Revista lume 7 final

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Forluz

Revista da Fundação Forluminas de Seguridade Social

ano III dezembro de 2014

Sustentabilidade e inovação são marcas do prédio verde da Forluz páginas 20 a 23

entrevista

artigo

vem comigo

O assunto ética na Forluz, segundo o atual presidente do Comitê de Ética, Luiz Augusto Barcelos

Gustavo Cerbasi, consultor financeiro, propõe uma nova maneira de ver e se relacionar com a aposentadoria

A participante assistida e bióloga, Edith Rolla, conta como e porquê é uma ativista preocupada com a água



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Com o certificado Leed de sustentabilidade, grau Ouro, prédio verde da Forluz é inaugurado e vira referência em construção sustentável no país

Especial

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giro Forluz Conheça alguns fatos importantes da Forluz nos últimos meses

entrevista

Administração pautada na ética é o tema abordado pelo presidente do Comitê de Ética da Forluz, Luiz Augusto Barcelos

vem comigo A bióloga e participante assistida, Maria Edith Rolla, luta pela qualidade e sobrevivência das nascentes e rios de Minas

para viver melhor: previdência em foco

Educação previdenciária ultrapassa barreiras e avança por todo o Brasil expandindo o tema

para viver melhor: finanças em dia

Saiba por que a dívida é considerada uma herança cultural e como mudar esse quadro

artigo O celebrado consultor financeiro Gustavo Cerbasi mostra que aposentadoria pode ser uma fase da vida mais empreendedora

passatempo vaga-lume Esta seção é para aprender e se divertir. E você ainda concorre a brindes!


Sustentabilidade, nosso futuro em jogo Nunca o tema sustentabilidade esteve tão em voga. E não é por acaso: o planeta pede socorro, exige ação. Como investidores institucionais de peso, os fundos de pensão não podem virar as costas para essa realidade. Por isso, dedicamos matéria especial à inauguração do prédio verde da Fundação. A seção Vem Comigo traz matéria com a bióloga e assistida Maria Edith Rolla. Na ativa, ela trabalhou na área ambiental da Cemig e se dedicou, com afinco, a melhorar a qualidade das águas dos reservatórios da companhia. Aposentada e consultora, Edith continua sua luta em prol da preservação dos nossos recursos hídricos. Nossa entrevista é com o presidente do Comitê de Ética da Forluz, Luiz Augusto Barcelos. Ele fala da importância desse tema, que na Fundação já é motivo de atenção especial há mais de dez anos. Em Previdência em Foco, uma pesquisa retrata o mapa da educação previdenciária no Brasil, revelando que os programas avançam e se consolidam no país. Será que o endividamento do povo brasileiro pode estar relacionado à nossa herança cultural? A seção Finanças em Dia se debruça sobre a questão. Depois, confira o artigo de Gustavo Cerbasi, renomado consultor financeiro, que propõe uma nova abordagem para a aposentadoria. E tem mais: quadrinhos e o Passatempo esperam por você. Boa leitura. Bom divertimento! Victor Correia Editor Geral

expediente Fundação Forluminas de Seguridade Social - Forluz // A Revista Lume é uma publicação eletrônica quadrimestral, editada pela Assessoria de Comunicação // Editor Geral: Victor Aluísio Silva (MTb MG03519JP) // Edição de Texto: Viviane Primo, Cinara Rabello e Maiza Silva (estagiária) // Projeto gráfico e diagramação: Link Comunicação Empresarial (www.linkcomunicacao.com.br) - João Clemente // Imagens: Fotolia // Ilustração/Quadrinhos: Giselle Vargas // Redação: av. do Contorno, 6500 - Lourdes - Belo Horizonte - MG // CEP 30.110-044 // Telefone: (31)3215-6701 // E-mail: revistalume@forluz.org.br //Portal: www.forluz.org.br As matérias publicadas nesta revista têm caráter exclusivamente informativo, não gerando qualquer espécie de direito ou obrigação por parte da Forluz. // Os textos assinados não correspondem necessariamente a opinião da Lume ou da direção da Entidade.


Balanço do Para Viver Melhor O programa de Educação Previdenciária e Financeira da Forluz – Para Viver Melhor realizou mais de 27 encontros para cerca de 1.600 participantes ativos, assistidos e pensionistas. Entre os eventos estão o Presta Contas, Dia das Crianças e Viver Melhor Agora. Também ocorreram palestras da Forluz nos Programas de Preparação de Aposentadoria PPAs e nas Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho – Sipats.

Dupla marca encontro Conrado Navarro, especialista em finanças, e a atriz Cida Mendes, na pele da personagem Concessa, formaram uma dupla de peso no evento Viver Melhor Agora, realizado em setembro, para cerca de 120 de pessoas. Conrado tratou a questão das dificuldades financeiras vividas pelas famílias e falou sobre a cultura da dívida no país. Apesar da seriedade do tema, os presentes deram boas risadas com os casos contados pela Concessa durante a apresentação do monólogo.

Índice de satisfação A pesquisa de satisfação, realizada anualmente com os participantes ativos e assistidos de Belo Horizonte e interior de Minas, alcançou nota de 8,7% em 2014. A pesquisa individualizada, feita por telefone, utilizou questionários com perguntas abertas e fechadas. Dos 741 entrevistados, 374 foram participantes assistidos e 367 ativos. Os entrevistados possuem diferentes faixas salariais e idades. Para saber mais, clique aqui e veja a edição nº 153 do Jornal Forluz.

Crianças se divertem e aprendem O Dia das Crianças, realizado em setembro, foi marcado por diversão e aprendizado sobre finanças. As crianças receberam o tim tim Forluz, moeda criada para que as crianças pudessem se divertir e aprender a lidar com o dinheiro. Conceitos como o valor do dinheiro e como economizá-lo foram trabalhados. A contadora de histórias Mislaine Nieiro e o grupo teatral Cyntilante completaram a programação educativa com intervenções sobre o tema. Veja as fotos!

Estudos do portal e intranet A Forluz realizou uma série de estudos junto aos usuários do portal e da intranet da Fundação. A finalidade foi desenvolver um novo portal mais moderno, dinâmico, acessível e, também, uma intranet mais adequada às necessidades da Fundação. Os pontos fortes e fracos das atuais ferramentas usadas foram levantados pela empresa BHTEC. Com o resultado em mãos, serão desenhados novos leiautes para os dois veículos web, com base na opnião dos usuários.

Para mais informações sobre a Fundação, acompanhe seus diversos veículos de comunicação ou acesse a seção de notícias do portal:

www.forluz.org.br


Esforço pela construção de uma conduta ética Presidente do Comitê de Ética da Forluz, Luiz Augusto Barcelos, fala da importância da ética empresarial e esclarece como ela tem sido conduzida pela Forluz

Lume – Por que uma entidade como a Forluz deve se preocupar com a questão ética e como preservá-la em suas atividades? LA - O principal aspecto a ser considerado para a Forluz é a segurança no investimento de seus participantes. Para isso, é essencial que sejam adotadas na administração da Fundação as melhores práticas de gestão, obedecendo aos princípios éticos. A Forluz conta com seu Regulamento de Conduta e Ética, um instrumento capaz de auxiliar os empregados e administradores na condução de suas atividades de forma ética e transparente. Além disso, para zelar pelo cumprimento desse regulamento, existe o Comitê de Conduta e Ética, um grupo de representantes que se reúne várias vezes ao ano para análise e discussão do que está apresentado no regulamento. Durante as reuniões, o Comitê discute formas de criar estratégias de disseminação e incentivo de uma cultura ética dentro da Forluz. Lume - Há mais de dez anos, a Fundação possui um regulamento e um Comitê de Ética em funcionamento. Esse é um dado a ser comemorado no esforço de aprimoramento da ética na Fundação? LA - Sem dúvida. Ter essa base clara para administrar a empresa é fundamental para a segurança de suas transações, principalmente se considerarmos que são negócios com as características de um fundo de pensão. A Forluz administra os planos de benefícios dos empregados da Cemig e coligadas. São mais de 22 mil participantes ativos e assistidos, que


devem ter todo resguardo em relação à confiança depositada e na proteção do seu patrimônio, que são os planos de previdência complementar aos quais estão vinculados. Hoje a Forluz é o oitavo fundo de pensão do país, com um patrimônio de mais de 12 bilhões de reais, que precisa ser administrado com zelo, profissionalismo e, sobretudo, conduta ética. Um negócio tão importante assim, que cuida do futuro de tanta gente, deve ter uma administração exemplar e transparente. As transações financeiras, os investimentos e os pagamentos de benefícios precisam ser realizados com o devido cuidado e devem seguir regras bem claras e definidas. O comitê e o regulamento visam auxiliar na promoção das boas práticas, definindo padrões de ética para a gestão desse patrimônio. Lume – Como funciona o Comitê de Ética e qual seu principal objetivo? LA - Para validar a representatividade e equilíbrio do Comitê, ele é composto por empregados indicados pela patrocinadora, empregados eleitos pelo corpo técnico da Forluz, e indicados pelos conselhos Fiscal e Deliberativo. São cinco membros efetivos e igual número de suplentes, com mandatos de três anos. A cada encontro, o Comitê conta com o apoio e a participação de um membro da Assessoria de Compliance, que, apesar da efetiva participação, não possui direito a voto. O objetivo da existência do Comitê de Ética é estabelecer padrões de conduta, a fim de contribuir para o aperfeiçoamento do comportamento ético e para o fortalecimento das relações no âmbito da Forluz. O mais importante papel do Comitê é justamente o de auxiliar empregados e administradores a seguirem os caminhos mais adequados e seguros na condução de suas tarefas. Lume – Que avaliação pode ser feita do Regulamento de Conduta enquanto instrumento de governança? LA - O Regulamento de Conduta e Ética é um instrumento eficaz de governança que traz regras claras para assegurar que todas as atividades realizadas na Fundação sejam feitas de forma correta. O regulamento é um dos elementos mais importantes nesse contexto de governança e ética, pois norteia o trabalho dos empregados e administradores, além de assegurar que cada um observe princípios a serem adotados, de forma a garantir boas regras de conduta. Nesse sentido, o regulamento é uma orientação importante, pois descreve os limites dentro dos quais deve ser pautada a atuação de todos. Lume - Como você avalia o atual regulamento? LA - O regulamento apresenta todos os elementos necessários para que os empregados e administradores da Forluz possam se comportar de forma ética e comprometida com a Fundação. Na minha avaliação, o regulamento fornece as orientações para as práticas seguras, seguindo o caminho da virtude. Ou seja, aqueles que observarem o que está disposto nele, podem ter a certeza de que estarão conduzindo suas atividades de forma adequada e sem o risco de serem questionados.

Um negócio tão importante assim, que cuida do futuro de tanta gente, deve ter uma administração exemplar e transparente

Lume – Quais os principais aspectos previstos no Regulamento de Ética da Entidade? LA - O Regulamento de Conduta e Ética da Forluz é bem escrito e apresenta os princípios a serem seguidos detalhadamente. Aborda diversos aspectos, como os deveres essenciais, confidencialidade, um item muito importante para o negócio da Forluz, que trabalha com o patrimônio de seus participantes, relações com conflitos de interesse, os cuidados no uso de recursos da Fundação, a ética nas operações financeiras, dentre outros pontos; ou seja, todos os elementos necessários para a condução de uma entidade com a responsabilidade que a Forluz possui. Lume – Qual tem sido a preocupação central do Comitê de Ética sob sua presidência? LA - O Comitê de Ética, durante o período em que participo dele, no nosso caso, um mandato que terá quatro anos e se encerra em 2015, tem tido como preocupação central buscar assegurar que todos os empregados e administradores da Forluz possam conhecer as diretrizes do Regulamento de Conduta e Ética. Nesse sentido, uma das iniciativas foi elaborar, neste ano, um curso online, que apresenta em três módulos todo o conteúdo do regulamento. Por trás dessa ideia está a premissa de que só pode praticar o que está no Regulamento de Conduta e Ética quem realmente o conhece. Com isso, temos acompanhado e verificado as inúmeras atividades desenvolvidas pelos empregados e administradores da Forluz, e como se dá a atuação de cada setor, a fim de


Primeiro Comitê de Ética, em 2005 identificar se as práticas adotadas estão alinhadas com o Regulamento de Conduta e Ética. Lume – No que consiste o curso online sobre o Regulamento de Conduta e Ética? E qual resultado esperado com esse treinamento? LA – O curso online “Regulamento de Conduta e Ética na Forluz” foi uma iniciativa do Comitê e da diretoria executiva da Forluz, em um trabalho desenvolvido pelo RH da Fundação. Foi lançado em junho passado com objetivo de proporcionar um meio lúdico, mais palatável, de auxiliar no entendimento dos empregados sobre os preceitos de ética contidos na norma. O corpo técnico da Forluz é composto de quase 90 pessoas, entre empregados, contratados, conselheiros e estagiários que estão participando do curso. O treinamento pode ser realizado por etapas, entre os meses de junho e dezembro. Mesmo após concluído, o empregado poderá refazer o curso quantas vezes necessitar. O curso online ficará disponível na intranet da Forluz por alguns anos para consultas, reciclagens, revisão e, também, para treinamento de novos empregados. É muito importante que todos concluam o treinamento. Esperamos que ele seja um instrumento efetivo de aprendizado e conscientização. Como disse, nossa expectativa com essa iniciativa é reforçar e assegurar que, no dia a dia de seu trabalho, o empregado respeite e esteja atento ao que prevê o regulamento.

É papel do nosso Comitê reforçar o entendimento e a divulgação do conteúdo da norma e da conduta ética e resguardar o seu cumprimento entre seus empregados e dirigentes

Lume - Por último, a seu ver, toda essa vigilância, todos esses mecanismos são de fato reforços válidos para a governança da Fundação? guardar o seu cumprimento entre seus empregados e dirigentes. É um trabalho didático e permanente que, com certeza, fortalece a LA - Não tenho dúvidas de que todo o arcabouço normativo sobre Fundação e a deixa alinhada com o que existe de mais avançado no a questão ética e a própria existência do Comitê dentro da Fun- campo da governança corporativa. dação, ao longo de quase uma década, vêm ajudando a reforçar a governança da Entidade. Uma governança, aliás, forte e bem Luiz Augusto Barcelos é participante ativo e titular da Superinestruturada, que se compõe de uma série de mecanismos, e que tendência de Sustentabilidade Empresarial - SE da Cemig. Preside incluem o Regulamento de Conduta e Ética e o próprio funciona- o Comitê de Conduta e Ética da Forluz desde julho de 2011 e sua mento do Comitê, instrumentos que, em seu conjunto, fazem da gestão se encerra em junho de 2015. Forluz um exemplo no sistema de fundos de pensão no país. Por isso mesmo, é papel do nosso Comitê reforçar o entendimento e a divulgação do conteúdo da norma e da conduta ética e res- Clique aqui e confira o Regulamento de Conduta e Ética da Forluz na íntegra.


Uma trajetória marcada pela atenção e cuidado com a água Há mais de 20 anos, a assistida e bióloga Maria Edith Rolla se dedica à qualidade das águas e preservação das nascentes e rios em Minas

Recurso que se espalha por mais de 70% da superfície do planeta, a água, por incrível que pareça, vem se tornando, rapidamente, um grave problema mundial. Que o diga uma autoridade no assunto, a aposentada e assistida da Forluz, Maria Edith Rolla. A questão é que a água potável, aquela que mata a nossa sede e da qual fazemos vários outros usos no dia a dia, está, sim, ameaçada. “Minas abriga uma das bacias hidrográficas mais ricas do sudeste, mas isso não tem impedido de vivermos a falta da água. E não é só São Pedro o culpado. Nós também somos. Por que as pessoas são tão céticas? A água (potável) pode acabar, sim”, enfatiza. Maria Edith decidiu abraçar a causa do consumo consciente da água e da preservação dos rios e nascentes há mais de 20 anos. Mesmo aposentada, não sossega. “Nossos recursos hídricos estão acabando e eu não posso ficar parada”. É com esse misto de inquietude e disposição que Edith se coloca em prontidão, a serviço dessa nobre causa. Aposentada desde 2009, a militância pela qualidade da água vem de longe. Bióloga e pós-graduada em ciência e tecnologia de meio ambiente, a partir das décadas de 70 e 80, fez carreira principalmente no Centro Tecnológico de Minas Gerais – Cetec e na Cemig, onde permaneceu até se aposentar. Foi na companhia energética mineira que consolidou sua experiência em qualidade das águas das represas e rios do Estado. Hoje, presta consultoria e faz palestras pelo Brasil, já tendo publicado 42 documentos e 14 trabalhos científicos. Apesar de finito e essencial à sobrevivência humana, para ela a população ainda não acordou para a realidade. “A seca que antes se concentrava no Nordeste e regiões com histórico de falta d’água, como os Vales do Jequitinhonha e Norte de Minas, agora atinge também o Sudeste do país”.


Levantamento da Agência Nacional de Águas - ANA, no relatório Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, indica que até o ano que vem mais de 3 mil cidades, que representam 55% dos municípios do Brasil, podem enfrentar problemas de abastecimento. “Minas Gerais também está incluída nesse mapa e, para reverter a situação, as pessoas devem mudar hábitos e atitudes. Essa mudança depende de cada um de nós”, ressalta.

Trajetória de uma causa Formada em Biologia pela UFMG, em 1974, Edith fez pós-graduação em Environmental Science and Technology, na Universidade da Unesco (IHE), em Delft, na Holanda, de 1985 a 1986. Sua primeira experiência em laboratório foi na Fundação Ezequiel Dias, logo depois de formada. Trabalhou no Cetec durante 12 anos (1977-1989), onde desenvolveu estudos sobre limnologia*. Com essa bagagem, foi para a Cemig, onde permaneceu de 1989 a 2009, tendo trabalhado com reservatórios e piscicultura, e desenvolvido o Siságua, um banco de dados de monitoramento da qualidade da água de reservatórios da empresa. “Há pelo menos 23 anos, trabalho com a qualidade das águas dos reservatórios, fazendo o monitoramento da qualidade da água e isso inclui o estudo de indicadores de organismos e erradicação de organismos invasores”. A utilização de indicadores de organismos é uma forma simples, barata e rápida de examinar a qualidade das águas. Trata-se da verificação de pequenos insetos e microorganismos, que quando presentes ou não no espelho d’água e nas margens apontam sua condição. Segundo a bióloga, até mesmo crianças podem ser ensinadas a fazer essa análise. Na Cemig, Maria Edith também trabalhou em programas de apoio aos produtores de peixes em Minas, tendo desenvolvido o curso Princípios Básicos de Piscicultura. Sua equipe ensinava gratuitamente aos produtores rurais, interessados

*Limnologia é o estudo das reações funcionais e produtividade das comunidades bióticas de lagos, rios, reservatórios e região costeira, em relação aos parâmetros físicos, químicos e bióticos ambientais.

e profissionais da área, como fazer o monitoramento e a manutenção da qualidade da água, como identificar o tipo de solo apropriado para se fazer tanques, como utilizar alimentação balanceada para os peixes, dentre outros assuntos.

Conscientização e ação Em setembro deste ano, Edith falou para os empregados da Forluz sobre o problema da escassez hídrica durante evento do programa Forluz Verde. Ela apontou medidas simples que podem minimizar essa dificuldade. Dentre elas, a plantação de matas ciliares nas margens dos rios; impedir que agricultores deixem fertilizantes próximos aos cursos d’água; e diminuir os lixões. “O chorume, por exemplo, substância proveniente da decomposição do lixo, é um poluente que compromete bastante a qualidade da água. Quando chove, essa substância escorre para os rios, contaminando significativamente os cursos d’água”. Conscientização e mudança de hábitos são imprescindíveis. “Acho que poderíamos tomar um banho por dia. Além disso, fazemos mais lixo que deveríamos. Infelizmente, a população não está pensando. É desperdício demais e as pessoas estão dando pouca importância para as florestas e matas ciliares. Não adianta apenas tratar a água para beber. Aliás, será que sempre teremos água para beber? Desde quando a água é um recurso ilimitado? A água vai acabar, sim, e estamos caminhando para isso. Nós não podemos ser perdulários com a natureza”, esclarece.

A água vai acabar, sim, e estamos caminhando para isso. Nós não podemos ser perdulários com a natureza


Iniciativa barata, mas de grande efeito Parcerias entre órgãos públicos ou com a iniciativa privada também podem dar bons resultados. A terra natal de Edith, São Domingos do Prata, tem mantido vivo o rio que corta a cidade. ”Há cerca de 20 anos, a Prefeitura e a Universidade Federal de Viçosa construíram a usina de tratamento de lixo com um investimento inicial em torno de 105 mil reias”. Agora, no lugar onde havia um lixão, funciona a empresa que vende material reciclado, produz adubos usados no reflorestamento e preserva a mata atlântica do lugar. A usina também emprega centenas de pessoas direta e indiretamente, e atende cerca de 10 mil pessoas do mu- nicípio. “O nível de DBO** da água do rio caiu de 10 para 5. A recuperação do rio é uma grande conquista!”

**A Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO é a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica. Quanto menor o nível de DBO, menos poluente é o rio. A água pura tem 10 mg/L de oxigênio dissolvido. Peixes mais sensíveis precisam de 5 a 6 mg/L de oxigênio para sobreviverem, enquanto os peixes mais resistentes, como o bagre, sobrevivem em 2 a 3 mg/L de oxigênio dissolvidos na água. Quando o chorume escorre para as águas, o nível de DBO sobe para cerca de 10 mil DBOs.

O rio Amazonas que evapora Ao palestrar na Forluz, Edith chamou a atenção para uma questão fundamental para corrigir ou amenizar o problema da falta de água no Brasil. Ela explicou que o país precisa se voltar para a importância da bacia Amazônica. “Essa é a primeira coisa que temos que fazer. Se não cuidarmos de lá, não teremos chuva aqui”. Para respaldar sua fala, ela citou o artigo do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Antônio Nobre. Ele afirma que as árvores da Amazônia são como bombas, que lançam no ar mil litros de água por dia. As árvores retiram a água do solo, promovem sua evaporação e a transferem para a atmosfera. A floresta inteira coloca 20 bilhões de toneladas de água na atmosfera diariamente. Para se ter ideia do que isso significa, o rio Amazonas, o mais volumoso do mundo, joga no Atlântico 17 bilhões de toneladas de água doce no mesmo intervalo. O mecanismo foi descoberto por meio de medições feitas com torres e satélites, que detectavam o transporte do vapor invisível de água. “Já reparou que onde há florestas não há seca, nem excesso de água, nem furacões, nem tornados? Se tirarem a metade do fígado de um alcoólatra , vai ser difícil para ele lidar com o álcool. É isso o que está acontecendo com a Amazônia. Estamos retirando um órgão essencial à sobrevivência do sistema terrestre. E a Amazônia não é apenas o pulmão, mas o fígado, o coração”.

Recursos hídricos no Brasil por região, superfície e população (em % do total do país)

Recusos Hídricos

Superfície

População

Norte Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste

68,50 15,70 6,50 6,00 3,30

45,30 18,80 6,80 10,80 18,30

6,98 6,41 15,05 42,65 28,91

Soma

100,00

100,00

100,00

Região

Fonte: DNAEE

Áreas das bacias hidrográficas no Brasil Paraná

14,3%

Uruguai

2,1% Amazônica

45,7%

São Francisco

7,5%

Trecho Sudeste

2,6%

Trecho Leste

6,7%

Trecho Norte e Nordeste

11,6%

(em %)

Tocantins

9,5%


Educação para saber cuidar do seu futuro Apesar da proliferação de iniciativas em várias frentes, o aprendizado previdenciário no Brasil ainda tem muito campo para avançar

Aprender sobre previdência é tão importante quanto aprender a ler e escrever. Ser previdente é a maneira de se preparar para um futuro tranquilo na aposentadoria. No entanto, o assunto ainda é pouco discutido nas esferas públicas e privadas. Apenas 3% da população economicamente ativa participa de um plano de previdência complementar e somente 41% ganham acima do teto do INSS. Por que tanta gente ainda não aderiu a um plano de previdência? Segundo a economista e sócia da empresa Oficina de Escolhas, Adriana Olivares Rodopoulos, o ser humano é uma máquina de escolher, pois está o tempo todo tomando decisões. Algumas bastante simples, outras nem tanto. “Até quando resolvemos não fazer nada a respeito de algo, estamos fazendo uma escolha”, explica. E uma das mais importantes decisões a tomar é traçar um plano para o futuro. “E assim vamos construindo a nossa vida que, em última análise, é o produto da somatória de decisões e escolhas feitas ao longo do tempo. E o lugar que ocuparemos no futuro será o resultado das escolhas que fizermos a partir de agora”.


A informação não é suficiente para modificar o comportamento das pessoas Adriana Rodopoulos

Para ela, o desafio para aumentar o número de pessoas que aderem a um plano previdenciário passa a ser o de educar o trabalhador, levando-o a pensar sobre o futuro o quanto antes. Ainda nesse conceito educativo, é preciso incentivá-lo a manter a poupança previdenciária ao longo de décadas, a fim de ajudá-lo a alcançar um futuro com mais qualidade de vida na aposentadoria. “É preciso criar um ambiente de escolhas e espaços de aprendizagem que permitam ir além da pura informação”. Isso porque, segundo ela, a informação não é suficiente para modificar o comportamento das pessoas. “Não é porque as pessoas estão informadas que tomarão o caminho certo”. O superintendente da Previc, Carlos de Paula, acredita que “a existência de um programa de educação previdenciária vai continuar sendo vista pelo órgão supervisor como algo que a entidade faz de positivo”. Segundo ele, iniciativas nesse sentido, unindo o governo e o segmento privado, são fundamentais para o fomento do sistema.


Penso de um jeito, faço de outro Muita gente pensa numa coisa e acaba fazendo outra, em desacordo com o que parece ser a sua convicção. Pesquisa recente revela que 69% dos brasileiros não acumulam poupança para a aposentadoria e 38% sequer planejam fazê-lo, sendo que 60% encontram-se endividados e 20% já entraram no estágio da inadimplência. Ao contrário, porém, do que esses números fazem pensar acerca da despreocupação dos brasileiros em relação a tudo isso, um outro dado da pesquisa indica que 90% dos brasileiros estão sim preocupados e não gostam nada dessa falta de preparação para a aposentadoria. É a partir dessa contradição entre o que se pensa e o que se faz que Adriana defende que os problemas encontrados no processo de escolha envolvem o pensamento humano ou, mais precisamente, no encontro mal resolvido entre dois sistemas cerebrais, um mais repetitivo e básico, o outro mais lógico e dedutivo. O primeiro favorece as respostas mais instintivas e centradas no curto prazo, o segundo é capaz de produzir reflexões e olhar o longo prazo.

O pior é que o cérebro tem maior dificuldade em lidar exatamente com as situações que envolvem, por exemplo, a previdência complementar. “Tomar uma decisão fica sempre mais difícil quando o tema não é familiar, suas consequências não são imediatas e mapear as opções é algo mais complicado”, resume Adriana, mostrando com isso o tamanho do nosso desafio.

Os perigos da caminhada Poupar dinheiro não é tarefa fácil. Significa abrir mão de um benefício imediato para garantir a qualidade de vida no futuro. Mas muitos podem se perguntar: como terei garantias que vou estar vivo daqui a vinte anos ou mais? A verdade é que ninguém sabe. Entretanto, conforme pesquisas, os brasileiros estão vivendo cada vez mais e é na velhice que as pessoas mais precisam de dinheiro. Por isso é preciso ser realista e pensar no futuro com zelo.

69%

Não acumulam poupança para a aposentadoria

38%

Não planejam poupar

60%

Estão endividados

20%

São inadimplentes


Segundo a analista previdenciária da Forluz, Rejane Couto, o dinheiro poupado para a aposentadoria não deve ser visto como um gasto. “Nunca sabemos o que o futuro nos reserva, e poder contar com a tranquilidade de uma renda extra na aposentadoria faz toda a diferença”.

O participante tem que participar Falar sobre previdência complementar em nosso país não é tarefa fácil. Por isso, os profissionais que dedicam seu tempo a árdua tarefa de fomentar o assunto precisam ser assertivos. Segundo a consultora de comunicação Eliane Miraglia, “criar conteúdo não é suficiente, é preciso conversação e compartilhamento, tornando as pessoas protagonistas”. É necessário educar as entidades e seus profissionais a entenderem que não basta informar, também é preciso ouvir. Essa atitude pode ser uma forma de ajudar o participante a aderir a um plano.

Programas educacionais De acordo com a pesquisa realizada pela Comissão Técnica Nacional de Educação da Abrapp, em função do Segundo Encontro de Educação dos Fundos de Pensão, em 2014, atualmente 60% das entidades já possuem um programa de educação previdenciária e financeira. E cerca de 13% desse total executa o programa há mais de cinco anos. A pesquisa apontou ainda que essas entidades consideram mais importante abordar temas relacionados às orientações sobre finanças pessoais e às informações sobre os planos de benefícios. O objetivo principal desses programas está relacionado a formação de cultura previdenciária e financeira. Apesar das dificuldades apontadas pelas entidades para implantação e execução de um programa, a maioria enxerga a iniciativa como sendo fundamental para a conscientização do tema na sociedade. Em nível nacional, o governo, por meio da Previc, trabalha com o Programa de Educação Previdenciária – PEP. A finalidade dele é ampliar a cobertura previdenciária por intermédio da inclusão e permanência dos trabalhadores brasileiros nos regimes de previdência. Dentre as ações do programa estão a orientação e informação realizadas via atendimento individual ao cidadão. Essa ação acontece geralmente em praça pública, feiras de exposição, mutirões de cidadania, no campo ou em conjunto com o atendimento das unidades móveis. Também são realizadas palestras e cursos para associações, sindicatos, universidades, escolas e outras entidades da sociedade civil.

Criar conteúdo não é suficiente, é preciso conversação e compartilhamento, tornando as pessoas protagonistas Eliane Miraglia Na Forluz é assim A educação previdenciária e financeira na Forluz acontece há mais de 6 anos, no âmbito do Programa Para Viver Melhor. Por meio das ações desenvolvidas no programa, os participantes acompanham o dia a dia da Fundação e aprendem a lidar com as informações sobre a conta de aposentadoria, fazer orçamentos domésticos adequados, poupar e gerenciar dívidas. Assim, ao longo desses anos, a Entidade tem feito um grande esforço no sentido de aprimorar seu programa. Apenas em 2014, foram realizados mais de 27 encontros presenciais para cerca de 1.600 participantes ativos, assistidos e pensionistas. Entre os eventos estão o Presta Contas, Dia das Crianças e Viver Melhor Agora, além de palestras da Forluz nos Programas de Preparação de Aposentadoria - PPAs e nas Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho – Sipats da Cemig.

Saiba mais em:

@

Oficina de escolhas Programa de Educação Previdenciária - PEP


Cortando a relação ancestral com a dívida O endividamento está inserido nas raízes culturais do povo brasileiro, mas esse problema pode ser revertido com boas doses de disciplina

A relação do brasileiro com o endividamento desmedido não é recente. De acordo com o historiador Tau Golin, os livros do Registro da Dívida Colonial mostram que boa parte dos colonos que possuíam títulos provisórios renegociaram suas dívidas mais de uma vez, havendo casos de concessões de terras feitas entre 1880 e 1890 que não haviam sido pagas por seus ocupantes em 1918. Anotações de saldos a pagar da época revelam indícios de dificuldades de pagamentos por parte dos colonos, que preferiram o aumento do saldo devedor com acréscimo de juros a cada ano.

O empréstimo, por exemplo, já era uma estratégia praticada pelos bancos naquele período. Os bancos acresciam 6% de juros ao ano no valor total da dívida. Quanto ao atraso nas prestações referentes ao pagamento da dívida, o credor acrescentava na parcela os juros de mora, cobrados até os dias de hoje para manutenção dos serviços. A estratégia de elevar o preço do bem, geralmente a compra de glebas rurais, por meio dos juros, também era usada pelos credores no momento da renegociação com os inadimplentes. Embora as formas de contrair dívidas tenham se modificado, a forma de cobrar o pagamento em atraso se mantem secular. Assim como na época dos colonos, as instituições financeiras continuam a acrescentar juros ao montante da dívida a cada ano. Reajustam o valor do bem; adicionam os juros de mora em caso de contas em atrasos; utilizam o acréscimo e a revisão de juros em renegociações com os devedores.

Sob o domínio dos cartões A falta de planejamento e os imprevistos do dia a dia são os principais causadores das dívidas contraídas pelos brasileiros desde sempre. No entanto, o cartão de crédito conseguiu se tornar o vilão dos dias atuais. Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – Peic, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC, a maior parte das


dívidas das famílias é adquirida com o uso do cartão de crédito. O percentual das famílias endividadas chegou a 60,2% em outubro deste ano e 74% dessas dívidas foram adquiridas via cartão de crédito. São vários os motivos para a contração de dívidas com o cartão. Ao analisar os fatores psicológicos das pessoas, no momento do pagamento de uma compra, o uso dos cartões de crédito exclui a necessidade do dinheiro em espécie. Essa operação, em alguns momentos, passa despercebida, servindo de incentivo para se consumir mais. “Nosso inconsciente não sente a saída do dinheiro quando o pagamento é feito com cartão, uma vez que, na opção crédito, o dinheiro não sai da conta automaticamente. É como se o consumidor não tivesse gastado nada naquela compra, quando, na verdade, despendeu dinheiro acima do que deveria”, explica Samy Dana, economista da Fundação Getúlio Vargas, em artigo publicado na revista Você S/A.

Um histórico de luxo A história do cartão de crédito pode explicar muita coisa. O cartão substituiu o talão de cheques e vem tomando o espaço do dinheiro em espécie. Criado nos Estados Unidos em 1950, ele se tornou conceituado após o Diners Club oferecê-lo a executivos para que pudessem pagar despesas com lazer e viagens de negócios. O uso do cartão por essa parcela da sociedade americana concedeu-lhe uma ideia de status, conceito que permanece até hoje enraizado na sociedade. A facilidade de crédito oferecida pelo cartão chegou ao Brasil em 1954, após o empresário tcheco Hanus Tauber ter adquirido a franquia do Diners Club nos Estados Unidos. Com pouco mais de 50 anos de uso no país, cerca de 77% dos brasileiros utilizam o cartão de crédito, segundo dados do SPC de 2013. Números da mesma pesquisa revelam ainda que 72% das pessoas adeptas desse sistema de pagamento desconhecem o valor pago no crédito rotativo quando deixam de quitar o valor integral da fatura. Outro fator a ser destacado é o sonho das pessoas em adquirir determinados produtos, como a compra de roupas, viagens, carros e a realização de festas. O que se torna possível pela facilidade de crédito proporcionado pelo limite do cartão.


Como interromper o círculo vicioso Para não cair na velha história do endividamento crônico, confira as dicas de como controlar os gastos e evitar as “passadas” compulsivas do cartão do crédito.

1

Tenha limite

Estabeleça o quanto pode gastar por mês com o cartão e não ultrapasse o valor estabelecido.

4

Somente um cartão

2

Tenha apenas um cartão, isso impede que você utilize um outro para fazer novas compras, caso o limite do primeiro tenha estourado.

Anote os gastos Registre os gastos realizados no cartão, fazendo o lançamento das parcelas para os meses futuros.

3

Deixe margem para eventualidades Estabeleça uma meta de gastos, deixando uma “folga” para contas inesperadas.


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Cuidado com os juros Caso não tenha como pagar o valor total da fatura, não caia na tentação de adquirir determinado produto. Ao pagar o valor mínimo, o banco vai cobrar juros muito altos sobre a parcela financiada.

6

Cartão para pagamentos

As administradoras de cartão costumam cobrar tarifas para prestar serviços de lançamento de contas. O melhor a fazer é se informar sobre as tarifas e conferir se vale a pena gastar a mais para comprar esse benefício.

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Cartão não solicitado

Quando a administradora manda um cartão para sua casa e você aceita usá-lo, ela não pode cobrar a taxa de anuidade do primeiro ano. Isso porque cartões enviados sem a solicitação do cliente são considerados amostras grátis. Portanto, procure o Procon caso o problema não se resolva.

5

Sempre à vista O cartão é uma das modalidades mais caras de financiamento. Portanto, evite pagar o valor mínimo ou parcelar a dívida.


especial

Forluz inaugura primeiro prédio verde de Minas Características únicas de sustentabilidade e arquitetura tornam o novo edifício uma referência no cenário urbanístico da capital

A Forluz inaugurou, em novembro, o edifício Aureliano Chaves, em solenidade realizada em conjunto com a patrocinadora Cemig. Cerca de 400 convidados prestigiaram o evento, que ocorreu no bonito hall do prédio. O edifício é o mais novo investimento imobiliário da Fundação e será ocupado pela Cemig e empresas do grupo, a partir do primeiro semestre de 2015. Toda a obra foi concebida em sintonia com os princípios de inovação e cuidado com o meio ambiente. O prédio recebeu o nome de Aureliano Chaves em homenagem ao ex-governador (19751978) e ex-vice presidente da República (1979-1985), Antônio Aureliano Chaves de Mendonça. Projetado pelos arquitetos mineiros Gustavo Penna (ver editorial na página 21) e Alexandre Bragança, a edificação vem se somar aos mais arrojados projetos arquitetônicos da capital. Foram investidos na obra cerca de R$ 300 milhões e estima-se uma significativa economia de recursos naturais, em razão das técnicas inovadoras utilizadas na construção. Com um total de 30 pavimentos, a edificação se distribui em 25 andares de escritórios na superfície e cinco subsolos, que serão usados como estacionamento e lojas. A área total construída é de cerca de 60 mil m². A obra conta com a incorporação de fontes alternativas de energia, amplo aproveitamento da luz natural, reutilização de água, sistemas de uso racional de energia, uso de materiais reciclados e outros. As técnicas utilizadas buscam minimizar os impactos ambientais e poderão reduzir o consumo de água potável do prédio em até 40%, e o de energia elétrica em cerca de 20%.


É preciso coragem e ousadia Nosso conceito principal foi o de gerar um novo lugar para Belo Horizonte. A ideia arquitetônica foi criar um contraponto com o edifício Júlio Soares, que está em frente, ocupado pela Cemig hoje. A ideia do edifício em lâmina surge não como uma forma gratuita, mas sim para valorizar o edifício pré-existente e gerar uma praça frontal. Reunimos então as praças que envolvem o prédio existente e o novo, num grande espaço livre incorporado à Avenida Barbacena, num gesto de generosidade e harmonia. O prédio que quer se voltar para a cidade e seu entorno e incorporar esse cenário no seu dia a dia. Os ambientes com janelas grandes são muito mais iluminados e integrados. Impedimos a incidência direta do sol, mas permitimos a visão externa. De lá vemos a Serra do Curral, vê-se toda a porção sul da cidade e, pelas janelas norte, veem-se os eixos de circulação e também a visão para o centro da cidade. Usar o vidro como recurso é muito importante, pois ele cumpre essa missão de nos ajudar a termos um ambiente com luz dosada. A arquitetura de hoje deve incorporar aspectos de bioeficiência e sustentabilidade. Precisamos ser mais inventivos, afetivos e principalmente efetivos. As atitudes ecologicamente amigáveis na maioria das vezes são simples, intuitivas e atemporais, mas nos pedem muita coragem e ousadia. Deixar a árvore fazer sombra, a água brotar, o rio correr livre, o sol da manhã e a brisa cruzarem os espaços, a luz natural encher nossa casa são belas maneiras de nos integrarmos com a natureza. A síntese poderia ser pratique a gentileza. Com o meio ambiente, com a história, com o outro e com você mesmo. O Planeta está a exigir essa posição para os novos edifícios e para os núcleos urbanos, que começarão a passar por uma reestruturação. Para mim, um projeto dessa magnitude e complexidade, elaborado por profissionais de Minas Gerais em todas as especialidades, mostra claramente o nosso grau de preparo e formação técnica. É um orgulho para todos nós da equipe. Gustavo Penna Arquiteto

Solenidade A solenidade contou com a presença do governador Alberto Pinto Coelho, do presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, do diretor da Forluz, José Ribeiro Pena Neto, representando o presidente Fernando Pimenta, do senador, Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, e do vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros. Marcaram presença, ainda, a diretoria, empregados e ex-dirigentes da Cemig, conselheiros, dirigentes e empregados da Forluz e inúmeros outros convidados. Merecem destaque especial nessa história, os membros do Comitê Executivo para Acompanhamento da Obra do Edifício da Forluz - CEOF e a equipe da Via Engenharia, representada por seu presidente, Fernando Queiroz. Durante o evento, a diretoria da Forluz aproveitou a oportunidade para homenagear a equipe do CEOF, reforçando o empenho e a dedicação com que a equipe conduziu a obra. Os homenageados foram o administrador e coordenador da equipe, Carlos Alberto Costa Fonseca, o engenheiro civil, Marildo Henrique Diniz, e a arquiteta, Marisa Costa Duarte Lanna.


Sucesso de investimento

o colchão de ar entre o granito e vedação diminui o aquecimento, melhorando o conforto térmico no interior do prédio.

A construção é também exemplar em termos de governança e investimento. A edificação foi uma decisão de ampliação da carteira imobiliária que se mostrou assertiva. O investimento, mais uma vez, contou com a parceria da Cemig, que desde o início se comprometeu com a locação do imóvel, tendo em vista sua necessidade de racionalização.

Entrada principal

A entrada principal do prédio é arborizada com espécies que requerem menor quantidade de água, fornecida por sistema de irrigação automatizado. O edifício possui área livre de 2.200 m² e marquise com cobertura verde, que proporciona sombreamento e diminuição na formação de ilhas de calor. A utilização de capachos nas entraAlém de repetir a fórmula de sucesso da ocupação do edifício Júlio das do edifício contribui para a redução de entrada da sujeira e pó Soares, a atual sede da Cemig, a obra só foi iniciada após a conclu- da rua no prédio. são do projeto executivo. O investimento chega agora ao seu término com o preço do metro quadrado abaixo do mercado da capital. Sem Disposição das ilhas de trabalho contar que a edificação agrega uma série de itens inovadores para os padrões construtivos atuais. O piso dos andares é elevado e possibilita mobilidade no planejamento de distribuição das estações de trabalho. Mesmo com o leiaute pronto, é possível transferir os pontos de energia, telefonia O que conferiu à obra o selo sustentável? e dados sem precisar de obras civis. Esse é o primeiro prédio de Minas a obter a certificação Leadership in Energy and Environmental Development – Leed, grau Ouro, Descarte correto do lixo selo verde conferido a edificações que adotam padrões internaDurante a obra, foram adotadas medidas de controle de emissão cionais de sustentabilidade. de poluentes no ar, bem como na geração de resíduos. A terra e os resíduos gerados foram negociados com empresas para reuso. Foi adotado, ainda, sistema de coleta seletiva dos resíduos, o que permanecerá após a ocupação do edifício.

Conheça as técnicas sustentáveis aplicadas na construção Garagens

Previsão de 472 vagas de garagem distribuídas nos cinco subsolos. Demarcação de 27 vagas, com preferência de estacionamento de veículos de baixa emissão de CO2 ou baixo consumo de combustível, e 27 vagas preferenciais para veículos usados na carona solidária. Fachadas aeradas As fachadas do prédio, voltadas para o nascer e o pôr do sol, são “cegas”, sem aberturas. Elas possuem revestimento em granito a 70 cm da alvenaria/concreto de vedação. Com a incidência do sol,

Reutilização de água São utilizados equipamentos capazes de reduzir o uso e reaproveitar a água, diminuindo o consumo de água potável em mais de 40%. Entre as novidades, piso flutuante na praça, que capta água


de chuva, assim como drenagem de água pluvial na cobertura. Uso de válvulas e sensores de presença nos mictórios e torneiras. Ar condicionado O sistema de ar condicionado, de alta eficiência, conta com o “chiller”, equipamento que produz “água gelada”. O sistema conta com forro aerado, que retira o ar quente do ambiente durante a noite. Pela manhã, ao ser ligado, o ambiente é climatizado com mais rapidez, e menor consumo de energia. Iluminação natural Iluminação natural em 75% das áreas ocupadas do edifício, permitindo visão integrada com o exterior. As persianas são automatizadas e controladas por sensores que identificam a necessidade de acionamento em função da posição do sol. Minimizando o calor Uso de vidros insulados, ou seja, duplos com colchão de ar entre eles, que proporcionam um diferencial térmico de cerca de 6 graus em relação ao ambiente externo. Instalação de brises (Brise Soleil) nas janelas da fachada norte, que impedem a incidência direta dos raios solares. Elevadores Elevadores inteligentes automatizados, otimizando seu deslocamento em função do fluxo de pessoas. Energia solar Utilização de sistema de captação de energia solar para aquecimento de água dos chuveiros, bem como sistema de coletores fotovoltaicos, responsável pela geração de 3,5% da carga consumida com iluminação. Material reciclado Utilização de materiais com componentes reciclados, inclusive cimento, aço, alumínio da fachada, carpete e piso elevado. O reapro-

veitamento de materiais minimiza a retirada da matéria prima no meio ambiente, reduzindo emissão de CO2 na sua produção. Qualidade ambiental interna Melhora na qualidade do ambiente interno para o bem-estar dos usuários, por meio do controle de CO2, com aumento na taxa de renovação do ar e utilização de filtros de alta capacidade de desempenho.


Diga adeus à aposentadoria Quando você pensa em aposentadoria, qual é o seu sentimento? Frustração? Sossego? Previdência, segundo especialista, é mais do que aposentadoria Por Gustavo Cerbasi, consultor financeiro

Quando você pensa em sua aposentadoria, o sentimento que o envolve é de alegria, inspiração e motivação? Acredito que não. E não poderia ser diferente. Aposentadoria não passa de um mecanismo burocrático, limitador e ineficiente, que proporciona uma renda insuficiente como resultado de anos de esforço pouco consciente e nada motivador. É por esse motivo que defendo, em meu livro, “Adeus, Aposentadoria!”, a ideia de que não devemos mais acreditar ou apostar nossas fichas na aposentadoria. O modelo que proponho envolve trabalhar por mais tempo, por isso, incentivo o aprendizado e a busca por realização crescente no trabalho. Também envolve aproveitar melhor a vida, por isso, desestimulo esforços hercúleos de poupança. E envolve educação e preparação para as duas novas etapas produtivas na vida, após ultrapassar a barreira daquilo que ainda chamamos de aposentadoria: a etapa empreendedora e a etapa investidora. Esse modelo nasceu de uma transformação que ocorreu em minha própria maneira de encarar a aposentadoria. Há cerca de quinze anos, quando buscava minha independência financeira e passar a viver de renda, quando eu pensava em me aposentar, fiz esforços de poupança muito maiores do que meus colegas de trabalho e cheguei ao meu objetivo. Em 2005, estava matematicamente aposentado. Poderia deixar de trabalhar e manter, para o resto da vida, um modesto padrão de vida. Mas, diante da possibilidade de não precisar mais trabalhar, e gostando de parte do meu trabalho, passei a recusar os con-


Por mais que poupemos, não conseguiremos criar, ao longo dos cerca de 35 anos de carreira, poupança suficiente para nos manter por outros 35 anos

vites de trabalho que não me interessavam e aceitar somente os que me faziam brilhar os olhos. Pouco tempo após constatar que eu não precisaria mais trabalhar, estava trabalhando como nunca, e sendo bem recompensado por isso. Meu patrimônio e minha renda cresceram exponencialmente, e percebi que, após minha “aposentadoria”, estava colhendo frutos que jamais imaginaria colher. Após conquistar minha liberdade - termo melhor do que aposentadoria para definir essa fase - foi que assumi os rumos de minha vida. Para conquistar essa liberdade e garantir uma vida confortável no futuro, não é preciso abandonar o modelo atual de aposentadoria pelo INSS e pela previdência complementar. Apesar de muito ineficiente, o INSS proporciona seguros sociais que custariam mais caro contratar em seguradoras privadas. E planos de previdência e fundos de pensão oferecem mecanismos razoavelmente seguros e previsíveis. O problema é que, por mais que nos esforcemos por meio desses mecanismos, sabemos que não nos sentiremos recompensados pelo esforço, e que o resultado sempre será aquém do que desejamos. Por isso, em vez de abandonar o atual modelo, devemos entender que ele é apenas parte de um planejamento mais complexo e que envolve alguns fatores. O primeiro deles é entender que o resultado da poupança é insuficiente para viver de renda; depois, aproveitar a facilidade de aprender sobre empreendedorismo e investimentos; se envolver com atividades empreendedoras gradualmente; contar com os esforços de poupança ao longo dos anos de trabalho; e, por fim, se envolver com atividades investidoras de diferentes naturezas após a aposentadoria.

Proponho que jamais estabeleçamos um fim para nossas atividades. Por mais que poupemos, não conseguiremos criar, ao longo dos cerca de 35 anos de carreira, poupança suficiente para nos manter por outros 35 anos. A única saída é empreender ou adotar uma atitude empreendedora. Empreender é iniciar um negócio próprio, que nos permita criar renda. Adotar uma atitude empreendedora é investir o dinheiro poupado durante a carreira de trabalho, mas aproveitando o tempo livre da aposentadoria para se envolver com o mercado em que seu dinheiro está investido. Visitar eventos, frequentar cursos, contatar especialistas e outros investidores são rotinas que demandam tempo e que, por isso, são inviáveis enquanto nos dedicamos ao enriquecimento de nossos patrões. É por isso que considero a aposentadoria formal não como um fim, mas o começo de nossa real construção de riqueza na vida. Nesse processo, a previdência complementar ganha um papel de destaque. Ela deixa de ser a solução única para nosso futuro e passa ser uma importante ferramenta estratégica para a fase mais empreendedora de nossa vida. Quem tiver boas reservas, terá condições de iniciar um negócio próprio ou de realizar investimentos com parte dessas reservas para que elas cresçam ao longo dos anos. Sem reservas flexíveis, a única opção é a ineficiente renda do INSS. Gustavo Cerbasi é especialista em educação financeira e autor dos livros Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, Investimentos Inteligentes e Adeus, Aposentadoria (Ed. Sextante), entre outros. Twitter @gcerbasi. Facebook: Gustavo Cerbasi (Oficial) e www. maisdinheiro.com.br.


Teste seus conhecimentos com o webgame Palavras Espaciais e concorra a brindes O Palavras Espaciais é um webgame desenvolvido especialmente pra você aprender e testar seus conhecimentos da forma mais agradável e divertida. Nosso jogo online é uma brincadeira lúdica, repleta de conhecimento. Para entrar no jogo, clique no link no pé da página e siga as orientações. Ao acertar o desafio, preencha o formulário eletrônico que será automaticamente enviado à Forluz. Com ele, você concorrerá a brindes culturais como pares de ingressos para cinemas, teatros ou shows; livros; CDs e DVDs, até abril de 2015.

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