Pão de Açúcar Rio de Janeiro
Pão de Açúcar Rio de Janeiro
Pão de Açúcar Rio de Janeiro
Sumário
8 Apresentação 10 A Expansão e Fundação do Rio 14 Origem do Nome “Pão de Açúcar 18 Marco da Cidade 22 O Teleférico: Curiosidades
Apresentação
Em tempos passados, quando o mar tinha fundamental importância nos transportes, para chegar no Rio de Janeiro, este morro era imediamente visto na entrada da Baía de Guanabara, ao do lado do Pão de Açucar.
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O Pão de Açúcar é um complexo de morros localizado no bairro da Urca e composto pelo morro do Pão de Açúcar (que dá nome ao complexo), morro da Urca e morro da Babilônia. Junto com a estátua do Cristo Redentor é o maior cartão-postal da cidade do Rio de Janeiro e um dos mais famosos do Brasil. Pelas características únicas, margeado pelas águas da baía de Guanabara, constitui-se em uma referência turística internacional para a cidade. Possui como atração complementar o passeio de teleférico, interligando a Praia Vermelha e o Morro da Urca ao Pão de Açúcar. Conhecido como Bondinho do Pão de Açúcar, o teleférico foi idealizado em 1908 e inaugurado em 1912, tornando-se o primeiro teleférico instalado no país e o terceiro do mundo. Nesses mais de noventa anos de existência, já transportou mais de trinta milhões de pessoas. Na última estação do bondinho tem-se a vista panorâmica das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. O Morro do Pão de Açúcar, o mais alto do complexo, é constituído por um bloco único de gnaisse-granito com mais de seiscentos milhões de anos de idade, que surgiu da separação entre os continentes sul-americano e o africano, e que sofreu alterações por pressão e temperatura. Eleva-se a 395 metros acima do nível do mar. É rico em espécies de plantas rupícolas, estando presente em suas faces diversas espécies endêmicas de bromélias e orquídeas. A face sul é especialmente rica, praticamente toda tomada por um “tapete vegetal”, contrastando enormemente com a face norte que apresenta pouca vegetação em suas vertentes. É circundado por um resquício de Mata Atlântica. Em seu topo localiza-se a última estação do teleférico. O seu nome é explicado por alguns autores pela semelhança aos blocos cônicos formados pelo açúcar na fase da purga em sua fabricação, à época colonial. Há várias versões sobre a origem do nome. Uma das mais conhecidas indica os portugueses como responsáveis. Durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil, após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro.
A Fundação e Expansão do Rio Foi também a partir deste local que a cidade verdadeiramente floresceu, e começou a se expandir ao descer para a várzea, nos primeiros tempos em direção à atual Praça XV até o Morro de São Bento.
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O Morro Cara de Cão, ao lado do Pão de Açúcar e Morro da Urca, é o local onde foram feitos os primeiros assentamentos da Cidade do Rio de Janeiro em 1565. Situa-se na margem direita da barra da Baía de Guanabara, no bairro da Urca. O Morro e suas matas estão dentro de uma área de preservação ambiental, englobando construções e sítios históricos da Fortaleza de São João, a praça ou local de fundação da cidade e o Centro de Capacitação Física do Exército. Quando olhamos para as montanhas do Rio de Janeiro, para quem está na cidade, no entorno da Baía de Guanabara, ele não chama muita atenção, pois não é alto e ao mesmo tempo discreto. É, no entanto, um destaque histórico muito especial. Em tempos passados, quando o mar tinha fundamental importância nos transportes, para chegar no Rio de Janeiro, este morro era imediamente visto na entrada da Baía de Guanabara, ao do lado do Pão de Açucar. Mais que isto, foi nas encostas e na várzea ou parte baixa, que existe entre o Morro Cara de Cão e o penhasco Pão do Açúcar, que o Capitão Estácio de Sá fundou a Cidade do Rio de Janeiro em 1º de Março de 1565. O local era também uma base de operações para reconquista do território nas margens da Baía de Guanabara, até então ocupada através de invasão, por franceses. Esses primeiros assentamentos, certamente casas e abrigos de paua-pique, assim como forticações, foram feitas também nas partes mais elevadas do Morro Cara de Cão, local denominado de Cidade Velha. O pequeno arraial foi assim formado sob a invocação de São Sebastião. A cidade foi então fundada com o nome de Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde este assentou um marco de fundação da cidade, e lá ergueu uma pequena fortificação e assentou povoado. Esta vila ou Cidade Velha teve vida curta, de apenas dois anos, enquanto durou a guerra contra os invasores. Em 1567 chegaram reforços sob o comando de Mem de Sá, então Governador Geral do Brasil, quando foram lançados ataques devastadores que derrotaram e expulsaram os franceses que insistiam em permanecer na área.
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Após a vitória portuguesa e o falecimento de Estácio de Sá, em decorrência de ferimentos de combate, seu tio Mem de Sá passou a ser Governador do Rio, e decidiu mudar a cidade para o Morro do Castelo. Nesta grande colina, inicialmente chamado de Morro do Descanso, em alusão à guerra que terminara, foram construidas as primeiras igrejas e casas duradouras de pedra e alvenaria. Foi também a partir deste local que a cidade verdadeiramente floresceu, e começou a se expandir ao descer para a várzea, nos primeiros tempos em direção à atual Praça XV até o Morro de São Bento. Certamente muitos que vêem o Morro Cara de Cão, seja da Baía de Guanabara, do mar aberto, ou do alto do Pão de Açúcar, devem se questionar porque a denominação “Cara de Cão” e qual sua origem, pois não se visualiza nenhuma formação rochosa ou aparência relacionada à cara de um cão. Entretanto a primeira referência escrita à esta denominação, é encontrada no “Tratado Descritivo do Brasil”, de 1587, de autoria de Gabriel Soares de Souza. Este chamou o morro de Cara de Cão pois este lhe lembrava a cara de um cão Lebrou. E este usou o termo “cara” ao invés de “cabeça de cão”. Figuras ilustres como o cientista Albert Einstein, o ex-presidente dos EUA John Kennedy, e o cantor inglês Elton John já passaram pelo bondinho do Pão de Açúcar.
Escola Militar do Rio de Janeiro, situada na Praia Vermelha. Ao fundo, o morro do Pão de Açúcar ainda sem o bondinho, em 1888
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Em 1977, o equilibrista americano Steven McPeak caminhou sobre o cabo do teleférico, entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, segurando uma vara metálica como contrapeso. O Morro e suas matas estão dentro de uma área de preservação ambiental, englobando construções e sítios históricos da Fortaleza de São João, a praça ou local de fundação da cidade e o Centro de Capacitação Física do Exército. Quando olhamos para as montanhas do Rio de Janeiro, para quem está na cidade, no entorno da Baía de Guanabara, ele não chama muita atenção, pois não é alto e ao mesmo tempo discreto. É, no entanto, um destaque histórico muito especial. Em tempos passados, quando o mar tinha fundamental importância nos transportes, para chegar no Rio de Janeiro, este morro era imediamente visto na entrada da Baía de Guanabara, ao do lado do Pão de Açucar. Mais que isto, foi nas encostas e na várzea ou parte baixa, que existe entre o Morro Cara de Cão e o penhasco Pão do Açúcar, que o Capitão Estácio de Sá fundou a Cidade do Rio de Janeiro em 1º de Março de 1565. O local era também uma base de operações para reconquista do território nas margens da Baía de Guanabara, até então ocupada através de invasão, por franceses. Esses primeiros assentamentos, certamente casas e abrigos de paua-pique, assim como forticações, foram feitas também nas partes mais elevadas do Morro Cara de Cão, local denominado de Cidade Velha. O pequeno arraial foi assim formado sob a invocação de São Sebastião. A cidade foi então fundada com o nome de Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde este assentou um marco de fundação da cidade, e lá ergueu uma pequena fortificação e assentou povoado. . Esta vila ou Cidade Velha teve vida curta, de apenas dois anos, enquanto durou a guerra contra os invasores. Em 1567 chegaram reforços sob o comando de Mem de Sá, então Governador Geral do Brasil, quando foram lançados ataques devastadores que derrotaram e expulsaram os franceses que insistiam em permanecer na área. Após a vitória portuguesa e o falecimento de Estácio de Sá, em decorrência de ferimentos de combate, seu tio Mem de Sá passou a ser.
ORIGEM DO NOME “PÃO DE AÇÚCAR” Nos séculos XVI e XVII, durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil, após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica denominada “pão de açúcar”. A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de barro teria originado o nome.
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Há várias versões históricas a respeito da origem do nome Pão de Açúcar. Segundo o historiador Vieira Fazenda, foram os portugueses que deram esse nome, pois durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII), após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica para transportá-lo para a Europa, que era denominada pão de açúcar. A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de barro teria originado o nome. O nome Pão de Açúcar generalizou-se, a partir da segunda metade do século XIX, quando o Rio de Janeiro recebeu as missões artísticas do desenhista e pintor alemão Johann Moritz Rugendas e do artista gráfico francês Jean Baptiste Debret que, em magníficos desenhos e gravuras, exaltaram a sua beleza e imponência. O penedo teve ao correr do tempo, cronologicamente, os seguintes nomes: • “Pau-nh-açuquã” da língua Tupi, dado pelos Tamoios, primitivos habitantes da Baía de Guanabara, significando “morro alto, isolado e pontudo”; • “Pot de beurre” dado pelos franceses invasores da primeira leva; “Pão de Sucar” dado pelos primeiros colonizadores portugueses; • “Pot de Sucre” dado pelos franceses invasores da segunda leva. Ao chegarem ao bairro da Urca, os adeptos do montanhismo podem avistar no morro da Babilônia, escaladores na rocha ascendo vias de escalada, como as conhecidas Ricardo Prado, M2, Roda Viva, IV Centenário e outras. No meio esportivo de escalada, internacionalmente é muito conhecido o complexo do Pão de Açúcar, tanto por se constituir em uma das maiores áreas de escalada urbana, quanto pela beleza das vias conquistadas nessa área. Algumas visitas notáveis foram registradas, como a do histórico escalador Wolfgang Güllich na segunda metade dos anos 1980, que abriu a primeira via de décimo grau no Brasil (graduação brasileira), batizada
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por Southern Comfort, ou Via do Alemão, na Pedra do Urubu, situada junto ao mar e a pista de lazer Cláudio Coutinho, pista esta de 1250 metros de extensão, que margeia as faces sul dos morros da Urca e do Pão de Açúcar. Além disso, o Pão de Açúcar tem também relevância histórica para o montanhismo no Brasil. Consta que a sua primeira ascensão teria sido realizada em 1817 pela inglesa Enrieta Carstiers, pela sua Face leste, voltada para o Oceano Atlântico e de menor inclinação. Seria assim uma das primeiras manifestações diretas de cunho montanhístico no Brasil, onde a própria ascensão da montanha traduziu-se no objetivo maior. No domingo de 3 de julho de 2011, um alpinista morreu após cair do morro. Raymond Jean Marier, de 56 anos, estava escalando o Pão de Açúcar quando caiu de um costão do morro. O resgate foi feito com o auxílio do helicóptero do corpo de bombeiros do quartel do Humaitá, já que o local era de difícil acesso. Ao todo são catalogadas mais de 270 vias de escaladas e boulders. No próprio morro do Pão de Açúcar todas as suas faces apresentam vias, como as clássicas chaminés Stop e Galotti, a via ferrata CEPI, além de
Artesanato feito em madeira vazado com o contorno da montanha, os cabos de sustentação e o bondinho
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Mais um exemplo de souvenir feito em madeira com o contorno do ponto turístico.
vias de parede como a Pássaros de Fogo, Via dos Italianos e o Lagartão. As numerosas vias de escalada que gradativamente foram abertas, elevaram o nível de escalada na região, e em muito contribuiu para a melhoria técnica dos escaladores brasileiros. Uma sequência do filme “007 Contra o Foguete da Morte”, com Roger Moore como James Bond, filmada em 1979, ajudou a promover a cidade e o país no exterior. Em 1990, uma homenagem ao piloto Ayrton Senna expôs no Morro da Urca um carro de Fórmula 1. E, mais recentemente, em 2004, a Tocha Olímpica dos Jogos Olímpicos de Atenas e, em 2007, a Tocha Olímpica dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro visitaram o Pão de Açúcar. Ao chegarem ao bairro da Urca, os adeptos do montanhismo podem avistar no morro da Babilônia, escaladores na rocha ascendo vias de escalada, como as conhecidas Ricardo Prado, M2, Roda Viva, IV Centenário e outras. No meio esportivo de escalada, internacionalmente é muito conhecido o complexo do Pão de Açúcar, tanto por se constituir em uma das maiores áreas de escalada urbana, quanto pela beleza das vias conquistadas nessa área.
MARCO DA CIDADE
Marco histórico, porque aos seus pés, Estácio de Sá, fundou a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. O local permitia, não só a observação de qualquer movimento de entrada e saída de embarcações da baía, como facultava a visão interna de todos os possíveis invasores.
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O Pão de Açúcar, por sua forma de ogiva, pela localização privilegiada, pela presença na história da cidade, pelo original acesso ao seu cume, é um marco natural, histórico e turístico da cidade do Rio de Janeiro. Marco natural, porque o pico do Pão de Açúcar está na entrada da Baía de Guanabara, sendo referência visual para os navegadores que, do mar ou do ar, o procuram por estar localizado na periferia da cidade. Marco histórico, porque aos seus pés, Estácio de Sá, fundou a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Estácio de Sá chegou ao Rio de Janeiro em 28 de fevereiro de 1565 e no dia 1º de março lançou os fundamentos da cidade, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, por ser local de mais fácil defesa. O local permitia, não só a observação de qualquer movimento de entrada e saída de embarcações da baía, como facultava a visão interna de todos os possíveis invasores. Marco turístico, porque a inauguração do teleférico do Pão de Açúcar em 1912 projetou o nome do Brasil no exterior. Há várias versões sobre a origem do nome. Uma das mais conhecidas indica os portugueses como responsáveis. Durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII), após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica (para transportá-los para a Europa), denominada “pão de açúcar”. A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de barro teria originado o nome. O Bondinho do Pão de Açúcar é um teleférico, no qual liga a Praia Vermelha ao morro da Urca e ao morro do Pão de Açúcar. Essa é uma das principais atrações turísticas da cidade. Foi inaugurado (o seu primeiro trecho, entre a Praia Vermelha e o Morro da Urca) em 27 de outubro de 1912 e, desde então, já transportou cerca de 37 milhões de pessoas, mantendo uma média atual de 2 650 visitantes por dia. O seu nome vem da semelhança dos carros do teleférico com os bondes que circulavam no Rio de Janeiro à época de sua inauguração.
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O Morro Cara de Cão, ao lado do Pão de Açúcar e Morro da Urca, é o local onde foram feitos os primeiros assentamentos da Cidade do Rio de Janeiro em 1565. Situa-se na margem direita da barra da Baía de Guanabara, no bairro da Urca. O Morro e suas matas estão dentro de uma área de preservação ambiental, englobando construções e sítios históricos da Fortaleza de São João, a praça ou local de fundação da cidade e o Centro de Capacitação Física do Exército. Quando olhamos para as montanhas do Rio de Janeiro, para quem está na cidade, no entorno da Baía de Guanabara, ele não chama muita atenção, pois não é alto e ao mesmo tempo discreto. É, no entanto, um destaque histórico muito especial. Em tempos passados, quando o mar tinha fundamental importância nos transportes, para chegar no Rio de Janeiro, este morro era imediamente visto na entrada da Baía de Guanabara, ao do lado do Pão de Açucar. Mais que isto, foi nas encostas e na várzea ou parte baixa, que existe entre o Morro Cara de Cão e o penhasco Pão do Açúcar, que o
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Capitão Estácio de Sá fundou a Cidade do Rio de Janeiro em 1º de Março de 1565. O local era também uma base de operações para reconquista do território nas margens da Baía de Guanabara, até então ocupada através de invasão, por franceses. O Morro Cara de Cão, ao lado do Pão de Açúcar e Morro da Urca, é o local onde foram feitos os primeiros assentamentos da Cidade do Rio de Janeiro em 1565. Situa-se na margem direita da barra da Baía de Guanabara, no bairro da Urca.
Fortaleza São João logo a frente do Morro Cara de Cão
O Morro e suas matas estão dentro de uma área de preservação ambiental, englobando construções e sítios históricos da Fortaleza de São João, a praça ou local de fundação da cidade e o Centro de Capacitação Física do Exército. Quando olhamos para as montanhas do Rio de Janeiro, para quem está na cidade, no entorno da Baía de Guanabara, ele não chama muita atenção, pois não é alto e ao mesmo tempo discreto. É, no entanto, um destaque histórico muito especial.
O TELEFÉRICO: CURIOSIDADES Figuras ilustres como o cientista Albert Einstein, o ex-presidente dos EUA John Kennedy, e o cantor inglês Elton John já passaram pelo bondinho do Pão de Açúcar, além dos muitos artistas que se apresentaram no Morro da Urca, principalmente na década de 80.
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O teleférico do Pão de Açúcar foi o primeiro instalado no Brasil e o terceiro no mundo, alavancando o desenvolvimento do turismo nacional. Não é à toa que é chamado de a Jóia Turística da Cidade Maravilhosa. A inauguração desse caminho aéreo no Rio de Janeiro incluía no mapa turístico do Brasil um empreendimento que se tornaria mundialmente famoso como o “Bondinho do Pão de Acúcar”. Hoje, a visão dos bondinhos, no seu constante vaivém, está incorporada à paisagem carioca, sendo um de seus principais ícones naturais, seguido pelo Corcovado. Construído, operado e mantido pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, o complexo turístico Pão de Açúcar foi criado para o divertimento de milhares de pessoas num local privilegiado pela beleza panorâmica. Marca registrada da cidade do Rio de Janeiro, o morro do Pão de Açúcar é uma montanha despida de vegetação em sua quase totalidade. É um bloco único de uma rocha proveniente do granito, que sofreu alteração por pressão e temperatura e possui idade superior a 600 milhões de anos. O Pão de Açúcar é circundado por uma vegetação característica do clima tropical, especificamente um resquício de Mata Atlântica com espécies nativas que em outros pontos da vegetação litorânea brasileira já foram extintas. Augusto Ferreira Ramos, engenheiro brasileiro, nascido em 22 de agosto de 1860, participava como Coordenador Geral da Exposição Nacional de 1908, realizada na Praia Vermelha, em comemoração ao centenário da abertura dos portos brasileiros às nações amigas, quando teve a idéia da construção de um caminho aéreo para o alto do Pão de Açúcar. Com o industrial Manuel Antonio Galvão e o Comendador Fridolino Cardoso conseguiu do Prefeito do Distrito Federal Serzedelo Corrêa autorização para a construção e operação do sistema teleférico, que compreenderia três linhas: uma ligando a Praia Vermelha ao alto do Morro da Urca; outra ligando os altos do Morro da Urca e Pão de Açúcar e a terceira ligando o alto do Morro da Urca ao alto do Morro da Babilônia (que não foi concretizada em tempos passados, quando o mar tinha fundamental importância nos transportes, para chegar no Rio de Janeiro).
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A construção primeiro trecho No dia 30 de julho de 1909 foi concedida a autorização, com duração de 30 anos, para construção da gigantesca obra, outorgada pelo Decreto Municipal no. 1260, de 29 de maio de 1909. Com um capital inicial de 360 contos de réis, Augusto Ferreira Ramos e um grupo de amigos ilustres, fundaram a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar e iniciaram em 1910 a construção do primeiro teleférico brasileiro. Na obra trabalharam operários brasileiros e portugueses, com equipamentos e materiais importados da firma alemã J. Pohlig. Foram gastos dois milhões de contos de réis e quatro toneladas de materiais, que tiveram que ser transportados para o alto dos dois morros por centenas de operários realizando perigosas escaladas, numa ousada operação para a época. O início do lançamento dos cabos de sustentação do bondinho foi feito por equipes especialmente treinadas. Uma primeira equipe levou à base da montanha um cabo-piloto. A segunda equipe subiu a montanha pela floresta levando uma corda. No cume, lançaram uma das pontas da
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corda que foi amarrada ao cabo-piloto – que já se encontrava na base da montanha – puxando-o e afixando-o no devido local. A outra extremidade do cabo-piloto foi afixada na Praia Vermelha, servindo de guia para a extensão do cabo de aço que sustenta o bondinho. Para a colocação do bondinho no cabo de aço foram usadas talhas que o içaram e o puseram no cabo de sustentação.
Vista da Praia Vermelha do topo do Pão de Açúcar
Este trecho inicial, entre a Praia Vermelha e o Morro da Urca, numa extensão de 528 metros e 220 metros de altura, foi inaugurado em 27 de outubro de 1912, quando subiram 577 pessoas ao Morro da Urca, ao preço de 2 mil réis pela viagem de ida e volta. O “Camarote Carril”, como era conhecido o bondinho, construído em madeira, tinha capacidade para 17 pessoas e fazia o trajeto suspenso em dois cabos-trilho , sobre os quais deslizava com oito pares de roldana. A energia era fornecida por uma máquina elétrica de 75 HP e os freios elétricos já davam ao sistema completa segurança.