, ela disse com a mandíbula apertada. Eu acho que se aqueles que o usaram e machucaram ficassem diante de mim, eu ficaria feliz em esquecer que eu sou uma empata e far-lhes-ia sérios danos. Você teria que esperar sua vez. Ivy olhou para cima ante aquela declaração letalmente fria, seu olhar no ângulo limpo do perfil dele. Você se importa? Que eu estou tentando uni-lo a mim? Mesmo que você fosse Nikita Duncan, Aden disse, eu a apoiaria com cada célula do meu corpo, desde que você prometesse arrastar Vasic de volta para a vida. Uma pausa. Uma empata, no entanto... ele precisa de suavidade, gentileza e cuidado no mais profundo nível. E ele precisa disso de alguém forte o suficiente


para cuidar dele, mesmo quando o retorno parece insignificante. Mais uma vez ele se virou para ela. Você tem essa coragem? A resposta era fácil. Nunca é insignificante, Aden. Vasic fala com os olhos, com o toque, com a forma como ele se preocupa tão profunda e verdadeiramente que eu simplesmente aceitei que ele estará lá quando eu precisar dele. Emoção queimou os olhos dela, sua voz telepática apaixonada. Ele tem um coração tão grande, que se manteve bombeando, continuou longe além da resistência – mesmo embora a vida tenha o reduzido a uma polpa. Aden virou seu corpo em direção a ela... e, então, ele fez uma coisa inesperada para um Arrow. Ele estendeu a mão para segurar a mandíbula dela, segurou o rosto dela por um longo e tenso segundo, no qual seus olhos se encontraram. Eu acho, ele disse por fim, que você é uma companheira digna para o meu amigo, Ivy Jane. Você vê a grandeza dele – e você vê sua vulnerabilidade. Nenhum dos dois te assusta. Um aceno decisivo conforme ele quebrava o contato. Tudo o que você precisar de mim, você pode ter. Você só precisa pedir. Ivy piscou rapidamente para engolir a escaldante umidade de suas lágrimas, consciente de Jaya tinha acabado de arfar e se virado para eles. — Eu posso senti-lo. — Um sorriso deslumbrante. — Ele está lá, e está frustrado e irritado que ninguém pode ouvi-lo. Eu posso ajudá-lo a encontrar uma saída. — Dando um salto, ela puxou Ivy perto com mãos animadas. — Tente você. Ivy tentou, pegou apenas o eco surdo de emoção que lhe disse que o paciente não tinha morte cerebral. — Acho que esse é o seu dom, Jaya, — ela sussurrou, abraçando a amiga em reverência. Aden não falou de novo até depois que Jaya tinha ido falar com a enfermeira sobre as leituras que a enfermeira tinha apanhado durante a sessão. É um dom inestimável, disse ele, mas não é suficiente. Houve dois novos surtos em diferentes partes do mundo durante o tempo em que estivemos neste hospital. Estamos perdendo esta guerra.


Capítulo 39 Alice foi um dos alunos de graduação mais talentosos que eu já tive o prazer de supervisionar. Na verdade, eu vim a considerá-la uma colega muito antes que ela conquistasse seu doutorado. Alice via a verdade com uma contundência que é rara na academia e, de fato, no mundo. Muitas vezes, ela me fazia perguntas que me fizeram tomar um segundo olhar nas minhas conclusões, me desafiando a cavar mais fundo, descobrir mais. O que ela realizou em curtos vinte e sete anos é extraordinário. Ela deixa para trás um legado que vai resistir ao teste de incontáveis décadas. As consequências das perturbações na Net significam que existem poucos empatas em assistência hoje, mas eles aguentam pela maioria, e aquela maioria me diz que ninguém conhecia a designação E tão bem quanto Alice. Ninguém. Extraído do elogio do professor George Kim para Alice Eldridge, PhD

A MENTE DE SASCHA estava cheio das suas discussões intensas e frustrantes com os Es espalhados por todo o mundo, quando Lucas a pegou na casa da curandeira da matilha por volta das duas. O destino deles era a Toca dos lobos de Sierra Nevada. De acordo com ele, ele tinha negócios com Hawke, mas a verdade era que ele sabia o quanto as notícias dos surtos abalavam-na. Tantos mortos e feridos e era apenas a ponta do iceberg. Quanto à sua pequena menina, ela estava sendo cuidada por Kit e seu melhor amigo, Cory. Os soldados também estavam a cargo dos “gêmeos terror” de Tamsyn, a curandeira tendo ido cuidar de um idoso ferido. Sascha teria ficado desconfiada de deixar os dois jovens com um bebê se ela não tivesse sabido que todos os juvenis da matilha cresciam com tarefas de babá – e tal como evidenciado por Kit e Cory, a maioria não se importava em pegar tais deveres, mesmo quando mais velhos. Seu celular apitou bem na hora, a tela preenchida com o belo rosto de Kit, uma Naya feliz embalada despreocupadamente em um braço musculoso. — Sascha, Naya quer o Brinquedo Que Não Deve Ser Nomeado. Você se esqueceu de embalá-lo? Os lábios de Sascha se contraíram, as sombras levantando-se com a visão dos dois. — No bolso do lado da mochila. Eu o coloquei no último minuto.


Kit desapareceu, em seguida, apareceu com o lobinho fofo na mão livre. Naya gorgolejou e pegou-o com um grito de prazer antes de sua atenção ser atraída para o rosto de Sascha na telecomunicação. Fazendo ruídos de "Mamãe" para seu bebê, Sascha esperou até Kit haver distraído Naya com o brinquedo de pelúcia antes de desligar. — Você ainda está rugindo, — ela apontou para sua pantera de olhos verdes. — Por quê? — Lucas rosnou. — De todas as coisas no mundo que ela poderia ter se apegado, por que minha filha, de outra maneira brilhante, escolheu aquele estúpido presente do maldito lobo? — Cuidado, — disse ela, a voz rouca com o conhecimento de como ela tinha sorte de ter esta vida, essa liberdade, — ou você vai começar a precisar daquele gorro que Hawke lhe deu. — De acordo com o lobo alfa, era para quando Naya fizesse Lucas arrancar o cabelo. — Grr. — Gerenciando toda a movimentação da roda do veículo com facilidade, ele estendeu a mão para agarrar a mão dela e levá-la à boca para uma mordida brincalhona. — Você está bem? — Eu odeio a injustiça de tudo isso. — Ela baixou a cabeça contra o assento, sufocada pela fúria nua e crua de suas emoções. — Todos estes mortos quando, pela primeira vez em cem anos, a vida na PsyNet pode ser algo mais, algo melhor do que o Silêncio frio. — Dê a si mesma e aos outros Es tempo para descobrir as coisas, — disse Lucas, colocando a mão dela na coxa dele depois de beijar suas juntas. — Eu sei exatamente quão resistentes empatas podem ser. Ela curvou seus dedos sobre os duros músculos dele. Lucas ronronou. — Mais forte. Cravando as unhas nele em um movimento de massagem, Sascha se inclinou e roçou seus dentes sobre a pele ouro da garganta dele. O ronronar se intensificou. — Eu vou acariciá-la mais tarde, — ele prometeu, correndo os dedos sobre a bochecha dela. Já se sentindo acariciada e mimada, Sascha se acomodou de volta em sua cadeira, mas manteve a mão sobre a coxa dele. O contato, a voz de Lucas enquanto discutiam assuntos da matilha, centraram-na; ela se sentia muito mais capaz de enfrentar os fatos severos da crise na Net quando eles entraram na Toca de SnowDancer. Separando-se na entrada para a rede cheia de luz de túneis subterrâneos, eles concordaram em reunir-se em duas horas para partirem. Quando o pequeno Ben ouviu Sascha perguntando a curandeira SnowDancer sobre o paradeiro de Alice, a cientista humana não estando no quarto ao qual tinha sido atribuída após ser liberada da enfermaria, ele puxou sua mão. — Eu vou mostrar a você, Sascha querida. Ela está lá fora.


Bolhas de riso em seu sangue, Sascha tentou franzir a testa para o filhote, os olhos dele de um lindo marrom rico e seu cabelo sedoso fino tão profundamente mogno que parecia negro naquela luz, mas foi uma batalha perdida. — Onde é que você ouviu isso? — ela perguntou, conhecendo os culpados muito bem. Ben lhe deu um sorriso atrevido enquanto ela o pegava nos braços para um abraço. — Eu acho que tenho um guia, — ela disse à curandeira SnowDancer, depois de enganchar Bem no quadril. — Ele vai estar quente o suficiente vestido como está? — Nevava muito a esta altitude. A outra mulher bagunçou o cabelo de Ben. — Ele é um lobo, — disse ela com um beijo na bochecha dele. — Sim. — Ben levantou uma mão, garras para fora e fez uma careta feroz. — Eu sou um lobo! Grr. Fingindo rosnar de volta para ele, para a risada encantada dele, Sascha levou-o para fora, um dos braços dele pendurado amigavelmente em torno do pescoço dela. Pelo menos dez outros filhotes perto da idade de Ben já estavam brincando no fino pó branco que cobria a área. Quando ela vislumbrou a sobrinha de Judd, Marlee, à distância com um grupo de crianças mais velhas, ela sussurrou, — Você e Marlee ainda estão brigados? — A causa da briga era um mistério para todos até onde Sascha sabia. Ben sorriu e acenou para Marlee, mas não se contorceu para correr e juntar-se a sua amiga. — Não, — ele disse quando Marlee acenou de volta. — Eu me desculpei por estragar a festa de menina dela, e ela pediu desculpas pelos amigos dela me chamarem de bebê estúpido. A curiosidade de Sascha venceu. — Como você estragou a festa de menina dela? Suspirando, Ben reclinou a cabeça contra o ombro dela. — Eu me transformei e pulei em sua toalha de piquenique de cima de uma árvore depois que Julian e Roman me mostraram como subir, e eu esmaguei seu bolo e derramei coisas nas roupas delas. Sascha teve um tempo difícil tentando não estourar em risadas, a imagem do lobinho coberto de bolo e creme trazendo lágrimas aos olhos dela. — O bolo estava bom? Ben sorriu, alegria em sua expressão. — Sim. Eu comi tudo já que todas, exceto Marlee, correram para longe. Pressionando um beijo risonho na testa dele, ela disse, — Estou feliz que vocês dois são amigos de novo.


— Eu também. — Ele apontou para a direita. — Ally está para lá. Ela gosta de se sentar junto à pequena cachoeira da lagoa. Às vezes, eu sento com ela. Colocando-o no chão, ela disse, — Obrigado por me mostrar. Um sorriso doce. — Vou comer um cookie agora. Mamãe disse que eu poderia ter um porque ela está assando. Tchau! Observando-o até que ele estava em segurança de volta lá dentro, ela caminhou até a "cachoeira da lagoa". Provou uma descrição apropriada. Diferentemente da grande cachoeira numa maior distância da Toca, esta era minúscula, mal criava um respingo conforme se derramava na lagoa no verão. Agora, era uma peça maravilhosa de escultura natural, a água congelada enquanto caía, a lagoa um espelho. Alice estava sentada em uma pedra cheia de sol ao lado do lençol de gelo, com os olhos fechados e rosto erguido para os raios de final da tarde. Aquele rosto de ossos finos não era mais pálido, a pele dela marrom segurando um brilho dourado. Seu cabelo, também, Sascha viu, começara a crescer, embora fosse apenas uma plumagem delicada em seu couro cabeludo agora, os cachos gloriosos que Sascha tinha visto em uma fotografia antiga ainda não em evidência. — Sascha. — Um sorriso silencioso, uma sombra desbotada do enorme sorriso que Sascha tinha visto nessa mesma foto. — Você veio para ver se meu rachado cérebro de ovo tem mais alguma informação? Sascha fez uma cara triste. — Você sente como se essa fosse a única razão pela qual eu venho te ver? — A verdade era que ela queria desesperadamente ajudar a outra mulher se curar, mas Alice ainda não estava pronta. Primeiro, eu tenho que lamentar, ela dissera na última visita de Sascha. Eu perdi todos que eu amava quando fui posta naquela câmara criogênica. Eu não sei se o meu coração é forte o suficiente para se recuperar. Sascha acreditava de forma diferente. Alice já tinha mostrado sua força acordando de um sono que deveria tê-la consumido; poderia levar tempo, mas a cientista juntaria os pedaços de volta. Quando ela o fizesse, ela seria extraordinária, daquilo Sascha não tinha uma única dúvida. — Não, — disse Alice, em resposta à sua pergunta. — Sou eu. — Fechando os olhos, ela inclinou o rosto para o sol novamente. — Eu gostaria de poder dar-lhe as respostas que você precisa. — Ela exalou, os cílios levantando conforme seu olhar se voltava para a água congelada. — Eu ouvi sobre o que aconteceu, a loucura e a violência. Sentando-se em um pedregulho nas proximidades, Sascha contou a Alice o que ela sabia. Como um resultado das relações que Sascha tinha formado com


o Es no composto, ela tinha ouvido de cada um deles desde suas localizações – fazia dela a única pessoa que podia ver os padrões dentro das experiências individuais, a mina de respostas que poderia ajudar a todos. O problema era que o padrão era desolador. — Pelo menos, — disse ela, agarrando-se ao único ponto de luz na escuridão, — agora nós entendemos uma das subdesignações não oficiais. — Jaya fizera instintivamente o que tinha tomado um tempo considerável de Sascha e uma intensa concentração para realizar. — Um idoso empata Esquecido me disse uma vez que só cardeais podiam parar motins, — ela disse, pensando em voz alta. — Algo a ver com um campo terminal. Mas Ivy pode tocar, claramente, em uma possibilidade semelhante, embora nenhuma de nós possa manter por muito tempo. Angulando o rosto fora do sol, Alice franziu o cenho. — O empata Esquecido confundiu dois elementos diferentes, surpreendente dado que os dois são, muitas vezes, utilizados em conjunto. Apenas um cardeal pode criar um campo terminal, mas outro empata de alto nível pode controlar multidões. Sascha encarou Alice... que piscou encarou de volta. — Isso apenas acabou de sair da minha boca? — A outra mulher sussurrou, seus olhos enormes e luminescente na indireta luz solar. — Você soou como uma professora. — O coração de Sascha bateu contra as costelas dela. — Como se eu fosse uma aluna que tinha cometido um erro básico. Alice esfregou o rosto com mãos enluvadas. — Foi-se agora, mas por aquele instante, era como se eu fosse a Alice de antes, minha mente correndo com ideias e conceitos e mil pensamentos em vez deste embotamento que eu não posso penetrar. Sascha tocou o ombro da outra mulher, esperança uma onda de ouro em seu sangue. — Está tudo bem, Alice. Eu acho que... Eu acho que você está voltando. — Trazendo com ela o conhecimento que poderia salvar toda uma raça.


Capítulo 40 Aden – as simulações cirúrgicas que você me pediu para testar terminam todas com a morte de Vasic. Dada a gravidade do assunto, eu saí da minha autorização oficial e discuti com outros cirurgiões, depois de dizer-lhes que o problema era um modelo hipotético. Nenhum deles foi capaz de oferecer qualquer sugestão que eu não tenha considerado e descartado. Mensagem do Dr. Edgard Bashir

IVY ESTAVA DE PÉ ANTE a janela, naquela noite, olhando para as luzes de alta potência que iluminavam a rua abaixo. Os corpos tinham desaparecido, mas as autoridades ainda estavam coletando evidências. Ela sabia que em seu interior que, se os surtos continuassem, esse trabalho cuidadoso seria considerado um luxo, em breve. Ao ouvir um barulho vindo do quarto de Vasic, ela entrou pela porta aberta para encontrá-lo retirando sua jaqueta de couro, as botas já descartadas. A última vez que ela o tinha visto, havia sido por um instante fugaz quando ele devolveu Rabbit de volta ao apartamento. Ele estivera na vigilância por horas, para não mencionar o trabalho que ele tinha feito para ajudar a recolher os corpos. Ela sentira falta dele em cada respiração... mas o homem que voltara para ela não era o mesmo que a tinha surpreendido com doces de manhã, antes que o mundo fraturasse em uma saraivada de terror e loucura. — Preparando-se para tomar banho?" — ela perguntou, o estômago apertando com o gelo dele, as emoções emparedadas tão eficaz que o vazio fazia o peito dela apertar em dor. Um breve aceno de cabeça. — Com licença. — E ele não estava mais no quarto. Ivy encarou o espaço onde ele tinha estado enquanto o chuveiro ligava depois de um minuto no banheiro em anexo, as palavras que Aden tinha dito a ela no hospital vívidas em sua mente. Como o outro Arrow tinha apontado, as feridas de Vasic corriam profundamente. Aquelas feridas tinham sido encharcadas na morte e violência de novo ao longo das últimas 14 horas, estavam em carne viva e sangrando.


Entender porque ele tinha ficado distante e frio não significava que ela estava prestes a permitir que ele meditasse sozinho. Aquele mau hábito era um que ela tinha a intenção de quebrar, e quebrar rapidamente. Você sabe, ela disse telepaticamente, é extremamente frustrante tentar ter uma conversa com um homem que pode simplesmente se teletransportar para longe. Mãos nos quadris quando ele não respondeu, ela caminhou até a porta aberta do banheiro – claramente seu Arrow não apreciava sua determinação no que o envolvia. Encostando-se no batente da porta, ela sentiu sua respiração deixar seus pulmões em uma corrida de prazer ante o contorno embaçado de seu corpo nu atrás do vidro que cercava o chuveiro. Tomou sério esforço para encontrar as palavras desde que o cérebro dela parecia ter esquecido o conceito de linguagem. — Então... — ela o viu congelar além do vidro, com as mãos no cabelo — os médicos descobriram alguma coisa nova sobre a infecção? Abaixando as mãos, ele disse, — Ivy. — Sim? — Ela não se moveu. — Você estava prestes a responder a minha pergunta. — Eu estava prestes a te pedir para sair. — Desculpe, eu não te ouvi. — Perversidade acordou nela. — Para onde é que você vai se teletransportar nu? — Eu poderia ir para o meu quarto na Central de Comando Arrow. Ela mostrou a língua para ele. "Isso é trapacear!" Desligando o chuveiro, Vasic abriu a porta do chuveiro. Ivy estava determinado a ficar... mas perdeu a coragem no último segundo. "Maldição". Torcendo-se para fora, ela ficou de costas contra a parede ao lado da porta, sua pele quente e sua respiração curta. Quando ele saiu, uma toalha enrolada em torno de seus quadris, ela mordeu o lábio inferior. Ele era lindo. Todo músculos elegantes e fortes, uma lâmina finamente afiada de um homem. Gotas de água escorrendo do cabelo dele desciam pelas costas, e ela teve que lutar muito para não alcançá-las e tocar. Ela não tinha certeza se ele iria aceitar isso. Não esta noite. — Você não secou o cabelo corretamente. — Saiu em um sussurro rouco. Voltando-se para ela, ele se aproximou com as palmas das mãos em ambos os lados da cabeça dela, a pele nunca a centímetros dela, o calor dele esmagando contra sua pele faminta. E a fúria dele... aquilo era uma coisa impressionante, a tempestade nos seus olhos prata derretida. — Eu não posso lhe dar o que você quer. — Saiu frio, mas aqueles olhos, aqueles olhos... — Eu pensei... — Ele balançou a cabeça. —Você não pode mudar


o núcleo de um homem, Ivy. Você não pode tomar um homem batizado em sangue e transformá-lo em algo melhor. Ivy estreitou os olhos, furiosa com a forma como ele continuava a ver a si mesmo. — Eu não quero que você mude. Eu não deixei isso bem claro? — Subindo na ponta dos pés, ela agarrou-lhe o cabelo. — Eu quero você. Tudo de você. Mesmo a parte que me enfurece. Vasic podia sentir a dormência que tinha rastejado sobre ele em uma reação defensiva à carnificina que ele tinha visto, os corpos que ele tinha manuseado, começar a rachar. Entalhada e afiada, cada rachadura ecoava na mente dele, gelo fragmentando em um lago congelado. — Eu segurei os mortos com minhas mãos e minha mente hoje, — ele disse, e era uma brutal e inevitável verdade. — Você realmente quer essas mãos em você? Ela soltou o cabelo dele... e algo quebrou nele, apenas para curar ainda mais forte quando ela puxou uma de suas mãos da parede e entrelaçou os dedos com ela. — Eu já disse a você, eu quero suas mãos em cada centímetro de mim. — Paixão brilhava nos olhos dela, estava quente nas bochechas dela, e uma grande parte disso, ele percebeu tarde demais, era raiva. — Você usou estas mesmas mãos, esta mesma mente, para salvar vidas hoje. Por que você nunca foca nisso? Vasic firmou a mandíbula. Agarrando-a em seus dedos finos, Ivy obrigou-o a encontrar o seu olhar. — Não mais, Vasic. Você não vai viver no purgatório, e você certamente não vai se punir por afastar todos os que se importam com você. Se você quer remoer alguma coisa, você faz isso comigo para que eu possa colocar algum sentido em você. Vasic não conseguia tirar os olhos da vibrante vida dela, a dormência em mil pedaços agora não era páreo para a força da fúria de Ivy. — Você, — ele sussurrou, — é a coisa mais linda que eu já tive na minha vida. Olhos em chamas, ela balançou a cabeça. — Não, você não está saindo fora desta briga tão facilmente. — Um olhar fixo. — Eu quero uma promessa. A pele dele doía com necessidade dela, mas ele não fechou a distância entre eles, incerto do temperamento de Ivy. — O que você quer que eu prometa? Dedos ainda no queixo dele, ela pressionou para baixo. — Que você nunca mais vai tentar dispensar-me, porque você acha que eu estaria melhor sem você. — Um beijo rápido e duro que era um soco direto no intestino. — Isso nunca vai ser verdadeiro. Eu acordo animada para vê-lo, Vasic. Eu sonho com você. Sua voz, sua mente, suas mãos. Eu amo cada parte de você. Eu imagino um futuro com você! — Rosto ruborizado e o corpo tenso, ela soava mais e mais furioso com cada palavra. — Não se atreva a tentar dizer-me que você não vale a pena! Não se atreva!


Vasic não teve a força de vontade para repudiá-la. Ele usaria tudo aquilo. Se ela não queria dar ouvidos a sua advertência, então ele ia ser egoísta e fazer a sua reinvindicação e aceitar a dela. — Eu prometo. — Era um voto. Peito arfando, Ivy encarou-o, a suspeita em seu rosto fazendo algo torcer profundo dentro dele, a estranha emoção de uma só vez suave e feroz. — Espere por mim em seu quarto, — ele disse, pegando o que precisava porque Ivy tinha dito que ele poderia ter isso. Tê-la. Ivy tinha lutado pelo direito dele de tê-la. Ela nunca o negou, nunca o puniu retendo o toque que ele ansiava – o toque dela – e ele planejava tomar terrível vantagem. Agora e sempre. — Eu preciso ter certeza de que tudo está seguro antes de me juntar a você. — O colchão da cama dele era duro, seria desconfortável para ela. — Eu quero você debaixo de mim, nua, provocante e minha. As bochechas de Ivy coraram de um pêssego quente. Correndo uma mão pelo peito dele, ela fez uma careta. — Eu ainda estou com raiva de você... mas não demore muito. Vasic não demorou, mas ele foi minucioso, no entanto, enquanto completava uma varredura de segurança no andar depois de entrar em um jeans e par de botas. Então, a porta do apartamento trancada atrás dele, ele entrou no quarto de Ivy. Chutando as botas ao lado de sua cama, ele apenas olhou para ela por um minuto. Ela tinha trocado suas roupas anteriores por aquelas calças de flanela que ela gostava e aquela blusinha de tiras que não cobria muito, de qualquer modo. As curvas superiores dos seios eram visíveis ao seu olhar, os mamilos dela apontando do tecido que ele podia rasgar com um único puxão, de tão ridiculamente frágil. Ivy esfregou os pés no lençol. — Por que você está me olhando desse jeito? — Eu estou pensando em quão fácil seria rasgar suas roupas. — Deixariaa nua, o creme e ouro dela abertos para seu toque. Ela estremeceu, e ele tinha o suficiente de olhar. Subindo na cama, ele se se aproximou dela e colocou o braço com a luva acima da cabeça dela, em seguida, agarrou seu queixo como tinha feito com ele. — Abra a boca, — disse ele. — Eu quero te provar. Os dedos de Ivy apertaram na nuca dele. — Vasic. — Os lábios dela se abriram. Sem hesitar, ele colocou sua própria sobre a dela e se satisfez como nunca se satisfizera antes de Ivy. O corpo dela era macio e sedoso por baixo do peso duro dele, seu gosto luxuriante, seu acolhimento visível. Ele queria mais, tomou mais, controlando o beijo com o aperto na mandíbula dela. Ivy não parecia


importar-se, sua mão livre subindo para embrulhar-se por cima do ombro dele por trás enquanto ela segurava-o junto a ela. O fio de viagem voluntário da dissonância em sua mente soou um alerta, mas era apenas um alerta amarelo, um lembrete do poder que ele tinha que controlar. Ignorando-o, ele continuou a manter Ivy presa abaixo de seu corpo conforme ele esmagava as regras do Silêncio para beijá-la em demanda desenfreada. Ivy não era muito boa em ficar zangada com ele – ela deu a ele sua umidade, a intimidade crua que ele desejava com uma generosidade selvagem que só o fez mais faminto. Os humanos e os changelings tinham passatempos, ele pensou em um canto de sua mente. Este seria o dele. — Sexo não pode ser um hobby, — Ivy suspirou, minúsculas unhas cavando na carne dele em uma mordida que o fez querer exigir mais, e ele percebeu que tinha enviado telepaticamente as palavras para ela. — Por que não? — Ele reiniciou o beijo, não tendo tido nem de longe o suficiente. É um ato físico. Todos os atos físicos requerem prática, se um indivíduo quer melhorar. E Vasic pretendia tornar-se um perito em fazer Ivy proferir aqueles pequenos, suaves e intrinsecamente femininos sons que iam direto para seu já dolorosamente ereto pênis. — Eu não acho que você precisa melhorar. — Ivy gemeu quando ele deslizou a boca para baixo da mandíbula dela até o pescoço e mordeu-a, seu corpo em movimento inquieto sob o dele. — Deus... Como... Onde... Eu tinha que pensar em algo bom enquanto eu estava na rua. Eu pensei sobre o que eu queria fazer com você. No segundo que as palavras saíram, ele desejava poder recuperá-las, não querendo a feiura das horas anteriores na cama deles. Mas Ivy passou uma perna pela cintura dele e disse, — Excelente uso do seu tempo, — e estava tudo bem. Chupando o pulso no pescoço dela, porque a rápido marca disso o fascinava, ele sentiu os pequenos mamilos duro esfregarem-se contra seu peito. Ele queria chupar aqueles também, queria lamber e morder e saborear cada centímetro nu dela, queria afogar sua alma ressecada no prazer que era Ivy Jane. Sua Ivy Jane.

IVY estava derretendo nos braços de Vasic, sua necessidade em um campo de lamento, o peso do corpo dele prendendo-a em uma deliciosa prisão...


que era provavelmente porque ela levou vários segundos para perceber que não estava mais na cama. De fato, ela já não estava em seu quarto. A respiração irregular quando seus lábios se separaram, ela sussurrou, — Eu posso sentir a areia debaixo de mim. Vasic correu a ponta de seu polegar sobre o lábio inferior dela. — Nós estamos no deserto, — ele disse, e baixou a cabeça novamente. Quando ele lambeu sua língua na dela, ela lambeu de volta. Ela não tinha ideia se eles estavam fazendo isto "direito", mas oh, sentia-se beeeeeeem. Sexo era o melhor passatempo, ela decidiu, quando Vasic começou a banhar a língua sobre a clavícula dela depois de empurrar para o lado a alça da blusa. — Eu quero fazer isso. — Ela puxou a seda crua do cabelo dele. Ele arranhou o ombro dela com os dentes. — Mais tarde. O cérebro nebuloso na melhor das hipóteses, ela decidiu que podia esperar a sua vez, desde que a vez dele estava transformando seu sangue em mel... até que um frio gelado penetrou as costas dela. — Vasic! Erguendo a cabeça, ele disse, "Alaska," e em seguida, eles estavam de volta em sua cama, as mãos dele apoiadas em cada lado dela e seu lindo peito subindo e descendo em respirações duras acima dela. Ela foi tocá-lo e pegou a vibração da cabeça dele. Demorou quase um minuto para que as células do cérebro dela começassem a trabalhar novamente. — Então, — ela engasgou. — Ligeira falha técnica. Olhos de prata-geada encontraram com os dela. Um segundo depois, eles estavam se beijando novamente, molhado e quente e tão bom... até que Ivy gritou, a terra dura e fria debaixo de sua fina forma vestida. Pelo menos não havia neve, ela pensou, olhando para as altas gramíneas verdes que formavam um casulo em torno deles. Então, a primeira gota gorda de chuva atingiu o ombro nu de Vasic. A cama estava abaixo dela no próximo segundo, o ar quente. Afastando-se, Vasic caiu de costas ao lado dela, seu braço enluvado acima de sua cabeça. Ela levantou-se sobre o cotovelo, e embora tenha levado todo seu controle, não atacou imediatamente o belo, belo homem em na cama com ela. Aquele que tinha acabado de beijá-la e mordiscá-la como se ela fosse a coisa mais deliciosa que ele já provara. Ele poderia devorá-la quantas vezes quisesse. — E quanto a você? — Um olhar perfurante de olhos cinzentos. — Seus escudos? Não deslocando o olhar de sua muito privada e muito linda vista, Ivy acessou seus sentidos empáticos. — Minhas habilidades parecem intensificadas, mas eu não estou te lendo, não conscientemente. — Ela mordeu seu lábio inferior


inchado. — Acho que eu poderia ter estado fazendo isso inconscientemente, mas se eu estivesse, eu estava muito no momento para saber disso. — Eu não me importo, Ivy, — ele disse, ouvindo claramente a preocupação dela. — Não é como se os meus desejos fossem obscuros. — Ele correu uma mão sobre a ereção empurrando a calça jeans. A boca de Ivy secou, os olhos fixos naquele ponto, mesmo depois que ele deixou cair a mão ao lado. — Por que, — ela disse, a voz rouca, — isso é tão erótico? — É mesmo? — O olhar dele mergulhou. — Toque um dos seus mamilos para mim. Ofegante como se ela tivesse estado correndo, Ivy levantou a mão, corou, mas pegou a apertado ponta do biquinho entre os dedos através da blusa. Era o seu próprio corpo, e ela o tocara milhares de vezes quando tomava banho e se vestia, mas desta vez era diferente, porque Vasic estava assistindo-a, as pálpebras pesadas. Passando os lábios para dentro, para lambê-los, ela rolou o nó tenso entre as pontas dos dedos... e quase caiu quando a cama se transformou em areia, a mão caindo para cavar a porosa suavidade. O deslocamento durou apenas um segundo, em seguida, o colchão estava firme sob eles mais uma vez. — Veredito? — ela perguntou, brincando com o dedo através de um pequeno rio de areia apanhado no lençol. — Altamente erótico. — Vasic estendeu a mão para desfazer o último botão de sua calça jeans, abaixando o zíper uma fração. Ivy choramingou quando ele parou. — Isso não vai aliviar a pressão, — ela disse, seus seios empurrando contra o delicado tecido da camisola. Estendendo a mão, Vasic mal roçou as costas de sua mão sobre a carne inchada. Disparou um raio de intensa sensação direto ao núcleo dela, a calcinha além de úmidas. Esfregando as coxas juntas só fez a frustração pior. — O deserto é agradável, — ela começou em um tom de bajulação, arrastando a mão em direção a ele. — Nós... — Provavelmente vamos acabar em uma prisão siberiana da próxima vez. — Agarrando a mão dela naquele aviso escuro, ele colocou-a ao lado dela na linha invisível na cama. — Você sabe o que eu quero? Ivy correu o pé sobre a perna vestida de jeans dele. — O quê? — Assistir você se tocar entre suas coxas enquanto você puxa seus mamilos, — ele disse, a franca solicitação sexual elevando a necessidade dela a uma febre, — Mas vamos ter que esperar até que eu tenha a ‘ligeira falha técnica’,


—um relance de olhos prateados, seu polegar acariciando o lábio dela, — Sob controle. Ivy mordeu a carne firme, frustrada e divertida. — A sua voz deveria ser ilegal. — Chupando o polegar dele quando ele não o tirou imediatamente, ela viu seus cílios abaixarem-se, a respiração se alterar... e areia toda em torno deles. Para o prazer dela, embora ele quebrasse o contato íntimo depois de terem voltado ao apartamento, ele começou a enroscar um de seus cachos frouxamente em torno do dedo. — Eu espero que você realmente goste do deserto. Porque parece que vamos visitá-lo em uma base regular. Ela riu e se aconchegou um pouco mais perto. — Eu gosto. — Eu tenho uma vantagem sobre os outros Tks. — O abdômen dele flexionou sob seu toque, mas ele não disse a ela para manter distância desta vez. — Meu poder principal é o teletransporte, e parece que é isso que o meu cérebro recorre quando eu perco o controle, caso contrário, eu poderia causar sérios danos. Ivy pensou na areia, na neve, nas gramíneas. — Bem, desde que seu cérebro escolha locais isolados, eu não me importo. — Tudo o que ela se preocupava era estar com ele. — Ainda assim, — ela brincou, — Eu acho que você deveria estar embaixo da próxima vez. — Nós vamos negociar isso depois que eu possa manter-nos em um só lugar. Ivy desenhou um padrão em seu abdômen, sua cabeça bem acomodada no ombro dele. — Os lugares que nós fomos, você reconheceu-os em um piscar de olhos. — Eles eram todos locais que eu escolhia para ir quando não estou em missão. — Soltando o cabelo dela, ele derrubou-a sobre as costas de novo, sua expressão se alterando para o afastamento frio que ela conhecia tão bem, mas a mão dele, gentilmente, capturou sua garganta. — Você tem certeza, Ivy? Era uma pergunta tranquila e potente, uma que ela não precisava de uma explicação. — Sim, — ela respondeu sem hesitar. — Tenho certeza. Vasic assentiu e voltou-os às suas posições anteriores, Ivy embalada contra o peito dele. Ela soltou um suspiro trêmulo. Ela estava onde estava destinado a estar, e ela lutaria para segurar a beleza selvagem daquilo com tudo o que ela tinha. — Woof! — Patas arranhando, então um pequeno peso pulando em cima da cama. — Rabbit, — ela castigou com uma risada.


Acomodando-se, ele olhou para como ela estava nos braços de Vasic, bufou, em seguida, enrolou-se do outro lado de Vasic. Isso a fez sorrir. — Eu gosto que vocês dois são amigos agora. Vasic não disse nada, mas ele segurou a parte de trás da cabeça dela com uma mão e esfregou as costas de Rabbit com a outra, o brilho preto de sua luva brilhando na luz. Era um momento tão perfeito quanto era de partir o coração.


Capítulo 41 As Vozes Silenciosas continuam a ser qualquer coisa, menos silenciosas. A Coalizão do Governo ainda não fez uma declaração pública a respeito de suas demandas. Mais importante, nem Kaleb Krychek fez. PsyNet Beacon

DEMOCRACIA, COMO OS humanos a entendem, não funcionava na PsyNet. Ela era habitada por muitas mentes poderosas que poderiam ficar fora de controle se não fossem mantidas em estrita vigilância – o que significava que as próprias pessoas no comando tinham que ser implacáveis e poderosas. Ordens eram dadas e seguidas, qualquer revolta tratada com rapidez e silenciosamente antes que pudesse impactar a Net. O que era o porquê Kaleb achar surpreendente que ele estava prestes a ter um encontro com a mulher por trás da formação das Vozes Silenciosas. Você sabe como ser encantador, Sahara disse telepaticamente quando ele se teletransportou para a casa da mulher. Fascine. Sorria. Não faça disto um confronto, mas uma discussão. Fascinava Kaleb como Sahara o via – ele não era encantador, e o sorriso que ele reservava para o mundo era calculadamente simulado e com sangue frio, e destinava-se ou a fazer a outra parte se sentir desconfortável ou ficar à vontade. Claro, Sahara nunca vira aquele sorriso. Eu vou tentar não assustá-la muito, pelo menos. Sahara poderia ter garantido aquilo vindo com ele, mas ela deixara claro que não tinha vontade de ser uma força política. — Eu sou sua conselheira extremamente privada e altamente pessoal, — ela disse a ele quando eles discutiram quão visível ela queria ser. — Nosso vínculo precisa ser visível na Net, mas nossa vida juntos nunca estará em exibição. — Arrastando-o para baixo com um aperto em sua gravata, ela selou a promessa com um beijo. A memória fazendo seu coração escuro esticar como um gato na luz do sol, ele atravessou a sala de estar do pequeno apartamento para encontrar a líder das Vozes Silenciosas num pequeno estúdio. Ida Mill estava sentada com as costas para a porta, os olhos em uma parede com uma tela de computador. — Você realmente deveria encarar a porta.


Girando ao redor tão rápido que a cadeira bateu na mesa, ela disse, — Conselheiro Krychek. Foi para crédito dela que ela manteve a frieza. — Só Krychek vai servir. Olhos escuros em um rosto estreito de pele escura encontraram os dele, seu cabelo cinza-aço puxado em um nó firme na nuca. Ela tinha apenas quarenta e sete anos de acordo com o arquivo que a assessora dele tinha juntado para ele, mas tinha ficado com os cabelos totalmente cinza por volta dos trinta e dois. Aquele sinal precoce de envelhecimento era uma característica genética de família que não tinha sido retirada, provavelmente porque dava a seus possuidores uma aparência régia, independentemente de sua idade cronológica. Agora, Ida Mill levantou-se, uma mulher de um metro e setenta centímetros de altura, com porte perfeito e uma postura de aço. — Então, — ela disse, — Quanto tempo eu tenho? Eles são terrivelmente melodramáticos, não são? Kaleb não lembrou Sahara que se ele fizesse do jeito dele, a fundadora das Vozes Silenciosas já teria sido morta e enterrada por este momento. — Eu vim para conversar, Sra. Mill. — Caminhando para trás, ele voltou para a sala de estar. A sala era o estereotipo inexpressivo da caixa Psy, nenhuma arte nas paredes, nem sequer uma única fotografia... tal como a que Sahara havia encontrado em um de seus antigos datapads, o pai dela não tendo jogado fora nada de Sahara, depois que ela desapareceu. Era dela e Kaleb, tirada com a câmera do datapad. Eles estavam sentados em um galho de árvore, Sahara rindo enquanto ele usava sua telecinese para flutuar o datapad para a posição correta para tirar a foto. Aquela fotografia estava agora no centro da parede esquerda da sala de estar, ao lado de uma imagem de Sahara com seu pai. Ontem, ele silenciosamente adicionou outra para a coleção – Sahara enrolada no sofá, a testa franzida e os dentes aparecendo diante de algo na tela da telecomunicação. Ela rira quando tinha visto isso, prometera vingança, e ele soube que aquela parede se preencheria ao longo do tempo com pedaços da vida deles. — Você não é conhecido por conversar. Mãos casualmente nos bolsos da calça de seu terno, ele encontrou o olhar desconfiado de Ida Mill. — Parece que eu estou virando uma nova página. A pele da mulher empalideceu, enquanto Sahara disse, Kaleb. Eu acho que ela deveria ficar um pouco assustada, ele replicou, achando interessante que o Silêncio da própria Ida Mill não estava nem perto de ser intocado. Eu não quero que ela comece a acreditar que pode cruzar certas linhas com impunidade.


Uma pequena pausa, então, Você está certo. Aquelas linhas precisam permanecer no local por enquanto. Era possível, Kaleb pensou, que eles teriam que mantê-las para sempre. Porque os Psy não eram como os humanos ou os changelings, e cada uma dessas culturas tinha sua própria estrutura de poder. — Você deseja reiniciar o Silêncio. A força por trás das Vozes Silenciosas, a líder efetiva, compôs os ombros. — PurePsy saíram da linha, mas eles tinham um ponto. Sem o Silêncio, quem nós seríamos? — Por um lado, teríamos muito menos sociopatas na superestrutura do Conselho. Piscando, a mulher o encarou. — Uma troca digna para parar a loucura e assassinato em série que nos levou a este ponto. Kaleb teletransportou um arquivo e o colocou na pequena mesa perto da janela. — Leia isso. Você pode mudar de ideia sobre quantos assassinos em série operavam dentro da PsyNet durante o Silêncio. — Registros podem ser adulterados. — Verdade. Estes não foram. — Ele não tinha precisado fazer qualquer coisa; o horror do Silêncio foi traçado em preto e branco. — E essa não é a questão mais importante; a infecção, os detalhes da qual eu tenho certeza que você está plenamente consciente, está enraizada no Silêncio. — Você não pode saber disso. — A pele dela puxou em aperto sobre todo o rosto, as linhas espalhando-se dos cantos dos olhos. "São os empatas que são as abominações, nós deveríamos tê-los eliminado da piscina de genes. Eles alimentam da infecção." Eu não esperava isso. A voz de Sahara estava calma. Rebelião, sim. Mas isso é fanatismo. Isto é o que você esperava, porém, não é? Sim, mas por causa de Sahara, ele tinha esperado por um resultado melhor. Você é aquela que me disse que o medo vem do desconhecido – e os empatas são os maiores desconhecidos da Net. "Então, sua solução é uma chacina dos Es?" Ida Mill imediatamente sacudiu a cabeça. — É claro que não. Não, nós simplesmente acreditamos que o gene E deve ser retirado de todos os futuros nascimentos. — Foi tentado antes. Não terminou bem. — Não foi feito corretamente, — foi a resposta. — Nós temos dados daqueles tempos. — um rápido olhar enquanto admitia um hacker ilegal, — E


parece que a remoção de E só foi tentada por uma única década. Dificilmente tempo suficiente para uma verdadeira experiência." — O fato de que a Net quase entrou em colapso naqueles 10 anos não são dados suficientes? — Nós teríamos nos recuperado! — Cruzando os braços, a mulher balançou a cabeça. — O plugue foi retirado cedo demais. — E este é o princípio central das Vozes Silenciosas? — Não, é apenas um complemento. — Descruzando os braços, ela disse, — Sem Silêncio, você mesmo seria um risco letal para a sociedade. Aquele treinamento é fundamental para certos membros de nossa raça. — Tais como o seu filho. — O filho de Ida Mill era um Tk, um menino de oito anos que tinha sido inserido na academia de cadetes que gerava soldados para operações encobertas do governo, anteriormente, tinha sido para o Conselho. Agora, ironicamente, aqueles homens e mulheres pertenciam a Kaleb. Quando se tratava de crianças como o filho de Ida Mill, ele tinha ordenado que se parasse toda a tortura física e mental, mas ele não tinha interferido com a instrução psíquica, embora precisasse ser modificada para um mundo pósSilêncio. Lábios afinando, ela balançou a cabeça. — O que ele vai fazer sem o Protocolo? — O fato de que o Silêncio caiu não significa que todo o treinamento associado a ele será descartado. — Cada Arrow que ele conhecia, incluindo Judd, precisava daquela formação em algum nível. — Isso é impossível. — A líder das Vozes Silenciosas cortou a mão horizontalmente através do ar. — Não pode haver controle sem o Silêncio. — Uma opinião sem fatos. O rosto endureceu. — Se não fosse um fato, os nossos antepassados nunca teriam escolhido o Silêncio em primeiro lugar. — Nós não somos quem éramos então; as decisões que fazemos são nossas. — Ele se teletransportou antes que ela pudesse responder, tendo ouvido o suficiente. — Os padrões de pensamento dela estão definidos, — ele disse a Sahara, onde ela estava trabalhando na mesa dele no escritório de casa. Sahara passou a mão pelo cabelo, sua expressão pensativa. — É possível que ela esteja apavorada pelo filho e agarrando-se à única coisa que ela sabe que pode ajudá-lo? — Eu tenho vários grupos trabalhando em como modificar o treinamento do Silêncio por um mundo sem o Silêncio - e eu não fiz nenhuma tentativa para


manter aquelas sessões estratégicas em segredo. — Ele tinha enviado convites para acadêmicos e médicos, filósofos e pensadores mais concretos em todo o mundo. — Ida Mill escolheu não ver qualquer outra opção. Sahara tinha que concordar, tendo estado telepaticamente ligada a ele ao longo da reunião. — Se os Es realmente encontrarem uma solução para a infecção e a Net permanecer inteira, nós teremos que chegar a uma forma de lidar com as Vozes Silenciosas em uma base de dia-a-dia. Não é como se nós pudéssemos encurralar essas pessoas para fora... — Uma excelente ideia, — disse Kaleb. — Eles podem configurar um canto do 'Silêncio' na Net, e eu vou fazer uma oferta generosa para cortá-los, então eles podem ter sua própria pequena comunidade isolada de Silêncio que, em breve, vai ser apagada pela infecção uma vez que eles não terão Es. Problema resolvido. Tendo se levantado para caminhar e se juntar a ele onde ele estava examinando as manchetes no conjunto de telas na parede, Sahara deu um leve tapa no peito do homem que era seu batimento cardíaco. — Pare com isso. — A coisa era, ela sabia que ele estava perfeitamente sério, mesmo enquanto ele a beliscava. Porque Kaleb tinha um senso de humor, talvez um que só ela já vira, mas estava lá. Era também muito escuro. — Nós não estamos relegando-os a cantos cortados da Net. Ele se virou e deslizou as mãos sob o cós do moletom cinza que ela usava com uma camiseta preta em antecipação ao treino que ela tinha planejado fazer após a reunião. O corpo dela estava forte e saudável agora, e ela pretendia mantêlo dessa forma. Kaleb aninhou um beijo na garganta dela. — É um plano viável. — Você pode falar sério? — Ela fez uma carranca. — Não. Eu prefiro causar um terremoto. — Deslizando uma das mãos na parte de trás da calcinha dela, ele acariciou a úmida carne desperta. Sahara engasgou. — Você... — Incapaz de encontrar as palavras, ela começou a desfazer o nó da gravata dele, em um esforço para combater o fogo com fogo. — Esta é uma decisão política séria sobre o futuro da nossa raça. — Haverá sempre uma discussão política séria, — Kaleb apontou, tirando a mão pecaminosa para empurrar as calças dela e levantá-la para fora delas. — Até o infinito. Infelizmente, ela não podia discutir com ele nesse ponto. Como o mais poderoso Psy na Net, Kaleb estaria sempre no topo. O fato era, sem ele, ninguém levaria a sério qualquer corpo dirigente, porque ele podia mudar tudo num piscar de olhos. Levantando os braços para permitir que ele puxasse sua camiseta, ela deixou cair a gravata no chão e começou a desfazer os botões da camisa dele. —


Você está certo, — ela disse, enquanto ele envolvia um braço em volta do pescoço dela e usava a outra mão para retirar a abotoadura naquela manga. — Vamos causar um terremoto. O tremor foi registrado 45 minutos mais tarde, com os sismólogos cada vez mais confusos na Agência Sísmica da Rússia. Meia hora depois, Kaleb acariciou o corpo preguiçoso de Sahara e disse, — Informação é poder. Vamos colocar certa porcentagem desse poder nas mãos do povo.

PSYNET BEACON: NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA DECLARAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE KALEB KRYCHEK

As Vozes Silenciosas têm chamado a si própria de rebelião. Não é nada do gênero. Ao contrário, é um partido político com um ponto de vista particular. Tal partido político tem o direito de existir na PsyNet, como também grupos que representem outros interesses. A Designação E também tem o direito de existir. No entanto, ao contrário das Vozes Silenciosas, os empatas são essenciais para a sobrevivência da espécie Psy. O Conselho anterior escondeu esse conhecimento, mas à luz da situação atual, é imperativo que isso seja compartilhado de modo que cada indivíduo possa fazer uma decisão informada quanto ao seu ponto de vista pessoal: A PsyNet não pode sobreviver sem os Es. Esta não é uma posição ideológica, mas um fato comprovado. Uma tentativa de eliminar os empatas da piscina de genes foi feita no início do Silêncio, o que levou à morte de dezenas de milhares e um pico agudo de casos de graves doenças mentais na população, incluindo insanidade criminal. A prova desse fato está na continuação da existência dos Es. A designação E teria, caso contrário, sido apagada três quartos de século atrás. Como resultado do acima exposto, qualquer ataque a um E será visto como um ataque à base da PsyNet. Caso os membros das Vozes Silenciosas, ou qualquer outro grupo, incitem outros a agirem contra os Es, eles serão tratados como terroristas. Desacordo político é aceitável. Agressão que ameace desmoronar a PsyNet não é. - Kaleb Krychek


Capítulo 42 O caos reina. Manchete PsyNet Beacon

IVY ESTAVA PROFUNDAMENTE dormindo no travesseiro musculoso do braço de Vasic, os dois tendo decidido que um contato passivo não ativaria a habilidade dele, quando ela se empurrou fisicamente acordada com um soco de pânico escuro. A pele dela ficou úmida, pontos faiscando na frente de seus olhos. — Vasic, eles estão morrendo, — ela arfou, gritos ecoando em seus ouvidos. — É perto, bem em cima de nós. Vasic já estava fora da cama, com os pés nas botas nos próximos dois segundos. — Pegue uma jaqueta. Vou pegar a minha e confirmar o local do surto. Ivy arrastou-se para fora da cama para deslizar os braços em seu casaco cor de framboesa, envolvendo-o por cima do pijama e puxando as meias e suas botas de neve, segundos antes que Vasic reaparecesse. Ele colocara uma camiseta cinza escuro que era muito fina para o frio, jogou a jaqueta de couro sintético sobre ela, mas não havia tempo para fazê-lo trocar. — Rabbit, fica, — ela conseguiu dizer antes que Vasic colocasse um gorro na cabeça dela e os teletransportasse para a carnificina. Desta vez, a maioria dos gritos vinha de dentro dos prédios de apartamentos. Um corpo voou para fora de uma janela, estilhaçando o vidro. Vasic pegou o homem, usando Tk, e baixou-o gentilmente até o chão... onde ele levantou, seu corpo sangrando de inúmeros cortes, e imediatamente correu para a parede em frente a ele. A cabeça dele fez um som molhado e feio enquanto batia repetidamente no concreto. Chocada, Ivy estendeu a mão para acalmá-lo. Ele caiu de joelhos. Ela não conseguiu segurar a calma por muito tempo, mas ele permaneceu de joelhos, independentemente, balançando para frente e para trás e fazendo sons horripilantes de dor. Decidindo que era melhor do que a raiva autodirigida, ela começou a se concentrar em uma mente de cada vez, enquanto Vasic cuidava dos infectados violentos que haviam começado a se espalhar pela rua. Dois táxis que tinham virado para a rua certa na hora errada guincharam em marcha ré em um esforço para escapar. Um acertou um carro estacionado, o


outro foi atingido pelo tráfego em um impacto de baixa velocidade. Abandonando seus veículos, os motoristas se arrastaram para fora e correram. Então, havia muitos infectados e o foco de Ivy diminuiu para aqueles que pareciam mais perigosos. Alguns ataques telepáticos sem direção ricochetearam nela, sem fazer qualquer dano. A pancada telecinética, no entanto, teria feito com que ela colidisse em uma parede, se Vasic não tivesse visto-a levar o golpe e estabilizá-la. Obrigada, ela enviou telepaticamente, e eles mergulharam de volta para a briga. Ela não sabia quantas pessoas ela conseguiu acalmar para um estado menos perigoso de raiva irracional, mas ela perdeu força cedo demais para seu nível de Gradiente, seu nariz sangrando, seus músculos como geleia, e sua cabeça batendo tão forte que parecia que se dividiria se ela fizesse um único som. Frustrada e à beira das lágrimas, ela caiu na rua, um caleidoscópio de horror em torno dela. Outro grito, agudo e segurando um terror que paralisava. Empurrando a cabeça, Ivy sentiu o estômago balançar. Não, não uma criança. Não! Impulsionada pela raiva protetiva, ela encontrou forças para correr em direção à garotinha com os pés descalços que estava no caminho direto de um adulto empunhando um tubo de metal pesado. Sem nenhum poder empata real sobrando nela, ela atacou com sua telepatia de baixo Gradiente e conseguiu distrair o adulto tempo suficiente para pegar a criança. Ivy, eu protejo suas costas, Vasic disse a ela. Vá! Sua fé nele absoluta, Ivy correu, parando apenas quando estava além da linha defensiva definida pelas autoridades locais. Os oficiais, todos armados com armas projetadas para incapacitar, não matar, conduziram-na para trás deles. Ela ajoelhou-se no asfalto e engoliu em seco no ar frio da noite enquanto a menininha se agarrava a ela, soluçando. Medo, pungente e abençoadamente normal, pulsava de sua pequena estrutura. Graças a Deus. Murmurando palavras reconfortantes para a criança traumatizada, Ivy levantou-se novamente com a menina nos braços, e correu para o muro de veículos da Execução que formavam uma barricada pesada no final da rua. Atrás deles, estavam as ambulâncias. Ela supôs que havia a mesma coisa na outra extremidade da rua afetada. Tendo juntado apenas o suficiente de habilidade empata para sugar o pior do pânico e do choque de sua pequena carga, Ivy deixou a menina nas mãos capazes de um médico que prometeu não deixar a menina fora de sua vista.


Ninguém parou Ivy quando ela voltou para a briga depois disso, o massacre na rua inacreditável. Vasic estava usando tanto seu Tk quanto o laser construído em sua luva para tentar conter a loucura sem causar morte, mas cada vez que ele tirava um da equação, dez outros pareciam surgir de lugar nenhum. A esmagadora maioria absoluta de infectados não era o único problema. Na frente de Ivy, dois oficiais humanos da Execução caíram sem aviso, e ela percebeu que eles tinham sido vítimas de um dos tiros telepáticos erráticos que eram lançados pelos infectados. Verificando o pulso do primeiro, depois do outro, ela exalou um suspiro que não tinha tido conhecimento de estar segurando. Ambos estavam vivos, mas dado que um Tp poderoso poderia transformar uma mente humana em sopa, aquilo foi mais sorte do que qualquer outra coisa. Fraca como sua telepatia era, ela tentou fazer o que podia para proteger os homens e mulheres ao seu redor conforme a luta continuava. Um leve toque em seu ombro. — Eu vou assumir, — Aden disse, agachando-se ao lado dela. — Eu sou um telepata forte. Cedendo a tarefa para ele, ela acessou sua habilidade empata e descobriu que tinha reavivado a certo grau. Apesar de ela ser apenas capaz de retardar os infectados, seus esforços tornaram mais fácil para a Execução atordoá-los. Um grande grupo de humanos que vivia na rua também se juntou à luta para controlar seus vizinhos psicóticos, e estava fazendo tudo o que podiam para imobilizar pessoas sem causar ferimentos graves. Quando grandes aves de rapina, suas garras perversamente curvas, mergulharam do céu para derrubar um número de infectados agressivos, Ivy pensou que ela tinha começado a ter alucinações, como resultado da pulsação em seu cérebro. Mas a pena que flutuou para baixo na frente dela um minuto depois argumentou o contrário. Águias changeling, ela percebeu através de sua exaustão. A ajuda delas virou a maré, e a rua ficou sob controle nos próximos quarenta minutos. Língua grossa, mente confusa, e corpo não totalmente sob controle, Ivy forçou-se em seus pés. Vasic? Estou ajudando a verificar os prédios. Você está ferida. O gelo da voz dele foi um bálsamo nos sentidos em carne viva, tão refrescante quanto os flocos macios de neve que beijavam o rosto dela virado para cima. Tensão psíquica, ela disse enquanto a viseira em volta da cabeça dela continuava a apertar, a enxaqueca perversa. Eu vou falar com Jaya. Sua primeira parada, no entanto, foi para verificar a menina que ela tinha resgatado, mas a criança tinha ido embora, já reivindicado por seu progenitor que não tinha a guarda.


— Ela estava muito feliz de ir com a mãe dela, — disse o soldado da Execução que tinha lidado com a transferência. — Eu verifiquei a identificação da mãe no banco de dados nacional para me certificar de que ela não era uma maluca querendo roubar uma criança, mas da forma como as duas estavam agarradas uma a outra, era bastante óbvio que elas eram mãe e filha. — Piscando para desalojar um pequeno floco de neve que caíra em seus cílios, ele entregou um cartão. — Detalhes da mãe. Achei que você gostaria de saber. Ivy colocou-o no bolso, feliz que a criança tinha um progenitor sobrevivente que cuidava de seu bem-estar. — Obrigada. — Não tem de quê. — Ele alcançou uma caixa aberta de primeiros socorros sobre o capô de um carro de polícia, pegou um chumaço de algodão destinado a ficar sob as ataduras. — Seu nariz está sangrando, e eu acho que um dos seus ouvidos, também. Ivy limpou-se o melhor que pôde, de modo a não preocupar Jaya. — O que quer que você tenha feito, — a outra empata disse quando Ivy a encontrou, — colocou algumas das vítimas em um lugar que eu posso alcançar. — Havia um brilho cansado, mas esperançoso nos olhos dela, o capuz do casaco fofo protegendo seu rosto da neve. — Mas — um olhar assombrado sombreou a esperança — Eu não sei se eu estou realmente ajudando ou apenas prestando cuidados paliativos. Você acha que eu devo continuar? Ivy assentiu e abraçou a amiga. — Qualquer vítima que você trata parece mais em paz. — Ela não disse a Jaya que o relatório que Vasic tinha recebido mais cedo naquele dia que dizia que um terço dos infectados sobreviventes do surto no Alasca já estavam mortos. As vítimas tinham, aparentemente, convulsionado em suas camas hospitalares, coágulos sanguíneos estranhos abrindo-se em seus cérebros. Estava claro que a infecção tinha sofrido uma mutação, tornando-se mais virulenta. Mas Jaya não precisava da pressão daquele conhecimento sobre ela; se ela poderia mudar as probabilidades com o uso instintivo de seu dom, aquilo era uma questão diferente. — Você está fazendo algo bom, — ela tranquilizou a outra empata. Ombros enquadrados, Jaya assentiu e voltou ao trabalho. Percebendo que ela ficaria bem, Ivy caminhou lentamente pela rua cheia de sangue, vidro estilhaçado, penas, armas improvisadas, paramédicos, pessoal da Execução... e corpos. Mortos, imobilizados, feridos, caídos contra paredes e planos sobre suas costas, o horror e a agonia no ar era um peso esmagador. E sobre tudo isso, caía uma neve delicada e pura.


Capítulo 43 Ficou claro que Samuel Rain não é influenciável para um julgamento real de sua inovação de ponta. Dada a inteligência dele, eu sugiro que, secretamente, cooptemos sua pesquisa e coloquemos vigilância seus arquivos, em vez de usar a força. Um julgamento pode ser executado sem o conhecimento dele. Recomendação do analista responsável pela avaliação da biofusão como uma ferramenta militar viável

SAMUEL RAIN TINHA desaparecido tão limpamente que a maioria das pessoas assumia que ele estava morto. Zie Zen não era a maioria das pessoas. Seus contatos tinham desenterrado rumores de que o homem estava vivo, mas com o cérebro danificado. Dependendo da profundidade do último, Rain poderia muito bem ser de nenhuma utilidade, mas Zie Zen não estava disposto a assumir isso. Tinha se tornado cada vez mais claro que aquele homem que viera inicialmente com o conceito e os princípios subjacentes da biofusão era o único que poderia ter a solução para o problema mortal de Vasic. Na época do desaparecimento de Rain, cerca de um ano atrás, ele tinha sido residente na Califórnia. Aquilo não significava nada. Ele poderia ter sido transportado para qualquer lugar do mundo no período de intervenção, mas era um ponto de partida. Nikita Duncan e Anthony Kyriakus eram os dois mais poderosos Psy na área, de modo que Zie Zen começaria com eles. Nikita, ele adiou por enquanto. Ela podia ser cruel, mas ela tendia a ser aberta sobre seus interesses financeiros, este tipo de subterfúgio em longo prazo não parecia seu estilo. Anthony, por outro lado... o chefe do Grupo NightStar estava acostumado a lidar com mentes danificadas. Independentemente do Silêncio, F-Psy ainda enlouqueciam mais regularmente do que outros setores da população. Isso significava que NightStar tinha instalações privadas para o atendimento de seus membros danificados, e de acordo com tudo que Zie Zen tinha sido capaz de descobrir, a família de fato fornecia cuidados, ao invés de simplesmente executar ou esconder seus elementos em mau funcionamento.


Decisão tomada, Zie Zen contatou Anthony em uma linha de comunicação privada conhecida por muito poucos. Era tarde para ligar, mas Zie Zen sabia que Anthony ficava muitas vezes em seu escritório até depois da meia-noite. Os interesses do outro homem tinham se alinhado com os de Zie Zen em várias ocasiões, e Zie Zen considerava-o um tipo de aliado cortês. O rosto do ex-conselheiro apareceu na tela em segundos. — Zie Zen, — Anthony Kyriakus disse em acolhida, a prata na têmpora de seu cabelo preto reluzindo com a luz acima. — Anthony. — Zie Zen avaliou aquele homem que entendia o conceito de família, que tinha lutado pelo direito da filha de viver com uma crueldade fria, que para muitos parecia brotar de uma motivação mercenária, e considerou quanto revelar. — Eu estou cobrando um favor. — Você é o único homem a quem eu possa suportar ficar em dívida, — disse Anthony. "O que posso fazer por você? — Eu preciso saber o paradeiro de Samuel Rain. A expressão de Anthony não entregou nada. — Os rumores são de que ele está morto. — Rumores significam pouco. — No fim das contas, não foi uma decisão difícil colocar de lado a conversa sobre favores e dívidas de lado e confiar no outro homem à verdade. Zie Zen sabia que Anthony não tinha lutado pela filha porque ela era a vidente mais talentosa e, portanto, mais lucrativa no mundo. Não, ele tinha lutado por ela com os instintos de proteção de um pai por sua criança. — Eu peço por Vasic. Desta vez Anthony reagiu, o olhar afiado. — A luva está falhando? — Sim. A resposta de Anthony foi inesperada. — A Net não pode se dar ao luxo de perdê-lo, ninguém realmente sabe o quanto ele fez por trás das cenas na última década, quantas vidas ele salvou. — Um olhar atento. — Eu não percebi que ele era um dos seus. Zie Zen poderia ter deixado Anthony acreditar que Vasic era simplesmente outro contato, mas não o fez. Ele queria deixar público seu relacionamento com a criança, que era o seu sangue. — Ele é meu bisneto. Um piscar de olhos. — Uma relação que ninguém na Net suspeita. Magistralmente desempenhado, Avô. Uma vez, Zie Zen teria sorrido ante a deferência honorífica, sabendo que era sincera e um reconhecimento pesaroso de um adversário que havia sido superado. Hoje, ele simplesmente fez sua pergunta. — Você sabe qualquer coisa que vai me ajudar a rastrear Samuel Rain?


Desta vez, foi Anthony que pegou Zie Zen desprevenido. — Eu tenho o Rain, — disse ele. — Ele esteve sob os cuidados de NightStar desde que uma tentativa de manipulação psíquica o deixou com grave hemorragia no cérebro. Despreparado para tal sucesso imediato, Zie Zen fez uma pausa para reunir seus pensamentos. — Como? — Você vai achar isso apropriado; os lobos SnowDancer descobriram-no gravemente ferido e eu pedi a Vasic para buscá-lo depois que os leopardos me contataram através de minha filha. — Meu neto não tem conhecimento de quem ele salvou? — perguntou Zie Zen, pensando em toda a miríade de conexões que levaram a este instante. Anthony assentiu. — Ele estava em uma operação Arrow no momento e pôde, literalmente, me dar só um minuto. Enviei-lhe o que ele precisava para completar o teletransporte, o que ele fez em menos de cinco segundos – e eu acredito que a distância. — A expressão do ex-Conselheiro sustentava um respeito para o nível e a precisão das habilidades de Vasic; nascer com uma habilidade que era apenas o começo – o que Vasic poderia fazer, falava de um treinamento intenso, concentração e inteligência. — Eu não estou certo se ele teve algum contato físico com Rain, — continuou Anthony. — Mesmo se teve, ele não teria reconhecido o homem. O rosto de Rain estava coberto de sangue e distorcido pela dor. — Ele fez uma pausa, balançou a cabeça ligeiramente. — E Vasic não tinha motivo para acompanhar o caso comigo. Ele deve ter pensado que o homem que ele salvou era outra vítima aleatória, especialmente desde que o desaparecimento de Rain não foi reportado até muito mais tarde. Desta vez, a pausa foi mais longa, mas Zie Zen não interrompeu. — Dado o sucesso aparente do programa de biofusão, — Anthony murmurou, — eu nunca considerei que Vasic poderia precisar de acesso a Rain. Deixando de lado os caprichos irônicos do destino, e a questão de por que um homem que tinha sido um ativo para aqueles no poder na época tinha sido um alvo, Zie Zen disse, — O estado atual de Rain? — Ele está... danificado. — Anthony apertou as mãos atrás das costas. — Eu não sei se ele é capaz de auxiliar Vasic, mas eu também não sei se ele não é. — Eu vou te mandar através os arquivos... Anthony balançou a cabeça. — Não, Rain não está funcional nesse nível. Ele não consegue se concentrar em dados, Vasic deve encontrá-lo pessoalmente se quisermos obter uma verdadeira indicação se o homem tem qualquer capacidade de fazer o que ele fez uma vez.


Zie Zen entendeu que a situação era sombria, dado que Anthony não era um homem de exagerar as coisas, mas era uma chance, mesmo que escassa. — Eu vou falar com Vasic, arranjar um tempo. — Olhando nos olhos do outro homem, Zie Zen disse, — Tem valido a pena, Anthony? As escolhas que você tem feito? — O ex-conselheiro era consideravelmente mais jovem, mas ele era o patriarca de uma família influente e talentosa, tinha sido confrontado com decisões tão impiedosas quanto Zie Zen. — Eu perdi uma filha, — disse Anthony por fim, — Vi outra encontrar a liberdade, tenho um filho que opta por alinhar-se comigo, embora tenha sido criado pela mãe, meus videntes estão mais satisfeitos e com menos dor, mas suas mentes continuam frágeis... Eu não sei se tudo se equilibra no final, mas eu sei que eu tenho feito tudo o que posso. É a única coisa que um homem pode fazer. Foco absoluto nos olhos que permaneceram trancados nos de Zie Zen... antes de um dos homens mais poderosos da PsyNet abaixasse a cabeça em um ato de honra silencioso. — Não duvide de si mesmo agora, Avô, — disse Anthony quando olhou para cima. "Sem você, nós não estaríamos em um tempo sem Silêncio. Você lançou as bases sobre as quais Krychek, Vasic, os empatas, minha filha e eu lutamos. Era, pensou Zie Zen, um epitáfio que um homem poderia ter orgulho de chamar de seu. Zie Zen queria mais. Ele queria uma vida para seu bisneto, uma vida real, tal como a que Zie Zen viveu por curtos e maravilhosos vinte e três anos. Sunny, eu estou sozinho sem você. Como você pode estar sozinho, Z? Estou aqui. Naquele instante, ele podia quase tocá-la... e ele soube que seu tempo mortal chegaria ao fim muito em breve. Ainda não, ele sussurrou para ela. Primeiro eu preciso salvar o filho que é o melhor de nós dois. Vasic podia não carregar o sangue de Sunny, mas ele levava o coração dela.


Capítulo 44 Apenas vinte e três anos e desgastada, usada. Tantos precisaram da ajuda de um E depois Silêncio, centenas de milhares em agonia... Zie Zen para Vasic

IVY. Tendo ajudado a carregar outra maca para uma ambulância que estava esperando para liberar um paramédico, Ivy olhou para cima ante a chamada psíquica de Vasic. Estou aqui. Há um sobrevivente. Não é uma criança. Não é um empata. Um surto de energia de algum lugar profundamente dentro. Onde? Número 24, apartamento 5B. Ivy tropeçou e correu para o edifício tão rápido quanto seu corpo debilitado e frio poderia levá-la, a neve como uma cortina de renda branca diante de seus olhos e o constante martelar na cabeça. Quando ela entrou no apartamento foi para encontrar Vasic agachado na frente de um armário aberto. Ele levantou-se para andar até ela e tocou no rosto dela. — Os vasos sanguíneos estouraram em seus olhos. Ivy ainda não tinha pensado naquilo. — Deixe-me limpar meu rosto e lavar os meus olhos para que eu não aterrorize o sobrevivente. — Ajudaria um pouco, ao menos. Vasic não disse nada, mas moveu sua mão para a nuca dela e empurrou-a para um banheiro. — O sobrev..." ela começou, consciente do ar quente ao redor dela. — Eu tenho um olho telepático nele. — Parando no interior do recinto de azulejos, ele esperou enquanto ela lavava os olhos com água morna. Quando ela tinha terminado, ele puxou-a para acariciar sua pele seca com lenços que ele pegou de um distribuidor próximo. Embora seu rosto não traísse nada, ela tinha a sensação de que ele estava furioso. — Vasic. — Ela enrolou a mão sobre os ossos sólidos do pulso dele. — Você acha que, — ele disse em um tom calmo que levantou todos os pelos do corpo dela, — Você poderia tentar não se matar na minha frente?


Ela se encolheu ante o chicote das palavras. — Eu estava tentando ajudar. — Ela não tinha sido muito no esquema das coisas, mas também não tinha sido totalmente inútil. — Como é que uma empata morta vai ajudar alguém? — Jogando fora os tecidos que tinha usado, ele desabotoou o casaco molhado de neve dela e teletransportou-o para longe, trazendo sua jaqueta Arrow. Abotoando-a nela, ele disse, — Faça isso de novo, e eu vou te levar de volta ao pomar tão rápido que você não vai ter tempo para respirar. Raiva não adulterada a fez afastar-se do aperto dele. — Não me ameace. — Eu não estou te ameaçando. Estou cuidando de você, desde que você parece incapaz de fazê-lo por si mesma. — Ele se virou para sair do banheiro com esse julgamento áspero. Ivy agarrou o braço dele, vendo através de sua ferocidade fria uma escuridão violenta abaixo. — Fale comigo. — Foi uma ordem. — Você está machucado. Nenhum sinal de degelo. — Temos uma situação para lidar. Colocando-se na frente dele, ela sacudiu a cabeça. — Você é tão importante quanto. — Ela segurou o rosto dele, sustentou aquele olhar gelado e o deixou ver sua própria fúria determinada. — Você sabe que eu sou teimosa o suficiente para ficar aqui para sempre. A mandíbula dele moveu-se sob a mão dela... e então, ele finalmente baixou a testa para tocar a dela. — Nós encontramos crianças, — ele disse, a voz crua. — Presas com seus responsáveis enlouquecidos, sem nenhuma saída. Membros minúsculos, rostos minúsculos, ossos frágeis. Olhos corajosos, Ivy abraçou-o, beijando sua têmpora e sua bochecha, enquanto acariciava os cabelos dele. — Eu sinto muito. — Ela sabia que ele levaria as imagens com ele para sempre. Isso era o que ele era, um homem que se importava, que se lembrava. Fazia seu coração doer por ele, por seu Arrow que não iria chorar, mas que sentia mais profundamente do que qualquer um que ela já conhecera. — A menina que você me ajudou a salvar? — ela disse, num esforço para diminuir um pouco da dor dele. — O nome dela é Harriet, e ela está sã e salva. — Tocando a mente dele, ela mandou telepaticamente uma imagem que a mãe de Harriet tinha enviado para o telefone dela após Ivy ligar para a mulher para perguntar como Harriet estava indo. — Veja, ela está quente e aconchegada na cama, o brinquedo favorito ao lado dela. Permitindo que Ivy o segurasse e confortasse por mais um minuto, Vasic levantou a cabeça e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. — Obrigado por ser minha, Ivy Jane.


— Sempre, — disse ela, a voz molhada, em seguida, seguiu-o até o armário, onde ela agachou-se para olhar para o pequeno espaço dentro. O homem magro dentro tinha que estar no final dos vinte anos, sua pele cor de madeira embebida em suor. Tendo se empurrado totalmente para parte de trás do armário, que parecia conter camisas e calças impecavelmente passadas, ele choramingou ao vê-la. Ela queria absorver o seu medo, sua dor, mas consciente de Vasic mal contido atrás dela, ela controlou o instinto. Como evidenciado pela dor de cabeça que não havia diminuído de intensidade ao longo da última hora, seus sentidos estavam muito agredidos para tomar mais... e ela não tinha vontade de acabar no pomar. Porque seu Arrow cumpriria sua ameaça, daquilo ela não tinha a menor dúvida. — Oi. — Ela tomou uma posição não-agressiva de pernas cruzadas no chão. — Eu sou Ivy. Nenhuma resposta. Ela não se mexeu, manteve o rosto calmo e reconfortante, até que ele deu um aceno espasmódico. — Miguel. — Prazer em conhecê-lo, Miguel. — Ela inclinou a cabeça ligeiramente para o lado. — Eu nunca disse isso a qualquer pessoa em um armário antes. Os lábios dele se curvaram com voz trêmula, depois caiu, seu belo rosto amassando-se em si mesmo. — O que está acontecendo? — Era um apelo, os olhos dele molhados. — Eu não sei, mas a sua sobrevivência pode ser nossa primeira pista de como pará-lo. Miguel começou a chorar, as grandes engolidas de soluço agitando toda a sua estrutura. — Eu sou a pessoa mais quebrada que eu conheço, — disse ele entre os soluços. — Meu Silêncio é tão falho que minha unidade familiar me deserdou. Ivy reprimiu um impulso de raiva... e viu o lampejo brilhante de uma resposta em seus saltos, mas sua mente abusada de repente deparou-se com uma parede. Suficiente, aquilo disse, pare.

VASIC pegou Ivy antes que ela tivesse caído para frente, esmagando a cabeça contra a porta aberta do armário. Erguendo-a em seus braços, o rosto dela escondido em seu pescoço, ele arrastou Miguel para fora usando sua


telecinese. — Correr não vai te ajudar em nada, você não quer ser caçado por um Arrow. O jovem macho tremeu tão duro que os ossos dele tinham que estar batendo uns contra os outros, mas Vasic não tinha nenhuma piedade nele com Ivy tão imóvel em seus braços. — Fique neste apartamento, dê suas informações aos oficiais da Execução e diga-lhes que eu te autorizei a permanecer aqui. Não corra. — Eu-eu nã-não v-vou. Deixando o homem com sua tagarelice gaga e os olhos vidrados, Vasic teletransportou Ivy não para o quarto deles, mas diretamente para Sascha Duncan, usando o rosto da outra mulher como a chave. Ele tinha esperado encontrar-se em uma casa escura da noite, mas a empata e seu companheiro estavam acordados. Vestida com uma camisola curta azul, Sascha estava balançando seu bebê. Seu suspiro mal saíra de sua boca quando as garras de Lucas Hunter foram para a garganta de Vasic. — Ivy! — O olhar cardeal de Sascha voou para a carga preciosa de Vasic. — O que aconteceu? Lucas retirou suas garras da garganta de Vasic, mas Vasic sentiu as linhas finas de sangue correndo em sua pele, um aviso silencioso do predador cujo covil ele tinha invadido. Avançando para sua companheira, o alfa leopardo tomou o bebê dos braços dela, embalando a criança em seu peito nu de uma forma que assegurava que Vasic não podia ver o rosto do bebê. Sascha tinha, instintivamente, feito o mesmo. Protegendo a filha deles, certificando-se que Vasic não poderia ter uma imagem para usar como uma chave facial. Ele entendeu o instinto; ele não confiaria em si mesmo, também. Colocando Ivy cuidadosamente em uma mesa que era a superfície plana mais próxima, ele disse a Sascha o que Ivy tinha feito hoje, observou a cardeal empata colocar a mão na testa de Ivy, pequenas linhas queimando nos cantos dos olhos céu noturno dela. Lucas, tendo pisado em outro quarto, retornou sem a filha deles e com um robe para sua companheira, seus olhos verdes selvagens enquanto a ajudava a se vestir. — Nunca, nunca, — ele disse calmamente quando alcançou Vasic, — Faça isso de novo, ou eu vou rasgar sua garganta. Ciente agora de exatamente quão rápido o alfa leopardo podia se mover, Vasic sabia que era um risco verdadeiro. Mas... — Eu vou arriscar se a vida de Ivy estiver em perigo. O olhar de Lucas não se tornou nem um pouco menos feroz, mas cruzando os braços, ele sacudiu a cabeça. — Não posso negar que você tem


bolas. — Seus olhos foram para o corpo inerte de Ivy. — Eu entendo sobre cuidar do que realmente importa, mas você tem que entender que eu tenho uma filha, bem como uma companheira para proteger. — Eu não tenho nenhuma intenção de causar dano a qualquer uma. — Use meu rosto como chave da próxima vez, isso está claro? Mais uma vez, Vasic pensou sobre isso. —Você não está sempre com Sascha. — Jesus, ou você é um fudido louco ou está apaixonado. — As palavras foram um rosnado. — Sim, eu posso não estar sempre com Sascha, mas eu vou saber onde ela está, e o ligeiro atraso não vai importar, ter sua jugular aberta, por outro lado, vai deixar Ivy sem nenhum escudo. — Concordo. — A lógica de Lucas era ressoante. — Peço desculpas pela minha intromissão. Levantando uma sobrancelha, o alfa leopardo bufou. — Você não está minimamente arrependido, mas percebe que é melhor ser meu amigo do que o contrário. Vasic às vezes imaginava aqueles na Net que consideravam os changelings muito impulsionados por suas naturezas primitivas para serem adversários inteligentes. Claramente, nenhum já tinha conhecido um dos felinos. Agora, o outro homem disse, — Quão ruim está em Nova Iorque? — Ruim. — Vasic nunca tirou sua atenção de Ivy. — As estimativas iniciais são de que perdemos quatrocentos Psy hoje, a maioria está morta, um quinto muito infectado. — Todos os quais iriam escorregar em coma irrevogável se o padrão anterior fosse verdadeiro. — Cerca de cinquenta humanos e três changelings não predatórios foram mortos, capturados no meio. — Uma águia havia identificado as vítimas changeling. — Um sobrevivente do sexo masculino adulto, talento: psicometria. Os outros sobreviventes Psy eram todos empatas. — Sua raça estava implodindo, e parecia não haver nada que qualquer um deles pudesse fazer sobre isso. — Também ouvimos relatos de um segundo surto em Nova Iorque. Vasic assentiu, os dados tendo chegado durante os últimos 15 minutos. — Seattle. Krychek assumiu o controle lá, mas a situação geral está ficando rapidamente fora de controle. — E isso estava causando que Ivy se machucasse. — Os empatas têm um traço autodestrutivo? Lucas lhe lançou um olhar astuto. — Não, — ele disse, com a voz baixa. — Mas eles têm uma tendência a colocar-se por último. A capacidade de um empata para cuidar é o que faz dela quem ela é. — Os olhos dele pousaram em sua companheira. — É também a maior fraqueza de um E.


Foi nesse instante que Vasic verdadeiramente entendeu a batalha que seu bisavô tinha enfrentado na tentativa de proteger sua Sunny de seus mais profundos instintos. — Eu não me importo se isto fizer com que ela me odeie, — ele disse para Lucas Hunter, "eu não vou permitir que ela se sacrifique. Os lábios do outro homem curvaram-se ligeiramente. — Quando um E ama, ama com todo seu ser. Ela pode ficar tão brava com você que não pode falar e pode, eventualmente, jogar coisas em sua cabeça, — um brilho muito felino nos olhos dele — mas ela nunca vai te odiar. Essa é a vantagem que você tem quando se trata de protegê-la. — Você está me aconselhando a manipular minha... — Ele não tinha uma palavra para o que Ivy era para ele, então usou aquela com o qual o homem ao lado dele estava familiarizado. Ajustou. — Minha companheira? Esfregando o queixo mal barbeado, Lucas disse, — 'Manipular' é uma palavra forte. Eu estou falando mais sobre um lembrete gentil de que a vida dela não é só dela... que iria te quebrar perdê-la. Isso, Vasic pensou, era a absoluta verdade. Sascha se levantou de sua posição curvada sobre Ivy logo em seguida. — Eu acho que ela entrou em combustão, — ela disse, esfregando distraidamente a parte inferior das costas com uma mão. — Vasic, você pode levá-la a uma das almofadas? — Ela acenou para as grandes e planas almofadas que estavam espalhadas pelo chão. — Seria melhor para ela do que uma mesa dura. Vasic não fez isso usando sua telecinese. Não queria a distância. Pegando a mulher, que era dona de seu coração maltratado, suavemente em seus braços, levou-a a um conjunto de almofadas longe das janelas que lhe mostraram que essa não era uma cabana no chão, mas um ninho nos galhos de uma árvore. Quando Ivy se enrolou sobre a almofada, desvendou um nó no escuro peito dele. Ivy? Nenhuma resposta verbal ou telepática, mas os lábios dela puxaram para cima nos cantos e ela esfregou o rosto contra a mão que ele tinha colocado na bochecha dela. Era suficiente. Durma. Eu vou estar aqui. Ele sempre estaria lá, mesmo que tivesse que rasgar as peças com defeito da luva do seu corpo por si mesmo. Ele não confiava nela para cuidar de si mesma. Levantando-se apenas quando ela pareceu cair num sono profundo e natural, ele se virou para ver que Sascha tinha se movido para a área da cozinha com seu companheiro, o casal conversando em voz baixa um com o outro. — Aqui. — A cardeal E passou-lhe um copo cheio do que parecia ser uma mistura de nutrientes. — Irritante como é admitir, este material ainda é melhor coisa para hidratar e re-energizar depois de uma queimadura psíquica.


Ele pensou em Ivy reclamando da falta de sabor nas refeições nutritivas, sabia que ela torceria o nariz quando ele lhe desse o mesmo tipo de bebida depois que ela acordasse. Movendo-se de forma a ter certeza que ela permanecesse em sua linha de visão, ele aceitou a bebida. O casal alfa não tinha motivos para causar-lhe mal, e ele precisava do impulso de energia. — Eu acho que você deveria ir a Nova Iorque,v ele disse depois de terminar o copo. — Ivy tem mencionado várias vezes que ela desejava que você estivesse por perto. Sascha olhou para Lucas. — Isso é o que nós estávamos discutindo. Pela expressão no rosto do outro homem, uma "discussão" não era bem o que eles tinham estado tendo, mas o alfa leopardo manteve a posição relaxada contra o balcão, os braços cruzados. — Nós dois vamos ir, — ele disse, — Mas somente por um curto período de tempo. — Você não quer estar afastada de sua filha. — Vasic sabia que eles nunca trariam uma vulnerável inocente para uma cidade no caos. Sascha encostou a cabeça no ombro de Lucas, o braço de seu companheiro indo ao redor da cintura dela, enquanto ela colocava a mão no coração dele. Os movimentos deles eram tão inconscientes que Vasic se perguntou quantas vezes eles estiveram exatamente daquele jeito. E ele pensou em como Ivy gostava de dobrar-se contra ele, a forma como ele embalava a parte de trás da cabeça dela com um a mão, o outro braço ao redor dela. As coisas... suavizavam nele quando ele a abraçava, saber que ele tinha a confiança dela. Ele já não podia existir sem isso. — Eu acho que provavelmente posso ficar três dias, — Sascha disse, então virou a boca. — Ok, talvez dois. Ela é tão pequena, e eu não posso suportar pensar nela chorando por mim. Lucas deu um beijo nos cabelos de Sascha enquanto Vasic dizia, — Vai haver um surto nesse período de tempo, se a infecção continuar a crescer em seu ritmo atual. Sombras nos olhos de Sascha. — Nós vamos estar lá o mais rápido possível, — ela disse no silêncio da noite na floresta. — Eu quero falar com Alice mais uma vez, primeiro. — Eu vou ter que entrar em contato com as águias WaterSky, — Lucas acrescentou, — Esclarecer minha presença no território deles. Não deve ser um problema, já estamos em boas relações. Vasic assentiu. — Vou levar Ivy para casa agora. — Ela enrolou-se imediatamente no peito dele quando ele levantou-a em seus braços, e sentiu-se como se ela enterrasse na crua vulnerabilidade de seu coração desprotegido. Ele


não lutou contra isso. Ele era dela. Era simples assim. — Você quer que eu volte para levá-los para Nova York? — Não, guarde suas energias, — respondeu Lucas. — Vamos pegar um jato de alta velocidade. Vasic saiu sem mais palavras, necessitando que Ivy estivesse segura em um ambiente que ele podia controlar. Um Rabbit bem acordado saltou para cima da cama no instante em que Vasic a colocou sobre ela. Aninhando-se a ela como se para ter certeza de que ela estava bem, o cão se instalou na frente dela. Vasic fez uma varredura de segurança no resto do apartamento, o corredor externo, os dois apartamentos desocupados naquele andar, bem como quaisquer entradas para o andar, em seguida, verificou Abbot, descobrindo que o outro Tk estava com Jaya no hospital. Isso significava que ele tinha que verificar o apartamento de Abbot e Jaya, também, mas a tarefa não demorou muito. Seu próximo contato foi Aden. — Atualizações? — ele perguntou através da comunicação construída em sua luva. As notícias eram duras. — Krychek teve confirmação da NetMind e da Darkmind que toda a extensão da Net está repleta de tentáculos finos e invisíveis. Quarentena ou cortar fora partes da população na teoria de que algumas seções podem ser limpas já não é uma opção. Isso significava que a única maneira de salvar a raça deles era encontrar uma cura. Antes que Vasic pudesse responder, Aden disse-lhe algo pior. — As crianças não empatas não estão imunes; elas são portadoras. Impossível saber quando ou se a infecção vai ativar. A mente Vasic de encheu com a imagem de uma inocente menina chamada Harriet. — Isso elimina a possibilidade de uma próxima geração não infectada. — Também cortava a opção de segregar os jovens para dar-lhes uma maior chance de sobrevivência. — Krychek sugeriu que o esquadrão force os Es a saírem e configurarem uma rede limpa. Vasic poderia, uma vez, ter concordado com essa tática. Agora, ele balançou a cabeça em uma negativa imediata. — Mataria algo em Ivy. — Ele não tinha pudores em fazê-la descansar ou caso contrário, cuidar de si mesma, mas ele conhecia sua E. Ivy era uma lutadora, e ela era leal. Fazê-la assistir enquanto aqueles que ela amava pereciam, enquanto milhões gritavam por socorro, faria um dano que nunca poderia ser curado. — Eu imaginei que seria o caso. Vou entrar em contato com os outros, dar aos Es a escolha. Vasic não achava que qualquer um deles aceitaria. — Quantos surtos desde Seattle?


— Cinco. Espalhados por todo o mundo. O tempo estava se esgotando. — Acorde-me apenas se não houver outra opção. Preciso recarregar. Checando duplamente a segurança depois de desligar, Vasic tirou a roupa e tomou banho no banheiro de Ivy. Levou apenas um curto segundo para agarrar um jeans limpo do quarto dele. Colocando as botas perto da cama dela para que pudessem estar acessíveis, no caso de uma emergência, ele estava prestes a deitar-se ao lado dela quando recebeu uma transmissão pela comunicação em sua luva. Ele se levantou, caminhou até a porta para não perturbar o sono de Ivy, e atendeu a chamada. — Avô.


Capítulo 45 Mercados financeiros mundiais caíram acentuadamente durante a noite, e a tendência não mostra sinais de reversão. Gazeta de São Francisco

— OBRIGADO POR ME ENCONTRAR tão cedo, — Sascha disse para Alice, enquanto caminhavam na área imediatamente fora da Toca de SnowDancer. Estava vazio, os pequenos ainda dormindo, e a extensão ininterrupta de neve fresca brilhando sob a madrugada era tanto dolorosamente bonita quanto muito tranquilo. Este lugar era feito para fortalezas e lutas de bolas de neve e lobos filhotes pulando em cima um do outro em brincadeiras de lutinha. — Não houve nenhuma dificuldade, — respondeu Alice, puxando as extremidades de seu suéter-túnica azul-royal sobre as mãos. — Eu costumo acordar cedo para assistir ao nascer do sol." Ela respirou o ar frio da montanha, o sol ainda não alto o suficiente para queimar a névoa que lambia o bosque na frente deles. — Antes... disso, eu sempre vivi em cidades. Eu visitava meus pais nos cantos distantes do planeta – Egito, Peru, China – mas eu sempre voltava para a universidade." — Você sente falta de estar em uma cidade? — Um pouco, mas é um tipo de saudade desvanecida. Uma fotografia em tom sépia que me diz que nada seria o mesmo. As duas vagaram por entre as árvores, botas deixando marcas distintivas na neve. — Eu estive assistindo reportagens sobre os surtos. — Quanto mais a Net degrada, — disse Sascha, sua mente cheia de imagens desoladoras sobre as notícias desta manhã, "pior o surto, para todos, não apenas para os Psy. — Todas as grandes cidades tinham uma população entrelaçada, residentes humanos, Psy e changeling que vivem um ao lado do outro, muitas vezes nos mesmos prédios. O infectado não discrimina suas vítimas... mesmo quando as vítimas eram pequenas demais para lutar de volta. Sascha tinha acordado Naya depois que ela entendeu o verdadeiro horror do que tinha ocorrido na escuridão da noite. Ela tinha segurado seu doce bebê,


quente, viva e segura em seus braços, e ela tinha chorado pelos pais que tinham se tornado monstros, não por escolha própria, e pelos inocentes que tinham sido massacrados, os braços de Lucas apertados ao redor de ambas. Engolindo o nó renovado em sua garganta, ela disse, — Um monte de socorristas foram retirados pelos ataques psíquicos durante os surtos, mesmo com a equipe de Krychek fazendo tudo o que podiam para arrebanhar Psy capazes de proteger outros. — Estive lendo meu livro, em um esforço para refrescar minha memória. — Alice passou os dedos enluvados sobre os pingentes de gelo pingando de um ramo acima. — Eu vejo por que pode fazer você querer arrancar seu cabelo. Eu assumia muito conhecimento geral. — Foi provavelmente razoável à época, — Sascha disse diplomaticamente, embora ela fosse conhecida por querer jogar o dito livro para o outro lado da sala. — Eu não sei. — Alice colocou os braços em torno de si mesma, mas sua expressão permaneceu aberta. — Foi o meu primeiro livro. Eu provavelmente não destilei minha tese original tão nitidamente quanto eu poderia ter. — Ela fez um movimento de correr a mão através de seu cabelo, fez uma pausa. — Merda. Eu continuo esquecendo que meu cabelo tem que voltar a crescer. Sinto-me como um maldito ouriço magro. Sascha tinha a sensação de que ela estava vendo um vislumbre da verdadeira Alice Eldridge pela primeira vez. Uma mulher inteligente, com um senso de humor autodepreciativo, que convidava o ouvinte a rir com ela. — Você está adorável. — Muito magra, sim, mas com ossos incríveis e lábios exuberantes contra a pele, mais uma vez, beijada por um brilho de ouro. — Cuidado com os homens lobo. Eles vão provavelmente começar a fazer coisas sorrateiras como trazer-lhe comida, e você estará em um namoro antes que você perceba. Quando os olhos de Alice se estreitaram, Sascha descobriu que a tristeza encobrindo o mundo não tinha roubado sua capacidade de rir, de viver esta vida que lhe tinha sido dada. — Já começou? — Eu estava pensando no aumento súbito de interesse em minhas refeições favoritas. — O sorriso exasperado da outra mulher desapareceu na dor crua. — Para mim, — ela sussurrou, — não foi há mais de cem anos atrás. Foi ontem. E ontem, eu tinha pais e amigos e uma carreira. Ontem, eu amava um homem poderoso e atormentado, que tinha sido meu companheiro de infância e que quebrou meu coração em pedaços. — Alice. — Sascha fechou a mão sobre o ombro de outra mulher em conforto silencioso. A cientista não se afastou. — Eu tenho tido flashes onde eu acho que eu me lembro de minha pesquisa— voz rouca, palavras cuidadosas, — mas nada de


concreto ainda. — Ela virou-se para encarar Sascha. — Eu gostaria de ir para Nova York. Sascha parou de andar. — Você tem certeza? — Esta era uma resposta para a qual ela não tinha estado preparada. — É certeza que será perigoso. — Eu não estou preocupada com perigo, Sascha. Não estou nem preocupada em morrer. Estou preocupada que eu nunca vou viver de novo se eu não começar em breve.


Capítulo 46 Eles chamam isso de Haven. Zie Zen para Vasic

VASIC ACORDOU NO mesmo instante que Ivy. Aconchegada quente contra ele, ela estendeu-se sonolenta e esfregou o rosto no peito dele. Ele acariciou os dedos sobre o quadril dela em retorno, deleitando-se no prazer de acordar com sua empata. — Bom dia, — ela murmurou em uma voz rouca. Foi uma carícia sobre o corpo dele. Virando-se de lado, ele acariciou o cabelo dela enquanto ela permanecia com os olhos sonolentos abaixo dele. — Bom dia. Um sorriso preguiçoso e carinhoso que capturou o coração dele e se recusou a deixa-lo ir. — Eu desabei, huh? — Você precisava descansar, — respondeu Vasic. E então ele a beijou. Ivy respondeu com generosidade luxuriosa que já o tinha feito um viciado. Deslizando os braços em volta do pescoço dele e dobrando uma perna na altura do joelho para encaixá-lo entre suas coxas, ela entregou a boca para seus desejos. E ele tomou, devorou. Ele não tinha entendido quão faminto ele estava de toque até que ele conheceu Ivy. Agora, ela era a única que podia aliviar a dor penetrante de sua necessidade. Lambendo a língua contra a dela do jeito que ele descobriu que ela gostava, ele fechou a mão sobre o monte gordo de seu seio. Ela empurrou-se. Ele parou, mas não tirou a mão. — Não? — Dava-lhe prazer sexual excruciante tocar essa parte dela, mas ele não faria nada que causasse dor a Ivy. — Sim. Puxando-o para baixo com um aperto em seu cabelo decorrente daquele sussurro ofegante, ela iniciou outro beijo. Era mais profundo, mais quente, mais


selvagem do que o anterior, a mão de Vasic apertando e acariciando o seio de Ivy enquanto eles se beijavam e o corpo dela balançava contra o dele – o que provavelmente foi o porquê eles terminaram primeiro no deserto, em seguida, em uma parte remota das Montanhas Rochosas. Ele cerrou o maxilar, rangeu os dentes, e levou-os de volta para casa. — Eu preciso falar com Judd, — disse ele, forçando as mãos longe dela. — Ele tem de ter descoberto uma solução por agora. O peito de Ivy levantou-se e caiu em um ritmo irregular. — Sim. — Apertando as mãos nos lençóis, ela disse, — Eu não quero parar de novo. Nem Vasic. Seu pênis estava tão duro que era uma vara de ferro, o calor úmido entre as coxas de Ivy tentando-o mesmo através das camadas de suas roupas. Ele queria tocá-la lá, pele contra pele, queria provar, queria tomar. Afastando-se dela antes que ele os teletransportasse para algum lugar inóspito, ele sentou-se na beirada da cama, de costas para ela. Vê-la toda despenteada do sono e bem beijada não era exatamente propício para o controle. Ruídos soaram atrás dele. — A infecção... quão ruim as coisas estão? — Uma pergunta tranquila e preocupada. — Ruim, mas tem estado calmo pelas três últimas horas. — Ele passou as mãos pelos cabelos, sabendo que mesmo se o mundo tivesse ido para o inferno naquele segundo, ele ainda teria feito o que ele estava prestes a fazer. Se ele não o fizesse, Ivy seria deixada sozinha no escuro, e aquilo era inaceitável. Virando o corpo, ele estendeu a mão para tomar a mão dela. — Nós temos um compromisso depois do café da manhã. Os dedos de Ivy enrolaram-se sobre os dele. — Quem nós vamos ver? — Um homem chamado Samuel Rain.

QUASE fora de sua pele com a esperança, Ivy esperou enquanto Vasic se teletransportava para o local do qual ele tinha recebido coordenadas visuais. Ele recusara-se a levá-la com ele até que ele verificasse se era seguro; o homem tinha uma camada protetora de um quilômetro e meio de largura. "Eu gosto disso nele," ela sussurrou para Rabbit, que estava de mau humor em sua cesta, porque percebera que eles estavam indo para algum lugar e deixando-o para trás novamente. Mesmo um presente não havia o apaziguado.


Ivy ajoelhou-se para esfregar a barriga dele. — Eu prometo que nós vamos ir numa caminhada depois. E Vasic vai deixar você na Central de Comando com Aden, assim você não estará sozinho. — Ela tinha acabado de se levantar quando Vasic reapareceu. — Rabbit, — disse ele, e o cão correu até eles. Vasic colocou a mão na parte inferior das costas de Ivy. — Eu acho que o seu animal de estimação será bem-vindo no nosso destino. — O nosso animal de estimação. — Ivy sorriu, ciente de Rabbit em pé e imóvel ao lado Vasic. Seu cãozinho esperto tinha aprendido sobre a teletransporte e não fez mais do que mover um músculo até que eles estavam de pé no verde veludo de um gramado bem cuidado, desprovido de qualquer indício de neve. Aquele gramado estava por trás de uma extensa e graciosa casa pintada de um branco rico e cremoso. Continha dicas de arquitetura em estilo de plantação, mas tinha paredes inteiras formadas de vidro, luz natural iria inundar o interior em dias de sol como o de hoje. Com suas portas abertas para o gramado, o espaço verde parecia uma extensão da casa. Mobília ao ar livre espalhava-se na grama, os arranjos de assento confortáveis, mas o gramado era claramente apenas uma parte do solo. Vários caminhos desapareciam atrás de sebes e aglomerados de árvores com aparência natural; eles terminavam a suave e ondulada paisagem, por isso era impossível dizer quão extenso o solo de fato era. Ivy tinha o sentimento de que qualquer palpite que ela fizesse seria uma subestimação grosseira. Ela não podia ouvir o som de um único veículo, muito menos ver qualquer outra indicação de civilização vizinha. A temperatura e a folhagem não diziam muito sobre a localização, a não ser que era no mesmo hemisfério de Nova Iorque, mas mais temperado. Ainda que a área estivesse livre de neve, ela ainda precisava do casaco que ela tinha colocado sobre o jeans e seu suéter branco com gola larga, embora aquilo mudaria, sem nenhuma dúvida, conforme o sol subia no céu. Apesar do frio, as pessoas se sentavam em silêncio nas áreas de estar, alguns em grupos, vários sozinho. Todos estavam vestidos com roupas civis comuns. Alguns estavam lendo, outros encaravam o espaço, um balançava para frente e para trás... mas, nenhum estava realmente isolado. Homens e mulheres, que ela assumiu que eram cuidadores, moviam-se silenciosamente de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, nunca intrometendo-se, mas sempre lá caso um paciente tivesse alguma necessidade. Ivy também observou os toques, no ombro, no braço. — Ancoragem, — disse ela em voz alta. — Os toques são para lembrar os pacientes do aqui e agora. — Provável, — Vasic respondeu, — Uma vez que a maioria está apta a ser F-Psy.


Videntes, Ivy lembrou-se, estavam em alto risco de cair para sempre nas visões criadas pelo seu extraordinário dom. Um dos cuidadores foi em direção de Ivy e Vasic. Ela usava um terninho cinza simples emparelhado com uma camisa de cor amarela pálida, seu cabelo castanho-ouro em uma única trança arrumada, e sua pele em um tom caramelo quente. Havia um senso de responsabilidade calma nela que fez Ivy acreditar que a mulher era responsável pelo complexo inteiro. — Eu sou Clara Alvarez, — ela disse ao alcançá-los. — Eu gerencio Haven. Anthony disse-me para esperá-los. Os dedos de Vasic roçaram o quadril de Ivy. — Eu sou Vasic, e esta é Ivy. — Um aceno na direção de onde seu cão estava farejando os sapatos de Clara. "E esse é Rabbit. A mulher se inclinou para acariciar Rabbit com as mãos enluvadas em preto fino. Ivy tinha visto luvas assim antes. Franzindo a testa, ela tentou lembrar onde. As luvas... Ela deve ser uma ex-J-Psy, Vasic respondeu. Claro. Ivy tinha vislumbres da Justiça Psy, enquanto ela vivera em Washington com seus pais. Ela não sabia porque os Js usavam luvas, mas ela assumia que tinha algo a ver com a deterioração mental dos escudos. Clara, no entanto, não parecia estressada de forma alguma, uma tranquilidade nela que era calmante contra os sentidos de Ivy. — Se você me seguir, — disse ela agora, e levantou-se para levá-los por um caminho à esquerda. — Samuel prefere sentar-se no jardim de rosas, mesmo com as plantas não muito mais do que varas nesta época do ano. Enquanto caminhavam, ela disse, — Vou apresentá-los, e então sair. Se ele escolhe falar ou não é com ele, ele tem estado, em grande parte, silencioso desde que acordou do coma. — Parando ao lado de uma mesa de pinho resistido no qual estava uma pequena caixa de ferramentas vermelha, ela olhou para Vasic. — Esta é a caixa de ferramentas pessoal, e um tanto idiossincraticamente abastecida, que nos recuperamos da casa de Samuel. Ele não tocou nisso, embora nós a deixemos em seus aposentos, mas você deve armazenar a imagem para que você possa recuperá-lo, apenas no caso. — Eu tenho uma chave. — Não o force, — Clara continuou uma vez que eles começaram a andar novamente. —Pode ser que ele já não tenha a capacidade ou o conhecimento que você precisa. — Ela parou, segurou o olhar deles com olhos castanhos que estavam muito sérios. — Ele era um homem brilhante e talentoso, você entende. Se ele perdeu aquilo e está ciente da perda, ele pode simplesmente optar por não enfrentar essa parte de sua vida. É seu direito.


— Você é muito protetora. — Ivy sentiu um profundo senso de respeito para com a outra mulher. — Você é próxima dele? — Não há nenhum relacionamento romântico. Meu marido iria ter problemas. — Com aquele comentário surpreendente e um pouco irônico, Clara começou a andar novamente. — Mas eu vejo em Samuel algo que ressoa. — Um Justiceiro Psy tem uma data-limite de uso, — ela disse, a expressão difícil de ler. — Eu estou vivendo uma segunda vida agora, mas muitos nunca o fazem. Eu não desejo roubar a segunda chance de Samuel dele, forçando-o a comparar o homem que ele é agora com o homem que ele já foi. — Uma declaração potente, embora Clara não tenha levantado a voz. — O valor dele não está reduzido; é apenas diferente. — Nós entendemos. — Não era de admirar que Anthony Kyriakus tinha escolhido esta mulher para comandar Haven, Ivy pensou. Ela era extraordinária, uma guerreira silenciosa. — Nós não faremos nenhum dano, — Vasic disse para Clara. — Nós vamos simplesmente sentar com ele até que se torne claro se ele quer que nós fiquemos ou não. Clara assentiu e levou-os em torno de uma sebe e na aridez dormente de um jardim de rosas no inverno. Sentado do outro lado, em um banco situado sob a sombra de um pinheiro com ramos estendidos e agulhas finas, estava um homem magro que podia estar na casa dos trinta anos. Vestido com calças cor de trigo com uma camisa azul simples, as mechas loiro-escuro de seu cabelo desordenado pela brisa e o que parecia ser um blusão descartado ao lado dele, ele encarava o jardim através de óculos antigos com aros de metal. Eles eram incomuns quando a visão poderia, geralmente, ser corrigida sem problemas, mas Ivy não ficou com a impressão de que os óculos eram uma afetação. — Samuel. — Clara colocou uma mão enluvada no ombro dele quando o alcançaram. — Estas são as pessoas que te falei. Ivy, Vasic e Rabbit. Nenhuma resposta de Samuel Rain. Dando-lhes outro olhar solene para reiterar as regras do jogo, Clara foi embora. Ivy tomou uma profunda inalação de ar fresco, dolorosamente consciente de que ela não podia sentir Samuel Rain no nível empático. Era como se ele tivesse ido tão profundamente dentro de si mesmo que ele não existia mais. — Woof! — Rabbit deixou cair um pedaço de pau ante os pés dela. — Rabbit. — Afeto florescendo dentro dela, Ivy inclinou-se para pegá-lo. — Onde você conseguiu isso? Se você desarrumou o jardim, nós dois estaremos em apuros.


Vasic foi quem respondeu. — Eu o vi encontrar isso debaixo da árvore à direita. Olhando para Vasic, ela enviou telepaticamente, Talvez seja melhor se nós não fizermos uma multidão perto de Mr. Rain? Vasic tomou a vara que ela entregou. — Vamos, Rabbit, — disse ele, levando seu animado cão para a esquerda do jardim de rosas e para uma área retangular de terreno aberto. Estava à vista de Samuel, mas não em seu rosto. Passando por entre as rosas adormecidas enquanto seu homem e seu animal de estimação brincavam, Ivy leu o pequeno cartão a prova d’água de cada leito, examinou as imagens que acompanhavam, uma exuberante rosa cor pêssego estava plantada ao lado de uma rosa cor amarela vibrante que estava, por sua vez, ao lado de uma vermelho sexy. Aqui e lá, ela decidiu que iria plantar um jardim de flores na casa que ela fizesse com Vasic. Você acha que pode querer se estabelecer no pomar? Era um lugar que ela amava, mas ela iria a qualquer lugar com Vasic. Estou em casa com você, Ivy. Desfeita, ela moveu-se para se voltar para ele e foi quase atropelada por Rabbit conforme seu cachorro percorreu os caminhos do jardim para deixar cair a vara na frente de Samuel Rain. Quando o homem não respondeu, Rabbit cutucou-o com a cabeça. O coração dela derreteu. — Venha aqui, Rabbit, — ela disse, dando batidas na coxa. — Samuel quer sentar-se em silêncio hoje. Rabbit tentou mais uma cabeçada antes de pegar sua vara e chegar até Ivy para um carinho. Enquanto ele corria de volta para Vasic, Ivy olhou para cima... para ver os olhos de Samuel Rain em seu Arrow. O pulso de Ivy deu um baque, mas ela não fez movimentos bruscos. Até que o engenheiro levantou-se e caminhou em direção Vasic. Ela tomou outro caminho para alcançá-lo ao mesmo tempo. Sem dizer uma palavra, Samuel Rain pegou o braço enluvado de Vasic e encarou-o. — Você está louco? — perguntou ele em um tom tão afiado que poderia ter fatiado carne. — Isto não está pronto para integração humana. — Eu estava autodestrutivo quando eu me ofereci, — Vasic respondeu. — Eu não estou mais. Você pode removê-lo? O engenheiro atirou-lhe um olhar incrédulo. — Eu tenho o cérebro danificado, seu idiota. Você não me quer brincando ao redor do seu corpo. — Você parece muito competente mentalmente neste preciso instante. Batendo a carapaça preta reluzente da luva com os nós dos dedos, Samuel Rain disse, — Abra-a.


Vasic não se moveu, mas a carapaça deslizou para baixo em ambos os lados para revelar o painel de controle dentro. Rain encarou aquilo por um tempo. — A interface é criativa. Eu preciso ver as entranhas disso. — Ele olhou em volta de uma forma distraída. — Droga, onde estão minhas ferramentas? — Aqui. — Vasic entregou-lhe a caixa. Pegando aquilo sem questionar como tinha chegado lá, o engenheiro colocou no chão. — Não toque, Rabbit, — disse ele distraidamente, e tirou uma delicada ferramenta a laser. Um duplo movimento com a ferramenta e o painel de interface deslizou para trás. Feche os olhos, Ivy. Ivy tomou a mão livre de Vasic entre as suas e deu um beijo na parte de trás. É você. Eu amo cada parte de você. Uma longa pausa antes que ele levantasse o braço. Colocando-a debaixo dele, enquanto Rabbit cheirava ao redor da caixa de ferramentas, mas não a bagunçava, ela se preparou para lidar com a visão da ameaça mortal dentro Vasic, e olhou. Ela não sabia o que estivera esperando, mas não era a simetria surpreendente de homem e máquina. Finos cabos multicoloridos faiscando com correntes entrelaçadas com músculo e tendão e osso, a delicadeza dos filamentos de tal forma que ela sabia que não estava vendo tudo a olho nu. Não deveria ser tão bonito, ela disse para Vasic, raiva crescendo de novo ante o que ele tinha feito a si mesmo. Os dedos dele se enroscaram em torno da nuca dela. Você vai ficar com raiva de mim por isso a nossa vida inteira? Ela assentiu com a cabeça. Você devia ter esperado por mim. Eu nunca ousei sonhar com você, Ivy. Eu nunca pensei que um homem como eu merecia tal presente. Acariciando o peito dele, ela disse, Você é meu presente, também, você sabe. Estou tão feliz por você, todos os instantes de todos os dias. Mesmo quando eu estou muito, muito brava com você. Na frente dela, os óculos de Samuel Rain brilharam, e ela percebeu tardiamente que eles não eram antiquados, mas ferramentas para permitir que ele visse a um nível micro-celular. — Imbecis. — O engenheiro fechou o painel de interface e acenou para Vasic fechar a carapaça protetora. — Roubando meu trabalho e pensando que eles sabem o que fazer com ele. Como macacos decidindo programar um sistema computrônico. — Você pode corrigir isso? — perguntou Vasic.


— Não, eu tenho o cérebro danificado. — Com isso, ele guardou a ferramenta, fechou a caixa de ferramentas e levantou-a. — Volte amanhã. Ivy encarou o engenheiro, esperança um aperto, um duro nó em seu peito. — Ele é louco ou brilhante. — Muitas vezes, há apenas uma linha apertada entre os dois. — E— Rain gritou por cima dos ombros. — Tragam o cão!


Capítulo 47 Anchorage, Nova York, Rio, Cidade do Cabo, Seattle, Osaka, Dubai e Chengdu todas sofreram surtos. E o ritmo continua a acelerar. NetStream Ao Vivo, PsyNet Beacon

LUCAS HUNTER E Sascha Duncan, bem como Alice Eldridge, já estavam na cidade e em discussão com Jaya e Abbot no momento em que Ivy e Vasic voltaram. Deixando os empatas conversarem, Vasic decidiu aproveitar da relativa calma para ter outra reunião importante. Vasic confiava em Abbot até o núcleo, e Lucas olhava para Ivy com um protecionismo que provavelmente resultava do amor do alfa leopardo para sua própria companheira empática. — Eu posso estar de volta em um piscar de olhos. Obtendo sua concordância, ele teletransportou-se para uma localização isolada nas montanhas de Sierra Nevada e enviou a Judd a imagem, para que o tenente SnowDancer e companheiro Arrow pudesse se juntar a ele. — Contate-me no instante em que houver um problema, — ele disse a ambos. Obrigado por me encontrar, — ele disse quando o outro homem chegou um minuto mais tarde. — Agradecimentos não são necessários. — Contate-me no instante em que houver um problema, — ele disse a ambos. Passando a mão através de seu cabelo para retirar a neve que tinha caído nele de um ramo acima, Judd acompanhou Vasic na caminhada. A neve não estava tão grossa nas árvores como estava nas áreas abertas, suas botas mais do que adequadas para o terreno. Judd lhe deu um olhar de medição. — Contate-me no instante em que houver um problema, — ele disse a ambos. Você percebe que ninguém sabe que você tem uma âncora visual para esta área. — Contate-me no instante em que houver um problema, — ele disse a ambos. Eu nunca tive qualquer intenção de usá-lo para um ato agressivo. Eu gosto do silêncio. — Contate-me no instante em que houver um problema, — ele disse a ambos. Era uma das partes mais remotas do vasto território SnowDancer. Ele tinha encontrado por acaso, a imagem que ele tinha recebido por transferência correspondente a uma seção especial dali. Tal combinação acidental era tão rara que Vasic só tinha experimentado duas vezes.


— Eu gosto do silêncio, também. — A respiração de Judd congelava no ar conforme ele falava. — Brenna e eu subimos aqui em cima. — As bochechas dele vincaram. — Nós tivemos uma luta de neve na última vez. Vasic não teria entendido aquilo antes de Ivy. Agora, ele se pegou imaginando se Ivy iria gostar de brincar na neve. Rabbit certamente iria. — Eu preciso te perguntar algumas questões altamente pessoais. Judd se abaixou para arrumar a neve em uma bola. — Eu estive esperando por um longo tempo que alguém mais no Esquadrão chegaria ao ponto onde uma discussão como esta seria necessária. — Levantando-se, ele jogou a bola de neve com um braço rápido. — Pergunte. — Como você controla sua telecinese enquanto está em um momento íntimo com sua companheira? — Eu quebrei um monte de móveis no início, incluindo duas camas. — Um olhar curioso. — O que você está fazendo? — Viajando ao redor do mundo. Judd encarou, em seguida, começou a rir, as manchas de ouro nos olhos dele vívidos contra o marrom. Vasic não podia imaginar-se rindo, mas parecia como se Judd fizesse isso naturalmente, então talvez fosse uma habilidade que ele poderia aprender. — Desculpe, — o outro Arrow disse quando ele pode falar novamente. — Eu só tive visões do que Brenna faria comigo se eu nos teletransportasse para algum lugar público no meio de privilégios íntimos de pele. — Ele enfiou as mãos nos bolsos das calças jeans que ele usava com suéter preto fino e jaqueta de couro preto sintético. — Sua Ivy arrancou sua pele? — Eu consegui manter os locais remotos até agora, — Vasic disse, — Mas, obviamente, eu não posso deixar isso ao acaso. — Ele ajeitou o punho de sua própria jaqueta de couro sintético – o estilo era diferente da de Judd, mas eles estavam, de outra maneira, vestidos identicamente. — Ivy diz que minhas roupas civis são um uniforme. Judd fez uma careta. — Couro sintético fornece excelente proteção contra facas, e brim é extremamente forte. — Exatamente. — Suas roupas civis faziam sentido. — Krychek está testando um novo material à prova de balas que também desvia certo nível de fogo laser. — Vasic já tinha encomendado um casaco para Ivy do material, embora a oferta de Krychek tenha sido feito para o esquadrão. Em vez de rejeitar o pedido, o cardeal tinha ordenado que o casaco fosse acelerado. — Você deveria pegar um para Brenna.


Judd assentiu. —Eu poderia falar com Kaleb sobre uma encomenda maior para toda a matilha. — Parando na borda de um penhasco, ele olhou para a propagação em linha reta de abetos abaixo, seus galhos pesados com neve. — Como eu disse, eu quebrei um monte de móveis, — começou ele, mantendo os olhos escrupulosamente à frente. — Então nós compramos uma moldura de titânio para a cama, e eu dobrei isso, embora, pelo menos eu pude dobrar de volta até que esticou demais. Do lado de fora, eu derrubei várias árvores, rachei algumas pedras. Vasic não tinha anteriormente considerado a ideia de escolher ter relações sexuais do lado de fora. O corpo dele decidiu que gostava da ideia. — E agora? — Eu tenho alguns truques, — Judd disse a ele. — Mas eu aprendi a coisa que funciona melhor com outro Tk do nível 9. — Quem? — Tanto quanto Vasic estava ciente, dos telecinéticos de alto gradiente na Net, apenas Judd e Kaleb tinha quebrado o condicionamento. — Pense sobre isso. Vasic conhecia ou sabia de qualquer outro Tk forte no mundo. Considerando Judd e Krychek, ele percebeu que o Tk desconhecido tinha que estar isolado de algum modo, numa situação que incentivasse uma fratura em seu Silêncio... ou que o condicionamento tinha estado problemático desde o início. — Stefan. — O gradiente 9,7 Tk estava em dever permanente na estação de águas profundas Alaris. — Ele tem sido muito cuidadoso. — "Ele é um de nós. — Sim." Stefan tinha sido retirado do treinamento Arrow como resultado de um problema psicológico que não o fez menos valioso como um telecinético e nem menos confiável. Nos últimos cinco anos, ele ajudara na deserção de uma série de Arrows, ajudando a falsificar suas mortes. — Qual é a solução de Stefan para o problema? — Você tem que ensinar seu cérebro a lidar com estímulos sexuais, — Judd disse ele. — Sob o Silêncio, nós fomos ensinados a manter a estrita disciplina mesmo sob coação grave, incluindo tortura. No entanto, nenhum de nós foi ensinado a como lidar com prazer, especialmente o prazer extremo do verdadeiro contato íntimo. — Não havia necessidade. — A dissonância teria os aleijados antes que chegasse tão longe. — Exatamente. Isso significa que temos um ponto cego, isso também significa que não temos qualquer mau hábito ou treinamento para superar.


O último, Vasic percebeu, era extremamente importante. — Não há necessidade de dividir nossa atenção para combater a programação anterior. Um aceno de Judd. — Neste momento, na ausência de qualquer outra instrução, sua mente se volta para o aspecto mais instintivo da sua habilidade. Para a maioria dos Tks, seria a destruição aleatória. — O outro homem lançou a ele um rápido olhar divertido. — Você é único, mas os mesmos princípios aplicam-se. — Eu poderia treinar meu cérebro para ir apenas a determinados locais. — Como de uma cama para outra. — Não é a melhor solução, mas é melhor do que acabar em gelo ou em rochas. — Há outra opção. — Judd empurrou para trás fios de cabelo que tinham caído em sua testa. — Sua habilidade central ainda é Tk, então você deve ser capaz de ensinar-se a não teletransportar-se de forma nenhuma nessa situação. Nem Stefan nem eu, — continuou ele, — Somos capazes de manter o controle enquanto compartilhamos privilégios de pele com nossas companheiras. Talvez se tivéssemos sido ensinados assim desde a infância...— Eu duvido que isso alterasse a situação," Vasic interrompeu para dizer. — Verdadeira intimidade exige que nós baixemos nossas barreiras." — Sim. — A única palavra segurava uma profundidade escalonante de emoção. — Então, porque não podemos reduzir o aumento do poder telecinético, — disse ele, — aprendemos a redirecioná-lo em um determinado modo. — Em água? — Vasic adivinhou, vendo onde Judd estava indo. — Sim. Stefan está cercado pelo mar e até mesmo a força dele não fará mais do que causar uma ondulação ou duas. — O outro homem fez uma pausa para assistir a uma matilha de lobos trotarem em clareira abaixo. — Eu faço o mesmo, preenchendo a banheira com água. É vapor no final. — Um sorriso e um encolher de ombros. — Não quer dizer que eu ainda não perca o controle de vez em quando, mas está um inferno de muito melhor do que antes. Eu acho que quanto mais prática eu tenho" riso em seus olhos agora, em um regime de treinamento que era claramente sem dificuldades "melhor eu me torno em lidar com o aumento de energia. Vasic considerou a inteligência da ideia. — A solução de Stefan utiliza os mesmos protocolos de treinamento e caminhos que o Silêncio, mas com reforço positivo, prazer sexual, em vez de negativo. Usando o que tinha sido forjada na dor e tortura para um fim muito mais belo. — Leva tempo, então você pode estar viajando ainda por algum tempo, — acrescentou Judd. — E sua habilidade instintiva de se teletransportar pode fazer as coisas mais difíceis, mas eu acho que você tem a força mental e a disciplina psíquica para ser bem sucedido.


Vasic pensou sobre isso. — Para começar, eu vou definir meu cérebro em um laço de locais isolados. — Ir de cama para cama poderia ser impossível tão rapidamente, e mesmo utilizar um ou dois dos seus locais remotos favoritos exigiria meticuloso cuidado, mas o plano inspirado de Stefan tinha lhe dado uma ideia de como fazê-lo, não construir algo novo, mas usar o que já estava lá. — Eu vou utilizar uma das técnicas de memorização de dados que nos foram ensinadas, — disse ele, analisando aquilo, — ligá-lo no mesmo sistema que permite que os meus sentidos continuem a funcionar mesmo se eu tiver que dormir no campo. — Ambas habilidades eram blocos de construção básicos do treinamento de um Arrow. Judd assentiu lentamente. — Sim, isso deve servir. Diga-me se isso acontecer? — É claro. — Podia ser uma opção que poderia ajudar outro Arrow naquela situação. — Stefan está seguro? — Como o mais isolado de todos eles, o outro homem tinha pouco acesso a ajuda se precisasse rapidamente. — Sim, mas talvez você devesse visitar Alaris, falar com ele. Com a situação na Net mudando tão rápido como está, ele deve saber que nós o protegeremos se algo der errado. — Eu vou depois disso. — Devido a uma inexplicável peculiaridade do teletransporte, teletransportadores não sofriam quaisquer efeitos nefastos das grandes mudanças na pressão envolvida em teletransportar-se para o nível oceano e depois voltar. Movendo os calcanhares, Judd guiou-os de volta para as árvores. — Você disse que tinha mais de uma pergunta. — Como é que você sabe o que fazer? — Vasic tinha ido por instinto até este ponto, e Ivy não parecia descontente, mas ele queria ter certeza de que estava fazendo tudo que podia para o prazer dela... porque tocá-la dava a ele prazer tão intenso que ele não tinha nenhuma esperança de jamais descrever isso. — Eu vou lhe enviar meu arquivo de pesquisa, — disse Judd, — Mas você sabe o que eu aprendi? Se você escutá-la, você vai ficar bem. Vasic pensou nos pequenos ruídos que Ivy fazia na cama, no jeito que ela cravava as unhas nas costas dele quando ele a tocou certo, e sentiu seu corpo pulsar. — Eu quero isso para os outros, Judd. — Seus irmãos mereciam a mesma felicidade, a mesma curva de aprendizagem ancorada no prazer e não na dor. Os olhos de Judd encontraram os dele. — Eu nunca pensei que você chegaria a este ponto. Estou fodidamente feliz que você conseguiu. Vamos conseguir os outros aqui, também, nós somos Arrows.


— Nunca desistimos de um alvo, — Vasic concluiu, e pela primeira vez desde que ele fora ensinado, a afirmação não era uma de trevas, mas de esperança.

IVY e Sascha passaram uma grande parte do dia visitando e entrevistando os sobreviventes não empatas ao redor do mundo, graças a capacidade de teletransporte de Vasic, enquanto Jaya e Alice permaneceram no apartamento e analisaram dados em busca de padrões. — Os sobreviventes, — disse Jaya durante um jantar comprado mais tarde naquela noite, — Todos têm fraturas em seu Silêncio e eles aceitam essas fraturas, mesmo quando as emoções resultantes não são bonitas. Ivy jogou para Abbot outra barra de nutrição onde o Arrow de olhos azuis sentava-se com Vasic e Lucas. Os três homens tinham cedido os sofás para as mulheres, puxando cadeiras para eles. — A mulher da escuridão que vimos, — ela disse à Jaya depois, — ela estava tão triste e tão irritada. — A personificação da rejeição. — Sascha fitou sua comida sem comer. — Silêncio ensina aos Psy a sufocar toda a emoção, mas o coração disso, sempre foi sobre as emoções agressivas, violentas, raivosas, e a PsyNet é impactada pelo subconsciente como também o consciente." Todas as emoções escuras, a feiura, Ivy pensou, tinham sido deixadas de lado, sepultadas e naquela sopa apodrecendo tinha crescido a infecção. — Isso não nos dá uma cura, apesar de tudo. — Ela afastou a sua refeição. — Ninguém pode simplesmente abraçar toda a gama de emoções depois de uma vida sendo treinado para fazer o oposto. Os olhos de Vasic encontraram os dela por um perfurante instante. Isso não foi uma reclamação, Ivy disse, soprando para ele um beijo telepático. Eu sei. Uma carícia no gelo da voz dele. É um fato inevitável. Sim, era. Seu Arrow tinha aberto seu coração para ela, mas ele continuava a lutar uma batalha campal contra suas emoções mais escuras. Raiva, fúria, perda, tudo estava preso dentro daquele grande coração, e isso fazia Ivy sofrer. Mas ela não podia forçar aquelas emoções para fora, a vista. Ninguém podia. Apenas Vasic, quando ele estivesse pronto. Jaya cutucou seu macarrão. — Uma mudança violenta assim também pode causar choque, uma apoplexia, um aneurisma. — A outra coisa, — disse Alice, inclinando-se para frente, — é que eu não posso acreditar que há tão poucas pessoas na Net que já abraçaram suas emoções.


Naquele instante, a intensidade carismática do olhar da cientista lembrou Ivy de Samuel Rain, uma centelha da genialidade que viva em ambos, e ambos tinham sido feridos de maneiras que visavam enterrar aquela genialidade. — De acordo com tudo que eu aprendi desde que acordei, — continuou Alice, — e o que Jaya compartilhou hoje, Silêncio tem estado fraturando por anos. As três empatas se entreolharam e assentiram como uma unidade. A cientista estava certa, muito mais pessoas deveriam ser imunes à infecção se aquele fosse o único pré-requisito. Pegando um datapad, Jaya começou a rolar através da informação que eles tinham sobre os não infectados que não eram empatas. — Estamos perdendo alguma coisa, mas eu não posso... As palavras da outra empata foram cortadas conforme um rugido de insanidade e confusão chocou-se contra a sala. Vasic demorou menos de sete segundos para teletransportar Ivy, Lucas e Sascha para o local a duas quadras, e então retornar por Alice, a cientista humana tendo insistido em estar presente. Abbot levou Jaya diretamente para o final da rua mais afetada, onde ela se juntou às unidades médicas que Vasic tinha chamado. Deixando Alice por trás de uma porta não muito longe de Jaya, Abbot lá para proteger os médicos, o resto deles entrou na luta. A rua, forrada com zonas de arranha-céus para uso misto residencial/comercial, também era uma área de lazer frequentada e a via pública era utilizada por inúmeras pessoas. Essas pessoas estavam todas agora lutando desesperadamente por suas vidas contra os infectados, que não pareciam nem mesmo notar seus próprios ferimentos. Ivy viu um homem, cujo braço esquerdo estava pendurado quebrado a seu lado, correndo de cabeça em direção a um grande homem humano. O infectado caiu sob um único soco, mas continuou a tentar levantar-se. Ivy recuou quando ela foi atingida por um golpe telepático forte o suficiente para fazer seu crânio balançar. Sacudindo aquilo para fora, ela se concentrou em acalmar um indivíduo por vez. Funcionou como tinha da última vez, mas apenas dez minutos depois ela já podia sentir uma pressão agonizante crescendo trás das pálpebras dela. Seria... Um golpe telepático maciço. Batendo no chão com força o suficiente para arranhar a bochecha e as mãos enquanto vasos sanguíneos estouravam em seus olhos, ela percebeu que tinha de haver um telepata Gradiente 8 ou superior na multidão. Inferno. — Eu estou bem, — ela conseguiu dizer a Sascha quando a cardeal se virou para checála. — Golpe telepático.


Sascha limpou o nariz sangrando em sua manga e disse, — Eu senti um também. — Um instante depois, ela cambaleou. — Este foi um golpe telecinético. — Ficando de joelhos em um movimento controlado, como se para tornar-se um alvo menor, ela encarou a carnificina. — Lucas está bem, — ela disse afinal. — Os escudos naturais dele o protegem. Ivy podia ver a foice azul que era o laser embutido na luva de Vasic, então ela sabia que ele estava segurando-se sob os duplos ataques físicos e psíquicos. No entanto, havia um número significativo de humanos e Psy, infectados, não infectados, era difícil dizer, em espasmos no chão, com as mãos sobre os ouvidos e gritos rasgando o ar enquanto as mentes em torno deles se descontrolavam. Changelings não predatórios pegos no caos tentavam lutar, mas eles não eram agressivos por natureza, não poderiam enfrentar a fúria maníaca incitada pela infecção. E com o número de residentes que viviam nos arranha-céus, havia simplesmente infectado demais contra poucos defensores. Mesmo a chegada das águias não virou a maré. Ivy viu vítima após vítima cair sob punhos socando e mãos arranhando enquanto outros ainda sangravam e colapsavam em ataques mentais cada vez mais violentos. — Campo terminal! — Foi um grito rouco. Virando-se, Ivy e Sascha encararam Alice enquanto ela corria em direção a elas. A cientista cambaleou no meio do caminho, como se atingido por um golpe telepático, mas não parou. — Campo terminal, — ela arquejou para Sascha depois de cair em suas mãos e joelhos ao lado delas, seu corpo arfando. — Você tem que iniciar um campo terminal. Sascha, olhos puro preto com a agonia daqueles moribundos que se espalhavam pela rua, segurou o rosto de Alice em suas mãos. — Diga-me o que é isso. Alice respirou irregularmente enquanto Ivy continuava a fazer o que podia, mesmo enquanto a pressão em seu cérebro crescia e crescia para um triturar nauseante por trás de seus olhos. — Alice. — Sascha lutou contra o desejo de sacudir a outra mulher, sabendo que aquilo não iria apressar a recuperação das memórias enterradas de Alice. "O que é um campo terminal?" Com o olhar vazio, Alice encarou-a, mas logo quando Sascha estava prestes a desistir e se virar de volta para o caos, a outra mulher disse, — Você pode bloquear as habilidades psíquicas em uma escala em massa. O coração de Sascha bateu contra as costelas. Obrigando-se a manter-se firme contra o horror e a dor batendo em seus sentidos, ela se concentrou em


Alice. Aquilo era fundamental, poderia impactar diretamente no número de mortes. — Como? Mãos em punho nas coxas e olhos brilhando molhados, Alice balançou a cabeça. — Eu não sei. Não consigo encontrar esse pedaço de memória." — Ok, ok. — Sascha tocou seus dedos no rosto de Alice antes de deslocar sua atenção para a luta. "Se eu tentar bloquear todos, — ela disse em voz alta, — vai afetar negativamente os defensores. Então ela teria que estreitar seu foco, e fazer o quê? Ela queria gritar com a injustiça de ouvir que ela tinha uma habilidade que poderia salvar milhares de vidas, e então ser deixada para tropeçar sem um roteiro de como ativar isso. Virando-se para Ivy para ver se a empata mais jovem tinha alguma ideia, ela sugou uma respiração, o abdômen solavancando. O rosto de Ivy era uma máscara de sangue.


Capítulo 48 — IVY, PARE, — SASCHA disse, usando o mesmo tom que ela usava em juvenis teimosos da matilha. — Pare agora mesmo. — Pânico bateu nela, a outra mulher poderia facilmente ter um AVC, causando danos irreparáveis ao seu cérebro. — Ivy. — Há muitos deles, Sascha. — Saiu esganiçado. — Eu não posso parar, ou eles vão superar os defensores. Sascha agarrou o ombro de Ivy e forçou-a fisicamente a virar-se. — Pare agora, ou eu vou chamar Vasic telepataticamente. — Não é justo. — Saiu em um murmúrio lento. — Sim, bem, você não está agindo exatamente racionalmente. — Ela olhou para Alice. — Você pode levá-la até os médicos? Assentindo, a antropóloga levantou-se com um dos braços de Ivy sobre os ombros, o dela em volta da cintura da empata, e cambaleou para longe. Elas foram protegidas por Abbot e os agentes da Execução segurando a linha para que os enlouquecido não pudessem escapar daquele bolso de insanidade. Sascha assistiu por tempo suficiente para se certificar de que as duas mulheres estavam a salvo antes de retornar a sua tarefa, procurando automaticamente por Lucas enquanto isso. Seu companheiro, garras de fora, estava lutando ao lado de um número de policiais, tirando os infectados mais agressivos para que os oficiais pudessem tirar os não infectados e os feridos para fora. Vasic não estava visível, mas desde que Ivy não tinha levantado o alarme, o teletransportador deve estar seguro. — Campo terminal, — ela disse para si mesma. — Campo terminal. Descubra o que é isso. Ela tentou todas as táticas em seu arsenal, mas tudo o que ela conseguiu foi outro nariz sangrando e um ressoar em seus ouvidos, que disse a ela que, em breve, ela estaria tão mal quanto Ivy. — Eu não estou desistindo. — Ela se recusava a entregar sua filha, qualquer criança, a um mundo dominado por insanidade perversa. Foi quando o Tk que ela optou por se concentrar, na teoria de que a beligerância dele faria mais fácil dizer se o que ela estava fazendo estava funcionando, olhou diretamente para ela... e teletransportou-se. Sascha não tinha pensado que ele era tão forte, e talvez ele não fosse, mas ela estava a


apenas vinte metros de distância e em plena vista. Ele estava na frente dela um segundo depois, as mãos empurrando para fora como se para fazê-la voar no ar para bater nos veículos de combate pesados da Execução. O impacto romperia a espinha dela. Adrenalina assumiu. Pare! Ela gritou nos níveis físico e psíquico. Você não pode fazer isso! Piscando, ele empurrou com as mãos. Nada. Atordoada com seu sucesso, ela quase caiu vítima do punho de carne que ele balançou no rosto dela – exceto que seu companheiro já estava lá. Lucas derrubou seu quase agressor com um soco limpo na mandíbula, que deixou o Tk inconsciente, mas vivo. — Gatinha? — Eu estou bem. — Ainda de joelhos, o coração um tambor, ela tocou a panturrilha dele. — Vá ajudar os outros. Enquanto Lucas voltou para a luta, Sascha começou a concentrar-se no campo terminal em áreas pequenas e apertadas que não enfraquecia os defensores, mas eliminava as piores ameaças psíquicas. O que ela tinha entendido naquela fração de segundo foi que não era simplesmente sobre dizer a um indivíduo que ele não podia fazer algo – era sobre atingir seu núcleo emocional escondido para convencê-lo de que ele era incapaz da ação. O nariz dela não sangrou agora, a pressão aliviando em seu lobo frontal. Isso, isso era o que ela deveria estar fazendo, o ato tão natural e tão simples como respirar. E ela entendeu por que o Conselho pós-Silêncio tinha querido eliminar os empatas da piscina de genes. Não simplesmente porque eles eram a personificação da emoção, mas porque um E poderia tirar o poder de um Conselheiro tanto quanto de um mendigo.

IVY sentou-se com os nervos crus e os dentes cerrados na traseira de uma ambulância e ouviu a luta enquanto um M-Psy disse a ela que um vaso sanguíneo em seu cérebro estava criticamente perto de romper. — O que quer que você estivesse fazendo, pare com isso, — ele disse. — Ou da próxima vez, o seu será um dos os cadáveres que nós vamos ensacar para fora das ruas. Deixando-a com essas palavras contundentes, bem como com uma receita para que ela utilizasse mecanismos de controle da dor para amenizar a agonia em seu crânio, ele foi lidar com outros lesionados. A tensão psíquica dela curar-se-ia por si própria, tudo o que levaria era tempo. Tempo que o mundo não tem, ela pensou, escorregando da ambulância... para ver Vasic incapacitar um homem


que tinha estado batendo em outro até a morte com uma perna de cadeira quebrada. A garganta dela preencheu-se com um grito enfurecido que ela não podia permitir-se proferir. Ele era tão forte, tão honrado e merecia felicidade e paz, não esta feiura sem fim. Suficiente, ela queria chorar, ele já fez suficiente! Deixem este gladiador descansar. Se ao menos ela conseguisse descobrir a cura... — Você! A culpa é sua! Empurrando de volta ao clamor injurioso, ela se viu diante de uma jovem mulher do outro lado da segunda barricada da Execução. Ela usava roupas comuns, mas tinha uma faixa preta em torno de seu pulso. Assim como o homem ao lado dela... e o homem ao lado dele. Todos os três estavam olhando para ela. Um soco telepático perverso. Agonia queimou a espinha dela, ela reagiu em pura autodefesa para sugar a raiva fria que os movia. Derramou-se dentro dela, mas ela sabia que não era dela, que ela poderia filtrar aquilo para a inércia. E apesar de sua visão embaçada do ataque, ela viu seus atacantes olharem um para o outro em confusão antes de se misturarem entre a multidão. Preocupada que eles tivessem feito mais danos ao já traumatizado cérebro dela, ela foi procurar um médico quando sua mente encerrou-se com finalidade gelada.

TRÊS horas após o início do surto e dez minutos depois que a rua foi estabilizada, Vasic colocou uma Ivy inconsciente em sua cama. Um M-Psy tinha confirmado que ela não tinha sofrido nenhuma lesão permanente, e Vasic não tinha intenção de permitir que aquilo mudasse. — Fique com ela, Rabbit. Ele acariciou o cão preocupado, em seguida puxou o cobertor sobre o animal de estimação e sua dona, e caminhou para a área de estar para falar com os outros. — Ela não vai fazer mais nada. — Se ele tivesse que teletransportá-la para um deserto durante o próximo ataque, ele o faria, independentemente da fúria dela. — Isto está matando-a. Sascha assentiu de onde ela estava sentada no sofá com seu companheiro ao seu lado. O casal alfa DarkRiver tinha tomado banho e estava agora comendo. Sascha tinha gasto tanta energia psíquica que tinha perdido peso físico, os ossos das maçãs do rosto aparecendo contra sua pele, enquanto Lucas Hunter tinha lutado com quente energia changeling lado a lado com Vasic.


Alice Eldridge jazia enrolada dormindo no outro sofá. A resistência física da cientista ainda era baixa, como resultado de seu tempo em inatividade, mas ninguém poderia dizer que ela não tinha dado tudo de si hoje. Vasic pegou uma cadeira e sentou-se. Ele não tinha nenhuma vontade de comer, mas ele consumiu uma barra de nutrição após outra com metódica precisão, ele seria inútil para Ivy, de outra forma. — Eu pensei que tinha descoberto uma solução para a pressão sobre o cérebro, — disse Sascha, rosto torcido, — mas o método que eu usei para criar um campo terminal não funciona para encorajar calma. — Ela empurrou uma mão pelo cabelo. — Há tanto que nós não sabemos, não entendemos. — Comendo o pedaço de pizza que seu companheiro segurava em frente aos lábios dela, ela mastigou e engoliu. — Eu vou ficar, ajudar. Eu não poderia suportar ir para casa sabendo... — Não, — Vasic interrompeu. "Você precisa voltar para o seu território. Olhando carrancudo para sua companheira quando ela abriu os lábios para falar, Lucas Hunter colocou uma bebida nutritiva na mão dela e esperou até que ela começasse a beber antes de se virar para Vasic. — Você quer que Sascha treine outros cardeais? — Sim. — Ele terminou sua quarta barra nutritiva. — Precisamos de cardeais prontos e capazes de executar o campo terminal, e nós precisamos deles agora. Todo o resto pode vir depois. Sascha abaixou o copo vazio. — Você está falando de cardeais que têm ouvido que eles são falhos e de nenhum uso a vida inteira, — disse ela com tanta força apaixonada que Vasic sabia que ela tinha ouvido a mesma coisa. — Vai levar tempo para eles virem a enfrentar a traição de tudo isso. — Ivy quase se matou hoje, — ele ressaltou, sua mandíbula tensa. —Você perdeu um quinto de seu peso corporal, e Jaya ainda está no hospital. Lucas completou a linha de pensamento de Vasic, os olhos do alfa DarkRiver com o fulgor da noite na luz silenciosa da sala de estar. — Os instintos de um empata vão sempre vencer. Disso Vasic não tinha dúvida. — Você vai fazer isso? — É claro. — Sascha fechou a mão sobre a coxa de Lucas, seus olhos machucados da angústia e terror que, sem dúvida cobriu a cidade. — Mas isso vai deixá-lo apenas com Jaya, e ela é uma empata médica. Ivy arrisca danos ao cérebro ou morte, se ela sai. Vasic não podia confiar em si mesmo nem para pensar sobre perder Ivy. — Temos que pensar em longo prazo. Se você morrer aqui, o seu conhecimento morre com você. — Ele tinha que ser implacável, considerando não as centenas que Sascha poderia salvar na cidade, mas as centenas de milhares que


morreriam em todo o mundo. — Eu estou supondo que usar o campo terminal irá exigir uma base de habilidades básicas. Ninguém mais está qualificado para avaliar e ensinar isso. Lucas correu os dedos sobre a bochecha de sua companheira. — Eu sei que seus instintos lhe dizem para ficar, mas Vasic está certo, — disse o alfa. — Eu tenho visto quão duro você lutou para descobrir cada pequena migalha de conhecimento prático. Você sabe mais do que você pensa. — E, — Vasic apontou, — você é a E mais estável e bem conhecido no mundo. — O impacto psicológico daquilo não podia ser subestimado. — Os outros cardeais podem lutar com sentimentos de traição quando se tratar de todos os outros, mas eles vão confiar em você para dizer a verdade a eles. — Tudo bem, — disse Sascha na quietude. — Eu vou entrar em contato com Chang primeiro, uma vez que ele já tem o treinamento básico. Concordando, Vasic esperou apenas o tempo suficiente para suas baterias psíquicas se recarregarem em determinada porcentagem antes de trazer Aden para vigiar Ivy enquanto ele teletransportava o casal alfa e Alice Eldridge de volta para o território DarkRiver. Lucas e Sascha precisavam falar com os lobos sobre transformar o complexo num campo de treinamento permanente para empatas, e aquela discussão precisava acontecer tão rápido quanto possível. Rabbit pulou da cama e caminhou para ele quando Vasic retornou, um choramingar baixo na parte de trás da garganta do cão. Inclinando-se, Vasic acariciou o animal ansioso com um toque firme. — Ivy vai ficar bem, — ele disse. — Eu estou aqui para cuidar dela. Batendo a cabeça contra a mão de Vasic, a lamentação já cessada, como se o animal de estimação deles tivesse entendido a garantia de Vasic, Rabbit galopou até a cama para se instalar ao lado de Ivy mais uma vez. Vasic verificou a pele dela, encontrou-a quente, seus lábios curvando-se ante a pressão dos dedos dele contra seu pulso. — Vasic. Soltando um suspiro ante aquele sonolento murmúrio, ele disse, — Durma. Mas ela se esforçou para levantar as pálpebras. — Os outros, eles estão... — Não, — ele respondeu, quase capaz de ler os pensamentos dela. — Parece que Brigitte é outra empata médica, mas Isaiah, Chang e os outros estão na mesma posição que você. — Ele tinha acabado de receber um relatório que Isaiah tinha sofrido uma hemorragia cerebral, e estava nos cuidados intensivos, mas Ivy não precisava saber daquilo agora. Desolação em seus olhos, a mão dela enrolou-se no cobertor. Ele se ajoelhou ao lado da cama, embalando a bochecha e o queixo dela com uma mão, o outro braço sobre o travesseiro acima da cabeça dela. — Durma.


Então, levante-se forte para lutar novamente. — Isso era o que a motivava, e ele usaria sem pena para ajudá-la a se curar. Mesmo quando ele não tinha a menor intenção de permitir-lhe causar a si mesma tal dano novamente. Pálpebras pesadas, ela fechou os dedos sobre o pulso dele. — Eu te amo. As palavras reverberaram nele muito tempo depois que ela adormeceu. Forçando-se a deixá-la algum tempo depois, ele saiu para a sala de estar onde Aden esperava. — Os cardeais que chegarem vão precisar dos escudos de Arrows, — ele disse ao outro homem. — Os órgãos de Sascha teriam parado hoje se Lucas não tivesse percebido quanta energia ela estava queimando e agarrado bebidas energéticas dos médicos. — O alfa DarkRiver tinha sabido por causa do vínculo de acasalamento que o ligava à Sascha em um nível psíquico. Vasic não entendia como aquele vínculo funcionava. Nem compreendia os meandros do laço que Kaleb Krychek compartilhava com Sahara Kyriakus, mas sabia que ele queria o mesmo com Ivy. — Os Arrows, — ele disse, — vão ter que ser treinados para forçar os Es a parar e reabastecer. — Nós vamos ficar espalhados. — Aden inclinou-se contra uma parede. "Nós poderíamos solicitar os homens de Krychek para assumir. — Não. Não até que não haja mais Arrows que possam intervir. Quando Aden levantou uma sobrancelha ante aquela resposta plana, Vasic disse, — Abbot não é o único que está mais estável desde o dia em que ele começou a trabalhar com a empata dele. — Sim, — disse Aden. — Independentemente do desenvolvimento ou não de uma conexão emocional, embora os mais estáveis sejam aqueles que já formaram uma amizade com os seus Es, pelo menos. — O olhar dele era firme na luz fraca vindo dos postes de fora no quarto escuro. — Você se estabilizou mais do que todos. Vasic pensou na ira de Ivy enquanto ela lutava por ele, sua doce generosidade sensual, seu sorriso, sua coragem. Ela era sua âncora e esperança. Era tão simples e tão poderoso quanto isso. — Precisamos dar aos outros no esquadrão a mesma chance. — Eu vou organizar isso. A rede de Silver Mercant é agora funcional em todo o mundo, e todos – Psy, humano, changeling – pode enviar ajuda em um surto está fazendo isso. O esquadrão não deve ser tão necessário na linha de frente como temos sido até agora. Vasic olhou para a escuridão pesada da noite para além das janelas. Arrows poderiam ser capazes de dar um passo atrás no momento, mas esses surtos eram as primeiras pedras a cair. Quando a avalanche chegasse, cada


homem e cada mulher no esquadrão seriam necessários para lutar contra isso. E os empatas, ele sabia, lutariam bem ao lado deles. Sua Ivy estaria ao seu lado até o fim... porque a verdade era que ele não podia engaiolá-la, não poderia tomar suas escolhas dela, não importava a fúria e o medo dele. Iria quebrá-la. — Os que atacaram Ivy hoje. — O sangue dele congelou. — Você os encontrou? — Foi resolvido. — Você não pode proteger a minha sanidade mental destruindo a sua. — Seu parceiro já tinha feito muito mais do que qualquer um poderia ter esperado em conseguir manter Vasic vivo por tanto tempo. — Não é mais necessário. Aden não respondeu diretamente. — O grupo separatista de Veneza, — ele disse ao invés. — Eles estão pedindo para ser colocado em serviço ativo." — Eles sempre estiveram na ativa. — Tendo desertado da PsyNet usando grande cuidado para esconder seus rastros, o elemento veneziano do esquadrão tinha estado alimentando informações para outros Arrows e executando operações desde que eles tinham começado a existir. — Eles querem responder aos surtos, — Aden esclareceu. — Se eu não der a ordem, você sabe que Zaira vai simplesmente tomar essa decisão por ela própria. — Sim. — A independência de pensamento dela era porque a outra Arrow havia sido encarregada da operação de Veneza. — Zaira também sabe que eles não podem se arriscar a serem reconhecidos." Cada e todo Arrow no complexo de Veneza estava oficialmente morto. — Ela apresentou uma proposta que eles vão ser chamados em surtos noturnos na Europa, onde os homens e as mulheres podem trabalhar com apenas um disfarce mínimo. — Aden esfregou a testa em um sinal incomum de tensão. — Veneza também detém alguns dos nossos mais quebrados. Vasic pensou em Alejandro, o cérebro do homem reinicializado por uma overdose de Jaz de modo que ele não pudesse desviar-se de um comando, mas apenas se aquele comando viesse de Zaira. Alejandro não poderia ser ajudado dado os danos causados ao seu cérebro orgânico, mas e alguns dos outros? — Um civil não terá qualquer razão para perguntar se um Arrow é suposto existir ou não, — disse ele. — Podemos lentamente emparelhar os venezianos com seu próprio Es. Aden continuou a olhar pela janela. — Isso vai exigir que eles reingressem na Net. Isso pode ser feito de forma encoberta, e a equipe de Zaira está pronta para fazê-lo, mesmo com os problemas atuais... mas eles vão ficar no exílio enquanto for necessário.


Até que, Vasic pensou, o esquadrão já não precisasse da saída de emergência. Isso, no entanto, poderia não ser mais uma opção. — A rede deles está limpa? — Não há sinais de infecção, mas uma rede povoada apenas com Arrows nunca ia ser equilibrada, — Aden respondeu. — Zaira suspeita que está começando a mostrar fraturas finas. Não há urgência ainda, e vai se tornar um ponto discutível se eles reingressarem na Net. Por enquanto, eles continuam a agir como nossos olhos e ouvidos no resto do mundo. Chamando um teletransporte de outro Arrow, Aden partiu apenas minutos depois para falar com Kaleb sobre como fazer uma lista de cardeais Es dormentes. Deixou Vasic livre para se concentrar em Ivy. Ela estava em silêncio em um sono profundo. Rabbit estava deitado nas costas dela, seu pequeno corpo subindo e descendo em sons tranquilos. Examinando-a usando a luva, Vasic observou que os vasos sanguíneos danificados e rasgados que os médicos de emergência tinham tratado, com Aden tendo verificado duas vezes o trabalho, já estavam curando. O estado mental dela, no entanto... Vasic não podia esquecer quão derrotada ela tinha parecido quando ele a encontrou na ambulância. Sua Ivy, que tinha lutado por ele, que nunca desistiu, tinha parecido em estilhaços durante seu momento único e agridoce de consciência conforme ele a levantou em seus braços. Olhos entorpecidos e sangrentos, ela disse, Por que eu não posso fazer isso? E se o que eles fizeram comigo no centro de reabilitação me quebrou permanentemente? — Você não está quebrada, — ele disse em um murmúrio áspero enquanto se deitava na cama e a puxava para perto dele. — Você é a mulher mais forte que eu conheço. — Uma mulher que se recusava a render-se, independentemente das probabilidades quase impossíveis. Uma mulher que tinha batido o entorpecimento que tinha estado engolindo-o vivo. Uma mulher por quem ele lutaria contra a própria morte.


Capítulo 49 VIDRO QUEBRANDO, GRUNHIDOS de dor, o latido frenético de um cão. Ivy pulou acordada para encontrar a porta do quarto fechada, as fendas nas persianas na janela dizendo-lhe que havia brilhante luz do dia fora. Outro grunhido, seguido de um baque forte. Empurrando o cobertor quando ela percebeu que os sons não eram ecos de um pesadelo, mas vinham de poucos metros de distância, ela obrigou-se a tomar a pequena arma que Vasic devia ter deixado na mesa de cabeceira, e fez seu caminho para a porta. Vasic? Fique aí dentro. Ela abriu uma fresta da porta para conseguir um olhar para além da sala de estar. Seus dedos cerraram-se na parte preta e lisa da arma. Vestido apenas de calça jeans e botas, Vasic estava lutando contra três homens, e parecia que todos os três eram telecinéticos. A mobília jazia embutida nas paredes, poeira de gesso no ar e vidro da janela no tapete. Vasic estava sangrando, mas mantendose em pé, enquanto Rabbit jazia choramingando contra a parede, seu corpo pequeno amassado. Raiva floresceu nela. Esperando até que todos os três atacantes estivessem encarando Vasic, ela saiu correndo em passos silenciosos para levantar Rabbit em seus braços e voltou sorrateiramente para o quarto. — Shh, — ela disse ao seu animalzinho ferido, o lado dele subindo e descendo em respirações doloridas. — Você vai ficar bem, eu prometo. — Colocando-o suavemente na cama, ela voltou para a porta para ver sue Arrow tomar um golpe físico esmagando as costelas, ao mesmo tempo em que tomava vários golpes telecinéticos. A raiva escureceu e derretida quente, ela desativou a trava de segurança na arma. Jaya! ela enviou telepaticamente, conforme se tornava óbvio que a capacidade de armas da luva de Vasic não estava funcionando. Onde está Abbot?! Quando não houve resposta, ela percebeu que a outra mulher devia estar no hospital, Abbot ao lado dela. O que deixava Ivy como única reserva de Vasic. Descendo em um joelho para se preparar e usando as duas mãos como seu pai havia lhe ensinado, ela apontou a arma através da abertura na porta, mas os homens estavam se movendo tão rápido que ela não podia ter certeza de que não atingiria Vasic acidentalmente.


Empurrando-se para trás quando ele enviou um atacante batendo na parede ao lado da porta do quarto, ela viu que o homem estava atordoado, mas já empurrando-se para cima em um dos braços. Não deixando-se pensar muito, ela atirou nele, o feixe de laser ajustado para atordoar. Quando ele caiu, ela sugou uma respiração, esperando uma reação empática de dor, mas nenhuma veio. Talvez porque tudo o que ela tinha feito era colocá-lo para dormir. E talvez porque Vasic era a maior e mais importante parte do coração dela. Ninguém tinha permissão de machucá-lo. Voltando-se para a luta, ela viu um dos atacantes puxar uma seringa de pressão da bota. Vasic estava de costas para o homem enquanto lutava contra o outro assaltante. Cuidado! Ela gritou telepaticamente e atirou novamente. O fogo de laser passou longe desta vez, acertando a parede e atraindo a atenção do inimigo Tk para ela. Reagindo por instinto, ela atirou uma terceira vez, mas ele mergulhou para fora do caminho, a mão subindo como se para bater nela com energia telecinética. Ivy rolou para trás da porta para privá-lo de um alvo visível, logo que a porta se abriu atingindo-a de lado em um sopro de hematoma. Respiração perdida, mas ossos inteiros, ela manteve o controle sobre a arma e se arrastou rapidamente para o lado da cama, para que tivesse uma linha direta de visão para a porta, enquanto estava protegida pela maior parte da cama. Exceto que o Tk não entrou. Ele usou sua habilidade para levantar da cama, com a intenção clara de esmagá-la contra a parede. Rabbit jazia imóvel sobre a colcha. Horrorizada, Ivy correu deliberadamente na linha de visão do Tk, e mesmo quando ele quebrou a arma da sua mão, ela alcançou instintivamente para o núcleo de medo que ela podia sentir nele e tornou-o maior. E maior. E maior. Ele caiu em uma pilha choramingando assim que Vasic acabava com o outro atacante. Caminhando para beliscar um nervo no pescoço do homem, Vasic mandou-o para inconsciência. — Rabbit? As lágrimas caindo agora que o perigo estava no passado, ela correu de volta para a cama onde Rabbit estava tão quieto e imóvel. — Ele está muito machucado. — Ela tinha que se concentrar em seu animal de estimação, não podia pensar no fato de que ela tinha chegado tão perto de perder Vasic. Isso a fez lembrar o relógio tique-taque que ela quase conseguiu esquecer, o conhecimento uma viseira em torno de seu peito, comprimindo seus pulmões até que ela mal podia respirar. — Ele foi chutado. — Levando o cachorro em seus braços e ignorando suas próprias feridas, ele teletransportou-se, voltando poucos segundos depois sem Rabbit. —Ele está com um M-Psy treinado em ciências veterinárias.


Assentindo bruscamente, ela entrou em seus braços, o abraço dele aço cuidadoso. — Respire, Ivy. Tomou esforço, mas ela obedeceu a ordem. Vasic não precisava se preocupar com ela agora. — Quem são eles? — ela perguntou por fim. — Era um grupo anti-empata? — Não. Estes homens vieram atrás de mim. — Ele afrouxou o abraço só para tocar o rosto dela e tomar sua boca em um beijo bruto e possessivo, antes de se afastar. — Preciso transportá-los. Ganhando força a partir da pura vida física dele, a pele brilhando de suor e seu cheiro calorosamente masculino, ela disse, — Não esqueça a seringa. — Ela tinha feito uma nota de onde tinha caído e, agora, apontou. "Precisamos saber o que estava nisso. Vasic pegou. — Isso não vai demorar muito. Ela trocou-se enquanto ele tirava os três estranhos do apartamento. — Você precisa de um médico, — ela disse quando ele voltou, a viseira em torno de seus pulmões tendo apertado novamente no pouco tempo que ele tinha ido embora de sua vista. Atrasando-se apenas tempo suficiente para colocar uma camiseta e jaqueta, Vasic disse, — Rabbit primeiro, — e teletransportou-os ao veterinário que estava trabalhando em seu animal de estimação. Assistindo ao veterinário através da janela da sala de operação esterilizado, ela mordeu o tremor em seu lábio inferior. — Rabbit tentou ajudá-lo? — Ele realmente me ajudou." — Vasic passou os braços ao redor dela por trás. — Ele mordeu um dos atacantes pouco antes de o homem conseguir lançar um golpe incapacitante. — Esse é Rabbit. — Orgulho desfraldou nela, mas aquela não era a emoção que a mantinha refém. Não, era o medo de entorpecer os ossos, porque não era apenas Rabbit que ela quase tinha perdido. Virando-se, ela empurrou Vasic para longe e o fez tirar sua jaqueta e camiseta, para que ela pudesse examinar seus ferimentos. Cortes e contusões marcavam a parte superior do corpo dele, seu belo rosto sangrando e a respiração vindo de uma forma que disse a ela que ele tinha costelas quebradas. Protecionismo violento eclipsou o medo. — Médico. Agora. — Você precisa ficar com Rabbit, — ele disse, como se aquilo pusesse fim à discussão. Não colocava. — Você acha que eu estou uma bagunça no momento? — disse ela. — O que você acha que vai acontecer comigo se uma daquelas costelas quebradas passar por seu pulmão? — Dedos trêmulos, ela tocou o peito dele. "Por


favor, vamos. — Rabbit não iria ficar bravo com isto, e ela teria certeza de estar ali quando seu animal de estimação acordasse. Vasic fechou a mão sobre a dela, os olhos indo até a janela da sala de operação. — Nós não devíamos deixá-lo sozinho. Um sorriso trêmulo curvou-se sobre os lábios dela enquanto ela percebia Vasic que não estava preocupado apenas com ela, mas com Rabbit. O cão teimoso deles tinha rastejado seu caminho para o coração deste resistente e perigoso Arrow. — Então, — ela disse, — Por que você não teletransporta um médico para cá? Vasic desapareceu na próxima respiração, retornando com uma M-Psy que segurava o que parecia um sério kit médico. Claro, primeiro ele fez a morena esbelta verificar Ivy. Ela aquiesceu, em vez de atrasar ainda mais o tratamento dele, e a M-Psy foi capaz de lidar com seu lado ferido em minutos. — Agora, você, — Ivy ordenou, completamente fora de paciência. Sentado em uma sala de exames vazia destinada a animais, ele permitiu que a M-Psy prendesse suas costelas quebradas juntas novamente, o trabalho meticuloso. Ivy ficou entre o quarto e a janela de observação da sala de operação, mantendo Vasic atualizado sobre o progresso de Rabbit. Foi meia hora depois que ela percebeu que o veterinário estava fazendo em Rabbit a mesma coisa que a M-Psy estava fazendo em Vasic. Seu Arrow trouxera o cão deles a um cirurgião-veterinário top, alguém que provavelmente trabalhava em cavalos puro-sangue e outros animais que valiam milhões. Se ela não já estivesse completamente, loucamente, absolutamente apaixonada por Vasic, ela teria ficado ali mesmo. Lutando contra o desejo de se jogar nos braços dele, ela observou a M-Psy colocar as mãos sobre suas costelas conforme ela trabalhava. A mulher, que tinha a habilidade de ver ferimentos internos sem ajuda tecnológica, estava usando complexas "luvas" médicas que dirigia energia para dentro de Vasic, estimulando as células dele no modo de reparo. Ivy cruzou os braços sobre o peito. Você não pode encontrar um médico do sexo masculino? Os olhos de Vasic aqueceram, e foi um soco no plexo solar, aquela sugestão de um sorriso. Ela é mulher? Eu não percebi. Bom, ela disse, totalmente desfeita por ele. Continue a não notar. Como foi, Rabbit estava fora da cirurgia primeiro. — Ele vai estar um pouco lento por alguns dias. — O veterinário deu a ela um datapad descartável com instruções sobre quantas vezes Rabbit deveria


receber medicação para a dor, bem como a comida que ele deveria comer. — No entanto, eu tenho certeza que não haverá repercussões em longo prazo. — Obrigada, — disse Ivy, sua mão no corpo quente de Rabbit enquanto o animal de estimação dela e de Vasic descansava num sono induzido por drogas. Reconhecendo seus agradecimentos com um aceno de cabeça, o veterinário olhou para onde Vasic estava sendo tratado. — Eu devia um favor a ele, mas eu nunca esperei que ele fosse cobrá-lo para salvar a vida de um cão. Ivy sorriu para Vasic do outro lado da sala, mas manteve o silêncio. Na verdade, eles não falaram de novo até a médica trabalhando nele declará-lo apto para o serviço, e eles voltarem para o apartamento com Rabbit. Um apartamento que estava esmagado e sangrento na sala de estar. Ignorando isso, Vasic carregou Rabbit à sua cesta de dormir e o colocou no travesseiro com contorno para o corpo de seu animal de estimação. — Ele vai ficar bem? — Vasic perguntou quando ela agachou-se ao lado dele para acariciar Rabbit. Ivy girou nos braços dele em resposta. Quase desequilibrando-se em sua posição agachada, Vasic travou os braços em volta dela. — Ivy? — Você estava tão machucado, — ela sussurrou. Vasic acariciou a têmpora dela. — Eu não estava criticamente ferido. — Ele tinha sobrevivido a muito pior. Empurrando para trás tão repentinamente quanto ela veio em seus braços, Ivy disse, — Eu preciso ver que você está bem. Tire suas roupas. — Ela empurrou os lados da jaqueta dele. — Fora. Não discutindo, ele ficou de pé com ela e tirou o casaco, depois puxou a camiseta enquanto chutava as botas que ele tinha batido nos pés ao primeiro sinal de intrusos. Um peito nu era uma coisa, pés nus poderiam ser uma séria desvantagem contra adversários com botas. Ivy arrastou-o para frente das cortinas. Rachando as ripas o suficiente para deixar entrar um pouco mais de luz solar sem expor os dois, ela passou as mãos sobre cada centímetro do peito dele com delicado cuidado. Para o corpo dele, cada toque era uma carícia, mas ele podia dizer pela expressão dela que ela estava apenas preocupada com lesões persistentes. Quando ela foi ao redor para verificar as costas, ele ficou no lugar. — Suas pernas foram machucadas?


— Algumas contusões de chutes, nada mais. — Ele não se preocupara em ter a M-Psy tratando aqueles, já que não eram incapacitantes e desapareceriam por conta própria em breve. — Preciso ver. — Ivy levou a mão para o botão de cima da calça jeans dele. Fechando os dedos sobre os dela, ele balançou a cabeça. — São apenas contusões. — Ele tinha autocontrole infinito... exceto quando se tratava de Ivy. Seu corpo já estava reagindo, seu pênis ereto apesar do fato de que ele sabia que ela não tinha a intenção de seu toque ser excitante. Os cílios de Ivy baixaram-se para lançar sombras suaves contra a pele dela, um rubor aquecendo as bochechas dela... antes que ela sacudisse as mãos dele. — Eu preciso ver, — ela sussurrou novamente, e desta vez, seu tom de voz era rouco. Ele se segurou tão quieto quanto pôde enquanto ela desfez o botão, mas seu estômago flexionou ante o toque extremamente leve dos dedos dela, só as mais de duas décadas de treinamento lhe permitiram ficar ali, sem levá-la para o tapete. O que ele não podia fazer, no entanto, era refrear-se de tocá-la. Levantando uma mão, ele enfiou os dedos pelo preto macio dos cachos dela e segurou. Ela prendeu a respiração, os lábios abrindo. E Vasic repentinamente entendeu por que ele tão frequentemente via changelings mordendo os lábios de seus companheiros quando eles se beijavam, sorrisos brincalhões em suas bocas. Inclinando-se para frente, ele fez o mesmo. O suspiro de Ivy foi calmo, os dedos dela enfiado no cós da calça dele... e seu corpo esforçando-se em direção ao dele quando ele começou a se afastar. Vasic tinha acordado três horas antes do ataque esta manhã, mas em vez de deixar Ivy, ele tinha ficado na cama e passado o tempo revendo o material que Judd tinha enviado. Agora ele percebeu que o outro homem tinha estado certo; ele realmente não precisava daquilo. Tudo o que ele tinha de fazer era ouvir – o que Ivy dizia e, especialmente, o que ela não dizia. Fechando a pequena distância entre eles, ele mordeu o lábio inferior carnudo novamente, a pressão suave, mas firme. Então ele puxou sua carne para testar se ela gostava da sensação, porque ele gostava. Ele gostava particularmente quando ela enrolava-se na ponta dos pés, os dedos dela pressionando o abdômen dele. Liberando o lábio dela com lenta deliberação, ele descobriu que sua outra mão tinha terminado no quadril, em cima do suéter. Ela havia descartado seu casaco assim que eles entraram no apartamento, e por isso não havia impedimento para a exploração dele. Segurando o cobre claro dos olhos dela, ele deslizou a mão por baixo do tecido fino do suéter para tocar a pele quente e macia.


Ivy inalou bruscamente, o pulso dela um rufo contra a curva do pescoço. Fascinado mais uma vez pelo pequeno movimento que dizia tanto a ele e fazia seu próprio pulso acelerar para combinar, ele inclinou a cabeça para pressionar sua boca naquilo. Ele chupou, mesmo arranhou com os dentes. Uma das mãos de Ivy levantou-se da cintura dele para curvar-se sobre sua nuca, segurando-o na garganta dela enquanto ela fazia um som baixo e incoerente. A resposta dela inflamou possessividade nele, fazendo-o querer devorar e acalentar em medidas iguais. Ele não tinha entendido o que significava acalentar antes de Ivy. Agora ele sabia que era sobre dar a ela o que ela precisava, mostrar o que ela era para ele: Tudo. — Vasic. — As unhas curtas dela cavaram um pouco no seu pescoço, a sensação, adicionada às outras, indo direto para a virilha dele. — Hmm. — Ele beijou seu pescoço novamente, sugando mais duro a pele macia, estranhamente satisfeito pela marca vermelha resultante. Peito subindo e descendo em um ritmo rápido, a respiração quente dela que fazia algo sonolento e primitivo nele esticar-se acordado, ela esfregou o rosto contra o lado dele. — Eu posso sentir a sua fome. — Foi um sussurro íntimo, sua amante empata em sintonia com o corpo e sentidos dele. — O que você precisa? Impulsionado pelo desejo de reivindicar sua pele com pele, ele levantou a cabeça e disse, — Eu quero você estendida debaixo de mim, e então eu quero me deleitar em cada centímetro de você. Ivy estremeceu. — Nua? A estranha emoção dolorosa e bela que ele finalmente reconheceu como ternura retorceu dentro dele. — Eu posso esperar. Com os olhos luminosos, ela estendeu a mão para a borda de seu suéter. — Lembra-se daquela noite que eu me despi para você? — Eu nunca vou esquecer. — Era um filme erótico que ele tocava em sua cabeça sempre que as coisas tornavam-se muito escuras, muito difíceis. Curvas suaves e pele luxuriante, um sorriso tímido e persuasivo, ela o fazia lembrar que havia coisas melhores no mundo. Hoje, o sorriso dela indicava jogo pecaminoso. — Eu queria suas mãos em cima de mim. — Então ela levantou o tecido do suéter sobre o abdômen em preparação para puxá-lo. — Você pode deleitar-se em mim a qualquer momento que quiser. A mente dele nublou-se, as mãos juntando-se em punhos em seus lados. — Espere. Pare.


Capítulo 50 IVY CONGELOU COM o suéter amontoado abaixo dos seios. — Não? — Eu tenho que encher a banheira com água. Piscando, ela foi abrir os lábios como se quisesse fazer uma pergunta, mas ele não podia esperar. Ele caminhou até o banheiro e ligou a torneira fria em plena força. Ivy apareceu na porta alguns segundos depois, linhas de expressão marcando a testa dela. Ela estalou os dedos no instante seguinte. — É para ajudar a controlar o seu teletransporte de algum modo. Ele amava sua mente tanto quanto todas as outras partes dela. — Sim. — Não tendo certeza de que ele se lembraria de desligar a torneira uma vez ela se despisse, ele esperou com pouca paciência que a banheira enchesse. E enquanto esperava, ele repentinamente pensou em uma coisa que eles nunca tinham discutido. — Ivy, se compartilharmos fluídos biológicos... — Eu cuidei disso, — ela disse, as bochechas vermelhas. — Enquanto ainda estávamos no complexo. O sentimento profundo dentro dele, que ele identificou como um sorriso de pura alegria. — Tanto tempo atrás? — Oh fique quieto. — Risadas em advertência. — Eu pedi o conselho de Sascha, e ela arranjou para que a curadora DarkRiver me visitasse uma vez que a curadora também tem formação médica, além do mais ela fez questão de aprender sobre fisiologia Psy, assim... Vasic se lembrava da curadora chegando; no momento, ele pensou que ela estava simplesmente dando boas vindas aos Es. — Ela trouxe pães. — Sim. — Um sorriso doce que lhe cortou os joelhos. — Eu sabia que eu estava pensando muito à frente, mas... Eu estava esperançosa. — Ivy. — Cerrando os punhos, ele olhou para a parede. — Eu não vou durar se você olhar para mim desse jeito. Riso suave e sensual. — A banheira está prestes a transbordar. Finalmente.


Andando com Ivy de volta para o quarto, ele parou ao lado da cama. — Nós podemos viajar, — ele disse a ela, — Mas eu programei um laço de repetição na minha cabeça que deve só levar-nos ao deserto e de volta. — Ele fizera isso ontem, antes do surto. — Sem neve. — Eu iria a qualquer lugar com você. Traçando o sorriso dela com a ponta do dedo, ele a beijou, com a mão em seu cabelo. Eu realmente gosto de beijar você, Ivy. A intimidade, a umidade, a maneira que a respiração dela tornava-se cada vez mais curta quanto mais tempo ele fizesse isso. Eu acho que estou desenvolvendo preferências quando se trata de contato tátil. Eu também estou. Ela abriu as mãos no peito dele, unhas arranhando levemente enquanto ela as corria ao longo dos cumes de seu abdômen até o umbigo. Onde ela começou a traçar a linha fina de cabelo que levava para a braguilha parcialmente aberta do jeans dele. O toque o fez apertar os músculos abdominais, quebrar o beijo para olhar para o ouro fino da mão dela contra ele, ar quente em sua pele quando ela inalou e expirou no mesmo ritmo irregular. Como se ciente de como o visual o afetava, ela acariciou com um dedo... para baixo. Quando ela chegou à guia do zíper, no entanto, ele agarrou seu pulso com uma mão e puxou-a para longe. — Depois. — A ideia dos dedos dela ao redor de seu pênis fazia sua coluna vertebral travar, as coxas ficarem tensas. Beijando-a novamente, ele correu o polegar sobre o pulso no punho dela antes de liberar a mão. Então ele alcançou a barra do suéter dela. Ela levantou os braços, e a fina lã azul estava no chão segundos depois. Seu sutiã era uma delicada criação de renda cor amarela pálida. Fascinado pela forma como segurava os montículos cremosos de seus seios enquanto parecia tão frágil, ele traçou as bordas recortadas, mergulhou o dedo por baixo apenas uma fração. Uma das mãos dela subiu para segurar seu pulso, mas não era um aperto que o pedisse para parar. — Do distrito perto de estabelecimento? — ele perguntou, e continuou a tocar. Dedos apertando o pulso dele, ela assentiu. — Os humanos não viam nada de errado em vendê-los para uma Psy. — A voz dela estava rouca em sua próxima pergunta. — Você gosta? — Sim. — Ele decidiu que iria comprar mais para ela. — Parece que eu tenho uma preferência distinta por estímulos visuais. — Beijando a clavícula dela, ele disse, — Eu ainda pretendo ver você tocar o seu próprio corpo na minha frente, mas não hoje. Hoje eu quero ser o único tocando. Ivy estremeceu novamente, em seguida, pressionou um inesperado e molhado beijo no peito dele antes de tentar desenganchar o sutiã. Colocando a


mão sobre o ombro dela, ele a virou lentamente. As mãos dela caíram enquanto ela concedia seu pedido silencioso. Primeiro, ele varreu o cabelo para um lado para descobrir a nuca dela, a pele exposta fazendo-o querer provar. Assim ele fez. Ivy soltou um som quente e doce em resposta, que se envolveu ao redor da ereção dele e apertou... e eles acabaram no deserto. — Desculpe, — ele disse, os dois já de volta ao apartamento. Ivy inclinou as costas contra o peito dele, e virando a cabeça, levantou-se na ponta dos pés. Ele se inclinou em direção a ela automaticamente, acostumado à diferença de altura, foi recompensado pelos lábios dela roçando o lado de sua mandíbula. — Contanto que você não pare de me tocar, — outro beijo, — Você pode me levar para o deserto e de volta mil vezes. Os beijos ameaçaram distraí-lo, seduzi-lo a ficar naquela posição, mas ele a queria nua. Movendo-se, ele alcançou os ganchos em seu sutiã e os desfez depois de descobrir como eles estavam ligados. Ivy curvou seus ombros para dentro assim que ele terminou e deslizou as alças, uma de cada vez, o movimento totalmente feminino. Ele assistiu a renda cair no tapete, percebeu que não poderia olhar para a frente dela se quisesse acabar com isso. — Fique. — Prendendo seus quadris até que ele teve certeza que ela entendeu, ele afastou-se para olhar para a curva graciosa das costas dela, mas ele não podia olhar e não tocar. Ele correu uma mão pela extensão da pele que tinha a intenção de beijar polegada por polegada. — Eu fui muito ambicioso, — ele disse quando ela se arqueou em direção a ele. — Eu não acho que eu vou ser capaz de te explorar inteira antes que meu controle estale. — Nós podemos fazer isso de novo. — Um olhar tímido e sensual para ele antes que ela olhasse para frente uma vez mais. "Quantas vezes nós quisermos. Os dedos de Vasic ficaram imóveis na pele dela quando ele percebeu a importância de suas palavras. Antes de Ivy, ele nunca tinha recebido qualquer coisa que ele quisesse sem lutar por isto. Na maioria das vezes, tinha sido um momento roubado de paz em um ambiente calmo. Tudo com um limite de tempo. Isso não tinha um. Seus olhos caíram sobre a luva. Forçando sua mente para longe daquela escuridão e para o prazer deste instante em que ele estava com uma mulher que não lhe negava nada, ele correu as duas mãos nos lados dela e em torno de sua frente para abrir o botão de sua calça jeans. "Puxe o zíper para baixo," ele murmurou contra a orelha dela, mordiscando a curva simplesmente porque ele queria. Ivy gemeu, seu corpo macio e quente na curva do dele enquanto fazia o que ele pediu. Então, não esperando pelo seu pedido, ela empurrou a calça para


baixo de suas coxas e para o chão. Soltando-a para que ela pudesse puxar fora o material, ele passou um braço em volta da cintura dela novamente assim que ela terminou a tarefa, os dedos da outra mão percorrendo os pequenos laços de fita amarela nas laterais da calcinha de renda dela. Tinha havido um no sutiã também, ele lembrou, no centro. Puxando um laço, ele ficou desapontado ao descobrir que era apenas para mostrar. — Eu vou te comprar calcinhas com fitas que desatam. — Ele sabia que essas coisas existiam, tinha visto nas vitrines das lojas e nas imagens publicitárias. A pele de Ivy voltou-se em um tom quente de seda que o fez querer atacar, beijar, talvez até morder. — Você pode me comprar qualquer coisa que você queira, — ela sussurrou, derretendo-se de volta nele. — Eu vou usar. Vasic beijou o lado do pescoço dela. — Você deveria ser cuidadosa com o que você diz a um homem faminto. — Mordendo-a em aviso brincalhão quando ele não soube até Ivy que ele poderia brincar, ele deleitou-se no gemido dela. Então, pulso acelerado, ele deslizou a mão em torno de seu umbigo e sob a renda de sua calcinha para segurar sua carne. — Eu li um livro, — ele disse quando ela sacudiu. — Um manual de sexo. Na verdade, eu li dois, baixei outros três para mais tarde. — Arrows sempre faziam pesquisa intensiva, e ele tinha seguido as informações de Judd com mais investigação de sua autoria. "Eu também assisti certas gravações. — Quando? — A voz de Ivy foi alta, chocada. — Enquanto você estava dormindo. — Ele leu extremamente rápido, uma habilidade natural, ampliada por seu treinamento Arrow. — Um dos manuais dizia que para as mulheres, o prazer sexual é tanto na mente quanto no corpo. Sugeria que o homem conversasse durante o sexo. — Vasic não falava realmente, exceto quando ele tinha algo a dizer, mas quando Ivy choramingou, o corpo dela ficando ainda mais úmido contra a palma da mão dele, ele decidiu que este era um caso em que falar não era apenas justificado, seria insensato não fazê-lo. "Eu gosto de te segurar assim. Curvando os dedos, ele a segurou com mais firmeza. — Eu gosto de sentir você ficando mais úmida e mais quente e impaciente. As mãos dela alcançaram atrás para agarrar as coxas dele, sua respiração entrecortada. — De acordo com os manuais, o clitóris de uma mulher é extremamente sensível e pode ser acariciado de muitas maneiras. — Apertando o braço dele quando ela se levantou na ponta dos pés, como se para escapar do toque dele antes de pressionar de volta para baixo, ele beijou o lado da garganta dela novamente. — Aparentemente, há também um lugar dentro de você que pode dar-lhe orgasmos incríveis. Estou determinado a encontrá-lo.


Peitos inchados e corados, Ivy levantou a mão atrás para cerrá-la no cabelo dele. — Eu não sabia que era para lermos manuais, — ela queixou-se, um pouco de beicinho na boca que o fez desejar que ele estivesse na sua frente. Mas acabaria com isso antes que começasse, e havia tantas coisas que ele queria fazer para e com Ivy. Ele inclinou a palma da mão para pressionar o clitóris dela. Curvando-se de volta, ela estremeceu. — Eu estarei achando um manual, também, — ela engasgou quando a onda passou, com os olhos fechados. Como resultado, ela perdeu o fato de que eles tinham acabado no deserto de novo, antes que ele os trouxesse de volta. — Espere até que eu possa manternos em um só lugar. — Ele já estava equilibrado sobre um fio fino como lâmina. Se Ivy se tornasse especialista em como despertar o corpo dele, ele provavelmente iria levá-los para o coração de um vulcão. — Você gosta disso? — Ele usou o dedo para circundar a sensível entrada do corpo dela. As costas de Ivy arquearam-se outra vez, sua pele brilhando. Quando ela virou a cabeça e olhou para cima, ele soube o que ela queria, embora não tivesse dito uma palavra. Agarrando a mandíbula dela com a mão enluvada, ele a beijou ao mesmo tempo em que reiniciou a pressão contra o clitóris dela com a palma da sua outra mão. Gritando no beijo só segundos depois, Ivy derreteu-se sobre toda a palma da mão dele, as mãos agarrando os braços dele e seus olhos tremulando fechados. Ele assistiu seu corpo ondular com prazer, prazer que ele tinha criado nela, e senti o fio estalar. Somente seu protecionismo por ela o fez lembrar-se de desviar sua energia para a água. Removendo a mão da calcinha ante uma queixa murmurada dela, ele a pegou em seus braços e colocou-a na cama. Levou apenas alguns segundos para tirar a calça jeans e a cueca, outros dois para puxar fora a calcinha dela. Amassando a renda úmida em seu punho, ele ajoelhou-se entre as pernas dela, os olhos nas dobras delicadas mal escondidas pelo cabelo macio na junção de suas coxas. A boca dele encheu-se de água. Não dando qualquer aviso a ela, ele deixou cair a calcinha na cama e mergulhou a cabeça para banhar sua língua sobre o mel da carne dela. — Vasic! — As costas dela levantaram-se da cama. Lambendo mais uma vez, ele prometeu a si mesmo que retornaria, saborearia corretamente. Agora, ele queria apenas uma coisa. Ele se levantou sob o corpo dela para apoiar-se em seu braço enluvado, utilizando os dedos da outra mão para escovar o cabelo dela para trás. — Isso provavelmente vai doer. — Ele não gostava da ideia, mas era um fato biológico do qual eles não podiam escapar. Ivy envolveu as pernas ao redor dos quadris dele. — Ame-me, deixe-me te amar.


Ele cerrou os dentes, guiou-se para ela, e começou a empurrar. Ela estava escorregadia, quente e tão bem esticada em torno dele que ele sentiu que ia rasgá-la aberta. — Ivy. Agarrando os ombros dele, ela engasgou, — Assim... você está indo em partes, então. As palavras inesperadas deram a ele o espaço para respirar que ele precisava. Beijando-a naquela boca doce, suave, generosa, ele disse, — Infelizmente. Um sorriso sensual feminino. — Eu tenho um sentimento de que não será a descrição correta uma vez que começarmos a fazer isso em uma base regular. Era isso. Vasic parou de pensar, seu único foco em estar dentro dela e em não machucá-la. Os desejos gêmeos batendo dentro de seu crânio, ele moveu-se tão lentamente quanto o seu corpo permitiria, seu treinamento Arrow tendo lhe dado soberbo controle muscular... que teria desmoronado no primeiro pulso do corpo dela no dele se ele não tivesse estado preocupado em causar dor a ela. Proferindo um grito quase silencioso, Ivy manteve-se impossivelmente mais apertada, mas não pediu para ele parar. Ele o fez de qualquer maneira. — Ivy... A resposta dela foi um beijo em seu bíceps. O peito dele sentindo-se como se tivesse enormes foles de metal dentro dele, bombeando ar em grandes goles, ele cavou a mão de seu braço enluvado no travesseiro e continuou o impulso tortuoso adiante... e, em seguida, ele estava enterrado até o cabo em Ivy. Pequenas unhas cavaram em sua carne, o corpo dela tenso. — Dê-me, — ela suspirou, — alguns segundos. Suor escorria da têmpora de Vasic, sua mandíbula dolorosa. Bloqueando todos os músculos no lugar, ele tentou decidir se isso era tortura auto infligida ou prazer. Prazer, ele gemeu internamente quando o corpo de Ivy ondulou no dele, muito definitivamente prazer. Então, a mulher que o segurava com tal possessividade aberta, acariciou sua bochecha. — Você pode se mover, — ela sussurrou. — Estou ficando acostumada a você. — Ela levantou seus quadris experimentalmente contra ele. Vasic rosnou e tomou sua boca enquanto ele puxou para fora e acariciou de volta, para dentro por puro instinto. Ele sabia, no fundo de sua mente, que ele deveria esticar isso, fazê-la ter um orgasmo antes dele, mas pensamento racional estava muito longe. O corpo dele explodiu no segundo golpe, sua coluna arqueando e o deserto cintilando em torno deles, os braços e as pernas de Ivy segurando-o perto em um abraço que dizia que ele estava em casa.


Finalmente, ele estava em casa.

IVY nunca se sentira tão... Ela não tinha palavras para isso. Um sorriso bobo no rosto, ela esfregou sua bochecha contra a seda quente do peito de Vasic, deleitando-se com a sensação dele contra o comprimento dela, a mão dele em seu cabelo de uma forma que se tornaram familiar. — Esta sala está cheia de vapor. Ivy tinha notado aquilo, pequenas gotas de água condensando em sua pele. Mas ela estava muito mais interessada em outros assuntos. Pressionando um beijo no peitoral dele, ela mexeu-se por cima do seu corpo para olhar para ele. — Então? Vasic desceu a mão pela espinha dela, subiu de volta. O rosto dele permaneceu inexpressivo, mas Ivy podia sentir suas emoções com os sentidos que ela não podia desligar, e eles fizeram com que ela quisesse aconchegar-se perto e ronronar como se ela fosse um gato sendo acariciado. — Eu preciso praticar. Ela riu com a resposta dele, seu coração prestes a estourar com a intimidade do que tinha passado entre eles. O sexo tinha sido quente, bonito e um pouco confuso, e ela mal podia esperar para fazê-lo novamente. O toque dele, a sensação dele tão duro e forte dentro dela, o peso forte dele em seus braços enquanto ele tentava recuperar o fôlego, ela tinha adorado tudo. — Repetição, huh? — ela brincou. "Poderia ficar aborrecido. Olhos de prata geada seguraram os dela. — Você acha que está em perigo de ficar entediada? Ivy fingiu pensar nisso. — Hmm... — Ela guinchou quando eles de repente se viram num ambiente gelado, apenas para piscar de volta no quarto na próxima fração de segundo. — Eu não posso acreditar que você fez isso! — Eu perdi o controle. — Mentiroso. — Ela enfiou um dedo no seu lado, encantada com ele. — Sem comentários. Ele fechou os olhos enquanto ela passava os dedos através do cabelo dele, seu prazer no simples toque profundo como osso. — Você vai me dizer por que aqueles homens vieram atrás de você? — ela perguntou, porque tanto quanto ela


queria ignorar o mundo e passar a próxima semana nua na cama com ele, o mundo continuava empurrando-se de volta na vida deles. — Eles eram homens de Ming, — ele disse a ela sem abrir os olhos. — Sem emblemas nos seus uniformes, mas eu os reconheci. — Levantando a mão, ele abriu para mostrar a ela a seringa que ele devia ter teletransportado. — Vai precisar ser testado para ter certeza, mas reconheço a sombra azul cobalto do cartucho. É Jax; uma dosagem muito alta." Fúria era um inferno no sangue de Ivy. — Bastardo, — ela disse, enquanto Vasic devolveu a seringa para onde quer que estivesse armazenada. — Por que ele ainda está vivo? — Ela podia odiar a violência, mas ela também entendia o mal em um nível visceral, sabia que algumas pessoas encontravam prazer apenas em manter poder cruel sobre os outros. A resposta de Vasic fez muito sentido. — Ele pode ser um monstro, mas esse monstro está mantendo a Europa unida agora. — E se ele vier atrás de você novamente? — ela disse, colocando a cabeça no ombro dele e aconchegando-se perto, para que pudesse atrair o cheiro dele. — Ele enviou três Tks altamente qualificados atrás de você, isso é sério. Vasic apertou-lhe a nuca. — E todos os três Tks estão agora em custódia Arrow. Ming sabe como fazer uma análise de custo-benefício, e eu acabei apenas de inclinar a balança para o lado errado, privando-o de três homens experientes. Ivy assentiu, obrigou-se a acreditar. Este era o mundo de Vasic, e ele entendia muito melhor do que ela. — Eu odeio que o desejo de outro homem por poder te forçou em violência hoje à noite. Deslocando-a de costas, Vasic acariciou o lado dela. —Antes de você, eu teria lidado com a situação retirando-me ainda mais no estado entorpecido, onde nada realmente me impactava. — Um beijo preguiçoso e possessivo. —Eu gosto de exercitar a tensão com uma Ivy nua muito, muito mais." Os lábios dela se curvaram. Ela acreditou nele; ela era a única que estava tensa com raiva agora mesmo. Vasic, pelo contrário, estava preguiçosamente relaxado. — Eu preciso tanto de um manual. — Seu amante, seu amante, estava provando ser letal de uma maneira mais deliciosa. Uma mulher tinha que ter algumas armas próprias. Aquilo a fez ganhar um beijo, a mão dele acariciando o seio dela. Ela teria derretido direto nele se ela não tivesse sentido a luva roçar seu ombro. — Espere. — Empurrando a musculosa largura dos ombros dele, ela disse, — Que horas são? Temos de ir ver Samuel Rain.


Capítulo 51 Devemos detê-lo? Não. Repare quaisquer falhas quando ele estiver fora de alcance visual, mas não interfira. Fluxo de mensagens entre a Equipe de Manutenção Haven e Clara Alvarez

DE BANHO TOMADO E DE ROUPA TROCADA, eles chegaram ao abrigo duas horas após o momento em que tinham dito a Clara para esperar por eles. Aceitando suas desculpas com um aceno de cabeça tranquilo, a gerente disse: — Bem, parece que você acordou Samuel, pelo menos. Ivy pegou o brilho nos olhos castanhos da mulher. — O que ele fez? Disse que todos eram macacos tentando comandar um asilo? O riso de Ivy quase aqueceu o olhar de Clara, mas a voz da gerente era a mesma quando ela disse: — Não, mas ele religou todo o complexo, no espaço de maníacas oito horas. Tivemos uma equipe de apoio verificando seu trabalho, mas eles disseram que ele tinha feito coisas que nem sabiam que era possível, e estamos rodando com cinquenta por cento mais de eficiência quando se trata de nosso consumo de energia. — Ele ainda está insistindo que o cérebro danificado", perguntou Ivy. Um aceno de cabeça. — Ele pode estar certo, não podemos saber se todos os sistemas em seu cérebro estão funcionando em plena capacidade. É somente quando ele tenta usá-los que isso fica claro. — Ela olhou para ambos, Ivy e Vasic. — Por favor, não tenham muitas esperanças. Se ele sente que, em seguida, falha em ajudar, pode desfazer todo o progresso que fez. — Nós vamos ter cuidado, — Ivy prometeu, seus dedos trancados com os de Vasic. A primeira coisa que Samuel Rain fez quando o encontraram no jardim de rosas foi uma careta e disse: — Onde está o cão? Ivy sentiu seu coração apertar. Colocando um braço em volta dos ombros, Vasic a abraçou quando respondeu ao engenheiro. — Ele foi ferido e está descansando sob os cuidados de amigos.


Com Jaya e Abbot no hospital, Vasic tinha deixado Rabbit dormindo pacificamente sob o olhar atento dos Arrows no Comando Central. Teria sido o Rabbit saudável e feliz, a idéia daqueles homens e mulheres mortais cuidando de um pequeno e curioso cão teria feito Ivy sorrir, mas, agora, tudo o que ela sentia era uma preocupação profunda. — Ferido? — Samuel estreitou os olhos para Vasic. — Será que ele está se curando?" — Sim. Ele vai fazer uma recuperação completa. Ivy sabia que a declaração era tanto para ela quanto para Samuel. Segurando a verdade em seu coração, ela disse, — Clara nos disse que você fez algumas melhorias no complexo. — Sim. Vamos. — O engenheiro esfregou as mãos. Passaram a hora seguinte em uma excursão pelo sistema de energia da instalação. Samuel Rain nem sequer olhava para a luva de metal. Frustração roeu em Ivy, mas ela segurou seu silêncio. Ela podia sentir Samuel agora, e abaixo da emoção em sua realização estava um fio de medo profundo, como se a crosta dura de um lago de inverno tivesse sido cortada para revelar o líquido abaixo. Isso fez seu coração doer. O engenheiro, ela percebeu, estava consciente o suficiente para entender que ele podia não gostar do que encontraria quando empurrasse a si mesmo. Mas ele era muito mais forte do que ela tinha imaginado, porque mesmo no final, quando ele estava fechando um painel de manutenção, disse, — Eu preciso do protótipo da luva que os imbecis que trabalhavam para você usaram para testar as conexões. Vasic levantou o braço enquanto o outro homem virou para enfrentá-los. — Este é o protótipo. Ivy pensou que a cabeça de Samuel Rain ia explodir. Literalmente dilacerando seu cabelo, ele disse: — Por que você simplesmente não entra em um açougue e manda cortar? — Pare com isso, — disse Ivy, tendo tido o suficiente. — Você não deve falar com ele desse jeito. Olhando para ela através de seus óculos, o engenheiro disse: "Você está fazendo alguma coisa para mim? — Não. Com suspeita em larga escala em suas feições. — Eu não era assim antes. Ivy tinha a sensação de que Samuel Rain sempre esteve altamente amarrado e fora do Silêncio, seu intelecto de gênio, de tal forma tinha dado um


passe pelas autoridades, até que um dos Conselheiros, aparentemente, decidiu fazer dele um exemplo. Logo após Rain recusar uma oferta de trabalho feita pelo Conselheiro em questão. Aden tinha descoberto esse fato ontem. Era simplesmente mais uma prova da feia hipocrisia e do auto-interesse oculto no Silêncio, Ivy pensou quando ela cruzou os braços e disse: — Eu não me importo se você dançar nu à meia-noite, enquanto você estiver ajudando Vasic. Um rolar de seus olhos. — Está frio à meia-noite, — disse Rain com paciência exagerada. — Se eu planejasse dançar nu no inverno, eu faria isso ao meio-dia. Então ele foi embora, dizendo para não o seguir. Rosnando baixo em sua garganta, Ivy levantou as mãos e fez um movimento de compressão. — Eu quero estrangulá-lo. Vasic pressionou um beijo no topo de sua cabeça, o ato carinhoso fazendo seus dedos curvarem. — Ele está certo, você sabe, — disse ele, enquanto ela lutava para não fazer grande coisa de algo que era um grande negócio. — A equipe de implante nunca deve enxertar um único protótipo. Eu vou ter que encontrar os arquivos de simulação mais detalhados que temos e enviá-los para ele. — Eu não me importo se ele está certo. — Ela fez uma careta. — Ninguém está autorizado a tratá-lo dessa forma. — Transportando-a para baixo com as mãos em punhos em sua jaqueta, beijou-o com toda a paixão no seu coração. Sua mão subiu para tocar seu rosto, seu corpo endurecendo contra o dela. Quando seus lábios se separaram, ela olhou em volta para descobrir que ele tinha os teletransportado de volta para o apartamento. — Nós deveríamos ter dito a Clara que estávamos saindo, — ela sussurrou, muito mais interessada no formato dos peitos de Vasic em suas mãos. Ele levantou a luva e bateu uma mensagem curta. — Eu já lhe enviei uma notificação. Excitação desaparecendo, ela tocou-lhe a mão na carapaça, lisa e dura. — Você não vai perdê-la, vai? — Era um fato que ela não tinha considerado até agora. — Realmente tornou-se uma parte de você. Ele levantou as duas mãos para o rosto dela, acariciando seu cabelo atrás das orelhas. — Eu vou me adaptar. Nenhuma peça de tecnologia vale a pena perder tempo com você. — Continuando a segurar o rosto dela, ele disse: — Você está triste, Ivy. Ela foi protestar, mas ele balançou a cabeça e disse: — Eu não sou um empata, mas eu te conheço. Você gostou do sexo...


— As outras raças chamam de fazer amor. — Ivy tinha ouvido falar em comm shows. — Parecia com isso, não? — Ela enrolou os dedos contra a amplitude firme de seu peito. Vasic provou as palavras e assentiu. — Sim. Seu sorriso era luminoso. — Eu amei fazer amor com você. Podemos fazer isso de novo? Ivy. Escovando os polegares sobre o rosto, ele segurou seu olhar. — Não tente me distrair. Você estava feliz por um tempo, mas existe uma tristeza dentro de você. — Cintilações minúsculas em seus olhos, seu sorriso desaparecendo quando ela achava que ele não estava olhando, ele percebia tudo. — Diga-me o porquê. — Você poderia obter Rabbit primeiro, — ela perguntou, sua expressão segurando uma vulnerabilidade crua que chutou seu coração. — Eu não quero que ele acorde e esteja em um lugar desconhecido. Vasic saiu ao mesmo tempo, para retornar menos de meio minuto depois. Rabbit ainda estava enrolado em sua cesta, dormindo. Descendo para uma posição de pernas cruzadas no chão, Ivy acariciou o cão com um toque suave. — Meu bravo Rabbit, — ela murmurou, quando Vasic desceu para sentar com as costas contra a parede, com um braço apoiado em seu joelho levantado. Ivy teve tempo para falar, e quando o fez, foi com uma dor impotente em sua voz. — Eu não posso parar de pensar sobre a luva de metal. Eu tento tanto não pensar, mas está sempre lá no fundo da minha mente. — Ela correu a mão sobre os olhos. — Sinto muito. Vasic não sabia como consolá-la. Tudo o que ele podia fazer era puxá-la perto, envolvê-la em seus braços. — Certamente, — disse ele, — Você não duvida da genialidade de Samuel Rain. Você é um macaco? Quando ela em lágrimas balbuciou e deu um tapa em seu peito, ele sentiu uma sensação incrível de realização. Ele tinha dado a sua companheira o que ela precisava, trouxe-a através da tristeza. Acariciando com seu queixo seu cabelo, ele continuou a segurá-la enquanto se sentava no chão ao lado de Rabbit. — Isso não foi engraçado, — disse ela, por fim. — Você riu. Ele viu os lábios puxarem para cima nos cantos, só para curvarem para baixo, não muito tempo depois. — Vai haver outro surto em breve, não vai? Vasic não queria falar sobre isso, queria entrar em Ivy, mas o mundo continuava a girar além das paredes do apartamento. — As chances são altas.


— Eu não sei o que fazer, Vasic. — Foi uma confissão com tremor. — Eu fui tão tola no início, tão certa do instinto me guiar, mas... — Ela moveu a cabeça em um movimento negativo contra seu peito. — Você não foi tola. — Ele não podia suportar ver sua dura e decidida Ivy tão abatida. — Você estava pronta para tentar, para ter uma chance. Sem você empurrando para os espaços nas zonas infectadas, Jaya e Brigitte não saberiam quem e o que eles eram, e Sascha não teria feito sua descoberta. A mão de Ivy curvou sobre seu braço. — Isso não muda o fato de que eu não pude fazer nada para ajudar! — raiva com frustração. — O médico disse que iria ter um aneurisma se eu continuasse no meu caminho atual. Vasic pensou no segredo sobre Isaiah que mantinha dela, sabia que ela ficaria zangada com ele por isso, mas disse de qualquer maneira. Seus olhos escureceram quando ela sentou-se de frente para ele, uma mão levantando até a boca. — Será que ele vai... — Os médicos estão esperançosos, mas não há prognóstico definido ainda. — Concetta deve estar arrasada. — Com a mão caindo para seu lado e com a voz rouca de emoção retida, ela disse: — Por que você escondeu isso de mim? Ele curvou sua mão ao redor do lado de seu pescoço. — Eu sabia que iria te machucar. Com o olhar encontrando o dele, ela balançou a cabeça. — Eu não quero esse tipo de vida. Amortecida contra o perigo e isolada da realidade. — Eu sei. — Ele se inclinou para a frente, pressionou sua testa contra a dela. — Apenas... me dê um pouco de tempo. Eu nunca tive alguém que era meu antes. Ela suavizou, a mão espalhando em sua coxa. Agarrando a em seus braços mais uma vez, ele segurou-a perto, o cheiro dela em seu nariz, seu coração batendo no ritmo dela. E ele sabia que ia lutar mil focos, vencer pesadelos incalculáveis, para ter um outro momento como este. — Você já tentou atacar a infecção na própria PsyNet, — ele perguntou, de repente com essa ideia, abrupta. — A infecção é apenas um sintoma. A causa é o veneno na PsyNet. Ivy sentou-se e trocou de lado, de modo que suas costas estavam apoiadas contra seu joelho levantado. — Tentamos isso no dia do jantar de despedida, de volta no complexo. Nós pensamos que deveríamos tentar fazê-lo enquanto estivéssemos todos juntos. — Sua pele se arrepiou com a memória. — Isso ameaçou nos sugar para dentro de si, como se fôssemos insetos e isso fosse uma enorme aranha. — Você era inexperiente, então, sem saber.


Ivy bateu um dedo em seu joelho, sua declaração uma reflexão séria. — Sim. — Não só o grupo era incerto e não testado, como também estavam sentindo a responsabilidade impressionante de chegar a uma solução antes que mais pessoas perdessem suas vidas. Condições não ideais. — Eu acho que há algo que eu possa tentar durante o próximo surto como um teste. Vasic tomou seu queixo com um toque suave, mas firme. — Eu não vou ficar no seu caminho, mas me prometa que vai parar no instante em que sentir alguma pressão em seu cérebro. Ivy sentiu seu coração quebrar com o que viu em sua expressão, o que ele a deixou ver, seu Arrow letal treinado para esconder toda sua vulnerabilidade. — Eu prometo. Se ela pensou que teria mais tempo para considerar a idéia, isso provou ser uma falsa esperança. Uma hora depois, o mundo desabou no centro de Manhattan, o surto o maior em todo o mundo até este ponto. Chegando com Vasic, Ivy lutou com seus instintos e não entrou na briga quando ele começou a trabalhar para conter a situação. Em vez disso, ela tomou uma posição protegida atrás de uma parede e abriu os olhos na PsyNet. A área onde ela estava ancorada permaneceu quieta, mas ela podia ver mentes uma massa errática e vermelha não muito longe, violecia contra o veludo preto do plano psíquico. Mirando a seção turbulenta, ela respirou fundo e sussurrou: Shh, esteja calma, esteja em paz, para si mesma e lançou a energia empática dentro dela. Era uma onda translúcida, semelhante às cores formadas dentro de uma bolha de sabão, tão sutil que estava perto do invisível contra o negro. A ondulação viajou sobre as mentes atormentadas, fixando-se sobre elas com uma gentileza pouco exigente... ainda que as faíscas vermelhas violentas continuassem inabaláveis. Decepção pesou em seu intestino, Ivy estava prestes a parar e se voluntariar para buscar e levar para os médicos, quando a mente de Vasic tocou a dela. Ivy, se você está fazendo alguma coisa e isto não está te machucando, continue fazendo isso. Este bloco inteiro passou por um estranhamento plácido - os infectados estão parados olhando confusos, enquanto os não infectados estão tão calmos que eles estão caindo no sono na rua. Apoiando as mãos nos joelhos, como se as pernas ameaçassem sair de debaixo dela, Ivy assentiu, embora não pudesse vê-lo. Okay, okay. Ela não sabia quanto tempo ela ficou ali, mas pelo tempo que Vasic apareceu na frente dela, suas costas estavam rígidas e os músculos da panturrilha duros. — Bem, — ela murmurou, pontos na frente de seus olhos.


— Beba isso primeiro. — Ele empurrou uma bebida energética em sua mão e se agachou para massagear os músculos da panturrilha com mãos firmes e experientes que a fizeram gemer de alívio. — Somente baixas limitadas, — disse ele, quando se levantou e viu que ela acabou com a bebida. Já se sentia melhor, seu dispêndio de energia em nenhum lugar perto de explodir. — Poderia ter sido um massacre. — A expressão de Vasic se tornou sombria. — Havia uma loja de armas dentro da zona de infecção, e vários dos infectados que trabalhavam dentro tinham armas. Ivy estremeceu com o pensamento. — Os infectados que eu acalmei, — ela perguntou, com esperança cautelosa. — Como eles estão? — A maioria caiu no sono nos últimos dez minutos. — Envolvendo seus braços ao redor dela, ele os teletransportou para o apartamento antes de acrescentar: — Jaya e os médicos dizem que os sinais são de que vão cair em coma, como os outros. Com o coração falhando, Ivy tropeçou para se sentar no braço de um sofá que Vasic tinha consertado. — Pode ser que a cura para a infecção não seja psíquica em tudo, — disse ela, sem saber o que mais um E poderia fazer. — Talvez seja um problema médico. — Mesmo enquanto falava, ela sabia que não podia ser assim tão simples, e não com o próprio líquido começando a se deteriorar. — Krychek tem uma equipe médica olhando essa possibilidade. — Desaparecendo sem dizer uma palavra, ele voltou em segundos, com Rabbit em seus braços. Mais uma vez, foram os Arrows fora de operação no Comando Central que tinham mantido um olho em seu animal de estimação. Rabbit estava dormindo, mas acordou logo depois. Ivy odiava vê-lo tão apático, tão diferente de si mesmo. Segurando e o acariciando enquanto murmurava garantias de amor, ela se lembrou de como ele tinha sido ferido primeiro, quando ele se arrastou para o pomar. Se ele pôde sobreviver a isso, ele certamente voltaria agora. — Ele gosta do sol, — disse Vasic, levando-o cuidadosamente do colo de Ivy e colocando seu animal de estimação na ampla janela que era seu local favorito. Ele não se sentou e olhou para fora da janela, como de costume, mas se esticou na tarde de sol. — Agora você, — disse Vasic, e puxou uma caixa de barras de cereais do armário da cozinha. — Essa bebida foi apenas uma medida paliativa. Ivy fez uma careta, mas sentou-se com ele no sofá e comeu. — Você sabe, agora que alguns de nós gostam de sabor, — disse ela ao terminar uma barra


com rápida eficiência, — Há uma boa oportunidade de negócio ao se fazer barras com sabor. — Eu vou dizer ao Arrow Consortium. Ela hesitou com a barra na metade do caminho à boca. — Isso é uma coisa real ou você está me provocando? — É uma coisa real, embora não seja chamado assim oficialmente, — disse ele, para sua surpresa. — Sabíamos que íamos precisar de dinheiro se nós desertássemos ou fossemos independente. Nem todos nós queremos continuar nesta linha de trabalho. Mas eles iriam, Ivy pensou, com coração torcido. Enquanto a Net precisasse deles, os Arrows iriam entregar suas vidas a ela. Para esse sacrifício, os homens e as mulheres seriam empurrados para as margens da sociedade e olhados com medo. Com as mãos apertando as barras, ela deu outra mordida e fez um voto de que qualquer membro do esquadrão seria sempre bem-vindo em sua casa, seria um familiar. No entanto, tudo isso tinha que esperar. A primeira coisa que ela tinha que fazer era compartilhar sua descoberta empática com os outros. Foi assim que ela descobriu a chave para acalmar a infecção como ela tinha feito, os surtos continuaram inabaláveis em todo o mundo na próxima semana. Empatas, todos os gradientes, com foco sobre aqueles à beira da emergência, foram acordados em um nível de ataque durante o mesmo período. Nem todos poderiam aceitar a verdade de sua natureza tão rapidamente, mas aqueles capazes de abrir suas mentes para as suas novas habilidades após quaisquer barreiras existentes serem removidas, receberam treinamento básico, e foram enviados para se juntar à luta. No entanto, apesar do aparecimento de inúmeras mentes, faíscas com cor, a cor que tinha lentamente começado a se infiltrar no tecido preto anteriormente frio da Net, a infecção poderia não ser retardada, e muito menos erradicada. A infecção pode ter hesitado em se aproximar da concentração de Es no composto de volta no início, mas tinha crescido mais agressiva. Enquanto empatas permaneceram imunes, mesmo tendo vários Es em uma área limitada não havia nenhuma garantia de segurança para os que os rodeiam. E o simples fato é que não importa se todos os Es no mundo fossem trazidos para o estado ativo, eles nunca seriam iguais em proporção um para um a partir do composto. Uma seção inteira da Net em Paris teve de ser evacuada quando a infecção a cercou em uma gaiola de líquido negro. Vinte e quatro horas mais tarde a seção entrou em colapso, apodreceu; a onda de choque resultante deixou mil mortos, muitos mais feridos. Nova York também não tinha escapado da lesão, Ivy e Vasic tinham respondido a pelo menos dois surtos por dia, mesmo com seres humanos e changelings jogando seu peso por trás do esforço de contenção e com todos os Es ativos da cidade trabalhando em rodí’zio.


A infecção era vencedora, milhões encarando a morte.


Capítulo 52 A violência interpessoal entre Psy caiu para taxas tão baixas, que eclipsam com as durante o Silêncio. E como todos sabemos agora, dadas as recentes reportagens investigativas, as estatísticas do Silêncio foram manipuladas através de Conselho após Conselho e não podem ser confiáveis. O fato de que a ameaça de aniquilação tomada como quase certa nos levar a paz, é uma ironia agridoce. Editorial, PsyNet Beacon

SAHARA OBTEVE UM nível de QI de gênio. Isso é o que tinha sido dito a ela quando criança, forçando-a a lutar com a matemática enquanto preferiria ter estado fora dançando. Matemática e Sahara nunca tinham feito as pazes, mas de outras formas, seu cérebro era uma máquina finamente afiada. Tinha sido um problema preocupante por um período de tempo considerável. — Eben Kilabuk, — disse ela, e colocou uma imagem do empata na mesa de Kaleb, tendo comandado o espaço uma vez que ele estava em uma reunião. — Phillip Kilabuk. — Ela colocou a foto da morte do pai infectado de Eben, abaixo da do menino. — Christiane Hall. Marchelline Hall. — Mãe empática e seu filho. — Miki Ling. — O primo zelador. Um baixo nível de M-Psy assassinado por um dos infectados. Sua autópsia não mostrou sinais da doença em seu próprio cérebro. — Miguel Ferrera. — Vinte e cinco anos de idade, sexo masculino, Gradiente 4.1, telepata comercial. Ela colocou mais várias fotos, pondo-as para fora. Todos os sobreviventes. Então ela retirou os Es e reorganizou os sobreviventes restantes em dois grupos. De um lado, ela colocou aqueles que, como Miki Ling, eram pessoas ligadas à um empata e, assim, assumiu ser, ou foram, protegidos pela imunidade do empata de alguma forma.


De outro lado, ela colocou os casos isolados aleatórios, como Miguel Ferrera, que não tinha sensitivos em sua árvore genealógica e não tinha, de fato, nenhum contato com sua família biológica há mais de dois anos. Em seguida, havia Phillip Kilabuk. Seu cérebro estava cheio de infecção embora fosse pai e guardião com custódia de um E. Mesmo tendo a proximidade com um E, as conexões familiares e genéticas a um E, isso não o salvou. Não havia padrão. E, no entanto. . . Com os olhos apertados, ela conectou ao sistema de Kaleb usando a senha que lhe tinham dado - seu belo homem, perigoso teve acesso a todos os dados sob o sol - e começou a correr para baixo, cada pedaço de dados que poderia encontrar em cada uma das pessoas representadas pelas fotografias. Informações bancárias, históricos médicos, transcrições universitárias... isso era apenas o começo. O trabalho era tedioso, podia levar dias ou mesmo semanas, mas ela podia sentir algo nas informações que ela já tinha, semelhante a uma pequena pedra no fundo de um sapato, uma irritação que simplesmente não ia embora. Tinha que encontrar a pedra, porque a irritação poderia ser uma resposta crítica.


Capítulo 53 Os heróis são muitas vezes as pessoas mais tranquilas em uma sala, os menos dispostos a reivindicar o título. Estes homens e mulheres simplesmente vão fazer o que precisa ser feito sem qualquer expectativa de gratidão ou fama. Está em sua natureza proteger, e amparar e lutar contra a escuridão, não importando a forma que isso acontecer. Sinal Nova Iorque

ESGOTADA até os ossos, Ivy ainda assim colocou Rabbit na coleira durante uma tarde felizmente pacífica, e ela e Vasic o levaram para fora, seu destino o Central Park todo branco da neve cintilante. Não era justo com o seu animal de estimação ficar trancafiado agora que estava de volta à sua auto energia habitual. — Está muito mais tranqüilo. — Ivy tinha se habituado rapidamente a energia frenética e vitalidade selvagem de Nova York, mas essa vitalidade não estava em evidência hoje; os rostos das pessoas estavam tensos e seus olhos baixos. — Quantos deixaram a cidade, você sabe? — ela perguntou a Vasic. — Um pequeno percentual, em comparação com a população da cidade. — As pessoas têm empregos, vidas que não podem simplesmente deixar, — ela murmurou, pensando em voz alta. — E digamos, praticamente nenhum lugar é seguro. — A região da Net de seus pais estava se mantendo forte no momento, mas Ivy continuava a se preocupar. — Eu gostaria de poder cobrir meus pais em meu escudo empático e também seu bisavô. — Ela ainda não tinha encontrado Zie Zen, mas Vasic lhe dissera muito sobre o homem extraordinário. Vasic, vestindo suas roupas "civis", jeans e jaqueta de couro, mesmo a camisa não sendo preta hoje, e sim azul escuro, pôs o braço em volta da sua cintura, os dedos em seu quadril. — Nenhum dos três iria nos agradecer por abandonar centenas de milhares de pessoas para protegê-los, independentemente de quanto podemos querer garantir a sua segurança. Ivy suspirou, tendo tido essa conversa exata com os pais. — Sim. — Ela levou alguns segundos para perceber que seu Arrow a estava estabilizando usando Tk enquanto caminhava na calçada gelada. Essas calçadas deveriam ter sido limpas da neve de manhã cedo, mas os sistemas estavam quebrando em todo o mundo.


Assim como os sistemas da luva de metal de Vasic. Enquanto ele não estava usando a sua capacidade de armas desde o fracasso do comando durante o ataque dos homens de Ming, o programa tinha ligado espontaneamente durante um surto. Ele sofreu uma pequena sobrecarga na luta para desligá-lo. As queimaduras tinham sido menores e tratadas no local. Não importava Ivy sentiu que seu coração se quebrava em dois quando ela via as feridas, embora lutasse para não deixar o pânico e o medo aparecerem. Ele soube. Ele sempre sabia. Segurando-a aninhada contra ele, disse a ela que Aden tinha encontrado um cirurgião disposto a tentar a operação arriscada para remover os componentes com defeito crítico. Só se não ouvir de volta de Samuel Rain antes do tempo acabar, ele disse a ela. O cirurgião é excepcional. Ela é conhecida por ser uma rebelde com uma reputação de aceitar casos de risco e que tem recebido fogos de artificio, mas ela não é Rain. Os nervos de Ivy estavam esticados ao ponto de ruptura com o silêncio prolongado de Rain, mas ela concordava com a escolha de Vasic. Seu estômago ficava gelado porque ela sabia que havia um alto risco de que a cirurgia poderia matá-lo. Samuel Rain poderia ser muito bom... mas se o engenheiro não tivesse o cérebro danificado, o risco seria menor. Isso não queria dizer que não era ainda inaceitavelmente elevado. Empurrando a verdade brutal para o fundo de sua mente nessa tarde ensolarada enquanto estava fora em uma caminhada com seu homem, ela puxou sua mão de seu quadril para colocar junto de seus dedos. — Você deveria usar cor, — disse ela quando Rabbit, ágil e curioso, fez uma pausa para examinar a vitrine de uma loja de roupas masculinas. — Com esses olhos lindos, qualquer tom vibrante ficaria bem em você. Ele examinou a vitrine. — Te agradaria se eu usasse cores? O coração de Ivy deu voltas. — Você me agrada por ser você. Eu estava apenas... flertando. — Era bobo e desajeitado, e ela queria experimentar com ele. Ela queria tentar de tudo com ele, não podia suportar a idéia de viver em um mundo onde Vasic não estivesse lá para ser seu parceiro de exploração. Ele não falou novamente até que estavam no fundo do Central Park. — Por que você flertou comigo? — Disse ele, enquanto caminhavam ao longo de uma via deserta cercada por todos os lados por árvores cobertas de neve, o tapete branco intacto, a não ser pelas pegadas de Rabbit na frente deles. — Eu já sou sua. Ela parou, incapaz de olhar para ele, porque havia muito dentro dela para que ele ficasse apavorado.


Quebrando seu aperto de mão, ele fechou os dedos sobre sua nuca, seu polegar roçando sua pele em uma carícia tranquila. — Eu não sei como jogar esses jogos de namoro. Eu posso aprender se é disso que você precisa. Deixando cair a coleira de Rabbit de sua mão, ela girou para encará-lo. — Não, eu quero que você seja você. — Um Arrow que diz o que quer dizer e que não fala, exceto quando tem algo a dizer. — Eu quero que você seja você, — ela repetiu em um sussurro, suas mãos pegando apertado em sua T-shirt. — Eu quero cometer erros com você, aprender a estar em um relacionamento com você. Vasic passou seu polegar sobre sua pele novamente, seu cabelo brilhando num preto azulado quando um raio de sol perfurou o dossel, sua pele dourada. — Estou acostumado a trabalhar com planos, com projetos, — disse ele, — mas a observação das outras raças me diz que vida não é como um projeto. — Os Psys tinham tentado mudar isso, criar regras, mas tudo o que fizeram foi comprar-lhes um pouco de tempo antes do acidente inevitável. — Temos que fazer o plano nós mesmos. Ivy, a empata que o tinha arrancado da dormência cinza em que existia e o colocado em um mundo de cores vibrantes, estendeu a mão para passar os dedos pelo seu cabelo. — Samuel Rain, — disse ela, determinada fúria em cada palavra, — vai conseguir. Eu não vou acreditar em nada mais. Vasic nunca teve medo da morte, mas agora ele lutava contra a idéia com cada respiração de seu corpo. — Eu poderia sequestrá-lo, — disse ele, com as mãos nos quadris. — Força-lo a trabalhar com a luva sob a ameaça de ser deixado em uma selva cheia de seus primatas favoritos. A risada de Ivy estava um pouco molhada. — Eu não acho que tenha algo que possamos fazer para que ele faça algo que não queria. — Um beijo tão terno, que o escravizou. — Mas, — ela sussurrou contra seus lábios, — se ele não der um retorno em breve, eu vou fazer-lhe uma visita." Seus olhos brilharam em prontidão para a batalha. — Rain tem o cérebro danificado como eu tenho, e é hora dele parar de fazer jogos. — Woof! Vasic a beijou do modo que ela o beijou, antes de liberá-la de seu domínio. — Eu acredito que o outro homem em sua vida quer um pouco de atenção. Um sorriso nos olhos cobre que continham uma dor crua desde a sobrecarga, dor que ela tentava esconder dele, mas não podia, seu rosto sem escudos, virou para pegar a coleira de Rabbit que caiu a seus pés. Soltando a coleira enquanto estava agachada, ela a envolveu frouxamente em torno de sua mão esquerda e se levantou. — Vamos lá, Rabbit— ela atirou a vara — Pega!


Enquanto Vasic a observava incentivar seu animal de estimação em êxtase, sua alegria uma música no ar, ele disse: — Isso não foi feito para ser o meu futuro, — para o homem que se aproximava e se juntava a ele. Aden tinha chegado na cidade em um jato de helicóptero de alta velocidade há meia hora atrás. Agora, seu parceiro estava com as mãos enluvadas em ambos os lados do casaco de inverno preto e aberto sobre um terno da mesma cor, a camisa branca. Era a camuflagem para um ambiente urbano. — Você está triste pela mudança? — Não. — Não muito longe deles, Ivy dava a Rabbit elogios afetuosos quando ele corria de volta com a vara. "Eu nunca vou sentir por Ivy. — Ele lutava contra o mundo por ela, e ele batalhava como um gladiador contra os resultados de seus instintos anteriormente auto-destrutivos. — Há mais uma opção que não tenho explorado quando se trata da luva de metal. — Era algo que ele tinha percebido durante o surto, esta manhã, quando a equipe de Dev Santos tinha tomado o principal responsável por assegurar a calma. "O Esquecido tem certos dons incomuns. — Eu já verifiquei. — Os olhos de Aden seguiram o braço de Ivy quando ela pegou o pau de Rabbit depois de um cabo de guerra pela vara e a jogou novamente. — A tecnologia médica tem ido em uma direção diferente. Santos disse que ele poderia ser capaz de ajudar com uma capacidade sobre a qual ele me disse nada. Vasic preparou-se para más notícias. Poderia ser outra coisa se Aden não tivesse compartilhado com ele. — Ele fez um teste de campo na sequência do surto, enquanto você estava nas proximidades. — Aden olhou para ele e balançou a cabeça. — Seja qual for a sua capacidade, ele diz que ainda é muito difícil trabalhar com tais computronics complexos. Tendo processado a informação quando Aden a deu, Vasic seguiu em frente. O tempo era a única mercadoria que ele não tinha. — Mantenha o cirurgião em standby. Eu não sei se a luva vai completar as oito semanas que Bashir inicialmente previu. Aden não discutiu com a sua ordem. — Você já disse a Ivy os riscos? — Sim. — Vasic pausou. Toda sua vida, ele tinha compartilhado os dados com Aden quase que automaticamente, sua relação com a empata, no entanto, era um território novo. Ivy, disse ele por telepatia, vai quebrar a sua confiança, se eu falar com Aden sobre o nosso relacionamento? Ela lhe lançou um olhar por cima do ombro, olhos brilhantes. Não. Eu pretendo dizer sobre você para Jaya. Rindo em sua voz mental, ela se voltou para assistir seu corajoso pequeno cão vindo em sua direção. Só não entre em detalhes


sobre como fizemos amor. Uma pausa, seu corpo de repente imóvel. O que exatamente você perguntou a Judd Lauren? Apenas sobre a questão de controle ou... Ele me enviou o seu arquivo de pesquisa sobre sexo. Vasic podia vê-la ficar vermelha mesmo a esta distância. Seu gemido mental mortificado. Eu nunca vou ser capaz de olhar nos olhos dele novamente, ela disse, o rosto entre as mãos. Ok, fale com Aden sobre isso e se ele precisar. Espero que ele precise... Espero que ele encontre o que temos. Assim fez Vasic. — Ivy, — ele disse ao outro homem, — Espera que eu fale com ela, e assim eu faço. Estou aprendendo a não manter segredos. Os fios do cabelo preto reto de Aden deslizaram em sua testa com uma brisa pouco exigente que não desalojava a neve nos galhos de cima. — É difícil? — Às vezes. — Vasic nem sempre fazia a coisa certa, mas com Ivy, nunca significava rejeição. Ela queria cometer erros com ele, era complacente com os seus próprios. — Estar com ela é a operação mais complexa, mais fascinante da minha vida. E era uma que ele apenas conhecia e iria ficar mais complicada com o tempo. — Alguns diriam que esta é a punição para os meus crimes, — disse ele no silêncio quebrado pelo latido animado de Rabbit enquanto corria para a vara de novo. — Para mim foi dada a felicidade só para ter minhas próprias escolhas roubadas de mim. Seu amigo olhou para ele. — É nisso que você acredita? — Não. — Uma vez ele poderia ter acreditado. Não mais. Porque fazer isso seria acreditar que Ivy estava sendo punida também, e sua Ivy não tinha feito nada para merecer a dor que a fazia chorar durante o sono. Cada lágrima era uma gota de ácido diretamente em sua alma. — A recente cobertura da mídia sobre você, — disse Aden no silêncio que tinha caído entre eles. — Você pode lidar com isso? — Isso não me preocupa. — Vasic não precisava estar no subsolo, não como aqueles irmãos cujas vidas seriam colocadas em risco se os homens e mulheres fossem identificados como membros do esquadrão. — Não. — Aden se abaixou para pegar a vara de Rabbit quando o cão correu para soltá-la aos seus pés. — Você pode lidar com ser o rosto público da equipe? — Jogando o bastão para Ivy, ele espanou a neve de suas mãos. Vasic olhou para seu parceiro, as palavras de Aden não faziam nenhum sentido. — Não temos um perfil público, e se o fizermos, você é o melhor para tomar essa posição.


— A decisão agora está fora de nossas mãos. — Tomando um datapad fino do bolso, ele passou para Vasic assim que Ivy voltava para eles. Ela encostou-se a seu lado para olhar para a tela, o rosto brilhante e um Rabbit ofegante descansando em seus pés. Cada centímetro do corpo de Vasic foi sensibilizado com sua presença, seu calor penetrando em suas células para facilitar os lugares gelados dentro dele, a curva suave de seu peito pressionado contra seu braço. Com qualquer outra mulher, isso teria sido uma intrusão. Com Ivy, parecia natural. . . normal. Mudando seu braço, ele a envolveu em seus ombros. — Essa é uma foto incrível. Ele seguiu o cobre e ouro de seu olhar para ver que a imagem no datapad era dele. Ele tinha um bebê embalado contra seu peito e uma mão empurrava para trás dele, enquanto segurava fora dois dos infectados armados com garrafas de vidro quebrado. O sangue escorria de sua tempora, onde tinha tomado uma batida em algum momento, e sua camiseta estava rasgada, a luva de metal visível porque ele tinha tirado o paletó para envolver a criança no mesmo, tendo pego ela quando foi jogada fora de uma varanda do terceiro andar em um ato de violência insana. — O que você vê quando olha aquela foto, — perguntou Aden, a pergunta dirigida a Ivy. — Vasic sendo o homem forte e extraordinário que ele é. — Levantou-se na ponta dos pés, e Vasic inclinou a cabeça para baixo. Seus lábios roçaram sua mandíbula. Aden se levou na interação, se perguntando se sua parceira teria alguma compreensão do quão longe ele viria. — Se você não sentisse emoções positivas em relação a ele já, — disse ele à mulher que estava com Vasic, — o que você veria? Ivy se focou na imagem de novo, franzindo o cenho. — Eu vejo o mesmo. Um homem forte protegendo os mais vulneráveis. — Isso é o que a população em geral vê também. — Tocando no datapad, ele trouxe a manchete do presente regulamento oculto: — Um herói silencioso. Havia mais, o artigo de fundo ilustrado não só com a primeira imagem, mas com várias outras de Vasic tomadas durante os recentes surtos, bem como uma fotografia de quando tinha prestado assistência depois da explosão de bombas idealizadas pelos Pure Psy em Copenhagen e outra do ataque do grupo em Genebra. Vasic estava usando seu uniforme Arrow em ambas as fotos.


— A mídia o tem ligado com o esquadrão, — Aden disse, — E, fazendo isso, eles deram ao pelotão um rosto, um nome. — Nós não brincamos com a mídia, Aden. Mesmo que seja para mudar, eu sou a última pessoa que você deve colocar nessa posição. Ivy espalhou a mão no peito de Vasic, seu sorriso triste. — Eu adoro isso, — ela disse para Aden — Mas ele está certo. Vasic não é exatamente o tipo tagarela da mídia. — Seus olhos dançaram. — Na verdade, eu não tenho certeza se ele sabe como conversar aafinal. Vasic apertou. — Eu vou encontrar um manual. Estourando numa gargalhada com o que parecia uma afirmação razoável para Aden, Ivy tentou falar, desistiu. — Desculpe, — disse ela quase um minuto mais tarde, com a voz ainda trêmula de tanto rir e inexplicáveis lágrimas rolando pelo seu rosto. — O seu parceiro tem um senso de humor malicioso. Eu não sabia que você tinha um senso de humor. Eu pareço estar cosntruindo um. Vasic voltou para o discurso vocal depois de usar o polegar para enxugar as lágrimas de Ivy. — Meios de comunicação. Por quê? — Precisamos nos adaptar, — disse Aden num eco da promessa que toda a equipe tinha feito quando o silêncio estava prestes a cair. De nos adaptar. De sobrevivermos. — A equipe sempre foi uma sombra na Net, — continuou ele, — O chicote usado para aterrorizar a população. Agora, as pessoas estão em estado de choque, mas mais cedo ou mais tarde, se sobrevivermos a esta infecção, as coisas vão chegar a um equilíbrio. — Aden encontrou os olhos de cobre com anéis de ouro, em seguida, os cinza frios. — Quando isso acontecer, as pessoas vão procurar alguém para culpar. — A psicologia era clara. — Somos um grande alvo. — Ninguém pode nos tocar, — Vasic respondeu. — Não, mas eles podem tocar aqueles que são nossos. — Aden olhou deliberadamente para Ivy.


Capítulo 54 — SE ALGUÉM NA equipe pretende ter uma vida além do Silencio, nós precisamos reabilitar, — Aden parou, consciente da incongruência de usar essa palavra — A percepção semeada nas mentes da população é que nós somos criminosos e assassinos. Isso pode ser verdade, mas não vai ser útil daqui para frente. As sobrancelhas de Ivy se juntaram. — Não chame o esquadrão disso, — ela disse, com voz forte. — Não diga isso sobre você também. Aden sustentou o olhar de Ivy. — Nós somos assassinos, Ivy. Isso não pode ser alterado. Aden. Vasic balançou a cabeça muito ligeiramente. Não a lembre de algo que ela parece ter esquecido. Mas já era tarde demais, Ivy deu um passo à frente para enfrentar Aden. — Vocês eram assassinos ou o que quer que vocês queiram denominar. Vocês recebiam ordens. E sim, vocês devem assumir a responsabilidade por suas ações, mas vocês também foram criados desde crianças e programados para receber essas ordens, realizar esses atos. — Com a voz baixa e intensa, ela continuou antes que ele pudesse interromper. — Isso dá a você o direito de se cortar de alguma folga. Você está tentando mudar as coisas agora, vocês colocam suas vidas na linha de novo e de novo e de novo para ajudar os indefesos. — Em que ponto, — Aden disse, — é que é o suficiente para apagar o passado? — Nunca, — disse Ivy baixinho. — Nós todos temos que viver com o nosso passado, mas isso não tem que nos definir. — Ela passou a mão pelo seu cabelo, seu rabo de cavalo frouxo deixando cair cachos em seu rosto. — O que vocês estão fazendo agora que vocês quebraram as regras? Essas são as escolhas reais, aquelas que irão definir vocês. Vasic olhou de um para o outro. Ivy, alcançou partes dele que não sabia que tinham sobrevivido. Aden, que tinha se recusado a entregar-se para o abismo. Eram as duas partes mais importantes de sua vida, e agora elas estavam com ele, a recusa feroz de Ivy em deixá-lo cair, deixar algum deles cair, ia contra a vontade de ferro de Aden.


— Por que lutar por nós, — perguntou Aden, seu tom de voz calmo. — Vasic, eu entendo. Ele é seu. Por que o resto de nós importa? — Porque vocês são sua família, e por tudo que podem ter feito, vocês pagaram um preço em um tipo de dor que nenhuma criança deveria ter de suportar, que não deveria sequer existir. — Ela tocou os dedos no ombro de Aden. — Chega, Aden. — Era um pedido gentil. — Isto não é apenas sobre a reabilitação da imagem do público do pelotão, mas a própria imagem de si mesmo e seus Arrows. — Gostaria de ter outros Arrows em sua casa, Ivy, — perguntou Aden. — Você realmente os trata como família? — É claro, — disse ela, como se a resposta fosse evidente, como se toda mulher tão alegremente acolhia um esquadrão de assassinos treinados em sua casa. Rabbit levantou e caminhou em frente naquele instante, e os três seguiram. — Essa é outra razão pela qual deve ser Vasic nossa face pública, — disse Aden um minuto depois. — Você o humanizou. Vasic esperou pela resposta de Ivy, não estava à espera de seu riso. — Você me colocou junto de Vasic para obter esse resultado? — Seus dedos acariciavam suas costas sob o casaco, e ele sabia que ela não se sentiu ofendida com a idéia. — Não. Mas agora que isso aconteceu, eu vou usá-la. Vasic não interrompeu seu parceiro; ele e Aden tinham muita confiança um no outro para Aden colocar Ivy em qualquer tipo de perigo. — A mídia changeling e humana, — seu companheiro Arrow continuou, — é muito boa em pegar as nuances das relações interpessoais. — Tomando o datapad, ele trouxe um artigo aberto desde o início. Não era tão longo, mas tinha uma série de fotos. A primeira era de Ivy de joelhos em uma rua superando o infectado, com um sangramento em seus ouvidos. — Isso nos trás de volta ao início, — Ivy murmurou. As outras imagens tinham um tom muito diferente. A mão de Vasic na parte inferior das costas de Ivy enquanto levavam Rabbit para uma caminhada. O rosto tranquilo de Ivy com uma confiança que o traspassavam ao núcleo quando ele a levantou em seus braços quando a sua força acabou. Ivy rindo com todo o seu corpo na porta de seu apartamento, com a mão enrolada em torno de seu braço.


— O público, — Aden disse, — Está fascinado por você e seu relacionamento. Podemos usar isso. Ivy fez uma careta. — Eu quero ajudar o time, mas eu não quero viver a nossa relação em um palco no mundo. — Isso nunca vai acontecer. — Vasic não tinha nenhuma intenção de permitir qualquer intrusão. — Eu não esperava isso de você, — respondeu Aden. — Porque isso seria falso, e a razão que você chamou a atenção é que vocês não parecem falso juntos. — Então por que, — Ivy disse, — você está nos dizendo? — Então vocês sabem que estão sendo vigiados. — Aden olhou para Rabbit quando o cão desenterrou uma vara fresca com o instinto canino infalível e a deixou cair aos seus pés. — Por que seu animal de estimação pensa que eu sou seu lançador de vara pessoal? Eu esperava que essa tarefa caísse para Vasic. Com lábios torcidos, Ivy se inclinou para esfregar a cabeça de Rabbit. — Ele está te testando. Ele já sabe como Vasic joga, Rabbit gosta de variedade. Aden jogou a vara. Várias vezes. Passando por uma fase de sol dez minutos mais tarde, depois de Rabbit decidir dar uma pausa a Aden, eles se deslocaram para a direita para permitir que uma atleta passasse. A loira mirou Ivy e Vasic com um sorriso deslumbrante, gritando: — Vocês dois são surpreendentes com o que estão fazendo! — quando ela passou. Ivy suspirou afinal. — Eu acho que nós não podemos simplesmente ignorar os meios de comunicação. — Não, — confirmou Aden. — Não é apenas sobre a imagem de equipe, não é? — Disse Vasic quando Ivy caminhou a frente para garantir que Rabbit não se aventurasse nas áreas mais fortemente traficadas. — É sobre o plantel. — Ele conhecia seu parceiro há muito tempo para não pegar o subtexto tácito. Aden parou ao lado de uma estátua meio enterrada na neve. — Vendo Krychek se conectar com Sahara Kyriakus foi um sinal positivo, mas ele não foi treinado com a gente, não cresceu como a gente. — Judd é um de nós. — Ele também tinha uma família para ancorá-lo. Como a maioria do esquadrão, Vasic concluiu em silêncio, tinha sido cortado esses laços. Sua relação com Zie Zen não alterava isso; tinha começado depois que sua infância acabou, e seu bisavô nunca tinha sido capaz de tratá-lo


como uma criança que fazia parte da unidade familiar, apenas como um soldado na guerra. — Judd deu aos outros a esperança, — disse Aden calmamente. — Você os fez acreditar nessa esperança. Era a última posição em que Vasic esperava encontrar a si mesmo. — Eu vou falar com Ivy sobre o quanto ela deseja se abrir sobre o nosso relacionamento, quando se trata do plantel. — Ele não achava que sua doce, generosa empata se importaria com a atenção dos homens e mulheres que procuravam compreender o amor, mas a escolha seria dela. Balançando a cabeça, Aden olhou para o relógio elegante em seu pulso. — É melhor eu estar pronto para o meu encontro com Santos. — Sobre o manuseio dos surtos? — As equipes dos Esquecidos tinham feito um trabalho estelar, como tinham os outros grupos da cidade. Aden sacudiu a cabeça, inclinou o corpo para enfrentar Vasic. — Zaid configurou o elenco Arrow para proteger o Silêncio, mas ele também o configurou porque Psys com certas habilidades não se encaixam em nenhum outro lugar. Muito perigoso, Vasic pensou, muito imprevisível. Agora, ele viu onde Aden estava indo. — Os Esquecidos estão tendo os mesmos problemas, — ele adivinhou. — Como você conseguiu que Santos confiasse em você? — Eu acho que foi uma combinação de necessidade e o fato de que ele viu o trabalho que estamos fazendo para proteger os Es. — Aden passou a mão pelo cabelo. — Se eles podem adaptar os nossos protocolos de treinamento para suas próprias habilidades é uma questão em aberto, mas é um ponto de partida. E eles podem desenvolver técnicas que podemos usar, por sua vez. Ele também deu ao pelotão outro aliado no mundo, razão pela qual Aden tinha encontrado tempo em sua agenda brutal para esta reunião. — Você precisa de um teletransporte? Aden balançou a cabeça. — Eu vou a pé. Rabbit olhou melancolicamente para o outro Arrow antes de deixar cair a sua nova vara aos pés de Vasic. Pegando-a, a atirou longe o suficiente para que Rabbit tivesse que correr, mas o cão a pegou e voltou com a cauda abanando. Eles jogaram um pouco mais antes de Rabbit abandonar o jogo em favor de saltar na neve novamente. — Aden acredita que nossa relação dá esperança aos outros Arrows, — disse Ivy. — Se ele estiver certo, e Aden está sempre certo sobre o time, ele vai dizer que os outros podem estar curiosos sobre nós. Ivy parou na beira da vastidão congelada do reservatório quando Rabbit explorava as raízes de uma árvore próxima. — Eu não me importo, familiares são


muitas vezes intrometidos. — Seu sorriso em seus olhos, ela procurou seu rosto. — Isso te incomoda? Eu sei como você é privado. Ele colocou o braço em volta dela, enterrando a mão na seda quente de seu cabelo. — Eu iria sangrar pelo esquedrão, dou a minha vida... mas agora ele me pede para compartilhar uma coisa que é minha. — Você vai fazer isso, porém, não vai? — Sim. — Porque ele entendia o que era ser cinza, ser nada. — Você é a minha esperança, Ivy, minha casa, meu farol na noite mais escura. — Vasic. — Com olhos brilhando molhados, ela embalou seu rosto em suas mãos enluvadas, seu beijo dolorosamente tenro. Vasic não sabia se já tinha se acostumado com a maneira que Ivy tocava, como se ele não estivesse manchado de sangue, como se tivesse o direito ao seu carinho, ao seu cuidado. Mas uma coisa que ele sabia era que não queria estar aqui por mais tempo. Queria ficar sozinho com ela para ficar sobre sua pele e pressionar a suavidade dela. Cansativa como a semana passada tinha sido, eles tinham encontrado a energia para fazer amor em momentos roubados entre surtos. Sua parte favorita era a risada de Ivy quando algo dava errado, como quando eles desajeitadamente bateram o nariz na tarde de ontem, no calor da paixão. Segundo ela, eles estavam em rodinhas. Ele nunca se divertiu tanto em errar. — Eu li um manual quando eu não consegui dormir noite passada, — ela sussurrou, agora, não assustada com o teletransportar repentino 'de volta para o apartamento. — Você está cansado demais para me deixar experimentar em você? — Eu lhe disse para não ler qualquer manual ainda, — criticou, mas não a impediu quando ela empurrou a jaqueta e puxou a sua T-shirt. Tirando para deixá-lo cair no chão enquanto Rabbit dava uma bufada e saía da sala de estar, ele ficou no lugar e a deixou explorar. Era uma tortura profundamente prazerosa. — Você é tão bonito. — Esfregando o rosto contra seus peitorais, ela se inclinou para trás para colocar as duas mãos no peito, um suspiro deixando seus pulmões. — Eu poderia fazer isso por horas. — Um olhar para cima através de seus cílios. — As mulheres te chamam de 'galã' nos comentários do artigo por sinal. Vasic pode não ter muita experiência em certas áreas da vida, mas o instinto sussurrava que este era um terreno traiçoeiro. — Você não gosta da descrição?


— Eu não gosto de outras mulheres salivando em cima de você. — Um arranhão sobre seus mamilos. A sensação percorreu através de suas terminações nervosas. — Você gosta disso, — ela murmurou e fez de novo. Transportando-a para si, beijou-a até que ela era líquido em seus braços. — Eu não me importo com o que qualquer outra mulher pensa de mim. — A única vez que ele mesmo percebeu outra mulher foi quando ela estava perto de Ivy, e isso foi no contexto de avaliar uma ameaça. — Me chame de bonito novamente. — Ninguém nunca fez, nunca olhou para ele da maneira que Ivy fazia. E ela via dentro dele, sua empatia, por isso, se ela dissesse que ele era bonito, ele poderia até acreditar um pouco. — Meu homem bonito. — Ela tocou seu tronco, beijou o mergulho de sua clavícula, respirou, o que a fez gemer. — Seu cheiro é tão bom. Acariciando-a, ele empurrou o casaco, mas quando ele foi desabotoar o casaco laranja grosso que ela usava por baixo, ela agarrou os pulsos. — Não. Uma vez ele poderia ter parado, incerto. Agora ele podia avaliar o seu desejo no pulso de sua garganta, no rubor de sua pele. — Por quê? — Porque você assume. — Uma carranca. — E eu deixo, porque quando você me toca, meus ossos derretem e meu sangue se transforma em mel. Ela pode muito bem ter-lhe acariciado todo. — Eu gosto de derreter os ossos. — Quebrando o aperto sem machucá-la, ele a apoiou na parede mais próxima. — Eu li sobre uma posição que eu quero tentar. Colocando as sobrancelhas juntas, ela olhou para ele. — Vasic... Beijou a queixa em sua boca, seus lábios exuberantes e sensuais, seu gosto distintamente tártaro hoje. Vasic podia não se preocupar com comida, mas ele podia explorar os sabores de Ivy sempre. — Desfaça os botões, — disse ele contra seus lábios, acariciando um lado para baixo para chegar as suas nádegas, a outra se preparando para espalmar ao lado de sua cabeça. Com o peito subindo e descendo em um ritmo raso, ela levantou as mãos entre eles. — Da próxima vez, — ela murmurou, enquanto ela deslizava botão após botão livre: — Estou emboscando você enquanto estiver dormindo e o amarrando. Vasic sentiu a parte lânguida, sexual de sua natureza em seu sorriso, estendendo preguiçosamente. — Eu vou comprar-lhe a corda. — Ele beijou e mordiscou sua garganta. — Você está molhada para mim, Ivy? Meu pênis está tão duro que se parece como uma vara de ferro.


Gemendo, ela terminou de desabotoar o casaco e deu de ombros para o chão. — Uma mordaça, — ela engasgou. — Eu preciso amordaçar você também. Você está convidada. Ele colocou sua mão sobre a renda frágil de sua camisola, sustentando seu peito entre o polegar e o indicador. Ela usava um sutiã sob a camisola, mas era de rendas, também, e ele quase podia imaginar que viu orosa escuro de seus mamilos sob o branco rico. Agora, saia de suas calças de brim para que eu possa provocá-la com os dedos. Tremendo pela ordem telepática, ela se levantou na ponta dos pés e mordeu seu lábio inferior. Ele tomou o castigo sensual com um sorriso. Não era um sorriso, outras pessoas podiam pensar isso, seus lábios mal se alterando em forma, mas Ivy sabia, seus olhos brilhando de dentro, enquanto ela abria o botão da calça jeans. — Quer que eu tire a minha camisola? — Ela sussurrou a pergunta em sua orelha, o ar macio e quente, uma tentação erótica. — Eu quero sentir sua boca em meus seios, quero que você me chupe forte e deixe uma marca. — Sua própria boca passeando em sua mandíbula. — E suas mãos. — Um gemido gutural. — Você tem essas mãos grandes e fortes, e o jeito que você me toca em torno de meu... Ele rosnou para ela, o som vindo de dentro de seu peito. Rindo com a intimidade entre eles, ela se levantou contra ele, e o deu pequenos doces beijos, suas mãos de cada lado do seu rosto. Com cada músculo em seu corpo tenso, Vasic se rendeu ao beijo, à possessão que poderia muito bem ser colocada como correntes de aço ao redor de seu corpo. Quando seus lábios se moveram para baixo em seu pescoço, ele estremeceu... e percebeu que faltava cerca de um segundo e meio para ser engolido por uma tempestade de areia em fúria.


Capítulo 55 — FIQUE BEM AQUI, — disse Ivy após ele tetranportá-los de volta para o quarto. — Não mova um músculo. — Um beijo pressionado contra seu esterno. Quando ela se abaixou para fora de seu braço, ele não foi atrás dela para o banheiro. Em vez disso, ele usou os minutos que a água demorou para encher a banheira para recuperar um pouco de controle. E perdeu tudo no instante em que Ivy voltou para sua posição anterior presa entre seu corpo e a parede. — Talvez, — disse ela, esbanjando beijos em seu peito, — Nós poderíamos ter um grande tanque de água ao lado de nossa casa. Nossa casa. Vasic nunca tinha tido um lar de verdade, e agora ele ia ter um com a sua empata. — Eu vou construir um eu mesmo, — disse ele através da inundação de felicidade em seu sangue. Lambendo-o, e em seguida, soprando sobre o molhado, Ivy recostou-se contra a parede. — Por que os Tks no passado não usaram o mesmo truque? — Provavelmente, — disse ele, quando ela abria a calça jeans, — porque eles não tinham o treinamento mental para dirigir as suas capacidades para isso, especificamente. — Suas palavras saíram duras, sua respiração irregular. — Os danos causados muitas vezes eram significativos. — Eu acho que o Silencio tinha alguns bons pontos. — Tirando os sapatos, ela começou a esquivar-se do jeans. Ele deveria ter empurrado para trás, lhe dado mais espaço, mas ele gostou do fato de que ela ficava se esfregando contra ele no espaço confinado. Com os jeans fora, ela o cutucou de lado e saiu de seus meias para ficar na sua altura somente vestida com rendas. — Agora isso. — Ele tocou a alça da camisola. Deslizando-a sobre a cabeça, Ivy puxou seu cabelo longe de seu rosto. Ele pressionou uma mão contra seu abdômen, antes que ela pudesse fazer qualquer outro movimento. — Deixe-me olhar. Com as mãos espalmadas contra a parede e seus seios se sentindo inchados e tensos nos confins de seu sutiã, Ivy deu a Vasic o que ele queria.


Como prata derretida, seus olhos pousaram em seus lábios, em sua garganta, nos pontos apertados de seus mamilos... e mais abaixo. Reprimindo um gemido, Ivy o observou levantar a mão que estava em seu abdômen, dobrar um dedo sob a alça e deslizar para baixo. — Vasic. — Hmm? — Beijando a repetidamente enquanto repetia a carícia enlouquecedora, ele puxou a alça do sutiã de seu ombro. Outro beijo voraz, antes que ele voltasse sua atenção para o peito, puxando o topo mais para baixo para que seu mamilo ficasse exposto. Então, antes que ela pudesse se preparar, ele abaixou a cabeça e fechou a boca sobre a ponta sensibilizada, lambendo e chupando como se ela fosse um deleite decadente. Com os dedos trancados em seu cabelo, Ivy podia sentir seu corpo ondulante de prazer nu, a parede às suas costas, e o músculo duro dele na frente dela. Incapaz de controlar os movimentos, ela cedeu, a calcinha tão úmida com sua excitação que, quando ele levantou a cabeça de seu peito, as narinas dilatadas, ela sabia que ele tinha pego o cheiro de seu perfume. A prata de seus olhos mudou para preto puro. Não havia brancos. Não havia íris. Apenas uma selvagem noite sem fim que dizia a Ivy que a fome de seu Arrow ecoava a dela própria. Tinha vapor enrolando no ar atrás de si, vindo do banheiro, mas era o vapor que tinham gerado entre eles que era escaldante. Agindo por instinto e necessidade, ela lentamente puxou para baixo a outra alça do sutiã, expondo e implorando por seu mamilo. — Por favor. Pegando-a em sua cintura com a facilidade de um musculoso, suas pernas em volta dele, usou uma mão para levantar ainda mais o peito. Em seguida, ele deu a ela o que queria e tomou o que ele precisava, seu prazer nela era inebriante. Esfregando a junção entre as coxas dela contra seu abdômen, ela tentou chegar mais baixo, almejando o atrito de sua excitação, mas a posição tornava isso impossível. Então Vasic pegou a mão dela de seu ombro, situando-a para que as pontas dos dedos estivessem apenas sob o cós elástico da calcinha. — Toque, — ele murmurou, baixando as pálpebras enquanto ele olhava para baixo. "Eu quero assistir. Os pulmões trabalhavam fervorosamente e a pele cintilando de excitação, ela inseriu a mão entre eles, os cumes duros de seu abdômen separando de sua pele apenas por uma fina camada de renda. Não tenho certeza exatamente do que fazer, ela acariciou timidamente, estremeceu. — É uma sensação boa, — ela sussurrou, tendo a coragem de fazer isso só porque era Vasic. Seu Arrow. Seu amante. — Mas eu acho o seu toque melhor.


Sua respiração tinha perdido o ritmo, sua voz rouca quando disse: — Eu gosto de ver você. Faça isso por mim, Ivy. De repente, seu corpo estava mais apertado, mais úmido, mais tenso, cada carícia criando uma chuva inebriante de sensações. Gemendo, ela fechou os olhos... e Vasic pressionou firmemente contra ela, prendendo-lhe a mão quando ele a beijou com uma paixão desenfreada que tudo o que ela podia fazer era ser deixada levar. A parede desapareceu atrás dela, mas estava de volta antes que ela pudesse perder o equilíbrio, o quarto uma paisagem enevoada pintada em vapor. Sua mão em torno de sua garganta em um aperto gentil, protetor, que fez suas terminações nervosas inflamarem a pele, Vasic beijou em um esquecimento de prazer. Ivy esfregou e arqueou contra ele, seus mamilos deliciosamente desgastados pela seda musculosa de seu peito. Um gemido veio profundamente nele. A vibração percorreu os mamilos quase dolorosamente, despertando para as dobras ingurgitadas entre suas coxas. — Eu quero você, — ela saiu entre beijos, e era metade súplica, metade demanda. — Dentro de mim, Vasic. Mudando de volta sem aviso, ele permitiu que ela retirasse a mão de sua calcinha antes de cair a seus pés, com as mãos na cintura dela para mantê-la ereta quando seus joelhos ameaçassem dobrar. Assustado porque ela assumiu que ele queria penetrar em sua posição anterior, ela engasgou quando ele girou em torno dela, para que ela enfrentasse a parede. — Coloque suas mãos contra ela. — As palavras eram tão ásperas, ela não se surpreendeu quando a parede desapareceu um segundo mais tarde, o deserto à sua frente. A parede estava de volta em um simples piscar de olhos. Ele estava ficando mais rápido na mudança, ela percebeu antes de todo o pensamento estar perdido quando Vasic puxava a calcinha. Deixando a emaranhada em torno de suas coxas, ele apertou seu rosto com um toque descaradamente possessivo, então mergulhou a mão entre suas pernas. — Você está líquida. — Rochas esmagadas e um calor sexual, que era a sua voz. A resposta de Ivy não necessitou nenhum pensamento. — Porque você está. Movendo por trás dela, a parte de trás da sua mão roçando suas nádegas. O som de um zíper. Tecido sendo empurrado para baixo. E então ele estava segurando seus quadris para inclina-la mais para frente quando ele empurrou dentro dela com foco incansável. Fazendo sons incoerentes de necessidade, ela não era consciente do mundo alterando entre areia e a parede e voltando mais e mais. Cada célula de seu corpo estava focada em Vasic, em sentir a intrusão grossa dele esticando sua carne. Esta posição não permitia nada mais.


Ele deslizou pela ondulação convulsiva do corpo dela, acariciando pra fora e enfiando dentro novamente e novamente e novamente. Foi mais duro e mais rápido do que ele já tinha montado nela antes, os dedos apertando seu quadril. Quando ele grunhiu o nome dela, ela sabia que ele estava com os dentes cerrados. — Sim, — ela disse, com medo dele parar, de desacelerar. — Sim, sim, sim, sim. — As palavras dela terminaram com um grito rouco quando ele aumentou a velocidade da sua possessão, seus testículos batendo contra ela a cada estocada. Isso a fez estúpida, as unhas tentando cavar a parede. O orgasmo a pegou desprevenida, demolindo-a em um milhão de fragmentos de êxtase desenfreado. Mas não doeu, sentiu-se maravilhosa, porque Vasic nunca ia deixá-la ir, mesmo quando seu próprio orgasmo deixou seu corpo em pedra viva, sua semente pulsando molhado dentro dela, numa intimidade absoluta.

Eles foram deitar no chão, com Ivy em cima de Vasic. Sua calcinha estava emaranhada em torno de um de seus tornozelos, o sutiã retorcido. Vasic não estava em uma forma muito melhor. Correndo o pé sobre a perna dele, ela encontrou seu caminho bloqueado por uma calça jeans que nunca foi totalmente retirada. Ela olhou para baixo, riu um bobo sorriso delirante. — Você ainda está usando suas botas. Com o peito arfando como se tivesse acabado de correr uma corrida de longa distância, ele não respondeu, exceto por levar sua mão para baixo para pousar sobre suas nádegas. Sentindo-se letárgico, saciado e adorado, ela olhou para seu rosto para ver seus cílios protegendo seu rosto, o braço com a luva acima de sua cabeça. Ela colocou para fora a língua sobre o disco plano de seu mamilo, lambeu o sal e o sexo dele. Quando ela mordeu seu músculo peitoral um pouco, ele desviou de onde ele a segurava, mas não como outra forma de protesto. Encontrando um novo fio de energia nessa realização, ela finalmente o tinha à sua mercê, Ivy conseguiu chutar a calcinha e soltar seu sutiã. Então, esfregando seu corpo nu sobre o dele, ela começou a beijar seu caminho por seu peito. Só quando chegou ao fundo do seu abdômen sulcado ele reagiu colocando seus dedos em seu cabelo. Ela hesitou, olhou para cima. Seus olhos permaneceram fechados, a tensão nele um zumbido silencioso, nada urgente. Retornando a sua tarefa prazerosa, ela lambeu ao longo de seu osso do quadril, empurrando para cima em seus braços para admirar a forma de V criada


abaixo em seu corpo por alguns músculos muito agradáveis. Ela não sabia do que eram chamados, mas já tinha decidido que era uma de suas partes favoritas do corpo. Para ser justa, ela lambeu o outro lado também. Sua mão puxou o cabelo dela em reação. O puxão voltou quando ela fechou os dedos ao redor de seu pênis, que já estava semi duro novamente. Fascinado pelas diferenças em seus corpos, na forma como ele respondia ao seu toque, ela descansou sua bochecha contra a pele áspera, o cabelo de sua coxa e acariciou-o, testando para ver o que ele gostava, o que fazia sua respiração alterar, sua mão flexionar em seu cabelo. E encontrou suas próprias pernas ficando inquietas, o lugar entre as suas coxas lisas com renovada umidade. Quando ele puxou para cima e virou as suas posições, ela não discutiu. Levando um segundo para se livrar de suas botas e roupas restantes, ele afundou em sua prazerosa carne inchada, os antebraços apoiados em ambos os lados de sua cabeça e os braços ao redor do pescoço dele. Eles se beijaram; disseram palavras suaves e íntimas; balançavam juntos. O orgasmo foi mais silencioso, mas a intimidade não menos potente. Meu, ela disse, de mente para mente. Você é meu. Cada respiração, cada cicatriz, toda a perfeição, cada falha, cada luz, cada escuridão. É parte de você, e é meu. Vasic estremeceu e caiu sobre ela. O homem que eu era, o homem que eu sou, o homem que vou ser, o homem que eu quero ser, tudo o que sou lhe pertence. Sempre. Apesar do poder visceral de seu voto, a mente de Vasic permaneceu separada da dela no plano psíquico. O peito de Ivy doía, mas não era de dor. Ela sabia o que estava fazendo seu Arrow. Ele tentava tanto, mas ele não conseguia parar de protegê-la... especialmente contra as consequências de sua possível morte. Não, ela disse em silêncio, não. Mas estava ficando cada vez mais difícil esquecer a contagem regressiva letal a uma cirurgia de alto risco. Então, em um lembrete cruel, a luva de metal de Vasic deu defeito novamente meia hora depois. Um laser azul fresco disparou, marcou o mesmo muro que Vasic tinha reparado após o ataque pelos homens de Ming. O feedback do laser causou uma sobrecarga menor, mas ele estava preocupado apenas com ela, queria ela longe dele. "A capacidade de armas pode reinicializar espontaneamente novamente. Eu poderia te machucar." Ivy não estava disposta a ceder. Engolindo as lágrimas, ela sentou-se na cama e, usando o avançado kit de primeiros socorros que Aden deixou discretamente há três dias, tendo o cuidado com as queimaduras em seu braço e costelas. — Meu, — ela sussurrou novamente, pressionando os lábios contra o curativo de pele fina que protegia a pele que ia curar.


Sua mão acariciou através de seu cabelo. — Ivy. Recusando-se a olhar para cima, seu domínio sobre suas emoções frágeis, ela disse: — É hora de caçar Samuel Rain.

VASIC a levou para Haven, mas o engenheiro recusou-se a vê-los. De acordo com Clara, ele teria estado calado dentro de seu quarto durante dias. — Ele aceitou comida pela fenda que ele serrou no fundo de sua porta, — a gerente destacou, — Mas não irá responder a ninguém. Querendo gritar, Ivy desobedeceu as ordens de Clara e bateu na porta. — Samuel, — ela gritou, batendo os punhos contra a barreira. — Abra isso agora! Samuel! — Pare, Ivy. — Vasic a apertou em seus braços. Irritada e enfurecida, ela chutou a porta, suas palavras dirigidas a Samuel Rain. — Eu vou fazer a sua vida insuportável se... — Ela não pôde completar a ameaça, não podia reconhecer o medo. Tremendo, ela se agarrou a força de Vasic, incapaz de imaginar um mundo onde ele não existisse. Um beijo em sua têmpora. — Shh, — Seu coração bombeava estável e poderoso em seu peito; a ideia de que poderia parar era algo que seu cérebro simplesmente não conseguia processar. Depois de deixar Haven, foram ver o cirurgião, que lhes disse que a chance de Vasic sobreviver a cirurgia era de oito a dez por cento. — Um em cada dez, — disse Ivy depois disso. — Não é tão ruim se colocamos assim. Um em cada dez. — Ela repetiu isso mais e mais para si mesma, colocando o escudo escasso fornecido ao redor da vela de cintilação de esperança em seu coração. Ela nunca iria deixar essa vela apagar. Nunca.

A infecção continuava a ser arremessada através da Net nos dias que se seguiram, dizimando uma enorme extensão do plano psíquico e deixando milhares de pessoas em coma. Jaya e outros sensitivos médicos descobriram uma espécie de tratamento, cinco dias após a bela e horrível tarde de amor e desespero, quando Vasic e Ivy tinham dado Samuel Rain como fora de opção. O tratamento teve sucesso em trazer um pequeno número de infectados de volta a razão e a consciência.


— A doença estava simplesmente dormente nos pacientes que foram capazes de acordar, — Jaya disse a ela uma noite quando elas se sentaram na cama de Ivy, círculos escuros sob os olhos da amiga. — Não é uma cura, e não podemos saber quanto tempo o Band-Aid vai segurar. — Uma queda derrotada de seus ombros. — Estou tão cansada, Ivy, — disse ela, um soluço em sua voz. — Você também, mesmo quando você sorri através disso. Suas roupas estão começando a sair pra fora de você. Ivy não poderia discutir com a avaliação de Jaya, não com o seu corpo sentindo-se como se tivesse sido espancado. Abraçando sua amiga chorosa, ela acariciou-lhe com a mão o cabelo de Jaya. — Estamos todos na beira da exaustão, até mesmo os Arrows. Esse não era o único problema. — Quantos? — Perguntou Ivy, os dedos tremendo contra sua boca quando Aden lhes deu a notícia na manhã seguinte. — Dezenove, — disse ele. — Não são muitos no esquema das coisas, mas o suficiente. Com as pernas trêmulas, Ivy sentou-se na beira do sofá. — Por que fez... — Ela não podia dizer isso, não podia nem pensar nisso. Parecia impossível que uma multidão havia se formado para matar um grupo de Psy inocentes indo sobre seu negócio. — Medo, — Vasic respondeu logo, com a mão em seu ombro. — Eles acreditavam que as vítimas estavam infectadas. A única surpresa é que levou tanto tempo para se espalhar para a violência. — Os acordos de cooperação em todo o mundo, — disse Aden, enquanto Ivy tentava processar o seu horror, — Deu às pessoas uma pausa. Mas agora com os empatas queimando sob os surtos sem escalas e os infectados se transformando em violentos de novo, mesmo os indivíduos anteriormente racionais estão vendo a justiça vigilante como uma resposta. Vasic olhou para a luva de metal que continuava a funcionar tanto quanto as comunicações foram estabelecidas. — Krychek está a caminho. — Bom. Precisamos discutir uma maneira de estrangular a violência da multidão antes que piore. Um brilho no canto do olho de Ivy meio minuto mais tarde, anunciou a chegada do cardeal mortal. Ao lado dele estava uma mulher vestida com uma camisola verde floresta sobre jeans preto, com o cabelo escuro puxado em um rabo áspero e seus olhos num azul profundo meia-noite. — Olá. — Ela sorriu para Ivy, embora a tensão em seu rosto não podia ser mascarada. — Sou Sahara.


Seja o que for que Ivy esperava da companheira de Kaleb Krychek, não era essa mulher com uma expressão aberta, que disse que ia acolher uma amizade. — Ivy, Qualquer outra conversa teria que esperar, a multidão em ataque era uma prioridade. — Vamos precisar da cooperação dos outros. Todos concordaram com a avaliação de Kaleb, e eles estavam rapidamente em uma conferência de comunicação com representantes da rede de resposta rápida em todo o mundo criado por Silver Mercant. Ninguém tinha quaisquer argumentos sobre como trabalhar em conjunto para parar o caos de se espalhar. — A multidão pode pensar que tem um propósito, — disse o chefe da Aliança Humana de segurança, — mas mais cedo ou mais tarde, tudo recai a violência gratuita. Precisamos cortar o mal pela raiz. Decisões foram tomadas, planejaram impedir que outro incidente acontecesse. — Sahara descobriu algo intrigante, — disse Krychek após a conferência terminar, sentando-se no braço do sofá próximo a sua companheira. Sahara colocou uma das mãos em sua coxa quando ela se inclinou para a frente. — Você se lembra de Miguel Ferrera? O telepata comercial aparentemente imune à infecção? — É claro. — Ivy ainda poderia sentir o pânico de Miguel, seu horror quando ela debruçou naquele armário. Vasic, de pé atrás do sofá em que ela se sentou, acariciou seu polegar sobre o lado de seu pescoço em um conforto tátil. Seu Arrow sabia como o toque a ancorava, nunca o retendo. A tensão em seus músculos foi aliviando, ela olhou para Sahara. — Miguel ainda não está mostrando nenhum sinal de infecção, tanto quanto eu sei. — Kaleb, — a outra mulher virou o rosto para o cardeal — Foi capaz de confirmar sua imunidade para mim. A razão pela qual ele é imune pode explicar todos os valores atípicos. — Os que não têm nenhuma conexão com um E? — Sem ligação óbvia, — Sahara respondeu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha com os dedos impacientes. — Miguel Ferrera tem um vizinho empático que estava ausente no momento do surto. Aden, depois de ter tomado um assento ao lado de Ivy, balançou a cabeça. — Muitos dos infectados viviam em estreita proximidade com um empata, ainda mais perto do que Ferrera.


— É isso mesmo, — Sahara respondeu quando Rabbit pulou de seu parapeito de janela favorito e veio sentar-se aos pés de Ivy. — Miguel não apenas vive no corredor de um E. Ele está listado como o contato de emergência. Um silêncio tomou conta da sala. — Há três meses, — Sahara continuou apesar do silencio, — Miguel era o único que chamou uma ambulância quando a E teve uma queda. Três semanas depois, ela o nomeou como seu contato de emergência. — Logo depois disso, os seus padrões de compras mudaram. O E começou a encomendar certos alimentos que anteriormente nunca apareceram em sua lista de supermercado online, mas que aparecem regularmente na de Miguel, e vice-versa. No mesmo período, duas vezes também compraram dois ingressos para uma série de palestras em uma galeria nas proximidades. As provas eram circunstanciais, Ivy pensou, mas convincente. — Eles têm um vínculo emocional. Sahara assentiu. — Essa é a minha conclusão. Ivy esfregou as mãos sobre o rosto; algo estava incomodando-a. — Mas, se um vínculo emocional com um E é o fator decisivo, por que o pai de Eben foi infectado? Com um jovem empata, eu esperaria uma conexão, mesmo que fosse unilateral. A mão de Sahara apertou na coxa de Kaleb. — Esse caso me frustra, também, — ela disse. — Eu rasguei os dados separados à procura de uma resposta, e eu finalmente encontrei.


Capítulo 56 ENERGIA PULSOU da outra mulher. — Parece que Eben Kilabuk é o filho de uma disputa contratual, o acordo de concepção e fertilização foi elaborado por um advogado incompetente, e enquanto a mãe acreditava que ela tinha o direito de custódia total, o pai contestou isso por razões desconhecidas quando Eben tinha dez anos. Ele venceu. Ivy pensou em como Eben pediu para ligar para a mãe durante o tempo em que o adolescente permaneceu no composto. — Ele nunca foi ligado ao seu pai. — Sim. — Sahara sustentou seu olhar, olhos azuis escuros intensos. — E sua mãe, uma Tk de baixo nível, simplesmente sobreviveu a um surto que matou todos os outros em seu prédio. Aden agitado. — Será que a teoria vale para outros valores discrepantes? — Sim, — Sahara enfiou a mão pelo cabelo, desalinhando todo. — Todos os sobreviventes anômalos que fui capaz de rastrear eventualmente se ligaram a um E. Isso também, Ivy pensou, explicava a outra semelhança entre os sobreviventes, um Silêncio fraturado que foi aceito pelo indivíduo. Vínculos não podem ser formados dentro da gaiola do Protocolo. — Eu sei que os dados são escassos ainda, — Sahara disse, — E não há nenhuma maneira de manipular os vínculos emocionais para proteger a todos, mas pensei que seria importante compartilhá-los. Ivy mal ouviu a limitação. Ela podia sentir algo empurrando no fundo de sua mente, um vasto conhecimento, mas não conseguia alcançá-lo. Frustrada, encontrou o olhar de Sahara novamente. — Os vínculos, porque eles não aparecem na Net? — Ivy cresceu sabendo que era amada e querida, e contudo a ligação com seus pais não existia no plano psíquico. Sahara olhou para Kaleb, que disse: — Eles estão lá, mas escondidos. — A voz do cardeal era de obsidiana em seu poder controlado... e seu amor por Sahara tão absoluto, que se brilhou de encontro aos sentidos de Ivy. As emoções de Sahara eram tão fortes, tão profundas e estranhamente tão antigas. Como se os dois se conhecessem muito mais do que tinham ficado juntos.


Kaleb continuou a falar enquanto Ivy considerava o mistério do relacionamento do casal. — Tive que fazer pedidos específicos para ver cada suspeita de Sahara. — Tirando o laço do cabelo da outra mulher, ele passou a mão sobre os fios escuros. — A NetMind tem protegido a vulnerabilidade por um longo tempo. Ivy observou o cardeal interagir com Sahara, entendida intelectualmente que os dois estavam "acasalados", para usar o termo changeling, mas embora ela sentisse sua conexão, tinha dificuldade em compreender como alguém tão duro, tão frio, poderia ser vinculado a alguém. Muito menos de forma tão poderosa o suficiente para rasgar o tecido do próprio Silêncio. Uma batida telepática educada em sua mente. Quando Ivy aceitou, Sahara disse: Você percebe que seu Arrow é tão letal quanto o meu Kaleb? Seu Kaleb atua como "humano" apenas com você. Hum, você já notou Vasic tocar alguém mais? Ok, Ivy admitiu, você pode ter um ponto. Vasic nem sequer tocava Aden que ela tenha visto, e os dois poderiam muito bem ser irmãos gêmeos, eles eram tão próximos. Tentarei não esgueirar para o lado da próxima vez Kaleb aparecer. Sahara escondeu o sorriso por trás de uma mão levantada. Está tudo bem. A primeira vez Vasic me teletransportou para algum lugar, eu estava meio com medo que ele decidisse me perder no meio do transporte. Ivy se estendeu para tocar a mão de seu Arrow. Seus dedos se enroscaram em torno dos dela, embora ele estivesse ouvindo a conversa entre Aden e Kaleb. Nós duas, disse Sahara, precisamos almoçar juntas depois de tudo isso acabar. Sim, o olhar oceano profundo de Sahara segurou o dela, solene e assombroso, após tudo isso acabar. Ambas sabiam que poderia ser um bom tempo.

Incapaz de dormir, apesar do fato de ter participado de um mau surto com Vasic duas horas mais cedo que havia chegado perto de drená-la, Ivy sentou-se na cama naquela noite e remoeu o conhecimento que ela poderia sentir um pouco além de seu alcance. — Ivy, você precisa descansar.


Ela olhou para Vasic, a luz dos postes passava através das cortinas finas abertas marcando-o com listras de tigre. — Shh— inclinou-se para pressionar um beijo em seu ombro. — Estou pensando. Levantando-se da cama depois de um minuto, ele saiu do quarto e voltou com uma bebida de nutrientes quente. — Você está perdendo muito peso. Ivy franziu a testa. — Que ab... — Eu já bebi a minha. — Ele bateu em seu nariz, o ato carinhoso fazendo seus dedos curvarem. — Agora, pare de enrolar e beba. Afoguei isso em sua calda de caramelo. Ela mostrou a língua para ele, mas aceitou o copo. Tomando um gole para descobrir que ele tinha feito a bebida numa temperatura potável, estreitou os olhos quando ele se sentou ao lado dela e puxou algo em um leitor. — É melhor não ser um outro manual. — Achei que você estava pensando? — Ele olhou diretamente para o copo enquanto Rabbit levantava a cabeça em sua cesta, orelhas em pé. Engolindo a bebida, Ivy colocou o copo vazio na mesa de cabeceira e se sentou sobre os joelhos de frente para ele. Os olhos dele foram para seus seios, seus mamilos empurrando descaradamente contra a camisola que ela usava para dormir com as calças de flanela. — Foco, — disse ela através da dor pulsante que ele despertou nela com um único olhar. — Eu preciso ver os vínculos que Sahara nos falou. — Posso entrar em contato com Krychek. — Ele deu um tapinha na cama e um Rabbit em êxtase correu até enrolar-se em seu ponto favorito na extremidade inferior. — Não. — Ela correu os dedos ao longo das cristas do abdômen de Vasic, enrugando a testa em pensamento. — Eu tenho essa sensação incômoda de que isso não é, naturalmente, construído para ver os vínculos. Parece mais o alcance de um E. Vasic balançou a cabeça lentamente. — Pode ser por isso que a NetMind só pode mostrar-lhe pedaços. Sim, Ivy pensou. Porque mentes psíquicas eram ligadas de forma diferente, dependendo de sua designação. — Sascha disse-me que o NetMind gosta de sensitivos. — Ela mordeu o lábio inferior, tomou uma decisão. — Perguntar não pode machucar. Aconchegando ao seu lado, ela abriu os olhos no plano psíquico e não se surpreendeu ao ver seu Arrow bem ao seu lado. O veludo negro da noite da PsyNet, cada mente uma estrela brilhante, agora estava "contaminado" com faíscas de cor, mas essas faíscas não conseguiam alcançar as estrelas... como se bloqueadas pelos tentáculos invisíveis de uma terrível corrupção voraz.


Ivy colocou a palma da mão sobre o coração de Vasic, ancorado-se na força inabalável dele antes que ela dissesse: — NetMind? — Parecia tolice tentar entrar em contato com uma vasta neosenciência dessa maneira, mas ela não conseguia descobrir qualquer outra. — Por favor, posso falar com você? "???" O coração dela chutou com a imensa e imediata sensação que não estava mais sozinha dentro de sua mente. Alegria era uma cachoeira em seus sentidos, flores caindo sobre os olhos como uma sensação de infinita tristeza, de uma longa espera, a fez querer chorar. — Eu preciso ver, — disse ela quando a cascata emocional crua suavizou o suficiente para que ela pudesse pensar. — Preciso ver os vínculos que tenho com os outros. ??? Pensando em como a neosenciência a saudou, Ivy tentou novamente, desta vez através da visualização de seus entes queridos enquanto fazia a pergunta. Foi como se um filtro fosse colocado sobre sua cabeça. Seu campo visual alterado para mostrar um líquido iluminado com linhas douradas fracas. Ela podia ver seus pais nessas linhas, seus amigos da instalação, do complexo... e podia ver Aden. Ele ela podia entender, mas havia outros Arrows, incluindo estranhos. Vasic não era visível, mas o sentia em tudo ao seu redor, seus escudos interligados. Dentro dela pulsava a condução necessária para se estender através do vazio até ele, prendendo sua alma na dele. Sua própria necessidade era uma força escura e apaixonada que roubava o fôlego dela, mas ele lutava contra isso. Arrow teimoso, protetor. Estrelas multicoloridas caindo ao seu redor, correndo de uma chuva voraz de setas pretas. Ivy sorriu e respondeu a NetMind criando uma imagem das estrelas atacando as setas. Ela riu e o riso era um caleidoscópio deslumbrante que ela tentou mostrar telepaticamente para Vasic. Você pode ver? Um vislumbre. É... extraordinário. O coração dele batia sob sua bochecha, estável, sólido e vivo. Você pode me mostrar a ligação? Acho que sim. Vasic ficou em silêncio por vários minutos. Não há Arrows suficientes. Eu não esperaria estar conectada a todos eles. Sim, mas você já está conectada a mais do que deveria estar, através de Aden, e se é através de Aden, você deve estar conectada a cada Arrow no esquadrão.


Porque Aden, ela entendia, era o seu líder reconhecido e aceito. — Aden é particularmente próximo de quaisquer outros Arrows? — ela disse em voz alta. — Há três ou quatro Arrows seniores, com quem trabalha em uma base regular, mas ele sabe e tem consciência da saúde mental de cada um dos membros da equipe. Então, novamente, ela deveria estar ligada a todos eles através de Aden, mas Ivy viu apenas uma dispersão. Decidindo focar nessas conexões, ela rastreou-as em direção ao exterior... e encontrou todas, apenas um Arrow que ela podia ver através de Aden parecia não ter outra ligação com ninguém. Abbot era a única exceção. Isso não fazia sentido, uma vez que os Arrows eram todos ligados uns aos outros. A não ser que — Ele cortou a segunda camada, — ela murmurou, mesmo quando percebeu que esses vínculos eram diferentes do tipo de vínculo que ligava Sahara e Kaleb um ao outro. Ela pensava que o Silêncio fraturado fosse uma necessidade, mas é evidente que ele era simplesmente algo que muitas vezes acontecia a coexistir com estes laços. A maioria do esquadrão andava à beira do silêncio absoluto, e mesmo assim as ligações douradas tinham se formado... quase como se fossem muito necessárias, tudo o que era necessário era uma única rachadura para elas dominarem. Tal como a lealdade que unia os membros da equipe ao outro ou a responsabilidade que um Arrow sentia pela segurança de seu E. Contemplando isso, ela traçou seu link para Jaya, a constelação de vínculos da outra E se abriu à sua frente, como se estivesse voando sobre a cidade iluminada durante a noite. Ela não conhecia as mentes na rede da Jaya exceto por Abbot e Aden. Jaya, também, estava ligada a Arrows desconhecidos através do líder do esquadrão, mas eles eram diferentes dos do grupo de Ivy. A rede de Jaya guardava uma surpresa: um outro E. Talvez um membro da família. E que estava ligada apenas a um pequeno número de outros, nenhuma camada secundária. Ivy acordou Jaya com uma saraivada telepática, embora soubesse que sua amiga precisasse de descanso. Isso era muito importante. Jaya, você tem outra empata em sua família? Qual Gradiente? A voz de sono nebulosa de Jaya murmurou, Sim, uma criança. Não testada em habilidades E, mas acho que ele é provavelmente cerca de 3 ou 4 no Gradiente. Por quê? Volte a dormir. Direi a você mais tarde. Ok. — Somos o Band-Aids, — sussurrou, sentando-se para encarar seu Arrow. — Entendo agora. Entendo como podemos salvar a Net, por isso que há tantos de nós.


Vasic espalhou os dedos de uma mão na parte inferior das costas. — Diga-me. — Os Es precisam encontrar maneiras de se conectar com um círculo de pessoas. Jaya e eu estamos ambas no limite superior do Gradiente, podemos compartilhar nossa imunidade com uma camada secundária, mas outros só serão capazes de proteger as pessoas com quem estão diretamente ligados. Sabia que não estava explicando isso corretamente, disse a si mesma para abrandar. Então Vasic falou. — Você tem um vínculo direto com Aden, mas você também pode proteger as pessoas com quem ele tem uma ligação. Um E mais fraco só seria capaz de proteger Aden. — Sim! — Ivy passou as duas mãos pelo cabelo, tentando conter a beleza audaciosa da imagem em sua mente. Isso significaria a reestrutura de toda a PsyNet, mas poderia funcionar. Isso iria funcionar! — Um E, eu acho, só pode proteger um número finito de pessoas. É por isso que eu só posso ver alguns dos Arrows. — Muitos dependerão da força psíquica do E. — Acho, sim. — Movendo as mãos, ela desenhou um diagrama de sua visão no ar. "Mas núcleos isolados não são suficientes, não adianta proteger os indivíduos se a Net desmorona ao seu redor. — A malha psíquica estava muito cheia de infecção, muito danificada para se sustentar. — Para manter a PsyNet junta, precisamos criar um padrão de favo de mel maciço de aglomeração interligadas em todo o mundo. — Costurar a Net de volta usando os Es como a cola? Ivy segurou o rosto dele, beijou-o. — Exatamente! — Seu peito tamborilou quando ele cutucou as costas dela, ela se contorceu ficar em cima dele. — Vi sérios danos próximos a parte de fora da área Jaya e eu protejo com nossas aglomerações, mas por dentro? Vasic, é forte como o aço. — Se você está certa, — disse ele, deslizando as mãos para cima em sua caixa torácica, — O único obstáculo continua sendo a questão das conexões emocionais e como criá-las. Ivy soltou um suspiro e caiu para a frente sobre o peito em seus braços cruzados, mas ela não estava prestes a desistir. — Existem Arrows que ainda não estão emparelhados com um empata? Aqueles que não estão ligados a mim através de Aden, tampouco. — Sim, um número que não pode se r tirado das tarefas essenciais.


As tarefas essenciais. Caçar os serial killers que continuaram a rondar a Net. — Será que eles falariam comigo? — ela perguntou, não expressando a verdade escura. Vasic pausou. — Sim, dois deles estão na Central de Comando e disponíveis para conversar. — Ele sentou. — Vamos ter que ir agora para pegálos. Vestindo-se rapidamente, Ivy abraçou Rabbit quando ele saltou, pronto para uma aventura. — Ele pode vir? — Os Arrows já tinham cuidado de seu animal de estimação mais de uma vez, mas Ivy não o assumiu bem-vindo. — Rabbit é agora um acessório aceito, — disse Vasic e os teletransportou para um espaço verde exuberante, que ela nunca teria sabido que era subterrâneo se ele não tivesse lhe dito. O beijo do luar nas árvores era prateado silencioso, o céu estrelado acima, uma ilusão perfeita. — Amin está aqui. Seguindo o olhar de Vasic, Ivy viu um Arrow de uniforme sair da sombra do luar, a pele do marrom mais escuro que Ivy já tinha visto. Ele ignorou a presença curiosa de Rabbit ao se aproximar de Vasic e Ivy. — O que você precisa? — perguntou a Vasic. — Ivy vai explicar. — Um experimento. — Ela sorriu, entretando não podia sentir nada vindo deste homem, como tinha sido uma vez incapaz sentir Vasic. — Você se importaria de passar algum tempo comigo? Os olhos de Amin encontraram os de Vasic numa pergunta silenciosa antes dele dizer: — Tudo bem. — Obrigado. — Convidando-o a andar com ela, Vasic do outro lado, ela tinha apenas dado alguns passos quando Rabbit se adiantou, rabo abanando três vezes. — Você gosta deste lugar, hein? — Woof! Em seguida, ele se foi novamente, zunindo pela esquina. Pelo barulho que Vasic ouviu, seu animal de estimação tinha localizado Ella. Com certeza, ele guiou a morena graciosamente musculosa até eles dez segundos depois. Ella também concordou com o pedido de Ivy para passar um tempo com ela, e os quatro caminharam ao longo dos caminhos da área verde vazia. Capturando seu olhar após quase dez minutos de conversa formal, Ivy falou telepaticamente, uma ajudinha? Eu não sei como bater papo, ele lembrou a ela, porque era a verdade. Eles podem muito bem considerar-me perturbado se eu começar agora.


Os lábios de Ivy se contraíram. Pare de fazer piadas, ela disse, apesar de Vasic não saber que tinha feito isso. Amin e Ella conhecem, confiam em você. Por favor, tente? Não posso prometer sucesso, Ivy. Você deve se lembrar de quem eu era antes de você. É onde eles estão agora. Na dormência fria que lhes permitia fazer o que precisava ser feito. Entendo. Vasic não se preocupou em envolver os outros dois Arrows com conversação; foi direto ao cerne da questão. — Vocês confiam em mim? — Sim. — Era impossível separar as duas vozes que responderam. — Então, vocês precisam confiar em Ivy. Uma parede desconhecida quebrou nele quando eles não hesitaram. Virando-se para Ivy, Ella disse: — Se você tem a confiança de Vasic, tem a nossa. O que precisa de nós? Ivy piscou. — Está feito. — Rindo, ela pulou nos braços de Vasic. A mente de Amin tocou a dele. Ela realmente é sua. Sim. Ele olhou no par de dois olhos escuros. A vida não é só para as outras pessoas. Era uma realidade que ele demorou um longo tempo para aceitar. Estamos autorizados a existir também. As expressões de Amin ou Ella não alteraram, mas ele podia lê-las apenas como um colega de esquadrão podia, e ele sabia que ambos estavam abalados. Liberando Ivy depois de absorver o cheiro dela em seus pulmões, ouviu quando ela se virou e expos os fatos para seus companheiros Arrows. — A conexão, — disse ela, — é através Vasic, o que faz todo o sentido. Também perdi dois outros aos quais estava ligada através de Aden, então devo ter superado o número de pessoas que posso proteger. Isso não importa uma vez que toda a rede de empatia esteja em posição, Vasic apontou. Serão várias à prova de falhas. — Será que essa ligação equivale a uma vulnerabilidade de segurança? — Perguntou Ella. — Não posso acessar suas mentes ou as suas emoções, se é isso que você quer dizer, — Ivy disse, — Mas serei honesta, não tenho nenhuma ideia de como isso pode afetá-los. Se isso é feito para curar a Net, a conexão para mim poderia igualar uma mudança em seu equilíbrio emocional. — Entendido, — Amin era o único que falava. — Nós estamos cientes do que está acontecendo com os Arrows ligados a sensitivos. É um risco aceitável.


O rosto de Ivy ficou subitamente ferido. Você não acha que te influenciei para estar comigo de alguma forma? ela perguntou a Vasic. Eu juro que não fiz isso conscientemente se fiz. Vasic fechou a mão sobre sua nuca, seus cachos quentes contra a palma de sua mão. Tudo o que você fez foi me puxar para a luz. Eu poderia ter ido embora a qualquer momento. Escolhi ficar. Eu sempre escolherei ficar. O nó na garganta de Ivy era um enorme, coisa molhada. Incapaz de falar, apenas ouviu enquanto ele agradecia aos dois Arrows por sua paciência. Eles se viraram para partir, e quando eles o fizeram, Rabbit correu até eles, cauda abanando. Os Arrows olharam para baixo, em seguida, o homem inclinou a cabeça para Ivy. — O que ele quer? — Brincar, — disse ela. — Você pode jogar um pedaço de pau. — Ela olhou ao redor, mas Vasic já tinha encontrado um na vegetação rasteira. — Ele gosta de buscá-lo. O Arrow pegou a vara de Vasic e jogou. Os dois começaram a andar novamente, logo estavam fora de vista, mas a partir dos felizes "woofs" de Rabbit alguns minutos depois, ele tinha encontrado alguns novos asseclas para o jogo de vara. — A conexão já está tendo um impacto sutil, — Ivy sussurrou, pensando em como os dois Arrows tinham ignorado o Rabbit antes. Vasic inclinou-se para puxar a vara de Rabbit quando ele decidiu voltar a eles, jogando a luta com o cão até que Rabbit soltou e saiu correndo em preparação para pegá-la. — Nossas mentes se conectam à PsyNet porque precisamos do biofeedback para sobreviver, — disse ele. — No entanto, o biofeedback, inegavelmente, foi danificado de forma sutil, mas fundamental por um período indeterminado de tempo. Os olhos de Ivy se arregalaram. — O link para um empata pode estar agindo como um filtro para limpar o biofeedback. — Ela pensou de novo no dois Arrows que agora estavam ligados à ela. — Eles confiaram em mim por causa de você, mas outros vão colocar sua fé em um E por desespero. — Não era limpo ou arrumado, mas poderia funcionar. Olhos gelados de inverno encontraram os dela. — Precisamos de mais dados e precisamos deles o mais rápido possível. Nenhum dos dois dormiu durante as próximas 72 horas, e nem fizeram os sete dos outros sensitivos que faziam parte do grupo original no composto. Isaías ainda estava no hospital e precisava de mais descanso, mas ele estava alerta quando desperto e irritável. Ivy ficou encantada ao vê-lo voltar ao seu estado normal.


O grupo realizou vários experimentos, com completos estranhos, com homens e mulheres que viviam profundamente em zonas de infecção, com aqueles que já tinham começado a apresentar o comportamento errático que veio a ser conhecido como um precursor para um surto. Kaleb e Aden selaram duas violações graves da Net nesse ínterim, enquanto Sahara trabalhou nos vários relatórios que vieram, analisou os dados e os partiu em pedaços pequenos para que os Es com privação de sono e seus parceiros Arrows conseguissem entender. O que descobriram foi extraordinário.


Capítulo 57 E estas são as Vozes Silenciosas de homens, mulheres e crianças e seus semelhantes que querem nos apagar do coletivo genético. Editorial, PsyNet Beacon

Isso se tornaria conhecido como o Protocolo de Honeycomb7. Lançado em toda a PsyNet no espaço de um mês, o medo que tomou conta da população ajudou a espalhar o efeito mais rápido do que o inicialmente previsto, seu sucesso foi logo uma questão de fato incontestável. Surtos diminuiram em ritmo acelerado com a propagação do favo de mel e as pessoas em coma começaram a acordar. Nada era ainda como tinha sido antes, mas os sensitivos médicos estavam esperançosos. Ivy Jane, Kaleb pensou de onde estava atrás de sua mesa em casa, estava correta: o desespero foi um grande motivador da confiança. Claro, nem todo mundo estava feliz com a situação. Kaleb olhou para as listas de seu povo estavam enviando de todo o mundo. — Esses indivíduos se recusam a participar. Sentada encolhida na cadeira do outro lado da mesa, Sahara franziu a testa para o seu próprio datapad. Ela estava mantendo o controle de quantas conexões um E em um determinado Gradiente poderia fazer antes de superar o limite, bem como qualquer outro fator que alterasse o alcance de um grupo. Não era uma simples coleta e agrupamento de dados, mas um registro destinava-se a garantir que um E não seria colocado sob estresse desnecessário, bem como uma forma de monitorar a saúde de uma rede muito fluida. O favo de mel alterava constantemente à medida que novas ligações eram feitas e outras perdidas. O fato de Sahara ser fluente em todas as línguas sob o sol significava que não havia chance de um relatório de um E ser mutilado na tradução. Sua própria falta de habilidades E foi considerada um ativo não uma desvantagem.

7

Favo de mel


— Estamos muito perto disso, — Ivy Jane tinha dito quando pediu à Sahara para assumir a tarefa. — A torrente de emoção na Net está consumindo nossa atenção, precisamos de alguém que possa ver os padrões, e você viu esse padrão antes de qualquer outra pessoa. Além disso, você pode não ser uma empata, mas é muito empática e capaz de lidar com a gente. Sahara tinha aceitado a tarefa com prazer. Quando Kaleb apontou que ela estava tecnicamente fazendo um tipo de matemática, ela suspirou e disse que ele a esfaqueou no coração. Em seguida, ela puxou-o para baixo por sua gravata e o fez pedir desculpas. Agora, ela mordia a ponta de sua caneta laser e respondeu distraidamente. — Forçar os resistentes ao favo de mel é contra o propósito. A coerção é o que colocou a Net nisso em primeiro lugar. — Ao ficar desconectados, — disse Kaleb — Eles dão espaço para infecção prosperar. — Um risco inaceitável. Sahara olhou para cima, os enfeites de sua pulseira fazendo sons minúsculos quando tocaram um contra o outro. — Isso seria verdadeiro se eles estivessem concentrados em uma área e se estivessem, ambos sabemos que suas chances de sobrevivência seriam mínimas na melhor das hipóteses. — Tristeza em seu olhar, ela esfregou a testa. — Mas acho que estão espalhados por toda a Net. Verificando os dados, Kaleb assentiu. — Neste momento, pelo menos. — Então, eu diria que eles estão sendo compensados pelas conexões ao seu redor. — Ela mordeu a sua caneta novamente. Teletransportando-a fora de sua mão, ele substituiu por um cookie. Seus ombros tremiam. — Engraçado. — Mas ela mordeu o biscoito. — De qualquer forma, — disse ela depois de engolir, — Se eles começarem a se reunir, então podemos dizer-lhes os riscos e pedir à NetMind uma quarentena para sua seção. — Seus lábios se curvaram para baixo. — Não é a melhor opção, mas não podemos relevar permitindo-os criar uma estufa para a infecção. — Se caminharmos para isso, tenho a sensação que os opositores vão desertar para criar sua própria rede. — Ele encontrou os olhos da mulher que conhecia cada canto marcado, distorcido de sua alma e o amava de qualquer forma. — Uma vez que esta ditadura parece ser estranhamente tolerante em relação à rebeldia, não vou ficar no caminho de seu plano. Biscoito terminando, Sahara deu a volta na mesa para endireitar o colarinho de sua camisa. — Acho que você está se tornando um líder incrível, — disse ela, o orgulho em sua voz. Ninguém além Sahara, já sentiu tais emoções por ele, viu tamanho mérito nele. — Nikita e Anthony estão fazendo algum trabalho pesado no momento"


liberando Kaleb para lidar com assuntos mais urgentes. — Mas é tudo ad hoc8. A longo prazo, temos de chegar a um sistema político para substituir o Conselho. Kaleb sabia que sempre seria um poder e era assim que ele queria. Nunca mais alguém machucaria a ele ou Sahara. Mas também queria um tempo para dançar com ela, viver com ela, e para isso acontecer, ele precisava criar uma instituição que não entraria em colapso se ele se afastasse, que eventualmente não se tornasse podre por dentro, como tinha acontecido com o Conselho. Sahara correu os dedos por sua nuca. — Que deverá ser um sistema que leve as forças e fraquezas específicas de nossa raça em consideração, como os changeling estruturam seus bandos. — Sim. — Agora, no entanto, era uma questão de sobrevivência. — A implantação está completa exceto pelos opositores? — O próprio Kaleb não gostava da ideia de ser ligado a qualquer outra pessoa que não fosse Sahara, mesmo em um nível básico, mas estava disposto a aceitá-la para garantir que ela estava duplamente protegida. Tanto por sua imunidade e sua empatia relevante. Como era, ela fez uma conexão natural para vários Es e o fez entrar. — Sim, — disse ela agora. — Recebi relatórios das cidades restantes há uma hora. Abrindo os olhos na PsyNet, Kaleb observou o efeito favo de mel. Não tinha sido visível aos olhos não E na primeira semana do lançamento, ou na segunda, mas as coisas tinham chegado a um tipo de massa crítica na terceira. Toda a rede tinha brilhado para a vida no instante que tinham os descrentes perplexos em fé e os deixou esperançosos em seus joelhos. A PsyNet não era mais uma noite repleta de estrelas; agora era uma tapeçaria intrincada. Seu vínculo com Sahara sobrepunha os fios de ouro, obsidiana forte em comparação com o filigrana delicado dos links abaixo. — Os Es criaram uma nova base psíquica para nossa raça. — Agora, — Sahara disse: — nós temos que ter certeza de não quebrá-la novamente.

8

eventualmente investido em função provisória, para um fim especial


Capítulo 58 Por favor, informe-me de sua resposta dentro dos próximos sete dias. Extraído de uma carta à Ivy Jane do escritório de Kaleb Krychek

— KALEB Krychek está me fazendo outra oferta! Vasic voltou de onde estava entre as fileiras de macieiras vestidas pelo inverno, jogando buscar a vara com Rabbit, para encontrar sua empata puxando suas botas na porta de sua cabana. Seu rosto estava vermelho, seus cachos despenteado e vestia o casaco Arrow como sempre fazia agora que estavam em casa. — Como uma conselheira? — perguntou quando ela chegou até ele, referindo-se à opção de restauração da atividade pré-Silêncio para os Es; ajuda terapêutica seria necessária em um nível crítico enquanto milhões de pessoas lutavam para lidar com as mudanças surpreendentes em suas vidas. Ivy já estava treinando e sendo supervisionada por um grupo de especialistas humanos e curandeiros changeling. Mas ela balançou a cabeça, uma carta desdobrada na mão. — Ele me quer para representar os empatas na Coalizão Dirigente. — Seus olhos eram enormes, o cobre brilhante e o ouro reluzente sob o sol Dakota do Norte. — Não é inesperado, — disse ele, tocando seu queixo com a mão enluvada. — Você desenhou o Protocolo Honeycomb e parece conhecer cada empata no mundo. — Ha ha. — Ela cutucou seu lado. — Eu não sei porque me tornei um terço da Central E-Psy. — Os outros dois terços eram Sahara Kyriakus e Sascha Duncan. Sahara manipulava dados enquanto Sascha era responsável pela educação dos Es. Ivy, por outro lado, tornou-se lentamente a porta de ligação para qualquer E que tinha um problema, psíquico ou qualquer outro. Ela já tinha tido várias relações com a Coalizão Dirigente nesse papel. — Eu faço parecido, entretanto, — disse ela agora — Mantendo um olho em todos eles, certificando-me que ninguém se sinta isolado ou oprimido.


Envolvendo um braço em volta de seus ombros, Vasic se certificou de que ela estava quente enquanto caminhavam pelos caminhos nevados, Rabbit correndo de adversários imaginários na frente deles. — O que mais diz a carta? Ivy fez uma careta. — Que eu seria paga pelo resto do grupo dirigente. Vasic viu imediatamente o problema. — Você não seria uma igual na mesa. — Exatamente. — Ivy colocou a carta no bolso de sua jaqueta. — Alguma ideia? — A política é campo de especialidade de Aden. Deixe-me perguntar-lhe. Seu companheiro retornou uma resposta cinco minutos depois Vasic fazer contato telepático, enquanto Ivy estava jogando uma bola de neve na cabeça de Vasic. Esquivando-se, acertou a perna dela com a sua própria bola de neve antes de teletransportá-la rindo para perto de um beijo. — Aden diz que você precisa estabelecer uma união E-Psy, — disse ele, quando se separaram, ambos sem fôlego. — Peça aos membros para pagar uma pequena percentagem de seus rendimentos para fazer parte. Isso cobriria o seu salário, bem como daria fundos para a designação E para lutar em caso de outro ataque como aquele que quase os exterminou uma vez. Era uma lembrança triste. — Teríamos que ter uma votação, — disse Ivy. — Não quero apenas supor que serei a líder desta união. — Ninguém mais, — Vasic disse, — Apreciará a ideia de ficar sentado em frente a Krychek, Nikita, e Anthony. — Nem eu. — Ela faria isso entretanto, porque Vasic e Aden estavam certos, a designação E tinha que lutar para ter certeza que nunca mais seria marginalizada ou ocultada. — Agradeça ao Aden por sua ideia. É uma boa ideia, falarei com os outros. Respirando tremendo, ela acariciou a mão livre abaixo da luva. Estava coberta por seu casaco, mas ela podia sentir a dureza da carapaça. — Quão ruim? — A pergunta terrível, mas ela tinha que perguntar, tinha que saber quanto tempo teriam juntos antes dele ter de estar sob a faca do cirurgião. Sua testa tocou a dela. — Cerca de 72 horas, talvez menos se os picos de energia tornarem-se mais irregulares. Ivy tentou abafar o soluço, mas não podia, não desta vez. Enterrando o rosto em seu peito, agarrou-se a ele com toda sua força, com as mãos segurando desesperadamente em torno da esperança que cintilava dentro dela. Por favor, ela disse, não tendo certeza de com quem estava falando, por favor, não o leve para longe de mim.


Não houve resposta.

Vasić odiava ver Ivy chorar. Ela era tão forte, a sua empata. Dia a dia, semana a semana, ela empurrou, determinada e incansável em sua crença de que o destino não faria isso com eles, não seria tão malicioso em destruir o seu amor. Agora, ele a abraçou, embalou-a, consciente do Rabbit cutucando-a com a cabeça. E sabia que o que estava prestes a pedir lhe causaria ainda mais dor, mas sua Ivy era forte... e ele precisaria dela com ele quando fosse cumprir uma promessa. Levou ao pedreiro idoso mais tempo do que inicialmente estimou para terminar a sua tarefa, mas fez isso na hora certa. Vasic nunca seria capaz de lavar a mancha de seus pecados de sua carne, mas pelo menos iria para a sala de cirurgia como um homem que aceitou e expôs os pecados. — Você viria a um lugar comigo? — Ele perguntou, depois que as lágrimas de Ivy suavisaram, sua respiração rouca. Enxugando o rosto na manga da jaqueta, ela olhou para cima com os olhos avermelhados. — Você sabe que eu iria a qualquer lugar com você. Primeiro, deixaram Rabbit com os pais de Ivy. Então Vasic 'teleportou Ivy para um quarto no Comando Central. Ela olhou ao redor do espaço espartano com a sua cama de solteiro feita com esmero militar, a única outra peça de mobiliário um baú de metal na extremidade da cama. — É este o seu quarto? — Eu dormia aqui. — Indo para o baú, abriu-o para recuperar um pedaço de papel. Ele não precisa realmente desse papel, com todos os nomes marcados em seu cérebro e o backup em uma unidade computronic segura. Mas começou a escrever os nomes nessa lista no dia que entendeu exatamente como tinha sido usado, o que tinha feito, e agora a folha amarelada era tanto um talismã como um lembrete físico da dívida que tinha. Ivy colocou a mão em seu ombro, onde ele se agachou perto do tronco. — O que é isso? — Uma lista das pessoas que fui enviado para apagar. — Olhou para cima, segurou seu olhar; Nunca mentiu para ela sobre quem era, as coisas que fez. Hoje, disse-lhe o pior de tudo, com o coração em um bloco de gelo. — Alguns foram assassinados por aqueles cujo Silêncio quebrou, outros foram 'acidentes' nas mãos de âncoras fora de controle, outros ainda foram vítimas de assassinos em série que o Conselho não podia se dar ao luxo de acusar.


— Eu tive que fazê-los desaparecer, livrar-me de qualquer traço de suas mortes. — Ele tinha limpado o sangue para baixo do tapete, feito corpos desaparecer em crematórios, apagou traiçoeiramente partículas de DNA, destruiu qualquer outra evidência física. — Limpei essas pessoas da existência, roubei a paz de um último adeus de suas famílias. Dedos suaves acariciaram seu cabelo. — Você se lembra de cada nome, — ela sussurrou. — Isso é importante. — Não é o suficiente. — Levantou, a lista uma vez que eu não tinha o direito de descansar perderam seus nomes, esclarecer as coisas. Não mais, — ele disse, a raiva em seu sangue com a posso ir em frente sem pagar essa dívida.

na mão. — Alguém me disse até que pudesse dar aos que quero esse tipo de descanso ideia de deixá-la. — Mas não

— Eu entendo. — Tomando a lista dele, ela desdobrou. — O que posso fazer para ajudar? Essa simples pergunta. Ameaçou quebrá-lo. — Apenas fique comigo. Ivy balançou a cabeça e colocou a mão na dele. Ele os levou primeiro a uma sala segura que era o centro registros quando se tratava de nascimentos e mortes entre os Psy. Usando uma senha que foi dada a ele por um colega Arrow, que tivera razão para ter hackeado o sistema, conectou e carregou os arquivos corrigidos, assegurou que as mudanças foram feitas em todo o sistema. Se um membro da família da vítima verificasse os registros agora, encontraria a verdade, descobriria exatamente como um membro da família morreu. Mas isso não era o suficiente. Alguém pode nunca verificar. Pensei em enviar um e-mail para cada unidade familiar com os detalhes das informações atualizadas, ele enviou telepaticamente para Ivy, mas alguns não têm famílias... e outros não vão se importar. Vou pessoalmente entregar a verdade para aqueles que se importarão, que já procuraram a verdade. Ele segurou a honestidade clara de seu olhar. Pode demorar até 24 horas. Um dos preciosos dias finais antes que colocasse sua vida nas mãos de um cirurgião que lhe tinha dado uma chance de sobrevivência de oito a dez por cento. Mesmo que demore setenta e duas, Ivy respondeu, sua expressão tanto terna e feroz, vamos ter certeza de que chegar a cada um deles. Vasic não disse nada; não havia nada a dizer. Sua Ivy o entendia. Com o upload completo, ele teletransportou-os para um local remoto ao lado de um par de montanhas surpreendentes, a casa de um pedreiro que trabalhava com as mãos. — Ah, aí está você! — homem de cabelos brancos gritou. — Recebeu a minha mensagem, eu vejo! Mandei-a assim que terminei. Eles seguiram o artesão de pernas resistentes por um caminho de seixos varrido e livre de neve. Ele finalmente parou ao lado de um obelisco simples de


cerca de sete pés de altura, a pedra um liso preto marcado com brilhantes minerais através da meia-noite. — É lindo, — Ivy sussurrou, um punho segurando seu coração. Ela sabia sem perguntar que Vasic tinha escolhido a pedra, muito cuidado para criar um memorial assombroso em sua beleza. — Sim, sim. — O pedreiro sorriu, alisando a mão resistente sobre a pedra com orgulho. — Cada nome, eu faço com a mão. Veja? Tudo perfeito. Eu verifiquei para ter certeza de não cometer erros. Indiferente às palavras do homem, Vasic falou cada nome em voz alta a partir de sua memória enquanto verificava o obelisco, a mão entrelaçada com a dela. A cada nome que falava, passava telepaticamente a verdade sobre morte dessa pessoa. Seus olhos ardendo por todos aqueles que foram perdidos, muitos tão jovem. E o seu coração, quebrou por seu Arrow que carregava o peso destas perdas em seus ombros em penitência silenciosa. Ele falou o último nome e ficou quieto. Ao lado deles, o pedreiro sorrateiramente enxugou uma lágrima. — Isso é bom, o que você faz, — disse ele no silêncio. — Os céus choram. Agradecendo ao pedreiro por seu trabalho, Vasic 'portou o memorial a um lugar de beleza estonteante num promontório alto que dava para uma praia de água marinha serena, ondas suaves da costa e gramíneas balançando ao vento. Em vez de usar sua Tk para afundar a base do obelisco no chão, Vasic escavou por duas horas com uma pá que tinha deixado lá mais cedo. Ivy ficou de joelhos e usou as mãos para limpar a sujeira. Depois que foi feito, eles ficaram em silêncio por um longo minuto. — Isto não é o suficiente, — Vasic disse por fim. — Este lugar é isolado. Acariciando suas costas, Ivy disse: — Não, Vasic, é lindo. — Uma canção de tristeza e de paz. —Ir a público com essa informação é arriscar outras vidas. — A Net ficou estável em um sentido, mas o impacto psicológico dos acontecimentos dos meses, no último século deixou rachaduras irregulares em milhões. Uma coisa mais só poderia derrubar um povo já ferido ao longo da borda da tolerância. — Chegará o dia em que as pessoas estarão prontas para enfrentar o passado, — disse ela, com a garganta áspera. — Nesse dia, faremos um anúncio público, leremos cada nome em voz alta, certificando-nos de que suas histórias sejam conhecidas. — Eu não quero enganá-los, Ivy. — Os olhos de Vasic tinham emoção tão crua, ela não podia imaginar como uma vez considerou-o frio. — Não quero construir um futuro em uma promessa quebrada. — Você não está. — Era difícil falar através o nó sufocando-a, porque ela sabia que ele carregava cada nome em seu coração e sua mente sempre. — Isso, o que você está fazendo, é o que pode fazer neste momento. Conforme o mundo


muda, você vai continuar. — Ela cobriu seu rosto. — Sei que você nunca vai parar, nunca se esquecerá. Viremos aqui sempre que você precisar e traremos a famílias para as quais a verdade importa. Manteremos a promessa, Vasic. Juntos. Ele não respondeu, simplesmente abaixou o rosto até o pescoço, os braços vindo ao seu redor. Ivy segurou-o com força, segurou seu Arrow que não podia chorar, mas que chorava de toda forma.

Demoraram quase dois dias para visitar pessoalmente aqueles que Vasic sabia que queriam a verdade, porque ele manteve o controle de cada uma das famílias afetadas. Ivy estava com ele, quando ele aceitou suas recriminações, sua raiva e tristeza, e então abraçou as pessoas que necessitavam disso. Outros foram muito irritados, precisariam de tempo para chegar a um acordo com a verdade. Esse era o seu direito. Como eram de Ivy para gastar estas últimas horas antes da operação, quis ter a certeza de que a vida de Vasic fosse normal. Um dia normal de vida normal... ou tão normal quanto poderia ser quando o homem que amava era um Arrow. Ele merecia um dia normal, um sem sangue e horror e escuridão. Merecia um milhão de tais dias e ela queria dar-lhes a ele. Sentada na varanda da cabana, ela abraçou os joelhos contra o peito e observou-o passar por uma silenciosa e perigosa rotina de artes marciais com Aden num canto do quintal que, telecineticamente, tirou a neve. Seu melhor amigo não tinha dito uma palavra desde sua chegada, seus escudos impenetráveis e seu rosto inexpressivo. Zie Zen também estaria aqui em breve, Vasic programou para buscá-lo em mais 45 minutos. Eles almoçariam com seus pais e ela teria certeza de sorrir, porque Vasic odiava quando ela chorava. E continuava a esperar o comunicador soar ou seu telefone a zumbir. Tantas pessoas estiveram trabalhando durante a última hora para encontrar uma outra solução menos perigosa. Ashaya e Amara Aleine ainda não tinham sido capazes de desvendar as complexidades da invenção de Samuel Rain, mas continuavam tentando. A equipe do projeto original nunca parou suas tentativas de elaborar uma resposta. Até mesmo o cirurgião estava completando simulação após simulação da operação num esforço para alterar as percentagens. Samuel Rain, no entanto, tornou-se um eremita.


— Sinto muito, — Clara disse à Ivy, quando ligou para a mulher solidária, esta manhã. — Tentei entrar, vê-lo, mas ele é intransigente. Tudo o que posso dizer é que os scanners médicos incorporados ao quarto relatam que está saudável. Ele continua a enviar pedidos de encomendas de equipamentos misteriosos e suprimentos, os quais Zie Zen cumpre imediatamente, mas não temos ideia do que ele está fazendo com eles. Ivy pegou o subtexto, Samuel Rain pode estar tentando refazer o que fez uma vez com tanta facilidade, e cada fracasso poderia estar levando-o mais e mais ao desespero. — Será que ele está... num colapso total? — Os dedos de Ivy apertaram no telefone. — Ele parece racional quando se comunica, mas mal se comunica. — A voz de Clara tinha suavizado. — Continuarei tentando, Ivy. Sei como isso é importante. Mas não podemos nos intrometer; isso degradaria qualquer confiança que ele ainda pode ter em nós. — Está tudo bem, Clara. Eu nunca quis prejudicar Samuel de qualquer forma. — Ela realmente acreditava que ele era forte e se tornaria mais forte. "Espero que ele passe por isso. Agora, quatro horas após essa chamada, ela sentou olhando o homem que amava mover-se com uma economia mortal de movimentos ao lado de seu melhor amigo. Aden tratou a última queimadura uma hora atrás, mas não tinha o equipamento para remover totalmente a marca, e por isso ficou uma vermelhidão feia no braço de Vasic. Com os dedos acariciando o casaco de Rabbit, ela disse, — Você sabe, também, não é? — Rabbit tinha ficado em torno de Vasic, encostando contra sua perna a qualquer momento que ele parava. Vasic não repreendeu seu animal de estimação, sempre encontrando tempo para parar e tocar Rabbit antes de continuar o trabalho novamente. Mas Rabbit não se acalmava, assim como Ivy não poderia ser acalmada. Seu companheiro estava morrendo e ela não podia fazer nada para deter isso.


Capítulo 59 QUANDO UM terceiro Arrow saiu do pomar para se juntar a Vasic e Aden, Ivy não ficou o mínimo surpresa. Eles começaram a fazer isso desde que ela e Vasic se estabeleceram na cabana, simplesmente apareceram. Ela alimentou mais de um na mesa de jantar, embora isso fosse o bastante fácil, já que a maioria só queria barras nutricionais. Não era pela comida que vinham, é claro. — Lar, — Vasic tinha dito a ela. — Eles vêm porque sabem que são bemvindos em nossa casa. Para homens e mulheres que nunca tiveram um verdadeiro lar, um lugar de aconchego e segurança é um tesouro sem preço. — Ele beijou o topo de sua cabeça. — E eles sabem que você é meu tesouro. Então eles vêm para verificar você quando estão por perto. Você se importa? Não, Ivy não se importava. Ela queria ter Arrows aparecendo pelas próximas décadas, queria Vasic para construir quartos extras na cabana para que seus convidados pudessem passar a noite, queria provocá-lo a experimentar comida real. — Quero que eles protejam, Rabbit, — ela disse, com raiva de todo o universo. — Não quero estar em um mundo onde ele não consegue sobreviver. Como isso é de alguma forma justo? Vasic congelou naquele momento e, por um instante, pensou que ele a ouviu e que atinha arruinado o dia. Então veio um medo mais profundo, mais violento. Ela se levantou e correu em direção a ele quando, se virnado, ele correu de volta para a cabana. Suor colou a camiseta preta em seu peito, o preto fino da calça de artes marciais delineando suas coxas quando o vento apertou o tecido contra ele. Ivy ainda tinha problemas em deixá-lo fora na neve vestido desse jeito, mesmo que ele lhe assegurasse que, como Tk, nunca esteve em perigo de congelamento. Hoje, não era o frio que era o risco. — O que é? — Seus olhos e suas mãos foram imediatamente para o casaco. — Isto está... Vasic tomou seu rosto entre as mãos tão gentil, ela sabia que ele podia sentir o controle feroz que ela tinha sobre seu medo e sua raiva. — Samuel Rain exigiu nossa presença. Seu coração chutou. — O que você está fazendo aqui? Vamos! — Dê-me dois minutos para tomar banho.


— Vasic... — Eu posso precisar estar limpo. — Ele a beijou forte enquanto a implicação dessa declaração a socava no plexo solar. Observando-o se dirigir para dentro para tomar banho, virou-se para Aden, terror amarrando suas entranhas. — Se eu perdê-lo, eu vou quebrar. Sua mente tocou a dela. Você não pode quebrar, Ivy. Você é o único lar que meus Arrows conhecem, não importa o quê, este deve sobreviver. Ela encontrou seus olhos, balançou a cabeça. Mas ele estava irredutível. Você é forte. É por isso que você é de Vasic. Você vai homenageá-lo... mas essa é uma conversa que talvez nunca precisemos de ter. Ivy respirou fundo, se endireitou. Sim, disse ela. Nós não vamos. Porque vai dar tudo certo. Indo até Rabbit, acariciou-o em garantia suave. — Mãe e pai estão a caminho para buscá-lo, — disse ela, tendo simplesmente enviado mensagem telepática para eles. — Seja bom e fique com Aden até então, ok? Levantou-se quando Vasic saiu da cabana de calça jeans e uma jaqueta de couro sintético combinando com uma camiseta azul claro que ela convenceu-o a vestir porque fazia seus olhos prateados ainda mais impressionantes. Caminhando até ele, ela enfiou a mão na dele. — Rabbit? — Ele perguntou, olhando para onde seu animal de estimação estava solenemente com Aden e o terceiro Arrow. Ivy engoliu as emoções sufocando-a, disse-lhe que tinha acordos feitos. "Ele não vai estar sozinho. Em seguida, foram falar com Samuel Rain. Clara se encontrou com eles no hall de entrada da ampla casa que era o núcleo do Haven, tendo Vasic sido solicitado a não teleportar diretamente a Samuel enquanto o pessoal estivesse inseguro de seu estado mental. — Dessa forma, — disse a gerente imediatamente. "Ele não permitiu ninguém entrar ainda. Sem mais palavras necessárias, os três subiram as escadas em direção ao quarto de Samuel. Havia uma enorme claraboia nesta seção. Banhava o corredor em luz, provavelmente os quartos também. Parando na extremidade mais distante, Clara bateu. — Nós demos Samuel suíte de esquina, pois fica mais iluminada e ele sempre exigiu luz natural em seus laboratórios. — Quem é? — Samuel Rain gritou desconfiado do outro lado da porta. — Ivy e Vasic para vê-lo.


A porta se abriu para revelar um homem com cabelo selvagem, emaranhado e enorme, a sua azul camisa xadrez abotoada, torta e o que parecia ser equivalente ao crescimento de barba de mais de um mês em seu rosto. — Venha. — Os olhos brilhando com alguma inteligência ou loucura por trás de seus óculos, deu um passo atrás para dar-lhes o seu primeiro vislumbre do que havia além. Ivy suspirou. Ele transformou a câmara central, iluminada por duas paredes de vidro e parte da claraboia em um laboratório. Não foi isso que a fez ofegar. Foi o fato do que estar no meio da bancada fosse uma luva idêntica à de Vasic, só que sem a carapaça. Ligada a um computador que simulava o cérebro, tronco cerebral e coluna vertebral Psy, a luva tinha sido aberta para exibir seus intrincados trabalhos internos. O osso, o tendão e músculo falsos em seu interior eram assustadoramente realistas. Samuel Rain, Ivy percebeu com um tremor de conscientização da verdadeira profundidade de sua genialidade, construiu uma cópia do trabalho de uma das peças mais complexas da tecnologia em todo o mundo a partir do zero no espaço de pouco mais de seis semanas. — É inútil, — disse ele agora, e coração dela parou, até que ele acrescentou: — Muitos itens a ser transplantados. Mas eu posso tirá-la com a ajuda de um cirurgião meio competente. O mundo parou, A mão sem sangue de Ivy ao redor da de Vasic. Há apenas uma escolha, Ivy. Vasic segurou seu rosto, tocando sua testa na dela de uma forma que se tornou parte de seu léxico emocional. Eu teria a eternidade com você. Estômago revirando, ela colocou os braços em volta e seu pescoço. Não me deixe. Por favor. Eu não vou. Eu sempre estarei aqui. O frio do inverno mantendo-a escravizada. Mesmo que meu corpo vá, minha alma permanecerá. É uma desordem, mas é sua. Será sempre sua. Eu te amo, Vasic. Eu te amo. Foi tão difícil para ela para soltá-lo, para vê-lo virar-se para Samuel Rain. — Minha unidade está quase completamente desestabilizada. Você pode operar agora? — Sim, — o engenheiro disse sem hesitar. — Preciso de uma câmara de cirurgia estéril com estes monitores. — Ele rabiscou uma lista em um pedaço de papel. — Também preciso de uma enfermeira e um cirurgião. Certifique-se de que seja alguém que possa seguir instruções e não tenha um complexo de Deus. Passando as mãos pelo cabelo, continuou. — Posso remover a maior parte da luva por mim mesmo. Posso não ser capaz de fazer a neurocirurgia, mas


entendo a biofusão de uma maneira que ninguém mais faz. Precisarei tomar decisões em frações de segundo e o cirurgião deve obedecer. Demorou um assustadoramente curto espaço de tempo para acomodar suas exigências. Edgard Bashir foi trazido como o cirurgião, ao invés da cirurgiã originalmente programada para operar em Vasic. — Ela não vai seguir as instruções, — Vasic disse quando tomou a decisão. — Isso faz dela um ativo como um operador de solo, mas para uma equipe, Edgard é o melhor jogador. Ivy não tinha tanta certeza que se queria que o homem que originalmente enxertou o dispositivo em Vasic trabalhando nele, mas abraçando-a apertado, Vasic assegurou-lhe que Edgard era um excelente neurocirurgião. — Ele só não é criativo, e não precisa ser com Samuel na sala. Tudo o que ele tem a fazer é manter as mãos firmes. A operação seria realizada em uma instalação médica Arrow segura por Samuel Rain e Dr. Bashir, além de duas instrumentadoras cirúrgicas, que foram teletransportadas para que não pudessem ter nenhum conhecimento de sua localização. Vasic teleportou Ivy ele mesmo, com Abbot à disposição para trazer mais alguém que fosse necessário, enquanto ele estivesse desacordado. Zie Zen escolheu esperar com os pais de Ivy em sua cabana. — Falarei com você quando a luva estiver removidam, — disse a Vasic através o comunicador, mas, apesar de seu rosto estar sereno, os ossos estavam brancos em sua mão sua bengala. Então chegou a hora. — Estarei de volta em breve, Ivy. Ivy guardou a promessa de Vasic em seu coração enquanto se sentava fora da sala de cirurgia. Aden sentou-se com ela, seu uniforme de combate lembrando-a agudamente de mil momentos com seu Arrow. Quando fechou sua mão sobre a de Aden, ele não protestou, curvando seus próprios dedos em torno dos dela. Duas horas se passaram antes que ele se levantasse e fizesse levantarse também, para esticar as pernas. Quando ele tentou dar-lhe uma bebida energética, ela descartou. Ele não se moveu. — Vasic confiou em mim para cuidar de você. Eu não vou decepcioná-lo. — Teimoso, arrogante, tanto de você, — ela murmurou, enquanto seu coração machucava a cada batida. Aden estendeu a bebida novamente. Pegando a garrafa, forçou-se a terminá-la antes de voltar para sua vigília. Desta vez, Aden se pôs contra a parede em frente à ela, ele era tão distante quanto Vasic foi uma vez, ela não se sentia sozinho. Eles eram família, ligados por seu amor ao fiel, corajoso e maravilhoso homem atrás das portas da sala de cirurgia.


Três horas. Quatro. Cinco. —Acha que poderíamos pedir uma atualização? — Sua garganta estava arranhada por falta de uso, quando olhou para Aden. — Não, não devemos interromper, — disse, antes que ele pudesse responder. Aden sentou ao lado dela novamente. — Gostaria de ouvir a história da primeira vez que encontrei Vasic? Ele estava tentando confortá-la, ela percebeu, para tirar sua mente do caminho penosamente circular em que tinha estado por horas. — Sim. Inclinando-se para a frente com os antebraços apoiados nas coxas, Aden olhou para a parede na frente deles, mas seu olhar não estava em branco. Era como se estivesse assistindo a um fluxo de memórias. — Eu tinha sete anos de idade e era uma criança muito bem comportada. Havia algo em sua declaração que fez Ivy franzir a testa. — Vasic, apenas um ano mais velho que eu, era considerado um problema. Os responsáveis pelo esquadrão na época não tinhan a intenção de liberá-lo, ele era muito valioso. Então tiveram que encontrar uma maneira de quebrá-lo. A unhas de Ivy cortando em suas palmas. — Ele nunca quebrou. — Não, — disse Aden. — Acho que ele acreditou por muito tempo que tinha quebrado, mas eles nunca conseguiram destruir o núcleo de quem ele é. É por isso que ele carrega essa culpa por ações contra as quais não poderia ter lutado, consequências que nunca poderia mudar. — Ele é feito para proteger, defender, e fizeram dele um assassino. — Sim, — Aden continuou a olhar para o passado. — Mesmo enquanto tentavam quebrá-lo, tiveram que lhe ensinar. Força bruta nunca é suficiente para fazer de um homem um Arrow. Todos nós treinávamos com parceiros de treino quando jovens, físicos e mentais. No entanto, na maioria dos casos, eles eram mudados. A razão que nos era dada na época é que era para garantir que todos pudéssemos trabalhar juntos, mas acredito que também era para que vínculos não pudessem se formar entre parceiros de longo prazo. Incentivada por sua aceitação anterior a seu toque e querendo confortá-lo assim como ele estava tentando fazer com ela, colocou a mão cuidadosa em seu ombro. Ele não a tirou, mas também não reagiu. — Vasic, no entanto, — ele continuou, — Era um problema tão grande que continuava a desestabilizar seus parceiros psíquicos. Eles o trabalhavam com outra criança, e mesmo que a


criança estivesse em um estado relativamente calmo anteriormente, ele ou ela estaria desestabilizado depois. — Por que não adultos? — Este era para ser o cenário de último caso. É mais difícil para uma criança treinar com um adulto, porque um adulto sempre tem que se conter no caso de causar o dano, e assim o equilíbrio não é natural e isso impacta na velocidade, precisão, em tudo. — Seus cílios desceram, esvoaçaram de volta acima. Eles eram negros como os de Vasic, mas inesperadamente longos e com uma curva nas extremidades. Ele era bonito, ela percebeu de uma forma assustada. Com maçãs do rosto afiadas e olhos escuros contrastando a cor azeitona da pele, ele sem dúvida chamava a atenção do sexo feminino. Só que Ivy estava sempre muito focada em Vasic para notar. — Finalmente, — disse ele, enquanto sua necessidade por Vasic queimava de novo, — decidiram me tentar. Eu era a última opção, pois era considerado a criança mais fraca em treinamento no momento. Ivy sabia que além de qualquer dúvida que não havia nada fraco sobre Aden. — Ainda assim, os treinadores acharam que poderiam muito bem colocarme contra ele nesse caso. Fui levado para a nossa primeira sessão em uma sala bege sem graça, equipada com uma mesa de metal pesada e duas cadeiras de metal. Vasic deveria estar sentado em uma cadeira já, mas estava parado em um canto, olhando para a porta. — Quando eu entrei, ele continuou a me olhar com esse olhar fixo, que não deveria ter sido capaz de manter enquanto criança. — Aden inclinou a cabeça para encontrar o olhar de Ivy. — Ele estava tentando me desconcertar, me fazer correr. Mais tarde, ele me disse que tinha funcionado com várias outras crianças. Ele quebrou seus nervos apenas com o olhar. Emoções de Ivy amarradas em suas veias, afeto pelos meninos que tinham sido, fúria pelo que ambos sofreram, orgulho pelos homens que se tornaram. — O que você fez? — Tomei o meu lugar como a criança bem comportada que eu era, e esperei o treinador deixar o quarto. Eu sabia, é claro, que a equipe de avaliação monitoraria nossa interação através do equipamento de vigilância, bem como através da PsyNet. Então eu o olhei me olhar. Ivy encontrou-se encantada com a ideia de dois meninos pequenos que tentavam vencer uma batalha de vontades. — Quem piscou? — Isso é uma questão de discussão. Eu digo que foi ele. Ele diz que fui eu.


Rindo baixinho, Ivy se inclinou um pouco mais perto. — E? — Quando ele percebeu que eu não sairia, passou para a fase dois. Tomando o assento de frente para mim, começou arremessando ataques psíquicos em mim em um padrão irregular, em vez do padrão de formação obrigatória. — O semblante de Aden estava limpo, sem sorriso, e mesmo assim Ivy sentiu que era uma boa memória. — Aparentemente, ele havia expulsado algumas outras pessoas com essa tática. Nessa idade, somos ensinados em padrões rotineiros, — explicou. — A intenção é tornar coisas instintivas, e ele torna, mas também deixa a maioria das Arrows criança sem a capacidade de lidar com situações inesperadas. — Você lidou com isso, — Ivy adivinhou. — Eu acho que é melhor dizer que eu fiquei na minha, — disse ele. — Sessão terminada, levantei-me e fui embora. Passamos por praticamente a mesma rotina dez vezes, nunca falamos uma palavra. Então uma noite tarde, eu estava em um quarto estudando quando o painel de teto deslizou para o lado e ele olhou para baixo e me perguntou se queria ir sair. Ivy começou a sorrir. — O que você fez? — O toque de recolher já tinha passado, todas as violações de seriam rigorosamente punidas. — Uma pausa. — Então, eu disse que sim, subi em uma cadeira, e ele me puxou para cima. — Uma olhada para os olhos dela rindo. — Eu era muito baixo, enquanto Vasic já tinha começado a ganhar a sua altura. Saímos sorrateiramente e só andamos por perto. Era a liberdade, compreendeu Ivy, isso foi importante, pelo fato deles terem feito uma escolha. — Vasic me disse que uma vez pintou uma sala de treinamento em listras da zebra. — Isso foi mais tarde, depois de termos sido parceiros por quatro anos. Executamos a operação em um segundo, estávamos de volta aos nossos quartos antes que alguém descobrisse o incidente. — Estou feliz que tiveram um ao outro, — disse ela, jogando seu ombro para inclinar para a frente em um eco de sua própria posição. — Obrigado por cuidar dele. O olhar de resposta de Aden era tranquilo. — Você não entende, Ivy. Eu não cuidei Vasic. Ele cuidou de mim, ele entendeu que eu era um menino assustado cujos pais eram Arrows que passavam noventa e nove por cento do tempo em missões que poderiam acabar com suas vidas, e que sabia que o seu lugar no esquadrão era instável na melhor das hipóteses. — Vasic tinha a desvantagem de um coração que sentia muito, mas sempre foi o mais emocionalmente forte de nós dois... até nos últimos dois anos, quando penso que o peso da culpa começou a esmagá-lo.


Ivy entendeu que ambos os homens diriam a mesma coisa com o sentido oposto. Para Vasic, Aden o ajudou a manter a sanidade. Para Aden, Vasic o ajudou a ficar de pé quando ele teria caído. Um garoto perdido ajudando o outro. Estendendo a mão, fecho-a sobre a dele novamente, sabendo que estava quebrando limites, mas esses Arrows necessitavam ter certos limites quebrados. Quem melhor para fazer isso do que um empata? O esquadrão se tornou tão ferozmente protetor com os Es, que um E tinha mais liberdade com um Arrow que praticamente qualquer outra pessoa na Net. — Não importa, — disse ela. — Por nenhuma razão. Vocês estavam lá um para o outro, e por causa disso, tenho um homem que vive no meu coração e ele tem um amigo que sabe que pode confiar, não importa o que aconteça. Os dedos de Aden entrelaçaram com os dela. — Ele também tem uma mulher disposta a andar na sua escuridão e não julgá-lo. Você não sabe o quanto isso significa. Com a alma dolorida, ela encostou a cabeça no ombro dele e foi assim que ficaram por um longo tempo. Então ele a fez comer de novo, beber de novo. Ela não discutiu nesse momento, percebendo que Aden sublimava seu próprio medo cuidando dela, se ele perdesse Vasic, perderia a única pessoa que era a sua família. Então fez o que ele disse a ela, até andou para cima e para baixo no corredor depois que ele disse que suas costas ficariam rígidas. Quatorze horas depois que as portas que fecharam para a cirurgia, abriram novamente.


Capítulo 60 IVY E ADEN levantaram como um, olhando para Samuel Rain. Seu anteriormente intocado jaleco estava ensanguentado, com os olhos drenados e cansados, mas havia um sorriso exultante em seu rosto, barbeado antes da operação, que deu a Ivy sua resposta antes mesmo que fosse direto até ela e dissesse: — Vá. Ele se colocou inconsciente. Pediu para que você desse o sinal quando ele devesse acordar. — Obrigado. — Ivy abraçou com tanta força que quase o tirou de seus pés. — Obrigado. — Lágrimas escorrendo pelo rosto. — Espere, — Samuel disse quando ela se afastou para correr até Vasic. — Tivemos que tirar o seu braço. — O homem brilhante coçou a cabeça, uma confusão cautelosa em seus olhos. — Ele me disse que estava tudo bem antes da cirurgia começar. Eu deveria ter perguntado a você? — Tudo o que me importa é que ele está vivo, — disse Ivy, tremendo com a força de seu alívio. — Aden, venha comigo. — Ela estendeu a mão, tocando-o novamente, e o levou para a sala de cirurgia. Edgard Bashir arrastou-se para fora quando eles bateram na porta, murmurando: — Ele é um gênio. E também é louco. Ivy agradeceu a ele e às enfermeiras exaustas, porém felizes, que deixou em seu rastro, mas sua atenção estava voltada para o homem que estava deitado na cama cirúrgica. As telas na extremidade da cama mostravam seus sinais vitais fortes, estáveis e vivo. Ela soltou a mão de Aden, foi para o lado da cama. Apertando os lábios na testa de Vasic, seus dedos trêmulos em seu peito, beijou-o no plano psíquico ao mesmo tempo. — Estamos aqui, — ela sussurrou, com sua voz e telepaticamente. — Eu te amo. Trinta segundos depois, seus cílios tremularam e suas as pálpebras levantaram. Olhos de geada prata, únicos e belos, encontraram os dela. — Não diga não. Vasic tentou dar a Ivy mais um aviso do que estava por acontecer, mas já era tarde demais. Sua mente chocou-se contra a dela como um trem bala fora de controle. A mão dela se contraiu em seu peito, os olhos faiscavam com uma cascata de cores, em seguida, ele a viu, tudo dela. Sua Ivy. Forte e teimosa, leal e com falhas que faziam dela única... e seu coração, que era dele. Sempre dele. Ninguém jamais o amou como Ivy amava.


O suficiente para reivindicá-lo desta forma mais elementar. — Estamos vinculados, — disse ele quando pôde falar, os fragmentos de suas mentes retornando ao lugar. Mas eles já não eram mais os mesmos, o negro de sua mente bordeado com cor translúcida, a tonalidade empática dela com listras pretas de proteção. — Eu sei. — Chorando e rindo ao mesmo tempo, ela o beijou. — Eu já estava pronta há muito tempo. — Fez uma cara feia para ele. —Sabia que você não queria aceitá-lo até que estivesse certo de que não iria me deixar. Homem idiota. O carinho dessas palavras o fez sorrir no fundo, o amor dela a sua luz solar. Por cima de sua cabeça, viu Aden de pé, alto e forte. Obrigado. Por cuidar de Ivy, por ser seu amigo, por apoiá-lo quando teria tropeçado. Posso ver? Perguntou Aden. Vasic abriu os escudos que instintivamente fechou em torno de si e Ivy quando suas mentes colidiram e Aden entrou. A ligação entre Vasic e Ivy era diferente da que ligava Kaleb Krychek e Sahara Kyriakus. Não era uma única corda de titânio, mas incontáveis fios do mais fino preto translúcidos com cor. Cada um aparentava que se quebraria com um sussurro, mas quando Aden olhou para Vasic pedindo permissão e tocou um dedo psíquico de um lado, o fio se curvou à pressão e em seguida voltou à sua forma. Fechando rapidamente seus escudos de volta assim que Aden saiu, pois não estava pronto para compartilhar isso com ninguém, Vasic olhou para o amigo. Eu acho que, Aden disse, esta pode ser a sua tarefa mais difícil. Vasic passou o braço em torno de Ivy quando ela subiu na cama com ele, com a mão sobre o coração e a cabeça em seu ombro. Eu vou aprender. Aprenderia qualquer coisa por ela. Aden assentiu e silenciosamente deixou o quarto, dizendo uma última coisa antes de lhes dar privacidade. Eu realmente entendo a esperança agora, Vasic. Então, Vasic pensou, seu batimento cardíaco sincronizado com o de sua empata, ele também.

Quatro semanas mais tarde e três semanas depois que ele deixou o hospital, Vasic foi informado que enquanto a ciência médica tinha avançado ao ponto onde os membros poderiam se regenerar a partir de células do indivíduo


que os necessitasse, de modo a eliminar o risco de rejeição, seu corpo tinha sofrido uma agressão muito severa com a luva. Ele estava de toda forma saudável, deveria ter o mesmo tempo de vida de qualquer outro Psy, mas nenhum transplante biológico funcionaria. — Eu poderia tentar, mas isso implicaria uma nova cirurgia em meu cérebro, — Vasic disse a Ivy enquanto estavam sentados na varanda da cabana que ele começou a estender no dia que Ivy parou o alarido sobre ele se sequer movesse um músculo. Ele tinha que admitir que gostou dos cuidados em excesso; que pode até ter jogado pato manco por um dia ou dois a mais do que o estritamente necessário. A resposta de Ivy saiu perto de um grunhido que fez Rabbit espetar suas orelhas onde estava sentado logo atrás deles na cabana. — Você tenta e eu baterei em você. — Você está se tornando muito violenta, Ivy. — Vasic esfregou a mão sobre a aspereza de sua cabeça. Edgard teve que raspar o cabelo para chegar às gavinhas fundidas em seu cérebro. Esses tentáculos ainda estavam lá, permaneceriam até o dia que ele morresse, mas a cirurgia os tinha tornado permanentemente inerte. Agarrando sua mão, Ivy apertou os lábios na parte de trás dela. — Está crescendo novamente, — disse ela, linhas do sorriso levantando de sua boca. — Nunca soube que você era tão vaidoso. Ele estava acostumado a ser provocado por sua Ivy agora. — Acho que você quer ser teletransportada para o meio de um pântano. Um franzir forte de sobrancelhas. — Experimente e veja quem estará arrependido. Puxando a mão de seu agarre, passou o braço ao redor dela para apertá-la perto. — Posso ter perdido um braço, — disse ele, — Mas é o restolho em minha cabeça que me faz lembrar de como cheguei perto da morte. Talvez porque quando eu o sinto ou vejo, não posso deixar de imaginar Samuel Rain escavando em torno dela com uma alegria maníaca. Ivy bufou com o riso antes de esbofeteá-lo no peito. — Ele salvou a sua vida, seu patife ingrato! Ele adorava assistir Ivy dar risada, poderia fazê-lo para sempre. — Rain vai ter certeza de que eu não esqueça o seu talento. — Na verdade, Vasic nunca seria capaz de recompensar Rain, Edgard, ou as duas enfermeiras. Se os quatro soubessem ou não, agora tinham o apoio de um esquadrão inteiro de Arrows. — Mas, mesmo Rain concorda que um reimplante biológico está fora da mesa. — Hmm. — Ivy virou o lábio inferior. — Mecânico?


— Problemático. Minha fiação foi redirecionada de forma estranha. — Toda a equipe cirúrgica esteve surpreendida com algumas das coisas que descobriram. — Eu poderia obter um braço estético, mas não seria funcional. Colocando mão sobre sua coxa, Ivy fez uma careta. — Isso iria apenas irritá-lo. Sim, pensou, iria. Ele sugeriu para facilitar as coisas para ela... mas Ivy não parecia se importar que lhe estivesse faltando uma parte, sua única preocupação era como ele se sentia sobre isso. Ela ainda o tocava, beijava, amava da mesma forma. Sempre iria, ele compreendeu maravilhado, mesmo que ele perdesse todos os membros que possuía. — Minha telecinese equilibra a perda, por isso não vou perder nenhuma funcionalidade. — Mas ele perderia abraçar Ivy com ambos os braços, tê-la dormindo em um, enquanto passava o outro ao seu redor. Pensativa, Ivy inclinou a cabeça, estudou seu rosto. — Você está triste. Ele disse a ela o que estava pensando, viu seus olhos se molhar. — Você me abraça cada segundo de cada dia." Ela abriu os dedos sobre o coração. —Eu deveria estar tão brava com você por nos fazer esperar tanto tempo por nosso vínculo. Passando a mão pelo seu braço, ele mudou de posição para apoiar as costas contra o batente da porta, perna esticada no chão onde ele limpou a neve, a outra flexionada no joelho, pé plantado sobre a madeira do piso da cabana. — Venha aqui. Seus olhos se estreitaram. — Eu estou tentando ter uma discussão com você. — Ivy, — disse ele, baixando a voz dessa forma que sabia que a fazia derreter. — Venha aqui. Prendendo o fôlego, ela fingiu morder sua mandíbula antes de recostar contra seu peito, com as suas pernas de cada lado dela. Ele passou o braço em volta dela novamente e sentiu seu coração sorrir porque abraçá-la desta forma era muito bom. Sentaram-se a ouvir a brisa e ao chilrear de um grilo feliz que não pareceu perceber que era o fim de um inverno em North Dakota. Foi algum tempo depois que Ivy sentou-se sobre os joelhos e com os braços ao redor de seu pescoço, se apoiou contra ele. Seus beijos eram lentos, profundos, brincalhões. Acariciando a aspereza de sua mandíbula, ela disse: — Eu posso barbear você? — Está muito áspera? — Ele murmurou. — Eu posso... — Não, eu quero fazer isso.


Vasic peogu o rubor em suas maçãs do rosto, a antecipação pecaminosa em seus olhos. — Você tem lido mais manuais, — acusou. — Na verdade, era um romance histórico. — Outro beijo enquanto empurrava seu joelho levantado para baixo para que pudesse escarranchar nele. — Havia uma cena que... "Ela estremeceu, os braços comprimindo os seios de cada lado, enquanto ela se abraçava. — Então, posso? Vasic era muitas coisas. A única coisa que ele não era era estúpido. Ele disse que sim e não vacilou quando ela exibiu um antigo kit de barbear, com uma navalha e uma escova para ensaboar sua mandíbula. Em seguida, ela desabotoou a camisa. Uma hora depois, Vasic terminou de barbear o resto seu próprio rosto, enquanto uma Ivy nua sentava no balcão tentava recuperar o fôlego. — Eu preciso ler esses romances, — disse ele, inclinando-se para beijá-la na coxa uma vez que completou a tarefa. Ela o empurrou com o pé, mas não tinha nenhum vigor. — Estou protegendo-os com senha. — Peitos subindo e descendo em um visual que ele apreciava, ela abriu as pernas e chamou-o de volta contra ela. — Você não precisa de mais ideias. Vasic puxou ainda mais perto, com um braço em torno de suas costas, o outro, mas ele só tinha um braço agora. Então, ele adaptou e usou sua Tk. Isso lhe deu uma ideia. Utilizando sua capacidade de afetar coisas pequenas e delicadas, ele acariciou os dedos telecinéticos através de seus lábios. Ivy estremeceu, suas unhas cavando em seus ombros. — Oh Meu Deus. Tomando o gemido como um incentivo, fez isso de novo, mergulhando a cabeça para chupar os mamilos ao mesmo tempo. Decidindo que o outro não deveria esperar, dividiu sua atenção e usou dedos telecinéticos para beliscá-lo. Eu já lhe disse o quanto eu gosto do meu hobby? A coluna de Ivy arqueou. — Nada de, — ela suspirou, — Romances para você. — Aposto que posso fazê-la mudar de ideia.

Oito horas depois de perder a aposta para Vasic em um delicioso paroxismo9 do prazer, Ivy sentou em uma cadeira ao lado Zie Zen em sua casa no

9

s.m. Extrema intensidade de uma doença, de uma paixão, de um sentimento. (Sin.: auge, apogeu, culminância.)


Lago Tahoe. Seus olhos estavam em Vasic onde estava conversando com um soldado DarkRiver perto do limite da propriedade de Zie Zen, a superfície da água do lago um espelho prateado sob o luar. Vasic estava vestido com seu uniforme Arrow, o changeling em jeans e uma camiseta desbotada. A conversa parecia relaxada. — Ele vai ficar bem, Avô, — disse ela, capaz de perceber a preocupação de Zie Zen que provavelmente nunca colocaria em palavras, tendo vivido no Silêncio por muito tempo. O homem mais velho, com a mão sobre a cabeça de sua bengala, virou-se para olhar para ela. — Eu tinha esquecido o que era viver com um empata. — Eu não quero me intrometer, — disse ela, incerta de sobre como ser com Zie zen. Ele era tão distante às vezes, e ainda assim amava Vasic com quietude, intensamente dolorosa. — Eu pareço não ser capazes de filtrar um determinado nível de minha capacidade. — E por que deveria? Seria o equivalente para mim a ter um dos meus olhos fechados permanentemente. — O olhar dele voltou para Vasic. — Ele está destinado à grandes coisas, meu filho. As palavras usadas, ela sabia, foram deliberadas, um sinal do que Vasic significava para Zie zen. — Ele é um grande homem. — No entanto, vincula-se à uma empata, procurando apenas fazer o caminho dela mais fácil. A mão de Ivy apertou o braço da cadeira. — Ele ganhou a sua paz. — Não permitiria que ninguém tirasse isso dele. — Ganhou o direito à uma casa e uma vida sem a mácula do sangue. — Alguns homens não são feitos para a paz, para a calma. Alguns homens são criados para a guerra. — Os olhos de Zie Zen perfuraram os dela. — Ele é muito mais forte do que pensa, capaz de lutar com fúria implacável por aquilo em que acredita. — Eu sei. — Mesmo quando Vasic pensava-se irremediavelmente quebrado, lutou por sua equipe. "Mas ele andou nessa estrada a maior parte de sua vida. Não acha que ele já fez o suficiente? — Ela pleiteou, ciente do quanto Vasic respeitava seu bisavô. — Ou acredita que ele deva ser descascado até o osso? Zie Zen recostou-se na cadeira, flexionando a mão sobre a cabeça da bengala. — Se eu disser que acredito que ele precisa lutar? Se pedir-lhe para derramar mais sangue, andar mais uma vez na escuridão? O coração de Ivy bateu, seu próprio sangue quente. — Não permitirei que ninguém o machuque, nem mesmo você. — Jamais quis tirar essa relação de


Vasic, mas também não permitiria Zie Zen usar esse relacionamento para destruir Vasic. Os olhos do ancião encontraram os dela novamente, uma estranha luz neles. — Então, ele encontrou uma mulher que vai lutar por ele. Bom. — Com isso, voltou seu olhar para o lago e para os dois homens que estavam lá. — Sabe o que eu gostaria de ver antes de morrer, Ivy Jane? Ivy balançou a cabeça, ainda chocada com a percepção de que tudo tinha sido um teste. — O que, Vovô? — Gostaria de ver o meu filho sorrir. Ivy observou Vasic abaixar até Rabbit quando seu animal de estimação se aproximou correndo após investigar uma rocha interessante, e ela sentiu seus lábios curvarem. — Isso, — ela disse, é um desejo que se tornará realidade. — Talvez não hoje, nem mesmo amanhã, mas Vasic tinha alegria no seu coração agora. Isso um dia irá se exteriorizar, disso ela estava certa. Levantando-se de sua cadeira, sem aviso prévio, Zie Zen caminhou lentamente para a casa. Ivy não seguiu; ele não tinha feito nenhum convite, e como Vasic, ele não era um homem com quem você assumiu qualquer tipo de aceitação. Quando ele não voltou nos próximos cinco minutos, ela caminhou até a beira do lago quando Vasic e o changeling se despediram.

Gostaria de falar com você, meu filho. Deixando Ivy e Rabbit procurando as pedras no litoral, aquela que melhor deslizaria sobre a água, Vasic se dirigiu até a varanda. Zie Zen saiu da casa, no mesmo instante, com algo em sua mão direita. — Avô. — Vasic lutou contra o desejo de estabilizar sutilmente o homem mais velho, consciente de que Zie Zen notaria a interferência e se ofenderia com isso. Mas Vasic não poderia ficar calado. Você está se apoiando mais pesadamente em sua bengala. — E ele estava andando mais devagar, sua postura reta começando a dobrar. — Eu estou velho, — foi a resposta sucinta. — E estou quase pronto para partir. — Sentando-se em sua cadeira, esperou por Vasic sentar o lado dele. — Antes do Silêncio, — disse ele, depois que recuperou o fôlego, — Alguns de nós escolheram casar. Embora pudéssemos estar psiquicamente ligados, ver o meu anel no dedo da minha esposa, significava algo. Usar o dela no meu, significava ainda mais.


Pegando a caixinha de veludo que seu bisavô estendeu, Vasic abriu para revelar duas alianças de casamento de ouro, cada uma belamente gravada com intrincados detalhes. A enormidade do que sentia era uma tempestade dentro dele, as palavras que ele não poderia dizer. — Faça o capricho de um homem velho e use-as. — Seu bisavô fechou a mão sobre a de Vasic, a pele de Zie Zen quente e fina como papel, seu aperto forte. — Viva o seu amor na terceira idade como eu e minha Sunny não pudemos viver. Vasic? Ivy começou a voltar para a casa. O que está errado? Avô nos deu um presente inestimável. Levantou-se para abraçá-la quando ela se aproximou varanda, apertou os lábios em sua têmpora e mostrou-lhe o presente. Talvez isso não fosse como era feito, mas esta era Ivy, com quem ele não poderia fazer nada errado, não cometia erros, e então simplesmente perguntou: — Você vai usar meu anel, Ivy? — Vai me permitir usar o seu? Um aceno brusco contra ele, com os olhos transbordando.

Duas semanas depois, o Coletivo Empata, recentemente formado, aprovou por unanimidade Ivy como presidente. Cinco outros empatas de todo o mundo, incluindo Sascha Duncan, foram escolhidos como o seu conselho consultivo. Sahara Kyriakus foi convidada a continuar em seu papel como uma especialista, e um convite foi estendido à Alice Eldridge para participar como consultora, como e quando quisesse. Ambas as mulheres aceitaram. O percentual inicialmente sugerido para ser pago pelos membros ao Fundo Coletivo foi dobrado após intensa discussão, com o Es decidindo que precisavam de uma entidade poderosa para fazer lobby em seu nome. O dinheiro não era para ser usado só para compensar aqueles que trabalharam para a organização, mas para criar refúgios para empatas e financiar os centros de treinamento que foram surgindo em todo o mundo. Também foi decidido que a Coalizão Dirigente seria convidada a entrar com um percentual da receita fiscal global, uma vez que eram os Es que estavam mantendo a Net ligada. É claro que os empatas não tirariam vantagem desse pequeno ponto. — Você é muito inerentemente amável, — Vasic disse a ela quando sugeriu pela primeira vez a ideia. "Além de possíveis anomalias, como ocorre com


qualquer população, você tende a pensar nos outros primeiro e em você em segundo. Foi assim que eles tinham todo Esquadrão Arrow a seu lado. O grupo letal discretamente deixou claro que qualquer um que quisesse assumir o Es teria que passar por eles. Enquanto parcerias privadas não eram mais possíveis, dado o número de Es ativos, cada e todo empata tinha os detalhes de contato direto de pelo menos três Arrows. — É uma estranha e bela aliança, — disse Ivy para seu homem enquanto estavam sentados em uma duna no deserto sob os raios dourados do sol poente, o corpo quente de Rabbit ao seu lado enquanto cochilava após um dia agitado. — Eu e você? — Não, empatas e Arrows. — Eu e você? Somos simplesmente lindos. Sem curva em seus lábios, apenas havia luz em seu gelo de inverno, uma profunda felicidade no vínculo que os unia. — Ivy? — Hmm? — Alguma vez já pensou em ter filhos? Derrubando-o de costas na areia, os 'woofs' animaods de Rabbit, ela o beijou por todo o rosto, sentindo o seu prazer assustado. "Sim, com você. — Este não era um assunto que já tivesse pensado antes dele. Agora... agora ela queria os bebês de seu Arrow. — E você? Ele estendeu a mão para a parte inferior das costas, olhos fechados com a dela. — Eu acho que... gostaria disso também. — Foi uma declaração perguntando, como se ele tivesse surpreendido. — Mas nós vamos ter que esperar até que as coisas estejam mais estáveis. — Nosso mundo ainda não está pronto, — Ivy concordou. — Quero que nossos filhos cresçam felizes e selvagens e... — Metade ferozes? Seu coração se apertou com a pungência estranha daquelas palavras. — Sim, — ela sussurrou, quase capaz de ouvir o riso estridente e alegria travessa das crianças que um dia teria. — Isso soa perfeito para mim. Era uma promessa de alegria, uma que selaram com um beijo. — Você acha que a nossa raça conseguirá? — Ela perguntou mais tarde, depois que o sol se pôs, o deserto coberto de cinza pálido. — Estamos rasgando nosso caminho de volta, nunca seremos o que éramos antes, mas este não é o objetivo.


Não, Ivy pensou, era para ser melhor. Naquela noite, ela sonhou com uma mulher de infinita escuridão. Sua raiva e solidão eram um peso esmagador sobre o peito de Ivy, mas Ivy não tinha medo. Não, ela estava apenas triste. Segurando sua mão, sentiu a escuridão passada roçar seus sentidos com uma malevolência que roubou o fôlego... mas isso não fez mal a ela. E quando ela caiu em um sono mais profundo contra o calor musculoso de seu Arrow, ela viu a escuridão, agora sem forma, se entrelaçar com um rio de luz de estrelas, dilacerada com cores translúcidas.


Esperança Você está cordialmente convidado para o casamento de Vasic Zen com Ivy Jane. Convite enviado a todos os membros do Esquadrão Arrow

Casaram-se quando as macieiras abriram suas primeiras flores, a grama um tapete verde esmeralda sob seus pés. Vasic usava seu uniforme Arrow modificado com jaqueta formal no lugar da blindagem leve. Na lapela havia um broche: uma seta preta entrelaçada com os galhos de uma macieira. O item artesanal foi um presente de Aden. Agora, o outro homem estava ao lado de Vasic enquanto pais de Ivy caminhavam com ela por um corredor repleto de flores de cerejeira que outro teletransportador havia trazido naquela manhã. O vestido de Ivy era uma leve criação de gaze creme e rendas; tinha uma fita no cabelo e um buquê de minúsculas rosas pêssego em sua mão. Amigos e familiares estavam por todos os lados. Cada membro do esquadrão que não estava de plantão estava presente. Ivy tinha convidado os outros para um café da manhã especial amanhã, onde ela planejava fazê-los experimentar, pelo menos uma mordida do bolo de casamento. Vestido com um elegante terno carvão vegetal combinado com uma camisa branca, Samuel Rain, furioso porque ele até agora não conseguiu construir para Vasic um braço robótico que integrasse em seus sistemas denificados, misturouse estranhamente bem com os Arrows. Os homens e mulheres letais ficaram ao lado dos amigos de Ivy do assentamento e do mundo. Kaleb e Sahara estavam ao lado de Judd Lauren e sua companheira changeling; Sascha, Lucas, e Alice nas proximidades. Um homem com olhos verde claros e cabelos loiro escuro, apresentado como Walker Lauren, também estava presente, sua companheira, uma curadora, ao seu lado. Aden passou uma


hora com Walker depois de pedir para o irmão de Judd chegar cedo, a sua discussão era intensa, mesmo à distância. Dr. Bashir, o cirurgião que tinha operado Vasic, estava orgulhoso ao lado das duas enfermeiras, enquanto Anthony Kyriakus tinha sido convidado como convidado de Zie Zen – Zie Zen, cujo sobrenome Vasic oficialmente tomou como o seu, em um silencioso e poderoso ato de honra e de família. Eben e Jaya sorriram para Ivy perto da entrada, e um Rabbit lavado e arrumado, com uma jovial gravata borboleta, vibrava de emoção por Vasic. O ar estava cheio de esperança, de amor e promessa. Eu teria me casado com você na varanda de Zie Zen, Ivy disse ao homem que era dela, mas há algo de tão especial sobre o dia de hoje, sobre as pessoas ao nosso redor. Vasic pegou a mão de Ivy quando seus pais entregaram-na, segurou-a com força. Ela já era dele no plano psíquico, mas esta cerimônia não era só sobre eles. Tratava-se de cada homem e mulher vestidos de preto que estavam no pomar. Tratava-se de esperança. E sua feroz e generosa Ivy sabia disso. Casou-se com ela com a primavera no ar, a luz do sol um dourado frio. Beijando-a para a alegria tranquila de seus convidados, o Ivy vestida com creme e rendas, Vasic sentiu um sacudir em seu pé e olhou para baixo para encontrar Rabbit que enrroscou seu caminho entre eles, estava agora olhando para cima. Ivy riu, e era a música perfeita para o seu dia de casamento.

Ser um Arrow sempre foi proteger o nosso povo. Esse mandato agora requer a proteção da indicação E. A partir desta atualização, os empatas são prioridade máxima do esquadrão, qualquer ameaça a um deve ser rapidamente mitigada. Primeiro Código dos Arrows (revisado)

Durante muitos anos, outros fizeram escolhas por nós, e essas escolhas têm nos limitados à escuridão. Hoje, fazemos uma escolha livre. Não podemos saber onde essa escolha nos levará, mas uma coisa eu sei, este é um caminho de honra... e talvez de redenção.


Aden Kai para o Esquadrão Arrow, após um consenso de todo esquadrão por atualizar o Código

Quando um Arrow dá a sua lealdade, é esculpida em pedra, somente se a pedra se provar fundamento falso, estilhaçado por sua corrupção interna, ele quebrará o vínculo. Para aqueles que sustentam a sua lealdade, um Arrow dará sua vida sem hesitar, ficará no caminho de uma bala ou uma lâmina, sacrificará a última gota de sangue em seu corpo. Temos agora a promessa de um esquadrão inteiro de Arrows, homens e mulheres que juraram agir como nossos escudos contra a violência. É um presente que devemos sempre valorizar e nunca desonrar. Como tal, a nossa primeira lei, decidida após discussão por toda a coletividade, é a seguinte: Um Arrow nunca deve ser usado como uma arma pessoal por um E. Um E jamais usará sua conexão com um Arrow para induzi-lo a fazer mal a outro ser vivo para ganho pessoal. (seja o ganho emocional, financeiro, psíquico, ou de qualquer outra forma). Os Arrows são nossos parceiros e a relação deve ser de respeito e confiança mútuos para que possa crescer cada vez mais forte. Além disso, como em qualquer parceria, deve haver o dar e receber. Os Arrows só sabem servir, como dar, é tempo de aprenderem a receber também. (Uma nota pessoal sobre este último ponto: Eles podem ser teimosos sobre isso, assim como podem ser um E. Persevere. Confie em mim, vale a pena.). Memo de Ivy Jane Zen, presidente do Coletivo Empatico, para seus membros

Querido V,

Eu comi a toda caixa de Delicia Turca. Sob nenhuma circunstância você me trará mais (este mês, pelo menos). Tenho o autocontrole de um esquilo morrendo de fome. Rabbit também não tem autocontrole e atualmente está ocisamente delirantemente em sua cama após a excessiva ingestão de seus deleites. Amor,


Ivy P.S. Eu comprei um novo manual para vocĂŞ. Ainda nem abri. Venha para casa mais cedo.



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