TCC-II ARQ/URB PUC-GO
RAUL MOURA CAMPOS 2022
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS (PUC-GO)
ESCOLA POLITÉCNICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II CORPOS (GOIÂNIA-GO)
AUTOR: RAUL MOURA CAMPOS
ORIENTADOR: DR. PEDRO MÁXIMO GOIÂNIA-GO 2022
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Para todos que fazem dessa jornada não somente minha...
SUMÁRIO Temática / Tema Introdução 7 6 Urbanismo Ecológico12 Goiânia - GO 14 Região Oeste 18 Ribeirão Anicuns 20 Região Entre Eixos 28 Mapas Diagnóstico34 Cultivar Conectar Conservar Mapa Síntese Recortes Considerações Finais Referências 48 52 56 60 62 80 81
TEMÁTICA / TEMA
PAISAGEM URBANA
A compreensão sobre paisagem urbana vem se resignificando com o desenvolvimento urbano e econômico dos aglomerados contemporâneos, compreender a dinâmica urbana a partir de sua paisagem em seu sentido mais amplo que se considera não apenas o espaço natural como constituinte desse conceito, mas também as próprias dinâmicas urbanas, sociais, históricas, econômicas e também ambientais como agentes da paisagem urbana se ve cada vez mais necessário.
INTRODUÇÃO
Localizada no cerrado brasileiro, também conhecido como berço das águas, Goiânia-GO representa um importante centro político econômico do Brasil. Seu processo de expansão remonta uma história ainda recente, todavia efusiva.
Com cerca de 1,5 milhão de habitantes (IBGE, 2021), Goiânia assim como sua população, possui uma grande malha urbana espraiada que se apresenta como palco para as diversas dinâmicas sociais, espaciais, econômicas e ambientais que orbitam seu território. Essas relações que correm pelo tecido da cidade, constituem a paisagem da capital.
Compreender essa gama de fatores que compõe a cidade nos desafia a entender como os corpos humanos, hídricos, materiais e imateriais se mostram implicados no coabitar da cidade. Essa realidade se faz cada vez mais importante e urgente no diálogo com a espacialidade habitada e a múltipla dimensão na teia urbana do conviver social.
Perceber os corpos que circulam nesse complexo sistema urbano, notar as relações estabelecidas e rompidas dentro de suas territorialidades, bem como traduzir proposições que venham estruturar essa rede de conexões inevitáveis é a premissa desse trabalho.
As primeiras proposições referentes à paisagem urbana estavam pautadas em uma dinâmica de análise romântica do espaço urbanizado, observando o espaço “natural” como um refugo em meio ao caos da dinâmica urbana, desse modo as cidades acabaram por não encarar o emaranhado de conexões inevitável entre esses dois polos tidos como antagônicos. Esse ambiente de disputas culmina assim como as águas que sustentam nossas vidas em meio aos centros urbanos nos íngremes fundos de vale.
Desse modo é preciso encarar essas complexas relações que permeiam o espaço urbano como tais, visto que essas são causa e consequência da nossa forma de construção das dinâmicas urbanas e relação com o meio.
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“tudo o que tem existência física e extensão no espaço; matéria, substância.”
cor.po (s)
Adaptado de: Google, 2021.
Dicionário Oxford Languages.
Entender como nos relacionamos com a espacialidade, nos auxilia a ler essa teia de relações que criamos com a paisagem.
A análise crítica, se vê cada vez mais urgente e evidente com os mais recentes desastres no planeta e em nosso país.
relação urbana e ecológica em nossa morada e a urgência de mudanças, o que cabe a nós ?
Mudar.
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Bahia, Brasil. Foto: Isaac Nóbrega
Foto: Andrey Luz
Foto: Ricardo Moraes
Foto: João Paulo Guimarães
São Paulo, Brasil. Rio de Janeiro, Brasil.
Maranhão, Brasil.
Projeto Symbiosis, Amazônia, Brasil. Vista essa complexa
Vítimas da ação humana depredadora e do descaso do poder público, os corpos hídricos de Goiânia-GO vem sofrendo há anos os resultados do acelerado processo de deterioração do seu ecossistema, fenomeno intensificado à cada década de consolidação da metópole. Erosão das margens dos córregos, supressão da mata ciliar e o assoreamento são alguns dos problemas causados pela ocupação desordenada da cidade e que podem levar à destruição dos cursos d’água, além de ameaçar os próprios moradores das áreas ribeirinhas.
Também prejudicados pelo descaso do poder público e da voracidade do capital imobiliário nos leitos dos córregos e ribeirões está contida a população mais pobre de Goiânia, essa sujeita à todas as mazelas sociais e dinâmicas da segregação sócio espacial. As margens do Ribeirão Anicuns percebe-se nitidamente a confluência dessas mazelas ambientais e sociais compartilhando o mesmo espaço geográfico, apresentando carência de uma articulação social e a ausência de políticas urbanas capazes de dar respostas as demandas dessa população.
Apresentam-se portanto essas duas realidades desassistidas do poder público e vistas como antagônicas pelas leituras tradicionais do espaço urbano, mas que se apresentam numa relação de auxílio e sobrevivência, uma vez que um corpo busca abrigo no outro. Todavia, a necessidade de respostas que possam dialogar de forma hamônica e sistêmica com essas complexas dinâmicas para atender essa somatória de realidades se vê cada vez mais urgente.
Esse trabalho busca diante dessa situação posta realizar uma leitura urbana afim de perceber conexões e resoluções que possam dar atenção à esse cenário ambiental, social, econômico por fim urbano.
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Rio de Janeiro, Brasil.
Foto: MPRJ, Adaptado pelo autor.
São Paulo, Brasil.
Foto: Fernando Freitas, Adaptado pelo autor.
URBANISMO ECOLÓGICO
Como vertente norteadora e auxiliar para o desenvolvimento de uma alternativa à problemática está o Urbanismo Ecológico, linha de debate e análise urbana que busca dar respostas possíveis e adequadas às realidades postas.
Segundo Mohsen Mostafavi, o Urbanismo Ecológico visa compreender as fragilidades do planeta e seus recursos como oportunidades para inovar além da técnica e das soluções convencionais, mas imaginar um urbanismo que requer sensibilidade e que tenha a capacidade de incorporar e acomodar os inevitáveis conflitos entre a ecologia e o urbanismo.
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Ponte la Francia, Medellín, Colombia.
Yanghwa Han Riverfront Park, Seoul, Coréia do Sul.
Get Sunflowered, Victoria’s Latrobe Valley, Austrália.
Red Ribbon Park, Qinhuangdao, China.
Goiânia-GO
Goiânia, em sua concepção além materializar a substituição da capital do estado de Goiás, também é fruto da iniciativa de interiorização nacional proposta no governo Vargas. A partir de sua construção, o crescimento populacional passou a ser constante na região, impulsionado principalmente pelos novos habitantes e a força de trabalho mobilizada para tal feito.
Ainda que planejada, o crescimento populacional da cidade ocorreu de forma explosiva e descontrolada, muito motivado por seu grau de influência político-econômico na região.
Nesta cidade, a voraz expansão da malha urbana é uma tônica constante, o que proporciona uma formação citadina desarticulada e espraiada, na qual o espaço habitado materializa as dinâmicas socioespaciais segregadoras desenvolvidas no espaço urbano (CORRÊA, 1995).
Fruto desse inchaço populacional e o crescimento constante da malha urbana as regiões de fundo de vale logo foram ocupadas como refúgio e modo de sobrevivência dessa população que assim como os corpos hídricos foram jogados para um segundo plano.
A expansão urbana de Goiânia está em suma ligada a dois fenômenos, primeiro o crescimento demográfico, que se inicia com a construção da cidade (1933), confirmado pela atração de um fluxo migrató-
rio e o intenso êxodo rural registrado nas primeiras décadas após sua fundação.
Em 1950, a população do município já havia superado a quantidade de habitantes prevista pelo plano urbano inicial desenvolvido por Attílio Correa Lima, passando por um aumento vertiginoso entre as décadas de 1950 e 1980, fortemente associado a criação da capital federal Brasília e o contínuo processo de transição campo-cidade
O segundo fato de expressiva infl uência na expansão do município se trata do processo de metropolização já reconhecido em sua incipiência na década de 1980, que devido a intensa modernização dos meios de produção e pela intensificação das relações socioeconômicas entre municípios vizinhos recém emancipados, Goiânia se torna a capital econômica, política e administrativa dessa denominada Região Metropolitana de Goiânia (RMG), assim instituída no ano de 1999.
Crescimento Populacional em Goiânia ‐ GO (1940‐2020)
Região
14 15
anopopulação 194048.166 195053.389 1970151.013 1980380.773 1991717.519 2000922.222 20071.244.645 20101.302.001 20141.412.364 20201.536.097 48.166 53.389 151.013 380.773 717.519 922.222 1.244.645 1.302.001 1.412.364 1.536.097 ‐200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 1.600.000 1.800.000
1940195019701980199120002007201020142020
1933 a 1939 1939 a 1959 1972 a 1979 1959 a 1972 1979 a 1983 1983 a 2015
Metropolitana
Goiânia (RMG)
Populacional Goiânia-GO
de
Crescimento
(1940-2020) hab/ano
Fonte: IBGE, 2021.
Adaptado de: IBGE, 2021.
Adaptado de: IBGE, 2021.
Adaptado de: Nascimento, 2015.
Adaptado de: Lima, 2013.
Esse crescimento demográfico e o dinamismo metropolitano de Goiânia são fatores que potencializaram a expansão da malha urbana. O processo de crescimento extensivo tem ocorrido de forma dispersa e por vezes fragmentada. Nas últimas décadas, na incorporação de terras à área urbana, distingue-se entre outras a formação de distintos assentamentos urbanos criados dentro dos limites município, sendo segregados entre si e desmembrados da centralidade urbana, dispostos ao longo do sistema rodoviário que integra as cidades da RMG.
O crescimento espraiado da mancha urbana é típico da organização moderna do espaço capitalista (REIS, 2015), pois possibilita a manutenção das engrenagens básicas para o funcionamento da cidade como mercadoria. Sendo que esses espaços desmembrados, porém ainda dentro do contexto urbano, privilegiam os interesses dos grupos de alto poder econômico, sejam os detentores dos meios de produção que encontram nessas áreas um baixo custo para a implantação industrial e toda sua cadeia de necessidades, ou os incorporadores imobiliários que veem na expansão a valorização capital do solo urbano (CORRÊA, 1995).
Em uma análise morfológica da expansão urbana da capital, até a década de 1980 essa se encontrava predominantemente direcionada para a região Sul do município, movimento que culminou na conurbação entre Goiânia e Aparecida de Goiânia.
A partir da década de 1990, outros vetores de crescimento começaram a se destacar
dentro do desenho urbano do município. O crescimento direcionado à região Leste se potencializou e possui grande influência da BR-153 e da GO-020, com a implantação de grandes equipamentos (estádio, autódromo, Shopping, hipermercado, Paço Municipal, etc). Nesta direção, encontram-se conjuntos de edifícios verticalizados (característicos do adensamento intensivo que marca os limites da área junto a BR) e a ocorrência dos condomínios fechados de alto padrão –ambas conformações da ocupação urbana demonstram ser esta uma região predominantemente destinada as camadas mais abastadas economicamente do município.
Na parcela Oeste, fruto da mais recente expansão percebe-se uma ocupação de adensamento básico majoritariamente horizontal, que retrata a configuração dispersa da mancha urbana demarcada pela presença de vazios intersticiais entre aglomerados. Esse recorte territorial do município representa a espacialização das dinâmicas entre municípios metropolitanos, e como é construído o espaço urbano, coordenado pelos interesses econômicos por meio do espraiamento urbano e adesão de áreas rurais com a premissa de sanar as demandas habitacionais, que poderiam ser supridas pelos vazios urbanos existentes dentro da malha já consolidada.
Fruto dessa organização desarticulada e espraiada do município, o fenômeno da segregação urbana surge como uma tônica cada vez mais intensa. Todavia, existem peculiaridades nessa segregação urbana, podendo ocor-
rer de duas distintas maneiras que remetem à camadas opostas do extrato social. A primeira maneira se trata da segregação facultativa, em que aglomerados urbanos são formados, habitados e frequentados por aqueles que buscam fugir do espaço urbano adensado, à procura de locais munidos de amenidades territoriais, segurança e conforto, essas áreas são claramente configurados pelos condomínios de alto padrão geograficamente periféricos.
Já a outra forma de segregação se trata da imposta. Nessa situação, seus habitantes são obrigados a ocupar regiões periféricas, que ao contrário das regiões segregadas facultativas, não possuem amenidades na-
turais ou construídas tratando-se de áreas isoladas e com precariedades urbanísticas. Nessas regiões, não é raro, se encontrarem os conjuntos habitacionais destinados a atender à camada social desfavorecida que não possui poderio econômico e político. Sendo essa tipificação parte de uma estratégia urbana gerida pelos grupos detentores de poder econômico (MORAES, 2003).
Essa dinâmica das segregações possuem um aspecto em comum, que se trata da criação de áreas homogêneas socialmente, impedindo a existência de um espaço urbano diverso que compreenda todas as esferas e perfis sociais.
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Fonte: Nascimento, 2015.
Região Oeste
Dentre as áreas de crescimento urbano goianiense, a região Oeste, entre as rodovias GO-462 e GO-040, destaca-se no seu intenso processo de expansão urbana a partir da década de 2000.
O avanço da malha urbana direcionado à região Oeste possui aspectos recorrentes ao estudo urbanístico, uma clara característica observada na expansão para a região em questão se trata do crescimento linear da cidade, que segundo Panerai (2006) se trata de uma forma de expansão apoiada em linhas de crescimento, sejam essas naturais (rios, cordilheiras, vales) ou artificiais (estradas, ferrovias, rodovias), essas segundo o autor possuem o papel de impulsionar, direcionar e ordenar o desenvolvimento urbano.
No caso da região urbana objeto destas reflexões, nota-se o direcionamento da expansão e a formação urbana alinhada ao sistema rodoviário de maior influência hierárquica, as vias estaduais e federais, que permitem a articulação viária intra e extraregional. Dessa maneira, pode-se reconhecer uma morfologia de crescimento tentacular, uma vez que as rodovias acabam por funcionar como tentáculos da centralidade consolidada ( JAPIASSÚ e LINS, 2014).
Essa estrutura da rede rodoviária dá suporte ao espraiamento urbano, visto que as glebas lindeiras as rodovias são beneficiadas pelas vantagens da conexão viária e facilidades de deslocamento, mas proporcionam também grandes vazios entre os “tentáculos” do município. Ainda assim, essa característica da extensão urbana tem sido acompanhada pelo processo de segregação socioespacial
que tende a empurrar cada vez mais às franjas da cidade os dispersos assentamentos urbanos de status ou populares. A dinâmica imobiliária em sua lógica, leva à aproximação dos iguais, formando-se tantas vezes longas sequencias de parcelamentos de uma mesma faixa de renda numa mesma vizinhança.
Outro aspecto que requer consideração se trata da dinâmica metropolitana entre cidades que também repercute na formação dos espaços urbanos. Villaça (2001) discute a relação entre núcleos urbanos vizinhos e o eminente processo de conexão dos mesmos a partir da metropolização e, por fim, culminando na conurbação.
Crescimento urbano de Goiânia (1984 a 2011)
Verifica-se essa tensão nas linhas de crescimento direcionadas à Oeste potencializada pelas fortes relações socioeconômicas entre os municípios vizinhos e Goiânia. O grau de influência e conexão intermunicipal tem impulsionado a expansão urbana dos município vizinhos no sentido à capital, ampliando a área do tecido urbano cada vez mais periférico e com graus não elevados de consolidação urbanística (segundo a presença de alguma infraestrutura, a densidade construtiva e a oferta de equipamentos públicos prestadores de serviços).
Afim de constatar os vínculos sócio econômicos cada vez mais intensos dentro da RMG, ográfico de deslocamentos pendulares por motivos de trabalho ou estudo demonstra como essa relação entre Goiânia e os municípios vizinhos, principalmente na margem Oeste se trata de um aspecto de grande influência no crescimento urbano. Portanto, a
metropolização do espaço urbano em Goiânia contribui nitidamente para sua expansão urbana direcionada à Oeste a partir das dinâmicas populacionais e devido a complexa gama de fatores políticos, sociais e econômicos, que são grandes influenciadores do crescimento urbano vetorizado e espraiado da capital.
Vias de acesso
Ocupações
A metrópole pendular portanto passa a ser uma realidade cada vez mais presente no cotidiano da capital, na qual os residentes das regiões periféricas devem se deslocar exaustivamente de aglomerados desprovidos de centralidades auto-suficientes para os grandes polos centrais, concentrando assim a dinâmica econômica e social da RMG.
Centro urbano
Vias de acesso
MORFOLOGIA DA EXPANSÃO
Ocupações
Vias de acesso
Centro urbano
Ocupações
Centro urbano
Aglomerados residenciais
Centro urbano
Aglomerados residenciais
Centro urbano
Aglomerados residenciais
Centro urbano
Periferia ocupação rarefeita
Área não ocupada Vazios intersticiais
Periferia ocupação rarefeita
Centro urbano Ocupado
Ramificação da infraestrutura
Periferia ocupação rarefeita
Área não ocupada Vazios intersticiais
Área não ocupada Vazios intersticiais
Centro urbano Ocupado
Ramificação da infraestrutura
Centro urbano Ocupado
Ramificação da infraestrutura
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até 1984 1992-20002000-2011 1984-1992
ESPRAIADADIFUSATENTACULAR
Deslocamentos Pendulares RMG (2000 a 2010)
Adaptado de: Ferreira, 2013.
Fonte: Pires, 2017.
Adaptado de: Japiassú, 2014.
Ribeirão Anicuns
Nesse contexto, em segundo plano de análise está a bacia do ribeirão Anicuns, palco geográfico desses processos de expansão da capital, situada no município de Goiânia, com área aproximada de 200 km², nessa desaguam os principais cursos d’água urbanos de Goiânia-GO. Para ele afluem os principais córregos do município: Macambira, Cascavel e Botafogo, que drenam toda a área central de Goiânia e
parte das regiões oeste, sul e leste. Estima-se que 70% da população da capital esteja nesta sub-bacia do Rio Meia Ponte (CUNHA, 2000).
A bacia do ribeirão encontra-se altamente urbanizada conforme aponta o último levantamento via satélite realizado pelo MapBiomas no ano de 2020, essa alta porcentagem de ocupação urbana na bacia acarreta como consequencias uma alta taxa de impermeablização do solo que resulta nas frequentes enxentes e enchorradas registradas nos córregos tributários do Ribeirão, como no caso da marginal botafogo.
A alta ocupação antropica na bacia também ocasiona uma sensível perda na qualidade ambiental da bacia devido aos lançamentos irregulares de efluentes, o desmatamento das matas ciliares e a drenagem d’água dos córregos tributários diminuindo a vazão do ribeirão, que prejudica o próprio abastecimento hídrico da capital. Esses fenômenos não são inesperados, se tratam dos resultados de um processo de degradação e descaso tanto social quanto político principalmente. Desse modo, para pensar medidas que possam inverter esse processo de destruição, intervençoes urbanas
e políticas se mostram urgentes antes que a situação seja de uma vez por todas irreversível.
Supefícies Ribeirão Anicuns
20 21
01,5 3 6 km
01,5 3
6 km
Adaptado de: SEPLAN, 2007.
Adaptado de: MAPBIOMAS, 2021.
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AO
DO CORPO CAMINHO
CORPO PEDRA
Nas nascentes, corpos hídricos buscam por um espaço de harmonia, encontrando remanescentes de apreço e valor na perifeira.
Dentro da malha urbana, luta por sua existência e corta o tecido rígido que tentam lhe encaixar
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Foto: Raul Moura Campos.
Foto: Raul Moura Campos.
Foto: Raul Moura Campos.
Foto: Thaís Dutra
Foto: Thaís Dutra
Foto: G1, Globo.
Nas bordas da cidade, os corpos humanos buscam sobrevivência junto aos hídricos, encontrando o que se chama lar.
Na cidade formal, a ordem vigente expurga os corpos “estranhos”, que lutam por seu espaço de direito, ainda não concedido.
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Foto: Wendel da Costa e Silva.
Foto: EMATER.
Foto: Mais Goiás.
Foto: Wesley Costa.
Foto: Marina Demori.
Foto: G1, Globo.
Região Entre Eixos
Inserida no contexto da bacia do Ribeirão Anicuns está uma região fruto do mais recente processo de expansão urbana do município de Goiânia, essa está situada entre os eixos GO-060 e BR-060. Por ser esse recorte territorial fruto de uma recorrente reprodução de conjuntos habitacionais, existe uma nítida disparidade social e demanda por equipamentos de garantia de atendimento dos direitos básicos e qualidade de vida previstos pela constituição.
A região entre eixos, em Goiânia, traz em seu interior características relevantes da expansão da cidade, materializando formas espaciais decorrentes de processos sociais que se reproduzem nesta metrópole. Inquestionavelmente, o estudo desta fração ajuda a compreender questões territoriais e espaciais recorrentes em Goiânia. Sabidamente, na produção do espaço urbano, diversos processos sócio espaciais se justapõem. A análise torna-se mais acurada quando a leitura enfoca tanto as questões abrangentes que contextualizam esta dinâmica identificada no perímetro do território em estudo (e aqui realizada primeiramente considerando a escala regional metropolitana) como as específicas da fração entre eixos.
Observa-se grande influência de elementos físico-territoriais e político-econômicos que justificam o direcionamento da expansão urbana para a região em questão, sendo
esses: linhas de crescimento expressas pelas rodovias GO-060 e BR-060; a relação urbana intermunicipal, cada vez mais intensa devido a metropolização; e a homogeneização socioeconômica correlata à segregação urbana que configura uma padronização social na região.
Os eixos agem como coordenadores do crescimento da malha urbana. Esses estabelecem conexão viária entre Goiânia com as cidades vizinhas Trindade e Abadia de Goiás, integrantes da RMG, e como mencionado tencionam a expansão urbana a partir de novos parcelamentos e a ocupação construtiva às suas margens do perímetro urbano.
O crescimento tentacular apoia-se nas linhas de crescimento e na dinâmica urbana regional que impõe pressão no crescimento da cidade. Nota-se portanto o eminente movimento de conurbação entre esses polos principalmente Trindade-Goiânia,
que em um curto espaço tempo poderá se consolidar como uma única malha urbana, vide Aparecida de Goiânia-Goiânia.
Os conjuntos habitacionais também agem como fatores de impulsão e estimulo da expansão urbana, e nessa região têm extraordinário papel. Segundo Farias (2017), esse fenômeno dos conjuntos habitacionais como instrumento da expansão urbana em Goiânia direcionado à região Oeste, tem início na década de 1980 com a criação da Vila Mutirão (1986) às margens da GO-070. Essa buscava equacionar a alta demanda habitacional decorrente da explosão demográfica e a eminente metropolização do município..
ses na região “Entre eixos”, vocacionando essa como reduto de conjuntos habitacionais. O início desse processo data de 2009 com a implantação do conjunto Jardins do Cerrado (03), esse conjunto encontra-se na fronteira entre Goiânia e Trindade, cercado por grandes vácuos urbanos entre as duas malhas que já se conturbaram nas margens dos dois municípios.
Para Farias (2017) os processos de crescimento urbano nesta fração de Goiânia tem se concretizado pela implantação dos conjuntos habitacionais, sendo que esses caracterizam uma vocação dessa região, processo que acabou por isolar essa população em uma porção periférica e segregada da malha urbana da principal centralidade.
A implantação desse primeiro assentamento de interesse social inaugura nessa região uma prática recorrente em sua história, com a sucessiva implantação de parcelamentos de interesse social. Esta ação do Estado e incorporadores não é uma excepcionalidade - evidencia a estratégia imobiliária de localizar as HIS (Habitações de Interesse Social) em áreas distantes e periféricas, geograficamente.
A distribuição dos conjuntos habitacionais provenientes do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) marca uma alta incidência des-
O somatório desses fatores morfológicos e socioespaciais resulta no espraiamento da malha urbana e uma série de problemáticas para o município, como a carência de um sistema de transporte eficiente, má gestão dos diversos equipamentos públicos, grande demanda de gastos públicos para a implantação de infraestrutura adequada e o fenômeno da segregação social.
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0 3,75 7,5 15 km
Adaptado de: SEPLAN, 2021.
Fonte: Farias, 2017.
Adaptado de: Lucas, 2016.
Para Corrêa (1995), o espaço que habitamos é fruto de um conjunto de fatores que constituem a cidade capitalista, sendo esse uma justaposição hierárquica de diversos interesses. O espaço urbano é diversificado em formas de uso e ocupação do solo, porém interligado.
Esses interesses dos diversos agentes do espaço urbano (os proprietários dos meios de produção, proprietários fundiários, promotores imobiliários, o Estado e os grupos socialmente excluídos), sobre eles o autor analisa a atuação, o grau de interferência na produção do espaço e também a correlação, as alianças e interações entre esses agentes, identificando com isso as dinâmicas socioeconômicas que permeiam a construção do espaço da cidade.
Os agentes impulsionam com suas ações as dinâmicas urbanas das grandes metrópoles, sendo de grande valia identificar e compreender as características de suas ações como forma de melhor entendimento das metrópoles e suas partes constituintes.
No caso da fração urbana em estudo, percebe-se que a expansão da malha urbana é de grande interesse para os agentes urbanos que possuem poder econômico, pois esse processo possibilita maior ganho capital, seja na criação de novas áreas urbanas amplas e com baixo custo, na criação de loteamentos e parcelamentos, ou na especulação do solo. Essas ações favorecem os proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários e os promotores imobiliários. O Estado nesse quadro possui um papel mediador nas
relações urbanas, pois esse deveria assistir as demandas de todas as parcelas da sociedade, todavia verifica-se o alinhamento e aliança com os grupos economicamente influentes.
Já os grupos de baixo poder aquisitivo, que são a base dessa pirâmide social representando a maior quantidade de indivíduos, não possuem assistência das demais camadas de maneira justa. Além disso, percebe-se a utilização das demandas pelo direito à moradia e local no espaço urbano como ferramenta para a manutenção e atendimento dos interesses econômicos.
Ferreira (2014), a partir de dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) em 2010 relaciona as faixas de renda econômica com o perfil étnico dos residentes no município de Goiânia – uma investigação que revela mais elementos da realidade social desta capital e da região urbana em estudo.
Avalia-se que na região de estudo existe uma grande porcentagem de domicílios que possuem renda per capita de até ¼ (um quarto) de salário mínimo no ano de 2010, faixa considerada extremamente pobre. Outro fator de importância relevante na identificação do perfil social e não muito considerado por diversos autores, como relata Ferreira, diz respeito à questão racial. Nos gráficos, nota-se a relação diretamente proporcional entre faixa de renda e etnia, em que os locais que se configuram como os mais pobres economicamente também são aqueles que possuem maior porcentagem de população negra.
Isso revela como o espaço urbano diz respeito de um local reprodutor das dinâmicas sociais, visto que os cidadãos que passam pelo processo de exclusão espacial também são alvo de um sistema de segregação social, histórico e estrutural. Essa reprodução espacial da lógica social reflete nessa cidade que condensa seus habitantes em regiões homogeneizadoras e segregadas.
Essa dinâmica se vê reproduzida também na escala do desenho urbano dos conjuntos habitacionais implantados na região entre eixos, a produção seriada de condomínios fechados acaba por recriar na ecala do desenho de bairro a lógica da segregação, replicando portanto em uma micro escala essa nociva relação urbana gerida aos moldes da cidade capitalista.
30 31
0 3,75 7,5 15 km 0 3,75 7,5 15 km
Adaptado de: Ferreira, 2013.
Adaptado de: Ferreira, 2013.
Fonte: Google, 2021. Elaborado pelo autor.
Evolução da mancha urbana
Na região entre eixos ,diferente da bacia do Ribeirão Anicuns em sua totalidade, verifica-se uma distribuição de superfícies não urbanizadas maior que as já ocupadas antropicamente, muito infl uênciada por ser uma área que compreende a dinâmica urbana e rural do município.
Nota-se na distribuição da mancha urbana os vazios intersticiais que cerceiam principalmente o mais periférico conjunto jardins do cerrado, retratanto portanto essa configuração dispersa e espraiada.
Nesse contexto também é de grande expressividade as áreas de produção dispostas
no recorte, visto que ligada aos corpos hídricos que abastecem o ribeirão anicuns verifica-se a presença de áreas agricultáveis e regiões de pasto, que afirma a importância e diferença de valor socioeconômico dos córregos na bacia.
Supefícies Região Entre Eixos
32 33
Formação Florestal
Agricultura/Pastagem 0 1,25 2,5 5 km
Área urbanizada
Fonte: MAPBIOMAS, 2021. Adaptado de: MAPBIOMAS, 2021.
Mapas Diagnóstico
-O relevo demonstra a existência de formaçoes íngrimes na região (Mendanha), sendo esse limitantes e potenciais físicos do território.
Sistema hídrico
-Na região do alto Anicuns percebe-se um apreço maior pela água como nas áreas de produção. Dentro da malha urbana essa se mostra como obstáculo e dificultade para o “progresso”.
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LEGENDA 0 1,25 2,5 5 km
5m Limite Recorte
Fonte: MUBDG (2013)
> Topografia
LEGENDA 0 1,25 2,5 5 km
5m Limite Recorte Corpos Hídricos APP’s
Fonte: MUBDG (2013).
>
> Áreas verdes
-Conforme o Plano Diretor de 2007, existem dentro da área de recorte duas áreas de proteção ambiental (Alto Anicuns e Mendanha). Todavia, a verdadeira preservação dessas não se mostra atendida em sua totalidade.
> Sistema viário
-O sistema viário se baseia primeiramente nos eixos rodoviários GO-060 e BR-060.
-Percebe-se deficiência no atendimento das regiões mais periféricas e a dependencia modal do sistema rodoviário. Curvas
36 37
Perímetro
Áreas
LEGENDA Eixos
0 1,25 2,5 5 km
APP’s
Urbano
Verdes
Rodoviários
5m
Fonte: SEPLAN (2013).
Limite Recorte Corpos Hídricos
5m
LEGENDA 0 1,25 2,5 5 km
Mestras
Limite Recorte Corpos Hídricos APP’s Perímetro Urbano Eixos Rodoviários Malha Viária
Fonte: MUBDG (2013).
> Conjuntos habitacionais
- Desarticulados devido a morfologia geográfica. Periféricos e segregados urbana-
> Densidade demográfica
- No mosáico justaposto dos bairros percebe-se que os índices demograficos confirmam a tese da cidade espraiada, por consequencia regida pelos interesses imobiliários da expansao e especulação do solo urbano.
38 39
Limite Recorte Eixos Rodoviários Glebas LEGENDA DENSIDADE HABITANTES/HEC 1 - 14 28 - 50 51 - 310 15 - 27 0 1,25 2,5 5 km
SEPLAN (2013) 5m Limite Recorte Corpos Hídricos Eixos Rodoviários Quadras / Glebas Conjuntos Hab. LEGENDA 0 1,25 2,5 5 km
SEPLAN (2013). 5m APP’s
Fonte:
Fonte:
> Saneamento básico
-Inexistência da coleta de esgoto nas regiões mais periféricas.
-Deposição de efluentes diretamente no leito do Ribeirão.
> Transporte público
-Os bairros mais próximos ao Vera Cruz possuem maior quantidade de linhas diferente do Jardins do Cerrado com apenas duas linhas .
40 41
0 1,25 2,5 5 km
Limite Recorte Corpos Hídricos Eixos Rodoviários Quadras / Glebas LEGENDA Água Esgoto 40%60% SANEAMENTO BÁSICO Esgoto 0 1,25 2,5 5 km
SANEAGO (2021). 5m APP’s 40% 60% 20%
APP’s Eixos Rodoviários Quadras Glebas LEGENDA Linhas de Ônibus Fonte: RMTC (2021). 5m Limite Recorte Corpos Hídricos
Fonte:
> Áreas Públicas Municipais
-Maior existência de APMs quanto mais distante da centralidade do município, consolidando a tese da erosão do espaço público (Souza).
-Espaços vazios que pertencem ao bem coletivo esquecidos e sub utilizados.
LEGENDA
5m APP’s
Limite Recorte Corpos Hídricos Eixos Rodoviários Quadras / Glebas
APM’s Fonte: MUBDG (2013).
> Mapa térmico superficial
-A expansão do território urbano além de impermeabilizar o solo, cria amplas manchas de calor.
-Nota-se o contraste térmico dos vales e regiões ingrimes que ainda existem remanescentes de vegetação.
42 43 0 1,25 2,5 5 km
LEGENDA < 23 TEMPERATURA SUPERFICIAL (°C) 23 - 28 32 34 > 38 28 - 30 0 1,25 2,5 5 km
Adaptado de: Sílvio Braz e Laerte Guimarães (2011).
44 DO CORPO PEDRA AO CORPO CAMINHO
>REGIÃO MAIS POBRE DO MUNICÍPIO.
>DESASSISTIDA PELO PODER PÚBLICO.
>PRIVADA DE UMA VIDA SAUDÁVEL.
>FAMILIARIZADA COM A FOME.
>FRUTO DA ESPECULAÇÃO ESPACIAL.
>ISOLADA DO CONTEXTO URBANO.
>DESCONECTADA DO MEIO INSERIDO.
>RESTRITA AO TRANSPORTE MOTOR.
>MAIOR BACIA NO LIMITE URBANO.
>ERODIDA PELA EXPANSÃO URBANA.
>OBJETO DE DESCARTE.
>ESQUECIDA EM MEIO AO ASFALTO.
46 47
Foto: Raul Moura Campos.
Foto: Google.
Foto: Vinícius Schmidt.
44
CERROS ISLA
Santiago, Chile, 2013;
CULTIVAR
>Mosáico Ecológico Produtivo;
>Horta Urbana;
>Economia Local;
>Segurança Alimentar.
“As 26 colinas da ilha são uma oportunidade para triplicar a quantidade de áreas verdes em Santiago. Por isso acreditamos que devem ser parques naturais para o benefício de todos e, assim, contribuir para a construção de uma cidade mais justa e resiliente.”
48 49
Fonte: Cerros Isla.
CULTIVAR
Relacionar as áreas possíveis para cultivo alimentar, tanto urbanas (APM’s) quanto rurais.
Selecionar as áreas geograficamente estratégicas para a produção e distribução alimentar.
Compor um sistema de integração desse mozaico protutivo afim de alcançar segurança e justiça alimentar na região.
LEGENDA
Mancha Urbana
Limite Recorte
Eixos Rodoviários
Cultivo Proposto
Conexão Primária
Conexão Secundária
50 51 0 1,25 2,5 5 km
1.
2.
3.
CONECTAR
MAPOCHO 42K
Santiago, Chile, 2009;
>Mobilidade Urbana Sustentável;
>Corredor Geográfico;
>Corredor Ambiental;
>Conectividade Social.
“O objetivo principal era reduzir os problemas de desigualdade urbana abordando a escala metropolitana da cidade e aproveitando sua paisagem e características geográficas”
52 53
Fonte: Mobilize.
CONECTAR
1.
Implantar equipamento urbano que proporcione integração e locomoção as margens do Anicuns.
Diversificar os modais de locomoção dentro da bacia.
Conectar as regiões geograficamente isoladas e promover uma região de proteção ambiental.
LEGENDA
Mancha Urbana Extensão 20km
Limite Recorte
Eixos Rodoviários
Aparelho Proposto
54 55 0 1,25 2,5 5 km
2.
3.
CONSERVAR
PARQUE LA HONDONADA
Santiago, Chile, 2017;
>Recuperação hídrica;
>Equipamentos públicos;
>Segurança Urbana;
>Permeabilidade Urbana.
“O desafio é transformar uma antiga pedreira de 27,4 hectares e 3,5 km de comprimento, atualmente uma barreira intransponível que se tornou um depósito ilegal de lixo inundável, em um parque que renove, integre e revitalize dois dos destritos mais pobres de Santiago”
56 57
Máximo
Fluxo normal Crescida ocasional Inundação
fluxo anual Fonte: URBE.
CONSERVAR
1.
Levantar os principais pontos de risco geológico, contaminação hídrica e de alagamentos na região.
Estabelecer as áreas possiveis de intervenção para contenção de riscos.
Desenvolver intervenções condizentes com a configuração local e capazes de garantir a integração entre os corpos.
LEGENDA
Mancha Urbana
Limite Recorte
Eixos Rodoviários
Hidrografia
Área de Intervenção
58 59 0 1,25 2,5 5 km
2.
3.
CULTIVAR
>Malha Ecológica Produtiva;
>Horta Urbana;
>Economia Local;
>Segurança Alimentar;
>Apropriação das APM’s;
>Produção associada as configuraçoes morfológicas das regiões.
CONECTAR
>Parque Ecológico Linear;
>Diversidade Modal;
>Integração Social;
>Proteção dos Corpos Hídricos;
>Conforto Ambiental;
>Garantia de espaços de recreação.
LEGENDA
CONSERVAR
>Parques Hídricos;
>Detenção das águas de chuva;
>Prevenção de alagamentos;
>Sistema de drenagem urbana descentralizado;
>Proteção dos Leitos;
>Educação Ambiental.
60 61 MAPA SÍNTESE 0 1,25 2,5 5 km
Mancha Urbana
Limite Recorte
Eixos Rodoviários
Cultivar Conectar Conservar
RECORTES
LEGENDA
Mancha UrbanaCultivar
Limite RecorteConectar
Eixos RodoviáriosConservar
Estabelecer recortes de 250.000m² (500x500m) em distintas áreas de intervenção.
Definir o percentual de cada diretiz de projeto nos recortes propostos.
Desenvolver um plano para os recortes propostos, demonstrando as modificações e integração das propostas.
62 63 52% 32% 16% 500m 500m 0 1,25 2,5 5 km
1.
2.
3.
AJardins do Cerrado
>CULTIVO E DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR NO BAIRRO.
>DRENAGEM DA ÁGUA DE CHUVA E TRATAMENTO DE EFLUÊNTES.
>DIVERSIFICAÇÃO MODAL DE TRANSPORTE
PROPOSTA
>IMPLANTAÇÃO DE HORTA URBANA E PRAÇA DE TROCA/DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTO.
>JARDIM DRENANTE EVAPOTRANSPIRADOR.
>PARQUE LINEAR AO LONGO DO RIBEIRÃO.
64 65 0 100 200 300 400 500m 0 100 200 300 400500m
DEMANDA
01,252,5 km
66 67
>CULTIVO E DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR.
>DETENÇÃO DAS ÁGUAS DE CHUVA DURANTE PERÍODO DE PRECIPITAÇÃO.
>PONTO DE CONEXÃO MODAL ENTRE O EXTREMO JARDINS DO CERRADO.
PROPOSTA
>OTIMIZAÇÃO DE ÁREAS DE PRODUÇÃO ALIMENTAR.
>SUPORTE PARA DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR E CONVIVÊNCIA.
>CRIAÇÃO DE BACIA DE DETENÇÃO PARA ÁGUA DE CHUVA.
68 69 0 100 200 300 400 500m 0 100 200 300 400500m
DEMANDA
DVera Cruz
01,252,5 km
70 71
>CULTIVO E DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR.
>ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA E FOMENTAÇÃO URBANA LOCAL.
>OTIMIZAÇÃO DA FAIXA DE SERVIDÃO DA LINHA DE TRANSMISSÃO.
PROPOSTA
>IMPLANTAÇÃO DE HORTA URBANA E PRAÇA DE TROCA/DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTO.
>CENTROS DE APOIO À PRODUÇÃO E CONVÍVIO SOCIAL
>OTIMIZAÇÃO DA ÁREA PÚBLICA DE DIFÍCIL MANEJO
72 73 0 100 200 300 400 500m 0 100 200 300 400500m
GLorena Parque
DEMANDA
01,252,5 km
74 75
IJardim Leblon
DEMANDA
>CULTIVO E DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR.
>DETENÇÃO DAS ÁGUAS DE CHUVA, RETENDO ALAGAMENTOS NO ENCONTRO ANICUNS - MACAMBIRA.
>ÁREAS DE RECEAÇÃO E CONVÍVIO SOCIAL.
PROPOSTA
>IMPLANTAÇÃO DE HORTA URBANA E PRAÇA DE TROCA/DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTO.
>IMPLANTAÇÃO DE PARQUE HÍDRICO COM EQUIPAMENTOS DE LAZER E RECREAÇÃO.
>INTEGRAÇÃO COM O APARELHO LINEAR DE CONEXÃO.
76 77 0 100 200 300 400 500m 0 100 200 300 400500m
01,252,5 km
78 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
Olhar nossa espacialidade e compreender o momento que vivemos demonstra-se cada vez mais urgente em nosso contexto urbano. A partir desse olhar crítico para a realidade posta, afirmamos a necessidade de sermos agentes e força de mudança.
Desse modo, observador e propositivo esse trabalho buscou dar voz aos corpos que resistem a dinâmica urbana segregadora que sufoca e os encurrala para o esquecimento.
Dar espaço e reconhecer a importância desse diálogo é peça fundamental para garantirmos uma existência saudável, que respeite a integridade de todos os corpos componentes do sistema urbano.
- CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 3ª Ed. São Paulo: Editora Ática S.A,1995.
- FARIAS, Patrícia de. Vetor de expansão da região oeste de Goiânia: Residencial Jardins do Cerrado / Programa Minha Casa Minha Vida.
2017. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2017.
- FERREIRA, Danilo Cardoso. Diferenciação e segregação racial em Goiânia: representação cartográfica dos dados de cor/raça e renda (IBGE, 2010). 2014. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2014.
- MORAES, L. M. A segregação planejada: Goiânia, Brasília e Palmas. Goiânia: Ed. da UCG, 2003.
-SOUZA, M. E. A erosão do espaço público: uma cartografia da desafetação das áreas públicas municipais em Goiânia, entre 1954 a 2016.
- Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019.
- GORSKI, Maria Cecilia Barbieri. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. 2008.
243 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2008.
- RIBEIRO, Tiago Godoi. Indicadores geoquímicos na avaliação da qualidade ambiental: bacia hidrográfica do Ribeirão Anicuns em Goiânia, Goiás.. 2017. Dissertação (Doutorado em Geociências Aplica -
das) - Universidade de Brasília, DF, 2017.
-JAPIASSÚ, Luana Andressa Teixeira; LINS, Regina Dulce Barbosa. As Diferentes Formas De Expansão Urbana. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, Tupã, SP, v. 2, n. 13, p.15-25, 2014. Anual.
-LUCAS, Edinardo R. Cidades na Cidade: Habitação Social e Produção do Espaço Urbano em Goiânia. 2016. Dissertação (Mestre em Projeto e Cidade) – Programa de Pós-Graduação em Projeto e Cidade da Faculdade de Artes Visuais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.
-MOSTAFAVI, Mohsen, and Gareth Doherty. Ecological Urbanism. Baden, Switzerland: Lars Müller Publishers, 2017.
-MOSTAFAVI, Mohsen, and Gareth Doherty. Urbanismo Ecológico na América Latina. Barcelona, Espanha: Gustavo Gili, 2019.
-NASCIMENTO, Diego. Mapeamento do processo histórico de expansão urbana do município de GOIÂNIA-GO. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2015.
-PANERAI, Philippe. Análise urbana / Philippe Panerai; tradução de Francisco Leitão; revisão técnica de Syl via Ficher -Brasília: Editora Universidade de Brasília. 2006. 198 p.- (Coleção arquitetura e urbanismo).
-VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo, Studio Nobel, 2001.
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