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Voluntariado Adventista e Turismo Social

Programa de voluntariado estimula turismo social no Amazonas

O mundo está cada vez mais atento para ações sociais que visam ajudar o próximo e nós, adventistas pioneiros em tais ações, continuaremos a incentivar tal ato. Texto Jeane Barboza Fotos equipe ASN, G1 e Revista Época

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Tudo começou com uma festa de aniversário de 15 anos que, por opção da própria aniversariante, não aconteceu. No lugar da tradicional comemoração de debutantes Katherina Román preferiu pedir aos pais uma viagem para um destino considerado exótico para os demais amigos da mesma idade. Ela pediu para conhecer o interior do Amazonas e visitar as comunidades ribeirinhas assistidas pela ADRA Brasil, Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais.

O contato inicial se deu em Severn, Maryland, nos Estados Unidos da América, com o correspondente da ADRA Internacional, Jozimo Santos Rocha. Amigo de Juan Román – pai de Katherina – Rocha explicou como funcionava o serviço da Agência e o quanto as comunidades que vivem no Brasil, especialmente na região amazônica, são

carentes. Encantada com tudo o que ouviu Katherina não pensou duas vezes em trocar o glamour de debutar para encarar uma experiência que ela, certamente, não esquecerá.

Imediatamente a adolescente convenceu os pais a deixarem que ela passasse parte das férias escolares no Brasil. Foram três meses desde a decisão até a chegada em território brasileiro.

Nesse período a família tratou de entrar em contato com o pastor Landerson Santana, gerente regional da ADRA no Amazonas, e acertaram datas e programações para o fim do mês de junho.

Juan Román, engenheiro e diretor assistente em um importante escritório em Greenbelt, MD, pediu alguns dias de recesso para atender ao pedido da filha e, assim, os Román desembarcaram no Brasil.

Partindo da capital amazonense com destino à comunidade Rosa de Sarom, percorreram algumas horas pelas inúmeras curvas do Rio Manacapuru, afluente do grande Solimões, ultrapassando a solidão de suas várzeas e as incontáveis tonalidades de verdes da floresta fluvial.

Ao aportar na comunidade os visitantes já perceberam o choque cultural. Conheceram ali uma realidade diferente e entraram em contato com a vida simples da população local. Os ribeirinhos, por outro lado, não esconderam a alegria em receber os voluntários.

Juan contou emocionado sobre essa experiência em

família: “vimos pessoas com necessidades que não imaginávamos. A Mara, minha esposa, contou histórias para as crianças e ensinamos higiene bucal para elas. Distribuímos também escovas de dente. Fizemos aplicação de flúor enquanto a equipe de médicos e enfermeiros atuava em suas especialidades.

Essa foi a forma mais carinhosa de mostrar o amor. Eles precisam de muita coisa, eles precisam de muito mais. Agora vou convencer meus amigos e familiares a participar também.”

Quando Juan foi questionado se em algum momento ele e a família preferiu estar em casa descansando, ou em alguma praia relaxando, ele foi muito claro em responder não. E continuou dizendo que está ainda mais motivado em repetir a experiência. “Quero fazer uma corrente do bem, do amor.

Quero compartilhar o amor de Jesus a outras pessoas. Aprendi que não se pode pregar o evangelho a um doente antes de lhe promover a cura. Minha filha mais velha já reuniu um grupo de jovens da nossa igreja para arrecadar dinheiro a fim de comprar uma lancha para a ADRA. Queremos continuar contribuindo.

Precisamos ser missionários dentro da nossa casa, sermos exemplos e voltar aos valores iniciais. Impossível conhecer isso tudo e sair com o mesmo pensamento. Sinto-me diferente. Nós aprendemos mais uma razão para trabalhar pelas pessoas”.

Juan disse que veio para essa missão em apenas quatro pessoas. Porém se mais

gente se despertasse para essa obra, muitas outras ações teriam condições de ser realizadas.

Porém a principal lição que ele e a família aprenderam com a gente simples que vive às margens dos rios foi “devolver o dízimo do tempo que Deus dá a cada um, em prol daqueles que precisam, pode causar um impacto muito maior que o próprio dinheiro”, contou o engenheiro.

A ADRA nessa região recebe voluntários de outros países que chegam com a curiosidade de conhecer a biodiversidade da Amazônia e acabam se encantando por seu povo. É sempre muito bom receber pessoas dispostas a doar tempo e carinho àqueles que tanto precisam.

Do dia 22 a 29 de julho o

Amazonas receberá voluntários de São Paulo, Santa Catarina e dos Estados Unidos para uma verdadeira Aventura Solidária e outras experiências, como a da família Román, se repetirão.

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