semeando a cidade
Fazenda Urbana
Rafaela
Ferreira
Carvalho
"A agricultura é uma técnica que planta, cultiva, semeia e alimenta todos nós, ela é a vida em sua forma mais pura."
semeando a cidade
Fazenda Urbana Rafaela Ferreira Carvalho
Trabalho Final de Graduação para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO - USF ORIENTADORA: Carolina Nunes
Bragança Paulista 2021
Aos meus pais, que durante toda a vida, mas especialmente nesses cinco anos foram meu alicerce, sem eles nada seria possível. É deles também o mérito de minha conquista.
Agradecimentos Agradeço primeiramente à Deus, que de forma singular me conduziu até aqui e me fez forte diante dos obstáculos que enfrentei pela minha trajetória. À minha mãe Catarina, que me ensinou desde muito cedo que tudo é possível, basta acreditar e trabalhar duro para conquistar. Me apoiou incondicionalmente esses anos, agradeço todo amor e paciência.
Ao meu pai Pedro, que sempre esteve ao meu lado e torce muito pelo meu sucesso. Sou sua maior fã. Obrigada por me ensinar com muito amor a valorizar nossas raízes. Aos meus irmãos Thamires, Fábio e Gabriel, meus familiares e amigos que sempre
estiveram ao meu lado e me incentivaram ir além. Aos professors que fizeram parte desta trajetória e a duas grandes amigas, Milena e Giovanna, que estiveram ao meu lado desde o início e foram meu suporte diversas vezes, aprendemos muito e dividimos conhecimentos, amizade que levarei para a vida. À minha orientadora Carol, que me apoiou e não mediu esforços para me auxiliar durante o desenvolvimento deste trabalho. À todos que de alguma forma, direta e indiretamente, contribuíram para que eu pudesse
chegar até aqui.
OBRIGADA.
Sumário
11
12 12
JUSTIFICATIVA
02
semeando a cidade
Fazenda Urbana
2. Justificativa
3.1. O conceito de agricultura 3.2. Tipos de agricultura 3.3. Agricultura orgânica 3.4. Agricultura comercial 3.5. Agricultura de subsistência 3.6. Permacultura 3.7. Agropecuária 3.8. Agicultura no Brasil e no mundo 3.9. Agricultura em países desenvolvidos e subdesenvolvidos
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14 14 15 15 16 16 17 18
FAZENDA URBANA
Introdução
1.1. Gerais 1.2. Específicos
5.1. Conceito de Fazendas 5.2. O que são as Fazendas 5.3. Hidroponia, Aeroponia 5.4. Sistema NFT (Nutrient Technique) 5.5. Diferença entre hidro produção orgânica 5.6. A importância das Faz para as cidades
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04 CONSUMO DE ALIMENTOS NO BRASIL
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05
03 A AGRICULTURA
Resumo
OBJETIVOS
01
4.1. Consumo de alimentos e logística de transporte 22 4.2. Adensamento populacional x fome 25 4.3. A pandemia do COVID-19 no cenário brassileiro 27 4.4. A popularização do alimento orgânico e a mudança na alimentação das pessoas 28
09 7.1. O recorte da área 7.2. Expansão Urbana 7.3. Levantamentos
9.1. Conceito 9.2. Partido 9.3. Diretrizes 9.4. Programa de necessidades 9.5. Organograma 9.6. Fluxograma 9.7. Implantação 9.8. Plantas 9.9. Cortes e Detalhamentos 9.10. Elevações 9.11. Imagens 3D
75 76 77 78 81 82 84 85 91 95 98
08 6.1. Local Garden Vertical Crop 6.2. Ilimelgo Vertical Urban Farm 6.3. SEG.MEN.TO. – Sistema Expansível Rural 6.4. AeroFarm – EUA
44 46
48 50
A ESCOLHA DO TERRENO
06 REFERÊNCIAS
52 53 54
O PROJETO
Urbanas 31 s Urbanas 32 a e Aquaponia 34 t Film 40 oponia e 40 zendas Urbanas 41
LEITURA URBANA
07
8.1. 8.2. 8.3. 8.4.
Contextualização do local Contexto histórico O terreno Levantamentos
66 68 69 72
Referências Bibliográficas
112
Resumo
Abstratc
O desenvolvimento do presente trabalho busca resgatar a importância da agricultura e de seus métodos de produção e ressignificar a relação campo-cidade a partir da crescente urbanização, o homem do campo é visto hoje como alguém ignorante pelas pessoas que habitam as cidades e o trabalho que ele faz é visto como um atraso em relação às tecnologias do mundo moderno e isso acaba fazendo com as pessoas se esqueçam de que sem o produtor rural o ciclo da vida não gira de forma correta, ainda somos muito dependentes do meio agropecuário rural. Este trabalho busca também mostrar que as Fazendas Urbanas é uma nova forma de reinventar as cidades, através da produção e distribuição de alimentos e da arquitetura. A intenção final é projetar um espaço que agregue valor à cidade, possua espaços de cultivo, comercialização dos produtos e ensino sobre a importância e métodos de agricultura.
The development of this work seeks to rescue the importance of agriculture and its production methods and reframe the countrycity relationship from the growing urbanization, the rural man is seen today as someone ignorant by the people who inhabit the cities and the work that it is seen as a delay in relation to the technologies of the modern world and this ends up making people forget that without the rural producer the life cycle does not work correctly, we are still very dependent on the rural agricultural and livestock environment. This work also seeks to show that Urban Farms is a new way of reinventing cities, through the production and distribution of food and architecture. The ultimate intention is to design a space that adds value to the city, has spaces for cultivation, marketing of products and teaching about the importance and methods of agriculture.
Palavras-chave: Agricultura. Produção. Centros Urbanos. Fazendas Urbanas.
Keywords: Agriculture. Production. centers. Urban Farms.
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Urban
Introdução Nos dias de hoje negligenciamos um dos ciclos mais importantes da existência humana. Estamos tão acostumados com à correria da rotina nos grandes centros urbanos, que vivemos no automáticos, vamos ao supermercado e já estamos habituados às prateleiras e aos alimentos industrializados, esquecemos completamente, e outros ainda, nem imaginam como é produzido aquele alimento, qual o caminho ele percorre até chegar ali. Além disso, o mundo vem passando por um crescente adensamento populacional, o que significa que precisaremos de um aumento na produção de alimentos, visto que a demanda será cada vez maior, e que precisamos além de abastecer os grandes centros urbanos gerar o mínimo de impacto ambiental possível. A população e as grandes cidades devem acompanhar esse ritmo de crescimento e se adaptar as novas tecnologias que irão surgir.
Diante dessas informações surgem questionamentos quanto ao modelo de agricultura tradicional, pois sabe-se que ela causa grandes impactos ambientais negativos, como a poluição durante o transporte até os centros urbanos, e que seu modelo não é tão eficiente assim. Nesse modelo tradicional de produção grande parte dos alimentos se perdem pelo caminho, devido ao manuseio errado e as longas distâncias que o campo se encontra da cidade. Segundo a Agência Nacional Brasileira, as perdas na produção de frutas chegam a 30% e as hortaliças ultrapassam esse valor após a colheita. Após esse panorama, devemos questionar qual a eficiência desse modelo tradicional de abastecimento dos grandes centros urbanos e qual seria uma alternativa viável para o abastecimento desses centros com o crescente aumento populacional.
semeando a cidade
Fazenda Urbana
A partir destes questionamentos surgem conceitos novos de agricultura, um deles são as chamadas Fazendas Urbanas, que é uma nova forma de cultivar alimentos dentro do perímetro urbano das grandes cidades, esse formato de produção agrícola é uma alternativa para produzir alimentos em larga escala, em ambientes monitorados, garantindo assim sua qualidade. Esse modelo também facilita o manejo e distribuição, evitando dessa forma o desperdício durante o transporte, já que o alimento que será produzido está próximo ao consumidor final nas grandes metrópoles. A implantação dessas Fazendas Urbanas nas grandes cidades aproxima o consumidor do alimento, facilita a logística, gera empregos e melhora a economia local, minimiza o impacto no meio ambiente, é uma nova experiência na produção alimentar e na qualidade de vida dos grandes centros urbanos, é a reinvenção da agricultura nas cidades.
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1. Objetivos
2. Justificativas
1.1. Objetivos Gerais O objetivo do presente trabalho é o desenvolvimento do projeto de uma Fazenda Urbana que será implantada no bairro de Itaim Bibi na capital paulista, inovando o conceito de agricultura e produção de alimentos, através de técnicas como a hidroponia para o abastecimento dos grandes centros urbanos de uma forma mais sustentável.
Com o crescente aumento populacional no mundo e uma expansão desordenada das áreas urbanas a disponibilidade de alimentos é cada vez mais escassa, porque quanto mais pessoas no mundo maior a demanda por alimentos, e maior a necessidade de solo para o cultivo. Sabemos que a agricultura tradicional não irá conseguir sozinha suprir os grandes centros urbanos, e que ela trás impactos negativos para o meio ambiente, além de grande parte da produção se perder no transporte até as cidades, visto que o campo se encontra cada vez mais distante das áreas urbanas. Nesse cenário, surgem as Fazendas Urbanas, uma alternativa sustentável, com a possibilidade de produzir alimentos de qualidade em larga escala próximo a grande demanda de consumo, que são as grandes cidades.
1.2. Objetivos Específicos • Resgatar a importância da cultura agrícola e a relação campo x cidade; • Criar espaços para comercialização dos produtos, espaço destinado à capacitação e espaços de convivência para as pessoas; • Promover mais saúde e qualidade de vida na cidade de São Paulos no bairro de Itaim Bibi; • Produção de alimentos mais próximo da grande demanda de consumo, evitando o desperdício no transporte, reduzindo também a emissão de gases poluentes; • Gerar empregabilidade local; • Criar um mirante que proporcione lazer; • Integrar o projeto à paisagem urbana
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“A agricultura é a arte de assistir impassível ao trabalho da natureza.”
JOSÉ MARÍA EÇA DE QUEIRÓS
semeando a cidade
Fazenda Urbana
“A agricultura é a arte de saber esperar.” Riccardo Bacchelli
CAPÍTULO
A AGRICULTURA
3.2. Tipos de agricultura
3.1. O conceito de agricultura Agricultura nada mais é do que a “arte de cultivar o solo”, para obter produtos e alimentos para a sobrevivência humana. No dicionário temos a seguinte definição: “substantivo feminino Atividade de cultivo do solo; ações que buscam produzir vegetais consumíveis ou para serem usados como matérias-primas na indústria e lavoura.”
Com essa definição conseguimos concluir que a agricultura é um conjunto de técnicas utilizadas para produção no campo de modo geral, produzindo desde alimentos até matérias-primas, é realmente a arte de cultivar a terra. Possui um longo contexto histórico e surge no período neolítico, onde se firmam as primeiras civilizações e os homens percebem que algumas sementes quando lançadas à terra, regadas pela água e bem cuidadas geram uma nova planta ou fruto. A partir desse momento o homem passa a descobrir novas plantas e sua finalidade é cultivá-las para se sustentar, sustentar sua família e a comunidade. A agricultura passa a ser a fonte primária de alimentos para o homem.
10 mil anos A.C. até 0
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Agricultura Primitiva
O objetivo da agricultura é o cultivo e a produção de alimentos no solo para o consumo humano e ao longo do anos se tornou uma prática importante no cenário econômico mundial. Como vemos em seu contexto histórico a agricultura está presente desde os primórdios em nossa história e com a evolução do mundo e o avanço nas técnicas e modos de cultivo ela subdividiu-se em dois tipos: agricultura intensiva e agricultura extensiva. A agricultura intensiva tem alta produtividade, é realizada em latifúndios, tem rotação de culturas, faz uso de fertilizantes, possui mão de obra especializada e produz para exportações, ou seja, visa, essencialmente, ao aumento da produtividade e à redução do tempo de produção. Já a agricultura extensiva tem baixa produtividade, é realizada em minifúndios, o solo não tem descanso, faz uso de técnicas rudimentares, não necessita de mão de obra qualificada e sua produção geralmente é para a subsistência.
De 0 até os anos 1000
1000 a 1800
1800 a 1900
Aprimoramento das Técnicas
Início de Pesquisas
Revolução Industrial
1900 a 1950
Agricultura Moderna
3.3. Agricultura orgânica
3.1. Agricultura comercial
A agricultura orgânica é basicamente um modelo de produção que tem como característica principal não utilizar fertilizantes e agrotóxicos, sua finalidade é produzir alimentos saudáveis, ela preza pela qualidade. Com isso os alimentos orgânicos além de serem mais saudáveis são mais saborosos. E o fato de não usar agrotóxicos preserva a qualidade da água que é utilizada nas irrigações, desse modo a agricultura orgânica não polui o solo e o lençol freático. O termo surge na década de 20, levantando a questão dos agrotóxicos e o quão maléfico ele pode ser para a saúde. Isso desperta nas pessoas a conscientização para o consumo de alimentos mais saudáveis. A agricultura orgânica se baseia em quatro pilares, são eles:
A agricultura é hoje a base da economia brasileira e a agricultura comercial é considerada uma agricultura de mercado, moderna, onde a intenção é a colheita para fins de exportação e comércio. Ela corresponde à monocultura, é cultivado um único produto agrícola, como por exemplo o arroz, e essa produção é feita em grandes extensões de terra e é voltada para o abastecimento do mercado externo normalmente. Possui altos índices de produtividade. Uma das principais características desse modelo de agricultura é a presença de máquinas no campo, uso de tecnologia de ponta, mão de obra especializada, uso de sementes modificadas geneticamente e agrotóxicos. O avanço tecnológico é um dos fatores que explicam o aumento da participação do Brasil no contexto do agronegócio mundial com a produção em massa de agricultura comercial. Apesar desse modelo de agricultura comercial ter seus benefícios, ele também provoca alguns impactos negativos no meio ambiente, como desmatamento, esgotamento dos solos e uso excessivo de fertilizantes e produtos químicos.
Respeito à natureza# 1 esse tipo de produção reconhece que tem dependência de recursos naturais, por isso preza pelo cuidado de todos os recursos naturais, solo e fauna. Diversificação de cultura# 2 diversifica os alimentos cultivados, equilibrando o solo e garantindo a variedade. O solo é um organismo vivo# 3 tem ciência que o solo deve ser preservado e cuidado. Independência dos sistemas de produção# 4 separa a agricultura da produção agrícola industrial.
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3.5. Agricultura de subsistência A agricultura de subsistência pode ser definida como uma prática onde as pessoas cultivam alimentos para garantir a sobrevivência própria, da família ou da comunidade, em pequenas propriedades. É a agricultura para consumo próprio e não para fins comerciais. Nesse modelo de produção as atividades são desenvolvidas em pequenas propriedades, não fazem uso de tecnologia de ponta e dessa forma a produtividade também é baixa, a produção é em pequenas escalas e esse modelo de agricultura permite a sobrevivência de muitas famílias no Brasil. Apesar da prática de subsistência ser destinada para a própria sobrevivência, hoje, a maioria dos agricultores de subsistência também participam do comércio de alguma forma, seja na própria cidade ou em cidades vizinhas. Os principais produtos plantados pelas famílias da agricultura de subsistência são feijão, arroz, milho, mandioca, tomate, frutas, hortaliças e outros vegetais. Os alimentos produzidos pela agricultura de subsistência possuem uma maior e melhor qualidade.
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3.6. Permacultura A permacultura significa agricultura permanente e representa uma nova maneira de se pensar e organizar a forma de produção dos alimentos, gerando um sistema multifuncional, eficiente e duradouro. Sua produção é voltada para uma questão social, não para o consumo em si, seu objetivo é promover uma interação agrícola-social. Foi desenvolvida nos anos 70 e é um modelo agrícola considerado como uma ciência holística e de cunho socioambiental, que junta o saber científico com o tradicional popular e tem a finalidade de permanência como espécie na terra. A permacultura é baseada no respeito a todas as formas de vida, nos processos naturais e na sabedoria das culturas nativas.
3.7. Agropecuária AGROPECUÁRIA BRASILEIRA EM 2020
A agropecuária une dois conceitos, o de agricultura e o de pecuária. Portanto, o primeiro se refere ao conjunto de técnicas de cultivo do solo e o segundo engloba a criação de gado para alimentação. A produção agropecuária é desenvolvida no espaço rural e o seu principal objetivo é destinar sua produção para a alimentação e fabricação de outros itens, ela é considerada um modelo agrícola do setor primário da economia do país. SISTEMA EXTENSIVO: possui ausência de tecnologia e baixa produtividade. Nesse sistema os agricultores utilizam a queimada como forma de preparo do solo e mão de obra familiar. A pecuária é desenvolvida em grandes áreas, onde o rebanho fica solto no pasto e procura seu próprio alimento. SISTEMA INTENSIVO DE MÃO DE OBRA: encontrado em regiões subdesenvolvidas, apresenta características similares ao sistema extensivo, porém, esse sistema utiliza muitos trabalhadores, não somente mão de obra familiar. SISTEMA INTENSIVO: altamente mecanizado, adequação do solo para determinado plantio, beneficiamento de sementes, utilização de fertilizantes, implementos agrícolas, confinamento do rebanho, alta produtividade e a lucratividade dos proprietários. Exige pouca mão de obra e muito aparato tecnológico. Esse sistema é praticado, principalmente, em regiões desenvolvidas.
exportador
produtor
3º
1º Frango
2º
1º Bovino
1º
1º Soja
4º
4º Suíno
3º
1º Milho
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3.8. Agricultura no Brasil e no mundo No Brasil a atividade agrícola é uma das mais importantes para o setor econômico, ela é responsável por grande parte dos valores de balança comercial do país. O Brasil é um grande provedor de alimentos para o mundo. Sua evolução no país passou por inúmeros ciclos e transformações ao longo dos anos, começando com a produção de cana de açúcar no período colonial, os anos de ouro do café que é um dos produtos mais importantes do país, até os dias de hoje com a expansão de produtos da monocultura. As transformações das atividade agrícolas no país ainda estão em constante transformação, e agora na nova era da tecnologia temos cada vez mais a mecanização e modernização nos campos. Esse processo de modernização no setor agrícola brasileiro está ligado ao processo de industrialização que ocorreu no país resultando na reconfiguração do espaço geográfico e divisão territorial. Com o avanço das indústrias temos também um crescente aumento populacional que coloca o campo economicamente subordinado à cidade, fazendo com que ele se torne dependente de técnicas e produção industrial. A trajetória da agricultura no Brasil é resultado de diversos fatores como a abundância de recursos naturais, mas o que realmente fez a diferença nos últimos anos e colocou o Brasil como um dos maiores produtores rurais do mundo foi o investimento em pesquisas e políticas públicas voltadas para esse setor.
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A agricultura pode ser classificada como: Antiga: sua prática utiliza força humana e animal; Moderna: utiliza energia a vapor e eletricidade; Contemporânea: opera através de meios tecnológicos; Orgânica: baseada em métodos naturais de adubação e de controle de pragas; Sustentável: usa métodos para aumentar a produção diminuindo a degradação ambiental, está relacionada à agricultura orgânica. Em diversos lugares do mundo o clima não é propício para a produção de determinados alimentos, as glebas existentes não dispõem de um bioclima adequado ou não possuem terras suficientes e com o solo bom para cultivo, esses lugares buscam cada vez mais medidas alternativas para que se tenha produção de alimentos. O Brasil é privilegiado pelo seu solo e clima, é a terra onde se plantando tudo dá, e hoje em dia com a ajuda da tecnologia ele consegue produzir em larga escala para o mercado de importação e exportação.
3.9. Agricultura em países desenvolvidos e subdesenvolvidos A agricultura nos países desenvolvidos emprega cada vez menos trabalhadores na produção rural, ela é moderna e utiliza recursos avançados de produção, como o uso intensivo de agrotóxicos, fertilizantes, mecanização, recursos biotecnológicos e métodos adequados de manejo dos solos. A produção agrícola desses países é altamente mecanizada, possui baixo percentual de mão de obra, tem alta produtividade, grande utilização de insumos e implementos agrícolas, pratica o protecionismo comercial e é responsável por grande parte da produção, do comércio e do consumo mundial de alimentos. Já a agricultura nos países subdesenvolvidos se encontra em um estágio de fraco desenvolvimento agrário e tem como uma das principais características o uso da agricultura de subsistência, com técnicas rudimentares, uso de enxadas e arados, agricultura itinerante que faz uso abusivo do solo e queimadas, utilizam o sistema de plantations que é a monocultura de exportação, exploração de mão de obra e tem vínculos com agroindústrias. Em resumo, nos países subdesenvolvidos a agricultura está voltada para exportação e são plantadas na maioria dos casos nos chamados plantations em que causa prejuízo no solo pelas práticas que adotam nesse sistema.
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O agricultor Homem trabalhador
De baixo de sol escaldante Da chuva incessante Ele está contente
Prepara o solo, Planta a semente, Colhe o fruto,
Que alimenta a gente. Homem valente De inverno a verão
Cuida do chão Cultiva a plantação. Conserva o solo
Evita contaminação. Faz nova plantação No mesmo chão…
Autor desconhecido.
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“Comer bem vai te trazer resultados positivos ao longo de sua vida toda.” Marianna Moreno
CAPÍTULO
O CONSUMO DE ALIMENTOS NO BRASIL
4.1. Consumo de alimentos e a logística de transporte As mudanças no padrão alimentar das pessoas no mundo ocorrem em diferentes estágios desde o início da humanidade e desenvolvimento da agricultura. Os fatores que alteraram a forma de consumo no Brasil e no mundo foram a forte urbanização, a globalização e o aumento de renda de algumas famílias, e por mais que a urbanização e a globalização possam oferecer grande variedade de alimentos hoje em dia, isso não garante que as pessoas se alimentem de maneira mais saudável. O padrão alimentar no Brasil passou por diversas modificações nas últimas décadas, e os principais fatores para essa modificação foram a urbanização e composição etária que influenciaram diretamente no consumo dos alimentos. A alimentação da população brasileira é caracterizada basicamente pelo consumo de arroz e feijão, juntamente com consumo elevado de alimentos com alto valor energético e baixo valor nutricional, os famosos alimentos industrializados, esse novo hábito contribui para uma alimentação não saudável e menos qualidade de vida. Existe uma grande diferença no consumo de alimentos no meio urbano e rural. Na zona rural as pessoas acabam consumindo produtos mais básicos, mais saudáveis e muitas vezes esses alimentos são de produção própria, já no meio urbano as pessoas acabam se rendendo aos alimentos mais práticos, os industrializados da prateleira do supermercado.
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O transporte é um dos processos mais importantes para o destino final de qualquer produto. No transporte de alimentos do Brasil hoje existem inúmeros problemas, como a logística, as perdas pelo caminho e a poluição que é produzida pelos meios de transporte. A qualidade dos alimentos que vem do campo é uma questão que afeta a saúde dos consumidores, por isso é de suma importância que as mercadorias sejam conservadas em todas as etapas do transporte. Porém, esse cuidado muitas vezes não acontece e acaba se perdendo uma grande quantia de alimento durante o processo de transporte. O que pode explicar isso é a falta de conhecimento no manejo do produto, mal acondicionamento no transporte e estoque, embalagem mal pensada e controle de qualidade "muito rígido" (Por exemplo: uma fruta está boa, porém, sua aparência não está bonita). Segundo dados da FAO (Organização da ONU pela Alimentação e Agricultura), "em média, um terço da produção de frutas e hortaliças vai para o lixo". O maior desperdício se dá no manuseio e transporte de frutas, legumes e verduras: 50%. A produção agrícola e os supermercados/consumidores são responsáveis por 10% cada, enquanto os 30% restantes são desperdiçados em distribuição e comercialização. O transporte de alimentos subdivide-se em dois tipos: produtos não perecíveis e produtos perecíveis. Quando se trata dos produtos não perecíveis as regras e o transporte se tornam mais simples, pois não existem grandes riscos de estragar a mercadoria durante o transporte. São alimentos industrializados que possuem uma validade maior.
Já o transporte e alimentos perecíveis demanda cuidados especiais, pois esses alimentos estão mais suscetíveis a estragar durante o processo de transporte. A Anvisa define produtos perecíveis como: produtos alimentícios, alimentos in natura, produtos semi preparados ou produtos preparados para o consumo que, pela sua natureza ou composição, necessitam de condições especiais de temperatura para a sua conservação”. Uma possível solução para este problema seria uma maior integração na cadeia produtiva, capacitação do produtor rural visando melhorar o manejo e a forma de colheita, mais agilidade no transporte dos centros de distribuição para as lojas e supermercados, entre diversos outros fatores.
ONDE SE PERDE O ALIMENTO?
10% no campo 50% no manuseio e transporte
30% comercialização e embalagem
10% varejo e consumidor final
23
IMAGENS DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL
Fonte: Senado Federal.
O CAMINHO DOS ALIMENTOS ATUALMENTE
Fazenda/Produção
Transporte
Centro de Distribuição
Transporte
Fonte: Própria (2021).
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Supermercado
Transporte
Consumidor
4.2. Adensamento populacional x fome O adensamento urbano é inevitável e vem causando diversos danos e inseguranças quanto à qualidade ambiental e de vida. Atualmente o planeta abriga 7,6 bilhões de pessoas e para alimentar tanta gente assim é necessário aumentar a produtividade agrícola, visto que a população vem sofrendo um grande adensamento e com essa tendência em 2050 segundo dados da ONU seremos 9,7 bilhões de pessoas habitando o planeta, e até o final do século passaremos de 10 bilhões. Já vivenciamos um aumento significativo na produção agrícola, porém esse crescimento nas últimas décadas se deu em 80% ao aumento de produtividade e tecnologia, só 20% é resultado de ampliação de áreas para cultivo. Por conta do adensamento populacional que é cada vez mais crescente o solo se tornará um fator limitante na produção de alimentos e por isso será necessário encontrar outros recursos. Com esse adensamento populacional a porcentagem de pessoas que vivem na zona rural hoje em dia vem diminuindo cada vez mais, em 1900 por exemplo, apenas 10% da população mundial vivia no meio urbano, e 90% vivia no meio rural e com as previsões para 2050, 75% da população irá viver nos centros urbanos. Segundo o relatório anual sobre a fome publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), atualmente cerca de 795 milhões de pessoas passam fome no no mundo. Se o mundo tem uma produção de alimentos sólida e em larga escala porque existem pessoas passando fome?
Mapa de Crescimento Populacional (%). Fonte: Banco Mundial - 2014
Mapa da População Subnutrida por País (%). Fonte: Banco Mundial - 2014
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A resposta não parece óbvia, mas é, isso ocorre nos dias de hoje pela má distribuição dos alimentos. Essa má distribuição muitas vezes ocorre por problemas políticos, econômicos ou sociais, pelo avanço tecnológico que poucas vezes beneficia os mais pobres e um fator que é de extrema importância, o desperdício dos alimentos. Cerca de 1,3 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados no mundo, de acordo com a FAO, e isso se dá pelo fato do alimento se perder desde o momento da produção até o consumidor final. Recentemente a FGV divulgou uma pesquisa mostrando que a faixa da população que vive em extrema pobreza caiu de 4,2% para 3,3% da população, a menor taxa dos últimos 40 anos no Brasil, porém, discutir e debater sobre esse assunto é extremamente relevante, o cenário da pandemia afetou muito a situação econômica do país e a vida de milhares de brasileiros, hoje temos muitas famílias passando por situações difíceis, e sem a previsão do fim da pandemia corremos um sério risco de ter um aumento significativo na pobreza no país. A fome no Brasil e no mundo é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos.
26
“Todos nós sabemos que há algo de errado com nossas cidades, e que esse algo pode piorar se não aspirarmos a um modelo de cidade diferente no futuro. Se as formigas podem solucionar questões como tamanho, caráter e função correta de suas cidades, devemos ser capazes de fazer o mesmo com as nossas.” (ROGERS,2001, p.vii).
Moradores do centro do Rio de Janeiro tentam encontrar alimentos em caminhão de lixo logo depois de funcionários de supermercados descartarem sobras (jan.2021)
Imagem do Google: Pobreza no Brasil.
4.3. A pandemia do COVID-19 no cenário Brasileiro É extremamente importante ressaltar o surgimento do coronavírus no ano de 2020, ele causou e vem causando mudanças extremas na sociedade e na maneira como vivemos. Os primeiros registros de casos da doença foram registrados em Wuhan, na China, ainda em 2019, e só no dia 11 de março de 2020 a COVID-19 foi considerada uma pandemia, pois o vírus havia se espalhado por diversos lugares do mundo.
Esse cenário se torna preocupante em relação à fome, pois sem trabalho e ajuda do governo e o incessante aumento dos produtos, diversas famílias não estão tendo condições de colocar comida na mesa de suas casas, dessa forma o Brasil pode voltar a integrar o mapa mundial da fome.
Hoje, no Brasil, já foram confirmados 16.274.695 casos e 454.429 mortes, e apesar da existência da vacina, os casos estão sempre oscilando. No estado de São Paulo já são 3.226.875 de casos e 109.241 mortes. (https://covid.saude.gov.br/; acesso no dia 27/05/2021) Diante de tudo isso há mais de um ano as pessoas vem enfrentando dificuldades, muitos trabalhadores perderam seus empregos e no atual cenário buscam formas de sobreviver, entre as restrições e paralizações das atividades que o governo considera essencial e não essencial. Ainda em 2020, o Governo Federal estabeleceu um auxílio emergencial de R$600,00 para ajudar com a crise que assolou os trabalhadores informais, autônomos e pessoas desempregadas. Porém, nem todas as pessoas que precisavam de fato dessa ajuda receberam. O auxílio durou apenas alguns meses, e até o presente momento não se tem uma posição sobre a volta do programa.
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4.4. A popularização do alimento orgânico e a mudança na alimentação das pessoas O Brasil é campeão no uso de agrotóxicos no mundo inteiro, e sabemos que isso pode causar problemas à saúde a longo ou curto prazo, e também diminui a qualidade do alimento. Doenças como o câncer pode se manifestar a longo prazo devido o uso excessivo de alimentos com agrotóxicos, doenças no rins porque ele é capaz de destruir os tecidos renais, doenças no fígado pela absorção que afeta as funções celulares do órgão e podem causar diferentes doenças hepáticas que, em sua maioria, têm sintomas silenciosos, doenças como alzheimer, depressão, hipotireoidismo e doenças cardíacas também estão relacionadas ao consumo a longo prazo de alimentos cultivados com uso de agrotóxicos. Os alimentos orgânicos não fazem uso de agrotóxicos, obrigatoriamente, são produzidos através de processos totalmente livres de fertilizantes químicos e pesticidas, tornando-se assim uma boa alternativa para quem busca se alimentar melhor, porém, eles tem um custo maior do que os alimentos convencionais cultivados pela agricultura comercial. Com a produção em larga escala e industrialização dos alimentos acabamos nos distanciando do pequeno agricultor, das feiras livres e mercados públicos, e nos rendemos às prateleiras abarrotadas de produtos altamente processados no supermercado, pela grande variedade de coisas e até mesmo por uma influência de marketing.
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Não preparamos mais o nosso próprio alimento, e escolhemos os mais "práticos", quem sai ganhando nessa história é apenas a indústria de alimentos, que cada vez mais aumenta sua fortuna e desconsidera os impactos que isso causa à saúde. Atualmente o que se vê é uma busca por uma melhor alimentação, mais natural e de boa qualidade, os hábitos de saúde estão sempre em constante evolução e por isso, por mais que os alimentos orgânicos sejam mais caros eles vem se popularizando entre as pessoas. Estão ligados diretamente à ideia de uma rotina sem agrotóxicos e produtos químicos. As pessoas estão se conscientizando sobre a importância de ingerir alimentos saudáveis. Eles proporcionam saúde, qualidade de vida e longevidade. Consumo de produtos orgânicos no Brasil
FONTE: Primeira pesquisa nacional sobre o consumo de orgânicos Realizada em 2017
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“Um projeto que desconhece limites.”
CAPÍTULO
FAZENDA URBANA
5.1. O conceito de Fazendas Urbanas O conceito de Fazenda Urbana/Vertical foi desenvolvido em 1999 pelo biólogo americano Dickson Despommier, elas seriam um conjunto de técnicas destinadas para a produção de alimentos em geral. Esse novo conceito de produção foi pensado principalmente para os grandes centros urbanos, e é visto como a tecnologia do futuro para alimentar as próximas gerações, já que temos um grande adensamento populacional previsto para os próximos anos. O princípio dessas fazendas são simples, elas são como uma estufa que produz alimentos através de sistemas de produção como a hidroponia, aquaponia e aeroponia. Todo o processo de produção é monitorado e controlado e não se utiliza agrotóxicos. As Fazendas Urbanas surgem como uma tentativa de trazer a produção agrícola para mais perto dos grandes centros urbanos, equilibrar e otimizar os espaços subutilizados, e com isso, melhorar a qualidade dos alimentos consumidos pelas pessoas, a logística e distribuição. Ela possui grandes vantagens em relação à agricultura tradicional, tem um custo menor em sua produção e pode produzir de 3 a 5 vezes mais, ela contribui com a segurança alimentar de maneira mais eficiente. Os ambientes de produção possuem alto controle e monitoramento, eles tem controle sob a temperatura e água, que faz com que se tenha uma garantia do que as pessoas irão consumir.
Fazendas Urbanas resgatam a relação moderna entre cidade, campo, alimento e o homem. É uma alternativa para administrar a rede alimentar dos grandes centros urbanos, é um novo conceito da vida urbana, e vem mostrar que a produção de alimentos é uma das principais funções para a vida acontecer.
Fonte: Inauguração da Fazenda Urbana no Bairro Cajuru, inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades. - Curitiba, 24/06/2020 - Foto: Daniel Castellano / SMCS
31
5.2. O que são as Fazendas Urbanas? A Fazenda Urbana pode ser definida como um novo modelo de agricultura, ela é a produção agrícola nos centros urbanos, sua principal característica é o cultivo de alimentos dentro do perímetro das cidades e tem sua produção em larga escala para abastecer o comércio próximo. A característica principal da agricultura urbana, que a distingue decisivamente da agricultura rural, é sua integração no sistema econômico e ecológico urbano. [...] Não é a localização, urbana, que distingue a agricultura urbana da agricultura rural, e sim o fato de que ela está integrada e interage com o ecossistema urbano." (MOUGEOT, 2000)
O modelo de agricultura urbana é diferente da agricultura rural por estar integrada no meio social e econômico das cidades diretamente e apesar delas produzirem em larga escala os alimentos não são suficientes para suprir as necessidades de alimentação de uma cidade inteira, por isso a agricultura rural se faz necessária ainda. O plantio dentro das fazendas se faz através de estufas, onde a produção é protegida por um ambiente controlado, essas estufas podem ocupar terrenos vazios, coberturas de edifícios e até mesmo fachadas. Hoje em dia temos duas formas de produção nas fazendas urbanas: a produção horizontal e vertical. Na produção horizontal é aplicado o método tradicional, onde se faz o uso do solo em terrenos vazios no meio urbano. Já na produção vertical se usa diversas técnicas com o objetivo de sobrepor a produção numa mesma área, a intenção é aumentar a produção usando todo o espaço possível.
32
As fazendas urbanas buscam ser mais eficientes na produção agrícola e segundo Despommier (2013), uma fazenda vertical equivalente a 30 andares poderia fornecer alimentos para atender as necessidades de 10 mil pessoas. Além de produzir alimento de qualidade esse modelo de agricultura garante um ar mais fresco, tem geração de emprego, minimiza a complexidade da cadeia de abastecimento de produtos, o consumidor tem acesso a alimentos mais frescos e sustentáveis, e a cidade acaba ganhando uma nova forma de arquitetura, e por estar dentro do meio urbano a produção desenvolve um sistema integrado, o alimento é cultivado, transportado e consumido nas proximidades, isso faz com que se tenha uma redução na emissão de poluentes decorrente do transporte. O ambiente de produção dentro desse modelo de cultivo é totalmente controlado, as instalações fazem uso de luz artificial, a iluminação em led azul e rosa que simula a luz solar e acelera o processo de fotossíntese, com a iluminação artificial é possível determinar a incidência de luz que as plantas irão receber garantindo assim uma plantação mais saudável, um crescimento mais eficaz, mas mesmo fazendo uso dessa forma de incidência de luz, algumas fazendas aproveitam também a luz solar natural. É feito um controle ambiental de umidade, temperatura e gases, isso faz com que se tenha um menor desperdício de água durante o processo de irrigação, algumas fazendas também coletam água da chuva para abastecer os tanques de irrigação, e nas fazendas verticais são utilizadas estantes no cultivo que ajudam na redução do consumo de água, já que esse sistema possui um processo de recirculação da água, estima-se uma economia de até 95%. A água e o adubo são fornecidos em medidas exatas com a fertirrigação e não são utilizados agrotóxicos nesse sistema.
O
fato
do
ambiente
de
cultivo
ser
totalmente
controlado elimina riscos de fatores climáticos e aumenta a produtividade, também afasta os riscos de pragas, que é muito comum na agricultura tradicional, e por isso não se faz uso de agrotóxicos melhorando a qualidade dos alimentos que são produzidos. Esse novo modelo de agricultura permite o cultivo em qualquer lugar, do micro ao macro, galpões, edifícios, containers, garagens, etc.
33
5.3. Hidroponia, aeroponia e aquaponia Hidroponia As fazendas urbanas são bastantes versáteis, e a maneira de produção e cultivo são diversas, entre esse conjunto variado temos a hidroponia, que é um conjunto de técnicas usadas no cultivo de plantas sem o uso do solo, os nutrientes minerais são fornecidos através da água para o crescimento das plantas, elas ficam em contato direto com a água ou ar extremamente úmido, neles contém o aditivo necessário para o seu desenvolvimento. Ela surge por conta da necessidade de aproveitar todos os espaços possíveis para produção de alimento, já que temos um crescente adensamento populacional. O termo tem o seguinte significado: hidro=água e ponia=trabalho, ou seja a hidroponia significa “trabalho com água”. No sistema de plantio tradicional a terra oferece os macro e micronutrientes para as plantas, já no sistema hidropônico eles são adicionados diretamente na água. Nesse sistema também cultiva-se sem a necessidade da luz do sol, as plantas recebem a luz necessária através de lâmpadas especiais. Em resumo: um sistema hidropônico precisa basicamente da fonte de luz, seja ela natural ou artificial, de nutrientes misturados na água e de uma maneira de levar esses nutrientes até a raiz.
Como funciona? A fase inicial de formação de mudas é geralmente feita num local separado e ocupa pouco espaço. As sementes peletizadas são plantadas e germinadas em placas de espuma fenólica.
germinação ou maternidade
Na segunda fase do cultivo hidropônico acontece a replantação da espuma fenólica para os berçários. É nesse momento que o cultivo começa a receber a solução nutritiva. É também na fase de berçário que é feito o controle de qualidade. As plantas que não se desenvolveram bem, não serão transplantadas para a etapa final.
berçario
A última etapa é a de crescimento final, onde as plantas vindas do berçário ficarão até atingirem o ponto de colheita. Cada variedade de hortaliça tem o seu próprio tempo de crescimento, que depende das peculiaridades e necessidades nutricionais de cada planta. Depois da colheita as plantas são higienizadas e preparadas para distribuição no mercado.
crescimento
Fonte: Própria (2021)
34
A hidroponia como recurso de produção agrícola é uma técnica recente, ela surgiu no Brasil na década de 1980. Esse sistema possui um maior custo inicial para instalação da estrutura e compra de equipamentos, porém, existem diversas vantagens no cultivo com essa técnica do que com o sistema convencional, no solo. Essa técnica exige conhecimento. SISTEMA DE HIDROPONIA
Vantagens
Desvantagens
•
M a i o r re n d i m e nt o p o r á r e a ;
•
Re d u ç ã o d o c i c l o e a u me nt o d a
D e p e n d ê n c i a d e e n e r g ia e l é t r i ca o u d e s i st e m a a l t e r n at i vo ;
•
p ro d u t i v i d a d e ; •
•
M a i s q u a l i d a d e e m a i s co l h e i t a s
Re q u e r
c o n h e c i m e nt o
da
tecnologia;
no ano;
•
A c o m p a n h a m e nt o p e r m a n e nt e ;
•
Mais eficiência e economia;
•
M a i o r fa c i l i d a d e d e d i s s e m i n a ç ã o
•
P ro t e ç ã o
c o nt ra
adversidade
de bactérias e vírus
c l i m át i c a s ; •
P re s e r va ç ã o d o m e i o a m b i e nt e .
35
Aeroponia A aeroponia é uma técnica derivada da hidroponia, mas diferente do cultivo hidropônico ela mantém as plantas suspensas no ar, apoiadas pelo colo das raízes, que recebem diretamente em suas raízes gotículas de solução nutritiva, por meio de aspersores, que garante o crescimento e desenvolvimento das plantas. Um de seus princípios é a otimização dos espaços e o baixo consumo de água. O funcionamento desse sistema é muito parecido com o NFT, inclui bomba de recalque da solução nutritiva, timer e reservatório da solução, a diferença é que a solução nutritiva entra pelo alto da coluna, passa ao longo da mesma, é recolhida na parte inferior, é filtrada e retorna ao reservatório. A técnica aeropônica oferece a possibilidade de produção vertical e horizontal, podendo chegar a um aumento de produção 100% maior que no cultivo convencional.
Cada um desses sistema possui suas características particulares, como o diâmetro do cano para a inserção da muda e a disposição que eles ficam.
AEROPONIA VERTICAL: nesse sistema é utilizado tubos de PVC que recebem perfurações laterais para adaptação das mudas. AEROPONIA HORIZONTAL: também cultiva as plantas em tubos de PVC e em seu interior passa a solução nutritiva, essa solução entra pela parte mais alta do tubo saindo pela outra extremidade. Imagem do Google: aeroponia horizontal e aeroponia vertical
36
SISTEMA DE AEROPONIA
Vantagens
Desvantagens
•
Fa c i l i d a d e d e ox i g e n a çã o ;
•
C u st o i n i c i a l a l t o ;
•
Re d u ç ã o s i g n i f i c at i ve d e p ra g a s
•
S i st e m a s p a ra g e ra r e n e rg i a ;
e p a ra s i t a s ;
•
M ã o d e o b ra e s p e c i a l i z a d a ;
•
A u m e nt o d a p ro d u t i v i d a d e ;
•
Dificuldade
•
R a í ze s d a s p l a nt a s d e s e nvo l ve m -
de
c o nt r o l e
da
s o l u ç ã o n u t r i t i ve .
se por completo; •
Po d e m p r o d u z i r at é c i nc o ve ze s mais;
•
Ampliação
da
q u a nt i d a d e
de
p l a nt a s p o r m e t ro q u a d ra d o .
37
Aquaponia A aquaponia é uma técnica que combina duas práticas: a aquicultura que é a criação de organismos aquáticos como peixes, associada à hidroponia fazendo com que ocorra uma interação entre as espécies. Nesse sistema a água residual contém muita matéria orgânica, já que possui os dejetos dos organismos e resto de ração dos peixes, por isso essa água é reaproveitada no cultivo das plantas que fazem uso dos nutrientes que ficam na água, isso ajuda na limpeza e processo de oxigenação delas. Outro fator importante nesse sistema é que os peixes disponibilizam dez dos treze nutrientes essenciais para as plantas, reduzindo muitos custos na produção. Dessa forma, os peixes alimentam as plantas, que devolvem a água limpa para os peixes, em um ciclo bem definido e com baixo consumo de água e energia elétrica. Esse sistema realizado na aquaponia é essencial para a redução do uso de água. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), a aquaponia pode economizar até 90% de água em relação à agricultura convencional. Um grande benefício desse sistema é que ele trabalha de forma colaborativa e integrada, fazendo com que os problemas inerentes de cada tipo de cultivo se resolvem naturalmente.
Imagem do Google: aquaponia.
38
SISTEMA DE AQUAPONIA
Vantagens •
Ec o n o m i a
Desvantagens de
água
por
ser
•
re a l i z a d o e m s i st e m a fe c h a d o ; •
P ro d u z
a l i m e nt o s
livres
elétrica; de
p ro d u t o s q u í m i c o s ; •
S i st e m a d e p e n d e nt e d e e n e r g ia
•
Té c n i c a p o u c o u t i l i z a d a n o B ra s i l ;
•
I nve st i m e nt o i n i c i a l é a l t o .
Po d e s e r u t i l i z a d o e m c e nt r o s urbanos;
•
D i ve rs i f i c a ç ã o d e re n d a p a ra o p ro d u t o r.
39
5.4. NFT (Nutrient Film Technique)
5.5. Diferença entre hidroponia e produção orgânica
Na hidroponia existem centenas de sistemas, e o mais utilizado no Brasil é o NFT (Nutrient Film Technique) em português, fluxo laminar de nutrientes, cerca de 90% dos produtores hidropônicos fazem uso dele. Esse sistema é indicado para cultivo de folhas, como alface e rúcula. Nos NFT as estruturas para o cultivo são feitas de tubos plásticos onde vai circular o adubo líquido, que contém todos os nutrientes na proporção que a planta necessita para o seu desenvolvimento. Dessa forma a solução nutritiva é bombeada para os canais de cultivo, formando uma lâmina que circula junto às raízes. Porém isso não é constante, as raízes inseridas nesses tubos ficam submersas por um tempo e são banhadas alternadamente. A bomba que faz todo esse processo é desligada de tempos em tempos para que ocorra a drenagem de toda a solução nutritiva que está armazenada nos canais de cultivo, promovendo uma renovação da solução nas raízes das plantas e, com isso, a incorporação do oxigênio atmosférico. Após percorrer o canal, a solução nutritiva retorna ao reservatório.
O cultivo orgânico é realizado diretamente no solo, mas não faz uso de produtos químicos. Toda a adubação e proteção do solo é feita com matéria orgânica, restos de vegetais e esterco. Como não faz uso de agrotóxicos, o combate a pragas é feito com métodos biológicos, caldas caseiras e óleos vegetais. Já o cultivo hidropônico é um sistema onde as plantas são cultivadas fora do solo. A produção cresce na água, e fica alojada em calhas e tubos compostos por brita, areia ou outros materiais inertes. O ambiente onde elas ficam é mais controlado e protegido de pragas e doenças, e diferente da produção orgânica é permitido o uso de produtos químicos solúveis.
Imagem do Google: cultivo orgânico.
40 Imagem do Google: Sistema NFT.
Imagem do Google: cultivo hidropônico.
5.6. A importância das Fazendas Urbanas para a cidade Temos as cidades hoje como uma espaço infértil, não conseguimos imaginá-la produzindo os alimentos que o campo nos fornece, acreditamos que a produção agrícola necessita de grandes áreas horizontais para o cultivo e por isso não existiria espaço suficiente para ela dentro dos grandes centros urbanos. No atual contexto em que vivemos temos a ciência de que o campo não conseguirá suprir a demanda de alimentos daqui há alguns anos já que temos um crescente adensamento populacional e que a agricultura tradicional por mais que funcione possui falhas, e causa impactos ambientais negativos. As fazendas urbanas surgem como uma alternativa na produção de alimentos, em comparação com a agricultura tradicional ela possui uma melhor logística de transporte, já que ela se encontra dentro do perímetro urbano e assim está mais próxima do cliente final, já que atualmente o campo se encontra cada vez mais longe dos grandes centros urbanos e isso gera uma perda enorme da produção no processo de transporte até os centros de distribuição. As Fazendas Urbanas são uma nova forma de reinventar as cidades, através da produção e distribuição de alimentos. Semear as cidades trás inúmeros benefícios socioambientais e de saúde para a população. Segundo Despommier (2010, p.145) a produção agrícola em fazendas urbanas possui ao menos 10 vantagens, sendo elas:
Produção de diversas culturas agrícolas durante todo o ano; Pe rda zero das colheitas relac ionadas a possíveis condiçõe s adversas do clima;
Encurtamento da cadeia produtiva e redução dos custos de transação;
Modelo indutor à restauração do ecossistema ;
Produção sem uso de pesticidas, herbicidas ou fertilizante s;
Otimização dos recursos hídricos de 70 a 95% com menor uso de água;
Redução dos transportes terrestres para redistribuição dos alimentos ; Maior controle sobre a segurança alimentar e as variações bruscas dos preços;
Novas oportunidades de emprego nas amplitudes direta e indireta envolvendo o agroturismo ; Ganho social e estético nos grandes centros urbanos.
41
COMO FUNCIONA UMA FAZENDA URBANA
Usar espaços vazios nas cidades para a criação dessas fazendas urbanas é importante para o futuro, além de estarmos diminuindo o impacto ambiental da agricultura tradicional estaremos nos alimentando melhor, porque nesse modelo de agricultura não se utiliza produtos químicos, temos a vantagem de um alimento mais saudável e fresco em nossas mesas. Segundo Despommier toda Fazenda Urbana deve atender as seguintes diretrizes: Energias Renováveis: para ele, as fazendas devem funcionar de maneira autônoma o máximo que conseguir, utilizando de meios para a captação de energia de uma forma sustentável. Luz Solar: é responsável pelo crescimento das plantas e por isso a captação de luz deve ser levada em consideração nos ambientes de produção, isso é importante quando projetamos, deve-se pensar desde a entrada dessa luz até sua dispersão no local. Para ele, a fazenda deve ser o mais transparente possível e onde isso não é possível a luz artificial é utilizada. Proteção das Produções: o cultivo deve ser totalmente protegido de qualquer interferência, por isso se utiliza de tecnologias e um ambiente controlado. Maximizar a produção: algumas culturas crescem com a mesma condição de luz e umidade, com isso a área de cultivo pode ser dividida e produzir ainda mais.
Um estudo prévio aponta uma localização na cidade com alto potencial no consumo de FLV
Em locais vazios ou subutilizados são instalados
novas construções ou contêineres devidamente equipados para a produção de alimentos
Dentro desses locais são produzidos alimentos de maneira sustentável e eficiente
Os alimentos são disponibilizados diariamente para moradores e comércios da região
O que não é vendido pode ser embalado e disponibilizado em feiras ou outros pontos de
venda
42
CAPÍTULO
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
6.1. Local Garden Vertical Crop Projeto: Alterrus Localização: Vancouver, Canada Área: 408 m² Sobre o projeto Essa Fazenda Vertical fica no topo de um telhado, no prédio da Easy Park que é um alojamento de automóveis e motocicletas, e funciona como uma estufa. O projeto busca atender a população local. Utiliza um sistema inovador de agricultura urbana intitulada Verticrop, que não necessita de grandes áreas ou quantidades de água para um rendimento eficiente, essa tecnologia busca maximizar o uso de espaço físico e eliminar a necessidade do uso de substâncias químicas. A estrutura e setorização do projeto está organizada em 18 modelos com circunferência de 3,5m e altura de 3,3m, e a distância entre um módulo e o outro é de 0,50m. Cada um desses módulos são compostos por duas torres giratórias que estão ligadas por um eixo central o que faz com que a Fazenda tenha 36 torres produtivas.
Fonte: agricolturaurbana.files.wordpress.com Pesquisa baseada na tese de doutorado “Modelo urbano de produção rural verticalizado como alternativa de segurança alimentar às grandes cidades: um estudo de viabilidade econômica e organizacional do modelo vertical canadense e do modelo horizontal brasileiro” (2014) desenvolvida por Leandro Pessoa de Lucena.
44 Fonte: agricolturaurbana.files.wordpress.com
Investimentos Estruturais da Alterrus Farm
Cada uma dessas torres possui 12 plataformas suspensas, e cada uma dessas plataformas estão vinculadas a 2 bandejas. Essas bandejas possuem no total 45 orifícios, onde acontece o sistema de drenagem da água, que faz com que se tenha uma redução de 92% de consumo de água. O projeto dessa Fazenda foi escolhido pela forma lógica de produção e pela tecnologia utilizada, demonstrando que a produção dos alimentos pode ser cada vez
mais em larga escala com uma excelente qualidade e porque mostra através de números que a Fazenda Urbana é um bom investimento econômico. Dados técnicos da Fazenda Urbana – Entenda os fatores área x produção do Sistema Verticrop
Planta geral das bancadas, barracão e casa de vegetação
CAD 390.000,00
Planta hidráulica de alimentação das bancadas
CAD 30.302,70
Planta hidráulica de drenagem das bancadas
CAD 9.541,22
Planta hidráulica de abastecimento de água
CAD 12.165,27
Instrumentos laboratoriais de controle
CAD 9.769,49
Sistema de iluminação artificial – LEDs (864 unidades)
CAD 8.640,00
Sistema de climatização térmica do ambiente – 5 ar condicionados de 40.000 BTUs
CAD 20.000,00
Plataformas irlandesas de aço inoxidável (18 módulos/36 torres)
CAD 45.000,00
Bandejas para acomodação de vegetais (864 unidades)
CAD 14.688,00
Sistema automatizado de articulação das torres por trilho
CAD 31.500,00
Sistema de monitoramento de ar (climatização), água (drenagem) e luz (LEDs)
CAD 35.000,00
CUSTO TOTAL DE INVESTIMENTO
CAD 606.606,69 Custo Operacional em Dólares Canadenses - CAD
1. 2.
3.
ÁREA TOTAL DA AGROINDÚSTRIA: Área (A+B+C) = 24m x 17m= 408m² ÁREA TOTAL ADMINISTRATIVA: Área (A)= 4m x 8,5m= 34m² Área (B)= 8m x 8,5m= 68m² Área (A+B)= 34m + 68m= 102m² ÁREA TOTAL DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL: Área (C)= 408m - 102m= 306m²
Planta Local Garden VerticalCrop Vancouver
4.
5. 6.
DESCRIÇÃO TÉCNICA DA TORRE Bandeja de PVC Torre Comprimento: 1m Altura: 3,30m Largura: 0,6m Nº plataformas: 12 Raio: 0,8m Nº bandejas: 24 Nº de orifícios: 45 Nº orifícios: 1080 ÁREA REPRESENTATIVA PRODUÇÃO/TORRE Área [(1m x 0,6)x 2] x 12= 14,4m² QUANTIDADE PRODUZIDA/TORRE Oferta= [(44 mudas) x 2] x 12= 1046
7.
8. Torre Local Garden VerticalCrop Vancouver
9.
DESCRIÇÃO TÉCNICA DA TORRE Nº de torres: 2 unidades Nº de bandejas: 48 Nº de orifícios: 2160 Raio: 1,75m ÁREA REPRESENTATIVA PRODUÇÃO/MÓDULO Área {[(1m x 0,6m)x 2] x 12} x 2= 28,8m² QUANTIDADE PRODUZIDA/MÓDULO Oferta= {[(44 mudas) x 2] x 12} x 2= 2112
Manutenção das bandejas de PVC
CAD 1.500,00
Água + solução nutritiva
CAD 5.100,00
Aluguel do terraço predial
CAD 3.500,00
Transporte (logística terceirizada)
CAD 1.910,00
Energia elétrica
CAD 9.535,00
Reposição das lâmpadas (LEDs)
CAD 450,00
Custo total das sementes com sachê de minerais/mês
CAD 4.920,00
Custo total das embalagens plásticas de 250g/mês
CAD 6.158,00
Custo total de impressão de rótulos para embalagens
CAD 1.368,58
Custo total das caixas de papelão para 3
CAD 5.132,16
Seguro (intempéries climáticas e outros sinistros)
CAD 1.500,00
1 func. Efetivo/mat/vesp: 16CAD/h – 8h
CAD 3.200,00
1 func. Efetivo/vesp/not: 17CAD/h – 8h
CAD 3.400,00
1 func. Efetivo/not/mat: 18CAD/h – 8h
CAD 6.600,00
2 func. Alternativos/mat/vesp: 16CAD/h – 6h
CAD 2.400,00
2 func. Alternativos/vesp/not: 17CAD/h – 6h
CAD 2.550,00
2 func. Alternativos/not/mat: 18CAD/h – 6h
CAD 2.700,00
Pró-labore do sócio (diretor técnico)
CAD 13.000,00
Outras despesas (telefone e internet)
CAD 90,00
CUSTO TOTAL MÉDIO
CAD 72.155,29/Mês CAD 865.383,46/Ano
45
6.2. Ilimelgo Vertical Urban Farm Projeto: Ilimelgo e Secousses Architects Localização: Romainville, França Área: 2.060 m² Sobre o projeto Esse projeto foi desenvolvido para um concurso da OPH (autoridade de habitação pública) de Romainville, na França, para ser um edifício agrícola urbano, tinha a intenção de oferecer produtos mais frescos e de qualidade, reduzir o uso de transportes rodoviários e criar oportunidades de emprego local. O projeto dessa fazenda urbana pretende cultivar alimentos e expor eles ao máximo de luz solar possível, por isso é criado um poço de abertura em ambas as partes do edifício, que permite que a luz circule e aumente as trocas térmicas. O projeto visa reconectar a cidade e o campo, o céu e o solo. A produção é feita por meio de uma estufa que maximiza a luz solar e a ventilação natural, o prédio é dividido em duas alas para ajudar no crescimento da safra, aproveitando a luz do sol e limitando a sombra. Materiais de construção orgânicos, como fardo de palha e isolamento de fibra de madeira, contribuem para a sustentabilidade do projeto. A forma em prisma retangular com linha de telhado triangular, é uma referência à arquitetura existente na área. Esse projeto compõe as referências pelo modelo de inserção na cidade, ele se integra com a paisagem do local, possui também uma logística de produção simples e que permite uma larga escala, o poço de luz ao meio da produção faz o edifício ter uma forma interessante de entrada de luz solar, minimizando gastos com luzes artificiais, quero usar dessas técnicas buscando sempre priorizar recursos naturais e implantar também laboratórios para pesquisas de germinação e sementes.
46
Fonte: Ilmelgo e Secousses Architectes.
A estrutura da Fazenda Urbana
Intenção arquitetônica
Redução do consumo:
Gestão do armazenamento e redistribuição da água.
Pré-fabricação
Pensando um plano construtivo baseado na pré-fabricação dos elementos (estrutura, fachadas, recipientes, etc.) e criando inércia para repor o excesso de calorias acumuladas à noite.
Uma abertura de poço criada em ambas as partes do edifício permite que a luz circule e melhora a troca térmica.
Energias renováveis
Aproveitando a energia solar e a ventilação para evitar o superaquecimento durante o dia.
Corte
Fonte: Ilmelgo e Secousses Architectes.
Área de cultivo/plantação
Fonte: Ilmelgo e Secousses Architectes.
Espaço educacional, oficinas, jardim de instrução sobre o cultivo e local para venda de safras
Laboratórios para experiências com germinação de sementes Área técnica e administração
47
6.3. SEG.MEN.TO – Sistema Expansível Rural Projeto: Nathana de Souza Serena Localização: Sobradinho, Rio Grande do Sul Sobre o projeto Este projeto é foi desenvolvido para um trabalho de conclusão de curso também, trata-se de um centro de escoamento da produção rural, que compreende o processamento, um espaço para consumo e capacitação. É dividido através de um
sistema de módulos que pode ser replicado em qualquer lugar do Brasil, ele se adapta, e possui uma elevação do solo que permite ser implantado em diversos tipos de terrenos. Esse projeto tem um conjunto de soluções para o tratamento de resíduos e de águas com sistemas simples e eficientes. Analisando a planta nota-se que módulo da feira faz ligação da grande barra de salas de processamento e a barra educacional. O projeto se integra a partir desses três módulos. Esse projeto foi escolhido como referência pela possibilidade de se inserir em diversos lugares, pelos módulos de feira que comportam até dois feirantes para a venda de produtos, e se conectam com espaços de convívio, pelo mirante que qua além de oferecer lazer oferece em seus pavimentos exposições sobre a cultura rural, e pelos materiais utilizado em sua composição, como madeira, telas metálicas e translúcidas. Fonte: Archdaily.
48
Programa de necessidades e setorização. Imagem: Prêmio IAB - RS
Planta Baixa SEG.MENT.TO
Mirante e Reservatório de Água
01
02
01
Vista do mirante
O módulo do mirante possuí áreas de exposições para artistas locais que valorizem a cultura rural, e é um atrativo para os visitantes, e em um dos pontos mais alto a vista da paisagem, logo acima ficam os reservatórios de água.
Módulo da Feira 02
Módulos da feira Fonte: Prêmio IAB -RS O módulo da feira pode ser dividido em até 2 feirantes, de um lado a bancada lisa permite exposição de alimentos e do outro um perfil metálico serve de apoio para as caixas de verduras e legumes.
49
6.4. AeroFarm - EUA Localização: Newark, Nova Jersey Área: 6.400 m² Sobre o projeto A AeroFarm é especializada em agricultura vertical e controlada, sua estrutura produz alimentos em escala comercial e é a maior fazenda vertical do mundo em sistema fechado. O sistema de cultivo utilizado pela Fazenda Urbana é o de aeroponia, que é 75 vezes mais produtivo do que a agricultura tradicional e utiliza cerca de 95% menos água. A Fazenda produz verduras o ano todo, sem utilizar agrotóxicos e sol dentro de um ambiente totalmente controlado. As plantações ficam alocadas dentro de galpões, em módulos de prateleiras e a luz que elas recebem são luzes de LED, o desenvolvimento das plantas é de forma artificial, com tecnologia de ponta. A fazenda é capaz de produzir por ano 900 toneladas de folhas verdes, ervas e verduras. Esse projeto foi escolhido para fazer parte das referências pelo modelo de produção em larga escala dos alimentos, utilizando-se de tecnologia para o desenvolvimento deles, garantindo assim a melhor qualidade do alimento e otimização de espaço.
Fonte: ciclovivo.com.br
50
CAPÍTULO
LEITURA URBANA
7.1. O recorte da área - MAPA DE SITUAÇÃO GEOGRÁFICA
Histórico O Bairro Pinheiros teve origem numa aldeia indígena, próximo onde atualmente encontra-se a ponte que liga a avenida Eusébio Matoso à avenida Vital Brasil e até chegar nos dias de hoje ele passou por diversas transformações em sua mancha urbana, e uma mudança drástica no leito de seu Rio. No fim da década de 30 o bairro passa a ter um aspecto mais urbano, começa a ser beneficiado por serviços públicos e contemplado com a chegada do bonde que mudaria a situação viária do local. Com a constante transformação do território na década de 40 o bairro começa a apresentar um grande adensamento de edificações, tornando difícil saber onde era seu início e fim.
Situação Geográfica O bairro possui características urbanísticas preservadas com uma arquitetura com traços europeus, ruas bastantes arborizadas, diversas praças centrais com rotatórias. Nas últimas décadas as transformações ainda são constantes e existem muitas interferências urbanísticas no local, e com isso há uma perda de sentido nos espaços e uma transformação da paisagem urbana, que se torna nítida através do novo traçado do Rio Pinheiros, e também do abandono de algumas áreas verdes. Nos anos 60 após um processo intenso de urbanização há uma perda de qualidade da área e a falta de controle de crescimento acaba levando à invasão de áreas de mananciais, e uma perda lenta de áreas verdes e espaços públicos.
Dados sobre a área Área territorial do recorte 672 hectares Bairros do recorte Alto de Pinheiros, Pinheiros, Butantã, Itaim Bibi, Morumbi
Brasil
Estado de São Paulo
Cidade de São Paulo
População do recorte 202.989 (2014)
7.2.Expansão Urbana
53
7.3. Levantamentos MAPA DE CHEIOS E VAZIOS
MAPA DE GABARITO
1 a 2 pavimentos
54
3 a 4 pavimentos
5 a 6 pavimentos + 7 pavimentos
MAPA DE ÁREAS VERDES
02
03
04
01
06
05 07
Análise
01
Parque Villa Lobos
O recorte abrange diversas áreas verdes, porém essas áreas verdes não possuem uma ligação direta entre elas. Os parques de ponta a ponta, Villa Lobos e Parque do Povo, são dois importantes parques que não possuem uma ligação direta formando um desenho urbano atrativo ligando demais áreas verdes do recorte. Bem próximo ao recorte temos uma grande área verde onde fica localizada a USP, as demais áreas verdes são o Jockey Club, Praça Monteiro Lobato, Praça Victor Civitta e Praça Silveira Santos, que são importantes pontos para haver uma conexão como um todo na área de intervenção.
02
Praça Silveira Santos
03
Praça Victor Civitta
Parque do Povo
USP
04
Praça Monteiro Lobato
05
Jockey Club
06
Parque do Povo
07
Praça Victor Civitta
55 Parque Villa Lobos
Jockey Club
USP
MAPA DE CICLOVIAS
Análise
Ciclofaixa de Lazer
Algumas ciclofaixas se encerram em pontos específicos do recorte, evidenciando que elas não se conectam com a ciclofaixa do Rio Pinheiros, por conta
essas ligações acontecem indiretamente pela Av. Faria Lima, não havendo assim uma conexão direta entre essas praças.
Estação Villa Lobos - Jaguaré
Bicicletário
das barreiras: a marginal e o Rio Pinheiros que impedem a travessia. As ciclo faixas se conectam com algumas das principais áreas verdes encontradas no recorte, porém
Ciclovia
Estação Cidade Universitária
Terminal Pinheiros
Estação Pinheiros
MAPA LINHAS DE TREM E METRÔ
Linha 4 METRÔ - Amarela
Linha 9 CPTM - Esmeralda 1- Estação Villa Lobos - Jaguaré 4- Estação Hebraíca Rebouças
1- Estação Butantã
2- Estação Cidade Universitária
5- Estação Cidade Jardim
2- Estação Pinheiros
3- Estação Pinheiros
6- Estação Vila Olímpia
9- Estação Faria Lima
Pontos de interesse Instituto Butantã
Centro Brasileiro Britânico
SESC Pinheiros
Cidade Universitária - USP
Praça Victor Civitta
Teatro Cultura Inglesa
Jockey Club de São Paulo
SESC Pinheiros
Mercado Municipal
57
MAPA HIERARQUIA DAS VIAS
Análise Ao analisar as tipologias das vias, é possível observar que o Bairro de Pinheiros abrange quatro tipos de vias, sendo elas a Via de Trânsito Rápido, Via Arterial, Via Coletora e Via Local. Todas essas vias apresentam relação entre si, pois permitem que haja circulação de veículos e pedestres entre elas.
Via de trânsito rápido
Via arterial Via Coletora Via local Via pedestres Rio Pinheiros Área de estacionamento Sentido da via
58
MAPA DE MOBILIDADE – LINHAS DE ÔNIBUS
Quantidade das linhas que passam pelo terminal Pinheiros Quantidade total de linhas de da área de intervenção
59
MAPA DE MOBILIDADE – LINHAS EXCLUSIVAS DE ÔNIBUS
60
Legenda
MAPA DE PONTOS DE INTERESSE
Análise A área delimitada pelo grupo, conta com treze praças e três parques públicos, também possui espaços destinados ao esporte, porém todos privados. Com relação as áreas voltadas a cultura, existem teatros, museus, shoppings centers e um cinema de praça. Além disso, conta com sete escolas e equipamentos públicos.
61
MAPA DE MACROÁREAS
Mapa produzido pelo grupo a partir de informações do Geosampa- Escala relativa
62
Macrozona de proteção e recuperação ambiental
Mapa produzido pelo grupo a partir de informações do Geosampa- Escala relativa
Macroárea de urbanização consolidada Gráfico produzido pelo grupo a partir de informações do Geosampa
Macrozona de estruturação e qualificação urbana
Macroárea de estruturação metropolitana
MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Análise Residencial vertical médio/alto padrão Comércio e serviços Residencial, comércio e serviços Escolas Equipamentos públicos Sem predominância Residencial horizontal baixo padrão Residencial horizontal médio/alto padrão
A partir da análise do uso e ocupação do solo é possível perceber que a área de intervenção possui um uso predominante residencial, mas conta com grandes equipamentos públicos para lazer, como o Parque Villa Lobos e Parque do Povo.
63
MAPA DE ZONEAMENTO
ZER
64
ZM
ZC
ZOE
ZCOR - 1
ZCOR - 2
ZCOR - 3
ZEU
AC - 1
ZEIS - 3
ZEPAM
ZEPEC
SEM ZONEAMENTO
CAPÍTULO
A ESCOLHA DO TERRENO
8.1. Contextualização do local O local onde será implantado o projeto da Fazenda Urbana está localizado em uma das regiões mais nobres de São Paulo, o bairro de Itaim Bibi. O bairro é provido de uma excelente infraestrutura, contando com equipamentos públicos bons e fácil acesso a mobilidade dos transportes públicos e ciclovias.
Brasil
Local:
Estado de São Paulo
São Paulo, Brasil
Subprefeitura: Pinheiros Bairro: Itaim Bibi Endereço: Av. Juscelino Kubitscheck, 1998 Área: 9838,10 m2
66
Cidade de São Paulo
No bairro se encontram a sede de grandes empresas como o Google e Facebook, tornando o local um importante ponto de negócios. A população que reside ali é de classe média, média alta e alta. O bairro é administrado pela subprefeitura de Pinheiros e faz divisa com os bairros Jardim Europa, Jardim Paulistano, Ibirapuera, Vila Nova Conceição e Vila Olímpia. O bairro possui uma infraestrutura completa com áreas de lazer, atividades culturais, mesmo sendo predominantemente residencial. A localização do terreno é privilegiada, possui fácil acesso e está situado próximo a importantes vias como a Brigadeiro Faria Lima, Nove de Julho, Cidade Jardim, Marginal Pinheiros.
67
8.2. Contexto histórico O bairro de Itaim surge em 1896, quando um ex-governador de São Paulo, general José Vieira Couto Magalhães compra um terreno, onde hoje se encontra o bairro Itaim Bibi e alguns de seus vizinhos. O general nunca ocupou o terreno e quando veio a falecer seu irmão Dr. Leopoldo Couto Magalhães ocupou o local com a sua família e seu filho, “seu Bibi”. O terreno foi dividido então em 30 lotes e negociado com comerciantes de várias regiões, atraindo famílias de operários para a região. Em 1927 começam as obras no Rio Pinheiros realizadas pela Companhia Light, que tinha como objetivo a inversão fluvial e o aprofundamento do rio para levar as águas do Tietê direto para a represa Billings. Porém, o desenvolvimento da região passou por uma aceleração que resultou na canalização dos córregos, resolvendo um dos grandes problemas locais, as enchentes. Com a canalização dos córregos algumas ruas como a Joaquim Floriano e Tabapuã surgem como um centro comercial da região e mais tarde em 1970 com a canalização do córrego do Sapateiro e a criação da Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, o local passa por uma alta valorização. O bairro passa por um processo de verticalização a partir da criação dos condomínios residenciais para famílias de classe média alta e alta. Por isso, o comércio local passa a se adaptar a demanda da classe que ali residia. Nos anos de 1990 a Av. Brigadeiro Faria Lima tem uma expansão até a Juscelino Kubitscheck e Av. Cidade Jardim, que faz com que o bairro passe por mais uma alta valorização, nesse momento para o setor de imóveis comerciais, resultando nos arranha céus do local.
69
Em 1930 com a ocupação das áreas de várzea do Rio Pinheiros para a prática de esportes como o futebol, surge o Parque do Povo, que se configurava com o traçado natural do rio, e nos dias atuais está localizado a margem oposta do rio. Em 1990 inicia-se um processo de tombamento no Parque do Povo.
8.3. O terreno O terreno escolhido para a implantação da Fazenda Urbana está atualmente desocupado, sem uso algum em uma das regiões mais importantes da cidade. As vias que delmitam o terreno são a Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, Henrique Chamma e a Rua Professor Geraldo Ataliba, todos esses acessos possuem um fluxo intenso de carros. No entorno é possível notar grandes edifícios, em frente ao terreno existe outro terreno vazio e logo após o Parque do Povo e ao lado um estacionamento. A infraestrutura da região onde ele está localizado é uma das melhores da cidade de São Paulo, apresenta transporte coletivo de qualidade, equipamentos públicos bons, um hospital público, clubes de comunidade, assistência social, bibliotecas, SESC, teatro, etc. Diretrizes Urbanísticas Coeficiente de Aproveitamento (CA): 4 Taxa de Ocupação (TO): 0,70 Gabarito: 28 pavimentos Zoneamento: Zona Mista (ZM)
Recuo Lateral: 3 m Recuo Fronta: 5m Taxa de Permeabilidade: 0,25
69
Vale ressaltar que a escolha deste terreno se deu pela possibilidade da criação de uma Fazenda Urbana em uma área convidativa e expansiva, o projeto busca se integrar com o
entorno e com os demais projetos que serão implantados. A integração com o projeto de um Centro de Formação Gastronômico no terreno ao lado, onde hoje é um
estacionamento, será extremamente importante, pois a intenção é que a fazenda forneça alimentos para o este centro.
FAZENDA URBANA MORADIA ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL
No terreno a frente será implantado uma Moradia
Alternativa Sustentável e dentro do Parque do Povo um
CENTRO DE FORMAÇÃO GASTRONÔMICO
Espaço do Resgate da Identidade do Paulista. A intenção final é que todos os projetos estejam integrados de forma que o
desenho do espaço urbano se torne mais atrativo.
70
ESPAÇO DO RESGATE DA IDENTIDADE DO PAULISTA
Demonstração de horários
Estudo de insolação
A partir do estudo e análise da orientação solar no terreno, é possível prever quais deverão ser os cuidados com as fachadas, fechamentos e aberturas em cada face. A face norte é a que possui maior incidência solar durante todo o dia e por isso essa fachada deverá receber uma proteção contra essa incidência, o mesmo vale para a face oeste, visto que além da incidência solar ela fica em frente a Av. Henrique Chamma que tem um grande fluxo de carros. Já as fachadas da face sul e leste deverão receber aberturas garantindo que os ambientes que ficarem alocados nesses perímetros recebam uma maior quantidade de luz e ventilação cruzada.
7 h
10 h
Rua Prof. Geraldo Ataliba
Av. Henrique Chamma
Av. Presidente Juscelino Kubitscheck
12 h
15 h
FAZENDA URBANA
Trajetória do sol Vias arteriais
71
8.4. Levantamentos
Analisando o mapa de uso e ocupação do solo, observa-se uma predominância residencial da área e bastante comércios.
72
Ciclovias
Zoneamento
Uso e ocupação do solo
O terreno se encontra em uma área de zona mista.
Residencial horizontal médio/alto padrão
ZER - 1
ZCOR - 3
Residencial vertical médio/alto padrão
ZM
ZEU
Residencial, comércio e serviços
ZC
AC - 1
Equipamentos públicos
ZOE
Comércio e serviços
ZCOR - 1
ZEIS - 3 ZEPAM
Sem predominância
ZCOR - 2
ZEPEC
SEM ZONEAMENTO
Algumas ciclofaixas se encerram em pontos específicos e não se conectam com a ciclofaixa do Rio Pinheiros, por conta das barreiras: a marginal e o Rio Pinheiros que impedem a travessia. Duas ciclovias passam pelo terreno, a Ciclovia Faria Lima Conexão (194 m) passando pela Av. Henrique Chamma e a Ciclofaixa Leopoldo Couto Magalhães (594 m) passando pela Rua Leopoldo Couto Magalhães e Rua Geraldo Ataliba. Ciclovia
Hierarquia das vias
Linhas de ônibus e metrô
A Marginal Pinheiros é uma via de trânsito rápido e sem interseções de nível, sem acesso direto ao lotes e sem passagem direta de pedestres, sua velocidade máxima é de 90 km/h, ela é uma via de conexão importante para o acesso ao terreno. O lote onde será implantado o projeto é rodeado de vias arteriais, que fazem ligações entre as regiões. Via de trânsito rápido
Via local
Via arterial
Via Coletora
Via pedestres
Próximo ao terreno existem seis pontos de ônibus, uma linha de metrô e quatro linhas de ônibus. Linha 13 Jardim das Palmas Parque do Povo
Linhas exclusivas de ônibus
Pelo terreno passam duas linhas exclusivas de ônibus, e o Corredor Berrini, que possui 7 km de extensão. Corredor Berrini
Linha 20 Metrô Butantã – Metrô Vila Mariana
Linha 22 Terminal Capelinha – Terminal Pinheiros Linha 23 Terminal Santo Amaro – Terminal Pinheiros Linha 24 Piraporinha – Terminal Pinheiros
73
CAPÍTULO
O PROJETO
9.1. Conceito O conceito do projeto parte de quatro elementos estruturadores principais e que irão nortear e estar sempre presente durante o desenvolvimento da Fazenda Urbana.
O RESGATE
A SUSTENTABILIDADE
“Resgatar a importância da agricultura e de seus métodos de produção e ressignificar a relação campo x cidade”
“Reduzir o impacto ambiental e usar de tecnologias em favor do meio ambiente”
A EFICIÊNCIA
O ALIMENTO
“Produzir alimentos de qualidade em larga escala, suprir a necessidade de alimentos do entorno”
“Demonstrar que uma alimentação saudável pode ser gostosa e barata”
75
9.2. Partido O projeto parte da busca por uma lógica e eficiência cíclica da produção. Como construção busca utilizar os materiais a partir de seus potenciais. O projeto parte de uma unidade, uma torre de produção verticalizada
Uma cobertura é projetada para ligar esses dois grandes blocos, criando assim a unificação das edificações, funcionando também como uma passarela para o público
Na volumetria final é aberto um grande circulo na cobertura, onde é implantada uma grande árvore que é o coração do projeto. É criada uma praça seca rebaixada ao nível do subsolo, criando dessa forma um espaço convidativo e intimista para a Fazenda. A inserção deste volume no terreno possibilita a conexão com os demais projetos que estão no entorno e a insolação necessária para a fachada da torre de produção.
Mirante
Produção
Apoio produção
Bloco administrativo e comercial Depois é pensado um bloco retangular onde irá se concentrar áreas administrativas e comerciais
Grande vão – Entrada da Fazenda
P A R T I D O S
76
- Concreto armado como materialidade que sustenta o edifício;
- Arquitetura leve e modular;
- Conexão com o entorno e os projetos próximos;
- Fachada flexível e adaptável, uso de brises (ventilação e insolação).
- Fluxos convidativos
- Proximidade produtor x consumidor
Praça seca Subsolo
9.3. Diretrizes Disseminar a culturade que todosnóspodemos ser agricultores
Políticas
A escolhado local
Sociais
Decisãosobreo sistemae as culturas a serem implantadas
Diretrizes Promover o incentivo de consumode alimentos orgânicos e saudáveis cultivados naFazenda Urbana
Projetuais O benefício das Fazendas Urbanas para um ambiente maissustentável nasgrandes cidades
Ambientais
Axíliode combatea fome
77
9.4. Programa de necessidades S U
T É R
B S O L
R E O
O
BLOCO 01
BLOCO 01
BLOCO 02
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
60 vagas
Estacionamento
1.692,10 m2
01
Reservatório de água
88,11 m2
19
Espaços Comerciais
De 10 à 17m2
06
Depósito
88,11 m2
Sala de Gerador de Energia
45,56 m2
01
Sala de Gerador de Energia
49,42 m2
01
Administração
205,67 m2
01
Controle de Qualidade
49,42 m2
9 vagas
Carga e Descarga
162,00 m2
01
Sala de Manutenção
13,50 m2
02
DML e Higienização
8,48 m2
01
Embalagem
13,50 m2
01
Sala de Segurança
35,98 m2
01
Central de Gás
49,42 m2
01
Copa e Sala Funcionários
50,44 m2
01
Depósito de Lixo
17,80 m2
01
Sala de Segurança
21,46 m2
02
Vestiários
7,25 m2
01
Sanitário Feminino
14,45m2
03
Sanitário Feminino
De 11 à 16m2
01
Sanitário Masculino
14,45 m2
03
Sanitário Masculino
De 11 à 16m2
01
Sanitário PNE
4,00 m2
02
Sanitário PNE
3 e 4,00 m2
01
Bar/Restaurante
209,29 m2
01
Recepção
23,10 m2
01
Biblioteca de Sementes
221,48 m2
01
Sala de Espera
57,00 m2
01
Praça Seca
591,00 m2
01
Arquivo
22,00 m2
02
Sala de Reunião
24,00 m2
03
Sala Flexível
20,30 m2
01
78
BLOCO 02
1º P A V
2º P A V
BLOCO 01
BLOCO 02
BLOCO 01
BLOCO 02
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
QTD.
Programa Arquitetônico
Área (m2)
01
Pesquisa e Desenvolvimento
318,50 m2
01
Administração da Produção
313,28 m2
01
Armazenagem da Produção
1.818,58 m2
01
Berçário
417,17 m2
01
Colheita Experimental
115,15 m2
01
Sala Flexível
66,36 m2
01
Estoque Perigoso
137,50 m2
05
Laboratórios
21,55 m2
01
Sala dos Funcionários
103,69 m2
01
Armazenagem de Insumos
137,50 m2
02
Sala de Reunião
21,84 m2
01
Copa
53,10 m2
02
Laboratórios
18,13 m2
02
Copa
De 21 à 35 m2
01
Higienização
15,71 m2
02
Sanitário Feminino
De 11 à 14m2
01
Sanitário Feminino
16,25 m2
02
Sanitário Masculino
De 11 à 14 m2
01
Sanitário Masculino
16,25 m2
02
Sanitário PNE
3 e 4,00 m2
02
Vestiário
7,25 m2
01
Café
14,57 m2
01
Depósito de Lixo
15,71 m2
01
Coworking
468,29 m2
01
Sala de Limpeza
18,13 m2
O público A produção na Fazenda Urbana será voltada para o abastecimento de supermercados, restaurantes, o Centro de Formação Gastronômica, pequenos estabelecimentos próximos ao entorno e para as pessoas que desejam uma alimentação melhor e de qualidade. A intenção também é que produção remanescente seja destinada para escolas, hospitais, feiras e outras instituições e empresas da cidade e região.
79
3º a O
14º P A V
13º P A V
BLOCO 02 QTD.
BLOCO 02 QTD.
Área (m2)
Programa Arquitetônico
Área (m2)
01 por PAV.
Produção da Fazenda
736,89 m2 por PAV.
01
Mirante
330,26 m2
02 por PAV.
Câmara Fria
18,13 m2 por PAV.
01
Bar
23,80 m2
01
Sanitário Feminino
13,55 m2
01
Sanitário Masculino
13,55 m2
02
Sanitário PNE
3,30 m2
Programa Arquitetônico
A intenção
80
Considerando todos os levantamentos, a Fazenda será projetada para suprir as necessidades da demanda por alimentos no entorno do bairro, buscando entregar alimento de alta qualidade e saudável e transformar o local, onde hoje é se encontra um terreno vazio em um ambiente de convívio, onde as pessoas possam ter espaços de lazer e também entender de onde vem e como é cultivado o alimento.
O seu principal uso é o espaço de cultivo e em um segundo plano teremos os outros setores como o apoio a produção, administração e espaços destinados ao público. A intenção é que o projeto agregue em todos os âmbitos a cidade e proporcione uma nova experiência, a de uma fazenda em meio a um grande centro urbano, como São Paulo.
9.5. Organograma Para o desenvolvimento do organograma o programa de necessidades da Fazenda Urbana foi dividido em sete setores principais, sendo eles: verde (produção), vermelho (serviços), roxo (comercial), cinza (ciência), laranja (armazenagem), azul (apoio) e amarelo (administrativo). Dessa forma, o organograma busca facilitar o entendimento do programa de necessidades e como os ambientes se articulam. FAZENDA URBANA
CIÊNCIA
ARMAZENAGEM
ADMINISTRATIVO
SERVIÇOS
COMERCIAL
APOIO
PRODUÇÃO
Laboratórios
Estoque Perigoso
Recepção
Carga e Descarga
Espaços Comerciais
Câmara Fria
Câmara Fria
Colheita Experimental
Depósitos
Administração
Vest. Funcionários
Café
Reservatório de Água
Espaço de produção
Pesquisa e Desenvolvimento
Depósito de Lixo
Sala de Espera
Higienização
Bar
Geradores de Energia
Bercário
Sala de Reuniões
Embalagem
Restaurante
Central de Gás
Controle de Qualidade
Sala de Arquivos
DML
Biblioteca de Sementes
Sala Flexível
Sala de Limpeza
Coworking
Sala Funcionários
Segurança e Manutenção
Armazenagem de Insumos Armazenagem da Produção
Copa
Adm. Produção
ORGANOGRAMA Fonte: Desenvolvido pela autora. (2021)
81
9.6. Fluxograma
Espaço da Produção
O fluxograma através do organograma demonstra quais os trajetos os usuários do edifício irão realizar no dia a dia durante o funcionamento da Fazenda Urbana. Depósito de Lixo
Sala Flexível
Copa
Sanitários/Vest.
Copa
Estoque Perigoso
Higienização
Sala Funcionários
Armazenagem de Insumo
Sala de limpeza
Sala Flexível
Berçário
Laboratórios
Adm. da Produção
Produção
Controle de Qulidade
Sala de Reuniões
Sala de Arquivos
Sala Funcionários
Sanitários/Vest.
Recepção/Espera
Acesso
BLOCO 01
Administração
Espaços Comerciais
Acesso
Sala de Segurança
Apoio
Sanitários
Estacionamento
Carga e Descarga
Gerador de Energia
Depósito de Lixo
Gerador de Energia
Central de Gás
DML
Higienização Café
Coworking
FAZENDA URBANA
Armazenamento da Produção Sala de Reuniões
Desenvolvimento e Pesquisa
Sanitários
82
Laboratórios
Sanitários
Colheita Experimental
BLOCO 02
Embalagem
Mirante
Sanitários
Bar
Reservatório de Água
Sanitários
Biblioteca de Sementes
Copa
Câmara Fria
Sala de Segurança
Sala de Manutenção
Restaurante
FLUXOOGRAMA Fonte: Desenvolvido pela autora. (2021)
Depósito
Fachada principal da Fazenda Urbana
9.7. Implantação A Fazenda Urbana deve ser pensada e construída para satisfazer as necessidades de cultivo e não do homem. Por isso foi projetado dois blocos, o primeiro bloco logo na entrada do projeto é um bloco destinado para atividades
administrativas e comerciais, conta com espaços para comércio, coworking, espaços de pesquisa, um pavimento inteiro destinado para a armazenagem da produção e espaços de lazer, como uma praça seca que foi rebaixada ao nível do subsolo,
criando um espaço convidativo no projeto. Já o segundo bloco concentra toda a produção da fazenda utilizando o sistema hidropônico, é uma torre que conta com dez pavimentos de produção, um pavimento com um mirante e os demais pavimentos de apoio para a produção. Foi pensado e desenvolvido um mobiliário que remetesse à um quebra-cabeças, trata-se de um banco com curvas e um canteiro em seu interior, criando dessa forma um espaço agradável. Ao centro do projeto, bem no meio de uma cobertura que também funciona como uma passarela que liga um bloco ao outro foi colocada uma grande árvore que unifica e trás uma certa leveza e elegância ao projeto.
84
IMPLANTAÇÃO – PLANTA DO TÉRREO Esc: 1:500
9.8. Plantas – Desenhos Técnicos
O subsolo conta com estacionamento destinado ao público e funcionários, área para carga e descarga, espaços de lazer e uma área técnica e de apoio para a produção.
PLANTA DO SUBSOLO Esc: 1:250
No térreo, no bloco 01 , estão concentradas áreas administrativas e comerciais, no bloco 02 um apoio à produção. A entrada do projeto se dá através de um grande vão de 18 metros no centro da primeira edificação.
PLANTA DO TÉRREO Esc: 1:250
No primeiro pavimento, no bloco 01, estão concentradas áreas de pesquisa, coworking e um café, no bloco 02 a administração da torre da Fazenda. A cobertura que liga um bloco ao outro serve como uma passarela que dá acesso ao mirante e ao café de um pavimento ao outro.
PLANTA DO 1º PAV. Esc: 1:250
No segundo pavimento, no bloco 01, o pavimento é todo destinado à armazenagem da produção, no bloco 02 estão os berçários, um estoque perigoso e uma armazenagem de insumos.
PLANTA DO 2º PAV. Esc: 1:250
A partir do terceiro pavimento até o décimo terceiro são dez pavimentos apenas de produção através de sistema hidropônico, com apoio de duas câmaras fria por pavimento.
PLANTA DO 3º AO 13º PAV. PRODUÇÃO Esc: 1:250
O último pavimento, o décimo quarto, foi projetado um mirante que tem vista para os demais projetos do entorno e o Rio Pinheiros. Acesso livre ao público.
PLANTA DO 14º PAV. MIRANTE Esc: 1:250
Ampliação do Corte – Detalhamento 01
9.9. Cortes e Detalhamentos
Ampliação 01
91
CORTE AA Esc: 1:250
esc: 1:50
Para deixar os ambientes iluminados e a fachada da edificação mais leve e protegida da luz solar, criando também a sensação de unidade, foi instalado o produto Stripscreen, da Hunter Douglas, que é um brise metálico que proporciona maior controle de luminosidade, aumentando dessa forma o conforto e bem estar dos usuários da Fazenda. As lâminas do Stripscreen Hunter Douglas são fixadas em suas extremidades por meio de barras chatas metálicas, manilhas e molas, essas presas em suportes, para que se mantenham resistentes à ação do vento. Versátil, este brise pode ser produzido em aluzinc, aço cortén ou alumínio e ganhar cores e larguras variadas. O acabamento oferece as opções lisa ou perfurada, sendo que esta pode ser customizada para atender adequadamente às necessidades de cada projeto. Para a Fazenda Urbana foi escolhida uma chapa em aço cortén perfurada de 6,40 m de altura, a altura máxima permitida pelo fabricante é de 10 m. O tipo de perfuração escolhido foi o #401. Fonte: Divisão de Ciências Fundamentais do ITA. Archdaily. Brise Stripscreen Hunter Douglas.
Perfuração Padrão #401 10 mm 24% abertura
Brise Stripscreen Hunter Douglas
8 mm 8 mm
92
Brise aplicado na maquete eletrônica.
Ampliação do Corte – Detalhamento 02
Ampliação 02
esc: 1:20 CORTE BB Esc: 1:250
93
Malha metálica expandida escolhida para o projeto. Fornecedor: Permetal.
Esquadria fixa e malha metálica aplicada na maquete eletrônica.
PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DA FAZENDA URBANA
BANDEJA DE PVC
PAVIMENTO
MÓDULO
480cm x 10cm
110 estantes por pavimento
10 bandejas de PVC
Nº de orifícios= 18
110 x 540 orifícios = 59.400
10 bandejas x 18 orifícios = 180
ESTANTE
TORRE DE PRODUÇÃO
3 andares de bandejas
10 pavimentos
3 andares x 180 orifícios = 540 10 pav. x 59.400 orifícios = 594.000 TOTAL DE PRODUÇÃO
94
CORTE CC Esc: 1:250
9.10. Elevações
Elevação 01 Esc: 1:250
95
9.10. Elevações
96
Elevação 02 Esc: 1:250
9.10. Elevações
Elevação 03 Esc: 1:250
97
9.11. Imagens 3D
98 Grande vão de entrada
Estacionamento rápido em frente a fachada principal do lado esquerdo
Área em frente a fachada principal do lado direito
Bolsão de carga e descarga rápida
Vista lateral
Vista do bloco 01 para o bloco 02
Vista do bloco 02 para o bloco 01
Vista da praça seca para o térreo
Deck de madeira na praça seca no subsolo
Vista da praça suspensa
Vista lateral esquerda
99 Vista do mirante
Vista interna bar/restaurante/rampa
Entrada pela lateral da torre de produção
Vista dos fundos
99 Vista dos fundos
Área de carga e descarga da torre de produção
Hortaliças
Bandejas de produção
99 Estante de produção hidropônica
Vista do 3º Pav – Produção – Esquadria Fixa com Malha Metálica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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