Cartilha - Indústria Criativa

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SUMÁRIO 3

O MDB COMO CATALISADOR DA Indústria Criativa

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O SURGIMENTO DO TERMO “Indústria Criativa”

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O QUE É Indústria Criativa?

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O QUE É Economia Criativa?

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AS NOVAS FORMAS DE PRODUÇÃO E A Indústria Criativa

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O BRASIL E A Indústria Criativa

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PIB CRIATIVO ESTIMANDO 2017

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RIO GRANDE DO SUL E A Indústria Criativa

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ALGUNS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO SUL E A Indústria Criativa

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O QUE PENSA O MDB CULTURA

Fontes: Base de dados PANORAMA DA INDÚSTRIA CRIATIVA NO BRASIL – IPAE 2016 / MAPEAMENTO DA INDÚSTRIA CRIATIVA NO BRASIL- FIRJAN 2017 V..FEV2019 / ECONOMIA CRIATIVA - RELEVÂNCIA E POTENCIAL PARA OS NEGÓCIOS - EQUIPE AEVO 2018

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O MDB COMO CATALISADOR DA INDÚSTRIA CRIATIVA O mundo mudou, as pessoas mudaram e as instituições também estão se transformando. Os avanços tecnológicos, a conectividade e a chamada digitalização vêm trazendo alterações na lógica social e cultural que, consequentemente, mexem com as estruturas tradicionais da cidadania, do trabalho e suas representações. Um partido deve ter a coragem de mudar e o MDB tem essa coragem e a capacidade de conduzir esta travessia. Aparentemente a história não ilumina mais o futuro na forma de uma ideologia. Uma crise da Democracia, um colapso de confiança. A Política é feita de ciclos. É preciso perceber as mudanças e fazer a autocrítica para se renovar. Evoluir para uma sociedade mais justa e guiada pela ética e pela moral. O contexto social é de profundas transformações, decorrentes das mudanças socioculturais e do avanço da digitalização – que colocam cada vez mais em foco o cidadão e suas experiências. Tais mudanças exigem uma série de novas gamas de competências e habilidades até então inexploradas. O MDB reconhece a relevância e força da Indústria Criativa como um vetor de desenvolvimento econômico, modernização e qualificação do mercado de trabalho, geração de emprego e renda de elevado padrão aquisitivo. E propõe, através de colegiados e encontros de diálogo, que esclareçam nossas lideranças e gestores, sensibilizando-os para a importância do calendário da Indústria Criativa e a necessidade de estabelecer diálogo direto com os parlamentos, buscando criar ou aprimorar as ferramentas de fomento e apoio à essa Indústria, como política de diversificação da atividade econômica dos municípios. Acompanhando sua relevância econômica no cenário nacional, o estado do Rio Grande do Sul também é expressivo no que diz respeito à Economia Criativa. Em 2017, produziu um PIB Criativo de aproximadamente R$ 7,7 bilhões, o que significa que 1,9% de toda a riqueza produzida no estado gaúcho foi proveniente da criatividade. Nesse mesmo ano, o Rio Grande do Sul concentrou 18,7 mil estabelecimentos que possuem a criatividade como principal insumo de trabalho, o que corresponde a 7,6% de todas as empresas criativas brasileiras. Contudo, a importância do estado no cenário criativo vai além. Com 55,5 mil empregos criativos, o Rio Grande do Sul é o líder da região Sul em número de profissionais que atuam com a criatividade. O MDB pretende colocar a Indústria Criativa no centro das atenções quando se trata de apontar caminhos alternativos rumo ao desenvolvimento econômico, e que deverá se fazer acompanhar de uma profunda transformação no mercado de trabalho e na qualificação dos que dele fizerem parte. Acima de tudo, a emergência da economia digital é tendência perene e transformadora, movimento que modifica o perfil das ocupações geradas e reflete o papel decisivo que as novas ferramentas digitais têm assumido nas estratégias sociais. O caminho da recuperação econômica do nosso estado é impulsionar atividades que envolvam a Indústria Criativa, e a integração das pessoas. O MDB entende que precisamos de Políticas Públicas que resolvam os problemas de hoje com as ferramentas atuais e não com as ferramentas do passado. As mudanças são necessárias. A renovação é necessária. Evoluir é necessário. Mas evoluir é pensar diferente. Juntos vamos realizar as mudanças!

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SURGIMENTO Em 1983, um relatório da primeira-ministra Margaret Thatcher reconheceu oficialmente a importância de áreas ligadas à tecnologia e à criatividade para o crescimento econômico do Reino.

Em 1994, o primeiro-ministro Australiano Paul Keating lançou o primeiro conjunto de políticas públicas de um país com foco em cultura e arte. O documento chamado CreativeNation citava o termo economia criativa.

Logo depois, quando Tony Blair assumiu como Primeiro-Ministro e identificou treze setores (publicidade, arquitetura, editorial, rádio e TV, design, cinema, música, serviços de software e computador, jogos de computador, design de moda, artesanato, artes performáticas e mercado de artes e antiguidade) que poderiam reerguer a economia nacional, chamando-as “indústrias criativas” (sendo que o termo “indústria”, em economia, refere-se a um setor econômico) (The Guardian, 2007).

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O QUE É INDÚSTRIA CRIATIVA? •

Indústrias que têm sua origem na criatividade individual, habilidade e talento e que êm potencial para riqueza e criação de empregos, através de geração e exploração de propriedade intelectual.

A Indústria Criativa é apontada como um setor do mercado que trabalha com os valores consolidados pela Economia Criativa. Nela, se encontram as indústrias produtoras de bens intelectuais e culturais como indústrias de cinema, moda, design, arquitetura e turismo.

Trata-se do setor que mais cresce, mais emprega e melhor remunera em diversos países, superando setores tradicionais da economia.

Interfases com outros setores – MEIO AMBIENTE ÁREA SOCIAL, TURISMO, CULTURA e ECONOMIA.

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O QUE É ECONOMIA CRIATIVA?

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É o conjunto de atividades económicas relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários.

A autoria do termo “economia criativa” é posterior e creditada ao britânico John Howkins, a partir da publicação do livro The CreativeEconomy – How People Make Money FromIdeas, em 2001. No Brasil, a obra ganhou o título de Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas.

No Brasil - o setor tem mais de dois milhões de empresas, e gera R$ 110 bilhões, equivalente a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) total produzido no país. A cifra chega a R$ 735 bilhões, se considerada a produção de toda a cadeia, equivalendo a 18% do PIB nacional em 2015.

No período de 1997 a 2014, o BNDES investiu R$ 3,18 bilhões no setor de economia criativa através do Departamento de Economia da Cultura do banco.

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AS NOVAS FORMAS DE PRODUÇÃO E A INDÚSTRIA CRIATIVA •

A Indústria Criativa é um novo “front” de desenvolvimento, por sua grande capacidade de geração de emprego e renda, por sue impacto na formação do capital humano e no desenvolvimento de novas tecnologias, e por seus efeitos positivos.

Os investimentos das manufaturas em ativos físicos (plantas e máquinas) começaram a cair proporcionalmente não PIB, em detrimento dos investimentos em ativos intangíveis, baseados no conhecimento (P&D, Design, Software, Capital Humano, Organizacional e Marcas).

A Indústria Criativa é importante não apenas como estratégia de desenvolvimento, mas também pelo transbordamento para outros setores econômicos.

A Indústria Criativa pode ser comparada a uma vacina. Quando você toma vacina, seu vizinho também fica melhor, porque você se preveniu. Da mesma forma, quando se consome cultura, a população fica melhor. Melhora a educação, o bem estar e a inclusão social, etc.

A Indústria Criativa já responde por 7% do PIB Global.

Países como Equador, Espanha e Grã-Bretanha, a Indústria Criativa já responde por 10% de seus PIB.

MAS ONDE FICA O BRASIL NESSA HISTÓRIA?

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O BRASIL E A E A INDÚSTRIA CRIATIVA As Indústrias Criativas tem um evidente caráter estratégico, em especial, em um cenário de crise econômica. O mercado de trabalho criativo no país reúne 245 mil estabelecimentos e 837,2 mil profissionais. O cenário recessivo dos últimos anos gerou uma leve retração da participação do PIB Criativo no PIB Brasileiro, que saiu de 2,64% para 2,61%, representando a soma de R$ 171,5 bilhões. O impacto econômico total da Lei Rouanet sobre a economia brasileira foi de R$ 49,8 bilhões, concluiu o estudo. O valor diz respeito à soma do impacto econômico direto (R$ 31,2 bilhões referentes ao valor total dos patrocínios captados historicamente, corrigido pela inflação) e do impacto indireto (R$ 18,5 bilhões, referentes à cadeia produtiva movimentada pelos projetos). O índice de alavancagem (R$ 1,59) é obtido por meio da divisão do impacto total (R$ 49,8 bilhões) pelo impacto direto (R$ 31,2 bilhões). Para os próximos anos, a estimativa é de crescimento acima da média mundial até 2021 - de 4,6%, enquanto a expectativa para o mundo é de crescer 4,2%, segundo estudo da consultoria PWC (PriceWaterhouseCoopers). A pesquisa leva em conta segmentos como mídia e entretenimento, listando desde atividades tradicionais (televisão, cinema e música), até as consideradas de última geração, como os jogos eletrônicos e o grafite. No Brasil, a Secretaria de Economia Criativa criada pelo Decreto 7743, de 1º de junho de 2012 e vinculada ao Ministério da Cultura considera 20 setores dentro da economia criativa: artes cênicas, música, artes visuais, literatura e mercado editorial, audiovisual, animação, games, software aplicado à economia criativa, publicidade, rádio, TV, moda, arquitetura, design, gastronomia, cultura popular, artesanato, entretenimento, eventos e turismo cultural. 8

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NO PIB TOTAL BRASILEIRO – 2004 A 2017 ESTIMADO R$ 171,5 BILHÕES

2,55% 2,46% 2,20%

2,37%

2,26%

2,56%

2,62%

2,64%

2,62% 2,61%

2,49%

2,38%

2,21%

2,09% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Participação estimada com base na massa salarial

Consumo (43,8%) e Tecnologia (37,1%) responderam por mais de 80% dos trabalhadores.

Em relação à remuneração, os trabalhadores apresentam salários superiores à média da economia.

Enquanto o rendimento médio mensal do trabalhador foi de R$ 2.777,00 em 2017, o dos profissionais criativos, foi 2,45 vezes superior e atingiu R$ 6.801,00.

O PIB da Indústria Criativa cresceu 69,8% em termos reais de 2004 a 2017, quase o dobro dos 36,4% de incremento do PIB brasileiro.

No mesmo período, houve alta de 90% no número de empregos criativos formais, enquanto o mercado de trabalho nacional como um todo avançou 56%.

A área de Cultura possui o menor número de trabalhadores formais da Indústria Criativa. Em 2017, contava com 64,9 mil profissionais (7,7% do total de criativos no Brasil). De 2015 a 2017 teve um recuo de 3,1%.

A projeção da Receita Federal apontou que, em 2016, apenas 0,66% dos R$ 270 bilhões que o Brasil deixou de arrecadar em impostos, ou seja, cerca de R$ 1,8 bi, se refere à área da cultura.

E, apenas 0,48% (cerca de R$ 1,3 bi) tem relação com a lei de incentivo à cultura.

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Até 2011, o escopo dos setores contemplados pelas políticas públicas do Ministério da Cultura se restringia àqueles de natureza tipicamente cultural (patrimônio, expressões culturais, artes de espetáculo, audiovisual e livro, leitura e literatura). Então esse escopo foi ampliado, contemplando também setores de base cultural, com um viés de aplicabilidade funcional (moda, design, arquitetura, artesanato), conforme figura acima, que representa o escopo dos setores criativos, segundo o Ministério da Cultura (2011). Hoje definimos a Economia Criativa como o conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários. Isso entra como um caminho que serve para ampliar os ganhos com uso da criatividade, conhecimento, e desenvolvimento tecnológico. A incorporação da criatividade ao produto e o aperfeiçoamento tecnológico fazem aumentar mercadorias.

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MINISTÉRIO DA CULTURA. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações. 2011 à 2014. Disponível em:<http://www.cultura.gov.br/documents/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+CULTURA

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Tabela 1: Distribuição dos Empregos por Áreas e Tabela 2: Remuneração Média por Áreas Segmentos Criativos no BR e Segmentos Criativos

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O RIO GRANDE DO SUL E A INDÚSTRIA CRIATIVA

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O Rio Grande do Sul concentrou 18,7 mil estabelecimentos que possuem a criatividade como principal insumo de trabalho, o que corresponde a 7,6% de todas as empresas criativas brasileiras.

Estima-se um PIB Criativo de R$ 6,9 bi, o que corresponde a 2% de tudo que é produzido no estado e posiciona-o no 5º lugar no Brasil na produção de bens e serviços criativos.

Com 55,5 mil empregos criativos, o Rio Grande do Sul é o líder da região Sul em número de profissionais que atuam com a criatividade. No país, é o 4º maior empregador criativo e, com 6,6% de todos os profissionais associados à criatividade do país, fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em 2017, produziu um PIB Criativo de aproximadamente R$ 7,7 bilhões, o que significa que 1,9% de toda a riqueza produzida no estado gaúcho foi proveniente da criatividade. Com esse resultado, o estado ocupa a posição de maior player desse mercado na região Sul, acima dos valores gerados por Santa Catarina (R$ 7,4 bi) e Paraná (R$ 1,5 bi).

O Rio Grande do Sul ocupa o 4º lugar no Brasil em volume de captação de recursos via “Lei Rouanet”, que destina verbas de impostos para projeto culturais, ficando, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em 2016, foram 591 projetos aprovados, onde 443 conseguiram verbas de captação. O Ministério da Cultura havia autorizado cerca de R$ 300 milhões, deste montante os gaúchos conseguiram arrecadar R$ 73,2 milhões, representando 3% acima do ano de 2015.

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Tabela 1: Distribuição dos Empregos por Áreas Tabela 2: Remuneração Média por Áreas e Segmentos Criativos no RS e Segmentos Criativos

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ALGUNS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO SUL E A INDÚSTRIA CRIATIVA •

Porto Alegre – é a capital que revela sua importância no cenário criativo, e, com 16,3 mil trabalhadores, concentra 29,3% de todos os profissionais que atuam com a criatividade.

Guaporé – a cidade é polo nacional de produção de jóias e 16,7% de toda sua mão de obra é criativa, e 83,9% dos profissionais criativos atuam no segmento de Moda.

Farroupilha (3,2%) – Design e Moda – foco na fabricação de calçados.

Bento Gonçalves (2,6%) – Design – foco em metalurgia e fabricação de móveis.

Novo Hamburgo (2,6%) – Moda, Design e TIC.

Eldorado do Sul (6,4%) – TIC – concentrando 78,3% das suas vagas criativas.

São Leopoldo (2,7%) – TIC – concentrando 57,1% das suas vagas criativas.

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O QUE PENSA O MDB CULTURA A Economia Criativa e seu impacto representam novas formas de se enxergar soluções inovadoras. Ter profissionais criativos dentro das empresas, especialmente em cenários de crise como no Brasil, fizeram com que a economia continuasse a crescer. Por isso, é importante identificar colaboradores que tenham esse perfil e empoderá-los dentro do mercado de trabalho. Para que a Economia Criativa possa prosperar, é preciso investir cada vez mais em soluções criativas. Para tanto, projetos incentivados por programas de ideias podem ser uma alternativa para impulsionar e motivar profissionais que prezam pela criatividade em seus processos. Agregar valor não é somente um diferencial. Com a Economia Criativa tendo força e sendo incentivada, as indústrias poderão ser estruturadas de forma inovadoras e sustentáveis. A criatividade é um insumo crucial no desenvolvimento econômico e social do país. Portanto, esse é o momento de pensar como participar ativamente e de forma estratégica da Economia Criativa.

DEODORO GOMES PRESIDENTE

NÚCLEO DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA DO MDB RS

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FONE - 9 9111-9848 RUA DOS ANDRADAS, 1234 - 9º ANDAR - CENTRO HISTÓRICO PORTO ALEGRE – RS.

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