aqui aonde

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O longe é uma península particular Aqui aonde. o entre lugares, o entre corpos, as passagens secretas, os labirintos do pensamento. o corpo encontrado nos braços de um passado de carne e nuvem, o corpo encontrado em arquivos onde o tato não alcança, futuante proximidade da pele, dos óleos e olhos se diluindo; o que de nós esteve perto e hoje é dentro, mas de forma incerta e longe? É porque há distâncias geográficas?


concretas fogem, as outras distâncias são ânsias boas de querer estar junto, os pixels lembram e trazem instantes e tantas paisagens que alimento são e retiram sorrisos pra circular no corpo, mas há o futuro dos encontros, e há só o futuro, incerto e provável .~~~~ respostas Nessa inclinação de movimento, disponho outras intimidades, exemplificando com sínteses de delizamentos relacionais já ocorridos e em curso, construídos de outrxs para mim, de mim para outrxs; nessas dimensões deslizantes ora acompanhadas pela presença de meta corpos, meta grafias vão nos indicando um tempo, um sentimento, certas marcações, um mundo. Pode-se observar de certa maneira tudo o que estou dizendo, a partir e sempre dos pontos de refexão que lhes convir, criando mapas pessoais, inclusive por vértices de cartografias que cruzam subjetividades, mas aqui ressalto as nuances provocadas pelo ato de deslizar, indicando mudanças, grafias que recebi, que enviei, que trocamos através da mediação corpo e máquina corpo. A partir de algumas relações de afeto e trocas poéticas estabelecidas com outros, tendo aparatos tecnológicos (computador, celular, tablet, tv, gps...) como mediadores, entramos novamente num córrego de transcodificações, de trânsito, de transposição, translocalizações, transferência de vibrações do corpo, transposição do corpo e do espaço, deslizamento do corpo para dentro fora do mesmo, para o outro corpo e para o espaço: deslocando suas virtualidades em meio aos pixels em que determinadas relações acontecem. O corpo sem órgãos proposto pelo Artoud, nos transmite um trampolim para desestruturar-se das fisicalidades, das corporeidades que nos foram aderidas, introjetadas, invadidas e que ao fim são próteses. Lucia Santaella nos diz que: “esse caráter mutável do corpo em transição perene, sistema auto-organizativo com capacidade de responder à mudança, produzindo mudança, entra em sintonia com um mundo em que os fuxos, movimentos e conexões acentuam-se cada vez mais.”* os pulmões já respiram sem o restante do corpo e ele nem habita por debaixo da costela, e por nenhuma outra parte desse corpo de humano; o corpo sem pulmão dança solto . essas tentativas de encontro que aqui estão dispostas, são idas a um lugar que aconteceu, são momentos de conversas em tempo simultâneo, são instantes que a " virtualidade " proporciona um encontrar outro, , , aqui são pequenas compilações de outras suspensões no tempo e espaço, sabendo e sendo lembrado que a massa corpórea está distante. “Em uma era de possibilidades ilimitadas, o corpo se torna uma medida do excesso, uma medida da possibilidade de ir além dele e de suas limitações físicas. Este é o fenômeno de hibridização do corpo com as tecnologias: o ciborgue, o organismo tecnologicamente estendido que liga ritmos biológicos, e o universo midiático, atravessado por fuxos de informação. É esse corpo que venho chamando de biocibernético, um corpo ciborgue, cujo o organismo está tecnologicamnete estendido: um corpo que começa na esfera biologica e nunca termina,visto que se estende pelos pontos mais distante do raio de ação dos sensores e recursos de conexão remota” ** santaella. corpo na arte: dos anos 1970 à biocibernética atual.


ora e outra Agimos tentando grafar em pedras em prata em papeis em pixels,,, para não esquecer, para perdurar; nos valemos de aparelhos de superar o esquecimento, esse que tanto faz parte de nós quanto a lembrança. Somos especies de aparelhos subjetivos e nos estendemos a aparelhos objetivos por questões de "sobrevivência". Os aparatos tecnológicos objetivos os quais a subjetividade se manifesta, propiciam a superação de certas ausências, inauguram sensibilidades e provocam desmenbramentos noutros sentidos. Convivemos com máquinas de superar ausências que nos fornecem uma experiência de uso e sentido do corpo muito recente pra uma biologia que começa a lhe dar com o cyber, com o espaço aproximado, com o espaço iludido, com a suposta poximidade visível e audível. Maria Luísa Palumbo: De fato, a reconfguração do corpo humano na sua fusão tecnologica e extensões biomaquínicas está criando a natureza híbrida de um organismo protético, ciber, que está instaurando uma nova forma de relação ou continuidade eletromagnética entre o ser humano e o espaço, por meio das máquinas. Esta paradgigmática reversão de perspectiva em nosso horizonte tornou essencial a superação da oposição entre o universo orgânico do corpo e o universo mecânico da tecnologia, em prol de uma nova lógica da complexidade, capaz de reconhecer que a vida do corpo e seus ambientes externos, e mesmo internos, estão enextricavelmente mediados pelas maquinas. retirado do texto de lucia santaela, catalogo METACORPOS . corpo na arte: dos anos 1970 à biocibernética atual. PALUMBO, Maria Lúcia. New Wombs. Eletronic bodies and architectural disorders. trad. byatt. Basel birkhäuser, 2000



Ficha técnik >> Fotografia, por Tamara Gigliotti. Para ele que ficou em casa. 2013, Lagoa do Abaeté.

>> Texto produzido por Romário Alves, referente ao capítulo número 4 do tcc intitulado Deslizamento, 2013. >> Página 4, presente enviado por Rafael Rg.


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