Ano 1 - Setembro - 1a Edição
REVISTA
Um olhar para o Transtorno de
Asperger
JOGOS, BRINCADEIRAS E MUITO MAIS
A VISÃO DOS PEQUENOS
TERAPEUTA OCUPACIONAL
alfabetização, pensamento lógico, percepção...
Até 20% das causas de baixo rendimento escolar podem relacionar-se aos “problemas de grau”.
Você sabe o que faz um Terapeuta Ocupacional?
Nosso principal objetivo é que
pesquisa, dedicação, e acima
seja uma revista com
de tudo trabalho em equipe.
conteúdo de qualidade, mas que consiga percorrer o caminho do campo teórico e chegue a ideias práticas sobre educação. por Solange Moll Passos •••
Ideias... ideias... ideias... e foi assim que surgiu a Revista Psicosol. No princípio não paramos para pensar nas dificuldades que encontraríamos pelo caminho. Que bom! Do contrário talvez
CAPA
vocês não a estariam lendo.
Temos consciência que a revista está longe de ser perfeita, há muito para ser melhorado para a próxima edição, porém estamos extremamente envaidecidos e
Esperamos que vocês aproveitem, compartilhem com os amigos e mandem suas sugestões e críticas... Ah, claro que ficaremos muito felizes com os elogios também! Então chega de blá, blá, blá... Desejamos a todos uma boa leitura!
orgulhosos do produto final. Este projeto é fruto de muita audácia, atrevimento, estudo,
Ao contrário do que poderíamos supor, indivíduos com TA podem demonstrar interesse em fazer amizades e encontrar pessoas, mas seus desejos são invariavelmente frustrados por suas abordagens desajeitadas...
4. Cuidado com os Dentinhos 5. A Visão dos Pequenos 7. Terapeuta Ocupacional 9. Sua Ideia 10. Dica da Vovó 11. Um olhar para o Transtorno de Asperger
18. Jogos, mais!
Brincadeiras e muito
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Nasce uma nova revista
Escrita Espelhada: atividades para intervenção Apostila em PDF composta de 10 sugestões de atividades lúdicas. Foi elaborada com o intuito de auxiliar os mediadores (professores, pais…) a intervir de maneira divertida, e, principalmente, com eficiência no aprendizado do alfabeto, para assim, corrigir a possível escrita espelhada. As atividades levam em consideração que não são os olhos que leem e sim o cérebro, e que há neurônios em toda extensão do corpo, capazes de auxiliar os aprendentes na formação da imagem mental das letras.
Trio Consciência Fonológica Três jogos com o propósito de auxiliar o processo de alfabetização e também servir de entretenimento. Devem ser mediados por um adulto.
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Consciência Fonológica: jogos, brincadeiras e atividades Pesquisas apontam que o processo de alfabetização ocorre com mais eficiência quando há uma intervenção para o desenvolvimento da consciência fonológica. Esta apostila traz sugestões de brincadeiras, jogos e atividades com o intuito de promover essa competência.
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Matemática com jogos e atividades Para preparar nossas crianças para o futuro, com o objetivo de que sejam feras na matemática, precisamos desde muito cedo nos preocupar em desenvolver o seu pensamento lógico. Esta apostila tem esse objetivo, além de servir para desenvolver o conhecimento aritmético. Para isso traz excelentes jogos e atividades, recomendáveis a partir de cinco anos de idade. http://bit.ly/jogosmatematica
Nesta breve e encantadora história, a autora leva os pais a refletirem sobre proteção, liberdade e autonomia na educação de seus filhos, para que esses possam crescer!
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P ROD UTOS NA L OJA P SI COSOL
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Dra. Tamara Tiso Campos CirurgiĂŁ Dentista tamara.tiso@terra.com.br
Essa fase ĂŠ importante! Uma dĂşvida frequente dos pais ĂŠ “quando devo começar a levar meu filho ao dentista?â€?. Por volta dos 6 meses
Dicas em ate nçã o 1. Os dentes de leite me rec enharem a especial, pois alĂŠm de desemp e estĂŠtica, função na mastigação, fonação ção para o tambĂŠm ser vem como orienta entes; posicionamento dos dentes per man s a escovação 2. o fio dental ĂŠ indispensĂĄvel, poi faces dos nĂŁo consegue alcançar todas as dentes; podem causar 3. os problemas que os açúcares dos com a aos dentes est ĂŁo relaci ona nĂŁo com a frequĂŞncia que sĂŁo ingeridos e quantidade; lĂngua, com a 4. nĂŁo esquecer de escovar a uais, pois escova ou com limpadores ling ali presentes restos de alimentos e cĂŠlulas podem causar mau hĂĄlito; meses para 5. visite seu dentista a cada seis . prevenir problemas odontolĂłg icos
começam aparecer os primeiros dentinhos do bebê. Neste m o m e n t o d eve a c o n t e c e r a p r i m e i r a v i s i t a a o odontopediatra. Os pais recebem todas as orientaçþes de como deve ser feita a higienização nesta fase. A vantagem Ê que a criança jå vai se acostumando com o ambiente do consultório, com os profissionais e com os procedimentos, evitando que adquira traumas. Desde cedo Ê bom motivar a criança a escovar seus próprios dentes, isto faz com que desenvolva a responsabilidade pela sua saúde bucal. Mas Ê bom lembrar que atÊ os 6 anos de idade a criança não tem coordenação motora suficiente para realizar uma escovação eficaz, o que torna necessårio a ajuda de um adulto para esta tarefa. O momento da higiene bucal deve ser prazeroso e não ser encarado como uma tarefa chata, por isso, conversas e histórias infantis que abordam este assunto podem ajudar. E como as crianças aprendem muito mais com exemplos do que com palavras, Ê bom que os filhos percebam que os pais têm o cuidado com a saúde bucal.
Para que os pequenos tenham um belo sorriso, o importante ĂŠ prevenir!
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CU ID A D O Â C O M Â O S Â DE N T I N HO S
Dr. Fabio Busch Especialista em retina e catarata CRM 8785
Dr. Rafael A. Oechsler Especialista em córnea e catarata CRM 10138
C
omo objetivo maior do tema aqui abordado, enfatizamos o alerta para a importância da observação, diagnóstico precoce e prevenção ou tratamento de doenças que, direta ou indiretamente, afetam este sentido tão nobre e essencial para o perfeito e saudável desenvolvimento do corpo humano – a visão.
Hoje, o exame ocular por profissionais da saúde já é obrigatório logo ao nascimento da criança, com a realização do “teste do olhinho”. A colocação de um feixe de luz na pupila da criança pelo próprio pediatra é capaz de avaliar a estrutura e transparência de das estruturas internas dos olhos, essenciais para o perfeito desenvolvimento do sentido da visão. Assim, problemas como catarata, tumores, traumas no parto, malformações de córnea, etc., podem ser diagnosticados precocemente através de um exame simples e rápido. O exame do reflexo vermelho (teste do olhinho) é simples, indolor e de baixo custo. Trabalhos mostram que, além de evitar danos a um órgão tão importante, a prevenção dos possíveis obstáculos ao bom desenvolvimento da visão traz um importante retorno econômico à sociedade. •••
ATÉ 20% DAS CAUSAS DE BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR PODEM RELACIONAR-SE AOS “PROBLEMAS DE GRAU”.
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A Visão dos Pequenos
Ao longo da fase pré-escolar (até os cinco anos e 11 meses), além da ectoscopia (exame externo dos olhos e pálpebras), da função pupilar e da transparência das estruturas dentro dos olhos, devemos nos atentar à possível falta do paralelismo nos olhos (vista torta, vesguice ou estrabismo). Sua c a u s a d e ve s e r p r o n t a m e n t e investigada e tratada pelo médico oftalmologista. Se não devidamente tratada, pode causar um desenvolvimento insuficiente de um o u a m b o s o s o l h o s d e fo r m a irreversível (ambliopia). O tratamento varia muito de acordo com o diagnóstico e idade do paciente. Ele vai desde o uso de óculos, com ou sem o uso de tampão, até a intervenção cirúrgica, caso se faça necessária. Estudos mostram que nesta fase (pré-escolar), até 10% das crianças podem apresentar algum tipo de distúrbio da visão. Além do estrabismo e ambliopia já comentados, destacam-se também eventuais erros de refração (“óculos de grau”), os quais podem ocorrer já em fases bastante precoces da vida. Importante lembrar que, se o problema for identificado e tratado de forma imediata e por profissional capacitado, a recuperação pode ser
total. Fica claro, então, o importante papel dos pais na realização de testes da visão da criança nesta fase tão importante no desenvolvimento visual. Já na idade escolar, a verificação de possíveis problemas visuais por um profissional médico oftalmologista, torna-se ainda mais importante. Até 20% das causas de baixo rendimento escolar podem relacionar-se aos “problemas de g rau”. Por motivos óbvios, o rendimento, e conseqüentemente, o d e s e m p e n h o e s c o l a r, p o d e m mostrar-se diminuídos quando comparados com indivíduos com visão normal (sem erros de refração que necessitem correção óptica) da mesma idade. Além do aprendizado, lembramos que nesta fase acentua-se a necessidade e um bom relacionamento em grupo. Até mesmo o relacionamento com os colegas pode estar alterado em indivíduos com baixa função visual. O mau funcionamento de órgãos do sentido como a audição e visão podem acarretar problemas bem conhecidos e amplamente diagnosticados na sociedade atual – a hiperatividade. Muitas vezes mal diagnosticados como um “problema emocional”, um simples exame oftalmológico resolveria o problema. A miopia (baixa visão para longe) pode acarretar uma falta de atenção da criança, pela incapacidade de acompanhar o conteúdo ministrado, tornando-o “disperso”. Alimentando ainda mais o problema, o professor pode pensar que a solução para o “perturbador da aula” pode ser o posicionamento do mesmo no fundo da sala de aula. Assim, o baixo rendimento escolar pode associarse, ainda, a problemas psicológicos diversos. Além disto, muitos destes alunos estão condenados a nossa triste e real situação – o aumento d a t a x a d e e v a s ã o e s c o l a r, comprometendo o seu e o nosso futuro. Fica claro, então, que o
ambiente ideal para estas práticas preventivas é a escola. Visando o diagnóstico cada vez mais precoce e o tratamento de eventuais problemas em tempo hábil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) vem realizando nos últimos anos campanhas de conscientização para se instalar os serviços de prevenção nas escolas, por meio de testes de visão, obtendo significativos avanços. Importante frisar que não é a falta de p r o fi s s i o n a i s médicos oftalmologistas que impossibilita o sucesso de eventuais campanhas p a r a fi n s p r e v e n t i v o s e d e tratamento. O que deve existir é a criação de estruturas funcionais para este fim, através de um maior comprometimento oficial por parte do poder público. •••
Fique Atento: Criança que faz caretas tentando enxergar; criança que tenta fechar os olhos parcialmente (cerrar os olhos), e contrair as pálpebras; criança que tem o ato de coçar os olhos com frequência; criança que tem o hábito de piscar muito; criança que tem a tendência de chegar mais próximo ao livro, TV, computador para tentar ver melhor.
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É importante lembrar ainda que, não desenvolvendo a sua visão de forma normal durante a infância, o problema pode tornar-se irreversível. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces são cruciais para o sucesso do desenvolvimento visual da criança. Embora haja algumas divergências na literatura em relação ao desenvolvimento da visão nas crianças, a princípio a visão só estaria plenamente desenvolvida por volta dos nove anos. Como muitos dos problemas oftalmológicos são silenciosos e, muitas vezes, afetando somente um dos olhos, freqüentemente as crianças chegam à idade escolar sem terem sido submetidas a exames oftalmológicos preventivos por apresentarem uma capacidade visual aparentemente “normal”.
TERAPEUTA OCUPACIONAL O que faz?
O Terapeuta Ocupacional (TO) é preparado para habilitar e/ou reabilitar os
Dra. Sônia Regina Gheller Guill Terapeuta Ocupacional sonia@guill.com.br
indivíduos com necessidades particulares e especiais a partir de atividades práticas do cotidiano. Tais como: Higiene física: banho, escovar os dentes; atividades de vida prática: varrer, tirar o pó, limpar o banheiro, passar pano no chão, lavar e enxugar a louça... No atendimento, o terapeuta busca o conhecimento da patologia em questão e suas implicações nos aspectos motor, sensorial, cognitivo, emocional e social. Durante a intervenção o TO busca auxiliar o indivíduo a obter uma qualidade de vida digna dentro de preceitos éticos, morais e sociais justos. Um dos objetivos fundamentais é a inserção dos indivíduos ou dos grupos na sociedade produtiva.
Diferentes faixas etárias podem ser atendidas pelo TO, desde crianças até idosos. Por isso, sua presença é fundamental em hospitais, ambulatórios, centros de reabilitações, instituições geriátricas, centros de saúde, creches, empresas, consultórios particulares, atendimentos domiciliares e escolas.
Diferentes faixas etárias podem ser atendidas pelo TO, desde crianças até idosos.
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=
Leitura ilegível; ao escrever; postura inadequada ras (brasa/barsa); itar a ordem nas palav pe res em de lda cu difi tação espacial nciem quanto a orien ere dif e qu ras let confusão em (b,q/p); ial escolar; ganizar com seu mater dificuldade para se or al; má concordância verb letras que o dos sons com as ia nc dê on sp rre co dificuldade em representam; is palavras unidas); (escreve duas ou ma ras lav pa de es çõ aglutina abas; ras nas palavras e síl adição/omissão de let ladas; cópia lenta e letras iso , sílabas e palavras. confusão entre letras
Na terapia, o indivíduo é guiado através de atividades que desafiam a sua capacidade para desenvolver apropriadamente ao input sensorial através de respostas organizadas. Uma variedade de atividades é utilizada para desenvolver os pré-requisitos necessários para executar as tarefas de forma mais autônoma possível e eficiente. •••
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alfabetização, uma isamente na fase da ec pr is ma , lar co es em que o aprendiz Em idade portante em casos im é TO um m co avaliação apresentar:
Como vamos atravessar?
Bom, esta dinâmica conheço há muito tempo e nao achei o autor, mas usei recentemente. Os alunos estavam brigando demais e dizendo coisas uns sobre os outros muito desagradáveis, então busquei uma dinâmica para fazê-los refletir que sempre precisamos da amizade de nossos amigos e que inclusive há momentos em que sua ajuda é essencial! Após a conversa começamos a dinâmica. Procedimento: Todos em um lado da sala. Um aluno é convidado a ir até o outro lado da sala sem colocar os pés no chão. Para isso terá que contar com a ajuda dos amigos. Quando chegar, pode colocar os pés no chão e buscar um amigo. Este amigo também não poderá colocar os pés no chão até chegar do outro lado. Quem chega
sempre volta para buscar um amigo. Detalhe: é preciso que eles se organizem e conversem para trazer os amigos sempre de um jeito diferente. A dinâmica foi muito divertida e hoje a turma está mais unida e compreendem como os nossos amigos são importantes!
Material Necessário: Nenhum
Kathy Fabiana Scharf Maiochi Professora do 4o ano do Ensino Fundamental Blumenau/SC
Tem uma Atividade? Se assim como a Prof.a Kathy você também tem uma atividade, jogo ou brincadeira que gostaria de compartilhar com os leitores da nossa revista, envie para o e-mail psicosolblu@gmail.com. Caso sua ideia seja selecionada será publicada na próxima edição da revista.
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Sua Ideia...
Esta história é excelente para estimular a imaginação das crianças.
uma tartaruga, outros um tatu e alguns podem até dizer que é uma mistura de bichos. Não há uma resposta correta e sim infinitas possibilidades a partir do respeito à imaginação infantil.
Enquanto é narrada são feitos traços que ao final se transformam em um desenho. É interessante deixar que cada criança diga sua opinião sobre o desenho final. Alguns dirão que é
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Lá no fim do mundo vivia em um pequena casa uma velhinha.
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Ainda pode ser aproveitado para que cada criança escreva uma história sobre a figura!
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Todos os dias ela tomava banho em uma bacia.
Não havia água encanada, então tinha que ir buscá-la em um poço. Um dia, após uma chuva muito forte pegou um balde e foi até o poço para buscar água. A chuva havia deixado o chão bem escorregadio, mas mesmo assim ela foi porque precisava tomar seu banho.
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Quando jogou o balde no poço el a se desequilibrou e caiiiiiuuuuu no poço profundo. Com muito sacr ifício conseguiu sair. Então pensou que era melhor ir para casa por outro camin ho.
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O problema é que este caminho estava ainda mais escorregadio e de repente ... Ops! Caiu! Com muito custo conseguiu se levantar, mal estava de pé, e caiu de novo!!! E assim foi... Levantou, andou um pouquinho e caiu... Levantou, caiu... Levantou-se novamente e prosseguiu o seu caminho prestando mais atenção. Quando ela já estava se sentindo mais segura... Ops! Caiu mais uma vez! Levantou, caiu, levantou... andou um pouquinho e caiu, levantou, caiu e levantou.... ela já Depois de tanto cair e levantar estava bem cansada e trêmula. sa... Bem, mas a velhinha era corajo olhar Respirou profundamente... e com em direção firme, tomou um impulso e foi a sua casa.
Ufa! Conseguiu chegar! Olhem, formou-se um desenho! O que parece para vocês?
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Dica da Vovó
O QUE É? O Transtorno de Asperger (TA) é um Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracterizado por prejuízos na interação social, bem como interesses e comportamentos limitados, mas seu cur so de desenvolvimento precoce está marcado por falta de qualquer retardo clinicamente significativo na linguagem falada, nas habilidades de autocuidado e na curiosidade sobre o ambiente. Interesses circunscritos intensos que ocupam totalmente o foco da atenção e tendência a falar em monólogo, assim como incoordenação motora, são típicos da condição, mas não são necessários para o diagnóstico. UM POUCO DE HISTÓRIA Em 1944, Hans Asperger, um pediatra austríaco, descreveu, na língua alemã, quatro crianças que tinham dificuldade em se integrar socialmente em grupos. Asperger denominou tal condição como “psicopatia autística”, indicando u m t r a n s t o r n o e s t á ve l d e personalidade marcado pelo isolamento social. Apesar da preservação das habilidades intelectuais e da ausência de atraso na linguagem, as c r i a n ç a s apresentavam
uma notável pobreza na comunicação nãoverbal, envolvendo tanto gestos como tom afetivo da voz, pobre empatia e uma tendência a intelectualizar as emoções, a ter uma fala prolixa, formal, de estilo Prof. Hans Asper ger, quem primei ro pedante e descreveu o TA vocabulário rico, em monólogo e, por vezes, incoerente, além de interesses que ocupavam totalmente o foco da atenção envolvendo tópicos não usuais que dominavam sua conversação, preferência pela “as crianças companhia de adultos, “esquisitices” apresentavam sociais, um desejo de que as coisas uma notável sejam feitas sempre da mesma pobreza na forma, excelente memória e atenção comunicação a detalhes e incoordenação motora.
não-verbal”
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Um olhar para o Transtorno de Asperger
Em 1981, Lorna Wing publicou uma série de casos apresentando sintomas similares aos descritos por Hans Asperger, na revista Psychological Medicine, na língua inglesa, tornando amplamente conhecida a síndrome no mundo anglófono. O TA não recebeu um reconhecimento oficial antes da publicação da CID-10 (Código Internacional de Doenças) e do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais), ambos utilizados para o diagnóstico clínico, de acordo com critérios utilizados mundialmente. E desde então, vem sendo identificado em todos os continentes, predominantemente no sexo masculino, numa razão de 9 meninos para 1 menina. Embora estudos epidemiológicos a
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respeito do TA sejam esparsos, estima-se uma frequência de 6/10000 para TA e sua frequência é mais baixa que o Autismo, numa proporção de 3 a 4 autistas para 1 TA. DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS O d i a g n ó s t i c o d o TA r e q u e r a demonstração de critérios clínicos conforme descrito no Quadro 1, segundo o DSM-IV-TR . O transtorno frequentemente não é diagnosticado antes dos 6 anos e muitas vezes é feito muito mais tarde, inclusive na idade adulta. Os indivíduos com TA preferem o isolamento, mas não são usualmente inibidos na presença de outras pessoas. Quando abordam os demais, o fazem de uma forma inapropriada e excêntrica.
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O COLECIONADOR
QUADRO 1 - CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS COMPORTAMENTAIS DO DSM-IV-TR PARA TRANSTORNO DE ASPERGER. A.1) Pelo menos um item (ou mais): 1.
Adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais
c)
Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (p. ex. agitar ou torcer as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo)
d)
Preocupação persistente com partes de objetos
Área das interações sociais: a)
Comprometimento acentuado no uso de múltiplos comportamentos nãoverbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social
b)
Fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento
c)
Ausência de reciprocidade social ou emocional
A.2) Pelo menos um item (ou mais): 2.
b)
Área da flexibilidade comportamental: padrões limitados, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades: a)
B) Sem atraso na linguagem, ou seja, utiliza palavras isoladas em torno dos 2 anos de idade e frases comunicativas em torno dos 3 anos. C) Sem atraso significativo no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de autocuidado próprias da idade, no comportamento adaptativo (outro que não na interação social) e na curiosidade a respeito do ambiente na infância
D) Não são satisfeitos os critérios para outro Preocupação insistente com um ou mais Transtorno Global do Desenvolvimento específico ou Esquizofrenia padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco 13
expressões emocionais dos outros. Podem ser capazes de descrever corretamente, de u m a fo r m a c o g n i t i va e frequentemente formalista, as emoções, intenções esperadas e convenções das demais pessoas, no entanto, são incapazes de atuar de acordo com essas informações de forma intuitiva e espontânea, perdendo assim, o ritmo da interação. Sua intuição pobre e falta de adaptação espontânea são acompanhadas por um notável apego às regras formais do comportamento e às rígidas convenções sociais. Essa apresentação é responsável, em grande parte, pela impressão de ingenuidade social e rigidez comportamental, que é tão forçosamente transmitida por esses indivíduos. Ainda que não apresentem anormalidades
significativas na linguagem, há alguns padrões de comunicação que são interessantes. Primeiro, a linguagem pode ser marcada pela prosódia pobre, exibindo geralmente, um espectro restrito de entonação que é utilizado com pouca relação no funcionamento comunicativo da declaração. Pode haver falta de fluência ou modulação pobre do volume. Segundo, a fala pode ser tangencial e circunstancial, transmitindo um sentido de frouxidão de associações e incoerência. Por fim, o estilo da comunicação caracteriza-se por notável verbosidade. A criança ou adulto pode falar incessantemente sobre um assunto favorito, geralmente sem qualquer relação com o fato de a pessoa que escuta estar interessada, envolvida ou tentar interpor um
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Por exemplo, podem estabelecer com o interlocutor uma conversação em monólogo caracterizada por uma linguagem prolixa, pedante, sobre um tópico favorito e geralmente não usual e bem delimitado. Podem demonstrar interesse em fazer amizades e encontrar pessoas, mas seus desejos são invariavelmente frustrados por suas abordagens desajeitadas e pela ins ens ibilidade em relação aos sentimentos e intenções dos outros e pelas formas de comunicação não literais e implícitas que eles emitem (p. ex. sinais de tédio, pressa para deixar o ambiente e necessidade de privacidade). Cronicamente frustrados pelos seus repetidos fracassos em estabelecer relações de amizade e se envolver com outras pessoas, alguns i n d i v í d u o s c o m TA desenvolvem sintomas de Transtorno de Ansiedade ou d e H u m o r, q u e p o d e m requerer tratamento, inclusive m e d i c a m e n t o s o. A l g u n s também podem reagir de forma inapropriada ou não compreender o valor do contexto da interação afetiva, geralmente transmitindo um sentido de insensibilidade, formalidade ou desconsideração pelas
bicicleta, agarrar uma bola, abrir garrafas e subir em brinquedos num parque. Com frequência, são desajeitados e tem pobre coordenação, podendo exibir um padrão de andar diferente, muitas vezes, nas pontas dos pés ou aos saltos, com uma postura bizarra. TEORIA DA MENTE (TOM) Empatia é a capacidade de identificar emoções e pensamentos de outra pessoa, respondendo a eles com uma emoção apropriada. Ocorre quando há uma reação emocional provocada pela emoção de outra pessoa e permite prever o seu comportamento e estabelecer uma conexão ou combinação emocional. Há fortes evidências
Figura 2. Desenho livre de paciente de 10 anos com TA, previamente diagnosticado como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, cujo interesse na época do diagnóstico, era eletricidade.
de que, em média, mulheres espontaneamente apresentam um maior grau de empatia que homens. Esta teoria propõe que crianças com TEA apresentam atraso ou déficit na ToM, pois não conseguem usar a ToM para interpretar ou antecipar o que os outros estão fazendo, sentindo ou tem a intenção, muitas vezes revelada através de gestos ou pela linguagem. TEORIA DA EMPATIASISTEMATIZAÇÃO (TEA) Baron-Cohen defende esta teoria para explicar as dificuldades sociais e de comunicação no TEA, através da observação do atraso ou déficit na empatia e pela referência a uma habilidade intacta ou superior na sistematização. C o n s i d e r e - s e sistematização um dos mais potentes meios para o entendimento e previsão do universo inanimado governado por regras. Por outro lado, empatia reúne uma das mais poderosas forças para o entendimento e previsão do mundo social. Sistematização é tendência a analisar ou construir sistemas. Este pode ser qualquer tipo de sistema. O que define
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comentário ou alterar o tema da conversação. Apesar de tais monólogos prolixos, o indivíduo pode não chegar nunca a um ponto ou a uma conclusão. Classicamente indivíduos com TA acumulam grande quantidade de informações sobre um tópico, que pode alterar-se de tempos em tempos. Esse comportamento é extravagante no sentido de que, na maior parte das vezes, grandes quantidades de infor mações factuais são aprendidas sobre tópicos circunscritos, sem uma genuína compreensão dos fenômenos mais amplos envolvidos. Indivíduos com TA podem ter um histórico de aquisição atrasada das habilidades motoras, tais como andar de
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um sistema é que ele segue regras e quando se sistematiza, tenta-se identificar quais regras o governam. Alguns tipos de sistematização no TA: sensorial (usar as mesmas roupas ou insistir nos mesmos alimentos todos os dias), coleção (coleções completas do Figura 3: Foi solicitado ao paciente que desenhasse um menino. Paciente de Pokemon, pedras), 10 anos com TA. numérico (cálculo rápido de números primos, resolução de problemas matemáticos), espacial (estudo farmacológica consiste TA, contudo representam uma de mapas, técnicas de em terapia auxiliar que pode fo r m a d e s i s t e m at i z a ç ã o desenho), social (lista os nomes minorar comportamentos espacial, entre tantas e o ranque de times de futebol, específicos e, se bem sucedida, observadas no quadro. insistir em jogar sempre o capacitar o indivíduo a mesmo jogo), moral (insistir ABORDAGEM TERAPÊUTICA participar dos ambientes para que as pessoas cumpram Não há cura conhecida familiares a escolares e a r e g r a s s o c i a i s ) , t é c n i c o para o TA. O manejo do TA beneficiar-se disso. O melhor (computador, instrumento tipo de intervenção para o TA r e q u e r u m a i n t e r ve n ç ã o musical), natural (marés, tem como base os seguintes m u l t i d i s c i p l i n a r. E s s a plantas, meteorologia), entre abordagem prevê técnicas de objetivos, que costumam ser outros. Evidências sugerem mudanças de comportamento, tratados em conjunto: (1) q u e, e m m é d i a , h o m e n s programas educacionais ou de auxiliar os indivíduos com o espontaneamente sistematizam transtorno a adquirir trabalho, terapias de em maior grau que mulheres. habilidades funcionais e a linguagem / comunicação, Observe as figuras 2 e 3, sendo essencial o trabalho com concretizar seu potencial cujos desenhos mostram um psicólogos ou educadores bem adequado; e (2) reduzir a rede p a d r ã o d e i n t e r e s s e o u t r e i n a d o s e m a n á l i s e de comportamentos malhabilidade sur preendente. adaptativos que podem comportamental funcional e Logicamente que isoladas não interferir no funcionamento em técnicas de mudança de servem para o diagnóstico do comportamento. A intervenção adaptativo. Recomenda-se:
Intervenções comportamentais e educacionais (com a família, a criança/ adolescente e a escola): estratégias para promover a aquisição de habilidades intervenções baseadas em estratégias do desenvolvimento terapias ocupacional, da fala, da linguagem e da habilidade social. farmacoterapia com vistas a sintomas-alvo. abordagem multidisciplinar. Deve ser considerada como tratamento complementar, não como panacéia ou curativa. Essa indicação deve ser avaliada e prescrita pelo médico especialista e deve ser considerada quando o comportamento apresenta algum perigo evidente para o indivíduo ou para outras pessoas ou, então, quando interfere de modo significativo na habilidade de aprender ou de socializar-se. Certamente, as habilidades funcionais deverão ser treinadas e estas incorreções melhoradas, no entanto, é fundamental conhecer o modo de funcionamento do indivíduo com o qual se está trabalhando, lembrando que sentimentos exercem influência sobre percepção e atenção. Emoção e motivação balizam o sistema de atenção que decidirá quais informações serão ar mazenadas nos circuitos neuronais e, portanto, aprendidas. Aprender significa também trilhar caminhos próprios, pesquisar e
LEMBRAR QUE ESTUDANTES COM TA PODEM... Preferir trabalhar em silêncio; preferir trabalhar lenta e metodicamente; preferir não publicar, por medo ou perda de algum detalhe; preferir checar os erros, para estarem certos de que o fato é um fato; preferir condições que permanecem sem modificações (mesma luz, mesmo assento); preferir a não distração; preferir analisar todos os passos lógicos ou evidências para cada estágio, mais do que aceitar assertivas na ausência de explicações; preferir, uma vez iniciado um tópico, permanecer nele por várias horas, ignorando lanches ou bebidas ou mesmo a necessidade de ir ao banheiro; tornar-se irritado pela intrusão de pessoas no seu espaço; tornar-se ansioso se outra pessoa lhe dirige a palavra de forma inesperada; tornar-se irritado por erros na leitura; tornar-se irritado pelo estilo loquaz de discurso; tornar-se irritado pelo sussurro de outros estudantes ao seu redor.
Cristina Ma ria Pozzi Pediatria - Neu ropediatria Doutoranda em Psicologia Clí n ic a - IP USP Pesquisadora do Laboratóri o Distúrbios d o Desenvolvimen to U S P Contato: cristi napozzi@ig.c om.br
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É importante salientar que, a abordagem farmacológica, não substitui de forma alguma a
experimentar coisas. Isso só é possível quando a camisa de força do currículo escolar não aperta demais e os professores estimulam e avaliam seus alunos individualmente.
O Estranho Caso do Cachorro Morto - Haddon M. (2004) Christopher nunca foi muito além de seu próprio mundo, não consegue mentir nem entende metáforas ou piadas. É também incapaz de interpretar a mais simples expressão facial de qualquer pessoa. Um dia, Christopher encontra o cachorro da vizinha morto no jardim, é acusado do assassinato e preso. Depois de uma noite na cadeia, decide descobrir quem matou Wellington, o cachorro, e escreve um livro, relatando suas investigações. Diferença Essencial: A verdade sobre o cérebro de homens e mulheres - Baron-Cohen S (2008) Por que a maioria dos homens prefere resolver assuntos pelo telefone, em vez de falar pessoalmente? Por que as mulheres adoram conversar com as amigas sobre seus sentimentos e relacionamentos, enquanto os homens parecem estranhamente atraídos por jogos de computador, novas invenções ou campeonatos de futebol? E por que as mulheres entendem melhor a linguagem corporal? Será que a única causa dessas diferenças é o modo como fomos criados?
Olhe nos meus olhos - Robison JE. (2008) Tocante e bem-humorada narrativa de alguém que cresceu com a Síndrome de Asperger numa época em que esse diagnóstico não existia. Desde criança, John Robison tinha dificuldades em se relacionar com outras pessoas. Na adolescência, os problemas se agravaram e apenas aos 40 anos Robison foi diagnosticado por um atento terapeuta: era portador de uma forma de autismo chamada síndrome de Asperger.
A Parent’s Guide to Asperger Syndrome and High Functioning Autism - Ozonoff S, Dawson G, McPartland J. (2002) Presents definitions, diagnosis, causes, and treatments, and discusses day-to-day living, channeling a child's strengths, examples and solutions to basic problems, and dealing with home, school, and life as an adult.
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Sugestões de Leitura
ESCRITA ESPELHADA A escrita espelhada é absolutamente comum no início do processo de alfabetização. No entanto, há algumas atividades que podem ser realizadas para auxiliar as crianças na caminhada de descobrir que cada letra tem uma orientação espacial.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA Pesquisas apontam que o processo de alfabetização ocorre com mais eficiência quando há uma intervenção para o desenvolvimento da consciência fonológica.
PERCEPÇÃO
SINAIS DE PONTUAÇÃO O que seria de um texto sem os sinais de pontuação? Poderíamos arriscar em dizer que seria muito pouco, ou simplesmente nada. São eles que dão aquele toque mágico capaz de fazer o outro entender os nossos pensamentos, os nossos sentimentos...
A percepção é fundamental no processo de memorização. Não podemos memorizar algo que não foi adequadamente interiorizado ou percebido. Por isso precisamos estimular o desenvolvimento da percepção de nossas crianças desde muito cedo. Como? Além de jogos e brincadeiras podemos aproveitar situações do dia a dia, por exemplo, ao encontrar uma flor peça que a criança observe os detalhes, suas diferentes texturas, cores, perfumes…
PRODUÇÃO DE TEXTO A escrita, assim como a leitura, deve fazer parte do cotidiano escolar dos alunos. Afinal, só se aprende a escrever, escrevendo. Estimular a produção de textos pode ser um desafio, mas esta atividade que estamos propondo é uma maneira simples de fomentar o desejo de escrever.
QUAL É A SEQUÊNCIA? Quando a criança estabelece relações entre vários objetos fazendo comparações, seu pensamento lógico está sendo estimulado. Na brincadeira que propomos é justamente isso que é encorajado na criança. Para descobrir o último número da sequência ela terá que comparar os números anteriores um com o outro. Descobrir quais relações têm entre si, para, no fim, dizer a resposta correta.
JOGO ADICIONE SUBTRAIA Aqui é proposto uma atividade no concreto. A criança irá manusear, sentir, perceber e fazer os movimentos de tirar, colocar, contar..
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Jogos, brincadeiras e muito mais!
Letras em E.V.A.
ESCRITA
E
SPELHADA
A escrita espelhada é absolutamente comum no início do processo de alfabetização. No entanto, há algumas atividades que podem ser realizadas para auxiliar as crianças na caminhada de descobrir que cada letra tem uma orientação espacial. Como Fazer
Podem ser encontradas em qualquer papelaria.
Venda para os Olhos
Sobre uma mesa ou no chão, fixar com fita adesiva algumas letras iguais, mas em rotações aleatórias. Vendar os olhos do aprendente. Apresentar para a criança uma letra, em posição correta, igual a que foi escolhida para dispor sobre a mesa. A criança deverá ser orientada para manusear a letra e verbalizar o seu nome (auxiliar caso seja necessário). Após, pedir que encontre sobre a mesa, apenas utilizando o tato, quais letras que estão na posição correta. Por fim, é importante que o aluno registre a letra em um caderno, ou quadro, ou folha...).
Pode ser um pedaço de pano ou uma gravata.
Fita Adesiva
Essa é fácil né?
Gostou da Brincadeira? Então confira esta apostila:
Escrita Espelhada: atividades para intervenção Elaborada com o intuito de auxiliar os mediadores (professores, pais…) a intervir de maneira divertida, e, principalmente, com eficiência no aprendizado do alfabeto, para assim, corrigir a possível escrita espelhada. http://bit.ly/escritaespelhada
R$ 8,80
Além desta atividade você poderá brincar com a criança de escrever as letras com massinha de modelar, com argila, na areia, etc.
Assista no YouTube http://bit.ly/videoescritaespelhada
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 20
Você vai precisar de:
Tabela e figuras diversas
Como Fazer http://bit.ly/tabfonologica
Organizar duplas. Cada criança, na sua vez, pega uma ficha e fala, silabando, o nome da figura. Para cada sílaba bate uma palma. Após, deverá colocar a ficha na tabela de acordo com a quantidade de sílabas que contêm a palavra.
Gostou da Brincadeira? Então confira este jogo:
Trio Consciência Fonológica Três jogos com o propósito de auxiliar o processo de alfabetização e também servir de entretenimento. Devem ser mediados por um adulto.
R$ 31,90 *Já com o valor do frete incluso para todo o Brasil
http://bit.ly/conscienciafonologica
IMPORTANTE: Segundo pesquisas realizadas – dentre elas, as de Alessandra G. S. Capovilla e Fernando C. Capovilla (2000): “Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-econômico” -, ficou evidenciado que os indivíduos que passam por um treino para desenvolver consciência fonológica
têm seu desempenho aumentado no processo de alfabetização em relação aos indivíduos que não tenham passado por esse treino. Ainda segundo Capovilla (2007, p. xvi): “A consciência fonológica e o conhecimento das correspondências entre grafemas e fonemas estão para a alfabetização assim como as vitaminas e sais minerais estão para a saúde.”
R e v i s t a P s i c o s o l - S e t e m b r o d e 2 012 - 1 a E d i ç ã o - Pa g i n a 21
Você vai precisar de:
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Fichas com sinais de pontuação e uma caixa
SINAIS DE PONTUAÇÃO O que seria de um texto sem os sinais de pontuação? Poderíamos arriscar em dizer que seria muito pouco, ou simplesmente nada. São eles que dão aquele toque mágico capaz de fazer o outro entender os nossos pensamentos, os nossos sentimentos... Como Fazer Colocar as fichas dentro da caixa. Organizar as crianças em círculo.
Aparelho de Som
Ao som de uma música, pedir que os alunos passem a caixa contendo os sinais de pontuação um para o outro. Quando o professor parar a música, a criança que estiver segurando a caixa, deverá fechar os olhos e pegar uma ficha. Após, dizer em voz alta uma frase em que seria necessário utilizar o sinal de pontuação que consta na ficha.
Você vai precisar de: Fichas contendo figuras e formas
PERCEPÇÃO A percepção é fundamental no processo de memorização. Não podemos memorizar algo que não foi adequadamente interiorizado ou percebido. Por isso precisamos estimular o desenvolvimento da percepção de nossas crianças desde muito cedo. Como? Além de jogos e brincadeiras podemos aproveitar situações do dia a dia. Por exemplo: ao encontrar uma flor, peça que a criança observe os detalhes, suas diferentes texturas, cores, perfumes… Como Fazer Espalhe as peças sobre uma mesa. A criança deverá encontrar quatro peças que contenham formas geométricas iguais. É importante esclarecer para a criança que formas geométricas iguais estão formando figuras diferentes.
http://bit.ly/percepcao
Para deixar esta brincadeira mais desafiadora utilize um cronômetro ou uma ampulheta.
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Você vai precisar de:
Imagem de uma personalidade
PRODUÇÃO DE TEXTO A escrita, assim como a leitura, deve fazer parte do cotidiano escolar dos alunos. Afinal, só se aprende a escrever, escrevendo. Estimular a produção de textos pode ser um desafio, mas esta atividade que estamos propondo é uma maneira simples de fomentar o desejo de escrever. Como Fazer Colocar à vista dos alunos a imagem da personalidade (é importante que as crianças não a conheçam). Pedir que escrevam um texto imaginando um nome, profissão, se essa pessoa é casada, o nome da esposa, se tem filhos, o que gosta de fazer quando não tem nada para fazer, onde mora, se é feliz, porque está mostrando a língua (se for utilizada esta de Einstein), etc. Após, cada um lê o seu texto.
Alguém inspirador.
Papel A4 e Lápis
Por fim, revelar aos alunos o verdadeiro nome da personalidade, sua profissão... e sua importância para a sociedade.
Essa é fácil né?
PROGRAMAS -
PEI MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM GESTÃO MEDIADA AVALIAÇÃO DINÂMICA
www.cdcp.com.br
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Você vai precisar de:
Fichas em E.V.A. ou cartolina contendo sequência numérica.
QUAL É A SEQUÊNCIA? Quando a criança estabelece relações entre vários objetos, fazendo comparações, seu pensamento lógico está sendo estimulado. Na brincadeira que propomos é justamente isso que é encorajado na criança. Para descobrir o último número da sequência ela terá que comparar os números anteriores um com o outro. Descobrir quais relações têm entre si, para, por fim, dizer a resposta correta.
Como Fazer Organizar sobre uma mesa as fichas com sequência numérica. Porém, a última deverá ficar com o número voltado para baixo. O desafio da criança será descobrir qual é o número que está na última ficha. Para isto, ela terá que observar qual sequência que foi utilizada nos números anteriores.
Você vai precisar de: 6 cartões vermelhos com números de 0 a 5; 6 cartões verdes com números de 0 a 5; Botões ou sementes...
JOGO ADICIONE SUBTRAIA Aqui é proposto uma atividade no concreto. A criança irá manusear, sentir, perceber e fazer os movimentos de tirar, colocar, contar.. Como Fazer Organizar grupos de crianças e entregar um pote com botões. Os cartões devem ser dispostos em duas pilhas com os números voltados para baixo. Cada criança deverá iniciar o jogo com 5 botões. Um jogador inicia o jogo virando um cartão verde. O número que constar no cartão será correspondente à quantidade de botões que a criança poderá pegar do pote. O próximo jogador faz o mesmo. Quando todos já viraram um cartão verde será a vez de virar o cartão vermelho. O número que constar no cartão será correspondente a quantidade de botões que a criança deverá devolver ao pote. Repetir a brincadeira com os cartões vermelhos. Ganha o jogo quem ficar com mais botões nas três jogadas.
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Você vai precisar de:
Walther Sorg
Wanessa Rengel
Ilustrator, infograf e designer gráfico, nascido em Caracas. Estudou na Escola de Artes Visuais Cristóbal Rojas. Ele publicou seus primeiros quadrinhos nos clipes Revista Venezuelana (1987-1989). Dedicado desde 1999 a ilustração editorial. Principalmente livros ilustrados para crianças e jovens de várias editoras, incluindo Alfaguara, e Ávila Monte Editores Playco. Nesta revista seu trabalho pode ser apreciado na ilustração da capa e no artigo de Transtorno de Asperger. http://wsorg.wordpress.com/
Visagista, formada pelo Centro de Visagismo Philip Hallawell, e formada em Licenciatura e Bacharelado em Psicologia, pela Faculdade Guilherme Guimbala. Hoje é consultora em visagismo. Além do trabalho com consultoria, ministra workshops. Prestou consultoria na escolha de cores para nossa revista. http://www.wanessarengel.com
Osni Passos Consultor de WebMarketing e Programador com diversas formações na área. Prestou consultoria na diagramação e distribuição da revista. http://osnipassos.com
Cláudio Roberto Birkner & Solange Tormena Wilson Luiz Stadnick Empresário e advogado nas áreas: cível, trabalhista e direito de família. Prestou consultoria jurídica. http://www.advogadoemblumenau.com.br
Stylus Digital By Cláudio Roberto Fotografam casamentos, batizados, aniversários, books, gestantes... Em nossa revista contribuíram com fotos. http://www.blog.stylusdigital.com.br
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Colaboradores