Insight revista eletronica

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A cria, cria! Durante os últimos meses, nossa equipe editorial, veio por meio de uma proposta da diretoria, promover uma revista que contemplasse os últimos acontecimentos do meio do Design partindo do pressuposto que os dados assuntos pudessem ter uma ligação fora do academicismo e que buscasse essa harmonia de criatividades. Pensando nissos, decidimos por trazer a Insight, uma revista totalmente desprendida de quaquer ideia imposta, mas sempre ressignificando com foco na melhoria da apreciação de você, ou do whiskey.

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09 ILUSTRAÇ ÃO

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PROCESSO CRIATIVO

FOTOGRAFIA

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SACADAS DE MARKETING


ESPAÇO DO LEITOR

Galeria Entrando na onda dos livro de colorir para adultos, resolvemos ver se nossos leitores eram adeptos dessa prática, e pedimos que nos enviassem suas pinturas do livro Jardim Secreto. E num é que a galera leva mesmo isso a serio mesmo?! Recebemos tantas imagens que resolemos criar uma "Galeria Jardim Secreto" nesta nossa edição. Abaixo teremos várias imagens criadas por nossos leitores, ou melhor, nossos artistas!


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PROPAGANDA


ILUSTRAÇ ÃO

Cartoon, Aquarela, Realismo, universos da arte Nesta edição a Insight trás 3 artistas de diferentes estilos de ilustração: Matheus Pin, Beto França e Paul Stowe.


Ilustração


Ilustração

Matheus Pin é Designer e Ilustrador e produziu recentemente todo o material gráfico para a banda da qual faz parte “Verdes & Valterianos”. Todo o trabalho foi inspirado num encarte agregando elementos dos quadrinhos para recriar a narrativa durante o single de estréia Mr. Superior. O artista se inspira na arte pulp e num tom sarcástico e ácido em seus traços bem contornados e formas esguias e esquisitas.

Matheus Pin matheuspin.com

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Ilustração

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Ilustração

BETO FRANÇA Beto França é formado em Comunicação Social e esteve com sua exposição “Cores Curvas” em exibição na Casa do Cachorro Preto, em Olinda. Com traços e aquarela, o artista compõe suas ttelas baseadas nas curvas que compõe a feminilidade e a liberdade de ser mulher, fugindo de padrões sociais pré-estabelecidos

Beto França beto2franca.wordpress.com

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Ilustração


Ilustração

PAUL STOWE Paul Stowe é um artista de Shangai, China que possui uma técnica muito respeitada em seu meio: Uso de apenas lápis grafite para dar vida aos seus desenhos. Numa técnica visceral, o artista usa apenas lápis e borracha para dar tons de cinza com altos níveis de realismo, criando texturas e formas que se confundem com uma fotografia.

Paul Stowe paul-shanghai.deviantart.com

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Fotografia


FOTOGRAF IA

ร oudoir

A fotografia sensual, cuja expressividade estรก mais no que sugere do que naquilo que, efetivamente revela.


Fotografia

A palavra, francesa, foi usada originalmente para designar os quartos que as mulheres usavam para se vestir no século 19, ou ainda a penteadeira (ela diz que há divergências na tradução), por isso o ensaio remete ao momento em que a mulher está se arrumando, e por aí temos a associação com as noivas. “De fato, as noivas se encantam muito com a possibilidade de ter esse ensaio e presentear o futuro marido com uma revista onde ela é a capa e todo o conteúdo interno”, concede a fotógrafa. Como eu também trabalho com casamentos, o bacana é que, no momento em que algumas pessoas têm que deixar o quarto para que a noiva se arrume, eu permaneço e, nesse caso, o ensaio boudoir é feito com a noiva se preparando para o seu futuro marido. Por conta dessa possibilidade, as noivas costumam

Na realidade, o boudoir seria o ensaio sensual de uma forma mais romântica, com certo ar vintage

abraçar mais facilmente a ideia”, constata, adestacando que, embora ainda pouco explorado por aqui, o boudoir está em alta. Kelly fotografa profissionalmente há quatro anos. Como desde o início 18

manifestou interesse em fazer ensaios sensuais, foi em busca de uma linguagem que se encaixasse melhor no seu estilo, um pouco mais sutil, de abordar o tema. Foi assim que descobriu o boudoir. Na época, ela trabalhava em São José do Rio Preto (SP). Divulgando o trabalho num site, foi logo conseguindo clientes. “Voltei a morar no Rio e desde então tenho crescido e apresentado a ideia por aqui”, informa.


Fotografia

Ideia que é baseada no uso intensivo das rendas, joias e outros acessórios. E na escolha do cenário. Kelly utiliza vários: pousadas, motéis, a casa dos clientes ou mesmo externas. A opção dependerá de uma conversa prévia, na qual as preferências da cliente (inclusive gosto musical) estarão em pauta: “O começo do ensaio geralmente é para nos conhecermos melhor, portanto brinco bastante, elogio cada coisa bacana no corpo

e, conforme, eu for descobrindo, vou dando dicas de como ela fica mais bonita, ou o que fazer pra arrancar um suspiro maior do marido, e isso traz mais confiança a ela. Mostro uma ou outra fotografia do ensaio, para que ela veja como é linda e como realmente está arrasando”, detalha a carioca, cujo repertório inclui algumas piadas para obter sorrisos mais facilmente. “A direção [da modelo] acontece de uma forma mais

natural que parece, pois meu objetivo é que não tenhamos muitas poses feitas. É como se eu fosse um vouyer e, nesse caso, são poucos os momentos em que elas olham pra mim. Quando as coloco em alguma posição, é entre um movimento e outro que sai a foto perfeita. É o que ela desenvolve nessa posição que traz a perfeição”, considera Kelly, que coloca a música para tocar, dança e brinca para deixar a sessão a mais descontraída possível.


Fotografia

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Me posiciono de forma a pegar ângulos que ressaltem a beleza e a sensualidade dela. sem ser invasiva.

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Fotografia

esconder e mostrar. Daí a importância de se focar nos detalhes, de se obter enquadramentos fechados. O ângulo é a chave para o ensaio ficar de bom gosto e sutil, acredita: “Me posiciono de forma a pegar ângulos que ressaltem a beleza e a sensualidade dela sem ser invasiva. Tenho fotos perfeitas em que nem mostro o rosto da modelo, em que a composição da pose e o foco em detalhes bem femininos é que deram a sensualidade”. Isso reforça a importância de não se per-

“Ao final do ensaio, quando elas me olham, já me olham como modelos”, garante. A sessão é feita sempre que possível sob luz ambiente. Quando necessário, Kelly recorre a um flash dedicado fora da câmera. “Tenho aqueles mini acessórios que fazem as vezes de acessórios de estúdio, como o mini softbox, por exemplo. Mas priorizo ao máximo a luz natural, ressaltando alguma coisa ou outra com o rebatedor”. Sua lente de trabalho é uma 50 milímetros: “Uso também uma tele, mas a ‘cinquentinha’ é ótima. Por toda a sua claridade e seu desfoque, faz toda a diferença”. Talvez a ousadia não seja exatamente uma marca do boudoir, embora Kelly mesma já tenha feito alguns que descambaram para o nu. Segundo ela, interessa mais “brincar” de

Enxergue a beleza que cada mulher tem

der de foco a sensibilidade. São mulheres muito diferentes, mas cheias de expectativas, que se submetem ao olhar do fotógrafo. Com isso, vale atentar ao conselho final de Kelly: “Enxergue a beleza que cada mulher tem, pois temos mulheres magrinhas, gordinhas, longas, baixas, a questão é o que as fazem ser diferentes das outras magrinhas, gordinhas… cada uma tem o seu diferencial e isso é que as tornam tão especiais”.



PROCESSO CRIAT IVO

O PROCESSO CRIATIVO DESNUDADO: POR QUÊ VOCÊ PRECISA SABER DISSO? Quero começar essa matéria de uma maneira diferente, compartilhando com vocês uma história pessoal, que de certa forma marcou a escolha do que eu queria fazer profissionalmente pelo resto da minha vida e que ilustra bem o tema deste texto. Aconteceu nos idos de 2006, na época em que morava em Belo Horizonte,

eram pontualmente 17h30. Eu estava saindo do ônibus com um amigo, voltando da escola para casa, e enquanto caminhávamos, ele me dizia: “Existem gente que é burra mesmo e tem gente que não, que é criativa e inteligente”. Eu fiquei indignado com aquela afirmação e não acreditei no que ele estava falando. Afinal, ele fala23

va de uma simples pessoas que não conseguiu entender aonde descia do ônibus, fato que presenciamos minutos atrás. Passado um tempo, depois que entrei para a faculdade e comecei a estudar comunicação a fundo, percebi o quão ingênuo e desinformado ele realmente foi, apesar de ele não dar o braço a torcer até hoje. Lembro


Processo Criativo

que depois ele me disse que “tem gente que nasce burra e tem gente que já nasce inteligente e criativo”. Como se burrice fosse sinônimo de criatividade e vice e versa. Enfim, te contei isso porque o processo criativo tem a ver com isso. Não com ser burro ou ser inteligente, mas com como o pensamento aberto e sistemático quebra paradigmas como esse. Antes de continuar, te convido a entender de uma vez por todas que negócio é esse de criatividade. O QUE É CRIATIVIDADE? É formalmente definida assim: “Capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas”. Informalmente posso dizer apenas que é a capacidade de resolver um problema, simples assim, quase como um sinônimo mesmo. E é nessa definição “descolada” que estou interessado aqui. Primeiramente

porque todos nós, como seres humanos, temos que diariamente aplicar isso. Seja montando seu prato do almoço, cozinhando, comendo, limpando a casa ou escovando o dente. Ela é essencial para todos. Assim também diversas áreas precisam da criatividade e de seu processo. Encontramos 24

exemplos na arquitetura, na matemática, na física, na química, na música, no teatro, nas artes plásticas, na publicidade, no design, na gestão de empresa e colaboradores e por aí vai numa lista interminável. E a articulação da criatividade nesses ramos profissionais se deve também a fatores externos


Processo Criativo

como política, economia, cultura, raça, gênero, finanças e educacionais (fator preocupante no Brasil). Steve Jobs já dizia: CRIATIVIDADE É SIMPLESMENTE CONECTAR AS COISAS Então, pensando justamente nessas relações complicadas que envolvem a imaginação, alguns profis-

sionais acreditam que para se dar bem criativamente falando, é preciso seguir três regrinhas básicas. OS 3 PRINCÍPIOS DE TODO PROCESSO CRIATIVO Um dos grandes especialistas no tema, Paul E. Plsek, aponta 3 itens essenciais como iniciadores ou catalisadores de criatividade: 1.Atenção: é o momen-

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to do foco em determinado problema ou oportunidade. Aqui também ocorre a suavização dessa dificuldade, descomplicando-o. Isso é que faz empresas de tecnologia como a Apple, por exemplo, buscar a melhora constante. 2. Fuga: Pensar em novas alternativas e caminhos para o proposto, derrubando os bloqueios mentais


Processo Criativo

3. Movimento: É explorar essas novas ideias sem perder o propósito, através de analogias e associações. Tenha esses três elementos em mente, porque nas etapas da metodologia inventiva que vou te apresentar daqui a pouco, eles se repetem de forma detalhada e direcionada. Mas antes, vamos fazer um esquenta? AQUECENDO AS TURBINAS: BRAINSTORMING Eu aposto que depois desse intertítulo acima você perguntou: Ué, mas ele não é uma das etapas? De certa forma sim, e por isso escolhi essa frase (você já vai entender, eu juro). Mas pode também estar diretamente ligado com o princípio do movimento que acabei de te explicar. Sendo assim, é parte fundamental da equação e exatamente por isso optei por dar um pouquinho de ênfase a ele

antes de qualquer coisa. A técnica do brainstorming ou tempestade de ideias move a roda do pensar, onde a partir de um problema queremos chegar a uma solução e passar por ele é vital. Ele esquenta todo mundo envolvido e faz chegar a uma ideia, a um clique. Não é a toa que as agências utilizam até como 26

ferramenta principal na criação, como nesse post da Raíssa Jappe para o DC. Mas enfim, como é um assunto muito polêmico e complexo vai ganhar uma postagem minha brevemente, que você vai poder ler aqui no Design Culture. Agora que você já entendeu isso, está pronto para seguir comigo as 7 etapas.


Processo Criativo

Pensar como Designer pode transformar a forma como você desenvolve produtos, serviços - E memo estratégias.

Tim Brown

AS 7 ETAPAS DO PROCESSO CRIATIVO Antes que você me pergunte, eu te digo que alguns autores e blogueiros, quando falam do assunto, consideram que existem dois processos diferentes: individual e coletivo. Mas, no final da história, acabam tendo características comuns aos dois, por isso optei aqui por generalizar. - Identificação Nesse primeiro contato é importante conhecer o problema, levantar as dúvidas e olhar novas opções. Ela é a primeira porque os seus desdobramentos nomeiam todas

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as outras etapas. - Preparação É o período da coleta de dados essenciais a chegada de uma solução criativa. Isso inclui perguntas tipo: O que? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?. Geralmente é a fase onde a ansiedade aumenta, levando a próxima. - Incubação Acontece inconscientemente quando a mente absorve e se aprofunda no problema encontrado. Pode ser associada à prática de um esporte ou lazer, como a liberação de energia. - Aquecimento: Voltando ao plano do consciente, esse passo ocorre com a estimulação de soluções para o problema. Aqui que entra as técnicas de brainstorming que falei lá em cima e agora você entendeu aquele intertítulo não é? - Iluminação: É o momento Eureka, o insight criativo que encerra a angústia causada pelo problema e

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desenvolvida até aqui. Basicamente a ideia que pode resolver a questão, aparecendo pela primeira vez. - Elaboração: É a concretização da ideia tida na fase anterior, envolvendo novamente o lado esquerdo do cérebro. Aqui basicamente se faz acontecer, o famoso “mão na massa” com muita transpiração. - Verificação: Trata-se do teste da ideia ou hipótese construída, podendo levar dias, meses ou até anos para ser finalizada. Um exemplo disso é a teoria da relatividade de Albert Einsten, que demorou 14 anos para se concretizar. Claro que, falando em comunicação de agência, especificamente, temos apenas poucos dias. O que descrevi aqui foi um padrão como disse, e se adapta aos diversos setores de atuação profissional, podendo até trocar de nome. Mas basicamente, é um guia essencial para profissionais criativos.

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Processo Criativo

POR QUE O PROCESSO CRIATIVO É IMPORTANTE? Porque através deles podemos “pensar fora da caixa” como ouvimos falar por aí, analisando cada barreiras que enfrentamos como tarefas a serem resolvidas. E isso acaba servindo tanto no quesito pessoal, quanto profissional, seja em qual área for como vimos. Além disso, também podemos fazer uma conexão fácil com a comunicação, seja você designer ou publicitário, mesmo trabalhando como freelancer. No briefing do cliente, encontramos o problema que temos que destrinchar com o objeti-

vo de entregar uma campanha ou design para um novo produto ou espaço, o que seria a solução. Daí vem o fato de eu ter feito uma sessão exclusiva para o brainstorming, porque é a partir dele que vem as ideias propriamente ditas, como vimos no nível da iluminação. Essa trajetória, que passa por técnicas de brainstorming, só é viável se passarmos por cada uma das 7 etapas mencionas. E mesmo que elas mudem de nome de uma empresa ou agência para outra, vão sempre continuar se fazendo necessárias. E depois de ver tudo isso, lembrando minha história da introdução, posso concluir que

não existe burrice ou falta de criatividade. Afinal de contas, o poder imaginativo vem muito com o estímulo diário das atividades corriqueiras e como o trabalho duro da fase da elaboração, do “mão na massa”. Portanto, de formas por vezes bem específicas estamos sempre elaborando respostas para cada pequeno desafio/pergunta. O que acaba nos auxiliando na tomada de decisão e na entrega de um resultado. Traduzindo: o meu amigo estava errado, pois ninguém nasce burro ou inteligente, criativo ou não, pois todos temos o mesmo grau de ambos, o que nos diferencia é quanto ampliamos na nossa rotina.



TIPOGRAFIA

! o p i t m o b m u a r a p ção a s z i l a i t c u i e t s i as d r r g e e t r c m e a t . a i m f a a ç r e g h o n p i 5 car o nada, a t gners as c ais esi d m s e o d s s o e d t o An ue t q m é v n o ec


Tipografia

A

s regras estão ligadas na sua maioria à legibilidade e funcionalidade. Só depois de aprendermos essas regras, é que as podemos quebrar. Esse quebrar de regras pode ser justificado quando fazemos um trabalho mais criativo, ou com um sentido semântico que obrigatoriamente tenha de ser comunicado pelo lettering.Independentemente do projeto que estiver a desenvolver (para ecrã ou impressão) tenha sempre em atenção que o tipo selecionado terá que estar uniformizado com o conceito a transmitir mas também terá de ter:

5 características para selecionar um bom tipo para o seu projeto?

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Flexibilidade: Confira se o tipo tem desdobramento, uma família com vários pesos e estilos. Pode ser necessário no futuro a utilização de variantes como por exemplo: light, ultralight, bold, extrabold, italico. Legibilidade: Verifique se o tipo é legível a 15 centímetros de distância e também a 20 metros (por exemplo). Teste se ao reduzir o ponto para 11pt o tipo contínua legível, mas simule também com as suas variantes. Há tipos que aguentam uma redução maior que outros, este-

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ja atento às futuras utilizações. Uniformidade: Teste de A a Z (caixa-alta e caixa-baixa), numeração, pontuação e acentuação (incluindo caracteres especiais) se todos os caracteres são facilmente reconhecidos como membros do mesmo alfabeto. Há muitos alfabetos que não possuem acentuação e outros que têm letras totalmente desenquadradas do restante alfabeto.

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Tipografia

Pode ser perigoso para aplicações futuras. Equilíbrio – Veja se o tipo é equilibrado e se a sua força é constante, se há coerência entre a sua anatomia, ou se há o perigo de haver hastes e troncos demasiadamente finos (ilegíveis) contrastando com hastes e troncos muito espessos. Um desequilíbrio de força poderá prejudicar o

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ritmo para uma máxima leitura. Personalidade – Analise individualmente os caracteres (caixa-alta e caixabaixa) e entenda se olettering selecionado tem postura, personalidade e se todos os caracteres e palavras têm na sua junção a harmonia (espaço automático coerentes). Deve principalmente perceber se os caracteres são distinguíveis facilmente uns dos outros.

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Por exemplo: um alfabeto que tem o caractere “o” igual ao “a“não é aconselhável em projectos de sinalética, bem como o “l” em caixa-baixa junto do “i” em caixa-baixa. Essas semelhanças representam um grave erro para a rapidez da percepção.




TESTAMOS

Testamos

3Doodler

Há pouco mais de um ano, um dos maiores projetos aprovados no site de crowdfunding Kickstarter dominava as manchetes de todos os sites de tecnologia: haviam inventado uma caneta que desenhava no ar, e a campanha para esta pequena prodígio se tornar realidade quebrara todas as expectativas. Em apenas 30 dias de exposição do projeto, a arrecadação da 3Doodler, a primeira caneta 3D da história, ultrapassou seus US$ 30 mil de meta e foi até os US$ 2.344.134 (cerca de R$ 5 milhões).


Testamos

Desenhando com plástico

A diferença é que, ao invés de uma estrutura de trilhos que leva a ponta da ferramenta de A 3Doodler, fielmente descriA Insight teve a chance ta, é mais semelhante a uma impressão para coordenadas de botar as mãos nessa impressora 3D do que qualquer específicas, existe a mão do nova ferramenta e po- objeto do dia a dia. O proces- usuário. demos dizer sem dúvi- so de impressão é exatamente Tipo de plástico da: esse objeto criado o mesmo, aliás: através de um Ela pode usar plásticos do pela WobbleWork s pou- sistema de superaquecimento e co tem a ver com uma subsequente extrusão de um fi- tipo ABS e PLA, como a maiocaneta. Mesmo que lete de plástico que brevemente ria das impressoras 3D domésticas, e emite o mesmíssimo seu formato lembre, de se solidifica. longe, aquele de um adUma ponta metálica em aroma peculiar de borracha ereço para escrita, a se- constante superaquecimento queimada durante o trabalho. melhança termina aí - a vai ocupando posições no ar e O uso de PLA, no entanto, 3Doodler é muito mais. deixando seu rastro de plástico. tem que ser feito com cautela: 36


Testamos

sua composição química é altamente reativa com o papel, e não se desgrudará com facilidade se o usuário trabalhar sobre o jornal ou algo do gênero.

Duas velocidades

A caneta conta com duas velocidades diferentes, teoricamente pensadas uma para os traços longos e outras para os trabalhos de precisão. No entanto, há uma limitação grave: quando acionada em sua variação mais veloz, o fluxo inconstante do fio plástico impossibilita a precisão nas formas. A gravidade é a principal vilã, sempre. Pois distorce os fios para baixo assim que eles deixam a ponta. Por causa disso, é quase impossível orientar o traçado em curvas – para tal, faz-se obrigatório um suporte no formato curvilíneo desejado, para que o fio de plástico possa contorná-lo até que solidifique. Todo o processo criativo lembra o trabalho de um engenheiro, mais preocupado com a viabilidade estrutural das formas: traços verticais precisam

ponta fica muito quente durante o derretimento do plástico. Um toque de leve pode ser suficiente para provocar uma queimadura superficial, e isso vai acontecer – muitas vezes –, será interromper o caminTecnologia de anteo- preciso ho do plástico perto da ponta, ntem como forma de voltar atrás no Fora os desafios inerentes traço e continuar o desenho. ao uso de filetes de plástico, a própria construção da 3DooForma e peso dler não ajuda muito na criaNem tudo é ruim, felizmente. tividade do usuário. Cada refil É preciso reconhecer: apesar de é pequeno demais, e a troca ter um corpo muito largo para atrapalha em muito o anda- o que se pretende ser uma camento e criação de peças lon- neta, seu peso é relativamente gas que precisam de mais de leve, e seu formato tem uma uma carga. A troca de cores, pegada boa, que afasta o calor então, é uma grande dor de da queima de plástico das áreas cabeça. O refil não pode ser de contato. O plástico rígido e os removido quando está perto botões emborrachados no cendo fim, é preciso gastar tudo e tro da 3Doodler parecem basesperar que a caneta encontre tante resistentes ao manuseio, e o novo fio para continuar. Uma a decisão de deixar o fio elétrico bagunça. O tipo de processa- na ponta oposta à da saída do mento do plástico escolhido plástico tem um efeito estabilizapara o processo de extrusão, dor sobre a movimentação. via calor, cobra seu preço. É Com um pouco de prática e o preciso tomar muito cuidado uso do suporte certo, é possível ao manusear a caneta, pois sua criar qualquer forma.

ser apoiados pelo desenhista até que enrijeçam, formas suspensas precisam de pilares e a economia de traços é essencial para que nada desabe sozinho.

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Testamos

Primeiros traços

Não seria justo julgar por uma experiência tão curta a real funcionalidade de um objeto tão incomum, mas é possível afirmar: o primeiro contato com uma caneta 3D é menos do que amigável. Quem quer que vá esperando algo como um lápis mágico terá uma sincera decepção, pois há um longo aprendizado até que o usuário consiga dominar a 3Doodler e produzir belezas como a da foto acima. Será preciso algum conhecimento e muita “tentativa e erro” até lá. A tecnologia, afinal, há pouco nem existia. Nem mesmo a 3Doodler chegou, uma variação mais avançada já tomou as manchetes em maio: a caneta 3D Lix Pen, prospectada para chegar ao mercado em janeiro de 2015. Além de realmente parecer uma caneta no seu formato e manter um fluxo de plástico melhor, sua ponta não é aquecida – ao invés disso, a caneta usa um material reativo à luz para solidificar o

traçado tridimensional. Vale reforçar o que disse Ricardo Cavallini, sócio da Makers do Brasil – empresa entusiasta que trouxe e exibiu a caneta 3D no youPix – ao Insight: “A 3Doodler tem muito mais a ver com o exercício da criatividade do que com precisão artística. Ainda não há condições para a criação da perfeita caneta 3D”.

Onde encontrar Quem se interessou pela 3Doodler pode visitar a página do Kickstarted para conhecer o início do projeto. Encomendar uma caneta 3D com 50 cargas de cores por US$ 99 no site oficial - o refil de cada carga custa US$ 9,99. Há ainda um canal no YouTube com o passo a passo da impressões.



SACADAS DE MARKETING

Sr. e Sra Burguer King Cada vez mais me surpreendo com o poder da influência das marcas e como elas podem afetar na vida das pessoas. É claro que isso depende muito da capacidade financeira da empresa e o quanto ela está disposta a investir.

Porém, é fato que as pessoas são excelente embaixadores de rótulos sejam por gosto próprio, identificação com uma companhia, ou por indução mesmo. E saber explorar isso é uma virtude que poucas agências de comunicação ou empresários sabem fazer bem. 40

A sacada Uma marca que exemplificou isso muito bem nos últimos dias foi o Burger King ao patrocinar um grande momento na vida de um casal. Para quem não entendeu do que estou falando ainda


Sacadas de Marketing

ou não se ligou nas notícias eu explico: ao saber que o casal Joel Burger e Ashley King, de Illinois, nos EUA, ia se casar, a rede de fast food desesperadamente correu atrás dos dois através do Twitter até finalmente conseguir agendar um bate-papo no Skype. O motivo da “caçada”? Felicitações e a oferta de pagar todas as despesas da cerimônia de casamento. Tudo por causa da feliz coincidência dos sobrenomes deles com o da companhia. Em entrevista para o site BuzzFeed, um porta voz do Burger King disse que a simples felicidade do casal, os impulsionou a realizar a boa ação e celebrar essa linda história junto deles. Mas nós, publicitários, sabemos que a verdade por trás disso está, de certa forma, longe dessa declaração.

O Marketing: "Felizes para sempre um laço com a rede, mesmo que não para sempre" Empresa nenhuma iria investir tanto dinheiro em um casamento, por simples fascinação pelo casal. Na verdade é que eles representam um enorme valor para a marca, pois só seus sobrenomes já carregam 41

queiram e juntos para sempre então, melhor ainda. Sabemos também que essa manifestação tão notória de afeto vai trazer um retorno infinitamente maior do que o dinheiro investido. A popularidade e respeito


Sacadas de Marketing

que a ação vai trazer a corporação é fundamental no relacionamento com futuros e atuais consumidores. Em outras palavras, o Burger King propaga seu nome e fica bem na fita, pagando de bons samaritanos (o que aqui não tem conotação pejorativa de forma alguma).

vulgação é essencial e ao mesmo tempo genial, pois de forma implícita você gera um recall imenso para o seu negócio. Além disso, as proporções de alcance e parcerias futuras

Precisa-se: embaixadores de marca

Loja Burger King Fonte: barraup Voltando então ao que falei na introdução desse post, investir em pessoas como um meio de di42

para a marca são incríveis. E o mais importante: não é preciso um investimento assim tão grande, pequenas iniciativas já ajudam, como as parcerias de mídia, feitas de forma gratuita em sua maioria. Da mesma forma, a contrapartida também funciona muito bem, o que ocorreria se o casal tivesse procurado a rede para patrocinar sua cerimônia. E esse acontecimento único não pode ser esperdiçado nunca. E para concluir não poderia deixar de ressaltar o quanto o uso do Twitter, uma mídia social popular nos Estados Unidos, bem mais do que no Brasil, ajudou. Não só em achar o casal, mas em fazer com que as pessoas se identificassem com a causa e ir além do que rir pela feliz coincidência. Portanto, mais um a vez repito, isso é branded content, isso é transmídia ultrapassando qualquer gatilho mental ou técnica de persuasão publicitária.



FICHA T ÉCNICA Revista Insight Conselho Editorial Renata Carvalho Priscila Oliveira Matheus Pinheiro Tainá Palhano

Ilustrações

Matheus Pinheiro

Fotografias

Renata Carvalho Priscila Oliveira

Diagramação

Renata Carvalho

Contato

Rua Sei que Lá e tudo Mais, 69, Muribeca, Recife-PE. (81) 99999-99999

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