Processo e concepção de projeto arquitetônico de escolas infantis municipais

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS CURSO ARQUITETURA E URBANISMO

RAIANE PRISCILA COSTA

PROCESSO E CONCEPÇÃO DE PROJETO ARQUITETÔNICO DE ESCOLAS INFANTIS MUNICIPAIS

CORONEL FABRICIANO – MG 2015


RAIANE PRISCILA COSTA

PROCESSO E CONCEPÇÃO DE PROJETO ARQUITETÔNICO DE ESCOLAS INFANTIS MUNICIPAIS

Trabalho Monográfico apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura. Orientador(a): Amanda Machado

Coronel Fabriciano – MG 2015


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais e à minha família e e amigos pelo apoio e paciência durante os momentos dificieis dessa jornada.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus pois sem ele nada seria possível. Agradeço à minha mãe Ângela Maria Costa e ao meu pai José Costa Neto pelo amor incondicional, apoio, confiança em meu potencial, e auxilio nos trabalhos ao longo do curso. Agradeço a toda minha familia pela paciência, suporte e prestatividade. Em especial minhas primas Isabela Costa e Natalinae Silva pela atenção e ajuda. Agradeço aos meus amigos por fazerem meu dia mais feliz e descontraido mesmo nos momentos mais difíceis. E por fim agradeço a minha orientadora Amanda pela paciência, sabedoria e direcionamento nos momentos em que me me senti perdida ao longo de todo processo.


RESUMO

O presente trabalho mostra como a padronização do ambiente escolar pode influenciar o aprendizado, buscando compreender como o arquiteto em seu processo criativo, pode projetar um ambiente que possa influenciar um melhor aprendizado. O tema se relaciona à padronização, no momento em que, apresentando métodos de suporte ao processo criativo, mostrando a importância do arquiteto na criação do ambiente onde estarão inseridas as crianças. Remetendo, assim, ao fato da comunidade ser de suma importância na consolidação do projeto, a partir do momento em que pode representar as necessidades do local em que a escola estará inserida. Dessa forma, propor a criação de um projeto arquitetônico de escola municipal de acordo com as metodologias criativas apresentadas. Palavras Chaves: Arquitetura Escolar. Escola Municipal infantil. Metodologia Criativa.


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fachada do projeto padrão tipo 1 ...............................................................................17 Figura 2: Fachada do projeto Proinfância tipo 2 .......................................................................17 Figura 3: Fachada do projeto Proinfância tipo B .......................................................................18 Figura 4: Fachada do projeto Proinfância tipo C .......................................................................18 Figura 5: Processo de Brainstorming ..........................................................................................24 Figura 6: Método de Bruno Munari ..............................................................................................26 Figura 7: Método brainstorming, aplicado como oficina ou mesa redonda. .........................29 Figura 8: Avaliação de pós ocupação para escola municipal infantil .....................................30 Figura 9: Hadmade school ............................................................................................................31 Figura 10: Detalhe dos materiais e técnica de construção ......................................................32 Figura 11: A participação efetiva da comunidade na construção da escola .........................33 Figura 12: Centro Infantil Fawood ...............................................................................................34 Figura 13: Espaços entre os ambientes projetados para serem usados como salas ao ar livre ...................................................................................................................................................34 Figura 14: Contêineres usados para berçário e creche. ..........................................................35 Figura 15: Escola vista pelo lado de fora ...................................................................................36 Figura 16: Pátio central coberto com as salas de aula ao redor ............................................36 Figura 17: Refeitório ......................................................................................................................37 Figura 18: Entrada da escola .......................................................................................................37 Figura 19: Escola vista pelo lado de fora ...................................................................................38 Figura 20: Bloco de salas de aula e pátio central .....................................................................38 Figura 21: Refeitório ......................................................................................................................39 Figura 22: Entrada principal da escola .......................................................................................39 Figura 23: Folder seminário ..........................................................................................................40 Figura 24: Cena do documentário escola de Bambu, 2011 ....................................................41 Figura 25: Apresentação e debate do documentário Escola de Bambu ...............................41 Figura 26: Escola Municipal Mario Casassanta ........................................................................44 Figura 27: Critérios de avaliação do projeto feito a partir de Metodologias Inovadoras .....47 Figura 28: Localização dos bairros Caravelas e Canaã ..........................................................48 Figura 29: Localização do lote escolhido no bairro Caravelas................................................48 Figura 30: Ruas próximas ao lote escolhido ..............................................................................49 Figura 31: Localização do lote escolhido no bairro Caravelas................................................50 Figura 32- usuários da escola ......................................................................................................51 Figura 33: condicionantes ambientais.........................................................................................52 Figura 34- proposta de tcc2 Fonte: Elaboração própria...........................................................54 Figura 35- cronograma de TCC2 .................................................................................................54


SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7

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DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................10

2.1 Contextualização do panorama histórico da educação e das edificações escolares. ...................................................................................................................................10 2.2 Projetos arquitetônicos para escolas municipais ....................................................15 3 METODOLOGIA CRIATIVA .................................................................................................19 3.1 Metodologias e etapas do projeto arquitetônico ......................................................20 3.2 Metodologia criativa aplicada ao processo e concepção de projeto ..................22 4 OBRAS ANÁLOGAS .............................................................................................................31 4.1 METI - Handmade School ................................................................................................31 4.2 Fawood Children's Centre ...............................................................................................33 4.3 Escolas Municipais da cidade de Ipatinga – E. M. Benvinda Moreira Pacheco e E. M. Jaime Morais Quintão ...................................................................................................35 4.4 Escola de Bambu (Seminário) ........................................................................................40 5 PROPOSTA DE TCC2 ...........................................................................................................43 5.1 Contextualização da escola na cidade de Ipatinga ..................................................43 5.2 Viabilidade ...........................................................................................................................45 5.3 Levantamento de dados ..................................................................................................47 6 CONCLUSÃO..........................................................................................................................55 REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................56


1 INTRODUÇÃO O arquiteto em meio ao seu processo criativo passa por diferentes etapas para conceber um projeto. Ele visa organizar suas ideias de acordo com o entendimento dos desejos do cliente e usuários, conciliando com as leis vigentes, os condicionantes ambientais e econômicos, buscando as melhores soluções aos problemas existentes. Levar em consideração o processo e concepção de projetos arquitetônicos com foco em escolas públicas infantis, que atualmente são de responsabilidade dos municípios. Com a finalidade de discutir e desmistificar todo o processo criativo dos arquitetos e suas produções arquitetônicas, será pesquisado metodologias que dão suporte ao processo criação, que melhor se adequem a problemática e aprofundando em seus conteúdos. Em meio ao panorama atual de transformações econômicas e sociais, é importante para o profissional se adaptar, investigar e ponderar sobre o que é oferecido pelos municípios atualmente e suas demandas, se posicionando sobre o contexto atual, buscando em seus projetos escolares atender as particularidades de cada comunidade, assim busca-se criar um ambiente que respeita as características locais e como consequência uma melhor qualidade espacial. Neste contexto, entende-se que método é o caminho para se realizar algo, o processo para chegar em determinado fim. Dessa forma a metodologia visa estudar os melhores métodos para atingir o objetivo. Assim, metodologia criativa vem analisar a melhor forma de se criar algo, desta forma Edward de Bono diz que “ver o pensamento como habilidade e não como dom é o primeiro passo para agir de modo a aprimorar essa habilidade”. (BONO, 1965 apud LAWSON, 2011 p.15) nesse caso o uso das metodologias no processo de criação do projeto arquitetônico. A busca por um ambiente escolar que proporcione espaços adequados e ao mesmo tempo convidativos e dinâmicos, que possa ser acessível e ajude a estimular o interesse e prazer durante o aprendizado, nesse contexto torna-se necessário fazer uma reflexão sobre edificações escolares. A pesquisa foi feita, por meio de uma revisão bibliográfica e análise metodológica, que visa estabelecer relação entre a teoria com os ambientes de aprendizado oferecidos atualmente. 7


Alguns autores foram fundamentais para a composição da pesquisa, como Dóris Kowaltowski, arquiteta e professora da UNICAMP, que realiza pesquisas no campo da arquitetura escolar e processos criativos. Há ainda autores como Bandeira, Lucena e Sousa que explicam o surgimento e desenvolvimento da escola ao longo dos anos. Assim como Bruno Munari, Nascimento e Alex Osborn no desenvolvimento de metodologias Criativas. Essa pesquisa tem como objetivo entender como o processo do arquiteto na concepção de um projeto arquitetônico escola, e como o uso de metodologias criativas pode dar suporte nesse momento. E ao mesmo tempo buscar entender como a s particularidades locais pode influenciar as tomadas de decisões durante o processo. Buscando compreender como o a metodologia utilizada influencia na relação arquiteto-usuário, essa investigação irá abordar os aspectos que fazem parte de todo o processo criativo, analisando as etapas de projeto, buscando sempre compreender e correlacionar as informações obtidas. Assim surge o questionamento: Será que a forma de conceber o projeto pode interferir no resultado final? De forma especifica, busca-se: o Contextualizar o panorama histórico da educação e os ambientes escolares o Entender como funciona todo o processo para a formulação de projetos arquitetônicos escolares o Compreender o que é metodologia criativa o Como as metodologias criativas influenciam o processo e concepção de projeto de escolas o Analisar as propostas de escolas oferecidos pelo governo, a legislação e viabilidade desses projetos. A escolha do tema aconteceu por meio de observação e experiências cotidianas junto as escolas municipais, e a constatação de como as edificações são praticamente todas iguais, uma espécie de projeto padronizado fazendo o uso de praticamente o mesmo desenho de implantação, as mesmas estruturas, vedações, coberturas e cores. O que mais chama a atenção é a falta de identidade local nas edificações e os problemas de conforto térmico e ventilação devido a padronização.

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Tratar a edificação escolar apenas como uma mera construção é um equívoco recorrente atualmente, o ambiente traz influência ao processo de aprendizagem. A forma como não só o usuário como também a população percebe esse lugar, pode ser um grande transformador social, e em meio a tamanha responsabilidade a forma como o arquiteto se posiciona ao projetar uma escola pode definir a forma com que a comunidade se sinta em relação ao equipamento público, entendendo que ela é parte fundamental nesse contexto. Ao propor a realização dessa pesquisa, pretende-se colaborar no processo de concepção do arquiteto a partir do uso de metodologias criativas, de forma que auxilie no entendimento do projeto escolar e suas etapas, conciliando os limitantes de projeto como normas, viabilidade financeira e técnica com a valorização da composição espacial em relação as suas peculiaridades locais e projeto pedagógico.

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2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Contextualização do panorama histórico da educação e das edificações escolares. Ao olhar para o panorama atual das escolas públicas no Brasil, percebe-se que pouca coisa mudou ao longo dos anos, e o modelo arquitetônico é repetido em diversos locais, aparentemente sem considerar o seu entorno e a comunidade em que está inserido. Dessa forma é de suma importância entender o passado, fazendo uma reflexão de sua evolução, como surgiu o conceito de escola e como ela se transformou até o modelo que conhecemos hoje, a história do desenvolvimento da educação, a arquitetura escolar e a relação dos usuários com a arquitetura. Muitas civilizações ainda na antiguidade, já demonstravam preocupação com a educação. Os conhecimentos e valores eram passados dos mais velhos para os mais novos, dos pais para os filhos, não havia espaços específicos para isso, o aprendizado acontecia no cotidiano dentro de casa. Nessa época já era reconhecida a importância das transmissões dos conhecimentos para as crianças tais como padrões culturais, técnicas de sobrevivência, e ao mesmo tempo já havia uma separação entre gêneros (SOUSA, 2010). Desta forma os homens eram responsáveis por ensinar aos meninos as tarefas do dia-a-dia e da mesma forma as mulheres transmitiam os conhecimentos para as meninas. Apesar do ensino informal, com a evolução da sociedade e o início de práticas políticas e econômicas, houve a necessidade de melhorar a qualidade de ensino, a educação de pai para filho não era mais o suficiente (SOUSA, 2010). Começaram então a surgir os primeiros professores, que eram contratados por famílias de alto poder de aquisição econômica para poder ensinar as crianças, ainda não havia escolas e os professores ensinavam nas casas em espaços improvisados. Assim ouve a mudança do ensino intuitivo com elementos de rotina, e começa a ser vista de uma forma mais racional. O sistema tradicional de educação conhecida atualmente tem fundamentos baseados no modelo grego, segundo Sales (2015), a palavra escola vem da palavra grega scholé, que significa lazer, pelo fato das pessoas irem à escola em seu tempo 10


livre para refletir, o que demonstra que a educação era uma atividade para uma parcela mínima da população. Os locais de ensino na Grécia antiga tiveram início devido às atividades de diferentes filósofos. Lá, eram transmitidos ensinamentos de correntes filosóficas do filósofo-fundador, política e conhecimentos matemáticos (SALES, 2015). No período medieval, houve uma mudança na sociedade com o sistema feudal, a população se concentrava nas zonas rurais. Dessa forma o panorama educacional ficou concentrado em instituições ligadas a religião, apenas o clero tinha acesso à educação. Os ambientes educacionais eram basicamente os mosteiros e os educadores eram os líderes religiosos. Devido aos espaços reduzidos para receber os alunos, a educação ainda era para poucos e muito elitizada, apenas para a formação de sacerdotes. Quando o sistema feudal entrou em crise, o comercio ganhou força nos grandes centros. Sales (2015) escreve sobre a importância do desenvolvimento do comercio pela burguesia: Com o desenvolvimento do comércio é que surge a necessidade de aprender a ler, escrever e contar. A burguesia estimula uma escola com ensinos práticos para a vida e para os interesses da classe emergente. Portanto, o aparecimento da instituição escolar estar diretamente ligado ao aparecimento e desenvolvimento do capitalismo. Percebemos isso claramente ao notar que no período da Revolução Industrial (a partir de 1750), época áurea do sistema capitalista, houve a necessidade de mão-de-obra para operar as máquinas e que para tal manejo teriam que ter no mínimo uma instrução básica. A burguesia percebeu que a educação serviria para disciplinar esses milhares de trabalhadores. Adam Smith, um dos grandes teóricos do Capitalismo, inclusive defendia que a educação era necessária e deveria ser dada em pequenas doses às massas. (SALES, 2011)

A História do surgimento da escola no Brasil começou durante o processo de colonização com a chegada dos jesuítas em 1549, liderados por Manoel de Nóbrega. Sua principal função e motivação quando chegaram ao Brasil era evangelizar, catequizar e converter ao cristianismo os nativos. A primeira escola construída no Brasil foi fundada em 1550 na cidade de Salvador, o então Colégio dos Meninos de Jesus deveria seguir os padrões portugueses. Por mais de 200 anos os jesuítas foram os únicos responsáveis pela educação apoiados pela coroa portuguesa e foram responsáveis pela construção de outras escolas e igrejas por toda a colônia (GARCIA, 2015).

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No ano de 1759, houve a implementação de um novo sistema de educação pública baseado em ideias iluminista, cientifico, laico e nacionalista que foi implementada pelo Marquês de Pombal (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Assim os jesuítas foram expulsos e criou-se esse sistema para substituir o anterior. Foram fechadas escolas que eram de responsabilidade dos jesuítas e passaram para os tutores privados. Em 1822 o país conquistou sua independência, assim no Brasil em 1824 foi elaborada a primeira constituição. Nela estava firmado “como compromisso do Império assegurar instrução primária e gratuita a todos os cidadãos; isso foi confirmado em 1827, pela lei de 15 de outubro, que previa a criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos” (GARCIA, 2015). Em agosto de 1834 se estabeleceu um conjunto de mudanças que afetaram a constituição de 1824. O Ato Adicional, que foi aprovado pelos membros da câmara dos deputados, decretou que as Assembleias provinciais ficariam responsáveis pela gestão da educação primaria e secundária. Dessa forma, cada província tinha autonomia para compor a organização da educação a sua maneira, o que acabou gerando uma pluralidade no sistema educacional (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Acredita-se em uma fórmula universal para todas as escolas, construída em 1837, “no Rio de Janeiro, o Colégio Imperial Pedro II, que atendia à instrução secundária. Este deveria servir de modelo educacional para o país e foi construído segundo padrões de arquitetura europeia” (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Dessa forma entende-se que as construções de escolas que se usa hoje em dia, com tipologias repetidas, muitas vezes sem considerar os condicionantes locais, tem influência do século XIX, onde já se imaginava um modelo ideal. Começa então em 1870 as construções mais sistemáticas dos edifícios escolares da rede pública no brasil. Bandeira e Lucena (2015) descrevem o cenário da época no trecho abaixo: Era a fase da industrialização que começava a despontar no país, acarretando o princípio do processo de urbanização e, por conseguinte, a necessidade de novas demandas por educação. Desse modo, a construção da Escola de São Sebastião, prédio escolar público, no Rio de Janeiro, inaugura uma fase de projetos de edificações escolares inspiradas em programas educacionais europeus. (BANDEIRA; LUCENA, 2015)

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Nessa época o programa educacional era bastante rígido, baseando-se na ordem, mas já demonstrava preocupação com higiene, conforto e tecnologia. Isso porque a pedagogia na segunda metade do século XIX passou por uma série de inovações imposta pelas transformações da sociedade, impulsionada pela ascensão da indústria e da difusão do conhecimento cientifico. Essas teorias pedagógicas já começam a esboçar uma importância com a criatividade e o individualismo do aluno. Dessa forma, o século XIX é marcado por dois lados, sendo um deles rígido, com “o desejo de controle e disciplina por espaços bem-determinados, com projetos baseados no isolamento autônomo; de outro, as influências das teorias pedagógicas, que valorizavam mais a criatividade e a individualidade” (KOWALTOWSKI, 2011, p.65 apud BANDEIRA; LUCENA, 2015). Nessa época ainda não havia uma arquitetura escolar tipicamente brasileira, apenas reproduções de modelos europeus. A partir de 1920, o Brasil começou um movimento de renovação na educação, houve momento de transformação por todo o país em questões culturais e artísticas marcadas pela semana de arte moderna em 1922 (GARCIA, 2015). Isso fez com que muitos educadores criticassem o modelo educacional passivo, onde o aluno não é um ser pensante, é apenas um receptor dos conhecimentos que lhe é passado. A Proclamação da República em 1989 trouxe progresso e modernidade para a sociedade, o que refletiu no panorama pedagógico e na arquitetura escolar. O momento político no país sempre esteve diretamente ligado ao edifício escolar, como as características físicas e localização, aumentando com a Proclamação da República. Isso fez com que o edifício escolar se tornasse símbolo do mandato de cada governante. Em relação ao estilo arquitetônico no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, a arquitetura escolar adota um estilo classicista no Brasil. Esse estilo ficou conhecido como uma imitação de modelos clássicos grecoromanos. A proposta classicista para os edifícios escolares complementava perfeitamente a nova proposta pedagógica (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Assim,

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começa a se notar a importância dos edifícios que abrigam ao ambiente de ensino ser compatíveis com o projeto pedagógico. O neocolonial foi o estilo que deu continuidade nas transformações do ambiente escolar, o interesse por um estilo nacional fez com que a arquitetura neocolonial ganhasse notoriedade, diante de um cenário em que haviam duas correntes pedagógicas, sendo uma nova e a outra, o modelo tradicional. A arquitetura visaria romper com os modelos antigos baseados nos modelos europeus. “A prerrogativa de uma expressão nacional libertária precisava ser refletida no espaço escolar, como signo de modernidade e brasilidade” (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Ficaram mais evidente nas décadas de 40 e 50 as características da arquitetura modernista. Esse estilo prezava pela funcionalidade e abandona toda a preocupação com ornamentos desnecessários. Dessa maneira o edifício modernista deve cumprir todas as exigências feitas pelo partido pedagógico, diferentemente das edificações escolares do século anterior. A escola deveria então ser flexível, permitindo diferentes arranjos de layout, onde as atividades coletivas deveriam influenciar na formação do aluno. As edificações escolares brasileiras sempre foram reflexo das mudanças de cada época isso revela uma necessidade de planejamento que visa as melhorias das condições de ensino, foi a partir daí que tanto a sociedade quanto os educadores consideraram a educação um instrumento fundamental tanto para a inclusão social quanto para o desenvolvimento local. “Vale destacar que entre a década de 1960 e a década de 1990, por questões de custos, de verbas limitadas, houve uma simplificação no sistema de construções escolares” (BANDEIRA; LUCENA, 2015). Dessa forma, os padrões construtivos tiveram que se adaptar a demanda, era necessário um sistema rápido e barato para acompanhar a necessidade de novas escolas, além de ampliação e reforma. Atualmente, a maioria das edificações escolares segue um projeto padrão, isso faz com que nem sempre se leva em consideração as situações especificas do local, como as verdadeiras necessidades da comunidade, os fluxos, condicionantes ambientais, tais como sol, vento, ruído e temperatura, isso resulta em ambientes escolares desfavoráveis ao aprendizado. Esse tipo de construção 14


padrão é bastante comum em projetos públicos, utilizando regras e programas de necessidades estipulados pelos órgãos administrativos (BANDEIRA; LUCENA, 2015). São regulamentadas por normas que na maioria das vezes engessam o projeto arquitetônico e impedem uma evolução das construções do ambiente escolar. Contudo, mesmo com estas novas possibilidades, ainda no século XXI as escolas públicas que possuem as características arquitetônicas baseadas nas escolas do início do século XX encontram dificuldades para adotar espaços diferenciados para executar as atividades pertinentes às aulas. Na maioria dos casos elas se constituem de pátios, salas de aula enfileiradas e o clássico sinal de fábrica para avisar o horário do recreio. (CARMO, 2014, p.15).

Levando em consideração a história da educação até o presente momento, percebe-se que as alterações feitas eram para atender as demandas culturais, sociais, mas houve pouco reflexo na conformação arquitetônica, e que o modelo escolar que se utiliza atualmente ainda é reflexo do século passado. Será que repetir um modelo padrão é o suficiente? E essa tipologia repetida há muitos anos, consegue

acompanhar

as

transformações

tecnológicas

que

acontecem

atualmente? O fato é que a forma de se projetar escolas da rede pública hoje, não está sendo o suficiente. Há de se repensar o sistema, para que haja uma transformação do ambiente de ensino que irá se refletir na sociedade daqui em diante.

2.2 Projetos arquitetônicos para escolas municipais Ao iniciar o processo de abertura de uma nova escola infantil municipal devese antes passar por um longo processo, uma das primeiras etapas é a contratação do profissional que fará o projeto arquitetônico. Atualmente para conseguir um contrato de prestações de serviços para o projeto de uma escola municipal, devese passar pelo processo de licitação, que é um conjunto de procedimentos que a administração pública faz para comprar ou contratar serviços. “De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licitação é um processo formal onde há a competição entre os interessados”. (CONLICITAÇÃO, 2015).

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As licitações são regidas pela lei federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, onde estão descriminados os tipos de licitações e as regras para a realização da mesma. O objetivo é fazer com que seja escolhida a proposta mais vantajosa para o poder público, em relação a preço e qualidade. Dessa forma os interessados devem comprovar os requisitos mínimos exigidos no edital de licitação, cabendo ao poder público escolher a melhor proposta e posteriormente fiscalizar os serviços prestados pelo vencedor. Em seguida na etapa de realização do projeto arquitetônico deve-se respeitar uma série de exigências. O projeto só será aprovado se atender a uma série de normas e leis regidas pelos órgãos públicos, no caso especifico de escolas municipais grande parte dessas leis são criadas e regidas pelo próprio município. Assim cada cidade tem certa autonomia para decidir o modelo de escola a ser seguida em seu território. Na cidade de Ipatinga, no estado de Minas Gerais, as normas para a criação de uma escola municipal seguem os parâmetros do código de obras da cidade e pela lei de uso e ocupação do solo, ambas as leis municipais. Há ainda algumas normas nacionais, como as da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e as do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Esse último não leva em consideração o regionalismo e a particularidade de cada comunidade onde as escolas serão implantadas, sendo disponibilizados em seu site oficial projetos prontos baseados apenas nas quantidades de salas por escola para serem inseridas no terreno. A forma com que o FNDE conduz as normas para a construção de escolas e os financiamentos dos recursos não atendem as demandas específicas de cada comunidade que mais necessitam dos serviços oferecidos por ele, propondo o uso de projetos padrões com a utilização dos mesmos materiais sendo, a estrutura de concreto armado, as vedações de alvenaria, janelas de vidro e portas de madeira. O FNDE é bastante rígido, sendo a padronização obrigatória quanto a liberação dos recursos, usando como justificativa o fato de garantir o mínimo de qualidade para a educação (FNDE, 2015). O programa básico para a construção de uma escola infantil segundo o FNDE (2015) deve seguir o programa proinfância que determina os ambientes essenciais 16


para a aprendizagem das crianças, como: “salas de aula, sala multiuso, sanitários, fraldários, recreio coberto, parque, refeitório, entre outros ambientes, que permitem a realização de atividades pedagógicas, recreativas, esportivas e de alimentação, além das administrativas e de serviço” (FNDE, 2015). Porém, o termo sala de aula é um limitador, uma vez que é um espaço tradicionalmente engessado e com poucas opções de variações, aqui será usado o termo ambiente de aprendizado, podendo assim ter um conceito mais aberto em relação ao ambiente físico. Atualmente o FDNE possui o programa Proinfância que atende crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, sendo creche I para crianças de 0 até 11 meses, creche II para 1 ano até 1 ano e 11 meses, creche III de 2 anos até 3 anos e 11 meses e a pré-escola para crianças de 4 até 5 anos e 11 meses. Dispõe de quatro tipos de projetos padrões o 1, 2 B e C. O tipo 1 conforme a figura 1, tem capacidade de atendimento de até 396 crianças, distribuídos em dois turnos, o matutino e vespertino, e 188 crianças em período integral (FNDE, 2015). Figura 1: Fachada do projeto padrão tipo 1

Fonte: FNDE (2015)

O projeto tipo 2 conforme a figura 2, com capacidade de atendimento para 188 crianças, em dois turnos e 94 crianças em período integral (FNDE, 2015). Figura 2: Fachada do projeto Proinfância tipo 2

Fonte: FNDE (2015)

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O tipo B conforme a figura 3, tem capacidade de atendimento de até 224 crianças, em dois turnos e 112 crianças em período integral (FNDE, 2015). Figura 3: Fachada do projeto Proinfância tipo B

Fonte: FNDE (2015)

O tipo C conforme a figura 4, com capacidade de atendimento para 120 crianças, em dois turnos e 60 crianças em período integral (FNDE, 2015). Figura 4: Fachada do projeto Proinfância tipo C

Fonte: FNDE (2015)

Diante de tantos limitadores, como obter soluções interessantes para as particularidades de cada projeto arquitetônico, atendendo as demandas, aos programas pedagógicos, as didáticas e ao programa de necessidades da comunidade? Como solução crítica para o panorama atual, a proposta de um novo modo de projetar as futuras escolas, a partir do uso de metodologias criativas visando buscar resultados diferenciados, com qualidade espacial de forma que a comunidade se sinta parte da escola, atendendo as legislações municipais, os programas de financiamento e leis de incentivo.

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3 METODOLOGIA CRIATIVA Para entender o que é metodologia criativa é importante entender primeiro o seu significado e em seguida aplicá-las ao contexto de projeto arquitetônico, nesse caso mais especificamente ao projeto arquitetônico de escolas infantis. Segundo o dicionário Michaelis (2015), metodologia é o “estudo científico dos métodos”, e método é o “Conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim, [...] Maneira de fazer as coisas; modo de proceder”. Desta forma podemos dizer que metodologia estuda os melhores métodos praticados em determinada área para elaboração do conhecimento ou a produção de algo. A palavra criativa é uma derivação da palavra criar, que de acordo com o dicionário Michaelis (2015) significa “dar existência a, tirar do nada, [...] dar origem a; formar, gerar, [...] imaginar, inventar, produzir, suscitar[...] fazer, formar[...] estabelecer, fundar, instituir”. Assim o ato de conceber qualquer projeto arquitetônico está ligado ao ato de criar. Eunice Alencar (1995) acrescenta ainda que a: [...] criatividade implica emergência de um produto novo, seja uma ideia, ou invenção original, seja a reelaboração e aperfeiçoamento de produtos ou ideia já existentes, também presente em muitas definições propostas é o fator de relevância, ou seja, não basta que a resposta seja nova; é também necessário que ela seja apropriada a uma dada boa situação. (ALENCAR,1995 p.15)

A autora descreve o ato de criar a partir de relevância e uso. Contudo ser relevante é circunstancial, que pode ser referente a tempo, lugar e ter caráter pessoal. Dessa forma o conceito de criatividade está ligado à capacidade do indivíduo de criar qualquer coisa, consequentemente, ser relevante ou não é um adjetivo dado ao que foi criado. Assim metodologia criativa é o método que o indivíduo encontra para criar. Ou seja, a forma com que ele processa e organiza suas atividades intelectuais, tais como análise, previsão, síntese, avaliação e decisão. Utiliza-se assim na arquitetura a metodologia criativa aplicada ao ato de criar. Não possui uma verdade absoluta ou métodos rígidos de se conceber um projeto, entretanto há alguns procedimentos que são mais comuns de serem praticados por estudantes e arquitetos (KOWALTOWSKI et al. 2006, p.8). 19


Na maioria dos casos os arquitetos praticam uma série de etapas ao longo do processo de concepção do projeto, que podem ser interpretadas como métodos, porém são usados de uma forma intuitiva. O ensino de projeto nas escolas de arquitetura e urbanismo tem um papel importante em como o profissional vai projetar futuramente. Muitas críticas têm surgido em relação a isso devido a “distância existente entre o que é ensinado como projeto e aquilo que posteriormente torna-se conhecimento útil” (ARAVENA-REYES,2001). Em suma, se aprende a projetar na pratica, e as escolas de arquitetura são pouco eficazes no ensino de técnicas para aprimorar habilidades de projeto, como criatividade e pensamento crítico.

3.1 Metodologias e etapas do projeto arquitetônico Antes de aplicar a metodologia ao processo e concepção do projeto arquitetônico, deve-se antes entender as etapas desse processo. A ABNT define na NBR 13532 essas etapas: As etapas de execução da atividade técnica do projeto de arquitetura são as seguintes, na seqüência indicada (incluídas as siglas): a) levantamento de dados para arquitetura (LV-ARQ); b) programa de necessidades de arquitetura (PN-ARQ); c) estudo de viabilidade de arquitetura (EV-ARQ ); d) estudo preliminar de arquitetura (EP-ARQ ); e) anteprojeto de arquitetura (AP-ARQ) ou de pré- execução (PRARQ); f) projeto legal de arquitetura (PL-ARQ); g) projeto básico de arquitetura (PB-ARQ) (opcional); h) projeto para execução de arquitetura (PE-ARQ ).

Dessa forma ao entender cada fase que o profissional passa durante o processo de elaboração de projeto, podemos posteriormente analisar em quais etapas cada método poderá ser melhor aplicado, assim, influenciar a capacidade de criar e inovar, e ao mesmo tempo poder reduzir os prazos de execução das etapas de projeto. Segundo a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA), nos levantamentos de dados a primeira coisa a se fazer é ter uma conversa com o cliente, tentar obter a maior quantidade de informações possíveis sobre seus objetivos e o programa de necessidades. Em seguida, coletar informações sobre o 20


terreno com visitas técnicas, fazendo levantamento topográfico, analise do entorno e dos condicionantes ambientais, tais como vento, orientação solar e ruído. Averiguação da legislação vigente e pesquisa de sistemas construtivos. Para que assim com essas informações possa ser feito o estudo de viabilidade. Feito isso o próximo passo é o estudo preliminar, nessa etapa o projetista irá produzir a configuração inicial da solução arquitetônica, considerando as principais exigências e os dados obtidos nos relatórios da primeira fase do projeto. Dessa forma, criar soluções de ambientes, formas, usos e dimensões assim como escolha de sistemas construtivos e componentes principais, além de soluções alternativas. Elaborar assim as primeiras representações do projeto e apresentado ao cliente (ASBEA, 2015). Após a aprovação do estudo preliminar pelo cliente, o próximo é produzir o anteprojeto, que é a etapa intermediaria entre as etapas iniciais e o projeto final, assim aqui já foi definido a configuração definitiva do projeto proposto. Assim o anteprojeto é formado por desenhos que representam o projeto com clareza. É a partir do anteprojeto que se pode começar a elaboração de projetos complementares como estrutural, elétrico, hidráulico e outros. O projeto legal e projeto executivo são os projetos finais. Assim, o projeto legal consiste no documento técnico e jurídico da configuração arquitetônica final, é com ele que se obtém a aprovação no órgão competente, como prefeitura municipal e corpo de bombeiros. Como documento, deve permanecer na obra para fins de fiscalização, como comprovante de pagamentos e de responsabilidade técnica. Já o projeto executivo é para fins de execução do projeto, sendo assim fica na obra. Sua função é nortear os trabalhos que estão sendo executados no canteiro de obra, com a representação detalhada do que será construído (ASBEA, 2015). Há ainda algumas etapas que variam de acordo com cada tipo de projeto, como memorial descritivo, cálculo, caderno de especificações e detalhamento. O arquiteto pode ainda prestar outros serviços posterior a entrega do projeto, como o acompanhamento da execução da obra. A partir da definição das etapas de projeto, o processo de concepção do projeto arquitetônico engloba as primeiras etapas do processo. Assim partindo da primeira conversa com o cliente, passando pela coleta e processamento de dados, e principalmente o momento em que está se 21


produzindo o estudo preliminar e as modificações solicitadas pelo cliente nesse processo (ASBEA, 2015). Após a compreensão das etapas de projeto arquitetônico, pode-se assim, buscar entender os métodos que darão suporte no desenvolvimento dessas etapas do longo do processo. As metodologias criativas a seguir, complementa o processo de concepção de projeto arquitetônico.

3.2 Metodologia criativa aplicada ao processo e concepção de projeto Ao passar pelo processo de concepção de projeto arquitetônico, o indivíduo precisa desenvolver e mesclar diferentes habilidades e conhecimentos, utilizando de diversos mecanismos cognitivos. A princípio, há uma dificuldade em sistematizar uma metodologia que dê suporte a elaboração de projeto eficaz. Kowaltowski et al (2006) reúne cinco tipos de heurísticas que podem ser aplicadas nas soluções de projeto sendo: a) analogias antropométricas: baseiam-se no corpo humano e nos limites dimensionais; (b) analogias literais: uso de elementos da natureza como inspiração da forma; (c) relações ambientais: aplicação com maior rigor de princípios científicos ou empíricos da relação entre homem e ambiente, tais como clima da região, tecnologia e recursos disponíveis; (d) tipologias: aplicação de conhecimento de soluções anteriores a problemas relacionados, podendo-se dividir em modelos de tipos de construção, tipologias organizacionais e tipos de elementos ou protótipos; (e) linguagens formais: estilos adotados por grupos ou escolas de projetistas (KOWALTOWSKI et al. 2006, p.8).

Partindo desse pensamento, o homem utiliza de correlações com outros meios e formas para criar ou melhorar o seu objeto de estudo. No caso da arquitetura as heurísticas citadas acima são condicionantes de projeto, o arquiteto encontre a ferramenta necessária para criar o partido arquitetônico final. Diante disso, serão expostos quatro modelos de métodos que dão apoio ao processo e concepção de projeto. Eles foram escolhidos por serem métodos de fácil compreensão, analise e utilizam de processos fáceis de serem praticados em uma rotina com prazos limitados. Dessa forma, os métodos a seguir são metodologias criativas, uma vez que dão suporte ao processo de criação dos mesmos. 22


Brainstorming O publicitário americano Alex Osborn, criou em 1939 um método que mais tarde ficou conhecido com brainstorming, suas regras originais estão descritas no livro Applied Imagination: Principles and Procedures of Creative Thinking de 1953 (GUSHI, 2011). O brainstorming é um método de criação de ideias, o termo é a junção de duas palavras, brain que significa cérebro e storming que é tempestade, que em tradução livre seria tempestade de ideias. O método é muito utilizado por grupos, mas também pode ser usado individualmente. São realizados exercícios com a finalidade de gerar o maior número de ideias possíveis para resolver determinado problema. Quando feito em grupo, é importante a participação de pessoas com diferentes níveis de conhecimento da área. Nenhuma ideia deve ser descartada ou criticada, todas serão anotadas e posteriormente analisadas e selecionadas. A técnica de brainstorming tem maior eficiência quando feita em grupo, devido aos diferentes níveis pensamentos que vão surgindo ao longo do processo. Ao ser aplicado no processo de criação de projeto arquitetônico, tem melhor aplicabilidade no início do estudo preliminar, que é o momento em que se inicia a tomada de decisões e é onde surge o maior número de dúvidas sobre qual o melhor caminho seguir com o projeto, essa ferramenta colabora com as definições iniciais do projeto, tendo destaque para soluções de problemas. Esse método é utilizado hoje pela equipe de criação do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, onde a equipe de criação se reúne para reunir ideias e discutir sobre o projeto que será iniciado, assim o escritório acredita que as soluções encontradas saem da zona de conforto habitual, pois por meio do método, encontram-se diferentes caminhos e relações conflitantes (ARQUIBACANA, 2015). Abaixo conforme figura 5, uma breve explicação de como aplicar a técnica:

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Figura 5: Processo de Brainstorming

Fonte: Instituto empreendedores universitários (2015)

Método Axiomático de Tomada de Decisão O sistema axiomático é um método que se baseia na lógica e no pensamento dedutivo, Assim Nascimento (2006) define que é o sistema axiomático: O método axiomático consiste em fazer uma coleção completa de proposições e conceitos básicos de onde derivarão as outras proposições e conceitos, por dedução e por definição. Esta coleção é chamada sistema de axiomas. Um sistema de axiomas deve ser consistente, isto é, devemos ter certeza que através de inferências lógicas nunca chegaremos a uma contradição. Um sistema de axiomas consiste de dois grupos de expressões: os conceitos primitivos e os postulados ou axiomas. (NASCIMENTO, 2006 p.1)

O método axiomático é muito usado para resolver problemas matemáticos, mas também pode ser aplicado para o desenvolvimento de um projeto. Dessa forma ao aplicar esse método na produção de um projeto arquitetônico, deve-se partir de um conceito base que será considerado como pressuposto, e a partir disso criar soluções que derivam desse conceito. 24


Por exemplo, a lateral direita de um determinado terreno recebe o sol da manhã essa é a verdade que usaremos para determinar as soluções que irá derivar dela. Assim as janelas dos quartos ficaram voltadas para essa lateral para receber esse sol da manhã, que é um sol mais ameno, possibilitando assim um maior conforto ao ambiente e evita o desconforto do acumulo de calor gerado pelo eminente sol da tarde. A partir das informações geradas no levantamento de dados, no programa de necessidades e do estudo de viabilidade, forma-se o sistema de axioma e a partir delas determina-se as soluções de projeto, assim nada é por acaso e tudo possui uma função e solução lógica. Funcionando bem nas etapas iniciais como levantamento de dados e estudo preliminar, devido a seu processo racional que leva em consideração as informações das primeiras fases do projeto. Método de Bruno Munari Metodologia projetual segundo Bruno Munari (1981) é o método que o autor de “Das Coisas Nascem Coisas” desenvolveu para o processo de criação de projetos, passando por todas as etapas que o envolvem. O método consiste em vários procedimentos necessários, dispostos em ordem lógica com base na experiência. Com o objetivo de conseguir o melhor resultado com menor esforço, Munari demonstra todo o processo a partir de uma receita de arroz verde, e a cada etapa com a sua respectiva solução. Seguindo a premissa que o problema não se resolve sozinho, mas que os elementos para soluciona-lo se encontram nele. O ponto de partida é o problema e o primeiro contato com ele parte das necessidades do cliente, em seguida define-se o problema, fazendo uma coleta de dados e estabelecendo parâmetros da problemática. O terceiro passo é analisar o problema, seus componentes e as informações obtidas na etapa anterior, assim identificar as possíveis derivações do problema e das diferentes ramificações do mesmo fazendo, assim, questionamentos. Em seguida a coleta de dados focada nas tecnologias que podem ser utilizadas para a produção e solução do projeto, como desenhos, softwares e maquetes físicas e virtuais e analisar se são realmente o melhor caminho para o desenvolvimento do projeto.

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Após as etapas iniciais começa o desenvolvimento do projeto que é chamada de fase de criatividade, conformando as informações com base e foco no problema. É o momento em que se fazem experimentos e toma decisões como os materiais a serem utilizados, as técnicas disponíveis, se é possível reduzir custos e se é viável e sustentável. O Modelo é o momento em que se faz a representação gráfica, com marcação de medidas, encaixes a partir de desenhos. A verificação se dá por meio da opinião dos envolvidos no processo, e da aprovação do cliente. E, por fim, todo o desenho técnico para ser aprovado nos órgãos competentes e para a execução do projeto e a última etapa é a solução, ou seja, o projeto já construído e concluído. Esse método passa por todas as etapas do processo de projeto e execução da obra, abaixo conforme a figura 6, demostra um esquema das etapas de solução de projeto seguindo a receita de arroz verde, o exemplo que o próprio autor explica no livro: Figura 6: Método de Bruno Munari

Fonte: MUNARI, (1981) adaptado pela autora.

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Esse método acompanha todas as fases de concepção de projeto arquitetônico, é uma metodologia bem complexa que se inicia no levantamento de dados, passa pelo estudo preliminar, os projetos finalizados até a construção do que foi projetado. Contudo o método em momento algum leva em consideração o cliente e as mudanças que o mesmo possa exigir nas etapas iniciais como o estudo preliminar. Avaliação de pós-ocupação (APO) Segundo Kowaltowski et al (2006), método avaliação pós-ocupação, o APO, parte da falta de conhecimento do indivíduo sobre o problema a ser resolvido. Desta forma a participação do cliente/usuário é imprescindível para diminuir os erros ao longo do processo, podendo ser feitas pesquisas, oficinas e reuniões com os interessados. Assim a diversidade de opiniões e percepções geradas aumenta o conhecimento sobre as problemáticas iniciais do projeto. O método ainda sugere uma segunda etapa, que leva em consideração a análise de obras análogas, com visitas a edifícios tipo, fazendo uma análise física, e das opiniões e satisfações. Podendo ser identificada pontos fortes, os pontos fracos e possíveis falhas prevenindo a repetição de erros. Dessa forma, contribui nas fases de síntese e correção das falhas de projeto (KOWALTOWSKI et al, 2006, p.10). Dessa forma podemos utilizar esse método nas fases do desenvolvimento do projeto como levantamento de dados, estudo de viabilidade e estudo preliminar. Brainstoming, Método Axiomático, Método de Bruno Munari e APO Os métodos de Brainstorming, Axiomático, de Bruno Munari e o APO são técnicas que podem modificar a forma de se projetar até ter influência no resultado final, cada um desses métodos tem sua particularidade e como pode auxiliar no processo. Dessa forma é importante obter conhecimento da existência de metodologias criativas, entender como cada uma funciona e como ela influenciará no processo de criação individual e em grupo e decidir qual o melhor processo para cada situação. Apesar de muitos profissionais projetarem de forma intuitiva e de certa forma usando partes dos métodos aqui citados é importante conhecer que existem métodos que auxiliam no processo de criação dos projetos, a fim de aprimorar o 27


resultado final dos projetos arquitetônicos. A partir disso, aplicar as metodologias criativas ao processo de concepção de projetos de escolas municipais poderá ser uma alternativa ao se projetar. 3.3 Metodologias criativas para produção de projetos arquitetônicos de escolas municipais Diante das metodologias mostradas anteriormente percebe-se que há vários caminhos para se projetar, podemos observar que cada metodologia tem sua particularidade e influência. Desse modo é importante usá-las de forma que auxiliem a concepção de projetos de escolas municipais, com soluções mais satisfatórias para a particularidade de cada lugar e de projeto onde a escola será inserida, uma vez que atualmente faz-se uso de projetos padrões, independente do caráter local da implantação. Aplicar essas metodologias criativas citadas anteriormente ao processo de concepção de projeto de escolas infantis ajudará a compreender melhor toda a situação envolvida além de encontrar e organizar ideias. O Brainstorming, por exemplo, além de poder ser utilizado durante o estudo preliminar, pode ser utilizado de forma particular nesse caso durante o processo de levantamento de dados, principalmente no momento de reunir a população para discutir sobre a real necessidade da comunidade local, ouvir as crianças sobre o que elas pensam sobre a escola e como elas gostariam que fosse. O uso do Brainstoming nesse momento pode ser feito como forma de oficinas, debates e mesa redonda (ver figura 7), proporcionando assim um ambiente livre e aberto, incentivando a participação de todos os envolvidos. Um líder deverá conduzir a oficina, fazendo perguntas, estimulando a participação e anotando as respostas, os resultados deverão ser filtrados e levados em consideração durante o estudo preliminar (COUTINHO; JUNIOR 2007 p.107).

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Figura 7: Método brainstorming, aplicado como oficina ou mesa redonda.

Fonte: ADVANCED CONSULTORIA (2015)

Já pelo Método Axiomático começa-se a tomar decisões com base lógica, embasada pelos delimitadores de projeto (NASCIMENTO, 2006 p.1). No caso das escolas municipais seu maior delimitador são os recursos financeiros e a legislação rígida a fim de garantir um mínimo de qualidade do ambiente de ensino. Outros delimitadores são os condicionantes climáticos e topográficos no local de inserção do projeto, essas informações formam o axioma. A partir desses dados, a tomada de decisão deve ser firme e lógica, pois elas embasaram outras decisões que surgirão de acordo com que os problemas do projeto irão surgindo, não dando margem a hipóteses ambíguas. O Método de Bruno Munari é sem dúvida o mais complexo, uma vez que cria um roteiro que começa no levantamento de dados e segue até a análise crítica final, que acontece depois que o projeto é construído e começa a ser utilizado, podendo ou não ser feito um relatório final. Por ser completo, o suporte que o método dá em projetos maiores e mais complexos são importantes, todas as fases de um projeto de escola infantil estão pré-estabelecidas em um roteiro que o próprio método estabelece. Podendo inclusive indicar as melhores ferramentas de produção de projeto, como desenhos e maquetes, relacionadas aquilo que o programa exige. A avaliação de pós ocupação é o método que leva em conta o cliente/usuário e outras obras com características análogas (ver figura 8). No ambiente escolar infantil deve-se considerar em sua analise a percepção dos usuários, sendo 29


professores, funcionários, crianças e pais, sobre suas necessidades, expectativas, rejeições e preferências em relação ao espaço construído, como os aspectos construtivos e mobiliários aos socioeconômicos, psicopedagógicos e as normas para a construção de equipamento escolar. Dessa forma o projeto final de uma escola que utiliza dessa metodologia em sua fase de concepção, diminui a possibilidade de reproduzir erros após as análises feitas em outros edifícios escolares (COSTA; SALCEDO, 2014, p.67). Figura 8: Avaliação de pós ocupação para escola municipal infantil

Fonte: Elaboração própria

Os métodos apresentados apresentam alguns pontos em comum, como a inserção de diferentes tipos de pessoas durante o processo, seja por profissionais ou pela comunidade. Desse modo a discussão sobre os problemas iniciais é de suma importância, para evitar repetições de erros nos projetos escolares, já que o panorama atual são apenas repetições de projetos. Ao fazer uma análise de pósocupação ficarão claros os pontos positivos e negativos das edificações usadas atualmente, aliado ao brainstorming, obtém-se um modelo de solução de projeto que dessa forma irá interferir nos resultados, de forma a romper com os padrões existentes.

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4 OBRAS ANÁLOGAS As obras análogas seguintes, foram analisadas a partir do ponto de vista do que foi pesquisado anteriormente. Sua relação com o tema, se dá através da forma como elas foram projetadas e construídas. A METI foi projetada e construída junto comunidade local, já o centro infantil Fawood foi pensado não apenas para ser uma escola infantil, ela integra toda a população com atividades em horários alternativos e finais de semana. As escolas municipais de Ipatinga são exemplo da reprodução de projetos padronizados disponibilizados por órgãos públicos, e diferente a isso uma escola feita de bambu pela própria comunidade em um local afetada pela guerra.

4.1 METI - Handmade School Figura 9: Hadmade school

Fonte: HOERBST (2015)

O projeto da escola (ver figura 9) foi desenvolvido pelos arquitetos Anna Heringer e Eike Roswag, localizado na Ásia em Rudrapur, distrito de Dinajpur em Bangladesh, onde cerca de 80% da população vive na zona rural. Os projetos desenvolvidos pela ONG Dipshikha têm o intuito de dar novas expectativas à 31


população rural e ajudar as pessoas a entenderem a o valor da comunidade e sua complexidade. Dessa forma os arquitetos desenvolveram juntamente com a ONG e a população local o projeto e construção da escola METI (ARCHDAILY, 2010). Para a elaboração dos projetos, os arquitetos fizeram uma grande pesquisa no local, junto à população. Dessa forma a concepção do projeto foi feita a partir do conceito que a escola é um local especial para as crianças, onde elas desenvolvem autoconfiança e independência com o objetivo de reforçar o sentido de identidade. Além de uma compreensão profunda dos materiais locais como barro e palha combinados com elementos mais leves, como varas de bambu e nylon para amarração (ver figura 10) moldando uma forma que aborda a sustentabilidade na construção de uma forma exemplar, permitindo assim novas soluções de design que surgem a partir de um conhecimento aprofundado do contexto local e as formas de construção, buscando assim criar uma conexão com a comunidade local. Figura 10: Detalhe dos materiais e técnica de construção

Fonte: HOERBST (2015)

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A forma com que o projeto arquitetônico foi concebido é o grande diferencial do processo de construção e do resultado final, por meio do uso de técnicas construtivas nativas e simples manuseio, dessa forma a participação dos moradores na mão de obra foi de grande importância (ver figura 11). Este esforço voluntário fez com que o edifício se tornasse um local onde nos espaços coletivos são bonitos, significativos e humanos para aprender, de forma que enriquece a vida de quem frequenta o espaço. Figura 11: A participação efetiva da comunidade na construção da escola

Fonte: HOERBST (2015)

4.2 Fawood Children's Centre O Fawood Children's Centre é um espaço inovador para a educação de crianças, projetado pelo escritório Alsop Architects (ver figura12). Situado no norte de Londres na Inglaterra, o centro infantil faz parte do projeto de revitalização do Stonebridge Housing Estate. O centro funciona como um espaço de apoio a comunidade contando com uma creche para crianças de 3 a 5 anos, uma área voltada especialmente para crianças autistas, um centro infantil aliado a serviços de aprendizagem para adultos, e um local para cursos fornecidos aos trabalhadores da comunidade, além de serviços de aconselhamento (ARCSPACE, 2005). 33


Figura 12: Centro Infantil Fawood

Fonte: ALAN LAI / ALSOP & PARTNERS (2015)

Iniciativa do centro infantil é baseada no conceito onde o fornecimento de serviços integrados para crianças e famílias da comunidade, onde os serviços são baseados nas necessidades do local e no fácil acesso a ele, o que irá resultar em benefícios a longo prazo para todos. Figura 13: Espaços entre os ambientes projetados para serem usados como salas ao ar livre

Fonte: ALAN LAI / ALSOP & PARTNERS (2015)

Com orçamento restrito e tempo curto para a implantação, exigiu um pensamento criativo considerável por parte da equipe de criação. Alsop e sua equipe foram contrários à ideia de um projeto tradicional no centro infantil, então foi proposta uma total integração dos ambientes de aprendizagem externos (ver figura 13) e internos dentro de um galpão de construção simples. Com vedações feitas 34


com uma malha de aço translúcida que realça a relação com o entorno. Os alojamentos da creche são contêineres reciclados conforme figura 14, pintados em cores brilhantes e decorados com obras de arte aplicada e ligados por passarelas. Figura 14: Contêineres usados para berçário e creche.

Fonte: ALAN LAI / ALSOP & PARTNERS (2015)

4.3 Escolas Municipais da cidade de Ipatinga – E. M. Benvinda Moreira Pacheco e E. M. Jaime Morais Quintão As escolas municipais de Ipatinga possuem em sua essência a mesma aparecia física por todo o município, basicamente o programa é o mesmo, sendo pátio central, com refeitório coberto cercado por salas de aula enfileiradas, uma quadra poliesportiva, podendo ser coberta ou não, biblioteca e salas de administração e manutenção. As construções são feitas de alvenaria com telhado colonial, as janelas têm estrutura de ferro e dedadas com vidro e as portas de madeira, as cores azul, branco e marrom prevalecem por toda a escola. Os usos e fluxos são bastantes similares, ambas as escolas acolhem crianças do ensino fundamental. Mesmo a escola Benvinda Moreira Pacheco possuir a préescola, não há em sua estrutura nada que foi modificado para atender as necessidades de crianças menores. Por serem muito parecidas, não possuem a cara da comunidade em que está inserida, em qualquer escola do municipal da 35


cidade pode-se perceber os mesmos elementos que a caracterizam, e acaba não havendo grande particularidade com a relação identidade local, a escola e seus usuários. Em suma, a sensação que se tem é que elas foram reproduzidas em série sem levar em consideração seu usuário. Escola Municipal Benvinda Moreira Pacheco Figura 15: Escola vista pelo lado de fora

Fonte: Elaboração própria

Fundada em fevereiro de 1979 no bairro Caravelas passou por reformas e ampliação em 1991, 2001 e 2003 para adequação (MORAES, 2009 p.476). Possui educação infantil e fundamental para 587 crianças de cinco a dez anos e cerca de 57 funcionários. A escola possui as principais características do padrão escolar que foi usado no município, como mostram as figuras 15, 16, 17 e 18. Figura 16: Pátio central coberto com as salas de aula ao redor

Fonte: foto da autora

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Figura 17: Refeitório

Fonte: Elaboração própria Figura 18: Entrada da escola

Fonte: Elaboração própria

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Escola Municipal Jaime Morais Quintão Figura 19: Escola vista pelo lado de fora

Fonte: Elaboração própria

Fundada em março de 1972 no bairro Jardim Panorama. Possui atualmente educação fundamental I e II (MORAES, 2009 p.483). Com cerca de 416 crianças de 6 a 10 anos e 44 funcionários, essa escola também possui as características do projeto padrão que foi usado na cidade de Ipatinga nas décadas de 60 e 70, conforme mostram as figuras 19, 20, 21 e 22. A escola atualmente passa por uma reforma na quadra poliesportiva. Figura 20: Bloco de salas de aula e pátio central

Fonte: Elaboração própria

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Figura 21: Refeitório

Fonte: Elaboração própria Figura 22: Entrada principal da escola

Fonte: Elaboração própria

Assim com os exemplos das escolas Benvinda Moreira Pacheco e Jaime Morais Quintão, fica claro como as escolas municipais de Ipatinga foram construídas sob o mesmo projeto base, sendo modificada apenas para encaixe no terreno. No mais, suas maiores diferenças são provenientes de reformas posteriores à data de sua inauguração.

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4.4 Escola de Bambu (Seminário) Figura 23: Folder seminário

Durante

os

acontecimentos

congresso

na

escola

juntamente

com

a

do

politécnica

26º

semana

integrada do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unileste-MG (ver foto 23). Ocorreu a apresentação para uma turma com cerca de 30 pessoas do documentário ‘Escola de Bambu’ e posteriormente

um

debate

questões

relacionadas

documentário

e

sobre

sobre ao

o

atual

panorama da educação e edificações escolares. Escola

de

Bambu

é

um

documentário de 2011 (ver figura 24), que retrata a dificuldade de manter uma escola na Libéria, um país que está se recuperando do cenário de guerra, Fonte: Elaboração própria

abordando a relação da comunidade com a escola, que foi construída pelo

esforço dos educadores com a comunidade feita com tramas de bambu e com cobertura de folhas de zinco. No ano de realização do documentário, 160 crianças frequentavam o local, fica claro como elas veem no aprendizado, uma forma de não serem levados para o ambiente hostil de guerra e, ao mesmo tempo é o meio que eles vislumbram de conseguir ter condições de vidas melhores. Fica claro como a participação de todos transformam o local, os alunos se identificam com o ambiente escolar e fazem de tudo para manter a escola aberta. Em determinado momento, uma criança diz que seu sonho é poder construir uma escola de alvenaria. Essa expressão traduz a vontade de obter uma escola formal, com melhores condições, forte e que perdure por muito tempo para transformar a vida de futuras gerações da comunidade ali inserida. 40


Figura 24: Cena do documentário escola de Bambu, 2011

Fonte: CIRANDA DE FILMES (2011)

Durante o debate (ver figura 25 ) foram levantadas questões sobre a importância da comunidade durante o processo do projeto arquitetônico de uma escola, muitos acharam importante a participação da mesma, uma vez que a escola tem que realmente pertencer ao lugar para que as pessoas se identifiquem com a escola, esse sentimento é positivo em relação à utilização, além de ajudar no aprendizado dos alunos. Porem para outros a participação da comunidade deve ser feita com cautela, uma vez que mexe com o sentimento de expectativa das pessoas envolvidas e podendo haver frustração com o resultado final. Figura 25: Apresentação e debate do documentário Escola de Bambu

Fonte: Elaboração própria

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Outra questão abordada, foi o fato do edifício da escola ser feito a partir de um modelo pedagógico, e não a partir de uma tipologia determinada por lei. Os envolvidos criticaram os modelos de escolas existentes no vale do aço, uma vez que são em sua maioria muito parecida, disposta em locais diferentes, a maioria concordou que o projeto pedagógico deve sim, ser considerado e até mesmo ser o ponto de partida durante o levantamento de dados e estudo preliminar do projeto arquitetônico escolar.

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5 PROPOSTA DE TCC2 A partir da compreensão do que foi pesquisado será proposto o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma escola infantil municipal, fazendo o uso das metodologias criativas aqui apresentadas, que melhor se adeque ao processo e concepção do projeto junto com a comunidade. Nesse caso as metodologias escolhidas foram o Brainstorming e a APO, por ter um maior suporte ao processo de criação de uma escola que tenha relação e participação da comunidade em seu processo de criação. O local escolhido para a implantação da escola infantil é o bairro caravelas na cidade de Ipatinga, a escola será projetada segundo leis as vigentes da cidade e pelas as normas estabelecidas pelo FNDE, por meio programa Proinfância. O programa visa construir creches e pré-escolas para atender crianças de zero a cinco anos e onze meses, uma vez que a aquisição de escolas desse nível escolar é considerada indispensáveis para a melhoria da qualidade da educação no país. A proposta é fazer um projeto diferenciado, colocando as características do local e da comunidade como fator prioritário, fazendo uso dos mesmos recursos que o programa proinfância libera para seus projetos padrões. Mostrando assim, que é possível a escola ter caráter local e ainda assim garantir a qualidade da educação. O projeto da escola infantil terá capacidade para cerca de 60 alunos em período integral e para 180 alunos nos períodos matutino e vespertino. A partir desta intenção de projeto, foi feito um levantamento de dados do panorama atual com enfoque no local e entorno de onde o projeto será desenvolvido. Com o intuito de dar suporte ao desenvolvimento do projeto proposto para a segunda etapa do trabalho de conclusão de curso.

5.1 Contextualização da escola na cidade de Ipatinga Ipatinga é uma cidade localizada na região metropolitana do Vale do Aço no leste do estado de Minas Gerais, seu desenvolvimento se deu pela construção e instalação da empresa Usiminas em 1958 a partir disso muitos trabalhadores e primeiros moradores fixaram residência na região que nessa época pertencia ao município de Coronel Fabriciano. Ainda distrito se desenvolveu ao redor da 43


empresa Usiminas e seu planejamento urbano foi pensado para atender as necessidades dos funcionários. Ipatinga se tornou cidade oficialmente em 29 de abril de 1964 (MORAES, 2009 p.29). Com seu desenvolvimento acelerado, houve a necessidade de criar equipamentos públicos para atender a nova população de Ipatinga. Somente a partir da década de 90 que os municípios passaram a ter o domínio sobre a educação básica, antes disso o Estado era o responsável pela educação, dessa forma foi o responsável pelas primeiras construções escolares em Ipatinga. A Escola Municipal Mário Casassanta (ver figura 26) é a mais antiga de Ipatinga, foi construída quando a cidade ainda era um distrito de Coronel Fabriciano em 1949, no bairro Ipaneminha. (MORAES, 2009 p.475). Atualmente Ipatinga possui 37 escolas municipais, sendo 31 de ensino fundamental e seis para o ensino infantil. Figura 26: Escola Municipal Mario Casassanta

Fonte: DIARIO DO AÇO (2014)

As escolas municipais de Ipatinga possuem basicamente as mesmas características físicas, pois foram construídas a partir de um mesmo projeto base, e adequadas às necessidades do terreno. As salas são muitas vezes apertadas 44


para a quantidade de alunos e sua implantação por muitas vezes é inadequada ao ambiente, havendo recorrentes problemas de ventilação e insolação. Segundo Dimenstein (1999), a partir do momento que a escola deixa de ser apenas um aglomerado de repetidas salas de aula e passa a ser um espaço público de convivência da comunidade, ela tem o poder de ser o transformador social, e proporciona conexões humanas, que faz com que o indivíduo cultive um sentimento de pertencimento e de identidade. Assim a escola é um fator importante dentro de uma comunidade para ser apenas um projeto reproduzido desordenadamente.

5.2 Viabilidade Atualmente em Ipatinga, as regulamentações da construção de escolas na região são por meio da lei de uso e ocupação do solo e pelo código de obras da cidade. Em novembro de 2014 foi a provada a lei de uso e ocupação do solo em Ipatinga, que é definida no primeiro artigo: Art. 1º Esta Lei estabelece as normas para o planejamento e controle do parcelamento, da ocupação e do uso do solo urbano no Município de Ipatinga, com o objetivo de promover o adequado ordenamento territorial, em atendimento ao art. 14, inciso I, alínea “b” da Lei Orgânica do Município, observadas as diretrizes definidas no Plano Diretor. (LEI Nº 3.408, 2014)

Dessa forma ela gerencia os parâmetros urbanísticos no qual as edificações e futuras construções devem seguir, tais como taxas de ocupação e permeabilidade, afastamentos e coeficiente de aproveitamento de acordo com a área da cidade que é definida pelo plano diretor. Os cálculos são feitos a partir de coeficientes e a metragem quadrada do terreno o resultado são medidas de referência para as construções, a lei não determina coeficientes específicos para a edificações escolares, mas para todas as edificações da cidade de acordo com seu posicionamento no bairro. Já o código de obras possui um capitulo especifico para as edificações escolares, o capitulo XV estabelece diversos parâmetros para a construção de escola, dessa forma, fica estabelecido no Art.167 que edificações escolares não podem estar próximas a menos de 200m de estabelecimentos “industriais, hospitais, prisões, depósitos de inflamáveis e explosivos, cemitérios, casas 45


funerárias, casas de diversões e outros estabelecimentos, cuja proximidade das escolas seja inconveniente, a critério do órgão competente” (IPATINGA, 1973). O Art. 169 limita os recuos nas divisas, sendo “mínimo 6,00m (seis metros) do alinhamento e da divisa dos fundos e 3,00m (três metros) das divisas laterais do lote” (IPATINGA, 1973). A edificação deve possuir no máximo três pavimentos, ter instalações conta incêndio e ocupar no máximo 50% da área do terreno e deverá ter 10m² de área coberta por aluno. Há ainda descritas seções que estabelecem parâmetros de ambientes específicos, tais como cozinhas, banheiros, circulações verticais, corredores e salas de aula, indicando tipo de piso, pintura, revestimentos, larguras e alturas mínimas e outras particularidades de cada ambiente (Ipatinga, 1973). Uma particularidade do código de obras é a preocupação com a iluminação, ventilação e insolação dessa forma a seção XIV do código de obras determina que os vão de ventilação devam ter pelo menos um terço da área do ambiente e permitir a ventilação cruzada para garantir a quantidade mínima de iluminação e ventilação e quando necessário fazer uso de proteção para o excesso de insolação (IPATINGA, 1973). Os recursos para a construção de escolas infantis municipais são provenientes de financiamento. Uma parte o município disponibiliza para a aquisição do terreno que deverá ter dimensões mínimas de 40m x 70m. A outra parte o governo federal, geralmente por meio do FNDE, as verbas são liberadas de forma progressiva. A partir do momento que o município faz a adesão ao programa Proinfância ele entra com o processo de licitação para receber a primeira parcela cerca de 30% do valor. As outras parcelas são liberadas no início e no final da conclusão da obra (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2015). O FNDE além de disponibilizar os projetos padrões, atualmente ele disponibiliza o recurso chamado Metodologias Inovadoras, que são compostas de novos produtos e sistemas construtivos diferentes do projeto padrões oferecidos, dessa forma é permitido a formulação do projeto, desde que se cumpra requisitos mínimos de qualidade e segurança com base no desempenho e da utilização do edifício pelo usuário. Para avaliar o projeto é utilizada a NBR 15.575 - Norma de Desempenho para edificações habitacionais, que traz exigências em forma de 46


requisitos e critérios para o melhor desempenho do estabelecimento de ensino público (FNDE, 2015). Os critérios de avaliação são: Figura 27: Critérios de avaliação do projeto feito a partir de Metodologias Inovadoras

Fonte: FNDE (2015)

A utilização da ferramenta metodologia inovadora tem que atender a três requisitos básicos, sendo o custo da construção, que não poderá ultrapassar o valor de referência do FNDE para estabelecimentos de ensino público, que varia de acordo com a tabela do SINAPI, que é atualizada por região e é atualizada periodicamente. O tempo de execução que deverá ser reduzido, “utilizando para tal um processo licitatório e de contratação mais eficiente e transparente e uma metodologia de projeto e construção mais rápida e limpa” (FNDE 2015). E a qualidade da construção, o projeto deverá ter garantia do ambiente construído previstos na NBR 15575.

5.3 Levantamento de dados A partir das análises feitas no estudo de viabilidade e a legislação vigente, o local escolhido para o desenvolvimento do projeto, foi um lote de 60mx70m num total de 4200m², localizado da rua Passo Fundo, no bairro caravelas em Ipatinga, próximo à divisa com o bairro Canaã conforme mostra as figuras 28 e 29. Assim a

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escola infantil poderá atender crianças de ambos os bairros, num raio médio de 1Km. Figura 28: Localização dos bairros Caravelas e Canaã

Fonte: Elaboração própria

Figura 29: Localização do lote escolhido no bairro Caravelas

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Fonte: Elaboração própria

O lote de implantação faz frente com a Rua Passo Fundo e fundo com a Rua Icó como mostra a figura 30, ambas são ruas com baixo fluxo de carros por ser uma região predominantemente residencial, porém a rua Passo fundo possui um fluxo um pouco maior do encontrado na rua Icó. Figura 30: Ruas próximas ao lote escolhido

Fonte: Elaboração própria

Por ser um bairro residencial, seu entorno imediato é formado basicamente por residências, o bairro possui algumas zonas de centralidades, devido ao comercio e prestação de serviços, tendo assim um fluxo intenso de carros e pessoas. Os principais comércios do bairro são supermercados, padarias, lanchonetes, oficinas mecânicas e lojas de roupas e utilidades, em sua maioria localizada em zonas de centralidade (ver figura 31). Em relação ao perfil sócio econômico os bairros caravelas e canaã são de classe média a baixa, onde muitas mulheres trabalham para ajudar na renda da 49


casa. Dessa forma há necessidade de um local, onde elas possam deixar os filhos enquanto ficam fora de casa e ao mesmo tempo ter um espaço onde toda a comunidade possa interagir e usufruir em horários e dias alternativos, visando assim obter um ambiente que vai além da função de educação para um ambiente de integração (ver figura 32). O bairro Caravelas atualmente possui duas escolas da rede pública de ensino e uma escola particular, a Escola Municipal Benvinda Moreira Pacheco, abriga o ensino fundamental I, para crianças de 5 a 10 anos. Já a Escola Estadual Nilza Luzia de Souza Butta é uma escola que abriga o ensino fundamental II e o ensino médio, além de ensino adulto no período noturno. O centro educacional Pillar é particular e possui o ensino fundamental I e pré-escola.

Figura 31: Localização do lote escolhido no bairro Caravelas

Fonte: Elaboração própria

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Figura 32- usuários da escola

Fonte: Elaboração própria

O clima na cidade de Ipatinga é considerado como tropical quente semiúmido, as altas temperaturas predominam durante a maior parte do ano. No local escolhido para a implantação do projeto, a insolação no período manhã se encontra voltada principalmente para a Rua Passo Fundo, e a pior insolação no período da tarde se encontra na fachada noroeste e ao fundo voltado para a Rua Icó (ver figura 32). O vento dominante vem pela fachada voltada para a Rua Passo Fundo. Não há fonte de ruído próxima que venha a interferir no funcionamento da escola infantil. Em relação à topografia o lote está em aclive, possuindo quase 3m de desnível entre as Ruas Passo Fundo e a Icó.

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Figura 33: condicionantes ambientais

Fonte: Elaboração própria

O projeto arquitetônico será elaborado por meio do uso de duas metodologias criativas, a técnica de Brainstoming, aplicada nas fases iniciais sendo levantamento de dados junto a população e na fase de estudo preliminar e o segundo método de apoio ao processo criativo é o APO. Não foram definidas salas de aulas, apenas ambientes de aprendizado, por considerar que o uso do termo sala de aula é um limitador. Assim a partir das informações obtidas por meio do programa proinfância e das leis vigentes na cidade de Ipatinga o programa de necessidades de uma escola infantil municipal, com capacidade para 60 alunos em período integral e para 180 alunos nos períodos matutino e vespertino, e cerca de 40 funcionários, contendo: Área administrativa contendo: o Secretaria o Sala da Diretoria o Sala de Professores o Almoxarifado para a Secretaria o Sala de Recepção para pais de Alunos o Banheiros para Funcionários 52


Área de apoio contendo: o Refeitório o Cozinha o Despensa o Pátio o Almoxarifado para Brinquedos o Banheiros de Alunos o Quadra Poliesportiva o Vestiários masculino e feminino o Áreas recreativas o Enfermaria o Berçários Área de aprendizados contendo: o Ambientes de aprendizado para o ensino regular o Ambiente de aprendizado para alunos com necessidades especiais o Ambiente de aprendizado de música, dança e teatro o Biblioteca o Brinquedoteca o Sala de informática A partir dos dados que foram coletados para a proposta de TCC2, foi gerado um diagrama conforme figura 34 para a realização do projeto, mostrando os principais fatores que influenciam no projeto arquitetônico da escola municipal infantil.

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Figura 34- proposta de tcc2

Fonte: Elaboração própria

Abaixo segue cronograma para a realização do projeto arquitetônico: Figura 35- cronograma de TCC2

Fonte: Elaboração própria

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6 CONCLUSÃO Diante do que foi exposto, percebe-se que em relação ao contexto histórico, as edificações escolares não acompanharam as transformações pedagógicas ao longo do tempo, e atualmente as edificações escolares municipais seguem um padrão desenvolvido e disponibilizado pelos órgãos públicos. Isso faz com que as construções arquitetônicas de escolas públicas não tenham caráter local, desconsiderando não só o seu entorno como a comunidade em que está inserida. A partir do que foi apresentado, conclui-se que é possível fazer o projeto de uma escola municipal infantil, usando os mesmos recursos, como normas, leis e verba, disponibilizado nos projetos padrões do FNDE. Utilizar metodologias criativas para se obter um projeto diferenciado, que tenha qualidade espacial, que garanta a qualidade da educação e respeite as particularidades de cada caso. Assim, a forma de conceber um projeto, pode sim interferir no resultado final, a partir do uso de metodologias que dão suporte ao processo de criação. Dessa forma o uso de metodologias como a avaliação de pós ocupação pode diminuir as chances de reproduzir equívocos de edificações já existentes, da mesma forma que o processo de brainstorming aplicado junto à comunidade, pode aumentar as chances de se projetar uma escola com a identidade local, e fazer com que a população se sinta inserida no projeto e comece a desenvolver um sentimento de pertencimento com a escola a ser projetada.

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REFERÊNCIAS

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