CLÁSSICOS DO RACIONALISMO CRISTÃO

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CAPA


Dados da edição impressa:

LUIZ DE MATTOS CLÁSSICOS DO RACIONALISMO CRISTÃO Volume 1 2ª edição

Centro Redentor Rio de Janeiro 2001


LUIZ DE MATTOS Três de janeiro marca o início da luminosa existência de Luiz de Mattos, fundador do Racionalismo Cristão, que nasceu em Portugal em 1860. Luiz de Mattos foi emérito humanista, podendo ser considerado um dos precursores nas lutas em prol dos direitos humanos e da ecologia, e esteve sempre muito à frente do seu tempo. Foi ainda um apreciador das artes em geral, que considerava como as mais belas manifestações da sensibilidade humana. Ao deixar as dimensões deste mundo, em 15 de janeiro de 1926, partiu rumo às elevadas esferas da espiritualidade, ficando conosco, além dos exemplos de sua alma grandiosa, a Filosofia Racionalista Cristã, um verdadeiro raio de luz para a trajetória evolutiva da humanidade.

Outras obras do Autor: Pela verdade – 9ª ed. Vibrações da Inteligência Universal – 9ª ed.



PLANO DA OBRA A obra Clássicos do Racionalismo Cristão tem por objetivo reunir os trabalhos de Luiz de Mattos, Luiz Alves Thomaz e Antonio Cottas, respectivamente, fundadores e consolidador da Doutrina. O Centro Redentor editará volumes sucessivos, sendo que os iniciais da série conterão os pronunciamentos de Luiz de Mattos, codificador doutrinário do Racionalismo Cristão.


SUMÁRIO A ARTE DE VIVER ...................................................................................9 A CONDUTA E A LEI DO RETORNO...................................................12 A INDIFERENÇA ....................................................................................15 A MENTIRA NÃO AJUDA AO PROGRESSO ......................................17 A MULHER ..............................................................................................19 A PAZ ESPIRITUAL SUPERA REVESES .............................................22 AJUDANDO UNS AOS OUTROS ..........................................................25 ANIMAL HUMANO ................................................................................28 ÂNIMO E VONTADE FORTES..............................................................31 ÂNIMO PARA VIVER.............................................................................34 APRENDER A VIVER.............................................................................37 AUSÊNCIA DE COMPREENSÃO..........................................................40 AUTOCORREÇÃO ..................................................................................42 CAMINHOS SEM SEGREDOS...............................................................45 CARÁTER DAS CRIANÇAS ..................................................................48 CAVALHEIRISMO ..................................................................................52 CLARIVIDÊNCIA....................................................................................56 CONHECER PARA NÃO TEMER..........................................................58 CONSTRUINDO A FELICIDADE ..........................................................61 CONSTRUIR OU DESTRUIR A FELICIDADE.....................................64 CRÍTICA DESAIROSA............................................................................67 CUIDEMOS DEVIDAMENTE DA CRIANÇA ......................................69 CULTIVO DOS SENTIMENTOS............................................................72 CURA DE OBSEDADOS.........................................................................76 CURANDO A OBSESSÃO ......................................................................79 DIVERSÃO PERIGOSA ..........................................................................82 DOMINANDO O GÊNIO.........................................................................85 DOMÍNIO DO "EU".................................................................................88


DUAS VIDAS...........................................................................................91 EDUCAÇÃO E DECADÊNCIA ..............................................................94 EDUCAÇÃO FALHA ..............................................................................98 EDUCAR OS SENTIMENTOS..............................................................101 EGOÍSMO E AUTORITARISMO .........................................................104 EGOÍSMO, FONTE DE SOFRIMENTOS .............................................107 ENERGIZAR ..........................................................................................111 EQUILÍBRIO TRAZ TRANQUILIDADE .............................................115 ERROS DESCULPÁVEIS......................................................................118 ESCLARECER-SE PARA SER FELIZ..................................................120 ESPIRITUALIZAÇÃO, ÚNICA VIA PARA A FELICIDADE ............123 EVITANDO FRACASSOS.....................................................................126 EVOLUÇÃO SEM MEDO .....................................................................129 EXERCÍCIO DO LIVRE-ARBÍTRIO ....................................................133 FALAR AOS ESPÍRITOS ......................................................................136 GRAUS DE ESPIRITUALIDADE .........................................................139 IGNORÂNCIA DA VERDADE.............................................................142 IGNORÂNCIA E CONFIANÇA ............................................................145 IGNORANDO A ESPIRITUALIDADE.................................................148 IMPORTÂNCIA AO QUE IMPORTANTE É .......................................151 IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA.............................................................154 IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA......................................................157 MALES PSÍQUICOS..............................................................................160 MUDANÇA DE HÁBITOS....................................................................162 O CAPRICHO.........................................................................................165 O LIVRO DO TEMPO............................................................................168 ORIENTAR SEM COAÇÃO..................................................................170 PENSAMENTO, ALAVANCA DO SUCESSO.....................................173 PERSONALIDADE ESPIRITUAL ........................................................176 REAGINDO AOS SOFRIMENTOS.......................................................180


SER ESPIRITUALISTA .........................................................................183 VENCENDO OBSTÁCULOS................................................................186 VÍCIO DE RELIGIOSIDADE ................................................................189 VIVER COM REALISMO .....................................................................192


A ARTE DE VIVER Viver é uma arte que nem todos sabem cultivar. Há muita gente que pensa que vive, mas não vive, vegeta, ou pior ainda, não tem noção alguma do que seja viver. A criatura que sabe viver traça, planeja aquilo que melhor lhe convém e caminha confiante em si mesma, sem esperar dos outros senão o razoável, porque, se exigir um pouco mais, passa por decepções. Logo, só confiante em si próprio o homem pode vencer na luta. A própria família é muitas vezes um ponto de interrogação, talvez doloroso, mas não deixa de ser um ponto de interrogação, porque, se a família tivesse a noção exata dos seus deveres de família, nela não haveria desinteligências, desentendimentos, todos se compreenderiam, todos se tolerariam, todos seriam amigos; mas, infelizmente, assim não é e, se entre aqueles que dizem "o sangue é sangue" e "o sangue puxa", não existe a verdadeira compreensão, muito menos se pode esperar dos estranhos, de criaturas completamente diferentes em educação. Viver, pois, é uma arte que todos devem procurar cultivar com inteligência. As criaturas são como são, ninguém as modifica, porque os espíritos, quando vêm encarnar, são todos diferentes, de categorias diversas, não podendo, portanto, ser aquilo que muita gente julga, pois cada um traz a sua bagagem espiritual e, de acordo com essa bagagem, desempenha o seu papel na Terra. Afinidade espiritual há muito pouca e às vezes essa afinidade existe entre criaturas estranhas e bem distantes. Portanto, deve o ser contar somente consigo, caminhar de acordo com a sua consciência, formar a sua personalidade moral, e, tendo essa personalidade, terá vigor espiritual, saberá, enfim, viver. Há muita gente que julga que para ser feliz na Terra basta possuir fortuna, conforto e bem-estar; há muita gente até que ambiciona o que é

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dos outros, porque julga que esses outros são mais felizes. Enganam-se. O que faz a felicidade não é o dinheiro, não é o conforto, não é o luxo, nem o bem-estar; o que faz a felicidade é a compreensão mútua dos seres, o entendimento, a compreensão exata da vida, a maneira como a criatura encara essa vida, para não ter desilusões, para não sofrer abalos morais. O dinheiro e a fortuna muitas vezes até concorrem para a desinquietação, para o desassossego daqueles que isso possuem. A felicidade está na consciência do dever cumprido, na serenidade espiritual que todo espírito equilibrado pode gozar. O dinheiro ganha-se e vai-se embora; o dinheiro, muitas vezes, concorre para chamar sobre si o despeito, a inveja, criaturas pouco escrupulosas, que não querem saber que aqueles que hoje possuem fortuna trabalharam, se esforçaram e muitas vezes sofreram até privações para conseguirem possuir o que hoje possuem. A criatura que sabe viver, que trabalha honestamente e que cria em volta de si um ambiente de paz e tranqüilidade, goza saúde, é feliz, porque a felicidade consiste na paz de espírito e na saúde do corpo. Quem tem saúde e paz de espírito é feliz, porque pode produzir, porque pensa bem, porque terá sempre um ambiente de paz e tranqüilidade, e, sabendo viver, todas as criaturas podem ser felizes, viver de acordo com as suas posses, trabalhando, porque o trabalho distrai o espírito, e aquilo que se consegue pelo trabalho honesto tem um valor considerável. Trabalhando e lutando, sim, porque a vida é a luta destinada ao ser humano na Terra, e todos aqueles que trabalham, produzem, gozam de paz espiritual. Trabalhando, lutando, vivendo em paz, tendo sua consciência tranqüila, todos poderão ser felizes. Não há, portanto, motivo para invejar a fortuna ou o dinheiro de quem quer que seja. Todos, com muito ou pouco, podem ser felizes, porque a pobreza só atormenta aqueles que são falhos de raciocínio. Quem

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tem saúde e trabalha nunca será pobre, terá sempre o necessário para as suas necessidades. Saiba, portanto, a criatura viver, porque sabendo viver, ela gozará da paz de espírito, terá tranqüilidade íntima e saúde do corpo. Isso é que constitui, enfim, a verdadeira felicidade.

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A CONDUTA E A LEI DO RETORNO A vida se tornaria bem mais suave e amena se todos procurassem dar trabalho à inteligência, bem aproveitando o tempo. Há criaturas que perdem um tempo preciosíssimo com aquilo que lhes afeta a saúde. Vão pouco a pouco infiltrando veneno em seus espíritos e, infelicitando-se, provam não saber viver. É preciso que os seres se disponham a viver com inteligência! A vida do espírito na Terra é cheia de tropeços, de aborrecimentos e de dificuldades que martirizam intimamente a criatura. Preparado porém o espírito, bem disposto, passa a encarar tudo como uma necessidade que atinge todo mundo e, assim sendo, lutará com mais suavidade. O mundo permanece num estado bastante triste: desordens, incompreensões e desentendimentos reinam por toda parte. Ainda não se conseguiu uma Paz verdadeira, aquela Paz que traz a tranqüilidade do espírito, a facilidade para a luta pela vida, a cooperação mútua. Dificuldades e mais dificuldades atingirão as criaturas, se não estiverem preparadas para elas, encarando todas as coisas sem se prenderem a futilidades e aborrecimentos que acabam por fazer gastos anímicos, concorrendo para a alteração do sistema nervoso e para o envelhecimento antes do tempo. Sejam otimistas, encarem as coisas como de fato são, tratem de ocupar o tempo o melhor possível, de distrair o espírito, não se prendam a dificuldades. Antes procurem vencê-las, e, assim fazendo, todos passarão a viver inteligentemente, alegremente e serão compreensivos, porque existirá a tolerância.

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O Racionalismo Cristão, através das suas explanações ou de seus conselhos, procura expor às criaturas a forma para saberem viver. Viver como muita gente vive não custa, porque é vegetar, mas saber viver com inteligência, com compreensão, aproveitando o tempo, vencendo as dificuldades, nem todos o querem fazer, porque dá trabalho. Sejam criaturas sensatas, ponderadas, moderadas e justas, e a vida se tornará mais suave e tudo passará, porque o tempo é o melhor mestre. É ele que ensina, é ele que coloca as coisas nos seus devidos lugares. Saibam dar tempo ao tempo, para que a Paz espiritual volte ao mundo! À medida que forem despertando, caindo na realidade da vida, à medida que forem analisando os fatos e procurando deles tirar as lições que oferecem, à medida que a humanidade se for esclarecendo, passará a ter uma concepção de vida diferente daquela que vinha tendo. Em tudo na vida é preciso comedimento. Há criaturas que desejariam a vida de uma maneira exclusiva para elas. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra! É preciso que vivam dentro de um meio-termo e, para isso, há necessidade de compreensão, discernimento e raciocínio. A criatura, desde que tenha caráter bem formado e possua personalidade moral, sabe o que é e o que vale, nunca desce e jamais se confunde com aqueles que não possuam caráter nem dignidade! O modo de se conduzir, a sua maneira elevada de compreender a vida, faz com que se afaste daqueles seres que não têm noção da honra, nem do dever. A criatura que possui qualidades morais não deve viver reclusa, mas, sim, apresentar-se e estar em toda e qualquer parte onde seja preciso estar. Pelas atitudes pessoais, pela maneira de ver e de compreender as coisas, demonstra a sua educação e o seu caráter.

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Não adiantam os puritanismos, os exageros, porque isso nada significa. O que é preciso é saber ter moral, saber ter caráter, saber trajar, saber enfim, se conduzir dentro dos moldes de uma boa educação e perfeita moral. É preciso que haja sinceridade, lealdade e franqueza. Porque encobrir-se o ser com o manto de santidade e dar maus exemplos não tem valor algum para os espíritos. As criaturas devem ser preparadas para viver, para enfrentar todos os meios onde seja preciso estar, sem perder a linha de boa conduta. Estamos sempre a aconselhar que raciocinem, que vivam como seres inteligentes, que cultivem a inteligência, que se instruam, que saibam dar valor ao que de bom oferece a vida e fujam do que é pernicioso. Quem é inteligente e tem caráter bem formado sabe viver, sabe separar o joio do trigo. Sejam sinceros, sejam humanos, saibam se conduzir sempre como seres inteligentes e capazes de altivamente se responsabilizarem pelos seus atos.

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A INDIFERENÇA Há como que uma certa indolência e quase indiferença entre as criaturas. Não mais se impressionam, tudo lhes parece perfeitamente natural, sem maior ou sem melhor impressão ou reflexão. Chegou a humanidade a um estado de indiferença tal, que muitas vezes procuramos nela sentimentos que já não mais existem, sentimentos outrora cultivados e alimentados para o bem, para o aperfeiçoamento, mas que desapareceram por completo. Terão sido causticados os espíritos para chegarem a esse grau de indiferença? Terão sofrido decepções amargas para não mais alimentarem aqueles sentimentos sãos, puros, humanos, que possuíam? Se a evolução do mundo se vem fazendo para bem dos espíritos encarnados, não se compreende que cheguem as criaturas a uma indiferença total para com aquilo que em volta delas se passa. Bem sabemos que tudo se modifica, que as atividades humanas hoje são outras, que a maneira de pensar e de agir das criaturas é diferente, mas aqueles sentimentos profundos e sãos não deviam desaparecer. Causa certa apreensão o materialismo que vem avassalando o mundo; materialismo que torna os homens grosseiros, maus, e que é a causa da indiferença humana; materialismo que cega, que confunde e que prejudica os seres; materialismo que perturba o espírito e o torna embrutecido. Se tudo evolui, por que razão não se tornam as criaturas mais espiritualistas? Por que razão se tornam mais materialistas? É de se lastimar, porque deveria haver mais progresso espiritual, deveria haver maior compreensão da vida, dos deveres de cada um, e o espírito deveria imperar, deveria sobrepujar a matéria, o que impediria que se perturbasse e se infelicitasse.

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Observa-se por toda parte tanto materialismo, tanta desumanidade, tão pouco caso, tanta indiferença pelas coisas sérias, que chega a haver dúvida, mesmo entre vós, sobre a espiritualidade das criaturas. O espírito progride e evolui pelas encarnações que vai fazendo, mas se essas encarnações passadas de nada valeram, porque o presente demonstra tanta materialidade, procure-se a causa desse estado de coisas, de modo que se promova a evolução dos espíritos. Esse preparo que vem faltando faz com que as criaturas passem à obsessão. É preciso despertar as criaturas, ensiná-las a viver, fazer com que elas compreendam a vida, não pelo prisma do materialismo que vêm adotando, mas fazer com que elas reconheçam que possuem um espírito que carece de Luz para fazer progresso. É preciso despertar a humanidade, sim, e o Racionalismo Cristão empenha-se nesse despertar, tem interesse em que desperte, não para usufruir vantagens, mas para fazer com que se torne melhor, e progrida.

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A MENTIRA NÃO AJUDA AO PROGRESSO Na Terra como na Terra! O homem deve caminhar sempre dando trato à inteligência, procurando todos os recursos morais e materiais para incentivar o seu progresso. Muito se tem mentido à humanidade, e é por esse motivo que ela se ressente e vive ainda apegada à religiosidade, a crendices, sempre à espera da felicidade prometida, mas que nunca alcançará, se não fizer por isso. Quem vem às nossas Casas, ouve a verdade e verifica não haver nela palavras melosas, nem quaisquer promessas de encontrar um céu, um jardim florido na passagem da vida. Alguns ficarão em suspenso, sem saber, sem compreender de pronto o nosso modo de fazer sentir a verdade que emana dos nossos princípios. Nada prometemos, mas procuramos fazer sentir às criaturas que elas precisam esclarecer-se para se conhecerem como Força e Matéria, composição única do Universo. A Inteligência Universal é Luz que tudo irradia, nela não há matéria. A matéria (corpo) é o carro de que a Força ou Inteligência se serve na Terra. É preciso fazer sentir a vibração da Força. Queremos que a humanidade sinta bem a verdade dos nossos princípios, que sinta a irradiação da Força que se faz sentir por toda parte, por todos os seres. Para a Força não há ricos, pobres ou remediados: todos vivem ligados a ela. O Racionalismo Cristão, como Doutrina, não pode dizer uma coisa por outra, não pode proferir uma palavra que não tenha um real significado. Mas, quanta felicidade desperdiçada! Pois, nem todos aqueles que ouvem as explicações procuram meditar, pensar e raciocinar com acerto. É bem triste observar-se o estado doloroso em que se encontra a humanidade. Uma grande parte caminha desabridamente para a loucura. Mas aqui estamos sempre para fazer sentir à humanidade a necessidade de se

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esclarecer. Todos que estiverem atentos hão de sentir a irradiação das Forças Superiores e reconhecer o valor e a beleza desta Doutrina. Muitos são os que aqui vêm maquinalmente, vêm por se sentirem bem e por quererem ser felizes, materialmente falando, mas um passo em frente para a vida espiritual bem poucos o dão. Esses poucos já vão sendo bastantes, porque hoje um, amanhã, outro, todos irão seguindo o ritmo do esclarecimento. Como é belo o homem sentir em si o impulso do progresso espiritual, o desejo de ser útil, a aspiração suprema de cumprir um dever, colocando esse dever acima de tudo e de todos. À Terra, a este alambique depurador, descem almas para lutar e trabalhar, mas bom seria que abreviassem a depuração eterna, não ficassem por aqui a encarnar e a desencarnar sem progredir. É do progresso espiritual de cada um que depende a felicidade dos povos. Procurai, portanto, cumprir os vossos deveres espirituais. Deveis saber progredir espiritual e materialmente, mas sempre com elevação moral, porque o homem, quando for espiritualista, tudo assimilará com mais facilidade, tudo lhe virá pela irradiação. A criatura esclarecida é austera, quer acertar, faz sacrifício e tem pontualidade em todos os setores da vida. O mal de muitos é não querer sacrificar-se, mas, sim, dar satisfação a todos os prazeres, causa da derrota espiritual, o que constitui crime irremediável numa encarnação, pois há crimes que têm que ser resgatados através de tremendos sacrifícios na Terra. Procurai alcançar o significado das nossas explanações e sereis felizes. Estudai e procurai esclarecer os espíritos.

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A MULHER Nem sempre os fenômenos da obsessão e desobsessão são agradáveis à assistência, mas eles são muitas vezes necessários, não só para que a assistência verifique a ação psíquica maléfica, agindo sobre as criaturas de espírito descontrolado, indefesas, como também para servirem de exemplo àqueles que se deixam facilmente avassalar. É isso uma questão espiritual. Quando uma criatura se sente mal ou presume que vai se sentir mal e começa a sentir os fenômenos íntimos de atuação, se ela possui um espírito de vontade forte, reage, não se entrega, está em si essa reação e em ninguém mais. O espírito encarnado só se entrega aos obsessores quando quer; quando ele não quer e, sobretudo, quando ele tem a noção do ridículo, quando ele não quer fazer figura triste, ele reage e não fica atuado e empolgado pelos obsessores. Está, portanto, na criatura o deixar-se atuar ou não. Há criaturas que, por se irritarem e desconhecerem a ação do astral inferior, são tomadas de surpresa e isto ainda se desculpa; mas há outras criaturas que fazem da atuação um hábito e esse hábito é mau e perigoso, além de revelar um ser um tanto displicente. Aprendam, portanto, a reagir, porque médiuns são todos os seres; médiuns são o próprio cavalo e o cão; mas a mediunidade só tem expansão e só há guarida quando se quer. A léria de que é preciso desenvolver a mediunidade para que as criaturas se curem de ataques e de atuações nós não a admitimos. O que é preciso é a criatura esclarecer-se, isso sim, porque o desenvolver a mediunidade não lhe dá garantia nenhuma. É preciso que ela saiba que, se possui mediunidade mais desenvolvida do que outras pessoas, a sua obrigação é esclarecer-se bem para saber se conter, para

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saber estar em todo e qualquer lugar, sem se deixar atuar. Sabendo conterse, não se deixando empolgar –porque as atuações são um veículo para atração dos espíritos inferiores e, portanto, dos causadores da obsessão – não chegará à representação de papéis tristes. A atuação é um mal, e as criaturas quando se irritam são quase sempre avassaladas. Evitar, portanto, o avassalamento e a irritação é a obrigação de todas as criaturas. A criatura deve saber se conter, deve impor-se às obsessões com toda a energia. É uma questão de educação espiritual e nada mais. É por isso que nós recomendamos àqueles que têm enfermos psíquicos, ou criaturas que se deixam atuar, que saibam ser enérgicos, que saibam se impor com calma e energia, e é com essa calma e essa energia imposta a tais criaturas que se consegue a normalização dos enfermos da alma. Vir às nossas Sessões, passar pelas limpezas psíquicas é necessário, mas também é necessário que a criatura reaja, para não se deixar avassalar novamente, não se habituar a ser atuada, porque é bastante incômodo e nada elegante, e, infelizmente, são as senhoras que mais se prestam a esse papel. Nós sabemos que é bem desagradável esse dever para as criaturas que possuem enfermos psíquicos, mas têm elas por obrigação impor-se às criaturas enfermas, fazendo-as criar energia, brio, para que saibam se conter, para que saibam se dominar e vencerem a si mesmas, a fim de saberem, sobretudo, pôr em ação a sua vontade somente para o bem, não se deixando atuar, pois podem deixar de o fazer se o quiserem. Basta se reeducarem, basta terem uma vida normal, evitar tudo que as possa prejudicar, quer moral, quer espiritualmente, tendo o tempo sempre ocupado, não se irritando, criando um ambiente de calma e de tranqüilidade, procurando ter disciplina, tendo o seu espírito sempre

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ocupado com coisas úteis, vivendo uma vida sã, produtiva e jamais levar vida displicente. Todos podem ser felizes, todos podem levar uma vida normal, uma vez que tenham as suas distrações, trabalhando, lutando, mas procurando dar ao espírito aquilo de que ele carece para se manter sempre em equilíbrio, raciocinando com acerto, e não se entregando a espíritos obsessores, transformando o lar num inferno, causando intranqüilidades, desgraças e dissabores constantes. Aprendam a ser mulheres, tenham a coragem e o valor necessários para saberem se conter, para saberem se conduzir na vida, porque a mulher muito pode fazer em prol da humanidade. É a mulher que muitas vezes concorre para a sua desgraça e infelicidade, causando também a infelicidade e a desgraça do seu homem, por não saber se dominar, por não saber se conter, e daí, as preocupações, os desgostos, e assim, não pode ser feliz um lar, mas, sim e somente, infeliz. Não se admite a infidelidade do homem ou da mulher, mas há mulheres que concorrem para essa infidelidade, para a sua própria desgraça, por não saberem tratar do seu corpo convenientemente, a fim de serem mulheres sadias, tornando o lar feliz. Todo homem tem prazer em lutar, em ganhar para dar conforto ao lar quando possui uma mulher zeladora do seu lar, cuidadosa e carinhosa para com o marido e os filhos. A mulher deve ter brio, deve procurar ser mulher na extensão máxima do termo, procurando construir a felicidade, que muitas vezes está nas suas mãos, mas a deixa fugir com as suas fraquezas e debilidades, o que não se admite. Aprendam, portanto, a ser mulheres, saibam ser fortes, procurem ter coragem, procurem ser aquilo que devem ser, para poderem ser criaturas equilibradas.

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A PAZ ESPIRITUAL SUPERA REVESES Quando sentirdes que falha o vosso ânimo, que se enfraquece a vossa vontade e que um desânimo se apodera de vós, levantai bem alto o pensamento, desprendei-vos de tudo que na Terra vos possa perturbar e procurai dar ao espírito a paz de que ele carece para suportar as vicissitudes da vida. Todos, neste mundo, têm os seus reveses; todos têm os seus sofrimentos; todos têm uma cruz a carregar. Para alguns, ela será leve, talvez, mas para outros será muito pesada, por motivo das dívidas espirituais adquiridas nas encarnações anteriores. Mas o dever de todos é carregá-la, sem revoltas, sem desânimos e sem vacilação. Um espírito esclarecido e de vontade forte encara a vida como a vida é. Não espera senão aquilo que ela lhe pode oferecer neste mundo. É ilusão, é engano, quererem as criaturas que a vida neste mundo seja de compensações e alegrias. Não é isso possível. Aqui estão para lutar, e toda a luta origina sofrimentos, mas estes devem ser vencidos ou atenuados, sem vacilação, com ânimo sempre forte e uma vontade férrea para o bem. A vontade é tudo, quando a criatura a sabe manobrar para o bem. O Racionalismo Cristão fortalece os espíritos. Um espírito fortalecido é um espírito vitorioso. Um espírito de vontade fraca, é um vencido. Caminhem, pois, com passo firme e de fronte sempre levantada, não se deixem abater, porque o abatimento não faz parte do ser esclarecido; seja qual for o sofrimento, seja qual for a dor moral que venha a atingir um espírito esclarecido, ele deve tudo enfrentar e tudo vencer com sobranceria e com valor.

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O mundo é dos fortes, mas não queremos referir-nos aos fortes do corpo, àqueles que têm musculatura desenvolvida, não; o mundo é daqueles que têm fortaleza e valor espiritual. No Racionalismo Cristão não há, absolutamente, lugar para fraquezas; todos devem saber lutar, trabalhar; todos devem andar para a frente convictos de que da luta hão de sair vitoriosos. O Racionalismo Cristão procura fazer compreender àqueles que às suas Casas vêm a necessidade que há de estudar, pensar e raciocinar, para saberem separar o joio do trigo, criar a sua personalidade espiritual para poder enfrentar as intempéries da vida, para poder compreender e solucionar os problemas que a própria vida oferece. Observamos, porém, que há criaturas que se negam a raciocinar, que interpretam mal a Doutrina e até deturpam os ensinamentos aqui recebidos. As nossas Casas abrem as suas portas para receber toda gente, sem exceção, de todas as classes sociais, e a todos é dado o trato que merecem, dentro das boas normas de educação. Pugnamos pelo bem geral de todos, pela sua felicidade, irradiando sobre as criaturas força espiritual, ânimo e valor para poderem vencer na luta pela vida. Pugnamos sempre pela paz, porque só um espírito sereno pode estar lúcido para cumprir o seu dever. As revoltas, as palestras inflamadas, as discussões e as rebeliões só trazem perturbação ao espírito e, portanto, descontrole e avassalamento. Uma criatura revoltada é, mais dia menos dia, uma avassalada. O Racionalismo Cristão nunca defendeu ideologias. Ele quer criaturas honestas e espiritualistas. Sempre aconselhamos àqueles que nos procuram que tenham cuidado, que estudem, que pensem bem, porque só pode haver

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progresso quando se vive em paz e harmonia, em todo mundo. Repugna aos espíritos a maneira como muitas criaturas inteligentes se conduzem, pensando que há segredos no mundo. Mais hoje mais amanhã, tudo é visto, tudo se sabe. Todas as criaturas têm direito de progredir e de subir na vida, mas nunca por meio de revoltas, de distúrbios, de palestras inflamáveis contra a ordem. Todas as criaturas são livres e podem pensar como entenderem; mas dentro do Racionalismo Cristão têm por obrigação raciocinar muitíssimo para que não cometam erros graves de que mais tarde podem se arrepender, e já será tarde demais. A dignidade de um povo está na sua civilização, mas não e nunca na dissolução, na revolta e na desordem. A desordem traz confusão e não pode nunca ser favorável ao progresso. Todos devem progredir espiritual e materialmente. E todo aquele que trabalha e possui noção da honra e do dever progride, invariavelmente, é feliz, e sente-se bem.

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AJUDANDO UNS AOS OUTROS Na vida deve haver compreensão para tirar-se dela aquilo que tenha real valor, ajudando-se uns aos outros, cooperando assim, mutuamente, como criaturas inteligentes, úteis, produtoras, prestativas, pois essa é a forma de suavizar a luta pela vida. Na família o pai, à procura do pão de cada dia, pelo trabalho produz, para que não falte nada à família, para que ela seja feliz. A mãe, por seu turno, vive no constante labor, sempre ativa, alegre, disposta, procura atender às necessidades do lar, colabora dentro dele com o marido e, assim, cria um lar digno, incutindo nos filhos o amor ao pai e ao trabalho. E os filhos, obedecendo aos conselhos do pai e da mãe, estudam e crescem de modo a fazer o lar paterno cada vez mais feliz. Toda mãe que o sabe ser vai incutindo nos filhos o amor pelo trabalho, para que não encarem o trabalho como um sacrifício, mas, sim, como uma necessidade para a criatura poder ser feliz. Na oficina, nas fábricas, na lavoura, em todos os ramos da atividade humana, o homem trabalha e produz, cooperando assim para grandeza da Nação e desenvolvimento da vida neste planeta. O espírito tem grande tarefa a desempenhar na Terra; em tudo se vê a sua grandeza ou pequenez. Desde nos grandes centros até nos lugarejos, a vida está em ação evolutiva. Em tudo, o homem coopera com a sua inteligência desenvolvida, com o seu raciocínio lúcido, tornando, assim, a vida mais suportável, mais leve, mais diáfana, mais feliz. É na ajuda de uns aos outros em todos os ramos da atividade humana que se nota a espiritualidade dos seres. Nos que mantêm a ordem pública, até às grandes organizações, em tudo se observa a evolução da vida, a irradiação do Grande Foco, dessa Inteligência Universal que dá força e coragem ao homem para enfrentar todas as vicissitudes, para ativar o progresso.

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Todos, pois, devem procurar viver e agir com lisura nas suas obrigações, pois, assim agindo, haverá felicidade relativa, haverá entendimento e uma satisfação que só pode sentir aquele que tem a certeza de que cumpre o seu dever; e esse dever é cumprido quando o ser presta obediência às leis comuns e naturais que tudo regem. O Racionalismo Cristão, esta doutrina espiritualista, chama o homem ao cumprimento do seu dever, ensina como ele deve agir, caminhando sempre em linha reta, cumprindo à risca os deveres que a civilização lhe impõe, quer como chefe de família, quer como cidadão digno. Sendo um homem honrado, na extensão da palavra, ele tem o seu lugar destacado em toda a parte em que ele se encontre, onde entre em destaque, de acordo com as suas atribuições. Se todos pensassem assim, se todos procurassem pôr em prática os ensinamentos desta Doutrina, asseguro-vos que o progresso já seria outro, todos se entenderiam bem, um só querer para um só fim, para o mesmo progresso. Assim sendo, procurai evoluir no cumprimento dos vossos deveres, estudando, lendo, escolhendo leituras amenas que vos deleitem o espírito, para assim poderdes gozar de uma vida melhor nas vossas horas de lazer. Procurai, pois, dentro dos ensinamentos do Racionalismo Cristão dar uma rota mais segura à vossa vida, procurai apresentar-vos sempre como membros da sociedade que não se confundem, estando sempre em boas condições mentais, espirituais, para serdes respeitados e considerados como criaturas dignas de respeito e consideração, porque o Racionalismo Cristão não explana os seus Princípios para ficarem entre quatro paredes. Aconselha o homem a agir por si, quer como membro da sociedade, quer como condutor de povos, fazendo-o conhecer-se como Força e Matéria, para que sirva de exemplo e algo consiga, pois, felizmente, nem todos estão corrompidos, nem todos se cosem com a mesma linha. Há ainda alguém que pugna pelo respeito, pela dignidade da família, pois é preciso

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respeitar a família, porque quem respeita a família, respeita a Pátria e a sociedade, e quem assim procede é um cidadão digno de respeito e de consideração.

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ANIMAL HUMANO As criaturas humanas, quando portadoras de más intenções, irradiando maus pensamentos, ao defrontar as outras portadoras de bons pensamentos, não podem esconder a revolta que lhes vai na alma. O gênero humano, ficai sabendo, quando age para o mal, é muitas vezes mais inferior do que o animal, porque o animal não possui raciocínio, ele vive instintivamente, mas demonstra muitas vezes mais fidelidade, mais amizade, mais humanidade do que certos espíritos humanos. Que as feras se digladiem umas com as outras admite-se, porque são feras, mas que as criaturas humanas se digladiem, abusando da inteligência, isso não era de se esperar. O espírito evolui sempre, mas apesar das encarnações múltiplas há certos espíritos que parecem conservar ainda os seus primeiros instintos de fera, os seus instintos inferiores, verdadeiramente animalizados. Como seria ameno o viver se as criaturas fossem mais humanas na forma e no fundo, e não somente nos traços, mais ou menos perfeitos, nas belezas que encobrem as feiúras da alma, os gestos estudados, as amabilidades hipócritas! Cogita-se do estudo da psicanálise. A psicanálise é um estudo importantíssimo e o progresso e a evolução do mundo vêm demonstrando a necessidade de se fazer esse estudo. A psicanálise tem importância capital para aqueles que de fato desejam analisar o espírito humano. Ela desvenda ou indica, auxilia a compreender os muitos e diversos complexos que se apoderam dos seres, muito abruptamente, ou, então, muito naturalmente, e que são clara, racional e cientificamente explicados pelo Racionalismo Cristão. Conhecida a razão desses complexos, podem as criaturas viver melhor umas com as outras e podem não só melhorar as 28


suas atitudes, como ter mais condescendência, contemporizando, conforme os casos, para viver com mais compreensão da vida. É preciso remodelar a humanidade nos seus hábitos e costumes e o Racionalismo Cristão disso vem tratando, mas a remodelação não se fará enquanto as criaturas o não quiserem, porque de nada adianta pregar, pregar e pregar, se os espíritos têm prazer em ser rebeldes, se são cegos e surdos à voz da razão, à voz do bom senso, àquilo que os Princípios Racionalistas ensinam. É preciso que o espírito desperte e compreenda a necessidade de melhorar a sua situação espiritual, que faça esforço para isso, porque pregar em vão não é admissível pelo Racionalismo Cristão. Nós sabemos que as sementes que lançamos nem todas caem em terreno árido. Portanto, aquela que cai em terreno fértil floresce e frutifica, mas isto só se refere aos espíritos ainda em formação em crianças, que possam sofrer a influência de uma boa educação, de uma boa formação de temperamento, livres de maus hábitos e corrupção. O Racionalismo Cristão não ilude nem pretende angariar adeptos; tudo quanto explana é baseado na verdade, em Princípios inalteráveis, em leis comuns e naturais e que tudo regem no Universo. Compreenda-se, pois a finalidade do Racionalismo Cristão. O raciocínio estando lúcido tudo se discerne com facilidade, mas quando o raciocínio está embotado, enublado, as criaturas não podem ver claro, não assimilam nem compreendem o que lhes é dito. Quando frisamos sobre a necessidade de a criatura raciocinar, o fazemos certos de que aquele que tem raciocínio lúcido tudo pode vencer, para viver com equilíbrio nas vidas espiritual e material.

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O raciocínio traz a ponderação e, ponderando, as criaturas não serão violentas, não emitirão pensamentos desonestos, não dirão uma palavra que não esteja dentro do critério e da razão. Quantas criaturas vivem por viver, sem pesar nem medir as conseqüências dos seus atos, sem saber guiar os seus pensamentos! Como autômatos, caminham neste mundo, inconscientes, sem saber o que fazem. Ao passo que, raciocinando, vêem o caminho que deverão seguir e evitam se transviar. O Racionalismo Cristão não impõe nada a ninguém, mas aconselha que a criatura raciocine. Há muitos seres que vivem sob o poder da imaginação, mas a imaginação doentia é inimiga do raciocínio, fica encaminhada para o mal. Há criaturas que imaginam coisas na sua mente, que terminam por ficar avassaladas, porque as figuras criadas no seu mental pelo pensamento se tornam de tal forma nítidas, que passam a ser, para essas criaturas de mente doentia, uma realidade. Daí, as perturbações, as obsessões, a loucura. Encaminhar o pensamento, raciocinando sempre com acerto, é dever de toda criatura equilibrada, útil a si própria e à sociedade. Aprendam, pois, a viver, pensem com elevação, raciocinando sobre todos os atos da vida, sobre as realizações que pretendam fazer, sobre as pequenas e grandes coisas, porque, raciocinando sempre bem, evitarão o erro, evitarão aborrecimentos, revoltas, ímpetos, e tudo, enfim, que possa perturbar o seu viver.

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ÂNIMO E VONTADE FORTES O ânimo alegre e confiante tem uma influência considerável no espírito das criaturas, para que elas vençam na luta pela vida. As criaturas possuidoras de ânimo forte tudo encaram, tudo observam com presença de espírito, com altivez e sem esmorecimento. Da disposição de ânimo, pois, depende o êxito da criatura. Aquela que possui um ânimo fraco é pessimista e dificilmente vence, porque se acovarda à menor dificuldade. O racionalista cristão não pode ter ânimo fraco. Fracos só são aqueles que vivem atidos a milagres e proteções. As criaturas devem ter confiança absoluta em si mesmas, devem ter valor, desprendimento, não se prenderem às misérias do mundo, a coisas que não têm importância, pois aqueles que se apegam a isso, mais deprimem o espírito, mais aniquilam a vontade, mais infelizes se tornam. É preciso esclarecimento e valor, é preciso desprendimento e raciocínio lúcido para vencer na vida. O mundo é dos fortes e dos valentes. Só os espíritos de vontade forte vencem na luta pela vida. Não se admite fraqueza, vacilação, dúvida, entre aqueles que se dizem esclarecidos. Um espírito esclarecido não vacila, não duvida, não tem receio de coisa alguma, enfrenta tudo, sofre as conseqüências dos seus descuidos, da sua falta de raciocínio, mas procura emendar-se, corrige os seus erros, lança-se à luta com ardor, com desprendimento e com valor. O esclarecimento que o Racionalismo Cristão oferece às criaturas faz com que sintam a necessidade de uma reação forte contra o seu próprio "eu", contra a sua fraqueza de vontade. Quando o ânimo se levanta, refazse a criatura para a luta, atira-se à vida, procura vencer, não se lembra mais das fraquezas, caminha para a frente sempre.

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Para o ser esclarecido não há calúnias, não há vexame, não há absolutamente perseguição, porque o ser esclarecido não liga importância aos miseráveis caluniadores, sabe que tem que agir sempre como homem equilibrado ou como mulher sensata, não se prende a misérias, não se preocupa com aquilo que de si possam dizer, dá somente satisfação à sua consciência, e desde que esta esteja tranqüila, desde que esta lhe diga que está certa, caminha sempre de modo a cumprir cada vez melhor o seu dever de saber pensar, saber agir e saber, sobretudo, conter-se, dominar-se e educar a sua vontade. A vida correrá bem para todos, se todos se convencerem de que cada um recebe pelo que pensa e faz. E assim sendo, não pode receber alegria e saúde aquele que só vive a pensar em doenças e insucessos. A vida na Terra será sempre de altos e baixos, de surpresas, de desilusões e de enganos. Felizes daqueles que podem passar por este mundo tudo vendo e tudo encarando com sobranceria, com presença de espírito, com altivez e dignidade; felizes aqueles que podem manter sempre firme a sua personalidade, que não têm disfarces, que não precisam usar máscara para encobrir o que sentem, para encobrir aquilo que não têm coragem de desvendar. Tudo se tornaria suave neste mundo se todos pensassem bem, se todos fossem justos, mas isso por enquanto é impossível. Há múltiplos temperamentos, múltiplos feitios, os espíritos vêm encarnar neste mundo para resgatar faltas praticadas em encarnações anteriores, para se depurarem e, por essa razão, têm que deixar transparecer aquilo que são, as suas inclinações boas ou más e daí surgem os choques, as desinteligências, as incompreensões, os mal-entendidos, toda série de contrariedades e aborrecimentos.

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A afinidade espiritual é rara. Poucos são os seres que, mesmo reunidos em um lar, possuem essa afinidade. Portanto, se não houver educação, se não houver dignidade, sentimentos nobres, não pode haver felicidade, não pode haver união perfeita. É preciso que haja tolerância, é preciso que haja compreensão e inteligência, para todos se poderem acomodar. A felicidade não se encontra na Terra; para cultivá-la, é preciso esclarecimento e compreensão da vida. Aprendam as criaturas a viver, acomodando-se à vida conforme a vida é, aceitando dela aquilo que ela oferece, amenizando-a o melhor possível, contendo os instintos, sofreando a vontade, dominando o "eu", para que haja tranqüilidade de espírito que é a maior felicidade que o ser humano pode esperar na Terra.

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ÂNIMO PARA VIVER A força de vontade e a disposição de ânimo para a luta têm um valor considerável na vida das criaturas. Todos devem ter força de vontade, equilíbrio espiritual, para poderem ter ânimo e coragem para viver. A vida na Terra é cheia de canseiras e de lutas. O homem luta e sofre para conseguir vencer e, se lhe falta o ânimo e a coragem, essa luta não poderá ser fácil, nem ele sairá vencedor. Há, portanto, necessidade de ânimo forte para que a criatura possa trabalhar, lutar e vencer. Tudo na Terra é passageiro; são poucas, pouquíssimas mesmo as compensações materiais, morais e espirituais. Tudo se torna mais difícil, tudo se torna mais pesado, quando a criatura não está preparada para a luta pela vida. Saiba o homem lutar com denodo, saiba vencer as dificuldades, tudo esperando e tudo afastando de si, para melhor poder caminhar, não vendo dificuldades nem obstáculos, mas agindo sempre para o bem e, assim, vencerá na luta pela vida. A falta de ânimo e a falta de coragem prejudicam o ser e o incapacitam de bem viver. Todos têm obrigação de lutar, ninguém veio a este mundo para ser um privilegiado; desde que o espírito encarnou é para trabalhar, é para sofrer, lutar, mas vencer. Disponha-se o ser a lutar, saiba pensar sempre com elevação, com valor, desprendimento e vencerá. O mundo quer espíritos fortes, valentes; os fracos, aqueles que vivem pensando mal, com idéias pessimistas, dificultando seu viver, não vencem, são sempre uns vencidos. É preciso saber caminhar neste mundo, certos de que a ele vieram para trabalhar e não para gozar e não para se combaterem uns aos outros,

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criando inimizades, animosidades, infelicidade espiritual, perturbação do espírito, ambiente pesado. A franqueza e a lealdade são qualidades de um valor considerável. Mas ser franco, ser leal não é ser déspota, nem malcriado, é usar de sinceridade em todas as palavras, em todos os gestos. A lealdade não suporta despeito, não suporta desconfiança. A criatura leal confia, porque a sua lealdade manda que julgue os outros por si. A criatura que é desleal passa a julgar os outros capazes também de deslealdade. A sinceridade é uma qualidade superior e que todos os espíritos deveriam possuir. A vida na Terra tem, de fato, as suas dificuldades; há muitos trabalhos a passar, há muitas contrariedades a vencer, e a vida se tornaria mais suave se as criaturas fossem mais compreensivas, se pusessem de parte o despeito e a inveja. Quando há nos seres os sentimentos de lealdade, de franqueza, de serenidade, eles se tornam felizes, porque estão sempre em paz com a sua consciência. A insinceridade traz o espírito sempre em sobressalto, faz com que crie na sua imaginação coisas que não existem. É um fato importante a observar aquilo que as criaturas criam na sua imaginação, porque há imaginações que avolumam os casos de tal modo que até parecem realidade, quando não passam de um mito, quando não passam de pensamentos de desconfiança e nada mais. Esses fatos criados na imaginação causam prejuízos tamanhos que levam a desarmonia e o desentendimento aos próprios lares, desentendimentos tais que nunca mais voltarão aqueles espíritos a ser uns para com os outros aquilo que eram antes de ser criada a dúvida, a desconfiança imaginada.

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É preciso, pois, que as criaturas saibam guiar os seus pensamentos e não se deixem nunca levar pela imaginação doentia. A criatura que se entrega a esses pensamentos passa a sofrer a influência do astral inferior, que não dorme, porque ele serve-se desses pensamentos para atormentar, avassalar e até enfermar. No dia em que todos souberem pensar, não haverá mais criaturas despeitadas, não haverá mais desinteligências. É preciso que a criatura saiba viver e não semeie ventos, porque pode colher tempestade. Saibam, portanto, viver. Saibam pensar, saibam agir, pois todos podem viver bem, todos podem ser felizes, desde que o queiram. Há muita gente que despreza os sentimentos que a poderiam tornar feliz, para adotar outros que a trazem em completo e eterno desassossego. Cada um, porém, tem o que merece, e desde que procure pelas próprias mãos a intranqüilidade e o desassossego, que sofra as conseqüências da sua maneira de pensar, da sua maneira de agir, já que não quer enveredar pelo caminho reto que todos devem seguir, pois se assim procedesse, não haveria avassalamentos, não haveria certas e determinadas enfermidades. Isso acontecerá, quando as criaturas souberem pensar.

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APRENDER A VIVER Vem o Racionalismo Cristão preparando os espíritos para saberem viver, e é tão importante o saber viver que insistimos em fazer compreenderem as criaturas a necessidade de se esclarecerem. Há muita gente pensando que vive, mas não vive, vegeta, porque conduz-se sem um ideal, sem um objetivo elevado na vida. Há muita gente que se acomoda a tudo, que não quer fazer o menor sacrifício, que julga que para bem viver deve levar uma vida de prazeres, ter vida dissipada, vida sem cuidados e sem trabalho, mas isso será viver? O espírito encarna para fazer alguma coisa de bom, em bem de seu progresso espiritual. Portanto, vem para produzir, para criar, para ser útil, e não para ser um inútil, sem possuir uma finalidade na vida. E como neste mundo nada se consegue sem sacrifício e sem trabalho, toda criatura tem que trabalhar, tem que se esforçar pelo seu aperfeiçoamento moral. A vida torna-se útil para aqueles que a estudam e compreendem e a sabem viver com inteligência; a vida torna-se difícil e trabalhosa para aqueles que em tudo vêem obstáculos, dificuldades, empecilhos. Há criaturas que têm prazer em tudo dificultar na vida, e essas encontram de fato tudo difícil, porque o seu espírito está impregnado de idéias enfermiças, pessimistas, e que, portanto, só podem concorrer para o seu mau estado psíquico. É preciso, pois, saber viver. Saber viver, lutando, trabalhando, esforçando-se o ser para cada vez mais galgar no terreno da vida material e da espiritual, e assim é que se estará concorrendo para o maior progresso espiritual do mundo.

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Aprendam, pois, a viver, se quiserem progredir e se quiserem encontrar paz de espírito, essa paz tão desejada que constitui a verdadeira felicidade do ser. Tudo é possível conseguir na vida quando a criatura se dispõe à luta para conseguir o que deseja. Há seres que possuem uma fraqueza de ânimo tão grande que de tudo se amedrontam, que em tudo vêem obstáculos, precipícios, temores, tornando-se criaturas, enfim, sem coragem e sem valor; essas criaturas são verdadeiras infelizes e estão sujeitas a avassalamentos. Devem as criaturas preparar-se para aquilo que de bom e de mau encontrarem no mundo. Contar só com compensações, glórias, prazeres e alegrias é contar com coisas que podem existir mas que não são eternas. A luta é a vida destinada ao ser humano, portanto, todos têm que lutar, todos precisam lutar e, aqueles que sabem lutar com valor, esses são os que saem da luta vitoriosos; aqueles que por tudo se assombram, que se acovardam, esses serão os eternos fracassados. O mundo é dos fortes, estamos sempre a dizer; o mundo é dos fortes, porque só um espírito preparado pode levar de vencida a vida e tudo conseguir. Há exemplos frisantes no mundo do quanto vale a força de vontade. Há criaturas que chegaram ao apogeu na vida material devido unicamente a sua força de vontade, e há outras que, infelizmente, descem, descem e caem, por serem fracas, por serem pusilânimes, porque são infelizes. É preciso que as criaturas se disponham a vencer, não se lembrem nunca de fraquezas, mesmo que encontrem dificuldades sérias na vida, mesmo que encontrem tropeços, mesmo que não corram os seus negócios na medida dos seus desejos. O dever da criatura valorosa é enfrentar as

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dificuldades, procurando vencê-las, procurando saná-las, sem se deixar abater, sem se entregar a fraquezas. O Racionalismo Cristão prepara os espíritos para a luta, indica como a criatura deve pensar para tudo conseguir. É no pensamento que está o segredo de todo o êxito, é o pensamento que guia as criaturas e o pensamento forte e bem guiado é que as leva ao caminho do bem, da vitória e da glória. Aprendam, portanto, a pensar sempre bem, não alimentem idéias pessimistas, não se entreguem a pensamentos de fraqueza, porque o ser conforme pensar assim será, conforme pensar, assim receberá. Lembrem-se sempre disso e alimentem sempre pensamentos bons, não tenham receio de coisa alguma, tratem de lutar para vencer, não pensem em enfermidades, não pensem em fraquezas, lutem, trabalhem e procurem, sobretudo, possuir a paz de espírito, a tranqüilidade, a harmonia nos lares, porque um ambiente são, de paz e tranqüilidade traz a verdadeira felicidade, concorre para que as criaturas estejam sempre calmas, raciocinando com acerto e agindo com prudência.

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AUSÊNCIA DE COMPREENSÃO Muitos males se evitariam, muitas desinteligências deixariam de existir, se houvesse mais senso, se houvesse mais compreensão. A humanidade continua empedernida, negando-se a dar largas ao raciocínio e agindo material e espiritualmente com uma incoerência lamentável. Observando bem os espíritos que perambulam por este mundo movimentando seus corpos, vemos através de suas auras mais propensão para o egoísmo e a prepotência do que para a elevação espiritual, finalidade que os trouxe à Terra. Para um espírito evoluir não deve continuar a aumentar as suas dívidas espirituais com sentimentos de egoísmo e vícios. Verifica-se que a maioria dos espíritos continua persistentemente no erro. Não há tolerância, não há compreensão e enquanto os seres não se vêem satisfeitos no seu egoísmo, na sua vaidade, única e exclusivamente para atender o seu "eu", são capazes de tudo, ainda que originem monstruosidades. Aqueles espíritos mais dóceis, aqueles que compreendem a vida, ainda que ela possa tornar-se-lhes pesada, árdua, por ela passam levando sempre a esperança de dias melhores, mais suaves e mais compreensíveis e terminam por ser felizes. Mas aqueles espíritos prepotentes e egoístas, embora a vida esteja correndo bem, satisfeitos os seus desejos, a sua vontade e continuando a viver como se ninguém mais existisse neste mundo, trazem os espíritos atormentados e não podem sentir-se felizes. E é por isso que a paz não existe, nem pode existir, porque os homens procuram a guerra, guerra espiritual e guerra material. Não poderá existir paz no mundo enquanto os homens gananciosos e prepotentes existirem. Havendo prepotência há jugo, e os espíritos que não possuem esses sentimentos de prepotência não se submetem aos outros; podem, na aparência, demonstrar docilidade, no entanto, há o recalque, há

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a revolta íntima, há aquilo a que não podem fugir, porque isso é humano, faz parte da vida e é lógico que assim não possa haver paz e entendimento, enquanto os homens não souberem ser justos, enquanto não souberem ser moderados, enquanto não compreenderem a vida como ela de fato é. Vem o Racionalismo Cristão há longos anos esclarecendo os espíritos, para que aqueles que quiserem aproveitar esse esclarecimento possam sentir melhor a vida e vivê-la com mais suavidade. O Racionalismo Cristão está preparando o terreno para os espíritos que amanhã hão de enfrentar as vicissitudes da vida. Preparando-lhes o terreno, para que possam encontrá-lo menos agreste e mais fértil, pois tudo quanto nesse terreno se tem lançado é o que há de bom e pode frutificar para quem nele viver, poder encontrar mais facilidade do que aqueles que nele entraram antes de preparado. Esse preparo espiritual que o Racionalismo Cristão vem dando dia a dia àqueles que freqüentam as suas Casas serve de lenitivo aos espíritos que vêm sofrendo o jugo da vida e serve de aviso àqueles que começam a viver, que começam a desenvolver o seu raciocínio. Esperamos que as lições dadas, com o fito de esclarecer e preparar os espíritos para a vida, possam ser bem recebidas e compreendidas. Aproveitai, sede criaturas compreensivas, lúcidas, procurai dar sempre os esclarecimentos que puderdes, porque recebereis sempre aquilo de que precisardes. Caminhai com firmeza, sede justos, ponderados e moderados, e tereis a suprema consolação de um dia partir deste mundo tendo a consciência do dever cumprido. Aproveitai, aperfeiçoai-vos, progredi espiritualmente, porque deste mundo levareis somente o proveito espiritual.

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AUTOCORREÇÃO Há tantas misérias, há tantas infelicidades no mundo provenientes da ignorância, da falta de senso, de critério que a muito custo se pode fazer compreender às criaturas que a vida na Terra seria muito melhor se dessem trato à inteligência e ao raciocínio. Não basta ser crente ou descrente, nem ser indiferente, é preciso ter esclarecimento para que a criatura se conheça como espírito e matéria, e saiba dar valor ao pensamento. Esclarecido o ser, saberá exercer predomínio sobre si mesmo, controle para viver como criatura humana sensata e cordata. Há entre as criaturas humanas mais animalidade do que espiritualidade; cuida-se muito da matéria, vive-se muito mais para ela do que para o espírito. Os bons sentimentos, os sentimentos elevados e dignos, aqueles que partem do espírito e que são, por conseguinte, superiores, esses não têm valor para aqueles que só visam ao seu interesse; todo aquele que apenas quer a satisfação do seu "eu" passa a ser uma criatura sem valor; aquilo que requer renúncia, sofrimento, sacrifício não tem valor, não tem merecimento, não pertence à época, não é deste mundo, porque entendem os materialistas que aqui só se pode viver sem nenhuma elevação moral ou espiritual. No entanto, a humanidade seria bem outra, se todos os seres tivessem um pouco mais de sentimento espiritual, sentimento que se revela nos atos, nos sacrifícios, na renúncia, em tudo enfim que eleva e dignifica. Todos vivem, comem, dormem, praticam atos comuns, mas tudo isso sem o menor vislumbre de sentimento fraternal. As misérias morais e materiais do mundo, as infelicidades que se observam nas criaturas desapareceriam se fossem menos materializadas as suas idéias, a sua forma de ver a vida.

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Tudo no planeta Terra é matéria e o que é da Terra na Terra fica, mas os espíritos que a ela vêm não são da Terra, não pertencem à Terra, portanto deveriam se altear nos seus pensamentos, deveriam dar mais valor àquilo que não é visto mas é sentido, porque existe e vive eternamente, por ser espírito. O Racionalismo Cristão é doutrina que esclarece, que fortifica, que eleva a criatura, mas não pode fazer com que aqueles que têm prazer em viver metidos em verdadeiros lodaçais, rastejando quais répteis, se alteiem, se tornem dignos de conceito por parte daqueles que pensam e raciocinam com acerto. Há muito que outra coisa não se faz que não seja ensinar a humanidade a viver. Viver é uma arte que todos devem cultivar. É uma ciência que todos devem estudar. O homem não pode viver como vive o animal. Ele pensa, ele tem inteligência, para só fazer aquilo que pensa para o bem ou para o mal. A vida na Terra seria bem mais dolorosa para todos se não existissem aqueles que pugnam pela verdade, pela moral e pela superiorização dos atos da vida. O Racionalismo Cristão deseja ver as criaturas esclarecidas e felizes. Nem todos os espíritos podem possuir a mesma afinidade; eles partem de diversos mundos, diferentes, portanto, em sua espiritualidade, mas todos são luz, todos são partículas da Inteligência Universal; todos aqui vêm para se depurarem e progredirem. Os espíritos encarnados ficam sujeitos às leis da vida na Terra, e como seres humanos não são nenhumas perfeições, e não o sendo, eles, naturalmente, têm os seus choques, têm as suas atribulações, têm os seus defeitos, têm os seus maus hábitos, têm, enfim, tudo o que lhes acarreta imperfeições.

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São, portanto, espíritos em evolução, e sendo espíritos em evolução, para que possam bem viver na Terra, precisam se tolerar, precisam saber se desculpar mutuamente, para que haja felicidade, paz de espírito, e para que isso exista, é preciso que todos cumpram o seu dever, reconhecendo os seus defeitos para corrigi-los e aumentar sempre as suas qualidades. A vida se tornará suave no dia em que todos souberem cumprir os seus deveres, no dia em que todos se tolerarem como espíritos ligados à mesma fonte de origem, movimentando corpos diferentes, famílias diferentes, mas todos irradiados pela Inteligência Universal, portanto, todos merecendo o mesmo apoio espiritual. Saibam pensar, saibam elevar o pensamento sempre, pois, esse é o caminho para poderem bem viver. É no pensamento que está a defesa da criatura; é o pensamento são e forte que serve da guia na vida; ele elucida, eleva, ajuda a viver e a vencer. É pensando com elevação, agindo como criatura esclarecida que se consegue vencer os obstáculos, as dificuldades que surgem pela frente. É com pensamentos elevados que se afugenta a fraqueza, a dúvida e a vacilação e se consegue vencer as dificuldades. Saber pensar é o dever de toda criatura esclarecida. É no pensamento que está o segredo de todo o êxito, e, para ter êxito, a criatura deve saber pensar, pois, pelo pensamento, afugenta o mal e atrai o bem, não se esqueçam nunca disso. Não alimentem pensamentos que não sejam sãos, elevados, fortes e dignos. O Racionalismo Cristão leva o esclarecimento aos espíritos para que saibam viver e para que, da luta que são obrigados a travar na Terra, saiam vitoriosos.

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CAMINHOS SEM SEGREDOS A vida dos seres humanos é tão complexa, traz tantas surpresas que, para o ser inteligente, ela talvez se torne fácil de ser vivida, mas para aqueles que não raciocinam com facilidade e que interpretam as coisas da Terra de uma maneira bem diversa do que elas de fato são, é bem difícil. Essa complexidade que sentem as criaturas que pensam e raciocinam, será debelada de maneira inteligente, de maneira capaz de tudo resolver e acomodar, não olhando as conveniências de cada um, mas as do Todo. O mundo não é tão mau como o pintam: as criaturas é que o fazem mau. São os sentimentos das criaturas, são as maneiras como elas encaram a vida neste mundo que chocam, que ferem, que trucidam, que desiludem, e é por isso que há muita gente completamente descrente e desiludida, que vive por viver, e que aceita tudo com aparente naturalidade, porque assim é preciso. Mas o Racionalismo Cristão, como Doutrina que explana a Verdade, e faz questão absoluta de que as criaturas reconheçam a Verdade, a aceitem e a compreendam como ela deve ser compreendida, não poupa esclarecimentos, para que não haja dúvida nem vacilação sobre os seus Princípios. Afirmamos que cada um é aquilo que quer ser, e assim é. Cada um é aquilo que quer ser, porque está na vontade da criatura ser o que queira. Só não vencem na vida aqueles que são fracos, que não possuem um ânimo forte, nem uma vontade bem educada para o bem. Para vencer neste mundo é preciso ser cauteloso, inteligente e perspicaz; mas há também a argúcia do esperto que vence de maneira diferente, menos honesta, porque sabe fingir, porque é hipócrita.

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Não é, porém, essa vitória que nós queremos que as criaturas sintam. A vitória dos hipócritas e dos espertos é fictícia, tem alicerces falsos. Queremos que vençam aqueles que têm de fato uma vontade educada, que sabem querer, que não usam de sofismas para vencer. O que torna o mundo mau são os maus sentimentos das criaturas. A perversão que campeia no mundo inteiro, essa perversão não nasceu no berço da criatura, porque todo o espírito que vem encarnar neste mundo o faz para sua perfeição, para seu progresso espiritual e a criança é inocente, não possui perversão; se foi perverso o seu espírito na encarnação ou em encarnações passadas ele, ao encarnar, perdeu por completo a noção daquilo que foi e isso, justamente, para que os pais possam moldar esse espírito, possam corrigi-lo antes de chegar à idade da razão, possam polir, possam fazer dele aquilo que é preciso, para que se regenere, se aperfeiçoe e se torne um espírito educado. A maldade, portanto, que existe no mundo, não veio do Espaço Superior para o berço da criança; é adquirida mais tarde, na luta pela vida, por falta de orientadores capazes e porque se deixam levar pelas más companhias, que as tornam criaturas completamente perdidas. Combatam, portanto, os maus sentimentos, procurem dar educação sólida aos espíritos, em formação, formação de caráter que deve ser feita com todo o cuidado e todo primor, para que esses espíritos, quando chegados à idade da razão, quando adultos, possam lembrar-se sempre das ótimas lições que receberam e têm gravadas na mente, para fortificarem o seu caráter. É preciso combater a miséria, a perversão, a imoralidade por meio de uma educação bem fundamentada. Do preparo do homem e da mulher depende o êxito na vida futura. Conforme os espíritos forem preparados, assim eles vencerão ou

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sossobrarão no mar tempestuoso da vida; desse preparo, pois, depende a garantia, o êxito, a vitória dos espíritos. O Racionalismo Cristão vem-se batendo pela educação da criança, para que possa vencer no futuro as dificuldades existentes no mundo Terra, e não sabemos se elas serão diminuídas ou aumentadas; por isso, é preciso que haja o preparo, a fortaleza espiritual que lhes garanta a vitória no futuro. Saibam compreender esta Doutrina; ela deseja tão somente a felicidade dos seres e, para que essa felicidade exista no mundo, para que todos vivam com paz de espírito e consciência tranqüila, é preciso que todos se convençam de que têm que dominar o seu "eu", têm que sobrepujar a matéria, têm que dar largas à razão, ao bom senso e agir sempre com critério, valor e honradez. Tudo se normaliza, tudo se coloca nos seus devidos lugares, quando há senso e há razão. O que falta no mundo é justamente isso, porque a hipocrisia e a mentira ainda existem; mas no dia em que houver mais lealdade e mais franqueza haverá mais paz, mais tranqüilidade e todos se sentirão felizes. Este mundo é cheio de imperfeições; são tantas as misérias que nele se observam que aqueles que desejam melhorar, aqueles que desejam progredir, muitas vezes se sentem entristecidos e estarrecidos, contemplando toda essa miséria humana. São o egoísmo e a vaidade que cegam as criaturas tornando-as injustas e más; o egoísmo e a vaidade levam os homens a se atacar uns aos outros, a forjar as guerras, a causar desgraças à humanidade. Procurem compreender e assimilar bem o valor dos Princípios que esta Doutrina explana e todos serão felizes.

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CARÁTER DAS CRIANÇAS O gênero humano, quando persiste no mal, é muito mais difícil de se corrigir do que os próprios irracionais; há criaturas tão rebeldes, de pensamentos tão ínfimos, de temperamentos tão revoltados e maus, que não há conselhos, não há exemplos que as modifiquem e as façam tornarse melhores, enfim, humanas e sãs da alma. Desde quando encarnado, lidando sempre com toda espécie de gente numa experiência dolorosa, sem dúvida nenhuma, quando nós desencarnamos já tínhamos profundas desilusões, provindas da ingratidão e da rebeldia de muitos espíritos renitentes. Esclarecer a humanidade não é serviço tão fácil, como a muitos parece. Esclarecimentos temos feito, mas há seres que não se modificam. Temos o máximo interesse em levantar e fortificar espiritualmente aqueles que aqui chegam, mas há os que nada aceitam, porque no seu modo de pensar, com o seu temperamento criam imaginações completamente diferentes do que lhes apresentamos como sendo a verdade. A vida do encarnado é cheia de surpresas, e o ser humano tem que vivê-la. Portanto, devem se preparar para receber as lições que ela dá a todos aqueles que pensam e raciocinam. Há muita gente que vive por viver, passa os dias, as horas e os minutos inconscientemente; mas aqueles que pensam, aqueles que raciocinam, que têm a noção da responsabilidade, que têm encargos e que procuram cumprir os seus deveres não podem deixar de esperar surpresas mediante os muitos problemas a resolver na vida. Forme-se, portanto, muito bem o caráter da criança, porque dessa formação depende o seu êxito na vida amanhã. O seu futuro, a sua felicidade dependem da formação do caráter.

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Nunca se deve descurar a formação do caráter de um filho, porque os espíritos que não tiveram quem lhes formasse o caráter desde criança são justamente aqueles que se tornam rebeldes, que se tornam infelizes. Nesses espíritos nada cala e nada se consegue, porque ficaram como que embrutecidos. É preciso saber guiar os espíritos encarnados desde a infância. É preciso viver neste mundo sem ilusões, sem pessimismo, tudo sabendo ver e observar, tudo recebendo com a máxima naturalidade. É preciso caminhar com o passo firme e a mente alteada, único meio de se chegar à vitória. Só assim procedendo é que os espíritos conseguem passar por este mundo sem fraquejarem no cumprimento do seu dever, lutando com denodo e valor. Sejam, portanto, fortes, encarem a vida como a vida é, saibam vencer as suas dificuldades, saibam lutar com valor, aproveitem as lições que a vida oferece e ajam sempre como criaturas criteriosas, desejando melhorar, subir sempre e descer nunca. Numa época de agitado progresso, na qual se pode viver com mais facilidade, verifica-se que tudo se dificulta e, quando a vida devia tornar-se mais suave, amena, é o contrário, torna-se árdua e difícil, porque são as próprias criaturas que assim querem. Quem dificulta a vida são os próprios seres humanos pelo mau uso de seu livre-arbítrio. Tudo, hoje, no mundo se encontra facilitado para haver mais produção, mais fartura, menos dificuldades econômicas. No entanto, são criadas situações críticas, morais e materiais, porque faltou o critério e o bom senso, havendo embaraços à produção. O progresso industrial tem emprestado ao mundo uma série de facilidades. A máquina vai substituindo o braço humano e diminuindo assim o desperdício de energias físicas. Mas diminuindo o trabalho braçal,

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infelizmente, aumentou a indolência, o pouco caso, o desamor ao trabalho e é por isso que, embora se tenham criado meios e modos de tudo se facilitar, o homem por sua maldade dificulta a vida. Em vez de racionalizar o trabalho como um bem para vida, para melhor ocupação das horas livres em estudo e recreio úteis, entregam-se a orgias, misérias morais e materiais. Numa época em que tudo é progresso, luz e atividade, em que as distâncias se encurtam pela aviação, em que as indústrias aumentam os meios de produção, em que a inteligência do homem é mais desenvolvida do que nunca, há criaturas revoltadas, há criaturas que se rebelam contra o trabalho honrado, contra o progresso espiritual, porque a vaidade, a prepotência e o espírito de domínio as vêm obcecando. Pela ignorância de uns e pela perversidade de muitos há como que uma sede de luxo, de regalias, de igualdades mal compreendidas. É isso que concorre para as dificuldades da vida. A escassez de muita coisa que não temos existe justamente por culpa de certas criaturas, pela desonestidade de uns e pela falta de cooperação de muitos. Portanto, quer uns, quer outros, são uns criminosos, a eles cabe culpa das dificuldades da vida. Hoje, que tudo pode ser fácil, por que não há abundância de tudo em toda a parte? Principiando por este país, cujo solo é fertilíssimo, é preciso apenas quem queira cuidar dele, quem se dedique com a compreensão do que há a fazer. Cuide-se da terra e do povo, facilite-se a locomoção, existam os meios de transporte e nada, absolutamente nada, faltará. Desapareçam o pouco caso, a indolência, as revoltas, os recalques, as ofensas, os melindres e a desonestidade e se entrará numa situação bonançosa.

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É preciso energia espiritual, bom senso e critério para que o homem se compenetre de que a vida se torna fácil, desde que ele o queira. A indolência espiritual atrofia e aniquila a razão, engendra as enfermidades, torna as criaturas inúteis. É preciso que todos saibam aumentar as suas energias, agindo com critério, com prudência e com valor. A revolta espiritual de nada adianta. Tudo se deve resolver pela inteligência, com critério e bom senso. As desordens implantadas no mundo vêm justamente comprovar que todos são uns revoltados sem a compreensão de que não há vida sem luta e que, portanto, o espírito vem à Terra ciente e consciente de que essa é a vida. Saibam, pois, os homens estudar a Vida e criar leis humanas de modo a não se escravizarem uns aos outros e sim viverem cooperando para o aperfeiçoamento espiritual e planetário.

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CAVALHEIRISMO Pouco a pouco, à medida que a criatura vai observando e investigando, convence-se de que a vida neste mundo não vale nada. De que adianta a vaidade, de que adiantam os preconceitos sociais, o orgulho e a inveja que tanta gente aninha em seus espíritos, se diante do julgamento do espírito tudo isso nada vale! O que vale são as boas obras, são as boas qualidades, aquelas que partem do espírito. Há criaturas que se acastelam no seu saber, no seu quinhão de fortuna, e julgam-se as melhores e mais importantes do mundo, importância que não vale nada, fortuna que não faz mossa àqueles espíritos lúcidos e esclarecidos que procuram viver acima das misérias humanas. Tudo desaparece no mundo, tudo fica destruído, tudo se torna em nada, só acompanham o espírito as suas qualidades espirituais. O espírito esclarecido não quer saber das misérias que no mundo existem. O que é preciso é estudar a vida para compreendê-la como a vida é, agir sempre de acordo com a sua consciência e quando esta diz ao espírito que está certo, caminha-se sem vacilar, sempre para a frente, sem olhar para trás. Pouco se importa o ser esclarecido com aquilo que de si possam dizer. Ele coloca acima do conceito alheio a sua consciência. Todos são muito bons enquanto tudo lhes sorri, enquanto ninguém lhes fere a vaidade, mas basta que algo não lhes satisfaça a vaidade, os interesses, para, imediatamente, os seres mostrarem aquilo que realmente são. É assim a humanidade e ninguém deve se iludir, porque ainda há muito a fazer para que ela melhore.

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Lembrem-se aqueles que vivem hoje mergulhados na sua vaidade que algum dia poderão passar por pedaços sérios e amargos, iguais ou piores do que os que passam os seus semelhantes! As atitudes cavalheirescas das criaturas se demonstram nas ocasiões oportunas e não é depreciando, não é diminuindo, não é achincalhando que se demonstrará cavalheirismo. Os espíritos são sempre bons quando encaram com superioridade aquilo que observam. Tudo no mundo passa, tudo desaparece, só as obras espirituais, o valor espiritual das criaturas, perdura sempre. No Racionalismo Cristão sempre se diz a Verdade, nunca se iludirá ninguém, porque é uma doutrina que se esteia em Princípios para esclarecer as criaturas. É preciso que vivam todos como criaturas conscientes daquilo que são e do que devem ser, e que procurem pôr de lado a vaidade, as pretensões vaidosas, por desdourarem os seus atos na vida. O mundo tem passado por diversas fases e atualmente passa por uma bem crítica e delicada, pois a desorganização social é um fato, as desordens e as incompreensões são visíveis, mas a humanidade que vive iludida, cheia de vaidade e pretensão, não compreende, com certeza, a gravidade da situação. Nunca houve tanta necessidade da serenidade e altivez do espírito, como nesta infeliz época. A criatura para vencer todas as desordens, todos os distúrbios espirituais e materiais, tudo enfim que de desorganizado existe no mundo, precisa estudar a vida e vivê-la sem ilusões, nem pretensões, sabendo dar satisfação somente à sua consciência, palmilhando sempre pelo caminho reto e seguro, de fronte erguida, não olhando para os lados nem para trás, mas sempre firme e para a frente. Assim procedendo, todos cumprirão os seus deveres, todos sentirão satisfação íntima, que só uma consciência sã pode dar àqueles que os cumprem com fidelidade.

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Como espíritos encarnados todos estão sujeitos às vicissitudes próprias do mundo Terra. Ninguém está isento de sofrer essas vicissitudes. No mundo Terra todos estão sujeitos a altos e baixos, a sofrimentos, a desilusões. Razão por que dizemos às criaturas que se preparem para a vida tudo vendo, tudo sentindo com valor e sobranceria. Caminhem a passo firme, tendo o pensamento elevado, a razão lúcida e o raciocínio equilibrado. Não se admirem, em absoluto, que existam criaturas que se deixam levar por idéias pessimistas. Essas criaturas, embora venham aqui, não são totalmente esclarecidas, porque, se o fossem, compreenderiam racionalmente a vida e não se deixariam iludir ou explorar. O espírito esclarecido e preparado para a vida na Terra enfrenta o temporal ou abriga-se para o deixar passar. A fortaleza espiritual é uma necessidade para a criatura se manter firme neste mundo. Os temporais, as tempestades passam, portanto, a criatura esclarecida não se deve deixar abater e, sim, procurar vencer as dificuldades da vida, disposta, firme, convicta, valorosa para sair vitoriosa. Há vicissitudes na vida às quais ninguém pode fugir. Não há privilegiados, nem protegidos, todos estão sujeitos ao que a atmosfera terrena encerra. A ação psíquica é um fato, não falha nunca, mas os efeitos materiais existem de acordo com o estado da matéria. A ação Psíquica Superior, que os esclarecidos conhecem e a que devem dar valor, supera tudo e se faz sentir, beneficiando, fortificando, amenizando e auxiliando, mas as criaturas devem saber raciocinar com acerto para compreenderem as coisas

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como elas de fato são. É para isso que a Doutrina explana os seus Princípios.

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CLARIVIDÊNCIA Há espíritos que têm como que uma névoa a escurecer-lhes a razão, enevoando o seu raciocínio ficam impedidos de ver claro e de se conduzirem na vida com equilíbrio e bom senso. Essa névoa, que empana o raciocínio, só desaparecerá quando esses espíritos se convencerem de que algo mais existe na vida do que a matéria que vêem e apalpam. Só desaparecerá quando o materialismo diminuir e as criaturas passarem a ser mais espiritualizadas. O mundo vem sofrendo pelas conseqüências de uma ignorância proposital, de um materialismo grosseiro que se apoderou daqueles que têm governado os povos egoistamente. É o egoísmo que torna as criaturas gananciosas, insaciáveis e insensíveis à dor e à desgraça; é o egoísmo que tem feito a infelicidade de muitos. Não se compreende que numa época de progresso, de intensa atividade, como vai ser esta, não haja maior compreensão e que existam espíritos tão empedernidos, com o raciocínio tão embotado, tão obscurecido, incapazes de algo fazer de proveitoso. O Racionalismo Cristão se esteia em Princípios certos e inalteráveis; suas explanações são baseadas na Verdade e fazem compreender às criaturas que é preciso que se esclareçam para poderem viver desafogadamente, que se esclareçam para aceitarem as coisas tais quais elas são, porque, sem isso, nada conseguirão neste mundo. Não nos batemos, como as religiões conhecidas, pela crença e pela devoção. Batemo-nos pela Liberdade, mas liberdade, na verdadeira acepção da palavra, só existirá e só poderão dela gozar aqueles que tiverem a verdadeira noção do dever para com o próximo. Basta de humilhação. Repugna o rastejamento dos seres. Eles devem caminhar firmes e resolutos, sem se curvarem, e no entanto, rastejam e 56


curvam-se docilmente aos outros e às eventualidades da vida, amoldam-se a tudo, acomodam-se a tudo, não possuem personalidade, nem caráter. Personalidade que marca a índole da criatura; caráter que demonstra a envergadura moral dos seres. E por que esse estado dos seres? – Porque todos querem dar expansão à vaidade, alimentar o materialismo, viver como criaturas puramente místicas. Espera-se por uma era de mais espiritualidade e ela chegará, porque os espíritos cansarão, cansarão de tanto e tanto lutar por ideologias que nunca conseguirão realizar e, cansando, procurarão despertar, raciocinar, e aqueles que possuam inteligência mais desenvolvida, raciocínio mais lúcido, sequiosos da Verdade, sequiosos de Luz e de progresso, já libertos do materialismo, passarão a trabalhar pela libertação dos outros, encaminhando-os na vida de modo a se espiritualizarem. Espera o Racionalismo Cristão que as criaturas despertem, não mais pela dor, como dizíamos antes, porque verificamos que nem a dor, nem o sofrimento têm conseguido despertar os espíritos, pois, apesar de todos os sofrimentos e dores, eles continuam egoístas e materialistas. Esperamos que os espíritos despertem através das encarnações e desencarnações, porque com o tempo tudo evolui, e a evolução se fará. Lutaremos sempre pela liberdade dos seres, mas nunca pela liberdade que muitos procuram, puramente material. Nós pugnamos pela liberdade espiritual. No dia em que for conseguido dar essa liberdade aos seres, teremos cumprido o nosso dever e teremos satisfeita a nossa suprema vontade de vermos esclarecida a humanidade, para ser feliz e capaz, portanto, de lutar, de sofrer e de vencer.

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CONHECER PARA NÃO TEMER Se pudéssemos sacudir as criaturas e fazê-las despertar, despertar para compreenderem a razão de ser da sua estada neste mundo, despertá-lasíamos para que não continuassem na indolência espiritual em que vivem, desprezando as coisas mais sérias da vida e que são as espirituais. Há muita gente que vive mas não sabe por quê, nem qual a sua finalidade na vida. O materialismo que as obseda, impede que dêem importância às coisas espirituais. Procuram o baixo espiritismo para satisfazer a sua curiosidade ou algum desejo criminoso, alguns interesses contrariados, sem saberem, sem terem noção do perigo que correm freqüentando esse espiritismo, envolvidas que são em assuntos espirituais dessa espécie; outras criaturas têm pavor do espiritismo, e estas são as religiosas que fogem do espiritismo como dizem: "como o diabo da cruz" e têm verdadeiro pavor quando se fala em espiritismo e nem querem saber se ele existe ou não. Condenamos umas e outras. Condenamos as primeiras, porque a prática do baixo espiritismo é de fato um perigo e todos dele devem fugir. Condenamos as segundas, porque o seu fanatismo religioso não as deixa raciocinar e compreender que não se deve desprezar a vida espiritual que existe, nem tampouco desconhecer os fenômenos psíquicos, que são de grande importância na vida dos seres. Essas criaturas, quer umas quer outras, podem chegar ao avassalamento sem quererem compreender a causa desse avassalamento, que é puramente psíquica. O espiritismo tem sido uma fábrica de loucos para aqueles que, ignorantes, o abraçam, ou com ele se divertem, praticando atos indignos e fazendo até mal a muita gente. Mas há necessidade de se estudar o Espiritismo Racional e Científico, o Alto Psiquismo, aquele que desvenda às criaturas não os mistérios, porque mistérios não existem, mas a vida

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real, a vida espiritual, aquela vida que todos devem procurar conhecer, porque ela é a garantia daqueles que vivem na Terra, sujeitos a avassalamentos, sujeitos a males psíquicos desconhecidos e que só podem ser combatidos pela prática do Espiritismo Racional e Científico. No Redentor e seus Filiados não se pratica outro espiritismo que não seja o Racional e Científico. Nós não nos propomos a satisfazer a curiosidade de ninguém, não fazemos propaganda de curas, nem tampouco fazemos questão de adeptos e fanáticos. O nosso fim é bem mais elevado. Nós queremos que as criaturas se esclareçam. Aqueles que freqüentam as nossas Sessões Públicas de Limpeza Psíquica sofrem nelas a Limpeza Psíquica de que todos carecem para se tornarem mais leves, os seus espíritos mais lúcidos e aqui deixarem a carga fluídica, os espíritos inferiores que os perturbam, que os acompanham, atraídos pelos pensamentos. No Redentor e seus Filiados explanam-se Princípios esteados na Verdade, que irradiam moral para levantar o ânimo das criaturas, ensinando-as a viver, a pensar, a se livrarem dos males psíquicos e até físicos, porque uma criatura esclarecida pelo Racionalismo Cristão sabe pensar, sabe guiar os seus passos pelos pensamentos fortes. A criatura esclarecida sabe que não deve ter pensamentos de fraqueza, que não pode se deixar enfraquecer, que deve lutar com denodo, que não pode esperar nem contar com a proteção de quem quer que seja, que tem que contar somente consigo, com o seu valor, com a sua vontade forte e educada para o bem. Assim fazendo e assim pensando, a criatura enfrenta as vicissitudes da vida, enfrenta as tempestades e vendavais, passa por cima de todas as dores e sofrimentos, encara a vida como deve encarar, com sobranceria, valor e desprendimento. Os espíritos assim preparados não têm receio de coisa alguma, não fracassam na vida, porque sabem lutar com valor, sabem

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pensar e sabem, sobretudo, que existem as Forças Superiores, assim como também existem as forças inferiores que são atraídas pelos pensamentos de fraqueza. Para uma criatura ser bem assistida basta cumprir os seus deveres, ser honesta, pensar sempre com elevação, não ter ódio, nem inveja de ninguém e caminhar sempre como criatura equilibrada e sensata, ocupando o seu tempo em coisas úteis, não ser parasita e indolente, mas útil, valente e destemida. É assim que o Racionalismo Cristão quer as criaturas, é assim que deseja esclarecer a humanidade, fortificando todas as criaturas para que vivam com valor, para que lutem com denodo, para que não tenham receio de coisa alguma.

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CONSTRUINDO A FELICIDADE É preciso que as criaturas se capacitem de que precisam viver; é preciso prepararem-se para um viver que poderá ser bom ou mau, dependendo da situação política do mundo. Nem tudo são flores na Terra, há muitos espinhos, mas para que esses espinhos não firam demais é preciso cortá-los, mas cortá-los com inteligência, evitando os ferimentos, porque estes, muitas vezes, marcam e ficam durante uma existência. Os espinhos da vida são comuns a todos, vêm espontaneamente, mas muitos são criados pela própria criatura quando não sabe viver, apenas quer dar expansão ao seu "eu", à sua vontade para o mal, com o que cria as dificuldades, e, assim, surgem maiores espinhos. Se na Terra há criaturas infelizes nem todas o são, porque há muitas que sabem conquistar felicidade. Não devem, portanto, queixar-se; devem, sim, procurar a causa dos seus sofrimentos através de um exame de consciência bem feito. E depois de terem certeza absoluta do que concorreu para o sofrimento, ajam, então, como criaturas esclarecidas e conscientes do que é a vida e certas de que precisam viver, de que têm que lutar para viver neste mundo. Há lares felizes e lares infelizes, e, no entanto, todos podem ser felizes, porque a felicidade não consiste na riqueza, nem nas honrarias; a felicidade reina entre os seres simples, aqueles que não têm orgulho, aqueles que são comedidos e sensatos, e foge daqueles que são pretensiosos e orgulhosos, daqueles que olham a vida acintosamente. Assim sendo, todos devem fazer por criar um ambiente de paz e de alegria nos seus lares, porque isso é que atrai a felicidade e, portanto, a saúde da alma e a do corpo.

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Há muitas criaturas enfermas do corpo, enfermidades provenientes do mau ambiente criado por elas. Um espírito combalido, perturbado, não pode guiar bem seu corpo, que é o carro de que ele se serve para se locomover neste mundo e dar a máxima produção. As criaturas que não têm a consciência tranqüila, que vivem em sobressaltos, que vivem em constantes irritações, não podem gozar paz de espírito, elas têm que, invariavelmente, sofrer as conseqüências do seu mau estado psíquico. Criar, pois, um ambiente de paz e harmonia nos lares é o dever dos cônjuges. E todos os que têm filhos devem guiá-los com serenidade, ensiná-los a terem espírito de justiça, a serem francos e leais, fazendo com que vivam de alma aberta, agindo sempre com sinceridade, guiá-los para que fujam da hipocrisia e se sintam sempre à vontade com os seus pais, que vejam neles os melhores amigos e conselheiros, para que não procurem conselhos fora do lar. Os pais devem fazer sentir aos filhos que não devem esconder coisa alguma do que pensam, e para que isso se dê é preciso que os pais ajam com inteligência para com os filhos, não os apavorem, não os amedrontem e, sim, os chamem a si pelo carinho e pela palavra enérgica mas amiga, quando precisarem doutriná-los e corrigi-los. Há espíritos bem rebeldes em certos lares e isso tem uma grande importância na vida das famílias. É preciso que se reconheça a causa dessa rebeldia para, justamente, poder conduzi-los como é preciso. A um espírito rebelde não se deve fazer ameaças mas, sim, chamá-lo à razão pela palavra enérgica, amiga, para que ele tenha confiança nos pais e reconheça o interesse deles em vê-lo feliz. Há muitos pais que não sabem guiar os seus filhos, porque fazem regra geral da educação que ministram, não sabem estudar o temperamento dos

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filhos, pois nem todos os espíritos possuem o mesmo temperamento. Há espíritos que encarnam e que ao fim de pouco tempo estão deixando perceber que vão ser revoltados, renitentes, teimosos e há aqueles espíritos dóceis, maleáveis, mais fáceis, portanto, de serem corrigidos e por isso os pais não devem usar dos mesmos processos de educação, dos mesmos modos para com todos. É preciso tática, agir sempre com justiça, nunca desfazendo de um filho diante dos outros, mas guiando-os todos, chamando-os todos a si e empregando para cada qual, um meio diferente de guiar, de educar, uma palavra diferente e sempre adequada ao temperamento de cada um. É nisto que consiste preparar a felicidade futura dos filhos. A desarmonia dos lares muitas vezes provém de desinteligências por parte dos pais na educação dos filhos. Os filhos devem ser o traço de união dos pais e não concorrerem para a sua desunião. Desde que os pais saibam agir com inteligência e com calma, moderação e ponderação, todos se poderão entender, mas é preciso que não se esqueçam de que têm que dominar os ímpetos, o seu "eu", o célebre gênio, que é a desgraça de muita gente, por levar a desunião e a separação a muitos casais. Os espíritos são de categorias diferentes na mesma família. Quanto mais entre seres que se unem de famílias diferentes, com caracteres diferentes, com modos de pensar diferentes! O principal é fazer compreender aos casais a necessidade de que se uniram para cultivar a felicidade dos filhos. Saibam viver, aprendam a construir a sua própria felicidade.

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CONSTRUIR OU DESTRUIR A FELICIDADE Tudo se torna mais fácil àqueles que procuram facilitar a luta pela vida. As dificuldades vencem-nas os seres que as enfrentam, agindo com bom senso e critério. Há muita gente infeliz porque procura, justamente, a felicidade onde ela não se encontra, esquecendo-se de que é a própria criatura quem a constrói, assim como também quem a destrói. Agindo com critério e bom senso, pisando com firmeza neste mundo, caminhando sempre para a frente, procurando vencer todos os obstáculos e transpor todas as barreiras, sem pessimismo, sem receio, sem medo, sem vacilação, as criaturas têm que chegar ao final de sua existência vitoriosas sempre. É preciso saber viver, vimos nós afirmando sempre. Sim, é preciso saber viver, porque o saber viver é uma arte que toda gente deve cultivar. Nem tudo o que o ser humano deseja e pensa poder encontrar na sua existência, consegue. Há muita coisa contrária aos seus desejos e ao seu modo de pensar, e em vez de a criatura se revoltar, em vez de se tornar pessimista, ela deve revestir-se de resignação, moderação e paciência, procurando vencer, e tudo ver, tudo observar, solucionar da melhor maneira possível. O que não tem remédio remediado está: mais vale prevenir do que remediar. Assim sendo, previnam-se as criaturas contra os males que as possam atacar, previnam-se contra as vicissitudes da vida. Querer é poder e toda criatura que sabe querer pode alcançar aquilo que quer, desde que seu querer seja possível, seja razoável, seja comedido, porque há muitos que querem o impossível. Tudo que estiver dentro das

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leis comuns e naturais que tudo regem, tudo que seja razoável e que a criatura, pelo seu pensamento forte e valoroso sabe querer, ela consegue. Saber guiar o pensamento é dever de todas as criaturas que desejam manter-se equilibradas. Um pensamento forte, bem irradiado e bem elevado é uma defesa para o espírito, é uma barreira que impede que sofra as conseqüências de um pensamento de mal, irradiado sobre si. A criatura é forte quando tem valor espiritual para afugentar de si os maus pensamentos e, por conseguinte, a má assistência astral. A fraqueza de vontade deve ser combatida, porque ela é a causa de muitas infelicidades. Toda criatura deve ter força de vontade, deve ter personalidade, deve saber querer, mas querer para o bem, querer para a virtude, agir sempre com sensatez, com bom senso, com equilíbrio. O maior mal da humanidade é a ignorância da Verdade. Toda criatura que ignora o que seja a Verdade, toda criatura que vive num mundo de sonhos e de ilusões, é ignorante, e, portanto, uma infeliz, porque não tem em si as energias necessárias para saber afugentar o mal, para livrar-se do mal, para afugentar tudo que for prejudicial. Saibam, portanto, bem guiar o pensamento, tornem esse pensamento uma muralha que impeça a aproximação maléfica das forças inferiores e se tornarão invencíveis. Quando a criatura tem consciência absoluta de que cumpre o seu dever, de que cumpre as suas obrigações, não deve recear coisa alguma, porque a satisfação do dever cumprido, a satisfação das obrigações cumpridas, deve ser o bastante para que se sinta com a consciência limpa. Toda criatura que deseja o mal, toda criatura que é má, toda criatura que pensa mal atrai para si mesma esse mal. Portanto, quem bem faz para si o faz, mas quem mal faz para si também o está fazendo. 65


O mundo está cheio de misérias e maldades, mas a miséria e a maldade só atingem aqueles que têm pensamentos maus, aqueles que são coniventes com o erro. Ajam como criaturas dignas, ajam em tudo com sensatez, com critério e terão sempre a paz de espírito que lhes dá a consciência do dever cumprido, que é a maior felicidade de que o ser humano pode gozar na Terra. Agindo a criatura esclarecida com valor, caminhando sempre dentro da moral e do bom senso, está isenta de todo mal e chega ao final da sua existência com a satisfação de algo de bom haver feito em bem do Todo. Cumpram todos os seus deveres e ajam neste mundo como criaturas valorosas, ponderadas, moderadas e justas.

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CRÍTICA DESAIROSA Esta Doutrina, que se iniciou combatendo religiosidades e mentiras que só servem para iludir e enganar a humanidade; esta Doutrina, que tem a finalidade de preparar as criaturas para a luta pela vida, ensinando-as a pensar, a darem valor ao pensamento, indicando-lhes as vicissitudes da vida; esta Doutrina se impõe pela Verdade que explana, não admitindo nem ilusões, nem hipocrisias, nem mentiras. E, assim sendo, exige dos seus praticantes raciocínio, para saberem discernir com acerto, para tudo analisarem e tudo resolverem. Esta Doutrina não admite fanatismo, porque o fanatismo embota a inteligência, escurece a razão e torna as criaturas instrumentos dóceis da vontade alheia, escravas dos preconceitos, das teorias, dos dogmas. Essas criaturas não têm liberdade de pensamento, a liberdade, que é tudo na vida dos seres humanos, porque aquele que pode pensar livremente, dando livre curso aos pensamentos, age por si mesmo, não está atido a ninguém, tem confiança absoluta em si. Esta Doutrina quer que todos raciocinem bem, quer que todos saibam fazer justiça, dando o seu a seu dono. Ela não ensina aos seus praticantes a condenar, a espezinhar, a diminuir quem quer que seja. Quer que todos sejam justos, na forma e no fundo, que caminhem com retidão neste mundo, procurando aperfeiçoar-se cada vez mais, sabendo separar o joio do trigo. O fato de censurar e censurar sempre, como acontece hoje mais do que nunca, entre aqueles que pensam muito saber e pouco ou nada sabem, esse fato, no Racionalismo Cristão, não tem importância alguma. As criaturas que estão sempre prontas a censurar, a criticar desairosamente, a fazer crítica mordaz de tudo e por tudo, essas criaturas são umas infelizes.

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Bem sabemos que há muito desleixo, muito pouco caso, muita falta de consideração, senso e justiça. Mas habituaram-se as criaturas de tal modo a condenar, a censurar, a criticar, que chega a ser uma vergonha, porque àqueles que desconhecem a razão de tudo isso, causa-lhes certa espécie, e isso demonstra muita falta de respeito à Pátria a que pertencem. O Brasil merece de todos mais amor e respeito. É certo que todos aqueles que têm por dever pugnar pelo progresso, pelo seu futuro, pela sua segurança, deveriam dar exemplos mais frisantes de respeito e de amor ao trabalho. Um País como este, cujo povo é bom e ordeiro, merece consideração e respeito, mais patriotismo, para que não seja mal julgado pelo estrangeiro. "A roupa suja lava-se em casa" é ditado muito antigo, mas, infelizmente, há muitos brasileiros que não sabem lavar a roupa suja nas suas casas, trazem-na para as ruas, falam diante de tudo e de todos e não vêem o ridículo em que caem e agravam ainda mais a situação do País. Não adiantam as críticas e as censuras. O que adianta é ação, ação inteligente, colaboração. Mas não vemos colaboração, todos censuram, todos criticam, todos ajudam na desmoralização. Haja, pois, mais honestidade, mais sinceridade e justiça. O Racionalismo Cristão condena tudo isso e ensina o homem a ser sensato, a pensar com elevação e a agir com justiça. O verdadeiro juiz, julga imparcialmente. E é assim que o Racionalismo Cristão procede.

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CUIDEMOS DEVIDAMENTE DA CRIANÇA O estudo da Psicologia é interessante e deve ser cuidadosamente feito, para bem se conhecer a humanidade. Hoje cogita-se de educar a criança por meio de estudos psicológicos feitos de modo a revelar suas inclinações, seu estado de espírito, suas fraquezas e suas fortalezas. O pai que estuda psicologicamente o seu filho desde pequenino e que passa a educá-lo de acordo com esse estudo obtém aquilo que outros pais não conseguem de seus filhos. Estudando-se psicologicamente a criança conhece-se o que se passa no seu espírito. É comum encontrar-se em uma criança inclinações de adultos, observações, respostas e perguntas próprias de criaturas adultas. Isso, dentro do que ensina o Racionalismo Cristão, revela que o espírito traz consigo o saber, a compreensão e o raciocínio de sua última encarnação, bem recente. Estudando-se psicologicamente a criança, começa-se a descobrir aquilo que lhe vai na alma, os seus receios, a sua fraqueza espiritual, a sua rebeldia ou a sua docilidade. Os pais inteligentes começam a servir-se daquilo que vão observando no espírito do seu filho, para corrigi-lo, para formar bem o seu caráter e prepará-lo para os dias de amanhã, que talvez sejam ainda mais tumultuosos do que os de hoje. Não podem o pai e a mãe saber do futuro do seu filho, se será mais fácil ou difícil do que o presente. Assim sendo, é preciso preparar os espíritos estudando-lhes as inclinações, fortificando-os e corrigindo-os para que amanhã sejam valorosos e empreendedores.

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É desde criança que se começa a combater o receio e o medo que o espírito demonstre. Educa-se a sua vontade e forma-se o caráter impedindo que minta. Os espíritos de hoje não admitem mais aquela severidade de ontem. Os espíritos de hoje têm a compreensão, têm o raciocínio mais desenvolvidos. Reparai bem na criança de hoje! Como sabeis, o mundo passa por uma grande transformação e todos sofrem a influência dessa transformação. A criança mais do que ninguém. É por isso mesmo que deveis cuidar com carinho e inteligência da criança, que encontrará dupla dificuldade, talvez um caminho mais vasto em inteligência, em descortino, progresso, atividade, mas talvez mais difícil, psicologicamente falando. É preciso preparar o espírito dos homens e das mulheres de amanhã! Ensinai vossos filhos a serem homens valorosos, intrépidos e destemidos, a terem caráter, para que amanhã, ao partirdes deste mundo, possais levar convosco a consciência de bem haverdes cumprido os vossos deveres para com os filhos, que vos bendirão eternamente. O espírito ao encarnar traz consigo qualidades que, bem aproveitadas, de muito lhe servirão para a jornada neste mundo. Possui ele inteligência que, desenvolvida, verificará a vastidão do campo em que exercerá a sua ação espiritual, lhe dará cultura, compreensão, discernimento e raciocínio, ficando apto a enfrentar as dificuldades da vida, a vencer os obstáculos. Não admitimos fracassos nos espíritos que desenvolvem ou possuem essas qualidades! Um espírito que possui vontade e cultiva a inteligência tem por obrigação conseguir êxito em todos os empreendimentos.

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A vida na Terra é árdua, bem o sabemos, tem os seus altos e baixos, tem dificuldades a vencer, há sérias decepções e desilusões, mas para tudo o espírito deve estar preparado. Ingratidões, desilusões e decepções existirão sempre, enquanto a humanidade for defeituosa, egoísta e má. O ser inteligente, porém, sabe o que vai encontrar na humanidade, não se ilude e espera dela somente aquilo que lhe pode dar, desprezando por completo tudo que de mal lhe ofereça. No dia em que os governos se dispuserem a cuidar da instrução do povo, do seu preparo mental, no dia em que franquearem e facilitarem o estudo, exigindo que se estude, nesse dia terão dado um grande passo para a felicidade dos povos. Não basta proteger o povo desta ou daquela maneira. É preciso instruílo, é preciso prepará-lo para que dê valor à vida, para que possa trabalhar desafogadamente, para que possa demonstrar suas habilidades, suas inclinações e vocações, pois só assim será útil a si próprio e à Nação. Há muito que fazer, faltam homens de envergadura moral, homens de caráter bem formado, homens justos e que tenham a noção de honestidade, porque de exploração e mais exploração tem sido a vida da humanidade. Portanto, todos aqueles que têm vontade forte e sabem querer precisam dar instrução aos filhos e prepará-los para o dia de amanhã, pois, só com a mentalidade devidamente preparada para a vida atual, conseguirão fazê-los vitoriosos.

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CULTIVO DOS SENTIMENTOS Há sentimentos neste mundo que qualificamos de superiores e outros que qualificamos de inferiores. Os sentimentos superiores são sempre dignos, elevados e bons. Enaltecem e dignificam não só quem os possui como àqueles a quem são irradiados, ao passo que os sentimentos inferiores diminuem, rebaixam e infelicitam não só aqueles que os possuem, como aqueles a quem são dedicados. Saber cultivar no espírito somente sentimentos bons, elevados e dignos é dever de toda gente, porque só esses sentimentos levam ao caminho do bem, da virtude, enaltecendo e dignificando os espíritos. Todos poderiam ser felizes neste mundo, se possuíssem sempre bons sentimentos, e isso é uma questão, apenas, de querer. É uma questão, não há dúvida nenhuma, de educação, de formação moral, de formação espiritual. Se o mundo é cheio de imperfeições, se a cada passo a criatura depara com algo que a decepciona, se só encontra trabalhos e preocupações e se, apesar de tudo isso, não procura melhorar os seus sentimentos, não só pela experiência que a vida lhe vai dando, como pelo que observa e sente, então, essa criatura não quer evoluir, não quer progredir, iguala-se às demais. A própria vida ensina ao ser humano como deve agir. À medida que vai tendo experiência, à medida que mais abre os olhos, vai descortinando à sua frente o caminho que deve abandonar e também aquele que deve seguir. Ninguém tem o direito de menosprezar e diminuir quem quer que seja, mas todos têm o dever de estudar e procurar conhecer as criaturas, para saberem lidar com elas, de acordo com o seu temperamento, de acordo com a sua vontade, de acordo com as suas virtudes. 72


É preciso que se convençam de que neste mundo há milhares e milhares de espíritos para fazerem o seu progresso espiritual, e que a maioria desses espíritos está cheia de imperfeições, espera resgate, aperfeiçoamento que lhes garanta felicidade espiritual. Deparando-se com esses espíritos imperfeitos, a obrigação que possuem os de bons sentimentos é justamente procurarem auxiliar os imperfeitos a se aperfeiçoarem. Eis o que o Racionalismo Cristão faz, à medida que esclarece a criatura: faz reconhecer as grandes e as pequenas qualidades, procura levantar o ânimo, a fim de enveredarem pelo caminho da honra e do dever. Tudo na Terra tem sua explicação racional, vem afirmando o Racionalismo Cristão, e essa explicação racional nós vamos procurando dar àqueles que querem estudar, àqueles que investigam, àqueles que vêm às nossas Casas para se esclarecerem. Tudo se deve explicar racionalmente, porque a humanidade já está cansada de ser iludida, de ser enganada com o "milagre", com o "sobrenatural", com as fantasias e ilusões que só têm acarretado a sua infelicidade. É preciso despertar a humanidade, falando-lhe a Verdade, educando os espíritos. São é o ambiente em que convivem as criaturas possuidoras de sentimentos puros, as sinceras, nobres no pensar e no agir. São esses sentimentos que as tornam felizes, porque lhes dão paz de espírito, aquela tranqüilidade íntima, de que só goza quem pensa bem. Procurem aperfeiçoar-se, vivendo em paz, dando ao espírito a força e o valor de que ele carece para vencer as dificuldades da vida e não para criar e aumentar essas dificuldades.

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O estado espiritual do ser tem influência considerável sobre a sua produção. Um espírito atribulado, perturbado, não pode produzir, não pode desenvolver sua atividade com a mesma disposição que um espírito calmo, um espírito que vive num ambiente são. Razão temos em aconselhar àqueles que nos ouvem a necessidade de criar em volta de si um ambiente de paz e harmonia. A vida na Terra é cheia de preocupações, de trabalho, mas, quando as criaturas, após um dia de luta, de trabalho, de preocupações e desgastes mentais, voltam ao seu lar e encontram nele um ambiente sadio, de paz, tranqüilidade e de harmonia, esse ambiente lhes refaz o ânimo, fortifica a vontade, para, no dia seguinte, entrarem novamente na luta. A paz de espírito é a maior felicidade que o ser pode possuir na Terra. Havendo paz de espírito, há bem-estar, há tranqüilidade, há alegria. Sem essa paz de espírito, as criaturas não podem ser felizes, não podem ter tranqüilidade. Façam o possível para criar ambiente de paz e harmonia, e isso é fácil, basta que queiram e se disponham a criar esse ambiente. Tudo pode ser remediado e melhorado se têm força de vontade. O "eu" da criatura é como é, enquanto o ser não se esclarecer; mas, depois de esclarecido, tem por obrigação dominar esse "eu", dominar os ímpetos, educar a vontade. É da educação da vontade, é do domínio do "eu" que dependem a tranqüilidade e a paz de espírito, e assim a existência de bom ambiente. Não há ninguém perfeito neste mundo. Quem se julgar perfeito, engana-se. Todos são imperfeitos, e por isso aqui estão para corrigirem as suas imperfeições, para combaterem seus erros e para fazerem o seu progresso espiritual. E sendo todos imperfeitos, por que razão não procurar aperfeiçoar-se, tolerando as imperfeições ou ignorância dos outros? A

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tolerância é necessária, porque, sem ela, não pode haver compreensão e harmonia, mas tolerar não é pactuar com aquilo que esteja errado. Aprendam a viver, sejam sensatos, ponderados, moderados e justiceiros, caminhando como espíritos equilibrados neste mundo, e criarão em redor de si um ambiente são de paz e harmonia. A maioria das enfermidades é proveniente da falta de esclarecimento, da falta de ambiente são e, portanto, proveniente da falta de equilíbrio mental. Tenham equilíbrio, saibam pensar com elevação, saibam agir com prudência, e gozarão da paz de espírito e da saúde do corpo. Procurem pensar bem, porque é pelo pensamento que a criatura atrai o bem e repele o mal.

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CURA DE OBSEDADOS Criaturas há que causam lástima pela maneira indecorosa de se conduzirem na vida, por se prestarem a papéis ridículos, servindo de instrumentos dóceis a espíritos inferiores que delas se aproximam, atraídas pelos pensamentos afins. Uma criatura que possui educação e boa formação moral conduz-se sempre de maneira a nunca chegar ao avassalamento e de nunca se entregar à vontade dos obsessores que viciam aquelas criaturas desordenadas. Nas Sessões de Limpeza Psíquica, efetuam-se as desobsessões das criaturas, mas o avassalamento produz vícios que ficam arraigados no espírito de tal forma que é preciso saber controlá-lo, fazê-lo despertar de modo a mostrar-lhe o papel ridículo que representa, para que sinta vergonha, reaja e procure ter atitudes de maior compostura. O Racionalismo Cristão não alimenta doenças nem lastima ninguém; esclarece e sacode os espíritos pela Verdade, para que reajam e tenham controle sobre si mesmos. Os avassalamentos são sempre passageiros, quando o espírito é bem educado e sabe reagir. Mas quando o espírito se entrega prazenteiramente aos obsessores, quando está acostumado a fazer papéis tristes, dificilmente se controla, dificilmente se domina. Nesta Casa, prática há demais, porque inúmeros são os casos de desobsessão passados durante os longos anos que vimos exercendo as nossas Sessões de Limpeza Psíquica. Há obsedados que se normalizam facilmente, que no fim de algumas sessões, já demonstram lucidez, compreensão e vontade de reagir. Mas há outros cujos espíritos são tão rebeldes, tão viciados, tão acostumados às cenas espalhafatosas, que habitualmente fazem, que dificilmente se normalizam, por lhes faltar quem os submeta à disciplina do capítulo XVIII do livro Racionalismo Cristão.

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É preciso, para curar esses obsedados, que haja na família quem tenha bastante energia para chamá-los à realidade. Concordar com um obsedado é alimentar a sua obsessão. Para lidar com um obsedado haja energia e nada de pena, pois de nada adianta, pelo contrário, prejudica o obsedado e a criatura que toma conta dele. O enfermeiro tem que ser enérgico, ter energia cristã, disciplina, conforme explica e ensina a nossa obra Racionalismo Cristão. Saibam, portanto, fazer voltar à normalidade os enfermos da alma, como ensina o Racionalismo Cristão. Há criaturas que pensam que, para normalizar uma criatura obsedada, é preciso condescender com ela, dizer com ela, fazer-lhe todas as vontades, não irritá-la. Nós não queremos que se irrite o obsedado, mas queremos que se o desperte por palavras e por ações enérgicas. Concordar com um obsedado, alimentar o seu vício é erro e grande erro, porque, assim, nunca se chega a normalizá-lo. Aprendam a tratar de obsedados todos aqueles que vêm às nossas Casas e que queiram ouvir os nossos conselhos. Operada a Limpeza Psíquica, não continuem os obsedados a representar papéis tristes, aqueles que representavam nas macumbas, nos meios em que vivem. O Redentor e seus Filiados não são macumba, não há neles o baixo espiritismo. Nesta Casa se exige respeito, nela há disciplina baseada em princípios que elevam e dignificam as criaturas, não se satisfaz a curiosidade de quem quer que seja, não se representam papéis tristes, ridículos, nojentos e vergonhosos. Aprendam as criaturas que vêm às nossas Casas a caminhar de modo a dominarem o seu "eu", porque é ele que continua impondo, após a Limpeza Psíquica, a representação de papéis tristes.

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Não se ligue importância alguma àquilo que os obsedados façam ou digam após a Limpeza Psíquica, porque é o vício que está imperando, e vícios só se corrigem em casa com castigos morais e físicos, com muita energia e rigorosa disciplina. Aprendam todos a curar os obsedados de modo a trazê-los a esta Casa com disposição para normalizá-los e reeducá-los, porque as portas de nossas Casas se abrem a todos os que sofrem e estamos dispostos a aliviar todos os infelizes que aqui chegam, mas não concordaremos nunca com o vício, não concordaremos nunca com as criaturas que estão acostumadas a fazer papéis tristes dentro do espiritismo. Saibam ser enérgicos, mas sempre educados, como nos ensina o Racionalismo Cristão.

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CURANDO A OBSESSÃO A obsessão não é uma enfermidade física, ela tem origem no espírito. A obsessão é uma enfermidade psíquica e, como tal, precisa ser curada psiquicamente. Quando a criatura chega ao estado de obsessão, o dever daqueles que estão encarregados de zelar por ela, é procurarem esclarecerse para poderem curá-la psiquicamente, e assim poderem dar a esse espírito enfraquecido e avassalado aquilo de que ele carece para reagir e voltar à normalidade. De acordo com o tempo de obsessão, ela pode ser curada rápida ou demoradamente, pois o enfermo, após as Limpezas Psíquicas fica livre dos obsessores, mas quando a obsessão é já de muito tempo, torna-se ainda mais viciado, pelos hábitos adquiridos na obsessão, e para corrigi-lo é preciso energia, é preciso constância, é preciso, pois, esclarecimento racional e científico, a fim de se conseguir o êxito desejado. Há muitas criaturas que chegam ao avassalamento por ignorância, por fraqueza de vontade, por falta de orientação espiritual. Essas criaturas são facilmente curadas, porque, assim que o seu espírito se esclarece, assim que se fortifica, começa a reagir, cai em si mais facilmente. Há outras criaturas, porém, que se deixam avassalar, por possuírem pensamentos maus, cheios de ódio e de inveja: essas são mais rebeldes à cura, por serem mais violentas, a sua educação espiritual é mais lenta. Nesta Casa têm-se feito muitas curas de obsedados, que hoje se sentem felizes e completamente normalizados. Mas aqueles que os submeteram ao nosso tratamento psíquico souberam usar da força espiritual, tiveram constância, foram enérgicos e perspicazes. É preciso não se esquecerem de que para curar um obsedado não se deve condescender com ele; é preciso ser justo e compreender quando precisa usar de energia. Há criaturas que condescendem demais com os

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obsedados, há criaturas que têm receio de irritar o obsedado. Não devem de fato irritá-lo, mas corrigir o obsedado é dever de quem dele cuida; corrigi-los cristãmente, corrigi-lo com energia, mas sem irritá-lo, sem revolta, sem impaciência. Uma energia calma e serena obriga o obsedado a obedecer, sem se irritar. Não é gritando, nem batendo, nem aplicando castigos que se consegue normalizar um obsedado. É preciso ação psíquica, é preciso ação fluídica, é preciso boa irradiação do pensamento, é preciso energia física e espiritual que o obrigue a se conter e a respeitar aqueles que dele tratam. Aprenda-se, pois, a curar os enfermos, psiquicamente, e todos se normalizarão a contento, para satisfação da família. O Racionalismo Cristão deseja que as criaturas se esclareçam para justamente evitarem os avassalamentos, para que sejam fortes de espírito, para que saibam se conter, para que saibam lutar pela vida e vencer. Dentro do Racionalismo Cristão tudo se explica e tudo é devidamente esclarecido. Os mistérios e os enigmas são para aqueles que têm prazer em viver na ignorância da vida fora da matéria ou em se divertir com a ignorância humana. Dentro do Racionalismo Cristão não há mistérios nem dogmas, tudo é explicado racionalmente. Não se admitem a superstição, a dúvida e a incerteza que se encontram em muitos seres. A vida é real, e como real deve ser vivida. Criar um ambiente misterioso, cheio de fantasias, para nele permanecer, é produto da ignorância humana. A explicação racional que a nossa Doutrina dá a todos que procuram as suas Casas é acessível a todas as inteligências. Não se devem alimentar dúvidas nem incertezas; aos espíritos deve-se falar com clareza, com sinceridade, deve se dizer sempre e sempre só a verdade. Alimentar a mentira, a ilusão a um espírito é alimentar a sua

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ignorância, é torná-lo um infeliz. Quanto mais certeza tem a criatura daquilo que é e do que deve ser, melhor para o espírito se locomover neste mundo, pois não viverá de ilusões, deixando-se enganar. Terminar com a ignorância seria um bem para a humanidade. Mas não sendo possível por enquanto eliminá-la por completo, que possamos ao menos diminuí-la. Para diminuir a ignorância é preciso falar às criaturas com sinceridade, dizendo-lhes sempre a verdade, para que levantem o seu ânimo, fortifiquem a sua vontade, para que, enfim, possam caminhar com firmeza neste mundo. Não queremos peditórios, esmolas e súplicas. Cada um deve ter confiança em si, certeza absoluta de que em si encontra a defesa para o seu espírito, a força de que necessita para caminhar e viver neste mundo. Ninguém deve estar atido a milagres, porque o milagre e o sobrenatural são produtos da ignorância humana. Todos devem ter convicção, confiança em si próprios para caminharem por seus pés e pensarem com a sua própria mente, sem dependerem da de terceiros. Caminhar assim, e caminhar convicto, é ter certeza de lutar e vencer.

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DIVERSÃO PERIGOSA Quanta curiosidade sobre o espiritismo! Freqüentar uma sessão espírita, para certas criaturas, chega a ser um divertimento; saber o que lá se passa, ouvir o que os espíritos dizem, esperar a manifestação de um parente ou a resposta a uma pergunta mental, tudo isso diverte, é muito interessante, é assunto para conversa, aliás, muito comum na época, e chega a ser moda. No entanto, o espiritismo é uma coisa muito séria, séria demais para se brincar com ele. Séria demais para qualquer um se divertir a sua custa. Brincar com o espiritismo é o mesmo que brincar com o fogo; podem os seres se queimar e as queimaduras podem ser graves. Espiritismo é uma ciência complicada, profunda, vasta e eclética, como bem disse Pinheiro Guedes. É uma ciência que requer estudo todos os dias para ser compreendida. Não será apenas com assistência a algumas sessões, ouvindo alguns espíritos, assistindo a alguns fenômenos que se ficará seguro do que é o espiritismo. Ciência profundamente eclética, ela esclarece, fortifica o espírito, mas, se a criatura não tiver firmeza, pode, também, levá-la à loucura. Criaturas há que se fanatizam por assuntos espíritas e, de tal forma, que só encontram satisfação quando neles se envolvem. Têm prazer em exercer a mediunidade como passatempo, como distração, trabalho esse que nós condenamos, quando da mediunidade se faz distração. Que muitas criaturas cheguem ao espiritismo em busca de alívio para os seus males, numa aflição, para salvar um ente amigo, ou um ente querido de família, até aí, nós concordamos, porque, na hora da aflição, lança-se mão de tudo; mas brincar com o espiritismo, não. É preciso estudá-lo e compreendê-lo.

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O estudo psíquico é uma necessidade; estudar psiquismo não é confabular com os espíritos, nem viver freqüentando sessões espíritas e fazer sessões em família; estudar psiquismo é procurar conhecer a vida fora da matéria, o que seja a lei de atração, os males efetuados pelos espíritos em estado de perturbação, males psíquicos, males que existem e que precisam ser curados pelo Racionalismo Cristão, pois que, materialmente, nada conseguirão. A medicina não consegue curar os males do espírito; ela pode curar a matéria, ela tem progredido na cura dos corpos, mas não pode curar o espírito, porque o mal é psíquico e, portanto, só uma terapêutica psíquica pode fazer efeito. Esse tratamento só produz resultado satisfatório quando há ambiente espiritual. É da máxima importância o estudo da vida fora da matéria; é preciso que as criaturas saibam e sintam que o pensamento é uma força poderosa. É pelo pensamento que o ser pode atrair o bem e o mal, pode ser feliz e infeliz. Pelo pensamento pode a criatura criar na sua imaginação figuras, fatos que podem vir a se dar, porque na sua aura –espelho do seu espírito – tudo se reflete, grava-se tudo quanto se passa no seu pensamento, e é nesse pensamento que vão os espíritos inferiores, os espíritos desencarnados, servir-se daquilo que eles criaram na sua imaginação, no seu pensamento enfermiço e doentio. Desconhecendo o ser o que seja a vida fora da matéria, o que seja a ação psíquica, fica como que abandonado, entregue à sua própria ignorância e sujeito, com facilidade, aos avassalamentos. Há criaturas infelizes, perturbadas, que se sentem nervosas, intranqüilas, que não dormem, que tudo as incomoda, que se irritam por tudo, por culpa única e exclusiva da sua falta de estudo e raciocínio. São essas as criaturas enfermas do espírito e o seu caso é puramente psíquico. Há, pois, necessidade de se estudar o que seja a vida psíquica, para não se brincar com uma coisa perigosa.

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A freqüência, pois, às sessões porque o espírito, ou a criatura espiritismo nem os seus efeitos, enfermidades físicas. A freqüência mais dia menos dia, a infelicidade.

espíritas, é um perigo, é um perigo, desprevenida, que não conhece o avassala-se e chega à loucura e a a essas sessões é um meio de atrair,

Não temos interesse em ver as nossas Casas cheias, mas, sim, que se esclareçam aqueles que a elas chegam. As nossas Casas se enchem porque sentem-se bem aqueles que as freqüentam com assiduidade. Não enganamos ninguém, não fazemos, tampouco, concorrência às propaladas "casas espíritas", porque consideramos esta Doutrina como sendo o Espiritismo Racional e Científico Cristão. Esta Doutrina esclarece, fortifica os espíritos, preparaos para a vida, tornando-os fortes, valentes, confiantes em si próprios, não lhes promete proteção alguma, porque a melhor proteção é aquela que a criatura busca em si própria, com a confiança absoluta que deve ter em si mesma, na sua convicção, possuindo personalidade e valor. O Racionalismo Cristão fortifica os espíritos, fazendo com que caminhem convictos, certos de que precisam lutar, de que devem lutar, que devem vencer, que a vida é a luta destinada ao ser humano na Terra, que todos vêm a este mundo para sofrer, para lutar sem serem vencidos. O homem deve vencer nos negócios, por mais difíceis que sejam, procurando subir sempre na vida, o sucesso faz com que se sinta bem na Terra.

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DOMINANDO O GÊNIO Faz parte da boa educação e da formação do caráter saber exercer domínio sobre o "eu". Se as criaturas soubessem como tem valor o saberem se dominar, conter os seus ímpetos, os seus maus hábitos, reconheceriam as suas imperfeições para corrigi-las; todas procurariam ser justas consigo mesmas. Para se preparar um espírito para a vida é preciso ensiná-lo a se dominar. A educação ministrada às crianças deve se basear, principalmente, neste ponto. Do domínio do "eu", da maneira como se ensina a criatura a dominar-se, depende o seu êxito mais tarde na vida. Há criaturas que são mais impetuosas, geniosas. O gênio, todavia, nem sempre é uma demonstração de mau caráter; há criaturas geniosas e que, no entanto, têm um fundo muitíssimo bom, um ótimo caráter. Mas não se sabendo dominar, podem essas criaturas praticar verdadeiros desatinos e chegarem mesmo ao crime, porque ficam desvairadas, justamente pela falta de domínio do seu "eu". Os pais não devem descurar a educação dos seus filhos. É ensiná-los a dominarem o seu "eu", porque não dominar-se pode ser a sua infelicidade mais tarde, pode concorrer para fracassos na vida material. Para poderem bem viver todos devem saber dominar-se. A vida é cheia de surpresas, de dificuldades e trabalhos, e se as criaturas não souberem conter-se, evitando a irritação, que é um veículo de atração das forças astrais inferiores, que molestam, que enfermam, que dominam, que cangam, que prejudicam, não podem elas viver equilibradas e felizes.

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É preciso, pois, reeducar sempre a vontade, e saber reconhecer os defeitos. Aprendam, portanto, a viver. Sabemos que na Terra não existem criaturas perfeitas; mas desejamos que reconheçam as suas imperfeições, os seus defeitos para que saibam fazer justiça a si mesmas. Aproveitem as lições, porque todas podem ser de grande valia para a felicidade, para o êxito na vida de trabalho. Pouco a pouco, dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, vai-se dando em pequeninas doses aquilo de que precisam os que freqüentam as nossas Casas. Muita gente desconhece o valor do pensamento e é no pensamento que está o segredo de todo o êxito. É pelo pensamento que a criatura se defende, é pelo pensamento que ela se inferioriza. O pensamento, pois, é tudo, e todo aquele que sabe guiar os seus pensamentos, que sabe servir-se deles nos momentos oportunos, tem certeza de êxito. O Racionalismo Cristão se impõe justamente por não haver nele ilusões; ele não mente à humanidade, faz-lhe sentir a necessidade de um despertar para uma nova vida, mais racional e mais humana. Há muitas misérias, muitas misérias mesmo, mas são produto da ignorância humana. Se fossem as criaturas mais bem preparadas, se fossem guiadas para a vida, para o caminho do bem e da virtude, não se entregariam ao vício, não se deixariam aniquilar, ao ponto de se tornarem infelizes e a vida se tornaria mais suave. Mas, infelizmente, muito se tem mentido às criaturas, muito lhes têm prometido e nada se lhes tem dado, tudo não tem passado de misérias e de hipocrisias. O Racionalismo Cristão, com os seus ensinamentos, esclarece aqueles que já estão cansados de serem iludidos, aqueles que estão cansados de 86


serem enganados e passam a aceitar o que se lhes oferece para saberem viver. Procurem dar valor ao pensamento, porque, pensando sempre bem, estão sempre garantidos. Fujam das idéias pessimistas, não se entreguem a pensamentos de fraqueza, não vivam a pensar em enfermidades, não deixem que o seu espírito enfraqueça e se acovarde, procurem levantá-lo sempre, dando-lhe força, valor e compreensão. Não se deixem, portanto, enfraquecer, nem espiritual nem materialmente. Saibam pensar, caminhem com firmeza neste mundo, não vacilem, tenham confiança absoluta em si próprios e terão êxito.

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DOMÍNIO DO "EU" O conhecer-se a criatura a si mesma como Força e Matéria, conhecer, portanto, o que é por dentro e por fora, isso significa saber que é o universo em miniatura e que a causa da infelicidade de muita gente é o seu "eu" que, não sendo sofreado, pode levar a criatura a cometer desatinos. Cada criatura possui dentro de si um "eu" animal, um "eu" perigoso, e que precisa ser domesticado. Os ímpetos, as revoltas espirituais são provenientes desse "eu" mal educado, desse "eu" vaidoso e tolo a que muita gente dá grande importância, e daí caminharem desabridamente para a obsessão. O domínio do "eu" tem uma importância capital na vida dos seres humanos. A criatura que sabe dominar-se enfrenta as vicissitudes da vida, os vendavais, as tempestades que se desencadeiam sobre si, enfrenta o sofrimento, suporta a dor oriunda das injustiças, das ingratidões e desilusões, porque, dominando-se, alteia-se acima dessas misérias, e tudo sem se deixar enfraquecer. Há criaturas intempestivas que, sem se saberem dominar, jogam com as palavras com uma facilidade espantosa, palavras que ferem, palavras que causticam e que muitas vezes deixam um eco doloroso nos ouvidos daqueles cujos espíritos têm sensibilidade. Porém, o ser impetuoso não se lembra disso; ele quer é dar expansão ao seu "eu" e diz tudo que lhe vem à mente nesse infeliz estado de revolta, de irritação. Se soubesse dominar o seu "eu", se sofreasse os seus ímpetos, não faria tal, esperaria que o ambiente se desanuviasse e depois, então, falaria com serenidade toda a verdade, mas tudo de uma maneira calma, franca e sincera. Deve, portanto, o homem conhecer-se, para saber o que é, o que vale, para poder valer sempre mais e melhor fazer ainda na trajetória de sua vida. 88


A pretensão e a vaidade impedem que as criaturas reconheçam os seus defeitos. Mas é preciso que todos se reconheçam imperfeitos e passem a ter vontade de alcançar a perfeição. Esta Doutrina deseja o esclarecimento da humanidade para que ela saiba viver e ser feliz. A vida na Terra será sempre cheia de surpresas, de trabalhos, de angústias e aflições, e só um espírito esclarecido saberá ser forte, valente, valoroso para vencer as lutas morais ou materiais que o acometam. Para progredir é preciso lutar. Não há progresso sem luta. Toda criatura que luta consciente, que se esforça, progride e avança no caminho da vida. As indolentes é que se acomodam a qualquer situação. Essas não querem, absolutamente, subir, fazer alguma coisa para o bem do seu progresso espiritual. Passar neste mundo deixando correr as horas e os dias sem nada produzir, sem nada fazer de útil e bom, não é viver; viver é lutar, e a luta dá sempre prazer àqueles que não desejam vegetar. É um prazer imenso o que sentem os seres, quando conseguem bom resultado em um empreendimento difícil. O produto de um trabalho honesto dá sempre satisfação ao espírito. Quando as mãos produzem coisas boas e úteis, o espírito está satisfeito. A maioria dos casos de obsessão é proveniente da falta de trabalho, da falta de distração racional. Não queremos que se veja o trabalho como castigo para escravos. O trabalho enaltece, dá saúde e vigor quando é metódico, racionalizado. Há sempre o que fazer numa casa, há sempre o que fazer para o homem que ama o trabalho. Só não tem o que fazer a criatura indolente, despreocupada e que não sente prazer em viver, apenas vegeta.

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Aprendam a lutar, esforcem-se para ser alguma coisa na vida, procurem sentir a sensação de bem-estar, após um dia de trabalho produtivo. Os fins de semana são sempre esperados com prazer por todos que lutam, quando durante a semana se trabalhou e se produziu. O descanso, então, nessa ocasião, traz bem-estar ao espírito, uma satisfação íntima que dá a alegria de viver. E todos devem viver com alegria, todos devem viver com prazer e nunca viverem revoltados, achando tudo difícil, achando a vida pesada, achando que os outros são melhores do que ele, achando que tudo poderia ser mais fácil, se não houvesse tanto trabalho. A lei do mínimo esforço não faz parte do Racionalismo Cristão. Aqui diz-se que é preciso esforço, trabalho e que só progride o espírito que trabalha gostosamente.

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DUAS VIDAS O tempo corre, os dias passam vertiginosamente e as criaturas deixam correr o tempo, passarem os dias, pouco se preocupando com o seu progresso espiritual. Cuida-se muito da vida material, dos interesses materiais, mas descuida-se por completo dos interesses espirituais. No mundo há duas vidas a viver: a espiritual, precisa ao espírito; e a material, necessária ao corpo. Ambas, separadamente vividas, refletem-se uma na outra. Conforme a vida material que a criatura leva, assim se ressente a vida espiritual e conforme a vida espiritual, assim se reflete na vida material, portanto, uma é conseqüência da outra. O equilíbrio espiritual tem uma grande importância no sucesso da vida material e a desorganização, a perturbação, a falta de controle, a falta de ordem e método da vida material, perturbam a vida espiritual. Todo aquele que tem uma vida moderada e metódica possui equilíbrio espiritual, lucidez de raciocínio, critério, calma e ponderação. Todo aquele que tem vida moral equilibrada possui vida material normalizada. É preciso que saibam viver, bem viver as duas vidas, porque delas depende a felicidade dos seres. Há muita gente que não tem tranqüilidade, que não tem paz de espírito, porque traz a sua vida desorganizada e desonesta. Há muitos e muitos casos de loucura provenientes da vida desordenada e dissipada que as criaturas levam. São obsessões, são enfermidades do espírito adquiridas por uma vida irregular, por falta de controle, por falta de senso e raciocínio.

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É preciso saber viver, sim, e nós nos batemos hoje, mais do que nunca, pela correta maneira de a criatura viver na Terra, porque a desordem que se observa, social e familiar, a falta de critério, a falta de honestidade, tudo enfim que vem prejudicando a família e a sociedade tem por única causa a maneira errada como as criaturas vivem. É preciso compreender a vida como a vida de fato é, fazer tudo para tê-la sempre equilibrada e não se esquecer de que não devem deixar de dar ao espírito a força e o valor de que ele carece para bem poder guiar o seu corpo e para bem poder manter-se equilibrado neste mundo. Aprendam a viver, procurem aproveitar a encarnação, não deixem passar os dias e os anos. Visto ser o tempo precioso, ele deve ser bem aproveitado em toda a trajetória da vida. Da compreensão dos deveres de cada um resulta o êxito na vida dos seres. As criaturas podem viver neste mundo de uma maneira diferente, desde que saibam equilibrar os seus espíritos, educar e fortificar a sua vontade, lutando com honestidade e valor. Há criaturas que não sabem viver, porque entendem que hão de impor os seus caprichos, criando situações embaraçosas, sem necessidade, quando todos poderiam viver em paz, sem criar ambientes pesados, animosidades, que só trazem dissabores e contrariedades. A vida na Terra já é cheia de sofrimentos; por que razão, pois, aumentar esses sofrimentos, pelo mau uso do livre-arbítrio, criando situações difíceis e dificultando, portanto, a vida?

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Eis por que fazemos com que as criaturas procurem saber viver inteligentemente. Tendo a noção do dever a cumprir, que vivam como criaturas equilibradas e não atordoadas e infelizes. A vida na Terra é um minuto em comparação com a vida do espírito e, conforme a vida que os seres levam na Terra, assim será o seu êxito espiritual. Não sejam, portanto, criaturas indesejáveis, não sejam revoltadas, aprendam a viver e vivam com inteligência. Há tanta coisa a se fazer na Terra e que deixa de ser feita, porque as criaturas não sabem viver, porque não sabem empregar bem o seu tempo, porque são egoístas, porque são más, porque têm prazer em viver em rivalidades, em desinteligências, criando a desarmonia e fazendo a infelicidade de si próprias.

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EDUCAÇÃO E DECADÊNCIA A causa da decadência moral que se observa é a falta de educação e de preparo espiritual para a vida. Decaem moralmente as criaturas, quando mal orientadas e falhas dos Princípios que lhes garantem o seu equilíbrio neste mundo. Um espírito possuidor de um caráter bem formado, não decai moralmente, mantém-se sempre firme, cumprindo o seu dever com lisura. Há quem atribua a imoralidade a uma "fatalidade" na vida. Nós condenamos essa fatalidade. Tudo tem a sua explicação racional, e se há infelicidades para as quais existe uma explicação e uma razão formal, há muitas faltas para as quais não há desculpa, nem se as aceita como fatalidade. A criatura, quando possui moral, enfrenta todas as vicissitudes da vida sem perder o equilíbrio e a sensatez. Bem sabemos que há muita miséria neste mundo, que os seres inexperientes e mal formados de caráter podem se perder, mas perdem-se justamente por lhes faltar o apoio moral, o apoio dessa moral que parte da educação de Princípios e que vem do berço, do lar, razão por que repisamos sempre sobre a necessidade de saber educar a criança, pois é desde criança que se deve fazer sentir a noção da moral, do pudor, do respeito por si própria. É de criança que se forma o caráter, e um caráter bem formado é sempre sólido, é a garantia do futuro. Os espíritos que possuem uma educação adequada podem passar pelo que for, porque eles se manterão firmes, caminhando por este mundo, saltarão os lodaçais que encontrem, evitarão escorregar, possuirão ânimo forte, vontade educada para o bem, que é a sua garantia. Formar, pois, o caráter de um filho é uma necessidade para evitar quedas e desgostos.

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A humanidade está cheia de misérias, misérias que revoltam os espíritos bem formados, misérias que não deveriam existir, se houvesse mais senso e mais critérios. Mas, por isso mesmo, é preciso que os espíritos esclarecidos se mantenham equilibrados e fortes para observar essas misérias, tomando-as como lições dolorosas, não perdendo aquilo que aprenderam na casa dos pais. É preciso encarar a vida como a vida é, saber estar em toda a parte sem se prejudicar, sem se confundir, porque conforme a criatura se conduz, conforme as atitudes que ela toma, assim ela se impõe ao respeito alheio, não há ninguém que tenha coragem de faltar ao respeito àquele que sabe se impor, àquele que sabe se conduzir. Haja noção da moral, caminhem com passo firme neste mundo, tenham preocupação de se manterem sempre equilibrados e sensatos, porque no mundo há tempestades que se desencadeiam sucessivamente mas, para os espíritos preparados, essas tempestades passam e não deixam vestígios, porque eles são fortes e compreendem a vida como a vida de fato é. Mas para aqueles que alimentam ilusões, para aqueles que não têm o seu espírito preparado, o seu caráter bem formado, e, portanto, uma educação espiritual sólida, essas tempestades podem derrubar e fazer fracassar muitos espíritos. Ninguém deve contar só com flores, prazeres e bons sucessos na vida; devem contar com alegrias, sim, mas também com fracassos, com sofrimentos e com desilusões e decepções. A vida não pode correr sempre bonançosa, não; se assim fosse, não haveria depuração espiritual, porque o que depura o espírito é o sofrimento, quando vem naturalmente, sem que a criatura o procure pelo seu livre-arbítrio. Todos devem procurar ser fortes e compreender a vida como a vida deve ser compreendida. Repisamos sempre neste assunto, porque há necessidade de preparar os espíritos para a vida, porque há muitos que não 95


foram preparados para tal e por isso há muita fraqueza espiritual, há muitos avassalamentos, há muitas desgraças, pois um espírito preparado para a vida é forte e consegue da luta sempre sair vitorioso. Um espírito sem preparo é um fraco, é um indolente, nunca consegue a vitória nos seus empreendimentos. É preciso, pois, que as criaturas encarem a vida como a vida de fato é, que tenham os seus momentos de alegria e de distrações, porque isso é necessário ao espírito. Uma criatura que não se distrai, um espírito que não cria ambiente saudável, que vive num ambiente pestífero e rotineiro, pode se perturbar, pode enfermar, pode se tornar insociável e até intratável. Toda criatura deve se distrair com comedimento, deve dar ao espírito uma distração, deve trabalhar, porque o trabalho é o alimento do espírito, pois quem trabalha produz e quem produz sente a satisfação de ver o produto do seu trabalho. O mal da humanidade é exagerar, é se tornar insociável, é se tornar perdulária, é se tornar gozadora. Saibam viver uma vida racional, dando ao espírito o que ele necessita e ao corpo aquilo de que ele carece, e todos podem construir a sua felicidade. Há muita gente que vive à espera de que lhe caia a felicidade nas mãos, mas a felicidade não é um presente que se compre com dinheiro ou, então, que se compre pelo prazer de comprar. A felicidade constrói-se, é feita pela própria criatura, ambientando-se ela conforme é preciso, e agindo na vida com moderação e comedimento. Há criaturas que querem tudo, que tudo ambicionam, que tudo desejam; essas criaturas nunca podem ser felizes. Aquele que só deseja o razoável é que sabe viver, esse é que é feliz. Há muita infelicidade proveniente da vaidade descomedida, do luxo demasiado, dos prazeres sem conta; essas infelicidades nunca deixarão de

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existir enquanto as criaturas não forem esclarecidas, não souberem ser comedidas e sensatas. Aprendam a viver, pois o Racionalismo Cristão ensina aquilo que precisam fazer para ter o espírito forte, a vontade educada para que saibam querer, para que possam lutar com valor e com desprendimento. Aproveitem as lições que ele oferece.

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EDUCAÇÃO FALHA O gênero humano é cheio de imperfeições e todos os dias fornece casos interessantes para estudo. Há tamanha diversidade de tipos e de temperamentos a emitirem conceitos, tão vários e tão faltos de justiça, muito pouco sensatos e quase nenhum imparcial, pelo que se verifica como é falha a educação e assim a maneira de se conduzirem os espíritos na Terra. E, no entanto, são todos Luz, como partes integrantes do Grande Foco, que se dispersam por este mundo para ativarem o progresso espiritual, para aumentarem o brilho da sua própria Luz e se tornarem almas mais diáfanas e mais puras. No entanto, verifica-se que, por haver faltado esclarecimento, estão os seres sempre prontos a se estraçalharem, a se ofenderem uns aos outros, poucos são aqueles que sabem dar a mão, poucos são aqueles que sabem salvar os náufragos, poucos são aqueles que se condoem verdadeiramente da miséria humana. Vivem tais quais feras, sempre prontos a se atacarem e a se digladiarem. Os irracionais possuem muitas vezes mais afetividade e melhores sentimentos do que os racionais. Há muito mais fidelidade, afeto e dedicação num cão, do que às vezes nos seres humanos, e, no entanto, são todos dotados de raciocínio, de inteligência e, portanto, deviam ser clarividentes contra o mal. Acontecem guerras, umas após outras, sem que haja a menor alteração na maneira de sentir e de pensar das criaturas. É o ódio, o egoísmo, o despeito, a inveja que obsedam, perturbam e envolvem os homens, todos querem a satisfação do seu "eu", da sua vaidade, e quando chegam a ser alguma coisa ou a possuírem alguma autoridade, passam a ser déspotas e escravocratas. Como é triste o viver da humanidade! O homem, como espírito, vem a este mundo simples, modesto, mas, assim que começa a ter nele importância, assim que galga um degrau na vida, começa a se envaidecer,

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e, de modesto e simples, passa a ser vaidoso; de bom, passa a ser egoísta e mau; não sabe subir com simplicidade para manter-se sereno e de lá de cima olhar com brandura para aqueles que embaixo ficaram e de quem antes eram amigos. Enchem-se de orgulho, de vaidade, e, então, começam a ofuscar os bons sentimentos e fazem misérias. É o que se observa no mundo, e por isso se julga a humanidade incorrigível. A nossa Doutrina tem uma finalidade nobre e justa –a de regenerar a humanidade, a de concorrer para salvar os espíritos, a de trazê-los ao caminho da honra e do dever, a de auxiliá-los a se levantarem para que caminhem com firmeza neste mundo, enveredando sempre pela senda da honra e do dever. Mas vemos a humanidade tão renitente, tão teimosa no erro, que a julgamos incorrigível. Afirmamos que é pela dor que o espírito acorda, no entanto, após uma guerra sangrenta e má, que trouxe tanta dor e tantos sofrimentos aos espíritos, ainda há os espíritos revoltados a quem nem a dor nem o sofrimento despertam para uma nova vida. Desapareceu o sentimento na humanidade, não há mais sentimentos nobres, tudo se leva para o deboche e para o indiferentismo, acabou-se o senso e o raciocínio, vivem os homens num eterno turbilhão, atordoando-se para não sentir o peso da vergonha. Não podem desaparecer do mundo os sentimentos que elevam e dignificam os seres, os sentimentos nobres, os atos que dignificam a criatura, porque uma criatura despida de sentimentos é infeliz, é desumana, não sente, não vibra, é um manequim manejado por mãos alheias, agindo instintivamente como os animais. Quiséramos despertar todos os espíritos, quiséramos que todos compreendessem bem a finalidade da sua estada neste mundo, para que soubessem encarar a vida como a vida de fato é, fortificando a vontade, o ânimo, para caminharem com passo firme, auxiliando o despertar de outras almas, para verem claro na vida. Não é se

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enchendo de vaidade, não é diminuindo, não é ofendendo, amedrontando, que se esclarecem os povos, que se ensina o ser a viver, que se ensina a criança a corrigir-se, a mocidade a despertar para uma vida real. É preciso saber viver com inteligência, com raciocínio, para se guiar acertadamente um povo. É preciso saber como fazê-lo reconhecer as suas fraquezas, como também as suas possibilidades, as suas qualidades, as suas inclinações, as suas aspirações, e respeitar tudo isso e de tudo se servir para bem guiar, para fortificar, para o auxiliar a viver, a produzir e a se sentir feliz com a sua produção. No dia em que os homens que possuem responsabilidades sérias neste mundo souberem reconhecer tudo isso, estarão capacitados a guiar o povo, serão dele queridos, serão benquistos e conseguirão muito e muito. Aprendam, pois, a ver as coisas como as coisas de fato são, sejam ponderados, sejam moderados, sejam valorosos, e sobretudo saibam fazer justiça, como ensinam os Princípios em que se baseia esta Doutrina. Todos se devem lembrar de que precisam agir neste mundo com retidão e firmeza, para que possam assim bem cumprir os seus deveres.

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EDUCAR OS SENTIMENTOS Todos os sentimentos partem do espírito, mas existem os bons e os maus. Os sentimentos puros são elevados, criam ambiente de alegria e felicidade e tornam as criaturas valorosas e apreciadas. Os maus sentimentos atestam inferioridade e às vezes são indício de baixa espiritualidade; essas criaturas vivem sempre irritadas, mal-humoradas, criam ambientes infelizes, tétricos. Uma criatura dotada de bons sentimentos é querida, estimada e respeitada. Alimentar os bons sentimentos é afastar os maus. Portanto, é dever de todas as criaturas, principalmente aquelas que têm filhos a educar, em formação do caráter, nunca criarem um ambiente de infelicidade para os filhos. Estes devem ver o semblante de seus pais sempre desanuviado e nunca os ouvirem pronunciar palavras rancorosas. Quando os pais percebem em seus filhos a inclinação para os maus sentimentos, devem ter o máximo cuidado de corrigi-los, a fim de os fazer desaparecer. A espiritualidade se demonstra sempre pelos sentimentos que os espíritos irradiam. Todos os espíritos encarnam para resgatar faltas, crimes praticados em encarnações anteriores. Ninguém fica impune. Por isso se diz que deve haver reflexão, para que não sejam praticadas más ações. Toda criança demonstra os sentimentos que possuía na última encarnação, e não há melhor oportunidade do que a da infância para combater os maus sentimentos, para corrigi-los, a fim de que os espíritos comecem a aproveitar o seu tempo, nesta encarnação.

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É de máxima necessidade que os pais tenham cuidado com os seus filhos. Sempre que possam, observem as suas tendências espirituais para ajudá-los ou para corrigi-los a tempo. Ensinar à criança é gravar em mármore; aquilo que na infância ensinardes aos vossos filhos, estará gravado para sempre em seu espírito; não deveis esquecer-vos de que há espíritos dóceis e espíritos rebeldes; para os espíritos dóceis há sempre facilidade de os induzir ao caminho do bem. Os espíritos rebeldes com dificuldade se os guiam para o caminho da virtude e do bem, mas nem por isso devem os pais desanimar. Seu dever é trabalharem para fazer com que eles enveredem para o bom caminho. A rebeldia do espírito é sempre uma demonstração da necessidade de correção, para ele se espiritualizar. Há quem não acredite na reencarnação do espírito, nem tampouco na evolução espiritual através das encarnações. Entretanto, se quiserem pensar e raciocinar, verificarão que é um fato. Há espíritos que se recordam de coisas passadas numa existência longínqua e, quando na infância, revelam coisas que fazem meditar aos pais. Há espíritos que em corpo de criança demonstram temperamentos de velhos, de criaturas experimentadas, raciocinando com acerto, tendo por vezes frases de um certo alcance que fazem a admiração dos que os ouvem. São espíritos de fato velhos que desencarnaram há bem pouco tempo, e que têm certas reminiscências da vida passada. Há, portanto, necessidade de se cuidar carinhosamente da educação desses espíritos, da sua formação moral, pois, da formação do indivíduo depende o seu êxito na vida. Da boa formação espiritual da criança depende o seu futuro. E como todos os pais desejam a felicidade dos seus filhos, é preciso que procurem desde já tudo fazer para que eles sejam felizes no futuro, para que eles sejam fortes, para que eles vençam na vida. Tenham, pois, o máximo cuidado na educação dos seus filhos, saibam dar-lhes não só o pão, mas também a educação, lembrando-se sempre de 102


que o futuro dos filhos depende da educação, depende dos princípios que os pais lhes puderem dar agora. Tudo na vida tem a sua explicação racional, e não podemos deixar de fazer sentir que, apesar de pais cuidadosos educarem convenientemente os seus filhos e apesar de muitas vezes possuírem muitos filhos, educando-os todos da mesma forma, há uns que não seguem a mesma rota dos outros; esses são os espíritos rebeldes, aqueles espíritos renitentes a quem dificilmente conselhos e educação dos pais podem produzir efeitos. Mas não devem por isso os pais deixar de cumprir o seu dever, porque não há regra sem exceção e quanto mais cuidado tiverem na formação espiritual dos filhos melhor cumprirão os seus deveres e nunca terão remorsos de haverem guiado inconvenientemente os filhos no caminho da vida.

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EGOÍSMO E AUTORITARISMO Feliz a criatura que se conhece a si própria! Feliz, porque, conhecendo-se a si mesma, reconhece os seus defeitos, as suas imperfeições e tem, portanto, a oportunidade de corrigir-se. Infelizes daqueles que não se conhecem, porque, não se conhecendo, não se apercebem do ridículo em que caem, dos papéis tristes que representam. Todas as criaturas devem saber reconhecer aquilo que são, a capacidade que possuem e, assim, viverem com naturalidade, com simplicidade. É muito mais honrosa essa conduta do que as criaturas quererem aparentar aquilo que nunca conseguirão ser. Quanto mais modesta e simples a criatura, mais consideração, respeito e admiração terá; quanto mais inteligente e preparada, mais simples deve ser, porque a sua inteligência aparecerá mais fulgurante ainda; debaixo da sua simplicidade, esconderá aquilo que sabe, mas dá valor ao que valor tem, certa, porém, de que "honrarias, mais vale merecê-las e não tê-las, do que tê-las e não merecê-las". Tudo, enfim, que é balofo, superficial, tudo que é exterioridade, não deve ter valor para as criaturas de caráter bem formado. Aqueles a quem faltam alicerces morais, intelectuais ou materiais, por circunstâncias várias podem subir na vida e daí tornarem-se vaidosos e pretensiosos, grandemente orgulhosos, mas, amanhã, pode tudo ruir por terra e fragorosamente. Aprenda a criatura a conhecer-se a si própria, procure aquilatar bem o seu valor, aquilo que é capaz de produzir e de ser. Esforce-se, não há dúvida nenhuma, por sempre saber enriquecer a sua mente, aumentar a sua cultura e até os bens materiais, mas nunca aumentar a vaidade, nem criar complexos que lhe poderão ser bastante desagradáveis no futuro. 104


O homem é aquilo que é, e não aquilo que aparenta ser. Nem sempre as exterioridades traduzem o que intimamente são; é preferível ser superior no íntimo, do que mostrar superioridade e ser inferior intimamente. Tudo o que é superficial é pernicioso, e o Racionalismo Cristão, que se bate pela Verdade e somente pela Verdade, que não afirma senão aquilo que está baseado nessa Verdade, quer que todos sejam sinceros e verdadeiros para consigo próprios, e, assim sendo, eles serão também justos para com o seu semelhante. Caminham os homens, na época presente, de maneira bastante duvidosa, porque a maioria deles pretende somente aparentar, subir, galgar posições para depois abusarem dessas posições, abusarem dos direitos que possuem, e descem, moralmente, descem na sua honestidade, tornar-se-ão, enfim, criaturas indesejáveis. Não adianta subir assim. É preferível nunca ter subido, é preferível manter-se na sua posição de trabalhador honesto, do que subir, galgar postos para deles fazer mau uso. É uma obsessão que vem dominando os seres: "a do mando" ou do luxo, da riqueza, do quererem aquilo que os outros possuem. Invejar as posições altas, a riqueza dos outros é estar o ser a prejudicar-se, e nada mais. Em vez de invejarem, em vez de quererem usufruir fortuna, em vez de quererem posições para gozarem delas, saibam aumentar o seu quinhão, honestamente, por meio do trabalho, por meio do seu labor, do seu braço forte, rijo, mas sempre honesto e bom. Quererem aquilo que vêem nos outros, e perderem o que de bom possuem, a moral e a honestidade, é degradarem-se. Quando a humanidade for mais esclarecida, estamos certos de que ela pensará melhor, acabarão as prepotências, cessarão os sentimentos que levam os homens à guerra, passarão eles a ser mais justos, mais sinceros, e sobretudo modestos.

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Não queiram vitórias sem lutas, pois nada se consegue de bom neste mundo sem sacrifícios e sem trabalho, e tudo aquilo que é adquirido sem sacrifícios e sem trabalho não medra, não progride. Saibam alcançar aquilo a que suas almas aspiram, honestamente, pelo trabalho, pelo esforço, pela constância; sejam sinceros e altruístas, e darão, assim, uma grande satisfação ao espírito, quando partirem deste mundo. Ponham de parte a vaidade, o orgulho, o egoísmo, e procurem ser aquilo que são.

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EGOÍSMO, FONTE DE SOFRIMENTOS É tão difícil compreender a humanidade, satisfazê-la, atendê-la nas suas necessidades que, apesar da boa vontade e do grande desejo de serem úteis, aqueles que desejam auxiliar e esclarecer os seres encontram múltiplos fatores que dificultam a tarefa. É difícil compreender a humanidade. Ela está sempre descontente, nunca se satisfaz com aquilo que se lhe oferece, traz consigo uma eterna revolta, a revolta dos que tudo querem e pouco ou nada fazem por merecer. A humanidade só será feliz quando possuir desprendimento e compreensão, quando souber se colocar no seu lugar, adaptar-se ao seu meio, souber receber e dar. É o egoísmo que domina os espíritos, que os cega, que os impossibilita de raciocinar. É o egoísmo que torna a humanidade má, injusta e eternamente descontente. Tudo se tornaria mais fácil, os homens seriam mais humanos e mais compreensivos, se cada um procurasse colocar-se no seu devido lugar, se pensasse e medisse bem as conseqüências dos seus atos, desse mais valor àquilo que valor tem, pusesse de parte o seu "eu" vaidoso, como espírito prepotente e orgulhoso, para tudo saber ver com moderação e discernimento. Os seres são infelizes, muitas vezes, porque querem ser, porque cavam a sua própria infelicidade, desprezam o bem que muitas vezes lhes vem cair às mãos, não sabem compreender a vida. Todos poderiam ser felizes, gozar felicidade e, se não o são, é porque não sabem dominar o seu "eu", educar a vontade e trabalhar o raciocínio.

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Esclarecendo a humanidade, nós pretendemos torná-la melhor e mais compreensiva. Todos os espíritos devem estar preparados para as surpresas que a vida lhes proporciona. Há muita coisa que vem a se passar no futuro e que no presente não se imagina que possa assim ser. São muitas as surpresas que surgem na vida de cada um, e para que essas surpresas, na maioria más, decepcionadoras, não abatam o moral, é preciso que se tenha o espírito preparado, para não ficar dominado pelos sofrimentos. Há sofrimentos que vêm naturalmente. São eles provenientes da luta pela vida, deles não se pode fugir. Mas há outros sofrimentos advindos do mau emprego do livre-arbítrio, e esses são sofrimentos que abatem o espírito. É o livre-arbítrio que os engendra, a própria criatura os procurou. Aqueles sofrimentos que vêm naturalmente e não se esperavam, constituem surpresas, abalam e fazem muitas criaturas boas se deixarem avassalar. Esse avassalamento é proveniente da falta de preparo espiritual. Mas, chegadas às correntes do Astral Superior, essas criaturas depressa reagem e se esclarecem para prosseguirem na luta pela vida. Há muitos seres que chegam à loucura por falta de orientação espiritual, que perdem a razão e se deixam avassalar, porque os espíritos enfraquecidos sofrem um golpe moral, um sofrimento, uma dor. O abatimento se apodera deles de tal forma que cai completamente toda a sua energia e passam esses espíritos a ser dominados pelo astral inferior, forças inferiores que nunca perdem o ensejo de se aproximar daqueles que os atraem com seus pensamentos perturbados. Há inúmeras causas de obsessão provenientes de abalos morais, e essas causas de obsessão se dão porque os espíritos não têm valor e energia para oporem a reação precisa nos momentos mais críticos da sua vida. Há, portanto, necessidade, e muita, de preparar os espíritos para o dia de amanhã, para o futuro, porque a maioria da humanidade procura viver o 108


momento presente, e, se esse momento presente lhe dá prazer e alegria, não se lembra que amanhã poderá vir a sofrer, poderão surgir surpresas que avassalam e mortificam. Do preparo espiritual depende o equilíbrio mental, a saúde e a felicidade! É preciso esclarecer a humanidade, porque só esclarecida poderá ela ser justa, ponderada e moderada. Enquanto as criaturas viverem dissipada e turbulentamente, sem finalidade, sem clareza, sem aquela compreensão que caracteriza os espíritos cumpridores dos seus deveres, estarão sujeitas a tristes contingências. É preciso preparar o homem para a luta, a mulher para a vida do lar; é preciso que se convençam de que ambos se completam, mas, se ambos não souberem entender-se, a vida se lhes tornará um inferno, nunca combinarão. É preciso que o homem se convença de que tem que lutar e que o seu êxito depende do seu valor, da sua força de vontade, do seu equilíbrio mental; é preciso que homem e mulher se convençam de que têm deveres sérios a cumprir um para com o outro e ambos para com os filhos, quando os houver. É preciso que quem tem encargos de responsabilidade no mundo os saiba exercer com justiça, com desprendimento e valor. É preciso que todas as criaturas se convençam de que é necessário fazer esforço, é preciso lutar para conseguir alguma coisa útil na vida. Não é esperando pelos "milagres", nem tampouco pela fortuna ou pela sorte no jogo que se triunfa. Tudo isso é próprio de quem não pensa nem raciocina. Aqueles que pensam e raciocinam não admitem a existência de milagres e sortes. Esses sabem que quem faz para si o faz, que da luta do

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homem depende o seu êxito. E, assim, fortes e resolutos, esses espíritos enfrentam todas as tempestades morais, todos os vendavais morais e materiais, todas as crises, todos os fracassos que possam surgir, e preparados caminham até ao fim da existência com a consciência tranqüila, com o espírito sereno, lúcido e perfeitamente equilibrado.

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ENERGIZAR Fortificar o ânimo para poder vencer na luta pela vida, para adquirir novas energias, para poder reagir contra tudo o que possa atingir a criatura é uma necessidade que se impõe a todo aquele que vive pensando e raciocinando. Sem energia espiritual e resistência física ninguém pode vencer na vida, que é bem cheia de lutas e trabalhos. Não é com fraqueza que se transpõem os obstáculos, nem com lamúrias ou queixumes. É com a reação espiritual, é com a energia, é com o valor que tudo se consegue neste mundo. Entregar-se o espírito ao desânimo, deixar-se levar pela fraqueza, é aniquilar-se, pouco a pouco. Todos, para viverem neste mundo, precisam de força, de vigor, de valor e de compreensão. Há muita gente que ao menor abalo moral entrega-se ao sofrimento e deixa-se enfraquecer. Essas são as criaturas que não sabem dar valor ao pensamento, não sabem o que é energia espiritual. É preciso reagir, reagir contra tudo, contra qualquer coisa que lhe possa acontecer. O homem está no mundo sujeito a vicissitudes, a trabalhos, a decepções, a insucessos. Ninguém está livre disso. Mas, ele não deve se entregar, ele não deve se deixar abater, aconteça o que acontecer, suceda o que suceder, ele deve altear sempre o seu espírito, fortificar o seu ânimo, reagir a desgostos e decepções, e caminhar para a frente. Caminhar, sim, porque é preciso caminhar sempre, parar nunca! Toda criatura que tem essa disposição de espírito vence, torna-se forte e valorosa, por maiores que sejam os desgostos, por maiores que sejam as contrariedades. Ninguém se deve deixar abater, todos devem reagir, lutar e vencer.

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O Racionalismo Cristão, como Doutrina, faz o que nenhuma faz, porque não quer que aqueles que freqüentam as suas Casas, aqueles que se dizem seus instrumentos, vivam à espera de proteção, seja de quem for. O Racionalismo Cristão quer que cada um encontre em si mesmo a proteção, que reaja, que se torne forte, não conte com ninguém, pois em si encontrará a energia necessária para transpor os obstáculos, para vencer os sofrimentos desde que saiba vencer-se a si próprio. O Racionalismo Cristão prepara o homem para a luta, fazendo-o conhecer o valor do pensamento, o valor da lei de atração, o valor de uma boa irradiação e o valor sobretudo, da energia espiritual vinda dos seus Princípios. O estudo da vida fora da matéria deve interessar a todas as criaturas que pensam e raciocinam. A vida fora da matéria preocupa hoje muita gente culta. O espírito investigador quer ir além dos compêndios e das teorias puramente materialistas, ele quer ir além dos fatos presenciados, vistos e apalpados. A vida fora da matéria é uma ciência psíquica, espiritualista, que todos devem estudar e conhecer. A matéria mesmo viva é inerte; ela só se incita e só se movimenta com alguma coisa que vive fora dela. O corpo é matéria que sem a força (espírito) não vale nada. A matéria torna-se pútrida antes mesmo de vinte e quatro horas, a partir do momento em que o espírito a abandona. A matéria sem o espírito é um corpo sem vida, sem beleza, sem brilho. E quanto mais vivaz o espírito, mais admirada a criatura; logo, há que se estudar essa vida fora da matéria. É preciso não desprezar esta ciência, que bem merece ser estudada. O cientista só tem a sua ciência completada quando junta aos seus conhecimentos positivos os da ciência psíquica, aqueles que emanam do espírito.

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Um espírito perturbado será sempre um enfermo. A enfermidade não está no corpo, mas sim no espírito. A reação espiritual auxilia de maneira considerável a cura de um corpo enfermo. Um espírito que se entrega à enfermidade é um ser vencido, é um doente difícil de ser curado. Um espírito que reage, um espírito que tem coragem, que encara a sua situação e procura vencê-la da melhor maneira possível é um espírito forte, é um espírito capaz de triunfar na vida. As perturbações psíquicas, as enfermidades psíquicas são originadas por distúrbios espirituais. Como não devem desconhecer aqueles que entendem alguma coisa de espiritismo, há muitos espíritos perturbados na atmosfera da Terra, infelicitando aqueles que os atraem pelo pensamento de amizade, quando são parentes, ou com pensamentos afins, quando são criaturas perversas, viciadas, ou fracas. Um espírito perturbado só pode atrair fraqueza pelo seu pensamento. Desconhecer tudo isso é ignorância e, no entanto, há muita gente que desconhece porque quer. É preciso que todos se convençam de que espiritismo não é uma coisa banal, não é um modo de se distrair, como faz muita gente. Esse espiritismo, magia negra, é um perigo para aqueles que o procuram. O Espiritismo Racional e Científico Cristão vale a pena ser estudado, porque a criatura que o conhece fica com uma bagagem considerável de saber e que muito a pode auxiliar para resolver os seus complicados problemas da vida. Não se despreze, portanto, aquilo que tem um valor considerável e que, nos momentos difíceis da vida de cada um, nas horas amargas, tem uma importância tão grande para os espíritos, para suavizar os seus sofrimentos, fazendo desaparecer as dores, dando valor, força e

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resignação, dando, mesmo, a intuição que muitas vezes leva os seres à solução de um problema difícil.

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EQUILÍBRIO TRAZ TRANQUILIDADE Um espírito perturbado é sempre um infeliz, porque a perturbação faz com que deixe de raciocinar e comece a ver tudo errado. A desconfiança se apodera dele e, assim, numa atmosfera completamente falsa, vive perturbado, perturbando também os outros. Do equilíbrio moral do espírito é que depende a sua felicidade. Um espírito que viva desassossegado, intranqüilo é um espírito infeliz. A compreensão dos deveres e o seu consciente cumprimento é que operam a tranqüilidade, a paz de espírito e a felicidade. Os seres podem viver neste mundo como entenderem, cheios de dinheiro, de bem-estar, tudo lhes pode ser fácil na vida, mas, desde que lhes falte a paz de consciência, a tranqüilidade espiritual, falta-lhes tudo e nunca poderão ser felizes. Há muita gente que pensa que para ser feliz basta possuir dinheiro à vontade para gastar, como se nisso se encerrasse a felicidade! Mas, a felicidade não está no dinheiro, não está na fortuna. A felicidade está na consciência tranqüila, na paz de espírito. E muitos daqueles que possuem dinheiro, grande fortuna, não possuem paz interior, esse sossego tão desejado, porque não sabem estar condignamente no palco da vida. É preciso caminhar neste mundo com o passo firme, com a vontade forte e educada para o bem, caminhar com firmeza, com equilíbrio, com sensatez, tudo vendo e tudo compreendendo, sem ambicionar, sem invejar aquilo que é dos outros, porque isso só prova haver uma idéia errônea do que seja a vida. Felizes daqueles que sabem viver com naturalidade, simplicidade, com valor e honestidade; felizes daqueles que palmilham este mundo com

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sensatez e honra; felizes daqueles que, à noite, se deitam com a consciência tranqüila de haverem cumprido, durante o dia, o seu dever. Essa é a verdadeira felicidade. O desassossego, a intranqüilidade do espírito trazem o tormento, a dor e o sofrimento danificadores. Procurem estudar a vida, para em todos os atos morais ou materiais poderem agir com consciência, e serão felizes. Tudo se consegue, quando há paciência, persistência e se sabe querer aquilo que é possível. Aqueles que tudo querem alcançar sem sacrifício, por espírito de imitação, afobadamente, perdem o seu tempo, porque perdem a tranqüilidade, passam a se ver envolvidos num ambiente de perturbação, atordoam o espírito e nada de bom conseguem. Saibam, pois, viver, viver como criaturas inteligentes, caminhando com firmeza, tendo consciência daquilo que são e do que devem ser, tudo procurando fazer de maneira a que o espírito não venha, mais tarde, a arrepender-se. A luta será sempre a vida destinada ao ser humano na Terra! Todos se devem convencer de que precisam lutar. Todos os espíritos devem possuir energia, ela é que garante o êxito na vida. Aquele que não for enérgico, que não tiver força de vontade, fracassa invariavelmente na luta pela vida. É preciso, pois, saber lutar, manejando as armas do pensamento para que não seja inglória a sua passagem pela Terra. Há muita gente que desanima quando encontra qualquer dificuldade na vida. O desânimo é um inimigo do espírito, porque lhe tira a energia. Ninguém deve desanimar diante das dificuldades ou dos obstáculos que surjam pelo caminho da vida. Quanto mais dificuldades houver, quanto

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mais obstáculos encontrar, maior deve ser a sua energia, maior deve ser o seu valor. O ser humano não tem o direito de se deixar enfraquecer ou desanimar. O desânimo, o pouco caso, atestam um espírito não esclarecido, porque um espírito esclarecido sabe que precisa lutar e vencer. Nunca se deve dificultar a vida e sim facilitá-la pelo método, pela maneira metódica e disciplinada, pela maneira inteligente com que se devem encarar os problemas, para resolvê-los. O Racionalismo Cristão prepara a criatura humana para a vida, ensinando-a a pensar, a lutar e a vencer. Saibam, pois, todos compreender a vida e vivê-la como seres esclarecidos.

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ERROS DESCULPÁVEIS Quando, pela experiência adquirida no correr dos anos, a criatura se convence da nulidade de muitas coisas a que deu atenção, dos desvarios, dos atos irrefletidos, de uma série de erros cometidos por falta de experiência, por falta de compreensão da vida; quando chega à realidade dessa mesma vida, ela passa, então, a viver, agindo com a mente esclarecida, com a vontade educada e forte sempre como criatura equilibrada. Os erros cometidos, quando os seres não têm experiência da vida, não possuem o esclarecimento, não têm a compreensão daquilo que fazem, esses erros têm, até certo ponto, desculpa, porque foram cometidos inconscientemente. A criatura na sua inconsciência pode até cometer crimes, mas o que não se admite é que em plena consciência, sabendo o que está fazendo, cometa erros e crimes. "Errar, dizem, é dos homens, mas teimar no erro é dos irracionais". Quando a criatura erra e reconhece o seu erro, deve dar a mão à palmatória, deve se penitenciar, procurando resgatar o seu erro e passando a viver uma vida equilibrada e sensata, fazendo desaparecer o mais possível a mancha que se tornou indelével e que se reflete sobre o espírito, sobre a consciência. Não há nada como a criatura possuir uma consciência leve, sentir-se bem consigo própria e viver feliz, por possuir a paz de espírito. Nem todos ligam importância a essa paz de espírito, no entanto, é ela que dá tranqüilidade, é ela que traz sossego ao homem. Um espírito que vive em paz sente-se bem, sente-se perfeitamente à vontade; um espírito que vive atormentado, sobressaltado, com receio sempre de que descubram os seus erros, a sua maldade, os seus crimes, é

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um espírito infeliz, nunca tem sossego, porque o remorso o acompanha noite e dia. Nada, portanto, como o homem ter a sua consciência tranqüila, e, quando as criaturas puderem adquirir essa tranqüilidade espiritual, o devem fazer, seja a que preço for, pelo sacrifício, pelo trabalho, por tudo, enfim, para que consiga essa paz interior que lhe dá sossego e tranqüilidade de espírito. Todos podem ter felicidade relativa, porque a vida na Terra é de lutas, trabalhos, sofrimentos e desilusões, mas a maioria dos seres não procura ser feliz, não procura ser feliz porque não compreende a vida ou não a quer compreender. Uns deixam-se levar pela vaidade, vaidade que os cega, que os leva a todos os atos indecorosos; outros deixam-se dominar pelo orgulho, orgulho mal cabido que os torna prepotentes e déspotas, que impede que sejam justos e verdadeiros. Se o ser humano soubesse como seria feliz se pusesse de parte o seu "eu", para somente dar guarida ao seu espírito, ao seu pensamento para o bem, àquilo que é justo, que é direito, que é correto, que é bom, seria feliz. Porque, muitas vezes, o que leva à desgraça é o "eu" mal educado, esse "eu" que obriga a ter ímpetos, esse "eu", que leva a criatura à prática de atos de que mais tarde se arrependerá. Dominem pois o "eu", sofreiem os seus ímpetos, eduquem a vontade por ser esse o dever de todas as criaturas que chegam a esta Casa, porque só assim conseguirão viver em paz. Aprendam a viver, saibam conter-se, saibam reprimir os impulsos para o mal, corrigir a vontade mal educada, ponham de parte a vaidade, a prepotência e o orgulho, porque são a causa da ruína espiritual e até material da humanidade.

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ESCLARECER-SE PARA SER FELIZ Ler, estudar, assimilar, compreender para tirar deduções acertadas é dever de todos. Da compreensão resulta o bom entendimento. A incompreensão traz desarmonia, inquietação; quando as criaturas sabem assimilar e compreender, tornam-se mais acessíveis, cordatas e sensatas, porque tudo encaram com serenidade e naturalidade. O Racionalismo Cristão procura dar às criaturas o esclarecimento para garantir-lhes a estabilidade. A indiferença pelas coisas sérias da vida é um mal que, para ser debelado, leva tempo. O ignorante é sempre um infeliz, porque vê tudo pelo lado errado, não compreende, não assimila. De sua incompreensão resultam deduções falhas. Comete erros, comete até crimes, pois, na sua ignorância, não enxerga, nem pode conceber a responsabilidade daquilo que pratica. O homem esclarecido é um forte. O homem sem preparo espiritual é um infeliz. O Racionalismo Cristão tem a finalidade de preparar o homem para a luta, de ensinar às criaturas a viver e a fazer desaparecer a ignorância, para que saibam conduzir-se psíquica e materialmente à altura, como criaturas sãs, equilibradas e sensatas. Ter caráter é ter brio, é ter vergonha, é ter personalidade moral. Não possui caráter aquele que só sabe gritar, que diz desaforos, que impõe a sua vontade com despotismo, com arrogância. Possui caráter aquele que sabe se impor pelas suas qualidades morais e materiais.

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Dizem por aí que há uma grande crise de caráter na Terra. Não negamos que exista, porque vemos a humanidade, não pelo que exterioriza na sua face, no seu modo de agir, mas pelo que pensa, pelo que deixa transparecer e refletir na sua aura. Há de fato uma grande crise de caráter, mas essa crise de caráter provém da falta de preparo espiritual, e, por conseguinte, da falta de educação. Os homens vêm sendo muito mal educados. A formação do caráter vem sendo defeituosíssima e, defeituoso o caráter, defeituosa é a formação moral. Por isso, razão tem o Racionalismo Cristão em insistir para que se eduque a criança, porque é da criança que depende o mundo. O caráter e a formação espiritual devem começar na infância, porque, quando há princípios, embora os espíritos sejam rebeldes, embora se tornem homens e tenham seus defeitos, lá fica alguma coisa, uma semente boa cai em seus espíritos e, se essa semente acaba germinando, ainda se pode aproveitar alguma coisa. Um espírito bem formado, um caráter solidamente edificado torna o homem forte e valoroso. Há seres que se queixam de não ter tido quem os guiasse na vida, que, apesar de possuírem bons sentimentos e desejo de ser alguma coisa, sentem a falha da educação que receberam, e é uma pena se ver espíritos assim despreparados no mundo, porque, se possuem bons sentimentos, se possuem, portanto, elementos que poderiam ter sido cultivados por seus orientadores, é lamentável que não tenham tido orientação adequada. É necessário, pois, que os pais se lembrem disso. De que mais tarde os filhos podem queixar-se da falta de orientação, da má formação do caráter por parte dos pais.

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O mundo precisa de seres de valor e honra, porque, infelizmente, há muita e muita falta deles. Os homens de valor, desprendidos e desejosos de acertar, encontram dificuldades, por faltar-lhes quem os auxilie, sustente suas opiniões e possa cumprir o seu programa. Os homens intrépidos, destemidos e valorosos são poucos e esses precisam de quem os auxilie. Haja, portanto, cuidado dos pais que nos lêem em bem formar o caráter dos seus filhos para que amanhã, se não forem os grandes homens que o mundo reclama, se não forem os "cabeças" ou os orientadores dos povos, possam vir a ser os bons auxiliares desses homens a quem cabe a responsabilidade de orientar e guiar outros homens. Procurem educar os filhos tendo orgulho de os ver homens feitos, possuidores de moral, de bom senso e de caráter bem formado. Será esse o grande prêmio que os pais terão!

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ESPIRITUALIZAÇÃO, ÚNICA VIA PARA A FELICIDADE Entre os seres humanos existe uma multiplicidade de temperamentos, de inclinações, de gênios, enfim uma infinidade de pequenas coisas que precisam ser tomadas em consideração, para que o espírito possa terminar com êxito sua estada neste mundo. Os temperamentos, as maneiras de pensar dos seres diferem consideravelmente de uns para os outros. Não se pode obrigar outrem a pensar como A ou B. O principal é fazer compreender aos espíritos a necessidade de se esclarecerem para dominarem seus ímpetos, para educarem sua vontade. Quem possui a vontade educada para o bem pode ter o temperamento que tiver, porque se dominará e se manterá sempre neste mundo com equilíbrio. A falta de orientação espiritual leva as criaturas a praticarem atos condenáveis, a tornarem-se indesejáveis, enfim, a viverem infelizes. O esclarecimento espiritual é uma necessidade para todos os seres, porque a humanidade ignorante das coisas espirituais, das coisas transcendentes, não dá a devida importância à vida, descontrola-se, só vê com os olhos materiais, mas na hora do perigo quer segurar-se a tudo. As criaturas devem saber bastar-se a si próprias, mas saberem também que há uma Força invisível, que não é vista nem apalpada, mas que exerce uma influência considerável sobre o espírito. Dê-se, pois, valor às coisas transcendentais, às coisas espirituais, que muita gente despreza e de que até ri. Não sabem o mal que estão fazendo, e é por isso que muita gente sofre e não sabe por quê. Se não fossem os princípios religiosos a impedir as criaturas de raciocinarem, de estudarem, de discernirem, de buscarem a Verdade, estamos certos de que a maioria seria, hoje, esclarecida.

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Há muitos espíritos revoltados, sequiosos de algo fazerem diferente daquilo que está feito, mas os princípios religiosos, estéreis que são, impedem que rompam os preconceitos, quebrem as cadeias e possam livremente estudar, perscrutar aquilo que seus espíritos buscam. É do esclarecimento espiritual que depende a felicidade do ser humano. Uma criatura esclarecida é feliz, passa a compreender a vida com naturalidade, enfrenta os problemas da vida, por mais difíceis, por mais árduos, por mais pesados que sejam, com serenidade. Tudo estuda para resolver dentro da razão e do bom senso, possuirá sempre lucidez, razão esclarecida, não se amedrontará, não terá receio de coisa alguma, porque sabe que cada um é aquilo que quer ser e que quem bem faz para si o faz. Enfrenta as dificuldades, vence pelo pensamento bem irradiado, possui uma vontade férrea e bem educada, sabe que, como esclarecida, tem por dever saber sofrer, saber lutar e dessa luta sair vitoriosa. Quem é esclarecido tem possibilidade de resolver os mais intrincados problemas da vida. O pior, porém, é que há muita gente que não quer ser esclarecida, e não o quer ser porque não lhe convém abdicar dos seus princípios errôneos, abdicar de seus vícios, de sua pusilanimidade, de sua indolência espiritual, de sua preguiça mental. Não quer fazer esforço para raciocinar, não quer modificar os pensamentos, continua entregue ao seu "eu", à sua vontade, não quer aceitar a Verdade nem reconhece a necessidade de procurar emendar-se, enveredando por caminho mais direito, mais correto, que lhe poderá trazer, às vezes, sacrifício, mas também maiores vantagens. Alguns desses, ainda presos à lei do mínimo esforço, preferem continuar errados, ignorantes, e, portanto, infelizes, porque não encontram em seus espíritos, nos pensamentos e na vontade, a resistência para os males e as misérias que os podem acometer durante uma existência inglória e infeliz.

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Não pouparemos esforços para irradiar luz sobre a humanidade, embora saibamos que muita gente não quer se esclarecer, porque, como já dissemos, não lhes convém. Mas, mesmo assim, nós continuaremos explanando os nossos Princípios, esperando que a semente que lançamos encontre terreno fértil, onde possa medrar, crescer e frutificar. Eis o que o Racionalismo Cristão deseja, eis o que pretendemos da humanidade. Não queremos adeptos nem crentes, mas, sim, esclarecidos e fortes de vontade para seu bem próprio.

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EVITANDO FRACASSOS A evolução do espírito faz-se a partir dos conhecimentos que vai incorporando na medida do seu crescimento físico, do estudo processado nas escolas e também na luta pela vida. Nenhum espírito pode evoluir sem cuidar do desenvolvimento mental. A ignorância atrofia a mente, impede o desenvolvimento da inteligência e, sem compreender, sem discernir, sem desenvolver a inteligência, o espírito não pode progredir. O seu progresso depende também do desenvolvimento intelectual. Esclarecendo as criaturas, nós desenvolvemos nelas aquelas qualidades que ativam o seu progresso. Quando o espírito começa a discernir, a se desenvolver, a investigar, quando começa, enfim, a beber conhecimentos que até então desconhecia, passa então a dar valor àquilo que ele próprio possuía, mas que ignorava, desconhecia. Combater a ignorância é um dever que assiste a todos que são mais esclarecidos, porque desse combate resulta o progresso, a felicidade espiritual dos seres que vivem agrestemente, sem noção do dever, sem compreensão do que seja a vida. Sem esse conhecimento a criatura não progride, vegeta, passa por este mundo sem aproveitar o seu precioso tempo. Há necessidade, portanto, de fazer desaparecer a ignorância, que é o maior mal da humanidade. O Racionalismo Cristão vem há muitos anos combatendo a ignorância e é de se lamentar que muitos daqueles que freqüentam as nossas Casas não queiram compreender a finalidade desta Doutrina. Ela não é uma religião a alimentar sentimentos religiosos, enfermiços, que tornam as

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criaturas covardes, desconhecendo que possuem em si mesmas o valor e a defesa contra o mal. O Racionalismo Cristão, portanto, não é uma religião, nem tem princípios doutrinários que alimentem a fraqueza humana. O Racionalismo Cristão esteia-se em Força e Matéria, tem sãs teorias de moral, ensina o homem a vencer-se a si próprio, estimula-o a estudar, a investigar, a compreender a vida, a ser forte e valoroso. O Racionalismo Cristão quer que a criatura se defenda a si própria, que não esteja atida nem à nossa proteção, porque nós não pretendemos proteger ninguém. Esclarecemos, preparando os espíritos para a luta pela vida, dando-lhes valor e coragem, incutindo neles a disciplina dos Princípios que são o seu baluarte, a sua força, a sua resistência. Quando as criaturas nos compreenderem e se dispuserem a ser aquilo que lhes ensinamos, estamos certos de que se tornarão valorosas, verdadeiramente esclarecidas. Se houvesse melhor compreensão da vida, se as criaturas se dispusessem a analisar fatos, a investigar, para poderem, então, concluir com acerto, muitos e muitos fracassos seriam evitados. O mal dos seres é viverem atordoadamente, atirarem-se ao mundo sem tino e sem compreensão, sem pesarem nem medirem conseqüências, muitos por espírito de imitação apenas. O Racionalismo Cristão quer fazer compreender àqueles que procuram as nossas Casas que todos devem ter opinião própria, personalidade e agirem como seres equilibrados. A confiança que cada um deve depositar em si será a sua garantia. Não se deve estar à espera de ninguém, nem de proteção divina, de santos e quejandos. Todos devem bastar-se para se protegerem a si próprios, e essa proteção cada um encontrará no seu pensamento equilibrado, pois não

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devem se esquecer de que é no pensamento que está o segredo de todo êxito. Pensando sempre com elevação, pensando com dignidade, pensando sempre com valor se alcança a felicidade. O ser humano infelicita-se pelos pensamentos, porque avoluma sofrimentos, quando não os engendra. Um pensamento pessimista, um pensamento de dúvida, um pensamento de vacilação é, invariavelmente, um veículo de infelicidade, avassalamento e fracasso espiritual. Aquele que sabe pensar e sabe guiar-se pelos bons pensamentos é vitorioso em todos os empreendimentos. Luta, sim, porque a vida do homem na Terra é de lutas, mas por mais árdua que seja a luta, desde que os pensamentos sejam fortes e valorosos, vence essa luta. Não queremos que os seres vivam por viver. Desejamos que tenham noção do que seja a vida, do valor dessa vida. Queremos que todos se convençam de que este mundo não é um Paraíso onde a criatura se encontra somente para gozar. É um mundo de lutas, de sofrimentos, de apreensões, mas essas lutas serão sábias quando as souberem vencer. Os sofrimentos serão amenizados e as apreensões diminuirão também. Saibam agir com equilíbrio, saibam ter confiança, valor e a vida se lhes tornará melhor. Não admitimos pensamentos pessimistas, não admitimos pensamentos enfermiços, condenamos tudo que venha enfraquecer o espírito. Uma criatura disposta a viver, disposta a vencer, disposta pelos seus pensamentos a agir com equilíbrio é vitoriosa, é feliz. Aprendam, portanto, a viver. Saibam ser homens e mulheres, saibam trabalhar, saibam lutar, pois tudo vencerão e serão felizes!

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EVOLUÇÃO SEM MEDO O cuidado de todo ser humano deveria ser o de conhecer-se a si próprio como espírito e matéria, porque conhecendo-se, reconheceria os seus defeitos e as suas qualidades e nunca perderia a oportunidade para aumentar as suas boas qualidades e corrigir-se dos seus defeitos. Ninguém é perfeito neste mundo, o espírito quando vem encarnar o faz para processar a sua evolução espiritual, porque possui imperfeições e quer resgatá-las, e essas imperfeições devem ser corrigidas para que o espírito consiga satisfazer a sua finalidade na Terra. O mal de muita gente é não se conhecer, e não se conhecendo, ela se envaidece, julga-se muito importante e não faz o mais pequenino esforço para corrigir os seus defeitos. As imperfeições são próprias da Terra, mas alimentá-las conscientemente, não é natural, chega a ser crime espiritual. Todos têm que evoluir, porque as leis da evolução do mundo assim obrigam. Toda criatura que não quiser acompanhar o progresso do mundo demonstra ter muita indolência espiritual, carrancismo, ser retrógrada. Hoje, não se vive como se vivia ontem. A própria criança demonstra àqueles que a vão observando que ela não é idêntica àquela criança de ontem. É que o espírito vem evoluindo e, na evolução que ele vem fazendo, adquiriu conhecimentos, experiências que demonstra, então, na sua atividade, na sua argúcia, na sua compreensão rápida, nas deduções acertadas com que assombram os pais e os avós. Se a evolução é um fato, por que razão não estudar a vida fora da matéria, essa ciência que não deve somente preocupar aqueles que estudam o espiritismo? Ela deve preocupar todos aqueles que estudam, que possuem cultura, que desejam enriquecer a inteligência com conhecimentos que satisfaçam ao espírito.

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Das coisas materiais muito se tem cuidado, mas das coisas espirituais poucos são aqueles que se interessam. A lei de atração é um fato. E é dentro dela que é explicada a afinidade espiritual que existe entre certas criaturas e que os materialistas não sabem explicar. Essa atração, toda natural, que há entre criaturas que não são da mesma família, que não pertencem, portanto, ao mesmo grupo familiar e que, no entanto, se sentem atraídas umas para as outras, atesta afinidade, demonstra que o grau de espiritualidade se aproxima. Há tanta coisa a desvendar e que seria fácil reconhecer, se procurassem dar mais importância às coisas espirituais, àquilo que não se vê e não se apalpa, mas que existe, porque as criaturas sentem, sem saberem dar explicação. O Racionalismo Cristão é Doutrina que deseja esclarecer a humanidade. Não tem a pretensão de criar adeptos, quer despertar as criaturas fazendo-as ver claro na vida, para que sigam pelo melhor caminho neste mundo, dando valor às coisas do espírito, sabendo se defender espiritualmente. As criaturas sofrem as conseqüências da sua ignorância espiritual. Avassalam-se, porque não têm em si aquela defesa, aquela força que as faz afastar o mal. Todos devem se esclarecer para saberem conhecer e dar valor à vida. Há muita gente que vive por viver e, ao ser apanhada de surpresa por uma má notícia, não possui a resistência precisa para suportar o seu peso. É, pois, do preparo espiritual que depende o êxito do espírito neste mundo. Sem esse preparo podem os espíritos fracassar, e assim tem acontecido com muita gente considerada experiente, mas nem a

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inteligência, nem a experiência impediram que fracassassem e isso, tão somente, por lhes faltar o preparo que dá valor, que dá coragem, desprendimento, que ensina a criatura a ver a vida como de fato ela é. Quando as criaturas tiverem recebido esclarecimento, terão valor, desprendimento e coragem para saírem vitoriosas em seus empreendimentos. Saberão passar por todas as vicissitudes sem se deixarem abater, suportarão as tempestades que sobre elas se desencadearem, sem temores e sem receios. O Racionalismo Cristão prepara a humanidade para a luta, para resistir ao sofrimento, à dor. Uma criatura esclarecida tem consigo as armas necessárias para se defender dos inimigos que porventura queiram alvejála. A criatura preparada não será nunca apanhada de surpresa, tudo esperará e nada, absolutamente nada, a amedrontará. Há seres que têm medo de tudo, até da sua própria sombra; esses seres são uns infelizes e estão sempre à mercê das forças inferiores e facilmente se deixarão avassalar. Não se deve ter medo. O receio é uma doença perigosa, porque atrai, de fato, outras doenças. A criatura que tem receio da enfermidade "a", "b" e "c", acaba ficando com essa enfermidade. O pensamento é tudo. É pelo pensamento que a criatura atrai o mal, assim como também pode repelir o mal e atrair o bem. O astral inferior espreita as criaturas e, por afinidade de pensamentos, é que se aproxima dos encarnados para intuí-los e avassalá-los com os seus fluidos deletérios. Ele começa a engendrar na sua mente aquilo que irá aumentar os seus receios, dando os sintomas da enfermidade que receia. Isso é uma coisa importantíssima à qual ninguém dá importância. O pensamento reflete na aura da criatura aquilo que ela pensa e por esse pensamento as forças inferiores, que se quedam na atmosfera da Terra

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em perturbação, se aproximam daqueles que pensam identicamente, e assim vão avassalando, pouco a pouco, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, até conseguirem totalmente o avassalamento. As criaturas, portanto, muitas vezes enfermam por culpa da sua ignorância, da sua fraqueza espiritual, e é combatendo essa fraqueza, é esclarecendo as criaturas que o Racionalismo Cristão as livra de todos os males, as prepara para a luta pela vida, porque ninguém neste mundo está isento de sofrimentos, de dores, de choques morais, de sofrimentos físicos. Para tudo na vida é preciso preparo espiritual. O espírito preparado não se deixa avassalar, não se deixa abater, não deixa quebrar a sua energia. É preciso preparo espiritual e esse preparo o Racionalismo Cristão dá àqueles que procuram as suas Casas.

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EXERCÍCIO DO LIVRE-ARBÍTRIO Há muita gente que está habituada a que lhe falem ao paladar e por isso não gosta da Verdade que o Racionalismo Cristão explana em suas Casas, com o fito exclusivo de esclarecer e livrar da ignorância as criaturas. Esta Doutrina se impõe pela Verdade, ela procura esclarecer e elevar, espiritualmente, as criaturas. Aqueles que explanam os seus princípios não se desviam da disciplina e tudo fazem para que a humanidade desperte para uma nova vida e se revolte contra o embuste e a hipocrisia que têm causado tantos males. Os explanadores do Racionalismo Cristão dizem verdades que nem sempre agradam, isto porque a verdade fere, mas cura. Ferindo, obriga a criatura a sentir a vida e a raciocinar melhor. Quantas e quantas vezes daqui saem criaturas que foram feridas pela verdade, mas, ao chegarem à sua casa e rememorando fatos, recordando casos passados, chegam à conclusão de que houve razão no que aqui foi dito e daí em diante passam ser outras e criam disciplina nos seus lares. O Racionalismo Cristão quer a humanidade esclarecida, consciente daquilo que é e do que deve ser para combater a fraqueza espiritual, porque esta é a causa dos maiores males que a atacam. Uma vez esclarecida, saberá dar combate à mentira, porque ela foi sempre um cancro a corroer o moral da humanidade. Combata-se o fanatismo, seja ele qual for. O fanático dá má nota de sua inteligência, atesta pouco raciocínio e nenhuma compreensão. A criatura esclarecida não pode ser fanática; ela tudo vê, tudo observa e analisa com inteligência e raciocínio. O fanatismo enfraquece o espírito, desnorteia o livre-arbítrio e a vontade. A criatura fanática não tem vontade, aceita aquilo que "a", "b" e "c" lhe impingem, aceita como certo aquilo que os seus mentores lhe dizem.

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O Racionalismo Cristão quer que a criatura pense e raciocine. No Racionalismo Cristão a criança tem liberdade para raciocinar e poder dizer aos pais aquilo que sente, não há coação por parte dos pais esclarecidos. O Racionalismo Cristão quer o adulto com sua personalidade, sabendo o que quer e como deve pensar e agir, sendo o responsável pelos seus atos. Se o mundo caminha para o progresso espiritual e se há muito progresso material, por que razão não dar à criatura a liberdade de pensar, de deduzir, de tirar as suas conclusões, de desvendar os chamados mistérios, de conhecer a fundo os dogmas, para, enfim, ter a certeza da Verdade? O Racionalismo Cristão deseja despertar a humanidade, seja ela religiosa ou não, tenha tido uma educação religiosa ou não, tudo isso pouco nos importa. Se ela quiser aceitar, sem ofensa, sem se escandalizar, sem medo do inferno, sem se espantar com aquilo que ouve, que aceite; se não quiser, que continue ignorante, mas de uma coisa estamos certos; é que ela dirá sempre que no Redentor existe uma Doutrina diferente, uma Doutrina que diz a Verdade sem receio, com desassombro, que diz o que sente e que, portanto, é digna da consideração e do respeito de todos. Eis o que nós desejamos que sintam, e como não fazemos obra só para o presente, mas, sim, para o futuro, esperamos que aqueles espíritos que hoje vêm reencarnando, aqueles espíritos que já dão demonstração da sua inteligência, da sua sagacidade, esperteza, discernimento e até de uma certa independência, aproveitem as lições que damos, as lições que outros continuarão a dar, para compreenderem e viverem melhor do que aqueles que, na época presente, apesar de inteligentes, apesar de certa cultura, desprezam. É uma coisa natural e que a nós, absolutamente, não surpreende. É natural, porque, felizmente, aquilo que se grava em criança, dificilmente se esquece, e os adultos de hoje tiveram, naturalmente, quem gravasse nos 134


seus espíritos isso, respondendo àquele ditado conhecido que diz que "ensinar em criança é gravar em mármore", o que é um fato. E esses tiveram, naturalmente, quem lhes gravasse nesse mármore aqueles princípios que não podem esquecer e que eles sentem eternamente e que dificilmente serão expurgados do mármore da sua memória. Se muitas coisas que dizemos, se muitas lições verdadeiras que aqui são ditas não são bem recebidas, estamos certos de, no futuro, aqueles espíritos a que já nos referimos, irão aproveitá-las e muito, porque viverão despidos dessa ignorância, viverão, portanto, independentes, argutos e perspicazes, porque não aceitarão mais aquilo que não tenha explicação racional e científica, aquilo que a sua inteligência, que o seu raciocínio, que os seus sentimentos sãos, repilam. O Racionalismo Cristão é uma Doutrina diferente e que muita gente não compreende, disso temos a certeza. Para nos compreenderem é preciso levarem a mente longe, é preciso pôr de lado todo o misticismo, todo o fanatismo, toda a vaidade, todo o preconceito; enquanto isso não se der, não seremos bem compreendidos, assim como não o serão os nossos Princípios. É por isso que aconselhamos àqueles que vêm às nossas Casas para que formem ambiente para os espíritos que virão encarnar no seu meio, para que eles possam, assim, encontrar facilidade para melhor compreenderem e melhor se aprofundarem no estudo da vida.

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FALAR AOS ESPÍRITOS Há muito pouco tempo vem a humanidade se interessando pelas coisas do espírito; há bem pouco tempo se vem dando importância ao pensamento; até, então, desconhecia-se o valor desse grande fator da felicidade ou infelicidade, da saúde ou da doença, pois é no pensamento que está a garantia do ser humano. É o pensamento bem vibrado, o pensamento elevado que dá êxito à criatura, que lhe aviva a inteligência, que lhe desanuvia o raciocínio, que lhe dá, enfim, valor. Só não vencem os fracos, os pusilânimes, os covardes. A criatura que sabe dar valor ao pensamento age sempre com elevação e certa de que, com vontade forte e bem irradiada, chegará à vitória, ao bom êxito em todos os seus empreendimentos. Ninguém deve-se julgar incapaz na luta pela vida; todos devem ter orgulho de se fazerem por si próprios, pelo seu trabalho bem dirigido. Todos devem-se esforçar por vencer, por ter êxito, e não pode vencer, não pode ter êxito na vida aquele que não sabe pensar com elevação, que não sabe dar valor a si mesmo, que não é constante nas suas idéias e nos seus empreendimentos. Milagres e proteção não existem. O que existe é o esforço da criatura em ação e conformidade com as leis que regem o Universo. Não se pode mais viver, numa época como esta, de ilusões, de mistérios, de milagres e de fantasias. As criaturas têm por obrigação conhecer a vida real, e esta demonstra progresso e atividade, e obriga o ser a pensar e a raciocinar, a desenvolver a sua inteligência. Só não pensa acertadamente a criatura avassalada, porque o seu pensamento está atrofiado, os obsessores tomaram conta dela e tornaramna inconsciente, portanto; mas as criaturas sensatas são equilibradas, garantem-se e defendem-se pelo pensamento. O pensamento é tudo, é ele o 136


segredo de todo o êxito. As criaturas pessimistas possuem pensamentos de fraqueza e avolumam, aumentam as suas dificuldades pelo pensamento doentio, de ódio, de inveja e de ciúme. Essas criaturas são infelizes, não podem gozar daquela felicidade relativa a que todos têm direito neste mundo. É preciso, portanto, dar mais valor ao pensamento, sabendo-se que é com ele que todos podem vencer as suas dificuldades. Aprenda-se, pois, a pensar, mas a pensar como criaturas dignas e valorosas, que pensam sempre bem, que pensam em vencer, em lutar, em progredir, e não e nunca em se acomodarem às situações. É preciso que todos se convençam de que vieram a este mundo para lutar e não para estacionarem. Na vida, todos os seres devem cultivar a arte de bem viver e, no entanto, muita gente a despreza. Para bem viver torna-se necessário que as criaturas abdiquem, algumas vezes, de certos e determinados feitios, e se tornem ponderadas e simples, que não sejam teimosas e irônicas, que não queiram impor quando por elas não falam os bons exemplos. Não são as palavras, não são as expressões, as discussões acaloradas, não são as opiniões dadas em voz alta que demonstram princípios doutrinários, que demonstram convicção e valor, mas, sim, o exemplo, porque esse fala mais alto. De palavras está farta a humanidade; o que é preciso é falar aos espíritos, despertá-los para que comecem a encarar a vida por um prisma mais elevado e mais espiritual. Todos seriam felizes se deixassem de lado o "eu" ofendido, a vontade mal-educada, os caprichos, as idéias preconcebidas, o espírito de prevenção, pois tudo isso causa grandes males.

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Pugnamos pela explanação da verdade; ela tornará o homem livre de preconceitos e convenções, mas a verdade que dizemos não vai ferir, vai apenas despertar, alertar os espíritos, indicando-lhes a melhor maneira de se conduzirem neste mundo. Aprendam, pois, a viver para serem felizes e gozarem paz de espírito, que é a maior felicidade que o ser humano pode possuir.

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GRAUS DE ESPIRITUALIDADE Os graus de espiritualidade diferem. Daí, a diferença entre os temperamentos dos próprios seres componentes da mesma família. Há diversos gênios, diversas inclinações, umas boas, outras más, gênios exaltados e moderados, e, no entanto, pertencentes todos a uma mesma família. É que não é o sangue que fala, não é o corpo, não é a matéria que tem aí preponderância, mas, sim, o espírito. São por vezes todos filhos do mesmo pai e da mesma mãe e, portanto, possuidores do mesmo sangue, vivem debaixo do mesmo teto, recebem a mesma educação. Sendo diferente, o espírito reflete sempre a sua espiritualidade na maneira de pensar, na maneira de agir, no temperamento, enfim. Há espíritos rebeldes, difíceis de serem educados e há outros dóceis, maleáveis; há espíritos que, apesar da educação ser a mesma, com a mesma severidade, ou mesma doçura, tornam-se sempre irritadiços, revoltados, porque o seu temperamento espiritual assim o exige. Razão por que recomendamos àqueles que têm filhos, para bem educá-los, observando-lhes o temperamento, e não fazer uma regra geral na sua educação. Se um é levado de uma maneira, outro não pode ser levado da mesma maneira; é preciso estudá-los nas suas inclinações e no seu temperamento. Pode parecer de somenos importância esse fato, mas tem tanta e tanta importância na formação de um caráter que todos os pais devem ter o máximo cuidado de observar. Exigir que todos os filhos sejam obedientes como foi o mais velho, como foi o segundo ou o terceiro, ou o último, é um erro. Não devem exigir. Devem, sim, conseguir de certa maneira, de certo modo, com certo jeito que eles sejam obedientes. Se um obedece facilmente e o outro é teimoso e foge à obediência, procure o pai ou a mãe a maneira mais fácil de fazer com que esse filho se torne obediente, falando-lhe à alma, ao espírito; se ele não vai com

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severidade, irá, naturalmente, com doçura, tocando-lhe na corda sensível e ninguém melhor do que a mãe, a mãe experiente, sabe fazer isso. A educação de uma criança não é tão fácil como parece. A mãe, principalmente, que está em convívio com os filhos, desde manhã até a noite, pode observar melhor, e assim também melhor guiá-los. Há nos arroubos infantis muitas coisas a observar; é desses arroubos que os pais tiram os elementos de que carecem para bem formarem o seu caráter. E notem bem que da formação do caráter de um espírito depende a sua felicidade futura, o seu êxito na vida. Há muita gente que desconhece o valor da espiritualidade e muita gente até que despreza a espiritualidade, porque vive uma época puramente materialista, onde o materialismo embota o raciocínio e a razão, onde o gozo perturba os sentidos, onde a vida turbulenta, desenfreada, torna os homens bastante materializados, mas a espiritualidade na vida dos seres tem uma importância considerável. É no espírito que reside tudo, é o espírito que movimenta o corpo, o espírito é luz, é inteligência, veio encarnar para fazer algo, não veio para perder o seu tempo, pois, muitas vezes, um espírito perde uma encarnação preciosa somente porque não encontrou na Terra quem o soubesse guiar, quem o soubesse instruir, quem o soubesse encaminhar para a vida. É um crime ter-se um espírito superior sob a sua tutela e não se fazer tudo para que vença, para que progrida, para que seja feliz. A espiritualidade deve ser encarada, não sob o aspecto do espiritismo, que muita gente procura por curiosidade ou para satisfazer um desejo, uma vontade absurda qualquer. A vida fora da matéria, a vida psíquica, o valor do pensamento têm mais importância para aqueles que estudam e raciocinam, para aqueles que se interessam pelas coisas espirituais.

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Materialmente, tudo se vê, tudo se explica, porque se pode apalpar, mas espiritualmente, só se pode ver, só se pode sentir quando se procura investigar e quando se procura estudar com afinco. Vemos a humanidade tão embrutecida, tão esquecida de que possui em si uma centelha de Luz! É preciso que a humanidade se convença de que, enquanto for puramente materialista, não pode progredir, não pode se sentir feliz, não pode gozar daquela paz de espírito que só gozam aqueles bem formados e que têm a consciência do dever cumprido. Trate, pois, cada um de sua espiritualidade. Procurem dar aos seus filhos a educação de que eles carecem, vendo neles não somente os pedacinhos de carne, mas os espíritos que prometem, espíritos que merecem um futuro risonho, de paz, de tranqüilidade espiritual e de progresso. Estudai-os bem e levantai o seu espírito para que possam gozar de paz espiritual.

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IGNORÂNCIA DA VERDADE Combater a ignorância é um grande bem prestado à humanidade. A ignorância tem sido a única causa de todos os males que vêm corrompendo, obsedando e degradando os seres. O esclarecimento fortifica o ser, torna-o invencível, dá-lhe forças para combater, para livrar-se dos males terrenos e de todas as coisas que o possam deter no caminho da vida. Se todos soubessem dar valor às lições que oferece o Racionalismo Cristão, outro já seria o viver da humanidade. Nesta Casa diz-se a Verdade, esclarecem-se os seres para que possam ter melhor noção da vida. A ignorância tem levado o homem à prática de atos, por vezes, irreparáveis. O Racionalismo Cristão levanta o moral das criaturas e leva-as para o cumprimento do dever. A verdade faz compreender os direitos terrenos, manda respeitar as leis e o próximo, defende a sua pessoa e a sua família. O Racionalismo Cristão, quando bem compreendido, é tal qual a mão amiga a levantar o ser para o cumprimento dos deveres morais e materiais. Aqui não se condena ninguém, nem tampouco se quer saber da religião que os seres professam ou a que raça pertencem. Queremos que o homem saiba caminhar por si, conhecendo-se como Força e Matéria. Toda criatura humana deve ser forte, valorosa e destemida para enfrentar a luta pela vida tal qual se apresente. O medo é uma barreira fantástica que se levanta na frente do ser ignorante para acovardá-lo. O esclarecimento coloca o homem na altura de tudo enfrentar. Para o homem de caráter não há fantasias, ele sabe

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representar bem o seu papel na Terra e dá boas contas dos compromissos que o espírito assumiu ao descer à Terra, para evoluir, para progredir, para caminhar, enfim, no seu carro – o corpo. O homem esclarecido nunca deve julgar-se sábio, nunca deverá ter essa vaidade, porque a vida é contínua, e se a vida continua pelo infinito, todos devem saber pensar, estudar e raciocinar como discípulos que são da Escola do mundo, devendo fazer bom uso das lições que forem recebendo. Todos devem procurar compreender bem o que explanamos, para que possam cumprir os seus deveres sem maiores sacrifícios, sem profundas dores morais, materiais e espirituais. Há entre as criaturas muita incompreensão, muita falta de raciocínio e, por causa dessa incompreensão e dessa falta de raciocínio, é que há erros gravíssimos que com dificuldade são corrigidos numa encarnação. Todos são imperfeitos na Terra, basta serem espíritos que aqui se encontram em depuração. Mas as imperfeições devem ser reconhecidas para poderem ser corrigidas, e felizes daqueles que as reconhecem, porque estes têm facilidade de se aperfeiçoarem. Mas a vaidade que cega muitos espíritos, cria neles uma auréola de perfeição de tal forma que se sentem perfeitos e não admitem nem aceitam a mais leve observação. Alguns chegam até ao cúmulo de se julgarem superiores àqueles que de fato têm superioridade. Isso não é só ignorância, é pretensão e vaidade inqualificáveis. Não julgamos ninguém perfeito, só reconhecemos as boas qualidades daqueles que, simples e modestos, as demonstram; portanto, não admitimos vaidosos nem pretensiosos ao serviço do Racionalismo Cristão. Quanto mais simples é a criatura, mais natural, mais à vontade ela se encontra e mais à vontade põe o seu semelhante.

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A pretensão torna as criaturas antipáticas, torna-as indesejáveis mesmo, ao passo que a simplicidade e a naturalidade as tornam queridas e admiradas. A infelicidade humana tem por causa, justamente, a incompreensão das criaturas. Se todos fossem razoáveis e procurassem se compreender mutuamente, não querendo suplantar nem ser superiores uns aos outros, agindo com naturalidade, subindo com naturalidade, exercendo postos com naturalidade, autoridade, com modéstia e simplicidade, não haveria tanta incompreensão, não haveria tanta maldade. O espírito vem encarnar para se depurar, para evoluir, para se tornar melhor; não vem para se envaidecer, para se tornar prepotente e orgulhoso, pois o orgulho é que leva as nações à guerra e ocasiona tantas desgraças e tantas infelicidades. Saiba a criatura impor-se pelo seu valor, mas não e nunca pretensiosamente.

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IGNORÂNCIA E CONFIANÇA Pouco a pouco vão os seres despertando, ou pela necessidade, ou por força de certas e determinadas circunstâncias; mas que despertem, que despertem, porque urge despertar! Não podem os seres permanecer mais nessa inércia produzida pela ignorância, pois a ignorância é o maior mal da humanidade. Enquanto ela for ignorante da vida fora da matéria será vítima de si mesma, viverá desprevenida, cavará a sua própria ruína, quer material, quer espiritual. A falta de esclarecimento impede que a criatura veja claro, compreenda e raciocine, porque para ela tudo está bom, e muitas vezes o que está mal parece-lhe até que está melhor do que aquilo que é bom e está certo. O ignorante dos porquês da vida não ouve conselhos de ninguém, pois não os compreende, visto ter o raciocínio embotado, a razão escurecida, e por esse motivo não dá valor às coisas sérias da vida. É, pois, a ignorância dos porquês da vida o maior mal da humanidade e, para a humanidade evitar esse mal, é preciso sacudi-la para despertá-la e, quando isso não se consegue, então terá ela mesma que despertar pela dor, pelo sofrimento que lhe vai batendo à porta, e como que exigindo que enverede por outro caminho mais certo, mais seguro e mais fácil de ser trilhado. É preciso, pois, que os seres se esclareçam. Nós não oferecemos a ninguém a nossa Doutrina, nem tampouco carecemos de adeptos ou crentes; a nossa finalidade é fortificar as almas, para que bem pensem e passem a ter uma vida racional, compreensiva, inteligente e de sã moral. Trabalhamos, espiritualmente, não para agradar a quem quer que seja, mas para dar cumprimento às leis que regulam a evolução do espírito, e disso estão certos todos aqueles que, ao serviço do Racionalismo Cristão desinteressadamente, se batem pelo esclarecimento da humanidade. 145


Saibam os seres dar valor a esse esclarecimento, porque só ele os tornará bons e úteis, sãos, fortes e independentes; só ele traz a paz de espírito, só ele dá tranqüilidade à consciência. Convictos e certos de que precisam realmente saber viver, saber pensar, viverão bem melhor. E então passam as criaturas a se convencer de que o tempo é o melhor fator para a solução de certos casos da vida. É o tempo que traz a resignação, é o tempo que traz a experiência, é o tempo que traz a consolação. Os dias passam, a experiência vai chegando, as criaturas começam a ver mais claro na vida, a olhar as coisas como de fato são. É sempre difícil conseguir algo sem persistência, constância e valor. Mas, com o tempo, ela de tudo se refaz para colocar as coisas nos seus devidos lugares. É questão de paciência, inteligência e persistência. O mundo é cheio de contratempos, de adversidades, de trabalhos e de canseiras. A criatura caminha pelo mundo sem suspeitar que vai encontrar barreiras na sua vida. E, quando não está preparada, sente-se impotente para transpô-las. Mas, quando existe o preparo espiritual, ela as enfrenta e as transpõe com coragem e valor. É preciso, pois, ter confiança cada um em si próprio, porque só essa confiança dá a coragem e o valor de que todos carecem para tudo transporem. E todos se devem capacitar de que devem vencer, de que têm que vencer e para isso é retemperarem os seus espíritos com as efluviações das Forças Superiores. Nunca se deve desanimar, por mais difícil que seja a empresa. Desde que a criatura tenha força de vontade, ela chegará ao fim desejado. O desânimo é inimigo da vitória, o desânimo é inimigo do homem. O homem precisa ter valor, precisa ter coragem para enfrentar as dificuldades da vida, precisa caminhar sempre com passo firme, não vacilar, não andar para trás, porque é para a frente que todos devem

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caminhar. E assim fazendo, todos saber達o ser fortes e valorosos para vencerem as dificuldades surgidas na vida.

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IGNORANDO A ESPIRITUALIDADE Desde que o Racionalismo Cristão foi fundado, afirmam as Forças Superiores que "o maior mal da humanidade é a ignorância", e isso é um fato. O maior mal da humanidade é viver na ignorância do espírito. O ser ignorante assemelha-se ao diamante arrancado das entranhas da Terra e que ainda possui aquela crosta que o envolve e que, portanto, ofusca o seu brilho, e conseqüentemente, o seu valor. O diamante tem valor, mas só transparece o brilho após uma lapidação aprimorada. Aí, então, sim, a sua beleza, o seu brilho e o seu valor aparecem, e passa a ser admirado por todos. Pois, meus amigos, o ser humano ignorante é a mesma coisa. O seu espírito só passará a ter brilho e verdadeiro valor quando for esclarecido, quando se conhecer como Força e Matéria, quando conhecer os porquês da vida do espírito. Aí, então, sim, ele começará a dar um rumo mais certo e mais seguro à vida. Passará a raciocinar com mais acerto, saberá guiar os seus pensamentos, orientando-os para o lado do progresso, saberá conduzilos para coisas superiores, saberá, enfim, quanto vale o pensamento. Portanto, continuamos a afirmar que o maior mal da humanidade é viver na ignorância. Há necessidade de se falar ao espírito, para que desperte, para que deixe de ser infeliz, muitas vezes, justamente, por não encontrar quem lhe diga a verdade. A vida na Terra não é tão difícil; ela se torna difícil, porque o ser humano não sabe guiar os seus pensamentos, não procura raciocinar, não procura despertar o espírito, só enxerga as coisas materiais, acomoda-se a tudo, prefere ir para os templos e prosternar-se diante dos chamados deuses a implorar para que a desgraça não lhe venha cair nas mãos, mas

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não procura fazer o menor esforço mental, simplesmente, porque é ignorante da verdade. É preciso espancar as trevas da ignorância humana, pois, enquanto a humanidade assim viver, sofrerá as conseqüências da sua própria ignorância. O número de criaturas sensatas e esclarecidas é bem reduzido em comparação com o da ignorância que paira por toda a parte. O número dos esclarecidos ainda é bem reduzido para espantar as trevas da ignorância com mais rapidez. Tudo temos feito para ir aonde é possível, onde nos possam oferecer um pouco de ambiente para podermos espantar as trevas da ignorância dessas criaturas que tinham e têm obrigação de saber falar às massas com mais lealdade, e nós não negamos a esses seres cultura, mas são uns infelizes, espiritualmente falando, porque se acomodam a uma vida de prazeres, a uma vida de luxo e não procuram raciocinar, não procuram educar os seus pensamentos. Precisamos de criaturas esclarecidas para nos auxiliarem a espantar as trevas da ignorância, porque estão se alastrando para pior. Através das nossas explanações distribuídas por toda parte, por todas as Casas Racionalistas, as criaturas ao serviço da Doutrina se integram bem nos seus deveres e procuram nos auxiliar, para que possamos ir aonde é preciso, para que de alguma forma possamos abrir uma brecha luminosa na mente dos homens, para ver se eles, ainda podem evitar maiores desgraças no planeta Terra, pois o que esses infelizes estão procurando é urdir maiores desgraças. É, portanto, um infeliz o ser humano quando possui cultura e não emprega a cultura, o estudo para o lado bom, para o lado do raciocínio sobre a vida do espírito, porque, se o fizesse, por momentos que fosse, ele

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seria intuído e de alguma forma seria útil aos demais. E o Astral Superior, que não perde uma única oportunidade, lá estaria para limpar o ambiente, para intuir, para o muito que há a fazer em bem da humanidade. Mas esses infelizes não nos oferecem um momento sequer, e terão que sofrer as conseqüências do mau uso que fazem do livre-arbítrio. Contamos, portanto, repetimos, com todos os que trabalham no Racionalismo Cristão e que são esclarecidos, que possuem tudo que é preciso para viver neste mundo, para que, cada um no seu setor, não percam a oportunidade de falar a verdade, pela maneira mais prática possível, pelo caminho mais curto do dever, para que raciocinem e se esclareçam, incutindo nos seus espíritos a necessidade de estudarem e de investigarem para que de alguma forma despertem e cheguem à conclusão de que o caminho mais curto e seguro para o progresso do seu espírito é justamente o do esclarecimento, procurando saber o quanto vale o pensamento para bem viver neste mundo. Sede lutadores destemidos, elevai sempre os vossos pensamentos às alturas e estaremos fortificando o vosso espírito.

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IMPORTÂNCIA AO QUE IMPORTANTE É A morte do corpo é a vida do espírito e, sendo a vida do espírito, é, portanto, o fim da matéria e dos trabalhos e canseiras. Inerte, morto o corpo, o espírito fica liberto da matéria e não se preocupa mais com as coisas terrenas, se é esclarecido, porque ascende ao seu mundo e não mais quer saber das misérias deste planeta. A matéria, pois, mesmo viva, é inerte, porque só se incita e só se movimenta com a Força que encarnou, que a impulsiona. Mas, uma vez dela afastada, nada mais vale a matéria. Por se tornar pútrida, entra logo em decomposição; ninguém a pode ter por mais de 24 horas em casa. E se assim é, por que dar tanta importância à carne, ao corpo, que serve de perturbação ao espírito? Vão ao cemitério para render homenagem ao corpo, que pode nem mais existir, como na maioria das vezes não existe mesmo, porque se desfaz, transforma-se em pó. Para que tanta importância ao que é material, quando o espírito não preside mais a essas homenagens, nem liga mais importância àquilo que muitos procuram venerar, por haver ignorância da vida fora da matéria? É uma maneira errada de homenagear aqueles que partiram deste mundo. Todos aqueles que pensarem e raciocinarem têm que condenar sempre e sempre tais homenagens prestadas junto dos sepulcros. Toda criatura esclarecida por esta Doutrina passa a dar mais valor ao espírito do que ao corpo, porque o corpo sem o espírito não vale nada. Assim sendo, ao espírito essas manifestações fazem-no sofrer, por ele ver como é ainda ignorante o ser humano das coisas transcendentais da Vida. Tratem do espírito, tratem de se espiritualizar, isso sim, porque é da espiritualidade que as criaturas precisam. Enquanto viverem neste mundo, que vivam com inteligência, não se materializem tanto, não se confundam 151


com os ignorantes, tenham sempre pensamentos elevados, cultivem a mente, dêem expansão às coisas espirituais para terem uma vida mais digna e mais pura. A materialidade, esse materialismo grosseiro e bruto que vem perturbando tantos espíritos, impedindo que eles façam o seu progresso espiritual, precisa desaparecer da Terra, porque atrasa a humanidade, prejudica-a, impede que as criaturas cheguem àquilo que desejam. É triste o estado atual da humanidade; é triste, porque ela não quer progredir, não quer se libertar, não quer ser independente. Todos precisam adquirir uma personalidade própria, uma nova mentalidade para caminharem neste mundo como criaturas equilibradas e sensatas, para que, após a desencarnação, quando deixarem o corpo, algo tenham feito em bem dos seus próprios espíritos. Viver como vive a maioria das criaturas, sem um objetivo na vida, sem um ideal, sem uma finalidade, invejando-se umas às outras, odiandose, cheias de prevenção, de malquerença, alimentando animosidades, criando ambientes pesados e infelizes; com este viver não poderão ser felizes, nem fazerem a felicidade daqueles que os rodeiam. Esses são os ignorantes propositais, os cegos e surdos que não querem progredir. É preciso que se espiritualizem mais, para que não sofram aqueles espíritos que lhes foram caros na Terra e que ora precisam estar na paz espiritual que merecem. Aqueles que vivem na Terra sem saber por quê, perturbam-se com os seus pensamentos inferiores, fazendo sofrer aos outros pela sua má conduta, pela sua maneira errada de encarar as coisas sérias da vida, pela maneira infeliz como vivem, ligando importância àquilo que importância não tem. Aprendam a viver; saibam ser homens dignos, mulheres honestas, cumpridores de todos os seus deveres; caminhem neste mundo tudo

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fazendo para se elevarem espiritualmente, pondo de parte vaidades, ódios, malquerenças e tudo que possa prejudicar o seu espírito, para que eles, ao deixarem este planeta, dele possam partir livremente para o seu mundo, onde gozarão da verdadeira paz espiritual, que é a maior recompensa para todo o espírito que parte da Terra, havendo cumprido o seu dever.

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IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA Dentre os sofrimentos que depuram o espírito encarnado há aqueles que provêm da luta pela vida e da constituição da família, sofrimentos que são naturais, porque são próprios da vida. Constituir um lar é fácil, mas saber manter esse lar em equilíbrio espiritual e material para a vinda dos filhos e deles saber cuidar, encarreirando-os, formando bem o seu caráter para que possam mais tarde ser úteis, isso é difícil. A constituição da família tem importância capital para os caracteres bem formados, para aqueles que possuem a noção exata do dever a cumprir. É árdua a tarefa da criação. É de bastante trabalho a criação e formação moral dos filhos. Sim, criar um filho custa muito aos pais que cuidam da sua alimentação, do seu estado físico, assusta-os; os pais sofrem com as enfermidades infantis e, até a criança ter um corpo forte, possuir um corpo capaz de resistir custa muito, porque não faltam trabalhos, canseiras e sofrimentos morais e físicos. A formação moral de um espírito dá muito mais preocupação aos pais, porque da sua formação moral depende o êxito no futuro, a felicidade ou infelicidade. É certo haver pais que têm a felicidade de conseguir dos filhos aquilo que desejam, e esses são os pais felicíssimos, porque não há maior felicidade, maior recompensa para um pai do que ver o seu filho forte, valoroso, honrando a família, respeitando a sua memória. Mas é dolorosíssimo para um pai honrado ver um filho transviado e infeliz, principalmente quando esse pai soube cumprir o seu dever e tem consciência de o haver cumprido em toda a linha! Mas é preciso que se saiba que os espíritos não são da mesma esfera. Vêm encarnar no mesmo lar, mas nem todos possuem a mesma docilidade, porque são de mundos diferentes e, portanto, diferente às vezes tem que

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ser a educação. Há espíritos rebeldes, há espíritos recalcados, há espíritos que querem ser infelizes e a esses nada cala; são espíritos que encarnam somente para fazer sofrerem os pais. São espíritos que em outras encarnações por certo foram inimigos. Isto, para aqueles que conhecem o Racionalismo Cristão, é um fato natural. Não devem esmorecer aqueles pais que têm filhos a criar e educar, principalmente quando dentre eles há um que é mais rebelde para os estudos e indisciplinado em tudo; é justamente para esses espíritos que os pais devem voltar as suas atenções, redobrar seus cuidados, para ver se conseguem domar essa rebeldia e fazer com que eles enveredem pelo caminho do bem e da virtude; não devem se esquecer também que os conselhos e bons exemplos dos pais, mesmo nesses espíritos rebeldes, sempre influem alguma coisa nas suas horas de paz, nas suas horas boas que todos os espíritos possuem, por mais rebeldes e criminosos que sejam. Nessa horas é que os espíritos se lembram dos conselhos dos pais, dos seus exemplos, da dedicação aos filhos, e quantos não reconhecem que são ruins, não por falta de educação, não porque o seu pai não o soube educar, mas porque há em si rebeldia que precisa combater, para se tornar bom como o desejam seu pai e sua mãe. Não se deixem enfraquecer, não se entreguem aos desgostos aqueles pais que, sabendo cumprir o dever para com os seus filhos, veêm que nem todos seguem o caminho do valor e da honra. Na Terra fala a experiência de todos os pais que souberam educar, mas que não puderam escapar às decepções. A vida na Terra é cheia de lutas, de sofrimentos, mas também tem as suas compensações, quando os espíritos sabem lutar com valor. Procurem, pois, todos os pais educar convenientemente os seus filhos, não se arrependam nunca de haverem sido enérgicos, de haverem procurado encaminhar os seus filhos para o bem e para a virtude, usem sempre de moderação nas suas atitudes, sejam sempre ponderados, ajam 155


sempre pelo conselho amigo, não afastem, espiritualmente, nunca de si os filhos, chamem-nos a si, aconselhem-nos, façam-lhes ver o erro com certa energia, mas ao mesmo tempo também com carinho. É preciso estudar o temperamento dos filhos, é preciso observar as suas inclinações desde pequenos, e, assim fazendo, poderão melhor cumprir os seus deveres. É de pequenino que se torce o pepino; é no berço, é de criança que se deve procurar formar o caráter dos filhos, que mais tarde vão ser homens, vão ser mulheres e devem estar preparados para oferecer reação a todas as tentações. Não vos lembrais daquilo que vossos pais vos disseram em criança? Educai os vossos filhos como vos ensina o Racionalismo Cristão, formando bem o seu caráter, fazendo com que sejam amigos da Verdade, fugindo sempre da hipocrisia e da mentira, para que sejam sempre leais, honestos e, assim fazendo, cumprireis os vossos deveres e tereis a satisfação de ver os vossos filhos bem encaminhados, servindo de consolação ao vosso espírito.

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IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA Quando uma criatura se sente oprimida e a si mesma se interroga qual a razão desse sentir, já que tudo aparentemente lhe corre bem, os ventos lhe parecem sempre favoráveis, enfim, tudo em redor de si demonstra brilho, essa impressão, esse sentimento que a oprime parece não ter significação. No entanto ele existe, às vezes, num pequenino nada, que parece nada, mas que tem importância para os espíritos sensíveis, que possuem sentimento diferente dos da sua época. Não queirais nunca decepcionar esses espíritos, porque uma decepção para um espírito desses tem uma repercussão tão grande que nem podeis avaliar. Insensíveis, indiferentes e displicentes são, atualmente, muitos espíritos, talvez porque a vida na sua agitação constante, modernizando os hábitos e costumes, tenha-os levado a esse estado. Talvez, pela educação recebida, possam eles tudo ver e por tudo passar, sem se deixar abater. Mas é fato e fato verídico que, para certos espíritos, uma decepção tem o efeito de uma catástrofe espiritual, e esses espíritos, quando feridos, jamais voltam a ser aquilo que foram. O ferimento espiritual deixou impregnada uma marca indelével no seu ser, que o acompanha até o final da existência. O Racionalismo Cristão, Doutrina psicológica, espiritualista, estuda os diversos estados de espírito daqueles que vivem neste mundo e explica o daqueles que já não pertencem à vida física. O estudo da Psicologia na vida dos seres humanos tem uma grande importância. E o Racionalismo Cristão, sendo uma doutrina espiritualista capaz de tudo explicar racionalmente àqueles que freqüentam as suas Casas, defende essa tese que, agora, muito preocupa os educadores psicólogos, aqueles que procuram estudar a humanidade, desvendando os seus sentimentos para melhorar a situação do mundo. Melhoria que só se

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pode fazer por uma educação racional e científica, combatendo aqueles denominados complexos que se apoderam dos espíritos e que precisam desaparecer, para só perdurarem e predominarem a razão e o raciocínio certo e seguro. O estudo da psicologia humana tem grande importância no Racionalismo Cristão. Ele ensina Psicologia há muito tempo: ele, por si mesmo, é a Psicologia verdadeira. Todos os espíritos que possuem clarividência, já livres da matéria, lutam e trabalham para a melhoria da humanidade. Estudando, portanto, a humanidade no íntimo, na sua parte espiritual, nós, melhor do que ninguém, a conhecemos. Tudo passa neste mundo, dizem aqueles que vivem nele, julgando que com essa teoria fazem desaparecer os vestígios que ficam impregnados no espírito. Mas nós sabemos muito bem que, se muita coisa passa neste mundo, há também muitas que não passam assim com essa facilidade, como julgam. Só por meio de uma educação espiritual ministrada, desde o lar, pelos pais zelosos aos seus filhos; nas escolas, pelos professores capazes e que se interessam pela formação, não só intelectual mas também espiritual dos seus alunos; até depois de adultos, quando os próprios espíritos se tornarão capazes de se educar a si mesmos. Só, portanto, uma educação que reforme e retempere os espíritos conseguirá fazer com que se mantenham equilibrados, ponderados, moderados e justos. A formação do caráter precisa ser feita mediante um estudo espiritual e de maneira inteligente. Há muita falha de caráter neste mundo e essa falha existe por não haver uma educação adequada à formação desses caracteres. Pensam muitos dos que vivem neste mundo que viver é procurar distrair-se o ser e gozar uma vida dissipada. Mas o fato é que a vida, para

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ser bem vivida, precisa ser algo mais do que vem sendo para muita gente. Essa displicência, esse pouco caso que se observa, traz conseqüências bem desagradáveis e até funestas à humanidade. E nós nos interessamos pelo esclarecimento da humanidade e mesmo nos esforçamos para fazer compreender àqueles que nos procuram a necessidade de se esclarecerem para que possam viver racionalmente, dando ao espírito tudo que necessita, para que possa bem irradiar sobre o corpo e poder locomover-se com facilidade neste mundo. Dar também a esse corpo o necessário para que possa se movimentar livremente, livre de achaques, livre de enfermidades, para que possa o seu espírito bem cumprir o seu dever. Tudo, para o Racionalismo Cristão, tem uma explicação racional, e a maior parte dos males que atacam a humanidade, as irregularidades, os erros que cometem os homens têm por base, ou têm por fundamento o desequilíbrio espiritual, e esse desequilíbrio só desaparecerá quando os espíritos estiverem preparados para a vida, souberem tudo enfrentar, tudo ver e tudo observar, sem se deixarem abater e sem, sobretudo, se deixarem envolver por essa onda de indiferentismo, de poucos sentimentos, ou de covardia espiritual.

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MALES PSÍQUICOS Os males psíquicos, as enfermidades psíquicas, têm uma causa externa a qual precisa ser conhecida por aqueles que tratam dos enfermos, para que haja eficiência no tratamento. Uma criatura obsedada, avassalada, exige a máxima atenção e muita calma por parte daqueles que com ela convivem ou dos que estão encarregados de normalizá-la. Calma e energia, mas energia espiritual, devem ter aqueles que têm de estar junto do enfermo. Um obsedado não se cura com condescendências. Não se deve condescender com a sua obsessão. Mas a energia empregada para com o obsedado deve ser de valor e ação, e não e nunca aquela que deixa transparecer irritação. Fazer com que o obsedado venha a si, com que ele passe a normal, é trabalho custoso, mas conseguível, quando a obsessão é recente. O ambiente é tudo para um obsedado. Havendo ambiente de irritação, de sacrifício e desânimo, o obsedado sofre toda a influência dessa situação espiritual. É preciso que as criaturas encarem tudo na vida com naturalidade, em particular, as enfermidades psíquicas. Não tenham receio, nem medo, nem pavor daqueles que são enfermos psíquicos, porque a enfermidade psíquica não pega. A influência astral inferior que se exerce sobre o obsedado afasta-se pela calma, pela energia e pela ação sempre cristã de todos para com o enfermo. Nada de receios, nada de pavor, porque, como já dissemos, não é uma enfermidade que contagie. O enfermo deve ser tratado com atenção especial por parte daqueles a quem está entregue e disso se trata no capítulo XVIII do livro Racionalismo Cristão. Não devem, pois, as criaturas se religarem mentalmente com os obsessores do enfermo. Precisam todos estar bem ao par do que encerra a obra Racionalismo Cristão. Estando os seres ao par daquilo que essa obra encerra, é pôr em

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prática os seus ensinamentos, como já dissemos, e criar-se um ambiente de calma, paz e harmonia. Afastada a má assistência dos enfermos, o que se efetua nas limpezas psíquicas, restam apenas os vícios adquiridos antes e durante a obsessão. E essa parte tem grande importância na cura dos obsedados. É na educação, é na corrigenda dos maus hábitos e vícios que se deve exercer toda a energia, toda a força de vontade para que o enfermo não atraia novos obsessores. É preciso ter o seu espírito sempre ocupado em coisas úteis, para impedir que se entregue de novo aos maus hábitos. Aprendam a curar os enfermos da alma, a curá-los pela ação enérgica e espiritual, a curá-los pelo ambiente que devem criar em redor deles, a curá-los com a noção nítida daquilo que fazem como criaturas já esclarecidas. Os males psíquicos desaparecerão quando as criaturas forem esclarecidas, quando elas tiverem noção do valor do pensamento, do valor da lei de atração, quando tiverem em si próprias desenvolvidas as energias para a defesa contra as correntes perturbadoras originadas pelos obsessores. É preciso, portanto, esclarecer a humanidade para que se livre dos males psíquicos e para que possa viver com saúde e em paz. Uma vez esclarecida a criatura, convicta do que é como Força e Matéria e do que vale o pensamento, saberá estar dentro da corrente do bem, não mais se deixará avassalar nem obsedar.

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MUDANÇA DE HÁBITOS O esclarecimento prodigalizado por esta Doutrina prepara o espírito para saber viver, para se tornar útil a si próprio, para cumprir os seus deveres com mais facilidade e com mais compreensão. Há muitos seres que ouvem, ouvem, mas aquilo que ouvem entra por um ouvido e sai pelo outro. Há os que conseguem guardar durante algum tempo as lições recebidas, mas depois cansam de ser virtuosos e, então, deixam-se resvalar e perdem tudo que adquiriram. É assim, infelizmente, a humanidade. Mas como sabemos que nem tudo está perdido, e que, se nem todos aproveitam, alguns aproveitarão, nós continuaremos a esclarecer aqueles que nos procuram, aproveitando os de boa vontade, os que têm desejo de se tornarem bons, para que aproveitem o tempo, para que não percam as suas encarnações, muitas vezes preciosíssimas! Esta Casa abriu-se para nela serem recebidos todos os seres que sofrem, todos os seres que lutam, todos aqueles que, pela ignorância, vivem errados neste mundo. Não se fazendo seleção, não se querendo saber de castas ou de raças, a todos se vem dispensando a mesma atenção, o mesmo interesse. Só lastimamos é que não aproveitam tanto quanto nós desejaríamos; só lastimamos que não nos compreendam como deveriam compreender, porque a nossa intenção foi sempre a de elevar, de enaltecer os espíritos, de enriquecer as mentes de conhecimentos, de dar forças, dar vigor, convicção e valor para que enfrentem a luta pela vida, para que saibam sofrer, mas da luta saiam vitoriosos. Foi sempre essa a nossa intenção e continua a ser o nosso dever. Por isso, aqui nos encontramos sempre e sempre a distribuir fluidos, a irradiar Luz sobre os espíritos, a dizer a Verdade àqueles que a precisam ouvir, fustigando-os para que despertem, para que não se deixem enfraquecer

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espiritualmente, para que prossigam nesta vida com passo firme, com o raciocínio e a razão lúcidos, como seres equilibrados e sensatos. Aqueles que queiram ouvir-nos, aqueles que queiram aproveitar o que lhes dizemos, encontrarão sempre aquilo de que precisam, certos de que o Racionalismo Cristão tem uma única finalidade: ESCLARECER! Entre os seres deveria haver mais humanidade, mas verifica-se que ainda há muita desumanidade. A revolta espiritual que leva à prática de atos indignos, que concorrem para a perversão e a desmoralização, essa degradação espiritual que os seres vêm sofrendo, tudo faz parte da ignorância em que se têm mantido. Mas como fazer compreender aos seres que precisam ser mais humanos, se possuem entranhado em seus espíritos o egoísmo? Não fosse egoísta a humanidade, as guerras não existiriam, as incompreensões desapareceriam. É o egoísmo, esse egoísmo atroz, que faz com que as criaturas só vejam o que lhes agrada, só se sintam bem irradiando o mal aos semelhantes. A humanidade está ainda muito falha de princípios, falha de sentimentos, e é por isso que se luta com dificuldade, para chamá-la à razão, para fazê-la entender que outra deve ser a sua condução neste mundo. Ninguém se compreende e os espíritos se revoltam, muitas vezes sem motivo algum. A revolta não parte de um sentimento justo, mas de um sentimento de despeito. O despeito cega a criatura e a torna invejosa e má. Revolta-se porque quer ser aquilo para o que o seu espírito não tem tendência e, não podendo fazer o que quer, desce, desce, tornando-se escrava do egoísmo. O Racionalismo Cristão, explanando os seus Princípios há tantos anos, vem-se batendo para fazer com que reconheçam seus defeitos, corrijam seus maus hábitos e deixem, sobretudo, de ser egoístas. É o egoísmo que faz a desgraça do mundo e torna as criaturas más. 163


Aprenda-se a viver, seja-se humano, seja-se justo, cumpra-se o dever, pondo de parte a vaidade, porque ela s贸 prejudica, amesquinha e diminui.

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O CAPRICHO Há casos na vida dos seres que surgem e que aparecem provocados pelos próprios seres. Há criaturas que deixam fugir a ambicionada felicidade, muitas vezes por um simples capricho. O capricho é um mau conselheiro do espírito, porque torna a criatura muitas vezes cega e surda à voz da razão e do bom senso. Todos seriam felizes se, em vez de se deixarem levar pelos seus ímpetos, pelas expansões do seu "eu" mal educado e impetuoso, raciocinassem e ponderassem demoradamente, pesando os prós e os contras, para chegarem a uma conclusão acertada. Há coisas que se criam na imaginação, que se avolumam no pensamento, que se tornam difíceis e que no fim nada têm de dificuldade. O pensamento é o motor do espírito, mas, quando mal regulado, perturba-o, torna-o muitas vezes injusto. É um grande mal a criatura ter o espírito prevenido contra outrem sem primeiro procurar compreender bem esse alguém no modo de ele agir, no interesse tomado pelos outros, no seu desprendimento, no seu desejo de auxiliar para o bem. Há criaturas que se tornam infelizes porque o querem; há criaturas que, no dizer do povo, "dão um pontapé na sorte", e o dão por quê? Porque têm os seus ímpetos, têm o seu "eu" perturbado e agravado por um pensamento fixo e errado. As criaturas, para bem viver neste mundo, devem estudar-se e tender para a virtude, e então viverão em paz.

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Há lares que se desmoronam, porque as criaturas que neles vivem não sabem se conter, não sabem dominar o seu "eu", não sabem frear a sua vontade. Está, portanto, na criatura o ser feliz ou infeliz; é a criatura que cava a sua própria infelicidade, assim como cria e constrói a felicidade. Saibam, portanto, viver, saibam pensar sempre com elevação, não sejam impetuosas, raciocinem e ponderem, para que possam ser felizes. Os bons sentimentos existem no mundo, nos espíritos: é saber cultiválos. Todos possuem bons e maus sentimentos. Mas há seres que possuem bons sentimentos e os deixam abafados por falta de estudo e raciocínio. É preciso que compreendam bem o que seja a vida. Não se deixem iludir, não criem fantasias, mas vivam da realidade, e essa realidade nem sempre deve ser aureolada de pessimismo, esse pessimismo que torna tudo difícil, esse pessimismo que torna tudo mau. Todos devem viver neste mundo com a sua dose de otimismo, pois é o otimismo que traz o bom humor, que traz a paz de espírito, é o otimismo que afugenta a desconfiança, é o otimismo que torna as criaturas tranqüilas, é o otimismo que as torna felizes. O mundo tornar-se-ia mais favorável se as criaturas soubessem tudo ver, tudo observar e, sobretudo, raciocinar sempre com acerto. O Racionalismo Cristão, que vem há longos anos esclarecendo aqueles que procuram as suas Casas, bate-se, justamente, pela maneira como todos devem saber viver. Viver não é difícil; o que é difícil é a criatura se dispor de fato a viver. A vida só se torna difícil quando a criatura não tem noção dos seus deveres, quando ela não a encara como a vida de fato é, porque, quando de

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fato tudo sabe enfrentar, ela vence todos os obstĂĄculos, transpĂľe todas as barreiras, enfrenta todas as vicissitudes com serenidade e valor. Aprendam a viver, construam a sua felicidade, ponderando, raciocinando e tendo o desejo de serem felizes, lutando, mas lutando com valor, certos de dias melhores, certos de uma vida de paz e tranqĂźilidade, proveitosa a si prĂłprios e aos seus semelhantes.

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O LIVRO DO TEMPO Há sempre um ponto de interrogação para aqueles que desejam investigar para aprender e saber. A vida é um livro que se folheia dia a dia e dentro do qual há lições para se receberem. Algumas se tornam proveitosíssimas para, com o correr dos anos, poder-se apontá-las àqueles ainda inexperientes. Felizes são aqueles que encontram nas páginas da vida a explicação clara daquilo que devem fazer, pois esse viver de fantasias e de ilusões, de enganos, não é viver. No correr do tempo, no passar dos anos, dos meses, das semanas, dos dias, das horas e dos minutos, a criatura vai aprendendo e vai perdendo toda e qualquer ilusão que ainda alimentava por lhe faltar a experiência. É, portanto, a vida um livro aberto e sábio no qual todos devem saber estudar para aprender a conhecer-se a si próprios e aos seus semelhantes, reconhecendo assim o seu valor, os seus defeitos e as suas qualidades, procurando vencer todas as dificuldades. Todos aqueles que sabem folhear o livro da vida, sem perderem uma só linha, aproveitam bem o tempo. Pois é certo haver seres que julgam que o tempo não passa sobre eles; no entanto, ele vai correndo de uma maneira vertiginosa, e esses seres não o aproveitam, não sabem lançar mão das lições que lhes foram oferecidas, porque querem viver indolentemente, porque são egoístas e grandemente materialistas. O materialismo sempre foi o maior inimigo da moral e do progresso espiritual; ele embrutece as criaturas, ele as aniquila para a vida, ele as torna cegas e surdas à voz da razão e do bom senso. O materialista só vê, só enxerga aquilo que lhe satisfaça os sentidos, o seu egoísmo; o materialista não quer sacrificar-se, ele quer obter para gozar; é incapaz de sofrer e lutar por causas justas; ele apenas dá satisfação ao seu "eu", aos seus instintos; vive brutalmente e, nesse viver, atrofia o 168


espírito, aniquila as suas forças espirituais e torna-se um ser desprezível, apenas contendo a forma humana, dando expansão aos seus instintos animais, mas não querendo pensar nem raciocinar sobre as coisas transcendentais. Para aprender a folhear o livro da vida, o Racionalismo Cristão aponta a melhor maneira de a criatura se conhecer para vencer as suas dificuldades. Nenhuma Doutrina, até hoje, cuidou de esclarecer a humanidade. Só o Racionalismo Cristão tem dito a verdade, só ele tem falado sem embuste, sem hipocrisia, sem mentira, sem mistério e sem dogmas. O Racionalismo Cristão não ilude ninguém, não alimenta as fraquezas humanas, não admite lástimas, não promete, apenas aponta o erro, indicando às criaturas onde está a Verdade. Condenando a mentira, ensina a criatura a vencer por si própria, tendo orgulho de ser útil a si e aos outros. Ensina a criatura a ter confiança absoluta em si própria, pois, todo aquele que viva atido à proteção, seja de quem for, será sempre um fraco, um vencido. O Racionalismo Cristão quer que as criaturas sejam fortes, destemidas, valorosas, encarem a vida e os seus problemas procurando solucioná-los de acordo com o seu esclarecimento, com o seu valor espiritual, com convicção e certeza da vitória.

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ORIENTAR SEM COAÇÃO Todos os extremismos, para aqueles que têm a noção da vida e a compreensão dos fatos pela observação e pelo raciocínio, são prejudiciais, partam eles de onde partirem, venham de onde vierem. Tudo no mundo Terra obedece a leis comuns e naturais, e dentro dessas leis tudo se explica e tudo se resolve. Querer ir contra essas leis é errar na certa, porque nada se conseguirá. O tempo é o melhor fator para solucionar problemas difíceis da vida. Aqueles que agem apenas mecanicamente, querendo precipitar os acontecimentos, querendo o impossível, nada conseguem. A evolução do mundo vem-se fazendo dentro de leis sábias. Tudo segue uma rota natural, da qual ninguém pode fugir. Paira sobre a humanidade uma atmosfera pesada, de incertezas e incompreensões, o que aliás já era de se esperar, porque bruscas transformações se efetuaram na mentalidade humana, na maneira de pensar das criaturas. Sem saber o que querem e desejam, todas querem muito mas, sem saber como consegui-lo, almejam o que não podem atingir. Essa transformação que se vem observando, e que nós há muito anunciamos, é natural, mas nem há motivo para regozijos nem para receios concentrados. Os homens, enquanto não se esclarecem, deixam-se empolgar pela ganância, só querem usufruir, avançar, conquistar, enfim, viver egoisticamente. Enquanto assim pensam, não enxergam senão os seus interesses e nada mais querem. Não se preocupam com o bem-estar alheio, não querem saber do progresso do mundo, da paz das nações. Querem o

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que querem e, para satisfação do seu "eu", egoísta e mau, não há razão nem bom senso, que desaparecem perante o seu desejo de serem os senhores do mundo. O mundo Terra evoluirá sim, como vem evoluindo, material e espiritualmente, mas não será com orgulho, prepotência ou escravidão que a humanidade fará mais depressa o seu progresso. Os seres, para saberem o que querem, precisam ser livres de preconceitos, livres para pensar e agir. Toda e qualquer coação espiritual que prenda o livre-arbítrio do ser é prejudicial. Não se tente, portanto, coagir as criaturas no seu modo de pensar, na sua maneira de ver, porque isso nada adianta. Procure-se orientá-las racional e cientificamente para a vida. A revolta espiritual, essa revolta íntima, daqueles que governam, não é vista, não é demonstrada senão astralmente, psiquicamente. Essa revolta faz com que não enxerguem o abismo para onde caminham. Toda e qualquer idéia extremista, repetimos, é prejudicial à humanidade. Os homens precisam pensar e raciocinar livremente e, uma vez preparados para a vida, uma vez educados para essa vida, saberão separar o joio do trigo, terão equilíbrio e sensatez. Caminhem, pois, com as mentes elevadas e com os pés em terreno firme. Saibam pensar, saibam raciocinar, pois estarão dentro da corrente do Bem e agirão acertadamente. Todo e qualquer materialismo religioso ou ideológico imposto à humanidade é prejudicial. O que vence é o Bem espiritual que existe nas criaturas.

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Aquilo que vemos atualmente no mundo é materialismo grosseiro e bruto. Toda idéia materialista grosseira e bruta é prejudicial ao espírito. E os seres não podem progredir materializados e brutos. Precisam espiritualizar-se, precisam ter ideais elevados, e não consideramos ideais elevados aqueles que se baseiam apenas na matéria, aqueles que só querem coação, escravidão e, portanto, infelicidade. Aprendam a tudo ver, discernir, e não se iludam, porque nada de bom veio à Terra que não tivesse partido dos espíritos evoluídos, já nos planos do Astral Superior. Saibam pensar, saibam viver e concluirão com acerto!

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PENSAMENTO, ALAVANCA DO SUCESSO A vida na Terra será sempre de lutas, e felizes daqueles que a sabem compreender como tal. Contar com uma vida de gozos e prazeres, alegrias e compensações é enganar-se o ser redondamente. As ilusões são admissíveis na mocidade inexperiente, para quem tudo é sonho e esperança, por tudo ver cor-derosa. Mas para aqueles que já sentiram o peso da vida, para aqueles a quem a experiência, pouco a pouco, vai mostrando o lado mau, para esses não há mais ilusão, a vida é o que de fato é, de lutas e de trabalhos. Quantas vezes uma criatura luta incansavelmente para conseguir algo e depois vê que perdeu o seu tempo, porque não conseguiu o resultado almejado! São esses sofrimentos que ferem, que doem, mas que sempre depuram o espírito. Todos aqueles que na Terra vivem têm suas horas de amargura. Aqueles que passam pelo mundo sem responsabilidades, que levam uma vida quase inconsciente, esses não vivem, vegetam. O homem, para evoluir, tem que lutar com valor. As criaturas deixam ver claramente o seu estado de alma. Coerentes ou incoerentes, a fisionomia tudo revela. A incoerência torna-as frias e indiferentes, e essas não sofrem. Para elas a vida consiste apenas na satisfação de seu "eu". Vivem para a matéria, sem se importarem com o lado moral da vida. São as eternas egoístas, para quem o mundo nada vale, só cuidam de si, de dar expansão à animalidade. Aqueles que lutam, e para quem o sofrimento advindo da luta fere, não se devem sentir diminuídos, nem vencidos, e sim caminhar com passo firme, aproveitando as lições que receberam para a solução de outros problemas.

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Quem bem faz para si o faz. Mas não contem nunca com recompensas neste mundo. Façam sempre por proceder bem, dando satisfação à consciência. Deixem que o tempo se encarregará de absolver ou condenar. É ele que apresenta aquilo que cada um merece. Quem bem faz para si o faz. Isso se observa quando se parte deste mundo. Então é que se sentirá a satisfação íntima, aquela satisfação espiritual que premia todos os trabalhos, todos os sacrifícios, todas as lutas e todos os sofrimentos advindos do cumprimento do dever, da abnegação, do desprendimento. Aprendam a viver, saibam sofrer e esperem sempre vencer. Nunca se julguem vencidos, lutem com valor e sentirão a vitória espiritual quando deste mundo partirem. O pensamento é tudo. É no pensamento que tudo se arquiteta, se cria o bem e se engendra o mal. Há muita gente que vive de imaginações, criando fatos e imagens que não existem, mas que o seu pensamento doentio vai avolumando. A mente trabalha tanto e tanto sem controle que daí vêm a obsessão e a loucura. É preciso saber guiar o pensamento. O pensamento pode ser a atração do mal como pode ser do bem. Correm perigo aqueles que vivem mais de imaginação, que tudo quanto observam avolumam, corrompem e deturpam. Isso é um mal perigoso, e pode criar sérias conseqüências. Toda criatura tem por obrigação saber controlar os pensamentos. São eles a alavanca do progresso. O pensamento engendra, cria, inventa. É pelo pensamento que se progride e ativa o progresso do mundo. Mas ninguém se deve esquecer de que o pensamento trabalha para o bem e para o mal, portanto, os pensamentos maus podem ser de nefastas conseqüências para os seres. Afirma-se que é no pensamento que está o segredo de todo êxito e, se o segredo de todo êxito reside no pensamento, por que não saber pensar?

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Todos devem cultivar o pensamento para o êxito, para as grandes invenções, para os grandes empreendimentos, para as boas resoluções, para o bom êxito e, assim, habituando o pensamento, passam a ser felizes e realizam aquilo que formularam no pensamento. Aprendam, pois, a pensar. Livrem-se do mal, irradiando sempre pensamentos bons. Fortaleçam a vontade, eduquem-se, corrijam os maus hábitos, não tenham a pretensão de ser perfeitos, mas aproximem-se sempre da perfeição. Não deixem que o orgulho e a vaidade os ceguem a ponto de se julgarem os únicos capazes e perfeitos no mundo. Procurem em si mesmos as imperfeições e encontrarão os meios para as corrigir. Aprendam a viver, guiando-se por bons pensamentos para afastarem o mal, para evitarem os avassalamentos, as perturbações, os descontroles, tudo, enfim, que possa vir a afetar a saúde.

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PERSONALIDADE ESPIRITUAL A espiritualidade dos seres nota-se e sente-se nas irradiações e produções, nas suas atividades, no seu desenvolvimento intelectual, pois quanto mais evoluído o espírito, mais ativo, mais inteligente é. A espiritualidade difere, porque os espíritos não são todos da mesma categoria e, assim sendo, não podem todos possuir idêntica espiritualidade, porém o progresso espiritual se faz através das encarnações e desencarnações. O Racionalismo Cristão, como doutrina, procura esclarecer as criaturas, a fim de que não se iludam, a fim de que compreendam a necessidade de se espiritualizarem, enveredando pelo caminho que mais depressa as faça galgar o terreno espiritual. O esclarecimento que o Racionalismo Cristão dá aos seres tem a finalidade de os predispor ao conhecimento de si mesmos, evitando que percam encarnações preciosas, pois há espíritos que vêm encarnar e da Terra partem sem nada terem feito em proveito espiritual. A vaidade leva muitas criaturas a supor que são uns grandes espíritos, umas grandes inteligências, quando é certo que o espírito verdadeiramente evoluído e inteligente não é vaidoso, não tem pretensões tolas e até dá pouco valor àquilo que produz, acha sempre que deveria produzir mais e melhor. A evolução do espírito se traduz na simplicidade, na maneira como o ser vive neste mundo, agindo sempre com inteligência, com sagacidade, mas sem estar dando importância à sua pessoa, que chega a não se aperceber do seu real valor. O Racionalismo Cristão quer a humanidade espiritualizada, sabe que não pode haver progresso espiritual nem material, nem os homens poderão

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legislar com acerto, produzir, criar e inventar, se desconhecerem a ação da vida fora da matéria. Haja espiritualidade e existirá um mundo melhor. Nele todos se sentirão mais à vontade para trabalhar, para produzir, porque terão os meios necessários para viver com facilidade. Saberão ter personalidade espiritual, caráter, força de vontade para o bem. Há espíritos que desde a infância demonstram pelos seus atos, pelas suas brincadeiras, diversões infantis, a personalidade caracterizante do homem que vai ser. Estudando psicologicamente a criança, podeis observar nela o espírito que a anima. E é de personalidade moral que os homens carecem para haver um mundo melhor, de ordem e de paz. Mas, infelizmente, há crise de caráter, e aqueles que possuem qualidades nem sempre são bem aceitos, porque a humanidade está afeita à hipocrisia, à mentira, repelindo assim as criaturas sinceras, leais e verdadeiras, mas pouco importa, porque o mundo processa a sua evolução, quer os seres queiram, quer não queiram. É uma verdade triste, mas que não podemos deixar de dizer. O estado espiritual da humanidade seria bem outro, se outra também fosse a mentalidade dos seus condutores espirituais. Infelizmente, os espíritos, reencarnando, não têm encontrado campo propício para desenvolverem as idéias com que encarnaram. Há muito, mas muito mesmo a se desejar. Como modificar a situação? – Educando, preparando homens e mulheres para o dia de amanhã. Instruir e educar racionalmente a criança é preparar esse mundo melhor de que tanto falam, mas pouco trabalham para a sua existência. Há uma dissipação constante na criança, na mocidade, dissipação que impede a concentração do espírito naquilo que lhe facilite demorar o raciocínio sobre as coisas sérias da vida. A educação mental e intelectual requer

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disciplina, método na maneira de ensinar e de viver, e isso falta de uma maneira espantosa, desde os lares às escolas. Há muita falta de orientação intelectual, mental e moral. Há pais que procuram educar os seus filhos, que se esforçam por preparar os seus espíritos dentro dos bons princípios educativos, mas que vêem perdido depois o seu tempo, quando os filhos entram nas escolas, por faltar autoridade moral aos professores. Há um descaso completo pela educação da criança, e esse descaso vem aumentando de dia para dia, com a falta de respeito e de disciplina nas escolas. E, no entanto, é sabido que sem instrução não pode haver um povo são e forte. Um povo inculto, indisciplinado, supersticioso e fanático será sempre infeliz. A ignorância da verdade impede que a criatura raciocine com acerto, impede que ela veja claro na vida. É, portanto, a ignorância a causa dos maiores males que assoberbam a humanidade. É preciso instruir, é preciso formar povos esclarecidos. Um homem sem conhecimento será um mau caráter, viverá sem vontade própria e desprovido dos princípios de honestidade, de valor e honra. O Racionalismo Cristão bate-se pela instrução e pelo preparo espiritual da criança. É preciso preparar a criança para, quando na adolescência, estar o espírito com o seu caráter, com a sua personalidade formados. Quando o espírito encarnado chega a uma certa idade, aquela em que o raciocínio começa a desenvolver-se, é preciso que haja quem o encaminhe, quem o elucide como verdadeiro amigo. Eduque-se sem despotismo, sem condenáveis e humilhantes castigos físicos, aplicados à força bruta, com energia animal, que não faz outra coisa que não seja irritação.

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É preciso estudar o temperamento e as inclinações dos espíritos, para saber guiá-los na vida. Os pais e os professores devem saber chamar a si os filhos e os alunos e nunca afastá-los, porque é um perigo. É um grande perigo os pais ou as mães com certas atitudes afastarem os filhos de si, porque afastando-se encontrarão lá fora, nos outros, uma amizade que pode ser falsa, insincera e nisso está o perigo das más companhias, dos amigos perversos, que só corrompem e desgraçam os filhos escorraçados com a severidade dos pais, que deveriam ter sabido ser pais e amigos. Saibam os pais chamar a si os filhos pelo carinho e respeito, pela energia espiritual, franca, leal e sincera, estudando a maneira como devem atraí-los, falando-lhes, explicando-lhes racionalmente as coisas de que precisam saber para poderem entrar no mundo de trabalhos e de lutas devidamente esclarecidos, fortes, cônscios dos deveres morais e materiais a cumprir, formando-lhes assim o caráter. É preciso cuidar de formar a personalidade do homem e da mulher, para que no futuro os pais e os professores sintam a consciência tranqüila por haverem cumprido os seus deveres para com os filhos e para com os discípulos, concorrendo assim para melhorar o mundo, educando e instruindo a humanidade em geral.

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REAGINDO AOS SOFRIMENTOS Têm aqueles que militam na explanação do Racionalismo Cristão a certeza absoluta de que, uma vez estudados e bem conhecidos os seus Princípios, todos os seres se capacitarão de que ele é uma Doutrina diferente das demais, porque faz com que a criatura desperte, se esclareça e se prepare para a vida, faz com que se conheça e reconheça as energias que em si própria possui para delas lançar mão e não admitir a existência de milagres nem estar nunca atida à proteção divina. Esta Doutrina se recomenda pelo valor de seus Princípios. Ela não alimenta as fraquezas humanas, caustica até os seres, sacudindo-os com a verdade que explana. Nunca nesta Casa se enganou ninguém e todos os que a ela vêm sentem os efeitos da verdade que liberta, da verdade que desperta e alerta para a vida. Se procedêssemos como os mentores religiosos da humanidade, estaríamos alimentando a infelicidade e a dor com lamúrias e pensamentos de fraqueza e aqueles que vêm a esta Casa não se libertariam nunca dos males acometidos. Quantas vezes as criaturas aqui chegam lamuriando-se, chorando, desanimadas e infelizes, sofrendo dores físicas e dores morais, sofrimentos do corpo e da alma. Em nossas explanações ou nas da Presidência, pelos conselhos e observações que fazemos, nunca alimentamos esses sofrimentos, procuramos sempre fazer com que as criaturas reconheçam que de si próprias depende a reabilitação moral ou física, que a libertação dos sofrimentos se opera pela reação que se produz no espírito, fazendo-o despertar para uma nova vida, mais sã e mais útil, para que se sintam felizes, e se tornem outras criaturas mais compreensivas e mais fortes na vontade para o bem.

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Não admitimos que se alimentem os sofrimentos de quem quer que seja. É hábito, entre muitos seres, para se fazerem naturalmente de bons, ou para demonstrarem bondade aos seus semelhantes, condizer com o sofrimento alheio, alimentar os males físicos, as enfermidades, contando até casos idênticos, chorando com os enfermos, mostrando misericórdia no olhar e nos gestos. O Racionalismo Cristão condena tudo isso. Se alguém de nós se aproxima sofrendo, chorando, nós lhe dizemos: – Reaja, não se entregue assim ao sofrimento, precisa esclarecer-se, ter valor, vontade forte para vencer os maus pensamentos, renovar a sua energia espiritual, lutar vigorosamente contra os sofrimentos, não pensar em coisas tristes, tratar de agir como criatura equilibrada e sensata, trabalhando, ocupando bem o tempo e compreendendo a vida como deve ser compreendida no mundo físico. E assim a criatura que chega aqui chorando e se lamuriando começa a despertar, a melhor raciocinar e, guiada pelos nossos conselhos, começa desde logo a se sentir mais feliz, passa a gozar saúde e a ter paz de espírito, que é única felicidade que o ser humano pode esperar na Terra. Estudar, analisar e procurar compreender, portanto, tudo que se passa, tudo que surge na vida, é o dever de toda criatura humana. É preciso que a criatura tenha perspicácia, elevação espiritual e que faça por ser justa. É de justiça que o mundo precisa, de justiça sim, para julgar sempre imparcialmente todos os atos, tudo o que se passa, tudo o que se observa. O espírito justo é incapaz de julgar mal o seu semelhante; ele poderá se iludir pelas aparências, mas nunca será capaz de julgar sem ter certeza dos fatos. A falta de justiça muitas vezes concorre para a desgraça, para a infelicidade dos seres.

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A criatura sem esclarecimento adquire um complexo de inferioridade, cria no seu mental coisas inexistentes e fica convencida de que não dá para grandes coisas, que nunca conseguirá ser feliz; ao passo que o ser esclarecido, sente-se apoiado na verdade e passa muitas vezes a ser aquilo que nunca pensou ser, sente estimulada a vontade e julga-se capaz de chegar às grandes coisas, porque começa a agir, desembaraça-se e passa a ser uma criatura de valor nos seus empreendimentos. Tudo tem a sua razão de ser, e o Racionalismo Cristão, como não pretende iludir ninguém, fala com toda clareza, explicando os fatos, as causas de um modo todo racional. A humanidade vive em revolta espiritual, porque não se reconhece o valor de quem o tem, não se reconhecem os direitos de quem os tem, para dá-los a quem os não possui, e é por isso que se derrama sangue, e é por isso que ninguém se entende. Bateram-se os homens nos campos da batalha pela liberdade do homem e, no entanto, o homem continua escravizado. Os povos continuam escravizados. Não adianta, portanto, o derramamento de sangue, porque os espíritos não têm a noção da justiça, não querem saber de disciplina, querem é dar largas ao seu egoísmo, à sua prepotência descabida, desmoronando países, levando a miséria e a desgraça por toda parte. É preciso esclarecer a humanidade, sacudi-la espiritualmente, para que possa compreender que não é composta apenas de carne, mas de espírito também. Que é o espírito que vibra, que é o espírito que sente, que é o espírito que sabe amar, sofrer e lutar, mas que as lutas havidas foram oriundas do mau uso feito do livre-arbítrio. Esclarecida a humanidade, todos os povos viverão em harmonia, todos se entenderão para a vida do trabalho, natural e cabível ao espírito na Terra.

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SER ESPIRITUALISTA Cultivar a vida espiritual, ser espiritualista, não é privilégio deste ou daquele; é dever de todos se prepararem para uma compreensão exata da vida e caminharem com segurança na passagem pela Terra. Evoluir não é viver num mar de rosas mas, sim, trabalhar, lutar conscientemente. Espiritualizar-se, não é confabular com os espíritos, não é falar neles a todo o momento, como muitos fazem. Muitos que freqüentam as Casas Racionalistas vivem a encher a boca com a palavra espiritualista, sem saberem com certeza o valor dessa palavra. É por esse motivo que recomendamos que estudeis, para que vos aperfeiçoeis, procurando discernir bem sobre o que encerra a obra Racionalismo Cristão. Ser espiritualista é ser esclarecido, conhecer-se como Força e Matéria, trazer o tempo ocupado, é ser honrado, é ter convicção do valor do pensamento, é ser forte, é procurar vencer todas as vicissitudes, todos os obstáculos, não querer o impossível, enfim, é ter prudência em todos os atos, cuidar da vida material com valor e inteligência, trabalhar pelo bem geral da humanidade, sempre dentro destes Princípios sãos, saber acumular vida anímica para que o espírito possa muito produzir com o bem querer, nesse anseio de ser útil ao semelhante, clarividenciar o raciocínio para melhor vencer as dificuldades, caminhar devagar, ser calmo, mas veloz com o pensamento, alimentando o desejo de produzir sempre e sempre. Observai o que se vai passando pelo mundo afora! Campeia o desamor pelo trabalho e aumenta o deboche, há verdadeiro descaso pelas coisas sérias da vida. A dignidade se vende, troca-se por qualquer coisa de menos valia; o homem pouco ou nada procura produzir, cada vez se entrega mais à indolência, esperando por uma melhoria à custa dos braços alheios,

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querendo arrancar dos outros o que de direito possuem, querendo para si aquilo que não lhe pertence, aquilo que a ele não pode chegar, porque não faz esforço dentro das leis que regulam o trabalho honesto. Não pode haver produção sem esforço, sem trabalho, e infelizmente é com tristeza profunda que se observa haver falta de caráter. Temos frisado muitas vezes que do preparo espiritual da criatura resulta o êxito, porque ele lhe dá coragem, lhe dá valor, lhe dá desprendimento. Para viver na Terra é preciso que haja desprendimento e valor. Há criaturas que não sabem viver, há criaturas que não têm, absolutamente controle sobre si mesmas, e do controle que cada um deve ter, do domínio do seu "eu" é que dependem a estabilidade e a paz da criatura. Toda criatura tem os seus defeitos, toda criatura tem o seu célebre gênio, mas saber dominar esse gênio, conter o seu "eu" é o que todos precisam fazer. Ninguém é perfeito neste mundo. Enganam-se aqueles que julgam que são perfeitos. Todos são imperfeitos e, assim sendo, todos devem procurar aperfeiçoar-se. A vida se tornará mais suave quando todos se convencerem de que devem ser humanos uns para com os outros, de que devem ser tolerantes, de que devem ser condescendentes não com o erro, mas com a falta de conhecimento do semelhante. Não se pode exigir perfeições, mas, sim, tolerância e compreensão, porque daí resultará a harmonia dos seres. Há muitos lares em desarmonia, em desequilíbrio espiritual, por falta de senso, de controle. Todos devem saber primeiro olhar para dentro de si e depois então olhar para os outros, para não reconhecerem neles defeitos somente.

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Aprendam, portanto, a viver. Aprendam a agir como criaturas sensatas e equilibradas, saibam ser valorosas para compreenderem bem as suas obrigações e as cumpram. Ninguém deve resolver os seus problemas num ambiente de irritação. A irritação e a impaciência são inimigas da paz e da tranqüilidade. É preciso que todos saibam resolver as coisas com naturalidade e inteligência. Aprendam a ser criaturas capazes de se bastarem pelo pensamento a si próprias, não precisando da proteção espiritual de ninguém, mas contando com os seus próprios recursos espirituais, para vencerem na luta pela vida sempre de cabeça erguida.

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VENCENDO OBSTÁCULOS Estudando a humanidade nos seus diversos aspectos, nas suas múltiplas modalidades, observando bem, analisando a sua maneira de ver, de sentir e de agir, concluirá o espírito estudioso e inteligente que muito e muito precisa ainda aprender para saber dar valor à vida, vida que muita gente vive sem saber como e por quê, vida a que muita gente se atira num atordoamento inexplicável, vida que é mais vegetativa do que racional. O gênero humano, dotado de inteligência e raciocínio, diferindo, portanto, muito e muito dos animais que só agem pelo instinto, só se tornará verdadeiramente humano quando chegar a ser espiritualizado. Mas é bem difícil espiritualizar a criatura quando ela prefere rastejar a andar de pé. Como é difícil fazer despertar o espírito humano! Como é árduo o trabalho daqueles que pretendem fazer da humanidade criaturas capazes para a luta pela vida, desejosas de se espiritualizarem, para que, encontrando obstáculos aparentemente invencíveis, saibam transpô-los com altivez, o que não podem fazer os empedernidos, que tão teimosamente persistem no erro, porque dificilmente se lhes faz compreender a verdade. Repelem essas criaturas a verdade, que muitas vezes fere, caustica, mas será sempre um remédio proveitosíssimo para o despertar de cada espírito. O papel do Racionalismo Cristão é fazer despertar a humanidade, fazer com que compreenda a necessidade de saber viver, de dar mais valor aos dotes morais que possui e traz ao encarnar neste mundo para, justamente, aproveitá-los e desenvolvê-los em beneficio do próprio progresso. É preciso esclarecer os seres humanos. O esclarecimento é que desperta o espírito. Esse esclarecimento tem que se fazer e nós não nos

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cansamos de irradiar sobre a humanidade. Mas observa-se que muitos espíritos que podiam aproveitar os ensinamentos recebidos, as lições gostosamente dadas, desprezam tudo, esquecem tudo, para continuar materializadamente, grotesca e brutalmente a viver como apraz aos ignorantes. Continuaremos, porém, a esclarecer, a fortificar aqueles que precisam do nosso conforto espiritual, para poderem encarar os problemas da vida, as vicissitudes, as agruras e os sofrimentos. Continuaremos a trabalhar para aqueles que desejam progredir, que desejam ser algo na vida. Os outros que colham o prêmio do seu descaso e da sua indiferença, pois o pior cego é o que não quer ver. Ser ignorante dos porquês da vida é natural, quando a criatura não possui conhecimentos nem bagagem para vencer a ignorância. Mas ser ignorante proposital, ser cego porque não quer ver, isso é teimosia, isso é demonstrar possuir inteligência empedernida, e, portanto, difícil será o esclarecimento nesta encarnação. Toda criatura pode errar por ignorância, errar por falta de conhecimentos. Mas pode, uma vez esclarecida, deixar de errar e emendarse. Quando, porém, o ser não quer ver, não quer reconhecer os seus defeitos, as lacunas do seu caráter, para poder preenchê-las, para poder corrigir-se, é porque é cego proposital e, infelizmente, há muita gente assim. Encastela-se nos seus conhecimentos, orgulhando-se de sua posição, porque fala nela apenas uma grande vaidade, e os acastelados na vaidade julgam-se seres de grande importância, não ouvem, não vêem e não sentem nada que fira a sua vaidade. Esses são os piores espíritos para se fazer despertar e esclarecer. O maior mal da humanidade é a ignorância da verdade, mas essa ignorância deixará de existir quando as criaturas deixarem de ser vaidosas e se convencerem da continuidade da vida. 187


Educar o espírito para ter personalidade é um dever que assiste a todos. Todo espírito deve ter personalidade, porque, se a não tiver, não pode ter caráter. Mas não devem as criaturas confundir personalidade com vaidade. Personalidade é um sentimento de independência espiritual que se adquire desde a tenra idade e que se cultiva com as experiências, na luta pela vida. A criança, ainda em tenra idade, demonstra a sua personalidade, que se torna mais acentuada quando o ser adquire a maioridade. Cultivar a personalidade, não deixando envaidecer o espírito, é um dever dos pais, porque a vaidade impede o progresso, causa ruína espiritual e até material de muita gente, pois o vaidoso nunca enxerga os seus defeitos, julga-se perfeito, julga-se uma perfeição, só vê defeitos nos outros e não admite que lhe apontem os erros. A vaidade prejudica muitos espíritos! Todos podem errar, mas teimar no erro é persistência vaidosa e nada mais. Combatam, portanto, a vaidade, os sentimentos com que a encobrem muitas vezes, para não se tornarem criaturas antipáticas, orgulhosas e até indesejáveis. A ignorância só desaparecerá quando se convencerem de que estão neste mundo para aprender, para se esclarecer e para se depurar.

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VÍCIO DE RELIGIOSIDADE Quando o Racionalismo Cristão se iniciou, muitas e muitas foram as criaturas que vieram à sua Casa, não para estudar, mas sim, para satisfazer a sua curiosidade, em busca do espiritismo, então uma novidade, uma coisa sensacional, porque, naquela época, eram muitos os religiosos e poucos, mui poucos, aqueles que se interessavam pelas coisas do espírito e, com o vício da religiosidade, aqui chegaram querendo confundir a nossa Doutrina com a religião que professavam. Gostavam de ouvir os espíritos para poder confabular com eles, tamanha era a curiosidade de ouvir os seus parentes e nada mais. Continuavam batendo no peito, curvando os joelhos, desfiando os rosários, enfim, os mesmos religiosos de sempre. Lutamos muito, não só para combater os vícios religiosos como a curiosidade daqueles que buscavam nos espíritos o meio para satisfazerem os seus desejos. Dos muitos espíritas que nos procuraram, quase todos discípulos de Kardec, só um escapou, e esse, para felicidade sua, tornou-se um convicto, e durante muito tempo, até desencarnar, prestou os seus serviços ao Racionalismo Cristão, e esse foi Leandro Francisco Gomes. Dos muitos outros mais nenhum ficou, todos continuaram kardecistas, todos continuaram os mesmos espíritas em provação. Portanto, não houve conversões, porque, infelizmente, todos aqueles que se fazem espíritas praticantes ficam fanatizados pelo seu espiritismo e não querem, absolutamente, abraçar o Racionalismo Cristão. Dentre aqueles que não eram espíritas, nem religiosos demais, muitos se entregaram e se dedicaram à nossa Doutrina. Com esses nós pudemos contar e são esses que até hoje servem ao Racionalismo Cristão. Mas, quando nós iniciamos, era tal nossa vontade de converter gente, de chamar as criaturas à realidade, que aceitávamos todos, recebíamos a qualquer hora, conversando com todos, a todos abríamos as nossas portas

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com prazer, sempre na esperança de converter, mas, no fim de um certo tempo, chegamos à conclusão de que não há conversões quando as criaturas teimam na ignorância e querem ser cegas propositais. Passamos então a ligar importância à humanidade em geral, sem nos prendermos nem nos preocuparmos com os convertidos, e foi melhor assim para a Doutrina, porque ela começou a explanar os seus Princípios, hoje bem conhecidos, e nos sentimos satisfeitos com aqueles convictos que se entregaram à nossa Doutrina e a servem com abnegação, respeito e desprendimento. O Racionalismo Cristão é uma Doutrina que se impõe pela Verdade que explana, e nem todas as criaturas gostam do ouvir a verdade, razão por que, muitos vinham e não voltavam, porque não lhes agradava a maneira franca e leal com que explanávamos os nossos Princípios. E como infelizmente a humanidade está habituada a que se lhe fale ao paladar, o Racionalismo Cristão, sendo uma Doutrina que assim não fala, porque não há nela a hipocrisia, a mentira, com que todos estão habituados, passou a ser uma Doutrina não compreendida por aqueles que gostam de curvaturas vertebrais, que gostam que se lhes minta, que se lhes insufle a vaidade. Dentro dos nossos Princípios não há embustes, a mentira não tem guarida, tudo quanto dizemos às criaturas é para despertá-las e para obrigálas a raciocinar e compreender a vida como a vida é, pois é preciso entrar na realidade dos fatos. Já basta de hipocrisia. Quando o Racionalismo Cristão for de fato compreendido por toda a humanidade, estamos certos de que ninguém mais se iludirá, todos encararão a vida como a vida de fato é, e tudo se resolverá como deve ser resolvido. Os milagres, o sobrenatural e os mistérios não terão mais guarida nos espíritos esclarecidos, porque esses baseiam o seu raciocínio somente na

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verdade, vivem uma vida real como criaturas esclarecidas e cônscias dos seus deveres, responsáveis pelos seus atos, não esperando proteção, nem ajuda de ninguém, porque cada um é aquilo que quer ser e conforme pensa assim é. Dentro destes Princípios, dentro da Verdade que o Racionalismo Cristão explana, todos podem ser felizes, todos podem viver bem.

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VIVER COM REALISMO Tudo na Terra tem a sua explicação racional. Fugir da realidade para entrar no terreno da fantasia, do misticismo é errar, porque nada existe no mundo que não seja real e tenha a sua explicação racional. Fugir da realidade é ser fantasista, o que não se admite, pois todos devem saber encarar os fatos como realmente são, não procurando desculpas para os encobrir. Todo espírito investigador deve observar e agir, seja qual for a situação, mas nunca fugir da realidade. O Racionalismo Cristão baseia suas explanações na Verdade, não admite embustes nem mentiras, não concebe a hipocrisia como necessidade para os homens vencerem na luta pela vida. Não se admite misticismo nem religiosidade onde há verdade. Alimentar idéias místicas ou religiosas é enfraquecer a vontade, perder o ânimo para a luta, chegar à debilidade mental. O misticismo torna a criatura alheia às coisas sérias da vida. Como no mundo tudo carece de atenção, de investigação e raciocínio, para se saber onde se pisa, como se age, como se pensa, fujam todos do misticismo e saibam encarar as coisas como são de fato, como são na realidade. A educação do espírito, atualmente, vem sendo bem diferente daquela que se ministrava em tempos passados. A razão é bem justa, porque, na época presente, e nos tempos vindouros, a humanidade tem que encarar, ou tem que deparar problemas bastante complicados, difíceis de serem resolvidos. Por isso, os espíritos carecem de uma educação sólida, baseada na realidade dos fatos, com uma concepção clara e nítida, para poder vencer toda e qualquer situação, para solucionar os problemas, por mais difíceis que sejam.

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Alimentar ilusões em um espírito que se vem educando para a vida é enfraquecê-lo, porque esse espírito não pode viver de ilusões no futuro, tem que entrar na realidade dos fatos, na realidade da vida e, se não estiver preparado, fracassará inevitavelmente! É preciso preparo espiritual que garanta a vitória do espírito! Não devem contar somente com o dia de hoje, mas sim com os dias que virão. Como serão eles? Melhores, piores, ninguém sabe, ninguém pode profetizar. É preciso, pois, estarem preparados para tudo, para o que der e vier, seja bom ou seja mau; é preciso estarem preparados, encarando os fatos, observando as coisas sempre com espírito investigador, procurando a realidade, procurando a verdade dos fatos. Vemos, ainda, entre os seres humanos, tanta hipocrisia, tanta mentira, tanta máscara! Pretendem fazer-se passar por aquilo que não são. Pretendem, pela aparência, demonstrar fatos e coisas que não existem. Por tudo isso nos sentimos tristes em ver, numa época como a que atravessa a humanidade, cheia de dificuldades, cheia de empecilhos e de surpresas, que ainda haja espíritos em estado de não poderem conceber a vida como a vida de fato é. Eis a razão dos avassalamentos, das perturbações espirituais, das grandes obsessões. Esse mal não se debelará, enquanto as criaturas não forem verdadeiramente esclarecidas. Esclarecidas, repetimos, dentro da Verdade, dentro da realidade da vida. Não se deve iludir ninguém, porque a ilusão é um mal. Enquanto viverem num mundo de ilusões, sofrerão as conseqüências desse estado espiritual. Diga-se sempre a Verdade, fale-se claro, à luz da razão, do bom senso. Não se perca o caráter, o senso, o brio, a vergonha. Havendo tudo isso, todos serão equilibrados e procederão sempre com honestidade.

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A mentira e a hipocrisia só servem para quem precisa encobrir a desonestidade. Havendo franqueza e lealdade, haverá paz, compreensão, e a guerra será afastada, ninguém pensará nela, porque todos quererão ser amigos.

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