Circuito Cultural e de Lazer - Arte urbana e espaços comunitários em Valparaíso de Goiás

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CIRCUITO CULTURAL E DE LAZER arte urbana e espaรงos comunitรกrios na cidade de Valparaiso de Goiรกs

RAQUEL BRAZ LOPES | ORIENTADORA: LIZA ANDRADE



UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA | UNB FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO | FAU RAQUEL BRAZ LOPES | ORIENTADORA: PROF. DRA. LIZA MARIA DE SOUZA ANDRADE

CIRCUITO CULTURAL E DE LAZER ARTE URBANA E ESPAÇOS COMUNITÁRIOS EM VALPARAÍSO DE GOIÁS TRABALHO FINAL DE ARQUITETURA E URBANISMO BANCA AVALIADORA: PROF. CAMILA SAN’TANNA PROF. DR. SÉRGIO RIZO

BRASÍLIA 2016


O CIRCUITO A cidade de Valparaíso de Goiás carece cada vez mais de espaços comunitários. Tanto para crianças, quanto para jovens, adultos e crianças. Valparaíso emancipou-se a pouco tempo da cidade de Luziânia - GO. Com apenas 20 anos, ainda procura se estruturar. Uma grande demanda de moradores começaram a ocupá-la desde a construção de Brasília, e hoje é a cidade que mais cresce no entorno entorno sul do Distrito Federal. Todos os projetos para melhorar a cidade nem sempre são possíveis. Primeiro pela falta de espaços públicos para construções institucionais, e segundo pela constante mudança que a cidade passa, tanto de governo, quanto de crescimento imobiliário. Essa falta de espaços para lazer, faz com que as crianças e jovens passem muito tempos nas ruas, o levando-as à criminalidade, tornando a cidade mais violenta, a medida que se aumenta a população e não se dispõe de entretenimento. Mas ao passar mais tempo na rua, os jovens também adquirem sua cultura, como a arte de rua, onde buscam dar cores para locais que antes não eram bem vistos. Tendo em vista esses problemas, O CIRCUITO CULTURAL DE LAZER procura atender a população, sugerindo propostas de melhorias dos espaços ociosos. Recuperando regiões não utilizados por falta de segurança, utilizando a arte urbana como um meio de integração entre as classes sociais, e visando o bem-estar de toda a comunidade, para que carreguem em si, o sentimento de pertencimento e afeto pela cidade que moram.



ÍNDICE


1. INTRODUÇÃO A cidade depois da divisa A Proposta O Processo Agradecimentos

2. CONHECENDO O LOCAL Localização e Situação A área de intervenção Histórico de Valparaíso Ligando o Circuito Relações Sociais A Avenida Principal - Fachadas

3. REPERTÓRIO

Parque Madureira Vale do Anhangabaú Parque da Juventude Feira Recoleta Feira do Produtor Centro de Esportes Radicais First Street Garden Lincoln Street Art Park Cidade Escola Aprendiz Praça de bolso do ciclista

5. DIAGNÓSTICOS, DIRETRIZES E PADRÕES Sustentabilidade Social Sustentabilidade Econômica Sustentabilidade Ambiental Sustentabilidade Cultural e Emocional

4. PROCESSO PARTICIPATIVO Reunião da Associação dos Moradores Questionário Padrões Definidos Becos - Caminhos das artes (#ElasPorElas) Inserindo os padrões no mapa Mapa Mental

6. O CIRCUITO

Inserindo os padrões no mapa Praça do Céu Becos Caminhos das artes Becos Comunitários A Praça Os Esporte Radicais Áreas de convívio

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19 19 20 21 22 24

28 29 29 30 30 31 32 32 34 35

39 44 46 48

53 54 55 56 58 60

64 68 72 76 80 90 98



1 INTRODUÇÃO A CIDADE DEPOIS DA DIVISA A PROPOSTA O PROCESSO AGRADECIMENTOS


INTRODUÇÃO

A CIDADE DEPOIS DA DIVISA Atualmente, Valparaíso de Goiás é a cidade que mais cresce no entorno de Brasília. A escolha da área de trabalho se deu pela necessidade de áreas livres, arborizadas e pela carência de espaço para cultura e lazer. A cidade hoje enfrenta uma enorme dificuldade para concessão de áreas livres públicas, pelo seu histórico de rápido crescimento, devido à construção de Brasília. Este agravante, além de outros problemas políticos, faz com o que o plano diretor seja deficiente para a sua realidade. A inexistência de planejamento antecipado das áreas que deveriam ser destinadas a praças, escolas, hospitais, e todos os órgãos institucionais, faz com que os projetos sempre sejam locados em espaços remanescentes. Valparaíso faz divisa com o Distrito Federal, e por estar muito próxima do Plano Piloto, se torna bastante atrativa. Cerca de 83% da população não é natural da cidade de Valparaíso de Goiás. Essa proximidade faz com que a maioria das pessoas procurem se estabelecer na cidade. Este fato também atraiu uma grande especulação imobiliária. Para suprir toda demanda de habitação, nos últimos anos, os condomínios verticais destinados à baixa renda cresceu drasticamente devido ao programa minha casa minha vida.

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Com o crescimento acelerado da população, que está acima da média segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade cresceu cerca de 2,26% no último ano, enquanto a média brasileira é de 0,8%. Por consequência, acrescem os vários problemas estruturais da cidade, como falta de saneamento básico, que já fez com que mais de 100 mil habitantes tivessem que fazer rodízio de abastecimento de água, recebendo-a em apenas 12h por dia, e a falta de escola e hospitais que não conseguem atender a demanda. É possível que o maior problema enfrentado pela cidade hoje, seja a especulação imobiliária. O crescimento desordenado da cidade não trouxe apenas problemas estruturais, mas também a demanda de empregos, que não é suficiente pela quantidade de moradores, que precisam buscar emprego na cidade de Brasília, e em decorrência houve um grande aumento de violência. Este problema fez com que a Prefeita atual vetasse qualquer tipo de aprovação habitacional no ano de 2013, aprovando apenas 5 projetos que estavam em andamento, até que o caso em questão fosse organizado. Valparaíso hoje é considerada “cidade dormitório”, como as outras cida-


INTRODUÇÃO

des do entorno de Brasília, em que grande parte da população passa mais tempo no Distrito Federal, para trabalhar ou estudar, e gasta cerca de quatro horas neste trajeto. A maior parte da economia da cidade se baseia nos setores de serviços, além de possuir um agrupamento industrial composto por várias empresas do segmento de móveis, e para atender esse setor possui um programa de desenvolvimento econômico de Arranjo Produtivo Local (APL) de móveis que tem como objetivo aumentar a competitividade dos profissionais e fortalecer as pequenas empresas. Pelo fato de Valparaiso se situar ao entorno de Brasília, sua economia é menos privilegiada, dependendo do setor informal que representa cerca de 40% da base de trabalhadores, estando a grande maioria ocupada na construção civil. Não há grandes atividades agropecuárias e a maior parte do setor comercial está situada ao longo da BR-040, que começa a atrair novas franquias pelo fácil acesso das cidades vizinhas. Nos últimos anos Valparaíso esteve entre as cidades com maior taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes. Em 2011, mencionado na reportagem da Rede Globo (Fantástico), Valparaíso de Goiás foi considerada a cidade mais perigosa do mundo, proporcionalmente, pois na época teria a população estimada em 150.000 habitantes com apenas pouco mais

de 60 Km², logo atrás o país Honduras, tem à área de 112.492 km², com uma população de aproximadamente 8.000,000 (oito milhões) de habitantes. Valparaiso de Goiás com o percentual de 75,97 tem muito mais assassinatos por cada 100.000 habitantes, do que a capital de Honduras, Tegucigalpa, com 77,00 para cada grupo de 100.000 habitantes, proporcionalmente. Mas a violência não está apenas entre jovens e adultos. A cidade tem um histórico grande de problemas com alunos de 6ºano ao 9° ano que chegam a destruir escolas como forma de protesto contra professores ou morte dentro de escolas. Além de todo este contexto, percebe-se uma grande deficiência de espaços públicos de qualidade, e com esse crescimento acelerado da população, o déficit só aumenta. Cerca de 20% da população é jovem. Basicamente 34.587 pessoas de acordo com a Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílio (PMAD), realizada em parceria com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). São jovens que necessitam de espaço para cultura, lazer e desenvolvimento pessoal, para que mude a realidade preocupante da cidade.

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INTRODUÇÃO

A PROPOSTA A falta de lazer, cultura e educação deixam os jovens ociosos. São necessários projetos sociais que envolva a juventude em esportes, recreação, opções culturais e musicais. A falta desta cultura e de espaços públicos livres que permita este encontro faz com que o jovem permaneça na rua, e muitas vezes a única opção são gangues juvenis, que têm como lazer depredação do patrimônio público e particular, pichações, e todos os tipos de delitos. Independente de nível socioeconômico e faixa etária, toda a população carece de ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS. Há incentivo público para a cena cultural da cidade e pessoas que tomam frente de tais projetos. Mas faltam espaços para praças e parques em vários pontos da cidade, as praças existentes são muito pontuais, segregando parte da população. Mas a maior necessidade é a cultura individual, o lazer diário e espaços para hábitos saudáveis. Há um grande déficit de espaços arbóreos. A cidade é muito adensada, e as ruas e calçadas muito estreitas. Quase não há avenidas com canteiros centrais, e não se vê muita preocupação de grande parte da população com o meio ambiente. Não há parques urbanos e naturais, que poderiam propiciar um nível maior de qualidade de vida aos habitantes, onde teriam um local para campos de esportes, playgrounds, lagos, centros educativos como museus e jardins botânicos, pista de cooper e espaços para piqueniques.

FEIRA LIVRE

HORTAS COMUNITÁRIAS

ACESSIBILIDADE PISTA DE COOPER ATRAÇÕES

ESPORTES RADICAIS

PLAYGROUND VIDA NOTURNA

CICLOVIA

O CIRCUITO CULTURAL E DE LAZER pretende atender todas essas necessidades diagnosticadas, propondo intervenções urbanísticas, utilizando sempre a arte como ponto marcante do projeto. Utilizando os espaços ociosos e inseguros, para criar áreas de lazer e propondo projeto para equipamentos existentes sem infra-estrutura, como a feira do produtor. Recorrendo uma metodologia que possibilite a participação da comunidade, conseguindo integrar população ao lugar em que eles vivem e assim criar uma relação afetiva com o espaço, agora, ocupados por eles.

LAZER FAMILIAR

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INTRODUÇÃO

O objetivo principal é criar espaços para lazer e cultura que atenda toda a população, independente de termos socioeconômico e faixa etária, oferecendo lugares que possam ser pontos de encontros e permanência, e que consigam principalmente exercer essas atividades. A proposta é criar espaços em área consolidadada e adensada, diferentes atividades que tragam benefícios diários aos moradores. Criando espaços de vínculos afetivos e que propiciem encontros. Dar uma qualidade de vida maior, envolvendo o bem físico, mental, psicológico, emocional e relacionamentos sociais. Unir a vida urbana a elementos que eles sentem necessidade, sendo os principais, a SEGURANÇA, CONVIVÊNCIA, SAÚDE, ESPAÇOS ATRATIVOS e MEIO AMBIENTE.

CONVIVÊNCIA SEGURANÇA

VIDA URBANA

SUSTENTABILIDADE SAÚDE

ATRATIVIDADE

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INTRODUÇÃO PARTE 1– DIAGNÓSTICO

O PROCESSO

O diagnóstico do projeto foi feito a partir da história da cidade, contando com verificação da legislação, e demanda específica para o local, além do evantamento de dados do aspecto físico, como a avaliação de uso e ocupação do solo.

PARTE 2 – DIRETRIZES

Muitas PESSOAS

ESPAÇOS VAZIOS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE DIRETRIZES E PADRÕES

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ESPAÇO PÚBLICO URBANISMO TÁTICO

As diretrizes de projetos serão escolhidas a partir das Dimensões da Sustentabilidade. Uma combinação entre as dimensões Morfológicas geradas Grupo DIMPU, composto por Maria Elaine Kohlsdorf, Gunter Kohlsdorf e Frederico de Holanda, da FAU/UnB, e os Princípios de Sustentabilidade (Andrade, 2005).

PARTE 3 – PROCESSO PARTICIPATIVO

PROCESSO PARTICIPATIVO

Os processos participativos geralmente incluem 3 fases que são: planejamento, implementação e avaliação. O objetivo da participação comunitária é fazer com que todos os membros de uma comunidade, num ambiente democrático, tenham voz ativa e oportunidade para tomar decisões que afetam diretamente a comunidade e sua qualidade de vida.Os resultados finais, acabam adequados as peculiaridades de cada comunidade.

PARTE 4 – URBANISMO TÁTICO

PROJETO BÁSICO

Movimento que utiliza projetos rápidos, pequenos e/ou temporários para demonstrar a possibilidade e o potencial de mudanças em larga escala e a longo prazo. O urbanismo tático é uma abordagem voluntária de construção da cidade que apresenta algumas características para melhoramento da comunidade e da população, como criar projetos de acordo com os desafios do planejamento à escala local, instigar a mudança e cria expectativas realistas.


INTRODUÇÃO

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, primeiramente, por fazer com que eu não desistisse dos meus objetivos e lutasse pelas causas que sempre acreditei. A professora Liza, por me fazer apaixonar por urbanismo, mostrando como é possível mudar vidas, através do desenho urbano e perseverança. Agradeço especialmente a minha família, por toda dedicação e esforço, por serem minha base e entenderem a importância que a arquitetura e o urbanismo têm na minha vida, e principalmente por ajudar em todos os momentos de dificuldades, para que eu concluísse mais essa etapa. Aos meus amigos, pela paciência, compreensão, e por estarem ao meu lado sempre. Por apoiarem as minhas decisões, me ajudando em tudo que fosse possível, e por terem acompanhado todas as dificuldades nesse percurso, sempre dando forças pra que eu não desistisse. A Camila, Priscila, Gabriela e Angélica, que tornaram meus dias mais felizes nos últimos anos. E todos os amigos da faculdade, por crescermos juntos, sofrermos juntos, e compartilharmos juntos todas as alegrias e obstáculos nesse “casamento” com a arquitetura. Agradeço cada noite virada, que nos fizeram chegar até aqui. Obrigada a todos, por acreditarem em mim, e por estarem comigo em mais esse momento importante.

COLABORADORES Aos colaboradores, por acreditarem no meu trabalho, por darem suas ideias para que esse projeto fosse possível, por toda ajuda com os moradores locais, por cada foto tirada, pela atenção com a comunidade, e por transformarem o mundo em um lugar melhor através da cultura, muito obrigada! Ramon Phanton

Alex Ollie Sanduba Alunos do CEDDIM Ademir Valentim

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RECONHECENDO O LOCAL

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RECONHECENDO O LOCAL

2 CONHECENDO O LOCAL LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO A ÁREA DE INTERVENÇÃO HISTÓRICO DE VALPARAÍSO CONTEXTO URBANO LIGANDO O CIRCUITO A AVENIDA PRINCIPAL - FACHADAS VIVÊNCIA - RELAÇÕES SOCIAIS

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RECONHECENDO INTRODUÇÃO O LOCAL

PLANO PILOTO

GAMA

VALPARAÍSO NOVO GAMA 18

CIDADE OCIDENTAL


RECONHECENDO O LOCAL

LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO Valparaíso de Goiás se localiza ao entorno sul do Distrito Federal. Sua área territorial é de 61,410 quilômetros quadrados e uma altitude de 1080m. Fica a 188 km da capital de Goiás, Goiânia, e a 35 km da capital de federal, Brasília. A área do terreno é composta por terras altas e planas e leves ondulações. A cidade cresceu a partir da BR-040 e se estendeu para a divisa do terreno. Há uma linha férrea bastante sinuosa que corta a cidade. A área de intervenção escolhida se deu pela necessidade da implantação de equipamentos a serem usados pela população que ainda não existem na cidade. A fim de aumentar a qualidade vida dos moradores em um bairro já enrijecido pelas propostas de áreas livres públicas atuais. Há apenas dois acessos principais para chegar à esta área. Um pela Etapa A e o outro pela Etapa E. A proposta é integrar estes espaços sem usos definidos a área já consolidada.

ETAPA A 1

ETAPA B

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ESPLANADA III

3 4

ETAPA C

ETAPA D Acesso

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CONHECENDO INTRODUÇÃO O LOCAL

HISTÓRICO

Valparaíso de Goiás surgiu em decorrência da construção de Brasília, em 1959, a partir da implantação de um loteamento denominado Parque São Bernardo, que hoje é um dos bairros da cidade. A cidade que antes era parte do município de Luziânia recebeu vários imigrantes na época, e o nome de Valparaíso é uma homenagem a um engenheiro civil natural de Valparaíso (Chile) que veio para o Brasil e foi responsável pelo primeiro projeto habitacional da cidade.

Só em 19 de abril de 1979 o prefeito de Luziânia, Walter José Rodrigues inaugurou o pequeno Núcleo Habitacional Valparaíso I. Na época Valparaíso contava com apenas casas, uma escola estadual e um prédio da administração regional. O Núcleo Habitacional foi construído pela Encol, e na época começou com muitos problemas, pois não havia comércio, a falta de água era frequente e só havia transporte coletivo na BR-040.

LIGANDO O CIRCUITO O ponto onde se iniciou a vontade de fazer com que a cultura e o lazer fosse acessível a todas, se deu a partir do CEUs (Centro de Esportes Unificados) (4). Onde já acontecem bastantes manifetações culturais, mas não em grande escala. A ideia é criar um percurso atrativo com vegetações e arte urbana, para que as pessoas se sintas guiadas e atraídas para este local. Foram diagnosticados becos (3) e (2) praticamente abandonados, onde os moradores cuidam da limpeza, mas estes espaços se tornam bastante perigosos, pois quase não são frequentados. É necessário revitalizar estes espaços para que se tornem lugar de convívio dos moradores e visitantes. O principal ponto de conexão entre o circuito (1) é um espaço residual, ao lado da linha férrea. Este espaço desocupado tem um grande potencial para um parque linear que atenderá não só os moradores locais, mas fará conexão entre os bairros.

(4)

No dia 2 de maio de 1980, através do Decreto-Lei n° 972, oficializou-se a data de 19 de abril para comemorar o aniversário da fundação do Núcleo Habitacional Valparaíso. Valparaíso nessa época já contava com um posto telefônico, uma agência de Correios e Telégrafos, um escritório de contabilidade e onze lojas comerciais. Na área educacional, a cidade contava com mais uma escola estadual que atendia aos alunos do primeiro grau e duas escolas particulares, que já existem mais. Havia também uma Igreja Católica, duas igrejas batistas e uma Assembleia de Deus. Em 1995 foi criado o município de Valparaíso de Goiás, emancipando-se de Luziânia através da Lei estadual nº 12.667 de 1995. 20

(3)


RECONHECENDO O LOCAL

(1)

(2)

(1)

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CONHECENDO INTRODUÇÃO O LOCAL

RELAÇÕES SOCIAIS Praça do CEUs

Feira do pequeno produtor

Grupo de escoteiros que realizam pequenas intervenções como a Geladeira Literária nas paradas de ônibus

Praça do CEUs

Praça do CEUs

Atividades Culturais nos becos

Atividades Culturais na Praça do CEUs

Forte presença de graffiti

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CONHECENDO O LOCAL

Quiosques nas calçadas Barreira para o pedestre

Barraquinhas da feira de roupas, e utensílios domésticos.

Atualmente apenas o trem de carga passa por esse local, mas há estudos do governo para implementar o trem para passageiros

.

Bares e botecos pouco utilizados

Muitas carroças.

Barracas independentes de verduras montadas fora do local de feira.

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CONHECENDO INTRODUÇÃO O LOCAL

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2

1 2

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CONHECENDO O LOCAL

FACHADAS DA AVENIDA PRINCIPAL SENADOR SEVERO GOMES Os principais comércios dessa região está situado nessa avenida paralela a região do parque, Avenida Senador Severo Gomes. Há poucas opções para atividades diárias dos moradores, pois não há padarias, só há um supermercado, não lojas de roupas, sapatos e outros utensílios. Pouca varidade de restaurantes, cafés ou bares. Essa área é bastante residencial. A maior parte do comércio são oficinas e casas de materiais de construção. Para lazer, os moradores precisam chegar até a BR-040 onde se concentram a maioria dos comércios. A área deste bairro até a BR-040 está separada pela linha do trem. Assim as pessoas precisam andar uma distância maior ainda, sendo necessário algum tipo de transporte.

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REPERTÓRIO INTRODUÇÃO

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REPERTÓRIO

3 REPERTÓRIO PARQUE MADUREIRA VALE DO ANHANGABAÚ PARQUE DA JUVENTUDE FEIRA RECOLETA FEIRA DO PRODUTOR CENTRO DE ESPORTES RADICAIS FIRST STREET GARDEN LINCOLN STREET ART PARK CIDADE ESCOLA APRENDIZ PRAÇA DE BOLSO DO CICLISTA 27


REPERTÓRIO INTRODUÇÃO

PARQUE MADUREIRA O parque Madureira está situado no bairro de Cidade Nova, Rio de Janeiro, é considerado um dos melhores exemplos de transformação do espaço urbano. Projeto do arquiteto Ruy Rezende, além de conseguir modificar a paisagem onde está inserido também influenciou na localização das fachadas de casas que passaram as ser voltadas para a área privilegiada do parque e os terrenos próximos ao parque elevaram seu preço em mais de 30%. O terreno do parque é linear, ao lado de linhas de alta tensão e de uma ferrovia. A proposta foi imergir o parque ao bairro, com o objetivo de alinhar a questão sustentável e aspectos culturais da região, levando esporte, lazer e educação por meio do parque, criando um ambiente familiar próximo da cultura do bairro. O projeto conta com: •Praça do Conhecimento (900 metros quadrados)

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•Praça do Samba (1520 metros quadrados) •Pista de Skate (423 metros quadrados) •Estação Fitness (353 metros quadrados) •Parque Infantil (balanço, escorrega, gangorra), 899 metros quadrados •Ciclovia (3500 metros quadrados) •Anfiteatro (2112 metros quadrados) •Pavimentação de Calçadas (8625 metros quadrados) •Pavimentação Asfáltica (29820 metros quadrados) •Passeios e Caminhos (13191 metros quadrados) •Concregrama- revestimento especial de concreto e grama para estacionamento- (8260 metros quadrados) •Quiosques- 24 coretos- (575 metros quadrados) •Deck de Madeira (1128 metros quadrados)


REPERTÓRIO

PARQUE DA JUVENTUDE A desativação da Penitenciária do Carandiru, deu lugar ao Parque da Juventude. Neste espaço foi construído um complexo cultural recreativo de 240 mil m², resultado de um concurso nacional vencido pelo escritório do arquiteto Gian Carlo Gasperini, que chamou a arquiteta Rosa Kliass e sua equipe para prestar consultoria e desenvolver o projeto de paisagismo. Partiu dela então a idéia de dividir o parque em 3 áreas temáticas: o Parque Esportivo , composto por quadras poliesportivas, rampas para a prática de skate e patins , quadras de tenis e pista de cooper oferecendo atividades gratuitas a população ; o Parque Institucional , que abriga edifícios de caráter cultural como a Biblioteca de São Paulo e as Escolas Técnicas; e o Parque Central, caracterizado como um verdadeiro parque urbano, com função recreativa-contemplativa, possui trilhas, bancos e elementos que remetem a antiga ocupação da área – o Carandiru. Uma grande “Promenade” central é o elemento de união entre as diferentes funções do parque.

VALE DO ANHANGABAÚ O Vale do Anhangabaú é uma região do centro da cidade de São Paulo. É um espaço público caracterizado como praça, onde tradicionalmente organizam-se manifestações públicas, apresentações e espetáculos populares. . Atualmente, define-se como uma extensa laje, sobre um entroncamento rodoviário, possuindo papel importante na circulação de pedestres do centro da cidade. Esta plataforma está localizada aproximadamente dez metros acima da cota do vale propriamente dita, de tal forma a permitir a passagem subterrânea do tráfego rodoviário. A praça atual é resultado de um concurso de projeto promovido pela prefeitura em 1980. Os arquitetos, JorgeWilheim, Jamil José Kfouri e Rosa Grena Kliass foram os vencedores. O projeto paisagístico é composto por desenhos bastante geometrizados, tanto dos pisos quanto dos recantos. Com jardins, obras de arte e três chafarizes, o Vale do Anhangabaú é hoje um cartão postal do Centro de São Paulo. Pela sua ampla dimensão, o vale é considerado um espaço adequado a reuniões públicas de grande porte. Dentre as mais célebres manifestações ocorridas no Vale do Anhangabaú está o comício pelas Diretas Já, organizado no dia 16 de abril de 1984, onde foram recebidas 1,5 milhão de pessoas. 29


REPERTÓRIO INTRODUÇÃO

FEIRA RECOLETA A feira Recoleta existe desde a década de 1970, quando um grupo de hippies começou a vender seus artesanatos na Plaza Francia e atualmente ainda é possível comprar artesanatos e bijouterias de estilo hippie. O espaço tambem funcionar como descanso para as pessoas que escolhem sentar na grama para observar o movimento, tomarsol, conversar ou ouvir o som dos músicos que aproveitam o palco ao ar livre e a plateia formada para apresentar os variados estilos músicais. A feira tambem oferece algumas prataria e, roupas. A feira da Recoleta acontece todos os fins de semana na bem arborizada Praça Francia, situada no bairro mais francês de Buenos Aires, ao lado do visitado cemitério.

FEIRA DO PRODUTOR Com cinco mil metros quadrados e 170 expositores, a Feira do Produtor de Vicente Pires é, há quase 20 anos, um dos pontos mais procurados por quem visita a região. Frutas e legumes orgânicos são alguns dos produtos encontrados em seus corredores. A feira funciona das 8h às 14h, aos sábados e aos domingos, mas, durante a semana, alguns expositores abrem as portas. É o que faz o feirante Neimar Guedes, da banca Araxá, especializada em doces e queijos trazidos da cidade mineira que batiza o local.

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REPERTÓRIO

CENTRO DE ESPORTES RADICAIS O Centro de Esporte Radicais se situa na Avenida Presidente Castelo Branco, 5 700, próximo a Marginal Tietê, São Paulo. O local, que possui aproximadamente 38 500 metros quadrados, foi projetado para ser o reduto dos fãs de esportes radicais da capital, com pistas onde é possível praticar atividades como andar de skate, patins, bike e parkour. As principais atividades são: 1 - A "Mini Ramp", pista de 480 metros quadrados para o uso dos skatistas e também dos praticantes da modalidade vertical de BMX (Bike). 2 - As três pistas que compõem a "Pump Track" são ideais para o visitante sacar seus patins, skate ou até mesmo a bike. 3 - Playground com muitas atrações e brinquedos com pneus anti-dengu. O local é todo adaptado para o acesso de deficientes físicos. 4 - O primeiro espaço destinado exclusivamente à prática do parkour na cidade, com 650 metros quadrados. 6 - Campo de beisebol. 8 - Equipamentos de ginástica

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REPERTÓRIO INTRODUÇÃO

FIRST STREET GARDEN First Street Garden, localizado na cidade de Nova Iorque, era um terreno baldio que se tornou um jardim no início de 1980. Em 1999, a cidade tentou readquirir a terra e substituir o jardim com condomínios, mas os moradores do bairro se reuniram e com ajuda do Green Thumb (o maior programa de jardinagem da nação) para impedir esta ação. Hoje o Jardim 48 é agora mantido somente pelos vizinhos. O espaço acolhe vários artistas que transformam o parque em uma galeria a céu aberto. Não há tema definido, os artistas pintam de acordo com o seu talento e estilo. Mas em certos momentos as pinturas recebem um tema para homenagear fatos importantes como “as mulheres que fizeram diferença na América”. Há alguns bancos espalhados para descanso e contemplação do espaço.

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REPERTÓRIO

LINCOLN STREET ART PARK Fundado em 2011, Lincoln Street Art Park, localizado na cidade de Detroit(EUA) é um parque escultórico, nada tradicional, construído em um local industrial abandonado. O Lincoln Street Art Park é um projeto de arte em evolução, onde alunos e a comunidade podem participar do projeto. Alem dos graffitis espalhados pelos muros abandonados, há centenas de esculturas criadas a partir da reutilização de materiais descartados na natureza. No espaço há tambem mobiliários para utilização dos visitantes e hortas comunitárias. Há shows e eventos públicos para integração da comunidade.

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REPERTÓRIO INTRODUÇÃO

BECO DO APRENDIZ A ONG atua desde 1997 transformando espaços públicos em grandes espaços educativos. Utilizando o conceito de bairro-escola, a associação atua com o objetivo de transformar todo e qualquer espaço em verdadeiros laboratórios pedagógicos. Para isso, a associação envolve estudantes e gestores de escolas públicas e particulares da região, associações de bairro e a própria comunidade. Um das ferramentas utilizadas pelo Aprendiz é a recuperação e transformação de espaços abandonados da cidade. Isso resulta em locais como a Praça Aprendiz das Letras e o Beco Escola Aprendiz, ambos situados na Vila Madalena. Em 1999, o Aprendiz colocou em prática seu primeiro projeto de intervenção-urbana, o 100 Muros, onde crianças, adolescentes e moradores da região puderam criar painéis de mosaico e pintura para embelezar os espaços públicos de vários pontos da cidade. Essa foi a porta de entrada para o surgimento de projetos como o Beco Escola, que transformou um beco abandonado, dominado pelo tráfico de drogas e por moradores de rua, em uma galeria de artes a céu aberto. A reforma foi realizada por grafiteiros da cidade e teve a supervisão de artistas-plásticos.

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REPERTÓRIO

PRAÇA DE BOLSO DO CICLISTA A Praça de Bolso do Ciclista foi inaugurada em 22 de setembro de 2014, dia mundial sem carro, em Curitiba. O espaço foi contruído pela comunidade com o apoio de várias secretarias municipais, numa área na região central cedida pela Prefeitura. Mais que uma obra física, a nova praça foi saudada como um marco da cultura de parceria entre sociedade e poder público. A área de 127,8 metros quadrados, entre prédios, na esquina das ruas São Francisco e Presidente Farias, foi transformada com o esforço da Prefeitura Municipal de Curitiba, da ONG Ciclo Iguaçu e a participação de centenas de pessoas que, durante três meses, se revezaram na construção do espaço. A licitação para a construção demoraria muito. Então a ONG e a prefeitura se organizaram para que a praça fosse construída rapidamente. A Prefeitura doou o terreno, fez o projeto arquitetônico inicial e providenciou os ajustes na área, além dos materiais e equipamentos. Os cicloativistas entraram com a mão de obra. Os trabalhos foram realizados nos finais de semana por cicloativistas e suas famílias, além de muitos voluntários.

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DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

COMUNIDADE COM SENTIDO DE VIZINHANÇA

MORADIAS ADEQUADAS

PROTEÇÃO ECOLÓGICA

AGRICULTURA URBANA TRANSPORTES SUSTENTÁVEIS

URBANIDADE

SIMBOLOGIA

REUTILIZAÇÃO

SAÚDE

INFRA ESTRUTURA VERDE

TRATAMENTO DE ESGOTO ALTERNATIVO

REDUÇÃO

RECICLAGEM DE RESÍDUOS

ADENSAMENTO URBANO

DRENAGEM NATURAL CONFORTO AMBIENTAL

DOS SISTEMAS MOBILIDADE PROMOÇÃO ALTERNATIVOS E DIMINUIÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA DINÂMICA URBANA IDENTIFICABILIDADE REVITALIZAÇÃO URBANA

GESTÃO D’ÁGUA

LEGIBILIDADE E ORIENTABILIDADE

AFETIVIDADE

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DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA LOCAL EM CENTROS DE BAIRROS


DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

4 DIAGNÓSTICOS, DIRETRIZES E PADRÕES SUSTENTABILIDADE SOCIAL SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL

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DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

MÉTODO DE AVALIAÇÃO Para avaliação do diagnóstico foram adotados os Princípios da sustentabilidade ( Andrade, 2005) com o desempenho morfológico dos Lugares proposto pelo grupo DIMPU, composto por Maria Elaine Kohlsdorf, Gunter Kohlsdorf e Frederico de Holanda, da FAU-UnB. A União das duas visões denominou as Dimensões da Sustentabilidade e Dimensões Morfológicas construindo uma abordagem, integrada da sustentabilidade, urbanidade e habitabilidade. Neste projeto foram integradas apenas a sustentabilidade e urbanidade pois se refere a escala da implantação de edificações. A Habitabilidade se se trata da escala da edificação de unidade habitacional. Para o diagnóstico da área usaremos os Princípios das Dimensões da Sustentabilidade e das Dimensões Morfológicas, onde avaliaremos em quatro partes: Sustentabilidade Social, Sustentabilidade Econômica, Sustentabilidade Ambiental e Sustentabilidade Cultural e Emocional. O diagnóstico e as propostas de projeto serão feitos de acordo com os seguintes parâmetros. SUSTENTABILIDADE SOCIAL Urbanidade Comunidade com sentido de vizinhança Moradias adequadas Mobilidade e transportes sustentáveis SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA Adensamento urbano Dinâmica urbana Desenvolvimento da economia local em centros de bairros SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Proteção ecológica Agricultura Urbana Infraestrutura verde Conforto Ambiental Promoção dos sistemas alternativos de energia Saúde Redução Reutilização Reciclagem de resíduos SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL Revitalização Urbana Legibilidade e Orientabilidade Identificabilidade Afetividade e Simbologia

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DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

DIAGNÓSTICO DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL MAPA DE ILHAS ESPACIAIS

6 N

A existência da linha férrea antes da construção da cidade, gerou os espaços vazios demonstrados nas figuras abaixo. Esses espaços funcionam como uma barreira dividindo o bairro no meio, impedindo que os moradores circulem livremente. A consequência é a separação, em que um dos lados funcionam a maioria dos comércios e o outro lado se torna basicamente residencial.

39


DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

ANÁLISE DOS ESPAÇOS CONVEXOS

ANÁLISE DOS ESPAÇOS CEGOS

MAPA DE CONVEXIDADE

MAPA DE CONSTITUTIVIDADE

N

Pode -se perceber que os maiores espaços convexos, são os espaços livres com grande pontencial, onde serão abrigadas as novas propostas de requalificação para a comunidade. Assim tambem como os espaços conversos médios, onde a maioria são os becos, que tambem têm potencial para serem utilizados pela população, alem do único objetivo, de passagem. 40

N

Todos os becos da cidade são espaços cegos, o que gera muita insegurança para a população, que não sabem como resolver o problema de violência local. O Mercado central está localizado em um local com poucas aberturas para as casas, por causa do urbanismo proposto para a cidade não adequado. A proposta do circuito percorre todos os espaços com pouca abertura (ou nenhuma) das casas, isso fara com que esses espaços pouco utilizados estejam sempre frequentados gerando maior segurança.


DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

ANÁLISE DE HIERARQUIA VIÁRIA Valparaíso de Goiás cresceu a partir da BR-040 que corta toda a cidade. A BR-040 faz com que a cidade tenha fácil acesso, para entrada e saída da cidade. Mas também é um agravante, pois neste trecho de Valparaíso há muito fluxo de automóveis, pois liga diretamente à capital federal, Brasília. Além de Valparaíso, as cidades de Luziânia, Jardim Ingá, e Cidade Ocidental também fazem o mesmo percurso, gerando sempre um trânsito lento e engarrafamento nos horários de pico. Há uma linha férrea que corta esta parte de Valparaíso I, dividindo o bairro ao meio e impedindo a população de atravessar de um lado para o outro com facilidade. O Acesso à área de intervenção se dá por uma via arterial primária, que liga diretamente à BR-40 no inicio e fim da via. Neste trecho de intervenção há apenas uma via arterial primária. Esta via acompanha a linha férrea e grande parte dela atende apenas a uma parte do bairro de Valparaíso I. As vias locais nas Etapas B e C não se cruzam e estão sempre ligadas diretamente pelas vias coletoras e arteriais. Todas as vias são sem saída, o que faz com que os carros atravessem por cima das calçadas para não ter que dar voltas pra chegar mais rápido na via arterial. Essas vias locais sem saída criam um beco no fim, gerando um local de passagem para o pedestre, onde não há entradas de lotes.

CORTE VIA ARTERIAL PRIMÁRIA E LINHA FÉRREA

CORTE VIA PEDESTRE E VIA LOCAL

ACESSOS E PONTOS DE ÔNIBUS

IMAGEM 1 - RUAS SEM SAÍDA

N

N IMAGEM 2 - BECOS

41


DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

ANÁLISE DE USOS DO SOLO Neste trecho de intervenção há pouca variedade de comércio para atender a população em suas atividades diárias. Não há farmácias, ou padarias. Há apenas um supermercado para atender toda a população que está separada pela linha férrea. Há uma feira permanente com poucas bancas (fig.1), os comércios existentes são apenas lojas de materiais de construção, ou borracharias e bares (fig.2). Há salas com escritórios pequenos e salões de beleza (fig.3). As residências em sua maioria são simples, com no máximo 2 pavimentos, com calçadas e vias estreitas e a maioria das ruas não tem saída (fig.4). Há uma estação de metarreciclagem (fig.5), que é um polo de disseminação e promoção da cultura digital. Onde há capacitação técnica em informática para jovens e adultos, reciclagem e correta destinação do lixo eletrônico. Há apenas três estações deste programa no Brasil. Ao lado da estação há uma escola de ensino fundamental e médio, e um espaço livre q será destinado à uma creche.

N

42


DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

PADRÕES

CRITÉRIOS

PRINCÍPIOS

DIRETRIZES E PADRÕES DA DIMENSÃO DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL

URBANIDADE - INTERAÇÃO SOCIAL: PROMOVER ESPAÇOS PÚBLICOS PARA INTERAÇÃO ENTRE CLASSES SOCIAIS E FAIXAS ETÁRIAS DIFERENTES. ACESSIBILIDADE: ADEQUAR CALÇADAS E ESPAÇOS PERMEÁVEIS À NORMA DE ACESSIBILIDADE. - VIGILÂNCIA: PROMOVER LOCAIS ABERTOS QUE ESTEJAM SEMPRE OCUPADOS POR PESSOAS PARA MAIOR SEGURANÇA LOCAL. OPERACIONALIDADE: AUMENTAR A REDE DE COMÉRCIO QUE NÃO É SUFICIENTE PARA O BAIRRO.

- PEQUENAS PRAÇAS PÚBLICAS - PASSEIO PÚBLICO - DENSIDADE DE PEDESTRES

COMUNIDADE COM SENTIDO DE VIZINHANÇA - PROMOÇÃO DO SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO: CRIAR O PROJETO A PARTIR DO PROCESSO PARTICIPATIVO. - INSERÇÃO DA COMUNIDADE NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO EMPREENDIMENTO: OS MESMOS SERÃO RESPONSÁVEIS QUANTO AS DECISÕES DE PROJETO.

- MIX DE GÊNEROS NOS LUGARES - MOSÁICOS DE SUBCULTURAS - PONTOS DE ENCONTROS PÚBLICOS

MOBILIDADE E TRANSPORTES SUSTENTÁVEIS - SISTEMA VIÁRIO: ADEQUAR O SISTEMA PLANEJADO AO SISTEMA VIÁRIO EXISTENTE. - EXISTÊNCIA DE ESTRUTURAS PROPÍCIAS AOS DIFERENTES MODAIS DE MOBILIDADE (PEDESTRES, CICLISTAS E AUTOMOBILISTAS). REVER LARGURAS DE VIAS E CALÇADAS, E CRIAR CICLOVIA NÃO EXISTENTE EM NENHUM PONTO DA CIDADE.

- LOCAIS DE PERMANÊNCIA PÚBLICA EM DIFERENTES NÍVEIS.

- LOCAIS DE ÁRVORES - LOCAIS PÚBLICOS PARA SENTAR

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DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

DIAGNÓSTICO DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA A rede de abastecimento de água de Valparaíso é feita pela concessionária Saneago. As águas são providas da Bacia São Bartolomeu, a rede de água abastece apenas 85% da população. A água não é suficiente para toda a população e muitas vezes acabam por consequência da grande quantidade de obras existentes na cidade. Além de não haver pontos suficientes para buscas de água potável para abastecimento da cidade. Em Valparaíso há 40 bairros, e em apenas 9 a coleta de esgoto, ou seja, apenas 22% da população é atendida. Segundo a saneago todo o esgoto coletado é tratado. Em 25 anos a Companhia Elétrica de Goiás não passa por nenhuma reforma que aumente a rede elétrica, principalmente no entorno de Brasília. Há falta de luz com frequência na cidade, e à medida que aumenta a população, dificulta o fornecimento de energia a todos. A rede pluvial e o asfalto não abrangem a totalidade do município. E onde há asfalto muitas vezes não há rede pluvial. O crescimento acelerado sem planejamento de Valparaíso tornou os solos bastante impermeáveis. Este agravante faz com que haja enchentes sempre que chove em várias partes da cidade. E onde há sistema pluvial o pior problema são os lixos espalhados pela própria população.

Estação de tratamento de água de Valparaíso

Estação de tratamento de esgoto de Valparaíso

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Enchente formada na Etapa A, junto a marginal da BR040


DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

ADENSAMENTO URBANO - OCUPAR A ÁREAS LIVRES EXISTENTES.

DINÂMICA URBANA

- PROMOVER MOBILIÁRIO URBANO NÃO EXISTENTES, COMO BANCOS E MESAS EM PRAÇAS; LIXEIRAS E PLACAS DE SINALIZAÇÃO. - AUMENTAR O SISTEMA DE ILUMINAÇÃO NOTURNA QUE NÃO É SUFICIENTE. - PAVIMENTAÇÃO PERMEÁVEL E REDES DE DRENAGEM, AGUA E ESGOTO.

DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA LOCAL EM CENTROS DE BAIRROS - DIVERSIFICAR OS USOS DO LOCAL QUE É BASICAMENTE RESIDENCIAL;

PADRÕES

CRITÉRIOS

PRINCÍPIOS

DIRETRIZES E PADRÕES DA DIMENSÃO DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

- CICLOVIA - MALHA DE PEDESTRES E CARROS

- CALÇADAS ELEVADAS E ACESSIBILIDADE

- REDE COMERCIAL - MERCADO DIVERSIFICADO

- HORTAS COMUNITÁRIAS

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DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

DIAGNÓSTICO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

LEGENDA

N

Curvas de nível Árvores

Praticamente não há arvores nos canteiros centrais e na maioria das casas, o que torna a cidade mais quente. Há necessidades de praças e parques urbanos para amenizar o microclima. Durante a construção da cidade, a fazendas foram desmatadas uma a uma para dar lugar às ruas e quadras, ao longo do tempo essas árvores não foram replantadas e não há mais zona rural em Valparaíso. Na área de intervenção, devido a construção do trilho do trem, o terreno foi movimentado fazendo com que essa área chegasse a um desnível de 6 metros de altura em determinada parte, criando esta barreira entre a linha férrea e a avenida principal. As erosões na cidade também são frequentes. As chuvas constantes agrava ainda mais esse problema que é um dos piores crimes ambientais da cidade.

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DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

PADRÕES

CRITÉRIOS

PRINCÍPIOS

DIRETRIZES E PADRÕES DA DIMENSÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

PROTEÇÃO ECOLÓGICA E AGRICULTURA URBANA - PROTEGER AS ÁREAS PRÓXIMAS AS NASCENTES; - PROMOVER AGRICULTURA URBANA, HORTAS COMUNITÁRIAS, PAISAGISMO PRODUTIVO E RUAS VERDES.

- ÁRVORES FRUTÍFERAS

INFRAESTRUTURA VERDE

- USAR OS PERCURSOS NATURAIS DO TERRENO PARA DESEMPENHO EFICIENTE DO CICLO DA ÁGUA NO SOLO URBANO. - DESENHO DO PARQUE ACOMPANHANDO O TERRENO NATURAL, COMO SOLO PERMEÁVEL. - REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS SERVIDAS.

CONFORTO AMBIENTAL

- CRIAR ESPAÇOS ARBÓREOS PARA MAIOR CONFORTO DO PEDESTRE. - UTILIZAR A ILUMINAÇÃO NATURAL NAS EDIFICAÇÕES PROPOSTAS.

- RUAS VERDES - MELHORAMENTO DO TERRENO - TERRAÇOS EM ENCOSTAS - PAVIMENTO PERMEÁVEL

REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS - SISTEMA DE COLETAGEM ADEQUADOS PARA TODOS OS TIPOS DE RESÍDUOS.

-CALÇADAS SOMBREADAS - JARDINS ESPONTÂNEOS

- ACESSO À ÁGUA - VEGETAÇÃO ACESSÍVEL 47


DIAGNÓSTICO, INTRODUÇÃO DIRETRIZES E PADRÕES

DIAGNÓSTICO DA SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL As principais características visuais da área de projeto são as tipologias das casas simples, com no máximo três pavimentos. As cores ou a falta de reboco das casas chama muita atenção, assim como as calçadas ocupadas de formas ilegais. A arte urbana vem sendo cada vez mais frequente neste espaço. Os desenhos ajudam a marcar os pontos de referências locais. O viaduto que passa por cima da linha férrea, e dá acesso a área de intervenção, também é um marco importante, assim como a própria linha férrea que passa por toda extensão da área de intervenção. As calçadas com vários impedimentos chamam bastante atenção principalmente do pedestre. Há uma deficiência muito grande de mobiliários urbanos, como lixeiras, postes, placas, bancos, entre outros. A ineficiência da iluminação noturna torna este espaço bastante inseguro.

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DIAGNÓSTICO, DIRETRIZES E PADRÕES

PADRÕES

CRITÉRIOS

PRINCÍPIOS

DIRETRIZES E PADRÕES DA DIMENSÃO DA SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL

REVITALIZAÇÃO URBANA - RECUPERAÇÃO E VALORIZAÇÃO DE INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM ÁREAS URBANAS DEGRADADAS OU PATRIMÔNIOS CULTURAIS ABANDONADOS, PROMOVENDO O INCREMENTO DA OCUPAÇÃO DESSAS ÁREAS. - PROMOVER UMA ECONOMIA NOVA PARA O LOCAL. CRIAR UMA IDENTIDADE PRÓPRIA.

- DIVERSIDADE FAMILIAR - LAZER PARA TODAS AS IDADES - PARQUE PÚBLICOSPARA CONVIVÊNCIA

LEGIBILIDADE E ORIENTABILIDADE - CONECTAR VIAS QUE NÃO FORAM PREVISTAS, E DAR SEGURANÇA AOS BECOS PARA QUE SEJAM UTILIZADOS PELOS PEDESTRES. - DEIXAR VISÍVEL MARCOS VISUAIS QUE A CIDADE POSSUI.

- LOCAIS PARA CRIANÇAS E IDOSOS

IDENTIFICABILIDADE

- DIVERSIDADE NAS TIPOLOGIAS EDILÍCIAS. - CRIAR PONTOS DE IDENTIDADE PRÓPRIA PARA DIFERENCIAÇÃO NO CAMPO VISUAL DO PERCURSO DO PEDESTRE.

AFETIVIDADE E SIMBOLOGIA

-CRIAR LAÇOS AFETIVOS ATRAVÉS DA AGRADABILIDADE VISUAL E DA SIMBOLOGIA PARA A POPULAÇÃO. - AUMENTAR O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO DO BAIRRO.

- AMBIENTES NOTURNOS PARA LAZER DA FAMÍLIA - VIDA NOTURNA

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PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

50


PROCESSO PARTICIPATIVO

5 PROCESSO PARTICIPATIVO REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES QUESTIONÁRIO PADRÕES DEFINIDOS BECOS - CAMINHOS DAS ARTES (#ELASPORELAS) MAPA MENTAL INSERINDO OS PADRÕES NO MAPA

51


PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

O PROCESSO PARTICIPATIVO A participação da comunidade é extremamente importante durante o desenvolvimento de projeto para o arquiteto e urbanista. Essa metodologia é significante no decorrer do projeto, pois a população usará um espaço que ela realmente necessite. Ao ajudar na criação do projeto, a comunidade criará um vínculo afetivo pelo espaço, se sentirá parte do processo e que o espaço foi realmente projeta para ela. A participação engloba todas as partes do projeto, desde a concepção a aprovação do projeto base. A ideia de pintura dos becos surgiu a pedido do presidente da associação dos moradores (ASMEC). Pois a própria comunidade unida se dispõe para realizar pequenas intervenções que mude o lugar visualmente. Estão sempre empenhados para cuidar do lugar onde moram. Essa oganização faz com que eles entendam a necessidade do circuito e participem ativamente da elaboração do projeto.

MUITAS PESSOAS E ESPAÇOS RESIDUAIS

IDEALIZAM E PLANEJAM UM LUGAR DE CONVÍVIO E BEM ESTAR COMUNITÁRIO

PROCURAM INTEGRAR SUAS IDEIAS COM TODOS OS MORADORES

FAZEM INTERVENÇÕES COM AS PRÓPRIAS MÃOS

CONSEGUEM REALIZAR AS IDEIAS PROPOSTAS GERANDO UNIÃO ENTRE OS MORADORES 52


PROCESSO PARTICIPATIVO

REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES O Primeiro encontro com a comunidade ocorreu no dia 07 de novembro de 2015, durante uma reunião da associação de moradores das Etapas C, D e E. A associação dos moradores surgiu por vontade própria da comunidade, onde a prefeitura não conseguia atender todas chamadas e ocorrências, para atender a população. A ideia partiu de um pequeno conjunto de moradores que decidiram intervir no bairro, ao fazer limpeza de lotes baldios, como recolher o lixo jogado pela própria própria população e retirar a mata que crescia, e poderia a virar esconderijo para assaltantes. A reunião da associação acontece a cada dois meses, onde o líder comunitário, se responsabiliza por prestar contas, e mostrar como foi investido o dinheiro da população, como a troca de lâmpadas queimadas dos postes de luz, pois a região é perigosa e necessita de boa iluminação, ou também a troca de lixeiras e limpezas das ruas, lotes baldios e becos. A associação recolhe uma verba simbólica de cada casa que se preocupa com o bem estar da comunidade, esse dinheiro é investido na própria quadra de cada morador. Este interesse da população em cuidar do lugar onde vivem, contribuirão para os próximos encontros, para que projetos possam ser criados e executados pelos próprios moradores. Durante o encontro, foi aplicado um questionário, para estabelecer as prioridades a serem trabalhadas no projeto.

53


PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

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PROCESSO PARTICIPATIVO

RESULTADOS Com o questionário foi possível avaliar as principais prioridades a serem trabalhadas na comunidade. A segurança das ruas foi a principal exigência entre eles. No total apenas vinte e nove pessoas responderam o questionário. É possível ver uma grande carência de espaços de lazer, principalmente entre as crianças idosos. A população deseja ter parques, e áreas para caminhadas. Sentem necessidade de comércio próximo às residências e que o bairro se torne um lugar seguro e mais agradável, para que se sintam a vontade para caminhar nas ruas tranquilamente.

PADRÕES DE DESENHO

29 PESSOAS PRESENTES

Calçada para passeio e área de permanência

20

Locais públicos para sentar

14

Área para apresentações públicas

13

Ciclovias e e pistas para caminhada

20

Faixa de pedestres com mesmo nível da calçada

19

Calçadas sombreadas e vegetação

9

Espaço para mercado ou feira que tenha comércio variado

12

Espaço para crianças

20

Locais com água e locais com de árvores

16

Ambientes noturnos para lazer da família

10

Espaços ligados para todas as idades

14

Locais de permanências integrados nas calçadas

7

Ruas verdes

15

Árvores frutíferas nas praças

14

Hortas comunitárias

12

55


PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

56


PROCESSO PARTICIPATIVO

REVITALIZANDO O BECO

ANTES

DEPOIS

O Primeiro Encontro das Grafiteiras DF/Entorno - #ElasPorElas ocorreu no 10/04/2016. As grafiteiras se reuniram em um beco da Etapa C para revitalizar através da arte urbana, este espaço pouco utilizado pelas pessoas. O beco que era apenas um lugar de passagem, agora é tambem um espaço com atratividade visual. No dia compareceram as grafiteiras NABRISA, ANA JULIA RÁ, JULIA BÊ, ZADE, MIC, ALI, KALI, BRALO, MIAH e OWLS. Essa intervenção foi a primeira parte ligada a metodologia do Urbanismo Tático, que utiliza projetos rápidos ou temporários feitos pela propria polulação voluntariada, com a intenção de melhoria do aspecto local, da segurança, ou até mesmo para inclusão entre os moradores, que passam a se sentir parte do local, criando expectativas realistas sob o projeto executado.

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PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

58


PROCESSO PARTICIPATIVO

ENCONTRO COM OS ALUNOS DO CEDDIM O encontro com os alunos do CEDDIM, escola local no bairro de intervenção, aconteceu no dia 26 de abril de 2016. Foram desenvolvidas algumas atividades com os alunos a fim de atender as necessidades dos jovens que ocuparão o espaço de lazer posteriormente. A Primeira atividade foi desenhar o mapa mental do local onde será implantado o circuirto, para que eles percebecem a quantidade de espaços residuais com potencialidade para desenvolvimento de projeto. A segunda atividade foi responder o questionário de pesquisa local, para em seguida perceber quais são as prioridades e reais necessidades observadas por eles. A terceira atividade foi apresentação dos padrões de desenho, para que eles pudessem inserir no mapa, onde achassem que seria mais necessário e utilizado pela população.

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PROCESSO INTRODUÇÃO PARTICIPATIVO

MAPA MENTAL

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PROCESSO PARTICIPATIVO

61


O CIRCUITO INTRODUÇÃO

62


O CIRCUITO

6 O CIRCUITO

63


O CIRCUITO INTRODUÇÃO

DIRETRIZES DO PROJETO O projeto base foi definido a partir dos padrões especiais de Christopher Alexander, escolhidos pelos moradores locais, procurando atender todas as reais necessidades. Alem do projeto a ser construído, algumas intervenções foram realizadas pela população, como as pintura dos becos, e ainda haverá outras realizações para revitalizar os becos, que são apenas lugar de passagem e não de estar, como mobiliário itinerante, hortas urbanas, ponto de encontro, construção das calçadas e mais ARTE URBANA. Em relação a fluidez dos circuito, foram propostas novas paradas de ônibus, uma passarela que liga os bairros separados pela linha do trem, acessibilidade e faixas de pedestres, elevação de algumas partes da avenida principal, Senador Severo Gomes, para conectar o circuito dando prioridade ao pedestre e diminuindo a velocidades dos transportes. Uma calçada com único desenho de piso que liga todos os pontos do circuito, influenciando o pedestre a percorrer o caminho cultural.

LEGENDA Arte Urbana

Ginastica e Musculação

Horta Comunitária

Churrasco

Apresentações Públicas Ciclovia Feira

Quadras Parkour

Fast food

Bike cross

Restaurante

SkatePark

Bares

Iluminação

Sorveterias

Pomar

Cafeterias/Padarias

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Playground


O CIRCUITO

N Escala-1 :2000 NOVO ACESSO ACESSO EXISTENTE NOVA PARADA DE ONIBUS PARADA DE ÔNIBUS EXISTENTE

65


O CIRCUITO

DET. 1

DET. 4 DET. 2

DET. 3

66


O CIRCUITO

DET. 6

DET. 7

N Escala-1 :1500

67


O CIRCUITO INTRODUÇÃO

PRAÇA DO CÉU

PADRÕES UTILIZADOS

O recém inagurado, complexo, que é na verdade um projeto do governo federal juntamente com o ministério da cultura chamado CEUs – Centros de Artes e Esportes Unificados – Conta com uma biblioteca, cineteatro, laboratório multimídia, salas de oficinas, espaços multiuso, Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), uma pista de skate, uma quadra de eventos coberta e um playground. Ao lado do espaço do complexo há uma área destinada à uma praça, que ainda não foi planejada. O CEU é um ponto forte do projeto, pois é o local onde a comunidade se reune para os encontros culturais. Portanto o circuito se inicia neste ponto.

- MIX DE GÊNEROS NOS LUGARES - MOSÁICOS DE SUBCULTURAS - PONTOS DE ENCONTROS PÚBLICOS -ÁREA PARA APRESENTAÇÕES

- PEQUENAS PRAÇAS PÚBLICAS - PASSEIO PÚBLICO - DENSIDADE DE PEDESTRES

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- LOCAIS DE PERMANÊNCIA PÚBLICA EM DIFERENTES NÍVEIS.

- AMBIENTES NOTURNOS PARA LAZER DA FAMÍLIA - VIDA NOTURNA


O CIRCUITO

Jardim de chuva para drenagem natural da água pluvial.

Piso configurado com desenho para reconhecimento do circuito.

Rua elevada ao nível da calçada pra unificar o circuito e para diminuição do tráfego nesta área de ampla circulação de pedestre.

Teatro de arena para apresentações públicas pequenas, que não necessitam de autorização.

N CEUs das artes Escala-1 :50

69


CEUs das artes - ANTES

70


CEUs das artes - DEPOIS

71


O CIRCUITO INTRODUÇÃO

BECOS DAS ARTES Os Becos da etapa C são passagem de pedestres, que dividem a quadra para que as pessoas não precisem dar voltas para chegar na rua ao lado. Mas as quadras têm apenas 100 metros e os becos não são tão utilizados. Alguns moradores reclamam, e preferem que os becos sejam fechados enquanto não há utilidade. Acham o local inseguro, facilita a fuga ou o esconderijo de assaltantes. Os becos têm um potencial muito grande para lazer das pessoas que não possuem quintal, e a maioria dos moradores se prontificaram a cuidar de hortas comunitárias no local, pois os mesmos fazem a limpeza do lugar, como retirar os lixos e cortar a vegetação que ali cresce. Todos os motadores próximos ao beco, concordaram em participar da revitalização e são a favor da arte urbana no local, pois acham que o graffiti dá mais vida ao espaço e torna visualmente mais agradável. O Plantio de ávores foi aceito, apenas para arvores de pequeno porte. Os moradores acham que as árvores facilitariam a entrada de ladrões em suas casas, ou usariam para se esconder após algum assalto. Em um dos becos da Etapa C aconteceu o primeiro encontro das grafiteiras do DF/Entorno. As paredes já foram pintadas dando início a primeira parte do urbanismo tático, de revitalização dos becos.

PADRÕES UTILIZADOS

- ARTE URBANA

- ÁRVORES FRUTÍFERAS

- PEQUENAS PRAÇAS PÚBLICAS - PASSEIO PÚBLICO - DENSIDADE DE PEDESTRES

- LOCAIS PARA CRIANÇAS E IDOSOS

- HORTAS COMUNITÁRIAS 72


O CIRCUITO

Árvores Frutíferas Arte Urbana nos muros

Piso configurado com desenho para reconhecimento do circuito.

Hortas Comunitárias

N Escala-1 :75

73


BECO- CAMINHO DAS ARTES


BECO- CAMINHO DAS ARTES


O CIRCUITO

BECOS COMUNITÁRIOS Os Becos da etapa C são passagem de pedestres, que dividem a quadra para que as pessoas não precisem dar voltas para chegar na rua ao lado. Mas as quadras têm apenas 100 metros e os becos não são tão utilizados. Alguns moradores reclamam, e preferem que os becos sejam fechados enquanto não há utilidade. Acham o local inseguro, facilita a fuga ou o esconderijo de assaltantes. Os becos têm um potencial muito grande para lazer das pessoas que não possuem quintal, e a maioria dos moradores se prontificaram a cuidar de hortas comunitárias no local, pois os mesmos fazem a limpeza do lugar, como retirar os lixos e cortar a vegetação que ali cresce. Todos os motadores próximos ao beco, concordaram em participar da revitalização e são a favor da arte urbana no local, pois acham que o graffiti dá mais vida ao espaço e torna visualmente mais agradável. O Plantio de ávores foi aceito, apenas para arvores de pequeno porte. Os moradores acham que as árvores facilitariam a entrada de ladrões em suas casas, ou usariam para se esconder após algum assalto. Em um dos becos da Etapa C aconteceu o primeiro encontro das grafiteiras do DF/Entorno. As paredes já foram pintadas dando início a primeira parte do urbanismo tático, de revitalização dos becos.

PADRÕES UTILIZADOS

- ARTE URBANA

- ÁRVORES FRUTÍFERAS

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- AMBIENTES NOTURNOS PARA LAZER DA FAMÍLIA - VIDA NOTURNA

- PEQUENAS PRAÇAS PÚBLICAS - PASSEIO PÚBLICO - DENSIDADE DE PEDESTRES

- LOCAIS PARA CRIANÇAS E IDOSOS

- HORTAS COMUNITÁRIAS


O CIRCUITO

Área para comércio para manter o local com presença de pessoas durante o dia e a noite.

Piso configurado com desenho para reconhecimento do circuito.

Hortas Comunitárias

Árvores Frutíferas

Arte Urbana nos muros

Local para permanencia de pessoas e ponto de encontro.

N Escala-1 :100

Hortas Comunitárias

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BECO COMUNITÁRIO


BECO COMUNITÁRIO


O CIRCUITO

PADRÕES UTILIZADOS

A PRAÇA CENTRAL Foi proposta uma praça central para ser o principal ponto de encontro do circuito. Atualmente, neste mesmo lugar se encontra a feira de pequenos produtores, sem nenhuma infraestrutura, com mobiliário móvel. No projeto propõe-se uma cobertura fixa, que servirá não somente para a feira mas tambem como sombreamento. A praça tambem abrigará todos os tipos de eventos, sendo possível a locação de mobiliários itinerantes. Foi proposto um móvel que comporte vários utilizações, assim como as bancas da feira, mesas e banquinhos montáveis de acordo com a necessidade do usuário, arquibancadas, entre outros. Para melhorar a fuidez do pedestre, foi implantada uma escada, que funciona como, rampa, local de estar com vegetação, arquibancada e mirante. A escada é o principal ponto de acesso ao outro lado do trilho do trem, sendo exclusa a segregação entre os dois lados do bairro, que foi uma das principais reclamações dos moradores. Na reunião com os alunos da escola CEDDIM, ficou claro que eles sentem bastante necessidade da presença da água no local, pois juntamente com a falta de árvores, deixa o local bastante seco. Valparaíso também não tem nenhum rio, ou piscinas públicas para lazer. Devido a essa carência, foi introduzida na praça um espelho dágua, e fontes a jato que serão abastecidos por sistema de captação de água da chuva, armazenadas por caixas d’água. A praça conta com um palco para apresentações públicas, com capacidade para apresentações cívicas e shows. Em frente a praça há o antigo Mercado Municipal, que funcionava como feira, hoje há mais salas comerciais, que feirantes. Para estimular a revitalização do espaço para voltar a ter característica de feira, foi proposta a elevação da rua neste trecho, onde unirá a feira dos pequenos produtores com o mercado atual. A elevação da via neste trecho faz com que o tráfego se torne lento, sendo possívela passagem dos pedestres de uma feira para a outra como prioridade.

80

FEIRA DO PEQUENO PRODUTOR

- MIX DE GÊNEROS NOS LUGARES - MOSÁICOS DE SUBCULTURAS - PONTOS DE ENCONTROS PÚBLICOS

- LOCAIS DE PERMANÊNCIA PÚBLICA EM DIFERENTES NÍVEIS.

- CALÇADAS ELEVADAS E ACESSIBILIDADE

- REDE COMERCIAL - MERCADO DIVERSIFICADO

CAIXAS D’ÁGUA PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL

Módulo de aço de 40cm X 40cm de fácil encaixe, permite a execução de variados mobiliários.

- LOCAIS COM ÁGUA

- AMBIENTES NOTURNOS PARA LAZER DA FAMÍLIA - VIDA NOTURNA


O CIRCUITO Escada Arquibancada Mirante Escalada Passarela

Parkour

SkatePark

Cooper Ciclovia

Pergolado e área para quiosques

Via elevada para seguimento do circuito

N Palco

Jatos de água

Espelho d’água Via Elevada para integração das duas feiras

Escala-1 :100

Feira

Escala-1 :500 81


A PRAÇA CENTRAL


INTEGRAÇÃO ENTRE AS FEIRAS


FEIRA DO PRODUTOR


FEIRA DO PRODUTOR


A PASSARELA


O MIRANTE


ESPELHO D’ÁGUA E JATOS


O PALCO


O CIRCUITO

OS ESPORTES RADICAIS Durante a reunião na escola os jovens disseram estar sempre ociosos, sem coisas diferentes pra fazer. Isso também ocorre no restante da cidade. A falta de esportes, assim como acultura e o lazer, propicia o jovem a buscar outras coisas para fazer, coisas ilegais, ou pequenos delitos. Foram escolhidos alguns esportes radicais para o parque de acordo com os que os jovens mais sentem falta. A pista de bicicross, (pump track), pois a quantidade de pessoas que usam bicicleta como lazer e como transoporte é grande e continua a crescer rapidamente. Os meninos pediram uma área de Parkour (é uma prática de transpor obstáculos em qualquer ambiente). Há vários praticantes do esporte na cidade, mas com poucos obstáculos para treinamento. Na escada da passarela, foi colocada uma parede para escalada, que poderá ser usada por todos desde que tenha a presença de algum de monitor. Próximo a essa área está implantada a pista de skate, que atende grande parte dos jovens que anda de patins e skate. Foram colocadas também 3 quadras poliesportivas e uma de basquete para várias idades.

90

PADRÕES UTILIZADOS

- DIVERSIDADE FAMILIAR - LAZER PARA TODAS AS IDADES - PARQUES PÚBLICOS PARA CONVIVÊNCIA


O CIRCUITO

N Escala-1 :100

Quadras

Escada Arquibancada Mirante Escalada Passarela

Pump Track (bicicross)

91


QUADRAS


BICICROSS


PARKOUR/SLACKLINE


SKATEPARK


ESCALADA


BASQUETE


O CIRCUITO

PADRÕES UTILIZADOS

ÁREAS DE CONVÍVIO Foram propostas áreas de convívio e lazer para todas faixas etárias no circuito. Para as crianças foi proposto um playground com todos os brinquedos de pneus reciclados. Foram mapeados vários pontos de quiosques para aumentar o comércio local, principalmente em relação a diversidade de comidas e bebidas que não há no local, com possibilidade de funcionamento noturno, aumentando a segurança no circuito. Um espaço foi destinado para gisnástica da melhor idade, com espaço de convivência para a familia, espaço para piqueniques, churrasqueira e Pomar. Próximo a este espaço tbm se encontra a hora urbana comunitária. - REDE COMERCIAL - MERCADO DIVERSIFICADO

- ÁRVORES FRUTÍFERAS

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- LOCAIS PARA CRIANÇAS E IDOSOS

- HORTAS COMUNITÁRIAS

- RUAS VERDES

- AMBIENTES NOTURNOS PARA LAZER DA FAMÍLIA - VIDA NOTURNA


O CIRCUITO

Playground Basquete Quiosque existente Quiosque

Horta urbana Ginรกstica

Pomar

Churrasqueiras

Quiosques

99


PLAYGROUND


QUIOSQUES


GINÁSTICA


HORTAS URBANAS


CHURRASQUEIRAS


ACESSIBILIDADE


CALÇADAS E JARDINS DE CHUVA


FACHADAS GRAFITADAS


PORTAL - ANTES


PORTAL - DEPOIS


AVENIDA ANTES


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FACHADA ANTES


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LINHA DO TREM ANTES


LINHA DO TREM DEPOIS


BIBLIOGRAFIA ANDRADE, L. AGENDA VERDE X AGENDA MARROM. Inexistência de princípios ecológicos para o desenho de assentamentos urbanos, Brasília, 2005. ANDRADE, L. CONEXÃO DOS PADRÕES ESPACIAIS DOS ECOSSISTEMAS URBANOS. Programade Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Brasília, 2014. BOMTEMPO. N. A RUA DO JOVEM, Trabalho final de graduação da faculdade de arquitetura e urbanismo, FAU/UnB. Brasília, 2015. BLUMENSCHEIN, R., Peixoto, E. e Guinancio, C. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, Projeto Urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva. Brasília, 2015. DED/NAU. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE EM PROCESSOS DE DESENHO URBANO E DE URBANISMO. Levantamento e descrição de métodos e técnicas. Laboratório nacional de Engenharia civil. Lisboa, 2013. JACOBS, J. MORTE E VIDA DE GRANDES CIDADES. 3ª. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes Ltda., 2011. KOHLSDORF, G.; KOHLSDORF, M. E. DIMENSÃO EXPRESSIVO-SIMBÓLICA. [S.l.]. 2004. KOHLSDORF, M. E.; GUNTER KOHLSDORF. A DIMENSÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA. Brasília. 2004. KOHLSDORF, M. E.; KOHLSDORF, G. A DIMENSÃO TOPOCEPTIVA. [S.l.]. 2004.

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