A Casa das Máscaras

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A casa das Mascaras

A casa das Mรกscaras



Camila Mililika

A casa das Mascaras EDIÇÃO RAYMARA IRIS



Sobre a Autora Um pouco anti-social. Caseira. Implicante. Risonha. Viciada em seriados. Viciada em leitura. Viciada em escrever. Escreve de tudo, ou tenta, mas prefere histórias leves com romances água-com-açúcar. Manteiga derretida. Gosta de tentar escrever uma comédia, apesar de achar que falha miseravelmente neste quesito. Gosta de doces, mas não come tanto porque a balança é um objeto cruel. Crítica. Muito Crítica. Muita auto-crítica. Enfim, virginiana. Fala o que pensa, mas toma cuidado com as palavras. Odeia magoar, ou machucar alguém, mas às vezes sente vontade. Não sabe ser muito simpática, mas não é intencional. Distraída. Preguiçosa. Desorganizada. Inveja daqueles divos como o George R.R Martin, Bernard Cornwell, J.R.R Tolkien ou J.K Rowling (como podem escrever tão bem, expliquem-me!? Contem-me seus segredos!). Mania de roer as unhas. Espinhas na cara, mesmo já não sendo mais adolescente. Desleixada com as roupas que usa (cadê dinheiro para comprar roupas legais?). Um pouco claustrofóbica (ônibus lotados, uma sina). Escreve para fugir, distrair, brincar, sorrir, chorar, viver outras vidas.



SUmário

01. cAPÍTULO 02. cAPÍTULO 03. cAPÍTULO 04. cAPÍTULO 05. cAPÍTULO 06. cAPÍTULO


Capítulo I David Eu nem acreditava que estávamos mesmo naquele lugar. Veja bem, não é o tipo de lugar ao qual eu iria se não me houvessem arrastado, principalmente porque era exorbitantemente caro e difícil conseguir um convite. Claro, ser amigo de Alan Garbet, o mais famoso jogador de tênis do país, facilitava as coisas. Ele só precisava fazer uma ligação e estávamos dentro. Bem, como explicar... Estávamos na Casa das Máscaras. Com esse nome, você deve estar pensando que todos usam máscaras, e é verdade. Eu não entendo muito bem como tudo funciona, mas as pessoas mais famosas e ricas fazem parte desse clube particular, que não deixa de ser uma vitrine do que a sociedade tem de melhor e... pior. Alan foi convidado a participar desde que começou a ganhar todos os campeonatos nacionais e internacionais. Ele não curte muito a Casa das Máscaras. Diz que não curte muito prostituição. A Casa das Máscaras oferece pessoas pela noite, nós as reconhecemos porque usam anéis com um brasão do clube. O dono desse lugar chama-se Desmond S. Chevalier, e ele garante que todos que trabalham ali ganham muito bem, obrigado, e que têm todo o direito de se demitirem quando bem entenderem. De fato, aqui não se fala em prostitutas ou prostitutos, mas em ‘acompanhantes’, e todos são de alto nível. Bem, isso são coisas que eu já escutei sobre o lugar, ou de meus amigos, ou por outros meios. Não há nenhum rico que não conheça a Casa das Máscaras ao menos de nome. É, eu sou rico, mas não muito famoso. Meu pai, Phillip Young, já foi convidado a participar desse clube, mas ele não aceitou, diz que não gosta desses riquinhos esnobes que ficam fazendo joguinhos de poder nesses lugares. É, ele conseguiu uma briga com muita gente por criticar a Casa das Máscaras tão abertamente, aos quatro ventos, e eu sinceramente esperava que ninguém ali me reconhecesse. Eu estava com Alan e Derek, outro bastardo rico que frequenta a Casa das Máscaras regularmente. O pai dele é dono de uma empresa que controla quase todas as exportações e importações do país. Chega a ser ridículo pensar na grana que ele tem.

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Ou que todos aqui têm. A nata da sociedade está aqui hoje. A Casa das Máscaras localiza-se em uma espécie de mansão, um pouco afastada do centro da cidade. Cerca de vinte minutos de carro para chegar até aqui. Alguns vêm de helicóptero de mais longe, de outras cidades. Ah, você deve estar se perguntando o que estou fazendo aqui, em primeiro lugar. Bem, eu acabo de terminar o colegial e entrarei na faculdade em poucos dias, além de que acabo de completar dezoito anos. Apenas maiores podem entrar na Casa das Máscaras, e Alan e Derek resolveram me trazer, numa espécie de comemoração pela minha maioridade e por eu ter sido aceito na Ketteridge University, o que, sem querer parecer pretensioso, não é nada fácil. Nós estávamos em um dos ambientes do lugar, numa espécie de salão de jogos. Eu estava jogando sinuca com Derek, e Alan conversava com algum magnata ricaço que deveria ser um grande fã. Acho que entendia por que Alan não gostava muito de vir a esses lugares, além dos motivos já citados. Devia ser um saco ter de aguentar os velhotes bajuladores. Era engraçado que mesmo os mais velhos usassem máscaras. A minha era bem simples, tapava apenas parte de meu rosto e era preta. Não queria chamar atenção. “Já viu alguém que lhe agrade? Tem uma moça loira ali no canto que não tira os olhos de você.” Derek perguntou enquanto eu inclinava o corpo para fazer minha jogada. Acabei errando porque ergui o olhar para onde ele indicara bem na hora. Ele riu, o bastardo. “Aquilo é um homem. E nem está olhando para cá.” Falei endireitando o corpo e analisando melhor o rapaz. Realmente não estava olhando para mim, nem para ninguém em especial. Usava uma máscara que lhe tapava metade do rosto e uma das bochechas, e misturava as cores verde e dourada. Ele usava o anel. Havia um homem ao lado dele, aparentemente conversando em monólogo com o rapaz que, olhando bem, parecia irritado e mal-humorado, os lábios torcidos. Peguei-me reparando longamente nele, em seu corpo esguio e nos traços que pareciam suaves e marcantes. Todos marcantes. Seus dedos tatuados, uma tatuagem em cada falange proximal, seus lábios carnudos, seu nariz bem-desenhado. As sobrancelha estavam tapadas pela máscara. “Parece que você gostou do que viu.” Derek falou com um sorriso sacana, antes de fazer a jogada dele e encaçapar duas bolas de uma vez. Desgraçado sortudo. Pisquei atordoado. “Ele é um homem!” Repliquei como que ultrajado com a sugestão. A verdade é que ele estava certo.

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“Ora. Não foi você que disse esses dias que estava em dúvida quanto a sua orientação sexual, e que esse foi o principal motivo de ter terminado com a Samanta?” Ele perguntou casual, passando o giz pela ponta do taco antes de preparar sua próxima jogada. Torci os lábios ao me lembrar do episódio. Eu estava completamente bêbado no dia e, sendo sincero, não me lembro da metade do que falei na madrugada depois da festa de formatura da escola. Terminei com Samanta naquela noite, tomei um porre tremendo e fui para casa enjoado e tonto. Acabei na casa de Derek, que é meu vizinho desde que me lembro. Vomitei todo o banheiro dele, e ainda desconfio de que ele tenha inventado sobre a minha suposta confissão homossexual. Mas, se fosse tão mentira, eu não estaria de olho no loiro, certo? Certo, talvez eu sentisse certa atração por homens e apenas há pouco tempo começara a perceber isso de fato. Principalmente ao perceber que, em todas as vezes em que estive com uma garota, não gostei tanto quanto deveria. “O que vocês estão conversando?” Alan perguntou ao conseguir se livrar do velhote. “David parece meio branco.” “Eu estava dizendo para ele aproveitar bem a noite. A primeira vez na Casa das Máscaras é sempre inesquecível.” Disse Derek bem humorado dando de ombros. “Ah, claro.” Alan falou a contragosto. “Mas cuidado com os acompanhantes.” Derek complementou Olhei confuso para ele. “Por quê?” “Porque você tende a se apaixonar por eles. São perfeitos e envolventes demais para serem reais. Mas no final, é tudo fingimento.” Ele explicou com um ar... magoado? Perguntei-me se ele já havia se apaixonado por algum acompanhante do clube. Derek corou ao notar que o encarávamos esperando alguma explicação. A expressão dele mudou e ele abriu um sorriso, fingindo que não falara nada demais. “Estou só brincando!” Derek exclamou, cutucando-me na barriga com o taco. Empurrei o taco para longe. “Eu duvido que eu me apaixone, porque essa vai ser provavelmente a primeira e última

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vez que venho aqui. Me sinto meio desconfortável entre tanta gente importante.” Expliquei, e não estava mentindo. Além do que, usar máscara estava me dando nos nervos. Alguns tiravam as máscaras ao longo da noite, mas eu não queria que alguém de repente apontasse para mim e exclamasse: “O filho de Phillip Young! Peguem-no!” “Então, se você se interessou pelo loiro... é melhor não perder a chance. Olha, ele está saindo do salão.” Derek apontou, e eu vi que o rapaz pareceu se desentender com o homem que estava com ele antes de sair intempestivamente do salão. “Vamos, David, é uma grande oportunidade. Não vá ser aqueles homos que ficam vivendo em negação, só vai lá e veja se gosta ou não. Prometo que não conto a ninguém.” “Hei, aquele que estava com o loiro não é o Desmond Chevalier?” Alan perguntou, mas eu já estava a alguns passos de distância indo atrás do rapaz. Nem me pergunte o que me fez agir assim tão impulsivamente. Talvez as palavras de Derek. Ele tinha um jeito persuasivo sem fazer esforço algum. Avancei desviando das pessoas pelos corredores e persegui o loiro por não sei quantos minutos. Percebi que ele era mais baixo do que eu, e não parecia ser muito mais velho. Talvez a minha idade. Ah, e ele andava depressa, quase o perdi por umas duas vezes. Quando dobrei em um corredor, que já era de uma parte menos movimentada da mansão, tomei um susto e parei abruptamente. O rapaz estava parado à minha frente com os braços cruzados sobre o peito. “Por que está me seguindo?” Ele perguntou incisivamente, e parecia morto de raiva. Não exatamente de mim, mas apenas com raiva. Seus lábios continuavam crispados e ele ergueu o queixo com um ar atrevido. Senti uma vontade esmagadora de prensá-lo contra a parede e tirar aquele arzinho esnobe dele. Vi-me sem saber muito bem o que dizer. “Você deveria saber por quê.” Falei, e senti-me imediatamente estúpido, ainda mais depois de ser fuzilado pelos olhos que eram azul-escuros; bastante bonitos, mas nebulosos. “Eu não estou disponível esta noite.” Ele declarou resoluto, pronto para me dar as costas e continuar andando, mas eu o segurei pelo pulso. Entenda, quando eu coloco algo na cabeça, ninguém me tira. Eu decidira que queria aquele garoto, então eu teria. Ergui a mão dele até a altura de nossos olhos. “Então por que está usando o anel?” Perguntei com um sorriso sarcástico, aproveitando para puxá-lo um pouco mais para perto. Ele era leve, não tive dificuldade alguma.

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Ele impôs resistência, e eu percebi que sua raiva começava a se direcionar inteiramente para mim. Achei divertido, até porque ele não teria chance alguma caso resolvesse me bater, ou algo parecido. Era mais baixo, magro e aparentemente bem fracote. Eu não sou nenhuma montanha, mas jogo vôlei e preciso malhar para manter a forma, até porque minha vaga em Ketteridge depende disso. “Eu uso o que bem entender e não lhe devo explicações. Agora me largue!” Ele demandou como se eu fosse um criado desobediente. Ora, isso me irritou. Ele poderia ao menos pedir um ‘por favor’, então eu o soltaria, até porque, bem, eu não sentia vontade alguma de fazer qualquer coisa contra a vontade dele. Não o larguei. “Todos os acompanhantes agem assim como você? Pelo que me informaram, qualquer um com o anel está à disposição dos membros do clube.” Eu ignorei o fato de que não era membro e entrara apenas com ajuda de meus amigos. Também não importava. Uma vez ali dentro as pessoas podiam desfrutavam igualmente de tudo que a Casa das Máscaras oferecia. Ele tentou puxar o pulso novamente e em vão, e eu abri um sorriso divertido que o irritou ainda mais. “Seu idiota. Se você não me largar...” Ele falou como se preparasse uma grande ameaça. Eu me aproximei e o empurrei contra a parede, prendendo o pulso dele contra ela e apoiando minha mão livre ao lado da cabeça dele. “Você vai fazer o quê?” Perguntei sem tirar o sorriso do meu rosto. Comecei a sentir todo meu corpo se excitar com a proximidade. Mesmo com a máscara, eu conseguia perceber que ele era lindo; a pele pálida sem nenhum defeito, os olhos densos e intensos, os lábios rosados e macios. Deveriam ser macios, era o que a textura deles me dizia. Eu estava louco para prová-los. Eu comecei a entender o porquê das máscaras. Eu estava louco para tirar a dele e vê-lo sem nenhuma barreira. As máscaras aumentavam o ar erótico dos acompanhantes. Era tentador, e eu deslizei uma perna entre as coxas dele, fazendo-o entreabrir os lábios e ofegar surpreso. Coloquei minha mão na nuca dele e fiz com que ele me olhasse nos olhos. Ele estava corado de raiva, mas não estava tentando me afastar. Daria tudo para saber o que ele estava pensando. “Você é lindo.” Falei surpreendendo a mim mesmo pela suavidade com que minha voz saiu. “Se você não quiser mesmo ser meu acompanhante essa noite, diga agora.” Ele estreitou graciosamente os olhos, parecendo então um tanto confuso e curioso com a minha atitude. Eu obviamente não iria arrastá-lo até um quarto e estuprá-lo, se era isso que

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ele estava pensando. E esperava que ele não houvesse passado por algo assim antes. “Muito bem.” Ele falou depois de alguns segundos, subitamente adquirindo um ar profissional enquanto espalmava uma mão sobre meu peito. “Eu vou ser seu acompanhante. Venha comigo.” Deixei que ele segurasse meu pulso e começasse a me guiar pelo corredor. Não falei nada; estava ocupado demais analisando a parte de trás de seu corpo: os ombros eram levemente mais largos que a cintura, porém ele alargava ligeiramente no quadril e as coxas eram grossas; seus glúteos marcavam bem as calças quando ele caminhava, firmes e empinados. Era uma ótima visão. Alguns corredores e portas depois, e ele parou em frente a uma delas, tirando uma chave do bolso e entrando comigo logo atrás. Era uma grande suíte, com uma sacada por onde entrava um vento fresco, e uma cama larga de dossel no centro do aposento. A decoração era de ótimo gosto, e não lembrava em nada aqueles motéis que tentam dar um ar erótico e por vezes vulgar ao quarto. Gostei dali. Mas não tive tempo de olhar muito, pois no momento seguinte ele estava na ponta dos pés me abraçando e sussurrando perto do meu ouvido. “Como você vai querer? Rápido e forte? Lento e sensual? Você pode pedir o que quiser para mim agora.” Ele deslizou os lábios pelo meu pescoço e colou mais nossos corpos. Já sentia meu corpo corresponder à proximidade inusitada. Estava até meio surpreso e estático por ele ter passado de arredio e arrogante para completamente solícito e entregue em questão de minutos. Não que eu estivesse reclamando. “Vamos apenas deixar natural.” Eu falei subitamente me sentindo nervoso. Eu nunca havia transado com outro cara antes, e então toda a minha confiança esvaiu-se quando eu pensei que ele era obviamente o experiente ali e poderia acabar rindo da minha cara caso eu cometesse alguma gafe. Ele riu sarcástico e se afastou com um sorriso que você chamaria de torto. “Natural você pode ter com qualquer um, em qualquer lugar.” Ele disse com a voz arrastada e sensual enquanto abria os primeiros botões de sua camiseta. “Pela forma como você me agarrou lá no corredor, eu diria que você gosta das coisas mais selvagens.” Eu corei um pouco com aquilo. Certo, eu, selvagem. Hilário. Se ele soubesse o quão mornas foram minhas últimas sessões de sexo não diria isso. Samanta vivia reclamando da minha falta de paixão. Não para mim, mas ela espalhava para as amigas dela, e logo toda a escola estava rindo da minha cara porque eu só tinha tamanho e nenhuma potência. Não era algo muito bom para a auto-estima de um cara.

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“Foi por isso que aceitou ser meu acompanhante essa noite? Quis ver se eu sou mesmo tão selvagem quanto pareço?” Perguntei também sarcástico, porém sem sair do lugar. Minhas pernas não estavam me obedecendo, mas meus olhos seguiram o caminho que a camiseta fez ao deslizar pelos braços do loiro e cair no chão com suavidade. O corpo dele era lindo também, mas isso era de se esperar, do contrário não trabalharia na Casa das Máscaras. Ele era magro, com músculos definidos, mas delgados. Ele era pequeno, mas não excessivamente pequeno; era maior do que a maioria das garotas, e talvez não fosse tão fraco quanto eu pensara. Talvez eu que houvesse pegado muito peso ultimamente na minha ânsia de conseguir entrar na faculdade. “Talvez...” Ele disse com um ar misterioso e o mesmo sorriso no rosto. “Você pode se mexer também, sabe? A não ser que queira apenas olhar eu me divertir um pouco.” O tom dele foi malicioso, e era óbvio que ele estava me provocando para que eu tomasse uma atitude. Ele escorregou a mão pelo corpo até a braguilha da calça, e a abriu lentamente. Eu consegui tirar minha camisa e percebi que meu corpo estava transpirando pelo nervosismo. Merda. Eu odiava transpirar nesses momentos. Eu estava mesmo prestes a transar com outro cara? Apavorado era pouco para me definir naquele momento. Mas sendo sincero, eu já havia pensado muito sobre isso. Sobre eu ser gay, quero dizer. Tudo indicava isso, e eu sabia que Derek havia me apontado o loiro justamente para que eu tirasse essa dúvida da minha cabeça. Era difícil finalmente admitir que, sim, eu ficava excitado com a visão de um homem nu à minha frente, e também era difícil admitir, mesmo para os meus amigos, esse tipo de coisa, por isso me fiz de indignado para Derek antes. Eu respirei fundo, tentando me acalmar enquanto analisava o corpo delineado e longilíneo do loiro. Eu queria aquilo. Queria experimentar e entender melhor meus próprios desejos. Estava cansado de guardar isso para mim. Caminhei até ele e o virei de costas para mim, abraçando-o por trás. Comecei a beijar seu pescoço e tirar eu mesmo suas calças. Ele inclinou a cabeça para o lado e deu total acesso à sua pele aos meus lábios. E ele começou a gemer. Por Deus! Acredite quando eu digo que nunca havia escutado gemidos mais sensuais e obscenos que aqueles. Imediatamente senti minha calça apertar. A calça dele logo foi ao chão acompanhando a camisa, e eu o toquei por sobre a cueca, começando a acariciá-lo ao mesmo tempo em que passeava a outra mão por seu abdômen e peito. E os gemidos continuaram, ainda mais abandonados. Acho que minhas mãos estavam tremendo. Acho que eu estava tremendo, e acho que ele

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percebeu. Deve ter percebido, pois segurou meus pulsos e se virou de frente para mim, começando a me empurrar em direção à cama. “Você é virgem?” Ele perguntou em um sussurro, mas não de modo chistoso, apesar do brilho malicioso nos olhos dele. Ainda usávamos máscaras, e eu estava a ponto de arrancar a dele. “Não.” Eu falei enquanto caía de costas no colchão. Ele subiu também e sentou-se no meu colo, uma perna de cada lado do meu quadril, e começou a ondular o corpo muito lentamente. “Mas nunca fiz com um homem antes.” “Não mesmo?” Ele perguntou surpreso por um breve e fugaz momento. “Talvez eu devesse me sentir lisonjeado.” Ele sussurrou lambendo meu pescoço e deixando que eu apertasse seus glúteos. Eram mesmo firmes e empinados. Uma delícia. Senti meus batimentos cardíacos dispararem ainda mais, como se eu estivesse num dos jogos de vôlei, na final, toda aquela adrenalina, meu corpo trêmulo de excitação e de uma euforia confusa. Decidi não pensar mais no que eu estava fazendo, mas me deixar levar como fazia quando jogava, com verdadeira paixão. “Talvez.” Eu disse antes de inverter as posições. Olhei-o profundamente e ele me encarou de volta, sério. Quis ver seu rosto e ergui a mão para tirar a máscara, mas ele me impediu. “Por que não?” Perguntei. “Regras da casa.” Ele falou. Quis reclamar, mas ele foi mais rápido e me beijou. Seus lábios eram ainda mais macios do que eu esperava. E eram doces. Não sei por que, mas eram doces, e lascivos. A língua dele percorreu meus lábios e depois entrou na minha boca de maneira atrevida e provocante. Todo ele parecia ser provocante. Eu tentei aprofundar o beijo, mas ele recuou um pouco, sorrindo torto. “Entre fundo em mim, e me foda como se não houvesse amanhã, que você vai se esquecer das máscaras.” Ele disse me deixando completamente embasbacado. Então o segurei pelos cabelos loiros e afundei meus lábios nos dele. Devorei seus lábios. Fui tão selvagem quanto ele esperava que eu fosse. Praticamente arranquei a cueca de seu corpo, deixando-o completamente nu, e tratei de me livrar rapidamente das minhas próprias roupas. Fiquei de joelhos na cama e puxei-o para o meu colo, e meu pênis roçou entre os glúteos firmes. Queria me enterrar nele. Falei isso, e ele riu. “Você não quer brincar um pouco antes?” Ele perguntou com um sorrisinho enviesado, e mordeu o lóbulo da minha orelha, começando a mover o quadril e me deixar cheio de tesão.

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Ele começou a beijar meu peito e chupar meus mamilos, empurrando-me delicadamente contra o colchão. Acabei deitado com ele por cima, passeando a língua por meu tórax e abdômen até alcançar meu pênis e segurá-lo na base. “Você é bem-dotado. Eu estou surpreso.” Ele falou antes de tocar a ponta do membro com a língua com movimentos circulares que me encheram de prazer. “Você esperava o contrário?” Perguntei debochado, reprimindo um gemido quando ele começou a mover a mão e chupar até que eu estivesse no fundo da garganta dele. Eu já começava a ver estrelas. Ele parou por um breve momento para responder, e eu me arrependi de ter perguntado alguma coisa. “Já estive com muitos que impressionam pela aparência, mas que são uma decepção no tamanho.” Ele sorriu torto e irônico, antes de voltar a me chupar com uma habilidade que me deixou tonto. Uma parte de mim sentiu um ciúme estúpido por pensar na quantidade de pessoas com quem ele já esteve. Mas eu estava satisfeito demais por tê-lo impressionado, e por estar recebendo a melhor chupada da minha vida. Gozei na boca dele alguns minutos e muitos gemidos depois. Eu estava ofegante e entorpecido pela onda de prazer, mas não deixei de sentir seus lábios voltando a subir pelo mesmo caminho pelo qual haviam descido até alcançarem novamente a minha boca. Ele me beijou sensualmente e eu segurei seu quadril, apertando-o antes de deslizar as mãos pelas costas bem desenhadas dele. Meu coração estava batendo tão acelerado que estava doendo no peito. Eu estava pensando nas palavras do Derek, mas era difícil raciocinar enquanto sentia a língua quente dele se enroscando na minha daquele jeito tão gostoso. Não demorou para que eu voltasse a me sentir excitado. Eu estava um pouco surpreso por estar aceitando tão bem o fato de que me excitava mais com o corpo dele do que com os das garotas com quem estive. Namorei Samanta por alguns meses, mas antes disso tive minhas aventuras. Eu era popular no colégio por jogar vôlei e participar de competições regionais e nacionais, e claro, ganhá-las como capitão do time. Era meio que esperado de mim que eu fosse galinha. Eu não gostava de sair pegando um monte de garotas apenas para me gabar depois, mas admito que me deixei influenciar pelas pressões dos amigos e conhecidos. Por uma noite eu conseguia me esforçar e me mostrar bastante interessado e excitado, mas quando fiquei meses com a mesma garota, chegou um ponto em que eu não conseguia mostrar interesse algum em sexo. Bem diferente do que estava acontecendo agora. Quando o loiro sentiu que eu estava excitado de novo, ele afastou os lábios e aproximou-os do meu ouvido.

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“Você quer que eu fique de quatro para você?” Ele sussurrou malicioso e eu quase pude ver ser sorriso malicioso. Ergui um pouco o corpo e apoiei meus cotovelos no colchão; segurei os cabelos dourado-queimados e os puxei para trás, expondo seu pescoço para mim, e lambi seu pomo-de-adão. Se ele queria dar, eu iria aproveitar. ~~~~ Eu iria morar na faculdade, porque seria um saco fazer uma viagem de quase uma hora todos os dias pela manhã. Era bem mais prático ficar no complexo dos dormitórios. Meu pai não ficou muito contente, mas eventualmente aceitou. Nós nos dávamos muito bem. Ele às vezes era mais amigo do que uma figura paterna, o que só tornava tudo mais divertido. Mas era uma boa sair também daquela casa, porque eu não suportava minha ‘madrasta’. Phillip a namorava havia alguns anos. Uma mulher insuportável chamada Anastazia Young. Eu não gostava dela e ele sabia, então acabou entendendo o fato de eu querer morar fora e deixá-los mais à vontade na mansão. É, eu morava numa mansão, logo ao lado da de Derek. Era uma área nobre da cidade. Meu quarto era enorme, e agora eu precisava me contentar com um cubículo que ainda dividiria com outra pessoa. Suspirei ao largar minha mochila na minha cama, felizmente a que ficava mais perto da janela. Havia um banheiro pequeno que seria usado por mim e pelo meu colega de dormitório. Saindo do quarto, havia uma pequena sala conjunta, pois havia ainda mais dois quartos ligados a essa sala. Um total de seis pessoas dividindo praticamente o mesmo ambiente. Parecia divertido. Derek contara que aconteciam muitas festas interessantes nos prédios dos dormitórios. Todo mundo abria as portas e o lugar virava uma bagunça completa. Me animei com isso. Logo me acostumaria com pouco espaço. Não tinha grandes problemas com isso. Apesar de ter crescido em um meio rico, Phillip cuidou para que eu não me tornasse mimado e esnobe. Bem, talvez não tão mimado e esnobe. Derek recém me deixara sozinho porque recebera um telefonema irado de sua namorada, Larsa Ling. Derek nunca a traíra, mas costumava agir de forma meio galinha. Larsa vivia tendo crises de ciúmes. Eu sinceramente não sei como ele aguenta a fera. Meu celular tocou e eu atendi rapidamente. “Oi, Phillip.” “Oi, David! Como está? Conseguiu se instalar direitinho aí?” Phillip perguntou. Ele era mesmo coruja. Tive que praticamente trancá-lo para que ele não viesse comigo e me fizesse pagar um belo mico. Imagine começar a faculdade como o cara que precisou do ‘papai’ para ajudá-lo com a mudança? Phillip provavelmente me abraçaria e me beijaria na testa na saída da faculdade e ainda deixaria algumas lágrimas caírem.

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“Sim, está tudo nos conformes. É meio pequeno, mas tenho certeza que me acostumo.” Falei. Ainda conversamos mais alguns minutos, e foi quando eu ouvi que alguém entrava no quarto. Provavelmente meu colega de quarto. Continuei virado de costas enquanto ouvia milhares de recomendações do meu pai. Assim que eu desliguei, me virei e vi que a porta do banheiro estava fechada, então comecei a desfazer minha mala. O som da descarga encheu o quarto seguido do som da torneira da pia, e eu soube que aquilo denunciaria sempre que algum de nós usasse o banheiro à noite. Era estupidamente barulhento. A porta se abriu e eu ergui o olhar para cumprimentar meu colega de quarto, mas meu cumprimento entalou na garganta. O rapaz também me olhava estático, com os lábios entreabertos. ~~~ Eu fiz com que o loiro ficasse de quatro depois de ele me ter alcançado um tubo lubrificante e uma camisinha. Coloquei a camisinha e então enchi minha mão com o lubrificante e comecei a prepará-lo, me excitando demais com os gemidos que ele começou a soltar e com a forma como ele movia o quadril contra os meus dedos. Eu estava louco para fazer exatamente o que ele sugerira. Me afundar nele e fodê-lo como se não houvesse amanhã, até que eu esquecesse meu próprio nome. Me inclinei sobre ele e comecei a beijá-lo nas costas, nos ombros, na nuca. O cheiro dele era delicioso também, mas não soube identificar que aroma era aquele. Era suave e envolvente, do tipo que não enjoa nunca. Gemi longamente quando o penetrei, a entrada dele apertando-se contra meu pênis e acabando com a minha sanidade. Eu não demorei a começar a estocar com força, sem nem ao menos perguntar se ele estava pronto. Eu estava ficando completamente fora de mim, como nunca havia ficado antes, e isso estava me deixando eufórico. Pedi que ele gemesse mais alto e ele o fez, quase gritando. Depois pedi que ele gritasse meu nome. Que gritasse por David. E ele gritou, enquanto eu ia mais forte e mais fundo. Em certo momento ele gritou realmente alto, e tive a certeza de que havia atingido sua próstata. Arremeti com ainda mais força, praticamente deitando-me sobre ele, e alcancei seu membro rígido. Masturbei-o enquanto o penetrava daquela forma que fazia com que eu mal me reconhecesse. Depois de um tempo o virei e colei nossos corpos. Coloquei as pernas dele sobre meus ombros e voltei à mesma loucura de antes, mas dessa vez eu devorava seus lábios juntos, e ele gemia dentro da minha boca. Aqueles gemidos despudorados... E não sei o que me deu, mas tirei a máscara dele. Que se fodessem as regras da casa, eu queria ver o rosto dele no momento em que ele gozasse. Ele se sobressaltou com aquilo, mas eu segurei seus pulsos acima da cabeça e continuei estocando, e ele me olhou com olhos assustados e lábios tentadoramente entreabertos, deixando escapar seus ofegos. Tirei a minha máscara também, e então o beijei apaixonadamente assim que o orgasmo me atingiu. Eu tinha certeza de que já havia esquecido completamente das palavras do Derek. ~~~

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Olhei para meu colega de quarto e não pude acreditar que era ele ali, o garoto que não me saía da cabeça havia três semanas. Eu repassava a noite que tivera com ele, e já estava desesperado para que a Casa das Máscaras abrisse suas portas outra vez depois de tê-las fechado por tempo indeterminado devido a ‘problemas internos’. Queria vê-lo de novo, queria sentir o corpo, os lábios, queria ouvir os gemidos. Ele me tirara completamente a razão naquela noite. E agora estava ali, na minha frente, olhando-me completamente pasmo e sem palavras, tão lívido quanto eu. “Você...” Eu consegui articular um tanto estupidamente. E então a surpresa no olhar dele sumiu e ele se aproximou de mim em passos rápidos. Estava sério e ameaçador quando segurou minha gola e me empurrou contra a parede. Quase achei que seria grudado ali mesmo. “Você não vai contar para ninguém sobre mim.” Isso foi uma ordem. “Aqui eu sou apenas um estudante de Ketteridge. Não se atreva a me tratar como um acompanhante da Casa das Máscaras, ou eu corto fora seus testículos!” Ele me soltou e se afastou de mim, virando-se de costas e passando a mão nervosamente pelos cabelos. Eu ainda estava embasbacado demais para fazer ou falar alguma coisa. Aquela proximidade e a ferocidade dele me deixaram excitado. Merda. “Eu me chamo Andreas Deres.” Ele disse então se virando para mim novamente. “E isso é tudo que você precisa saber sobre mim.” “Eu sei bem mais do que isso.” Não consegui me refrear e sorri debochado. Ele me fuzilou com os olhos nebulosos. Ele, obviamente, continuava lindo. Os cabelos loiros eram um pouco escurecidos e bastante rebeldes, de uma maneira que até o deixava com jeito de felino. Eram um pouco volumosos e bons ao toque, como eu já tivera a sorte de comprovar. “Vá para o inferno.” Ele disse irritado, e saiu do quarto. Eu sorri de lado. Aquilo seria interessante. Eu precisava descobrir mais sobre Andreas Deres.

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