Coworking - Escritório Compartilhado

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO UNISEB FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

COWORKI NG - ES CRI TÓRI O COMPARTI L HADO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO RAFAEL VILELA DE JESUS ORIENTADOR - PROF. DR. CARLOS STECHHAHN RIBEIRÃO PRETO 2016

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3 AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer meu pai Wilson Roberto de Jesus e minha mãe Maria Elizabeth Vilela de Jesus, por sempre me incentivar e me dar a oportunidade de me tornar arquiteto e urbanista, ao meu orientador Carlos Stechhahn pela paciência e dedicação em todo período de orientação e pela sabedoria passada a cada momento, aos docentes do curso de arquitetura e urbanismo da Estácio Uniseb que sem seus ensinamentos não estaria onde estou hoje.


RESUMO Primeiramente vai ser apresentada uma pesquisa da evolução do ambiente de trabalho desde a Revolução Industrial até o final do século XX, mostrando as mudanças de pensamentos dos arquitetos da época, sempre propondo e criando espaços pensando em uma melhor qualidade de vida no local de trabalho. O anteprojeto vai se basear nas pesquisas, visando as melhores propostas para criação de um espaço de trabalho agradável para o profissional de hoje em dia. O espaço de co-working a ser desenvolvido vai acolher tanto os profissionais recém-graduados como os que já estão no mercado, permitindo o mesmo ter um horário de trabalho flexível de acordo com suas necessidades, um ambiente que possibilita a interação, socialização e compartilhamento de ideias com profissionais de outras áreas.

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INTRODUÇÃO O termo coworking foi criado em 1999 por Bernie de Koven. Em 2005, o termo foi usado por Brad Neuberg, um engenheiro de software, nos Estados Unidos para designar o primeiro coworking, do qual foi o responsável. Junto com os seus amigos, fundou o escritório chamado Hat Factory, em São Francisco, nos Estados Unidos, abriu as portas para aqueles profissionais que precisavam de lugar para trabalhar e queriam compartilhar experiências. Afinal, um dos fatores que faz o coworking ser mais atrativo é a questão de trocas de experiências, idéias e valorização do networking através de contatos com vários profissionais no mesmo espaço. O coworking chegou em Ribeirão Preto em 2011, hoje temos apenas 5 espaços de escritório compartilhado na cidade. Porém esses mesmos estão ainda meio presos aos modelos tradicionais de escritório, sendo um ambiente mais voltado para o trabalho, sem a interação, socialização e compartilhamento de idéias dos profissionais, também não há áreas para lazer nem ambientes verdes.

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PROBLEMÁTICA A problemática social surge quando o profissional autônomo quer abrir um negócio, inicialmente é difícil o profissional alugar um escritório ou uma sala para trabalhar, pois um vai gerar um alto custo. " Muitas empresas não chegam nem a nascer, porque morrem no plano de negócios, por conta do investimento inicial. O escritório compartilhado resolver esse problema . “ (Aurichiu; Luis, 2011)

Muitos desses profissionais optam por abrir seu próprio negócio em casa, a problemática do regime Home Office está relacionada ao curto alcance do trabalho em casa faz com que o profissional não desligue completamente do ambiente de trabalho, as tarefas domésticas e outras distrações tiram o foco dos negócios.

São milhões que não conseguem trabalhar em casa, simplesmente, porque não conseguem criar uma barreira e separar a vida pessoal da vida profissional. A disciplina dificilmente será imposta, as rotinas são difíceis de contornar, a concentração dispersa-se, as pessoas sentem-se isoladas, sentem necessidade de sair, de ver, de socializar, de mudar, de quebrar rotinas. (Quaresma; Gonçalves, 2013)

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OBJETIVO Criar um espaço de trabalho que estabeleça e atenda os novos interesses da sociedade contemporânea, conectando o ambiente de trabalho com lazer, cultura e socialização. Pontos principais para o programa: •

Edificação com diferentes tipologias

Flexibilidade interna/externa

Lazer e áreas de descanso

Salas particulares para reuniões privadas

Praça pública

O escritório compartilhado vai ser especialmente para atingir o público de profissionais na área da Arquitetura e Urbanismo, Design e Engenheiros.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO _______________________________________4 1.0 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ______________________8 1.1 - A EVOLUÇÃO DOS AMBIENTES DE TRABALHO _________8 1.2 - O DESGIN DO MOBILIÁRIO DE ESCRITÓRIO ___________18 2.0 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.1 - MISE EN ABYME ______________________________ 21 2.2 - CENTRO BIZNESU _____________________________26 3.0 - LEVANTAMENTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 3.1 - LOCALIZAÇÕES DA ÁREA DO PROJETO ____________ 29 3.2 - USO DO SOLO ________________________________33 3.3 - GABARITO __________________________________ 35 3.4 - FIGURA FUNDO ______________________________ 37 3.5 - HIERARQUIA VIÁRIA ___________________________39 3.6 - SOL E VENTILAÇÃO ___________________________ 41 4.0 - PREMISSAS PROJETUAIS 4.1 - QUADRO DE ÁREAS ___________________________ 42 5.0 - PROJETO 5.1 - DESENHOS TÉCNICOS __________________________44 5.2 - MAQUETE DIGITAL ____________________________ 50

6.0 - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ____________________ 58

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1.0 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 - A EVOLUÇÃO DOS AMBIENTES DE TRABALHO A evolução espacial dos escritórios gerou grandes transformações dos locais de trabalho, mudando gradualmente a organização espacial das empresas. Segundo Caldeira, atualmente, três aspectos em particular parecem estar repercutindo na evolução espacial dos escritórios, sendo eles: 1. A busca da qualidade total dos bens e serviços oferecidos pelas empresas; 2. Busca da qualidade de vida nos locais de trabalho; 3. O esforço para a consolidação de imagens corporativas fortes num mercado inundado de propaganda e marketing. Tais fatores implicam respectivamente: • Uma maior interação entre as áreas de trabalho administrativo, já que se passa a valorizar todas as etapas do ciclo produtivo (desenvolvimento de produto, marketing, venda, controle financeiro, atendimento ao consumidor, etc.) e não só a qualidade do produto final; • Humanização e otimização do uso do espaço, que propicie melhor desempenho dos trabalhadores nas suas atividades;

Adoção de padrões estéticos coerentes com a imagem que a organização quer transmitir a seus próprios funcionários e clientes.

O crescimento no meio tecnológico vem redesenhando os locais de trabalhos, tornando-os cada vez mais adaptavam ao ambiente criado, tendo em vista as exigências ergonômicas, conforto ambiental e humanização dos espaços. Os espaços em ambientes administrativos foram se modificando e se desenvolvendo decorrente da revolução industrial. As fábricas e ambientes coorporativos não eram adequados aos trabalhadores, tinham péssimas condições de iluminação e ventilação, resultando em grandes mudanças e criações no ambiente de trabalho.

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Com o passar dos anos foi criado no final do século XIX e início do século XX o escritório Taylorista, fundado por Frederick W. Taylor. As ideias quanto à espacialização, preconizavam a segregação espacial, visando as diferenças hierárquicas e o incentivo a competição interna e estimulando as performances individuais. A padronização do mobiliário e a rigidez do layout era uma forma de assegurar a disciplina e a linearidade do processo de trabalho.

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O escritório criado por Taylor lembrava uma planta industrial (Figura 1), na área central da empresa ficavam os funcionários inferiores, onde as mesas eram dispostas paralelamente, viradas todas para uma direção única, onde eram vigiados por um supervisor. Nas periferias localizavam as salas privativas e as pessoas com escalões mais altos, com salas mais confortáveis, com acabamentos de qualidade. Com isso podemos ver a hierarquia gerada por Taylor, distanciando as classes nos escritórios, e colocando-os em uma certa rigidez de trabalho.

Figura 1 – Edifício administrativo - Larkin Building, F. L. Wright, 1904. Fonte: IA- Ideias de Arquitetura, nº 9


Segundo Shoshkes (1976), na década de 1930 os arquitetos e designers começaram a se preocupar com a forma de trabalho, com isso nas décadas de 40 e 50 se dedicaram a análises de ambientes e como isso poderia melhorar a forma de trabalhar dos usuários, tentando buscar ao máximo um melhor conforto e uma melhor qualidade de trabalho. Em 1940, com os avanços da arquitetura, os ambientes internos das edificações começaram a permitir uma maior abertura interna, com a racionalização dos pilares internos, permitindo a criação de layouts mais flexíveis e independentes da arquitetura.

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Frank Lloyd Wright foi o primeiro arquiteto a pensar e projetar dessa forma, projetando mobiliário específico de trabalho, sendo o aço o material de acabamento, condizente com a clareza e a racionalidade do desenho do edifício Larkin Building, 1904, Buffalo. (Figura 1)

Figura 2 - Interior Larkin Building;Palavras de apoio aos trabalhadores Fonte: https://br.pinterest.com/pin/378372806173406451/


Em 1936 Frank Lloyd Wright inovou novamente, agora ao projetar o edifício da administração de S.C johnson, em Racine.

12 Neste projeto foram adotados famosos pilares de capitel circular e o mobiliário metálico de cantos arredondados dispostos de forma orgânica. Em seu escritório Wright incluiu um workroom um grande espaço compartilhado pelos aprendizes, onde a maior parte do trabalho foi feito. Wright pode ter separado o mundo exterior de suas construções, mas ele desloca a atenção de suas obras para a qualidade do interior.

Figura 3 – Edifício administrativo da S.C. Johnson, F. L. Wright, 1936 Fonte: ZEVI, 1996vii.


Na década de 1920 Le Corbusier passou a valorizar os princípios tayloristas, se tornando uma parte significativa da sua validação retórica do funcionalismo na arquitetura, particularmente em edifícios de escritórios. No projeto de Rentenanstalt (Figura 4) percebemos a intenção de Le Corbusier de solucionar o ambiente de trabalho, a partir de croquis e esboços do interior de seu projeto, o que vemos são espaços abertos de grandes dimensões, um lado a paisagem e do outro equipamentos de armazenamentos.

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Figura 4 - Rentenanstalt; 1933 - Le Corbusier Fonte: https://formandwords.com/2013/12/03/the-place-place-ofwork-part-2/


Durante as décadas de 1950 e 1960 surgiram vários sistemas de escritórios, com diferentes formas de apropriação dos espaços de trabalho. • General Office Baseia na distribuição de gerentes nas periferias do pavimento, enquanto os demais funcionários ocupavam o centro do mesmo.

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Figura 5 - General Office of Wright Biscuits Fonte : familytreefrog.blogspot.com.br/2014/08/sepia-saturday-239saturday-2-august.html


Single Office: Novamente os executivos situavam-se nas periferias, mas não havia funcionários trabalhando no centro.

Depois da criação desses dois modelos, surgiu um novo sistema, chamado Executive Core, esse modelo era o inverso do General e do Single, colocando os funcionários nas periferias e os executivos no centro, porém não teve êxito. Foi o Open Plan (Figura 6) que gerou um grande avanço no modo de pensar e organizar o espaço de trabalho, mais conhecido como escritório em planta livre, facilitando e permitindo uma comunicação mais flexível e uma ótima flexibilidade tanto individual quanto em grupo, reduzindo as diferenças hierárquicas que os outros métodos não tinham.

Na Europa, praticamente junto com o Open Plan, foi criado o Office Landscape - O escritório panorâmico, a principal característica desse novo sistema era que a organização espacial deveria ser em planta livre, o espaço não deveria ser delimitado por paredes fixas, para que houvesse uma maior interação entre os funcionários. A concepção espacial proposta no escritório panorâmico condenava a massificação e a segregação hierárquica preconizadas no taylorismo. As propostas inovadoras do sistema Open Plan Office e Office Landscape, ambos seguindo o arranjo de planta livre, foram difundidos entre as empresas administrativas. Estudos posteriores mostraram que os funcionários que trabalhavam nesse sistema de escritórios estavam submetidos a distrações nos locais de trabalhos, como conversas paralelas, toques de telefones e etc.

Figura 6 - Open Plan office Fonte : https://www.theguardian.com/money/workblog/2014/sep/29/open-plan-office-health-productivity

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Nos anos 80, com o desenvolvimento da tecnologia, tais como as redes de informáticas foram necessárias mudanças nesses ambientes, para se adaptaram e se modificarem de acordo com as necessidades do mundo atual. A rápida evolução tecnológica foi o principal fator direto para a revisão dos conceitos de organização física dos escritórios. A tecnologia tornou o ambiente de trabalho mais flexível, o funcionário não esta mais preso á sua mesa, podendo agora realizar partes de suas tarefas em qualquer espaço, proporcionando maior liberdade, aumento de comunicação e compartilhamento de ideias, mais motivação e conhecimento pessoal. Eventualmente são necessárias áreas com certo grau de privacidade, para reuniões particulares, com isso vão ser usadas divisórias mais altas, e até mesmo transparentes, garantindo a privacidade de quem estiver dentro do ambiente, mas também mantendo a permeabilidade visual entre interno/externo. Nessas novas configurações de espaços, foram criadas novas áreas em comum, como áreas de lazer e ambientes para trabalhos em grupo.

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Home Office / Teletrabalho - É uma forma de trabalho econômica que mudou a forma de trabalhar dos profissionais autônomos, pois os Home-Officers perceberam que economizavam com aluguel de salas coorporativas, combustível e tempo de locomoção. Com o teletrabalho acabaram as fronteiras, trata-se de trabalho global e sem preconceitos, pois não existe idade, sexo, cultura, deficiência física, distâncias ou qualquer outro tipo de barreiras, encontradas no modelo de trabalho convencional. [...] A não deslocação para o “escritório” consiste numa poupança de milhões de litros em combustível e milhões de toneladas de gases emitidos para a atmosfera. Se todos os profissionais com trabalhos compatíveis como teletrabalho desenvolvessem a sua atividade a partir de casa, a emissão de gases poluentes seria reduzida em cerca de cinquenta toneladas por ano, o equivalente a retirar toda a força de trabalho de Nova Iorque e os seus veículos das estradas, apenas para se ter uma ideia da dimensão. QUARESMA; GONÇALVES, 2013

Para trabalhar em casa o profissional precisa estar altamente motivado, pois além de precisar de privacidade para criar e executar um trabalho, é importante não perder o foco no trabalho, já que as distrações de trabalhar em casa são altas. O modelo Home-Office exige do profissional uma organização e concentração imensa.

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São milhões que não conseguem trabalhar em casa, simplesmente, porque não conseguem criar uma barreira e separar a vida pessoal da vida profissional. A disciplina dificilmente será imposta, as rotinas são difíceis de contornar, a concentração dispersa-se, as pessoas sentem-se isoladas, sentem necessidade de sair, de ver, de contactar no fundo, de socializar, de mudar, de quebrar rotinas. QUARESMA; GONÇALVES, 2013

Outro fator improtante é que com o Home-Office a cidade se esvazia. As pessoas vão deixando de usar a cidade ao trabalhar em casa, as mesma nao utilizam para locomoção, gerando consequências graves para o urbanismo, a segurança nas ruas são feitas pelas pessoas que circulam na cidade. Se as ruas da cidade estão livres da violência e do medo, a cidade está, portanto, razoavelmente livre da violência e do medo. Quando as pessoas dizem que uma cidade, ou parte dela, é perigosa ou selvagem, o que querem dizer basicamente é que não se sentem seguras nas calçadas. [...] Não é preciso haver muitos casos de violência numa rua ou num distrito para que as pessoas temam as ruas. E, quando temem as ruas, as pessoas as usam menos, o que torna as ruas ainda mais inseguras. [...] É uma coisa que todos já sabem, uma rua movimentada consegue garantir a segurança; uma rua deserta não. [...] devem existir olhos voltados para as ruas, os olhos daqueles que podemos chamar de proprietários naturais da rua. JACOBS, 2000

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1.2 - O DESGIN DO MOBILIÁRIO DE ESCRITÓRIO A criação dos mobiliários e design de objetos foi crescendo cada vez mais, conforme a organização espacial de escritórios ia crescendo. Em 1934 o desenhista industrial Raymond Loewy projetou mobiliários com diferentes materialidades, sempre adotando conformações ergonômicas e geometrizou, seguindo o caminho aberto pelas experiências da Bauhaus. Com o crescimento nas áreas de vendas nesse mercado de mobiliários, os fabricantes começaram a desenvolver sistemas modulares, que permitiam combinações mais flexíveis dentro dos escritórios. Robert Proust criou um sistema modular de mobiliários, o Action Office é fundamentado na funcionalidade do trabalho, o sistema atende as especificidades de todos os usuários, através de suas divisórias móveis e moduláveis, o sistema permite obter níveis diferenciados de privacidade.

Figura 7 - Action Office. Robert Proust Fonte : http://www.georgenelsonfoundation.org/georgenelson/works/action-office-1-a01-132.html

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Foi criado também o sistema alemão de mobiliários, diferentes do modelo de Proust o alemães modificaram o sistema de dispositivos de armazenagem, colocando o mesmo em uma sala central, acessível a todos os funcionários. A crítica desse sistema é que ele tem um aproveitamento menor do espaço, se comparado com o sistema Action Office. Em 1960, na Europa, a Quickborner estabeleceu relações com as indústrias de mobiliários, criando o modelo Burolandschaft (escritório de paisagem) proponde ambientes de trabalho organizados de formas flexíveis de acordo com a maneira com que a informação fluiu e as equipes foram formadas, com paredes internas removidas sempre que possíveis mobiliários soltos com flexibilidade para ser combinados em diferentes formações geométricas.

Figura 8 - Escritório Quickborner Fonte: https://375gr.wordpress.com/2008/07/09/oficina-paisaje/

O Gmbh edifício da administração de Osram foi pioneiro na abordagem Office Landscape. Os edifícios Larkin de 1904 e o Johnson and Co de Wright tinha uma estrutura interna voltada para a forma arquitetônica, já o Ofice Landscape tinha uma carência da arquitetura, não havia uma combinação entre o layout de mobiliário e a parede do edifício.

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Figura 9 - Gmbh - Edifício de Administração Fonte: https://formandwords.com/2013/12/03/the-place-placeof-work-part-2/


Em 1985 a Herman Miller lançou uma nova linha de mobiliários chamada Ethospace, inovando nos revestimentos. Nesse novo sistema foram minimizadas as diferenças de acabamento entre as peças destinadas aos diferentes níveis hierárquicos. Seu sistema de divisórias permitiu criar e combinar diferentes alturas, translucidez, variando o ambiente de acordo com a privacidade desejada.

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O design de mobiliários vem evoluindo e inovando cada vez mais no mercado, com intuito de torná-los cada vez mais adequados ao ambiente de trabalho, levando em consideração ao design do ambiente e ao conforto do usuário.

Figura 10 - Ethospace - Herman Miller Fonte : http://www.cubicles.net/herman-miller-cubicles/


2 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.1 - MISE EN ABYME / STUDIO GAON - ABISMO

Arquitetos - Studio GAON Arquitetos Responsáveis - Hyoungnam Lim, Eunjoo Roh Equipe de Projeto - Sangwoo Yi, Minjung Choi, Seongwon Son, Sungpil Lee, Hanmoe Lee, Joowon Moon, Sunmin Park. Localização - Gangnam-gu, Seul, Coreia do Sul. Área do Projeto - 176.0 m² Ano do Projeto - 2014

Myse en Abyme é um termo Francês que significa narrativa do abismo, isso se da pela forma do projeto se repetir, criando imagens e molduras repetidas. As molduras se sobrepõem para criar espaços sobrepostos, uma mesma moldura enquadrando dois pavimentos. Figura 11 - Fachada exterior Mise en Abyme. Fonte: www.archdaily.com.br

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23 Figura 12 - Modulação janela exterior (Foto alterada pelo autor) Fonte: www.archdaily.com.br

Em vermelho podemos ver a forma com que o arquiteto enquadra dois pavimentos, fazendo com que pareça uma única janela. A viga que separa os dois pavimentos foi destacada pela cor amarela.


A disposição interna dos espaços foi desenvolvida de modo que permita a flexibilidade. Podemos ver que os ambientes são abertos permitindo uma livre visualização do espaço, para que haja a interação e socialização de quem estiver utilizando o ambiente. Os Ambientes foram projetados de forma modular, para que a estrutura do edifício não atrapalhasse a organização do espaço. A materialidade varia entre estruturas metálicas e concreto.

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Figura 13 - Espaço interno Mise en Abyme. Fonte: www.archdaily.com.br


Pavimento Subterrâneo 2– Escritório destinado a fotografia, portanto sem aberturas para iluminação natural. O acesso se da por meio da circulação vertical.

Pavimento térreo – Estacionamento e Hall de entrada do edifício.

Pavimento Subterrâneo 1 – Área já contém aberturas para iluminação natural.

Pavimento 01 – A iluminação do primeiro andar é formada pelas molduras da janela, que permitem diferentes visuais, cada janela voltada para um lado da vizinhança.

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Planta Segundo pavimento

Planta terceiro pavimento

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Planta quarto Pavimento

As plantas dos pavimentos se repetem, com a mesma modulação desde o subterrâneo, fazendo do lugar um espaço flexível e permitindo uma organização espacial de acordo com o que o proprietário pediu. A pesquisa sobre o projeto Mise en Abyme foi realizada pelo interesse em alguns aspectos do edifício, que são: • Materialidade – Concreto aparente • Programa interno do edifício / Flexibilidade • Forma e Estética geométrica


2.2 - CENTRO BIZNESU / PORT Arquitetos - PORT Arquitetos Encarregados – Józef Franczok, Marcin Kolanus Equipe de Projeto – Jósef Franczok, Markin Kolanus, Artur Nitrbitt, Anna Janota Localização – Opole, Polônia. Área do Projeto – 1225.0m² Ano do Projeto - 2015 O objetivo do projeto era criar um espaço mais agradável. Uma boa qualidade de espaços de trabalho é um dos fatores que permitem que a vida seja bem vivida. Quando somos felizes no ambiente de trabalho, os efeitos positivos refletem no cotidiano de todos. Os espaços de escritórios do edifício incluem funções adicionais, como salas de reunião, áreas de recreação, que podem ser utilizadas para reuniões, descanso e curtos encontros informais. As janelas permitem a entrada de luz natural e ar ampliando o campo visual do espaço. A área interna do edifício combina as cores brancas com a rigidez do concreto, permitindo o reconhecimento da estrutura do edifício. Em algumas áreas recreativas, as cores vibrantes como o amarelo e laranja trazem vivacidade e energia ao interior.

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ORGANIZAÇÃO ESPACIAL INTERNA CENTRO BIZNESU

Figura 23 - Sala privativa interna Fonte: www.archdaily.com.br

Sala privada para reuniões, percebemos as grandes janelas para a iluminação natural do local. A combinação de cores propõe um lugar agradável para se trabalhar.

Figura 22 - Modulação estrutural em seus pavimentos Fonte: www.archdaily.com.br

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Figura 24 - Divisão privativa interna / jogo de cores Fonte: www.archdaily.com.br

29 Área para esperar e socialização, com vista para jardim externo da edificação, diferente da primeira imagem agora o ambiente está com a cor laranja. Iluminação natural presente. Os interesses de estudo desse edifício são:  Iluminação Natural  Jogo de cores usados com concreto aparente  Materialidade - Estética intera, mostrando a identidade estrutural


3.0 - LEVANTAMENTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 3.1 - LOCALIZAÇÕES DA ÁREA DO PROJETO O terreno escolhido localiza-se na Rua Itacolomi com a Rua Marechal Deodoro, no bairro Jardim Sumaré, em Ribeirão Preto, São Paulo. Possui uma área de aproximadamente 652,275m². O local foi escolhido por estar em constante mudança, uma área que era totalmente composta por residências estão se tornando de comércio e prestações de serviços, como vemos no mapa de uso e ocupação. O terreno fica próximo a Avenida Independência, também levando em consideração os acessos, infraestrutura, paisagem, vegetação. Atualmente o terreno está vazio, fazendo do Anteprojeto arquitetônico algo que iria acrescentar á população do bairro Jardim Sumaré.

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LOCALIZAÇÃO ÁREA EM RIBEIRÃO PRETO

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Figura 25 - Localização área de estudo Fonte: Google Maps - Editado pelo autor


Figura 26 - Localização do lote no bairro Jardim Sumaré Fonte: Google Maps - Editado pelo autor

32 O terreno escolhida localiza-se na Rua Itacolomi com a Rua Marechal Deodoro, no bairro Jardim Sumaré, em Ribeirão Preto, São Paulo. Possui uma área de aproximadamente 652,275m². O local foi escolhido por estar em constante mudança, uma área que era totalmente composta por residências estão se tornando de comércio e prestações de serviços, como vemos no mapa de uso e ocupação. O terreno fica próximo a Avenida Independência, também levando em consideração os acessos, infraestrutura, paisagem, vegetação. Atualmente o terreno está vazio, fazendo do Anteprojeto arquitetônico algo que iria acrescentar á população do bairro Jardim Sumaré.


FOTOS TERRENO DO PROJETO

Figura 27 - Terreno do projeto Fonte: Arquivo pessoal

Figura 28 - Terreno do projeto Fonte: Arquivo pessoal

Figura 29 - Terreno do projeto Fonte: Arquivo pessoal

Figura 30 - Terreno do projeto Fonte: Arquivo pessoal

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3.2 - USO DO SOLO O recorte do entrono da área de projeto predominantemente residencial, porém muita dessas residências vem se transformando em Prestações de serviços e Comércios. A região vem crescendo no âmbito econômico devido a essa mudança, por isso a rotatividade de pessoas nas áreas vem aumentando. A presença da área verde na região é de grande importância para a concepção do projeto.


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Figura 31 - Mapa Uso e Ocupação Fonte: Acervo pessoal


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3.3 - GABARITO O recorte mostra uma área totalmente marcada por gabaritos de 1 e 2 pavimentos, já que é uma área predominantemente residencial.


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Figura 32 - Mapa Gabarito Fonte: Acervo pessoal


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3.4 - FIGURA FUNDO A área recortada mostra que praticamente todos os terrenos têm edificações levantadas, há poucas áreas com vazio urbano. O terreno escolhido para realização do anteprojeto arquitetônico é uma delas.


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Figura 33- Mapa Figura Fundo Fonte: Acervo pessoal


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3.5 - Hierarquia Viária A análise da Hierarquia Viária Funcional mostra que o maior número de transição de veículos vai acontecer nas vias primárias, a de maior movimento vai ser na Avenida Independência. A Avenida Itatiaia também vai ter um fluxo de veículos alto, porém mais sobrecarregado nos horários de pico, junto com as ruas Itacolomi e Mal. Deodoro que estão em azul escuro, seguido pelas ruas de menor fluxo, as de cor preta.


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Figura 34 - Mapa Hierarquia Viรกria Fonte: Acervo Pessoal


3.6 - SOL E VENTILAÇÃO

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4.0 - PREMISSAS PROJETUAIS 4.1 - QUADRO DE ÁREAS

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E LEGAIS Área está localiza-se na Zona de urbanização preferencial (ZUP). • Área mínima de 180m² • Coeficiente de aproveitamento = 5,0 • 15% mínimo de área permeável • Gabarito máximo de 10m de altura • Recuo frontal igual ou superior a 5m • Recuos laterais 2m • Recuo do fundo 2m

MEMORIAL O projeto busca atender os profissionais autonomos na cidade e região, resultando em um projeto dinâmico, flexível e contemporâneo na sociedade atual. O edifício foi pensado na relação público x privado, respeitando o entorno e projetando um espaço público no térreo, fazendo-o de extensão da praça Professor Luiz de Camões.

ILUMINAÇÃO A qualidade no ambiente do trabalho é um dos principais fatores para tornar o ambiente mais agradável e leve.

ESTRUTURAL A estrutura do edifício vai ser resolvida com perfil de concreto e laje plana pré fábricada. A carga vai ser distribuida de acordo com o pré dimensionamento das viagas e pilares.

MATERIALIDADE O conceito a ser adotado no edifício vai ser o Brutalismo, privilegiando a verdadeira identidade estrutural da edificação, buscando uma maior expressividade plástica e contemporânea. Além do concreto armado, outro material á ser utilizado no projeto é a madeira, usada para as vedações flexíveis. A caixa da circulação vertical e do banheiro vão ser revestidas externamente com Palimonan.

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5.0 - PROJETO 5.1 - DESENHOS TÉCNICOS

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PLANTA COBERTURA ESC 1:250 11


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PLANTA PAVIMENTO TÉRREO ESC 1:250


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PLANTA SUBSOLO ESC 1:200


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PPLANTA PAVIMENTO SUPERIOR ESC 1:200


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CORTE B-B ESC 1:200


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CORTE A-A ESC 1:200

6.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


5.2 - MAQUETE DIGITAL

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6.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Claúdia. A História do Ambiente de Trabalho em Edificios de Escritórios, um Século de transformações. Editora C4 São Paulo, 2007. Acesso em: 15 de abril de 2016 CALDEIRA, V. A evolução da arquitetura de escritórios. Idéias de Arquitetura 10. São Paulo, [20 -]. Acesso em: 15 de abril de 2016 http://www.luxalon.com.br/htmls/222lux.html. Acesso em: 17 de abril de 2016 SHOSHKES L. Space planning: Designing the office environment. New York: Architectural Record Books, 1976. Acesso em: 17 de abril de 2016 http://www.wired.com/2014/04/how-offices-accidentallybecame-hellish-cubicle-farms/#slide-1. Acesso em: 16 de abril de 2016 General Office https://commons.wikimedia.org/wiki/File:General_Office_of_Wr ights_Biscuits.jpg. Acesso em: 17 de abril de 2016 MANHEIMER, Alex. Why the open office makes you distracted, exhausted and insecure.(21 de julho de 2014) http://kashagan.today/?p=2700 . Acesso em: 17 de abril de 2016

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