10 anos de Girls Generation Conheça mais do grupo feminino que abriu as portas para toda uma geração
Brasil-Coreia
‘Então diria que a Coreia do Sul é um ótimo lugar para se fazer intercâmbio’
Febre cover
Entenda como essa homenagem dos fãs para seus idols está ganhando adeptos
Curiosidades
Conheça alguns recordes e conquistas que o K-Pop já conquistou
Um negócio chamado K-Pop
Conheça mais do gênero musical que moldou um país e criou uma cultura
moda
Confira nosso ensaio inspirado no K-Pop e saiba que pode sim se vestir como os idols
K-Pop no rasil Veja eventos que já passaram em terras brasileiras e entrevista exclusiva com a produtora Highway Star
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EXPEDIENTE Desenvolvida como Projeto Experimental apresentado ao Curso de Graduação em Jornalismo das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), Rio de Janeiro/ RJ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Jornalismo, sob a orientação do Professor Gilvan Nascimento. Nesta edição você encontrará matérias interligadas com o tema K-POP: Influência e Impacto Cultural na Contemporaneidade, envolvendo a onda Hallyu, conhecer um pouco do que é esse movimento, a música, as telenovelas, além de como isso vem crescendo e interverindo na vida das pessoas. Todas as matérias são originais, sendo baseadas pelas fontes devitamente creditadas. Acima de tudo, vale ressaltar que toda a diagramação, planejamento e programação visual foi feita pela editora chefe, com colaboração Leandro Medeiros (artes gráficas FACHA).
Equipe: Editora chefe: Rachel Guarino Colaboração: Leandro Medeiros (artes gráficas FACHA) Professor Orientador: Gilvan Nascimento Banca examinadora: Prof.Mara Martins e Prof.Guto Neto. Créditos fotos capa:
Foto capa: Pinterest Girls Generation: pngmart Moda: Bangô K-Pop no Brasil: DevianArt.com
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Annyeonghaseyo 안녕하세요 PicsA
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Seja muito bem-vindo ao maravilhoso mundo do K-Pop. Mas já aviso: uma vez dentro, não tem como sair. Tem certeza que quer continuar? Não me responsabilizo pelos danos causados. Um mundo cheio de danças, coreografias sincronizadas, refrões que ficarão presos em seu subsconsiente, com dicionário próprio, além de uma grande tentência para moda. A cultura tem muito a oferecer e a onda Hallyu, brasileiramente falando como onda Coreana, está sendo responsável por transmitir esse movimento para o além Ásia, e eu, mera aluna e editora, me sinto responsável de trazer esse conteúdo de forma mais esplícita para mais pessoas sentirem o impacto e o que nos espera nesse novo cenário cultural que emerge. Sairá dessa leitura chamando sua mãe de “omma”, desejando boa sorte com “fighting” e usando uma meia três quartos com uma saia xadrez ou calça rasgada com uma regata ‘mamãe sou forte’. Está pronto para um novo mundo? Então siga em frente, explore, garanto que não irá se arrepender.
hellokpop.com
GRUPOS DE KPOP QUE VOCÊE PRECISA CONHECER InqPOP!
MONSTA X Ficha Técnica:
Data: 14.05.2015 Música de debut: Trespass Nome do Fandom: Monbebe Agência: Starship Entertainment Integrantes: 7 / Shownu, Wonho, Minhyuk, Kihyun, Hyungwon, Jooheon e I.M. Curiosidade: O grupo foi formado através de um programa de sobrevivência da própria Starship, chamado No Mercy.
MAMAMOO
StarArena
Ficha Técnica:
Data: 18.06.2014 Música de debut: Mr. Ambiguous Nome do Fandom: MooMoos Agência: WA Entertainment Integrantes: 4 / Moon Byul, Solar, Whee In e Hwa Sa Curiosidade: O nome do grupo vem da palavra MAMA, que é primeiro som que um bebê faz ao nascer.
InqPOP!
GOT7 Ficha Técnica:
Data: 16.01.2014 Música de debut: Girls Girls Girls Nome do Fandom: IGOT7 ou Ahgase Agência: JYP Entertainment Integrantes: 7 / Jackson, JB, Jinyoung, BamBam, Mark, Youngjae, Yugyeom. Curiosidade: O grupo tem 3 integrantes estrangeiros. Jackson é chinês, BamBam nasceu na Tailândia e Mark é norte americano.
Sumário Pinterest
Dicionário
kultscene
Dramabeans
Wix.com
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Conhecendo a Onda Hallyu 10
Precisamos falar sobre K-Pop
PSST.ph
K-Dramas: uma nova forma de entretenimento Um negócio chamado K-Pop
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Saiba como um estilo de música virou essa grande indústria que conhecemos
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Programas Musicais
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Os Idols e o Padrão de Beleza
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10 Anos de uma Geração
Girls Generation é um grupo feminino que tem 10 anos de carreira e muito significado
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K-Pop no Brasil
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K-Pop em Terras Brasileiras
Conheça alguns grupos e eventos de K-Pop que aconteceram no Brasil
Entrevista Highway Star
“nos motiva a continuar investindo no estilo e a trazer novos artistas e diferentes tipos de eventos com eles para o Brasil”
Kpoppers Fãs de K-Pop 4
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Rachel Guarino
The Hollywood Reporter
ShimzBeauty
Febre Cover
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Sabia que existe competições de grupo cover de K-Pop? E cada vez ganha mais adeptos
Bang
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Conhecendo alguns K-Covers brasileiros The Dance
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Moda
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Você pode sim se vestir que nem os idols usando apenas o seu guarda-roupa. Confira nosso ensaio
Conexão Brasil Coreia
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Bra
zilK
Entrevista Angelica Moreno
Intercambista na Coreia do Sul
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Curiosidades Função de cada Idol A censura no K-Pop
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Artigo: Como K-Pop sobrevive ao conservadorismo? Recordes e conquistas
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Crônica: O dia que conheci o Monsta X Entrevista José Noberto Flash
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Jornalista do jornal Destak e principal informante dos eventos de K-Pop no Brasil. “Recebo muitos pedidos de shows de artistas de k-pop”
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o Pess
Arquiv
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Termos usados no K-Pop: Ao longo da revista, você vai se deparar com alguns termos diferentes, que só o K-Pop tem. Para melhor entendimento das matérias, organizei esse pequeno dicionário. Sinta-se à vontade para voltar aqui quantas vezes achar necessário. Mas cuidado: você vai sair daqui usando todas essas palavras no seu dia-a-dia.
A Aegyo – Agir de forma fofa. Aigo – Equivale a uma lamentação, como se fosse um “poxa”. Appa – Significa ‘pai’. Em um grupo, pode significar o membro que tenha uma imagem mais paternal. All kill – Quando uma música alcança o primeiro lugar nas maiores plataformas de música online coreana. Annyeonghaseyo – Basicamente “oi” ou “olá”. Ajumma – Expressão usada para uma mulher que for bem mais velha, por volta dos 30 anos, maios ou menos. Ajusshi – Versão masculina de ‘Ajumma’. Pode se equivaler a ‘Senhor’ Abs – Muito pedido pelos fãs e almejado pelos artistas masculinos. Nada mais, nada menos, que o abdômen definido.
B Bias – Palavra usada pelos fãs para designar o seu integrante favorito no grupo. Bias wrecker - É o integrante que não é o favorito, mas mesmo assim, chama atenção. O Bias wrecker te deixa na dúvida, desviando a atenção do fã para o bias. Black ocean – Os shows são famosos por terem uma linda atmosfera iluminada fornecida pelos Lightsticks dos fãs. Então, quando há black ocean, é quando os fãs resolvem desligar os Lightsticks, deixando uma escuridão na plateia. Isso pode representar várias coisas, como descontentamento ou forma de protesto, para com o artista ou
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até a própria empresa. É um assunto muito delicado. Big Three – São as três maiores agências de entretenimento da Coreia, com maior influência de mercado. São elas: SM Entertainment, YG Entertainment e JYP Entertainment. Babo – Chamar alguém de ‘idiota’. Alguém tolo. Bromance – Quando dois integrantes são muito próximos, mas sem nenhum teor romântico.
c Charts – São plataformas de compra de música por download, sendo o principal fator utilizado para dar o primeiro lugar dos programas musicais aos grupos. Os principais são: MelOn, Genie e Naver. Comeback – Quando os artistas, sendo grupo ou solo, promovem um novo trabalho. Chingu – Significa ‘Amigo’. Concept – É o conceito que cada grupo adota a cada comeback.
d Debut – É quando o artista tem sua estreia no cenário musical. Daebak – Expressão usada para algo que seja postivo, grande e que tenha muito sucesso. DongSaeng – É destinado para qualquer um, seja homem ou mulher, mais novo. Dorama/Drama – Termo originado do Japão, corresponde às telenovelas asiáticas, incluindo as coreanas.
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Eye smile – Quando a pessoa sorri e os olhos ficam menores, como se formasse um sorriso nos olhos.
f Fighting (hwaiting) – Expressão usada para dar incentivo ou encorajamento. Fancafe – Comunidades online coreanas. Todo artista tem e permite maior contato com os fãs, por meio de mensagens, conversas e até mesmo, itens exclusivos para quem participa. Fanservice – Quando o idol faz ou fala algo para agradar aos fãs. Fancam – Vídeos feitos pelos fãs em apresentações ou em eventos que o artista participa. Flop – Quando um artista, seja solo ou grupo, não faz tanto sucesso. Flower boy – São garotos com aparência mais delicada. São considerados muito bonitos, pois dão muita atenção para sua aparência. Além disso, se mostram gentis com as mulheres. Full Album - Varia de quarenta a cinquenta minutos, contento de dez músicas para cima. Leva mais tempo para ser produzido e é bem mais caro também. A pressão é muito maior para ganhar o primeiro lugar nos programas musicais. Fanfic - São histórias criadas pelos próprios fãs envolvendo os idols. (fan + fiction = ficção de fã)
h Hyung - Palavra usada pelos homens para chamarem os ho-
mens mais velhos, seja irmão de sangue ou algum amigo. Hangul – Alfabeto coreano. Hoobae – Alguém considerado mais novo que você, ou que possui um grau mais baixo que o seu na escola ou local de trabalho. Hanboks – Roupas tradicionais coreanas. Ainda muito usadas em ocasiões especiais.
I Idol – Nome pelo qual os artistas são chamadas. Significa “ídolo”.
k Kamsamnida – Significa ‘obrigado’ (usado formalmente). kekeke ou huhuhu – Tipos de risadas. kpoppers - fãs de K-Pop.
l Lightstck – Bastão de luz com algum símbolo que lembre o grupo em questão. Muito usado pelos fãs em shows e apresentações como forma de apoio ao artista.
m MV – ‘Music Video’. São os videoclipes dos artistas. MC – É o mestre de cerimônias, o apresentador de determinado programa ou premiação. Mini Album – São mais lançados que um Full Album, e possui menos faixas, por volta de quarto a seis músicas.
N Netizen – São os internautas sul coreanos. Noona – É a forma que os homens chamam as mulheres mais
velhas, seja irmã de sangue ou alguma amiga, podendo até ser a namorada.
o Omma – Significa ‘mãe’. Assim como em um grupo tem o membro com imagem paternal, há também o que representa uma imagem mais maternal. Oppa – É a forma que as mulheres chamam os homens mais velhos, seja irmão de sangue ou algum amigo, podendo até ser o namorado. Muitas fãs de K-Pop chamam os idols de Oppas. OTP – Do inglês, ‘One True Pair’, basicamente o par ideal. É usado quando as fãs shippam dois idols.
p Pré-debut – É o período antes do debut.
r Rookie – São os novatos. Normalmente, grupos que acabaram de debutar. Repackeged Álbum - É basicamente todo o Full Album lançado anteriormente, com um acréscimo de um a quatro músicas.
s Saranghae – ‘Eu te amo’ em coreano. Sasaeng – São as fãs que ultrapassam o limite do respeito com seus idols. Selca – É como eles chamam a conhecida ‘Selfie’. Seonbae – São os veteranos. Normalmente, grupos que já estão na indústria há mais tempo. Skinship – É um tipo de fanservice. Quando as pessoas são próximas e demonstram intimidade,
no caso um beijo no rosto, dar as mãos, abraços, são tipos de skinship. Stan – Quando você não é do fandom, mas gosta do artista. Single - É o menor de todos os tipos, contém de uma a três faixas. Forma de propaganda para um próximo álbum. SNS – São as redes sociais.
t Trainee – São os que estão em fase de treinamento para se tornarem idols. TT – Carinha de tristeza.
u Unnie - Palavra usada pelas mulheres para chamarem as mulheres mais velhas, seja irmã de sangue ou alguma amiga. Ultimate bias – Palavra usada pelos fãs para designar o seu integrante favorito dentre todos os grupos de K-Pop. Ulzzang - São as pessoas que são consideradas muito bonitas, que têm o ‘melhor rosto’.
y Ya! - Pode substitui certos palavrões. Significa “Ei!” dito de forma rude.
FONTE: • LIVRO K-POP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA • AMINO APPS • KPOP SWEET DREAM
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How’s Korea?
CONHECENDO A ONDA HALLYU
PRECISAMOS FALAR SOBRE K-POP!
Yahoo!
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ocê com certeza já deve ter ouvido a música ‘Gangman Style’ do rapper sul coreano PSY, que até abril de 2015 foi o vídeo mais visto do YouTube, com mais de dois bilhões de visualizações na plataforma. Além do PSY, se você é adolescente ou tem filho adolescente, com certeza já deve ter ouvido falar do grupo BTS, também conhecido como Bangtan Boys, que vem desbravando a internet desde sua estreia no cenário musical sul coreano em 2013 e que também vem conquistando o mundo desde então. Mas você sabe que estilo é esse que pegou o mundo inteiro de surpresa? Esse gênero musical que traz uma energia diferente, com uma mistura de elementos, tanto visuais quanto auditivos, por exemplo, com mistura de vários ritmos como o R&B, Rock e Pop, com coreografias elaboradas e de artistas com visuais bem produzidos, que
Saiba como um ritmo musical ajudou a transformar um país 10
muitas vezes parece personagens que saíram de algum anime (desenhos animados produzidos no Japão), se chama K-pop. K-pop, abreviação de Korean Pop (em tradução livre, música pop coreana ou música popular coreana) é um gênero musical que emergiu na década de 1990 na Coreia do Sul, com o principal objetivo (segundo o professor Marco André Vinhas de Souza, em seu artigo “Os novos fluxos midiáticos da cultura pop coreana”) de ajudar a economia em uma época de crise devido à redemocratização política que o país atravessava.
Um pouco de história
Mais conhecida por Coréia do Sul, a Republica da Coreia fica localizada no sudeste asiático, e que após a Segunda Guerra Mundial, se separou da Coréia do Norte e se tornou um país autônomo e capitalista. Porém, as duas nações ainda não encontra-
FONTES PARA REALIZAÇÃO DESSA MATÉRIA: • LIVRO K-POP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA • INFOESCOLA • ARTIGO “OS NOVOS FLUXOS MIDIÁTICOS DA CULTURA POP COREANA” • BLOG KOREAN CULTURE • ARTIGO HAVE YOU EVER SEEN THE RAIN? AND WHO’LL STOP THE RAIN?: THE GLOBALIZING PROJECT OF KOREAN POP (K-POP). • BILLBOARD
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J-14.com
ram sua estabilidade nas relações democráticas. Na teoria, estão em guerra desde 1950. Até 1945, a Coreia pertencia ao Japão, ou seja, tudo que era da Coreia, na verdade, pertencia ao Japão. Foi durante a Segunda Guerra Mundial, que o país foi reduzido a apenas distribuidor de matéria-prima para o Japão sobreviver ao conflito mundial. Com a derrota japonesa, a Coreia foi geograficamente divida em duas partes: República da Coreia, a Coreia do Sul, e República Popular democrática da Coreia do Norte. Após o período da Segunda Guerra, mais especificamente durante a Guerra Fria, os soviéticos se instalaram no norte da Coreia, enquanto os norte americanos ficaram com a região sul da Coreia. Durante esse momento de tensão da história, as duas regiões entraram em guerra, destruindo o país. Foi só em 1953, sob ameaça nuclear por parte dos Estados Unidos, que as duas Coreias entraram em acordo e as tropas norte coreanas se retiraram do território sul coreano.
Onda Hallyu
Mas vamos focar na Coreia do Sul... Tudo começou com a queda do regime militar que dominava o país e com o processo de redemocratização que aconteceu entre as décadas de 1980 e 1990,
fazendo com que as leis, que até então limitava qualquer entrada de conteúdos estrangeiros de informação, fossem flexibilizadas. Isso fez com que fosse determinada o fortalecimento e a diversificação da produção da cultura coreana. Porém, foi apenas com a crise dos Tigres Asiáticos (conjunto de países do Sudeste Asiático - Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã cuja economia vinha crescendo de forma impressionante a partir dos anos 70), no final da década de 1990, que o país entrou de vez em uma fase capitalista, que tinha como objetivo aumentar o mercado interno e passar para o mercado de exportação. A partir de então, surgiu a Onda Hallyu, que foi uma investida do governo e empresários sul-coreanos nos potenciais da exportação da cultura pop e de uma indústria cultural que pudesse chegar aos outros países asiáticos, ainda incapazes de produzir a própria cultura, como a China e o Japão. Esse esforço de empresário e políticos de transformarem a cultura nacional em algo a ser exportado e comercializado nos mercados externos, com um único objetivo de incrementar a economia do país, foi o primeiro passo da Onda Coreana, também conhecida como Onda Hallyu, em primeiro momento, restrita ainda na região asiática.
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Aurélio Magalhães
YouTube
Início do famigerado K-Pop
Antes de ter o K-Pop como conhecemos hoje, o ritmo que predominava na Coreia durante a ocupação japonesa era conhecido como Changga. Esse estilo musical surgiu como adaptações de melodias norte americanas e da Grã-Bretanha, e trazia um sentimento de esperança. Após a guerra das duas coreias, os Estados Unidos também deixaram influências musicais, como o Jazz, blues, swing e rock, que aos poucos foi se adaptando para o que conhecemos hoje. Com objetivo de expandir a produção cultural sul-coreana
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tanto para consumo nacional quanto internacional, políticas e práticas foram criadas e direcionadas para esse crescimento. O primeiro produto dessa investida foi o grupo “Seo Taiji and Boys”, que teve sua estreia em 1992 pelo canal de televisão sul coreano, MBC. O estilo era muito diferente do que se estava acostumado na época, trazendo uma mistura de músicas ocidentais, mas ainda não sendo considerado o K-Pop que conhecemos. Porém, o trio recebeu uma resposta positiva por parte do público jovem da época, pois misturava elementos tanto nacionais quanto internacionais. Seo Taiji and Boys foi considerado o promissor do K-Pop atual, pois fez com que as indústrias que comandavam na época repensassem e se preocupassem com outras formas de entrete-
nimento além da música. Com isso, foi criado um “sistema de ídolos”. O que seria esse sistema ? Basicamente, a junção de produção e administração de seus artistas. Ou seja, quando as empresas juntam diversas maneiras para treinar e desenvolver talentos (pré-chamados de trainees), como salas de prática, estúdios de gravação e com uma equipe que envolve compositores, produtores, coreógrafos, profissionais da moda, além de outros que contribuem para a criação desses futuros ídolos. A primeira grande empresa a aderir esse sistema, que foi também a maior responsável pela repercussão do mesmo, foi a SM Entertainment, que até hoje, é uma das maiores agências de talento do cenário cultural sul coreano.
Grupo H.O.T e o caminho para outros grupos
O primeiro produto desse sistema de ídolos foi o grupo H.O.T, agenciado pela SM Entertainment. Composto por cinco membros, com sua estreia em 1996, eles foram criados a partir de uma pesquisa realizada pelo fundador da SM com um grupo de meninas. O principal objetivo era saber o que elas esperavam de seus ídolos. O sistema deu tão certo para a SM, que outras agências surgiram no mercado, como a JYP Entertainment e YG Entertainment (sendo seu fundador um dos membros do grupo Seo Taiji and Boys). Elas são consideradas a “Big 3” do K-Pop, ou seja, as três maiores, e de maior influência, agências de talentos. Com objetivo de conquistar além da Coréia com seu estilo de música, as três agências redefiniram seu “sistema de ídolos” para que os trainees fossem treinados para se comunicarem
com toda a Ásia. A “Onda Coreana”, também conhecida como Onda Hallyu, começou a tomar forma. A expressão se referia à cultura coreana que começava a ganhar força no território asiático, e com isso, no final dos anos 1990, o K-Pop também conseguia o seu destaque. Mas foi só em 2009 que a Onda Coreana ultrapassou a barreira asiática, quando a música “Nobody”, do grupo feminino Wonder Girls, agenciada pela JYP Entertainment, emplacou na Hot 100 da Billboard, o maior chart de música dos Estados Unidos, que avalia a lista de cem músicas mais vendidas no decorrer de uma semana, e essa música ficou algumas semanas na Billboard.
kpop NOW!
Koreaboo
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K-dramas:
uma nova forma de entretenimento
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om a investida do governo e de empresários para a exportação da cultura sul coreana, não demorou para que outros produtos ganhassem destaque, além da música. Filmes, livros, quadrinhos (Manhwa), games, comidas, cosméticos, moda, produtos de tecnologia digital e, principalmente, telenovelas começavam a tomar forma e sair da região da Coreia do Sul e ir em direção aos países da Oceania, Europa, África, América do Norte e América Latina. É o começo da Onda Hallyu. Mas vamos focar nas telenovelas. Dorama é a definição generalizada do gênero e envolve as produções japonesas (J-Drama), taiwanesas (TW-Drama), chinesas (C-Drama) e as coreanas (K-Drama). Vamos voltar um pouco no tempo para entender como tudo isso começou.
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Um pouco de história Tudo começou ainda sob o domínio do Japão, em 1927, quando os dramas começaram a ser transmitidos pelas estações de rádio, possuindo maior parte da programação em língua japonesa e apenas 30% em língua nacional
coreana. Foi só em 1956, após a 2ª Guerra Mundial, com a divisão da Coreia, por uma estação experimental, a HLKZ-TV, tempo depois, dando lugar à KBS (Korean Broadcasting System), primeira TV nacional, inaugurada em 1961. A regularidade na exibição dos dramas começou na década de Pinterest
1960, porém, a Coreia ainda vivia sob um regime militar. Então, a distribuição ainda era muito baixa e os dramas não atingiam grandes audiências. No entanto, foi a partir de 1969 que os dramas passaram a se tornar uma parte mais essencial da programação diária, fazendo com que as redes de televisão investissem cada vez mais para produzir e promover seus programas. Em meados de 1970, as produções televisivas começaram a se espalhar pelo país, trazendo temáticas mais contemporâneas, que falavam com a população da época, diferente do que se estava acostumado, que eram personagens históricos e dramáticos. Na década de 1980, a televisão começa a ganhar cor e nessa época, todos já se reuniam na frente de uma televisão para assistirem às produções. Já em 1990, a SBS (Seoul Broadcasting System) surgiu e formou as 4 maiores emissoras do país: KBS, MBC, SBS e tvN. O começo da Onda Hallyu O final dos anos 1990 e começo de 2000 foram essenciais para a disseminação dessa onda no país e para ultrapassar a barreira da Ásia, além do que, o governo sul coreano apoiou amplamente o desenvolvimento desse movimento. As produções televisivas, ou seja, os dramas coreanos, foram o primeiro produto da onda Hallyu à ser exportado, sendo a China o primeiro destino a receber (detalhe curioso que a China foi aliada da Coreia do Norte durante a Segunda Guerra Mundial e na Guerra das Coreias).
mundo, pois elevou o nível das tramas românticas. Foi nessa época também que os cantores de K-Pop começaram a participar dos enredos, muitos se tornando atores bem sucedidos.
Soompi
Os dramas no Brasil Como os dramas começaram a ser exportados pelo resto do mundo e, principalmente, para o Brasil? Através dos fansubs, grupo de fãs que legendam as produções e transmitem online (é a junção do termo em inglês Fan (fã) com sub de subtitle (legenda). Durante muito tempo, esse era o único meio possível de se assistir aos dramas no Brasil. Porém, ainda não se encontra essas produções em canais de televisão brasileira, pois, mesmo que tenha passado anos da exportação desse produto, no Brasil, os dramas ainda não se estabeleceram por completo, sendo possível assistir apenas pelo meio online.
dos, perdendo só para os EUA e ganhando de países como Canadá e México”. Ainda acrescenta que a plataforma tem 21 milhões de visitas, sendo 9% dos acessos destinado ao público brasileiro.
Por isso que em 2014, chegou em território brasileiro o primeiro serviço de streaming com apenas dramas em seu catalogo, o DramaFever. Em entrevista ao portal UOL, em junho desse ano, Air Filho, representante da plataforma, conta que “o Brasil é o segundo maior mercado em termos de assinantes e vídeos assisti-
Não demorou muito para que outras plataformas de streaming aparecessem, como o Viki, além de existir um fórum exclusivo de legendas feito por fãs, o Kingdom Fansubs, e agora, a Netflix, o maior serviço de streaming que existe, começou a disponibilizar produções asiáticas em seu catálogo. Pinterest
Mas foi em 2002, com a transmissão da telenovela Winter Sonata, pela rede de televisão KBS2, que a onda ganhou força, tanto na Ásia quanto no resto do
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Afinal, o que os fazem ser tão queridos?
personagens. Depois que começa, não tem como se afastar.
Além de nos fazer entrar em contato com outra cultura, totalmente diferente da que estamos acostumados, você acaba se conectando com os personagens e se identificando com problemas que os mesmos passam, pois o dia-a-dia é o destaque: dificuldades na vida amorosa e problemas no lado profissional ou acadêmico.
Outra característica que conquista e chama atenção é a trilha sonora, também chamada de OST (Orignal Soundtrack). Quem gosta de K-Pop, com certeza vai gostar dessa parte, pois muitas das OSTs são cantadas por idols, ou até mesmo, pelos próprios atores.
Mas o romance é sempre o centro, não importa o gênero, se é ficção, comédia, drama ou qualquer outro, há sempre dois protagonistas que se amam e fazem de tudo para ficarem juntos. Porém, tem todo um caminho até eles ficarem juntos, tem uma certa emoção em acompanhar. O foco é nesse caminho, nas pequenas emoções.
• Diferente das séries que conhecemos, os dramas normalmente tem apenas uma temporada, de 12 a 24 episódios com duração de pouco mais que uma hora. Sempre com um romance na trama.
É por isso que os dramas são tão assistidos, pois o enredo faz você viver aquilo junto com os
Como é feito um drama?
• A agenda de gravação é bem apertada e até o final, os roteiros podem ser alterados e filmados com apenas algumas horas antes da exibição (podemos dizer que se assemelha às nossas novelas), além disso, os roteiros po-
dem mudar durante o processo, o que acarreta mudança nos personagens ou no próprio enredo. • Para um drama sul coreano ser produzido, pode arrecadar cerca de 540 mil reais por episódio, sendo os dramas históricos bem mais caros de se produzir.
CURIOSIDADES • O primeiro drama a ser exibido na China, What is Love, em 1997, atingiu 15% de audiência, sendo considerada a segunda mais alta para um produto estrangeiro. • Heirs é considerado o drama mais assistido pelo público brasileiro. • Em 2012, dos 156 dramas registrados para exibição, apenas 34 produzidos foram de fato para a televisão.
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Dramas para quem está começando : Minoz Forever
HEIRS (상속자들) Ano: 2013
Essa comédia romântica adolescente se passa em uma escola em que os herdeiros dos maiores milionários da Coreia estudam. A trama gira em torno do jovem Kim Tan (Lee MinHo), filho de um dos homens mais ricos da Coreia, e Cha EunSang (Park Shin Hye), a mocinha clássica que vive uma vida simples com sua mãe. Por ironia do destino, os dois, de classes sociais totalmente diferentes, acabam se envolvendo em um romance. Pinterest
Boys Over Flowers (꽃보다 남자) Ano: 2009
Um dos dramas coreanos de maior sucesso, sendo responsável por deslanchar a carreira do ator Lee MinHo (o mesmo que fez Heirs), tem o enredo baseado no mangá japonês de mesmo nome. Uma menina de família simples que, por um ato altruísta, é admitida em um dos colégios mais caros da Coreia como bolsista, e acaba convivendo com os quatro garotos mais ricos e mimados da escola, conhecidos como F4. Porém, um romance inesperado começa a surgir. diane wants to write
Descendants of the Sun (태양의 후예) Ano: 2016
Esse vai para aqueles que gostam de um cenário de guerra. Considerado uma das melhores estreias de 2016, Descendants of the Sun gira em torno de um amor entre o Capitão das forças especiais Yoo ShiJin (Song Joong Ki) e a médica Kang MoYeon (Song Hye Kyo). Um tira vidas e a outra salva. Eles tentam lidar com os conflitos entre si e no campo de guerra. O lado bom, esse drama está disponível na Netflix.
Goblin: The Lonely and Great God (쓸쓸하고 찬란하神-도깨비) Ano: 2016
Kim Shin (Gong Yoo) foi um general durante a dinastia Goryeo, e quando foi falsamente acusado por traição, Deus resolve transformá-lo em Goblin, um ser místico e imortal, conhecido por ser Protetor de Almas. Porém, o único jeito de acabar com sua imortalidade é encontrando sua ‘noiva’, pois será a única que enxercará a espada estancada em seu peito. Anos se passam e ele, enfim, encontra sua noiva, uma estudante de ensino médio Ji Eun Tak (Kim Go Eun). Muita coisa acontece e ele começa a pensar no que realmente vale a pena.
FONTES: • K-DRAMA: A NEW TV GENRE WITH GLOBAL APPEAL • DORAMAS: CENÁRIOS DA CULTURA ASIÁTICA • PORTAL UOL • SERIES POR ELAS • DRAMAFEVER/VIKI
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` UM NEGOCIO CHAMADO KPOP Saiba como um estilo de música virou essa grande indústria que conhecemos Não resta dúvida que o ‘sistema de idols’ que começou com o grupo H.O.T, pela agência SM Entertainmet, cresceu muito. Esse sistema se baseia na junção de planejamento, desenvolvimento e administração dos artistas das empresas, destinados a serem K-Idols. Isso é feito através de salas de prática, estúdios de gravação e toda uma equipe que envolve compositores, produtores, coreógrafos, profissionais da moda, além de muitos outros que contribuem para o nascer de um novo talento. De 1996 para cá, inúmeras empresas adotaram a prometida fórmula do sucesso, que havia começado pela maior de todas: a SM Entertainment, e desde então, dezenas de grupos fazem sua estreia por ano. Para se ter uma ideia de como isso se tornou muito maior do que imaginado, o ano ainda nem acabou e de janeiro, até a edição dessa revista, 96 grupos debutaram e 25 chegaram ao fim. É uma demanda e uma rotatividade muito grande por parte das empresas. Pinterest
HaB Korea.net koreaboo
1° PASSO: PLANEJAMENTO O processo parte da empresa. A mesma determina qual o tipo de grupo que deseja lançar, realiza pesquisa de mercado e busca seu potencial público-alvo, além de escolher o conceito, se será fofo, sexy, bad boy (girl), se terá uma pegada mais pop ou mais eletrônica, e por aí vai. Definido o plano, partiu então para a escolha dos membros, entrando no segundo passo.
FONTES: • LIVRO K-POP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA • WIKIPEDIA • ROJAK DAILY
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kofice.or.kr
2° PASSO: ESCOLHA DOS TALENTOS Com a ideia do grupo definida na mente, a empresa parte para a escolha de quem vai integrar. Dessa forma, a mesma abre audições, tanto em território nacional, quanto internacional, além de olheiros que varrem as ruas da Ásia em busca de talentos. Umji, do Gfriend estava indo encontrar as amigas no shopping, quando foi convidada a realizar uma audição. Curiosidade: No Brasil, duas audições já foram realizadas, em 2013, pela Pledis Entertainment e em 2017, pela SM Entertainment. Todas em São Paulo.
3° PASSO: TREINAMENTO
4° PASSO: SELEÇÃO
Depois da ideia na mente, elenco escolhido, hora do treinamento, eles se tornam trainees. Aulas de dança, canto, atuação, idiomas, de como interagir com o público, além de atividades físicas, são colocados à disposição. Além do que, os trainees passam a morar em dormitórios disponibilizados pelas próprias empresas. Os horários são bem apertados. Se estiverem estudando então, o cuidado é redobrado, pois tem que conciliar tudo isso com os estudos. Tudo pensado em prepará-los para o mundo do entretenimento. O tempo de treinamento é relativo: alguns treinam apenas meses, outros há anos, como é o caso do cantor G-Dragon, que começou seu treinamento em 1994, aos seis anos, e só realizou a sua estreia com 18, em 2006. Os trainees têm que ser fortes para aguentar, muitos desistem ao longo do caminho e muitos não chegam nem a debutar, pois mesmo passando por tudo isso, não significa certeza de estreia.
Depois desse árduo processo de treinamento, mexendo até com o próprio psicológico, é a hora da seleção, no qual as agências escolhem quais trainees irão formar um grupo. De tempos em tempos, eles passam por avaliações durante todo o processo, e analisar quem pode estar apto a se tornar um idol. A partir da ideia de conceito que a empresa quer lança, os trainees que mais combinam serão unidos em um grupo. Curiosidade: Alguns grupos também são originados por Reality Shows, uma boa estratégia para as pessoas se familiarizarem com os rostos dos futuros artistas. Monsta X foi originado por um Reality chamado No Mercy, e o Twice pelo Reality Sixteen.
Soompi
5° PASSO: PRODUÇÃO Grupo formado, chegou a hora de produzir as musicas, gravar o primeiro MV, realizar vídeos promocionais, lançar fotos teaser, além de realizar eventos especiais para que o público comece a se familiarizar com o novo grupo. Na produção, alguns idols podem contribuir, na composição das músicas, na montagem das coreografias. YouTube
Behance
6° PASSO: DEBUT Grupo formado, produção feita, chegou a hora mais esperada: o Debut. E com o debut, vem as promoções, que sem sombra de dúvida, é a parte mais difícil (superando até os tempos de trainee), pois isso significa agendas lotadas, noites de sono perdidas, aparições em programas musicais e de entretenimento, tudo isso para disputar no árduo mercado que cresce a cada dia.
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Programas musicais FONTES: • AMINO APPS • REVISTA KOREAIN
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cada álbum lançado, depois da estreia, eles se apresentam em programas musicais semanais, em busca do tão cobiçado ‘First Win’. O que seria esse ‘First Win’? É o primeiro lugar de determinada semana, destinado àqueles que alcançaram o topo dos charts musicais coreanos e tiverem maior número de vendas, tanto físicas quanto onlines do single em promoção.
promover os artistas em seus novos projetos e a disputarem o primeiro lugar. Eles competem com outros artistas que estejam lançando música no mesmo período. Normalmente duram de 1 a 2 meses e cada programa tem seu critério de avaliação. São Twitter @OfficialMonstaX
O que são e quais são esses programas musicais? São programas televisivos que passam semanalmente com objetivo de
eles: SBS Inkigayo, MBC Show Champion, M!Countdown, KBS Music Bank, MBC Show! Music Core e SBS The Show. Mas por quê toda essa batalha? Nada mais do que ter reconhecimento, tanto pela população da Coreia, pelos fãs e até mesmo por suas empresas, conseguindo alguns benefícios por parte delas. Então, participar desses programas musicais e ganhar o primeiro lugar, é muito importante, para qualquer grupo.
SBS INKIGAYO K-Popstream
Transmitido pela SBS, indo ao ar todo domingo às 12h10 (00h10 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais: 55% • Visualizações nos canais oficiais: 35% • Vendas físicas de álbuns: 5% • Notas dos telespectadores: 5% • Votos ao vivo: 5%
MBC SHOW CHAMPION 1StOnKpop
Transmitido pela MBC Music, indo ao ar toda quarta-feira às 19h (07h00 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais e streaming: 50% • Votação online: 15% (calculado pela MelOn) • Vendas físicas de álbuns: 20% (calculado pela Hanteo) • Avaliação de experts musicais da MBC: 15%
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MY RARA POP
MUSIC BANK All Kpop
Transmitido pela KBS, indo ao ar toda sexta-feira às 17h (05h00 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais: 65% • Vendas físicas de álbuns: 5% • Número de vezes transmitido apenas na KBS: 20% • Escolha dos telespectadores: 10% *Fãs internacionais ainda não podem votar
M!COUNTDOWN Soompi
Transmitido em parceria entre CJ&M e Mnet, indo ao ar toda quinta-feira às 18h (06h00 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais: 50% • Vendas físicas de álbuns: 15% • Nota de mídias sociais: 15% • Nota de popularidade: 10% • Nota da transmissão: 10% • Votação em tempo real na transmissão: 10%
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MBC SHOW! MUSIC CORE All Kpop
Transmitido pela MBC, indo ao ar todo sábado às 15h30 (03h30 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais somadas às vendas físicas: 60% • Pré voto do comitê dos telespectadores: 15% • Visualizações dos clipes: 10% • Voto ao vivo: 15%
SBS THE SHOW Kpop NOW!
Transmitido pela SBS MTV, indo ao ar toda terça-feira às 20h (08h00 BRST). Critérios de avaliação: • Vendas digitais + Vendas físicas + Pontos SNS: 35% • Popularidade (Votos pagos + Streaming do MV): 35% • Votação por SMS: 30% (15% Coreia + 15% China, pelo Tudou) Pinterest
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Os Idols e o padrão de beleza
FONTES: • BBC • BRAZIL KOREA • AMINO APPS • KPOP SURGERY • HALLYU TOWN • 2NE1 BRASIL
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ue a beleza é assunto sério na Coreia do Sul, isso não é novidade. O país é obcecado por cosméticos, principalmente no tratamento de pele. Em comparação com as americanas, sul coreanos, tanto mulheres quanto homens, gastam quase que o dobro com produtos de beleza. Por essa razão, a Coreia do Sul é conhecida mundialmente por seus cosméticos (conhecidos também como K-beauty), e as exportações só crescem. Em 2015, o país vendeu mais de US$ 2,64 bilhões ao exterior . Os cosméticos envolvem desde tratar cravos e espinhas até clarear o tom de pele. Mas quando um simples cosmético vira uma obcessão estética?
O padrão de beleza sul coreano vai em direção ao ocidente: rosto pequeno e delicado, olhos grandes, nariz fino e arrebitado, sorriso perfeito, cintura fina e corpo esbelto, além de uma pele branca. Ao contrário do Brasil, coreanos se preocupam muito mais com ao rosto do que com o corpo . Com isso em mente, cada vez mais procedimentos estéticos são procurados para modificar algo até encontrar o considerado perfeito. Em 2014, uma pesquisa realizada pela Agência de Consumo da Coreia (KCA) com 1.000 pacientes, mostra que 70% responderam que já haviam feito algum tipo de cirurgia para melhorar a
aparência, e 14,5% afirmaram que a modificação aumentou as chances que tinham de arrumar emprego ou conseguir promoção. 67,8% dos pacientes disseram que já fizeram a cirurgia mais comum na Coreia, que foi para mudar o formato dos olhos (pois é considerado bonito quem tem pálpebras dublas). Porém, 32,3% dos que responderam, afirmaram que o resultado ainda não estava satisfatório . Se isso já é assunto sério para cidadãos sul coreanos, imagina para os K-idols, celebridades que estão constantemente sendo cobrados por suas agências, pela mídia e até pelos próprios fãs a serem perfeitos.
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Que as empresas que administram os grupos do K-pop fazem seus trainees realizarem cirurgias plásticas, isso não é surpresa para ninguém. Em alguns dos contratos, há cláusulas que permitem a empresa exigir modificações cirúrgicas de seus trainees e ídolos, se a mesma achar necessário, e como o desejo de debutar é grande, e já passaram por tanta coisa durante seus treinamentos, o trainees acabam se submetendo a certos procedimentos exigidos por suas agências. Porém, a pressão não vem apenas pelas empresas, os fãs também exige que seus ídolos tenham aparências melhores e se encaixem no padrão de beleza esperado , e como a opinião dos fãs é realmente levada em consideração, muitos ídolos, além das cirurgias plásticas, também se submetem a dietas radicais e ficam sem comer, enquanto se dedicam a treinamentos intensos para conseguirem ter o corpo considerado ideal. Não é de se chocar alguma celebridade aparecer 20 kg mais magra. Mas porque eles não assumem suas cirurgias? Por mais que um idol não seja bonito e seja exigido dele uma intervenção cirúrgica, ele não pode admitir que fez. É considerado bonito e é muito elogiado quando uma celebridade tem beleza natural (o que é raro), então quando surge a informação que fez alguma modificação estética, já vira polêmica pela mídia, e será criticado por parte do público. No país, alguns homens se recusam a casar com mulheres que fizeram cirurgias plásticas, pois além de se sentirem “enganados”, vão acreditar que terão filhos feios. Já aconteceu de um chinês processar sua mulher por lhe dar fi-
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lhos “feios” (e venceu o processo). Cirurgia plástica é algo normal na cultura sul coreana, mas ninguém admite que fez. Qual o problema das cirurgias para um público em geral? Os fãs asiáticos são obcecados pelo padrão de beleza dos ídolos sul coreanos. Eles são vistos como algo a ser almejado, e você não é bom o suficiente até conseguir atingir aquele padrão considerado ideal. Se você é considerado “feio”, isso com certeza pode te atrapalhar a conseguir um emprego ou, até mesmo, a socializar na escola ou faculdade. Como falamos anteriormente, padrão de beleza é algo sério para os sul coreanos. Então, vendo esses ídolos de maneira tão “perfeita”, pode fazer uma pessoa tomar atitudes radicais para encontrarem essa
1. Park Bom (ex-2ne1) Anycall
TheBOM
2. Goo Hara (ex-KARA) A cantora não escondeu seus procedimentos cirúrgicos. Ao ser questionada, a mesma assumiu ter feito, ela também disse que ficou aliviada em falar sobre o assunto. Ela foi forçada a fazer cirurgia plástica, caso não fizesse, ela não teria entrado na empresa.
perfeição. Já aconteceu de sair a seguinte matéria na mídia “Garota que sofria bullying por sua aparência se transforma na Jessica (ex-SNSD)” Cintura, pernas e braços finos são vistos como algo bonito na Coreia, o que nos leva ao alto índice de anorexia no país. Por mais que pareçam saudáveis por fora, a maioria dos K-idols, em sua maior parte, mulheres, estão abaixo do peso ideal para sua altura . E isso influencia as fãs a buscarem o mesmo. Já os homens, têm a obrigação de possuírem aquela barriga com ‘tanquinho’ (o famoso abs). Ou seja, muitos ídolos têm fãs que os idolatram de uma maneira que consideram seu corpo, seu rosto, até seu jeito de falar, como padrão ideal, e se não for discutido, pode levar à ações extremas.
O caso mais perceptível de celebridades realizando cirurgias plásticas foi o da cantora Park Bom (ex-2ne1). Ela já realizou tantos procedimentos que fica difícil reconhecer como ela já foi um dia. Cirurgias que ela já se submeteu foram pelo menos, dois trabalhos no nariz, cirurgia de pálpebra dupla, remodelação facial e, provavelmente, implantes mamários. Nunca foi segredo os procedimentos que Park Bom realizava, tanto que ela ficou conhecida como “Barbie Coreana” por parte da mídia. mydaily
Haradaily
4. Ailee (solo), T.O.P (BigBang), Hani (Exid) e Kihyun (Monsta X) Asiachan
YouTube
BIGBANGmusic
Esses são só alguns exemplos de ídolos, femininos e masculinos, que não passaram por cirurgias plásticas, mas passaram por dietas absurdas e treinamentos pesados para perderem peso, seja por pressão do público ou, até mesmo, por suas agências, como no caso do T.O.P, que ou ele emagrecia, ou não debutava. Ailee também sofreu muito. Conhecida como uma das vozes mais poderosas do K-Pop, ela sentiu uma mudança no tom de voz depois do emagrecimento forçado, mas também admite que tem medo de voltar ao seu peso original. Amino Apps
Maktub
fy-kihyun
Curiosidade Não é todo mundo que aceita a clausula no contrato de suas empresas para realizarem procedimentos cirúrgicos. Lee Chan Hyuk, integrante da dupla de irmãos do AKMU, da YG Entertainment, disse em entrevista que ao fazer o contrato com a agência, pediu para colocarem uma cláusula, afirmando que ele e a irmã não iriam fazer nenhuma cirurgia plástica. Outro exemplo que se recusou ao bisturi imposto pela empresa foi a cantora CL (ex-2ne1). Em entrevista à revista ELLE, afirmou que o CEO da YG Entertainment falou para ela realizar uma cirurgia plástica antes de sua estreia, pois ela era muito "feia". Porém, se recusou a fazer. YG Live A Gambiarra
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10 anos de uma geração FONTES: • AMINO APPS • SITE VOLTS • INSPIRE KPOP
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ue Girls Generation é um grupo icônico, isso não dá para negar. São consideradas as ‘rainhas da nação’ na própria Coreia do Sul, seja pelos vocais impecáveis, as coreografias marcantes ou até pelas músicas que viram nº 1 nas paradas musicais quando são lançadas. Porém, além disso tudo, tem muito mais por trás. O grupo composto por Taeyeon, Yoona, Yuri, Sunny, Hyoyeon, Tiffany, Seohyun e Sooyoun completaram 10 anos de carreira esse ano, e isso, para qualquer grupo de K-Pop, é algo raro, principalmente, um grupo feminino. Com apenas uma ex-integrante, o grupo permaneceu junto em sua formação original desde 2007, quando estrearam no cenário musical com a música Into The New World. Essa música foi muito significativa em várias sentidos. Into The New World tem um significado mais do que aparenta. Foi definitivamente uma mudança no mundo do K-Pop. Além disso, durante os conflitos políticos durante o impeachment da ex-presidente da Coreia do
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Sul, Park Geun Hyen, a música foi usada por manifestantes a favor de um ‘mundo novo’, sem corrupção. O Girls Generation também foi o principal grupo a trazer o foco para os grupos femininos, que até então, a indústria da música era dominado apenas por grupo masculinos, o que explica também o nome do grupo, que traduzindo para o português, significa ‘Geração de Garotas’, mostrando que era a vez das
“Fomos inteligentes em estrear no verão com ‘Into the New World’, e estamos muito gratas por essa música ter se tornado algo que ajudou a definir uma geração” - Sooyoung
mulheres entrarem no cenário musical. Ou seja, todos esses grupos femininos que estão hoje na indústria do K-Pop, foi graças ao Girls Generation, que abriu as portas para as oportunidades.
Em comemoração aos 10 anos, o grupo lançou um álbum intitulado Holiday Night, e celebraram ao lado dos fãs no fanmeeting “10th Anniversary – Holiday To Remember”. Durante o evento, Sooyoung se abriu dizendo, “Eu acho que fomos inteligentes em estrear no verão com ‘Into the New World’, e estamos muito gratas por essa música ter se tornado algo que ajudou a definir uma geração. Gostaria de agradecer as outras integrantes e funcionários por trabalhar tão duro nos últimos 10 anos, e também quero agradecer aos nossos fãs”. Yoona ainda acrescentou, “10 anos é uma grande conquista e nem todos conseguem chegar até aqui. Estou feliz por poder celebrar esta conquista e passar o tempo com os fãs”. Infelizmente até o fechamento dessa edição, 3 integrantes, Seohyun, Tiffany e Sooyoung, confirmaram a não renovação de seus contratos com sua agência, a S.M Entertainment. O grupo seguirá atividades com apenas 5 integrantes. Agora só podemos desejar o melhor para essas meninas que tanto fizeram pelo mundo do K-Pop.
HDWALL
Conquistas: • Girls Generation é o girl group que mais vendeu fisicamente, com mais de sete milhões de cópias vendidas. • Primeiro girl group a ter 5 MVs com 100 milhões de visualizações (Mr. Taxi, Gee, The Boys, Oh e I Got a Boy). • Tem 5 turnês entre as 10 mais lucrativas da história por girl groups. HaB Korea
• Dessa década, o show de um girl group com maior capacidade pertence ao Girls Generation, no Tokyo Dome, com 55 mil pagantes. • ‘I Got a Boy’ saiu em 5º na lista das 10 melhores músicas de 2013 da revista americana TIME. • É o grupo de K-Pop com mais nº 1 nos charts mundiais da Billboard. • É o grupo feminino mais premiado do mundo, com mais de 250 prêmios.
Osu!
• Foi o primeiro girl group a ter 3 MVs com 100 milhões de visualizações, quebrando o record que pertencia as Pussycat Dolls. • Mr.Mr entrou no top 25 da TIME das Melhores Músicas de 2014 • A “Love & Peace: Japan 3rd Tour” é a turnê mais lucrativa por um girl group da década, com 31 milhões de dólares em apenas 19 shows. Ta bom, ou quer mais?
Ficha Técnica: • Girls Generation (SNSD) • Tempo de atividade: 2007 - atualmente • Música de Debut: Into The New World • Agência: SM Entertainment
• Integrantes: Taeyeon, Yoona, Yuri, Sunny, Hyoyeon, Tiffany, Seohyun e Sooyoun • Ex-integrante: Jessica (2014) • Última música: Holiday (2017)
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Coxinha Nerd
KPOP NO BRASIL
Jornal de Brasília
K-Pop em terras brasileiras FONTES: • KPOP STATION • ALL KPOP • MY NAME BRASIL • STUDY IN KOREA • SITE VAGALUME • EGO • KOME WORLD • MTV • SARANGIGAYO • PORTAL UOL • KPOP SAMBA STYLE • FASHION BUBBLES • BRAZIL KOREA • HIGHWAY STAR • REVISTA KOREAN IN • JORNAL DESTAK • KOREA POST • KPOPPERS STATES
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Hallyu, mundialmente falando, foi em 2012, com o lançamento de 'Gangnam Style' do rapper sul coreano PSY, e isso inclui o Brasil. Daí, o crescimento foi contínuo. Atualmente, o Centro Cultural Coreano no Brasil promoveu, neste ano, a primeira edição da K-Pop Academy, com concursos de dança e canto em sua programação, além da presença de professores coreanos. O Centro Cultural também ajudou na realização da audição da SM Entertainment no Brasil. Seis mil pessoas se inscreveram, considerada o país com maior número de inscritos para realizar audição. Além disso, programas de televisão destinados ao público do K-Pop começaram a ser exibidos, como o Ponto K-Pop, no canal de TV fechada Play TV, e o quadro “Quem sabe dança”, do programa do Raul Gil, no SBT, em TV aberta. Realizei pesquisa com 1.235 brasileiros nas redes sociais em busca de respostas, como por exemplo, o que atrai tanto nesse gênero musical. As respostas foram as mais variadas: músi-
cas, diversidade, coreografias cativantes, performances, criatividade nas produções dos MVs, as cores, os estilos, a interação com o público, e o próprio Idol em si, seja por sua personalidade, seu esforço, trabalho duro ou por seus múltiplos talentos. Além disso, muitos afirmam que usam o K-Pop para escapar da realidade e transformam em um modo de vida. SarangInGayo
N
ão existe, de fato, um evento específico que marque a chegada do K-Pop no Brasil. Porém, pode-se dizer que quem ajudou a propagar a cultura sul coreana foram os próprios fãs, através da divulgação via internet e mídias sociais. Eles foram o principal fator para o gênero ganhar espaço em território brasileiro. Segundo Young Sang Know, diretor do Centro Cultural Coreano no Brasil, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, em outubro desse ano, "enquanto outros países usam seus idiomas para expandir suas culturas, a Hallyu se espalhou rapidamente pela internet". De acordo com pesquisa do jornal sul coreano JoongAng Daily, publicada em 2011, o Brasil aparece como um dos países que mais acessou vídeos de artistas coreanos na América do Sul nesse mesmo ano. Outra pesquisa realizada pelo Centro Cultural Coreano de São Paulo mostra que o número de fãs brasileiros respondia com cerca de 220 mil pessoas. O boom do K-Pop, que é considerado o porta-voz da onda
Alguns grupos e eventos já aconteceram no Brasil, como em 2007 que BoA, Xiah Junsu, Tablo e Jin Bora gravaram um comercial no Rio para a Samsung; VIXX em 2014 para o Korea Brand & Entertainment; em 2015, SHINee e Luna e Amber do f(x) no Fashion Passion, e a Dupla OBrojeot e o rapper Basiok na festa Asia High Society. Conheça outros eventos que aconteceram no Brasil:
2011 • K-Pop Dance Cover Festival
Mariollla
Foi o primeiro evento de K-Pop que aconteceu em território brasileiro. O evento foi uma competição internacional de dança organizada com apoio da MBC, rede de televisão sul-coreana. A edição brasileira contou com a presença do grupo MBLAQ (boygroup sul-coreano gerenciado pela J. Tune Entertainment). Mais de 6 mil fãs compareceram ao local do evento, impressionando tanto o grupo, quanto os organizadores e a própria Coréia. O principal objetivo do festival foi de divulgar o K-Pop. A partir de então, as agências começaram a notar o Brasil e fazer de destino para seus grupos.
• United Cube Concert
Plataforma Nerd
O Brasil também recebeu o festival United Cube Concert. Foi a primeira vez que o Brasil recebia um show de K-Pop em larga escala. Organizado pela agência sul coreana Cube Entertainment, o evento trouxe grandes nomes do cenário pop coreano, como os grupos Beast e 4 Minute, com a cantora solo G.NA. A turnê também passou pela Coreia, Japão, Reino Unido e Brasil, mais especificamente em São Paulo.
• Star Date com Dong Jun e Kevin (ZE:A) Dongjun e Kevin do grupo sul-coreano ZE:A vieram ao Brasil para gravarem o programa “Star Date”, da Arirang TV, rede de televisão sul-coreana. O programa de variedades tem como missão levar duas fãs de K-Pop para passar um tempo com seus ídolos favoritos. A ideia do episódio brasileiro era levar essas duas fãs para viajar várias partes do Brasil. Eles também realizaram um pocket show em São Paulo para selecionarem as duas sortudas. O programa foi ao ar em Março de 2012.
Estação Asiática
2012
2013 • Super Show 5 O Brasil recebeu a turnê do grupo sul coreano Super Junior. Gerenciado pela primeira agência de K-Pop, a S.M. Entertainment, os 10 dos 11 membros que integram o grupo realizaram, pela primeira vez, um grande show de K-Pop na capital paulista, sendo um divisor de águas para o estilo musical no Brasil. Os 7 mil ingressos colocados à venda foram esgotados em menos de três dias. Foi o primeiro grande grupo de K-Pop a colocar o Brasil, mais especificamente a América Latina na rota de turnê, e isso fez com que outros grupos do gênero também colocassem definitivamente o nosso país como destino para seus concertos.
• 2K13 FEEL KOREA O evento foi uma comemoração dos 50 anos da imigração coreana no Brasil. Organizado pela KOFICE em São Paulo, com apoio do Ministério de Cultura, Esporte e Turismo da Coreia, Organização de Turismo da Coreia e Consulado Geral da República da Coreia, contou com a presença da cantora solo Aille, o cantor HyunJoong do SS501, a dupla Baechigi e o grupo de comédia sul coreano Ongals.
Putzilla!
Amino Apps
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2014 Coxinha Nerd
• Music Bank Talvez o maior divisor de águas para o K-Pop se firmar em terras brasileiras. Um dos maiores festivais de K-Pop do mundo, em 2014 teve sua edição no Brasil, mais especificamente, no Rio de Janeiro. A edição brasileira contou com grandes artistas do cenário pop sul coreano: SHINee, B.A.P, MBLAQ, INFINITE, CNBLUE, M.I.B e Ailee. O Music Bank é um programa semanal de grande audiência na Coreia do Sul, e todo ano, escolhe um país para ser a sede do festival. A primeira edição aconteceu em 2011, em Tóquio, capital do Japão, e já passou por França, Hong Kong, Chile, Indonésia e Turquia.
• Grupo BTS, MR. MR. e NU’EST Aconteceu, em São Paulo, o primeiro evento com o grande fenômeno do K-Pop dessa geração, BTS, como parte da turnê “2014 BTS Fan Meeting RWeL8?”. O grupo Mr. Mr. veio como jurado do evento Korean Pop Festival, em São Paulo, organizado pelo Consulado Geral da República da Coreia, além de apresentarem duas músicas para os que estavam presentes no evento. Pela segunda vez em território brasileiro (a primeira foi em 2013, no Circuito K-Pop), o grupo sul coreano NU’EST veio encerrar sua primeira turnê pela America Latina.
Brazil Korea
Grupo NU’EST
2015 KoME
• Grupo LUNAFLY Em um mesmo ano, o grupo sul coreano veio duas vezes. A primeira foi no começo do ano para um showcase solo, no qual também ocorreu um fanmeeting e fansign. Já a segunda vez, foi para o Hallyu Festival, em junho, um evento com o intuito de aproximar os fãs com a cultura sul coreana.
• Grupos TOPP DOGG, BOYFRIEND, BTS e Cross Gene O primeiro show do ano ficou por conta do grupo Topp Dogg, que realizou um showcase, fansign e fanmeeting em São Paulo. Em maio, foi a vez do grupo Boyfriend, com sua primeira turnê passando pela América Latina, a “Bewitch: The First Chapter in Brazil”. E Pela segunda vez, o grupo sul coreano BTS. Eles trouxeram sua turnê “2015 BTS Live Trilogy ‘Episode II. The Red Bullet” em apresentação única na capital paulista. Cross Gene participou do evento Anime Friends e do concurso K-Pop Cover Challenge.
YouTube
Grupo Cross Gene
2016 Rachel Guarino
• Grupos UNIQ e 24K O grupo sul coreano Uniq veio ao Brasil para um fanmeeting em São Paulo. O grupo fez também uma sessão de fansign no mesmo dia. Já o 24K foi um marco para os eventos de K-Pop no Brasil. Além do showcase que eles realizaram na capital paulista, eles também realizaram sessões de autógrafos em mais 3 capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Isso abriu portas para mais grupos fazerem o mesmo.
Grupo 24K
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2017 • BTS
YouTube
Esse grupo já pode considerar que é quase brasileiro, ou que, pelo menos, a agência deles gosta muito do Brasil. Pela terceira vez em terras brasileiras, BTS veio para um show em São Paulo com sua turnê “The Wings Tour”. Com dois dias de apresentação, com certeza, foi bem maior do que os anos anteriores. Os 14 mil ingressos disponíveis para os dois dias se esgotaram em questão de minutos.
• Grupos STELLAR, MASC, K.A.R.D, B.I.G e DREAMCATCHER Rachel Guarino
Grupo K.A.R.D sarangingayo
Para abrir o ano da melhor forma possível, o grupo feminino sul coreano Stellar veio para um show na capital paulista e uma sessão de fansign em Fortaleza. Foi a primeira vez que um grupo feminino veio para evento próprio. Em seguida foi a vez do grupo masculino MASC a realizar uma apresentação em São Paulo, além de sessões de autógrafos nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. No mesmo mês, o grupo misto K.A.R.D chegou para realização também de um show em São Paulo e eventos de fansign em Fortaleza, Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Mais para o final do ano o grupo B.I.G realizou um show em São Paulo, além de sessões de autógrafo e de abraços no Rio de Janeiro e Curitiba. Para finalizar o ano, será a vez do grupo feminino Dreamcatcher vir ao Brasil com sessões de fansign nas cidade de Recife, Rio de Janeiro e Brasília, além de uma apresentação na capital paulista.
Grupo STELLAR
• Anime Friends e KDT (K-Pop Dance Tournement)
Revista KoreaIN
Os dois são eventos de K-Pop que aconteceram em julho na capital paulista e contaram com a presença de artistas sul coreanos em suas edições. A rapper Grace veio para a edição do K-Pop Dance Tournement, no qual foi jurada da final do concurso de covers, além de realizar um pocket show também no evento. Já o Blanc7, com pouco mais dois meses de estreia, o grupo veio também para serem jurados do concurso K-Pop Cover Challenge (KCC) que a edição do Anime Friends promovia. Além de serem jurados, o grupo também realizou uma apresentação no palco principal do evento. Eles voltarão em novembro desse ano para turnê em várias capitais brasileiras.
Engana-se quem pensa que só show une artista e seus fãs. No K-Pop, há vários tipos de eventos que são realizados no intuito de promover essa interação:
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Fanmeeting: É um evento que pode ser feito de duas formas, ou pequeno, depois de algum show, ou pode ser um evento exclusivo com bate-papo e brincadeiras, algo mais descontraído, mas sem contato direto com os fãs.
+ Fansign: É basicamente uma
sessão de autógrafos. Normalmente promovidos quando os artistas lançam novo trabalho. Os Idols autografam os álbuns e há um contato mais direto com os fãs, ainda assim, sem fotos ou algo mais físico.
+ Hi-Touch: Normalmente feitos quando há algum show. Os idols de um grupo se posicionam e só as mãos ficam levantadas, os fãs passam por eles, batendo
nas mãos, uma espécie de “Hi Five”.
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Showcase: Muito em comum em época de debut ou de comeback. Esse evento é como se fosse uma “amostra grátis” do que está por vir no novo trabalho. São poucas músicas e tem um pouco de interação com o público.
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‘Ficamos muito satisfeitos em perceber essa expansão do k-pop para todo o Brasil’ Conversei com a produtora brasileira Highway Star, responsável pela vinda de grupos como K.A.R.D, MASC e 24K, para tentar entender melhor como tudo acontece
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ue o K-Pop está crescendo tanto em território nacional quanto fora da Ásia, isso é inevitável dizer. Como já falamos aqui sobre os eventos com artistas sul coreanos que já estiveram em solo brasileiro, podemos dizer que o número é crescente. Cada vez mais produtoras brasileiras procuram trazer esses artistas, realizando eventos ou sessões de autógrafos, mais conhecidos como Fansigns, muito comuns e apreciados pelos fãs coreanos, quanto cada vez mais agências sul coreanas escolhem o Brasil como destino de seus artistas. Pensando em conhecer um pouco mais sobre esse universo, conversamos com a produtora Highway Star. Com sede em Belo Horizonte, ela é responsável pela vinda de grupos como o 24K, MASC, K.A.R.D e Dreamcatcher. Segue entrevista:
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1) O que motiva a Highway a trazer artistas de Kpop para o Brasil? Começamos a trabalhar com o k-pop com a produção da revista digital ShaKin’ Pop e, desde então, tivemos um retorno muito positivo dos fãs da cultura coreana, que se mostram ainda mais dedicados em relação aos eventos com seus ídolos no Brasil. Por isso, o empenho e grande retorno do público, com um gênero musical que ganha cada vez mais adeptos no Brasil, nos motiva a continuar investindo no estilo e a trazer novos artistas e diferentes tipos de eventos com eles para o Brasil. 2) Quem faz o primeiro contato, vocês ou as agências sul coreanas, que administram esses grupos? Está havendo muita procura por parte deles pelo Brasil? O mais comum é o interesse
partir de nossa parte. Foram raras às vezes em que um artista, que estava em turnê, procurou uma produtora no Brasil para levar o show, pois eles consideram que o Brasil é muito longe da Coreia e isso cria dificuldades para que o interesse parta deles. Mas a partir de nosso primeiro contato, em que fornecemos mais informações sobre o mercado no Brasil, os artistas tem mostrado maior interesse em relação ao nosso país. 3) Como a Highway decide que grupos vão realizar tour pelo Brasil? Por meio de pesquisas realizadas em nossas páginas e redes sociais e acompanhando a repercussão do público com os artistas mais populares do momento. 4) Vocês notam um aumento do número de fãs desse gênero musical? A que vocês atribuem esse crescimento?
Sim, desde que começamos a trabalhar com a cultura coreana, há alguns anos, temos notado um aumento significativo do público. Acreditamos que esse crescimento se deve ao fato de que o próprio público se apropria das redes sociais como forma de divulgação do k-pop de maneira geral para que outras pessoas passem a criar interesse pelo assunto. O carisma dos artistas de k-pop e a música tem se tornado também cada vez mais bem recebida na imprensa e no mercado do entretenimento global. 5) De início, a concentração de fãs era no Estado de São Paulo, mas, de uns tempos para cá, houve um acréscimo em outros estados, como o Rio de Janeiro e até estados da região Nordeste e Sul do Brasil. O que vocês acham dessa onda hallyu estar se expandindo pelo Brasil? Ficamos muito satisfeitos em perceber essa expansão do k-pop para todo o Brasil, pois sempre notamos uma grande demanda de público em todo o país, que graças a grande extensão territorial do Brasil, torna inviável que todos viajem para apenas uma cidade para assistir aos eventos. Já há muito tempo buscávamos meios de conseguir viabilizar eventos fora de São Paulo e, com a turnê de sessão de autógrafos
do 24K em dezembro de 2016, conseguimos realizar a primeira turnê de um artista de k-pop em mais de uma cidade brasileira. O projeto tem mostrado bons resultados e demos sequência a ele com os grupos MASC, K.A.R.D, e agora o Dreamcatcher. 6) Há planos para realizar shows em outros Estados, além dos que já acontecem em São Paulo? Sim, com certeza. O projeto de levar sessões de autógrafos é justamente para conseguirmos viabilizar eventos maiores e mais freqüentes em outras cidades.
“O carisma dos artistas de k-pop e a música tem se tornado também cada vez mais bem recebida na imprensa e no mercado do entretenimento global”
8) Vocês trouxeram grupos que são consideradas de menor popularidade e de agências não tão grandes, como 24K, MASC e K.A.R.D (esse último de empresa relativamente grande, mas que na época ainda não tinha tido seu debut), há planos de trazer grupos de empresas maiores ou de maior popularidade? Sim, conversamos sempre com vários artistas de diferentes empresas. Por enquanto, os artistas considerados “menores” têm se mostrado mais receptivos ao mercado brasileiro, pois os artistas de maior popularidade na Ásia possuem uma agenda de compromissos maior em seu país, o que torna mais difícil que eles viajem para o Brasil para apenas um evento, mas esperamos que em breve seja possível viabilizar mais e maiores eventos para o público de k-pop. Twitter Higway Star
7) Como é a aceitação da crítica e da mídia brasileiras aos grupos K-Pop? Sempre buscamos inserir os artistas de k-pop que trabalhamos não apenas na imprensa especializada, mas também em grandes veículos e emissoras de TV. Graças à grande e visível mobilização do público nas redes sociais, esses veículos têm se mostrado mais receptivos ao k-pop.
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Tribuna do Cearรก
KPOPPERS
+Fãs de K-Pop+ O que fazem, o que comem, onde vivem. Conheça mais como é essa vida de fã de K-Pop
FONTES: • LIVRO ‘KPOP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA’ • AMINO APPS • BTS NOTICIA
N
nhecido como fanservice. O assunto “fã” é tão sério e tão valorizado na Coreia, que cada grupo ou solo, tem seus próprios fãs, que são os chamados fandoms (união de fan [fã] + kingdom [reino], ou seja, o reino dos fãs), com uma denominação especial, combinando com o nome do grupo, e alguns até representados por determinada cor. Veja alguns exemplos e seus significados: Segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Cultura e Informação da Coreia do Sul, em 2011, que na época, existiam mais de três milhões de fandoms ativos. E isso foi antes do boom da onda Hallyu. O tratamento de idol com fã é de como se fosse alguém da família. Além do mais, a agência
também vende a ideia de que o idol é namorado(a) do fã, e o mesmo acredita fielmente que namora determinado artistas. Além disso tudo, ainda tem os produtos oficiais que as agências empurram para os fãs, e o principal deles são os lightsticks, que são bastões iluminados com determinado formato que represente o grupo, sendo usado em shows e apresentações. É de suma importância que esse produto seja usado pelos fãs. Os fãs desse estilo musical são muito dedicados; se participam de um fandom, o assunto fica sério. Os fãs sempre buscam o melhor para seus idols, respeitam, apoiam e dão amor, além de participar ativamente dos eventos promovidos, no intuito de ajudar a promover seu artista. Pinterest
ão há idol, seja grupo ou solo, que resista, ou que ganhe alguma premiação, sem o apoio dos fãs. Não importa o quão árduo tenha sido o caminho trilhado, os fãs são a base de toda a carreia de quem faça parte dessa indústria. São eles que dão o primeiro lugar nos programas musicais, além de vários outros prêmios nas mais diversas premiações. São eles que dão dinheiro nos álbuns lançados, visualizações nos MVs, lotam estádios, compram os produtos, e assim vai. Por isso que o idol se esforça tanto para conseguir atenção e amor dos fãs. Durante o treinamento, os trainees recebem aula de como interagir com o público e agradar aos fãs, também co-
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my beautiful gyu
Conheça alguns fandoms Monbebe (Grupo Monsta X): Significa “Meu Bebê” em francês. Representa que os fãs são os bebês do Monsta X.
Outro lado Porém, nem tudo é um mar de rosas. É importante mencionar as Sasaengs, que são basicamente as fãs obcecadas ao extremo pelos idols, que fariam qualquer coisa por seus idols, até matar, e isso não é exagero. Essas pessoas ultrapassam a linha do respeito entre fã e idol, e adotam um comportamento sem limites e, até, obsessivo, partindo para perseguição, acidentes e até mesmo ameaças, causando medo e estresse para com o artista. Segue alguns casos desses absurdos: Yunho Uma Sasaeng conseguiu colocar cola no café do integrante do grupo TVXQ. Ele teve que ser socorrido às pressas e levado ao hospital, tendo que fazer uma lavagem estomacal. Amino Apps
Once (Grupo Twice): Se os fãs amarem o grupo uma vez, o grupo vai devolver esse amor duas vezes (traduzido do “If the fans love the group ONCE, the group will return this love TWICE”) Army (Grupo BTS): Um dos significados do grupo seria “Garotos à prova de bala” e traduzindo para o português, ARMY é exército. Dessa forma, os fãs são o exército que vão proteger o BTS. SONE (Grupo Girls Generation (SNSD)): Vêm da junção de S+ONE. S de SNSD e o ONE é um em inglês, isso quer dizer que o grupo e os fãs são um só. IGOT7 ou Ahgase (Grupo GOT7): Esse é interessante. O significado original seria que I é EU em inglês, então os fãs teriam todos os 7 membros do grupo. Porém, um dos integrantes escreveu a palavra de forma errada e acabou saindo como ‘Ahgase’, que seria ‘Pequeno Pássaro’ em coreano. Até o lightstick do grupo é um mini passarinho. Black Jack (Grupo 2NE1): O nome do grupo se pronuncia "Twenty One", que lembra um jogo de cartas. Então, Black Jack, 21, é a maior combinação possível de cartas. Carat (Grupo Seventeen) - Significa "quilates", relacionado ao diamante e joias. Dessa forma, o Seventeen são os diamantes que os fãs vão ajudar a brilhar. (Cor: Quartzo Rosa e Azul Serenidade) Star1 (Grupo Sistar): Por mais que o grupo tenha chegado ao fim, o nome do fandom tem significado. As meninas acreditavam que todos os fãs são estrelas ou podem se tornar uma.
Taeyeon A integrante do Girls Generation teve seu número de celular pessoal divulgado por uma Sasaeng. A quantidade de ligação que ela recebeu foram incontáveis, incluindo mensagens de ódio e ameaças de morte por parte de outras fãs malucas. Amino Apps
Além de outros absurdos, como invasão de privacidade (alguns invadem banheiros e até, dormitórios), agressões físicas e por aí vai. Em 2016, uma lei foi aprovada prevendo multa equivalente a 15 mil dólares e pena de dois anos de prisão em caso de perseguição.
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Korea.net
Conheça o B-Pop O gênero se tornou tanto um estilo de vida, que empresas de entretenimento brasileiras estão começando a usar como inspiração para formar seus talentos. Esse fenômeno está sendo conhecido como B-Pop, o pop brasileiro inspirado no pop coreano, e vai desde o planejamento recrutamento, treinamento, até o debut, exatamente como acontece quando os grupos de K-Pop são lançados.
Febre cover
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s fãs de K-Pop são pessoas devotas: escutam as músicas, aprendem as coreografias e, principalmente, tentam demonstrar total apoio aos seus artistas, incluindo homenagens. Estamos falando do K-Cover. De acordo com o dicionário online de português, a definição para cover é: "pessoa (ou grupo de pessoas) que apresenta imitações de um(a) artista, um(a) cantor ou banda famosa", ou seja, no caso do K-Pop, são pessoas ou grupos que imitam determinada coreografia, incluindo figurino e expressões faciais de algum idol e se apresentam em eventos. Esse fenômeno virou febre no mundo todo. Todo ano acontece o maior evento cover do mundo, em Changwon, na Coreia do Sul. O K-Pop World Festival é organizado pelo Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul com o apoio de inúmeras agências governamentais e leva
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os melhores covers do mundo todo para se apresentarem no palco do festival. Os grupos são escolhidos a partir de inúmeras etapas em várias cidades no mundo todo. Em 2014, foi a vez do Brasil receber a 4ª edição em etapa regional. A seletiva aconteceu em Brasília e contou com o apoio da Embaixada da Coreia do Sul junto com o Comitê KoreaON. O evento tem por objetivo expandir a Onda Hallyu e mostrar mais cidades aptas em receber eventos desse porte. No Brasil, competições do estilo cover estão surgindo, e desde 2014, há um crescimento dos K-Covers, como são chamados os grupos covers de K-Pop, que se influenciam pelo estilo irreverente que o gênero traz e adaptam para suas vidas. As competições se misturavam à cultura jopnesa, pois eram realizadas dentro dos eventos de anime, porém, é um cenário que vem mudando, já que mais eventos exclusivos de K-Pop estão aparecendo no mercado.
O primeiro produto dessa investida foi em 2014 com o grupo Champs, composto por 5 garotos, com seus 18 e 22 anos. Gerenciados pela JS Entertainment, eles passaram a viver juntos em dormitório e até viajaram para Seul, capital da Coreia do Sul, para receber treinamento. Eles têm dois singles, o mais famoso deles, Dynamite, contém até MV. Infelizmente, o grupo não deu certo, levando ao seu ‘disband’ um ano depois. Porém, não foi o fim do B-Pop, apenas o começo, já que outros grupos começaram a surgir no mercado. Três anos após a primeira investida, o ritmo começa a ser mais aceito, tento os grupos WIBE e High Hill como grandes representantes do gênero, se apresentando em muitos eventos de K-Pop nas capitais brasileiras. Amino Apps
O POVO online
Champs Data de atividade: 2014 - 2015 Integrantes: Diego, Ricky, Kenji, Shi e Iago Empresa: JS Entertainment MV: Dynamite
YouTube
HIGH HILL Data de atividade: 2017 - atual Integrantes: Demi, Aya, Mari, Ray, Egla e Lolla Empresa: K.Ö. Entertainment MV: Não Sou Obrigada
Diário do Nordeste
WIBE Data de atividade: 2017 - atual Integrantes: André, Danny, John, Rafael, Teddy e Iago Empresa: iNOW Entertainment MV: Alma Gêmea
+Momento Entrevista+ “O mais importante de um grupo cover é poder se divertir fazendo o que gosta”
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onversei com Pedro Licursi, 24 anos, fã de K-Pop e líder do grupo cover Jokers, Rio de Janeiro, desde 2012. Além disso, ele administra o K-Pop Tournament, que organiza as mais diversas competições covers na capital carioca. Confira como foi a entrevista: Como é organizar eventos? Você vê muita oportunidade? Tem muito evento ou pouco? Aqui no Rio, a gente tem muita oportunidade de evento, porque como o K-Pop tá na moda, muitas organizações de evento procuram ter um torneiro de K-Pop para poder ganhar dinheiro, essa é a grande realidade. Então, torneio tem, a rodo, mas o problema, e o que me fez querer fazer torneios, foi ter um torneio completamente dedicado ao cover, prestando atenção nas necessidades do cover, o que ele precisa para fazer uma boa apresentação. Até porque eu sou cover, eu sei a maioria dos problemas que eles passam e eu tento solucionar nos meus torneios e, principalmente, trazer temáticas diferentes. Vejo em todos os lugares do Rio, todos os lugares do Brasil, na verdade, todos
os torneios iguais. Bom, eu como cover em si, gosto de ter coisas diferentes e a gente conseguiu ver, fazendo os torneios, que o pessoal também gosta disso, de sair dessa monotonia que são os torneios de hoje em dia. Então, se você for ver a maioria dos torneios independentes nossos, a gente sempre tenta fazer algo muito diferente, algo que os covers, além de dançar, eles consigam se divertir dentro do torneio. A gente fez o The Dance, que é com as regras baseadas no The Voice, vamos fazer o Makhai em novembro, um outro torneio que faz as batalhas de times e não de grupos. A gente consegue brincar muito com isso, não tirando o foco do torneio de dança de K-Pop, do cover, mas deixando algo diferente. Você até falou que o K-Pop tá na moda, muitos grupos covers também estão surgindo mais do que antigamente, porque você acha que isso aconteceu? Com certeza. Eu não sei ao certo se existe algum motivo pra isso, mas eu sempre vejo, pelo menos, no nicho que a gente tá que há uma onda. Antes disso, tinha a onda do Para Para, que era
do Japonês e todo mundo queria fazer Para Para, tinha um bilhão de grupos de Para Para. Agora, tá vindo o K-Pop em si, com mais força. Eu acho que juntou o útil ao agradável. Juntou o pessoal aqui do Brasil começar a ter olhos pra isso, com um investimento da Coreia em expandir isso pra fora da Coreia, começar a expandir esse produto pra outros países, para América numa forma geral. E pra você, o que significa ser um cover? Acho que a principal coisa que você tem que fazer é se divertir, porque ninguém aqui tá ganhando com isso, ninguém aqui é profissional, ninguém aqui vai viver a vida de cover. Então, você a todo momento precisa se divertir, e você precisa mostrar isso no palco, eu acho isso muito importante. Eu, pelo menos, tenho isso pra mim, um grupo cover precisa se divertir bastante, entre si, entre os grupos, ter afinidade entre os membros do grupo e, principalmente, mostrar essa alegria que você tá lá no palco. Então, o mais importante de um grupo cover é isso, poder se divertir fazendo o que você gosta.
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Conheça alguns K-Covers brasileiros Conversei com alguns desses grupos e solos para entender o que é esse fenômeno! Rachel Guarino
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Gabriela Zadra, 16 anos. Rio de Janeiro/RJ • No cover desde 2014 • Pertence aos grupos covers ‘Black D’ e ‘Aileence’. “O mundinho do K-Cover é uma coisa à parte do mundo real. Dá pra gente se sentir em casa. Fora, eu sou uma estranha louca que gosta de K-Pop, dentro dos meus grupos eu sou só mais uma. Eu posso conversar e ser louca dos grupos normalmente que ninguém vai me julgar”. Facebook
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Zen, 21 anos Rio de Janeiro
Alexandra Lauriano, 17 anos. Rio de Janeiro/RJ
Faby TiZee. Rio de Janeiro/RJ
• No cover desde 2014 • Referências: MBLAQ, U-Kiss, Boys Republic, Mr. Mr. • Pertence ao grupo Jokers
• No cover desde 2016 • Referências: BTS, EXO e alguns grupos não tão famosos. • Pertence ao grupo Jokers
• No cover desde 2008 • Pertence ao grupo Jokers • Foi técnica no evento ‘The Dance’
“Ser cover é você passar tudo que aquilo artista passa no palco. É você pegar todas as características, emoções, tudo que você puder pegar daquele conceito, daquele grupo, e passar pra plateia.”
“Eu fiz muitos amigos quando eu entrei pro K-Cover e, querendo ou não, meio que se tornou parte da minha vida. [...] Ser cover significa se dedicar ao cover que você está fazendo com um toque seu”.
“Faço cover há nove anos e ano que vem eu to pra me aposentar. Não vou sumir, mas vou sentir aquela saudade de tá ali no grupo participando com seu grupo ou solo. Vai dá saudade. “
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Daniella Auad, 19 anos. Rio de Janeiro/RJ
Ana Carolina Garcia, 20 anos. São Carlos/SP
Henrique William, 18 anos Rio de Janeiro/RJ
• No cover desde 2014 • Pertence ao grupo Queens Dance Group • Referências: Coisas mais “sexy sem vulgar”
• No cover desde 2014 • Pertence ao grupo M-pire (possui 11 integrantes) • Facebook: https://www.facebook.com/onlympire/
• Escuta K-Pop desde os 9 anos (2008). • No cover desde de 2017. • Pertence ao grupo Triple Kill e Just4Fun
“Eu não sei se posso dizer que é um hobby, porque eu to amando muito fazer isso, eu não quero sair tão cedo. É uma coisa muito importante, porque você conhece novas pessoas e é muito bom”.
“Ser cover significa podermos passar a cultura de que gostamos, apresentar dança às pessoas e, de certa forma, nos aproximarmos o máximo de nossos ídolos quando os personificamos no palco”.
“Quando a gente tá no palco ou ensaiando, é como se os problemas que a gente tivesse em casa, escola, faculdade, qualquer coisa, não existisse. É muito divertido”.
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Scarlet, 17 anos Rio de Janeiro/RJ Escuta K-Pop desde os 10 anos (2007) • Faz cover desde 2017 • Pertence ao grupo Triple Kill e Just4Fun “É uma terapia. A gente consegue se libertar dos problemas através da dança, então nos divertimos bastante. Apesar de tudo, gostamos muito”.
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Grupo Glitter - Rio de Janeiro/RJ Aline, 13 anos • Escuta K-Pop desde 2016 "Me deixa muito mais feliz". Gabriela, 19 anos • Escuta K-Pop desde 2012 “A gente passa a se vestir melhor [...] Pra mim, ser cover significa representar o K-Pop BR”. Alice, 18 anos • Escuta K-Pop desde 2014 “A gente faz muitos amigos por causa do K-Pop também”.
Matheus, 20 anos • Escuta K-Pop desde 2010 “Eu tenho vocês (os amigos do grupo)” Marcio, 20 anos • Escuta K-Pop desde 2012 “Comecei a dançar K-Pop e minha saúde tá em cima por causa da dança [...] Ser cover significa ser fiel à apresentação”.
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The Dance:
Rachel Guarino
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a batalha entre times e não grupos. Eles pensam também em ampliar seus trabalhos, “a gente busca melhorar nossa estrutura e aumentar nossa equipe, e ser realmente uma referência de formato de torneio”, João ainda
acrescenta, “todo mundo tem a ganhar com isso, ainda mais com a ascensão do K-Pop aqui no Rio de Janeiro, mostrar que não é só São Paulo ou Nordeste, mostrar que temos uma representativade tanto quanto.
A Final Conheça o evento inspirado no “The Voice”, com um toque de K-Pop
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equipe do Geração K-Pop foi cobrir a final do “The Dance”, categoria grupo, organizado pelo pessoal da K-Pop Tournament. O evento traz a mesma temática do “The Voice”, programa que vai ao ar na Rede Globo. Ou seja, os covers se apresentam no palco e são escolhidos por uma banca de jurados, formando times. Eles competiram nas várias etapas do evento que aconteceram durante o ano até chegar na grande final que aconteceu domingo, dia 10 de setembro, no Grajaú Country Club, no bairro do Grajaú, zona norte do Rio. Conversei com João Vitor, de 24 anos, faz parte do Kpop Tournament tem dois anos e foi o mestre de cerimônias do "The Dance", para entender melhor a ideia desse evento: Segundo ele, "os torneios não tinham um diferencial, e aí pegamos o formato do 'The Voice' e trouxemos para o ‘The Dance’, com a mesma questão dos técnicos e desse apadrinhamento deles. Com essa ideia, conversamos com os covers pra ver se eles topariam. Daí entramos nessa”. O evento lotou o teatro, e eles não esperavam por essa “sai um pouco da zona de conforto”, afirma o apresentador, mas enfatiza “quem pensa diferente, tem um formato diferente, apresenta problemas diferentes e a gente temos que ter soluções diferentes”. A organização já tem planos para futuro. Em novembro vai acontecer o Makhai, evento direcionado
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Pódio: 10º lugar: Sick (Técnico Tim / Música – Sherlock do SHINee)
4º lugar: Queens (Técnica Faby / Música – Wild do 9 Muses)
9º lugar: Pandora (Técnico Tim / Música – Bang do After School)
3º lugar: Dracula (Técnica May / Música Pika Burnjuck do GPBASIC)
8º lugar: Jokers (Técnico Dudu / Música – Bling Bling do iKON)
2º lugar: Vectors (Técnica Ray / Música – No More Dreams do BTS)
7º lugar: Black Candy (Técnica May / Música – I Got a Boy do SNSD)
1º lugar: Phoenix (Técnica Ray / Música – Style do Rania)
6º lugar: Lynx (Técnica Faby / Música – Love You More do XIA)
Pódio Técnicos
5º lugar: Street A (Técnico Dudu / Música – Cheer Up do TWICE)
5º lugar: Técnico Tim 4º lugar: Técnico Dudu 3º lugar: Técnica Faby 2º lugar: Técnica May 1º lugar: Técnica Ray
Rachel Guarino
bastante dificuldade no palco, mas a gente deu tudo de si, então, missão cumprida. É dever feito, isso aí. Felipe – Ia falar a mesma coisa (risos) Por que vocês decidiram participar do The Dance? Rodrigo – Por que? (risos)
Entrevista Grupo vencedor
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onversei com o grande vencedor da noite, o grupo Phoenix. Apadrinhados pela técnica Ray, os 5 integrantes, Rodrigo, Felipe, Davi, Gabriel e Luis, apresentaram uma versão de
Style, do girl group Rania. Confira o nosso bate-papo: Qual a sensação? Davi – É uma sensação de trabalho cumprido, de dever cumprido. A gente se dedicou muito. Já apresentamos essa música algumas vezes. Hoje tivemos
to boa, achei a ideia do evento muito boa, com relação a dividir os grupos, a fazer os técnicos. Mas assim, de uma forma geral, eu gostei muito. Não vou poder continuar, mas esse The Dance foi ótimo, gostei muito da experiência, de verdade. Como foi quando você recebeu a ideia de ser técnica?
Entrevista Técnica vencedora
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onversei também com a técnica dos dois grupos que ficaram em 1º e 2º lugar, além de ter sido a técnica vencedora. Ray dança desde 2013 e foi escolhida para ser jurada dessa primeira edição do The Dance. Confira: Como foi ser técnica do The Dance? Foi uma experiência mui-
Então, eu já meio que esperava que o Pedro fosse me chamar, porque ele tinha me avisado que estava pensando com relação a alguns projetos, mas eu achei a ideia muito divertida. Eu fiquei muito animada pra participar. Na seletiva então, foi muito legal, os grupos se apresentando, e a gente tendo que decidir qual que a gente vai pegar. É muito difícil, mas é muito divertido. Então eu acho que no final, a gente conseguiu entregar um resultado super bacana. Como é a primeira vez que acontece um evento desse formato com K-Pop, eu
Felipe – Porque era um evento novo e esse evento tem o formato diferente dos que a gente costuma competir, aí fizemos a audição. Rodrigo – É, foi uma ideia boa que a gente queria participar. A gente procura participar da maioria dos eventos que tem. Davi – E é sempre bom apoiar uma ideia nova. É muito bom!
achei que pode acontecer muito mais edições nesse mesmo formato. E como foi pra você ter seus dois grupos no pódio? Eu já esperava (risos). Eu desde o começo falei que eles tinham muito potencial para estarem no pódio, eu queria muito o pódio, independente de ser o primeiro, segundo ou terceiro, eu queria que meus grupos estivessem entre os 3, e eles tinham muito potencial para isso. Eu peguei dois dos grupos mais fortes e eu sabia que eles iam fazer o que eles estavam fazendo no ensaio. Eles já vêm com uma bagagem de vitória de outros eventos, então, só tive a acrescentar e eles também me ensinaram muita coisa. E é isso, a gente vai seguir, não como Team Ray, mas eu vou tá com eles, fazendo os ensaios, acompanhando, vendo música, tudo isso.
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mOda sul cOreana
Daniel Pinheiro, 21 anos Veste Stuck, Monsta X Inspiração: Twitter
Rachel Guarino, 21 anos Veste Cheer Up, Twice Inspiração: Koreaboo
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Julia Lins, 21 anos Veste Ah Yeah, EXID Inspiração:
Soompi
Leonardo Proença, 23 anos Veste BTS Inspiração:
Vagalume
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Jaqueline Navegantes, 24 anos Veste Sistar Inspiração:
Billboard
Isabella Rei, 21 anos Veste Rhythm Ta, do iKON Inspiração:
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Uma palavra da editora: “Se você parar para observar os figurinos dos clipes, vai perceber que eles são muito produzidos, é um trabalho muito bonito e bem elaborado. Por isso, o objetivo desse ensaio é mostrar que esses figurinos podem ser adaptados para o cotidiano. São roupas que você pode usar na balada, ou em passeio ao ar livre. O importante é mostrar que você pode estar na moda e se inspirar nos idols coreanos usando roupas do seu guarda-roupa.”
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Pandlr
~ COnexãao BRasil Coreia
“Foi quando me apaixonei e não larguei mais” Instagram
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intercâmbio é um mercado que cresce 15% todo ano. Segundo dados do Brazilian Education & Language Travel Association (Belta), em 2014, mais de 230 mil pessoas fizeram algum curso no Exterior. É uma experiência única para qualquer pessoa, principalmente o estudante que busca o aprendizado de outras línguas e a vivência de outras culturas. Os destinos mais comuns são normalmente o Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. Mas Angélica Moreno é uma jovem que pensa diferente. A jovem carioca de 24 anos viu seu sonho de estudar na Coreia do Sul virar realidade. Aqui no Rio, ela trabalhava em uma empresa de televisão quando o irmão já realizava um intercâmbio nos Estados Unidos. A ideia inicial era que, assim que o irmão voltasse ao Brasil, era a vez dela de estudar no exterior. O destino também seria os Estados Unidos. Porém, aconteceu que o dólar aumentou de forma absurda. Ela então começou a estudar mais sobre a Ásia, que já era algo que ela gostava, e deu essa ideia para os pais, visto que, um intercâmbio na Coreia do Sul saíria mais em conta do que para os destinos mais comuns. Ela foi então estudar por seis meses a língua coreana na Sahmyook University, em Seul, capital da Coreia do Sul. Além de estudar línguas, Angélica fez um canal no YouTube, o “pandangelica”, destinado aos que tem curiosidade de como é vivenciar de perto a cultura sul coreana. Conversei com ela um pouco de como funciona esse intercâmbio e entender porque ela escolheu justamente esse país. Segue entrevista.
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1) No Brasil, tudo ainda é muito americanizado, então como começou a ter contato com a cultura coreana? Você lembra da sua primeira experiência? Desde criança eu sempre tive uma conexão com os desenhos orientais que passavam na televisão. Fui ficando mais velha e percebendo que gostava de tudo relacionado a cultura japonesa, e em 2014 assisti o meu primeiro dorama (produção televisiva asiática, como uma novela, só que
produzido na Ásia). Foi quando me apaixonei e não larguei mais. 2) Muitos estudantes preferem fazer intercâmbio tendo como destino algum país da Europa, ou até mesmo para os Estados Unidos. O que te motivou a escolher a Coreia do Sul como destino? Eu sempre quis vir pra Ásia, e na realidade eu ia para os EUA, já que era o que eles [os pais] queriam. Mas o dólar disparou
3) Você agora está vivendo de perto uma cultura totalmente diferente da nossa. Qual foi sua primeira impressão disso tudo? Foi fácil de se adaptar? Foi muito fácil para eu me adaptar já que eu vim sabendo a maior parte do que envolve a cultura asiática. Então nada me pegou de surpresa. Mas para alguém que nunca teve nenhum contato, deve ser uma mudança muito grande. 4) Para finalizar, conte um pouquinho do porquê a Coreia do Sul seria um bom lugar para fazer intercâmbio? A Coréia é um país que seu tamanho equivale a mais ou menos o nosso Rio Grande do Sul (Obs.: Na realidade, podemos comparar com Pernambuco. O Rio Grande do Sul é bem maior), e mesmo um país desse tamanho, é uma das maiores potências mundiais. Em 1997 o país declarou falência e hoje, o país já pode se dizer completamente recuperado. É um país que coloca o estudo como prioridade desde a infância, e comparando a outros países, é um preço muito acessível, já que não se tem muita procura de estrangeiros ainda. São portas que estão se abrindo. Estrangeiros aqui são uma porcentagem muito pequena, e isso é uma boa oportunidade tanto para nós, quanto para o país. Então diria que a Coréia do Sul é um ótimo país para se fazer intercambio.
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comparado ao real, foi aí que ofereci para os meus pais a ideia de eu vir pra Coréia, que é bem mais em conta que EUA. E outra coisa, é que me interessei mais pela língua coreana que qualquer outra língua asiática, já que eles trabalham com sistema de alfabeto mesmo. É um alfabeto diferente, mas é alfabeto. Então pareceu uma língua bem mais acessível. E a Coréia é um país que está se desenvolvendo muito.
Cada vez mais, a Coreia do Sul vira destino turístico, seja para intercâmbio ou apenas para conhecer. Dos 1.235 brasileiros com quem falei, 87,6% afirmou que faria sim um intercâmbio para o país. Conversei um pouco com a World Study, agência brasileira que oferece programa de intercâmbio, para entender melhor o que motiva a procura pela Coreia do Sul. 1) Quando vocês perceberam que seria interessante oferecer pacote de intercâmbio para a Coreia do Sul? Há muita procura pelo país? Nós temos intercâmbio para Coreia do Sul há muito tempo, porque apesar de muitos acharem que não é comum, existe um público muito forte para cultura asiática de modo geral e nós conseguimos enxergar isso. A procura iniciou com Japão mas logo se expandiu para China e Coréia e, hoje, temos mais procura por Coréia. Não podemos comparar com destinos que falam inglês, porque quem quer fazer intercâmbio na Coréia tem um perfil mais específico, mas proporcionalmente podemos dizer que existe grande procura. 2) Qual é a faixa etária dos que procuram por essa oportunidade? Geralmente atendemos pessoas entre 15 e 30 anos. Por ser um público bem específico, crianças nutrem o interesse e curiosidade pela cultura geralmente a partir dos mangás e começam a pensar na ideia de fazer intercâmbio na adolescência. Por ser um destino mais distante e não tão conhecido pela população, inclusive pelos pais, é comum que eles venham a realizar de fato o programa entre os 20 e 30 anos. 3) Quais são os principais motivos das pessoas que desejam o intercâmbio no país asiático? São pessoas que se apaixonam pela cultura. Gostam de ler mangás, ouvir k-pop e também curtem animes e cosplay. É realmente bem específico e as pessoas que tem afinidade com esse estilo criam uma relação com o país de modo geral e querem realmente ir pra lá, ver como vivem e experimentar a vivência cultural.
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Kpop NOW!
curiOsidades
Curiosidade: Função dos Idols
Cada idol é escolhido por uma razão e exerce uma determinada função dentro do grupo. Se é um artista solo, é necessário que se tenha a maioria delas. As funções são: Líder, Visual, Face, Vocalista principal, Vocalista líder, Vocalista de apoio, Rapper principal, Rapper líder, Dançarino principal, Maknae.
VOCAL fy! kihyun
Vocalista Principal (Main Vocal) - Como o nome já diz, é o principal vocalista, o que tem maior número de linhas nas músicas. A voz tem que ser resistente para aguentar as performances e rotinas de shows. Exemplo: Kihyun do Monsta X (foto) foxfufee
Vocalista líder (Lead Vocal) - É o que tem um timbre muito bom, com uma voz única e marcante. Na maior parte das vezes, canta as notas que os outros não conseguem, nem mesmo o vocalista principal. Exemplo: Sunny do Girls Generation (foto) LAYnyDays
Vocalista de apoio (guia) - É o membro que ajuda na harmonização da música, mesmo tendo o menor número de linhas. Exemplo: Lay do EXO (foto)
RAPPER
kcrush
Rapper principal - É o integrante responsável pelo rap mais forte na música. Ficam com a maior parte dos rap. Exemplo: Zico do Block B (foto)
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Rapper líder - Tem como responsabilidade completar o rap principal. São muito bons no rap, às vezes devido a sua agilidade, mas não a ponto de serem considerado principal. Exemplo: Jackson do GOT7 (foto)
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DANÇARINO THE SHOW
Dançarino principal - É o membro que mais sabe dançar. Trabalha junto com o coreógrafo e responsável por mostrar um melhor desempenho durante à performance. Exemplo: Hoshi do Seventeen (foto) THE SHOW
Dançarino líder - Tem quase as mesmas habilidades que o dançarino principal, domina bem a coreografia, e tem destaque durante as performances. Exemplo: Irene do Red Velvet (foto)
OUTROS Hyukcorn
Líder - Basicamente, o porta-voz do grupo. É de responsabilidade do líder ser a ponte entre a empresa e os integrantes do grupo, cuidando dos interesses dos mesmos. Normalmente é a pessoa que a empresa considera mais madura. Exemplo: G-Dragon do BigBang (foto) OneHallyu
Face - É o membro mais popular do grupo. É dada depois do debut, a partir da reação dos fãs. Quem for Face tem a responsabilidade de usar sua popularidade à favor do grupo. Exemplo: Hani do EXID (foto) Pinterest
Visual - Perante a empresa (e segundo os padrões de beleza coreanos), é o membro mais bonito do grupo. Quem for visual, terá sua imagem mais explorada nos MVs, mesmo sem querer, seu rosto acaba ganhando mais foco. Exemplo: Jin do BTS (foto) Jelly Magazine
Maknae - É o membro mais novo. Função apenas por questão cultural, mas tem a responsabilidade de fazer aegyo, promover brincadeiras dentro do grupo e ser mimado pelos integrantes mais velhos. Exemplo: Taemin do SHINee (foto)
FONTES: • LIVRO K-POP: MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA • AMINO APPS
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A censura no K-Pop FONTES: • KPOP NOW • REVISTA KOREAIN • SEGUNDA ESTRELA
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odo país possui um órgão que fiscaliza a faixa etária dos produtos consumidos pela população, seja jogos, desenhos, filmes, música e, até mesmo, programas televisivos. Esse órgão existe com o objetivo de impedir que os mais novos consumam conteúdo violento ou sexual, que possa prejudicar o seu desenvolvimento de forma saudável. Na Coreia, esse órgão é MOGEF (Ministério da Igualdade de Gêneros e Família), que decide a classificação etária das músicas e videoclipes, além de decidir qual vai ser banido da TV aberta. Porém, qualquer ato considerado ‘impróprio’ por eles, será banido, seja uma palavra, um gesto ou um item específico, já é motivo para tirar do ar. As mulheres, muitas vezes, são as que mais sofrem censura. O cantor Lee Joon, do MBLAQ, revelou em entrevista: “Quando os grupos fazem conceitos sexys e revelantes, homens são considerados legais e mulheres são injustamente taxadas de baratas e que só querem atenção”. Confira alguns desses MVs: Rain Love Song (2010) Motivo: No começo do vídeo, o cantor é visto correndo no meio da rua. Isso foi motivo para censura, pois isso vai contra as Leis de Trânsito da Coreia do Sul. YouTube
BigBang Bae Bae (2016) Motivo: Muitas mensagens sublimanares que remetem à sexo, tanto no MV quanto na própria letra da música. Um trecho diz “meu sangue corre em direção a você” (lê-se ereção). Além do mais, há a cena em que o integrante T.O.P jorra um líquido (lê-se esperma) para cima da mulher, através de uma siringa. Todo o MV em si foi considerado impróprio.
Orange Caramel Catallena (2014) Motivo: O MV é todo estranho, mas até que fofinho num ponto de vista, então o que fez ser banido? Simplesmente porque a censura entendeu que a cena das meninas embaladas num prato de sushi seria um ato de desvalorização da vida humana. YouTube
YouTube
Brown Eyed Girls Abracadabra (2010) Motivo: O MV possuía a temática BDSM (Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo), beijo lésbico e toques em partes íntimas. O grupo teve que lançar um vídeo com uma versão só de dança para conseguir ser transmitido na TV.
Dalshabet - Joker (2015) Motivo: Em coreano, a palavra Joker é escrita como “조커”, no qual a pronúncia pode ser algo parecido com “Joh-Kuh”, que falando rápido, pode se tornar uma expressão que os coreanos usam para “pinto grande”. YouTube
YouTube
Bônus: PSY Gentleman (2013) Motivo: No começo do vídeo, ele é visto chutando um cone de sinalização. Isso foi considerado depredação de patrimônio público. YouTube
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Artigo O K-Pop sobrevive ao conservadorismo?
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endo os MVs de K-Pop, apresentações, programas de variedades, ou até mesmo, o estilo das roupas dos idols, pode pensar que na Coreia do Sul, tudo é festa (principalmente se comparando com seu vizinho, Coreia do Norte). Que deve ser incrível viver nesse mundo de dança, canto, de homens bonitos e de mulheres elegantes. Não pode estar mais enganado. A Coreia do Sul vive sob um conservadorismo que vem de anos. Influenciado por uma religião que surgiu desde o antigo período dos Três Reinos da Coreia (57 AC - 668 DC), de influência Chinesa, o Confucionismo. Além de ser visto como uma religião, o Confucionismo determina uma filosofia, ética social, ideologia política e um modo de vida de uma sociedade, sendo permeado até os dias de hoje, como o ato de respeitar os mais velhos e a importância dos estudos, além de alguns conceitos que despreza a homossexualidade, pois acreditar que confunde a ideia de família, e traz a ideia da mulher como inferior ao homem. Até aí, nada novo sob o sol. Porém, em outras sociedades, isso já é coisa do passado, pois bem, parece que o passado ainda não deixou a Coreia. Muita coisa mudou, não dá para negar, e continua o processo da mudança, e a onda Hallyu está ajudando a mudar esse cenário.
Porém, nas entrelinhas, ainda existe muito conservadorismo em uma sociedade que é tão rica culturalmente. Por esse pensamento ainda estar enraizado na sociedade, é muito difícil você ver algum idol assumindo ser homossexual. Isso é um tabu enorme. Em 2008, um modelo sul coreano cometeu suicídio depois da enorme pressão popular que sofreu, além da resposta negativa por se assumir homossexual de forma pública. É contraditório pensar que os fãs ficam felizes em imaginar, apenas imaginar, dois idols, seja masculino ou feminino, formando um casal (o fanservice mais forte entre os idols é o skinship). Tudo é lindo e desejado, um beijo seria como um presente para os fãs, mas claro, desde que os artistas não sejam de fato, homossexuais. Aí não pode. Além disso, sexo? O que é isso? Eles não conversam sobre, nem com os amigos e nem com a própria família. Eles levam a sexualidade (e talvez a perda dela) muito à sério. E as mulheres então? Ainda lutam para conseguirem seu espaço, tanto no dia a dia, quanto na indústria do entretenimento. O machismo é perceptível dentro do K-Pop: Nos MVs masculinos, elas são sempre rebaixadas, quanto não, são hipersexualizadas. Até nos
próprios MVs dos grupos femininos, ou são músicas consideradas fofas ou de conteúdo sexual, sendo essa muitas vezes, censurada na TV aberta. E as drogas? Onde se encaixa nessa sociedade? Simplesmente não se encaixa. As leis anti-droga são bem severas. O uso ou a venda de qualquer tipo de droga são considerados graves, podendo resultar em prisão. Um cantor foi dispensado do serviço militar e levado à justiça por ser pego usando drogas. Qualquer deslize que o artista tenha, seja por orientação sexual, sexualidade, uso de drogas, ou até mesmo, escândalos dos mais variados, incluindo as de namoro, os fãs e a população sul coreana em si, estará pronta para apontar o dedo e julgar. Então, apesar de tudo isso, como o K-Pop, um estilo tão irreverente, tão inovador para uma cultura que ainda vive presa à estereótipos antigos, pode sobreviver e crescer de forma tão rápida perante à essa sociedade? Talvez, uma forma de mascarar esse conservadorismo que assombra a Coreia do Sul, ou, de certa forma, seja um grito de liberdade, um processo para que as barreiras comecem a ser quebradas, transformando àquela sociedade em algo muito mais do que está acostumado. Rachel Guarino é jornalista.
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Iago Leiria, 22 anos, estudante de Relações Públicas da La Salle e estudioso com relação à cultura sul coreana. Faz curso de coreano e é apaixonado pelo K-Pop. Seu trabalho de conclusão de curso está sendo sobre as empresas sul coreanas, então conversamos um pouco para saber o que ele poderia nos contar mais sobre isso.
1) O que você pode me contar da cultura? Que é muito diferente (risos) tanto nos grandes detalhes como em coisas muito simples. O tratamento, a comida, a língua (até na forma de estruturação), tudo mesmo. Mas é uma cultura linda que nem sempre as pessoas (de fora) entendem ou querem entender simplesmente por ser diferente. 2) Você acha que é uma cultura que já está influenciando na sociedade? A Coreia está crescendo muito, mais em expansão cultural, e está ficando bem conhecida aqui e pode ser sim que tenhamos mais impacto da cultura deles. Mas isso demora. Muitas pesso-
as, por exemplo, que gostam do K-Pop buscam aprender sobre o país, o que mostra que por meio da cultura que eles estão expandindo, a gente está despertando um interesse pelo país, cultura, sociedade como um todo. 3) E sobre empresas, o que você pode me falar delas, principalmente as de entretenimento? As empresas de entretenimento na Coreia, principalmente de música, não funcionam como aqui no ocidente, são basicamente fábricas e a música é o entretenimento e visto como um negócio, que dá muito dinheiro pra Coreia, até porque, a música, por exemplo, é um instrumento econômico do governo pra trazer retorno pro país e expandir a cultura. As empresas trabalham basicamente com exportação de cultura.
4) E quais são as coisas boas e ruins do K-Pop ou da cultura em si? Coisas boas são o conhecimento, principalmente na Ásia e nos costumes que são diferentes, além de conhecer outra cultura que agrega muito na sua própria. No K-Pop a mesma coisa, o conhecimento de outros estilos musicais, cultura e tudo mais. O ruim é porque o K-Pop funciona como uma espécie de alienação também. É como se fosse a mesma estratégia da Apple: Ela cria um produto, que são os grupos e vende esse produto. Só que antes do mercado matar esse produto (caindo no esquecimento ou surgindo um produto melhor), as próprias agências matam o próprio produto criando um novo, ou seja, novos grupos. Assim você fica naquele ciclo vicioso eterno, sempre com algo novo e com coisas sendo descartadas a todo momento.
Recordes e conquistas All Kpop
A cantora BoA faz grande sucesso tanto na Ásia, quanto no resto do mundo. Ela foi a primeira cantora a fazer suas promoções na América do Norte, com direito a singles em inglês.
sarangingayo
Wikipedia
SHINHWA é o grupo de Kpop mais antigo que existe e que continua na ativa. Eles debutaram em 1998 e continuam até hoje. O grupo também foi o primeiro a ter sua própria agência, a SHINHWA Company.
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A cantora Chae Yeon foi a primeira a lançar o conceito sexy, em 2000, antes disso, os grupos femininos só faziam músicas de conceitos fofos.
BTS foi o primeiro grupo a ganhar um prêmio na Billboard Music Awards, nos Estados Unidos. Além disso, BTS também se tornou o primeiro grupo de K-Pop a entrar no top 10 de álbuns mais vendidos da Billboard, com a faixa 'Love Yourself: Her'.
YouTube
O grupo TVXQ também entrou para o Guiness, em 2008, como o grupo com o maior fã clube oficial, que foram 800.000 Cassiopeias (nome do fandom). Amino Apps
Billboard
O rapper PSY entrou para o Guiness Book por ter o maior número de visualizações e likes em um vídeo no YouTube, com Gangnam Style. A marca já passa dos 2 bilhões de views. YouTube
Girls’ Generation é o único girl group a vencer a categoria “Video of the Year” na premiação americana YouTube Music Awards.
Boombayah, do grupo BlackPink, foi o vídeo de debut mais visto, dentro de um período de 24 horas. YouTube
korea.net
Fantastic Baby, do BigBang, foi o primeiro vídeo de boy group a atingir 250 milhões de visualizações, e Gee, do Girls Generation, foi o primeiro vídeo de girl group a atingir 100 milhões de visualizações. Billboard
Girls Generation é o grupo de K-Pop mais premiado (contando premiações nacionais, internacionais e programais musicais), com 230 prêmios na bagagem.
O MNET Asian Music Awards, mais conhecido como MAMA, é a principal premiação da música sul coreana e acontece anualmente.
Billboard Philippines
Knock Knock do Twice se tornou o vídeo de girl group com mais acessos no dia de lançamento, com 9,8 milhões de visualizações. O MV é o vídeo de um girl group a ter conquistado em menor tempo 20 milhões de acessos no YouTube. FONTES: • AMINO APPS • O GLOBO • OMELETE. • MIDIORAMA
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O dia que conheci os monstros que vão conquistar o K-Pop
“CONSEGUI, COMPREI OS NOSSOS INGRESSOS PARA O MONSTA X” e foi asism que minha amiga me contou que iríamos para o show do nosso grupo favorito de K-Pop, o Monsta X na Argentina. Coração foi a mil na hora! Começa a corrida para comprar passagem e reservar hotel. Com tudo já previamente preparado, um mês depois, estava na hora de embarcar. E a partir daí começa a maior loucura que três meninas loucas fariam por seus ídolos. Passadas as mais longas 12 horas da minha vida, chegamos enfim ao país que receberia os monstros do K-Pop. Faltando poucas horas para o show, fomos direto para a arena retirar nossos ingressos (14h). Em um sorteio envolvendo os ingressos da área VIP, consegui ter acesso ao Hi-Touch, que aconteceria antes do show! Que emoção ao saber que veria meus ídolos ainda mais perto do que eu imaginava. Com a credencial no braço, fui para a fila esperar minha vez.
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Lá, conheci uma argentina muito fofa, que acabaria por ser minha companheira pelo resto da noite. O Hi-Touch foi muito rápido, mas inesquecível. A ordem foi Jooheon, Minhyuk, Kihyun, Shownu, Wonho, Hyungwon e I.M. Jooheon era muito alto, mais do que eu esperava, levava um leve sorriso, mas um pouco sério, com lentes coloridas e muita maquiagem (parecia personagem de anime). Minhyuk era alto também, e tinha um sorriso muito discreto (depois me toquei que ele estava tentando ser sexy. Olha, devo dizer que conseguiu) mas não deixou de ser simpático. Kihyun foi o que mais me surpreendeu, sorria com vontade e olhou dentro dos meus olhos (me senti impactada por aquele sorriso). Logo em seguida, Shownu, aqueles olhinhos dele e pele morena se destacando, fiquei até sem ar, ele estava meio curvado para não parecer tão alto. Wonho em seguida, todo metido, com a coluna ereta e um leve sorriso. Hyungwon também levava um
Arquivo Pessoal
leve sorriso, mas não sei explicar, era muito sincero o sorriso dele, te trazia uma paz, te envolvia (Ps.: ele era muito alto, mas não estou surpresa). E por ultimo, mas não menos importante, I.M, o Maknae, mais baixo que o Kihyun (ele, de verdade, senti que era do mesmo tamanho que eu) deu um sorriso leve, mas sincero, fechando os olhos com leveza. Saí de lá aos prantos! E para todos, só consegui fazer um olá de forma curvada e não consegui apenas bater na mão, tive que segurar pois não queria mais soltar. Pois bem, eu e minha mais nova amiga argentina, corremos para a fila do portão da área VIP, pois queríamos um ótimo lugar. Entramos. Não ficamos na grade, mas nosso lugar estava maravilhoso. A ansiedade batendo, cada gritaria, cada movimentação no palco, fazia meu coração parecer carro de Formula 1. Ficou tocando músicas do CD de Beautiful, até que... BOOM... Começa a rodar um filme para introduzir os meninos e, do nada, 7 maravilhas da natureza
aparecem no palco se preparando para Beautiful. A galera foi à loucura. Depois emendaram com Incomparable. Sem tempo para digerir o que estava acontecendo, veio Hero, meu coração de Monbebe não aguentou tanta emoção, com um hino desses. Aí sim, foi a vez de respirar e darem o ar de sua graça para o público presente... Falaram durante um bom tempo, fizeram graça com a galera da Argentina, com palavras em espanhol e muito “te amo/te quiero/Los amo”, me senti até una Chica Argentina. Depois, tivemos Ex Girl cantada maravilhosamente. Em seguida, foi a vez de White Love, fazendo o coração das Monbebes derreterem. Logo depois veio Jooheon, Minhyuk, I.M e Kihyun fazerem graça para o público, até que Wonho, Shownu e Hyungwon se juntaram nas brincadeiras, deixando os 4 saírem. Depois de muito falar e brincar, os 7 se reuniram novamente para cantarem Ready Or Not (o fundo e os efeitos especiais estavam maravilhosos nessa hora). Em seguida, veio Oi com um dos rappers mais incríveis do Jooheon. Logo a seguir, todos saíram e começou a passar um mini vídeo deles respondendo algumas perguntas. Depois veio a parte mais aguardada da noite, pelo menos para mim: as units. Primeiro foi From Zero, do Wonho com Hyungwon (Pelos vídeos feitos pelos fãs na internet, não dá pra ter noção do quanto o Wonho é forte. Sério, ele é um monstro, e sabe disso). Depois veio Dj. H.One (Nome de Dj do Hyungwon) dominar o palco e QUE DJ, me senti em um Ultra da vida ou na Tomorrowland. Após alguns remix, principalmente de Beautiful, foi a vez do Jooheon entrar em cena: ele cantou BAM!BAM!BAM! sob a batida do Hyungwon. Enfim, depois veio o ‘trio maravilha’, Shownu, I.M e
Minhyuk apresentando um cover de 24k do Bruno Mars, e que apresentação incrível. Mas aí, aí meus amores, o meu coração veio na mão, comecei a chorar sim, porquê? Porque foi a vez de Mirror com Jooheon e Kihyun; essa apresentação arrepia qualquer pessoa, linda demais! Depois de todos se apresentarem, veio a coisa mais fofinha, todos se juntaram com as roupinhas mais fofinhas do mundo (Hyungwon com um lacinho lindo no pescoço) para cantarem Need U. Em seguida, teve apresentação de Honestly. Depois, eles se espalharam pelas escadas do palco e cantaram I’ll be there, música que o Wonho fez para os Monbebes (dava pra ver o orgulho do bichinho). A seguir, uma das melhores partes: começaram a cantar Sweetheart e a jogarem doces para o público (infelizmente não tive a sorte de conseguir pegar, mas vida que segue). Pronto, achei que tinha acabado ali, pois eles ficaram falando “gracias” e saindo do palco, pensei “nossa, só isso”, mas não. Começou mais um mini filme de três capítulos (Alô Starship? Quero esses vídeos na minha mesa agora) para darem tempo de eles mudarem de roupa. Retornaram com Shine Forever. Logo eles emendaram com Be Quiet. Em seguida o momento MAIS LINDO do show, sem exageros, comecei a chorar que nem criança e fiquei toda arrepiada: eles começaram a cantar Broken Heart (minha música ninguém sai), e foi lindo porque conforme eles iam cantando, as luzes iam se ascendendo sobre eles, e mais lindo ainda se você olhasse ao redor: todos da plateia, TODOS, com a lanterna do celular ligada, fazendo um clima emocionante (fiquei arrepiada só de lembrar). Eles começaram a cantar
Blind, nunca tinha visto uma performance dessa música, então foi incrível ver eles cantarem. Depois vieram com All In, emendando com uma versão rock de Trespass (nessa hora o Minhyuk ficou absurdamente perto da onde eu estava) e versão rock de Rush. Fizeram mais algumas graças e finalizaram com Fighter e aí... Acabou! Pera, achou mesmo? Que nada. O pessoal começou a pedir enlouquecendo por encore, até que eles me aparecerem com as roupas que usaram nos primeiros shows nos tempos de debut cantando No Exit. Depois eles cantaram, pra finalizar de verdade, Last Page, que não podia faltar, e foi lindo que no final da música, papéis começaram a ir pelo ar, ficou um clima muito bonito! Eles andando pelo palco, cada vez mais perto do público. Energia sensacional. No final, ainda ficaram cerca de uns 5 minutos só agradecendo. E aí sim, acabou! Que dor no coração quando acabou. Pequenas observações: O show começou 20h30, em ponto, e terminou 23h10. Os efeitos especiais de palco estavam sensacionais. Eles realmente se preocuparam em dar o melhor entretenimento para os fãs. Saí do show anestesiada, com um sorriso no rosto que me acompanhou por dias. Voltei para o Rio com a certeza de que foi a melhor experiência da minha vida. Afinal, o primeiro show de K-Pop a gente nunca esquece. 사랑해 Arquivo Pessoal
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YouTube
Entrevista José Noberto Flash, jornalista “Recebo muitos pedidos de shows de artistas de k-pop”
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osé Noberto Flash é jornalista e editor de diversão e arte do jornal Destak. Ele é conhecido pelos fãs de diversos artistas, sendo de K-Pop ou não, pois é por ele que se sabe, muitas vezes em primeira mão, os eventos que vão acontecer no Brasil. Conversei com ele para entender melhor como isso funciona e o que ele pensa dessa Onda Hallyu que se alastra pelo país. 1) Como e por que passou a se interessar e receber notícias dos eventos de K-Pop? Eu anuncio shows de vários gêneros, dentro do mundo da música pop. Então não tinha por que não falar sobre k-pop. 2) Você sempre noticia em primeira mão os artistas que vêm para o Brasil. Como consegue receber essas informações? Faço isso há muito tempo. Como há preocupação com a veracidade das informações, a quantidade de fontes acaba crescendo. 3) Você percebe um crescimento no número de
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fãs desse gênero musical aqui no Brasil? A que você atribui a isso? Sim, o k-pop tem crescido. Recebo muitos pedidos de shows de artistas de k-pop. Normalmente os grupos são ligados a agências de entretenimento, que criam vídeos bem produzidos e postam na internet. O público se interessa. Cria-se um movimento.
5) Qual foi sua reação quando ouviu falar sobre essa cultura pela primeira vez? Procurei saber o que estava rolando, da mesma forma como faço quando ouço falar sobre alguma outra novidade.
“Muitos fãs comentam que inseriram o k-pop em seu gosto musical”
Por enquanto, é um movimento mais forte entre fãs e mídia especializada. A grande mídia ainda não cobre.
4) Fãs de K-Pop o procuram em busca de alguma informação ou para fazer algum pedido? Como você lida com isso? Sim, procuram muito. Pedem shows de seus artistas preferidos, perguntam se certo artista vem… Lido com isso naturalmente, da mesma forma como converso sobre bandas de rock com os fãs do gênero, por exemplo
6) O que você acha sobre a aceitação da crítica e da mídia brasileira aos grupos de K-Pop?
7) Você acredita que a cultura do K-Pop, em algum momento, possa a vir a influenciar aos brasileiros de alguma forma? Já está influenciando. Muitos fãs comentam que inseriram o k-pop em seu gosto musical, alternando com outros gêneros. Já se notam vários grupos de brasileiros ensaiando passos vistos em vídeos de grupos de k-pop, da mesma forma como há grupos que ensaiam passos de popstars americanos e ingleses.
A Bahia de todos os povos
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http://theartpark.co.kr
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