Conteúdo nº 4

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REVISTA

DINÂMICA | MODERNA | REGIONAL | CRIATIVA CARUARU 2011 | OUTUBRO | NÚMERO 4 | R$ 4,90

DNA dos partidos é desvendado. Parentes de políticos ocupam cargos de confiança

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Atenção Mulheres! Ter cuidado com os cabelos é essencial

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Acesse o QR Code e tenha acesso ao nosso ensaio para ficar em dia com as tendências

2011

JUAREZ SANTIAGO O mestre da

Rua Preta A música nordestina perde o autor de músicas como na Emenda, Sem Ferrolho e Sem Tramela e Morena Bela


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Outubro


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Outubro


a revista | 10

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Desvendado o DNA dos partidos políticos. Na situação ou oposição, parentes dominam as legendas, analistas condenam tal prática

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Apae muda a realidade de famílias do Agreste. A meta dos apaeanos é construir uma unidade em Caruaru Caruaru deve passar por reestruturação. O objetivo é atrair turistas na Copa de 2014

Em Viva Bem, confira as dicas de tendências para cortes de cabelo, na opinião de cabeleireiros da Pernambuco

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O comunicador Geraldo Freire abre o jogo e conta detalhes de uma carreira de sucesso no rádio brasileiro

Gravação de DVD da declamadora Vassula Hermelinda reúne a nata da poesia popular

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| 20 Programa “Brasil, Cordel e Repente”, produzido em Caruaru, será exibido para todo o país pela TV Brasil

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Outubro

Evangélicos se reúnem e dedicam 12 horas de louvor, num evento para mostrar a força da música gospel


expediente MÁRIO Flávio editor

mario@revistaconteudo.com.br

RENATA Torres repórter

renata@revistaconteudo.com.br

RICARDO Carvalho repórter

ricardo@revistaconteudo.com.br

PAULO Roberto fotojornalista

paulo@revistaconteudo.com.br

JOHNNY Pequeno jornalismo visual

johnny@revistaconteudo.com.br

Foto de capa Beto Figueirôa COLUNISTAS ALMIR Vila Nova GUSTAVO Galvão JACIARA Fernandes JACKSON Carvalho TACIANO Valério WAGNER Gil NATHÁLIA Mello FALE CONOSCO (81)99879484 PUBLICIDADE JONATHAN Aleixo (81)98740715 comercial @revistaconteudo.com.br JORNALISMO jornalismo @revistaconteudo.com.br ON LINE TWITTER: @rconteudo CNPJ 14.315.749/0001-32

Rua Marcionilo Francisco da Silva, Empresarial São José Bairro Universitáro nº 201, 1º andar, sala 105 AGRADECIMENTOS Adolfo José, Ricardo Campos, Adjar Soares, Monsenhor Olivaldo, Thiago Brindgraf, Rene Nestori Neto, Gustavo Loreto, Vania Andrade, Emerson Mendonça, José Queiroz, Aquiles Lopes, Douglas Cintra, Ana Beatriz, José Carlos Arruda, Zé Carlos do Sindicato, Augusto Costa, Roberto Cavalcanti e Aluízio Guimarães. Tiragem: 3000 exemplares Impressão: Gráfica Centauro

5

Outubro


aos leitores O legado de Juarez Santiago

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Mário Flávio Lima Editor

©Vladmir Barreto/ Secom CMC ©Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem e ©ASCOM FPC e Divulgação

C

hegamos ao mês de outubro e apresentamos mais uma edição da Revista Conteúdo. Dessa vez a nossa capa não é motivo de alegria, mas uma homenagem a um dos mestres da música popular do Brasil, Juarez Santiago, que faleceu no mês de setembro. Foi dele, ao lado de Onildo Almeida, a composição da música Morena Bela, gravada por Jackson do Pandeiro, Marinês, Trio Nordestino, Jorge de Altinho, Flor de Mandacaru, Mastruz Com Leite e até mesmo por Chico Buarque. Ele também brincou com as cordas de caroá e criou Na Emenda. Quem nunca dançou quadrilha ou simplesmente caiu no passo ao som desse clássico da música nordestina? Para o cantor Azulão foram quase 40 músicas, como a que o Pequeno Grande agradeceu pelo São João em sua homenagem. Outras tantas foram feitas para Jacinto Silva, que tinha um jeito único de cantar... A última grande composição foi Sem Ferrolho e sem Tramela, imortalizada na voz de Flávio José. Juarez era homem simples, mas que conseguia transformar em canções a vida dos personagens com quem convivia. A Rua Preta ficou mais triste, mas o legado de Juarez Santiago permanecerá para sempre por meio das canções que de alguma forma estiveram presentes na vida das pessoas, que gostam da boa música brasileira. Vamos ao cardápio da 4ª edição da Conteúdo. Além da reportagem especial sobre Juarez Santiago você vai saber detalhes da gravação do DVD “O Encanto da Poesia Declamada”, primeiro da declamadora Vassula Hermelinda. A nossa música ainda é tema da revista, em breve iremos ter um programa feito aqui, exibido em rede nacional, pela TV Brasil. Também iremos abrir espaço para a música gospel, que realiza um grande evento em Caruaru, no dia 12 de outubro. A Faculdade do Vale do Ipojuca recentemente completou 10 anos e vamos mostrar a trajetória da instituição e entender como a mesma ajudou a mudar o cenário da educação superior no Agreste. Você ainda vai conhecer a intimidade do radialista Geraldo Freire, um dos fenômenos da comunicação brasileira. Numa reportagem especial você também vai entender o DNA da política de Caruaru e como ela goza de prática paternalista. Uma edição recheada de informação e entretenimento, como demandam as práticas do jornalismo de revista. Caro leitor, esperamos que você goste da revista e se quiser interagir conosco com sugestões de reportagens ou tema para entrevistas, basta mandar um e-mail para jornalismo@revistaconteudo. com.br. Essa edição é dedicada ao compositor Juarez Santiago. Uma boa leitura!


(WEB( DEU NA

Sem reajuste Com o aumento na quantidade de vereadores, os valores repassados devem obedecer ao mesmo cálculo desse ano, por isso não teremos aumento de gastos na Câmara Municipal de Caruaru. @marciosales

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Firme na base Não tem nenhum cabimento ficar no PMDB com o partido apoiando Miriam Lacerda. Sou da base de Zé Queiroz.

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@Leonardo_C_V

Sem condições Conversei hoje com um médico da rede municipal de Caruaru, desanimado com a falta de condições. Faltam até remédios básicos.

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@Adjar_Soares

Questionamento Nobre deputado @TonyGel25 seu partido DEM segundo o TSE é o partido mais corrupto do Brasil. Por que deputado? O que está acontecendo?

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@DanielFinizola

Debate A meta da Frente Parlamentar de Comunicação é juntar propostas para que possamos ter um diagnóstico de como está a comunicação em todo Estado. É uma iniciativa inédita em Pernambuco e temos a certeza que ao fim desses encontros, iremos de forma democrática, entregar o resultado ao governador Eduardo Campos.

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Ricardo Costa, Frente Parlamentar de Comunicação

www.fpcompe.com.br

POSTANDO POR AÍ O monte é o ponto mais alto da cidade, com altitude de 630 metros. Caruaru já é naturalmente fria, imaginem no monte. Nada mais conveniente que o monte, quando estiver devidamente reestruturado, fazer parte do calendário das festividades do Circuito Pernambuco Nação Cultural, sendo o principal ponto das festividades em Caruaru”. @VereadorAdolfo A ideia da Secretaria da Criança e da Juventude é fazer a partir desse momento, encontros constantes. Eu tenho certeza que Pernambuco avançou muito com a criação de uma secretaria de estado voltada para as crianças e jovens. Vamos agora converter tudo que a gente planejou, em ações.

Facebook | Raquel Lyra


opinião de conteúdo A Revista CONTEÚDO de setembro último publica uma entrevista com a Diretora Cirlene, do Presídio de Caruaru. Feliz iniciativa! Num Presídio construído para 90 detentos, é ocupado por 1200 presos. Lá nunca houve rebelião! Mais que isso. Cirlene incentiva a Educação e o Trabalho mobilizando professores, universidades, escolas, empresários. O resultado está aí. Os detentos freqüentando aulas e trabalhando, desenvolvem a criatividade com resultados positivos: Fantasias de Carnaval Selecionadas, moda fashion enriquecida com roupas inovadoras, música incrementada por presos que, na penitenciária, descobrem que são artistas. É a presença firme e disciplinada de nossa querida Diretora, sem “jamais perder a “Ternura” como insinua o título dessa matéria: Cirlene, Rocha de Ternura.

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Edição

nº 3

Roldão Joaquim, presidente da Arpe

Conquistar espaço na memória de uma população e entrar pra história de uma cidade não é para qualquer um. O consagrado Colégio Santa Inês foi imortalizado nas lembranças de ex-alunos (como meu irmão e eu), ex-professores, ex-funcionários e todos que iam prestigiar o desfile cívico. Não tem como não se emocionar e puxar da memória as boas lembranças. Acredito que a matéria da revista Conteúdo trouxe à tona lembranças e sentimentos nostálgicos para muita gente na ‘Capital do Agreste’. E a banda marcial do colégio? Que falta danada faz no dia 7 de setembro...

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Monique Morais Assessoria JPP Comunicação

( ( Bel. Ageu Marinho

O nosso “País de Caruaru” é, sem sombra de dúvidas, um grande celeiro de artistas e intelectuais, pelo que a REVISTA CONTEÚDO, vem a demonstrar isso, vez que se consegue colocar vida onde há apenas intenção, sonho onde apenas se pensa, e realidade no que vivemos no dia a dia.

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Inês Lisboa Comerciante

Parabéns pelo sucesso da Revista Conteúdo. A edição nº 3 está ótima! E a arte está fantástica! Vocês estão no caminho certo. Continuem sempre assim. É sucesso garantido!

Com grande capacidade de inovação, a Revista Conteúdo trouxe para o mercado jornalístico uma forma moderna e dinâmica de passar assuntos de interesse do público pernambucano. o diferencial na diagramação, sinal de modernidade que foi notado logo na 1º edição, em parceria com ótimos textos, ajudou a conquistar o seu público logo nos primeiros momentos. Lunara Aires Estudante de Jornalismo

Jurani Clementino Jornalista, professor e cronista

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O que mais me chamou a atenção na Revista Conteúdo, foi essa tentativa bem sucedida de aliar a mídia impressa com as mídias digitais. Cores, layout, diagramação... a revista possui um perfil leve e jovem como seus idealizadores. No entanto mostra que informação com seriedade e entretenimento podem ocupar espaços determinados numa mesma publicação. Parabéns a todos. Sucesso.



painel

Diretórios locais de Caruaru são exemplos de como a tradição de paternalismo na política está inserida na cidade

O DNAde Mário Flávio

A

dos partidos CARUARU

política brasileira tem uma característica marcante: O paternalismo! Situação em que pessoas são colocadas em determinadas posições com limites de autonomia, para que a mesma atenda a interesses de certos grupos. Circunstância que muitas vezes é confundida com fidelidade partidária, mas que passa bem longe desse conceito. Muitas vezes, os políticos que estão em instâncias menores, reclamam que existe por parte dos grandes caciques o controle de legendas ou forte influência no Legislativo, mas ao pesquisarmos o DNA dos partidos percebemos que a prática existe em quase todas as instâncias, principalmente na composição dos diretórios locais. A cientista política Perpétua Dantas apresenta ao debate a questão moral. Ela disse que a indicação para compor o diretório não deveria passar apenas pelo crivo da proximidade, mas que a capacidade do profissional deveria ser levada em conta. Ela é contra a indicação de familiares para compor diretórios, mas lembra, a situação é um problema nacional: - Na hora que os cargos públicos vão ser indicados, sempre as pessoas próximas chegam ao poder. Muitas vezes os chamados forasteiros são competentes, mas ficam de fora de um governo, simplesmente porque não fazem parte daquele grupo. As vezes, as pessoas são muito mais competentes que os secretários, mas não conseguem ter maior destaque dentro de uma Pasta por não ser apadrinhado de algum político, isso é um problema. Numa cultura coronelista você privilegia as pessoas e não a competência. Outra questão para ser debatida é um dos princípios que regem a administração pública: a moralidade. Tenho na minha casa, por exemplo, quatro irmãos... Imagine se todos fossem indicados para assumir cargos num mesmo governo? Não é moral... A administração pública não pode ser tratada como o quintal da minha casa e no Brasil existe uma mistura muito grande do público com o privado e

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Outubro

Como funciona a herança política

Primeiro, os caciques indicam os presidentes dos diretórios locais

Na sequência, os presidentes formam a composição da diretoria dos partidos


O prefeito Zé Queiroz (PDT) e o deputado estadual Tony Gel (DEM) são exemplos da transferência de influência política, representando a herança dos dois tradicionais blocos políticos adversários de Caruaru

Todas as indicações servem no futuro para compor a base do Cacique na eleição

Cacique

político

Cônjuges, irmãos, filhos e amigos assumem os cargos dos diretórios locais

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Confira o infograma animado em www.youtube.com/rconteudo

Outubro

é isso que faz com que a administração pública, em muitos casos, seja tratada como o jardim da casa, de determinados políticos. Com base nas afirmações de Perpétua Dantas, a Revista Conteúdo fez uma análise da política de Caruaru. Na cidade, temos como tradição, a luta de dois blocos pelo poder local, além de uma tentativa de surgimento de uma nova via. Basta dar uma rápida olhada no site do Tribunal Regional Eleitoral e percebemos que na composição dos diretórios locais, os mesmos sobrenomes estão presentes em vários cargos. Segundo o TRE, o presidente do PDT é Maurício Silva, que responde pela diretoria de Limpeza Urbana na prefeitura de Caruaru, e na composição da direção do partido estão: Wolmey Queiroz (vice-presidente) e o casal Abdias Félix (tesoureiro) e Lúcia Félix (secretária), sendo que os dois últimos têm vínculos com o deputado federal Wolney Queiroz e prefeitura, respectivamente. No diretório do DEM, existe situação semelhante, o presidente do partido é o deputado estadual Tony Gel, que tem como tesoureiro o filho dele, e a provável candidata do partido a prefeitura, Miriam Lacerda, responde pela vice-presidência do diretório local. No PR existe uma situação curiosa. O vereador Val (DEM) tem estreita ligação com o deputado federal Inocêncio Oliveira, principal líder do Partido da República, e devido a forte influência, conseguiu que o filho dele, Hallan Bezerra, fosse conduzido a presidência da legenda. Na composição do diretório, o sobrenome Bezerra está presente na vice-presidência, com Jadiael Bezerra. O presidente da Câmara, Lícius Cavalcanti (PCdoB), indicou Delber Cavalcanti seu irmão, para presidir o PHS. Além dele, Débora Cavalcanti é a te-

©Leonardo lima/ Conteúdo Imagem ©Vladmir Barreto/ Secom CMC Arte: © Johnny Pequeno

Os cientistas políticos Perpétua Dantas e Marconi Aurélio analisam esse sistema tradicional da influência política. Para eles, em muitos casos, existem disfunções sobre o público e o privado


soureira do partido. No PSDB, a família Cantarelli predomina no partido. Os cargos de presidente, vice-presidente, tesoureiro e mais dois suplentes de diretório estão sob a tutela da família, que tem no vereador Diogo Cantarelli, a maior representação. No PTB, além do vereador Marco Casé, presidente da legenda, o partido tem mais dois integrantes da família Casé como membros do diretório. Mesmo não sendo um ato ilegal esse tipo de composição partidária pode interferir diretamente na vida da população. O cientista político Marconi Aurélio acredita que essa maneira de gerir os diretórios passa pelo controle do mesmo, é uma forma de congregar pessoas que compactuam com os mesmos ideais dos caciques, mas analisa que a questão não é apenas cultural: - Não é só pela tradição da política que foi estabelecida no Nordeste, temos que levar em consideração a dificuldade que existe em formar um grupo que tenha uma aderência política e que tenha uma posição firme de ideologia. Temos que levar em conta ainda que os diretórios são formados a partir do que determina a norma, e em muitas vezes não são encontradas pessoas na sociedade que queiram participar de um partido, e que defendam determinada ideologia, essas pessoas estão próximas, as vezes são até parentes. Temos que lembrar que não existe nada de errado, afinal os familiares também são cidadãos, mas a questão é até que ponto os vínculos familiares interferem na causa pública? Muitas vezes, as pessoas confundem o particular com o público, isso dificulta o debate.

No dia em que foi coroado Imperador do Brasil, D. Pedro fizera uma promessa sob

condição – “Juro defender a Constituição que está para ser feita, se for digna do Brasil e de mim.” Ao inaugurar-se, a Assembleia Constituinte ratificava “mui solenemente” a promessa, mas sujeita à mesma ressalva. E indicava o espírito, a orientação, o molde que os deputados deveriam adotar: “Espero que a Constituição que façais mereça a minha imperial aceitação e seja tão sábia e tão justa quanto apropriada à localidade e civilização do povo brasileiro” (...). Sem instituições sólidas, a democracia não passa de um engodo e a cidadania de uma ilusão. Nossa classe política não tem feito muito esforço para reverter esse quadro. O Poder Legislativo tornou-se refém e agregado do Poder Executivo hipertrofiado. As relações entre o público e o privado perderam a moralidade, a vocação pública deu lugar aos interesses de grupos ou familiares, a noção de bem comum, de coletividade perdeu o sentido, dando lugar ao individualismo e a autopromoção.Neste quadro bizarro da democracia política brasileira, nenhuma instituição espelha melhor esta realidade do que os partidos políticos. Os partidos deveriam representar em sua essência e existência, o papel de intermediário entre o Estado e a sociedade. São eles que teoricamente têm um projeto de governo para sociedade edificado em plataforma de conquista e alteração do poder e em sua relação com a sociedade. Os indivíduos deveriam se agregar a um partido por seu caráter doutrinário ou filosófico. Os partidos perderam sua postura e compostura ética, política e ideológica, viraram uma sopa de letra, que não possui conteúdo. Congregam os mais estranhos indivíduos, das mais diversificadas matrizes políticas. Tornaram-se condomínio de oportunistas de plantão, caciques hilários e inocentes úteis. As questões públicas foram relegadas ao plano secundário, e os políticos defensores de seus princípios são chamados de burros, antiquados, idealistas e superados. As eleições passaram a fazer parte de uma jogatina onde a ética, os princípios, as convicções morais e ideológicas não possuem relevância, o que importa é o poder, os métodos e as estratégias para conquistá-lo, utilizar um partido para atingir este fim, é apenas um detalhe. A erosão dos princípios democráticos se combate com o exercício pedagógico e didático da cidadania na vida diária de um povo que nasce, cresce e frutifica com o fortalecimento das instituições políticas e com o resgate da sociedade civil, e só se torna real e orgânica quando a participação política, num sentido mais amplo, transcenda o simples ato de votar e se materialize no cotidiano e nos imaginários sociais de um povo. Um povo que não conhece sua história e o ambiente político em que vive, está fadado a perpetuar no poder os carrascos e os tiranos, responsáveis por sua miséria e opressão.

SIMULACROS DA

DEMOCRACIA Arnaldo Dantas é Professor História e Geografia

(C)

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Outubro


( ( questão de direito GUSTAVO GALVÃO é mestrando em Direito Intenacional e professor universitário

Um espaço para debater as questões do Direito brasileiro gustavohcg@hotmail.com

Hábitos a serem modificados

Q

uando falamos de compra e venda de bens imóveis, são dois os hábitos que precisam ser modificados em nossa região. O primeiro diz respeito à ausência do registro do título translativo no Cartório de Imóveis, que é ato jurídico necessário à transferência da propriedade, e sem o qual o alienante do bem continua como dono do referido imóvel. O outro costume, que aqui será analisado, é a falta de medidas acautelatórias mínimas, por parte do adquirente, na hora de fechar o negócio jurídico. Neste momento faz-se necessário limitar o tema, pois discorreremos apenas sobre os cuidados básicos que o adquirente deve ter para que não seja surpreendido com a ineficácia do negócio jurídico, cujo bem se encontrava vinculado a processo judicial. É o que a doutrina chama de fraude à execução, ou seja, quem adquiriu o imóvel não conseguirá evitar que o bem seja expropriado judicialmente para garantir o direito do credor do alienante. É do conhecimento de todos, e que normalmente é observado quando da celebração de um contrato de compra e venda, a necessidade de buscar junto ao Cartório de Registro de Imóveis uma certidão sobre o imóvel objeto do negócio jurídico, a fim de saber se existe restrições judiciais ou se o bem se encontra hipotecado. Também é comum buscar junto à Prefeitura uma certidão negativa imobiliária. Considerando o conteúdo da Súmula 375 do STJ: “O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”, a diligência relatada seria suficiente. Contudo, no que pese a existência desta súmula, o próprio STJ já decidiu de forma contrária (RMS n. 27.358-RJ), atribuindo ao adquirente o ônus de provar que agiu de boa-fé, ou seja, que tomou todas as medidas necessárias para se informar se o imóvel encontrava “enrolado” em processo judicial existente ou futuro. Neste sentido a ementa da referida decisão diz: “é impossível ignorar a publicidade do processo, gerada pelo seu registro e pela distribuição da petição inicial (...) Diante dessa publicidade, o adquirente de qualquer imóvel deve acautelar-se, obtendo certidões dos cartórios distribuidores judiciais que lhe permitam verificar a existência de processos envolvendo o comprador, dos quais possam decorrer ônus (ainda que potenciais) sobre o imóvel negociado”. Portanto, deve o adquirente retirar todas as certidões, judiciais e extrajudiciais sobre o imóvel e seu proprietário, para caracterizar sua boa-fé. (C)

©Johnny Pequeno/ Conteúdo Imagem

É NECESSÁRIO RETIRAR TODAS AS CERTIDÕES SOBRE O IMÓVEL

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frases Tivemos uma grande vitória! Com a participação ativa de Wolney e José Queiroz que nos ajudaram muito para essa conquista. Wolney foi um filho nesses dois meses”

Ana Arraes Ministra do TCU

Não acredito que a nova via tenha uma força grande na eleição do ano que vem, mas é uma proposta em médio ou longo prazo, para uma renovação na política”

“Proporcionar o estágio supervisionado é garantir a sustentabilidade profissional de nossa região”

Leonardo Oliveira, Coord. do Instituto Lodi

Temos intenções de filiações e vamos tratar Caruaru de forma especial. Já conversei sobre a cidade com todas as lideranças da Frente Popular ”

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André de Paula, pres. do PSD/PE

©VladmIr Barreto/ Secom CMC ©Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

Rita de Cássia Doutora em Filosofia


datas Reforma Os preparativos para o jantar em benefício da reforma da Catedral de Nossa Senhora das Dores estão a todo vapor. A festa beneficente será realizada no dia 14 de outubro e contará com shows de Santanna, Elba Ramalho, Cristina Amaral e Benil. O evento, coordenado por Adjane Batista será às 21h, no Espaço Difusora. As mesas estão a venda pelos telefones: (81) 3723.7214 / 8801.4228.

Inclusão Seguem abertas as inscrições para o 1º Torneio Pernambucano de Dominó para cegos, que será no dia 29 de outubro, no North Shopping Caruaru. Mais informações no site da entidade: www. acace.org.br.

Unicred Está confirmada para o dia 14 a inauguração da sede própria da Unicred. O local, fica à rua Saldanha Marinho, no Bairro Maurício de Nassau. O presidente, Aníbal Cantarelli, está preparando uma grande festa para comemorar essa conquista, além de festejar os 18 anos da Unicred Centro Pernambucana.

Expressão

Congresso Médico de PE Estão abertas as inscrições para o 40º Congresso Médico de Pernambuco. O evento será realizado no auditório da ACIC, entre os dias 27 e 29 de outubro. O encontro promovido pela Associação Médica do estado vai contar com palestras e debates sobre temas atuais. As inscrições seguem até o dia 28 e podem ser feitas pelo www.ampe-med.com

No dia 4 de novembro o cronista social e Jornalista Paulo Magrinny realiza mais uma edição da Festa Expressão Pernambucana. O evento será realizado no SESI e premia personalidades que foram destaque em diversas áreas. Além disso, o cronista comemora 10 anos de atuação no colunismo social.

Congresso FACEP A 13ª Edição do congresso da Federação das Associações Comerciais e Empresarias de Pernambuco está confirmada para os dias 21 a 23 de outubro. A festa será realizada no Hotel Armação, em Porto de Galinhas. O presidente da entidade, Djalma Cintra confirmou a presença de nomes importantes, entre eles: Roberto Castelo Branco, Carlos Schneider, David Portes, Sérgio Maia F. Filho, Luiz Antônio Bortolin, Gabriela Asmar e Daniel Godri Junior.

Jornalismo Esportivo

O dia 18 desse mês será de muito debate sobre o jornalismo esportivo. A Associação dos Cronistas e Desportistas de Pernambuco (ACDP) comemora 90 anos e realiza Fórum de Jornalismo Esportivo em Caruaru. Nomes como Milton Neves, Luciano do Vale, Rirardo Rocha, Eri Santos e Lúcio Surubim debaterão vários temas. A Revista Conteúdo será representada pelo Editor e comentarista do PFC, Mário Flávio. ©Vladimir Barreto/ Secom CMC e Divulgação

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Top Marcas O Jornal Vanguarda realiza no dia 8 de novembro a solenidade de entrega da 6ª edição do Top Marcas. A premiação virou referência no Agreste e será realizada no Maria José Recepções II. São mais de 40 categorias, numa noite marcante para a publicidade de Caruaru. Na ocasião, shows com artistas regionais, com o melhor da nossa música. A organização do evento garante que a festa vai trazer inovações, com dois ambientes distintos.


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( ( pé do monte ALMIR VILA NOVA é âncora do ABTV 2ª edição.

Comente a história de Caruaru, envie sugestões almirvilanova@revistaconteudo.com.br

Casas demolidas pelo progresso

P

ara esta edição da revista Conteúdo pensei em falar sobre algumas construções que há pelo menos 30 anos vejo desaparecer das ruas de Caruaru - sob os argumentos sutis de que se trata dos caprichos do desenvolvimento. Ainda estava deixando a adolescência quando ouvi esta justificativa pela primeira vez. Uma das primeiras lembranças que tenho vem de um casarão branco, de esquina, próximo ao final da avenida Rio Branco, cuja lateral tomava um dos lados da estreita rua que desemboca na João Condé. Dona Dodôra, minha mãe, dizia que um médico já fizera residência ali. Rente a calçada daquela casa de bela arquitetura saltava o cheiro úmido dos porões isolados por grades de ferro que não me deixavam ver o que havia lá dentro. O casarão que enchia os meus olhos era parte do roteiro que fazíamos ao apartamento em que o meu avô morava na Avenida Cleto Campelo. Da janela de Seu Manoel Mendes - que no último dia 25 de setembro completaria seu centenário de nascimento - eu também enxergava as pequeninas casas que cercavam a estação ferroviária. Elas pareciam ainda menores quando comparadas com o prédio onde ficavam as plataformas de embarque e desembarque. Vi muitos trens deixarem a cidade carregando seus vagões, fossem eles de passageiros ou de carga. Ainda hoje, nos vários momentos em que passo pelas ruas em que estavam plantadas aquelas casas grandes ou pequenas, me pego pensando sobre quantas histórias existiram por dentro daqueles lares. Guardo em mim as imagens dos desenhos das fachadas, das marquises, o contorno das portas e janelas. Triste foi constatar com o passar do tempo que uma a uma aquelas construções foram sendo destruídas. Em seus lugares foram erguidos edifícios, casas comerciais, estacionamentos. Isto sem falar no impiedoso desaparecimento dos sobrados da antiga Rua da Frente, atual 15 de Novembro – cujas lembranças estão impressas nas fotografias que guardo com carinho e nostalgia. O curioso é que década após década, demolição após demolição, surgem sempre as mesmas desculpas: “a cidade está crescendo” ou ainda “o comércio é uma vocação de Caruaru”. Confesso que quando ouço argumentos desse tipo sempre me reporto as cidades que conseguiram preservar partes importantes de suas memórias arquitetônicas, como Curitiba, Ouro Preto, Salvador e até mesmo exemplos aqui de Pernambuco, como Triunfo e Olinda. Nestes lugares, sabemos, o progresso aprendeu a respeitar o passado, para no presente ajudar a contemporaneidade a caminhar para o futuro. (C)

©Divulgação

DEMOLIÇÃO APÓS DEMOLIÇÃO, SURGEM AS MESMAS DESCULPAS

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Outubro


INFORME PUBLICITÁRIO

ue g n e d a r e t a s b o d o Com t e d r e v e é um d

A

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Entre iro fevere , o to e agos m foco e ias nc residê 6.2% e d u i ca ,1% para 3 18

Outubro

stamos entrando no verão, justamente o período em que há mais ocorrências de casos de dengue. O Ministério da Saúde já alertou aos brasileiros que o país pode enfrentar um novo surto nos próximos meses. Por isto mesmo, toda a atenção deve ser redobrada. É fundamental que fechar caixas d´água, cobrir garrafas e pneus e substituir a água das plantas por terra. Todas as poças em casa devem ser devidamente secas, afinal qualquer espaço pode ser utilizado pelo mosquito para depositar os ovos. Em Caruaru a situação está controlada. O índice de Levantamento Predial, que mede a quantidade de focos em residências vem caindo bastante na cidade. Em fevereiro 6,2% das casas vistoriadas apresentaram focos. Em junho este índice caiu para 4,7% e em agosto chegou a 3,1%. Os casos confirmados também vêm em linha de queda. Até o fechamento do primeiro semestre deste ano haviam sido confirmados pouco mais de 20 casos, enquanto em 2010 os casos confirmados ultrapassaram os 1.100. Um dos piores anos da série histórica foi 2007, com quase 5.000 casos. No entanto, a redução nos locais de risco e no número de pessoas infectadas não deve diminuir a vigilância. A Prefeitura está fazendo a parte dela, mantendo ativo o controle de vetores e realizando o peixamento em fontes e praças. Não deixe a água parada e ao perceber possíveis focos informe à Secretaria de Saúde pelo telefone 3701-1425.


dia a dia

O que você precisa saber sobre a vida ao seu redor

Caruaru no roteiro da Copa do Mundo Recife Caruaru Os projetos de construção do estádio da Copa em Recife podem estender os benefícios de investimentos para cidades como Caruaru, desde que o Poder Público reavalie algumas condições de infraestrutura, como as do Aeroporto Oscar Laranjeira


até 2014

Copa e Caruaru:

Cidade precisa se adequar para tirar proveito do evento que será realizado em junho de 2014 Mário Flávio

planejar é preciso

N

os últimos dias, a Copa do Mundo é o que mais se comenta no Brasil. Seguindo essa tendência, o assunto chegou a Pernambuco e quando faltavam mil dias para a realização do mundial, uma grande festa foi montada. As cidades que sediarão o mundial apresentaram o andamento das obras e o Comitê da Copa afirmou que todos os prazos serão cumpridos. Em Pernambuco, a Arena está com mais de 24% das obras concluídas, mas o debate ganhou o interior e todos querem saber como Caruaru pode sair beneficiada com a realização do maior evento esportivo da terra. A cidade tem vocação para o turismo e a preparação já começou. Recentemente, foi recuperado o Monte Bom Jesus, que voltou a receber centenas de turistas e caruaruenses nos fins de semana, outro avanço é a duplicação da BR 104 e a recuperação da rodovia Luiz Gonzaga, que liga Recife ao Agreste. Em Caruaru houve a sinalização e disciplinamento do trânsito e a feira de artesanato continua atraindo turistas. Mas algumas situações deixam inquietos setores da sociedade. As precárias condições do aeroporto e do terminal rodoviário, falta de estrutura no Alto do Moura, indefinição sobre a feira da sulanca e o funcionamento da internet sem fio, podem prejudicar o turismo na cidade, durante a Copa de 2014. Todos esses setores devem ser repensados até a realização do mundial já que, segundo estudos da FIFA, os turistas visitam as cidades sedes durante 11 dias e nesse período, aproveitam para conhecer os municípios no entorno, gerando emprego e renda. O secretário estadual de Turismo, Alberto Feitosa, explicou que várias ações estão sendo feitas para que cidades como Caruaru e Gravatá, sejam beneficiadas: - Já temos algumas ações sendo realizadas no interior, uma recentemente no Museu do Barro, em Caruaru, quando lançamos o Guia de Artesanato da Rota 232. Em 2010 fizemos o Guia Gastronômico da rodovia e estamos levando o que há de melhor dessas cidades para as feiras de turismo que são realizadas pelo Brasil. Apresentaremos em breve o Guia das Confecções, todo esse material fica posicionado em locais estratégicos, como os estandes da Empetur, aeroportos e rodoviárias. O presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, José Pereira, destacou que haverá um intenso trabalho

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para que a questão do atendimento seja melhorada, já que existe uma reclamação geral sobre a qualificação nesses setores: - Recebemos recentemente a visita do secretário Executivo da Copa, Gilberto Pimentel, que veio até Caruaru para apresentar todo o projeto da Copa e a cidade está inserida na interiorização do mundial. Já temos 800 vagas disponíveis para cursos nas mais diversas áreas, com o projeto Qualitur, do Ministério do Turismo, iremos fortalecer a mão de obra, principalmente na questão do atendimento. A tecnologia também deve ser usada para atrair turistas para Caruaru no período da realização do mundial, como explica Alberto Feitosa: - Vamos criar ferramentas específicas para que as tecnologias funcionem ao nosso favor, iremos trazer nesse mês o Grupo de Estruturação da Empetur, para que façamos todo o planejamento das rotas turísticas da cidade, fizemos essa situação em Petrolina e deu muito certo. Alguns sonhadores esperam que Caruaru seja escolhida como sub-sede do mundial. Com isso, uma das seleções poderia ficar hospedada na Capital do Agres-

DADOS DA COPA Ao lado, a maquete da Arena Pernambucana, que está 24% de obras concluídas, em São Lourenço da Mata. O investimento pode ser um pontapé para um insumo econômico em Caruaru, a partir do impulso turístico da Copa


©Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem e divulgação

O presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, José Pereira, e o secretário estadual de Turismo, Alberto Feitosa, respectivamente, afirmam que a cidade vai passar por investimentos. O Terminal Rodoviário precisa de reformas

te. Mas o secretário Alberto Feitosa citou que Caruaru não atende ao critério da distância, já que segundo ele, a FIFA determina que os locais devem ficar a 100 quilômetros da sede, mas a situação ainda é indefinida: - Para que Caruaru seja sub-sede, é uma questão delicada. Além da quilometragem, existe a questão do tempo da viagem, a FIFA determina que o trajeto de uma seleção não deve passar de uma hora, analisaremos com a organização do evento, para ver se o ônibus com batedores tem essa condição. Mas seria excelente para Caruaru, a cidade comporta essa condição e vamos lutar por isso. Copa + São João = boa receita para Caruaru Mais da metade da Copa do Mundo vai ser realizada no período junino, época em que Caruaru recebe milha-

res de turistas. São 30 dias de festa em que o município vira, de fato, um verdadeiro arraial. Segundo Alberto Feitosa o lançamento do evento no Sul do Brasil pode ser realizado, com isso, a visibilidade da festa seria ainda maior: - Investiremos muito nessa época, para que a cidade receba um grande fluxo de turistas, e já existe a ideia do presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru de fazer o lançamento do São João em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, estamos analisando essa possibilidade e se tudo der certo, lançaremos no dia 13 de dezembro o São João de Gonzagão, com isso, já abordaremos o tema Copa do Mundo. Planejar é a palavra essencial para que a cidade aproveite a festa junina como forma de trazer o turista para Caruaru. Diante das ações que fo-

Segundo estudos, mais de 90% da população já deverá ter smartphones até lá e poderá ter acesso às informações pelo celular, principalmente no que diz respeito ao turismo nas cidades próximas ao Recife

A prefeitura prepara cursos gratuitos de capacitação até 2014, para camareiras, garçons, atendentes, recepcionistas. As pessoas receberão treinamento na própria Fundação de Cultura

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ram abordadas nessa reportagem, o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, José Pereira, acredita que a prefeitura cumprirá os prazos: - Além da ornamentação verde e amarela, temos que estar prontos para fazer uma grande festa. Já existe até a possibilidade do nosso aeroporto ser adequado para receber voos para aeronaves de grande porte, mas ainda é um estudo para ser analisado. Com certeza o Alto do Moura vai ficar pronto e o novo projeto do Parque de Eventos atenderá a necessidade dos turistas, mas é bom citar que já iniciamos essa mudança, principalmente com o Monte Bom Jesus. Sobre o Terminal Rodoviário ainda não temos uma posição sobre a reforma, já que o mesmo foi arrendado, mas em breve o assunto deve entrar na pauta do governo. Tudo vai ficar pronto, para que as pessoas que vierem para a Copa aproveitam e conheçam a região. O secretário Alberto Feitosa lembra que os benefícios com a realização de uma Copa do Mundo vão além do período do campeonato e ele cita a sede do último mundial, para que a população entenda como funciona. - Temos que entender que os benefícios não são apenas para o período da Copa. Veja o exemplo da África do Sul, temos estudos que mostram que um ano após a Copa, houve um incremento de 20% no turismo de algumas cidades. (C)

Ainda não está certo que Caruaru possa receber uma seleção. Tudo vai depender da articulação política, já que a FIFA determina que as cidades sub-sedes devem ficar até uma hora das sedes


igualdade

APAE muda a realidade

das famílias

Mário Flávio Entidade está presente em 13 municípios de Pernambuco e atende milhares de famílias em todo Estado

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

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eficiente! Essa palavra durante muito tempo foi encarada como um mal por grande parte da população. Alguns cientistas tentaram descobrir os motivos para que uma pessoa fosse diferente das demais e por muitas vezes até a religiosidade era colocada em xeque, afinal ter um parente com algum tipo de deficiência, era encarado como espécie de castigo. Para o bem da humanidade, esses tipos de pensamentos preconceituosos diminuíram, e hoje, diversas entidades promovem a inclusão social. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais é um exemplo de que é possível mudar a realidade de famílias. Presente em 12 municípios de Pernambuco, a entidade conta com uma Federação, para dar apoio as famílias e pessoas com necessidades especiais. Uma das sedes fica em Agrestina, onde uma escola atende a mais de 300 alunos. No local, a nossa equipe de reportagem foi recebida com acenos, apertos de mãos e muitos, mas muitos abraços... Era por volta de 14h30, fazia muito calor e alguns jovens se arriscavam num futebol improvisado, embaixo de uma mangueira. Foi só o repórter fotográfico Leonardo Lima tirar a máquina e o alvoroço tomou conta da Apae de Agrestina, todos faziam questão de fazer uma pose, afinal sair bem na foto é fundamental. A partida chamou atenção e percebemos que o futebol é mesmo a paixão do brasileiro. Diante de tanta empolgação, queremos saber os jogos praticados por lá. Além do esporte bretão, os alunos têm aula de handebol, futsal e o atletismo, todos adaptados para crianças, adolescentes e adultos. A responsável por revelar os novos atletas é a professora de educação física, Maria Aparecida. No momento dos treinamentos os apaeanos recebem orientação sobre alongamentos e treinamentos funcionais. Para ela, o início foi difícil, afinal era uma experiência nova para alunos e também para a docente, mas a capacidade de não ver apenas a deficiência foi fundamental, e a realidade mu-

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dou. Além da prática esportiva, o grupo já trouxe conquistas para a cidade de Agrestina: - Temos uma meta de levar conhecimento para eles, é muito gratificante quando percebemos uma melhora sensível, são exemplos simples, mas que nos tocam muito. Já tivemos aqui alunos que não conseguiam se equilibrar bem e hoje conseguem chutar a bola direitinho, é uma superação. O resultado vem também por meio de conquistas, quando são realizadas as Olimpíadas da Apae, a cada três anos. Em 2009, o atleta José Ramos foi ouro nos 200m livre, na cidade de Belo Horizonte. No momento da nossa visita, o recreio estava sendo realizado e a correria e barulho provocados pelas brincadeiras davam a ideia de que a felicidade está presente ali. Uma sala é destinada para a fisioterapia e o espaço reserva momentos de muita superação. O local lembra uma academia de ginástica, mas o sentido ali


Graça Mendes, Presidente da Feapes

Temos a certeza que quando Caruaru receber uma sede da Apae tudo mudará. É uma cidade polo que vai ter estrutura melhor que todas as Apaes de Pernambuco

não é ficar com barriga de tanquinho ou ter curvas que chamem atenção, nem mesmo ficar com músculos de halterofilista, a vaidade é o que menos importa. Por lá, encontramos bicicletas, esteiras, cabine de audiometria e cama elástica, tudo conseguido por meio de doações e projetos do governo. Duas crianças aparecem para fazer acompanhamento, uma delas, é Paulo Ricardo, que tem apenas seis anos de idade. Ele tem dificuldade com a coordenação motora, mas adora fazer pose para foto. O menino estudava numa escola da rede estadual, mas por solicitação de uma professora, teve que deixar a unidade de ensino. Prontamente, a família levou o mesmo para a sede da Apae, no município de Agrestina e segundo a fisioterapeuta Vasti Santana, desde que chegou a unidade, causa surpresas para todos: - Ele tem uma sequela neurológica e dificuldades para se locomover. Todos os dias trabalhamos para que ele melhore

e percebemos muitas mudanças, quando isso acontece é muito gratificante. A outra criança aqui citada é Adrielma da Silva, que tem apenas sete anos. O problema dela é mais grave que o de Paulo Ricardo, precisa de ajuda para fazer tudo e passa por intensas sessões de fisioterapia. Ao lado da criança está a mãe, dona Adriana da Silva, que não sai de perto da menina. Ao chegar a Apae, quase não mexia a cabeça e hoje, segundo a própria mãe, o quadro é evolutivo: - Ela já consegue se equilibrar e prestar atenção. Devido a gravidade do problema, tenho que levar minha filha também para fazer tratamento na AACD, é uma luta, mas aqui é o lugar ideal para ela, principalmente pelo carinho e atenção de todos. A pequena Adri, como é carinhosamente chamada por todos, foi inserida na escolinha, já que a meta é fazer com que ela interaja com os demais. Os pais também passam por acompanhamento, afinal para alguns, aceitar que o filho nasça diferente é uma tarefa difícil de entender. As histórias são muitas e as vezes absurdas, como a mãe que não saia com o filho, tinha vergonha do mesmo e sempre inventava fatos, quando as pessoas perguntavam pelo menino. Em outros casos, as crianças eram acorrentadas e tratadas como animais, e com entidades como a Apae, é possível mudar essa cultura. O acompanhamento dos pais começa antes mesmo do jovem ser aceito para fazer parte do movimento apaeano, explica a assistente social, Rita de Cássia: - Quando recebemos a solicitação para que uma pessoa faça parte da Apae, marcamos uma visita e a partir disso, começamos um trabalho de base, explicando como é que o excepcional deve sentar, se alimentar e fazer ações do cotidiano, afinal tudo para ele é diferente. Em seguida, existe um trabalho de todos os setores que fazem um acompanhamento de alunos e principalmente, dos pais. Aceitar a situação dos filhos é um dos principais desafios da equipe da Apae. Para os pais é um momento

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delicado e na maioria das vezes, toda a família passa por esclarecimentos partindo do ponto de que uma pessoa excepcional pode ser de grande aprendizado para todos, além de mudar a realidade da casa, como cita a psicóloga Amélia Borges: - Tínhamos casos aqui em Agrestina de uma rejeição muito grande por parte da família e com o acompanhamento que é feito, existe uma mudança de postura. Explicamos o que é uma síndrome, os motivos da doença e os limites da criança, com isso o quadro muda e os pais começam a perceber que aquele filho tem potencialidades. É um trabalho gratificante e digo com toda sinceridade, nesses 15 anos de Apae, aprendi muito mais do que ensinei.

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

Em Agrestina, mais de 300 alunos são atendidos com atividades para permitir a integração com a sociedade

Caruaru precisa de uma Apae No mês de agosto, durante as comemorações da Semana do Deficente, a Câmara Municipal de Caruaru, recebeu os membros do movimento apaeano. Durante mais de uma hora houve a apresentação do que é a entidade e a necessidade da instalação de uma unidade em Caruaru. Lá se vão quase dois meses e pouco se falou sobre o tema, essencial para os moradores da principal cidade do Agreste de Pernambuco. Um exemplo dessa realidade é o neto de dona Judite Josefa. Devido a falta desse órgão na Capital do Agreste, todos os dias ela e o filho viajam para Agrestina e os resultados, segundo dona Judite já começam a aparecer: - O jeito que as pessoas com deficiência são tratadas aqui é diferente e

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As atividades esportivas já trouxeram conquistas para os jovens que disputam as olímpiadas da Apae

O pequeno Paulo Ricardo já conseguiu melhorar a coordenação motora. Ele é um dos xodós da Apae em Agrestina

esse local é muito importante, já percebemos que ele melhorou bastante. Antes, a gente evitava levá-lo para festas e hoje ele consegue conviver em ambientes fechados com outras crianças. Temos que ter uma unidade dessas em Caruaru, pelo menos evitaria essa viagem diariamente e atenderia a muitas famílias da cidade. Diretor Social da Federação das Apaes em Pernambuco, o jornalista Josenildo Santos, anseia pela inauguração de um espaço como esse numa cidade de grande porte, como é o caso de Caruaru. Segundo ele, devido ao momento de visibilidade que passa a Princesa do Agreste, a instalação de uma sede, pode ajudar a diminuir o preconceito: - Temos certeza, quando a cidade de Caruaru ter uma unidade da Apae, a atenção dispensada para a causa será maior. Hoje, o município é referência para o Nordeste e precisa ter cada vez mais opções de inclusão, cada vez que uma Apae é criada, a desigualdade diminui. A presidenta da Federação das Apaes em Pernambuco é Graça Mendes. Ela tem três sobrinhos excepcionais e decidiu fazer parte do movimento apaeano, sendo uma das incentivadoras desse tipo de causa, no interior de Pernambuco. Ela conviveu de perto com essa realidade e sabe como é a situação da família. A presidenta espera que a cidade receba uma unidade e para isso, segundo ela, a vontade política é fundamental: - Para mim uma Apae em Caruaru é um avanço sem precedentes. A cidade é polo e tem condição de instalar tudo o que nos municípios de pequeno porte não têm. Converso muito com as pessoas da cidade e acho que vai ter o momento da Apae ser criada. Para que o projeto exista, a vontade política é fundamental, vejam o exemplo da unidade do Espirito Santo, todos os exames preventivos são feitos na Apae de lá, e foi fundada por políticos, mas a entidade não tem cor de partido e o poder público pode ser parceiro, enviando projeto para ser aprovado na Câmara, conveniando as secretarias e facilitando parcerias, é só ter vontade. (C)

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boa conversa GERALDO FREIRE

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ecentemente a Rádio Jornal de Caruaru completou 60 anos. Para marcar a data, a Revista Conteúdo entrevista um fenômeno de audiência. Conheça a trajetória do comunicador que saiu de Mimoso, em Pesqueira, para fazer história na comunicação do Brasil,

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“Fugi de Pesqueira pra Recife num trem aos nove anos”

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

Você iniciou a carreira em 1968, ano em que muitos afirmam que o mundo mudou, como foi no início? Pra mim foi tudo acidente, eu não tinha nenhum projeto de trabalhar na área de comunicação... Fui menino pobre do interior, fugi de Pesqueira pra Recife num trem aos nove anos de idade, época em que fui empregado doméstico no Recife, trabalhei numa bodega despachando. Uma novidade quando eu cheguei ao Recife foi a inauguração do edifício J.K., que hoje está se acabando, era um edifício da previdência, eu achava um charme o ascensorista do elevador, e fiquei doido pra conseguir uma vaga de ascensorista, tinha a intenção de trabalhar com todas essas coisas, menos a comunicação. Mas, com doze anos, fui contratado pra ser contínuo de uma agência de propaganda, que funcionava na Rua Nova, aí com a agência comecei a mexer com texto, me empolguei pra fazer comerciais... Tínhamos programas comprados à Rádio Capibaribe e num certo momento apresentei esses programas, a partir daí fui entrando nos concursos que apareciam para apresentadores e tal... Terminei passando em um e fui trabalhar na Rádio Repórter, que hoje pertence ao Sistema Globo de Rádio, aí pronto, depois disso, passei por quase todas as rádios. Era difícil ser comunicador na época da ditadura, como era a experiência? Na verdade, no Regime Militar eu fiz uma opção, trabalhava mais com sacanagem do que com política, foi também a fase áurea das músicas de duplo sentido, você deve se lembrar que até nosso Azulão aqui fez um sucesso: “A mulher que eu mais amava deu a blusa a outro, deu a blusa a outro...”, então as músicas de Azulão, Zé Nilton, depois entrou Genival, até Gonzaga chegou a gravar “Ovo de Codorna”... Então parti pra aquilo, inclusive, tinha um programa na Rádio Globo com audiência enorme, um horário que era dedicado às músicas dos grandes mestres e eu anunciava com alguns pedidos. O danado era botar essas músicas de sacanagem que escapavam da Polícia Federal. Às vezes a Polícia Federal ficava muito preocupada com o duplo sentido político e esquecia o sentido sacana, mas certa vez, fui chamado pela Polícia Federal e lá o doutor Dermerval, que era o delegado, disse: “Colabore com a Polícia Federal, quando você escolher uma música dessas, antes de tocar nos avise”. Olhei pra ele e disse: “O que é isso doutor? Quer acabar comigo é?”. Então, quando a Polícia Federal dava em cima de mim, em cima dessas questões, eu brincava um pouco com política, cheguei a ser detido, mas não fui preso, mas apanhei e fui pro DOPS, isso no governo Moura Cavalcanti, não foi nem uma coisa política direta, mataram um taxista e eu fiz uma passeata no Recife com mil táxis atrás, eu dirigindo um táxi e tal. Fechamos a cidade toda, me levaram para o DOPS e Ralph de Carvalho, muito amigo de Moura Cavalcanti, foi lá e conseguiu ajeitar. Eu não cheguei a ser preso, foi a minha bronca com o Regime Militar. Lembro que quando Geisel assumiu, chegou um fax que dizia: “É proibido fazer referência ao estado civil da filha do presidente Geisel”. Quando li aquilo, disse: danou-se, por que essa mulher? A moça era divorciada e eles não queriam que tocasse no assunto, depois esse negócio foi tão escrotado, ela deu uma entrevista dizendo que gostava de Chico Buarque, e Chico fez uma música “Ele não gosta de mim, mas sua filha gosta”, então, na minha cabeça aquele Regime terminou sendo divertido.

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Você tem um jeito único de passar informação. Sempre foi assim ou você se inspirou em alguém, para ter esse jeito despojado de falar? Eu fui de uma transição no rádio muito importante, porque cheguei no tempo das vozes bonitas, eu não tinha voz bonita, aí perguntei: o pessoal vai deixar de ouvir um locutor pra ouvir um camelô, como é que vai ser isso? Eu ouvia muito rádio aí achava que os comunicadores da época falavam demais, você ligava o rádio pra pedir uma música e Aldemar Paia, por exemplo, meu amigo hoje, pra tocar uma música falava meia hora, mas aí nesse tempo eu trabalhava em futebol, na reportagem de campo, e quando me disseram que eu ia ter um horário na Rádio Jornal, entre nove e meio dia, horário nobre, fiquei doido... “e agora o que vou fazer?”. Aí, sabe de uma coisa, pensei: eu chego lá, dou uma palavra e toco uma música, dou duas palavras e faço alguma coisa, não vai ter cascata no meu horário, depois disso era a questão realmente das brincadeiras, coisa da minha cabeça. Tive dificuldades, tinha uma linguagem muito pesada naquele tempo, era da Rádio Olinda, que tinha o controle dos padres,

“Ele me mandou um recado: ‘Por que você não disse que mudei de idade e como gente?” mas por sorte minha quando eu cheguei à Rádio Jornal foi exatamente na época dos Mamonas Assassinas, quando o pessoal cantava aqui: “Comer tatu é bom, mas pena que dar dor nas costas...”, e aí a mulher do dono da Rádio, que podia fazer restrições ficou vendo os netinhos cantar em casa... enfim eu terminei ficando como os índios são, permanentemente responsável, aí fui fazendo essas coisas. Mas por causa dessa maneira de comunicar, já sofreu algum tipo de represália? Alguém já tentou censurar o que você diz no rádio? Não! O Ministério Público me chamou outro dia desses, estamos na era do politicamente correto, a dificuldade é em tudo, hoje, por exemplo, você não pode mais falar de lista negra porque os defensores dos direitos humanos irão dizer que é racismo. Uma vez eu contei uma piada racista, que era atribuída a um padre racista e tive um trabalho enorme, fui umas quatro ou cinco vezes ao Ministério Público ter que me explicar, depois fizemos um acordo. Teve outra vez em que eu dizia: o Doutor Arraes completando 70 anos, comendo gente, e sempre ficou desse jeito. Certa vez, o vereador do Recife, Liberato Costa Júnior, que hoje tem noventa anos, completou aniversário e quando ele fez oitenta e poucos, es-

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queci de dizer “comendo gente”. Ele mandou recado dizendo: “Por que você não disse comendo gente?”. Outra vez fui chamado pelo Ministério Público porque o ouvinte ligou para o disque-denúncia. Ele disse que tinha uma filha de nove anos em casa dizendo: “papai o que é comer gente?”. Fui pra lá e disse: se ela me perguntar o que é sexo oral? Isso pode chamar a atenção dela também, o que é masturbação? Enfim, chegou-se a conclusão de que eu faço essas coisas pra não ferir ninguém, faço porque não sei fazer diferente. Você chegou a um patamar em que o presidente Lula veio a Pernambuco e lhe cedeu um furo de reportagem, no caso da refinaria, como foi isso? O caso da refinaria foi ainda mais delicado. Na ocasião da morte do Papa, ele (Lula) esteve por aqui, foi quando encontrei uma forma de chegar perto do Lula, foi uma coisa infernal. Lula foi o candidato de todos os jornalistas praticamente, principalmente os jovens e eles não tinham acesso a ele, era uma coisa chocante, aí eu consegui uma forma de chegar perto do presidente... Nessas passagens eu estive no aeroporto, ele me chamou e disse: “Olhe você não invente viagens em tal mês não, porque eu venho aqui e já tomei a decisão, a refinaria vem para Pernambuco, você não vai dizer agora porque eu estou com problemas com o Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, mas a decisão já foi tomada, a refinaria vem para Pernambuco e eu vou trazer o furo para você”. Aí eu respondi: “E eu vou segurar isso até lá?”, ele disse: “você vai segurar”. Na saída, estava com Carlos Wilson, pessoa maravilhosa que perdemos, e eu disse: “Cali, o Lula me disse que a refinaria vem para Pernambuco, mas eu tenho que segurar”. Aí ele me questionou se eu não ia dar a notícia. Segurei e quando foi outro dia, estive em Brasília e ele deu uma entrevista dizendo que a refinaria vinha. Como surgiu a confiança do presidente em você? Eu acho que foi devido a esses programas de debates na rádio. Nós sempre recebemos todo mundo e Lula era uma personalidade importante, mesmo sem mandatos, ele passou uns períodos em que andava só pelas ruas, chegava aqui em Recife e eu levava ele para comer camarão, almoçava com ele, não sei se você sabe que Lula bebe, eu gosto de cachaça, ele também gosta, sempre que eu conseguia uma cachaça diferente guardava pra ele. O pessoal da Pitu me dava umas cachaças, metade dessa grade ficava comigo, a outra dividia entre o Lula e Jarbas Vasconcelos, que também bebe. Você veja uma coisa, hoje eles estão brigados, são inimigos figadais, é uma loucura, porque eu fico no meio dos dois. Mas, eu lembro que às vezes quando Lula chegava aqui e eu não tinha cachaça, corria pra pedir a Jarbas pra levar pra ele, e fizemos uma relação muito boa. Lembro que uma vez ia para uma viagem a Brasília, e Lula ia no avião, sozinho, ninguém chegava perto dele, lendo o jornal Folha de São Paulo, aí agente conversou e tal... Quando ele tava já quase eleito presidente da República, fui para São Paulo cobrir a eleição, quando nós chegamos, fiquei na porta do Lula, para ver se ele dava uma entrevista, mas estava o mundo na porta de Lula, em São Bernardo. Fiquei num lugarzinho assim, em


pé, das sete da manhã às cinco horas da tarde, era o aniversário dele e disseram que ele ia descer porque viria um pessoal de São Bernardo fazer uma homenagem, então ele cumprimentava o pessoal e voltava... Aí puxa vida, eu não tinha nem esperança, tinha levado bilhetes para Telma de Souza, pra um montão de amigos deles, para que facilitassem o acesso, mas o mundo todo queria chegar perto e não conseguia, eu digo: bom eu vou me lascar aqui, mas... Lá vem Lula, aquele olhão vermelho, ele tinha ido pra um debate na Globo a noite passada, eu pensei: esse cara não vai me ver aqui, mas fiquei. Um bocado de cara andando na frente, e quando ele me viu, fez um sinal que eu fosse para trás, para o outro portão, fui... Como os caras viram que eu fui, todo mundo veio atrás de mim, e tinha um grandão com um livro sobre Lula, ele estava atrás de mim, aí o Gigio, que é o cara que ele mandou, veio e perguntou: “Quem é que Lula tá chamando?”, prontamente disse que era eu, mas o cara grandão lá atrás disse: “Ele não, sou eu. Tô aqui com um livro dele”. O cara me escanteou e pensei, só tenho outra chance que Lula me veja de novo... Aí num certo momento, quando ele foi passando, me viu e soltou essa: “Gigio, seu filho da puta, tu não mandasse Geraldo entrar não?”, entrei e fiz uma entrevista com ele. Construí uma boa relação com Lula, como construí com todo mundo. E como surgiu a ideia de dar aquele folheto a presidenta Dilma com a ideologia de Seu Lunga? O que se diz é que a presidente é uma espécie de Lunga de saias, que ela explode com muita facilidade. Na primeira entrevista que fiz com ela, em Brasília, ela tentava muito, acho que por recomendação de Lula, entrar nos assuntos mais populares, mas na verdade, ela não tem cintura para alguns assuntos muito simples, ela é uma técnica, né? Ela chegou a tentar conversar sobre Luiz Gonzaga etc. e tal... Quando cheguei aqui na rodoviária de Caruaru, o que mais tem é livro sobre Seu Lunga, aí fiz uma aliança do fato de ela também querer conviver com assuntos simples e tal, e peguei os dois. Eu dei para ela “Mal criações de Seu Lunga” e “A briga de Seu Lunga com o corno”. Tinha outro que era “A história do Paredão que levou Chifre cinco vezes”, mas esse eu fiquei com ele, e vou dar para o governador, na entrevista de hoje na Rádio Jornal de Caruaru (risos).

“Nunca pensei que um dia ia trabalhar na comunicação”

Geraldo, você tem um carinho pelo interior, Por que todo esse apego? Porque o interior é bom, as pessoas boas do interior sãos boas, o assédio é menor, aí você vai pra mata, caminhar... Você tá na cidade, por exemplo, no Mercado da Madalena, aí vem um camarada, muitas vezes, embriagado, que não é da sua tribo, nada contra os caras que bebem, beber é importante (risos), aí senta na sua mesa e fica aquela chatice, então o interior tem também essa vantagem. Além disso, o interior é arretado, tudo é mais gostoso, a comida é melhor, as mulheres são mais bonitas, o vestido é mais embaixo, dá trabalho pra você tirar, tudo é melhor. (C)

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Setembro Outubro


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na emenda

Foram mais de 300 cançþes compostas por Juarez Santiago. Um poeta que veio do povo e que vai deixar uma lacuna na cultura popular

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O adeus a Juarez Santiago Sem Ferrolho e Sem Tramela, Na Emenda e Morena Bela são algumas das letras desse artista, que se imortalizou na Música Popular Brasileira

© Beto Figueirôa

Mário Flávio

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m dos compositores mais autênticos do Nordeste deixou a música popular brasileira de luto. Devido a complicações causadas por uma pancreatite, Juarez Santiago morreu no dia 24 de setembro, após uma luta de mais de um mês contra a doença. No momento do velório do artista muitas histórias e homenagens de amigos, parentes, parceiros de composições e principalmente fãs. A geração que aprendeu a gostar do forró estilizado pode até não saber, mas já dançou e paquerou ao som de “Morena Bela”, “Na Emenda”, “Sem Ferrolho e Sem Tramela”, três das composições mais famosas de Santiago. Os mais velhos fizeram questão de lembrar as canções que ficarão eternizadas nas vozes de Azulão, Lindu, Jorge de Altinho, Jacinto Silva, Flávio José e até mesmo Chico Buarque de Holanda. No momento da despedida, sempre uma referência a alguma história ou música, que de alguma maneira, fez parte da vida das pessoas. Os amigos eram muitos e o hoje vereador de Caruaru, Adolfo José, relembrou algumas histórias ao lado do velho compositor. Adolfo, no fim da década de 1970 e início dos anos 80 tinha uma famosa loja no centro de Caruaru, que ficou conhecida como A Modinha. A loja ficava ali bem no Centro da cidade e em determinado momento, o próprio Santiago gerenciou a discoteca, que fez muito sucesso. Adolfo e Juarez foram parceiros de muitos sucessos e o empresário

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qualifica o compositor como um dos mestres da música nordestina: - Apesar de ter pouco estudo, Juarez foi um professor de música, não era uma pessoa egoísta, muitas vezes liberava as músicas para os artistas sem custo algum, simplesmente a gente ia para a gravadora e ele liberava as canções. Por várias vezes tentei fazer com que ele gravasse, afinal tinha uma boa voz, mas nunca aceitou, sempre preferia que outras pessoas pegassem as músicas e fizessem sucesso. Era uma visão romântica que tinha da música. O relato de Adolfo sobre a ligação de Juarez com a voz é conhecida por todos. Certa vez, o próprio compositor falou sobre a possibilidade de cantar: “Se tivesse uma bela voz, como a de Azulão e Sandro Rogério, não daria minhas músicas por nada, eu mesmo cantaria”. Outro parceiro de Santiago foi o vereador Lula Tôrres, autor de várias músicas ao lado de Juarez Santiago. Talvez a mais significativa seja “Rua Preta’, que presta homenagens ao bairro São Francisco. O experiente político, que mora no local há décadas, lembra como surgiu a ideia de criar uma canção, que fizesse referência a mais de 100 famílias que moram ou moraram no local: - Tinha um comércio no bairro, Juarez passa e me faz a proposta de prestar uma homenagem a Rua Preta, foi quando me disse que iria lembrar os nomes das pessoas da velha guarda do Bairro. Ele era boêmio, uma pessoa que gostava de viver, mas sempre após as festas o


destino dele era o bar de Biu Boquinha ou o Sinuca de Luiz Tôrres (pai de Lula). Eram os pontos dele, muitas composições saíram desses locais.

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem e Arquivo pessoal

A Rua Preta perde o maior compositor O Bairro São Francisco é conhecido por ser um dos mais charmosos de Caruaru. O local é carinhosamente chamado de Rua Preta, as versões sobre os motivos desse nome são várias, e para não arrumar inimizades com a história, vamos deixar essa questão em segundo plano. O bairro é um berço de talentos, basta olharmos um pouco atrás no tempo e os nomes de Coronel Ludugero, Camarão, Walmir, Silva, Joana Angélica, Sebastião do Rojão, Agenor Farias, Natan Oliveira, Ezequias Rodrigues e Valdir Santos se juntam ao de Juarez. Toda a velha guarda da Rua Preta esteve presente para dar adeus a Juarez Santiago. Muitas daquelas pessoas que foram prestar homenagens estavam na letra da música Rua Preta, uma delas, a escritora Josabel Barreto, que inspirada na música escreveu um livro, e ajudou a contar a história do bairro. Muito emocionada, explicou a importância do artista para o local: - A Rua Preta sem Juarez não é mais a mesma, ele chegou ao nosso bairro com seis anos de idade, crescemos juntos e tivemos a infância e adolescências ótimas. E ele usou o seu dom para homenagear o bairro, foi quando compôs a música e mesmo a Rua Preta sendo famosa por seus talentos, ficou ainda mais após aquela canção. Ele conseguiu mostrar ao Brasil toda a gente boa que existe aqui, inspirada nessa música escrevi o livro para assim como ele, registrar a importância do Bairro, por meio da escrita. Temos outros compositores bons, mas Juarez era o maior. A inspiração do Flor de Mandacaru O grupo Flor de Mandacaru completou recentemente 10 anos de carreira e para registrar a data foi lançado um DVD, com um show comemorativo. No repertório, muitas músicas que foram de autoria de Santiago e a participação direta dele nos comentários do DVD. O compositor foi um dos maiores incentivadores do grupo, já que no início da carreira, poucos apostavam nos meninos, principalmente por ainda terem vozes de garotos, como relembra o sanfoneiro e vocalista Armandinho Barros: - Juarez era amigo do nosso pai faz 30 anos e tínhamos uma relação muito grande com ele. O forró perde um grande nome, mas que deixa um legado para a música popular. O sentimento maior é justamente a herança que fica para o futuro e tivemos a honra de gravar várias músicas dele. Ficamos tristes por perder esse referencial, mas fica a lembrança da obra dele. O choro e a emoção de Azulão, Tavares Neto e Onildo Um momento inesquecível foi quando os artistas se juntaram no velório e decidiram cantar músicas que fizeram parte da obra de Juarez. Numa sala havia o debate sobre qual música cantar, como a última homenagem... Após

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Juarez teve um carinho especial com Walmir Silva e o Pequeno Grande Azulão

“A Fundação vai debater se iremos homenageá-lo no ano que vem” Djair Vasconcelos

“A Rua Preta perde a sua maior identidade. Juarez deu vida aos personagens” Onildo Almeida


uma rápida conversa ficou decidido que Morena Bela e Zezé seriam as canções entoadas. Na mesa estavam: Onildo Almeida, Azulão, Herlon Cavalcanti, Renilda Cardoso, Rogério Meneses, Rogéria, Rose, Azulinho, Maestro Mozart Vieira e o presidente da Fundação de Cultura e Turismo José Pereira. Todos muito emocionados, quando voltaram para o plenário da Câmara, local onde o corpo foi velado, e começaram a cantar Morena Bela. Logo após o início da Música Zezé, as vozes dos cantores anônimos se juntaram aos profissionais num coro, que emocionou a todos. Para a grande surpresa, Azulão, que gravou quase 40 músicas, das mais de 300 de Juarez, puxou Caruaru do Meu Tempo, Rua Preta e cada um que cantasse um trechinho de alguma canção. O pequeno grande Azulão relembrou histórias da década de 1970, quando ambos seguiram Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro e tentaram a sorte no Rio de Janeiro: - Quando chegamos à rodoviária um guarda veio e pediu de maneira áspera os documentos, Juarez, meio sem paciência, começou a tirar uma série de documentos, e o guarda disse que não precisava mais, no entanto, ele fez questão de mostrar todos os documentos que estavam na carteira. Ele queria conhecer Jackson do Pandeiro e conseguiu, foi só ele cantar o início de morena Bela, para que Jackson, pedisse, do jeito dele, é claro (risos)... Quando a gente foi gravar a música Rua Preta fiquei surpreso. Devido ao tamanho da letra sugeri que ele gravasse comigo, foi uma parceria de muito sucesso, estou muito triste e tinha ele mais do que um irmão. (chorou). Junto a Juarez Santiago o cantor e compositor Onildo Almeida compôs Morena Bela, música de letra simples, mas que encantou a todos, sendo gravada até por Chico Buarque de Holanda. Os dois ainda compuseram músicas para Luiz Gonzaga e Azulão, mas a saudade dos tempos de outrora ficará na memória de Onildo, um dos mais emocionados com a morte de Juarez: - A música Morena Bela deixa um legado para Caruaru, criamos a partir das marchinhas de São João, uma ideia minha, então ele me apresentou parte da letra e sentamos para concluir a música. Ele era assim, tinha

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umas ideias fáceis e as vezes a gente dividia para compor as músicas. Perdemos muito, principalmente a Rua Preta, já que muitas letras e personagens de músicas foram inspiradores para Juarez. Talvez a fala do radialista Tavares Neto seja uma das mais sensatas para definir o que Juarez Santiago representou para a música: - Juarez Santiago foi um artista que veio do povo, o celeiro dele era a Rua Preta, e muita gente não sabe, mas foi lá o berço do São João de rua, embrião da festa junina aqui na cidade, sem falar nos carnavais, já que Caruaru era uma referência nesse tipo de festa. Um artista que sem dúvidas, vai deixar muitas saudades. São João 2012 pode prestar mais homenagens O compositor Juarez Santiago já foi homenageado no São João de Caruaru. A honraria ocorreu em 2008, quando a cidade parou para prestar reverência ao homem simples, mas que tinha o dom de criar composições que marcaram a vida de muita gente. Já foi anunciado que no ano que vem a festa vai ser em homenagem á Luiz Gonzaga, devido ao centenário do Rei do Baião, mas Juarez também pode ser lembrado, como cita o diretor de Ações Culturais Djair Vasconcelos: - A importância de Juarez para a cultura de Caruaru é inegável, por causa da sua obra que é imortal, era uma pessoa muito decente e cordeal, isso faz com que nesse momento a gente fique triste, mas mesmo ele tendo sido homenageado uma vez no São João, acho que cabe uma nova homenagem, principalmente pela representatividade da música dele. Ainda é muito cedo para falarmos sobre isso, já que fomos pegos de surpresa, mas iremos debater essa questão. Juarez Santiago morreu aos 68 anos, era casado com Zezé, a quem dedicou várias músicas e pai de seis filhos. Compôs mais de 300 músicas e teve na voz de diversos artistas as canções entoadas, entre eles: Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Azulão, Jacinto Silva, Trio Nordestino, Marinês, Genival Lacerda, Flor de Mandacaru... Todos ajudaram a perpetuar esse ícone da nossa música. (C)


Mande sua sugestão sobre política wagnergil@revistaconteudo.com.br

O jogo começou

E

m Caruaru, cada vez mais a candidatura do prefeito José Queiroz (PDT) se consolida, toma corpo e o torna favorito, mesmo com algumas reclamações e desgastes que sua gestão vem sofrendo. A criação do PSD deixou a oposição ainda mais desfalcada, apesar da maioria dos neopessedistas terem saído da base aliada. Devem formar o PSD de André de Paula os seguintes vereadores: Adolfo José e Demóstenes Veras (PDT), Bruno Lambreta (PP), Leonardo Chaves (PMDB) e Alecrim (DEM). Lula Tôrres, que também embarcaria no “trem da alegria”, resolveu ficar no PR, depois de uma conversa e a confirmação do deputado Inocêncio Oliveira de que o Partido Republicano permanece com a Frente Popular e apoia a reeleição do prefeito. A expectativa das principais lideranças da Frente Popular é que um “exercito” de 120 lideranças comunitárias disputem as eleições proporcionais apoiando Queiroz pelos seguintes partidos: PDT, PT, PTB, PSB, PT do B, PSL, PSD, PSDC, PP e PMN. Além dessas legendas praticamente certas, Queiroz vai tentar outros partidos, que estão na base do governo, entre eles o Partido Verde. O atual prefeito conta ainda com apoio maciço de nove vereadores. São eles: Leonardo Chaves, Bruno Lambreta, Edmilson do Salgado, José Carlos do Sindicato, Adolfo José, Alecrim, Zé Aílton e Lula Tôrres. Os demais da situação são os seguintes: Licius Cavalcanti diz que é candidato a prefeito pelo PCdoB, mas dificilmente a direção estadual do partido lhe dará legenda. Diogo Cantarelli afirma que disputa a prefeitura pelo PSDB, mas sua situação é complicada porque não tem base, ou seja, partidos para coligar e uma quantidade de candidatos a vereador com potencial de votos. O petista Rogério Meneses, depois de embalar os dois primeiros anos da gestão José Queiroz em “verso e prosa” e economizar R$ 1,7 milhão, que foram devolvidos à prefeitura, disse que não vota em Queiroz porque está decepcionado com ele. Os outros dois são Val (DEM) e Louro do Juá (DEM), votos certos para a ex-deputada estadual Miriam Lacerda (DEM).

Deixando o PSB

Temendo a concorrência de Marcelo Gomes, filho do vice-prefeito Jorge Gomes e da deputada licenciada Laura Gomes, alguns socialistas estão ‘debandando’ do PSB para disputar a eleição proporcional por outras legendas. O primeiro e mais conhecido deles foi o ex-vereador e atual suplente, Gilberto de Dora. Ele agora é do PSC. Quem também deixou o PSB para se candidatar por outro partido foi o socialista histórico e assessor especial da prefeitura, Alexandre Leite.

( ( enquanto

isso...

WAGNER GIL repórter de Política do Jornal Vanguarda e do blog do Magno

A CRIAÇÃO DO PSD DEIXOU A OPOSIÇÃO AINDA MAIS DESFALCADA

Sem chances

Comentou-se nos meios políticos que o empresário Fernando Lucena, esposo da deputada licenciada Raquel Lyra e atual secretária da Infância e Juventude, seria candidato a vereador nas eleições de 2012. Atuando como supervisor administrativo da Rodoviária Caruaruense, ele descartou essa possibilidade. “Isso não existe. É boato que saiu não sei de onde e querendo tumultuar nossa base. Essa possibilidade nunca existiu”, disse Fernando. (C)

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Divulgação


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guia regional

Em 10 anos,

a guinada no ensino superior

Renata Torres FAVIP comemora seu aniversário e reconhecimento para o desenvolvimento da educação

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Os verdinhos conquistaram o respeito e carinho dos alunos ra que a mesma contribuiu para o desenvolvimento da nossa região e como está presente em cada evento que promove o avanço das cidades, principalmente pela mão de obra qualificada que oferece, já que a mesma insere no mercado, profissionais em várias áreas. O diretor de Relacionamento e Desenvolvimento da Instituição de Ensino, Aluízio Guimarães é um exemplo dessa contribuição da faculdade para o desenvolvimento no ensino superior. Ele lecionava fotojornalismo e fotografia e imagem, nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, respectivamente. Após anos assumiu uma função na diretoria e hoje comemora os avanços conseguidos pela faculdade: - Diria que o ensino superior é um antes e depois da Favip, a instituição é de extrema importância para Pernambuco e outros estados. Para que a faculdade começasse a oferecer cursos, foram trazidos professores de Recife, Campina Grande, João Pessoa e até mesmo do Rio Grande do Norte, é um elemento de interferência no ensino superior. Hoje, a Favip oferta mão de obra qualificada a cada seis meses, o valor da instituição é imensurável e só iremos entender isso nas próximas décadas.

© Vladimir Barreto/ SECOM CMC © Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

A

comunidade acadêmica de Caruaru está em festa. No mês de setembro, a Faculdade do Vale do Ipojuca passou a oferecer cursos em várias áreas e deu o pontapé inicial para uma mudança de percepção, no que diz respeito ao ensino superior na Capital do Agreste. Para muitos, essa iniciativa era o que faltava para que a cidade se tornasse um Polo no setor de educação. De início, quatro cursos foram implantados e hoje a faculdade oferece 13 graduações, além de especialização em diversos segmentos e cursos tecnólogos, são cerca de seis mil alunos e quase dois mil profissionais inseridos no mercado de trabalho, do Agreste e Sertão de Pernambuco. Devido à disparidade que existia na época com cidades como Campina Grande e Recife, a maioria das pessoas que optava por fazer um curso na área de comunicação, por exemplo, tinha que sair da Capital do Forró, situação delicada, já que mesmo com o ensino ofertado sendo de graça, os custos com viagens, aluguel de moradia e alimentação faziam com que muita gente passasse um verdadeiro sufoco para concluir uma graduação. Para mudar essa realidade os empresários Luiz de França e Vicente Jorge criaram a Sociedade de Educação do Vale do Ipojuca. O ano era 1998, mas o primeiro vestibular só seria realizado em 2001, para os cursos de Administração, Publicidade e Propaganda, Economia e Turismo, uma inovação para a época, mas que viriam a impulsionar o setor, como explica Vicente Jorge: - A Favip consolidou Caruaru como polo do ensino superior, gerando desenvolvimento com a profissionalização de pessoas que melhoraram sensivelmente o mercado de trabalho de toda essa região. O desenvolvimento foi o tema abordado também pelo empresário Luiz de França, que citou a importância da faculdade para a realidade do ensino superior no interior de Pernambuco passasse por toda essa evolução. Para se ter uma ideia, até o ano de 2001 existiam menos de dez cursos superiores em Caruaru e hoje são mais de 50, impulso que teve como pioneira na diversificação a Favip que contribuiu para a qualificação de milhares de pessoas no Agreste, como cita Luiz de França: - A faculdade tem uma importância muito grande pela manei-


Mauricélia Vidal foi uma das primeiras funcionárias e hoje é Diretora Executiva

Eles também são 10 anos de Favip Uma das características dos bons profissionais é o tempo de duração nas empresas, já que segundo os analistas a consolidação de uma carreira pode se avaliada por pessoas que se mantêm no mesmo emprego durante vários anos. A Favip tem vários exemplos de pessoas que estão desde o primeiro dia de funcionamento da IES, uma delas é Mauricélia Vidal. A história dela na faculdade é curiosa, foi convidada para lecionar no curso de economia e após uma entrevista, recebeu o convite para assumir a coordenação de Administração. A ascensão foi rápida e a professora se tornou diretora acadêmica e hoje responde pela diretoria executiva. São dez anos de um legado que fizeram com que a docente recebesse o titulo de cidadã caruaruense. A mudança cultural é o principal ponto destacado pela professora, que atualmente cursa o Doutorado: - A Favip mudou o cenário educacional e inseriu profissionais qualificados que trabalham no mercado, empresas e no setor público, foram dez anos de muita mudança, principalmente na cabeça das pessoas, temos a missão de levar crescimento e desenvolvimento para a região, acredito que a faculdade cumpre esse papel. Além de Mauricélia, temos outros exemplos de pessoas que trabalham há dez anos na IES. Podemos aqui citar o professor Bruno Dias, Michelle Aragão e Janne Dayse, sendo que a última responde pela coordenação da secretaria e desde o início atua como mediadora entre docentes e coordenação de cursos. Ela acredita que a faculdade permitiu a evolução em vários aspectos: - Em todo esse tempo a faculdade cresceu muito e evoluiu em todos os aspectos. A partir da Favip, as pessoas que fazem o ensino superior repensaram o que vinha sendo feito aqui e cursos novos foram trazidos para cá. Sem falar que alunos de todas as cidades vêm para aqui todos os dias e aprendem uma profissão, com isso temos qualificação, nesse tempo todos cresceram: instituição, alunos, funcionários, fornecedores e professores.

Necessidade de qualificação profissional na região levou Vicente Jorge e Luiz de França a fundarem a SESVALI

© Leonardo lima

Os que acompanham a faculdade desde o início contribuíram com o desenvolvimento ao longo dos anos, como Bruno Dias, Michele Aragão e Janne Dayse

Oportunidade de empregos Além de qualificar as pessoas para o mercado de trabalho, a faculdade ofereceu ainda ao longo desses dez anos, oportunidade de emprego para centenas de pessoas. Verdinhos, professores, especialistas em tecnologia, pessoas que tiveram a primeira oportunidade de emprego. Citar nomes pode soar como injustiça, mas Cícero Ismael pode representar bem a todos, já que ele iniciou como verdinho e hoje auxilia aos estudantes e docentes de Jornalismo e Publicidade, com edição, cinegrafia e fotografia. - A faculdade abriu as portas para mim no mercado de trabalho e hoje posso dizer que tenho uma profissão, sem falar que participo indiretamente da formação de profissionais de Caruaru e região. Sou muito feliz aqui, principalmente pelo carinho que recebo de alguns alunos, mostro pra eles que só quando damos o máximo é que poderemos ser alguém melhor e a retribuição é gratificante. Sou muito feliz aqui, principalmente por fazer o que gosto. (C)

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( ( sempre na moda

Para falar sobre as últimas tendências nathaliamello@revistaconteudo.com.br

A Prada trouxe o tropicalismo misturado com Cuba

Listras com tudo com Cuba, representado com muitas cores e listras. Ao vestir roupas listradas, todo cuidado é pouco: Elas engordam e muito. Se forem horizontais ou verticais de largura maior, aumentarão de fato a superfície da pessoa que estiver usando. Se a opção for listras menores e estreitas, o efeito alargador provavelmente não existirá. Uma dica que funciona é jogar por cima da blusa listrada uma jaqueta ou casaco, o que disfarça as medidas. Para os dias quentes, os coletes também funcionam. Ainda há quem faça o mix estampa tropical + listras, provando que são poucos os limites na moda. Tendência mais atual, impossível! Para quem quer aderir às listras e não comprometer a silhueta, o mercado oferece uma infinidade de acessórios como bolsas, sapatos e lenços com os mais diversos tipos de listras, das coloridas até as em preto e branco. De fato, parece que as listras sempre fizeram parte do universo feminino.

LISTRAS APARECEM NA MODA LIVRES DE RÓTULOS E EM CORES DIVERTIDAS

Fotos: Divulgação

H

á tempos as roupas listradas marcam presença nos armários de muita gente, seja de um entendido de moda ou até mesmo de quem não acompanha as tendências, e como elas vieram parar no mercado de roupas femininas é no mínimo curioso. Foi Coco Chanel, em meados dos anos 20, quem incorporou ao vestuário das mulheres peças que antes pertenciam apenas aos homens. Fã de listras, Chanel resgatou dos navios esta padronagem (a tradicional azul e branco), que era própria de uniformes dos marinheiros, dando inicio e popularizando o hit navy, tendência chic e atemporal que é uma das apostas do verão 2012. Independente da pegada náutica, as listras aparecem na moda livres de rótulos e em cores diversas, sendo apropriada nas mais variadas ocasiões. A Prada abusou dos motivos geométricos em sua coleção barroca-tropical para o verão “importado”, trazendo o tropicalismo misturado

NATHÁLIA MELLO Publicitária e produtora de moda

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Fotografias sobre a ótica e sensibilidade jacksoncarvalho@revistaconteudo.com.br

A foto e o fato

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francês Henry Cartier Brasson (22 de agosto de 1908 – 2 de agosto de 2004) não foi apenas o maior e mais brilhante fotógrafo do século XX, foi também um provocador de reflexões sobre a fotografia. Em uma de suas também brilhantes frases, Bresson disse: “ Para mim, a fotografia é um reconhecimento simultâneo, numa fração de segundo, do significado do acontecimento, bem como da precisa organização das formas que dá ao acontecimento sua exata expressão’’. Bresson juntamente com Robert Capa, criaram em Nova Iorque a mais badalada agência de fotojornalismo do mundo, a lendária Magnun. Foi genial ao imortalizar com sua Leica fatos, gestos e momentos mágicos. Conhecer a obra magnífica deste inigualável francês provoca em qualquer simpatizante da fotografia, uma viagem fantástica. Apreciar suas imagens é uma completa aula para os estudiosos da arte de pintar com a luz. Cartier tinha a destreza no olhar e a frieza na ponta dos dedos, em uma época em que não dava pra errar, em que não existia o disparo sequencial, nem o photoshop para retocar imagens. E mesmo em uma época com restritos recursos, fez com que sua arte se tornasse imortal. Mas Bresson tinha o faro do fato e como ninguém sentia o “cheiro” da foto. Cobriu guerras, viajou o mundo inteiro, registrou como ninguém a segunda metade do século passado. É hoje, referência necessária para quem se dedica mais intensamente a fotografia. No site da Fondation Henry Cartier-Bresson (http://www.henricartierbresson.org/) é possível passear através de uma ímpar maneira de enxergar o mundo. É passagem obrigatória para todo e qualquer estudante de comunicação. Aprender com Bresson é buscar evoluir a maneira de olhar, e buscar em sua perspectiva as nuances diversas de um mundo sempre em evolução. (C)

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estúdio JACKSON CARVALHO Publicitário e especialista na arte da fotografia

Henri Carier Bresson

© Henri Cartier Bresson

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cultura

Arte, lazer, diversão e entretenimento

Dia 12, uma data dedicada ao louvor

© SECOM PMC Caruaru

Na foto, noite Gospel durante o São João de Caruaru 2011, que reuniu uma multidão de religiosos ao pátio de eventos, mostrando que a música gospel vem alcançando sucesso na região

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( ( religião

Música Gospel efervescente em Caruaru

Jénerson Alves

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ue Caruaru é detentora do codinome de ‘Capital do Forró’ não é novidade nenhuma. Entretanto, o que parece é que esse título poderá perder espaço para o epíteto de ‘Capital do Louvor’. Isso porque a chamada música gospel está em evidência no município. São inúmeros cantores, compositores e bandas adeptas a esse segmento, que tem formado grandes nomes no cenário religioso. O vasto número de artistas evangélicos resulta na execução de eventos gospel que são revestidos de relevância. Exemplo disso acontecerá no dia 12 de outubro, quando esses artistas estarão reunidos no Salão do Sesc Caruaru, em um evento chamado ‘12 Horas de Louvor e Adoração’, que vai reunir os mais importantes nomes da música evangélica de Caruaru e região. A programação iniciará às 9h e será encerrada às 21h. Nesse cenário, o evento ‘12 Horas de Louvor e Adoração’ aparece como uma novidade no ambiente religioso caruaruense. Apesar de eventos semelhantes já terem ocorrido em várias cidades do Brasil, a programação na Princesa do Agreste possui um destaque especial, pois congregará os principais ícones da música gospel da região, desde artistas já consolidados aos novos nomes do segmento. Entre os cantores com uma bagagem histórica de produção musical na cidade, o nome de Marquinhos do Vale é uma referência, sendo conhecido até mesmo por um público que não é costumeiramente consumidor de canções evangélicas. Em duas décadas de carreira, Marquinhos tem seis CDs grava-

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dos. Ele contabiliza mais de cem composições, em ritmos que transitam do forró tradicional ao pop music, passando pelos mais variados estilos musicais. Para ele, a melodia é um caminho de expressão de ideias e anseios. Os acordes se unem à letra, formando um todo reflexivo. De acordo com Marquinhos, os versos, as melodias e os arranjos surgem espontaneamente: - Considero esse meu dom como um presente de Deus. Ele costuma se apresentar ladeado das filhas, Mayara e Mayana. As duas podem ser consideradas uma extensão do talento do pai. Para se ter uma ideia, Mayara toca contrabaixo, violão e bateria. Além disso, ela também compõe músicas. A primeira letra que escreveu foi aos 7 anos de idade. O timbre vocal de Renata Mayara é o contralto, caracterizado por ser vigoroso. Já a voz de Mayana Raquel é um soprano, isto é, o mais agudo dos registros femininos. O cantor Erasmo Miguel também é uma referência, conhecido por ser um ‘forrozeiro gospel’. Inclusive, ele já gravou canções de grande conhecimento no ambiente religioso, e até mesmo músicas católicas, como ‘Oração pela Família’ e ‘Utopia’, de autoria do Padre Zezinho. Ele é uma das atrações com maior evidência no louvorzão. - Eventos como esse, em nossa cidade, são de uma tremenda importância. O meu desejo, assim como o dos outros cantores, é de levar uma mensagem de paz e de esperança para as pessoas, através da música. Fazer algo dessa


Marquinhos do Vale, em duas décadas de carreira, tornou-se reconhecido mesmo entre o público que não é evangélico

© Arquivo Pessoal

Eventos como o ‘12 Horas de Louvor e Adoração’ são exemplos da força do segmento de artistas evangélicos no município

natureza é uma honra. Relata Miguel, opinando que acredita que o evento ficará marcado na história da cidade. O cantor Dhiego Nunes, de 20 anos, é um destaque dessa nova prole. Ele já tem dois CDs gravados – ‘Agindo Deus quem impedirá’ (2010) e ‘Teu perdão’ (2011) – e já se apresentou em diversos eventos, inclusive no palco gospel do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Além de cantor, Dhiego é também compositor. Músicas como ‘Amo Você’, ‘Meu clamor’ e ‘Minha canção’ figuram entre as mais ouvidas nas rádios evangélicas da cidade: - Sou um adorador que vive experiências radicais e que ama a Deus acima de todas as coisas. Semelhantemente, a cantora Milena Alves, de apenas 18 anos, também é uma referência no cenário gospel hodierno. A artista já está em estúdio, preparando o primeiro CD, com composições próprias. Ela testifica que a inspiração para as letras, normalmente, acontece durante as madrugadas, em momentos de oração e reflexão bíblica. Ela opina que a variedade de ritmos inerentes às canções religiosas propicia a propagação criativa da Palavra de Deus. - A música gospel hoje em dia está levando o público não evangélico a escutá-la, não unicamente pela letra, mas pela melodia, que influencia muito. Músicas como ‘Inacreditável’, ‘Sempre louvar’ e ‘Mais de Ti’ fazem parte do repertório da garota. Nesse cenário, nomes como Joseano Silva, Josemar Nascimento, Cristiane Vieira e a Banda Brasas no Altar participarão

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do ‘12 Horas de Louvor e Adoração. Entretanto, há na programação, ainda, uma nova geração de cantores evangélicos que está se avultando no ambiente evangelical. Além dos cantores caruaruenses, grupos como o Ministério de Louvor Itej, de Prazeres; o Grupo da Igreja Assembleia de Deus Madureira em Candeias e o cantor Leozito (ex-Toque no Altar) integram o ‘cast’ do evento. De acordo com um dos organizadores, o cantor Antônio Almeida, o evento reveste-se de importância, pois propiciará a interação entre os mais distintos artistas cristãos. Há muitos cantores evangélicos que ficam apenas entre quatro paredes, são conhecidos somente em suas comunidades eclesiásticas. Esse evento vem, realmente, tentar lançar luzes também sobre esses artistas. O pastor Samuel Couto, líder da Igreja Batista Emanuel, nas Rendeiras – entidade que está à frente da organização – profere que esse evento produzirá bons frutos nos participantes, principalmente no aspecto espiritual. Ele diferencia o simples entoar canções com letras religiosas da verdadeira adoração ao Criador. Segundo o pastor, adorar a Deus não é um estilo de música, mas um estilo de vida cuja decisão brota do íntimo da alma de cada pessoa. Adoração é uma resposta dada ao constante amor de Deus por nós. Esse amor deve ser incondicional, tal como foi o amor de Abraão para com Deus, dispondo-se entregar, em um sacrifício, o seu próprio filho. Foi, assim, da mesma forma e com a mesma intensidade de amor para conosco, que Deus deu ao seu próprio Filho para nos substituir no holocausto da cruz. Um pouco da história Registra-se que a presença evangélica em Caruaru iniciou em 1898. No dia 15 de agosto daquele ano, o missionário inglês Charles Kingston, ao lado da esposa, Ida Batchelar, veio a Caruaru realizar um trabalho evangelístico. A partir de então, o casal, com outros crentes, passou a se reunir no alto do Morro do Bom Jesus para ler a Bíblia, entoar cânticos religiosos e orar pela comunidade. Mas a presença evangélica não foi vista com bons olhos. Os crentes sofriam maus tratos, insultos, pedradas e agressões. Um dos primeiros evangélicos caruaruenses, chamado José dos Santos, em uma manhã de domingo, enquanto se dirigia ao local de oração, foi emboscado por um grupo de fanáticos religiosos, que o espancaram e o assassinaram. Os criminosos foram inocentados pela Justiça da época. Mesmo assim, os trabalhos evangélicos não pararam. Em 1921, a missionária Marion Frost iniciou uma escola de alfabetização e desenvolveu obras sociais no município, auxiliada pela senhora Ida Kingston, já viúva do Reverendo Charles. Atualmente, o número de crentes no município vem se expandindo consideravelmente. A cidade abriga aproximadamente 300 congregações, incluindo denominações tradicionais, pentecostais e neo-pentecostais. Além disso, há três rádios FM com programação totalmente direcionada a esse público e ‘Presentia’, uma publicação impressa direcionada para líderes. (C)

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poesia

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dia 12 de outubro será especial para uma adolescente que começou a carreira ainda criança. A cantora Vassula Hermelinda vai gravar o DVD “Encanto da Poesia Declamada”. A festa da poesia popular será realizada no Teatro do Sesc em Caruaru. Serão gravadas15 faixas, sendo 13 poesias e duas músicas, com a participação de vários artistas que já confirmaram presença, entre eles: Irah Caldeira, maestro Mozart Vieira, Raudênio Lima e Marcionilo de São Caetano, além dos repentistas Rogério Meneses e Raimundo Caetano e do artista plástico Caxiado. E será justamente com Caxiado a grande novidade da gravação do DVD, explicaVassula: - Muita gente não sabe que o Caxiado toca sanfona, vamos fazer um dueto, só que eu toco 8 Baixos, um tipo de sanfona menor. Vai ser um momento marcante para a minha carreira. Ela aprendeu a arte na escola de 8 Baixos do Projeto de Iniciação Musical Jacinto Silva, coordenado pelo cantor e compositor Valdir Santos e que tem como professor o mestre Heleno dos 8 Baixos. A produção do show vai ser assinada por Bela Araújo, que explicou os motivos da escolha desses artistas: - Essas pessoas foram convidadas pela importância delas no cenário musical e cultural da nossa região. Tudo está sendo planejado e esperamos fazer um DVD que agrade aos amantes da poesia popular. Hoje com 15 anos, a poeta está nos palcos desde os oito. Nessa trajetória, a inspiração vem de nomes como Ivanildo Vilanova, um dos mestres do repente brasileiro, cita a própria Vassula: - Ganhei da minha mãe quando tinha oito anos um disco de Ivanildo Vilanova, eram poesias belíssimas, mas lembro de uma que era in-

Mário Flávio Declamadora grava primeiro DVD no dia 12 de outubro

O encanto da poesia de Vassula 44

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titulada: “Essa aí foi de chupeta”, ouvi e prestei muita atenção, decorei e mostrei e minha mãe. Foi então que tivemos a ideia de declamar no Pátio do Forró, daí em diante, não parei mais. Dona Graça de Souza é a mãe e uma das mais felizes com a gravação doDVD. Ela faz de tudo um pouco e participa desde a escolha do repertório, até a montagem do palco, figurino e busca por patrocínio. Mas a grande alegria é mesmo ver o sonho da filha de gravar um DVD realizado: - É a realização de mais um trabalho na carreira de Vassula. Ela já tem dois CDs gravados. Já são três meses que estou numa correria muito grande para que possamos gravar esse DVD. É uma luta, mas ao mesmo tempo uma satisfação. Essa será a segunda vez que o DVD será gravado, já que no ano passado houve a tentativa, mas devido a problemas técnicos, o projeto teve que ser adiado. A direção, captação e edição de imagens vão ficar sob a tutela da TV Asa Branca, que vai dar apoio para que o projeto se consolide. Segundo o gerente de produção da emissora, José Jaime, a parceria é uma forma de contribuir para o crescimento da cultura local: - Com esse apoio a TV Asa Branca mostra mais uma vez o compromisso que tem com a cultura popular. Vassula é uma grande artista e esperamos fazer um excelente trabalho, para que ela realize esse sonho.

© Paulo Roberto/ Conteúdo Imagem

© Paulo Roberto/ Conteúdo Imagem

O maestro Mozart Vieira é um dos convidados da poetisa. A gravação do DVD é um antigo sonho da menina, que desde os 8 anos declama poesias

Carreira Congressos de Violeiros, Encontro de Declamadores no Nordeste, Festivais de Violeiros e Declamadores, shows e apresentações nas Casas Legislativas de Pernambuco fazem parte do currículo de Vassula. Ela conta ainda com dois CDs gravados, sendo um de declamações sacras e outro de declamações matutas. (C)

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tv pública

Nossa música na

TV BRASIL

Mário Flávio

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á está quase tudo certo para que o programa “Brasil, Cordel e Repente” seja exibido para todo o país pela TV Brasil. Apresentado pelo repentista Rogério Meneses, o programa, que é veiculado pela TV Pernambuco, ganhou nova roupagem e foi reformulado, para que os telespectadores de todo o Brasil entendam de forma clara as músicas e versos, que são produzidos pelos nossos poetas. Essa proposta é uma inversão cultural, afinal estamos acostumados a consumir a cultura de outras regiões e o programa, vai permitir o intercâmbio de informações, para engrandecer ainda mais a cultura popular brasileira. A gravação dos programas levou muita gente ao teatro João Lyra Filho e um misto de aplausos, risos e poesias, além de feras da música popular emocionaram a plateia. Nomes como Walmir Silva, Onildo Almeida, Ivanildo Vila Nova, Espingarda do Cordel, Azulão, As Severinas, Heleno dos 8 Baixos e Santana, o Cantador foram apenas alguns que trouxeram conteúdo diferencial para os espectadores. A poesia do repente tem espaço garantido no programa. Com mais de 40 anos de estrada, o poeta Ivanildo Vila Nova é presença marcante no programa, ele que um dia sonhou e em versos disse: “Imagine o Brasil ser divido e o

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Nordeste ficar independente”. Esses versos de Ivanildo foram imortalizados na voz de Elba Ramalho, mas seriam uma espécie de profecia da nova realidade que a nossa região vive hoje e que pode ser aplicada ao programa, que deve entrar em breve na grade da TV Brasil: - Não temos a cultura de mandar informação para outras regiões, apenas receber. Agora, podemos ter um programa que vai levar o nosso trabalho para outras localidades, sem falar que podemos colocar da forma correta o que é cada gênero. Muitas vezes algumas reportagens colocam a nossa cultura de modo depreciativo, são misturados emboladores e cantadores, situações totalmente diferentes. Quando a televisão passa a mostrar o cantador como ele é, como vai ser agora nesse programa, poderemos mostrar, de fato, a cultura popular e não folclore... Vai ser bom, principalmente para as novas gerações de cantadores. Há dez anos o repentista Rogério Meneses teve a ideia de levar o programa a ser exibido em rede nacional. Ao chegar à sede da TV Brasil, ele teve uma surpresa, pois, o ex-presidente Lula tinha encaminhado um ofício a diretora da emissora, Tereza Cruvinel, solicitando um espaço na emissora, para divulgar essa cultura. Além de Rogério

© Vladimir Barreto/ SECOM CMC

A decisão de exibir o programa em rede nacional ajuda a divulgar a cultura nordestina para o país


Meneses, foram chamados Chico de Assis e Crispiano Neto, ambos repentistas do Rio Grande do Norte. Todos tinham que fazer um programa piloto para ser avaliado e o de Caruaru foi pré-selecionado. O programa foi divido em três blocos, quando se revezam emboladores, declamadores, cordelistas, repentistas e cantores. O poeta Rogério Meneses acredita que esse tipo de programa pode dar outra visão para a música nordestina. Ele cita o exemplo da música caipira, que passou a ser valorizada após a forte exibição da mídia e que esse programa pode abrir novos espaços para a cultura do repente, que irá ser vista de outra forma, em novas praças: - A proposta é levar para todo o Brasil a cultura do repente, já que parte do país não conhece a nossa cultura. Queremos valorizar artistas do Nordeste e quiçá do Brasil, já que convidamos Renato Teixeira, por exemplo, e falta só confirmar a data. Temos uma proposta educacional na poesia, já que abordamos motes de como salvar o planeta, ascensão da mulher, trânsito, reforma agrária... São sempre motes sociais, que provoquem a reflexão nas pessoas. Cada programa com uma temática diferente, que leve informação e agregue algum valor na vida das pessoas, não é só a cantoria pela cantoria. A direção do programa é feita pelo cineasta Sávio Marques, que há 25 anos atua no mercado regional. Segundo ele, a oportunidade de fazer esse tipo de programa é única para o Nordeste e significa um ganho expressivo para os artistas locais: - Essa é a nossa maior preocupação, dar visibilidade a essas pessoas que estão fora da grande imprensa. Costumo dizer que o novo eldorado mundial é o Brasil e a mesma analogia pode ser feita com o Nordeste, em relação ao nosso país. As pessoas têm que ter ainda mais orgulho da nossa terra e fazer a ponte inversa, os artistas não precisam mais ir até o eixo Sul/Sudeste para participar de um programa nacional, ele irão gravar em Caruaru e serem vistos pelos quatro cantos do Brasil. (C)

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Os bastidores da sociedade. jaciarafernandes@revistaconteudo.com.br

fatos e fama

O conceituado médico Manoel Florêncio, trocando ideias com o jovem ortopedista, dr. Daniel Soares

JACIARA FERNANDES é jornalista e editora da Rádio Liberdade

Uma boa causa

Os empresários Valdir Baldissera (Sal e Brasa) e César Ongaratto (Boi Preto), animados com o sucesso da Churrascaria Boi e Brasa, em Caruaru. A inauguração foi prestigiada por Santanna

Altemar Dutra Jr. e banda Alternativa serão as atrações do 21º Baile da Saudade, que será realizado no dia 29, a partir das 22h, no Clube Intermunicipal, com buffet assinado por Renato Machado e show pirotécnico de Mamoca Fogos. A realização é da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Caruaru. Informações nos tels.: (81) 3721.3815 / 3722.0214.

©Paula Bezerra/ ASCOM CDMF ©Bira Nunes ©Roberto Franca ©Arquivo Conteúdo Imagem

Oposição forte O Diretório Municipal do PPS caminhará junto com o DEM, PMDB e PMN, nas eleições de 2012. A decisão foi anunciada pela presidente local da legenda, Adriana de Goés, após encontro com o deputado Tony Gel, a ex-deputada Miriam Lacerda, e Adjar Soares, presidente do Diretório Municipal do PMDB.

As empresárias Roberta e Suziany Liberato comemoraram com extensa programação uma década da Imobiliária Liberato. A Revista Conteúdo brindou o momento com as irmãs empreendedoras

Exposição

New Look

Segunda edição do PostCar Society será de 24 a 30 de outubro, no Memorial Cidade de Caruaru. A abertura será uma noite de vinhos e queijos, ao som da talentosa intérprete da MPB, Rose Aguillar. A promoção é do colunista social Cervanttes.

O médico Abdisio Lemos está selecionando em sua clínica pacientes para cirurgia plástica de pálpebras, nariz e transplante capilar. Interessados devem se dirigir a rua Gonçalves Ledo, 542, Maurício de Nassau. Mais informações no (081) 3722-4603.

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Rachel Florêncio e Fábio Rezende (leia-se Horácio’s Bistrô) anunciam show da cantora Waleska nos dias 21 e 22 de outubro. Ladeiam o casal Carol Miranda e Moema Duarte, da Oficina Comunicação

Casório à vista

O ex-deputado Pedro Corrêa curtindo a natureza e a delícia da culinária da Pousada Rio da Barra, em Brejo da Madre de Deus, na companhia de sua Maria Adélia

Pollyanne Santos, diretora do Centro de Artesanato de Pernambuco, em Bezerros, acaba de ficar noiva do professor de educação física, Diego Lima. Os pombinhos sobem ao altar ano que vem. Que sejam felizes!

Tecnologia O Centro de Diagnóstico Manoel Florêncio prestes a adquirir um aparelho de lançamento mundial. Trata-se de um tomógrafo, que reduzirá o tempo de exame de 30 minutos para 30 segundo.

De casa nova O jornalista Pablo Esteves está de malas prontas para morar no Recife, onde atuará na assessoria de imprensa da Compesa. Boa sorte!

O presidente do Sismuc-Regional, Eduardo Mendonça, nas comemorações de aniversário, ao lado da mulher Rosineide Mota.

Os melhores A diretora do Jornal Vanguarda, Mércia Teixeira Lyra, está nos preparativos para o Top Marcas, prêmio concedido pelo Jornal Vanguarda às empresas mais lembradas pelos caruaruenses. A solenidade de entrega aos melhores será no dia 8 de novembro, no Maria José Recepções II.

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Enlatados e...

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e uma maneira geral o cinema brasileiro cresceu muito nos últimos anos. A quantidade de editais de fomentos a produção cinematográfica, além das tecnologias digitais que facilitaram a produção, privilegiam a realização de filmes. Sabemos o quanto ainda é cara a produção de uma obra fílmica, pois envolve etapas diversas como a pré–produção, produção, pós-produção e principalmente a distribuição. No entanto, a organização do tempo e a objetividade são condições primordiais para a boa realização do filme. Em cada etapa encontramos uma quantidade de pormenores importantes para a etapa posterior do processo fílmico o que certamente o planejamento, esforço e a cooperação formam as bases principais para o desenvolvimento. Veja esse exemplo: na pré-produção de um filme de ficção localizamos o espaço destinado à pesquisa das locações conforme o roteiro apresenta, reuniões com a equipe técnica (diretor de arte, som, fotografia, arte etc) objetivando a imersão de todos no projeto fílmico, questionamentos envoltas ao conceito ou a forma artística, o qual o diretor do filme quer oferecer a obra, além das escolhas do elenco e principalmente dos ensaios com os atores. Interessante é que na etapa de pré-produção algumas questões como disciplina, grupo, motivação e organização são os recheios que trarão eficiência ao trabalho, por isso que, nos editais de fomento a produção audiovisual, a descrição de cada etapa é preponderante para analise técnica e o julgamento de mérito do filme. No meio cinematográfico costuma-se dizer um filme inicia-se com a vivência de uma boa pré–produção, sendo meio caminho andado para os resultados desejados e traçados, ou seja, num filme deve-se trabalhar muito desde a concepção das ideias até a sua execução. Posterior à etapa de pré–produção segue a produção do filme. Em tal etapa acontecem as gravações do filme vividas ao longo do tempo desejado e preciso diante das condições o qual o filme fora pensado, logo, quanto mais tempo de produção, mais caro o filme fica, pois maiores são os gastos com a equipe técnica, elenco, além dos gastos diversos com equipamento, alimentação, transporte etc. Passada a produção segue-se a pós-produção e nela encontramos um espaço cuja paciência é crucial visto que em tal momento muitos falam que se deve esperar dar tempo ao tempo... Para que o filme viva a sua maturação. Isso significa um processo de distanciamento do diretor para com o material filmado. Na fase de pós-produção vem a montagem do filme, colocação da trilha sonora, efeitos sonoros e imagéticos, coloração e créditos. Quando partimos para a fase de distribuição reside agora o grande entrave: onde buscar mercado? Qual o público destinado? Quem vai assistir ao filme? Esses são alguns dos questionamentos. Então, diante do que fora exposto no inicio desse texto afirmando que o cinema brasileiro tem crescido muito surge outra questão: onde estão os filmes brasileiros? Ora, basta visitarmos o nossos cinemas que logo vemos algo muito estranho. A maioria dos filmes que entra em cartaz é internacional e uma quantidade pequenina de filmes nacionais. Dos filmes internacionais, ou melhor, enlatados, quase todos são dos Estados Unidos e de grandes empresas. Claro que desses enlatados muitos são inquestionáveis e são obras primas, mas a questão é o nosso cinema, o nosso olhar. Ainda

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película TACIANO VALÉRIO Cineasta com mais de 40 prêmios conquistados Brasil a fora

existe outra problematização: os filmes nacionais são em grande maioria da Globo Filmes e muitos deles reproduzem modelos da grande maioria dos enlatados, ou seja, filmes com apelos comuns e sentimentalidades novelísticas, dessas, as quais já sabemos desde o inicio o que vai acontecer. Por enquanto, o cinema brasileiro fica na invisibilidade. Quem conhece Cinema Aspirinas e Urubus, Árido Movie, Baixio das Bestas, Deserto Feliz, Amarelo Manga? Estes são alguns dos filmes brasileiros/pernambucanos que estiveram em grandes festivais internacionais como Cannes, Berlim e Veneza. Filmes aplaudidos pela critica e com uma densidade que foge dos apelos comuns, mas que trazem um olhar sobre a dinâmica contemporânea e humana de forma muito densa. Onde assisti-los? Em todos esses filmes houve um esforço tremendo para a realização, mas que se conseguiu transmitir com fidedignidade algo humano. Enquanto isso, em grande parte das salas de exibições comerciais em nosso território nacional o que reina são os filmes enlatados ou as novelas da Globo em formato cinemascope. Talvez não haja solução e continuaremos com os enlatados nos dizendo que cinema são muitos efeitos especiais, o modelo do heroi vencendo o bandido e a moça que espera o seu príncipe encantado. Em muitos dos filmes nacionais, as coisas se invertem e encontramos o heroi e o bandido unidos num só corpo e a mocinha que espera o seu príncipe encantado passar, nunca vai tê-lo, pois, para isso ela precisa pensar diferente. (C)

© Divulgação

Entre em contato para falar de cinema tacianovalerio@revistaconteudo.com.br


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imprensa

Jornalistas vencem prêmios nacionais e mostram um mercado em evolução Mário Flávio

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

R

Aqui se faz

jornalismo

Alessandra Costa exibe certificado de premiação do Expocom, principal da área acadêmica no Brasil

de qualidade

ecentemente a jornalista Alessandra Costa conquistou o primeiro lugar na Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) Nacional, do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) 2011, maior do tipo na América Latina. A profissional venceu na categoria livro-reportagem, com o trabalho “Remando contra a maré: o caso da Favela Bonança”. O exemplar concorreu com outros livros de universidades de todo o Brasil. A obra foi o trabalho de conclusão de curso que a ex-aluna da Favip (Faculdade do Vale do Ipojuca) apresentou no ano passado e obteve nota máxima. Essa conquista de Alessandra só ratifica os talentos do jornalismo, que tiveram destaque, desde a criação do Jornal de Letras, pelos irmãos João e José Condé, na década de 1950 e serviu de base para os grandes escritores da literatura nacional como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz e Jorge Amado. Na sequência, o saudoso Souza Pepeu, venceu o prêmio Esso de Jornalismo, um dos principais do Brasil. Por aqui, sempre houve a necessidades de grandes coberturas, como é o caso do primeiro comício do Brasil sobre o tema “Diretas Já”, realizado no ano de 1986 ou sobre a “Tragédia da Hemodiálise”, na década de 1990. O tempo passou e comunicadores fize-

ram história na cidade. Em 2003, o jornalista Bruno Fontes, que hoje faz parte da equipe da Rede Globo Nordeste, venceu o prêmio Cristina Tavares, na categoria telejornalismo. Ele fazia parte da TV Asa Branca e mostrou um projeto de inclusão digital, na cidade de Manari, que tem o menor IDH de Pernambuco. A reportagem emocionou a todos e teve o reconhecimento com a premiação. Em 2009, uma emissora Caruaruense voltou a vencer o prêmio Cristina Tavares. A TV Jornal Caruaru venceu na Categoria “Reportagem, série e reportagem especial”. Com o tema “Vitalino: Terra, água e vida”, a repórter Luciana Queiroz conseguiu trazer o prêmio para a cidade, um momento emocionante, como relembra a jornalista: - Às vezes a gente fazia um trabalho e não conseguía o reconhecimento. E essa conquista veio para mostrar que existe um trabalho qualificado, conseguimos quebrar paradigmas. Também fizeram parte da equipe que venceu o prêmio os jornalistas: Pablo Esteves e Elane Andreza, além do cinegrafista Artur Oliveira. O jornalismo impresso da cidade voltou a ser destaque em 2010. O suplemento JC Agreste recebeu, em São Paulo, o troféu do Prêmio Jornalistas&cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade. A reportagem foi a vencedora da categoria mídia regional 2, que abrange os Estados de

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A jornalista Luciana Queiroz junto com a equipe da TV Jornal Caruaru venceu o prêmio Cristina Tavares, um dos mais importantes de PE


Os jornalistas Mylena Valença e Bira Nunes trouxeram de volta um prêmio para o jornalismo impresso local Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. A reportagem é de autoria da jornalista Myllena Valença, com fotos de Bira Nunes, e foi publicada no dia 21 de março, em comemoração ao Dia Mundial da Água. O concurso do HSBC teve 548 trabalhos inscritos, sendo 172 na categoria jornal. Antes dessa conquista, Myllena, que hoje está fazendo intercâmbio na Inglaterra, venceu o prêmio Mestre Salustiano. A conquista se deu com textos da série Especial Feneart, publicados no Jornal do Commercio em junho e julho de 2009. No ano seguinte, ela, junto à equipe de Projetos Especiais, recebeu o segundo lugar do Prêmio Mestre Salustiano do Turismo de Pernambuco. Para a jornalista, todas essas conquistas reforçam a qualidade dos trabalhos de comunicadores de Caruaru: - O resultado dessas três premiações prova que a qualidade do jornalismo não depende apenas dos recursos que o veículo possa dispor, mas da forma como o repórter enxerga e transforma em publicação o lugar onde vive. Assim, acredito que o jornalismo de Caruaru tem total condição de se desenvolver ainda mais, frente aos grandes veículos brasileiros. Seguindo as novas tendências, o jornalista Anderson Morais, que hoje atua na produção da Rádio Liberdade, venceu em 2010 o 3º Prêmio Porto Digital de Jornalismo, na categoria estudante. Com o trabalho intitulado “Mobilidade da Notícia: uma análise cauda longa de informações no @jcinterior”, Anderson convenceu os jurados que a tecnologia da informação produzida através do microblog Twitter, auxilia na disseminação de conteúdos. Uma premiação que coloca o que é produzido aqui, no universo do jornalismo digital, como explica o jovem jornalista: - É um prova que nós estamos vivendo um momento de ascensão profissional. Hoje, o interior pernambucano oferece essa qualificação. São várias portas abertas, são novos veículos sendo criados, novos profissionais e novas oportunidades que chegam para desmistificar a visão confinada de “interior”. Mestre em comunicação, o jornalista Jurani Clementino comemora esse novo momento da comunicação no Agreste de Pernambuco. - Isso, sem sobre de dúvidas estimulará novos estudantes de comunicação a seguirem o mesmo percurso, este fato impõe respeito a qualidade de nossos profissionais tanto no campo prático como teórico. A academia ainda é o lugar de referência para um bom profissional. Mesmo em tempos de questionamentos de diplomas, o conhecimento teórico prevalece. Nos próximos dias o rádio caruaruense pode ser premiado. As repórteres Núbia Silva e Ana Rebeca Passos, da Rádio Jornal Caruaru, estão entre as finalistas do Prêmio: Jornalistas&Cia/HSBC. Elas foram selecionadas com o tema Sustentabilidade e Empreendedorismo. (C)

PRÊMIOS NA ÁREA Prêmio Esso de Jornalismo Criado em 1955, divide-se em 13 categorias e já teve mais de 28 mil trabalhos inscritos ao longo dos anos Prêmio Cristina Tavares Desenvolvido pelo SinjoPE, existe desde 1994 e se tornou um dos mais reconhecidos no país Prêmio Jornalismo&Cia HSBC Criado em 1955, divide-se em 13 categorias e já teve mais de 28 mil trabalhos Prêmio Jornalistas&Cia HSBC Criado em 2010, estimula a publicação editorial de conteúdos sobre sustentabilidade EXPOCOM Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação, voltada a trabalhos acadêmicos Prêmio Mestre Salustiano Desde 2008 foca-se em premiar produções jornalísticas voltadas para o Turismo em Pernambuco PORTO DIGITAL Em sua 4ª edição, essa premiação enfoca a exposição de trabalhos voltados à tecnologia da informação

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viva bem

Cabelos

dia

em

Confira as dicas valiosas dos profissionais para você não entrar em crise existencial capilar

Ândrica Costa

Num

aspecto nós temos que concordar, não há mulher no mundo que esteja totalmente satisfeita com o cabelo. Se está liso quer cacheado, se está cacheado quer liso, uma hora quer ser loira, outra morena... Pensando nesse dilema, a Conteúdo traz dicas práticas para por fim as dúvidas e deixar sua cabeleira do jeito que você quer, e claro, com as orientações preciosas dos experts da área.

© Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

Aumente o volume O que fazer? Opte por xampus e condicionadores que promovem o volume no cabelo. É interessante lavá-los (oleosos) todos os dias, pois o excesso de óleo baixa o volume. “Os cremes sem enxágue ou leave-ins deixam o cabelo mais pesado. Para evitar isso, prefira os líquidos ou em spray”, diz o cabeleireiro Gustavo Loreto, que atua em Vania Cabeleireiros, em Caruaru.

E pra cortar? Segundo Loreto, prefira

cortes do tipo picotado profundo, e evite os fios longos porque eles dão peso no cabelo.

Tem que fazer: “Essa orientação é

importantíssima: ao passo que a mulher busca promover o aumento no volume do cabelo ela precisa, ao mesmo tempo, fazer o controle deste volume. Esse cuidado possibilita que o resultado seja satisfatório”, afirma o cabeleireiro.

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Na foto, o cabeleireiro Gustavo Loretto finaliza corte de cabelo de Eduarda Caldas


Cacho certo

Baixe o volume

O que fazer? Use produtos a

O que fazer? “No mercado existem ótimos xampus e condicionadores redutores de volume. Vale dar preferências aos produtos com classificação Smooth ou Smooth Down, esses possibilitam o maior controle dos fios”, ressalta Gustavo Loreto.

base de Aloe vera, manteiga de carité e ceramidas, que hidratam o cabelo e ajudar a modelar os fios. O cabeleireiro Gustava Loreto dá uma dica preciosa: “Depois de lavado, aplique uma camada generosa de creme para pentear e fluído reparador de pontas nos cabelos, amassando-os de cima para baixo com uma toalha”.

E pra cortar? Há um

mito de que pessoas com o cabelo volumoso não podem deixar o cabelo curto, mas não é o que diz o cabeleireiro: “Existem tesouras e técnicas de corte que retiram a quantidade de cabelo sem deixar aquele aspecto ‘juba de leão’, porém o cliente deve procurar um bom profissional”, diz Loreto.

E pra cortar? O melhor corte

para esse tipo de cabelo é o repicado. Boa pedida é o repicado com os fios desiguais para dar leveza e movimento as madeixas.

Viva as cores O que fazer? “A tinta tira a

Tem que fazer: Para evi-

umidade e deixa o cabelo alcalíno, os produtos (xampu e condicionador) de pH baixo seguram melhor a cor e proporcionam equilíbrio”, diz Elias Roque. Reforce a hidratação com máscaras específicas para cabelos coloridos. amassando-os de cima para baixo com uma toalha”.

tar problemas a dica de Gustavo é que pelo menos uma vez no mês, você faça uma hidratação no salão. “Há trabalhos de redução de volume associados a silicones de profunda penetração no fio que proporcionam peso e brilho”. Em casa, faça aplicações com máscaras específicas para reduzir o volume.

Liso na medida © Leonardo Lima/ Conteúdo Imagem

O que fazer? Para domar a rebeldia dos cabelos, use produtos com ação alisadora e anti-frizz. “Se o resultado não for o esperado, o melhor é optar pelo relaxamento ou escovas progressivas a base de formol ou tioglicolato de amônia”, indica a cabeleireira Lica Alexandre, do Salão Image, em Arcoverde.

Tem que fazer: Para não ficar com o visual artificial e chapado que algumas químicas proporcionam, faça hidratações duas vezes por semana, e também no salão, com produtos específicos. “É importante lembrar que o relaxamento não é compatível com tinturas loiras”, afirma a cabeleireira.

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Sem quedas Eu tenho esse problema? Há uma perda maior de fios quando os cabelos são penteados molhados, isso é normal. Mas, se houver perda de mais de 150 fios por dia ou se o couro cabeludo está mais aparente que o normal é importante procurar um especialista, afirma a dermatologista Virgínia Batista. Quais são as causas? “Os motivos são inúmeros, um dos fatores pode ser o que chamamos de eflúvio telógeno (queda intensa do cabelo), como: pós-parto, uso de antibióticos, antidepressivos, traumas físicos ou emocionais, doenças imunológicas, estresse, disfunções da tireoide, entre outros”, esclarece o doutorando em Dermatologia pela Universidade de São Paulo, Emerson Andrade. Quais os cuidados necessários? Deve-se evitar o uso de creme para pentear e óleos em excesso, esses somente devem ser aplicados do comprimento até as pontas do cabelo. Cuidado redobrado na utilização de tinturas e processos de alisamento. Alguns penteados onde o cabelo é esticado bruscamente (dreads e rabo de cavalo) podem comprometer o couro capilar.

Loiro democrático Eu combino? “As morenas devem optar por um loiro dourado, acobreado ou caramelo; as pardas ficam bem com tons acinzentados e bege. As mulheres brancas com tons platinados (loiro quase branco)”, diz o especialista em colometria, Elias Roque, da Dorinha Stúdio de Beleza, no Recife.

Tem que fazer: No dia a dia use xampu e condicionador específico. E, pelo menos duas vezes por semana lave com um xampu anti amarelos, eles reduzem o efeito amarelado indesejado nos cabelos descoloridos ou com mechas.

SAIBA MAIS Esqueça o sal Gente, essa história de xampu 0% de sal é a maior lorota. Todos os xampus (sem exceção) tem sal ou cloreto de sódio, pois é ele que faz a espuma e ajuda a limpar o cabelo. O que fará a diferença é observar o pH do produto, o ideal é optar por aqueles entre 4,5 e 5,5, pois pH acima de 7 deixam as cutículas dos fios abertas e faz com que com os cabelos fiquem ressecados.

+

pH-

Ouro de Jade Direto do Marrocos, o óleo de argan, é mais nova sensação dos salões de beleza no Brasil. Ele é um poderoso aliado na hora de prevenir o cabelo do efeito frizz, ressecamento, dermatite seborréica e eczemas. Sua fórmula contém alto poder de hidratação e vitaminas A e E. No mercado, é possível encontrar produtos que variam de R$ 15 a R$ 200.

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