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ano 2 | nº 3 | fevereiro / abril 2012
Ensino de música nas escolas: agora é lei
Experts da indústria fonográfica revelam
os “segredos” do sucesso Zé Renato em Breves Minutos
Voo Livre Jorge Vercillo lança selo próprio e investe em carreira independente
A Audicare tem sua sede em São Paulo, e mantém um ponto de atendimento nas instalações do Espaço da Voz – Rua Oriente, 653 – Serra – Belo Horizonte – MG
Arte, cinema, dança, informação, gastronomia e, claro, muita música. Quem vive a cultura de Belo Horizonte sabe que só a GUARANI FM tem uma programação selecionada para surpreender e agradar os melhores ouvidos. Sintonize 96.5. A Rádio que mais cresce na cidade toca o seu bom gosto**. * Fonte Ipsos: Estudos Marplan/EGM. Mercado Grande BH. Abril-10 a março-11. Filtro: 10 e+ anos: 3.173.000 pessoas. Filtro consumo cultural: pessoas que frequentam teatro, shows, concertos, exposições, museus, restaurantes, cafeterias e gostam de ler e jantar fora. ** Fonte Ibope: Easy Media 3 - Mercado Grande BH - Março a maio 2011. Média: todos os dias. Ouvintes por minuto na população total: 5h24. Emissoras segmentadas: aquelas que possuem entre seus ouvintes mais de 50% de público AB.
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PERFIL Para Inspirar, Instruir e Promover
ÍNDICE 06 . TECNOLOGIA
Junior Sperancini
. A nova sonorização do Harpa Concert Hall and Conference Centre na capital da Islândia
08 .
MÚSICA S/A . Três especialistas da indústria fonográfica dão dicas para o desenvolvimento de carreira na música
15 . PEC DA MÚSICA 16 . JOGO DOS CINCO ERROS 17 . BIBLIOTECA 18 . DIREITO E MÚSICA
Pág. 48 Rubens Lazarini e Renato Sakata
Pág. 04
Rubens Barbosa
Pág. 41
. O autor e o sistema copyright
23 . STUDIO MIX
. Como gravar uma demo
28 . NO AR
. Elias Santos e a rádio educativa
30 . LANÇAMENTOS . Por Kiko Ferreira
36 . NA ESTRADA
Zé Renato
Pág. 12
. Festival de coráis homenageia Drummond
Aída Couto
38 . EDUCAÇÃO
Pág. 37
. A polêmica da obrigatoriedade do ensino de música nas escolas
40 . IMPACTO URBANO
. Itabira: aqui a música acontece
42 . MIXANDO NOTAS 43 . VIDA NOTURNA . Shows
44 . AGENDA DE SHOWS 46 . MODA
. Os figurinos das estrelas
51 . VIDA NOTURNA
Leandro Torres
Pág. 21 Jorge Vercillo
Capa
. Bares
52 . GUIA
. Escolas de música
Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião da revista, sua equipe. PULLSAR é uma publicação da NAZA EDITORA Rua Guajajaras, 1470/1407 - Barro Preto Belo Horizonte /MG CEP 30180-101 – Tel. (31) 3032-9696 www.pullsar.com.br
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EDITORIAL
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mercado musical vive hoje um período de transformações profundas, assim como o todo universo do entretenimento. O avanço fenomenal das tecnologias eletrônicas nesse novo milênio e a conseqüente popularização de celulares e da Internet contribuíram substancialmente para a mudança da maneira de produzir e divulgar a música: atualmente, é possível gravar um disco e fazer um vídeo em casa, como também disponibilizar o trabalho, em formato virtual, para os quatro cantos do mundo. Essas possibilidades estão provocando o desaparecimento ou a substituição de funções, equipamentos e suportes, mas também o surgimento de outros profissionais e programas virtuais. Quais são as principais mudanças que estão acontecendo no cenário artístico nacional e mundial? O que mudou para o músico e outros profissionais do setor? Qual é a atuação das gravadoras neste novo panorama? Qual será o futuro da música e do artista? Essas são algumas das perguntas que a Pullsar busca responder neste seu terceiro número. Para isso, a revista conversou com três dos maiores profissionais da industria fonográfica no Brasil, Edison Coelho, Marcelo Castello Branco e Max Pierre, e entrevistou o cantor e compositor Jorge Vercillo, que lança seu próprio selo discográfico, Leve, e investe numa nova maneira de distribuição de CDs. Ainda nessa trilha de reportagem e reflexão sobre o mercado, a Pullsar apresenta dois retratos de profissionais dos bastidores da música, o especialista em Marketing Artístico Rubens Barbosa e o produtor executivo Leandro Torres, e oferece dois textos exclusivos: “Como gravar uma demo”, de ... e “O artista e as redes sociais: jogo dos cinco erros”, do compositor e produtor norte-americano Robin Davey, sobre os principais equívocos cometidos por músicos iniciantes. Mas não apenas do mercado se ocupa a Pullsar. A música, seus criadores e suas musas estão presentes em diversas páginas da revista, como o perfil da cantora e professora mineira Aída Couto e a entrevista exclusiva com Zé Renato, que integrou o quarteto Boca Livre, responsável por um dos primeiros discos independentes brasileiros, lá nos anos 70. O crítico Kiko Ferreira fala das novidades discográficas nacionais, destacando os mais recentes trabalhos dos mineiros Vander Lee e Ezequiel Lima, do pernambucano Siba e a caprichada antologia do eterno malandro Moreira da Silva. Boa leitura!
EXPEDIENTE DIRETOR-GERAL Paulo Nazarito pnazarito@pullsar.com.br EDITOR-EXECUTIVO Fábio Leite fabio@pullsar.com.br COLABORAÇÃO EDITORIAL Samuelito Mares COORDENADOR ADMINISTRATIVO Paulo Oliveira paulo@pullsar.com.br REPORTAGEM Daniela Nunes daniela@pullsar.com.br Lígia de Matos ligia@pullsar.com.br Vanderlei Timóteo vanderlei@pullsar.com.br www.pullsar.com.br
REVISÃO Beatriz Trindade
Luciana Braga luciana@pullsar.com.br
DESIGNER Allender da Luz Guilherme allender@pullsar.com.br
COLABORADORES Aline Magalhães, Edelson Rios, Ivan Chagas, Jandayra Guimarães Oliveira, Jeferson Soares, Mauro Andrade Moura, Murilo Pontes
FOTOGRAFIA Carolina Bruno Jorge Rivera Nelson Simões PUBLICIDADE Adriana Pádua adriana@pullsar.com.br Jorge Ribeiro jorge@pullsar.com.br Wander Nascimento wander@pullsar.com.br COMUNICAÇÃO/MARKETING Glécia Faria glecia@pullsar.com.br
ARTIGOS E NOTICIAS redacao@pullsar.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR cartas@pullsar.com.br REPRESENTANTE COMERCIAL Darcila Rodrigues (51) 9936-5037 Porto Alegre / Florianópolis / Curitiba Impressão: Gráfica Del Rey Tiragem: 10.000 exemplares
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PE RFIL EXEC UTIV O | Ren at o Sakat a
LUZ, CÂMERA, AÇÃO: Em CEnA A VIATV
uito trabalho, alegria e suor. Essa é a equação e “canja” para a Pullsar sobre o mercado e os desafios do dia a dia missão da equipe da VIATV, uma produtora multi- profissional. Com vocês, Renato Sakata. mídia diferenciada. Seu objetivo é desenvolver bons projetos e prestar serviços de alta qualidade para a Como surgiu a VIATV e qual o seu diferencial no mercado? iniciativa privada, setor público e terceiro setor nas áreas cultural, social-ambiental e de comunicação. Criada em Eu e meu sócio, Rubens Lazarini, trabalhamos juntos há qua1991, a empresa produz vídeos e filmes, transmissões ao vivo, se trinta e cinco anos. Depois de algumas experiências como empregados, resolvemos conquistar computação gráfica, projetos culturais nossa independência, criando uma ine eventos. fraestrutura para eventos e audiovisuOs administradores são os sócios Real. Nascemos multimídia há 21 anos e nato Sakata e Rubens Lazarini, (mais temos uma história junto às lutas popuconhecido como Cachoeira). Amigos lares desde os anos 70. há 35 anos, eles resolveram montar A decisão de virarmos empresários foi um negócio próprio e usar e abusar meio complicada no início, mas com a de todos os recursos que a tecnologia democratização do país e algumas mupode dispor para criar os mais diversos danças naturais, mantivemos nossas vídeos, filmes e programas. Com isso, relações com o marketing político e conalmejam alcançar a consolidação da quistamos nosso espaço junto à iniciaempresa, manter o bom trabalho em tiva privada. Acho que são dois pontos equipe, investir em um time que veste Lazarini e Sakata: amizade e negócios há 35 anos diferenciais que temos: a camisa e na formação de seus profissionais. 1- Os trinta e cinco anos de militância, Agora, seu desafio diário é manter uma postura ética, de parceria amizade e sociedade, entre mim e o Cachoeira, que nos ensinou a com clientes e fornecedores, e driblar as dificuldades de se man- importância da confiança, do saber ceder, da socialização das inforter um negócio no país, com carga tributária alta, concorrência mações importantes e do papel de cada um; 2 - Não importa qual seja maciça e nem sempre legal e meteórica obsolescência dos equi- o trabalho, pequeno ou grande, o cliente ou a verba, cuidaremos sempamentos. Em resumo, trabalhar com prazer e ajudar a transfor- pre com a mesma atenção e dedicação. Nós e nossa equipe sabemos mar o mundo num lugar mais justo e solidário. Os dois deram uma que serão sempre produções com a nossa assinatura - VIATV.
A ViaTV trabalha com iluminação e sonorização de shows e eventos 4
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Fotos: VIA TV / Carol Otsuka / Renato Sakata
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Por Lígia de Matos
O foco de vocês é apenas em São Paulo ou o campo de atuação atinge outros estados e países? A maior parte de nossas produções são mesmo na cidade e no Estado de São Paulo, mas já trabalhamos em outros estados e estamos estruturados para atuar em qualquer região do país. E também já produzimos alguns projetos internacionais como a turnê de seis meses com o grupo “Moleque de Rua” pela França, Itália, Bélgica e Suíça. Qual o projeto mais desafiador e marcante que vocês já desenvolveram? Olha...são 21 anos de desafios, com muitas histórias. Mas posso destacar nossa participação em 2002, na organização das festas da vitória em São Paulo e da posse do então Presidente Lula, em Brasília. Foi um episódio marcante. Vocês trabalham com todo tipo de produção em áudio e vídeo ou se especializaram em determinados produtos multimídia? Nascemos com a pretensão de sermos multimídia. Nesses anos, conquistamos alguns setores do mercado, mas acho que precisamos crescer no “savoir faire” e na infra necessária. Como temos toda estrutura para eventos, temos também uma quantidade maior de material audiovisual na área da música (gravação ao vivo, DVD, clipe e programas para TV). E quanto ao mercado audiovisual hoje? Como vocês enxergam as possibilidades, as novas tecnologias e a concorrência neste setor? Somos de uma geração que tinha cinco canais de TV aberta. Hoje temos não sei quantos canais de TV aberta, pagas e sobre demanda, mais a internet e a utilização do audiovisual nos eventos. As possibilidades são enormes, e o melhor é que este movimento está só começando. Precisamos de mais produtoras, equipamentos e profissionais competentes. Sobre as novas tecnologias, acho que a mais importante é a Internet. Mas, de qualquer maneira, no Brasil estamos com um serviço muito ruim, tanto na questão da banda, quanto nos serviços de telefonia e na televisão, que precisa ser democratizada - ela está sobre o domínio de poucos grupos. Já passou o tempo de termos mais produções independentes e a qualidade HD para todos. E para este ano de 2012? Quais são os planos e grandes projetos que aguardam a VIATV? São muitos e continuaremos tocando o barco com novos projetos. E, quem sabe, conseguirmos nossos primeiros programas de TV e longa nas telas dos cinemas. Esses são os grandes objetivos para este ano.
Parceria afinada Há 35 anos juntos, pode-se dizer que a parceria entre Renato Sakata e Rubens Lazarini já deu mais do que certo. Sakata é paulistano e desde jovem se envolveu com a produção cultural, principalmente nas áreas de cinema, música e vídeo. Lazarini (ou melhor, Cachoeira – o apelido veio do bairro onde nasceu, a Vila Nova Cachoeirinha, em SP) cursou Engenharia na Escola Politécnica. Em 1991, eles fundaram juntos a VIATV. Sakata assumiu a produção executiva de mais de 300 vídeos, entre documentários, institucionais, clipes musicais, filmes publicitários e transmissões ao vivo. Dirigiu a produção de curtas-metragem e fez a coordenação geral do 1º. Festival da Nova Canção Brasileira – Cantacut, entre outros trabalhos de destaque. Cachoeira desenvolveu e aprimorou a produção de eventos multimídia, atuando como coordenador técnico, diretor de cena, cenógrafo, corte de imagem e apresentação/ animação. Seu trabalho nesta área é reconhecido por clientes como Kaiser, Trama, Herbalife, empresas públicas, sindicatos, associações e agências como JODAF e NET Filmes. www.pullsar.com.br
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TECNOLOGIA
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Por Denio Costa
Sonorizando Ambientes Harpa Concert Hall and Conference Centre posto por 160 caixas acústicas da americana Meyer Sound, que está entre os mais renomados fabricantes de áudio profissional do mundo. O projeto de áudio e vídeo foi concebido pela empresa Artec Consultants de Nova york. A integração entre os sistemas de áudio, comunicação, iluminação cênica e vídeo foi elaborado por Kari Eythorsson da empresa Exton. A acústica variável é um dos pontos altos do ambiente. Possui painéis variáveis, refletores e absorvedores aéreos, e câmaras reverberantes ocultas. A acústica pode ser alterada para se tornar menos reverberante e aumentar a inteligibilidade em eventos com amplificação. O sistema de sonorização é composto por dois blocos laterais ao palco e um bloco central, cada um com 10 caixas acústicas do tipo vertical array, modelo Mica e o complemento na resposta a baixas frequências por subwoofers 600HP. Os complementos para a parte frontal do palco, laterais e traseira para atender ao coro, são feitos por meio de 10 pontos com caixas acústicas modelo CQ-1, CQ-2 e UPA-1P.
São utilizadas quatro caixas acústicas modelo UP Junior para cobrir a área dos balcões e para front fill são utilizadas mais quatorze caixas UP Junior em dois set ups, para atender ao palco convencional ou quando ele é utilizado de forma estendida. Mais duas caixas CQ-2 são utilizadas para cobrir os cantos frontais. Já para os monitores de palco são utilizados quatorze UM-100P e quatro MJF-212A e para mixagem utilizam a console PRO9 Midas. Quatro processadores Galileo, sendo três 616 e um 408, gerenciam todo o sistema. O alinhamento foi realizado por Bob McCarthy que utilizou o analizador de áudio SIM®3. Bob é responsável pelo alinhamento de sistemas de sonorização para diversos eventos e artistas, entre eles o Cirque du Soleil. O sistema de sonorização foi escolhido por sua consistência na cobertura, potência, definição e pressão sonora. Pode-se imaginar que um sistema deste porte irá gerar elevado nível de pressão sonora a ponto de incomodar e mesmo causar
Fotos: Divulgação
onorizar ambientes e não simplesmente empilhar caixas acústicas é algo que muito me atrai. Se o ambiente possui boa acústica então, melhor ainda. Recentemente o Harpa Concert Hall and Conference Centre, localizado em Reykjavik na Islândia, recebeu atualização de seu sistema de acústica, áudio e vídeo para diversas salas, incluindo a Eldborg Hall, a principal delas. O projeto arquitetônico e acústico foi concebido pela Henning Larsen Architects da Denmark em parceria com o artista Ólafur Elíasson. A sala atende a Orquestra Sinfônica da Islândia e a Ópera Islandesa. O ambiente têm capacidade para 1800 lugares, algo similar ao Grande Teatro do Palácio das Artes, localizado em Belo Horizonte/ MG. Assim como o nosso grande teatro, este espaço está preparado para receber diversos tipos de eventos empresariais e artísticos, tais como: palestras, shows, congressos, recitais, orquestras etc. O sistema de sonorização é com-
Harpa Concert Hall and Conference Centre, em Reiykjavic, na Islândia, tem capacidade para 1.800 espectadores 6
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danos auditivos à platéia. Mas este não é o objetivo de um projeto deste nível. O que se busca é maximizar a cobertura, oferecendo uma boa qualidade sonora, independentemente do local a ser ocupado na sala. Outra grande vantagem é o headroom, que é a reserva sonora para os picos de programa musical, oferecendo à platéia excelente experiência quanto a performance dos músicos junto a seus instrumentos, Algo raro nos dias de hoje, nos quais o volume é julgado como o item mais importante em uma apresentação musical. Este sistema, provavelmente, jamais entrará em seu limite e a distorção será sempre muito baixa. O que se obtém é qualidade e não volume.
A Naza é uma agência de música especializada em desenvolver trabalhos de divulgação e marketing para artistas em todas as regiões do Brasil.
Com mais de 25 anos de experiência na indústria da música. Oferecemos serviço completo para desenvolvimento e gestão de sua carreira artística.
Um dos primeiros concertos a usar o sistema foi o da artista de música eletrônica Björk. Neste ano também já passaram pelo Harpa artistas como James Taylor, Elvis Costello e Ian Anderson do Jethro Tull. Todos utilizaram o sistema da casa e nenhum complemento foi necessário. Além dos sistemas instalados nas diversas salas, o Harpa ainda possui equipamentos móveis para eventos diversos. Possuem 16 caixas acústicas Melodie, seis subwoofers 600-HP, dez UPJ-1P, seis UP Junior, quatro CQ-2, MM-4XP e um par de monitores para estúdio modelo HD-1. Por aqui continuamos torcendo para que os administradores das casas de espetáculos, teatros e afins ofereçam aos artistas e ao público cada vez mais salas e sistemas de áudio com elevado índice de qualidade. Ao passarem pela Islândia, sugiro que verifiquem a agenda do Harpa e curtam lá um agradável espetáculo.
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DIVULGAÇÃO EM RÁDIO E TELEVISÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA SHOWS PROMOCIONAIS PROJETOS CULTURAIS WEB MARKETING PUBLICIDADE E PROMOÇÃO PLANO DE CARREIRA ARTISTICA
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MÚSICA S/A
Por Vanderlei Timóteo
Em busca da fama Experts da indústria fonográfica revelam os “segredos” do sucesso
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gráfico e entregam alguns dos segredos ‘mais bem guardados da música’. Edison Coelho começou na indústria fonográfica em 1973, como divulgador da EMI-Odeon, em São Paulo. Em 2006 ‘encerrou’ sua carreira de executivo em multinacional como vice – presidente de Marketing. Atualmente é dono da bem-sucedida Blessed Music.
Edison: “O artista precisa saber o que quer”
Marcelo Castello Branco é um profissional do disco com experiência em Gerenciamento Geral, Marketing, A& R (artístico e repertório). É membro do Board of Directors do Latin Grammy, consultor internacional da plataforma digital espanhola Papolog e sócio-diretor da Aventura Inventa, braço de novos negócios da Aventura Entretenimento, uma das maiores produtoras de musicais do Brasil. O currículo de Max Pierre não é menos invejável: ele foi produtor da Continen-
tal Discos, Diretor Artístico e Técnico da Som Livre, Diretor de A&R da Polygram e Vice-Presidente de A&R da Universal Music. A partir de 2007 passou a atuar como produtor independente. Leia, a seguir, trechos selecionados da entrevista com Edison, Marcelo e Max. Qual foi a principal motivação ou inspiração para ‘entrar’ no ramo do entretenimento, em especial, no segmento da música? Edison: Em 1967 eu ainda era escriturário da Light, quando comecei a fazer som em festas (sonorização e discotecagem). Esse trabalho era feito pela Equipe Funil, que tinha, ainda, o José Roberto Povia, o Irineu Espósito e o Roberto Marques. O Zé Roberto foi o primeiro a ser convidado para trabalhar na Emi-Odeon. Ele levou o Irineu, depois foi a minha vez e, em seguida, o Roberto Marques, que era nosso DJ e depois virou um dos maiores engenheiros de som, gravando com diversos artistas da MPB. Todos ficamos apaixonados em trabalhar com música na gravadora e abandonamos nossa Equipe Funil, que durou até 1978. marcelo: Sempre me interessei em participar de movimentos que mudam a vida das pessoas, e ser um agente desses movimentos, ser testemunha do que emociona e move as pessoas. Poder exercitar diariamente minha intuição, meu foco no comportamento,
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Foto: Editora Espetáculo
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uais são os ingredientes essenciais para construir uma carreira artística bem-sucedida? Talento, originalidade, sensibilidade, determinação, força de vontade e gosto pelo trabalho são itens que figuram no topo da lista de qualquer um, mas no mercado artístico atual, que se mostra cada vez mais competitivo, exigente, diversificado e em constante transição, essas qualidades podem significar apenas o ponto de partida, o primeiro degrau de uma escalada cheia de provas e surpresas. Hoje, o mercado exige do artista outros cuidados e investimentos, além da qualidade e originalidade do trabalho, como cercar-se de pessoas competentes, ter bom planejamento e organização, ou seja, a ‘boa estrada’ começa com a escolha de pessoas experientes, dinâmicas, que gostam do trabalho e estão dispostas a colaborar na estruturação e no desenvolvimento de uma carreira sólida e versátil. Para descobrir – e revelar - alguns segredos do sucesso no mundo do entretenimento, a Pullsar reuniu três dos maiores profissionais da industria fonográfica no Brasil, Edison Coelho, Marcelo Castello Branco e Max Pierre, em uma conversa exclusiva. No bate-papo, eles dão orientações para a estruturação de uma carreira artística, contam sobre suas trajetórias profissionais, oferecem análises do mercado fono-
no dinamismo frenético das coisas e aprender sempre a desafiar meus preconceitos. max: Uma banda chamada The Beatles. Como foi o seu início de carreira? Edison: Trabalhei sempre na área de marketing, onde comecei ainda no início dos anos 70. marcelo: Primeiro, em rádio e em agência de publicidade. Trabalhei com as faixas AM e o FM, demolindo a palavra brega do meu dicionário e sempre aberto ao que seja verdadeiro e corresponda ao desejo do consumidor. max: Comecei com técnico na Musidisc, em 1973; alguns anos depois atuava como Diretor Artístico da Continental. Qual foi a sua primeira experiência no mercado da música? Houve algum projeto específico que direcionou sua vida profissional? Edison: Na Odeon, tive vários executivos nos quais me espelhei para alcançar meus objetivos: Adail Lessa, o melhor relações públicas da época; Moacir Machado; Roberto Augusto, que acreditou em meu potencial e me deu a primeira oportunidade. Naquela época não era só com dinheiro que você conseguia trocar o artista de uma gravadora pela outra. Precisava ser um sedutor, conquistar a confiança dele. Lógico que com trabalho, confiança e honestidade. marcelo: Morei nos Estados Unidos durante minha adolescência. Gastava minha pequena mesada em discos e shows, que mudaram a minha vida: George Harrison, Pink Floyd, David Bowie, Supertramp, Queen. Era isso que eu queria participar e a isso dedicar minha vida. max: Foram várias experiências marcantes. Tocar ao vivo com uma boa banda, como Os Canibais, era indescritível (confira o som deles no you Tube: www.youtube.com/watch?v=GnljBAJV
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qlc&feature=related;) depois, como técnico de gravação, ouvir no rádio, pela primeira vez, o “meu som” foi outra maravilhosa sensação; em seguida ver o sucesso da minha 1ª produção e mais tarde ser um dos responsáveis pelo 1º lugar no mercado da Polygram (que se repetiu por 10 anos). Esses momentos me deram a certeza de que eu tinha acertado no que fazer para ganhar a vida. na sua opinião, quais são os requisitos essenciais para a construção de uma carreira artística? Edison: O artista precisa ter a convicção do que quer. Não importa o tipo de música. Pode ser brega, sertanejo, MPB, pop, etc. Tem primeiro que ser um otimista e acreditar sempre, mesmo tendo dificuldades. Não desistir. A internet é uma grande ferramenta para os novos. Só trabalho com pessoas em quem acredito verdadeiramente. Já descartei dezenas de artistas que financeiramente seria muito bom, porém, não acreditava. Não vale a pena. Por isso trabalho com poucos e dou uma atenção redobrada.O artista precisa ter paciência e acreditar no trabalho a ser desenvolvido. As coisas não acontecem da noite para o dia. O processo é demorado: 1° - Conseguir uma gravadora ou distribuidora; 2° - Lançar o CD, divulgar na internet, distribuir junto à imprensa e outros meios de comunicação, como rádio e TV, fazer show de lançamento e pocket shows em lojas e livrarias; 3° - Fazer shows em locais menores (casas noturnas, teatros), para o público formador de opinião. Estar sempre atento a todas as oportunidades e refletir bem sobre as ofertas e contratos. marcelo: Talento e carisma são substanciais . Depois disso, foco e muito trabalho. E saber ter uma boa equipe em
volta, pessoas que digam a verdade; evitar bajulação e gente que só concorda e não pensa. O não e a reflexão são muito mais educativos. max: Eu sempre digo que não depende de uma só pessoa. A soma dos talentos que formam o tripé (artista-gravadora-empresário), foi - e ainda é - responsável por diversas carreiras de muito sucesso. na visão de um executivo de gravadora, o que é preciso para um artista se manter no mercado? Edison: Formar um grande repertório, montar uma grande produção. Depois, tentar colocar música em novela. Disponibilizar clipes na internet e redes sociais, além de execução em rádios e programas de TVs e shows. Para tudo isso, é necessário que haja uma equipe competente trabalhando por ele. marcelo: Talento, talento, carisma e carisma. E sorte. Depois disso, procurar estar no lugar certo, na hora certa. E com as pessoas certas. Tem muita gente com talento que não acontece. Tem muito músico que não é artista. Ser coerente com o que pensa e quer ser; cercar-se de gente válida e estar atento ao mercado e suas incoerências. Como se diz em espanhol, agir sin priza pero sin pausa. max: Nunca fiz ninguém sozinho. Quando algum olheiro (funcionário de gravadora especializado em descobrir talentos) indicava alguém com potencial, lá ia eu assistir o artista. Se realmente fosse excepcional, fazia uma demo e mostrava em nossas reuniões de A&R (reuniões sobre artistas e repertórios). A contratação só era feita com aprovação da maioria na sala. Aí começava minha busca por repertório, um produtor para aquele estilo de música, acompanhamento no estúdio e produto final. Nesta fase, começávamos, eu e o Marketing, a vender internamente o artista, programando o lançamento quando ele já era um grande sucesso interno.
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MÚSICA S/A
Edison: No passado, as gravadoras faziam tudo. O diretor artístico escolhia ou definia o repertório, sugeria a capa etc. Nós, do Marketing, dávamos assessoria de rádio, TV, imprensa, merchandising, show de lançamento etc...Hoje o artista tem que fazer tudo isso sem a ajuda da gravadora. Pelo menos no começo da carreira, ele deve contratar uma equipe de profissionais para fazer o trabalho que as gravadoras faziam. marcelo: A música se fortalece apesar da transição de seus canais e plataformas de distribuição. Não ficou mais fácil, somente mais acessível, mas falsamente acessível. A quantidade de lixo disponível na rede é impressionante. Há uma multidão de amadores, mas nada que seja transcendente ou que deixe digitais. max: Salvo raras exceções, alguns novos sucessos gerados pela internet, passam como um cometa. Essa é uma vitrine maravilhosa para lançamento dos novos artistas, mas não se pode abrir mão da mídia tradicional (novelas, rádio, imprensa etc.) na divulgação de música.
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ca a participação das gravadoras nessas receitas. O que o artista deve fazer para apresentar seu produto às companhias? Edison: Se o artista estiver fazendo shows em alguma casa e já tenha um público, está no bom caminho. Muitos artistas foram descobertos e lançados dessa maneira. Ou então mandar o material (CD/DVD) para as gravadoras, se possível através de alguém estabelecido no mercado encaminhando. Não esquecer que as gravadoras estão sempre de olho na internet. marcelo: As gravadoras se reinventaram e estruturaram várias linhas de negócio. Já são quase 10 anos de mudanças contínuas e perplexidades superadas. Para chegar até elas, o melhor caminho é através de produtores e gente do meio que tenha credibilidade. max: Estou fora das gravadoras, atuando de forma independente, desde 2007. Na minha época, tínhamos uma reunião mensal de A&R para audição dos trabalhos enviados, ou para recebermos o alerta de algum estouro em algum ponto desse enorme Brasil. Acredito que hoje devam agir da mesma forma.
Algumas gravadoras se tornaram agentes de seus artistas. O que você acha disso?
Como é o processo de seleção de um artista pelas gravadoras?
Edison: Acho que tudo que é combinado não é caro. Se a gravadora se compromete a distribuir e fazer o marketing do artista, é justo que ela tenha que recuperar o investimento, tendo participação dos shows. marcelo: Um movimento inevitável e correto. Já faziam isso informalmente e sem contabilizarem lucros. Mas não é fácil, principalmente porque a formalização do negócio é ainda incipiente, está apenas no começo. max: As gravadoras entenderam que, se são responsáveis por um sucesso (mesmo com a enorme progressão da pirataria física e digital), uma participação do ganho em todas as áreas é necessária. Mas a informalidade com que é tratado o mercado dos shows no Brasil prejudi-
Edison: Sempre acreditei que para ser uma grande gravadora você tem que trabalhar com todos os segmentos. Se num determinado momento estávamos fracos no segmento sertanejo, procurávamos buscar uma novidade para ocupar esse espaço. Mas o mais importante é sempre ter espaço em sua agenda para ouvir novos produtos e ir aos locais onde artistas iniciantes se apresentam. Tem muita gente boa. marcelo: Não existe critério único. Ter uma base de fãs é fundamental, ainda mais hoje com a possibilidade de trabalho on line. Assistir a shows, ali, ao vivo, é indispensável . E ser autossuficiente: ter identidade própria, ser também compositor ou ter compositores afinados com seu trabalho.
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Foto: Divulgação
Com essas recentes mudanças no setor fonográfico, qual é agora a “fórmula do sucesso”?
Max: o sucesso não depende de uma só pessoa
max : Na minha opinião, o sucesso de um artista em algum gueto de música (bares, teatros etc), já é motivo para uma atenção das gravadoras. Quais são os principais erros cometidos pelos artistas iniciantes? Edison: Acho que o erro mais comum é fazer um grande investimento no produto e depois não ter dinheiro para investir no marketing. Assim, ele corre o risco de morrer na praia. marcelo: Escolher sócios equivocados. Excesso de autoconfiança e não saber ouvir. E desistir cedo demais. max: Acreditar que o êxito alcançado pela primeira música significa sucesso eterno; piratear seu próprio trabalho, fabricando e dando de graça o próprio projeto para divulgação de shows; não confiar em profissionais experientes. Como você analisa o panorama fonográfico atual? marcelo: É um momento muito rico, mas curioso . Nada do cenário digital ainda transcende os 15 minutos de fama. Parece treino para um jogo que promete mas não começa. max: Sinto falta de novos talentos, como Tom Jobim, Rita Lee & Roberto de Carvalho, Caetano Veloso, Ivan Lins, Chico Buarque, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Djavan, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Elis Regina, João Gilberto etc. Sempre tivemos a preocupação de manter artistas de vários segmentos em nosso cast, tentando um equilíbrio entre estilos, o que parece não haver mais.
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O que você mudaria no mercado da música? marcelo: Não mudaria nada. O verdadeiro agente das mudanças é o consumidor, o verdadeiro dono da voz . max: Tentaria reverter o quadro acima.
Foto: Tomas Rangel
Quais os projetos que você está desenvolvendo no momento? Edison: Fui contratado pela Inovashow, do empresário Fabio Francisco, há mais ou menos um ano. Trabalho atualmente com Exaltasamba (até o final de fevereiro). Em seguida vamos trabalhar a carreira solo de Thiaguinho e Péricles, Zé Henrique & Gabriel, Walmir Borges,Sambô, Doce Encontro e Jeito Moleque. Além da Inovashow, tenho atuado com Gabriel Guerra, cantor e compositor de MPB/POP, de 23 anos; Maria Clara, cantora e compositora pop, de 17 anos. Vamos lançar seu primeiro CD pela Universal Music ainda este ano. marcelo: No momento vamos coproduzir o longa-metragem “Menino do Rio” remake daquele filme dos anos 80, mas no estilo musical de um feel good movie, como “Mamma Mia”. Será uma parceria da MCB, minha empresa, com a Aventura Entretenimento e a LC Barreto. Vamos trazer o gênero musical de volta aos cinema. max: Após minha saída da Universal Music, produzi o Cidade do Samba com o Zeca Pagodinho, sequência do Casa de Samba, minha criação na Polygram), o “Um Barzinho, Um Violão – Novela 70”, o “Rio in HD”. Atualmente preparo os projetos (com incentivos através da lei Rouanet ) “Cidade do Samba 2”, o “São Paulo in HD”, um novo “Um Barzinho...” e um megaprojeto com Ivan Lins. Cite alguns artistas que você lançou ou promoveu... Edison: Sempre falo que trabalhei com todos os artistas de A de Amado Batista até Z de Zizi Possi. Às vezes me perguntam que tipo de música eu gosto de ouvir e trabalhar. Respondo: adoro música que vende. Adooooro! marcelo: Trabalhei com quase todos os artistas brasileiros, direta ou indireta-
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mente . Mas me orgulho muito do trabalho feito com Caetano Veloso, Cássia Eller , Nando Reis, Marisa Monte, Sandy & Júnior, Diogo Nogueira , Alexandre Pires e Seu Jorge,para citar alguns, max: Produzi e trabalhei com artistas de segmentos diversos. Entre lançados, produzidos e que tiveram carreira ou projetos turbinados por nós, posso citar Agepê, Sandy & Junior, Ivete Sangalo, Maria Bethânia, Simone, Rita Lee & Roberto Carvalho, Jorge Ben Jor, Elis Regina, Roupa Nova, Zeca Pagodinho, É o Tchan, Claudia Leite, Chitãozinho & Xororó, César Menotti & Fabiano, Fafá de Belém, Rosana, Fabio Jr., Ana Gabriel (no México), Tamara (na Espanha), Banda Cheiro de Amor, Banda Beijo, Timbalada, Caetano Veloso, Marcos Valle, Cauby Peixoto, César Camargo Mariano, Xuxa, Oswaldo Montenegro, Guilherme Arantes, Leila Pinheiro, Cássia Eller, Zizi Possi, Elba Ramalho, Nando Reis, Paulo Ricardo... Que conselho você daria aos artistas que estão querendo entrar no mercado? marcelo: Acredite no seu talento, estude, observe e mude de ideia sempre que for preciso. max: Paciência, nunca desista; quando menos se espera, o sucesso aparece. Procure ser a atração principal em algum lugar (mesmo pequeno). Acredite, sempre terá alguém que ao assistir, divulgará seu sucesso. Em qual a área da indústria musical você sente a necessidade de um upgrade?
sicais, aos 21 anos de idade. Aprendi que o Brasil é um continente, produz uma música espetacular, mas que muitas vezes nos fechamos dentro de nossas fronteiras e não percebemos o que acontece fora delas. Tem muito talento pela América Latina, por exemplo. max: O primeiro, de grande responsabilidade, foi gravar no Conservatório de Música em Recife, o Duo Assad com a Orquestra Armorial, em apenas dois canais. Inesquecível... O que faz um diretor de marketing de uma gravadora? marcelo: Ele organiza os recursos de investimento de uma companhia. Assim, ele precisa estar atento ao que acontece e em sintonia com seus artistas e sua equipe. E sempre se renovar. Sempre. max: Define a forma ideal de apresentar seu artista à mídia, em todas os segmentos. destaque uma experiência profissional memorável... marcelo: Dirigir a equipe da Polygram Universal por seis anos e sempre na liderança. E trabalhar nos mercados latinos - América do Sul e Espanha, onde fiquei por quatro anos. max: Foram várias, mas destaco a luta para conseguir que a empresa na qual trabalhava acreditasse no megaprojeto “Ivete ao Vivo no Maracanã”, e a alegria do resultado, o DVD mais vendido do mundo em 2007.
marcelo: Todas as áreas estão em constante mutação, mas o universo do rádio ainda é muito pré-histórico, em sua maior parte. As rádios que já aprenderam a trabalhar com a convergência digital estão na frente e vão seguir por muitos anos. max: Sinto falta de uma busca do equilíbrio entre estilos (se é que ainda isso seja possível). Qual foi seu primeiro trabalho na música? marcelo: Foi como coordenador de uma rede de rádio, de vários segmentos mu-
Marcelo: talento e carisma são essenciais
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zÉ rEnATO na Toada do Sucesso Por Vanderlei Timóteo
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ilho de dona Marlene e “seu” Simão, o capixaba José Renato Botelho Moschkovich viveu a infância num ambiente musical. O pai, jornalista, amante da música popular brasileira e amigo de Silvio Caldas, gostava de ouvir serestas e sambas. E fazia questão de encher a casa de canções como “Serra da Boa Esperança” (Lamartine Babo) e outras de compositores como Dorival Caymmi,Tom Jobim e Zé Keti, cuja voz particular admirava muito. “Na minha casa a trilha sonora era muita música brasileira”, conta o filho de “seu” Simão, o compositor e intérprete Zé Renato, um dos integrantes do grupo Boca Livre. Zé Renato começou sua carreira participando de festivais. Em 1977 formou, ao lado de Marcos Ariel, o grupo Cantares, com o qual gravou seu primeiro disco. “Os festivais de música foram num certo tempo importantes para a carreira de um compositor. Foram mais importantes do que hoje”, avalia. Para o compositor, “hoje tem muito mais alternativas do que no período em que eu comecei”.Contudo, mais alternativa não é sinônimo de mais qualidade. “Nesse caldeirão aí tem de tudo e em grande quantidade, mas é claro que isso não quer dizer que anda de mãos dadas com a qualidade, isso é outra história”, comenta. Em 1979, Zé Renato formou, com Cláudio Nucci, David Tygel e Maurício Maestro, o quarteto vocal e instrumental Boca Livre, com o qual ganhou projeção nacional e gravou vários discos. “Eles me ouviram cantando e acharam que a minha voz tinha a ver com o tipo de sonoridade que estavam buscando”, explica. Além do novo integrante, o Boca Livre também incorporou ao repertório melodias de sua autoria, como “Toada” e “Bicicleta”, que se tornariam grandes sucessos do grupo. Atualmente, Zé Renato divide sua vida profissional entre apresentações e projetos com o Boca Livre e a carreira individual que inclui o lançamento de “Breves Minutos”, seu mais recente CD. Zé Renato conversou com a Pullsar sobre este seu novo momento e a trajetória brilhante do Boca Livre. Confira.
PERFIL COMPOSITOR
Houve muitas passagens interessantes. A repercussão do primeiro disco, o “Boca Livre” (1979), que foi uma novidade, pois era um disco independente, que teve um sucesso muito grande e execução no rádio muito acima do esperado. O segundo disco (Bicicleta) também é importante. Ele traz a ousadia de ser um disco de capa dupla e uma faixa instrumental como música-título. Bicicleta tem um conceito musical muito arrojado. Tem ainda as apresentações no exterior, nos Estados Unidos. Foram momentos muito importantes, pois tive a oportunidade de me apresentar, além de vocalista, como compositor, ter várias músicas minhas gravadas em parceria com o Cláudio, com o Juca Filho, o Xico Chaves. Como vocês conseguiram tornar o grupo tão popular naquela ocasião? O grupo surgiu na contramão da sonoridade vigente da época, ou seja, não há fórmulas, o que nós fizemos foi seguir adiante com nossas ideias por um caminho independente. mesmo fazendo parte do grupo você realizou voos solos. Houve dificuldade de conciliar as duas carreiras? Não foi complicado conciliar a atuação no Boca Livre com as apresentações individuais. Claro que houve alguns momentos que foi necessária uma ginástica por causa de agenda, mas nunca houve assim um momento de dificuldade extrema, de ter que optar. Quando eu saí do grupo, foi uma opção minha, não que houvesse conflito entre uma carreira e outra. Uma ajudou a outra, essa é a verdade. A vida independente não exige muito assim, não. Claro, tem vários caminhos de divulgação, distribuição. Os caminhos são muito parecidos. Você tem que mostrar serviço. Tem a atuação, público, crítica. Você decide por si mesmo, não necessita da aprovação de terceiros. Por outro lado, você tem que cuidar de tudo, ser o responsável por todas as etapas, produção, estúdio, capa, músicos. 14
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Zé Renato: O Boca Livre surgiu na contramão da sonoridade vigente da época
Qual conselho você daria a um compositor iniciante? Se ele tem certeza do que quer, tem que seguir em frente. É claro que para quem está começando é bom ouvir a opinião de alguém. Porque a batalha é dura para todos, para quem está começando, para quem já está aí. Todo mundo tem dificuldades. E tente ouvir todo tipo de música, sem distinção de gêneros. Quando você compõe para uma trilha, você tem liberdade de criação ou o trabalho é direcionado? A maioria das vezes, as faixas incluídas nas trilhas (de novelas) foram extraídas dos solos ou do Boca Livre; apenas as duas músicas da novela Roque Santeiro foram feitas de encomenda (“Pelo Sim Pelo Não” e “ A Hora e a Vez”). Quais as outras áreas da música com as quais você trabalha?
Crianças” e “Forró Pras Crianças”) e o disco da cantora Katia Rocha que sairá este ano. Como você compôs “Toada” e “Quem Te a Viola” e como é ter sucessos tão grandes em suas mãos? Compus como sempre componho, até hoje, tocando violão descompromissadamente, tentando me divertir, é assim que me relaciono com a música. Essas canções são fundamentais na minha vida profissional e as tenho no repertório até hoje e sempre. E a toada continua? Vem por aí muita coisa, no que depender de mim. Tenho muitas ideias, projetos. Na medida do possível vou tentando tornálos realidade. Neste ano, por exemplo, o projeto é viajar o máximo possível com o “Breves Minutos”, meu disco mais recente e finalizar um disco com o Boca Livre em parceria com o compositor panamenho Ruben Blades.
Às vezes produzindo, como foi o caso dos projetos infantis (“Samba Pras www.pullsar.com.br
Foto: Jorge Rivera
Em sua opinião, quais foram os grandes momentos da carreira do Boca Livre?
MÚSICA S/A
Por Lígia de Matos
PEc dA MÚSicA
Artistas brasileiros ganham novo fôlego para divulgar seu trabalho
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cultura brasileira conquista outra vitória. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 13 de dezembro de 2011, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição 98/07, que concede imunidade tributária a CDs e DVDs com obras musicais de autores brasileiros. A PEC da Música, como é mais conhecida, está agora no Senado, onde também precisa ser aprovada em dois turnos. Segundo a PEC 98/07, CDs e DVDs produzidos no Brasil com obras musicais ou lítero musicais de autores brasileiros terão isenção de impostos, assim como as obras em geral interpretadas por artistas brasileiros e as mídias e/ou os arquivos digitais que as contenham. A exceção é a etapa de replicação industrial desses produtos, que continuará a sofrer tributação normalmente. Essa regra foi criada para preservar a competição de outros Estados com a Zona Franca de Manaus (ZFM), que já conta com isenções tributárias. A proposta aprovada altera o artigo 150 da Constituição de 1988 que proíbe a União, os Estados e os Municípios de instituirem impostos sobre produtos culturais como livros e jornais; agora incluirá, também, fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil.
Participação ativa dos artistas A PEC da Música foi apresentada pela primeira vez no dia 25 de junho de 2007 e, desde então, diversos artistas vêm lutando para transformá-la em realidade. Muitos deles estiveram presentes à votação e comemoraram a aprovação do texto: Fagner, Chico César, Tim Rescala, Sandra de Sá, Fafá de Belém e roqueiros como Digão, da banda Raimundos, e Philipe Seabra (Plebe Rude), entre outros. Uma das mais atuantes do grupo e que participou de todas as etapas do processo foi a cantora Rosemary. “Participei durante esses anos todos ao lado de outros colegas da música, desta batalha. Durante os últimos quatro anos, estive várias vezes em Brasília e também www.pullsar.com.br
nas duas votações na Câmara. Foi uma vitória importantíssima para nós profissionais da música, porque a redução na carga tributária na produção de CDs e DVDs vai fazer frente à pirataria que tanto nos prejudicou, durante anos. Esta foi a primeira conquista. Agora, estamos nos mobilizando para que a PEC da Música saia vitoriosa também no Senado”, declara a cantora. PEC 98/07: CDs e DVDs com obras nacionais terão isenção de impostos
Vantagens para o músico e para o consumidor A proposta é de autoria do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) e, depois de aprovada pelo Senado, vai permitir o barateamento dos CDs e DVDs e reduzir a pirataria. Em suas declarações, o deputado esclarece que a redução dos preços permitirá aos músicos brasileiros se estabelecerem formalmente como empresas e fará justiça a um dos setores que reclamam há muito tempo uma atenção dos poderes públicos. Com a PEC, os consumidores também poderão ter acesso a um produto mais barato, com redução de até 25% nos preços finais. Outro argumento ressaltado em suas entrevistas é que a PEC da Música traz benefícios para os setores da mídia digital e da música no país. “Quando eu contrato um pacote de músicas de uma operadora de telefonia, eu pago digamos R$ 10, e ali incidem 35% de imposto. Então, com um alívio da carga tributária, teremos mais possibilidade de os nossos artistas serem ouvidos pelos brasileiros”. Apenas o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) lamentou que a proposta não tenha sido modificada entre os dois turnos de votação de forma a preservar as vantagens econômicas da Zona Franca de Manaus, onde existe um polo de impressão de CDs e DVDs. Segundo ele, ao incidir sobre toda a produção e comercialização de fonogramas, a PEC vai desregular o mercado fonográfico e atingir a economia da região.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) refutou o argumento e informou que foram feitos estudos e a PEC não deve atingir a produção da Zona Franca como se imaginava a princípio. Em seu discurso, ela deixou claro que a PEC vai baratear, sim, a produção e garantir o acesso de todos às obras dos músicos brasileiros. Já César Colnago (PSDB-ES) lembrou que, além dos benefícios para o mercado da música e para a população, o barateamento deve combater o mercado da pirataria. Outro benefício é que os músicos poderão vender livremente suas obras sob forma eletrônica pela internet.
PEC 98/2007 – Proposta de Emenda à Constituição Autor – Deputado Otavio Leite PSDB/RJ Data de apresentação - 25/06/2007 Ementa - Acrescenta a alínea “e” ao inciso VI do art. 150 da Constituição Federal, instituindo imunidade tributária sobre os Fonogramas e Videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou lítero-musicais de autores brasileiros, e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham. Explicação da Ementa - Conhecida como PEC da Música. Altera a Constituição Federal de 1988. Fevereiro | Abril 2012
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CARREIRA ARTISTA
Por Robin Davey
O músico e as redes sociais: jogo dos cinco erros
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s redes sociais oferecem aos artistas uma miríade de possibilidades para a divulgação do seu trabalho. Porém, quando mal utilizadas, elas podem transformar a artista em seu próprio inimigo. Para começo de conversa, os músicos se equivocam ao acreditar que os fãs estão sempre loucos para saber o que o artista pensa de si mesmo. Os fãs preferem saber em que a música pode servir e eles. É bom refletir: por que alguém se interessaria sobre o que eu penso? O fato de você ter algo a dizer não significa necessariamente que o resto do mundo quer ouvir. Erro #1 – Dar muita importância ao Twitter O Twitter funciona especialmente bem para dois tipos de pessoas: os famosos e os inteligentes. As pessoas famosas batalharam para chegar lá e certamente conseguiram a fama antes da existência do Twitter. E muita gente vai segui-los no Twitter porque são bastante conhecidos e estabelecidos. A outra turma é formada por aquelas pessoas capazes de criar frases inteligentes, lançar ideias interessantes ou têm faro para descobrir e partilhar coisas divertidas. Se você não se enquadra em nenhuma dessas, tome cuidado para não se expor de maneira negativa e procure outra maneira de divulgar seu trabalho. Erro #2 – As questões superficiais Na desesperada intenção de interagir com seu seguidores, bandas e artistas acabam fazendo bobagem, como lançar questões batidas do tipo “Quem é melhor: “Beatles ou Stones?” ou “McDonalds or Burger King”? Quem se importa? E o que isso tem a ver com o seu trabalho? Essas perguntas só servem para jogar o foco em assunto diverso e desviar a atenção do seu trabalho. Escolha perguntas mais interessantes e que tenham relação com o que você pensa e com o que faz. E se entrou, não fuja do debate.
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Erro #3 – Eu Eu Eu Se você não tem nada interessante a dizer sobre você, fique calado ou então tente achar algo de bom sobre outra pessoa ou um assunto relevante. Na promoção de seu trabalho vale também eleger pessoas com as quais você se identifica. Assim você estará fortalecendo sua imagem e sua relação com outras pessoas bacanas. Fale de coisas que te inspiram e das quais você realmente gosta. Erro #4 – O otimista alienado “Estou tendo um dia maravilhoso, sou uma pessoa abençoada e de muita sorte por poder expressar meus sentimentos através da minha música para admiradores maravilhosos”...pare!!! Não apele para os clichês. Se você é uma pessoa sem talento e que vive repetindo frases superficiais, ninguém vai ouvir sua música. A grande maioria dos ouvintes querem saber de histórias verdadeiras, de trabalho árduo, boa vontade, “sangue, suor e lágrimas”, sucesso, não de gente alienada e exageradamente otimista; querem alguém que fale da vida, conte histórias, não querem ser voyeurs de quem não tem nada a dizer. Erro #5 – Repassando posts de gente famosa Com a intenção de parecer antenado e inteligente, todo mundo faz a mesma coisa: fica repassando e compartilhando tudo que parece bacana, divertido, exemplar, edificante. Mas, não!!!:Se você “É” um artista, espera-se que você seja copiado e não fique copiando os outros. Afinal, quem não tem nada interessante a oferecer, talvez nem deveria estar escrevendo canções. (Tradução: Fábio Leite) Robin Davey é músico, escritor e cineasta. Twitter@mr_robin_davey
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BIBLIOTECA
A SAgA dAS mãOS
A impressionante trajetória do maestro João Carlos Martins, narrada por ele mesmo. Nesta obra, Martins conta todas as “maldiçoes” que quase o impediram de tocar piano, mas que nunca conseguiram afastá-lo da música.
música Ltda: o negócio da música para empreendedores O livro “música Ltda: o negócio da música para empreendedores” é uma edição revista, ampliada e atualizada do trabalho de conclusão de curso de especialização em Gestão de Negócios que Leonardo Salazar concluiu na Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco. O livro, lançado pelo SEBRAE/PE, é dividido em cinco capítulos: 1 - O negócio da música 2 - Empreendedorismo 3 - Finanças 4 - Marketing 5 - Modelo de plano de negócio para uma banda.
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A Estratégia do Oceano Azul “Como Criar novos mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante” O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia.
making music make money Dirigido especialmente a compositores e produtores independentes “Making Music Make Money” (Fazer Música Gerar Dinheiro) dá dicas fundamentais sobre a administração dos direitos autorais de canções e composições. Entre os tópicos, discussões sobre os principais papéis do editor independente no mercado da música e noções de Seleção, Administração, Proteção, Exploração e Avaliação. Uma grande parte do livro está voltada ao processo de divulgação e comercialização e a importância da criação de um modelo inédito para uma nova empresa de administração de direitos autorais. O autor, Eric Beal, é o Diretor Criativo da Zomba Music Publishing, além de compositor e produtor musical. Para a Zomba, Beal já contratou e cuidou dos negócios de vários compositores e artistas como Steve Diamond, Riprock & Alex G., além de coordenar a produção de material para cantores e grupos como Backstreet Boys, NSyNC, Britney Spears e Aaron Carter. Ele é diplomado pela Berklee College of Music. Fevereiro | Abril 2012
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DIREITO E MÚSICA
Por Eduardo Pimenta
Projeto de lei visa instituir no Brasil o sistema “Copyright”
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projeto de lei que pretende substituir a lei 9610/98 é uma propositura do poder executivo e tem como objetivo modificar a proteção de direitos autorais. As alterações propostas afetam a lei dentro de um sistema federal das leis (ordenamento jurídico) e especificamente na proteção dos direitos autorais, demonstrando a tendência de adoção do sistema denominado copyright – vigente nos USA. Quanto ao sistema de interseção almejado, o projeto-lei é péssimo para os direitos autorais, pois procura adotar valores genéricos do código civil, como a interpretação da intenção dos contratantes, ao invés da literalidade do contrato, como vigente na lei autoral atual. Ora, será que todo artista terá um advogado a tira-colo para assisti-lo na feitura de um contrato? No sertão da Paraíba, em Campina Grande, existirá um compositor com recursos para pagar um bom advogado para orientá-lo? A preocupação procede, pois de acordo com o projeto em questão, passará a importar em termos contratuais a intenção das partes e não a literalidade do que foi formalmente acordado entre elas. Vejamos: imagine-se um contrato intitulado CESSãO dE dIrEITOS AUTOrAIS, onde se insere cláusula fixando e limitando o prazo de cessão a cinco anos. E se a parte propuser uma ação judicial para considerar que o cedente/compositor quis, na realidade, ceder por tempo indeterminado e não por apenas cinco anos? A principio poderá será admitida tal tese, se considerados os termos projeto proposto pelo Executivo. Dúvidas não há, portanto, que o projeto de lei desequilibra a relação autor/artista, produtor e usuário, incrementando desproporcionalmente o ganho do produtor em detrimento do o autor/artista. Em plena época de rede de computadores, em que se pretende reformular conceitos como o de reprodução, o projeto deixa a noção de cópia, para a noção de armazenamento (o HD antes de exibir uma imagem ou executar uma música armazena primeiro os dados da imagem ou da música).
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O projeto procura, ainda, adotar o princípio da função social para os contratos de direitos autorais, contudo, sem defini-lo, mesmo sendo notória a dificuldade de compreensão do alcance de referida expressão para a aplicabilidade nos contratos, já desde a vigência do Código Civil. Ainda assim, o Executivo propõe que o contrato de direitos autorais deva cumprir a função social. Além do mais, o projeto possibilita o empobrecimento do autor/artista, com a permissão da cessão de direitos autorais para seu empregador (o que é vedado pela legislação atual), sendo evidente que este concentra o poder de coação para impor a aceitação da cessão pelo mero recebimento do valor do salário. Na especificidade, o projeto traz semânticas de atualização linguísticas com significados específicos que pouco colaboram, por não terem clara definição no mundo. Por outro lado, atualizações positivas podem ser notadas, mormente a possibilidade de uso de obras por aqueles que são portadores de deficiência (auditiva, visual, física, etc), de forma a moldar a legislação interna ao determinado pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário (DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009). É lamentável constatar, de forma nítida, a significativa ingerência daqueles que querem implantar o sistema de copyright na legislação autoral brasileira. A proposta de modificação legislativa, sobretudo porquanto oriunda do Executivo, evidencia essa permissibilidade, a demonstrar ter sido alterada a política cultural dos governantes, que outrora falavam a mesma língua, pois eram de um mesmo colegiado partidário. Nota-se, agora, que as incongruências e divergências passaram a ser muitas, a ponto de pretender-se desprezar por completo a aplicação do conceito de equilíbrio econômico-social em termos de direitos autorais.
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“Você é luz, é raio, estrela e luar”
Foto: Divulgação
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música romântica está triste e mais pobre, desde a partida de Wanderley Alves dos Reis, em arte Wando, autor de letras que materializaram o “Fogo e Paixão” da alma e do corpo pela “Moça” com “Gosto de Maçã”. Oh!, “Coisa Cristalina”! Mas sobretudo como dito pelo mineiro Wando, “Se Deus Quiser” tudo acontecerá em fevereiro, pois ele sabia que “O Importante é Ser Fevereiro”, quando, então, fez ele sua passagem. Wando criou e deixou obras intelectuais, cuja titularidade dos direitos morais será exercida pelos filhos, independente de inventário ou de autorização. Assim dispõe a Lei de Direitos Autorais (9610/98) em seu art.24: Art. 24. São direitos morais do autor: I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra; III - o de conservar a obra inédita; IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicála ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra; (...) § 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV. Existem ainda os direitos patrimoniais do autor sobre a obra lítero musical (letra e música), que serão herdados pelos filhos (art.41 da lei 9610/98); a esposa só é nomeada como herdeira se houver pacto antenupcial (art.39 da referida lei), diga-se, não me refiro à atual companheira. O uso da referida obra lítero musical, quer inserida em filme, em disco de vinil, em execução pública (rádio, TV, TV a cabo), resultará em rendimentos (royalties) para os herdeiros. Mais que tudo, é que os contratos firmados por Wando para a publicação em disco de vinil, não implicam em extensão da autorização para publicação em CD. Neste caso, será indispensável a autorização dos filhos e, havendo menor, mediante a assistência do Ministério Público, tudo
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sob pena de caracterizar crime de violação de direitos autorais. Destaque-se que na qualidade de cantor (intérprete) de seu repertório, Wando detinha direitos conexos, e também como músico (executante de um instrumento), direitos estes que gerariam novos rendimentos econômicos além daqueles decorrentes do direito de autor. A preocupação com herdeiros de artistas, também está na Lei de Direitos Autorais. Decerto que a não observância de tais direitos pode levar a família destes ícones à carência material, o que não seria justo com quem tanto conseguiu refletir o gosto popular. Nós cuidamos dos nossos. Eduardo Sales Pimenta. doutorando e mestre em direitos Autorais. jornalista (sallespimenta@yahoo.com.br) Fevereiro | Abril 2012
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PERFIL PRODUTOR EXECUTIVO | LEANDRO TORRES
Por Lígia de Matos
O “Poderoso Chefão” do interior
O Foto: Russo
uvidos atentos, visão ampla e toque de Midas são as características marcantes do empresário Leandro Torres. Com apenas 36 anos de idade, Leandro comanda a Rádio Líder nos municípios de Ponte Nova, Ervália e Ubá. Seu público ouvinte é de aproximadamente dois milhões de pessoas em mais de 200 cidades na Zona da Mata mineira, sul do Espírito Santo e norte do estado do Rio de Janeiro. O “império” de Leandro inclui ainda uma agência de publicidade, uma empresa especializada em mídia externa (colocação de outdoors) e uma casa de shows muito conceituada em Viçosa – Fama Centro de Eventos – com capacidade para oito mil pessoas. Jornalista por formação, Leandro cresceu entre os microfones e mesas de áudio da Rádio Montanhesa AM de Viçosa, onde aprendeu com seu pai a lidar com todos aqueles botões coloridos e divertidos, até assumir a direção da emissora em 2000, bem como a Rádio Líder AM e FM. Sua última conquista foi a criação da LT Produções, em 2010, com foco na organização e produção de grandes eventos culturais, como shows e espetáculos. “Cada empresa foi surgindo naturalmente, de acordo com a necessidade. Hoje, elas se complementam. A Fama, por exemplo, foi inaugurada em 2006, depois de reformarmos uma antiga concessionária de carros. Viçosa era uma cidade carente de um bom espaço de shows e uma coisa puxou a outra”, comenta o empresário. LT, como é mais conhecido pelos amigos (daí o nome de sua empresa), sempre conviveu muito bem com o mundo do rádio. Mas a necessidade de lidar com as inúmeras promoções que esses veículos realizam, fez com que aprendesse a tomar gosto pela organização de eventos. E agora é um dos mais bem sucedidos empresários do ramo no país.
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Durante a conversa com a Pullsar, ele puxou pela memória o primeiro grande show que promoveu e que foi marcado pelo caos em razão da chuva torrencial que caiu no dia. “Foi em 2004, com o pessoal do Jota Quest, em um campo de futebol lá em Viçosa. Foram umas cinco mil pessoas, mas choveu absurdamente e após o show o campo ficou completamente arruinado. Não lucramos, mas também não tivemos prejuízo”.
Trato com os artistas Com muitos casos e histórias na bagagem, Leandro mantém a tranquilidade e o bom humor quando o assunto é lidar com as exigências dos artistas. “Não tem segredo. São pessoas bacanas. Os sertanejos, por exemplo, são os mais tranquilos de todos. Muitos se tornaram meus amigos. Já a galera do rock é a mais exigente. Eles sempre pedem bebidas caras no camarim e na maioria das vezes não consomem. Mas sem reclamações. Temos um ótimo relacionamento com todos os artistas e isso deixa o trabalho ainda mais prazeroso”. A LT realiza hoje uma média de oito shows por mês e todas as empresas do grupo par-
ticipam da organização e divulgação. Eles trabalham com todos os gêneros musicais, exceto o funk. “Não é discriminação. O caso é que o estilo não ‘pega’ no interior. O que faz sucesso nas capitais nem sempre coincide com o que o público daqui gosta”, defende-se. Para março, já estão marcadas apresentações de Michel Teló em quatro cidades (Conselheiro Lafaiete, Barbacena, Juiz de Leandro nos bastidores de um show da banda Skank... Fora e Belo Horizonte), Gustavo Lima e Fernando almente não passa de seis meses”, ensina & Sorocaba. Seus planos para 2012 incluem expandir mais as rádios Leandro. em RJ e ES e ampliar a divulgação dos Outro fator importante é a regionalização. eventos nas mídias sociais. Artistas que fazem muito sucesso em deToda essa experiência desenvolveu seu terminados estados do país, dificilmente feeling para saber o que está in ou está conseguem ampliar seu raio de atuação. out e até para “prever” algumas tendências “É por isso que as rádios do interior são do mercado fonográfico brasileiro. “Não é essenciais e precisam ser valorizadas. nenhum mistério, basta apenas prestar Elas também são o melhor caminho para atenção aos pedidos dos ouvintes, olhar novos artistas mostrarem seus trabalhos. os horários de pico e acompanhar de per- Fazemos um serviço de formiguinha que to o que está rolando. Mas a rotatividade dá ótimos frutos ao longo do tempo”. está muito rápida e a vida útil dos hits atu-
Leandro se orgulha de ter participado também do lançamento de muitos nomes que hoje estão no topo, como as duplas Victor & Leo, Fernando & Sorocaba, Maria Cecília & Rodolfo e o próprio Michel Teló, o nome do momento. A nosso pedido, o empresário adianta alguns nomes que podem chamar a atenção em breve: - Fred e Gustavo, de Uberlândia (MG) - Thaeme e Thiago – descobertos pela equipe de Fernando & Sorocaba - George Henrique e Rodrigo – descobertos pela equipe de Bruno & Marrone
... E com a dupla sertaneja Victor e Leo: bom relacionamento com os artistas 22
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“Passamos do Sertanejo Caipira, para o Universitário e agora estamos ouvindo mais Sertanejo Pop, como Luan Santana, por exemplo. Ainda há muito fôlego por aí, mas tenho percebido um forte movimento do Samba House, com bandas como Sambô e Oba Oba. Acredito que a nova onda já está se formando”, prevê. Então, preparem-se! A hora é sempre agora e muitas boas novidades parecem vir por aí. www.pullsar.com.br
Fotos: Russo
PERFIL PRODUTOR EXECUTIVO
STUDIO MIX
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C o mo gr a va r u ma d e m o
Por André Cabelo
rimeiramente, é importante citar que atualmente, pouco se difere entre gravar uma demo e um CD. Os processos técnicos existentes nos dias de hoje, fazem com que os resultados seja praticamente o mesmo.
O termo Demotape (fita k7 demonstração) surgiu em uma época em que se dava pouca atenção a qualidade do material, uma vez que este servia apenas para apresentar a banda para possíveis contratos. Atualmente, o nível de exigência tanto dos contratantes como dos próprios músicos, bem como a evolução tecnológica do processo de gravação, fazem com que uma demo seja feita com o máximo de cuidados possível, até mesmo porque é através dela que o artista irá se apresentar ao seu público e ao mercado. Considero o fator mais relevante no processo, a preparação musical do que será gravado. É importante o artista ou grupo estar bem ensaiado e decidido em relação aos arranjos. A escolha do estúdio também influencia bastante o processo, uma vez que qualidade se tornou quase uma exigência do mercado. Como a questão financeira sempre é determinante, sugiro um número menor de faixas a serem produzidas, pois assim pode-se empregar mais tempo em cada faixa. E de uma coisa estejam certos, tempo em estúdio é a chave! Não adianta ter bons equipamentos, boas idéias e bons profissionais envolvidos, se não tiver o tempo para poder experimentar, tentar de outra forma ou até mesmo errar e poder voltar atrás. Ao longo de quase 20 anos gravando e produzindo bandas, já pude presenciar inúmeros casos em que a demo ficou melhor do que o CD em si, desta forma, caso se tenha planejamento e determinados cuidados, nada impede que uma Demo se torne parte de um CD oficial! Abrs e até. Estúdio Engenho Contato: (31) 3373-1206
ESTÚDIO HOLZ
Sync Studio
Christiano Caldas é arranjador, diretor musical e engenheiro de som do estúdio Holz. Situado em Contagem (MG), oferece equipamentos de alta qualidade (Pro Tools HD 3 Accel, Conversores Apogee, prés Focusrite e outros). Com 2 salas de gravação adequadas para gravação de vários instrumentos simultaneamente.
Sync Studio é uma produtora de áudio, há 15 anos no mercado. No comando estão Alexandre Lopes, produtor, arranjador, compositor e músico profissional há 30 anos e Gláucia Quites, cantora, compositora e locutora há 18 anos, integrante do grupo vocal Nós & Voz.
Contato: (31) 3391 6241 www.pullsar.com.br
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jOrgE VErCILLO Em turnê pelo Brasil, cantor comemora seu momento independente Fotos: Divulgação
Por Lígia de Matos
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carioca Jorge Luiz Sant´anna Vercillo dispensa apresentações. Aos 43 anos e com mais de um milhão e meio de CDs e DVDs vendidos em 15 anos de carreira, Jorge Vercillo é um dos cantores, compositores e violonistas mais requisitados do país. A sua galeria de sucessos inclui um disco de platina, três de ouro, duas indicações ao Grammy Latino (2007 e 2009) e sucessos cantados por outros grandes nomes da MPB como Ana Carolina, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Leila Pinheiro, Luisa Possi, Danilo Caymmi, Pedro Mariano, Jorge Aragão, e Pery Ribeiro. Mas tudo poderia ter sido muito diferente se ele tivesse seguido seu sonho de se tornar jogador de futebol. A carreira esportiva até ia bem, mas sua tia o convenceu a mudar de ares e as noites da boemia carioca venceram o campeonato e conquistaram o coração do jovem, então com 15 anos de idade. Jorge Vercillo está em turnê desde outubro do ano passado, rodando o país para divulgar “Como Diria Blavatsky”, o 9º álbum de inéditas, que marca o lançamento de seu próprio selo, Leve. A distribuição do CD está por conta da Posto 9/MicroService. A faixa “Memória do Prazer”, primeira música composta em parceria com sua mulher, Gabriela Vercillo, compõe a trilha sonora da novela Fina Estampa, da Rede Globo. E entre um show e outro, ele encontrou um tempinho para responder às perguntas da equipe da Pullsar e mostrar como é o seu trabalho de criação e quais os seus desejos para o futuro do mercado fonográfico.
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CAPA
Esse talvez seja meu primeiro CD temático! Músicas como “Acendeu”, “Rio Delírio”, “Eu Quero a Verdade” e outras acabam abordando a evolução da consciência humana; tem três sambas, o que é raro na minha discografia, e três rocks, mais raro ainda. No entanto, a maioria desses ingredientes sempre existiram em meus CDs. Talvez agora, tudo isto tenha ficado mais evidente. Os artistas estão buscando maneiras de combater a pirataria. Você criou uma promoção para os fãs que comprarem seus discos, oferecendo acesso especial a vídeos e outros brindes. Como surgiu essa ideia e como funciona essa promoção? Essa iniciativa foi uma criação da minha equipe que visa valorizar e fidelizar quem compra os CDs originais que já se encontram em um preço mais acessível em várias lojas. No meu site (www.jorgevercillo. com.br), há uma área exclusiva. Quem tiver o código que vem junto com o CD, pode acessar o making of de todas as músicas, gravações e “demos” exclusivas. E a partir de agora, começaremos também a colocar as cifras das músicas. Suas músicas fazem extremo sucesso com pessoas de 8 a 80 e muitas delas embalam mocinhos e mocinhas nas novelas há mais de uma década. É fácil perceber quais são as preferidas do público, mas quais são as suas prediletas? Na verdade, gosto de todas, mas algumas são mesmo especiais como “Memória do Prazer” (na trilha da novela Fina Estampa), “Ela une todas as coisas”, “Fênix”, “Arco Íris”, “Rasa” etc... Como é o seu processo de criação? Quando surge uma parte de melodia na cabeça, eu gravo e deixo aquilo reverberando em meu subconsciente. Quando é 26
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uma ideia de tema pra letra, procuro anotar também. Então surge o dia em que aquilo precisa nascer de qualquer jeito e aí o compositor para tudo à sua volta para trazer à luz a sua nova cria (risos). Um projeto muito interessante e que agradou em cheio foi o encontro “Coisa de jorge”, com mautner, Aragão e Benjor. Como surgiu essa ideia? Quais os frutos dessa parceria ‘jorgiana’? A ideia foi do Jorge Aragão junto com a GLP, a agência que fez o show de comemoração do Cristo Redentor há pouco tempo. Foi um projeto inesquecível que rendeu um DVD e um CD ao vivo e fizemos duas músicas inéditas pra isso: ‘Líder dos Templários’ com Benjor e Aragão e ’São Jorges’ com o último. Outra novidade é a criação do seu selo independente “Leve”. fale um pouco desse novo momento, em que ele mudou a sua vida? Mudou muito e pra melhor! Temos mais dinâmica, fluidez e o foco específico em poucos produtos de cada vez, mudando paradigmas e conceitos obsoletos, ao contrário das grandes gravadoras que necessitam comercializar e divulgar dezenas de CDs e DVDs ao mesmo tempo para agonizantemente sobreviver. No entanto, torço pela recuperação de empresas como a Sony, EMI, Warner... pois já fizeram muito pela música, acredito que se eles conseguirem um download barato, seguro e fácil para o consumidor, em médio ou longo prazo as gravadoras terão condições de crescer e voltar a investir em novos talentos. O I-tunes com sua venda barata, fácil e segura, está começando a mostrar que isso é possível. Além de sua turnê pelo país para divulgar o novo álbum, existe algum outro projeto para 2012? Pretendo gravar um DVD ao vivo desse show, mas que além das musicas atuais, privilegiará o meu Lado B: músicas minhas que não tiveram a oportunidade de tocar em rádio e que ainda não existem em DVD. Há também um projeto, ainda em fase de conversação, sobre um programa de TV de música brasileira de qualidade.
Vercillo: “Este é o meu primeiro CD temático”
muitos novos artistas buscam pelo menos um caminho para divulgar seu trabalho. Você tem algum conselho para esses iniciantes? A cada momento, o mundo se transforma e muito! As estratégias de alguns anos atrás podem não ser as mais eficientes hoje. Agora, temos a internet que democratiza mais os espaços para a visibilidade do artista novo. A questão é que a quantidade de gente gravando CD e fazendo música atualmente é infinitamente superior à de 20 anos atrás, que dirá comparado à década de 70 e 80 quando grandes nomes se lançavam. Recebo muitos CDs e sinto que a maioria que chega a mim, são tentativas de hits. Isso realmente pasteuriza a linguagem musical e poética e deixa todos os cantores e compositores iguais. No entanto, é motivante saber que existe sim um cenário atual de gente nova fazendo música moderna e de fácil assimilação, mas diferenciada, de qualidade. Sabemos que tem gente interessada em ouvir essa música mais rica de poética, harmonia e mais densa na melodia também, esse é o diferencial! Lancemos então a utópica campanha: VIVA A MÚSICA BOA!! (você merece algo melhor) (risos). www.pullsar.com.br
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Em seu novo álbum, “Como diria Blavatsky”, você faz uma homenagem a uma escritora do século xIx que popularizou a Teosofia. O disco traz, ainda, alguns sambas, um tom mais politizado em suas letras e sonoridades diferentes dos seus trabalhos anteriores. Como surgiu essa inspiração e essa vontade de mudar de ares?
Foto: Divulgação
Uma trajetória cheia de hits “Encontro das Águas”, lançado em 1993, marcou a estréia de Jorge Vercillo no mercado fonográfico. O CD foi muito bem recebido pelo público e pelas rádios de todo o país e logo conquistou lugar cativo nas trilhas sonoras. O hit “Encontro das Águas” embalou romances na novela Mulheres de Areia e “Praia Nua”, em Tropicaliente, ambas da Rede Globo. Em seu segundo disco “Em Tudo que é Belo” (1996), Vercillo fez novos experimentos e fusões e foi indicado por isso ao Prêmio Sharp 1997 como Melhor Cantor Pop. Depois de dois sucessos com o selo Continental, Vercillo lançou em 1999 o CD “Leve”, de forma independente, e a canção “Final Feliz” – um dueto de sucesso com Djavan - conquistou o público. Sua repercussão foi tanta, que ganhou até releitura nas vozes de Caetano Veloso e Alexandre Pires. O sucesso de “Leve” ultrapassou as expectativas e Vercillo assinou contrato com a EMI Music para relançar o álbum em 2000. A onda de sucessos se repetiria no lançamento seguinte, o CD “Elo” (2002), com grandes sucessos como “Que nem Maré”, “Homem-Aranha”, “Fênix”, entre outras. Pode-se dizer que 2003 e 2004 foram os anos das boas parcerias: com Jorge Aragão, Ivan Lins, Pepeu Gomes, Marcos Valle. Também foi o ano de “Monalisa”, hit do álbum “Livre”, seu quinto trabalho autoral. As parcerias continuaram em 2005, com o lançamento de “Signo de Ar” e os trabalhos ao lado de Ana Carolina, Nico Rezende, Torquato Mariano e Dudu Falcão. Até o momento, Vercilo lançou 10 CDs, sete deles com canções inéditas, e três DVDs. Em 2006, ele recebeu o Prêmio Tim de Melhor Cantor pelo voto popular, época de seu primeiro DVD, “Jorge Vercilo Ao Vivo”. Ganhou novamente o Prêmio Tim em 2007 e participou de um dos projetos mais interessantes de sua carreira, “Coisas de Jorge”, CD e DVD em homenagem a São Jorge, que uniu os xarás Vercillo, Aragão, Benjor e Mautner. No mesmo ano, ele lançou “Todos Nós Somos Um”, outro marco importante com uma variedade musical que incluiu samba, xote, toada e bossa nova e trouxe uma renovação em sua proposta musical. O CD e DVD “Trem da Minha Vida” foi lançado em março de 2009 e mostrou o registro ao vivo de duas noites de ingressos esgotados no Canecão, RJ (dias 31 de outubro e 1º de novembro de 2008), além de alguns dos sucessos da carreira do artista. No final de 2009, o cantor se desligou amigavelmente da ótima parceria com EMI Music. Em janeiro de 2010, assinou contrato com a Sony Music/Day 1, com a qual lançou seu “D.N.A.”, em abril, seu oitavo trabalho com músicas inéditas.
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NO AR
Por Daniela Nunes
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las tocam música, divulgam conhecimento e são um reflexo das universidades. Além de oferecer um conteúdo diferente aos ouvintes e colocar em pauta assuntos acadêmicos, as rádios educativas também atuam como um democrático canal onde novos e diferentes artistas encontram espaço para mostrar seu trabalho. Com muita facilidade e sem precisar pertencer ao estilo musical que “está na moda”, diversos músicos entram em contato com a equipe dessas
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emissoras e logo disponibilizam seus arquivos de música, através de emails ou sites de downloads, para serem divulgados, como acontece na Rádio UFMG Educativa, da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo Elias Santos, coordenador executivo da emissora, essa forma de apresentar o trabalho tomou o lugar do envio do CD em suporte físico. Ele lembra que, desde que a rádio entrou no ar, há seis anos, recebeu até hoje apenas cerca de 600 CDs. Mas ressalta que, embora todas as alternativas de envio de material sejam válidas, no caso do compartilhamento digital, os músicos têm que ficar atentos à qualidade do arquivo. “Ele não pode ser muito compactado, uma vez que isso compromete a sonoridade da música quando ela toca no rádio”, explica. Para Elias, mesmo com a internet e a facilidade de divulgação na rede, esse meio de comunicação continua tendo muita importância para os artistas. “Por mais espaço que tenhamos na internet, acredito que quase todo músico sonha em tocar na rádio. Essa é uma estratégia antiga, mas que ainda funciona, uma vez que o rádio tem uma grande abrangência entre as pessoas”, afirma. De fato, a quantidade Elias Santos coordena a Rádio UFMG de artistas que procuram
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as rádios é grande. Entretanto, o coordenador faz questão de ressaltar para seus funcionários e estagiários que o papel do programador musical, principalmente no caso de uma emissora educativa, não esperar que o músico vá até ele. É correr atrás das novidades, ir a shows e conhecer novos músicos. Elias vê com muito bons olhos, por exemplo, a participação dos estagiários na programação da rádio. “Sempre quando entram pessoas novas na UFMG Educativa, elas trazem novas influências, estilos e informações de diferentes músicos para a rádio”, ressalta. Hoje, a emissora tem uma programação que toca estilos como MPB, samba, rock n’ roll, indie e reggae; e, a cada mês, cerca de 60 artistas participam dos programas de entrevistas e têm seu trabalho divulgado na grade musical. Elias Santos explica que estilos badalados como sertanejo e até funk também tocam na emissora, mas destaca que isso acontece em momentos específicos. “Na UFMG, por exemplo, temos um professor que está desenvolvendo um trabalho sobre o funk. Então, tocamos esse estilo quando falamos sobre esse assunto”, afirma. Ufmg Educativa - Frequência 104,5 FM em Belo Horizonte, Contagem e outras cidades da Grande BH. As bandas podem entrar em contato com o responsável pela programação musical da rádio, Paulo César Ribas, através do telefone (31) 3409-5531 ou do email pc.ribas@gmail.com. www.pullsar.com.br
Foto: Foca Lisboa
A importância da rádio educativa
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LANTERNAGEM E PINTURA
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Por Kiko Ferreira rICHArd SErrArIA Pampa Esquema Novo
continental dancing
Quando se fala em cozinha com suingue, na música mineira, os primeiros nomes que surgem na mente são do baterista neném e do baixista Ezequiel Lima. Ezequiel, que tocou por muito anos com Célio Balona, está sempre com Marku Ribas e tem PATROCÍNIO PRODUÇÃO o nome ligado às guitarras de Juarez Moreira e Toninho Horta, lançou seu primeiro disco solo, “Outra História”, em 2000. Agora, sai com o segundo, “Continental Dancing”. O nome foi tirado da casa que o pai, o saxofonista Antonio Lima Sobrinho (Príncipe), comandava na década de 60, na zona central da boemia da capital mineira, que o Brasil ficou conhecendo a partir da adaptação para a TV do romance “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond. O DNA dançante do trabalho está, principalmente, no choro que dá título ao álbum, no merengue “Carona de Avião” (já com vídeo no youtube) álbum, no clima cheek-to-cheek de “Playboy Enamorado” e no samba “Canal 100”, que encerra o CD com otimismo, como tema de festa de uma possível vitória na Copa do Mundo de 2014. 30
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11. canal 1000
Produzido no Pólo Industrial de Manaus por Sonopress Rimo Indústria e
rúBIA Comercio Fonográfica S/A - Indústria Brasileira - CNPJ: 67.562.884/0004“É Brincadeira” 91 - Sob encomenda de Ezequiel Lima - CPF: XXXXXX-xxx e acompanhamento de CRIATO: (31) 3273.6601 - www.criato.com.br
EZEQUIEL LIMA
EzEQUIEL LImA Continental Dancing
Continentaldancing
Mesclando sonoridades e influências de Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, o disco “Pampa esquema Novo” traz o poeta 1. quarta-feira e mestre em literatura 2. não pode parar gaúcho Richard Serraria usando a experi3. trapézio ência como percussionista e compositor de 4. o lobo do joão música de festival para 5. medo de chuva criar uma mistura que inclui samba rock, tan6. playboy enamorado go, camdombe e rap, sem esquecer a milonga e o ijexá. Serraria, que quem acompanha a música indie brasileira conhece do 7. continental dancing vitaminado grupo Bataclã F.C., consegue dar a seu trabalho um nível 8. carona de da avião literário acima média da atual música brasileira e foge de um certo elitismo portenho que costuma habitar alguns trabalhos valorizados 9. cinema por público e crítica gaúchos. A participação 10. bêbada oportuna de Zeca Baleiro numa das faixas ajuda a abrir portas para o disco no sul.
Baixinha, simpática, com uma dose de ingenuidade que faz com que, muitas vezes, ela se INCENTIVO confunda com as crianças e quase se torne uma delas, Rúbia comandou, durante onze anos, o programa TVX, na Tv Horizonte, de Belo Horizonte. “É Brincadeira”, seu primeiro CD, mantém o tom do programa de TV, infelizmente descontinuado no final de 2011 pela emissora. Contadora de história, ela gravou 13 faixas que mesclam temas tradicionais, de domínio público, como “O Jipe do Padre”, “Eu Vou Andar de Trem” e “Boneca de Lata”, com músicas compostas de compositores mineiros afinados com seu universo, como Paulinho Pedra Azul, Fernando Muzzi, Sérgio Pererê e Leri Faria Jr. Rúbia, que confessa não ser cantora, mas brincante, espera que a mistura de samba, frevo, marchinha, samba-funk e a capoeira, com influências do rock, da música árabe, do country e do rap, sirva de matéria prima para professores e recreadores usarem com as crianças. www.pullsar.com.br
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EZEQUIEL LIMA
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SIBA Avante
Reinvenção, reciclagem. Revirar memórias como quem abre gavetas e atualiza experiências de vida e de música. Siba está de volta á guitarra e a algumas sonoridades ausentes em sua discografia recente. Em “Avante”, disco lançado oficialmente no último sábado de janeiro, em Recife, ele retoma o instrumento que havia abandonado desde sua saída do grupo Mestre Ambrósio. O estalo veio depois de ouvir o disco “Método Tufo”, de Catatau, na sequencia da gravação do elogiado “Toda Vez Que Eu Dou Um Passo/ O Mundo Sai do Lugar”. Cada vez mais envolvido nas sonoridades da região da Mata Norte pernambucana, seja com seu grupo A Fuloresta ou em projetos como o disco que dividiu com o mineiro Roberto Corrêa, o compositor que deixou São Paulo para retornar a Recife e se entregar aos sons que se classifica como de raiz, resolveu cavar suas próprias raízes. E aí, além de coco, maracatu e repente, redescobriu suas afinidades com o rock, o blues, o jazz. Na longa lista de influências que aponta, nas trilhas do mapa de referências estão desde Hendrix, Jack White, Cream e Jimmy Page, a Thelonius Monk, sonoridades do Mali e do Congo ... e até o assovio do pai de manhã cedo. Com produção de Fernando Catatau, gravado em São Paulo, “Avante” tem, segundo Siba, “um pouco de Rio de Janeiro, Dakar, Recife, Nazaré, São Paulo, Curitiba, Praia dos Carneiros, Teresópolis, Campina Grande, além de sombras de lugares que nunca fui: Kinshasa, as montanhas do Hindu Kush...”. Em resumo, uma colagem de referências próprias que não exclui um pé na Jovem Guarda e na música brega, tão epitelialmente ligado ás gerações recentes da música pernambucana. A polifonia que torna o disco de difícil classificação recebe preciosas contribuições da tuba de Léo Gervásio, conexão com a Fuloresta; do vibrafone de Antônio Loureiro e o filtro mineiro para os sons da áfrica e da guitarra de Catatau, num certeiro solo de “Qasida”. Com onze faixas e um conjunto de letras bem acima da obviedade reinante, o CD traz obras marcantes, como “Preparando o Salto” (“não vejo nada que não tenha desabado/ nem mesmo entendo como estou de pé”) e “Um Verso Preso” (“um verso preso é um tiro/ que a arma não disparou”) e soa como uma experiência do google maps, com o mapa servindo de ponto de partida para ver/ouvir a música de novos ângulos, direções e endereços.
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L ANÇAMENTOS
Os fãs que preferem o Vander Lee sambista, no lugar do melodista muito romântico das canções de caráter mais pop, vão se deliciar com o novo disco do autor de “Românticos”. Sétimo CD de uma carreira de um artista carismático e de muitos hits, “Sambarroco” funciona como uma roda de samba que vai evoluindo faixa a faixa. Apesar do suingue e da gaiatice, o samba de Vander Lee foge do modelo carioca e flerta com as harmonias tradicionais das montanhas. Aqui, simbolizadas pelo diretor musical e violonista Thiago Delegado, líder natural de um grupo de instrumentistas da nova geração da cada vez mais substancial cena de samba e choro de Belo Horizonte. As músicas forma sendo testadas em apresentações para amigos (como a que marcou seu aniversário, na casa de shows Gamboa) e foram ganhando forma, sendo polidas até funcionar como roteiro, como nos discos de MPB de antigamente. De um choro composto em Paris, baseado na música das ruas da capital francesa (“Boramar”), até “Terno Cinza”, burilado na solidão de quartos de hotel e banheiros de Barcelona, o disco traz um samba barroco (“Lado Bamba”), um mix com apimentado com ritmos latinos (“Pimenta Malagueta”, feito em Cuba), um retrato da pós-boemia (“Beleza Fria”) e até o que ele classifica como “samba rural” (“Vai Assombrar Porco”). Reforçando a tendência a trazer alegria para os fãs de primeira hora, ele regravou o saboroso “Sambado”, que conta a história de um carro que, de tão velho e defeituoso, lembrava uma bateria de escola de samba na hora de ser posto em movimento. O original foi gravado com voz e violão. E agora, com o grupo, assume ares de frota de calhambeques. E ainda tem “Estrela”, registrada por Bethânia, ponte com o lado congadeiro e sua porção interiorana.
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Foto: Miguel Aun
VAndEr LEE Sambarroco
Por Kiko Ferreira
mOrEIrA dA SILVA O Tal Malandro e o Último Malandro O jornalista e pesquisador Marcelo Fróes continua seu precioso trabalho de recuperar fonogramas e lançar em Cd discos há muito fora de catálogo. E até inéditos. Beth Carvalho, Xangô da Mangueira, Zimbo Trio, Marcos Valle e muitos, muito outros, fazem parte do catálogo de sua gravadora Discobertas, que vai trilhando caminho seguro como iniciativa que merece atenção e homenagens. As caixas “O Tal Malandro” e “O Último Malandro”, com oito álbuns gravados por Moreira da Silva na EMI-ODEON, fazem uma espécie de inventário da fértil carreira do inventor do samba de breque. Registrados entre os anos de 1958 e 1966, os LPs apresentam as várias facetas de Morengueira: o intérprete de Noel Rosa e Miguel Gustavo; o compositor de achados geniais; o falso ator das tramas cinematográficas e recheadas de efeitos sonoros especiais; e o malandro que, de tão malandro, era um marido exemplar e um cidadão de poucos vícios e coração exemplar. Tão eficiente nos temas de Carnaval quanto nos sambas e outros estilos, Moreira da Silva foi um dos mais originais personagens da música popular brasileira. E esta reedição, feita com apuro gráfico e sonoro, traz a dignidade e o respeito que sua obra merece.
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LNO ANÇAMENTOS AR
Por Kiko Ferreira
DUDU MENDES Trilhas Geraes TRILHAS GERAES/ Dudu Mendes
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Em agosto de 2002, aproveitando o sucesso da novela Coração de Estudante, a Rede Globo de Televisão fez uma parceria, inédita e surpreendente, com a UNE, para a realização de um festival de música popular, com o mesmo nome da novela, com final na Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Foram mais de duas centenas de bandas inscritas, de alunos de 67 universidades. Entre os finalistas, que se apresentaram na Praça Tiradentes antes do show de Milton Nascimento, estava o cantor e compositor Dudu Mendes, de Betim, que ficou com o segundo lugar. Agora, quase dez anos depois, Dudu lança o CD “Trilhas Geraes”, gravado no estúdio REC, em Belo Horizonte, com onze faixas construídas na melhor tradição da MPB mineira, com algum sotaque da chamada música de barzinho. A experiência do curso de Letras na PUC-MG ajudou em faixas como “Pedra no Caminho” e “ Carpe Diem”. E a admiração pela terra inspirou declarações de amor explícito a Minas, como “Lobo Guará” e “Mineira Paisagem”.
Em agosto de 2002, aproveitando o sucesso da novela Coração de Estudante, a Rede Globo de Televisão fez uma parceria, inédita e surpreendente, com a UNE, para a realização de um festival de música popular, com o mesmo nome da novela, com final na Praça Tiradentes, em Ouro Preto. Foram mais de duas centenas de bandas inscritas, de alunos de 67 universidades. Entre os finalistas, que se apresentaram na Praça Tiradentes antes do show de Milton Nascimento, estava o cantor e compositor Dudu Mendes, de Betim, que ficou com o segundo lugar. Agora, quase dez anos depois, Dudu lança o CD “Trilhas Geraes”, gravado no estúdio REC, em Belo Horizonte, com onze faixas construídas na melhor tradição da MPB mineira, com algum sotaque da chamada música de barzinho. A experiência do curso de Letras na PUC-MG ajudou em faixas como “Pedra no Caminho” e “ Carpe Diem”. E a admiração pela terra inspirou declarações de amor explícito a Minas, como “Lobo Guará” e “Mineira Paisagem”. 34
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NA ESTRADA
10ª edição do Fic presta homenagem a Carlos Drummond de Andrade
emocratizar, fomentar e difundir. Estes são os lemas do maestro e produtor cultural Lindomar Gomes, idealizador e principal responsável pelo FIC – Festival Internacional de Corais, que este ano chega à sua 10ª edição com uma homenagem ao poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade. Um incansável empreendedor que transforma sonhos em realidade, o maestro divulga e valoriza o canto, facilitando o acesso do público e o intercâmbio de artistas sediados em diversas regiões do Brasil. “Eu sempre trabalhei com corais e adquiri muita experiência com a participação e organização de festivais universitários de inverno e verão. Daí, tive essa idéia, de promover um evento temático – inexistente no país até então - que contemplasse a música brasileira e quebrasse o paradigma de que canto coral é apenas de caráter religioso, só com música sacra”, conta. No início, quando o projeto focava apenas grupos universitários, Lindomar conseguiu reunir 19 corais da região Sudeste para apresentações gratuitas em espaços públicos de Belo Horizonte, como o Parque Municipal e a Igrejinha da Pampulha. “O tema foi os 100 anos de Ary Barroso e
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todos os grupos tiveram que preparar uma versão da música ‘Isso aqui o que é?’. Conseguimos reunir um público de cinco mil pessoas, e a partir daí fomos crescendo e nos desenvolvendo”, comemora. Em sua segunda edição, perdeu o título de universitário e passou a se chamar Festival de Corais de Belo Horizonte. Mesas redondas, bate- papos, lançamentos, oficinas e shows com músicos e bandas
O FIC é coordenado pelo maestro Lindomar Gomes
renomadas passaram a fazer parte da programação do evento. Em 2008, ele ganhou nova roupagem e transformou-se no Festival Internacional de Corais (FIC), com a participação de grupos internacionais e apresentações em BH e cidades do interior de Minas. Em 2011, outra boa no-
vidade surgiu no horizonte: o FIC especial de Natal, com foco em músicas natalinas.
50 mil vozes unidas O FIC de 2012, programado para o dia 15 de setembro, irá homenagear Carlos Drummond de Andrade, em seus 110 anos de nascimento e 25 de morte. Os corais trabalharão uma música tema, com participação de Fernando Brant. Muitos artistas que trabalham com letras e poemas do escritor estão sendo convidados a participar; o objetivo é abrir espaço também para artistas da moda, gastronomia e artes plásticas que tenham Drummond como inspiração. Sonhador mas também empreendedor, Lindomar planeja cuidadosamente o futuro e tem ainda grandes projetos para realizar. “Posso dizer que vejo mais como um desejo, ou uma missão talvez. Em 2014, quero poder, com toda a movimentação em torno da Copa do Mundo, reunir um grupo de 50 mil coralistas em um local bem amplo como o Mineirão. E lá, reger todas essas vozes em um hino em homenagem ao Brasil e assim quebrar um recorde mundial que, se não me engano, pertence a Villa-Lobos. Ele reuniu 40 mil vozes na década de 40”.
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Por Lígia de Matos
A voz e a versatilidade de Aída Couto pressão - Escola de Aprimoramento Vocal, na qual desenvolveu um método de ensino único e eficiente e, desde então, preparou muitos artistas. Atualmente, Aída está envolvida em projetos culturais que incentivam cantores iniciantes a exercer o ofício de modo profissional. É o que conta para os leitores da Pullsar, na entrevista a seguir.
Foto: Jorge Rivera
O que é o Espaço Voz e Expressão e o que ele oferece ao público? O Voz e Expressão é um espaço de aprimoramento vocal com abordagem no canto popular. Eu o criei em 1997 e desde então nós formamos vários cantores profissionais que fazem parte do panorama musical de Minas Gerais e outros estados do Brasil. Trabalhamos também com vários “cantantes”, ou seja, aquelas pessoas que nos procuram pelo simples prazer em cantar.
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atural de Belo Horizonte, a cantora Aída Couto é conhecida do público não apenas por seus dotes vocais, mas também por seus conhecimentos teóricos. Artista do palco, com apresentações por todo o país e na Europa, Aída é formada também em canto, violão, piano e percussão, especializada em diferentes estilos musicais como MPB, samba, bossa nova, jazz, soul e rock. Com toda essa bagagem, nada mais natural que Aída ampliasse suas atividades, dedicando-se também à carreira de professora, ofício no qual é uma das mais prestigiadas no cenário mineiro. Em 1997, já com seis anos de experiência didática, Aída criou a Voz e Ex-
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Quais são os cursos que a escola oferece? Dividimos nossa grade de cursos em quatro tópicos: técnica vocal (aprimorar a qualidade e expressividade da voz cantada); no gogó (espaço de lazer e sociabilidade para quem quer cantar, mas não quer se aprofundar na técnica); preparação de professores de canto (formação de professores de técnica vocal para o canto popular); e cursos de férias (nos meses de julho e dezembro, passam informações relativas ao canto e conceitos musicais imprescindíveis a formação de um cantor). Neste último, as opções são: cuidados com a voz, fisiologia da voz, apreciação de cantores famosos, interpretação, diapasão, como ouvir música e improviso.
Como funciona o seu método de ensino? Eu o chamei de “Por Encanto” e contém conceitos relativos à respiração, funcionamento do trato vocal, articulação, ressonância, aquecimento e desaquecimento vocal, vocalizes, registros vocais e os cuidados que todo cantor precisa conhecer para proteger a voz. A ideia é que os alunos tenham as melhores condições para o aprendizado da técnica vocal de maneira profissional e ao mesmo tempo de forma lúdica e divertida. Existem apostilas de aquecimento e desaquecimento vocal e CDs de exercícios vocais. Como é realizada a seleção de alunos? O Voz e Expressão está aberto a todas as pessoas que desejam aprimorar a qualidade técnica e expressiva da voz, ou seja, cantores profissionais ou pessoas que simplesmente gostam de cantar. Marcamos uma entrevista com cada interessado e nesse encontro é explicado todo o método, o material didático, os projetos, além de uma avaliação do perfil, afinação, e saúde vocal do aluno. A partir da disponibilidade de horário do aluno e do professor, a vaga é aberta e o aluno inicia-se o curso. Existem outros métodos ou forma de ensino além do “Por Encanto”? Sim. O Voz e Expressão oferece também vários projetos que estimulam os alunos a travar contato com um universo musical mais amplo, seja através da gravação em estúdio ou apresentações em teatros, bares e casas de show. Os projetos são: “Minha Voz, Minha Vida”, “Viva Voz”, “Metamorfose”, “Subo Neste Palco”, “No Gogó”, “A Sós” e “Sarau”. Para saber mais sobre cada um deles, basta entrar no nosso site: www.aidacouto.com.br Fevereiro | Abril 2012
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EDUCAÇÃO
O ensino de música nas escolas: uma importante discussão
ssim que foi feito o anúncio de que a partir de agosto do ano passado começaria a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras de nível básico, diversas pessoas entenderam que as crianças aprenderiam a tocar instrumentos durante as aulas. Porém, as coisas não são bem assim. Através de três sucintos artigos, a Lei 11.769, publicada em 18 de agosto de 2008, instituiu a música como um conteúdo dentro da já existente disciplina “Artes” e deu prazo de três anos letivos para as instituições se adaptarem à nova determinação, nada mais. Não há, pelo menos por enquanto, a previsão da prática musical nas escolas. Segundo a Superintendente de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental de Minas Gerais, Maria das Graças Bittencourt, o Conselho Nacional de Educação ainda está elaborando um parecer orientador a fim de esclarecer e apontar direções a serem consideradas e incorporadas ao projeto pedagógico do ensino das instituições. “Ele está sendo discutido e será publicado brevemente, mas ainda não sei em que data. As pessoas estão entendendo que a lei determina o ensino da música e não é. Até porque seria impossível, num país deste tamanho, que as escolas regulares introduzissem aulas de violão, violino ou piano, por exemplo”. Sérgio Figueiredo, que participou diretamente do processo de aprovação da Lei 11.769/08, e é ex-presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e professor do Centro de Artes (CEART) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), explica que objetivo da aula de música não é formar instrumentistas, assim como as aulas de matemática não estão no currículo para formar matemáticos. “A formação escolar deve servir para instrumentalizar as pessoas para o mundo em que vivemos, e a música é parte deste projeto”, afirma. Entretanto, ele acrescenta que a escola que tiver condições pode incluir o ensino de instrumentos. “Algumas escolas já dis38
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Foto: Carlos Alberto / Secom-MG
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Por Daniela Nunes
Maria das Graças Bittencout: O Conselho está elaborando um parecer orientador
põem de recursos e podem desenvolver aulas de música que incluam a formação instrumental, mas outras ainda deverão se organizar para que estas condições se façam presentes o quanto antes”, considera. Para além disso, tanto o professor Sérgio Figueiredo como a atual presidente da ABEM, Magali Kleber, acreditam que é possível cantar na escola e criar experiências so-
noras utilizando diferentes fontes. “Acho que o instrumento musical pode até ser resignificado, já que qualquer objeto pode ter sua sonoridade, como uma caixa de fósforos, um copo e uma colher em um samba de mesa de bar, por exemplo. Defendo que o processo pedagógico-musical se dá pela performance da voz, do corpo, de instrumentos construídos e instrumentos tradicionais”, enfatiza Magali. www.pullsar.com.br
Foto: Arquivo Pessoal
Ela, que também acredita que o ensino dos instrumentos não esteja a priori descartado do âmbito dessa lei, ainda acrescenta que ter um teclado, um violão, uma bateria, instrumentos construídos pelos estudantes ou uma mesa de som não é nenhuma utopia. “Veja como as bandas de garagem proliferaram e as orquestras com as mais variadas composições de instrumentos se configuraram nos projetos sociais em bairros da periferia”, aponta. Maria das Graças esclarece que o conteúdo musical nas escolas, de fato, já vem sendo ensinado em todas as instituições mineiras nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e no ensino médio, desde a implantação da Lei 9394/96 (LDB), que obriga que o conteúdo “Artes” seja ministrado. “Trabalhamos em arte quatro eixos temáticos: Artes Visuais, Música, Dança e Teatro. Música é um dos conteúdos de arte e essa nova lei deu uma ênfase especial a ele”, afirma. A superintendente explica que, de acordo com as diretrizes do Conteúdo Básico Comum (CBC), que orientam o desenvolvimento dos projetos pedagógicos, nos anos iniciais de ensino, o trabalho com as crianças é realizado em cima do folclore, (cantigas de roda, cantigas de ninar), fontes sonoras diversas - como estudo da voz, relações com música e suas funções em diferentes contextos e estruturas básicas do discurso musical. Já no ensino médio, os temas abordados envolvem a percepção sonora, sensibilidade estética, fundamentos da música e expressão musical. “Mas é lógico que, a partir das novas orientações do Conselho Nacional de Educação, se tivermos que fazer alguma adequação ao nosso currículo, nós faremos”, observa. Para Sérgio Figueiredo, a determinação irá, sem duvidas, trazer algo de novo para o ensino. “Com a música definitivamente no currículo, espera-se a ampliação da qualidade da formação oferecida na escola”, avalia. Entretanto, Magali Kleber pondera que será preciso ter paciência e habilidade política para a implantação a contento desse projeto. Mesmo com o fato de a lei ter sido criada em 2008, para a presidente da ABEM ainda há pontos que devem ser considerados, já que o ensino de música www.pullsar.com.br
na escola vem envolto em uma nova concepção de sistema educacional e ainda há a necessidade de se fortalecer a responsabilidade das decisões que cada escola tem ao construir seu projeto político-pedagógico. De acordo com ela, existem propostas que sugerem que o conhecimento deve ser pensado de forma mais globalizada sem que se perca o eixo de cada área. “Isso é um desafio para que o processo
Magali Kleber: paciência e habilidade
pedagógico esteja mais conectado com o cotidiano e com o contexto. Assim, a música deve ser entendida como um corpus de conhecimento a ser desenvolvido na sua especificidade, naquilo que somente a música pode expressar e proporcionar ao estudante”.
Quem irá ensinar tudo isso? Como se não bastasse toda a discussão sobre o que deve ser considerado, valorizado e incorporado em termos de conteúdos e formas de ensino, nos projetos pedagógicos das escolas, existe ainda outra importante questão a ser debatida: É necessário que o professor seja músico para ensinar o conteúdo musical dentro da disciplina de Artes? Magali Kleber e Sylvio do Nascimento não têm dúvidas ao afirmar que
isso é essencial e que esse ensino deve ser conduzido por músicos qualificados e aptos, uma vez que eles conhecem e dominam as metodologias. Já Sérgio Figueiredo é mais ponderado em relação ao assunto. Ele reconhece que nas escolas, de fato, existem profissionais que trabalham com todos os conteúdos da instituição, incluindo a música, e defende que esses mestres devem ser musicalmente preparados para oferecerem experiências consistentes em termos de educação musical. Entretanto, Sérgio considera que é preciso dimensionar claramente os espaços de atuação e garantir a presença de licenciados em música na escola. “As diferentes interpretações sobre a lei não devem ser obstáculos para a contratação de professores de música. Os sistemas educacionais entendem que para ensinar matemática é preciso contar com um profissional licenciado em matemática; que para ensinar português é preciso um profissional licenciado em língua portuguesa. Para ensinar música é preciso um profissional licenciado nesta área”, afirma. Com outro ponto de vista, a superintendente de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental, Maria das Graças, acredita que os professores de arte estão aptos para lecionar o conteúdo musical, uma vez que têm sensibilidade para todas as expressões artísticas. “É claro que nossos professores não são especialistas e não são professores de piano ou violino, mas eles têm condições de trabalhar o conteúdo música nas escolas com a ajuda, muitas vezes, de especialistas em música”, enfoca. Maria das Graças informa que não há perspectivas de que o estado de Minas Gerais contrate professores de música para todas as escolas estaduais. “Não apenas devido ao fato de nós já termos o professor de arte, mas também porque os custos seriam enormes e por acreditarmos que nem teríamos professores suficientes para nossas quase quatro mil escolas estaduais de ensino fundamental e médio”, explica. A contratação de um professor de música apenas será feita quando a escola interessada montar um projeto específico e este for aprovado pela Secretaria de Educação. Fevereiro | Abril 2012
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IMPACTO URBANO
Por Mauro Andrade Moura
ITABIRA: AQUI A MÚSICA ACONTECE
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Fotos: Divulgação
antendo uma tradição de 37 edições, o Festival de Inverno de Itabira trouxe à cidade mineira uma programação diversificada e selecionada. A região itabirana teve a oportunidade de acompanhar, entre 10 e 24 de julho de 2011, apresentações variadas, em temas e estilos, incluindo a participação inclusão de grupos estrangeiros. O Festival de Itabira rivaliza com o de Ouro preto na ordem de longevidade e iniciativa. A partir deles, surgiram diversos outros, bem como a continuidade de programação artística, como aconteceu na cidade e região de Itabira. Após o advento do Festival de Inverno, abriu-se, também, a programação musical da exposição agropecuária que sempre atrai um grande público aos grandes concertos que são levados àquele espaço anualmente. Nesta trilha, foram realizados também vários festivais de música, que revelaram novos talentos da e região. Hoje, a partir do exemplo de Itabira, surgiram festivais de inverno em São Domingos do Prata, Itambé do Mato Dentro, Serra do Cipó e São Gonçalo do Rio Abaixo, entre vários outros de relevância no contexto regional. Além desses, tivemos em Itabira duas edições do Rock UAI (e uma em Ipatinga), um festival de música popular condensado em quatro dias, que reuniu as melhores andas do rock nacional das décadas de 80 e 90 e contou a participação de roqueiros de todo o Brasil. Anualmente, no período da seca e em sextas-feiras com noite de lua cheia, o distrito de Ipoema recebe os violeiros com suas modinhas tradicionais caipiras, dando luz à Roda de Viola, que produz música diversificada para o deleite de toda a platéia. Hoje, diversidade e constância marcam a programação musical em Itabira, sempre privilegiada pelo público.
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MARKETING ARTÍSTICO | RUBENS BARBOSA
Por Vanderlei Timóteo
Criando talentos há 36 anos
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Foto: Arquivo Pessoal
Fotos: Divulgação
aro musical, experiência e sucesso fazem parte do currículo de Rubens Barbosa há mais de três décadas. Com vasta experiência nos diversos setores de promoção e marketing, Rubinho, como é conhecido no meio, já passou pelas principais gravadoras do mainstream nacional – Sony Music, BMG Entertainment, EMI-Odeon e Universal Music – e atuou diretamente no gerenciamento de promoção e divulgação de artistas novos e consagrados, nacionais e internacionais, antes de direcionar sua expertise à Cult Music, sua empresa própria. O nome de Rubinho está associado à carreira – e, consequentemente, ao sucesso - de artistas como Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo, Simone, Djavan, Paula Fernandes, Parangolé, RPM, Gonzaguinha, César Menotti & Fabiano, Padre Marcelo Rossi, Leonardo, Eduardo Costa, Kid Abelha, Banda Eva, É o Tchan, Jorge & Mateus, Netinho e Paquitas. Na ala internacional, promoveu os grupos U2, Light House Family, Take That e os cantores Jack Johnson, Rihanna, 50 Cent e Eminem, entre outros. Nesta entrevista exclusiva à Pullsar, Rubinho fala de sua trajetória, seu estilo de trabalho, da relação com os clientes e os prazeres e dissabores da profissão. de onde surgiu esta escolha profissional? Acredito que tenha sido por acaso, porque foi jogando futebol que conheci o Luiz, que naquela época estava começando a tomar conta das três ou quatro lojas de discos que o pai possuía em Goiânia (GO), cidade para onde eu fui depois de sair de Araguari (MG), minha terra natal, para prestar o vestibular para Engenharia Elétrica. Ele convidou um amigo nosso para trabalhar na principal loja da rede, que não aceitou. Aí, eu me ofereci porque estava precisando pagar meu cursinho. A sua qualificação se deu pela intuição e pelo aprendizado diário ou você fez algum curso? www.pullsar.com.br
Pela intuição e pelo aprendizado. Ninguém me ensinou nada, tive que me virar sozinho. Que tipo de serviço você oferece aos seus clientes? Nós trabalhamos em todas as etapas do trabalho artístico, prestando consultoria musical, planejamento de marketing e imagem, promoção e divulgação em rádio e televisão, assessoria de imprensa, marketing digital e ações de guerrilha na web. Como se identifica um talento? E quando o candidato não tem talento, o que você faz? A pessoa talentosa você percebe rapidamente, mas isso não significa que ela irá fazer sucesso, “estourar”, como usamos dizer no meio artístico. Às vezes demora muito. Por outro lado, o artista que estoura muito rápido corre o risco de sumir também muito rápido.
forte junto a ele. Além disso, um profissional de marketing com amplo conhecimento do mercado e um ótimo relacionamento com toda a mídia é muito importante. Você já está há muito tempo no mercado. Como você analisa essa permanência? Somente pelo meu trabalho. Sou aquariano e consigo me adaptar bem às novidades. Além disto, sempre fui muito profissional e os artistas confiam muito em mim. E tem mais: durante 36 anos venho trabalhando com música no Brasil e apesar dessa imensa crise mundial, a música nunca acabará. Qual artista você está lançando no momento? Olha, agora estamos trabalhando uma artista de apenas 17 anos, chamada Laura Rizzotto. É uma garota muito talentosa. Ela compõe e canta em inglês, toca piano e violão e tem uma carreira enorme pela frente.
Qual a próxima tendência que vai surgir na música. Existe alguma que você espera que aconteça? Hoje qualquer tipo de música, sendo boa, pode ser um sucesso. Por isso, não consigo ver uma tendência no mercado fonográfico. O que mudou no mercado do disco? A relação das gravadoras com a mídia em geral e também com os artistas. As majors reduziram bastante o investimento na promoção de artistas, sejam eles tanto conhecios ou promessas de sucesso. Hoje, só como exemplo, as duplas sertanejas raramente utilizam o marketing das gravadoras. Os empresários mantém escritórios para suprir essa lacuna deixada pelas majors. depois dessas mudanças, qual é a relevância do promotor de marketing? Veja, para se fazer um marketing de um artista independente, ainda é, e será necessário por alguns anos, de um investidor
Rubinho: qualquer música boa pode ser sucesso Fevereiro | Abril 2012
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Ricardo Silve
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“BH Jazz Festival” reúne estrelas na Praça da Liberdade Marcos Naves, presidente da Extra FM e Wagner Seixas (Juninho), proprietário das lojas CD’s e Cia no Pagode da Extra.
A 2ª edição do BH Jazz Festival escolheu um dos principais cartões postais da cidade para levar à população o melhor dos acordes do blues, jazz e da MPB: a Praça da Liberdade, que no dia 29 de janeiro, ganhou cores e tons especiais. Dez artistas, entre nacionais e estrangeiros, se revezaram nos palcos montados na praça, atraindo um público de aproximadamente 15 mil pessoas. A realização foi da Artbhz Produtora de Espetáculos e a curadoria do compositor e instrumentista Túlio Mourão.
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Foto: Mary Lane Vaz
Fotos: Nelson Simões
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Foto: Divulgação
Foto: Mary Lane Vaz
VIDA NOTURNA
Thelmo Lins
Téo folia
musicalidade: Thelmo Lins acredita que sua maior influência seja Maria Bethânia, pela qualidade de seu repertório e pela sua postura de palco. No caso do projeto com composições de Pirulito da Vila, a admiração pelas canções dele veio antes da decisão de fazer o disco. “Então, ficou fácil escolher o repertório de Samba Sambá Sambô”, Seu mais recente trabalho (ouça o CD em www.thelmolins.tnb.art.br).
musicalidade: Com um pé na fronteira nordestina e outro no mundo, Téo Folia é verdadeiramente único. Suas composições são uma narrativa brasileira, uma trilha sonora para quem gosta de festa. O artista muda a dinâmica constantemente, enquanto perspectivas giram em torno de diferentes temas musicais. Cabe de tudo neste caldeirão quente pra folia, de Gil a Jackson do Pandeiro, de Lenine a Gordurinha, passando por Djavan,Trio Virgulino, Dominguinhos, Pepeu Gomes, Trio Nordestino e muitos outros.
repertório: O show Samba Sambá Sambô traz músicas do compositor Pirulito da Vila, nascido em Itabirito: os sambas “Mercearia Paraopeba”, “Tem alguém pior que eu”, “Se liga, malandro” e “Samba democrático”; a balada romântica “Quem sabe assim”; o maxixe “Terno do João”; o jazz “Bolero”; e o samba-rock “Samba Sambá Sambô”. O cantor interpreta Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Tom Jobim e Chico Buarque. Performance: O repertório presta-se a novas leituras, observações e avaliações. Isso porque o público está ali presente. Para mim, que comecei a carreira no teatro, a performance é a tradução mais completa do meu trabalho. O show tem direção cênica de Wagner Cosse, direção musical e arranjos do tecladista Danilo Abreu. resenha: O cantor gravou seu primeiro CD em 1999, num projeto em homenagem ao Clube da Esquina – Nada Será Como Antes. Em 2000 lançou o CD Encontro dos Rios, somente com compositores de sua terra natal, Itabirito. Três anos mais tarde, Thelmo Lins Canta poemas de Carlos Drummond de Andrade, musicados especialmente por compositores brasileiros. Em 2006, lançou, com Wagner Cosse, Cânticos - poemas de Cecília Meireles musicados por Fatima Guedes. Em 2010, também ao lado de Cosse, o Trá-lá-lá-lá-li Trá-lá-lá-lá-lá – Poemas Musicados de Henriqueta Lisboa. www.pullsar.com.br
repertório: A trilha sonora é um hino a alegria que conduz para a festa. A banda que o acompanha é um show a parte. O repertorio recheado de musica brasileira vibrante, com roupagem própria e personalizada pela interpretação de Téo Folia. Performance: Em consonância com a ideia de variações sobre um mesmo tema, as pessoas se surpreendem com a dinâmica do show. Quem gosta de balançar o corpo ao ritmo de uma mistura estonteante de forró, reggae, pop e MPB. Os vocais foram apaixonadamente desenvolvidos como se o artista estivesse em um anfiteatro em vez de um clube. A performance de Téo Folia cativa o público, deixando todos com grande expressão de felicidade. Quando o artista anuncia o final do show, um grito ensurdecedor de desaprovação vem da platéia, todos pedem mais. resenha: Téo Folia é tão épico como seu nome, majestoso, a dinâmica de seus shows enterra suas garras no coração da cena independente. Na estrada há 15 anos, com passagem por diversas bandas de bailes e participação expressiva na banda os Matutos. Retomando sua carreira com força total, Téo Folia conjuga sua agenda de shows com a gravação do seu primeiro CD/DVD de sua carreira solo, intitulado Folia.
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Fotos: Divulgação
AGENDA
Victor & Leo
rodriguinho
Leonardo
5 de abril Clube de Campo Vale do Sol Rod. Atílio Baldo, km 331,5 Sertãozinho/SP www.victoreleo.com
19 de abril Arena Mix Campos/RJ www.rodriguinhoonline.com.br
7 de abril Parque de Exposição Virgolândia/MG www.leonardo.uol.com.br
joe Cocker
Bob dylan
1º de abril HSBC Arena Rio de Janeiro/RJ www.cocker.com
19 de abril Chevrolet Hall Belo Horizonte/MG
roger Hodgson 27 de abril Chevrolet Hall Belo Horizonte/MG www.rogerhodgson.com
Foto: Joaquim Nabuco
20 a 22 de abril Chevrolet Hall Belo Horizonte/MG http://abrilprorock.info/programacao
21 e 22 de abril Credicard Hall São Paulo/SP www.bobdylan.com
domingo no museu 01 de abril Lançamento do CD de Moyses Marques – “Pra Desengomar” Museu de Arte Pampulha Belo Horizonte/MG www.veredasproducoes.com.br
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festivais
Fotos: Divulgação
Axé Brasil 13 e 14 de abril Mega Space Santa Luzia/MG www.folia.com.br
Pinkpop festival
26 a 28 de Maio País: Holanda Cidade: Landgraaf www.pinkpop.nl
rock In Park
01 a 03 de junho 2012 País: Alemanha Cidade: Nurburg www.rock-im-park.com
Sweden rock festival 06 a 09 de junho 2012 País: Suécia Cidade: Solvesborg www.swedenrock.com
nova rock
08 a 10 de junho 2012 País: Austria Cidade: Nickelsdorf www.novarock.at
Peace & Love festival 26 a 30 de junho 2012 País: Suécia Cidade: Borlange www.peaceandlove.nu
roskilde festival
A turnê Nívea Viva Elis, que presta homenagem à cantora Elis Regina, com shows e exposição em Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Shows:
1º de Abril - Recife (Parque Dona Lindu) 08 de Abril - Belo Horizonte (Parque das Mangabeiras) 22 de Abril - São Paulo (Auditório do Ibirapuera aberto para o parque). 29 de Abril - Rio de Janeiro (Aterro do Flamengo)
Exposição:
14 de Abril a 20 de Maio - São Paulo (Centro Cultural São Paulo) 10 de Junho a 15 de Julho - Porto Alegre (Usina do Gasometro ) 5 Agosto a 25 de Setembro - Recife (Parque Dona Lindu ) 10 de Outubro a 11 de Novembro - Rio de Janeiro (CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil 27 de Novembro a 06 de janeiro de 2013 - Belo Horizonte (Palacio das Artes) www.maria-rita.com
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05 a 08 de julho 2012 País: Dinamarca Cidade: Roskilde www.roskilde-festival.dk
T In The Park
06 a 09 de julho 2012 País: Escócia Cidade: Perth www.tinthepark.com
festival Coxilha nativista de Cruz Alta Julho de 2012 Cidade: Cruz Alta Estado: RS www.coxilhanativista.com.br
Womex
17 a 21 de Outubro de 2012 País: Grécia Cidade: Thessaloniki www.womex.com Fevereiro | Abril 2012
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COMPORTAMENTO
Por Aline Magalhães
moda Musicada em Minas
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A Coven está no mercado a mais de 15 anos inovando sempre com seus tricôs diferenciados e suas coleções cheias de muito estilo. Também é vendida em multimarcas em todo país e no exterior.
Foto: Divulgação Cila
Foto: Fábio Sarraff
oda e a música se complementam, a imagem e som andam juntas como o ritmo e melodia. Alguns cantores conhecidos usam e abusam de estilistas e marcas mineiras. E se você estiver em Belo Horizonte ou só está de passagem e não sabe onde encontrar vestidos, ternos, sapatos, eis aqui algumas dicas cheias de estilo.
Malu Magalhães usando peças Coven
Foto: Érika Cecílio
A Jardin é uma marca mineira com pouco mais de um ano de vida. A estilista responsável é Bhárbara Renault e as coleções superam as expectativas em suas criações, mostrando que moda além de tudo é uma questão de estilo e atitude.
Minas Trend Preview consolidado como o maior evento de moda e comportamento. Palestras, desfiles e salão de negócios para lojistas de todo o Brasil. 25 a 28 de abril de 2012 Expominas – BH – MG www.minastrendpreview.com
A vocalista Karina Zeviani do Nouvelle Vague vestindo Jardin 46
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Foto: Divulgação Cila
Fernanda Takai, vocalista do Patu Fu, usa em grande parte de seus shows criações de Ronaldo Fraga.
Cila é pioneira no mercado mineiro de moda beachwear, e vem inovando sempre, desde a criação da marca na década de 80.
Paula Fernandes usando uma criação Cila.
Onde encontrar:
Foto: Érika Cecílio
Foto: Fábio Sarraff
O Estilista Ronaldo Fraga é criador dos melhores desfiles no São Paulo Fashion Week e já suas coleções já são conhecidas internacionalmente.
Coven - Rua São Paulo, 2.159, Lourdes (31) 3292-6898 Jardin - Rua Califórnia, 509 – Sion (31) 2516-6061 Ronaldo Fraga - Rua Fernades Tourinho 81, Savassi (31) 3282-537 Cila - Av. do Contorno 6.181, Savassi (31) 2555-7566 Mariana Nunes usando vestido Chicletes com Guaraná, no show do cantor Affonsinho www.pullsar.com.br
M&Guia Flaship, Av. Olegário Maciel, 1.730- Santo Agostinho (31) 3335-2266
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nspiração, ritmo e inventividade. Pode parecer loucura, mas o jovem cantor e compositor Junior Sperancini apresenta ao mercado brasileiro um toque diferenciado e faz o já tão aclamado sertanejo universitário ganhar uma nova leitura. “Escrito nas Estrelas” é o nome de seu primeiro CD, onde ele apresenta oito canções inéditas de sua autoria e nove versões descontraídas de compositores consagrados. A faixa-título “Minha Estrela” mostra toda criatividade e romantismo do cantor. Ele ganhou seu primeiro violão aos três anos de idade e começou realmente sua carreira artística aos 13, graças à influência paterna. Hoje, aos 19 anos, ele apresenta ao Brasil um pouco desta trajetória. As músicas “Vontade de estar com você”, “Voa Coração” e “Anjo Cupido”, são outros grandes exemplos de seu talento. O pout-pourri reunindo “Volta” e “Nosso amor já era”e sua interpretação do sucesso “Capricho dos Deuses”, conquistam de vez os novos ouvintes. O conjunto de composições próprias e sucessos já consagrados dão ao CD uma boa consistência musical, que pode ser conferida também em seus shows. O cantor e compositor expõe toda jovialidade e carisma e cria espetáculos de alegria e muita diversão. Sperancini é um nome ainda novo e desconhecido do grande público, mas traz a promessa de renovação e sucesso que o mercado busca.
e rancini
“Eu tinha 13 anos, quando ouvi no rádio a voz de rolando Boldrin. Ai pensei... Quero cantar música sertaneja”
ESPECIAL
Sertanejo Extraforte Apesar de jovem, Sperancini não é um iniciante e seus shows estão sempre com ingressos esgotados. Suas composições próprias aliadas aos clássicos das paradas sertanejas fazem de suas apresentações noites bastante concorridas entre o público universitário do interior de Minas Gerais. Sua imagem ficou mais conhecida em 2010, por sua participação no quadro “Jovens Talentos”, do programa Raul Gil. Desde então, seu objetivo tem sido mostrar seu trabalho e sua forma de cantar para crescer junto com este novo movimento sertanejo e poder mostrar sua visão singular.
Paixão pela música começou na infância O jovem cantor e compositor Carlos Eduardo Sperancini Junior nasceu no município de Timóteo (MG) em 30 de agosto de 1992, e foi criado em Viçosa (MG) - cidade universitária muita conhecida por suas grandes festas e shows. Júnior Sperancini sempre conviveu com a música e com instrumentos musicais em casa. O violão, a viola caipira e o cavaquinho do pai estavam sempre espalhados pelos sofás e tapetes, despertando a curiosidade do garoto. Aos três anos, ganhou um pequeno violão e com ele se divertia acompanhando o pai em rodas de música na família e entre amigos. Ainda na infância começou a descobrir os segredos e sonoridades do instrumento. Fez curso de violão e canto e, aos 13 anos começou a cantar com o pai em casas noturnas, bares e festas. O repertório era variado desde MPB, samba, pagode, pop, mas, principalmente, sertanejo, que se tornou sua paixão.Foi ainda nessa idade que Sperancini compôs sua primeira música “Alguém que te ama”, hoje faixa Nº 10 de seu CD. 50
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Junior Sperancini define sua música como “Sertanejo Extraforte”, e é com essa força que ele pretende se lançar por todo o país e se manter na estrada. Seu timbre pode criar um elo de familiaridade entre ele e outros artistas sertanejos, mas logo se percebe que ele tem uma voz e estilo de cantar diferenciados. Os riffs de guitarra que se tornaram sua marca são construídos de sons que vem da raiz da música sertaneja e se destacam na sonoridade atual. Os temas urbanos que colorem muitas das suas canções são admirados pela sinceridade e força de sua interpretação.
Ao longo do tempo, ele resolveu investir mais nesse ritmo e passou a cantar e tocar em bares, festas e shows sertanejos, além de ampliar seus horizontes para outras cidades como Ponte Nova, Ubá, Conselheiro Lafaiete. Em 2010,surgiu uma oportunidade única e ele foi selecionado para o programa Raul Gil, no SBT, no quadro ‘Jovens Talentos’, superando várias fases de classificação, ficando entre os 15 melhores candidatos. No reveillon de 2011, apresentou-se em Porto Seguro, em shows no Axé Moi, ToaToa e em Arraial D’Ajuda. Também nesse ano o cantor fez participações em shows de artistas consagrados como Jorge e Mateus, Léo Magalhães, Marcelinho de Lima e Camargo, Banda Calcinha Preta, Rélber e Alan e Banda Raghatoni. Seu currículo ainda inclui shows nas festividades de 200 anos de Jequitinhonha, 140 anos de Viçosa, 100 anos de Joaíma e Teofolia (uma das principais micaretas do leste mineiro), além de apresentações nas cidades de Ervália, Astolfo Dutra e Virgem da Lapa, entre outras.
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VIDA NOTURNA | BARES
BHAR SAVASSI
Cheio de Graça
O Bhar Savassi é um espaço para todos, sem distinção, com programação diversificada e animada. Ambiente arrojado que inspira musicalidade por meio dos instrumentos musicais instalados nas paredes.
Lugar ideal para quem busca noites despojadas e diferentes, com atendimento pessoal. Claro, gente bonita é rotina e música boa também, de shows dos mais variados estilos à presença de DJs consolidados na cena eletrônica.
ESOPO - A TABERNA DOS TEMPOS Um ambiente lúdico que se propõe a “alimentar a alma”... Além de um cardápio internacional de bebidas e pratos , a taberna é palco para experiências mágicas das artes.
Alameda Flamboyant, 285 - Vale do Sereno - Nova Lima www.esopo.com.br
Av. Contorno, 5727 - Funcionários - BH www.cheiodegraca.com.br
Garage D’Caza O Garage D´Caza é muito mais que um bar. É a extensão da sua casa, caso você seja uma pessoa que goste de um bom agito e rock n roll. Com uma programação completa de shows ao vivo, o Garage também tem mesa de sinuca e um ambiente bem descontraído.
Alameda do Ingá, 121 - Vale do Sereno - Nova Lima www.garagedcaza.com
Butiquim Santo Antônio
Major Lock Um dos mais tradicionais pubs de BH, com som ambiente aconchegante. Além do ambiente Pub, com show ao vivo todas as noites, há uma segunda pista, com apresentação de djs. do hip-hop à house-music.
Rua Major Lopes, 729 - São Pedro - BH www.majorlock.com.br
R. Leopoldina, 415 - Santo Antônio - BH www.butiquimsantoantonio.com.br
Paco Pigalle Bar
Soleá
O conhecido DJ e empresário apresenta em sua casa noturna a música excitante e diferenciada trazida dos quatros cantos do planeta.
O Bar e Restaurante Soleá está aberto nas noites de quinta a sábado, com espetáculos de Flamenco. Nesses dias, a cozinha típica espanhola prepara alguns pratos especiais.
Av. Contorno, 2314 - Floresta - BH www.pacopigalle.com.br
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Entre as ruas Leopoldina e Congonhas, no Bairro Santo Antônio, está instalado o Butiquim Santo Antônio, onde informalidade e descontração é norma da casa.
Fotos: Divulgação
Rua Sergipe, 1211 - Savassi - BH www.bhar.com.br
R. Sergipe, 1199B - Savassi - BH www.solea.com.br
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GUIA | ESCOL AS DE MÚSICA rIO dE jAnEIrO CBM - Conservatório Brasileiro de Música (21) 3478-7600 cbm@cbm-musica.org.br Av. Graça Aranha, 57, 12ºandar, Centro Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20030002 CIM - Centro Integrado da Música (21) 3325-0200 cim.moraes@hotmail.com Av. das Américas, 4790, 4º andar, sala 420, Barra da Tijuca Rio de janeiro - RJ - CEP: 22640-102 Aba Centro Musical (24) 2246-1892 Rua Imperador, 232 H - Centro Petrópolis - RJ - CEP : 25620-000 Escola de Músicos (21) 3872-3179 Rua Jardim Botânico 635, lj 102 - Jardim Botânico Rio de Janeiro/RJ - CEP : 25629-150 Curso de Música Fátima Rodrigues (21) 3344-2225 Rua Xavier Silveira 45 S/ 208, Copacabana Rio de Janeiro/RJ - CEP : 22061-010 mInAS gErAIS Escola de Música - UFMG - Campus Pampulha (31) 3409-4700 Av. Antônio Carlos, 6627 Belo Horizonte - MG - CEP: 31270-901 www.musica.ufmg.br Voz e Expressão- Escola de Aprimoramento Vocal (31) 2551-2766 vozexpressao@terra.com.br Rua Fernandes Tourinho 999, sala 904, Lourdes Belo Horizonte - MG - CEP: 30112-000 www.aidacouto.com Pro-Music (31) 3221-3400 Avenida Nossa Senhora do Carmo, 550 - São Pedro Belo Horizonte - MG - CEP: 30330-000 Conservatório UFMG (31) 3409-8300 Av. Afonso Pena, 1534 - Centro www.ufmg.br/conservatorio
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SãO PAULO Escola de Música do Estado de São Paulo - Tom Jobim (11) 3221-7326 / 3221-0750 Largo General Osório, 147 - Luz São Paulo - SP - CEP: 01213-010 Escola de Comunicação e Artes Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 Cidade Universitária - São Paulo- SP - CEP: 05508-020 www.eca.usp.br Centro Livre de Aprendizagem Musical (11)5051-5158 clam@clamzimbo.com.br Avenida Agami, nº 333 - Moema São Paulo - SP - CEP: 04522-001 www.clamzimbo.com.br Instituto Baccarelli Estrada das Lágrimas, 2317 - Heliópolis São Paulo - SP - CEP: 04232-000 comunicacao@institutobaccarelli.org.br www.institutobaccarelli.org.br Souza Lima Ensino de Música Unidade Jardins Rua José Maria Lisboa, 745 São Paulo - SP - CEP 01423-001 (11) 3884-9149 www.souzalima.com.br
dISTrITO fEdErAL Centro Musical Toque de Classe (61)3366-2020 Smdb Cj 12, s/n Bl C Sl 104 Lago Sul - Brasília - DF www.toquedeclasse.com.br Conservatório de Música e Artes de Brasília (61) 3561-0553 Qnb 16 - Taguatinga - DF - CEP: 72115-160 www.conservatoriodemusica.com.br Academia Tokata Instituto de Música (61) 3345-0151 W 2 Sul, s/n Qd. 516 Bl C Lj 18 Asa Sul - Brasília - DF - CEP: 70380-515 Centro de Educação Profissional Escola de Música de Brasília (61) 3901-7594 SGA/Sul Qd. 602 - Projeção D - Brasília - DF - CEP:70.200-620
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rIO grAndE dO SUL
SAnTA CATArInA
Escola de Música Brasília – Navegante (51) 3337-2885 Av. Brasil, 1523, Navegantes Porta Alegre - RS - CEP : 90230-061
ABC Escola de Música (48) 3232-7587 contato@abcdamusicafloripa.com.br Rua São Paulo, 1548, Victor Conder Blumenau - SC - CEP: 89012-000
Instituto Musical Verdi (51) 3019-2025 Rua Barão Cotegipe, 415 - São João Porto Alegre - RS - CEP : 90540-020 Academia Cia da Música (51) 3226-4274 Rua Duque de Caxias, 1379, Centro Histórico Porto Alegre - RS - CEP: 90010-283 Adágio Escola de Música (51) 3361-3750 adagioescolademusica@hotmail.com Rua Carlos Legori, 32 Passos Dàreia Porto Alegre - RS - CEP: 91450-680 Escola de Música Cordas e Cordas (51) 3311-4147 cordasecordaseventos@gmail.com Rua Garibaldi, 1042, Bonfim Porto Alegre - RS - CEP : 90035-052 ESPÍrITO SAnTO Centro Músical Harmonia (27) 3223-5686 Rua Lusmar Machado Moraes, 50 s 108, Ilha Santa Maria Vitoria - ES - CEP: 29051-090
Escola de Música Sol Maior (48) 3259.0712 solmaiorescolademusica@gmail.com Rua Bolívia, 11, Ponta Aguda Blumenau - SC - CEP : 89050-300 Instituto de Música Annuseck Ima (47) 3336-3450 regimarmusical@superig.com.br Rua Rodolfo Freygang, 26, Centro Blumenau - SC - CEP : 89010-060 Freestudio Escola de Música (47) 3340-2882 Rua Dês. Pedro Silva, 91 Victor Conder Blumenau - SC - CEP: 89012-150 Espaço Kan (47) 3338-2077 Rua Dês. Pedro Silva, 60 Victor Conder Blumenau - SC - CEP: 89012-150 PArá Escola de Música Musicart (91) 3228-1323 Av. João Paulo II, 1465, Marco Belém - PA - CEP: 66095-494
Centro Musical Vilas Lobos (27) 3325-0064 centromusicalvilla-lobos@ig.com.br Rua Desembarcador Sampaio, 332, Centro Vitoria - ES - CEP: 29055-250
Escola de Música Sevenote (91) 3230 - 3545 TV. Rui Barbosa, 1163, Nazaré Belém - PA - CEP: 66035-220
Escola de Música Espírito Santo (27) 3636-3600 Av. Princesa Isabel, 610, Centro Vitória - ES - CEP: 29010-360
Armazém da Música (91) 3033-1089 TV. 09 de Janeiro Fátima Belém - PA - CEP: 66060-370
Escola de Música e Tecnologia de Vitoria (27) 3227-2788 Rua Eugenilio Ramos, 271 Centro Vitoria - ES - CEP: 29060-130
Escola de Música Universidade Federal do Pará (91) 3241-5801 ica@ufpa.br Av. Magalhães Barata, 611, Bengui Belém PA - CEP: 66630-040
Ordem dos Músicos do Brasil (27) 3222-0447 contato@ombes.org.br Rua Barão de Mauá, 96 - Jacutuquara Vitoria - ES - CEP: 29040-860
Curso de Música Toque Logo (91) 3222-1501 Rua Oliveira Belo, 503, Umarizal Belém - PA - CEP: 66050-380
GUIA | ESCOL AS DE MÚSICA PArAná
mArAnHãO
Conservatório de Música Villa Lobos (41) 3262.1798 contato@villaloboscuritiba.com.br Rua Almirante Tamandaré, 1387, Juveve Curitiba - PR - CEP : 80040-110
Escola de Música Professora Julieta (98) 3248-1746 Av. São Luiz Rei de Franca, 06, Turu São Luiz - MA - CEP: 65.065-470
Escola de Música e Estúdio SG (41) 3322-1679 sgmusic@sgmusic.com.br Rua Marechal Floriano Peixoto, 1186, Rebolcas Curitiba - PR - CEP: 80230-110 Conservatório Musical Som Maior (41) 3232-6481 Rua Paula Gomes, 252, São Francisco Curitiba - PR - CEP: 80510-070 Escola de Escola de Música Vox Dei (41) 3357-2636 voxdei@voxdeimusic.com.br Rua José Merhy, 1395 Boa Vista Curitiba - PR - CEP: 82560-440 Academia de Música Helena Zalesk (41) 3244-1077 Av. água Verde, 617, água Verde Curitiba - PR - CEP: 82560-440 BAHIA Conservatório Música Schuber (71) 3231-0880 Rua Gilberto Amado ,465, Armação Salvador - BA - CEP : 41750-110 Universo Músical (71) 3240-9290 Av .Manoel Dias da Silva,1759 lj 303 Pituba Salvador - BA - CEP: 41810-001 IEM - Instituto de Educação Musical (71) 3326-1239 iem@musicaiem.com.br Rua da mouraria , 23, Nazaré Salvador - BA - CEP : 40040-090 Escola Tom Musical Ltda (71) 3342-0449 Rua Artur de Azevedo Machado, 930 s 103, Costa Azul Salavador - BA - CEP : 41760-000 Sociedade Musical Oficina do Frevo (71) 3326-0651 Rua Ribeirão Santos, 29, Santo Antônio Salvador - BA - CEP: 40000-001
Escola de Música do Bom Menino Convento das Mercês (98) 3221-7239 Rua Giz, 483 São Luiz - MA - CEP: 65010-680 Escola de Música Ellos (98) 3266-3952 Av. Getulio Vargas, 2 sl. 217 São Luiz - MA - CEP: 645036-490 Escola de Música Professora Julieta (98) 3248-1746 Av. São Luiz Rei de Franca, 06 São Luiz - MA - CEP: 65065-470 Escola de Música Governo do Estado (98) 3218-9940 Rua Estreala, 263 São Luiz - MA - CEP: 65010-200
CEArá Conservatório de Música Alberto Nepomuceno (85) 3231-8595 Av. Universidade, 2210, Benfica Fortaleza - CE - CEP: 60020-180 Escola de Música e Estúdios Acordes (85) 8808-1318 Rua 26 N 90, Conjunto Prefeito José Walter Fortaleza - CE - CEP: 60750-400 Sociedade Musical Henrique Jorge (85) 3252-5282 Rua Sólon Pinheiro, 60 Centro Fortaleza - CE - CEP: 60050-040 Musimania Escola de Música (85) 3271.3125 musimania@musimania.com.br Av. Viena Weyne, 1035 - Conjunto Lago Jácarey, Fortaleza - CE - CEP: 60822-180 Duetos Escola de Música (85) 4141-4909 duetos@duetos.com.br Av. Antônio Sales,2371 Lj 104 Aldeota Fortaleza - CE - CEP: 60135-101
SErgIPE
ALAgOAS
Eribalto Glebison Prata (79) 3217-6791 Rua Urquiza Leal, 971 Salgado Filho Aracaju - SE - CEP: 49025-000
Instituto de Música Sol Maior (82) 3223-3425 Rua Gal. Hermes,172, Bom Parto Maceió - AL - CEP :57017-200
Sociedade Filarmônica de Sergipe (79) 3214-5534 Rua São Cristovão, 431, Centro Aracaju - SE - CEP: 49010-380
Academia da Música (82) 3317-0298 Rua Princesa Isabel, 38, Farol Maceió - AL - CEP : 57021-520
gOIáS
Casa Villa Lobos (82) 3032-0939 TV Primavera, 199, Paçujara Maceió - AL - CEP: 57035-300
Escola Batista de Música e Arte (62) 3942-8807 escolabatistamusicaeartes@gmail.com Rua 230,168 qd 57 lt 32 Goiânia - GO - CEP: 74605-110 Escola de Música Music Center (62) 3609-0331 Rua P.25, 627 Setor Centro Oeste Goiana - GO - CEP: 74550-010 Centro de Educação Musical-Perfeito Maior (62) 3241-7535 perfeitomaior@hotmail.com Rua 1125, s/n qd 218 lt24 Setor Marist Goiana - GO - CEP: 74175-090 Musicarte Espaço Musical (62) 3223-8968 Rua 0001, 42 Setor Oeste Goiana - GO - CEP: 74115-040
Ellan Escola de Música (82) 3221-0897 Rua Tab. Vieira Barros, 133 Jaraguá - AL - CEP: 57022-120 mATO grOSSO Conservatório Musical Dunga Rodrigues (65) 3621 1339 consdunga@cmdr.art.br Av.Dom Bosco, 1789, Goiabeiras Cuiabá - MT - CEP: 78032-065 Escola de Música Villa Lobos (65) 3321-9258 Rua General Mello, 508, Dom Aquino Cuiabá - MT - CEP: 78015-300
mATO grOSSO dO SUL
Duetto Escola de Música Harmonizando Vida (65) 3644-4597 Rua Deputado Milton Figueredo, 08, Morada Ouro Cuiabá - MT - CEP: 78053-500
Instituto de Música Popular (67) 3042-1266 Rua Antonio Maria Coelho, 1908, Centro Campo Grande - MS - CEP: 79002-220
Sol Maior Escola de Música (65) 3321-7719 Rua 12 de Outubro, 190, Centro Norte Cuiabá - MT - CEP: 78005-310
Escola de Música Tom Maior (67) 3028-1990 tommaiortkt@hotmail.com.br Rua Brasil, 250, Centro Campo Grande - MS - CEP: 7910-230 Escola de Música Carlos Gomes (67) 3382-7616 cg@escolademusica.com.br Rua BR Melgaço, 552, Centro Campo Grande - MS - CEP: 79050-580
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GUIA | ESCOL AS DE MÚSICA AmAzOnAS
TOCAnTInS
Escala Escola de Música (92) 3622-7868 Rua Leonardo Malcher, 574, Centro Manaus - AM - CEP: 69010-170
Soneto Escola de Música (63) 3215-5043 110 Alameda Sul, 21 lt 13, Plano Diretor Sul Palmas - TO - CEP: 77020-156
Escola de Música Blue Note (92) 3233-1579 Rua Leonardo Malcher, 683 Centro Manaus - AM - CEP : 69010-170
Duarte Escola de Música (63) 3213-3872 denerduarte@gmail.com 104 Sul. Rua se 7 lt 2 s 5 Plano Diretor Sul Palmas - TO - CEP: 77020-022
Escola de Música Júlio Hatchwell (92) 3642-1540 Rua 26, 1032, Centro Manaus - AM - CEP: 69055-440
AmAPá Escola de Música Davi (96) 3242-1491 Rua Hildemar Maia, 1843 s A/C/D/E, Santa Rita Macapá - AP - CEP: 68901-310 Instituto Musical Aliança (96) 3222-2238 Av. Duque de Caxias, 126 - Centro Macapá - AP - CEP: 68900-071 Escola de Música Acordes (96) 3225-5359 Rua Vereador Júlio Maria Pinto Pereira, 47 D, Jardim Felicidade Macapá - AP - CEP: 68909-000
rIO grAndE dO nOrTE Casa Talento (84) 3201-1363 casatalento_rn@hotmail.com Rua Alberto Gomes, 1066 - Alecrim Natal - RN - CEP: 59040-120 Musiart (84) 3206-7857 Av. Mal. Rondon, 3505 lj 05 - Centro Natal - RN - CEP: 59064-730 Oficina Livre de Música (84) 3222-2871 contato@oficinalivredemusica.com.br Av. Hermes Fonseca,1596 sl 09 Natal - RN - CEP: 59020-650 56
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EIV. Música (63) 3571-5018 Av. Tocantins Qd 9tl 25, Centro Palmas - TO - CEP: 77064-580 Conservatório Belas Artes (63) 3215-2825 106 Sul. Alameda 18 lt 104 Plano Diretório Sul Palmas - TO - CEP: 77020-060 ACrE Sonata Escola de Música (68) 3223-9828 contato@sonataescola.com Av. Brasil, 99 - Centro Rio branco - AC - CEP: 69900-210 Escola de Música Villa Lobos (68) 3224-7438 Av. Getúlio Vargas, 2518 - Bosque Rio Branco - AC - CEP: 69900-000 Escola de Música e Orquestra Filarmônica Musicaliz (68) 3224-9795 Rua José Melo, 343 - Bosque Rio Branco - AC - CEP: 69908-330 Gutemberg Moraes Violão e Guitarra (68) 9961-6073 Rua Travessa do Cajueiro, 195 - Conjunto Jorge Lavocat Rio Branco - AC - CEP: 69900-000
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