Jornal O Nosso Bairro

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Um movimento comunitário dependente 100% voluntário. PÁG.6

Patrícia Corrêa

Patrícia Miranda Corrêa, Tica para os amigos, é uma carinha laroca de Alvalade. Tem 28 anos e é uma grande comunicadora.

Conheça melhor um dos heróis de Alvalade. PÁG. 25

l NO BAIRRO ACONTECE Leia o que acontece no seu bairro, de uma forma interactiva. PÁG. 30



EDITORIAL

~ Caríssimos moradores, comerciantes e trabalhadores: É com muito orgulho que a nossa equipa de redactores edita este novo jornal “O Nosso Bairro”, uma primeira edição, após uma fase embrionária, um projecto bebé, espalhando notícias e crónicas verídicas e lúcidas feitas de palavras em tons de papel, bimestralmente, sobre esta querida zona de prestígio com imensa história. Estamos isentos de ligações ou afiliações partidárias e políticas, este é um jornal escrito por moradores para que todos possam estar informados de eventos sociais, histórias locais, desporto, literatura, cultura, arte, gastronomia, economia, saúde e bem-estar, segurança, tecnologias, entre outros, com carisma, dedicação, espirito e alma literária daremos informação com o intuito de cultivar todos os leitores, de modo a que se sintam com uma enorme proximidade das freguesias, das pessoas, do comércio e, principalmente, de vós próprios. Os nossos critérios de selecção de imprensa serão sempre decididos e publicados no expoente máximo e em prol dos interesses dos leitores, em circunstância alguma serão comprometidos ou corrompidos por factores alheios ou manipulados por interesses extraordinários. Fica aqui esta promessa de devoção e de lealdade para convosco, de modo a fazer jus a todos nós, a esta localidade, às freguesias, aos moradores, em formato transversal a todas as faixas etárias, a todas as religiões, a todas as cores políticas com o máximo respeito pelas opiniões de todos. Todos juntos, todos conectados! O director, Pedro Gaspar Se me pedirem para escrever uma história sobre Alvalade, confesso, desde já, que escreveria milhares, ou dezenas de milhares. Posso escortinar após epifanias e outras tantas criatividades literárias, um núcleo de valências, um punho de vivências e outras tantas abrangências... de vidas preenchidas. Há uns dias atrás, uma senhora, de meia-idade, composta, pertinente, simpática e culta, perguntou-me se teríamos conteúdos, assuntos, temas e para quantas publicações. Ao que de imediato respondi com um sorriso rasgado depois de um riso quase contagiante que, se são dezenas de milhares de habitantes, eu garantolhe o mesmo número de histórias, aos pedaços, inteiras, integras, verídicas para irem degustando de mês a mês, e que este pequeno grande jornal nunca será uma pareidolia!…Será sobre as nossas vidas, as vossas histórias de vida, ancestrais e contemporâneas, dos antepassados que criaram o bairro aos mais novos que herdaram o legado.

FICHA TECNICA

ESTATUTO EDITORIAL O Nosso Bairro é um jornal regional, com publicações periódicas, independente, livre e escrito por moradores. O Nosso Bairro compromete-se a assegurar o respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional dos jornalistas, assim como pela boa-fé dos leitores. O Nosso Bairro está isento de ligações e afiliações políticas, mas está atento a essa matéria a nível local, nacional e mesmo internacional e orienta-se pelos princípios da dignidade da pessoa humana, pelos valores da democracia, da liberdade e do pluralismo. O Nosso Bairro pretende contribuir para uma opinião pública informada e interveniente e valorizar as opiniões dos moradores, comerciantes e visitantes, desde que sejam genuínas, pertinentes e isentas. O Nosso Bairro estará sempre na vanguarda das notícias locais, sempre atento às necessidades locais, com o intuito de constituir um polo de ligação entre os membros da população, promovendo uma interacção entre todos. O Nosso Bairro dirige-se a um público de todos os meios sociais, profissões, religiões, etnias, quadrantes políticos e faixas etárias.

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Proprietário João Pereira Esteves Laranjeira Morada Avenida Marconi nº 4 3º Esquerdo Lisboa Nº Contribuinte 178972800 Nº Repartição ERC 126738 Depósito Legal 398522/15 I.S.S.N. 2183-6310 Sede de Redação Avenida Marconi nº 4 3º Esquerdo Lisboa Director Pedro Gaspar Director Adjunto João Laranjeira Subdirector Raquel Lourenço Director Comercial Miguel Marçalo contacto: 926205637 Periodicidade Bimestral Tiragem 15000 exemplares Tipografia Empresa Gráfica Funchalense SA, R. da Capela Nossa Sra. da Conceição 50, 2715 Revisor de texto Mariana Vasconcelos Redação António Dias; Afonso Castella; João Do Carmo; João Gonçalves; Jorge Bruto; Liliana Navarro; Marisa Carolino; Patrícia Figueiredo; Patrícia Gomes; Pedro Marcelino; Ricardo Rosa Santos; Sofia Monteiro; Tiago P. de Carvalho.


INDICE

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REFOOD 26 Arquitectura por Ricardo Rosa Santos 28 Design de interiores por Patrícia Figueiredo 29 Entrevistas FLASH/ Trabalhador do Bairro 30 Cinema: review ao cartaz 33 Entrevista Tiago P. Carvalho 34 Rúbrica de Cinema 37 Música: Mário Fonseca 38 Desporto Académico 39 PADEL: Entrevista a João Veloso 40 Entrevista a Bruno Teixeira, skater 42 Bombeiros 43

ENTREVISTA DE CAPA Sabores e Aromas Gastronomia Local NO BAIRRO ACONTECE Vinhos: O Sítio Sugestões de Literatura 2015 Avós Saúde: AVC Igreja Dicas Tecnológicas para a 3ª Idade Mobilidade INFO Junta de Freguesia 47 Últimas do Bairro



ENTREVISTA

REFOOD/ Catarina Damasceno

O PROJECTO RE-FOOD A Re-food é um movimento comunitário independente, 100% voluntário, conduzido por cidadãos e integrado numa IPSS, cujo fim consiste na recuperação de comida em boas condições para alimentar pessoas necessitadas. A Re-Food está totalmente voltada para a comunidade e opera a partir da própria comunidade, sem salários, com custos baixos e alta produtividade, não detendo bens ou investimentos que não sirvam a sua missão. MISSÃO Eliminar o desperdício alimentar e acabar com a fome, incluindo neste esforço todos os membros da comunidade. VISÃO A RE-FOOD VISA A CRIAÇÃO DE UM NOVO MUNDO, onde: todos têm a comida que precisam, todos os alimentos são aproveitados, todos os cidadãos participam activamente na gestão dos preciosos recursos comunitários e todos assumem o seu poder, o seu direito e a sua obrigação de transformar o mundo num lugar melhor. VALORES Igualdade: Todas as pessoas têm o direito a serem respeitadas e alimentadas. Respeito: Baseamo-nos em relações humanas positivas, onde todos se respeitam. Devemos ser uma força visível e constante de benevolência na comunidade. Inclusão: Acreditamos que as pessoas e os recursos são essenciais e devem contribuir para uma comunidade mais solidária. Sustentabilidade: Consideramos o impacto ambiental do nosso projecto, respeitamos as pessoas na sua disponibilidade e procuramos a auto sustentabilidade financeira a nível local, regional e nacional. Optimismo: Acreditamos que, com boa vontade e esforço organizado, é possível acabar com o desperdício de alimentos e com a fome no mundo. do projecto Refood Alvalade, como u Fale-nos é que tudo começou?

A Re-food Alvalade terá começado há cerca de 2 anos. Eu ainda não integrava o projeto mas tinha conhecimento do mesmo pelos meios de comunicação e pelas redes sociais. Infelizmente, e por razões que desconheço, manteve-se a aguardar todo este tempo até termos um Centro de Operações. Este Centro de Operações foi-nos gentilmente cedido pelas Irmãs Missionárias de São Pedro Claver no início de 2015. A partir dessa altura, começou a formar-se o corpo de gestores (24, neste momento), a fazer contactos com voluntários, com parceiros comunitários e com locais, que são as nossas Fontes de Alimento (Restaurantes, Pastelarias e Supermercados). Formámos a nossa organização com base

em cinco áreas de atuação: Voluntários, Beneficiários, Fontes de Alimento, Operações e Apoio Comunitário. Posteriormente montámos o nosso Centro de Operações. Com a ajuda de um Crowdfunding e de muitos voluntários abrimos as portas no dia 13/04/2015. A adesão dos voluntários superou as expectativas iniciais? Este projeto é 100% Voluntário. Só se mantém vivo devido ao facto de existir uma equipa de voluntariado muito grande (cerca de 115), competente e dinâmica. Felizmente a adesão tem superado as nossas expectativas. Todos os dias somos contactados por alguém que se oferece como voluntário, independentemente da idade ou da ocupação profissional.

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~ Com veem o crescimento global nos próximos anos? À imagem de outros núcleos, vejo o Re-food Alvalade a crescer substancialmente. Vamos tentar aumentar o número de parceiros Comunitários (10, até à data) e de Fontes de Alimento (26, já angariadas), situação que contribuirá para garantir a nossa sustentabilidade. Com toda a certeza, as nossas famílias de Beneficiários vão crescer progressivamente, os voluntários de dia para dia vão-se tornando mais autónomos e vamos conseguir o nosso principal objetivo: fazer o maior aproveitamento possível de excedentes alimentares e fazê-los chegar a um maior número famílias. Durante o primeiro mês conseguimos entregar 1 126 refeições. Quais os principais problemas ou barreiras que ainda têm que ultrapassar? Tentamos, ainda, e sabemos que é um processo mais demorado, fazer a interação com as outras entidades sociais da nossa comunidade. Estamos, aos poucos, a dar-nos a conhecer. Temos planeadas algumas acções de rua e de interação com a comunidade no geral.

Durante o primeiro mês conseguimos entregar 1 126 refeições.

Uma mensagem que queiram deixar à população. Venha colaborar com o nosso projeto. Toda a ajuda é importante. Funcionamos com o trabalho voluntário e cada um poderá integrar o Re-Food Alvalade de diversos modos, como melhor se adequar à sua vida do dia-a-dia. Precisamos igualmente do maior número possível de parceiros comunitários que nos permitam atingir o objetivo a que nos propomos: a recolha de excedentes alimentares e a sua distribuição por famílias carenciadas. Não posso deixar de agradecer a TODOS aqueles que já participam no Re-food Alvalade e que o mantêm vivo todos os dias. Obrigada. l

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Para mais informações: www.facebook.com/RefoodAlvalade



ENTREVISTA

Ricardo Rosa Santos

ARQUITECTURA u O Arquitecto Ricardo Rosa Santos.

Ricardo Granate Rosa Santos nasceu em Lisboa, na freguesia de Alvalade em 1975. Estudou Arquitectura na Universidade Lusíada de Lisboa entre 1993 e 1998. Iniciou a sua carreira no Atelier do Arquitecto Gonçalo Byrne em Lisboa, mas a experiência mais marcante foi no Porto, ao colaborar com Arquitecto Eduardo Souto Moura. Cedo criou o seu próprio espaço de trabalho como Sócio na SMRS Arquitetos em 2002 e fundou, mais tarde, a RSA (Ricardo Rosa Santos Arquitecto). Hoje em dia vive em Lisboa, junto ao bairro de Alvalade. A sua atividade é exercida, principalmente, em território nacional, mas sempre que pode gosta de conhecer outras realidades e fá-lo mais concretamente através de concursos internacionais.

arquitetónicos do passado, criando, a seu gosto, as suas próprias vivendas ou edifícios. Ao mesmo tempo, influenciados pelo Norte da Europa, a arquitectura moderna iniciou os seus primeiros paços. A par da industrialização, mais concretamente do Betão Armado, surgiram timidamente exemplos, tais como os logradouros ajardinados abertos à cidade e alguns edifícios institucionais do regime ditatorial, como a Casa da Moeda. Mas as suas experiências mais significativas concentraram-se na habitação coletiva, como o Bairro de Alvalade, o Bairro das Estacas ou os Blocos do cruzamento com a Av. Estados Unidos da América. As Avenidas Novas são hoje uma feliz coexistência entre o estilo tradicional da casa Portuguesa, o estilo Moderno e, não menos importante, o gosto próprio.

A arquitectura eclética das Avenidas Novas e a arquitectura moderna de Lisboa. As “Avenidas Novas”, zona que teve a sua origem nos finais do Século XIX foi a resposta às necessidades habitacionais de uma classe média em crescimento. Esta expansão direcionada para Norte da cidade de Lisboa, foi fortemente caracterizada por bairros constituídos por moradias unifamiliares, imóveis de rendimento, logradouros ajardinados e um traçado viário de forte referência haussmaniana, na implementação de grandes boulevars destinados á circulação automóvel. No Plano da Autoria do Engenheiro Ressano Garcia, as construções eram edificadas pela classe burguesa, que se inspirou em estilos

Como morador, quais as qualidades e defeitos mais relevantes desta nobre zona? O que hoje pode ser um defeito no passado já foi uma qualidade ou vice-versa. Preocupa-me o envelhecimento da população. É uma realidade desta e de outras zonas da cidade. A falta de equilíbrio entre faixas etárias diminui muito a dinâmica socioeconómica de qualquer lugar. É necessário hoje recriar essa dinâmica através de meios que apoiem os idosos, os jovens e os comerciantes. Na minha opinião, esta é uma questão prioritária, , pois, embora existam outras igualmente importantes, esta é muito relevante para se poder habitar um lugar moderno e de excelência.

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Para além de habitar, que vivências tem com este bairro? Na verdade, a minha atividade não disponibiliza o tempo suficiente para tirar partido de tudo o que o bairro oferece. Mas tenho 3 filhas, com 9, 6 e 2 anos, que estão sempre disponíveis para viver e tirar partido do que as rodeia. Sempre que posso, acompanho-as nas suas atividades, muitas delas espalhadas pelas Avenidas Novas. Espaços para crianças, uma necessidade? Sim. Mas antes de criar mais espaços para crianças, é necessário cuidar e restaurar os já existentes. Se é verdade que as Avenidas Novas são a prova do salto para a modernidade, também é verdade que dela faz parte o ato de conservar e readaptar os espaços. No caso dos logradouros ajardinados, devem ser continuamente conservados e muitos deles readaptados. A ideia modernista de eliminar as traseiras dos edifícios é uma das características urbanísticas que me agrada. Na minha opinião, isso aumenta muito a qualidade de vida dos seus utilizadores. l

w w w. r o s a s a n t o s . c o m telm. + 3 5 1 9 1 4 6 4 1 5 3 1 ricardo@rosasantos.pt



Patrícia Figueiredo

DESIGN

DESIGN DE INTERIORES Figueiredo nasceu em Évora em 1975, veio para Lisboa u Patrícia em 1997 e licenciou-se em Design de Interiores na Escola

Superior de Artes Decorativas da Fress (Fundação Ricardo Espirito Santo e Silva). Fez o estágio profissional no Museu do Teatro, onde participou no projecto de design de interiores, execução e montagem da exposição permanente. Após trabalhar numa empresa de construção e num atelier de arquitectura, registou a sua própria marca em 2002 e, consequentemente, estabeleceu-se por conta própria desde 2003. Na sua fase inicial dedicou grande parte do seu trabalho às crianças, na decoração de quartos e na criação de peças pintadas, como telas, mobiliário, etc. Das crianças aos adultos foi um salto, de momento tem várias parcerias e trabalha, versatilmente, em diversas áreas como na recuperação de edifícios, design e decoração de interiores, pintura, vitrinismo e eventos.

ANTES

DEPOIS

QUARTO DA SARA

pat.cnf@gmail.com

Este foi um trabalho de decoração, numa casa no coração de Lisboa. A ideia era, numa semana, mostrar um pequeno projecto com peças base e indicação de cores e materiais a utilizar e, na semana seguinte, pintar o espaço, adquirir as peças e fazer a montagem. Foi um trabalho relâmpago, com excelentes resultados do ponto de vista funcional e estético. As cores ficaram suaves, o brilho e a brancura das aduelas em madeira contrastaram com as paredes de tom jasmim mate. A escolha de tons suaves e de peças brancas conferiu ao espaço uma calma imaculada. O requinte foi conseguido através das peças de decoração mais ousadas, a cadeira antiga recuperada e pintada em dourado, o espelho e os azuis turquesa. Conseguiu-se um quarto harmonioso, com bastante arrumação, zona de trabalho e, a nível de decor, algum requinte, e ao mesmo tempo, descontração, que muito tem a ver com quem o habita. Para a cliente foi uma boa surpresa. l

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ENTREVISTAS

FLASH u

ENTREVISTA

PERGUNTAS Destino de férias favorito? Animal de estimação? Prato culinário favorito? Música preferida?

Maria João, 17

Algarve Gato Marisco Mellow Road-Closed Doors

Luís Brito, 19

Marrocos Gato Lasanha Eminem-Mockinbird

Marta Sena, 22

ENTREVISTA

A

UM

Trabalhador DO

Viver e trabalhar em Lisboa. A proximidade entre casa e trabalho é um luxo, nos dias que correm. Confere uma qualidade de vida que grande parte das famílias portuguesas não tem. Gerir o dia a dia no centro de Lisboa, entre trabalho, família, compras (semanais e outras) e ginásio é muito prático. Ganha-se tempo com a família, que é, afinal, aquilo por que qualquer mãe anseia. Como vê esta zona? É uma zona que, apesar de envelhecida no que diz respeito à população residente, mantém o glamour de outros tempos, com a ajuda da diversidade de comércio local e de outras iniciativas de “rejuvenescimento” na área do desporto e da cultura. Os anos 1960 e os tempos modernos. O que

Nuno Marques, 41

Algarve Não tenho Cozido à Portuguesa Peste&Sida-Sol da Caparica

Algarve Cavalo Salmão Bryan Adams-When I’m Gone

Luísa Baía,62 Portugal Cão Peixe Grelhado Gosto de tudo!

Joaquim Gomes, 89 Algarve Cão Bacalhau Todas!

João Cativo, 22

Algarve Cão Pizza Jack Johnson-Banana Pancakes

BAIRRO

mudou? Tanta coisa…! As estruturas familiares, os estilos de vida, os papéis de género, o significado atribuído à infância, a complexidade dos problemas sociais, a globalização de todos estes fatores… E, no ano das comemorações do 41.º aniversário da Revolução de Abril, o sentido de liberdade. Aquela que “acaba quando começa a do outro”, como me explicou, há dias, a minha filha de 7 anos. Os espaços verdes e para crianças. Os espaços verdes não estão tão bem tratados quanto poderiam estar… E alguns espaços infantis, que até existem em diversidade, encontram-se vandalizados e sem manutenção. A vitalidade que os netos dos atuais residentes desta zona de Lisboa garantiriam aos espaços

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público não deveria ser descurada... Cinco palavras bonitas e verdes sobre esta localidade. Glamourosa, simples, airosa, tradicional, sustentável. l

por Ana Pereira


CINEMA

7a ARTE

SALA MÁGICA

pelo realizador Tiago P. de Carvalho tiagodecarvalho@gmail.com

CAPITÃO FALCÃO Não querendo gastar as palavras a que tenho direito nesta rubrica, adianto os rápidos mas honestos parabéns a esta revista e uma vénia de gratidão ao convite a poder partilhar a minha apreciação por alguns filmes a que vou assistindo – como cinéfilo, e não como cineasta. E é com grande prazer que começo por partilhar um filme português, Capitão Falcão. Uma produção portuguesa sem apoio financeiro do Estado. Uma ironia cada vez menos rara: os filmes que não são pagos pelos contribuintes, são os que são feitos com mais consideração pelos mesmos. Os que os contribuintes pagam, são feitos para os festivais, e deixam as salas portuguesas vazias (regra geral). Capitão Falcão é uma comédia que vinga pela sua originalidade com um humor mordaz e patético (no bom sentido), onde um herói militar fascista, luta pela segurança do Estado Novo e o seu líder supremo, Salazar, com a ajuda do seu side-kick Puto Perdiz. Uma produção nacional que faz juz ao preço do bilhete, com poucos defeitos – como qualquer filme “americano” os teria – e por essa mesma razão vale a pena deixar um filme estrangeiro para ver em casa em troca de um nacional na sala mágica. Vão por mim, é a única maneira de verem mais e melhores filmes portugueses. Se esperarem que dê na televisão ou que “vá parar à net” será difícil que o nosso cinema evolua. Os “homensaranhas” e os “grandes budapestes” não existiriam se também esperássemos que esse género de produções chegassem à televisão para as finalmente visionarem. Vão ver o Capitão Falcão!

MAD MAX: FURY ROAD Há esperança ao fundo da estrada. Mad Max é uma obra sublime, onde cada momento foi pensado como se fosse terminar o filme. Cada plano, seja fixo ou brutalmente instável, é um quadro vivo. A beleza horrenda de um mundo pós cataclismo nuclear é uma ode à loucura humana e à faísca da esperança que dá luz aos audazes para vingarem no meio da anarquia e do caos,uma metáfora que reflete facilmente os dias de hoje. George Miller refina o seu herói e respetivo universo, mais de 30 anos depois, dando a sensação que a escrita desta história demorou todo esse tempo a ser refinada. Afinando cada nota com calma, deixando assentar a poeira e afinando de novo. Mesmo para quem não gosta de ação intensa compreenderá a dificuldade que é compor uma perseguição de 2 horas, no meio de um deserto, sem que nenhum momento seja repetitivo. Nunca achamos que vamos ver “outra perseguição no deserto”. A introdução dos temas a serem questionados e explorados, a construção dos personagens e o desenrolar da história desenvolvem-se durante uma fuga a alta velocidade, que é interrompida apenas 3 vezes. Um filme que é muito mais do que as cenas de ação do trailer e as suas imagens mesmerizantes. Não é, de todo, um filme hollywoodesco. É um filme de autor que respeita as raízes de 1979. Duro e cruel, mas belo, tal como a Natureza e o Universo. Mas há esperança ao fundo da estrada. l

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ENTREVISTA

u Uma sátira sem inocentes numa comédia com requintes de malvadez…

Tiago P. Carvalho

Nirvana - o filme é uma longa-metragem de Tiago P. de Carvalho, parcialmente rodada na Avenida de Paris e na Almirante Reis e que estreou dia 8 de Maio de 2014 a nível nacional nos cinemas. A 7ª arte revela-se nua e crua em takes e pelicula fotográfica deste jovem realizador, com textos originais, num projeto intrépido, ambicioso e numa tentativa a uma mudança do cinema Português. Uma metáfora a um “Leonardo Da Vinci” das telas, numa paródia ao género “gangster”, com uma versatilidade desde o primeiro momento, à fotografia, aos diálogos e à composição da banda sonora. TPdC assina esta obra, a produção, a realização, o argumento, interpretação de personagem e o tema promocional da banda sonora de originais que foi nomeado aos prémios Sophia. Hugo Pereira compôs todos os outros temas musicais. Para a produção é uma grande vitória ter exibido nos cinemas um filme feito sem qualquer subsídio ou apoio. É significante os espectadores poderem comparar com uma grande produção subsidiada pelo estado com verbas muito mais elevadas. O único e grande apoio é adesão dos portugueses. Com Ian Velozza, Carlos Areia, Paulo Azevedo, Miguel Meneses, Marta Faial, Nuno Vinagre, Sabri Lucas e Daniel Martinho, entre outros. Recentemente o filme foi nomeado em Los Angeles para o Action on Film Festival. Disponível nos canais TVCine.

Tiago, quando surgiu o interesse pela 7a arte? Sou um típico trintão que nasceu com o cruzamento da PopARt com a corrente NewWave. E acredito que foi, até agora, o último grande momento artístico da nossa civilização. Isso significa que desde criança, e talvez também devido à minha família estar ligada às Letras e às Artes, sempre estive muito perto e muito atento à música e à televisão/ cinema. De uma certa maneira, o meu interesse pelo cinema e pela música existe desde que eu me lembro de mim mesmo. e penso que a única razão pela qual me direcionei para Engenharia AeroEspacial foi porque, achava que era mais fácil ser astronauta, do que realizador, no nosso país. Foi no secundário que tomei a decisão consciente de seguir os estudos especializados em cinema. Nirvana , o filme. Como começou o projecto? O guião foi escrito há cerca de 15 anos, no meu 12ºano. Foi o trabalho de fim de ano de uma das disciplinas do departamento audiovisual da Escola Artística António Arroio. Há uns anos atrás a tecnologia evoluiu a um ponto em que começou a ser possivel atingir uma qualidade cinematógráfica (nivel técnico), sem serem

necessários milhões de euros. Só faltava o guião certo e “fácil” de produzir. O Nirvana, que nunca foi escrito com a intenção de se tornar num filme profissional, foi o escolhido para ser o cartão de visita do que espero ser uma nova vaga de cinema em Portugal. Produzir e realizar uma longa-metragem sem fundos no nosso país? Penso que seja como fazer uma longa-metragem sem fundos em qualquer outro país. É necessário entender que só o período de filmagens dura mais de 30 dias. E o mais complicado é assegurar e organizar a disponibilidade de todos os atores e equipa técnica durante esse tempo. É mesmo um pesadelo. E depois é tentar assegurar todos os meios técnicos e logísticos sem ter financiamento para os pagar. Como o Cinema Português não é visto como uma plataforma de comunicação com bom retorno, é dificil convencer as empresas a ajudarem-nos. As empresas em Portugal não têm grande interesse em associar a sua imagem ao cinema português. Nirvana, escreveste alguma personagem a pensar num actor? Quais foram os critérios

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de selecção? Eu escrevi este guião há mais de 10 anos. Portanto eu não conhecia nenhum dos atores na altura em que o escrevi. Usámos 2 critérios. Primeiro, tentar usar excelentes atores com quem já tinha trabalhado antes, e desenvolvido amizade. Mostrei-lhes o guião, e indiquei-lhes algumas personagens que achava se encaixavam nos perfis respetivos e fomos testando até encontrar “the perfect match”. Os restantes foram sendo escolhidos em conjunto com os atores principais. Analisávamos os personagens e, tendo em conta os conhecimentos de cada um, tentámos decidir quem seriam os atores mais eficazes para interpretar cada personagem. A cena mais ambiciosa e que mais gostaram ? Já me fizeram essas perguntas várias vezes e a verdade é que não houve uma cena especialmente mais dificil, nem uma cena que prefira especialmente. Um filme é uma obra tão complexa de se fazer, e leva tanto tempo, com a contribuição duma equipa tão numerosa, que acaba por ser o bolo final que conta por si só. E não digo isto para tentar ser diplomata com


toda a equipa. É mesmo o que sinto. Acredito que cada espectador tenha a sua cena favorita, o seu personagem favorito. Para mim isso é difícil e talvez impossivel porque, na posição de realizador, a cena mais ambiciosa é sempre a que está para vir e, a cena favorita, a que acabei de fazer. Um ano depois da estreia…como veem a obra? A minha ambição é sempre bastante alta e, por tal, não escondo uma certa desilusão por o filme não ter criado o hype que eu esperava no público português. No entanto o percurso de vida do filme ainda não terminou. A internacionalização do filme começou há pouco tempo. Primeiro na Coreia do Sul, Estados Unidos e México e, agora Reino Unido. A dobragem em espanhol será feita em breve e esperamos conquistar a América Latina. O feedback internacional está a ser bastante melhor que o nacional. É assim o preconceito português. Ainda resta a estreia televisiva nos canais TVCine e depois na Sic Radical. Esperamos que as transmissoras façam um bom trabalho de promoção e que talvez nessa altura, o hype que eu sempre ambicionei acabe por ser gerado.

Ideias e projectos futuros? Em Portugal só resta ir continuando a tentar candidatar ao ICA mas, apenas por carolice. O sistema de avaliação cinematográfica do ICA está completamente errada e é impossivel escolher os projetos com objetividade, imparcialidade, e com a sensibilidade de produtor e investor de cinema que é suposto os jurados terem e, certamente não o têm. Pois a escolha dos mesmos tem sido dúbia. Portanto resta-me procurar o meu futuro fora de Portugal que é o que acontece a todos os bons Portugueses que tentam subir a fasquia, deixando Portugal apenas com o podre da corrupção e falhanço. São os ideais que o governo abraça, e por consequência é apenas o que irá sobrar no “fim”. O filme Nirvana tem um agente em Los Angeles que está a internacionalizar o filme e, através desse agente e outros contactos que tenho feito, estou à procura de investidores para conseguir filmar lá fora e em inglês. Não tenho nada contra o português mas, em Portugal ninguém quer investir em mim, nem no cinema em geral. l

Como interpretas a critica do cinema em Portugal? É uma crítica completamente tendenciosa e descabida. 90% das críticas positivas que são impressas nos nossos jornais e revistas são acerca de filmes que “ninguém” vê. Só este facto chega para se perceber onde quero chegar.

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CINEMA

Esta não é

uma rubrica de cinema

( mais)

por Liliana Navarro liliana.navarra@gmail.com

u Há muitas revistas, blogues e rubricas dedicadas

à 7ª arte, por isso vocês podem pensar: “pois, mais uma”, mas assim não será. Em primeiro lugar, porque a escrever-vos terão uma italiana apaixonada por Lisboa e pelo cinema português, uma italiana que decidiu fazer um doutoramento em cinema em Lisboa, dedicando quatro anos da sua vida ao cinema de João César Monteiro. Como? Vocês não o conhecem? Não faz mal, proximamente iremos falar também do cinema dele. Sobretudo porque, tal como vocês, morou neste bairro e nele filmou um dos seus filmes mais famosos, mais exatamente na Avenida de Roma. Ainda a mesma italiana, ela decidiu abrir uma agência de cine turismo, a Lisbon Movie Tour (www.lisbonmovietour.com), que se ocupa de um turismo cinematográfico, ou seja, anda a passear pela cidade de Lisboa com os amantes de cinema e os curiosos, mostrando, com um tablet, as cenas dos filmes nos locais onde foram filmados. A cidade de Lisboa sempre foi uma cidade que se prestou a ser cenário de inúmeros filmes, nacionais e internacionais. Entre os anos 40 e 50, as produções americanas escolheram a cidade lusitana como pano de fundo para muitos filmes de espiões. Mesmo o clássico e inesquecível Casablanca cita Lisboa. E é esta a faceta da cidade, ainda desconhecida, que a Lisbon Movie Tour quer mostrar e dar a conhecer. Todos, lisboetas ou não, deveriam deambular pela cidade, como fazia Bernardo Soares no “Filme do Desassossego”, ouvir os sons da cidade como em “Lisbon Story”, andar de elevador com o Dr.

Pereira como no “A firma Pereira”, procurar uma história e seguir os rastos do passado, como fez Gregorius em “Comboio Nocturno para Lisboa”. Então, já vos convenci de que esta não será a rubrica de cinema do costume? Esclarecido este ponto fulcral da nossa futura relação escritorleitor, podemos falar deste espaço cinéfilo onde, nos próximos números deste recém nascido jornal, tentarei dar-vos algumas dicas sobre o que ver nas salas de cinema, que o dvd a alugar e a ver, descontraídos, no vosso sofá, e dar-vos-ei a conhecer, também, algumas curiosidades ligadas ao cinema e ao nosso bairro. Um bairro que carrega uma grande tradição e estreita ligação com o cinema, um bairro que foi lugar de tertúlias e de encontros de cineastas que, à mesa do Café Vá-Vá, deram os primeiros passos para o nascimento da corrente que iria chamar-se “Cinema Novo”. Um bairro que, da Alameda até Alvalade, abrigou uma dezena de salas de cinema, desde o Império (atual Café Império), o Roma (atual Fórum Lisboa), o Londres ou o Quarteto, isto para citar apenas alguns, já para não falardo último recém desaparecido, o King. Disso e de muito mais iremos falar nos próximos números do jornal (nome?). Antes de vos deixar, quero aproveitar para vos dar a minha primeira dica cinéfila: Aconselhovos a ver o último filme de Manoel de Oliveira, “Visita ou Memórias e Confissões”. Um filme de 1982, pensado e filmado para ser mostrado publicamente apenas após a morte do cineasta. Um depoimento importante, que foi preservado durante mais de trinta anos no arquivo da Cinemateca Portuguesa. Vontade de um homem

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que viveu durante mais de um século e que quase acompanhou, na íntegra, o nascimento e o desenvolvimento do cinema. Uma vontade que foi respeitada, e com razão, não porque ele quisesse ocultar qualquer acontecimento da sua vida, mas sim porque este é um filme documental, uma memória pessoal. Teria sido impensável, neste primeiro número do jornal, em não homenagear um dos maiores cineastas portugueses a apenas dois meses do seu desaparecimento. Um realizador que nos deixou uma herança cinematográfica de enorme dimensão e que nós deixou, ao mesmo tempo, um grande vazio. Um grande homem, que tive a honra de conhecer e de admirar no seu trabalho. l


MUSICA

Mário Fonseca Mário Fonseca é músico há mais de cinco décadas, um apaixonado pela arte das pautas e das notas, é compositor, cantor e artista de covers, particularmente a solo, e deixa no ar uma mágica e terna melodia que é sempre acompanhada pelas vozes em conjunto de quem assiste aos seus espetáculos. Comentário de um amigo quando a sua paixão pela música? Há uDesde quanto tempo está no ramo?

Desde os meus 10 anos de idade, quando o meu pai me ofereceu uma guitarra clássica, iniciei esta longa caminhada pelo mundo da música, sendo, na altura, encarada como um hobbie mas sempre com uma grande paixão (.. )! paixão essa que fez com que, há 4 anos a esta parte, me dedicasse inteiramente á mesma! Ser músico é uma profissão a full-time. Como vê isso neste país? Neste momento sou músico em full-time, mas a realidade é que, atualmente, a música neste país vive mais da imagem, ou seja, é mais importante uma boa coreografia e umas belas bailarinas do que um bom poema ou uma boa melodia, por isso não é fácil ser músico neste pais! O que mudou nas últimas décadas? O Fado teve alterações significativas enriquecendo, assim, a sua forma e o seu conteúdo, com novas abordagens e novos acompanhamentos ao nível de instrumentos musicais.. e surgiram, também, muitos novos valores, músicos e compositores, que vieram dar uma nova cor ao panorama musical em Portugal(...)! e a musica caboverdiana e africana começaram, também, a estar mais presentes no nosso país! O estilo musical que mais influência teve sobre si? Desde muito novo que sempre fui um baladeiro!... tendo vivido intensamente o período pós 25 de abril, fui muito influenciado por, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira, Chico Buarque, Caetano Veloso, Aznavour, Gilbert Bécaud, Frank Sinatra, entre outros(...)!

Qual o artista ou banda de eleição? As bandas que sempre mais me fascinaram foram os Queen e os Jethro Tull. Ao nível de artistas individuais: José Afonso, Chico Buarque, Ivan Lis e Frank Sinatra. O Mário toca e canta a solo mas também já o fez em conjunto. Qual é a sua preferência? São projectos diferentes: gosto muito de tocar a solo porque me dá uma liberdade de gerir as emoções à minha maneira mas também estou num projecto de uma banda: Old Night Band, com mais um baixista e um percussionista com covers dos anos sessenta, setenta e oitenta e alguns originais, tendo como objectivo e mercado alvo hotéis, restaurantes, bares, festas privadas e eventos temáticos. O que levou a ser um artista de “covers”? Já compôs originais? Tenho uns doze originais, alguns já gravados e outros prontos para serem gravados!.. Os covers surgiram como uma necessidade, pois são de consumo mais imediato! O futuro da música em Portugal? Futurologia não é o meu forte, mas, colocando a questão em termos de desejo pessoal, gostaria que viesse a acontecer um maior cruzamento de estilos musicais e de ritmos, indo, inclusive, rebuscar musicas tradicionais das varias regiões do nosso pais e recuperarmos a introdução de alguns instrumentos pouco utilizados, como o banjo, o bandolim, a concertina, que podem dar sonoridades novas e assim enriquecer a nossa música (…)! l Mário actua todas as 6ª feira e sábados no bar 10A, em Alvalade

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Pediram-me para falar sobre Mário Fonseca… Mário Fonseca a quem alguns amigos chamam de Mário Pavarotti, é um homem de uma simpatia contagiante e de uma sensibilidade invulgar. Na casa dos cinquenta, do signo de Leão e um cantor que consegue despertar a atenção a qualquer ouvinte mais desatento. Tem um tom de voz grave de uma imponência cativante e aplicável às mais de quinhentas canções de vários estilos que fazem parte do seu reportório. O Mário, canta em português (de salientar entre outras “menina dos olhos de água”) português/brasil, inglês, castelhano e francês. Ele tem a sabedoria escolher os tipos de canções que deve interpretar, conforme o público que o está a ouvir, em função da faixa etária, nacionalidade, ou envolvência social. É muito frequente solicitarem-lhe a interpretação de canções fora do reportório corrente, que ele satisfaz na perfeição. Por brincadeira, costumo dizer que ele é igual às antigas máquinas de discos que em “tempos que já lá vão” se viam nos cafés, mas sem ranhura para a moeda. Conheço e sou amigo do Mário há meia dúzia anos. Começou por me chamar a atenção a qualidade do seu trabalho, que com a sua guitarra acústica toma conta de uma sala. Mais tarde, acabámos por criar uma amizade que ainda hoje perdura. Sou um grande crítico dele, aliás, ele sabe que quando não gosto não tenho problema qualquer em dizê-lo. Das suas características pessoais, volto a focar a sua sensibilidade… Já o vi cantar com as lágrimas nos olhos. Este é o Mário Fonseca que conheço, a quem mando um grande abraço e que algumas editoras deviam conhecer. LM Almeida Para mais informações amariofonseca.fonseca@gmail.com


DESPORTO

A Localidade e o Desporto Académico por Pedro Marcelino

origens do desporto universitário remontam u As ao início do século XX. Inicialmente encarado

como um luxo apenas acessível às elites da sociedade viria a massificar-se com a revolução industrial. Em Portugal é uma tradição centenária repleta de ensinamentos sobre superação e conquistas que começa mesmo antes do desporto acontecer. Longe da realidade americana em que o desporto universitário amador se aproxima do desporto profissional, contando com transmissões televisivas e avolumados patrocínios, a realidade desportiva do ensino superior nacional constróise com a persistência e perseverança do associativismo académico e com a organização de entidades como a FADU (Federação Académica do Desporto Universitário). A celebrar 25 anos de existência, a entidade de utilidade pública desportiva é responsável pela organização do CNU (Campeonato Nacional Universitário) em mais de vinte modalidades. A concentração de universidades e instituições de ensino superior na região da grande Lisboa levou à constituição da ADESL (Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa). Tendo como finalidade proporcionar a realização da prática desportiva ao maior número de estudantes possível através da organização, promoção e apoio a actividades nesse domínio, a associação conta com 10 anos de experiência na realidade desportiva do Ensino Superior da área metropolitana de Lisboa abrangendo um universo de cerca de 90 estabelecimentos de ensino superior e mais de 140 000 estudantes. O CUL (Campeonato Universitário de Lisboa) é disputado em mais de 10 modalidades. As provas e as diversas etapas da competição ocorrem na sua maioria no Campus desportivo do EUL (Estádio Universitário de Lisboa). Na presente rubrica “ANDA” propomo-nos a acompanhar o desenvolvimento das competições universitárias em Lisboa com maior destaque para as equipas da AEIST, não só pela pertinência geográfica mas também por considerarmos ser um caso de excelência do desporto universitário. Na presente época, o IST marcou presença em todas as fases finais do CUL, tendo-se sagrado campeão em 3 modalidades masculinas (Futebol 11, Basquetebol e Voleibol). A facilidade de acesso a infra-estruturas desportivas é um dos factores condicionantes da performance e competitividade das equipas. Ao longo do ano lectivo, a ADESL disponibiliza horários de treino nos diversos campos e polidesportivos do EUL. No entanto, a elevada procura torna os recursos insuficientes, obrigando a marcação de treinos em horários que se tornam

inviáveis. A localização periférica de algumas universidades também dificulta a conciliação dos estudos com o desporto, principalmente quando não existem infra-estruturas desportivas próprias e a deslocação ao EUL é dificultada. Nesta rubrica serão analisados alguns desses casos, procurando soluções para mitigar algumas dificuldades vivenciadas por estes alunos. No final desta edição do CUL destacamos, também as, equipas da AEESTeSL. Apesar de enfrentarem as dificuldades que referimos, as equipas de futsal conseguiram uma interessante prestação na 2ª divisão da competição, tendo a equipa masculina alcançado a promoção. Considerando a especificidade do desporto nacional e atendendo às dificuldades que equipas universitárias e clubes desportivos de bairro experienciam, o estabelecimento de protocolos de colaboração entre as AEs de universidades com menor acesso a infra-estruturas desportivas e as Direcções de Clubes Desportivos locais é, no nosso entender, um percurso a ser equacionado. No caso que destacamos, perspectivamos o CDOM (Clube Desportivo dos Olivais e Moscavide) como a entidade que pode disponibilizar condições de treino às equipas na ESTeSL nas imediações da universidade, permitindo a conciliação entre horários de aulas, estudo e treino. O crescimento da prática desportiva no IST levou à profissionalização do desporto da AEIST que, actualmente, participa, também, em competições oficiais federadas, como acontece com o futsal. A ligação de AEs de realidades com menos recursos a clubes desportivos poderá potenciar um percurso semelhante, favorecendo a prática desportiva académica. l

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ENTREVISTA

Entrevista a João Veloso (Clube PadelSpot)

PADEL

As regras são simples:

Com mais de 4 milhões de praticantes desta modalidade em Espanha (desde 1973), o Padel está a tornar-se num fenómeno em fase ascendente com números muito expressivos, também em terras Lusitanas. É um desporto com base no ténis e no squash, jogado a pares, com raquetes e bolas próprias, num campo rectangular de 10 m por 20 m, de relva sintética ou de alcatifa, com uma rede no meio, indoor ou outdoor.

que desporto é este que tem evoluído de uma forma u João, fantástica, o número de jogadores, clubes e campos de Padel

crescem exponencialmente? Na sua opinião, o que faz com que esta modalidade seja tão viciante ao ponto de os praticantes irem jogar antes de trabalhar, no horário de almoço e por vezes até de madrugada? O Padel é uma mistura entre Ténis e Squash e é um desporto muito dinâmico, com uma grande variedade de pancadas que o torna muito divertido para todos os que o praticam e um verdadeiro espetáculo, quando jogado ao mais alto nível. É jogado a pares, numa especie de pequeno campo de Ténis com paredes à volta, em que os jogadores, quando necessário, jogam com os ressaltos da bola nas paredes para conseguirem que esta chegue ao outro lado do campo. A meu ver, o Padel consegue algo que mais nenhum desporto consegue, pois é um desporto para todos, sendo fácil de aprender e muito social. Quem joga padel fica com a sua vida mais rica pois consegue, ao mesmo tempo, fazer exercício, divertir-se e estar com seus familiares e amigos e, inclusive, criar facilmente novas amizades. Consegue até influenciar a auto-confiança das pessoas e ser um grande amigo em momentos complicados. Ao longo da minha carreira como professor tenho assistido à forma como o Padel cativa as pessoas e áquilo que provoca nas mesmas e nas suas vidas e, na minha opinião, é algo mágico.

1- O serviço é feito por baixo e não pode ser feito acima da cintura; 2- No serviço a bola deve bater primeiro no chão atrás da linha de fundo. Deve ser cruzado, passar a rede e acertar dentro da zona de recepção do campo do adversário; 3- Após o serviço e passada a rede, se a bola bater no campo contrário e tocar na rede metálica que limita o campo antes do segundo ressalto, é considerada falta; 4- A pontuação é igual à do Ténis, para ganhar um jogo é preciso ganhar 4 pontos seguidos (15-0,30-0,40-0 e jogo); 5-O jogador que responde não pode responder directamente em vólei; 6- É permitido aos jogadores sair do campo e devolver a bola enquanto não ocorrer o seu segundo ressalto. Existem sensivelmente 200 campos espalhados por todo o país, 112 na região de Lisboa, até à data, distribuídos por clubes de ténis ou por unidades hoteleiras, em alguns casos já existem em condomínios privados preparados para este efeito. Transversal a todas as faixas etárias, é um desporto praticado por ambos os sexos, dos 5 aos 80 anos, em família, entre amigos, entre casais, entre desconhecidos, muito divertido e lúdico, muito saudável, muito viciante. Consta que, após a primeira vez que jogaram, a taxa de utilizadores que deram continuidade ronda os 80%.

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Como foi a sua estreia nesta modalidade? “O Nosso Bairro” sabe que as suas ascendências vêm do ténis (de mesa)? Fale-nos desse percurso... Realmente uma das minhas bases foi o ténis de mesa, pois joguei muito nos tempos de escola, mas o meu ténis de mesa tinha como base alguns anos de aulas de ténis, que joguei apenas a um nível social. A minha estreia deveu-se ao desafio de um professor de ténis que tinha um projecto em mente com Padel e que sabia que eu estava a fazer licenciatura de E.F. e que, felizmente, se lembrou de me desafiar para experimentar jogar. Assim que comecei a jogar, fiquei rendido ao Padel e decidi, no momento, que era aquilo que eu queria fazer na minha vida. Pouco depois surgiu o desafio e a oportunidade de começar a dar aulas e fiz, no Algarve, uma formação de Monitor de Padel dada por uma empresa espanhola. Depois ainda fui a Madrid fazer mais 2 formações de monitor e treinador de alta competição com treinadores argentinos, tive algumas semanas de treino em Madrid e fui um mês a Buenos Aires para treino intensivo e melhorar a minha formação e experiência em Padel. Nos últimos anos fiz também formação em Treino Físico para Padel e formações de Coaching para ficar preparado para dar treinos a jogadores de todos os níveis. Já dei cerca de 7 mil aulas e espero poder dar muitas mais pois adoro o que faço. O que o levou a optar pelo PadelSpot? Quantas horas por semana passa a dar aulas?

A hipótese PadelSpot surgiu numa altura em que eu sentia a necessidade de um novo desafio para a minha carreira e o convite foi-me apresentado por um antigo aluno chamado Marco Coelho que, portanto, eu já conhecia e em quem confio, e o projecto cativou-me de imediado pois senti que iria contribuir para a criação de um dos maiores clubes de Padel em Portugal, com campos nas Olaias, no Parque das Nacões e em Linda-aVelha, que iria ser e que já está cada vez mais a tornar-se uma referência em Portugal. Guardo boas recordações e amizades do meu anterior clube, onde eu já estava há 8 anos e me sentia em casa, mas tinha a aspiração de um dia trabalhar num clube focado apenas no desenvolvimento e prática do Padel e o objectivo de trabalhar num indoor, e um ano depois posso dizer que tomei, sem dúvida, a melhor opção para mim, pois, tal como pretendia, tenho evoluído muito no Padel Spot como professor e treinador, sinto-me muito realizado e que tanto Marco Coelho como João Dantas e António Silva, com quem tenho gostado muito de trabalhar, valorizam o trabalho que tenho vindo a realizar. Também muito importante para a minha decisão foi a vontade de trabalhar com as minhas colegas professoras Helena Medeiros e Filipa Mendonça, que, além da competência e profissionalismo que demonstram, partilham o gosto genuíno pelo ensino desta modalidade e, antes do arranque do projecto, já me inspiravam confiança e vontade para trabalharmos em conjunto e criarmos a melhor escola de Padel em Portugal. Vim encontrar uma grande equipa, que ambiciona sempre fazer cada vez melhor.

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Já cheguei a dar 40h numa semana, devido a treinos de competição e aulas avulso, mas o habitual é dar entre 32h e 35h de aulas semanais. Há alguma faixa etária mais presente no Padel ou é transversal a todas asidades? Os praticantes são maioritariamente do sexo feminino ou masculino? Tendo em conta serem necessários 4 jogadores, qual o papel das redes sociais na organização dos jogos? Também recorre a estas ferramentas? A maioria situa-se entre os 30 e os 50 anos mas já temos crianças na escola a partir dos 5 anos e já tive casal de alunos com cerca de 70 anos. Á medida que a modalidade vai crescendo, cada vez mais se vêm os mais jovens e pessoas com mais idade a começar a jogar. Continua a haver mais praticantes do sexo masculino mas o sexo feminino, nos últimos anos, tem crescido imenso devido a várias iniciativas para esse efeito. As redes sociais têm um papel importante, pois facilitam a divulgação de eventos e, principalmente, a organização de jogos, que, muitas vezes, é feita atrás do facebook, whatsapp e no buddy for sports. Isto faz com que o facto de serem necessários 4 jogadores não seja nenhum problema, pois falando com o clube, que recorre, sim, a estas ferramentas, torna-se fácil para qualquer pessoa encontrar parceiros e adversários de nível semelhante para jogar. Estas ferramentas tornaram-se indispensáveis e parte do meu trabalho. l


ENTREVISTA

Bruno Teixeira aulas de Skate há cerca de 2 anos. Sou comentador do Fuel TV para campeonatos de Skate Nacionais e Internacionais e sou o Comentador Oficial Semanal da Rúbrica do Action Sports Plus relativamente ao Skate. Mudei de uma vida de Banca de 20 anos para viver uma vida que estivesse carregada de significado para mim, fazendo o que amo verdadeiramente e não apenas algo que me pagasse as contas. A vida é curta demais para desperdiçarmos o nosso tempo em trabalhos que sentimos não serem para nós. Um dia iremos acordar e saberemos que existem coisas que já não poderemos fazer, por isso, façam-nas agora. A ousadia de perseguir o que amamos traz-nos frutos. Requer coragem e determinação, mas compensa em tudo. Palavras e frases da gíria do mundo dos Skaters. “Que abuso!”, “Granda Toque”, “A partir a loiça toda!”, “A destruir completamente!” Como é a tua relação com os pais e avós dos alunos? Os relacionamentos são fundamentais e estou muito grato pelas pessoas que tenho conhecido, tanto a nível dos mais pequenos, como dos Pais e Avós. São relações profissionais, mas que sempre entram na esfera pessoal quando falamos de onde viemos, como ali chegámos e as experiências que cada um passou. Os meus alunos acham que eu os ensino a andar de Skate, mas eles mesmos ensinam-me muitas vezes muito mais do que eu a eles. Aprendo com

todos, desde os que têm 5 anos até aos que têm 40, sendo esta a faixa etária dos meus alunos, dos 5 aos 40. Um dado curioso é o de terem vindo a aparecer cada vez mais pessoas mais velhas a quererem aprender, o que revela que há muita gente com espírito jovem e que contrariam o que a sociedade estigmatizou, dando a entender que a idade é apenas uma ideia para se meterem pessoas em gavetas e impor-se limites ao que elas podem fazer. Eles sabem que não há limites e que há sempre uma altura para aprender. Fala-nos da zona de Alvalade e da Fábrica 22. A Fábrica 22 é um espaço de lazer com diversas actividades, inclusive Skate. A área de Skate, por limitações de espaço, não era o mais desejável, mas foi o que se conseguiu fazer em Lisboa através de uma iniciativa de cariz privado. Fruto da sua excelente localização, é um espaço óptimo para a prática do Skate, especialmente em dias de chuva. Contudo, como se trata de um espaço pequeno, e tendo em conta a demanda e o hype que o Skate está a ter cada vez mais, uma iniciativa de carácter público, com excelentes infraestruturas, seria imperativo. Aguardemos a iniciativa das autarquias para, quem sabe, ganhar a confiança das camadas mais jovens que estão ligadas ao Skate. Existem problema de arruamentos? E de barreiras arquitectónicas? A falta de apoio das autarquias locais e falta de infraestruturas para a prática de Skate obriga a que a maioria dos Skaters, por não ter para onde

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sobre ti e sobre teu projecto. uFala-nos Tenho 39 anos, ando de Skate há 26 anos e dou

Falta um espaço em Lisboa, de preferência Indoor que sirva de alternativa para os Skaters.

ir, ocupe as ruas e os monumentos locais, no caso de Alvalade, a Estátua do Santo António, que é um lugar de encontro dos Skaters da zona. Falta um espaço em Lisboa, de preferência Indoor que sirva de alternativa para os Skaters. Muitos Skaters, todos eles adolescentes, são constantemente repreendidos pela Polícia de Segurança Pública e até, por vezes, ameaçados de coimas por andarem de Skate em lugares “não apropriados” para a prática deste desporto de acção. l



BOMBEIROS

Comandante

Martins

O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa garante a segurança de pessoas e bens na cidade de Lisboa, através de ações de socorro e prevenção e colabora na atividade de proteção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhe forem atribuídas. Está há 619 anos a servir a população de Lisboa. António Manuel Simão Martins tem 55 anos de idade, está no ativo há 33 anos. E é Comandante da 3ª Companhia Regimento de Sapadores Bombeiros da Câmara Municipal de Lisboa.

quanto tempo está ao serviço do Quartel u Há de Alvalade? Desempenho serviço neste aquartelamento desde o início do corrente ano.

Fale-nos sobre este Quartel. Este é o Quartel sede da 3ª Companhia do RSB situado na Avenida Rio de Janeiro, tem uma excelente localização e mantem um relacionamento de proximidade com a população e instituições das freguesias em que está inserido. Em toda a sua carreira, qual foi a intervenção mais complicada? E a que o marcou mais? Deixe-me enquadrar a minha atividade na Casa que sirvo á 33 anos, pois o importante é a floresta e não a árvore. O Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) intervém em ações de proteção e socorro, não só em Lisboa como em todo o território nacional e no estrageiro, em missões humanitárias enquadradas pelos organismos competentes debaixo da alçada da Camara Municipal de Lisboa. A diversidade de intervenções do RSB é infindável, pelo que, ao longo dos anos, tive a possibilidade de passar por diversas funções, desde a prevenção ao socorro direto à população em distintas vertentes. A experiencia obtida tende a desvalorizar as intervenções passadas; a mais difícil é a que acontecer hoje. Mesmo com o distanciamento dos anos de atividade, as intervenções marcantes são aquelas em que o sofrimento das vítimas é latente, onde as vitimas apresentam menor capacidade de reação, pela tenra ou avançada idades ou que afeta indivíduos com debilidades físicas, mentais e ou económicas.

para a Cidade, foi o fogo do Chiado; pelos meios envolvidos, danos produzidos e pelo doloroso registo da morte de um camarada. Mais recentemente, o ocorrido na estação do metro da Alameda pela dificuldade de trabalho. Uma breve história sobre Alvalade. Como referenciei, a minha chegada a Alvalade é recente, não tenho histórias e não conheço a história de Alvalade. Vejo Alvalade como um bairro cheio de luz, agradável, com muito movimento. Num olhar profissional, tento ainda identificar áreas e situações de risco. Algo que aconselharia a mudar. No que já foi possível ver, o estacionamento é problemático, mesmo anárquico, em algumas artérias, o que dificulta a circulação no geral, atrasa uma eventual resposta no socorro, dificulta, ou inviabiliza mesmo, a intervenção dos meios de socorro. Assim, gostaria de ver regulamentado o estacionamento. Dicas de segurança para os habitantes desta zona? A população tem mostrado, nos contactos que tenho mantido, um bom conhecimento das medidas de proteção, no que respeita á segurança contra o risco de incêndio. Atendendo á idade da maioria dos habitantes, a manutenção da interação de ajuda entre vizinhos permite combater a solidão, facilitar o auxílio imediato e dar o alarme atempado para os organismos capacitados. O quartel de Alvalade insere-se nesta vivência, vizinho, a porta está aberta para o que for preciso. l

Qual foi a situação mais dramática na localidade? Nos últimos 33 anos, a intervenção, na qual tive presente, mais marcante mesmo

Número de socorro: 808 215 215 Quartel de Alvalade Av. Rio de Janeiro, 1700-331 Lisboa Telefone: 218 171 431

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ENTREVISTA DE

CAPA

Patrícia Corrêa Patrícia Miranda Corrêa, Tica para os amigos, é uma conterrânea de Alvalade, tem 28 anos e é uma grande comunicadora.

muitos amigos me tratam por Tica. Tenho 28 anos, estudei jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Mas não sou jornalista. Depois da faculdade, comecei a trabalhar numa agência de comunicação e apaixonei-me pelas Relações Públicas. Tenho a sorte de trabalhar naquilo de que gosto. Comunicadora nata, dizem, tenho outra paixão para além do meu trabalho (mas que acaba por ser também o meu trabalho, o que é excelente!): o mundo digital e as redes sociais. Sou viciada, admito. Tenho conta em todas as plataformas, estou sempre ligada! Adoro ler, adoro livros! De preferência romances históricos e policiais, ou então – guilty pleasure – young adult books (Harry Potter, a saga Divergente, e coisas do género). Estou sempre a ler um livro qualquer, entro em pânico quando percebo a quantidade de livros que há para ler no mundo, e pouco tempo que tenho… Para além dos livros, as séries (neste momento acompanho para aí umas seis) e os filmes. Principalmente daqueles que fazem chorar! Prato preferido: batatas fritas Vives há quanto tempo neste bairro? Vivo em Alvalade há 28 anos. A família. Da época dos teus avós até aos dias de hoje…o que mudou? Nada. E ao mesmo tempo, tudo. É engraçado pensar nisto, mas a conclusão a que chego é mesmo esta… Porque, claro, está tudo muito diferente. Da época dos meus avós até hoje toda a nossa vida mudou, os nossos hábitos mudaram, as rotinas são outras. O tempo hoje passa muito mais depressa. Parecemos baratas tontas, de um lado para o outro, a correr para o trabalho, do trabalho para o supermercado, do supermercado para a farmácia, da farmácia para casa… com sorte, damos um saltinho ao restaurante japonês para ir buscar o jantar. É uma correria louca. E andamos todos de cabeça baixa, agarrados ao

telefone. Fora o fim-de-semana, não há tempo nem oportunidade para usufruir da rua, da cidade, do bairro… isso mudou, sem dúvida. Não me lembro da minha avó como uma barata tonta, nem do meu pai. Eles viviam a rua, viviam Alvalade, as suas esquinas, os seus cafés. Era aí que se passava tudo, e não só ao fim-de-semana. Mas, ao mesmo tempo, digo que não mudou nada porque a verdade é que essas esquinas, esses cafés, continua tudo a existir. Estão nos mesmos sítios e pouco mudaram. O mítico Vá-Vá, onde o meu pai, quando vem a Lisboa, ainda se encontra sempre uma cara conhecida e se põe à conversa, como se a última reunião da grupeta tivesse sido ontem! A Sul América, o Tico Tico, o Mercado de Alvalade, o Quarteto não infelizmente… mas temos o City, que o substitui muito bem! Acho importante continuar a existir um cinema de bairro. A dinâmica e a mística de Alvalade continuam a existir. Não mudaram. Ideologias para um bairro melhor? Sem presunção nem manias, acho realmente que o nosso bairro tem um bocadinho de tudo aquilo que precisamos para nos sentirmos bem e viver com qualidade. Temos segurança para andar na rua a qualquer hora, temos o INATEL para ir correr ao fim do dia, temos mil e um cafés, restaurantes, padarias, mercado… As ruas estão, por norma, limpas, as pessoas são, na generalidade, cuidadosas com isso. Pelo penos é a ideia que eu tenho. Ah, e não temos barulho! A não ser o dos aviões, mas essa é daquelas coisas a que uma pessoa se habitua rápido. Mas, claro, é sempre possível melhorar algumas coisas. Por exemplo, podiam existir mais ecopontos. O estacionamento é outro problema… Cada vez que quero combinar um café com as amigas na Av. Igreja há sempre alguém que se queixa “opa, aí não, que não há sítio para o carro!”. Mas isso não acontece em Lisboa inteira? Idealmente, ainda há, também, muitos aspetos a melhorar no que toca, por exemplo, à adaptação dos espaços para pessoas com mobilidade reduzida e/ou condicionada – todas as passadeiras rebaixadas, caixas multibanco com

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um pouco sobre ti. u Fala-nos O meu nome é Patrícia, mas já há alguns anos que

O melhor bairro de Lisboa.

acesso para deficientes motores, etc. A mobilidade nestas avenidas, um problema? Não é perfeita, claro. Mas não me parece que seja um problema grave. Sim, de manhã, o trânsito na Av. Roma é, por vezes, caótico (principalmente em dias de greve do metro, ou se temos o azar de apanhar uma excursão de sete camionetas paradas em frente ao Hotel Roma); e, ao fim do dia, fazer a Av. EUA no sentido da Av. Gago Coutinho para Entrecampos também pode ser doloroso, especialmente em dias de chuva… Mas lá está, comparando com outras zonas da cidade, não me queixo de todo. Demoro, em média, cerca de sete minutos a chegar ao trabalho (perto do Parque das Nações), sou uma privilegiada! O que gostarias que fosse criado ou recriado nesta localidade? Gostava que existissem mais espaços onde se


pudesse estar até mais tarde, tipo até às 2h da manhã, e ficar calmamente a beber um copo com os amigos. Espaços com esplanada para aproveitarmos as noites de Verão, sem aquele stresse de saber que vai fechar e temos de pensar noutro sítio para ir. Sinto mesmo falta disso. Também gostava imenso que recriassem, por aqui, uma coisa tipo Out jazz, com o mesmo conceito, aquela onda de se ir ao final do dia ao Domingo ouvir música ao vivo, num sítio ao ar livre… no INATEL, por exemplo, era espetacular. Os espaços verdes e para crianças completam o urbanismo e são suficientes? Acho que sim. Não tenho filhos, por isso não serei a melhor pessoa para responder… Mas quando éramos miúdas, eu e a minha irmã, passeávamos com a nossa avó todas as tardes e havia sempre um ou outro parque para brincar. Tenho a sensação que hoje até há mais, por isso sim.

O futuro… gostarias de constituir família e continuar a viver dentro deste bairro? O futuro é uma coisa na qual não perco muito tempo a pensar. Nunca fui de fazer grandes planos, principalmente sobre constituir família ou não constituir família… mas, de qualquer forma, sim, sem dúvida que, se puder escolher, escolho continuar a viver em Alvalade. Com filhos ou sem filhos, sozinha ou acompanhada. O maior sonho de criança? Visitar todos os países do mundo. Se há coisa que sempre sonhei conseguir fazer foi essa. Custa-me pensar que vivemos quase 100 anos confinados a um cantinho do planeta, que há tanto para conhecer, mas que nunca teremos tempo para isso. É assustador. Cinco palavras bonitas sobre o teu bairro. O melhor bairro de Lisboa. l

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Aberto todos os dias do Ano

Pastelaria l Padaria l Cafetaria Fabrico Bolas Rústicas quentes todo o dia Pastelaria Padaria Cafetaria Fabrico Próprio O Pão do Areeiro é o melhor do mundo inteiro!


Sabores e Aromas

GASTRONOMIA

por João Gonçalves

Gonçalves tem 46 anos e um vasto currículo na ciência das confeções u João aos empratamentos, provas e criatividade, da cozinha tradicional e

gourmet. Com uma simplicidade, técnica e glamour natural, o João partilha connosco pratos com requintes que, qualquer leitor, poderá confecionar em casa, nos dias normais, eventos pontuais ou momentos únicos. Estas são as suas sugestões para a Primavera e para o Verão, com aromas sugestivos, sabores deliciosos e histórias para contar.

CUBOS DE VITELA MARINADOS COM VEGETAIS GRELHADOS Para a Marinada: 1,5 Kg Lombo de Vitela em cubos (com 60g cada um +/-) 2 dl de Vinho branco 2 dl de Molho de soja 50g Sementes de sésamo 3 Dentes de alho esmagados 2 Folhas de louro 3 Colheres de sopa de azeite Sal q.b.

CREME DA HORTA 1 Cenoura 1 Couve Lombardo Média 1 Courgette verde 100g Alho francês cortado em juliana 1 Cebola média 2 Nabos médios 2 Maças 1 Molho de Coentros 1 Colher de sobremesa de Azeite Sal q.b. Croutons de pão torrado Queijo parmesão em lascas finas

Para os vegetais: 2 Courgettes em rodelas não muito finas 2 Beringelas em rodelas não muito finas 12 Tomates Cherry Sal fino q.b. Azeite

Faça uma Marinada para a carne com os alhos, o vinho, o molho de soja, as folhas de louro, o azeite e as sementes de sésamo. Tempere com sal e deixe ficar a marinar pelo menos 1 hora. Enquanto isso, corte as Courgettes e as Beringelas em rodelas mais ou menos com ½ cm de espessura, polvilhe com o sal fino de modo a emulsionar o tempero, grelhe os vegetais numa grelha de chapa bem quente, depois de grelhadas, salpique com azeite para não secarem. Grelhe também os tomates Cherry. De seguida retire a carne da marinada e grelhe-a de todos os lados até ficar ao seu gosto, Sirva acompanhada com arroz branco, os tomates Cherry grelhados e uma salada de Rúcula.

Sabia que os coentros são benéficos para o corpo humano por serem um protector natural das células, principalmente por serem antioxidantes e anti degenerativos? E que as vitaminas (A, K e C) e ácidos? Sabia, também, que a sua primeira utilização foi como erva medicinal durante o século XVI, quando era usado para curar a micose?

Lave bem todos os legumes, descasque os nabos, a cenoura, a cebola, as maças, a couve e corte em pedaços médios, faça o mesmo à courgette, mas sem a descascar, coloque todos eles juntamente com o alho francês numa panela com água e leve ao lume para ferver. Quando começar a levantar fervura, adicione os coentros inteiros, o azeite e tempere com um pouco de sal. Deixe cozinhar entre 15 a 20 minutos. Com a ajuda de uma escumadeira, retire todos os vegetais para um recipiente e triture com a varinha adicionando aos poucos água da cozedora até obter um creme aveludado, retifique o tempero e sirva, decore com alguns Croutons de pão torrado, as lascas de queijo parmesão e sirva.l

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GASTRONOMIA CRÓNICA

Gastronomia Local

POMAR DE ALVALADE

uma casa Portuguesa com certeza, é com u Écerteza uma casa Portuguesa! Neste tipo de

restauração fica bem, para além do bom vinho sobre a mesa, o pão, as manteiguinhas, os patés e os petiscos. Os tão bem afamados petiscos, numa lista versátil em sabores e bem arrojada em sensações. Selecionámos um prato do cardápio, apesar de ser a sugestão do dia, o “Peixe espada panado frito com arroz de feijão” acompanhado com salada mista. Com um ambiente mesclado de clientes habituais com os acidentais, incluindo aqueles que, à última hora, o escolheram por ser atrativo e acolhedor ou, simplesmente, porque ouviram falar, o tal passar a palavra de “boca em boca”, a tal publicidade direta que tanto sentido faz para todos os bons garfos, ao ser credível, confiável, segura e acertada…a chama acesa do petisco, os aromas perfumados do refugado e mais qualquer coisa…o carinho da confecção, o espirito do lugar, o tacho rústico e a sabedoria de quem já anda a “virar frangos há muitos anos”. O peixe é marinado, muito alimonado, temperado

a gosto, panado (com ovo) e frito e o arroz de feijão bastante consistente e “malandrinho”. O acompanhamento das saladas equilibra, de certa forma, as calorias e as gorduras consumidas, umas 436 Kal por cada 120 gramas. Sugerimos todos os petiscos da lista, são sempre muito fiéis à qualidade desejada e inerente a este género de cozinha. Como sugestão de carne, o Naco na pedra e, de peixe, o choco panado frito com arroz de feijão ou de tomate. O vinho tinto, frutado, da região do Douro, rega e acompanha a refeição e completa o ambiente, liberta o espirito e alimenta a alma. A sobremesa, um bolo de bolacha com natas e café, completa e dá o toque final à refeição. De qualidade, com preços a condizer e à medida do cliente. E um jantar destes aqui ao lado? l

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l NO BAIRRO ACONTECE por Pedro Gaspar, Raquel Lourenço e Afonso Castella

À noite no Verão: esplanadas – Quantas vezes, durante os meses mais frios, a nossa mente começa a divagar e nos apetece aquela esplanada de Verão, com muito calor, com os cheiros que pairam no ar das flores e vegetações, das pessoas e dos aromas tão próprios desta estação. Pois, aqui está ela: BananaCafé na Avenida Marconi, é imponente e angelical, os tons em branco à volta do coreto transformado em café pintam o fundo deste quadro maravilhoso. O ambiente típico do centro de Lisboa, cercado de uma vegetação verde envolvente, remetenos para um sítio bastante confortável e relaxante. Aqui petiscam-se tostas, bebem-se chás gelados, limonadas ou uma cervejinha gelada ao final da tarde. Durante os dias de jogos de futebol mais mediáticos, é colocado um ecrã de dimensões bastante atrativas. Venham “esplanar”! E, seja moderado, beba com consciência…

No centro fulcral desta localidade está a abençoada e icónica estátua de Santo António, que, para além de ser um marco alfacinha, divide o cruzamento entre a Avenida da Igreja e a Avenida de Roma. Esta praça foi criada aquando da construção do bairro de Alvalade, tendo por nome Largo Frei Luís de Sousa. Em 1971, quando for erigida a estátua no centro do (na altura) largo, foi decidido retirar o nome de Frei Luís de Sousa de maneira a evitar potenciais confusões. Assim, passou a chamar-se Praça de Alvalade e o Largo de Alvalade ficou como o Largo Frei Luís de Sousa. Mas ainda é mais do que isso, é um mítico local de encontros de Skaters, não só da zona, mas também de todo o país.

Pizze, pasta, risotto, dal mare e dalla terra… ingredienti extra…e pizza enrolada Arrotolata Special (mozzarella, flor de leite, tomate seco, pesto e azeitonas) na já nacionalmente célebre MERCANTINA. Deixe-se levar pelo ambiente, pelo tempero da zona, com o misto mediterrânio e de pessoas bonitas, dos sorrisos e simpatias. Como também não poderia deixar de ser, o Spagetti à La carbonara (natas, ovos, bacon, parmesão e salsa) e a pizza da casa, Mercantina (tomate, mozzarella, fiambre, salame picante, cogumelos frescos e parmesão). Abertura do ginásio das antigas piscinas – SUPERA, superou as emblemáticas e históricas piscinas do Areeiro, situadas na Avenida de Roma. É um ginásio com um design moderno, arrojado, com linhas arquitetónicas que fazem jus a este emblemático e mediático espaço. Idêntico ao conceito do GOFIT, nos Olivais, tem todo tipo de actividades como uma zona de Spa com piscina de hidromassagem, sauna, banho turco, etc. Tem uma sala de Fitness para as aulas, que inclui Zumba e Hidroginásticas e fitness infantil. E com um pagamento extra há aulas de natação e atividades para pré-mamãs e de pós-parto. Venha espreitar e conhecer…faça desporto, zele pela sua saúde. http://tralhasgratis.pt/supera-ginasio-novo-no-areeiro-3818662

A Cabine de Leitura da Praça de Londres, resulta de uma parceria da Associação de Comerciantes da Av. Guerra Junqueiro, Praça de Londres e Av. de Roma e da Portugal Telecom, e é uma minibiblioteca instalada numa antiga cabine telefónica que visa estreitar laços comunitários, exercitar a cidadania e fomentar a leitura. Surgiu, o ano passado no dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor e foi um dos 3 nomeados para o prémio Ideia do Ano, pela Revista Time Out. Desde a sua criação tem procurado criar ações em volta dos livros, que envolvam todas as pessoas do bairro, sobretudo os mais novos. As madrinhas da Cabine são a Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada.


O amolador de facas, navalhas e tesouras é uma figura que nos pertence, pertence à zona e á Cidade, que faz parte da paisagem urbana, tem muitas histórias e estórias para nos contar, e é sempre um gosto enorme cruzarmo-nos com ele e ouvir o seu toque, a sinfonia que faz parte do ambiente acústico desta tão nobre localidade, apesar de já existirem casas comerciais em Alvalade quase tão antigas como o bairro em si. Quem não se recorda de, após se ouvir o som da gaita do amolador, alguém dizer de imediato: VAI CHOVER!...e quase sempre chovia, talvez umas pinguinhas, mas dava para confirmar o ditado.

Após vários meses encerrada devido a um embargo das obras por falta de licenciamento, estas recomeçaram no interior desta emblemática Pastelaria e tudo indica que reabre no próximo mês. O novo proprietário garante que o património do Monumento de Interesse Público será preservado e assegura que todos os seus elementos, como o painel cerâmico de Querubim Lapa, a cabine telefónica interior e o “passarinhário”, uma espécie de gaiola de vidro com aves no seu interior, serão preservados. Foi declarado Monumento de Interesse Público em Abril do ano passado por despacho do secretário de Estado da Cultura, mas desde 1994 que está assim classificado. A Mexicana foi inaugurada em 1946 e integralmente remodelada entre 1961 e 1962, segundo um projecto do arquitecto modernista Jorge Ribeiro Ferreira Chaves.

A JF do Areeiro tomou uma acção radical com o nome de código “A intervenção no arvoredo” em curso na avenida Guerra Junqueiro, uma poda drástica que está a gerar forte contestação ente moradores e comerciantes. As redes sociais locais apelidaram esta atitude de uma autêntica “serração” e de um “cemitério de troncos”. A entidade competente revela ainda que, provavelmente no final do Verão, vão ser abatidos 22 freixos da avenida, dos 53 existentes, por se encontrarem putrefactos. Asseguram, também, que foi tudo analisado minuciosamente, árvore a árvore, caso a caso, por uma empresa contractada para este feito. A Junta afixou, ainda, nos troncos destas árvores, um papel no qual informava que o estacionamento no local está condicionado porque “vão ser podadas árvores que, por motivos estruturais, põem em causa a segurança de pessoas e bens”.

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Sabores de gelado Gelataria Italia Conchanata – Aquela delícia de Verão que todos nós, mais gulosos ou menos gulosos, não resistimos! Um gelado de pistachio, de avelã, de doce de leite com amendoim e de nata servido numa concha, numa mítica e icástica gelataria local, na Avenida da Igreja. Com vários sabores disponíveis, a nossa equipa selecionou a escolha preferida, aos nossos gostos, para sugerir aos nossos leitores, de modo a fazer derreter corações dos moradores, trabalhadores, transeuntes e turistas, acidentais e locais.


Fotografia Pedro Machado

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VINHOS

O SÍTIO

do início do ano que a Avenida de Paris foi o local u Desde escolhido por Ana Maria Vieira e João Laranjeira em

representação da CAISE – Centro de apoio à Inovação Empresarial, para criarem um projeto inovador, uma Petisqueira & Wine Bar com o nome acolhedor de “O Sítio”. No nº 6 da Avenida de Paris, “O Sítio” não precisou de muitos dias para crescer e ganhar a notoriedade e simpatia dos nossos moradores e passar a ser o local eleito para grandes tertúlias pela noite dentro. “O Sítio” oferece uma ampla gama de vinhos do Alentejo, Dão, Douro e península de setúbal. As referências de gins, cerca de vinte estão disponíveis para os amantes do gin após o dia de trabalho ou para os mais noctívagos. Para petiscar podemos destacar o pica pau do lombo, os pregos e as famosas tábuas de queijos alentejanos e enchidos alentejanos que são servidas a preceito. Para completar o ambiente, “O Sítio” apostou na música ao vivo com músicos residentes e convidados. Este é aquele lugar em que os problemas diários ficam à porta. Entre, sorria, cumprimente, sente-se, peça a lista e ouça as sugestões. Passe uns bons momentos entre amigos e família. Um espaço muito intimista e acolhedor, ao lado de sua casa.

facebook.com/caise.checkoffice - 218475489 - 914218545

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LITERATURA

Sugestões deLeitura 2015 Sofia Lisboa “Nunca Desistas de Viver” Um diagnóstico dramático. Uma cura milagrosa. Com prefácio de David Fonseca. Sofia, há qualquer coisa esquisita com as suas análises. Foram nove palavras apenas, num domingo radioso, de um Verão que chegava ao fim. Iria começar um longo Outono para Sofia Lisboa, e um Inverno sem fim. Antes do telefonema, a vocalista dos Silence 4 não tinha tudo o que queria. Mas tinha muito: um passado que ainda lhe emoldurava as paredes com discos de ouro e platina, e muitas recordações gloriosas de palcos e tournées. Vivia com o amor da sua vida, dava aulas de fitness com prazer. E, sobretudo, sentia a crescer dentro de si uma nova vida, 14 semanas apenas, e muitas promessas de alegria. Mas o telefonema da médica cortou-lhe a vida em duas metades. O diagnóstico, mais tarde, confirmou um tipo grave de leucemia, quase uma sentença fatal. Nos anos que se seguiram Sofia perdeu quase tudo. A saúde, um filho, o emprego, o marido, a beleza. E até a esperança, a última a morrer, esteve por um fio. Mas há fios que resistem, são mais fortes do que parecem. E houve o amor da mãe, do pai e dos amigos, tantos e tão bons, sempre a ajudar. E também médicos, enfermeiros, colegas de quarto no hospital. E sobretudo, houve o amor de uma irmã que lhe deu literalmente a vida...

Carmo Miranda Machado “ Rios De Paixão” Rios de Paixão narra a saga de quatro personagens principais e de uma narradora perseguidas pelos espaços enquanto definidores da sua identidade. Vemos a dualidade de lugares a defini-las e entre elas, um rio, vários rios, água que corre para o mar ou o próprio mar a uni-las ou a separá-las. Sempre o movimento e a viagem como pano de fundo, num romance onde os corações estão ocupados pelas muitas pessoas e lugares de onde viemos e para onde todos vamos. Pode a plena consciência da morte dar mais sentido às nossas vidas? Podem os locais da nossa infância perseguir-nos e ao nosso destino? Podem sete dias mudar a nossa vida para sempre?

Linete Landim “Correspondência” Gustavo Soares de Mello herdara do pai muito mais do que o titulo de Duque de Mascarenhas. Herdara também o seu terrível feitio. Era arrogante, impiedoso, ríspido e controlador. Depois de ver o pavor e o sofrimento nos olhos da mãe devido às crueldades praticadas pelo progenitor, Gustavo jurou nunca se casar. Jamais submeteria uma mulher aos seus ataques. Mas a vida subjugou, obrigando a abdicar do juramento. Madalena Rodrigues, uma jovem de temperamento forte, confiante, aceita Lorde Mascarenhas como se esposo. Só não aceita a visão excêntrica, e a seu ver, demente com o noivo tem sobre a vida em comum. Mesmo sabendo que enfrentará um demónio, Madalena não desiste de Gustavo, empenhando-se em suavizar o duro e gélido coração masculino.

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Patrícia Reis

“Carolina 1 – Contado…ninguém acredita!” A vida aos 15 anos não é fácil. Principalmente quando se descobre que se está a ser seguida, via gps, pelo pai. Assim começa esta divertida aventura de Carolina, uma adolescente de 15 anos que adora as suas amigas, gosta da madrasta (mas convém que a mãe não saiba) e está apaixonada pelo Manuel João. Acham que está aqui tudo? Não. Este é só início de uma história repleta de acontecimentos, amores, desamores, desilusões e aventuras. BEM-VINDOS AO MUNDO DE UMA ADOLESCENTE! “Carolina 2 – Porquê?! Mas…porquê?!” O verão está à porta e apetece tudo menos estudar. Só que estão aí os exames nacionais e chumbar não é opção. É preciso ter amigos a serio e um coração de ferro para resistir a tantos baldes de água fria. A vida de Carolina dava um filme (pelo menos é o que ela acha). Será que vai conseguir ultrapassar estes dias loucos e chegar a salvo aos 18 anos? JÁ SÓ FALTAM 1180 DIAS!

Francisco Moita Flores “O Dia dos Milagres” O Dia dos Milagres não é exactamente sobre a Rainha Luísa de Gusmão. Faz a reconstituição dos dias que antecedem o golpe de 1 de Dezembro de 1640, com a acção a decorrer em Vila Viçosa, exactamente onde se encontravam o duque e a duquesa de Bragança. São esses dias de ansiedade e medo, de expectativa e angústia, que se vão cumprindo conforme se aproxima a hora do golpe. Aliás, o romance termina com a partida do duque de Bragança para Lisboa para ser investido como Rei de Portugal. Retrato o ambiente da época, feito de crenças, de superstições, muito marcado pela trauma de Alcácer Quibir e com a chegada do mito D. Sebastião no imaginário popular. E sobretudo, com os preparativos para esse grande dia da História Portuguesa. Dos grandes momentos que vivemos, é o único golpe em que os portugueses, para além de desafiarem o maior exército do mundo, fizeram-no sem ter exército. É um golpe de audácia, de inteligência e amor a Portugal que é dificil encontrar na História comparada.

Filipa Fonseca Silva “Coisas Que Uma Mãe Descobre” É que ser mãe é, de facto, uma experiência única. Para o bem e para o mal. É a coisa mais bonita do mundo, mas também a mais extenuante. É um flutuar entre momentos de felicidade e de angústia profunda. É o não trocar nenhum minuto passado ao lado dos nossos filhos, mas ao mesmo tempo ter saudades dos tempos em que eles não existiam (ou desejar secretamente que eles desapareçam durante uma hora para podermos ouvir os nossos próprios pensamentos). E entre os milhões de livros e artigos que já foram escritos sobre o assunto, nenhum nos conta toda a verdade. Sobretudo porque há sempre a tendência para sobrevalorizar as coisas boas e não dar muita importância aos momentos mais complicados.»

Maria Inês Almeida “Coração de Mãe Nunca se Engana” Maria Inês Almeida, a autora deste livro, encontra no seu filho, José, o parceiro ideal para escrever a mais bela das histórias. A história da vida que todos os dias liga uma mãe a um filho. Em textos simples e cheios de sabedoria, percorrem juntos um caminho que os leva a descobrir o mundo, a vida, a amizade e o amor. São momentos sinceros, divertidos, profundos, verdadeiros que não vão deixar o leitor indiferente. Coração de Mãe Nunca Se Engana fala de como “ser mãe é dar sem esperar nada em troca e compreender tudo, mesmo o que não é dito”. Mostra porque é que os nossos filhos têm as melhores perguntas e dizem aquelas frases que nunca esquecemos. E como o amor de mãe é único, incondicional e mais forte do que qualquer outra coisa no mundo.

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TRANSPORTE URBANO GRATUITO

FLEXÍVEL

PRÓXIMO

CÓMODO

CAMPO GRANDE

PARQUE JOSÉ GOMES FERREIRA

CENTRO DE SAÚDE DE ALVALADE

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TEIXEIRA DE PASCOAIS ROMA-AREEIRO

DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 17H · PARTIDAS FIXAS PREVISTAS: 9H00 · 10H00 · 11H00 · 14H00 · 15H00 · 16H00 NÃO HÁ PARAGENS FIXAS. A RECOLHA OU LARGADA DE PASSAGEIROS É FEITA EM QUALQUER PONTO DO PERCURSO, MEDIANTE INDICAÇÃO DADA AO MOTORISTA 1 SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA DE ALVALADE – RUA CONDE DE ARNOSO 2 AVENIDA SANTA JOANA PRINCESA 3 LARGO FREI HEITOR PINTO 4 AVENIDA DA IGREJA 5 PRAÇA DE ALVALADE 6 RUA AFONSO LOPES VIEIRA 7 RUA ABOÍM ASCENSÃO 8 CAMPO GRANDE 9 ROTUNDA DE ENTRECAMPOS 10 RUA DIOGO BERNARDES 11 RUA JORGE FERREIRA DE VASCONCELOS 12 RUA ALFREDO CORTÊS

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PRAÇA FRANCISCO DE MORAIS TRAVESSA HENRIQUE CARDOSO AVENIDA DE ROMA AVENIDA FREI MIGUEL CONTREIRAS RUA TEIXEIRA DE PASCOAIS RUA DOUTOR GAMA BARROS RUA CONDE DE SABUGOSA AVENIDA DE ROMA PRAÇA DE ALVALADE AVENIDA DO BRASIL ALAMEDA DA UNIVERSIDADE AVENIDA PROF. GAMA PINTO AVENIDA PROF. EGAS MONIZ (HOSPITAL STA. MARIA)

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AVENIDA RUI NOGUEIRA SIMÕES RUA ANTÓNIO ALBINO MACHADO RUA FREI JOAQUIM DE SANTA ROSA DE VITERBO RUA TOMÁS DA FONSECA AZINHAGA DAS GALHARDAS 2ª CIRCULAR (AVENIDA GENERAL NORTON DE MATOS) CAMPO GRANDE AVENIDA DO BRASIL AVENIDA RIO DE JANEIRO LARGO FREI HEITOR PINTO AVENIDA SANTA JOANA PRINCESA METRO

COMBOIO

UNID. DE SAÚDE

ATENDIMENTO JFA


AVOS

Por Marisa CGomes

Nunca serás uma despedida!

SER AVÔ

por LM Almeida

SER AVÔ É MUDAR-TE UMA FRALDA QUANDO ÉS PEQUENINO SER AVÔ É TU JÁ SERES ADULTO MAS PARA MIM UM MENINO SER AVÔ É GUARDAR AQUELE DENTE QUE TE VAI CAIR DEPOIS JÁ SEM ELE QUERER VER-TE SORRIR E MOSTRAR AS TUAS FOTOS VEZES SEM PARAR SER AVÔ É DEITAR-ME AO TEU LADO QUANDO ESTÁS DOENTE É FICAR ACORDADO PARA VER SE ESTÁS QUENTE E APRENDER A REZAR PARA UM DEUS TE CURAR. SER AVÔ É IR BUSCAR-TE Á ESCOLA COM O BONECO OU A BOLA SER AVÔ É SENTIR ESSE ABRAÇO QUE ME TIRA O CANSAÇO SER AVÔ É CHORAR DE EMOÇÃO POR TE VER GANHAR É SORRIR QUANDO PERDES SÓ PARA TE ANIMAR E ENSINAR-TE A ENFRENTAR AS DERROTAS DA VIDA SER AVÔ É OUVIR OS DESGOSTOS DAS TUAS PAIXÕES ENSINAR-TE A VENCER AS DESILUSÕES E AJUDAR-TE A ESQUECER UMA PAIXÃO PERDIDA SER AVÔ É ENSINAR-TE O QUE É CERTO PARA NAMORAR. SER AVÔ É LEVAR-TE AQUELE DOCE QUE TU VAIS GOSTAR SER AVÔ É QUERER ESTAR PRESENTE EM CADA MOMENTO É SERES TEMA CONSTANTE NO MEU PENSAMENTO MESMO QUE SEPARADOS PELA TERRA OU PELO MAR SER AVÔ É SER O TEU NINHO MAS NA TUA MENTE E DEPOIS, JÁ VELHINHO OU PARA SEMPRE AUSENTE NAS TUAS LEMBRANÇAS FICAR A MORAR. Dedicado a todos os avós, não esquecendo os que se encontram longe dos netos “SEPARADOS PELA TERRA OU PELO MAR”. Dedicado também aos meus dois netos Bernardo e Guilherme que foram o mote da minha inspiração. Facebook LM Almeida SER AVÔ lumeidameida@gmail.com Direitos de autor registado no IGAC-Inspeção-geral das Atividades Culturais

Quando era pequena adorava estações de comboios… Sempre pedia ao meu avô para me levar a ver os comboios! Continua a entoar na minha cabeça: “avô leva-me a ver o bóio”… Gostava de ouvir o som da buzina, que é diferente de tudo do que há no dia-a-dia, e ao mesmo tempo sentir a velocidade do tempo a ficar para trás, e ficar sempre uma saudade imensa pela despedida anterior… Há algo de muito romântico aqui! Aqui em Lisboa há tudo… há pessoas! Muitas pessoas. E tenho também os caminhos-de-ferro para espreitar quando me apetece estar ligada. Acontece-me agora, poucas vezes. Cada vez menos. Passei muito tempo a imaginar como se podia despedir de alguém que se quer muito… que nos ajudou a crescer e a ser. Desde os primeiros passos até ao momento de ter o primeiro emprego... a primeira derrota ou última vitória. E nunca soube. Continuo sem saber e a última vez que te pude beijar foi no Dia do Pai. Já partiste, e foste a minha cidade… Estive sentada no banco da estação de comboios… Senti tudo e voltei a ser criança outra vez!! Sei que é impossível despedir-me de ti. Sei que é impossível voltar a ti! Tive medo de esquecer-te avôzinho, mas sei que todos os teus sons e cheiros habitam em mim. Estás aqui!... E eu vou continuar até poder, outra vez, receber o teu abraço… num sonho ou simplesmente num outro qualquer encontro, sempre mágico. Sempre Nosso.

Por Sofia Monteiro

Saudades da casa da minha madrinha. Recordo-me da casa da minha madrinha, (que vivia junto há Av. de Roma) na Rua Oliveira Martins, uma rua paralela à Av. de Roma. Vivia numa típica casa antiga, com bastantes divisões e pé direito igualmente alto, com trabalhados em gesso nos tectos. Recordo-me, com saudade, de saímos todas as manhãs para ir às compras, comprar os produtos frescos do dia. Hoje temos o hábito de comprar grandes quantidades para o mês todo e congelar. Antigamente não, comprava- se o que seria servido nesse dia e amanhã era outro dia. Íamos à mercearia, onde existia a fila para o leite fresco, ainda em garrafas de plástico com a abertura em alumínio, a manteiga embrulhada em papel vegetal, ao cujo qual o sabor ainda não consegui sentir igual nos produtos de hoje... A seguir, a padaria, onde encontrávamos o pão fresco. Ainda íamos no fundo da rua e já sentíamos o cheiro de pão acabado de fazer. Isto era um hábito de todos que ali viviam e penso hoje que isto seria um pretexto para as pessoas se encontrarem e conviverem diariamente. Havia um “Bom dia, Como está?” Mesmo para quem só conhecíamos de vista. Uma coisa interessante, era também, a preocupação de estar “ bem apresentado”, ninguém saia de chinelos ou de fato de treino. Havia um cuidado com a imagem e com a apresentação em público. Eu gostava principalmente do perfume da minha querida madrinha, que era guardado num frasco com uma borrachinha ligada ao frasco por um tubo, e ao apertarmos a borrachinha saiam uns borrifos de perfume. A loja “Sinfonia” que, ainda hoje persiste, era onde haviam cassetes, vinis e todas as formas possíveis de vender música de todo o mundo... l

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SAUDE

As doenças cardiovasculares por Patrícia Gomes patriciaisabelgomes@gmail.com

doenças cardiovasculares estão na ordem do dia e u As todos já ouvimos falar delas e dos seus factores de risco,

A Dra Patrícia Gomes tem 33 anos é licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e encontra-se em formação na especialidade de Medicina Interna.

O que é um AVC? Como o nome indica, o AVC é resultante de um acidente na estrutura vascular do cérebro. É causado por uma interrupção prolongada do fornecimento de oxigénio e nutrientes uma parte do cérebro, quer seja devida a uma interrupção do fluxo de sangue numa artéria ou num pequeno vaso arterial do cérebro, condicionando um AVC isquémico, quer seja devida a uma ruptura de um vaso sanguíneo, causando hemorragia dentro do cérebro, nesse caso denominado AVC hemorrágico, que é relativamente menos comum. O mais comum AVC isquémico é causado quer por um coágulo que se forma no próprio vaso afectado ou num outro local do corpo, quer por roptura ou embolização de uma placa aterioesclerotica que se torna instável. Pode, igualmente, ocorrer uma oclusão transitória de um vaso cerebral (denominado acidente isquémico transitório ou AIT). Clinicamente, um AIT apresenta sintomas típicos de um AVC, os quais desaparecem em curto espaço de tempo e de forma espontânea. Os factores de risco do AVC. São factores de risco de AVC a hipertensão arterial, a desregulação dos níveis de colesterol, a Diabetes Mellitus e tudo o que possa causar agressão aos vasos sanguíneos, nomeadamente o stress oxidativo, os estados mantidos de inflamação que são desencadeados em resposta ao stress e ao tabagismo A obesidade e o sedentarismo constituem, igualmente, factores de risco para doença cardiovascular, uma vez que condicionam muitos dos restantes factores de risco. Outras patologias que agravam o risco de AVC são as que condicionam a formação exagerada de coágulos em circulação, como a Fibrilhação Auricular e a Trombose Venosa Profunda, uma vez que os coágulos formados podem encravar numa qualquer artéria cerebral. A elevada viscosidade sanguínea agravada, pela desidratação, também eleva o risco de

sendo a intervenção médica neste domínio temática de inúmeros congressos médicos a nível mundial. A razão é simples: apesar do muito que se tem dito e feito, a doença cardiovascular continua a ser a maior causa de morte em Portugal e na Europa. Mas de que estamos mesmo a falar quando nos referimos a doença cardiovascular? Estamos a falar de doenças do coração e dos vasos sanguíneos, sendo destas doenças a que mais mata em Portugal o Acidente Vascular Cerebral (também conhecido pela sigla AVC, por trombose ou por enfarte cerebral), a qual constitui fonte de grande incapacidade e sofrimento para os que a ela sobrevivem.

AVC. Por outro lado, alguns fármacos usados na prevenção de coágulos agravam o risco de eventos hemorrágico, incluindo o AVC hemorrágico. Há, ainda, outros dois factores de risco que não conseguimos controlar: a idade e o género. O género masculino é mais frequente e precocemente afectado por esta doença que o feminino, pois as hormonas femininas conferem protecção vascular às mulheres, protecção essa que se perde após a menopausa que provoca uma diminuição das hormonas protectoras. Com o avançar da idade (nos dois géneros), os vasos sanguíneos vão perdendo elasticidade, sendo alvo de danos condicionados pelo stress oxidativo inerente aos próprios processo que mantém a vida e desenvolvendo mais placas ateroscleroticas. Os sintomas mais comuns de um AVC. Os sintomas mais comuns de um AVC são: a perda de força de uma parte do corpo (que pode ser, apenas, de um braço ou de uma perna ou de toda uma metade do corpo, acompanhada, ou não, de formigueiros), a assimetria, recentemente notada, da face (como um canto da boca descaído), o desequilíbrio da marcha, súbito e mantido, a fala incompreensível, de um momento para o outro, e a alteração súbita do estado de consciência, que pode ir desde a confusão mental até á incapacidade de reagir a estímulos. O que fazer, em caso de um AVC Se detectar alguém com qualquer um dos sintomas de AVC acima referidos, ligue, de imediato e sem demora, para a linha de Emergência Médica 112. Mesmo na dúvida, há que ter em conta que, nesta situação, o tempo conta. A prioridade é fazer chegar o doente, quanto antes, a uma Urgência, se possível central. As consequências de um AVC. A gravidade do AVC é condicionada pela quantidade e localização do tecido cerebral que entra em sofrimento por falta de oxigénio e de nutrientes e pela possibilidade, ou não, de restabelecer a circulação sanguínea, em tempo

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Lembre-se: Em caso de AVC, o tempo de actuação é crucial. oportuno, no segmento afectado. Quanto maior for a quantidade de células cerebrais lesadas maior será o risco de outras complicações, como o edema e a possibilidade de hemorragias secundárias, que agravam a lesão. Igualmente, a quantidade e a localização das células cerebrais danificadas vão condicionar as manifestações clínicas e as consequências a curto e longo prazo, que podem incluir vários graus de alteração da função cerebral, afectando o movimento, a fala, a compreensão ou, inclusivamente, funções vitais das quais pode resultar a morte. A recuperação a longo prazo é, igualmente, influenciada pela quantidade e localização do tecido cerebral lesado, pela gravidade das sequelas apresentadas e, também, pela plasticidade cerebral, que consiste na capacidade de o cérebro utilizar áreas adjacentes para retomar as funções perdidas. Esta capacidade é muito variável de pessoa para pessoa, pelo que os programas de reabilitação devem ser adaptado a cada caso. A capacidade de resiliência da pessoa é, também, um factor preponderante da recuperação e a motivação e o empenho do doente na sua própria recuperação condicionam, em muito, os resultados. As reacções emocionais de revolta e de depressão são comuns e, até, normais mas devem ser igualmente alvo terapêutico por parte das equipas multidisciplinares que acompanham o doente pois elas influem negativamente na capacidade de empenho do doente no processo de recuperação É importante recordar três aspectos, pois eles podem fazer a diferença entre a vida e a morte: fala, face e movimento. Basta uma alteração, óbvia e brusca, em qualquer uma destas funções sem outra causa aparente para suspeitar de um AVC e ligar, sem demora, para o 112. l


IGREJA Cáritas Diocesana de Lisboa disponível para apoiar os refugiados

A Paróquia de S. João de Deus sítio onde hoje se encontra a Igreja de São u No João de Deus, foi outrora,

uma vacaria erguida por João do Outeiro. Era um espaço riscado pela Estrada das Amoreiras e Rua Alves Torgo e entremeadas de outros caminhos estreitos. Algo difícil de se imaginar hoje. Naquele lugar, hoje Praça de Londres, haveria de se implantar o maior redil de almas deLisboa. Com os crescimento de Lisboa ao norte de Arroios, no início dos anos 50 foi necessário estabelecer novas paróquias. Só em Arroios, no censo de 1950, contava com 70 966 almas. O Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, decretou a constituição de novas paróquias: Santa Joana Princesa, Santa Tereza, hoje Doze apóstolos, Santo Anjo de Portugal, São João Evangelista e São João de Deus, entre outras. Construída sem sacrifícios dos paroquianos, o dinheiro veio, em parte substancial, da indemnização do Estado pela demolição da Igreja de Nossa Senhora do Socorro, no Martim Moniz. António Lino foi o arquitecto escolhido para levar o projecto adiante. Através de seus traços, António Lino aliou a modernidade com o recolhimento, a beleza com a sobriedade, o monumental com o funcional. Ainda rodeou a obra com nomes que hoje são famosos na historia recente de Lisboa e Portugal. Nomes como do engenheiro Gonçalo Leopoldo da Mota, os escultores Leopoldo de Almeida e Soares Branco, o ceramista Jorge Barradas e o pintor Domingos Rebelo. Na época da construção, António Lino explicou o seu desejo de aproximar os fiéis do altar, vencendo a afastamento obrigatório que existia em relação à assembléia, circunstância que só foi

alterada uma década depois com o Concílio Vaticano II. Em 8 de Março de 1953, na Av. de Roma, Praça de Londres, com a bênção do Cardeal Cerejeira, nascia uma “paróquia gigante”. O Restauro A sequência de imagens ilustra as últimas obras de restauro a que a nossa igreja foi sujeita, no ano 2000. As comemorações do Jubileu do Ano 2000 puderam assim encontrar a igreja com o exterior e interior com um aspecto completamente renovado. l

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O presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa garantiu ao Jornal VOZ DA VERDADE que a instituição “está disponível para tudo o que for necessário no apoio aos refugiados”. “Independentemente de pertencermos à Plataforma de Apoio aos Refugiados, estamos disponíveis para apoiar ao nível da alimentação, medicamentos – fruto de um protocolo que vamos fazer com a Ordem do Farmacêuticos – e estamos na disposição de contactar professores de Português que possam dar aulas de língua portuguesa que favoreça a integração destas pessoas”, revelou o presidente da instituição, José Frias Gomes. Entretanto, a Cáritas Portuguesa revelou que vai canalizar parte da verba da campanha de Natal para o acolhimento de refugiados sírios. “A Cáritas, em Portugal, não regateará esforços no seu contributo para esta imperativa missão. Neste momento, analisa que recursos humanos, logísticos e financeiros próprios poderá afetar para minorar este indigno e revoltante flagelo. Anuncia, desde já, que parte do valor angariado através da Operação 10 Milhões de Estrelas – um gesto pela paz, realizada, anualmente, no tempo de Natal – será canalizada para esta causa”, refere um comunicado do presidente da instituição, Eugénio Fonseca, sublinhando que a Cáritas Portuguesa “não se fechará a quaisquer outras iniciativas que possam surgir para socorrer os nossos irmãos que estão a ser chacinados pela loucura dos seus governantes e pela indiferença de uma boa parte da humanidade”.


TECNOLOGIA

Dicas para a 3ª idade por António Dias

Olá, caros leitores e queridos vizinhos. Nesta crónica irei dar-vos conhecimentos básicos de informática com o objetivo de vos ajudar a manter uma boa relação com os vossos equipamentos, tentando poupar-vos tempo, dinheiro e espero, muita paciência. As informações que vou transmitir, podem, à partida, parecerem contra as lojas de informática, mas não será tanto assim. O que viso, na qualidade de técnico, é manter os utilizadores informados e satisfeitos, em relação a este complicado universo tecnológico. edição vou focar apenas dois cuidados uNesta que devem ser permanentes e desde já praticados, e uma informação muito importante.

1) Nunca usar computadores portáteis, sejam pequenos ou grandes, em cima de fibras (plásticos moles, toalhas, calças, lençóis, naperons, panos, etc.). Porquê? Os computadores dispõem de um sistema de ventilação que refrigera partes criticas do sistema e que é um aspirador constante de partículas e pequenas fibras. Ao colocar o computador nessas superfícies obstruí-se entradas de ar, impedindo a entrada de ar mais fresco, e as saídas de ar, concentrando o ar quente dentro do equipamento. Essa obstrução impede naturalmente, o arrefecimento interior, levando a falhas e avarias graves. Essas avarias ocorrem por vários motivos, desde aceleração de oxidações, a dilatação

ou quebra de plásticos, ressequir de massas térmicas e dessoldadura de componentes. Então? Os computadores portáteis devem funcionar sempre em superfícies lisas, planas e limpas (Mesas, tabuleiros, painéis rígidos). Se necessitar de o usar na sala, onde vê TV, adquira um tabuleiro de refeição com apoios altos, de forma a ficar ergonómicamente acessível. A mesma solução pode ser aplicada se pretender usar na cama. Outra solução é uma mesa de corte de cozinha (placas em acrílico ou madeira). O que nunca deve usar são as bases ventiladas, mas se tiver uma, não ligue o ventilador. A única coisa que essas bases fazem é arrefecer a caixa inferior do portátil, obstruindo as saídas do ventilador pelo efeito de pressão atmosférica e aumentando ainda mais, a quantidade de pós e fibras acumuladas no interior do computador.

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2) Outro cuidado importante a ter, é nunca instalar/usar programas descarregados pela Internet ou obtidos por ligações em mensagens ou emails, sem que se tenha a certeza da sua legitimidade. Porquê? Todos os programas pirateados ou sites cuja informação é pirateada, instalam vírus, trojans e outro malware no computador. Programas descarregados de sites que se dizem gratuitos, contêm adware de publicidade e compras on-line e transmitem informações suas para os autores desses programas (Facebook (jogos e aplicações), Televisões e filmatecas on-line e a maioria dos sítios de downloads (transferências) de musicas e vídeos) Então? Recusar sempre essas ofertas, descarregar apenas programas dos sites dos fabricantes, procurar e usar programas equivalentes disponibilizados em Open Source (código aberto).


3) Todo e qualquer equipamento eletrónico, mecânico ou eletromecânico, requer manutenção periódica. Uns mais que outros, dependendo do tipo de equipamento, grau de desgaste e utilização e condições de operação. Os computadores em geral, portáteis em particular, requerem que essa manutenção seja anual ou no limite, bi-anual. Porquê? Por serem equipamentos com muita circulação de ar, para arrefecimento, estão sujeitos a micro-condensações de água, em alguns pontos do sistema. Essas micro-condensações, só por si, oxidam e corroem partes metálicas e quando juntas a pó, o qual é constantemente aspirado pelo sistema de ventilação, criase uma pasta, potencial e eletricamente condutora, que pode causar curto-circuitos e por consequência, avarias, as quais podem ser graves. Então, o que fazer? Em garantia, os equipamentos apenas podem/ devem ser assistidos pelos Fabricantes ou seus representantes locais. Fora da garantia, qualquer Empresa de serviços idónea pode prestar assistência ao seu equipamento. Proceder a uma manutenção programada, efetuada por uma empresa consciente e honesta, vai causar o desaparecimento de 95% de possibilidades de avaria nos computadores. Este procedimento não se confina apenas à

ação de limpeza/aspiração do equipamento. Implica a sua total desmontagem, lavagem das peças mais sensíveis com químicos apropriados que removem oxidações e lixos, limpeza do sistema de refrigeração e também, mudança de pastas térmicas, as quais têm uma duração média de 1 ano.

vantagens dos programas ilegalmente instalados, alternativas Open Source a suites (conjuntos) de programas de produtividade (Microsoft Office) e sobre os Anti-vírus (O que fazem de facto, como funcionam e escolheremos alguns recomendados por nós).

Numa manutenção completa e consoante os procedimentos de cada empresa, pode abranger-se a manutenção do sistema operativos e alguns programas, instalados no computador. Antes de solicitar a intervenção de técnicos, no seu computador e sendo possível, proceda à cópia de todo o conteúdo (dados e documentos, imagens, etc), nele gravado, salvaguarde passwords de acesso a aplicações e sítios de Internet e elimine toda a informação residente nos “Browsers” (Internet Explorer, Google, Mozilla Firefox, Safari, Etc. Se utilizar o Microsoft Outlook, não se esqueça de exportar contactos e salvaguardar o ficheiro de pastas do Outlook. Caso isto lhe pareça complicado, solicite o serviço de cópia/restauração na Empresa assistente. Se possuir muita informação sensível no disco rígido e considerar que não é necessária a manutenção de Sistema Operativo e Programas, pode solicitar a remoção do disco e levá-lo consigo. Na próxima edição, focaremos as (des)

Bem hajam e até breve. l

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MOBILIDADE

Energia e estacionamentos O Paradigma do ovo e da galinha. por Pedro Gaspar

dilema… u OEsteeterno modelo padrão é usado para ilustrar

circunstâncias em que há dois factores que interagem entre si, não sendo claro qual deles é prioritário. É o caso de saber qual deveria aparecer primeiro: se uma “massa crítica” de Veículos Elétricos, que justifique o posterior aparecimento de uma rede para abastecer de energia esse veículos ou se deve aparecer primeiro essa rede, com vista a fomentar uma forte opção por aquele meio de transporte, muito mais económico em termos de custos associados à energia consumida, importada, não esquecendo a redução drástica da poluição atmosférica direta, bem como, não menos importante, da sonora. Decisões ao nível comunitário levaram o nosso País, tal como os outros membros da UE, a optar pela segunda via, isto é, pela implementação de uma Rede de Mobilidade Elétrica, que permitisse

aos proprietários desses veículos disporem de ponto de acesso público onde os carregar. Notese que a autonomia destes veículos ronda os 60 a 90 km, contra os tradicionais 500 a 800 km dos veículos tradicionais a combustíveis fósseis, o que exige, para aqueles veículos, formas de os carregar na via pública Destes postos de carregamento, previstos para um total de 1350, esta zona de Lisboa foi contemplada com quase uma dezena, estrategicamente localizados e com um grau já razoável de utilização. Mas, como é apanágio de alguns dos naturais deste “País á beira-mar plantado”, esses locais de carregamento são sistematicamente desrespeitados, quer por alguns dos legítimos utilizadores dos mesmos quer por alguns dos proprietários de veículos não elétricos. Os primeiros não respeitam, por vezes, os locais disponibilizados, ocupando dois ou mesmo mais espaços de estacionamento a esse fim exclusivamente reservados. Os segundos não respeitam esses locais por alegada ausência de utentes potenciais, por “desconhecimento” do destino reservado a tais locais (apesar de devidamente assinalados) ou mesmo pelo clássico desrespeito por toda e qualquer proibição de não estacionamento em qualquer local. Para além do respeito pela legalidade que deve (ou deveria?) ser inerente à cidadania, há que não esquecer a génese deste vultoso investimento, que todos estamos a pagar, pois a EU decidiu não comparticipar nestes investimentos: incentivar a utilização dos veículos elétricos, com a redução da poluição atmosférica, nomeadamente a de CO2, não esquecendo a forte atenuação dos níveis de ruído citadino. A informação de que “pode carregar o seu veículo

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elétrico numa simples tomada doméstica” é, em regra, uma afirmação incorreta. Deixo aqui uma questão “engarrafada” e “ingénua”: para quando a implementação efetiva das regras de cobrança da energia usada no carregamento nos postos instalados na via pública…? l

DICAS

DE SEGURANÇA Alvalade e Avenidas Novas são as freguesias de Lisboa com mais atropelamentos registados. Antes de atravessar, olhar à esquerda, à direita e de novo à esquerda e procurar o olhar do condutor, se houver veículos estacionados, avançar até ao limite exterior dos carros para se tornar visível. Número de atropelamentos


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ÚLTIMAS NOVOS QUIOSQUES CC ALVALADE Cachorro Vadio e Waffley

PISCINAS DO CAMPO GRANDE 11 Meses de obras

O espaço abriu totalmente renovado no final de 2013 e trouxe alguns restaurantes já conhecidos da cidade, como o h3, o Portela Cafés e o Soup Company, e também algumas novidades, como o caso da Mercantina. No Final de Julho abriu o Waffley com uma oferta variada de Waffles. Salgados e muito versátil numa opção de doces, onde se pode provar waffles numa espécie de sandes com queijo e fiambre, frango e atum. Em Agosto abriu o Cachorro Vadio, com cachorros quentes bastante originais. Arrancou em 2014 este projecto e abrem agora em Alvalade com a promessa de mais novidades em breve

As obras para a requalificação das piscinas do Campo Grande tiveram início na última semana de Agosto, 4 anos depois do que tinha sido inicialmente previsto. O projecto conta com um investimento de 8,5 milhões de euros e esteve a ser consecutivamente protelado devido a um atraso na negociação que teve a ver com o estacionamento. Foi acrescentado, ao projecto inicial, uma zona de parqueamento associada à piscina, que não existia anteriormente. Havia a hipótese de construir um parque subterrâneo e outro à superfície, mas a solução escolhida acabou por ser outra, as instalações vão ser servidas por 185 lugares de estacionamento à superfície divididos entre um espaço em frente à Biblioteca Nacional e outro na lateral oposta do jardim. Note-se que o equipamento foi encerrado compulsivamente no ano de 2006 por se encontrar totalmente degradado. No inicio de 1960, Francisco Keil do Amaral, projectou as piscinas e o Jardim do Campo Grande. As obras deverão demorar cerca de 11 meses, de forma a abrirem atempadamente no Verão de 2016.

OPEN NIGHT: 19 e 20 de Setembro Este fim de semana, dia 19 e 20 de setembro, integrado na Semana da Mobilidade, vão haver várias actividades em vários locais da Freguesia do Areeiro.

O FLAGELO DOS ATROPELAMENTOS EM ALVALADE 237 em 3 anos Alvalade, Avenidas Novas, Arroios e Benfica registaram, entre 2010 e 2013, um elevadíssimo número de atropelamentos em comparação às outras freguesias, representando um terço do total de acidentes em Lisboa. Durante estes 3 anos, em Lisboa, os acidentes fizeram 2746 vítimas, das quais, 2539 feridos ligeiros, 180 feridos graves e 27 mortos, ou seja, uma média de 60 vítimas por mês. Em 2013, um em cada 10 idosos teve ferimentos graves ou mortais, devido a atropelamentos, enquanto este tipo de ferimentos teve um peso menor nos adultos (7%) e nos jovens (6%). Grande parte dos atropelamentos aconteceu em passadeiras e com o sinal verde para os peões e cerca de 25% em Zebras, passadeiras sem semáforos. Foi entre os 20 e os 24 anos que houve mais ocorrências, logo a seguir surge a faixa etária dos 15 aos 19 anos e dos 75 aos 79. Nomeadamente as vitimas são sobretudo mulheres. Os idosos, que representam quase 30% do total das vítimas, merecem destaque para a equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal.

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