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Fábula XXXIII O Galgo velho e o seu Dono

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A vida de Esopo

A vida de Esopo

HW1867

Um Galgo velho, que em tempos havia sido muito bom caçador, deixou fugir uma lebre de entre os dentes, porque já os não tinha. Vendo isso, o dono açoitou-o cruelmente e mandou-o embora, como coisa que nada valia.

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Disse então o Galgo:

— Deves, Senhor, lembrar-te de como te servi bem enquanto era jovem, quantas lebres cacei e quanto me estimavas; agora que sou velho e estou no osso, por uma lebre que me fugiu, açoitas-me e lanças-me fora. Devias antes perdoar-me e pagar-me bem o muito que te tenho servido.

Moral da história

Deste Galgo tome lição quem serve senhor ingrato, e verá o pagamento que há de ter, principalmente se o serve em coisas contra a sua consciência, porque depois de estar bem metido no Inferno, pela primeira vontade que deixar de lhe fazer, perde quanto tem servido. E muitas vezes é o próprio senhor, por cujo respeito ele perdeu a Deus, que é o seu algoz e o faz castigar pelos pecados que o obrigou a cometer.

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