Revista dos 50 anos do Glória de Vacaria

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d i v u l g a o município em todo o país, bem como as suas potencialidades. A Revista 50 Anos de Glória, presta uma homenagem a todos os que fizeram parte desta história, procurando Betão Carneiro, Marcos Colla Duarte e Miro Santos neste espaço, G. E. Glória, um clube que contar a trajetória deste clube, que começou na união de um grupo de é a própria de Vacaria. Todos nós amigos de um bairro da nossa fazemos parte da vida desta cidade. Em novembro de 2006 entidade. Esta revista só se completa 50 anos. Uma equipe que concretizou devido ao apoio das disputou campeonatos municipais, e m p r e s a s d e Va c a r i a , q u e regionais e estaduais de amadores. acreditam em nosso trabalho e, Chegou na primeira divisão do naquilo que o Glória pode oferecer C a m p e o n a t o G a ú c h o , o n d e em prol da comunidade. sempre tem representado muito Apesar das dificuldades, as bem a nossa região. direções do Glória ao longo dos Glória de Vacaria, uma equipe que anos, tem procurado manter o orgulha o nome. Desde que iniciou futebol, pagar jogadores em dia, sua participação no Campeonato não esquecendo da parte social. Gaúcho sempre tem conseguido O cinqüentenário serve de reflexão alcançar seus objetivos. e para que analisemos a Diversos jogos, os torcedores da importância de ter um time atuante Grande Vacaria já puderam assistir na elite do futebol gaúcho. Sendo no caldeirão do Altos da Glória. assim, precisamos nos espelhar Jogos inesquecíveis, que até hoje nesse esforço de poucos e não saíram da memória dos c o n t i n u a r c o l a b o r a n d o , s e torcedores. Isso tudo é possível quisermos ver o nosso Glória graças a dirigentes abnegados que prosseguindo na primeira divisão tem comandado o clube ao longo do futebol gaúcho. destes 50 anos. A comunidade G l ó r i a u m a e t e r n a p a i x ã o . Vacariense sabe que o Glória Parabéns.

>1956-2006 A Revista 50 Anos de Glória, é uma publicação autorizada pela direção do Grêmio Esportivo Glória. Edição e textos: Betão Carneiro, Miro Santos e Marcos Colla Duarte. Editores de Arte: Rafael Tochetto Dariva e João Pedro Domanski Pagno. Arte e Diagramação: SIX Interfaces Rua Pinheiro Machado 719 Centro Comercial Sarasvati Sala 102/A Fone: (54) 3232 8486 Vacaria/RS. Tiragem: 1.000 exemplares Impressão: Gráfica e Editora Berthier Ltda Passo Fundo/RS Fotografias: Paulo Pessi e Arquivo do Glória. Agradecimentos: Site: www.gloriadevacaria.com.br, Direção do Glória, Colunistas, empresas apoiadoras e colaboradores.

Contato Fone: (54) 3232 8486 E-mail: contato@sixinterfaces.com.br


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Gilmar de Almeida Boeira S茅rgio Ant么nio de Rossi Presidente Vice-presidente

Gilberto Marques Presidente do Conselho Deliberativo

Diretoria 2006/07


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Letra: Arabi Batista Música: Heitor Maciel Intérprete e Arranjos: Carlos Abreu Produção: Eventhu´s Produções Musicais

1956 a 1958 – João Scherer D’Atria 1959 – Germano Alves da Silva 1960 a 1961 – Herberto Hartsten 1962 – Aníbal Boeira Kramer 1963 a 1967 – Luiz Rigotti 1968 a 1969 – Luiz Jacques Manozzo 1970 – Soli Rossetti 1971 a 1977 – Luiz Jacques Manozzo 1978 a 1985 – Eugênio Andrade Marques 1986 a 1993 – Francisco Joaquim Schio 1994 a 1995 – Luiz Eugênio Bortolon 1996 a 1997 – Francisco Joaquim Schio 1998 a 2001 – Genor Mussatto 2002 a 2005 – Francisco Joaquim Schio Desde 2005 – Gilmar de Almeida Boeira Luiz Rigotti

Luiz Jacques Manozzo

Presidente de 1963 a 1967

Presidente de 1968 a 1969 e de 1971 a 1977

Eugênio Andrade Marques Presidente de 1978 a 1985

Luiz Eugenio Bortolon Presidente de 1994 a 1995

Francisco Joaquim Schio Presidente de 1986 a 1993, de 1996 a 1997 e 2002 a 2005

Genor Mussatto Presidente de 1998 a 2001

Marechal Floriano, 1057 Fone: (54) 3231-3162


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O Grêmio Esportivo Glória foi fundado em 15 de novembro de 1956 por um grupo de jovens desportistas, na cidade de Vacaria. A prioridade era a disputa de torneios amadores locais, mas um de seus f u n d a d o r e s , A d ã o Va r g a s , t i n h a dificuldades em encontrar um local para a sede do clube. Isto aconteceu até o momento em que Vargas obteve a cessão de um terreno na rua Borges de Medeiros, no bairro que dá nome ao clube. Os próprios atletas realizaram as obras de limpeza do local, demarcaram o campo e montaram as goleiras. Em 09 de dezembro de 1956 o clube faz sua partida de estréia, vencendo o time da Fazenda da Ramada por 1 a 0, gol de João Scherer Dátria. Os jogos na Borges de Medeiros prosseguem até 1959, quando ocorre a transferência para onde atualmente se localiza o Ginásio Municipal de Esportes (antigo CMD, hoje DMD), na rua Campos Sales. Era um local difícil para jogar futebol: sem grama, bolas e chuteiras se destroçavam a cada partida. Mas o clube crescia e em 1962 consegue a doação do terreno onde hoje está seu estádio, na Avenida Militar. Passada a euforia inicial, os dirigentes perceberam que teriam muito trabalho pela frente: o local onde pretendiam instalar o campo era um misto de pedreira e banhado. Não desanimaram e, enquanto competiam, aproveitaram as pedras para a construção dos muros e drenagem do local. Em 1967, funde-se com a S. E. Avenida, surgindo daí a Associação Glória Avenida, que durou até 1970. Em 1971, concluíam-se a terraplenagem e o nivelamento, iniciando-se a colocação do alambrado. Em 1972 é realizado o plantio da grama e em 15 de novembro de 1973 são inaugurados o gramado e a sede social. A nova realidade proporcionada pelo gramado facilita os trabalhos técnicos e embala os sonhos de profissionalização, com o Glória filiado à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) desde 1964. Em 1974/75

conquista o bicampeonato citadino. Em 1976, em sua estréia no profissionalismo, obtém a primeira façanha: campeão da Chave 3 da Copa Governador do Estado. Licenciado nos anos seguintes, o “Leão” volta a disputar certames profissionais da FGF de 1979 a 1981, ano em que novamente interrompeu suas atividades e retornou ao amadorismo, no qual conquistara vários títulos desde sua fundação. Em 1983/84 volta a ser campeão citadino. Enquanto isso, projetava-se a reestruturação do Departamento

Profissional, reativado em 1985, quando passa a disputar a terceira divisão, mesmo ano da inauguração do sistema de iluminação de seu estádio. Em 1986, com a extinção da terceirona, ocorre a promoção à segunda divisão. Embora realizando boa campanha naquele ano e em 1987, faltava ao clube experiência para enfrentar os desafios de um campeonato tão disputado. Mas todos na cidade sentiam que o Glória reunia condições para alçar vôos mais altos e almejar a divisão principal.

O time do Glória em 1957. Em pé, da esq. para a d i r. : B e l o n i , Nédio, Valkir, Moacir, Valdir e A l í p i o . Agachados: Adãozinho, Pé G e l a d o , Bombeiro, Ricieri e Adão.

Uma das formações do Glória na disputa da Copa Governador de 1976. Em pé, da esq. para a dir.: Nílson, Varela, Jorge, Sergião, Oreco e Fuminho. Agachados: Ferreira, Marinho, Renatinho, Pinca e Rogério

O time do amistoso na inauguração dos refletores, em 1985. Em pé, da esq. para a dir.: Renatinho, Didier, Rui, Pedrinho, Osmar e Valdecir. Agachados: Nilzo, Gilmar, César “Vaquinha”, Mauro e Carlinhos.

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A segundona de 1988 possivelmente foi a mais disputada de todos os tempos: 36 equipes lutaram por duas vagas ao Gauchão. O Glória venceu as fases iniciais e apoiado em uma perfeita aliança entre clube, torcida, empresariado e poder público, partiu para a disputa do octogonal final como favorito. A largada, porém, foi preocupante, e a perspectiva do adiamento do sonho por mais um ano começava a tornar-se uma realidade. Foi quando a direção contratou o técnico Daltro Menezes. Experiente e folclórico, o “Gordinho” deu ao time a confiança necessária para a vitória, que veio de forma definitiva na tarde de 27 de novembro de 1988, quando a cidade parou para ver o Glória golear o Ypiranga por 3 a 0 e conquistar o título da Divisão Especial de 1988. Durante o octogonal, o time-base teve: Gasperin; Betão, Chimbica, Chicão e Francisco; Alemão, Plein, Hélder e Edmundo; Zé Carlos e Marcos Toloco. Com a vaga assegurada, era necessário preparar-se para a estréia na elite. Manteve-se Daltro Menezes e reforços

foram trazidos. A expectativa era imensa, mas a equipe correspondeu ao que dela se esperava: o Rio Grande conheceu o estilo Glória de jogar futebol, feito de muita determinação e espírito de grupo, mesclando a experiência do veterano Gasperin com a raça do jovem atacante Zé Cláudio e com a qualidade de Branco e Edmundo, um dos remanescentes de 1988. Foram dias de Glória! O reconhecimento nacional veio rápido: a revista Placar, na edição 981, dedicava duas páginas à excelente campanha do time no campeonato gaúcho. Partidas memoráveis foram disputadas, como o Internacional X Glória de 09 de março de 1989, quando os vacarienses encurralaram o adversário em seu próprio terreno e só não saíram vencedores devido à má-arbitragem. Ou como o Glória X Grêmio de 30 de abril de 1989, em Vacaria. Naquele dia, um Grêmio em crise subiu a Serra com a obrigação de vencer, sob pena de eliminação. Em um duelo dramático e tumultuado, o tricolor arrancou suados 2 a

1, no jogo que ficou conhecido como “A Guerra de Vacaria”. Após um começo empolgante do “Leão”, valeram a experiência e a tradição das outras equipes. Bravamente, o Glória terminou o campeonato no 4º lugar, feito notável para um estreante. Time-base durante o Gauchão, e o melhor da História do clube: Gasperin; Paulão, Vladimir, Juarez e Francisco; Edmílson, Jair, Branco e Edmundo; Geraldo e Zé Cláudio. Campanha: 26 jogos, 7 vitórias, 13 empates e 6 derrotas, 27 gols a favor e 26 gols contra. O bom resultado no estadual valeu o convite para disputar a Divisão Especial brasileira, mas a equipe foi eliminada na primeira fase. A irregularidade refletia a perda de jogadores importantes: Gasperin encerrara a carreira, enquanto Branco, Edmundo e Zé Cláudio deixaram Vacaria. De qualquer forma, o discreto 34º lugar entre as 96 equipes da segundona brasileira representou a primeira experiência do time vacariense em competições nacionais.

O grupo campeão da Divisão Especial de 1988. Acima, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Zé Moraes, Renato Lima, Chimbica, Didier, Cigano, Gasperin, Luiz Carlos e César “Vaquinha”. Em pé: Beto Almeida (Aux. Técnico), Daltro Menezes (Técnico), Ricardo, Herman, não identificado, Zé Carlos II, Plein, Chiquinho, Zé Carlos, M a r c o s To l o c o , É l d e r, n ã o identificado, Betão e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Agachados/sentados: Chimia, Nestor (Massagista), Edmundo, Chicão, Jorginho, Faller, Élton, Francisco, Áureo e Edu Chaves.

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Em 15 de novembro deste ano de 2006 o G.E. GLÓRIA completa 50 anos de existência, e nós que acompanhamos o clube desde o início, não poderíamos deixar de aproveitar a oportunidade de registrar nesta data tão importante para toda a família de simpatizantes do GLÓRIA e para o esporte de Vacaria, algo que servisse de testemunho histórico da trajetória vitoriosa desta agremiação, que é sem dúvida alguma, maior fonte de divulgação de nossa cidade por este Brasil afora. - O G.E. Glória foi fundado em 15 de novembro de 1956, no bairro que lhe empresta o nome, por um grupo de desportistas liderados por Adão Vargas. Cresceu junto com o bairro e com a cidade, enfrentou e venceu inúmeras dificuldades, sempre teve marcante participação no futebol de Vacaria e do Estado, foi o primeiro clube de nossa cidade a se filiar na Federação Gaúcha de Futebol, isto em março de 1964. Participou de campeonatos municipais e estaduais de amadores até 1975, conquistando diversos títulos. - A profissionalização do GLORIA ocorreu em 1976, passando a disputar a segunda divisão de profissionais do Estado, e em diversas oportunidades conquistou títulos regionais e, em algumas vezes chegou até o octogonal final. Em 1985 novas lideranças e empresários de expressão de Vacaria, aproximaram-se do Clube, e sob o comando de FRANCISCO JOAQUIM SCHIO, no ano de 1988 foi conseguido aquilo que poucos acreditavam, após vencer todas as etapas e octogonal final da segunda divisão do Estado, o GLÓRIA conquistou por antecipação o Título de CAMPEÃO GAÚCHO da SEGUNDA DIVISÃO. Com isso, passou a fazer parte da divisão de honra do futebol Gaúcho, junto à GRÊMIO, INTERNACIONAL e outros grandes Clubes. - Durante estes quase 20 anos na disputa

da Divisão de Honra do Estado o GLÓRIA, obteve em duas oportunidades o terceiro lugar e outras duas o quarto lugar do GAUCHÃO. Por três anos consecutivos participou da série-B, mas no ano de 2002 classificou-se novamente para a série-A. - Cabe aos atuais e futuros dirigentes do GLÓRIA, a difícil missão de enfrentar os desafios que serão imensos, e deficitárias,

“Sob o comando de Francisco Schio, no ano de 1988, foi conseguido aquilo q u e p o u c o s acreditavam: o Glória conquistou por antecipação o título da segundona, passando a fazer parte da Elite do Futebol Gaúcho.”

principalmente com as limitações impostas pelo calendário do Futebol Brasileiro, que destina aos Campeonatos Estaduais apenas pouco mais de três meses dando aos melhores classificados, como premiação (no meu modo de ver é castigo) direito de participar da Copa do Brasil e Terceira Divisão do Brasileiro, que na maior parte das vezes os classificados optam por

não participar por serem altamente deficitárias, e o GLÓRIA que já participou, principalmente desta última é testemunha disso. - Acreditamos que a única maneira dos Clubes do interior amenizarem as dificuldades para manterem o futebol em atividade, só será possível através das divisões de base, como infantil, juvenil e juniores. Sabemos que no Glória não é fácil, principalmente pelas despesas com pessoal capacitado para atuar nestas áreas e de campos de futebol. Temos a impressão que seria possível por em prática tal idéia, através de convênios com as escolinhas de futebol e Clubes amadores locais e da região. - Saindo um pouco da principal atividade do GLÓRIA que é o futebol, o Clube ao mesmo tempo que aumentou seu estádio, renovou toda a iluminação. Teve nesta última década um crescimento fantástico. Foi formado o quadro de Sócios Patrimoniais e Contribuintes, o que proporcionou condições de oferecer ao seu quadro social, piscina térmica, semi-olímpica, piscina olímpica, piscina infantil, sauna, sala de musculação, campo de futebol sete, cancha de areia, churrasqueiras e sede social. - Recomendamos a todos os desportistas, principalmente aos simpatizantes do GLÓRIA, que acessem o site do clube na Internet (www.glóriadevacaria.com.br), praticamente tudo o que aconteceu e acontece no GLÓRIA está ali disponível, fruto de um trabalho muito bem elaborado e com muita dedicação de dois Vacarianos, torcedores do GLÓRIA que residem em Porto Alegre, André Rigon Carvalho e Alexandre Borges de Souza. É de pessoas assim que o Clube precisa, com muito amor, trabalho e dedicação, sem nenhum ônus, muito tem feito para o engrandecimento do GLÓRIA DE VACARIA.


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Uma boa amostra do espírito de superação característico do Grêmio Esportivo Glória pode ser observada no processo que envolveu a construção de seu estádio, o Altos da Glória. Cansados de sofrer no campo da rua Campos Sales, os sócios do clube organizaram uma comissão para solicitar à Prefeitura a cessão de um terreno para a construção de um estádio, em 1962. Alguns meses depois, a Câmara de Vereadores aprova a doação do terreno localizado na Avenida Militar e, ainda naquele ano, é realizado o lançamento da pedra fundamental.

Conclusão do serviço de terraplanagem em 1971

Em 1963 inicia-se o trabalho de terraplenagem, que prossegue em ritmo lento até sua conclusão, em 1968. A partir daí, começa a etapa do serviço de motonivelamento, finalizado em 1971. Para os que duvidavam da realidade de um estádio sobre o banhado, o Glória respondia com o início do plantio da grama, em 1972, ao mesmo tempo em que era providenciado o alambrado.Em 15 de novembro de 1973, aniversário de 17 anos do clube, são oficialmente inaugurados o campo do Altos da Glória e a sede social com um torneio disputado por times formados pelos sócios.

1962 - Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio do Glória, tendo usado a palavra o associado Clodoveu Vieira Pinto.

Janeiro - 72

Iniciada o plantio da grama do estádio Altos da Glória, sendo as mudas fornecidas por associados do clube.

Presidente do Clube, Anibal Kramer, lacrando a urna da Pedra Fundamental.

Em 1976, ano do ingresso no profissionalismo, começam as obras do primeiro módulo de arquibancadas, mas o time ainda tem que mandar seus jogos pela Copa Governador no Municipal Francisco Guerra. A pequena estrutura para a acomodação dos torcedores permite a disputa de jogos oficiais profissionais a partir de 1979. Como diferencial, o estádio possibilitava o acesso de automóveis ao seu interior, permitindo que os torcedores assistissem aos jogos protegidos da chuva e do frio.

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Em 1973 o Bispo Diocesano Dom Henrique Gelain procedeu a Bênção ao estádio e sede social do Glória

Com a presença da diretoria, associados e convidados é procedida a inauguração do futebol, sendo convidado para o corte da fita o desportista João Dátria, que foi Presidente do Glória e também o atleta a marcar o primeiro gol deste clube

O começo da década de oitenta presencia a realização de várias melhorias, como a construção das cabines de imprensa. Em 1985, ambicionando alcançar a primeira divisão, a direção providencia a cobertura das arquibancadas e inaugura o sistema de iluminação do estádio realizando um amistoso contra o Internacional. No mesmo ano, começa a construção das gerais, o que aumenta a capacidade do estádio . Cada vez mais forte, o Glória começa a construção do segundo módulo de arquibancadas em 1987, e no ano seguinte investe no terceiro módulo. Um setor das mesmas é destinada para a locação de cadeiras, e é com esta conformação que o estádio Altos da Glória passa a receber jogos da primeira divisão em 1989, ano em que registra o maior publico de sua História, ocorrido em 30 de abril de 1989, quando 8.510 torcedores assistiram a Glória 1X2 Grêmio. Nos anos noventa, o clube investe em sua área social, construindo junto à área do estádio um parque aquático que inclui piscina coberta, sauna e canchas para a prática de futebol society. Retornando as atenções para o estádio, as gerais são providas de cobertura para a disputa da Divisão de Acesso de 2002. Passadas quatro décadas do lançamento de sua pedra fundamental, o Altos da Glória é motivo de orgulho para sua torcida e referência para os clubes do interior gaúcho. Com capacidade para receber 8.000 torcedores, um gramado de boas dimensões (110m X 75m) e com boa parte de suas arquibancadas dotada de cobertura,

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A década de 90 iniciou com a expectativa de uma nova boa campanha no campeonato gaúcho. A ampliação das sociais do Altos da Glória permitia maior conforto ao público, e uma boa parte delas já era provida de cobertura. Apesar do esforço dos dirigentes, em 1990 o time lutou contra o rebaixamento, terminando a competição em 9º lugar. A estrutura consolidada permitiu a realização de boas campanhas nos anos seguintes, e o Glória finalizou em quarto lugar na Copa Governador de 1991 e em sétimo no Gauchão de 1991 e de 1992, quando teve o vice-goleador, Amarildo, com 12 gols. Em 1993, embora não chegando à fase decisiva, obteve o primeiro triunfo sobre a dupla Gre-Nal: vitória de 3 a 1 sobre o Inter, em Vacaria. Um ano depois, o Glória teve o melhor desempenho desde 1989, conquistando a quinta posição, uma à frente do Grêmio. Também em 1994, venceu pela primeira vez o tricolor, então campeão da Copa do Brasil, por 2 a 0, em jogo disputado no Altos da Glória. Em 1995, embora não tenha avançado no Gauchão, venceu a seletiva e conquistou o direito de disputar a Série C do Brasileiro, do qual abriu mão. Em 1996, uma boa equipe, que contava com Luiz Carlos Winck e Hélcio, além de Marcos Toloco, veterano da conquista de 1988, finalizou na sexta colocação. Embora não realizando uma boa campanha no primeiro semestre, 1997 viu o Glória conquistar o vice-campeonato da Copa Galego, que reunia equipes do interior gaúcho. Na finalíssima, disputada em Vacaria, empate em 1 a 1 com o São Luiz. Time do Glória naquela partida, orientado por Alberto Monteiro: Magero; Lelo, Pessali, Aguiar e Márcio; Uana (Marcelo Bolacha), Jorginho (Diogo), Giovani Melo e Sandro; Tuto e Lela (Dejai). Na temporada de 1998, a frustração: após dez anos na elite, uma sucessão de maus resultados determinou o rebaixamento à Divisão de Acesso. O vice-campeonato da Copa Galego permitiu que a equipe seguisse na competição para ser eliminada somente pelo campeão Juventude, mas a má-fase era evidente: terminou em último na Copa Abílio dos Reis.

O grupo do Glória em 1996. Em pé, da esq. para a dir.: Beto Almeida (Técnico), Jair (Roupeiro), Vadico (Supervisor), Pessali, Luiz Carlos Winck, Otto, Sandro, Carlos, Magero, Júlio Lírio, Toni, Aguiar, Géverton, Edu Chaves e Vilson Costa (Prep. Físico). Agachados: Marcos Toloco, Carioca, Marcelo Sé, Marcelo Prates, Dejai, Hélcio, Toninho Paraná, Uana, Flavinho Oliveira, Luiz Ernesto, Alex, Miranda, Faíska e Alexandre.

Rebaixado em 1998, restou ao Glória a disputa da Divisão de Acesso. Apesar de lutar com muita bravura pelo título em 1999 e 2000, o time terminou as duas temporadas em 3º lugar, o que não garantia a volta ao Gauchão. Melhor sorte não teve em 2001, quando uma campanha empolgante na primeira fase não se confirmou no decorrer da competição. Ainda assim, o Altos da Glória registrava uma das melhores médias de público entre os participantes. Para a disputa da segundona de 2002, reforços foram trazidos. A principal contratação estava no banco: Nestor Simionatto, especialista em levar clubes do interior gaúcho à primeira divisão, assumiu como treinador. Com ele, cresceu a confiança da torcida, que ganhou, no começo do ano, a cobertura das gerais do estádio da Avenida Militar.

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Para a reestréia no Gauchão em 2003, a diretoria promoveu várias alterações no grupo de atletas. De início, a equipe lutou contra o rebaixamento, mas teve fôlego para recuperar-se e lutar pela classificação, terminando a disputa do Grupo 2 (que reunia as equipes do interior) em 3º lugar, insuficiente para avançar à fase final, mas o bastante para habilitar-se à disputa do Grupo 1 (o grupo dos “grandes”) em 2004.

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O Glória, terceiro no Gauchão de 2004, no jogo contra a ULBRA em 18/04/2004. Em pé, da esq. para a dir.: Dudu Gasperin (Prep. Físico), Rafael, André Gheller, Toto, Marcelo Bolacha, Cristiano, Luciano Sobrosa. e repórter Luciano Andrade. Agachados: Bebeto, Rodrigo Gasolina, Xavier, Sandro Sotilli, Flavinho e Edu Chaves.

A experiência do campeonato de 2003 foi bem assimilada, formando-se um grande time para 2004. Nomes como o goleiro Marcão e o zagueiro Marcelo Bolacha foram mantidos, mas a grande aquisição foi Sandro Sotilli, atacante consagrado, que trouxe grande qualidade ao ataque da equipe. Novamente, a cidade vivia uma grande expectativa em torno de seu time. Disputando os grupos 1 e 2 do Gauchão, o “Leão” sofreu um grande desgaste. No primeiro, chegou às semifinais contra o Grêmio, sucumbindo devido à maratona a que foi submetido. O calendário quase comprometeu o desempenho no Grupo 2, mas o time teve forças para obter a vaga à semifinal, superando todas as dificuldades. Classificado, o Glória credenciou-se para

enfrentar o Internacional no Beira-Rio, em jogo único. Em um confronto épico, decidido nos pênaltis (tempo normal, 1 a 1; prorrogação, 1 a 1), e com a influência da arbitragem, que prejudicou os vacarienses, o “Leão” sucumbiu. A despeito da indignação, a terceira colocação alcançada significou o melhor desempenho do clube no Gauchão. O goleiro Marcão foi indicado como um dos melhores goleiros da competição, e Sandro Sotilli, artilheiro do campeonato com 27 gols, eleito o melhor jogador do Gauchão. A equipe-base dessa grande campanha, treinada inicialmente por Bagé e depois por José Luiz Plein, teve: Marcão; Flavinho Oliveira, Marcelo Bolacha, Xavier e Cristiano; André Gheller, Toto, Aldo e Rodrigo Gasolina; Bebeto e

Sandro Sotilli. Em 2005, o comando técnico foi novamente entregue a Bagé, que manteve boa parte da excelente base montada no ano anterior. Novamente o Leão realizou uma grande campanha e repetiu o terceiro lugar no Gauchão. Além disso, pela primeira vez derrotou um time da dupla Gre-Nal em Porto Alegre: 3 a 1 sobre o Inter em pleno Beira-Rio. Timebase: Marcão; Marcelo Bolacha, Xavier e Pansera; Flavinho, Carlão, Júnior Negrão, Rodrigo Gasolina e Marcelo Müller; Gustavo e Jajá. A boa campanha valeu vaga para disputar a Série C do Brasileiro, depois de 16 anos distante das competições nacionais, finalizando em 20º lugar.


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VANIOS ANTÔNIO NERVO

A

lguns dizem, que com a evolução do ser humano e por conseqüência o avanço dos conhecimentos e das relações, o livre arbítrio também alargou suas possibilidades de escolha. Assim, no cotidiano, podemos observar gente mudando de cidade, de país, de religião, de partido político, de bar, de amigos, alguns trocam de mulher, e tem gente até trocando de sexo, por incrível que pareça. No entanto, pouco se ouve, e até talvez nem exista, alguém que definitivamente tenha trocado de time de futebol. É com esta apaixonada intransigência, que acompanho, torço, vibro e me identifico com o GLÓRIA. Por mais que busque, parece que não encontro umas razões fortes, que

determine o exato momento que nasceu esta paixão. Acho que este envolvimento foi me tomando aos poucos, devagar, ocupando os espaços no meu gosto pelo esporte, de forma tão sólida, que não deixou lacuna que possa por outro time ser ocupada, como nos verdadeiros e indesmancháveis amores.

algumas derrotas. Quantas vezes, no silêncio do travesseiro, defendi o pênalti que nosso goleiro não havia defendido, eu acertando o canto que aquele errara. Também não foram raras às vezes, que marquei o gol perdido por nosso centroavante, isso até faço com mais naturalidade, porque fiz alguns golzinhos, quando a juventude me permitia.

De torcedor sempre presente, passei a ocupar cargos diretivos, misturando o lazer com aquilo que entendo, às vezes, ser meu dever. É aquela história dos compromissos que se tem para com quem se gosta. E eu, recebendo alegrias do GLÓRIA e me doando para que ele possa me dar ainda mais.

Esta cidade que me acolheu e hoje abriga minha família, e por isto lhe sou grato, também me deu um time, que talvez por orgulho, carrega em seu sobrenome, embora não conste em sua certidão, o nome desta cidade, que difunde por todos os rincões.

No entanto devo confessar que este meu obstinado encanto pelo time, que tantas alegrias me dá, também faz com que alguns fins de tarde dominicais, sejam acompanhados da angustiante tristeza de

Duvido que neste país continente, alguém nunca tenha ouvido falar do GLÓRIA DE VACARIA. Isto é uma glória para a cidade, e ser torcedor deste time é para mim também uma GLÓRIA.

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Amarildo

Zé Carlos

O Glória deve a boa campanha no Gauchão de 1992 a Amarildo, sendo o vice-goleador da competição, com 12 gols. Com os tentos marcados na Copa Clébel Furtado daquele ano, alcançou 16 gols, tornando-se o maior goleador do time em uma única temporada até 2004, quando foi batido por Sandro Sotilli. Após o campeonato, foi negociado com o futebol mexicano, voltando a vestir a camisa azul em 1994 e 1995. No total, Amarildo marcou 19 vezes.

Edmundo Atuou no Altos da Glória de 1986 a 1989, ano em que foi um dos principais jogadores do Gauchão, brigando pela artilharia até as ultimas rodadas. Em 1988, quando do título da Divisão Especial, foi o vice-goleador da equipe, com 7 gols. Edmundo anotaria muitos outros além dos 21 gols confirmados se não tivesse deixado Vacaria para defender o Internacional no segundo semestre de 1989 e falecido prematuramente em 1993, aos 31 anos, vítima de afogamento.

Um grande atacante da história do “Leão”, artilheiro do time na conquista da Divisão Especial em 1988, com 8 gols. Não bastasse isso, pode-se orgulhar de ter sido o goleador da equipe por três temporadas consecutivas, de 1986 a 1988. Zé Carlos atuou ainda em 1989 e 1990 e marcou em 19 oportunidades.

Ferreira Luiz Alberto Ferreira foi o grande nome dos primeiros tempos de profissionalismo e o goleador do time na Copa Governador de 1976, com 11 gols. Como profissional, vestiu a camisa azul em 1976, 1979, 1980 e 1985. Foi o marcador do primeiro gol da era profissional e liderou a lista de artilheiros durante 17 anos (de 1976 a 1993). No total, tem 23 gols.

Sandro Sotilli

Índio Paulo César dos Santos Pereira, o Índio, seguramente não é um daqueles jogadores que o torcedor lembra em primeiro lugar quando recorda a história do time. Contudo, ao marcar 24 vezes nos anos de 1990 a 1992 e em 1994, discretamente gravou o seu nome como o quarto maior artilheiro do clube.

Chegou em 2004 como goleador consagrado e incumbido de dar qualidade ao setor ofensivo do Glória. Cumpriu a missão com louvor: marcou metade dos gols da equipe no Gauchão, além de obter uma excelente média individual por partida (0,79). Seus 27 gols o transformaram não só no artilheiro do campeonato daquele ano, mas também em um dos maiores ídolos do clube em todos os tempos, sendo o líder do time na melhor campanha de sua história.

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Os artilheiros da era profissional Marcos Toloco De enorme carisma junto à torcida vacariense, Marcos To l o c o e s t a v a n o g r u p o campeão de 1988, quando marcou 7 vezes, vice-goleador d o t i m e . Ve l o z e b o m cabeceador, totalizou 43 gols. Toloco atuou em 1988, 1990, 1991 e de 1994 a 1998, e continua sendo lembrado como um dos melhores jogadores a defender a equipe.

Zé Claudio O maior goleador do “Leão” é Zé Cláudio, com 55 gols. Sua vantagem se explica em grande parte pelo tempo de serviço, sem contrariar o fato de ser um atacante de qualidade: entre idas e vindas, atuou de 1989 a 1994, em 1997 e em 1999. Zé Cláudio tem lugar assegurado na história do clube por seus gols. Zé Claudio também foi um dos maiores ídolos dos torcedores vacarianos.

Goleadores da era Profissional até 2005 1º) Zé Cláudio: 54 gols 2º) Marcos Toloco: 43 3º) Sandro Sotilli: 27 4º) Índio: 24 5º) Ferreira: 23 6º) Edmundo: 21 7º) Amarildo, Zé Carlos: 19 9º) Marcelo Bolacha: 16 10º) Flávio Fernandes: 14 11º) Douglas, Hélder, Sandro, Vladimir: 13 15º) Edinho, Marcelo Carioca: 11 17º) Branco, Élton Correia, Marquinhos: 10 20º) Flavinho, Joãozinho, Márcio, Tuto: 9 24º) Alex I, Assis, Dario, Jajá, Luisinho Vieira, Paulão: 8 30º) Francisco, Grizzo, Zé Osnildo, Xavier: 7 34º) César “Vaquinha”, Cigano, Daniel Dutra, Giovani Fleck, Gustavo, João Pedro, Sassia, Tiganá: 6 42º) Aldrovani, Betão, Bodanesi, Chaiane, Gílson, Júnior Negrão, Marcelo Müller, Marinho, Marcian, Pessali : 5

52º) Amarildo Evangelista, Caio, Carlos Osmar Alves da Cruz (“Pinca”), Da Silva, Ésio, Fabinho, Gérson Carreta, Paulo Gaúcho, Paulo Henrique, Peninha, Renitinho Godoi, Diogo, Uana, Vacaria, Wilson: 4 67º) Ademir, Alemão, Carlinhos I, Carlinhos II, Chiquinho I, Cláudio Freitas, Fabio de Los Santos, Giovani Melo, Gláucio, Jair, Jorginho, Juarez, Kléber, Leandro I, Lela, Liminha, Luciano, Mauro Bastos, Nilzo, Plein, Rémerson, Rica, Rodrigo Gasolina, Sarará, Sigal, Valdair, Vandré: 3 94º) Adailton, Aguiar, Altair, Araújo, Áureo, Bebeto, Calada, Canhoto, Caril, Carlos Eduardo, Carlos Eduardo Gonçalves, Cerezo, Chiquinho II, Donizetti, Edson, Élio, Elói, Fábio Renato, Flavinho I, Joel Sene, Luís Ernesto, Lúcio, Marcelo, Marcelo Prates, Nenê II, Pianelli, Renato Lima, Sandro Ventura, Sérgio Pontes, Serração, Toledo, Toto, Vanderson, Zé Roberto: 2

Neste equipe estão três dos maiores goleadores da história do Glória: Zé Cláudio, Índio e Amarildo. Esse foi um dos ataques que marcou época com a camiseta do Glória. Na foto de pé: Fuca (preparador físico), Sales, Vladimir, Celso, Donizete, Chimbica e Francis. Agachados: Áureo, Zé Cláudio, Índio, Uana, Amarildo e Edu.

Teste sua memória. Identifique as crianças que estão na foto.

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rancisco Schio

S

er dirigente de um clube de futebol, é no mínimo uma tarefa desgastante e que exige sensibilidade, visão, dinamismo e dedicação integral. Com estas características, está pronta a

receita para um dirigente ser bem sucedido, especialmente, se a auto promoção mão estiver incluída em seu roteiro. Essas são algumas das principais virtudes de Francisco Joaquim Schio, nasceu em Flores da Cunha em 21 de janeiro de 1946 e mora em Vacaria desde criança. No dia 3 de janeiro de 1986 o empresário Francisco Schio, assumia a presidência do Glória de Vacaria, clube com o qual vinha colaborando durante os últimos anos. Em seu primeiro ano de mandato, Schio decidiu realizar um empreendimento arrojado: a conclusão das obras do estádio Altos da Glória, em pouco tempo tudo estava

terno

Por Betão Carneiro

residente pronto. Foi construído o pavilhão social, a concentração para os atletas, além da realização de uma série de melhorias no estádio. Foi graças a liderança de Schio, que toda a diretoria no ano de 1986, passou a trabalhar em busca de melhores dias para o futebol profissional. Francisco Schio considera difícil incentivar o esporte em Vacaria, pois há poucos colaboradores. Schio foi presidente do Glória em três oportunidades: de 1986 à 1993; de 1996 à 1997 e de 2002 à 2005. O torcedor de Vacaria, é grato a Francisco Schio, eterno presidente deste clube que comemora 50 anos.

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GLÓRIA NAS Reportagem publicada na Revista Placar de 31 de março de 1989. Na foto em pé da esq. para a dir.: Gasperin, Francisco, Edmílson, Vladimir, Juarez, Paulão, Daltro Meneses. Agachados: Zé Claudio, Geraldo, Áureo, Branco, Edmundo.

S

ímbolo da tentação e do pecado, a maçã é o primeiro e principal motivo para explicar a surpresa do Campeonato Gaúcho deste ano: o Glória, da cidade de Vacaria, distante 246 km de Porto Alegre. Depois de ter ganhado o campeonato da Segunda Divisão, no ano passado, o estreante não se fez de rogado. Mesmo jogando pela primeira vez em seus 33 anos de história entre as melhores equipes do Estado, somou o maior número de pontos dezessete - e de vitórias - quatro. Exibiu o ataque mais positivo - onze gols - e a defesa menos vazada ¬ três. Foi ainda o primeiro time a se classificar para o quadrangular que apontará o campeão do primeiro turno, do qual não participará - pasmem - o Grêmio. A fruta que fez Adão e Eva serem expulsos do paraíso entra nessa história de sucesso por ter se transformado no principal produto cultivado na região de Vacaria, que anteriormente - como sugere o nome - se dedicava à pecuária. "Com 20 hectares de pomar ganho o mesmo que com uma estância de 1 000 hectares", revela Setembrino Guerra, dono de uma das cinco empresas de fruticultura que anunciam no Estádio Alto da Glória. Com o dinheiro estufando os cofres da cidade de cerca de 100 000 habitantes, os dirigentes locais se sentiram tentados a exibir essa força também no futebol. A primeira tentativa aconteceu três anos atrás, só que de maneira equivocada. "Tínhamos um time ruim e, quando a classificação ficou difícil, peguei uma mala de dinheiro e fui incentivar os adversários dos inimigos. Não podia mesmo dar certo", conta Josimar Pilar, vice-presidente do Glória, que decidiu mudar de tática e investiu no sonho de entrar na divisão principal pela porta da frente. As malas de dinheiro foram gastas na

formação de uma boa equipe. A festa de ascensão do Glória, em, dezembro, já com o controvertido técnico Daltro Meneses no comando, foi sucedida por outra demonstração de ousadia dos dirigentes. Em janeiro, foram contratados dez novos reforços, recebendo cada um salário de 500 cruzados novos. E apenas três dos jogadores que conquistaram a vaga na Primeira Divisão foram mantidos como titulares: o veterano goleiro Gasperin, de 37 anos, o lateral-esquerdo Francisco, 28, e o falso ponta Edmundo, de 27. "Saí daqui em 1970 como campeão estadual de amadores e agora, na minha volta, acontecem todas essas coisas", espanta-se Gasperin, que jogou pelo Grêmio e Internacional e, no ano retrasado, havia decidido pendurar as chuteiras no Botafogo de Ribeirão Preto. Quando retomou a Vacaria para cuidar da transportadora de seu pai, acabou contagiado pelo entusiasmo dos glorienses e resolveu dar uma mão. Ou melhor, duas, pois foi o grande craque e capitão da equipe na campanha da Segunda Divisão. Hoje, ainda exerce o cargo de secretário municipal de Esporte e Cultura. Quando começou a renovação do elenco, os torcedores da cidade se surpreenderam e até trataram mal alguns dos novos reforços. "Jogador? Tu mais pareces um caminhoneiro", decretou o dono de hotel Daquir Graneto ao ver o centroavante Geraldo postado na portaria. Surpresa maior, no entanto, tiveram os adversários ao ver o novo Glória jogar. Geralmente, os times do interior são compactos apenas na defesa. Já o Glória mobiliza cinco ou seis jogadores também na hora de atacar, em passes de primeira sempre para frente. Uma ação que cheira a arrogância. "Somos o Bahia do sul", compara o técnico Meneses, 52 anos,

anteriormente reconhecido como um retranqueiro contumaz. "É que só me chamavam para livrar times do rebaixamento", justifica ele para, em seguida, admitir que evoluiu seus conceitos. Sem nenhuma estrela de primeira grandeza na equipe, Daltro Meneses armou um esquema com quatro jogadores no meio de campo - Edmílson, Áureo, Branco e Edmundo - e dois centroavantes Zé Cláudio e Geraldo. Ou seja, o mesmo dos melhores e modernos clubes europeus. Apesar dos seus 33 anos de idade, Branco é o verdadeiro pulmão do time, armando quase sempre as infiltrações de Edmundo, o artilheiro do primeiro turno, com quatro gols. "Eles praticam hoje o melhor futebol do interior do Estado", opina o técnico Abel, do Inter, esquecendo-se de que também seu time levou um banho tático, em pleno BeiraRio. Na ocasião, se não fosse prejudicado pelo árbitro Ricardo Müller, a equipe de Vacaria teria conseguido muito mais que o simples empate em 1 x 1, nos 90 minutos. Até quando esse fantasma oriundo dos pomares do planalto gaúcho assustará os grandes, nenhum jogador se arrisca a dizer. O certo é que o Glória parece ter vindo disposto a permanecer na Primeira Divisão. O que se percebe claramente quando se observam as obras de ampliação do estádio de 3 000 para 10 000 espectadores. Como é o enriquecimento que produz esse tipo de assombração, e o município caminha para ser o maior produtor de maçãs do país, pode-se acreditar nas palavras do goleiro Gasperin: "Muitos anos depois de eu pendurar as chuteiras pela segunda vez, ainda se ouvirá nos estádios do Rio Grande do Sul a torcida a cantar 'glória, glória, Vacaria' ".

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Radialista, Deputado Federal e Deputado Estadual Lembro da minha primeira transmissão de um jogo do Glória (Glória x Santos). Foi em julho de 1966. Recém tinha chegado em Va c a r i a , p a ra , n a R á d i o Esmeralda, auxiliar Otávio Saad um grande narrador esportivo na cobertura do campeonato municipal. O Glória tinha 10 anos de existência.

A

ltos da Glória. Para quem tem 50 an o s , d o n o d e u m patrimônio invejável (história + conquistas + torcida + estádio) só falta definir e batizar o seu estádio. O nome Altos da Glória, foi consagrado nos anos 80, quando, narrando os jogos do 'Leão da Serra', carimbamos, por necessidade o nome de Altos da Glória. Nada mais, nada menos, que o resultado inspirado pelo estádio do Curitiba, na Capital do Paraná. Nada a ver um com o outro. Mas tudo a ver com o bairro do mesmo nome. Poderia ser estádio Luiz Jacques Manozzo, ou Luiz Rigotti, ex-presidentes que foram decisivos na construção do estádio do Glória. Poderiam ser outros. Não dá para homenagear pessoas ilustres que estão vivas.

Eram várias equipes, mas despontavam o Glória, o Brasil, o Rodoviário, Bota de Ouro, Santos e o Independente. Lembro da primeira transmissão do Glória. Lembro dos seus craques. Lembro bem da sua camisa. Da sua torcida. Da rivalidade entre Glória e Brasil. O Glória tinha nascido alguns anos antes. Hoje, 40 anos depois daquele meu primeiro contato, nós temos um Glória diferente. Hoje é unanimidade. Não é o Glória do futebol municipal, amador. É um time que se transformou símbolo de Vacaria. É possível falar de Vacaria vinculada ao Rodeio, à maçã, mas é impossível deixar de mencionar o Glória de Vacaria. Ele é um dos símbolos. Por onde passa, seus feitos são lembrados. Trata-se do

maior mensageiro de marketing dessa Região. Capaz de produzir efeitos de valorização, publicidade, com o menor custo possível. Lembrar do Glória não basta, é preciso lembrar das pessoas que o fizeram. Dos primeiros, até os atuais. É bom não esquecer o que fazem pessoas como o Schio, ou como fez, e continua fazendo, o Eugênio. Ou o Luiz Jacques Manozzo. Ou o Luiz Rigotti. Ou Pedro Avancine. Manoel Marques. Paulinho. Gasperin. Tantos craques, que oriundos da casa, ou vindos de outras, transformaram o Glória num símbolo que nos orgulha, que nos enche de alegria. Mas tão importante quanto olhar para o passado, e resgatar fatos e pessoas que escreveram a história do Glória, neste cinqüentenário, é bom ir pensando no que fazer para, daqui para a frente, termos boas coisas para contar. É bom que a gente se apresse. O tempo corre. Cinqüenta anos se passaram tão rapidamente, que muitos não perceberam. Os próximos 50 anos serão mais rápidos. E mais exigentes. Boa sorte Glória, boa sorte Vacaria.


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Um Sonho de Bairro. Realidade de uma Região João Alberto Paim Borges Um dia, não muito longe de nós, um grupo de amigos, sonharam e transformaram em realidade e o Glória foi fundado. Acolhia integrantes dos bairros. Seus primeiros mentores tinham sonhos pequenos, ou melhor, dentro dos objetivos propostos. O tempo determinou mudanças e o crescimento inevitável. Sua sede mudouse para a Rua Ramiro Barcelos, a meia quadra do centro. Demonstração clara do avanço da nova agremiação, tomando conta da cidade. E os resultados foram aparecendo. Campeão de vários torneios, campeão da cidade, campeão regional. Filiou-se à Federação Gaúcha para participar dos Campeonatos de Amadores.

As aparências enganam...

Quem vê o gramado do Altos da Glória das arquibancadas pode pensar que ele é pequeno, mas suas dimensões (110m x 75m) são as mesmas do Beira-Rio e do Morumbi e maiores do que as do Olímpico Monumental (107m x 72m).

Outras pessoas somaram-se ao grupo, e objetivos maiores foram traçados. Em primeiro plano construir sua sede própria, em seguida partir para a construção do seu estádio, hoje Altos da Glória. No lado social, ampliou seu patrimônio. Piscinas, sauna, campo de futebol social, sala de musculação, foram colocados a disposição dos seus associados. No futebol o crescimento foi natural. Veio a Série B, Segunda Divisão, e o sonho tornando-se realidade com a conquista de participar da elite do Futebol Gaúcho. A marca do Glória, pequeno ou grande, foi a ética,a seriedade de tratar seus compromissos, sendo hoje um dos mais

Drive-in

Os torcedores mais jovens talvez não lembrem ou mesmo não saibam, mas durante muito tempo foi possível entrar de carro no Altos da Glória. Assim, quem quisesse podia acompanhar as partidas de dentro do veículo, abrigado da chuva e do frio. A brincadeira durou até meados dos anos oitenta, quando foram construídas as arquibancadas no lado do estádio junto à Avenida Militar.

respeitados clubes que disputam a primeira linha do Campeonato Gaúcho, ganhando simpatia e reconhecimento a nível nacional. Hoje o Glória, de um pequeno grupo, é muito maior do que um sonho. O amanhã não pertence a nós, mas pela semente plantada podemos imaginar a colheita de bons frutos. Outros Adão, Avancini, Rigotti, Manozzo, Eugenio, Paulo, Manoel, Alceu, Francisco, continuarão prolongando o sonho e tornado cada vez mais realidade. Esta é uma história que não tem fim. Amanhã serão outros e depois, muito mais. O leão da serra é sem duvida orgulho desta região.

O “Verdão” do Glória

1956: o Glória com a camisa verde do Palmeiras. A primeira camisa do Glória era verde. Como ainda não tinha uniforme próprio, disputou os primeiros jogos com camisas emprestadas pelo Palmeiras, time amador já extinto. Em 1957, o clube apresentou seu primeiro fardamento: camisa azul com gola e mangas amarelas, tendo o Cruzeiro do Sul bordado no peito.


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Internacional: Taffarel, Luiz Carlos Winck, Nenê, Nórton e Casemiro; Norberto, Leomir (Hêider), Luís Fernando e Luís Carlos Martins; Nílson e Edu (Ado). Técnico: Abel Braga. Glória: Gasperin, Paulão, Vladimir, Juarez e Francisco, Edmílson, Jair, Branco (Zé Roberto) e Áureo (Zé Carlos); Geraldo e Edmundo. Técnico: Daltro Menezes. Arbitragem: Ricardo Müller, com Antônio Moussalle e Dênis Alves. Cartões amarelos: Luís Carlos Martins, Vladimir, Geraldo e Edmílson. Renda e público: NCz$ 3.247,00, com 4.258 pagantes. Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Era consenso. Todos concordavam que o Glória era a grande surpresa do Gauchão de 1989. Com um futebol eficiente, empatara com o Santa Cruz fora de casa e vencera Inter-SM e Caxias em Vacaria, garantindo a liderança de seu grupo. O bom rendimento chamou a atenção de todos para aquele debutante na primeira divisão. Uma pergunta, porém, ainda não tinha resposta: e como seria quando ele enfrentasse Grêmio ou o Internacional? O Glória apequenar-se-ia ou faria história contra os “grandes”? A torcida acreditou que o time honraria a camisa. Em uma das mais belas páginas da história do clube, cerca de 300 torcedores desceram a Serra para acompanhar a estréia contra clubes da dupla Gre-Nal. Como adversário, o Internacional, vicecampeão brasileiro. Um time poderoso, a ser enfrentado no palco onde obteve suas grandes vitórias. Daltro Menezes dava seu recado: “Vamos ao Beira-Rio sem retranca. O time tem

personalidade e vai atacar. O Inter que se cuide”. Bastou o duelo começar para que se confirmasse que Daltro não estava blefando. Com muita marcação e excelente preparo físico, o “Leão” anulou o Internacional. A audácia foi recompensada aos 43 minutos, quando Vladimir superou a defesa inimiga e escorou um escanteio de cabeça para abrir o marcador. No setor onde a torcida de Vacaria estava concentrada, emoção absoluta. No restante do estádio, surpresa: que time era aquele, que humilhava o Internacional em sua casa com um futebol de primeira categoria? No segundo tempo, Abel tentou reverter o andamento da partida, mas era Daltro Menezes que dava uma lição ao técnico colorado. Às cegas, o Inter tentava furar a defesa do adversário. Melhor para o Glória, que insistia nos contra-ataques. Então, a arbitragem entrou em cena para mudar o resultado. Em um dos tantos contra-ataques, Áureo arrancou em direção ao gol, com Luís Carlos Martins no seu

BATERSUL

encalço. Ao entrar na grande área, o meia foi empurrado por Martins. Pênalti claro, mas o árbitro Ricardo Müller deu apenas falta fora da área. O erro desconcentrou o Glória, que passou a atuar recuado, dando ao Inter a chance de exercer pressão. Aos 39 minutos, após cobrança de escanteio, Gasperin espalmou a bola para a entrada da área, de onde Luís Carlos Martins disparou para empatar a partida, resultado mantido até o encerramento. Conforme o regulamento previa, o jogo seria decidido nos pênaltis. Contando com Taffarel no gol e com o abalo do adversário, o time da casa venceu por 3 a 1. A péssima arbitragem mereceu críticas do presidente da FGF, Rubens Hofmeister, que admitiu q u e a e q u i p e d e Va c a r i a f o r a “vergonhosamente prejudicada”. Modestamente, os heróis vacarienses assombraram o Beira-Rio, palco das grandes conquistas coloradas, e gravaram para sempre o nome do Grêmio Esportivo Glória na história do esporte gaúcho.


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Paulo Silva Fazer parte da História do Glória ao natural já é um orgulho indescritível, imagina então poder se manifestar quando estamos comemorando 50 anos de vida de um Clube querido por muitos, sim falo muitos sem medo de cometer exagero.Ao longo desses anos em que viajamos para transmitir os jogos do representante de Vacaria, conterrâneos e admiradores do Leão não escondem o apresso ao time do Altos da Glória. A idéia de se lançar uma revista para marcar esses 50 anos no mínimo serve para podermos exercitar nosso raciocínio e recordarmos grandes emoções e momentos extraordinários que somente o futebol é capaz de proporcionar. Mesmo sabendo que não teríamos espaço suficiente para relatar essas passagens, ao menos as mais marcantes por certo serão narradas por colegas de imprensa e colaboradores do Clube. Coincidentemente neste ano tenho o orgulho de comemorar o fato de estar a 10 anos fazendo parte da trajetória do Glória contribuindo com uma modesta parcela de contribuição soltando com muita empolgação a voz nos gritos de gol do

nosso Leão da Serra. É verdade que antes disso já fazia parte das equipes de esportes de nossas Rádios locais como repórter de campo, porém narrar os jogos do representante de nossa terra tem uma sensação especial.Só em saber que fiz parte da seleta lista de narradores que ocuparam os microfones das Rádios Esmeralda e Fátima me deixa realizado profissionalmente. Crescer ouvindo Narradores de altíssima qualidade como Francisco Appio, Marco Antonio Pereira, o mestre Sidnei Andrade, mais o Betão Carneiro, O Cesar Kuze, Miro Santos e o saudoso Oscar Leonardeli que também passaram por todas as funções nas equipes de Esportes e depois poder trabalhar com alguns deles não tem como não registrar. Quando me preparava para escrever algumas linhas sobre o Glória não teve como não passar pela minha lembrança o inesquecível jogo em que o Glória empatou em um gol com o Brasil em Pelotas e retornou para a elite do futebol gaúcho. Aquela tarde de domingo 12 de agosto de 2001, no Estádio Bento Freitas ficará gravada na minha história como narrador para o resto de meus dias de vida. Ter narrado o gol de Sandro Ventura de falta depois de estar perdendo por 1 a zero e vendo o cronômetro passar da marca dos 45 min., e o caldeirão do Bento Freitas mbro

lotado com torcedores Xavantes fanáticos e enfurecidos é marcante de mais.A parte em que depredaram a nossa cabine não merece tanta ênfase, portanto essa parte pula. Lembro como se fosse hoje do nosso comentarista na época Professor Beto Borges, rezando para o time garantir o resultado e ao mesmo tempo para que Deus nos tirasse vivo do meio daquela multidão.Sem falar da voz embargada do repórter Betão Carneiro descrevendo o gol e anunciando o retorno do Leão entre os melhores do Estado.Nada disso pode ter sido mais marcante para nossa equipe de esportes neste período. E ainda bem que a tecnologia avançada e a eficiência dos colegas de gravação Rosvaldo Graziotim e Susana Silveira nos permite nos dias de hoje ter gravado o gol que nos trouxe novamente para a primeira divisão do futebol do Rio Grande do Sul. Evidente que nesse momento eu não poderia jamais cometer o equivoco de não agradecer a todos aqueles abnegados que não mediram esforços para conduzir o Glória da melhor maneira possível mesmo com as dificuldades que esse desafio oferece. Sem citar nomes para não cometer a injustiça de esquecer alguém na posição de torcedor agradeço a todos que contribuíram para essa maravilhosa história de 50 anos do Nosso Glória.


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Jogadores do Glória protestam contra o árbitro na “Guerra de Vacaria”.

Em péssima fase, o Grêmio não convencia no campeonato gaúcho. Na penúltima rodada da fase classificatória, com a vaga à fase final a perigo, deixou escapar uma vitória fácil contra o Passo Fundo, no Olímpico. Precisaria vencer seu último jogo para conseguir a classificação. E o adversário era ninguém mais, ninguém menos, do que o Glória. E em Vacaria, no Altos da Glória... Entre o dia do empate contra o Passo Fundo e o jogo contra o “Leão”, o Grêmio desencadeou uma grande mobilização. Chamou Cláudio Duarte para o comando técnico e contratou três reforços: o zagueiro Edinho, capitão do Brasil na Copa de 86, o volante Jandir e o lateral-esquerdo Hélcio. O Glória, além de possuir uma equipe entrosada, o moral estava em alta graças à melhor campanha da competição até aquele momento. Não bastasse isso, o “Leão” não perdia em casa há 24 jogos, quase um ano sem derrota. Aquele domingo, 30 de abril de 1989, prometia muita emoção. Todos os olhos voltaram-se para Vacaria. Uma grande expectativa tomou conta da cidade, e os ingressos postos à venda esgotaram-se rapidamente. Faltando duas horas para o começo do confronto, a lotação do estádio estava completa. Aquelas 8.510 pessoas – recorde de público do Altos da Glória em todos os

tempos – testemunhariam um dos episódios mais dramáticos da história do futebol gaúcho: a “Guerra de Vacaria”! Precisando vencer, o Grêmio iniciou na pressão. Nos primeiros minutos, a partida mostrava como seria: dura, com muitas faltas e uma tensão gigantesca. Aos 30 minutos, o Grêmio abriu o placar. Paulo Egídio lançou Almir, que passou por Francisco, driblou Vladimir e chutou sem chances para Gasperin. o “Leão” não teve forças para reagir, e o primeiro tempo acabou com vantagem gremista. No retorno, Edmílson entra no lugar de Paulão. A equipe melhora, e Rubinho marca após cruzamento de Paulão, mas o gol é anulado pelo árbitro, iniciando-se grande confusão em campo e a paralisação do jogo. Na seqüência, numa disputa de bola pelo alto, Kita e Juarez se chocam. O primeiro sofre afundamento de malar, sendo substituído, enquanto Juarez acusa um profundo corte na cabeça. Bravo, ele volta a campo protegido por uma bandagem, pois o Glória já havia realizado as duas alterações. Aos 18 minutos, Marcus Vinícius cai na área e o árbitro marca pênalti. O banco de reservas do time da casa invade o gramado e cerca o árbitro Carlos Martins. Após nove minutos de paralisação, Edinho cobra a penalidade, fazendo 2 a 0. Depois de tomar o segundo gol, o “Leão” parte para cima do adversário. Para compensar o prejuízo do time da casa, Martins expulsa Edinho aos 33 minutos. Valente, o Glória pressiona e é recompensado: aos 37 minutos, aproveitando um rebote, Zé Cláudio desconta. O jogo parecia não ter mais fim devido às paralisações, dando um grande suspense à

disputa, pois o Glória permanecia no ataque e ninguém sabia, ao certo, quanto tempo restava. A partida termina aos 61 minutos da segunda etapa. Emocionados, os gremistas comemoram, enquanto dirigentes, atletas e comissão técnica do Glória cercam novamente a arbitragem. Após aquele embate, o Grêmio, recuperado, conquistou o Gauchão e, na seqüência, a primeira Copa do Brasil. Mas, enquanto forem lembradas essas vitórias, será inevitável recordar que, para tanto, o Grêmio teve que subir a Serra e vencer a “Guerra de Vacaria”, um dos maiores jogos da história do futebol gaúcho. Para o “Leão” o jogo assinalou o clímax da época mais próspera e vitoriosa do clube, chamando para si as atenções do Rio Grande e do Brasil. Após aquele ciclo feliz, jamais veríamos a comunidade tão unida em torno de um único objetivo...

Glória: Gasperin; Chimbica, Vladimir, Juarez e Francisco (Zé Roberto); Edmílson (Paulão), Jair, Branco e Edmundo; Rubinho e Zé Cláudio. Técnico: Daltro Menezes. Grêmio: Mazaropi; Alfinete, Luiz Eduardo, Edinho e Hélcio; Jandir, Cristóvão e Cuca; Almir, Kita (Marcus Vinícius) e Paulo Egídio (Amaral). Técnico: Cláudio Duarte. Arbitragem: Carlos Martins, com Justimiano Gularte e Carlos Kruse. Cartões amarelos: Rubinho e Zé Cláudio. Expulsão: Edinho. Renda e público: NCz$ 17.096,00, com 8.510 torcedores (7.213 pagantes). Local: estádio Altos da Glória, em Vacaria.

Rua Borges de Medeiros, 1779 Em frente ao Centro Médico (Postão) Vacaria-RS


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Glória 50 anos Antônio Cesar Kuze Não vou me ocupar de datas e de temporadas. Preciso aqui resgatar meu sentimento de torcedor o que justifica a relação que tenho com esse clube desde o início dos anos 70. Estou morando fora de Vacaria desde o final de 1999 e com orgulho me apresento como Glorista. Imediatamente as pessoas ligam o nome a nossa cidade e fazem referência a jogos importantes do futebol gaúcho com a nossa participação. Sou do tempo do carro estacionado ao lado do alambrado, da ausência de arquibancadas, da inexistência de iluminação, de não adiantar ganhar para seguir nas divisões de acesso por falta de condições financeiras para cumprir as exigências da federação. Naquele tempo era indispensável a iluminação para disputar o gauchão na primeira. Claro que os tempos mudaram, existem estádios sem condições, times que não tem estrutura, mas não é o caso do nosso Glória. A história do Glória se confunde com a história de Vacaria. O produto Glória

consegue dar projeção nacional a cidade. Como esquecer daquela foto do time em meio a um pomar de maçãs publicada na revista placar na página central? Quanto custaria uma matéria daquele tamanho para falar de Vacaria? Vivemos momentos de intensa emoção com este time. Ser Campeão Gaúcho da Divisão Especial em 1988 foi algo que transformou nossos sonhos em realidade. Já no ano seguinte ficaria em excelente colocação no Gauchão. Este time é de Vacaria, é nosso, nos pertence e precisamos ter responsabilidade para com ele. Desde sua subida para a primeira divisão passou a ser nosso maior representante em todos os “campos”. O Grêmio Esportivo Glória é o lado positivo do bairrismo que precisamos cultivar para valorizar as coisas da nossa terra. Este clube é motivo de orgulho para toda a região. Falar do Glória é falar de luta, de mobilização, de sacrifícios, de alguns abnegados, de determinados Vacarianos que não pouparam esforços para fazer do

Centro de Formação de Condutores Bueno O DESPACHANTE BUENO está há mais de 10 anos prestando ótimos serviços para a população de Vacaria. O Despachante Bueno realiza serviços de primeiro emplacamento, transferências de veículos, recursos de multas e fabricação de placas de automóveis e motos. Você sempre tranqüilo com a sua documentação. O Despachante Bueno presta também os serviços do Posto de Atendimento Banrisul, facilitando a vida de seus clientes, você quer pagar alguma conta com código de barras é só se dirigir até nós.

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Clube um dos mais bem estruturados do interior. É respeitado pela sua força, pelo tratamento que dá aos visitantes, mas temido pelos adversários pelo resultados conquistados até então. Quem vai jogar no Altos da Glória sabe que encontrará o Leão da Serra demarcando com garra seu território. Tenho orgulho de ser Vacariano, esta terra que consegue manter seu nome no cenário esportivo através do nosso Grêmio Esportivo Glória. Parabéns meu Glória, pelos seus 50 anos de Glórias.

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A Divisão de Acesso de 2002 foi uma das mais disputadas de todos os tempos. Com boa preparação, elenco equilibrado e treinado por Nestor Simionatto, o Glória realizava uma campanha convincente, dando à torcida esperanças de retorno à elite. Contudo, no hexagonal final, a equipe de Vacaria começou a ter problemas: cada vitória obtida em casa era seguida por uma derrota fora de seus domínios. Assim, o “Leão” chegou à ultima rodada em desvantagem na luta por uma vaga no Gauchão. Além de vencer, precisava que o Brasil perdesse para o Avenida. E foi o que aconteceu: o time de Vacaria passou pela ULBRA e o Avenida derrotou o “Xavante” de virada, em Pelotas. Brasil e Glória terminaram empatados na segunda colocação, e o regulamento previa a realização de dois jogos-extras. O primeiro confronto foi no Altos da Glória. Empurrado pela torcida e com grande atuação de Tiganá, o Glória fez 3 a 1. Nunca o time estivera tão próximo de voltar à

primeira divisão! Só que, entre a vitória na Serra e a festa da classificação, havia o último desafio: segurar o inimigo em seu território e com o apoio de sua fanática torcida. Em 11 de agosto de 2002, um domingo frio, o estádio lotou para vibrar e comemorar a classificação do Brasil. Bastava vencer no tempo normal e fazer o mesmo na prorrogação ou, na pior das hipóteses, decidir tudo nos pênaltis. Pela frente, o Glória. Apenas um empate separavao da classificação, tão esperada e por duas vezes adiada. O placar permaneceu inalterado no primeiro tempo, e o entusiasmo da torcida arrefecera. No semblante dos presentes ao estádio, apreensão: Que time era aquele, que resistia ao “Xavante”? Na segunda etapa, a tensão aumenta. Nervosa, a equipe da casa erra passes, facilitando o trabalho defensivo do Glória, que procura organizar contra-ataques, mas sem sucesso. Nos descontos, aos cinqüenta (!) minutos, Marcelo Bolacha corta a bola com a mão dentro da área. Pênalti indiscutível, cobrado por Dido com violência, no meio do gol. Festa em Pelotas, consternação em Vacaria, que via o time deixar a vaga escapar mais uma vez. Parecia que o juiz estava apenas esperando que o time da casa fizesse um gol para encerrá-lo e fazer com que tudo fosse decidido na prorrogação, com a equipe da casa mais entusiasmada do que nunca! A torcida ainda festejava quando o Glória partiu para o ataque, após a nova saída de

bola. Na seqüência, falta na entrada da área do Brasil. Para batê-la, Sandro Ventura, que entrara na segunda etapa. Então, o milagre: chute perfeito, no canto esquerdo do goleiro Paulo Sérgio, aos 52 minutos! Sem mais tempo, restou aos xavantes ouvir o apito final e contemplar a festa do “Leão”, que calou o Bento Freitas numa versão gaudéria do “Maracanazo”, o triunfo uruguaio sobre nossa Seleção na Copa de 1950. Contra tudo e contra todos, Glória de volta ao Gauchão! Por anos a fio, as silenciosas arquibancadas do Bento Freitas testemunharão, entristecidas, o eco da comemoração dos heróis vacarienses naquela tarde: “Ão, ão, ão, primeira divisão!!!”

Brasil: Paulo Sérgio; Cleiton, Cristiano, Darzone e Gilvan (Tiago); Jackson, Dido, Kiko e Marquinhos; Serginho Brasília (Anderson) e Eduardo. Técnico: Hélio Vieira. Glória: Rondinelli; Adaílton, Careca, Marcelo Bolacha e Edinho; Ricardo, Elói (Sandro Ventura) e Bodanesi (Flávio Fernandes), Tiganá (Rica) e Marquinhos. Técnico: Nestor Simionatto. Cartões amarelos: Dido, Cleiton, Marcelo Bolacha e Flávio Fernandes. Expulsões: Jackson, do Brasil, e Careca, do Glória. Arbitragem: Leandro Vuaden, auxiliado por Luiz Guaranha Filho e Paulo Conceição. Local: estádio Bento Freitas, em Pelotas.

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TORCEDOR,

ATLETA, DIRIGENTE E TREINADOR

Luiz Geraldo Beneton Em 1999 de diretor de futebol,

Beneton, o Glória que completa 50 passou a treinador em três anos não pode parar. Ele que se diz p a r t i d a s d a s e m i f i n a l d o agora um mero colaborador, afirma no campeonato gaúcho. Na ocasião entanto que o auxílio da comunidade é houve mudança no comando muito importante para sobrevivência técnico, sendo contratado o do clube. Sobre o fato dos Vacarianos treinador Vacaria. Este recebeu torcerem para dupla Grenal, Beneton é quatro reforços: dois zagueiros e taxativo: no gauchão todos tem que ser dois meio campistas. No entanto o Glória, depois em outras competições, que faltava era atacante para o cada um torce pelo seu time. Uma formação dos veteranos do Glória nos anos 80. De pé: Capincho, Volmar Frozzi, Renato Travi, Alzemar, Glória. Sob o comando de Vacaria Com relação à formação da equipe a Deon, Helinho e Moacir. Agachados: Paulinho Marques, o Glória perdeu seus três jogos no cada ano, Beneton defende a Rebolo, Beneton, Vadico e Venson. quadrangular final e aí o treinador e seus contratados foram formação de categorias de base para tornar o futebol viável. “O Glória só fez sse é Luis Geraldo Beneton, dispensados. Foi quando o dirigente uma campanha boa com pouco virou treinador, Luis Geraldo Beneton. empresário dos setores de dinheiro, quando aproveitou a base” transporte, fruticultura e comunicação Comandou a equipe nos jogos contra enfatizou. Guarani de Bagé e São Gabriel e a e apaixonado pelo Glória. última em casa contra o Palmeirense. Há cerca de 40 anos começou a Beneton diz que a equipe foi melhor conviver com o Glória, como torcedor, nessas duas partidas fora, pois por Resumindo os 50 anos, Beneton diz atleta dos veteranos, diretor de futebol detalhes que a equipe não conseguiu a “como futebo,l o Glória é uma paixão”. e também como treinador que vitória. Afirma que a sua realização saberemos mais adiante porque isso seria se o Glória aconteceu. tivesse vencido as Como atleta jogou futebol de campo, duas partidas fora e (sendo bi-campeão na década de 70) e o último jogo em salão nos veteranos. Da equipe de casa, o time estaria futebol de salão lembra de alguns c l a s s i f i c a d o . jogadores como o seu irmão Darci, “Infelizmente não Volmar Frozi, Beduschi, Joca, Renato deu”, lamenta ele. A Roveda, Francisco Camelo, Ronaldo e experiência como Renato Travi dentre outros. No futebol treinador segundo de campo Geraldo Beneton lembra que ele, foi ótima, mas a equipe atuava praticamente todos os procurou ser mais amigo dos jogadores finais de semana em jogos pela região. n a q u e l a s Beneton participou da diretoria de circunstâncias do veteranos e depois em 1996 à convite que propriamente de Francisco Schio acabou indo um treinador. trabalhar como dirigente na equipe profissional, aceitando o desafio como Para Luis Geraldo ra Veteranos do Glória, campeões municipais de futebol de salão em 1982. sobrevivência do Em pé: Vanios, Volmar, Joca, Darci, Renato. Agachados: Beduschi, diretor de futebol.

E

Beneton, Venson e Ronaldo.

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A direção investiu forte, contratando o atacante Sandro Sotilli, goleador em 2002. Devido à fórmula, o “Leão” chegou a disputar ao mesmo tempo o Grupo 1, que reunia as duplas Gre-Nal e Ca-Ju, mais os times do interior melhor classificados em 2003, e o Grupo 2, que abrigava 14 equipes do interior. Embora o cansaço, seu futebol ganhava consistência e obteve uma das vagas para a semifinal, no cruzamento dos finalistas do Grupo 1 contra os dois melhores do Grupo 2. O adversário seria o Internacional, em partida única, no BeiraRio, no dia 3 de junho de 2004. Jogando em casa, o colorado começou pressionando e abriu o placar aos 11 minutos, com Oséas fuzilando Marcão de cabeça, após cruzamento de Bolívar. A partir daí, o Glória começou dominar o jogo, ocupando bem o espaço na meia-cancha, restringindo o Inter ao seu próprio campo. As chances de gol se sucediam, e começou a se delinear o grande duelo da partida: Sandro Sotilli contra o goleiro Clemer. Paralelo aos gols que Sotilli perdia ou Clemer evitava. Aos 38 minutos, André Gheller, numa bomba da intermediária, empatou o jogo. Nas arquibancadas do Beira-Rio começavam a se ouvir vaias. Foi nesse clima, com o Glória pressionando e o Inter acuado, que terminou o primeiro tempo. Na segunda etapa, não houve alteração substancial: o time de José Luiz Plein dominava e o Inter não demonstrava qualidade para superar a boa marcação do adversário. Sandro Sotilli e Clemer continuavam protagonizando os lances mais emocionantes, com vantagem para o goleiro colorado. Apesar do esforço dos vacarienses, o tempo normal terminou empatado em 1 a 1. Seria necessário

disputar uma prorrogação. Iniciado o tempo extra, novamente o Glória demonstrava melhor futebol. Aos três minutos, Flavinho centrou para a área e João Pedro acertou uma bela cabeçada: 2 a 1. Era o “Leão”, mais próximo da final do Gauchão do que nunca! Aos 9 minutos, Chiquinho, cobrando falta, levantou a bola para a área. Oséas, vendo que não iria alcançá-la, joga-se sobre Marcelo Bolacha, que abre os braços para amortecer a própria queda, no reflexo. A bola bate em sua mão e, para perplexidade de todos, o juiz marca pênalti! Apesar de toda a reclamação dos jogadores do “Leão”, a penalidade é cobrada e convertida por Vinícius: 2 a 2. Na seqüência, Simon expulsa Júnior Negrão por jogada violenta, mas omite o cartão quando Vinícius faz uma falta parecida. Abatido e com um jogador a menos, os vacarienses vêem o jogo acabar e partem para a decisão por pênaltis. N o d r a m a d a s penalidades, a ironia: Sandro Sotilli, o grande goleador, desperdiça a primeira penalidade para o Glória. Tenso, André Gheller também erra. Toto converte a sua cobrança, mas o Internacional é mais eficiente e vence a disputa por 4 a 1. Nas arquibancadas, o torcedor colorado aplaude o esforço do adversário. Solidário, o grupo reúne-se em torno de Sotilli, o herói da campanha que levou a equipe ao terceiro lugar, o melhor resutado em participações no Gauchão.

Internacional: Clemer, Bolívar, Alexandre Lopes, Edinho e Vinícius; Fernando Miguel, Cleiton Xavier, Wellington (Luciano Labarthe) e Alex (Diogo); Nilmar (Chiquinho) e Oséas. Técnico: Lori Sandri. Glória: Marcão, Flavinho Oliveira, Marcelo Bolacha, Xavier e Cristiano; André Gheller, Toto, Aldo (Luciano Sobrosa) e Fabio de Los Santos (Junior Negrão); Bebeto (João Pedro) e Sandro Sotilli. Técnico: José Luiz Plein. Arbitragem: Carlos Simon, com Luiz Guaranha e Jose Otávio Bitencourt. Cartões amarelos: Vinicius, Fernando Miguel, Alex, Flavinho Oliveira, Xavier e Cristiano. Cartão vermelho: Junior Negrão Renda e público: R$ 74.197.00, com 10.892 pagantes Local: estádio BeiraRio, em Porto Alegre.

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Aquiles Susin Prefeito de Vacaria Com maior ou menor freqüência, todos nós, em algum momento, temos que nos apresentar a alguém de outra cidade. Dizemos: sou fulano de tal, de Vacaria. Nestas ocasiões duas coisas podem acontecer. Uma delas é o nosso interlocutor ficar meio hesitante e, num tom que não se sabe se é um constrangimento pela ignorância ou um orgulhoso desdém, perguntar: “vaca o quê?” “Onde fica isso?” Então nós usamos nossos conhecimentos de geografia, história, economia para dar informações sobre a Porteira do Rio Grande. Mas não dá para esconder que ficamos chateados com a situação. A outra coisa que pode acontecer é uma reação de familiaridade do tipo: “Ah! Vacaria do Rodeio!”; “Terra da maçã gostosa!”; “Bonita aquela Catedral!” .

Quando ouvimos isto, sentimos imediatamente uma estranha alegria, como se significasse que pertencemos ao mundo. Mas não é só uma questão de pertencer: é pertencer e ser aprovado. Quando alguém diz que passou por Vacaria numa noite fria – o que é uma referência constante – e diz que comeu um churrasco num lugar que tinha isto e aquilo, queremos logo saber se o churrasco estava bom. Temos desejo e até uma certa necessidade de aprovação. Parece que aquela aprovação é para nós, que estamos aí na frente do avaliador. Na verdade funciona assim mesmo. O conceito que o lugar que representamos recebe é parcialmente transferido para nós, mesmo que inconscientemente. É claro que o conceito é subjetivo.

O frio pode ser algo que incomoda. Quando é apresentado junto com o conforto e com a mística cultural que pode receber, transforma-se em fonte de prazer. Nossa questão é, pois, mostrar as coisas boas de Vacaria, o lado bom das coisas de Vacaria. Como faz o Glória, por exemplo. O Glória vai jogar fora e todo o meio esportivo comenta o Glória de Vacaria. Times de fora vem jogar aqui e a imprensa não pode deixar de dizer duas palavras sobre a cidade do Glória. Por isto o Glória é importante para todos nós. Ele nos faz conhecidos, nos faz amados, mesmo quando nos odeiam durante 90 minutos. É o Glória de Vacaria que já nos deu muitas alegrias. É o Glória de Vacaria que leva nossa bandeira e faz a glória da Vacaria.

Centro de Atividades Físicas no Altos da Glória

Centro de atividades físicas, com sala de musculação, a disposição dos associados do Glória de Vacaria.


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Seleção

Glória 50 Anos Desde 1982, ligado aos meios de comunicação, Rádio Cidade, Esmeralda, Fátima e Esmeralda, tem acompanhado a trajetória vitoriosa do Glória. Sou o mais antigo da imprensa esportiva em Vacaria em atividade. Foram e são momentos de mais alegrias do que tristezas. Através do microfone, este companheiro inseparável, fizemos muitos amigos, conhecemos pessoas e cidades. Por isso esse testemunho sobre os 50 anos do Glória.

Técnicos O mestre Daltro Menezes, foi o mais importante de todos, pela sua personalidade e carisma. Muitas histórias o gordinho nos deixou. Uma delas: Trabalhava eu como repórter em uma partida no Altos da Glória, o Glória não jogava bem e, o juiz atrapalhava um pouco. Um gandula vem ao meu encontro e afirma que Daltro solicitava a minha presença na casamata. O que poderia querer o gordinho? Fui saber o que era. Ele disse: “Vamos entrar em campo juntos para que o juiz pare o jogo”. Quando ele terminou a frase já estava no gramado, eu atrás. Xingou o juiz, parou o jogo por 10 minutos. Foi um alvoroço. Daltro foi expulso, e o repórter solicitado a ser retirado do gramado. Recomeçada a partida o Glória melhorou, e Zé Cláudio marcou os três gols que deram a vitória ao Glória sobre o Esportivo. A malandragem do Daltro funcionou.

Alguns amigos nos perguntam a respeito da melhor equipe do Glória durante esses anos. Vamos escalar as duas melhores formações que seriam um verdadeira seleção se esses atletas ainda estivessem em atividade. Uma das melhores equipes do Glória na era profissional.

Goleiros: Gasperin e Sadi Laterais direito: Paulão e Flavinho Zagueiros: Juarez e Pessali Zagueiros: Vladimir e Xavier Laterais esquerdo: Hélcio e Sales Meio de Campo: Luis Carlos (Lua) e

Sonhos

Carlos Eduardo Meio de Campo: Edmilson e Elói Meias: Branco e Uana Meias: Grizzo e Índio Atacantes: Zé Cláudio e Sandro Sotille Atacantes: Zé Carlos e Edmundo

Dirigente

- Motoristas de equipes esportivas querem ser técnicos de som (Jacó, Júlio, Angelito e Marcos). - Todo repórter deseja ser narrador (Miro, Kuze, Paulinho) - Setorista dos Clubes, aqueles que faze a cobertura diária, querem ser dirigentes.

Narradores

Na foto acima Afonso Viapiana, Francisco Schio, Bruno Soldatelli e Pedro Lourival.

Appio, J. Nilson, Sidnei Andrade, Paulo Silva, muitas emoções ao longo destes anos contaram através dos microfones a comunidade da grande Vacaria. Mas não esquecemos também no início do amadorismo em Vacaria, pelas rádios Difusora e Esmeralda, Lindonês Alberto Perondi, Otávio Saadi e Firmo Carneiro, verdadeiros heróis da rádio difusão naqueles tempos.

Bruno Soldatelli, apesar de ser campeão estadual pelo E. C. Brasil em 69/70, foi um dirigente apaixonado e fiel ao Glória. Muitas vezes invadiu o gramado xingando a arbitragem, parando o jogo, tudo em benefício do Glória. Esta é uma pessoa que deveria estar atuando ainda junto ao Glória nos dias de hoje.


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Treinadores 1989 – Daltro Menezes 1989 – Beto Almeida 1989 – Vacaria 1990 – Beto Almeida 1990 – Daltro Menezes 1991 – Gasperin 1992 – Beto Almeida 1992 – Benitez 1993 – Beto Almeida 1994 – Gasperin 1994 – Daltro Menezes 1994 – Laone Luz 1994 – Vacaria 1995 – Vacaria 1996 – Beto Almeida 1997 – Beto Almeida 1997 – Álvaro Andreis (Tite) 1997 – Alberto Monteiro 1998 – Jolbert Pereira 1998 – José Antônio Martins 1999 – João Alberto Buzetto

1999 – Ricardo Lisboa e Rafael Sehnem 1999 – Beto Almeida 1999 – Ernesto Guedes 2000 – Rafael Sehnem 2000 – Paulo Porto 2001 – Paulo Porto 2001 – Vacaria 2001 – Luis Geraldo Beneton 2002 – Nestor Simionatto 2003 - Nestor Simionatto 2003 – Gasperin 2004 – Bagé 2004 – José Luis Plein 2005 – Bagé 2005 – Flávio Campos 2005 – Hélio Vieira 2006 – Hélio Vieira 2006 – José Luís Plein 2007 – José Luis Plein

Daltro Menezes Foi treinador da temporada de 1988 quando o Glória subiu para a 1ª Divisão. Também foi treinador nas temporadas de 1989, 1990 e 1994.

Beto Almeida Treinou o Glória nos anos 80 e as equipes profissionais nas temporadas de 1989, 1990, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1999.

Bagé Foi treinador das categorias de base nos anos 90 e treinador das equipes profissionais nas temporadas de 2004 e 2005.

José Luiz Plein Foi jogador do Glória na m a i o r conquista do clube no ano de 1988. Voltou como treinador nas temporadas de 2004 e 2006. E já está confirmado como treinador de 2007.

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www.gloriadevacaria.com.br André Carvalho Resumir o sentimento por um clube de futebol nem sempre é fácil. Alguns o conseguem em poucas palavras. Outros, porém, têm que se esforçar para fazer com que ele caiba em cerca de 30 linhas, como os organizadores deste belo trabalho solicitaram. No meu caso, falar sobre o Glória é quase um depoimento pessoal. Sempre gostei do clube, mas creio que realmente me apaixonei pelo “Leão” em 1988, quando, aos 13 anos, parti para os estudos em Porto Alegre. Permaneço na capital até hoje, mas nunca deixei de acompanhar o clube. Possivelmente eu projetava nele a saudade que sentia do meu pago. E cada vitória da equipe, por pequena que fosse, assumia para mim as dimensões de um triunfo épico, até a conquista da Divisão Especial daquele mesmo ano, que saboreei de longe, com o orgulho vacariense explodindo no peito! Mas o Glória - eu saberia depois - é bem mais do que onze camisas e uma bola de futebol. É a história da abnegação de seus fundadores, que não se intimidaram com as dificuldades iniciais e até um banhado “domaram” para construir o hoje estádio Altos da Glória. É a história dos embates contra o Brasil, o grande rival do amadorismo. É a história das dificuldades que foram sendo vencidas uma a uma até chegarmos ao dia 15 de novembro de 2006, quando somos chamados a dar testemunho de sua existência com alegria redobrada, pois nem tudo nesta vida chega aos 50 anos! Hoje, constatamos, comovidos, que nosso querido clube perseverou. O tempo passa, ficamos mais velhos, mas o orgulho pelo time da avenida Militar permanece o mesmo. E isso se vê na dedicação de seus dirigentes, na legenda dos grandes atletas que vestiram sua camisa, na paixão que desperta em seus fiéis torcedores, estejam eles próximos ou distantes, como eu e tantos dessa grande colônia vacariense espalhada pelo Rio Grande e pelo Brasil. Não sei se ainda estarei aqui em 2056, mas algo me diz que o “Leão” estará vivo, forte e com mais e melhores causos para contar quando de seu centenário. Então, que venham outros 50 anos, pois, como nosso próprio hino diz, “esse time é um peleador”! Peleia, Glória, e continua escrevendo a tua trajetória com a pena da honra e a tinta da emoção!

Alexandre Borges de Souza, Eugênio Marques e André Carvalho - responsáveis pelo site www.gloriadevacaria.com.br

“50 anos de Glória“

Alexandre Borges de Souza

Chegar aos 50 anos neste país há algum tempo, é tarefa das mais árduas. Poucas organizações, empresas, ou casamentos resistem tanto tempo. É um feito raro, digno de se comemorar. Em se tratando de futebol, e mais ainda, da realidade dura do nosso interior gaúcho e das limitações da nossa “Vacaria”, eu acrescentaria, é um feito para se orgulhar e, mais do que isso é uma proeza digna de verdadeiros heróis. Falando em heróis, são muitos, os bravos, incansáveis e valentes homens que compuseram linha a linha as páginas de história desses “50 anos de G.E. Glória”. Seriam necessárias muito mais que 30 linhas para descrevê-los e contar as batalhas vividas por eles para transformar o sonho em realidade, e tornar esse clube conhecido e respeitado por todos. Hoje distante, compreendo melhor a motivação e abnegação que levaram estes homens a realizar essa verdadeira façanha de fazer nascer, crescer e atingir maturidade, esse pequeno, porém valente do futebol gaúcho chamado Glória. Meus primeiros contatos com o Glória se deram na segunda metade dos anos 80, quando dos confrontos memoráveis com Pradense, Veranense, Aimoré, dentre outros, pela disputada Segundona. Nessa época fui levado e incentivado pelo meu pai, que muito já sofreu também desse amor platônico pelo

Glória. Mais tarde pude presenciar o Leão conquistar o título dessa Segundona em 1988 e a campanha memorável na Divisão de Elite em 1989. A partir de 1990, ausente da querência, passei a acompanhar o clube à distância, o que só fez aumentar o amor e admiração pelo clube. Amor esse, que me faz estampar orgulhoso em quase todas minhas caminhadas de fim de semana pela Capital do Estado, a camisa azul celeste do nosso Glória, que por sinal é reconhecida e admirada por muitos. Vacaria, a nossa cidade. Conhecida como a Capital dos Rodeios, Terra da Maçã, também é terra de bom futebol, afinal, estamos presentes e muito bem representados na elite do futebol gaúcho. Embora pequena, fria e de poucos recursos, nossa Vacaria é privilegiada entre os municípios do Rio Grande, pois apenas 13, dentre os 496 municípios desse Estado compõem essa Elite. Não bastasse isso, só não fomos donos desse Estado em duas oportunidades por obra do destino, ou melhor, dizendo, de um juiz em 2004, e do detalhe em 2005. Mas chegamos perto, ou no mínimo podemos dizer que estamos no caminho. Mais ainda, o Glória é o maior divulgador do nome de Vacaria para os pagos mais distantes. O Glória é de Vacaria, o Glória é de todos nós. Amar esse clube é amar nossa cidade e dever de todos nós!!!


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O Grêmio Esportivo Glória foi fundado em 15 de novembro de 1956, por um grupo de desportistas liderado por Adão Vargas. Segundo a historiadora Maria Neli Ferreira Borges, no livro “História de Vacaria: evolução urbana e formação dos bairros”, os sócios-fundadores foram: Adão Vargas, Ardelino Plachi, Valquírio Toson, Osvaldo Ribeiro da Silva, João Scherer D'Atria (primeiro presidente), Ulisses Vargas, Antônio Baron, Protásio Borges da Silva, João Vargas, Oliveira Fernandes Vargas, Olivério Fernandes Braga, Olímpio Neri do Nascimento, Dionísio Menin, Nélcio Ribeiro Fortuna, Ramiro Ribeiro da Silva e Otávio B a n d e i r a d a S i l v a . O primeiro jogo aconteceu em 9 de dezembro do mesmo ano, contra o time da Fazenda da Ramada, e o novo clube não fez feio: vitória por 1 a 0, gol de João Scherer D'Atria. Era o começo de uma história de muita emoção!

A primeira camisa do Glória era verde. Nos primeiros jogos, ainda sem um terno próprio, o novo clube emprestou o do Palmeiras, time amador já exti nto. Ma s o p r i m e i r o uniforme, de fato, surgiu em 1957: camisa em azul-marinho, com gola e mangas amarelas, com o Cruzeiro do Sul bordado no peito. Curiosamente, ela foi cedida pela unidade militar existente na cidade à época.

No começo dos anos 60, a idéia do Grêmio Esportivo Glória estava consolidada. O time começava a deixar o estágio de mero time de várzea e dava mostras de querer virar um clube. Uma das primeiras conquistas foi o Torneio Confraternização, disputado em 12 de novembro de 1961, que reuniu Glória, Brasil e os extintos Rodoviário e F o r ç a e L u z . No primeiro jogo, contra o Brasil, empate no tempo normal e vitória azul nos pênaltis. Na final, o Glória enfrentou o Rodoviário e venceu por 2 a 1. O Leão conquistou a taça com: Manoel; Pé Gelado, Puskas, Bodinho (Bolo) e Laús; Bergoza, Nenê e Tito; Dirceu, Orly (Bolo) e Paulinho (Jacó). Note-se que Bolo entrou duas vezes durante a partida, segundo as anotações feitas de próprio punho por Heitor Borges Kramer.

Maquete do projeto do Estádio do Glória idealizada nos anos 60

O estádio do Grêmio Esportivo Glória teve sua pedra fundamental lançada em 1962. O terreno foi doado pela Prefeitura, e a alegria foi tanta que nem importou o fato de a porção de terra cedida ser, em grande parte, um banhado. Como sempre, seus abnegados sócios e simpatizantes foram à luta e já em 1963 começava o trabalho de terraplenagem. Hoje, o nome “Altos da Glória”, embora não oficial, está consagrado. Porém, nos anos sessenta, a direção tinha outra idéia. Tanto que o registro de jogos do clube trazia na primeira folha um adesivo com o escudo do clube e a frase: “Eu colaborei para o Monumental do Glória”. O adesivo era dado como brinde àqueles que ajudavam nas obras. O tempo passou, o estádio foi inaugurado apenas em 1973 e nos anos oitenta consolidou-se a denominação “Altos da Glória”. Mas fica o registro daquele que, na mente de seus idealizadores, foi o primeiro nome do estádio da Avenida Militar: o “Monumental do Glória”.

Em 1963, Glória e Rodoviário colocaram em disputa a Taça Sete de Setembro. No primeiro jogo, vitória do Leão por 1 a 0. Na partida de volta, o Rodoviário deu o troco pelo mesmo placar, mas o gol foi contestado pelos jogadores do Glória, pois o pênalti que originou o gol teria sido, na verdade, uma falta fora da área. O árbitro, distante, acabou sendo “envolvido na conversa por jogadores do Rodoviário”, segundo as anotações de Eugênio Marques. Como ambos os clubes obtiveram uma vitória, a decisão foi para um jogoextra, disputado em 15 de novembro daquele ano. O Glória venceu por 2 a 0 – gols de Paulinho – e nem precisou esperar o apito final para comemorar, pois o técnico do Rodoviário, alegando que sua equipe fora prejudicada pela arbitragem, retirou o time de campo, para protesto de seus próprios atletas, que vaiaram a decisão. Melhor para o Leão, que levou mais uma taça para o armário com: Dantas; Caio e Assis; Jonoir, Orly e Ivo; Raimundo, Bruno, Zeca, Venson e Paulinho.

Em 16 de março de 1964, o Grêmio Esportivo Glória deu um grande passo não só para o clube, mas para todo o futebol local. Com pouco mais de sete anos de existência, tornou-se o primeiro vacariense a obter filiação junto à Federação RioGrandense de Futebol (hoje Federação Gaúcha de Futebol). A partir desse fato, o clube rompia em definitivo os limites da cidade e disputaria, ainda naquele ano, sua primeira competição de caráter oficial: o Estadual de Amadores.

Equipes Glória e Inter em 12 de junho de 1985, na inauguração dos refletores do Alto da Glória. Em 1985, o Glória retornou às atividades profissionais disputando a terceirona gaúcha. O grande momento do ano, porém, ficou por conta do amistoso de inauguração dos refletores do estádio Altos da Glória. Para o evento, foi convidado o Internacional, que venceu a partida disputada em 12 de junho pelo placar de 6 a 1. Ficha Técnica: Glória: Didier (Aritana); Valdecir (Canhoto), Pedrinho, Rui e Osmar; Renatinho (Bido), Gilmar e Nilzo; Carlinhos (Mano), César “Vaquinha” e Mauro (Raul). Técnico: Renatinho. Internacional: Mano (Zé Carlos); Luiz Carlos Winck, Aloísio, Mauro Galvão (Pinga) e André Luiz; Ademir Kaefer (Marquinhos), Ademir Alcântara (Silvinho) e Rubén Paz; Jussiê, Kita (Luís Freire) e Pedro Verdum. Técnico: Octacílio Gonçalves. Arbitragem: Itiberê Padilha, com Celso Pastro e Enísio Matte. Renda: Cr$ 28.000.000,00 Local: estádio Altos da Glória, em Vacaria.


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ampliou nossas fronteiras, levou o n o m e d o município da região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul para além dos limites territoriais e c r e s c e u proporcionando l a z e r e entretenimento para a população de Vacaria. Bibiana Peruchin (1ª Princesa), Tangriane Forest Santos (Raínha), Nesse contexto, quero demonstrar Rubia Erthal Santos (2ª Princesa) e Renata Paim Soldatelli (Miss Simpatia). minha gratidão e o ano em que comemoramos o reconhecimento a todos os presidentes, qüinquagésimo aniversário do dirigentes, supervisores, coordenadores Grêmio Esportivo Glória temos operacionais e colaboradores deste muitas realizações que devem ser brilhante Clube, os quais demonstraram ser enaltecidas, porém, nenhuma ação merece homens de garra, coragem e determinação maior reconhecimento do que a dedicação ao assumirem esses cargos de tanta das pessoas que fizeram e fazem a história responsabilidade, mas também tão do Glória. gratificante no decorrer do serviço O Glória é um talento vacariano, que prestado.

N

Peço licença para citar o nome dos presidentes e dessa forma elevar meu carinho as equipes que trabalharam na gestão administrativa no decorrer desses anos. São eles: João Scherer Dátria, Germano Alves da Silva, Herberto Hartsten, Anibal Boeira Kramer, Luiz Rigotti. Luiz Jacques Manozzo, Soli Rossetti, Eugênio Andrade Marques, Francisco Joaquim Schio, Luiz Eugênio Bortolon, Genor Mussatto e Gilmar de Almeida Boeira. Faço também reconhecimento especial às esposas e filhos, os quais por tantas vezes precisaram compreender o tempo que o pai ou mãe de família se ausentou para oferecer sua atenção para as exigências que se apresentam ao administrar uma sociedade. Todos vocês estão de parabéns pela contribuição que já externaram para tornar o Glória no Clube que é hoje. E, por fim, agradeço a oportunidade de ter representado este Clube enquanto Rainha nos anos de 1994/1995 e ter assim participado da história dessa sociedade.


35 Luiz Carlos Gasperin começou a carreira no maior rival do Leão, o Brasil. Pior: justamente na época em que a equipe vermelha mandava em Vacaria e também no Rio Grande, campeã de uma das séries do Estadual de Amadores. Mas o tempo passou, Gasperin construiu uma exitosa carreira e em 1988 voltou à sua cidade para defender o clube que tantas vezes havia enfrentado em seus primeiros passos no futebol. Dono absoluto da camisa 1, foi um dos principais nomes do Glória na conquista da Divisão Especial de 1988 (quando bateu o recorde de tempo sem tomar gol: 586 minutos) e da boa campanha no Gauchão de 1989. Pela sua qualidade, experiência e profissionalismo, será para sempre lembrado como um dos maiores atletas a vestir a camisa azul. Depois de encerrar a carreira, Gasperin voltaria ao Glória, desta vez como treinador, em três ocasiões (1991, 1994 e 2003).

E l e f o i o goleador da v i t o r i o s a campanha da Divisão Especial de 1988. Isso nem foi grande novidade, pois já havia sido artilheiro da equipe nos dois anos anteriores. Só pelos gols que marcou, José Carlos Lenz, o Zé Carlos, teria um lugar garantido na história. Mas o atacante teve mais: ganhou um lugar no coração da torcida do Leão. Afinal, ele adorava comemorar seus gols junto ao alambrado, perto da galera! Assim, só podia ser mesmo um dos preferidos da arquibancada, que passou a conhecê-lo como o “Super Zé”. Um de seus “poderes” era o de levantar a arquibancada quando saía do banco de reservas para realizar o aquecimento, pois com o “Super Zé” em campo, não tinha placar em branco.

Colocada em votação a proposta, a maioria dos conselheiros decidiu pelo retorno à antiga nomenclatura. E assim, o Leão iniciou a década de setenta com o nome que jamais deveria ter abandonado e que fez a história: Grêmio Esportivo Glória! Em 1967, o Glória já contava um título municipal e participava do Estadual de Amadores, mas sentia que podia crescer mais. Foi com esse objetivo que, em 3 de julho de 1967, o clube fundiu-se à S. E. Avenida, surgindo, então, a Associação Glória Avenida. A proposta foi aprovada em assembléia por unanimidade. As cores seriam azul, vermelho e branco, e o escudo, um losango em azul, contendo um campo branco com as iniciais “AGA” em vermelho. Na primeira partida da nova agremiação, em 16 de julho, recebeu o 14 de Julho, de Passo Fundo, para um amistoso. O resultado final parecia avisar que a união, por mais bem-intencionada que fosse, não daria certo: vitória do visitante por 5 a 1.

Depois do título municipal de 1965, o Glória teria que esperar até 1968 para voltar a levantar o caneco. Com a ausência das outras equipes, a disputa do citadino limitou-se à Associação Glória Avenida e ao Brasil. No primeiro jogo, em 23 de junho, vitória tricolor por 2 a 0. Uma semana depois, um empate em 2 a 2 foi suficiente para a AGA garantir o título, jogando com: Vilmar; Garrincha, Caio, Chumbão e Écio; Rigotti (Chita) e Antoninho; Paulinho (Zé Brasil), Pombo, Zairi e Venson. Pombo e Zairi marcaram os gols do Leão naquela tarde.

No começo de 1970, a Associação Glória Avenida (AGA) não andava nada bem. Nascida em 1967 da fusão entre o Glória e o Avenida, a agremiação não fazia boas campanhas e ainda tinha que assistir o rival Brasil brilhar no Estadual de Amadores. A situação estava insustentável e em 16 de janeiro de 1970 o Conselho Deliberativo foi convocado a comparecer ao Clube do Comércio e decidir sobre um assunto delicado: desfazer a união com o Avenida e retornar à antiga denominação. O principal defensor da idéia era o presidente Luiz Jacques Manozzo.

&VARGAS

Depois do bicampeonato municipal em 1974/75, o Glória decidiu seguir um novo caminho: o do profissionalismo. Em 1976, o clube disputou seu primeiro campeonato de caráter oficial: a Copa Governador do Estado. Jogando na Chave 3, o Leão fez bonito na estréia e conquistou o título do grupo, que veio em 28 de março de 1976, com o empate em um gol diante do Igrejinha, na casa do adversário. Time do Glória: Jorge; Fuminho, Nilson, Varela e Juarez; Oreco, Ferreira e Fio (Clodomar); Serração, Ademir e Pinca. Oreco marcou o gol vacariense.

Embora a campanha satisfatória para um estreante na Copa Governador de 1976, o Glória decidiu suspender as atividades de seu Departamento de Futebol a partir de 1977. A justificativa era o alto custo de manutenção da equipe. Assim, restou ao clube suspender as atividades do futebol profissional, que prosseguiu durante o ano de 1978. Em 1979, ele voltaria às competições, com a mesma garra que sempre o caracaterizou. Afinal, como diz o próprio hino do clube, “esse time é um peleador”.

Consagrado como técnico campeão mundial pelo Brasil, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, jogou em seus tempos de zagueiro “à Gauchão” no Altos da Glória. Aconteceu em 11 de fevereiro de 1979, quando o Leão recebeu o Caxias, seu clube, para um amistoso. A equipe grená venceu, Luiz Felipe, limitou-se a marcar as poucas investidas do adversário. Quem diria que, 23 anos depois, aquele zagueir, com um bigode de vilão de faroeste italiano, conquistaria a Copa do Mundo com a Seleção Brasileira?

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Oscar Leonardelli

Jucelino Bueno

Eugênio Marques

Foram tantos os n a r r a d o r e s , repórteres e comentaristas que fizeram cobertura nesses 50 anos do G l ó r i a , q u e c e r t a m e n t e m e r e c e r i a m incontáveis homenagens. No entanto um deles, com certeza, representaram toda essa categoria principalmente pela sua popularidade junto ao torcedor. Oscar Francisco Leonardelli “o RATINHO”, como era conhecido, foi repórter de campo atuando pelas rádios Esmeralda e Fátima. Nas viagens era companheiro inseparável, pois sem o Ratinho a alegria não era a mesma. Era um contador de piadas incomparável e por mais longo que fosse o percurso, a equipe de esportes nem via passar o tempo de tanta gargalhada. Nas tardes de domingo em Vacaria, era um dos primeiros a chegar no campo. Era respeitado pelo seu longo trabalho nos campos de futebol. Leonardelli fez também diversas coberturas em jogos nacionais e internacionais. Oscar Leonardelli morreu em 2001 e um dos seus sonhos era ver o Glória campeão gaúcho.

Desde o início ele estava lá. E u g ê n i o A n d r a d e Marques, vive o Glória como se fosse a sua própria família. Nunca mediu esforços para demonstrar seu amor e sua paixão pelo clube. Começou como atleta, foi presidente no período de 1978 a 1985, mas como membro da direção, sempre ocupou cargos, função que exerce até os dias de hoje. Vale lembrar que Eugênio Marques também teve uma passagem pela rádio Esmeralda como comentarista, nos tempos em que o Glória iniciava a sua caminhada na era profissional. Seu Eugênio, como todos o conhecem, dividia as suas atividades de farmácia( trabalho que faz até hoje), com o Glória. Toda a história do clube, ele guarda em arquivos particulares, desde a construção do estádio, número de gols, goleadores e fatos que marcam essa trajetória. Resumindo, Eugênio Marques é a própria história do glória.

Torcer por um time de futebol em família é comum. Porém da forma como J u c e l i n o Pereira Bueno e seu filho B r u n o demonstram seu amor pelo Glória, é algo m u i t o diferente. O envolvimento de ambos transcende as quatro linhas, chegando a criar vínculos com atletas, dirigentes e os demais torcedores. Bruno diz ser torcedor fanático, tendo como ídolo de todos os tempos o goleiro Gasperin. Resume ele – “Falar de Gasperin é falar do Glória”. Jucelino em contrapartida, nos momentos bons e ruins sempre está lá. Antes de começar o jogo, entra no vestiário e deseja a todos boa sorte. No final independente do resultado, está lá para dar seu apoio, mostrando que torcedor verdadeiro é aquele que fica ao lado do seu time em todos os momentos. Pai e filho, dois corações azuis.

Ladimir Fabris Em todos os tempos o Glória sempre contou com o apoio irrestrito dos órgãos de comunicação de Vacaria. Rádios e jornais divulgam o trabalho do clube através de seus profissionais, com a c o m p a n h a m e n t o principalmente durante a realização dos campeonatos gaúchos. Ladimir Luis Fabris, repórter da

rádio Fátima, disse que o Glória representa o município pela divulgação que dá ao participar dos campeonatos gaúchos, projetando Vacaria no cenário nacional. Ele acredita que através do Glória, Vacaria torna conhecida as demais potencialidades no turismo e principalmente no setor de produção. Fabris afirma que não dá para

imaginar Vacaria sem o Glória. “Muitas vezes as pessoas não colaboram como deveriam, mas se Vacaria quer uma maior projeção tem que manter o Glória em atividade”. Nos 50 anos do Glória, Ladimir Fabris salienta que muitas pessoas se doaram e não podem ser esquecidas. Outras virão e certamente farão parte dessa bonita história.

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A estréia do Glória em competições oficiais amadoras aconteceu em 16 de agosto de 1964, quando o time foi a Bom Jesus enfrentar o 16 de Julho Juventude. O jogo era válido pelo Estadual de Amadores. Zeca abriu o placar para o Leão aos 8 minutos, mas na segunda etapa o time da casa virou com dois gols de Dídio. O Glória jogou com: Manoel; Egeu, Caio, Écio e Wilson; Nenê e Moacir; Pelé (Chita), Paulinho, Zeca e Venson. Era apenas o começo da aventura do clube da avenida Militar pelo Rio Grande, que continuaria pelas décadas seguintes...

Em 1965, Vacaria viu o primeiro campeonato municipal de futebol com o carimbo da Federação Rio-Grandense de Futebol. Organizado pela Liga Vacariense, a competição tinha, além do Glória, Rodoviário, Brasil, Santos e Bota de Ouro, que se enfrentaram em turno único. E a taça foi para o Glória, que venceu as três partidas iniciais (2X1 Rodoviário; 2X1 Brasil; 3X1 Bota de Ouro) e só precisou de um empate em dois gols contra o Santos, em 18 de julho de 1965, para ser campeão. Naquela tarde no Municipal Francisco Guerra, o Leão foi a campo com: Plínio; Pelé, Caio, Argeu e Écio; Euzébio e Chita; Zeca, Paulinho (Olímpio), Renan e Venson. Zeca anotou os gols que garantiram o título.

No dia 16 de janeiro de 1966, Glória e Brasil se enfrentaram amistosamente no estádio Francisco Guerra. O encontro seria apenas mais um entre as duas equipes não fosse um detalhe: a presença do estúdio Leopoldis Som, de Porto Alegre, que filmou a partida. Possivelmente, é o primeiro registro cinematográfico do futebol em Vacaria. Atualmente, o acervo da Leopoldis Som pertence à RBS TV. Em campo, o Glória ficou bem na foto e não queimou o filme: vitória de goleada por 3 a 0, gols Egeu (2) e Paulinho.

Na foto de 1966, equipe juvenil do Glória no estádio Municipal Francisco Guerra, vendo-se ao fundo o pavilhão e as duas gabines da imprensa. De pé da esq. p/ dir.: Presidente Luiz Rigotti, Diretor Vadico, Flávio, Mazico, Ernani, Derly, Protásio, José, Rossoni, Possamai e Paulinho Marques. Agachados: Dica, Edgar Branco, Pedrinho Cojak, Mário Marcon, Plínio Boldo, Zé Carlos, Plínio Vasconcelos, Melek, Rigotti. A equipe era treinada por Zepellin.

Além da falta de dinheiro para manter o futebol profissional, o Glória tinha outro objetivo ao licenciar-se das competições entre 1977 e 1978: ampliar as obras do estádio da avenida Militar. O clube já investia na construção do primeiro módulo de arquibancadas, mas como ele não estava concluído o time teve que jogar a Copa Governador de 1976 no estádio municipal Francisco Guerra. Em 1979, quando voltou ao profissionalismo, o time passou a mandar seus jogos naquele que, anos depois, seria conhecido como o Altos da Glória. Francisco Guerra, o estádio é pai, palco de gerações e gerações do futebol vacariense. Resta ao Glória lembrar o estádio que o viu crescer, ganhar seus primeiros títulos e chegar onde nenhum outro clube da cidade jamais chegou. E, para sempre, agradecer pela acolhida e tantos anos de alegrias. Obrigado, estádio municipal Francisco Guerra!

Estádio Alto da Glória em 1987 vendo-se apenas um módulo da arquibancada. Ao fundo também não estava contruída a área das piscinas. Neste mesmo ano foi iniciada a construção da mais um módulo de pavilhão de 25 metros. Nos anos 90 foi construído mais módulos de arquibancadas.

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Paulo Eriberto radialista

a i r a c a V a r a p s ton ribuiçõe

c s e d n a r g e d s 50 ano

Os 50 anos do Grêmio Esportivo Glória representam uma ótima oportunidade para celebrarmos a existência de um Clube/empresa que faz um grande esforço para manter-se e que precisa ser melhor visualizado pela comunidade regional. Poderíamos começar esse comentário citando pessoas, mas foram tantas as que deram e muito mais as que continuam dando apoio e dedicando-se a causa de um clube social e esportivo. Prefiro então, atendendo convite dos editores da revista olhar apenas para o Glória e sua trajetória. Feliz da cidade que tem um Clube da grandeza do Grêmio Esportivo Glória. Houve um tempo em que Vacaria ficou conhecida nacionalmente pela cidade que tinha uma equipe de futebol patrocinada pela maçã. Isso mesmo era o time com a marca da maçã. Nessa expressão está a força do marketing exercido pelo futebol profissional. Deveríamos, enquanto comunidade interessada em mostrar melhor a cidade, valorizar mais o esforço de nossos desportistas. O futebol profissional coloca Vacaria na coluna das boas notícias da grande imprensa. Há um esforço para divulgar a cidade e suas possibilidades de turismo. Isso não se pode negar. Ao mesmo tempo devemos reconhecer que ainda não temos a disposição os recursos

Ulisses Maraschin

Paixão, esta palavra pode resumir o sentimento de muitas pessoas, principalmente no esporte. Ao chegar em Vacaria, no ano de 1986, Ulisses Maraschin, despertou esta paixão. Vindo de Ipê, seu Ulisses carinhosamente chamado identificou-se com o Glória, trazendo consigo toda sua família. Não estava presente no Altos da Glória somente em dias de jogos, não faltava até mesmo aos treinos.

necessários para essa presença na imprensa e que o Glória pela força do futebol profissional faz quase de graça ou patrocinado pelo esforço de poucos. Se estamos celebrando 50 anos de persistência, precisamos olhar para os batalhadores do esporte. São vários se visualizarmos o universo dos desportistas, mas são ainda poucos se valorizarmos a força do esporte para a divulgação da cidade e da região. Se um dia o Glória foi o time que ganhou reportagens de páginas em revistas de circulação nacional como o time da maçã, hoje devemos empreender esforços e ajudar a fazer com que seja o Clube que dá suporte para que Vacaria seja mais conhecida e valorizada nas suas potencialidades.

Seu Ulisses, sempre fez questão de ressaltar o orgulho que sentia pelo clube. Infelizmente no ano de 2005 nos deixou, mas levou o amor pelo Glória, como um dos maiores presentes que ganhou durante sua vida, como relembram seus filhos: a camisa do Glória. A Família Maraschin, continua ao lado do Glória e todos guardando no coração este amor nutrido pelo seu Ulisses. Ulisses Maraschin, exemplo de torcedor apaixonado.

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Em julho de 1996, a direção do Grêmio Esportivo Glória, com a intenção de enquadrar-se na Lei Pelé, que beneficiava os clubes que patrocinassem três esportes olímpicos, convidou o esportista Henrich Wolff para colaborar e criar os Departamentos de Atletismo e Ciclismo.

Em setembro de 1996, a equipe do Glória foi convocada para representar o município de Vacaria nos Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul, na cidade de Pelotas. A equipe do Glória obteve duas medalhas de ouro: Meio-Fundo e Contra-relógio, além da premiação de Campeão Estadual da modalidade ciclismo (foto abaixo).

CICLISMO O primeiro atleta a ser contatado foi o ciclista vacariense, Adir Dall’agnol, residente na cidade de Muitos Capões, que vinha participando do Campeonato Estadual de forma amadora. Em contato com a Federação para profissionalizar o atleta, o Glória ficou sabendo que deveria formar uma equipe para poder enquadrar-se na referida Lei. Para tanto, foram convidados Jamir Dall’agnol, irmão de Adir, para participar da categoria Sub-20 e Rose Marie Wolff para participar da categoria Feminino-A, cabendo a Adir Dall’agnol competir na categoria Elite (foto abaixo).

Em novembro, comemorando os 40 anos do Grêmio Esportivo Glória, realizou-se a Copa Vacaria de Ciclismo, onde pela 1ª vez, uma etapa do Campeonato Gaúcho foi disputada pelas ruas centrais no município. Rapidamente, devido aos fortes treinamentos, o Glória passou a conquistar excelentes resultados. Ao final de 1996, mesmo entrando com os campeonatos estaduais em andamento, a equipe conquistou o terceiro lugar no Campeonato Contra-relógio, o Vice-Campeonato de Resistência e quarto lugar no Campeonato de Meio-fundo. Individualmente, os atletas conquistaram inúmeras vitórias. No inicio da temporada de 1997, ingressou na equipe, para competir na categoria juvenil, o atleta Emanuel Godoy. Em março de 1997, Adir Dall’agnol, foi convocado para participar de uma prova em Campos Mourão, no Paraná, válida pelos Jogos Abertos Brasileiros, onde retornou Vice-Campeão brasileiro, posicionando-se entre os seis possíveis

atletas destacados para integrar a equipe de ciclismo que seria convocada para as Olimpíadas de 2000 em Sidney – Austrália. Em abril de 1997, Adir e Jamir começam a receber um patrocínio, em forma de ajuda financeira, da Radio Esmeralda de Vacaria. Entrou na equipe, o atleta Roni de Vargas, na categoria Máster. Em setembro do mesmo ano, Adir, por seus excelentes resultados estaduais e nacionais, projetando-se como o melhor atleta gaúcho, foi convocado para a cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Edifício Pórtico da Vila Olímpica do Estado Rio Grande do Sul e por sua vez, recebeu o patrocínio da Bolsa Olímpica, concedido a atletas com potencial olímpico. No dia 11 de novembro de 1997, a equipe sofre uma baixa irreparável. Enquanto aquecia para mais um dia de treinamento, Adir Dall’agnol foi atropelado no acostamento da BR 285. Neste dia, a cidade perdeu um de seus principais ícones do esporte. Durante os meses seguintes, vários clubes do Rio Grande do Sul, organizaram provas homenageando o atleta. O espírito competitivo não abalou o restante da equipe, e no final de novembro de 1997, o Glória conquistava o Campeonato Gaúcho. Após 40 anos, o Troféu, saía de Porto Alegre para uma equipe do interior. Henrich Wolff recebeu o troféu de melhor técnico de ciclismo do Rio Grande do Sul. Em dezembro, o reconhecimento ao esforço de seus atletas foi mais uma vez reconhecido. Pelo recorde de pontos obtido em uma única temporada, a ciclista Rose Marie Wolff foi homenageada com a premiação para os melhores atletas do Rio Grande do Sul em todas as modalidades. No primeiro semestre da temporada, a equipe conquista vários prêmios individuais e o Campeonato de Meio-Fundo.


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Impulsionado pelos resultados da atleta Dominique Marie Wolff, o Departamento de Atletismo contatou atletas que vinham destacando-se nos Jogos Escolares. Anabele Soares Roveda foi convidada por seu desempenho na prova de barreiras e Nestor Mugnol Júnior na prova do salto com vara (foto abaixo).

receberam reconhecimento estadual. Também fizeram parte desta equipe, Mikelly Abreu de Oliveira, que competiu nas modalidades 50, 100 e salto em distância e Domênica Schio, que competiu no salto em distância e arremesso de disco (foto abaixo).

Equipe campeã Gaúcha de ciclismo em 1997

Durante os anos de 1996 a 1998, estes atletas conquistaram vários primeiros lugares em suas categorias e em categorias acima. Foram convocados por diversas oportunidades para representar o estado nos Jogos Abertos Brasileiros e

Equipe de atletismo


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Equipe campeã municipal de juvenil em 1974 Na foto em pé: Avelino Zago (massagista), Luiz Jacques Manozzo (presidente), Julio, Idi, Chida, Vacaro, Beto, Roni, Clodomar, Luiz Carlos e Miguel Bueno. Agachados: Paulinho Zingali, Beto Bozza, Varlei, Dino, Osvaldo, mascote Marcos, Dé Rigotti, César, Marlon, Gervasio e Nelinho.

Equipe de juniores Bicampeã nos anos 90 Na foto em pé: José Augusto Bandeira, Ruga, Jaime, Beto Buzin, Zanella, Cutia, Bebeto, Alberi e Pedro Lorival (supervisor). Agachados: Eugênio Marques, Dengo, Eder, Jean, Guaiaquinha, Misso, Paulo Silva, Gringo e Gelson.

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Escolinha de futebol do Glória em 1982, comandada por Suzin e Caeron. Na foto jogadores da escolinha do Glória estão com a camisa do Corintians, que foi uma tradicional equipe amadora em Vacaria. No próximo ano a nova diretoria do Glória, pretende reativará as escolinhas e também as categorias de base.


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Uma das formações dos veteranos que participaram de um torneio nos anos 70. Na foto em pé: Macau, Alzemar, Renato, Aristóteles, Joca, Alceu, Mariano, Manuel Marques, Kide, Ronaldo, Alexandre Broglio e Ferreira. Agachados: Vadico, Lace (Gaguinho), Beneton, Paulinho Marques, Vovô, Venson, Ferrinho e Gringo.

Uma das formações dos veteranos do Glória nos anos 80. Em pé: Cláudio, Nicodemos, Joca, Volmar Frozzi,Capincho, Alzemar, Renato, Ferrinho e Venson. Agachados: Lace, Edgar Branco, Ronaldo, Aristóteles, Edson Guimarães, Vadico e Sadi.

Equipe campeã municipal de Veteranos em 1991. Na foto em pé: Miguel Bueno, Capincho, Segundo, Ricardo Zen, Luizinho Bortolon, Clodoveu (Pezão), Kuze, Helinho, Bochinha, Eroni, Tile, Enio Grigol, Renatinho, Beto Cachorrão e Perin. Agachados: Cota, Raul, Ceroni, Rizzon, Volmir, Andrighetti, Aristóteles, Cleber, Canhoto e Luiz Carlos.

Uma das muitas formações dos veternanos do Glória nos anos 90. Em pé: Miguel Bueno, Heroni, Capincho, Renatinho, Tile, César Kuze, Luizinho Bortolon, Bochinha, Gasperin, Rizzon, Beto Cachorrão, Canhoto e Perin. Agachados: Raul, Clodoveu (Pezão), Helinho, Volmir, Aristóteles, Luiz Carlos Anzolin, Andrighetti, Ceroni e Cota.

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verdade o que a maioria das pessoas falam. O esporte desperta paixões, o maior exemplo está dentro deste clube, une adversários políticos, pessoas de diferentes credos, classes sociais e torcedores que dividem sua paixão com a dupla Grenal. Fatos nos lembram momentos de tanta alegria e outros nem tanto, mas no fundo enchemos os olhos de lágrimas por esta paixão chamada Glória. Chorar de alegria em 1988 quando explodiu o Altos da Glória na vitória sobre o Ipiranga de Erechim e chegamos pela vez primeira a elite do futebol Gaúcho. Choro de tristeza quando voltamos a segundo em 1998. Vibramos novamente no retorno a primeira divisão em 2002. É claro que lembramos com orgulho das campanhas de 2004 e 2005, mas com um gostinho de quero mais, pois chegamos tão perto da disputa do titulo do Gauchão. Não podemos deixar de lembrar pessoas que deram o seu sangue para construir esta história, desde seus fundadores que talvez não imaginassem o crescimento do clube, até os dirigentes audaciosos dos dias de hoje. Citar nomes seria injusto, poderíamos esquecer de tantas pessoas importantes nesta caminhada vitoriosa. Todos foram e, são fundamentais para que o clube tenha o reconhecimento e o respeito das demais agremiações de nosso estado e do país. O meu desejo de torcedor é que sejamos cada vez maiores, para tanto é necessário nos unirmos em prol do Glória, deixando de lado toda e qualquer vaidade para crescermos ainda mais e levarmos nosso clube a outros 50 anos de Glórias. Com toda a certeza estamos orgulhosos e de parabéns pela trajetória de nosso Glória da Vacaria.

É

Alguns dos títulos mais importantes da História do Glória. Fase amadora: 1961 – Campeão da Taça Confraternização Municipal 1962 – Campeão da Taça Cidade de Antônio Prado 1963 – Campeão da Taça Duque de Caxias 1964 – Campeão do Torneio Rádio Esmeralda 1965 – Campeão da Cidade Campeão da Chave 2 do Campeonato Estadual de Amadores 1966 – Campeão do Dia do Futebol 1967 – Campeão do Torneio Rádio Esmeralda 1968 – Campeão da Cidade 1974 – Campeão da Cidade Campeão da Chave 1 do Campeonato Estadual de Amadores 1975 – Campeão da Cidade 1981 – Campeão da Taça Imobiliária Branco 1983 – Campeão da Cidade 1984 – Campeão da Cidade Fase profissional: 1976 – Campeão da Chave 3 da Copa Governador do Estado 1980 – Campeão da Chave 4 da Copa Cícero Soares 1988 – Campeão da Divisão Especial (Segundona) 1997 – Vice-campeão da Copa Galego 2002 – Vice-campeão da Divisão de Acesso (Segundona)

Equipe tri-campeã de Vacaria por ocasião do jogo Glória 0 x 1 Caxias, em 4 de dezembro de 1983.

Equipe tetra-campeã em 2 de dezembro de 1984, no jogo Glória 2 x 1 Inter de Lages.

Site Oficial G.E. Glória acesse: www.gloriadevacaria.com.br


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Nestor Eduardo da Silva “Tio Nesta”, completará 80 anos no dia 05 de junho do próximo ano. P r o f i s s ã o : massagista; amor pela família e paixão pelo Glória. Trabalhou por 18 a n o s c o m o massagista no clube do coração, mas essa história começou bem antes em outros campos. Quando gurizote como ele mesmo diz, começou a aprender a profissão no Flamengo de Caxias do Sul

Polaco

Desde os anos 80, o fotógrafo Paulo Pessi, carinhosamente conhecido como Polaco, vem acompanhando o Glória. Através de registros fotográficos, a história vem sendo documentada através do trabalho deste excelente profissional.

com o senhor chamado “Pastelão”. Em Vacaria trabalhou na equipe amadora do Santos e em seguida se transferiu para o E.C Brasil na década de 60, onde ele lembra de figuras como Jorge Bergental e Nene que foi treinar o Glória e o levou junto. Foi aí que houve a troca da camisa vermelha do Brasil pela azul do Glória, onde ficou por cerca de 18 anos. Na conquista da segundona pelo Glória, Tio Nesta estava lá e recorda que o time começou com o treinador Machado, mas foi campeão com Daltro Menezes. “Esse foi o fato que mais me marcou, afirma ele”. O velho massagista de 80 anos ainda em atividade, lembra dos principais treinadores que passaram pelo Glória: Beto Almeida,

Daltro Menezes, sendo este com quem ele fez mais fez amizade, Cacau, Machado, Benitez, Gasperin, Vacaria entre outros. Nestor da Silva não esquece também de alguns jogadores que lhe marcaram na carreira. É o caso de Parrá, Mundo, Nene e um em especial que segundo ele mesmo afirma, não é porque morreu, mas tinha um carinho muito grande por ele, o Carlinhos Andrighetti, o GAMBÁ como era conhecido. “Chegavam os domingos eles vinham aqui me incomodar por causa de bola, queriam jogar” salienta Tio Nesta. Nos 50 anos do Glória Nestor quer ainda ver o time quem sabe sendo campeão gaúcho, ou pelo menos se mantendo entre os primeiros.

Glória 2007

José Luiz Plein é treinador para a temporada 2007, e Cyro Garcia o preparador físico, com isso a direção e a torcida do Glória esperam reprisar as boas

campanhas dos últimos anos. Uma equipe forte está sendo montada para enfrentar o Gauchão, que inicia em Janeiro de 2007. O pensamento da direção é disputar todas as competições no ano de 2007. Com Plein e Cyro no comando técnico, o torcedor está confiante em muitas vitórias. Cyro já trabalhou anteriormente com Plein no Grêmio e afirmou que terá tempo suficiente para trabalhar fisicamente o grupo de jogadores. Desejamos a ambos um ótimo trabalho.


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O INÍCIO

AS CAMPANHAS

Desses 50 anos do Glória, certamente já fazem cerca de 17 anos que participo diretamente nas coberturas dos jogos do leão nos campeonatos gaúcho e brasileiro (em duas oportunidades). Plantão esportivo, repórter e mais recentemente comentarista. Porém é como repórter onde sinto mais emoção, pois você está ali na beira do gramado, muito perto do bater do coração dos jogadores e do barulho na batida da bola.

De todas as campanhas do Glória nos campeonatos gaúchos, a pior foi quando a equipe sofreu o rebaixamento para a segunda divisão. Foram alguns anos de sofrimento e angústia para o torcedor que queria voltar logo para a elite do futebol gaúcho. E para ser mais gostoso, o Glória foi buscar essa volta a 1º divisão jogando em Pelotas e enfrentando uma verdadeira guerra contra a torcida do Brasil em 2002.

Foi como repórter que abri o caminho para o jornalismo, pois conversar com alguns jogadores de futebol, é como você achar uma agulha no palheiro, é muito difícil, pois eles tem respostas muito curtas. E fazendo reportagens de campo nos jogos do Glória foi sempre motivador.

EXTROVERTIDOS, MAS POLÊMICOS... Assim eram Daltro Menezes (técnico) e Zé Cláudio (jogador). Os dois eram muito brincalhões e tinham um coração de criança, mas não levavam ninguém para compadre. Muitas vezes os repórteres tinham até medo de entrevistar o técnico Daltro, pois conforme a pergunta vinha uma resposta bem desaforada. Até parece que ele era da mesma escola do Felipão. Às vezes era só pra ver o repórter irritado e depois saía sorrindo. Com Zé Cláudio não era muito diferente. Mas o Zé na verdade era mais bravo. Ele convidava o cidadão muitas vezes pra sair no braço. No entanto se você pedisse a camisa ele tirava para lhe servir. E o que mais importava mesmo, era bola na rede, e, isso ele sabia fazer e muito bem.

Porém, o Glória sempre teve boas e excelentes participações na competição. Os torcedores jamais vão esquecer o jogo memorável do estádio Beira-Rio em Porto Alegre em 2004, quando a equipe empatou no tempo normal e na prorrogação com o Internacional e depois perdeu nos pênaltis. Eu estava lá e pude presenciar a desolação de todos os Vacarianos. Se tivesse passado pelo Colorado, o Glória teria chegado a final. Até hoje, todos culpam o árbitro Carlos Eugênio Simon, de ter metido a mão com o time de Vacaria em favor do Internacional, quando deu um pênalti em cima de Oséias. A Vitória do Glória em 2005 também em pleno Beira-Rio por 3 a 1, renovou novamente as esperanças de título, esperanças essas jogadas fora no jogo seguinte em casa, quando Jajá perdeu um Pênalti e o Glória perdeu o jogo e a classificação para a final. Foram tantos momentos, alguns de alegria, outros de tristezas, que ninguém esquece porque continua sempre sendo Glória. Já no campeonato brasileiro da série C em duas oportunidades, o Glória não foi bem. A mais recente em 2005, deixou muito a desejar, sendo desclassificado na primeira fase contra os times catarinenses.

ESTÁDIO LOTADO Isso aconteceu muito durante as participações na segundona antes de subir em 1988. Parecia que o torcedor incentivava mais o time e dava mais valor. Nas tardes de domingo faltavam lugares para tanta gente e qualquer jogo era uma decisão. Bons tempos que não voltam mais, pois a média de público hoje nos jogos em casa, não passa de 600 a 800 pagantes. Qual a explicação?

FIGURAS FUNDAMENTAIS São tantas as pessoas que deram e continuam dando sua contribuição para o Glória que falar em nomes é até temeroso. Mas a homenagem vai para todos que não medem esforços para ver o Glória nas “alturas”. Mas quem são as FIGURAS FUNDAMENTAIS para o Glória em todos os tempos? Cabe a cada um fazer uma reflexão e lembrar de muitos nomes ao longo desses 50 anos que não são poucos. Em termos de jogadores na era profissional eu lembraria de nomes como Edmundo, Zé Cláudio, Branco, Super Zé, Gasperin,Sandro Sotili e tantos outros que passaram por aqui. O Glória é o que é, graças ao trabalho de poucos abnegados, que mantém o time atuante pelo menos seis meses no ano.

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- Minha trajetória com o Glória começou em 1991 quando eu era MédicoResidente do setor de Ortopedia e Traumatologiada Santa Casa de Porto Alegre e fui convidado para trabalhar com o time. Talvez pela forte ligação com minha terra e a paixão por futebol, não hesitei em cooperar .

- O convívio com o Glória foi meu estímulo para investir na Medicina Esportiva. Fiz estágio em São Paulo com um dos maiores expoentes desta área, Df. Moisés Cohen, iniciando as cirurgias Vídeo-Artroscópicas, especial¬mente em joelho, dando minha contribuição a este clube que tanto engrandece o nome da nossa cidade.

- Leão da Serra, parabéns pelo cinqüentenário e até o próximo gauchão!

- Os anos se passaram, acabei a Residência Médica, entrei para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e voltei para Vacaria, estreitando os laços com o Glória, acreditando no time, indo à campo e atendendo os joga¬dores tanto no estádio quanto no consultório.

- Hoje, mais do que nunca, me sinto fortalecido para trabalhar com o time, assim como torço para que todos os vacarianos colaborem para uma grande campanha no próximo gauchão que inicia em Janeiro/2007. - Apesar das dificuldades, pois sempre prestei atendimento voluntário para

Dr. Arivaldir Borges Oliboni Ortopedista e Traumatologista Membro da SBOT e SBCJ Médico recertificado pela SBOT

a entidade, o convívio com os amigos da direção, com a torcida e com todos os profissionais envolvidos me trouxe muitas alegrias: - só colhi frutos posi¬tivos.


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Gilmar de Almeida Boeira, vai completar um ano de presidência do Glória no mês de dezembro numa gestão de dois anos. Sucedeu a Francisco Schio e mesmo tendo que dividir a prefeitura de Monte Alegre da qual é prefeito, com o trabalho no Glória, Gilmar procurou dar toda atenção ao clube. Prestigiou principalmente o torcedor, promovendo sorteio de brindes nos jogos em casa. Mesmo com as dificuldades encontradas, o Glória manteve-se na elite do futebol gaúcho com uma equipe modesta. O presidente Gilmar é entusiasta e acredita sempre num apoio não só de Vacaria, mas de toda região. Ele e todos os demais membros da direção querem fazer para o ano de 2007, uma equipe forte para brigar novamente pelo título gaúcho, como já aconteceu em duas oportunidades em que o Glória esteve bem perto. Como torcedor Gilmar Boeira diz que é bem diferente de ser dirigente. Na primeira função, a pessoa critica bastante e acha que está tudo errado. “Como dirigente, a prática é bem

diferente. Erramos bastante, assumimos sem nenhuma experiência de futebol, mas no próximo ano com um pouco mais de experiência junto com Serginho (vicepresidente), que tem bastante conhecimento no futebol, vamos fazer um trabalho melhor”, salienta ele. Sobre o cinqüentenário do Glória, Boeira afirma que é um orgulho para ele estar como presidente nesta data tão importante. Observa que o clube não tem dividas e tem uma estrutura muito boa. Jogadores que passam pelo Glória só tem boas lembranças, pois é um time que paga em dia e a direção quer manter isso. O Glória há muito tempo não tem categorias de base. A idéia do presidente é novamente formar atletas para o futuro da equipe. Ele entende que assim o Glória aumenta inclusive a sua torcida, levando os pais e amigos para o estádio. Gilmar finaliza dizendo que o apoio do torcedor vai ser maior, quando ver jogadores formados aqui participando da equipe profissional.

Esta foi a equipe que realizou este trabalho divulgando os 50 anos de vitórias e conquistas do nosso G.E. Glória.

Miro Santos, João Pedro Pagno, Marcos Duarte, Rafael Dariva e Betão Carneiro.

Posto São Pedro Tradição e Qualidade Av. Militar, 2484 - Fone: (54) 3231-1492


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Parabéns Glória pelos seus

50 anos de história.

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