Praças em Maranguape: a identidade como um caleidoscópio de combinações. [TFG ArqUrb]

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Raquel Umbelino Araújo

PRAÇAS EM MARANGUAPE a identidade como um caleidoscópio de combinações

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Orientadora: Fernanda Rocha Curso de Arquitetura e Urbanismo Universidade de Fortaleza

FORTALEZA JUNHO | 2017


FICHA TÉCNICA Universidade de Fortaleza - UNIFOR Chanceler Airton José Vidal Queiroz Reitora Fátima Maria Fernandes Vera Diretor do Centro de Ciências Tecnológicas Jackson Sávio de Vasconcelos Silva Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo Carla Camila Girão Alburquerque Trabalho Final de Graduação Praças em Maranguape: a identidade como um caleidoscópio de combinações Concludente Raquel Umbelino Araújo Orientadora Fernanda Rocha Pré Banca Marcelo Capasso Renata Rola Banca Final Fernanda Rocha Renata Rola Maximino Frota



AGRADECIMENTOS Vencer este trabalho e esses cinco anos e meio de graduação não teria sido possível se eu estivesse sozinha. Várias pessoas estiveram comigo e me ajudaram a conquistar essa vitória. Não posso deixar de agradecê-las.

riso e, assim, tornarem a caminhada mais leve e divertida. Sou grata por ter conhecido vocês. Espero levar nossa amizade para a vida além da faculdade.

A Deus, por tudo.

A todos os professores que contribuíram com minha formação. Fiz questão de relembrar um a um na lista na página seguinte. Vocês me ensinaram a enxergar o mundo e a cidade com um olhar transformador. Obrigada, em especial, ao professor Marcus Lima e sua esposa, a arquiteta Marcia Sampaio, pela oportunidade de estágio. Foi uma etapa bastante significativa e prazerosa na minha formação. Aprendi demais. Inclusive, sobre mim mesma.

A minha mãe, Márcia, pelo amor incondicional. Por todo o apoio, compreensão, incentivo e força. Por não medir esforços para garantir tudo que eu necessitei durante esses anos e garantir, sobretudo, minha felicidade. Por ser tão forte e corajosa. Você é minha maior inspiração. Muito obrigada, mãe! Devo tudo a você e não sei o que seria de mim sem a mãe incrível que eu tenho. Essa vitória é nossa! Te amo demais. A minha irmã, Talita, por ser meu maior exemplo de calma e paciência, por ter me acompanhado nas várias idas as praças e ter me ajudado tanto. Você foi essencial. Amo o trio que formamos com nossa mãe. Vocês são minha maior riqueza e fonte de amor.

A minha orientadora, Fernanda Rocha, por me apresentar o fascinante universo do paisagismo e me fazer ir além do que eu imaginava ser capaz. Obrigada pelas melhores aulas na disciplina de paisagismo, por tanto conhecimento compartilhado, tantos ensinamentos repassados e por todo o apoio durante este trabalho. Seu alto astral me inspira!

A minha vó, por acreditar em mim e por me ajudar. Só você para me dizer todas aquelas espécies de árvores nas praças.

A todos que acreditaram em mim, torceram e me encorajaram.

Ao Luís Carlos, por todo o amor, companheirismo, paciência e compreensão. Você representou minha calmaria em meio a toda a correria e preocupação que este trabalho me trouxe.

Muito obrigada!

Aos meus amigos que conquistei durante esses anos de graduação. Gabi e Thamirys, obrigada pela amizade, por apostarem nesse sonho e acreditarem junto a mim. Vocês me dão a confiança de que o futuro será grandioso. Julielson, Luiz, Hygor, Gabi e Lalá, vocês fazem parte das minhas melhores lembranças na Unifor e foram presença constante a cada semestre. Obrigada pela ajuda durante os intermináveis trabalhos, pela angústia compartilhada às vésperas das entregas, por me garantirem o


Introdução ao Desenho Flavio Gondim Desenho de Observação Marcos Bandeira Geometria Descritiva Herbert da Rocha Elementos de Cálculo Luiz Antônio Desenho Aux. por Computador I Mayra Soares Psicologia Ambiental Heleni Estética e História da Arte Hermínia Maria Desenho Aux. por Computador II Mayra Soares Plástica Rodrigo Porto Comunicação Visual I Marcus Lima Introdução a Arquitetura e Urbanismo Edílson Aragão Técnicas de Representação I Marcos Bandeira Fundamentos de Estatística Ana Maria Projeto Arquitetônico I Brennand Sousa Materiais de Construção Emília Técnicas de Representação II Rocha Júnior Análise Topográfica Glacianne Urbanismo de Meio Ambiente Andrea Agda Sociologia Urbana Daniel Pinheiro Projeto Arquitetônico II Marcos Rezende Análise Estrutural Bruna Dantas Instalações Prediais I Virgílio César Ergonomia Flora Mendes Teoria e História da Arq e Urb I Jober Pinto Conforto Ambiental I Kaila Mendes Sistemas Estruturais I José Ribamar Projeto Arquitetônico III Paulo Sérgio Instalações Prediais II Túlio Cavalcante Teoria e História da Arq e Urb II Ana Cecília Conforto Ambiental II Alexandre Gomes Planejamento Urbano I André Almeida Projeto Arquitetônico IV Lia Mamede Arquitetura de Interiores Milena Baratta Teoria e História da Arq e Urb III Jober Pinto Sistemas Estruturais II José Ribamar Planejamento Urbano II Lucas Gomes Elaboração do Trabalho Científico Elane Pereira Construção Civil Brennad Sousa Teoria e História da Arq e Urb IV Pedro Boaventura Empreendedorismo e Marketing Tarcísio Alves

Projeto Urbanístico I Camila Bandeira Comunicação Visual II Wladimir Capelo Projeto de Paisagismo Fernanda Rocha Estágio Supervisionado Edílson Aragão Projeto Arquitetônico V Cristina Romcy Projeto Urbanístico II Edílson Aragão Teoria e História da Arq e Urb V Jacqueline Holanda Planejamento e Gestão de Proj. e Obras Camila Barros Projeto Arquitetônico VI Paulo Hermano Projeto Urbanístico III Edílson Aragão Legislação Urbana Edilson Aragão Patrimônio e Restauro Domingos Linheiro Projeto Arquitetônico VII Paulo Hermano Pesquisa em Arq e Urb Fernanda Rocha Trabalho Final de Graduação Fernanda Rocha



SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

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REFERENCIAL TEÓRICO

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REFERENCIAL PROJETUAL

p. 13

1.1. Resumo 1.2. Escolha do Tema 1.3. Problemas 1.4. Objetivos 1.5. Metodologia

p. 25

2.1. Maranguape 2.2. Espaços livres urbanos 2.3. Praças 2.4. Jardins Históricos

4

DIAGNÓSTICO

5

O PROJETO

p. 51

3.1. Rio Cidade Vila Isabel 3.2. Largo do Théberge 3.3. Parque da Pampulha

6

p. 63

4.1. Área de intervenção 4.2. Caracterização urbana da área de intervenção 4.3. Inventário das Praças

p. 103

5.1. Intenções do projeto 5.2. Conceito 5.3. Programa de necessidades 5.4. Zoneamento 5.5. Ruas compartilhadas, zona 30 e mobilidade urbana 5.6. Plano de Massa 5.7. Paginação de piso 5.8. Escolha das espécies 5.9. Infraestrutura verde 5.10. Elementos lúdicos infantis 5.11. Mobiliário 5.12. Sinalização

CONSIDERAÇÕES FINAIS 6.1. Considerações 6.2. Bibliografia

p. 145


Perspectiva Praça Francisco Colares desenvolvida para prÊ banca.


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INTRODUÇÃO

1.1.RESUMO

O trabalho final de graduação em questão apresenta como tema “Praças em Maranguape – CE: a identidade como um caleidoscópio de combinações” e consiste no desenvolvimento do projeto paisagístico de quatro praças públicas localizadas no município de Maranguape, Ceará. Fundamenta-se em estudos e pesquisas acerca, sobretudo, dos espaços livres urbanos e sua importância no planejamento de cidades para as pessoas, considerando fatores sociais, ambientais, arquitetônios, urbanísticos e paisagísticos.

Introdução

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1.2. ESCOLHA DO TEMA A praça assume papel significativo no desenvolvimento de cidades planejadas para pessoas. É um espaço livre urbano democrático que promove o convívio social, funcionando como palco para encontros, atividades de lazer e contemplativas e manifestações culturais e sociais. A escolha do tema contempla a necessidade de se buscar espaços livres públicos mais saudáveis e mais convidativos a permanência e de propor espaços de qualidade que sejam atrativos e impulsionem a vida entre edifícios. Pois, segundo Jan Gehl (2012), ‘’é entre edifícios que vivemos e esse espaço precisa ser priorizado.”

Introdução

P

AÇAS PR PRAÇAS

12

P RA Ç

PR A Ç A S

A escolha de Maranguape se deu pela identificação de importantes praças com potencial para tornarem-se espaços públicos de excelência, localizadas na zona central da cidade, locais referenciais para os moradores e muito representativos para todo o município. Identificou-se, portanto, a oportunidade de contribuir com uma proposta de melhoria para a cidade e para seus moradores.

AS Ç RA

AS

Entretanto, o negligenciamento dos espaços livres urbanos e da dimensão humana no planejamento urbano dos mesmos é uma pro blemática existente na atualidade. “Por décadas, a dimensão humana tem sido um tópico do planejamento urbano esquecido e tratado a esmo [...]. Além disso, as ideologias dominantes de planejamento – em especial, o modernismo – deram baixa prioridade ao espaço público, às áreas de pedestres e ao papel do espaço urbano como local de encontro dos moradores da cidade. Por fim, gradativamente, as forças do mercado e as tendências arquitetônicas afins mudaram seu foco, saindo das inter-relações e espaços comuns da cidade para os edifícios individuais, os quais, durante o processo, tornaram-se cada vez mais isolados, autossuficientes e indiferentes.” (GEHL, 2014, p. 03)

palco para encontros, atividades de lazer e contemplativas

espaço livre urbano democrático

promove o convívio social

manifestações culturais e sociais [Figura 01] Diagrama Escolha do Tema. Fonte: a autora, 2017.

PRAÇAS EM MARANGUAPE


1.3. PROBLEMAS Na zona central do município de Maranguape, há duas importantes praças que são elementos marcantes na paisagem da cidade, bastante representativas para os moradores e são tombadas segundo a Lei nº 1278/96 de 3 de Janeiro de 1996. São elas: Praça Capistrano de Abreu e Praça Francisco Colares. Além dessas, há, ao lado, a praça Desembargador Pontes Vieira, que é menor, e a praça Coronel Joaquim Sombra, onde funcionou a antiga Rodoviária Gouveia Neto, e que hoje abriga outros usos, mas ainda mantém um espaço livre residual que se configura, predominantemente, como área de circulação e de passagem. Pode-se dizer que as duas primeiras praças anteriormente citadas, a Praça Capistrano de Abreu e a Praça Francisco Colares, são os mais importantes pontos de encontro da cidade. Como Maranguape é uma cidade pequena e possui poucas opções de lazer, essas praças, juntamente com as as lanchonetes e restaurantes localizados em seu entorno, representam pontos de confluência significativos da área. Além disso, no entorno da Praça Francisco Colares está localizada a Igreja Matriz de Nossa Sra. da Penha, um importante ponto de encontro da cidade. Essas praças são, portanto, os principais espaços onde as pessoas se encontram e onde acontecem, também, festas religiosas, eventos sociais e políticos. Ao lado, situam-se a Praça Desembargador Pontes Vieira e a Praça Coronel Joaquim Sombra, que estão mais próximas do centro comercial do município, que é uma área onde predomina o uso comercial e apresenta movimento muito mais intenso durante o dia. Isso está diretamente relacionado aos problemas de depredação e de segurança urbana, e corrobora as teorias de Jane Jacobs, que considera que uma área, para ser atrativa e segura, deve ter sempre uma diversidade de usos. Jacobs afirma que uma rua movimentada deve ter calçadas com pedestres transitando initerruptamente (JACOBS, 1999). Eladesenvolveu o conceito de “olhos da rua”, que são as próprias pessoas e

PRAÇAS EM MARANGUAPE

a vigilância informal que exercem quando ocupam o ambiente urbano. Em contrapartida, quando esses ambientes estão abandonados, sofrem, inevitavelmente, um processo de degradação e tornam-se lugares onde as pessoas se sentem inseguras. Na praça Coronel Joaquim Sombra [Figura 02], isso pode ser claramente observado. Como não é um espaço apropriado pelas pessoas e funciona apenas como circulação e passagem, é mal cuidado e apresenta claros sinais de abandono. Há trechos do piso degradados, mobiliário quebrado, canteiros abandonados, presença de mendigos e mau cheiro. Além disso, a sensação de insegurança também pode ser sentida. Já as demais praças apresentam-se em melhor estado de conservação, mas também possuem mobiliário em condições precárias. Outro ponto negativo observado foi a incompatibilidade das diferentes atividades que acontecem nessas praças com o desenho das mesmas. Na praça Desembargador Pontes Vieira, por exemplo, acontecem feiras para vender roupas onde os ambulantes expõem seus produtos no próprio chão [Figura 03]. Na Capistrano de Abreu, há uma enorme área livre usada para atividades recreativas e, também, para a realização de festas e de eventos sociais, mas o espaço não apresenta condições adequadas para a realização desses eventos. Não há mobiliário suficiente e nem áreas sombreadas [Figura 04]. Outro problema identificado foi o trânsito ao redor dessas praças [Figuras 05, 06 e 07]. Em alguns trechos, é bastante desordenado e gera zonas de conflito com a circulação de pedestres. No entorno e, também, em frente as fachadas dos edifícios históricos, foi notado grande quantidade de estacionamentos para veículos, o que representa uma barreira para pedestres. Foi observado, também, a ausência de ciclofaixas e a existência de apenas um bicicletário, localizado na praça Coronel Joaquim Sombra, em péssimo estado de conservação.

Introdução

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Percebeu-se que as importantes edificações arquitetônicas que compõem o patrimônio histórico do município e estão localizadas no entorno imediato das praças não recebem o devido valor. Ademais, a acessibilidade das praças não é devidamente contemplada. Há rampas, mas são insuficientes ou são inacessíveis a pessoas com cadeira de rodas. Por fim, a poluição visual causada pela grande quantidade de placas desordenadas dos estabelecimentos comerciais do entorno e pelos fios aparentes nos postes existentes foi outro problema observado [Figura 08].

[Figura 02] Praça Coronel Joaquim Sombra. Fonte: acervo da autora, 2016.

[Figura 03] Vendedores ambulantes expondo mercadorias no chão na Praça Desembargador Pontes Vieira. Fonte: acervo da autora, 2016. [Figura 04] Área livre sem sombreamento e com pouco mobiliário na Praça Capistrano de Abreu.Fonte: acervo da autora, 2016.

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Introdução

PRAÇAS EM MARANGUAPE


[Figura 07] Zona conflituosa e excesso de veículos estacionados na praça Francisco Colares. Fonte: acervo da autora, 2016.

[Figuras 05 e 06] Estacionamento de veículos junto a praça e no entorno imediato (em frente ao edifício histórico Solar da família Sombra) da praça Coronel Joaquim Sombra. Fonte: acervo da autora, 2016.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

[Figura 08] Fachada edifício histórico Solar dos Correia no entorno imediato da praça Francisco Colares. Fonte: acervo da autora, 2017.

Introdução

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1.4. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL

Propor um projeto de intervenção urbanística e paisagística em quatro praças localizadas no centro do município de Maranguape. São elas: praça Coronel Joaquim Sombra, praça Desembargador Pontes Vieira, praça Francisco Colares e praça Capistrano de Abreu.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Requalificar o espaço público degradado e proporcionar aos moradores áreas livres de qualidade e convidativas a permanência e a convivência, influenciando, assim, na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos; • Destacar e valorizar o centro histórico do município de Maranguape, evidenciando as edificações arquitetônicas na paisagem urbana e reforçando, assim, a identidade da cidade; • Requalificar os principais espaços livres de encontro e convivência do município, priorizando, sobretudo, o pedestre; • Reordenar o trânsito e criar vias de circulação adequadas a bicicletas. • Propor um projeto paisagístico que valorize a paisagem natural e o potencial paisagístico existente no local.

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Introdução

PRAÇAS EM MARANGUAPE


1.5. METODOLOGIA A metodologia deste trabalho baseia-se nas seguintes etapas, organizadas no diagrama [Figura 09] mostrado adiante: a) Referencial Teórico: Etapa que consiste na pesquisa e leitura das referências (livros, artigos, trabalhos acadêmicos, etc.) relacionada a problemática do trabalho, auxiliando, assim, na compreensão da área de intervenção;

Projeto

b) Referencial Projetual: Busca e análise de projetos arquitetônicos, urbanísticos ou paisagísticos que auxiliem no desenvolvimento da proposta de intervenção; Diagnóstico c) Diagnóstico: Partindo-se, inicialmente, da realização de visitas à área de intervenção e suas adjacências para coleta de dados in loco e registro fotográfico do local, busca-se coletar uma base de dados consistente e suas características intrínsecas para identificação dos problemas e das potencialidades;

Ref. projetual

d) Projeto Urbanístico e Paisagístico: Etapa que procura reunir aquilo que foi estudado no referencial teórico e projetual e analisado no diagnóstico em uma proposta de intervenção que alcance os objetivos almejados. O produto final é um projeto exposto por meio de diagramas e desenhos.

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Ref. teórico

[Figura 09] Diagrama de metodologia. Fonte: desenvolvido pela autora.

Introdução

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Perspectiva Praça Coronel Joaquim Sombra desenvolvida para pré banca.


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REFERENCIAL TEÓRICO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Neste capítulo, será tratado, inicialmente, sobre o município de Maranguape, destacando sua situação geográfica e potencial histórico. Após isso, serão abordados os seguintes temas relacionados ao assunto em questão: • Espaços livres urbanos; • A praça como representação do espaço público; • Jardins históricos.

Referencial Teórico

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2.1. MARANGUAPE SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

oeste com Pentecoste e Caridade. Possui 17 distritos, dentre eles o chamado Maranguape Sede, onde estão localizadas as praças objeto deste trabalho. É cercado pelas serras de Maranguape, Aratuba e Baturité e possui clima ameno típico da região serrana.

O município de Maranguape localiza-se a Nordeste do Estado do Ceará. Pertence a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), distando 28 km da mesma [Figura 10], segundo dados do IPECE 2010. Essa proximidade condiciona um grande fluxo de trabalhadores, estudantes, entre outros, de Maranguape para a capital, provocando, assim, um deslocamento chamado pendular, que são deslocamentos diários entre localidades próximas.

A organização político-administrativa do município está dividida em 17 distritos [Figura 11] definidos como Maranguape (distrito - sede), Sapupara, Penedo, Ladeira Grande, Umarizeiras, Laje, Papara, Jubaia, Cachoeira, Tanques, Amanari, São João do Amanari, Manoel Guedes, Antônio Marques, Vertentes do Lajedo, Itapebussu e Lagoa do Juvenal. Os eixos viários principais que dão acesso ao município são a CE-455 e a CE-354, em direção a Canindé e a Caucaia, a CE-065, em direção a Serra de Baturité, Palmácia e a capital Fortaleza [Mapa 01- Acessos].

Maranguape limita-se a norte com Caucaia e Maracanaú, ao sul com Palmácia, Caridade e Guaiúba, a leste com Maracanaú e Pacatuba e a

Fortaleza

CE

Maranguape

[Figura 10] Localização de Maranguape em relação ao país, ao Estado e a RMF. Fonte: Wikipedia com adaptação da autora.

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Referencial Teórico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


LEGENDA

[Figura 11] O município de Maranguape e sua Divisão Político-Administrativa em 17 Distritos. Fonte: FAÇANHA 2011, adaptado pela autora.

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Referencial Teórico

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MAPA 01 ACESSOS

LEGENDA Osรณrio de Paiva/ Rodovia CE065

Anel viรกrio

Rodovia CE 455 CE 354

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Referencial Teรณrico

PRAร AS EM MARANGUAPE



POTENCIAL PAISAGÍSTICO E HISTÓRICO

Maranguape é uma cidade cercada por serras [Figura 12] e possui clima ameno típico de região serrana. Tem como principais elementos da paisagem a Serra de Maranguape e a Serra de Aratanha, que são APAs (Áreas de Proteção Ambiental), determinadas por meio de Lei Estadual nº 1.168 de 1993. Dentre as potencialidades naturais estão, ainda, a Pedra Branca, a Pedra Rajada e as diversas cachoeiras. Outro importante atrativo do município de Maranguape é seu patrimônio histórico composto por notáveis edificações arquitetônicas. Devido ao valor histórico, cultural, arquitetônico, turístico e, também, devido ao valor afetivo para a população, esses edifícios foram tombados como bens imóveis a serem preservados no município, segundo a Lei nº 1278/96 de 3 de Janeiro de 1996. Duas das praças em estudo são, também, tombadas. São elas: Praça Capistrano de Abreu e Praça Francisco Colares. Dentre as edificações tombadas, foram selecionadas, neste trabalho, as localizadas no entorno imediato das praças em estudo [Mapa 02] e que influenciam bastante, portanto, a ambiência das mesmas. A seguir, apresenta-se uma breve descrição dessas edificações típicas do século XIX.

[Figura 12] Serra de Maraguape. Fonte: http://marcelosilvapv.blogspot.com.br.

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Referencial Teórico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


1

7

VIEIRA DES

JOSÉ

FERNAN

OB EZE

BOTELHO

JOSÉ

RRA

RUA

PAULA MUNDICA

RUA

PAULA

JOÃ

ANTÔNIO

AGOSTINHO

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PRAÇA DESEMBARGADOR PONTES VIEIRA

RUA

PRAÇA CAPISTRANO DE ABREU

RUA

RUA

6

3

MANUEL

BEZERRA RUA DR. JOÃO

MARIA

PRAÇA FCO. COLARES

CORONEL

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MAJOR RUA

4

ALMEIDA

2

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AGOSTINHO

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FAÇANHA RUA DOMINGOS

PRAÇA CORONEL JOAQUIM SOMBRA

RUA

RUA

CORONEL

MAJOR

RUA SINFRÔNIO NASCIMENTO

5

RUA CORO NEL JOAQUI M SOMBRA

0

25

50

[Mapa 02] Mapa da localização das praças em estudo e dos edifícios tombados no entorno imediato das mesmas. Fonte: Desenvolvido pela autora, 2016.

LEGENDA

EDIFÍCIOS TOMBADOS 1 Igreja Matriz de N. Sra. da Penha 2 Escola Vicentina

PRAÇAS TOMBADAS 1

Praça Francisco Colares

2

Praça Capistrano de Abreu

3 Solar dos Correia 4 Casa de Cultura Cap. de Abreu 5 Solar dos Sombra PRAÇAS EM MARANGUAPE

Referencial Teórico

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[Fig.13] Igreja Matriz Nossa Sra. da Penha. Fonte: Acervo da autora, 2016.

IGREJA MATRIZ NOSSA SRA. DA PENHA

[Fig.13]

Fundada em 04 de agosto de 1849, a Igreja Matriz é um exemplar típico da arquitetura religiosa cearense do século XIX. “Elemento integrante do conjunto da Praça da Matriz (ou Praça Francisco Colares), tem sua fachada principal voltada para sul, valorizando o logradouro público. Por suas grandes dimensões, é a edificação mais destacada do conjunto, este prejudicado pela existência de edificações arruinadas e/ou abandonadas, situadas ao longo da Av. Mundica Paula e voltadas para o Centro Administrativo Municipal – CAM. (Inventário de Bens Culturais Imóveis Região Metropolitana de Fortaleza – Ficha Nº 4 IRMF Maranguape – Ministério da Cultura – IPHAN).

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Referencial Teórico

[Fig.14] Escola Vicentina. Fonte: Acervo da autora, 2016.

ESCOLA VICENTINA [Fig.14] “Parte integrante do interessante conjunto da Praça da Matriz, [...], a edificação apresenta recuos laterais e frontais em relação ao lote em que se implanta, espaços estes aproveitados como jardins. Com acesso principal pela rua Domingos Façanha, apresenta, entretanto, mais destacada sua fachada leste, a qual, juntamente com a da Igreja de N. Sra. da Penha e a do Solar dos Correia, conforma o que foi recentemente reconhecido como a marca visual de Maranguape.” (Inventário de Bens Culturais Imóveis Região Metropolitana de Fortaleza – Ficha Nº 5 IRMF Maranguape – Ministério da Cultura – IPHAN).

PRAÇAS EM MARANGUAPE


[Fig.15] Solar dos Correia. Fonte: Blog Maranguape Fotos. Autor: Pedro Feitoza.

SOLAR DOS CORREIA

[Fig.15]

“Situado à Rua Dr. João Bezerra e na ligação das principais praças da cidade (Matriz e Capistrano de Abreu), o edifício abre as portas do pavimento térreo para estes logradouros, resquício de sua antiga função comercial, que é aproveitada no presente. Conforma com a Matriz de N. S. da Penha, o Colégio Vicentino e algumas residências o conjunto da Praça da Matriz, marco referencial histórico da sede municipal.” (Inventário de Bens Culturais Imóveis Região Metropolitana de Fortaleza – Ficha Nº 6 IRMF Maranguape – Ministério da Cultura – IPHAN).

PRAÇAS EM MARANGUAPE

[Fig.16] Casa de Cultura Capistrano de Abreu. Fonte: Acervo da autora, 2016.

CASA DE CULTURA CAPISTRANO DE ABREU [Fig.16] Atualmente, esse edifício funciona como sede da FITEC – Fundação Viva Maranguape de Turismo, Esporte e Cultura. “Edificação do final do século XIX, construída para abrigar a antiga escola São José. Exemplar típico de “casa de portão alto com jardim lateral”. Destaques: para os detalhes em ferro fundido dos portões e guarda-corpos, para as cornijas, platibandas, e para o desenho das bandeirolas internas.” (MARANGUAPE, 2002, p.13.)

Referencial Teórico

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[Fig.17] Solar da família Sombra. Fonte: Acervo da autora, 2016.

SOLAR DA FAMÍLIA SOMBRA

[Fig.17]

O edifício já foi adaptado à sede da Caixa Econômica Federal do Maranguape, mas ficou sem uso quando a Caixa Econômica mudou-se para outro ponto da cidade. Atualmente, o edifício encontra-se pintado nas cores azul e amarelo, pois abrigou, recentemente, o comitê do recente candidato a prefeito Átila Câmara.

“A sensação de pertencer. Esta é a sensação que um dos bons prédios antigos traz quando observado da rua. Eles pertencem à rua. Abrem-se para a rua com grandiosidade. Logo, se abrem para seus moradores com generosidade. Grandes entradas, portas, portais, lobbies, abrigos. Não deixam ninguém ao desabrigo, parecem querer nos acolher.” (LERNER, 2015, p. 87)

“Elemento integrante do conjunto da Praça da Matriz (ou Praça Francisco Colares), tem sua fachada principal voltada para sul, valorizando o logradouro público. Por suas grandes dimensões, é a edificação mais destacada do conjunto, este prejudicado pela existência de edificações arruinadas e/ou abandonadas, situadas ao longo da Av. Mundica Paula e voltadas para o Centro Administrativo Municipal – CAM. (Inventário de Bens Culturais Imóveis Região Metropolitana de Fortaleza – Ficha Nº 4 IRMF Maranguape – Ministério da Cultura – IPHAN).

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Referencial Teórico

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2.2. ESPAÇOS LIVRES URBANOS CONCEITOS, FORMAS E FUNÇÕES

Para efeito de estudo e compreensão, decidiu-se buscar na teoria os conceitos, as tipologias e as funções para o termo espaços livres públicos. O termo espaços livres possui múltiplos significados. Conforme Ana Rita Sá Carneiro e Liana de Barros Mesquita, na obra Espaços Livres do Recife, espaços livres são áreas com nenhum ou com o mínimo de elementos construídos (avenidas, ruas, passeios, etc) ou com forte presença de vegetação (parques, praças e jardins). Para Magnoli (1982), espaço livre é qualquer espaço livre de edificação, como quintais, jardins públicos ou privados, ruas, avenidas, praças, parques, rios, florestas, ou simples vazios urbanos. É importante ressaltar que espaço livre não pode ser usado como sinônimo de espaço público, pois espaços livres podem ou não ser espaços de livre acesso. Podem ser públicos, mas também podem ser privados. Evy Hannes, em seu artigo na Revista Paisagem e Ambiente (2016), discorre sobre as principais funções dos espaços livres. As funções ecológicas, estéticas e sociais são ressaltadas como as de maior relevância. A função ecológica relaciona-se à presença de vegetação e à possibilidade de drenagem das águas das chuvas devido a existência de solo não pavimentado e, portanto, permeável. A vegetação, por sua vez, faz-se importante, pois filtra o ar, equilibra a temperatura e torna o ar mais úmido. Já a função social está ligada a convivência em comunidade e ao lazer, as trocas e encontros entre pessoas, as manifestações sociais e apresentações ao ar livre. E, por último, mas não menos importante, a função estética. Essa função encarrega-se do embelezamento da cidade e da paisagem urbana.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Hannes, destaca, ainda, os espaços livres mais comuns e presentes no Brasil: ruas, calçadões, pátios, praças, pocket parks e parques. Dentre eles, foram selecionados dois que serão considerados como os mais relevantes para o desenvolvimento da presente pesquisa: as ruas e as praças. As ruas estruturam o espaço urbano, servem de circulação e orientação e interligam os diversos espaços abertos de uma cidade. “A rua é o espaço urbano de uso público que tem como função organizar e relacionar os fatos arquitetônicos na trama urbana” (Mascaró e Mascaró, 2009 p. 71). Para Jacobs (2000), as ruas e as calçadas são os órgãos mais vitais de uma cidade. Uma cidade é interessante se tiver ruas interessantes. Além disso, a autora também atribui as ruas e calçadas a função fundamental de manter a segurança urbana. Ela afirma que a paz nas ruas e nas calçadas não é mantida pela polícia e sim pelas pessoas circulando initerruptamente. São muitos os autores que se propõem a definir o que são os espaços públicos. Sun Alex afirma que o espaço público na cidade pode assumir inúmeras formas e tamanhos, podendo compreender calçadas, ruas, praças e parques, e que os locais que concretizam esses espaços devem ser abertos e acessíveis a todas as pessoas, sem exceção (ALEX, 2008). A garantia do acesso livre e participação de qualquer tipo de pessoa é, portanto, requisito fundamental para conceber espaços públicos. São espaços de uso comum e propriedade pública. Paulo César da Costa Gomes, citado por Sun Alex (2008), complementa a definição de espaços públicos ressaltando que, além da ideia de liberdade e igualdade de acesso, os espaços públicos são também lugares de sociabilidade e onde se exercita a arte da convivência.

Referencial Teórico

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Gehl (2015) também defende que é no espaço público que as atividades sociais e coletivas da população se desenvolvem: “Atividades sociais exigem a presença de outras pessoas e incluem todas as formas de comunicação entre as pessoas no espaço público. Se há vida e atividade no espaço urbano, então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada acontece. (GEHL, 2015, p.22)

ESPAÇOS PÚBLICOS BEM SUCEDIDOS. COMO PROMOVÊ-LOS?

A Project for Public Spaces (PPS) é uma fundação sem fins lucrativos que dedica-se a ajudar pessoas a criar e a manter espaços públicos a fim de construir comunidade mais fortes e cidade melhores. De acordo com a análise de milhares de espaços públicos em todo o mundo, a PPS avaliou que, para um espaço público ser bem-sucedido e ter, portanto, vitalidade urbana, é preciso que possua as seguintes quatro qualidades: • O espaço deve ser acessível; • As pessoas devem praticar ou envolver-se com algum tipo de atividade nesse espaço;

Deve-se observar, por exemplo, se existe conexão com os edifícios do entorno ou se o espaço é cercado por paredes, se as pessoas conseguem caminhar facilmente, se o espaço é acessível a pessoas portadoras de necessidades especiais, se os caminhos ao longo do espaço seguem o mesmo fluxo das pessoas, se é possível utilizar-se de diferentes modais para chegar até esse local,etc. O conforto de um espaço inclui percepções sobre segurança, limpeza e disponibilidade de lugares para sentar. Em relação a esses pontos, deve-se observar, portanto, se o espaço é limpo e livre de lixo, se causa sensação de segurança ou não e se há muitos lugares disponíveis para sentar e se estão no sol ou na sombra. A visibilidade ou permeabilidade visual é um fator imprescindível para promover a sensação de segurança e a apropriação de espaços públicos. A autora Jane Jacobs (2001), defende, em sua obra, o conceito de “olhos da rua”. Segunda ela, é preciso que as fachadas sejam permeáveis e permitam a visibilidade entre o meio interno e externo. “[...] devem existir olhos para a rua, os olhos daqueles que podemos chamas de proprietários naturais da rua. Os edifícios de uma rua preparada para receber estranhos e garantir a segurança tanto deles quanto dos moradores, devem estar voltados para a rua. Eles não podem estar com os fundos ou um lado morto para a rua e deixá-la cega.” (JACOBS, 2001, p. 36)

• O espaço deve ser confortável e ter boa visibilidade; • O espaço deve ser um lugar sociável, onde as pessoas se encontram. Portanto, de acordo com a PPS, a acessibilidade, a sociabilidade, o conforto e a visibilidade e os usos do espaço são fatores fundamentais para garantir o sucesso de um espaço publico. A acessibilidade de um espaço pode ser analisada avaliando as suas conexões, tanto físicas quanto visuais, com o entorno. Um espaço bem-sucedido é fácil de acessar e de atravessar.

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Referencial Teórico

Combinado a permeabilidade das fachadas, Jacobs (2001) destaca, ainda, a necessidade de haver sempre pessoas caminhando pelas calçadas. “[...] a calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente, tanto para aumentar na rua o número de olhos atentos quanto para induzir um número suficiente de pessoas de dentro dos edifícios da rua a observar as calçadas. [...] Há muita gente que gosta de entreter-se, de quando em quando, olhando o movimento da rua.” (JACOBS, 2001, p. 36)

PRAÇAS EM MARANGUAPE


Além disso, a visibilidade reforça a proximidade física por meio da possibilidade de interação concreta entre o espaço livre e o espaço construído, mesmo que à distância. Alguém que está em uma edificação pode interagir passivamente com o espaço livre, por meio dos sons e cheiros, ou ativamente, por meio de uma conversa com alguém que esteja passando. Esses estímulos sonoros e visuais incentivam a vivência do espaço livre público por meio, também, da lembrança constante que de o espaço está logo ali. Continuando os fatores fundamentais, segundo a PPS, para promover espaços públicos bem-sucedidos, estão os usos e atividades do espaço. Ter algo o que fazer dá as pessoas uma razão para ir até algum lugar. Portanto, para haver vitalidade nos espaços públicos, é preciso que eles ofereçam diferentes usos e atividades e, além disso, uma boa qualidade urbana. Pois, assim, como descreveu Jan Gehl (2015), há as atividades necessárias, como ir trabalhar e ir à escola, e as atividades opcionais, como caminhar e sentar-se para apreciar a vista. As necessárias acontecem sob qualquer condição. Já as opcionais dependem da qualidade física do espaço [Figura 18]. Segundo Gehl (2005, p.21), “Convites para uma atividade ao ar livre que vá além de uma simples caminhada incluem proteção, segurança, um espaço razoável, mobilidade e qualidade visual”.

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[Figura 18] Representação gráfica da ligação entre a qualidade de ambientes externos e atividades ao ar livre. Fonte: Cidades para Pessoas - Jan Gehl (2015), adaptado pela autora.

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Referencial Teórico

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O último fator destacado pela PPS é o da sociabilidade. Esse fator relaciona-se ao fato de que quando as pessoas encontram com seus amigos e vizinhos num espaço público e sentem-se confortáveis interagindo e compartilhando experiências nesses locais, as chances de desenvolver um senso de apropriação daquele lugar é muito maior.

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Uma vez identificados esses fatores, a PPS desenvolveu um diagrama para qualquer pessoa conseguir identificar se um espaço é bem-sucedido ou não [Figura 19].

[Figura 19] Diagrama ‘’O que faz um bom lugar?’’ Fonte: Project for Public Spaces, tradução livre da autora.

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Referencial Teórico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


2.3. PRAÇAS A PRAÇA NA HISTÓRIA

É útil conhecer os tipos de praças que existiram ao longo da história e são reconhecidos até hoje como espaços notáveis de encontro e convivência. A fim de compreender melhor o que convém para melhor desenvolver os espaços públicos na atualidade. Diz-se que a praça originou-se da ágora grega [Figura 20]. Era na ágora onde os cidadãos se reuniam para debater e praticar a democracia e onde realizavam as principais festas da vida cidadã. Lá, aconteciam, também, as reuniões do Conselho que administrava os negócios da cidade e todos os cidadãos podiam manifestar suas ideias a respeito dos problemas. Além disso, a ágora era cercada por mercados, feiras livres, edifícios públicos, etc. Foi, portanto, o primeiroespaço de convívio público e cívico da sociedade. Na Ilíada, Homero descreve a ágora como um ‘’local de assembleia’’ e onde ‘’a gente da cidade se reunia’’. Ademais, vale destacar que o espaço todo da ágora era destinado aos pedestres.

2016). Para Graeff (1985), a Itália ‘’é o país por excelência das praças notáveis’’. A Praça de São Marcos [Figura 21] é um exemplo que, ainda hoje, continua um espaço vivo, animado e encantador. “Nos séculos XX e XXI, a praça aparece dissociada dos edifícios e isoladas no tecido urbano [...], assumindo, no Brasil, forte caráter de espaço vegetado de lazer e práticas esportivas.” (Hannes, 2016, p. 134). Macedo (1999), citado por Hannes (2016), diz que “a praça moderna, originadas após a década de 1940, é fruto da escassez de espaços de lazer nas [...] residências, já que [...] cederam lugar as garagens para automóveis.”

Na Roma Antiga, o fórum romano primitivo era inspirado na ágora dos gregos. A diferença era que o fórum romano reunia também atividades religiosas e ágora não. Já na Idade Média, as praças adquiriram a qualidade de coração da cidade e eram, geralmente, cercadas por casas particulares. As melhores causam encanto por sua escala quase doméstica. No Renascimento, surgiram as praças cívicas rodeadas por edifícios públicos de destaque. Essas praças eram adornadas com monumentos, obeliscos e estátuas. As piazzas italianas surgem nesse momento. Eram espaços secos e sem vegetação. Porém, de intenso uso público. (Hannes,

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[Figura 20] Planta Ágora Atenas. Fonte: www.timerime.com

Referencial Teórico

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Vale buscar compreender , também, acerca das praças contemporâneas. No texto Notas sobre algumas ‘’praças’’ contemporâneas: o design na paisagem, o autor Queiroga (2003) discorre sobre um grande problema que afeta grande parte praças contemporâneas: os automóveis. Segundo Queiroga, o advento do automóvel provocou transformações radicais na cidade, pois, dentre outras mudanças, o espaço livre tornou-se local para circulação e estacionamento de veículos. Ele afirma, ainda, que, no novo mundo, observa-se um ‘’enfraquecimento na relação entre o chão e as ‘’paredes’’ (os edifícios do entorno imediato) da praça’’. Diz, também, que algumas praças sumiram em detrimento do espaço destinado aos carros e outras foram até mesmo reduzidas a rotatórias. A praça Manuel Dias Branco, na avenida Aguanambi, em Fortaleza, é um exemplo disso. [Figura 21] Praça de São Marcos. Fonte: www.timerime.com

[Figura 22] Repuxos de água na praça San Jose - Califórnia. Fonte: site Wikimedia Commons

O autor alega que o pedestre voltou a ganhar importância com o retorno do urbanismo contemporâneo. E, então, um pouco do espaço destinado para carros voltou a ser ocupado pelos pedestres. Mesmo assim, a maior parte das ruas ainda são, infelizmente, desenhadas para o automóvel, fato que enfraquece bastante a relação da praça com seu entorno imediato. Queiroga destaca, em seu texto, algumas notáveis praças contemporâneas. A Schouwburgplein, em Roterdã, e a San Jose Plaza, na Califórnia, são citadas como exemplos positivos por possuírem elementos de design que incluem movimento e participação. Em San Jose, há repuxos de água [Figura 22] que saem do piso e promovem belos efeitos na paisagem e possibilitam interação com o público. Já na Schouwburgplein, o destaque vai para o mobiliário urbano que reforça a identidade do local. Outra praça famosa citada pelo autor é a Plaça dels Paisos Catalans, em Barcelona. Segundo ele, apesar de ser um belo projeto e muito elegante, a população pouco se apropriou do espaço.

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A PRAÇA COMO REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

“A praça é o espaço público de encontro por excelência. Espaço urbano de convivência, permanência e lazer, acessível ao pedestre – e não ao veículo -, cercado pelos edifícios, os quais dão forma à mesma, compondo a estrutura e a identidade das cidades. Expressa os valores de uma civilização, sua história e seus ideais.” (HANNES, 2016, p. 133). Praças funcionam, também, como palco das manifestações humanas e festividades sociais. Nas praças em estudo em Maranguape - CE, sobretudo na Praça Capistrano de Abreu, acontecem casamentos coletivos, festividades regionais – festa em homenagem a São João, por exemplo -, eventos comunitários em datas comemorativas como Natal e Dia das Crianças, etc. Isso corrobora o que o autor Sun Alex (2008) defende: que as praças são, além de espaços físicos abertos, centros sociais integrados ao tecido urbano e que são importantes devido, dentre outros fatores, à sua participação contínua na vida da cidade. As praças podem, assim como Hannes (2016) afirmou, ser apropriadas por artistas de ruas, vendedores ambulantes, músicos, mesas de cafés e restaurantes, etc. Isso foi observado em outra praça em estudo neste trabalho, a Praça Desembargador Pontes Vieira. Em uma das visitas, viu-se vários vendedores ambulantes vendendo roupas e expondo manequins expostos no próprio chão da praça.

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2.4. JARDINS HISTÓRICOS Duas das praças em estudo nesta pesquisa, a Praça de Capistrano de Abreu e a Praça Francisco Colares, são tombadas como bens imóveis a serem preservados no município, segundo a Lei 1278/96 de 3 de Janeiro de 1993. Por conta disso, tornou-se indispensável a abordagem, nesta pesquisa, sobre a preservação de sítios naturais históricos e a intervenção nos mesmos. A PRESERVAÇÃO DE JARDINS HISTÓRICOS

Em 1981, foi elaborada uma carta que trata sobre a preservação de jardins históricos, a Carta de Florença. Essa carta estabeleceu regras específicas para os jardins históricos e “é o documento básico para qualquer ação proposta para um jardim histórico [...]” (DELPHIM, 2005). “Artigo 1º - Um jardim histórico é uma composição arquitetônica e vegetal que, do ponto de vista da história ou da arte, apresenta um interesse público. Como tal é considerado monumento.” (Carta de Florença, 1981).

O autor Delphim (2005) descreveu, em sua obra, conceitos básicos de conservação, cuja compreensão é fundamental antes de intervir em jardins históricos. São eles: valores, integridade, autenticidade, proteção legal e entorno. Os valores estão relacionados aos valores intrínsecos e extrínsecos que um jardim histórico possui. Os valores intrínsecos se referem ao jardim do ponto de vista físico: seu material, desenho, localização e entorno. E os valores extrínsecos incluem seu valor histórico, cultural, afetivo,

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Assunto

econômico, politico, simbólico, etc. A integridade refere-se ao quanto o bem é completo e ao grau de equilíbrio entre os vários elementos que o compõem. Pois sabe-se que um bem pode ser descaracterizado ou degradado ao longo do tempo. A autenticidade de um bem cultural está relacionada a originalidade ou não de seus materiais. A autenticidade do bem pode ser ameaçada caso ocorra, no que se refere ao seu material essencial, a destruição de extratos históricos, a substituição de elementos originais ou a adição de novos elementos. A proteção legal diz respeito ao fato de garantir a defesa e salvaguarda dos jardins históricos. Para isso, devem ser objeto de acautelamento legal, sob a forma de registros, inventários e tombamento. Segundo Delphim (2005, p. 31, apud Sônia Rabelo de Castro), o tombamento “visa à proteção do interesse público genérico, que é a cultura nacional, manifestada e materializada em coisas móveis ou imóveis [...]”. O entorno é responsável, em grande parte, pela ambiência do objeto tombado e sua manutenção é, portanto, fundamental para a conservação do bem. Por isso, intervenções na vizinhança de objetos tombados são restritas, segundo artigo 18 do decreto-lei nº 25, de 30/11/1937. No caso das paisagens e sítios naturais históricos, devem ser restritas novas construções, demolições ou modificações que possam causar alterações ambientais que influenciam na iluminação, ventilação ou microclima. Quando a introdução de um novo elemento no entorno do bem for prejudicial à sua ambiência, ela não deve, portanto, ser autorizada. Ainda sobre o entorno de sítios tombados, Delphim (2005) destaca ainda que: “É especialmente importante controlar alterações como construção [...] de postos de serviços para distribuição de combustíveis, [...], anúnci-

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os luminosos, atividades comerciais ou recreativas que produzam níveis elevados de ruído [...]”. Isso relaciona-se diretamente ao entorno imediato das praças tombadas em estudo no município de Maranguape. Pois no entorno dessas praças tombadas, Francisco Colares e Capistrano de Abreu, há um posto de distribuição de combustíveis e há, também, a Padaria Lusitana [Figuras 23 e 24], um edifício histórico marcante na paisagem das praças e fundamental na manutenção da ambiência do local. Porém, encontra-se desativada e, segundo moradores, a padaria abrigará uma loja de eletrodomésticos. Isso afetará de maneira significativa o entorno e a ambiência das praças, pois acarretará alterações no entorno visual no que se refere a formas, volumes, cores, texturas, visibilidade, materiais, etc.

[Figura 23] Vista do sino da Igreja Matriz com antiga padaria Lusitana ao fundo. Fonte: Blog Maranguape Fotos. [Figura 24] Padaria Lusitana desativada. Setembro 2016. Fonte: Acervo da autora.

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Referencial Teórico

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INTERVENÇÕES EM JARDINS HISTÓRICOS

O autor Carlos Delphim (2005) descreve, também, fatores fundamentais para intervir em sítios naturais históricos. Segundo ele, para executar intervenções construtivas ou paisagísticas em paisagens ou sítios naturais históricos é imprescindível que os seguintes pontos sejam atendidos: As intervenções não devem competir com os bens protegidos, mas sim colaborar para sua valorização; • As intervenções devem ser reversíveis na medida do possível ou a reversão deve provocar o mínimo possível de danos; • A visibilidade do conjunto geral ou de suas partes não deve ser prejudicada; • As intervenções podem se integrar ou contrastar com o conjunto natural e seus elementos. Quando o objetivo for a integração, deverão ser adotadas técnicas ou materiais locais ou regionais. Quando buscar contraste, deve-se adotar uma solução contemporânea evidente. As soluções que simulam como o local era no passado devem ser evitadas. São as chamadas de falso – histórico. Este autor ainda comenta:

“As intervenções propostas para sítios naturais protegidos não podem submetê-los a intervenções ou pressões potencialmente capazes de lhes afetar a integridade e autenticidade. Antes, são as intervenções que se deve adaptar às restrições e limitações impostas pela excepcionalidade e pela fragilidade dos bens protegidos. (DELPHIM; CARLOS, 2005, p.86)

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Referencial Teórico

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Perspectiva Travessa QuinderĂŠ desenvolvida para prĂŠ banca.


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REFERENCIAL PROJETUAL

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Neste capítulo, estão reunidos projetos que inspiraram e contribuíram na concepção da intervenção urbanística proposta neste trabalho.

Rio Cidade Vila Isabel | Rio de Janeiro, RJ

• Largo do Théberge | Icó, CE • Parque da Pampulha | Belo Horizonte, BH

Referencial Projetual

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3.1. RIO CIDADE VILA ISABEL

[Figura 25] - Área de intervenção Projeto Rio Cidade Vila Isabel. Fonte: Rio cidade, 2011.

Este primeiro projeto referencial faz parte do Projeto de Governo Rio Cidade, que foi um ‘’plano de obras voltado para a reconstrução de espaços públicos, incluindo o disciplinamento de usos e atividades e melhoria dos padrões urbanísticos’’ (Rio Cidade, 2011). Uma das principais metas desse programa era restituir aos cidadãos o direito à cidade. Vários bairros foram contemplados com obras de intervenção em ruas, praças e passeios, a fim de melhorar, sobretudo, a qualidade de vida urbana, proporcionando a pedestres, idosos, crianças e deficientes espaços mais atrativos ao convívio social. O projeto realizado no bairro Villa Isabel foi o escolhido como referência para o presente trabalho. A área de intervenção desse projeto inclui a Praça Barão de Drumond, o Boulevar 28 de Setembro e o Largo do Maracanã [Figura 25]. A ideia principal do projeto foi restituir a imagem de passeio arborizado

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Referencial Projetual

do Boulevard 28 de Setembro. Foi realizada nova arborização e foram instalados novos suportes verticais para iluminação e sinalização. Para tornar o tráfego mais fluido, os ônibus foram concentrados na pista da direita, o canteiro central foi diminuído e os estacionamentos foram melhor ordenados. Nas calçadas, as pautas musicais em pedra portuguesa foram restauradas e um novo mobiliário urbano foi instalado [Figuras 26 e 27]. Ademais, o projeto celebrou o compositor Noel Rosa, figura emblemática da O Largo foi reurbanizado e ganhou novos bancos, arborização e pergolados para torná-lo convidativo ao encontro de estudantes da UERJ, vizinha ao local. Além disso, a Estação Elevatória e o Castelo D’água, duas edificações de 1936 em estilo Art Déco, situados nesse largo, foram valorizadas e destacadas. Já a Praça Barão de Drumond [Figura 28] foi reprojetada para o uso comunitário e para o lazer infantil. Foram instalados brinquedos sonoros

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[Figuras 29 e 30], pista de patinação e arena para espetáculos. Esse projeto no bairro Vila Isabel serve como referência por ter como conceituação a valorização do pedestre, a requalificação do espaço público e a utilização de elementos que atribuem uma identidade para o local. Além disso, esse projeto valorizou edificações arquitetônicas antigas, ponto que também se pretende contemplar no futuro projeto das praças de Maranguape em estudo. Ademais, a valorização do mobiliário urbano e a utilização dos brinquedos sonoros ao invés dos tradicionais brinquedos infantis presentes na maioria das praças, também representam interessantes referências. O projeto Rio Cidade como um todo, apesar do diferente contexto e escala, contribui muito como referência por apresentar um conceito e propostas baseados na valorização do pedestre, na criação de identidade da área e na recuperação dos elementos tradicionais da cidade.

[Figura 27] Mobiliário urbano. Fonte: Rio cidade, 2011.

[Figura 28] Praça Barão de Drumond. Fonte: Rio cidade, 2011.

[Figura 26] Calçadas musicais restauradas. Fonte: Rio cidade, 2011.

[Figuras 29 e 30] Brinquedos musicais. Fonte: Rio cidade, 2011.

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Referencial Projetual

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3.2. LARGO DO THÉBERGE LEGENDA 1. Igreja Matriz; 2. Igreja do Senhor do Bonfim; 3. Igreja nova; 4. Casa de Câmara e Cadeia; 5. Teatro; 6. Cruzeiro; 7. Anfiteatro (não implantado); 8. Praça para o Forricó. [Figura 31] Implantação do Largo do Théberge. Fonte: Intervenções Urbanas na Recuperação de Centros Históricos, 2010.

O segundo projeto referencial contempla um dos projetos realizados pelo Monumenta, um programa governamental do Iphan de Preservação do Patrimônio Histórico Urbano. ‘’O Monumenta não é um programa tradicional de restauração de edifícios e sítios urbanos protegidos - embora isso também faça parte das suas intervenções - (...). O programa realizou intervenções na perspectiva de qualificar os espaços públicos dos núcleos históricos e de gerar impactos - econômicos, urbanos, sociais e culturais - para garantir a sustentabilidade do processo de preservação, ou seja, para criar bases concretas que pudessem permitir o desenvolvimento dessas cidades com respeito ao seu patrimônio, a ser protegido e incorporado à vida urbana.’’ (BONDUKI; NABIL, 2010, p. 10)

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Referencial Projetual

A obra escolhida dentre as várias realizadas pelo programa foi a intervenção no Largo do Théberge, na cidade cearense de Icó [Figura 31]. Além da sua enorme dimensão (originalmente 55 mil metros quadrados), o largo se destaca, também, por estar situado no conjunto urbano protegido pelo Iphan e ser, portanto, um local de grande interesse patrimonial, pois reune monumentos e um casario simples e homogêneo [Figura 32]. O largo representa um pólo de atração de atividades sociais,culturais e cívicas da população local e de visitantes. É o ponto de partida de procissões e funerais. É, também, ponto de encontro de grande concentração popular, pois abriga duas grandes festas que atraem milhares de pessoas todos os anos: a Festa do Senhor do Bonfim e o Forricó. Mesmo

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assim, o largo mantém a predominância residencial e não sofreu impacto do tráfego de carga, que acabou sendo desviado para outros locais da cidade.

área um ponto de convergência do espaço público [Figura 34].

Em 1950, foi iniciada a construção da Igreja Nova do Senhor do Bonfim, que segmentou o largo e definiu um espaço de 35 mil metros quadrados, onde ficam os principais monumentos da cidade [Figura 33].

Realizou-se, ainda, a eliminação da fiação aérea e a reorganização da arborização, o que ampliou as perspectivas visuais em todas as direções do largo. O conjunto de monumentos foi valorizado, foram definidos novos caminhos e foram implantados novo mobiliário, quadras esportiva e área de recreação infantil.

A integridade geral do largo estava, portanto, preservada e não houve necessidade do Monumenta realizar grandes alterações estruturais. O projeto contemplou, sobretudo, a reabilitação do espaço público, o restauro dos monumentos e a recuperação do casario antigo, valorizando, assim, o conjunto urbanístico e arquitetônico.

Essa intervenção no largo do Théberge, apesar das diferenças de contexto e escala, contribui como referência para a área a ser trabalhada em Maranguape por ter sido uma obra que buscou destacar e valorizar o centro histórico da cidade de Icó e realizou várias ações a fim de melhorar paisagisticamente o espaço público e torná-lo mais convidativo.

Uma das intervenções foi um novo desenho do piso no largo em frente à Igreja Matriz. Foram desenhados círculos concêntricos, o que tornou a [Figura 33] Largo do Théberge, Icó - CE. Ao fundo, Igreja Nova do Senhor do Bonfim, cuja construção segmentou o largo. Fonte: Intervenções Urbanas na Recuperação de Centros Históricos, 2010.


[Figura 32] Vista do Casario que ocupa a face lateral do Largo do Théberge. Fonte: Intervenções Urbanas na Recuperação de Centros Históricos, 2010.

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Referencial Projetual

[Figura 34] Igreja Matriz e seu cruzeiro que destacam-se como os principais monumentos barrocos do largo do Théberge. Fonte: Intervenções Urbanas na Recuperação de Centros Históricos, 2010.

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3.3. PARQUE DA PAMPULHA O Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, conhecido como Parque da Pampulha, em Minas Gerais, oferece uma programação de educação ambiental, cultural, patrimonial e voltada ao trânsito. Os fatores condicionantes do projeto de identidade corporativa e de sinalização foram, portanto, turismo, lazer e educação ambiental. Na concepção desse projeto, inicialmente foi criada a marca da lagoa e, posteriormente, a marca do novo parque ecológico. Ambas as marcas fazem referência à natureza, utilizando-se das curvas sinuosas da lagoa, da folha de uma árvore e do perfil de um peixe. Além disso, foram utilizadas cores para setorizar e identificar cada área do parque [Figura 35]. O objetivo desse sistema de sinalização é, além de identificarespaços e indicar percursos, funcionar como um equipamento para promover a educação ambiental. Há várias placas educativas e interativas com ilustrações e textos sobre a área [Figura 36].

[Figuras 35] Sinalização e comunicação visual do Parque da Papulha. Fonte: Espaços Públicos - Diagnóstico e metodologia de projetos.

Nas praças de Maranguape, esse último ponto pode ser rebatido para a questão do patrimônio histórico existente no entorno das praças. Placas educativas e interativas acerca das edificações arquitetônicas que são patrimônio tombado do município seriam uma maneira de destacar esse patrimônio que não recebe a devida valorização. Além disso, na Praça Capistrano de Abreu e na Praça Francisco Colares, que são tombadas e, portanto, não permitem grandes grandes intervenções, uma sinalização eficiente, interativa e atrativa contribuiria para valorizar e modernizar mais as praças.

[Figuras 36] Placa interativa e educacional. Fonte: Rio Cidade, 2011.

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Referencial Projetual

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Estudo de zoneamento desenvolvido para prĂŠ banca.


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DIAGNร STICO

Diagnรณstico

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4.1. ÁREA DE INTERVENÇÃO O presente trabalho tem como área de estudo quatro praças localizadas no Bairro Centro, no distrito sede [Mapa 03 - Localização - Bairros], sendo duas delas (Capistrano de Abreu e Francisco Colares) praças tombadas. O centro da cidade é também centro histórico. Na paisagem do bairro e no entorno das praças, se destacam algumas edificações arquitetônicas [Mapa 04 - Patrimônio Histórico] já citadas anteriormente . Porém, esse Centro Histórico não é devidamente valorizado e nem suficientemente atrativo para incentivar a visita da população ou de turistas. Por isso, há interesse em valorizar esses edifícios. O centro de Maranguape compreende uma porção do distrito sede, localizada na zona central, que é uma área referencial tanto para os moradores do município, como para visitantes. Nessa área, estão localizados os principais órgãos institucionais, equipamentos de serviços, saúde e comércio [Mapa 05 - Equipamentos Relevantes]. Além disso, foi inaugurado, nesse ano de 2016, também nessa área, o primeiro shopping center do município, o Maranguape Shopping Mall, um equipamento de grande porte que marca a paisagem e gera impactos relevantes. O segundo shopping center já está em obra e também será localizado no mesmo bairro. Essa área é, portanto, bastante representativa e apresenta grande influência para o município.

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Diagnóstico

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MAPA 03 LOCALIZAÇÃO BAIRROS

LEGENDA Praças objeto de intervenção 1.Capistrano de Abreu; 2. Francisco Colares; 3. Desembargador Pontes Vieira; 4. Coronel Joaquim Sombra.

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Diagnóstico

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MAPA 04 PATRIMÔNIO HISTÓRICO - Bairro Centro

LEGENDA 1. Igreja Matriz N. Sra. da Penha 2. Escola Vicentina 3. Solar dos Correia 4. Residência Sebastião Machado 5. Escola São José 6. Engenho Família Hebster; 7. Residência Sinésio Lima 8. Residência Francisco Lobo 9. Sobrado da Dona Tácia 10. Solar Família Sombra 11. Residência Sérgio Girão 12. Solar do Bonifácio 13. Sociedade Artística de Maranguape 14. Residência Jairo Façanha 15. Residência da Família Hebster 16. Residência José Alencar Barbosa 17. Cadeia Pública 18. Casa de Cultura Capistrano de Abreu

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Diagnóstico

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MAPA 05 EQUIPAMENTOS RELEVANTES

LEGENDA 1. Prefeitura 2. Igreja Matriz N. Sra. da Penha 3. Biblioteca 4. Teatro (desativado) 5. Rodoviária 6. Museu 7. Mercado Público 8. Maranguape Shopping Mall 9. Shopping em construção

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Diagnóstico

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MAPA 06 ÁREA DE INTERVENÇÃO

LEGENDA 1. Capistrano de Abreu 2. Francisco Colares 3. Desembargador Pontes Vieira 4. Coronel Joaquim Sombra

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Diagnóstico

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4.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Com o intuito de melhor compreender a área de intervenção, foram feitos mapas avaliando as seguintes características fundamentais: zoneamento urbano [Mapa 07], uso e ocupação do solo [Mapa 08], patrimônio histórico [Mapa 09], gabarito [Mapa 10], sistema viário [Mapa 11], transporte urbano [Mapa 12], topografia [Mapa 13]. A análise desses fatores é necessária pois possibilita diagnosticar problemas e potencialidades. Em seguida, foi feito o inventário das quatro praças em estudo, que contém todos os elementos que compõem as praças e seu entorno.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

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ZONEAMENTO URBANO

O zoneamento urbanístico do município de Maranguape divide a cidade em sete tipos de zonas de uso e ocupação. As praças em estudo, juntamente com seu entorno, compreendem várias dessas zonas, conforme pode ser visto no mapa 07, na página seguinte. A praça Coronel Joaquim Sombra faz parte da ZC - Zona Comercial que ‘’tem como propósito a intensificação de atividades na área central de Maranguape de forma a fomentar o agrupamento de negócios associado a um retorno da moradia na zona central.’’ (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Maranguape Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, p. 27). “

As outras três praças, Desembargador Pontes Vieira, Francisco Colares e Capistrano de Abreu, fazem parte da ZE - Zonas Especiais e são classificadas como UPA - Unidades de Proteção Ambiental, que são áreas onde o objetivo é proteger e preservar o ecossistema existente. As Zonas Especiais são, segundo o Plano Diretor, áreas de interesse ambiental, constituídas por parques, áreas de preservação ecológica, faixas de preservação e proteção de recursos hídricos e faixas verdes de amortecimento entre usos.

MAPA 07 ZONEAMENTO URBANO

56

Diagnóstico

ZR 3 - Zona Residencial de Média Densidade ZC - Zona Comercial ZRU - Zona de Renovação Urbana ZE - Zonas Especiais

PRAÇAS EM MARANGUAPE


USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

No entorno das praças em estudo, há predominância do uso comercial [Mapa 08 - Uso e Ocupação do Solo]. Principalmente no entorno das praças Coronel Joaquim Sombra e Desembargador Pontes Vieira, há grande concentração de edificações comerciais. É importante destacar, também, as edificações históricas que marcam o entorno dessas praças, como o Solar da família Sombra, o Solar dos Correia e a Igreja Matriz [Mapa 09 - Patrimônio Histórico].

MAPA 08 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

PRAÇAS EM MARANGUAPE

residencial comercial serviço misto edifícios históricos

Diagnóstico

57


PATRIMÔNIO HISTÓRICO

O bairro Centro, onde as praças estão localizadas, além de ser o centro comercial de Maranguape, é também o centro histórico. O patrimônio histórico do município é composto por notáveis edificações arquitetônicas que, devido ao valor histórico, cultural, arquitetônico, turístico e, também, devido ao valor afetivo para a população, foram tombados como bens imóveis a serem preservados, segundo a Lei nº 1278/96 de 3 de Janeiro de 1996. No entorno imediato das praças objeto de intervenção, há cinco dessas edificações ao lado identificadas. Além dessas cinco, há, também, o Mercado Público de Maranguape que, apesar de não fazer parte dos bens tombados, é uma edificação importante e representa uma atividade relevante para ambiência da praça. E isso foi levado em consideração no projeto.

MAPA 09 PATRIMÔNIO HISTÓRICO (Entorno imediato)

1

58

Diagnóstico

2

LEGENDA 1. 2. 3. 4. 5.

Igreja Matriz Escola Vicentina Solar dos Correia Solar da família Sombra Casa de cultura Capistrano de Abreu 6. Mercado Público

3

4

5

6 PRAÇAS EM MARANGUAPE


GABARITO

Em relação ao gabarito [Mapa 10], as edificações no entorno das praças não possuem grande gabarito. A maior parte é composta apenas por térreo ou térreo e mais um pavimento.

MAPA 10 GABARITO

térreo térreo + 1 pav. térreo + 3 pavs.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

59


SISTEMA VIÁRIO

A hierarquia viária do município de Maranguape é composta, segundo a Lei do Sistema Viário Básico (2000), por três subsistemas: Subsistema Troncal, Subsistema Coletor e Subsistema Local. O Subsistema Troncal é ‘’formado pelas vias destinadas a absorver grande volume de tráfego (...) e servir de base física para o sistema de transporte coletivo.’’ (Lei do Sistema Viário Básico, 2000, p. 06). O Subsistema Coletor é ‘’formado pelas vias detinadas a coletar o tráfego das áreas de ‘’tráfego calmo’’ e levá-lo às vias troncais com bom padrão de fludez.’’ (Lei do Sistema Viário Básico, 2000, p. 06). O Subsistema Local é ‘’Formado pelas vias locais, vias paisagísticas, ciclovias e vias de pedestre. As vias locais são destinadas a atender o acesso aos lotes nas áreas de tráfego calmo e acessar as vias coletoras. As vias paisagísticas são de tráfego lento e objetivam valorizar e integrar áreas especiais.’’ (Lei do Sistema Viário Básico, 2000, p. 07)

Algumas vias são classificadas como pertencentes a algum desses três padrões, mas não seguem as descrições do Plano Diretor. A Rua José Fernandes Vieira é um exemplo disso. Segundo o Plano Diretor, é classificada como via troncal e deveria ter 18,30m de largura. Porém, na realidade, possui apenas 12 m de largura. Em relação às ciclovias, apesar de estarem citadas no Plano Diretor como pertencentes ao subsistema coletor, na prática, não existem.

60

Diagnóstico

MAPA 11 SISTEMA VIÁRIO, FLUXOS E INFRAESTRUTURA CINZA

via local via troncal via coletora

fluxo veículos fluxos principais de pedestres visuais importantes edificações existentes nas praças

PRAÇAS EM MARANGUAPE


TRANSPORTE URBANO

O município possui transporte urbano por meio de ônibus, com linhas intermunicipais que atendem o acesso a Fortaleza e a Maracanaú, possui microônibus e vans que atendem o deslocamento dentro da sede do município e linhas que atendem todo o município, cobrindo o deslocamento da sede aos distritos. Além disso, conta com serviços de táxi e moto táxi [Mapa 12 - Transporte Urbano].

MAPA 12 TRANSPORTE URBANO

expresso para Fortaleza linhas intermunicipais outras linhas ponto de moto táxi ponto de táxi paradas de ônibus semáforo sentido das vias

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

61


TOPOGRAFIA

MAPA 13 TOPOGRAFIA

62

Diagnóstico

curvas de nível área suscetível a alagamentos

PRAÇAS EM MARANGUAPE


4.3. INVENTÁRIO DAS PRAÇAS PRAÇA CORONEL JOAQUIM SOMBRA Na praça Coronel Joaquim Sombra, funcionou, antigamente, a Rodoviária Gouveia Neto [Figura 38]. A estrutura com pilares [Figura 37] que servia de abrigo aos ônibus ainda existe no local estruturando o espaço livre delimitado por construções.

[Figura 37] - Marquise remanescente da antiga rodoviária. Fonte: Acervo da autora, 2016.

Tais construções hoje abrigam lojas, bares e lanchonetes [Figura 39], dentre eles a Maranguarte [Figura 40], loja de artesanato local que ocupa uma edificação marcante na praça e na paisagem. A praça se configura, portanto, como um espaço livre residual que, nas visitas efetuadas constatou-se sua utilização muito mais como área de passagem que como área de permanência. Foi possível perceber, também, que a praça encontra-se em mau estado de conservação: bancos e lixeiras precários, piso degradado, quatro praças em estudo, essa é a que possui menos espécies vegetais. As áreas sombreadas são proporcionadas, predominantemente, pela marquise com pilares remascente da antiga rodoviária. Outros dois pontos observados durante as visitas foi a presença de moradores de rua dormindo nos poucos bancos disponíveis na praça e a grande quantidade de estacionamento para carros e táxis no entorno da praça, o que representa uma barreira aos pedestres.

[Figura 38] - Antiga rodoviária de Maranguape - Ano desconhecido. Fonte: Blog Maranguape Fotos, 2017.

Como já mostrado no mapa de uso e ocupação do solo, seu entorno é composto, predominantemente, por estabelecimentos comerciais e de serviços. Ademais, vale destacar o Solar da família Sombra, edificação tombada localizada no entorno desta praça. [Figura 39] - Loja de autopeças e farmácia na praça. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

[Figura 40] - Loja Maranguarte. Fonte: Acervo da autora, 2016.

Diagnóstico

63


PRAÇA CORONEL JOAQUIM SOMBRA

64

Diagnóstico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


VISUAIS - Praรงa Coronel Joaquim Sombra

[Figura 41] Visual 1. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 43] - Visual 2. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 42] Visual 2. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 44] - Visual 4. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAร AS EM MARANGUAPE

Diagnรณstico

65


TABELA DE ESPÉCIES VEGETAIS - Praça Coronel Joaquim Sombra

TIPO

CÓDIGO

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

QTD.

Árvores de grande porte

FICBE

Ficus benjamina

Ficus

6

AZAIN

Azadirachta indica

Nim indiano

14

DYPLU

Dypsis Lutescens

Palmeira areca

2

COPPR

Copernicia prunifera

Carnaúba

4

IXOCH

Ixoras chinensis

Lacre

maciço

Palmeiras

Arbustos Total de espécies

66

Diagnóstico

26

PRAÇAS EM MARANGUAPE


PRAÇA DESEMBARGADOR PONTES VIEIRA A praça Desembargador Pontes Vieira possui três monumentos: um em homenagem à Bíblia Sagrada e outroa dois em homenagem ao Rotary Clube de Maranguape e ao Lions [Figuras 45 e 46], que é um grupo que desenvolve trabalhos e serviços voluntários no município e busca estar a frente das realizações sociais e culturais, almejando parcerias e debates da sociedade com o poder público. A praça é bastante arborizada, encontra-se em bom estado de conservação e limpeza e é muito frequentada. Por ter seu entorno composto, predominantemente, por estabelecimentos comerciais e de serviços, é muito mais frenquetada durante o dia, em horário comercial. À noite, quando os estabelecimentos ao redor fecham, o movimento diminui.

[Figuras 45 e 46] Monumentos em homenagem ao Rotary Club e ao Lyons. Fonte: Acervo da autora, 2016.

Esta praça é a única que possui banca de revistas [Figura 47]. Além da banca, há uma pequena loja destinada a acessórios para celulares. Há, também, estacionado na praça, um trailer móvel [Figura 48], cujo proprietário, conhecido por todos, prepara e vende frango assado e baião de dois. Segundo moradores, o trailer tem a praça como ponto fixo há mais de 20 anos. Ademais, observou-se que, nessa praça, acontece uma feira de roupas. Como não há um espaço adequado destinado a essa feira, os vendedores ambulantes expõem seus produtos no chão.

[Figura 47] - Banca de revista. Fonte: Google Earth.

[Figura 48] - Trailer do frango assado, à esquerda, e loja de acessórios para celular, à direita. Fonte: Google Earth.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

67


PRAÇA DESEMBARGADOR PONTES VIEIRA

68

Diagnóstico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


VISUAIS - Praรงa Desembargador Pontes Vieira

[Figura 49] - Visual 1. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 51] - Visual 3. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 50] - Visual 2. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAร AS EM MARANGUAPE

Diagnรณstico

69


TABELA DE ESPÉCIES VEGETAIS - Praça Desembargador Pontes Vieira

TIPO

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

QTD.

DELRE

Delonix regia

Flamboyant

10

AZAIN

Azadirachta indica

Nim indiano

4

TERCA

Terminalia catappa

Castanhola

2

COPPR

Copernicia prunifera

Carnaúba

5

ROYOL

Roystonea oleracea

Palmeira imperial

13

DYPLU

Dypsis Lutescens

Palmeira areca

3

IXOCH

Ixora chinensis

Mini lacre

maciços

HIBRO

Hibiscus rosasinensis

Papoula

2

Trepadeiras

ALLCA

Allamanda cathartica

Mini alamanda

1

Herbáceas

SANTR

Sansevieria trifasciata

Espada de São Jorge

maciços

Árvores de grande porte

Palmeiras

Arbustos

Total de espécies

70

CÓDIGO

Diagnóstico

42

PRAÇAS EM MARANGUAPE


PRAÇA FRANCISCO COLARES A praça Francisco Colares é tombada segundo a Lei nº 1278/96 de 3 de Janeiro de 1996. É uma das praças mais representativas do município, pois, em seu entorno, está a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha, edificação também tombada [Figuras 52, 53 e 54]. Como já mostrado anteriormente, além da igreja, em seu entorno estão localizadas outras duas importantes edificações também tombadas: o Solar dos Correia [Figura 55] e a Escola Vicentina. E, também, o prédio da antiga padaria Lusitana [Figura 56]. Hoje encontra-se desativada e, segundo moradores, abrigará, em breve, uma loja de eletrodomésticos, o que poderá afetar negativamente a ambiência das praças, caso suas características arquitetônicas não sejam preservadas.

[Figura 52] - Igreja Matriz - Ano desconhecido. Fonte: Arquivo Nirez.

A praça possui, em seu centro, um busto em homenagem a Francisco Colares [Figura 57]. Segundo um morador, Francisco Colares foi um homem que incentivou bastante a indústria em Maranguape, gerando, consequentemente, muitos empregos. Esta praça encontra-se, em geral, em bom estado de conservação e é muito frequentada. Alguns mobiliários, como bancos e lixeiras, necessitam manutenção.

[Figura 53] - Igreja Matriz e Escola Vicentina ao fundo - Ano desconhecido. Fonte: Blog Maranguape Fotos.

[Figura 54] - Igreja Matriz e Escola Vicentina à esquerda - 2016. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

71


[Figura 55] - Vista da praรงa com Solar dos Correia ao fundo. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 57] - Busto Fco. Colares. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 56] - Vista do sino da Igreja Matriz com antiga Padaria Lusitana ao fundo - Ano desconhecido. Fonte: Blog Maranguape Fotos.

72

Diagnรณstico

PRAร AS EM MARANGUAPE


PRAÇA FRANCISCO COLARES

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

73


VISUAIS - Praรงa Francisco Colares

74

[Figura 58] - Visual 1. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 60] - Visual 3. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 59] - Visual 2. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 61] - Visual 4. Fonte: Acervo da autora, 2016.

Diagnรณstico

PRAร AS EM MARANGUAPE


TABELA DE ESPÉCIES VEGETAIS - Praça Francisco Colares

TIPO

CÓDIGO

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

QTD.

DELRE

Delonix regia

Flamboyant

3

CASFI

Cassia fistula

Acácia chuva de ouro

1

TERCA

Terminalia catappa

Castanhola

3

COPPR

Copernicia prunifera

Carnaúba

5

ROYOL

Roystonea oleracea

Palmeira imperial

13

Árvores de grande porte

Palmeiras

Arbustos

Total de espécies

PRAÇAS EM MARANGUAPE

DYPLU

Dypsis Lutescens

Palmeira areca

4

IXOCH

Ixora chinensis

Mini lacre

maciços

HIBRO

Hibiscus rosasinensis

Papoula

1 31

Diagnóstico

75


PRAÇA CAPISTRANO DE ABREU A praça Capistrano de Abreu é tombada segundo a Lei nº 1278/96 de 3 de Janeiro de 1996. É a maior e mais importante praça do município, principal ponto de encontro e de convivência para seus moradores. Nela, acontecem eventos como casamentos coletivos, Dia das Crianças comunitário, festa de São João, entre outros eventos culturais e sociais. Nessa praça, há um coreto [Figuras 62 e 63] construído no ano de 1931 e duas estátuas: uma em homenagem ao historiador Capistrano de Abreu, que dá nome à praça, e outra, inaugurada no final de 2015, em homenagem ao artista cearense Chico Anysio [Figura 64]. O monumento do humorista, que possui tamanho real, fica sentado em um dos bancos da praça. Infelizmente, uma das mãos já foi arrancada. É a única das quatro praças que possui espaços destinados a outras atividades que não sejam apenas contemplativas. Há playground [Figura 65], academia ao ar livre e uma grande área ao livre, sem vegetação, onde jovens andam de bicicleta, skate e praticam outros esportes. É nessas mesma grande área onde os grandes eventos acontecem. Esta praça também é bastante arborizada e frequentada. Apesar do mobiliário desgastado ou até quebrado, a praça encontra-se, em geral, em bom estado de conservação. Possui piso tátil ao redor de obstáculos como bancos e postes. Em relação ao entorno, há vários restaurantes e lanchonetes que atraem muitos frequentadores.

[Figuras 62 e 63] - Coreto construído em 1931. Fonte: Blog Maranguape Fotos.

76

Diagnóstico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


[Figuras 65] - Playground cercado. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figuras 66] - Antigo pergolado na praรงa Capistrano de Abreu - Ano desconhecido. Fonte: Blog Maranguape Fotos.

[Figuras 64] - Estรกtua Chico Anysio. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAร AS EM MARANGUAPE

Diagnรณstico

77


PRAÇA CAPISTRANO DE ABREU

78

Diagnóstico

PRAÇAS EM MARANGUAPE


PRAÇA CAPISTRANO DE ABREU

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Diagnóstico

79


VISUAIS - Praรงa Capistrano de Abreu

[Figura 67] - Visual 1. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 68] - Visual 2. Fonte: Acervo da autora, 2016

80

Diagnรณstico

PRAร AS EM MARANGUAPE


[Figura 69] - Visual 3. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 71] - Visual 5. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 70] - Visual 4. Fonte: Acervo da autora, 2016.

[Figura 72] - Visual 6. Fonte: Acervo da autora, 2016.

PRAร AS EM MARANGUAPE

Diagnรณstico

81


TABELA DE ESPÉCIES VEGETAIS - Praça Capistrano de Abreu

TIPO

Árvores de grande porte

Palmeiras

Arbustos

82

Diagnóstico

CÓDIGO

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

QTD.

TIPO

CÓDIGO

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

QTD.

DELRE

Delonix regia

Flamboyant

3

Arbustos

NEROL

Espirradeira

1

CASFI

Cassia fistula

Acácia chuva de ouro

3

Nerium oleander

TRASP

Tradescantia spathacea

Abacaxi roxo

maciços

SANTR

Sansevieria trifasciata

Espada de São Jorge

maciços

ALLCA

Allamanda cathartica

Mini Alamanda

2

BOUGL

Bougainvillea glabra

Bougainville

maciço

TABIM

Tabebuia impetigiosa

Ipê

5

ARTAL

Artocapus altilis

Fruta pão

2

LICTO

Licania tomentosa

Oiti

6

PACAQ

Pachira aquatica

Munguba

12

FICPU

Ficus pumila

Unha de gato

1

SCHTE

Schinus terebinthifolius

Aroeira

1

CHOSP

Chorisia speciosa

Barriguda

1

PLURU

Plumeria rubra

Jasmin manga

1

STESTE

Sterculia strita

Xixá

2

DYPLU

Dypsis Lutescens

Palmeira areca

6

ROYOL

Roystonea oleracea

Palmeira imperial

2

IXOCH

Ixora chinensis

Mini lacre

maciços

HIBRO

Hibiscus rosa-sinensis

Papoula

2

BOUGL

Bougainvillea glabra

Bougainvillea

6

Herbáceas

Trepadeiras

Total de espécies

56

PRAÇAS EM MARANGUAPE



Perspectiva elementos lúdicos praça Coronel Joaquim Sombra desenvolvida para pré banca.


5

O PROJETO

O Projeto

85


5.1. INTENÇÕES DO PROJETO Antes de abordar o conceito, faz-se necessário reunir todas as intenções do projeto, que foram essenciais na idealização do conceito. O diagrama a seguir reúne todas essas intenções. Primeiramente, pensou-se no que precisava ser valorizado nas praças. Em seguida, pensou-se no que seria proporcionado pelo projeto e, por último, pensou-se nas relações e sentimentos intengíveis que o projeto também seria capaz de proporcionar.

[Figura 73] - Diagrama de intenções do projeto. Fonte: a autora, 2017.

86

O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


5.2. CONCEITO Um vez reunidas as intenções do projeto, buscou-se encontrar uma palavra ou frase capaz de englobar todas essas intenções para ser o conceito do projeto. Buscou-se algo em comum entre tudo que se pretendia proporcionar à área de intervenção. Lendo o livro Acupuntura Urbana do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, no capítulo chamado “Instruções para fazer uma acupuntura urbana”, identificou-se uma relação entre as diversas intenções do projeto e o trecho onde o autor fala a seguinte frase: “É como descobrir num caleidoscópio aquele desenho perdido que vai possibilitar o encontro.” (pg. 58). Após análise, foi estabelecida a analogia entre as várias palavras que representam as intenções de projeto e os inúmeros fragmentos de um caleidoscópio que, quando corretamente encaixados, compõem um desenho perfeito, assim como no projeto: todas as palavras e intenções reunidas formam a proposta almejada.

uma identidade artifical por meio da implantação do elemento caleidoscópio. Afinal, sabe-se que o patrimônio histórico presente no entorno das praças já confere essa identidade ao local. O desenho desse elemento foi aplicado como uma analogia entre as várias palavras representantes das intenções de projeto que, combinadas, formam a proposta ideal; e os vários pedacinhos de um caledoscópio que, encaixados, formam o desenho perfeito. O diagrama [Figura 75] na página seguinte reúne as fases da construção do conceito do projeto.

Após estabelecida essa relação entre as palavras e o desenho de um caleidoscópio, buscou-se a palavra dentre todas que fosse capaz de reresentar todas as intenções e fosse o elemento principal entre todas. Após análises, chegou-se a conclusão que a maior parte das intenções convergiam para um mesmo objetivo: IDENTIDADE. E essa foi, então, a palavra escolhida. Em seguida, pensando na junção dessa palavra com o caleidoscópio, surgiu o conceito do projeto [Figura 74]. Esse conceito foi determinante em inúmeras decisões do projeto. Ao pensar a paginação do piso, por exemplo, ao invés de propor caminhos orgânicos, foi proposto um desenho composto por segmentos de retas. O mobiliário e a sinalização propostos seguiram o mesmo raciocínio. Para esclarecer, vale ressaltar que a intenção neste projeto não foi criar

PRAÇAS EM MARANGUAPE

[Figura 74] Conceito final do projeto. Fonte: a autora, 2017.

O Projeto

87


[Figura 75] Diagrama sobre o desenvolvimento do conceito do projeto. Fonte: a autora, 2017.

88

O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


5.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES A partir do entendimento de como a praça é um catalisador do espaço público e a partir da análise da dinâmica do local, o programa de necessidades [Figura 76] foi elaborado buscando atender as intenções de projeto já explicadas anteriormente, considerando os usos já existentes e buscando fortalecer a cultura e a identidade do local. Além disso, ao definir as atividades equipamento, um dos grandes objetivos foi, também, priorizar o pedestre.

[Figura 76] Diagrama Programa de necessidades. Fonte: a autora, 2017.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

89


5.4. ZONEAMENTO Após definido o programa de necessidades, foram feitos vários zoneamentos [Figuras 77 e 78], que consiste na distribuição espacial das atividades e equipamentos que as praças irão abrigar. Após várias tentativas, obteve-se o zoneamento considerado mais ideal [Figura 79] de acordo com as intenções almejadas no projeto.

[Figuras 77 e 78] Zoneamentos em fase de estudo. Fonte: a autora, 2017.

90

O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


LEGENDA conexão praça x entorno conexão macro novo limite proposto para a praça centralidade convívio e lazer grande encontro elementos lúdicos infantis equipamento de ginástica equipamentos históricos a manter estação de bike compartilhada e bicicletário estacionamento para carros ponto de táxi ponto de moto táxi área sombreada com pergolado quiosques - alimentação barras para skate área de mesas comércio a permanecer comércio realocado permanecer mas com mudança de uso área para feiras área livre

[Figura 79] Zoneamento final. Fonte: a autora, 2017.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

91


5.5. RUAS COMPARTILHADAS, ZONA 30 E MOBILIDADE URBANA Com o objetivo de integrar as praças ao seu entorno imediato e, assim, propor uma paisagem urbana que respeite e valorize mais o pedestre, trazendo maior qualidade ao espaço público e tornando a rua também um lugar de encontro e de vivência urbana, algumas vias tornaram-se ruas compartilhadas [Figura 80]. Além disso, aproveitou-se dessa estratégia para valorizar as edificações históricas no entorno imediato das praças.

locais de tráfego pesado, os de 8 cm são ideais para ruas e avenidas e os de 6 cm de espessura são os indicados para praças e calçadas e pedestres, que é o caso deste projeto.

Nessas ruas, carros, pedestres e ciclistas compartilham o mesmo espaço. Não há desníveis: a calçada do entorno fica nivelada com a rua e a rua fica nivelada com a praça. A baixa velocidade máxima (20km/h) garante a segurança e a prioridade do pedestre.

Inicialmente, as ruas Sinfrônio do Nascimento e Travessa Quinderé também foram transformadas em vias compartilhadas. Porém, diante da grande demanda por vagas de estacionamento, decidiu-se distribuir vagas ao longo dessas vias e das demais também.

Para reforçar a integração, a nova paginação proposta foi pensada com o objetivo de unir essas ruas as praças. O material proposto tanto para as praças quanto para as vias integradas foi o bloco intertravado. Esse material foi escolhido devido as seguintes vantagens: é econômico, resistente e de fácil assentamento e manutenção. Além disso, a diversidade de cores possibilita inúmeras composições para demarcar caminhos e atividades no projeto. Ademais, também reduzem a impermeabilização do solo, pois permitem a drenagem das águas da chuva.

Para as demais vias do entorno das praças, criou-se uma Zona 30. Nessa zona, que abrange um quarteirão antes e um depois do quarteirão das praças, a velocidade máxima para os automóveis é de 30km/h. Nessas vias, o material usado para o piso foi paralelepípedo.

A fim de organizar e tornar o tráfego de todos mais seguro, o fluxo de carros nessas vias compartilhadas foi marcado com o intertravado em cor distinta e disposto seguindo o arranjo espinha de peixe [Figuras 81 e 82], pois, nessa orientação, o tempo de contato das rodas dos veículos com as juntas do piso é menor, o que reduz a tendência de “escorregamento” das peças. Segundo a NBR 9781 - Peças de concreto para pavimentação, a espessura do bloco intertravado é que deve ser levado em consideração ao especificar o material. Os blocos de 10 cm de espessura são ideais para

92

O Projeto

Já a rua Coronel Joaquim Sombra foi suprimida e integrada a praça de mesmo nome. Nessa via, apenas o tráfego de pedestre passou a ser permitido. O fluxo de vaículos tornou-se proibido.

Além disso, nessas vias da Zona 30, foram propostas faixas de pedestre elevadas como forma de tornar o passeio do entorno até as praças ininterrupto e acessível e funcionar como estratégia de Traffic calming, que é o termo adotado para o conjunto de medidas aplicadas no planejamento urbano com o objetivo de reduzir a velocidade de veículos motorizados e garantir a segurança no trajeto dos pedestres. Em relação a mobilidade urbana, foram feitas as seguintes propostas a fim de contemplar outros meios de transporte, reorganizar o tráfego conflituoso e priorizar a circulação de pedestres pela área: implantação de ciclofaixas ao longo das vias da Zona 30 e instalação de estações de bicicletas compartilhadas e de bicicletários em todas as praças.

PRAÇAS EM MARANGUAPE


ruas compartilhadas Zona 30 via suprimida (Rua Coronel Joaquim Sombra) novo limite proposto para as praças ciclofaixa proposta

estação de bicicletas compartilhadas e bicicletários estacionamento veículos ponto de táxi ponto moto táxi parada de ônibus

[Figura 80] Mapa de vias e mobilidade urbana. Fonte: a autora, 2017.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

93


[Figuras 81 e 82] Arranjo tipo espinha de peixe e dimensões de um bloco intertravado. Fonte: equipedeobra.pini.com.br

[Figura 83] Corte esquemático rua Mundica Paula desenvolvido para pré banca. Fonte: a autora, 2017.

94

O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


RUA SINFRÔNIO DO NASCIMENTO A rua Sinfrônio do Nascimento, no trecho próximo a praça Desembargador Pontes Vieira, não tornou-se rua compartilhada e não foi elevada ao mesmo nível da praça. Ela foi incluída na Zona 30 e foi destinada a abrigar algumas vagas de carro para contribuir com a demanda por vagas de estacionamento nos arredores das praças. As vagas foram distribuídas salvaguardando as garagens das residências já existentes. O mesmo aplicou-se na Travessa Quinderé, próxima a praça Capistrano de Abreu.

PLANTA BAIXA - Trecho Rua Sinfrônio do Nascimento

Nessa rua, o piso foi alterado para paralelepípedo (estratégia para reduzir a velocidade dos veículo) e foram dispostos pequenos espaços de convivência com bancos a fim de tornar a rua mais atrativa e oferecer um convite a permanecer. Além disso, foi proposta nova arborização com a espécie Auxemma oncocalyx, popularmente chamada de Pau Branco. As árvores existentes foram retiradas, pois eram espécies exóticas (Nim Indiano) e de raízes agressivas (Ficus Benjamina).

2.20m

passeio vagas

PRAÇAS EM MARANGUAPE

2.20m

via

1.20m

2.20m

GARAGEM

CORTE DD - Rua Sinfrônio do Nascimento

2.20m

ciclofaixa

1.70m

passeio

MATERIAIS Calçada................ bloco intertravado Via......................... paralelepípedo Ciclofaixa............. concreto pigmentado cor vermelha

O Projeto

95


VIA DE ACESSO AO SUPERMERCADO A rua de acesso ao estacionamento do supermercado existente não possui nome oficial. No projeto, ela foi elevada ao nível da praça e transformou-se numa rua compartilhada. Não há diferenças de nível. Utilizou-se da paginação de piso com blocos intertravados em diferentes cores para melhor organizar e demarcar os fluxos. A seguir, é possível compreender nos detalhes de paginação como foram dispostos os blocos intertravados que compõem o desenho do piso.

PLANTA BAIXA - Trecho Rua de acesso ao supermercado

paginação do tipo espinha de peixe

Nessa rua, também havia espécies de nim indiano, que foram retirados e substituídos por caraúbas (Tabebuia aurea). blocos intertravados nas cores: cinza claro, terracota e amarelo

CORTE EE - Rua de acesso so supermercado

DETALHES PAGINAÇÃO DE PISO m

c 20

DET. 1

Rua compartilhada onde não há diferenças de nível.

96

O Projeto

10

cm

DET. 2 Bloco Intertravado comp. = 20cm largura = 10cm prof.= 6cm

6x10cm= 60cm

Arranjo do tipo espinha de peixe

PRAÇAS EM MARANGUAPE




PRAÇA CORONEL JOAQUIM SOMBRA

Na praça Coronel Joaquim Sombra, as edificações existentes foram mantidas, mas com mudança de uso. Apenas a loja Maranguarte, onde vende artesanato local, foi mantida. Já os outros estabelecimentos, onde, atualmente, funcionam uma farmácia, loja de autopeças, etc, indicou-se transformar em lanchonetes, e foram dispostas mesas de apoio próximas a esses estabelecimentos. Indicou-se transformar um desses estabelecimentos em uma loja de plantas, pois essa atividade já existe sendo feita na frente do edifício indicado. Por ser uma elemento histórico marcante na praça e ainda proporcionar sombreamento na praça pouco arborizada, a marquise remascente da antiga rodoviária também foi mantida. Abaixo dela, foram dispostas mesas e cadeiras flexíveis permitindo que as pessoas se movam e ativem o espaço como queiram. Isso permite um espaço público mais flexível e permeável. As árvores Ficus existentes no lado leste da praça foram eliminadas tanto por serem uma espécie exótica de raiz agressiva, como também para permitir a visual da marquise existente e da edificação histórica presente no entorno imediato, o Solar da família Sombra. Duas carnaúbas foram propostas por ser uma espécie de maior altura (não atrapalhando, assim, a visual) e por ser uma espécie já bastante presente nas praças e marcante na paisagem do local. A mesma espécie foi proposta, também, no centro da praça.

Para chegar até a rua Coronel Antônio Botelho, os carros precisam entrar na rua Mundica Paula, dando a volta pela praça Desembargador Pontes Vieira. A paginação do piso foi pensada de forma a direcionar as pessoas ao longo da praça e em direção a praça seguinte. As listras em bloco intertravado na cor terracota foram aplicadas, também, junto aos pilares da marquise existente como forma de valorizar essa zona sombreada por onde os pedestres mais caminham. Como essa praça foi considerada o ponto de partida do percurso que se criou entre as quatro praças, foram dispostos estacionamentos de táxi, mototáxi, veículos particulares e estações de bicicletas compartilhadas, valorizando, assim, os diferentes modais. Para os ônibus, foi mantida a parada existente na rua Dr. João Bezerra. A fim de criar um passeio único e facilitar a circulação de pedestres, foram propostas faixas de pedestres elevadas ligando a praça ao seu entorno imediato.

A rua Coronel Joaquim Sombra foi suprimida e passou a ser parte da praça. O fluxo de veículos nessa via deixou, portanto, de existir. Nessa rua, há inúmeros pontos comerciais e o Mercado Público de Maranguape, uma edificação de fachada estreita, mas que ocupa a maior parte do quarteirão. Permitir a ligação direta entre o mercado e a praça e alivre circulação de pedestres nessa via tão comercial foi um dos objetivos da supressão da mesma. Além disso, para sombrear, foram propostas espécies de caraúba ao longo da via. O fluxo direto de veículos da rua Doutor João Bezerra para a rua Coronel Antônio Botelho também deixou de existir, pois a praça foi unida ao canteiro existente entre esta praça e a praça Desembargador Pontes Vieira.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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PRAÇA DESEMBARGADOR PONTES VIEIRA

PRAÇA FRANCISCO COLARES

Na praça Desembargador Pontes Vieira, foram retirados os três monumentos existentes: em homenagem a Bíblia Sagrada e em homenagem aos grupos Lyons e ao Rotary Club, por não possuirem grande relevância junto a população e aos pedestres que lá circulam.

Na praça Francisco Colares, o entorno imediato abriga três dos edifícios que compõem o patrimônio histórico do município: Solar da família Correia, Escola Vicentina e Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha. Para valorizar essas edificações que conferem identidade ao município e a praça, valorizar os pedestres e para eliminar o excesso de veículos estacionados que prejudicam as visuais da praça e da igreja e funcionam como obstáculos aos pedestre, as vias Domingos Façanha e a rua Coronel Manuel Paula também foram elevadas e incorporadas a praça. Da mesma maneira que na praça anterior,o piso foi pensando de maneira a organizar os fluxos. Utilizou-se intertravado cor grafite e postes e jardineiras para marcar o fluxo de veículos, o cinza claro como plano de fundo da praça e, finalmente, nas listras usadas para marcar centralidades e atividades, foi utilizado intertravado na cores terracota e amarelo. No centro da praça, o busto existente de Francisco Colares e o piso em pedra portugesa foram mantidos.

Foi proposta área livre com quiosques, arborização mesas e bancos e que oferece, também, espaço para montagem de barraquinhas para os vendedores ambulantes que hoje expõem seus produtos no chão. A rua Mundica Paula e a via que dá acesso ao estacionamento do supermercado existente foram elevadas ao nível da praça e tornaram-se vias compartilhadas. Não há diferença de nível entre a calçada, a rua e a praça. Apenas a paginação do piso foi trabalhada de maneira a organizar o fluxo de veículos nessa via e garantir a segurança dos pedestres e ciclistas. Foi usado piso intertravado cor grafite orientado no modelo espinha de peixe para diferenciar o caminho dos veículos. Alem disso, também foram disposto postes de iluminação e jardineiras ao longo desse fluxo. Durante os finais de semana ou em algum dia da semana, pensou-se em interditar alguma dessas ruas compartilhadas para a montagem de feiras ao ar livre. Inicialmente, a rua Sifrônio do Nascimento também havia sido elevada e transformada em rua compartilhada. Porém, analisada a demanda por vagas de estacionamento nos arredores das praças, decidiu-se destinadar essa via para vagas de estacionamento paralelas a via, salvaguardando as garagens das residências existentes.

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O Projeto

As quatro espécies de carnaúba existentes a norte da praça foram mantidas e replicadas a fim de criar um espaço diferenciado marcado pela presença dessa espécie. Nessa área, foram dispostos bancos e a paginação foi pensada de maneira difereciada. Essa área também é passível de receber barraquinhas desmontáveis de feiras. Por ser uma praça com caráter mais histórico, não foi proposto um extenso playground. Apenas dois elementos lúdicos infantis foram dispostos.

PRAÇAS EM MARANGUAPE


PRAÇA CAPISTRANO DE ABREU

Na praça Capistrano de Abreu, a grande área livre sem arborização e com mobiliário insuficiente passou a ter árvores e pergolados proporcionando sombreamento e bancos convidando a permanência. Além disso, essa área também ganhou quiosques com mesas. E os eventos com montagem de palco continuam sendo possíveis nesse local. Os elementos históricos presentes no centro da praça, o coreto e a estátua do historiador Capistrano de Abreu, foram mantidos. No piso, foi proposta uma paginação diferenciada com intertravado nas cores terracota e grafite. Foram adicionadas, também, mais quatro exemplares da palmeira imperial como mais uma estratégia de demarcada o centro da raça com elementos históricos. Os brinquedos tradicionais presentes no playground existente foram substituídos por elementos lúdicos em formas geométricas para incentivar a imaginação das crianças. Esse playground passou a ser, também, totalmente aberto, sem a meia parede que cerca o playground atual. A rua sem saída Sinfrônio do Nascimento não foi elevada e incorporada a praça pois precisava-se manter as vagas de estacionamento que atendem ao Maranguape Clube, o principal clube do município onde acontecem diferentes eventos.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

101


5.7. PAGINAÇÃO DE PISO O desenho da paginação do piso foi marcado por faixas retas e desenhos hexagonais marcando centralidades. Isso se deve ao conceito do projeto (A identidade como um caleidoscópio de combinações). O material especificado para todas as praças foi o bloco intertravado. Aproveitou-se da variação de cores desse material para marcar os diferentes desenhos de caminhos e fluxos. Apenas na praça Francisco Colares, por ser tombada, o piso central em pedra portuguesa, que demarca o busto de Francisco Colares, foi mantido. Nos estacionamentos de veículos, de táxis, de moto táxi e nas áreas destinadas as estações de bicicletas compartilhadas, o piso aplicado foi o pisograma, como forma de demarcar esses espaços e aumentar a permeabilidade das praças. PISOS ESPECIFICADOS Bloco Intertravado Cor Cinza Natural

Usado como “plano de fundo” das praças.

Paralelepípedo Usado nas vias classificadas como zona 30.

Pisograma Usado nos estacionamentos.

PISO EXISTENTE MANTIDO Pedra Portuguesa Piso existente e mantido na praça Francisco Colares ao redor do busto de Francisco Colares.

Cores Terracota, Amarelo e Grafite

Usados nas faixas retilíneas em diferentes direções compondo os fluxos e atividades das praças.

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Assunto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


DETALHES DE PAGINAÇÃO

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor grafite

DET. 02 (ver prancha 04)

DET. 03 (ver prancha 04) Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor terracota

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor amarela

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor cinza natural

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor terracota [paginação em trama]

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor terracota

PRAÇAS EM MARANGUAPE

DET. 01 (ver prancha 02)

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor cinza natural

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor amarelo

Bloco intertravado em concreto 20x10cm cor cinza natural

O Projeto

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PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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[Figura 84] Perspectiva praรงa Coronel Joaquim Sombra.

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O Projeto

PRAร AS EM MARANGUAPE


[Figura 85] Perspectiva praรงa Francisco Colares.

PRAร AS EM MARANGUAPE

O Projeto

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[Figura 86] Perspectiva praรงa Coronel Joaquim Sombra.

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O Projeto

PRAร AS EM MARANGUAPE



5.8. ESCOLHA DAS ESPÉCIES As praças objeto de intervenção já eram bastante arborizadas, com exceção da praça Coronel Joaquim Sombra. No projeto, a maior parte da vegetação existente foi mantida. Apenas as espécies Ficus benjamina e Azadirachta indica (nim indiano) [Figuras xx] foram retiradas. O ficus é uma espécie que possui raízes agressivas que podem provocar danos as calçadas e a estruturas próximas e o nim é uma espécie exótica que tem potencial de se tornar invasora e competir com espécies nativas do Ceará e causar danos à biodiversidade. Para compor a paisagem das praças e oferecer mais sombra em zonas pouco sombreadas, foram propostas 9 espécies vegetais. Buscou-se priorizar espécies nativas e perenes que oferecem sombra durante grande parte do ano. Além disso, todas as árvores são adequadas à arborização urbana, ou seja, as raízes não são agressivas a ponto de danificar passeios e pavimentações. A seguir, as espécies serão apresentadas com indicação do nome científico, nome popular, código e breves informações a fim de ilustrar e favorecer a compreensão dos desenhos técnicos.

ESPÉCIES PROPOSTAS Árvores

Pau Branco Auxema oncocalyx (AUXON) Árvore de médio porte - Nativa, xerófila, odorífera -

Acácia Chuva de Ouro Cassia fistula (CASFI) Árvore de médio porte - Xerófila -

ESPÉCIES ELIMINADAS

Caraúba Tabebuia aurea (TABAU) Nim Indiano Azadirachta indica (AZAIN) - Exótica -

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O Projeto

Ficus Ficus benjamina (FICBE) - Raízes agressivas -

Árvore de grande porte - Nativa -

PRAÇAS EM MARANGUAPE


Palmeira

Escandentes Carnaúba Copernicia prunifera (COPPR)

Bougainville Bougainvillea glabra (BOUGL)

- Nativa, xerófila -

- Xerófila -

Arbustos

Tumbérgia - Azul Thumbergia grandiflora (THUGR) Vedélia Sphagneticola trilobata (SPHTR)

- Atrai polinizadores -

- Nativa, perene Forração Flor de Coral Russelia equisetiformis (RUSEQ)

Grama Esmeralda Zoysia japonica (ZOYJA)

Herbáceas

Junco Juncus effusus (JUNEF) - Planta aquática que suporta encharcamento -

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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5.9. INFRAESTRUTURA VERDE Em períodos de chuvas muito fortes, ocorrem alagamentos na área mais baixas do terreno, devido ao declive decorrente da topografia combinado a alta impermeabilização do solo. Por isso, foram propostos jardins de chuva para permitir a infiltração da água e, assim, auxiliar na drenagem da área. Os jardins de chuva recebem o escoamento de água e acumulam os excessos, formando poças que se infiltram gradualmente no solo, auxiliando o sistema de drenagem da água.

PLANTA BAIXA JARDIM DE CHUVA

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O Projeto

Fonte: solucoesparacidades.com.br

PRAÇAS EM MARANGUAPE


CORTE TRANSVERSAL AA

CORTE LONGITUDINAL BB

PRAÇAS EM MARANGUAPE

Fonte: solucoesparacidades.com.br

Fonte: solucoesparacidades.com.br

O Projeto

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5.10. ELEMENTOS LÚDICOS INFANTIS PLANTA BAIXA - Playground Praça Capistrano de Abreu Inspirado no projeto Espaço Lúdico, em Brasília, do arquiteto Fabiano Sobreira, o playground proposto é composto por objetos lúdicos em formas geométricas que oferecem planos, blocos, cheios, vazios e passagens, onde as crianças podem criar seus próprios jogos e brincadeiras, utilizando conforme a criatividade. Optou-se por trabalhar com essas formas mais lúdicas ao invés de equipamentos padrões de parquinhos como uma tentativa de incentivar a imaginação infantil. Esse playground foi localizado apenas na Praça Capistrano de Abreu, no mesmo local onde já havia um playground com brinquedos tradicionais e cercado. Nas demais praças, optou-se por dispor poucos desses elementos lúdicos: apenas 2, por concluir que o caráter e a ambiência não é compatível com um playground muito grande. Os materiais utilizados são simples e de baixa manutenção: alvenaria, concreto e pintura acrílica. No piso, intertravado de concreto nas cores cinza natural (em orientação espinha de peixe) e na cor terracota (orientado em fileiras alinhadas).

VISTA 01 - Playground Praça Capistrano de Abreu

120

O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


VISTA 02 - Playground Praรงa Capistrano de Abreu

VISTA 03 - Playground Praรงa Capistrano de Abreu

PRAร AS EM MARANGUAPE

O Projeto

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[Figuras 87, 88 e 89] Perspectivas playground proposto para praรงa Capistrano de Abreu.

122

O Projeto

PRAร AS EM MARANGUAPE


[Figura 88 ]

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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[Figura 89]

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O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


[Figura 90] Perspectiva elementos lúdicos propostos para praça Coronel Joaquim Sombra.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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5.11. MOBILIÁRIO Devido as condições precárias do mobiliário existente atualmente nas praças, foi proposto um novo mobiliário cujo desenho também foi guiado pelo conceito. Foi proposto um novo banco, bicicletário e lixeira seletiva.

[Figuras 91, 92 e 93] Perspectivas do novo mobiliário proposto.

126

Assunto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


PLANTA BAIXA BICICLETÁRIO

[Figura 94] Perspectiva bicicletário proposto.

VISTA 01

CORTE AA

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

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.45m

PLANTA BAIXA BANCO

[Figura 95] Perspectiva banco. VISTA 02

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O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


5.12. SINALIZAÇÃO Durante as visitas realizadas, notou-se a existência de placas de identificação para cada praça. Neste projeto, decidiu-se propor peças para substituir as existentes e outras peças seguindo a mesma identidade visual a fim de permitir que essa sinalização funcione como mais um elemento de “união” e identidade visual entre as quatro praças.

7cm

40cm

120º

26cm

7cm

25cm

120º

3cm

Placa de identificação - Praças: - caixa em aço pintado com esmalte sintético cores amarela e branco; - letras cortadas a laser deixando a informação vazada e evitando, assim, danos ou interferências por pichações.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

[Figuras 96, 97, 98 e 99] - Placas existentes de identificação das praças. Fonte: Acervo da autora, 2016.

Assunto

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40cm 35cm

Placa de identificação Edifícios históricos: - caixa em aço pintado com esmalte sintético cores amarela e branco; - letras cortadas a laser deixando a informação vazada e evitando, assim, danos ou interferências por pichações.

Como forma de identificar e de valorizar as edificações históricas e informar aos visitantes o nome dos edifícios, foi proposto uma placa de identificação.

[Figuras 100 e 101] - Proposta de retirada de fios e elementos que poluem a fachada e colocação de placa de identificação. Fonte: a autora, 2017.

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O Projeto

PRAÇAS EM MARANGUAPE


1.40m

Tótem composto por placa de aço pintada contendo letras e pictogramas cortados a laser deixando a informação vazada.

[Figura 102] - Perspectiva fachada Solar dos Correia com proposta de placa de identificação. Fonte: a autora, 2017.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

O Projeto

131



6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1. CONSIDERAÇÕES

As praças fazem parte da paisagem urbana de diferentes sociedades desde muito tempo. Esses espaços aglutinadores da vida urbana, compostos por monumentos religiosos e civis foram e continuam sendo palco de festas, manifestações culturais, sociais, políticas, e palco, sobretudo, de encontros. É inegável que, com o processo de urbanização desordenada das cidades, as praças e os espaços públicos em geral sofreram impactos negativos e tornaram-se lugares desvalorizados. Perdeu-se a sensação de propriedade e de pertencimento, a identidade dos lugares foi enfraquecida, e o automóvel passou a ser priorizado no planejamento e projeto das cidades, suprimindo, assim, o espaço dos pedestres. Diante da necessidade de revalorizar os espaços públicos, os espaços dos pedestres e criar cidades mais seguras, sustentáveis e saudáveis, fazse fundamental o retorno da dimensão humana no planejamento das cidades. Espera-se ter proposto um projeto que seja mais um catalisador de toda essa discussão acerca do repensar as cidades para as pessoas, buscando revalorizar o espaço dos pedestre, as praças e devolver às pessoas o prazer de permanecer entre edifícios.

133


6.2. BIBLIOGRAFIA ABBUD, Benedito. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: Ed. SENAC, 2010. ALEX, Sun. Projeto da Praça: Convívio e Exclusão do Espaço Público. São Paulo: Senac SP, 2008. ARARIPE, Danytza Façanha. Intervenção Urbana em Maranguape. Fortaleza, 2015. Universidade de Fortaleza – UNIFOR. BONDUKI, Nabil. Intervenções urbanas na recuperação de centros históricos. Brasília - DF: IPHAN / Programa Monumenta, 2010. COMOS; ICOMOS / IFLA. Carta de Florença. 1981: IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Intervenções em Jardins Históricos: manual. Brasília: IPHAN, 2005. GATTI, Simone. Espaços Púbicos. Diagnóstico e metodologia de projetos. São Paulo: ABCP, 2013. GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014. HANNES, Evy. Espaços Abertos e Espaços Livres: um estudo de tipologias. Paisagem e Ambiente: ensaios – nº 37 – São Paulo – p. 121 – 144, 2016. Inventário de Maranguape. Inventário de Bens Culturais Imóveis – Região Metropolitana de Fortaleza. Ministério Da Cultura – IPHAN, 1998. JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

134

LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2015. LORENZI, Harry. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. Editora Plantarum, 2015. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. MACEDO, Silvio Soares. Paisagismo Brasileiro na Virada do Século: 1990– 2010. São Paulo: Editora da Unicamp, 2012. MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 1999. MASCARÓ, Lúcia; MASCARÓ, Juan José. Ambiência Urbana. 3. ed. Porto Alegre: Masquatro, 2009. PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Rio Cidade: o urbanismo de volta às ruas. IPLANRIO - Rio de Janeiro: Mauad, 1996. PREFEITURA MUNICIPAL DE MARANGUAPE. Legislação Básica. Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Maranguape, 2000. PRONK, Emile. Dimensionamento em Arquitetura, 7. ed. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003. QUEIROGA, Eugênio Fernandes. Notas sobre algumas ‘’praças’’ contemporâneas: o design na paisagem. Paisagens em debate, 2003. SÁ CARNEIRO, Ana Rita; MESQUITA, Liana de Barros. Espaços Livres do Recife. Recife, 2000.

PRAÇAS EM MARANGUAPE


SCHLEE, M. B.; NUNES, M. J.; REGO, A. Q.; RHEINGANTZ, P.; DIAS, M. A.; TÂNGARI, V. R. Sistema de Espaços Livres nas Cidades Brasileiras: em debate conceitual. Paisagem e Ambiente: ensaios – nº 26 – São Paulo – p. 225 – 247, 2009. XAVIER, Adriano Teixeira. O Turismo em Maranguape: uma alternativa de desenvolvimento sustentável para o municipio. Fortaleza, 2008. Universidade Federal do Ceará – UFC. SITES CONSULTADOS Biblioteca IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Documentação Territorial do Brasil: Maranguape-Histórico. Disponível em: <biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ ceara/maranguape.pdf >. Blog Maranguape Fotos. Disponível em: <http://www.maranguape.blog. br/Fotos.asp?Cod=3&Cap=43&paginaatual=Fotos>. IBGE-Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística, Censo 2010. Disponível em: < www.ibge. gov.br>. Jardins de Chuva - Projeto Técnico. Disponível em: < http://solucoesparacidades.com.br/>. SPACES, Project for Public. What Makes a SuccessefuI Place - Disponível em: <http://www.pps.org/reference/grplacefeat/>. Acesso em 30/09/2016 Um pé de quê. Disponível em: < http://www.umpedeque.com.br/ >.

PRAÇAS EM MARANGUAPE

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Este trabalho foi diagramado pela autora utilizando o Adobe InDesign. O texto foi composto pelas tipologias Avenir Next LT Pro Regular e Bold e Coves Light e Bold e impresso na Grรกfica da Unifor em junho de 2017.




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