59 CAPÍTULO V- Lepidópteros (Rhopalocera) como bioindicadores ambientais: aspectos ecológicos e econômicos em agriculturas orgânicas Natália de Cássia Cardoso Farias1 Patricia Chaves de Oliveira2 RESUMO A presente pesquisa objetivou discutir o uso de lepidópteros (Rhopalocera) como aliados na bioeconomia de produtos advindos da agricultura orgânica. A metodologia trata-se de revisão bibliográfica, em que foram selecionadas 30 literaturas de base e 8 específicas sobre a temática. Foi possível verificar como as borboletas indicam a qualidade do solo e como a forma de cultivo orgânico possui maior biodiversidade, riqueza e abundância comparado a cultivos convencionais que fazem uso de agrotóxicos, fertilizantes e pesticidas. Como produto da pesquisa, ainda foi possível construir um modelo teórico para incentivar a conservação de borboletas em agriculturas orgânicas de pequenos e médios produtores locais, bem como um mapa conceitual sobre a relação entre as borboletas e a agricultura. Palavras-Chave: Borboletas. Agriculturas Orgânicas e Convencionais. Conservação. Bioeconomia.
1.
INTRODUÇÃO A crescente intensificação de práticas agrícolas convencionais no Brasil, leva a reflexão de
como técnicas intensivas de cultivo podem reduzir a complexidade e biodiversidade de um ecossistema, visto que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) aponta o ano de 2020 como sendo o detentor de maior número de agrotóxicos já registrados, 493 registros, distribuídos nas classificações, (i) alto perigo, (ii) muito perigo, (iii) perigo e (iv) pouco perigo para o meio ambiente. Além disso, 2021 já se configura como o segundo ano com maior número de registros, totalizando até o momento 224 agrotóxicos e afins aprovados, distribuídos nos níveis (ii), (iii) e (iv) (BRASIL, 2021). Por outro lado, as práticas agrícolas orgânicas também têm ganhado espaço no mercado (SILVA; SILVA, 2016; SOUZA; OVEIRA; BADEJO, 2019), sendo desempenhadas principalmente por pequenos produtores rurais e ribeirinhos com técnicas de cultivo com menor, e as vezes nula, quantidade de agrotóxicos ou fertilizantes em suas produções, mas que ainda sofrem com baixa visibilidade.
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Licenciada em Ciências Naturais com habilitação em Biologia pela Universidade Federal do Pará (2021); Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia da Universidade Federal do Oeste do Pará (2021). / Email: eacademiconatalia@gmail.com. 2 Doutora em Ciências Agrárias com área de concentração em Sistemas Agroflorestais pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2005), Professora Associada ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia/UFOPA.