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“SE NÃO HÁ O ESPÍRITO SANTO, NÃO HÁ EVANGELIZAÇÃO”
São Pedro assim nos atesta: “Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (II Pd 1, 21b). Nós – a Igreja – lidamos com a Boa Nova da Salvação, com a Sagrada Revelação, um tesouro inestimável e inesgotável de salvação. Trata-se de algo sagrado, misterioso, que vai muito além das nossas faculdades e compreensão, algo grandioso que produz vida em abundância. Por isso, é fundamental que sejamos inspirados pelo Espírito Santo, isto é, iluminados, guiados, estimulados, capacitados, conduzidos por Ele. Sem o Espírito Santo, a missão da Igreja seria estéril.
Neste sentido, o saudoso Papa São João Paulo II assim nos ensinou: “Pode-se, portanto, dizer que a Igreja, no momento mesmo em que nasce, recebe como Dom do Espírito a capacidade de ‘anunciar as maravilhas de Deus’ (At 2,11): é o dom de evangelizar. Não se pode falar do Senhor e em nome do Senhor, sem a graça e o poder do Espírito Santo. Ao servimo-nos de uma analogia biológica, poderíamos dizer assim como a palavra humana é veiculada pelo sopro humano, assim também a Palavra de Deus é transmitida pelo sopro de Deus, pelo seu ruah ou pneuma, que é o Espírito Santo. (...) O Espírito Santo assegura ao anúncio também um caráter de atualidade sempre renovada, a fim de que a pregação não decaia em vazia repetição de fórmulas e em inexpressiva aplicação de métodos” (João Paulo II, Catequese de 01/07/1998).
Portanto, devemos nos esvaziar de muitas coisas para que o Espírito Santo possa “se expandir” em nós. O protagonista é o Espírito Santo; nós somos apenas coadjuvantes. A nossa humanidade e suas complexidades devem ceder à poderosa ação do Espírito através de nós. A este respeito o Papa Francisco assim nos exortou: “Peço ao Espírito Santo que faça dos batizados homens e mulheres que anunciam o Evangelho a fim de atrair os outros não para si, mas para Cristo, que saibam dar espaço à ação de Deus, que saibam tornar os outros livres e responsáveis diante do Senhor” (Papa Francisco, Catequese de 02/10/2019).
Devemos também ser dóceis, abertos ao que o Espírito Santo quer fazer em nós e através de nós. Para falar da parte de Deus, temos que ter aliança com Ele, e a aliança com Deus é santidade. A partir da nossa santidade a missão ganha contornos maravilhosos e inimagináveis ao pensamento e planos humanos.
Devemos, por fim, deixar o Espírito Santo nos ensinar e nos recordar todas as coisas, ou seja, devemos deixar que Ele aguce a nossa visão espiritual para que enxerguemos a abrangência, a beleza, a atualidade e a efetividade daquilo que nos está sendo transmitido, além de escrever em nossos corações os conteúdos da fé, a sã doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com efeito, deixemos que o Espírito Santo nos impulsione, nos dê audácia apostólica, destemor, coragem, afinal de contas, “se não há o Espírito Santo não há evangelização. Isso pode ser proselitismo, publicidade. Evangelizar significa confiar-se ao Espírito Santo que é quem leva você a anunciar, a anunciar com testemunho, com o martírio e a palavra” (Papa Francisco, Catequese de 02/10/2019).
Vinícius Rodrigues Simões Grupo de Oração Jesus Senhor Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL