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Fábula XXVII A Águia e o Grou

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A vida de Esopo

A vida de Esopo

H1865

A Águia apanhou um Cágado para comer, e trazia-o pelo ar e dava-lhe picadas, mas não conseguia matá-lo porque estava muito recolhido na sua carapaça. A Águia estava a ficar furiosa com isto, mas entretanto chega o Grou, que diz:

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— A caça que apanhaste é decerto muito boa, mas não poderás saboreá-la senão por artimanha.

A Águia propôs que, se lhe ensinasse a artimanha, repartiria com ele o que caçara. O Grou disse então:

— Sobe acima das nuvens e de lá deixa cair o Cágado em cima de uma pedra, que quebrará a carapaça, deixando a carne descoberta.

A Águia assim fez, e sucedendo o queriam, comeram ambos da caça.

Moral da história

Na guerra, e em qualquer negócio, vale mais a sageza do que a força. Há negócios muito árduos que apenas se concluirão por manha, e sem ela a força pouco ou nada vale. Foi isto que quiseram mostrar os poetas na companhia e amizade do sábio Ulisses com o valente Diomedes, porque valentia sem manha poucas ou nenhumas vezes dá fruto proveitoso a seu dono, e um conselho bom vale mais que muitos maus.

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