Atravessado

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ATRAVESSADO


Pontifícia Universidade Católica de Campinas Centro de Ciências Exatas e de Tecnologias Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Campinas I 2017 Raissa Ga�era Begiato Orientador Prof. Antonio Fabiano Junior Banca examinadora Antonio Carlos Barossi Maria Eliza de Castro Pita




“Com o termo “percurso” indicam-se, ao mesmo tempo, o ato da travessia (o percurso como ação do caminhar), a linha que atravessa o espaço (o percurso como objeto arquitetônico) e o relato do espaço atravessado (o percurso como estrutura narrativa).” Francesco Careri


I agradecer I À minha avó, que desde cedo me ensinava que eu era capaz de modelar o mundo, mesmo que fosse com uma massa de pão e corante. Ao meu avô, por ter me colocado sentada no banco alto ao seu lado no quartinho. Obrigada por ter me ensinado a cortar, lixar e pintar. Você sempre será meu primeiro mestre. À minha tia, que me ensinou a seguir em frente. À minha mãe, que por mais que lutava comigo querendo colocar cortina nas janelas, sempre estava do meu lado pra dar uma luz. Ao meu pai, tão rígido e exigente, porém sempre me mostrando que mesmo que tentemos ser duros, ajudar sempre fez parte de quem somos. Obrigada por tornarem tudo isso possível. Ao meu irmão, por me lembrar de respirar mesmo no meio de tanta loucura. Obrigada também por me ajudar com os números. Aos meus amigos deste último ano, dezesseis pessoas maravilhosas com quem pude trabalhar e conhecer um pouco melhor. Em especial ao Dan, por ter entrado no meu coração e estabelecido residência. Nunca vou esquecer tudo o que você fez por mim. Às amigas, que não estiveram somente neste último ano junto comigo, mas desde o primeiro. Obrigada à Thais, a Djuly e a Letícia. Aprendi tanto com vocês e com nossas loucuras, que vou levar isso pra sempre. Obrigada também pela ajuda, incentivo e presença. Um obrigado especial a Thais, por me mostrar que todas as coisas difíceis são as que deveríamos estar fazendo. Não há maneira melhor de aprender. Obrigada por embarcar nelas comigo. Aos meus amigos João e Yuri, amigos desde sempre, e à Natalia, a gaúcha que a gente mais respeita. Aos moradores do Fundão, por nos mostrarem que o que estamos fazendo nunca será por nós e por terem sido maravilhosos quando pedimos licença pra entrar. Que a vida, mesmo que difícil, continue nos dando sucos de melancia fresquinhos e bolos de laranja. À Vera, pelas conversas incríveis nesse ano durante o tfg e por me ensinar que nosso trabalho é muito maior do que nós mesmos. Obrigada por ter sido extremamente exigente, pra que pudéssemos entender de verdade tudo o que estamos fazendo.


I agradecer em especial a ele I Ao Antonio, por ter me ensinado o poder de cada traço, cada linha - um risco. Risco esse que, a partir do momento que vira tinta no papel não é mais nosso, que ganha vida, força. Vira sujeito capaz de ação. Ação que muda, transforma. Por me mostrar que arquitetura nunca foi só sobre aço e concreto e que ela nem sempre precisa gritar pra falar alto. Que as vezes o mais delicado traço, ou a mais sutil e invisível linha tem tanta ou mais força que qualquer outra monumentalidade. Obrigada por me ensinar a ouvir esses gritos silenciosos. Obrigada também por sempre ter sido o homem embaixo da árvore e por ter sido parte de momentos incríveis da minha vida, não só durante o tfg, mas por todas as outras loucuras que você também aceitou embarcar (e que eu vou fazer questão de continuar convidando). Não posso dizer o tanto que aprendi com você, porque nem chegaria perto. Eu amo ouvir você falar e sempre vou te cobrar isso, mesmo que a gente não passe mais todas as quartas juntos. Obrigada por me dizer, com duras palavras, que nem tudo é como desejávamos que fosse, mas que isso não deve ser um empecilho para que façamos o melhor que pudermos sempre. Porque isso tudo nunca foi sobre um “eu” singular. Mas um “nós” tão cheio também de “vós” e “eles”, formando esse grande todo, pelo qual nunca devemos parar de fazer o que estamos fazendo. Obrigada por ouvir nossos gritos (muitas vezes não) tão silenciosos e saber exatamente o que nos dizer, não só pra nos acalmar, mas também pra ensinar. Um ano atrás, eu achava que estava escolhendo meu orientador. Agora posso dizer que, na verdade, eu escolhi um amigo. Obrigada, Antonio.



Artifício, artefato, paisagem aberta, adensamento, urgências e necessidades são entendidos como passíveis de convivência coordenada e graduada na conexão do eu com o mundo onde corpo físico, objeto e vazio são uma coisa só. A delicadeza de um só elemento acredita que toda cidade tem potencialidade de mudanças. Social, econômica, política, humana. O território conta para o projeto que a beleza é inacabada pois constante, e precisa apenas de um ponto a espera de um próximo dia nascer, mesmo que não seja o seguinte, para ver que as mesmas coisas não são iguais, que a mesma cidade não é igual, que as mesmas pessoas não são iguais e que o mesmo elemento, mesmo único, nunca é igual. Antonio Fabiano Junior



atravessar abrir reconhecer descobrir atribuir compreender inventar conceder descer subir traçar desenhar pisotear habitar visitar relatar percorrer perceber guiar observar escutar celebrar navegar cheirar adentrar encontrar hospedar medir captar povoar construir achar pegar não pegar perseguir assediar entrar interagir escalar pesquisar seguir deixar não deixar

um território caminhar um sendeiro um lugar vocações valores estéticos valores simbólicos uma geografia orientar-se os topônimos um barranco uma montanha uma forma um ponto uma linha perder-se um circulo uma pedra uma cidade um mapa um som os odores errar os espinhos os buracos os perigos um deserto uma floresta um continente imergir-se um arquipélago uma aventura um entulhamento alhures sensações relações vagar objetos frases corpos pessoas animais num buraco penetrar um engradado um muro um recinto um instinto um trilho rastos ir adiante

Francesco Careri – Walkscapes. O caminhar como prática estética



15 I linha- projeto 17 I o território 23 I o projeto – implantação 27 I o constructo 28 I o módulo base 32 I o círculo 37 I a linha 38 I o módulo de 9.6m 42 I a rede 44 I o acesso ao píer e a balsa 47 I os pontos que tocam a terra 49 I o ponto na ilha 52 I energia 54 I transporte e intervenções urbanas 55 I resíduos 56 I oficinas 63 I considerações finais 64 I anexos 72 I referências projetuais 78 I bibliografias



01 I linha-projeto ¹ “a dimensão sensível e afetiva do caminhar” - Thierry Davila ² “caminhar como forma de intervenção urbana que traz consigo os significados simbólicos do ato criativo primário: a errância como arquitetura da paisagem, entendendo-se com o termo paisagem a ação de transformação simbólica, para além da física, do espaço antrópico” – Francesco Careri ³ “Os limites espaciais se mostram menos rígidos. Entre interior e exterior, entre dentro e fora, entre privado e público, entre aqui e lá. Novamente o espaço do “entre”. Entre dois. Estar “entre” não quer dizer ser uma coisa ou outra, quer dizer ser temporariamente uma coisa e outra. Estar no meio de [em train de]... Em transformação. É não somente estar no meio ou em um meio, mas ser o próprio meio.” “Trialogue: lieu/mi-lieu/nonlieu”. In Lieux Contemporains. Paris, Descartes & Cie, 1997

Uma linha desenhada. Conexão. Ligação entre a necessidade e o desejo, pela necessidade e pelo desejo. Um desejo transformado em percurso, encontro, troca. Percurso como parte da construção simbólica do território. Uma linha que nasce do lugar. Sutil e precisa, dialogando com o morar, o preservar e o circular. Uma ligação singela de dois pontos, um caminho da permanência. Linha que possibilita o caminhar não só como fluxo mas como “dimensão sensível e afetiva”¹ como parte do processo de pertencimento. Sobre uma linha que costura um “eu” e um “eles” em um “nós”, como parte de um todo – agentes do território. Conexões sem fim do eu com o mundo, onde o corpo físico e o objeto são uma coisa só. Um todo plural como o meio. Um todo capaz de se reconhecer como parte. O poder do risco enquanto ação, criação de fricção entre atuantes e meio concebida de forma complementar e indissociável. O projeto não é entendido somente como um objeto pragmático de conexão, mas também como um modo de criação de paisagem a partir do entendimento de que o caminhar é uma forma de intervenção urbana.² E de que esse espaço, um espaço do entre, um meio-lugar entre a malha urbana e o Guarapiranga, também é um espaço de possibilidades e descobertas.³ Porque no fim, o que é arquitetura se não um ato de coragem capaz de começar com uma primeira e singela linha? 15



02 I o território ¹ dados de 2010, disponibilizados pela Prefeitura de São Paulo. In “Dados demográficos dos distritos pertencentes às Prefeituras Regionais” ² dado do GeoSampa, disponibilizado pela Prefeitura de São Paulo – consultado em novembro de 2017 ³ ver memorial do projeto urbano (Projeto Urbano: Desejos-Diretrizes)

Com pouco mais de 295 mil habitantes, o distrito do Jardim Ângela na zona sul de São Paulo possui cerca de 37km².¹ É banhado em boa parte pela represa Guarapiranga, importante marco criado pelo homem, quase com a mesma extensão em área: 33km² durante seu nível máximo.² É nessa área, no fundão do Jardim Ângela, que se encontra o Jardim Vera Cruz, área de estudo do projeto urbano. Nas bordas do verde, nas margens da água, às margens da sociedade. Parte de uma grande Área de Preservação de Mananciais, que hoje se encontra tomada por gente. Gente forçada a ocupar as beiras, pela necessidade do morar. Território de dicotomias e também de lutas, entre a batalha por viver e a vontade de preservar. Entre estar muito próximo da represa e ao mesmo tempo muito longe da água. Uma vida entre tantas linhas azuis onde muitas vezes a própria manutenção da vida mata a vida da água. Desta forma, o projeto urbano propõe, através do desenho e do entendimento do espaço, mudar essa relação do homem com o meio, de modo que a água, a natureza e as pessoas, convivam de forma a se complementarem mutualmente. O projeto nasce, portanto, de alguns desejosdiretrizes propostos: a ressignificação dos cursos d’água através do seu afloramento e tratamento, bem como a recuperação de suas nascentes e a criação de uma conexão com a orla da represa Guarapiranga, não somente como forma de lazer, mas também como potência enquanto transporte hídrico na metrópole de São Paulo.³ 17


Localização do Distrito Jardim Angela em São Paulo N Distrito Jardim Angela Represa Guarapiranga e Billings

Localização bairro Jardim Vera Cruz N bairro Vera Cruz Represa Guarapiranga

18


01

02

03

19


Imagem 01 I Bairro Jardim Vera Cruz I escadaria de acesso prรณxima a CEI

Imagem 02 I Bairro Jardim Vera Cruz I prรณximo a รกrea de conexรฃo com a orla da Represa Guarapiranga

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Imagem 03 I Ă rea da conexĂŁo do projeto proposto


“A forma de uma ação surge da necessidade dessa ação, e ao mesmo tempo possibilita essa ação, agora na realidade física compartilhada. Logo, o importante e necessário é a forma que possibilita a ação, e não a ação que pede por uma forma. Embora a urgência de uma necessidade seja o primordial, só a forma que possibilita tal ação é capaz de revelá-la e enaltecê-la.”¹ 22


“A forma é o resultado, não a razão. A beleza não sai da forma sozinha, mas da multiplicidade de impressões, sensações e emoções que a forma tem para nós descobrirmos.” Peter Zumthor

02 I o projeto I implantação ¹ texto parte do artigo de Igor Fracalossi: “Reflexões sobre a Utilidade em Arquitetura”

Implantado em sua maior parte como uma grande linha sobre o rio que marca o território, o projeto, além de evidenciar de diferentes formas a água, é um importante conector urbano para o Jardim Vera Cruz. Responsável por conectar o Clube Náutico e a orla da Represa Guarapiranga não somente com a malha urbana existente do bairro, mas também os novos projetos propostos: a Casa Atemporal, desenvolvida por Maria Kathelijne; o projeto Conviver, por Camila Borges; a Escola Rural, por Kaena Justo; o Píer do Sol, por Vivian Helena e o projeto Navegar, por Maria Clara Calil. É através dele que ocorre também a passagem das produções agrícolas tanto do próprio bairro como as externas que chegam até a feira do Píer do Sol, porta de entrada e saída do bairro. Um projeto por onde passa gente, alimento, água e verde. É um projeto de construção de cidade. Seu desenho é desenvolvido através de 7 formasentes geométricos: o círculo, a linha, o triângulo, o retângulo, o trapézio, a espiral e o ponto. Formas que surgem da ação em si. Ações necessárias, ações desejadas. A principal conexão do bairro com o projeto é feita pela terra, através de uma praça seca de terra batida. É pela terra que, em nível, é possível acessar a forma circular. Sem lados, sem ângulos e com 60 metros de diâmetro, o grande círculo é o responsável pelo desejo de evidenciar o encontro dos 3 córregos que cruzam o território. É o lugar de encontro. Encontro das águas e encontro de gente que passa e que fica. Nele vemos a justa medida da ação da natureza 23


para com a natureza: ora os pequenos cursos d’água quase somem, ora criam pequeno encharcamento da forma. É o espaço do ciclo natural das coisas. É apenas um círculo que demarca o tempo das mudanças contínuas da vida. É do círculo que se inicia o caminho de deck suspenso: a linha. Extremamente precisa, a linha reta, com pouco mais de 250 metros e elevada 60 cm do chão, busca intervenção mínima no território e intensifica a situação natural do meio por contraste. É um risco que cria uma zona instável e não definida entre parada e chegada, interior e exterior, pertencimento e fluxo. Paisagem, arquitetura e meio ambiente trocam continuamente de lugar, sugerindo que as relações do homem com o espaçonatureza incluem aspectos sensíveis e inteligíveis e que ambos coabitam lado a lado, como um processo de pertencimento do território cujas experiências não são só anunciadas, mas mostradas e sentidas. No silêncio entre os sons, assumindo o espaço como valor evocativo, andar pela linha é uma questão de ir de vazio a vazio através de uma costura sensível e corrente. Da inflexão da linha em uma nova direção do caminho, tem-se o triângulo. Uma grande rede de aproximadamente 500m² suspensa sobre a água nos fazendo flutuar. Desse novo direcionamento nasce um eixo paralelo levando de um lado até um pequeno píer na Guarapiranga e de outro até o projeto da Escola Rural. Um eixo que toca dois extremos: a água e a terra. O retângulo é a forma do vazio que se cria entre os eixos perpendiculares 24

do deck. Um vazio preenchido pela água, principal elemento da paisagem. Dele também parte um novo eixo perpendicular que leva à Ilha e ao Clube Náutico. A última inflexão do caminho direcionada para o Píer do Sol cria em desenho o trapézio. Por fim, tudo o que é construído enquanto caminho de deck, é desconstruído no caminho que leva ao ponto na ilha. O caminho de terra na ilha, nasce e respeita o próprio território, originando a espiral. São cerca de 650 metros com inclinação adequada que circunda a ilha por entre as árvores; um caminho marcado pelas próprias pegadas – intervenção inicial do homem no território. O ponto no topo da ilha é o espaço de contemplação, visão da paisagem. Olho é o órgão da tradição, é o olho que percorre e reconhece. É do ponto que vemos a imensidão da água, o verde e o caos da ocupação na encosta da montanha. É no ponto que exacerbamos a pequenez e fragilidade do homem na natureza. Enquanto o percurso do deck é o espaço do coletivo, aqui na ilha é o espaço do indivíduo. Do indivíduo diretamente com o meio e com ele próprio. Do início ao fim, todo projeto procura intervir o mínimo possível nesse território. Com material local de baixo custo, as peças de madeira de seções mínimas facilitam não só o transporte, mas também a montagem e manuseio por pessoais locais. É um trabalho de produção do conhecimento através da construção da própria arquitetura.




“Eu acho que cada projeto tem seu tema. E deve ser formulado de forma muito forte, de modo que todo o edifício e todas as coisas possam ser explicados por esse tema principal.” Peter Zumthor

04 I o constructo sarrafos (0.05x0.05m) - aprox. 44mil m madeira tábuas (0.15x0.025m)- aprox. 32mil m

metal

cabo de aço (tirante) - aprox. 1200 m perfil metálico (0.05x0.05m) - aprox. 550 m seção circular metálica (Ø0.05) - aprox. 830 m seção circular metálica (Ø0.01) - aprox. 1mil m chapa metálica (0.15x0.005m) - aprox. 200m chapa metálica (0.10x0.0025m) - aprox. 140m

barris

90 unidades de 50L

rede

aprox. 500m²

fundações

aprox. 310 unidades

Linha enquanto marcação do território e também enquanto peças de um constructo. São cerca de 44 mil metros lineares de sarrafo de madeira de eucalipto de seção 5x5cm que compõe a maior parte do projeto. Pilares, vigas, vigotas, bancos e guarda-corpo, toda a estrutura é desenvolvida utilizando essa mesma seção, em peças compostas formando uma malha estrutural. Seções pequenas que possibilitam e incentivam o trabalho de pessoas em oficinas de produção local. Além do elemento principal, associam-se a esses sarrafos também peças metálicas aplicadas em vigas, guarda-corpos e bancos, barris para os módulos flutuantes e rede - também produzida por moradores locais. O projeto propõe o mínimo de perda de material, além do reaproveitamento de entulho de construção civil dentro de gaiolas metálicas, formando gabiões como resolução para as contenções dos muros de arrimo. ¹

¹ ver anexo I – memorial quantitativo estimado 27


05 I o módulo base Elevados 60cm em relação ao chão, os módulos base de deck de madeira possuem 4.8m de largura por 4.8m de comprimento. A dimensão respeita o conforto para que se tenha a passagem dos carrinhos que transportam a produção agrícola juntamente com a circulação das demais pessoas. A estrutura é composta por seções de 5x5cm de madeira que se encaixam em uma trama, formando os pilares, vigas e vigotas que sustentam as tábuas do deck. O pilar, que tem a junção de 4 peças, tem seção final de 15x15cm e estão dispostos no sentido longitudinal do caminho com vãos de 4.8 metros. No sentido transversal o maior vão é de 2.4 metros, com 1.20 metros em balanço para cada lado. A viga que vence esse vão menor é composta por 2 peças e um vão entre elas, com seção final de 15cm. A viga a qual vence o maior vão é composta por 4 peças e 3 vãos e tem seção final de 35cm. ¹ Tudo é pensado para que, com a malha estruturada, as peças tenham todas a mesma seção, diminuindo o volume de madeira, além de facilitar a montagem. Como variação do módulo principal, as tábuas são dispostas no sentido transversal, com frestas entre elas. As frestas de 1.25cm seguem a norma de 28

acessibilidade prevista para grelhas, da ABNT NBR 9050.² Assim, vigotas de apoio são colocadas para que se tenha a estruturação das tábuas de acordo com o vão que suportam. Cada módulo recebe um ponto de luz que também é associado a trama de madeira, encaixando-se em um recorte nas tábuas do piso. Toda a fundação é feita através de conectores metálicos que juntam os pilares de madeira com a fundação de concreto. A altura dos pilares varia conforme a topografia e sua fundação atinge um solo resistente para melhor estruturação dos módulos. Os vãos dos pilares também são pensados de modo que haja a menor quantidade de fundações possível no território.

¹ ver anexo II – cálculo estrutural ² ver anexo III - Norma de acessibilidade, ABNT NBR 9050 – Item 6.5.3


vigas

cm)

480 x15x

(5

vigas (5x35x480cm)

1b

Perspectiva

tรกbuas no sentido longitudinal ao caminho

pilares (15x15cm)

1a

1c vigas (5x35x480cm)

viga

m)

480c

15x s (5x

vigotas (5x5x480cm)

1b

Perspectiva

tรกbuas no sentido transversal ao caminho

pilares (15x15cm)

1a 29


A A

B B

1 1

2 2

Planta

escala 1:50

1e

Vista 01

1a

escala 1:50

iluminação encaixada entre as tábuas

1a I Detalhe - fundação 30

1e I Detalhe - iluminação escala 1:20


1b I Detalhe

encaixe pilar/viga

1d I Detalhe

encaixe pilar/viga

1c I Detalhe

frestas das tรกbuas 31


06 I o círculo Como dito, o círculo é o responsável por conectar a malha urbana com o projeto, além de conectar também o projeto Conviver e a Casa Atemporal. A conexão com a malha urbana é feita pela clareira de terra que sai da estação elevatória, acessando o deck em nível. Na outra extremidade, um pequeno muro de gabião com entulho possibilita a implantação do círculo e se torna um ponto de permanência com a criação de um banco feito por sarrafos instalados em cima da contenção. Todas as ligações dos projetos propostos com o círculo são feitas através dos módulos com frestas, soltando essas ligações do círculo em si. O módulo estrutural segue a mesma lógica do módulo base de deck, com vãos de 4.8 metros, sendo o círculo inteiro feito com 39 módulos. Por conta da sua angulação (raio de 60m) as peças foram preservadas em seu tamanho original e as frestas se adequam radialmente. Sua dimensão também de 1.25cm segue a norma de acessibilidade prevista para grelhas, da ABNT NBR 9050.¹ ¹ ver anexo III - Norma de acessibilidade, ABNT NBR 9050 – Item 6.5.3

32



muro de arrimo

1e 1a

A I Corte - muro de arrimo I banco escala 1:75

terra muro de arrimo

1e 1a

C I Corte - acesso ao deck em nível pela praça seca

escala 1:75

B I Corte - estiagem e cheia do rio escala 1:200

acesso ao Projeto Casa Atemporal A

34

B


Planta - associação de 3 módulos

escala 1:125

A

A

B

B

C

C

tábuas no sentido radial e com frestas

D

D

1

2

1

2

círculo de Ø60m composto por 39 módulos de 4.8m Planta I Conexão escala 1:200

acesso ao Projeto Conviver tábuas no sentido longitudinal

conexão tábuas com frestas no sentido transversal

círculo tábuas com frestas no sentido radial iluminação no deck a cada 4.8m

acesso ao círculo pela praça seca

Estação Elevatória de Esgoto

bairro Jardim Vera Cruz

C

Corte Esquemático 0

5 10 15



07 I a linha

A maior parte da linha é feita com os módulos base, elevados 60cm do solo, com tábuas no sentido longitudinal. Onde o curso do rio cruza o caminho inverte-se o sentido das tábuas, criando pequenas frestas de 1,25cm por onde é possível ver o rio que passa, uma forma sutil de evidenciar. No encontro do rio intermitente com o curso d’água principal também se cria um novo modo de evidenciá-lo. Desloca-se 3 módulos com frestas, possibilitando que o encontro desses rios também seja visto. Como uma possível parada, há também a colocação de um banco de 9.6m e uma rampa de 14.4m de cada lado, levando até a nova clareira na paisagem. rampa

0 2

4

5

Planta I Rio Intermitente

rio intermitente

iluminação

3 módulos de tábuas com frestas

banco

37


06 I o módulo de 9.6m Aproximando-se da área inundável, o deck tem por necessidade ser mais alto. Com a altura maior em relação ao nível do solo, torna-se possível aumentar o vão entre pilares, reduzindo mais ainda a quantidade de fundações que pontuam o território. Nesta área todas as tábuas possuem frestas. Neste trecho, tanto os módulos de 4.8m de largura, quanto os módulos de 2.4m de largura dos eixos perpendiculares, possuem um vão de 9.6 metros. Com um maior vão, tornase necessário aumentar a altura de viga, passando a ser uma combinação entre as vigas principais e a nova viga vagão. A dimensão final de 70cm dessa associação vence o vão necessário sem que haja aumento de volume de peças de madeira. Além da viga vagão, por ser módulos de deck com altura variante- tendo a altura máxima de 4m em relação ao solo - há também a inserção de guarda-corpos. Os guarda-corpos, assim como os bancos, também são feitos através das mesmas peças de madeira, com seção 5x5cm e são encaixados nas frestas das tábuas. Há também uma outra variação do guarda-corpo, feito por linhas metálicas, usados em momentos onde é interessante retirar-se o volume 38

para ver-se a paisagem. Todos os detalhes de encaixes e acabamentos são resolvidos sempre com a mesma seção de chapas metálicas, fixadas com parafusos passantes na madeira. A complexidade vivida é experimentada como um amplo espectro de espaços sociais na paisagem aberta. Porém os elementos construtivos são sempre os mesmos. Esta dicotomia é uma fonte permanente de tensão. A repetição dos sarrafos de madeira nos guarda-corpos reforça o tema, criando aqui um ritmo e certa música ao projeto, além de um caráter lúdico. “Ao contrário de passar confortavelmente com a mão, você passa com uma vareta, tirando música e de acordo com a altura que você está vai dar uma vibração diferente.” ¹

¹ Marcos Acayaba sobre o trabalho assessorado em workshop com os alunos, realizado no dia 20 de setembro de 2017


guarda-corpo metรกlico 4c

4d

4a 1a

Perspectiva I mรณdulo 4.8x9.6m

deck com guarda-corpo metรกlico e de madeira

guarda-corpo de madeira 4b 4c

4a 1a

Perspectiva I mรณdulo 2.4x9.6m

deck com guarda-corpo de madeira e banco 39


A

B

1

Planta I módulo 2.4x9.6m escala 1:100

4a

nível máximo da represa

1a

Vista 02

escala 1:100

4b nível máximo da represa

Vista 01

escala 1:100

40

4b I Detalhe - encaixe do banco


4b I Detalhe - encaixe do banco

4b I Detalhe - encaixe do banco

4c I Detalhe - guarda-corpo de madeira

4c I Detalhe - corrimão

4d I Detalhe - guarda-corpo metálico

4d I Detalhe - fixação 41


09 I a rede São cerca de 500m² de rede de trapézio de circo fixada e tensionada em todas as 3 laterais do triângulo por argolas em chapas metálicas parafusadas nas vigas. As duas laterais que faceiam os decks são livres de qualquer tipo de proteção, permitindo o acesso a esse espaço. Apenas a maior lateral defronte para a encosta da montanha possui um guarda-corpo metálico. 5a I Detalhe - guarda-corpo I rede

5b I Detalhe - fixação escala 1:20

guarda-corpo metálico e banco

5b

rede 1a

Corte I Rede escala 1:100

42



10 I o acesso ao píer e a balsa Com o deck a 4 metros de altura, torna-se necessário no eixo do píer que haja um módulo variante e um módulo flutuante, além dos módulos fixos, possibilitando a variação da altura desse trecho entre o nível máximo e o nível mínimo da represa. Desta forma, cria-se um módulo variante de pouco mais de 30 metros de comprimento com uma viga/guardacorpo metálico de 1.5m, responsável por estruturar esse trecho. A conexão desse módulo variante tanto com o módulo fixo do caminho quanto com o módulo flutuante são conexões móveis que possibilitam essa variação de altura. Na ponta desse píer existe o módulo flutuante, feito com barris. Do mesmo modo é criado as balsas, que navegam pela represa e que também conectam com o projeto Navegar. A estrutura segue a mesma lógica do deck, com seções de madeira de 5x5cm. Cada balsa de 2.4x2.8m, possui 18 barris e suporta até 900kg. As balsas ao serem associadas entre si, podem se tornar pequenos cinemas flutuantes ou palco para apresentações de teatro, dança e música. Sua estrutura também possibilita pequenos encostos ou até hastes que possam prender tecidos para projeções entendendo que cultura é um eixo estratégico de mudança social e, por consequência, espacial. 44

Planta - balsa esca la 1:75

Corte - balsa escala 1:75

Perspectiva - balsa


Rampa I Pier - variação do nível da água módulos fixos de deck - guarda-corpo de madeira

Corte Longitudinal - nível máximo da represa escala 1:200

módulos fixos de deck - guarda-corpo de madeira

Corte Longitudinal - nível mínimo da represa

escala 1:200

módulo variante - viga/guarda-corpo metálico

módulos flutuantes

vão de 33.60m I viga metálica H=1.50m

módulo variante - viga/guarda-corpo metálico

vão de 33.60m I viga metálica H=1.50m

módulos flutuantes



11I os pontos que tocam a terra Em todo o momento que os decks voltam a tocar a terra, o guarda-corpo começa a perder seu volume, deixando de ser composto por sarrafos de madeira, e se tornando linhas de um guarda-corpo metálico, que se estende até tocar o chão. Ato de desmaterialização.

guarda-corpo metálico

guarda-corpo de madeira

Corte I Guarda-corpo - balsa 47



12 I o ponto na ilha

No topo da ilha, um dos pontos altos do território, há um espaço para a contemplação da paisagem – do verde, da represa e da ocupação ao fundo na orla do Guarapiranga. Assim como todo o projeto somente usa a madeira, metal e entulho, a ilha segue o mesmo raciocínio e modulação. O acesso se faz através de uma rampa de terra de 25 metros de comprimento a partir do topo - na cota 753 - onde o muro de arrimo também é feito com gabião de entulho. Na rampa descemos novamente no terreno - olhando para o céu - até o patamar do projeto, na cota 750.4. Neste patamar tem-se um módulo de 4.8m de chão de terra batida que permanece plano e logo em seguida, mais um módulo de 4.8m de tábuas de madeira com uma leve inclinação, subindo até chegar na cota 751 na ponta do volume, da onde então olha-se para frente - para a paisagem. Reenquadramento e elevação pictórica. Aqui a construção é interna e irradia. A forma como a abertura enquadra a vista transforma o mundo exterior em um mundo a ser apreciado. “É preciso estar presente. Presente à imagem no minuto da imagem.”¹ A cobertura desse volume de tábuas com frestas, não pretende ser um abrigo da chuva, mas uma sombra. A estrutura deslocada das paredes, segue a mesma modulação e estrutura dos decks, criando também um vazio na cota superior. ¹ “A poética do espaço” – Gaston Bachelard página 01. São Paulo I 2000 49


A 749

B

750

B

751

752

A

753

Planta I Inferior escala 1:200 N

Corte AA

escala 1:100


A

749

B 750 751

B 752

A

753

Planta I Superior escala 1:200 N

Corte BB

escala 1:100


13 I energia Toda a energia para os pontos de luz dos decks provém de um sistema eólico de hastes sem hélices. A energia produzida também é compartilhada com o Projeto Conviver. Da mesma forma que a linha de vale é marcada com o deck, a linha de festo é marcada com 15 hastes, alinhadas em altura. O sistema “Vortex Bladeless” desenvolvido por David Yàñes, Raúl Martín e David Suriol é composto por hastes de fibra de carbono e fibra de vidro, com mastros flexíveis que oscilam com o vento, capazes de converter a energia cinética em eletricidade. ¹ Além das 15 hastes na linha de festo, abaixo próximo à clareira do rio intermitente, há um pequeno ponto de apoio para equipamentos necessários para este tipo de instalação.

¹ ver anexo IV – Vortex Bladeless

52


haste flexível oscilante Sistema tradicional com hélices fibra de carbono e vidro

13m

Sistema proposto sem hélices

energia cinética recolhida por um alternador linear na base da haste 13m

4kW

1 casa

Sistema Vortex Bladeless

1MW 150m

sistema magnético prolonga o sistema por horas

400 casas

Corte I Gerador de Energia escala 1:1000

53


14 I transporte e intervenções urbanas Para o transporte dos produtos agrícolas entre o bairro e a feira do Píer foi adotado o modelo proposto pelo coletivo artístico OPAVIVARÁ!, apresentado na 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva, em 2016. Transnômades, carrinhos movidos a tração humana, é uma forma de ressignificar o lixo como matéria prima, reforçando o posicionamento do projeto em relação ao reaproveitamento de materiais, reduzindo a quantidade de resíduos gerados. Outro modelo adotado foi o Ciclolix, ação parte do Projeto Relix, patrocinado pelo Governo de Alagoas, bicicletas de carga utilizada na coleta de resíduos reciclados. Os carrinhos, além de transportar os alimentos e resíduos, também podem ser utilizados para o transporte dos materiais utilizados na construção do projeto, bem como formas de intervenção urbana a exemplo também do duo de artistas audiovisuais “Vj Suave”. ¹

¹ ver anexo V – Transnômades, Ciclolix e Vj Suave

54


15 I resíduos Todo resíduo orgânico e reciclado é coletado tanto na praça seca do círculo quanto ao final do eixo da Escola Rural e do Clube Náutico através de lixeiras com diferentes compartimentos. As lixeiras possuem fechamentos de placas de policarbonato e estrutura com seções de madeira de 2.5x2.5cm, reaproveitando sobras do próprio sarrafo dos decks. Os resíduos orgânicos coletados são encaminhados à Escola Rural e os resíduos reciclados são levados até as oficinas de reciclagem, propostas pelo projeto urbano, próximas à Estação Elevatória de Esgoto, onde viram novamente matéria-prima.

Elevação I Lixeira

Corte I Lixeira

0

0.25 0.50 0.75 m

Planta I Lixeira 55


14 I oficinas Adotando os sarrafos de 5x5cm como peças “universais” podemos entender a diversidade de construções possíveis de se fazer com esse tipo de estrutura. É desta forma que se propõe a construção das oficinas: módulos construídos com as mesmas seções de madeira do deck, onde podem ser feitos, por moradores locais, todas as peças da construção do projeto e de onde, ao final da construção, as peças das próprias oficinas podem ser reutilizadas, reforçando novamente o caráter de reduzir a quantidade de resíduos gerados. O modelo também pode ser adotado para a construção de oficinas de reciclagem, lavanderias, pontos de troca e até mesmo de unidades habitacionais. A estrutura é toda feita através de sarrafos de 5x5cm e os fechamentos com placas de policarbonato que possibilitam a diversidade de planta, de fachada e fechamento, de cobertura e de implantação no terreno.

56


telha metálica vigas vazadas ventilação permanente

fechamento em ripas e placas de policarbonato

estrutura de madeira em seções de 5x5cm

Vista Transversal I Oficina escala 1:75

Vista Longitudinal I Oficina escala 1:75

57


0

2

4

6

Composições de plantas

(oficinas, lavanderias, pontos de troca, etc)

Implantação

terreno em declive escala 1:200

Implantação

terreno em aclive escala 1:200

58


Corte Transversal I Cobertura meia รกgua escala 1:75

Corte Transversal I Cobertura duas รกguas escala 1:75

59


madeira ou policarbonato abrir, correr, basculante, pivotante

PainĂŠis de fechamento escala 1:100

Composiçþes de fachadas escala 1:100

60




17 I considerações finais Projetar o invisível dá medo. Dá medo porque a gente sempre acha que está fazendo errado, ou que está fazendo pouco. Que poderíamos estar fazendo mais. Mas o que é “fazer mais” quando nem o “mínimo” temos? Como podemos querer o “mais” quando tudo que precisamos é algo que fale extremamente baixo. E que por falar extremamente baixo, grita na frequência inversa. Um grito tão silencioso e ao mesmo tempo tão forte e alto. É grito de luta de resistência à lógica e ao jeito ao qual conhecemos de fazer arquitetura. Nossa mão ensinada no princípio a ser pesada torna tudo difícil. Exige um exercício contínuo não só no traço, no risco, mas no olhar. Um exercício de limpar os ornamentos e enxergar as necessidades. O processo é o inverso, a gente começa desenhando o todo para então entender o que de fato é o essencial escondido por trás de todos os enfeites. E então a gente começa a enxergar o invisível. Um exercício de entender que pertencemos em um mundo de onde devemos aprender a tirar proveito do que já existe, evidenciando as potencialidades locais. E enxergar também que mesmo o que parece um caos, tem ordem, tem beleza. Que ser inacabado é exatamente o que torna o lugar algo cheio de possibilidades. E saber entender essas inúmeras possibilidades e traduzi-las no desenho é parte que nos diz respeito. Um desenho gentil, preciso, invisível.

Invisível por respeitar o território. Por nunca ser “mais”, não ser pretencioso, não querer ser protagonista, mas ser exatamente o necessário. Entender que somos parte de um todo extremamente plural e cheio de peculiaridades nos mostra que nosso desenho nunca deve ser sobre nós, porque ele nunca foi. Nosso desenho não nos pertence. É sujeito capaz de ação. Ações reais, capaz de transformar. Transformar a realidade a partir de novas formas alternativas de entender a vida, formas que possibilitem cada vez mais a autossuficiência e a complementariedade do homem com o meio. E é isso que este trabalho, assim como o projeto urbano me ensinou. O que os colegas de trabalho e os professores ensinaram. E acima de tudo, o que aprendi também com os moradores do Fundão. A ser leve, gentil. A exercitar o olhar e o traço. A conciliar o desejo com a necessidade. Porque é nessa arquitetura que acredito. Uma arquitetura que não precisa de muito para ser o essencial. Porque projetar o invisível, é preciso.

“Se ignoras o Homem, a arquitetura é desnecessária” Álvaro Siza 63


18 I anexos Anexo I – Memorial Quantitativo Estimado 01. MÓDULOS 4.80x4.80m (tábuas com frestas) Vigas (4.80x0.05x0.05m) x 29 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 30 unid. Pilares (0.60x0.05x0.05m) x 16 unid. Tábuas (4.80x0.15x0.025m) x 30 unid.

TOTAL = 139.20 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 1.50 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 9.60 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 144.00 m/0.15x0.025m tábuas

Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 150.30 m TOTAL = 144.00 m

Para 53 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 7965.90 m TOTAL = 7632.00 m

02. MÓDULOS 4.80x4.80m (tábuas sem frestas) Vigas (4.80x0.05x0.05m) x 22 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 42 unid. Pilares (0.60x0.05x0.05m) x 16 unid. Tábuas (4.80x0.15x0.025m) x 32 unid.

TOTAL = 105.60 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 2.10 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 9.60 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 153.60 m/0.15x0.025m tábuas

Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 117.30 m TOTAL = 153.60 m

Para 54 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 6334.20 m TOTAL = 8294.40 m

03. MÓDULOS 4.80x2.40m (tábuas com frestas) Vigas (4.80x0.05x0.05m) x 10 unid. (2.40x0.05x0.05m) x 12 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 18 unid. Pilares (0.60x0.05x0.05m) x 8 unid. Tábuas (4.80x0.15x0.025m) x 30 unid.

TOTAL = 48.00 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 28.80 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 0.90 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 4.80 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 72.00 m/0.15x0.025m tábuas

Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 154.50 m TOTAL = 72.00 m

Para 9 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 1390.50 m TOTAL = 648.00 m

64


04. MÓDULOS 9.60x4.80m (tábuas com frestas) Vigas (9.60x0.05x0.05m) x 15 unid. (4.80x0.05x0.05m) x 22 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 55 unid. Pilares (2.50x0.05x0.05m) x 16 unid. Tábuas (4.80x0.15x0.025m) x 59 unid. Tirante (14m) x 2 unid. Perfil metálico (1.50x0.05x0.05m) x 4 unid. Seção circular metálica (0.85/Ø0.01m) x 8 unid. Chapa metálica (0.60x0.15x0.005m) x 8 unid.

TOTAL = 144.00 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 105.60 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 2.75 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 40.00 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 283.20 m/0.15x0.025m tábuas TOTAL = 28 m tirante TOTAL = 6.00 m/0.05x0.05m perfil metálico TOTAL = 6.80 m/Ø0.01m seção circular metálica TOTAL = 4.80 m/0.15x0.005m chapa metálica

Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Tirante Perfil metálico (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.15x0.005m)

TOTAL = 575.55 m TOTAL = 283.20 m TOTAL = 28 m TOTAL = 6.00 m TOTAL = 6.80 m TOTAL = 4.80 m

Para 36 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Tirante Perfil metálico (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.15x0.005m)

TOTAL = 20719.80 m TOTAL = 10195.20 m TOTAL = 1008.00 m TOTAL = 216.00 m TOTAL = 244.80 m TOTAL = 172.80 m

05. MÓDULOS 9.60x2.40m (tábuas com frestas) Vigas (9.60x0.05x0.05m) x 9 unid. (2.40x0.05x0.05m) x 22 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 22 unid. Pilares (2.50x0.05x0.05m) x 8 unid. Tábuas (2.80x0.15x0.025m) x 59 unid. Tirante (14m) x 1 unid. Perfil metálico (1.50x0.05x0.05m) x 2 unid. Seção circular metálica (0.85/Ø0.01m) x 4 unid. Chapa metálica (0.60x0.15x0.005m) x 4 unid.

TOTAL = 86.40 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 52.80 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 1.10 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 20.00 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 283.20 m/0.15x0.025m tábuas TOTAL = 14 m tirante TOTAL = 3.00 m/0.05x0.05m perfil metálico TOTAL = 3.40 m/Ø0.01m seção circular metálica TOTAL = 2.40 m/0.15x0.005m chapa metálica

Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Tirante Perfil metálico (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.15x0.005m)

TOTAL = 160.30 m TOTAL = 283.20 m TOTAL = 14 m TOTAL = 3.00 m TOTAL = 3.40 m TOTAL = 2.40 m

Para 15 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 2404.50 m TOTAL = 4248.00 m 65


Tirante Perfil metálico (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.15x0.005m)

TOTAL = 210.00 m TOTAL = 45.00 m TOTAL = 51.00 m TOTAL = 36.00 m

06. MÓDULO VARIANTE 38.40x2.40m (tábuas com frestas) Vigas (9.60x0.05x0.05m) x 24 unid. TOTAL = 230.40 m/0.05x0.05m sarrafos (2.40x0.05x0.05m) x 88 unid. TOTAL = 211.20 m/0.05x0.05m sarrafos Seções (0.05x0.05x0.05m) x 33 unid. TOTAL = 1.65 m/0.05x0.05m sarrafos Tábuas (2.40x0.15x0.025m) x 236 unid. TOTAL = 566.40 m/0.15x0.025m tábuas Perfil metálico (9.60x0.05x0.05m) x 16 unid. TOTAL = 153.60 m/0.05x0.05m perfil metálico Perfil metálico (1.40x0.05x0.05m) x 40 unid. TOTAL = 56.00 m/0.05x0.05m perfil metálico Perfil metálico (2.30x0.05x0.05m) x 36 unid. TOTAL = 82.80 m/0.05x0.05m perfil metálico Para 1 módulo (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Perfil metálico (0.05x0.05m)

TOTAL = 443.25 m TOTAL = 566.40 m TOTAL = 292.40 m

07. MÓDULO FLUTUANTE 2.80x2.40m (tábuas sem frestas) Vigas (2.80x0.05x0.05m) x 9 unid. TOTAL = 25.20 m/0.05x0.05m sarrafos (2.40x0.05x0.05m) x 8 unid. TOTAL = 19.20 m/0.05x0.05m sarrafos Seções (0.05x0.05x0.05m) x 20 unid. TOTAL = 1.00 m/0.05x0.05m sarrafos Tábuas (2.40x0.15x0.025m) x 19 unid. TOTAL = 45.60 m/0.15x0.025m tábuas Barris (50 litros) x 18 unid. TOTAL = 18 unid. barris Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Barris (50 litros) x 4 unid.

TOTAL = 45.40 m TOTAL = 45.60 m TOTAL = 18 unid.

Para 5 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Barris (50 litros) x 4 unid.

TOTAL = 227.00 m TOTAL = 228.00 m TOTAL = 90 unid.

08. GUARDA-CORPO DE MADEIRA + CORRIMÃO METÁLICO 9.60x1.15m (tábuas sem frestas) Sarrafos (1.15x0.05x0.05m) x 58 unid. TOTAL = 66.70 m/0.05x0.05m sarrafos Seção circular metálica (9.60/Ø0.05m) x 1 unid. TOTAL = 9.60 m/Ø0.05m seção circular metálica Seção circular metálica (0.10/Ø0.01m) x 7 unid. TOTAL = 0.70 m/Ø0.01m seção circular metálica Chapa metálica (0.12x0.05x0.0025m) x 7 unid. TOTAL = 0.84 m/0.05x0.0025m chapa metálica Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.05x0.0025m)

66

TOTAL = 66.70 m TOTAL = 9.60 m TOTAL = 0.70 m TOTAL = 0.84 m


Para 56,5 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.05x0.0025m) * ou 23.73 m chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 3768.55 m TOTAL = 542.40 m TOTAL = 39.55 m TOTAL = 47.46 m *

09. GUARDA-CORPO METÁLICO 9.60x1.05m Seção circular metálica (9.60/Ø0.05m) x 1 unid. Seção circular metálica (0.925/Ø0.01m) x 11 unid. Seção circular metálica (9.60/Ø0.01m) x 1 unid. Chapa metálica (0.10x0.10x0.0025m) x 11 unid. Chapa metálica (0.05x0.10x0.0025m) x 11 unid.

TOTAL = 9.60 m/Ø0.05m seção circular metálica TOTAL = 10.175 m/Ø0.01m seção circular metálica TOTAL = 9.60 m/Ø0.01m seção circular metálica TOTAL = 1.10 m/0.10x0.0025m chapa metálica TOTAL = 0.55 m/0.10x0.0025m chapa metálica

Para 1 módulo: Seção circular metálica (Ø0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 9.60 m TOTAL = 19.775 m TOTAL = 1.65 m

Para 30 módulos (projeto): Seção circular metálica (Ø0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 288.00 m TOTAL = 593.25 m TOTAL = 49.50 m

10. BANCO DE MADEIRA + ENCOSTO METÁLICO 9.60m Sarrafos (0.50x0.05x0.05m) x 58 unid. TOTAL = 29.00 m/0.05x0.05m sarrafos Sarrafos (0.60x0.05x0.05m) x 114 unid. TOTAL = 68.40 m/0.05x0.05m sarrafos Sarrafos (9.60x0.05x0.05m) x 2 unid. TOTAL = 19.20 m/0.05x0.05m sarrafos Seção circular metálica (9.60/Ø0.01m) x 1 unid. TOTAL = 9.60 m/Ø0.01m seção circular metálica Seção circular metálica (0.432/Ø0.01m) x 7 unid. TOTAL = 3.024 m/Ø0.01m seção circular metálica Chapa metálica (9.60x0.10x0.0025m) x 1 unid. TOTAL = 9.60 m/0.10x0.0025m chapa metálica Chapa metálica (0.05x0.10x0.0025m) x 7 unid. TOTAL = 0.35 m/0.10x0.0025m chapa metálica Para 1 módulo: Sarrafos (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 116.60 m TOTAL = 12.624 m TOTAL = 9.95 m

Para 7 módulos (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 816.20 m TOTAL = 88.368 m TOTAL = 69.65 m

11. ILHA (cobertura e piso) Vigas (4.50x0.05x0.05m) x 42 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 252 unid. Tábuas (4.80x0.15x0.025m) x 28 unid. Tábuas (8.60x0.15x0.025m) x 26 unid.

TOTAL = 189.00 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 12.60 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 134.40 m/0.15x0.025m tábuas TOTAL = 223.60 m/0.15x0.025m tábuas 67


Para 1 módulo (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m)

TOTAL = 201.60 m TOTAL = 358.00 m

12. REDE – TRIÂNGULO Vigas (50.10x0.05x0.05m) x 3 unid. Seções (0.05x0.05x0.05m) x 110 unid. Pilares (2.50x0.05x0.05m) x 16 unid. Rede (50.10x21.70x45.15m) x 1 unid. Chapa metálica (0.05x0.05x0.0025m) x 55 unid.

TOTAL = 150.30 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 5.50 m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 40.00m/0.05x0.05m sarrafos TOTAL = 489.87 m² TOTAL = 2.75 m/0.05x0.0025m chapa metálica

Para 1 módulo (projeto): Sarrafos (0.05x0.05m) Rede Chapa metálica (0.05x0.0025m) * ou 1.375 m chapa metálica (0.10x0.0025m)

TOTAL = 195.80 m TOTAL = 489.87 m² TOTAL = 2.75 m *

13. GABIÃO DE ENTULHO Entulho

TOTAL = 74.82 m³

14. FUNDAÇÕES Fundações

TOTAL = 312 unid.

________________________________________________________________________________ TOTAL: Sarrafos (0.05x0.05m) Tábuas (0.15x0.025m) Tirante Perfil metálico (0.05x0.05m) Seção circular metálica (Ø0.05m) Seção circular metálica (Ø0.01m) Chapa metálica (0.15x0.005m) Chapa metálica (0.10x0.0025m) Barris (50L) Rede Entulho Fundações

68

TOTAL = 44467.30 m TOTAL = 32170.00 m TOTAL = 1218.00 m TOTAL = 553.40 m TOTAL = 830.40 m TOTAL = 1016.97 m TOTAL = 208.80 m TOTAL = 143.85 m TOTAL = 90 unid. TOTAL = 489.87 m² TOTAL = 74.82 m³ TOTAL = 312 unid.


Anexo II – Cálculo Estrutural 01. dimensionamento da viga à flexão carregamento 5KN/m² = 500kgf/m² (multidões) carregamento adotado: 2,5KN/m² = 250kgf/m² madeira eucalipto (madeira verde – flexão) – E=9689mPa q= 250kgf/m² x 2,4m -> q=600kgf/m a) M = ql²/8 = 600x4,8²/8 -> M=1728kgf/m -> M=172800kgf/cm viga: b=5cm I h=35cm b) I = bxh³/12 = 5x35³/12 -> I =17864,58cm4 c) E = 9689mPa = 9689x106N/m² = 9689x106x0,1kgf/104cm² -> E=96890kgf/cm² d) q = 600kgf/m = 600kgf/100cm -> q=6kgf/cm e) f = 5xqxl4/384xExI ≤ L/200 -> 5x6x(480)4/384x96890x17864,58 = 2,395cm 2,395<2,4 passa na verificação Portanto: Viga composta de 4 vigotas de seção 5x5cm + 3 vazios de 5cm – total de 5x35x480cm (verificada) 02. dimensionamento do pilar à compressão Altura máxima = 4m Ainf = 4,8x2,4m= 11,52m² q=250kgf/m² madeira de eucalipto (madeira verde) fc= 26,3mPa = 263kgf/cm² E=11572mPa=115720kgf/cm² b=h=15cm a) carga pilar: P= nº pav x Ainf x q -> P=1x11,52x250 -> P=2880kgf b) tensão admissível σcomp = 0,2xfc = 0,2x263 -> σcomp = 52,6kgf/cm² σel = 2/3 σcomp = 2/3 x 52,6 -> σel = 35,06kgf/cm² c) σc atuante ≤ σel 2880/A ≤ 35,06 -> A=82,14cm² (ou maior) pilar quadrado 15x15 = 225cm² -> A=225,00cm² sendo A=225cm² -> 2880/225 ≤ 35,06 -> 12,8≤35,06 passa pela verificação d) cálculo de esbeltez λ=3,46xL/b ≤ 150 3,46x400/15 = 92,26≤150 passa pela verificação e) para 64 < h ≤ 150 σfl = π² x E/4 x λ² = π²x115720/4(92,26)² -> σfl=33,544kgf/cm² f) σc atuante ≤ σfl 12,8≤33,544 passa pela verificação Portanto: Pilar composto de 4 seções de 5x5cm com vazios entre peças – total de 15x15x400cm (verificado) 69


Anexo III – Norma de acessibilidade, ABNT NBR 9050 – Item 6.5.3 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - 2015 “6.3.5 Grelhas e juntas de dilatação Em rotas acessíveis, as grelhas e juntas de dilatação devem estar fora do fuxo principal de circulação. Quando não possível tecnicamente, os vãos devem ter dimensão máxima de 15 mm, devem ser instalados perpendicularmente ao fuxo principal ou ter vãos de formato quadriculado/circular, quando houver fuxos em mais de um sentido de circulação.”

Anexo IV – Vortex Bladeless A empresa Vortex de David Yàñes, Raúl Martín e David Suriol, desenvolveu uma tecnologia capaz de gerar energia a partir do vento em um sistema de energia aerogerador vertical sem hélices. “Vortex é capaz de capturar a energia cinética do vendo graças ao efeito de vorticidade e eventualmente transformar isso em eletricidade. A tecnologia busca otimizar as especificações do aerogerador como manutenção e requisitos operacionais, custos de amortização, ruído, logística, impacto ambiental e design, enquanto produz energia de maneira segura, limpa e eficiente e 50% mais barato do que as turbinas eólicas pequenas atuais” Segundo os desenvolvedores, o sistema é mais econômico, mais leve, produz menos ruídos e representa um risco inferior quanto a emissão de carbono no ecossistema em relação ao sistema tradicional com hélices. “Vortex Bladeless baseia-se num fenômeno aerodinâmico denominado vorticidade, no qual o vento que flui ao redor de uma estrutura cria um padrão de pequenos vórtices. Essas aerodinâmicas são suficientes para fazer uma estrutura fixa oscilar e entrar em ressonância com as forças laterais do vento.” O primeiro modelo que está sendo produzido e comercializado é a Vortex Mini, com 12.5m de altura, com potência de 4kW, capaz de gerar energia suficiente para abastecer uma residência. O modelo foi apresentado para o mercado residencial e para outras aplicações eólicas de pequena escala.¹

¹ informações disponíveis no site da empresa Vortex

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Anexo V – Transnômades, Ciclolix e Vj Suave TRANSNÔMADES: Desenvolvido na 32ª Bienal de São Paulo em 2016, Transnômades é um conjunto de carrinhos móveis, desenvolvido pelo coletivo artístico OPAVIVARÁ!, que utiliza elementos descartados para intervirem no espaço urbano, através de dispositivos habitados pelos participantes. “Transnômades, módulos móveis, carrinho carroça adaptado, transsignificado, movido por tração humana percorrendo os espaços públicos extramuros da cidade, células de transporte vital para o funcionamento dos fluxos arteriais da megalópole pulsante. (...) Ressignificando o lixo como matéria prima e reintegrando ao sistema de produção. (...) Dessa vida em movimento ressignificamos esses dispositivos móveis propondo dinâmicas a partir de outros usos que os próprios carregadores e carroceiros conferem nos entretempos do dia a dia, nos intervalos do trabalho. Uma cama para a hora de descanso, uma cabana/ casa para a noite que acontece na rua, uma mesa para o almoço, pra uma conversa, um carteado na hora da pausa da correria, uma biblioteca de livros achados no lixo, o som do radinho sacolejante. (...) Uma coletividade nômade ocupando os espaços abertos da cidade criando intervalos no fluxo urbano para pensarmos sobre a aceleração do tempo e a compartimentação do espaço, sobre as incertezas vivas. Ativando outros modos possíveis de se viver junto” ¹ CICLOLIX: Ação parte do Projeto Relix, do Governo de Alagoas, que disponibiliza bicicletas de carga para a coleta de resíduos recicláveis, incentivando a cultura do descarte adequado, além da ressignificação do lixo. “Realizamos exposições fotográficas e doamos 100 lixeiras, entre orgânicas e inorgânicas, para coleta seletiva e 30 bicicletas coletoras para associações, cooperativas de catadores e atividades alinhadas ao tema. Um esforço multidisciplinar com o objetivo de criar a cultura do descarte adequado dos resíduos e conscientizar da necessidade de não apenas reciclar o lixo, mas de revisar o seu próprio conceito.”² VJ SUAVE: Desenvolvido por um duo de artistas audiovisuais formado por Ceci Soloaga e Ygor Marotta, o grupo propõe com suas obras experiências únicas entre o expectador e a cidade. As animações são feitas a partir de desenhos a mão, transformados em animação digital e projetados de acordo com a arquitetura do espaço através de triciclos adaptados com projetores, computadores, microfones e baterias. Seu projeto já foi inclusive exibido em vários filmes e festivais musicais nacionais e internacionais. “Suaveciclo é uma performance que utiliza triciclos audiovisuais adaptados com projetor, computador, caixas de som e baterias. Eles são usados como suporte para que personagens ganham vida e percorram o espaço aberto, iluminando as paredes em grande escala. As projeções iluminam paredes, árvores, calçadas e todo espaço urbano, propondo a interatividade das animações com o público. Através do vídeo manipulado em tempo real, VJ SUAVE leva a arte itinerante para todos os públicos, criando momentos únicos entre a cidade e o espectador.”³ ¹ trechos da carta sobre a concepção dos Transnômades, disponível pelo grupo OPAVIVARÁ! ² trecho disponível no site dos artistas. ³ trecho disponível no site do projeto. 71


The Infinite Bridge I Gjøde & Povlsgaard Arkitekter

Árvore Milkshake I pH+


Galeria Adriana VarejĂŁo I Tacoa Arquitetos


Paprocany Lake Shore Redevelopment I RS+


Mirante Las Cruces I ELEMENTAL

Passarela de Pedestres e Espaço Recreativo Bostanlı I Studio Evren Başbuğ


Sala de Arco e Flecha e Clube de Boxe I FT Architects

Nakuru Project I Orkidstudio


Transnômades I OPAVIVARÁ!

Projeto Suaveciclo I Vj Suave


21 I bibliografia Livros: CARERI, Francesco.

Walkscapes. O caminhar como prática estética São Paulo – Editora G.Gili, 2013

ZUMTHOR, Peter.

Pensar a arquitectura Barcelona – Editora G.Gili, 2005

FRANÇA, Elisabete e BARDA, Marisa. Entre o céu e a água: o Cantinho do Céu São Paulo – Editora: Prefeitura de São Paulo, 2012 BACHELARD, Gaston.

A poética do espaço São Paulo – Editora Martins Fontes, 2000

Entrevistas e Textos:

(acessados entre junho-novembro 2017) Multiplicity and Memory: Talking About Architecture with Peter Zumthor, por Nico Saieh Disponível em: https://www.archdaily.com/85656/multiplicity-and-memory-talking-aboutarchitecture-with-peter-zumthor Reflexões sobre a Utilidade em Arquitetura, por Igor Fracalossi Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/764190/reflexoes-sobre-o-uso?ad_ medium=myarchdaily&ad_name=bookmark-show

Projetos:

(acessados entre junho-novembro 2017) Mirante Las Cruces I ELEMENTAL Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-154310/mirante-las-cruces-slashelemental?ad_medium=myarchdaily&ad_name=bookmark-show Paprocany Lake Shore Redevelopment I RS+ Disponível em: https://www.archdaily.com/775301/paprocany-lake-shore-redevelopmentrs-plus/?ad_medium=myarchdaily&ad_name=bookmark-show Nakuru Project I Orkidstudio Disponível em: https://www.archdaily.com/574887/nakuru-project-orkidstudio/?ad_ medium=myarchdaily&ad_name=bookmark-show Passarela de Pedestres e Espaço Recreativo Bostanlı I Studio Evren Başbuğ Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/875956/passarela-de-pedestrese-espaco-recreativo-bostanli-studio-evren-basbug?ad_medium=myarchdaily&ad_ name=bookmark-show The Infinite Bridge I Gjøde & Povlsgaard Arkitekter Disponível em: https://www.archdaily.com/770084/the-infinite-bridge-gjode-andpovlsgaard-arkitekter 78


Árvore Milkshake I pH+ Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801313/arvore-milkshake-ph-plus Ponte VLM I AND-RÉ Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/766066/ponte-vlm-and-re?ad_ medium=myarchdaily&ad_name=bookmark-show Archipelago Cinema I Buro Ole Scheeren + Film on the Rocks Yao Noi Foundation Disponível em: https://www.archdaily.com/226936/archipelago-cinema-buro-olescheeren-film-on-the%25e2%2580%258b-rocks-yao-noi-foundation Galeria Adriana Varejão I Tacoa Arquitetos Disponível em: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/tacoa-arquitetosassociados_/galeria-adriana-varejao/1618 Sala de Arco e Flecha e Clube de Boxe I FT Architects Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-166549/sala-de-arco-e-flecha-eclube-de-boxe-slash-ft-architects Vortex Bladeless I VORTEX Disponível em: http://www.vortexbladeless.com/ Transnômades I OPAVIVARÁ! Disponível em: http://www.32bienal.org.br/pt/collaboration/o/2756 http://opavivara.com.br/p/transnomades/tranomades Projeto Suaveciclo I Vj Suave Disponível em: https://www.vjsuave.com/suaveciclo/?lang=pt-br Ciclolix I Projeto Relix Disponível em: http://www.bemmaismulher.com/catadores-de-lixo-ganham-bikes-decargas-para-evitar-crueldade-com-cavalos/ http://www.projetorelix.com.br/ciclolix

Norma:

(acessada entre junho-novembro 2017)

Vãos máximos de grelhas I ABNT NBR 9050 – Acessibilidade I Item 6.3.5 Disponível em: http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf

Vídeos:

(acessados entre junho-novembro 2017)

Projeto Suaveciclo I Vj Suave Disponível em: https://vimeo.com/141932372 Transnômades I OPAVIVARÁ! Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MuVpftx-NRk https://www.youtube.com/watch?v=dETg7nbbhYw 79


obrigada.


com amor e por amor. Raissa Gattera


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