Orixás em poesia

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Paulo Lourenço nasceu em Lisboa – Portugal. Desde cedo começou a escrever poesias, e a interessar-se pelas artes, pela cultura, e pelas ciências ocultas, onde descobriu o gosto pelo esoterismo, e iniciou-se no Tarôt, e na Radiestesia. Amante da natureza, e em especial pelas plantas e pelo mar, desde cedo percebeu que a vida é muito mais que a simples encarnação que vive actualmente. A religião e a Filosofia sempre o atrairam, e apesar de ter sido iniciado na Religião Católica, foi nas Religiões Afro-Brasileiras e nos amados orixás, é que veio a descobrir o seu caminho. Esta é a sua primeira obra, a qual foi escrita com muito carinho e dedicação. Usa o pseudónimo “Ramiro de Kali” para se autenticar, porque já existem escritores e poetas com o mesmo nome do autor. “Ramiro”, pelo seu gosto inato pelo povo cigano, e “Kali”, em homenagem a Santa Sara Kali, padroeira do mesmo povo. Blog do autor: http://paulo-lourenco.blogspot.com/ Orixás em poesia, é uma obra poética em sua base e ao mesmo tempo didáctica, pois além de conter poemas e cânticos aos Orixás mais cultuados e conhecidos, tem também em si todas as explicações sobre o que são os Orixás, como actuam em nossa vida, algumas lendas, simbolos representativos, suas caracteristicas e caracteristicas das pessoas regidas por cada um. Trás também simbolos que representam cada Orixá, suas oferendas preferidas, ervas, plantas, cores, essências, velas, saudações, e tudo o mais para que se possa firmar a vibração especifica de cada um. Desejo do fundo do coração, que este livro possa ajudar e talvez acender alguma luz, no fundo do túnel daqueles que nada enxergam... O autor.


ORIXÁS em poesia

PAULO LOURENÇO “Ramiro de Kali”


Orixás em poesia by Paulo Lourenço “Ramiro de Kali” copyright © 2008, Paulo Lourenço Registo original em Portugal no IGAC – Inspecção-geral das actividades culturais registos nº 3296/2008 de 2008.08.01 e 4084/2008 de 2008.09.23 ISBN e demais registos da responsabilidade da editora

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Dedicatória Obra compilada de poemas aos orixás, que tem sido escritos desde á cerca de 3 anos atrás. Tem também junto poemas que quis chamar de cânticos, pois foram com intenção e desejo de um dia alguém gostar, pegar neles, e com autorização do alto os transformar em pontos cantados. Além do poema do senhor Ogum Beira Mar, que foi dedicado para o meu pai espiritual, meu amigo, e exemplo de ser humano, Pai Pedro de Ogum. Dedico o resto de todos eles, os meus comentários, e o resto da obra, a Deus, aos Orixás e suas falanges, á minha mãe e amiga, ao meu querido irmão e unico no mundo, á minha doce esposa, e ao meu querido e adorado filho. O autor.

Almada, 31 de Julho de 2008



Da escurid達o nasce a luz...



INDICE Nota do autor ------------------------------------------------- 9 Introdução ----------------------------------------------------- 13 Poemas -------------------------------------------------------- 15 Cânticos -------------------------------------------------------- 33 Os Orixás e suas origens ---------------------------------- 49 Caracteristicas dos Orixás e dos seus filhos --------- 57 Quadro de elementos associados a cada Orixá ----- 93 Vocabulário usado nos cultos Afro-Brasileiros ------ 107 Bibliografia ---------------------------------------------------- 111



NOTA DO AUTOR As religiões, os credos, as seitas e as ordens secretas, multiplicam-se ferozmente, aliciando as pessoas para as suas hostes. Tantas religiões existem no mundo, que supostamente o ser humano teria obrigação de ter mais fé em Deus, e de ter um intimo melhor. Mas ironicamente, é por causa das diferenças religiosas que existe tanta discórdia, e tanta guerra entre os homens. Será esse o desejo de Deus?... não me parece. Ainda mais que supostamente, só existe um Deus unico – O Criador, apesar de cada religião lhe atribuir cada qual um nome diferente, mas é e será sempre o mesmo Deus. Em relação ás religiões que cultuam os orixás, seja a Umbanda, Candomblé, ou outros cultos Afro-Brasileiros, existe da parte das pessoas em geral, pouco conhecimento ou mesmo nenhum, apesar que estamos assistindo em Portugal e na Europa, um crescimento destas religiões. No entanto, tenho observado também, que existe um sentimento de medo, por parte de quem só conhece de nome, ou apenas ouviu falar destas religiões. Ora e porquê? È lógico, que quando se começa a conhecer realmente, e se percebe os fundamentos e objectivos das mesmas, esse medo se desvanece. Infelizmente, a conclusão a que eu cheguei foi a seguinte: Nós, cá em Portugal e Europa, não temos qualquer orgão (federação/associação), que legalize e tutele, os templos, terreiros, ilês, e os respectivos dirigentes. O que cria um ambiente propicio, a que aconteça, que qualquer pessoa com um minimo de conhecimento (ex: um filho de santo, ou apenas um frequentador), abra um templo, terreiro ou ilê, e se faça passar por um Babalórixá (pai de santo), ou uma Ialórixá (mãe de santo). Temos inclusive, exemplos de casos de cidadãos portugueses, que vão ao Brasil 15 / 30 dias de férias, e quando voltam, vem já como Pais e Mães de santo. É incrivel mas é verdade. Também temos muitos casos, de cidadãos brasileiros, que vem para a Europa com apenas algum conhecimento, pois no seu pais eram frequentadores de algum terreiro, ou mesmo filhos de santo, e como que num passe de mágica, ao sairem do avião saem ORIXÁS EM POESIA 9


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tranformados em Pais e Mães de santo. O que se pode dizer destas pessoas?... Mas pior ainda, é que estes pseudo Pais e Mães de santo, sem qualquer formação e fundamento, são movidos apenas pela ganância de ganhar dinheiro. E em geral o que se passa, é que ganham a vida a fazer trabalhos de magia negra, prejudicando a vida de outros, por vezes de uma maneira bastante grave. Dai quando se pergunta ou se fala a alguém, sobre Umbanda, Candomblé, ou qualquer outra religião Afro-Brasileira, esse alguém torça o nariz e se afaste com medo, pois a ideia que existe destas religiões é bastante má. Urge então a necessidade, de ser criado um orgão que represente, legalize, tutele, e dignifique realmente os verdadeiros Babalórixás, Ialórixás, seus templos, terreiros, e ilês, sejam de Umbanda, Candomblé, ou outros cultos Afro-Brasileiros, e que preguem de verdade, a fé e humildade de nosso Pai Oxalá. É verdade, que existe até ao momento e que eu saiba, uma Associação Portuguesa de Cultos Afro-Brasileiros, mas não tem grande expansão e pelo que sei, apenas divulga a cultura e alguns eventos, nada mais. É verdade também, que já existem por cá, alguns dirigentes, que são representantes de algumas associações e federações brasileiras. Mas, estamos na Europa, estamos em Portugal, e essas mesmas, têm seu valor e legalidade, apenas em solo brasileiro, pois foram lá que foram fundadas. Cá, não têm nenhum valor ou qualquer legalidade. Teria alguma lógica, haver cá uma representação, da federação brasileira de futebol? Claro que não! Nós temos a federação portuguesa de futebol. Faça-se o mesmo para a Umbanda, Candomblé e Cultos Afro, e crie-se cá uma federação, ou um orgão que tutele, legalize e reja toda a actividade dos terreiros e seus dirigentes, que divulgue os verdadeiros dirigentes e suas casas, e que trabalhe para que num futuro próximo se possa ver, a Umbanda, Candomblé e Cultos-Afro considerados como religiões pelo estado Português. Neste momento e até á data, que eu saiba, existe apenas uma pessoa que se propôs a esse objectivo, é o Pai Pedro de Ogum, do


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Templo Sagrado de Umbanda, em Sesimbra – Quinta do Conde – Portugal. Mas para que as coisas avancem, é necessário o apoio de todos, e todos beneficiarão. De que esperam então?... Endereços uteis : http://www.temploetxaury.com/ http://feuca.no.sapo.pt/ http://reuca-europa.ning.com/



INTRODUÇÃO Além dos poemas e cânticos, que são a base desta obra, resolvi também, escrever umas palavras sobre cada Orixá relativo a cada poema. Falo das suas caracteristicas, algumas lendas, a sua sincretização com os santos católicos, suas cores, ervas, flores, etc. Falo também das caracteristicas, dos filhos desse Orixá, e como podem influenciar a sua personalidade. Quero dizer no entanto, que não falo em especial sobre Umbanda, Candomblé, ou qualquer Culto Afro-Brasileiro, mas sim dos Orixás em geral, pois tantas diferenças, derivações, e ramificações existem, que não existe uma codificação unica. Existe uma liberdade de critérios tão grande nas religiões Afro-Brasileiras, que acontece, que cada casa segue o seu, conforme a orientação de cada dirigente e a linha que segue. Ainda mais, que cada Orixá pode ter várias qualidades, o que muda logo algumas das suas caracteristicas. Por isso existe tanta diferença, nas cores, velas, ervas, dias, rituais, procedimentos, denominações, etc. O que não quer dizer, que um é mais correcto que outro, pois o que mais importa é a fé. Os Orixás têm tanto amor por nós, que aceitam as nossas várias diferenças de critérios, mesmo nalgumas vezes, não serem as mais correctas. Os Orixás são os mesmos, sejam os cultuados na Umbanda, sejam no Candomblé, ou outros Cultos Afro-Brasileiros, embora algumas vezes com denominações diferentes. Além dos Orixás sobre quais eu escrevo, e faço poesia, existem muitos mais, e era impossivel falar e escrever sobre todos, em apenas uma obra. Os representados aqui, são os mais cultuados e conhecidos dentro das religiões que os cultuam.

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Poemas


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SAUDAÇÂO AOS ORIXÁS Com licença de Zambi. Com licença de Oxalá. Vou saudar os divinos Orixás, as suas falanges e seus guerreiros. Salve os Exus e pombagiras, salve os Baianos e Marinheiros. Ok Caboclo, adorei as Almas, as minhas crianças venham brincar. Rufam tambores, batem as palmas, Boiada e Ciganos, para eles vou cantar. Salve a Umbanda, salve as nações, salve todo o povo de Angola. Salve Aruanda, salve a Quimbanda, salve o amor em seus corações.

Almada, 29 de Julho de 2008

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O MUNDO DOS ORIXÁS Cada dia novo que amanhece, traz a luz de pai Oxalá, que ilumina as terras do mundo inteiro, e embeleza o mar de mãe Iemanjá. Sopram os ventos de mãe Iansã, que abraçam Xangô em sua pedreira. Correm os rios de mãe Oxum, e as crianças brincam á sua maneira. As matas de Oxossi ficam mais belas, e novos caminhos Ogum nos oferece. Na sua calunga Obaluaiê, acolhe ou dá cura a quem merece. Exu se ri na encruzilhada, e firma seu ponto com seu punhal, e o aroma das rosas de Pombagira, ensina a diferença do bem e do mal. Zambi segura o mundo nas mãos, e fá-lo girar mais uma vez, derramando nele seu amor divino, e em toda a criação que um dia ele fez.

Lisboa, 25 de Julho de 2008 ORIXÁS EM POESIA 19


OXALÁ Eu vi uma pomba branca, que vinha do alto do céu. Vinha trazendo um recado, que a todos nos encanta. Foi pai Oxalá quem escreveu, para todo seu filho amado, e para quem seu nome canta. Diz para sermos todos irmãos. Que termine a guerra, começe a paz, que termine o ódio, e acabe a dor. Que não haja doença e sejamos sãos, justiça e fé nos Orixás. Coração de criança e nos olhos amor, haja alegria e déssemos as mãos. Faremos assim um mundo diferente, e ganhemos assim a nossa ascensão. Á nossa espera papá Oxalá, abre o caminho á nossa frente. Ao nosso lado e a dar sua mão, papá Ogum nos leva até lá. Luz e amor é o nosso presente.

Almada, 14 de Novembro de 2005 ORIXÁS EM POESIA 20


IEMANJÁ Iemanjá minha mãe! oh bela e doce senhora, dona das águas do mar, que é dela e de mais ninguém. Por todos nós ela chora, por todos canta ao luar, que um dia sejamos alguém. Estenda seu manto para nós, cuide de nossa cabeça, tire o sal de nossos olhos, e não nos deixe estar sós. Dê a mão a quem mereça, ilumine nossso sonhos, e mostre o caminho até vós. Nossa mãe de eterna beleza, peça por nós a Deus, peça por nós perdão. Que não exista mais tristeza, pois nós somos filhos seus, e de todo o coração, louvamos Oxalá com firmeza.

Almada, 9 de Novembro de 2005 ORIXÁS EM POESIA 21


OGUM Lá do horizonte vem um cavalo branco, saltando ribeiros, cruzando caminhos. É meu pai Ogum que lá vem. É para si meu pai que agora canto. Vem nos dizer que não estamos sozinhos, vem nos dizer que há sempre alguém, e para quem merece estende seu manto. Senhor meu pai, dono da espada, senhor do ferro, senhor da lei. O mal treme só de ouvir seu nome. Vós que vigias cada estrada errada, protecção eu peço, senhor meu rei. Se estiver a meu lado o demónio some, e não mais terei de ter medo de nada. Meu pai Ogum, meu pai guerreiro, leve-me consigo em sua viagem. Levai-me a ver o outro lado do véu. Saravá meu pai pelo mundo inteiro, a papá Ogum eu presto homenagem, que nossos espiritos se elevem ao céu, seja esta a mensagem em todo o terreiro.

Almada, 16 de Janeiro de 2006


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OGUM Beira-Mar Vem vindo ao longe um cavalo branco, correndo na areia bem junto do mar. Cavalgando em cima, vem um belo guerreiro. Salve meu pai! É Ogum beira-mar. Vem me dar força, vem me dar fé, e com sua espada me dá protecção. Mãe Iemanjá sua estrela me guie, e pai Oxalá me dê sua mão. Levai-me consigo em seu cavalo, Ogum beira-mar, meu pai valente. A si meu pai entrego meu fado, na minha vida estais sempre presente. Protege seu filho meu pai amado, me mostre sempre o melhor caminho. Em troca eu ajudo seus filhos perdidos, pois sei que consigo não estou sózinho. Salve Ogum beira-mar!

Obs: Poema dedicado e escrito para Pai Pedro de Ogum pela data comemorativa de seu aniversário em 14 de Novembro de 2007


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IANSÃ Que grande tempestade ai vem, soprando um vento tão forte. Rasgando faiscas no céu, levando tudo, não poupa ninguém. Eu fico, não tenho medo da morte, sou filho da senhora com véu, mamã Iansã, minha mãe. Minha mãe, dona do vento e do raio, eu seu filho, lhe presto homenagem. Olhai para mim que chamo seu nome, olhai para mim que sou seu catraio. Olhai meus irmãos nesta viagem, ajudai meus irmãos que tem fome, e todo aquele que não vê, guiai-o. A justiça é feita com sua espada, papá Xangô é quem tem a balança, e com pai Ogum olhais pela lei. E em todo o final de uma estrada errada, estará minha mãe que o mal amansa. Com todo o poder, justiça fazei, pois quem foi por ai, mereçe ter paga.

Almada, 12 de Dezembro de 2005


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XANGÔ Kaô kabiesilé meu pai, kaô kabiesilé meu rei. Eu me ajoelho perante si, meu senhor. Vós que sois justo e a justiça amai, vós que sois sábio e sua voz é lei. Eu peço perdão que sou pecador, por mim e por todo meu irmão olhai. Seu trono é belo e imponente, e com seu leão a seu lado, papá Xangô segura o machado, que corta para o lado daquele que mente. Sua balança nos espera, é um fado, e um dia pesará o certo e errado. O meu, dos irmãos, e de toda a gente. Haja justiça em nossa missão, haja equilibrio no nosso caminho. Que todo o homem seja mais justo, que saibamos dar a todos perdão, e que haja alegria, amor e carinho. Cheguemos ao fim com muito custo, louvando Xangô pela nossa lição.

Almada, 16 de Janeiro de 2006


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OXUM Nas margens do mais lindo rio, nascem os lirios mais belos. Quem os apanha é uma bela senhora, de tamanha beleza que ninguém viu. Vai escolhendo os mais amarelos, vai cantando sem olhar a hora, vai caminhando e no rio sumiu. Suas águas doces trazem amor, da nossa querida mamã Oxum, que nos oferece o maior carinho, que nos dá paz e nos tira a dor. Quem nos guarda é papá Ogum, com seus soldados por todo o caminho, dirija-se ele para onde for. Dai-nos amor nossa mãe! Lavai-nos com sua água sagrada, e nossos olhos verão outro mundo. Seremos felizes com tudo o que tem, não mais andemos de forma errada, olhemos para o céu com amor profundo, unamos as mãos e cantemos amém.

Almada,16 de Novembro de 2005


ORIXÁS EM POESIA 26

OXOSSI Oxossi meu querido pai, dono das matas tão belas, das florestas e vegetais, supremo conhecimento nos dai. Iluminados por luz de velas, nosso caminho guiais, ajudando sempre quem cai. Suas ervas dão poder, seus frutos nos dão vigor, suas folhas nos dão sorte. Seus caboclos nos trazem saber, dançando ao som do tambor, dizendo que há vida além-morte, e que todos merecem viver. Meu pai que vai aos pés da cruz. Sua flecha nos dá protecção, seu raio verde nos cura, e em nós a esperança produz. Seu caboclo nos dá a mão, nos dá força, nos guia e segura, nos ensina, e nos dá luz.

Almada, 12 de Dezembro de 2005


ORIXÁS EM POESIA 27

NANÃ BURUQUÊ Saluba Nanã, Saluba Vovó. Salve a senhora da vida e da morte, Nanã Buruquê, Orixá de mistério, na minha velhice de mim tenha dó, na minha partida não me deixe á sorte, na terra, na água, ou no cemitério, me dê sua mão e não estarei só. Não deixe Vovó que eu perca a memória, não deixe Vovó que de mim façam pouco, fui jovem, sou homem, e serei um velhinho. Me ajude um dia a contar minha história, sem nunca me olharem e chamarem de louco. Que um dia consiga mostrar seu caminho, e terei conseguido a minha vitória. Ampare Vovó os espiritos caidos, e lhes mostre a luz de Pai Oxalá, ensine que existe amor e perdão, e nunca se sintam por Deus esquecidos, pois tudo o que existe é ele quem nos dá, somos seus filhos em seu coração, e sempre ele acolhe seus filhos perdidos.

Almada, 10 de Junho de 2008


ORIXÁS EM POESIA 28

OBALUAIÊ Salve nosso pai, dono da peste e da cura, tende piedade de nós meu pai, e não nos deixeis sofrer de doença. Com sua mão trémula nos segura, e na sua presença a dor se vai. Atôtô senhor, com sua licença, beijamos sua mão com ternura. Salve Nanã Buruquê sua mãe, e mamã Iemanjá que o criou. Não mais escondeis vosso rosto meu pai, pois sois belo como ninguém. Nossa mãe Iansã o aceitou, e todos nós que aqui estai, na vida, na morte e no além. Curai-nos meu pai com suas flores, curai as chagas, curai as feridas. Levantai aquele que não anda, dai consolo a quem tem dores, e aceitai nossas preces sentidas. Por nós pedi perdão a quem manda, e aceitai meu pai, nossos louvores.

Almada, 16 de Janeiro de 2006


ORIXÁS EM POESIA 29

POMBAGIRA Sou uma rosa, sou um perfume, sou a mais bela de qualquer jardim, oiço lamentos, oiço queixume, não há mulher que não venha até mim. Sei seduzir, me deixo seguir, a palavra dificil para mim não existe, de preto e vermelho, ou sem me vestir, homem algum a mim me resiste. Bebo champanhe, fumo cigarro, digo mil coisas sem nunca falar, sei ler na mão, jogo o baralho, a mim só me engana quem eu deixar. Se alguém precise e me queira encontrar, siga o perfume em noite de lua, diga meu nome sem se enganar, sou Pombagira, meu lar é a rua.

Almada, 6 de Junho de 2008


ORIXÁS EM POESIA 30

EXU Ao passar na encruzilhada, em noite de lua cheia, no silêncio da escuridão, ouvi uma gargalhada. Era um homem vestido de negro. Tinha um tridente na mão, e usava uma capa encarnada. Ao questioná-lo quem era, sorriu, e falou assim: Para si, meu nome é Exu, mas muitos me chamam de Fera. Sou guardião dos caminhos, sou carrasco dos perdidos, de todos eu estou á espera. Em tempos, já fui seu igual. Hoje vivo no mundo dos mortos, mas caminho no meio dos vivos. Conheço o bem, mas também o mal. Ajudo quem pede, se for de justiça. Puno a maldade, puno a vaidade, e puno a cobiça. Exu é meu nome, me chame de tal.

Almada, 6 de Junho de 2008


ORIXÁS EM POESIA 31

EXU DE LEI Salve o povo da rua! Que nos protege, e nos vigia, em cada esquina, em cada lugar. Que nos acompanha para todo o lado, em qualquer hora, em qualquer lua. Exu é pai, Exu é guia. Pelo seus filhos vive a lutar, e tantos o chamam para o caminho errado. Meu pai perdoai-lhes a ignorância, a ganância e o ódio, cega as pessoas, a sede do poder fala mais alto, e o valor do ser, dá lugar ao ter. São como crianças na sua infância, querem ser reis, e na cabeça coroas. Mas esquecem que a queda depende do salto, e no fim o que ganham é saber perder. Meu pai Exu é rei na magia. Desfaz embaraço e corta demanda. Abre os caminhos, mas pode fechá-los, quem manda é Exu, na lei da Quimbanda. Dai-nos um pouco da sua alegria, dai-nos um pouco do seu sorriso. Protegei meu pai, quem for de direito, e para os demais, que faça o juizo. Almada, 6 de Junho de 2008



C창nticos



ORIXÁS EM POESIA 35

OXALÁ Voa pombinha branca, voa para este gongá, traz para esta casa santa, as luzes de pai Oxalá.

OBALUAIÊ No caminho para o gongá eu encontrei um velhinho, segurei a sua mão e me contou um segredo, atótô meu pai, me mostrou o seu caminho, seja dia ou seja noite, que o seguisse sem ter medo.

OXUM Que água tão limpa vem vindo para nós, vem da cachoeira de nossa mamãe, quem chora que chore, não diz para ninguém, é água tão limpa de mamãe Oxum, que vem nos limpar, que vem nos curar, para nossa rainha, nós vamos cantar.

NANÃ Oi abre as portas que chegou Nanã, com respeito que ela é orixá, vem tirar o mal do mundo, leva consigo para o fundo.


ORIXÁS EM POESIA 36

IEMANJÁ Na beira da praia eu vi, uma sereia a cantar, ela estava tão feliz, tinha um brilho no olhar. Saravá mãe iemanjá, saravá todo o seu mar, vem aqui neste gongá, vem aqui para limpar.

IEMANJÁ Vinham três barcos no mar, um deles era de iemanjá, mas não tinha vento no ar, como vão eles cá chegar? Vamos pedir a Iansã, para os mandar para cá, que num deles vem Oxum, e no outro vem Nanã.

IEMANJÁ Iemanjá navega nas ondas do mar, Iemanjá faz as sereias cantar. Quem for á beira da praia, não esqueça de a saudar, peça a ela protecção, e que ilumine o seu caminhar.


ORIXÁS EM POESIA 37

XANGÔ Lá no seu palácio, vive o meu senhor, ele é nosso rei, ele é papá Xangô, lá só mora a luz, justiça e amor, vamos para ele cantar, vamos pedir agô. Kaô meu pai, kaô meu rei, eu beijo sua mão, eu sigo sua lei.

XANGÔ Xangô bateu na pedra, fez um raio no trovão, Xangô fez a justiça, que segura em sua mão.

CIGANOS Nesta vida sou cigano e não sei, minha mãe é Santa Sara Kali yê, me ilumine minha mãe com sua luz, me proteja e me defenda em sua lei.


ORIXÁS EM POESIA 38

IANSÃ Iansã é moça linda, ela vem nesse gongá, Iansã está vindo agora, vem no barco de Iemanjá.

OXOSSI A mata tem caçador, que acerta onde eu errei, é Oxossi o vencedor, firma o ponto que ele é rei.

OXOSSI Saravá meu pai, ele é o rei das matas, ok Caboclo, vamos tocar tambor, com sua flecha, ele vem nos proteger, ele é Oxossi, ele é o caçador.

OGUM Ogum é nosso pai guerreiro, vem de aruanda com bandeira de Oxalá, traz sua espada, traz sua lança, toda a batalha sempre faz um vencedor, é pai Ogum quem sempre ganha, pois tem a benção de nosso pai criador.


ORIXÁS EM POESIA 39

OGUM Sou filho de senhor Ogum, com sua espada guarda meu caminho, Ogum de lei, Ogum megê ou beira mar, meu pai Ogum nunca me deixa sozinho.

OGUM Ogum de lei, ou beira rio, Ogum de ronda, ou beira mar, pai Oxalá é quem mandou, vir de aruanda para nos guardar.

EXU GANGA / TRANCA RUA Deu meia noite no sino da igreja, deu meia noite na face da lua, tenha cuidado ao passar na encruzilhada, pois essa é casa de Tranca-rua. Seu Exu Ganga também mora lá, mas nessa hora ele não lá está, pois ele é rei, e não tem hora, ele é o chefe deste gongá.


ORIXÁS EM POESIA 40

EXU GANGA Hoje passei pela encruza, não tinha gente, só tinha a luz da lua, ouvi cantar, e ouvi alguém a rir, era seu Exu dono da rua, seu Exu Ganga falou comigo, me disse para virar e ir embora, mas eu não fui, e quis ficar, e ele me disse que não era minha hora.

EXU Amigo, não mexa comigo, eu chamo meu povo, e ponho seu nome naquele cruzeiro, eu tenho compadres e tenho comadres que viram você, de nada lhe vale você ter dinheiro, você nada pode contra meu terreiro.

EXU È hora, é hora, é hora de Exu, vem ver o padê, que fiz para você. Gira na gira Exu, gira e torna a girar, Exu na gira com banda gira, Exu na Quimbanda vem trabalhar.


ORIXÁS EM POESIA 41

EXU Exu onde andas tu? Procurei o dia inteiro. Exu onde andas tu? Fui na porta de um terreiro. Exu onde andas tu? Procurei na encruzilhada. Exu onde andas tu? Mesmo assim eu não vi nada.

EXU Exu é lua? Não Exu não é. Exu é sol? Não Exu não é. Então quem é Exu? é o nosso pai de fé. Exu é fogo? Não Exu não é. Exu é água?, Não Exu não é. Então quem é Exu? É o nosso pai de fé.


ORIXÁS EM POESIA 42

EXU GANGA Bateram lá na porta do terreiro, a esta hora quem é que está chegar? Vá depressa, abra porta sem olhar, seu Exu Ganga veio nos visitar.

POMBAGIRA Olha essa rosa vermelha, que está cheirando tão bem, consigo traz um mistério, que não se diz para ninguém. Dona Pombagira, foi quem a pôs assim, ela é nossa rainha, e nós o seu jardim.

POMBAGIRA Olha que rosa tão bela, é uma rosa encarnada, ela é Pombagira, rainha da encruzilhada.

POMBAGIRA Tirei uma carta do baralho, a carta que saiu foi o diabo, a Pombagira deu uma gargalhada, e me disse para morar na encruzilhada.


ORIXÁS EM POESIA 43

POMBAGIRA Que moça é essa que anda nessa estrada, cabelo negro e saia encarnada? Cuidado amigo, não vá mexer com ela, ela é mulher de Sete Encruzilhada. Não sei seu nome, nem sei como se chama, só sei que ela é, a mais bela cigana.

POMBAGIRA É rosa bonita, é rosa encarnada, ela é a cigana, da encruzilhada. Tem dom e mistério, tem saia amarela, toda a Pombagira, quer ser como ela. Tão linda e tão só, hoje tem lua cheia, puxando a saia, dançando na areia. Fazendo feitiço, vem ler minha mão, ela é a cigana, de meu coração.


ORIXÁS EM POESIA 44

EXU Olha a vela que acenderam na Quimbanda, não faz mal que está chegar seu Exu Ganga. Olha o sol que já se foi ficou a lua, não faz mal que está chegar seu Tranca Rua. Olha o galo a cantar para seu povo, não faz mal que está chegar Exu do Lodo. Olha a sombra que de noite mete medo, não faz mal que está chegar Exu morcego. Olha a porta da igreja já sem luzes, não faz mal que está chegar seu Sete Cruzes. Olha o som que faz a mosca varejeira, não faz mal que está chegar Exu Caveira. Olha a estrela que de noite está brincando, não faz mal que está chegando Exu Malandro. Olha a carta que deixaram por engano, não faz mal que está chegar Exu Cigano. Olha o vento que abana a figueira, não faz mal que está chegar Exu Mangueira. Olha o cheiro a enxofre lá do fundo, não faz mal que está chegar seu Giramundo. Olha o mocho que de noite sabe tudo, não faz mal que está chegar Exu Veludo. Olha o sino que balança mas não tomba, não faz mal que está chegar seu Exu Sombra.


ORIXÁS EM POESIA 45

CABOCLOS Nas matas choveu e vi relampejar, mas mesmo assim os caboclos dançavam, com seu arco e suas flechas na mão, estavam contentes por vir nos ajudar.

BAIANOS Fui á Baia para fazer uma promessa, fiz um pedido para o Senhor do Bonfim, fui atendido e ganhei um protector, povo baiano não sai mais de ao pé de mim.

CRIANÇAS Eu quero doce, eu quero mel, eu vou brincar, não fique triste que as crianças vão chegar, lá vem a Cosme, o Doum e Damião, fazem bagunça e querem rebolar no chão.

BOIADEIROS Seu boiadeiro me deixe ir no seu cavalo, pois há cancelas que sozinho não as passo, meu boi fugiu e eu preciso de apanhá-lo, me ajude agora a conseguir usar meu laço.


ORIXÁS EM POESIA 46

MARINHEIROS Há tempestade no mar, no reino de mãe sereia, deixem chegar o marujo, deixem que ele pise na areia.

PRETOS VELHOS Voa andorinha, voa lá no céu, traz os Pretos Velhos para trabalhar, vêm lá de aruanda para este gongá, vêm trazer sua bênção, vêm nos ajudar.

DEFUMAÇÂO Eu defumo a minha banda, eu defumo o meu gongá, vou abrir minha aruanda, na fé de Obatalá, vou queimar mirra e guiné, benjoim e alfazema, espalhando a minha fé, com as ervas da jurema, nesta casa mora Deus, nela fez sua morada, só cá entram filhos seus, e não pode entrar mais nada.


ORIXÁS EM POESIA 47

QUEBRA-MIRONGA Vou quebrar esta mironga, na fé de Obatalá, com o machado de Xangô, e a espada de Ogum, Vou quebrar esta mironga, na fé de Obatalá, com as águas de Oxum, e a força de Nanã, Vou quebrar esta mironga, na fé de Obatalá, a justiça ganha sempre, na lei de pai Olurum.

ABERTURA Vou abrir a minha gira, com as sete linhas e a bandeira de Oxalá, Vou abrir a minha gira, força e luz eu vou pedir para o meu gongá, Vou abrir a minha gira, Exu porteiro vai guardar o meu portão, Vou abrir a minha gira, só vai entrar quem Exu der permissão, Vou abrir a minha gira, com sete espadas de Ogum para me guardar, Vou abrir a minha gira, não há demanda que Ogum não vá quebrar.


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ENCERRAMENTO Com a pemissão de Deus, eu encerro o meu gongá, vou fechar a minha banda, cantando para Oxalá, Oxalá babá, Oxalá meu pai, quem pisa a sua banda, balanceia mas não cai, Oxalá babá, Oxalá meu pai, quem segue a sua estrela, sabe sempre para onde vai.

Almada, 30 de julho de 2008


Os Orixรกs e suas origens



OS ORIXÁS No inicio da sua civilização, o povo africano mais conhecido por Iorubá, acreditava em forças sobrenaturais, espiritos e entidades que se faziam presentes em toda a natureza. Forças essas que eram cultuadas como divindades. Sacrificios e oferendas lhes eram entregues, para que protegessem o seu povo dos inimigos e dos maus espiritos, para que houvesse prosperidade de alimento, e para que fossem poupados das doenças. De qualquer forma, essa época antiquissima, teria sido uma época em que o ser humano se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente, como espiritualmente, e na qual os Orixás entraram em contacto directo com os seres humanos, mostrando-se eles na forma humana, e transmitindo muitos conhecimentos. Existe também outra corrente, que defende, que os Orixás ocuparam a terra á mais de 750 milhões de anos, e que deixaram na natureza as suas forças representativas. Foram então desenvolvidos cultos e rituais própios, apropiados a cada divindade. Há inclusive uma lenda que conta que Oxalá, por ser o rei dos Orixás, tem todos os outros reunidos á sua volta, e só fazendo Oxalá sorrir de alegria, se chega até ele e aos outros Orixás. Então era costume quando se precisava de fazer algum pedido, cantar e dançar para Oxalá, fazendo desse modo com que sorrisse exteriorizando sua alegria, e também ele começa-se a dançar, contagiando desse modo, todos os outros Orixás com sua dança e felicidade, que por sua vez passavam também a dançar a própia dança de cada um. Entretanto, desde essas épocas até aos nossos dias, muito conhecimento se perdeu, e algum para sempre. O que se sabe, foi na maior parte passado de pais para filhos (espirituais). Todos esses conhecimentos maravilhosos, de adoração a Deus e aos amados Orixás, foram levados pelos negros que eram feitos escravos pelos paises colonizadores, na maior parte para o Brasil, estendendo-se depois por toda a América do Sul, e ilhas latinas. Mais tarde, começaram também a ser trazidos para Portugal e ORIXÁS EM POESIA 51


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Europa, pelos mesmos negros, e alguns imigrantes. Mesmo sendo oprimidos pelos brancos, lá conseguiram dissimular os seus cultos e rituais, fazendo a sincretização e equivalencia de santos católicos com os Orixás, usando as imagens dos santos nos seus locais de culto, para enganarem os brancos, julgando estes que eles se estavam convertendo ao Catolicismo. Mas na verdade, o que faziam era o inverso, pois por debaixo (no chão) das imagens católicas, estava o “assentamento” do Orixá correspondente, ao qual eles cumprimentavam, deitando-se no chão ao comprido, e batendo levemente com a testa no chão, aos pés da imagem. O conhecimento que possuiam, não se baseava apenas nos cânticos e nas danças que executavam, abrangia uma variedade enorme de conhecimentos de plantas e ervas medicinais, com as quais faziam defumações, pós, banhos, e infusões. Abrangia também uma variedade enorme de tipos de comida e oferendas para cada Orixá. Além de uma vasta doutrina ritualistica e comportamental, que se baseava na incorporação de entidades, e nas indicações e conhecimentos transmitidos, pelos guias espirituais que incorporavam. Ora, estes rituais foram-se espalhando pelo vasto continente sul americano, e foram sendo também mesclados pelos rituais indigenas já existentes, e outros que já se baseavam no transe e na incorporação de espiritos. Dai surgiram várias linhas de rituais afro-brasileiros, sendo que o mais popularizado foi o Candomblé, e mais tarde a Umbanda. Sendo este ultimo, um ritual mais evoluido e adaptado á mentalidade dos nossos dias, deixando para trás, algumas coisas que foram ultrapassadas e já não se justificam nos dias de hoje, como por exemplo os rituais e ofertas com sangue de animais, pois sabe-se hoje que o sangue atrai espiritos do baixo astral, e nada evoluidos. Mas mesmo assim, também a Umbanda se desmembrou e deu origem a vários tipos de correntes Umbandistas, surgindo assim várias Umbandas de diferentes linhas de pensamento, conforme os seus fundadores. Hoje existem centenas de terreiros (casas de culto) espalhados pelo mundo, mas na sua maioria, estão espalhados pelo Brasil,


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África, Portugal, e paises de lingua portuguesa, espanhola e francesa. Em Portugal, já existem bons terreiros de Umbanda e Candomblé, com dirigentes sérios, e devidamente fundamentados e credenciados, mas infelizmente são poucos os que se encontram nesta situação. De qualquer forma, e pelo menos o mais importante, é que todas as diferentes formas de cultuar os Orixás, se seguem todas pelo mesmo Deus unico e omnipotente, denominado Olurum, Zambi, ou Olodumaré. Os Orixás são entidades de alta força vibratória, conhecidos também em outras partes do mundo como “Devas”, “ou Ministros”. São eles que mantém a harmonia energética do planeta, comandando os seres elementais da água, da terra, do fogo, e do ar. São eles, que segundo a lei divina e a verdade suprema do Criador, criam, mantêm, e transformam a vida no nosso planeta. A palavra Orixá, que significa “dono da cabeça”, demonstra bem a relação existente entre os seres, o mundo material, e o mundo espiritual. Além dos espiritos que se empenham em nossa vigilância e protecção, contamos ainda com um espirito da natureza, um Orixá pessoal que cuida do equilibrio energético, fisico, e emocional de nossos corpos fisicos. Nós seres humanos, somos seres espirituais, que nos manifestamos em nossos corpos fisicos. Desde o nascimento, o ser humano é influenciado pelas energias dos Orixás, e quando a personalidade começa a ser definida, uma das energias elementais vai predominar, e definir de alguma forma o “arquétipo” de cada um. A essa energia predominante, se dá o nome de: Orixá pessoal, “pai ou mãe de cabeça”, ou ainda o nome esotérico “Eledà”. Junto a essa energia predominante, outras duas se colocam como secundárias, denominando-se “Juntós”, ou “Adjuntós”, respectivamente pela ordem de influência. Estas três energias, Eledá, Ossi, e Otum, formam uma triade do coronário do ser humano, e são estas vão criar o “arquétipo” da personalidade e caracteristicas emocionais, que se conhecem através das lendas africanas. Sendo assim encontrado, o Orixá


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pessoal de cada ser humano, que precisa obrigatóriamente, ser confirmado depois pelo jogo de búzios. Tendo sempre em conta, que a personalidade e as caracteristicas da pessoa, não correspondem somente ao seu “pai ou mãe de cabeça”, mas sim á junção dos três Orixás que formam a triade do coronário. Em geral, em todas as correntes e diferentes cultos-afro, consideram-se sete Orixás principais (sete forças, sete linhas, ou sete vibrações), mais os sete complementares que com eles formam par. Desta forma, já são quatorze Orixás, fora o Exu e Pombagira. Existem cultos que se baseiam em vinte e um Orixás ascensos. Encontramos também Orixás que se cultuam por exemplo no Candomblé, e na Umbanda são conhecidos, mas não cultuados. Dai haver tanta diversidade entre os diferentes cultos. Existem inclusive, nomes de Orixás que se perderam no tempo, e não mais vão ser cultuados. Dentro da hierarquia dos amados Orixás, encontramos sempre em primeiro plano, o Orixá Oxalá, ou Obatalá, seguido depois pelos outros Orixás, cada um actuando em cada diferente aspecto da vida, considerando todos com igual valor e força, e tendo todos a mesma importância, incluindo Oxalá. Os Orixás principais, também conhecidos por Orixás ancestrais ou planetários, estendem cada um por si, as suas vibrações e ordenações a outros Orixás menores, e estes por sua vez a outros ainda menores, dando assim origem a uma linha de comando, formando uma falange de cada Orixá. Nos rituais, é sempre um Orixá menor que incorpora nos médiuns, quando invocada a vibração de seu Orixá de frente (Eledá). Os Orixás maiores, além de terem outras funções mais importantes; por terem uma energia tão densa, e uma vibração tão pura, nunca incorporam, pois nenhum ser humano seria capaz de os suportar. Na irradiação de cada Orixá, temos ainda falanges de espiritos muito elevados e com muita luz, que trabalham sob as ordens de um Orixá, ao qual são subordinados. São estes espiritos que nas casas de culto, são geralmente os “guias chefes” da casa, e o guia principal de cada médium. Estes espiritos, normalmente são Caboclos, e Pretos-Velhos, além de seus Exus e Pombagiras


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correspondentes; e ainda outros de diferentes linhas como: Boiadeiros, Marinheiros, Ciganos, Baianos, Crianças, Encantados, e outros. Resumindo: Os Orixás são divindades de Deus. São manifestações divinas de alta força vibratória que irradiam todas as qualidades do Criador, e se manifestam em todos os niveis, por todo o Universo. Deles fluem as essências divinas, que abrangem todos os seres existentes. As suas hierarquias e falanges, permitem que diversos grupos de irmãos espirituais, possam trabalhar em prol da humanidade, em especial na quebra de demandas e harmonização de energias mal qualificadas dentro da magia, com trabalhos pendentes envolvendo entidades do Umbral e de outras realidades. Sempre na mais pura relação de amor e devoção, ao resgate da consciência humana.



Caracteristicas dos Orixรกs e dos seus filhos



OXALÁ “Quem enxergar pelos olhos de uma pomba branca, sentirá a tristeza da guerra no mundo, e a sua fé no desejo de paz e amor entre os homens.”

Pai Oxalá, é o orixá considerado mais importante dentro do panteão africano. Não que tenha mais poderes que os outros, mas merece o maior respeito, por ter sido o primeiro orixá a ser criado por Olurum (Zambi) - O Criador, e por representar assim o chefe de familia, o patriarca. Além disso é o orixá, que segundo as lendas da mitologia iorubá, criou e continua a criar os seres humanos, modelando-os no barro, que foi cedido por Nanã, e ao qual Olurum insufla o sopro da vida. Oxalá é também conhecido como Obatalá, ou Orixalá - O Orixá dos orixás, mas acabou sendo popularizado por Oxalá. Foi sincretizado com Jesus Cristo, e o Senhor do Bonfim, e comemora-se a sua festa, no dia 25 de Dezembro. No Candomblé inclusive, apresenta-se de duas maneiras: como orixá jovem, segurando na mão uma idá (espada), chamado Oxaguian, e como um orixá velho, segurando um ôpá xôrô (uma espécie de cajado em estanho), chamado Oxálufam. Oxalá é um orixá tranquilo, sereno, e pacificador. É o regente do nosso planeta, e responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. A sua cor é o branco, que representa a paz, a pureza, a fé, e representando também, todas as outras cores existentes. Por essa razão, em todos os terreiros de Candomblé, Umbanda, e outros cultos Afro-Brasileiros, é comum que todos se vistam de branco, em sua homenagem. Oxalá vibra e irradia em cada ser o mistério da fé na sua total plenitude. Ampara todos os seres na sua religiosidade, sem importar o tipo de religião, mas sim o sentimento de fé em Deus. ORIXÁS EM POESIA 59


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Sem a fé, não existiria qualquer religião á face da terra, nem sequer a crença em Deus. Pai oxalá, irradia o tempo todo sua luz, e o desejo da busca pelo criador. Incentiva nos seres, a humildade, a simplicidade, a pureza de coração, o amor e fraternidade entre todos. Sem essas qualidades e sem fé, dificilmente se chegará á presença de nosso pai. Normalmente consideram-se os prados verdes, campos abertos, e sitios muito altos, como os pontos de força de pai Oxalá, sendo nesses locais que se costuma oferendar, e fazer os pedidos necessários, mas como Oxalá é “tudo”, abrange qualquer sitio do nosso planeta. Caracteristicas dos filhos de Oxalá: As pessoas que têm Oxalá como orixá regente de sua cabeça, em geral são tranquilas e calmas, e mesmo em momentos de tensão, têm facilidade em manter a calma. São respeitadores de tudo e de todos, mas exigem também serem respeitadas, chegando por vezes a serem um pouco autoritárias. Gostam de organizar seja o que for, tendo por isso facilidade em profissões, que tenham tarefas organizativas. Gostam também das coisas limpas e bonitas. Em geral têm como defeito a teimosia, e quando se convencem que têm razão em algo, é muito dificil alguém convence-los do contrário. Para as pessoas de Oxalá, falar e conversar, é mais importante que agir, por isso também gostam bastante de profissões, nas quais tenham de falar ou escrever bastante. Fisicamente costumam ter um porte elegante, e uma maneira de andar bastante nobre. Precisam de vencer a sua teimosia natural.


IEMANJÁ “Todo o filho do mar, sabe que é na sua calma, que habita a sua força.”

Considerada a deusa dos mares, Iemanjá é a protectora dos lares, da familia, dos pescadores, e das profissões ligadas ao mar. É realmente a rainha das águas salgadas, visto que Oxum governa as águas doces. Mãe Iemanjá é geradora de vida, basta pensar que água é vida. Nosso planeta é constituido por três quartos de água, e o nosso organismo, é na sua maior parte água. O mar alberga e dá alimento a milhões de espécies, incluindo os seres humanos. É o maior santuário natural, sendo também o maior “cemitério” do planeta. A energia que emana do mar, cura algumas doenças espirituais, e liberta o organismo de larvas astrais, e energias negativas. É por isso que tomar banho de mar, nos faz sentir enérgicos e saudáveis, pois na realidade ficamos mais “limpos”, e com o nosso campo electromagnético descarregado de energia negativa. A mitologia iorubá, conta que, Exu, um dos filhos de Iemanjá, apaixonou-se pela própia mãe. E quando um dia a tomou á força, seus enormes seios foram dilacerados na luta que travaram. Quando tudo terminou e caida no chão, dos seus seios foi saindo água, salgada como as lágrimas, e essa água deu origem ao rio Yemojá, que por sua vez foi correndo e originou os oceanos, onde passou a viver, tornando-se a deusa do mar. Iemanjá, assim como os outros orixás, tem formas e simbolos de ser representada, e um de seus simbolos é a estrela do mar, que simboliza a geração de vida. E irradia nos seres humanos, a necessidade e o desejo de gerar vida, e coisas novas. Vibra também, a capacidade dos seres se adaptarem a condições ORIXÁS EM POESIA 61


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adversas, e a necessidade de se multiplicarem, para a continuação da espécie. É também Iemanjá, que ampara o bébé no seu nascimento, e dá o sentido de familia, e sentimento de amor e fraternidade, ás pessoas que vivem debaixo do mesmo tecto. Caracteristicas dos filhos de Iemanjá: São pessoas em geral muito maternais, demonstram muita bondade, e costumam ser bons conselheiros. Adoram juntar os filhos todos em suas casas, pois têm sempre o sentido de proteger o que é seu, como uma “grande mãe”. Não são pessoas ambiciosas, nem obcecadas pelo dinheiro, mas gostam de viver num ambiente confortável, e sabem bem apreciar o que é luxuoso. Não toleram a mentira nem a traição, e por isso, são pessoas que demoram bastante a confiarem em alguém. E quando traidas, raramente esquecem, podendo mesmo ganhar rancor, em relaçao á pessoa, ou pessoas que cometeram a traição. São pessoas que normalmente casam cedo, devido ao seu desejo de criarem familia, pois detestam viver sós. E em geral, gostam da rotina do quotidiano, preferindo ficarem em casa, a viajarem. Relativamente ao aspecto fisico, costumam ter corpos bem constituidos, com tendência para a obesidade. Têm um olhar calmo e fascinante. Gostam de profissões em que tenham de lidar com crianças, e aquelas em que lidem com os problemas dos outros, como por ex: psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, e outras afins. Precisam de vencer o seu ciúme incontrolável.


OGUM “De todas as vitórias e conquistas, a mais gratificante que o ser humano pode ter, é conseguir vencer-se a si próprio.”

Na mitologia iorubá, Ogum é o orixá da guerra, o vencedor de demandas. O guerreiro que nunca descansa sobre os louros da vitória, partindo sempre para novas lutas, novas conquistas. Ogum foi sincretizado com São Jorge, sendo também por isso associado aos militares, como figura de comandante supremo. É o dono do ferro, e com ele forjou a espada e todos os instrumentos de guerra. Foi também com o ferro, que forjou as ferramentas utilitárias e as ferramentas de trabalho, que permitiram o desenvolvimento de novas artes e tecnologias. E por essa razão é o patrono dos militares, ferreiros, policias, trabalhadores agricolas, mecânicos, barbeiros, e de todos que trabalhem com ferro, ou instrumentos de ferro. É o senhor dos caminhos, e quem protege os humanos em locais perigosos, sempre auxiliado por seu irmão Exu, o dono das encruzilhadas. Os caminhos de ferro também lhe pertencem, e é por isso comum, deixarem-se oferendas a Ogum no meio das linhas dos comboios. Pai Ogum irradia nos seres humanos, a actividade criadora sobre a natureza, o desejo de produzir coisas novas, a busca de novas fronteiras, o desenvolvimento tecnológico e a expansão da humanidade. É também Ogum que vigia a execução da lei cármica, e tem sob suas ordens, tanto a luz, como as trevas. Comanda os Exus de lei, que são os agentes cármicos no nosso plano de vida. Aplicando a lei maior conforme o merecimento de cada ser. Se entendermos os caminhos, como vias de evolução dos ORIXÁS EM POESIA 63


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espiritos, então lá encontraremos nosso Pai, vigiando a caminhada de cada um. Ogum sempre ajuda seus filhos, mas não deixa de punir quem mereçe. Há uma lenda que conta que, um homem trabalhador e sério, era frequentemente roubado, expulso de suas terras, e despojado de seus bens. Então um dia, desesperado e aconselhado por um “babalaô”, foi fazer uma oferenda (ebó) em uma mata, e ao passar um caminho, encontrou Ogum. Nesse momento, o homem caiu a seus pés, e implorou perdão por estar a invadir a mata, e ofereceulhe a oferenda que levava. Ogum aceitou, devorou o “ebó” e ouviu os lamentos do homem. Vendo que ele tinha razão, mandou-o colocar folhas de dendezeiro (mariô) nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogum destruiria a aldeia de onde vinha o homem. E assim fez, destruiu tudo, menos as casas marcadas pelo “mariô”. Ainda hoje, e por causa dessa lenda, é comum nas entradas dos templos, ilês, e casas de culto, colocarem-se sobre as suas portas “mariô” - folhas de dendezeiro desfiadas. Caracteristicas dos filhos de Ogum: São pessoas determinadas, cheias de vigor, e espirito de competição. Andam sempre em busca do impossivel, sem nunca recusarem uma luta, e quanto maior o obstáculo, mais força despertam para o ultrapassar. Não gostam de rotina, e adoram viagens, mudanças, assuntos novos, e novas tecnologias. E apesar de amarem as conquistas do que quer que seja, não são apegadas ás coisas materiais, deixando tudo e todos, e partindo em busca de nova conquista. Devido á enorme resistência que possuem, adaptam-se facilmente a qualquer lugar, e conseguem comer, sem se importarem muito com a qualidade, ou o paladar da comida, pois geralmente comem apenas para saciar a fome, e não pelo prazer de comer. São práticas e inquietas. Nunca falam por “detrás” de alguém, dizem tudo directamente a quem quer que seja, mas acontece,


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que por serem tão francas, ás vezes são grosseiras demais quando se dirigem ás outras pessoas. Em especial, se sentirem traição, falsidade, ou injustiça para com eles, ou para com os mais fracos. As pessoas de Ogum, não admitem injustiça para com os mais fracos, e costumam assumir na integra, a posição daqueles que querem proteger. Detestam a fraqueza, a falta de garra, e de coragem. Têm um conceito de honra muito nobre, e dificilmente perdoam uma ofensa grave. Quando têm amigos, cultivam-nos como um tesouro e são optimos camaradas, mas por serem tão rudes ao imporem as suas ideias, por serem tão impacientes, e terem acessos de raiva quando estão zangadas, não nadam em amizades. Com o sexo oposto, são aquelas pessoas que sabem ser divertidas, e despertar interesse nos parceiros. Gostam de conquistar e andar de conquista em conquista, e apenas se fixam em alguém, quando encontram realmente, quem preencha na integra os requisitos que procuram no sexo oposto. Têm necessidade em aprenderem a ter um pouco mais de paciência, inclusive para não tomarem decisões precipitadas. E precisam saber controlar os acessos de raiva quando irritadas, pois podem ferir as pessoas que as rodeiam e lhes são queridas.

IANSÃ “Fechai os olhos, e segui na direcção do vento que sopra dentro de vossos corações, e um raio no céu iluminará vosso caminho.”


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Iansã, também conhecida por Oiá, é a deusa dos ventos e das tempestades. È por essa razão sincretizada com Santa Bárbara. Mãe Iansã, se assemelha a uma guerreira, brandindo sua espada com uma mão, e segurando na outra, o “eruexim” - chibata feita de rabo de cavalo, atada a um cabo de osso, madeira, ou metal. Com o qual controla e domina os eguns (espiritos dos mortos). É ela, que ao lado de Obaluaiê, serve de guia aos espiritos que desencarnaram, e lhes indica o caminho a ser percorrido. Apesar de femenina, Iansã aproxima-se mais dos afazeres consagrados aos orixás masculinos. Pois como guerreira que é, está sempre presente nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, e em todas as situações de risco e aventura. Caracteristicas que não a fazem muito femenina, ainda mais que não gosta muito dos afazeres domésticos, e costuma estar longe do lar. É a dona das paixões, do amor violento, do desejo de possuir. É o desejo mais forte que a razão. É a mulher sensual e fogosa, que facilmente se apaixona em um amor louco, mas saciado o seu desejo, rapidamente termina a relação, e ás vezes tão violentamente como começou. Conta as lendas iorubás, que Iansã teve muitas paixões e conquistas. Uma delas foi Ogum, com quem aprendeu a manusear a espada. Amou Oxaguian, que lhe ensinou a usar o escudo. Relacionou-se com Exu, e dele ganhou os mistérios do fogo e da magia. Seduziu Oxóssi, com quem aprendeu a caçar, e a tirar a pele do búfalo. Com Logun-Éde, aprendeu a pescar. Com Obaluaiê, aprendeu a dominar os eguns. Até que por fim, apaixonou-se verdadeira e violentamente por Xangô, e com ele aprendeu a governar e a dominar o raio e o trovão. Conta ainda, que Iansã utilizava a magia e a pele do búfalo, para se transformar naquele animal enquanto caçava. E por isso, ainda hoje é costume haver em algumas casas de culto, e em locais consagrados a Iansã, dois chifres de búfalo; Os quais, em caso de aflição e necessidade, se devem bater um contra o outro, pedindo dessa forma ajuda a Iansã. Em outro campo, é ela a divindade que direcciona os seres humanos, e indica o melhor rumo a seguir. É o vento que sopra em


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todas as direcções. É também, aplicadora da lei na área da justiça, e pode paralisar os seres, caso estejam indo por um caminho imprópio. Actua sobre o emocional, e esgota os negativismos, os vicios, e a consciência desordenada e desequilibrada. Irradia nos seres o sentimento de lealdade, movimentação, circulação, segurança, ordenação, justiça, e a busca de melhores condições de vida. Os seres desencarnados, que tenham saido do caminho da lei divina, são esgotados emocionalmente e mentalmente, de todos os negativismos, de todos os sentimentos desvirtuados, e posteriormente encaminhados para a linha recta da evolução, por nossa mãe Iansã. Caracteristicas dos filhos de Iansã: Em geral, são pessoas com um temperamento explosivo. Gostam de impor aos outros a sua vontade, e em qualquer assunto, têm sempre a mania de pensar que sabem tudo, e têm sempre a palavra que vale mais. Além disso, não admitem ser contrariadas, tenham ou não razão. Quando contrariadas, tornamse violentas, partindo para a agressão, gritando, berrando, e chorando. Quando surge alguma oportunidade de aventura, são capazes de deixar tudo o que estão fazendo na vida, e partir. São pessoas que não têm medo de nada, e enfrentam qualquer situação de peito aberto. São cheias de garra, e adoram competir em tudo, sempre impondo sua força e agressividade. No entanto, mesmo sendo pessoas com espirito guerreiro, e gostando de batalhas, ao invés de agirem em grupo, preferem antes agir sozinhas, sempre com a convicção que, com sua coragem e agressividade, conseguem vencer sem ajuda de ninguém. São aquelas pessoas, que repentinamente mudam o rumo de suas vidas, não lhes interessando se para melhor, se para pior, mas mudam. Apesar que, se chegarem á conclusão que erraram no caminho, voltam novamente a alterar o rumo de vida. Em geral são pessoas extrovertidas, muito directas, por vezes até chocando os outros, e dificilmente conseguem esconder as


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emoções. Têm tendência, a terem uma vida sexual muito activa, cheia de paixões e aventuras extraconjugais, mas, mesmo sendo capazes de trair, não são capazes de perdoar a traição, pois são muito ciumentas de seus parceiros. Quando, e apenas, amam alguém de verdade, conseguem dedicar-se unicamente á pessoa amada. Com todas estas caracteristicas, estas pessoas têm dificuldade em terem relacionamentos duradouros, e poucos são os parceiros e amigos, que aturam um temperamento tão instável. Fisicamente, têm em geral um porte atlético, e têm pouca tendência á obesidade, pois costumam ter um metabolismo acelerado, que lhes permite queimar as calorias extra, e ter bastante energia disponível. Gostam de profissões em que tenham de comunicar bastante, e nunca estejam sós. Têm facilidade em trabalhar, em balcões de contacto com o público, gabinetes de atendimento. Podem inclusive ser, chefes de repartições, fiscais, oficiais de justiça, etc. Precisam de aprender, a controlar os seus impulsos, a saber ouvir os outros, e a saber perder.

XANGÔ “O machado da justiça, espera impiedosamente pelo pecador, e por quem na vida achou ter o direito de julgar os outros.”

A razão acima de tudo e de todos, é assim Xangô. O orixá que decide sobre o bem e o mal. As suas decisões são sempre


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consideradas sábias, correctas e justas. O orixá da justiça, segura o “ oxé “, o machado com dois lados e duas lãminas, indicando que o seu poder corta nas duas direcções opostas. E não poderia ser de outra forma, o administrador da justiça, não poderia nunca olhar apenas para um lado, nem beneficiar ninguém. Numa disputa, seu poder pode-se virar contra qualquer um dos contendores, fazendo desse modo justo e imparcial, com que a justiça seja correctamente aplicada, mantendo sempre a neutralidade. Por essa razão, nunca se deve fazer pedidos a Xangô, sem ter a certeza que se tem realmente razão, e o que se pede é justo, pois o machado da justiça, pode cair em cima da cabeça de quem pede, caso o que peça seja injusto ou não seja merecedor. Xangô tem o dominio do raio e do trovão, e em Àfrica, quando uma casa é atingida por um raio, considera-se que o seu propietário está sob a cólera de Xangô. É preciso então consultar um babalaô (sacerdote), pedindo para que faça algo que acalme o orixá, e que seja perdoado por algo que cometeu injustamente. A força e o axé de Xangô, estão concentrados nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos, nas serras rochosas, e nas pedreiras. Suas pedras são inteiras, duras de quebrar, como o próprio orixá. Pesado, integro, e irremovivel, dá a Xangô uma atmosfera autoritária e rigida. Ele é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa, o trabalho, o progresso social, a politica, a organização e a vontade de vencer. Sempre com a justiça acima de tudo, pois sem justiça, nenhuma conquista vale apena. Pai Xangô, vibra no mental dos seres, o senso de equilibrio, de justiça e de razão, para que não sejam movidos apenas pela emotividade e pelo instinto. Uma das lendas de Xangô, conta que um dia, liderando o seu exército frente a outro inimigo, que tinha ordens de seus superiores, para não fazerem prisioneiros, todos os seus soldados que caiam nas mãos do inimigo, eram bárbaramente mutilados e cortados em pedaços. Isso provocou a ira de Xangô, que batendo com o seu machado na pedra, gerou raios enormes que derrotaram o exército inimigo.


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Para os que foram feitos prisioneiros, os ministros de Xangô, pediam o mesmo tratamento que tiveram para com os seus. Xangô achou injusto e não concordou, pois entendeu que eles estavam a cumprir ordens, e quem deveria pagar seriam os seus lideres. E assim fez. Levantando o seu machado para o céu, gerou uma avalanche de raios, e os dirigiu contra os lideres inimigos, destruindo-os completamente. Em seguida libertou os prisioneiros, mas estes, fascinados com a maneira justa de agir de Xangô, passaram a segui-lo e a fazer parte de seu exército. Caracteristicas dos filhos de Xangô: São pessoas firmes como uma rocha, e dificilmente se abalam com qualquer coisa. Como são tão honestas e justas, tendem a ser alvo de confidências por parte dos outros, pois sabem guardar os segredos como ninguém, e rapidamente adquirem a confiança total de quem os rodeia. Estas pessoas, têm uma dose enorme de energia e auto-estima, e a consciência de que são importantes, e dignas de respeito e atenção. São sempre ouvidas pelos outros, pois em geral têm as opniões mais justas e sábias, mesmo em assuntos em que não são especialistas. E embora sejam sábias a ouvir, adoram dar a ultima palavra. São equilibradas e ponderadas, mas quando contrariadas, rapidamente se podem tornar violentas, demolindo tudo de forma rápida. Mas feita justiça, retornam ao seu comportamento normal. No dia a dia, são incapazes de conscientemente cometer alguma injustiça, e nunca fazem escolhas por paixão, interesses, ou amizade, mas sempre pela razão, e o que acham mais justo. Detestam mentiras, fofoquices ou intrigas, e se revoltam com quem age assim. Não costumam falar mal nas costas dos outros, e não podem ver injustiças para com os mais fracos, ou os mais pobres. São lideres por natureza, e gostam de exercer influência nos


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outros. São as chamadas pessoas de “sangue azul”, e normalmente têm tendência para amarem a monarquia. Fisicamente tendem a ter uma estrutura forte, com ombros bem desenvolvidos, e tronco largo, apesar de poderem ser um pouco atarracadas. Mesmo as mulheres que são filhas de Xangô, têm um jeito mais masculino que feminino. Sexualmente têm uma vida muito activa, e dão á conquista um valor muito importante. Nos relacionamentos sérios e duradouros, impera a honestidade e a seriadade, embora quando livres têm tendência a ter várias relações, inclusive ao mesmo tempo. Profissionalmente, e por serem amantes da justiça, da lei, e da politica, é comum enveredarem por carreiras afins e serem: juizes, advogados, policias, militares, dirigentes executivos, politicos, e até escritores. Precisam de aprender, que não podem confiar totalmente, e em qualquer pessoa, pois nem todas são honestas como elas.

OXUM “Aquele que beber o doce vinho do amor, terá encontrado a fonte da juventude.”

Orixá do amor, Oxum é a doce sedutora que a todos encanta, é a mulher que quer ser amada. É a mulher jovem, bonita, bela, que todos os homens querem e desejam. Associada á maternidade, á fecundidade, á gravidez, ao parto, é a grande protectora das crianças. Adora o ouro, jóas, colares, perfumes, roupas caras, o luxo, e em geral, tudo aquilo que é relacionado com a vaidade. E por ser


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amante da fartura e do poder, não mede esforços para alcançar os seus objectivos, seduzindo quem lhe poderá proporcionar o que deseja. Usa e abusa da sua astúcia e charme, para conquistar os prazeres da vida. Adora ser o centro das atenções dos seus amantes, e ataca as possiveis concorrentes capazes de lhe roubar o seu lugar. Em outro contexto, mãe Oxum é a dona das águas doces, dominando os rios e as cachoeiras. Vibra nos seres, o amor, a ambição de uma vida melhor, o desejo do sexo com o objectivo do nascimento de filhos e a continuação da espécie. Em África, ainda hoje em algumas zonas, as mulheres que desejam engravidar, vão junto de um rio, levando a Oxum uma oferenda, e ai fazem o seu pedido. É ela que zela pelos fetos em gestação até ao momento do parto, sendo depois mãe Iemanjá, que ampara a cabeça da criança que nasce para a nova vida. É ainda Iemanjá, que nesse momento entrega a “cabeça” da criança, para os orixás que dela vão tomar conta pela vida fora. Mas Oxum continua sempre zelando pela criança, até esta atingir os sete anos de vida. Oxum é também deusa dos minerais, das pedras preciosas, do ouro e da riqueza. E irradia nos seres humanos, o desejo de prosperidade, de fertilidade, de crescimento, de união e amor ao próximo. Há uma lenda iorubá, que conta que Oxum desejava muito aprender os mistérios da arte da adivinhação. Exu, que possuia o segredo do jogo de búzios, que lhe tinha sido dado por Ifá – o orixá da adivinhação, não o dividia com ninguém. Mas Oxum foi procurálo, e com tanta beleza, astúcia e sedução, conseguiu que Exu lhe ensinasse. Mas em troca, o matreiro Exu, obrigou Oxum a passar sete anos em sua casa, tratando, lavando e arrumando as suas coisas. É por isso que Oxum, é juntamente com Exu, dona de todos os jogos adivinhatórios. Mas, continuando sempre a ser Orunmilá (Ifá) o orixá da adivinhação. Caracteristicas dos filhos de Oxum:


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São aquelas pessoas que adoram as festas sociais, os prazeres, a boa comida, e as coisas boas da vida. Têm por essa razão alguma tendência a engordarem, pois não são muito adeptas de dietas. Gostam de jóias caras, ouro, roupas de qualidade, bons perfumes, e tudo o que lhes possa auferir um pouco mais de beleza e sensualidade, pois além de serem um pouco vaidosas, adoram ver-se ao espelho, e acharem que são as que têm mais charme, e que a sua aparência vai seduzir e chamar a atenção do sexo oposto. O sexo é muito importante para estas pessoas, e têm têndencia a terem uma vida sexual muito intensa, podendo inclusive serem infieis, pois gostam de mudanças. Como despertam ciúme nos outros, podem se envolver em intrigas, apesar de não gostarem de escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a aura de bondade, fragilidade, doçura e pureza, que tanto constroem e desejam transmitir aos outros, pois por detrás, escondem uma forte ambição, e um grande desejo de ascensão social. São aquele tipo de pessoas, que dificilmente gostam mais de alguém do que deles própios, embora tentem sempre transmitir o contrário, fazendo com que pareçam apaixonadas, carinhosas e preocupadas com quem as rodeia, ou com quem lhes possa proporcionar o que no fundo desejam e ambicionam. A aparência calma e tranquila que possuem, pode esconder muitas armadilhas, e costumam conseguir tudo o que querem, arquitectando planos com muita imaginação, esperteza e astúcia que possuem em quantidade, arranjando intrigas, e deslizando como uma serpente pelo meio dos problemas, saindo normalmente vitoriosa, e com uma imagem de vitima. São pessoas sensiveis a emoções e choram por qualquer coisa. Têm também um pouco de preguiça em relação ao trabalho, e tentam sempre arranjar maneira de ganhar dinheiro, sem terem de se esforçar muito. Têm uma intuição muito desenvolvida, e facilidade para lidar com assuntos do oculto, sendo por isso atraidas para o


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desenvolvimento da espiritualidade, rituais de magia, e tudo que tenha a ver com esoterismo. São as melhores pessoas, que lêem e interpretam os jogos adivinhatórios, como o tarôt, búzios, runas, etc. São românticas, apaixonadas, sensiveis, sensuais, algo sonhadoras e dramáticas. Têm desssa forma facilidade em profissões ligadas á dramatização tais como: teatro, cinema, musica, artes, escrita etc. Precisam de aprender a controlar, o desejo de fofocas e intrigas, a serem menos ciumentas, e a deixarem de ser indecisas.

OXOSSI “Qualquer que seja a presa, somos todos caçadores nesta vida.”

Pai Oxossi, é o orixá dono das matas, rei da floresta e da caça. São por isso, seus principais simbolos, o arco e a flecha. Foi sincretizado com São Sebastião, e é celebrado o seu dia a 20 de Janeiro. É muito ligado a seu irmão Ogum, de quem recebeu as armas de caçador. É também por vezes associado a Ossaim, que é o orixá que rege as folhas e ervas medicinais, usadas nos rituais. Conta uma lenda iorubá, que em tempos longínquos, quando um dia se festejava a colheita anual no palácio real de Ifé, pousou sobre uma torre do palácio, um pássaro enorme, lançando fogo sobre os festejos e os festejantes, com a intenção de destruir tudo. Tudo, porque nesse ano, não haviam oferecido como costume, parte da colheita ás feiticeiras Iyámis Osoróngá. Todo o povo ficou


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em pânico, e prevendo as maiores catástrofes para o reino. O rei Oduduwa, mandou então chamar os três melhores guerreiros do reino a manejar o arco e a flecha, para matarem o terrivel pássaro. Cada um á sua vez, disparou dezenas de flechas, mas nenhuma acertou no pássaro. Por fim, e já sem esperança, mandou chamar Osotokánsosó, caçador de uma flecha apenas. Sua mãe, sabia que as feiticeiras viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua furia, a não ser uma oferenda. Foi então consultar Ifá, e o babalaô, mandou que preparasse uma oferenda com, grão, frango ainda com as plumas, massa de milho envolta em folhas de bananeira, e seis búzios. Teria ainda de colocar a oferenda, sobre o peito de um pássaro sacrificado para o efeito, e que a oferecesse em uma estrada dizendo: “Que o peito da ave receba esta oferenda!”. Assim o fez, e no momento em que o seu filho disparava a flecha, em direcção ao malvado pássaro, esse, abriu sua guarda, recebendo a oferenda de sua mãe, e a flecha mortal de Osotokánsosó. Maravilhados pela proeza, todos dançando e festejando o feito, gritavam de alegria: “Oxossi! Oxossi!” (caçador do povo). Desde esse dia, Osotokánsosó, é reverenciado como o maior caçador de todas as terras, e carrega até os dias de hoje o seu titulo: Oxossi. Oxossi é o caçador solitário, aquele que de noite e sob o luar, persegue a sua presa com determinação, com a máxima atenção e paciência, e sabe esperar o momento certo para disparar sua flecha, atingindo o alvo com a máxima eficácia. Rege, além das florestas selvagens, bosques e matas virgens, os animais, a flora, a lavoura, a agricultura, e todas as plantações. É Oxossi quem provê o alimento aos seres, garantindo a caça e as boas colheitas. Gera progresso e riqueza, permitindo ao ser humano uma vida mais próspera. Das suas matas e florestas, além da renovação do oxigénio e a purificação do ar, emanam essências medicinais, que actuam no


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emocional e no campo energético dos seres, envolvendo-os de energia curadora, que os equilibra emocionalmente, espiritualmente, e manifesta-se depois no corpo fisico. Pai Oxossi, vibra também nos seres, o desejo e a procura do saber, do conhecimento em geral. Está por isso, e como todos os outros orixás, presente em todos os aspectos da vida. Está no conhecimento da fé, da lei, da justiça, do amor, e em tudo o que rodeia o ser humano. Pois sem a procura, e a busca do saber, o ser humano não evoluia, e permanecia para sempre no estágio inicial de evolução. Caracteristicas dos filhos de Oxossi: São aquelas pessoas, cheias de energia e vigor, sempre joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Têm uma enorme capacidade de concentração e atenção, aliadas á determinação e á paciência, para aguardar o momento certo. Mesmo com o enorme auto-controle que possuem, ás vezes tendem a ser nervosas, embora não o demonstrem. Costumam sair cedo da casa dos pais, devido á sua enorme necessidade de independência. Não querendo dizer que constituam familia de imediato, pois tal como Oxossi, não se importam de ser solitários, pois adoram o silêncio. No entanto, quando têm familia, assumem a responsabilidade, e organizam o sustento familiar. E mesmo sendo paternais, não são muito dados ao contacto intimo com a familia, e preferem antes trabalhar, e buscar as provisões necessárias ao sustento dos seus familiares. Por todas estas razões, estas pessoas costumam ter dificuldade em manter casamentos ou relacionamentos estáveis. Quando no meio de amigos, gostam de estar alegres, e conversar pelas noites fora. Apesar que no dia a dia, são pessoas extremamente caladas e reservadas, guardando para si seus comentários e sensações, sempre com a máxima descrição. Além disso, nunca fazem julgamentos sobre os outros, e respeitam o espaço individual de cada um.


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Iniciativa não lhes falta, e adoram novas descobertas e novas actividades. Apesar que em geral, são pessoas com os pés assentes na terra, e não são muito sonhadoras ou ambiciosas, e dedicam-se apenas á sua sobrevivência e á de suas familias. Fisicamente, costumam ser pessoas magras, e donas de rara beleza. O ar de mistério, o olhar profundo, aliados á força e sensibilidade que possuem, dá-lhes um aspecto extremamente atraente. São também muito intelectuais, possuidoras de qualidades artisticas, e de um gosto muito refinado.Têm espirito romântico. Adoram as coisas belas, a arte e a cultura. Profissionalmente, têm facilidade nas belas artes, na cultura, profissões em que andem ao ar livre em contacto com a natureza, e em todas aquelas em que tenham de buscar ou ensinar o conhecimento, tais como: pintura, literatura, escultura, biologia, desporto, investigação cientifica, ensino, etc. Precisam de aprender a viver mais em sociedade, e a adaptarem-se ao meio urbano.

NANÃ BURUQUÊ “Semeai em jovem o calor da familia e da amizade, e não tereis de colher na velhice, o frio e a amargura da solidão.”

Nanã, costuma ser carinhosamente chamada de “vovó”, pois é considerada, a mais velha divindade feminina dentro do panteão africano. É por isso, bastante associada á maturidade do ser humano, sendo também considerada a protectora dos idosos. Apesar de algumas correntes a associarem á chuva, enchentes, lágos e águas lodosas, Nanã tem também o dominio dos poços,


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das minas, e toda a água que nasce do interior da terra. Das suas águas saem emanações, que actuam no emocional dos seres, decantando os vicios e o negativismo. É a deusa do reino da morte, e é ela quem conduz ao astral, as almas após o desencarne actuando também nos seus cármas. E é ela também, que no momento de encarnar, adormece a memória do seres, para que não se lembrem das vidas passadas, e não interfiram no destino que traçaram para a nova vida. Nas lendas iorubás, quando Oxalá foi encarregado de modelar os seres humanos, tudo tentou, desde a madeira, a pedra, o fogo, a água, o ar, e nada resultava, até que Nanã lhe ofereceu a sua ajuda, e lhe deu o barro do fundo da lagoa onde habitava. Então Oxalá modelou o ser humano no barro, e Olurum lhe deu vida. Só que um dia o ser humano tem de morrer, o corpo volta á terra, e Nanã quer de volta o que é seu. Nanã tem como simbolo, a meia-lua, a cruz, ou o Ibiri – um feixe de ramos de palmeira com o qual “varre os males do mundo”. É um dos orixás associados á justiça, pois Nanã não tolera traição, roubo ou maus tratos. E nesse caso pode tornar-se perigosa e vingativa. Sendo no entanto um orixá discreto, que prefere esconder-se a dar nas vistas. Nas mulheres de meia idade, é Nanã que estimula a menopausa, paralisando a sexualidade e a geração de filhos. Os seus pontos de força naturais são poderosissimos, e são habitados por entidades com um poder enorme. Apesar que dificilmente se conhece os seus mistérios, pois são muito fechados. Lá são descarregadas e absorvidas, todas as cargas energéticas negativas existentes ao redor do planeta, criadas pela mente do ser humano. Caracteristicas dos filhos de Nanã: Os filhos de Nanã são aquelas pessoas, muito calmas e lentas no exercicio dos seus afazeres, pois o tempo não as incomoda muito.


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Têm muito pouco sentido de humor, e podem ter um temperamento severo, sempre criticando os outros. No entanto, por serem dotadas de uma grande capacidade de compreensão, sabem perdoar aos que erram. Custa-lhes a aceitar as opiniões alheias, e demoram muito para tomarem uma decisão, mas quando tomam, geralmente são as mais acertadas, ou pelo menos as mais sábias e justas. Adoram educar e brincar com as crianças. Têm para com elas uma ternura, carinho, e paciência sem limite. Apesar que em suas vidas, não dão muita importância á sexualidade e ao sexo oposto, pelo medo de enorme de amarem alguém, e serem abandonadas. Em contrapartida, dedicam-se bastante ao trabalho. Por serem as pessoas mais conservadoras da sociedade, não gostam muito de profissões modernas, e preferem aquelas em não tenham de se expor muito, e possam trabalhar nos “bastidores”. Fisicamente são pessoas que envelhecem rapidamente, e aparentam sempre mais idade da que têm. Precisam de um pouco de humor na vida e de aprenderem a deixarem-se amar.

OBALUAIÊ “Nunca um doente rico, será tão rico como um pobre saudável.”


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Pai Obaluaiê, é o orixá da vida e da morte, da saúde e da doença. Foi sincretizado com São Roque, e São Lázaro (Omulú), e é celebrado o seu dia a 16 de Agosto, ou a 17 de Dezembro (Omulú). Em geral, costuma ter duas formas de ser defenido: Obaluaiê – sua forma mais jovem e actuando mais no campo da reencarnação e encaminhamento do espirito, e Omulú – forma mais velha, representando a idade avançada, e actuando mais no campo do desencarne do espirito, e na sua purga no campo santo (cemitério), até estar preparado para nova encarnação, ou para seguir outro caminho de evolução no plano espiritual. Obaluaiê / Omulú, rege a doença e a sua cura. É por isso tão temido, e visto como um orixá sombrio e castigador. Inclusive, capaz de dizimar toda uma polulação com a peste, variola, lepra, ou qualquer outra epidemia, caso tenham falhado com ele em algum aspecto. No entanto, também pode ser um pai bondoso e fraternal, para aqueles que se tornarem merecedores, através da humildade, da honestidade, e da lealdade. Seu simbolo é o Xaxará – um ceptro ritualistico com palha da costa e enfeitado com búzios, com o qual ele expulsa o mal e as doenças. Segundo as lendas, Obaluaiê é filho de Nanã com Oxalá. Mas como nasceu com doenças de pele, e cheio de chagas que cheiravam muito mal, sua mãe Nanã, com medo que lhe fossem transmissiveis, abandonou-o em uma gruta junto do mar. Iemanjá, que passeava pela praia, o encontrou, e mesmo sabendo que era filho de Nanã, criou-o como seu filho. A criança cresceu, e se tornou em um grande guerreiro, feitiçeiro e caçador. Sempre com o corpo coberto de palha, não para esconder as chagas, pois Iemanjá as tinha curado com sua água salgada e o seu amor, mas porque seu corpo brilhava tanto como a luz do sol, e feria os olhos de quem para ele olhasse.


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E então um dia, Iemanjá mandou chamar Nanã, e apresentou-a a seu filho Obaluaiê, que perdoou a mãe verdadeira, e passou a conviver com as duas mães. Este orixá, tem sua força e seu axé, concentrados nos cemitérios, lugares sagrados desde os primeiros povos que povoaram a terra. Tem sob seu comando, os executores da lei na linha das almas, responsáveis por guardar e fazer purgar no Umbral, todos aqueles que se desvirtuaram do seu caminho, todos os que atentaram contra a vida, ou que usaram de magias negras para seu beneficio ou para fazer mal a outrem. São também seus comandados, que no momento do encarne, estabelecem o cordão energético (cordão de prata), que une o espirito ao corpo, e na hora do desencarne o dissolvem, permitindo que o espirito se solte da matéria. E são também eles, que envolvem com um campo de força fluido-magnético, os hospitais, cemitérios, morgues, e campos de batalha, impedindo que os vampiros astrais (kiumbas), absorvam as energias do duplo-etérico, daqueles que faleceram ou estão prestes a falecer. Estas entidades, têm um conhecimento e um poder enorme, e são elas que também actuam no plano fisico, junto dos profissionais de saúde, trazendo as essências curadoras e bálsamicas de pai Obaluaiê. Em outro aspecto, Obaluaiê vibra nos seres o sentido de evolução, e o desejo de ascender a outros patamares. O ser nunca evolui sozinho, apesar de ser uma situação pessoal, pois ninguém evolui no lugar de outro. É Obaluaiê, que desperta nos seres a necessidade de eliminar certos bloqueios que atrapalham a evolução, em especial, a capacidade de perdoar os seus semelhantes, que de alguma forma os prejudicaram, ofenderam, maltrataram, humilharam, roubaram, odiaram, etc. E desperta também nos seres, a coragem e a necessidade de pedir perdão aqueles a quem ofenderam,mentiram,


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injuriaram, ou de alguma forma prejudicaram. Evitando assim, o acumular de cármas negativos, que só atrasam a evolução. Os seres precisam de caminhar numa linha continua, para assim entrarem na espiral ascendente de Obaluaiê. O que significa, ter de haver uma renovação constante dos seres, havendo uma reposição de novos valores, deixando para trás velhos hábitos e costumes inadequados, e os velhos conhecimentos que foram ultrapassados pela constante evolução. Os sentimentos negativos, têm de dar lugar a sentimentos nobres e positivos, pois só assim os seres caminharão no sentido correcto, e em harmonia com o Universo. Caso contrário, entram na espiral descendente, que os leva para purgarem nos planos inferiores do Umbral. Caracteristicas dos filhos de Obaluaiê: Quem é filho, ou filha de Obaluaiê, é geralmente bastante pessimista, e com tendências autodestrutivas. São pessoas amargas, melancólicas, e costumam ser bastante solitárias, pois são também bastante dejaseitadas e desprovidas de qualquer charme ou elegância. Inclusive podem ter já ter nascido com alguma deficiência fisica ou alguma doença grave. Por vezes costumam ter tendências ao masoquismo e á autopunição, infligindo sofrimento a elas própias, e um código de conduta exageradamente rigido. Geralmente, ocultam o seu intimo para com as pessoas e para com os amigos, mantendo sempre uma máscara de austeridade, respeito e imposição, que gera intencionalmente algum medo nos outros. Seus comentários são secos e irónicos, o que lhes confere ainda mais, a imagem de terrivel que formam de si própios. No entanto, quando querem sabem ser humildes, simpáticas e caridosas. Têm uma força de resistência enorme, e são capazes de esforços fisicos prolongados, apesar que podem aparentar serem muito frágeis fisicamente. E apesar de lentas, são bastante perseverantes


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e firmes como rochas. Não gostam de mudanças, pois a capacidade de adaptação que possuem é minima. Quando ofendidas ou humilhadas, tornam-se bastante cruéis e sem piedade. Mesmo sendo pessoas muito pessimistas, quando têm objectivos determinados, são combativas e obstinadas em atingir a meta. Capazes inclusive, de se apegarem ás coisas materiais de uma maneira sofrêga e obsessiva, imaginando que todo o mundo está contra elas, e que todas as riquezas lhes fossem negadas, gerando desta forma, um comportamento obsessivo em quererem enriquecer e ascender socialmente. Mas caso não atinjam os seus objectivos, entram numa desilusão total, reprimindo as ambições, e adoptando uma vida de humildade e pobreza voluntária, podendo inclusive, dedicarem-se a uma causa humanitária, consagrando assim suas vidas ao bem estar dos outros. Fisicamente, como já foi dito, não têm qualquer charme, e podem inclusive, já nascer com alguma deficiência fisica, em especial nos membros inferiores, e apresentar alguma doença de pele ou contagiosa, que pode ser de nascença ou aparecer mais tarde. Com o sexo oposto, são aquelas pessoas que ficam sempre na sombra do parceiro, deixando o outro brilhar, pois é assim que preferem. Por essa razão, costumam-se apaixonar por pessoas bastante extrovertidas, extravagantes, e muito sensuais, mesmo ás vezes tendo alguma inveja e insegurança, pois vêem frequentemente o parceiro, como fonte de interesse e paixão de todos. Estas pessoas, por ser Obaluaiê um orixá muito ligado á morte e ás almas, podem ter tendência a verem os fenómenos sobrenaturais, e sentirem, ouvirem, ou mesmo verem os espiritos, e serem assim atraidas para o estudo do mundo oculto e esóterico. Dão-se bem em profissões ligadas á saúde, como a medicina, enfermagem, medicinas naturais e alternativas, curandeiros, e


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outras ligadas á espiritualidade. Precisam de aprender a darem mais valor a si própias, e a darem-se mais a conhecer aos outros.

EXU “O guardião das trevas, nunca deixará o devedor impune, nem de amparar quem merece.”

Pai Exu, é o guardião dos caminhos, e das encruzilhadas. Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos. É ele quem faz a comunicação entre os seres humanos e os demais Orixás. Quando se faz alguma oferenda e pedido aos Orixás, é Exu quem transporta a oferenda (essência) e a mensagem. É essa uma das razões, porque Exu deve ser sempre ofertado primeiro que todos. Inclusive nas casas de culto, Exu e Pombagira – seu complemento feminino, são sempre saudados e oferendados antes de se iniciar qualquer ritual. Mas além de mensageiro, é Exu quem protege os médiuns e as casas de culto, de espiritos perturbadores, para que a caridade possa ser praticada durante os rituais, e durante o atendimento. Exu e suas falanges, são os “soldados” dos Orixás. Cada Orixá


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tem o seu Exu ou Pombagira correspondente, que representa o seu pólo negativo, o seu representante ou serviçal nas trevas. E como cada Orixá tem várias qualidades dependendo do seu campo de actuação, para cada qualidade diferente há um Exu ou pombagira chefe de falange correspondente, que por sua vez comanda a sua enorme falange, que se vai dividindo hierárquicamente. Costuma-se dizer que cada Exu chefe de falange, comanda sete sub-chefes, que por sua vez cada um comanda mais sete, e assim se vai multiplicando sempre por sete. Sendo os que ocupam cargos mais altos dentro da hierarquia, os mais evoluidos, com mais luz e conhecimento, normalmente chamados de “tronados” e “coroados”, e os que se encontram mais abaixo, são os espiritos sem luz e trevosos que foram recrutados, e lhes foi dada a oportunidade de evoluirem servindo a luz nas trevas. Os Exus actuam no baixo astral, combatendo os espiritos trevosos e demoniacos, e são os responsáveis pela estabilidade e equilibrio nas trevas, sempre sob a luz da lei e da justiça divina. Foram infelizmente sincretizados como diabos e demónios pela igreja católica, e não só. Actualmente existem algumas igrejas que os utilizam erradamente como rótulo da maldade, e responsáveis pelos males do mundo. Esta visão errada, deve-se em parte ao facto de que quando incorporados em seus médiuns, costumam falar de jeito maroto, dançam de forma sensual, dizem piadas, bebem álcool, e aceitam muitas das suas oferendas em encruzilhadas, juntando ainda o facto de usarem as cores preto e vermelho, que lhes dá ainda um ar mais sombrio. As pessoas que são médiuns videntes, quando os veêm, conseguem ver que usam por vezes tridentes ou outras armas astrais, uma roupagem fluidica, e uma forma grotesca e assustadora. Tudo isso para intimidar e amedrontar, os seres do baixo astral com que têm de lidar. Ora todos estes factos e relatos, incluindo seus métodos agressivos de actuar, fizeram com que Exu fosse representado


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como tendo chifres, pés de bode, garras, tridentes, e tudo de maneira a parecer o mais demoniaco possivel. Mas Exu não é demónio. Exu protege os encarnados dos seres demoniacos que vivem no Umbral mais denso e negativo. Exu é o braço armado de Deus nas trevas, é o policia do astral. Por vezes, sua maneira de actuar, pode parecer demasiado ofensiva e até maldosa, mas é necessário, pois os seres demoniacos das trevas não entendem outra linguagem. A picada de um escorpião, é combatida com o seu próprio veneno... Hoje em dia, seu simbolo mais usual é o tridente, mas em África, ainda costuma ser representado como um falo, como era inicialmente. Representando assim, o aspecto sexual que possui, associado á copula e á virilidade. Exu tem também o poder oracular, pois como se costuma dizer: Exu tudo sabe, tudo ouve, tudo vê, e tudo transmite. É por isso muito procurado e apreciadas suas consultas quando incorporado em seus médiuns, pois logo vai falando e tentando arranjar solução para todos os problemas. Nas lendas Iorubás, foi Exu quem trouxe aos homens o Oráculo de Ifá – os dezasseis odus com que se joga o jogo de búzios. É costume dizer-se, que Exu tem duas cabeças, uma que olha em frente e outra que em simultâneo olha para trás. E na verdade é quase isso, pois Exu vive na dualidade. Sabe fazer o bem, mas conhece o mal. Serve os seus interesses, mas também o interesse alheio. Caminha direito em caminhos tortos, caminha torto em caminhos tortos, só não caminha direito em caminhos direitos. Sendo Exu um elemento neutro, só actua de duas maneiras: ou activado pela lei maior e actua como agente cármico; ou activado pela magia. Como agente cármico, é o responsável por esgotar o cárma dos seres, actuando sempre sobre as ordens dos amados Orixás, fazendo cumprir a lei e a justiça divina. Como agente mágico, actua quando é oferendado ritualisticamente, por quem conhece os


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mistérios da magia, actuando sempre na neutralidade, e declinando sempre as responsabilidades em quem o activou e lhe pagou. Mas neste caso, é preciso ver que existem vários graus dentro da hierarquia dos Exus, e quanto mais elevado o grau, mais conhecimento e luz possuem. Sendo que só aceitam trabalhos de magia para prejudicar alguém, ou interferir no livre arbítrío dos seres, os Exus que têm pouco grau ou nenhum. São Exus que não têm ainda luz, e não sabem a diferença do bem e do mal. Inclusive, na maior parte das vezes nem são Exus, mas sim Kiumbas – espiritos caidos, do baixo astral, que se fazem passar por eles para se saciarem com as oferendas. Os verdadeiros Exus de lei não aceitam estes trabalhos, pois têm conhecimento e luz suficiente, para entenderem que se o fizerem, estarão a ofender a lei maior e serão castigados, despromovidos nas suas hierarquias, e atrasada sua evolução. E se por acaso, alguém tenta activá-los magisticamente para estes trabalhos, eles se viram contra quem os activou. Infelizmente estes Kiumbas farsantes de Exu e Pombagira, conseguem muitas vezes penetrar em rituais nos terreiros de Umbanda, Candomblé e outros cultos Afro, fazendo passarem-se pelo que não são, aumentando ainda mais a má fama de nossos irmãos Exus e Pombagiras. Estas situações acontecem frequentemente, nas casas que não têm a protecção de Exus de lei como deveriam. Ora porque o dirigente da casa, é um pai ou mãe de santo farsante e a casa não tem fundamentos nenhuns, ou os que tem estão mal feitos e sem conhecimento; ou porque a própia casa, é muito dada e ligada a magias negras, e assuntos que nada têm a ver com a caridade e evolução espiritual. Existem lamentávelmente, alguns casos tristes de actuações destes Kiumbas, pois conseguem tão astutamente enganar as pessoas, que chegam até a pedir sexo em troca de favores. Em geral, encharcam-se em álcool, gostam de vestir-se de maneira exageradamente sensual (quase despidos), fazem gestos obscenos e usam um baixo calão. Falam quase sempre em sexo, e


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gostam de se exibir, provocar e humilhar os demais, chegando inclusive ao ponto de exporem em frente aos outros, a vida pessoal das pessoas que vão em busca de ajuda. É também verdade, que por vezes é necessário um Exu ou Pombagira, falar rude com o consulente de maneira a que leve um “choque”, mas um Exu ou Pombagira de verdade, em geral, fala só e directamente com a pessoa, procurando sempre ajudá-la, não fazendo nunca com que se sinta pior do que já está. Outra verdade, é que por vezes, e em algumas casas, os verdadeiros Exus e Pombagiras, deixam que os Kiumbas penetrem, criando “armadilhas”, para depois os capturarem e encaminharem na senda da evolução, segundo a justiça divina e a lei maior. Desmantelando em seguida esses terreiros, causando problemas, doenças, ou outras causas que vão afastando os médiuns, deixando os dirigentes sós e a contas com a justiça divina. De qualquer forma, todos os seres que vivem do mal, ou fazendo mal a outros, vão ter sempre mais cedo ou mais tarde, o retorno do que fizeram. Convém também lembrar, e em especial aos que são médiuns ou de alguma forma estejam ligados ao espiritual, que pela lei das afinidades, só pode atrair bons fluidos e espiritos de luz, quem de facto gerar em si sentimentos virtuosos e tenha acções nobres. Pois caso contrário, más acções e sentimentos negativos, só atrairão Kiumbas, maus fluidos, e espiritos trevosos. Os seres do baixo astral, são alimentados pelas más atitudes, maus pensamentos e sentimentos dos seres encarnados, ou desencarnados. Cada mal que practicam leva-os para niveis mais baixos, provocando ainda mais revoltas. Alguns caem tanto, que perdem a consciência humana e os seus corpos astrais, e chegam a transformarem-se em figuras grotescas e horrendas. Em geral, considera-se que no Umbral existem sete niveis negativos, sete camadas onde vivem e se purgam os seres trevosos. Considerando-se que as ultimas duas camadas mais baixas, estão na total ausência de luz, e são habitadas por seres demoniacos que perderam na totalidade a consciência humana.


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São estes seres que os Exus combatem principalmente, pois vivem na maldade pura, e sempre tentando capturar para as suas hostes mais espiritos caidos, levando a humanidade para a parte negativa. Em outro aspecto, é Exu quem irradia nos seres a vitalidade, em especial o vigor fisico e sexual. Exu pode vitalizar, isto é, aumentar ainda mais as qualidades vibradas nos seres pelos Orixás, ou desvitalizá-las conforme as necessidades e merecimento dos seres. Um Exu, tanto pode punir o ser que se desvituou e se afastou da irradiação luminosa dos Orixás, desvitalizando-o e paralisando-o, esgotando o seu cárma. Como o pode irradiar e vitalizar, enchendo-o de força, de energia e vigor, caso o ser caminhe no sentido correcto da lei divina. Sempre protegendo o ser, sem nunca interferir no seu livre-arbitrio, congratulando-se quando o seu protegido caminha no sentido da evolução, e sofrendo sempre com as suas quedas. A actuação dos Exus, Pombagiras e os amados Orixás, englobam tudo e todos. Não só as religiões Afro-Brasileiras, mas todas as existentes no planeta, pois todas têm o seu pólo positivo e o negativo. Como é lógico, têm diferentes denominações, consoante as diferentes religiões, zonas e culturas, mas sempre de maneira a que possam desenvolver as suas missões, na realidade material e nos planos sutis. Apenas para terminar e dar um exemplo, na cabala judaica, os Exus têm nomes que derivam do latim e das religiões pagãs. Chamando por exemplo “Astaroth” ao Exu Rei das Sete Encruzilhadas, “Hael” ao Exu da Meia-Noite, “Fleuruty” ao Exu tiriri, “Belzebu” ao Exu-Mor, e “Klepoth” á Pombagira. Em alguns paises orientais, a Pombagira Maria Padilha é conhecida por “Shinji”. Caracteristicas dos filhos de Exu: Assunto de carácter especial, comentado mais á frente junto com os comentários para Pombagira.


POMBAGIRA “Quem se deixar afundar no mundo dos desejos, e beber o veneno da luxúria dos sentidos, tornar-se-á no seu próprio escravo.”

Pombagira ou Bombogira, é o Exu feminino, complemento do Exu masculino. Dos sete Exus chefes de legião, apenas um é feminino, dai ter ocorrido uma inversão deste conceito, dizendo que Pombagira é mulher de sete Exus, sendo por isso prostituta. Os Exus são nosssos irmãos, e já tiveram as suas encarnações como humanos. Por isso, é perfeitamente normal que possa ocorrer, que uma ou outra, dentro das várias falanges de Pombagiras, possa ter sido prostituta em sua ultima encarnação. Agora, não se pode generalizar todas por igual, apenas porque uma foi “mulher de rua”. E nem mesmo a que tenha sido, merece que a chamem assim, pois além de ser nossa irmã, está em outro grau de evolução que nós não estamos, e trabalha em prol da humanidade. Agora, como os seres humanos são peritos em distorcer e inverter as coisas que não entendem, facilmente encontramos em algumas casas de culto aos Orixás, em dias de ritual de “esquerda”, médiuns femininas completamente vestidas como prostitutas, ás vezes quase despidas. Não porque as suas Pombagiras o tenham sido, mas sim pelo conceito errado que têm delas, e muitas vezes também, para extravasarem os seus própios ORIXÁS EM POESIA 90


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desejos intimos, impressionando os menos esclarecidos com gracejos, malabarismos, convites imorais,e falando em baixo calão, aproveitando a imagem já criada. Estes médiuns, tanto femininos como masculinos, são aquele tipo de gente que são desprovidos de qualquer qualidade nobre. São pessoas sem escrúpulos, moral ou ética e que se aproveitam da imagem distorcida de Exu e Pombagira, para exteriorizarem o seu verdadeiro “eu”. Em geral estas pessoas, acabam caindo no ridiculo, ficando desacreditadas, e segundo a lei das afinidades, acabam sendo envoltas pelos obsessores, caindo em tormento por parte destes. É certo que Pombagira costuma demonstrar alegria, falar como uma pessoa vivida, e dançar sensualmente. Mas não devem ser confundidas as coisas, pois ela lida com a sexualidade das pessoas presentes, para as descarregar do excesso desse tipo de energia, e não para se exibir ou para ser idolatrada. A função das Pombagiras está ligada á sensualidade, tentando direccionar as energias sexuais dos seres para a realização e a conquista de coisas nobres. Como complemento do vigor e vitalidade irradiados por Exu, irradia o desejo nos seres. Além de irradiar o desejo sexual necessário e equilibrado, irradia também o desejo de ter uma vida melhor, de evolução, de prosperidade, de crescimento espiritual, e de todo o tipo de sentimentos virtuosos e nobres. Como qualquer Exu, são também esgotadoras do cárma e conhecedoras da magia. Incorporadas em seus médiuns, dão consultas e “passes”, tentando sempre ajudar quem as procura. Ganharam infelizmente, a fama de roubarem maridos e mulheres, e destruirem casamentos e uniões, para quem lhes peça e lhes pague. Ora, tal e qual como já afirmei, não vale a pena repetir novamente, quem são as entidades que aceitam esse tipo de trabalhos. Pombagira conhece sim, o coração e os sentimentos dos humanos, podendo ajudar a resolver problemas conjugais e sentimentais, mas sempre sem prejudicar quem quer que seja.


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Tal como os Exus, usam a cor preta e vemelha. Seu simbolo é um tridente com os garfos em curvatura. E seu dia da semana consagrado, é tal como Exu, a segunda-feira. Têm também a função de guardiões da lei cármica. E em seus trabalhos, tal como os Exus, cortam demandas, desfazem trabalhos e feitiços de magia negra, e ajudam nos descarregos e desobsessões, retirando os espiritos obsessores e trevosos, encaminhando-os para a luz, ou para onde possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior. Quanto ás caracteristicas dos filhos de Pombagira e Exu, nada comento pela seguinte razão: Até á bem pouco tempo, todas as pessoas que eram identificadas pelo jogo oracular dos búzios, como sendo filhos de Exu ou Pombagira, estavam sujeitas a ser reconhecidas como “filhos do diabo”. Então quando sucedia essa situação, acabavam sempre por ser iniciadas para outro orixá. Hoje em dia, e cada vez mais, vem se tentando essa “dessincretização”com o diabo, que foi imposta pela igreja católica e outras que se aproveitaram desse facto. E talvez Exu e Pombagira, possam voltar a ser simplesmente, os orixás mensageiros que detêm o poder da transformação e do movimento; que vivem na estrada; frequentam as encruzilhadas; e guardam as portas das casas, protegendo os humanos dos espiritos trevosos. Porém, nem santos nem demónios.


Quadros de elementos associados a cada Orixรก



OXALÁ Caracteristicas: Saudação: oxalá babá / exê uêpe babá Sincretismo: jesus cristo / senhor do bonfim Data comemorativa: 25 de dezembro Dia da Semana: domingo / sexta-feira / em geral todos os dias Signo astrológico: peixes / capricórnio Numero: 10 / 8 Simbolo: estrela de cinco pontas / cruz Cor: branco / cristal Planeta: sol Elemento: ar Pontos de força: praias desertas / campos / montanhas / prados Bebida: água mineral / vinho branco doce Comida: canjica / acaçá / mungunzá Pedras: diamante / cristal quartzo transparente Metal: prata/platina / ouro branco Essências: benjoim / lirio / almiscar / flores do campo / aloés Flores: flores brancas em geral / rosas brancas sem espinhos Ervas: tapete de oxalá (boldo) / manjericão branco /alfazema / sálvia / sândalo / erva cidreira / baunilha Incensos: lótus / sândalo / rosa branca Vela: branca Animais: pomba branca / coruja branca Saúde: todo o organismo em geral Chackra: coronário Carta de tarôt: 5 o papa Não é compativel com: dendê / vinho de palma / cachaça / roupa escura / lâminas / cor vermelha ORIXÁS EM POESIA 95


IEMANJÁ Caracteristicas: Saudação: oh doce yaba / odô fiaba / odô iyá Sincretismo: nossa senhora da glória / senhora dos navegantes Data comemorativa: 15 de agosto / 2 de fevereiro / 8 de dezembro Dia da Semana: sábado / sexta-feira Signo astrológico: caranguejo / peixes Numero: 4 Simbolo: ondas / peixes / meia lua / estrela do mar Cor: azul claro / cristal / branco e azul claro Planeta: lua Elemento: água Pontos de força: mar Bebida: champanhe / água mineral Comida: arroz doce com anis estrelado / camarão / mamão Pedras: pérola / água-marinha / turquesa / lápis-lazuli Metal: prata Essências: rosa branca / nenúfar / jasmim / orquidea Flores: rosas brancas / orquideas / crisântemos brancos Ervas: malva branca / nenúfar / rosa branca / musgo marinho / jasmim / erva cidreira / lágrima de nossa senhora Incensos: flor de laranjeira / rosa branca / jasmim Vela: azul clara / prateada Animais: galinha branca / cabra branca / peixe Saúde: sistema nervoso Chackra: frontal Carta de tarôt: 3 a imperatriz Não é compativel com: sapo / poeira

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OGUM Caracteristicas: Saudação: ogum iê / patacuri ogum Sincretismo: são jorge Data comemorativa: 23 de abril Dia da Semana: terça-feira Signo astrológico: carneiro Numero: 2 Simbolo: espada / ferramentas / lança e escudo Cor: vermelho / azul Planeta: marte Elemento: fogo / ar Pontos de força: estradas / caminhos de ferro / encruzilhadas (centro) Bebida: cerveja branca Comida: feijão com camarão dendê / cará cozido Pedras: granada / rubi Metal: ferro / chumbo Essências: cravo vermelho / violeta Flores: cravos vermelhos / crista de galo Ervas: espada de são jorge / comigo ninguém pode / aroeira / losna carqueja / folhas de romãzeira / erva de são gonçalinho Incensos: cravo Vela: azul / vermelha Animais: galo vermelho / cão / cavalo Saúde: glândulas endócrinas / sistema hormonal / coração / voz Chackra: laringeo / umbilical Carta de tarôt: 7 o carro Não é compativel com: quiabo ORIXÁS EM POESIA 97


IANSÃ Caracteristicas: Saudação: eparrei iansã / eparrei oiá Sincretismo: santa bárbara / joana d´arc / santa rita de cássia Data comemorativa: 4 de dezembro Dia da Semana: quarta-feira Signo astrológico: touro / leão / virgem Numero: 9 Simbolo: raio / eruexim (cabo de cobre ou ferro com rabo de cavalo) Cor: rosa / vermelho / amarelo Planeta: lua / jupiter Elemento: ar Pontos de força: pedreiras / bambuzal Bebida: champanhe / licor de menta Comida: acarajé / abacaxi / espiga de milho Pedras: citrino / rubi / coral / cornalina Metal: cobre Essências: patchouli / rosa amarela Flores: flores amarelas / corais Ervas: espada de iansã /gerânio rosa / açucena / louro / colônia / erva de santa bárbara / folhas de bambu / samambaia Incensos: cânfora / patchouli / rosa amarela Vela: rosa / amarela / vermelha Animais: cabra amarela / coruja raiada Saúde: pulmões / sistema respiratório / coração Chackra: frontal / cardiaco Carta de tarôt: 11 a força / justiça Não é compativel com: abóbora / rato ORIXÁS EM POESIA 98


XANGÔ Caracteristicas: Saudação: kaô kabiesilé / opanixé ô kaô Sincretismo: são gerónimo / são joão baptista / moisés / são josé Data comemorativa: 30 de setembro / 24 de junho Dia da Semana: quarta-feira Signo astrológico: balança / leão / touro Numero: 12 Simbolo: machado / balança / estrela de seis pontas Cor: castanho / marrom / vermelho Planeta: jupiter Elemento: fogo Pontos de força: pedreiras / montanhas / serras Bebida: cerveja preta Comida: amalá / abóbora Pedras: pirita / jaspe marrom / meteorito / pedra do sol Metal: estanho Essências: canela / noz-moscada / mirra / flor de cravo Flores: cravos vermelhos Ervas: elevante / bétis cheiroso / alecrim / erva de são joão / caruru / erva de santa maria Incensos: mirra / alecrim Vela: castanha / marrom / vermelha Animais: tartaruga / carneiro Saúde: figado e vesicula Chackra: cardiaco Carta de tarôt: 4 o imperador Não é compativel com: doenças / cemitérios / caranguejo

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OXUM Caracteristicas: Saudação: ai iê iêu mamã oxum / ora iêiêu Sincretismo: nossa senhora da conceição / nossa senhora da aparecida / nossa senhora de fátima Data comemorativa: 8 de dezembro Dia da Semana: sábado Signo astrológico: touro / caranguejo Numero: 5 Simbolo: coração / cachoeira / ondas Cor: amarelo / rosa / azul / dourado Planeta: vênus/lua Elemento: água Pontos de força: cachoeiras / rios Bebida: champanhe / licor de cereja / água mineral Comida: omolucum / banana frita / moqueca de peixe / maça Pedras: ametista / topázio / quartzo rosa Metal: ouro Essências: rosa / lirio Flores: rosa amarela / lirio / rosa cor de rosa Ervas: manjericão branco / camomila / erva cidreira / arnica / narciso / jasmim / colônia / erva de santa luzia Incensos: rosa / jasmim / lirio Vela: amarela / rosa / dourada Animais: galinha amarela Saúde: coração / ovários / utero Chackra: umbilical / frontal Carta de tarôt: 17 a estrela Não é compativel com: barata / abacaxi ORIXÁS EM POESIA 100


OXOSSI Caracteristicas: Saudação: okê arô / okê oxossi Sincretismo: são Sebastião Data comemorativa: 20 de janeiro Dia da Semana: quinta-feira Signo astrológico: virgem / balança Numero: 6 Simbolo: arco e flecha / flechas Cor: verde / azul Planeta: vénus Elemento: terra / ar Pontos de força: matas / bosques Bebida: vinho tinto / cerveja branca Comida: frutas / axoxô – milho com fatias de côco Pedras: esmeralda / quartzo verde / amazonita Metal: bronze Essências: alecrim / rosa Flores: flores silvestres / flores do campo Ervas: guiné / alfavaca / jurema / mangueira / alecrim / eucalipto / abre caminho Incensos: alecrim / eucalipto Vela: verde Animais: veado / javali / animais de caça Saúde: aparelho respiratório / aparelho locomotor Chackra: esplênico / frontal Carta de tarôt: 6 os amantes Não é compativel com: mel / ovo / cabeça dos bichos

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NANÃ BURUQUÊ Caracteristicas: Saudação: saluba nanã Sincretismo: santa ana Data comemorativa: 26 de julho Dia da Semana: sábado / segunda-feira Signo astrológico: leão Numero: 13 Simbolo: meia-lua / chuva / ibiri / ondas Cor: lilás / roxo Planeta: lua / mercurio Elemento: água / terra - água Pontos de força: minas / poços / lagos / lama / cemitérios / pântanos / lôdo Bebida: champanhe / água mineral Comida: mungunzá / calda de ameixa / figos / batata doce Pedras: ametista / ametrino Metal: latão Essências: lilás / lirio / orquidea / narciso Flores: flores roxas / lilás / crisântemos roxos / violetas Ervas: sálvia / manjericão roxo / dama da noite / colônia / cipreste Incensos: violeta / camomila / lilás Vela: lilás / violeta Animais: cabra / galinha branca Saúde: intestinos / dores de cabeça Chackra: frontal / básico / cervical Carta de tarôt: 2 a papisa Não é compativel com: facas / lâminas / espadas / multidões

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OBALUAIÊ Caracteristicas: Saudação: atôtô obaluaiê Sincretismo: são roque / são lázaro Data comemorativa: 16 de agosto / 17 de dezembro Dia da Semana: segunda feira Signo astrológico: capricórnio / aquário Numero: 3 Simbolo: cruz / cruzeiro Cor: preto e branco / preto branco e vermelho (omulu) Planeta: saturno Elemento: terra / terra - água Pontos de força: cemitérios / grutas / praias Bebida: água mineral / vinho tinto Comida: pipocas / carne de porco / feijão preto / côco Pedras: onix / olho de gato / quartzo branco e turmalina negra Metal: chumbo Essências: cravo / menta / violeta / lilás Flores: crisântemos roxos e brancos / violetas / monsenhor branco Ervas: barba de milho / hera / canela de velho / sálvia / cipreste / fortuna Incensos: violeta Vela: preta e branca Animais: caranguejo / cão / galinha de angola Saúde: todo o organismo em geral / ossos Chackra: básico Carta de tarôt: 9 o eremita Não é compativel com: sapo / muita claridade

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POMBAGIRA Caracteristicas: Saudação: pombagira exu / laroiê pombagira Sincretismo: diabo femenino / a mulher diabo Data comemorativa: 6 de junho / 13 de junho Dia da Semana: segunda-feira Signo astrológico: sagitário / escorpião Numero: 15 Simbolo: tridente curvo Cor: preto e vermelho Planeta: mercurio Elemento: fogo Pontos de força: encruzilhadas em T / passagens / cemitérios Bebida: champanhe Comida: padê (farinha de mandioca com azeite de dendê) Pedras: onix / agata Metal: ferro / chumbo Essências: rosa vermelha Flores: rosas vermelhas Ervas: urtiga / hortelã pimenta / arruda / salsa / estoraque / pimenta vermelha / pimenta preta Incensos: rosa vermelha / arruda Vela: vermelha Animais: galinha preta / cão / bode preto / gato preto Saúde: dores de cabeça / figado / orgãos genitais Chackra: básico / sacro Carta de tarôt: 15 o diabo Não é compativel com: leite / sal / alimentos de cor branca

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EXU Caracteristicas: Saudação: laroiê exu / exu omojubá Sincretismo: diabo (também santo antónio em algumas zonas) Data comemorativa: 6 de junho / 13 de junho Dia da Semana: segunda-feira Signo astrológico: escorpião Numero: 15 Simbolo: tridente / falo/bastão-agô Cor: preto e vermelho Planeta: mercurio Elemento: fogo Pontos de força: encruzilhadas / passagens / cemitérios Bebida: cachaça / whisky Comida: padê (farinha de mandioca com azeite de dendê) Pedras: onix / turmalina negra / rubi / granada / hematita Metal: ferro / chumbo Essências: cravo vermelho / arruda / estoraque Flores: cravos vermelhos Ervas: urtiga / hortelã pimenta / arruda / salsa / estoraque / pimenta pimenta vermelha / pimenta preta Incensos: arruda Vela: preta e vermelha / preta / vermelha Animais: galinha preta / cão / bode preto / gato preto Saúde: dores de cabeça / figado Chackra: básico / sacro Carta de tarôt: 15 o diabo Não é compativel com: leite / sal / alimentos de cor branca

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VOCABULÁRIO USADO NOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS Abô - água dos axés, resultante da maceração em água das ervas sagradas dos Orixás. Usada em banhos rituais (neste caso, tem de ser usado no máximo 12 horas após a sua feitura, para aproveitar a força das folhas frescas. Passado este tempo, entram em decomposição, ficando o banho putrefacto, e podendo até criar eczemas e doenças de pele), e em limpeza dos assentamentos das entidades. Agô - licença. Agé - instrumento musical constituido por uma cabaça envolta em uma malha de fios de contas, ou búzios. Aiyé - mundo onde habitam os Orixás. Ájá - sineta de metal composta de uma, duas, ou mais campainhas é utilizada para incentivar a incorporação. Amaci - banho preparado com as ervas consagradas a uma entidade especifica, que serve para iniciar os filhos a essa entidade. Álá - pano branco usado ritualmente para dignificar os Orixás. Alabê - chefe dos atabaques encarregado de entoar os cânticos das diversas entidades. Amalá - comida votiva oferendada a alguns Orixás. Atin - pó mágico, em geral feito de pemba e outras substancias. Axé - força mágica da entidade. Axogun - importante especialista ritual encarregado de sacrificar, segundo os preceitos, os animais destinados ao consumo votivo. Babá - pai. Babalorixá - cargo masculino da maior autoridade, de um dirigente de uma sociedade afro-brasileira. Popularmente conhecido como “ Pai de santo”. Balé - cemitério. Bori - ritual que abre o ciclo iniciático do “filho-de-fé”. Calunga grande - mar. ORIXÁS EM POESIA 107


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Calunga pequena - cemitério. Casa de Santo - terreiro, ilê, ou barracão. Contra-egun - trança de palha da costa, usada nos braços logo abaixo dos ombros. Usa-se quando se quer somente a incorporação de Orixá, pois como o nome o diz, não permite a incorporação de Eguns (Exus, Pombagiras, Caboclos, Pretovelhos, etc.). Dan - serpente sagrada. Engole a própia cauda, representando a eternidade. Sincretizada com Oxumaré Dendê - palmeira africana, que se dá no Brasil. O óleo obtido dos seus frutos chama-se “azeite de dendê”, e é utilizado para a grande parte da elaboração das comidas de santo. Dijina - nome iniciático dos filhos de santo dos candomblés de Angola. Ebô - oferenda, comida votiva. Egungun - espirito dos ancestrais. Egun - espirito dos mortos. Equéde - cargo das mulheres que servem os Orixás. Eran - carne vermelha. Eran de eledé - carne de porco. Ferramenta - peça que reproduz em miniatura os instrumentos rituais da entidade. Filho-de-fé – nome dado ao adepto das religiões afro-brasileiras. Funfun - branco. Ifá - Orixá senhor da adivinhação e dos oráculos. Também chamado Orunmilá. Inkice - Orixá. Ganzá - instrumento musical semelhante a um chocalho. Gongá - altar e sala, onde decorrem os rituais. Ialorixá - cargo feminino da maior autoridade, de uma dirigente de uma sociedade afro-brasileira. Popularmente conhecida como “ Mãe de santo”.


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Iayá - mãe. Ifá - sistema de adivinhação usado pelos Babalaô (Babalorixá / Ialorixá). Ilá - grito de identificação do Orixá. Ilé - terra. Ilê - terreiro (casa de culto). Ire - sorte, situações positivas. Kiumba - espirito das trevas, associado a magias negras e obsessões. Maleime - pedido de perdão, clemência. Marafo - cachaça. Matamba - Orixá Iansã. Mironga - mistério, segredo, magia. Mojúbá - louvação aos Orixás e ás forças da natureza. Obátalá - Orixá Oxalá. Obe - faca usada nos sacrificios. Obi - fruto comestivel, usado na comida para os Orixás, e na adivinhação. Ofà - instrumento simbólico de Oxóssi, constituido por um arco e uma flecha unidos. Feito normalmente em bronze. Ojá - turbante especialmente usado no Candomblé. Ori - gordura extraida da semente do emi ou karitê, consagrada a Oxalá por ser branca. Orobô - fruto africano, preferido de Xangô. Olodumaré / Olurum / Zambi – o criador. Oriki - lendas e feitos de um Orixá. Orógbó - fava de uma planta adaptada no Brasil. Ossé - limpeza ritual dos assentamentos das entidades. Otá - pedra que representa a entidade no assentamento, e onde está concentrado o seu axé. Pádé - rito e oferta a Exu no inicio dos rituais.


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Peji - altar onde são colocados alguns assentamentos e oferendas das entidades. Pemba - giz preparado especialmente para os rituais. Ponteiro - punhal. Ponto - canto e desenho destinados a invocar a entidade. Quizila - incompatibilidade. Roncó - quarto de santo, onde ficam os filhos de fé que fazem obrigações. Saravá - saudação. Terreiro - casa de culto aos Orixás. Torso - o mesmo que Ojá. Tronqueira - casa de Exu, na porta da rua.


BIBLIOGRAFIA

-Templo Sagrado de Umbanda apontamentos do curso de Umbanda, 2007. -Portugal Filho, Fernandez. Magias e oferendas afro-brasileiras Teoria e prática na magia do Candomblé. São Paulo: Madras Editora, 2004. -Romo, Rodrigo. Magia – prática e encantos. São Paulo: Madras Editora, 2003. -Castilho, João S. Xoroquê – O rei do ouro e da magia. -10ª edição. Rio de Janeiro: Pallas, 2003. -Vieira, Lurdes de Campos. Manual doutrinário, ritualistico e comportamental umbandista / Supervisão de Rubens Saraceni. São Paulo: Madras Editora, 2005.

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