AGROVILA SUMARÉ

ESTUDO DE NOVAS MORFOLOGIAS URBANAS PROJETO DE AMPLIAÇÃO URBANA: VILLA FLORA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais ALUNA: MARINA PALMITO COSTA ORIENTADOR: RENATO CÉSAR FERREIRA DE SOUZA

LOCALIZAÇÃO Região Metropolitana de Campinas. Sumaré, atualmente, está dividida em sete regiões e dentre elas temos Nova Veneza, região que abriga a área desse estudo. O local da intervenção urbana está localizado na cidade de Sumaré, município que faz parte da

REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

SUMARÉ

A região estudada de forma mais aprofundada nesse trabalho tem como limitante o Ribeirão do Quilombo, que circunscreve todos os bairros. Tal Ribeirão tem aproximadamente 50 quilômetros de extensão e percorre seis municípios da Região Metropolitana de Campinas, onde por vezes atravessa áreas urbanas. Ademais, segundo o Plano Diretor de Macrodrenagem do Ribeirão Quilombo, 2002, o mesmo está avaliado como classe 4, indicada para navegação e paisagismo. Portanto, se o curso d’água passar por um processo de recuperação e despoluição o mesmo se tornaria uma opção para abastecimento, irrigação, lazer, entre outros. Imagem aérea (GOOGLE EARTH) síntese da área de intervenção da proposta. Fonte: Autora Projeto de Ampliação Urbana: Villa Flora

Mapas resultantes da análise de centralidades. Fonte: Autora

Dentre esses estudos, os relativos às centralidades demonstraram quais são as regiões com edifícios mais concentrados e quais tem a capacidade de atingir o maior número de usuários. Em relação a mobilidade, por meio das centralidades por menor rota localizamos as áreas com maior acessibilidade devido as suas curtas trajetórias, sendo que, tais regiões correspondem aos melhores locais para a instalação de pontos de ônibus, por exemplo. Com essas informações a proposta urbana ganha indicações pontuais acerca das centralidades, que são tratadas, atualmente, como um tipo de riqueza inerente aos lugares da cidade. Tendo conhecimento das centralidades já existentes no bairro, o Projeto de Restruturação deverá considerá-las, na mesma medida que, possibilitará a criação de outras. DIAGNÓSTICO

Mapa relativo à área de serviços. Fonte: Autora

Outra análise que apontou dinâmicas distintas e que devem ser consideradas no Projeto de Ampliação Urbana é relativa à abrangência da Área de Serviço do Centro Comercial existente no interior do bairro Villa Flora. Essa análise demonstrou um alto interesse e necessidade da população do entorno em ter mais opções de comércio e serviços.

IMPLAN TAÇÃO

1. NÚCLEO INSTITUCIONAL 19. RESERVATÓRIO IV E ESTAÇÃO DE TRATAMENTO 2. DOMO 4. QUARTEIRÃO I AGRICULTURA FAMILIAR 5. CAMPO DE PLACA FOTOVOLTAICAS 6. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO 7. QUARTEIRÕES DE AGRICULTURA EM GRANDE DE ESCALA 10. QUARTEIRÃO II AGRICULTURA FAMILIAR 9. CENTRO MULTIUSO 3. QUARTEIRÃO COM COMÉRCIOS 18. CALÇADÃO 17. EDIFÍCIO FAUNA 16. EDIFÍCIO ECO 15. EDIFÍCIO BIO 14. QUARTEIRÃO III AGRICULTURA FAMILIAR 13. ESTÚDIO PARA OUTRAS ATIVIDADES RENTÁVEIS 12. CLUBE 11. REPRESA RI, RII E RIII. RESERVATÓRIOS 20. MONOTRILHO E ESTAÇÕES 8. TURBINAS DE ENERGIA EÓLICA

EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Além disso, ao invés de dois edifícios separados, um de estacionamento e outro de apartamentos, optou-se por estacionamentos subterrâneos com conexão direta as ruas. Enquanto os apartamentos foram implantados de maneira a receberem luz do sol e boa ventilação. Além disso, os módulos verdes podem funcionar como jardins em meio a edificação.

Esquema explicativo acerca do funcionamento dos módulos associados a uma porcetagem do território.

Diagrama sobre o sistema de habitação integrado a agricultura urbana. Fonte: Autora

A área a ser projetada possui aproximadamente 77 hectares, com um território semelhante ao do Villa Flora. Tendo em vista o objetivo de não prosseguir com o tipo de desenho urbano adotado no bairro vizinho, essa área não será totalmente espraiada e adensada por habitações. Mas, sim, concentrada em três edifícios de grande porte em pilotis. Sendo assim, através da compactação das unidades habitacionais teremos áreas suficientes para propor outros tipos de morfologias urbanas.

Os três edifícios predominantemente residenciais serão construídos de forma a garantir uma flexibilidade nas unidades habitacionais, isto é, as unidades podem ser alteradas de acordo com as necessidades de cada família. Estudo de Novas Morfologias Urbanas Projeto de Ampliação Urbana: Villa Flora

Edifício inspiração localizado em Copenhagen, Dinamarca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/601342/mountain-dwellings-slash-big-and-jds

Com o intuito de melhorar o abastecimento, o escoamento, e a relação do cidadão urbano com os cursos d’água foi proposto um alargamento do Ribeirão Quilombo, em sua parte situada aos fundos da gleba desse estudo. Dessa forma o Ribeirão Quilombo em um determinado ponto se tornaria uma pequena represa responsável pelo abastecimento de toda a região.

Além disso, as construções previstas estariam sendo abastecidas pela represa com o auxílio da bomba hidráulica de aríete, ou seja, não haveria a necessidade de um sistema de grande complexidade. Vale ressaltar que os reservatórios foram previstos em locais que garantam a altura necessária para que a água consiga ser bombeada de forma eficaz. REPRESA

A sugestão de se construir uma Represa nesse local também condiz com a iniciativa do Estado de São Paulo de investir na implementação de duas barragens na Região de Campinas, devido à crise hídrica que se instalou no Estado a alguns anos atrás.

ragens na RM Campinas.

MONOTRILHO

Ao pensar nas formas de mobilidade a serem incentivadas no Projeto e apoiado em sua visão prospectiva foi proposto a implantação de um monotrilho como transporte público a ser implementado na cidade de Sumaré. Em uma situação ideal esse monotrilho poderia inclusive interligar os municípios da Região Metropolitana de Campinas, e quem sabe chegar até São Paulo.

Além disso, foi estudado o quanto a agricultura se mostra como uma atividade relevante no município de Sumaré, o que leva a crer que esse tipo de prática vai ter uma boa adesão nesse contexto. A seguir temos algumas tabelas e gráficos que comprovam o quanto a produção agrícola é forte na cidade. Outro fato importante que foi considerado é a crescente busca e interesse da população em incentivar cultivos mais naturais e sem adição de agrotóxicos. Além de se observar inclusive um movimento a favor da agricultura familiar.

Acredita-se que a adoção desses espaços rentáveis trará um novo tipo de convívio a essa comunidade, tanto entres os indivíduos quanto deles com o meio ambiente. Além disso, a sustentabilidade não será alcançada apenas pela adoção de sistemas construtivos eco amigáveis, mas sim através de uma maneira prática que seja sustentável como um todo, isto é, por meio da produção alimentícia saudável e in loco, a geração de renda de forma consciente, o cuidado com o meio ambiente, etc.

O Calçadão representa a retomada da rua como um espaço público de interação e compartilhada de forma igualitária entre todos os usuários. O Projeto busca minimizar a segregação que é impressa de diversas maneiras, até mesmo na articulação das vias. As vias da proposta têm o objetivo de aproximar o pedestre, eliminando os dispositivos de controle de trânsito, possibilitando a ocorrência de atividades e alargando os passeios de modo que todos os atores interajam e negociem seu deslocamento através do espaço. Vale destacar que, a demolição do muro que divide os dois bairros (Villa Flora e o novo bairro) é imprescindível para assegurar que haja uma integração espacial e para que o calçadão e as outras intervenções atuem como previsto.

Outra intervenção para estimular a relação dos novos habitantes com os já presentes, criar e consolidar uma vitalidade urbana, além de promover uma mobilidade ativa é o Calçadão. O calçadão como o nome já diz funcionará como uma via exclusiva para pedestres, onde haverão espaços para descanso, entretenimento, serviços, entre outros. O calçadão será implantado no limite entre o bairro Villa Flora e o local do Projeto. Tal calçadão estará interligado a Alameda dos Jacarandás, via de acesso para a área da proposta. Seu início será na parte superior do território e o mesmo percorrerá toda extensão da área até acessar o clube e a represa.