Renzo Piano EM FOCO
SUSTENTABILIDADE: Uma Arquitetura High-Tech EM FOCO: +8 Projetos Arquitetônicos
FIQUE POR DENTRO: Os fatos que cercaram a vida de Renzo Piano EM PRÁTICA: Tema Arquitetônicos Contemporâneos
ESPECIAL:
Um Diálogo com Norma Foster
Revista Renzo Piano • Ano 1 • Edição 1 • nº 001
Lorena Rocha Maciel
Marina Ribeiro de Freitas
Melissa Gonçalves Teixeira
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DISCIPLINA: TH V
Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação na disciplina de TH V - Debates Contemporâneos em Arquitetura e Urbanismo, à Ana Cecilia S B Vasconcelos.
04 • INTRODUÇÃO
SUMÁRIO Setembro / 2016
05 • CONTEXTO HISTÓRICO 10 • VIDA E OBRA 12 • ARQUITETURA HIGH-TECH 15 • CONTRIBUIÇÕES ARQUITETÔNICAS
Rafael Coelho Parente
26 • TEMAS CONTENPORÂNEOS EM PRÁTICA 28 • LINHA DO TEMPO 32 • OBRAS DE DESTAQUE 36 • DIALOGO COM NORMAN FOSTER 38 • CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Contexto Histórico INTRODUÇÃO A revista disposta tem por objetivo descrever em sua composição, os vários aspectos que cercam o mundo do arquiteto contemporâneo Renzo Piano. Inicialmente será disposto os acontecimentos mais importantes que rodearam sua biografia, atém de fatos que influenciaram diretamente no seu modo de projetar. Observaremos conseguinte as características de forma abrangente, do estilo arquitetônico high-tech, aplicado por Piano na maioria de suas obras. Ademais, será apresentado como Piano aplica com maestria em suas obras, o seu conhecimento tecnológico e ideologias nas formas mais puras, que serviram de legado para toda a área da arquitetura. Conseguinte, analisaremos duas obras de grande importância na carreira de Renzo Piano, o Centro Cultural George Pompidou e a La Bolla, para por fim fazermos uma analogia e comparação com outro arquiteto contemporâneo de grande influência, Norman Foster.
Anos 60 Os anos 60 foram marcados pelas revoluções sociais, tais como a luta pelos direitos LGBT, pelo movimento feminista e pela contracultura. Na arte, o destaque foi a Arte Pop, movimento que surgiu na década de 1950 na Inglaterra, mas que alcançou sua maturidade na década de 1960 nos Estados Unidos, tendo como Andy Warhol um dos seus maiores representantes. No cenário político, ocorreu a construção do Muro de Berlim, separando a Alemanha Ocidental da Oriental. Foi nesse contexto que Renzo Piano formou-se na Escola Politécnica de Milão.
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Anos 70 Os anos 70 também foram marcados por diversos movimentos sociais, como os movimentos pela sustentabilidade e os movimentos pelos direitos civis. A sustentabilidade e a luta pelo meio ambiente marcou muito esse período, o que pode ter inspirado Renzo Piano em muitos de seus projetos, estimulando o mesmo a fazer uso da Arquitetura high-tech, buscando soluções mais sustentáveis, ecológicas e eficientes. No meio político houve a queda da economia mundial, em particular a dos Estados Unidos, que entrou em recessão após a crise do petróleo em 1973. O Centre Georges Pompidou foi projetado pelo arquiteto Renzo Piano e também por Richard Rogers em meados dos anos 70, sendo construído de 1971 à 1977. É dito por muitos que tal projeto é um marco do início da pós-modernidade, apresentando novos
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Anos 80 Os Anos 80 foram marcados pela “pós-modernidade”, conceito utilizado para denominar a condição sócio-cultural e estética dominante no capitalismo após a queda do Muro de Berlim. Assim, observamos também a presença do Pós-modernismo nas Artes e na Arquitetura. Renzo Piano realizou dois grandes projetos na Década de 80, a Menil Colletion (no Texas, EUA) e o Estádio San Nicola (em Bari, Itália). Os dois projetos apresentam características semelhantes, tais como o uso da iluminação natural de forma eficiente e estruturas metálicas.
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Anos 90 A última década do Século XX foi marcada pela democracia, pelo aumento da globalização e do capitalismo. Os Anos 90 foi acompanhado de muito desenvolvimento tecnológico, aperfeiçoando tecnologias inventadas na Década de 80 mas também criando e descobrindo novas. O crescimento dessas novas tecnologias impulsionou a Arquitetura high-tech, que se tornou cada vez mais presente nas obras de Renzo Piano. A Década de 90 foi muito produtiva para o arquiteto, que desenvolveu mais de 10 projetos aos longos desses anos. O Mapa Mental em questão apresenta três projetos em especial, que novamente possuem características semelhantes, tais como a presença de estruturas metálicas e “elementos high-tech”.
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Anos 2000 Os Anos 2000 foi marcado, especialmente, pelas ações militares dos Estados Unidos no Oriente Médio e pelo fortalecimento da União Européia, surgindo assim uma nova moeda, denominada EURO. A primeira década do século XXI fortalece as novas tecnologias e a era digital, surgindo também a arte digital, desenvolvida a partir de computadores. O fortalecimento das novas tecnologias também influenciou no estilo do arquiteto, que continuou fazendo uso da Arquitetura high-tech, mas agora aplicando novos materiais, alguns mais rústicos como a madeira e os “tijolinhos”.
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Vida e Obra
Renzo Piano Building Workshop “Quando você está na frente de uma obra de arte, o que importa é o não dito; trata-se de algo quase misterioso. Há algo que sai, algo que faz você sonhar ou pensar de uma maneira diferente. É por isso que a arte torna as pessoas melhores. A arte torna as pessoas mais curiosas, mais exigentes. E isso é o que é interessante sobre o museu: Assim como a arte faz as pessoas melhor, um edifício para a arte faz da cidade um lugar melhor para se viver” PIANO, Renzo
De Gênova para o mundo Renzo Piano nasceu em Setembro de 1937, em Gênova, Itália. Piano graduou-se na Escola Politécnica de Milão em 1964, onde trabalhou no escritório de Franco Albini, renomado arquiteto italiano. Nasceu em uma família de construtores, o que lhe deu a oportunidade de combinar prática e experiência acadêmica. Em 1971, ele montou o escritório de Piano & Rogers em Londres com Richard Rogers. Juntos, eles ganharam o concurso para o Centro Pompidou, o que o fez mudar-se para Paris. Do início dos anos 1970 à 1990, Piano trabalhou com o engenheiro Peter Rice. 10 | Revista Renzo Piano
Em 1981, o Renzo Piano Building Workshop (RPBW) foi estabelecido, e atualmente tem uma equipe de 150 e escritórios em Paris, Gênova e Nova York. Reconhecido com prêmios como o Royal Medal RIBA de Ouro de Arquitectura em 1989, o Praemium Imperiale em Tóquio, em 1995, o Prémio de Arquitectura Pritzker em 1998, e a Medalha de Ouro AIA do Instituto Americano de Arquitetos, em 2008. Em setembro de 2013, Renzo Piano foi nomeado senador vitalício pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, e em maio de 2014, recebeu um Honorary Degree da Universidade de Columbia.
O Renzo Piano Building Workshop (RPBW) é um escritório de arquitetura localizado em Paris, Gênova e Nova Iorque.Desde a sua formação em 1981, RPBW realizou com sucesso mais de 120 projetos na Europa, América do Norte, Austrália e Ásia Oriental. O Workshop é liderado por 11 parceiros, incluindo o fundador Renzo Piano. A empresa emprega permanentemente cerca de 150 pessoas de todo o mundo.
RPBW projetou edifícios em todo o mundo: a Menil Collection em Houston, o terminal para o Aeroporto de Kansai em Osaka, o Museu Fondation Beyeler na Suiça, o Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou na Nova Caledônia, Potsdamer Platz em Berlim, a remodelação do Porto de Gênova, o Auditório “Parco della Musica” em Roma, o Nasher Sculpture Center em Dallas, as extensões do High Museum of Art em Atlanta, a Biblioteca
Morgan em Nova York, a Maison Hermès em Tóquio, a nova sede do The New York Times, a Academia de Ciências da Califórnia em São Francisco, o London Tower Bridge (The Shard) em Londres, a expansão do County Museum of Art de Los Angeles, o Museu Isabella Stewart Gardner em Boston, o Museu de Arte Kimbell em Fort Worth, a remodelação e ampliação dos Museus de arte de Harvard e o novo Museu Whitney de Arte Americana. A qualidade do trabalho da RPBW foi reconhecida por mais de 70 prêmios de design e arquitetura, incluindo prêmios importantes como os do Instituto Americano de Arquitetos (AIA) e do Royal Institute of British Architects (RIBA).
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Arquitetura High-Tech
“Um arquiteto enfrenta um novo mundo a cada projeto” PIANO, Renzo. O termo High Tech, é uma abreviatura de high technology, um conceito arquitetônico que teve seu início nos anos 70. Caracterizada pela exposição de sistemas técnicos como elétrica, hidráulica, circulação, uso de acabamentos metálicos, cores vivas, e faz-se do uso de materiais, tecnologia, métodos industriais. Os arquitetos High Tech privilegiavam a função e a eficiência, e não o lado artístico e simbólico 12 | Revista Renzo Piano
do edifício, porém a arquitetura sempre tem seu lado simbólico, e a arquitetura high tech remete ao mundo das indústrias, dos negócios, já que primam pela exposição de estruturas e instalações. Considerado o primeiro edifício high tech, o Centro Georges Pompidou, em Paris, de 1977. O edifício chocou o mundo por representar para algumas opniões, uma arquitetura agres siva, radical e foi projetado por Renzo Piano e Richard Rogers.
High-Tech, um aliado na sustentabilidade... Renzo é um dos arquitetos mais famosos do conceito high tech. O que diferencia Piano dos outros arquitetos high tech, é que ele busca simplesmente aplicar um conjunto de idéias coerentes a novos projetos de formas extraordinariamente diferentes. Segundo Piano, “Um arquiteto enfrenta um novo mundo a cada projeto”, tanto que suas obras são bem variadas. Uma de suas obras mais conhecidas é a Academia de Ciência da Califórnia que se tornou referência no uso de tecnologias sustentáveis. O prédio reúne numa só estrutura: Aquário, Planetário, Museu de História Natural, floresta tropical indoor, além do telhado verde, com a função de amenizar a temperatura no interior do prédio e pela absorção de grande parte da água da chuva.
O telhado também se destaca por possuir janelas com sensores de temperatura, assim não é n cessário o uso de um sistema de ar refrigerado central. A Academia é um modelo em eficiência do uso da água, pelo fato de que, além de de captar a água da chuva, utiliza a água do Oceano Pacífico no aquário e reutiliza a água da cidade de São Francisco nos sistemas de abastecemento o prédio.
Piano também fez uso de vidro nas fachadas, para que as pessoas observem o parque que está ao lado da Academia. Outro ponto relevante do edifício é que cerca de 20% da energia usada em suas instalações, é energia solar captada pelas janelas de vidro no teto Além, 50% dos materiais usados na construção são reciclados de outras construções, inclusive o concreto e o aço.
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...até nas alturas A London Bridge Tower, é outra obra que é referência no conceito High Tech, e é também do arquiteto Renzo Piano. A torre possui 306 metros de altura com uma área total de 90.000 m2 e edifício terá a energia 30% menor do que é normalmente exigido pelos métodos convencionais de edifícios altos. Essa diminuição da energia ocorre por diversos fatores, como por exemplo, a fachada de pele dupla, que com a ventilação irá reduzir consideravelmente o calor e ainda aproveita a luz natural; o calor gerado pelos serviços será utilizado para aquecer o hotel e apartamentos; ainda tem as estufas de ventilação natural em cada piso, permitindo que as pessoas no interior do prédio apreciem o lado de fora.
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Contribuição Arquitetônica
“Na minha arquitetura, tento usar elementos imateriais, como a transparência, a leveza e a cintilação da luz. Acredito que estes elementos fazem tanto parte da composição como as formas e os volumes” PIANO, Renzo.
Renzo Piano apresenta em seus projetos, uma arquitetura que remete a herança de sua família que possuía uma construtora, a qual sempre tivera um contato próximo e que consequente tornou-se responsável pela influência direta do seu apreço pelos materiais construtivos. Além deste contato primário familiar, Piano passara seus dez anos iniciais profissionais, apenas pesquisando em campo sobre materiais e estruturas. Essas experiências em conjunto, demonstram-se notáveis em seus projetos, visto que há uma busca em explorar os limites, melhorar os rendimentos e potencializar as propriedades dos materiais construtivos aplicados.
Conjuntamente à isso, a obra de Renzo Piano é estruturada ideologicamente na pretensão do alcance do lado humano aliado ao uso da tecnologia, a partir da experimentação e da demonstração de que, o avanço das técnicas construtivas aplicados na contemporaneidade não tem obrigatoriamente de criar construções vazias, mecanizadas, sem escala humana, mas podem criar sim, espaços à medida do homem, que correspondam às suas reais necessidades, ademais sejam claros e intimistas. A sustentabilidade e o humano em si, são viés de influências tremenda nos projetos de Piano. Em todos
os seus projetos a tecnologia destina-se ao aproveitamento da luz, a valorização do contexto social em que a mesma está inserida e a possibilitar a integração com a natureza. Assim, a tecnologia passa a possuir uma justificativa plausível aplicada, sempre demonstrando um método e uma finalidade em si. O que eleva a arquitetura de Piano, para o uso de técnicas de construção inovadoras, que são nada mais que a ferramenta para conseguir espaços confortáveis, viáveis e ecológicos, como veremos a seguir na exposição e analise das suas obras mais significativas. Revista Renzo Piano | 15
The Menil Collection 1982-1986
The Menil Collection, fica localizado em um bairro residencial em Houston, Texas, EUA. O edifício possui como principal função abrigar a coleção de arte de Dominique e John de Menil, que possuem mais de 10.000 obras de antiguidade, arte africana e arte moderna surrealista. Ademais, abriga uma oficina de imagem e um estúdio para restauração e estudo de arte. O pavilhão possui mais de 2.800 metros quadrados em sua totalidade, composto de galerias e espaço público.
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Da sua implantação e escolha do terreno, há uma justificativa do edifício estar inserido em um bairro residencial. Baseado na ideia de criar uma aldeia de museus, as residências que compunha o entorno do Menil Collection, já pertenciam ao grupo contratante, Menil Fundation e na realidade serviriam de utilização para atividades complementares ao museu. Em respeito às residências existentes e suas características, Piano projetou o prédio em uma escala doméstica, que não
faria com que a edificação se sobressaísse a paisagem local, a partir da utilização do mesmo gabarito, possuindo apenas dois pavimentos aparentes, e um no subsolo, onde no térreo encontrava-se a exposição e no primeiro pavimento um ambiente com ar controlado para obras raras, além, da continuidade das proporções e dos mesmos materiais de revestimento, no caso madeira aplicada com a técnica de “balloon frame”, comum dos EUA, ademais a criação de uma varanda profunda, características das residências, na cor cinza.
Iluminação Passiva A pedido do contratante, que almejava uma edificação que fosse auto-suficiente em iluminação e que os visitantes pudessem apreciar as obras expostas a partir da mesma, de forma natural e com as suas variações possíveis, durante o dia e as estações do ano. Piano, após vários estudos solares feitos a partir de uma “maquina de energia solar” que simulava as posições do sol durante o dia e nas diversas estações, projetou um elemento estrutural curvo fei-
to de 25mm de espessura de ferro-cimento, que seria replicado em toda coberta, presas por um gradil de aço. O seu formato permitia a entrada de iluminação natural, sem a radiação, o que influenciava no mantimento das conservação das obras de artes. Acima destas, estão dispostos telhados de vidro de duas águas que impedem a entrada de água em caso de chuva. Em 2013, o edifício Menil Collection, foi premiado com o prêmio dos 25 Anos do Instituto
dos Arquitetos Americanos (IAA), que reconheceu o projeto arquitetônico de Piano, como grande importância no tempo. “O Prêmio dos 25 Anos é dado ao edifício que tem resistido à prova dos 25 a 35 anos, materializando-se como uma excelência arquitetônica. Os projetos devem demonstrar excelência em sua função, na execução de seu programa original e nos aspectos criativos sob padrões de hoje” (IAA, 2013)
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IBM Travelling Pavillon 1983-1986
O IBM Traveling Pavillon, foi um pavilhão móvel projetado por Renzo Piano, para subsidiar uma exposição “high tech”, concernente a computadores para telecomunicações concebida pela empresa IBM, que passaria por 20 destinos da Europa. O conceito atribuído pela empresa, era de demonstrar que a tecnologia que a mesma fornecia, permitia a utilização de estações de trabalho em qualquer lugar.
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A edificação, é em suma um túnel transparente, implantada sobre uma plataforma, com função de fornecer energia elétrica para os objetos em exposição e a própria obra. Suas dimensões são de 48m de comprimento, 12m de largura e 6m de altura partindo do centro do arco que a delimita. Devido a necessidade de grandes viagens e pouca duração de estadia nos locais da exposição, Piano projetou a fim de permitir uma fácil montagem, desmonte e transporte, um conjunto composto por elementos modulares, que são característicos de suas obras, ligados entre si por articulações que formavam sua estrutura.
Ao todo, eram 34 módulos em formato de abóboda, feitas em policarbonato e madeira, onde há a utilização de alumínio fundido apenas nas conexões entre madeira. Materiais aplicados que permitiam a total integração com o ambiente externo o qual o pavilhão se locava, que geralmente eram parques urbanos ou espaços verdes, o policarbonato permitindo a total visibilidade e permissividade e a madeira, aliando-se as existentes na paisagem, traziam consigo uma aparência de jardim de inverno que aconchegava os visitantes.
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Kansai International Airport 1988-1994
Considerado um dos projetos mais revolucionários e grandiosos de Renzo Piano, o Aeroporto Internacional de Kansai está localizado em uma ilha artificial, criada na Baía de Osaka no Japão. Visto a aproximação de um encontro entre placas e passível de terremotos, a sua estrutura foi projetada para suportar os mesmos. Desafio inicial para Piano, foi fazer uma ligação entre o proposto aeroporto com o Japão, e a ilha em que o mesmo está inserido. Visto que Renzo Piano se preocupava com o contexto em que a edificação está inserida, decidira criar uma topografia falta na ilha plana, para remeter as montanhas características japonesas, e uma coberta ondulada, que remetesse as ondas do mar que envolviam a ilha. Assim como a forma foi influenciada pelo
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contexto, com os materiais não foi diferente, visto que ao utilizar o aço na coberta e vidro nas laterais. Diferentemente do que se vê na mesma época em edificações de grande porte, Piano decidiu não modular a edificação, mas sim fazer todo o aeroporto como um único elemento. Com isso, o edifício final passa a ser não apenas mais um desejo formal do arquiteto, mas sim um símbolo de um processo que foi sendo construído juntamente com a sua função. Juntamente a essa diferenciação, o mesmo ocorre no sentido da co-
berta que passa a visar e evidenciar essa funcionalidade, a enaltecer a eficiência, fluidez e permissividade do usuário de poder se locomover sem perder o senso de direção. A coberta então, passa a indicar o movimento para onde o passageiro deve se direcionar, de forma clara e simples,
“O material da coberta acabara por se fundir com os materiais dos aviões criando uma ligação entre eles como uma nave mãe” (BUCHANAN, 2003). em retilíneo, já que a mesma está posta no mesmo sentido do terminal como todo. Passasse então a abstrair a estrutura como algo que vai além da sua função, uma síntese do projeto que faz uma aproximação do homem a construção do terminal. A forma assimétrica do telhado ondulado, que percorre os seus 1,7 km de comprimento, é o principal destaque do projeto, visto sua inovação. Forma esta possibilitada pelo conhecimento do material empregado, o aço, e
seus requisitos estruturais, além pela idealização de ventilação. Assim, a partir de estudos geométricos, foi idealizado uma parametrização dos componentes construtivos, o que levou a utilização de 82.000 painéis idênticos de aço inoxidável em toda a coberta. Em composição todos esses elementos resultaram em um terminal de excelência partindo dos pontos de vista estéticos e em eficiência, além unindo ao funcional e da tipologia revolucionária padrão nos aeroportos convencionais. Revista Renzo Piano | 21
Renzo Piano Building Workshop 1989-1991
“Meu estúdio é uma homenagem clara à minha terra natal... é situado entre as montanhas e à beira-mar, uma situação que nós somos bastante acostumados”. PIANO, Renzo. O acesso interno aos diferentes níveis do projeto são feitos por escadas internas, dispostas ao longo do painel de vidro das vedações, que por sua vez permitem a integração com a natureza local ao possibilitar a visibilidade da beira-mar à frente e da vegetação do entorno.
O estúdio de Renzo Piano sede Genova, está localizada em Punta Nave, a oeste da cidade de Gênova, no litoral. Sustentabilidade e respeito ao contexto e social em que o prédio está inserido não poderiam faltar em uma edificação feita para o uso do próprio arquiteto. A edificação foi implantada sobre um terreno com terraços de terra, que antigamente eram utilizados para plantações e cultivos, necessários em relevos acidentados.
Visto essa característica, Piano optou por preservar essas encostas íngremes, e inclusive uni-las ao prédio, com o seu telhado inclinado transparente, que possibilitam a continuidade dos terraços, além do aproveitamento da luz zenital que possui um papel importante. Devido a grande dificuldade de acesso à esse terreno, o transporte é feito a partir de um teleférico disposto na lateral da obra, que liga a estrada abaixo do relevo até a edificação.
Além, outros materiais foram utilizados na concepção, visando o aproveitamento sustentável, como molduras de plásticos, na coberta, juntamente com madeira laminada, para proteger contra o calor e filtrar a luz. E o aço, não poderia deixar de faltar, como avanço tecnológico, responsável pela estrutura.
Possui uma planta caracteristicamente de “open plan” onde não há vedações que distinguam ou hierarquize a área de trabalho. O que também, reforçam a idealização de um local que se integra com a natureza e não impeça a visibilidade do interior para com o exterior.
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Jean-Marie Tijabou Cultural Center 1991-1998
Com o intuito de homenagear o líder politico da tribo Kanak, assassinado em 1989, o governo de Nova Caledônia encarregou o estúdio de Renzo Piano para a construção de um centro cultural. Conceito e desafio inicial partiram da idealização de uma arquitetura que se assemelhasse ao aplicado regionalmente, aliando materiais locais como pedra e madeira, mas que satisfizesse os critérios e usos de tecnologias, juntamente com novos materiais como aço e vidro, comumente utilizados por Piano.
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Suas formas semi-circulares reafirmam o caráter e ligação com o contexto social, pois formam áreas comuns abertas que demonstram-se intimistas, aprofundando o sentimento de pertencimento da edificação para com a população.
Sustentabilidade é uma das principais ideologias aplicadas no projeto, visto que a edificação possui um sistema de ventilação passiva de grande eficiência. Consequência das aberturas na fachadas que manipulam a ventilação advinda do mar e o uso de uma fachada dupla juntamente que permite a circulação livre do ar entre as camadas de madeira. Além a ventilação pode ser regulada através de grelhas reguláveis, que podem ser abertas e permitir o ventilação recorrente.O programa de necessidades é dividido por edificação, onde há, as salas de conferencias, biblioteca, exposições temporárias e permanentes, escritórios e um grande auditório para concertos eventos.
O modelo idealizado, foi uma reinterpretação das cabanas Kanak. A partir da apropriação da cultura e crenças local, ergueram-se ligadas por caminhos 10 construções ao todo, de 20 a 28 metros de altura, compostas de uma dupla carapaça, construídos a partir de “costelas” e vigas de aço, revestidas de uma pele de madeira de roko, que faz uma alusão às fibras entrançadas da vegetação e das habitações locais.
O projeto é um marco de combinações bem sucedidas, entre a tradição da tribo e a tecnologia americana, a construção e a natureza e entre a memória local e a modernidade estrangeira, visto a grande qualidade arquitetônica alcançada. Revista Renzo Piano | 25
Temas Contemporâneos em Prática No capitulo Temas Arquitetônicos Pós Modernos, a autora Kate Nesbitt descreve, como o nome já sugere, os 6 temas contemporâneos considerados de maior importância na arquitetura e urbanismo, sendo eles a história e o historicismo, o sentindo, o lugar, a teoria urbana, as agendas éticas e políticas e o corpo, respectivamente em ordem de exposição. Relacionando os dispostos temas com Renzo Piano, encontramos relação direta com três deles.
O LUGAR No que é disposto nesse tema, é significado a importância da relação do homem com a natureza, no caso, o seu local de inserção e a capacidade que o arquiteto possui de conciliar ambos. No contexto, qualquer intervenção humana deve levar em consideração as relações existentes no espaço, usufruindo da paisagem para criar a edificação. E esse fato pode estar diretamente ligado com o historicismo ou o regionalismo, que buscam significar
a arquitetura através das relações culturais especificas, aproveitando-se do vernacular e do bioclima local. Renzo Piano nesse contexto, utiliza com maestria tudo que é descrito, em todos os seus projetos há uma preocupação contextual em que a obra está inserido. São previstas conexões físicas com o meio externo ou até mesmo psicológicas, envolvendo sua intervenção, sempre havendo uma abstração ou respeito com o local.
“Desde a Antiguidade, a aspiração da arquitetura é ser universal, mas sua definição é local. Local precisamente no sentido etimológico. Ela está sempre em relançar com o lugar, com o ambiente onde se assenta, com aquela cultura; está arraigada ao terreno, ao território. A universalidade da mensagem está paradoxalmente na própria capacidade de a linguagem arquitetônica se adequar ao local, ao ambiente, à cultura que ela expressa” PIANO, Renzo.
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A TEORIA URBANA No que é descrito no texto, a teoria urbana é citada no contexto modernista que havia uma modelo imediatista que descaracterizava a malha urbana e valorizava a edificação como objeto de arquitetura. Apresentando nesse período diversos modelos de urbanização, os mais conhecido que zoneavam a cidade e direcionavam as pessoas. Assim, é descrita uma crítica a este modelo e demonstrado que a urbanização pós modernista apre-
senta um caráter oposto à esse molde, e incluiram em sua concepção a percepção do usuário que antes era ignorada. Piano critica ferozmente ao urbanismo aplicado na modernidade, ele cita que as cidades em suas essências estão sendo esquecidas em detrimento do transito, poluição, barulho, a favelização e etc, fatores que ele atribui a modernidade que força a existência delas em curto prazo. Para Renzo Piano:
“Uma cidade é, por definição, “lenta” cresce homeopaticamente, e não cirurgicamente, tem tempos fisiológicos longos. Um cidade não é desenhada, ela simplesmente se faz sozinha. Basta executa-la, porque a cidade é o reflexo de muitas histórias. A cidade é feita de casas, ruas, praças e jardins, que são espelho da realidade, e cada um narra uma história” PIANO, Renzo. AGENDAS ÉTICAS E POLÍTICAS No que diz respeito ao tema de agendas éticas e políticas, é descrito que a arquitetura possui um papel fundamental na questão social contemporânea que demonstra-se de forma complexa. É dito que foi o momento o qual as preocupações foram direcionadas para as causas sociais e ambientais, através de documentos internacionais que afirmavam uma preocupação com ambos, além foi o período em
que houvera a criação do Código de Ética e Conduta Profissional de 1993, que interferiu diretamente na formalização dessas visões. Renzo Piano, em todos os seus projetos coloca em prática essa preocupação propondo projetos sustentáveis que aproveitem a iluminação natural, assim como a ventilação. Ademais, a sua percepção sobre a responsabilidade do arquiteto é notável como descrito em uma entrevista:
“Gostaria de levar uma maior consciência sobre essa responsabilidade. Gostaria de não projetar nada, não construir nada que não leve consigo a mensagem forte e clara de uma responsabilidade que não é só estética, mas também ética e moral. Em suma, gostaria de levar ao novo milênio uma espécie de ”re-pacificação” entre o progresso cientifico e o progresso ético” PIANO, Renzo.
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Linha do Tempo
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Obras de Destaque La Bolla
Biosfera de vidro e aço mais conhecida como La Bolla, projeto realizado pelo arquiteto Italiano Renzo Piano no ano de 2001 foi feito para modernizar o antigo porto de Gênova, porém não só pelas características técnicas, mas pela ocasião de um evento mundial, a reunião da cúpula do G8 de Gênova, que é um grupo de oito países que desde 1975 se reúnem todos os anos para debater temas econômicos, porem a questão política e globalização também passou a fazer parte das pautas. La Bolla fica per32 | Revista Renzo Piano
to do aquário de Gênova, ocupa um dos caís, que recebeu uma estrutura reforçada para pode suportar toda a sua carga de peso.
xação é dada por ganchos de aço. A estrutura não foi sodada e nem montada no local, foi toda construída num estúdio. Contém uma altura de 6-7metros, tem uma área total em cerca de 200 metros quadrados e suporta no máximo 100 pessoas. O clima da estrutura esferica na epoca do verão é mantido com ar-condicionado informatizado, dentro possui velas que tem um sistema que se movem de acordo com o sol, para evitar a irradiação direta. E no inverno o a temperatura será mantido por bombas de calor. Dentro da bolha existe uma pequena floresta, com mais de 150 espécies de plantas e animais como borboletas, peixe, tartarugas e pássaros. A ideia principal do projeto era fazer a reconstrução da floresta tropical.
Ela possui modulações de painéis de vidro curvo, a armação é composta por um sistema de tubos metálicos e sua fiRevista Renzo Piano | 33
Centro Georges Pompiduo
O projeto do Centro Georges Pompidou deu-se origem em 1969 diante de um concurso feito pelo presidente da França (1969-74) Georges Pompidou. A obra foi realizada em 1977 pelos arquitetos Renzo Piano e e Richard Rogers, construída na praça Beaubourg, no coração da cidade de Paris. Na época da sua construção chamou bas-
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tante atenção da população, tanto pelo projeto em si, quanto pelos arquitetos que o projetaram, que na época eram desconhecidos. O prédio acomoda o Museu Nacional de Arte Moderna e no espaço interior no primeiro, segundo e terceiro níveis do edifício principal fica a parte da administração, serviços de apoio, entreterimento e va-
zios para exposição temporaria, e o IRCAM que é um centro para música e investigações acústicas, nível superior está a Bibliothèque Publique d’Information. Todos os piso são livre proporcionando uma flexibilidade maior do uso, usando o método Open Plan que são espações abertos sem paredes.
Sua estrutura é feita por vidro, peças modulares pré-fabricadas e tubos coloridos. A ideia era externalizar toda a infraestrutura do edifício. A divisão das funções é feita por cores especificas distribuindo a parte da estrutura de ventilação, instalação hidráulica e elétrica, a de elevados, circulação e a escada externa que é o que chama mais atenção no prédio, que proporciona uma vista incrível de Paris. Uns dos pontos principais desse projeto é a utilização da alta tecnologia, característica que faz com que Renzo seja visto pelo mundo como um arquiteto High Tech. Tem a Arquitetura Pop Archigram e M. van der Rohe como influencia arquitetonica.
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DIÁLOGO COM NORMAN FOSTER
Os arquitetos Norman Foster (nascido em 1935, na Inglaterra) e Renzo Piano (nascido em 1937, na Itália) são contemporâneos. Norman Foster formou-se na Universidade de Manchester no ano de 1961, enquanto Renzo Piano formou-se na Escola Politécnica de Milão no ano de 1964. Os dois formaram-se na mesma década e, consequentemente, iniciaram seus projetos como arquitetos no mesmo período, sendo influenciados e inspirados pelo mesmo contexto histórico. Os dois apresentam um grande amigo e parceiro de trabalho em comum,
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Richard Rogers, com quem Renzo Piano trabalhou no projeto do Centro Georges Pompidou, em Paris. Ambos os arquitetos apresentam características semelhantes em seus trabalhos e projetos, em especial a adoção do estilo de Arquitetura high-tech, a devoção pel tecnologia arquitetônica de ponta. Ao analisar projetos arquitetônicos dos dois arquitetos é possível observar conceitos, elementos e soluções adotadas em comum. Observa-se a utilização de elementos pré-fabricados, paredes de vidro e armações de aço (como no Centro Georges Pom-
pidou, de Renzo Piano, e no HSBC Building, de Norman Foster). O Centro Georges Pompidou e o HSBC Building também apresentam outra característica em comum, que são as estruturas externalizadas, ou seja, elas são estão escondidas no interior no edifício, elas fazem parte da fachada, como os condutores de ventilação no Centro Georges Pompidou e a estrutura metálica do HSBC Buildings. Outro aspecto em comum em obras dos dois arquitetos é a busca pela sustentabilidade em seus projetos. O The New York Times Building, projetado
por Renzo Piano em 2007, é considerado uma estrutura verde, embora não seja certificado pelo LEED. O edifício utilizou de novas tecnologias para fazer o maior uso possível da iluminação natural. O prédio também incorpora resfriamento de ar-livre, trazendo ar de fora quando está mais fresco do que o espaço interior, resultando na economia de energia. O Parlamento Alemão, reconstruído em 1999 por Norman Foster, destaca-se pelo uso intensivo de energias primárias renováveis, como biodiesel, produzido nas imediações do edifício.
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Inegável contribuição e influencia na arquitetura atual, Renzo Piano demonstra ser um arquiteto além do seu tempo, mas de mesmo modo inserido no mesmo. Esse distanciamento pode ser atribuído a sua percepção visionaria e preocupações com a sustentabilidade, o contexto social em que todos os seus projetos se aplicam, além da versatilidade e avanços surpreendentes que suas obras demonstram. Ao mesmo tempo, consta-se inserido na atualidade visto o uso das tecnologias atuais ao seu favor, através do utilização de materiais como o aço, o qual conhece bem suas possibilidade construtivas e as aplica com maestria. Ao apresentar projetos considerados completos em todos os sentidos, desde a estética até ao funcional e que perduram durante anos, mesmo que sua obra mude de uso, demonstra-se a diferenciação de Piano e talvez até a sua superioridade aos demais arquitetos contemporâneos.
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